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POÉTICAS DAS REDES <CICLO DE WORKSHOPS SOBRE ARTE E TECNOLOGIA > REDE > INTERNET> 19/07/2008 - REDES SOCIAIS ORIENTAÇÃO: CLÁUDIO BUENO INTERNET LIVRE – SESC POMPÉIA Agradecimento: Salete dos Anjos e Jayme Paez Cabeça Acústica (1995) do artista Marepe.

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Cabeça Acústica (1995) do artista Marepe. POÉTICAS DAS REDES REDE > INTERNET> 19/07/2008 - REDES SOCIAIS ORIENTAÇÃO: CLÁUDIO BUENO INTERNET LIVRE – SESC POMPÉIA Agradecimento: Salete dos Anjos e Jayme Paez. - PowerPoint PPT Presentation

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POÉTICAS DAS REDES <CICLO DE WORKSHOPS SOBRE ARTE E TECNOLOGIA > REDE > INTERNET>

19/07/2008 - REDES SOCIAIS

ORIENTAÇÃO: CLÁUDIO BUENOINTERNET LIVRE – SESC POMPÉIA

Agradecimento: Salete dos Anjos e Jayme Paez

Cabeça Acústica (1995) do artista Marepe.

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Comunidade: a busca por segurança no mundo atualZygmunt BaumanAs palavras têm significado: algumas porém, guardam sensações. A palavra “comunidade” é uma dessas. Ela sugere uma coisa boa: o que quer que “comunidade” signifique, é bom “ter uma comunidade,” “estar numa comunidade”. Se alguém se afasta do caminho certo, frequentemente explicamos sua conduta reprovável dizendo que “anda em má companhia”. Se alguém se sente miserável, sofre muito e se vê persistentemente privado de uma vida digna, logo acusamos a sociedade – o modo como está organizada e como funciona. As companhias ou a sociedade podem ser más; mas não a comunidade. Comunidade, sentimos, é sempre uma coisa boa.

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Media art

Redes de comunicação

interfaces

espaço

tempo

interatividade

códigonumérico

Hibridação do sujeito e da máquina (E. Couchot)

Arte e tecnologia

mapeamento

hackativismo

obra aberta (U. Eco)

Circuitos

efêmero

descontínuomovimento

virtual

performance

Arquitetura de informaçãodinamismo

interator

comutação

happening

sistema

tags

metatags

indexadores

compartilhamento

links

desmaterialização

Second life. Será?

autoria

precário

processo

acaso

Público / privado

spam

avatares

Paisagens informacionais

Remix

blogs

artivismo

arte generativa

Deslocamento

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< conceitos básicos >

Definição: Redes Sociais e ComunidadeMuitos são os sentidos atribuídos aos termos citados, mas em geral e da forma que trataremos aqui, comunidades são agrupamentos de pessoas com interesses comuns, a fim de recriar, transformar e compartilhar conhecimento por meio das possibilidades de comunicação ampliadas vividas em nosso cotidiano. O olhar do sujeito que está em comunidade, divide-se entre interesses individuais e coletivos, em nível global e local.

Imagina-se que as redes sociais sejam detentoras de forças jamais conseguidas em nível individual. Se unidas em prol de uma causa comum, seja ela política, ideológica ou social, são capazes de movimentar, fluir, transcender e contaminar outras redes paralelas. Ex: Contrabando e PCC

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< conceitos básicos >

O ser humano, sempre necessitou estabelecer relações com o coletivo para a produção de conhecimento.As tecnologias do nosso tempo, influenciadas pelas instituições interessadas em geração de tráfego e audiência na rede, criam sistemas persuasivos e facilitadores, destas hiperconexões.

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< redes sociais online >

Twitter > microblog > máx. 140 caracteres“Twitter is a service for friends, family, and co–workers to communicate and stay connected through the exchange of quick, frequent answers to one simple question: What are you doing?”

“With Twitter, you can stay hyper–connected to your friends and always know what they’re doing. Or, you can stop following them any time. You can even set quiet times on Twitter so you’re not interrupted.

Twitter puts you in control and becomes a modern antidote to information overload.”

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< redes sociais online >

Yahoo Live! > webcamsSite que reúne pessoas conectadas a webcams no mundo inteiro. Ao lado dos vídeos sempre há um chat, ou seja, muitas pessoas podem estar assistindo e “teclando” com aquele usuário ao mesmo tempo. Navegando pelas câmeras pode-se observar pessoas que simplesmente estão mexendo no computador, sem estar praticando nenhum tipo de ação mais significativa, ou até usuários que vestem máscaras bizarras e ganham boa parte da audiência.

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< redes sociais online >

FlickrSite que possibilita a criação de álbuns digitais associados a um perfil de usuário.

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< redes sociais online >

MySpaceComunidade que surge com foco em disponibilização de áudio de bandas e músicos online.

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< redes sociais online >

FacebookRede de pessoas conectadas quase como um orkut. Entre as diferenças está a constante atualização das ferramentas pelos próprios usuários e a possibilidade de agregar mensagens externas como do Twitter.

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< redes sociais online >

Orkut Site que reúne o maior número de pessoas da internet no Brasil. Nele as pessoas exibem o seu suposto perfil, trocam mensagens, vinculam vídeos e criam e participam de comunidades.

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< indagações >

1. Que tipo de troca e construção significativa, é estabelecida entre os participantes destas comunidades? Para além do simples “ver” a vida do outro.

2. O volume de material gerado pela rede diariamente é grande demais. Seria tudo isso descartável? Ou reciclável?

3. Quanto tempo é gasto nestes entulhamentos? Na contrução destes depósitos?

4. Por muito tempo lutou-se pelo poder da fala, pela democracia, por não sensura, mas e agora, o que vamos fazer com este poder criado pelas novas mídias? Sem ter o que dizer, somos facilmente levados pelas grandes corredeiras de informação criadas e induzidas pelo mainstream.

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< indagações >

5. O simples fato de estar conectado por uma interface, não configura uma rede social ou comunidade. Em geral, as grandes comunidades como o orkut, ou aquelas criadas dentro dele, conecta todo mundo e não conecta ninguém, ou seja, nada se produz em sentido maior do que a exibição ou o estar ali, fazer parte.

6. Sentido de presença. Nota-se uma grande necessidade do indivíduo de estar ali, de marcar território, quase como fazem os cachorros. Além do fato de nos fazer percebermos acompanhados, de não estarmos sozinhos. Em grandes metrópoles onde cada vez mais as pessoas se fecham em condomínios e criam suas próprias “bolhas”, torna-se necessário estabelecer novas formas de contato.

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< indagações >

7. O interesse pelo Big Brother, mesmo por aqueles que se negam a assistir ao programa veiculado pela Rede Globo, é latente. O Novo slogan é: What are you doing now? Pregado principalmente pelo Twitter, Facebook e Yahoo Live!

8. Sobre o Yahoo Live!, é muito claro o desejo das pessoas em mostrar-se “on”, pois em muitos casos, oque se vê é o sujeito trabalhando ou estudando em seu computador. Não é criada nenhuma tensão especial nisso, é o simplesmente estar, por estar. Mas é possível que o interesse seja pela possibilidade de um “vacillo”, pela instabilidade do “estar ao vivo”.

9. A ausência do vazio. Vivemos um tempo em que tudo precisa estar preenchido a toda hora, deveríamos sugerir pausas e não mais preenchimentos.

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< indagações >

10. Há muito tempo se faz crítica ao sistema da mídia televisiva, mas a internet, em sua suposta democracia, esconde o que há de controlador por trás de suas estruturas. Todas as ações são controladas, moderadas, contabilizadas, seja para a venda de mais publicidades ou para delinear o perfil deste ou daquele grupo de pessoas.

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< táticas corporativas >

ALPHAS, BETAS E MODERADORES – Rede ControladaPara conduzir os usuários a aceitar alguma idéia, uma das principais técnicas desenvolvidas pelas agências de publicidade online, está baseada na definição de dois tipos de perfil.

Alphas.pessoas de renome, escolhidas para dar o testemunho delas sobre determinado produto ou idéia.

Betas.escolhidos para difundir as idéias lançadas pelos betas. Aos pouco, a idéia contamina a massa e se prolifera.

Toda comunidade online lançada por uma instituição, possui um moderador, que se não elimina os posts que não interessam para a marca em questão, analisa e extrai informações sobre o comportamento do usuário.

A Internet, em sua fase seminal, é sugerida como um ambiente democrático, livre, de compartilhamento de conhecimento. Mas a partir da especulação de mídia, nas mãos de grandes corporações nacionais e internacionais, torna este ambiente altamente controlado, ou seja, qualquer ação realizada aqui, pode ser medida, contabilizada, analisada e controlada.

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< reality-based interface>

”’interfaces’ aqui podem ser um modelo, um dispositivo, um sistema que se infiltra (de forma transparente) em situações reais, produzindo conexões no ambiente social público, permitindo o fluxo crítico de questões que permeiam um determinado contexto. Esse tipo de interface faria vir à tona formas de conscientização, instrumentalizando o público/usuário de forma a integrá-lo no espaço urbano tendo em vista as responsabilidades de construção de vida pública.”

Lucas Bambozzi em seu texto Arte em Rede, disponível no site:http://www.interfacescriticas.net/textos.php?text_id=1

Um exemplo deste tipo de interface é o trabalho do espanhol Antoni Abad, apresentado no próximo slide.

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< voz de quem? >canal*MOTOBOY [www.zexe.net/saopaulo]A partir de celulares com câmeras, o artista espanhol Antoni Abad dá a voz aos motoboys de São Paulo, possibilitando que eles transmitam em tempo real, o que está acontecendo no dia a dia deles, sem o filtro da grande imprensa. O material produzido é publicado imediatamente no site http://www.zexe.net/SAOPAULO

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< net art >YourLifeOurMoviehttp://www.yourlifeourmovie.org/net/A partir do input de uma TAG no campo disponível, o sistema busca imagens no Flickr e remixa num fluxo contínuo, criando outras tags independentemente de um novo input do usuário. O Trabalho é desenvolvido pelo artista multimídia Fernando Velazquez.

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< net art >youTAG [www.youtag.org]Em tempo de tags, metatags e indexadores de busca, o quê é o nome da 'coisa' e o quê é o nome possível da representação da 'coisa'? O que acontece nas vísceras dos search engines?Que tipo de sentido é produzido quando tudo passa a ser regido pelas formas de indexação atuais?

A partir de palavras, frases ou títulos, digitados ou selecionados pelos usuários, o sistema busca vídeos no Youtube e cria um novo vídeo remixado, composto por 3 vídeos.

Sou responsável pelo desenvolvimento tecnológico e de interface do trabalho, ao lado do grupo Interfaces Críticas, sob direção de Lucas Bambozzi.

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< net art >

Controle PerdidoEm tempo de comunidades, fotologs e blogs, surgem questões como a super exposição de informações pessoais na

rede, perdendo o controle daquilo que está publicado e do número de instituições que possuem os nossos dados.

Como acontece

Através de um programa de oficina de prática artística, os alunos são convidados a capturar imagens de seus amigos na internet, criar um email

anônimo, manipular as imagens capturadas e gerar uma imagem animada com a frase “CONTROLE PERDIDO!”.

Ao receber as imagens, se espera que as pessoas se deêm conta do espaço aberto da rede, um espaço onde tudo pode ser manipulado,

compartilhado, alterado, ‘invadido’, acessado.

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< net art >

Imaginário #1Imaginário #1 é uma máquina de ler e pensar imagens, a partir de poemas previamente selecionados e imagens encontradas na rede Internet através de interface com o Google.

O trabalho cria um embate entre o pensar maquínico e da mente, ou seja, entre aquilo que é lido e imaginado pelo "espectador" e exibido pela rede/computador, estabelecendo um fluxo contínuo de ler e pensar imagens populares no contemporâneo. Um imaginário coletivo, carregado de diferentes sentidos para as coisas do mundo, que não caberiam dentro de uma única mente humana.

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< net art >

Pontos de Encontro > Deslocamentos #2 [Torre Eiffel]Neste trabalho, a artista Denise Agassi lida com as semelhanças encontradas em vídeos do Youtube, das diversas pessoas subindo a torre. Grande parte das pessoas focalizam exatamente o mesmo ponto, ou seja, o que se enxerga é uma hegemonia de pontos de vistas sobre as coisas, mesmo numa sociedade supostamente democráticas e “plural”, da multiplicidade, etc. Quanto mais vídeos a artista encontra, maior é o loop gerado.

BombaA artista Claudia Sandoval deixa uma suposta bomba na porta de um elevador dentro da Galeria Ouro Fino, em São Paulo, e transmite todo o acontecimento via Yahoo Live!

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< local e global /// glocal >

Selecionei dois trechos que considero relevantes para esta discussão, do livro de Moacir dos Anjos, denominado Local / Global: arte em trânsito.

”Esse receio da ‘McDonaldização’ do mundo não considera, contudo, a complexidade dos mecanismos de reação e adaptação das culturas não hegemônicas ao impulso de anulação das diferenças que a globalização engendra, promovendo formas novas e específicas de pertencimento ao local e criando, simultaneamente, articulações inéditas com o fluxo global de informações.”

Seguem abaixo alguns conceitos sobre os pontos de contato entre culturas locais e globais:

Sincretismo.Conceito de Sincretismo considera, ademais, o fato de que os grupos subjugados nessas relações tomam, como se fossem seus, elementos da cultura do grupo hegemônico, ressignificando-os de modo original.

Hibridismo.Sugere a impossibilidade da completa fusão entre componentes diferentes de uma relação, ainda que em situações de coexistência longa e próxima.

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< Referências >

. Arte em Rede: Lucas Bambozzi, no site do grupo Interfaces Críticashttp://www.interfacescriticas.net/textos.php?text_id=1

. Local e Global: Augusto dos Anjos, em seu livro “Local/Global: arte em trânsito.

. Comunidade: Zygmunt Bauman, em “Comunidade: a busca por segurança no mundo atual”

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claudio buenoArtista multimídia, pesquisador em arte e tecnologia, com foco em processos de criação em rede. É mestrando em Artes Visuais na ECA-USP, com o projeto "Poéticas da rede" sob orientação do Prof. e artista, Gilbertto Prado. Em 2006 concluiu a pós-graduação Lato sensu pelo Senac em Criação de Imagem e Som em Meios eletrônicos, orientado pela Prof. Dra. Priscila Arantes. Integra a equipe de desenvolvimento do youTAG, em exposição no Emoção Art.ficial 4.0 - Itaú Cultural, sob direção de Lucas Bambozzi; participou do FILE Symposium 2007 com o grupo de estudos em Arte e Tecnologia da FASM, coordenado pela Prof. Dra. Christine Mello; desenvolve também outras atividades como publicação de textos, exposições, palestras e projetos de internet comerciais.

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