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RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo I
PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE
INTERESSE SOCIAL � PLHIS
MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA
D I A G N Ó S T I C O T É C N I C O - 2 0 1 0
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo II
PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTUPORANGA
SECRETARIA DE OBRAS E HABITAÇÃO
ELABORAÇÃO DO PLANO LOCAL
DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - PLHIS DE VOTUPORANGA
Contrato nº 125/2009
PRODUTO II
Diagnóstico Habitacional do Município de Votuporanga
Agosto de 2010
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo III
PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTUPORANGA
Prefeito: Nasser Marão Filho
SECRETARIA DE OBRAS E HABITAÇÃO
Secretário: Josneimar Ferreira Freitas
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Secretário: Jorge Augusto Seba
Comissão Técnica para Elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social -
PLHIS
Equipe Executiva da Prefeitura
Coordenador Geral:
Milton Francisco de Souza - Diretor do Depto. de Habitação
Técnico Social:
Cássia Hernandes � Assistente Social � Secretaria de Obras e Habitação
Arquiteta Urbanista:
Silvia Rodrigues � Arquiteta � Diretora do Departamento de Planejamento Urbano
Everton Ricardo Silva dos Santos � Diretor � Divisão de Cadastro Físico e Topografia � Se-
cretaria de Desenvolvimento Urbano
Apoio Administrativo:
Aline Mara Gracia Henrique � Chefe do Setor de Projetos de Captação de Recursos � Secre-
taria de Obras e Habitação
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo IV
Equipe Executiva Consultiva - RM.in.B Planejamento Urbano Ltda
Coordenação Geral e Técnica:
Me.
Luciano Dias de Lourenço � Arquiteto e Urbanista
Equipe:
Esp.
Fernanda Machado Banhara � Arquiteta e Urbanista
Maria Elza de A. Pradella � Engenheira Civil
Ma. Renata Cristina Ferreira � Geógrafa
Esp.
Alessandra Costa Ferreira Silva � Assistente social
Ma. Ana Paula Ribeiro Barbosa � Advogada
Esp. Aline Aparecida David do Carmo � Advogada
Equipe de Acompanhamento
Associações Amigos de Bairro - 3 representantes
Edmar da Costa - Presidente da Associação Amigos de Bairro São Cosme
Luiz Michel Budin - Presidente da Associação Amigos de Bairro da Estação
Marcus Vinicius Sanches - Sec. Mun. da Cidade (Representante Geral das Associações Ami-
gos de Bairro)
Associações de Moradia - 1 representante
Alexandre Elias Giora - Diretor da Divisão de Relações Comunitárias
Imobiliárias - 1 representante
Marcelo José Madrid � Madrid Imóveis
Construtoras - 1 representante
Valdir Piovesan - Miotto & Piovesan Ltda
Conselho de Meio Ambiente - 1 representante
Luiz Gustavo Gallo Vilela - Gestor de Meio Ambiente � SAEV Ambiental
Conselho Municipal de Habitação - 1 representante
Milton Francisco de Souza - Diretor do Departamento de Habitação
Aline Mara Gracia Henrique - Chefe -Setor de Proj. de Captação de Recursos � Sec. de O-
bras e Habitação
Poder Executivo - 2 representantes
Jorge Augusto Seba - Secretário de Desenvolvimento Urbano
Josneimar Freitas - Secretário de Obras e Habitação
SEARVO - Ass. dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região de Votuporanga - 2
representantes
Samuel Neiva Rodella - Arquiteto
Luiz Veríssimo Pigioni - Eng. Civil
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
2. CARACTERIZAÇÃO E DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO 4
2.1. RELEVO, SOLO E CLIMA 5
2.2. HIDROGRAFIA, ABASTECIMENTO DE ÁGUA E COLETA E TRATAMENTO DE
ESGOTO 5
2.3. RESÍDUOS SÓLIDOS 9
2.4. PAVIMENTAÇÃO E DRENAGEM 11
3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA HABITACIONAL 13
3.1. INSERÇÃO REGIONAL 13
3.2. A REGIÃO ADMINISTRATIVA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 14
3.3. A REGIÃO DE GOVERNO DE VOTUPORANGA 17
4. ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS, ECONÔMICOS E URBANOS DE VOTUPORANGA 33
1940 � 1950 34
1960 � 1970 42
1970 � 1980 45
1990 � 2.000 49
2.000 � 2.008 54
2.009 57
5. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO 63
5.1. HISTÓRICO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO 63
5.1.1. PRODUÇÃO HABITACIONAL ATRAVÉS DAS COMPANHIAS DE HABITAÇÃO 67
5.1.2. NÚCLEOS DE HABITAÇÃO PRECÁRIA E A PRODUÇÃO HABITACIONAL
ATRAVÉS DO PODER PÚBLICO 80
5.1.3. PROJETOS DE URBANIZAÇÃO, CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO DE
INTERESSE SOCIAL E PROGRAMAS DE DESFAVELAMENTO EM VOTUPORANGA 91
5.2. PROGRAMA ESTADUAL DE REGULARIZAÇÃO DE NÚCLEOS HABITACIONAIS �
�CIDADE LEGAL� NO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA 106
5.3. INVESTIMENTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS NA ÁREA DE
URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO SOCIAL, OBRAS DE INFRA ESTRUTURA E SANEAMENTO NO
MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA � 2009-2012 116
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5.4. CARACTERIZAÇÃO DO DÉFICIT HABITACIONAL EM VOTUPORANGA SEGUNDO
IBGE E FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO 122
5.4.1. DÉFICIT HABITACIONAL DE VOTUPORANGA 124
5.4.2. INADEQUAÇÃO HABITACIONAL 131
5.5. PROJEÇÃO DA NECESSIDADE DE NOVOS DOMICÍLIOS EM FUNÇÃO DO
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO DE VOTUPORANGA ATÉ 2020 135
5.6. SÍNTESE DOS LEVANTAMENTOS SOBRE A NECESSIDADE HABITACIONAL DE
VOTUPORANGA 139
6. DISPONIBILIDADE DE TERRAS PARA PRODUÇÃO DE NOVAS UNIDADES NO
MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA 143
7. HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR - HMP 156
7.1. CONTEXTUALIZANDO A HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR 156
7.2. PROBLEMATIZAÇÃO CONCEITUAL 159
7.3. A PRODUÇÃO PRIVADA DO TERRITÓRIO EM VOTUPORANGA 161
7.4. O MERCADO POPULAR E A POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO 162
7.4.1. A HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR EM VOTUPORANGA 163
7.4.2. IMÓVEIS PARA COMPRA E VENDA 164
7.4.3. IMÓVEIS PARA LOCAÇÃO 166
8. CONDIÇÕES PARA O ENCAMINHAMENTO DA POLÍTICA HABITACIONAL NO
MUNÍCIO DE VOTUPORANGA 172
8.1. LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA 172
8.1.1. A LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA � LOM 172
8.1.2. � O PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE VOTUPORANGA 173
8.2. - ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS DE POLÍTICA URBANA PREVISTOS
NO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO - PDP DE VOTUPORANGA 174
8.2.1. � PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS 174
8.2.2. � IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO E NA DESAPROPRIAÇÃO EM TÍTULOS DA
DÍVIDA PÚBLICA 175
8.2.3. � DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA176
8.2.4. � ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL - ZEIS 176
8.2.5. - OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR 177
8.2.6. - TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR 177
8.2.7. � OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA 178
8.2.8. � CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO 178
8.2.9. � DIREITO DE PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA 179
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8.2.10. � DIREITO DE SUPERFÍCIE 180
8.2.11. � ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA 180
8.3. - QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO 181
8.4. - FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO 182
9. LEVANTAMENTO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS EM VOTUPORANGA 186
10. CONCLUSÕES 190
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 193
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1. INTRODUÇÃO
A Prefeitura Municipal de Votuporanga, contemplada por convênio junto ao Ministério
das Cidades, através do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social FNHIS, está elabo-
rando o Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS.
A importância de ter o Plano se dá por diferentes questões, além de ser requisito pa-
ra participar dos programas habitacionais desenvolvidos pelo governo federal, é também
de extrema importância para que o município realize leitura de seus problemas e conflitos
no setor da habitação e analise projetos e programas que possam erradicar o déficit habi-
tacional e conter novas ocupações irregulares.
A elaboração do PLHIS está divida em três etapas, a primeira foi a elaboração da pro-
posta metodológica já concluída, a segunda se trata do diagnostico da situação habitacio-
nal do município objeto desse documento e a terceira será a discussão e definições de a-
ções, metas, programas e projetos a partir do cenário aqui exposto.
O presente diagnóstico constitui-se como um dos produtos do processo de elaboração
do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS, que tem como objetivo a definição
de prioridades, ações e estratégias da política habitacional a serem desenvolvidas no mu-
nicípio de Votuporanga.
Tal processo visa promover a discussão de forma ampliada da temática habitacional
com o planejamento, e o envolvimento de diferentes atores sociais. Assim, no âmbito do
Plano em pauta, a possibilidade de promoção do debate passa por momentos de sistemati-
zação dos acúmulos no campo da política habitacional, da identificação da dimensão da
problemática e mesmo do marco legal referente ao tema no município de Votuporanga.
Assim, a elaboração do Plano Local de Habitação apresenta-se como etapa específica
de detalhamento e consolidação da Política Municipal de Habitação, no sentido de forma-
tação de uma política pública com seus programas, ações e metas, buscando a articulação
das diretrizes já existentes e das diferentes instâncias consultivas e deliberativas em seu
processo de definição e posterior acompanhamento de sua implementação, monitoramento
e revisão.
O diagnóstico ora apresentado é resultado do processo de estudo da realidade habita-
cional na cidade de Votuporanga, correspondente à Etapa II do Plano Municipal de Habita-
ção. Tem a função de ser a base de informações que servirá para a construção do Plano
Municipal de Habitação de Votuporanga a ser produzido e implementado.
Nesse intuito, buscou-se apresentar um quadro geral segundo uma caracterização das
condições de carência habitacional ou dificuldade de acesso à moradia, bem como das po-
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líticas públicas aplicadas para o enfrentamento desta questão. Esta etapa de trabalho en-
volveu levantamento de dados, entrevista com setores ligados à questão habitacional, reu-
niões com representantes da Secretaria de Obras e Habitação, com a Secretaria de Desen-
volvimento Urbano e Secretaria Municipal da Cidade, assim como com representantes do
Conselho Municipal de Habitação, levantamento de custo de terra e de produção de mora-
dias, análise dos marcos legais e da estrutura administrativa do poder público municipal, e
ainda, a compreensão do histórico da política habitacional no município.
Assumiu-se também, que as fontes deveriam ser documentos publicados, de domínio
público, bem como, informações e dados estatísticos oficiais, devido a ausência de um
banco de dados sistematizado e por não fazer parte do escopo do trabalho à realização de
pesquisa direta ou trabalho de campo. Assim, a base de referência são documentos, pro-
gramas e relatos oficiais e dados produzidos por agências de reconhecida competência.
Uma das principais fontes de consulta para a elaboração deste Diagnóstico foram as disser-
tações de mestrado de Fabíola Rodrigues - �Por onde vão as �brisas suaves� do sertão pau-
lista? � população e estruturação urbana na constituição da cidade (im)possível � Votupo-
ranga, um estudo de caso.� Campinas, SP : [s.n.], 2005 - Universidade Estadual de Campi-
nas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, além de outros textos publicados da própria
autora; e de Jayça Lima Sant�Ana - �Planejamento urbano e planos diretores de Votupo-
ranga: atores, arenas e processos na construção de um modelo de gestão participativa �
Campinas: PUC-Campinas, 2007. Outra fonte de dados de fundamental importância foi o
�Diagnóstico Socioeconômico-Demográfico� � Subsídio ao Plano Diretor de Votuporanga �
2.006, também de responsabilidade da Socióloga Fabíola Rodrigues � Mestre em Demografi-
a.
Além desses dados também foi utilizada bibliografia que refletisse sobre os temas a-
bordados.
Primeiramente é apresentada uma caracterização e dados gerais do município onde
estão descritas as principais informações sobre o território como: relevo, solo, clima, hi-
drografia e questões de saneamento ambiental (água, esgoto, resíduos sólidos e drena-
gem).
Em seguida é realizada uma leitura das condições de inserção regional do município e
suas implicações na dinâmica de crescimento urbano e de promoção das condições de habi-
tação no município.
A evolução histórica é demonstrada de forma a compreender aspectos históricos, so-
ciais, econômicos e urbanos do município, com especial atenção para a evolução da malha
urbana.
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Após foi laborada uma análise da Política Habitacional implementada no município,
que demonstrou uma evolução importante nos anos recentes, mas que ainda se apresenta
como uma área que demanda prioridade de investimentos para a sua consolidação institu-
cional e da capacidade de ampliar sua resposta frente à demanda por habitação social que
se caracteriza no município de Votuporanga.
São identificados os levantamentos existentes sobre a situação habitacional no muni-
cípio, assim como as informações produzidas através da metodologia desenvolvida pela
Fundação João Pinheiro1 de cálculo do déficit habitacional básico e da inadequação habi-
tacional para o município de Votuporanga.
Apresenta-se uma sistematização do conjunto de projetos em andamento e em viabi-
lização pela Prefeitura do Município de Votuporanga nas áreas de urbanização, habitação
social, regularização fundiária e saneamento ambiental, bem como, os recursos financeiros
mobilizados para viabilizar tais projetos, como forma de identificar o cenário atual de en-
caminhamento da política habitacional pelo executivo municipal.
Além da identificação da escala do problema habitacional em Votuporanga e dos en-
traves e encaminhamentos existentes no sentido de seu enfrentamento, foi elaborado um
levantamento, ainda preliminar, sobre a disponibilidade de terras para a produção de no-
vas unidades habitacionais no município, sendo essa uma necessidade estratégica para a
viabilização de uma política habitacional de interesse social.
Complementarmente, é apresentada uma avaliação das condições de encaminhamen-
to da Política Habitacional em Votuporanga quanto a Legislação Urbanística e a estrutura
institucional existente.
Buscou-se ainda levantar a existência de formas de organização social no município,
que expressassem em alguma medida a capacidade de mobilização social em torno da
questão habitacional e urbana em Votuporanga.
Finalmente, são apresentadas algumas conclusões a partir da sistematização e análise
apresentada, de maneira a apontar questões a serem aprofundadas e debatidas no momen-
to de elaboração propriamente dita do Plano Municipal de Habitação de Votuporanga.
1 Fundação de pesquisa localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, que desenvolveu a metodologia de dimensionamento do
Déficit Habitacional para o Brasil e posteriormente, para os municípios brasileiros, a partir dos dados do Censo IBGE 2000.
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2. CARACTERIZAÇÃO E DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO
O município de Votuporanga localiza-se no Noroeste do Estado de São Paulo, nas co-
ordenadas geográficas: latitude 20° 25� 02� e longitude 49° 58� 22�. A cidade dista 520 km
da Capital � São Paulo, e 87 km de São José do Rio Preto, importante pólo emergente no
interior paulista e cidade-sede da Região Administrativa a qual pertence.
O acesso a capital e ao estado de Mato Grosso é realizado através das Rodovias Eucli-
des da Cunha � SP 320; enquanto que o acesso a Minas Gerais é feito através das Rodovias
Péricles Bellini � SP 461 e Miguel Jabur Elias � SP 479. Na área de transportes, o município é
dotado ainda de Aeroporto com pista asfaltada, Rodoviária e Estação Ferroviária (hoje uti-
lizada somente para transporte de carga).
Votuporanga é sede da Região de Governo, a qual abrange uma área de 4.672,23 Km²
e é composta por quinze municípios: Álvares Florence, Américo de Campos, Cardoso, Cos-
morama, Floreal, Macaubal, Magda, Monções, Nhandeara, Parisi, Pontes Gestal, Riolândia,
Sebastianópolis do Sul, Valentim Gentil e Votuporanga; totalizando uma população de
167.989 hab. O município possui uma população estimada em 84.521 hab. em um território
com 421,69 Km² (SEADE, 2010).
Imagem 01
Localização do município de Votuporanga em relação à Região de Governo de São José do
Rio Preto.
Fonte: IGC e Fundação SEADE � 2008.
Elaboração: RM in B. Escala: Situação sem escala.
VOTUPORANGA
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2.1. Relevo, solo e clima
Quanto ao relevo, este é constituído por superfícies planas, onde o �marco zero� do
município situa-se a 525 m de altitude e o seu território varia entre aproximadamente 400
e 550 m.
O solo tem características de média e alta fertilidade; e, segundo estudo elaborado a
partir de 1985 através de um convênio entre o DAEE e o IPT, o município de Votuporanga
localiza-se sobre terrenos na qual a suscetibilidade a erosão é de alta a muito alta. Em
decorrência dessa característica e da presença de muitos dos fatores que desencadeiam os
processos erosivos, é um município classificado como muito crítico quanto a processos ero-
sivos.
Os processos erosivos neste tipo de solo têm a capacidade de produzir grandes volu-
mes de sedimentos, que tem como conseqüência a perda de solo agricultável e o assorea-
mento dos cursos d�água. Esse processo contribui entre outras coisas, para a diminuição da
capacidade de armazenamento dos reservatórios, fato que se verifica, por exemplo, na
represa da SAEV que constata aproximadamente 50% de assoreamento.
O clima é subtropical úmido com temperatura média anual de 24° C (máxima de 37°C
e mínima de 10° C) e precipitação pluviométrica de 1.300 mm, segundo normas climatoló-
gicos adotados.
2.2. Hidrografia, abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto
Quanto à hidrografia, o território do município é banhado pelo Rio São José dos Dou-
rados que recebe água de 3 bacias � Bacia Cachoeirinha, Bacia Cana Reino e Bacia Prata; e
pelos córregos do Marinheirinho, Boa Vista, Paineiras e Queixada, que fazem parte da Ba-
cia do Marinheirinho e finalmente, por parte da Bacia Piedade, composta dos córregos da
Lagoa, da Tapera e do Manguinho (Mapa 01)
A área urbana do município ocupa duas micro-bacias � a do Córrego Marinheirinho e
do Córrego Boa Vista (Mapa 02).
Abastecimento de água.
Os serviços de captação, tratamento e distribuição de água, assim como de coleta e
tratamento de esgoto está a cargo da Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga �
SAEV; uma autarquia com autonomia financeira e administrativa. Fundada em 1970, o ór-
gão consegue cobrir hoje 98% da área urbana do município e 100% dos distritos de Simon-
sen e Vila Carvalho com rede de distribuição de água tratada
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A SAEV, hoje denominada de SAEV Ambiental, trabalha atualmente com duas fontes
de abastecimento de água:
Córrego Marinheirinho - aproximadamente 1/3 da água vem do Córrego do
Marinheirinho, pertencente à bacia do Turvo-Grande, onde se localiza a represa da SAEV. À
época de sua construção, em 1975, o volume de água represado permitia uma vazão de 300
mil litros por hora.
Aqüífero Guarani: outros 2/3 provém das águas subterrâneas provenientes
do �Aqüífero Guarani�, captados por meio de 2 poços profundos, o primeiro perfurado em
1986, localizado na Vila Muniz, Zona Sul, com 1.300 m de profundidade e uma vazão média
de 130 litros por segundo; e o segundo, perfurado em 2004, no Bairro Pozzobon, Zona Nor-
te, com uma vazão de 500 mil litros por hora.
O sistema de distribuição da área urbana, conta com três sistemas produtores (ETA,
Zona Sul e Zona Norte) e é totalmente interligado.
Mapa 01
Bacias Hidrográficas do Município
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010.
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Mapa 02
Bacias Hidrográficas no perímetro urbano
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010
Mapa 03
Rede de distribuição de água
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
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Para atender os distritos de Simonsen e Vila Carvalho, localizados na zona rural do
município sendo um a leste e outro ao sul do perímetro urbano, a SAEV dispõe de sistemas
isolados de captação, tratamento e distribuição, que atende exclusivamente cada distrito.
Coleta e tratamento de esgoto.
A coleta e o tratamento de esgoto em Votuporanga é uma questão mais recente. O
município iniciou a implantação gradativa da rede coletora no perímetro urbano a partir da
década de 50, partindo da área central da cidade e acompanhando a topografia. De acordo
com o Plano de Saneamento Ambiental de Votuporanga realizado em 2006, o município
possuía naquele ano, rede coletora de esgotos que cobria aproximadamente 90% da área
urbana e 100% do distrito de Simonsen. O Distrito de Vila Carvalho não possui rede coletora
de esgoto, sendo o esgoto destinado a fossas sépticas instaladas nos lotes.
Quanto ao tratamento de esgoto, a SAEV Ambiental dispõe hoje de uma pequena es-
tação de tratamento no distrito de Simonsen, que trata 100% do esgoto ali gerado. Já no
perímetro urbano, nenhum esgoto é ainda tratado. Pela ausência de estação de tratamen-
to, o esgoto é despejado �in-natura� nos córregos da Égua e Marinheirinho contribuindo
para a acelerada degradação dos recursos hídricos.
No entanto, as obras de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), de-
nominada de �Antonio Aparecido Polidoro�, já atingiram o percentual de 76% e a implanta-
ção dos emissários - 100% (dados de maio de 2.010). A ETE localiza-se a 12 quilômetros de
distancia da cidade e ocupa uma área de 32 alqueires, na confluência do Córrego Marinhei-
rinho à esquerda, e à direita, o Córrego da Égua. Posteriormente a área receberá também
o plantio de 14 mil mudas de árvores nativas ao seu redor das lagoas de tratamento para a
formação de uma reserva natural. A obra toda está orçada em R$ 17 milhões2 e a previsão
para o término é em agosto de 2.010.
O sistema é composto por duas lagoas, sendo uma anaeróbica e outra facultativa,
precedidas por tratamento primário, com caixa de areia e tanque de gradeamento, onde o
tempo de tratamento será de 21 dias. A previsão é que após todo o processo, o esgoto saia
tratado numa proporção de 89% de limpeza3. A ETE tratará 100% do esgoto produzido no
perímetro urbano do município. A previsão de duração da Estação de Tratamento é de 20
anos, considerando que em 2.027 a população vai ser de aproximadamente 128.853 habi-
tantes4.
2 Diário de Votuporanga � 20 de agosto de 2.009 � Seção Meio Ambiente. 3 Informações retiradas do Site da SAEV Ambiental em 16 de junho de 2.010. -
http://www.saev.com.br/projetos/projetos.php?idprojetos=8 4 Idem
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Mapa 04
Rede de coleta de esgoto
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
2.3. Resíduos sólidos
Os serviços de coleta domiciliar de resíduos estão sob responsabilidade da empresa
�Converd�, através de contrato em caráter emergencial assinado com a Prefeitura; e su-
pervisionado atualmente pela SAEV Ambiental. A coleta é realizada na área urbana, e tem
freqüência diária na área central da cidade que compreende o quadrilátero entre a Rua
São Paulo, Rua Pernambuco e Rua Tibagi / Av. José Marão Filho. Já nas demais localidades
a coleta é realizada três vezes por semana. A empresa é a encarregada da destinação de
resíduos orgânicos e animais mortos para o aterro sanitário localizado no município vizi-
nho. A varrição também é realizada pela empresa e vem atendendo a região satisfatoria-
mente.
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A prefeitura possui ainda iniciativas para a realização da coleta seletiva, coordenadas
pela SAEV Ambiental, e realizadas em parceria com a Prefeitura, a Converd (empresa que
coleta o lixo da cidade), a Copervinte (Cooperativa de catadores de recicláveis) e a empre-
sa �Mejan Ambiental� (empresa de coleta de resíduos da construção civil e proprietária do
aterro de inertes), além do apoio de Vanágua e Senai/Cemad (Centro Tecnológico de For-
mação Profissional da Madeira e do Mobiliário).
O objetivo dessa parceria é a redução dos pontos de descarte irregular no município.
Segundo levantamento realizado no ano de 2009, no perímetro urbano e na área rural,
constatou-se a existência de 35 pontos de descarte irregular de lixo, sendo 21 considerados
críticos 5.
Os programas ambientais traçados pela SAEV Ambiental para o município e que fazem
parte da Política Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos tem no ECOTUDO a sua
essência. O ECOTUDO é um �Ponto de Entrega Voluntária de Materiais Inservíveis de ori-
gem domiciliar. Segue um resumo dos programas da SAEV 6:
Ecotudo: instalado em um galpão aberto e coberto, ocupa uma área de
1.500 m², com oito caçambas para recebimento de podas, madeira, entulho e ferro; três
recipientes para papel, plásticos e outros recicláveis; além de baias para espuma, tecidos,
roupas, calçados, lixo orgânico não recolhido pela coleta regular, móveis, gesso, vidro,
lâmpadas fluorescentes, lixo eletrônico, óleo de cozinha e animais mortos. O atendimento
é realizado 24 horas por dia e todos os dias da semana, sendo que dois funcionários orien-
tam o descarte correto.
Ecoponto: junto com o Ecotudo, é destinado à coleta de pneus para bor-
racharias e estabelecimentos afins, e funciona de segunda a sexta feira, no horário comer-
cial.
Eletro Lixo: consiste em displays �Cata Pilha�, distribuídos em diversos
pontos comerciais, de serviços e de ensino da cidade, que recolhem lixo eletrônico (pilhas
e baterias).
Os resíduos hospitalares das instituições públicas (Postos de Saúde e Santa Casa de
Misericórdia de Votuporanga) e privadas (farmácias, consultórios, clinicas, hospital, entre
outros) são coletados pela empresa �Mejan Ambiental� e descartados em São José do Rio
Preto.
5 Informações retiradas do Jornal �Diário de Votuporanga�, Seção Cidades, de 28/01/2010.
http://www.diariodevotuporanga.com.br/mm/index.php?_path=noticias_det&id=4826 6 Informativo interno ECOTUDO � documento entregue pela SAEV.
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2.4. Pavimentação e drenagem
Segundo dados da prefeitura, o município está com 99 % de suas ruas asfaltadas (da-
dos de 2.010). Apenas pequenos trechos de ruas não estão pavimentados, como nos mostra
o mapa 05, mas já possuem recursos destinados para o asfaltamento.
Mapa 05
Trechos com ruas sem asfalto � perímetro urbano. 2.010
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Secretaria de Obras - Prefeitura de Votuporanga.
Elaboração: RM in B � 2010
A drenagem de água pluviais na área urbana do município é feita por rede de drena-
gem que acompanha aproximadamente a extensão da malha viária pavimentada. Observa-
se que não existe cadastro das galerias de águas pluviais, e assim sendo não é possível a
estimativa segura da cobertura da rede de drenagem.
Existe um plano de macro-drenagem, elaborado através de convênio assinado entre a
Prefeitura de Votuporanga e a FEHIDRO, que está sendo gradativamente implementado. Os
projetos elaborados a partir da conclusão do plano prevêem a solução dos problemas de
enchentes e alagamentos hoje existentes. O próprio plano estabelece as prioridades de
execução das intervenções.
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De acordo com o Plano de Saneamento Ambiental, as áreas críticas em relação a ala-
gamentos ou enchentes são:
1. - Córrego Santa Amélia;
2. - Córrego Boa Vista;
3. - Córrego da marginal da Rod. Euclides da Cunha até a Rod. Péricles Bellini ;
4. - Loteamento Colinas até o Córrego Marinheirinho.
Mapa 06
Áreas críticas � alagamentos e enchentes.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.
Elaboração: RM in B � 2010
4
3
1
2
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3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA HABITACIONAL
3.1. Inserção Regional
O desenvolvimento econômico não só de Votuporanga, mas de toda sua Região de
Governo, foi fortemente embasado na agricultura, principalmente a cafeeira. Com essas
características � forte base agrícola e baixo grau de industrialização, o noroeste paulista
sempre teve grande dificuldade de inserção na economia do estado e do país.
Em meados da década de 50, a impossibilidade de adequação do pequeno produtor à
modernização agrícola aliado ao esgotamento da fronteira agrícola paulista e ao intenso
dinamismo da ocupação do Centro-Oeste e do norte do Paraná, produzem forte êxodo rural
induzindo a um processo de esvaziamento demográfico do Oeste Paulista que adentra as
décadas seguintes � 60/70.
Esse processo coincide com a intensa urbanização constatada em todo o estado de
São Paulo, que culminou na metropolização e na forte concentração demográfica na capi-
tal e nas áreas localizadas no seu entorno (Martine, 1987; Pacheco & Patarra, 1997).
Contudo, ao longo das décadas de 1970/80, o Estado nacional e, sobretudo o Estado
de São Paulo, adotam uma clara orientação no sentido da interiorização do desenvolvimen-
to e, especialmente, de descompressão social, demográfica e urbana da capital paulista
(Faria, 1983;Vasconcelos, 1992; Negri, 1996). Investiu-se pesadamente em infra-estrutura
viária no interior de São Paulo, ampliando e duplicando vias de ligação da metrópole com o
interior e deste com os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná, facilitando a liga-
ção entre os principais centros urbanos interiorizados, beneficiando especialmente as regi-
ões com predominância agropecuária e agroindustrial � o oeste paulista (incluindo-se Votu-
poranga e sua RG).
Desse grande investimento surgiu um elevado crescimento da indústria no interior do
estado, que passou a apresentar números cada vez maiores na participação do produto
total da indústria e no valor de transformação industrial (VTI), enquanto que a indústria da
Região Metropolitana entrava em declínio.
Segundo Rodrigues, 2005,
�É nesse contexto de desconcentração industrial e de implementação de políticas de
interiorização do desenvolvimento que emerge uma nova configuração social, econômica,
urbana e demográfica da Região Administrativa de São José do Rio Preto e da Região de
Governo de Votuporanga, ...�
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3.2. A Região Administrativa de São José do Rio Preto
Imagem 02
Localização do município de Votuporanga e sua Região de Governo em relação à Região
Administrativa e de Governo de São José do Rio Preto.
Fonte: Opy Editora Ltda � 2008. Fundação SEADE � 2008.
Elaboração: RM in B. Escala: Situação sem escala.
A reestruturação do setor agroindustrial durante os anos 1970/80 repercutiu na RA de
São José do Rio Preto, especialmente no sentido da substituição das culturas de manuten-
ção por culturas exportáveis e agroenergéticas � sucos concentrados e cana de açúcar.
Nesse sentido, os preços internacionais do complexo da soja, a necessidade de gerar
uma fonte alternativa de energia, capitaneada pelo Proálcool, e a competitividade dos
cítricos paulistas no mercado externo, sobretudo face às oscilações na produção america-
na, possibilitaram a modernização e o vigoroso crescimento da agroindústria e da pecuária
do interior paulista, entre os anos 1970/80 (Seade, 1993).
A agroindústria se configurou como o carro-chefe do intenso processo de interioriza-
ção da industrialização de São Paulo, na década de 1980, garantindo taxas de crescimento
acima das registradas pela economia do país.
RG São José do
Rio Preto
RG VOTUPO-
RANGA
VOTUPORANGA
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Na RA de São José do Rio Preto também a pecuária, beneficiada pela modernização e
ampliação do parque produtivo da região, teve uma significativa importância econômica,
especialmente entre os anos 1970 e 1980.
É também nesse período que cresce a importância da indústria do mobiliário no total
da indústria do Estado de São Paulo e na região de São José do Rio Preto, onde já se figu-
rava ao lado dos ramos têxtil e alimentício como um dos mais importantes setores da in-
dústria regional.
Nesse contexto inicia-se o processo de retenção de população, revertendo o esvazia-
mento demográfico iniciado em meados de 1950, dentre as Regiões de Governo da RA de
São José do Rio Preto, conforme podemos verificar na tabela 01. A tabela 01 apresenta a
taxa geométrica de crescimento anual da população para o conjunto da RA de São José do
Rio Preto, bem como para as RG�s de São José do Rio Preto, Catanduva, Votuporanga, Fer-
nandópolis e Jales.
Para o conjunto da RA de São José do Rio Preto, a taxa de crescimento da população
mais do que duplica, e para as regiões que constituem o Oeste Paulista, há clara reversão
na tendência de perda populacional, pois as taxas de crescimento no período 1980/91 e
confirmadas em 1991/2000, apesar de modestas, são bastante significativas frente às taxas
negativas de crescimento no período 1970/80, quando essas regiões registraram decrésci-
mo absoluto no volume de sua população. Desta forma é possível perceber uma clara re-
versão na tendência de crescimento negativo e de evasão populacional.
Tabela 01
Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (%)
Regiões de Governo de São José do Rio Preto, Catanduva, Votuporanga, Fernandópolis e
Jales. 1970-2000
Áreas 1970/80 1980/1991 1991/2000 2000/2010*
RG de SJ Rio Preto 1,85 2,52 2,33 1,52
RG de Catanduva 1,77 1,42 1,29 0,93
RG de Votuporanga -0,22 0,87 0,91 0,82
RG de Fernandópolis -0,43 0,41 0,55 0,52
RG de Jales -1,8 0,27 0,50 0,40
RA S J Rio Preto 0,71 1,59 1,59 1,13
Fonte: Perfil Municipal SEADE, 2010
*Projeção 2.010
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Nesse sentido, a tabela 02, que apresenta o volume da população das Regiões de Go-
verno da RA de São José do Rio Preto, bem como a evolução de sua participação percentu-
al no total da Região Administrativa, reforça a percepção da retomada do crescimento de-
mográfico: todas as RG�s apresentam aumento no volume de sua população total, especi-
almente as RG�s de São José do Rio Preto, Catanduva e Votuporanga, as quais apresentam
maior incremento percentual no volume de sua população, nesse período.
Tabela 02
População Total e Participação Relativa (%) das Regiões de Governo no total da População
da RA de São José do Rio Preto
RA de São José do Rio Preto e Regiões de Governo - 1980-2.010
1980 1991 2000 2010*
Áreas Total % Total % Total % Total %
RG de SJ Rio
Preto 402.333 42,36 526.629 46,76 647.725 49,91 753.140 51,88
RG de Catandu-
va 190.045 20,01 221.314 19,65 248.285 19,13 272.390 18,76
RG de Votupo-
ranga 130.005 13,69 142.744 12,67 154.877 11,93 167.989 11,57
RG de Fernan-
dópolis 95.490 10,05 99.794 8,86 104.798 8,08 110.386 7,60
RG de Jales 131.964 13,89 135.849 12,06 142.114 10,95 147.856 10,18
RA de SJ Rio
Preto 949.837 100,00 1.126.330 100,00 1.297.799 100,00 1.451.761 100,00
Fonte: Perfil Municipal SEADE, 2010
*Projeção 2.010
Notamos aqui, a significativa participação da RG de São José do Rio Preto no total da
população da RA (sozinha, a RG de São José do Rio Preto responde por mais de 50% da po-
pulação total da RA), o que evidencia a forte concentração da população na região de po-
larização imediata do município de São José do Rio Preto, incontestavelmente o município
mais dinâmico da RA.
Na seqüência, as participações mais importantes (a despeito de significativamente
menores) cabem à RG de Catanduva (18,76%) e à RG de Votuporanga (11,57%), o que vem
corroborar a importância dessas duas Regiões de Governo no âmbito da RA de São José do
Rio Preto.
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3.3. A Região de Governo de Votuporanga
A região de Votuporanga, fortemente marcada desde a sua constituição por uma es-
trutura fundiária com predomínio de pequenas propriedades, pouco capitalizadas e com
baixa produtividade, não conseguiu acompanhar a agroindústria dos cítricos, concentrada
mais a leste na RG de São José do Rio Preto na década de 1980, e que se configurou como
fator determinante para o desenvolvimento e a industrialização daquela área.
A industrialização se fez bastante tardiamente, ganhando impulso especialmente na
década de 1980, e mesmo assim, fortemente concentrada no município-sede, chegando a
reunir sozinho, 59,84% das indústrias da região, em 2000.
Na Região de Governo de Votuporanga, o comportamento demográfico e a evolução
econômica e urbana regional apresentaram-se muito semelhantes aos processos constata-
dos para o conjunto da RA de São José do Rio Preto.
Assim, fez-se aqui presente, também, a polarização econômica e a concentração po-
pulacional no município de Votuporanga que, absorveu parte importante da população dos
municípios de seu entorno, especialmente a partir da década de 1980, quando entram de-
finitivamente em declínio as culturas exportáveis tradicionais (principalmente o café) e as
oscilações nos preços das culturas de manutenção comprometem significativamente a pe-
quena produção, ao mesmo tempo em que avançam as áreas de pastagens, no conjunto da
região.
Economicamente debilitados, esses municípios passam a emitir importantes fluxos
populacionais para Votuporanga que, sobremaneira na década de 1980, expande e consoli-
da sua indústria de transformação, destacando-se a indústria moveleira, com elevada ca-
pacidade de absorção de mão-de-obra, especialmente daquela com baixa qualificação (Se-
ade, 1990; PDM, 1995).
Dessa forma, como o demonstra a tabela 03, a análise dos saldos migratórios no perí-
odo 1970-2000 evidencia um panorama de crescente dinamização das trocas migratórias
dessas áreas, especialmente do município-sede que absorve parcelas crescentes de popula-
ção migrante, de forma que o saldo migratório, no período 1991-2000 chega a responder
por 50,24% do crescimento absoluto do município de Votuporanga, nesse período.
Para o conjunto da RG de Votuporanga delineia-se, igualmente, uma tendência de
aumento na capacidade de retenção de população por parte dos municípios, o que se tra-
duz em saldos positivos nos períodos subseqüentes. Assim, a despeito da magnitude do sal-
do migratório diminuir sensivelmente no período 1991-2000 (1.323 pessoas) na comparação
com o período 1980-1991 (5.176 pessoas), o que evidentemente tem íntima correlação com
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o bom desempenho do setor agroindustrial na região, na década de 19807, e com as rápidas
transformações na estrutura e nos processos produtivos da indústria, na década de 19908;
evidentemente a RG de Votuporanga deixou de ser uma área de expulsão de população,
como o era até a década de 1980.
Tabela 03
Saldos Migratórios
Região de Governo e Município de Votuporanga - 1970-2000
Áreas 1970 / 1980 1980 / 1991 1991 / 2000
RG de Votuporanga -21.441 5.176 1.323
Município de Votuporanga -9.818 3.100 5643
Fonte: Rodrigues 2.005
De fato, pela análise da tabela 04 se percebe claramente desenhada uma trajetória
de progressivo aumento na taxa geométrica de crescimento da população do conjunto da
Região de Governo de Votuporanga, ao mesmo tempo em que se observa um decréscimo
nas taxas de crescimento da população do município-sede, o que condiz com a tendência
de diminuição no ritmo de crescimento da população paulista e brasileira, de modo geral.
Tabela 04
Taxa (%) Geométrica de Crescimento Anual da População:
Região de Governo e Município de Votuporanga - 1970-2010
Áreas 1970/80 1980/91 1991/2000 2000/2010*
Município de Votuporanga 2,82 2,15 1,8 1,13
RG de Votuporanga -0,22 0,87 0,91 0,82
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 2010.
*Projeção 2.010
Nesse sentido, conhecendo a importância que o saldo migratório assume para a
dinâmica populacional de Votuporanga e RG, a tabela 05 reitera e evidencia o processo de
reversão do esvaziamento demográfico dos municípios da RG de Votuporanga: como se
pode observar, no período 1991-2000 (que mostra a intensidade do crescimento da
7 A respeito do desenvolvimento agroindustrial na RA de São José do Rio Preto e na RG de Votuporanga desta-
cam-se: SEADE, 1981; 1990, Vasconcelos, 1992, Rodrigues,2002; 2004 (a). 7 Veja-se sobre a reestruturação produtiva do parque industrial da Região de Votuporanga: Ferreira, 1997,
Coutinho, 1998, Suzigan,2004 . 8 Veja-se sobre a reestruturação produtiva do parque industrial da Região de Votuporanga: Ferreira, 1997,
Coutinho, 1998, Suzigan,2004.
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população em um momento em que a reversão já está em curso) 9 dos 15 municípios que
compõem a RG de Votuporanga apresentavam taxas de crescimento negativo, ainda que
baixas (à exceção de Álvares Florence e Pontes Gestal, que apresentam altas taxas
negativas, os demais municípios apresentam taxas negativas que se aproximam de zero); já
no período 2000-2010 apenas 6 dos 15 municípios da RG apresentam taxas negativas de
crescimento e, ainda assim, elas são significativamente menores na comparação com o
período anterior (Álvares Florence passa de uma taxa de crescimento anual de �1,75% para
�0,73%; Pontes Gestal salta de um crescimento anual de �1,69% para 0,55%).
Tabela 05
Taxa (%) de Crescimento Geométrico Anual da População
Municípios da RG de Votuporanga - 1991-2004
Municípios
1991-2000 2000-2010*
Taxa de Crescimento (%) Taxa de Crescimento (%)
Álvares Florence -1,75 -0,73
Américo de Campos -0,03 0,08
Cardoso -0,61 -0,02
Cosmorama -0,67 -0,32
Floreal -1,04 -0,44
Macaubal 0,02 0,29
Magda -0,79 -0,32
Monções -0,35 -0,05
Nhandeara -0,18 0,21
Parisi 2,76 1,02
Pontes Gestal -1,69 0,55
Riolândia 1,12 1,46
Sebastianópolis do Sul 0,19 1,78
Valentim Gentil 4,31 2,39
Votuporanga 1,8 1,13
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 2004
*Projeção 2.010
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Essa conformação econômica e sócio-demográfica pode ser observada a partir da
análise da tabela 06, que mostra a evolução da população, por situação de domicílio, dos
municípios da RG de Votuporanga.
Tabela 06
Evolução da População por Situação de Domicílio
Total da RG e Municípios da RG de Votuporanga - 1980-2000
Áreas
1980 1991 2000
Total Urb. Rural Total Urb. Rural Total Urb. Rural
Álvares
Florence 6.615 1.840 4.775 5.066 2.392 2.674 4.322 2.658 1.664
Américo de
Campos 6.897 3.362 3.535 5.611 3.661 1.950 5.594 4.388 1.206
Cardoso 12.010 8.742 3.268 12.269 9.820 2.449 11.611 10.361 1.250
Cosmorama 8.642 2.674 5.968 7.838 3.462 4.376 7.376 4.306 3.070
Floreal 3.598 1.812 1.786 3.545 2.340 1.205 3.226 2.471 755
Macaubal 6.373 3.445 2.928 7.370 5.167 2.203 7.385 6.248 1.137
Magda 3.565 1.373 2.192 3.677 2.498 1.179 3.423 2.730 693
Monções 2.403 1.072 1.331 2.121 1.451 670 2.056 1.744 312
Nhandeara 10.209 5.935 4.274 10.359 7.219 3.140 10.196 7.881 2.315
Parisi* 0 0 0 1.521 927 594 1.944 1.504 440
Pontes Ges-
tal 2.855 1.372 1.483 2.964 1.944 1.020 2.543 1.938 605
Riolândia 6.830 4.902 1.928 7.737 6.808 929 8.552 6.854 1.698
Sebastianó-
polis do Sul 2.357 741 1.616 2.503 1.210 1.293 2.546 1.649 897
Valentim
Gentil 5.378 3.415 1.963 5.866 4.480 1.386 8.575 7.501 1.074
Votuporan-
ga 52.085 45.497 6.588 64.297 60.091 4.206 75.528 72.698 2.830
RG de Votu-
poranga 129.817 86.182 43.635 142.744 113.470 29.274 154.877 134.931 19.946
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 2010
*O município de Parisi foi criado em 30/12/1991
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Nota-se claramente, o declínio no volume absoluto da população de parte expressiva
dos municípios da região (dos 14 municípios existentes9 no período 1980-2000, 9 apresen-
tam decréscimo absoluto no volume de sua população), acentuadamente da população
rural, expulsa do campo pelas crescentes pressões no sentido da modernização das técni-
cas e processos produtivos, em decorrência da expansão das áreas de pastagens, mas so-
bremaneira pela paulatina inviabilização da pequena propriedade rural.
Por outro lado, a análise do Grau de Urbanização permite notar que, muito embora o
percentual da população urbana tenha aumentado em relação à população total para todos
os municípios da RG, no período 1980-2009, boa parte dos municípios da RG apresenta
Grau de Urbanização inferior à própria média da RG de Votuporanga que, evidentemente,
é muito influenciada pelo comportamento da população de Votuporanga. O baixo Grau de
Urbanização dos municípios da RG de Votuporanga dão também indícios de um baixo de-
senvolvimento das atividades urbanas.
Assim, conforme nos mostra Rodrigues, 2005, enquanto o município de Votuporanga
apresenta Grau de Urbanização (87,35%) próximo à média estadual, 11 dos 14 municípios
que compunham a RG de Votuporanga em 1980, apresentam Grau de Urbanização inferior
à média da própria RG de Votuporanga (66,39%).
Em 1991, embora o Grau de Urbanização dos municípios da RG aumentou, apenas os
municípios de Cardoso (80,04%), Riolândia (87,99%) e Votuporanga (93,46%) alcançam Grau
de Urbanização próximos às médias da RA de São José do Rio Preto (83,86%) e do Estado de
São Paulo (92,77%) (Seade, 2004).
Isso significa dizer que, embora tenham se urbanizado ao longo desse período, regis-
trando importantes volumes de êxodo rural, os municípios da RG de Votuporanga apresen-
tavam desenvolvimento urbano ainda incipiente, mantendo-se altamente dependentes da
economia urbana de Votuporanga, bem como da diversificação de suas atividades e servi-
ços.
À medida que os municípios da RG de Votuporanga apresentavam maior capacidade
de retenção de população, diminui o contingente de população egressa desses municípios
que se dirige para Votuporanga.
9 O município de Parisi foi criado em 30/12/1991
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Tabela 07
Grau de Urbanização:
Total da RG e Municípios da RG de Votuporanga - 1980-2009
Municípios 1980 1991 2000 2009
Álvares Florence 27,82 47,22 61,5 66,99
Américo de Campos 48,75 65,25 78,44 83,47
Cardoso 72,78 80,04 89,23 90,88
Cosmorama 30,95 44,17 58,38 68,93
Floreal 50,36 66,01 76,60 83,95
Macaubal 54,05 70,11 84,60 87,77
Magda 38,51 67,94 79,75 82,21
Monções 44,62 68,41 84,82 83,78
Nhandeara 58,13 69,99 77,30 81,70
Parisi _ 60,95 77,37 81,87
Pontes Gestal 48,04 65,59 76,21 84,51
Riolândia 71,77 87,99 80,14 79,16
Sebastianópolis do Sul 31,45 48,34 64,77 75,64
Valentim Gentil 63,50 76,37 87,48 91,69
Votuporanga 87,35 93,46 96,25 97,28
RG de Votuporanga 66,43 79,49 87,12 90,09
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1991; 2006
No que diz respeito às trocas migratórias do município de Votuporanga, no contexto
intra-regional, nota-se que praticamente todos os municípios da RG de Votuporanga au-
mentam sua capacidade de retenção migratória no período 1995-2000, na comparação com
o período 1986-1991, uma vez que, o município-sede diminui o volume do saldo migratório
em suas trocas com quase todos os municípios da RG, aumentando, inclusive, as perdas
migratórias.
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Tabela 08
Trocas Migratórias
Município de Votuporanga - 1986-1991 e 1995-2000
Municípios
1986-1991 1995-2000
Imigração Emigração SM Imigração Emigração SM
Álvares Florence 435 76 359 211 67 144
Américo de Campos 234 41 193 158 16 142
Cardoso 252 135 117 194 95 99
Cosmorama 426 317 109 112 118 -6
Floreal 73 26 47 0 26 -26
Macaubal 47 88 -41 36 7 29
Magda 67 0 67 37 14 23
Monções 40 0 40 0 11 -11
Nhandeara 105 87 18 109 73 36
Pontes Gestal 22 0 22 131 242 -111
Riolândia 73 50 23 23 39 -16
Sebastianópolis do Sul 0 51 -51 125 131 -6
Valentim Gentil 201 182 19 10 0 10
Total 1975 1053 922 1146 839 307
Fonte: Rodrigues 2005 � elaborado a partir de Tabulações Especiais dos Censos Demográficos 1991 e
2000.
* SM: Saldo Migratório.
No entanto se analisarmos os dados referente à mobilidade pendular, notaremos que
a situação de pólo de atração do município sede ainda é presente.
Conforme mostra a tabela 09, indiscutivelmente o município de Votuporanga concen-
tra em alto grau os deslocamentos pendulares (para trabalho/estudo) no âmbito de sua RG.
Apenas o município-sede recebe 50,41% das pessoas que se deslocam diariamente na RG de
Votuporanga, em 2000.
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De fato, ao lado de Votuporanga (cuja centralidade econômica, política e urbana
permanece irrefutável no âmbito de sua RG), os municípios de Valentim Gentil, Nhandeara
e Riolândia se destacam pelo significativo desempenho econômico ao longo da década
de1990, destacando-se, Valentim Gentil pela indústria de estofados e os municípios de
Nhandeara e Riolândia pela atividade agrícola e agroindustrial (PDM, 1995).
Tabela 09
Proporção (%) de Pessoas que Realizam Deslocamentos Pendulares (Trabalho/Estudo) Intra-
Regionais, na RG de Votuporanga, Segundo Município de Destino.
Municípios da RG de Votuporanga � 2000
Município de destino Proporção (%)
Álvares Florence 1,71
Américo de Campos 5,12
Cardoso 3,07
Cosmorama 1,45
Floreal 0,55
Macaubal 1,88
Magda 1,75
Monções 0,34
Nhandeara 10,92
Parisi 2,60
Pontes Gestal 0,38
Riolândia 5,67
Sebastianópolis do Sul 1,19
Valentim Gentil 12,96
Votuporanga 50,41
Total 100,00
Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Censo Demográfico �2000; Tabulações Especiais NE-
PO/Unicamp.
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Esses dados demonstraram que no período de 1986-2000, havia uma forte integração
territorial com os municípios localizados na área de contato com o município de Votupo-
ranga, os municípios de Cosmorama, Álvares Florence e Valentim Gentil, demonstrando
que esses se articulavam sensivelmente à dinâmica econômica de Votuporanga, mantendo
atividades urbanas e rurais que gravitam em torno da economia votuporanguense (PDM,
1995).
Entre 2000 e 2005, no entanto, a crescente informalização da economia votuporan-
guense aliado aos processos de modernização tecnológica e aumento do desemprego dife-
rencial10 (que afeta mais intensamente a mão-de-obra de baixa qualificação) em curso na
indústria local à época, particularmente na indústria moveleira, desde meados da década
de 1990, contribuiu para a diminuição da atratividade migratória do município-sede.
Em Votuporanga, a agroindústria que despontou na década de 1980 foi a de laticínios
e frigoríficos, os quais eram abastecidos, em grande parte, pela produção agropecuária dos
municípios vizinhos.
De modo geral a agroindústria em Votuporanga, a despeito de todas as suas dificul-
dades, apresentou participação expressiva na atividade econômica do município, muito
embora esteja bastante claro que a indústria muito mais do que a agropecuária é que se
saiu fortalecida da associação entre os setores primário e secundário, nesse período. (PDM-
1995)
O bom desempenho da indústria processadora de gêneros agrícolas, contudo, não foi
isolado, inserindo-se na verdade, em um contexto mais abrangente de incentivo à industri-
alização, colocado em prática pelo Poder Público Municipal, com relativa sistemática a
partir dos anos 1970 e, especialmente na década de 1980, através de um conjunto de in-
centivos legais, regulamentados pela Lei nº 1.185, de 30 de outubro de 1970, que criou o
PLAMIVO (Plano Municipal de Amparo e Incentivo Industrial de Votuporanga).
O PLAMIVO constituiu-se ao longo das décadas de 1970/80, no mais importante esfor-
ço formal do Poder Público Municipal no sentido de fomentar a industrialização no municí-
pio de Votuporanga.
Graças aos incentivos e regulamentação do PLAMIVO, houve importante transferência
de empresas já sediadas no município, bem como a instalação de novas empresas nas áreas
zoneadas para uso industrial.
10 A respeito da temática da reestruturação produtiva no Brasil, na década de 1990, veja-se especialmente:
Antunes, 1995; Montali, 1995; Baltar, 1996; Mattoso & Baltar, 1996; Pochmann, 1997. Sobre a reestruturação
produtiva da indústria moveleira, veja-se: Ferreira, 1997; Alievi, 2000; Coutinho, 2001; Suzigan, 2004.
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 26
O Plano surtiu o efeito desejado e Votuporanga além de aumentar sua participação
relativa no total de indústrias da região (passando de 44,7% para 56,6%), apresentou ainda,
maior incremento percentual no número de indústrias: entre 1960 e 1980 - o número de
indústrias cresceu 52,8%, saltando de 89 para 136 unidades industriais, e conseqüentemen-
te, o volume do pessoal ocupado.
A expansão da indústria moveleira em Votuporanga foi a grande responsável pela ab-
sorção de parcelas significativas da mão-de-obra egressa do campo, sobretudo em função
do declínio da produção agrícola (notadamente do café) e da ampliação da área de pasta-
gens. Essa característica da emergente indústria moveleira reflete-se nos níveis de empre-
go e na própria dinâmica da economia urbana do município, aquecida pela capacidade de
compra de uma massa assalariada que efetiva seu consumo na cidade (PDM, 1995).
Durante a década de 1990 a indústria de transformação de Votuporanga e, especial-
mente a indústria moveleira, sofreram intenso processo de modernização tecnológica, lio-
filização organizacional (Antunes, 2003), bem como substantivas alterações em sua estru-
tura produtiva, incluindo-se a desativação de inúmeras plantas industriais11
.
Coroando esse processo de reorganização e modernização do setor moveleiro, cujas
principais frentes foram a renovação do parque tecnológico e o aprimoramento na qualifi-
cação da mão de obra, em curso desde 1993, com a implantação de Pólo de Modernização,
instala-se em 2001 o Centro Tecnológico de Formação Profissional da Madeira e do Mobiliá-
rio (CEMAD) em Votuporanga, que passou a injetar, sistematicamente, na indústria move-
leira de Votuporanga e região, especialmente depois de 2001, importante contingente de
mão-de-obra com elevada qualificação, o que permitiu às indústrias acelerarem o processo
de horizontalização e automação da produção.
Também a crise de 2001-2003, ocorrida em um contexto de inflação de custos com
perda do poder de compra dos salários e aumento do desemprego, afeta as empresas de
Votuporanga, que enfrentaram queda dramática nas suas margens de lucro, situação que
levou a um significativo número de demissões, falências e concordatas.
De fato, como mostra a tabela 10, entre 1998 e 2002, os estabelecimentos comerciais
foram os únicos que apresentaram incremento significativo no número total de empresas,
tendo o setor industrial e de serviços apresentado crescimento reduzido e até, como o caso
do setor industrial de Votuporanga, diminuição no número de unidades voltando a patama-
res inferiores ao de 1998.
11 Muito embora a indústria moveleira tenha liderado o processo de reestruturação produtiva, outros ramos da
indústria de transformação também incorporaram inovações na estrutura produtiva, com destaque para os
ramos de transportes e agroindústria de carnes.
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Tabela 10
Número de Estabelecimentos de Indústria, Comércio e Serviços
RA de São José do Rio Preto, RG e Município de Votuporanga 1998 - 2002
1998 2000 2002
Ind. Com. Serv. Ind. Com. Serv. Ind. Com. Serv.
Município de Vo-
tuporanga 253 557 418 259 647 467 249 767 523
RG de Votuporan-
ga 419 869 632 445 984 696 475 1.158 774
RA de São José do
Rio Preto 2.917 8.269 6.148 3.047 9.491 6.919 3.404 11.185 7.765
Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Seade, 2004
Ainda nesse contexto, o crescimento mais significativo do setor �comércio� evidencia
a precarização da geração de emprego e renda visto que, tradicionalmente o comércio
apresenta maiores taxas de informalização, o que se reflete em piores condições de vida
para os trabalhadores (Baltar, 1995; Pochmann, 1997).
A Tabela 11, reproduzida abaixo, torna visível a elevada informalização do emprego
no setor �comércio�: destarte, a despeito das empresas de comércio deterem a maior par-
ticipação relativa no total de empresas no município e RG de Votuporanga, o volume de
pessoas formalmente ocupadas em atividades do setor �comércio� é inferior ao volume de
pessoas formalmente ocupadas nos setores �indústria� e �serviços�, o que evidencia a bai-
xa capacidade de absorção formal de mão de obra desse setor.
Nesse contexto, ainda, a análise da relação entre população formalmente ocupada e
população ocupada, para todos os setores da economia, oferecida pelo Censo Demográfico-
2000, permite observar que, enquanto a proporção percentual de pessoas formalmente
ocupadas no total da população ocupada em Votuporanga é de 64,72%, na RG de Votupo-
ranga essa proporção percentual é de 57,60%, o que demonstra ser mais elevada a informa-
lização da economia dos municípios da RG de Votuporanga, na comparação com o municí-
pio-sede.
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Tabela 11:
Emprego formal � vínculos empregatícios no Comércio, Indústria e Serviços.
Município de Votuporanga e RG de Votuporanga - 1991, 2000 e 2008
Atividade
1991 2000 2008
Votuporanga RG Votupo-
ranga Votuporanga
RG Votupo-
ranga Votuporanga
RG Votupo-
ranga
Comércio 2.015 2.562 2.634 3.447 5.084 6.573
Indústria 2.921 3.454 4.958 7.404 5.281 11.626
Serviços 3.631 5.505 4.017 7.074 6.735 11.891
Total 8.567 11.521 11.609 17.925 17.100 30.090
Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2008.
* Não foram computados os Vínculos Empregatícios na Agropecuária e na Construção Civil.
Em virtude do significativo peso da indústria moveleira na economia de Votuporanga
(que responde, sozinha, por cerca de 50% da atividade econômica dos municípios dessa
região) (Ferreira, 1997; Suzigan, 2004), a modernização tecnológica posta em curso, gerou
grande impacto na estrutura ocupacional das empresas, produzindo elevado desemprego,
principalmente sobre a população trabalhadora menos qualificada, que se traduz em cres-
cente precarização das condições de vida da população operária.
A injeção de mão-de-obra qualificada preparada pelo CEMAD aumentou a distância
entre trabalhadores qualificados e não qualificados, intensificando rapidamente a obsoles-
cência de largas parcelas de mão-de-obra que sequer tiveram oportunidade de se requali-
ficar:
Aliás, no tocante à renda, a tabela 12 nos dá um panorama da remuneração auferida
pela população nos municípios da RG de Votuporanga, em 2000, com relativa precisão, pois
se trata da renda mediana, menos sujeita às distorções provocadas pela média
(sobremaneira quando há muita disparidade entre os extremos da distribuição), situação
bastante recorrente quando se trata da capacidade diferencial de apropriação da renda
pelas distintas camadas sociais.
É importante destacar, ainda, que a renda mediana auferida pelos trabalhadores da
RG de Votuporanga (R$ 320,00) é significativamente menor do que a renda mediana
auferida pelo conjunto dos trabalhadores do Estado de São Paulo (R$ 450,00), o que é
bastante indicativo da menor capacidade de pagamento de produtos e serviços por parte
dessa população, ou, dito de outra forma, do menor dinamismo econômico da região na
comparação com a média estadual paulista.
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Tabela 12
Renda Mediana Nominal Mensal das Pessoas (10 Anos +) Ocupadas no Trabalho Principal*
Estado de São Paulo, Total da RG de Votuporanga e Municípios da RG de Votuporanga
2000
Município Renda Mediana (R$)
Álvares Florence 280,00
Américo de Campos 250,00
Cardoso 250,00
Cosmorama 280,00
Floreal 300,00
Macaubal 275,00
Magda 300,00
Monções 248,00
Nhandeara 300,00
Parisi 300,00
Pontes Gestal 250,00
Riolândia 225,00
Sebastianópolis do Sul 285,00
Valentim Gentil 320,00
Votuporanga 354,00
RG de Votuporanga 320,00
Estado de São Paulo 450,00
Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Censo Demográfico-2000.
* Inclui empregados com e sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores.
Ainda no tocante aos indicadores de condições de vida da população, a renda per
capita (tendo-se em conta que essa é uma medida bastante direta do nível da atividade
econômica dos municípios e, por conseguinte, das condições de vida a que estão sujeitas
suas populações) é possível observar, mais uma vez, a polarização econômica do município
de Votuporanga dentro de sua RG: enquanto a renda per capita do município-sede é de R$
415,65, a renda per capita dos demais municípios oscila entre cerca de R$ 250,00 e R$
RR MM..iinn..BB
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300,00, o que situa a atividade econômica desses municípios em patamares bastante
inferiores a do município de Votuporanga.
Já na comparação com os municípios de São José do Rio Preto e de São Paulo, mesmo
o município-sede apresenta renda per capita sensivelmente inferior à renda per capita
mensurada para esses municípios, o que já nos dá indícios dos limites do desenvolvimento
econômico do município e RG de Votuporanga, o que vem a se refletir nos baixos salários
pagos e, conseqüentemente, no restrito poder aquisitivo da população, fator que deve ser
levado em conta no equacionamento da oferta-demanda por Habitação.
Tabela 13
Renda per capita - Municípios de São Paulo, São José do Rio Preto e da RG de Votuporanga
2000
Município Renda (R$)
Álvares Florence 250,62
Américo de Campos 252,69
Cardoso 246,43
Cosmorama 235,08
Floreal 287,37
Macaubal 268,15
Magda 264,57
Monções 218,99
Nhandeara 313,35
Parisi 223,17
Pontes Gestal 225,06
Riolândia 236,08
Sebastianópolis do Sul 225,89
Valentim Gentil 283,51
Votuporanga 415,65
São José do Rio Preto 512,01
São Paulo 610,04
Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Seade, 2004
Salário Mínimo � 03/04/2000 = R$ 151,00 / Lei 9.971/2000.
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A percepção das precárias condições de trabalho e dos baixos níveis de rendimento
da população da região de polarização de Votuporanga é amplamente reforçada pelas ta-
xas de desemprego apresentadas na tabela 14, que são bastante elevadas para o porte des-
ses municípios, os quais apresentam, em alguns casos, taxas de desocupação da população
economicamente ativa dignas dos níveis metropolitanos (veja-se Pontes Gestal, que apre-
senta taxa de desemprego de 19,12%).
É importante notar que cerca de 30% dos municípios da RG de Votuporanga apresen-
tam taxas de desemprego (em julho de 2000) superiores à taxa de desemprego da mesor-
região de São José do Rio Preto, revelando a crescente incapacidade desses municípios de
absorver a população demandante por (re)inserção no mercado de trabalho, o que certa-
mente resulta da baixa diversificação da atividade econômica desses municípios, larga-
mente dependentes da economia, atividades, políticas públicas e serviços ofertadas pelo
município-sede.
Tabela 14
Taxa (%) de Desemprego *
Municípios da RG de Votuporanga - 2000
Municípios Taxa de Desemprego (%)
Álvares Florence 7,32
Américo de Campos 8,29
Cardoso 15,20
Cosmorama 8,61
Floreal 14,42
Macaubal 7,41
Magda 15,79
Monções 5,60
Nhandeara 12,51
Parisi 11,68
Pontes Gestal 19,12
Riolândia 14,47
Sebastianópolis do Sul 5,91
Valentim Gentil 10,86
Votuporanga 11,32
Mesorregião de S. J. Rio Preto 12,91
Fonte: Elaborado a partir de Censo Demográfico � 2000
*Refere-se a julho de 2000
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Os impactos desse processo de �reestruturação� da produção sobre a população
trabalhadora, mormente dessa menos qualificada, �expulsa� do chão de fábrica, são
sentidos imediatamente na deterioração da renda, e na perda da capacidade de
financiamento do custo de vida, particularmente dos gastos com moradia. Conseqüência:
as famílias se movem numa ciranda perversa pelos espaços ainda acessíveis da cidade,
localizando-se, muitas vezes, em sítios clandestinos, desprovidos de equipamentos
públicos, infra-estrutura urbana e sistema regular de transporte coletivo.
É importante ainda ressalvar que, a despeito das estatísticas oficiais se mostrarem,
algumas vezes, insuficientes para cobrir, com mais acuidade, o período 2000-2009, e muito
embora, o desempenho da economia brasileira tenha melhorado, há poucos indícios de que
a situação econômica dos municípios da RG de Votuporanga tenha sofrido mudanças
importantes, pois à exceção do município-sede, onde alguns setores da indústria de
transformação têm alcançado elevado grau de modernização tecnológica (Rodrigues, 2004)
e significativa complexificação nos setores de comércio e serviços, os demais municípios da
RG se mostraram incapazes de se adequar às novas exigências do regime de acumulação
flexível (Harvey, 2003) mantendo-se altamente dependentes do desenvolvimento
econômico de Votuporanga.
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4. Aspectos Históricos, Sociais, Econômicos e Urbanos de Votuporanga
Com a quebra do café em 1937, Francisco Schmidt, cafeicultor de imensa área, a tí-
tulo de pagamento por empréstimos contraídos, entregou terras à firma Theodoro Wille &
Cia Ltda. O Procurador desta, Carlos Heldwing e o engenheiro Guilherme Von Trubach fun-
daram a Companhia Retalhadora de Terras, para loteamento das de Francisco Schmidt. A
grande distância, na época, do loteamento de outros centros, levou o empreendimento ao
fracasso.
Fundado no intento de se tornar chamariz para o novo loteamento rural da Compa-
nhia Theodor Wille, nos confins do alto sertão de Tanabi, o patrimônio de Votuporanga é
�inaugurado� na manhã de 08 de agosto de 1937.
Foto 1
Aspecto da festividade de inauguração do Patrimônio de Votuporanga � 1937.
Fonte: Acervo Foto Votuporanga.
Procedido o arruamento, doaram à Cúria Diocesana, uma das praças para nela ser
construída uma igreja sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida12.
A área desse primeiro loteamento urbano do município de Votuporanga foi denomi-
nada de �Patrimônio Velho�, área essa que permanece até os dias de hoje como o principal
e mais forte centro financeiro, comercial e de serviços do Município.
12 Dados retirados do Site do IBGE - http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
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Mapa 7
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Meados de 1930.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
1940 � 1950
Durante a década de 1940 a produção de algodão da região de Votuporanga alcançou
índices elevados e chegou a rivalizar em importância com a produção de grandes centros,
como por exemplo, Campinas.
O forte dinamismo da região proporcionou uma ascensão rápida ao pequeno povoado,
e em 30 de novembro de 1944 Votuporanga se desmembra do Distrito de Monteiro, Municí-
pio de Tanabi, e é elevada a condição de Município através do decreto-lei nº 14.334. Nesse
ano a cidade já contava com uma população de aproximadamente 16.787 habitantes13, a
imensa maioria desta residindo no meio rural.
13 A estimativa do total da população de Votuporanga para o ano de 1944 foi obtida projetando-se a população
da 2ª Zona Distrital de Monteiro (Votuporanga) no ano de 1943 (que contabilizava 16.000 pessoas: 2.500 na
área urbana e 13.500 na área rural; segundo documentação dos Arquivos da Prefeitura Municipal de Votupo-
ranga) (apud Costa, 1955:12) para o ano seguinte (1944), com base na taxa de crescimento geométrico da popu-
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Com essa junção de desenvolvimento agrícola e ascensão administrativa, o município
ganhou força e em 1944, mesmo ano em que é elevado a município, o patrimônio de Votu-
poranga recebe a Estrada de Ferro de Araraquara (Araraquarense).
Imagem 03
Malha Ferroviária Paulista - Estado de São Paulo - 1950
Fonte: Peichoto, 2001:49 / Rodrigues, 2005:23.
A cidade cresce rapidamente, impulsionada pela agricultura e, no início da década de
40, surgem novas áreas de ocupação em torno do núcleo inicial do município.
Considerado como a extensão da �mancha da matriz� � referencia a igreja da matriz,
a malha urbana expande para o sul, prolongando as ruas Bahia, São Paulo, Amazonas e
Pernambuco, originando a nova área de ocupação denominada de �Patrimônio Novo�.
Ainda durante a década de 40, entre os anos de 1945 a 1948, são implantados mais
quatro loteamentos no entorno no núcleo inicial, são eles: Ao Norte � Loteamento Santa
Luzia e a Leste � Vila Hercília, Vila Budin e Vila Sá.
As fotos da época demonstram a movimentação nas principais ruas da cidade.
lação, calculada para o período 1943-1950. Utilizou-se para o ano de 1950 a informação censitária, que acusava
uma população total de 22.433 habitantes no município (apud Censo Demográfico, 1950). (Fabiola Rodrigues
....)
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Foto 2
Flagrante da movimentação popular no centro comercial da cidade: Rua Goiás, esquina
com a Amazonas (arruamentos originais) - Década de 40.
Fonte: Acervo Foto Votuporanga.
Foto 3
Vista da Estação Ferroviária de Votuporanga, inaugurada em 13/06/1951.
Década de 50.
Em primeiro plano, à direita, vê-se a fachada do edifício; à esquerda um ponto de jardineiras, e ao
fundo, a gare da Estação.
Fonte: Acervo Foto Votuporanga.
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Mapa 8
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 40.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
Entre as décadas de 40 e 50 Votuporanga consolidou-se como uma área de importan-
te produção agrícola, onde o café e o algodão eram seus principais produtos. Esse último,
sobretudo, gerou as condições materiais no município que favoreceram sua primeira indus-
trialização, com bases fortemente agroindustriais.
No início da década de 50, a ferrovia desempenha papel fundamental no desenvolvi-
mento econômico do Município. Rapidamente instalou-se nas imediações desta um peque-
no complexo industrial que terminou por alavancar Votuporanga como centro econômico
regional (Monbeig, 1998; Peichoto, 2001).
Um ponto marcante para essa década e também decisivo para o desenvolvimento do
município foi a inauguração, pela iniciativa privada, da Companhia Elétrica de Votuporan-
ga, em 13 de junho de 1952, instalada nas imediações da Estação Ferroviária (�bairro da
Estação�) e que veio garantir o provimento de energia elétrica para todos os bairros da
cidade (Pontes, 2001), e assim ampliar as condições de desenvolvimento.
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Com todo esse contexto favorável, em meados da década de 50, o Município apresen-
ta uma intensa diversificação de atividades produtivas, comerciais e de prestação de servi-
ços (Costa, 1955), reforçando assim seu forte crescimento econômico, conforme podemos
observar na tabela 15 abaixo.
Tabela 15
Estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços.
Município de Votuporanga � 1952
Estabelecimentos Quantidade
Beneficiadoras 20
Fabrica de bebidas 3
Alfaiatarias 11
Açougues 22
Farmácias 16
Posto de Gasolina 11
Empresas de transporte coletivo 7
Oficinas mecânicas 11
Hotéis e Pensões 12
Olarias 18
Tipografias 2
Jornais 2
Sapatarias e selarias 17
Serrarias 1
Barbearias 22
Livrarias 4
Padarias 8
Funilarias 6
Sorveterias 14
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 39
Continuação Tabela 15
Fonte: Agência Municipal de Estatística (1952), apud jornal �A Gazeta de Votuporanga�
(01/01/1953); Rodrigues, 2005: 44.
Estabelecimentos Quantidade
Carpintarias 10
Relojoarias 8
Ferrarias 7
Ateliers de Fotógrafos 4
Lavanderias 10
Laticínios 1
Fábricas de Portas de Aço e Vitrôs 1
Tapeçarias 1
Fábrica de Vassouras 2
Fábrica de Sabão 1
Fábrica de macarrão 1
Fábrica de molas para Autos 1
Curtumes 2
Fábrica de ladrilhos 1
Casas de Tecidos, Armarinhos e Calçados 34
Armazéns, Bares, Mercearias, Cafés e Bote-
quins 136
Casas de Material para Construção 7
Casas de Rádio, Geladeiras e Materiais Elé-
tricos 8
Bancos 5
Escolas Rurais 4
Ensino Secundário e Normal 3
Cinema 1
Associações Culturais e Filantrópicas 8
TOTAL 463
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 40
A ferrovia e o distrito industrial localizados a Sudoeste do núcleo central, atuaram
como pólo de atração imobiliário e a malha urbana estendeu-se principalmente para aque-
la região. No entanto outros loteamentos também surgiram a Leste e a Oeste do centro
antigo.
Um marco diferencial da ocupação foi a contratação do Engenheiro, Arquiteto e Ur-
banista Prestes Maia, que realizou o primeiro loteamento planejado da cidade na Zona Sul
� o Bairro da Estação. O Projeto apresenta um traçado diferente do núcleo inicial, acomo-
dando-se às características naturais do relevo.
Mapa 9
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 50.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
A instalação de várias famílias estrangeiras, vindas de países como Espanha, Itália,
Japão, Portugal e Líbano foi outro fator fundamental para as mudanças ocorridas no muni-
cípio, impulsionando as mudanças tecnológicas na produção agrícola e na cidade.
Em 1950, o contingente de estrangeiros totalizava 1.220 pessoas, (representando
5,45% da população do município).
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 41
Tabela 16
População Total por Sexo e Nacionalidade.
Município de Votuporanga - 1943 - 1950.
Votuporanga
1943 1950
Homens Mulheres Homens Mulheres
Brasileiros* --- --- 10.824 10.389
Estrangeiros --- --- 696 524
POPULAÇÃO TOTAL 16.000 22.433
Fonte: Elaborado segundo documentação dos Arquivos da Prefeitura Municipal de Votuporanga (apud
Costa, 1955:12); do Censo Demográfico de 1950 e Rodrigues, 2005: 52.
* Natos e naturalizados.
Tabela 17
Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.
Município de Votuporanga: 1943-1950
Votuporanga 1943 1950
Situação de Domicílio Urbano Rural Urbano Rural
População 2.500 13.500 9.711 12.722
POPULAÇÃO TOTAL 16.000 22.433
Grau de Urbanização (%) --- 43,29
Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1981 e Rodrigues, 2005: 55.
Analisando a tabela 17 verificamos o forte desenvolvimento da área urbana do muni-
cípio de Votuporanga, que praticamente quadruplicou sua população em menos de uma
década. O ritmo de crescimento da população rural foi sensivelmente menor.
Para fechar a década de 50, em 27 de dezembro de 1959 é inaugurada a Estação de
Abastecimento de Água de Votuporanga.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 42
1960 � 1970
As décadas de 60 e 70 são marcadas por um quadro de desaceleração generalizada da
taxa de crescimento populacional do município e de sua região de governo, com particular
intensidade na área rural. Assim, o município de Votuporanga, apresentou uma taxa de
crescimento anual de 3,85% no período 1950/60, contra uma taxa de crescimento anual de
1,83% no período 1960/70.
Conforme nos mostra Rodrigues, 2005: 56 ...
�Esse quadro de desaceleração generalizada da taxa de crescimento populacional do
município de Votuporanga e de sua sub-região, com particular intensidade na área rural,
pode ser atribuído a uma conjunção de fatores: o esgotamento da fronteira agrícola pau-
lista, o êxodo rural, a intensificação do processo de urbanização e metropolização, aliada
a crise da agricultura de exportação, além da modernização diferencial da agricultura de
abastecimento; processos que redundaram combinadamente na perda crescente do dina-
mismo econômico dessa área. (SEADE, 1981; Tartaglia & Oliveira, 1988, Cano, 1988).�
Concorreram também para a perda do dinamismo econômico da região de Votupo-
ranga, as sucessivas oscilações do preço do algodão, as variações climáticas e a concorrên-
cia com outras zonas produtoras, (Vasconcelos, 1992; Peichoto, 2001) fatores que, aliados
ao fracasso da tentativa de inserção do município no complexo agroindustrial dos cítricos
da região de São José do Rio Preto, agravaram ainda mais as dificuldades econômicas de
pequenos proprietários e trabalhadores rurais (idem, ibidem).
Do mesmo modo, a enorme atratividade da metrópole paulista, bem como de outros
grandes centros urbanos do Estado, em virtude da forte concentração industrial dessas
áreas, em associação com o progressivo avanço da fronteira agrícola na região Centro-
Oeste do país, certamente contribuíram para o desaquecimento do crescimento demográ-
fico da região de Votuporanga.
Podemos perceber isso melhor na tabela 18, que coloca em números as perdas popu-
lacionais ocorridas com a desaceleração do crescimento; e mais claro ainda quando verifi-
camos a queda da porcentagem do incremento populacional que ocorreu entre 1960 e
1970.
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 43
Tabela 18
Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.
Município de Votuporanga: 1950-1970
VOTUPORANGA 1950 1960 1970
Situação de Domicílio Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural
População 9.711 12.722 19.809 13.136 30.446 8.997
POPULAÇÃO TOTAL 22.433 32.945 39.443
% do incremento po-
pulacional 40,21 46,86 19,72
Grau de Urbanização
(%) 43,29 60,13 77,19
Fonte: Elaborado a partir de SEADE (1981) e Rodrigues, 2005: 55.
Ressaltamos aqui o dado da porcentagem do incremento populacional que mostra a
drástica queda do crescimento da população entre 1960 e 1970, de 46,86% para 19,72%.
Outro dado que demonstra a perda lentamente do dinamismo demográfico do muni-
cípio de Votuporanga, particularmente nessas décadas em questão, é quando se analisam
os saldos migratórios do município nesse período.
O saldo migratório negativo desse último período parece ser altamente influenciado
pela queda dos níveis de crescimento e do volume da população rural do município, pois
como foi demonstrado anteriormente (tabela 18), a população rural de Votuporanga sofre
um decréscimo absoluto, passando de 13.136 pessoas em 1960, para 8.997 pessoas em
1970, o que representa uma taxa de crescimento bastante expressiva de -3,71% ao ano,
nesse período. (Rodrigues, 2005)
Tabela 19
Saldos Migratórios Decenais*.
Município de Votuporanga - 1950-1970.
Saldos Migratórios
Município 1950/60 1960/70
Votuporanga 2.047 -2.254
Fonte: Elaborado a partir de SEADE (2004), 100 Anos de Estatísticas Vitais / Rodrigues, 2005: 55
*Calculados a partir do Método das Estatísticas Vitais, sem correção de sub-registro de óbitos e nas-
cimentos.
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 44
Dessa forma, refletindo os dados mostrados anteriormente, a malha urbana do muni-
cípio sofre uma moderada expansão nessa década de 60, fortemente direcionada no senti-
do Rodovia Euclides da Cunha, em um processo de alastramento horizontal, ocupando es-
paços além das barreiras limitadoras. O loteamento Alvorada foi um marco para a expan-
são da malha urbana, pois ultrapassou o limite da Rodovia, que juntamente com a via fér-
rea, formavam os elementos limitadores da malha, conforme indicado no Plano Diretor de
1971.
Mapa 10
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 60.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
À medida que a ferrovia foi perdendo importância frente ao transporte rodoviário, as
atividades comerciais e industriais ali existentes tenderam a transferir-se, primeiramente,
para a área do centro tradicional e, posteriormente, (especialmente no caso das indús-
trias) para a área dos distritos industriais próxima à rodovia. Assim, as moradias populares
foram subsistindo sobremaneira na região da Estação Ferroviária, conformando essa região
(no extremo sul da malha urbana) como zona de periferia urbana. (Rodrigues, 2005: 114)
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 45
A região da rodovia tornava-se um atrativo para a ocupação por contingentes popula-
cionais e pela indústria local; em contraponto com a ferrovia, que ainda atraía as grandes
empresas como a Ultrafértil, IRF Matarazzo, entre outras.
Assim, temos no final da década de 60, o início da mudança do eixo de crescimento
da malha urbana, anteriormente marcada no sentido Centro � Zona Sul e agora no sentido
Centro � Zona Norte.
1970 � 1980
Ao longo das décadas de 1970/80, a situação de desaceleração no ritmo do cresci-
mento apresenta alterações bastante significativas.
Como já foi dito no item anterior, tanto o Governo Federal quanto o Estado de São
Paulo, adotam uma clara orientação no sentido da interiorização do desenvolvimento e,
especialmente, de descompressão social, demográfica e urbana da capital paulista (Faria,
1983;Vasconcelos, 1992; Negri, 1996).
O governo estadual investe em infra-estrutura viária no interior de São Paulo, ampli-
ando e duplicando vias de ligação da metrópole com o interior e deste com outros estados.
A pavimentação da Rodovia Euclides da Cunha, SP-320, que liga Votuporanga à capital do
Estado, ocorreu nessa época, e influenciou também no desenvolvimento da malha urbana.
Ainda na década de 1970, o município começa a direcionar suas políticas públicas no
sentido de planejar o desenvolvimento da cidade. No início da década o poder público con-
trata a empresa - Grupo de Planejamento Integrado (GPI), para elaborar o �Plano de De-
senvolvimento Integrado� � PDI de Votuporanga, também considerado como o primeiro
Plano Diretor do Município.
O PDI e seus produtos: Lei de Zoneamento, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código de
Obras e de Posturas, foram aprovados pela Câmara Municipal no ano de 1971, apontando
que o traçado urbano não deveria transpor as rodovias e a linha férrea, ficando circunscri-
to em uma espécie de polígono. Apesar de ter sido aprovado pela Câmara Municipal, a au-
sência da participação do governo local, da classe política assim como da sociedade local
pode ser percebida pela aprovação de várias leis complementares e substitutivas nos anos
seguintes, contrárias ao que apontava o PDI.
Conforme nos relata Sant�Ana, 2007: 76
...�Talvez o melhor exemplo de desconsideração ao PDI de 1971 no plano físico seja
o loteamento do Bairro Pozzobon, que ao contrário das orientações do PDI de 1971, foi
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 46
implantado às margens da Rodovia Euclides da Cunha, transpondo-a, próximo ao 1º Distri-
to Industrial, projetado pelo próprio PDI, no setor norte da cidade.�
... �Depois de aprovado, o Plano de Desenvolvimento Integrado de Votuporanga foi
abandonado pela administração pública local e nunca foi realmente colocado em prática.�
....
Assim, essencialmente a partir da estruturação do Pólo Comercial e Industrial de Vo-
tuporanga (1979) e dos dois primeiros distritos industriais (1978 e 1979, respectivamente)
que se abriu uma frente de expansão ao norte e noroeste do perímetro urbano, confor-
mando um novo eixo de intenso dinamismo econômico.
Mapa 11
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 70.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010
O texto do Diagnóstico do Plano de Desenvolvimento Integrado, realizado no início
dos anos 70, traz ainda informações importantes sobre questões urbanas da época. Entre
elas destacamos o abastecimento de água, de responsabilidade da Prefeitura Municipal,
que atendia cerca de 97% da área ocupada e já apresentava problemas de disponibilidade
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 47
em quantidade e tratamento. A represa de captação era insuficiente para o suprimento da
demanda. Tanto a rede coletora de esgotos, que no inicio da década de 70 cobria aproxi-
madamente 50% da área bruta e das edificações, quanto a rede de captação de águas plu-
viais necessitavam ser ampliadas.
Outro ponto importante foi a constatação da insuficiência das áreas verdes e de lazer
no traçado urbano, sendo computado somente 1,6 m² por habitante, índice considerado
inaceitável, levando-se em consideração as condições climáticas da região.
A criação do PLAMIVO (Plano de Amparo e Incentivo Industrial de Votuporanga), já
comentado anteriormente, e os incentivos a industrialização ocorrido através deste, foi
fundamental para o desenvolvimento da economia local. Este plano também influenciou o
desenvolvimento da malha urbana desse período onde várias empresas se transferiram ou
novas empresas se instalaram nas áreas zoneadas para uso industrial, todas localizadas nas
franjas do perímetro urbano legal, no sentido norte-noroeste, conformando aglomerações
de moradia popular.
Todo esse cenário teve reflexo na evolução da malha urbana. Assim, a implantação
do 1º Distrito Industrial de Votuporanga as margens da Rodovia Euclides da Cunha, no setor
norte da cidade, e a projeção de outros mais a noroeste, direcionaram uma ocupação com
características popular para essa região.
A tabela 20 apresenta a evolução da população por situação de domicílio em Votupo-
ranga e evidencia, através da forte retomada do incremento populacional, a força de atra-
ção que o município exerceu em sua região de governo. Também deixa claro o crescimento
da população urbana, evidenciando uma tendência de concentração da população nas á-
reas urbanas.
Tabela 20
Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.
Município de Votuporanga: 1960-1980
VOTUPORANGA 1960 1970 1980
Situação de Domicílio Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
População 19.809 13.136 30.446 8.997 45.497 6.588
POPULAÇÃO TOTAL 32.945 39.443 52.085
Incremento Pop. (%) 46,86 19,72 32,05
Grau de Urbanização (%) 60,13 77,19 87,35
Fonte: Elaborado a parir de SEADE (2010)
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 48
Esses dados demonstram também a polarização econômica e a concentração popula-
cional no município de Votuporanga que absorveu parte importante da população dos mu-
nicípios de seu entorno.
O Bairro Pozzobon - loteamento de baixa renda, destinado a trabalhadores, com ca-
sas construídas pela COHAB, foi implantado ao norte do 1º Distrito Industrial. Esse lotea-
mento abriu definitivamente a ocupação da zona norte, após a barreira Rodovia, e recebeu
rapidamente nas décadas seguintes, um grande afluxo populacional em decorrência de
vários loteamentos populares que surgiram no seu entorno.
�Atualmente o que popularmente é chamado de �Pozzobon� em Votuporanga, com-
preende também os Bairros Brisas Suaves, Santa Amélia, Votuporanga I, Pró-Povo, Jabuti-
cabeiras, Loteamento Jardim Morini, Loteamento Vila Residencial Bortoloti, Parque Rio
Vermelho, Parque das Nações I e II, COHAB Cris, Jardim Residencial do Prado, Jardim Nos-
sa Senhora Aparecida, Jardim Santa Iracema, Conjunto Habitacional Vereador José Nunes,
Jardim Canaã, Conjunto Habitacional João Albarelo, Loteamento Parque Residencial Coli-
nas e Vila Célio Honório Junior.� Sant�Ana, 2007
Dessa forma, a dinâmica de expansão imobiliária no espaço intra-urbano foi-se deslo-
cando paulatinamente do eixo centro-sul para o eixo centro-norte, ratificando o centro
tradicional (VILLAÇA, 2001).
No entanto, continuou deslocando a configuração dos bolsões de pobreza e das áreas
de moradia popular para frente de expansão norte, gerando um efeito indireto de enobre-
cimento da zona sul. Tudo isso ocorreu a despeito da permanência de antigos bolsões de
pobreza nessa região (como a favela Ipiranga, a mais importante e mais antiga do municí-
pio), ao longo das décadas seguintes. (Rodrigues, 2005)
Destarte, se por um lado, tem-se em Votuporanga um centro principal classicamente
segregado (concentrando crescentemente maiores parcelas das camadas de alta renda, ao
longo dos anos 1980, especialmente nos condomínios residenciais verticais), de outro lado,
tem-se uma periferia fortemente espraiada (que se amplia de sua localização mais antiga,
no extremo sul, na direção do extensor norte), distribuída em diversas aglomerações ao
longo da linha de limite do perímetro urbano. (Rodrigues, 2005)
RR MM..iinn..BB
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Mapa 12
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 80.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
1990 � 2.000
Na década de 1990, o município viveu o apogeu do setor moveleiro, tornando-se pólo
regional, com a implantação de um centro de especialização para a indústria moveleira,
para capacitação e formação de técnicos nesta área.
A produção de móveis das indústrias de Votuporanga entra para o mercado nacional e
algumas empresas alcançam os mercados externos, conquistando padrões de qualidade
internacional (ISO).
Entretanto, as recentes transformações na estrutura produtiva da indústria de trans-
formação (sobremaneira da moveleira) com a redução dos postos de trabalho de baixa qua-
lificação e a automação do chão de fábrica inflaram os níveis de desemprego da classe tra-
balhadora que, empobrecida, encontra crescentes dificuldades de garantir a reprodução da
vida cotidiana no urbano em Votuporanga, na década de 2000. (Rodrigues, 2005)
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 50
A redução do volume de migrações intra-regionais para Votuporanga ao longo da dé-
cada de 1990; sugeri a ocorrência concomitante de dois fenômenos: o aumento da capaci-
dade de retenção dos municípios da RG de Votuporanga e a reestruturação produtiva ou
modernização de alguns setores da indústria votuporanguense.
Contudo, no final da década de 90, principalmente a partir de 1995, apesar do declí-
nio no setor da indústria moveleira, outros setores como o da indústria de alimentos e usi-
nas de álcool apresentaram crescimento. O setor do comércio também cresce significati-
vamente, mas com taxas de informalização que se reflete em piores condições de vida pa-
ra os trabalhadores
Da mesma forma a tabela 21 nos mostra o retrato da evolução da população nesse
período entre 1980 e 2000, confirmando a redução do poder de atração do município de
Votuporanga, onde o indicador do incremento populacional, que em 1991 estava em
23,45% cai para 17,08% em 2.000.
Por outro lado, a elevada proporção de população urbana no conjunto da população
do município no ano 2000, comprova a tendência de concentração de população nas áreas
urbanas, conforme dito anteriormente.
Tabela 21
Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.
Município de Votuporanga: 1980 - 2.000
VOTUPORANGA 1980 1991 2.000
Situação de Domicílio Rural Rural Urbana Urbana Rural Urbana
População 6.588 4.206 60.091 45.497 2.830 72.698
POPULAÇÃO TOTAL 52.085 64.297 75.528
Incremento Pop. (%) 32,05 23,45 17,08
Grau de Urbanização (%) 87,35 93,46 96,25
Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas
O resultado da conjunção na década de 1990, entre valorização imobiliária, desfun-
cionalização do 1º Distrito e transformações na estrutura produtiva da indústria (com evi-
dente desvantagem para os trabalhadores menos qualificados) foi uma intensa reorganiza-
ção desse espaço tradicional de moradia popular, com forte evasão das camadas operárias,
sensivelmente atingidas pelo desemprego, e a entrada substantiva, em seu lugar, de ca-
madas médias, com melhor situação socioeconômica, gerando uma forte valorização dos
mesmos, ou seja, a zona norte começa a ser ocupado pela classe média.
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Entre as décadas de 80 e 90 também a região central passa por um processo de valo-
rização imobiliária e adensamento, mudando rapidamente a paisagem através de uma in-
tensa verticalização do centro tradicional.
Foto 4
Vista aérea da região central do município de Votuporanga. Destaques para a verticaliza-
ção da região central - 1995
Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Votuporanga, 2004
Com o adensamento do núcleo central e a expansão física do centro tradicional, hou-
ve uma paulatina valorização imobiliária das áreas mais próximas do centro expandido,
delineando uma discreta alteração no perfil socioeconômico dos moradores da área, espe-
cialmente daqueles bairros mais antigos, que contavam com uma infra-estrutura urbana de
melhor qualidade.
Essa valorização das áreas residenciais localizadas no entorno do centro expandido e
o entorno do I Distrito Industrial geraram a expulsão dos mais pobres para loteamentos
mais distantes, em localizações menos privilegiadas � e, não raro, em espaços clandestinos
de moradia, conforme poderemos ver nos mapas 13 e 14.
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Mapa 13
Rendimento dos responsáveis por domicílio - 2000
Fonte: Rodrigues, 2005. Elaborado a partir das informações por setores censitários do Censo Demo-
gráfico-2000, pela Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura
Municipal de Votuporanga, 2003.
O mapa 14 ilustra as novas áreas ocupadas durante a década de 90, reforçando o es-
praiamento da periferia ao norte da malha urbana.
Mapa 14
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 90.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010
RR MM..iinn..BB
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Os Núcleos de habitações precárias � �favelas�
As transformações recentes na estrutura produtiva da indústria, com o conseqüente
enxugamento organizacional e redução das plantas produtivas redundou em aumento do
desemprego e depreciação da renda do trabalhador.
Desse modo, a capacidade de pagamento da habitação, pelas camadas operárias, re-
duziu-se, significativamente, o que redundou, para muitas famílias, na busca de outras
soluções habitacionais possíveis (inclusive a favela) ou no deslocamento para áreas em que
o custo da habitação fosse compatível com o poder aquisitivo dessas famílias.
Entre 1996 e 2001, houve, de fato, um célere crescimento da população favelada em
Votuporanga, o que refletiu a precarização do emprego, da renda e das condições de vida
dos trabalhadores.
De acordo com os levantamentos da Secretaria Municipal de Planejamento, Habita-
ção e Meio Ambiente (SEMPLA, 2002), no ano de 2001 existiam três principais núcleos que
se podiam denominar �favelas�, em Votuporanga, que totalizavam uma população de
1.581 pessoas.
Os três núcleos - Ipiranga, Própovo e São Damião, contavam com uma infra-estrutura
básica de fornecimento de água e energia elétrica; porém, os serviços de coleta de lixo e
saneamento básico eram ainda muito precários (SEMPLA, 2002). Segue uma resumida des-
crição da situação dos três núcleos:
1. Ipiranga - segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio
Ambiente (SEMPLA) é uma favela com mais de 45 anos de existência, e em 1996, contava
com uma população total de 480 moradores, saltando para 710, em 2001.
2. PróPovo � surgiu de uma má sucedida tentativa de desfavelamento de uma
área contígua ao Bairro Pozzobon na década de 80. Em 1996 contava com 670 moradores,
saltando para 768, em 2001.
3. São Damião - núcleo em acelerado processo de favelização, localizado no
bairro São Cosme e São Damião, surge em 1997, e já em 2001 conta com 103 moradores.
É realmente muito significativo que, em média, a população das favelas tenha cres-
cido 6,58% ao ano, enquanto a população do município cresceu, entre 1991-2000, a uma
taxa de 1,8% ao ano, e entre 2000-2004 a 1,49% ao ano (Seade, 2004).
Retomaremos o assunto no item sobre a política urbana no município.
RR MM..iinn..BB
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2.000 � 2.008
O desenvolvimento da indústria em Votuporanga, que se tornou entre os anos 1980 e
meados de 2.000 a principal atividade econômica do município, constituiu-se como ele-
mento determinante na sua estruturação urbana.
A zona norte, especialmente o bairro Pozzobon e seu entorno, se configura (ao lado
do centro tradicional) como uma das áreas mais populosas do município, transformando-se,
em vinte anos, em uma área bastante adensada, com progressiva valorização (vide mapa
15). A região passa a atrair para si parcelas cada vez mais expressiva da população do mu-
nicípio e mesmo de migrantes que buscavam em Votuporanga melhores oportunidades de
emprego e condições de vida mais favoráveis.
Por outro lado, a valorização das áreas mais próximas do centro tradicional permane-
ce nessa década e a expansão radial do centro tradicional é acompanhada pela expansão
radial da ocupação na direção do extensor norte.
�Efetivamente, a centralidade do núcleo tradicional se mantém na década de 2000,
muito embora a dilatação do centro expandido, formando um corredor na direção norte,
já prenuncie a conformação de uma nova centralidade na área norte, nas próximas déca-
das.� (Rodrigues, 2005)
Foto 5
Vista aérea de Votuporanga, vendo-se, em primeiro plano, a malha da zona de expansão
norte � 2000.
Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Votuporanga, 2004.
As maiores áreas com densidades demográficas alta, como demonstra o mapa 15, en-
contram-se localizadas na zona de expansão norte, onde predominavam os conjuntos habi-
tacionais para população de baixa renda, de constituição mais recente e onde a infra-
estrutura, equipamentos públicos e serviços urbanos estão disponíveis em menor escala e
ainda assim de forma muito assistemática, abrangendo basicamente os bairros mais próxi-
mos ao I Distrito Industrial.
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Mapa 15
Densidade Demográfica � Município de Votuporanga.
Dados do Senso 2.000.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006, com ajustes do
território realmente habitado. RM in B � 2010
Mapa 16
Distribuição Espacial da População, por Número Médio de Habitantes dos Domicílios.
Dados do Senso 2.000.
Fonte: Rodrigues, 2005. Elaborado a partir das informações por setores censitários do Censo Demo-
gráfico-2000, pela Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura
Municipal de Votuporanga, 2003.
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O mapa 16 apresenta a distribuição espacial da população segundo o número médio
de habitantes dos domicílios, fornecendo-nos um panorama aproximado da localização di-
ferencial das classes sociais no perímetro-urbano.
Em uma análise conjunta dos mapas 13, 15 e 16 verifica-se que, enquanto no centro
tradicional se encontram as menores densidades de habitantes por domicílio, nas franjas
do perímetro urbano, ao longo de todo o contorno da malha urbana se encontram as maio-
res densidades de habitantes por domicílios, coincidindo com os loteamentos que agregam
a população de menor renda.
Destarte, conforme nos afirma Rodrigues, 2005 ... �é absolutamente irrefutável que,
especialmente no curso das duas últimas décadas, a pressão imobiliária operou no sentido
da periferização das camadas populares, reiteradamente expulsas para porções do territó-
rio destituídas de acessibilidade, infra-estrutura e equipamentos urbanos, evidenciando o
poder de classe na estruturação do espaço intra-urbano e revelando uma contínua mobili-
dade espacial da população mais pobre, ratificando um padrão de expansão radial que
afasta, progressivamente, os pobres das localizações ótimas do capital.�
Mapa 17
Evolução Urbana do Município de Votuporanga.
Década de 2.000.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
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Assim Votuporanga chega na metade da década de 2000 com uma malha urbana dis-
tendida, pouco adensada e onerosa para os cofres públicos, além de um enorme déficit
habitacional, resultados da atuação desregulada do capital imobiliário e a omissão do Po-
der Público no que diz respeito à política urbana.
2.009
A força de atração que o município exerce sobre os municípios de sua região de go-
verno é ainda muito grande no fim da década e renovou-se nos últimos anos, como pode-
mos notar no setor de comércio e serviços. A população dos municípios vizinhos continua
recorrendo a Votuporanga em busca de serviços na área da Saúde e Educação, por exem-
plo, ou para usufruir do pujante comércio local. (fazer compras nos fins de semana ou nas
datas comemorativas).
Economicamente o município se adéqua a situação atual. O setor de Serviços conti-
nua sendo o setor com maior incremento no número total de pessoas empregadas, aumen-
tado sua participação no total dos vínculos empregatícios, permanecendo na liderança,
enquanto que o comércio decresce, mas ficando ainda à frente da Indústria. A indústria,
que apresentava um decréscimo até 2003, volta a crescer no final dessa década, com am-
pliação de suas atividades e diversificação de seus produtos.
Também os salários pagos pelos setores tiveram aumento consideráveis, com desta-
que para a Agropecuária e a Construção Civil, que alcançaram aumentos de 249,30% e
229,90% respectivamente, entre o ano de 2.000 e 2.008. Comparando as tabelas de Víncu-
los Empregatícios com a de Rendimento Médio no Emprego (Tabela 22 e 23), verificamos
que essas maiores altas ocorreram justamente nos setores que menos empregam, enquanto
que a menor taxa de valorização salarial (164,10%) ocorreu no setor que emprega maior
número de pessoas � Serviços. Essa diferença de aumento no salário da maior fatia de em-
pregados reflete na capacidade de sobrevivência da população no município e conseqüen-
temente, na situação habitacional.
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Tabela 22
Emprego Formal � Vínculos Empregatícios14
- 2003 e 2008
VOTUPORANGA 2003 2008
SETOR População % População %
Agropecuária 315 2,39 402 2,22
Construção Civil 190 1,44 593 3,28
Industria 3.264 24,77 5.281 28,10
Comércio 4.691 35,60 5.084 29,18
Serviços 4.716 35,79 6.735 37,22
Total de Vínculos Empregatícios 13.176 100 18.095 100
Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas
Tabela 23
Rendimento médio no emprego
Município de Votuporanga: 2.000 - 2.008
VOTUPORANGA 2000 2003 2008
SETOR Em reais Em reais Em reais
Agropecuária 303,34 468,56 756,17
Construção Civil 456,59 669,24 1.049,70
Industria 532,82 670,43 1.019,85
Comércio 449,86 565,80 897,07
Serviços 664,00 847,91 1.089,58
Rendimento Médio no Total de
Vínculos Empregatícios 551,76 703,19 1.006,43
Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas
14 Refere-se, em uma determinada data, ao total de vínculos empregatícios remunerados, efetivamente ocupa-
dos por trabalhadores com carteira de trabalho assinada (regime da Consolidação das Leis do Trabalho � CLT),
estatutários (funcionários públicos) e trabalhadores avulsos, temporários e outros, desde que formalmente
contratados, informados pelos estabelecimentos quando da elaboração da Relação Anual de Informações Soci-
ais � Rais, do Ministério do Trabalho.
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O município possuía em 2009 uma população estimada de 83.716 habitantes, distribu-
ídos em uma área total de 421,69 Km², compreendendo a área urbana e rural. (SEADE �
Perfil Municipal 2010). O perímetro urbano do município abrange uma área de 34,84 Km² e
abrigava em 2009 uma população de 81.435 habitantes.
Conforme podemos notar na tabela 24, o incremento populacional vem reduzindo
fortemente nos últimos 20 anos, saindo de uma taxa de 23,45 % em 1991 para 10,84% em
2009, indicando uma estabilização na relação de trocas populacionais com os municípios
vizinhos.
Tabela 24
Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.
Município de Votuporanga: 1991 � 2009
VOTUPORANGA 1991 2.000 2009*
Situação de Domicílio Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana
População 4.206 60.091 2.830 72.698 2.281 81.435
POPULAÇÃO TOTAL 64.297 75.528 83.716
Incremento Pop. (%) 23,45 17,08 10,84
Grau de Urbanização15 (%) 93,46 96,25 97,28
* Utilizou-se as projeções realizadas pela fundação SEADE
Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas
Em contrapartida, o fluxo de munícipes que saem do campo em busca de uma vida
melhor na cidade ainda continuou a crescer e o grau de urbanização que estava em 93,46%
em 1991, salta para 97,28% em 2009, superando os índices da sua Região de Governo e do
Estado de São Paulo � 90.09% e 93,76% respectivamente.
15 Grau de Urbanização: Percentual da população urbana em relação à população total. Dados da Fundação
SEADE - http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php
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Gráfico 01
Grau de Urbanização � 2009. Estado de São Paulo, Região de Governo e Município de Votu-
poranga.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística � IBGE. Fonte SEADE
Também a Densidade Demográfica16
do Município, que alcança o valor de 200,43
hab./Km² em 2.010, supera o índice do Estado de São Paulo - 169,76 hab./Km², e está
muito acima do índice de sua Região de Governo � 35,95 hab./Km², conforme os dados do
IBGE e Fundação SEADE.
Gráfico 02
Densidade Demográfica � 2010. Estado de São Paulo, Região de Governo e Município de
Votuporanga.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística � IBGE. Fonte SEADE
16 Densidade Demográfica: Número de habitantes residentes de uma unidade geográfica em determinado mo-
mento, em relação à área dessa mesma unidade - http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php
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O aumento da densidade demográfica reflete o adensamento da malha urbana e a
ocupação dos vazios urbanos.
Como podemos verificar no mapa 18, os novos loteamentos (aprovados e em aprova-
ção) estão distribuídos por toda a malha urbana já consolidada, favorecendo o adensamen-
to do perímetro urbano. Esse adensamento pode ser considerado também como uma im-
portante estratégia de otimização dos recursos públicos.
Mapa 18
Evolução Urbana do Município de Votuporanga � 2009
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B - 2010
Por outro lado, a pressão para a expansão do perímetro urbano e abertura de novas
fronteiras urbanizáveis é muito forte e presente, ao ponto de ser aprovada em 16 de março
de 2.010, a Lei Complementar nº 157 que altera o artigo 103 da Lei Complementar nº 106 /
2007 (Plano Diretor Participativo do Município), visando ampliar o perímetro urbano para
adequar as novas áreas ocupadas pela indústria ao longo da Rodovia Euclides da Cunha,
sentido São José do Rio Preto e loteamentos na margem direta do Córrego Marinheirinho,
próximo à represa de captação da SAEV Ambiental.
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O Mapa 19 nos apresenta o novo perímetro delimitado pela lei complementar men-
cionada acima.
Mapa 19
Ampliação do Perímetro Urbano de Votuporanga - 2010
Fonte: Mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Elaboração: RM in B - 2010
Área Urbana não alterada
Área a ser incluída no perímetro urbano
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5. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO
5.1. Histórico da Política Municipal de Habitação
Ao longo das ultimas décadas a política urbana municipal, especialmente a política
habitacional de Votuporanga, seguiu a lógica da demanda gerada pela indústria apoiada
pelo mercado imobiliário, sem intervir em sua aplicação. Assim, conforme vimos no histó-
rico do município, a ocupação das áreas mais afastadas da malha consolidada foi uma cons-
tante na história do município, onde a terra era mais barata, e os loteamentos, entregues
sem a infraestrutura, serviços e equipamentos urbanos necessários, forçando no longo pra-
zo, o Poder Público a assumir o ônus de implantá-los.
Em entrevista realizada pela socióloga Fabíola Rodrigues, o Ex-Secretário de Plane-
jamento, Habitação e Meio Ambiente � Arq. Urbanista Gustavo de Souza Fava relata, de
seu ponto de vista, as condições históricas sob as quais se deu a estruturação urbana de
Votuporanga, a partir dos anos 1980. Assim, segundo Fava,
... �nós fomos periféricos dentro do processo de industrialização, então vem daí essa
permissividade [do poder público em relação ao capital] (...), porque o poder público nun-
ca foi afastado do empresariado, do investidor e, especialmente, dos proprietários de ter-
ras, na verdade, ele foi, na região toda, um instrumento desse pessoal (...). A partir da
legislação urbanística da década de 70 (...) é que começa a ser exigência, especialmente a
partir de 95 com a instalação do plano diretor é que se passa a exigir efetivamente a in-
fraestrutura [do loteador] (...) [até então] se acreditava que o pobre não teria acesso ao
lote com toda a infra-estrutura, ele não teria condições, como de fato (...) muitos dos
nossos pobres não tem condições (...), o que justificaria loteamentos sem infra-estrutura.
Mas isso foi também o processo de afirmação de uma nova legislação, a partir do reconhe-
cimento de que a cidade não suporta, em seu orçamento, manter o ritmo de expansão com
baixa qualidade na infra-estrutura e na produção do espaço...� (Gustavo de Souza Fava,
Ex-Secretário de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de
Votuporanga, entre 2.000 e 2.007). Rodrigues, 2005.
De fato, conforme nos relata o Ex-Secretário, somente a partir da legislação urbanís-
tica da década de 70 e especialmente a partir do Plano Diretor de 1995 é que o município
se ocupa do fomento à habitação de interesse social, especialmente quanto à produção de
lotes urbanizados disponíveis às camadas populares.
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Sem uma política habitacional, Votuporanga entra no século XXI com uma malha ur-
bana distendida, pouco adensada, onerosa para os cofres públicos e com um déficit habita-
cional em 2.004 que, conforme estimativas oriundas dos estudos técnicos da Secretaria de
Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, estava em torno de 2.500 unidades habitacio-
nais. Levando-se em conta que o número médio de pessoas por domicílio no município em
2.000 era de 3,24, o déficit de 2.500 unidades representa um contingente de 8.100 pessoas
(10,11% da população do município) demandantes por habitação.
O Plano Diretor Participativo do Município de Votuporanga foi elaborado durante o
ano de 2.006 e instituído em 08 de novembro de 2.007 sob forma da Lei Municipal Com-
plementar nº 106, sobre as primícias da Constituição Federal, principalmente dos artigos
182 e 183 e do Estatuto da Cidade � Lei Federal 10.257/2.001.
Com o conhecimento dos dados acima e com a realização de um novo diagnóstico lo-
cal, o Plano Diretor buscou definir objetivos e diretrizes básicas para uma política habita-
cional. Assim, foi instituído em seu Capitulo II, artigo 3º, inciso I e II, os objetivos a serem
alcançados pelo Plano: a �Função Social da Cidade e a Função Social da Propriedade�. Já
nos 4º, incisos I, II, XXIX, XXX, XXXI e XXXII, definiu-se diretrizes gerais que deverão ser
levadas em consideração, quando da elaboração de uma Política Municipal de Habitação.
Tais diretrizes tratam de: coibição da segregação sócio-espacial; promoção do acesso à
cidade para todos, valorizando os aspectos relativos à moradia e ao saneamento ambien-
tal, entre outros; à implantação dos instrumentos de regulação urbanística baseados no
interesse público; à produção de habitação de interesse social com qualidade; definição de
áreas adensáveis e não adensáveis, de acordo com a capacidade de suporte da infra-
estrutura instalada e preservação ambiental; e promoção da urbanização e da regulariza-
ção fundiária das áreas ocupadas pela população de baixa renda, garantindo a preservação
ambiental. E aprofundou-se na questão Habitacional no Capitulo IX, que trata da Política
de Infra-Estrutura e Habitação, principalmente na Seção III que lida especificamente com
�Habitação�; assim como também, no Título V, que trata dos �Instrumentos de Política
Urbana, onde definiu-se os principais instrumentos de intervenção por parte do Poder Pú-
blico na propriedade imóvel, para a promoção, o planejamento, o controle e a gestão do
desenvolvimento do município.
O Plano Diretor não delimitou as áreas de ação dos instrumentos, mas definiu que se-
ria regulamentado posteriormente através de Lei Municipal. Dessa forma, o arcabouço ju-
rídico e urbanístico estava definido, necessitando apenas ser regulamentado, fato esse que
não ocorreu até os dias de hoje.
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Apesar do Plano Diretor ter sido elaborado com uma pequena mas significativa parti-
cipação popular (ata das reuniões realizadas nos setores), e instituído em 2.007, pouco se
avançou nos anos subseqüentes no sentido de regulamentar os instrumentos jurídicos e
urbanísticos definidos ou de constituir uma Política Habitacional Municipal.
Com o intuito de obter dados atuais sobre a demanda habitacional no município e
com isso poder elaborar projetos e inclusive estipular diretrizes de ação na área habitacio-
nal, a atual gestão abriu inscrições para o Programa Habitacional Municipal � �Habitação
para Todos� entre os dias 19 e 30 de maio de 2.009. Este programa municipal, conforme
informações do Departamento de Habitação da Prefeitura, será realizado em parceria com
a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano � CDHU e Caixa Econômica Federal
e tem como meta �diminuir o déficit de moradias junto a classe trabalhadora� (frase reti-
rada do folheto distribuído à época do evento). O Programa possui como objetivo principal
a construção de mil unidades habitacionais, para famílias com renda de 1 a 3 salários mí-
nimos e de 3 a 10 salários mínimos.
Fotos do dia da inscrição:
Foto 6 � Faixa de divulgação das inscrições para o Programa �Habitação para Todos�. Acervo: Depar-
tamento de Habitação � Secretaria de Obras e Habitação.
Foto 7 e 8 � População interessada cadastrando-se no Programa �Habitação para Todos�. Acervo:
Prefeitura do Município de Votuporanga; Departamento de Habitação.
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De acordo com o Departamento de Habitação que ficou responsável pela compilação
e ordenação das inscrições / cadastro, o município possui uma demanda de 10.837 unida-
des habitacionais, distribuídas entre a área urbana do município e o distrito de Simonsen.
A tabela abaixo demonstra um resumo dos dados compilados.
Tabela 25
Cadastramento Habitacional � Programa �Habitação para Todos�.
Município de Votuporanga � 2009
Setores da população Número de Inscrições
População geral 9.192
Idosos 728
Funcionários Públicos Municipais 458
Deficientes Físicos 239
Policia Militar 93
Simonsen 127
TOTAL GERAL 10.837
Elaborado a partir do cadastro da Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habita-
ção.
Com o intuito de classificar a demanda habitacional em grupos de atendimento de
acordo com as faixas de rendimento estipuladas no Plano Nacional de Habitação � PLA-
NHAB, os dados da tabela 25 acima foram reorganizados conforme segue:
Tabela 26
Classificação do Cadastro Habitacional nos moldes do PLANHAB.
Município de Votuporanga - 2009
Grupo de Atendimento Faixa de Rendimento familiar17
Número de Inscrições
Grupo 1 De 0 a 1,5 s.m. 5.850
Grupo 2 De 1,5 a 3 s.m. 4.229
Grupo 3 De 3 a 5 s.m. 626
Grupo 4 De 5 a 10 s.m. 102
Grupo 5 Mais de 10 s.m. 30
TOTAL GERAL 10.837
Fonte: Elaborado a partir do cadastro da Secretaria Municipal de Obras e Habitação da Prefeitura
Municipal de Votuporanga. Elaboração: RM in B - 2010
17 PLANHAB - valor de referência o salário mínimo de R$ 415,00 (2.008)
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Analisando a tabela 26 acima, verificamos que a maior demanda por habitação está
concentrada na população com renda entre 0 e 3 salários mínimos; ou seja, 10.079 inscri-
tos, que corresponde a 93% da demanda, não possui capacidade de assumir financiamento
habitacional sem subsídios ou descontos, permanecendo dependentes de Programas Habi-
tacionais Municipal, Estadual e/ou Federal.
Insta salientar que os dados do cadastro não representam o déficit habitacional do
município, tendo em vista que qualquer pessoa que desejasse uma habitação poderia se
inscrever no Programa. No entanto, o maior valor desse levantamento é o de demonstrar a
enorme demanda habitacional reprimida que existe no município � 10.837 unidades, o que
representa, levando-se em conta o número médio de pessoas por domicílio no município,
(3,24) em 2000, um contingente de 35.112 pessoas, correspondendo a aproximadamente
41,94% da população do município em 2.009 (83.716 habitantes18) demandantes por habi-
tação.
5.1.1. Produção Habitacional através das Companhias de Habitação
A produção pública de habitação no sentido de responder a uma demanda crescente
por novas moradias no município ocorreu em períodos bem definidos, conforme veremos
adiante. No entanto, toda a produção pública foi viabilizada através da parceria do muni-
cípio com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo
� CDHU (antiga CECAP); e, com menor expressão, com a Companhia de Habitação Popular �
COHAB e com Companhia Regional de Habitações de Interesse Social � CRHIS.
Essa parceria para a produção de novas unidades é realizada através da cessão de
terra urbanizada pelo município, incluindo, na maioria dos casos, as demais infra-
estruturas. Isso implica uma importante participação e investimentos do nível local para a
ampliação do atendimento habitacional no município, o que ao longo dos anos tem se mos-
trado como um fator limitante.
O primeiro período dessa produção pública de habitação ocorreu entre os anos de
1981 e 1983. Porém, data de 1969 o primeiro conjunto habitacional de Votuporanga, de-
nominado de �Parque CECAP I�, construído pela antiga Companhia Estadual de Casas Popu-
lares � CECAP, hoje denominada de CDHU. Esse conjunto é composto de 100 unidades uni-
18 Fonte - SEADE 2.009
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familiares térreas, construídas na zona sul do município as quais foram entregues em 01 de
janeiro de 1969 19.
Efetivamente, considerando o primeiro conjunto de 1969, foram realizados 4 empre-
endimentos habitacionais até 1983, sendo 2 pela CDHU e 2 pela COHAB, todos em parceria
com a prefeitura de Votuporanga, perfazendo um montante de 1.134 unidades habitacio-
nais.
O primeiro conjunto, �CECAP I�, já está descrito acima.
O segundo empreendimento habitacional foi construído pela COHAB e de-
nominado de �Conjunto Habitacional Brisa Suave�, sendo entregue em 21 de fevereiro de
1981. Nesse conjunto foram produzidas 523 unidades unifamiliares térreas, na zona norte
da cidade, próximo ao 1º Distrito Industrial20.
O terceiro conjunto foi produzido novamente pela CECAP e denominado
como �Conjunto Habitacional Votuporanga B�, mas ficou conhecido como Parque CECAP II.
Neste foram construídos 310 unidades unifamiliares térreas, entregues em 21 de junho de
1982, localizadas a noroeste da malha urbana.
O quarto e ultimo conjunto dessa etapa foi implantado pela COHAB e en-
tregue em 25 de fevereiro de 1983, onde foram construídas 201 unidades unifamiliares
térreas, denominado de Parque das Nações e localizado no extremo da malha urbana na
zona norte do município.
Vale ressaltar aqui a enorme produção pública habitacional destinada à Zona Norte �
724 unidades das 1.134 produzidas nesse período, reforçando o crescimento dessa região,
já impulsionado pela instalação das indústrias do município.
A tabela 27 nos mostra um resumo desse período.
19 Site da Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo �
http://www.habitacao.sp.gov.br/saiba-como-funciona-a-cdhu/producao/oferta-cdhu.asp?Pag=oferta-
cdhu&situacao=3&destHab=1&municipio=423&Nome=VOTUPORANGA 20 Informação obtida do Site da COHAB � RP; regional de Ribeirão Preto:
http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/cohab/i08conjcrono.php
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Jardim Brisa Sua-
Parque Cecap I
Parque das Nações
Parque Cecap II
Tabela 27
Empreendimentos concluídos pela CDHU e pela COHAB em parceria com a Prefeitura Muni-
cipal de Votuporanga.Período: 1969 � 1983
Nome do Con-
junto Agente Localização
Projeto
U.H�s. Entregue
Parque
CECAP I
CDHU / PM Vo-
tuporanga
CECAP I � R Gov Fernando Costa,
entre R Pernambuco e São Paulo
� Z Sul
100 01/01/1969
Jardim Brisa
Suave
COHAB / PM
Votuporanga
Pozzobon � Av Emilio Arroyo
Hernandes, entre R Rio Solimões
e Rio Negro � Z Norte
523 21/02/1981
Parque CECAP
II (Votup. B)
CDHU / PM Vo-
tuporanga
CECAP II � R Aristides Gallo,
entre R Cardoso e Av 9 de Julho
� Z Oeste (noroeste)
310 21/06/1982
Parque das
Nações
COHAB / PM
Votuporanga
Parque das Nações - Av Emilio
Arroyo Hernandes, entre R Ja-
pão e Holanda � Z Norte
201 25/02/1983
Total 1134
Fonte: CDHU; COHAB e PMV, 2010.
Mapa 20: Localização dos empreendimentos concluídos entre 1969 e 1983.
Elaboração: RM in B, 2.010.
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Exemplo de conjunto concluído pela CDHU � CECAP I
Mapa de localização e imagem aérea (4) do Conjunto CECAP I.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
O segundo período de destaque para a produção pública habitacional ocorreu entre
os anos de 1992 e 1998, praticamente dez anos após a construção do ultimo empreendi-
mento habitacional.
Nessa etapa, as Companhias Habitacionais que implantaram conjuntos habitacionais
com o apoio da Prefeitura foram: Companhia Regional de Habitações de Interesse Social �
CRHIS, CDHU e Companhia Habitacional dos Comerciários do Estado de São Paulo;
O primeiro conjunto construído nesse período foi pela CRHIS (Empresa de Economia
Mista atuando na área da Habitação Popular), em 1992, com 558 unidades habitacionais
financiadas pela Caixa Econômica Federal. O Conjunto Habitacional foi denominado de
�João Albarello�, e está localizado na Zona Norte do município.
A CDHU realizou neste período, 595 unidades habitacionais unifamiliares térreas a-
través da modalidade �Empreitada Global�, divididas em 4 conjuntos habitacionais, distri-
buídos conforme segue:
2 conjuntos na Zona Sul � Conjunto Habitacional �Votuporanga D�, hoje
denominado de �José Esteves�, com 13 unidades habitacionais térreas e entregue em
1993; e �Votuporanga E�, hoje denominado conjunto �Parque Residencial do Lago� (parte
deste), finalizado em 1996, tendo produzido 52 unidades habitacionais térreas, com 32,67
m² de área útil21
; com infra estrutura (água, esgoto, energia elétrica e pavimentação) to-
talmente implantada e paisagismo, além da construção de um centro comunitário;
21 Valor da unidade: R$ 12.039,10 atualizado para 2.010
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 71
1 conjunto na Zona Leste � Conjunto Habitacional �Votuporanga C�, conhecido
como Jaboticabeira, com 98 unidades unifamiliares térreas � concluído em 1994; e
1 conjunto na Zona Norte � Conjunto Habitacional �Votuporanga I�, denomina-
do posteriormente de Conjunto �Vereador José Nunes�, com 432 unidades unifamiliares
térreas de 32,67 m² de área útil22
; com infra estrutura (água, esgoto e energia elétrica)
totalmente implantada, além da construção de um centro comunitário. O empreendimento
foi entregue em 1998.
Ainda no ano de 1998, a Companhia Habitacional dos Comerciários do Estado de São
Paulo implantou parte do Conjunto Habitacional �Jamir D� Antonio�, também conhecido
como Loteamento �Jardim dos Lagos�, localizado na região Sudeste da malha urbana do
município, com 254 unidades habitacionais.
No total, os seis projetos representam a produção de 1.407 unidades habitacionais no
município, conforme indica a tabela 28.
Tabela 28
Empreendimentos concluídos pela CRHIS, CDHU e pela Cooperativa Habitacional do Comér-
cio do Estado de São Paulo em parceria com a Prefeitura Municipal de Votuporanga. Perío-
do: 1992 � 1998
Nome do Conjunto Agente Localização Projeto
U.H�s. Entregue
João Albarello
(Votuporanga 1) CRHIS/ CEF / PMV
R João Ferreira do Nas-
cimento, entre R Ru-
bens Zanini e Cesar
Waldemar Caldorin � Z
Norte
558 03/09/1992
José Esteves (Vo-
tuporanga D) CDHU / PMV
Jardim Progresso - R São
Pau-lo, entre R Olga
Loti Camargo e Fernan-
do Costa � Z Sul
13 09/03/1993
Jaboticabeira (Vo-
tuporanga C) CDHU / PMV
R Horácio dos Santos,
entre Francisco Rossini
e Francisco Bortolozzo �
Z Leste
98 06/05/1994
(Parcial) Parque CDHU / PMV Entre R Valdevir de Oli- 52 24/02/1996
22 Valor da unidade: R$ 12.777,26 atualizado para 2.010
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 72
Vereador José Nunes
José Esteves
Residencial do Lago
João Albarello
Jaboticabeira
Jamir D� Antonio
Nome do Conjunto Agente Localização Projeto
U.H�s. Entregue
Residencial do
Lago (Votuporan-
ga E)
veira Guena, Roraima e
Laureano Arroyo Her-
nandes � Z Sul (sudeste)
Vereador José
Nunes
(Votuporanga I)
CDHU / PMV
R Rubens Roveri, João
Singolani, Joaquim Vi-
cente Gonçalves e Ar-
melindo Brunini � Z Nor-
te
432 26/06/1998
Jamir D� Antonio
Cooperativa Habi-
tacional do Comér-
cio do Estado de
São Paulo / CEF
R Henrique Negrine,
Raul Ferreira de Carva-
lho, Angelo Dalben e
Felício Gorayb � Sudeste
254 31/08/1998
Total CRHIS/CDHU/CHCESP 1.407
Fonte: CDHU; CRHIS e PMV, 2010.
Mapa 21:
Localização dos empreendimentos concluídos entre 1992 e 1998.
Elaboração: RM in B, 2.010.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 73
Exemplo de conjunto concluído pela CRHIS � Conjunto Habitacional �João Albarello�.
Mapa e imagem aérea (5) - Conjunto Habitacional �João Albarello�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Após a construção do Conjunto Habitacional Jamir D�Antonio em 1998, a produção
pública habitacional em maior escala só foi retomada em 2.005/2.006, com a entrega do
Conjunto �Votuporanga J� � Conjunto Habitacional �Sonho Meu�, realizado pelo sistema de
Auto Construção, através do Programa de Atuação em Favela e Áreas de Risco da CDHU.
A construção do Conjunto �Sonho Meu� iniciou-se em 01 de julho de 2.005 e produziu
151 habitacionais unifamiliares térreas, com 43,18 m² de área construída e 39,42 m² de
área útil23. A data de entrega (comercialização) foi em 07 de julho de 2006, e todo o con-
junto contava com água, esgoto, energia elétrica e pavimentação.
O conjunto atendeu 123 famílias oriundas do núcleo Ipiranga, em uma ação de desfa-
velamento programada pelo poder público, com o objetivo de desadensar a Favela do Ipi-
ranga. Outras 28 famílias vieram de áreas de risco e outros núcleos do município.
23 Valor unitário de R$ 13.655,59, valores de 2005.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 74
Após busca realizada no Site da CEF durante os meses de realização deste Diagnóstico
e também junto aos departamentos da Prefeitura de Votuporanga, localizamos dados de
dois (2) loteamentos realizados com financiamento da citada entidade financeira, ambos
dentro do Programa �Imóvel na Planta�24
� realizado com recursos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço � FGTS, destinados a famílias com renda de até cinco salários mínimos e
com data de entrega de 2.007. Os investimentos somaram R$ 5,6 milhões. São eles:
Loteamento �Residencial Noroeste� � Modulo I = 72 Unidades Habitacionais: O
empreendimento é composto de três módulos totalizando 137 unidades habitacionais. Para
este 1º módulo foram destinados R$ 2,3 milhões para a construção de 72 residências. A
entrega de mais 37 casas do Módulo II está prevista para até o final de maio deste ano. O
módulo III viabilizará mais 30 novas moradias e o contrato de financiamento foi assinado
em fevereiro de 2007.
As casas têm 40,92 metros quadrados de área construída com dois dormitórios, sala,
cozinha e banheiro25
. O empreendimento conta com toda a infra-estrutura necessária em
lotes já urbanizados. Os imóveis se localizam na área de expansão urbana de Votuporanga
nas Ruas Antonia Biliato, Rosa Rita Santos Sabadotto, Eduardo Joaquim Neves e Av. José
Campos Lário. Os imóveis foram entregues em 04 de abril de 2.007.
Loteamento �Parque Residencial do Lago� = 95 Unidades Habitacionais. Foram in-
vestidos R$ 3,3 milhões para a construção das casas.
As casas terão 41,91 metros quadrados de área construída com dois dormitórios, sala,
cozinha, banheiro e área de serviço26
. O empreendimento conta com toda a infra-estrutura
necessária em lotes já urbanizados. Os imóveis se localizam nas Ruas Roraima, Osvaldo
Grandizolli e Laureano Arroyo Hernandes.
Ainda com o apoio da CDHU, através do Programa Habitacional de Integração � PHAI,
foram construídas mais cinco (5) unidades habitacionais, sendo duas unidades em 2008 e 3
unidades em 2009.
24 Imóveis na Planta FGTS - Linha de Crédito destinada à produção de empreendimentos habitacionais, que
utiliza recursos do FGTS com financiamento direto às pessoas físicas. A modalidade é destinada para famílias
com renda familiar de até cinco salários mínimos - Carta de Crédito FGTS Associativo. 25 O valor de venda de cada unidade foi de R$ 32.650,00 e a CAIXA financiou até 100% desse valor aos benefici-
ários finais (Pessoas Físicas) dependendo da capacidade de pagamento dessas famílias. 26 O valor de venda de cada unidade foi de R$ 35 mil e a CAIXA ofereceu o financiamento de até 100% do imóvel
em um prazo de até 20 anos, com encargos de até 8% a.a.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 75
Residencial Noroeste
Residencial do Lago
Sonho Meu
Tabela 29
Empreendimentos concluídos pela CDHU e Caixa Econômica Federal em parceria com a
Prefeitura Municipal de Votuporanga. Período: 2006 � 2009
Nome do Conjun-
to Agente Localização
Projeto
U.H�s. Situação
�Votuporanga J�
Sonho Meu
CDHU / PM
Votuporanga
R Fábio Cavallari com R Apare-
cido Felício de Castro � Z Sul
(sudoeste)
151 Entregue em
7/07/2006
Residencial No-
roeste C.E.F.
Ruas Antonia Biliato, Rosa Rita
Santos Sabadotto, Eduardo
Joaquim Neves e Av. José
Campos Lário � Z. Oeste
137 Entregue em
2007/2008
(Parcial) Parque
Residencial do
Lago
C.E.F.
Ruas Roraima, Osvaldo Grandi-
zolli e Laureano Arroyo Her-
nandes � Z. Leste (sudeste)
95 Entregue em
20/04/2007
Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em
26/09/2008
Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em
07/11/2008
Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue
30/01/2009
Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em
31/01/2009
Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em
28/02/2009
Total CDHU 388
Fonte: CDHU, 2010.
* PHAI � Programa Habitacional de Integração � destinados a servidores públicos.
Mapa 22:
Localização dos empreendimentos concluídos entre 2.006 e 2.009.
Elaboração: RM in B, 2.010.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 76
Exemplo de conjunto concluído pela CDHU � Conjunto Habitacional �Sonho Meu�.
Imagem 6 e 7 � Vista aérea da área do Conjunto Habitacional �Sonho Meu� - maio de 2.002 e setem-
bro de 2.006.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2002 - 2006.
Foto 9 e 10 � Conjunto Habitacional �Sonho Meu�, 2.009. Tipologia das habitações implantadas e
infra estrutura existente no local.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
Outros quatro projetos estão em desenvolvimento no município através da CDHU:
�Votuporanga K� � conjunto de 10 unidades habitacionais com 55,87 m²
de área construída e 52,64 m² de área útil27, produzidas através da modalidade de Admi-
nistração Direta em fase de produção. As unidades atenderão as famílias do núcleo Santa
Amélia.
27 Valor unitário de R$ 48.572,70, valores de 2008.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 77
Dois projetos estão em fase de contratação, e irão ser implantados atra-
vés do Programa Habitacional de Integração � PHAI Servidor Público, na modalidade �Carta
de Crédito�; temos: o empreendimento �VOTUPORANGA - SERV. 29/06/06 - 4/2010�, com
contratos assinados em fevereiro de 2009, irá produzir 10 unidades28
; e o empreendimento
�VOTUPORANGA - PHAI 001/08 - 4/2010� entregará uma unidade29.
Conjunto Habitacional �Monte Verde�: o empreendimento está em pro-
gramação, e de acordo com a CDHU irá produzir 454 unidades habitacionais e 46 lotes co-
merciais, totalizando 500 lotes. As unidades terão aproximadamente 53 m² de área30
, dis-
pondo de 3 dormitórios, produzidas através da modalidade de Administração Direta.
A Caixa Econômica Federal possui dois investimentos em loteamentos no Município,
dentro do Programa do Governo Federal - �Minha Casa, Minha Vida�, sendo eles:
Conjunto Habitacional �Monte Alto�: localizado na Av. República do Líba-
no, confluência com a Av. Francisco Bueno Baeza, o conjunto será constituído de 210 uni-
dades habitacionais sendo que as 210 famílias beneficiadas serão sorteadas dentre aquelas
que efetuaram suas inscrições no Programa Municipal �Habitação para Todos�, em 2.009, e
cuja renda familiar compreende de 0 a 3 salários mínimos�.
Conjunto Habitacional em Simonsen: localizado no prolongamento da Rua
São Paulo, na zona sudoeste do Distrito, o conjunto é constituído de 32 unidades habita-
cionais que foram sorteadas dentre as 127 inscrições no Programa Municipal �Habitação
para Todos�, realizado em 2.009, e ainda conforme critérios sociais do programa.
No total, os projetos representam a produção de 763 unidades habitacionais no mu-
nicípio conforme indica a tabela 30.
28 Valor unitário de R$ 60.545,82, valores de 2009. 29 Valor unitário de R$ 24.925,00, valores de 2009. 30 Valor unitário de R$ 50.000,00, valores aproximados de 2009.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 78
Tabela 30
Empreendimentos Programados ou em Produção através da CDHU e Caixa Econômica Fede-
ral (programa �Minha Casa, Minha Vida�) em parceria com a Prefeitura Municipal de Votu-
poranga. Período: 2009 - 2012
Nome do Conjunto Agente Localização Projeto
U.H�s. Situação
�Votuporanga K� CDHU / PM
Votuporanga
Ruas Renato Fonseca,
Irene Galvani Casado,
Paulo Moretti e Rio Colo-
rado - Z Norte
10 Em produção
�Votuporanga -
SERV. 29/06/06�
CDHU / PM
Votuporanga Não localizado 10
Em contra-
tação
�Votuporanga - PHAI
001/08�
CDHU / PM
Votuporanga Não localizado 1
Em contra-
tação
�Votuporanga XVI� �
Conjunto Habitacio-
nal Monte Verde
CDHU / PM
Votuporanga
Rodovia Péricles Bellini ,
continuação da Av. Ono-
fre de Paula, ao lado do
Residencial Noroeste - Z
Oeste
500 Em progra-
mação
Conjunto Habitacio-
nal Monte Alto **
CEF / PM
Votuporanga
Av. República do Líbano,
confluência com a Av.
Francisco Bueno Baeza �
Z. Sul (sudoeste)
210 Em processo
de licitação
Vila Residencial
�Hermínio Roque
Fávaro�
CEF / PM
Votuporanga
Simonsen - Prolongamen-
to da Rua São Paulo � Z.
Sudoeste
32 Em constru-
ção
Total 763
Fonte: CDHU 2010 e P.M.Votuporanga.
* Oficialmente a CDHU divulga em seu site o montante de 454 unidades habitacionais
e mais 46 lotes comerciais; sendo que o projeto com esse montante já está sendo analisa-
do pelo GRAPROHAB, conforme informação veiculada no Site da Prefeitura em
17/03/2.010.
** O Conjunto Habitacional Monte Alto, segundo informações do Departamento de
Habitação, terá as 210 unidades habitacionais sorteadas dentre aquelas famílias cuja renda
familiar esteja compreendida entre 0 e 3 salários mínimos e que efetuaram suas inscrições
no Programa Municipal �Habitação para Todos�, realizado em 2.009.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 79
Votuporanga XVI
- Monte Verde
Monte Alto
Votuporanga K �
Santa Amélia
Hermínio Ro-
que Fávaro
Mapa 23:
Localização dos empreendimentos programados
ou em produção - 2009 � 2012.
Elaboração: RM in B, 2.010.
Exemplo de conjunto em construção, financiado pela Caixa Econômica Federal � Vila
Residencial �Hermínio Roque Fávaro� � Simonsen.
Projeto do Conjunto Vila Residencial �Hermínio Roque Fávaro� � Distrito de Simonsen.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Planejamento Urbano.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 80
Fotos Simonsen
Foto 11 e 12 � Reunião realizada com as 32 famílias sorteadas do Distrito de Simonsen e visita às
obras do Conjunto denominado Vila Residencial �Hermínio Roque Fávaro� � 10/04/2.010.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
Foto 13 e 14 � Visita às obras do Conjunto denominado Vila Residencial �Hermínio Roque Fávaro� �
10/04/2.010, no Distrito de Simonsen.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
5.1.2. Núcleos de Habitação Precária e a produção Habitacional através
do Poder Público
A partir da década de 1990 pouco se realizou, por parte do poder público, no sentido
de ampliar a oferta de unidades habitacionais. Ao se avaliar os programas públicos munici-
pais, verifica-se que o investimento se deu basicamente no sentido de melhorar a habitabi-
lidade das residências das favelas e não na produção habitacional.
A forma de atuação da Prefeitura de Votuporanga foi através das ações voltadas para
as situações de risco, precariedade e irregularidade habitacional no município.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 81
Confirmando essas colocações, temos a tabela 31 com os dados das ações públicas
voltadas para a questão habitacional, realizadas entre os anos de 1992 e 1998.
Tabela 31
Ações voltadas à habitação realizadas e concluídas pela Prefeitura Municipal de Votuporan-
ga.
Período: 1992 � 1998
Nome do Conjunto Agente Localização Projeto
U.H�s. Entregue
Núcleo Santa Feli-
cidade
PM Votupo-
ranga
Bairro São João � entre R Olim-
po Formenton, Olga Loti Ca-
margo, Claudio Pereira e José
Abdo � Z Sul
33 02/06/1995
Vila Esperança PM Votupo-
ranga
Bairro São João � entre R Minas
Gerais, Dr. Antonio Alves da
Silveira e Francisco Luiz Ferrei-
ra � Z Sul
20 01/07/1996
Jardim
Palmeiras I
PM Votupo-
ranga Z Sul 17 13/05/1997
Ranulfo Carros
Antonio (Renas-
cença I)
PM Votupo-
ranga
Bairro da Estação � Av Conde
Francisco Matarazzo, Francisco
Bueno Baeza, e R Antonio Ro-
drigues � Z Sul
41 28/11/1997
Antonio Álvares
Esquirel (Renas-
cença II)
PM Votupo-
ranga
Bairro da Estação � R Antonio
Rodrigues Craveiro Junior, Pre-
sidente Dutra e Dr. Joaquim
Franco Garcia � Z Sul
48 28/11/1997
Total PMV 159
Fonte: PMV, 2010.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 82
Vila Esperança
Antonio Álvares
Esquirel
Jardim Palmeiras I
Ranulfo Carros
Antonio
Santa Felicidade
Mapa 24:
Localização das ações em núcleos entre 1.992 e 1.998.
Elaboração: RM in B, 2.010.
Exemplo de Conjunto Habitacional construído pela Prefeitura de Votuporanga.
Mapa e imagem aérea (8) - Conjunto Habitacional �Ramulfo Carros Antonio�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Em quase uma década foram construídos apenas 159 novas unidades habitacionais pe-
lo poder público municipal. Por outro lado, entre 1991e 2000, o aumento da população das
favelas cresceu 6,58% ao ano, enquanto a população do município cresceu a uma taxa de
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 83
1,8% ao ano, e entre 2000-2004 a 1,49% ao ano (Seade, 2004), o que demonstrou claramen-
te a falta de uma política habitacional municipal.
Conforme já comentado anteriormente e de acordo com os levantamentos da Secre-
taria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente (SEMPLA, 2002), no ano de
2001 existiam três principais núcleos de habitação precária - �favelas�, que totalizavam
uma população de 1.581 pessoas. Eram estes os núcleos:
Ipiranga: núcleo de habitação precária com mais de 45 anos de existên-
cia. Segundo os dados colhidos junto à Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e
Meio Ambiente (SEMPLA) da Prefeitura de Votuporanga, em 1996, o Ipiranga contava com
uma população total de 480 moradores, saltando, em 2001, para 710 moradores, aumento
realmente bastante significativo.
Pró Povo: originou-se de um programa inconcluso de desfavelamento na
década de 80, onde foram ofertados �lotes urbanizados� em uma área contígua ao Bairro
Pozzobon. No entanto o núcleo se refaveliza nos anos de 1980. Oficialmente o loteamento
foi entregue em 1988, conforme a lista de loteamentos da Prefeitura de Votuporanga, e
data de 1996 a regularização fundiária desse loteamento. Em 1996 o núcleo contava com
670 moradores, saltando para 768, em 2001, transformando-se em alvo privilegiado das
ações do poder público municipal na década de 2000.
São Damião: núcleo com acelerado processo de favelização, localizado no
bairro São Cosme e São Damião, surge em 1997, e já em 2001 contava com 103 moradores.
Tabela 32
População Total das Três Principais Favelas
Município de Votuporanga 1996-2001
Núcleos 1996 2001
PróPovo 670 768
Ipiranga 480 710
São Damião ---- 103
TOTAL 1150 1581
Fonte: Elaborado a partir de Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente
(SEMPLA-2.002) da Prefeitura Municipal de Votuporanga
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 84
Fotos de Assentamento Precário � �Favela�, em Votuporanga. Ano de 2.001.
Foto 15 e 16 � via de acesso na �favela� do Ipiranga e três residências na �favela� São Damião.
Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Votuporanga, 2003 / Rodrigues, 2005
De fato, o acelerado crescimento da população favelada em Votuporanga, no período
acima citado, refletia a situação de precarização do emprego, da renda e das condições de
vida da classe trabalhadora no município; decorrente do processo de reestruturação produ-
tiva que, alterou sensivelmente a estrutura organizacional e ocupacional da indústria de
transformação, destacadamente da moveleira, outrora com grande capacidade de absorção
de mão de obra, especialmente aquela de baixa qualificação.
Conforme nos relata Rodrigues, 2005, a conjunção entre baixos níveis de rendimento
obtidos pelo trabalhador e elevado custo da habitação foi uma das grandes dificuldades
para a implantação de uma política habitacional consistente e que absorvesse toda a de-
manda reprimida por habitação, situação essa inclusive reportada pelo secretário da pasta
de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, em entrevista realizada pela autora no ano
de 2004 e transcrita a seguir. Essa situação é particularmente agravada em um contexto de
elevado desemprego e baixa capacidade de investimento do Poder Público:
�... Votuporanga sempre sofreu uma pressão maior por habitação porque ela é um
pólo atrativo de população trabalhadora, principalmente da região. Quer ver, o saldo mi-
gratório é positivo e negativo a nosso favor, porque na realidade as populações vinham
pra cá, em busca de trabalho, população altamente desqualificada, e a cidade cresceu
empobrecendo (...)Votuporanga tem uma renda relativamente maior que a maioria dos
municípios da região, entretanto, o orçamento per capta, a arrecadação, a capacidade de
investimento público sempre foi muito abaixo (...) dos padrões de cidades do mesmo por-
te, com uma mesma padronagem urbanística, com o mesmo tipo de problemática de ocu-
pação do solo. Então Votuporanga é uma cidade que tem enormes problemas urbanos, em
função de também ter um orçamento inadequado para a população que aqui reside� (Gus-
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 85
tavo de Souza Fava, Secretário de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitu-
ra Municipal de Votuporanga)
Novamente Rodrigues, 2005 nos apresenta um trecho de uma entrevista realizada em
2004, com o geógrafo Luciano Nucci Passoni � Ex-Diretor da Secretaria de Planejamento,
Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Votuporanga, onde o mesmo infor-
mou que �nos últimos quatro anos praticamente não se criou oferta de unidades habita-
cionais, e sim a melhoria das casas já habitadas, como troca de telhados, construção de
banheiros, ampliação de cômodos (...) [Houve] construção de unidades habitacionais em
regime de mutirão para processo de desfavelamento [mas os principais investimentos se
deram] em melhorias nas habitações insalubres, (...) instalação de janelas, ligações a rede
de esgoto e água, construção de piso e correções nos sistemas de drenagem de águas plu-
viais�.
Assim, com o decorrer dos anos, não somente o número de pessoas moradoras em
habitação precárias aumentou como também aumentaram o número de núcleos distribuí-
dos pela malha urbana.
Como forma de subsidiar a elaboração de projetos para a regularização urbanística e
fundiária e para a construção de novas unidades habitacionais, a Prefeitura de Votuporan-
ga iniciou um cadastramento em 2004, que se estendeu até 2.005. Ao todo foram levanta-
das oito (8) áreas ocupadas, ou seja, oito núcleos:
Zona Sul: Matarazzo, Esmeralda, Córrego, Linhão e Ipiranga;
Zona Norte: Santa Amélia e Pró Povo;
Zona Leste: São Cosme.
Nesse levantamento constatou-se que das 437 famílias moradoras em assentamentos
precários, 334 ou 76,5 % estão localizadas em núcleos implantados na região sul e sudoes-
te. Este dado confirma a fragilidade social e a segregação existente do município já descri-
ta no histórico.
A tabela 33 representa um resumo do cadastro.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 86
Tabela 33
Núcleo de �Favelas� e população residente � ano de referencia: 2.005.
Município de Votuporanga
Núcleos Localização
(bairro) Domínio Nº de famílias População
Matarazzo Estação P.M.V. 48 172
Esmeralda Estação P.M.V. 42 126
Córrego Estação P.M.V. 07 27
Santa Amélia Residencial San-
ta Amélia P.M.V. 16 46
Linhão Jd das Palmei-
ras RFFSA 14 56
São Cosme São Damião P.M.V. 61 214
PróPovo Pozzobon P.M.V. 26 86
Ipiranga São João P.M.V. 223 676
TOTAL 437 1403
Fonte: Elaborado a partir de dados da Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Am-
biente (SEMPLA-2.002) da Prefeitura Municipal de Votuporanga
O Núcleo Ipiranga, por ser um dos assentamentos mais antigo e mais denso do muni-
cípio, recebeu prioridade quando a Prefeitura de Votuporanga solicitou verba à CDHU para
atuar no núcleo, através do Programa de Atuação em Favela e Área de Risco que a compa-
nhia oferecia aos municípios. Assim, foram construídas 151 casas em processo de mutirão,
sendo que 123 por famílias do Núcleo Ipiranga.
A tabela 34 apresenta a situação dos núcleos em 2006, após o processo de desfave-
lamento/ desadensamento ocorrido no núcleo Ipiranga.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 87
Tabela 34
Núcleo de �Favelas� e população residente � ano de referencia: 2.006.
Município de Votuporanga
Núcleos Localização
(bairro) Domínio Nº de famílias População
Matarazzo Estação P.M.V. 48 172
Esmeralda Estação P.M.V. 42 126
Córrego Estação P.M.V. 07 27
Santa Amélia Residencial San-
ta Amélia P.M.V. 16 46
Linhão Jd das Palmei-
ras RFFSA 14 56
São Cosme São Damião P.M.V. 61 214
PróPovo Pozzobon P.M.V. 26 86
Ipiranga São João P.M.V. 100 257
TOTAL 314 984
Fonte: Elaborado a partir de dados da Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Am-
biente (SEMPLA-2.002) da Prefeitura Municipal de Votuporanga
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 88
Córrego São Cosme
Santa Amélia
PróPovo
Ipiranga Esmeralda
Linhão
Matarazzo
Mapa 25
Localização dos Núcleos de habitação precária - �Favelas� � ano de referencia: 2.006, no
município de Votuporanga.
Elaboração: RM in B, 2.010.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 89
As imagens aéreas datadas de setembro de 2.004 e de setembro de 2006 deixam visí-
vel a situação do Núcleo Ipiranga antes e depois da ação de retirada das 123 famílias que
foram encaminhadas para o Conjunto Habitacional �Sonho Meu�.
Imagem 9 � Núcleo Ipiranga � Setembro de 2.004.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Imagem 10 � Núcleo Ipiranga � Setembro de 2.006.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 90
Em 2.009, juntamente com as inscrições no Programa Municipal �Habitação para To-
dos�, realizou-se um novo cadastramento das famílias moradoras em núcleos de habitação
precária � favelas, no município. Segundo os dados apresentados pelo Departamento de
Habitação da Prefeitura, o número de famílias moradora nos núcleo aumentou de 314 em
2006 para 327 em 2009.
Tabela 35
Núcleo de �Favelas� e população residente � ano de referencia: 2.009.
Município de Votuporanga
Núcleos Localização (bairro) Domínio Nº de famílias
Matarazzo Estação P.M.V. 47
Esmeralda Estação P.M.V. 42
Santa Amélia Residencial Santa
Amélia P.M.V. 15
Linhão Jardim das Palmei-
ras RFFSA 20
São Cosme São Damião P.M.V. 59
Ipiranga São João P.M.V. 98
PróPovo Pozzobon P.M.V. 34
COHAB-CRHIS Conjunto João Alba-
rello P.M.V. 6
Córrego Estação P.M.V. 5
Ibrahin Haddad Jardim Santa Paula P.M.V. 1
TOTAL 327
Fonte: Elaborado a partir de dados da Secretaria Municipal de Obras e Habitação da Prefeitura Mu-
nicipal de Votuporanga.
As ocupações mais recentes ocorreram, na sua grande maioria, em área pública dos
loteamentos ou em de Área Permanente de Preservação (APP). Conforme informação do
Departamento de Habitação, as novas ocupações localizam-se:
PróPovo: oito (8) unidades na APP do córrego Marinheirinho;
Córrego: cinco (5) unidades na APP do córrego Boa Vista;
Fundos da COHAB-CRHIS: seis (6) unidades na APP do córrego Marinheiri-
nho;
Ibrahin Haddad: uma unidade na APP do córrego Marinheirinho.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 91
5.1.3. Projetos de Urbanização, construção de Habitação de Interesse So-
cial e programas de desfavelamento em Votuporanga
O projeto pioneiro de maior envergadura que tratava da questão habitacional de In-
teresse Social realizado no município foi o PróPovo. Originado de um programa inconcluso
de desfavelamento na década de 80, onde foram ofertados �lotes urbanizados� em uma
área contígua ao Bairro Pozzobon, o núcleo se refaveliza no final dos anos de 1980. Ofici-
almente o loteamento foi entregue em 1988, conforme a lista de loteamentos da Prefeitu-
ra de Votuporanga, e data de 1996 a regularização fundiária desse loteamento.
Somente em 2005 a prefeitura retoma a produção habitacional de interesse social a-
través da implantação do Conjunto Habitacional �Sonho Meu�. O conjunto foi implantado
por meio de uma parceria entre a CDHU, através do Programa de Atuação em Favela e Á-
reas de Risco, e a Prefeitura, onde as casas foram realizadas em sistema de Auto Constru-
ção/Mutirão. A proposta era de produzir Unidades de Habitação Social no sistema de muti-
rão, vinculadas ao programa de desfavelamento do Núcleo Ipiranga. Esse projeto foi elabo-
rado de forma articulada pela Secretaria de Planejamento Urbano, Habitação e Meio Ambi-
ente � SEMPLA, pelo Departamento de Habitação Social da Secretaria de Ação e Desenvol-
vimento Social e pela Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga � SAEV, além de
outros setores.
No Conjunto �Sonho Meu� foi investido R$ 1.799.408,28 para a construção de 151 U-
nidades Habitacionais, implantação de toda rede de água, esgoto e energia elétrica (inclu-
indo iluminação pública) e a construção de um equipamento comunitário. Do núcleo Ipi-
ranga saiu 123 famílias.
Em 2.009 a Prefeitura de Votuporanga aplicou R$ 163.696,6031
na construção de 20
Unidades Habitacionais no Jardim Palmeiras II, destinadas ao programa de desfavelamento
municipal. As famílias atendidas foram as moradoras do Núcleo �Linhão�, núcleo conside-
rado de risco, pois localizava-se entre os trilhos da Rede Ferroviária Federal S.A. e a Rua
Josefina Galoro (Bairro da Estação). As edificações construídas distam apenas 250 m do
núcleo, são térreas, de alvenaria e serão entregues com todas as instalações. As obras fo-
ram entregues em março de 2.010 e todas as famílias foram removidas do núcleo.
Atualmente encontra-se em construção o Conjunto Habitacional Votuporanga K, com
10 Unidades Habitacionais, que atenderá famílias provenientes do Núcleo Santa Amélia. O
núcleo ocupava as margens de um afluente do córrego Marinheirinho - Área de Proteção
31 Valor corresponde somente a construção das Unidades Habitacionais.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 92
Permanente � APP, e também considerado como área de risco, pois estava muito suscetível
a escorregamentos de terra e inundações.
O empreendimento é uma parceria com a CDHU, através do programa �Parceria Mu-
nicípios�, na modalidade de Administração Direta. As novas Unidades Habitacionais distam
apenas 120 m do núcleo, são térreas, construídas em alvenaria e ocupam 10 lotes. As edifi-
cações possuem área útil de 52, 64 m², área construída de 55,87 m² e o custo da unidade
está previsto em R$ 48.575,70. O conjunto será entregue com toda a infra estrutura como
água, esgoto e energia elétrica (incluindo Iluminação Publica) e o sistema viário já encon-
tra-se implantado. O valor da obras está estimado em R$ 485.726,97 (fonte: Site do CDHU �
03/05/2.01032).
Segue a Tabela 36 com um resumo dos projetos em andamento.
Tabela 36
Projetos de Intervenção em Assentamentos Precários até 2009.
Prefeitura Municipal de Votuporanga
PROJETOS EXECUTADOS OU EM ANDAMENTO
Núcleos Agente Financi-
ador
Recursos investidos
(R$)
Novas
U.H. Situação
Ipiranga ->
Conjunto
Sonho Meu
CDHU / PM Vo-
tuporanga R$ 1.799.408,28 151
Obra executada e en-
tregue em 2006
Linhão CDHU / PM Vo-
tuporanga R$ 163.696,60 20
Obra executada e en-
tregue em 2.010
Santa Amé-
lia
CDHU / PM Vo-
tuporanga R$ 485.726,97 10 Em execução
TOTAL R$ 2.448.831,85 181
Fonte: Site da CDHU, 2.010 e Prefeitura Municipal de Votuporanga.
32 Site consultado: http://www.habitacao.sp.gov.br/saiba-como-funciona-a-cdhu/producao/oferta-
cdhu.asp?DestHab=2&Empreendimento=7831"
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 93
A Imagem abaixo indica o local para onde as famílias do núcleo �Linhão� foram re-
movidas. A proximidade das novas unidades habitacionais do antigo núcleo favorece a ma-
nutenção das relações sociais e de trabalho estabelecidas por essa população, assim como
aumenta as possibilidades de permanência das famílias nas novas edificações.
Imagem 11 � Núcleo do �Linhão� e o local da construção das novas unidades.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Núcleo �Linhão
Novas Unidades Habitacionais
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 94
Fotos do Núcleo �Linhão�
Foto 17 e 18 � Núcleo do �Linhão�, vista das habitações a partir dos trilhos da Rede Ferroviária Fe-
deral e vista das habitações precárias a partir da Rua Josefina Galoro.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
Foto 19 e 20 � Casas do Núcleo �Linhão� e Obras no Jardim Parmeiras II � 10/04/2.010.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
Foto 21 e 22 � Obras no Jardim Palmeiras II e casas prontas para receber as famílias provenientes do
Núcleo �Linhão�.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 95
Fotos do Núcleo Santa Amélia
Foto 23 e 24 � Casas e áreas precárias no Núcleo Santa Amélia.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.
Foto 25 � Reunião com a população para esclarecimento das ações de remoção.
Foto 26 � Casas em construção para as famílias do Núcleo �Santa Amélia�.
Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação e RM in B.
Localização e Imagem 12 � Indicação das 10 novas unidades habitacionais do núcleo �Santa Amélia�.
Obs.: Hoje as ruas do entorno do núcleo já se encontram com o sistema viário todo implantado �
guia, sarjeta e pavimentação.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
RU
A
RUA RENATO FONSECA
RUA IRENE GALVANI CASADO
RU
A
P
AU
LO
M
OR
ET
TI
RIO
C
OL
OR
AD
O
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 96
Além dos empreendimentos descritos acima, existem ainda 3 (três) outros projetos
elaborados para ampliação da oferta de habitação de interesse social em Votuporanga, já
com licitação em andamento e com previsão de recurso para implantação. Todos os proje-
tos estão inseridos no Programa de desfavelamento do Município, dentro do Programa Mu-
nicipal �Habitação para Todos� da gestão 2.009 � 2.012, e atenderão famílias com renda
entre 0 e 3 salários mínimos.
O primeiro projeto denominado de �Ipiranga I e II� atenderá o Núcleo Ipiranga como
um todo. Está localizado a aproximadamente 2.000 m do centro da cidade, na Zona Sul. O
acesso ao local é realizado pelas vias oficiais: Ruas Eduardo Regiani, Rua Thomaz Paes da
Cunha e Rua Bahia. A área pertencente ao núcleo é de aproximadamente 17 mil m², e ain-
da hoje é ocupada por habitações precárias do Núcleo Ipiranga (favela do São João).
O empreendimento visa a construção de 48 unidades habitacionais que serão destina-
das as famílias moradoras do núcleo. O investimento previsto é da ordem de R$
2.016.000,00 e os recursos são provenientes do Governo Federal, através do Programa �Mi-
nha Casa, Minha Vida�, em parceria com a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura.
O segundo projeto denominado Conjunto Habitacional ou Vila �São Lucas�, conhecida
como favela do São Cosme, localiza-se a aproximadamente 3.200 m do centro da cidade, e
o acesso ao local é realizado através das vias oficiais: Avenida Anastácio Lasso, Estrada
Municipal Primo Furlani e Rua Caiuás. A área pertencente ao núcleo é de aproximadamente
14 mil m², e ocupada ainda pelas habitações do Núcleo São Cosme.
O projeto abrange a construção de 22 unidades habitacionais também destinadas às
famílias moradora do núcleo. O investimento previsto para a implantação do projeto será
de aproximadamente R$ 924.000,00 e os recursos também são provenientes do Governo
Federal, através do Programa �Minha Casa, Minha Vida�, em parceria com a Caixa Econô-
mica Federal e a Prefeitura.
Para esses dois primeiros projetos está previsto o sorteio das unidades habitacionais
entre aqueles que, atualmente já residem no local, em barracos ou que estejam em situa-
ção de risco social. Também será levado em conta o critério de famílias com maior número
de idosos ou de crianças em idade escolar.
O terceiro projeto denominado de Conjunto Habitacional �Monte Alto� localiza-se
entre a Avenida Francisco Bueno Baeza, Avenida República do Líbano e Rua Presidente Du-
tra, fechando uma área de aproximadamente 107 mil m², ao lado do Jardim das Palmeiras
I. O empreendimento prevê a implantação de 210 unidades habitacionais destinadas às
famílias com renda familiar compreendida entre 0 e 3 salários mínimos. As edificações se-
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 97
rão sorteadas entre as famílias que se inscreveram no ano de 2.009, no programa �Habita-
ção para Todos�. Para a implantação desse conjunto está previsto recursos da ordem de R$
8.820.000,00, provenientes do Governo Federal, através do Programa �Minha Casa, Minha
Vida�, em parceria com a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura.
Tabela 37
Projetos de Intervenção em Assentamentos Precários previstos para 2010 - 2012.
Prefeitura Municipal de Votuporanga
PROJETOS EM LICITAÇÃO
Núcleos Agente Finan-
ciador Recursos previstos
Novas
U.H. Situação
Ipiranga I GF - CEF / PM
Votuporanga R$ 882.000,00 21
Em processo de lici-
tação
Ipiranga II GF - CEF / PM
Votuporanga R$ 1.134.000,00 27
Em processo de lici-
tação
Vila São Lucas
(São Cosme)
GF - CEF / PM
Votuporanga R$ 924.000,00 22
Em processo de lici-
tação
Conjunto Habi-
tacional �Monte
Alto�
GF - CEF / PM
Votuporanga R$ 8.820.000,00 210
Em processo de lici-
tação
TOTAL R$11.760.000,00 280
Fonte: Informações retiradas do Site da Prefeitura Municipal de Votuporanga, em 17/03/2010.
RR MM..iinn..BB
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Ipiranga II
Monte Alto
São Lucas
Sonho Meu
Ipiranga I
Votuporanga K �
Santa Amélia
Linhão
Mapa 26
Localização dos projetos de intervenção executados e previstos - 2009 � 2012.
Elaboração: RM in B, 2.010.
Como podemos verificar na tabela anterior, a produção de unidades habitacionais pa-
ra os núcleos Ipiranga e núcleo São Cosme � �Vila São Lucas� é inferior a população mora-
dora no local. Dessa forma, no núcleo Ipiranga das 98 famílias moradoras, 48 (50%) serão
atendidas, ficando um remanescente de 50 famílias; e no São Cosme, das 59 famílias mo-
radoras, apenas 22 (37%) terão uma unidade habitacional no mesmo local, restando ainda
37 famílias. Também no caso do Núcleo Santa Amélia, das 15 famílias moradoras, 10 rece-
beram uma unidade habitacional em março de 2.010; outras cinco famílias terão suas uni-
dades construídas nas imediações do núcleo33
. Conforme informação do Departamento de
Habitação da Prefeitura de Votuporanga, essas famílias terão prioridade de uma unidade
habitacional no Conjunto Habitacional �Monte Alto�, tendo em vista que o mesmo será
destinado a famílias com renda entre 0 e 3 salários mínimos.
33 Informação retirada do documento entregue à equipe de produção do PLHIS, denominado �Programa Habita-
ção Para Todos�.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 99
Tabela 38
Famílias em núcleos de habitação precária � Objeto de Remoção já incluída em Programas
Habitacionais; 2009 � 2012
Votuporanga
Núcleos Nº de Famí-
lias em 2.009
Nº de
U.H. no-
vas
Projeto
(situação em maio 2010)
Nº de Famílias
não atendidas
Linhão 20 20
Remoção total realizada � obra
entregue em março de 2010 �
Jd das Palmeiras II
0
Santa
Amélia 15 10
Remoção total realizada / o-
bras em andamento - CDHU 5
São Cos-
me 59 22 Em licitação 37
Ipiranga 98 48 Em licitação 50
TOTAL 192 100 92
Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga. Elaboração: RM in B, 2.010
Para as famílias que foram removidas de suas habitações o governo municipal dispõe
do Programa �Bolsa-Aluguel�, que é um programa de apoio à Política Municipal de Habita-
ção, podendo ou não estar associado a outros programas habitacionais. O objetivo do pro-
grama é viabilizar o acesso a unidades habitacionais para pessoas e famílias de baixa renda
que habitam locais que estão sendo objeto de intervenção de Programas da Política Muni-
cipal de Habitação, mediante a concessão de benefícios por período determinado.
A tabela 39 nos apresenta um balanço do total de famílias ainda moradoras em nú-
cleos de habitação precária, que não estão incluídas em programas específicos do municí-
pio e, portanto, devem ser alvo principal de novos projetos.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 100
Tabela 39
Famílias moradoras em núcleos de habitação precária sem projeto específico.
Município de Votuporanga
Núcleos Localização (bairro) Domínio Nº de famílias
Matarazzo Estação P.M.V. 47
Esmeralda Estação P.M.V. 42
PróPovo + área pública Pozzobon P.M.V. 34
FUNDO DA COHAB-CRHIS Conjunto João Albarello P.M.V. 6
Córrego (APP) Estação P.M.V. 5
Ibrahin Haddad Jardim Santa Paula P.M.V. 1
TOTAL 135
Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga. Elaboração: RM in B, 2.010.
Como podemos observar na tabela anterior, ainda existem 6 (seis) áreas ocupadas
com habitações precárias identificadas no município, as quais somadas totalizam 135 famí-
lias, que somadas com as 92 famílias da tabela 38 perfazem um total de 227 famílias ou
726 pessoas que necessitam de moradia digna.
De acordo com documentação apresentada pelo Departamento de Habitação da Pre-
feitura de Votuporanga, os núcleos foram separados em: Núcleos indicados para fazerem
parte de programas de desfavelamento e Núcleos que ocupam área de risco.
Os Núcleos indicados para fazerem parte de programas de desfavelamento são:
Núcleo Matarazzo: 47 famílias
O núcleo denominado �Matarazzo� está localizado a aproximadamente 2.300 m do
centro da cidade, na Zona Sudoeste. O acesso ao local é realizado pelas vias oficiais: Rua
Dr. Joaquim Franco Garcia, Avenida Conde Francisco Matarazzo e Rua Presidente Dutra. A
área ocupada de forma espontânea é pública municipal, de uso comum e faz parte do sis-
tema de Área Verde. O sistema viário implantado possui guia e sarjeta, as calçadas estão
parcialmente implantadas, a pavimentação é asfáltica, recentemente aplicada e o escoa-
mento das águas pluviais é ordenado (superficial) nesse trecho, gerando boas condições de
tráfego em todo o núcleo.
A infra-estrutura urbana como rede pública de energia elétrica e iluminação, a rede
de abastecimento de água e rede pública de coleta de esgoto foi implantada em todas as
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 101
ruas. Em vistoria no local, não se verificou lançamento de esgoto nas ruas. A área é aten-
dida pelo serviço público de coleta de lixo domiciliar e há transporte público que atende o
bairro.
Imagem 13 e localização � Assentamento precário �Matarazzo�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Foto 27 e 28 � Exemplo de ocupação do núcleo Matarazzo � Av. Conde Francisco Matarazzo.
Fonte: RM in B � 2.010.
Foto 29 e 30 � Exemplo de ocupação do núcleo Matarazzo � Av. Conde Francisco Matarazzo.
Fonte: RM in B � 2.010.
Núcleo Matarazzo
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Núcleo Esmeralda: 42 famílias
O núcleo denominado �Esmeralda� está localizado a aproximadamente 2.200 m do
centro da cidade, na Zona Sudoeste. O acesso ao local é realizado pelas vias oficiais: Rua
Dr. Joaquim Franco Garcia, Rua Valdmir Casagrande e Rua Manoel da Silva Leão. A área
ocupada de forma espontânea é pública municipal, de uso comum e faz parte do sistema
de Área Verde. O sistema viário implantado possui guia e sarjeta, a pavimentação é asfál-
tica, recentemente aplicada e o escoamento das águas pluviais é ordenado (superficial)
nesse trecho, gerando boas condições de tráfego em todo o núcleo.
A infra-estrutura urbana como rede pública de energia elétrica e iluminação, a rede
de abastecimento de água e rede pública de coleta de esgoto foi implantada em todas as
ruas. Em vistoria no local, não se verificou lançamento de esgoto nas ruas. A área é aten-
dida pelo serviço público de coleta de lixo domiciliar e há transporte público que atende o
bairro.
Imagem 14 e localização � Assentamento precário �Esmeralda�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Foto 31 e 32 � Exemplo de ocupação do núcleo Esmeralda � Rua Waldmir Casagrande e Rua Dr. Joa-
quim Franco Garcia.
Fonte: RM in B � 2.010.
Núcleo Esmeralda
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Os Núcleos ou unidades em área de risco são:
Fundo do bairro PróPovo: 26 + 8 (APP) famílias
O núcleo denominado �PróPovo� está localizado a aproximadamente 2.750 m do cen-
tro, na Zona Norte da cidade. Das 34 famílias do núcleo, 8 estão ocupando a Área de Pro-
teção Permanente (APP) do córrego Marinheirinho, nas proximidades das Travessas das
Emas, dos Pardais e Sabiá; local considerado como �área de risco� pelo Departamento de
Habitação - PMV.
Imagem 15 e localização � Assentamento precário �Própovo�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Foto 33 � Exemplo de ocupação do núcleo Esmeralda � Travessa Bem Te Vi (APP).
Fonte: RM in B � 2.010.
Núcleo PróPovo
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 104
Fundo da COHAB-CRHIS: 6 famílias
O Conjunto Habitacional denominado �João Albarello� está localizado a aproxima-
damente 3.500 m do centro, na Zona Norte da cidade. No extremo leste do conjunto, seis
famílias estão ocupando a Área de Proteção Permanente (APP) do córrego Marinheirinho,
nas proximidades da Rua Joaquim Gomes da Silveira, local considerado como �área de ris-
co� pelo Departamento de Habitação - PMV.
Outras duas áreas de ocupação recente não estão classificadas. São elas:
Córrego: 5 famílias
Cinco famílias estão ocupando a Área de Proteção Permanente (APP) do córrego Boa
Vista, nas proximidades da Rua Alvim Algarve.
Imagem 16 e localização � Assentamento precário �Córrego�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Foto 34 e 35 � Exemplo de ocupação do núcleo �Córrego� � Rua Alvim Algarve.
Fonte: RM in B � 2.010.
Núcleo Córrego
RR MM..iinn..BB
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Ibraim Haddad: 1 família
Uma família está ocupando a Área Pública do loteamento Jardim Bela Vista, localiza-
da entre as ruas Ibraim Haddad, Casemiro de Abreu e Avenida Pansani.
Imagem 17 e localização � Ocupação de área pública �Ibraim Haddad�.
Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.
Foto 36 � Exemplo de ocupação do núcleo �Córrego� � Rua Alvim Algarve.
Fonte: RM in B � 2.010.
Ibraim Haddad
Ocupação
Av.
Pansa
ni
Rua Ibraim Haddad
RR MM..iinn..BB
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5.2. Programa Estadual de Regularização de Núcleos Habitacionais � �Cidade
Legal� no Município de Votuporanga
A demanda por um programa de Regularização Fundiária no município de Votuporan-
ga existe a muitas décadas, tanto que o primeiro loteamento indicado para o Programa
�Cidade Legal� � Parque CECAP I, data de 1966 e outros quatro loteamentos foram implan-
tados na década de 1980.
O Programa �Cidade Legal�, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Habitação e
instituído pelo Decreto nº 52.052, de 13 de Agosto de 2007, tem como objetivo auxiliar os
municípios nas ações de regularização de núcleos habitacionais por meio de orientação e
apoio técnico. Isso é feito por meio de um Convênio de Cooperação Técnica, entre o Go-
verno do Estado, por meio da Secretaria da Habitação e o município interessado.
A legalização de moradias irregulares34 é de fundamental importância, pois converte
os locais de assentamentos precários em endereços; gera informações para a arrecadação
de tributos e para a elaboração de políticas sociais, urbanísticas e ambientais, dentre ou-
tras; assim como torna possível também a obtenção de recursos para o investimento em
bens e serviços públicos, como transporte coletivo, escolas, postos de saúde, criação de
áreas de lazer, entre outros.
Além disso, a regularização impede a venda de lotes ou imóveis irregulares ou clan-
destinos com falsos contratos, vinculados a contraventores que vivem à margem da cidade
legal.
A regularização dos núcleos habitacionais garante ao cidadão:
Segurança jurídica � direito ao uso e posse do seu imóvel.
Possibilidade de transferência de posse e propriedade estendida aos des-
cendentes.
Utilização do imóvel como garantia para a obtenção de créditos e financi-
amentos.
Integração do proprietário ao sistema econômico.
Seu imóvel e/ou moradia legalizada.
34 Moradia irregular: aquela que fica em um lote sem aprovação da Prefeitura ou sem o registro do loteamento
junto ao cartório de registro de imóveis (C.R.I.).
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 107
Outro ponto importante para a regularização é a questão dos emolumentos. O custo
dos serviços notariais e de registro de imóveis possui um peso relevante, especialmente
para a população de mais baixa renda. Com isso, ao término do financiamento ou do pro-
cesso de regularização urbanística, as moradias não eram registradas, aumentando, assim,
as situações de irregularidade.
Visando mudar essa situação, foi elaborada a Lei Estadual nº 13.290, de dezembro de
2008, que busca reduzir as despesas para registro de imóveis de interesse social, tanto
para a regularização de empreendimentos antigos quanto para a produção de novas unida-
des, para os municípios que assinarem o convênio do programa. Assim fica mais acessível
aos moradores o registro de seu imóvel.
Corroborando com o esforço de implementar verdadeiramente a regularização fundi-
ária urbana no Brasil, o governo federal, através do Ministério das Cidades editou a Lei nº
11.977 em 07 de julho de 2009 um marco jurídico no assunto. A edição da lei abriu um no-
vo e promissor momento para a regularização fundiária urbana no Brasil, pois, pela primei-
ra vez, a regularização é devidamente destacada e definida em uma lei federal, estabele-
cendo ainda, procedimentos, competências, e criando importantes instrumentos para a sua
efetivação.
Segue quadro resumo dos compromissos dos municípios e do Programa �Cidade Le-
gal�:
Quadro 01:
COMPROMISSOS DOS MUNICÍPIOS E DO PROGRAMA CIDADE LEGAL
MUNICÍPIOS PROGRAMA CIDADE LEGAL
Integrar as ações das Secretarias e Ór-
gãos Municipais envolvidos na execução do
Programa.
Integrar os Órgãos estadu-
ais na busca de soluções e ações
necessárias para o cumprimento
do Plano de Regularização do
Município.
Divulgar para a população os parcela-
mentos e núcleos habitacionais incluídos no
Programa.
Elaborar Plano Urbanístico de Regulari-
zação dos núcleos habitacionais incluídos no
Convênio.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 108
COMPROMISSOS DOS MUNICÍPIOS E DO PROGRAMA CIDADE LEGAL
MUNICÍPIOS PROGRAMA CIDADE LEGAL
Criar os instrumentos legais, regula-
mentares e administrativos que viabilizem as
regularizações. Prestar assessoria, orien-
tação e apoio técnico e adminis-
trativo aos Municípios convenia-
dos.
Atos administrativos e expedição de
documentos necessários às regularizações.
Envio do projeto regularizado pelo Mu-
nicípio para registro.
Fonte: Manual do Programa �Cidade Legal� � Sec. de Estado da Habitação
Etapas de trabalho
O Programa Cidade Legal está dividido em 4 etapas, sendo que cada uma delas possui
subdivisões que não entraremos no mérito por não ser o alvo deste trabalho (mais informa-
ções acesse http://lamp.habitacao.sp.gov.br/cidadelegal, ou entre em contato com a Se-
cretaria da Habitação do Estado de São Paulo).
I. Ofício do Prefeito dirigido ao Secretário da Habitação, solicitando a inclusão do Mu-
nicípio no Programa, acompanhado dos documentos necessários (vide programa);
II. Análise da documentação pela Secretaria de Estado da Habitação, por meio da Se-
cretaria Executiva do Comitê de Regularização.III
III. Assinatura do Convênio de Cooperação Técnica entre Prefeito e Secretário da Habi-
tação.
IV. Após a assinatura do convênio, inicia-se o desenvolvimento da integração entre os
atores, ações técnicas, legais, urbanísticas e administrativas voltadas à regularização dos
parcelamentos do solo e de núcleos habitacionais, públicos ou privados. Todas as etapas
estão no Manual de Orientação do Programa Cidade Legal35.
O município de Votuporanga aderiu ao Programa �Cidade Legal� em abril de 2.009 e
relacionou 24 núcleos para serem inseridos no convênio.
35 Modelos de documentos e etapas do programa disponíveis no Manual de Orientação do Programa Cidade Le-
gal. (https://lamp.habitacao.sp.gov.br/cidadelegal/documentos/Cidade Legal 07042008 a4 site.pdf )
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 109
A informalidade urbana constatada no município e destacada na tabela 40 destoa da
realidade de grande parte das cidades brasileiras. A irregularidade, embora não exclusiva-
mente, mas em sua maior parte, está associada a ocupações de população de baixa renda,
que historicamente não teve acesso à produção formal de habitação, e, como conseqüên-
cia, é impedida de concretizar, no quadro da legalidade, seu direito à cidade.
Conforme podemos notar na tabela, não estão inseridos os núcleos de habitação pre-
cária � Favelas (Matarazzo e Esmeralda, por exemplo). Por outro lado, foi incluída a Vila
São Lucas, Vila Ipiranga I e II e o loteamento �Monte Alto�, que são os conjuntos habitacio-
nais em projeto e que irão abrigar as famílias provenientes dos núcleos São Cosme, Ipiran-
ga e de outros assentamentos ainda a serem definidos.
Analisando a tabela, observamos que dos 24 (vinte e quatro) loteamentos irregulares
indicados para o programa, cinco não foram implantados ainda, o que nos leva a crer que o
interesse do município, nesses casos, é o de obter orientação para agilizar a expedição de
documentos e a redução dos custos de registro previstos na legislação. Em relação aos 18
loteamentos irregulares existentes, 12 foram implantados por Companhias Habitacionais
(CDHU, COHAB, CRHIS e Coop. Hab. dos Comerciários do Estado de São Paulo) e 6 pela pró-
pria prefeitura.
Segue a relação atualizada (05/2.010), com a inclusão de núcleos e conjuntos habita-
cionais entregue na Secretaria de Habitação do Estado:
Tabela 40
Convênio Cidade Legal � Loteamentos ou Núcleos irregulares inseridos no Programa.
PRIOR. CONJUNTOS UNID EXECUTOR DATA IMPLAN-
TAÇÃO
1 Parque CECAP I 100 CDHU 1966
2 Conj. Hab. Jardim Brisa Suave 523 COHAB 1981
3 Parque CECAP II (Votuporanga
B) 310 CDHU 1981
4 Parque das Nações I 506 COHAB 1988
5 Parque das Nações II 421 COHAB 1988
6 Conj. Hab. João Albarello (Vo-
tuporanga 1) 355 CRHIS 1992
7 Conj. Hab. José Esteves (Votu-
poranga D) 13 CDHU 1993
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 110
PRIOR. CONJUNTOS UNID EXECUTOR DATA IMPLAN-
TAÇÃO
8 Núcleo Santa Felicidade -
SO.11.14.18 e SO.11.14.19 33 Prefeitura 02/06/1995
9 Vila Esperança - SO.11.09.23 e
SO.11.09.31 21 Prefeitura 1996
10 Conj. Hab. Ranulfo C. Antônio
(Conj. Hab. Renascença � I) 43 Prefeitura 1997
11 Conj. Hab. Antônio A. Esquirel
(Conj. Hab. Renascença II) 48 Prefeitura 1997
12 Dentro do Jardim das Palmei-
ras - SO.11.12.21 17 Prefeitura 13/05/1997
13 Conj. Hab. Ver. José Nunes
(Votuporanga I) 432 CDHU 1998
14
Conj. Hab. Jamir D� Antônio
(parte do Loteamento Jardim
dos Lagos)
578
Coop. Hab. do Co-
mércio do Estado de
São Paulo
1998
15 Jardim Pró Povo 210 Prefeitura 2000
16 Jabuticabeira
(Votuporanga C) 130 CDHU 2004
17 Prolongamento Pq. Residencial
do Lago � (Votuporanga E) 45 CDHU
18 Conj. Hab. Sonho Meu (Votupo-
ranga J) 153 CDHU 2006
19 Vila Carvalho 69 Ocupação espontânea
20 Vila São Lucas 23 Min. das Cidades /
CEF 2010*
21 Vila Ipiranga I 23 Min. das Cidades /
CEF 2010*
22 Vila Ipiranga II 29 Min. das Cidades /
CEF 2010*
23 Loteamento Monte Alto 210 Min. das Cidades /
CEF 2010*
24 Jd. Residencial Monte Verde 500 CDHU 2010*
TOTAL 4792
Fonte: Documentos fornecidos pela Prefeitura de Votuporanga - Secretaria de Obras e Habitação.
* Loteamentos com decreto de aprovação, mas não implantados.
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 111
Sistematização dos projetos habitacionais em Votuporanga
Tabela 41
Projetos Habitacionais concluídos � até 2009
Nome do Conjunto Agente Localização Projeto
U.H�s. Conclusão
Parque CECAP I CDHU / PM Votu-
poranga
CECAP I � R Gov Fer-
nando Costa, entre R
Pernambuco e São Pau-
lo � Z Sul
100 01/01/1969
Jardim Brisa Suave COHAB / PM Vo-
tuporanga
Pozzobon � Av Emilio
Arroyo Hernandes, en-
tre R Rio Solimões e Rio
Negro � Z Norte
523 21/02/1981
Parque CECAP II
(Votuporanga B)
CDHU / PM Votu-
poranga
CECAP II � R Aristides
Gallo, entre R Cardoso
e Av 9 de Julho � Z Oes-
te (noroeste)
310 21/06/1982
Parque das Nações COHAB / PM Vo-
tuporanga
Parque das Nações - Av
Emilio Arroyo Hernan-
des, entre R Japão e
Holanda � Z Norte
201 25/02/1983
João Albarello
(Votuporanga I)
CRHIS/ PM Votu-
poranga
R João Ferreira do Nas-
cimento, entre R Ru-
bens Zanini e Cesar
Waldemar Caldorin � Z
Norte
558 03/09/1992
José Esteves (Vo-
tuporanga D)
CDHU / PM Votu-
poranga
Jardim Progresso - R
São Pau-lo, entre R
Olga Loti Camargo e
Fernando Costa � Z Sul
13 09/03/1993
Jabuticabeira (Vo-
tuporanga C)
CDHU / PM Votu-
poranga
R Horácio dos Santos,
entre Francisco Rossini
e Francisco Bortolozzo �
Z Leste
98 06/05/1994
Núcleo Santa Feli-
cidade PM Votuporanga
Bairro São João � entre
R Olimpo Formenton,
Olga Loti Camargo,
Claudio Pereira e José
Abdo � Z Sul
33 02/06/1995
(Parte) Parque
Residencial do
Lago (Votuporanga
E)
CDHU / PM Votu-
poranga
Entre R Valdevir de
Oliveira Guena, Rorai-
ma e Laureano Arroyo
Hernandes � Z Sul (su-
deste)
52 24/02/1996
RR MM..iinn..BB
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 112
Nome do Conjunto Agente Localização Projeto
U.H�s. Conclusão
Vila Esperança PM Votuporanga
Bairro São João � entre
R Minas Gerais, Dr. An-
tonio Alves da Silveira e
Francisco Luiz Ferreira
� Z Sul
20 01/07/1996
(Dentro) Jardim
Palmeiras PM Votuporanga Z Sul 17 13/05/1997
Ranulfo Carros
Antonio (Renas-
cença I)
PM Votuporanga
Bairro da Estação � Av
Conde Francisco Mata-
razzo, Francisco Bueno
Baeza, e R Antonio Ro-
drigues � Z Sul
41 28/11/1997
Antonio Álvares
Esquirel (Renas-
cença II)
PM Votuporanga
Bairro da Estação � R
Antonio Rodrigues Cra-
veiro Junior, Presidente
Dutra e Dr. Joaquim
Franco Garcia � Z Sul
48 28/11/1997
Vereador José
Nunes (Votuporan-
ga I)
CDHU / PM Votu-
poranga
R Rubens Roveri, João
Singolani, Joaquim Vi-
cente Gonçalves e Ar-
melindo Brunini � Z
Norte
432 26/06/1998
Jamir D� Antonio
Cooperativa Habi-
tacional do Co-
mércio do Estado
de São Paulo
R Henrique Negrine,
Raul Ferreira de Carva-
lho, Angelo Dalben e
Felício Gorayb � Sudes-
te
254 31/08/1998
Sonho Meu (Votu-
poranga J)
CDHU / PM Votu-
poranga
R Fábio Cavallari com R
Aparecido Felício de
Castro � Z Sul (sudoes-
te)
151 Entregue
em 2.006
Total 2851
Fonte: CDHU; COHAB e PMV, 2010.
RR MM..iinn..BB
113
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Tabela 42
Projetos Habitacionais em andamento � 2.009 e 2.010
Ord. Nome Tipo Agente Localização
Faixa
de
renda
Novas
U.H
N° de famí-
lias atendi-
das
Estágio
1 Linhão
Remoção área de risco/
Construção de Unidades
Habitacionais
PMV Jardim das Palmeiras
II 0 a 3 20 20
Entregue
03/2.010
2 Santa Amélia -
Votuporanga K
Remoção área de risco/
Construção de Unidades
Habitacionais
CDHU
PMV
Parque Residencial
Santa Amélia 0 a 3 10 10
Obras em
andamento
3
Vila Residencial
�Hermínio Roque
Fávaro�
Loteamento e Construção
de Unidades Habitacionais
C.E.F.
/ PMV
Simonsen � Prolon-
gamento Rua São
Paulo
0 a 3 32 32 Obras em
andamento
TOTAL 62
RR MM..iinn..BB
114
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Tabela 43
Projetos Habitacionais encaminhados � 2.010 (Programa Municipal � Habitação para Todos)
Ord. Nome Tipo Agente Área
(m²) Localização
Faixa
de ren-
da
(s.m.)
Novas
U.H.
Nº de famí-
lias atendi-
das
Estágio
1 Núcleo
Ipiranga I
Desfavelamento /
Construção de Unida-
des Habitacionais
C.E.F. /
PMV
7 mil
m²
Bairro São
João / SO 0 a 3 21 21
Projeto em
licitação.
2 Núcleo
Ipiranga II
Desfavelamento /
Construção de Unida-
des Habitacionais
C.E.F. /
PMV
10 mil
m²
Bairro São
João / SO 0 a 3 27 27
Projeto em
licitação.
3 Vila São Lucas (São
Cosme)
Desfavelamento /
Construção de Unida-
des Habitacionais
C.E.F. /
PMV
14 mil
m²
São Cosme /
SE 0 a 3 22 22
Projeto em
licitação.
4 Conjunto Habitacional
�Monte Alto�
Loteamento e Constru-
ção de Unidades Habi-
tacionais
C.E.F. /
PMV
107,5
mil m² Sudoeste 0 a 3 210 210
Projeto em
licitação.
5
Votuporanga XVI � Con-
junto Habitacional
�Monte Verde�
Loteamento e Constru-
ção de Unidades Habi-
tacionais
CDHU /
PMV
400
mil m² Noroeste
Acima
de 3
454/
500 lt 454
Em análise no
GRAPROHAB
TOTAL 538,5 mil m² 734
Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga � 2.010.
RR MM..iinn..BB
115
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Além dos projetos referidos anteriormente, é importante destacar as ações voltadas
para a ampliação da cobertura de água e esgoto no município. Os dados de ligações totais
e ativas de 2000, comparativamente com os dados de 2009, demonstram um crescimento
de cerca de 33% das ligações totais e de cerca de 36% de ligações ativas de água; de 34%
nas ligações totais e 41% das ligações ativas de coleta de esgoto implementadas pela Supe-
rintendência de Água e Esgoto de Votuporanga � SAEV, hoje denominada de SAEV - Ambien-
tal.
Tabela 44
Quantidade e tipo de ligação de água e coleta de esgoto em Votuporanga � 2000 e 2009
Tipo de ligação 2000 2009 Crescimento
em unidades
Crescimento
em %
nº de ligações totais de água 23.202 30.812 7.610 33
nº de ligações ativas de água 22.073 29.995 7.922 36
nº de ligações totais de esgoto 22.609 30.269 7.660 34
nº de ligações ativas de esgoto 21.264 29.899 8.635 41
Fonte: SAEV
A Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga - SAEV foi fundada em 1970
como uma autarquia com autonomia financeira e administrativa, que possibilitou a criação
de novos cargos, melhorando a qualidade dos serviços prestados à população. No ano de
1995, o órgão ganhou sede própria na Rua Pernambuco.
A função da SAEV é de operar, manter, conservar e explorar os serviços públicos de
água potável e de esgoto sanitário em todo município de Votuporanga com exclusividade. A
partir de 2009 a superintendência assumiu também a gestão do serviço de coleta e trata-
mento dos resíduos sólidos no município, além de incorporar as funções da Secretaria de
Meio Ambiente, denominando-se de SAEV-Ambiental.
Nesse sentido, diferentes projetos têm sido viabilizados pelo SAEV-Ambiental con-
forme já descrito no item 2.2 deste, além da revisão e atualização do Plano de Saneamen-
to Básico, que deve contribuir para o dimensionamento e ampliação da estrutura e cober-
tura dos serviços de saneamento no município de Votuporanga, apontando suas necessida-
des presentes e futuras.
RR MM..iinn..BB
116
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
5.3. Investimentos Federais, Estaduais e Municipais na área de Urbanização,
Habitação Social, Obras de Infra Estrutura e Saneamento no Município de Votu-
poranga � 2009-2012
Intensificado a partir de 2009, o novo governo municipal tem se empenhado sistema-
ticamente em encontrar soluções para as situações mais precárias e de irregularidade na
área da habitação. Utilizando os levantamentos das áreas e elaborando novos planos, como
demonstrados anteriormente, foram empregados recursos municipais de forma a viabilizar
os projetos e garantir a contrapartida financeira necessária como complementação dos
financiamentos acessados através dos programas existentes principalmente do Ministério
das Cidades.
Entre os projetos habitacionais em andamento, têm-se um total de investimentos da
ordem de R$37.248.764,43, com uma produção de 796 novas unidades habitacionais, sendo
que, desse montante, R$24.704.457,48 correspondem a projetos da CDHU e
R$12.544.306,95 correspondem a projetos financiados pelo Ministério das Cidades, através
da Caixa Econômica Federal (ver tabela 45 e 46).
Com relação aos recursos do Governo do Estado de São Paulo, os investimentos exis-
tentes viabilizam os três projetos existentes realizados através da CDHU, sendo o de maior
destaque, o Conjunto Habitacional �Monte Verde� � Votuporanga XVI, que sozinho respon-
de pelo montante de R$24.055.033,91 previsto para 2010/2011, ou seja, mais de 97% de
todo o investimento, o qual produzirá 454 novas unidades habitacionais e 46 lotes comerci-
ais, totalizando 500 lotes (tabela 45).
Por outro lado, os recursos provenientes do Governo Federal através do Ministério
das Cidades, que tem como agente financeiro a Caixa Econômica Federal, atuarão direta-
mente sobre o programa de desfavelamento e geração de novas unidades habitacionais
direcionadas às famílias com renda mensal entre 0 e 3 salários mínimos, podendo atender
também as famílias da faixa de renda entre 3 e 5 salários mínimos. Assim, o recurso está
dividido entre três projetos de urbanização/desfavelamento � Ipiranga I e II e Vila São Lu-
cas, e dois projetos de Conjuntos Habitacionais � Vila Residencial �Hermínio Roque Fáva-
ro�, em Simonsen e Conjunto Habitacional �Monte Alto� (Tabela 46).
RR MM..iinn..BB
117
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Tabela 45
Convênios Governo do Estado de São Paulo � Habitação � Votuporanga 2009 - 2012
Núcleos Agente Finan-
ciador
Recursos investidos
(R$)
Novas
U.H. Situação
Linhão CDHU / PM
Votuporanga R$ 163.696,60 20
Obra executada e en-
tregue em 2.010
Votuporanga K -
Santa Amélia
CDHU / PM
Votuporanga R$ 485.726,97 10 Em execução
Votuporanga XVI
� Conj. Hab.
�Monte Verde�
CDHU / PMV R$ 24.055.033,91 500* GRAPROHAB
TOTAL R$ 24.704.457,48 530
Fonte: CDHU e PM Votuporanga.
* Estão sendo aprovados 500 lotes dos quais 454 serão destinados a Unidades Habitacionais e 46 a Comér-
cio.
Tabela 46
Convênios Governo Federal� Habitação � Votuporanga 2009 - 2012
Núcleos Agente Finan-
ciador
Recursos investidos
(R$)
Novas
U.H. Situação
Vila Residenci-
al �Hermínio
Roque Fávaro�
Ministério das
Cidades / CEF /
PM Votuporanga
R$ 784.306,95 32 Em execução
Ipiranga I
Ministério das
Cidades / CEF /
PM Votuporanga
R$ 882.000,00 21 Em processo de lici-
tação
Ipiranga II
Ministério das
Cidades / CEF /
PM Votuporanga
R$ 1.134.000,00 27 Em processo de lici-
tação
Vila São Lucas
(São Cosme)
Ministério das
Cidades / CEF /
PM Votuporanga
R$ 924.000,00 22 Em processo de lici-
tação
Conjunto Habi-
tacional �Mon-
te Alto�
Ministério das
Cidades / CEF /
PM Votuporanga
R$ 8.820.000,00 210 Em processo de lici-
tação
TOTAL R$ 12.544.306,95 312
TOTAL (tab. 45 + tab. 46) R$ 37.248.764,43 796 Novas U. H.
Fonte: PM Votuporanga e Jornais do Município.
RR MM..iinn..BB
118
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
A principal dificuldade encontrada no atual momento em Votuporanga, para a im-
plantação de empreendimentos habitacionais para famílias de baixa renda é o valor da
terra. A implantação de empreendimentos habitacionais em áreas sem infra-estrutura
completa torna-se inviável para essas famílias, pois onera sobremaneira o valor total das
unidades. Por outro lado, nas áreas infra-estruturadas o valor da terra tem se mostrado
muito alto, dificultando a implantação dos empreendimentos.
Não apenas com relação aos projetos voltados para as famílias com renda inferior a 3
salários mínimos, mas de um modo geral, o alto valor da terra tem dificultado as ações
para viabilizar unidades habitacionais de interesse social, uma vez que os programas desti-
nados a cidades de menor porte dispõem de menor volume de recursos por unidade, res-
tringindo as possibilidades de projeto dos conjuntos.
Além dos projetos voltados diretamente para a questão habitacional, vale destacar
os financiamentos acessados para a implantação de Infra Estrutura, Urbanização e Habita-
ção (questões indiretas), assim como para a implantação de infra-estrutura de saneamento
básico; e que, via de regra, complementam os projetos anteriormente citados, seja atra-
vés de urbanização de áreas degradadas, canalização de córregos, construção e revitaliza-
ção de praças, pavimentação e recapeamento de ruas, implantação de iluminação pública,
ou através da implantação de sistemas de tratamento de esgoto, resíduos sólidos e/ou dre-
nagem de águas pluviais. Atualmente, segundo a Secretaria de Obras e Habitação, existem
dezesseis (16) financiamentos principais que totalizam R$ 46.889.234,36, sendo R$
33.817.462,65 de repasses e R$ 13.071.771,71 de contrapartida municipal (ver tabela 47 e
48).
Outros projetos da mesma natureza estão em fase de contratação, incluindo a elabo-
ração do Plano Municipal de Saneamento.
As tabelas a seguir sistematizam os projetos e recursos mencionados.
RR MM..iinn..BB
119
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Tabela 47
Convênios em Execução � Infra Estrutura, Urbanização e Habitação - Votuporanga 2009 -
2012
Órgão Objeto Repasse Contra
partida Total Obs.
1 Min. das
Cidades /
CEF
Canalização e
urbanização
do córrego
Marinheirinho
� Jd Marim
1.300.000,00 354.463,74 1.654.463,74 Fase de
conclusão
2 Min. das
Cidades/
CEF
Canalização e
urbanização
do córrego
Marinheirinho
� Santa Amélia
2.000.000,00 576.529,90 2.576.529,90 Em execu-
ção
3 Min. do
Turismo/
CEF
Construção ou
revitalização
de Praças
2.490.534,78 1.500.000,00 3.990.534,78 Em execu-
ção
4 Sec. Est.
de Planej. Recapeamen-
to asfáltico de
400 quartei-
rões
1.800.000,00 700.000,00 2.500.000,00
Em execu-
ção
5 Min. do
Turismo/
CEF
3.410.000,00 90.000,00 3.500.000,00
6 Min. das
Cidades/
CEF
Pavimentação
asfáltica �
100% Asfalto
2.400.000,00 321.486,64 2.721.486,64 Em execu-
ção
7 Sec. Est.
de Planej.
Iluminação
Pública 507.655,87 45.854,75 553.510,62
Em execu-
ção
8 Min. do
Turismo/
CEF
Urbanização
Córrego Boa
Vista
292.500,00 145.125,70 437.625,70 Em Licita-
ção
9 Min. das
Cidades/
CEF
Plano Munici-
pal de Habita-
ção
46.772,00 11.028,00 57.800,00 Em execu-
ção
10 Min. do
Turismo/
CEF
Revitalização
R. Amazonas 2.300.000,00 1.200.000,00 3.500.000,00
Em execu-
ção
11 Sec. Est.
de Planej.
Galeria de
Águas Pluviais
� Prol. Av
Emílio Arroyo
Ernandes
2.000.000,00 981.710,43 2.981.710,43 Em execu-
ção
RR MM..iinn..BB
120
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Órgão Objeto Repasse Contra
partida Total Obs.
12 Min. do
Turismo/
CEF
Galeria de
Águas Pluviais
� Av José Silva
Melo e Targio
Granja
1.170.000,00 568.719,30 1.738.719,30 Em execu-
ção
13 Min. do
Turismo/
CEF
Duplicação
Av. Jerônimo
F. da Costa
486.539,71 190.182,10 676.721,81 Em execu-
ção
14 - Sarjetões - 214.684,06 214.684,06 Em execu-
ção
TOTAL 20.204.002,36 6.899.784,62 27.103.786,98
Fonte: PM Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.
Obs. 1 - Item 3 � Construção da Praça do Parque Friozi; Construção/Revitalização da Praça
São Cosme e Damião; Revitalização das Praças Frei Arnaldo e Bezerra de Menezes; Revitali-
zação da Praça São Bento; Revitalização da Praça Fernando Costa (Matriz); Construção da
Praça dos Ipês; Construção da Praça do Pró Povo; Construção da Praça Orlando Mastrocola;
Revitalização da Praça Santos Reis e Revitalização da Praça do Tobogã. Obs. Os valores do
repasse e da contrapartida são aproximados.
Obs. 2 � itens 4, 5, 6, 7, 10, 11, 12 Os valores do Repasse e da Contra partida dos itens,
são aproximados.
Obs. 3 - Item 7 faz parte do Programa Municipal de eliminação de pontos escuros � áreas de
implantação: V Carvalho, Pró Povo, Col. FEPASA, Sonho Meu, Av. Pansani, Pq. Saúde, Av.
Nasser Marão, Palmeiras II, Marg. Trevão, R. Missao Otuki, R. Ecoli Sereno, Conjunto Habi-
tacional Jabuticabeiras, Simonsen, Av. República do Líbano.
Obs. 4 � Item 11: correspondem as galerias de águas pluviais do prolongamento da Av. Emí-
lio Arroyo Hernandes e Rua Ceará
Obs. 5 � Item 12: correspondem as galerias de águas pluviais da Av. José Silva Melo e F.
Targino Granja.
Obs. 6 � Item 13 e 14: Não foi nos fornecido informações para o perfeito preenchimento
dos itens em questão.
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121
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Tabela 48
Convênios em Execução � Saneamento - Votuporanga 2009 � 2012
Órgão Objeto Repasse Contra
partida Total Obs.
1 Min. das
Cidades
/ CEF
ETE � Estação de
Tratamento de
Esgoto
12.000.000,00 5.200.000,00 17.200.000,00 Term.
08/2010
2 Min. das
Cidades
/ CEF
Canalização, ga-
lerias de águas
pluviais e asfalto
� Córrego Boa
Vista
1.600.000,00 191.983,00 1.791.983,00
Em
execu-
ção
TOTAL 13.600.000,00 5.391.983,00 18.991.983,00
TOTAL (TAB. 47 + 48) 33.817.462,65 13.071.771,71 46.889.234,36
Fonte: PM Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.
Obs. 1 � Item 1 e 2: as obras aqui indicadas estão inseridas no âmbito do Programa �Sane-
amento para Todos�, vinculado ao Ministério das Cidades e financiado pela Caixa Econômi-
ca Federal.
Esses recursos somados representam um investimento da ordem de R$ 84.137.998,79
no município, como mostra a tabela abaixo.
Tabela 49
Totalização dos Convênios e Financiamentos de Infra Estrutura, Urbanização, Habitação e
Saneamento em Votuporanga � 2009 - 2012
Tipo Total R$
1 Convênios Governo do Estado de São Paulo � Habitação 24.704.457,48
2 Convênios Governo Federal� Habitação 12.544.306,95
3 Convênios Governo Federal e Estadual - Infra Estrutura, Urbani-
zação e Habitação 27.897.251,36
4 Convênios Governo Federal � Saneamento 18.991.983,00
TOTAL 84.137.998,79
Fonte: PM Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.
RR MM..iinn..BB
122
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
5.4. Caracterização do Déficit Habitacional em Votuporanga segundo IBGE e
Fundação João Pinheiro
Após a apresentação do que tem sido a política habitacional em Votuporanga nos úl-
timos anos e as situações de precariedade habitacional identificadas pelo governo munici-
pal, cabe discutir os dados que são apresentados por órgãos oficiais e de amplo reconheci-
mento que ajudam a construir uma leitura sobre a questão habitacional em Votuporanga.
Para tanto, primeiramente cabe identificar os dados que demonstram a constituição
do universo de domicílios e de população no município de Votuporanga, tomando-se como
referência os dados do IBGE.
O Censo 2.000 identificou uma população de 75.528 habitantes e um total de 23.093
domicílios particulares permanentes36
, sendo 22.253 na área urbana e 840 na área rural.
Porém, a pesquisa mais atualizada existente é a Contagem da População de 2007, também
feita pelo IBGE, que através de recenseamento, identificou a existência de uma população
de 77.622 habitantes e de 25.687 domicílios particulares ocupados37, com uma média de
3,01 moradores por domicílio38. Desse total de domicílios, 25.031 encontram-se na área
urbana e 656 na área rural, o que indica um aumento do número de domicílios na área ur-
bana e diminuição na área rural, conforme demonstra a tabela abaixo.
Tabela 50
Total de Domicílios Particulares no Município de Votuporanga � 2000 e 2007
INFORMAÇÃO TOTAL URBANO RURAL
Domicílios Particulares Permanentes (2000) 23.093 22.253 840
Domicílios Particulares Ocupados1 (2007) 25.687 25.031 656
Fonte: IBGE Censo 2000 e Contagem da População 2007, IBGE.
Nota: 1 - inclui domicílios permanentes ou improvisados.
Apesar da ampliação do número de domicílios urbanos, conforme demonstram os da-
dos do IBGE, a densidade populacional do município de Votuporanga é baixa, correspon-
36 Apenas domicílios de uso particular, utilizados permanentemente. Não inclui domicílios improvisados e cole-
tivos. 37 Apenas domicílios particulares que se encontravam ocupados na data da pesquisa. Esse total inclui domicílios
permanentes ou improvisados, mas não inclui coletivos. 38 Fonte � PNAD base 2.007. IBGE 2.010. Apenas domicílios particulares que se encontravam ocupados na data
da pesquisa. Esse total inclui domicílios permanentes ou improvisados, mas não inclui coletivos.
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123
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
dendo em 2007 a 194,76 habitantes por Km²39
. Entretanto, é importante destacar que a
área do município pode ser considerada extensa, com 421,69 Km,² compreendendo a área
urbana e rural, sendo que a área urbana corresponde a 34,84 Km² no ano de 2007.
Além dos dados do IBGE é relevante a identificação feita pela Prefeitura de Votupo-
ranga em 2.010, que contabiliza o número de 47.931 cadastrados no IPTU, sendo que deste
total, 34.564 são imóveis com uso residencial (estão incluídos nesse total, apartamentos e
edificações comerciais e de serviços com residência).
A contagem da População em 2007 do IBGE identificou um total de 28.319 domicílios,
sendo 28.293 domicílios particulares, mas que são ainda classificados como ocupados, não
ocupados e coletivos. É importante ressaltar que do total de domicílios particulares, 2.557
domicílios foram identificados como não-ocupados no recenseamento, o que corresponde a
9,04% dos domicílios particulares em Votuporanga, como demonstra a tabela abaixo.
Tabela 51
Domicílios recenseados, por espécie � Município de Votuporanga � 2007
MUNICÍPIO
DOMICÍLIOS RECENSEADOS, POR ESPÉCIE
Total
Particulares
Total Ocupados Não-ocupados Coletivos
Votuporanga 28.319 28.293 25.736 2.557 26
Fonte: Contagem Populacional IBGE, 2007.
Dos domicílios não-ocupados recenseados, destaca-se ainda o número de domicílios
de uso ocasional40 - 487 em Votuporanga, segundo Contagem Populacional realizada pelo
IBGE em 2007. O número de domicílios vagos41 identificado é também relevante, totalizan-
do 2.070 domicílios, superior inclusive ao déficit habitacional básico do município identifi-
cado em 2000, a ser detalhado a seguir.
Tabela 52
Domicílios recenseados, por espécie em Votuporanga � 2007
39 Fundação SEAD � Pesquisa Densidade Demográfica � Informações dos Municípios Paulistas � IMP. 40 O IBGE (2003) considera domicílio particular de uso ocasional �o domicílio particular permanente que, na
data de referência, servia ocasionalmente de moradia, ou seja, era o domicílio usado para descanso de fins de
semana, férias ou outro fim, mesmo que seus ocupantes ocasionais estivessem presentes� 41 Domicílio que não tinha morador na data do recenseamento.
RR MM..iinn..BB
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Município
Domicílios recenseados, por espécie
Total
Particulares
Coletivos
Total Ocupados
Não-ocupados
Total
Fecha-
do
Uso
ocasio-
nal Vago Total
Com
morad
Sem
morad
Votupo-
ranga 28.319 28.293 25.725 2.568 11 487 2.070 26 11 15
Fonte: IBGE, Contagem Populacional 2007.
Porém, os casos de domicílios vagos identificados em 2000 indicam uma situação re-
levante e que cabe ser investigada de forma mais detalhada, uma vez que é possível que a
manutenção de um parque habitacional significativo na condição de vago tende a impactar
sobremaneira a oferta de imóveis de aluguel e mesmo disponíveis para compra no municí-
pio.
Desse universo, as informações do Censo 2000 permitem a identificação da situação
de déficit e de inadequação habitacional com um nível de detalhamento importante de ser
investigado, servindo de parâmetro para a discussão sobre as características e situações de
necessidades habitacionais em Votuporanga.
5.4.1. Déficit Habitacional de Votuporanga
O dimensionamento do déficit habitacional adotará como principal referência o mé-
todo desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (MG) que, a princípio, utilizava as informa-
ções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sendo posteriormente aperfei-
çoada para todos os municípios brasileiros com os dados dos Censos Populacionais realizado
pelo IBGE, o que permite identificar o déficit habitacional quantitativo e qualitativo de
forma detalhada e por componentes.
O cálculo do Déficit Habitacional, que estima a necessidade de novas unidades habi-
tacionais, é composto pelo déficit quantitativo, por reposição ou incremento do estoque, e
pelo déficit qualitativo, que identifica as situações de inadequação habitacional. Assim,
segundo a Fundação João Pinheiro são utilizados:
- Para o cálculo do Déficit Quantitativo (novas unidades):
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
1) Estimativa da necessidade de Reposição do Estoque de domicílios: são considera-
dos os domicílios rústicos42
;
2) Estimativa de Incremento do estoque de domicílios: são considerados os domicílios
improvisados43
, a coabitação familiar44
, a coabitação disfarçada45
, cômodos alugados ou
cedidos46.
- Para o cálculo do Déficit Qualitativo (inadequação habitacional):
1) Densidade excessiva de morador/dormitório (mais de 3 pessoas por cômodo47);
2) Carência de serviços de infra-estrutura (energia elétrica, abastecimento de água,
esgotamento sanitário, coleta de lixo);
3) Inadequação fundiária e
4) inexistência de unidade sanitária interna.
Segundo a Fundação João Pinheiro, o Déficit Habitacional Básico48
de Votuporanga
era de 1.059 unidades em 2000, sendo 1.020 unidades na área urbana e 39 na área rural,
o que inclui coabitação familiar (mais de uma família em um lote), domicílios improvisados
e rústicos. Comparativamente, foram identificados um total de 2.506 domicílios vazios,
sendo 2.196 na área urbana e 310 na área rural conforme a tabela a seguir.
42 Domicílios que não apresentam paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, construídas com materiais ina-
propriados. Apresentam desconforto para seus ocupantes, riscos de desmoronamento e contaminação por do-
enças em decorrência de suas precárias condições de salubridade. 43
Domicílios instalados em locais construídos para fins não residenciais que, no momento em que foi realizada
a pesquisa, serviam de moradia como, por exemplo, lojas, fábricas, embarcações, carroças, vagões de trens,
tendas e grutas. 44 São computadas as famílias conviventes secundárias, que são constituídas por, no mínimo, duas pessoas que
residem em um mesmo domicílio junto com outra família denominada principal. Entretanto, cabe destacar que
no caso das situações de coabitação familiar, há que se considerar que nem sempre é possível se considerar
como déficit habitacional, em função da própria estrutura familiar, o que indica a necessidade de levantamen-
tos mais precisos das reais condições e justificativas em âmbito local para ter conhecimento dos reais fatores
que levaram a esta condição. 45 Compreende a soma das famílias conviventes secundárias com as famílias que viviam em cômodos cedidos ou
alugados (considerados como domicílios com coabitação disfarçada). 46 Observa-se que no cálculo do déficit quantitativo para os municípios não estão consideradas as situações de
ônus excessivo de aluguel - quando mais de 30% da renda familiar é comprometida com o aluguel em famílias
com renda inferior a 3 salários mínimos � em função da inconsistência das informações obtidas pelo censo 2000
do IBGE. 47 Segundo a Fundação João Pinheiro, �Cômodos são todos os compartimentos integrantes do domicílio separa-
dos por paredes, inclusive banheiros e cozinha, e os existentes na parte externa do prédio, desde que constitu-
am parte integrante do domicílio. Não são considerados os corredores, alpendres, varandas abertas e outros
compartimentos utilizados para fins não-residenciais, como garagens, depósitos etc.� 48 Corresponde a soma da coabitação familiar, domicílios improvisados e dos rústicos.
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Tabela 53
Estimativa do Déficit Habitacional Básico (1) - Município de Votuporanga � 2000
MUNICÍPIO
DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO (2)
DOMICÍLIOS VAGOS
Absoluto % do Total dos Domicílios
Total Urbana Rural
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
VOTUPORANGA 1.059 1.020 39 4,59 4,58 4,64 2.506 2.196 310
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001.
Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e
dos rústicos.
(2) Para municípios o déficit habitacional básico não inclui as estimativas de domicílios rústicos infe-
riores a 50 unidades.
Uma vez que a estimativa corresponde ao cálculo a partir de informações de 2000, é
possível considerar a atualização dessa estimativa utilizando-se a taxa de crescimento po-
pulacional do município de Votuporanga acumulada de 2000 a 2007, uma vez que o municí-
pio conta com a informação do recenseamento feito através da Contagem Populacional de
2007, do IBGE.
Desta forma, considerando-se o crescimento de 2.094 hab, o que corresponde a um
crescimento de 2,77% da população do município entre 2000 (75.528 hab.) e 2007 (77.622
hab.), a projeção do déficit habitacional básico de Votuporanga para 2007 é de 1.088 no-
vas unidades habitacionais.
Tabela 54
Projeção do Déficit Habitacional Básico � DHB (1) - Município de Votuporanga � para 2000 e
para 2007
DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO
ABSOLUTO
Total Urbana Rural
CÁLCULO FJP 2000 1.059 1.020 39
PROJEÇÃO 2007 (FPJ 2000+ TAXA CRESC. POP. IBGE) 1.088 1.048 40
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007, IBGE.
Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e
dos rústicos.
Elaboração: RM.in.B, 2010.
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
O déficit identificado no município é formado por diferentes componentes, conforme
a tabela abaixo, que indica a existência em 2000 de um total de 13 domicílios improvisa-
dos; 861 famílias conviventes, sendo 822 na área urbana e 39 na área rural; um total de
109 cômodos concentrados na área urbana e 76 domicílios rústicos, também concentrados
na área urbana. Esses mesmos componentes projetados para 2007 correspondem a 14 do-
micílios improvisados, 936 famílias conviventes, 118 cômodos e 83 domicílios rústicos.
Tabela 55
Estimativas dos Componentes do Déficit Habitacional Básico � DHB (1) - Município de Votu-
poranga � para 2000 e para 2007
MUNICÍPIO
DOMICÍLIOS
IMPROVISADOS
COABITAÇÃO FAMILIAR DOMICÍLIOS
RÚSTICOS (2)
Famílias
Conviventes Cômodos
Tot Urb Rur Tot Urb Rur Tot Urb Rur Tot. Urb Rur
VOTUPORANGA (2000) 13 13 - 861 822 39 109 109 - 76 76 -
VOTUPORANGA (PRO-
JEÇÃO COMP. DHB
2007)
14 14 - 936 894 42 118 118 - 83 83 -
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e
dos rústicos.
(2) O total dos domicílios rústicos das regiões, unidades da Federação, microrregiões e regi-
ões metropolitanas inclui as estimativas inferiores a 50 unidades.
Entretanto, cabe destacar que no caso das situações de famílias conviventes, há que
se considerar que nem sempre é possível serem contabilizadas como déficit habitacional,
uma vez que existem situações familiares diversas que não apenas a falta de opção de mo-
radia, o que indica a necessidade de levantamentos mais precisos das reais condições e
justificativas no âmbito local para se ter conhecimento da real condição de cada família49
.
O conjunto dos componentes do déficit habitacional básico deve ainda ser avaliado
tomando-se também como referência o dado com relação à renda do total de domicílios
urbanos permanentes em Votuporanga50
, sendo identificado por salários mínimos. Segundo
49 Estudos realizados em municípios do Rio de Janeiro e de Minas Gerais (FJP, 2006, p.100) indicam que em
média 64% do total de famílias conviventes efetivamente necessitavam de uma nova moradia, sendo considera-
das como parte do déficit habitacional local. No entanto, como não é um dado que pode ser auferido no mo-
mento, o valor será considerado em sua totalidade. 50 Vale destacar, entretanto, que as informações por salários mínimos de 2000 revelam hoje uma defasagem
considerável em relação ao poder de compra do salário mínimo na atualidade, sendo que o ideal seria a identi-
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a sistematização da FJP a partir dos dados do Censo 2000, do total de domicílios urbanos
de Votuporanga, 53,49% eram de famílias de 0 a 5 salários mínimos. Esses dados projetados
para 2007 mantêm a mesma proporção, alterando apenas os dados absolutos. Assim, os
domicílios com famílias com renda mensal de até 3 salários mínimos, passam de 6.726 em
2000 para 6.901 em 2007, e os com renda de 3 a 5 s.m., de 5.177 em 2000 para 5.312 em
2007, conforme demonstrado na tabela abaixo.
Tabela 56
Domicílios Urbanos, por Faixas de Renda Mensal Familiar - Município de Votuporanga � 2000
e projeção 2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
VOTUPORANGA
(2000)
6.726 30,23 5.177 23,26 5.893 26,48 4.457 20,03 22.253 100
PROJEÇÃO 2007 6.901 30,23 5.312 23,26 6.047 26,48 4.573 20,03 22.834 100
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Especificamente, conforme demonstra o censo IBGE 2000, o número de famílias con-
viventes na área urbana do Município de Votuporanga estão fortemente concentradas nas
famílias na faixa de renda de até 3 salários mínimos, totalizando 73,48% dos casos. Se so-
madas as famílias de até 3 salários mínimos e de 3 a 5 salários mínimos, esse total passa
para 92,46% do casos, de acordo com a tabela a seguir, mantendo-se a mesma porcenta-
gem para 2007.
ficação de faixas de rendimento nominal. Porém, em função da disponibilidade das informações sistematizadas
pela FJP, os dados serão apresentados em salários mínimos.
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Tabela 57
Famílias Conviventes Urbanas, por Faixas de Renda � Município de Votuporanga � 2000 e
projeção 2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
VOTUPORANGA
(2000) 604 73,48 156 18,98 32 3,89 30 3,65 822 100
PROJEÇÃO 2007 620 73,48 160 18,98 33 3,89 31 3,65 844 100
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Quanto aos casos de coabitação familiar e de domicílios improvisados, estes também
estão concentrados na faixa de renda de até 3 salários mínimos, totalizando 73,94%, e
17,90% na faixa de renda de 3 a 5 salários mínimos, conforme a tabela abaixo.
Tabela 58
Coabitação Familiar (1) e Domicílios Improvisados Urbanos, por Faixas de Renda - Município
de Votuporanga � 2000 e projeção 2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
VOTUPORANGA
(2000) 698 73,94 169 17,90 47 4,98 30 3,18 944 100
PROJEÇÃO 2007 717 73,94 173 17,90 48 4,98 31 3,18 969 100
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Considera-se Coabitação Familiar a soma de famílias conviventes e cômodos.
Essa proporção também é semelhante nos casos de domicílios identificados como cô-
modos na área urbana. Do total de 109 cômodos identificados em 2000, 81, ou 74,31%,
estava na faixa de até 3 salários mínimos, e 13 cômodos, ou 11,93% do total, na faixa de 3
a 5 salários mínimos. Esses números absolutos sofrem uma pequena alteração quando pro-
jetados para 2007, como demonstrado a seguir.
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Tabela 59
Cômodos (1) Urbanos, por faixas de renda - Município de Votuporanga - 2000 e projeção
2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
VOTUPORANGA
(2000) 81 74,31 13 11,93 15 13,76 - - 109 100
PROJEÇÃO 2007 83 74,31 13 11,93 16 13,76 - - 112 100
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Considerou-se o total dos cômodos próprios, alugados e cedidos, exceto os cedidos por
empregador.
Quanto às situações de domicílios urbanos alugados, os cálculos da FJP indicam que
em 2000 existiam 1.347 domicílios alugados por famílias com renda de até 3 salários míni-
mos, não necessariamente localizadas em aglomerados subnormais, conforme a tabela a-
baixo. Porém, como se trata das faixas de renda a serem priorizadas para o atendimento
subsidiado, há a necessidade de identificação dessas situações com mais rigor, uma vez
que tendem a se configurar como situações de ônus excessivo de aluguel.
Tabela 60
Domicílios alugados por faixa de renda - Município de Votuporanga - 2000 e projeção 2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
DOMICÍLIOS ALUGADOS
Sem rendimen-
tos
Até 1
s.m.
Mais de 1
a 2 s.m.
Mais de 2
a 3 s.m.
Alugados em aglomera-
dos subnormal
Votuporanga (2000) 158 203 437 549 -
Projeção 2007 162 208 448 562 -
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
No item 7.4.3, é apresentado o resultado da pesquisa junto ao setor imobiliário do
município referente a valores de aluguel.
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Conforme identificado nas reuniões bilaterais, parte integrante do Relatório de Ativi-
dades do Processo de Elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS
de Votuporanga (data da reunião) foi identificada que a oferta de imóveis para alugar na
cidade é baixa frente à demanda e que os valores médios têm sofrido uma significativa
elevação desde 2007.
5.4.2. Inadequação Habitacional
As situações de Inadequação dos Domicílios são definidas pela Fundação João Pinhei-
ro (2006) como os casos em que os domicílios apresentam carência de infra-estrutura, a-
densamento excessivo de moradores, problemas de natureza fundiária, ausência de unida-
de sanitária domiciliar exclusiva ou com alto grau de depreciação.
No entanto, não é possível somar os valores identificados para os componentes da i-
nadequação habitacional, uma vez que um mesmo domicílio pode apresentar mais de uma
situação de inadequação, levando a uma múltipla contagem.
No caso de Votuporanga, os casos de carência de infra-estrutura, apesar de estar em
maior número entre as situações de inadequação dos domicílios urbanos, conforme de-
monstra a sistematização da FJP, encontra-se equilibrada dentre as outras situações de
inadequação, totalizando 691 em 2000 e 709 projetados para 2007, seguidos pela situação
de adensamento excessivo, identificada em 632 domicílios em 2000 e projetada para 648
em 2007. A inadequação fundiária atingia em 2000, 444 domicílios, e 456 na projeção para
2007. Os casos de domicílios sem unidade sanitária somavam em 2000 um total de 294 do-
micílios, passando a 302 em 2007.
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Tabela 61
Inadequação dos Domicílios Urbanos � Município de Votuporanga � 2000 e projeção para
2007
MUNICÍPIO
INADEQUAÇÃO
FUNDIÁRIA (1)
ADENSAMENTO
EXCESSIVO (1)
DOMICÍLIO SEM
BANHEIRO (1)
CARÊNCIA DE
INFRA-
ESTRUTURA (2)
Absol.
% dos
domic.
Urbanos
Absol.
% dos
domic.
Urbanos
Absol.
% dos
domic.
Urbanos
Absol.
% dos
domic.
Urbanos
Votuporanga (2000) 444 2,00 632 2,84 294 1,32 691 3,11
Projeção 2007 456 2,00 648 2,84 302 1,32 709 3,11
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Apenas casas e apartamentos urbanos. (2) Casas e apartamentos urbanos que não possu-
em um ou mais dos serviços de infra-estrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de
água, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica, e coleta de lixo.
Vale considerar, porém, que a identificação das situações de inadequação fundiária
são obtidas a partir da autodeclaração dos entrevistados no levantamento do Censo, po-
dendo haver distorções na informação prestada, usualmente levando a um subdimensiona-
mento do dado.
Os casos de inadequação fundiária representam 2,00% dos domicílios urbanos em Vo-
tuporanga, segundo a FJP (2001). Esses casos estão concentrados nas faixas de renda de
até 3 salários mínimos, embora apresente porcentagens relevantes também nas outras fai-
xas, como mostra a tabela abaixo.
RR MM..iinn..BB
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Tabela 62
Inadequação Fundiária Urbana (1), por Faixas de Renda � Votuporanga � 2000 e projeção
2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 Total
Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %
Votuporanga (2000) 270 60,81 115 25,90 59 13,29 444 100
Projeção 2007 277 60,81 118 25,90 61 13,29 456 100
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Apenas casas e apartamentos urbanos.
Especificamente quanto aos critérios que compõem as situações de carência de infra-
estrutura destacadas, a maior parte dos casos estão relacionados à carência de esgotamen-
to sanitário, totalizando 359 domicílios, seguidos pela carência de abastecimento de água,
em 112 domicílios, identificados no ano de 2000.
No entanto, como as situações de carência de infra-estrutura podem sobrepor-se em
um mesmo domicílio, foram identificados 118 casos em que ocorrem dois critérios, possi-
velmente abastecimento de água e coleta de esgoto sanitário, por serem a maioria dos
casos, como indica a tabela abaixo.
Tabela 63
Critérios de Carência de Infra-Estrutura Urbana (1) � Votuporanga � 2000 e projeção 2007
MUNICÍPIO
APENAS UM CRITÉRIO MAIS DE UM CRI-
TÉRIO
Total
Ilumin.
Elétrica
Abast.
de
Água
Esgot.
Sanitário
Coleta
de Lixo Total Dois Três Quatro
Votuporanga (2000) 12 112 359 49 532 118 41 0 691
Projeção 2007 12 115 368 51 546 121 42 0 709
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Considerados as casas e apartamentos urbanos carentes de um ou mais dos serviços de
infra-estrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água, rede geral de esgota-
mento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo.
No que diz respeito às situações de adensamento excessivo (mais de 3 pessoas por
cômodo), é possível também identificar sua ocorrência por faixa de renda no município. Do
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
total dessas situações em 2000, 245 (38,77%) eram de famílias com renda de até 3 salários
mínimos; 244 (38,61%) de 3 a 5 salários mínimos e 143 (22,63%) com renda superior a 5
salários mínimos. Se somados o total de domicílios com adensamento excessivo por faixa
de renda de até 3 s.m. e de 3 a 5 s.m., identifica-se que esses casos representam 77,38%
dos casos, conforme a tabela a seguir.
Tabela 64
Domicílios com Adensamento Urbano Excessivo (1), por Faixas de Renda � Votuporanga �
2000 e projeção para 2007
MUNICÍPIO
FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)
até 3 de 3 a 5 mais de 5 total
Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %
Votuporanga (2000) 245 38,77 244 38,61 143 22,63 632 100
Projeção 2007 (Fpj
2000+ Taxa Cresc.
Pop. IBGE)
251 38,77 250 38,61 147 22,63 648 100
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.
Notas: (1) Apenas casas e apartamentos urbanos.
Cabe destacar que segundo a metodologia da Fundação João Pinheiro, para a identi-
ficação das situações de adensamento excessivo, somente foram considerados os membros
da família principal, já que as famílias identificadas como secundárias já haviam sido con-
tabilizadas como déficit habitacional.
Em aglomerados subnormais51 foram identificados 135 domicílios em situação de ina-
dequação. Esse dado não será considerado nesta análise por estarem demasiadamente sub-
estimado, sendo pouco representativo da situação existente. Não é possível avaliar o que
acarretou essa distorção, no entanto, sabe-se que os cálculos da FJP apresentam limita-
ções com relação à identificação dos setores com aglomerados subnormais com menos de
50 domicílios em função da própria metodologia adotada pelo IBGE, que não os considera.
51 Segundo IIBGE (2003) trata-se de �um conjunto constituído por um mínimo de 51 domicílios, ocupando ou
tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia � pública ou particular � dispostos, em ge-
ral, de forma desordenada e densa, e carente, em sua maioria, de serviços públicos essenciais. Podem se en-
quadrar, observados os critérios de padrões de urbanização e/ou de precariedade de serviços públicos essenci-
ais, nas seguintes categorias: invasão; loteamento irregular ou clandestino; e áreas invadidas e loteamentos
irregulares ou clandestinos regularizados em período recente.�
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
No entanto, os dados já trabalhados no item 5.1.2 - Núcleos de Habitação Precária e
a produção Habitacional através do Poder Público e 5.2 - Projetos de construção de Habi-
tação de Interesse Social e programas de desfavelamento em Votuporanga, nos dá a situa-
ção mais atual dos aglomerados subnormais ou assentamentos precários.
5.5. Projeção da necessidade de novos domicílios em função do crescimento
demográfico de Votuporanga até 2020
A análise das tendências de crescimento populacional do município de Votuporanga
aponta para uma significativa queda nas taxas geométricas de crescimento da população
votuporanguense para as próximas décadas.
Isso significa dizer que, o município de Votuporanga dificilmente voltará a crescer às
taxas experimentadas entre as décadas de 1970/80, (2,82% ao ano) e mesmo entre
1980/1991 (2,15% ao ano), momento em que Votuporanga se beneficiou do espraiamento
industrial no contexto da distensão da industrialização paulista.
O que se espera para as próximas décadas é que a população de Votuporanga expe-
rimente um crescimento significativamente mais lento, pois conforme mostram as estima-
tivas de crescimento por simulação de tendências, provavelmente a partir do qüinqüênio
2010-2015 a população do município de Votuporanga deverá crescer a uma taxa inferior a
1% ao ano.
O cálculo da demanda futura por novos domicílios que surgirão em Votuporanga no
período entre 2007 e 2020 baseou-se no índice de crescimento verificado entre os anos de
200052 e 200753, e na projeção populacional elaborada pela Fundação SEADE � Sistema Es-
tadual de Análise de Dados - para o município de Votuporanga.
A partir destas informações, trabalhou-se com o total da população, agrupado pelos
períodos 2008-2010; 2011-2015 e 2016-2020. Estimou-se então o número de domicílios ne-
cessários para atender à demanda demográfica, ou seja, a quantificação das necessidades
habitacionais futuras que surgirão no período abarcado pelo PLHIS no município. Para tan-
to, tomou-se como referência a população e o número de domicílios permanentes ocupa-
dos em 2007, dado proveniente da Contagem Populacional do IBGE, por ser a informação
52 IBGE, Censo Demográfico 2000. 53 IBGE, Contagem Populacional 2007.
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136
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
mais recente, referente ao município de Votuporanga, que permite apontar o número mé-
dio de pessoas por domicílios particulares ocupados.
Cabe ressalvar aqui que se obteve uma projeção final da população utilizando as ta-
xas de crescimento do SEADE aplicadas sobre o valor de Contagem Populacional do IBGE
em 200754. Este cálculo foi realizado, pois a estimativa populacional projetada pela Funda-
ção SEADE para o ano de 2007 superou em 5,81% a Contagem da População realizada pelo
IBGE em 2007, que recenseou uma população de 77.622 pessoas em Votuporanga, assumin-
do-se que tal redução pode evitar que o total populacional do município seja superestima-
do.
Tabela 65
Projeção populacional de Votuporanga � SEADE e acréscimo de população por período e de
novos domicílios
Informação 2007 2008-2010 2011-2015 2016-2020
TOTAL
2008-
2020
Projeção População (Seade) 82.129 84.521 87.698 89.472 -
Taxa de Crescimento Seade (ao Ano) - 0,97 0,75 0,41 -
IBGE (Contagem 2007) 77.622 - - - -
IBGE + Taxa Seade 77.622 79.878 82.873 84.572 -
Acréscimo de População por período - 2.259 2.995 1.699 6.953
Novas Moradias Por Período Para
Suprir a Demanda Demográfica (¹) - 749 994 563 2.306
Novas Moradias Por Ano para suprir
a demanda Demográfica - 250 199 113 -
Fonte: SEADE e IBGE. Elaboração: RM.in.B, 2010.
Nota: 1 � cálculo a partir número médio de pessoas por domicílios segundo a Contagem da População
2007 (IBGE): 3,015 pessoas por domicílio.
54 No ano de 2007 o IBGE recenseou 77.622 pessoas em Votuporanga, enquanto que a Fundação SEADE indicava
uma população de 82.129 habitantes, gerando um diferencial de 5,81%.
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137
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Com o cálculo do acréscimo de população por período e a média de pessoas por do-
micilio identificada a partir também da Contagem da População de 2007, estimou-se o to-
tal de novas moradias necessárias para suprir a demanda demográfica futura, cálculo reali-
zado por período e também por ano. Para o total do período de 2008 a 2020 foi estimada a
necessidade de 2.306 novas moradias para o acréscimo populacional de 6.953 pessoas no
mesmo período.
No entanto, para fins de planejamento da política habitacional local, destaca-se que
é fundamental conhecer quais as necessidades prioritárias para o atendimento habitacional
por parte do poder público, para que as necessidades habitacionais futuras não venham a
se incorporar ao déficit habitacional.
Assim, tomou-se como referência a distribuição da população por faixas de renda,
com base na renda nominal dos responsáveis por domicílios em 2000, para se ter uma pri-
meira estimativa das necessidades habitacionais futuras por faixa de renda, sendo a mes-
ma metodologia adotada pelo Ministério das Cidades para a elaboração do Plano Nacional
de Habitação - PLANHAB.
Porém, é importante destacar que essa estimativa deverá ser revista a partir da di-
vulgação dos dados do próximo Censo Demográfico (2010), uma vez que as informações do
Censo de 2000 apresentam um nível de desatualização considerável e, ainda, a dinâmica
econômica e da renda da população do município tendem a apresentar alterações ao longo
dessa última década, assim como nos períodos futuros em função da dinâmica econômica
nacional.
Além disso, destaca-se que, embora se esteja adotando tal distribuição para o total
dos chefes do domicílio no município, no planejamento das ações deve-se considerar que a
concentração de população nas faixas de renda mais baixas é maior na área rural.
De forma geral, segundo esses dados do Censo 2000, a distribuição por faixa de renda
em relação à população de 2000 em Votuporanga organiza-se da seguinte maneira:
RR MM..iinn..BB
138
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Tabela 66
Pessoas responsáveis pelos domicílios particulares permanentes por faixa de renda em Vo-
tuporanga, segundo Censo IBGE 2000
Fonte: IBGE. Elaboração: RM.in.B (2010).
Essa primeira estimativa aponta como demandas especiais aquelas que abrangem a
população �sem rendimento� e com faixa de renda até 5 salários mínimos. Entretanto,
cabe diferenciar que as faixas de renda �sem rendimento� e de até 3 salários mínimos po-
dem ser consideradas como as mais críticas e que necessitam de maior subsídio, em muitos
casos integralmente, para viabilizar o acesso à habitação digna. Sendo assim, tomando-se
como referência os dados de acréscimo de população para o total do período em estudo
(2008-2020), a estimativa da necessidade de novas moradias para essas duas faixas de ren-
dimento especiais seria de 1.284 novas moradias.
CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL
DO CHEFE DO DOMICÍLIO TOTAL DE CHEFES %
SEM RENDIMENTO - 567 2,36
ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOS 7.338 30,61
MAIS DE 3 A 5 SALÁRIOS MÍNIMOS 5.452 22,74
MAIS DE 5 A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS 6.075 25,34
MAIS DE 10 A 20 SALÁRIOS MÍNIMOS 2.863 11,94
MAIS DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS 1.672 6,97
RR MM..iinn..BB
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Tabela 67
Necessidade de novas unidades habitacionais em Votuporanga por faixa de renda por in-
cremento populacional para períodos de projeção SEADE 2008-2020
Faixas de rendimento
(Censo 2000)
% dos responsá-
veis por domicí-
lios particulares
em 2000
2008-
2010
2011-
2015
2016-
2020
Total
2008-
2020
1. Sem Rendimento 2,36% 18 23 13 54
2. Até 3 salários míni-
mos 30,61% 229 304 173 706
3. Mais de 3 a 5 salários
mínimos 22,74% 170 226 128 524
Total de domicílios 1.284
Fonte: IBGE. Elaboração: RM.in.B (2010).
5.6. Síntese dos levantamentos sobre a Necessidade Habitacional de Votupo-
ranga
De uma forma geral, os dados da FJP indicam que as situações de déficit habitacional
apresentadas estão concentradas nas faixas de renda mais baixa, em especial na faixa até
3 s.m. Porém, para efeito deste Plano, deverão ser definidas estratégia diferenciadas de
atendimento de cada faixa de rendimento, com níveis diferenciados de subsídio. Esses pa-
râmetros deverão se basear nas definições do Plano Nacional de Habitação � PLANHAB,
elaborado pelo Ministério das Cidades.
Corroboram ainda os dados do cadastro de demanda habitacional do Programa Habi-
tacional Municipal �Habitação para Todos�, realizado em maio de 2009, que totalizou
10.837 inscritos, sendo que 93%, ou 10.079 encontram-se na faixa de renda de zero a 3
salários mínimos, como demonstrado pela tabela que segue.
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Tabela 68
Cadastro de demanda habitacional por faixa de renda mensal familiar - Programa �Habita-
ção para Todos�. Município de Votuporanga - 2009
Informação
Faixa de renda mensal familiar (em salários mínimos)
De 0 a 3 s.m. Acima de 3 até 5
s.m.
Acima de 5 até
10 s.m.
Acima de 10
s.m. Total
Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %
N° de ins-
critos 10.079 93 626 5,78 102 0,94 30 0,28 10.837 100
Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.
Nota: Porcentagem em relação ao total de inscritos.
É importante considerar, que o cadastro realizado pela Secretaria de Obras e Habita-
ção do município representa uma demanda identificada a partir de inscrições espontâneas,
que possivelmente englobam famílias que se encontram em situação de precariedade habi-
tacional e/ou de coabitação familiar ou adensamento excessivo, visto que a maioria inscri-
ta encontra-se em uma faixa de renda familiar mensal onde estão concentrados esses ca-
sos. Porém, por ser a partir de inscrições espontâneas, é um cadastro que pode não refletir
o universo da necessidade habitacional no município.
Ainda assim, os dados com relação à renda familiar são apenas informados no mo-
mento do cadastro, sendo somente comprovados no caso do cadastrado ser sorteado para
ocupar uma unidade habitacional produzida.
Englobada no cadastro, existem 19 famílias em domicílios que se localizam em áreas
públicas, ocupando Área de Proteção Permanente � APP e cadastradas pela Secretaria de
Obras e Habitação como área de risco, portanto, sujeitas à remoção. Essas famílias ainda
não foram inseridas nos projetos em andamento, e continuam a compor a necessidade de
novas moradias no município.
Tanto a sistematização da FJP projetada para 2007, como o cadastro realizado pela
Secretaria de Obras e Habitação do município em 2009 para famílias até 3 salários míni-
mos, ainda que sejam levantamentos e cadastros de natureza diferente, com métodos,
finalidades e períodos distintos, indicam uma mesma escala do problema habitacional em
Votuporanga, como é possível observar no quadro abaixo, especialmente no que diz respei-
to as situações de maior precariedade e que envolvem as famílias nas faixas de renda mais
baixas.
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Quadro 2
Levantamentos sobre a demanda habitacional em Votuporanga
Levantamento Números levantados
Déficit Habitacional Básico � FJP (Projetado para
2007) 1.088 domicílios (1)
Cadastro de demanda Habitacional �Habitação
para Todos� 10.079 inscritos (2)
Famílias em áreas públicas a serem realocadas (já
incluídas em programas habitacionais 100 famílias (tab. 38)
Famílias em áreas públicas a serem realocadas
(déficit) 227 famílias (tab 38 + 39)
Fonte: FJP, 2009, Prefeitura Municipal de Votuporanga
Nota: (1) Inclui domicílios urbanos e rurais. (2) Somente famílias com renda mensal de 0 a 3 s.m.
Vale considerar que os dados indicam que os números apresentados como déficit ha-
bitacional básico da Fundação João Pinheiro, mesmo que projetados para o ano de 2007,
encontram-se relativamente estabilizados no município, e expressam com maior grau de
detalhes e número de variáveis as necessidades habitacionais do município como um todo.
É necessário destacar que parte deste déficit acumulado de novas moradias está sen-
do encaminhado através dos projetos em desenvolvimento pela Prefeitura do Município de
Votuporanga, conforme apresentado anteriormente; sendo que são projetos que englobam
as áreas identificadas no cadastro de núcleos de assentamentos precários de 2005, confir-
mados em 2009 e que abrangem o atendimento de 342 famílias com renda entre 0 e 3 salá-
rios mínimos e 454 famílias com renda acima de 3 salários mínimos, totalizando 796 famí-
lias. A título de comparação, esta quantidade representa 73,16% do Déficit Habitacional
Básico projetado para 2007, que é de 1.088 novas unidades. Porém, são unidades habita-
cionais que ainda estão em produção ou em projeto, não podendo ser subtraídas do déficit.
Devem ser, todavia, consideradas no Plano Municipal de Habitação como os projetos priori-
tários a serem encaminhados no curto prazo de tempo.
Em resumo, considerando todos os projetos em desenvolvimento pela Prefeitura de
Votuporanga, temos um atendimento direto de 4.738 famílias, sendo dessa totalidade 796
famílias beneficiadas com a construção de novas unidades habitacionais e a implantação de
infra-estrutura urbana e 3.942 famílias (descontados os loteamentos não construídos) com
o desencadeamento de processos de regularização fundiária (Programa Cidade Legal).
RR MM..iinn..BB
142
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Assim, pode-se considerar que parte das situações identificadas como inadequação
habitacional no município em 2000, seja por carência de infra-estrutura, seja por inade-
quação fundiária, conforme detalhado, tendem a ser encaminhadas no curto prazo.
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6. DISPONIBILIDADE DE TERRAS PARA PRODUÇÃO DE NOVAS UNIDADES NO MU-
NICÍPIO DE VOTUPORANGA
Entre as terras de propriedade do poder público municipal, não foram identificadas
glebas aptas à utilização para empreendimentos habitacionais55. Assim, a constituição de
um banco de terras municipal para habitação de interesse social torna-se central no plane-
jamento da política habitacional do município.
O Plano Diretor Participativo de Votuporanga teve como princípio norteador a função
social da cidade e da propriedade. Para tanto, inseriu no corpo do texto os instrumentos
urbanísticos provenientes do Estatuto da Cidade � Lei 10.257/2001, visando assegurar o
direito à moradia digna, a inclusão social das famílias com política de habitação de interes-
se social, a proibição de novas ocupações por assentamento habitacionais inadequados e
garantir o acesso às famílias de baixa renda a financiamentos habitacionais.
Os instrumentos urbanísticos inseridos no Plano Diretor que servem para combater a
especulação imobiliária e induzir a urbanização sustentável do território estão descritos e
analisados no capítulo 8 deste diagnóstico.
Apesar de o Plano Diretor estabelecer regras para a aplicação dos instrumentos urba-
nísticos e instituir planos para algumas zonas passíveis de aplicação destes, também de-
terminou a necessidade de elaboração de lei específica que regulamentasse a aplicação
desses instrumentos urbanísticos; fato esse que não foi providenciado até o momento.
Desta forma, torna-se imprescindível, para o bom desenvolvimento urbano do muni-
cípio, a realização de um estudo aprofundado sobre a disponibilidade de terras para o uso
habitacional, principalmente dos vazios urbanos, no sentido de viabilizar a demarcação de
áreas passíveis de receber os instrumentos jurídicos e embasar a elaboração da legislação
específica.
Em que pese a importância do conhecimento das áreas não edificadas no município,
existem poucos estudos sobre os vazios urbanos de Votuporanga. O Plano Diretor de 2006
apresentou um mapa com os grandes vazios existentes no perímetro urbano do município à
época de sua elaboração (Mapa 27); contudo não era intuito do trabalho aprofundar na
elaboração de um levantamento preciso das áreas.
55 Segundo consulta aos técnicos da Prefeitura de Votuporanga.
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Mapa 27
Localização dos grandes vazios urbanos - Plano Diretor 2006
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010
Recentemente a Secretaria de Desenvolvimento Urbano iniciou um estudo sobre o
tema; porém, este estudo não detalha as condições e viabilidade dos terrenos, apenas os
identifica. Apesar de o município possuir um Sistema de Informações Geográficas, esse
sistema ainda não está sendo usado para elaboração de um levantamento mais aprofunda-
do dos vazios.
Dadas as limitações encontradas, este diagnóstico realizou um estudo preliminar de
vazios onde buscou-se analisar a cidade como um todo, identificando as áreas não edifica-
das conforme levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, de-
monstrado na peça gráfica denominada �Mapa do Zoneamento� e cruzando com outros
mapas do Plano Diretor como: Mapa 2 � Macrozoneamento; Mapa 3 � Zoneamento; e foto
aérea do Município. Segundo Plano Diretor do Município de Votuporanga � 2006 - esses va-
zios estão inseridos na área urbana legal e possuem previsão de atendimento de água e
esgoto, além de estarem fora de áreas de preservação ambiental.
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Mapa 28 e 29
Macrozoneamento e Zoneamento � Mapas 2 e 3 do Plano Diretor Participativo � 2006.
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010
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Mapa 30
Mapa do Zoneamento - 2010
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-
mento Urbano.
Elaboração: RM in B � 2010
Após essa primeira análise, identificaram-se três áreas, excluindo do estudo regiões
da cidade com impeditivos físicos e legais para a ocupação habitacional. Assim, as áreas de
estudo consideram apenas:
a) Área Urbana Legal,
b) Áreas fora de Áreas de Preservação Ambiental e
c) Áreas com cobertura (ou previsão de cobertura) de rede de água e esgoto.
Dessa forma, apesar da região sudeste apresentar ainda vazios urbanos significativos
dentro do perímetro urbano legal, a mesma está inserida dentro da Zona de Recuperação e
Ocupação Controlada que, segundo o Plano Diretor, é a porção do território municipal não
recomendável para o adensamento populacional e exige lotes mínimos de 250 m², dificul-
tando a implantação de conjuntos habitacionais de interesse social.
1
2 3
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Também a região noroeste, trecho na confluência das Rodovias Estaduais Euclides da
Cunha e Péricles Bellini não foi indicada, pois configura como uma área de conflito de uso
entre o zoneamento proposto em 2010 e o zoneamento proposto pelo Plano Diretor de
2006, o que indica a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da área em questão.
As áreas identificados neste estudo não podem ser considerados em sua totalidade
como disponíveis para uso habitacional, uma vez que ainda se faz necessário a verificação
individualizada de cada uma quanto a possíveis impedimentos para este fim (topografia,
presença em Áreas de Preservação Permanente, loteamentos aprovados no terreno, etc.).
Área 1 - Área localizada a Sudoeste do perímetro urbano
A área 1 está dividida em duas glebas demarcadas pelo mapa de zoneamento � 2010 e
estão localizadas em lados opostos à Rodovia Péricles Bellini , sedo denominada �Gleba A�,
a gleba do lado esquerdo da rodovia e conseqüentemente, �Gleba B� a do lado direito.
As duas glebas foram analisadas a partir de foto aérea com a finalidade de identificar
situações com impedimento à ocupação como áreas verdes e áreas de proteção. Não foram
descontadas as áreas de viário já existente dentro das glebas.
Apesar da Área 1 ter boas condições físicas para atender a demanda habitacional e-
xistente no município, não podemos deixar de ressaltar que a mesma está localizada na
área com o maior índice de vulnerabilidade social, conforme mapa apresentado no Plano
de Saneamento. Sendo assim, a ocupação da área deve ocorrer concomitante com a apli-
cação de políticas públicas sociais intensas nesse setor da cidade.
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Mapa 31
Índice de Vulnerabilidade Social - Plano Diretor 2006
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.
Elaboração: RM in B � 2010
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Imagem 18
Área 1 � Glebas A e B
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-
mento Urbano.
Elaboração: RM in B � 2010
A B
Rodovia
Péri
cle
s B
elin
i
Perímetro da Gleba
Zona Especial de Preservação Área de Proteção Permanente (APP) Afluente do córrego
Boa Vista
Área Verde
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Tabela 69
Área útil para a ocupação na Área 1 � Glebas A e B.
Áreas Total aproximado em m²
Área total � Gleba A 820.000,00
Áreas Verdes 13.000,00
Total de área útil � Gleba A 807.000,00
Área total � Gleba B 630.000,00
Áreas de Proteção Permanente 100.000,00
Total de área útil � Gleba B 530.000,00
Total de área útil � Gleba A + B 1.337.000,00
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.
Elaboração: RM in B � 2010
Área 2 - Área localizada a Noroeste do perímetro urbano
A área 2 configura-se como uma única gleba demarcada pelo mapa de zoneamento �
2010 e está localizada a noroeste do perímetro urbano, na confluência das Rodovias Esta-
duais Euclides da Cunha e Péricles Bellini .
Seguindo a mesma metodologia, a gleba foi analisada a partir de foto aérea com a fi-
nalidade de identificar situações com impedimento à ocupação como áreas verdes e áreas
de proteção. Apesar de não estarem indicadas no mapa do município, foram demarcadas
três Áreas de Proteção Permanente � APP, sendo duas delas pertencentes ao Córrego Boa
Vista e uma ao Córrego Marinheirinho; as quais necessitam de confirmação de presença de
nascentes.
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Rodovia Euclides da Cunha
Rodovia
Péri
cle
s Belini
Imagem 19
Área 2
Perímetro da Gleba
Zona Especial de Preservação Área de Proteção Permanente (APP)
Afluente do córrego Boa Vista e Marinheirinho.
Área Verde
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-
mento Urbano.
Elaboração: RM in B � 2010
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Tabela 70
Área útil para a ocupação na Área 2.
Áreas Total aproximado em m²
Área total � Gleba 2 2.320.000,00
Áreas de Proteção Permanente 70.000,00
Áreas Verdes 17.500,00
Total de área útil � Gleba 2 2.232.500,00
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.
Elaboração: RM in B � 2010
Área 3 - Área localizada ao Norte do perímetro urbano
A área 3 está dividida em cinco glebas demarcadas pelo mapa de zoneamento � 2010,
sendo que as glebas a oeste da Avenida Emilio Arroyo Ernandes � Gleba A e B, estão inseri-
das no setor NO (noroeste), enquanto que as glebas a Leste da mesma Avenida � Glebas C,D
e E, estão inseridas no setor NE � nordeste).
Das áreas analisadas, esta é a que mais sofre pressão de ocupação pelo mercado i-
mobiliário, enquanto que o poder público concentra suas ações na área 1.
As glebas foram analisadas a partir de foto aérea com a finalidade de identificar situ-
ações com impedimento à ocupação como áreas verdes e áreas de proteção. Não foram
descontadas as áreas de viário já existente dentro das glebas.
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Imagem 20
Área 3
Perímetro da Gleba
Zona Especial de Preservação Área de Proteção Permanente (APP)
Afluente do córrego Boa Vista e Marinheirinho.
Área Verde
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-
mento Urbano.
Elaboração: RM in B � 2010
A
B
C
D
E
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Tabela 71
Área útil para a ocupação na Área 3 � Glebas A, B, C, D e E.
Áreas Total aproximado em m²
Área total = área útil � Gleba A 130.500,00
Área total = área útil � Gleba B 115.300,00
Área total = área útil � Gleba C 89.700,00
Área total = área útil � Gleba D 405.000,00
Área total = área útil � Gleba E 202.000,00
Total de área útil � Gleba A+B+C+D+E 942.500,00
Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.
Elaboração: RM in B � 2010
Desta forma, no universo dos vazios analisados, a soma aproximada das áreas aptas a
receber empreendimentos habitacionais em Votuporanga resulta em um total de
4.512.000,00 m².
Tabela 72 - Total de área apta à ocupação no universo das áreas selecionadas para aná-
lise*
Área Levantada Total aproximado em m²
Área 1 - Sudoeste do perímetro urbano 1.337.000,00
Área 2 - Noroeste do perímetro urbano 2.232.500,00
Área 3 - Norte do perímetro urbano 942.500,00
Total 4.512.000
Fonte: Elaborado sobre mapas fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.
Elaboração: RM in B � 2010
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Porém, o estudo ora apresentado não se aprofundou na análise da totalidade dos va-
zios do município. Isso se deu pela impossibilidade de levantamento de tal vulto de infor-
mações em período curto de tempo, o que justifica a priorização de algumas áreas assumi-
das neste diagnóstico. Mas é preciso ressaltar a importância que os vazios em áreas cen-
trais, não analisadas neste estudo, podem assumir para um planejamento habitacional,
podendo inclusive assumir um papel prioritário, uma vez que a produção de habitação de
interesse social � HIS não deve se restringir às localizações distantes e pouco infra-
estruturadas, num sentido de promover uma distribuição mais igualitária de acessos e o-
portunidades.
Os vazios em área central também podem ser encarados como oportunidades para
empreendimentos privados de habitação de mercado popular - HMP, pelos próprios propri-
etários dos terrenos, considerando-se, entretanto, a necessidade de adequação dos parâ-
metros urbanísticos compatíveis para tal finalidade.
Assim, não obstante a significativa dimensão das áreas vazias já identificadas, faz-se
necessário o aprofundamento deste estudo, uma vez que questões qualitativas de um ter-
reno (como localização, infra-estrutura, proximidade de equipamentos públicos), devem
ser levadas em consideração para novas demarcações legais.
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7. HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR - HMP
7.1. Contextualizando a Habitação de Mercado Popular
A Habitação de Mercado Popular é parte integrante da política habitacional, conside-
rada como um segmento complementar à produção pública de moradias. Este pressuposto
vai ao encontro das diretrizes da Política Nacional de Habitação, que subdividiu o novo
Sistema Nacional de Habitação em:
1. Subsistema de Mercado
2. Subsistema de Habitação de Interesse Social
Ao diferenciar os dois segmentos habitacionais a Política busca combinar ações de
maneira a evitar distorções na distribuição dos investimentos públicos, considerando como
prioridade de promoção pública no atendimento da população de renda mais baixa � de-
manda por urbanização e produção de HIS �, sem deixar de atentar para a necessidade de
buscar consolidar uma estrutura financeira de crédito suficiente a que se amplie o merca-
do privado para a produção de HMP, atendendo a demanda das classes médias.
A política habitacional implementada através da criação do Sistema Financeiro da
Habitação � SFH, do Banco Nacional da Habitação � BNH (extinto em 1986), e das Socieda-
des de Crédito Imobiliário � SCI, em 1964, contava com amplos investimentos públicos, mas
acabou por privilegiar a parcela da população que tinha capacidade de assumir um financi-
amento habitacional sem, no entanto, atender as classes de renda mais baixas. Assim, a
Política Nacional de Habitação, aprovada em 2004, orienta-se por buscar uma maior justiça
social na aplicação dos recursos públicos. É importante ressaltar, ainda, que após o período
de implementação da política urbana e setoriais da época do regime militar, que se esten-
deu até meados da década de 1980, houve uma lacuna a nível federal, estrutural e de re-
cursos, referente à questão.
A insuficiência do mercado privado em atender as classes de renda média e baixa se
expressa, enquanto solução habitacional, na irregularidade fundiária e habitacional. A evo-
lução do uso irregular do solo evidencia, também, a existência de um mercado informal
que possibilita acesso à moradia a uma grande parte da população.
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Assim, o Sistema Nacional de Habitação está organizado no sentido de diferenciar em
estratos mais finos as faixas de renda das famílias, de forma a garantir que os investimen-
tos públicos não deixem de beneficiar as famílias de mais baixa renda. Sem, contudo, dei-
xar de atentar para a necessidade de ampliação do mercado privado de habitação.
Em 2004, foi aprovada no Congresso Nacional a Lei no 10.391, que visa dar segurança
jurídica aos investidores (promotores e financiadores) e compradores. Através dessa, o
Conselho Monetário Nacional � CMN pode pressionar os bancos a investirem em habitação
com a utilização de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo � SBPE, para
investimento em habitação de mercado (Resolução nº 3.410, de 27 set. 2006).
Nos últimos anos, com o crédito mais barato e o crescimento do poder aquisitivo da
população como um todo, o mercado habitacional para atendimento das classes de renda
média e média-baixa tem demonstrado importante expansão. Porém, é ainda incipiente a
experiência privada na oferta do produto habitacional de menor custo. É necessário esti-
mular a criação de empresas especializadas em produzir para o mercado popular possibili-
tando manter essa oferta.
O Plano Nacional de Habitação, ainda em construção, propõe a classificação da de-
manda habitacional em grupos de atendimento, ampliando a estratificação de renda, con-
forme o quadro a seguir:
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Tabela 73
Classificação da Demanda Habitacional
Grupo de Atendi-
mento
Faixa de rendimento fami-
liar56
(município tipo F)
Fontes de recursos prioritárias
Grupo 1 De 0 a 1,5 s.m. FNHIS
Grupo 2 De 1,5 s.m. a 3 s.m. FGTS /FNHIS Financiamento com
subsídio
Grupo 3 De 3 s.m. a 5 s.m. FGTS Financiamento com desconto
Grupo 4 De 5 s.m. a 10 s.m. FGTS
Grupo 5 Mais de 10 s.m. SBPE
Base de Dados: Produto 5 - PLANHAB, 2008.
Elaboração: RM.in.B, 2010.
Segundo o PLANHAB (2008), somente a partir do Grupo 4 as famílias possuem capaci-
dade de assumir financiamento habitacional sem subsídios, e apenas o grupo 5 seria aten-
dido por financiamento de mercado. A Habitação de Mercado Popular, nessa lógica atende-
ria a partir do grupo 3 e principalmente os grupos de atendimento 4 e 5, que compreen-
dem as faixas de renda acima de 3 salários mínimos. Essa demanda tem condições de aces-
sar recursos onerosos.
Cabe destacar, nesse sentido, a Resolução CCFGTS n° 460 (14.12.2004), que estabe-
leceu a concessão de descontos nos financiamentos de interesse social, com recursos do
FGTS gerados a partir dos resultados financeiros obtidos na aplicação do Fundo.
O SBPE por sua vez tem um custo de captação (e por conseqüência de repasse) mais
elevado que o FGTS. No entanto, consegue atender aos grupos de atendimento IV e V, ali-
viando no médio prazo a pressão sobre o FGTS. (PLANHAB, Produto 5 - pág. 90, 2008)
Não apenas as definições da Política e a alteração em legislações visando estimular o
crédito vêm sendo adotadas a nível federal, recentemente (março de 2009) o Governo Fe-
deral divulgou um novo Pacote Habitacional tendo como objetivo baratear a construção e
estimular o mercado privado de habitação popular, destinado a famílias que recebem até
56 O PLANAB trabalhou com rendimento nominal, tendo como valor de referência o salário mínimo de R$415,00.
G1 - Zero a R$ 600,00, G2 � De R$ 600,00 a R$ 1.200,00, G3 - De R$ 1.200,00 a R$ 2.000,00, G4 - De R$
2.000,00 a R$ 4.000,00e G5 - Mais de R$ 4.000,00.
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dez salários mínimos, com subsídios de quase 100% para famílias que ganham até 3 salários
mínimos por mês. O Estado e o município podem contribuir com o programa abrindo mão
de algumas receitas decorrentes. Inicialmente o crédito será concedido pela Caixa Econô-
mica Federal e pelo Banco do Brasil, no entanto, o Governo Federal espera que bancos
privados também concedam o empréstimo, promovendo, também que pessoas que hoje
não têm acesso a financiamentos habitacionais sejam incluídas no sistema bancário.
Entre os programas federais voltados ao atendimento de HMP, destaca-se o Programa
de Arrendamento Residencial � PAR financiado com recursos públicos onerosos via Caixa
Econômica Federal, que se destina às empresas do ramo da construção civil ou pessoa jurí-
dica que atue no setor. Os empreendimentos habitacionais, financiados em longo prazo,
têm como público alvo famílias com renda até 6 salários mínimos. O contrato prevê acesso
a um imóvel em sistema de aluguel, com possibilidade de compra e venda.
Na esfera Estadual, foi aprovado através por Decreto, n° 53.823 de 2008, o Fundo
Garantidor Habitacional - FGH, esse deverá articular-se ao Fundo Paulista de Habitação de
Interesse Social, ambos com Conselhos Gestores de caráter deliberativo.
O Fundo Garantidor Habitacional - FGH tem como objetivo estimular a participação
de empreendedores imobiliários e instituições financeiras a atuarem no mercado popular
de imóveis, funcionando como avalista para a aquisição habitacional, provendo recursos
para garantir risco de crédito e equalizar taxas de juros, no âmbito dos programas e ações
da Política Estadual de Habitação de Interesse Social.
7.2. Problematização Conceitual
Conceitualmente Habitação de Mercado Popular � HMP pode ser definida como aquela
produção destinada ao consumo de um bem. Isto é, uma mercadoria que atende a uma
necessidade de demanda. No entanto, diferentemente da terminologia definida para Habi-
tação de Interesse Social � HIS que traz a partir do Estatuto da Cidade uma caracterização
relacionada à faixa de renda, com critérios de localização e usos específicos � Zonas de
Especial Interesse Social � promovida e subsidiada ou integralmente produzida pelo poder
público, a Habitação de Mercado Popular � HMP no que se referente à normativa, parece
estar definida unicamente como aquela que atende ao mercado popular, não estando tute-
lada pelo poder público.
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O Plano Diretor poderá ou não definir o que no município será considerado como HMP
perante a legislação urbanística. Em geral, havendo tal definição, está relacionada como57
:
aquela produzida pela iniciativa privada, por associações habitacionais, ou coo-
perativas populares;
destinada a famílias com renda familiar mensal acima de 3 salários mínimos,
sendo que em alguns casos é considerada acima de 6 salários mínimos, até o e-
quivalente a 10 salários mínimos, podendo chegar até 16 salários mínimos (ou
vinculado a renda per capita mensal das famílias);
que atenda a alguns parâmetros construtivos específicos: unidade habitacional
com área útil até 60m², em alguns casos podendo ser de 70m², e ainda, em al-
gumas legislações definem ter apenas um, podendo chegar até dois banheiros e
uma vaga de estacionamento por unidade.
Os Planos Diretores podem, em relação à implementação dos instrumentos do Estatu-
to da Cidade, definir critérios diferenciados para empreendimentos em HMP como, por
exemplo, não pagar outorga onerosa do direito de construir, podendo usar os índices má-
ximos de coeficiente construtivo.
No entanto, os mecanismos de controle pelos órgãos públicos competentes, quanto
ao real atendimento dos empreendimentos aprovados como HMP à demanda especificada,
são frágeis, quando não inexistentes.
Empreendimentos privados financiados por programas públicos destinados a HMP po-
dem estabelecer um maior controle de atendimento da demanda especificada, através dos
Conselhos Gestores ou dos próprios órgãos financiadores.
57 Entre as legislações pesquisadas estão: o Plano Diretor Plano Diretor Estratégico de São Paulo - Lei nº.
13.430/2002, o Plano Diretor de Santo André Lei - n° 8696/2004 e Lei de Zonas Especiais de Interesse Social -
Lei nº 8.869/2006.
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7.3. A produção privada do território em Votuporanga
Com base no levantamento dos loteamentos aprovados, com e sem decreto de apro-
vação, dos loteamentos não aprovados e em situação irregular (inseridos no �Programa
Cidade Legal�) e dos loteamentos em processo de aprovação preparado pela Prefeitura,
foram organizados os dados, conforme quadros incluídos nos anexos A2, A3 e A4 deste do-
cumento, possibilitando a síntese apresentada a seguir:
Tabela 74
Loteamentos em Votuporanga
LOTEAMENTOS LEVANTADOS PELA PMV SUB-TOTAL N° TOTAL
Loteamentos aprovados
Com decreto 131
165
Sem informação 34
Lotes em loteamentos aprovados
Com decreto 25.545
31.139
Sem informação 5.594*
Loteamentos irregulares ** (incluídos no
�Programa Cidade Legal�)
Implantados 19
24
Em projeto 5
Lotes em loteamentos irregulares ** (in-
cluídos no �Programa Cidade Legal�)
Implantados 4.007
4.792
Em projeto 785
Loteamentos em processo de aprovação
Com Decreto de
Aprovação Prévia 21
24
Sem Decreto 3
Lotes em loteamentos com processo de
aprovação
Com Decreto de
Aprovação Prévia 4.521*
4.657
Sem Decreto 136
Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga; Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
* Entre os lotes em loteamentos aprovados sem informação e lotes em loteamentos com processo de
aprovação há alguns sem informação da quantidade de lotes.
** Existem cinco loteamentos que foram incluídos na situação de loteamentos irregulares - Programa
�Cidade Legal�, e repetidamente na situação de loteamentos em aprovação.
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Os loteamentos com decreto de aprovação iniciam no ano de 1950, praticamente 13
anos após a data de origem da cidade. Conforme informação da prefeitura, os loteamentos
mais antigos não possuem decreto de aprovação por não existir tal procedimento à época;
no entanto são loteamentos regulares. Também de acordo com informações da Secretaria
de Desenvolvimento Urbano, os loteamentos estão divididos em regulares e em aprovação.
Entre os loteamentos irregulares incluídos no programa �Cidade Legal�, estão 5 lote-
amentos não implantados, com um total de 785 lotes destinados a atender uma população
de faixa de renda entre 0 e 5 salários mínimos, conforme destacado anteriormente.
No tocante à análise da infra-estrutura instalada (pavimentação, sarjetas, rede elé-
trica, iluminação pública, abastecimento de água e rede de esgoto) os percentuais de a-
tendimento dos loteamentos com decreto de aprovação e loteamentos sem informação
beiram a 100% de atendimento. Os casos mais críticos estão relacionados aos índices de
atendimento no abastecimento de água e por rede de esgoto nos núcleos de habitação pre-
cárias ainda existentes no município.
No que se refere às possibilidades do mercado de terra urbanizada no município,
chama a atenção de que parece haver um estoque, porém não temos, a partir dos dados,
como caracterizá-los em relação ao público a que se destinam. Não temos a informação do
quanto desses lotes urbanizados desocupados, regulares ou irregulares, estão ainda à dis-
posição do mercado imobiliário.
7.4. O Mercado Popular e a Política Municipal de Habitação
Como anteriormente destacado a atuação da prefeitura junto à Habitação de Merca-
do Popular (HMP) é de outra natureza se comparada à atuação na Habitação de Interesse
Social (HIS). Em HIS, a prefeitura tem controle direto sobre a localização dos empreendi-
mentos, tipologias construtivas, demanda a ser atendida, etc. Em HMP, esse controle é
limitado, dependendo fundamentalmente da lógica de funcionamento do mercado.
No entanto, o nível historicamente baixo de interferência do poder público municipal
no funcionamento do mercado imobiliário constitui uma questão nevrálgica para as políti-
cas urbanas como um todo. É nesse sentido que os instrumentos do Estatuto da Cidade
propõem a ampliação da intervenção do Estado em questões comumente deixadas ao con-
trole do mercado, estabelecendo estratégias para o alcance da função social da cidade e
da propriedade.
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Assim, não obstante a autonomia intrínseca do mercado imobiliário cabe ao Estado,
e, portanto à municipalidade, regular a dinâmica urbana nas questões críticas, principal-
mente naquelas relacionadas à estrutura fundiária.
7.4.1. A Habitação de Mercado Popular em Votuporanga
Este Diagnóstico da Situação Habitacional no município de Votuporanga abordou a
questão da Habitação de Mercado Popular por meio de entrevistas bilaterais com represen-
tantes de arquitetos, engenheiros e imobiliárias58 e questionários que foram distribuídos às
imobiliárias, incorporadores e bancos (Anexo 05).
Na pesquisa dos questionários com as imobiliárias, se evidencia o desequilíbrio exis-
tente entre oferta e procura, em diversos segmentos do mercado. Pesquisou-se 4 segmen-
tos, 2 referentes à compra e venda, e 2 referentes à locação:
- Compra e venda
1. Imóveis com o valor de até R$60.000,00
2. Imóveis com o valor entre R$60.000,00 e R$90.000,00
- Locação
1. Imóveis com aluguel até R$600,00
2. Imóveis com aluguel entre R$600,00 e R$1.000,00.
Dos 4 segmentos analisados, todos apresentaram evidente desequilíbrio entre oferta
e procura, com a segunda significativamente maior que a primeira.
58 Relatório de Atividades do Processo de elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS de
Votuporanga.
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BAIXA
BAIXA
BAIXA
ALTA
ALTA
ALTA
-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00
MADRID
CHINO
BISSOLI
OFERTA DEMANDA
7.4.2. Imóveis para compra e venda
A pesquisa demonstrou que, nos dois segmentos analisados, pode-se verificar um de-
sequilíbrio crítico entre oferta e procura (Gráficos 3 e 4). O quadro 3 confirma esta reali-
dade, e enfatiza a procura por imóveis entre 70 e 100 mil reais. O quadro 4 revela que a
procura por imóveis se concentra naqueles com área entre 80 e 120m².
Gráfico 3
Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.
Pergunta: �Como você classificaria a demanda e a oferta de imóveis para compra e venda
com o valor até 60 mil reais?�
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2010.
Gráfico 4
Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.
Pergunta: �Como você classificaria a demanda e a oferta por imóveis para compra e venda
com o valor entre 60 e 90 mil reais?�
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2010.
BAIXA
BAIXA
BAIXA
ALTA
ALTA
ALTA
-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00
MADRID
CHINO
BISSOLI
OFERTA DEMANDA
RR MM..iinn..BB
165
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Quadro 3
Valor de imóvel com maior procura para compra e venda, em mil reais - Respostas por i-
mobiliária.
NOME
EM MIL REAIS
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Bissoli
Neg. I-
mob.
X X X X X X X
Chino
Imóv. X X X X X X X
Madrid
Imóv X X X X X X X
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
Quadro 4
Tamanho do imóvel mais negociado para compra e venda, em m² - Respostas por imobiliá-
ria.
NOME
EM M²
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
280
Bissoli
Neg. I-
mob.
X X X X
Chino
Imóv. X X X X
Madrid
Imóv X X X
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
A situação crítica para compra e venda de imóveis na faixa de preço entre 70 e 100
mil reais é enfatizada pela pesquisa com os bancos, conforme quadro a seguir.
RR MM..iinn..BB
166
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
SEM INFORMAÇÃO
BAIXA
BAIXA
SEM INFORMAÇÃO
ALTA
ALTA
-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00
MADRID
CHINO
BISSOLI
OFERTA DEMANDA
Quadro 5
Principais dificuldades para se viabilizar os financiamentos para HMP em Votuporanga �
Instituições Bancárias
INSTITUIÇÃO BANCÁ-
RIA INFORMAÇÃO
Caixa Econômica
Federal
Informalidade;
Renda insuficiente;
Alto custo de áreas para implantação de HMP.
Banco do Brasil O Banco do Brasil ainda não disponibiliza a linha de crédito, o que
ocorrerá em breve.
Santander
Comprovação de renda;
Avaliação do imóvel;
Documentação incompleta do imóvel;
Restrições cadastrais.
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
7.4.3. Imóveis para locação
Assim como a situação de imóveis para compra e venda, os gráficos 5 e 6 demons-
tram um desequilíbrio crítico entre oferta e procura, principalmente entre os imóveis com
valor de aluguel entre 300 a 600 reais, o que pode ser confirmado no quadro 6.
Gráfico 5
Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.
Pergunta: �Como você considerada a demanda e a oferta de imóveis para locação com va-
lor de aluguel entre 300 e 600 reais?�
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
SEM INFORMAÇÃO
BAIXA
BAIXA
SEM INFORMAÇÃO
ALTA
ALTA
-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00
MADRID
CHINO
BISSOLI
OFERTA DEMANDA
Gráfico 6
Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.
Pergunta: �Como você classificaria a demanda e oferta por imóveis para locação com valor
de aluguel entre 600 e 1.000 reais?�
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
Quadro 6
Valor de imóvel com maior procura para locação, em reais
Respostas por imobiliária
NOME
EM MIL REAIS
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
Bissoli
Neg. I-
mob.
X X X
Chino
Imóv. X X X
Madrid
Imóv
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
Durante as reuniões bilaterais,os representantes das imobiliárias chamaram a aten-
ção para a grande procura por casas para locação com aluguel no valor entre 300 e 500
reais, o que comprova a pesquisa dos questionários. Também se ressaltou a procura por
imóveis de 3 dormitórios, independente da área construída (metragem).
RR MM..iinn..BB
169
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
O resultado da pesquisa com as imobiliárias expõe uma realidade preocupante, uma
vez que o desequilíbrio afeta principalmente as famílias com renda entre 3 a 6 salários
mínimos. Essa problemática deve ser vista com atenção, uma vez que esta faixa de renda
poderia acessar habitação via mercado, mas não a faz por não existir essa alternativa no
mercado de Votuporanga, acabando por inchar a demanda por habitações construídas pelo
Estado.
Um fator importante levantado na entrevistas bilaterais com as construtoras e incor-
poradores se refere ao custo da terra. Segundo as empresas, o preço da gleba dentro do
perímetro urbano é muito algo o que inviabiliza os empreendimentos de HMP, que em Vo-
tuporanga atendem principalmente a faixa de renda familiar entre 2 e 3 salários mínimos.
Outros resultados da pesquisa com as construtoras e incorporadores reforçam a situa-
ção já apresentada acima, onde se confirma a alta demanda por empreendimentos de
HMP.
Quadro 7
Pesquisa com construtoras e incorporadores imobiliários (questionário)
PERGUNTA CONSTRUTORAS /
INCORPORADORES RESPOSTA
Existem entraves que difi-
cultam a viabilização para
implantação de empreen-
dimentos de HMP
KONSTRU
Preços das áreas; demora na aprovação
dos empreendimentos junto aos órgãos
municipais e estaduais.
POLOESTE
Preço da terra; infra estrutura; falta de
incentivo ao investidor; cultura de
�morar�.
Miotto e Piovesan Sem informação.
Para que a HPM seja viá-
vel, qual a dimensão míni-
ma necessária do lote?
KONSTRU 180 m²
POLOESTE 125 m² terreno e 36 m² a habitação.
Miotto e Piovesan 200 m²
Algum componente jurídi-
co pode ser aprimorado no
sentido de facilitar a viabi-
lização de empreendimen-
tos de HMP?
KONSTRU Sem informação.
POLOESTE Muitos � principalmente o Plano Dire-
tor.
Miotto e Piovesan Fiscalização sobre venda de imóveis
contemplados.
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.
RR MM..iinn..BB
170
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Em pesquisa recente a cerca do preço do metro quadrado de terreno dentro do perí-
metro urbano na área urbana consolidada, obtivemos uma amostragem de valores confor-
me demonstra a tabela a seguir:
Tabela 71
Levantamento de preços de terrenos vazios � 2010.
BAIRRO QDRANTE
METRAGEM
EM M²
PREÇO TO-
TAL EM R$
PREÇO M²
EM R$
MÉDIA PRE-
ÇO POR
QUADRANTE
1 Bairro do Café NE 357,50 75.000,00 209,79
174,23 m² 2 Vila Anna NE 201,38 30.000,00 148,97
3 Vila Paes NE 976,00 160.000,00 163,93
4 San Remo NO 438,90 150.000,00 341,76
223,56 m²
5 San Remo NO 420,00 75.000,00 178,57
6 B. Mastrocola NO 378,52 65.000,00 171,72
7 B. Mastrocola NO 368,50 70.000,00 189,96
8 Jd Esther NO 372,00 90.000,00 241,94
9 Parque Nações NO 230,00 50.000,00 217,39
10 Vila Marim SE 374,00 75.000,00 200,53
168,87 m²
11 Portal do Sol SE 240,00 45.000,00 187,50
12 Portal do Sol SE 253,00 43.000,00 169,96
13 Sta Felícia SE 300,00 40.000,00 133,33
14 Jd dos Ipês SE 300,00 48.000,00 160,00
15 Santa Paula SE 400,00 80.000,00 200,00
16 Santa Paula SE 520,00 68.000,00 130,77
17 Pq Res. Friozi SO 428,40 75.000,00 175,07 175,07 m²
FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias - 2010.
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
A pesquisa foi realizada com as imobiliárias: Imobilar, Madrid Imóveis, Romano Imó-
veis & Negócios, Imobiliária Central, Imobiliária Porto Seguro e Centauro Imóveis; entre os
dias 16 e 31 de julho de 2010, e se considerou todos os tamanhos de lotes e todos os lote-
amentos que havia ofertas de venda.
Apesar do valor do metro quadrado por quadrante não poder ser referencia de preço
da terra, por serem lotes individuais e não possuir medidas suficientes para a produção em
escala de unidades habitacionais, o valor pode servir como referencia de preço da terra
urbanizada no município.
Assim, o apoio do poder público municipal junto ao mercado de habitação popular
pode ocorrer por meio da solução de �gargalos�, como a aprovação dos empreendimentos,
promover a atualização ou elaboração de legislações pertinentes ao tema e que venham
colaborar com a dinâmica do mercado e combater a especulação.
Assim, a atuação de maior impacto deve se dar sobre a estrutura fundiária, sobre a
qual a municipalidade deve ampliar sua capacidade de ação, por meio dos instrumentos
provenientes do Estatuto da Cidade e constantes no Plano Diretor.
Nesse sentido, é imprescindível a definição de quais áreas devem ser demarcadas
como ZEIS, inclusive diferenciando aquelas destinadas à HIS e à HMP, assim como devem
ser regulamentados e colocados em prática os instrumentos contidos no Plano Diretor Par-
ticipativo de 2006 como: IPTU Progressivo no Tempo, Edificação, Utilização e Parcelamen-
to Compulsórios, Direito de Preempção, entre outros.
Tais ações devem ter como objetivo a redução da especulação imobiliária sobre a
terra, e a conseqüente diminuição de seu preço a médio e longo prazo.
RR MM..iinn..BB
172
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
8. CONDIÇÕES PARA O ENCAMINHAMENTO DA POLÍTICA HABITACIONAL NO MU-
NÍCIO DE VOTUPORANGA
8.1. Legislação Urbanística
No Brasil do período colonial o município teve por base jurídica as ordenações do rei-
no. Sabe-se que o poder local na colônia portuguesa fazia se representar através de câma-
ras Municipais eleitas pela sociedade.
No século XX o município se tornou objeto de tratamento especial, conquistando es-
paço próprio e competências para a consecução de seus fins e a partir da Constituição de
1988, tornou-se ente federativo, com poder de organizar-se segundo uma Lei Orgânica
própria, elaborada pelos seus próprios legisladores, integrantes da Câmara Municipal.
Nesse contexto, muitas questões assumiram grande relevo, pela importância na vida
das pessoas que habitam o município: moradia, trabalho, meio ambiente, transporte, ati-
vidade econômica, trânsito, saúde, educação, tronaram-se temas obrigatórios da dinâmica
municipal.
Paralelamente, os espaços necessários à habitação e ao exercício das atividades veri-
ficadas no município passaram a constituir grande preocupação. Afinal, tornou-se indispen-
sável a compatibilização das atividades urbanas com tais espaços, de modo harmônico,
visando à integração, o desenvolvimento local, com a busca da melhor qualidade de vida.
Considerando esta premissa a reforma urbana preconizada na Constituição Federal de
1988 pressupôs um planejamento urbano que leve em conta os aspectos sociais, políticos e
ambientais.
8.1.1. A Lei Orgânica do Município de Votuporanga � LOM
Como destacado, o planejamento urbano efetivo é implantado mediante a elabora-
ção de normas legais, e, sobretudo, mecanismos de inclusão para a participação e inter-
venção da comunidade e entidades no processo de reflexão sobre a cidade, de tal sorte,
que podemos dizer que a Lei Orgânica Municipal- LOM (na esfera local) é a Constituição do
Município onde são traçados os princípios gerais e diretrizes que serão a base para compor
sua política de desenvolvimento.
RR MM..iinn..BB
173
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Neste particular a LOM do Município de Votuporanga para a questão Política urbana
destacou que caberá ao município a promoção, no que couber, do adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano (at. 7, VIII). Ainda definiu em seu artigo 141 § 1º que o Plano Diretor é o instrumen-
to básico da política de desenvolvimento e deve considerar a totalidade de seu território.
Ressalta-se que a LOM de Votuporanga ao dispor sobre a Política Urbana do Municí-
pio, destinou um capítulo específico (Capítulo V � Da Política Urbana) onde estabeleceu
critérios de articulação com as políticas públicas das esferas Federal e Estadual, tendo
como princípio norteador o Estatuto da Cidade na esfera federal e o Plano Diretor no âmbi-
to local.
8.1.2. � O Plano Diretor Participativo de Votuporanga
Dentro da composição das leis urbanísticas do município o Plano Diretor59
de Votupo-
ranga é a principal lei da política urbana e que estabelece as diretrizes de política de de-
senvolvimento urbano para o município.
Seu papel é fundamental é organizar o crescimento e desenvolvimento da cidade, ou
seja, o plano diretor é a ferramenta técnica e política que garante a aplicação dos direitos
fundamentais e direitos sociais garantidos pela Constituição Federal no art. 6º.
O Plano Diretor apresenta proposições especiais para a estruturação da cidade, com
destaque para a função social da propriedade que estabelece uma norma legal que define
os direitos e deveres do possuidor do bem, prevendo a idéia de que a propriedade deve
estar ligada ao bem estar social.
Além da função social da propriedade o Plano Diretor de Votuporanga estabeleceu os
seguintes princípios que deverão nortear a propriedade urbana:
I. � Utilização e Aproveitamento para atividades ou usos em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental;
II. � Promoção do adequado aproveitamento dos imóveis não edificados, subutilizados
e não utilizados;
III. � promoção da Regularização Fundiária dos assentamentos humanos precários;
59 Lei Complementar nº 106 de 08 de novembro de 2007 �Institui o Plano Diretor Participativo do Município de
Votuporanga, cria o Conselho da Cidade e dá outras providências�.
RR MM..iinn..BB
174
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
IV. � Compatibilidade do uso da propriedade com a segurança, bem estar e a saúde
seus usuários;
V. � Distribuição de usos e intensidades da ocupação do solo de forma equilibrada em
relação à infra-estrutura disponível aos transportes e apo meio ambiente, de
modo a evitar a ociosidade e sobrecargas dos investimentos coletivos;
VI. � Respeito aos limites e índices urbanísticos estabelecidos no PD e nas legislações
dela decorrentes;
VII. � Garantia do atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de
vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas;
Além dos princípios estabelecidos no Plano Diretor o mesmo também estabeleceu os
instrumentos urbanísticos indispensáveis à criação de uma política de desenvolvimento
urbano voltado a questão habitacional como as Zonas Especiais de Interesse Social � ZEIS, o
direito de preempção, o IPTU progressivo, etc.
8.2. - Análise dos Instrumentos Jurídicos de Política Urbana previstos no Pla-
no Diretor Participativo - PDP de Votuporanga
A política de desenvolvimento municipal teve como princípio norteador a função so-
cial da cidade e da propriedade, a sustentabilidade e a gestão democrática e participativa,
apresentando condições necessárias para a estruturação da cidade a partir da função social
da propriedade.
Os instrumentos para a efetiva aplicação desses preceitos visam assegurar o direito à
moradia digna, a inclusão social das famílias com política de habitação de interesse social,
proibir novas ocupações por assentamento habitacionais inadequados e garantir o acesso às
famílias de baixa renda a financiamentos habitacionais.
8.2.1. Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios
O parcelamento do solo é um instrumento indutor de urbanização, sendo realizado de
forma espontânea pelo proprietário da terra, mediante aprovação da Municipalidade.
RR MM..iinn..BB
175
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
Com o advento da Lei 10.257/2001, este instrumento passou a adotar sistemática di-
versa da Constituição Federal de 1988, embora não admita que o poder público municipal
parcele ou edifique em terreno alheio, o artigo 46 do Estatuto da Cidade permite o estabe-
lecimento de consórcio imobiliário entre o poder público e o proprietário da área a ser
parcelada ou edificada.
O consórcio imobiliário consiste na transferência de área para o poder público e em
troca o proprietário recebe unidades imobiliárias urbanizadas ou edificadas.
O PD de Votuporanga, art.178 a 184 estabelece as regras para aplicação deste ins-
trumento urbanístico, bem como institui de plano algumas zonas passíveis de aplicação
deste instrumento, contudo determina a necessidade de lei específica para a aplicação.
8.2.2. IPTU progressivo no tempo e na desapropriação em títulos da dívida
pública
O IPTU progressivo no tempo está previsto do PD, art. 185 a 187, e trata-se de um
dos instrumentos mais eficazes para a efetivação do princípio da função social da proprie-
dade.
O IPTU progressivo no tempo é um instrumento previsto no Estatuto da Cidade (art.
7º, da Lei 10.257/2001) que permite ao governo municipal aumentar, progressivamente, o
valor da alíquota do IPTU de um imóvel, caso seu proprietário não lhe dê a utilização con-
forme o previsto no Plano Diretor.
A medida consiste em uma espécie de desincentivo aos proprietários em manter imó-
veis abandonados, terrenos vazios sem edificação, ou glebas sem utilização e parcelamen-
to, de forma a racionalizar e otimizar a ocupação das cidades.
O objetivo deste instrumento é combater a especulação imobiliária e induzir a utili-
zação de áreas da cidade já dotadas de infra-estrutura urbana, ao invés de promover a
ocupação de regiões distantes do centro que exigirão novo investimento público em drena-
gem, asfalto, iluminação pública, rede de água e esgoto, transporte coletivo e uma série
de equipamentos urbanos como espaços de lazer, escolas, postos de saúde e etc.
As áreas passíveis de aplicação do IPTU progressivo no tempo devem ser previamente
especificadas no Plano Diretor, que deve também definir os critérios que estabeleçam o
que é subutilização, para cada região da cidade. Estabelecidos esses critérios será possível
identificar se determinado imóvel está ou não cumprindo sua função social e aplicar os
RR MM..iinn..BB
176
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
instrumentos de utilização, edificação e parcelamento compulsórios (previstos nos artigos
5º e 6º do Estatuto da Cidade).
Esses mecanismos dão ao governo municipal a possibilidade de determinar ao propri-
etário que dê a utilização adequada a seu imóvel, procedendo, conforme o caso, à sua o-
cupação, edificação ou parcelamento.
Se o proprietário não cumprir a determinação da Prefeitura no prazo estabelecido,
esta poderá iniciar a cobrança do IPTU progressivo no tempo, aumentando, ano a ano, a
alíquota do imposto sobre essa propriedade.
8.2.3. Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida Pública
A Desapropriação é instituto utilizado pelo poder público para permitir a transferên-
cia compulsória de uma propriedade privada para o domínio público60.
A Desapropriação como instrumento de política urbana é fundamental para a aplica-
ção do princípio da Função Social da propriedade. A Constituição Federal de 1988 em seu
artigo 182, § 4º, preconiza que as áreas delimitadas no Plano Diretor não edificadas, ou
que se mantiverem sub-utilizadas ou não utilizadas, serão objetos de desapropriação pelo
poder público, mediante pagamento com títulos da dívida pública.
O Estatuto da Cidade neste sentido estabelece além das regras de desapropriação, as
obrigações, dela decorrentes, do novo possuidor do imóvel que deverá proceder ao ade-
quado aproveitamento do imóvel, de forma a garantir a efetividade da função social da
propriedade.
8.2.4. Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS
As ZEIS são áreas ocupadas por assentamentos habitacionais populares onde se apli-
cam normas específicas para a regularização fundiária, urbanização e edificação, as quais
se superpõem às normas gerais do município. As ZEIS no Plano Diretor de Votuporanga en-
contra previsão no art. 106, I, contudo sem delimitação específica.
60 SANT´ANA, Ana Maria, Plano Diretor Municipal. Editora EUD, São Paulo � 2006 � pág. 24
RR MM..iinn..BB
177
PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
A função das ZEIS é estabelecer critérios especiais na definição de parâmetros regu-
ladores de uso e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento normal do restante do
Município.
Este instrumento é fundamental para a promoção da política habitacional do municí-
pio, pois poderão ser flexibilizados parâmetros para a construção de habitações populares
de interesse social.
O próprio PD estabelece que o Município deve instituir lei municipal para regulamen-
tar as ZEIS.
A previsão de ZEIS no Plano Diretor também tem a função de identificar e configurar
as áreas de assentamentos precários e irregulares já identificados em levantamentos, po-
rém, estas ZEIS não tiveram suas delimitações precisamente definidas.
8.2.5. Outorga Onerosa do Direito de Construir
O instituto da outorga onerosa do direito de construir é um instrumento jurídico de
política urbana pelo qual o proprietário poderá exercer o direito de construir acima do
coeficiente de aproveitamento básico adotado pelo Plano Diretor ou pela lei específica
municipal.
Pano Diretor de Votuporanga prevê, em seus arts. 188 a 191, a faculdade do poder
público exercer o direito de outorgar onerosamente o exercício do direito de construir, ou
seja, o poder executivo municipal poderá autorizar o proprietário do imóvel a construir
acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado pelo PD ou por lei específica, me-
diante pagamento.
Os parâmetros de uso e ocupação de solo do Município de Votuporanga estão estabe-
lecidos na Lei nº 2830/1996, com alterações posteriores.
O PD estabelece que lei específica estabelecerá as condições para a concessão deste
instrumento.
8.2.6. Transferência do direito de construir
A transferência do direito de construir é um instrumento jurídico de política urbana e
está contido no PD de Votuporanga em seu artigo 192 a 195, no qual determina que o po-
der executivo municipal poderá autorizar o proprietário do imóvel urbano privado ou pú-
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
blico a exercer seu direito de construir em outro local ou alienar este direito mediante
escritura pública.
O PD estabelece que Lei Específica regulamentará os critérios e procedimentos para
efetividade deste instrumento.
8.2.7. Operação Urbana Consorciada
A Operação Urbana Consorciada está prevista nos arts. 196 a 199 do PD e trata-se de
um instrumento de planejamento que cria uma alternativa de financiamento para imple-
mentação de políticas publicas visando o desenvolvimento da região onde é realizada.
Pela proposta, mudam as regras de uso e ocupação do solo na região, sendo definido
um Regime Urbanístico mínimo e um máximo, que poderá ser atingido, desde que sejam
apresentadas contrapartidas que revertam em obras para própria região.
Desta forma será possível promover investimentos de forma gradativa, minimizando
as carências de infra-estrutura e de equipamentos urbanos e comunitários, bem como re-
cuperar o ambiente natural daquela área, trazendo benefícios para a cidade como um to-
do.
A intenção é que as operações urbanas ocorram pontualmente, através de novos em-
preendimentos. As contrapartidas estarão listadas em um Plano de Melhorias, que depois
de acertadas entre o Poder Público e o empreendedor, resultarão na assinatura de um
termo de compromisso. Seu cumprimento será fiscalizado e acompanhado por um Comitê
de Desenvolvimento formado por representantes da administração Pública e da sociedade
civil.
8.2.8. Consórcio Imobiliário
Está regulado no PD, arts. 200 a 204 e trata-se da forma de viabilização de planos de
urbanização ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público seu
imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias de-
vidamente urbanizadas ou edificadas cujo valor será correspondente ao valor do imóvel
antes da execução das obras.
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
8.2.9. Direito de Preempção ou preferência
O direito de preempção está previsto nos art.s 205 a 210 do PD e indica uma restri-
ção ao poder de disposição que o proprietário tem sobre o bem, ou seja, antes de dispor
de seu imóvel deve oferecê-lo ao poder público municipal que tem preferência na aquisi-
ção de imóvel urbano.
Para tanto, deve uma lei específica delimitar as zonas em que serão aplicadas este
instrumento.
Quanto aos critérios para a alienação do bem declarado como objeto de direito de
preempção, o PD de Votuporanga, determina que:
I � o proprietário deverá notificar o Município sua intenção de alienar o imóvel;
II � O município deverá manifestar-se por escrito seu interesse no imóvel dentro
do prazo máximo de 30 dias, após o transcurso deste prazo sem manifestação da
municipalidade, poderá o proprietário alienar o bem a terceiros;
III � Alienado o bem a terceiros, deverá o proprietário apresentar em 30 dias có-
pia do instrumento de alienação do imóvel;
IV � Caso a alienação seja processada sem a observação destas exigências, esta
será considerada nula de pleno direito.
Da mesma forma, a previsão do Município em instituir áreas com direito de preemp-
ção tem a função de identificar áreas que podem vir a ser adquiridas para a construção de
unidades e conjuntos habitacionais, para amenizar a demanda de áreas de interesse ao uso
habitacional de interesse social.
Desta forma, para a demarcação de novas áreas com tais instrumentos jurídicos, faz-
se necessário uma pesquisa sobre a disponibilidade de terras para o uso habitacional, prin-
cipalmente de vazios urbanos.
Em que pese à importância do conhecimento das áreas não edificadas no município,
não encontramos qualquer estudo anterior sobre vazios urbanos no município de Votupo-
ranga.
RR MM..iinn..BB
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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo
8.2.10. Direito de Superfície
O direito de superfície encontra previsão no PD art. 221 e caracteriza-se como um di-
reito real sobre a coisa alheia, conforme o Estatuto da Cidade, o direito de superfície a-
brange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na for-
ma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística, sendo que o
proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por
tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório
de registro de imóveis.
8.2.11. Estudo de Impacto de Vizinhança
O Estatuto da Cidade abordou o EIV - Estudo de Impacto de vizinhança devido a sua
relevância como instrumento preventivo de efeitos positivos e negativos decorrentes do
empreendimento ou da atividade quanto à qualidade de vida da população residente pró-
xima ou na área a ser empreendida.
O Estudo prévio de Impacto de Vizinhança é um documento técnico que deve ser ela-
borado previamente à emissão das licenças ou autorizações de construção, ampliação ou
funcionamento de empreendimentos privados ou públicos em área urbana. Sua exigência
depende de lei municipal regulamentadora.
Trata-se de um instituto totalmente novo em nível federal, que se semelha ao estudo
de impacto ambiental (EIA), previsto no inciso IV do § 1° do art. 225 da Constituição Fede-
ral, este instrumento possibilita a tomada de medidas preventivas a fim de evitar o dese-
quilíbrio urbano e garantir condições mínimas de ocupação dos espaços habitáveis.
Para tanto é necessário que a lei municipal determine as atividades ou empreendi-
mentos que dependerão da apresentação do EIV para a concessão de licenças e autoriza-
ções, e ainda, este deverá conter todos os aspectos positivos e negativos do empreendi-
mento ou da atividade, se possível, as alternativas para mitigar ou eliminar as negativida-
des e conciliar interesses.
Diante desta exigência, o Município de Votuporanga elencou em seu PD, arts. 212 a
217 o EIV como ferramenta para o desenvolvimento urbano da cidade, delegando a respon-
sabilidade de instalação de obras ou atividades que possam gerar modificação no espaço e
meio ambiente a aprovação de uma comissão multidisciplinar constituída por servidores
especializados.
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O PD de Votuporanga delimita as obras e atividades que são considerados potencial-
mente geradora de grandes modificações urbanas, determinando também que Lei Específi-
ca deverá instituir as formas, os prazos, os elementos e demais requisitos contidos no EIV.
Dentre outras disposições, deixa explícito que o EIV não substitui o licenciamento
ambiental obrigatório e o órgão público responsável pelo Exame do EIV deverá realizar au-
diência pública antes tomada de decisão sempre que sugerida pelos moradores da área
afetada ou suas associações.
8.3. Quadro Institucional e Administrativo
Assim como a base legal, o quadro institucional do governo municipal é elemento de-
terminante para a viabilização da política habitacional do município, no sentido de cons-
truir as bases que condicionam grande parte da capacidade de planejamento e implemen-
tação da política.
Neste sentido o Município de Votuporanga no intuito de fortalecer a política habita-
cional promoveu uma reestruturação administrativa vinculando o Departamento de Habita-
ção à Secretaria de Obras e Habitação com a função de centralizar e coordenar as ações
voltadas à questão habitacional do Município.
Em que pese a recente mudança trazida pela Lei Complementar nº 143/2009, ainda
existem ponderações sobre a estrutura administrativa, que da forma atual tende a fragili-
zar a capacidade e implementação de uma política habitacional que sustente uma ação
coordenada e que se mantenha no longo prazo, independente da capacidade de investi-
mento financeiro e de captação de recursos no município, uma vez que a moradia deixa de
ser devidamente abordada em relação às áreas de planejamento, de infraestrutura, urba-
nismo e meio ambiente.
Neste sentido propõe-se à reorganização com a criação do Setor de Apoio à Regulari-
zação Fundiária, órgão ligado à Divisão de Planejamento e Projeto que tem por objetivo a
preparação e instrução dos processos com vistas a regularização dominial dos imóveis com
problemas fundiários.
O Setor de Apoio à Regularização Fundiária possibilitará maior abrangência ao Depar-
tamento de Habitação, haja vista que atualmente questões de regularização fundiária não
encontram-se nas atribuições do departamento.
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Para a criação do Setor de Apoio à Regularização Fundiária, será necessária a refor-
mulação da estrutura administrativa com a criação das seguintes funções:
Advogado;
Arquiteto e Urbanista;
Engenheiro;
Topógrafo;
Assistente Social;
Assistente administrativo.
Segue em anexo organogramas com a estrutura atual e a estrutura proposta para a
Secretaria de Obras e Habitação.
8.4. Fundo Municipal de Habitação
Associado aos elementos que constituem a estrutura administrativa voltada a política
habitacional em Votuporanga também temos o Fundo Municipal de Habitação � FMH, insti-
tuído pela Lei Municipal nº 2.630/1993, alterada pela Lei nº 4.575/2009 e o Conselho Muni-
cipal de Habitação � CMH.
O sentido de delibe ração sobre uma política e principalmente sobre a destinação de
recursos somente na atualidade tornou-se uma possibilidade, principalmente a partir da
criação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social � FNHIS (Lei no 11.124/2005),
um dos instrumentos do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social � SNIS.
O Ministério das Cidades, criado em 2003, é o gestor do FNHIS e a Caixa Econômica
Federal, o agente operador. Os recursos poderão ser utilizados para diversos tipos de in-
tervenção, como produção habitacional e de lotes urbanizados, regularização fundiária,
melhoria habitacional, reforma e conversão de imóveis para habitação e serão distribuídos
para os fundos estaduais e municipais com a mesma finalidade.
A partir desta nova sistemática, as transferências para Estados e Municípios são feitas
a partir da adesão destes, por meio dos fundos estaduais e municipais, com conselhos ges-
tores, que formulem planos habitacionais e façam adesão ao SNHIS. Com relação ao Con-
selho Gestor do FNHIS, este é escolhido dentre os membros do Conselho das Cidades, com
paridade entre governo e a sociedade civil, e tem, entre outras, a competência de alocar
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os recursos, aprovar diretrizes, prioridades e estratégias, regulamentar e estabelecer re-
gras de empréstimos e concessão de subsídios.
É no FMH que devem ser dotados recursos orçamentários para os projetos de habita-
ção de interesse social do município, sendo que a aplicação dos recursos do fundo deve ser
estabelecida pelo governo municipal conjuntamente com o Conselho Municipal de Habita-
ção.
Constituem receitas do FMH recurso de dotação orçamentária do Município, e aplica-
ções, multas, contribuições, empréstimos e demais recursos também destinados a progra-
mas habitacionais.
O CMH tem como objetivo estabelecer, acompanhar e avaliar a Política Municipal de
Habitação. São atribuições do Conselho, dentre outras: priorizar a população de baixa ren-
da; formular estratégias para o plano de habitação; avaliar e acompanhar os programas
habitacionais realizados no município; fiscalizar a aplicação das leis e normas que dizem
respeito à habitação.
O Conselho está legalmente constituído com caráter consultivo, normativo e fiscali-
zador. Visto a importância que o Conselho assume na representatividade social da política
de habitação de interesse social a ser consolidada, entende-se como pertinente uma revi-
são na composição do Conselho, de forma a adequar- se, as orientações da política nacio-
nal de que os conselhos tenham composição paritária e assumam espaço deliberativo em
relação às prioridades de investimentos do FMHIS.
Desta maneira, o Fundo Municipal de Habitação de Votuporanga assume uma função
importante na viabilização da política habitacional e de projetos de habitação de interesse
social no município, por ser o canal através do qual os recursos do FNHIS podem ser aces-
sados, contando com a deliberação da aplicação de tais recursos pelo Conselho Municipal
de Habitação, bem como o acompanhamento dos projetos resultantes.
Do ponto de vista do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, o município
de Votuporanga encontra-se adequado, uma vez que conta com o FMH e o CMH além da
adesão do município ao sistema em 2009. O Plano Municipal de Habitação faz parte desse
contexto e se configura como importante instrumento local de viabilização do sistema.
No entanto, o fortalecimento do CMH é imprescindível no sentido de consolidar uma
política de habitação no município de Votuporanga a partir do Plano Municipal de Habita-
ção.
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É importante destacar que além do Conselho Municipal de Habitação existe no muni-
cípio de Votuporanga o Conselho da Cidade. O Conselho da Cidade é um órgão deliberativo,
com composição de membros do Poder Público e Sociedade Civil, cujo objetivo é o acom-
panhamento das discussões em matérias de natureza urbanística e de política urbana.
O Conselho da Cidade tem a finalidade de propor e discutir diretrizes para a política
de desenvolvimento da política urbana e tem competência para:
Acompanhamento e implementação do PD, analisando e deliberando sobre questões
relativas à sua aplicação;
Deliberação e emissão de pareceres sobre proposta de alteração do PD;
Acompanhamento e execução de planos e projetos de interesse do desenvolvi-
mento urbano e rural, inclusive dos planos setoriais;
Deliberação sobre projetos de lei de interesse da política urbana e rural, antes
de encaminhamento à Câmara Municipal;
Gestão dos recursos oriundos de Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano;
Monitoramento e implementação de todos os instrumentos urbanísticos;
Zelo pela integração das políticas setoriais;
Deliberação sobre as omissões e casos não definidos pela legislação municipal;
Convocação, organização e coordenação das conferências da Cidade;
Convocação de assembléias públicas;
Coordenação do processo de gestão participativa do Orçamento;
Elaboração e aprovação do regimento interno.
Os debates acumulados, a configuração da base legal e de instâncias consulti-
vo/deliberativas são condições para o avanço de uma política pública no sentido de ampli-
ação de sua efetividade e eficiência, bem como de sua transparência e permeabilidade à
participação social.
Também o artigo 141 § 2º da LOM previu que dentro da estrutura administrativa da
Prefeitura Municipal , assegurará a existência de uma unidade de planejamento que auxili-
ará o prefeito:
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na formulação da política de desenvolvimento econômico-social;
na ordenação do crescimento urbano do Município;
na adequada distribuição da população e das atividades;
no estabelecimento de diretrizes viárias, presentes e futuras;
nas demais funções que a lei determinar no planejamento municipal.
Concluindo a Política Urbana do Município de Votuporanga, e, especificamente a po-
lítica habitacional possui vários instrumentos que garantem a gestão democrática e parti-
cipativa e que possibilitam a garantia de desenvolvimento e articulação com os preceitos
estaduais e federais no desenvolvimento do município.
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9. LEVANTAMENTO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS EM VOTUPORANGA
A prefeitura do município de Votuporanga possui um levantamento de associações e
entidades representativas, conforme anexo 7, e estas estão agrupadas nas seguintes cate-
gorias:
Associações de moradores e de bairro;
Bancos;
Cartórios;
Religiosas;
Clubes de Serviço e Sociais;
Conselhos;
Instituições Assistenciais;
Instituições de Ensino;
Instituições de Saúde;
Culturais;
Clubes recreativos / esportivos;
Cooperativas;
Defesa de Interesses Econômicos;
Defesa do Meio Ambiente;
Defesa / representação profissional;
Diversas;
Pais e Mestres � APM;
Partidos Políticos;
Dentre as associações listadas destacamos na tabela a seguir, os grupos vinculados ao
tema habitação e que estiveram presentes em algumas das discussões realizadas ou que
participaram através das consultas realizadas em campo.
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Tabela 72
Organizações Sociais com vinculo ao tema Habitação � 2010.
CATEGORIA NOME CARGO ENDEREÇO BAIRRO
Associações de
Bairro
Dorival Ro-
drigues
Pres. Assoc. Mor.
Vila Carvalho Rua Um, Nº95 V. Carvalho
Associações de
Bairro
Jair Antonio
Batista
Pres. Assoc. Mor.
Parque Das Nações
Rua Arabia,
1680 P. Das Nações
Associações de
Bairro
Eliete
Ap.Sforza
Vieira De
Paula
Pres. Assoc. Mor.
B.Vale Do Sol
Rua Vicente
Lupo, 3390 Vale Do Sol
Associações de
Bairro
Luiz Michel
Budin
Pres. Assoc. Mor.
Bairro Estação
Rua Pres. Du-
tra, 1978 B. Estação
Associações de
Bairro
João Antonio
Poggi
Pres. Assoc. Mor.
Bairro Vila Paes
Rua Parana,
4085 Vila Paes
Associações de
Bairro
Valter Jose
dos Santos
Pres. Assoc. Mor.
Bairro Cecap II
Rua Riolandia,
1720 Cecap II
Associações de
Bairro
Vanderleia
Dias
Pres. Assoc. Mor.
Bairro Propovo
Rua Dos Rouxi-
nois, 2342 PróPovo
Associações de
Bairro
Pedro Valde-
cir Crescen-
cio
Pres. Assoc. Mor.
Jardim Colinas
Rua Nicolau
Pignatari, 2991 J. Colinas
Associações de
Bairro
Edmar Da
Costa
Pres. Assoc. Mor.
B. São Cosme
Rua Aracajus,
205 B. São Cosme
Associações de
Bairro
João Donize-
te Lima Da
Silva
Pres. Assoc. Mor.
B. Santa Amélia
Rua Rio Ara-
guaia, 3623 Santa Amélia
Associações de
Bairro
Aparecido
Donizete
Pres. Assoc. Mor.
Bairro
Rua Floriano
Peixoto, 2427
Jardim Bela
Vista
Associações de
Bairro
Auro Cleo-
mar Rodri-
gues
Pres. Assoc. Mor.
Vila Nova
Rua João F.
Filho, 2387 Vila Nova
Associações de
Bairro
Maria J. F.
do Nasci-
mento
Pres. Assoc. Mor.
B. São João
Rua Minas Ge-
rais, 2150 B. São João
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CATEGORIA NOME CARGO ENDEREÇO BAIRRO
Associações de
Bairro
Heberson
Leal Ferreira
Pres. Assoc. Mor.
B. Sonho Meu
Rua Fabio Ca-
valari, 586 Sonho Meu
Associações de
Bairro
Antonio Ru-
bens G. Ri-
beiro
Pres. Assoc. Mor.
Bairro Lions
Rua Dos Ban-
deirantes, 5135 B. Lions
Associações de
Bairro
Dejaniro
Cardozo da
Silva
Assoc. Mor. Bairro
Pozzobon.
Rua Marcelino
Pires Bueno,
2213
Pozzobon
Associações de
Bairro
Gilberto Apa-
recido de
Oliveira
Assoc. Mor. Bairro
Paineiras
Rua Das Aroei-
ras, 4306 Paineiras
Associações de
Bairro
Solange dos
Santos Atai-
de
Pres. Assoc. Mor.
B. Comerciários
Rua José To-
lentino De Sou-
za, 2067
B. Comerciá-
rios
Associações de
Bairro
José Venân-
cio
Assoc. Mor. B.
Parque Guarani
Rua José To-
lentino de Sou-
za, 2363
Parque Resi-
dencial do
Lago
Associações de
Bairro
Pedro Minu-
celi
Assoc. Mor. Bairro
Pozzobom Pozzobom Pozzobom
Cons.Deliberativo
do Fundo Municipal
de Habitação
Osmair Luiz
Ferrari
Membro Cons.
Deliberativo do
Fundo Mun. de
Habitação
Rua Pará, 3227 Centro
Sindicatos Benedito de
Oliveira Brito
Pres. Sind. Trab.
Ind. Constr. Mo-
bil. Mont. Ind.
Mirassol e Votupo-
ranga.
Rua Antonio B.
Pereira, 3448
Jardim São
Judas Tadeu
Associação de Clas-
se
Milton Fran-
cisco de Sou-
za
Pres. União Bras.
dos Multos Habita-
cionais - UBMH
Rua Bahia,
4067
Patrimônio
Novo
Sindicatos
Antonio Ca-
neli De Frei-
tas
S. Emp. Edif. Con-
dom. Empr. Ass.
Cons. Tur. Hosp
Rua Piaui, 3182 Centro
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CATEGORIA NOME CARGO ENDEREÇO BAIRRO
Associação de Clas-
se
Luis Henri-
que Neves
Assoc. de Eng.,
Arq. e Agrôn. de
Votuporanga -
SEARVO
Rua Bahia,
2270
Jardim Pro-
gresso
Associação de Clas-
se
Marcelo Ma-
dri
Associação dos
Corredores de
Imóveis- ACIVO
Rua São Paulo,
2930
Patrimônio
Novo
Associação de Clas-
se
Guilherme
Luiz Miglioli
Associação de Pro-
fissionais da Cons-
trução Civil de
Votuporanga
Rua Pará, 3244 Centro
Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga; Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Essas organizações sociais são predominantemente formadas a partir de uma mobili-
zação local, com identificação por bairros ou áreas específicas. Tendem a ter representati-
vidade e desempenho voltados para questões pontuais e localizadas, sem estarem articula-
dos no sentido de uma discussão mais ampla sobre a cidade como um todo, ou mesmo de
luta por uma política habitacional municipal.
Apesar de não ser possível avaliar no âmbito deste diagnóstico a capacidade de mobi-
lização e a efetividade da representação expressa por essas organizações, tal listagem in-
dica um nível de organização importante e um potencial de mobilização social a ser conso-
lidado num processo de planejamento participativo em Votuporanga.
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10. CONCLUSÕES
O processo de intensa urbanização que se reproduz em nossas cidades, vinculado ao
empobrecimento urbano, tem consolidado nas cidades brasileiras mecanismos de exclusão
social e de segregação sócio-espacial, que contribuem para a estruturação de uma socie-
dade extremamente desigual.
No que se refere à política municipal de habitação no Brasil, percebe-se que persiste
a descontinuidade das ações de acordo com o contexto político-eleitoral, o que tende a
diminuir as conquistas de cada uma das experiências desenvolvidas, inviabilizando, via de
regra, a consolidação de uma política urbana mais completa, abrangente e transformado-
ra.
É ainda imprescindível a consolidação de uma política habitacional municipal que
privilegie programas e intervenções com potencial de ir além de paliativos e ações pontu-
ais, e que correspondam a real necessidade e diversidade das situações de precariedade
habitacional e urbana.
Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer os avanços nesse campo, desde o
Estatuto da Cidade até a criação do Ministério das Cidades e do Sistema Nacional de Habi-
tação de Interesse Social. A consolidação da Política Nacional de Habitação tem represen-
tado um processo que tem exigido uma importante participação e iniciativa dos governos
municipais. As campanhas de elaboração e revisão de Planos Diretores Municipais, bem
como as Conferências da Cidade e na implantação do Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social nos três níveis de governo são exemplos disso.
Outro importante desafio para os municípios é a implementação dos instrumentos ju-
rídicos e urbanísticos constantes no Estatuto da Cidade, e conseqüentemente, nos Planos
Diretores, de forma a torná-los conhecidos e aceitos, pelo poder público e sociedade, co-
laborando para a construção da Política habitacional às avessas: a partir da prática dos
municípios.
Essa prática, que convive com a crescente irregularidade, tem como desafio modifi-
car a feição das cidades brasileiras que é construída, dentre outras coisas, pelas formas de
segregação sócio-espacial e pela localização e a concentração dos investimentos públicos
sobre o espaço urbano que pressupõem o processo de construção da cidade ilegal como
parte do modelo de desenvolvimento do Brasil (Maricato, 2000).
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Sem a adoção de programas consistentes e duradouros de ofertas de novas moradias,
é importante ressaltar que, a população continuará a buscar soluções precárias, como ocu-
pações de áreas de risco, favelas, cortiços ou loteamentos irregulares.
O importante papel dos movimentos urbanos na função de reivindicação de direitos
sociais e proposição de políticas públicas continuam a existir e torna-se ainda mais neces-
sário na perspectiva de consolidar e ampliar conquistas em um cenário que demonstra o
estabelecimento de processos onde novos procedimentos de gestão coexistem a uma dinâ-
mica de articulação política e de atores sociais com forte influência nos níveis locais, que
refletem essa dinâmica nas demais esferas de poder e na definição de políticas públicas
nacionais.
Especificamente com relação ao Município de Votuporanga, a partir das informações
aqui levantadas é possível identificar questões relevantes a serem encaminhadas e desafios
a serem superados com o objetivo de consolidar a Política Municipal de Habitação, quais
sejam:
Definir de forma mais detalhada os programas habitacionais que respondam
às diferentes necessidades habitacionais apresentadas no município, articulados à estrutu-
ra de financiamento nacional determinada pelo PLANHAB;
Adequar a estrutura institucional existente no que se refere à Política Habi-
tacional, de forma a ampliar a capacidade de gestão e de articular a política habitacional
com a política de desenvolvimento urbano e demais políticas setoriais;
Implantar um sistema de produção e atualização de dados e informações que
subsidiem a política habitacional, bem como o planejamento urbano;
Adequar a legislação urbanística existente aos novos instrumentos jurídicos e
urbanísticos presentes no Plano Diretor Participativo � 2006, ajustando à necessidade de
definições, regulamentações e detalhamentos necessários a implementação da política
habitacional;
Articular a ampliação da cobertura de infra-estrutura urbana, especialmente
de água e coleta de esgoto com a perspectiva de crescimento urbano e adensamento habi-
tacional no município, bem como com a projeção de produção habitacional pelo poder pú-
blico;
Ampliar a capacidade do poder público em intervir na dinâmica de mercado
de terras e controle da intensidade do uso do solo, no sentido de diminuir o valor da terra
urbana para fins sociais, viabilizando a ampliação da oferta de HIS;
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Demarcar as áreas de ZEIS, sobretudo de vazios urbanos, e de Preempção
bem como regulamentar tais instrumentos de forma que se tornem efetivos;
Consolidar fóruns e espaços de participação e deliberação sobre a questão
urbana e habitacional.
O diagnóstico evidencia ainda a necessidade de se realizar uma discussão aprofunda-
da sobre a situação fundiária no município, conduzindo o planejamento da temática da
regularização fundiária, com o envolvimento de todos os atores sociais pertinentes à ques-
tão, para que sejam definidos critérios e ações a serem encaminhadas segundo uma meto-
dologia sistêmica.
Destaca-se também a pertinência de se conhecer melhor as situações de aluguel (es-
pecialmente que caracterizem ônus excessivo) e de coabitação no município, uma vez que
se trata de situações que contribuem significativamente para situações de precariedade
habitacional.
As informações aqui reunidas apontam também para um debate sobre as definições e
estratégias de atendimento de cada faixa de rendimento - que exigem níveis diferenciados
de subsídio público, a serem consideradas pelo PMH de Votuporanga, e que estão pautadas
nas definições do Plano Nacional de Habitação � PLANHAB.
Tais desafios, ainda que vistos de uma forma ampla, apontam para uma agenda de
discussão que deverá ser aprofundada no processo de elaboração do Plano Municipal de
Habitação de Votuporanga, mas que não se encerram em tal momento, uma vez que exi-
gem um processo contínuo. São, no entanto, questões que condicionam a consolidação da
Política Habitacional no município de Votuporanga voltada para a garantia do direito à mo-
radia digna e à cidade.
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http://www.acidadevotuporanga.com.br)
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http://www.diariodevotuporanga.com.br)