6
www.jornalpoiesis.com.br Página 3 Amigo Walmir indica creche no Paraty O coração rebelde de Madonna em novo CD Página 2 Camilo Mota Divulgação Literatura, Pensamento & Arte Ano XXII- nº 231 - junho de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis Economia Oficinas para Microempreendedores Em parceria com a Prefeitura de Ara- ruama, o Sebrae RJ realiza no final do mês mais uma série de oficinas gratui- tas voltadas para os microempreende- dores individuais. Página 2. Mulher MAMAS recebe título estudual de utilidade pública Presidido por Terezinha Ruade, o Movimento Arculado de Mu- lheres e Amigas de Saquarema recebeu o Título de Ulidade Pú- blica Estadual por seu trabalho desenvolvido em favor das mu- lheres. Página 3. Cultura e Sociedade Integração entre guardas municipais e Polícia Militar já é realidade Consultório de Psicanálise e Terapias Naturais Camilo de Lélis M. Mota Psicanalista - Terapeuta Holístico CRT 42617 ( (22) 99770-7322 / 2653-3087 www.camilomota.com.br Aceitamos: através do PagSeguro UOL Cursos de Reiki do nível 1 ao 3-B • Psicoterapia individual e casal Terapia floral (Florais de Bach) EFT - Acupuntura Emocional sem Agulhas Atendimentos em Araruama e Saquarema com hora marcada A roça ganha novos incentivos em Araruama Aos 70 anos, Seu Geraldo cuida dos seus 1500 pés de laranja com apoio tecnológico da Prefeitura Camilo Mota A vida no campo nunca foi fácil. E é de lá que vem o alimento das cidades. Olhar com atenção para o homem do campo é fundamental para que a economia pros- pere, que a qualidade de vida se desenvolva. E a agri- cultura familiar é a base de sustentação desse sistema. No distrito de São Vicente de Paulo, em Araruama, a Prefeitura vem investindo em apoio técnico e uso de tecnologia para melhorar o rendimento da lavoura. No galpão do produtor, o be- neficiamento de farinha de mandioca e de cítricos tem destaque. Página 6. Deputada Marcia Jeovani demonstra preocupação com a Lagoa de Araruama Após realizar audiência pública na Alerj para discutir os problemas da Lagoa de Araruama, a deputada estadu- al Marcia Jeovani visitou os municípios de seu entorno, conhecendo de perto as demandas ambientais e também dos pescadores da região. A deputada tem tido grande e intensa atividade no Legislativo fluminense, com parti- cipação em várias comissões e indicações já aprovadas pelo Governo do Estado. Página 3. Regina Mota Fórum apresenta novos olhares sobre terapias alternativas na Região dos Lagos Como a espiritualidade e a ciência podem contribuir, unidas, para o bem estar e a saúde do indivíduo. Esta é uma das questões a se- rem abordadas no I Fórum de Psicanálise Transpes- soal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos, que acontece nos dias 19 e 20 de junho, em Araruama. O evento pretende discu- tir os novos paradigmas, que incluem abordagens a partir de conhecimen- tos sobre Florais de Bach, Reiki, Psicanálise e Física Quântica. Página 2. Vem aí o XVI Saquá Moto Rock Vários shows estão programados para o evento que acontece de 19 a 21 de junho. Página 6. Camilo Mota Reuniões com o comando do 25º BPM têm reforçado o processo de integração de ações. Página 3. Sobre a crise de valores de nossos tempos A parr de considerações sobre a obra de Beethoven, o escritor Gerson Valle aborda de maneira profunda a crise de valores que hoje ange a educação e a cultura, propondo um novo olhar sobre a sociedade. Página 4.

Poiesis 231

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição de junho/2015

Citation preview

Page 1: Poiesis 231

www.jornalpoiesis.com.br

Página 3

Amigo Walmir indica creche no Paraty

O coração rebeldede Madonna em novo CDPágina 2

Cam

ilo M

ota

Divu

lgaç

ãoLiteratura, Pensamento & Arte

Ano XXII- nº 231 - junho de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

EconomiaOficinas para Microempreendedores

Em parceria com a Prefeitura de Ara-ruama, o Sebrae RJ realiza no final do mês mais uma série de oficinas gratui-tas voltadas para os microempreende-dores individuais. Página 2.

MulherMAMAS recebe título estudual

de utilidade públicaPresidido por Terezinha Ruade, o Movimento Articulado de Mu-lheres e Amigas de Saquarema recebeu o Título de Utilidade Pú-blica Estadual por seu trabalho desenvolvido em favor das mu-lheres. Página 3.

Cultura e Sociedade

Integração entre guardas municipais e Polícia Militar

já é realidade

Consultório de Psicanálisee Terapias Naturais

Camilo de Lélis M. MotaPsicanalista - Terapeuta Holístico

CRT 42617

( (22) 99770-7322 / 2653-3087www.camilomota.com.br

Aceitamos:

através do PagSeguro UOL

• Cursos de Reiki do nível 1 ao 3-B• Psicoterapia individual e casal• Terapia floral (Florais de Bach)• EFT - Acupuntura Emocional

sem AgulhasAtendimentos em Araruamae Saquarema

com hora marcada

A roça ganha novos incentivos em Araruama

Aos 70 anos, Seu Geraldo cuida dos seus 1500 pés de laranja com apoio tecnológico da Prefeitura

Camilo Mota

A vida no campo nunca foi fácil. E é de lá que vem o alimento das cidades. Olhar com atenção para o homem do campo é fundamental

para que a economia pros-pere, que a qualidade de vida se desenvolva. E a agri-cultura familiar é a base de sustentação desse sistema.

No distrito de São Vicente de Paulo, em Araruama, a Prefeitura vem investindo em apoio técnico e uso de tecnologia para melhorar o

rendimento da lavoura. No galpão do produtor, o be-neficiamento de farinha de mandioca e de cítricos tem destaque. Página 6.

Deputada Marcia Jeovani demonstra preocupação

com a Lagoa de Araruama

Após realizar audiência pública na Alerj para discutir os problemas da Lagoa de Araruama, a deputada estadu-al Marcia Jeovani visitou os municípios de seu entorno, conhecendo de perto as demandas ambientais e também dos pescadores da região. A deputada tem tido grande e intensa atividade no Legislativo fluminense, com parti-cipação em várias comissões e indicações já aprovadas pelo Governo do Estado. Página 3.

Regina Mota

Fórum apresenta novos olhares sobre terapias alternativas

na Região dos Lagos

Como a espiritualidade e a ciência podem contribuir, unidas, para o bem estar e a saúde do indivíduo. Esta é uma das questões a se-rem abordadas no I Fórum de Psicanálise Transpes-soal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos, que

acontece nos dias 19 e 20 de junho, em Araruama. O evento pretende discu-tir os novos paradigmas, que incluem abordagens a partir de conhecimen-tos sobre Florais de Bach, Reiki, Psicanálise e Física Quântica. Página 2.

Vem aí o XVI Saquá Moto Rock

Vários shows estão programados para o evento que acontece de 19 a 21 de junho. Página 6.

Camilo Mota

Reuniões com o comando do 25º BPM têm reforçado o processo de integração de ações. Página 3.

Sobre a crise de valoresde nossos tempos

A partir de considerações sobre a obra de Beethoven, o escritor Gerson Valle aborda de maneira profunda a crise de valores que hoje atinge a educação e a cultura, propondo um novo olhar sobre a sociedade. Página 4.

Page 2: Poiesis 231

2 nº 231 - junho de 2015

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

EXPEDIENTERua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesisDistribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

ECONOMIA SAÚDE

MÚSICA

É possível humanizar o capitalismo?

Dinovaldo Gilioli poeta, au-tor do livro Cem poe-mas (edi-tora da UFSC), den-tre outros.

É lógico que as gran-des empresas e corpora-ções têm seus mecanis-mos de compensação e através especialmente da área de RH, notadamen-te no campo da saúde e segurança, implementam ações que visam a valo-rização do empregado, a melhoria da qualidade de vida e das relações de tra-balho. No entanto, a pre-venção de doenças e de acidentes objetivam, so-bretudo, reduzir o absen-teísmo e diminuir custos com tratamento de saúde.

Por trás dessa preocu-pação com o “lado huma-no” está a tentativa de abs-trair, ou até de esconder a exploração; condição necessária e fundamental para o êxito e reprodução do sistema vigente. Todos esses “ingênuos” e “bem intencionados” instru-mentos têm a finalidade primeira de aumentar a produção e o lucro da empresa. De amortecer conflitos, de minimizar as contradições oriundas de uma sociedade capitalista e de disciplinar a força de trabalho para aceitação do sistema instituído.

Veja bem, não esta-mos aqui desmerecendo os cuidados atinentes à saúde e segurança do tra-balhador. Alertamos que, até isso, por mais absur-do que possa parecer, faz parte da estratégia para reduzir custos e auferir mais lucro. Portanto, é infundado o discurso de

que é possível humanizar o capitalismo.

Essa retórica só serve para confundir, iludir e ludibriar. Só serve para fragilizar a luta por um novo modo de vida, cujo centro seja o ser huma-no; e não a mercadoria, o dinheiro e a apropria-ção desmedida e incon-sequente dos recursos naturais. Atitude esta, que compromete a efeti-va qualidade de vida da maioria da população e coloca em risco as futuras gerações.

É nesta complexidade que se insere a ação de um sindicato, agora mais desafiadora em função da crise mundial em cur-so. Queiramos ou não, aceitando ou não, estan-do preparados ou não, as consequências negativas recairão sobre os traba-lhadores; especialmente dos menos organizados e sem força de represen-tação e de ação concreta. A atual crise é utilizada como mais um argumen-to para justificar e con-seguir um maior envol-vimento dos empregados no alcance das metas es-tabelecidas pelas organi-zações.

E mais do que isto, as empresas se utilizarão do momento para aumentar a sua produtividade (ace-lerando ainda mais o rit-mo do trabalho), e disse-minar a ideia de que tudo isto está sendo feito para evitar maiores prejuízos aos próprios trabalha-dores. Leia-se demissão, congelamento de salário e redução de direitos. Sendo assim, os sindi-catos, os trabalhadores devem continuar atentos e dispostos a enfrentar juntos o que aí está e o que virá!

Sebrae realiza oficinas de capacitação em Araruama

Os microempreen-dedores individuais do município de Araruama têm mais uma oportu-nidade para adquirir mais conhecimentos e ampliar suas oportu-nidades de negócios. O Sebrae-RJ, em parce-ria com a Prefeitura de Araruama, através da Secretaria de Desenvol-vimento Econômico, re-aliza de 30 de junho a 3 de julho as oficinas SEI Comprar, SEI Vender, SEI Planejar e SEI Con-trolar Meu Dinheiro. As aulas acontecerão das 18 às 21 horas, na Casa do Futuro, ao lado da Escola Municipal Pro-fessor Orlando Dias de Oliveira.

O Sebrae Empreen-dedor Individual (SEI) é um programa com-

posto de soluções que tratam de temas bási-cos para a gestão e o fortalecimento dos ne-gócios dos pequenos empreendedores. Du-rante as oficinas gra-tuitas, os participantes adquirem novas capaci-dades, como a adminis-tração e o planejamento de vendas, o estudo de preços e prazos na hora das compras, contro-le financeiro e fluxo de caixa.

Os cursos são gratui-tos e contam com certi-ficado do Sebrae após a conclusão. As inscri-ções estão abertas no Departamento de Ar-recadação na sede da Prefeitura de Araruama para qualquer micro-empreendedor que já possua o CNPJ.

Márcio Paschoalescritor, au-tor da bio-grafia de João do Vale

Décimo-terceiro álbum de estúdio da cantora, Re-bel Heart vem precedido de intensa campanha publi-citária e de acontecimen-tos insólitos. Em 2014, Madonna começou a pos-tar uma série de fotos no Instagram, onde sugeria escritores e colaboradores

Madonna – marketing de um coração rebeldepara o disco. O vazamen-to de mais de 30 canções em forma de demo fizeram Madonna criticar a atua-ção pirata como um “es-tupro artístico”. Resolveu antecipar, então, o lança-mento do disco e ilustrar a capa com o rosto enrolado a fios pretos, protesto que terminou virando meme, com os fãs postando fotos amarrados aos fios. O CD não traz grandes novida-des, mas não decepciona com composições interes-santes, como “Ghosttown”,

“Wash all over me”, “He-artbreak City” e “Joan of Arc”. Outra inovação, além do luxuoso encarte com fotos sensuais da cantora (uma de suas obsessões

mais assíduas), é a omissão dos créditos das autorias, participações e arranjos. Quem quiser deve entrar no site oficial da cantora. A verdade é que Madonna nem precisaria de grandes artifícios para ser notada, já que trata-se de artista digna de nota. Nem que quisesse passaria batida. Ela é dessas pessoas cujo magnetismo envolve, des-sas cuja postura nos faz ser levado no primeiro olhar. É levada, a Madonna. Ele-vada. Ela é dessas.

CharlesSoaresprofessor de lín-gua e li-teratura, membro do conse-lho edito-rial do Jornal Poiésis

Entender a violência que assola as grandes ci-dades hoje é um processo muito complexo. Precisa-mos mergulhar no fosso de nossas origens enquanto sociedade, e principalmen-te deixar cair essa máscara de bom moço que cobre o perfil do brasileiro. É pre-ciso desconstruir o mito da não violência de que tão apropriadamente nos fala a socióloga Marilena Chauí.

Somos um povo cujo DNA foi forjado sob os chicotes dos escravocratas e as punições físicas dos jesuítas. Nascemos num

CRÔNICA

O Berço da Violênciacenário de violência. O oba oba e a alegria que vende a nossa imagem só exis-tem nas letras de samba e quando há consenso. É só surgir uma divergência para a nossa face violenta dar as caras. O brasileiro bate na mulher, bate no fi-lho, esmurra o vizinho nas reuniões de condomínio, espanca a torcida adversá-ria, dá tiro em morador de favela desarmado, lincha menor delinquente, dona de casa vítima de boato na internet, gays, prostitu-tas, etc. Estamos longe de sermos um povo Pacífico. Quando o somos, somos com os nossos e não com o outro. E o outro é qualquer um que ultrapasse a linha de nosso conforto.

Esse embate violento por que passamos, exceto raríssimos casos, é uma questão psicossocial. Não convém se pegar um caso isolado de um cidadão que esfaqueia o outro por

causa de uma bicicleta e querer fazer um retrato da violência na cidade. No caso do médico esfaquea-do na lagoa, somos todos vítimas. O rapaz que o es-faqueou talvez seja sim um psicopata, mas não desses clássicos que vemos em filmes, mas alguém que desenvolveu um distúrbio psicossocial. Abandonado pela mãe, privado de comi-da, de cuidados, de huma-nidade... Não há dúvidas de que um histórico desses pode levar ao embruteci-mento, interferir na for-mação cerebral e deturpar valores. Alguém entregue a sofrimentos desse tipo per-de o interesse pela própria vida e por extensão pela vida do outro. Um traba-lhador, um pai de família, um profissional, são valo-res que não fazem parte de seu mundo. Em sua cabeça doente existem dois lados: O dos que têm e o dos que não têm, o dos que sofrem

privações e o dos que não sofrem. Sua ação é uma forma patológica de tentar igualar as coisas, estender ao outro lado o seu sofri-mento. Mostrar que a vida do outro lado vale o mes-mo nada que a sua.

Tanto o agressor quan-to o médico são membros desse mesmo organismo social. Se uma parte des-se organismo está doente, não há como a outra parte não sofrer também. Não se pode violentar esse orga-nismo extirpando um de seus membros. A doença é do corpo social inteiro. Estamos falhando enquan-to sociedade. Estamos, ao mesmo tempo, sendo e produzindo vítimas. Sendo e produzindo agressores. Ou entendemos que temos que nos curar por inteiro, ou seremos uma sociedade mutilada... Um ser em que as células de autodefesa passam a atacá-lo e a mi-nar suas forças.

Terapias alternativas, psicanálise e espiritualidadesão tema de fórum em Araruama nos dias 19 e 20Aberto à participação

de qualquer pessoa, in-dependentemente de sua formação acadêmica, o I Fórum de Psicanálise Transpessoal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos traz novas compre-ensões sobre a prática em saúde com intervenções das chamadas terapias alternativas. Abordando temas como Florais de Bach, Reiki, terapias ho-lísticas, psicanálise trans-pessoal e física quântica, o evento pretende promo-ver o diálogo entre ciência e espiritualidade, apon-tando avanços a partir da prática terapêutica dos palestrantes.

O Fórum acontece nos dias 19 e 20 de junho, no auditório da Universidade Cândido Mendes, em Ara-ruama, e é promovido pela Associação Brasileira de

Psicanálise Transpessoal. O encontro começa na sexta--feira à noite com palestras dos psicanalistas João Car-valho Neto e Camilo de Lé-lis Mendonça Mota. No sá-

bado, a programação conta com as participações de Martha Mendes (São Pau-lo) e Fábio Couto (Rio de Janeiro), que falarão sobre florais e terapias holísticas. Na parte da tarde, acontece seminário com Ivan Bru-no Guerra Pereira (Bahia) abordando a engenharia consciencial, física quânti-ca e conceitos de realidade.

As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas através do site www.abpt.com.br/forum2015.

Outras informações po-dem ser obtidas através do telefone (22) 99770-7322, ou no Espaço Elaboração em Saquarema (tel. 2653-3087).

Dicas de Saúde e Qualidade de Vida.

Curta! Compartilhe! Divulgue!

www.facebook.com/reikiepsicanalise

Page 3: Poiesis 231

3nº 231 - junho de 2015

R. Domingos da Fonseca, 5 - Bacaxá - Saquarema ( 2653-4544 / 2031-1392

JCEL SERVIÇOS E INTERMEDIAÇÕESTrabalhando para atender você cada vez melhor!

Unindo profissionais nas áreas de consultoria imobiliária e empréstimos consignados

Léa Dias Creci/RJ 063643/O

Compras e vendasEscriturasContratos ImobiliáriosProjetos, LegalizaçãoRGI / ITBI

Empréstimos BMG, BV, Itaú, Bradesco e outros

IntermediaçãoMóveis planejados para

residência e comércio em madeira maciça e MDF

Av. Saquarema, 3663 Loja D - Porto da Roça Aberta de 2ª a sábado de 8 às 20h e domingo de 8h às 13h

(22) 2655-3115 (22) 2655-3220

ENTREGA GRÁTIS EM DOMICÍLIO

Medicamentos, Perfumaria e Variedades

Aceitamos cartões de crédito

( (22) 2653-2744

SHOW DAS PLANTASA maior variedadecom beleza e qualidadevocê encontra aqui!Av. Saquarema, 5442 - Bacaxá

Dê plantas a quem você ama!

POLÍTICA

Marcia Jeovani se destaca como uma das deputadas mais atuantes na AlerjEm apenas quatro meses

de mandato, a deputada estadual Marcia Jeovani (PR) já é uma das parla-mentares mais atuantes na Alerj, participando de oito comissões permanentes, além de ser membro de duas CPIs que tratam de assuntos polêmicos como a violência contra a mu-lher e investigação sobre a prática do aborto.

Presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regio-nal, Marcia trouxe à Re-gião dos Lagos, no mês de maio, uma comitiva que contou também com a pre-sença da superintendente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) na Baixada Litorânea, Márcia Simões. A visita técnica percorreu as cidades de Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pe-dro da Aldeia e Araruama, com o objetivo de fiscalizar as cidades que beiram a Lagoa de Araruama, afe-tadas pela mortandade de peixes.

A deputada solicitou o desassoreamento do Ca-nal Itajuru, em Cabo Frio, sendo essa uma das pri-meiras medidas para a re-vitalização e oxigenação da lagoa. “O nome nos remete à Araruama, mas sessen-ta por cento da lagoa está localizada em Arraial do Cabo”, disse ela. A Esta-

Regina Motação de Tratamento de Es-goto – ETE de Arraial foi o primeiro local a ser vi-sitado pela comitiva, que, segundo o Inea, tem 80% de esgoto despejado sem tratamento na Lagoa, com índices alarmantes de coli-formes fecais.

A deputada Marcia Jeo-vani demonstrou preocu-pação não somente com a lagoa, mas também com os pescadores e suas famílias. “Temos também centenas de famílias que sobrevi-vem dessa lagoa e os nos-sos pescadores precisam de nossa atenção e da ma-nifestação do poder públi-co sobre as ações que estão sendo tomadas para sanar esse problema da mortan-dade de peixes”, disse.

Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura causas da vio-lência contra a mulher, Marcia sugeriu à mesma o aumento de juizados de atendimento às mulheres vítimas de violência em todo o Estado. “A mulher já chega à delegacia se sen-tindo culpada e muitas das vezes não recebe o trata-mento devido. Então, há a necessidade de uma aten-ção melhor para as mes-mas”, afirmou.

Ainda em trâmite na Alerj, o projeto de lei nº239/2015, de sua auto-ria, visa oferecer gratui-

tamente através do SUS a realização de exames de detectação de mutação ge-nética dos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar do diag-nóstico de câncer de mama ou de ovário em todo o Es-tado. “Conversando com uma pessoa amiga me veio a ideia da Lei Angelina Jo-lie. Eu também fiquei sur-presa ao ver uma atriz tão famosa se mutilar por cau-sa da possibilidade de de-senvolver um câncer, pelo histórico em sua família. É um exame caro, custa cer-ca de sete mil reais e não é qualquer pessoa que pode fazê-lo”, explicou.

No dia 23/05 a deputada deu entrada no projeto de lei número 361, que dispõe sobre o programa de orien-tação à gestante sobre os efeitos do aborto, quan-do este for autorizado nos

hospitais públicos e priva-dos do Estado do Rio.

Assim que assumiu o cargo de deputada esta-dual, Marcia Jeovani disse que daria continuidade aos trabalhos iniciados pelo esposo, atual prefeito de Araruama, Miguel Jeova-ni. “Quando foi deputado estadual ele enfrentou vá-rias barreiras, o que o im-possibilitou de dar anda-mento em seus projetos. Já conseguimos desarquivar quatorze deles e em breve pretendemos tirar outros mais”, afirmou ela.

Preocupada com a vio-lência, a deputada protoco-lou o projeto de lei nº 200, de 17 de março de 2015, que autoriza o Poder Exe-cutivo a criar o Conselho Estadual de Pacificação no Estado do Rio de Janeiro, a fim de garantir a partici-pação e controle social na

atuação do poder público nas áreas marcadas pela presença das Unidades de Polícia Pacificadora. “Essa era uma das ideias de Mi-guel. Já imaginou se na-quela época tivessem co-locado em prática, o quão adiantado não estaria o trabalho nessas comuni-dades?”, indagou a depu-tada.

Terceira Idade em destaque

Araruama ganhará bre-vemente a primeira Aca-demia da Terceira Idade. “Acredito que até a meta-de do ano as obras já terão iniciadas”, disse Marcia Jeovani. A Secretaria de Estado de Casa Civil enca-minhou ao seu gabinete a cópia do ofício de número 2245 referente à instala-ção do novo espaço de ati-vidades físicas.

Trata-se da indicação nº 378/15, de autoria da par-lamentar, que solicita que esse projeto seja implan-tado na cidade através do Programa Terceira Idade com Qualidade, desenvol-vido pela Secretaria Esta-dual de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, hoje sob a responsa-bilidade do deputado esta-dual José Luiz Nanci.

Vale a pena ressaltar que a Academia da Tercei-ra Idade tem o objetivo de promover programas de

atividade física para que idosos possam manter suas autonomias e independên-cias, orientando sobre a importância da realização de treinamento de força e da prática dos exercícios fí-sicos no dia a dia.

No mês de maio foi ho-menageada em duas im-portantes cerimônias do interior do estado com a entrega de comendas le-gislativas e consideradas as maiores honrarias dos municípios. Em Arraial do Cabo, o autor da medalha foi o vereador Sérgio Car-valho, justificando os rele-vantes serviços prestados pela parlamentar no muni-cípio cabista.

Já a Medalha de Mérito Brigadeiro Lafayette Can-tarino Rodrigues de Souza do município de São Pedro da Aldeia é de autoria do vereador Adalberto José do Amaral, através de resolu-ção nº 1.531/2015, entre-gue durante sessão solene na sede da Câmara Munici-pal no dia 15 de maio.

No dia 8 de junho, se-gunda-feira, a deputada estadual Marcia Jeova-ni vai receber o Título de Cidadania Iguabense. O autor da homenagem é o vereador Alessandro Gri-mauth. A cerimônia vai acontecer na sede da Pre-feitura Municipal de Igua-ba Grande.

MAMAS recebe título de Utilidade Pública estadual

O Movimento Articula-do de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS recebeu do governador Luiz Fernando de Souza Pezão o título de Utilida-de Pública do Estado do Rio de Janeiro, pelos tra-balhos realizados em prol de mulheres vítimas de violência e em estado de vulnerabilidade. A indica-ção foi feita por Inês Pan-deló durante seu mandato como deputada estadual, resultando na Lei 6940, sancionada em 23 de de-zembro de 2014.

O MAMAS existe há cerca de oito anos e já con-tava com o título de Utili-dade Pública Municipal, concedido pela prefeita Franciane Motta e indi-cada pelo vereador Paulo Renato Teixeira Ribeiro. A Lei Municipal 1216 é da-tada de onze de julho de 2012.

Para a presidente do MAMAS, Terezinha Rua-

de, “essa é mais uma con-quista do movimento que realiza um trabalho sério, com dedicação e compro-metimento. Sabemos que assim podemos fazer a di-ferença. A violência con-tra a mulher é um assunto muito sério que deve ser tratado com mais atenção não somente pelas autori-dades competentes, como também pela sociedade ci-vil como um todo.”

Entre algumas das no-bres realizações do MA-MAS pode ser citado o au-xílio para a instalação do NUAM – Núcleo de Aten-dimento às Mulheres, na Delegacia de Polícia Civil de Saquarema, inaugurado em setembro de 2014. As integrantes do Movimento recorreram aos empresá-rios da cidade para a aqui-sição de materiais para a reforma das salas onde hoje acontecem os atendi-mentos, incluindo inclusi-ve uma brinquedoteca.

Presidido por Terezinha Ruade (dir.), o MAMAS promove articulações com vários setores da sociedade civil e poder público

Divulgação

Amigo Walmir pede creche e UBS para o bairro ParatyO vereador Walmir Bel-

chior, o Amigo Walmir, so-licitou a construção de uma creche na Rua Iguaçu, no loteamento Parque Novo Horizonte, no Bairro Para-ty, distrito de Iguabinha, em Araruama. O pedido foi feito através do projeto datado de 19 de maio, encaminhado ao prefeito Miguel Jeovani.

O parlamentar acredita que a construção de uma creche naquela localida-de irá suprir a carência dos moradores, contribuindo para a ampliação do acesso e a melhoria da educação das crianças. “Fiz esse pro-jeto para atender a grande demanda existente na loca-

O vereador acompanhou o prefeito de Araruama, Miguel Jeovani, na visita às obras de uma UBS em Paraty

Camilo Mota

lidade, acredito que assim poderemos atender com efi-ciência a inúmeros pedidos”, disse Walmir.

O distrito de Iguabinha

é um dos que apresentam grande crescimento popu-lacional, conseguindo uma grande atenção do governo municipal. Recentemen-

te foi inaugurada a UBS – Unidade Básica de Saúde de Bananeiras, e recentemente o vereador Amigo Walmir esteve em visita ao bairro Paraty em companhia do prefeito Miguel Jeovani para visitar o terreno onde será instalada brevemente mais uma UBS. Com isso, Iguabinha deverá contar com mais uma unidade de saúde onde a população terá acesso a consultas mé-dicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coletas de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para es-pecialidades e fornecimento de medicação básica.

Polícia Militar e guardas municipais iniciam trabalho de integraçãoAs guardas munici-

pais de Cabo Frio, Ara-ruama, Saquarema e Armação dos Búzios já iniciaram diálogos com o 25º Batalhão de Polí-cia Militar com a fina-lidade de ampliar a in-tegração de suas ações. Uma reunião com re-presentantes das de Segurança Pública dos municípios e o Tenen-te Coronel Ruy França aconteceu no dia 2 de junho, em Araruama, na sede da Guarda Civil Municipal. O encontro

faz parte do Grupo de Trabalho em Segurança Pública, que tem por ob-jetivo unir esforços das cidades da região para que haja uma efetiva in-tegração entre a PM e as guardas municipais.

“Respeitando-se as ati-vidades constitucionais de cada corporação, pre-cisamos criar propostas, medidas e ações integra-das para termos uma re-gião melhor para todos os moradores”, ressaltou o Comandante do 25º BPM, Tenente Coronel

Ruy França.A expectativa é de uma

adesão completa dos mu-nicípios e uma ampliação dos trabalhos de integra-ção, incluindo as cidades de São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Igua-ba Grande, além de Cabo Frio, onde foi realizada a primeira reunião do Gru-po no mês passado.

Durante o encontro foi apresentado dossiê relativo ao mês de maio, mostrando as ações pre-ventivas realizadas pe-las guardas municipais a

partir de microdados es-tatísticos fornecidos pela PM.

“A partir das informa-ções levantadas pelos relatórios da Polícia Mi-litar, podemos estabele-cer um melhor patrulha-mento da Guarda Civil, definindo pontos estraté-gicos para posicionamen-to de viaturas e fazendo ronda em áreas onde haja maior incidência de rou-bos”, disse o secretário municipal de Seguran-ça Pública de Araruama, Márcio Oliveira.

Page 4: Poiesis 231

Gerson ValleEscritor e poe-ta, membro da Academia Pe-tropolitana de Letras

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresentou algumas récitas, de abril para maio, da ópera “Fi-délio”, de Beethoven. Al-gumas horas antes de eu assistir ao espetáculo tive uma discussão sobre a im-posição do gosto de várias gerações para cá por uma mídia liderada pela TV Glo-bo, tendo por trás multina-cionais representativas de interesses econômicos que, maliciosamente, afirmam uma tendência à globaliza-ção nos dias que correm, no entanto valorizando ao ex-tremo a cultura exatamente de países mais ricos. Não! Não vou repetir aqui a dis-cussão, que, esparsamente, vai sempre ser lembrada em meus textos. Apenas relem-bro: meu interlocutor insis-tiu na importância superior cultural do que seria o gosto popularesco, como se este não fosse formado da repe-tição do repertório imposto pela tal mídia, num círculo vicioso. Estranho que ele é professor, e que, imagino, não vai à escola lecionar a redundância da leitura simplificada do mundo que seus alunos recebem da “es-cola comercial da Globo”, e sim levar uma reflexão so-bre livros e conhecimentos que abram seus horizontes culturais. Não é verdade? Não, não é verdade, uma vez que, irritado, tentando ser irônico, ele demonstra desinteresse cultural, ao perguntar-me se eu dese-jo que “se dê ópera para o povo”... Meu Deus! Ele nem sabe que ópera abstrata-mente não existe. É apenas um gênero de espetáculo teatral que admite qualquer espécie de representação com música de composição (em estilo de qualquer épo-ca) elaborada. Para ele, com

4 nº 231 - junho de 2015

CULTURA

NOSSA CRISE DE VALOREScerteza, ópera é somente a música de árias e vozes em-postadas...

Fui ao “Fidélio”, inclu-sive, movido bastante pela curiosidade da nova ence-nação, com projeção ao fun-do de um filme, de Christia-ne Jatahy. Hoje em dia é comum o diretor cênico das óperas (como no teatro em geral) abrir uma nova con-cepção para textos do pas-sado. Muitas vezes, como na “Buterfly” que assisti em vídeo que se passava na lua, ou numas representações de Mozart, em Salzburg, que chegam a alterar suas histórias, eu sinto vontade de contestar. Mas, no caso deste “Fidélio”, eu acabei gostando de muita coisa. E explico porquê.

Ludwig van Beethoven (1770-1827), por volta dos 30 anos, atinge sua segun-da fase com um tipo de música forte, inovadora e que é tida como a transição mais nítida do Classicismo para o Romantismo. Suas 3a à 7a sinfonias, quartetos Razumovski, sonatas como Apassionata, Aurora, Les Adieux, à Kreutzer, concer-to para violino, os 4º e 5º para piano, são peças que vão além de uma grande personalidade estética, mas que parecem indicar parâ-metros beirando ideologias. Sim, ele queria transformar o mundo por sua música. E possuía opiniões políticas firmes, apreciador do ideá-rio da Revolução Francesa (chegou a tirar a dedicató-ria que fizera da 3a sinfonia a Napoleão ao saber que este se tinha tornado impe-rador, traindo a concepção democrática republicana). Com isto, sentiu necessi-dade de compor uma ópe-ra onde deixasse clara sua visão de mundo. Escolheu como tema um drama de Jean-Nicolas Bouilly, que trata das injustiças feitas a presos políticos em prisão comum, e sobretudo do amor conjugal de uma mu-lher que se traveste de ho-mem para trabalhar num

presídio onde seu marido está injustamente preso, para poder encaminhar sua situação para a liberdade e condenar os corruptos cul-pados. É um libelo pela Jus-tiça, Liberdade e fidelidade conjugal. Foi a única ópera que Beethoven escreveu, talvez julgando que com es-tes temas encerrasse o que desejasse expressar com palavras (Quando morreu pensava em compor um “Fausto”, pela admiração que tinha por Goethe, mas já estava em outra fase). A estreia foi em 1805, e teve tão pouco público, que foi retirada da programação. Disseram-lhe que a música era muito bem composta, evidentemente, muito boa, mas que o público quer ver ação em teatro, e “Leonora” (o título original da ópera) era muito parada. Ele não se conformou e durante anos foi refazendo a peça usando de dois libretistas, chegando a concluir uma segunda e uma terceira ver-são, finalmente estreada (como “Fidélio”) em 1814, a partir de quando entra no repertório, sobretudo, da ópera alemã. Beetho-ven chegou a declarar ser das suas melhores obras, e possui das suas melhores qualidades, mas a ação é escassa, mesmo com toda reformulação, aproximan-do-se de um oratório por vezes, mais do que música de teatro. E esta a razão central de eu ter gostado da encenação recente do Municipal, cuja diretora de

cena acrescentou-lhe certa ação.

Beethoven achava indig-no do gênio de Mozart o fato deste ter musicado o libreto de Lorenzo Da Ponte “Così fan tutte” (“Assim fazem to-das”), farsa onde dois jovens aristocratas napolitanos apostam com um velho cí-nico que suas noivas jamais os trairiam, pois eram mu-lheres castas de bons princí-pios. Fingem sair da cidade, e acabam traídos por elas. O Fidélio (Leonora) seria sua contestação a isto. Que-ria provar que, com base no amor, a mulher pode se expor à morte para salvar o marido ameaçado, e nunca traí-lo. Acreditava no núcleo familiar como uma questão civilizada tanto quanto a necessidade da Justiça e da Liberdade (os presos, numa cena da ópera, são coloca-dos para tomar ar, no con-tacto com a natureza, como a liberdade necessária para todos). O tempo de Mo-zart era o da pré-Revolução Francesa, quando os cos-tumes da nobreza fazia-a achar que suas colocações sociais suplantavam a or-dem moral. Beethoven, na pós-Revolução se afinava com a burguesia pautando na estruturação da família sua estabilidade. Ele mes-mo desejou casar-se a vida toda. Apaixonou-se, pelo seu temperamento passio-nal, e declarou-se para vá-rias alunas aristocratas - ele não admitiria que sua mu-lher não tivesse seus mes-mos interesses culturais,

para conviverem sadiamen-te. Era sempre recusado, no entanto, por não ser rico nem bonito, e ter um humor irritadiço, sobretudo devi-do a surdez que lhe aparece a partir dos 30 anos, que, apesar de não atrapalhar a composição por ter os sons de todos os instrumentos no cérebro e dominar a téc-nica da escrita, as carreiras de regente e pianista - que lhe rendiam alguma coisa - foram-se tornando impos-síveis. Não se conformava, ele que deveria ter, por sua profissão, uma audição per-feita, de não ouvir o que lhe diziam, os sons das ruas, os sinos, os pássaros, etc.

Passados dois séculos, e é bastante repetida a hi-pocrisia de muitas relações matrimoniais (que aparece tanto na Literatura), do po-der masculino ser uma for-ma de tirania do mais forte fisicamente, assemelhando--se ao domínio do senhor sobre escravos, e da relação homoafetiva ter sido sempre relegada. Com as reiteradas reivindicações da sociedade moderna, mudando-se os costumes e mesmo legisla-ções, há quem aponte para uma transformação no futu-ro da instituição da família. E junto com ela, as trami-tações da Justiça. Também uma nova concepção pare-ce estar sendo necessitada para as organizações que defendem os direitos hu-manos, que se têm tornado mais teóricas que práticas, beirando também a hipocri-sia. Nossa civilização parece viver uma forte crise. Mas, me pergunto se, apesar dos conceitos, por exemplo, pas-sados pela Revolução Fran-cesa e pela criação da ONU, dos direitos humanos, so-frerem tal hipocrisia, assim como a Justiça ser atormen-tada mais por desrespeitos que por aceitação humanís-tica, ou a prática política ser voltada para uma conquista do poder amoral e corrupta, se tais fatos apontam para alguma mutação que reflita nossa maneira de ser, e, as-

sim, realisticamente ter-se de tudo transformar. Ou se a realização de princípios de equidade e de um Direito Natural não deve ser mais insistentemente promovi-da, sobretudo pela Educa-ção, por representarem va-lores mais condizentes com a felicidade de toda a espé-cie de uma forma igualitá-ria. Afinal, se os princípios cristãos de justiça social, amor, altruísmo, são des-respeitados há 20 séculos por uma civilização que se diz cristã, não quer dizer que tais princípios não con-dizem com a Humanidade, mas que ela ainda não atin-giu o grau de educação e se-renidade capaz de praticá--los. O posicionamento de Beethoven continua, assim, merecendo reflexões, mes-mo na atualidade em crise.

Quanto à ópera e a dis-cussão referida no primeiro parágrafo, tenho a dizer que mesmo o público do Thea-tro Municipal da noite em que assisti ao Fidélio sendo maciçamente formado por leigos - pelos comentários que ouvi e percebi por vá-rias razões -, a recepção foi calorosa. E tenho notado que, sobretudo desde que as legendas foram coloca-das nos teatros de ópera, e o público pode seguir a peça teatral, compreenden-do melhor sua descrição musical, se o espetáculo for bem encenado e bem leva-do musicalmente, é sempre um triunfo popular! Tanto a ópera como os bons mu-sicais, aliás, que retém cer-ta proximidade de gênero. Agrada a todo mundo! O professor referido parece nunca ter se aproxima-do sequer de uma casa de ópera e não entender nada de teatro! Só acredita nos textos da moda, que repete como o cachimbo de suas aulas, e nos vícios criados na sua geração por ensina-mentos dados pela imbeci-lidade da mídia comprada e ignorante de qualquer posicionamento cultural da História!

LITERATURAHomenagem ao Centenário do nascimento de Saul Bellow

Rodrigo Conçole Lage Professor de História em Itaperuna-RJ

A literatura norte-america-na do pós-guerra se destaca, entre outras coisas, pelo gran-de número de escritores de origem judaica, que lhe deram um novo fôlego. Nomes como Bernard Malamud, Philip Roth, Allen Ginsberg, Norman Mailer, J. D. Salinger e E. L. Doctorow, entre outros, são al-guns dos que se destacam en-tre os grandes escritores deste período, não só dos EUA, mas a nível mundial.

E, dentre eles, não poderí-amos deixar de mencionar o nome de Saul Bellow. Além de ter sido um importante escri-tor judeu americano desse pe-ríodo, ele também influenciou vários deles. No mês de junho se comemora o centenário do nascimento de Bellow, que receberá várias homenagens nos EUA e em outros países. O escritor nasceu no dia 10 de junho de 1915, em Lachine, no Quebec (Canadá). Filho de uma família de judeus emigra-dos da Rússia, que saiu do Ca-nadá e se mudou para Chica-

Divulgação / Megan Salter

go, nos EUA, quando o escritor tinha nove anos.

Publica seu primeiro livro em 1944, “Dangling Man” (“Por um fio”, na tradução de Ana Maria Machado, publi-cada em 1967, pela editora Bloch). E, em 1947, publica seu segundo livro, “The Vic-

tim”. Anos depois Bellow vai para a Europa, permanecendo ali durante um bom tempo, onde escreveu boa parte do livro “As aventuras de Augie March”, publicado em 1953. Ao longo de sua vida recebeu muitos prêmios, um reflexo da importância que sua obra vai

adquirindo ao longo do tem-po. Dentre eles destacam-se o “National Book Award for Fic-tion” (em 1954, 1965 e 1971), o “Pulitzer Prize for Fiction” e o Nobel de Literatura, ambos em 1976. Ele faleceu no dia 5 de abril de 2005.

Sua obra é comporta de ro-mances, novelas, contos, en-saios, uma peça de teatro (The Last Analysis), um livro de memórias sobre sua viagem a Israel em 1975 (Jerusalém, Ida e Volta) e uma coletânea de cartas. Dentre seus livros mais importantes destacam-se os romances Herzog, As aventu-ras de Augie March, O legado de Humboldt, Henderson, o rei da chuva e O Planeta do Sr. Sammler.

Dentre as publicações dos EUA em comemoração ao centenário de seu nascimento destacam-se o lançamento, em março, da coletânea inédita de textos de não-ficção intitulada “There Is Simply Too Much to Think About: Collected Nonfic-tion”. E, em maio, foi lançado o primeiro volume da biografia escrita por Zachary Leader, The Life of Saul Bellow: To Fame and Fortune, 1915-1964.

Academia Araruamense de Letras define sua primeira

diretoria

Fundada em 17 de março de 2015, a Academia Araru-amense de Letras (AARALE-TRAS) começa a dar os pri-meiros passos para sua efetiva constituição. Durante os me-ses de março, abril e maio, uma comissão de 11 integran-tes se reuniu semanalmente para elaborar o estatuto, que foi aprovado em assembleia realizada no dia 26/05. Neste encontro, foram confirmados os nomes dos cinco primeiros acadêmicos efetivos e feita a eleição por aclamação do pre-sidente interino da instituição, Cid Magioli.

Na primeira reunião de tra-balho dos novos acadêmicos, formou-se a primeira diretoria, que inclui o vice-presidente Camilo Mota, o secretário Ma-noel de Santa Maria, o diretor

cultural Geraldo Chacón, e o diretor de comunicação Jorge Costa. Escolhido por unanimi-dade, o patrono da AARALE-TRAS será Silvio Vasconcelos, importante representante da cultura e história do município de Araruama. Também ficou definido como primeiro mem-bro benemérito o atual prefeito Miguel Jeovani, devido ao fun-damental trabalho da Secre-taria Municipal de Cultura no apoio técnico para a formação da instituição. Também indica-dos como membros beneméri-tos o secretário de Cultura, Mo-acir Gomes, e o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Renato Magalhães. A soleni-dade de fundação e posse dos membros acontecerá no dia 27 de junho, às 19 horas, no plená-rio da Câmara Municipal.

Divulgação

Page 5: Poiesis 231

5nº 231 - junho de 2015

POEMAS

AGRIJAR BACAXÁRações nacionais e importadasMedicamentos e Sementes

Av. Saquarema, 5320 Bacaxá - Saquarema

[email protected]

( (22) 2653-3114

Dr. Cid José C. MagioliClínica Geral - Homeopatia

CRM 52-44061-6

Dra. Eulenir M. A. MagioliGinecologia - Homeopatia

CRM 52-42685-2

ARARUAMA: Av. Brasil, 10 SL 709 - ( 2665-6320S. VICENTE: R. Farmacêutico Faria, 20

( 2666-4576

ASSISTÊNCIAMÉDICA

ALBUQUERQUEMAGIOLI

Conheça os benefícios de uma vida mais leve e

saudável.

Ligue agora e agende uma auto avaliação

GRÁTIS.

22 - 98148-7998 22 - 97402-208722 - 97401-3559

FIQUE EM FORMA

PARA O VERÃO!

Ortopedia - Traumatologia - Fisioterapia

Medicina Desportiva - Pilates Studio - Psicologia

R. Adolfo Bravo, 26 - Bacaxá - Saquarema( (22) 2653-3324 / 98802-6709

R. Com. Bento José Martins, 297 sl. 208( (22) 2665-4632 - Araruama

Dr. Newton Oliveira Valladão

Vidraçaria Recanto do Sol

Av. Saquarema, 5170 Bacaxá - Saquarema( (22) 2653-4190 / 99262-6507

Box - Vidro Temperado - EspelhoFechamento - Vidro Importado

Vidros coloridos, lisos e canelados

Aceitamos

BOX PRONTA ENTREGA

SONETOS DOS AMORES MORTOS, DE RITA MOUTINHO Gerson ValleA editora Ibis Libris lançou em 2014 a 2a edição (a 1a é de 2006) dos “Sonetos dos amores mortos”, de Rita Moutinho, com uma significativa fortuna crítica e prefá-cio de Geraldo Carneiro. São 90 sonetos, apresentados em 13 subtemas, tão bem elaborados, significativos, expressivos, reflexivos, que, no desejo de escolher um deles para reproduzir em Poiésis tive quase que fazer um sorteio aleatório. Resolvi-me por este, lembrando que sua qualidade não se distancia dos outros 89:

SONETO DA CARTA QUE O LIVRO ENVIA

Rita Moutinho

Meu querido, passo horas tua e absorta,lendo e escrevendo poemas doloridos,mas também, para não me tornar louca,desenho, em cor, metáforas do livro.Chuto pedras, mas súbito a alma louvacolheitas de framboesas e de lírios.Às vezes desço ao inferno, às vezes, rola,saio em passeio com outros passarinhos.À noite há pesadelos que espocame também sonhos lindos, muito lindos.Assim, amor, subo e desço como ondas,sustentando embebido meu pavio. No mais, eu te mantenho em cercania com o espólio que deixaste, a nostalgia.

CROMAQUI

Christiane Michelin

O desgosto é roxobatatae a batataquase amarela.A vela que vela a vidaé multicore a abóbora traz no nomesua cor(ou seria o contrário?)A dor, pra mim, é azulcobalto – cor fria – e o asfaltotem no gris seu tom mais intenso.Penso que a felicidadeseja púrpuraem seu dorsoe os olhos daquele moçoeram de um verde profundo,prenúncio de tempestades,e as verdadessão platinadascomo os sonhos,enquanto o medo,é escuro-açoite,como escura é a toga da noite.O amor, que nos toca,comporta a iridiscência espectral que transcendee a mente,por essência,tem a transparênciado existir.

Christiane Michelin é presidente da Aca-demia Petropolitana de Letras.

POEMA DOS OLHOS DE ALCÂNTARA

Luis Augusto Cassas

1 Gostava de chorar a SinháDizia: redimia a humanidade2/3 do ser eram água Idade? Só as pedras do oceanoDe tarde postava-se à janela na rua das Mercêse chorava Dilúvio existencialPluviometricamente choravaAs lágrimas batiam nas calçadasescorriam pelo calçamentoaté atingir o cais2Chorou quando soube por um anjo da crucificaçãode São José na rua da Amargura3Chorou quando o Patrimônio Históricofechou as portas da Igreja do Carmo para restaurá-laabandonando os querubins à própria sorteTodos os dias derrama lágrimas de cera empenitência das beatas4Chorou quando uma artrite reumatoide fechou-lhea mão direita e perdeu o cargo de caixeirado Divino Espírito SantoMas se conteve: só uma lágrima escapou-lhe aos olhos5Chorou quando os donos de engenhos mandavamaçoitar com trinta chicotadas os escravos africanos noPelourinho Pérolas negras6Chorou ao presenciar o afogamento de São PedroPressentiu a chegada dos tubarões e nada pôde fazer7Chorou quando anunciaram que Dom Pedro IIImperador do Brasil não viria mais a AlcântaraE o palácio construído para abrigá-lo se tornara ruínaEmocionada plantou duas palmeiras imperiais no porto quevai regando com orvalho e lágrimas matinais8Chorou na República de 1889 quando o Governo Federalconfiscou a prataria das igrejas que as famílias doaramaos santos de sua devoção Foi comedida: derramou duaslágrimas de prata9Chorou copiosamente quando confirmaram a notíciade que a sua cidade abrigaria uma base de mísseisE as estrelas que brilhavam nos céus resplandeceriam nos ombrosE os sabiás românticos seriam substituídos por foguetes atômicos10ChorouChorouChorouPor causa de suas lágrimas elevou-se a safra de abacaxie as fontes e os poços abasteceram a gargantade toda a populaçãopor mais 8 lustrosE morreusó e arruinadanum hospital público cercada de ampolas injeções seringassoros glicosadosDesidratada

Luis Augusto Cassas mora em São Luís-MA, é autor de extensa obra literária, agora reunida nos dois volumes de “A poesia do eu” (Rio de Janeiro, Imago, 2012)

NASCIMENTO E VIDA(1945)

Geraldo Chacón

Corriam na terra rumores de guerra,E não pude ficar inerteNo ventre de minha mãe.

Não sei se por mim, se por Deus,OU por acaso:Vim à luz antes do tempo,...mas a tempo de cantar.

Cantar... a fome, a guerra,A miséria, o Amor e a Vida.

Quem sabe os beijos dos seus poemasLogrem comover o peitoDos homens cujo coraçãoAinda são de carne!?

Geraldo Chacón é membro efetivo da Aca-demia Araruamense de Letras.

NEVOEIRO

Fernando Py

a meu irmão

O verso agonizana folha.luz verdevermelhacontinuamente.A noite apodreceem música.Todos na salaesperam.A aurora há de vir.Sem consolo.onde se (des)faz o amorantigo?Tudo foge. Tudo é deserto.(1963)

Fernando Py é natural do Rio de Janeiro, nascido a 13 de junho de 1935. Poeta, tra-dutor, crítico literário dos mais respeitados no país, comemora este ano 80 anos. Aqui fica nossa homenagem e gratidão por sua presença entre nós do conselho editorial do Jornal Poiésis.

Page 6: Poiesis 231

6 nº 231 - junho de 2015

www.bahai.org.br

Ó Filho da Palavra!Tu és Minha fortaleza; nela entra, para que ali possas habitar em segurança. Meu amor está em ti; conhece-o, a fim de que Me possas encontrar próximo de ti.

Bahá’u’lláh (1817-1892)

ATELIER ANTONIARTEAulas de Pintura e Desenho

Av. Getúlio Vargas, 221 sala 203 (edifício da Renault)( (22) 2665-4139 / (22) 99993-8023

E-mail: [email protected]

Daumas AcademiaCurta uma vida, alegre e saudável!!!

Av. Vilamar, 276 B - Itaúna - Saquarema - ( (22) 2655-3654www.daumasacademia.com

A partir dos 2 anos e meio, até onde sua mente comandar seu corpo. Homens e mulheres, sintam-se vivos!

Baby-Class * Pré-Ballet * Ballet ClássicoJazz Dance * Dança Moderna* Sapateado * Alongamento

* Capoeira * Teatro

Escola de Dança

Com apoio da Prefeitu-ra de Araruama, através da Secretaria de Cultura, acontece na sexta-feira, dia 5 de junho, às 19 horas, a abertura da II Exposição de Alunos do Atelier Anto-niarte, na Casa de Cultura José Geraldo Caú.

A mostra conta com trabalhos de 20 alunos da professora e artista plásti-ca Antonia Lúcia da Motta

Exposição do Atelier Antoniarte movimenta a Casa

de Cultura em Araruama

Pereira, utilizando técnica de óleo sobre tela e dese-nhos em grafite.

A exposição fica em car-taz até 28 de junho poden-do ser visitada de segun-da a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 13h às 17h e domingo das 09 às 14h.

A Casa de Cultura José Geraldo Caú fica localizada na Praça São Sebastião, no Centro.

Camilo Mota

( (22) 2653-1607 / 99943-6018

Motores e guitarras já estão se afinando para o XVI Saquá Moto Rock, que acontece de 19 a 21 de junho, em Saquarema. Promovido pelo Pecadores Moto Clube, o evento con-ta com infraestrutura de camping, café da manhã, praça de alimentação, fei-ra de expositores temá-

AGENDAXVI Saquá Moto Rock agita Saquarema de 19 a 21/06

ticos para animar ainda mais os motociclistas.

Com palco e som de qualidade, o Moto Rock deste ano contará com shows das bandas Sanc-tuarium, Faixa Etária, Epidemia, Cilindrada, Caravellas, Made In Rock, Nôvah (U2 Tribut) e Dona Kátia.

Psicanálise e Terapias NaturaisFlorais e Reiki

Tel. (22) 99770-7322 www.camilomota.com.br

Camilo de Lélis Mendonça MotaPsicanalista - Terapeuta Holístico, CRT 42617

Atendimento com Psicoterapia Holística, Psicanálise, Terapia Floral, Reiki

e EFT (Acupuntura Emocional Sem Agulhas)

Boas notícias vêm do cam-po. Com incentivo da Prefei-tura de Araruama, através de apoio técnico e investimen-tos em tecnologia, pequenos produtores rurais estão ten-do melhor aproveitamento de suas lavouras. O distrito de São Vicente de Paulo é de grande importância econô-mica para a região, destacan-do-se na produção de cítricos e aipim.

Atualmente cerca de 70 por cento da produção de ali-mentos no mundo tem ori-gem na agricultura familiar. Segundo o mais recente Cen-so Agropecuário do IBGE, os pequenos produtores rurais são responsáveis pelo plantio de 87% da mandioca produ-zida no país, além de 70% do feijão, e 46% do arroz. Com números tão significativos, é evidente a necessidade de se implantar e desenvolver po-líticas públicas para fomen-tar este setor econômico. Em Araruama, um dos princi-pais projetos para garantir melhorias para os pequenos produtores é a agroindústria de farinha, no distrito de São Vicente de Paulo.

Revitalizada em 2013 pela Prefeitura de Ararua-ma, a agroindústria de be-neficiamento de farinha tem fomentado a produção dos pequenos agricultores do terceiro distrito. Funcionan-do no Galpão da Secretaria de Agricultura em São Vi-cente de Paulo, a produção diária chega a 600 quilos, sendo comercializada pelos próprios agricultores no co-

ECONOMIAPequenos produtores de Araruama ganham apoio tecnológico

mércio local.“A produção conta hoje

com todo apoio da Prefeitu-ra, que oferece a infraestru-tura, a embalagem e a orien-tação técnica sobre produção e manejo do aipim. É tam-bém um produto diferencia-do, pois a farinha é integral”, informa a secretária munici-pal de Agricultura, Keila Wi-viane.

O prefeito Miguel Jeova-ni ressalta a importância do

apoio ao pequeno produtor rural.

“Quando fizemos a refor-ma do espaço, adequamos a indústria para atender ao pa-drão de qualidade, com ma-quinário próprio. O melhor é que o produtor comercializa a farinha diretamente com o comércio, não tendo ne-nhum custo com o processo de produção, que é oferecido gratuitamente pela Prefeitu-ra”, disse.

Outro setor que sofreu por muitos anos com a di-minuição da produção foi o de cítricos. Atualmente, o cenário começa a se modifi-car. Ao passar pelas estradas que cortam o distrito de São Vicente de Paulo, em Araru-ama, já se nota um novo ce-nário agrícola. Os pequenos produtores rurais começam a colher o resultado de novos investimentos em tecnologia que tem garantido a melho-ra na produção de laranja, limão e tangerina. De acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura, Abasteci-mento e Pesca, a produção em 2015 está tendo um au-mento de 12 por cento em relação ao ano passado.

Parte do sucesso se deve ao incremento de novas tec-nologias e ao apoio de in-fraestrutura oferecido pela Prefeitura de Araruama. No Galpão do Produtor, uma máquina de beneficiamen-to de cítricos atende aos agricultores, movimentan-do cerca de cem toneladas de frutas por mês. A gran-de vantagem da utilização do maquinário é que os pequenos produtores la-vam e escovam os cítricos de maneira automatizada, deixando-os em condições ideais de venda no mercado. Araruama já responde por 80% da produção de cítricos do Estado. Além do maqui-nário, a Prefeitura também oferece orientação técnica sobre irrigação, controle de pragas e doenças, correção do solo, adubação.

O beneficiamento da farinha e dos cítricos garante melhora dos rendimentos fami-liares e permitem que o pequeno agricultor agregue valor a sua produção

Fotos: Camilo Mota

Camilo Mota