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www.jornalpoiesis.com.br Página 6 O cinema e a obra de García Marquez Curso de Promotoras Legais é realizado no Rio Página 3 Reprodução Divulgação Literatura, Pensamento & Arte Ano XXI- nº 225 - dezembro de 2014 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis Literatura Quatro poetas, quatro livros A diversidade de eslos e linguagens mar- cam a atual poesia brasileira. Nesta edição, o escritor Gerson Valle fala sobre os novos livros dos poetas Chrisane Michelin, Da- niel Mazza, Ivan Marinho e Márcio Negó- cio. Página 6. Política Prefeitura de Araruama tem contas aprovadas pelo TCE Em sessão plenária, os conselhei- ros do Tribunal de Contas do Estado aprovaram as contas da Prefeitura de Araruama no ano de 2013. Página 3. Programação Cultural Confira a agenda de eventos de Araruama e Saquarema A programação de dezembro nos dois municípios traz várias opções de ex- posição, música, dança e lançamento de livro. Página 2. O real mundo dos sonhos Tradução de seminários de C. J. Jung desperta novas reflexões sobre o Inconsciente www.poiesisfotografia.com.br POIÉSIS FOTOGRAFIA Casamentos, aniversários, inaugurações, shows, espetáculos, empresas e produtos. ( 99982.4039 / 98818-6164 Feliz Natal e Próspero Ano Novo! São os votos do Jornal Poiésis. “Então a brilhante Estrela de Jesus ergueu-se do horizonte sobre os israelitas, iluminando o mundo, até que a beleza da unidade foi ensinada a todas as seitas, credos e nações. Não pode haver melhor prova de que Jesus foi o Verbo de Deus.” ‘Abdu’l-Bahá Os sonhos são a porta de entrada para o conheci- mento do Inconsciente e proporcionam farto ma- terial para aprofundar-se na natureza do indivíduo. Elevado à condição de objeto de análise através da Psicanálise, o conteú- do onírico foi tema de vá- rios seminários realizados pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung entre 1928 e 1930. Esse material, que ficou restrito a um peque- no círculo de estudiosos durante muitos anos, ago- ra está disponível em por- tuguês, em lançamento da Editora Vozes. Página 7. O som vai rolar em Saquarema Jazz, rock, MPB, bossa nova. Os estilos varia- dos e a qualidade dos músicos são a certeza de sucesso em mais uma edição do projeto Saquá Instrumental, que em dezembro acontece na Praça do Canhão, em Sa- quarema. Página 2. A arte de Antônia Lúcia e seus alunos O ateliê Antoniarte, da artista plástica Antônia Lúcia, está com exposição de pinturas e desenhos até o dia 20 de dezembro, na Casa de Cultura José Ge- raldo Caú, no Centro de Araruama. A mostra está aberta a visitação todos os dias da semana. Página 8. Escritura da Casa de Caridade é assinada por Miguel Jeovani O prefeito de Araruama, Miguel Jeovani (PR), assinou no dia 27 de no- vembro a escritura de desapropriação amigá- vel da Casa de Carida- de, onde está prevista a instalação de um hospi- tal voltado para o aten- dimento a mulheres e crianças. Durante a reu- nião também ficou acer- tada a doação de vários utensílios que fazem parte do patrimônio do prédio. Página 3. Educação inclusiva é tema de encontro em Araruama O respeito pelas diferenças e as experiências de suces- so no campo da educação inclusiva foram temas dis- cutidos durante o I Encon- tro Intermunicipal de Edu- cação Inclusiva, realizado pela Secretaria Municipal de Educação de Ararua- ma. O evento reuniu cerca de 400 educadores de dez municípios da região, que assistiram a palestras e apresentações culturais de alunos da rede municipal de ensino. Página 3. Fotos: Camilo Mota

Poiesis 225

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Edição de dezembro de 2014

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www.jornalpoiesis.com.br

Página 6

O cinema e a obra de García Marquez

Curso de Promotoras Legais é realizado no RioPágina 3

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ãoLiteratura, Pensamento & Arte

Ano XXI- nº 225 - dezembro de 2014 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

LiteraturaQuatro poetas, quatro livros

A diversidade de estilos e linguagens mar-cam a atual poesia brasileira. Nesta edição, o escritor Gerson Valle fala sobre os novos livros dos poetas Christiane Michelin, Da-niel Mazza, Ivan Marinho e Márcio Negó-cio. Página 6.

PolíticaPrefeitura de Araruama temcontas aprovadas pelo TCE

Em sessão plenária, os conselhei-ros do Tribunal de Contas do Estado aprovaram as contas da Prefeitura de Araruama no ano de 2013. Página 3.

Programação Cultural

Confira a agenda de eventosde Araruama e Saquarema

A programação de dezembro nos dois municípios traz várias opções de ex-posição, música, dança e lançamento de livro. Página 2.

O real mundo dos sonhosTradução de seminários de C. J. Jung desperta novas reflexões sobre o Inconsciente

www.poiesisfotografia.com.br

POIÉSIS FOTOGRAFIACasamentos, aniversários,

inaugurações, shows, espetáculos,empresas e produtos.

( 99982.4039 / 98818-6164

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

São os votos do Jornal Poiésis.

“Então a brilhante Estrela de Jesus ergueu-se do horizonte sobre os israelitas, iluminando o mundo, até que a beleza da unidade foi

ensinada a todas as seitas, credos e nações. Não pode haver melhor prova de que Jesus foi o Verbo de

Deus.”‘Abdu’l-Bahá

Os sonhos são a porta de entrada para o conheci-mento do Inconsciente e proporcionam farto ma-terial para aprofundar-se

na natureza do indivíduo. Elevado à condição de objeto de análise através da Psicanálise, o conteú-do onírico foi tema de vá-

rios seminários realizados pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung entre 1928 e 1930. Esse material, que ficou restrito a um peque-

no círculo de estudiosos durante muitos anos, ago-ra está disponível em por-tuguês, em lançamento da Editora Vozes. Página 7.

O som vai rolar em Saquarema

Jazz, rock, MPB, bossa nova. Os estilos varia-dos e a qualidade dos músicos são a certeza de sucesso em mais uma

edição do projeto Saquá Instrumental, que em dezembro acontece na Praça do Canhão, em Sa-quarema. Página 2.

A arte de Antônia Lúcia e seus alunos

O ateliê Antoniarte, da artista plástica Antônia Lúcia, está com exposição de pinturas e desenhos até o dia 20 de dezembro, na

Casa de Cultura José Ge-raldo Caú, no Centro de Araruama. A mostra está aberta a visitação todos os dias da semana. Página 8.

Escritura da Casa de Caridadeé assinada por Miguel Jeovani

O prefeito de Araruama, Miguel Jeovani (PR), assinou no dia 27 de no-vembro a escritura de desapropriação amigá-vel da Casa de Carida-de, onde está prevista a instalação de um hospi-

tal voltado para o aten-dimento a mulheres e crianças. Durante a reu-nião também ficou acer-tada a doação de vários utensílios que fazem parte do patrimônio do prédio. Página 3.

Educação inclusiva é temade encontro em Araruama

O respeito pelas diferenças e as experiências de suces-so no campo da educação inclusiva foram temas dis-cutidos durante o I Encon-tro Intermunicipal de Edu-cação Inclusiva, realizado pela Secretaria Municipal

de Educação de Ararua-ma. O evento reuniu cerca de 400 educadores de dez municípios da região, que assistiram a palestras e apresentações culturais de alunos da rede municipal de ensino. Página 3.

Fotos: Camilo Mota

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2 nº 225 - dezembro de 2014

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

EXPEDIENTEDiagramação: Camilo Mota. CAIXA POSTAL 110.912 SAQUAREMA - RJ CEP 28990-970 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesisDistribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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MÚSICACARTA DO LEITOR

Prezado Camilo,Quero deixar claro mi-

nha insatisfação com a ma-téria intitulada “A Elabora-ção do Brasil no Contexto Eleitoral” [Poiésis nº 224, novembro de 2014].

(...) Você fala que as-sistimos a um desfilar de rancores, é verdade, mas assistimos a um candida-to mostrar a atual situação política e econômica do País contra uma candidata que afirmava serem essas situações somente falácias, mentiras. Pois logo após as eleições, medidas anuncia-das pela candidata como tu-canas foram realizadas pela situação, como aumento da taxa de juros na mesma se-mana após a vitória.(...)

Distribuição de renda? Distribuir dinheiro como proposta social para me-lhorar a desigualdade? A própria candidata, que pa-rece não conhecer o teor do Projeto Bolsa Família des-de sua origem, negou vee-mentemente que o mesmo tivesse origem no Governo PSDB....Veja no youtube o agradecimento de Lula a Marconi Perillo, em Goiás, por ter iniciado o proces-so, onde o atual programa é dito por Lula como uma junção de vários projetos iniciados por FHC. (...)

Caro Camilo, crimes não podem ser comparados mas podem ser qualifica-dos.....Para o País, qual foi o prejuízo que os roubos dos camaradas petistas causa-ram? Será que essas verbas não poderiam ter salvo al-guma vida em um Hospital reformado? Ou será que se aplicado na educação não poderiam ter evitado uma evasão maior de alunos? Ou será que se aplicados em se-gurança, não poderiam ter evitado alguma morte ino-cente ao evitar o tráfico de armas neste País ou apreen-der uma maior quantidade de droga que, invariavel-mente, foi parar nas mãos de um drogado que pode ter cometido um crime?

Você fala que o Governo Aécio seria retrógrado, com política econômica ditada pelo mercado financeiro... Nunca os bancos particu-lares tiveram tanto lucro quanto no Governo PT, in-clusive este ano foi record... O que falar dos desvios fi-nanceiros realizados por nossos camaradas? O que dizer dos negócios sujos e escusos realizados pelo Go-verno, como a Refinaria? O que falar dos escândalos da Petrobrás e outras empre-sas sucateadas pelo PT ao longo destes anos? O que dizer de um Governo que,

Dilma X Aécioquestionado sobre qual-quer operação obscura, só saber dizer eu não sabia? O que dizer de um Governo que defende Governos di-tatoriais e violentos como Venezuela, Cuba e Bolívia? O que dizer de um Pre-sidente que defende um grupo terrorista que corta cabeças de seres humanos por conta de uma guerra santa? O que dizer... (...)

Portanto, caro Camilo, por gostar de você e me orgulhar de saber da sua luta e da Regina em man-ter um jornal que sempre foi deixado de lado em Sa-quarema por conta de ati-tudes políticas de pessoas que se locupletam deste esquema mafioso que vi-vemos, é que escrevo es-tas palavras. Sua opinião será sempre sua mas como editor de um jornal que possui camadas diferentes de leitores, com valores e lutas variadas, é que peço uma reflexão sobre seu ar-tigo. Você conversando em uma roda informal pode e deve defender suas opini-ões mas enquanto editor de jornal, deve tomar cui-dado pois entendemos, eu e 51.000.000, no mínimo, que seu artigo possa ser ta-xado de tendencioso.....

Um abraço e continue sua luta!

Marcos FernandesPresidente do PPS

em Saquarema

NOTA DO EDITOR: Prezado Marcos, a pro-posta do texto era justa-mente a de levar à refle-xão, convidando o leitor para o debate de ideias e a sua manifestação com-prova isso. Naquele mo-mento, ainda sob o calor das emoções acirradas, era necessário sair em de-fesa do estado democráti-co, alertando para o peri-go de atitudes e conceitos claramente reacionários (havia e ainda há gente defendendo golpe militar, e eu não me importo de ser tendencioso em dizer pu-blicamente que não con-cordo com isso. A situação é tão séria que eu cheguei a ver um senhor em Petró-polis andando pelas ruas empunhando orgulhoso um cartaz em que pedia que se jogasse uma bomba no Nordeste!). Fico extre-mamente feliz em saber que há pessoas como você em Saquarema que estão dispostas a debater e a propor novos pontos de vista, partindo do princí-pio de que devemos valo-rizar e defender a demo-cracia. (Camilo Mota)

Saquá Instrumental faz apresentação na Praça do Canhão em Saquarema

Nascido pela iniciativa do músico e instrumentista Thiago Perninha, o Saquá Instrumental teve início no final de 2011. O que come-çou como simples ensaios na varanda tem tomado uma proporção maior a cada dia.

Desde 2012 as apresenta-ções começaram a ser reali-zadas no calçadão de Baca-xá, sempre levando o que há de melhor em Jazz, Blues, MPB e alguns clássicos do Rock and Roll. Uma tenda é montada para abrigar os músicos e cadeiras são es-palhadas na calçada.

Muito embora tenha ocorrido um imprevisto, justamente no Dia do Mú-sico, comemorado em 22/11 em todo o mundo, quando os músicos ficaram à espe-ra de uma estrutura para se apresentarem na Praça San-

Camilo Mota

to Antônio, em Bacaxá, as solicitações para os shows não param e eles continuam em busca de um único so-nho: levar alegria ao público através da música.

No dia 6 de dezembro o

Saquá Instrumental se apre-sentará em Cabo Frio. Já no dia 27 de dezembro será na Praça do Canhão, no Centro de Saquarema, a partir das 19h30. Estão confirmadas as participações de hiago

O show acontece no dia 27 tendo no repertório muito jazz, blues, mpb e rock

Perninha, Lucas Moreira, Vaneci dos Santos, Gustavo Cadimo, Juninho Montei-ro, Daniel Matias, Alexan-dre Mello, Andrei Batera, Alexandre Percusion e Lui-zinho Rocha

CULTURAConfira o que é destaque na programação

cultural de dezembro em Saquarema e Araruama

Daumas Academia faz apresentação de 12 a 14 em Saquarema

DANÇA

Hollywood é aqui - Es-petáculo de fim de ano da Daumas Academia no Tea-tro Municipal Mario Lago em Saquarema. Dias 12 e 13 às 20 horas, e dia 14 às 16 horas.

Primeiro Passo - Apre-sentação de ballet clássi-co, jazz e moderno. Teatro Mario Lago, Saquarema, dia 20 às 20 horas, e 21 às 19 horas.

EXPOSIÇÃO

Exposição do Ateliê Antoniarte - Mostra da artista plástica Antônia Lú-cia da Motta Pereira e seus alunos, na Casa de Cultura José Geraldo Caú, em Ara-ruama, até 20 de dezem-bro. Visitação: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 15h às 21h e do-mingo das 10 às 14h.

Flores da Minha Aldeia - Exposição fotográfica de Wilson Viveiro, no Espaço Cultural Caio Mourão, na Praça Antônio Raposo, em Araruama, até 20 de de-zembro.

Raízes Concretas - Ex-posição permanente na Casa de Cultura José Ge-raldo Caú, em Araruama.

A mostra tem por objetivo trazer à tona a memória do município, através de do-cumentos, fotos e objetos. Além da urna funerária, um precioso símbolo das raízes culturais da região, a exposição traz ainda de-zenas de reproduções de documentos históricos, fotografias de época, mo-biliário estilizado, e obje-tos como uma pá usada em casas de farinha, máquina fotográfica de fole e até um celular dos anos 90, tra-zendo para bem perto dos visitantes aspectos diversi-ficados, criando um verda-deiro mosaico do tempo. Visitação: segunda a sexta--feira, das 9h às 18h; sába-do das 15h às 21h e domin-go das 10 às 14h.

MÚSICA

Concerto de piano - O pianista Carlo Penza faz apresentação gratuita em Araruama na Casa de Cul-tura José Geraldo Caú, nos dias 5, 12, 13 e 19, sempre a partir das 19 horas.

Cantata de Natal - Toda sexta e sábado a partir das 19 horas na Árvore de Na-tal montada em frente à Praça Antônio Raposo, em Araruama.

Banda Protocolo - Sho-

ws dias 13 e 20 no Res-taurante Mac Bel. Dia 27, no Restaurante Garota de Itaúna. Sempre a partir das 21h30.

LIVRO

Noite de autógrafos - A escritora Yara San-tos (Cici) lança seu livro autobiográfico “Meu nome, minha vida” na Casa de Cultura Walmir

Banda Protocolo se apresenta na MacBel e no Garota de Itaúna

Ayala, em Saquarema, no dia 12, às 19 horas. O livro conta a história da mulher que foi dada como morta e teve que lutar durante vários anos para provar que estava viva. O caso che-gou às paginas dos jor-nais no final dos anos 90 e foi reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.

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Camilo Mota

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Desapropriada em agosto do ano passado, a Casa de Caridade de Araruama agora está ofi-cialmente sob a respon-sabilidade da Prefeitura Municipal. O prefeito Miguel Jeovani assinou a escritura de desapro-priação amigável do imó-vel no último dia 27, em reunião que contou com a presença do provedor da Casa de Caridade, Luiz Henrique Pereira da Cunha, acompanhado pela tesoureira Regina Jardim e pelo advogado Carlos Alberto Victor do Espírito Santo.

Considerada um im-portante patrimônio do município, tanto pelo valor histórico-cultural quanto por sua condição de unidade de saúde lo-calizada em ponto estra-tégico, a Casa de Carida-de foi desapropriada pela Prefeitura em agosto de 2013 através do decre-to nº 068. Na época, o prédio estava em vias de ser leiloado, e a decisão garantiu a manutenção do hospital para servir à população, ampliando a rede de atendimento.

“Com a assinatura da escritura, a Casa de Ca-

Prefeito Miguel Jeovani assina escritura da Casa

de Caridade de AraruamaMarcelo Figueiredo

ridade está entregue de fato e de direito à nossa população. Vamos inves-tir agora em sua reestru-turação, criando um novo centro cirúrgico e CTI com dez leitos, conforme projeto já em andamento. Também estamos aguar-dando emendas e inves-timentos do Governo Federal para a aquisição de novos equipamentos, resultado das reuniões que mantive em Brasília quando em visita ao Mi-nistério da Saúde”, disse Miguel Jeovani.

Os representantes da Casa de Caridade também irão formalizar a doação dos utensílios e equipa-mentos que já foram in-ventariados na unidade de saúde.

“A intenção é que todo esse material per-maneça no edifício, vindo a compor o patri-mônio do hospital e não seja utilizado em outras unidades. O prédio hoje está em boas condições, com capacidade para 100 leitos, necessitando apenas das melhorias que serão desenvolvidas a partir de agora pela Prefeitura”, informou o provedor.

EDUCAÇÃOEncontro em Araruama aprofunda discussões sobre a inclusão no contexto escolar na Região dos Lagos

Com a participação de cerca de 400 educado-res, aconteceu no dia 28 de novembro o I Encontro Intermunicipal de Educa-ção Inclusiva no campus da Universidade Cândido Mendes, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Araruama. Marcado por momentos de grande emoção e ao mesmo tempo de incentivo à refle-xão sobre os vários níveis de inclusão no contexto es-colar, o evento contou com representantes dos municí-pios de Araruama, Arraial do Cabo, Armação dos Bú-zios, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.

A chefe de Divisão de Educação Inclusiva de Ara-ruama, Rita de Cássia Sca-ramella, chamou a atenção para o impacto na família que recebe o diagnóstico de uma criança portadora de necessidades especiais.

“Quem trabalha com essa vertente na educação sabe desse significado. A mãe joga toda sua espe-rança na escola, ela visu-

Marcelo Figueiredo

aliza que a professora no contexto escolar vai trazer o desenvolvimento e uma evolução muito grande para essa criança. E nós (profes-sores) é que somos esses responsáveis, nós que te-mos a responsabilidade de abraçar essa criança, dar apoio e fazê-la crescer com dignidade”, disse.

De acordo com Lycia Porto, diretora do Departa-mento de Educação, a ques-tão da inclusão não está res-trita ao ambiente escolar, mas dele faz parte como ele-mento de forte significado.

“Somos todos diferentes e é um grande desafio acei-tarmos o outro, compreen-der as diferenças e as suas necessidades específicas. Este desafio social está ain-da mais eminente no am-biente da escola, e é nosso trabalho tentar no cotidiano escolar manter o direito de

todos terem acesso a uma educação de qualidade”, ressaltou.

A secretária municipal de Educação, Miryam Inez de Lima, destacou a im-portância de uma política educacional voltada para a inclusão.

“É fundamental enquan-to gestores darmos as me-lhores condições para que os professores desenvolvam seu trabalho no campo da inclusão. Atualmente no município temos cerca de 500 alunos inclusos e a for-mação continuada é um dos meios para melhorarmos o atendimento a eles”, desta-cou.

A fonoaudióloga Fátima Maria Oliveira Alves reali-zou a principal palestra do dia, destacando aspectos importantes na abordagem do tema, como a superação dos limites e o envolvimen-

to de todos no trabalho de inclusão. Alunos da Escola Municipal Nair Valadares fizeram apresentação musi-cal que causou emoção en-tre os participantes.

No período da tarde, aconteceu a mostra de ações inclusivas, com a apresen-tação de experiências nos vários setores do espaço pedagógico. Ligia de Faria Souza falará sobre a coor-denação do Atendimento Educacional Especializado. Vyvian Steffanie da Fon-toura aborda a coordenação da Formação Continuada. A deficiência auditiva é o tema abordado por Eduar-do Fontoura. Alessandra Damasceno Santos falará sobre a orientação aos ca-sos de deficiência física. A professora Alessandra San-tarém Ramos apresenta o trabalho realizado na Sala de Recursos.

Aconteceu de 24 a 28 de novembro na sede da OAB/RJ o VII Curso de Direitos Humanos das Mulheres, que reuniu representantes de várias cidades do Esta-do, escolhidas por estarem envolvidas em trabalhos que estão sendo feitos com a classe feminina em suas cidades.

Araruama foi represen-tada pela secretária mu-nicipal da Terceira Idade e Desenvolvimento Hu-mano, Lourdes Belchior, e Saquarema pela jornalista Regina Mota, membro do Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Sa-quarema – MAMAS.

A programação seguiu na seguinte ordem: Pa-norama dos Direitos Hu-manos Internacional e Nacional, pela socióloga Jacqueline Pitanguy e pela

CEPIA realiza Curso de Direitos Humanos das Mulheres no Rio de Janeiro

DIREITOS HUMANOS

advogada Leila Barsted, ambas coordenadoras exe-cutivas da CEPIA; Enfren-tamento da Violência Con-tra as Mulheres: Panorama Regional e Nacional, pela defensora pública Arlan-za Rebello e Leila Linha-res; Gênero Estereótipos Sexuais e Construção de Identidade, pela historia-dora Malu Heilborn; Os Serviços Previstos na LMP para Homens Autores de Violência, pela psicóloga

Cecília Soares; Saúde e Direitos Sexuais e Repro-dutivos, pela enfermeira Ruth Mesquita; As Mu-lheres e a Política, pela socióloga e antropóloga Clara Araújo; Mulheres e as Políticas Públicas, pela socióloga Adriana Mota; Diversidade Racial e Étni-ca e Relações de Gênero, pela socióloga Rosana He-ringer; Gênero, Trabalho e Renda, pelos economistas Barbara Cobo e Marcelo

Paixão; As Mulheres e a Midia, pela filósofa Jacira Mello; Estratégias e Meto-dologias para o Empodera-mento das Mulheres, pela bióloga Andrea Romani e por Mariana Barsted, ad-vogada, ambas coordena-doras de projetos da CE-PIA.

O evento foi organizado pela CEPIA – Cidadania Estudo Pesquisa Informa-ção Ação, Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, voltada para a realização de projetos que contribuem para a am-pliação e a efetivação dos direitos humanos e o forta-lecimento da cidadania, o evento teve o apoio da OAK Foundation, Ford Founda-tion e a Global Fund For Women, com parceria da Escola Superior de Advo-cacia e da OAB/RJ.

Divulgação

A Secretaria de Assis-tência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro realizou nas sextas-feiras do mês de novembro o Curso de Formação de Promotoras Legais, na sede da Subse-cretaria de Políticas Para as Mulheres – SPM/RJ, no Centro do Rio.

O curso teve como ob-jetivo prover o acesso à cidadania, a incorpora-ção de novos conceitos de igualdade e respeito, onde as mulheres tenham tanta importância quanto os homens no seu valor humano, social, políti-co e econômico. Aulas e seminários foram minis-trados por magistrados e gestores sobre temas re-levantes para a formação

de novos pensamentos e ideias às participantes.

Feminismo na Histó-ria, Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Violência Contra a Mu-lher, Saúde e Sexualidade e a Luta Pela Igualdade dos Direitos Humanos fo-ram assuntos abordados durante o curso. O intuito também foi de promover acesso à justiça e o empo-deramento das mulheres na sociedade.

Estiveram presentes no Curso de Promotoras Legais representantes do MAMAS – Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema e da Secretaria Municipal da Terceira Idade e De-senvolvimento Humano de Araruama.

DIREITOS HUMANOSEmpoderamento da mulher

é tema de curso de promotoras legais

A secretária da Terceira Idade de Araruama, Lourdes Belchior, a jornalista e representante do MAMAS Regina Mota, e a superintendente de Políticas Intersetoriais para Mulheres Débora Jane Serrano Ramos

Divulgação

POLÍTICA

Em sessão plenária do Tribunal de Contas do Es-tado realizada no dia 2 de dezembro, as contas da ad-ministração financeira da Prefeitura de Araruama no ano de 2013 foram aprova-das.

De acordo com o secre-tário municipal de Contro-ladoria, Geneval Marins Nogueira, uma pauta espe-cial foi aberta no último dia 18, quando foi feita a sus-tentação oral com a argu-

TCE aprova contas da Prefeitura de Araruamamentação sobre os critérios utilizados na administração financeira do município.

“A partir da apresenta-ção, houve pedido de vistas e o processo foi reavaliado e devidamente aprovado, ten-do em conta o rigor com que a administração pública tra-tou a gestão do dinheiro das verbas seguindo as orien-tações das portarias edita-das pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa-ção”, disse o secretário.

O prefeito Miguel Jeova-ni comemorou a decisão e ressaltou a importância do trabalho responsável que vem sendo desenvolvido pela equipe técnica da Pre-feitura.

“A aprovação das contas pelo TCE demonstra com clareza que estamos tra-balhando com responsabi-lidade na gestão da verba pública. Apesar das muitas dificuldades enfrentadas no primeiro ano de mandato,

conseguimos reverter a si-tuação e terminamos o ano numa situação muito me-lhor. Quando assumimos o governo em 2013, encon-tramos a Prefeitura com um déficit em torno de seis milhões de reais. Fechamos o ano com superávit finan-ceiro de cinco milhões. Isso mostra que a administração pública teve rigor com as contas e procurou ter res-ponsabilidade com os gas-tos”, destacou o prefeito.

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4 nº 225 - dezembro de 2014

Dicas de Saúde e Qualidade de Vida.

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RELIGIÃO

Se você não aguenta mais ser jogado de um lado pro outro pelo

SAC, ligue pra gente. Aqui, vamos ouvir e acompanhar suas

reclamações sobre leis que não estão sendo cumpridas

e até mesmo de serviços mal prestados por empresas privadas.

P i n g

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P O n g

Primeiro templo Bahá’í da América do Sul será no Chile

Em reconhecimento à natureza espiritual do ho-mem e à importância da oração, da meditação e da reflexão para nutrir essa natureza estabeleceram--se os Templos Bahá’ís em diferentes pontos do pla-neta. Chamados, também, de Casas de Adoração fo-ram construídos e abertos ao público interessado no propósitodo desenvolvi-mento espiritual.

Os templos bahá’ís são construções simbólicas onde os visitantes podem orar e meditar em um ambiente sereno e, às ve-zes, escutar as escrituras sagradas de religiões do mundo sendo recitadas e entoadas. Um conceito integral de cada templo é que, no devido momento, ele tornar-se-á um centro espiritual ao redor do qual agências e instituições de serviços social, humani-tário e educacional serão estabelecidos para a aten-der à população circunvi-zinha.

Oferecendo um espa-ço de paz e tranqüilidade, cada templo tem um dese-nho arquitetônico distin-to. Todos os nove templos, entretanto, apresentam nove entradas e uma cú-pula central representa-tivo da convergência dos povos de todas as partes do planeta encontrando--se em um espaço comum.

São edifícios de atmosfera silenciosa onde se pode orar, meditar e contemplar na ausência de rituais, cle-ro ou palestras, o que os tornam acolhedores para pessoas de todos os cre-dos, que podem usar seus próprios livros sagrados. Nenhuma taxa de entrada é cobrada e a construção e a manutenção dos templos são de responsabilidade exclusiva da Comunidade Bahá’í.

Os templos bahá’ís con-vidam o visitante a imergir--se em um ambiente linda-mente ornamentado, que combina inovação arquite-tônica com belos jardins e extensas áreas verdes con-cebidas para tocar a alma e proporcionar o encontro com Deus e consigo.

Atualmente, existem sete casas de adoração bahá’ís no mundo. O último templo continental a ser estabele-cido é o Templo Bahá’í da América do Sul, em constru-ção no Chile. Os outros sete encontram-se na Austrália, na Alemanha, nos Estados Unidos, na Índia, no Pana-má, na Samoa e em Uganda.

Para conhecer mais de-talhes da construção do templo no Chile acesse o site templo.bahai.cl.

Para saber mais sobre a Fé Bahá’í e seus princí-pio acesse o site oficial em www.bahai.org.br.

Se quiser participar de reuniões devocionais e de meditação Bahá’í em Sa-quarema, entre em conta-to através do telefone (22) 99982-4039.

MULHERMAMAS se articula para 2015

Camilo Mota

O Movimento Arti-culado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS se reuniu em sua sede para discutir sobre a programação dos eventos que deverá desenvolver no próxi-mo ano.

O grupo, que existe há cerca de seis anos, trabalha em prol da classe feminina e pro-cura através dos seus atos priorizar o atendi-mento às mulheres, in-

dependente de sua etnia, religião ou classe social. Para tal, conta em seu quadro de integrantes com a participação de advogadas, assistentes sociais, empresárias e uma médica psiquiatra.

Independente, o MA-MAS não recebe apoio financeiro de nenhuma pessoa que não esteja inserida no grupo. São mulheres unidas em um mesmo propósito de tra-balhar em benefício da-

quelas que necessitem do apoio da instituição.

Para 2015 várias ati-vidades já foram agen-dadas, incluindo pa-lestras. A Lei Maria da Penha é um dos assun-tos que sempre entra em pauta. Vale a pena ressaltar que o MA-MAS foi a instituição que mais incentivou a instalação do NUAM – Núcleo de Atendimento à Mulher Vítima de Vio-lência em Saquarema.

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5nº 225 - dezembro de 2014

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PARA O VERÃO!

CORAGEM

Christiane Michelin

Diante da pequenez que a mim cabeSinto-me repleta de alvoroço e medo pelo novoque serpenteia à porta.Pouco importa se real ou imaginárioEstremece o corpoEnternece a almaAfaga o egoe se afogaem desassossego.Clama por ser chamaArde na peleE nas entranhasDomina a menteQue menteFingeRefugaE fogeAh, coragem...Responde...Onde te escondes?

Christiane Michelin reside em Petrópolis, o poema acima faz parte de seu mais recente livro “Flor improvável”, cuja resenha está publicada na página 6 desta edição

UMA OITAVA

Daniel Mazza

Ser coveiro é mais que apenasTer alguma profissão:É ao mesmo tempo da terra Ser empregado e patrão. Saber que embaixo da terraNão há empregado ou patrão.Saber que a maior das alturasNunca é mais alta que o chão.

O poema acima é uma oitava do segmento denomi-nado “Morte” do livro “A sinfonia do tempo - primeiro livro de Filosofia”, de Daniel Mazza, cuja resenha apre-sentamos na página 6 desta edição.

DE GRÁTIS II

Ivan Marinho

A quem interessa as nuvens,A quem interessa o mar,A quem interessa algoQue não se possa comprar.

A quem interessa a vida,A quem interessa o amor,A quem interessa algoQue não de mede o valor.

A quem interessa a mãoQue solícita se emprestaA construir noite e diaUm motivo para festa.

A quem interessa entãoA luz do sol no poente,Que além da claridadePõe no vento um sopro quenteSem aferir quantidade.

O poema aqui transcrito faz parte do livro “Sortilégio possível”, cuja resenha publicamos na página 6.

Faxina

Márcio Negócio

Há um rumor de que o AmorIrá voltar...Diz-se, aqui e lá, que Ele logo vem,E que dá para ouvir-Lhe a cançãoDesde já...Vou correndo arrumar o coração,Limpar,Varrer a sujeira de Tua ausência,Abrir velhas janelas e portas,RasgarAs cortinas que não são minhas...Virá?A mesa é posta, tem vinho e pão,E flores do campo...Vem lá?Só me falta Você, Amor,No coração...Virá.

Márcio Negócio reside em Petrópolis e é autor de “Minha nau catarineta e outros colhidos”, cuja resenha apresentamos na página 6.

ESCRITO SEM CORPO

Ana Suy

Quando eu comecei a te amarQuinhentas mulheres vieram morar em mimE nessa eu engordei quatro quilosHoje eu já não seiSequer acho que posso saberSe eu comia de felicidadeOu se eu comia de angústiaQuando eu deixei de te amarMil mulheres deixaram de viver em mimE nessa eu emagreci oito quilosHoje eu já não seiSequer consigo lembrarSe o que eu sentia por você era mesmo amorOu se era só fomeQuando eu morriMil e quinhentas almas saíram do meu corpoEnvolvendo-se nas areias do universoHoje eu já não souSequer consigo lembrarSe me fui mesmoOu se delirei toda uma vida

Ana Suy é psicóloga e professora universitária, cola-boradora do blog literário Confraria dos Trouxas.

ANTIELEGIA

João Carlos Taveira

Manoel de Barros está morto.Mas eu já faço um reparo:Manoel de Barros não morreu.Morrer, como, se aindaestá vivinho da silvano coração das crianças,no desvelo de bichos, de pássarose de homens puros?

Hoje, 13 de novembro,chove fininho e devagarna cidade de Lúcio Costa,no mesmo instanteem que Manoel de Barrosse transformou em nuvem,borboleta ou qualquer coisade encantar bem-te-vis.

Este homem, meus amigos,não é de morrer assimsem mais nem menos.Traz no seu jeito de menino tímidoqualquer coisa de espanto,qualquer silêncio de pedra.

O poeta, nele, há muito se eternizoue está solidificado em pérola,feito diamante incrustadona tristeza da ostra.

Outra coisa: Manoel de Barrosaprendeu a espertezados caramujose deve estar destecendopalavras de belezapara inventar estrelasno chão áspero da rua.

Afirmo e reafirmo,minha canção é de alegriapara festejar a metamorfose:Manoel de Barrosescapouda irmandade dos homense virou passarinho.

Brasília, 13 de novembro de 2014.

João Carlos Taveira é natural de Caratinga--MG (1947), com vários livros de poesia publicados, entre os quais “O prisioneiro” (1984) e “Arquitetura do homem” (2005)

ESCRITO

Camilo Mota

No mural, a grafitagem se impõe. É um som, dizer, colorir, rabisco. No entanto, eles olham sem saber o que ali está. Será sombra ou luz? Rastros de mim, veias de outro, encontro de tudo. E no campo das descobertas, desertos sonham o sol. Aridez aparen-te, um grafite na areia conta histórias de vento.

Camilo Mota é poeta, editor do Jornal Poiésis, psi-canalista e terapeuta holístico, autor de “Para viver a sinceridade”

Maria del Valle

Ortopedia - Traumatologia - Fisioterapia

Medicina Desportiva - Pilates Studio - Psicologia

R. Adolfo Bravo, 26 - Bacaxá - Saquarema( (22) 2653-3324 / 98802-6709

R. Com. Bento José Martins, 297 sl. 406( (22) 2665-3425 - Araruama

Dr. Newton Oliveira Valladão

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6 nº 225 - dezembro de 2014

LITERATURA

QUATRO LIVROS DE POESIA DE 2014Gerson Valle

“Flor improvável”, de Christiane Michelin, edição da autora, com o seguinte prefácio as-sinado por mim:

O espaço da bailarinaA coreografia poética

faz um arranjo de flores de onde saltam as palavras que se arrumam num pal-co imaginário (“Sonho é matéria etéria / da qual se alimentam os poetas”). É o espaço da bailarina nos versos que tocam a mate-rialidade de seus passos le-ves, precisos, e a espiritua-lidade de voos por variados cenários (“Recortes de mar / Rabiscos de sol”). Por onde quer que avancem os escritos de Christiane Mi-chelin vai se fazendo a poe-sia, marcando seus gostos e tendências com a sensibili-dade nítida, personalidade forte, entrecortada das dú-vidas eternas da humani-dade (“Como suprir a falta que faz / O que se desfez? / Como estancar / O que vem com o vento? Como parar o vento?”). A metapoesia de alentar a satisfação própria de passear com palavras no espaço de seu imenso pal-co-mundo, palco-imagina-ção, palco-conhecimento, palco-indagação, palco--integração, palco-cósmico (“o navegar por lonjuras abissais / dentro de nós”), palco substancial para a existência da Bailarina das palavras, com suas alite-rações (“O vento / volteou a vila”), rimas internas, imagens transportadoras (“Dependências: Tanto a vela que vela o sono / Leva e eleva a oração / Quanto aquela que leva o barco / E define sua direção / Depen-dem do vento. / Uma para manter o lume / A outra para nortear o prumo. // Enquanto uma acende lua-res / A outra / rasga mares em mim // Uma depen-de do sopro / A outra, da maré. / Eu, da poesia / Para manter-me de pé.”). Certe-za de pisar certo na ambi-guidade de todo chão, por ser poeta e com sua Poesia perpassar as possibilidades de vários lugares metafó-ricos ou físicos (“Gosto da poesia que ecoa / E ganha vida / Na vida que voa.”), explodindo contradições como a atmosfera dos luga-res, nitidamente mostrada no poema “Caleidoscópio”, havendo mesmo “hora de voar”: “Faz-se inútil mentir / Quando o amor rompe a carne / E revela a veia.” E “metades inteiras” para pouso de todos: “No meio fio do dia / Pousa trôpega / A andorinha”.

No poema “Contingên-cia” o cenário evoca o pas-sado onde “Era tudo sonho

e magia / Até que um dia / O véu desfez-se em chuva / E a menina cresceu.” O cenário do presente pre-cisa fixar-se rapidamente, sob pena de se tornar di-ferente (“Resolvi escrever um poema / rapidamente / antes que me transforme em outra”). É a mulher que se conscientiza de sua força adulta corajosa (“Gosto de Ser mulher / E poder dar voz / Ao clamor de todas nós”). “Foi preciso vestir--se de mulher / tomar na mão as rédeas da vida / e, armadura em punho / trotar / traçando metas / em direção ao amanhã”. A Bailarina rodopia seu pas-se mágico ao futuro, com a garra do desafio: “Que o amanhã nos reserve taças repletas de néctar / E luz / Para que possamos trans-por os azuis / e amanhe-cer, novamente”. Passado, presente e futuro são os emblemáticos signos por onde a Bailarina deixa fluir “apenas paixão”: “Nas tri-lhas trôpegas do tempo / O timbau de embira / Con-tramarcava seu ritmo / Em ciclópica melodia”. E tem consciência dos ciclos uni-versais nesses dois versos transcendentais: “Alimento o lamento / a um só tempo”. No poema “Intensamente” (que deixo o leitor esperar a delícia de sua leitura inte-gral) encontra “Em uma es-pécie de diáspora do amor”, “no diapasão das horas”, “a melodia mais perfeita”.

Algumas danças das pa-lavras da Bailarina são re-servadas à sua percepção transcendental das crenças e pesquisas de outras pai-sagens onde seus passos se integram na Criação. Mas, em qualquer espaço onde ela poetize, suas caracte-rísticas sempre se avivam: “E no lento adágio / Da ágil bailarina / A entrega defini-tiva / À luz matutina.”

“Sortilégio Possível”, de Ivan Marinho, Ba-gaço, Recife-Pe (com introduções de Mário Hélio e João Carlos Ta-veira).

Entre a palavra bem encontrada em versos formalmente bem arma-dos (“Sem nada pronto / Evoca-se a palavra: / A mais simples / E a mais necessária”) Ivan Marinho compõe um belo livro com sua poesia e sua arte pictó-rica em fotos coloridas de seus quadros que parecem mandalas inspirados por aldeias indígenas, balõe-zinhos de festas juninas, cangaceiros, dando-lhe um ar de alegria festiva bra-sileira (“Num turbilhão de alegria, / Cortado por cores quentes, / Mas tam-bém por cores frias / Em tons claros, inocentes, //

Seguem linhas em sentidos / Que tanto faz ir ou vir, / Mas paralelas nos giros / Que dão em volta de si”). Sua forma mais usada é a de 3 quadras seguidas por um verso solto, e uma qua-dra final. São 17 versos que parecem compor, como o soneto dos 14 versos usu-almente para tantos, o seu equilíbrio próprio neces-sário ao ritmo e ao dizer. Há também poemetos em quadras, dístico ou hai--kais, como o que lembra a ironia de Paulo Leminski, denominado “Nefelibata”: “Autores inentendíveis, / Cuidado leitor, / São pro-fundos ou terríveis”. Per-corre, como ocorre com mais frequência em nossos artistas de vivência nor-destina (Ivan é de Maceió), uma brasilidade que nunca se afasta, por mais que se diversifiquem seus conhe-cimentos, que é marcada por temas como o carna-val, como no precioso poe-ma “Sem Fantasias (Lendo Oscar Wilde)”: “Sempre cri no carnaval / Como alguém sem fantasia. / Quando tudo é real / E o real, alegoria”. Este quar-teto é só uma mostra de quantas outras reflexões/poesia o leitor encontrará ao ler o novo livro de Ivan Marinho, que é, curiosa-mente, dividido nas 3 “par-tes-metades”: I Metade, II Metade, e III Metade.

“A sinfonia do tem-po - primeiro livro de Filosofia”, de Daniel Mazza, Escrituras, São Paulo (com prefácio de Alexei Bueno).

A construção poética pode ser apontada de for-ma simples. Trata-se de um único poema, dividido em duas partes (“Diálo-go”, com três subdivisões: “O morto”, “O coveiro” e “A morte”, e “Monólogo”, constituído de um úni-co segmento: “Silêncio”), em estrofes de oito versos (oitava) heptassílabos (re-dondilha maior), invaria-velmente, que dão, devido a colocações conceituais objetivas certo reflexo da “maneira” de João Cabral, como em: “Por isso, um morto por bala, / Ou mor-to por faca seja, / Dá sem-pre a estranha impressão / De que morto não esteja. É que a vida é tão presente, / É tão viva em todo vivo, / Que é como se toda mor-te / Fosse não mais que um equívoco”. Porém, a concepção estética apenas cobre a reflexão filosófica que parte de colocações pré-socráticas de correntes contrárias, para encontrar algumas considerações do próprio poeta. A meditação sobre a morte, que percor-re o volume, e que no pos-fácio o autor lembra ser,

para Platão, a própria ra-zão da filosofia, justifica o título do livro: “Som inau-dível da música / Do tem-po que continua, / Mesmo depois que a dança / Da vida já não mais flua. E se revela o segredo / Que é a dança crua / Àqueles que saem da roda / Da dança que continua...” O leitor atento, amante da filosofia e da poesia, encontrará em Daniel Mazza excelentes momentos que com cer-teza lhe serão caros “Por-que o tecido branco / É a voz do silêncio puro. / E o morto, em silêncio, fala / Com o silêncio absoluto”.

“Minha Nau Catari-neta e outros colhi-dos...”, de Marcio Ne-gócio, edição do autor (com apresentação de Sylvio Costa Filho)

O autor é “ator, músico, compositor, artista plástico e educador popular”. Natu-ralmente a Poesia transita no âmbito geral de suas ati-vidades. E, como não podia deixar de ser, ela se afeiçoa ao pós-modernismo de seu tempo e vivência. “Às vezes descasco um poe-ma como a uma laranja, à faca, / Circundando-o até surgir a parte branca, puí-da de amarelo...” A Poesia está no ar, e a sente quem a permeia culturalmente. “O átimo mais vagaroso do mundo chama-se... Dor. // A eternidade mais veloz de todas é aquela que ain-da não sei, o Amor...” Da vida em Petrópolis apare-cem lugares como a praça da Liberdade (cujo nome ninguém conhece, e, por isto, para um petropolita-no, é até piada: praça Ruy Barbosa), o Palácio Ama-relo com sua praça que tem grama verde, e onde o poeta imagina a história da cidade, que já teve es-cravos ao tempo de dom Pedro... No poema “Flor da Mosela” relembra que Manuel Bandeira escreveu poemas naquele bairro de Petrópolis. E toca o lirismo de Bandeira num expres-sivo poema: “Que queres de mim, Passarim, queres o sonho? / - Quero sim, Querubim, quero-quero! / O sonho não vos posso dar, tens que construí-lo...” O pós-modernismo relembra Guerra Junqueira e Fer-nando Pessoa ao lado de experiência concretista da disposição de página intei-ra com “palavra” e “lavra”. No poema “Meu filho” a metáfora bem encontrada do carinho de um pai: “De-ram-me asas para voar nos voos teus!” E o livro abre--se sugestivo...

Gerson Valle é escritor e poeta, membro titular da Academia Petropolitana de Letras.

Gabriel García Márquez e o cinema

Rodrigo Conçole Lage

Com o nascimento do ci-nema surgia a necessidade de histórias a serem filma-das. Assim, foi natural que essa nova forma de arte se associasse a literatura. To-davia, ao longo do tempo, a relação entre as duas formas de arte se tornou mais com-plexa e deu origens a diferen-tes tipos de relação. Inicial-mente tínhamos a literatura como fonte de histórias para o cinema (romances, nove-las, contos, peças de teatro e poemas foram adaptados). Nesse sentido, vamos en-contrar escritores que foram contratados para elaborar roteiros a partir dessas obras (temos, por exemplo, o caso do escritor William Faulk-ner que escreveu o roteiro de “Uma Aventura na Mar-tinica” a partir do romance “Ter e Não Ter”, de Ernest Hemingway). Posteriormen-te, vamos encontrar roteiros originais, isto é, que não fo-ram baseados em nada que tenha sido publicado antes, que foram produzidos por escritores (temos, por exem-plo, o roteiro original do “The Counselor”, do escritor Cormac McCarthy). Por fim, existe o caso mais raro de um filme transformado em livro (como exemplo temos o fil-me “O Manuscrito Perdido” (2010), roteiro de José Ba-rahona e dirigido por Nelson Pereira dos Santos (autor do prefácio), adaptado em li-vro pela Editora Alaúde, em 2012).

Gabriel García Márquez e sua obra também estão relacionadas com o cine-ma, sendo esta uma das fa-cetas menos conhecida de sua obra, no Brasil, apesar do grande sucesso de seus livros. Alguns erroneamen-te afirmam que Márquez escreveu somente dois ro-teiros. O primeiro, “El se-cuestro: guion cinemato-gráfico”, de 1982 (publicado pela Record com o título “O sequestro – um filme inédi-to”, em 1983, e nunca mais reeditado), é um roteiro ori-ginal baseado em um fato histórico. Ele trata do assal-to do comando guerrilheiro “Juan José Quezada” à casa de José Maria Castillo, reali-zado com o objetivo de con-seguir a libertação de vários militantes da FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) que estavam pre-sos. O segundo, “Erendira” (1983), é uma adaptação de “A incrível e triste história da Cândida Eréndira e da sua avó desalmada”. Con-tudo, existem outros filmes, cujos roteiros foram muitas vezes escritos em parceria.

Temos o curta-metragem “La langosta azul” (1954), dirigido e escrito por Álvaro Cepeda Samudio, Enrique Grau Araújo, Luis Vicens e Gabriel García Márquez. Foi seu único trabalho como diretor. “El gallo de oro” (1964), de Roberto Gaval-dón, foi escrito juntamente com Juan Rulfo e Carlos Fuentes. Ele também escre-veu junto com o escritor me-xicano Carlos Fuentes o ro-teiro de “Tiempo de morir” (1964), cuja primeira versão para o cinema foi de 1965, dirigido por Arturo Rips-tein. A primeira metade do roteiro de “Juego peligroso” (1966), “H. O.”, também foi escrita por ele. Assim como o de “Patsy, mi amor” (1969). “Presagio” (1974) foi escrito

em conjunto com o diretor Luis Alcoriza. “El año de la peste” (1979) com José Agus-tín e Juan Arturo Brennan. “Cartas del Parque” (1989) com Eliseo Diego. Sozinho escreveu o de “Edipo Alcai-de” (1996) e o de “Los niños invisibles” (2001) escreveu com o diretor Lisandro Du-que Naranjo. Nos trabalhos em conjuto é impossível sa-ber separadamente quais foram suas contribuições, o que não quer dizer que não devam ser vistos como parte de sua obra.

Por fim, temos as muitas adaptações de Márquez para o cinema. Temos o filme “En este pueblo no hay ladrones” (1965), dirigido por Alber-to Isaac. Há o “La viuda de Montiel” (1979), dirigido por Miguel Littin. “María de mi corazón” (1979) foi escrito juntamente com o diretor Jaime Humberto Hermo-sillo. “Vida, pasión y gloria de Remedios La Bella” (1979), de María Victoria Vélez. “El mar del tiempo perdido” (1980), de Solveig Hooges-teijn. “Erendira” (1983) foi feito a partir do roteiro do escritor e dirigido pelo cine-asta português Ruy Guerra. Deve-se destacar, neste fil-me, a participação da atriz brasileira Claudia Ohana, no papel de Erendira. “Crónica de una muerte anunciada” (1987), dirigido por Frances-co Rosi. “Un señor muy viejo con alas enormes” (1988), dirigido por Fernando Bir-ri. Em 1988 escreveu com o diretor Lisandro Duque Naranjo o de “Milagro em Roma”. “El coronel no tiene quien le escriba” (1999), do diretor Arturo Ripstein. “El amor en los tiempos del có-lera” (2007), do diretor Mike Newell. “Del amor y otros de-mônios” (2009), dirigido por Hilda Hidalgo. “Memoria de mis putas tristes” (2011), do diretor Henning Carlsen.

Ficam de fora dessa lista algumas adaptações e rotei-ros originais para minissé-ries e novela, pois são pro-duções para televisão. Outro fato interessante sobre a re-lação de Gabriel García Már-quez com o cinema é o fato de ter trabalhado como ator em alguns desses filmes. Ele atuou em “En este pueblo no hay ladrones”, “Juego pe-ligroso” (de Luis Alcoriza e Arturo Ripstein), “Patsy mi amor” (de Manuel Michel) e em “El año de la peste” (de Felipe Cazals). Assim, podemos ver como foi forte a relação do escritor com o cinema.

Algo que, lamentavel-mente, ainda é pouco co-nhecido e apreciado no Brasil. Isso acontece porque muitos desses filmes não es-tão disponíveis ao público brasileiro, não tendo ocu-pado espaço nos cinemas e/ou nos canais de TV. O cinema latino-americano, de modo geral, ainda preci-sa ser descoberto no Brasil. Esperemos que essa parte de sua obra venha a ser me-lhor conhecida entre nós no futuro e para isso a divulga-ção e exibição desses filmes é fundamental.

Rodrigo Conçole Lage é Professor de História, de Itaperuna-RJ, atualmente fazendo especialização em História Militar pela UNI-SUL, com artigos e resenhas sobre História e Literatura publicados em revistas aca-dêmicas.

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7nº 225 - dezembro de 2014

PSICOLOGIA

A análise dos sonhos e o conhecimento da natureza humanaCamilo Mota

Desde a publicação de “A interpretação dos so-nhos” de Sigmund Freud, em 1900, a compreensão sobre a natureza humana ganhou novos significa-dos. Ao incluir o conceito de Inconsciente no para-digma científico, o médi-co austríaco abriu as por-tas para a desconstrução de mitos e formalidades que ainda persistiam na sociedade de seu tempo. Seguindo um princípio determinista, típico da ci-ência forjada em fins do século XIX, Freud colocou o Inconsciente no cen-tro das ações humanas, sendo tal componente o responsável pela confi-guração mesma do ser, influenciando todo o seu psiquismo e suas ações no mundo. Nesse contexto, os sonhos tomam papel primordial para o conhe-cimento do verdadeiro homem, de sua natureza profunda, que molda toda sua realidade exterior.

O que até então era ape-nas objeto de especula-ção ou de interpretações alegóricas ou místicas, de cunho popular, passa a fa-zer parte do rol de estudos de base objetiva. Segundo Freud,

“Os sonhos nunca di-zem respeito a trivialida-des: não permitimos que nosso sono seja perturba-do por tolices. Os sonhos aparentemente inocentes revelam ser justamente o inverso quando nos da-mos ao trabalho de ana-lisá-los” (FREUD, 1996, P. 213)

Como bem afirma FROMM, Freud “reconhe-ceu, pela primeira vez, o sintoma neurótico como algo determinado por forças dentro de nós mes-mos, como algo que faz sentido quando se possui a chave para entendê-lo”. (FROMM, 1973, P. 45)

Ainda que marcada por uma forte sexualização em

sua interpretação e restrita à ideia de que os sonhos sempre são realizações de desejos, a teoria freudia-na serviu de base para de-senvolvimento de novos caminhos para se chegar ao Inconsciente a partir do reconhecimento das ima-gens geradas nos períodos de sono.

Um desses novos cami-nhos interpretativos foi proposto por Carl Gustav Jung, cujos seminários sobre interpretação de so-nhos realizados em língua inglesa no período entre 1928 e 1930 chegam ago-ra ao Brasil pela Editora Vozes (Seminários sobre análises de sonhos: no-tas do seminário dado em 1928-1930 por C.G. Jung. Organização de William McGuire. Tradução de Caio Liudvik. Petrópo-lis, Vozes, 2014). Durante muitos anos, esse mate-rial ficou restrito a um pe-queno e seleto grupo e só tinham acesso a ele aque-les analistas que tivessem aprovação das instituições que os mantinham. Graças ao trabalho de organização desenvolvido inicialmente por R.F.C. Hull e comple-mentado por William Mc-Guire, os apreciadores da obra de Jung, estudantes e profissionais de psicologia e psicanálise têm em mãos um material riquíssimo em conteúdo para aprofun-damento numa das áreas mais controversas da psi-cologia.

Como ser objetivo com algo tão subjetivo? Nesse contexto, JUNG aponta um sinal: “O sonho é uma tentativa de assimilar coi-sas ainda não digeridas. É uma tentativa de cura” (JUNG, p. 43). E ao longo dos seminários, ele apre-senta um conjunto de so-nhos de seus pacientes e os coloca em discussão com o grupo de estudos. A cada página ele vai descortinan-do possibilidades, abrindo caminhos de interpreta-ção, partindo de referen-

ciais do próprio sonhador, bem como estabelecendo ligações com temas uni-versais (um sonho com um touro, por exemplo, leva Jung a fazer uma digressão sobre a relação com Mitra e a elaboração da vida so-cial).

Um detalhe interessante desta obra é a manutenção de certo tom mais trivial do discurso. As transcri-ções feitas mantiveram a fluência da palavra do mé-dico suíço, o que nos per-mite acompanhar o racio-cínio e, ao mesmo tempo, sentir como as ideias iam sendo construídas na me-dida em que apresentadas pelo autor. Também são mantidos os diálogos e in-tervenções dos participan-tes. Há momentos em que é possível perceber a suti-leza do humor de Jung ao abordar algumas questões. Em outros, flui um conjun-to de citações históricas e conhecimentos de culturas diversas que embasaram e deram sustentação a muito do que Jung desenvolveu

em suas teorias. É como se estivéssemos frente a fren-te com ele, sentindo tam-bém nosso Inconsciente mobilizado pelo conjunto sistêmico de seu raciocí-nio.

Como citado anterior-mente, há traços referen-ciados à teoria freudiana, mas Jung já aponta novos rumos em seu trabalho, desconstruindo a abor-dagem de seu iniciador na Psicanálise. Enquanto Freud postulava que nos sonhos certas imagens oníricas seriam expres-sões disfarçadas de algum sentimento (ao invés do paciente sonhar com o próprio médico, no sonho apareceria outra pessoa para representá-lo, como um mecanismo de disfar-ce, um ocultamento que precisaria ser desvenda-do), Jung já busca uma concretude maior em seu objeto de estudo:

“Afirmo que o incons-ciente diz o que quer dizer. A natureza nunca é diplo-mática. Se a natureza pro-

duz uma árvore, é porque quis fazer uma árvore, não se enganou queren-do fazer um cachorro. E assim o inconsciente não busca disfarces, nós é que o fazemos”. (JUNG, p. 51)

Ele extrapola o conceito de sexualidade e apresen-ta uma abordagem que vai do simbólico ao histórico, objetivando a construção de uma nova imagem do sujeito, que se vê frente a frente com sua realidade interior querendo ser co-nhecida.

Jung apresenta nesses seminários praticamente todos os temas com que trabalhou ao longo de sua trajetória na construção da Psicologia Analítica: ani-ma, animus, inconsciente coletivo, sombra, entre ou-tros. É num destes seminá-rios que ele apresenta pela primeira vez o conceito de Sincronicidade, que so-mente em 1930 viria a ser desenvolvido formalmente em livro.

Os “Seminários sobre análise de sonhos” vêm enriquecer sobremaneira a literatura de psicologia disponível em língua por-tuguesa, acrescentando valiosas informações à tão vasta obra de Carl Jung e abrem um leque de opções para o estudo sistemático deste componente tão es-sencial em nossas vidas, o sonho, e que tantas vezes tratamos como uma coisa engraçada ou sem sentido.

Para além desta com-preensão, os seminários mergulham a fundo na di-nâmica do Inconsciente e sua profusão de imagens que revelam seus signifi-cados na medida em que compreendemos sua dinâ-mica, seu movimento, sua historicidade:

“São pequenos dramas, cada um com seu preâm-bulo, situação dramática, catástrofe e solução, em-bora de certa forma está-ticos. Porém, se analisar-mos uma série de sonhos, descobriremos que há um

movimento, um movimen-to circular, ou melhor, uma espiral. E ainda, isto nos dá uma maior sensa-ção de certeza e segurança em saber que uma supo-sição equivocada poderá ser corrigida ou verifica-da nos sonhos seguintes; e conseguimos ter uma mui-to melhor impressão da análise de sonhos quando podemos seguir uma série de sonhos da mesma pes-soa”. (JUNG, p. 293)

Provocador e perturba-dor de nossas consciências com seus conceitos que foram tidos por muitos como mais místicos do que científicos, Jung é uma re-ferência fundamental para quem deseja se aprofundar no conhecimento da men-te humana e trabalhar no sentido de levar o homem a sua individuação, fazen-do a integração completa de todo o seu ser.

REFERÊNCIAS

FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos I. Obras psicológicas com-pletas de Sigmund Freud: edição standart brasileira. Volume IV. Rio de Janeiro, Imago, 1996.

FROMM, Erich. A lin-guagem esquecida: uma introdução ao entendi-mento dos sonhos, contos de fadas e mitos. 4ª edição. Tradução de Octavio Al-ves Velho. Rio de Janeiro, Zahar, 1973.

JUNG, Carl G. Seminá-rios sobre análises de so-nhos: notas do seminário dado em 1928-1930 por C.G. Jung. Organização de William McGuire. Tradu-ção de Caio Liudvik. Petró-polis, Vozes, 2014.

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Page 8: Poiesis 225

8 nº 225 - dezembro de 2014

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Bahá’u’lláh (1817-1892)

Exposição de Antônia Lúcia e alunos prossegue

até dia 20 em AraruamaCamilo Mota

A artista plástica An-tônia Lúcia e seus alunos do ateliêr Antoniarte es-tão com trabalhos em ex-posição na Casa de Cul-tura José Geraldo Caú, em Araruama até o dia 20 de dezembro.

Com apoio da Prefeitu-ra de Araruama, através da Secretaria de Cultura, a mostra reúne trabalhos

de 16 alunos além de pin-turas de artistas da região que ministraram oficinas no atelier em 2014.

A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 15h às 21h e domingo das 10 às 14h.

Aprenda a pintar e desenhar

O Ateliê Antoniarte aceita alunos de todas as idades e funciona na Avenida Getúlio Vargas, 221 sala 203 - Edifício da Renault, no Centro de Araruama. Mais infor-mações podem ser obti-das pelos telefones 2665-4139 e 99993-8023.

São os votos da deputada estadual eleita Marcia Jeovani

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Que o Menino Jesus, com sua Luz, ilumine

os corações de todos e renove a esperança de um mundo de paz.

Embaixo da árvore - Na Praça Antônio Raposo, em Ararua-ma, esse é o lugar mais aconchegante para apresentações de alguns estilos musicais, como é o caso do velho e nobre Rock and Roll. Atendendo a pedidos, a banda Os Caravelhos se apresentou no dia 20/11. Os fãs do grupo se divertiram muito e terminaram a noite com a esperança de ver o show se repetir mais vezes. Fica a dica.

Pecadores se despedem da antiga sede - No dia 28/11 o Pe-cadores Moto Clube, de Saquarema, fez uma festa de despe-dida da antiga sede do Pin Point. Eles irão aguardar o término das obras da nova sede. Enquanto isso os encontros deverão acontecer na rodoviária, que fica em frente das futuras insta-ções do Purgatório.

Aniversário de Serguei - No mesmo dia 28/11 foi comemo-rado o aniversário do ícone do Rock and Roll, Serguei. Os 81 anos do roqueiro deram direito a muita música pelas bandas Vira Latas Groove e Santuarium. O bolo, presente dos Peca-dores, trazia sua foto estampada na parte superior. A equipe do Jornal Poiésis deseja saúde, paz e sucesso... sempre!

Aulas de Italiano - Tiveram início em novembro as aulas de Italiano na Secretaria da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano de Araruama. É sempre uma alegria muito grande poder traduzir em palavras o amor que se tem pelo belíssimo idioma do Mediterrâneo. Estou realizando o sonho de ensi-nar o que aprendi e plantar o amor pela Itália nos corações dos dedicados alunos.

Exemplo de escola - A Escola Municipal Honorino Coutinho, de Morro Grande, Araruama, sob a direção de Ricardo Adria-no, respira cultura em todos os cantos. É um lugar que vale a pena ser visitado. Os trabalhos belíssimos dos alunos são orientados pela professora Meire Arcanjo, na foto ao lado de Ricardo, do prefeito Miguel Jeovani e da primeira dama e de-putada estadual eleita, Marcia Jeovani.

Musa da Terceira Idade - Um dos eventos de destaque da SE-TID Araruama é a escolha da Musa, que ocorre todo final de ano. Independente do resultado, o meu voto foi para todas elas. São exemplos de determinação, luta, força de vontade, simpatia e todos os bons adjetivos que existem. Parabéns!

São os votos do vereadorBruno Pinheiro

Feliz Natale um 2015

cheio de realizações!

“Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8, 12)

Que a Luz de Deus abençoe todos os lares, traga conforto para os humildes e inunde os corações com amor.

Fotos: Camilo Mota

Marcelo Figueiredo Regina Mota