PLANOS REGIONAIS DE ATENDIMENTO EMERGENCIAL (PRAES

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PLANOS REGIONAIS DE ATENDIMENTO EMERGENCIAL (PRAES) BR 101/NORTE

PLANOS REGIONAIS DE ATENDIMENTO EMERGENCIAL (PRAES)

PARA ACIDENTES COM PRODUTOS PERIGOSOS

NO ESTADO DE SANTA CATARINA - BR 101/NORTE

CAPA

CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES - CEPED

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

Rua Dom Joaquim, 757 - Fone/Fax: 48 3223.5467 e-mail: [email protected]

CEP 88015-310 Centro - Florianpolis - Santa Catarina Brasil

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SNTESE DO PROJETO

Instituies Envolvidas

Secretaria de Estado da Segurana Pblica e Defesa do Cidado;

Departamento Estadual de Defesa Civil - DEDC;

Universidade Federal de Santa Catarina UFSC;

Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres - CEPED

Denominao do Projeto 283/2007

Projeto de Caracterizao das reas circunvizinhas das principais Rodovias e Ferrovias utilizadas para o

Transporte de Produtos Perigosos no Estado de Santa Catarina visando a elaborao de PRAEs Planos

Regionais de Atendimento Emergencial BR101/Norte: Objetivo E.

Governador do Estado de Santa Catarina

Leonel Pavan

Secretrio de Estado da Segurana Pblica e Defesa do Cidado

Andr Luis Mendes da Silveira

Secretrio Executivo de Justia e Cidadania

Justiniano de Almeida Pedroso

Departamento Estadual de Defesa Civil

Major PMSC Emerson Neri Emerim Diretor DEDC

Universidade Federal de Santa Catarina

lvaro Toures Prata

Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres

Antonio Edsio Jungles, Dr. Coordenador Geral do Projeto

Marcos B. Lopes Dalmau, Dr. Coordenador Executivo

Irapuan Paulino Leite Coordenador Administrativo

Equipe de Execuo do Projeto

Caroline Margarida Pesquisadora do Projeto

Cristiane Aparecida do Nascimento Pesquisadora do Projeto

Victor Silvestre Estagirio do Projeto

Reviso e Diagramao do Relatrio

Fernando Lo Feudo Ferreira Assistente de Projetos do CEPED

Fundao de Amparo Pesquisa e Extenso Universitria

Pedro da Costa Arajo Superintendente Geral

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SUMRIO

APRESENTAO ....................................................................................................................... 10

1. INTRODUO ....................................................................................................................... 11

1.1. OBJETIVO .......................................................................................................................... 17

1.2. METODOLOGIA ................................................................................................................... 18

1.3. SELEO DAS PRINCIPAIS ROTAS.............................................................................................. 22

1.4. REA DE ABRANGNCIA E INFLUNCIA ...................................................................................... 25

2. CARACTERIZAO AMBIENTAL DA RODOVIA ...................................................................... 29

2.1. CLIMATOLOGIA ................................................................................................................... 30

2.2. RECURSOS HDRICOS ............................................................................................................ 31

2.3. VEGETAO ....................................................................................................................... 32

2.4. TRECHOS VULNERVEIS ......................................................................................................... 33

2.5. PLANTA RETIGRFICA ........................................................................................................... 36

3. DADOS DO TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS .................................... 44

3.1. CONTAGENS DE TRFEGO ...................................................................................................... 44

3.2. ACIDENTES COM PRODUTOS PERIGOSOS ................................................................................... 45

3.3. BANCO DE DADOS DO TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS...................................... 48

4. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA ..................................................................... 51

4.1. FERRAMENTA GERENCIAL - SISTEMA DE COMANDO EM OPERAES (SCO) ....................................... 51

4.2. RGOS ENVOLVIDOS .......................................................................................................... 55

4.3. ATRIBUIES GERAIS ............................................................................................................ 57

4.4. ATRIBUIES ESPECFICAS ...................................................................................................... 58

4.4.1. Departamento Estadual de Defesa Civil - DEDC ......................................................... 58

4.4.2. Coordenadorias Municipais de Defesa Civil COMDEC ............................................. 59

4.4.3. Polcia Rodoviria Federal PRF ............................................................................... 59

4.4.4. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina CBMSC .......................................... 60

4.4.5. Polcia Militar Ambiental - PMA ................................................................................ 61

4.4.6. Fundao do Meio Ambiente FATMA ..................................................................... 62

4.4.7. Secretaria de Estado da Sade .................................................................................. 62

4.4.8. Polcia Militar PM .................................................................................................. 63

4.4.9. Polcia Civil PC ........................................................................................................ 64

4.4.10. Transportador ........................................................................................................ 64

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4.4.11. Fabricante, Expedidor ou Destinatrio .................................................................... 65

4.4.12. CASAN e rgos Responsveis pelo Fornecimento de gua .................................... 66

4.4.13. Outros rgos de Apoio .......................................................................................... 66

5. RECURSOS DE RESPOSTA ..................................................................................................... 66

5.1. RGOS DE ATENDIMENTO .................................................................................................... 67

5.1.1 Polcia Rodoviria Federal PRF ................................................................................ 67

5.1.2 Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC ............................................ 68

5.1.3 Servio de Atendimento Mvel de Urgncia SAMU ................................................. 69

5.1.4. Fundao do Meio Ambiente FATMA ..................................................................... 70

5.1.5 Polcia Militar Ambiental PMA ................................................................................ 70

5.1.6 Coordenadoria Municipal de Defesa Civil COMDEC ................................................. 71

5.1.7 Bases Operacionais da Autopista Litoral Sul............................................................... 72

5.2. HOSPITAIS.......................................................................................................................... 72

5.3. EMPRESAS ESPECIALIZADAS EM ATENDIMENTO EMERGENCIAL ........................................................ 74

5.4. EMPRESAS ESPECIALIZADAS EM EPI E KITS DE EMERGNCIA ........................................................... 74

5.5. EMPRESAS DE GUINCHOS....................................................................................................... 75

5.6. MADEIREIRAS ..................................................................................................................... 76

6. PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA .......................................................................................... 78

6.1. COMO IDENTIFICAR UM PRODUTO PERIGOSO ............................................................................. 79

6.2. COMO UTILIZAR O MANUAL DA ABIQUIM ............................................................................... 80

6.3. COMO ISOLAR A REA DE RISCO .............................................................................................. 82

6.4. PLANO DE CHAMADA - GRAC ................................................................................................ 84

6.5. FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO ............................................................................................ 88

7. MEDIDAS PREVENTIVAS ....................................................................................................... 89

7.1. COLOCAO DE BARREIRAS .................................................................................................... 89

7.2. CONSTRUO DE ESTACIONAMENTOS ESPECFICOS ...................................................................... 90

7.3. COLOCAO DE SINALIZAO ESPECFICA .................................................................................. 92

7.4. DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE EDUCAO AMBIENTAL ..................................................... 95

7.5. POSTOS ESPECIALIZADOS DE SOCORRO DE EMERGNCIAS .............................................................. 96

8. CONSIDERAES FINAIS E RECOMENDAES ..................................................................... 98

9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................... 103

ANEXOS.................................................................................................................................. 106

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FIGURAS

FIGURA 01 LOCALIZAO DO ESTADO DE SANTA CATARINA ................................................ 26

FIGURA 02 MAPA DAS RODOVIAS FEDERAIS NO ESTADO DE SANTA CATARINA .................. 27

FIGURA 03 ORGANOGRAMA DO SCO .................................................................................... 53

FIGURA 04 IDENTIFICAO DO PRODUTO PERIGOSO ........................................................... 79

FIGURA 05 ZONAS DE CONTROLE DE RISCO .......................................................................... 83

FIGURA 04 EXEMPLOS DE SINAIS DE ADVERTNCIA ............................................................. 93

FIGURA 05 SINAL COMPLEMENTAR DE IDENTIFICAO DE SERVIOS, COM INDICAO DE

TELEFONE DE EMERGNCIA ..................................................................................................... 94

FIGURA 07 AVISOS ESPECFICOS PARA PRODUTOS PERIGOSOS............................................ 95

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01 CLASSES DE RISCO POR MUNICPIO .................................................................... 14

TABELA 02 MDIAS E REGISTROS MENSAIS DE TEMPERATURA E PLUVIOSIDADE ................ 31

TABELA 03 RESUMO CONTAGENS DE TRFEGO (2001 2008) ............................................. 45

TABELA 04 ACIDENTES COM PRODUTOS PERIGOSOS (2004-2006) ....................................... 46

TABELA 05 CLASSES DOS PRODUTOS TRANSPORTADOS NA RODOVIA ................................. 48

TABELA 06 PRODUTOS TRANSPORTADOS POR MUNICPIO .................................................. 49

TABELA 07 VINTE PRODUTOS (ONU) MAIS TRANSPORTADOS NA RODOVIA ........................ 50

TABELA 08 IDADE DA FROTA ................................................................................................. 50

TABELA 09 FAIXA ETRIA DOS MOTORISTAS ........................................................................ 50

TABELA 10 TEMPO DE SERVIO NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS ..................... 51

TABELA 11 REPRESENTANTES DO GRAC ................................................................................ 85

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LISTA DE GRFICOS

GRFICO 01 PORCENTAGEM DAS CLASSES DE PRODUTOS PERIGOSOS TRANSPORTADOS

NAS RODOVIAS CATARINENSES ............................................................................................... 14

GRFICO 02 INFRAES NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS ................................ 15

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ANEXOS

ANEXO 01 DOCUMENTOS LEGAIS E NORMAS SOBRE PRODUTOS PERIGOSOS ................... 107

ANEXO 02 CLASSIFICAO DE RISCOS E RTULOS .............................................................. 109

ANEXO 03 SELEO E USO DE ROUPAS DE PROTEO QUMICA ....................................... 114

ANEXO 04 KITS PARA ATENDIMENTO DE ACIDENTES COM PRODUTOS PERIGOSOS .......... 118

ANEXO 05 RELATRIO DE ACIDENTE RODOVIRIO COM PRODUTOS PERIGOSOS (RAPP) .. 121

ANEXO 06 GUIAS DE EMERGNCIA DOS PRINCIPAIS PRODUTOS TRANSPORTADOS .......... 123

ANEXO 07 PLANILHA DE DETERMINAO DE RISCOS EM RODOVIAS ................................. 139

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABIQUIM - Associao Brasileira da Indstria Qumica

ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas

ALL - Amrica Latina Logstica

ANTT - Agncia Nacional de Transporte Terrestre

BRs - Smbolo das Rodovias Federais

CBMSC - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

CEPED - Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de So Paulo

CODESUL - Conselho de Desenvolvimento e Integrao Sul

CONTRAN - Conselho Nacional de Trnsito

CRQ - Conselho Regional de Qumica

CSQC - Conselho Sul Brasileiro de Qualidade de Combustveis

DEDC - Departamento Estadual de Defesa Civil

DEINFRA - Departamento Estadual de Infraestrutura

DENATRAN - Departamento Nacional de Trnsito

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

FATMA - Fundao do Meio Ambiente

GRAC - Grupo de Aes Coordenadas

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial

Km - Quilmetro

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul

MOPP - Movimentao de Produtos Perigosos

MT - Ministrio dos Transportes

ONU - Organizao das Naes Unidas

PP - Produtos Perigosos

PMA - Polcia Militar Ambiental

PMRv - Polcia Militar Rodoviria

PRF - Polcia Rodoviria Federal

RTPP - Regulamento para o Transporte de Produtos Perigosos

SC - Estado de Santa Catarina

SEDEC - Secretaria Nacional de Defesa Civil

SIG - Sistema de Informaes Geogrficas

TRPP - Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

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APRESENTAO

A elaborao dos PRAEs Planos Regionais de Atendimento Emergencial faz

parte do Projeto de Caracterizao das reas circunvizinhas das principais Rodovias e

Ferrovias utilizadas para o Transporte de Produtos Perigosos no Estado de Santa

Catarina.

O Projeto fruto de um convnio entre o Departamento Estadual de Defesa

Civil de Santa Catarina DEDC e o Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres CEPED da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, e est dentro

do Plano de Aperfeioamento da Defesa Civil Estadual mediante aes de pesquisa,

desenvolvimento de sistemas e capacitaes, visando melhores condies de vida e

seguridade a populao catarinense, assinado em 2007, com durao de 2 anos.

O objetivo geral do Projeto caracterizar as reas circunvizinhas das principais

Rodovias e Ferrovias utilizadas para o Transporte de Produtos Perigosos no Estado de

Santa Catarina, visando a elaborao de PRAEs Planos Regionais de Atendimento

Emergencial.

Elaborar o PRAE Plano Regional de Atendimento Emergencial para cada

regio previamente delimitada, de acordo com o levantamento das informaes sobre

os aspectos fsicos e antrpicos das principais rotas, um dos objetivos especficos.

A elaborao dos PRAEs, com todas as informaes necessrias para uma

resposta rpida e eficiente no Atendimento a Emergncias com Produtos Perigosos, foi

efetivada na medida em que os levantamentos oriundos de outros objetivos especficos

do projeto foram realizados. Dentre os objetivos esto a seleo das principais rotas do

Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos, com base nos dados das Operaes de

Controle do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos e ndices de acidentes, e a

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realizao de levantamento de informaes sobre os aspectos fsicos e antrpicos das

regies circunvizinhas das principais Rodovias e Ferrovias utilizadas para o Transporte

de Produtos Perigosos no Estado de Santa Catarina.

Foram elaborados 6 (seis) PRAEs, sendo 5 (cinco) rodovirios e 1(um)

ferrovirio, visando abranger todas as regies do Estado. Cada um deles contm a

identificao e avaliao dos riscos, anlise de vulnerabilidades, informaes e

procedimentos para resposta, entre outras.

1. INTRODUO

O desenvolvimento da sociedade humana levou ao aumento considervel da

produo de bens e alimentos, que necessitam de substncias qumicas para a sua

produo. Estas substncias, muitas vezes perigosas, so produzidas, transportadas e

manipuladas cada vez em maior volume, aumentando a possibilidade de ocorrer

acidentes que podem envolver no apenas quem trabalha com elas, mas oferecer

perigo sociedade e ao meio ambiente.

Segundo informaes da Associao Brasileira da Indstria Qumica -

ABIQUIM (2007), o Brasil importou, no primeiro semestre de 2007, mais de US$ 8,5

bilhes em produtos qumicos, na sua maioria considerado produto perigoso. Em

relao ao mesmo perodo de 2006, houve incremento de 39,9% nas importaes.

Estes dados fornecem uma ideia a respeito do aumento da importncia do setor e o

volume de produtos qumicos perigosos que circulam no Pas, sendo o transporte

rodovirio o modal mais utilizado para a movimentao desse setor. Tal aumento de

circulao tende a gerar novos desafios para as autoridades competentes no sentido

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de tentar minimizar, ao mximo, os riscos de acidentes com produtos perigosos,

independente do modal adotado para o transporte.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE (2007), a

indstria qumica participa com 3% do PIB nacional. O setor qumico ocupa a segunda

posio na matriz industrial brasileira, com 12,5% do PIB da indstria de

transformao, depois do setor de alimentos e bebidas, que detm 14,9% do total. Com

base nestes dados, natural considerar que o transporte de produtos qumicos deva

ser realizado com o mximo de segurana possvel, uma vez que podero ser

causados diversos tipos de problemas capazes de deteriorar o meio no qual estamos

inseridos.

Segundo a Agncia Nacional de Transportes terrestres ANTT (2008), o

transporte rodovirio constitui um importante meio de escoamento de cargas, sendo

responsvel por 61,10% do total de mercadorias transportadas, e o segundo meio de

transporte mais utilizado o ferrovirio, com cerca de 20,86% do total de cargas

movimentadas no pas. Entre essas cargas incluem-se produtos perigosos como lcool,

diesel, gasolina, gases, corrosivos, cidos, entre outros. Tendo em vista que as

condies das rodovias atualmente no so consideradas adequadas, o risco de

acidentes torna-se proporcionalmente maior. Desta forma, atuar na preveno e

preparao passa a ser uma das nicas opes para se tentar minimizar os problemas

quando da ocorrncia de acidentes com produtos perigosos.

Pela Resoluo n 555/94/CODESUL, os Governadores dos Estados Membros

do CODESUL, Mato Grosso do Sul, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,

passaram Defesa Civil de seus estados a responsabilidade do gerenciamento do

transporte rodovirio de produtos perigosos.

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No Estado de Santa Catarina, diversas instituies esto apresentando aes

voltadas para a preveno. Dentre elas, destaca-se a Defesa Civil do Estado de Santa

Catarina que vem atuando, incessantemente, desde o ano de 2003, na busca de

alternativas para minimizar os riscos de acidentes com produtos perigosos e tambm

no desenvolvimento de inteligncia capaz de orientar melhor suas aes relacionadas

preveno para todo e qualquer risco que possa, posteriormente, causar desastres

de qualquer natureza. O Departamento Estadual de Defesa Civil DEDC j

desenvolveu, em parceria com o CEPED/UFSC, um Banco de Dados sobre o

Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos, bem como vem realizando, juntamente

com outros rgos do Estado, Operaes de Controle do Transporte Rodovirio de

Produtos Perigosos. Estas aes visam monitorar o transporte dos produtos

considerados perigosos nas principais rodovias catarinenses e esto gerando dados

que norteiam outras iniciativas voltadas para as tomadas de decises das autoridades

competentes, assim como para o investimento em novas capacitaes e projetos de

pesquisa.

Cita-se como exemplo da relevncia de tais aes a constatao, por parte do

Departamento Estadual de Defesa Civil, que os produtos mais transportados nos cinco

anos compreendidos entre 2002 e 2006 foram da classe 3, lquidos inflamveis, com

47,59%, seguidos pela classe 2, gases, com 19,46%, e, em terceiro, a classe 8,

corrosivos, com 13,80%. Constatou-se tambm, que o principal corredor destes

produtos a BR-101.

A tabela a seguir o relatrio do Banco de Dados do DEDC referente

quantidade de produtos vistoriados em cada municpio, por classe (1 a 9), durante os 5

anos compreendidos entre 2002 e 2006, com respectivas porcentagens.

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TABELA 01 Classes de Risco por Municpio

Fonte: DEDC, 2007.

O grfico 01 ilustra as porcentagens das classes de risco dos produtos

perigosos transportados nas rodovias catarinenses abordados durante as Operaes

de Controle do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos, realizadas de 2002 a

2006.

GRFICO 01 Porcentagem das Classes de Produtos Perigosos Transportados nas

Rodovias Catarinenses

Fonte: MARGARIDA, 2008.

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9

PORCENTAGEM DAS CLASSES DE PRODUTOS

PERIGOSOS TRANSPORTADOS NAS RODOVIAS CATARINENSES

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Por outro lado, salienta-se que as Operaes de Controle do Transporte

Rodovirio de Produtos Perigosos, que inicialmente tinham aspecto mais educativo,

com orientaes aos motoristas, passaram nos ltimos anos a uma fiscalizao mais

efetiva, atravs da ampliao da aplicao de notificaes, como pode ser visualizado

no grfico abaixo. Entre as infraes mais cometidas esto: ausncia parcial dos EPIs1

e Equipamentos para Situaes de Emergncia2; Sinalizao do caminho, atravs de

Rtulos de Risco e Painis de Segurana, irregulares; e Envelopes de Segurana e

Fichas de Emergncia ultrapassados, fora do padro estabelecido pela NBR 7503/08.

GRFICO 02 Infraes no Transporte de Produtos Perigosos

Fonte: Setor de Estatstica da PMRv, 2007.

Devido ao trabalho eficaz de fiscalizao realizado, muitas empresas esto

regularizando seus caminhes e suas documentaes. Tais aes acabam refletindo

1 EPI Equipamento de Proteo Individual exigido para o transporte de produtos perigosos, so divididos em 11

grupos de acordo com o tipo de produto transportado, regulamentado pela NBR 9735/05.

2 Conjunto de equipamentos para Situao de Emergncia, so divididos em 5 grupos e regulamentados pela NBR

9735/05.

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em um trabalho importante para a preveno de acidentes. No entanto, ainda no

existem planos para o atendimento a acidentes com Produtos Perigosos visando a

preparao dos rgos de emergncia e da comunidade.

Um dos mecanismos de preveno e preparao no que diz respeito ao

transporte destes produtos a informao; buscar, por todos os meios possveis,

orientar os cidados como identificar um veculo transportando produtos perigosos;

conscientiz-los sobre os danos que esses produtos podem causar vida ou ao meio

ambiente quando transportados inadequadamente ou manipulados por pessoas

despreparadas; e esclarecer aos cidados que atitudes tomar quando trafegarem com

esses veculos em condies normais e na ocorrncia de desastres.

Cabe aos rgos responsveis pelo controle, fiscalizao e atendimento s

emergncias com produtos perigosos, estar cientes dos produtos transportados,

conhecer as caractersticas e perigos desses produtos e principalmente, conhecer as

regies por onde passam tais produtos, para que possam atuar com eficcia na

preveno, preparao e resposta aos acidentes envolvendo produtos perigosos.

Quanto mais rpida for a atuao das empresas transportadoras e dos rgos

competentes aps a ocorrncia de um evento acidental, menores sero as

consequncias do acidente. Partindo deste pressuposto, h a necessidade de uma

atuao coordenada e integrada; sendo assim, o presente documento apresenta-se

como instrumento essencial para o planejamento das aes de resposta a

emergncias.

So apresentadas nesse documento as atribuies de cada rgo durante a

resposta aos acidentes; a caracterizao ambiental da regio; dados referentes ao

transporte e tipos de produtos transportados; levantamento de reas vulnerveis;

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estrutura de atendimento; plano de chamada; procedimentos a serem adotados, entre

outros aspectos relevantes.

O Plano foi concebido para propiciar respostas rpidas e eficazes durante o

atendimento aos eventuais acidentes no transporte de produtos perigosos, razo pela

qual contempla toda a estrutura organizacional para resposta a estas situaes; o fluxo

de acionamento para desencadeamento das aes; recursos materiais disponveis

necessrios operacionalizao das aes.

1.1. Objetivo

Os Planos Regionais de Atendimento Emergencial PRAEs propostos tm

como objetivo prover um conjunto de diretrizes e informaes para a adoo de

procedimentos estruturados, de modo a assegurar uma resposta rpida e eficiente aos

acidentes decorrentes das operaes de transporte rodovirio de produtos perigosos,

atravs de aes que preservem a segurana dos usurios, populao lindeira,

equipes de atendimento, ecossistemas naturais (recursos hdricos, reas de

preservao, etc.) e patrimnio, submetidos situao de risco.

Para concretizao desse objetivo, visam ainda:

a. Integrao dos diversos rgos competentes para preveno, fiscalizao e

atendimento de emergncias;

b. Definio de cesso compatvel de recursos humanos e materiais a serem

empregados em situaes de acidentes de grandes propores, envolvendo

produtos perigosos;

c. Padronizar procedimentos de atendimento emergncias, com emprego rpido,

disciplinado e coordenado de todos os recursos disponveis;

d. Identificao, controle e extino das situaes emergenciais, no menor espao

de tempo possvel;

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e. Evitar ou pelo menos minimizar os impactos negativos dos acidentes e

respectivas consequncias ao meio ambiente, sade e segurana pblica.

1.2. Metodologia

Para o desenvolvimento dos PRAEs, para Acidentes com Produtos Perigosos

durante o transporte rodovirio, foram adotados critrios para que os principais

elementos ambientais vulnerveis fossem identificados, assim como os locais que

apresentam risco eminente, no sentido de proporcionar o mximo de eficincia ao

Plano, especialmente no que diz respeito identificao e dimensionamento dos

recursos humanos e logsticos necessrios ao seu adequado funcionamento.

Para tanto, realizou-se uma sinttica anlise dos riscos existentes, pela

interpretao dos acidentes j ocorridos e intensidade do fluxo do trfego geral e de

produtos perigosos, sendo selecionadas 5 (cinco) rotas rodovirias para a elaborao

de 5 (cinco) PRAEs, onde foram destacados os elementos fsicos, biticos e antrpicos

a proteger nesses trechos, confrontados com os produtos perigosos que transitam com

mais frequncia nessas rodovias.

Definidos os trechos de maior risco, com base no fluxo e ndice de acidentes,

projetou-se de forma sinttica o provvel alcance das possveis interferncias que

ocorrero em caso de acidentes, tomando-se como base os produtos perigosos mais

frequentemente transportados ao longo de cada rodovia, dados levantados durante as

Operaes de Controle do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos e que foram

armazenados no Banco de Dados do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos em

Santa Catarina, criado em 2003, a partir de convnio entre DEDC e CEPED.

A partir do levantamento de informaes sobre os aspectos fsicos e antrpicos

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das regies circunvizinhas das principais rodovias utilizadas para o transporte de

produtos perigosos no Estado de Santa Catarina, obtidas atravs de pesquisas

bibliogrficas, pesquisas na internet e solicitao de informaes junto aos rgos

competentes, foram realizadas sadas de campo para georreferenciamento, onde foram

percorridos os trechos selecionados, visando identificar e georreferenciar os pontos

importantes.

Hoje, as tcnicas modernas de computao permitem cada vez mais a

possibilidade de levantar em detalhes os pontos crticos de uma rodovia em tempo real,

isto , passando in situ pela mesma e, naquele momento, marcando esses pontos em

coordenadas geogrficas (georreferenciadas). Tem-se denominado o produto assim

desenvolvido como Rotogramas de Riscos do trecho percorrido da Rodovia. Como

produto destes levantamentos em campo das rotas, com a caracterizao de pontos

vulnerveis de transporte, foram confeccionados 5 Rotogramas de Riscos dos trechos

percorridos das Rodovias selecionadas para a confeco dos PRAEs.

Os Rotogramas de Riscos foram representados esquematicamente atravs de

Plantas Unifilares ou Retigrficas, que uma forma de exposio esquemtica de

informao espacial sobre o segmento. As Plantas Retigrficas foram construdas de

km em km, onde, a cada quilmetro, so associadas as caractersticas biofsicas.

Os levantamentos de campo, para estudo e coleta de informaes sobre os

trechos selecionados, incluram toda rea lindeira e de influncia, que abrangeu desde

as informaes relacionadas via, at a infraestrutura viria e de apoio, incluindo a

obteno de dados sobre as comunidades populacionais, o meio ambiente (fsico,

bitico e antrpico), as estruturas de atendimento, a infraestrutura de sade regional,

comrcio e indstria lindeiros, alm da determinao de segmentos e pontos crticos

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referentes ao trfego da via.

A caracterizao ambiental incluiu a identificao das unidades de

conservao, as microbacias de drenagem, as lagoas, reas de uso agrcola, bem

como as comunidades populacionais, reas consideradas vulnerveis ocorrncia de

acidentes.

Foram identificados e listados, segundo informaes cedidas pelos rgos de

resposta, os recursos humanos e materiais existentes no Estado. Entre as medidas

preventivas foi apresentada a estrutura necessria para dar uma resposta adequada s

emergncias dessa natureza.

possvel detalhar os recursos necessrios s estruturas de atendimento

utilizando raios de alcance para atendimentos de primeira resposta e resposta

especializada. Alm dessas duas modalidades de resposta, h tambm um terceiro tipo

de resposta, empregado em localidades prximas de rios, lagos e do litoral do Estado,

sendo que os profissionais que atuam neste tipo de ocorrncia devem contar com

equipamento prprio para operaes aquticas, de maneira a evitar a contaminao

dessas guas.

Muitas emergncias envolvendo o transporte de produtos perigosos atendidas

pelas agncias de resposta (polcia, bombeiros, defesa civil, sade, companhia eltrica,

DEINFRA, etc.), mesmo que no caracterizem desastres, exigem que diferentes

rgos, jurisdies, equipes e competncias compartilhem simultaneamente o mesmo

espao fsico, as mesmas informaes, os mesmos recursos e os mesmos objetivos.

Isto ocorre em acidentes que exigem dos envolvidos uma postura organizacional no

rotineira para se relacionar entre si e com a sociedade.

Nestas ocasies, rotineiramente, as organizaes atuam na emergncia em

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operaes isoladas, sem compartilhar informaes, recursos, planos nem objetivos.

Ocorre um gerenciamento em que cada rgo possui a sua prpria estrutura

individualizada e verticalizada de informaes e recursos, perdendo eficincia e

eficcia.

Porm, se estas operaes forem tratadas como um todo, com uma estrutura

capaz de administrar a situao de forma global (planejar, organizar, dirigir e controlar),

sem perda da autonomia das agncias, mas com o compartilhamento de informaes,

recursos e objetivos, elas ocorrero com maior eficincia e eficcia.

Por isso, os PRAEs foram estruturados com base no Sistema de Comando em

Operaes - SCO. Este sistema baseado no Incident Command System, criado na

dcada de 70 nos EUA e aperfeioado desde ento. Por ser considerado um dos mais

eficientes no mundo, ele se propagou por muitos pases, sendo pesquisado em SC h

uns dez anos. A sua verso catarinense, o SCO, est perfeitamente adaptado para a

nossa realidade brasileira e est sendo adotada por outros estados, pela defesa civil

nacional e mesmo empresas privadas.

Com um sistema pr-definido, conhecido, treinado e aceito por aqueles que

efetivamente trabalham em emergncias, h uma estrutura organizacional e um

conjunto de padres e princpios que vo funcionar para integrar os envolvidos na

operao. A principal qualidade deste sistema sua abordagem sistmica

contingencial, que o torna flexvel e permite o seu uso por qualquer tipo de agncia

(polcia, bombeiro, defesa civil, sade, porto, etc) e de qualquer tamanho (pequena

mdia e grande).

Neste documento o SCO ser abordado, para que as equipes de resposta

possam conhecer este sistema, podendo ao mesmo tempo dissemin-lo, utiliz-lo em

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suas prprias emergncias e colaborar em emergncias com o envolvimento de

mltiplas agncias.

1.3. Seleo das Principais Rotas

Para definir as principais rotas do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos

no Estado de Santa Catarina, foram utilizados 02 (dois) critrios de seleo:

A) Fluxo de veculos transportando Produtos Perigosos; e

B) ndice de acidentes envolvendo veculos transportadores de Produtos

Perigosos.

Levando em conta a mdia de veculos por hora e total de veculos

transportando produtos perigosos, dados levantados pelo Departamento de

Infraestrutura DEINFRA, durante as Operaes de Controle do Transporte Rodovirio

de Produtos Perigosos, pode-se traar os locais com o maior fluxo de veculos

transportando esses produtos.

O ndice de acidentes nessa modalidade de transporte tambm serviu de

parmetro para definio das principais rotas. Os dados dos acidentes foram obtidos

junto Polcia Rodoviria Federal - PRF e Polcia Militar Rodoviria PMRv, e atravs

desses dados verificou-se os locais com maior ndice de acidentes com Produtos

Perigosos.

Depois de analisados os critrios acima foram selecionadas 05 (cinco) rodovias

federais que abrangem 05 (cinco) regies do Estado para elaborao dos 05 (cinco)

PRAEs rodovirios.

Dentre as rodovias federais, foram selecionadas a BR-101 trecho Norte e BR

470, devido ao alto fluxo de veculos, incluindo o transporte de produtos perigosos, e

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elevado ndice de acidentes.

A opo de se elaborar o PRAE apenas para o trecho Norte da BR-101, entre

Palhoa e Garuva, foi em decorrncia de que o trecho Sul, atualmente em processo de

duplicao, dificulta e torna arriscados os levantamentos de campo. Saliente-se ainda

que a rodovia ter a sua dinmica modificada e um estudo neste momento no

espelhar a realidade aps a finalizao das obras. Existe ainda em andamento um

Projeto de Potencializao do Trecho Sul da BR-101 para Atendimento a Acidentes

com Produtos Perigosos, que prev um convnio entre o Departamento Estadual de

Defesa Civil de Santa Catarina e o DNIT, no valor de aproximadamente 10 milhes.

Enquanto o ano de 2004 apresentou o maior nmero de veculos transportando

produtos perigosos, com 81 veculos em mdia, nas rodovias catarinenses, no perodo

e horrio das Operaes PP, o ano de 2006 apresentou o maior volume mdio, com

637 veculos por hora. Por outro lado, o maior percentual de veculos transportando

produtos perigosos em relao ao volume total de veculos foi detectado na BR-101,

sendo 2,7% no municpio de Palhoa e 2,6% em Garuva, ocorrendo o mesmo nos

demais anos da pesquisa.

No ano de 2004, de acordo com o levantamento efetuado, ocorreram 71

acidentes envolvendo o transporte rodovirio de produtos perigosos nas rodovias

federais, sendo 46 ocorrncias na BR-101 e 11 na BR-470; e nas rodovias estaduais,

ocorreram 17 acidentes, variando entre 1 e 2 em 13 rodovias, sem destaque para

qualquer uma delas.

As outras rodovias federais selecionadas foram: a BR-280, pelo elevado fluxo

de veculos e de transporte de produtos perigosos; a BR-116, que apesar de ser uma

rodovia de menor fluxo, apresenta elevada porcentagem de veculos transportando

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produtos perigosos, com ocorrncia de acidentes; e, por ltimo, para que os PRAEs

abarcassem todas as regies de Santa Catarina, foi selecionada a BR-282, trecho

entre So Miguel dOeste e Campos Novos, abrangendo dessa forma o oeste do

Estado. O trecho da BR-282 que compreende o Leste do Estado ser contemplado

pelo PRAE da BR-470. Na BR-282, ocorreram 4 acidentes, em 2004, e outros 4, em

2005.

A opo por trabalhar com rodovias federais foi feita aps anlise do

levantamento da situao do transporte e da incidncia de acidentes ocorridos

envolvendo produtos perigosos em Santa Catarina. Por outro lado, fcil constatar que

o trfego mais intenso nessas rodovias, e no s em Santa Catarina, mas tambm no

Sudeste (So Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Esprito Santo), Nordeste (Bahia),

e Sul (Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), que compem o chamado

Corredor MERCOSUL, devido ao fato de que as rodovias arteriais suportam trfegos

pesados de insumos produzidos e recebidos nas indstrias, refinarias, e terminais

porturios, em funo do desenvolvimento socioeconmico e do consequente

incremento das exportaes e importaes observado nessas regies.

Somando-se aos 05 (cinco) PRAEs rodovirios, elaborou-se 1 (um) PRAE

ferrovirio que abrange os trechos So Francisco do Sul Mafra e Mafra Rio Grande

do Sul (via Lages), corredor utilizado no transporte de gros, madeira, derivados do

petrleo, lcool e carga geral. Foi no trecho de Mafra que ocorreu o maior acidente, no

Estado de Santa Catarina, envolvendo o transporte de produto perigoso no modal

ferrovirio, em 2004, onde vazou 60.000 litros de leo diesel, que ocasionou a

interrupo no abastecimento de gua na regio e envolveu rgos dos Estados de

Santa Catarina e Paran. A concesso da ferrovia pertence Empresa ALL Amrica

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Latina Logstica.

1.4. rea de Abrangncia e Influncia

O Brasil um pas continental no que se refere s distncias, cortado por

centenas de milhares de quilmetros de rodovias. Possui 1.670.194 km de rodovias,

destas 53% no sul e sudeste, 25% no nordeste e 14% no centro oeste (MT, 2001).

A regio sul do Brasil composta por trs estados: Paran, Santa Catarina e

Rio Grande do Sul. O Estado de Santa Catarina est situado entre os paralelos 25 57'

18 e 29 21' 07 de latitude Sul e entre os meridianos 48 19' 35 e 53 50' 12 de

longitude Oeste de Greenwich. Compreende uma rea de 95.442,9 km,

correspondente a 16,54% da rea da Regio Sul e 1,12% da rea do Brasil

(SDE/DEGE/GERES, 2001). Alm das estradas municipais, so 2.606 quilmetros de

rodovias federais, e 6 mil quilmetros de rodovias estaduais (SIE, 2006).

Dentro do continente sul-americano, o Estado de Santa Catarina situa-se no

centro geogrfico da regio mais industrializada, com a mais alta renda e maior

mercado consumidor cerca de 100 milhes de habitantes. Num raio de 1.500 km, a

partir de Florianpolis, esto situados Braslia, So Paulo, Rio de Janeiro, Belo

Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, alm das cidades dos pases do MERCOSUL

(SDE/DEGE/GERES, 2001).

A Figura 01 apresenta a localizao do Estado de Santa Catarina no Brasil e

no continente sul-americano.

http://www.sie.sc.gov.br/

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FIGURA 01 Localizao do Estado de Santa Catarina

Fonte: http://www.spg.sc.gov.br/menu/cartografia/arquivos/atlas/

Os PRAEs isolados tm abrangncia regional e juntos tem cobertura estadual,

compreendendo o atendimento a acidentes no transporte de produtos perigosos nas

principais rodovias federais que cortam o Estado de Santa Catarina de norte a sul e de

leste a oeste, e na ferrovia que inicia no porto de So Francisco do Sul, no norte do

Estado, e vai at o estado vizinho Rio Grande do Sul.

A Figura 02, apresentada a seguir, ilustra a localizao das rodovias federais

no Estado de Santa Catarina.

http://www.spg.sc.gov.br/menu/cartografia/arquivos/atlas/

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FIGURA 02 Mapa das Rodovias Federais no Estado de Santa Catarina

Fonte: DNIT, 2007.

Dentre as rodovias federais contempladas nos PRAEs, a BR-101 e a BR-116

cortam o Estado de Norte a Sul, a BR-101 pelo litoral e a BR-116 no meio oeste. A BR-

280 corta o Estado de leste a oeste no extremo norte, a BR-470 corta de leste a oeste

no interior do Estado e a 282 corta o estado do extremo oeste at o litoral, sendo

contemplado o trecho oeste.

Para a definio da rea de influncia, onde se manifestam as aes

impactantes referentes ao transporte de produtos perigosos, tomou-se como referncia

a rea de toda a faixa de domnio das rodovias selecionadas, que corresponde a rea

de influncia direta, somado ainda a uma extenso dessa rea, que corresponde a

rea de influncia indireta, devido a possibilidade de espalhamento dos produtos

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perigosos e incndios ou, de acordo com a vazo dos rios, atingindo no s os

ecossistemas hdricos, como tambm os terrestres, o que comprometeria as

populaes lindeiras, as reas dos trechos a jusantes das bacias hidrogrficas (rios e

lagoas) ou reas florestais e de preservao na passagem da rodovia.

A rea de influncia indireta corresponde rea territorial dos municpios

lindeiros s rodovias selecionadas dentro do Estado de Santa Catarina. As cinco

rodovias federais contempladas com a elaborao dos PRAEs foram: BR-101, BR-116,

BR-470, BR-280 e BR-282. As Operaes de Controle do Transporte Rodovirio de

Produtos Perigosos ocorrem nas rodovias federais listadas acima, principalmente nas

entradas e sadas do Estado.

Observam-se abaixo as rodovias federais e os municpios favorecidos,

conforme informaes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

(DNIT):

RODOVIA MUNCPIOS

BR-101 trecho Norte

Garuva, Joinville, Araquari, Barra Velha, Piarras, Penha, Navegantes, Itaja, Balnerio Cambori, Itapema, Porto Belo, Tijucas, Biguau e So Jos.

BR-116 Mafra, Itaipolis, Papanduvas, Monte Castelo, Santa Ceclia, Ponte Alta do Norte, So Cristvo do Sul, Ponte Alta, Correia Pinto, Lages e Capo Alto.

BR-470 Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau, Indaial, Rodeio, Ascurra, Apina, Ibirama, Lontras, Rio do Sul, Agronmica, Trombudo Central, Pouso Redondo, Ponte Alta, So Cristvo, Curitibanos, Brunpolis e Campos Novos.

BR-280 So Francisco do Sul, Araquari, Guaramirim, Jaragu do Sul, Corup, So Bento do Sul, Rio Negrinho, Mafra, Trs Barras, Canoinhas, Irinepolis e Porto Unio.

BR-9282 Trecho Oeste

Campos Novos, Erval Velho, Herval do Oeste, Joaaba, Catanduvas, Vargem Bonita, Irani, Ponte Serrada, Vargeo, Faxinal dos Guedes, Xanxer, Xaxim, Cordilheira Alta, Chapec, Nova Itaberaba, Nova Erechim, Pinhalzinho, Saudades, Cunha Por, Maravilha, Iraceminha, Descanso e So Miguel do Oeste.

OBS: Nos 16 municpios em negrito foram realizadas Operaes de Controle do

Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos.

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Nos casos em que o desastre ocorrer fora do Estado, mas em funo da

extenso do acidente gerado possa repercutir na rea de abrangncia, com

probabilidade de impacto ambiental ou de risco iminente s comunidades prximas,

estes planos tambm podero ser acionados.

2. CARACTERIZAO AMBIENTAL DA RODOVIA

A rodovia BR-101, tambm denominada translitornea, uma rodovia federal

longitudinal do Brasil. Seu ponto inicial est localizado na cidade de Touros (RN), e o

final em So Jos do Norte (RS). Atravessa os estados do Rio Grande do Norte,

Paraba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Esprito Santo, Rio de Janeiro, So

Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A rodovia apresenta trfego intenso, devido as suas condies de eixo virio

principal, que percorre o litoral sul do Brasil, no sentido longitudinal, entre Curitiba e

Porto Alegre, passando por dentro das principais regies metropolitanas do sul

Curitiba, Joinville, Florianpolis e Porto Alegre. Alm disso, desempenha relevante

papel na integrao viria do MERCOSUL e conexes para as regies Sudeste e

Centro-Oeste.

A BR-101 corta o Estado de Santa Catarina de Norte a Sul, do Municpio de

Passo de Torres, no sul, at Garuva, no extremo norte, cortando ao todo 31 municpios

catarinenses. Em 7 desses municpios so realizadas Operaes de Controle do

Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos, previstas no Programa Estadual de

Controle do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos.

A BR-101 trecho Norte, inicia na divisa com o Estado do Paran (km 0) e vai

at Palhoa (km 218,5) entroncamento com a BR-282, apresentando pista duplicada

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovias_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_Longitudinalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Touroshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Nortehttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jos%C3%A9_do_Nortehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Nortehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Para%C3%ADbahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambucohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alagoashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sergipehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bahiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_Santo_(estado)http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paran%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul

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em boas condies.

As caractersticas ambientais da BR-101 trecho Norte so coincidentes com

as caractersticas encontradas para o litoral catarinense, pois a mesma atravessa o

Estado s margens do Oceano Atlntico.

2.1. Climatologia

A caracterizao do clima tem como objetivo subsidiar as condies ambientais

na parte de risco de acidentes para o Plano Regional de Atendimento Emergencial da

rodovia.

O Litoral Catarinense apresenta as caractersticas climticas inerentes ao litoral

sul brasileiro. As estaes do ano so bem caracterizadas, vero e inverno bem

definidos, sendo o outono e primavera de caractersticas semelhantes. A precipitao

bastante significativa e bem distribuda durante o ano. No existe uma estao seca,

sendo o vero geralmente a estao que apresenta o maior ndice pluviomtrico.

Elevadas precipitaes ocorrem de janeiro a maro, com mdia de 170 mm mensais.

Os valores mais baixos ocorrem de junho a agosto.

Segundo a classificao de climtica de Kppen-Geiger3, o litoral catarinense

enquadrado como Cfa: C Clima mesotrmico; temperatura mdia do ar dos 3 meses

mais frios compreendidas entre -3C e 18C e temperatura mdia do ms mais quente

> 10C; estaes de vero e inverno bem definidas. f Clima mido; ocorrncia de

precipitao em todos os meses do ano e inexistncia de estao seca definida. a

Vero quente.

3 A classificao climtica de Kppen, o sistema de classificao global dos tipos climticos mais utilizada em

geografia, climatologia e ecologia.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Climahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geografiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Climatologia

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A umidade relativa do ar alta e sua mdia anual 82%. A insolao

apresenta o valor mdio anual de 2.025,6 horas, representando 46% do total possvel,

o que permite dizer que mais da metade do ano o sol permanece encoberto. As taxas

mdias anuais de evaporao so de 1.019 mm.

Na tabela 01 so apresentados dados das mdias das temperaturas e

precipitao no decorrer do ano.

TABELA 02 Mdias e Registros Mensais de Temperatura e Pluviosidade

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mximas 28C 28C 27C 25C 23C 21C 20C 21C 21C 23C 24C 26C

Mnimas 21C 22C 21C 18C 16C 13C 13C 14C 15C 17C 18C 20C

Mdia 24C 25C 24C 22C 18C 17C 16C 17C 18C 19C 22C 23C

Precipitao 175mm 198mm 185mm 97mm 97mm 76mm 94mm 91mm 127mm 127mm 130mm 147mm

Fonte: Guia Catarinense, 2009.

2.2. Recursos Hdricos

A rede hidrogrfica do Estado de Santa Catarina constituda por dois

sistemas independentes de drenagem: Sistema Integrado da Vertente do Interior,

comandado pela bacia Paran-Uruguai, e o Sistema da Vertente Atlntica, formado por

um conjunto de bacias isoladas. A Serra Geral (mais ao sul do Estado) divide as guas

que drenam para o Rio Uruguai e as que se dirigem para Leste, desaguando

diretamente no Oceano Atlntico. Ao norte, as vertentes atlntica e do interior so

divididas pela Serra do Mar.

O sistema de drenagem da Vertente do Atlntico compreende uma rea de

aproximadamente 35.298 km2, ou seja 37% da rea total do Estado.

No Litoral Norte e Grande Florianpolis, a BR-101 atravessa as bacias do Rio

Cubato (do norte), com 472 km2; Rio Itaja, com rea aproximada de 15.500 km2; Rio

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Itapoc, com 2.930 km2; Rio Tijucas e Rio Biguau. Dentre estas bacias a rodovia corta

aproximadamente quinze corpos hdricos principais. Alm disso, estima-se que

aproximadamente 41% da rodovia neste trecho encontra-se em reas muito prximas

do mar.

2.3. Vegetao

A vegetao o conjunto dos vegetais nativos de uma regio, podendo variar

de acordo com o relevo, com o clima e com o tipo de solo nele existente. No litoral

catarinense possvel encontrar dois tipos de vegetaes caractersticas: Mata

Atlntica (Floresta Ombrofila Densa de Montana) e Vegetao Litornea (reas de

Formaes Pioneiras de Influencia Fluvio).

As Florestas Atlnticas apresentam rvores com folhas largas perenes. H

grande diversidade de epfitas, como bromlias e orqudeas. O nome "Mata Atlntica"

define bem e resumidamente esta floresta, assinalando a importncia do oceano

atlntico na sua formao alm de marcar um bom referencial de sua distribuio.

Os manguezais constituem parte tpica da Vegetao Litornea intertropical,

situadas em partes planas, inundveis na mar alta e emersas na baixa mar,

acompanhando as margens das baas e desembocaduras de rios. Nas reas mais

secas prximas aos manguezais, encontra-se comumente numa faixa de transio

para a vegetao de restinga ou de Mata Atlntica.

H ainda outra formao vegetal caracterstica da regio: so as chamadas

Matas Ciliares. Esse tipo de vegetao encontrado ao longo de rios, principalmente

prximo s cabeceiras. Essas matas so preservadas por lei federal (Cdigo Florestal).

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33 |P g i n a

2.4. Trechos Vulnerveis

Alguns trechos das rodovias merecem preocupaes especiais no que se

refere ao transporte de produtos perigosos, por apresentarem situaes que podem

provocar repercusses ambientais ou maior probabilidade de ocorrncia de acidentes.

So crticos os trechos que, por condies inevitveis de traado, passam por

reas mais sensveis aos impactos de um acidente com produtos perigosos, como

reas urbanizadas, mananciais ou reas de preservao ambiental, ou ainda aqueles

trechos que, por suas caractersticas geomtricas, podem oferecer uma maior

probabilidade de acidentes.

Os trechos que transpem mananciais de ncleos urbanos, cursos de gua,

lagoas, banhados e mangues; que atravessam ou tangenciam reas de proteo

ambiental; que atravessam reas urbanizadas; trechos sinuosos e encostas ngremes;

so pontos que merecem cuidados especiais por apresentarem maiores riscos de

danos em caso de acidentes.

Os trechos vulnerveis foram levantados atravs de um Rotograma de Riscos.

Para confeco do Rotograma de Riscos da BR-101/Norte foi percorrido o trecho da

rodovia de carro, nos dois sentidos, marcando os pontos com coordenadas geogrficas

(georreferenciadas) e os quilmetros de 1 em 1 km.

A planilha completa com a descrio dos pontos e sua localizao est no final

do documento, em ANEXO. Os pontos levantados foram:

reas de preservao ambiental

As reas de proteo ambiental, transpostas por trechos da rodovia, so

ameaadas por acidentes envolvendo produtos perigosos, uma vez que tais situaes

geralmente resultam em derramamentos, incndios ou exploses.

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34 |P g i n a

Tais reas possuem valor importante em virtude de seus recursos hdricos,

paisagem, fauna e flora.

No trecho norte da BR-101, entre a Grande Florianpolis e a divisa com o

Paran, a rodovia no corta nenhuma rea de preservao ambiental, mas nas suas

margens esto presentes alguns cultivos, principalmente de arroz e reas de

reflorestamento (Pinus e Eucalipto).

Corpos hdricos

Os trechos que transpem mananciais de ncleos urbanos, cursos de gua,

lagoas, banhados e mangues so considerados crticos devido aos maiores impactos

dos acidentes nesses pontos.

Tais trechos merecem especial ateno devido s possibilidades de

contaminao por produtos perigosos dos corpos hdricos utilizados para

abastecimento dos ncleos urbanos, e ainda devido aos prejuzos causados para o

exerccio de atividades pesqueiras que constituem fonte expressiva de recursos para

as populaes que tm nessa atividade a principal fonte de renda.

Contaminantes em corpos hdricos disseminam e propagam poluentes, levando

a infiltraes que contaminam, alm de corpos hdricos, o solo e lenol fretico,

podendo desaguar no mar.

No trecho norte da BR-101 esto presentes muitas pontes, que caracterizam a

transposio de corpos hdricos, e em alguns trechos a rodovia segue prximo ao

litoral.

Relevo

No que se refere ao relevo importante considerar as regies onde existem

rampas acentuadas, encostas ngremes e trechos sinuosos, devido s peculiaridades

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35 |P g i n a

dessas formaes em trechos da rodovia, por apresentarem maiores riscos de

acidentes.

Alguns pontos da rodovia so caracterizados por encostas passveis de

deslizamentos de terra, o que, no caso de fortes chuvas, causam interrupes na via e

ainda acidentes com veculos.

No trecho norte da BR-101 existem algumas curvas acentuadas e diversos

pontos com encostas ngremes onde h o risco de deslizamentos ou queda de blocos.

Possui tambm um tnel no Morro do Boi, no sentido Sul/Norte, que tambm um

ponto crtico na ocorrncia de acidente com produto perigoso, provocando a

concentrao do produto em um eventual vazamento e dificuldade de fuga.

Estocagem de Produtos Perigosos

Pontos de estocagem e de fabricao de produtos perigosos so de alto risco

pelo grande volume de produtos perigosos que geralmente so armazenados, o que

potencializa o risco na ocorrncia de um eventual acidente.

muito comum a localizao de postos de combustveis junto s rodovias, que

servem tambm como paradas para descanso e refeio, pois muitos restaurantes so

anexos aos postos. Alm do risco devido a estocagem de produtos perigosos, muitos

veculos transportando produto perigoso utilizam seus ptios para estacionamento.

Ao longo do trecho norte da BR-101 foram levantados 31 postos de

combustvel no trecho sentido sul/norte, de Florianpolis a Garuva, e 25 postos de

combustvel no trecho sentido norte/sul, de Garuva a Florianpolis, totalizando 56

postos de combustvel.

reas urbanizadas

Do ponto de vista de acidentes com produtos perigosos as travessias de reas

urbanas densamente ocupadas representam situaes complexas, pelas

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36 |P g i n a

consequncias possveis sobre a populao residente ou de passagem, destacando-se

determinadas cargas, como o cloro e seus derivados diretos, por seu alto grau de

letalidade.

A ocupao do solo prximo s faixas de rolagem de ruas e avenidas, fato

comum em reas urbanas, aumenta consideravelmente a gravidade dos acidentes pela

proximidade de exposio da populao. Esses fatores, associados dificuldade de

deslocamento em determinados horrios e, em consequncia, demora nas aes de

resposta, contribuem significativamente para a possibilidade de contaminao de um

nmero elevado de pessoas.

A limitao da largura da faixa de domnio, como decorrncia da prpria

ocupao urbana, aumenta a gravidade dos acidentes pelo pronto impacto sobre a

populao lindeira e suas atividades.

Aliado a isto, os derramamentos de lquido em superfcies pavimentadas

dificultam, ou mesmo impedem a absoro pelos solos, fazendo com que os produtos

escoem para o ambiente prximo ao local do sinistro, fazendo crescer de forma

significativa as oportunidades de contaminao de pessoas que vivem em

comunidades marginais s estradas.

2.5. Planta Retigrfica

O Rotograma de Riscos foi representado esquematicamente atravs de uma

Planta Retigrfica, que uma forma de exposio esquemtica de informao espacial

sobre o segmento. A seguir, apresentada a Planta Retigrfica da BR-101/Norte com a

seguinte legenda de reas urbanizadas:

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37 |P g i n a

Regio densamente urbanizada

Regio medianamente urbanizada

Regio com pouca ou nenhuma ocupao urbana

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Legenda Planta Retigrfica BR-101/Norte

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3. DADOS DO TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

O Departamento Estadual de Defesa Civil, em parceria com diversos rgos

(PRF, PMRv, FATMA, CRQ, CSQC, PMA, BMSC, DEINFRA, Vigilncia Sanitria,

CEPED, etc.), realiza Operaes de Controle do Transporte Rodovirio de Produtos

Perigosos, previstas no Programa Estadual de Controle do Transporte Rodovirio de

Produtos Perigosos.

As Operaes geram uma quantidade de informaes que tm importncia e

valor estratgico. Isso significa que a informao deve ser tratada como um elemento

de gesto de risco, estratgia e planejamento organizacional/institucional.

A Defesa Civil preenche uma ficha de pesquisa durante as operaes, que

posteriormente inserida no Banco de Dados sobre o Transporte Rodovirio de Produtos

Perigosos no Estado de Santa Catarina.

Com exceo do resumo das Contagens de Trfego e dados de acidentes,

apresentados a seguir, os demais dados foram extrados de relatrios do Banco de

Dados.

3.1. Contagens de Trfego

Durante as Operaes de Controle do Transporte Rodovirio de Produtos

Perigosos o DEINFRA realiza a contagem de trfego, levantando o fluxo de veculos e

a quantidade de veculos transportando produto perigoso que passaram na rodovia no

horrio das Operaes, realizadas sempre das 9:00h s 12:00h e das 13:00h s

16:00h.

Na tabela 03 apresentado um resumo das contagens de trfego, com

levantamento da mdia de veculos por hora e nmero de veculos transportando PP.

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45 |P g i n a

TABELA 03 Resumo Contagens de Trfego (2001 2008)

Resumo Contagens de Trfego BR 101/Norte (2001 2008)

DATA MUNICPIO RODOVIA KM MDIA (V/H) PP PP (%)

08/05/01 Garuva BR 101 10 404 111 3,9

18/04/02 Garuva BR 101 10 476 99 3,0

15/05/03 Itapema BR 101 143 814 85 1,5

10/06/03 Garuva BR 101 10 439 46 3,5

09/09/03 Itapema BR 101 143 1.677 176 1,5

06/11/03 Garuva BR 101 10 528 145 4,6

24/03/04 Garuva BR 101 10 552 92 2,8

17/08/04 Barra Velha BR 101 82 1.222 215 2,5

31/08/04 Itapema BR 101 143 1.002 39 1,9

01/09/04 Itapema BR 101 143 972 121 1,8

11/11/04 Garuva BR 101 10 572 84 2,9

30/03/05 Garuva BR 101 10 544 79 2,4

24/08/05 Itapema BR 101 143 919 63 1,1

27/09/05 Itapema BR 101 143 967 102 1,8

19/10/05 Barra Velha BR 101 82 636 116 3,0

29/03/06 Joinville BR 101 26 650 101 2,6

10/10/06 Barra Velha BR 101 82 1344 181 2,2

21/03/07 Joinville BR 101 26 757 97 2,1

27/03/08 Joinville BR 101 26 840 121 2,4

21/10/08 Barra Velha BR 101 82 1.495 225 2,5

TOTAL/ MDIA 840 115 2,5 Fonte: DEINFRA, 2009.

A ltima coluna da tabela apresenta a porcentagem de veculos transportando

produto perigoso em relao ao nmero total de veculos levantados durante as

contagens de trfego, e a ltima linha o volume mdio da BR-101/Norte, com

quantidade mdia de veculos transportando PP e porcentagem mdia de PP.

3.2. Acidentes com Produtos Perigosos

Os acidentes no transporte rodovirio de produtos perigosos adquirem uma

importncia especial, uma vez que a intensidade de risco est associada

periculosidade do produto transportado. Esses acidentes podem ter consequncias

catastrficas, sobretudo diante da proximidade de cidades e de populaes lindeiras s

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46 |P g i n a

principais rodovias.

Estatsticas sobre acidentes so essenciais para fundamentar anlises,

proporcionando uma melhor qualidade nas aes de planejamento, que tenham como

proposta a diminuio dos ndices apresentados.

Na tabela 04 encontram-se dados sobre a ocorrncia de acidentes na BR

101/Norte. Foram selecionados os campos delegacia, km, data, envolvidos, tipo de

acidente, causa presumvel, mortos e nmero da ONU do produto perigoso para serem

apresentados em virtude da extenso da tabela. A tabela original continha outros

campos como nmero do boletim de ocorrncia, tempo (clima), tipos de veculos,

tempo do motorista ao volante, etc.

TABELA 04 Acidentes com Produtos Perigosos (2004-2006)

Acidentes com Produtos Perigosos na BR 101/Norte (2004-2006)

DEL

EGA

CIA

KM

DA

TA

HO

RA

ENV

OLV

IDO

S

TIP

O D

E A

CID

ENTE

CA

USA

PR

ESU

MV

EL

MO

RTO

S

N

MER

O D

A

ON

U

1 206.0 7/4/2004 07:30:00 3 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1075

1 192.8 13/5/2004 15:20:00 4 COL TRASEIRA DORMINDO 0 1075

3 102.8 22/5/2004 09:50:00 1 CAPOTAMENTO

DEFEITO MECNICO

0 1999

1 205.0 26/5/2004 18:20:00 9 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1203

1 138.1 29/6/2004 03:45:00 1 SADA DE PISTA OUTRAS CAUSAS

0 1075

1 157.2 7/7/2004 05:50:00 1 OUTROS FALTA DE ATENO

0 1263

3 111.6 15/7/2004 17:45:00 5 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1203

3 010.0 17/7/2004 07:00:00 4 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1230

1 142.1 3/8/2004 15:50:00 3 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1170

3 045.9 16/8/2004 13:30:00 2 COL TRASEIRA OUTRAS CAUSAS

1 1361

1 171.8 2/9/2004 01:20:00 4 COL TRASEIRA VELOCIDADE INCOMPATIVEL

0 1170

3 052.2 2/9/2004 15:45:00 5 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1866

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1 175.2 6/9/2004 01:10:00 1 COL COM OB. FIXO

FALTA DE ATENO

0 1361

3 021.0 1/10/2004 18:45:00 3 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1203

3 111.7 9/11/2004 15:35:00 6 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1203

3 097.0 11/11/2004 02:30:00 3 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1361

3 104.3 22/11/2004 07:00:00 4 COL FRONTAL FALTA DE ATENO

0 1977

3 097.5 24/11/2004 06:00:00 2 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1263

3 010.0 12/1/2005 04:30:00 37 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1075

1 207.0 15/2/2005 18:30:00 3 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1170

3 032.3 26/2/2005 22:00:00 5 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1499

1 146.8 19/5/2005 08:50:00 2 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1203

1 206.0 7/6/2005 18:00:00 2 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1202

3 063.4 18/6/2005 12:30:00 2 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1170

1 198.3 21/6/2005 16:30:00 2 COL LATERAL FALTA DE ATENO

0 1496

1 187.1 3/7/2005 16:20:00 1 SADA DE PISTA DEFEITO MECNICO

0 1805

3 089.9 18/11/2005 06:20:00 4 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1202;1203

1 151.3 28/11/2005 00:50:00 2 COL TRASEIRA INGESTO DE LCOOL

0 90;2211

3 041.8 28/11/2005 17:40:00 2 COL TRASEIRA DEFEITO MECNICO

0 1294;1993

1 122.5 20/12/2005 04:30:00 2 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1263

1 139.0 5/1/2006 14:50:00 4 COL LATERAL OUTRAS CAUSAS

0 1005;931

1 156.0 9/1/2006 10:45:00 7 COL TRASEIRA DEFEITO MECNICO

0 80;2209

3 083.0 1/4/2006 09:30:00 2 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1208

1 182.3 4/4/2006 15:15:00 1 OUTROS OUTRAS CAUSAS

0 1133;1263;1950

1 129.5 13/4/2006 18:45:00 2 COL TRASEIRA DISTNCIA DE SEGMENTO

0 1203

1 123.0 23/5/2006 11:35:00 3 COL TRASEIRA FALTA DE ATENO

0 1208

Fonte: PRF, 2006.

Os dados de acidentes foram obtidos junto a 8 Superintendncia da Polcia

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48 |P g i n a

Rodoviria Federal e perfazem um perodo de 2 anos e meio, de 2004 ao primeiro

semestre de 2006. Ocorreram 18 acidentes em 2004, 12 em 2005 e 6 no primeiro

semestre de 2006, totalizando 36 acidentes na BR-101/Norte. Segundo a PRF nos

dados de acidentes anteriores a 2004 no h uma identificao e separao dos

acidentes envolvendo produtos perigosos e aps 2006 no ocorre a indicao clara de

acidentes envolvendo produtos perigosos, no sendo possvel, portanto, a separao

desses dados.

3.3. Banco de Dados do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos

O Banco de Dados do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos de Santa

Catarina BDPP/SC, do DEDC, possui aproximadamente 3.000 fichas inseridas

referente aos anos de 2002 a 2009.

Nos seis anos compreendidos entre 2002 e 2008 foram realizadas em mdia

435 pesquisas por ano. Foram coletados dados em 30 pontos do estado, abrangendo

28 municpios.

Atravs do cruzamento dos dados inseridos no banco de dados foi possvel a

gerao dos relatrios abaixo.

TABELA 05 Classes dos Produtos Transportados na Rodovia

Classes

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Explosivos Gases Lquidos Slidos cidos e

Perxidos Org. Txicos Radioativos Corrosivos Outros

Percentual -

BR 101 0.8% 17.59% 51.97% 3.2% 1.78% 4.67% 0 13.35% 6.64%

Total

BR 101 13 286 845 52 29 76 0 217 108

Total 13 286 845 52 29 76 0 217 108

Percentual 0.8% 17.59% 51.97% 3.2% 1.78% 4.67% 0% 13.35% 6.64%

Total da

Rodovia 1626 - 100%

Fonte: BDPP/SC, 2009.

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49 |P g i n a

Observou-se que os produtos de classe 3 (trs) correspondem a mais de

cinquenta por cento do total de volumes transportado. Os lquidos inflamveis, portanto,

significam uma parcela significativa dos produtos transportados na rodovia.

TABELA 06 Produtos Transportados por Municpio

Municpios Total -

Percentual

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Explosivos Gases Lquidos Slidos

cidos e

Perxidos

Org.

Txicos Radioativos Corrosivos Outros

Ararangu 234 - 100% 1

0.43%

41

17.52%

104

44.44%

10

4.27%

12

5.13%

15

6.41% 0 - 0%

3

14.96%

16

6.84%

Barra Velha 111 - 100% 6

5.41%

22 -

19.82%

55 -

49.55%

1 -

0.9%

0 -

0%

5 -

4.5% 0 - 0%

14 -

12.61%

8 -

7.21%

Garuva 223 - 100% 3 - 1.35% 28 -

12.56%

114 -

51.12%

2 -

0.9%

7 -

3.14%

17 -

7.62% 0 - 0%

26 -

11.66%

26 -

11.66%

Itapema 227 - 100% 0 -0% 53 -

23.35%

119 -

52.42%

2 -

0.88%

5 -

2.2%

4 -

1.76% 0 - 0%

28 -

12.33%

16 -

7.05%

Joinville 50 - 100% 0 - 0% 10 -

20%

29 -

58%

1 -

2%

0 -

0%

2 -

4% 0 - 0%

4 -

8%

4 -

8%

Palhoa 432 - 100% 3 - 0.69% 73 -

16.9%

245 -

56.71%

12 -

2.78%

2 -

0.46%

17 -

3.94% 0 - 0%

56 -

12.96%

24 -

5.56%

Tubaro 349 - 100% 0 - 0% 59 -

16.91%

179 -

51.29%

24 -

6.88%

3 -

0.86%

16 -

4.58% 0 - 0%

54 -

15.47%

14 -

4.01%

Total 13 286 845 52 29 76 0 217 108

Percentual 0.8% 17.59% 51.97% 3.2% 1.78% 4.67% 0% 13.35% 6.64%

Fonte: BDPP/SC, 2009.

Do total de volumes transportados na rodovia durante os anos de pesquisa,

Palhoa, na grande Florianpolis, foi o municpio catarinense que apresentou o maior

fluxo de transporte de produtos perigosos, seguido por Tubaro. Dentre os municpios

abrangidos pelo PRAE, Itapema representa o municpio de maior fluxo de produtos

perigosos.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

Rua Dom Joaquim, 757 - Fone/Fax: 48 3223.5467 e-mail: [email protected]

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50 |P g i n a

TABELA 07 Vinte Produtos (ONU) mais Transportados na Rodovia

N ONU Total N ONU Classe N ONU Total N ONU Classe

1203 275 (16.91%) 3 1760 27 (1.66%) 8

1170 123 (7.56%) 3 1866 25 (1.54%) 3

1075 111 (6.83%) 2 3077 19 (1.17%) 9

3082 84 (5.17%) 9 1073 18 (1.11%) 2

1202 76 (4.67%) 3 1830 18 (1.11%) 8

1263 73 (4.49%) 3 1268 18 (1.11%) 3

1824 49 (3.01%) 8 1307 17 (1.05%) 3

1993 41 (2.52%) 3 1863 17 (1.05%) 3

1361 33 (2.03%) 4 1072 16 (0.98%) 2

2055 29 (1.78%) 3 1791 16 (0.98%) 8

Fonte: BDPP/SC, 2009.

Verifica-se novamente que os lquidos inflamveis, gasolina, leo diesel e

lcool correspondem a um expressivo percentual de aproximadamente trinta por cento

dos volumes transportados na rodovia.

TABELA 08 Idade da Frota

Idade da Frota Total Percentual

at 5 anos 505 19.11%

5 10 anos 836 31.63%

10 15 anos 629 23.8%

acima de 15 anos 513 19.41%

No Informado 160 6.05%

Fonte: BDPP/SC, 2009.

A frota que transita na rodovia pode ser considerada nova, haja vista que

aproximadamente cinquenta por cento desta tem menos de dez anos.

TABELA 09 Faixa Etria dos Motoristas

Faixa Etria Total Percentual

No Informado 71 2.69%

at 30 450 17.03%

acima de 50 403 15.25%

40 50 832 31.48%

30 40 887 33.56%

Fonte: BDPP/SC, 2009.

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TABELA 10 Tempo de Servio no Transporte de Produtos Perigosos

Tempo de Servio Total Percentual

No Informado 38 2.34%

at 5 anos 688 42.31%

acima de 15 anos 259 15.93%

10 15 anos 219 13.47%

5 10 anos 422 25.95%

Fonte: BDPP/SC, 2009.

4. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA

O universo de organismos intervenientes nos casos de acidentes com o

transporte de produtos perigosos composto por diversos rgos federais, estaduais,

municipais, alm de entidades setoriais e privadas, onde, dependendo da magnitude do

desastre, maior nmero de rgos sero envolvidos nas aes de atendimento.

4.1. Ferramenta Gerencial - Sistema de Comando em Operaes (SCO)

O SCO um modelo de ferramenta gerencial para comandar, cont