61
Abril de 2016 PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS CADERNO I Município de Sátão

Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Abril de 2016

PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA

CONTRA INCÊNDIOS CADERNO I

Município de Sátão

Page 2: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016

ÍNDICE

NOTA INTRODUTÓRIA .............................................................................................................. 1

1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA .................................................................................................. 2

1.1. Enquadramento Geográfico do Concelho ................................................................................ 2

1.2. Hipsometria .............................................................................................................................. 4

1.3. Declive ..................................................................................................................................... 5

1.4. Exposição ................................................................................................................................. 7

1.5. Hidrografia ............................................................................................................................... 9

2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ....................................................................................... 11

2.1. Temperatura do ar .................................................................................................................. 11

2.2. Humidade relativa do ar ......................................................................................................... 12

2.3. Precipitação ............................................................................................................................ 14

2.4. Vento ...................................................................................................................................... 15

3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO .............................................................................. 16

3.1. População residente por censo e freguesia (1981/2011) e densidade populacional (2011) ... 16

3.2. Índice de envelhecimento (2001/2011) e sua evolução (2001/2011) .................................... 18

3.3. População por sector de atividade (%) 2011.......................................................................... 21

3.4. Taxa de analfabetismo (2001/2011) ....................................................................................... 22

3.4. Romarias e festas ................................................................................................................... 25

4. CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS ........... 26

4.1. Uso e ocupação do solo.......................................................................................................... 26

4.2. Povoamentos florestais .......................................................................................................... 29

4.3. Áreas protegidas, rede natura 2000 (ZPE+ZEC) e regime florestal ...................................... 31

4.4. Instrumentos de gestão florestal............................................................................................. 33

4.5. Equipamentos florestais de recreio, zonas de caça e pesca ................................................... 34

5. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS ........... 37

5.1. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição anual .......................................................... 37

5.2. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição mensal ........................................................ 41

5.3. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição semanal ...................................................... 42

5.4. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição diária .......................................................... 43

5.5. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição horária ........................................................ 44

5.6. Área ardida em espaços florestais .......................................................................................... 45

5.7. Área ardida e n.º de ocorrências por classes de extensão ...................................................... 46

5.8. Pontos de início e causas........................................................................................................ 47

5.9. Fontes de alerta ...................................................................................................................... 49

5.10. Grandes incêndios (área> 100 ha) – Distribuição anual ...................................................... 50

5.11. Grandes incêndios (área> 100ha) – Distribuição mensal .................................................... 53

5.12. Grandes incêndios (área> 100ha) – Distribuição semanal ................................................... 54

5.13. Grandes incêndios (área> 100ha) – Distribuição horária .................................................... 55

ANEXOS ...................................................................................................................................... 56

Page 3: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016

ÍNDICE DE QUADROS

1 – Áreas das Freguesias de Sátão .................................................................................................. 2

2 – Médias Mensais da Frequência e Velocidade do Vento (1961/1990) .................................... 15

3 – Total da População Residente no Concelho de Sátão (1981/2011) ........................................ 16

4 – Índice de Envelhecimento no Concelho de Sátão (2001/2011) .............................................. 19

5 – Taxa de Analfabetismo no Concelho de Sátão (2001/2011) .................................................. 23

6 – Uso e Ocupação de Solo do Concelho de Sátão ..................................................................... 28

7 – Distribuição das Espécies/Povoamentos Florestais do Concelho de Sátão ............................ 29

8 – N.º Total de Incêndios e Causas por Freguesia (1996/2013) .................................................. 48

9 – Distribuição Anual do N.º de Grandes Incêndios por Classes de Áreas ................................. 52

ÍNDICE DE FIGURAS

1 – Mapa do Enquadramento Geográfico do Concelho de Sátão ................................................... 3

2 – Mapa Hipsométrico do Concelho de Sátão ............................................................................... 4

3 – Mapa de Declíves do Concelho de Sátão .................................................................................. 6

4 – Mapa de Exposições do Concelho de Sátão ............................................................................. 8

5 – Mapa Hidrográfico do Concelho de Sátão .............................................................................. 10

6 – Mapa da População Residente (2001/2011) e Densidade Populacional (2011)do Concelho de

Sátão .............................................................................................................................................. 17

7 – Mapa de Índice de Envelhecimento (2011) ............................................................................ 20

8 – Mapa da População por Sector de Atividade (2011) do Concelho de Sátão .......................... 21

9 – Mapa da Taxa de Analfabetismo (2011) do Concelho de Sátão ............................................. 24

10 – Mapa das Festas e Romarias do Concelho de Sátão ............................................................. 25

11 – Mapa do Uso e Ocupação do Solo do Concelho de Sátão .................................................... 27

12 – Mapa dos Povoamentos Florestais do Concelho de Sátão .................................................... 30

13 – Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal ..................................... 32

14 – Mapa dos Instrumentos de Gestão Florestal do Concelho de Sátão ..................................... 33

15 – Mapa de Zonas de Recreio Florestal, Caça e Pesca do Concelho de Sátão .......................... 35

16 – Mapa das Áreas Ardidas do Concelho de Sátão (2000/2013) .............................................. 38

17 – Mapa dos Pontos de Início e Causas dos Incêndios no Concelho de Sátão (2009/2013) ..... 47

18 – Mapa das Áreas Ardidas dos Grandes Incêndios no Concelho de Sátão .............................. 50

Page 4: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016

ÍNDICE DE GRÁFICOS

1 – Valores Mensais da Temperatura Média, das Máximas e Valores Máximos ......................... 12

2 – Valores Médios Mensais da HR do Ar, às 09:00 e 18:00 Horas de (1961/90) ....................... 13

3 – Precipitação Mensal e Máxima Diária (1961/90) .................................................................. 14

4 – Distribuição Anual da Área Ardida e do N.º de Ocorrências (1999/2013)............................. 39

5 – Distribuição da Área Ardida e do Número de Ocorrências em 2013 e Média no Quinquénio

2006/2012, por Freguesia.............................................................................................................. 39

6 – Taxa da Área Ardida e do N.º de Ocorrências em 2013 e Média no Quinquénio 2008/2012

por Espaços Florestais em cada 100ha, por Freguesia .................................................................. 40

7 – Distribuição Mensal da Área Ardida e do N.º de Ocorrências em 2013 e Média no Período

1996/2012 ..................................................................................................................................... 41

8 – Distribuição Semanal da Área Ardida e do N.º de Ocorrências em 2013 e Média no Período

1996/2012 ..................................................................................................................................... 42

9 – Distribuição dos Valores Diários Acumulados da Área Ardida e do N.º de Ocorrências

(2002/2013) ................................................................................................................................... 43

10 – Distribuição Horária da Área Ardida e do N.º de Ocorrências (1996/2013) ........................ 44

11 – Distribuição da Área Ardida por Espaços Florestais (2001/2013) ....................................... 45

12 – Distribuição de Área da Ardida e do N.º de Ocorrências por Classes de Extensão

(1996/2013) ................................................................................................................................... 46

13 – Distribuição do N.º de Ocorrências por fonte de Alerta (2007/2013) .................................. 49

14 – Distribuição do N.º de Ocorrências por fonte e Hora de Alerta (2007/2013) ....................... 49

15 – Distribuição Anual da Área Ardida e do N.º de Ocorrências de Grandes Incêndios

(1996/2013) ................................................................................................................................... 51

16 – Distribuição Mensal da Área Ardida e do N.º de Ocorrências de Grandes Incêndios

(1996/2013) ................................................................................................................................... 53

17 - Distribuição Semanal da Área Ardida e do N.º de Ocorrências de Grandes Incêndios

(1996/2013) ................................................................................................................................... 54

18 – Distribuição Horária da Área Ardida e do N.º de Ocorrências de Grandes Incêndios

(1996/2013) ................................................................................................................................... 55

Page 5: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016

ACRÓNIMOS

BVS – Bombeiros Voluntários de Sátão

CAOP – Carta Administrativa Oficial de Portugal

CDOS – Centro Distrital de Operação e Socorro

CLC06 – Corine Land Cover 2006

CMDFCI – Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

CNOS – Centro Nacional de Operação e Socorro

DFCI – Defesa da Floresta Contra Incêndios

FGC – Faixas de Gestão de Combustível

GNR – Guarda Nacional Republicana

GTF – Gabinete Técnico Florestal

ha – Hectares

ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

IGEOE – Instituto Geográfico do Exército

IGP – Instituto Geográfico Português

INE – Instituto Nacional de Estatística – Portugal

LEE – Locais Estratégicos de Estacionamento

PDDFCI – Plano Defesa da Floresta Contra Incêndios

PDM – Plano Director Municipal

PGF – Plano Gestão Florestal

POM – Plano Operacional Municipal

PROF – Planos Regionais de Ordenamento Florestal

PROT – Plano Regional de Ordenamento de Território

PSP – Polícia de Segurança Pública

PV – Posto de Vigia

RNPV – Rede Nacional de Postos de Vigia

RV – Rede viária

RVF – Rede Viária Florestal

SF – Sapadores Florestais

Page 6: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 1

NOTA INTRODUTÓRIA

Os incêndios florestais constituem-se como um dos maiores flagelos ambientais, económicos e

sociais de Portugal, consumindo anualmente milhares de hectares de floresta.

Questões como o ordenamento e gestão florestal e o cadastro predial das propriedades florestais,

foram assumidas como algumas das principais causas por detrás deste grande flagelo.

Numa ótica de desenvolvimento de orientações e estratégias de índole concelhio no âmbito da

defesa da floresta contra incêndios e da promoção da gestão e ordenamento florestal do território,

são concedidos aos municípios responsabilidades reforçadas para a prossecução das tarefas

relacionadas com as questões anteriormente referidas procurando dar resposta ao Decreto-Lei

14/2004 de 08 de Maio que preconiza uma estratégia no sector florestal no sentido de atribuir

competências aos municípios de modo a que estes possam desenvolver um Plano Municipal de

Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) que defina as medidas necessárias para o efeito e

que inclua a previsão e planeamento integrado das intervenções das diferentes entidades perante a

ocorrência de incêndios, em consonância com o Plano Nacional de Prevenção e Proteção da

Floresta contra Incêndios (PNPPFCI) e com o respetivo Plano Regional de Ordenamento Florestal

(PROF). As observações registadas e decorrentes da realidade criada pelos incêndios florestais que

tiveram lugar desde a criação do GTF, assim como os preciosos contributos dos diversos elementos

com assento na Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) e outras

entidades públicas e privadas, serviram para traçar um conjunto de linhas orientadoras capazes de

sustentar e fundamentar as ações que a seguir se apresentam.

Este trabalho pretende servir o município de Sátão no apoio à tomada de decisões, aos mais

variados níveis, que visem o desenvolvimento de ações no âmbito da Defesa da Floresta Contra

Incêndios. Tal como qualquer plano, apresenta um carácter temporal de 5 anos e territorialmente

dinâmico carecendo, deste modo, de sucessivas atualizações, revisões e monitorizações anuais.

Page 7: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 2

1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

1.1. Enquadramento Geográfico do Concelho

O concelho de Sátão pertence ao distrito de Viseu e faz parte do conjunto de catorze (14)

municípios que compõem a Região Dão-Lafões. Integra a região do Planalto da Beira Alta, distrito

de Viseu, e confina com os concelhos de Penalva do Castelo a Sul, Vila Nova de Paiva,

Sernancelhe e Moimenta da Beira a Norte, Viseu a Oeste e Aguiar da Beira a Este (Figura 1).

Com uma superfície de cerca de 201,94 km2 (20194,1 ha), possui 12444 habitantes (INE, Censos

de 2011), encontra-se dividido administrativamente por 9 freguesias:

QUADRO 1 – ÁREAS DAS FREGUESIAS DE SÁTÃO

Freguesia Área (ha)

Águas Boas e Forles 1585,99

Avelal 815,24

Ferreira de Aves 6613,16

Mioma 1534,04

Rio de Moinhos 1103,88

Romãs, Decermilo e Vila Longa 4707,21

S. Miguel de Vila Boa 1288,98

Sátão 1857,16

Silvã de Cima 688,44

Page 8: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 3

FIGURA 1 - MAPA DO ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 9: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 4

1.2. Hipsometria

O relevo do Concelho é, relativamente, acidentado, apresentando uma variação de altitudes entre

os 360 e os 860 m (Figura 2).

As maiores altitudes registam-se na parte Norte (freguesias de Águas Boas e Forles, e parte de

Ferreira de Aves), sendo no entanto a sul, que se verifica a maior variação de altitude.

A parte norte do concelho, corresponde a uma área planáltica em que a altitude média atinge os

750 metros, acima da altitude média do concelho, 620 metros.

As características acidentadas do relevo, facilitam a propagação das chamas e dificulta o combate,

além de os povoamentos aí instalados possuírem uma maior continuidade vertical da carga de

combustível que agrava a situação.

FIGURA 2 - MAPA HIPSOMÉTRICO DO CONCELHO DE SÁTÃO

O estudo da hipsometria é muito importante para as questões meteorológicas, pois, quanto mais

elevada fora a cota menor é a temperatura e maior é a precipitação.

Page 10: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 5

1.3. Declive

O mapa de declives (figura 3), através de uma escala de cores, expressa claramente a variabilidade

das características geomorfológicas do terreno.

Os declives, embora variáveis, podem ser classificados numa classe de valores entre os 0 e 20%,

registando-se uma média estimada em cerca de 12%.

As freguesias de Ferreira de Aves, Romãs, Decermilo e Vila Longa registam os maiores declives,

fator que, aliás, é fortemente condicionador da intensidade de propagação de incêndios florestais.

Em sequência do modo não linear de propagação do fogo com o declive, estabelecem-se

ponderações que pretendem representar o aumento do risco de incêndio com o aumento do declive.

Um declive acentuado tem tendência a favorecer a propagação do fogo pela aproximação dos

combustíveis das chamas, devido ao pré-aquecimento, favorecido pela continuidade vertical dos

combustíveis e à presença de fortes ventos ascendentes, já que as depressões com grandes declives

dão origem a ventos ascendentes intensos (Botelho, 1992).

O declive do terreno é um dos principais fatores a ter em conta no planeamento de ações de DFCI.

Em caso de incêndio florestal, o declive assume muita importância no seu combate, visto que

quanto mais acentuado for o declive, maior será a velocidade de um fogo ascendente e o

comprimento da sua chama, além disso, as operações de combate ficam por sua vez, dificultadas,

pelo desgaste provocado ao pessoal e dificuldade de acesso e operação com meios mecânicos.

A velocidade de propagação de um incêndio tem comportamentos diferenciados, consoante sobe

ou desce as encostas. Ao subir a encosta, a propagação faz-se muito mais depressa. Em geral, a

velocidade da propagação duplica em cada 10% de aumento de declive. Num incêndio descendente,

o declive praticamente não afeta a velocidade. Desta forma, o planeamento de DFCI do concelho

deve fazer-se interiorizando as classes de declives existentes no território, com especial atenção

aos declives mais acentuados.

Page 11: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 6

FIGURA 3 - MAPA DE DECLIVES DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 12: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 7

1.4. Exposição

A exposição do relevo é um fator que influencia a propagação do incêndio, por determinar as

variações do tempo atmosférico durante o dia, já que à medida que a posição do sol se modifica

varia a temperatura à superfície, bem como a humidade relativa, o conteúdo em humidade dos

combustíveis e a velocidade e direção dos ventos locais. Por outro lado, de acordo com Botelho

(1992), as encostas ensolaradas são mais secas e detêm menos combustíveis que as de sombras.

As latitudes em Portugal, regra geral, nas vertentes Sul e Sudoeste apresentam condições

climatéricas e um mosaico de vegetação, caracterizado pela abundância de espécies esclerófitas,

favorável à rápida inflamação e propagação do fogo, contrariamente às vertentes Norte e Nordeste

que detendo maiores teores em humidade, ardem mais lentamente e atingem temperaturas

inferiores (Almeida et al., 1995).

Em termos de exposições verificamos que as mais frequentes são as orientações a Este (E) e a

Sudeste (SE) (Figura 4).

Page 13: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 8

FIGURA 4 - MAPA DE EXPOSIÇÕES DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 14: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 9

1.5. Hidrografia

A área do Concelho está divida em 3 bacias hidrográficas.

A Norte, as freguesias de Águas Boas e Forles, Ferreira de Aves, pertencem à Bacia Hidrográfica

do Douro, drenando as suas linhas de água para o Rio Paiva, afluente do Rio Douro.

A área central do Município, insere-se na Bacia Hidrográfica do Vouga, com a sua densa rede de

linhas de água a drenar para o Rio Vouga que atravessa o território de nordeste para sudoeste.

A parte mais a sul e sudeste, nomeadamente, a totalidade das freguesias de Romãs, Decermilo e

Vila Longa, Silvã de Cima, Rio de Moinhos, S. Miguel de Vila Boa e ainda parte das freguesias

de Avelal, Mioma e Sátão, drenam para a Ribeira de Coja e Rio Dão, afluentes do Rio Mondego,

pertencendo, obviamente à Bacia Hidrográfica do Mondego

Regra geral, as linhas e cursos de água (Figura 5), funcionam como linhas de compartimentação,

uma vez que nas suas margens predominam espécies ripícolas ou ribeirinhas, amieiros (Alnus

glutinosa), freixos (Fraxinus angustifolia), salgueiros brancos (Salix alba), entre outras, que pelas

suas características, inibem ou atrasam a progressão de um incêndio florestal.

Por outro lado, as zonas de leito de rio mais largas ou as albufeiras dos açudes existentes,

constituem-se como importantes pontos de água a considerar em DFCI.

Page 15: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 10

FIGURA 5 - MAPA HIDROGRÁFICO DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 16: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 11

2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

Os fatores climáticos presentes num determinado território têm especial influência no planeamento

da defesa de floresta contra incêndios, atendendo à preponderância que assumem na ignição,

propagação e comportamento do fogo.

Neste âmbito, consideram-se como fatores climáticos significativos: a temperatura, a precipitação,

a humidade relativa do ar e o vento.

Para caracterização destes fatores foram utilizados as normais climatológicas da estação

meteorológica de Viseu (Latitude 40º 43’N, Longitude 07º 52’ W e Altitude 644 m), registadas no

período 1961-1990.

2.1. Temperatura do ar

Os parâmetros temperatura e humidade relativa do ar manifestam a sua influência através dos

efeitos que têm na transferência de calor entre combustíveis através das massas de ar e também

pelos efeitos sobre o teor de humidade dos combustíveis, que por sua vez está relacionado com a

sua inflamabilidade e combustibilidade.

No período considerado, o valor mensal máximo de temperatura média observado foi de 21ºC no

mês de Julho e o valor mensal mínimo foi de 6,8ºC em janeiro. Quanto às médias das máximas o

mês de Janeiro continua a ter o valor o mais baixo com 11,5ºC, o mês de Agosto com 29ºC, foi o

que apresentou a média mais alta das temperaturas máximas.

Relativamente aos valores máximos, os mais elevados verificaram-se nos meses de Setembro,

Julho e Agosto (39,6ºC 39,5ºC respetivamente), o mesmo acontecendo para os valores da média

das máximas (superiores a 25ºC), coincidindo com a época de maior perigo de incêndios.

Page 17: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 12

GRÁFICO 1 - VALORES MENSAIS DA TEMPERATURA MÉDIA, MÉDIA DAS MÁXIMAS E VALORES MÁXIMOS

2.2. Humidade relativa do ar

A humidade relativa do ar é um elemento preponderante na determinação do grau de dificuldade

no combate ao incêndio florestal. Quando a humidade relativa do ar desce ao nível de 30%, torna-

se extremamente difícil combater o incêndio.

De acordo com Machado (s/d), a humidade relativa (HR) é um elemento importante para o estudo

de qualquer situação meteorológica, pois dela dependem todos os fenómenos hidrometeóricos

(orvalho, nebulosidade, geada e chuva). Os seus valores variam entre 0 e 100%, e traduzem a

capacidade do ar estar saturado e, por conseguinte, em condições de provocar chuva. Regra geral

a humidade relativa aumenta, quer com a diminuição da temperatura do ar, quer quando há um

aumento de evaporação seguido de ascendência.

Observando o Gráfico 2, podemos concluir que a humidade relativa do ar diminui nos dois

períodos de registo, durante os meses de verão.

Os valores medidos às 18:00 horas, são sempre inferiores aos medidos às 9:00 horas.

Às 9:00 horas os valores mais baixos, em média, ocorreram nos meses de julho e agosto com 66%

e os máximos em Janeiro com 87%.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

T. média mensal (°C) 6.8 8.0 9.6 11.3 14.3 18.3 21.0 20.7 18.8 14.3 9.8 7.4

Média T. Máx. (°C) 11.5 12.5 14.9 16.8 20.4 25.1 28.8 29.0 26.1 20.1 14.6 11.8

T. máx. absolutas (°C) 20.0 22.5 27.4 27.8 34.0 39.0 39.5 39.5 39.6 31.2 27.4 22.5

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

Val

ore

s T

emp

. (º

C)

Temperatura: média mensal, média da máxima e valores

máximos (1961-1990)

Page 18: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 13

Às 18 horas a média mais baixa ocorreu no mês de agosto com 45% e a média mais elevada

verificou-se em dezembro com 80%.

Os meses onde se registam os valores mais baixos de HR do ar, coincidem com os meses onde se

registam os valores mais elevados de temperatura e coincidem com a época de maior perigo de

incêndios.

GRÁFICO 2 - VALORES MÉDIOS MENSAIS DA HR DO AR ÀS 09:00 E 18:00 HORAS, (1961-90)

FONTE: INSTITUTO POTUGUÊS DO MA E DA ATMOSFÉRA

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Humidade Relativa 09 00 (%) 87 83 76 74 71 68 66 66 72 81 85 86

Humidade Relativa 18 00 (%) 78 71 63 60 57 56 48 45 59 73 78 80

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Hu

mid

ad

e R

ela

tiv

a (

%)

Humidade: valor médio mensal (09 00 e 18 00 h)

1961 - 1990

Page 19: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 14

2.3. Precipitação

A precipitação, exerce a sua influência, na medida em que os elevados índices de precipitação

verificados nos meses de inverno e primavera promovem o bom desenvolvimento da vegetação

que regista baixos teores de humidade no verão, devido à baixa ou nula precipitação, aliada às altas

temperaturas.

Da análise do Gráfico 3, podemos concluir que durante os quatro meses de verão (junho, julho,

agosto e setembro), período mais suscetível à ocorrência de incêndios, se verifica que em média a

precipitação menor, 55,7mm, 16,3mm, 14,0mm e 54,4mm, respetivamente. O mês de fevereiro a

precipitação é maior com 176,9 mm. Quanto às máximas diárias, o mês de novembro foi quando

ocorreu maior precipitação com 95,5mm, já em agosto a máxima verificada foi de 28,5mm.

GRÁFICO 3 - PRECIPITAÇÃO MENSAL E MÁXIMA DIÁRIA (1961-90)

FONTE: INSTITUTO POTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFÉRA

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Prec. Total (mm) 167.9 176.9 98.7 102.6 83.3 55.7 16.3 14.0 54.4 121.5 149.1 159.8

Prec. Máx. Diária (mm) 72.5 81.4 66.5 69.5 45.0 51.0 49.3 28.5 63.5 85.4 95.5 80.6

0.0

20.0

40.0

60.0

80.0

100.0

120.0

140.0

160.0

180.0

200.0

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Precipitação: mensal e máxima diária

(1961-1990)

Page 20: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 15

2.4. Vento

O vento é o parâmetro meteorológico que maior influência tem sobre a propagação e

comportamento do fogo. Isto porque, por um lado, provoca a inclinação da chama, aproximando-

a do combustível e contribuindo para o aumento da sua temperatura e por outro agita as massas de

ar, assegurando a renovação do oxigénio favorável ao processo de combustão, facilitando as

transferências de calor por convecção e radiação.

QUADRO 2 - MÉDIAS MENSAIS DA FREQUÊNCIA E VELOCIDADE DO VENTO (1961-90)

N NE E SE S SW W NW

f v f v f v f v f v f v f v f v

Janeiro 2,7 3,1 19 5,7 5,4 4,9 3,6 4,9 6,1 4,6 20 8,1 5,2 8 4,5 6,3

Fevereiro 3,6 2,9 18 7,8 5,4 6,6 3 4,5 5,4 5,5 24 7,4 7,7 6,6 6,5 6,5

Março 4 3,7 23 9,5 7,4 6,6 2,2 4 4,3 4,7 18 7,4 8,4 6,3 13 5,3

Abril 5,7 4 25 7,3 6,5 6,3 3 3,5 3,9 4,7 17 7 8,9 6,9 16 5,9

Maio 5,8 4,8 22 7,1 4,7 5,9 2,6 4,5 4,9 4,2 19 6,1 11 6,5 17 5,2

Junho 7,4 3,8 21 6,9 4,6 5,3 3,4 3,7 3,7 3,5 16 6,3 12 6,2 15 5,2

Julho 10 4,3 21 6,3 4,9 5,4 2,3 3,9 3,2 4,3 11 5,1 12 5,4 14 5

Agosto 8,3 4,5 20 7,4 2,2 6,6 1,9 4,3 2,1 4,1 11 5,3 11 6 16 6

Setembro 7,3 3,9 16 6,2 3,2 6 3,6 4 3,1 4,2 14 5,8 11 5,9 8,5 5

Outubro 2,5 2,2 19 6,1 6,4 4,1 4 3,9 3,5 4,6 12 5,5 5,9 5 4,3 4,9

Novembro 2,7 3 20 6,4 6,6 4,8 3,2 4,2 2,5 5,3 14 7 4,6 6,9 4 4,9

Dezembro 2,2 4 24 6,2 7,3 4,1 3,8 3,6 3,9 4,1 15 6,5 4 6,9 3,1 5,6

FONTE: INSTITUTO POTUGUÊS DO MA E DA ATMOSFÉRA

Como se pode observar no Quadro 1, em Viseu o vento sopra com maior frequência do quadrante

Nordeste (20,6%), seguindo-se em importância decrescente os quadrantes de Sudoeste (15,7%) e

Noroeste (10,1%). Os períodos de calmaria são bastante elevados atingindo os 27,6%.

As velocidades médias registadas podem ser consideradas muito baixas, variando entre os 3 Km/h

e os 7 Km/h. Os valores mais altos registados neste período são NE, SW com 6,9 Km/h e 6,6 Km/h,

respetivamente.

De um modo geral, os ventos de Sul e Sudoeste, embora pouco frequentes, fazem elevar as

temperaturas dos meses mais frios.

Page 21: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 16

3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

3.1. População residente por censo e freguesia (1981/2011) e densidade populacional (2011)

A caracterização da população residente, a sua configuração etária, as suas habilitações literárias,

os seus hábitos culturais, as suas vivências, é um precioso instrumento na definição de estratégias,

quer a níveis de informação e sensibilização, quer a níveis de priorização de áreas de intervenção

silvícola e de medidas de DFCI.

QUADRO 3 - TOTAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DE SÁTÃO POR FREGUESIAS (1981 – 2011)

Freguesia População Residente Densidade Populacional

1981 1991 2001 2011 2001 2011

Águas Boas 304 308 225 172 26 20

Avelal 441 463 560 529 69 65

Decermilo 300 232 215 205 54 51

Ferreira de Aves 3262 3124 2722 2 464 41 37

Forles 149 119 93 65 13 9

Mioma 1035 1078 1174 1 217 77 79

Rio de Moinhos 1385 1350 1066 942 97 85

Romãs 1425 1234 1099 868 32 25

São Miguel de Vila Boa 1560 1567 1479 1334 115 103

Sátão 2555 3016 3721 4007 200 216

Silvã 679 577 549 455 80 66

Vila Longa 344 274 241 186 28 22

Total (Concelho) 13439 13342 13144 12444 65 62

FONTE: INE

Podemos verificar que o número de residentes no município de Sátão tem vindo a diminuir nos

últimos 30 anos, tendo baixado de 13439 pessoas em 1981 para 13342 em 1991, 13144 pessoas

em 2001 e 12444 pessoas em 2011.

Com uma densidade de 62hab/km2, o concelho de Sátão apresenta-se como um concelho com

baixa densidade populacional, de características acentuadamente rurais.

Page 22: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 17

FIGURA 6 - MAPA DA POPULAÇÃO RESIDENTE (2001/2011) E DENSIDADE POPULACIONAL (2011) DO CONCELHO DE

SÁTÃO

Page 23: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 18

3.2. Índice de envelhecimento (2001/2011) e sua evolução (2001/2011)

O índice de envelhecimento estabelece uma relação entre o número de idosos (com 65 e mais anos)

comparados com outros grupos etários. A nível nacional podemos constatar que o índice de

envelhecimento de 103,2% para 129,6% no decénio 2001/2011 e, na região centro, no mesmo

período aumentou de 131,1% para 165,6%, dando conta de um envelhecer extremo da população

(quadro 20) corroborando, desde já, a ideia de que nos encontramos perante um problema estrutural.

Na NUT III - Dão-Lafões, o índice sofreu um agravamento maior passando de 125,9% para

171,7% no mesmo período em análise.

O Município de Sátão de uma situação mais favorável em 2001 – 120,9% (face ás NUT II e III

onde se insere) registou um aumento acentuado para 2011 – 180,7 %, contribuindo para o aumento

do índice na região centro.

Para contrariar esta tendência são necessárias medidas estruturais que incentivem a fixação de

jovens e novos residentes em idade ativa ou uma maior aposta em incentivos para aumentar a taxa

de natalidade, cujos efeitos apenas se irão sentir num prazo mais alargado. Esta última obriga a

existência de uma política das famílias emanada do governo e, consequentemente, não é

explicitamente uma competência do município, podendo ser, no entanto, uma preocupação.

Com a desertificação das aldeias e o envelhecimento da população, o espaço florestal e agrícola é

deixado ao abandono, conduzindo à redução da área cultivada e consequentemente ao aumento

dos incultos e à diminuição da área florestal com gestão ativa.

QUADRO 4 - INDICE DE ENVELHECIMENTO NO CONCELHO DE SÁTÃO (2001 – 2011)

Page 24: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 19

Anos

Territórios 2001 2011

Portugal 103,2 129,6

Centro 131,1 165,6

Dão-Lafões 125,9 171,7

Aguiar da Beira 159,2 271,7

Carregal do Sal 133,9 188,2

Castro Daire 148,9 209,3

Mangualde 134,5 178,4

Mortágua 174,3 264,9

Nelas 146,4 179,9

Oliveira de Frades 113,9 142,4

Penalva do Castelo 155,5 237,0

Santa Comba Dão 144,0 194,3

São Pedro do Sul 155,1 209,5

Sátão 120,9 180,7

Tondela 162,9 233,7

Vila Nova de Paiva 130,6 198,9

Viseu 90,7 123,7

Vouzela 152,3 218,0

Page 25: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 20

FIGURA 7 - MAPA DE ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO (2011)

Page 26: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 21

3.3. População por sector de atividade (%) 2011

Os sectores de atividade permitem-nos localizar melhor a população ativa ao mesmo tempo em

que nos permite localizar a principal fonte de rendimento das famílias.

Note-se que o primeiro sector está representado com apenas 5,3% em Sátão o que demonstra o

abandono generalizado da prática agrícola.

É no segundo e, sobretudo, no terceiro sector que se encontra a mão-de-obra com 32,6 e 62,1%

respetivamente.

É de salientar que nos países mais desenvolvidos, em que os aglomerados populacionais

habitualmente são de maior dimensão, verifica-se uma tendência de supremacia clara do sector

terciário ocupando próximo de 70% do mercado e uma percentagem reduzida para o sector

primário e secundário, menos de 5% e de 20% respetivamente.

FIGURA 8 - MAPA DA POPULAÇÃO POR SECTOR DE ATIVIDADE (2011) DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 27: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 22

3.4. Taxa de analfabetismo (2001/2011)

A taxa de analfabetismo no Município de Sátão em 2011 apresenta um valor de 10,34% de

correspondendo a 1181 pessoas que não sabem ler nem escrever, sendo que a taxa tem uma

prevalência de cerca do dobro nas mulheres relativamente aos homens, 13,63% e 6,63% do

respetivamente.

Quanto à distribuição das pessoas analfabetas do concelho de Sátão, o quadro seguinte apresenta

uma maior incidência de pessoas analfabetas na freguesia de Sátão, seguida de Ferreira de Aves.

Só estas duas freguesias somam um total 515 pessoas, correspondendo a 43,6% do total de

analfabetos do concelho.

Contudo, torna-se importante observar a taxa relativa de cada freguesia, que enfatiza a relação

entre o número de analfabetos e a população residente de cada freguesia, reveladora da disparidade

de valores que poderão necessitar de uma abordagem diferente, mesmo no que concerne à

sensibilização e formas de transmitir a informação relativa à problemática dos incêndios florestais.

QUADRO 5 - TAXA DE ANALFABETISMO NO CONCELHO DE SÁTÃO (2001 – 2011)

Page 28: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 23

2001 2011

Local de residência (à

data dos Censos 2011) Sexo

Taxa de

analfabetismo

População residente

com 10 e mais anos

de idade

(analfabetos)

Taxa de

analfabetismo

População

residente com

10 e mais anos

de idade

(analfabetos)

% N.º % N.º

Concelho Sátão

HM 10,34 1181 14 1844

H 6,63 356 - 594

M 13,63 825 - 1250

Águas Boas

HM 3,13 5 8,9 20

H 1,23 1 - 4

M 5,06 4 - 9160

Avelal

HM 19,92 98 20,9 117

H 13,04 27 - 27

M 24,91 71 - 90

Decermilo

HM 13,30 25 14,4 31

H 7,50 6 - 14

M 17,59 19 - 17

Ferreira de Aves

HM 13,62 316 16,3 445

H 9,27 101 - 135

M 17,48 215 - 310

Forles

HM 7,81 5 11,8 11

H 5,88 2 - 3

M 10 3 - 8

Mioma

HM 11,73 129 15,1 177

H 6,45 34 - 51

M 16,58 95 - 126

Rio de Moinhos

HM 12,12 108 16,2 173

H 8,96 36 - 62

M 14,72 72 - 111

Romãs

HM 14,06 116 19,7 216

H 8,51 33 - 64

M 18,99 83 - 152

São Miguel de Vila Boa

HM 7,68 94 12,3 182

H 5,02 30 - 70

M 10,22 64 - 112

Sátão

HM 5,60 199 8,5 316

H 2,84 47 - 96

M 8,02 152 - 220

Silvã de Cima

HM 14,92 64 20,4 112

H 14,35 32 - 51

M 15,53 32 - 61

Vila Longa

HM 12,50 22 18,3 44

H 8,43 7 - 17

M 16,13 15 - 27

Page 29: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 24

FIGURA 9 - MAPA DA TAXA DE ANALFABETISMO (2011) DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 30: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 25

3.4. Romarias e festas

No mapa seguinte discriminam-se as datas das festas e romarias existentes no concelho de Sátão

Torna-se importante identificar as festas e romarias, visto a sua realização, no geral, ser na época

de Verão, durante o período crítico. Neste período deverá ser intensificada a fiscalização a nível

da realização de fogueiras e lançamento de foguetes.

Em todos os espaços rurais, durante o período crítico, a utilização de fogo-de-artifício, que não

produza recaída incandescente, está dependente de uma autorização prévia da Câmara Municipal.

FIGURA 10 - MAPA DAS FESTAS E ROMARIAS DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 31: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 26

4. CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS

4.1. Uso e ocupação do solo

O concelho de Sátão está inserido na Região Dão - Lafões onde existe uma mancha florestal

(espaços florestais arborizados e incultos) significativa, que se estima na ordem dos 250 000 ha.

Numa área total de 20 194 ha, o concelho encerra em si cerca de 7 900 ha de área florestal onde

os povoamentos dominantes são, claramente, os de resinosas (onde prevalece o Pinheiro bravo),

os mistos (Pinheiro bravo e Carvalho alvarinho) e as manchas de outras folhosas (Figura 11 e

Quadro 5).

Os espaços florestais improdutivos assumem, igualmente, algum protagonismo com uma área de

aproximadamente 5700 ha, resultantes sobretudo dos diversos incêndios que foram ocorrendo nos

últimos anos.

A ocupação agrícola com uma área total de 5797,8 ha, é bastante significativa, o que cria

descontinuidade de material combustível, devendo-se apostar na sensibilização da população, para

a importância da manutenção destes espaços

O manto vegetal primitivo encontra-se profundamente degradado, apenas restando algumas

pequenas manchas de flora primitiva, outrora composta por espécies caducifólias donde

sobressaem os carvalhos, castanheiros e outras folhosas. A posterior introdução e alastramento do

pinheiro bravo e mais recentemente do eucalipto, a prática do pastoreio, os fogos e o abate

indiscriminado de árvores têm depreciado muito os espaços florestais.

Para a caracterização da ocupação do solo no concelho, procedeu-se à fotointerpretação de

ortofotomapas (ano 2000) e da carta de ocupação do solo do concelho (IGP, COS2005), nos quais

se identificaram o principais usos existentes no mesmo, acrescida de alguma validação no terreno.

Para uma interpretação mais aprofundada sobre o uso de ocupação do solo elaborou-se o quadro

n.º 6, onde se poderá ver as diferentes áreas para cada freguesia.

Page 32: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 27

FIGURA 11 - MAPA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO CONCELHO DE SÁTÃO

FONTE: ADAPTADO DO IGP

Page 33: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 28

QUADRO 6 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO CONCELHO DE SÁTÃO

Freguesias Agricultura Floresta Improdutivos Matos e

Pastagens Urbanos

Águas Interiores e

Zonas Húmidas Total

Águas Boas e Forles 475,24 425,25 658,58 12,91 14,16 0 1586,14

Avelal 299,56 469,73 25,22 0 20,75 0 815,26

Ferreira de Aves 1932,42 2016,88 2538,77 12,05 113,17 0 6613,29

Mioma 373,79 1037,35 70,32 6,63 45,97 0 1534,06

Rio de Moinhos 451,95 429,15 132,15 44,46 45,59 0.6 1105,3

Romãs, Decermilo e Vila

Longa 894,24 1723,12 1921,41 45,09 123,43 0 4707,29

São Miguel de Vila Boa 472,81 626,72 74,78 83,47 31,22 0 1289

Sátão 661,97 909,09 117,83 60,11 105,18 3,01 1857,19

Silvã de Cima 235,50 250,10 159,28 18,17 25,42 0 688,47

Total 5797,48 7887,39 5698,34 282,89 524,89 3,01 20194

Page 34: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 29

4.2. Povoamentos florestais

No que concerne única e exclusivamente à área florestal (florestal, agro-florestal e incultos) é

visível o domínio do Pinheiro bravo e as extensas áreas de matos (Figura 11). Freguesias como

Ferreira de Aves, União de Freguesias de Romãs, Decermilo e Vila Longa, e de Mioma apresentam

significativas áreas de pinhal (Quadro 6). No caso de outras folhosas a presença é reduzida mas

existem vestígios e indícios que a recuperação deste tipo de povoamentos não só é possível como

recomendável.

QUADRO 7 - DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES/POVOAMENTOS FLORESTAIS DO CONCELHO DE SÁTÃO

Freguesias Área

florestal

Pinheiro

bravo Eucalipto Castanheiro Carvalho

Outras

folhosas

Águas Boas e Forles 1083,13 308,07 42,08 1,99 0 5.06

Avelal 465,82 435,81 0,08 0 1,6 3,15

Ferreira de Aves 4349,15 1850,14 1,24 2,33 6,04 17,3

Mioma 999,59 907,75 0,63 5,77 5,57 9,65

Rio de Moinhos 477,68 335,2 2,05 2,24 0 6,05

Romãs, Decermilo e

Vila Longa 3178,39 1616,95 1,35 1,55 22,66 14,48

São Miguel Vila Boa 497,32 363,39 0 1,78 1,65 55,74

Sátão 836,45 670,55 7,99 12,91 19,31 7,85

Silvã de Cima 376,05 202,78 7,41 0 0,77 5,78

Total 12663,58 6690,64 63,55 28,57 57,6 125,06

Page 35: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 30

FIGURA 12 - MAPA DOS POVOAMENTOS FLORESTAIS DO CONCELHO DE SÁTÃO

FONTE: ADAPTADO DO IGP

O concelho é maioritariamente ocupado por floresta. Desta, a maioria é composta por espécies de

grande inflamabilidade. A juntar a isto, a composição florestal é pouco diversificada, cada vez

mais assente na monocultura do eucalipto, fator que influencia a propagação dos incêndios

florestais e consequentemente na área ardida.

Page 36: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 31

4.3. Áreas protegidas, rede natura 2000 (ZPE+ZEC) e regime florestal

No concelho de Sátão existe o sítio da Rede Natura 2000 - PTCON0059 “RIO PAIVA”. Com uma

área ocupada de 653 ha representa cerca de 3% da área total do Concelho.

O Rio Paiva apresenta uma vegetação ripícola com Alnus glutinosa e Salix spp relativamente bem

conservada e frequentemente bordejada por carvalhais de Quercus robur fragmentários. É

importante a ocorrência no Sítio da espécie Anarrhinum longipedicellatum, do Anexo V da

Diretiva Habitats. Em termos de qualidade da água, o rio Paiva é considerado um dos melhores da

Europa. Para o lobo constitui uma importante zona de passagem / ligação entre as Serras de

Montemuro, Freita / Arada e Lapa / Leomil e a alcateia de Mões. Engloba uma área importante

para a conservação da Toupeira de água.

Nestas zonas, devido à sua elevada biodiversidade, existem algumas manchas florestais naturais,

linhas de água e várias espécies animais e vegetais com estatuto de ameaça que importa conservar,

tornando-se necessário reforçar as ações de prevenção e vigilância a incêndios florestais.

Relativamente às áreas submetidas ao Regime Florestal, que atualmente ainda tem uma grande

representatividade no concelho, estas são geridas pelos Conselhos Diretivos das Comissões de

Compartes das aldeias ou freguesias onde estão inseridas e pela Direção Geral dos Recursos

Florestais, dever-se-á atuar de modo a que sejam um exemplo de boa gestão, implementando um

plano de gestão que contemple a defesa da floresta contra incêndios.

Os Perímetros Florestais, que inserem áreas do concelho são:

- Freguesias de Mioma, Sátão e S. Miguel de Vila Boa – Perímetro Florestal do Seixo e Facho;

- Freguesias de Ferreira de Aves, Águas Boas e Forles – Perímetro Florestal de S. Matias e Serra

da Lapa;

Page 37: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 32

FIGURA 13 - MAPA DE ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 E REGIME FLORESTAL

Page 38: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 33

4.4. Instrumentos de gestão florestal

No Município de Sátão existem as áreas inseridas em Perímetros Florestais, que têm uma gestão

conjunta entre os Conselhos Diretivos das Comissões de Compartes das aldeias ou freguesias onde

estão inseridas e o ICNF que deverá ter uma gestão ativa, de modo a incentivar os proprietários

particulares a cuidarem da sua floresta.

O Decreto-Lei nº 127/2005 de 5 de Agosto de 2005 cria as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF),

definidas como uma área de floresta com área mínima de 1000ha contínuos, sujeita a um plano de

gestão florestal (PGF) e um plano de defesa da floresta contra incêndios, geridas por uma única

entidade. Os principias objetivos são promover a gestão sustentável dos espaços florestais que as

integram, coordenar, de forma planeada a proteção dos espaços florestais e naturais, reduzir as

condições de ignição e de propagação de incêndios e coordenar a recuperação dos espaços

florestais e naturais quando afetados por incêndios.

FIGURA 14 - MAPA DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO FLORESTAL DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 39: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 34

4.5. Equipamentos florestais de recreio, zonas de caça e pesca

Na figura 15 estão representadas as zonas de recreio florestal, caça e pesca existentes no Município

de Sátão.

Nestas zonas, durante o período crítico, deverá haver especial atenção, em sensibilizar as

populações dos riscos que devem ter, nomeadamente na não realização de fogueiras para confeção

de alimentos.

No concelho existe zonas de caça associativas e municipais, que deverão ser alvo de gestão

cinegética e florestal de modo a fomentar esta atividade.

Torna-se relevante realizar ações de sensibilização nestas zonas de caça de forma a alertar e

sensibilizar os caçadores da importância da floresta bem como da sua proteção e preservação.

As zonas de recreio florestal, nomeadamente parques de merendas, estão distribuídas um pouco

por todo o concelho. É de mencionar que no concelho de Sátão, existe apenas uma, localizada no

Nosso Senhor dos Caminhos, cumprindo as normas referidas pela Portaria nº1140/2006, que define

as especificações técnicas em matéria de Defesa da Floresta Contra Incêndios a observar na

instalação e funcionamento de equipamentos florestais de recreio inseridos em espaço rural.

Page 40: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 35

FIGURA 15 - MAPA DE ZONAS DE RECREIO FLORESTAL, CAÇA E PESCA DO CONCELHO DE SÁTÃO

Page 41: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 36

Implicações na defesa da floresta contra incêndios:

A ausência de instrumentos de gestão florestal no concelho têm uma implicação negativa na defesa

da floresta contra incêndios porque, na ausência duma gestão ativa das propriedades florestais faz

com que aumente a carga combustível destes espaços, o que facilita a propagação e velocidade dos

incêndios florestais.

Os recursos cinegéticos são um fator importante de desenvolvimento rural e na dinamização das

economias locais. A criação e gestão das zonas de caça permitem um aumento das espécies

cinegéticas existentes garantindo assim a biodiversidade e sustentabilidade dos habitats naturais

do concelho. Associados a esta atividade, podem estar relacionados conflitos de caça e vida

selvagem que podem originar a ocorrência de incêndios florestais de forma intencional.

Page 42: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 37

5. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

5.1. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição anual

Na figura 16 é observável que as freguesias mais afetadas em termos de área ardida são União de

Freguesias de Romãs, Decermilo e Vila Longa, Ferreira de Aves, Águas Boas e Forles,

designadamente em zonas limítrofes do concelho.

Da observação do gráfico em abaixo (Gráfico 4) apresentado, pode-se concluir que o concelho de

Sátão no período entre 1996 e 2013, registou uma média de aproximadamente 65 ocorrências e

425ha de área ardida anuais. Contudo, estes parâmetros assumem valores elevados pelo facto de

existirem anos particularmente críticos como é o caso dos anos de 1998, 1999, 2001, 2005 e 2013

onde arderam áreas superiores a 500ha.

No que diz respeito ao número de ocorrências verifica-se que um aumento das mesmas

corresponde, na generalidade, a um aumento da área ardida, com exceção ao ano de 2005 e 2013

em que um grande aumento do número de ocorrências não influenciou diretamente a área ardida.

Como nota importante, convém salientar que o incêndio de 2006 que ocorreu na freguesia de

Águas Boas e Forles, com 87ha, foi exclusivamente atribuído a Sátão o que em termos estatísticos

corresponde a um lapso por parte da ICNF.

Da observação do gráfico 5 podemos concluir que a área ardida em 2013 foi superior à média da

área ardida entre o ano de 2008 e 2012.

No que concerne ao número de ocorrências verificadas em 2013, quando comparadas com a média

entre os anos de 2008 e 2012, verifica-se que foram inferiores.

A freguesia de Águas Boas e Forles, Avelal e Silvã de Cima foram as que registaram maior

diminuição de área ardida atendendo à média que havia sendo verificada no quinquénio.

A freguesia que registou maior área ardida no ano de 2013 por cada 100 hectares,

comparativamente ao quinquénio 2008 – 20012, foi Romãs, Decermilo e Vila Longa, com 23,56ha

de área ardida por cada 100 ha. As freguesias de Águas Boas e Forles, Avelal, Mioma e Silvã de

Cima foram as que registaram uma maior redução da área ardida no ano de 2013 comparativamente

ao quinquénio 2008 – 2012.

As freguesias de Águas Boas e Forles, Avelal e Silvã de Cima não registaram ocorrências no ano

de 2013.

Page 43: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 38

Também as ocorrências verificadas no ano de 2013 foram inferiores à média do quinquénio 2008

– 2012, com a exceção da freguesia de Romãs, Decermilo e Vila Longa que registou um número

de ocorrências superior à média do referido quinquénio.

Em 2013 comparativamente ao quinquénio 2008 – 2012, nenhuma manteve os mesmos valores

referentes ao número de ocorrências e uma manteve os valores referentes à área ardida.

Comparando os dados apresentados no gráfico com os dados meteorológicos existentes para esses

anos, não se verificam correlações que nos permitam afirmar que as condições climatéricas tiveram

diretamente ligadas ao maior número de ocorrências ou maior área ardida.

FIGURA 16 - MAPA DAS ÁREAS ARDIDAS DO CONCELHO DE SÁTÃO (2000-2013)

Page 44: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 39

GRÁFICO 4 - DISTRIBUIÇÃO ANUAL DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS (1999-2013)

FONTE: ICNF

GRÁFICO 5 - DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS EM 2013 E MÉDIA NO QUINQUÉNIO 2006-

2012, POR FREGUESIA

FONTE: ICNF

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Área Ardida 646.8 41.9 1,232.8 11.1 23.8 59.2 324.7 143.0 10.7 8.7 146.54519.660512.557206.8811627.54

N.º de Ocorrências 58 70 64 33 59 37 124 65 35 41 93 43 49 75 34

0

20

40

60

80

100

120

140

0.0

200.0

400.0

600.0

800.0

1,000.0

1,200.0

1,400.0

1,600.0

1,800.0

Área

ard

ida

(h

a)

Distribuição da área ardida e Nº de Ocorrências (1999 - 2013)

N.º

de O

cco

rrên

cia

s

Águas

BoasAvelal

Decermil

o

Ferreira

de AvesForles Mioma

Rio de

MoinhosRomãs

S. M.

Vila BoaSátão Silvã

Vila

Longa

Área ardida (2013) 0 0 0 633 0 0.05 0.03 814 2.75 0.15 0 178

Área ardida média (2008-12) 3.9082 0.02004 0 60.178 1.11 0.781 0.54344 2.698 8.604 0.97 0.4421 0.048

N.º de Ocorrências (2013) 0 0 0 9 0 1 2 11 5 4 0 1

N.º médio de Ocorrências (2008-12) 0.8 0.6 0 10.8 2.8 4.6 3.6 7.2 18.8 9 2.6 0.4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Área

ard

ida

(h

a)

Distribuição da área ardida e n.º de ocorrências 2013 e média de 2008-

12, por freguesia

N.º

de O

corrên

cia

s

Page 45: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 40

GRÁFICO 6 - TAXA DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS EM 2013 E MÉDIA NO QUINQUÉNIO 2008-2012 POR

ESPAÇOS FLORESTAIS EM CADA 100 HECTARES, POR FREGUESIA

FONTE: ICNF

Águas

BoasAvelal

Decermil

o

Ferreira

de AvesForles Mioma

Rio de

MoinhosRomãs

S. M.

Vila BoaSátão Silvã

Vila

Longa

Taxa de área ardida 2013 0.00 0.00 0.00 9.57 0.00 0.00 0.00 23.56 0.21 0.01 0.00 20.91

Taxa média 2008-12 0.46 0.00 0.00 0.91 0.15 0.05 0.05 0.08 0.67 0.05 0.06 0.01

Taxa de n.º ocorrências 2013 0.00 0.00 0.00 0.14 0.00 0.07 0.18 0.32 0.39 0.22 0.00 0.12

Taxa média de ocorrências 2008-12 0.09 0.07 0.00 0.16 0.38 0.30 0.33 0.21 1.46 0.48 0.38 0.05

0.00

1.00

2.00

0.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

Taxa d

e á

rea a

rd

ida

Taxa da área ardida e n.º de ocorrências em 2013 e taxas médias entre

2008-12

Oco

rrên

cia

s/h

a

Page 46: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 41

5.2. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição mensal

A área ardida em durante os meses do ano de 2013 foi sempre inferior à área ardida nos meses do

período de 1996-2012, com a exceção do mês de agosto.

Também é possível identificar, nos meses de agosto e dezembro, em que as ocorrências verificadas

em 2013 são superiores à média do período de 1996-2012.

GRÁFICO 7 - DISTRIBUIÇÃO MENSAL DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS EM 2013 E MÉDIA NO PERÍODO

1996-2012

FONTE: ICNF

Os meses mais críticos em área ardida são agosto, e no que diz respeito ao nº de ocorrências, são

os meses de julho, agosto e setembro.

De referir também, que nesse mesmo período de tempo, as temperaturas são mais elevadas e a

humidade relativa é mais baixa, o que influencia em muito a capacidade dos incêndios.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

área ardida 2013 0 0 0.5048 0.4394 3.1179 0.0246 0.3069 1627.98 2.2073 0.001 0.03 0.1274

Média 1996-2012 0.21 2.60 10.81 3.89 1.58 65.83 34.93 120.33 41.48 2.84 0.47 0.06

Nº ocorrências 2013 0 0 1 1 3 1 7 16 9 1 1 1

Média 1996-2012 0.59 3.41 7.88 3.53 2.18 5.71 9.94 15.76 9.88 3.59 1.65 0.41

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

de

oco

rrên

cia

s

Área

ard

ida

(h

a)

Distribuição mensal da área ardida e do nº de ocorrências em 2013 e

média 1996-2012

Page 47: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 42

5.3. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição semanal

Ao analisarmos o gráfico 8 podemos verificar que em 2013 os dias da semana em que houve maior

área ardida foram, terça-feira e domingo, coincidindo apenas o domingo, relativamente à média

do período de 1996-2012, que se verificou maior área ardida.

Relativamente às ocorrências, em 2013 o dia que verificou um maior número de ocorrências foi

ao sábado. No que diz respeito ao período de 1996-2012, os dias onde se registam mais ocorrências

é ao domingo e em seguida no sábado.

Também podemos dizer que no ano de 2013, ao domingo e à terça-feira, ardeu mais área

comparativamente à média do período de 1996-2012.

GRÁFICO 8 - DISTRIBUIÇÃO SEMANAL DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS EM 2013 E MÉDIA NO PERÍODO

DE 1996-2012

FONTE: ICNF

Alerta-se ainda o fato que o lançamento de foguetes, torna-se assim um comportamento de risco,

que é muito comum neste dia da semana, de onde se traduzem as romarias celebradas ao domingo.

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

Área ardida 2013 0.07 164.18 1.04 3.00 0.99 2.08 1456.62

Média 1996-2012 19.32 22.62 75.81 67.06 10.14 34.54 139.02

Nº ocorrências 2013 2 5 3 6 6 9 6

Média 1996-2012 9.12 9.18 7.35 7.88 8.35 9.18 10.06

0

2

4

6

8

10

12

0.00

200.00

400.00

600.00

800.00

1000.00

1200.00

1400.00

1600.00

de

oco

rrên

cia

s

Àrea

ard

ida

(h

a)

Distribuição semanal da área ardida e do nº de ocorrências em 2013 e

média 1996-2012

Page 48: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 43

5.4. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição diária

Os 4 dias mais críticos no que diz respeito à área ardida foram o dia 26 de junho, o dia 10 de julho,

o dia 7 de agosto e o dia 4 de setembro. Estes 4 dias críticos correspondem a 81% da área total

ardida neste período considerado.

Como era de esperar, estes dias críticos estão dentro do período crítico para a ocorrência de

incêndios florestais.

No que se refere ao número de ocorrências verifica-se que o ponto mais crítico é o dia 10 de julho

seguido do dia 4 de setembro. Estes dias correspondem a cerca de 40% das ocorrências.

GRÁFICO 9 - DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES DIÁRIOS ACUMULADOS DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS

(2002-2013)

FONTE: ICNF

Não há evidencias que estas ocorrências, tenham origem em fatores socioeconómicos ou em

comportamentos de risco.

0.0000

50.0000

100.0000

150.0000

200.0000

250.0000

300.0000

09-J

an

16-J

an

23-J

an

30-J

an

06-F

eb

13-F

eb

20-F

eb

27-F

eb

06-M

ar

13-M

ar

20-M

ar

27-M

ar

03-A

pr

10-A

pr

17-A

pr

24-A

pr

01-M

ay

08-M

ay

15-M

ay

22-M

ay

29-M

ay

05-J

un

12-J

un

19-J

un

26-J

un

03-J

ul

10-J

ul

17-J

ul

24-J

ul

31-J

ul

07-A

ug

14-A

ug

21-A

ug

28-A

ug

04-S

ep

11-S

ep

18-S

ep

25-S

ep

02-O

ct

09-O

ct

16-O

ct

23-O

ct

30-O

ct

06-N

ov

13-N

ov

20-N

ov

27-N

ov

04-D

ec

11-D

ec

18-D

ec

25-D

ec

0

2

4

6

8

10

12

14

Valores diários acmulados da área ardida e nº de ocorrências 2002-2013

Page 49: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 44

5.5. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição horária

O período crítico em relação à área ardida e ocorrências é entre as 11:00 horas e as 18:59 horas

(gráfico 10), pois é neste período que se regista 61,9 % das ocorrências e 94,3 % da área ardida.

Esta realidade deve-se sobretudo ao facto de ser neste período de tempo que são atingidas as mais

altas temperaturas do dia e estarem reunidas as condições para a ocorrência de incêndios.

Há ainda a salientar um pico espontâneo no número de ocorrências registadas no período horário

entre as 20:00 horas e as 20:59 horas. Este pico pode corresponder à hora de jantar e a uma fase

onde exista possivelmente uma menor vigilância.

GRÁFICO 10 - DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS (1996-2013)

FONTE: ICNF

Não há evidencias que estas ocorrências, tenham origem em fatores socioeconómicos ou em

comportamentos de risco.

00:0

0 -

00:5

9

01:0

0 -

01:5

9

02:0

0 -

02:5

9

03:0

0 -

03:5

9

04:0

0 -

04:5

9

05:0

0 -

05:5

9

06:0

0 -

06:5

9

07:0

0 -

07:5

9

08:0

0 -

08:5

9

09:0

0 -

09:5

9

10:0

0 -

10:5

9

11:0

0 -

11:5

9

12:0

0 -

12:5

9

13:0

0 -

13:5

9

14:0

0 -

14:5

9

15:0

0 -

15:5

9

16:0

0 -

16:5

9

17:0

0 -

17:5

9

18:0

0 -

18:5

9

19:0

0 -

19:5

9

20:0

0 -

20:5

9

21:0

0 -

21:5

9

22:0

0 -

22:5

9

23:0

0 -

23:5

9

total área ardida 8.93 2.67 2.44 2.64 14 3.19 78.9 2.18 2.14 13.3 33.4 390 1291 943 1226 346 683 1121 22.3 10.1 24.6 7.5 31.4 20.9

total nº incendios 28 17 12 10 18 10 20 15 12 25 29 60 60 98 110 108 97 76 67 54 57 40 41 31

0

20

40

60

80

100

120

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Incê

nd

ios

Área

ard

ida

(h

a)

Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências 1996-2013

Page 50: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 45

5.6. Área ardida em espaços florestais

No período considerado, as áreas de povoamentos foram as que mais arderam neste concelho

(gráfico 11). Para este facto em muito contribuíram os incêndios em 2001, 2005 e 2013 com áreas

ardidas bastante relevantes deste tipo de espaço florestal, cerca de 93% da área total de

povoamentos ardidos.

Em termos de representatividade de área ardida por espaço florestal, os anos de 2005 e 2013,

corresponderam a cerca de 80% da área total ardida.

GRÁFICO 11 - DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA ARDIDA POR ESPAÇOS FLORESTAIS (2001-2013)

FONTE: ICNF

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Matos 318.543 7.8462 20.5713 34.5695 287.486 132.033 3.5 5.8889 129.915 7.7942 8.2991 165.322 956

Povoamentos 1232.77 11.0762 23.8313 59.2195 324.676 10.941 5.202 3.79 16.6301 9.8663 3.805 41.5546 671.98

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Área

ard

ida

Distribuição da área por tipo de coberto vegetal 2001-2013

Page 51: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 46

5.7. Área ardida e n.º de ocorrências por classes de extensão

Da análise do gráfico 12 podemos perceber que a classe onde ardeu mais foi na classe de extensão

>100ha, contudo nesta classe só se registaram 3 ocorrências.

Relativamente ao número de ocorrências podemos ver claramente que a classe onde se registou

uma maior frequência de registos foi a classe de extensão 0 – 1ha. Esta classe representa todas as

situações registadas neste concelho resultantes de pequenos fogachos e incêndios de pequena

dimensão, que embora tenham uma dimensão muito reduzida têm uma frequência de ocorrência

muito elevada.

Do total de área ardida no período considerado 80% da área ardida corresponde à classe de

extensão> 100ha, em contra partida, do total das ocorrências registadas 86% verifica-se na classe

de extensão 0 – 1ha.

Em resumo podemos dizer que embora existam muitas ocorrências de reduzida dimensão no geral

a área ardida é pequena, contudo os incêndios de grande dimensão, mesmo sendo em pequeno

número, assumem uma percentagem de área ardida muito grande e preocupante.

GRÁFICO 12 - DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS POR CLASSES DE EXTENSÃO (1996-2013)

FONTE: ICNF

<1 1 - 10 10 -20 20 -50 50 -100 >100

Área ardida 49.5025 316.3866 75.05 164 0 5421

Nº ocorrências 724 611 6 5 0 10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

Distribuição da área ardida e nº de ocorrências por classes de

extensão 1996-2013

Page 52: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 47

5.8. Pontos de início e causas

FIGURA 17 - MAPA DOS PONTOS DE INÍCIO E CAUSAS DOS INCÊNDIOS NO CONCELHO DE SÁTÃO (2009-2013)

FONTE: ICNF

O concelho tem uma divisão muito clara entre norte e sul se considerarmos os pontos de início de

incêndios entre 2009 e 2013. Por outro lado, a causa desconhecida é a mais frequente para a

justificação das causas dos incêndios (figura 17).

Page 53: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 48

QUADRO 8 - N.º TOTAL DE INCÊNDIOS E CAUSAS POR FREGUESIA (2009-2013)

Freguesias Causas Total de

Incêndios

N.º de Incêndios

Investigados

Águas Boas e Forles REA 6 -

Avelal DESC 1 -

Ferreira de Aves

INT

20 1 REA

NEG

Mioma REA 9 -

Rio de Moinhos REA 2 -

Romãs, Decermilo e Vila Longa REA 31 2

São Miguel de Vila Boa DESC 38 -

Sátão REA 18 -

Silvã de Cima REA

13 - DESC

Legenda

INT REA NEG DESC

Intencional Reativação Negligente Desconhecido

FONTE: ICNF

Page 54: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 49

5.9. Fontes de alerta

GRÁFICO 13 - DISTRIBUIÇÃO DO N.º DE OCORRÊNCIAS POR FONTE DE ALERTA (2007-2013)

FONTE: ICNF

GRÁFICO 14 - DISTRIBUIÇÃO DO N.º DE OCORRÊNCIAS POR FONTE E HORA DE ALERTA (2007-2013)

FONTE: ICNF

117

4%Outros

6%

Populares

84%

PV

6%

Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta em 2007-2013

117

Outros

Populares

PV

1 4 3 2 1 1 1 2 1 11 1 1 22

22 2 3 3 1 1 1 1 15 3 3 3 2 5 4 5 8

11

1715

30 36 33

44

25 19 27

1116

13 1091 1

1

1

1 4

4

5

21

1

12

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

oco

rrên

cias

Horas

Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta, 2007-2013

117 Outros Populares PV

Page 55: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 50

A fonte de alerta mais frequente é a dos populares (84%) (gráfico 13). Consequentemente, o

período do dia em que são dados mais alertas é precisamente entre as 13h e as 16h, com os

populares a assumirem um papel igualmente importante e significativo nesta questão (gráfico 14).

5.10. Grandes incêndios (área> 100 ha) – Distribuição anual

FIGURA 18 - MAPA DAS ÁREAS ARDIDAS DOS GRANDES INCÊNDIOS NO CONCELHO DE SÁTÃO

FONTE: ICNF (2013)

Page 56: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 51

GRÁFICO 15 - DISTRIBUIÇÃO ANUAL DA ÁREA ARDIDA E DO N.º DE OCORRÊNCIAS DE GRANDES INCÊNDIOS (1996-

2013)

FONTE: ICNF

Os anos em que se verificou mais área ardida, foram 1998, 2001, 2005 e 2013.

Onde existiram maior nº de ocorrências, foi em 2005, 2006, 2009 e 2012.

Nos anos de 1998, 2001, e 2005, verificou-se um aumento de temperatura, o que proporcionou

com que os incêndios fossem mais intensificados.

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Série2 73.2 66.6 1638 647 41.9 1551 18.9 44.4 93.8 612 143. 8.7 10.7 146. 19.7 12.6 207 1628

Série1 59 57 72 58 59 63 33 59 37 124 65 35 41 93 43 50 75 33

0

20

40

60

80

100

120

140

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

oco

rrên

cias

Área

ard

ida

(h

a)

Distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências (1996-2013)

Page 57: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 52

QUADRO 9 - DISTRIBUIÇÃO ANUAL DO N.º DE GRANDES INCÊNDIOS POR CLASSES DE ÁREAS

Classes de área (ha) / Área Ardida (ha)

100 - 500 A.A. 500 - 1000 A.A. >1000 A.A. Total A.A.

1996 0 0 0 0 0 0 0 0

1997 0 0 0 0 0 0 0 0

1998 2 438 0 0 1 1081 3 1519

1999 0 0 1 615 0 0 1 615

2000 0 0 0 0 0 0 0 0

2001 1 114 1 1082 0 0 2 1196

2002 0 0 0 0 0 0 0 0

2003 0 0 0 0 0 0 0 0

2004 0 0 0 0 0 0 0 0

2005 1 241 0 0 0 0 1 241

2006 0 0 0 0 0 0 0 0

2007 0 0 0 0 0 0 0 0

2008 0 0 0 0 0 0 0 0

2009 0 0 0 0 0 0 0 0

2010 0 0 0 0 0 0 0 0

2011 0 0 0 0 0 0 0 0

2012 1 159 0 0 0 0 1 159

2013 1 163.9 0 0 0 1527.1 2 1691

Total 6 1115.90 2 1697 1 2608.1 13 5421

FONTE: ICNF

Page 58: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 53

5.11. Grandes incêndios (área> 100ha) – Distribuição mensal

GRÁFICO 16 - DISTRIBUIÇÃO MENSAL DA ÁREA ARDIDA E N.º DE OCORRÊNCIAS DE GRANDES INCÊNDIOS (1996-2013)

FONTE: ICNF

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

área ardida 2013 0 0 0.5048 0.4394 3.1179 0.0246 0.3069 1627.98 2.2073 0.001 0.03 0.1274

Média 1996-2012 0.21 2.60 10.81 3.89 1.58 65.83 34.93 120.33 41.48 2.84 0.47 0.06

Nº ocorrências 2013 0 0 1 1 3 1 7 16 9 1 1 1

Média 1996-2012 0.59 3.41 7.88 3.53 2.18 5.71 9.94 15.76 9.88 3.59 1.65 0.41

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

de

oco

rrên

cia

s

Áre

a a

rd

ida

(h

a)

Distribuição mensal da área ardida e do nº de ocorrências em 2013 e

média 1996-2012

Page 59: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 54

5.12. Grandes incêndios (área> 100ha) – Distribuição semanal

GRÁFICO 17 - DISTRIBUIÇÃO SEMANAL DA ÁREA ARDIDA E N.º DE OCORRÊNCIAS DE GRANDES INCÊNDIOS (1996-2013)

FONTE: ICNF

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

Área ardida 2013 0.07 164.18 1.04 3.00 0.99 2.08 1456.62

Média 1996-2012 19.32 22.62 75.81 67.06 10.14 34.54 139.02

Nº ocorrências 2013 2 5 3 6 6 9 6

Média 1996-2012 9.12 9.18 7.35 7.88 8.35 9.18 10.06

0

2

4

6

8

10

12

0.00

200.00

400.00

600.00

800.00

1000.00

1200.00

1400.00

1600.00

de

oco

rrên

cia

s

Àrea

ard

ida

(h

a)

Distribuição semanal da área ardida e do nº de ocorrências em 2013

e média 1996-2012

Page 60: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 55

5.13. Grandes incêndios (área> 100ha) – Distribuição horária

GRÁFICO 18 - DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA DA ÁREA ARDIDA E N.º DE OCORRÊNCIAS DE GRANDES INCÊNDIOS (1996-2013)

FONTE: ICNF

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2009 2013

Área ardida 0 0 1519 615 0 1196 0 0 0 241 279 1691

Nº grandes incendios 0 0 3 1 0 2 0 0 0 1 2 2

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

de

oco

rrên

cia

s

Área

ard

ida

(h

a)

Distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências dos grandes

incêndios 1996-2013

Page 61: Plano municipal de defesa da floresta contra incêndios · Município de Sátão Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ABRIL DE 2016 ACRÓNIMOS BVS – Bombeiros

Município de Sátão

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

ABRIL DE 2016 56

ANEXOS