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RM . in . B Planejamento Urbano I PLANO LOCAL DE HABITA˙ˆO DE INTERESSE SOCIAL PLHIS MUNIC˝PIO DE VOTUPORANGA D I A G N S T I C O T C N I C O - 2 0 1 0

plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo I

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL � PLHIS

MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA

D I A G N Ó S T I C O T É C N I C O - 2 0 1 0

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo II

PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTUPORANGA

SECRETARIA DE OBRAS E HABITAÇÃO

ELABORAÇÃO DO PLANO LOCAL

DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - PLHIS DE VOTUPORANGA

Contrato nº 125/2009

PRODUTO II

Diagnóstico Habitacional do Município de Votuporanga

Agosto de 2010

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PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTUPORANGA

Prefeito: Nasser Marão Filho

SECRETARIA DE OBRAS E HABITAÇÃO

Secretário: Josneimar Ferreira Freitas

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Secretário: Jorge Augusto Seba

Comissão Técnica para Elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social -

PLHIS

Equipe Executiva da Prefeitura

Coordenador Geral:

Milton Francisco de Souza - Diretor do Depto. de Habitação

Técnico Social:

Cássia Hernandes � Assistente Social � Secretaria de Obras e Habitação

Arquiteta Urbanista:

Silvia Rodrigues � Arquiteta � Diretora do Departamento de Planejamento Urbano

Everton Ricardo Silva dos Santos � Diretor � Divisão de Cadastro Físico e Topografia � Se-

cretaria de Desenvolvimento Urbano

Apoio Administrativo:

Aline Mara Gracia Henrique � Chefe do Setor de Projetos de Captação de Recursos � Secre-

taria de Obras e Habitação

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Equipe Executiva Consultiva - RM.in.B Planejamento Urbano Ltda

Coordenação Geral e Técnica:

Me.

Luciano Dias de Lourenço � Arquiteto e Urbanista

Equipe:

Esp.

Fernanda Machado Banhara � Arquiteta e Urbanista

Maria Elza de A. Pradella � Engenheira Civil

Ma. Renata Cristina Ferreira � Geógrafa

Esp.

Alessandra Costa Ferreira Silva � Assistente social

Ma. Ana Paula Ribeiro Barbosa � Advogada

Esp. Aline Aparecida David do Carmo � Advogada

Equipe de Acompanhamento

Associações Amigos de Bairro - 3 representantes

Edmar da Costa - Presidente da Associação Amigos de Bairro São Cosme

Luiz Michel Budin - Presidente da Associação Amigos de Bairro da Estação

Marcus Vinicius Sanches - Sec. Mun. da Cidade (Representante Geral das Associações Ami-

gos de Bairro)

Associações de Moradia - 1 representante

Alexandre Elias Giora - Diretor da Divisão de Relações Comunitárias

Imobiliárias - 1 representante

Marcelo José Madrid � Madrid Imóveis

Construtoras - 1 representante

Valdir Piovesan - Miotto & Piovesan Ltda

Conselho de Meio Ambiente - 1 representante

Luiz Gustavo Gallo Vilela - Gestor de Meio Ambiente � SAEV Ambiental

Conselho Municipal de Habitação - 1 representante

Milton Francisco de Souza - Diretor do Departamento de Habitação

Aline Mara Gracia Henrique - Chefe -Setor de Proj. de Captação de Recursos � Sec. de O-

bras e Habitação

Poder Executivo - 2 representantes

Jorge Augusto Seba - Secretário de Desenvolvimento Urbano

Josneimar Freitas - Secretário de Obras e Habitação

SEARVO - Ass. dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região de Votuporanga - 2

representantes

Samuel Neiva Rodella - Arquiteto

Luiz Veríssimo Pigioni - Eng. Civil

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. CARACTERIZAÇÃO E DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO 4

2.1. RELEVO, SOLO E CLIMA 5

2.2. HIDROGRAFIA, ABASTECIMENTO DE ÁGUA E COLETA E TRATAMENTO DE

ESGOTO 5

2.3. RESÍDUOS SÓLIDOS 9

2.4. PAVIMENTAÇÃO E DRENAGEM 11

3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA HABITACIONAL 13

3.1. INSERÇÃO REGIONAL 13

3.2. A REGIÃO ADMINISTRATIVA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 14

3.3. A REGIÃO DE GOVERNO DE VOTUPORANGA 17

4. ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS, ECONÔMICOS E URBANOS DE VOTUPORANGA 33

1940 � 1950 34

1960 � 1970 42

1970 � 1980 45

1990 � 2.000 49

2.000 � 2.008 54

2.009 57

5. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO 63

5.1. HISTÓRICO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO 63

5.1.1. PRODUÇÃO HABITACIONAL ATRAVÉS DAS COMPANHIAS DE HABITAÇÃO 67

5.1.2. NÚCLEOS DE HABITAÇÃO PRECÁRIA E A PRODUÇÃO HABITACIONAL

ATRAVÉS DO PODER PÚBLICO 80

5.1.3. PROJETOS DE URBANIZAÇÃO, CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL E PROGRAMAS DE DESFAVELAMENTO EM VOTUPORANGA 91

5.2. PROGRAMA ESTADUAL DE REGULARIZAÇÃO DE NÚCLEOS HABITACIONAIS �

�CIDADE LEGAL� NO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA 106

5.3. INVESTIMENTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS NA ÁREA DE

URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO SOCIAL, OBRAS DE INFRA ESTRUTURA E SANEAMENTO NO

MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA � 2009-2012 116

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5.4. CARACTERIZAÇÃO DO DÉFICIT HABITACIONAL EM VOTUPORANGA SEGUNDO

IBGE E FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO 122

5.4.1. DÉFICIT HABITACIONAL DE VOTUPORANGA 124

5.4.2. INADEQUAÇÃO HABITACIONAL 131

5.5. PROJEÇÃO DA NECESSIDADE DE NOVOS DOMICÍLIOS EM FUNÇÃO DO

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO DE VOTUPORANGA ATÉ 2020 135

5.6. SÍNTESE DOS LEVANTAMENTOS SOBRE A NECESSIDADE HABITACIONAL DE

VOTUPORANGA 139

6. DISPONIBILIDADE DE TERRAS PARA PRODUÇÃO DE NOVAS UNIDADES NO

MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA 143

7. HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR - HMP 156

7.1. CONTEXTUALIZANDO A HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR 156

7.2. PROBLEMATIZAÇÃO CONCEITUAL 159

7.3. A PRODUÇÃO PRIVADA DO TERRITÓRIO EM VOTUPORANGA 161

7.4. O MERCADO POPULAR E A POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO 162

7.4.1. A HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR EM VOTUPORANGA 163

7.4.2. IMÓVEIS PARA COMPRA E VENDA 164

7.4.3. IMÓVEIS PARA LOCAÇÃO 166

8. CONDIÇÕES PARA O ENCAMINHAMENTO DA POLÍTICA HABITACIONAL NO

MUNÍCIO DE VOTUPORANGA 172

8.1. LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA 172

8.1.1. A LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA � LOM 172

8.1.2. � O PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE VOTUPORANGA 173

8.2. - ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS DE POLÍTICA URBANA PREVISTOS

NO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO - PDP DE VOTUPORANGA 174

8.2.1. � PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS 174

8.2.2. � IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO E NA DESAPROPRIAÇÃO EM TÍTULOS DA

DÍVIDA PÚBLICA 175

8.2.3. � DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA176

8.2.4. � ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL - ZEIS 176

8.2.5. - OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR 177

8.2.6. - TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR 177

8.2.7. � OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA 178

8.2.8. � CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO 178

8.2.9. � DIREITO DE PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA 179

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8.2.10. � DIREITO DE SUPERFÍCIE 180

8.2.11. � ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA 180

8.3. - QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO 181

8.4. - FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO 182

9. LEVANTAMENTO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS EM VOTUPORANGA 186

10. CONCLUSÕES 190

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 193

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1. INTRODUÇÃO

A Prefeitura Municipal de Votuporanga, contemplada por convênio junto ao Ministério

das Cidades, através do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social FNHIS, está elabo-

rando o Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS.

A importância de ter o Plano se dá por diferentes questões, além de ser requisito pa-

ra participar dos programas habitacionais desenvolvidos pelo governo federal, é também

de extrema importância para que o município realize leitura de seus problemas e conflitos

no setor da habitação e analise projetos e programas que possam erradicar o déficit habi-

tacional e conter novas ocupações irregulares.

A elaboração do PLHIS está divida em três etapas, a primeira foi a elaboração da pro-

posta metodológica já concluída, a segunda se trata do diagnostico da situação habitacio-

nal do município objeto desse documento e a terceira será a discussão e definições de a-

ções, metas, programas e projetos a partir do cenário aqui exposto.

O presente diagnóstico constitui-se como um dos produtos do processo de elaboração

do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS, que tem como objetivo a definição

de prioridades, ações e estratégias da política habitacional a serem desenvolvidas no mu-

nicípio de Votuporanga.

Tal processo visa promover a discussão de forma ampliada da temática habitacional

com o planejamento, e o envolvimento de diferentes atores sociais. Assim, no âmbito do

Plano em pauta, a possibilidade de promoção do debate passa por momentos de sistemati-

zação dos acúmulos no campo da política habitacional, da identificação da dimensão da

problemática e mesmo do marco legal referente ao tema no município de Votuporanga.

Assim, a elaboração do Plano Local de Habitação apresenta-se como etapa específica

de detalhamento e consolidação da Política Municipal de Habitação, no sentido de forma-

tação de uma política pública com seus programas, ações e metas, buscando a articulação

das diretrizes já existentes e das diferentes instâncias consultivas e deliberativas em seu

processo de definição e posterior acompanhamento de sua implementação, monitoramento

e revisão.

O diagnóstico ora apresentado é resultado do processo de estudo da realidade habita-

cional na cidade de Votuporanga, correspondente à Etapa II do Plano Municipal de Habita-

ção. Tem a função de ser a base de informações que servirá para a construção do Plano

Municipal de Habitação de Votuporanga a ser produzido e implementado.

Nesse intuito, buscou-se apresentar um quadro geral segundo uma caracterização das

condições de carência habitacional ou dificuldade de acesso à moradia, bem como das po-

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líticas públicas aplicadas para o enfrentamento desta questão. Esta etapa de trabalho en-

volveu levantamento de dados, entrevista com setores ligados à questão habitacional, reu-

niões com representantes da Secretaria de Obras e Habitação, com a Secretaria de Desen-

volvimento Urbano e Secretaria Municipal da Cidade, assim como com representantes do

Conselho Municipal de Habitação, levantamento de custo de terra e de produção de mora-

dias, análise dos marcos legais e da estrutura administrativa do poder público municipal, e

ainda, a compreensão do histórico da política habitacional no município.

Assumiu-se também, que as fontes deveriam ser documentos publicados, de domínio

público, bem como, informações e dados estatísticos oficiais, devido a ausência de um

banco de dados sistematizado e por não fazer parte do escopo do trabalho à realização de

pesquisa direta ou trabalho de campo. Assim, a base de referência são documentos, pro-

gramas e relatos oficiais e dados produzidos por agências de reconhecida competência.

Uma das principais fontes de consulta para a elaboração deste Diagnóstico foram as disser-

tações de mestrado de Fabíola Rodrigues - �Por onde vão as �brisas suaves� do sertão pau-

lista? � população e estruturação urbana na constituição da cidade (im)possível � Votupo-

ranga, um estudo de caso.� Campinas, SP : [s.n.], 2005 - Universidade Estadual de Campi-

nas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, além de outros textos publicados da própria

autora; e de Jayça Lima Sant�Ana - �Planejamento urbano e planos diretores de Votupo-

ranga: atores, arenas e processos na construção de um modelo de gestão participativa �

Campinas: PUC-Campinas, 2007. Outra fonte de dados de fundamental importância foi o

�Diagnóstico Socioeconômico-Demográfico� � Subsídio ao Plano Diretor de Votuporanga �

2.006, também de responsabilidade da Socióloga Fabíola Rodrigues � Mestre em Demografi-

a.

Além desses dados também foi utilizada bibliografia que refletisse sobre os temas a-

bordados.

Primeiramente é apresentada uma caracterização e dados gerais do município onde

estão descritas as principais informações sobre o território como: relevo, solo, clima, hi-

drografia e questões de saneamento ambiental (água, esgoto, resíduos sólidos e drena-

gem).

Em seguida é realizada uma leitura das condições de inserção regional do município e

suas implicações na dinâmica de crescimento urbano e de promoção das condições de habi-

tação no município.

A evolução histórica é demonstrada de forma a compreender aspectos históricos, so-

ciais, econômicos e urbanos do município, com especial atenção para a evolução da malha

urbana.

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Após foi laborada uma análise da Política Habitacional implementada no município,

que demonstrou uma evolução importante nos anos recentes, mas que ainda se apresenta

como uma área que demanda prioridade de investimentos para a sua consolidação institu-

cional e da capacidade de ampliar sua resposta frente à demanda por habitação social que

se caracteriza no município de Votuporanga.

São identificados os levantamentos existentes sobre a situação habitacional no muni-

cípio, assim como as informações produzidas através da metodologia desenvolvida pela

Fundação João Pinheiro1 de cálculo do déficit habitacional básico e da inadequação habi-

tacional para o município de Votuporanga.

Apresenta-se uma sistematização do conjunto de projetos em andamento e em viabi-

lização pela Prefeitura do Município de Votuporanga nas áreas de urbanização, habitação

social, regularização fundiária e saneamento ambiental, bem como, os recursos financeiros

mobilizados para viabilizar tais projetos, como forma de identificar o cenário atual de en-

caminhamento da política habitacional pelo executivo municipal.

Além da identificação da escala do problema habitacional em Votuporanga e dos en-

traves e encaminhamentos existentes no sentido de seu enfrentamento, foi elaborado um

levantamento, ainda preliminar, sobre a disponibilidade de terras para a produção de no-

vas unidades habitacionais no município, sendo essa uma necessidade estratégica para a

viabilização de uma política habitacional de interesse social.

Complementarmente, é apresentada uma avaliação das condições de encaminhamen-

to da Política Habitacional em Votuporanga quanto a Legislação Urbanística e a estrutura

institucional existente.

Buscou-se ainda levantar a existência de formas de organização social no município,

que expressassem em alguma medida a capacidade de mobilização social em torno da

questão habitacional e urbana em Votuporanga.

Finalmente, são apresentadas algumas conclusões a partir da sistematização e análise

apresentada, de maneira a apontar questões a serem aprofundadas e debatidas no momen-

to de elaboração propriamente dita do Plano Municipal de Habitação de Votuporanga.

1 Fundação de pesquisa localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, que desenvolveu a metodologia de dimensionamento do

Déficit Habitacional para o Brasil e posteriormente, para os municípios brasileiros, a partir dos dados do Censo IBGE 2000.

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2. CARACTERIZAÇÃO E DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO

O município de Votuporanga localiza-se no Noroeste do Estado de São Paulo, nas co-

ordenadas geográficas: latitude 20° 25� 02� e longitude 49° 58� 22�. A cidade dista 520 km

da Capital � São Paulo, e 87 km de São José do Rio Preto, importante pólo emergente no

interior paulista e cidade-sede da Região Administrativa a qual pertence.

O acesso a capital e ao estado de Mato Grosso é realizado através das Rodovias Eucli-

des da Cunha � SP 320; enquanto que o acesso a Minas Gerais é feito através das Rodovias

Péricles Bellini � SP 461 e Miguel Jabur Elias � SP 479. Na área de transportes, o município é

dotado ainda de Aeroporto com pista asfaltada, Rodoviária e Estação Ferroviária (hoje uti-

lizada somente para transporte de carga).

Votuporanga é sede da Região de Governo, a qual abrange uma área de 4.672,23 Km²

e é composta por quinze municípios: Álvares Florence, Américo de Campos, Cardoso, Cos-

morama, Floreal, Macaubal, Magda, Monções, Nhandeara, Parisi, Pontes Gestal, Riolândia,

Sebastianópolis do Sul, Valentim Gentil e Votuporanga; totalizando uma população de

167.989 hab. O município possui uma população estimada em 84.521 hab. em um território

com 421,69 Km² (SEADE, 2010).

Imagem 01

Localização do município de Votuporanga em relação à Região de Governo de São José do

Rio Preto.

Fonte: IGC e Fundação SEADE � 2008.

Elaboração: RM in B. Escala: Situação sem escala.

VOTUPORANGA

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2.1. Relevo, solo e clima

Quanto ao relevo, este é constituído por superfícies planas, onde o �marco zero� do

município situa-se a 525 m de altitude e o seu território varia entre aproximadamente 400

e 550 m.

O solo tem características de média e alta fertilidade; e, segundo estudo elaborado a

partir de 1985 através de um convênio entre o DAEE e o IPT, o município de Votuporanga

localiza-se sobre terrenos na qual a suscetibilidade a erosão é de alta a muito alta. Em

decorrência dessa característica e da presença de muitos dos fatores que desencadeiam os

processos erosivos, é um município classificado como muito crítico quanto a processos ero-

sivos.

Os processos erosivos neste tipo de solo têm a capacidade de produzir grandes volu-

mes de sedimentos, que tem como conseqüência a perda de solo agricultável e o assorea-

mento dos cursos d�água. Esse processo contribui entre outras coisas, para a diminuição da

capacidade de armazenamento dos reservatórios, fato que se verifica, por exemplo, na

represa da SAEV que constata aproximadamente 50% de assoreamento.

O clima é subtropical úmido com temperatura média anual de 24° C (máxima de 37°C

e mínima de 10° C) e precipitação pluviométrica de 1.300 mm, segundo normas climatoló-

gicos adotados.

2.2. Hidrografia, abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto

Quanto à hidrografia, o território do município é banhado pelo Rio São José dos Dou-

rados que recebe água de 3 bacias � Bacia Cachoeirinha, Bacia Cana Reino e Bacia Prata; e

pelos córregos do Marinheirinho, Boa Vista, Paineiras e Queixada, que fazem parte da Ba-

cia do Marinheirinho e finalmente, por parte da Bacia Piedade, composta dos córregos da

Lagoa, da Tapera e do Manguinho (Mapa 01)

A área urbana do município ocupa duas micro-bacias � a do Córrego Marinheirinho e

do Córrego Boa Vista (Mapa 02).

Abastecimento de água.

Os serviços de captação, tratamento e distribuição de água, assim como de coleta e

tratamento de esgoto está a cargo da Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga �

SAEV; uma autarquia com autonomia financeira e administrativa. Fundada em 1970, o ór-

gão consegue cobrir hoje 98% da área urbana do município e 100% dos distritos de Simon-

sen e Vila Carvalho com rede de distribuição de água tratada

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A SAEV, hoje denominada de SAEV Ambiental, trabalha atualmente com duas fontes

de abastecimento de água:

Córrego Marinheirinho - aproximadamente 1/3 da água vem do Córrego do

Marinheirinho, pertencente à bacia do Turvo-Grande, onde se localiza a represa da SAEV. À

época de sua construção, em 1975, o volume de água represado permitia uma vazão de 300

mil litros por hora.

Aqüífero Guarani: outros 2/3 provém das águas subterrâneas provenientes

do �Aqüífero Guarani�, captados por meio de 2 poços profundos, o primeiro perfurado em

1986, localizado na Vila Muniz, Zona Sul, com 1.300 m de profundidade e uma vazão média

de 130 litros por segundo; e o segundo, perfurado em 2004, no Bairro Pozzobon, Zona Nor-

te, com uma vazão de 500 mil litros por hora.

O sistema de distribuição da área urbana, conta com três sistemas produtores (ETA,

Zona Sul e Zona Norte) e é totalmente interligado.

Mapa 01

Bacias Hidrográficas do Município

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010.

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Mapa 02

Bacias Hidrográficas no perímetro urbano

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010

Mapa 03

Rede de distribuição de água

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

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Para atender os distritos de Simonsen e Vila Carvalho, localizados na zona rural do

município sendo um a leste e outro ao sul do perímetro urbano, a SAEV dispõe de sistemas

isolados de captação, tratamento e distribuição, que atende exclusivamente cada distrito.

Coleta e tratamento de esgoto.

A coleta e o tratamento de esgoto em Votuporanga é uma questão mais recente. O

município iniciou a implantação gradativa da rede coletora no perímetro urbano a partir da

década de 50, partindo da área central da cidade e acompanhando a topografia. De acordo

com o Plano de Saneamento Ambiental de Votuporanga realizado em 2006, o município

possuía naquele ano, rede coletora de esgotos que cobria aproximadamente 90% da área

urbana e 100% do distrito de Simonsen. O Distrito de Vila Carvalho não possui rede coletora

de esgoto, sendo o esgoto destinado a fossas sépticas instaladas nos lotes.

Quanto ao tratamento de esgoto, a SAEV Ambiental dispõe hoje de uma pequena es-

tação de tratamento no distrito de Simonsen, que trata 100% do esgoto ali gerado. Já no

perímetro urbano, nenhum esgoto é ainda tratado. Pela ausência de estação de tratamen-

to, o esgoto é despejado �in-natura� nos córregos da Égua e Marinheirinho contribuindo

para a acelerada degradação dos recursos hídricos.

No entanto, as obras de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), de-

nominada de �Antonio Aparecido Polidoro�, já atingiram o percentual de 76% e a implanta-

ção dos emissários - 100% (dados de maio de 2.010). A ETE localiza-se a 12 quilômetros de

distancia da cidade e ocupa uma área de 32 alqueires, na confluência do Córrego Marinhei-

rinho à esquerda, e à direita, o Córrego da Égua. Posteriormente a área receberá também

o plantio de 14 mil mudas de árvores nativas ao seu redor das lagoas de tratamento para a

formação de uma reserva natural. A obra toda está orçada em R$ 17 milhões2 e a previsão

para o término é em agosto de 2.010.

O sistema é composto por duas lagoas, sendo uma anaeróbica e outra facultativa,

precedidas por tratamento primário, com caixa de areia e tanque de gradeamento, onde o

tempo de tratamento será de 21 dias. A previsão é que após todo o processo, o esgoto saia

tratado numa proporção de 89% de limpeza3. A ETE tratará 100% do esgoto produzido no

perímetro urbano do município. A previsão de duração da Estação de Tratamento é de 20

anos, considerando que em 2.027 a população vai ser de aproximadamente 128.853 habi-

tantes4.

2 Diário de Votuporanga � 20 de agosto de 2.009 � Seção Meio Ambiente. 3 Informações retiradas do Site da SAEV Ambiental em 16 de junho de 2.010. -

http://www.saev.com.br/projetos/projetos.php?idprojetos=8 4 Idem

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Mapa 04

Rede de coleta de esgoto

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

2.3. Resíduos sólidos

Os serviços de coleta domiciliar de resíduos estão sob responsabilidade da empresa

�Converd�, através de contrato em caráter emergencial assinado com a Prefeitura; e su-

pervisionado atualmente pela SAEV Ambiental. A coleta é realizada na área urbana, e tem

freqüência diária na área central da cidade que compreende o quadrilátero entre a Rua

São Paulo, Rua Pernambuco e Rua Tibagi / Av. José Marão Filho. Já nas demais localidades

a coleta é realizada três vezes por semana. A empresa é a encarregada da destinação de

resíduos orgânicos e animais mortos para o aterro sanitário localizado no município vizi-

nho. A varrição também é realizada pela empresa e vem atendendo a região satisfatoria-

mente.

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A prefeitura possui ainda iniciativas para a realização da coleta seletiva, coordenadas

pela SAEV Ambiental, e realizadas em parceria com a Prefeitura, a Converd (empresa que

coleta o lixo da cidade), a Copervinte (Cooperativa de catadores de recicláveis) e a empre-

sa �Mejan Ambiental� (empresa de coleta de resíduos da construção civil e proprietária do

aterro de inertes), além do apoio de Vanágua e Senai/Cemad (Centro Tecnológico de For-

mação Profissional da Madeira e do Mobiliário).

O objetivo dessa parceria é a redução dos pontos de descarte irregular no município.

Segundo levantamento realizado no ano de 2009, no perímetro urbano e na área rural,

constatou-se a existência de 35 pontos de descarte irregular de lixo, sendo 21 considerados

críticos 5.

Os programas ambientais traçados pela SAEV Ambiental para o município e que fazem

parte da Política Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos tem no ECOTUDO a sua

essência. O ECOTUDO é um �Ponto de Entrega Voluntária de Materiais Inservíveis de ori-

gem domiciliar. Segue um resumo dos programas da SAEV 6:

Ecotudo: instalado em um galpão aberto e coberto, ocupa uma área de

1.500 m², com oito caçambas para recebimento de podas, madeira, entulho e ferro; três

recipientes para papel, plásticos e outros recicláveis; além de baias para espuma, tecidos,

roupas, calçados, lixo orgânico não recolhido pela coleta regular, móveis, gesso, vidro,

lâmpadas fluorescentes, lixo eletrônico, óleo de cozinha e animais mortos. O atendimento

é realizado 24 horas por dia e todos os dias da semana, sendo que dois funcionários orien-

tam o descarte correto.

Ecoponto: junto com o Ecotudo, é destinado à coleta de pneus para bor-

racharias e estabelecimentos afins, e funciona de segunda a sexta feira, no horário comer-

cial.

Eletro Lixo: consiste em displays �Cata Pilha�, distribuídos em diversos

pontos comerciais, de serviços e de ensino da cidade, que recolhem lixo eletrônico (pilhas

e baterias).

Os resíduos hospitalares das instituições públicas (Postos de Saúde e Santa Casa de

Misericórdia de Votuporanga) e privadas (farmácias, consultórios, clinicas, hospital, entre

outros) são coletados pela empresa �Mejan Ambiental� e descartados em São José do Rio

Preto.

5 Informações retiradas do Jornal �Diário de Votuporanga�, Seção Cidades, de 28/01/2010.

http://www.diariodevotuporanga.com.br/mm/index.php?_path=noticias_det&id=4826 6 Informativo interno ECOTUDO � documento entregue pela SAEV.

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2.4. Pavimentação e drenagem

Segundo dados da prefeitura, o município está com 99 % de suas ruas asfaltadas (da-

dos de 2.010). Apenas pequenos trechos de ruas não estão pavimentados, como nos mostra

o mapa 05, mas já possuem recursos destinados para o asfaltamento.

Mapa 05

Trechos com ruas sem asfalto � perímetro urbano. 2.010

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Secretaria de Obras - Prefeitura de Votuporanga.

Elaboração: RM in B � 2010

A drenagem de água pluviais na área urbana do município é feita por rede de drena-

gem que acompanha aproximadamente a extensão da malha viária pavimentada. Observa-

se que não existe cadastro das galerias de águas pluviais, e assim sendo não é possível a

estimativa segura da cobertura da rede de drenagem.

Existe um plano de macro-drenagem, elaborado através de convênio assinado entre a

Prefeitura de Votuporanga e a FEHIDRO, que está sendo gradativamente implementado. Os

projetos elaborados a partir da conclusão do plano prevêem a solução dos problemas de

enchentes e alagamentos hoje existentes. O próprio plano estabelece as prioridades de

execução das intervenções.

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De acordo com o Plano de Saneamento Ambiental, as áreas críticas em relação a ala-

gamentos ou enchentes são:

1. - Córrego Santa Amélia;

2. - Córrego Boa Vista;

3. - Córrego da marginal da Rod. Euclides da Cunha até a Rod. Péricles Bellini ;

4. - Loteamento Colinas até o Córrego Marinheirinho.

Mapa 06

Áreas críticas � alagamentos e enchentes.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.

Elaboração: RM in B � 2010

4

3

1

2

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3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA HABITACIONAL

3.1. Inserção Regional

O desenvolvimento econômico não só de Votuporanga, mas de toda sua Região de

Governo, foi fortemente embasado na agricultura, principalmente a cafeeira. Com essas

características � forte base agrícola e baixo grau de industrialização, o noroeste paulista

sempre teve grande dificuldade de inserção na economia do estado e do país.

Em meados da década de 50, a impossibilidade de adequação do pequeno produtor à

modernização agrícola aliado ao esgotamento da fronteira agrícola paulista e ao intenso

dinamismo da ocupação do Centro-Oeste e do norte do Paraná, produzem forte êxodo rural

induzindo a um processo de esvaziamento demográfico do Oeste Paulista que adentra as

décadas seguintes � 60/70.

Esse processo coincide com a intensa urbanização constatada em todo o estado de

São Paulo, que culminou na metropolização e na forte concentração demográfica na capi-

tal e nas áreas localizadas no seu entorno (Martine, 1987; Pacheco & Patarra, 1997).

Contudo, ao longo das décadas de 1970/80, o Estado nacional e, sobretudo o Estado

de São Paulo, adotam uma clara orientação no sentido da interiorização do desenvolvimen-

to e, especialmente, de descompressão social, demográfica e urbana da capital paulista

(Faria, 1983;Vasconcelos, 1992; Negri, 1996). Investiu-se pesadamente em infra-estrutura

viária no interior de São Paulo, ampliando e duplicando vias de ligação da metrópole com o

interior e deste com os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná, facilitando a liga-

ção entre os principais centros urbanos interiorizados, beneficiando especialmente as regi-

ões com predominância agropecuária e agroindustrial � o oeste paulista (incluindo-se Votu-

poranga e sua RG).

Desse grande investimento surgiu um elevado crescimento da indústria no interior do

estado, que passou a apresentar números cada vez maiores na participação do produto

total da indústria e no valor de transformação industrial (VTI), enquanto que a indústria da

Região Metropolitana entrava em declínio.

Segundo Rodrigues, 2005,

�É nesse contexto de desconcentração industrial e de implementação de políticas de

interiorização do desenvolvimento que emerge uma nova configuração social, econômica,

urbana e demográfica da Região Administrativa de São José do Rio Preto e da Região de

Governo de Votuporanga, ...�

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3.2. A Região Administrativa de São José do Rio Preto

Imagem 02

Localização do município de Votuporanga e sua Região de Governo em relação à Região

Administrativa e de Governo de São José do Rio Preto.

Fonte: Opy Editora Ltda � 2008. Fundação SEADE � 2008.

Elaboração: RM in B. Escala: Situação sem escala.

A reestruturação do setor agroindustrial durante os anos 1970/80 repercutiu na RA de

São José do Rio Preto, especialmente no sentido da substituição das culturas de manuten-

ção por culturas exportáveis e agroenergéticas � sucos concentrados e cana de açúcar.

Nesse sentido, os preços internacionais do complexo da soja, a necessidade de gerar

uma fonte alternativa de energia, capitaneada pelo Proálcool, e a competitividade dos

cítricos paulistas no mercado externo, sobretudo face às oscilações na produção america-

na, possibilitaram a modernização e o vigoroso crescimento da agroindústria e da pecuária

do interior paulista, entre os anos 1970/80 (Seade, 1993).

A agroindústria se configurou como o carro-chefe do intenso processo de interioriza-

ção da industrialização de São Paulo, na década de 1980, garantindo taxas de crescimento

acima das registradas pela economia do país.

RG São José do

Rio Preto

RG VOTUPO-

RANGA

VOTUPORANGA

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Na RA de São José do Rio Preto também a pecuária, beneficiada pela modernização e

ampliação do parque produtivo da região, teve uma significativa importância econômica,

especialmente entre os anos 1970 e 1980.

É também nesse período que cresce a importância da indústria do mobiliário no total

da indústria do Estado de São Paulo e na região de São José do Rio Preto, onde já se figu-

rava ao lado dos ramos têxtil e alimentício como um dos mais importantes setores da in-

dústria regional.

Nesse contexto inicia-se o processo de retenção de população, revertendo o esvazia-

mento demográfico iniciado em meados de 1950, dentre as Regiões de Governo da RA de

São José do Rio Preto, conforme podemos verificar na tabela 01. A tabela 01 apresenta a

taxa geométrica de crescimento anual da população para o conjunto da RA de São José do

Rio Preto, bem como para as RG�s de São José do Rio Preto, Catanduva, Votuporanga, Fer-

nandópolis e Jales.

Para o conjunto da RA de São José do Rio Preto, a taxa de crescimento da população

mais do que duplica, e para as regiões que constituem o Oeste Paulista, há clara reversão

na tendência de perda populacional, pois as taxas de crescimento no período 1980/91 e

confirmadas em 1991/2000, apesar de modestas, são bastante significativas frente às taxas

negativas de crescimento no período 1970/80, quando essas regiões registraram decrésci-

mo absoluto no volume de sua população. Desta forma é possível perceber uma clara re-

versão na tendência de crescimento negativo e de evasão populacional.

Tabela 01

Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (%)

Regiões de Governo de São José do Rio Preto, Catanduva, Votuporanga, Fernandópolis e

Jales. 1970-2000

Áreas 1970/80 1980/1991 1991/2000 2000/2010*

RG de SJ Rio Preto 1,85 2,52 2,33 1,52

RG de Catanduva 1,77 1,42 1,29 0,93

RG de Votuporanga -0,22 0,87 0,91 0,82

RG de Fernandópolis -0,43 0,41 0,55 0,52

RG de Jales -1,8 0,27 0,50 0,40

RA S J Rio Preto 0,71 1,59 1,59 1,13

Fonte: Perfil Municipal SEADE, 2010

*Projeção 2.010

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Nesse sentido, a tabela 02, que apresenta o volume da população das Regiões de Go-

verno da RA de São José do Rio Preto, bem como a evolução de sua participação percentu-

al no total da Região Administrativa, reforça a percepção da retomada do crescimento de-

mográfico: todas as RG�s apresentam aumento no volume de sua população total, especi-

almente as RG�s de São José do Rio Preto, Catanduva e Votuporanga, as quais apresentam

maior incremento percentual no volume de sua população, nesse período.

Tabela 02

População Total e Participação Relativa (%) das Regiões de Governo no total da População

da RA de São José do Rio Preto

RA de São José do Rio Preto e Regiões de Governo - 1980-2.010

1980 1991 2000 2010*

Áreas Total % Total % Total % Total %

RG de SJ Rio

Preto 402.333 42,36 526.629 46,76 647.725 49,91 753.140 51,88

RG de Catandu-

va 190.045 20,01 221.314 19,65 248.285 19,13 272.390 18,76

RG de Votupo-

ranga 130.005 13,69 142.744 12,67 154.877 11,93 167.989 11,57

RG de Fernan-

dópolis 95.490 10,05 99.794 8,86 104.798 8,08 110.386 7,60

RG de Jales 131.964 13,89 135.849 12,06 142.114 10,95 147.856 10,18

RA de SJ Rio

Preto 949.837 100,00 1.126.330 100,00 1.297.799 100,00 1.451.761 100,00

Fonte: Perfil Municipal SEADE, 2010

*Projeção 2.010

Notamos aqui, a significativa participação da RG de São José do Rio Preto no total da

população da RA (sozinha, a RG de São José do Rio Preto responde por mais de 50% da po-

pulação total da RA), o que evidencia a forte concentração da população na região de po-

larização imediata do município de São José do Rio Preto, incontestavelmente o município

mais dinâmico da RA.

Na seqüência, as participações mais importantes (a despeito de significativamente

menores) cabem à RG de Catanduva (18,76%) e à RG de Votuporanga (11,57%), o que vem

corroborar a importância dessas duas Regiões de Governo no âmbito da RA de São José do

Rio Preto.

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3.3. A Região de Governo de Votuporanga

A região de Votuporanga, fortemente marcada desde a sua constituição por uma es-

trutura fundiária com predomínio de pequenas propriedades, pouco capitalizadas e com

baixa produtividade, não conseguiu acompanhar a agroindústria dos cítricos, concentrada

mais a leste na RG de São José do Rio Preto na década de 1980, e que se configurou como

fator determinante para o desenvolvimento e a industrialização daquela área.

A industrialização se fez bastante tardiamente, ganhando impulso especialmente na

década de 1980, e mesmo assim, fortemente concentrada no município-sede, chegando a

reunir sozinho, 59,84% das indústrias da região, em 2000.

Na Região de Governo de Votuporanga, o comportamento demográfico e a evolução

econômica e urbana regional apresentaram-se muito semelhantes aos processos constata-

dos para o conjunto da RA de São José do Rio Preto.

Assim, fez-se aqui presente, também, a polarização econômica e a concentração po-

pulacional no município de Votuporanga que, absorveu parte importante da população dos

municípios de seu entorno, especialmente a partir da década de 1980, quando entram de-

finitivamente em declínio as culturas exportáveis tradicionais (principalmente o café) e as

oscilações nos preços das culturas de manutenção comprometem significativamente a pe-

quena produção, ao mesmo tempo em que avançam as áreas de pastagens, no conjunto da

região.

Economicamente debilitados, esses municípios passam a emitir importantes fluxos

populacionais para Votuporanga que, sobremaneira na década de 1980, expande e consoli-

da sua indústria de transformação, destacando-se a indústria moveleira, com elevada ca-

pacidade de absorção de mão-de-obra, especialmente daquela com baixa qualificação (Se-

ade, 1990; PDM, 1995).

Dessa forma, como o demonstra a tabela 03, a análise dos saldos migratórios no perí-

odo 1970-2000 evidencia um panorama de crescente dinamização das trocas migratórias

dessas áreas, especialmente do município-sede que absorve parcelas crescentes de popula-

ção migrante, de forma que o saldo migratório, no período 1991-2000 chega a responder

por 50,24% do crescimento absoluto do município de Votuporanga, nesse período.

Para o conjunto da RG de Votuporanga delineia-se, igualmente, uma tendência de

aumento na capacidade de retenção de população por parte dos municípios, o que se tra-

duz em saldos positivos nos períodos subseqüentes. Assim, a despeito da magnitude do sal-

do migratório diminuir sensivelmente no período 1991-2000 (1.323 pessoas) na comparação

com o período 1980-1991 (5.176 pessoas), o que evidentemente tem íntima correlação com

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o bom desempenho do setor agroindustrial na região, na década de 19807, e com as rápidas

transformações na estrutura e nos processos produtivos da indústria, na década de 19908;

evidentemente a RG de Votuporanga deixou de ser uma área de expulsão de população,

como o era até a década de 1980.

Tabela 03

Saldos Migratórios

Região de Governo e Município de Votuporanga - 1970-2000

Áreas 1970 / 1980 1980 / 1991 1991 / 2000

RG de Votuporanga -21.441 5.176 1.323

Município de Votuporanga -9.818 3.100 5643

Fonte: Rodrigues 2.005

De fato, pela análise da tabela 04 se percebe claramente desenhada uma trajetória

de progressivo aumento na taxa geométrica de crescimento da população do conjunto da

Região de Governo de Votuporanga, ao mesmo tempo em que se observa um decréscimo

nas taxas de crescimento da população do município-sede, o que condiz com a tendência

de diminuição no ritmo de crescimento da população paulista e brasileira, de modo geral.

Tabela 04

Taxa (%) Geométrica de Crescimento Anual da População:

Região de Governo e Município de Votuporanga - 1970-2010

Áreas 1970/80 1980/91 1991/2000 2000/2010*

Município de Votuporanga 2,82 2,15 1,8 1,13

RG de Votuporanga -0,22 0,87 0,91 0,82

Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 2010.

*Projeção 2.010

Nesse sentido, conhecendo a importância que o saldo migratório assume para a

dinâmica populacional de Votuporanga e RG, a tabela 05 reitera e evidencia o processo de

reversão do esvaziamento demográfico dos municípios da RG de Votuporanga: como se

pode observar, no período 1991-2000 (que mostra a intensidade do crescimento da

7 A respeito do desenvolvimento agroindustrial na RA de São José do Rio Preto e na RG de Votuporanga desta-

cam-se: SEADE, 1981; 1990, Vasconcelos, 1992, Rodrigues,2002; 2004 (a). 7 Veja-se sobre a reestruturação produtiva do parque industrial da Região de Votuporanga: Ferreira, 1997,

Coutinho, 1998, Suzigan,2004 . 8 Veja-se sobre a reestruturação produtiva do parque industrial da Região de Votuporanga: Ferreira, 1997,

Coutinho, 1998, Suzigan,2004.

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população em um momento em que a reversão já está em curso) 9 dos 15 municípios que

compõem a RG de Votuporanga apresentavam taxas de crescimento negativo, ainda que

baixas (à exceção de Álvares Florence e Pontes Gestal, que apresentam altas taxas

negativas, os demais municípios apresentam taxas negativas que se aproximam de zero); já

no período 2000-2010 apenas 6 dos 15 municípios da RG apresentam taxas negativas de

crescimento e, ainda assim, elas são significativamente menores na comparação com o

período anterior (Álvares Florence passa de uma taxa de crescimento anual de �1,75% para

�0,73%; Pontes Gestal salta de um crescimento anual de �1,69% para 0,55%).

Tabela 05

Taxa (%) de Crescimento Geométrico Anual da População

Municípios da RG de Votuporanga - 1991-2004

Municípios

1991-2000 2000-2010*

Taxa de Crescimento (%) Taxa de Crescimento (%)

Álvares Florence -1,75 -0,73

Américo de Campos -0,03 0,08

Cardoso -0,61 -0,02

Cosmorama -0,67 -0,32

Floreal -1,04 -0,44

Macaubal 0,02 0,29

Magda -0,79 -0,32

Monções -0,35 -0,05

Nhandeara -0,18 0,21

Parisi 2,76 1,02

Pontes Gestal -1,69 0,55

Riolândia 1,12 1,46

Sebastianópolis do Sul 0,19 1,78

Valentim Gentil 4,31 2,39

Votuporanga 1,8 1,13

Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 2004

*Projeção 2.010

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Essa conformação econômica e sócio-demográfica pode ser observada a partir da

análise da tabela 06, que mostra a evolução da população, por situação de domicílio, dos

municípios da RG de Votuporanga.

Tabela 06

Evolução da População por Situação de Domicílio

Total da RG e Municípios da RG de Votuporanga - 1980-2000

Áreas

1980 1991 2000

Total Urb. Rural Total Urb. Rural Total Urb. Rural

Álvares

Florence 6.615 1.840 4.775 5.066 2.392 2.674 4.322 2.658 1.664

Américo de

Campos 6.897 3.362 3.535 5.611 3.661 1.950 5.594 4.388 1.206

Cardoso 12.010 8.742 3.268 12.269 9.820 2.449 11.611 10.361 1.250

Cosmorama 8.642 2.674 5.968 7.838 3.462 4.376 7.376 4.306 3.070

Floreal 3.598 1.812 1.786 3.545 2.340 1.205 3.226 2.471 755

Macaubal 6.373 3.445 2.928 7.370 5.167 2.203 7.385 6.248 1.137

Magda 3.565 1.373 2.192 3.677 2.498 1.179 3.423 2.730 693

Monções 2.403 1.072 1.331 2.121 1.451 670 2.056 1.744 312

Nhandeara 10.209 5.935 4.274 10.359 7.219 3.140 10.196 7.881 2.315

Parisi* 0 0 0 1.521 927 594 1.944 1.504 440

Pontes Ges-

tal 2.855 1.372 1.483 2.964 1.944 1.020 2.543 1.938 605

Riolândia 6.830 4.902 1.928 7.737 6.808 929 8.552 6.854 1.698

Sebastianó-

polis do Sul 2.357 741 1.616 2.503 1.210 1.293 2.546 1.649 897

Valentim

Gentil 5.378 3.415 1.963 5.866 4.480 1.386 8.575 7.501 1.074

Votuporan-

ga 52.085 45.497 6.588 64.297 60.091 4.206 75.528 72.698 2.830

RG de Votu-

poranga 129.817 86.182 43.635 142.744 113.470 29.274 154.877 134.931 19.946

Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 2010

*O município de Parisi foi criado em 30/12/1991

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Nota-se claramente, o declínio no volume absoluto da população de parte expressiva

dos municípios da região (dos 14 municípios existentes9 no período 1980-2000, 9 apresen-

tam decréscimo absoluto no volume de sua população), acentuadamente da população

rural, expulsa do campo pelas crescentes pressões no sentido da modernização das técni-

cas e processos produtivos, em decorrência da expansão das áreas de pastagens, mas so-

bremaneira pela paulatina inviabilização da pequena propriedade rural.

Por outro lado, a análise do Grau de Urbanização permite notar que, muito embora o

percentual da população urbana tenha aumentado em relação à população total para todos

os municípios da RG, no período 1980-2009, boa parte dos municípios da RG apresenta

Grau de Urbanização inferior à própria média da RG de Votuporanga que, evidentemente,

é muito influenciada pelo comportamento da população de Votuporanga. O baixo Grau de

Urbanização dos municípios da RG de Votuporanga dão também indícios de um baixo de-

senvolvimento das atividades urbanas.

Assim, conforme nos mostra Rodrigues, 2005, enquanto o município de Votuporanga

apresenta Grau de Urbanização (87,35%) próximo à média estadual, 11 dos 14 municípios

que compunham a RG de Votuporanga em 1980, apresentam Grau de Urbanização inferior

à média da própria RG de Votuporanga (66,39%).

Em 1991, embora o Grau de Urbanização dos municípios da RG aumentou, apenas os

municípios de Cardoso (80,04%), Riolândia (87,99%) e Votuporanga (93,46%) alcançam Grau

de Urbanização próximos às médias da RA de São José do Rio Preto (83,86%) e do Estado de

São Paulo (92,77%) (Seade, 2004).

Isso significa dizer que, embora tenham se urbanizado ao longo desse período, regis-

trando importantes volumes de êxodo rural, os municípios da RG de Votuporanga apresen-

tavam desenvolvimento urbano ainda incipiente, mantendo-se altamente dependentes da

economia urbana de Votuporanga, bem como da diversificação de suas atividades e servi-

ços.

À medida que os municípios da RG de Votuporanga apresentavam maior capacidade

de retenção de população, diminui o contingente de população egressa desses municípios

que se dirige para Votuporanga.

9 O município de Parisi foi criado em 30/12/1991

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Tabela 07

Grau de Urbanização:

Total da RG e Municípios da RG de Votuporanga - 1980-2009

Municípios 1980 1991 2000 2009

Álvares Florence 27,82 47,22 61,5 66,99

Américo de Campos 48,75 65,25 78,44 83,47

Cardoso 72,78 80,04 89,23 90,88

Cosmorama 30,95 44,17 58,38 68,93

Floreal 50,36 66,01 76,60 83,95

Macaubal 54,05 70,11 84,60 87,77

Magda 38,51 67,94 79,75 82,21

Monções 44,62 68,41 84,82 83,78

Nhandeara 58,13 69,99 77,30 81,70

Parisi _ 60,95 77,37 81,87

Pontes Gestal 48,04 65,59 76,21 84,51

Riolândia 71,77 87,99 80,14 79,16

Sebastianópolis do Sul 31,45 48,34 64,77 75,64

Valentim Gentil 63,50 76,37 87,48 91,69

Votuporanga 87,35 93,46 96,25 97,28

RG de Votuporanga 66,43 79,49 87,12 90,09

Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1991; 2006

No que diz respeito às trocas migratórias do município de Votuporanga, no contexto

intra-regional, nota-se que praticamente todos os municípios da RG de Votuporanga au-

mentam sua capacidade de retenção migratória no período 1995-2000, na comparação com

o período 1986-1991, uma vez que, o município-sede diminui o volume do saldo migratório

em suas trocas com quase todos os municípios da RG, aumentando, inclusive, as perdas

migratórias.

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Tabela 08

Trocas Migratórias

Município de Votuporanga - 1986-1991 e 1995-2000

Municípios

1986-1991 1995-2000

Imigração Emigração SM Imigração Emigração SM

Álvares Florence 435 76 359 211 67 144

Américo de Campos 234 41 193 158 16 142

Cardoso 252 135 117 194 95 99

Cosmorama 426 317 109 112 118 -6

Floreal 73 26 47 0 26 -26

Macaubal 47 88 -41 36 7 29

Magda 67 0 67 37 14 23

Monções 40 0 40 0 11 -11

Nhandeara 105 87 18 109 73 36

Pontes Gestal 22 0 22 131 242 -111

Riolândia 73 50 23 23 39 -16

Sebastianópolis do Sul 0 51 -51 125 131 -6

Valentim Gentil 201 182 19 10 0 10

Total 1975 1053 922 1146 839 307

Fonte: Rodrigues 2005 � elaborado a partir de Tabulações Especiais dos Censos Demográficos 1991 e

2000.

* SM: Saldo Migratório.

No entanto se analisarmos os dados referente à mobilidade pendular, notaremos que

a situação de pólo de atração do município sede ainda é presente.

Conforme mostra a tabela 09, indiscutivelmente o município de Votuporanga concen-

tra em alto grau os deslocamentos pendulares (para trabalho/estudo) no âmbito de sua RG.

Apenas o município-sede recebe 50,41% das pessoas que se deslocam diariamente na RG de

Votuporanga, em 2000.

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De fato, ao lado de Votuporanga (cuja centralidade econômica, política e urbana

permanece irrefutável no âmbito de sua RG), os municípios de Valentim Gentil, Nhandeara

e Riolândia se destacam pelo significativo desempenho econômico ao longo da década

de1990, destacando-se, Valentim Gentil pela indústria de estofados e os municípios de

Nhandeara e Riolândia pela atividade agrícola e agroindustrial (PDM, 1995).

Tabela 09

Proporção (%) de Pessoas que Realizam Deslocamentos Pendulares (Trabalho/Estudo) Intra-

Regionais, na RG de Votuporanga, Segundo Município de Destino.

Municípios da RG de Votuporanga � 2000

Município de destino Proporção (%)

Álvares Florence 1,71

Américo de Campos 5,12

Cardoso 3,07

Cosmorama 1,45

Floreal 0,55

Macaubal 1,88

Magda 1,75

Monções 0,34

Nhandeara 10,92

Parisi 2,60

Pontes Gestal 0,38

Riolândia 5,67

Sebastianópolis do Sul 1,19

Valentim Gentil 12,96

Votuporanga 50,41

Total 100,00

Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Censo Demográfico �2000; Tabulações Especiais NE-

PO/Unicamp.

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Esses dados demonstraram que no período de 1986-2000, havia uma forte integração

territorial com os municípios localizados na área de contato com o município de Votupo-

ranga, os municípios de Cosmorama, Álvares Florence e Valentim Gentil, demonstrando

que esses se articulavam sensivelmente à dinâmica econômica de Votuporanga, mantendo

atividades urbanas e rurais que gravitam em torno da economia votuporanguense (PDM,

1995).

Entre 2000 e 2005, no entanto, a crescente informalização da economia votuporan-

guense aliado aos processos de modernização tecnológica e aumento do desemprego dife-

rencial10 (que afeta mais intensamente a mão-de-obra de baixa qualificação) em curso na

indústria local à época, particularmente na indústria moveleira, desde meados da década

de 1990, contribuiu para a diminuição da atratividade migratória do município-sede.

Em Votuporanga, a agroindústria que despontou na década de 1980 foi a de laticínios

e frigoríficos, os quais eram abastecidos, em grande parte, pela produção agropecuária dos

municípios vizinhos.

De modo geral a agroindústria em Votuporanga, a despeito de todas as suas dificul-

dades, apresentou participação expressiva na atividade econômica do município, muito

embora esteja bastante claro que a indústria muito mais do que a agropecuária é que se

saiu fortalecida da associação entre os setores primário e secundário, nesse período. (PDM-

1995)

O bom desempenho da indústria processadora de gêneros agrícolas, contudo, não foi

isolado, inserindo-se na verdade, em um contexto mais abrangente de incentivo à industri-

alização, colocado em prática pelo Poder Público Municipal, com relativa sistemática a

partir dos anos 1970 e, especialmente na década de 1980, através de um conjunto de in-

centivos legais, regulamentados pela Lei nº 1.185, de 30 de outubro de 1970, que criou o

PLAMIVO (Plano Municipal de Amparo e Incentivo Industrial de Votuporanga).

O PLAMIVO constituiu-se ao longo das décadas de 1970/80, no mais importante esfor-

ço formal do Poder Público Municipal no sentido de fomentar a industrialização no municí-

pio de Votuporanga.

Graças aos incentivos e regulamentação do PLAMIVO, houve importante transferência

de empresas já sediadas no município, bem como a instalação de novas empresas nas áreas

zoneadas para uso industrial.

10 A respeito da temática da reestruturação produtiva no Brasil, na década de 1990, veja-se especialmente:

Antunes, 1995; Montali, 1995; Baltar, 1996; Mattoso & Baltar, 1996; Pochmann, 1997. Sobre a reestruturação

produtiva da indústria moveleira, veja-se: Ferreira, 1997; Alievi, 2000; Coutinho, 2001; Suzigan, 2004.

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O Plano surtiu o efeito desejado e Votuporanga além de aumentar sua participação

relativa no total de indústrias da região (passando de 44,7% para 56,6%), apresentou ainda,

maior incremento percentual no número de indústrias: entre 1960 e 1980 - o número de

indústrias cresceu 52,8%, saltando de 89 para 136 unidades industriais, e conseqüentemen-

te, o volume do pessoal ocupado.

A expansão da indústria moveleira em Votuporanga foi a grande responsável pela ab-

sorção de parcelas significativas da mão-de-obra egressa do campo, sobretudo em função

do declínio da produção agrícola (notadamente do café) e da ampliação da área de pasta-

gens. Essa característica da emergente indústria moveleira reflete-se nos níveis de empre-

go e na própria dinâmica da economia urbana do município, aquecida pela capacidade de

compra de uma massa assalariada que efetiva seu consumo na cidade (PDM, 1995).

Durante a década de 1990 a indústria de transformação de Votuporanga e, especial-

mente a indústria moveleira, sofreram intenso processo de modernização tecnológica, lio-

filização organizacional (Antunes, 2003), bem como substantivas alterações em sua estru-

tura produtiva, incluindo-se a desativação de inúmeras plantas industriais11

.

Coroando esse processo de reorganização e modernização do setor moveleiro, cujas

principais frentes foram a renovação do parque tecnológico e o aprimoramento na qualifi-

cação da mão de obra, em curso desde 1993, com a implantação de Pólo de Modernização,

instala-se em 2001 o Centro Tecnológico de Formação Profissional da Madeira e do Mobiliá-

rio (CEMAD) em Votuporanga, que passou a injetar, sistematicamente, na indústria move-

leira de Votuporanga e região, especialmente depois de 2001, importante contingente de

mão-de-obra com elevada qualificação, o que permitiu às indústrias acelerarem o processo

de horizontalização e automação da produção.

Também a crise de 2001-2003, ocorrida em um contexto de inflação de custos com

perda do poder de compra dos salários e aumento do desemprego, afeta as empresas de

Votuporanga, que enfrentaram queda dramática nas suas margens de lucro, situação que

levou a um significativo número de demissões, falências e concordatas.

De fato, como mostra a tabela 10, entre 1998 e 2002, os estabelecimentos comerciais

foram os únicos que apresentaram incremento significativo no número total de empresas,

tendo o setor industrial e de serviços apresentado crescimento reduzido e até, como o caso

do setor industrial de Votuporanga, diminuição no número de unidades voltando a patama-

res inferiores ao de 1998.

11 Muito embora a indústria moveleira tenha liderado o processo de reestruturação produtiva, outros ramos da

indústria de transformação também incorporaram inovações na estrutura produtiva, com destaque para os

ramos de transportes e agroindústria de carnes.

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Tabela 10

Número de Estabelecimentos de Indústria, Comércio e Serviços

RA de São José do Rio Preto, RG e Município de Votuporanga 1998 - 2002

1998 2000 2002

Ind. Com. Serv. Ind. Com. Serv. Ind. Com. Serv.

Município de Vo-

tuporanga 253 557 418 259 647 467 249 767 523

RG de Votuporan-

ga 419 869 632 445 984 696 475 1.158 774

RA de São José do

Rio Preto 2.917 8.269 6.148 3.047 9.491 6.919 3.404 11.185 7.765

Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Seade, 2004

Ainda nesse contexto, o crescimento mais significativo do setor �comércio� evidencia

a precarização da geração de emprego e renda visto que, tradicionalmente o comércio

apresenta maiores taxas de informalização, o que se reflete em piores condições de vida

para os trabalhadores (Baltar, 1995; Pochmann, 1997).

A Tabela 11, reproduzida abaixo, torna visível a elevada informalização do emprego

no setor �comércio�: destarte, a despeito das empresas de comércio deterem a maior par-

ticipação relativa no total de empresas no município e RG de Votuporanga, o volume de

pessoas formalmente ocupadas em atividades do setor �comércio� é inferior ao volume de

pessoas formalmente ocupadas nos setores �indústria� e �serviços�, o que evidencia a bai-

xa capacidade de absorção formal de mão de obra desse setor.

Nesse contexto, ainda, a análise da relação entre população formalmente ocupada e

população ocupada, para todos os setores da economia, oferecida pelo Censo Demográfico-

2000, permite observar que, enquanto a proporção percentual de pessoas formalmente

ocupadas no total da população ocupada em Votuporanga é de 64,72%, na RG de Votupo-

ranga essa proporção percentual é de 57,60%, o que demonstra ser mais elevada a informa-

lização da economia dos municípios da RG de Votuporanga, na comparação com o municí-

pio-sede.

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Tabela 11:

Emprego formal � vínculos empregatícios no Comércio, Indústria e Serviços.

Município de Votuporanga e RG de Votuporanga - 1991, 2000 e 2008

Atividade

1991 2000 2008

Votuporanga RG Votupo-

ranga Votuporanga

RG Votupo-

ranga Votuporanga

RG Votupo-

ranga

Comércio 2.015 2.562 2.634 3.447 5.084 6.573

Indústria 2.921 3.454 4.958 7.404 5.281 11.626

Serviços 3.631 5.505 4.017 7.074 6.735 11.891

Total 8.567 11.521 11.609 17.925 17.100 30.090

Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2008.

* Não foram computados os Vínculos Empregatícios na Agropecuária e na Construção Civil.

Em virtude do significativo peso da indústria moveleira na economia de Votuporanga

(que responde, sozinha, por cerca de 50% da atividade econômica dos municípios dessa

região) (Ferreira, 1997; Suzigan, 2004), a modernização tecnológica posta em curso, gerou

grande impacto na estrutura ocupacional das empresas, produzindo elevado desemprego,

principalmente sobre a população trabalhadora menos qualificada, que se traduz em cres-

cente precarização das condições de vida da população operária.

A injeção de mão-de-obra qualificada preparada pelo CEMAD aumentou a distância

entre trabalhadores qualificados e não qualificados, intensificando rapidamente a obsoles-

cência de largas parcelas de mão-de-obra que sequer tiveram oportunidade de se requali-

ficar:

Aliás, no tocante à renda, a tabela 12 nos dá um panorama da remuneração auferida

pela população nos municípios da RG de Votuporanga, em 2000, com relativa precisão, pois

se trata da renda mediana, menos sujeita às distorções provocadas pela média

(sobremaneira quando há muita disparidade entre os extremos da distribuição), situação

bastante recorrente quando se trata da capacidade diferencial de apropriação da renda

pelas distintas camadas sociais.

É importante destacar, ainda, que a renda mediana auferida pelos trabalhadores da

RG de Votuporanga (R$ 320,00) é significativamente menor do que a renda mediana

auferida pelo conjunto dos trabalhadores do Estado de São Paulo (R$ 450,00), o que é

bastante indicativo da menor capacidade de pagamento de produtos e serviços por parte

dessa população, ou, dito de outra forma, do menor dinamismo econômico da região na

comparação com a média estadual paulista.

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Tabela 12

Renda Mediana Nominal Mensal das Pessoas (10 Anos +) Ocupadas no Trabalho Principal*

Estado de São Paulo, Total da RG de Votuporanga e Municípios da RG de Votuporanga

2000

Município Renda Mediana (R$)

Álvares Florence 280,00

Américo de Campos 250,00

Cardoso 250,00

Cosmorama 280,00

Floreal 300,00

Macaubal 275,00

Magda 300,00

Monções 248,00

Nhandeara 300,00

Parisi 300,00

Pontes Gestal 250,00

Riolândia 225,00

Sebastianópolis do Sul 285,00

Valentim Gentil 320,00

Votuporanga 354,00

RG de Votuporanga 320,00

Estado de São Paulo 450,00

Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Censo Demográfico-2000.

* Inclui empregados com e sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores.

Ainda no tocante aos indicadores de condições de vida da população, a renda per

capita (tendo-se em conta que essa é uma medida bastante direta do nível da atividade

econômica dos municípios e, por conseguinte, das condições de vida a que estão sujeitas

suas populações) é possível observar, mais uma vez, a polarização econômica do município

de Votuporanga dentro de sua RG: enquanto a renda per capita do município-sede é de R$

415,65, a renda per capita dos demais municípios oscila entre cerca de R$ 250,00 e R$

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300,00, o que situa a atividade econômica desses municípios em patamares bastante

inferiores a do município de Votuporanga.

Já na comparação com os municípios de São José do Rio Preto e de São Paulo, mesmo

o município-sede apresenta renda per capita sensivelmente inferior à renda per capita

mensurada para esses municípios, o que já nos dá indícios dos limites do desenvolvimento

econômico do município e RG de Votuporanga, o que vem a se refletir nos baixos salários

pagos e, conseqüentemente, no restrito poder aquisitivo da população, fator que deve ser

levado em conta no equacionamento da oferta-demanda por Habitação.

Tabela 13

Renda per capita - Municípios de São Paulo, São José do Rio Preto e da RG de Votuporanga

2000

Município Renda (R$)

Álvares Florence 250,62

Américo de Campos 252,69

Cardoso 246,43

Cosmorama 235,08

Floreal 287,37

Macaubal 268,15

Magda 264,57

Monções 218,99

Nhandeara 313,35

Parisi 223,17

Pontes Gestal 225,06

Riolândia 236,08

Sebastianópolis do Sul 225,89

Valentim Gentil 283,51

Votuporanga 415,65

São José do Rio Preto 512,01

São Paulo 610,04

Fonte: Rodrigues, 2005 - Elaborado a partir de Seade, 2004

Salário Mínimo � 03/04/2000 = R$ 151,00 / Lei 9.971/2000.

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A percepção das precárias condições de trabalho e dos baixos níveis de rendimento

da população da região de polarização de Votuporanga é amplamente reforçada pelas ta-

xas de desemprego apresentadas na tabela 14, que são bastante elevadas para o porte des-

ses municípios, os quais apresentam, em alguns casos, taxas de desocupação da população

economicamente ativa dignas dos níveis metropolitanos (veja-se Pontes Gestal, que apre-

senta taxa de desemprego de 19,12%).

É importante notar que cerca de 30% dos municípios da RG de Votuporanga apresen-

tam taxas de desemprego (em julho de 2000) superiores à taxa de desemprego da mesor-

região de São José do Rio Preto, revelando a crescente incapacidade desses municípios de

absorver a população demandante por (re)inserção no mercado de trabalho, o que certa-

mente resulta da baixa diversificação da atividade econômica desses municípios, larga-

mente dependentes da economia, atividades, políticas públicas e serviços ofertadas pelo

município-sede.

Tabela 14

Taxa (%) de Desemprego *

Municípios da RG de Votuporanga - 2000

Municípios Taxa de Desemprego (%)

Álvares Florence 7,32

Américo de Campos 8,29

Cardoso 15,20

Cosmorama 8,61

Floreal 14,42

Macaubal 7,41

Magda 15,79

Monções 5,60

Nhandeara 12,51

Parisi 11,68

Pontes Gestal 19,12

Riolândia 14,47

Sebastianópolis do Sul 5,91

Valentim Gentil 10,86

Votuporanga 11,32

Mesorregião de S. J. Rio Preto 12,91

Fonte: Elaborado a partir de Censo Demográfico � 2000

*Refere-se a julho de 2000

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Os impactos desse processo de �reestruturação� da produção sobre a população

trabalhadora, mormente dessa menos qualificada, �expulsa� do chão de fábrica, são

sentidos imediatamente na deterioração da renda, e na perda da capacidade de

financiamento do custo de vida, particularmente dos gastos com moradia. Conseqüência:

as famílias se movem numa ciranda perversa pelos espaços ainda acessíveis da cidade,

localizando-se, muitas vezes, em sítios clandestinos, desprovidos de equipamentos

públicos, infra-estrutura urbana e sistema regular de transporte coletivo.

É importante ainda ressalvar que, a despeito das estatísticas oficiais se mostrarem,

algumas vezes, insuficientes para cobrir, com mais acuidade, o período 2000-2009, e muito

embora, o desempenho da economia brasileira tenha melhorado, há poucos indícios de que

a situação econômica dos municípios da RG de Votuporanga tenha sofrido mudanças

importantes, pois à exceção do município-sede, onde alguns setores da indústria de

transformação têm alcançado elevado grau de modernização tecnológica (Rodrigues, 2004)

e significativa complexificação nos setores de comércio e serviços, os demais municípios da

RG se mostraram incapazes de se adequar às novas exigências do regime de acumulação

flexível (Harvey, 2003) mantendo-se altamente dependentes do desenvolvimento

econômico de Votuporanga.

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4. Aspectos Históricos, Sociais, Econômicos e Urbanos de Votuporanga

Com a quebra do café em 1937, Francisco Schmidt, cafeicultor de imensa área, a tí-

tulo de pagamento por empréstimos contraídos, entregou terras à firma Theodoro Wille &

Cia Ltda. O Procurador desta, Carlos Heldwing e o engenheiro Guilherme Von Trubach fun-

daram a Companhia Retalhadora de Terras, para loteamento das de Francisco Schmidt. A

grande distância, na época, do loteamento de outros centros, levou o empreendimento ao

fracasso.

Fundado no intento de se tornar chamariz para o novo loteamento rural da Compa-

nhia Theodor Wille, nos confins do alto sertão de Tanabi, o patrimônio de Votuporanga é

�inaugurado� na manhã de 08 de agosto de 1937.

Foto 1

Aspecto da festividade de inauguração do Patrimônio de Votuporanga � 1937.

Fonte: Acervo Foto Votuporanga.

Procedido o arruamento, doaram à Cúria Diocesana, uma das praças para nela ser

construída uma igreja sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida12.

A área desse primeiro loteamento urbano do município de Votuporanga foi denomi-

nada de �Patrimônio Velho�, área essa que permanece até os dias de hoje como o principal

e mais forte centro financeiro, comercial e de serviços do Município.

12 Dados retirados do Site do IBGE - http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1

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Mapa 7

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Meados de 1930.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

1940 � 1950

Durante a década de 1940 a produção de algodão da região de Votuporanga alcançou

índices elevados e chegou a rivalizar em importância com a produção de grandes centros,

como por exemplo, Campinas.

O forte dinamismo da região proporcionou uma ascensão rápida ao pequeno povoado,

e em 30 de novembro de 1944 Votuporanga se desmembra do Distrito de Monteiro, Municí-

pio de Tanabi, e é elevada a condição de Município através do decreto-lei nº 14.334. Nesse

ano a cidade já contava com uma população de aproximadamente 16.787 habitantes13, a

imensa maioria desta residindo no meio rural.

13 A estimativa do total da população de Votuporanga para o ano de 1944 foi obtida projetando-se a população

da 2ª Zona Distrital de Monteiro (Votuporanga) no ano de 1943 (que contabilizava 16.000 pessoas: 2.500 na

área urbana e 13.500 na área rural; segundo documentação dos Arquivos da Prefeitura Municipal de Votupo-

ranga) (apud Costa, 1955:12) para o ano seguinte (1944), com base na taxa de crescimento geométrico da popu-

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Com essa junção de desenvolvimento agrícola e ascensão administrativa, o município

ganhou força e em 1944, mesmo ano em que é elevado a município, o patrimônio de Votu-

poranga recebe a Estrada de Ferro de Araraquara (Araraquarense).

Imagem 03

Malha Ferroviária Paulista - Estado de São Paulo - 1950

Fonte: Peichoto, 2001:49 / Rodrigues, 2005:23.

A cidade cresce rapidamente, impulsionada pela agricultura e, no início da década de

40, surgem novas áreas de ocupação em torno do núcleo inicial do município.

Considerado como a extensão da �mancha da matriz� � referencia a igreja da matriz,

a malha urbana expande para o sul, prolongando as ruas Bahia, São Paulo, Amazonas e

Pernambuco, originando a nova área de ocupação denominada de �Patrimônio Novo�.

Ainda durante a década de 40, entre os anos de 1945 a 1948, são implantados mais

quatro loteamentos no entorno no núcleo inicial, são eles: Ao Norte � Loteamento Santa

Luzia e a Leste � Vila Hercília, Vila Budin e Vila Sá.

As fotos da época demonstram a movimentação nas principais ruas da cidade.

lação, calculada para o período 1943-1950. Utilizou-se para o ano de 1950 a informação censitária, que acusava

uma população total de 22.433 habitantes no município (apud Censo Demográfico, 1950). (Fabiola Rodrigues

....)

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Foto 2

Flagrante da movimentação popular no centro comercial da cidade: Rua Goiás, esquina

com a Amazonas (arruamentos originais) - Década de 40.

Fonte: Acervo Foto Votuporanga.

Foto 3

Vista da Estação Ferroviária de Votuporanga, inaugurada em 13/06/1951.

Década de 50.

Em primeiro plano, à direita, vê-se a fachada do edifício; à esquerda um ponto de jardineiras, e ao

fundo, a gare da Estação.

Fonte: Acervo Foto Votuporanga.

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Mapa 8

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 40.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

Entre as décadas de 40 e 50 Votuporanga consolidou-se como uma área de importan-

te produção agrícola, onde o café e o algodão eram seus principais produtos. Esse último,

sobretudo, gerou as condições materiais no município que favoreceram sua primeira indus-

trialização, com bases fortemente agroindustriais.

No início da década de 50, a ferrovia desempenha papel fundamental no desenvolvi-

mento econômico do Município. Rapidamente instalou-se nas imediações desta um peque-

no complexo industrial que terminou por alavancar Votuporanga como centro econômico

regional (Monbeig, 1998; Peichoto, 2001).

Um ponto marcante para essa década e também decisivo para o desenvolvimento do

município foi a inauguração, pela iniciativa privada, da Companhia Elétrica de Votuporan-

ga, em 13 de junho de 1952, instalada nas imediações da Estação Ferroviária (�bairro da

Estação�) e que veio garantir o provimento de energia elétrica para todos os bairros da

cidade (Pontes, 2001), e assim ampliar as condições de desenvolvimento.

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Com todo esse contexto favorável, em meados da década de 50, o Município apresen-

ta uma intensa diversificação de atividades produtivas, comerciais e de prestação de servi-

ços (Costa, 1955), reforçando assim seu forte crescimento econômico, conforme podemos

observar na tabela 15 abaixo.

Tabela 15

Estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços.

Município de Votuporanga � 1952

Estabelecimentos Quantidade

Beneficiadoras 20

Fabrica de bebidas 3

Alfaiatarias 11

Açougues 22

Farmácias 16

Posto de Gasolina 11

Empresas de transporte coletivo 7

Oficinas mecânicas 11

Hotéis e Pensões 12

Olarias 18

Tipografias 2

Jornais 2

Sapatarias e selarias 17

Serrarias 1

Barbearias 22

Livrarias 4

Padarias 8

Funilarias 6

Sorveterias 14

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Continuação Tabela 15

Fonte: Agência Municipal de Estatística (1952), apud jornal �A Gazeta de Votuporanga�

(01/01/1953); Rodrigues, 2005: 44.

Estabelecimentos Quantidade

Carpintarias 10

Relojoarias 8

Ferrarias 7

Ateliers de Fotógrafos 4

Lavanderias 10

Laticínios 1

Fábricas de Portas de Aço e Vitrôs 1

Tapeçarias 1

Fábrica de Vassouras 2

Fábrica de Sabão 1

Fábrica de macarrão 1

Fábrica de molas para Autos 1

Curtumes 2

Fábrica de ladrilhos 1

Casas de Tecidos, Armarinhos e Calçados 34

Armazéns, Bares, Mercearias, Cafés e Bote-

quins 136

Casas de Material para Construção 7

Casas de Rádio, Geladeiras e Materiais Elé-

tricos 8

Bancos 5

Escolas Rurais 4

Ensino Secundário e Normal 3

Cinema 1

Associações Culturais e Filantrópicas 8

TOTAL 463

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A ferrovia e o distrito industrial localizados a Sudoeste do núcleo central, atuaram

como pólo de atração imobiliário e a malha urbana estendeu-se principalmente para aque-

la região. No entanto outros loteamentos também surgiram a Leste e a Oeste do centro

antigo.

Um marco diferencial da ocupação foi a contratação do Engenheiro, Arquiteto e Ur-

banista Prestes Maia, que realizou o primeiro loteamento planejado da cidade na Zona Sul

� o Bairro da Estação. O Projeto apresenta um traçado diferente do núcleo inicial, acomo-

dando-se às características naturais do relevo.

Mapa 9

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 50.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

A instalação de várias famílias estrangeiras, vindas de países como Espanha, Itália,

Japão, Portugal e Líbano foi outro fator fundamental para as mudanças ocorridas no muni-

cípio, impulsionando as mudanças tecnológicas na produção agrícola e na cidade.

Em 1950, o contingente de estrangeiros totalizava 1.220 pessoas, (representando

5,45% da população do município).

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Tabela 16

População Total por Sexo e Nacionalidade.

Município de Votuporanga - 1943 - 1950.

Votuporanga

1943 1950

Homens Mulheres Homens Mulheres

Brasileiros* --- --- 10.824 10.389

Estrangeiros --- --- 696 524

POPULAÇÃO TOTAL 16.000 22.433

Fonte: Elaborado segundo documentação dos Arquivos da Prefeitura Municipal de Votuporanga (apud

Costa, 1955:12); do Censo Demográfico de 1950 e Rodrigues, 2005: 52.

* Natos e naturalizados.

Tabela 17

Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.

Município de Votuporanga: 1943-1950

Votuporanga 1943 1950

Situação de Domicílio Urbano Rural Urbano Rural

População 2.500 13.500 9.711 12.722

POPULAÇÃO TOTAL 16.000 22.433

Grau de Urbanização (%) --- 43,29

Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1981 e Rodrigues, 2005: 55.

Analisando a tabela 17 verificamos o forte desenvolvimento da área urbana do muni-

cípio de Votuporanga, que praticamente quadruplicou sua população em menos de uma

década. O ritmo de crescimento da população rural foi sensivelmente menor.

Para fechar a década de 50, em 27 de dezembro de 1959 é inaugurada a Estação de

Abastecimento de Água de Votuporanga.

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1960 � 1970

As décadas de 60 e 70 são marcadas por um quadro de desaceleração generalizada da

taxa de crescimento populacional do município e de sua região de governo, com particular

intensidade na área rural. Assim, o município de Votuporanga, apresentou uma taxa de

crescimento anual de 3,85% no período 1950/60, contra uma taxa de crescimento anual de

1,83% no período 1960/70.

Conforme nos mostra Rodrigues, 2005: 56 ...

�Esse quadro de desaceleração generalizada da taxa de crescimento populacional do

município de Votuporanga e de sua sub-região, com particular intensidade na área rural,

pode ser atribuído a uma conjunção de fatores: o esgotamento da fronteira agrícola pau-

lista, o êxodo rural, a intensificação do processo de urbanização e metropolização, aliada

a crise da agricultura de exportação, além da modernização diferencial da agricultura de

abastecimento; processos que redundaram combinadamente na perda crescente do dina-

mismo econômico dessa área. (SEADE, 1981; Tartaglia & Oliveira, 1988, Cano, 1988).�

Concorreram também para a perda do dinamismo econômico da região de Votupo-

ranga, as sucessivas oscilações do preço do algodão, as variações climáticas e a concorrên-

cia com outras zonas produtoras, (Vasconcelos, 1992; Peichoto, 2001) fatores que, aliados

ao fracasso da tentativa de inserção do município no complexo agroindustrial dos cítricos

da região de São José do Rio Preto, agravaram ainda mais as dificuldades econômicas de

pequenos proprietários e trabalhadores rurais (idem, ibidem).

Do mesmo modo, a enorme atratividade da metrópole paulista, bem como de outros

grandes centros urbanos do Estado, em virtude da forte concentração industrial dessas

áreas, em associação com o progressivo avanço da fronteira agrícola na região Centro-

Oeste do país, certamente contribuíram para o desaquecimento do crescimento demográ-

fico da região de Votuporanga.

Podemos perceber isso melhor na tabela 18, que coloca em números as perdas popu-

lacionais ocorridas com a desaceleração do crescimento; e mais claro ainda quando verifi-

camos a queda da porcentagem do incremento populacional que ocorreu entre 1960 e

1970.

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Tabela 18

Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.

Município de Votuporanga: 1950-1970

VOTUPORANGA 1950 1960 1970

Situação de Domicílio Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural

População 9.711 12.722 19.809 13.136 30.446 8.997

POPULAÇÃO TOTAL 22.433 32.945 39.443

% do incremento po-

pulacional 40,21 46,86 19,72

Grau de Urbanização

(%) 43,29 60,13 77,19

Fonte: Elaborado a partir de SEADE (1981) e Rodrigues, 2005: 55.

Ressaltamos aqui o dado da porcentagem do incremento populacional que mostra a

drástica queda do crescimento da população entre 1960 e 1970, de 46,86% para 19,72%.

Outro dado que demonstra a perda lentamente do dinamismo demográfico do muni-

cípio de Votuporanga, particularmente nessas décadas em questão, é quando se analisam

os saldos migratórios do município nesse período.

O saldo migratório negativo desse último período parece ser altamente influenciado

pela queda dos níveis de crescimento e do volume da população rural do município, pois

como foi demonstrado anteriormente (tabela 18), a população rural de Votuporanga sofre

um decréscimo absoluto, passando de 13.136 pessoas em 1960, para 8.997 pessoas em

1970, o que representa uma taxa de crescimento bastante expressiva de -3,71% ao ano,

nesse período. (Rodrigues, 2005)

Tabela 19

Saldos Migratórios Decenais*.

Município de Votuporanga - 1950-1970.

Saldos Migratórios

Município 1950/60 1960/70

Votuporanga 2.047 -2.254

Fonte: Elaborado a partir de SEADE (2004), 100 Anos de Estatísticas Vitais / Rodrigues, 2005: 55

*Calculados a partir do Método das Estatísticas Vitais, sem correção de sub-registro de óbitos e nas-

cimentos.

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Dessa forma, refletindo os dados mostrados anteriormente, a malha urbana do muni-

cípio sofre uma moderada expansão nessa década de 60, fortemente direcionada no senti-

do Rodovia Euclides da Cunha, em um processo de alastramento horizontal, ocupando es-

paços além das barreiras limitadoras. O loteamento Alvorada foi um marco para a expan-

são da malha urbana, pois ultrapassou o limite da Rodovia, que juntamente com a via fér-

rea, formavam os elementos limitadores da malha, conforme indicado no Plano Diretor de

1971.

Mapa 10

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 60.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

À medida que a ferrovia foi perdendo importância frente ao transporte rodoviário, as

atividades comerciais e industriais ali existentes tenderam a transferir-se, primeiramente,

para a área do centro tradicional e, posteriormente, (especialmente no caso das indús-

trias) para a área dos distritos industriais próxima à rodovia. Assim, as moradias populares

foram subsistindo sobremaneira na região da Estação Ferroviária, conformando essa região

(no extremo sul da malha urbana) como zona de periferia urbana. (Rodrigues, 2005: 114)

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A região da rodovia tornava-se um atrativo para a ocupação por contingentes popula-

cionais e pela indústria local; em contraponto com a ferrovia, que ainda atraía as grandes

empresas como a Ultrafértil, IRF Matarazzo, entre outras.

Assim, temos no final da década de 60, o início da mudança do eixo de crescimento

da malha urbana, anteriormente marcada no sentido Centro � Zona Sul e agora no sentido

Centro � Zona Norte.

1970 � 1980

Ao longo das décadas de 1970/80, a situação de desaceleração no ritmo do cresci-

mento apresenta alterações bastante significativas.

Como já foi dito no item anterior, tanto o Governo Federal quanto o Estado de São

Paulo, adotam uma clara orientação no sentido da interiorização do desenvolvimento e,

especialmente, de descompressão social, demográfica e urbana da capital paulista (Faria,

1983;Vasconcelos, 1992; Negri, 1996).

O governo estadual investe em infra-estrutura viária no interior de São Paulo, ampli-

ando e duplicando vias de ligação da metrópole com o interior e deste com outros estados.

A pavimentação da Rodovia Euclides da Cunha, SP-320, que liga Votuporanga à capital do

Estado, ocorreu nessa época, e influenciou também no desenvolvimento da malha urbana.

Ainda na década de 1970, o município começa a direcionar suas políticas públicas no

sentido de planejar o desenvolvimento da cidade. No início da década o poder público con-

trata a empresa - Grupo de Planejamento Integrado (GPI), para elaborar o �Plano de De-

senvolvimento Integrado� � PDI de Votuporanga, também considerado como o primeiro

Plano Diretor do Município.

O PDI e seus produtos: Lei de Zoneamento, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código de

Obras e de Posturas, foram aprovados pela Câmara Municipal no ano de 1971, apontando

que o traçado urbano não deveria transpor as rodovias e a linha férrea, ficando circunscri-

to em uma espécie de polígono. Apesar de ter sido aprovado pela Câmara Municipal, a au-

sência da participação do governo local, da classe política assim como da sociedade local

pode ser percebida pela aprovação de várias leis complementares e substitutivas nos anos

seguintes, contrárias ao que apontava o PDI.

Conforme nos relata Sant�Ana, 2007: 76

...�Talvez o melhor exemplo de desconsideração ao PDI de 1971 no plano físico seja

o loteamento do Bairro Pozzobon, que ao contrário das orientações do PDI de 1971, foi

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implantado às margens da Rodovia Euclides da Cunha, transpondo-a, próximo ao 1º Distri-

to Industrial, projetado pelo próprio PDI, no setor norte da cidade.�

... �Depois de aprovado, o Plano de Desenvolvimento Integrado de Votuporanga foi

abandonado pela administração pública local e nunca foi realmente colocado em prática.�

....

Assim, essencialmente a partir da estruturação do Pólo Comercial e Industrial de Vo-

tuporanga (1979) e dos dois primeiros distritos industriais (1978 e 1979, respectivamente)

que se abriu uma frente de expansão ao norte e noroeste do perímetro urbano, confor-

mando um novo eixo de intenso dinamismo econômico.

Mapa 11

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 70.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010

O texto do Diagnóstico do Plano de Desenvolvimento Integrado, realizado no início

dos anos 70, traz ainda informações importantes sobre questões urbanas da época. Entre

elas destacamos o abastecimento de água, de responsabilidade da Prefeitura Municipal,

que atendia cerca de 97% da área ocupada e já apresentava problemas de disponibilidade

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em quantidade e tratamento. A represa de captação era insuficiente para o suprimento da

demanda. Tanto a rede coletora de esgotos, que no inicio da década de 70 cobria aproxi-

madamente 50% da área bruta e das edificações, quanto a rede de captação de águas plu-

viais necessitavam ser ampliadas.

Outro ponto importante foi a constatação da insuficiência das áreas verdes e de lazer

no traçado urbano, sendo computado somente 1,6 m² por habitante, índice considerado

inaceitável, levando-se em consideração as condições climáticas da região.

A criação do PLAMIVO (Plano de Amparo e Incentivo Industrial de Votuporanga), já

comentado anteriormente, e os incentivos a industrialização ocorrido através deste, foi

fundamental para o desenvolvimento da economia local. Este plano também influenciou o

desenvolvimento da malha urbana desse período onde várias empresas se transferiram ou

novas empresas se instalaram nas áreas zoneadas para uso industrial, todas localizadas nas

franjas do perímetro urbano legal, no sentido norte-noroeste, conformando aglomerações

de moradia popular.

Todo esse cenário teve reflexo na evolução da malha urbana. Assim, a implantação

do 1º Distrito Industrial de Votuporanga as margens da Rodovia Euclides da Cunha, no setor

norte da cidade, e a projeção de outros mais a noroeste, direcionaram uma ocupação com

características popular para essa região.

A tabela 20 apresenta a evolução da população por situação de domicílio em Votupo-

ranga e evidencia, através da forte retomada do incremento populacional, a força de atra-

ção que o município exerceu em sua região de governo. Também deixa claro o crescimento

da população urbana, evidenciando uma tendência de concentração da população nas á-

reas urbanas.

Tabela 20

Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.

Município de Votuporanga: 1960-1980

VOTUPORANGA 1960 1970 1980

Situação de Domicílio Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

População 19.809 13.136 30.446 8.997 45.497 6.588

POPULAÇÃO TOTAL 32.945 39.443 52.085

Incremento Pop. (%) 46,86 19,72 32,05

Grau de Urbanização (%) 60,13 77,19 87,35

Fonte: Elaborado a parir de SEADE (2010)

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Esses dados demonstram também a polarização econômica e a concentração popula-

cional no município de Votuporanga que absorveu parte importante da população dos mu-

nicípios de seu entorno.

O Bairro Pozzobon - loteamento de baixa renda, destinado a trabalhadores, com ca-

sas construídas pela COHAB, foi implantado ao norte do 1º Distrito Industrial. Esse lotea-

mento abriu definitivamente a ocupação da zona norte, após a barreira Rodovia, e recebeu

rapidamente nas décadas seguintes, um grande afluxo populacional em decorrência de

vários loteamentos populares que surgiram no seu entorno.

�Atualmente o que popularmente é chamado de �Pozzobon� em Votuporanga, com-

preende também os Bairros Brisas Suaves, Santa Amélia, Votuporanga I, Pró-Povo, Jabuti-

cabeiras, Loteamento Jardim Morini, Loteamento Vila Residencial Bortoloti, Parque Rio

Vermelho, Parque das Nações I e II, COHAB Cris, Jardim Residencial do Prado, Jardim Nos-

sa Senhora Aparecida, Jardim Santa Iracema, Conjunto Habitacional Vereador José Nunes,

Jardim Canaã, Conjunto Habitacional João Albarelo, Loteamento Parque Residencial Coli-

nas e Vila Célio Honório Junior.� Sant�Ana, 2007

Dessa forma, a dinâmica de expansão imobiliária no espaço intra-urbano foi-se deslo-

cando paulatinamente do eixo centro-sul para o eixo centro-norte, ratificando o centro

tradicional (VILLAÇA, 2001).

No entanto, continuou deslocando a configuração dos bolsões de pobreza e das áreas

de moradia popular para frente de expansão norte, gerando um efeito indireto de enobre-

cimento da zona sul. Tudo isso ocorreu a despeito da permanência de antigos bolsões de

pobreza nessa região (como a favela Ipiranga, a mais importante e mais antiga do municí-

pio), ao longo das décadas seguintes. (Rodrigues, 2005)

Destarte, se por um lado, tem-se em Votuporanga um centro principal classicamente

segregado (concentrando crescentemente maiores parcelas das camadas de alta renda, ao

longo dos anos 1980, especialmente nos condomínios residenciais verticais), de outro lado,

tem-se uma periferia fortemente espraiada (que se amplia de sua localização mais antiga,

no extremo sul, na direção do extensor norte), distribuída em diversas aglomerações ao

longo da linha de limite do perímetro urbano. (Rodrigues, 2005)

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Mapa 12

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 80.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

1990 � 2.000

Na década de 1990, o município viveu o apogeu do setor moveleiro, tornando-se pólo

regional, com a implantação de um centro de especialização para a indústria moveleira,

para capacitação e formação de técnicos nesta área.

A produção de móveis das indústrias de Votuporanga entra para o mercado nacional e

algumas empresas alcançam os mercados externos, conquistando padrões de qualidade

internacional (ISO).

Entretanto, as recentes transformações na estrutura produtiva da indústria de trans-

formação (sobremaneira da moveleira) com a redução dos postos de trabalho de baixa qua-

lificação e a automação do chão de fábrica inflaram os níveis de desemprego da classe tra-

balhadora que, empobrecida, encontra crescentes dificuldades de garantir a reprodução da

vida cotidiana no urbano em Votuporanga, na década de 2000. (Rodrigues, 2005)

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A redução do volume de migrações intra-regionais para Votuporanga ao longo da dé-

cada de 1990; sugeri a ocorrência concomitante de dois fenômenos: o aumento da capaci-

dade de retenção dos municípios da RG de Votuporanga e a reestruturação produtiva ou

modernização de alguns setores da indústria votuporanguense.

Contudo, no final da década de 90, principalmente a partir de 1995, apesar do declí-

nio no setor da indústria moveleira, outros setores como o da indústria de alimentos e usi-

nas de álcool apresentaram crescimento. O setor do comércio também cresce significati-

vamente, mas com taxas de informalização que se reflete em piores condições de vida pa-

ra os trabalhadores

Da mesma forma a tabela 21 nos mostra o retrato da evolução da população nesse

período entre 1980 e 2000, confirmando a redução do poder de atração do município de

Votuporanga, onde o indicador do incremento populacional, que em 1991 estava em

23,45% cai para 17,08% em 2.000.

Por outro lado, a elevada proporção de população urbana no conjunto da população

do município no ano 2000, comprova a tendência de concentração de população nas áreas

urbanas, conforme dito anteriormente.

Tabela 21

Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.

Município de Votuporanga: 1980 - 2.000

VOTUPORANGA 1980 1991 2.000

Situação de Domicílio Rural Rural Urbana Urbana Rural Urbana

População 6.588 4.206 60.091 45.497 2.830 72.698

POPULAÇÃO TOTAL 52.085 64.297 75.528

Incremento Pop. (%) 32,05 23,45 17,08

Grau de Urbanização (%) 87,35 93,46 96,25

Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas

O resultado da conjunção na década de 1990, entre valorização imobiliária, desfun-

cionalização do 1º Distrito e transformações na estrutura produtiva da indústria (com evi-

dente desvantagem para os trabalhadores menos qualificados) foi uma intensa reorganiza-

ção desse espaço tradicional de moradia popular, com forte evasão das camadas operárias,

sensivelmente atingidas pelo desemprego, e a entrada substantiva, em seu lugar, de ca-

madas médias, com melhor situação socioeconômica, gerando uma forte valorização dos

mesmos, ou seja, a zona norte começa a ser ocupado pela classe média.

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Entre as décadas de 80 e 90 também a região central passa por um processo de valo-

rização imobiliária e adensamento, mudando rapidamente a paisagem através de uma in-

tensa verticalização do centro tradicional.

Foto 4

Vista aérea da região central do município de Votuporanga. Destaques para a verticaliza-

ção da região central - 1995

Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Votuporanga, 2004

Com o adensamento do núcleo central e a expansão física do centro tradicional, hou-

ve uma paulatina valorização imobiliária das áreas mais próximas do centro expandido,

delineando uma discreta alteração no perfil socioeconômico dos moradores da área, espe-

cialmente daqueles bairros mais antigos, que contavam com uma infra-estrutura urbana de

melhor qualidade.

Essa valorização das áreas residenciais localizadas no entorno do centro expandido e

o entorno do I Distrito Industrial geraram a expulsão dos mais pobres para loteamentos

mais distantes, em localizações menos privilegiadas � e, não raro, em espaços clandestinos

de moradia, conforme poderemos ver nos mapas 13 e 14.

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Mapa 13

Rendimento dos responsáveis por domicílio - 2000

Fonte: Rodrigues, 2005. Elaborado a partir das informações por setores censitários do Censo Demo-

gráfico-2000, pela Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura

Municipal de Votuporanga, 2003.

O mapa 14 ilustra as novas áreas ocupadas durante a década de 90, reforçando o es-

praiamento da periferia ao norte da malha urbana.

Mapa 14

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 90.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010

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Os Núcleos de habitações precárias � �favelas�

As transformações recentes na estrutura produtiva da indústria, com o conseqüente

enxugamento organizacional e redução das plantas produtivas redundou em aumento do

desemprego e depreciação da renda do trabalhador.

Desse modo, a capacidade de pagamento da habitação, pelas camadas operárias, re-

duziu-se, significativamente, o que redundou, para muitas famílias, na busca de outras

soluções habitacionais possíveis (inclusive a favela) ou no deslocamento para áreas em que

o custo da habitação fosse compatível com o poder aquisitivo dessas famílias.

Entre 1996 e 2001, houve, de fato, um célere crescimento da população favelada em

Votuporanga, o que refletiu a precarização do emprego, da renda e das condições de vida

dos trabalhadores.

De acordo com os levantamentos da Secretaria Municipal de Planejamento, Habita-

ção e Meio Ambiente (SEMPLA, 2002), no ano de 2001 existiam três principais núcleos que

se podiam denominar �favelas�, em Votuporanga, que totalizavam uma população de

1.581 pessoas.

Os três núcleos - Ipiranga, Própovo e São Damião, contavam com uma infra-estrutura

básica de fornecimento de água e energia elétrica; porém, os serviços de coleta de lixo e

saneamento básico eram ainda muito precários (SEMPLA, 2002). Segue uma resumida des-

crição da situação dos três núcleos:

1. Ipiranga - segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio

Ambiente (SEMPLA) é uma favela com mais de 45 anos de existência, e em 1996, contava

com uma população total de 480 moradores, saltando para 710, em 2001.

2. PróPovo � surgiu de uma má sucedida tentativa de desfavelamento de uma

área contígua ao Bairro Pozzobon na década de 80. Em 1996 contava com 670 moradores,

saltando para 768, em 2001.

3. São Damião - núcleo em acelerado processo de favelização, localizado no

bairro São Cosme e São Damião, surge em 1997, e já em 2001 conta com 103 moradores.

É realmente muito significativo que, em média, a população das favelas tenha cres-

cido 6,58% ao ano, enquanto a população do município cresceu, entre 1991-2000, a uma

taxa de 1,8% ao ano, e entre 2000-2004 a 1,49% ao ano (Seade, 2004).

Retomaremos o assunto no item sobre a política urbana no município.

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2.000 � 2.008

O desenvolvimento da indústria em Votuporanga, que se tornou entre os anos 1980 e

meados de 2.000 a principal atividade econômica do município, constituiu-se como ele-

mento determinante na sua estruturação urbana.

A zona norte, especialmente o bairro Pozzobon e seu entorno, se configura (ao lado

do centro tradicional) como uma das áreas mais populosas do município, transformando-se,

em vinte anos, em uma área bastante adensada, com progressiva valorização (vide mapa

15). A região passa a atrair para si parcelas cada vez mais expressiva da população do mu-

nicípio e mesmo de migrantes que buscavam em Votuporanga melhores oportunidades de

emprego e condições de vida mais favoráveis.

Por outro lado, a valorização das áreas mais próximas do centro tradicional permane-

ce nessa década e a expansão radial do centro tradicional é acompanhada pela expansão

radial da ocupação na direção do extensor norte.

�Efetivamente, a centralidade do núcleo tradicional se mantém na década de 2000,

muito embora a dilatação do centro expandido, formando um corredor na direção norte,

já prenuncie a conformação de uma nova centralidade na área norte, nas próximas déca-

das.� (Rodrigues, 2005)

Foto 5

Vista aérea de Votuporanga, vendo-se, em primeiro plano, a malha da zona de expansão

norte � 2000.

Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Votuporanga, 2004.

As maiores áreas com densidades demográficas alta, como demonstra o mapa 15, en-

contram-se localizadas na zona de expansão norte, onde predominavam os conjuntos habi-

tacionais para população de baixa renda, de constituição mais recente e onde a infra-

estrutura, equipamentos públicos e serviços urbanos estão disponíveis em menor escala e

ainda assim de forma muito assistemática, abrangendo basicamente os bairros mais próxi-

mos ao I Distrito Industrial.

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Mapa 15

Densidade Demográfica � Município de Votuporanga.

Dados do Senso 2.000.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006, com ajustes do

território realmente habitado. RM in B � 2010

Mapa 16

Distribuição Espacial da População, por Número Médio de Habitantes dos Domicílios.

Dados do Senso 2.000.

Fonte: Rodrigues, 2005. Elaborado a partir das informações por setores censitários do Censo Demo-

gráfico-2000, pela Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura

Municipal de Votuporanga, 2003.

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O mapa 16 apresenta a distribuição espacial da população segundo o número médio

de habitantes dos domicílios, fornecendo-nos um panorama aproximado da localização di-

ferencial das classes sociais no perímetro-urbano.

Em uma análise conjunta dos mapas 13, 15 e 16 verifica-se que, enquanto no centro

tradicional se encontram as menores densidades de habitantes por domicílio, nas franjas

do perímetro urbano, ao longo de todo o contorno da malha urbana se encontram as maio-

res densidades de habitantes por domicílios, coincidindo com os loteamentos que agregam

a população de menor renda.

Destarte, conforme nos afirma Rodrigues, 2005 ... �é absolutamente irrefutável que,

especialmente no curso das duas últimas décadas, a pressão imobiliária operou no sentido

da periferização das camadas populares, reiteradamente expulsas para porções do territó-

rio destituídas de acessibilidade, infra-estrutura e equipamentos urbanos, evidenciando o

poder de classe na estruturação do espaço intra-urbano e revelando uma contínua mobili-

dade espacial da população mais pobre, ratificando um padrão de expansão radial que

afasta, progressivamente, os pobres das localizações ótimas do capital.�

Mapa 17

Evolução Urbana do Município de Votuporanga.

Década de 2.000.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

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Assim Votuporanga chega na metade da década de 2000 com uma malha urbana dis-

tendida, pouco adensada e onerosa para os cofres públicos, além de um enorme déficit

habitacional, resultados da atuação desregulada do capital imobiliário e a omissão do Po-

der Público no que diz respeito à política urbana.

2.009

A força de atração que o município exerce sobre os municípios de sua região de go-

verno é ainda muito grande no fim da década e renovou-se nos últimos anos, como pode-

mos notar no setor de comércio e serviços. A população dos municípios vizinhos continua

recorrendo a Votuporanga em busca de serviços na área da Saúde e Educação, por exem-

plo, ou para usufruir do pujante comércio local. (fazer compras nos fins de semana ou nas

datas comemorativas).

Economicamente o município se adéqua a situação atual. O setor de Serviços conti-

nua sendo o setor com maior incremento no número total de pessoas empregadas, aumen-

tado sua participação no total dos vínculos empregatícios, permanecendo na liderança,

enquanto que o comércio decresce, mas ficando ainda à frente da Indústria. A indústria,

que apresentava um decréscimo até 2003, volta a crescer no final dessa década, com am-

pliação de suas atividades e diversificação de seus produtos.

Também os salários pagos pelos setores tiveram aumento consideráveis, com desta-

que para a Agropecuária e a Construção Civil, que alcançaram aumentos de 249,30% e

229,90% respectivamente, entre o ano de 2.000 e 2.008. Comparando as tabelas de Víncu-

los Empregatícios com a de Rendimento Médio no Emprego (Tabela 22 e 23), verificamos

que essas maiores altas ocorreram justamente nos setores que menos empregam, enquanto

que a menor taxa de valorização salarial (164,10%) ocorreu no setor que emprega maior

número de pessoas � Serviços. Essa diferença de aumento no salário da maior fatia de em-

pregados reflete na capacidade de sobrevivência da população no município e conseqüen-

temente, na situação habitacional.

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Tabela 22

Emprego Formal � Vínculos Empregatícios14

- 2003 e 2008

VOTUPORANGA 2003 2008

SETOR População % População %

Agropecuária 315 2,39 402 2,22

Construção Civil 190 1,44 593 3,28

Industria 3.264 24,77 5.281 28,10

Comércio 4.691 35,60 5.084 29,18

Serviços 4.716 35,79 6.735 37,22

Total de Vínculos Empregatícios 13.176 100 18.095 100

Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas

Tabela 23

Rendimento médio no emprego

Município de Votuporanga: 2.000 - 2.008

VOTUPORANGA 2000 2003 2008

SETOR Em reais Em reais Em reais

Agropecuária 303,34 468,56 756,17

Construção Civil 456,59 669,24 1.049,70

Industria 532,82 670,43 1.019,85

Comércio 449,86 565,80 897,07

Serviços 664,00 847,91 1.089,58

Rendimento Médio no Total de

Vínculos Empregatícios 551,76 703,19 1.006,43

Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas

14 Refere-se, em uma determinada data, ao total de vínculos empregatícios remunerados, efetivamente ocupa-

dos por trabalhadores com carteira de trabalho assinada (regime da Consolidação das Leis do Trabalho � CLT),

estatutários (funcionários públicos) e trabalhadores avulsos, temporários e outros, desde que formalmente

contratados, informados pelos estabelecimentos quando da elaboração da Relação Anual de Informações Soci-

ais � Rais, do Ministério do Trabalho.

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O município possuía em 2009 uma população estimada de 83.716 habitantes, distribu-

ídos em uma área total de 421,69 Km², compreendendo a área urbana e rural. (SEADE �

Perfil Municipal 2010). O perímetro urbano do município abrange uma área de 34,84 Km² e

abrigava em 2009 uma população de 81.435 habitantes.

Conforme podemos notar na tabela 24, o incremento populacional vem reduzindo

fortemente nos últimos 20 anos, saindo de uma taxa de 23,45 % em 1991 para 10,84% em

2009, indicando uma estabilização na relação de trocas populacionais com os municípios

vizinhos.

Tabela 24

Evolução da População Segundo Situação de Domicílio.

Município de Votuporanga: 1991 � 2009

VOTUPORANGA 1991 2.000 2009*

Situação de Domicílio Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana

População 4.206 60.091 2.830 72.698 2.281 81.435

POPULAÇÃO TOTAL 64.297 75.528 83.716

Incremento Pop. (%) 23,45 17,08 10,84

Grau de Urbanização15 (%) 93,46 96,25 97,28

* Utilizou-se as projeções realizadas pela fundação SEADE

Fonte: Elaborado a partir de Seade, 2010 � Informações dos municípios paulistas

Em contrapartida, o fluxo de munícipes que saem do campo em busca de uma vida

melhor na cidade ainda continuou a crescer e o grau de urbanização que estava em 93,46%

em 1991, salta para 97,28% em 2009, superando os índices da sua Região de Governo e do

Estado de São Paulo � 90.09% e 93,76% respectivamente.

15 Grau de Urbanização: Percentual da população urbana em relação à população total. Dados da Fundação

SEADE - http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php

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Gráfico 01

Grau de Urbanização � 2009. Estado de São Paulo, Região de Governo e Município de Votu-

poranga.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística � IBGE. Fonte SEADE

Também a Densidade Demográfica16

do Município, que alcança o valor de 200,43

hab./Km² em 2.010, supera o índice do Estado de São Paulo - 169,76 hab./Km², e está

muito acima do índice de sua Região de Governo � 35,95 hab./Km², conforme os dados do

IBGE e Fundação SEADE.

Gráfico 02

Densidade Demográfica � 2010. Estado de São Paulo, Região de Governo e Município de

Votuporanga.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística � IBGE. Fonte SEADE

16 Densidade Demográfica: Número de habitantes residentes de uma unidade geográfica em determinado mo-

mento, em relação à área dessa mesma unidade - http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php

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O aumento da densidade demográfica reflete o adensamento da malha urbana e a

ocupação dos vazios urbanos.

Como podemos verificar no mapa 18, os novos loteamentos (aprovados e em aprova-

ção) estão distribuídos por toda a malha urbana já consolidada, favorecendo o adensamen-

to do perímetro urbano. Esse adensamento pode ser considerado também como uma im-

portante estratégia de otimização dos recursos públicos.

Mapa 18

Evolução Urbana do Município de Votuporanga � 2009

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B - 2010

Por outro lado, a pressão para a expansão do perímetro urbano e abertura de novas

fronteiras urbanizáveis é muito forte e presente, ao ponto de ser aprovada em 16 de março

de 2.010, a Lei Complementar nº 157 que altera o artigo 103 da Lei Complementar nº 106 /

2007 (Plano Diretor Participativo do Município), visando ampliar o perímetro urbano para

adequar as novas áreas ocupadas pela indústria ao longo da Rodovia Euclides da Cunha,

sentido São José do Rio Preto e loteamentos na margem direta do Córrego Marinheirinho,

próximo à represa de captação da SAEV Ambiental.

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O Mapa 19 nos apresenta o novo perímetro delimitado pela lei complementar men-

cionada acima.

Mapa 19

Ampliação do Perímetro Urbano de Votuporanga - 2010

Fonte: Mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

Elaboração: RM in B - 2010

Área Urbana não alterada

Área a ser incluída no perímetro urbano

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5. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO

5.1. Histórico da Política Municipal de Habitação

Ao longo das ultimas décadas a política urbana municipal, especialmente a política

habitacional de Votuporanga, seguiu a lógica da demanda gerada pela indústria apoiada

pelo mercado imobiliário, sem intervir em sua aplicação. Assim, conforme vimos no histó-

rico do município, a ocupação das áreas mais afastadas da malha consolidada foi uma cons-

tante na história do município, onde a terra era mais barata, e os loteamentos, entregues

sem a infraestrutura, serviços e equipamentos urbanos necessários, forçando no longo pra-

zo, o Poder Público a assumir o ônus de implantá-los.

Em entrevista realizada pela socióloga Fabíola Rodrigues, o Ex-Secretário de Plane-

jamento, Habitação e Meio Ambiente � Arq. Urbanista Gustavo de Souza Fava relata, de

seu ponto de vista, as condições históricas sob as quais se deu a estruturação urbana de

Votuporanga, a partir dos anos 1980. Assim, segundo Fava,

... �nós fomos periféricos dentro do processo de industrialização, então vem daí essa

permissividade [do poder público em relação ao capital] (...), porque o poder público nun-

ca foi afastado do empresariado, do investidor e, especialmente, dos proprietários de ter-

ras, na verdade, ele foi, na região toda, um instrumento desse pessoal (...). A partir da

legislação urbanística da década de 70 (...) é que começa a ser exigência, especialmente a

partir de 95 com a instalação do plano diretor é que se passa a exigir efetivamente a in-

fraestrutura [do loteador] (...) [até então] se acreditava que o pobre não teria acesso ao

lote com toda a infra-estrutura, ele não teria condições, como de fato (...) muitos dos

nossos pobres não tem condições (...), o que justificaria loteamentos sem infra-estrutura.

Mas isso foi também o processo de afirmação de uma nova legislação, a partir do reconhe-

cimento de que a cidade não suporta, em seu orçamento, manter o ritmo de expansão com

baixa qualidade na infra-estrutura e na produção do espaço...� (Gustavo de Souza Fava,

Ex-Secretário de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de

Votuporanga, entre 2.000 e 2.007). Rodrigues, 2005.

De fato, conforme nos relata o Ex-Secretário, somente a partir da legislação urbanís-

tica da década de 70 e especialmente a partir do Plano Diretor de 1995 é que o município

se ocupa do fomento à habitação de interesse social, especialmente quanto à produção de

lotes urbanizados disponíveis às camadas populares.

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Sem uma política habitacional, Votuporanga entra no século XXI com uma malha ur-

bana distendida, pouco adensada, onerosa para os cofres públicos e com um déficit habita-

cional em 2.004 que, conforme estimativas oriundas dos estudos técnicos da Secretaria de

Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, estava em torno de 2.500 unidades habitacio-

nais. Levando-se em conta que o número médio de pessoas por domicílio no município em

2.000 era de 3,24, o déficit de 2.500 unidades representa um contingente de 8.100 pessoas

(10,11% da população do município) demandantes por habitação.

O Plano Diretor Participativo do Município de Votuporanga foi elaborado durante o

ano de 2.006 e instituído em 08 de novembro de 2.007 sob forma da Lei Municipal Com-

plementar nº 106, sobre as primícias da Constituição Federal, principalmente dos artigos

182 e 183 e do Estatuto da Cidade � Lei Federal 10.257/2.001.

Com o conhecimento dos dados acima e com a realização de um novo diagnóstico lo-

cal, o Plano Diretor buscou definir objetivos e diretrizes básicas para uma política habita-

cional. Assim, foi instituído em seu Capitulo II, artigo 3º, inciso I e II, os objetivos a serem

alcançados pelo Plano: a �Função Social da Cidade e a Função Social da Propriedade�. Já

nos 4º, incisos I, II, XXIX, XXX, XXXI e XXXII, definiu-se diretrizes gerais que deverão ser

levadas em consideração, quando da elaboração de uma Política Municipal de Habitação.

Tais diretrizes tratam de: coibição da segregação sócio-espacial; promoção do acesso à

cidade para todos, valorizando os aspectos relativos à moradia e ao saneamento ambien-

tal, entre outros; à implantação dos instrumentos de regulação urbanística baseados no

interesse público; à produção de habitação de interesse social com qualidade; definição de

áreas adensáveis e não adensáveis, de acordo com a capacidade de suporte da infra-

estrutura instalada e preservação ambiental; e promoção da urbanização e da regulariza-

ção fundiária das áreas ocupadas pela população de baixa renda, garantindo a preservação

ambiental. E aprofundou-se na questão Habitacional no Capitulo IX, que trata da Política

de Infra-Estrutura e Habitação, principalmente na Seção III que lida especificamente com

�Habitação�; assim como também, no Título V, que trata dos �Instrumentos de Política

Urbana, onde definiu-se os principais instrumentos de intervenção por parte do Poder Pú-

blico na propriedade imóvel, para a promoção, o planejamento, o controle e a gestão do

desenvolvimento do município.

O Plano Diretor não delimitou as áreas de ação dos instrumentos, mas definiu que se-

ria regulamentado posteriormente através de Lei Municipal. Dessa forma, o arcabouço ju-

rídico e urbanístico estava definido, necessitando apenas ser regulamentado, fato esse que

não ocorreu até os dias de hoje.

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Apesar do Plano Diretor ter sido elaborado com uma pequena mas significativa parti-

cipação popular (ata das reuniões realizadas nos setores), e instituído em 2.007, pouco se

avançou nos anos subseqüentes no sentido de regulamentar os instrumentos jurídicos e

urbanísticos definidos ou de constituir uma Política Habitacional Municipal.

Com o intuito de obter dados atuais sobre a demanda habitacional no município e

com isso poder elaborar projetos e inclusive estipular diretrizes de ação na área habitacio-

nal, a atual gestão abriu inscrições para o Programa Habitacional Municipal � �Habitação

para Todos� entre os dias 19 e 30 de maio de 2.009. Este programa municipal, conforme

informações do Departamento de Habitação da Prefeitura, será realizado em parceria com

a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano � CDHU e Caixa Econômica Federal

e tem como meta �diminuir o déficit de moradias junto a classe trabalhadora� (frase reti-

rada do folheto distribuído à época do evento). O Programa possui como objetivo principal

a construção de mil unidades habitacionais, para famílias com renda de 1 a 3 salários mí-

nimos e de 3 a 10 salários mínimos.

Fotos do dia da inscrição:

Foto 6 � Faixa de divulgação das inscrições para o Programa �Habitação para Todos�. Acervo: Depar-

tamento de Habitação � Secretaria de Obras e Habitação.

Foto 7 e 8 � População interessada cadastrando-se no Programa �Habitação para Todos�. Acervo:

Prefeitura do Município de Votuporanga; Departamento de Habitação.

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De acordo com o Departamento de Habitação que ficou responsável pela compilação

e ordenação das inscrições / cadastro, o município possui uma demanda de 10.837 unida-

des habitacionais, distribuídas entre a área urbana do município e o distrito de Simonsen.

A tabela abaixo demonstra um resumo dos dados compilados.

Tabela 25

Cadastramento Habitacional � Programa �Habitação para Todos�.

Município de Votuporanga � 2009

Setores da população Número de Inscrições

População geral 9.192

Idosos 728

Funcionários Públicos Municipais 458

Deficientes Físicos 239

Policia Militar 93

Simonsen 127

TOTAL GERAL 10.837

Elaborado a partir do cadastro da Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habita-

ção.

Com o intuito de classificar a demanda habitacional em grupos de atendimento de

acordo com as faixas de rendimento estipuladas no Plano Nacional de Habitação � PLA-

NHAB, os dados da tabela 25 acima foram reorganizados conforme segue:

Tabela 26

Classificação do Cadastro Habitacional nos moldes do PLANHAB.

Município de Votuporanga - 2009

Grupo de Atendimento Faixa de Rendimento familiar17

Número de Inscrições

Grupo 1 De 0 a 1,5 s.m. 5.850

Grupo 2 De 1,5 a 3 s.m. 4.229

Grupo 3 De 3 a 5 s.m. 626

Grupo 4 De 5 a 10 s.m. 102

Grupo 5 Mais de 10 s.m. 30

TOTAL GERAL 10.837

Fonte: Elaborado a partir do cadastro da Secretaria Municipal de Obras e Habitação da Prefeitura

Municipal de Votuporanga. Elaboração: RM in B - 2010

17 PLANHAB - valor de referência o salário mínimo de R$ 415,00 (2.008)

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Analisando a tabela 26 acima, verificamos que a maior demanda por habitação está

concentrada na população com renda entre 0 e 3 salários mínimos; ou seja, 10.079 inscri-

tos, que corresponde a 93% da demanda, não possui capacidade de assumir financiamento

habitacional sem subsídios ou descontos, permanecendo dependentes de Programas Habi-

tacionais Municipal, Estadual e/ou Federal.

Insta salientar que os dados do cadastro não representam o déficit habitacional do

município, tendo em vista que qualquer pessoa que desejasse uma habitação poderia se

inscrever no Programa. No entanto, o maior valor desse levantamento é o de demonstrar a

enorme demanda habitacional reprimida que existe no município � 10.837 unidades, o que

representa, levando-se em conta o número médio de pessoas por domicílio no município,

(3,24) em 2000, um contingente de 35.112 pessoas, correspondendo a aproximadamente

41,94% da população do município em 2.009 (83.716 habitantes18) demandantes por habi-

tação.

5.1.1. Produção Habitacional através das Companhias de Habitação

A produção pública de habitação no sentido de responder a uma demanda crescente

por novas moradias no município ocorreu em períodos bem definidos, conforme veremos

adiante. No entanto, toda a produção pública foi viabilizada através da parceria do muni-

cípio com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo

� CDHU (antiga CECAP); e, com menor expressão, com a Companhia de Habitação Popular �

COHAB e com Companhia Regional de Habitações de Interesse Social � CRHIS.

Essa parceria para a produção de novas unidades é realizada através da cessão de

terra urbanizada pelo município, incluindo, na maioria dos casos, as demais infra-

estruturas. Isso implica uma importante participação e investimentos do nível local para a

ampliação do atendimento habitacional no município, o que ao longo dos anos tem se mos-

trado como um fator limitante.

O primeiro período dessa produção pública de habitação ocorreu entre os anos de

1981 e 1983. Porém, data de 1969 o primeiro conjunto habitacional de Votuporanga, de-

nominado de �Parque CECAP I�, construído pela antiga Companhia Estadual de Casas Popu-

lares � CECAP, hoje denominada de CDHU. Esse conjunto é composto de 100 unidades uni-

18 Fonte - SEADE 2.009

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familiares térreas, construídas na zona sul do município as quais foram entregues em 01 de

janeiro de 1969 19.

Efetivamente, considerando o primeiro conjunto de 1969, foram realizados 4 empre-

endimentos habitacionais até 1983, sendo 2 pela CDHU e 2 pela COHAB, todos em parceria

com a prefeitura de Votuporanga, perfazendo um montante de 1.134 unidades habitacio-

nais.

O primeiro conjunto, �CECAP I�, já está descrito acima.

O segundo empreendimento habitacional foi construído pela COHAB e de-

nominado de �Conjunto Habitacional Brisa Suave�, sendo entregue em 21 de fevereiro de

1981. Nesse conjunto foram produzidas 523 unidades unifamiliares térreas, na zona norte

da cidade, próximo ao 1º Distrito Industrial20.

O terceiro conjunto foi produzido novamente pela CECAP e denominado

como �Conjunto Habitacional Votuporanga B�, mas ficou conhecido como Parque CECAP II.

Neste foram construídos 310 unidades unifamiliares térreas, entregues em 21 de junho de

1982, localizadas a noroeste da malha urbana.

O quarto e ultimo conjunto dessa etapa foi implantado pela COHAB e en-

tregue em 25 de fevereiro de 1983, onde foram construídas 201 unidades unifamiliares

térreas, denominado de Parque das Nações e localizado no extremo da malha urbana na

zona norte do município.

Vale ressaltar aqui a enorme produção pública habitacional destinada à Zona Norte �

724 unidades das 1.134 produzidas nesse período, reforçando o crescimento dessa região,

já impulsionado pela instalação das indústrias do município.

A tabela 27 nos mostra um resumo desse período.

19 Site da Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo �

http://www.habitacao.sp.gov.br/saiba-como-funciona-a-cdhu/producao/oferta-cdhu.asp?Pag=oferta-

cdhu&situacao=3&destHab=1&municipio=423&Nome=VOTUPORANGA 20 Informação obtida do Site da COHAB � RP; regional de Ribeirão Preto:

http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/cohab/i08conjcrono.php

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Jardim Brisa Sua-

Parque Cecap I

Parque das Nações

Parque Cecap II

Tabela 27

Empreendimentos concluídos pela CDHU e pela COHAB em parceria com a Prefeitura Muni-

cipal de Votuporanga.Período: 1969 � 1983

Nome do Con-

junto Agente Localização

Projeto

U.H�s. Entregue

Parque

CECAP I

CDHU / PM Vo-

tuporanga

CECAP I � R Gov Fernando Costa,

entre R Pernambuco e São Paulo

� Z Sul

100 01/01/1969

Jardim Brisa

Suave

COHAB / PM

Votuporanga

Pozzobon � Av Emilio Arroyo

Hernandes, entre R Rio Solimões

e Rio Negro � Z Norte

523 21/02/1981

Parque CECAP

II (Votup. B)

CDHU / PM Vo-

tuporanga

CECAP II � R Aristides Gallo,

entre R Cardoso e Av 9 de Julho

� Z Oeste (noroeste)

310 21/06/1982

Parque das

Nações

COHAB / PM

Votuporanga

Parque das Nações - Av Emilio

Arroyo Hernandes, entre R Ja-

pão e Holanda � Z Norte

201 25/02/1983

Total 1134

Fonte: CDHU; COHAB e PMV, 2010.

Mapa 20: Localização dos empreendimentos concluídos entre 1969 e 1983.

Elaboração: RM in B, 2.010.

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Exemplo de conjunto concluído pela CDHU � CECAP I

Mapa de localização e imagem aérea (4) do Conjunto CECAP I.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

O segundo período de destaque para a produção pública habitacional ocorreu entre

os anos de 1992 e 1998, praticamente dez anos após a construção do ultimo empreendi-

mento habitacional.

Nessa etapa, as Companhias Habitacionais que implantaram conjuntos habitacionais

com o apoio da Prefeitura foram: Companhia Regional de Habitações de Interesse Social �

CRHIS, CDHU e Companhia Habitacional dos Comerciários do Estado de São Paulo;

O primeiro conjunto construído nesse período foi pela CRHIS (Empresa de Economia

Mista atuando na área da Habitação Popular), em 1992, com 558 unidades habitacionais

financiadas pela Caixa Econômica Federal. O Conjunto Habitacional foi denominado de

�João Albarello�, e está localizado na Zona Norte do município.

A CDHU realizou neste período, 595 unidades habitacionais unifamiliares térreas a-

través da modalidade �Empreitada Global�, divididas em 4 conjuntos habitacionais, distri-

buídos conforme segue:

2 conjuntos na Zona Sul � Conjunto Habitacional �Votuporanga D�, hoje

denominado de �José Esteves�, com 13 unidades habitacionais térreas e entregue em

1993; e �Votuporanga E�, hoje denominado conjunto �Parque Residencial do Lago� (parte

deste), finalizado em 1996, tendo produzido 52 unidades habitacionais térreas, com 32,67

m² de área útil21

; com infra estrutura (água, esgoto, energia elétrica e pavimentação) to-

talmente implantada e paisagismo, além da construção de um centro comunitário;

21 Valor da unidade: R$ 12.039,10 atualizado para 2.010

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1 conjunto na Zona Leste � Conjunto Habitacional �Votuporanga C�, conhecido

como Jaboticabeira, com 98 unidades unifamiliares térreas � concluído em 1994; e

1 conjunto na Zona Norte � Conjunto Habitacional �Votuporanga I�, denomina-

do posteriormente de Conjunto �Vereador José Nunes�, com 432 unidades unifamiliares

térreas de 32,67 m² de área útil22

; com infra estrutura (água, esgoto e energia elétrica)

totalmente implantada, além da construção de um centro comunitário. O empreendimento

foi entregue em 1998.

Ainda no ano de 1998, a Companhia Habitacional dos Comerciários do Estado de São

Paulo implantou parte do Conjunto Habitacional �Jamir D� Antonio�, também conhecido

como Loteamento �Jardim dos Lagos�, localizado na região Sudeste da malha urbana do

município, com 254 unidades habitacionais.

No total, os seis projetos representam a produção de 1.407 unidades habitacionais no

município, conforme indica a tabela 28.

Tabela 28

Empreendimentos concluídos pela CRHIS, CDHU e pela Cooperativa Habitacional do Comér-

cio do Estado de São Paulo em parceria com a Prefeitura Municipal de Votuporanga. Perío-

do: 1992 � 1998

Nome do Conjunto Agente Localização Projeto

U.H�s. Entregue

João Albarello

(Votuporanga 1) CRHIS/ CEF / PMV

R João Ferreira do Nas-

cimento, entre R Ru-

bens Zanini e Cesar

Waldemar Caldorin � Z

Norte

558 03/09/1992

José Esteves (Vo-

tuporanga D) CDHU / PMV

Jardim Progresso - R São

Pau-lo, entre R Olga

Loti Camargo e Fernan-

do Costa � Z Sul

13 09/03/1993

Jaboticabeira (Vo-

tuporanga C) CDHU / PMV

R Horácio dos Santos,

entre Francisco Rossini

e Francisco Bortolozzo �

Z Leste

98 06/05/1994

(Parcial) Parque CDHU / PMV Entre R Valdevir de Oli- 52 24/02/1996

22 Valor da unidade: R$ 12.777,26 atualizado para 2.010

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Vereador José Nunes

José Esteves

Residencial do Lago

João Albarello

Jaboticabeira

Jamir D� Antonio

Nome do Conjunto Agente Localização Projeto

U.H�s. Entregue

Residencial do

Lago (Votuporan-

ga E)

veira Guena, Roraima e

Laureano Arroyo Her-

nandes � Z Sul (sudeste)

Vereador José

Nunes

(Votuporanga I)

CDHU / PMV

R Rubens Roveri, João

Singolani, Joaquim Vi-

cente Gonçalves e Ar-

melindo Brunini � Z Nor-

te

432 26/06/1998

Jamir D� Antonio

Cooperativa Habi-

tacional do Comér-

cio do Estado de

São Paulo / CEF

R Henrique Negrine,

Raul Ferreira de Carva-

lho, Angelo Dalben e

Felício Gorayb � Sudeste

254 31/08/1998

Total CRHIS/CDHU/CHCESP 1.407

Fonte: CDHU; CRHIS e PMV, 2010.

Mapa 21:

Localização dos empreendimentos concluídos entre 1992 e 1998.

Elaboração: RM in B, 2.010.

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Exemplo de conjunto concluído pela CRHIS � Conjunto Habitacional �João Albarello�.

Mapa e imagem aérea (5) - Conjunto Habitacional �João Albarello�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Após a construção do Conjunto Habitacional Jamir D�Antonio em 1998, a produção

pública habitacional em maior escala só foi retomada em 2.005/2.006, com a entrega do

Conjunto �Votuporanga J� � Conjunto Habitacional �Sonho Meu�, realizado pelo sistema de

Auto Construção, através do Programa de Atuação em Favela e Áreas de Risco da CDHU.

A construção do Conjunto �Sonho Meu� iniciou-se em 01 de julho de 2.005 e produziu

151 habitacionais unifamiliares térreas, com 43,18 m² de área construída e 39,42 m² de

área útil23. A data de entrega (comercialização) foi em 07 de julho de 2006, e todo o con-

junto contava com água, esgoto, energia elétrica e pavimentação.

O conjunto atendeu 123 famílias oriundas do núcleo Ipiranga, em uma ação de desfa-

velamento programada pelo poder público, com o objetivo de desadensar a Favela do Ipi-

ranga. Outras 28 famílias vieram de áreas de risco e outros núcleos do município.

23 Valor unitário de R$ 13.655,59, valores de 2005.

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Após busca realizada no Site da CEF durante os meses de realização deste Diagnóstico

e também junto aos departamentos da Prefeitura de Votuporanga, localizamos dados de

dois (2) loteamentos realizados com financiamento da citada entidade financeira, ambos

dentro do Programa �Imóvel na Planta�24

� realizado com recursos do Fundo de Garantia do

Tempo de Serviço � FGTS, destinados a famílias com renda de até cinco salários mínimos e

com data de entrega de 2.007. Os investimentos somaram R$ 5,6 milhões. São eles:

Loteamento �Residencial Noroeste� � Modulo I = 72 Unidades Habitacionais: O

empreendimento é composto de três módulos totalizando 137 unidades habitacionais. Para

este 1º módulo foram destinados R$ 2,3 milhões para a construção de 72 residências. A

entrega de mais 37 casas do Módulo II está prevista para até o final de maio deste ano. O

módulo III viabilizará mais 30 novas moradias e o contrato de financiamento foi assinado

em fevereiro de 2007.

As casas têm 40,92 metros quadrados de área construída com dois dormitórios, sala,

cozinha e banheiro25

. O empreendimento conta com toda a infra-estrutura necessária em

lotes já urbanizados. Os imóveis se localizam na área de expansão urbana de Votuporanga

nas Ruas Antonia Biliato, Rosa Rita Santos Sabadotto, Eduardo Joaquim Neves e Av. José

Campos Lário. Os imóveis foram entregues em 04 de abril de 2.007.

Loteamento �Parque Residencial do Lago� = 95 Unidades Habitacionais. Foram in-

vestidos R$ 3,3 milhões para a construção das casas.

As casas terão 41,91 metros quadrados de área construída com dois dormitórios, sala,

cozinha, banheiro e área de serviço26

. O empreendimento conta com toda a infra-estrutura

necessária em lotes já urbanizados. Os imóveis se localizam nas Ruas Roraima, Osvaldo

Grandizolli e Laureano Arroyo Hernandes.

Ainda com o apoio da CDHU, através do Programa Habitacional de Integração � PHAI,

foram construídas mais cinco (5) unidades habitacionais, sendo duas unidades em 2008 e 3

unidades em 2009.

24 Imóveis na Planta FGTS - Linha de Crédito destinada à produção de empreendimentos habitacionais, que

utiliza recursos do FGTS com financiamento direto às pessoas físicas. A modalidade é destinada para famílias

com renda familiar de até cinco salários mínimos - Carta de Crédito FGTS Associativo. 25 O valor de venda de cada unidade foi de R$ 32.650,00 e a CAIXA financiou até 100% desse valor aos benefici-

ários finais (Pessoas Físicas) dependendo da capacidade de pagamento dessas famílias. 26 O valor de venda de cada unidade foi de R$ 35 mil e a CAIXA ofereceu o financiamento de até 100% do imóvel

em um prazo de até 20 anos, com encargos de até 8% a.a.

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Residencial Noroeste

Residencial do Lago

Sonho Meu

Tabela 29

Empreendimentos concluídos pela CDHU e Caixa Econômica Federal em parceria com a

Prefeitura Municipal de Votuporanga. Período: 2006 � 2009

Nome do Conjun-

to Agente Localização

Projeto

U.H�s. Situação

�Votuporanga J�

Sonho Meu

CDHU / PM

Votuporanga

R Fábio Cavallari com R Apare-

cido Felício de Castro � Z Sul

(sudoeste)

151 Entregue em

7/07/2006

Residencial No-

roeste C.E.F.

Ruas Antonia Biliato, Rosa Rita

Santos Sabadotto, Eduardo

Joaquim Neves e Av. José

Campos Lário � Z. Oeste

137 Entregue em

2007/2008

(Parcial) Parque

Residencial do

Lago

C.E.F.

Ruas Roraima, Osvaldo Grandi-

zolli e Laureano Arroyo Her-

nandes � Z. Leste (sudeste)

95 Entregue em

20/04/2007

Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em

26/09/2008

Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em

07/11/2008

Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue

30/01/2009

Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em

31/01/2009

Votuporanga CDHU - PHAI - 1 Entregue em

28/02/2009

Total CDHU 388

Fonte: CDHU, 2010.

* PHAI � Programa Habitacional de Integração � destinados a servidores públicos.

Mapa 22:

Localização dos empreendimentos concluídos entre 2.006 e 2.009.

Elaboração: RM in B, 2.010.

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Exemplo de conjunto concluído pela CDHU � Conjunto Habitacional �Sonho Meu�.

Imagem 6 e 7 � Vista aérea da área do Conjunto Habitacional �Sonho Meu� - maio de 2.002 e setem-

bro de 2.006.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2002 - 2006.

Foto 9 e 10 � Conjunto Habitacional �Sonho Meu�, 2.009. Tipologia das habitações implantadas e

infra estrutura existente no local.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

Outros quatro projetos estão em desenvolvimento no município através da CDHU:

�Votuporanga K� � conjunto de 10 unidades habitacionais com 55,87 m²

de área construída e 52,64 m² de área útil27, produzidas através da modalidade de Admi-

nistração Direta em fase de produção. As unidades atenderão as famílias do núcleo Santa

Amélia.

27 Valor unitário de R$ 48.572,70, valores de 2008.

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Dois projetos estão em fase de contratação, e irão ser implantados atra-

vés do Programa Habitacional de Integração � PHAI Servidor Público, na modalidade �Carta

de Crédito�; temos: o empreendimento �VOTUPORANGA - SERV. 29/06/06 - 4/2010�, com

contratos assinados em fevereiro de 2009, irá produzir 10 unidades28

; e o empreendimento

�VOTUPORANGA - PHAI 001/08 - 4/2010� entregará uma unidade29.

Conjunto Habitacional �Monte Verde�: o empreendimento está em pro-

gramação, e de acordo com a CDHU irá produzir 454 unidades habitacionais e 46 lotes co-

merciais, totalizando 500 lotes. As unidades terão aproximadamente 53 m² de área30

, dis-

pondo de 3 dormitórios, produzidas através da modalidade de Administração Direta.

A Caixa Econômica Federal possui dois investimentos em loteamentos no Município,

dentro do Programa do Governo Federal - �Minha Casa, Minha Vida�, sendo eles:

Conjunto Habitacional �Monte Alto�: localizado na Av. República do Líba-

no, confluência com a Av. Francisco Bueno Baeza, o conjunto será constituído de 210 uni-

dades habitacionais sendo que as 210 famílias beneficiadas serão sorteadas dentre aquelas

que efetuaram suas inscrições no Programa Municipal �Habitação para Todos�, em 2.009, e

cuja renda familiar compreende de 0 a 3 salários mínimos�.

Conjunto Habitacional em Simonsen: localizado no prolongamento da Rua

São Paulo, na zona sudoeste do Distrito, o conjunto é constituído de 32 unidades habita-

cionais que foram sorteadas dentre as 127 inscrições no Programa Municipal �Habitação

para Todos�, realizado em 2.009, e ainda conforme critérios sociais do programa.

No total, os projetos representam a produção de 763 unidades habitacionais no mu-

nicípio conforme indica a tabela 30.

28 Valor unitário de R$ 60.545,82, valores de 2009. 29 Valor unitário de R$ 24.925,00, valores de 2009. 30 Valor unitário de R$ 50.000,00, valores aproximados de 2009.

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Tabela 30

Empreendimentos Programados ou em Produção através da CDHU e Caixa Econômica Fede-

ral (programa �Minha Casa, Minha Vida�) em parceria com a Prefeitura Municipal de Votu-

poranga. Período: 2009 - 2012

Nome do Conjunto Agente Localização Projeto

U.H�s. Situação

�Votuporanga K� CDHU / PM

Votuporanga

Ruas Renato Fonseca,

Irene Galvani Casado,

Paulo Moretti e Rio Colo-

rado - Z Norte

10 Em produção

�Votuporanga -

SERV. 29/06/06�

CDHU / PM

Votuporanga Não localizado 10

Em contra-

tação

�Votuporanga - PHAI

001/08�

CDHU / PM

Votuporanga Não localizado 1

Em contra-

tação

�Votuporanga XVI� �

Conjunto Habitacio-

nal Monte Verde

CDHU / PM

Votuporanga

Rodovia Péricles Bellini ,

continuação da Av. Ono-

fre de Paula, ao lado do

Residencial Noroeste - Z

Oeste

500 Em progra-

mação

Conjunto Habitacio-

nal Monte Alto **

CEF / PM

Votuporanga

Av. República do Líbano,

confluência com a Av.

Francisco Bueno Baeza �

Z. Sul (sudoeste)

210 Em processo

de licitação

Vila Residencial

�Hermínio Roque

Fávaro�

CEF / PM

Votuporanga

Simonsen - Prolongamen-

to da Rua São Paulo � Z.

Sudoeste

32 Em constru-

ção

Total 763

Fonte: CDHU 2010 e P.M.Votuporanga.

* Oficialmente a CDHU divulga em seu site o montante de 454 unidades habitacionais

e mais 46 lotes comerciais; sendo que o projeto com esse montante já está sendo analisa-

do pelo GRAPROHAB, conforme informação veiculada no Site da Prefeitura em

17/03/2.010.

** O Conjunto Habitacional Monte Alto, segundo informações do Departamento de

Habitação, terá as 210 unidades habitacionais sorteadas dentre aquelas famílias cuja renda

familiar esteja compreendida entre 0 e 3 salários mínimos e que efetuaram suas inscrições

no Programa Municipal �Habitação para Todos�, realizado em 2.009.

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Votuporanga XVI

- Monte Verde

Monte Alto

Votuporanga K �

Santa Amélia

Hermínio Ro-

que Fávaro

Mapa 23:

Localização dos empreendimentos programados

ou em produção - 2009 � 2012.

Elaboração: RM in B, 2.010.

Exemplo de conjunto em construção, financiado pela Caixa Econômica Federal � Vila

Residencial �Hermínio Roque Fávaro� � Simonsen.

Projeto do Conjunto Vila Residencial �Hermínio Roque Fávaro� � Distrito de Simonsen.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Planejamento Urbano.

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Fotos Simonsen

Foto 11 e 12 � Reunião realizada com as 32 famílias sorteadas do Distrito de Simonsen e visita às

obras do Conjunto denominado Vila Residencial �Hermínio Roque Fávaro� � 10/04/2.010.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

Foto 13 e 14 � Visita às obras do Conjunto denominado Vila Residencial �Hermínio Roque Fávaro� �

10/04/2.010, no Distrito de Simonsen.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

5.1.2. Núcleos de Habitação Precária e a produção Habitacional através

do Poder Público

A partir da década de 1990 pouco se realizou, por parte do poder público, no sentido

de ampliar a oferta de unidades habitacionais. Ao se avaliar os programas públicos munici-

pais, verifica-se que o investimento se deu basicamente no sentido de melhorar a habitabi-

lidade das residências das favelas e não na produção habitacional.

A forma de atuação da Prefeitura de Votuporanga foi através das ações voltadas para

as situações de risco, precariedade e irregularidade habitacional no município.

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Confirmando essas colocações, temos a tabela 31 com os dados das ações públicas

voltadas para a questão habitacional, realizadas entre os anos de 1992 e 1998.

Tabela 31

Ações voltadas à habitação realizadas e concluídas pela Prefeitura Municipal de Votuporan-

ga.

Período: 1992 � 1998

Nome do Conjunto Agente Localização Projeto

U.H�s. Entregue

Núcleo Santa Feli-

cidade

PM Votupo-

ranga

Bairro São João � entre R Olim-

po Formenton, Olga Loti Ca-

margo, Claudio Pereira e José

Abdo � Z Sul

33 02/06/1995

Vila Esperança PM Votupo-

ranga

Bairro São João � entre R Minas

Gerais, Dr. Antonio Alves da

Silveira e Francisco Luiz Ferrei-

ra � Z Sul

20 01/07/1996

Jardim

Palmeiras I

PM Votupo-

ranga Z Sul 17 13/05/1997

Ranulfo Carros

Antonio (Renas-

cença I)

PM Votupo-

ranga

Bairro da Estação � Av Conde

Francisco Matarazzo, Francisco

Bueno Baeza, e R Antonio Ro-

drigues � Z Sul

41 28/11/1997

Antonio Álvares

Esquirel (Renas-

cença II)

PM Votupo-

ranga

Bairro da Estação � R Antonio

Rodrigues Craveiro Junior, Pre-

sidente Dutra e Dr. Joaquim

Franco Garcia � Z Sul

48 28/11/1997

Total PMV 159

Fonte: PMV, 2010.

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Vila Esperança

Antonio Álvares

Esquirel

Jardim Palmeiras I

Ranulfo Carros

Antonio

Santa Felicidade

Mapa 24:

Localização das ações em núcleos entre 1.992 e 1.998.

Elaboração: RM in B, 2.010.

Exemplo de Conjunto Habitacional construído pela Prefeitura de Votuporanga.

Mapa e imagem aérea (8) - Conjunto Habitacional �Ramulfo Carros Antonio�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Em quase uma década foram construídos apenas 159 novas unidades habitacionais pe-

lo poder público municipal. Por outro lado, entre 1991e 2000, o aumento da população das

favelas cresceu 6,58% ao ano, enquanto a população do município cresceu a uma taxa de

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1,8% ao ano, e entre 2000-2004 a 1,49% ao ano (Seade, 2004), o que demonstrou claramen-

te a falta de uma política habitacional municipal.

Conforme já comentado anteriormente e de acordo com os levantamentos da Secre-

taria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente (SEMPLA, 2002), no ano de

2001 existiam três principais núcleos de habitação precária - �favelas�, que totalizavam

uma população de 1.581 pessoas. Eram estes os núcleos:

Ipiranga: núcleo de habitação precária com mais de 45 anos de existên-

cia. Segundo os dados colhidos junto à Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e

Meio Ambiente (SEMPLA) da Prefeitura de Votuporanga, em 1996, o Ipiranga contava com

uma população total de 480 moradores, saltando, em 2001, para 710 moradores, aumento

realmente bastante significativo.

Pró Povo: originou-se de um programa inconcluso de desfavelamento na

década de 80, onde foram ofertados �lotes urbanizados� em uma área contígua ao Bairro

Pozzobon. No entanto o núcleo se refaveliza nos anos de 1980. Oficialmente o loteamento

foi entregue em 1988, conforme a lista de loteamentos da Prefeitura de Votuporanga, e

data de 1996 a regularização fundiária desse loteamento. Em 1996 o núcleo contava com

670 moradores, saltando para 768, em 2001, transformando-se em alvo privilegiado das

ações do poder público municipal na década de 2000.

São Damião: núcleo com acelerado processo de favelização, localizado no

bairro São Cosme e São Damião, surge em 1997, e já em 2001 contava com 103 moradores.

Tabela 32

População Total das Três Principais Favelas

Município de Votuporanga 1996-2001

Núcleos 1996 2001

PróPovo 670 768

Ipiranga 480 710

São Damião ---- 103

TOTAL 1150 1581

Fonte: Elaborado a partir de Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente

(SEMPLA-2.002) da Prefeitura Municipal de Votuporanga

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Fotos de Assentamento Precário � �Favela�, em Votuporanga. Ano de 2.001.

Foto 15 e 16 � via de acesso na �favela� do Ipiranga e três residências na �favela� São Damião.

Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Votuporanga, 2003 / Rodrigues, 2005

De fato, o acelerado crescimento da população favelada em Votuporanga, no período

acima citado, refletia a situação de precarização do emprego, da renda e das condições de

vida da classe trabalhadora no município; decorrente do processo de reestruturação produ-

tiva que, alterou sensivelmente a estrutura organizacional e ocupacional da indústria de

transformação, destacadamente da moveleira, outrora com grande capacidade de absorção

de mão de obra, especialmente aquela de baixa qualificação.

Conforme nos relata Rodrigues, 2005, a conjunção entre baixos níveis de rendimento

obtidos pelo trabalhador e elevado custo da habitação foi uma das grandes dificuldades

para a implantação de uma política habitacional consistente e que absorvesse toda a de-

manda reprimida por habitação, situação essa inclusive reportada pelo secretário da pasta

de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, em entrevista realizada pela autora no ano

de 2004 e transcrita a seguir. Essa situação é particularmente agravada em um contexto de

elevado desemprego e baixa capacidade de investimento do Poder Público:

�... Votuporanga sempre sofreu uma pressão maior por habitação porque ela é um

pólo atrativo de população trabalhadora, principalmente da região. Quer ver, o saldo mi-

gratório é positivo e negativo a nosso favor, porque na realidade as populações vinham

pra cá, em busca de trabalho, população altamente desqualificada, e a cidade cresceu

empobrecendo (...)Votuporanga tem uma renda relativamente maior que a maioria dos

municípios da região, entretanto, o orçamento per capta, a arrecadação, a capacidade de

investimento público sempre foi muito abaixo (...) dos padrões de cidades do mesmo por-

te, com uma mesma padronagem urbanística, com o mesmo tipo de problemática de ocu-

pação do solo. Então Votuporanga é uma cidade que tem enormes problemas urbanos, em

função de também ter um orçamento inadequado para a população que aqui reside� (Gus-

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tavo de Souza Fava, Secretário de Planejamento, Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitu-

ra Municipal de Votuporanga)

Novamente Rodrigues, 2005 nos apresenta um trecho de uma entrevista realizada em

2004, com o geógrafo Luciano Nucci Passoni � Ex-Diretor da Secretaria de Planejamento,

Habitação e Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Votuporanga, onde o mesmo infor-

mou que �nos últimos quatro anos praticamente não se criou oferta de unidades habita-

cionais, e sim a melhoria das casas já habitadas, como troca de telhados, construção de

banheiros, ampliação de cômodos (...) [Houve] construção de unidades habitacionais em

regime de mutirão para processo de desfavelamento [mas os principais investimentos se

deram] em melhorias nas habitações insalubres, (...) instalação de janelas, ligações a rede

de esgoto e água, construção de piso e correções nos sistemas de drenagem de águas plu-

viais�.

Assim, com o decorrer dos anos, não somente o número de pessoas moradoras em

habitação precárias aumentou como também aumentaram o número de núcleos distribuí-

dos pela malha urbana.

Como forma de subsidiar a elaboração de projetos para a regularização urbanística e

fundiária e para a construção de novas unidades habitacionais, a Prefeitura de Votuporan-

ga iniciou um cadastramento em 2004, que se estendeu até 2.005. Ao todo foram levanta-

das oito (8) áreas ocupadas, ou seja, oito núcleos:

Zona Sul: Matarazzo, Esmeralda, Córrego, Linhão e Ipiranga;

Zona Norte: Santa Amélia e Pró Povo;

Zona Leste: São Cosme.

Nesse levantamento constatou-se que das 437 famílias moradoras em assentamentos

precários, 334 ou 76,5 % estão localizadas em núcleos implantados na região sul e sudoes-

te. Este dado confirma a fragilidade social e a segregação existente do município já descri-

ta no histórico.

A tabela 33 representa um resumo do cadastro.

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Tabela 33

Núcleo de �Favelas� e população residente � ano de referencia: 2.005.

Município de Votuporanga

Núcleos Localização

(bairro) Domínio Nº de famílias População

Matarazzo Estação P.M.V. 48 172

Esmeralda Estação P.M.V. 42 126

Córrego Estação P.M.V. 07 27

Santa Amélia Residencial San-

ta Amélia P.M.V. 16 46

Linhão Jd das Palmei-

ras RFFSA 14 56

São Cosme São Damião P.M.V. 61 214

PróPovo Pozzobon P.M.V. 26 86

Ipiranga São João P.M.V. 223 676

TOTAL 437 1403

Fonte: Elaborado a partir de dados da Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Am-

biente (SEMPLA-2.002) da Prefeitura Municipal de Votuporanga

O Núcleo Ipiranga, por ser um dos assentamentos mais antigo e mais denso do muni-

cípio, recebeu prioridade quando a Prefeitura de Votuporanga solicitou verba à CDHU para

atuar no núcleo, através do Programa de Atuação em Favela e Área de Risco que a compa-

nhia oferecia aos municípios. Assim, foram construídas 151 casas em processo de mutirão,

sendo que 123 por famílias do Núcleo Ipiranga.

A tabela 34 apresenta a situação dos núcleos em 2006, após o processo de desfave-

lamento/ desadensamento ocorrido no núcleo Ipiranga.

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Tabela 34

Núcleo de �Favelas� e população residente � ano de referencia: 2.006.

Município de Votuporanga

Núcleos Localização

(bairro) Domínio Nº de famílias População

Matarazzo Estação P.M.V. 48 172

Esmeralda Estação P.M.V. 42 126

Córrego Estação P.M.V. 07 27

Santa Amélia Residencial San-

ta Amélia P.M.V. 16 46

Linhão Jd das Palmei-

ras RFFSA 14 56

São Cosme São Damião P.M.V. 61 214

PróPovo Pozzobon P.M.V. 26 86

Ipiranga São João P.M.V. 100 257

TOTAL 314 984

Fonte: Elaborado a partir de dados da Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Meio Am-

biente (SEMPLA-2.002) da Prefeitura Municipal de Votuporanga

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Córrego São Cosme

Santa Amélia

PróPovo

Ipiranga Esmeralda

Linhão

Matarazzo

Mapa 25

Localização dos Núcleos de habitação precária - �Favelas� � ano de referencia: 2.006, no

município de Votuporanga.

Elaboração: RM in B, 2.010.

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As imagens aéreas datadas de setembro de 2.004 e de setembro de 2006 deixam visí-

vel a situação do Núcleo Ipiranga antes e depois da ação de retirada das 123 famílias que

foram encaminhadas para o Conjunto Habitacional �Sonho Meu�.

Imagem 9 � Núcleo Ipiranga � Setembro de 2.004.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Imagem 10 � Núcleo Ipiranga � Setembro de 2.006.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

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Em 2.009, juntamente com as inscrições no Programa Municipal �Habitação para To-

dos�, realizou-se um novo cadastramento das famílias moradoras em núcleos de habitação

precária � favelas, no município. Segundo os dados apresentados pelo Departamento de

Habitação da Prefeitura, o número de famílias moradora nos núcleo aumentou de 314 em

2006 para 327 em 2009.

Tabela 35

Núcleo de �Favelas� e população residente � ano de referencia: 2.009.

Município de Votuporanga

Núcleos Localização (bairro) Domínio Nº de famílias

Matarazzo Estação P.M.V. 47

Esmeralda Estação P.M.V. 42

Santa Amélia Residencial Santa

Amélia P.M.V. 15

Linhão Jardim das Palmei-

ras RFFSA 20

São Cosme São Damião P.M.V. 59

Ipiranga São João P.M.V. 98

PróPovo Pozzobon P.M.V. 34

COHAB-CRHIS Conjunto João Alba-

rello P.M.V. 6

Córrego Estação P.M.V. 5

Ibrahin Haddad Jardim Santa Paula P.M.V. 1

TOTAL 327

Fonte: Elaborado a partir de dados da Secretaria Municipal de Obras e Habitação da Prefeitura Mu-

nicipal de Votuporanga.

As ocupações mais recentes ocorreram, na sua grande maioria, em área pública dos

loteamentos ou em de Área Permanente de Preservação (APP). Conforme informação do

Departamento de Habitação, as novas ocupações localizam-se:

PróPovo: oito (8) unidades na APP do córrego Marinheirinho;

Córrego: cinco (5) unidades na APP do córrego Boa Vista;

Fundos da COHAB-CRHIS: seis (6) unidades na APP do córrego Marinheiri-

nho;

Ibrahin Haddad: uma unidade na APP do córrego Marinheirinho.

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5.1.3. Projetos de Urbanização, construção de Habitação de Interesse So-

cial e programas de desfavelamento em Votuporanga

O projeto pioneiro de maior envergadura que tratava da questão habitacional de In-

teresse Social realizado no município foi o PróPovo. Originado de um programa inconcluso

de desfavelamento na década de 80, onde foram ofertados �lotes urbanizados� em uma

área contígua ao Bairro Pozzobon, o núcleo se refaveliza no final dos anos de 1980. Ofici-

almente o loteamento foi entregue em 1988, conforme a lista de loteamentos da Prefeitu-

ra de Votuporanga, e data de 1996 a regularização fundiária desse loteamento.

Somente em 2005 a prefeitura retoma a produção habitacional de interesse social a-

través da implantação do Conjunto Habitacional �Sonho Meu�. O conjunto foi implantado

por meio de uma parceria entre a CDHU, através do Programa de Atuação em Favela e Á-

reas de Risco, e a Prefeitura, onde as casas foram realizadas em sistema de Auto Constru-

ção/Mutirão. A proposta era de produzir Unidades de Habitação Social no sistema de muti-

rão, vinculadas ao programa de desfavelamento do Núcleo Ipiranga. Esse projeto foi elabo-

rado de forma articulada pela Secretaria de Planejamento Urbano, Habitação e Meio Ambi-

ente � SEMPLA, pelo Departamento de Habitação Social da Secretaria de Ação e Desenvol-

vimento Social e pela Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga � SAEV, além de

outros setores.

No Conjunto �Sonho Meu� foi investido R$ 1.799.408,28 para a construção de 151 U-

nidades Habitacionais, implantação de toda rede de água, esgoto e energia elétrica (inclu-

indo iluminação pública) e a construção de um equipamento comunitário. Do núcleo Ipi-

ranga saiu 123 famílias.

Em 2.009 a Prefeitura de Votuporanga aplicou R$ 163.696,6031

na construção de 20

Unidades Habitacionais no Jardim Palmeiras II, destinadas ao programa de desfavelamento

municipal. As famílias atendidas foram as moradoras do Núcleo �Linhão�, núcleo conside-

rado de risco, pois localizava-se entre os trilhos da Rede Ferroviária Federal S.A. e a Rua

Josefina Galoro (Bairro da Estação). As edificações construídas distam apenas 250 m do

núcleo, são térreas, de alvenaria e serão entregues com todas as instalações. As obras fo-

ram entregues em março de 2.010 e todas as famílias foram removidas do núcleo.

Atualmente encontra-se em construção o Conjunto Habitacional Votuporanga K, com

10 Unidades Habitacionais, que atenderá famílias provenientes do Núcleo Santa Amélia. O

núcleo ocupava as margens de um afluente do córrego Marinheirinho - Área de Proteção

31 Valor corresponde somente a construção das Unidades Habitacionais.

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Permanente � APP, e também considerado como área de risco, pois estava muito suscetível

a escorregamentos de terra e inundações.

O empreendimento é uma parceria com a CDHU, através do programa �Parceria Mu-

nicípios�, na modalidade de Administração Direta. As novas Unidades Habitacionais distam

apenas 120 m do núcleo, são térreas, construídas em alvenaria e ocupam 10 lotes. As edifi-

cações possuem área útil de 52, 64 m², área construída de 55,87 m² e o custo da unidade

está previsto em R$ 48.575,70. O conjunto será entregue com toda a infra estrutura como

água, esgoto e energia elétrica (incluindo Iluminação Publica) e o sistema viário já encon-

tra-se implantado. O valor da obras está estimado em R$ 485.726,97 (fonte: Site do CDHU �

03/05/2.01032).

Segue a Tabela 36 com um resumo dos projetos em andamento.

Tabela 36

Projetos de Intervenção em Assentamentos Precários até 2009.

Prefeitura Municipal de Votuporanga

PROJETOS EXECUTADOS OU EM ANDAMENTO

Núcleos Agente Financi-

ador

Recursos investidos

(R$)

Novas

U.H. Situação

Ipiranga ->

Conjunto

Sonho Meu

CDHU / PM Vo-

tuporanga R$ 1.799.408,28 151

Obra executada e en-

tregue em 2006

Linhão CDHU / PM Vo-

tuporanga R$ 163.696,60 20

Obra executada e en-

tregue em 2.010

Santa Amé-

lia

CDHU / PM Vo-

tuporanga R$ 485.726,97 10 Em execução

TOTAL R$ 2.448.831,85 181

Fonte: Site da CDHU, 2.010 e Prefeitura Municipal de Votuporanga.

32 Site consultado: http://www.habitacao.sp.gov.br/saiba-como-funciona-a-cdhu/producao/oferta-

cdhu.asp?DestHab=2&Empreendimento=7831"

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A Imagem abaixo indica o local para onde as famílias do núcleo �Linhão� foram re-

movidas. A proximidade das novas unidades habitacionais do antigo núcleo favorece a ma-

nutenção das relações sociais e de trabalho estabelecidas por essa população, assim como

aumenta as possibilidades de permanência das famílias nas novas edificações.

Imagem 11 � Núcleo do �Linhão� e o local da construção das novas unidades.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Núcleo �Linhão

Novas Unidades Habitacionais

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Fotos do Núcleo �Linhão�

Foto 17 e 18 � Núcleo do �Linhão�, vista das habitações a partir dos trilhos da Rede Ferroviária Fe-

deral e vista das habitações precárias a partir da Rua Josefina Galoro.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

Foto 19 e 20 � Casas do Núcleo �Linhão� e Obras no Jardim Parmeiras II � 10/04/2.010.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

Foto 21 e 22 � Obras no Jardim Palmeiras II e casas prontas para receber as famílias provenientes do

Núcleo �Linhão�.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

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Fotos do Núcleo Santa Amélia

Foto 23 e 24 � Casas e áreas precárias no Núcleo Santa Amélia.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação.

Foto 25 � Reunião com a população para esclarecimento das ações de remoção.

Foto 26 � Casas em construção para as famílias do Núcleo �Santa Amélia�.

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de Votuporanga; Departamento de Habitação e RM in B.

Localização e Imagem 12 � Indicação das 10 novas unidades habitacionais do núcleo �Santa Amélia�.

Obs.: Hoje as ruas do entorno do núcleo já se encontram com o sistema viário todo implantado �

guia, sarjeta e pavimentação.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

RU

A

RUA RENATO FONSECA

RUA IRENE GALVANI CASADO

RU

A

P

AU

LO

M

OR

ET

TI

RIO

C

OL

OR

AD

O

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Além dos empreendimentos descritos acima, existem ainda 3 (três) outros projetos

elaborados para ampliação da oferta de habitação de interesse social em Votuporanga, já

com licitação em andamento e com previsão de recurso para implantação. Todos os proje-

tos estão inseridos no Programa de desfavelamento do Município, dentro do Programa Mu-

nicipal �Habitação para Todos� da gestão 2.009 � 2.012, e atenderão famílias com renda

entre 0 e 3 salários mínimos.

O primeiro projeto denominado de �Ipiranga I e II� atenderá o Núcleo Ipiranga como

um todo. Está localizado a aproximadamente 2.000 m do centro da cidade, na Zona Sul. O

acesso ao local é realizado pelas vias oficiais: Ruas Eduardo Regiani, Rua Thomaz Paes da

Cunha e Rua Bahia. A área pertencente ao núcleo é de aproximadamente 17 mil m², e ain-

da hoje é ocupada por habitações precárias do Núcleo Ipiranga (favela do São João).

O empreendimento visa a construção de 48 unidades habitacionais que serão destina-

das as famílias moradoras do núcleo. O investimento previsto é da ordem de R$

2.016.000,00 e os recursos são provenientes do Governo Federal, através do Programa �Mi-

nha Casa, Minha Vida�, em parceria com a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura.

O segundo projeto denominado Conjunto Habitacional ou Vila �São Lucas�, conhecida

como favela do São Cosme, localiza-se a aproximadamente 3.200 m do centro da cidade, e

o acesso ao local é realizado através das vias oficiais: Avenida Anastácio Lasso, Estrada

Municipal Primo Furlani e Rua Caiuás. A área pertencente ao núcleo é de aproximadamente

14 mil m², e ocupada ainda pelas habitações do Núcleo São Cosme.

O projeto abrange a construção de 22 unidades habitacionais também destinadas às

famílias moradora do núcleo. O investimento previsto para a implantação do projeto será

de aproximadamente R$ 924.000,00 e os recursos também são provenientes do Governo

Federal, através do Programa �Minha Casa, Minha Vida�, em parceria com a Caixa Econô-

mica Federal e a Prefeitura.

Para esses dois primeiros projetos está previsto o sorteio das unidades habitacionais

entre aqueles que, atualmente já residem no local, em barracos ou que estejam em situa-

ção de risco social. Também será levado em conta o critério de famílias com maior número

de idosos ou de crianças em idade escolar.

O terceiro projeto denominado de Conjunto Habitacional �Monte Alto� localiza-se

entre a Avenida Francisco Bueno Baeza, Avenida República do Líbano e Rua Presidente Du-

tra, fechando uma área de aproximadamente 107 mil m², ao lado do Jardim das Palmeiras

I. O empreendimento prevê a implantação de 210 unidades habitacionais destinadas às

famílias com renda familiar compreendida entre 0 e 3 salários mínimos. As edificações se-

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rão sorteadas entre as famílias que se inscreveram no ano de 2.009, no programa �Habita-

ção para Todos�. Para a implantação desse conjunto está previsto recursos da ordem de R$

8.820.000,00, provenientes do Governo Federal, através do Programa �Minha Casa, Minha

Vida�, em parceria com a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura.

Tabela 37

Projetos de Intervenção em Assentamentos Precários previstos para 2010 - 2012.

Prefeitura Municipal de Votuporanga

PROJETOS EM LICITAÇÃO

Núcleos Agente Finan-

ciador Recursos previstos

Novas

U.H. Situação

Ipiranga I GF - CEF / PM

Votuporanga R$ 882.000,00 21

Em processo de lici-

tação

Ipiranga II GF - CEF / PM

Votuporanga R$ 1.134.000,00 27

Em processo de lici-

tação

Vila São Lucas

(São Cosme)

GF - CEF / PM

Votuporanga R$ 924.000,00 22

Em processo de lici-

tação

Conjunto Habi-

tacional �Monte

Alto�

GF - CEF / PM

Votuporanga R$ 8.820.000,00 210

Em processo de lici-

tação

TOTAL R$11.760.000,00 280

Fonte: Informações retiradas do Site da Prefeitura Municipal de Votuporanga, em 17/03/2010.

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Ipiranga II

Monte Alto

São Lucas

Sonho Meu

Ipiranga I

Votuporanga K �

Santa Amélia

Linhão

Mapa 26

Localização dos projetos de intervenção executados e previstos - 2009 � 2012.

Elaboração: RM in B, 2.010.

Como podemos verificar na tabela anterior, a produção de unidades habitacionais pa-

ra os núcleos Ipiranga e núcleo São Cosme � �Vila São Lucas� é inferior a população mora-

dora no local. Dessa forma, no núcleo Ipiranga das 98 famílias moradoras, 48 (50%) serão

atendidas, ficando um remanescente de 50 famílias; e no São Cosme, das 59 famílias mo-

radoras, apenas 22 (37%) terão uma unidade habitacional no mesmo local, restando ainda

37 famílias. Também no caso do Núcleo Santa Amélia, das 15 famílias moradoras, 10 rece-

beram uma unidade habitacional em março de 2.010; outras cinco famílias terão suas uni-

dades construídas nas imediações do núcleo33

. Conforme informação do Departamento de

Habitação da Prefeitura de Votuporanga, essas famílias terão prioridade de uma unidade

habitacional no Conjunto Habitacional �Monte Alto�, tendo em vista que o mesmo será

destinado a famílias com renda entre 0 e 3 salários mínimos.

33 Informação retirada do documento entregue à equipe de produção do PLHIS, denominado �Programa Habita-

ção Para Todos�.

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Tabela 38

Famílias em núcleos de habitação precária � Objeto de Remoção já incluída em Programas

Habitacionais; 2009 � 2012

Votuporanga

Núcleos Nº de Famí-

lias em 2.009

Nº de

U.H. no-

vas

Projeto

(situação em maio 2010)

Nº de Famílias

não atendidas

Linhão 20 20

Remoção total realizada � obra

entregue em março de 2010 �

Jd das Palmeiras II

0

Santa

Amélia 15 10

Remoção total realizada / o-

bras em andamento - CDHU 5

São Cos-

me 59 22 Em licitação 37

Ipiranga 98 48 Em licitação 50

TOTAL 192 100 92

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga. Elaboração: RM in B, 2.010

Para as famílias que foram removidas de suas habitações o governo municipal dispõe

do Programa �Bolsa-Aluguel�, que é um programa de apoio à Política Municipal de Habita-

ção, podendo ou não estar associado a outros programas habitacionais. O objetivo do pro-

grama é viabilizar o acesso a unidades habitacionais para pessoas e famílias de baixa renda

que habitam locais que estão sendo objeto de intervenção de Programas da Política Muni-

cipal de Habitação, mediante a concessão de benefícios por período determinado.

A tabela 39 nos apresenta um balanço do total de famílias ainda moradoras em nú-

cleos de habitação precária, que não estão incluídas em programas específicos do municí-

pio e, portanto, devem ser alvo principal de novos projetos.

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 100

Tabela 39

Famílias moradoras em núcleos de habitação precária sem projeto específico.

Município de Votuporanga

Núcleos Localização (bairro) Domínio Nº de famílias

Matarazzo Estação P.M.V. 47

Esmeralda Estação P.M.V. 42

PróPovo + área pública Pozzobon P.M.V. 34

FUNDO DA COHAB-CRHIS Conjunto João Albarello P.M.V. 6

Córrego (APP) Estação P.M.V. 5

Ibrahin Haddad Jardim Santa Paula P.M.V. 1

TOTAL 135

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga. Elaboração: RM in B, 2.010.

Como podemos observar na tabela anterior, ainda existem 6 (seis) áreas ocupadas

com habitações precárias identificadas no município, as quais somadas totalizam 135 famí-

lias, que somadas com as 92 famílias da tabela 38 perfazem um total de 227 famílias ou

726 pessoas que necessitam de moradia digna.

De acordo com documentação apresentada pelo Departamento de Habitação da Pre-

feitura de Votuporanga, os núcleos foram separados em: Núcleos indicados para fazerem

parte de programas de desfavelamento e Núcleos que ocupam área de risco.

Os Núcleos indicados para fazerem parte de programas de desfavelamento são:

Núcleo Matarazzo: 47 famílias

O núcleo denominado �Matarazzo� está localizado a aproximadamente 2.300 m do

centro da cidade, na Zona Sudoeste. O acesso ao local é realizado pelas vias oficiais: Rua

Dr. Joaquim Franco Garcia, Avenida Conde Francisco Matarazzo e Rua Presidente Dutra. A

área ocupada de forma espontânea é pública municipal, de uso comum e faz parte do sis-

tema de Área Verde. O sistema viário implantado possui guia e sarjeta, as calçadas estão

parcialmente implantadas, a pavimentação é asfáltica, recentemente aplicada e o escoa-

mento das águas pluviais é ordenado (superficial) nesse trecho, gerando boas condições de

tráfego em todo o núcleo.

A infra-estrutura urbana como rede pública de energia elétrica e iluminação, a rede

de abastecimento de água e rede pública de coleta de esgoto foi implantada em todas as

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 101

ruas. Em vistoria no local, não se verificou lançamento de esgoto nas ruas. A área é aten-

dida pelo serviço público de coleta de lixo domiciliar e há transporte público que atende o

bairro.

Imagem 13 e localização � Assentamento precário �Matarazzo�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Foto 27 e 28 � Exemplo de ocupação do núcleo Matarazzo � Av. Conde Francisco Matarazzo.

Fonte: RM in B � 2.010.

Foto 29 e 30 � Exemplo de ocupação do núcleo Matarazzo � Av. Conde Francisco Matarazzo.

Fonte: RM in B � 2.010.

Núcleo Matarazzo

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 102

Núcleo Esmeralda: 42 famílias

O núcleo denominado �Esmeralda� está localizado a aproximadamente 2.200 m do

centro da cidade, na Zona Sudoeste. O acesso ao local é realizado pelas vias oficiais: Rua

Dr. Joaquim Franco Garcia, Rua Valdmir Casagrande e Rua Manoel da Silva Leão. A área

ocupada de forma espontânea é pública municipal, de uso comum e faz parte do sistema

de Área Verde. O sistema viário implantado possui guia e sarjeta, a pavimentação é asfál-

tica, recentemente aplicada e o escoamento das águas pluviais é ordenado (superficial)

nesse trecho, gerando boas condições de tráfego em todo o núcleo.

A infra-estrutura urbana como rede pública de energia elétrica e iluminação, a rede

de abastecimento de água e rede pública de coleta de esgoto foi implantada em todas as

ruas. Em vistoria no local, não se verificou lançamento de esgoto nas ruas. A área é aten-

dida pelo serviço público de coleta de lixo domiciliar e há transporte público que atende o

bairro.

Imagem 14 e localização � Assentamento precário �Esmeralda�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Foto 31 e 32 � Exemplo de ocupação do núcleo Esmeralda � Rua Waldmir Casagrande e Rua Dr. Joa-

quim Franco Garcia.

Fonte: RM in B � 2.010.

Núcleo Esmeralda

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 103

Os Núcleos ou unidades em área de risco são:

Fundo do bairro PróPovo: 26 + 8 (APP) famílias

O núcleo denominado �PróPovo� está localizado a aproximadamente 2.750 m do cen-

tro, na Zona Norte da cidade. Das 34 famílias do núcleo, 8 estão ocupando a Área de Pro-

teção Permanente (APP) do córrego Marinheirinho, nas proximidades das Travessas das

Emas, dos Pardais e Sabiá; local considerado como �área de risco� pelo Departamento de

Habitação - PMV.

Imagem 15 e localização � Assentamento precário �Própovo�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Foto 33 � Exemplo de ocupação do núcleo Esmeralda � Travessa Bem Te Vi (APP).

Fonte: RM in B � 2.010.

Núcleo PróPovo

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 104

Fundo da COHAB-CRHIS: 6 famílias

O Conjunto Habitacional denominado �João Albarello� está localizado a aproxima-

damente 3.500 m do centro, na Zona Norte da cidade. No extremo leste do conjunto, seis

famílias estão ocupando a Área de Proteção Permanente (APP) do córrego Marinheirinho,

nas proximidades da Rua Joaquim Gomes da Silveira, local considerado como �área de ris-

co� pelo Departamento de Habitação - PMV.

Outras duas áreas de ocupação recente não estão classificadas. São elas:

Córrego: 5 famílias

Cinco famílias estão ocupando a Área de Proteção Permanente (APP) do córrego Boa

Vista, nas proximidades da Rua Alvim Algarve.

Imagem 16 e localização � Assentamento precário �Córrego�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Foto 34 e 35 � Exemplo de ocupação do núcleo �Córrego� � Rua Alvim Algarve.

Fonte: RM in B � 2.010.

Núcleo Córrego

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Ibraim Haddad: 1 família

Uma família está ocupando a Área Pública do loteamento Jardim Bela Vista, localiza-

da entre as ruas Ibraim Haddad, Casemiro de Abreu e Avenida Pansani.

Imagem 17 e localização � Ocupação de área pública �Ibraim Haddad�.

Elaboração: RM in B, 2.010. Fonte: Google, 2006.

Foto 36 � Exemplo de ocupação do núcleo �Córrego� � Rua Alvim Algarve.

Fonte: RM in B � 2.010.

Ibraim Haddad

Ocupação

Av.

Pansa

ni

Rua Ibraim Haddad

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5.2. Programa Estadual de Regularização de Núcleos Habitacionais � �Cidade

Legal� no Município de Votuporanga

A demanda por um programa de Regularização Fundiária no município de Votuporan-

ga existe a muitas décadas, tanto que o primeiro loteamento indicado para o Programa

�Cidade Legal� � Parque CECAP I, data de 1966 e outros quatro loteamentos foram implan-

tados na década de 1980.

O Programa �Cidade Legal�, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Habitação e

instituído pelo Decreto nº 52.052, de 13 de Agosto de 2007, tem como objetivo auxiliar os

municípios nas ações de regularização de núcleos habitacionais por meio de orientação e

apoio técnico. Isso é feito por meio de um Convênio de Cooperação Técnica, entre o Go-

verno do Estado, por meio da Secretaria da Habitação e o município interessado.

A legalização de moradias irregulares34 é de fundamental importância, pois converte

os locais de assentamentos precários em endereços; gera informações para a arrecadação

de tributos e para a elaboração de políticas sociais, urbanísticas e ambientais, dentre ou-

tras; assim como torna possível também a obtenção de recursos para o investimento em

bens e serviços públicos, como transporte coletivo, escolas, postos de saúde, criação de

áreas de lazer, entre outros.

Além disso, a regularização impede a venda de lotes ou imóveis irregulares ou clan-

destinos com falsos contratos, vinculados a contraventores que vivem à margem da cidade

legal.

A regularização dos núcleos habitacionais garante ao cidadão:

Segurança jurídica � direito ao uso e posse do seu imóvel.

Possibilidade de transferência de posse e propriedade estendida aos des-

cendentes.

Utilização do imóvel como garantia para a obtenção de créditos e financi-

amentos.

Integração do proprietário ao sistema econômico.

Seu imóvel e/ou moradia legalizada.

34 Moradia irregular: aquela que fica em um lote sem aprovação da Prefeitura ou sem o registro do loteamento

junto ao cartório de registro de imóveis (C.R.I.).

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 107

Outro ponto importante para a regularização é a questão dos emolumentos. O custo

dos serviços notariais e de registro de imóveis possui um peso relevante, especialmente

para a população de mais baixa renda. Com isso, ao término do financiamento ou do pro-

cesso de regularização urbanística, as moradias não eram registradas, aumentando, assim,

as situações de irregularidade.

Visando mudar essa situação, foi elaborada a Lei Estadual nº 13.290, de dezembro de

2008, que busca reduzir as despesas para registro de imóveis de interesse social, tanto

para a regularização de empreendimentos antigos quanto para a produção de novas unida-

des, para os municípios que assinarem o convênio do programa. Assim fica mais acessível

aos moradores o registro de seu imóvel.

Corroborando com o esforço de implementar verdadeiramente a regularização fundi-

ária urbana no Brasil, o governo federal, através do Ministério das Cidades editou a Lei nº

11.977 em 07 de julho de 2009 um marco jurídico no assunto. A edição da lei abriu um no-

vo e promissor momento para a regularização fundiária urbana no Brasil, pois, pela primei-

ra vez, a regularização é devidamente destacada e definida em uma lei federal, estabele-

cendo ainda, procedimentos, competências, e criando importantes instrumentos para a sua

efetivação.

Segue quadro resumo dos compromissos dos municípios e do Programa �Cidade Le-

gal�:

Quadro 01:

COMPROMISSOS DOS MUNICÍPIOS E DO PROGRAMA CIDADE LEGAL

MUNICÍPIOS PROGRAMA CIDADE LEGAL

Integrar as ações das Secretarias e Ór-

gãos Municipais envolvidos na execução do

Programa.

Integrar os Órgãos estadu-

ais na busca de soluções e ações

necessárias para o cumprimento

do Plano de Regularização do

Município.

Divulgar para a população os parcela-

mentos e núcleos habitacionais incluídos no

Programa.

Elaborar Plano Urbanístico de Regulari-

zação dos núcleos habitacionais incluídos no

Convênio.

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 108

COMPROMISSOS DOS MUNICÍPIOS E DO PROGRAMA CIDADE LEGAL

MUNICÍPIOS PROGRAMA CIDADE LEGAL

Criar os instrumentos legais, regula-

mentares e administrativos que viabilizem as

regularizações. Prestar assessoria, orien-

tação e apoio técnico e adminis-

trativo aos Municípios convenia-

dos.

Atos administrativos e expedição de

documentos necessários às regularizações.

Envio do projeto regularizado pelo Mu-

nicípio para registro.

Fonte: Manual do Programa �Cidade Legal� � Sec. de Estado da Habitação

Etapas de trabalho

O Programa Cidade Legal está dividido em 4 etapas, sendo que cada uma delas possui

subdivisões que não entraremos no mérito por não ser o alvo deste trabalho (mais informa-

ções acesse http://lamp.habitacao.sp.gov.br/cidadelegal, ou entre em contato com a Se-

cretaria da Habitação do Estado de São Paulo).

I. Ofício do Prefeito dirigido ao Secretário da Habitação, solicitando a inclusão do Mu-

nicípio no Programa, acompanhado dos documentos necessários (vide programa);

II. Análise da documentação pela Secretaria de Estado da Habitação, por meio da Se-

cretaria Executiva do Comitê de Regularização.III

III. Assinatura do Convênio de Cooperação Técnica entre Prefeito e Secretário da Habi-

tação.

IV. Após a assinatura do convênio, inicia-se o desenvolvimento da integração entre os

atores, ações técnicas, legais, urbanísticas e administrativas voltadas à regularização dos

parcelamentos do solo e de núcleos habitacionais, públicos ou privados. Todas as etapas

estão no Manual de Orientação do Programa Cidade Legal35.

O município de Votuporanga aderiu ao Programa �Cidade Legal� em abril de 2.009 e

relacionou 24 núcleos para serem inseridos no convênio.

35 Modelos de documentos e etapas do programa disponíveis no Manual de Orientação do Programa Cidade Le-

gal. (https://lamp.habitacao.sp.gov.br/cidadelegal/documentos/Cidade Legal 07042008 a4 site.pdf )

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 109

A informalidade urbana constatada no município e destacada na tabela 40 destoa da

realidade de grande parte das cidades brasileiras. A irregularidade, embora não exclusiva-

mente, mas em sua maior parte, está associada a ocupações de população de baixa renda,

que historicamente não teve acesso à produção formal de habitação, e, como conseqüên-

cia, é impedida de concretizar, no quadro da legalidade, seu direito à cidade.

Conforme podemos notar na tabela, não estão inseridos os núcleos de habitação pre-

cária � Favelas (Matarazzo e Esmeralda, por exemplo). Por outro lado, foi incluída a Vila

São Lucas, Vila Ipiranga I e II e o loteamento �Monte Alto�, que são os conjuntos habitacio-

nais em projeto e que irão abrigar as famílias provenientes dos núcleos São Cosme, Ipiran-

ga e de outros assentamentos ainda a serem definidos.

Analisando a tabela, observamos que dos 24 (vinte e quatro) loteamentos irregulares

indicados para o programa, cinco não foram implantados ainda, o que nos leva a crer que o

interesse do município, nesses casos, é o de obter orientação para agilizar a expedição de

documentos e a redução dos custos de registro previstos na legislação. Em relação aos 18

loteamentos irregulares existentes, 12 foram implantados por Companhias Habitacionais

(CDHU, COHAB, CRHIS e Coop. Hab. dos Comerciários do Estado de São Paulo) e 6 pela pró-

pria prefeitura.

Segue a relação atualizada (05/2.010), com a inclusão de núcleos e conjuntos habita-

cionais entregue na Secretaria de Habitação do Estado:

Tabela 40

Convênio Cidade Legal � Loteamentos ou Núcleos irregulares inseridos no Programa.

PRIOR. CONJUNTOS UNID EXECUTOR DATA IMPLAN-

TAÇÃO

1 Parque CECAP I 100 CDHU 1966

2 Conj. Hab. Jardim Brisa Suave 523 COHAB 1981

3 Parque CECAP II (Votuporanga

B) 310 CDHU 1981

4 Parque das Nações I 506 COHAB 1988

5 Parque das Nações II 421 COHAB 1988

6 Conj. Hab. João Albarello (Vo-

tuporanga 1) 355 CRHIS 1992

7 Conj. Hab. José Esteves (Votu-

poranga D) 13 CDHU 1993

Page 117: plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 110

PRIOR. CONJUNTOS UNID EXECUTOR DATA IMPLAN-

TAÇÃO

8 Núcleo Santa Felicidade -

SO.11.14.18 e SO.11.14.19 33 Prefeitura 02/06/1995

9 Vila Esperança - SO.11.09.23 e

SO.11.09.31 21 Prefeitura 1996

10 Conj. Hab. Ranulfo C. Antônio

(Conj. Hab. Renascença � I) 43 Prefeitura 1997

11 Conj. Hab. Antônio A. Esquirel

(Conj. Hab. Renascença II) 48 Prefeitura 1997

12 Dentro do Jardim das Palmei-

ras - SO.11.12.21 17 Prefeitura 13/05/1997

13 Conj. Hab. Ver. José Nunes

(Votuporanga I) 432 CDHU 1998

14

Conj. Hab. Jamir D� Antônio

(parte do Loteamento Jardim

dos Lagos)

578

Coop. Hab. do Co-

mércio do Estado de

São Paulo

1998

15 Jardim Pró Povo 210 Prefeitura 2000

16 Jabuticabeira

(Votuporanga C) 130 CDHU 2004

17 Prolongamento Pq. Residencial

do Lago � (Votuporanga E) 45 CDHU

18 Conj. Hab. Sonho Meu (Votupo-

ranga J) 153 CDHU 2006

19 Vila Carvalho 69 Ocupação espontânea

20 Vila São Lucas 23 Min. das Cidades /

CEF 2010*

21 Vila Ipiranga I 23 Min. das Cidades /

CEF 2010*

22 Vila Ipiranga II 29 Min. das Cidades /

CEF 2010*

23 Loteamento Monte Alto 210 Min. das Cidades /

CEF 2010*

24 Jd. Residencial Monte Verde 500 CDHU 2010*

TOTAL 4792

Fonte: Documentos fornecidos pela Prefeitura de Votuporanga - Secretaria de Obras e Habitação.

* Loteamentos com decreto de aprovação, mas não implantados.

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Sistematização dos projetos habitacionais em Votuporanga

Tabela 41

Projetos Habitacionais concluídos � até 2009

Nome do Conjunto Agente Localização Projeto

U.H�s. Conclusão

Parque CECAP I CDHU / PM Votu-

poranga

CECAP I � R Gov Fer-

nando Costa, entre R

Pernambuco e São Pau-

lo � Z Sul

100 01/01/1969

Jardim Brisa Suave COHAB / PM Vo-

tuporanga

Pozzobon � Av Emilio

Arroyo Hernandes, en-

tre R Rio Solimões e Rio

Negro � Z Norte

523 21/02/1981

Parque CECAP II

(Votuporanga B)

CDHU / PM Votu-

poranga

CECAP II � R Aristides

Gallo, entre R Cardoso

e Av 9 de Julho � Z Oes-

te (noroeste)

310 21/06/1982

Parque das Nações COHAB / PM Vo-

tuporanga

Parque das Nações - Av

Emilio Arroyo Hernan-

des, entre R Japão e

Holanda � Z Norte

201 25/02/1983

João Albarello

(Votuporanga I)

CRHIS/ PM Votu-

poranga

R João Ferreira do Nas-

cimento, entre R Ru-

bens Zanini e Cesar

Waldemar Caldorin � Z

Norte

558 03/09/1992

José Esteves (Vo-

tuporanga D)

CDHU / PM Votu-

poranga

Jardim Progresso - R

São Pau-lo, entre R

Olga Loti Camargo e

Fernando Costa � Z Sul

13 09/03/1993

Jabuticabeira (Vo-

tuporanga C)

CDHU / PM Votu-

poranga

R Horácio dos Santos,

entre Francisco Rossini

e Francisco Bortolozzo �

Z Leste

98 06/05/1994

Núcleo Santa Feli-

cidade PM Votuporanga

Bairro São João � entre

R Olimpo Formenton,

Olga Loti Camargo,

Claudio Pereira e José

Abdo � Z Sul

33 02/06/1995

(Parte) Parque

Residencial do

Lago (Votuporanga

E)

CDHU / PM Votu-

poranga

Entre R Valdevir de

Oliveira Guena, Rorai-

ma e Laureano Arroyo

Hernandes � Z Sul (su-

deste)

52 24/02/1996

Page 119: plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

RR MM..iinn..BB

PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo 112

Nome do Conjunto Agente Localização Projeto

U.H�s. Conclusão

Vila Esperança PM Votuporanga

Bairro São João � entre

R Minas Gerais, Dr. An-

tonio Alves da Silveira e

Francisco Luiz Ferreira

� Z Sul

20 01/07/1996

(Dentro) Jardim

Palmeiras PM Votuporanga Z Sul 17 13/05/1997

Ranulfo Carros

Antonio (Renas-

cença I)

PM Votuporanga

Bairro da Estação � Av

Conde Francisco Mata-

razzo, Francisco Bueno

Baeza, e R Antonio Ro-

drigues � Z Sul

41 28/11/1997

Antonio Álvares

Esquirel (Renas-

cença II)

PM Votuporanga

Bairro da Estação � R

Antonio Rodrigues Cra-

veiro Junior, Presidente

Dutra e Dr. Joaquim

Franco Garcia � Z Sul

48 28/11/1997

Vereador José

Nunes (Votuporan-

ga I)

CDHU / PM Votu-

poranga

R Rubens Roveri, João

Singolani, Joaquim Vi-

cente Gonçalves e Ar-

melindo Brunini � Z

Norte

432 26/06/1998

Jamir D� Antonio

Cooperativa Habi-

tacional do Co-

mércio do Estado

de São Paulo

R Henrique Negrine,

Raul Ferreira de Carva-

lho, Angelo Dalben e

Felício Gorayb � Sudes-

te

254 31/08/1998

Sonho Meu (Votu-

poranga J)

CDHU / PM Votu-

poranga

R Fábio Cavallari com R

Aparecido Felício de

Castro � Z Sul (sudoes-

te)

151 Entregue

em 2.006

Total 2851

Fonte: CDHU; COHAB e PMV, 2010.

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RR MM..iinn..BB

113

PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

Tabela 42

Projetos Habitacionais em andamento � 2.009 e 2.010

Ord. Nome Tipo Agente Localização

Faixa

de

renda

Novas

U.H

N° de famí-

lias atendi-

das

Estágio

1 Linhão

Remoção área de risco/

Construção de Unidades

Habitacionais

PMV Jardim das Palmeiras

II 0 a 3 20 20

Entregue

03/2.010

2 Santa Amélia -

Votuporanga K

Remoção área de risco/

Construção de Unidades

Habitacionais

CDHU

PMV

Parque Residencial

Santa Amélia 0 a 3 10 10

Obras em

andamento

3

Vila Residencial

�Hermínio Roque

Fávaro�

Loteamento e Construção

de Unidades Habitacionais

C.E.F.

/ PMV

Simonsen � Prolon-

gamento Rua São

Paulo

0 a 3 32 32 Obras em

andamento

TOTAL 62

Page 121: plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

RR MM..iinn..BB

114

PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

Tabela 43

Projetos Habitacionais encaminhados � 2.010 (Programa Municipal � Habitação para Todos)

Ord. Nome Tipo Agente Área

(m²) Localização

Faixa

de ren-

da

(s.m.)

Novas

U.H.

Nº de famí-

lias atendi-

das

Estágio

1 Núcleo

Ipiranga I

Desfavelamento /

Construção de Unida-

des Habitacionais

C.E.F. /

PMV

7 mil

Bairro São

João / SO 0 a 3 21 21

Projeto em

licitação.

2 Núcleo

Ipiranga II

Desfavelamento /

Construção de Unida-

des Habitacionais

C.E.F. /

PMV

10 mil

Bairro São

João / SO 0 a 3 27 27

Projeto em

licitação.

3 Vila São Lucas (São

Cosme)

Desfavelamento /

Construção de Unida-

des Habitacionais

C.E.F. /

PMV

14 mil

São Cosme /

SE 0 a 3 22 22

Projeto em

licitação.

4 Conjunto Habitacional

�Monte Alto�

Loteamento e Constru-

ção de Unidades Habi-

tacionais

C.E.F. /

PMV

107,5

mil m² Sudoeste 0 a 3 210 210

Projeto em

licitação.

5

Votuporanga XVI � Con-

junto Habitacional

�Monte Verde�

Loteamento e Constru-

ção de Unidades Habi-

tacionais

CDHU /

PMV

400

mil m² Noroeste

Acima

de 3

454/

500 lt 454

Em análise no

GRAPROHAB

TOTAL 538,5 mil m² 734

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga � 2.010.

Page 122: plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

RR MM..iinn..BB

115

PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

Além dos projetos referidos anteriormente, é importante destacar as ações voltadas

para a ampliação da cobertura de água e esgoto no município. Os dados de ligações totais

e ativas de 2000, comparativamente com os dados de 2009, demonstram um crescimento

de cerca de 33% das ligações totais e de cerca de 36% de ligações ativas de água; de 34%

nas ligações totais e 41% das ligações ativas de coleta de esgoto implementadas pela Supe-

rintendência de Água e Esgoto de Votuporanga � SAEV, hoje denominada de SAEV - Ambien-

tal.

Tabela 44

Quantidade e tipo de ligação de água e coleta de esgoto em Votuporanga � 2000 e 2009

Tipo de ligação 2000 2009 Crescimento

em unidades

Crescimento

em %

nº de ligações totais de água 23.202 30.812 7.610 33

nº de ligações ativas de água 22.073 29.995 7.922 36

nº de ligações totais de esgoto 22.609 30.269 7.660 34

nº de ligações ativas de esgoto 21.264 29.899 8.635 41

Fonte: SAEV

A Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga - SAEV foi fundada em 1970

como uma autarquia com autonomia financeira e administrativa, que possibilitou a criação

de novos cargos, melhorando a qualidade dos serviços prestados à população. No ano de

1995, o órgão ganhou sede própria na Rua Pernambuco.

A função da SAEV é de operar, manter, conservar e explorar os serviços públicos de

água potável e de esgoto sanitário em todo município de Votuporanga com exclusividade. A

partir de 2009 a superintendência assumiu também a gestão do serviço de coleta e trata-

mento dos resíduos sólidos no município, além de incorporar as funções da Secretaria de

Meio Ambiente, denominando-se de SAEV-Ambiental.

Nesse sentido, diferentes projetos têm sido viabilizados pelo SAEV-Ambiental con-

forme já descrito no item 2.2 deste, além da revisão e atualização do Plano de Saneamen-

to Básico, que deve contribuir para o dimensionamento e ampliação da estrutura e cober-

tura dos serviços de saneamento no município de Votuporanga, apontando suas necessida-

des presentes e futuras.

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5.3. Investimentos Federais, Estaduais e Municipais na área de Urbanização,

Habitação Social, Obras de Infra Estrutura e Saneamento no Município de Votu-

poranga � 2009-2012

Intensificado a partir de 2009, o novo governo municipal tem se empenhado sistema-

ticamente em encontrar soluções para as situações mais precárias e de irregularidade na

área da habitação. Utilizando os levantamentos das áreas e elaborando novos planos, como

demonstrados anteriormente, foram empregados recursos municipais de forma a viabilizar

os projetos e garantir a contrapartida financeira necessária como complementação dos

financiamentos acessados através dos programas existentes principalmente do Ministério

das Cidades.

Entre os projetos habitacionais em andamento, têm-se um total de investimentos da

ordem de R$37.248.764,43, com uma produção de 796 novas unidades habitacionais, sendo

que, desse montante, R$24.704.457,48 correspondem a projetos da CDHU e

R$12.544.306,95 correspondem a projetos financiados pelo Ministério das Cidades, através

da Caixa Econômica Federal (ver tabela 45 e 46).

Com relação aos recursos do Governo do Estado de São Paulo, os investimentos exis-

tentes viabilizam os três projetos existentes realizados através da CDHU, sendo o de maior

destaque, o Conjunto Habitacional �Monte Verde� � Votuporanga XVI, que sozinho respon-

de pelo montante de R$24.055.033,91 previsto para 2010/2011, ou seja, mais de 97% de

todo o investimento, o qual produzirá 454 novas unidades habitacionais e 46 lotes comerci-

ais, totalizando 500 lotes (tabela 45).

Por outro lado, os recursos provenientes do Governo Federal através do Ministério

das Cidades, que tem como agente financeiro a Caixa Econômica Federal, atuarão direta-

mente sobre o programa de desfavelamento e geração de novas unidades habitacionais

direcionadas às famílias com renda mensal entre 0 e 3 salários mínimos, podendo atender

também as famílias da faixa de renda entre 3 e 5 salários mínimos. Assim, o recurso está

dividido entre três projetos de urbanização/desfavelamento � Ipiranga I e II e Vila São Lu-

cas, e dois projetos de Conjuntos Habitacionais � Vila Residencial �Hermínio Roque Fáva-

ro�, em Simonsen e Conjunto Habitacional �Monte Alto� (Tabela 46).

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Tabela 45

Convênios Governo do Estado de São Paulo � Habitação � Votuporanga 2009 - 2012

Núcleos Agente Finan-

ciador

Recursos investidos

(R$)

Novas

U.H. Situação

Linhão CDHU / PM

Votuporanga R$ 163.696,60 20

Obra executada e en-

tregue em 2.010

Votuporanga K -

Santa Amélia

CDHU / PM

Votuporanga R$ 485.726,97 10 Em execução

Votuporanga XVI

� Conj. Hab.

�Monte Verde�

CDHU / PMV R$ 24.055.033,91 500* GRAPROHAB

TOTAL R$ 24.704.457,48 530

Fonte: CDHU e PM Votuporanga.

* Estão sendo aprovados 500 lotes dos quais 454 serão destinados a Unidades Habitacionais e 46 a Comér-

cio.

Tabela 46

Convênios Governo Federal� Habitação � Votuporanga 2009 - 2012

Núcleos Agente Finan-

ciador

Recursos investidos

(R$)

Novas

U.H. Situação

Vila Residenci-

al �Hermínio

Roque Fávaro�

Ministério das

Cidades / CEF /

PM Votuporanga

R$ 784.306,95 32 Em execução

Ipiranga I

Ministério das

Cidades / CEF /

PM Votuporanga

R$ 882.000,00 21 Em processo de lici-

tação

Ipiranga II

Ministério das

Cidades / CEF /

PM Votuporanga

R$ 1.134.000,00 27 Em processo de lici-

tação

Vila São Lucas

(São Cosme)

Ministério das

Cidades / CEF /

PM Votuporanga

R$ 924.000,00 22 Em processo de lici-

tação

Conjunto Habi-

tacional �Mon-

te Alto�

Ministério das

Cidades / CEF /

PM Votuporanga

R$ 8.820.000,00 210 Em processo de lici-

tação

TOTAL R$ 12.544.306,95 312

TOTAL (tab. 45 + tab. 46) R$ 37.248.764,43 796 Novas U. H.

Fonte: PM Votuporanga e Jornais do Município.

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A principal dificuldade encontrada no atual momento em Votuporanga, para a im-

plantação de empreendimentos habitacionais para famílias de baixa renda é o valor da

terra. A implantação de empreendimentos habitacionais em áreas sem infra-estrutura

completa torna-se inviável para essas famílias, pois onera sobremaneira o valor total das

unidades. Por outro lado, nas áreas infra-estruturadas o valor da terra tem se mostrado

muito alto, dificultando a implantação dos empreendimentos.

Não apenas com relação aos projetos voltados para as famílias com renda inferior a 3

salários mínimos, mas de um modo geral, o alto valor da terra tem dificultado as ações

para viabilizar unidades habitacionais de interesse social, uma vez que os programas desti-

nados a cidades de menor porte dispõem de menor volume de recursos por unidade, res-

tringindo as possibilidades de projeto dos conjuntos.

Além dos projetos voltados diretamente para a questão habitacional, vale destacar

os financiamentos acessados para a implantação de Infra Estrutura, Urbanização e Habita-

ção (questões indiretas), assim como para a implantação de infra-estrutura de saneamento

básico; e que, via de regra, complementam os projetos anteriormente citados, seja atra-

vés de urbanização de áreas degradadas, canalização de córregos, construção e revitaliza-

ção de praças, pavimentação e recapeamento de ruas, implantação de iluminação pública,

ou através da implantação de sistemas de tratamento de esgoto, resíduos sólidos e/ou dre-

nagem de águas pluviais. Atualmente, segundo a Secretaria de Obras e Habitação, existem

dezesseis (16) financiamentos principais que totalizam R$ 46.889.234,36, sendo R$

33.817.462,65 de repasses e R$ 13.071.771,71 de contrapartida municipal (ver tabela 47 e

48).

Outros projetos da mesma natureza estão em fase de contratação, incluindo a elabo-

ração do Plano Municipal de Saneamento.

As tabelas a seguir sistematizam os projetos e recursos mencionados.

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Tabela 47

Convênios em Execução � Infra Estrutura, Urbanização e Habitação - Votuporanga 2009 -

2012

Órgão Objeto Repasse Contra

partida Total Obs.

1 Min. das

Cidades /

CEF

Canalização e

urbanização

do córrego

Marinheirinho

� Jd Marim

1.300.000,00 354.463,74 1.654.463,74 Fase de

conclusão

2 Min. das

Cidades/

CEF

Canalização e

urbanização

do córrego

Marinheirinho

� Santa Amélia

2.000.000,00 576.529,90 2.576.529,90 Em execu-

ção

3 Min. do

Turismo/

CEF

Construção ou

revitalização

de Praças

2.490.534,78 1.500.000,00 3.990.534,78 Em execu-

ção

4 Sec. Est.

de Planej. Recapeamen-

to asfáltico de

400 quartei-

rões

1.800.000,00 700.000,00 2.500.000,00

Em execu-

ção

5 Min. do

Turismo/

CEF

3.410.000,00 90.000,00 3.500.000,00

6 Min. das

Cidades/

CEF

Pavimentação

asfáltica �

100% Asfalto

2.400.000,00 321.486,64 2.721.486,64 Em execu-

ção

7 Sec. Est.

de Planej.

Iluminação

Pública 507.655,87 45.854,75 553.510,62

Em execu-

ção

8 Min. do

Turismo/

CEF

Urbanização

Córrego Boa

Vista

292.500,00 145.125,70 437.625,70 Em Licita-

ção

9 Min. das

Cidades/

CEF

Plano Munici-

pal de Habita-

ção

46.772,00 11.028,00 57.800,00 Em execu-

ção

10 Min. do

Turismo/

CEF

Revitalização

R. Amazonas 2.300.000,00 1.200.000,00 3.500.000,00

Em execu-

ção

11 Sec. Est.

de Planej.

Galeria de

Águas Pluviais

� Prol. Av

Emílio Arroyo

Ernandes

2.000.000,00 981.710,43 2.981.710,43 Em execu-

ção

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Órgão Objeto Repasse Contra

partida Total Obs.

12 Min. do

Turismo/

CEF

Galeria de

Águas Pluviais

� Av José Silva

Melo e Targio

Granja

1.170.000,00 568.719,30 1.738.719,30 Em execu-

ção

13 Min. do

Turismo/

CEF

Duplicação

Av. Jerônimo

F. da Costa

486.539,71 190.182,10 676.721,81 Em execu-

ção

14 - Sarjetões - 214.684,06 214.684,06 Em execu-

ção

TOTAL 20.204.002,36 6.899.784,62 27.103.786,98

Fonte: PM Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.

Obs. 1 - Item 3 � Construção da Praça do Parque Friozi; Construção/Revitalização da Praça

São Cosme e Damião; Revitalização das Praças Frei Arnaldo e Bezerra de Menezes; Revitali-

zação da Praça São Bento; Revitalização da Praça Fernando Costa (Matriz); Construção da

Praça dos Ipês; Construção da Praça do Pró Povo; Construção da Praça Orlando Mastrocola;

Revitalização da Praça Santos Reis e Revitalização da Praça do Tobogã. Obs. Os valores do

repasse e da contrapartida são aproximados.

Obs. 2 � itens 4, 5, 6, 7, 10, 11, 12 Os valores do Repasse e da Contra partida dos itens,

são aproximados.

Obs. 3 - Item 7 faz parte do Programa Municipal de eliminação de pontos escuros � áreas de

implantação: V Carvalho, Pró Povo, Col. FEPASA, Sonho Meu, Av. Pansani, Pq. Saúde, Av.

Nasser Marão, Palmeiras II, Marg. Trevão, R. Missao Otuki, R. Ecoli Sereno, Conjunto Habi-

tacional Jabuticabeiras, Simonsen, Av. República do Líbano.

Obs. 4 � Item 11: correspondem as galerias de águas pluviais do prolongamento da Av. Emí-

lio Arroyo Hernandes e Rua Ceará

Obs. 5 � Item 12: correspondem as galerias de águas pluviais da Av. José Silva Melo e F.

Targino Granja.

Obs. 6 � Item 13 e 14: Não foi nos fornecido informações para o perfeito preenchimento

dos itens em questão.

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Tabela 48

Convênios em Execução � Saneamento - Votuporanga 2009 � 2012

Órgão Objeto Repasse Contra

partida Total Obs.

1 Min. das

Cidades

/ CEF

ETE � Estação de

Tratamento de

Esgoto

12.000.000,00 5.200.000,00 17.200.000,00 Term.

08/2010

2 Min. das

Cidades

/ CEF

Canalização, ga-

lerias de águas

pluviais e asfalto

� Córrego Boa

Vista

1.600.000,00 191.983,00 1.791.983,00

Em

execu-

ção

TOTAL 13.600.000,00 5.391.983,00 18.991.983,00

TOTAL (TAB. 47 + 48) 33.817.462,65 13.071.771,71 46.889.234,36

Fonte: PM Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.

Obs. 1 � Item 1 e 2: as obras aqui indicadas estão inseridas no âmbito do Programa �Sane-

amento para Todos�, vinculado ao Ministério das Cidades e financiado pela Caixa Econômi-

ca Federal.

Esses recursos somados representam um investimento da ordem de R$ 84.137.998,79

no município, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 49

Totalização dos Convênios e Financiamentos de Infra Estrutura, Urbanização, Habitação e

Saneamento em Votuporanga � 2009 - 2012

Tipo Total R$

1 Convênios Governo do Estado de São Paulo � Habitação 24.704.457,48

2 Convênios Governo Federal� Habitação 12.544.306,95

3 Convênios Governo Federal e Estadual - Infra Estrutura, Urbani-

zação e Habitação 27.897.251,36

4 Convênios Governo Federal � Saneamento 18.991.983,00

TOTAL 84.137.998,79

Fonte: PM Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.

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122

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5.4. Caracterização do Déficit Habitacional em Votuporanga segundo IBGE e

Fundação João Pinheiro

Após a apresentação do que tem sido a política habitacional em Votuporanga nos úl-

timos anos e as situações de precariedade habitacional identificadas pelo governo munici-

pal, cabe discutir os dados que são apresentados por órgãos oficiais e de amplo reconheci-

mento que ajudam a construir uma leitura sobre a questão habitacional em Votuporanga.

Para tanto, primeiramente cabe identificar os dados que demonstram a constituição

do universo de domicílios e de população no município de Votuporanga, tomando-se como

referência os dados do IBGE.

O Censo 2.000 identificou uma população de 75.528 habitantes e um total de 23.093

domicílios particulares permanentes36

, sendo 22.253 na área urbana e 840 na área rural.

Porém, a pesquisa mais atualizada existente é a Contagem da População de 2007, também

feita pelo IBGE, que através de recenseamento, identificou a existência de uma população

de 77.622 habitantes e de 25.687 domicílios particulares ocupados37, com uma média de

3,01 moradores por domicílio38. Desse total de domicílios, 25.031 encontram-se na área

urbana e 656 na área rural, o que indica um aumento do número de domicílios na área ur-

bana e diminuição na área rural, conforme demonstra a tabela abaixo.

Tabela 50

Total de Domicílios Particulares no Município de Votuporanga � 2000 e 2007

INFORMAÇÃO TOTAL URBANO RURAL

Domicílios Particulares Permanentes (2000) 23.093 22.253 840

Domicílios Particulares Ocupados1 (2007) 25.687 25.031 656

Fonte: IBGE Censo 2000 e Contagem da População 2007, IBGE.

Nota: 1 - inclui domicílios permanentes ou improvisados.

Apesar da ampliação do número de domicílios urbanos, conforme demonstram os da-

dos do IBGE, a densidade populacional do município de Votuporanga é baixa, correspon-

36 Apenas domicílios de uso particular, utilizados permanentemente. Não inclui domicílios improvisados e cole-

tivos. 37 Apenas domicílios particulares que se encontravam ocupados na data da pesquisa. Esse total inclui domicílios

permanentes ou improvisados, mas não inclui coletivos. 38 Fonte � PNAD base 2.007. IBGE 2.010. Apenas domicílios particulares que se encontravam ocupados na data

da pesquisa. Esse total inclui domicílios permanentes ou improvisados, mas não inclui coletivos.

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dendo em 2007 a 194,76 habitantes por Km²39

. Entretanto, é importante destacar que a

área do município pode ser considerada extensa, com 421,69 Km,² compreendendo a área

urbana e rural, sendo que a área urbana corresponde a 34,84 Km² no ano de 2007.

Além dos dados do IBGE é relevante a identificação feita pela Prefeitura de Votupo-

ranga em 2.010, que contabiliza o número de 47.931 cadastrados no IPTU, sendo que deste

total, 34.564 são imóveis com uso residencial (estão incluídos nesse total, apartamentos e

edificações comerciais e de serviços com residência).

A contagem da População em 2007 do IBGE identificou um total de 28.319 domicílios,

sendo 28.293 domicílios particulares, mas que são ainda classificados como ocupados, não

ocupados e coletivos. É importante ressaltar que do total de domicílios particulares, 2.557

domicílios foram identificados como não-ocupados no recenseamento, o que corresponde a

9,04% dos domicílios particulares em Votuporanga, como demonstra a tabela abaixo.

Tabela 51

Domicílios recenseados, por espécie � Município de Votuporanga � 2007

MUNICÍPIO

DOMICÍLIOS RECENSEADOS, POR ESPÉCIE

Total

Particulares

Total Ocupados Não-ocupados Coletivos

Votuporanga 28.319 28.293 25.736 2.557 26

Fonte: Contagem Populacional IBGE, 2007.

Dos domicílios não-ocupados recenseados, destaca-se ainda o número de domicílios

de uso ocasional40 - 487 em Votuporanga, segundo Contagem Populacional realizada pelo

IBGE em 2007. O número de domicílios vagos41 identificado é também relevante, totalizan-

do 2.070 domicílios, superior inclusive ao déficit habitacional básico do município identifi-

cado em 2000, a ser detalhado a seguir.

Tabela 52

Domicílios recenseados, por espécie em Votuporanga � 2007

39 Fundação SEAD � Pesquisa Densidade Demográfica � Informações dos Municípios Paulistas � IMP. 40 O IBGE (2003) considera domicílio particular de uso ocasional �o domicílio particular permanente que, na

data de referência, servia ocasionalmente de moradia, ou seja, era o domicílio usado para descanso de fins de

semana, férias ou outro fim, mesmo que seus ocupantes ocasionais estivessem presentes� 41 Domicílio que não tinha morador na data do recenseamento.

Page 131: plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

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Município

Domicílios recenseados, por espécie

Total

Particulares

Coletivos

Total Ocupados

Não-ocupados

Total

Fecha-

do

Uso

ocasio-

nal Vago Total

Com

morad

Sem

morad

Votupo-

ranga 28.319 28.293 25.725 2.568 11 487 2.070 26 11 15

Fonte: IBGE, Contagem Populacional 2007.

Porém, os casos de domicílios vagos identificados em 2000 indicam uma situação re-

levante e que cabe ser investigada de forma mais detalhada, uma vez que é possível que a

manutenção de um parque habitacional significativo na condição de vago tende a impactar

sobremaneira a oferta de imóveis de aluguel e mesmo disponíveis para compra no municí-

pio.

Desse universo, as informações do Censo 2000 permitem a identificação da situação

de déficit e de inadequação habitacional com um nível de detalhamento importante de ser

investigado, servindo de parâmetro para a discussão sobre as características e situações de

necessidades habitacionais em Votuporanga.

5.4.1. Déficit Habitacional de Votuporanga

O dimensionamento do déficit habitacional adotará como principal referência o mé-

todo desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (MG) que, a princípio, utilizava as informa-

ções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sendo posteriormente aperfei-

çoada para todos os municípios brasileiros com os dados dos Censos Populacionais realizado

pelo IBGE, o que permite identificar o déficit habitacional quantitativo e qualitativo de

forma detalhada e por componentes.

O cálculo do Déficit Habitacional, que estima a necessidade de novas unidades habi-

tacionais, é composto pelo déficit quantitativo, por reposição ou incremento do estoque, e

pelo déficit qualitativo, que identifica as situações de inadequação habitacional. Assim,

segundo a Fundação João Pinheiro são utilizados:

- Para o cálculo do Déficit Quantitativo (novas unidades):

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125

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1) Estimativa da necessidade de Reposição do Estoque de domicílios: são considera-

dos os domicílios rústicos42

;

2) Estimativa de Incremento do estoque de domicílios: são considerados os domicílios

improvisados43

, a coabitação familiar44

, a coabitação disfarçada45

, cômodos alugados ou

cedidos46.

- Para o cálculo do Déficit Qualitativo (inadequação habitacional):

1) Densidade excessiva de morador/dormitório (mais de 3 pessoas por cômodo47);

2) Carência de serviços de infra-estrutura (energia elétrica, abastecimento de água,

esgotamento sanitário, coleta de lixo);

3) Inadequação fundiária e

4) inexistência de unidade sanitária interna.

Segundo a Fundação João Pinheiro, o Déficit Habitacional Básico48

de Votuporanga

era de 1.059 unidades em 2000, sendo 1.020 unidades na área urbana e 39 na área rural,

o que inclui coabitação familiar (mais de uma família em um lote), domicílios improvisados

e rústicos. Comparativamente, foram identificados um total de 2.506 domicílios vazios,

sendo 2.196 na área urbana e 310 na área rural conforme a tabela a seguir.

42 Domicílios que não apresentam paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, construídas com materiais ina-

propriados. Apresentam desconforto para seus ocupantes, riscos de desmoronamento e contaminação por do-

enças em decorrência de suas precárias condições de salubridade. 43

Domicílios instalados em locais construídos para fins não residenciais que, no momento em que foi realizada

a pesquisa, serviam de moradia como, por exemplo, lojas, fábricas, embarcações, carroças, vagões de trens,

tendas e grutas. 44 São computadas as famílias conviventes secundárias, que são constituídas por, no mínimo, duas pessoas que

residem em um mesmo domicílio junto com outra família denominada principal. Entretanto, cabe destacar que

no caso das situações de coabitação familiar, há que se considerar que nem sempre é possível se considerar

como déficit habitacional, em função da própria estrutura familiar, o que indica a necessidade de levantamen-

tos mais precisos das reais condições e justificativas em âmbito local para ter conhecimento dos reais fatores

que levaram a esta condição. 45 Compreende a soma das famílias conviventes secundárias com as famílias que viviam em cômodos cedidos ou

alugados (considerados como domicílios com coabitação disfarçada). 46 Observa-se que no cálculo do déficit quantitativo para os municípios não estão consideradas as situações de

ônus excessivo de aluguel - quando mais de 30% da renda familiar é comprometida com o aluguel em famílias

com renda inferior a 3 salários mínimos � em função da inconsistência das informações obtidas pelo censo 2000

do IBGE. 47 Segundo a Fundação João Pinheiro, �Cômodos são todos os compartimentos integrantes do domicílio separa-

dos por paredes, inclusive banheiros e cozinha, e os existentes na parte externa do prédio, desde que constitu-

am parte integrante do domicílio. Não são considerados os corredores, alpendres, varandas abertas e outros

compartimentos utilizados para fins não-residenciais, como garagens, depósitos etc.� 48 Corresponde a soma da coabitação familiar, domicílios improvisados e dos rústicos.

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Tabela 53

Estimativa do Déficit Habitacional Básico (1) - Município de Votuporanga � 2000

MUNICÍPIO

DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO (2)

DOMICÍLIOS VAGOS

Absoluto % do Total dos Domicílios

Total Urbana Rural

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

VOTUPORANGA 1.059 1.020 39 4,59 4,58 4,64 2.506 2.196 310

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001.

Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e

dos rústicos.

(2) Para municípios o déficit habitacional básico não inclui as estimativas de domicílios rústicos infe-

riores a 50 unidades.

Uma vez que a estimativa corresponde ao cálculo a partir de informações de 2000, é

possível considerar a atualização dessa estimativa utilizando-se a taxa de crescimento po-

pulacional do município de Votuporanga acumulada de 2000 a 2007, uma vez que o municí-

pio conta com a informação do recenseamento feito através da Contagem Populacional de

2007, do IBGE.

Desta forma, considerando-se o crescimento de 2.094 hab, o que corresponde a um

crescimento de 2,77% da população do município entre 2000 (75.528 hab.) e 2007 (77.622

hab.), a projeção do déficit habitacional básico de Votuporanga para 2007 é de 1.088 no-

vas unidades habitacionais.

Tabela 54

Projeção do Déficit Habitacional Básico � DHB (1) - Município de Votuporanga � para 2000 e

para 2007

DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO

ABSOLUTO

Total Urbana Rural

CÁLCULO FJP 2000 1.059 1.020 39

PROJEÇÃO 2007 (FPJ 2000+ TAXA CRESC. POP. IBGE) 1.088 1.048 40

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007, IBGE.

Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e

dos rústicos.

Elaboração: RM.in.B, 2010.

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O déficit identificado no município é formado por diferentes componentes, conforme

a tabela abaixo, que indica a existência em 2000 de um total de 13 domicílios improvisa-

dos; 861 famílias conviventes, sendo 822 na área urbana e 39 na área rural; um total de

109 cômodos concentrados na área urbana e 76 domicílios rústicos, também concentrados

na área urbana. Esses mesmos componentes projetados para 2007 correspondem a 14 do-

micílios improvisados, 936 famílias conviventes, 118 cômodos e 83 domicílios rústicos.

Tabela 55

Estimativas dos Componentes do Déficit Habitacional Básico � DHB (1) - Município de Votu-

poranga � para 2000 e para 2007

MUNICÍPIO

DOMICÍLIOS

IMPROVISADOS

COABITAÇÃO FAMILIAR DOMICÍLIOS

RÚSTICOS (2)

Famílias

Conviventes Cômodos

Tot Urb Rur Tot Urb Rur Tot Urb Rur Tot. Urb Rur

VOTUPORANGA (2000) 13 13 - 861 822 39 109 109 - 76 76 -

VOTUPORANGA (PRO-

JEÇÃO COMP. DHB

2007)

14 14 - 936 894 42 118 118 - 83 83 -

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e

dos rústicos.

(2) O total dos domicílios rústicos das regiões, unidades da Federação, microrregiões e regi-

ões metropolitanas inclui as estimativas inferiores a 50 unidades.

Entretanto, cabe destacar que no caso das situações de famílias conviventes, há que

se considerar que nem sempre é possível serem contabilizadas como déficit habitacional,

uma vez que existem situações familiares diversas que não apenas a falta de opção de mo-

radia, o que indica a necessidade de levantamentos mais precisos das reais condições e

justificativas no âmbito local para se ter conhecimento da real condição de cada família49

.

O conjunto dos componentes do déficit habitacional básico deve ainda ser avaliado

tomando-se também como referência o dado com relação à renda do total de domicílios

urbanos permanentes em Votuporanga50

, sendo identificado por salários mínimos. Segundo

49 Estudos realizados em municípios do Rio de Janeiro e de Minas Gerais (FJP, 2006, p.100) indicam que em

média 64% do total de famílias conviventes efetivamente necessitavam de uma nova moradia, sendo considera-

das como parte do déficit habitacional local. No entanto, como não é um dado que pode ser auferido no mo-

mento, o valor será considerado em sua totalidade. 50 Vale destacar, entretanto, que as informações por salários mínimos de 2000 revelam hoje uma defasagem

considerável em relação ao poder de compra do salário mínimo na atualidade, sendo que o ideal seria a identi-

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a sistematização da FJP a partir dos dados do Censo 2000, do total de domicílios urbanos

de Votuporanga, 53,49% eram de famílias de 0 a 5 salários mínimos. Esses dados projetados

para 2007 mantêm a mesma proporção, alterando apenas os dados absolutos. Assim, os

domicílios com famílias com renda mensal de até 3 salários mínimos, passam de 6.726 em

2000 para 6.901 em 2007, e os com renda de 3 a 5 s.m., de 5.177 em 2000 para 5.312 em

2007, conforme demonstrado na tabela abaixo.

Tabela 56

Domicílios Urbanos, por Faixas de Renda Mensal Familiar - Município de Votuporanga � 2000

e projeção 2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total

Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %

VOTUPORANGA

(2000)

6.726 30,23 5.177 23,26 5.893 26,48 4.457 20,03 22.253 100

PROJEÇÃO 2007 6.901 30,23 5.312 23,26 6.047 26,48 4.573 20,03 22.834 100

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Especificamente, conforme demonstra o censo IBGE 2000, o número de famílias con-

viventes na área urbana do Município de Votuporanga estão fortemente concentradas nas

famílias na faixa de renda de até 3 salários mínimos, totalizando 73,48% dos casos. Se so-

madas as famílias de até 3 salários mínimos e de 3 a 5 salários mínimos, esse total passa

para 92,46% do casos, de acordo com a tabela a seguir, mantendo-se a mesma porcenta-

gem para 2007.

ficação de faixas de rendimento nominal. Porém, em função da disponibilidade das informações sistematizadas

pela FJP, os dados serão apresentados em salários mínimos.

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Tabela 57

Famílias Conviventes Urbanas, por Faixas de Renda � Município de Votuporanga � 2000 e

projeção 2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total

Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %

VOTUPORANGA

(2000) 604 73,48 156 18,98 32 3,89 30 3,65 822 100

PROJEÇÃO 2007 620 73,48 160 18,98 33 3,89 31 3,65 844 100

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Quanto aos casos de coabitação familiar e de domicílios improvisados, estes também

estão concentrados na faixa de renda de até 3 salários mínimos, totalizando 73,94%, e

17,90% na faixa de renda de 3 a 5 salários mínimos, conforme a tabela abaixo.

Tabela 58

Coabitação Familiar (1) e Domicílios Improvisados Urbanos, por Faixas de Renda - Município

de Votuporanga � 2000 e projeção 2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total

Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %

VOTUPORANGA

(2000) 698 73,94 169 17,90 47 4,98 30 3,18 944 100

PROJEÇÃO 2007 717 73,94 173 17,90 48 4,98 31 3,18 969 100

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Considera-se Coabitação Familiar a soma de famílias conviventes e cômodos.

Essa proporção também é semelhante nos casos de domicílios identificados como cô-

modos na área urbana. Do total de 109 cômodos identificados em 2000, 81, ou 74,31%,

estava na faixa de até 3 salários mínimos, e 13 cômodos, ou 11,93% do total, na faixa de 3

a 5 salários mínimos. Esses números absolutos sofrem uma pequena alteração quando pro-

jetados para 2007, como demonstrado a seguir.

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Tabela 59

Cômodos (1) Urbanos, por faixas de renda - Município de Votuporanga - 2000 e projeção

2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 Total

Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %

VOTUPORANGA

(2000) 81 74,31 13 11,93 15 13,76 - - 109 100

PROJEÇÃO 2007 83 74,31 13 11,93 16 13,76 - - 112 100

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Considerou-se o total dos cômodos próprios, alugados e cedidos, exceto os cedidos por

empregador.

Quanto às situações de domicílios urbanos alugados, os cálculos da FJP indicam que

em 2000 existiam 1.347 domicílios alugados por famílias com renda de até 3 salários míni-

mos, não necessariamente localizadas em aglomerados subnormais, conforme a tabela a-

baixo. Porém, como se trata das faixas de renda a serem priorizadas para o atendimento

subsidiado, há a necessidade de identificação dessas situações com mais rigor, uma vez

que tendem a se configurar como situações de ônus excessivo de aluguel.

Tabela 60

Domicílios alugados por faixa de renda - Município de Votuporanga - 2000 e projeção 2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

DOMICÍLIOS ALUGADOS

Sem rendimen-

tos

Até 1

s.m.

Mais de 1

a 2 s.m.

Mais de 2

a 3 s.m.

Alugados em aglomera-

dos subnormal

Votuporanga (2000) 158 203 437 549 -

Projeção 2007 162 208 448 562 -

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

No item 7.4.3, é apresentado o resultado da pesquisa junto ao setor imobiliário do

município referente a valores de aluguel.

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Conforme identificado nas reuniões bilaterais, parte integrante do Relatório de Ativi-

dades do Processo de Elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS

de Votuporanga (data da reunião) foi identificada que a oferta de imóveis para alugar na

cidade é baixa frente à demanda e que os valores médios têm sofrido uma significativa

elevação desde 2007.

5.4.2. Inadequação Habitacional

As situações de Inadequação dos Domicílios são definidas pela Fundação João Pinhei-

ro (2006) como os casos em que os domicílios apresentam carência de infra-estrutura, a-

densamento excessivo de moradores, problemas de natureza fundiária, ausência de unida-

de sanitária domiciliar exclusiva ou com alto grau de depreciação.

No entanto, não é possível somar os valores identificados para os componentes da i-

nadequação habitacional, uma vez que um mesmo domicílio pode apresentar mais de uma

situação de inadequação, levando a uma múltipla contagem.

No caso de Votuporanga, os casos de carência de infra-estrutura, apesar de estar em

maior número entre as situações de inadequação dos domicílios urbanos, conforme de-

monstra a sistematização da FJP, encontra-se equilibrada dentre as outras situações de

inadequação, totalizando 691 em 2000 e 709 projetados para 2007, seguidos pela situação

de adensamento excessivo, identificada em 632 domicílios em 2000 e projetada para 648

em 2007. A inadequação fundiária atingia em 2000, 444 domicílios, e 456 na projeção para

2007. Os casos de domicílios sem unidade sanitária somavam em 2000 um total de 294 do-

micílios, passando a 302 em 2007.

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Tabela 61

Inadequação dos Domicílios Urbanos � Município de Votuporanga � 2000 e projeção para

2007

MUNICÍPIO

INADEQUAÇÃO

FUNDIÁRIA (1)

ADENSAMENTO

EXCESSIVO (1)

DOMICÍLIO SEM

BANHEIRO (1)

CARÊNCIA DE

INFRA-

ESTRUTURA (2)

Absol.

% dos

domic.

Urbanos

Absol.

% dos

domic.

Urbanos

Absol.

% dos

domic.

Urbanos

Absol.

% dos

domic.

Urbanos

Votuporanga (2000) 444 2,00 632 2,84 294 1,32 691 3,11

Projeção 2007 456 2,00 648 2,84 302 1,32 709 3,11

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Apenas casas e apartamentos urbanos. (2) Casas e apartamentos urbanos que não possu-

em um ou mais dos serviços de infra-estrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de

água, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica, e coleta de lixo.

Vale considerar, porém, que a identificação das situações de inadequação fundiária

são obtidas a partir da autodeclaração dos entrevistados no levantamento do Censo, po-

dendo haver distorções na informação prestada, usualmente levando a um subdimensiona-

mento do dado.

Os casos de inadequação fundiária representam 2,00% dos domicílios urbanos em Vo-

tuporanga, segundo a FJP (2001). Esses casos estão concentrados nas faixas de renda de

até 3 salários mínimos, embora apresente porcentagens relevantes também nas outras fai-

xas, como mostra a tabela abaixo.

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Tabela 62

Inadequação Fundiária Urbana (1), por Faixas de Renda � Votuporanga � 2000 e projeção

2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

Até 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 Total

Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %

Votuporanga (2000) 270 60,81 115 25,90 59 13,29 444 100

Projeção 2007 277 60,81 118 25,90 61 13,29 456 100

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Apenas casas e apartamentos urbanos.

Especificamente quanto aos critérios que compõem as situações de carência de infra-

estrutura destacadas, a maior parte dos casos estão relacionados à carência de esgotamen-

to sanitário, totalizando 359 domicílios, seguidos pela carência de abastecimento de água,

em 112 domicílios, identificados no ano de 2000.

No entanto, como as situações de carência de infra-estrutura podem sobrepor-se em

um mesmo domicílio, foram identificados 118 casos em que ocorrem dois critérios, possi-

velmente abastecimento de água e coleta de esgoto sanitário, por serem a maioria dos

casos, como indica a tabela abaixo.

Tabela 63

Critérios de Carência de Infra-Estrutura Urbana (1) � Votuporanga � 2000 e projeção 2007

MUNICÍPIO

APENAS UM CRITÉRIO MAIS DE UM CRI-

TÉRIO

Total

Ilumin.

Elétrica

Abast.

de

Água

Esgot.

Sanitário

Coleta

de Lixo Total Dois Três Quatro

Votuporanga (2000) 12 112 359 49 532 118 41 0 691

Projeção 2007 12 115 368 51 546 121 42 0 709

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Considerados as casas e apartamentos urbanos carentes de um ou mais dos serviços de

infra-estrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água, rede geral de esgota-

mento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo.

No que diz respeito às situações de adensamento excessivo (mais de 3 pessoas por

cômodo), é possível também identificar sua ocorrência por faixa de renda no município. Do

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total dessas situações em 2000, 245 (38,77%) eram de famílias com renda de até 3 salários

mínimos; 244 (38,61%) de 3 a 5 salários mínimos e 143 (22,63%) com renda superior a 5

salários mínimos. Se somados o total de domicílios com adensamento excessivo por faixa

de renda de até 3 s.m. e de 3 a 5 s.m., identifica-se que esses casos representam 77,38%

dos casos, conforme a tabela a seguir.

Tabela 64

Domicílios com Adensamento Urbano Excessivo (1), por Faixas de Renda � Votuporanga �

2000 e projeção para 2007

MUNICÍPIO

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

até 3 de 3 a 5 mais de 5 total

Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %

Votuporanga (2000) 245 38,77 244 38,61 143 22,63 632 100

Projeção 2007 (Fpj

2000+ Taxa Cresc.

Pop. IBGE)

251 38,77 250 38,61 147 22,63 648 100

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), 2001. Contagem da População 2007 � IBGE.

Notas: (1) Apenas casas e apartamentos urbanos.

Cabe destacar que segundo a metodologia da Fundação João Pinheiro, para a identi-

ficação das situações de adensamento excessivo, somente foram considerados os membros

da família principal, já que as famílias identificadas como secundárias já haviam sido con-

tabilizadas como déficit habitacional.

Em aglomerados subnormais51 foram identificados 135 domicílios em situação de ina-

dequação. Esse dado não será considerado nesta análise por estarem demasiadamente sub-

estimado, sendo pouco representativo da situação existente. Não é possível avaliar o que

acarretou essa distorção, no entanto, sabe-se que os cálculos da FJP apresentam limita-

ções com relação à identificação dos setores com aglomerados subnormais com menos de

50 domicílios em função da própria metodologia adotada pelo IBGE, que não os considera.

51 Segundo IIBGE (2003) trata-se de �um conjunto constituído por um mínimo de 51 domicílios, ocupando ou

tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia � pública ou particular � dispostos, em ge-

ral, de forma desordenada e densa, e carente, em sua maioria, de serviços públicos essenciais. Podem se en-

quadrar, observados os critérios de padrões de urbanização e/ou de precariedade de serviços públicos essenci-

ais, nas seguintes categorias: invasão; loteamento irregular ou clandestino; e áreas invadidas e loteamentos

irregulares ou clandestinos regularizados em período recente.�

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No entanto, os dados já trabalhados no item 5.1.2 - Núcleos de Habitação Precária e

a produção Habitacional através do Poder Público e 5.2 - Projetos de construção de Habi-

tação de Interesse Social e programas de desfavelamento em Votuporanga, nos dá a situa-

ção mais atual dos aglomerados subnormais ou assentamentos precários.

5.5. Projeção da necessidade de novos domicílios em função do crescimento

demográfico de Votuporanga até 2020

A análise das tendências de crescimento populacional do município de Votuporanga

aponta para uma significativa queda nas taxas geométricas de crescimento da população

votuporanguense para as próximas décadas.

Isso significa dizer que, o município de Votuporanga dificilmente voltará a crescer às

taxas experimentadas entre as décadas de 1970/80, (2,82% ao ano) e mesmo entre

1980/1991 (2,15% ao ano), momento em que Votuporanga se beneficiou do espraiamento

industrial no contexto da distensão da industrialização paulista.

O que se espera para as próximas décadas é que a população de Votuporanga expe-

rimente um crescimento significativamente mais lento, pois conforme mostram as estima-

tivas de crescimento por simulação de tendências, provavelmente a partir do qüinqüênio

2010-2015 a população do município de Votuporanga deverá crescer a uma taxa inferior a

1% ao ano.

O cálculo da demanda futura por novos domicílios que surgirão em Votuporanga no

período entre 2007 e 2020 baseou-se no índice de crescimento verificado entre os anos de

200052 e 200753, e na projeção populacional elaborada pela Fundação SEADE � Sistema Es-

tadual de Análise de Dados - para o município de Votuporanga.

A partir destas informações, trabalhou-se com o total da população, agrupado pelos

períodos 2008-2010; 2011-2015 e 2016-2020. Estimou-se então o número de domicílios ne-

cessários para atender à demanda demográfica, ou seja, a quantificação das necessidades

habitacionais futuras que surgirão no período abarcado pelo PLHIS no município. Para tan-

to, tomou-se como referência a população e o número de domicílios permanentes ocupa-

dos em 2007, dado proveniente da Contagem Populacional do IBGE, por ser a informação

52 IBGE, Censo Demográfico 2000. 53 IBGE, Contagem Populacional 2007.

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mais recente, referente ao município de Votuporanga, que permite apontar o número mé-

dio de pessoas por domicílios particulares ocupados.

Cabe ressalvar aqui que se obteve uma projeção final da população utilizando as ta-

xas de crescimento do SEADE aplicadas sobre o valor de Contagem Populacional do IBGE

em 200754. Este cálculo foi realizado, pois a estimativa populacional projetada pela Funda-

ção SEADE para o ano de 2007 superou em 5,81% a Contagem da População realizada pelo

IBGE em 2007, que recenseou uma população de 77.622 pessoas em Votuporanga, assumin-

do-se que tal redução pode evitar que o total populacional do município seja superestima-

do.

Tabela 65

Projeção populacional de Votuporanga � SEADE e acréscimo de população por período e de

novos domicílios

Informação 2007 2008-2010 2011-2015 2016-2020

TOTAL

2008-

2020

Projeção População (Seade) 82.129 84.521 87.698 89.472 -

Taxa de Crescimento Seade (ao Ano) - 0,97 0,75 0,41 -

IBGE (Contagem 2007) 77.622 - - - -

IBGE + Taxa Seade 77.622 79.878 82.873 84.572 -

Acréscimo de População por período - 2.259 2.995 1.699 6.953

Novas Moradias Por Período Para

Suprir a Demanda Demográfica (¹) - 749 994 563 2.306

Novas Moradias Por Ano para suprir

a demanda Demográfica - 250 199 113 -

Fonte: SEADE e IBGE. Elaboração: RM.in.B, 2010.

Nota: 1 � cálculo a partir número médio de pessoas por domicílios segundo a Contagem da População

2007 (IBGE): 3,015 pessoas por domicílio.

54 No ano de 2007 o IBGE recenseou 77.622 pessoas em Votuporanga, enquanto que a Fundação SEADE indicava

uma população de 82.129 habitantes, gerando um diferencial de 5,81%.

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Com o cálculo do acréscimo de população por período e a média de pessoas por do-

micilio identificada a partir também da Contagem da População de 2007, estimou-se o to-

tal de novas moradias necessárias para suprir a demanda demográfica futura, cálculo reali-

zado por período e também por ano. Para o total do período de 2008 a 2020 foi estimada a

necessidade de 2.306 novas moradias para o acréscimo populacional de 6.953 pessoas no

mesmo período.

No entanto, para fins de planejamento da política habitacional local, destaca-se que

é fundamental conhecer quais as necessidades prioritárias para o atendimento habitacional

por parte do poder público, para que as necessidades habitacionais futuras não venham a

se incorporar ao déficit habitacional.

Assim, tomou-se como referência a distribuição da população por faixas de renda,

com base na renda nominal dos responsáveis por domicílios em 2000, para se ter uma pri-

meira estimativa das necessidades habitacionais futuras por faixa de renda, sendo a mes-

ma metodologia adotada pelo Ministério das Cidades para a elaboração do Plano Nacional

de Habitação - PLANHAB.

Porém, é importante destacar que essa estimativa deverá ser revista a partir da di-

vulgação dos dados do próximo Censo Demográfico (2010), uma vez que as informações do

Censo de 2000 apresentam um nível de desatualização considerável e, ainda, a dinâmica

econômica e da renda da população do município tendem a apresentar alterações ao longo

dessa última década, assim como nos períodos futuros em função da dinâmica econômica

nacional.

Além disso, destaca-se que, embora se esteja adotando tal distribuição para o total

dos chefes do domicílio no município, no planejamento das ações deve-se considerar que a

concentração de população nas faixas de renda mais baixas é maior na área rural.

De forma geral, segundo esses dados do Censo 2000, a distribuição por faixa de renda

em relação à população de 2000 em Votuporanga organiza-se da seguinte maneira:

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Tabela 66

Pessoas responsáveis pelos domicílios particulares permanentes por faixa de renda em Vo-

tuporanga, segundo Censo IBGE 2000

Fonte: IBGE. Elaboração: RM.in.B (2010).

Essa primeira estimativa aponta como demandas especiais aquelas que abrangem a

população �sem rendimento� e com faixa de renda até 5 salários mínimos. Entretanto,

cabe diferenciar que as faixas de renda �sem rendimento� e de até 3 salários mínimos po-

dem ser consideradas como as mais críticas e que necessitam de maior subsídio, em muitos

casos integralmente, para viabilizar o acesso à habitação digna. Sendo assim, tomando-se

como referência os dados de acréscimo de população para o total do período em estudo

(2008-2020), a estimativa da necessidade de novas moradias para essas duas faixas de ren-

dimento especiais seria de 1.284 novas moradias.

CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL

DO CHEFE DO DOMICÍLIO TOTAL DE CHEFES %

SEM RENDIMENTO - 567 2,36

ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOS 7.338 30,61

MAIS DE 3 A 5 SALÁRIOS MÍNIMOS 5.452 22,74

MAIS DE 5 A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS 6.075 25,34

MAIS DE 10 A 20 SALÁRIOS MÍNIMOS 2.863 11,94

MAIS DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS 1.672 6,97

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Tabela 67

Necessidade de novas unidades habitacionais em Votuporanga por faixa de renda por in-

cremento populacional para períodos de projeção SEADE 2008-2020

Faixas de rendimento

(Censo 2000)

% dos responsá-

veis por domicí-

lios particulares

em 2000

2008-

2010

2011-

2015

2016-

2020

Total

2008-

2020

1. Sem Rendimento 2,36% 18 23 13 54

2. Até 3 salários míni-

mos 30,61% 229 304 173 706

3. Mais de 3 a 5 salários

mínimos 22,74% 170 226 128 524

Total de domicílios 1.284

Fonte: IBGE. Elaboração: RM.in.B (2010).

5.6. Síntese dos levantamentos sobre a Necessidade Habitacional de Votupo-

ranga

De uma forma geral, os dados da FJP indicam que as situações de déficit habitacional

apresentadas estão concentradas nas faixas de renda mais baixa, em especial na faixa até

3 s.m. Porém, para efeito deste Plano, deverão ser definidas estratégia diferenciadas de

atendimento de cada faixa de rendimento, com níveis diferenciados de subsídio. Esses pa-

râmetros deverão se basear nas definições do Plano Nacional de Habitação � PLANHAB,

elaborado pelo Ministério das Cidades.

Corroboram ainda os dados do cadastro de demanda habitacional do Programa Habi-

tacional Municipal �Habitação para Todos�, realizado em maio de 2009, que totalizou

10.837 inscritos, sendo que 93%, ou 10.079 encontram-se na faixa de renda de zero a 3

salários mínimos, como demonstrado pela tabela que segue.

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Tabela 68

Cadastro de demanda habitacional por faixa de renda mensal familiar - Programa �Habita-

ção para Todos�. Município de Votuporanga - 2009

Informação

Faixa de renda mensal familiar (em salários mínimos)

De 0 a 3 s.m. Acima de 3 até 5

s.m.

Acima de 5 até

10 s.m.

Acima de 10

s.m. Total

Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %

N° de ins-

critos 10.079 93 626 5,78 102 0,94 30 0,28 10.837 100

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga � Secretaria de Obras e Habitação.

Nota: Porcentagem em relação ao total de inscritos.

É importante considerar, que o cadastro realizado pela Secretaria de Obras e Habita-

ção do município representa uma demanda identificada a partir de inscrições espontâneas,

que possivelmente englobam famílias que se encontram em situação de precariedade habi-

tacional e/ou de coabitação familiar ou adensamento excessivo, visto que a maioria inscri-

ta encontra-se em uma faixa de renda familiar mensal onde estão concentrados esses ca-

sos. Porém, por ser a partir de inscrições espontâneas, é um cadastro que pode não refletir

o universo da necessidade habitacional no município.

Ainda assim, os dados com relação à renda familiar são apenas informados no mo-

mento do cadastro, sendo somente comprovados no caso do cadastrado ser sorteado para

ocupar uma unidade habitacional produzida.

Englobada no cadastro, existem 19 famílias em domicílios que se localizam em áreas

públicas, ocupando Área de Proteção Permanente � APP e cadastradas pela Secretaria de

Obras e Habitação como área de risco, portanto, sujeitas à remoção. Essas famílias ainda

não foram inseridas nos projetos em andamento, e continuam a compor a necessidade de

novas moradias no município.

Tanto a sistematização da FJP projetada para 2007, como o cadastro realizado pela

Secretaria de Obras e Habitação do município em 2009 para famílias até 3 salários míni-

mos, ainda que sejam levantamentos e cadastros de natureza diferente, com métodos,

finalidades e períodos distintos, indicam uma mesma escala do problema habitacional em

Votuporanga, como é possível observar no quadro abaixo, especialmente no que diz respei-

to as situações de maior precariedade e que envolvem as famílias nas faixas de renda mais

baixas.

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Quadro 2

Levantamentos sobre a demanda habitacional em Votuporanga

Levantamento Números levantados

Déficit Habitacional Básico � FJP (Projetado para

2007) 1.088 domicílios (1)

Cadastro de demanda Habitacional �Habitação

para Todos� 10.079 inscritos (2)

Famílias em áreas públicas a serem realocadas (já

incluídas em programas habitacionais 100 famílias (tab. 38)

Famílias em áreas públicas a serem realocadas

(déficit) 227 famílias (tab 38 + 39)

Fonte: FJP, 2009, Prefeitura Municipal de Votuporanga

Nota: (1) Inclui domicílios urbanos e rurais. (2) Somente famílias com renda mensal de 0 a 3 s.m.

Vale considerar que os dados indicam que os números apresentados como déficit ha-

bitacional básico da Fundação João Pinheiro, mesmo que projetados para o ano de 2007,

encontram-se relativamente estabilizados no município, e expressam com maior grau de

detalhes e número de variáveis as necessidades habitacionais do município como um todo.

É necessário destacar que parte deste déficit acumulado de novas moradias está sen-

do encaminhado através dos projetos em desenvolvimento pela Prefeitura do Município de

Votuporanga, conforme apresentado anteriormente; sendo que são projetos que englobam

as áreas identificadas no cadastro de núcleos de assentamentos precários de 2005, confir-

mados em 2009 e que abrangem o atendimento de 342 famílias com renda entre 0 e 3 salá-

rios mínimos e 454 famílias com renda acima de 3 salários mínimos, totalizando 796 famí-

lias. A título de comparação, esta quantidade representa 73,16% do Déficit Habitacional

Básico projetado para 2007, que é de 1.088 novas unidades. Porém, são unidades habita-

cionais que ainda estão em produção ou em projeto, não podendo ser subtraídas do déficit.

Devem ser, todavia, consideradas no Plano Municipal de Habitação como os projetos priori-

tários a serem encaminhados no curto prazo de tempo.

Em resumo, considerando todos os projetos em desenvolvimento pela Prefeitura de

Votuporanga, temos um atendimento direto de 4.738 famílias, sendo dessa totalidade 796

famílias beneficiadas com a construção de novas unidades habitacionais e a implantação de

infra-estrutura urbana e 3.942 famílias (descontados os loteamentos não construídos) com

o desencadeamento de processos de regularização fundiária (Programa Cidade Legal).

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Assim, pode-se considerar que parte das situações identificadas como inadequação

habitacional no município em 2000, seja por carência de infra-estrutura, seja por inade-

quação fundiária, conforme detalhado, tendem a ser encaminhadas no curto prazo.

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6. DISPONIBILIDADE DE TERRAS PARA PRODUÇÃO DE NOVAS UNIDADES NO MU-

NICÍPIO DE VOTUPORANGA

Entre as terras de propriedade do poder público municipal, não foram identificadas

glebas aptas à utilização para empreendimentos habitacionais55. Assim, a constituição de

um banco de terras municipal para habitação de interesse social torna-se central no plane-

jamento da política habitacional do município.

O Plano Diretor Participativo de Votuporanga teve como princípio norteador a função

social da cidade e da propriedade. Para tanto, inseriu no corpo do texto os instrumentos

urbanísticos provenientes do Estatuto da Cidade � Lei 10.257/2001, visando assegurar o

direito à moradia digna, a inclusão social das famílias com política de habitação de interes-

se social, a proibição de novas ocupações por assentamento habitacionais inadequados e

garantir o acesso às famílias de baixa renda a financiamentos habitacionais.

Os instrumentos urbanísticos inseridos no Plano Diretor que servem para combater a

especulação imobiliária e induzir a urbanização sustentável do território estão descritos e

analisados no capítulo 8 deste diagnóstico.

Apesar de o Plano Diretor estabelecer regras para a aplicação dos instrumentos urba-

nísticos e instituir planos para algumas zonas passíveis de aplicação destes, também de-

terminou a necessidade de elaboração de lei específica que regulamentasse a aplicação

desses instrumentos urbanísticos; fato esse que não foi providenciado até o momento.

Desta forma, torna-se imprescindível, para o bom desenvolvimento urbano do muni-

cípio, a realização de um estudo aprofundado sobre a disponibilidade de terras para o uso

habitacional, principalmente dos vazios urbanos, no sentido de viabilizar a demarcação de

áreas passíveis de receber os instrumentos jurídicos e embasar a elaboração da legislação

específica.

Em que pese a importância do conhecimento das áreas não edificadas no município,

existem poucos estudos sobre os vazios urbanos de Votuporanga. O Plano Diretor de 2006

apresentou um mapa com os grandes vazios existentes no perímetro urbano do município à

época de sua elaboração (Mapa 27); contudo não era intuito do trabalho aprofundar na

elaboração de um levantamento preciso das áreas.

55 Segundo consulta aos técnicos da Prefeitura de Votuporanga.

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Mapa 27

Localização dos grandes vazios urbanos - Plano Diretor 2006

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010

Recentemente a Secretaria de Desenvolvimento Urbano iniciou um estudo sobre o

tema; porém, este estudo não detalha as condições e viabilidade dos terrenos, apenas os

identifica. Apesar de o município possuir um Sistema de Informações Geográficas, esse

sistema ainda não está sendo usado para elaboração de um levantamento mais aprofunda-

do dos vazios.

Dadas as limitações encontradas, este diagnóstico realizou um estudo preliminar de

vazios onde buscou-se analisar a cidade como um todo, identificando as áreas não edifica-

das conforme levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, de-

monstrado na peça gráfica denominada �Mapa do Zoneamento� e cruzando com outros

mapas do Plano Diretor como: Mapa 2 � Macrozoneamento; Mapa 3 � Zoneamento; e foto

aérea do Município. Segundo Plano Diretor do Município de Votuporanga � 2006 - esses va-

zios estão inseridos na área urbana legal e possuem previsão de atendimento de água e

esgoto, além de estarem fora de áreas de preservação ambiental.

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Mapa 28 e 29

Macrozoneamento e Zoneamento � Mapas 2 e 3 do Plano Diretor Participativo � 2006.

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010

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Mapa 30

Mapa do Zoneamento - 2010

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-

mento Urbano.

Elaboração: RM in B � 2010

Após essa primeira análise, identificaram-se três áreas, excluindo do estudo regiões

da cidade com impeditivos físicos e legais para a ocupação habitacional. Assim, as áreas de

estudo consideram apenas:

a) Área Urbana Legal,

b) Áreas fora de Áreas de Preservação Ambiental e

c) Áreas com cobertura (ou previsão de cobertura) de rede de água e esgoto.

Dessa forma, apesar da região sudeste apresentar ainda vazios urbanos significativos

dentro do perímetro urbano legal, a mesma está inserida dentro da Zona de Recuperação e

Ocupação Controlada que, segundo o Plano Diretor, é a porção do território municipal não

recomendável para o adensamento populacional e exige lotes mínimos de 250 m², dificul-

tando a implantação de conjuntos habitacionais de interesse social.

1

2 3

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Também a região noroeste, trecho na confluência das Rodovias Estaduais Euclides da

Cunha e Péricles Bellini não foi indicada, pois configura como uma área de conflito de uso

entre o zoneamento proposto em 2010 e o zoneamento proposto pelo Plano Diretor de

2006, o que indica a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da área em questão.

As áreas identificados neste estudo não podem ser considerados em sua totalidade

como disponíveis para uso habitacional, uma vez que ainda se faz necessário a verificação

individualizada de cada uma quanto a possíveis impedimentos para este fim (topografia,

presença em Áreas de Preservação Permanente, loteamentos aprovados no terreno, etc.).

Área 1 - Área localizada a Sudoeste do perímetro urbano

A área 1 está dividida em duas glebas demarcadas pelo mapa de zoneamento � 2010 e

estão localizadas em lados opostos à Rodovia Péricles Bellini , sedo denominada �Gleba A�,

a gleba do lado esquerdo da rodovia e conseqüentemente, �Gleba B� a do lado direito.

As duas glebas foram analisadas a partir de foto aérea com a finalidade de identificar

situações com impedimento à ocupação como áreas verdes e áreas de proteção. Não foram

descontadas as áreas de viário já existente dentro das glebas.

Apesar da Área 1 ter boas condições físicas para atender a demanda habitacional e-

xistente no município, não podemos deixar de ressaltar que a mesma está localizada na

área com o maior índice de vulnerabilidade social, conforme mapa apresentado no Plano

de Saneamento. Sendo assim, a ocupação da área deve ocorrer concomitante com a apli-

cação de políticas públicas sociais intensas nesse setor da cidade.

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Mapa 31

Índice de Vulnerabilidade Social - Plano Diretor 2006

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � PDM 2006.

Elaboração: RM in B � 2010

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Imagem 18

Área 1 � Glebas A e B

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-

mento Urbano.

Elaboração: RM in B � 2010

A B

Rodovia

Péri

cle

s B

elin

i

Perímetro da Gleba

Zona Especial de Preservação Área de Proteção Permanente (APP) Afluente do córrego

Boa Vista

Área Verde

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Tabela 69

Área útil para a ocupação na Área 1 � Glebas A e B.

Áreas Total aproximado em m²

Área total � Gleba A 820.000,00

Áreas Verdes 13.000,00

Total de área útil � Gleba A 807.000,00

Área total � Gleba B 630.000,00

Áreas de Proteção Permanente 100.000,00

Total de área útil � Gleba B 530.000,00

Total de área útil � Gleba A + B 1.337.000,00

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.

Elaboração: RM in B � 2010

Área 2 - Área localizada a Noroeste do perímetro urbano

A área 2 configura-se como uma única gleba demarcada pelo mapa de zoneamento �

2010 e está localizada a noroeste do perímetro urbano, na confluência das Rodovias Esta-

duais Euclides da Cunha e Péricles Bellini .

Seguindo a mesma metodologia, a gleba foi analisada a partir de foto aérea com a fi-

nalidade de identificar situações com impedimento à ocupação como áreas verdes e áreas

de proteção. Apesar de não estarem indicadas no mapa do município, foram demarcadas

três Áreas de Proteção Permanente � APP, sendo duas delas pertencentes ao Córrego Boa

Vista e uma ao Córrego Marinheirinho; as quais necessitam de confirmação de presença de

nascentes.

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Rodovia Euclides da Cunha

Rodovia

Péri

cle

s Belini

Imagem 19

Área 2

Perímetro da Gleba

Zona Especial de Preservação Área de Proteção Permanente (APP)

Afluente do córrego Boa Vista e Marinheirinho.

Área Verde

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-

mento Urbano.

Elaboração: RM in B � 2010

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Tabela 70

Área útil para a ocupação na Área 2.

Áreas Total aproximado em m²

Área total � Gleba 2 2.320.000,00

Áreas de Proteção Permanente 70.000,00

Áreas Verdes 17.500,00

Total de área útil � Gleba 2 2.232.500,00

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.

Elaboração: RM in B � 2010

Área 3 - Área localizada ao Norte do perímetro urbano

A área 3 está dividida em cinco glebas demarcadas pelo mapa de zoneamento � 2010,

sendo que as glebas a oeste da Avenida Emilio Arroyo Ernandes � Gleba A e B, estão inseri-

das no setor NO (noroeste), enquanto que as glebas a Leste da mesma Avenida � Glebas C,D

e E, estão inseridas no setor NE � nordeste).

Das áreas analisadas, esta é a que mais sofre pressão de ocupação pelo mercado i-

mobiliário, enquanto que o poder público concentra suas ações na área 1.

As glebas foram analisadas a partir de foto aérea com a finalidade de identificar situ-

ações com impedimento à ocupação como áreas verdes e áreas de proteção. Não foram

descontadas as áreas de viário já existente dentro das glebas.

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Imagem 20

Área 3

Perímetro da Gleba

Zona Especial de Preservação Área de Proteção Permanente (APP)

Afluente do córrego Boa Vista e Marinheirinho.

Área Verde

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga � Secretaria de Desenvolvi-

mento Urbano.

Elaboração: RM in B � 2010

A

B

C

D

E

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Tabela 71

Área útil para a ocupação na Área 3 � Glebas A, B, C, D e E.

Áreas Total aproximado em m²

Área total = área útil � Gleba A 130.500,00

Área total = área útil � Gleba B 115.300,00

Área total = área útil � Gleba C 89.700,00

Área total = área útil � Gleba D 405.000,00

Área total = área útil � Gleba E 202.000,00

Total de área útil � Gleba A+B+C+D+E 942.500,00

Fonte: Elaborado sobre mapa fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.

Elaboração: RM in B � 2010

Desta forma, no universo dos vazios analisados, a soma aproximada das áreas aptas a

receber empreendimentos habitacionais em Votuporanga resulta em um total de

4.512.000,00 m².

Tabela 72 - Total de área apta à ocupação no universo das áreas selecionadas para aná-

lise*

Área Levantada Total aproximado em m²

Área 1 - Sudoeste do perímetro urbano 1.337.000,00

Área 2 - Noroeste do perímetro urbano 2.232.500,00

Área 3 - Norte do perímetro urbano 942.500,00

Total 4.512.000

Fonte: Elaborado sobre mapas fornecido pela Prefeitura de Votuporanga.

Elaboração: RM in B � 2010

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Porém, o estudo ora apresentado não se aprofundou na análise da totalidade dos va-

zios do município. Isso se deu pela impossibilidade de levantamento de tal vulto de infor-

mações em período curto de tempo, o que justifica a priorização de algumas áreas assumi-

das neste diagnóstico. Mas é preciso ressaltar a importância que os vazios em áreas cen-

trais, não analisadas neste estudo, podem assumir para um planejamento habitacional,

podendo inclusive assumir um papel prioritário, uma vez que a produção de habitação de

interesse social � HIS não deve se restringir às localizações distantes e pouco infra-

estruturadas, num sentido de promover uma distribuição mais igualitária de acessos e o-

portunidades.

Os vazios em área central também podem ser encarados como oportunidades para

empreendimentos privados de habitação de mercado popular - HMP, pelos próprios propri-

etários dos terrenos, considerando-se, entretanto, a necessidade de adequação dos parâ-

metros urbanísticos compatíveis para tal finalidade.

Assim, não obstante a significativa dimensão das áreas vazias já identificadas, faz-se

necessário o aprofundamento deste estudo, uma vez que questões qualitativas de um ter-

reno (como localização, infra-estrutura, proximidade de equipamentos públicos), devem

ser levadas em consideração para novas demarcações legais.

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7. HABITAÇÃO DE MERCADO POPULAR - HMP

7.1. Contextualizando a Habitação de Mercado Popular

A Habitação de Mercado Popular é parte integrante da política habitacional, conside-

rada como um segmento complementar à produção pública de moradias. Este pressuposto

vai ao encontro das diretrizes da Política Nacional de Habitação, que subdividiu o novo

Sistema Nacional de Habitação em:

1. Subsistema de Mercado

2. Subsistema de Habitação de Interesse Social

Ao diferenciar os dois segmentos habitacionais a Política busca combinar ações de

maneira a evitar distorções na distribuição dos investimentos públicos, considerando como

prioridade de promoção pública no atendimento da população de renda mais baixa � de-

manda por urbanização e produção de HIS �, sem deixar de atentar para a necessidade de

buscar consolidar uma estrutura financeira de crédito suficiente a que se amplie o merca-

do privado para a produção de HMP, atendendo a demanda das classes médias.

A política habitacional implementada através da criação do Sistema Financeiro da

Habitação � SFH, do Banco Nacional da Habitação � BNH (extinto em 1986), e das Socieda-

des de Crédito Imobiliário � SCI, em 1964, contava com amplos investimentos públicos, mas

acabou por privilegiar a parcela da população que tinha capacidade de assumir um financi-

amento habitacional sem, no entanto, atender as classes de renda mais baixas. Assim, a

Política Nacional de Habitação, aprovada em 2004, orienta-se por buscar uma maior justiça

social na aplicação dos recursos públicos. É importante ressaltar, ainda, que após o período

de implementação da política urbana e setoriais da época do regime militar, que se esten-

deu até meados da década de 1980, houve uma lacuna a nível federal, estrutural e de re-

cursos, referente à questão.

A insuficiência do mercado privado em atender as classes de renda média e baixa se

expressa, enquanto solução habitacional, na irregularidade fundiária e habitacional. A evo-

lução do uso irregular do solo evidencia, também, a existência de um mercado informal

que possibilita acesso à moradia a uma grande parte da população.

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Assim, o Sistema Nacional de Habitação está organizado no sentido de diferenciar em

estratos mais finos as faixas de renda das famílias, de forma a garantir que os investimen-

tos públicos não deixem de beneficiar as famílias de mais baixa renda. Sem, contudo, dei-

xar de atentar para a necessidade de ampliação do mercado privado de habitação.

Em 2004, foi aprovada no Congresso Nacional a Lei no 10.391, que visa dar segurança

jurídica aos investidores (promotores e financiadores) e compradores. Através dessa, o

Conselho Monetário Nacional � CMN pode pressionar os bancos a investirem em habitação

com a utilização de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo � SBPE, para

investimento em habitação de mercado (Resolução nº 3.410, de 27 set. 2006).

Nos últimos anos, com o crédito mais barato e o crescimento do poder aquisitivo da

população como um todo, o mercado habitacional para atendimento das classes de renda

média e média-baixa tem demonstrado importante expansão. Porém, é ainda incipiente a

experiência privada na oferta do produto habitacional de menor custo. É necessário esti-

mular a criação de empresas especializadas em produzir para o mercado popular possibili-

tando manter essa oferta.

O Plano Nacional de Habitação, ainda em construção, propõe a classificação da de-

manda habitacional em grupos de atendimento, ampliando a estratificação de renda, con-

forme o quadro a seguir:

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158

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Tabela 73

Classificação da Demanda Habitacional

Grupo de Atendi-

mento

Faixa de rendimento fami-

liar56

(município tipo F)

Fontes de recursos prioritárias

Grupo 1 De 0 a 1,5 s.m. FNHIS

Grupo 2 De 1,5 s.m. a 3 s.m. FGTS /FNHIS Financiamento com

subsídio

Grupo 3 De 3 s.m. a 5 s.m. FGTS Financiamento com desconto

Grupo 4 De 5 s.m. a 10 s.m. FGTS

Grupo 5 Mais de 10 s.m. SBPE

Base de Dados: Produto 5 - PLANHAB, 2008.

Elaboração: RM.in.B, 2010.

Segundo o PLANHAB (2008), somente a partir do Grupo 4 as famílias possuem capaci-

dade de assumir financiamento habitacional sem subsídios, e apenas o grupo 5 seria aten-

dido por financiamento de mercado. A Habitação de Mercado Popular, nessa lógica atende-

ria a partir do grupo 3 e principalmente os grupos de atendimento 4 e 5, que compreen-

dem as faixas de renda acima de 3 salários mínimos. Essa demanda tem condições de aces-

sar recursos onerosos.

Cabe destacar, nesse sentido, a Resolução CCFGTS n° 460 (14.12.2004), que estabe-

leceu a concessão de descontos nos financiamentos de interesse social, com recursos do

FGTS gerados a partir dos resultados financeiros obtidos na aplicação do Fundo.

O SBPE por sua vez tem um custo de captação (e por conseqüência de repasse) mais

elevado que o FGTS. No entanto, consegue atender aos grupos de atendimento IV e V, ali-

viando no médio prazo a pressão sobre o FGTS. (PLANHAB, Produto 5 - pág. 90, 2008)

Não apenas as definições da Política e a alteração em legislações visando estimular o

crédito vêm sendo adotadas a nível federal, recentemente (março de 2009) o Governo Fe-

deral divulgou um novo Pacote Habitacional tendo como objetivo baratear a construção e

estimular o mercado privado de habitação popular, destinado a famílias que recebem até

56 O PLANAB trabalhou com rendimento nominal, tendo como valor de referência o salário mínimo de R$415,00.

G1 - Zero a R$ 600,00, G2 � De R$ 600,00 a R$ 1.200,00, G3 - De R$ 1.200,00 a R$ 2.000,00, G4 - De R$

2.000,00 a R$ 4.000,00e G5 - Mais de R$ 4.000,00.

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159

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dez salários mínimos, com subsídios de quase 100% para famílias que ganham até 3 salários

mínimos por mês. O Estado e o município podem contribuir com o programa abrindo mão

de algumas receitas decorrentes. Inicialmente o crédito será concedido pela Caixa Econô-

mica Federal e pelo Banco do Brasil, no entanto, o Governo Federal espera que bancos

privados também concedam o empréstimo, promovendo, também que pessoas que hoje

não têm acesso a financiamentos habitacionais sejam incluídas no sistema bancário.

Entre os programas federais voltados ao atendimento de HMP, destaca-se o Programa

de Arrendamento Residencial � PAR financiado com recursos públicos onerosos via Caixa

Econômica Federal, que se destina às empresas do ramo da construção civil ou pessoa jurí-

dica que atue no setor. Os empreendimentos habitacionais, financiados em longo prazo,

têm como público alvo famílias com renda até 6 salários mínimos. O contrato prevê acesso

a um imóvel em sistema de aluguel, com possibilidade de compra e venda.

Na esfera Estadual, foi aprovado através por Decreto, n° 53.823 de 2008, o Fundo

Garantidor Habitacional - FGH, esse deverá articular-se ao Fundo Paulista de Habitação de

Interesse Social, ambos com Conselhos Gestores de caráter deliberativo.

O Fundo Garantidor Habitacional - FGH tem como objetivo estimular a participação

de empreendedores imobiliários e instituições financeiras a atuarem no mercado popular

de imóveis, funcionando como avalista para a aquisição habitacional, provendo recursos

para garantir risco de crédito e equalizar taxas de juros, no âmbito dos programas e ações

da Política Estadual de Habitação de Interesse Social.

7.2. Problematização Conceitual

Conceitualmente Habitação de Mercado Popular � HMP pode ser definida como aquela

produção destinada ao consumo de um bem. Isto é, uma mercadoria que atende a uma

necessidade de demanda. No entanto, diferentemente da terminologia definida para Habi-

tação de Interesse Social � HIS que traz a partir do Estatuto da Cidade uma caracterização

relacionada à faixa de renda, com critérios de localização e usos específicos � Zonas de

Especial Interesse Social � promovida e subsidiada ou integralmente produzida pelo poder

público, a Habitação de Mercado Popular � HMP no que se referente à normativa, parece

estar definida unicamente como aquela que atende ao mercado popular, não estando tute-

lada pelo poder público.

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160

PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

O Plano Diretor poderá ou não definir o que no município será considerado como HMP

perante a legislação urbanística. Em geral, havendo tal definição, está relacionada como57

:

aquela produzida pela iniciativa privada, por associações habitacionais, ou coo-

perativas populares;

destinada a famílias com renda familiar mensal acima de 3 salários mínimos,

sendo que em alguns casos é considerada acima de 6 salários mínimos, até o e-

quivalente a 10 salários mínimos, podendo chegar até 16 salários mínimos (ou

vinculado a renda per capita mensal das famílias);

que atenda a alguns parâmetros construtivos específicos: unidade habitacional

com área útil até 60m², em alguns casos podendo ser de 70m², e ainda, em al-

gumas legislações definem ter apenas um, podendo chegar até dois banheiros e

uma vaga de estacionamento por unidade.

Os Planos Diretores podem, em relação à implementação dos instrumentos do Estatu-

to da Cidade, definir critérios diferenciados para empreendimentos em HMP como, por

exemplo, não pagar outorga onerosa do direito de construir, podendo usar os índices má-

ximos de coeficiente construtivo.

No entanto, os mecanismos de controle pelos órgãos públicos competentes, quanto

ao real atendimento dos empreendimentos aprovados como HMP à demanda especificada,

são frágeis, quando não inexistentes.

Empreendimentos privados financiados por programas públicos destinados a HMP po-

dem estabelecer um maior controle de atendimento da demanda especificada, através dos

Conselhos Gestores ou dos próprios órgãos financiadores.

57 Entre as legislações pesquisadas estão: o Plano Diretor Plano Diretor Estratégico de São Paulo - Lei nº.

13.430/2002, o Plano Diretor de Santo André Lei - n° 8696/2004 e Lei de Zonas Especiais de Interesse Social -

Lei nº 8.869/2006.

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

7.3. A produção privada do território em Votuporanga

Com base no levantamento dos loteamentos aprovados, com e sem decreto de apro-

vação, dos loteamentos não aprovados e em situação irregular (inseridos no �Programa

Cidade Legal�) e dos loteamentos em processo de aprovação preparado pela Prefeitura,

foram organizados os dados, conforme quadros incluídos nos anexos A2, A3 e A4 deste do-

cumento, possibilitando a síntese apresentada a seguir:

Tabela 74

Loteamentos em Votuporanga

LOTEAMENTOS LEVANTADOS PELA PMV SUB-TOTAL N° TOTAL

Loteamentos aprovados

Com decreto 131

165

Sem informação 34

Lotes em loteamentos aprovados

Com decreto 25.545

31.139

Sem informação 5.594*

Loteamentos irregulares ** (incluídos no

�Programa Cidade Legal�)

Implantados 19

24

Em projeto 5

Lotes em loteamentos irregulares ** (in-

cluídos no �Programa Cidade Legal�)

Implantados 4.007

4.792

Em projeto 785

Loteamentos em processo de aprovação

Com Decreto de

Aprovação Prévia 21

24

Sem Decreto 3

Lotes em loteamentos com processo de

aprovação

Com Decreto de

Aprovação Prévia 4.521*

4.657

Sem Decreto 136

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga; Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

* Entre os lotes em loteamentos aprovados sem informação e lotes em loteamentos com processo de

aprovação há alguns sem informação da quantidade de lotes.

** Existem cinco loteamentos que foram incluídos na situação de loteamentos irregulares - Programa

�Cidade Legal�, e repetidamente na situação de loteamentos em aprovação.

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PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

Os loteamentos com decreto de aprovação iniciam no ano de 1950, praticamente 13

anos após a data de origem da cidade. Conforme informação da prefeitura, os loteamentos

mais antigos não possuem decreto de aprovação por não existir tal procedimento à época;

no entanto são loteamentos regulares. Também de acordo com informações da Secretaria

de Desenvolvimento Urbano, os loteamentos estão divididos em regulares e em aprovação.

Entre os loteamentos irregulares incluídos no programa �Cidade Legal�, estão 5 lote-

amentos não implantados, com um total de 785 lotes destinados a atender uma população

de faixa de renda entre 0 e 5 salários mínimos, conforme destacado anteriormente.

No tocante à análise da infra-estrutura instalada (pavimentação, sarjetas, rede elé-

trica, iluminação pública, abastecimento de água e rede de esgoto) os percentuais de a-

tendimento dos loteamentos com decreto de aprovação e loteamentos sem informação

beiram a 100% de atendimento. Os casos mais críticos estão relacionados aos índices de

atendimento no abastecimento de água e por rede de esgoto nos núcleos de habitação pre-

cárias ainda existentes no município.

No que se refere às possibilidades do mercado de terra urbanizada no município,

chama a atenção de que parece haver um estoque, porém não temos, a partir dos dados,

como caracterizá-los em relação ao público a que se destinam. Não temos a informação do

quanto desses lotes urbanizados desocupados, regulares ou irregulares, estão ainda à dis-

posição do mercado imobiliário.

7.4. O Mercado Popular e a Política Municipal de Habitação

Como anteriormente destacado a atuação da prefeitura junto à Habitação de Merca-

do Popular (HMP) é de outra natureza se comparada à atuação na Habitação de Interesse

Social (HIS). Em HIS, a prefeitura tem controle direto sobre a localização dos empreendi-

mentos, tipologias construtivas, demanda a ser atendida, etc. Em HMP, esse controle é

limitado, dependendo fundamentalmente da lógica de funcionamento do mercado.

No entanto, o nível historicamente baixo de interferência do poder público municipal

no funcionamento do mercado imobiliário constitui uma questão nevrálgica para as políti-

cas urbanas como um todo. É nesse sentido que os instrumentos do Estatuto da Cidade

propõem a ampliação da intervenção do Estado em questões comumente deixadas ao con-

trole do mercado, estabelecendo estratégias para o alcance da função social da cidade e

da propriedade.

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Assim, não obstante a autonomia intrínseca do mercado imobiliário cabe ao Estado,

e, portanto à municipalidade, regular a dinâmica urbana nas questões críticas, principal-

mente naquelas relacionadas à estrutura fundiária.

7.4.1. A Habitação de Mercado Popular em Votuporanga

Este Diagnóstico da Situação Habitacional no município de Votuporanga abordou a

questão da Habitação de Mercado Popular por meio de entrevistas bilaterais com represen-

tantes de arquitetos, engenheiros e imobiliárias58 e questionários que foram distribuídos às

imobiliárias, incorporadores e bancos (Anexo 05).

Na pesquisa dos questionários com as imobiliárias, se evidencia o desequilíbrio exis-

tente entre oferta e procura, em diversos segmentos do mercado. Pesquisou-se 4 segmen-

tos, 2 referentes à compra e venda, e 2 referentes à locação:

- Compra e venda

1. Imóveis com o valor de até R$60.000,00

2. Imóveis com o valor entre R$60.000,00 e R$90.000,00

- Locação

1. Imóveis com aluguel até R$600,00

2. Imóveis com aluguel entre R$600,00 e R$1.000,00.

Dos 4 segmentos analisados, todos apresentaram evidente desequilíbrio entre oferta

e procura, com a segunda significativamente maior que a primeira.

58 Relatório de Atividades do Processo de elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS de

Votuporanga.

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BAIXA

BAIXA

BAIXA

ALTA

ALTA

ALTA

-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00

MADRID

CHINO

BISSOLI

OFERTA DEMANDA

7.4.2. Imóveis para compra e venda

A pesquisa demonstrou que, nos dois segmentos analisados, pode-se verificar um de-

sequilíbrio crítico entre oferta e procura (Gráficos 3 e 4). O quadro 3 confirma esta reali-

dade, e enfatiza a procura por imóveis entre 70 e 100 mil reais. O quadro 4 revela que a

procura por imóveis se concentra naqueles com área entre 80 e 120m².

Gráfico 3

Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.

Pergunta: �Como você classificaria a demanda e a oferta de imóveis para compra e venda

com o valor até 60 mil reais?�

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2010.

Gráfico 4

Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.

Pergunta: �Como você classificaria a demanda e a oferta por imóveis para compra e venda

com o valor entre 60 e 90 mil reais?�

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2010.

BAIXA

BAIXA

BAIXA

ALTA

ALTA

ALTA

-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00

MADRID

CHINO

BISSOLI

OFERTA DEMANDA

Page 172: plhis de votuporanga etapa ii - diagnã³stico.pdf

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Quadro 3

Valor de imóvel com maior procura para compra e venda, em mil reais - Respostas por i-

mobiliária.

NOME

EM MIL REAIS

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Bissoli

Neg. I-

mob.

X X X X X X X

Chino

Imóv. X X X X X X X

Madrid

Imóv X X X X X X X

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

Quadro 4

Tamanho do imóvel mais negociado para compra e venda, em m² - Respostas por imobiliá-

ria.

NOME

EM M²

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

280

Bissoli

Neg. I-

mob.

X X X X

Chino

Imóv. X X X X

Madrid

Imóv X X X

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

A situação crítica para compra e venda de imóveis na faixa de preço entre 70 e 100

mil reais é enfatizada pela pesquisa com os bancos, conforme quadro a seguir.

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SEM INFORMAÇÃO

BAIXA

BAIXA

SEM INFORMAÇÃO

ALTA

ALTA

-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00

MADRID

CHINO

BISSOLI

OFERTA DEMANDA

Quadro 5

Principais dificuldades para se viabilizar os financiamentos para HMP em Votuporanga �

Instituições Bancárias

INSTITUIÇÃO BANCÁ-

RIA INFORMAÇÃO

Caixa Econômica

Federal

Informalidade;

Renda insuficiente;

Alto custo de áreas para implantação de HMP.

Banco do Brasil O Banco do Brasil ainda não disponibiliza a linha de crédito, o que

ocorrerá em breve.

Santander

Comprovação de renda;

Avaliação do imóvel;

Documentação incompleta do imóvel;

Restrições cadastrais.

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

7.4.3. Imóveis para locação

Assim como a situação de imóveis para compra e venda, os gráficos 5 e 6 demons-

tram um desequilíbrio crítico entre oferta e procura, principalmente entre os imóveis com

valor de aluguel entre 300 a 600 reais, o que pode ser confirmado no quadro 6.

Gráfico 5

Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.

Pergunta: �Como você considerada a demanda e a oferta de imóveis para locação com va-

lor de aluguel entre 300 e 600 reais?�

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FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

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SEM INFORMAÇÃO

BAIXA

BAIXA

SEM INFORMAÇÃO

ALTA

ALTA

-2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00

MADRID

CHINO

BISSOLI

OFERTA DEMANDA

Gráfico 6

Quantificação das respostas das imobiliárias entrevistadas.

Pergunta: �Como você classificaria a demanda e oferta por imóveis para locação com valor

de aluguel entre 600 e 1.000 reais?�

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

Quadro 6

Valor de imóvel com maior procura para locação, em reais

Respostas por imobiliária

NOME

EM MIL REAIS

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

Bissoli

Neg. I-

mob.

X X X

Chino

Imóv. X X X

Madrid

Imóv

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

Durante as reuniões bilaterais,os representantes das imobiliárias chamaram a aten-

ção para a grande procura por casas para locação com aluguel no valor entre 300 e 500

reais, o que comprova a pesquisa dos questionários. Também se ressaltou a procura por

imóveis de 3 dormitórios, independente da área construída (metragem).

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O resultado da pesquisa com as imobiliárias expõe uma realidade preocupante, uma

vez que o desequilíbrio afeta principalmente as famílias com renda entre 3 a 6 salários

mínimos. Essa problemática deve ser vista com atenção, uma vez que esta faixa de renda

poderia acessar habitação via mercado, mas não a faz por não existir essa alternativa no

mercado de Votuporanga, acabando por inchar a demanda por habitações construídas pelo

Estado.

Um fator importante levantado na entrevistas bilaterais com as construtoras e incor-

poradores se refere ao custo da terra. Segundo as empresas, o preço da gleba dentro do

perímetro urbano é muito algo o que inviabiliza os empreendimentos de HMP, que em Vo-

tuporanga atendem principalmente a faixa de renda familiar entre 2 e 3 salários mínimos.

Outros resultados da pesquisa com as construtoras e incorporadores reforçam a situa-

ção já apresentada acima, onde se confirma a alta demanda por empreendimentos de

HMP.

Quadro 7

Pesquisa com construtoras e incorporadores imobiliários (questionário)

PERGUNTA CONSTRUTORAS /

INCORPORADORES RESPOSTA

Existem entraves que difi-

cultam a viabilização para

implantação de empreen-

dimentos de HMP

KONSTRU

Preços das áreas; demora na aprovação

dos empreendimentos junto aos órgãos

municipais e estaduais.

POLOESTE

Preço da terra; infra estrutura; falta de

incentivo ao investidor; cultura de

�morar�.

Miotto e Piovesan Sem informação.

Para que a HPM seja viá-

vel, qual a dimensão míni-

ma necessária do lote?

KONSTRU 180 m²

POLOESTE 125 m² terreno e 36 m² a habitação.

Miotto e Piovesan 200 m²

Algum componente jurídi-

co pode ser aprimorado no

sentido de facilitar a viabi-

lização de empreendimen-

tos de HMP?

KONSTRU Sem informação.

POLOESTE Muitos � principalmente o Plano Dire-

tor.

Miotto e Piovesan Fiscalização sobre venda de imóveis

contemplados.

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias, Agentes Financeiros e Incorporadores, 2009.

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Em pesquisa recente a cerca do preço do metro quadrado de terreno dentro do perí-

metro urbano na área urbana consolidada, obtivemos uma amostragem de valores confor-

me demonstra a tabela a seguir:

Tabela 71

Levantamento de preços de terrenos vazios � 2010.

BAIRRO QDRANTE

METRAGEM

EM M²

PREÇO TO-

TAL EM R$

PREÇO M²

EM R$

MÉDIA PRE-

ÇO POR

QUADRANTE

1 Bairro do Café NE 357,50 75.000,00 209,79

174,23 m² 2 Vila Anna NE 201,38 30.000,00 148,97

3 Vila Paes NE 976,00 160.000,00 163,93

4 San Remo NO 438,90 150.000,00 341,76

223,56 m²

5 San Remo NO 420,00 75.000,00 178,57

6 B. Mastrocola NO 378,52 65.000,00 171,72

7 B. Mastrocola NO 368,50 70.000,00 189,96

8 Jd Esther NO 372,00 90.000,00 241,94

9 Parque Nações NO 230,00 50.000,00 217,39

10 Vila Marim SE 374,00 75.000,00 200,53

168,87 m²

11 Portal do Sol SE 240,00 45.000,00 187,50

12 Portal do Sol SE 253,00 43.000,00 169,96

13 Sta Felícia SE 300,00 40.000,00 133,33

14 Jd dos Ipês SE 300,00 48.000,00 160,00

15 Santa Paula SE 400,00 80.000,00 200,00

16 Santa Paula SE 520,00 68.000,00 130,77

17 Pq Res. Friozi SO 428,40 75.000,00 175,07 175,07 m²

FONTE: Pesquisa PLHIS com Imobiliárias - 2010.

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171

PP ll aa nn ee jj aa mm ee nn tt oo UU rr bb aa nn oo

A pesquisa foi realizada com as imobiliárias: Imobilar, Madrid Imóveis, Romano Imó-

veis & Negócios, Imobiliária Central, Imobiliária Porto Seguro e Centauro Imóveis; entre os

dias 16 e 31 de julho de 2010, e se considerou todos os tamanhos de lotes e todos os lote-

amentos que havia ofertas de venda.

Apesar do valor do metro quadrado por quadrante não poder ser referencia de preço

da terra, por serem lotes individuais e não possuir medidas suficientes para a produção em

escala de unidades habitacionais, o valor pode servir como referencia de preço da terra

urbanizada no município.

Assim, o apoio do poder público municipal junto ao mercado de habitação popular

pode ocorrer por meio da solução de �gargalos�, como a aprovação dos empreendimentos,

promover a atualização ou elaboração de legislações pertinentes ao tema e que venham

colaborar com a dinâmica do mercado e combater a especulação.

Assim, a atuação de maior impacto deve se dar sobre a estrutura fundiária, sobre a

qual a municipalidade deve ampliar sua capacidade de ação, por meio dos instrumentos

provenientes do Estatuto da Cidade e constantes no Plano Diretor.

Nesse sentido, é imprescindível a definição de quais áreas devem ser demarcadas

como ZEIS, inclusive diferenciando aquelas destinadas à HIS e à HMP, assim como devem

ser regulamentados e colocados em prática os instrumentos contidos no Plano Diretor Par-

ticipativo de 2006 como: IPTU Progressivo no Tempo, Edificação, Utilização e Parcelamen-

to Compulsórios, Direito de Preempção, entre outros.

Tais ações devem ter como objetivo a redução da especulação imobiliária sobre a

terra, e a conseqüente diminuição de seu preço a médio e longo prazo.

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8. CONDIÇÕES PARA O ENCAMINHAMENTO DA POLÍTICA HABITACIONAL NO MU-

NÍCIO DE VOTUPORANGA

8.1. Legislação Urbanística

No Brasil do período colonial o município teve por base jurídica as ordenações do rei-

no. Sabe-se que o poder local na colônia portuguesa fazia se representar através de câma-

ras Municipais eleitas pela sociedade.

No século XX o município se tornou objeto de tratamento especial, conquistando es-

paço próprio e competências para a consecução de seus fins e a partir da Constituição de

1988, tornou-se ente federativo, com poder de organizar-se segundo uma Lei Orgânica

própria, elaborada pelos seus próprios legisladores, integrantes da Câmara Municipal.

Nesse contexto, muitas questões assumiram grande relevo, pela importância na vida

das pessoas que habitam o município: moradia, trabalho, meio ambiente, transporte, ati-

vidade econômica, trânsito, saúde, educação, tronaram-se temas obrigatórios da dinâmica

municipal.

Paralelamente, os espaços necessários à habitação e ao exercício das atividades veri-

ficadas no município passaram a constituir grande preocupação. Afinal, tornou-se indispen-

sável a compatibilização das atividades urbanas com tais espaços, de modo harmônico,

visando à integração, o desenvolvimento local, com a busca da melhor qualidade de vida.

Considerando esta premissa a reforma urbana preconizada na Constituição Federal de

1988 pressupôs um planejamento urbano que leve em conta os aspectos sociais, políticos e

ambientais.

8.1.1. A Lei Orgânica do Município de Votuporanga � LOM

Como destacado, o planejamento urbano efetivo é implantado mediante a elabora-

ção de normas legais, e, sobretudo, mecanismos de inclusão para a participação e inter-

venção da comunidade e entidades no processo de reflexão sobre a cidade, de tal sorte,

que podemos dizer que a Lei Orgânica Municipal- LOM (na esfera local) é a Constituição do

Município onde são traçados os princípios gerais e diretrizes que serão a base para compor

sua política de desenvolvimento.

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Neste particular a LOM do Município de Votuporanga para a questão Política urbana

destacou que caberá ao município a promoção, no que couber, do adequado ordenamento

territorial, mediante planejamento e controle uso, do parcelamento e da ocupação do solo

urbano (at. 7, VIII). Ainda definiu em seu artigo 141 § 1º que o Plano Diretor é o instrumen-

to básico da política de desenvolvimento e deve considerar a totalidade de seu território.

Ressalta-se que a LOM de Votuporanga ao dispor sobre a Política Urbana do Municí-

pio, destinou um capítulo específico (Capítulo V � Da Política Urbana) onde estabeleceu

critérios de articulação com as políticas públicas das esferas Federal e Estadual, tendo

como princípio norteador o Estatuto da Cidade na esfera federal e o Plano Diretor no âmbi-

to local.

8.1.2. � O Plano Diretor Participativo de Votuporanga

Dentro da composição das leis urbanísticas do município o Plano Diretor59

de Votupo-

ranga é a principal lei da política urbana e que estabelece as diretrizes de política de de-

senvolvimento urbano para o município.

Seu papel é fundamental é organizar o crescimento e desenvolvimento da cidade, ou

seja, o plano diretor é a ferramenta técnica e política que garante a aplicação dos direitos

fundamentais e direitos sociais garantidos pela Constituição Federal no art. 6º.

O Plano Diretor apresenta proposições especiais para a estruturação da cidade, com

destaque para a função social da propriedade que estabelece uma norma legal que define

os direitos e deveres do possuidor do bem, prevendo a idéia de que a propriedade deve

estar ligada ao bem estar social.

Além da função social da propriedade o Plano Diretor de Votuporanga estabeleceu os

seguintes princípios que deverão nortear a propriedade urbana:

I. � Utilização e Aproveitamento para atividades ou usos em prol do bem coletivo, da

segurança e do bem estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental;

II. � Promoção do adequado aproveitamento dos imóveis não edificados, subutilizados

e não utilizados;

III. � promoção da Regularização Fundiária dos assentamentos humanos precários;

59 Lei Complementar nº 106 de 08 de novembro de 2007 �Institui o Plano Diretor Participativo do Município de

Votuporanga, cria o Conselho da Cidade e dá outras providências�.

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IV. � Compatibilidade do uso da propriedade com a segurança, bem estar e a saúde

seus usuários;

V. � Distribuição de usos e intensidades da ocupação do solo de forma equilibrada em

relação à infra-estrutura disponível aos transportes e apo meio ambiente, de

modo a evitar a ociosidade e sobrecargas dos investimentos coletivos;

VI. � Respeito aos limites e índices urbanísticos estabelecidos no PD e nas legislações

dela decorrentes;

VII. � Garantia do atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de

vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas;

Além dos princípios estabelecidos no Plano Diretor o mesmo também estabeleceu os

instrumentos urbanísticos indispensáveis à criação de uma política de desenvolvimento

urbano voltado a questão habitacional como as Zonas Especiais de Interesse Social � ZEIS, o

direito de preempção, o IPTU progressivo, etc.

8.2. - Análise dos Instrumentos Jurídicos de Política Urbana previstos no Pla-

no Diretor Participativo - PDP de Votuporanga

A política de desenvolvimento municipal teve como princípio norteador a função so-

cial da cidade e da propriedade, a sustentabilidade e a gestão democrática e participativa,

apresentando condições necessárias para a estruturação da cidade a partir da função social

da propriedade.

Os instrumentos para a efetiva aplicação desses preceitos visam assegurar o direito à

moradia digna, a inclusão social das famílias com política de habitação de interesse social,

proibir novas ocupações por assentamento habitacionais inadequados e garantir o acesso às

famílias de baixa renda a financiamentos habitacionais.

8.2.1. Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios

O parcelamento do solo é um instrumento indutor de urbanização, sendo realizado de

forma espontânea pelo proprietário da terra, mediante aprovação da Municipalidade.

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Com o advento da Lei 10.257/2001, este instrumento passou a adotar sistemática di-

versa da Constituição Federal de 1988, embora não admita que o poder público municipal

parcele ou edifique em terreno alheio, o artigo 46 do Estatuto da Cidade permite o estabe-

lecimento de consórcio imobiliário entre o poder público e o proprietário da área a ser

parcelada ou edificada.

O consórcio imobiliário consiste na transferência de área para o poder público e em

troca o proprietário recebe unidades imobiliárias urbanizadas ou edificadas.

O PD de Votuporanga, art.178 a 184 estabelece as regras para aplicação deste ins-

trumento urbanístico, bem como institui de plano algumas zonas passíveis de aplicação

deste instrumento, contudo determina a necessidade de lei específica para a aplicação.

8.2.2. IPTU progressivo no tempo e na desapropriação em títulos da dívida

pública

O IPTU progressivo no tempo está previsto do PD, art. 185 a 187, e trata-se de um

dos instrumentos mais eficazes para a efetivação do princípio da função social da proprie-

dade.

O IPTU progressivo no tempo é um instrumento previsto no Estatuto da Cidade (art.

7º, da Lei 10.257/2001) que permite ao governo municipal aumentar, progressivamente, o

valor da alíquota do IPTU de um imóvel, caso seu proprietário não lhe dê a utilização con-

forme o previsto no Plano Diretor.

A medida consiste em uma espécie de desincentivo aos proprietários em manter imó-

veis abandonados, terrenos vazios sem edificação, ou glebas sem utilização e parcelamen-

to, de forma a racionalizar e otimizar a ocupação das cidades.

O objetivo deste instrumento é combater a especulação imobiliária e induzir a utili-

zação de áreas da cidade já dotadas de infra-estrutura urbana, ao invés de promover a

ocupação de regiões distantes do centro que exigirão novo investimento público em drena-

gem, asfalto, iluminação pública, rede de água e esgoto, transporte coletivo e uma série

de equipamentos urbanos como espaços de lazer, escolas, postos de saúde e etc.

As áreas passíveis de aplicação do IPTU progressivo no tempo devem ser previamente

especificadas no Plano Diretor, que deve também definir os critérios que estabeleçam o

que é subutilização, para cada região da cidade. Estabelecidos esses critérios será possível

identificar se determinado imóvel está ou não cumprindo sua função social e aplicar os

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instrumentos de utilização, edificação e parcelamento compulsórios (previstos nos artigos

5º e 6º do Estatuto da Cidade).

Esses mecanismos dão ao governo municipal a possibilidade de determinar ao propri-

etário que dê a utilização adequada a seu imóvel, procedendo, conforme o caso, à sua o-

cupação, edificação ou parcelamento.

Se o proprietário não cumprir a determinação da Prefeitura no prazo estabelecido,

esta poderá iniciar a cobrança do IPTU progressivo no tempo, aumentando, ano a ano, a

alíquota do imposto sobre essa propriedade.

8.2.3. Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida Pública

A Desapropriação é instituto utilizado pelo poder público para permitir a transferên-

cia compulsória de uma propriedade privada para o domínio público60.

A Desapropriação como instrumento de política urbana é fundamental para a aplica-

ção do princípio da Função Social da propriedade. A Constituição Federal de 1988 em seu

artigo 182, § 4º, preconiza que as áreas delimitadas no Plano Diretor não edificadas, ou

que se mantiverem sub-utilizadas ou não utilizadas, serão objetos de desapropriação pelo

poder público, mediante pagamento com títulos da dívida pública.

O Estatuto da Cidade neste sentido estabelece além das regras de desapropriação, as

obrigações, dela decorrentes, do novo possuidor do imóvel que deverá proceder ao ade-

quado aproveitamento do imóvel, de forma a garantir a efetividade da função social da

propriedade.

8.2.4. Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS

As ZEIS são áreas ocupadas por assentamentos habitacionais populares onde se apli-

cam normas específicas para a regularização fundiária, urbanização e edificação, as quais

se superpõem às normas gerais do município. As ZEIS no Plano Diretor de Votuporanga en-

contra previsão no art. 106, I, contudo sem delimitação específica.

60 SANT´ANA, Ana Maria, Plano Diretor Municipal. Editora EUD, São Paulo � 2006 � pág. 24

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A função das ZEIS é estabelecer critérios especiais na definição de parâmetros regu-

ladores de uso e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento normal do restante do

Município.

Este instrumento é fundamental para a promoção da política habitacional do municí-

pio, pois poderão ser flexibilizados parâmetros para a construção de habitações populares

de interesse social.

O próprio PD estabelece que o Município deve instituir lei municipal para regulamen-

tar as ZEIS.

A previsão de ZEIS no Plano Diretor também tem a função de identificar e configurar

as áreas de assentamentos precários e irregulares já identificados em levantamentos, po-

rém, estas ZEIS não tiveram suas delimitações precisamente definidas.

8.2.5. Outorga Onerosa do Direito de Construir

O instituto da outorga onerosa do direito de construir é um instrumento jurídico de

política urbana pelo qual o proprietário poderá exercer o direito de construir acima do

coeficiente de aproveitamento básico adotado pelo Plano Diretor ou pela lei específica

municipal.

Pano Diretor de Votuporanga prevê, em seus arts. 188 a 191, a faculdade do poder

público exercer o direito de outorgar onerosamente o exercício do direito de construir, ou

seja, o poder executivo municipal poderá autorizar o proprietário do imóvel a construir

acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado pelo PD ou por lei específica, me-

diante pagamento.

Os parâmetros de uso e ocupação de solo do Município de Votuporanga estão estabe-

lecidos na Lei nº 2830/1996, com alterações posteriores.

O PD estabelece que lei específica estabelecerá as condições para a concessão deste

instrumento.

8.2.6. Transferência do direito de construir

A transferência do direito de construir é um instrumento jurídico de política urbana e

está contido no PD de Votuporanga em seu artigo 192 a 195, no qual determina que o po-

der executivo municipal poderá autorizar o proprietário do imóvel urbano privado ou pú-

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blico a exercer seu direito de construir em outro local ou alienar este direito mediante

escritura pública.

O PD estabelece que Lei Específica regulamentará os critérios e procedimentos para

efetividade deste instrumento.

8.2.7. Operação Urbana Consorciada

A Operação Urbana Consorciada está prevista nos arts. 196 a 199 do PD e trata-se de

um instrumento de planejamento que cria uma alternativa de financiamento para imple-

mentação de políticas publicas visando o desenvolvimento da região onde é realizada.

Pela proposta, mudam as regras de uso e ocupação do solo na região, sendo definido

um Regime Urbanístico mínimo e um máximo, que poderá ser atingido, desde que sejam

apresentadas contrapartidas que revertam em obras para própria região.

Desta forma será possível promover investimentos de forma gradativa, minimizando

as carências de infra-estrutura e de equipamentos urbanos e comunitários, bem como re-

cuperar o ambiente natural daquela área, trazendo benefícios para a cidade como um to-

do.

A intenção é que as operações urbanas ocorram pontualmente, através de novos em-

preendimentos. As contrapartidas estarão listadas em um Plano de Melhorias, que depois

de acertadas entre o Poder Público e o empreendedor, resultarão na assinatura de um

termo de compromisso. Seu cumprimento será fiscalizado e acompanhado por um Comitê

de Desenvolvimento formado por representantes da administração Pública e da sociedade

civil.

8.2.8. Consórcio Imobiliário

Está regulado no PD, arts. 200 a 204 e trata-se da forma de viabilização de planos de

urbanização ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público seu

imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias de-

vidamente urbanizadas ou edificadas cujo valor será correspondente ao valor do imóvel

antes da execução das obras.

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8.2.9. Direito de Preempção ou preferência

O direito de preempção está previsto nos art.s 205 a 210 do PD e indica uma restri-

ção ao poder de disposição que o proprietário tem sobre o bem, ou seja, antes de dispor

de seu imóvel deve oferecê-lo ao poder público municipal que tem preferência na aquisi-

ção de imóvel urbano.

Para tanto, deve uma lei específica delimitar as zonas em que serão aplicadas este

instrumento.

Quanto aos critérios para a alienação do bem declarado como objeto de direito de

preempção, o PD de Votuporanga, determina que:

I � o proprietário deverá notificar o Município sua intenção de alienar o imóvel;

II � O município deverá manifestar-se por escrito seu interesse no imóvel dentro

do prazo máximo de 30 dias, após o transcurso deste prazo sem manifestação da

municipalidade, poderá o proprietário alienar o bem a terceiros;

III � Alienado o bem a terceiros, deverá o proprietário apresentar em 30 dias có-

pia do instrumento de alienação do imóvel;

IV � Caso a alienação seja processada sem a observação destas exigências, esta

será considerada nula de pleno direito.

Da mesma forma, a previsão do Município em instituir áreas com direito de preemp-

ção tem a função de identificar áreas que podem vir a ser adquiridas para a construção de

unidades e conjuntos habitacionais, para amenizar a demanda de áreas de interesse ao uso

habitacional de interesse social.

Desta forma, para a demarcação de novas áreas com tais instrumentos jurídicos, faz-

se necessário uma pesquisa sobre a disponibilidade de terras para o uso habitacional, prin-

cipalmente de vazios urbanos.

Em que pese à importância do conhecimento das áreas não edificadas no município,

não encontramos qualquer estudo anterior sobre vazios urbanos no município de Votupo-

ranga.

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8.2.10. Direito de Superfície

O direito de superfície encontra previsão no PD art. 221 e caracteriza-se como um di-

reito real sobre a coisa alheia, conforme o Estatuto da Cidade, o direito de superfície a-

brange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na for-

ma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística, sendo que o

proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por

tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório

de registro de imóveis.

8.2.11. Estudo de Impacto de Vizinhança

O Estatuto da Cidade abordou o EIV - Estudo de Impacto de vizinhança devido a sua

relevância como instrumento preventivo de efeitos positivos e negativos decorrentes do

empreendimento ou da atividade quanto à qualidade de vida da população residente pró-

xima ou na área a ser empreendida.

O Estudo prévio de Impacto de Vizinhança é um documento técnico que deve ser ela-

borado previamente à emissão das licenças ou autorizações de construção, ampliação ou

funcionamento de empreendimentos privados ou públicos em área urbana. Sua exigência

depende de lei municipal regulamentadora.

Trata-se de um instituto totalmente novo em nível federal, que se semelha ao estudo

de impacto ambiental (EIA), previsto no inciso IV do § 1° do art. 225 da Constituição Fede-

ral, este instrumento possibilita a tomada de medidas preventivas a fim de evitar o dese-

quilíbrio urbano e garantir condições mínimas de ocupação dos espaços habitáveis.

Para tanto é necessário que a lei municipal determine as atividades ou empreendi-

mentos que dependerão da apresentação do EIV para a concessão de licenças e autoriza-

ções, e ainda, este deverá conter todos os aspectos positivos e negativos do empreendi-

mento ou da atividade, se possível, as alternativas para mitigar ou eliminar as negativida-

des e conciliar interesses.

Diante desta exigência, o Município de Votuporanga elencou em seu PD, arts. 212 a

217 o EIV como ferramenta para o desenvolvimento urbano da cidade, delegando a respon-

sabilidade de instalação de obras ou atividades que possam gerar modificação no espaço e

meio ambiente a aprovação de uma comissão multidisciplinar constituída por servidores

especializados.

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O PD de Votuporanga delimita as obras e atividades que são considerados potencial-

mente geradora de grandes modificações urbanas, determinando também que Lei Específi-

ca deverá instituir as formas, os prazos, os elementos e demais requisitos contidos no EIV.

Dentre outras disposições, deixa explícito que o EIV não substitui o licenciamento

ambiental obrigatório e o órgão público responsável pelo Exame do EIV deverá realizar au-

diência pública antes tomada de decisão sempre que sugerida pelos moradores da área

afetada ou suas associações.

8.3. Quadro Institucional e Administrativo

Assim como a base legal, o quadro institucional do governo municipal é elemento de-

terminante para a viabilização da política habitacional do município, no sentido de cons-

truir as bases que condicionam grande parte da capacidade de planejamento e implemen-

tação da política.

Neste sentido o Município de Votuporanga no intuito de fortalecer a política habita-

cional promoveu uma reestruturação administrativa vinculando o Departamento de Habita-

ção à Secretaria de Obras e Habitação com a função de centralizar e coordenar as ações

voltadas à questão habitacional do Município.

Em que pese a recente mudança trazida pela Lei Complementar nº 143/2009, ainda

existem ponderações sobre a estrutura administrativa, que da forma atual tende a fragili-

zar a capacidade e implementação de uma política habitacional que sustente uma ação

coordenada e que se mantenha no longo prazo, independente da capacidade de investi-

mento financeiro e de captação de recursos no município, uma vez que a moradia deixa de

ser devidamente abordada em relação às áreas de planejamento, de infraestrutura, urba-

nismo e meio ambiente.

Neste sentido propõe-se à reorganização com a criação do Setor de Apoio à Regulari-

zação Fundiária, órgão ligado à Divisão de Planejamento e Projeto que tem por objetivo a

preparação e instrução dos processos com vistas a regularização dominial dos imóveis com

problemas fundiários.

O Setor de Apoio à Regularização Fundiária possibilitará maior abrangência ao Depar-

tamento de Habitação, haja vista que atualmente questões de regularização fundiária não

encontram-se nas atribuições do departamento.

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Para a criação do Setor de Apoio à Regularização Fundiária, será necessária a refor-

mulação da estrutura administrativa com a criação das seguintes funções:

Advogado;

Arquiteto e Urbanista;

Engenheiro;

Topógrafo;

Assistente Social;

Assistente administrativo.

Segue em anexo organogramas com a estrutura atual e a estrutura proposta para a

Secretaria de Obras e Habitação.

8.4. Fundo Municipal de Habitação

Associado aos elementos que constituem a estrutura administrativa voltada a política

habitacional em Votuporanga também temos o Fundo Municipal de Habitação � FMH, insti-

tuído pela Lei Municipal nº 2.630/1993, alterada pela Lei nº 4.575/2009 e o Conselho Muni-

cipal de Habitação � CMH.

O sentido de delibe ração sobre uma política e principalmente sobre a destinação de

recursos somente na atualidade tornou-se uma possibilidade, principalmente a partir da

criação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social � FNHIS (Lei no 11.124/2005),

um dos instrumentos do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social � SNIS.

O Ministério das Cidades, criado em 2003, é o gestor do FNHIS e a Caixa Econômica

Federal, o agente operador. Os recursos poderão ser utilizados para diversos tipos de in-

tervenção, como produção habitacional e de lotes urbanizados, regularização fundiária,

melhoria habitacional, reforma e conversão de imóveis para habitação e serão distribuídos

para os fundos estaduais e municipais com a mesma finalidade.

A partir desta nova sistemática, as transferências para Estados e Municípios são feitas

a partir da adesão destes, por meio dos fundos estaduais e municipais, com conselhos ges-

tores, que formulem planos habitacionais e façam adesão ao SNHIS. Com relação ao Con-

selho Gestor do FNHIS, este é escolhido dentre os membros do Conselho das Cidades, com

paridade entre governo e a sociedade civil, e tem, entre outras, a competência de alocar

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os recursos, aprovar diretrizes, prioridades e estratégias, regulamentar e estabelecer re-

gras de empréstimos e concessão de subsídios.

É no FMH que devem ser dotados recursos orçamentários para os projetos de habita-

ção de interesse social do município, sendo que a aplicação dos recursos do fundo deve ser

estabelecida pelo governo municipal conjuntamente com o Conselho Municipal de Habita-

ção.

Constituem receitas do FMH recurso de dotação orçamentária do Município, e aplica-

ções, multas, contribuições, empréstimos e demais recursos também destinados a progra-

mas habitacionais.

O CMH tem como objetivo estabelecer, acompanhar e avaliar a Política Municipal de

Habitação. São atribuições do Conselho, dentre outras: priorizar a população de baixa ren-

da; formular estratégias para o plano de habitação; avaliar e acompanhar os programas

habitacionais realizados no município; fiscalizar a aplicação das leis e normas que dizem

respeito à habitação.

O Conselho está legalmente constituído com caráter consultivo, normativo e fiscali-

zador. Visto a importância que o Conselho assume na representatividade social da política

de habitação de interesse social a ser consolidada, entende-se como pertinente uma revi-

são na composição do Conselho, de forma a adequar- se, as orientações da política nacio-

nal de que os conselhos tenham composição paritária e assumam espaço deliberativo em

relação às prioridades de investimentos do FMHIS.

Desta maneira, o Fundo Municipal de Habitação de Votuporanga assume uma função

importante na viabilização da política habitacional e de projetos de habitação de interesse

social no município, por ser o canal através do qual os recursos do FNHIS podem ser aces-

sados, contando com a deliberação da aplicação de tais recursos pelo Conselho Municipal

de Habitação, bem como o acompanhamento dos projetos resultantes.

Do ponto de vista do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, o município

de Votuporanga encontra-se adequado, uma vez que conta com o FMH e o CMH além da

adesão do município ao sistema em 2009. O Plano Municipal de Habitação faz parte desse

contexto e se configura como importante instrumento local de viabilização do sistema.

No entanto, o fortalecimento do CMH é imprescindível no sentido de consolidar uma

política de habitação no município de Votuporanga a partir do Plano Municipal de Habita-

ção.

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É importante destacar que além do Conselho Municipal de Habitação existe no muni-

cípio de Votuporanga o Conselho da Cidade. O Conselho da Cidade é um órgão deliberativo,

com composição de membros do Poder Público e Sociedade Civil, cujo objetivo é o acom-

panhamento das discussões em matérias de natureza urbanística e de política urbana.

O Conselho da Cidade tem a finalidade de propor e discutir diretrizes para a política

de desenvolvimento da política urbana e tem competência para:

Acompanhamento e implementação do PD, analisando e deliberando sobre questões

relativas à sua aplicação;

Deliberação e emissão de pareceres sobre proposta de alteração do PD;

Acompanhamento e execução de planos e projetos de interesse do desenvolvi-

mento urbano e rural, inclusive dos planos setoriais;

Deliberação sobre projetos de lei de interesse da política urbana e rural, antes

de encaminhamento à Câmara Municipal;

Gestão dos recursos oriundos de Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano;

Monitoramento e implementação de todos os instrumentos urbanísticos;

Zelo pela integração das políticas setoriais;

Deliberação sobre as omissões e casos não definidos pela legislação municipal;

Convocação, organização e coordenação das conferências da Cidade;

Convocação de assembléias públicas;

Coordenação do processo de gestão participativa do Orçamento;

Elaboração e aprovação do regimento interno.

Os debates acumulados, a configuração da base legal e de instâncias consulti-

vo/deliberativas são condições para o avanço de uma política pública no sentido de ampli-

ação de sua efetividade e eficiência, bem como de sua transparência e permeabilidade à

participação social.

Também o artigo 141 § 2º da LOM previu que dentro da estrutura administrativa da

Prefeitura Municipal , assegurará a existência de uma unidade de planejamento que auxili-

ará o prefeito:

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na formulação da política de desenvolvimento econômico-social;

na ordenação do crescimento urbano do Município;

na adequada distribuição da população e das atividades;

no estabelecimento de diretrizes viárias, presentes e futuras;

nas demais funções que a lei determinar no planejamento municipal.

Concluindo a Política Urbana do Município de Votuporanga, e, especificamente a po-

lítica habitacional possui vários instrumentos que garantem a gestão democrática e parti-

cipativa e que possibilitam a garantia de desenvolvimento e articulação com os preceitos

estaduais e federais no desenvolvimento do município.

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9. LEVANTAMENTO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS EM VOTUPORANGA

A prefeitura do município de Votuporanga possui um levantamento de associações e

entidades representativas, conforme anexo 7, e estas estão agrupadas nas seguintes cate-

gorias:

Associações de moradores e de bairro;

Bancos;

Cartórios;

Religiosas;

Clubes de Serviço e Sociais;

Conselhos;

Instituições Assistenciais;

Instituições de Ensino;

Instituições de Saúde;

Culturais;

Clubes recreativos / esportivos;

Cooperativas;

Defesa de Interesses Econômicos;

Defesa do Meio Ambiente;

Defesa / representação profissional;

Diversas;

Pais e Mestres � APM;

Partidos Políticos;

Dentre as associações listadas destacamos na tabela a seguir, os grupos vinculados ao

tema habitação e que estiveram presentes em algumas das discussões realizadas ou que

participaram através das consultas realizadas em campo.

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Tabela 72

Organizações Sociais com vinculo ao tema Habitação � 2010.

CATEGORIA NOME CARGO ENDEREÇO BAIRRO

Associações de

Bairro

Dorival Ro-

drigues

Pres. Assoc. Mor.

Vila Carvalho Rua Um, Nº95 V. Carvalho

Associações de

Bairro

Jair Antonio

Batista

Pres. Assoc. Mor.

Parque Das Nações

Rua Arabia,

1680 P. Das Nações

Associações de

Bairro

Eliete

Ap.Sforza

Vieira De

Paula

Pres. Assoc. Mor.

B.Vale Do Sol

Rua Vicente

Lupo, 3390 Vale Do Sol

Associações de

Bairro

Luiz Michel

Budin

Pres. Assoc. Mor.

Bairro Estação

Rua Pres. Du-

tra, 1978 B. Estação

Associações de

Bairro

João Antonio

Poggi

Pres. Assoc. Mor.

Bairro Vila Paes

Rua Parana,

4085 Vila Paes

Associações de

Bairro

Valter Jose

dos Santos

Pres. Assoc. Mor.

Bairro Cecap II

Rua Riolandia,

1720 Cecap II

Associações de

Bairro

Vanderleia

Dias

Pres. Assoc. Mor.

Bairro Propovo

Rua Dos Rouxi-

nois, 2342 PróPovo

Associações de

Bairro

Pedro Valde-

cir Crescen-

cio

Pres. Assoc. Mor.

Jardim Colinas

Rua Nicolau

Pignatari, 2991 J. Colinas

Associações de

Bairro

Edmar Da

Costa

Pres. Assoc. Mor.

B. São Cosme

Rua Aracajus,

205 B. São Cosme

Associações de

Bairro

João Donize-

te Lima Da

Silva

Pres. Assoc. Mor.

B. Santa Amélia

Rua Rio Ara-

guaia, 3623 Santa Amélia

Associações de

Bairro

Aparecido

Donizete

Pres. Assoc. Mor.

Bairro

Rua Floriano

Peixoto, 2427

Jardim Bela

Vista

Associações de

Bairro

Auro Cleo-

mar Rodri-

gues

Pres. Assoc. Mor.

Vila Nova

Rua João F.

Filho, 2387 Vila Nova

Associações de

Bairro

Maria J. F.

do Nasci-

mento

Pres. Assoc. Mor.

B. São João

Rua Minas Ge-

rais, 2150 B. São João

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CATEGORIA NOME CARGO ENDEREÇO BAIRRO

Associações de

Bairro

Heberson

Leal Ferreira

Pres. Assoc. Mor.

B. Sonho Meu

Rua Fabio Ca-

valari, 586 Sonho Meu

Associações de

Bairro

Antonio Ru-

bens G. Ri-

beiro

Pres. Assoc. Mor.

Bairro Lions

Rua Dos Ban-

deirantes, 5135 B. Lions

Associações de

Bairro

Dejaniro

Cardozo da

Silva

Assoc. Mor. Bairro

Pozzobon.

Rua Marcelino

Pires Bueno,

2213

Pozzobon

Associações de

Bairro

Gilberto Apa-

recido de

Oliveira

Assoc. Mor. Bairro

Paineiras

Rua Das Aroei-

ras, 4306 Paineiras

Associações de

Bairro

Solange dos

Santos Atai-

de

Pres. Assoc. Mor.

B. Comerciários

Rua José To-

lentino De Sou-

za, 2067

B. Comerciá-

rios

Associações de

Bairro

José Venân-

cio

Assoc. Mor. B.

Parque Guarani

Rua José To-

lentino de Sou-

za, 2363

Parque Resi-

dencial do

Lago

Associações de

Bairro

Pedro Minu-

celi

Assoc. Mor. Bairro

Pozzobom Pozzobom Pozzobom

Cons.Deliberativo

do Fundo Municipal

de Habitação

Osmair Luiz

Ferrari

Membro Cons.

Deliberativo do

Fundo Mun. de

Habitação

Rua Pará, 3227 Centro

Sindicatos Benedito de

Oliveira Brito

Pres. Sind. Trab.

Ind. Constr. Mo-

bil. Mont. Ind.

Mirassol e Votupo-

ranga.

Rua Antonio B.

Pereira, 3448

Jardim São

Judas Tadeu

Associação de Clas-

se

Milton Fran-

cisco de Sou-

za

Pres. União Bras.

dos Multos Habita-

cionais - UBMH

Rua Bahia,

4067

Patrimônio

Novo

Sindicatos

Antonio Ca-

neli De Frei-

tas

S. Emp. Edif. Con-

dom. Empr. Ass.

Cons. Tur. Hosp

Rua Piaui, 3182 Centro

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CATEGORIA NOME CARGO ENDEREÇO BAIRRO

Associação de Clas-

se

Luis Henri-

que Neves

Assoc. de Eng.,

Arq. e Agrôn. de

Votuporanga -

SEARVO

Rua Bahia,

2270

Jardim Pro-

gresso

Associação de Clas-

se

Marcelo Ma-

dri

Associação dos

Corredores de

Imóveis- ACIVO

Rua São Paulo,

2930

Patrimônio

Novo

Associação de Clas-

se

Guilherme

Luiz Miglioli

Associação de Pro-

fissionais da Cons-

trução Civil de

Votuporanga

Rua Pará, 3244 Centro

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga; Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

Essas organizações sociais são predominantemente formadas a partir de uma mobili-

zação local, com identificação por bairros ou áreas específicas. Tendem a ter representati-

vidade e desempenho voltados para questões pontuais e localizadas, sem estarem articula-

dos no sentido de uma discussão mais ampla sobre a cidade como um todo, ou mesmo de

luta por uma política habitacional municipal.

Apesar de não ser possível avaliar no âmbito deste diagnóstico a capacidade de mobi-

lização e a efetividade da representação expressa por essas organizações, tal listagem in-

dica um nível de organização importante e um potencial de mobilização social a ser conso-

lidado num processo de planejamento participativo em Votuporanga.

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10. CONCLUSÕES

O processo de intensa urbanização que se reproduz em nossas cidades, vinculado ao

empobrecimento urbano, tem consolidado nas cidades brasileiras mecanismos de exclusão

social e de segregação sócio-espacial, que contribuem para a estruturação de uma socie-

dade extremamente desigual.

No que se refere à política municipal de habitação no Brasil, percebe-se que persiste

a descontinuidade das ações de acordo com o contexto político-eleitoral, o que tende a

diminuir as conquistas de cada uma das experiências desenvolvidas, inviabilizando, via de

regra, a consolidação de uma política urbana mais completa, abrangente e transformado-

ra.

É ainda imprescindível a consolidação de uma política habitacional municipal que

privilegie programas e intervenções com potencial de ir além de paliativos e ações pontu-

ais, e que correspondam a real necessidade e diversidade das situações de precariedade

habitacional e urbana.

Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer os avanços nesse campo, desde o

Estatuto da Cidade até a criação do Ministério das Cidades e do Sistema Nacional de Habi-

tação de Interesse Social. A consolidação da Política Nacional de Habitação tem represen-

tado um processo que tem exigido uma importante participação e iniciativa dos governos

municipais. As campanhas de elaboração e revisão de Planos Diretores Municipais, bem

como as Conferências da Cidade e na implantação do Sistema Nacional de Habitação de

Interesse Social nos três níveis de governo são exemplos disso.

Outro importante desafio para os municípios é a implementação dos instrumentos ju-

rídicos e urbanísticos constantes no Estatuto da Cidade, e conseqüentemente, nos Planos

Diretores, de forma a torná-los conhecidos e aceitos, pelo poder público e sociedade, co-

laborando para a construção da Política habitacional às avessas: a partir da prática dos

municípios.

Essa prática, que convive com a crescente irregularidade, tem como desafio modifi-

car a feição das cidades brasileiras que é construída, dentre outras coisas, pelas formas de

segregação sócio-espacial e pela localização e a concentração dos investimentos públicos

sobre o espaço urbano que pressupõem o processo de construção da cidade ilegal como

parte do modelo de desenvolvimento do Brasil (Maricato, 2000).

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Sem a adoção de programas consistentes e duradouros de ofertas de novas moradias,

é importante ressaltar que, a população continuará a buscar soluções precárias, como ocu-

pações de áreas de risco, favelas, cortiços ou loteamentos irregulares.

O importante papel dos movimentos urbanos na função de reivindicação de direitos

sociais e proposição de políticas públicas continuam a existir e torna-se ainda mais neces-

sário na perspectiva de consolidar e ampliar conquistas em um cenário que demonstra o

estabelecimento de processos onde novos procedimentos de gestão coexistem a uma dinâ-

mica de articulação política e de atores sociais com forte influência nos níveis locais, que

refletem essa dinâmica nas demais esferas de poder e na definição de políticas públicas

nacionais.

Especificamente com relação ao Município de Votuporanga, a partir das informações

aqui levantadas é possível identificar questões relevantes a serem encaminhadas e desafios

a serem superados com o objetivo de consolidar a Política Municipal de Habitação, quais

sejam:

Definir de forma mais detalhada os programas habitacionais que respondam

às diferentes necessidades habitacionais apresentadas no município, articulados à estrutu-

ra de financiamento nacional determinada pelo PLANHAB;

Adequar a estrutura institucional existente no que se refere à Política Habi-

tacional, de forma a ampliar a capacidade de gestão e de articular a política habitacional

com a política de desenvolvimento urbano e demais políticas setoriais;

Implantar um sistema de produção e atualização de dados e informações que

subsidiem a política habitacional, bem como o planejamento urbano;

Adequar a legislação urbanística existente aos novos instrumentos jurídicos e

urbanísticos presentes no Plano Diretor Participativo � 2006, ajustando à necessidade de

definições, regulamentações e detalhamentos necessários a implementação da política

habitacional;

Articular a ampliação da cobertura de infra-estrutura urbana, especialmente

de água e coleta de esgoto com a perspectiva de crescimento urbano e adensamento habi-

tacional no município, bem como com a projeção de produção habitacional pelo poder pú-

blico;

Ampliar a capacidade do poder público em intervir na dinâmica de mercado

de terras e controle da intensidade do uso do solo, no sentido de diminuir o valor da terra

urbana para fins sociais, viabilizando a ampliação da oferta de HIS;

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Demarcar as áreas de ZEIS, sobretudo de vazios urbanos, e de Preempção

bem como regulamentar tais instrumentos de forma que se tornem efetivos;

Consolidar fóruns e espaços de participação e deliberação sobre a questão

urbana e habitacional.

O diagnóstico evidencia ainda a necessidade de se realizar uma discussão aprofunda-

da sobre a situação fundiária no município, conduzindo o planejamento da temática da

regularização fundiária, com o envolvimento de todos os atores sociais pertinentes à ques-

tão, para que sejam definidos critérios e ações a serem encaminhadas segundo uma meto-

dologia sistêmica.

Destaca-se também a pertinência de se conhecer melhor as situações de aluguel (es-

pecialmente que caracterizem ônus excessivo) e de coabitação no município, uma vez que

se trata de situações que contribuem significativamente para situações de precariedade

habitacional.

As informações aqui reunidas apontam também para um debate sobre as definições e

estratégias de atendimento de cada faixa de rendimento - que exigem níveis diferenciados

de subsídio público, a serem consideradas pelo PMH de Votuporanga, e que estão pautadas

nas definições do Plano Nacional de Habitação � PLANHAB.

Tais desafios, ainda que vistos de uma forma ampla, apontam para uma agenda de

discussão que deverá ser aprofundada no processo de elaboração do Plano Municipal de

Habitação de Votuporanga, mas que não se encerram em tal momento, uma vez que exi-

gem um processo contínuo. São, no entanto, questões que condicionam a consolidação da

Política Habitacional no município de Votuporanga voltada para a garantia do direito à mo-

radia digna e à cidade.

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PUBLICAÇÕES

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PERIÓDICOS

Revista Magister de Direito Ambiental e Urbanístico;

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SITE do Ministério das Cidades - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (dis-

ponível em http//: www.cidades.gov.br)

SITE do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (disponível em

http://www.ibge.org.br)

SITE da Fundação Sistema Estadual de Análise e Dados - SEADE (disponível em

http://www.seade.gov.br)

SITE da Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo (disponível em

http://www.planejamento.sp.gov.br)

SITE da Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo � Companhia de Desenvolvimento

Habitacional e Urbano (disponível em http://www.habitacao.sp.gov.br/saiba-como-

funciona-a-cdhu/producao/producao-habitacional.asp?Pag=producao-habitacional)

SITE da Companhia Regional de Habitações de Interesse Social (disponível em

http://www.crhis.com.br)

SITE da Câmara Municipal de Votuporanga (disponível em

http://www.camaravotuporanga.sp.gov.br)

SITE do Jornal �Á Cidade de Votuporanga� (disponível em

http://www.acidadevotuporanga.com.br)

SITE do Jornal �Diário de Votuporanga� (disponível em

http://www.diariodevotuporanga.com.br)