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PLANO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL MIRANDA DO DOURO OBJECTIVOS E CONCEITO DE INTERVENÇÃO Abril de 2008

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PLANO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

MIRANDA DO DOURO

OBJECTIVOS E CONCEITO DE INTERVENÇÃO

Abril de 2008

Objectivos e Conceito de Intervenção

Plano de Mobilidade Sustentável de Miranda do Douro

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Câmara Municipal de Miranda do Douro

PLANO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL DE MIRANDA DO DOURO

Objectivos e Conceito de Intervenção

Abril de 2008

Objectivos e Conceito de Intervenção

Plano de Mobilidade Sustentável de Miranda do Douro

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Objectivos e Conceito de Intervenção

Plano de Mobilidade Sustentável de Miranda do Douro

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ÍNDICE

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................7

2. CONTEXTO, PROBLEMAS E PRIORIDADES DE MOBILIDADE ......................................................................................................................9

2.1. Área de Intervenção ...........................................................................................................................................................9

2.2. Síntese do Diagnóstico ....................................................................................................................................................... 11

2.3. Linhas de Intervenção ....................................................................................................................................................... 13

2.3.1. Modos Suaves ............................................................................................................................................................ 13

2.3.2. Transporte Colectivo ................................................................................................................................................... 15

2.3.3. Transporte Individual .................................................................................................................................................. 17

3. OBJECTIVOS GLOBAIS E ESPECÍFICOS ............................................................................................................................................ 19

4. CONCEITO MULTIMODAL DE ORGANIZAÇÃO DAS DESLOCAÇÕES ............................................................................................................. 23

4.1. Princípios gerais .............................................................................................................................................................. 24

4.2. Conceito de intervenção .................................................................................................................................................... 27

4.2.1. Modos Suaves ............................................................................................................................................................ 27

4.2.2. Transporte Colectivo ................................................................................................................................................... 29

4.2.3. Transporte Individual .................................................................................................................................................. 31

5. ACÇÕES PRIORITÁRIAS ............................................................................................................................................................. 39

5.1. Modos suaves mais atractivos ........................................................................................................................................... 41

5.2. Reorganização da circulação automóvel assente em critérios de fluidez e segurança ........................................................................ 42

5.3. Mobilidade para todos .................................................................................................................................................... 44

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1. APRESENTAÇÃO

Neste relatório pretende-se apresentar os objectivos de intervenção do plano de mobilidade, o conceito multimodal de intervenção,

nomeadamente em termos de organização das deslocações e as acções prioritárias. Contudo, antes da apresentação desses dois aspectos é

feita uma apresentação sumária do contexto, dos problemas e das prioridades de mobilidade. Assim, num primeiro capítulo é feita uma

breve apresentação da área de intervenção, da síntese do diagnóstico e das prioridades de intervenção resultantes do diagnóstico

efectuado.

Tendo em conta o diagnóstico elaborado e as áreas de intervenção prioritária definidas procede-se à identificação dos objectivos globais e

específicos a prosseguir em termos de mobilidade sustentável na área de estudo.

Posteriormente, define-se e caracteriza-se o conceito multimodal de deslocações, de modo a optimizar a utilização dos vários modos de

transporte, em função das suas vocações e dos objectivos de melhoria do ambiente urbano e de redução dos impactes ambientais,

nomeadamente os que se relacionam com a emissão de gases de efeito de estufa, o consumo energético e o ruído. O conceito aborda, de

forma integrada e complementar, as questões relacionadas com:

� Modos suaves, nomeadamente para a circulação dos peões e das bicicletas;

� Transporte colectivo, numa perspectiva de criação de um sistema do tipo “linha azul” de ligação do centro histórico aos principais

serviços públicos situados fora dele;

� Transporte individual, nomeadamente ao nível da circulação viária e da política de estacionamento;

Finalmente apresentam-se, sucintamente, as acções prioritárias, as quais serão desenvolvidas na fase posterior, nomeadamente nas fichas

de projecto e no programa de execução.

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2. CONTEXTO, PROBLEMAS E PRIORIDADES DE MOBILIDADE

2.1. Área de Intervenção

O concelho de Miranda do Douro localiza-se no Norte Interior, estando inserido no Distrito de Bragança e na NUT III Alto Trás-os-Montes.

Trata-se de um concelho predominantemente rural, com uma superfície de 488 Km2 e uma população, em 2001, de 8.048 habitantes.

Como a generalidade dos concelhos do Interior Norte, é marcado por dinâmicas de esvaziamento e de envelhecimento demográfico, pelo

despovoamento das zonas rurais e pela concentração da população e actividades na sede de concelho, resultado de uma “terciarização” da

sua economia, embora o sector agrícola continue a ter um papel preponderante na base económica do concelho. Em 2001, residiam na

Cidade de Mirandela cerca de 2.127 indivíduos (26% da população do concelho), mais 177 habitantes que em 1991.

Em termos da rede de aglomerados urbanos, o território concelhio é fortemente marcado pela sede do concelho que exerce um efeito

polarizador sobre os restantes aglomerados urbanos do concelho.

A área de intervenção do Plano de Mobilidade Sustentável abrange a freguesia de Miranda do Douro, nomeadamente o centro histórico e a

zona comercial de Miranda do Douro. A área de intervenção ocupa uma superfície de cerca de 23,45 ha, numa extensão máxima inferior a

1Km. A zona de intervenção é atravessada pela EN218 que faz a ligação com Vimioso e com Espanha, fazendo a ligação com a EM 221 que

liga a Mogadouro. A Estrada Municipal 542 assegura a ligação ao norte do concelho e a ligação a Espanha, sendo a via mais utilizada para as

deslocações para Bragança. A área de intervenção apresenta uma estrutura relativamente compacta e densidades de edificação superiores à

média do concelho, sendo marcada pela presença de um conjunto de serviços públicos e comerciais.

Em termos de transportes e mobilidade salienta-se a reduzida cobertura de transporte público, existindo o transporte escolar de ligação das

várias freguesias à cidade, num serviço efectuado pela Câmara Municipal.

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2.2. Síntese do Diagnóstico

Domínios Principais Problemas Condicionantes à mobilidade Áreas de Intervenção

Adequação da oferta à procura

Existência de condicionantes à circulação pedonal em geral, e à

circulação de pessoas com mobilidade reduzida em especial

(corredores, conforto, segurança e acessibilidade)

Pressão da circulação automóvel. Condicionantes físicas e urbanísticas ao alargamento e criação de passeios

e vias pedonais

Reordenamento e disciplina dos percursos de peões Melhoria das condições de circulação dos peões

(passeios, iluminação, sinalização, etc). Melhoria das condições de acessibilidade aos

espaços e equipamentos públicos

Ausência de um sistema eficaz de gestão da oferta de estacionamento

(estacionamento de residentes, estacionamento ilegal e ausência de

sinalização dos parques).

Conflitos de interesses e de valores.

Reordenamento e disciplina do estacionamento no centro histórico e na área comercial;

Regulamentação do estacionamento tarifado e de residentes.

Sinalização dos parques de estacionamento

Ausência de sinalização direccional na zona urbana da cidade

Aumento da circulação parasita nas imediações e no interior do centro

histórico

Implementação de um projecto de sinalização direccional e de orientação no perímetro urbano da

cidade.

Ausência de regras que articulem as questões urbanísticas com as da

mobilidade.

Existência de descontinuidades e de obstáculos no espaço público pedonal

Criação de regulamentação específica para colmatar as falhas existentes.

Repartiçãomodal

Peso excessivo das deslocações externas em automóvel.

Ausência de um sistema de transporte devidamente estruturado

para responder a este problema.

Reformulação do sistema de transportes colectivos no concelho, em especial nas zonas de baixa

densidade. Criação de um serviço de “linha azul” que ligue o

centro histórico aos diversos serviços públicos situados fora das muralhas.

Impactes ambientais

Verificam-se algumas situações de ruído provocado pelo tráfego automóvel, que poderão ser atenuadas com as alterações que este plano poderá induzir, nomeadamente nas questões relacionadas com a circulação e estacionamento no centro histórico.

Devido à ausência de dados relativos à qualidade do ar, não foi possível avaliar os respectivos impactes ambientais no concelho e, em especial, na zona de estudo.

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2.3. Linhas de Intervenção Com base no diagnóstico realizado na fase anterior, bem como nas preocupações e objectivos da autarquia para o Plano Municipal de

Mobilidade Sustentável foi definido um conjunto de prioridades para cada um dos âmbitos da intervenção, nomeadamente os modos suaves,

o transporte colectivo e o transporte individual (rede viária, circulação, estacionamento e cargas e descargas).

2.3.1. Modos Suaves

Relativamente aos modos suaves existem quadro aspectos fundamentais a considerar:

� Rede pedonal – Em determinadas franjas da cidade e, em particular, no centro histórico verificam-se conflitos entre a circulação

pedonal e a circulação automóvel. A intervenção levada a efeito pela autarquia no espaço público do centro histórico relacionada

com o nivelamento dos passeios com a via, não foi acompanhada da introdução de posturas destinadas a regular essa nova forma de

circulação e de coabitação entre veículos e peões.

� Segurança dos peões – Resultado dos conflitos entre a circulação automóvel e a circulação pedonal, é fundamental disciplinar a

circulação automóvel e adequá-la à nova realidade do espaço público de modo a conferir uma maior segurança aos peões e uma

maior atractividade pela deslocação em modos suaves;

� Percursos de lazer – O interesse pelas deslocações a pé e em bicicleta como forma de lazer leva a seja necessário promover uma rede

de percursos urbanos de lazer (percursos pedonais e cicláveis), garantindo a continuidade de todo o percurso a implementar, através

da eliminação de obstáculos e descontinuidades que desincentivam à sua utilização.

� Circulação e acessibilidade da população com mobilidade reduzida – em zonas onde a orografia impede, em muitos casos, a resolução

fácil dos problemas de acessibilidade às pessoas com mobilidade reduzida, como é o caso, há que, em alternativa, estudar e criar um

conjunto de percursos acessíveis, considerados fundamentais, que liguem os principais pólos de interesse e os serviços existentes.

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2.3.2. Transporte Colectivo

Relativamente ao transporte colectivo importa considerar três aspectos fundamentais:

� Cobertura - verifica-se uma reduzida utilização e cobertura dos transportes públicos em Miranda do Douro, sendo a oferta muito

reduzida e, por vezes, limitada ao transporte escolar. Existem vários aglomerados que não estão servidos pelos transportes públicos.

� Nível de serviço - os transportes públicos apresentam muito baixa frequência e são prestados à custa de material circulante

envelhecido. Na cidade não existe nenhum tipo de transporte colectivo urbano, sendo interessante a criação de um serviço que

permita a ligação da zona de expansão da cidade e o centro histórico e a zona comercial, nomeadamente para as deslocações das

pessoas com mobilidade reduzida e, em particular, dos idosos, podendo este serviço permitir as deslocações, no período de verão,

entre a cidade e as piscinas municipais. Este tipo de serviço poderia ter as características de uma “linha azul”, que evoluiria à

medida, e em função, do grau de adesão das pessoas. Este projecto teria também como finalidade sensibilizar e incutir nas pessoas o

hábito da utilização dos transportes públicos.

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2.3.3. Transporte Individual

No que respeita ao transporte individual existem quatros aspectos fundamentais a considerar:

� Rede Viária Urbana - necessita de ser reorganizada, nomeadamente ao nível da sua configuração, hierarquia e nível de serviço, de

modo a dar coerência e sustentabilidade à circulação automóvel na cidade, em particular no centro histórico;

� Circulação viária – carece de um ordenamento do tráfego, sobretudo derivado do congestionamento verificado em algumas vias e do

conflito existente com a circulação pedonal. No caso particular do centro histórico há que aproveitar o facto do acesso ao seu

interior ser feito através de “portas” para introduzir um novo conceito de circulação assente nos princípios da disciplina, da

coerência e da razoabilidade;

� Estacionamento – nota-se a ausência total de uma política de gestão do estacionamento, nomeadamente ao nível da localização,

capacidade e gestão da oferta, facto que contribui para que os parques de estacionamento periféricos ao centro histórico estejam

vazios e as vias do centro histórico se encontrem frequentemente ocupadas de forma ilegal e, por vezes, até abusiva;

� Cargas e descargas – é necessário proceder à identificação e delimitação de espaços destinados a este efeito, dado o comércio ter um

peso importante no dia-a-dia da cidade.

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3. OBJECTIVOS GLOBAIS E ESPECÍFICOS

Resultante das dinâmicas existentes nas últimas décadas, a ambição de Miranda do Douro em termos deste plano de mobilidade sustentável,

passa por garantir a atractividade e a qualidade de vida, aumentando a sustentabilidade do concelho e, em particular, da cidade. Para tal

foram definidos três objectivos globais:

� Melhorar as condições para a utilização dos modos suaves;

� Assegurar a fluidez do tráfego e a melhoria das condições de circulação e segurança, através de medidas que desincentivem a

utilização do uso do automóvel no centro histórico;

� Assegurar a coerência entre as políticas de ordenamento do território e urbanismo e as políticas de mobilidade;

Para cada um dos três objectivos globais definidos, existe um conjunto de objectivos específicos. Assim, relativamente ao objectivo de

melhorar as condições para a utilização dos modos suaves salienta-se:

� A melhoria das condições de circulação pedonal no centro histórico e na zona comercial, principalmente nos aspectos relacionados

com a segurança;

� A melhoria das condições de circulação das pessoas com mobilidade reduzida, através da criação de percursos acessíveis que liguem

os principais pólos de interesse e os serviços públicos existentes;

� O reforço das condições de utilização dos modos suaves para lazer, nomeadamente para a utilização pedonal e em bicicleta,

completando a rede existente.

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Relativamente ao objectivo de assegurar a fluidez do tráfego e a melhoria das condições de circulação e segurança, através de medidas que

desincentivem a utilização do uso do automóvel no centro histórico referem-se como objectivos específicos:

� A introdução de medidas que induzam à diminuição da grau de utilização do automóvel e, como consequência directa, do acesso ao

Centro Histórico, nomeadamente através da introdução do conceito de zona 30 e do novo conceito de circulação já anteriormente

referido eliminando-se desde modo o tráfego excedentário no seu interior;

� Reordenar a circulação viária na zona comercial para eliminar o tráfego parasitário e introduzir o estacionamento de curta duração

de modo a valorizar a actividade comercial;

� A definição e implementação de uma política de gestão do estacionamento que incite à utilização dos parques de estacionamento

não tarifados;

� A melhoria do funcionamento da intersecção situada na zona de transição entre o Centro Histórico e a zona comercial, que é tida

como um ponto crítico da rede viária, através da reformulação da sua geometria e da criação das condições indispensáveis para a

circulação dos peões que nesta zona é bastante significativa;

Finalmente, quanto ao objectivo de assegurar a coerência entre as políticas de ordenamento do território e urbanismo e as políticas de

mobilidade, refiram-se como objectivos específicos:

� A avaliação criteriosa da localização de novos equipamentos e actividades geradoras de fluxos de tráfego;

� A promoção da requalificação do espaço público para a utilização prioritária pelos peões;

� Planeamento das zonas de expansão urbana, garantindo a acessibilidade da população ao centro histórico e à zona comercial.

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Objectivo Global: Melhorar as condições para a utilização dos modos suaves

Objectivosespecíficos

Melhorar as condições de circulação pedonal no centro histórico e na zona comercial, principalmente nos aspectos relacionados com a segurança;

Melhorar as condições de circulação das pessoas com mobilidade reduzida, através da criação de percursos acessíveis que liguem os principais pólos de interesse e os serviços públicos existentes; Reforçar as condições de utilização dos modos suaves para lazer, nomeadamente para a utilização pedonal e em bicicleta, completando a rede existente.

Objectivo Global: Assegurar a fluidez do tráfego e a melhoria das condições de circulação e segurança, reduzindo a utilização do usoautomóvel no centro histórico

Objectivosespecíficos

Introduzir medidas que induzam à diminuição da grau de utilização do automóvel e, como consequência directa, do acesso ao Centro Histórico, nomeadamente através da introdução do conceito de zona 30 e do novo conceito de circulação já anteriormente referido eliminando-se desde modo o tráfego excedentário no seu interior;

Reordenar a circulação viária na zona comercial para eliminar o tráfego parasitário e introduzir o estacionamento de curta duração de modo a valorizar a actividade comercial;

Definir e implementar uma política de gestão do estacionamento que incite à utilização dos parques de estacionamento não tarifados, tarifando o estacionamento na zona comercial e nas vias de acesso local do centro histórico;

Melhorar o funcionamento da intersecção situada na zona de transição entre o Centro Histórico e a zona comercial, considerada como um ponto crítico da rede viária, através da reformulação da sua geometria e da criação das condições indispensáveis para a circulação dos peões que neste ponto é bastante significativa;

Objectivo Global: Assegurar a coerência entre as políticas de ordenamento do território e urbanismo e as políticas de mobilidade

Objectivosespecíficos

Avaliar criteriosamente a localização de novos equipamentos e actividades (residenciais ou industriais) geradoras de grandes fluxos de tráfego;

Promover a requalificação do espaço público tendo em vista a sua utilização prioritária pelos peões em detrimento da circulação automóvel;

Planear as zonas de expansão urbana, nomeadamente no sector Este da cidade, garantindo a acessibilidade da população, em particular a população idosa, ao centro histórico e à zona comercial, mantendo a necessária proximidade das zonas de expansão com os equipamentos e serviços públicos

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4. CONCEITO MULTIMODAL DE ORGANIZAÇÃO DAS DESLOCAÇÕES

Neste capítulo pretende-se definir e caracterizar o conceito multimodal de deslocações, de modo a optimizar a utilização dos vários modos

de transporte, em função das suas vocações e dos objectivos de melhoria do ambiente urbano e de redução dos impactes ambientais.

O conceito aborda, de forma integrada e complementar, as questões relacionadas com:

� Modos Suaves, nomeadamente a circulação de peões e bicicletas;

� Transportes Colectivos, nomeadamente em termos de oferta e da articulação do transporte público com o transporte escolar;

� Transporte Individual, nomeadamente a circulação viária e a política de estacionamento;

Com o conceito multimodal de organização das deslocações ou esquema director das deslocações pretende-se integrar a visão desejada, a

médio prazo, em matéria de organização espacial das deslocações na cidade de Miranda do Douro. Com o esquema director definem-se os

grandes princípios que permitirão implementar um sistema de deslocações teórico para o qual será necessário caminhar nos próximos anos,

de modo a assegurar uma mobilidade sustentável.

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4.1. Princípios gerais

Antes de mais, importa recordar, quais os objectivos definidos para o plano. Assim, foram fixados os seguintes objectivos ao Plano:

� Melhorar as condições para a utilização dos modos suaves;

� Assegurar a fluidez do tráfego e a melhoria das condições de circulação e segurança, através de medidas que desincentivem a

utilização do transporte individual, em particular no centro histórico;

� Assegurar a coerência entre as políticas de ordenamento do território e urbanismo e as políticas de mobilidade;

De modo a alcançar os objectivos do plano, é fundamental ter em consideração alguns princípios gerais, nomeadamente:

� Criar condições de segurança e fluidez na rede viária;

� Garantir a acessibilidade multimodal dos pólos urbanos;

� Melhorar as condições de circulação da rede pedonal nos aspectos relacionados com o conforto e com a segurança;

� Desincentivar a circulação automóvel no centro histórico, através da introdução de medidas restritivas nos sentidos de circulação e

no estacionamento;

� Reforçar e dinamizar a atracção comercial e turística do centro urbano, melhorando a sua acessibilidade multimodal e a sua

convivialidade através da requalificação do espaço público, especialmente das zonas urbanas mais recentes;

� Favorecer a utilização crescente dos modos suaves.

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Desta forma o conceito multimodal das deslocações a ser implementado, baseia-se:

� Na requalificação das vias envolventes ao centro histórico e na alteração da circulação viária que diminua o tráfego no centro

histórico;

� Na implementação de um projecto de sinalização direccional e de orientação no perímetro urbano da cidade;

� Num serviço de transporte público a implementar sob a forma de uma linha azul que ligue o centro histórico aos principais

equipamentos e serviços situados fora do perímetro das muralhas;

� Na implementação de uma política de estacionamento coerente de modo a privilegiar os residentes e os utilizadores de curta e média

duração (acesso aos serviços e comércio);

� Numa valorização da utilização de modos suaves (peões e bicicletas), dos itinerários, nomeadamente ao nível da continuidade de

percursos, da segurança nos cruzamentos e dos níveis de serviço (largura dos passeios) Neste ponto estão, como é óbvio, incluídos os

aspectos a salvaguardar com a necessidade de encontram percursos acessíveis para as PMR que liguem os principais pólos de interesse

e os serviços públicos actualmente existentes.

Para além destas orientações, algumas pistas e estudos estão previstos a fim de responder melhor aos objectivos, nomeadamente:

� Sobre a reestruturação da rede de transportes colectivos do concelho e sua articulação com os transportes escolares,

� Sobre a problemática das cargas e descargas;

� Sobre a gestão do estacionamento na via pública, através da introdução do conceito de estacionamento de duração limitada e da

promoção de uma fiscalização adequada e eficaz.

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4.2. Conceito de intervenção

4.2.1. Modos Suaves

O conceito proposto em matéria de modos suaves, tendo por base os objectivos e os princípios definidos para este plano de mobilidade

sustentável, procura uma valorização crescente deste tipo de deslocações, em detrimento da circulação automóvel, com particular

incidência no centro histórico.

Por um lado, pela melhoria das condições de deslocação destes modos de transporte através da requalificação da rede pedonal do centro

histórico, interligando os principais equipamentos e serviços, bem como os parques de estacionamento periféricos ao centro histórico, de

modo a criar uma rede pedonal contínua, devidamente identificada e ordenada, que garanta as necessárias condições de segurança e

conforto e aumente a apetência pelo seu uso, em particular nos itinerários de acesso às escolas.

Nesta rede procura-se ainda a criação de percursos pedonais livres de obstáculos para as pessoas de mobilidade reduzida, assegurando a

acessibilidade destas aos principais equipamentos e serviços existentes na cidade, em particular no centro histórico.

Por outro lado, através da promoção de percursos de lazer dirigidos, em simultâneo, ao peão e ao ciclista, com o objectivo de ligar alguns

pontos de interesse da zona urbana de Miranda do Douro.

Desta forma, os modos suaves para lazer são representados na cidade por dois tipos de corredores dedicados: um só para peões; outro, de

utilização partilhada entre peão e bicicleta. Houve a preocupação em promover a sua interligação com os vários espaços verdes e com as

zonas de atracção turística.

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4.2.2. Transporte Colectivo

O conceito proposto em matéria de gestão da oferta em transporte colectivo articula-se essencialmente em redor do conceito de criação de

uma linha azul, que permita a ligação da zona de expansão da cidade com o centro histórico e a zona comercial, fazendo a ligação aos

principais equipamentos e serviços, de modo a:

� Garantir a ligação da zona de expansão da cidade, nomeadamente o sector Este com a área de estudo (centro histórico e zona

comercial);

� Permitir a ligação entre as áreas residenciais e os principais equipamentos e serviços;

� Garantir um modo de deslocação da população entre a cidade e as piscinas municipais, nomeadamente no período estival;

� Promover condições de acessibilidade às pessoas com mobilidade reduzida, à população idosa e à faixa etária menor de 18 anos;

� Melhorar o acolhimento e as paragens dos Transportes Colectivos no concelho de Miranda do Douro (TMD).

Ao nível concelhio deverá ser estudado o desenvolvimento de transportes alternativos adaptados a zonas de baixa densidade, de modo a:

� Melhorar a cobertura de transportes colectivos nos vários aglomerados rurais do concelho;

� Compatibilizar e promover uma maior complementaridade do transporte colectivo com o transporte escolar;

� Assegurar a ligação entre os principais aglomerados do concelho, em particular as ligações a Miranda do Douro e a Sendim,

facilitando o acesso da população aos principais equipamentos e serviços;

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4.2.3. Transporte Individual

O conceito de intervenção ao nível do transporte individual encontra-se desagregado em duas partes diferenciadas, mas complementares:

uma, relacionada com a circulação viária (na área comercial e no centro histórico); outra, relacionada com o estacionamento no centro

histórico e na zona envolvente.

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Circulação Viária

Em termos de circulação viária, o conceito tem por base a necessidade de intervir num conjunto de elementos que actualmente

condicionam a circulação automóvel nomeadamente:

� Melhorar o funcionamento nos pontos críticos de modo a aumentar as condições de segurança;

� Promover a implementação de técnicas de acalmia de tráfego nas zonas residenciais e comerciais onde os níveis de velocidade

praticados não se mostrem compatíveis com o respectivo ambiente urbano.

� Condicionar a circulação de veículos nas vias do centro histórico onde tal se justifique, através do seu reencaminhamento por

itinerários preferenciais;

� Condicionar a circulação de veículos nas vias do centro histórico onde tal se justifique, através do seu reencaminhamento através de

itinerários preferenciais;

� Promover a instalação de sinalização de trânsito na observância de quatro princípios fundamentais: uniformidade, homogeneidade,

simplicidade e coerência;

� Assegurar a continuidade da sinalização de informação nos eixos de penetração seleccionados a partir das estradas nacionais para o

centro histórico e para a zona comercial.

Pretende-se assim promover o reordenamento do tráfego na cidade, com particular destaque para o centro histórico. No centro histórico o

objectivo é restringir/condicionar o tráfego, transferindo-o para as vias de maior capacidade, nomeadamente para as vias envolventes ao

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mesmo (exteriores à muralha). O objectivo do fecho da malha exterior às muralhas tem como objectivo principal, criar uma “circular” que

permita aceder às diferentes portas de acesso ao interior do centro histórico.

No seu interior serão definidos diferentes tipos de vias: uns, cujos itinerários estarão abertos à generalidade das pessoas que ali queiram

aceder; outros, mais vocacionados para os seus residentes.

Procura-se ainda promover uma melhoria das condições de funcionalidade dos principais nós da rede viária, nomeadamente nos cruzamentos

mais críticos, de modo a garantir uma maior fluidez e segurança da circulação automóvel.

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A proposta de intervenção para o centro histórico tem como objectivo disciplinar os acessos e promover a amenização da circulação

automóvel, através da aplicação dos conceitos de “Zona 30” e de “Zona residencial multifuncional”.

Em termos de organização da circulação automóvel propõe-se três pontos de entrada e três pontos de saída, sendo que em dois desses

pontos é permitida a entrada e saída, tendo em conta que em pequenos troços é permita a circulação nos dois sentidos, nomeadamente

para permitir o acesso e a saída dos parques de estacionamento. Reorganizam-se os sentidos de circulação, privilegiando o conceito do

sentido único de circulação e promove-se o estacionamento de curta duração, através da sua tarifação, salvaguardando-se o estatuto dos

residentes. Estas condicionantes estarão dependentes da aprovação pelo município dos regulamentos respectivos.

Relativamente à zona comercial é mantida a circulação automóvel, com ligeiras alterações nos sentidos de circulação.

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Estacionamento

O conceito de intervenção no estacionamento, ainda que de forma limitada, procura:

� Integrar uma visão global do estacionamento para a cidade, baseada na gratuitidade do estacionamento na zona envolvente às

muralhas e à introdução do conceito de estacionamento de duração limitada no seu interior e nas zonas comerciais situadas no seu

exterior que se encontram mais pressionadas;

� Privilegiar o estacionamento para residentes no centro histórico;

� Organizar o movimento e paragens momentâneas de automóveis durante o processo de tomada e largada de crianças nas imediações

das escolas;

� Organizar os movimentos de cargas e descargas, através da criação de posturas e locais específicos para o efeito.

� Criar lugares específicos para veículos portadores de dísticos de deficientes, atribuídos nos termos da legislação em vigor;

� Promover uma correcta sinalização dos parques de estacionamento.

Objectivos e Conceito de Intervenção

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5. ACÇÕES PRIORITÁRIAS

A elaboração de um Plano Mobilidade reporta-se a numerosos domínios e numerosas propostas, sendo igualmente um vasto puzzle onde

todas as intervenções se relacionam uma com as outras, devendo, por isso, ser efectuadas conjuntamente a fim de assegurar a sua eficácia.

Contudo, em função dos objectivos fixados e dos meios financeiros disponíveis é necessário hierarquizar as intervenções mais prioritárias.

Com a política de mobilidade considerada para Miranda do Douro pretende-se melhorar, ao mesmo tempo, a qualidade de vida e a

convivialidade e a acessibilidade, o que não poderá ser totalmente atingido com as intervenções à escala da área de estudo. De facto,

muitos males têm a sua origem no exterior da área de estudo e mesmo do concelho, necessitando de ser tratados a outra escala, pelo que

planificação à escala de toda a cidade e mesmo do município poderá ser iniciada com o intuito de se delinearem um conjunto de acções

colectivas indispensáveis para a mobilidade sustentável na cidade de Miranda do Douro.

A abordagem dos problemas de mobilidade considerada neste plano encontra-se limitada ao centro histórico e a um espaço comercial,

podendo ser resumida em cinco eixos, onde se definem as respectivas acções e projectos, bem como a sua programação. A sua descrição é

apresentada nos pontos seguintes.

A Cidade de Miranda do Douro e, em particular, o centro histórico e a zona comercial, como as zonas de maior tráfego, maior circulação

automóvel e maior atractividade, deve promover uma maior e melhor mobilidade, reforçando o papel das deslocações pedonais, quer ao

nível da população da cidade e do concelho, mas também para os turistas. Nesses sentido a comunicação e a informação assumem-se como

factores essenciais para o sucesso. Assim, o município deve organizar-se internamente de modo a que todos os seus departamentos assumam

e sejam conhecedores da estratégia definida e a ponham em prática aquando do planeamento das suas próprias intervenções, podendo, para

tal, ser criada uma divisão de mobilidade que coordene todas as intervenções com impacto nesta matéria, nomeadamente as intervenções

urbanísticas.

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No entanto são conhecidas as dificuldades financeiras que a maioria dos municípios actualmente atravessa, não permitindo, muitas vezes,

assegurar a programação desejável. Assim, é necessário encontrar outros meios financeiros complementares junto das instâncias regionais,

nacionais e europeias.

Para aperfeiçoar as acções futuras, uma série de estudos e elementos complementares poderá ser posta à disposição dos decisores para, em

qualquer momento, poderem tomar as melhores decisões para a melhoria da mobilidade do concelho e da cidade. Assim, poderão ser

estabelecidos parâmetros objectivos de avaliação, cuja definição, acompanhamento e actualização poderão ser efectuados por um

organismo (ex: divisão / gabinete de mobilidade). A política de mobilidade requer um acompanhamento muito preciso, pelo que a recolha

permanente de informação e uma gestão pró-activa e prospectiva fornecerão, com certeza, dados úteis e necessários para o processo de

tomada de decisão.

Por último, a importância da participação pública é determinante para o sucesso da implementação de um Plano de Mobilidade Sustentável.

Deste processo de consulta pública poderão resultar propostas que poderão contribuir para a melhoria do próprio plano. Para tal importa

não só recolher informação através da distribuição de formulários pré-formatados onde os munícipes serão convidados a criticar o

documento em consulta, mas deverão também ser promovidos alguns debates públicos na presença de responsáveis autárquicos e da equipa

técnica responsável pela elaboração do Plano, no sentido de esclarecer a população das mudanças a implementar, nomeadamente ao nível

do condicionamento da circulação automóvel no centro histórico.

Tendo por base as orientações considerados no conceito de intervenção foram definidas as seguintes acções prioritárias:

� Modos suaves mais atractivos;

� Reorganização da circulação automóvel assente em critérios de fluidez e segurança;

� Mobilidade para todos;

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5.1. Modos suaves mais atractivos

A acção prioritária referente aos modos suaves mais atractivos procura a valorização das deslocações pedonais de proximidade, tendo por

objectivo melhorar as condições para a utilização dos modos suaves em. Para tal é necessário:

� Melhorar as condições de circulação pedonal, em bicicleta e das pessoas com mobilidade reduzida;

� Inibir a utilização do transporte individual no Centro Histórico através do reordenamento da circulação viária, eliminado o tráfego

parasitário e condicionando o acesso na generalidade das vias ao residentes.

� Promover a requalificação do espaço público tendo em vista a sua utilização prioritária pelos peões e em detrimento da circulação

automóvel.

As intervenções nesta acção prioritária integram o reforço dos percursos de lazer (peão e bicicleta), a melhoria das condições para a

circulação pedonal e o condicionamento do tráfego automóvel, bem como a eliminação de obstáculos à circulação dos PMR.

Reforço dos percursos de lazer

Tendo por base os percursos de lazer existentes, pretende-se reforçar e completar a rede de percursos de lazer dedicados aos modos suaves,

fazendo a interligação entre os percursos existentes. Os percursos serão, em alguns casos, exclusivamente destinados ao peão, enquanto

outros poderão ver o seu espaço canal partilhado entre o peão e a bicicleta. Estes circuitos terão essencialmente uma função de lazer, no

contexto da utilização da população da cidade mas servindo também como pontos de atracção para os muitos turistas que visitam a cidade

de Miranda do Douro. Tendo em conta as características da área de estudo, não se pretende introduzir a bicicleta como meio de transporte

nas deslocações diárias.

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Melhorar as condições para a circulação pedonal

O incentivo à prática de andar a pé passa, necessariamente, pela melhoria das condições de circulação na rede pedonal (passeios,

iluminação, colocação de mobiliário urbano, etc.) e pela necessidade de criar itinerários contíguos que interliguem os principais

equipamentos e serviços, quer na zona histórica com a criação de ruas exclusivas à circulação pedonal, quer na zona comercial com o

aumento do espaço destinado ao peão. Procura-se implementar o condicionamento do tráfego automóvel no Centro Histórico, mas também

na zona comercial, com privilégios para os residentes, e a consolidação e reforço dos itinerários pedonais no interior do centro histórico,

mas também entre os parques de estacionamento existentes na sua envolvente.

Melhoria das condições e eliminação dos obstáculos à circulação dos PMR

Neste âmbito devemos caminhar no sentido de serem criados percursos preferenciais para este tipo de utentes, e também para os idosos,

havendo para tal que criar as condições indispensáveis para que os serviços possam monitorizar, em permanência, a execução do espaço

público. Deve ter-se sempre presente a necessidade de criar passeios onde os diversos tipos de infra-estruturas sejam colocados de modo a

criar uma faixa de circulação livre de quaisquer obstáculos, com uma largura mínima de 1,50m. Especial atenção deve ser dada no acesso

aos edifícios públicos de forma a garantir a acessibilidade aos PMR.

5.2. Reorganização da circulação automóvel assente em critérios de fluidez e segurança

As intervenções nesta acção prioritária integram a beneficiação da circular urbana no sector sul da cidade, a implementação de novas

soluções para o ponto crítico na zona de transição do centro histórico com a zona comercial, a implementação do conceito de zona 30 no

centro histórico e a implementação do estacionamento tarifado no interior do centro histórico e na zona comercial.

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Completar a circular urbana envolvente ao centro histórico

Tendo em vista a criação de uma circular urbana ao centro histórico de Miranda do Douro é fundamental completar a rede existente, através

da beneficiação da circular urbana no sector sul da cidade de modo a criar condições para a circulação automóvel, criando uma alternativa

para o acesso ao centro histórico.

Implementar novas soluções para o ponto crítico na zona de transição do centro histórico com a zona comercial

Derivado do tráfego automóvel existente e da importância da circulação pedonal na zona de transição entre o centro histórico e a zona

comercial importa promover medidas no sentido de garantir uma maior articulação entre a circulação pedonal e a circulação automóvel,

nomeadamente através da introdução de medidas de acalmia de tráfego e da alteração dos circuitos para a circulação pedonal, de modo a

aumentar a segurança quer da circulação automóvel quer da circulação pedonal.

Implementação do conceito de zona 30 no centro histórico

Para permitir uma melhor vivência e convivialidade, diminuir os conflitos entre as deslocações a pé e o automóvel e controlar melhor a

circulação automóvel no centro histórico, a implementação da solução “zona 30” é a mais eficaz. Esta solução para o centro histórico

procura conciliar a circulação, a segurança e a vivência, permitindo um divisão mais equilibrada do espaço público entre todos os

utilizadores, integrando uma política de moderação da circulação e da velocidade no centro histórico, considerando o reordenamento dos

sentidos de circulação e a criação de pontos de entrada e saída devidamente identificados. Futuramente, esta solução poderá ser

implementada em diversos outros espaços, nomeadamente na zona comercial.

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Implementação do estacionamento tarifado no interior do centro histórico e na zona comercial

A zona de implementação, nomeadamente no interior do centro histórico e na zona comercial, é uma área onde o comércio e os serviços

assumem uma expressão significativa, sendo frequente encontrar estacionamento ilegal / abusivo, sendo fundamental promover uma maior

rotatividade do mesmo, tendo em conta a existência de oferta gratuita em parques de estacionamento no interior do centro histórico e na

periferia do zona comercial e do centro histórico. No centro histórico introduz-se o estacionamento de curta duração ao longo das vias de

acesso local e em toda a zona comercial, através da sua tarifação, enquanto nos parques de estacionamento do centro histórico e na zona

envolvente ao centro histórico e à zona comercial mantém-se com estacionamento gratuito, favorecendo-se o estacionamento de longa

duração.

5.3. Mobilidade para todos

A acção prioritária referente à política de mobilidade para todos e planeada pretende a definição de recomendações para as zonas de

expansão e a densificação urbana, a criação de um serviço de transporte público urbano, bem como recomendações para a localização de

novos equipamentos colectivos e para a requalificação do espaço público de modo a ser assegurada a coerência entre as políticas de

ordenamento do território e urbanismo e as políticas de mobilidade:

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Promoção do transporte público na zona da cidade, através da introdução do conceito de “linha azul”

A intervenção ao nível do transporte público urbano incorpora a introdução do conceito de “linha azul”, de forma a criar um serviço de

transporte colectivo de qualidade na cidade, que sirva a zona de expansão da cidade e permita a ligação aos principais equipamentos e

serviços, para garantir a acessibilidade da população, em particular a população idosa e a população jovem, ao centro histórico e à zona

comercial, assegurando condições de acessibilidade às pessoas com mobilidade reduzida. Pretende-se ainda implementar a ligação entre as

áreas residenciais e os principais equipamentos e serviços, de forma a garantir um modo de deslocação da população entre a cidade e as

piscinas municipais, nomeadamente no período estival. Os veículos a incorporar na designada linha azul deverão, preferencialmente, ser

amigos do ambiente.

Recomendações para as zonas de expansão e a densificação urbana

Considera-se a definição de orientações a ter em consideração na planificação das zonas de expansão da cidade, bem como recomendações

no sentido de promover a densificação urbana, reconhecendo a necessidade de ter uma política de mobilidade para a cidade de Miranda do

Douro ao serviço de todos.

Recomendações para a definição da localização de novos equipamentos colectivos

Os Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT) devem definir uma estratégia coerente de planeamento e localização dos

referidos equipamentos considerando as necessidades sociais e culturais da população e as perspectivas de evolução económica e social.

Contudo, na generalidade dos casos, o planeamento e localização ao nível dos PMOT não tem em conta os problemas de mobilidade que

poderão resultar da instalação de um determinado equipamento, pelo que a localização desses equipamentos deverá ser objecto de um

estudo específico sobre os impactos resultantes ao nível das acessibilidades e da mobilidade urbana.

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Recomendações para a requalificação do espaço público

Consideram-se dois aspectos fundamentais relativamente aos novos desafios que o domínio do planeamento dos espaços públicos deverá

contemplar, nomeadamente: dar visibilidade ao peão no planeamento urbano e a qualidade dos espaços urbanos. As políticas urbanas

deverão ter como principal objectivo o conforto dos seus habitantes e dar particular importância aos que se deslocam a pé, reconhecendo o

papel relevante da qualidade dos espaços públicos na vitalidade das cidades.