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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Márcio Antonio Coêlho Furtado Junior
PROPOSTA DE ENSINO DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA NA ESCOLA
FUNDAMENTAL UTILIZANDO LABORATÓRIO ALTERNATIVO
Belo Horizonte
2017
Márcio Antonio Coêlho Furtado Junior
PROPOSTA DE ENSINO DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA NA ESCOLA
FUNDAMENTAL UTILIZANDO LABORATÓRIO ALTERNATIVO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ensino de Biologia.
Orientadora: Profa. Dra. Claudia de Vilhena Schayer
Sabino
Belo Horizonte
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Furtado Junior, Márcio Antônio Coêlho
F992p Proposta de ensino de microbiologia prática na escola fundamental utilizando
laboratório alternativo / Márcio Antônio Coêlho Furtado Junior. Belo
Horizonte, 2017.
146 f.: il.
Orientadora: Claudia de Vilhena Schayer Sabino
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
1. Ensino fundamental - Manuais de laboratórios. 2. Matemática na oficina.
3. Laboratórios microbiológicos. 4. Educação de jovens e adultos. 5. Estratégias
de aprendizagem. I. Sabino, Claudia de Vilhena Schayer. II. Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Ensino
de Ciências e Matemática. III. Título.
CDU: 576.8
Márcio Antonio Coêlho Furtado Junior
PROPOSTA DE ENSINO DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA NA ESCOLA
FUNDAMENTAL UTILIZANDO LABORATÓRIO ALTERNATIVO
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Ensino de Ciências e
Matemática.
_______________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Cláudia de Vilhena Schayer Sabino (Orientadora) - PUC Minas
_______________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Zenilde das Graças Guimarães Viola - CIT - Campos CETEC - Banca
Examinadora
_______________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Andréa Carla Leite Chaves - PUC Minas - PUC Minas – Banca Examinadora
Belo Horizonte, 02 de março de 2017.
AGRADECIMENTOS
" Agradeço a Deus por me iluminar e amparar nos momentos de dificuldades enfrentadas.
Meus Pais que se dispuseram para que eu concluísse com êxito esta conquista. E à
Orientadora e Professora Dra. Claudia que me acolheu sempre com presteza e reconhecimento
dos meus esforços..."
Gratidão é uma das maiores virtudes dos seres mortais.
RESUMO
Este trabalho apresenta os procedimentos técnicos empregados na montagem de um
laboratório alternativo para escolas públicas que carecem de laboratório convencional. Para
testar a montagem foram desenvolvidas, aplicadas e avaliadas oficinas com sequências
didáticas. O primeiro passo foi preparar os alunos para iniciar a atividade nesse espaço, com
instruções sobre cuidados e possíveis riscos à saúde. Houve necessidade do uso de
equipamentos de proteção individual. O passo seguinte foi montar e utilizar um microscópio
alternativo. O laboratório alternativo serviu para o ensino de Microbiologia com a preparação
de meios de cultura com materiais alternativos; cultivo de bactérias e fungos; além de evadir a
Microbiologia, estudando microestruturas de animais invertebrados e plantas. Em todos os
experimentos foram utilizados materiais simples e fáceis de serem obtidos ou confeccionados
pelos alunos e professor. Os estudantes responderam a questionários pré-teste e pós-teste para
verificação da aprendizagem. O resultado das oficinas demonstrou que o laboratório
alternativo é um recurso pedagógico com bons resultados. Participaram do trabalho 44 alunos
do 4° ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Doutor Custódio Junqueira, situada no
município de Argirita, Minas Gerais.
Palavras-chave: laboratório alternativo. Ensino de Microbiologia. Ensino Fundamental.
Oficinas temáticas.
ABSTRACT
This paper presents the technical procedures used in the installation of an alternative
laboratory for public schools that lack conventional laboratory. To test the installation were
developed, applied and evaluated workshops with practical classes. The first step was to
prepare the students to start the activity, with instructions on care and possible health risks.
There was necessary the use of personal protective equipment. The next step was to assemble
and use an alternative microscope. Forty-four students from the 4th and 5th year of
Fundamental School Doctor Custódio Junqueira, located in Argirita, Minas Gerais,
participated in the study. The alternative laboratory was used for teaching Microbiology and
the thematic workshops were: How to prepare culture media with alternative materials?
Cultivating bacteria and fungi; Studying invertebrate animals and their microstructures and
Studying plants. In all the experiments were used simple and easy to be obtained or made
materials. Students completed pre-test and post-test questionnaires to evaluation. The results
demonstrated that the alternative laboratory is a pedagogical resource with excellent results.
Keywords: Alternative laboratory. Microbiology teaching. Alternative microscope. Thematic
workshops.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Distribuição de tempo nas sequências didáticas ............................................... 36
QUADRO 2 - Folha de preenchimento em sala de aula........................................................... 37
QUADRO 3 - Aspectos utilizados para a avaliação processual ............................................... 37
QUADRO 4 - Esquema da Oficina: Como proceder no laboratório de Microbiologia com
segurança .................................................................................................................................. 45
QUADRO 5 - Distribuição do tempo da oficina: Como proceder no laboratório de
Microbiologia com segurança .................................................................................................. 45
QUADRO 6 - Resultados do pré-teste da oficina: Como proceder no laboratório de
Microbiologia com segurança .................................................................................................. 45
QUADRO 7 - Resultados do pós-teste da oficina: Como proceder no laboratório de
Microbiologia com segurança .................................................................................................. 46
QUADRO 8 – Esquema da Oficina: A construção de um microscópio alternativo ................. 50
QUADRO 9- Distribuição do tempo da oficina: A construção de um microscópio alternativo
.................................................................................................................................................. 50
QUADRO 10- Resultados do pré-teste da oficina: A construção de um microscópio
alternativo ................................................................................................................................. 51
QUADRO 11 - Resultados do pós-teste da oficina: A construção de um microscópio
alternativo ................................................................................................................................. 52
QUADRO 12 - Esquema da Oficina: Como preparar meios de cultura com materiais
alternativos ............................................................................................................................... 56
QUADRO 13- Distribuição do tempo da oficina: Como preparar meios de cultura com
materiais alternativos ................................................................................................................ 56
QUADRO 14 - Resultados do pré-teste da oficina: Como preparar meios de cultura com
materiais alternativos ................................................................................................................ 57
QUADRO 15 - Resultados do pós-teste da oficina: Como preparar meios de cultura com
materiais alternativos ................................................................................................................ 58
QUADRO 16 - Esquema da Oficina: Cultivando bactérias ..................................................... 62
QUADRO 17- Distribuição do tempo da oficina: Cultivando bactérias .................................. 62
QUADRO 18 - Resultado do pré-teste da oficina: Cultivando bactérias ................................. 63
QUADRO 19 - Resultados do pós-teste da oficina: Cultivando bactérias ............................... 63
QUADRO 20 - Esquema da Oficina: Cultivando Fungos ........................................................ 68
QUADRO 21 - Distribuição do tempo da oficina: Cultivando fungos .................................... 68
QUADRO 22 - Resultados do pré-teste da oficina: Cultivando fungos ................................... 69
QUADRO 23 - Resultados do pós-teste da oficina: Cultivando fungos .................................. 70
QUADRO 24 - Esquema da Oficina: Estudando microestruturas de animais invertebrados .. 73
QUADRO 25 - Distribuição do tempo da oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados ............................................................................................................................ 73
QUADRO 26 - Resultados do pré-teste da oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados ............................................................................................................................ 73
QUADRO 27 - Resultados do pós-teste da oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados ............................................................................................................................ 75
QUADRO 28 - Esquema da Oficina: Estudando as microestruturas das plantas .................... 78
QUADRO 29 - Distribuição do tempo da oficina: Estudando as microestruturas das plantas 78
QUADRO 30 - Resultados do pré-teste da oficina: Estudando as microestruturas das plantas
.................................................................................................................................................. 79
QUADRO 31- Resultados do pós-teste da oficina: Estudando as microestruturas das plantas 80
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Fotos relacionadas à oficina: Como proceder no laboratório de Microbiologia
com segurança .......................................................................................................................... 44
FIGURA 2 - Fotos relacionadas à Oficina: A construção de um microscópio alternativo ...... 49
FIGURA 3 - Fotos relacionadas à Oficina: Como preparar meios de cultura com materiais
alternativos ............................................................................................................................... 55
FIGURA 4 - Fotos relacionadas à Oficina: Cultivando bactérias ............................................ 61
FIGURA 5 - Fotos relacionadas à Oficina: Cultivando fungos................................................ 67
FIGURA 6 - Fotos relacionadas à Oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados ............................................................................................................................ 72
FIGURA 7 - Fotos relacionadas à Oficina: Estudando as microestruturas das plantas ........... 77
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 23
2.1 O ensino de microbiologia no ensino fundamental ........................................................ 23 2.2 A Importância do laboratório no ensino fundamental ................................................. 25 2.3 Estratégias didáticas para o ensino de microbiologia ................................................... 26 2.4 Laboratório alternativo no ensino de ciências: .............................................................. 29 2.5 O uso de sequências didáticas no ensino ......................................................................... 30
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 35 3.1 Apresentação ..................................................................................................................... 35
3.2 Título .................................................................................................................................. 35 3.3 Público alvo ....................................................................................................................... 35 3.4 Problematização................................................................................................................ 35
3.5 Objetivo geral .................................................................................................................... 36 3.6 Objetivos específicos ......................................................................................................... 36
3.7 Conteúdos .......................................................................................................................... 36 3.8 Distribuição de tempo ...................................................................................................... 36 3.9 Avaliação ........................................................................................................................... 37
4 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 43 5.1 Sequência 1 - Como proceder no laboratório de Microbiologia com segurança. ....... 43
5.2 Sequência 2 - A construção de um microscópio alternativo ......................................... 48
5.3 Sequência 3 - como preparar meios de cultura com materiais alternativos ............... 53
5.4 Sequência 4 - Cultivando bactérias ................................................................................. 59 5.5 Sequência 5 - Cultivando fungos ..................................................................................... 65
5.6 Sequência 6 - Estudando microestruturas de animais invertebrados ......................... 71 5.7 Sequência 7 - Estudando as microestruturas das plantas ............................................. 76
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 83
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85
APÊNDICE A - Produto ....................................................................................................... 87
19
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta uma contribuição para profissionais na área de ensino de
Ciências Naturais que pretendam dinamizar suas aulas com atividades pedagógicas
diferenciadas, sobretudo, em Microbiologia, utilizando laboratório alternativo, razão deste
estudo. Devido às carências de espaços destinados ao estudo experimental, principalmente,
em escolas públicas das redes municipais e estaduais, sugere-se a utilização de materiais
alternativos que possam supri-las. Isto, sem dúvida, motivou a elaborar um estudo que levasse
em conta esses fatores e proporcionasse uma opção para realizar aulas criativas e dinâmicas.
No laboratório alternativo proposto, foi montado, a partir de materiais simples, ao
alcance de educadores e alunos, equipamentos para viabilizar aulas práticas e que podem
servir de modelo a ser adotado por várias escolas de periferia e até mesmo por aquelas bem
localizadas, mas que não dispõem destes recursos.
Para realização do empreendimento, trabalhou-se com 44 alunos dos quartos anos do
Ensino Fundamental I (faixa etária de 10 a 12 anos), da Escola Municipal Doutor Custódio
Junqueira, situada no município de Argirita, Estado de Minas Gerais. A escolha das turmas se
deu em função da matéria estudada pelos alunos ter conteúdo de Microbiologia.
As instituições educacionais enfrentam o desafio não apenas de incorporar as novas
tecnologias como conteúdo do ensino, mas também reconhecer e partir das concepções de que
as crianças têm sobre estas tecnologias para elaborar, desenvolver e avaliar práticas
pedagógicas que promovam o desenvolvimento de uma disposição reflexiva sobre os
conhecimentos e os usos tecnológicos. (MERCADO, 1998).
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver, aplicar e avaliar um Manual com
sequências didáticas para o ensino de Microbiologia no Ensino Fundamental utilizando
laboratório alternativo, com recursos de materiais caseiros e acessíveis, para suprir a falta dos
laboratórios convencionais e proporcionar um curso de Ciências mais interessante e
enriquecedor, favorecendo a aproximação ao universo microscópio, facilitando a
aprendizagem dos alunos. As sequências didáticas foram aplicadas e avaliadas como oficinas.
Para concretizar as ideias, utilizou-se as teorias de suporte de pesquisadores como:
AMABIS & MARTHO, 2009; AYRES, 2014; KASVI, 2015; GENTILE, 2005; KENJI
YOSHINO, apud ROSSIN, 2014; KIMURA, 2013; LINHARES & GEWANDSZNAJDER,
(2005); LOPES & ROSSO, 2013; MENDONÇA & LAURENCE, 2010; OLIVEIRA et al.,
1986.
20
A primeira oficina teve como objetivo apresentar medidas de prevenção e segurança
no laboratório, sobretudo de Microbiologia, abordando o cuidado e utilização de técnicas que
assegurem a integridade física dos seus usuários.
Na construção de laboratórios, para que haja sucesso no processo de ensino-
aprendizagem - incentivo para o aluno buscar informações, que satisfaçam suas dúvidas -
torna-se imprescindível a disponibilidade de instrumentos que o docente possa utilizar para
viabilização do ensino/aprendizagem; uma vez que o laboratório necessita de ferramentas
capazes de atender às expectativas deste processo. Como exemplo, cita-se o microscópio,
ferramenta essencial e indispensável para análises, fazendo-se necessário, ensinar como é
usado, priorizando o conhecimento de suas partes e funções, preparando os alunos para
utilização do equipamento em suas práticas.
Assim, a próxima oficina teve como objetivo construir e aplicar, através de sequência
didática, um microscópio alternativo, objetivando eficiência e significação do conteúdo
microbiológico. Buscou também, aumentar a visão de microrganismos e microestruturas a fim
de serem estudados e conhecidos; auxiliar nos estudos de estruturas microscópicas e motivar
os alunos com tal ferramenta e prática.
A análise microbiológica não é possível, se não houver substratos necessários para o
desenvolvimento dos microrganismos – os meios de cultura. Assim sendo, foi proposta a
terceira oficina para prepará-los em como saber lidar com os materiais alternativos no
laboratório, próprios para a cultura de bactérias e fungos. Visou também propor a utilização
de materiais caseiros e de fácil acesso para o estudo de fungos e bactérias (microrganismos
coloniais); auxiliar nos estudos de microrganismos como fungos e bactérias e motivar os
alunos nas aulas de Ciências, tornando-as mais interessantes.
A quarta oficina teve como objetivo estudar as bactérias, que podem ser visualizadas
ao microscópio, além de, visualizar e analisar o desenvolvimento destas em diferentes
substratos, coletadas de partes diversificadas do corpo, evidenciando-se que este contém
muitos microrganismos; favorecer a aproximação dos alunos à Microbiologia, viabilizando o
ensino/aprendizagem de Ciências; visualizar as bactérias utilizando-se o microscópio
alternativo e propor o emprego de materiais caseiros e que são acessíveis em atividades
práticas, para estudar as bactérias.
A quinta oficina visou verificar o desenvolvimento dos fungos, em função dos
diferentes ambientes e temperaturas; favorecer a aproximação dos alunos com o universo
microscópico, além de observar os fungos utilizando-se o microscópio alternativo.
A sexta oficina teve como objetivo visualizar e analisar microestruturas de animais
21
invertebrados que não podem ser vistas a olho nu, utilizando-se o microscópio; propor a
utilização de materiais caseiros e de fácil acesso em atividades práticas, para o estudo da
Microbiologia.
A sétima oficina visou observar as microestruturas das plantas; favorecer a
aproximação dos alunos com o universo microscópico, viabilizando o ensino/aprendizagem
de Ciências.
Dessa forma, as oficinas temáticas foram planejadas, aplicadas e avaliadas,
objetivando o estudo de Microbiologia, com materiais e métodos alternativos, para que as
aulas se tornassem mais prazerosas e produtivas.
Todas as sequências didáticas foram montadas contendo apresentação, público-alvo,
problematização, objetivos geral, objetivos específicos, conteúdos, práticas no laboratório,
distribuição do tempo, processos de avaliação, questionário pré-teste e questionário pós-teste.
Acredita-se que este trabalho possa render frutos e atender às expectativas de quem for
utilizar tal metodologia em suas atividades pedagógicas.
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ensino de microbiologia no ensino fundamental
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN, (2000), a Biologia
contribui para a formação de sujeitos curiosos e atuantes com seus conhecimentos; para
planejar, executar e avaliar ações de intervenção na realidade natural.
Microrganismos interagem conosco no dia a dia, sendo assim, o conhecimento da
Microbiologia e a compreensão de sua existência, e de como estão associados à propagação
de doenças, aos benefícios à saúde, ao funcionamento e manutenção da vida em padrões
ecológicos, é de fato muito importante. (BARBOSA & OLIVEIRA, 2015).
Segundo Antunes, et al. 2012, em um trabalho realizado a fim de analisar a
importância de se ensinar Microbiologia, foi levantado o seguinte questionamento: Qual é a
importância de se aprender sobre os microrganismos? A maioria dos alunos (88%) respondeu
que precisam aprender sobre os microrganismos para evitarem contaminação e também
prevenir doenças; e a minoria (12%) disse que os microrganismos trazem benefícios aos seres
humanos. Isso sugere que a visão dos alunos sobre os microrganismos é a de que eles são
causadores de doenças, e é essa visão que prevalece.
Apesar de sua grande relevância, a Microbiologia é muitas vezes negligenciada pelos
professores. Uma das possíveis causas disso refere-se às dificuldades para o desenvolvimento
de estratégias de ensino-aprendizagem mais dinâmicas e atraentes para os estudantes. O
mundo microbiológico pode ser extremamente abstrato para os alunos do Ensino
Fundamental, pois, embora seja parte importante de nosso dia a dia, não podemos percebê-lo
diretamente por meio dos sentidos. (CASSANTI et al. 2007).
Essa falta de conexão que o estudo da Microbiologia estabelece com o cotidiano dos
alunos, dificulta o aprendizado. Nesse caso, há necessidade de se desenvolver estratégias e
tecnologias para que a aprendizagem de fato aconteça. Estas estratégias auxiliam o professor e
estimula os alunos a conhecerem os microrganismos e a relação que estabelecem com a vida
cotidiana, possibilitando o despertar e a conscientização dos mesmos sobre a importância
desta ciência para a vida das pessoas. (KIMURA, 2013).
O ensino de Microbiologia necessita de atividades que permitam a percepção de um
universo totalmente novo. Tais atividades devem ser suficientemente significativas para
promoverem mudanças de hábitos e atitudes por parte daqueles que participam do processo de
aprendizagem e assimilação de conteúdos relacionados. (BARBOSA & BARBOSA, 2010).
24
Para Kimura (2013), a troca de experiências que as escolas públicas junto à
universidade estabelecem, traz grandes benefícios. Assim, o projeto “Praticando
Microbiologia e Parasitologia no Ensino Básico e Profissionalizante”, apresentado por
Kimura, se insere, com o objetivo de enfocar a dinâmica de um Laboratório de Microbiologia,
que está ausente na realidade da maioria das escolas públicas. Isso reduz a aprendizagem, pois
o acesso aos laboratórios estimula o poder crítico do educando, fazendo da sala de aula um
espaço construtivista e dinâmico de conhecimentos, que acontece conjuntamente e todos se
sentem responsáveis pelo sucesso. Sugere-se avaliar a relação entre o cotidiano dos alunos
com a Microbiologia buscando gerar reflexões que visam contribuir para a formação dos
alunos, enquanto cidadãos críticos aptos a atuarem na sociedade à qual estão inseridos; além
de trabalhar o efeito da educação científica e tecnológica. A contextualizaçao do tema é
possível segundo Inglez:
Se sua escola tem laboratório de Ciências bem montado, ótimo! Mas a falta de
microscópio não vai impedir você de tratar desse conteúdo. Nas primeiras séries, o
professor pode ensinar regras de higiene, contar histórias que tenham germes como
personagens ou passar vídeos. Para os alunos mais velhos, é indicado experiências
com materiais alternativos. (GENTILE apud INGLEZ, 2005).
Para Cruz, 2009: “é preciso dar oportunidades e estimular os jovens estudantes a fim
de que possam alçar voos mais longos. É a escola o local adequado. Basta capacitar o pessoal
técnico, de modo que esteja apto a alavancar o progresso dos educandos”. Para isso, o
professor pode usar técnicas que aperfeiçoem o processo ensino-aprendizagem. A teoria dada
em sala de aula pode estar relacionada a uma atividade prática que possibilite ao aluno aplicar
o conceito apresentado de preferência a um acontecimento cotidiano. (BARBOSA &
OLIVEIRA, 2015). O mesmo autor, afirma que vincular a teoria à prática acontece quando é
dada ao aluno a chance de tocar, ver, observar ou acompanhar um processo teórico em sala de
aula, fortalecendo a construção de um conceito científico em evidências que ele mesmo
acompanhou.
O professor deve buscar, por meio das preocupações e vivências dos alunos, os temas
de maior importância para serem trabalhados na sala de aula. Assim, os alunos conseguirão
relacioná-los melhor se estes tiverem relação com sua vida e com seu cotidiano. Portanto,
caberia ao professor de Ciências e Biologia tornar relevantes os aspectos mais científicos e
contextualizados da Microbiologia para os alunos. (ANTUNES, et al. 2012).
25
2.2 A Importância do laboratório no ensino fundamental
A experimentação se fez presente desde o processo evolutivo do homem. Tudo é
resultado de experimentos ocorridos em algum lugar. No entanto, a teoria sempre se fez
importante nas descobertas e nas pesquisas. O laboratório deve acoplar as ideias e o concreto
da realidade física, sendo precedido ou acompanhado de aulas teóricas. (CRUZ, 2009).
O laboratório ajuda a testar e comprovar diversos conceitos, favorecendo a capacidade
de abstração do aluno, auxiliando nas situações-problema do cotidiano, permitindo a
construção de conhecimentos e reflexão sobre diversos aspectos, fazendo-o mais
compreensivo, desenvolvendo-o.” (CRUZ, 2009, p. 22).
Philippsen et. al (2013), considera o espaço de laboratório como o local onde são
ministradas atividades experimentais, podendo ser: o laboratório de Ciências da Natureza, os
laboratórios disciplinares (Biologia, Ciências, Física e Química), os laboratórios dos cursos
técnicos, dentre estes, os laboratórios do Programa Brasil Profissionalizado, criado pelo
Governo Federal em 2007, ou outro espaço equivalente para esse fim.
O uso do laboratório se torna extremamente válido aos professores em suas aulas.
Contudo, nem todos o utilizam, dificultando a assimilação da aprendizagem do educando,
pela ausência das práticas. A falta de interesse por parte dos docentes e a pouca ou nenhuma
realização dessas atividades, na prática pedagógica, podem estar relacionadas à falta de
clareza que ainda se tem quanto ao papel do laboratório no processo ensino-aprendizagem.
(CRUZ, 2009).
Muito se tem dito sobre o impacto das TICs no processo de ensino e aprendizagem.
Entretanto, preocupa o distanciamento do professor, sobretudo na educação básica,
da incorporação das tecnologias em seu processo de trabalho. Em pesquisa
encomendada pela UNESCO, identificou-se o descompasso entre o nível de
equipagem tecnológica das escolas e o conteúdo curricular dos cursos de formação
que habilitam os docentes a trabalharem com as TICs. Apesar de 10% a 30% das
escolas públicas de educação básica poderem contar com laboratórios de informática
e ciências, o nível de preparação tecnológica dos professores não chegaria a 2%.
(SANTOS, 2012, p. 121).
Em contrapartida, há formação por parte do professor, mas faltam recursos nas
escolas. Este descompasso ocorre frequentemente na realidade da maioria das práticas
pedagógicas. O que compromete muito o ensino e consequente aprendizagem dos alunos.
(MANESCHY, 2012).
Sendo a escola, uma unidade de educação, incentivo e produção de conhecimentos,
deve-se apresentar aos alunos a pesquisa, priorizando suas técnicas bem como seus
26
instrumentos, as competências, as atitudes e valores. Assim, a necessidade da alfabetização
científica e formação dos indivíduos, com destaque a conexão entre as teorias e as práticas são
fundamentais, fazendo-se essencial o uso do laboratório nas escolas, na era moderna. (CRUZ,
2009). Na atualidade, algumas escolas proporcionam aulas de laboratório aos alunos, no
entanto, isso não modificou o encontro existente entre a teoria e a prática, pois estas servem
respectivamente, para a obtenção de notas nos exames, e consequente aprovação; e para
ilustrar as aulas teóricas e expositivas. (OLIVEIRA, 2010).
Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), apontam que as escolas devem desenvolver projetos de ação
para integrar o abstrato ao concreto [...]. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação no
seu Artigo 35, Inciso IV: “É essencial a compreensão dos fundamentos científico-
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada
disciplina” .(CRUZ, 2009).
Não contando com o espaço de laboratório, as escolas podem arrumar outro local,
desde que seja ventilado e adequado, respeitando as orientações de segurança e de vigilância
sanitária, para ser utilizado como espaço de laboratório de Ciências da Natureza, conforme as
exigências contidas na Resolução SESA n. 0318/2002 adotada pela Superintendência de
Desenvolvimento Educacional (SUDE). A própria sala de aula pode ser utilizada para esse
fim, quando não se dispõe de espaços de laboratório para a realização de atividades
experimentais, dependendo dos materiais e reagentes a serem utilizados no experimento,
desde que seja garantida a integridade e segurança dos educandos. (PHILIPPSEN et. al,
2013).
É importante reforçar, porém, que o uso do laboratório, nas escolas, não objetiva a
formação do aluno para o ensino técnico, nem a garantia de que a teoria vai se tornar algo
fútil. É fundamental que se tenha a devida clareza nas finalidades a que se pretende chegar,
estabelecendo regras e rotinas específicas para sua utilização, ao contrário, incorre-se em
erros antigos, levando o laboratório a ser mais um recurso didático frustrado, como tantos
outros já presenciados no ensino. (CRUZ, 2009).
2.3 Estratégias didáticas para o ensino de microbiologia
Atualmente, os avanços tecnológicos estão mais presentes no cotidiano do homem, no
entanto, disciplinas como a Química a Física e a Biologia não atraem o interesse dos
estudantes, ocasionando menor rendimento por parte dos mesmos nas avaliações externas.
27
(OLIVEIRA, 2010).
Para Cruz (2009), estratégias didáticas devem ser bem selecionadas para que as
atividades laboratoriais não sejam meras demonstrações, permitindo provar e comprovar os
resultados de um experimento.
As atividades experimentais exigem planejamento por parte do professor, cabendo a
ele, não só ministrar, mas orientar e acompanhar as realizações, além da organização dos
equipamentos e dos materiais a serem utilizados, precisando, portanto, do assessoramento
técnico pelo trabalho pedagógico. (PHILIPPSEN, et. al 2013).
No entanto, o que se observa é que muitas escolas e professores ainda se mantêm
muito resistentes para tais práticas, inviabilizando entre outros, o processo de letramento
científico nos alunos. Isso se deve a uma preocupação com as questões disciplinares, à falta de
incentivos que motivem os alunos, a distância das suas realidades com os temas tratados, o
ensino propedêutico, a neutralidade da concepção de ciência e tecnologia, acabando por gerar
um baixo nível de aprendizagem e má formação cultural de participação social. (AULER;
MUENCHEN, 2007 apud QUEIROZ et al. 2012).
Muitos professores acabam adotando metodologias medíocres e deslocadas da
realidade e da problemática que envolve as ciências fora da escola. Contudo, ficam
professores e alunos submetidos a um ensino arcaico, incapaz de dialogar com outras áreas, o
que conduz a uma educação bancária formando alunos passivos e coadjuvantes do processo
de ensino-aprendizagem. (SANTOS, 2012).
O cartesianismo e o positivismo são heranças filosóficas das quais é difícil se afastar,
principalmente quando se ensina ciências. O modelo no qual se abarca o pensamento
cientifico é limitante, porém, permite ao professor apresentar ao estudante um mundo simples,
bem organizado e modelar, satisfazendo às exigências de uma dada cultura escolar, cuja
importância se restringe aos livros didáticos ou às provas e exames. (OLIVEIRA, 2010).
‘’Outro obstáculo, no entanto, tem sido o não desenvolvimento de práticas dialógicas e
problematizadoras na escola”. (OLIVEIRA, 2010, p. 03). Esta se caracteriza como um dos
maiores desafios no ensino cientifico. Problematizar se caracteriza em promover a abertura
para um pensamento crítico, e não criar embaraços para quem ensina e para quem aprende, o
que tornará uma atividade relevante e criativa. (OLIVEIRA, 2010).
A educação problematizadora, reflexiva, implica num constante ato de conhecimento,
crítica e conscientização da realidade. Os educandos vão desenvolvendo seu poder de
captação e de compreensão do mundo e suas relações com ele, não como uma realidade
estática, mas como processo em transformação. A educação problematizadora, comprometida
28
com a libertação, se empenha na desmitificação. (FREIRE, 1987).
Para Kamii, (2004) [...] “A escola secundária não induz os alunos a refletirem, ao ver
que os professores não insistem na reflexão, se faz uma pergunta: Quem havia formado esses
professores? “Foram as universidades” [...]. No entanto, o que se conclui é que a capacidade
de reflexão é deixada de lado do começo ao fim de todo o sistema de educação. Isso é muito
grave quando pensamos que um indivíduo incapaz de refletir, não pode atuar de maneira
autônoma. As escolas atuais reforçam a heteronomia, e sem se darem conta, impedem que
atuem como sujeitos autônomos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, (PCN) do Ensino Médio, a
disciplina Biologia objetiva a compreensão da ciência e da tecnologia para a sociedade e para
o homem, de modo a inseri-lo nas múltiplas questões sociopolíticas, cujo entendimento e
solução, as Ciências Naturais são uma referência importante. (BRASIL, 2000).
Alguns objetivos foram apontados, podendo ser implementados nas práticas
pedagógicas: (BRASIL, 2000, p. 96).
a) entender a relação entre o desenvolvimento das Ciências Naturais e o desenvolvimento
tecnológico, e associar as diferentes tecnologias aos problemas que se propuseram e
propõem solucionar;
b) entender o impacto das tecnologias associadas às Ciências Naturais na sua vida
pessoal, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida
social;
c) aplicar as tecnologias associadas às Ciências Naturais na escola, no trabalho e em
outros contextos relevantes para sua vida.
Os projetos, por estarem embasados em uma formação crítica de educação, se
opõem ao modelo tradicional com supervalorização do “método cientifico”, dos
conteúdos específicos de cada disciplina e da produção de conhecimentos isolados.
Estes últimos não contemplam temas atuais, desconsidera acontecimentos da
sociedade e não apresenta qualquer tipo de relevância social. (KIMURA, 2013).
Esses objetivos requerem considerações na formação inicial e na continuada,
para que os docentes adotem hábitos de trabalhar de modo interdisciplinar e
cooperativo. (OLIVEIRA, 2010).
29
Com base nessa premissa, podemos afirmar que uma educação científica de
qualidade, não pode se ater exclusivamente aos aspectos conceituais, sendo vital
integrar aspectos procedimentais, axiológicos e socioculturais. (QUEIROZ et al.,
2012, p. 237).
Neste caso, várias propostas alternativas foram apresentadas ao ensino propedêutico e
padrão das ciências, utilizando-se diferentes abordagens e seleção de conteúdos. Ainda
associa-se concepções progressistas de educação, colocando no centro do debate educacional,
propostas pedagógicas, que visam a construção da cidadania e transformação da sociedade.
(KIMURA, 2013).
2.4 Laboratório alternativo no ensino de ciências
Anteriormente à revolução educacional e pedagógica ocorrida nos últimos anos, o
objetivo primordial, ao ensinar Ciências, era formar cientistas ou se qualificar para o mercado
de trabalho. Hoje, ensinar Ciências tem por objetivo preparar o cidadão para o exercício da
cidadania e participação no processo de redemocratização, que se iniciou no ano de 1985.
(MARQUES, et al. 2012).
Por carência de conteúdos durante sua formação acadêmica, o professor recorre
somente ao livro didático e a textos eletrônicos para embasar suas aulas, que, permeadas de
conceitos, submetem o educando a uma atitude passiva frente à atividade científica e
tecnológica. Com isso, o ensino de Ciências, construtivista e dinâmico se torna entediante.
(BENETTI, 2011).
Autores, como Lorenzo et al. ( 2010 ), afirmam que: “uma das grandes dificuldades
em se trabalhar com atividades experimentais nas escolas de Ensino Médio é a falta de
laboratório, e quando existe, falta vidraria e reagentes”. Estes são fatores limitantes para as
aulas práticas. O PIBID/IFPB [Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba] possui uma linha de
pesquisa destinada à criação e desenvolvimento de um laboratório de química à base de
materiais alternativos e de baixo custo. “Além das vantagens, a construção desses
laboratórios mitiga o problema tão discutido, que é a falta dele nas escolas. Salienta-se que é
uma alternativa, mas não o substitui.”. (NASCIMENTO et al. 2013, p.1).
De acordo com Ramos et al. (2007):” O decreto 3.462/2000 deu autonomia aos
Centros Federais de Educação Tecnológica para atuarem no campo da formação de
professores [...].” O Centro de Educação Tecnológica da Paraíba [CEFET-PB] em 2004,
30
criou o curso de Licenciatura em Química, diferente de outros já ofertados por instituições
brasileiras no que diz respeito à falta de aulas práticas. Foi proposta a inclusão de duas
disciplinas no currículo: Laboratórios com Materiais Alternativos I e II, a fim de acabar ou,
pelo menos, atenuar questões relacionadas à escassez financeira para a compra de reagentes e
equipamentos.
“Os acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Pampa [Unipampa] do campus São Gabriel podem contar com um espaço
denominado ’Laboratório de Didática da Biologia’ [LDBio].” (CAROSO, 2010). Assim,
podem desenvolver e testar atividades didático-pedagógicas que auxiliem para a melhoria do
ensino que será ministrado nas instituições de ensino público naquele município. Uma das
atividades já realizadas pelo LDBio foi a criação do Laboratório Alternativo de Ciências
[LAC]. “O resultado almejado com a formação do LAC, é que os docentes possam realizar
atividades práticas como ferramenta didática, mesmo com as precárias condições que muitas
escolas da rede pública enfrentam.” (CAROSO. 2010, p.1). O uso desses materiais didáticos
promove a aprendizagem dos temas tratados em aula e motiva a participação dos alunos.
A ênfase à prática do ensino de Ciências se deve ao fato de que “o interesse dos alunos
aumenta muito, quando se empregam ferramentas tecnológicas nas metodologias das aulas,
enriquecendo-as, e facilitando a aprendizagem. (SILVA et al. 2011).
Lorenzo et al. (p.1) afirmam que “o professor precisa estar em consonância com as
mudanças ocasionadas pela globalização e pelo acesso ‘quase ilimitado’ à informação,
trazendo para as suas aulas materiais didático - pedagógicos que despertem a curiosidade dos
alunos.”
De acordo com Benetti (2011): “O ensino de Ciências, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, é delegado a professores ditos ´polivalente’, com a incumbência, na maioria das
vezes, de ministrar conteúdos, que não aprenderam em sua formação acadêmica”, - o que os
torna inseguros. Em contrapartida, há professores com bagagem, mas faltam-lhes recursos nas
escolas. “Este descompasso ocorre, frequentemente, na realidade da maioria das práticas
pedagógicas. O que compromete muito o ensino e a aprendizagem dos alunos. (MANESCHY,
2012)”.
2.5 O uso de sequências didáticas no ensino
A Microbiologia é a ciência que estuda os microrganismos, seres vivos minúsculos
que são individualmente muito pequenos para serem visualizados sem o uso de microscópio.
31
O grupo de microrganismos inclui os protozoários, as algas microscópicas, as bactérias e os
fungos (leveduras e bolores). Inclui também os vírus, entidades acelulares muitas vezes
consideradas como o limite entre seres vivos e seres não vivos. (TORTORA et. al., 2017).
“O uso de atividades práticas em Microbiologia permite maior interação entre professor e
alunos - o que oportuniza melhor planejamento e estabelece inter-relações entre os saberes teóricos
e práticos inerentes aos processos do conhecimento”. (CASTRO et al., 2016).
Para Zabala, 1998, o processo do conhecimento engloba um conjunto de interações
baseadas na atividade entre alunos e professores, situada na zona de desenvolvimento
proximal.1 O autor vê o ensino como um processo construtivista e de significados
compartilhados, que conduzam à autonomia do aluno, como resultado de um processo, sem o
qual, dificilmente, poder-se-ia alcançar com êxito a construção de significados. É difícil
produzir aprendizagem sem a percepção das razões que a justificam. Neste pensar, é
necessário comunicar os objetivos das atividades aos alunos, ajudá-los a perceber os
resultados que se espera e que esta atividade adquira significados adequados. É condição
indispensável para que os estudantes vejam a proposta como atrativa, motivando-os a realizar
o esforço necessário para aprender.
Aquelas sequências em que as atividades são feitas sem a participação do aluno na
definição das razões, que justificam a experimentação, não são proveitosas, a não ser quanto à
decisão imposta pelo professor. Fazem-se coisas interessantes, mas não se sabe o porquê. O
que deveria ser um meio para promover a aprendizagem se converte numa finalidade em si
mesma. “A motivação é a alma da sequência. Ou os alunos estão interessados ou a sequência
se interrompe em algumas das fases. A atividade inicial pretende criar os primeiros interesses
e deve ser a que provoca as perguntas”. (ZABALA, 1998).
Para conseguir atenção dos alunos, é preciso que os objetivos a eles propostos sejam
uma consequência dos interesses detectados e que sintam que, o que fazem, satisfaz alguma
necessidade própria. Com isso, é indispensável que os meninos e meninas tenham a
oportunidade de expressar suas ideias, ampliando suas experiências com outras novas,
podendo modificá-las, se for necessário [...]. Para conseguir obter esses conhecimentos
prévios, é importante gerar um ambiente propício para que os meninos se exponham,
indaguem e comentem, por meio do diálogo e da participação, como meio de exploração
desses conhecimentos. (ZABALA, 1998).
1 Zona de desenvolvimento proximal: Também chamada de nível de desenvolvimento proximal; é a distância
entre o nível de desenvolvimento já completo na criança e a fase que encontra -se em amadurecimento,
carecendo da orientação de um adulto ou companheiros mais capazes.
32
Segundo o mesmo autor, uma das atividades adequadas para conhecer o grau de
domínio, dificuldades e os obstáculos de aprendizagem podem ser as que proponham
situações em que se utilizem conteúdos procedimentais – conjunto de ações ordenadas e
dirigidas para um objetivo, tais como: as regras, as técnicas os métodos, as habilidades, os
procedimentos.
Conhecer até que ponto sabem dialogar, debater, trabalhar em conjunto, fazer uma
pesquisa bibliográfica e outros, é possível, quando os alunos realizam essas atividades de
caráter procedimental.
Para poder constatar o que realmente os alunos necessitam e valorizam e,
principalmente, quais são suas atitudes, é necessário que na classe e na escola surjam
situações “conflitantes”, que viabilizem a observação do comportamento de cada um –
conteúdos atitudinais – conteúdos que por sua vez, pode-se agrupar em valores, atitudes e
normas.
Para Freire, 1987, os educandos vão desenvolvendo seu poder de captação e de
compreensão do mundo e suas relações com ele, não como uma realidade estática, mas como
um processo em transformação. A educação problematizadora e reflexiva, implica um
constante ato de conhecimento, crítica e conscientização da realidade A educação
problematizadora, comprometida com a libertação, empenha-se na desmistificação. (FREIRE,
1987).
Para Kimura (2013), a dinâmica de um Laboratório de Microbiologia também estimula
o poder crítico do educando, fazendo da sala de aula um espaço construtivista e dinâmico de
conhecimentos, que acontece conjuntamente, e todos se sentem responsáveis pelo sucesso da
aprendizagem. Essa reflexão pode contribuir para a formação dos alunos como cidadãos, por
trabalhar o papel da educação científica, concebendo sujeitos críticos capazes de atuarem e
optarem no meio social em que se encontram.
[...] será necessário oportunizar situações em que os meninos e meninas participem
cada vez mais intensamente na resolução das atividades e no processo de elaboração
pessoal, em vez de se limitar a copiar e reproduzir automaticamente as instruções ou
explicações dos professores. (ZABALA, 1998, p. 102).
A construção da identidade e a conquista da autonomia são processos que demandam
respeito às características individuais. Nessa medida, algumas atividades propostas de forma
sequenciada podem ajudar nesse processo. São muitas as possibilidades de trabalho, pois
estão associadas às diversas características pessoais socioculturais dos grupos. Pensar nas
33
sequências de atividades implica planejar experiências, que se organizam em etapas
diferenciadas e com graus de dificuldades diferentes, propondo atividades permanentes e
diversificadas em um mesmo tempo e espaço e uma oportunidade de propiciar a escolha.
(MEC, 2002).
De acordo com essas intenções, Zabala, (1998), apresenta uma sequência que deve ser
aplicada:
a) atividade que motive e esteja relacionada com uma situação real e conflitante da
realidade dos alunos;
b) esclarecimento das dúvidas ou problemas propostos por esta situação;
c) respostas intuitivas e hipóteses;
d) seleção das fontes de informação e planejamento da investigação;
e) coleta, seleção e classificação dos dados das fontes de informação;
f) generalização das conclusões tiradas;
g) expressão e comunicação.
Com o objetivo de conhecer sua validade, o mesmo autor estabelece uma série de
perguntas ou questões acerca das diferentes sequências didáticas:
a) existem atividades que nos permitam detectar os conhecimentos dos alunos em relação
ao que vão aprender, provocando um conflito cognitivo e promovendo sua atividade
mental?
b) os conteúdos são propostos de forma significativa e prática para os alunos? Permitem
criar zonas de desenvolvimento proximal e intervir favorecendo o avanço dos alunos?
c) as atividades são motivadoras em relação à aprendizagem dos novos conteúdos, ou
seja, o aluno pode sentir que, em certo grau, aprendeu e que seu esforço valeu a pena?
d) que os alunos aprendam certos conteúdos, mas também faz com que aprendam a
aprender e que aprendam que podem aprender.
35
3 METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa sobre “sequência didática” (SD) e quais materiais seriam
necessários para a aplicação. Os materiais utilizados nas oficinas, realizadas em sala de aula,
foram cedidos pela escola e pelo Centro de Saúde do Município: papel, xérox, caixa e óculos
de segurança para o laboratório, luvas, máscaras, toucas, lâminas de vidro e modelo de meio
de cultura.
Para realização das oficinas, foram montadas sequências didáticas e todas obedeceram
à seguinte ordem:
3.1 Apresentação
Neste tópico foi feita uma breve apresentação do tema abordado na sequência didática,
incluindo definição, classificação, fatos interessantes e contextualização.
3.2 Título
Embora seja o elemento mais simples da sequência didática - SD, o título deve ser
capaz de ser atrativo e refletir em linhas gerais a temática na qual os conteúdos serão
desenvolvidos. No presente trabalho, o título das sequências didáticas foi apresentado de
forma simples e resumida.
3.3 Público alvo
A SD, sua metodologia, deve estar de acordo com o público a que se destina. Assim
devem ser definidos: a série, semestre e a escola onde será aplicada. Neste trabalho, o público
alvo foi: Alunos do Ensino Fundamental I - 4° ano, faixa etária de 10 a 12 anos da Escola
Municipal Dr. Custódio Junqueira, 2° semestre.
3.4 Problematização
É a formulação de um problema. Problematizar é trazer à tona uma abordagem
contextualizada. Contextualizar é problematizar. É uma forma de abordar o conteúdo. É
promover o interesse do aluno a partir de perguntas bem colocadas. O aluno deve sentir - se
36
desafiado a mobilizar seus conhecimentos no sentido de responder à questão apresentada; e,
mais importante, estimulando-o a aprender mais a respeito, a fim de construir explicações
satisfatórias. Nesta pesquisa, foram citados quais conteúdos seriam abordados na sequência
específica e apresentada uma pergunta chave que despertasse a curiosidade para o estudo dos
temas abordados.
3.5 Objetivo geral
Refere-se a uma meta a ser atingida e se relaciona à aprendizagem ou a algum atributo
de desenvolvimento do aluno.
3.6 Objetivos específicos
Apresentam as intenções de ensino, e ajudam no planejamento no que se refere à
escolha das metodologias mais adequadas e das formas de avaliação.
3.7 Conteúdos
Referem-se ao conteúdo a ser trabalhado, de acordo com o combinado com o professor
regente da disciplina de Ciências. Os conteúdos devem se relacionar com os demais
elementos da SD.
3.8 Distribuição de tempo
Todas as sequências apresentam a distribuição de tempo sugerida para cada atividade.
Um exemplo está apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 – Distribuição de tempo nas sequências didáticas 10 minutos Aula expositiva
5 minutos Questionário pré-teste
40 minutos Experiência no laboratório
5 minutos Avaliação processual e pós-teste
Fonte: Elaborado pelo autor
37
A maioria das práticas apresenta uma folha para preenchimento durante a aula. Esta
teve como finalidade fixar o conhecimento e despertar possíveis dúvidas (Quadro 2).
Quadro 2 - Folha de preenchimento em sala de aula.
Fonte: Elaborado pelo autor
3.9 Avaliação
Os métodos de avaliação precisam ter relação com os objetivos e com os conteúdos
previstos na SD. O que se avalia deve estar diretamente relacionado com o que se pretende
ensinar. A avaliação foi realizada a partir de critérios pré-estabelecidos na forma de
comentários, em cada uma das etapas realizadas, com o objetivo de aprimorar a SD ao longo
do tempo; e, em todas as sequências, foram utilizadas avaliações tradicionais: pré-teste para
avaliar o conhecimento prévio; e pós-teste, para avaliar a aprendizagem, a técnica do
“trabalho de minuto” e avaliações processuais. A avaliação processual foi feita de acordo com
o Quadro 3.
Quadro 3 - Aspectos utilizados para a avaliação processual
Nota Aspectos observados quanto à participação do aluno para avaliação do
processo
5
Participou ativamente das atividades, cooperando com os colegas e professor.
Discutiu de forma séria com os colegas ou professores sobre o(s) tema(s) em
questão. Trouxe informações importantes para a discussão. O resultado de sua
atividade foi relevante e criativo.
4 Participou das atividades, cooperando com os colegas. Discutiu com os
mesmos os conteúdos em evidência. O resultado de sua atividade foi relevante.
3 Participou pouco da atividade. Apresentou alguma contribuição, parcialmente
relevante.
38
2 Esteve presente no ambiente da atividade, mas a participação foi reduzida,
contribuiu pouco para o cumprimento das atividades.
1 Participou pouco ou não participou das atividades. Não contribuiu durante a
realização da atividade.
Fonte: Elaborado pelo autor
39
4 DESENVOLVIMENTO
A primeira atitude foi solicitar a autorização à diretoria da Escola Municipal Doutor
Custódio Junqueira para a realização da pesquisa, e esclarecer sobre a motivação e o objetivo
da mesma. Depois foi feita uma reunião com as professoras, com a mesma finalidade, bem
como explicar o interesse pela escolha das respectivas turmas como alvo de pesquisa - a
afinidade pelo conteúdo de Microbiologia estudado pelos alunos.
Posteriormente, os alunos do Ensino Fundamental I – 4° e 5° anos do primeiro turno,
foram esclarecidos sobre a atividade, bem como sua importância para o processo ensino-
aprendizagem. Um documento foi encaminhado aos pais e/ou responsáveis para que os
mesmos autorizassem a participação dos alunos, e consequente publicação das fotos na
ilustração do trabalho.
A primeira sequência didática contida no Manual de Laboratório Alternativo foi:
“Como Proceder no Laboratório de Microbiologia com Segurança”, estruturada em função da
necessidade de propor curiosidades e segurança em laboratórios, ainda que sejam práticas
simples, improvisadas e alternativas.
A segunda sequência didática: “A Construção de um Microscópio Alternativo” foi
criada para proporcionar aos alunos melhor visualização de estruturas microscópicas,
viabilizando o ensino-aprendizagem em Microbiologia.
Para iniciar, foi estudado um modelo de microscópio alternativo proposto por (KENJI
YOSHINO, apud ROSSIN, 2014), a ser montado pelos alunos, para que eles entendessem a
finalidade, funcionamento do instrumento e conhecessem suas partes constituintes. Para isso,
foi utilizado um microscópio de luz, convencional da escola, sendo permitido que os alunos o
apreciassem e explorassem.
A terceira sequência didática aplicada para os alunos, intitulada: “Como Preparar
Meios de Cultura com Materiais Alternativos” foi dentre outros, para utilização nas
sequências didáticas: “Cultivando Bactérias” e “Cultivando Fungos”, praticadas
posteriormente. Nesta sequência, a proposta é instruir professores sobre como preparar aulas
de Microbiologia utilizando materiais alternativos e acessíveis na preparação de meios de
cultura, à base de gelatina, amido de milho e fubá. A internet foi utilizada para pesquisar
sobre o assunto e estruturar a sequência segundo as bibliografias: (AYRES, 2014; KASVI,
2015; GENTILE, 2005).
As sequências didáticas: “Cultivando Bactérias” e “Cultivando Fungos” tiveram a
finalidade de propor meios alternativos de se cultivar bactérias e fungos e, consequentemente,
40
observá-los, tornando o abstrato, concreto.
Para a estruturação das sequências, foram utilizados diversos autores tais como:
LINHARES & GEWANDSZNAJDER, (2005) et al.
Foram utilizados os meios de cultura à base de gelatina, fubá e amido de milho,
preparados na sequência didática anterior, como substratos no desenvolvimento dos fungos e
das bactérias. No entanto, um dos meios de cultura à base de fubá e amido de milho, foram
cobertos com um filme de óleo de soja. Foi explicado aos alunos que eles deveriam observar
essas culturas em diferentes ambientes e temperaturas. Foram utilizados equipamentos
apropriados para este fim, como luvas, jalecos e outros que se fizeram necessários para a
realização da oficina.
As duas últimas sequências didáticas evadem a Microbiologia e tratam dentre outros,
de microestruturas de animais invertebrados e de plantas, a fim de se utilizar os microscópios
e equipamentos alternativos para laboratório.
A sequência didática: “Estudando Microestruturas de Animais Invertebrados” tem
como objetivo, visualizar as microestruturas destes organismos para serem estudadas. Para a
criação da sequência didática, foram estudados (AMABIS & MARTHO, 2019 et al).
A princípio, foi pedido aos alunos que levassem animais invertebrados já encontrados
mortos, - evidenciando que não é permitido matá-los para serem utilizados na atividade
prática. Os animais a serem capturados poderiam ser: formigas, grilos, baratas, besouros,
tanajuras, mosquitos, cupins e outros. Foram explicadas as normas de segurança necessárias
para a realização desta tarefa.
Foi utilizado o microscópio alternativo para fazer observações das estruturas
microscópicas dos animais invertebrados capturados pelos alunos e outros que foram
conservados em álcool 70%. Os materiais utilizados foram: lâminas de vidro e pinça de metal,
assim como luvas, jalecos e outros.
A última sequência didática do Manual de Laboratório Alternativo foi: “Estudando as
Microestruturas de Plantas”, elaborada com o objetivo de conhecer as microestruturas dos
vegetais, bem como sua biologia, viabilizando o processo ensino-aprendizagem. Para a
criação desta sequência, foram estudados autores tais como: (AMABIS & MARTHO, 2010;
LOPES & ROSSO, 2013).
Foi feita uma aula passeio, como proposta por (FREINET, C. apud ARRAIS, 2009),
culminando com análises do material coletado em laboratório alternativo. Durante a aula
passeio, foi utilizado um Atlas Escolar de Botânica (OLIVEIRA et al., 1986): para a
orientação dos alunos durante a visita ao local, que continha espécies variadas de plantas.
41
Anteriormente, foi informado aos alunos quais estruturas das plantas deveriam ser coletadas.
Cada aluno coletou apenas uma estrutura, para que não houvesse danos à natureza. Um
microscópio alternativo foi utilizado para fazer as observações das estruturas microscópicas
das plantas tais como: aparelhos reprodutores masculino e feminino, grão de pólen e vasos
condutores.
Em Biologia, são utilizados muitos termos próprios, no entanto, para esclarecer dúvida
dos alunos sobre isso, foi confeccionado um glossário, para cada sequência didática.
As oficinas foram finalizadas no princípio do mês de setembro do ano de 2016, com o
“Laboratório Alternativo”. Nesse período, a escola estava desenvolvendo um projeto sobre
Ética e Cidadania, o que acabou culminando com o tema do desfile cívico no dia 7 de
Setembro. Dessa forma, os alunos, envolvidos nas oficinas, foram preparados para desfilar
levando os instrumentos construídos para a realização do Laboratório, com trajes adequados e
acessórios de segurança como máscara, touca, jaleco e luvas, o que chamou bastante atenção
dos espectadores.
43
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Sequência 1 - Como proceder no laboratório de Microbiologia com segurança.
A primeira sequência didática do Manual de Laboratório Alternativo é sobre -
“Segurança em Laboratório” com o objetivo de propor meios para segurança em laboratórios,
ainda que sejam alternativos (Figura 1). Assim sendo, de início, foi questionado aos alunos:
O laboratório é um local que requer muitos cuidados e técnicas por parte de seus usuários,
quando o fizerem. Portanto, é preciso estabelecer segurança em laboratórios simples e
improvisados? A indagação teve como objetivo provocar interesse e censo crítico.
A oficina constou de aula expositiva sobre a importância das regras de segurança em
laboratórios, com exposição de meios e ideias; atividades práticas e reflexivas nas quais os
alunos puderam analisar e julgar situações que podem ocorrer no laboratório colocando em
risco os usuários. Finalizando, foi mostrado como proceder com materiais antes de serem
descartados, esterilizando-os, utilizando uma panela de pressão: técnica alternativa
semelhante à autoclave.
Durante todo o procedimento, foi feita avaliação, baseando-se no Quadro 3. Foi
realizada a técnica do “Trabalho de Minuto” interrompendo-se a oficina pouco antes do
término e pedindo aos alunos que respondessem brevemente a duas perguntas: ‘Qual foi a
experiência mais relevante nesta oficina? ’ e ‘qual foi a questão importante que ficou?’ Foram
distribuídos questionários pré-teste e o pós-teste, os quais foram respondidos pelos alunos.
Dúvidas sobre termos desconhecidos utilizados na oficina foram esclarecidas por
consulta ao glossário, confeccionado para cada sequência didática.
44
Figura 1 – Fotos relacionadas à oficina: Como proceder no laboratório de Microbiologia
com segurança
A – Materiais essenciais para segurança
em laboratório e “Manual de Laboratório
Alternativo”
B - Alunos participando da oficina 1
C – Alunos participando da oficina 1 D – Meios de cultura autoclavados antes
de serem descartados para evitar
contaminação Fonte: Fotografia do autor
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nas Quadros 4 e
5.
45
Quadro 4 - Esquema da Oficina: Como proceder no laboratório de Microbiologia com
segurança
Problematização
O laboratório é um local que requer muitos cuidados e técnicas por parte de seus
usuários, quando o fizerem. Portanto, é preciso estabelecer segurança em
laboratórios simples e improvisados?
Objetivo geral Estipular meios para segurança em laboratórios alternativos.
Objetivos
específicos
Propor a utilização de meios preventivos e seguros para experiências simples;
Auxiliar nos estudos práticos com microrganismos;
Resguardar os alunos de perigos nas aulas práticas de Ciências, com regras
simples e eficientes.
Conteúdos Segurança em laboratório
Microbiologia Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 5 - Distribuição do tempo da oficina: Como proceder no laboratório de
Microbiologia com segurança 10 minutos Conversa informal com os alunos e aula expositiva sobre a importância das regras
de segurança em laboratórios. Exposição de ideias.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Atividade didática sobre os cuidados que se deve ter nas aulas de Microbiologia
no laboratório.
5 minutos Avaliação através do questionário pós-teste. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré e pós-teste estão apresentados nos Quadros 6 e 7.
Quadro 6 – Resultados do pré-teste da oficina: Como proceder no laboratório de
Microbiologia com segurança
Pré-Teste Respostas
1. Você sabe o que são meios de “segurança em laboratório”?
Explique: 34% dos alunos souberam
2. Assinale abaixo quais são as regras corretas a serem adotadas
para segurança no laboratório:
( x ) prender o cabelo ( ) organizar o ambiente ( x ) tomar cuidado
ao descartar materiais cortantes ( ) usar roupas curtas para evitar o
calor ambiente ( ) conversar alto
( ) manter tudo nos devidos lugares ( x ) lavar as mãos após as
atividades ( x ) usar óculos, luvas e outros equipamentos de
segurança.
47% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou ao
menos as quatro alternativas
assinaladas ao lado, embora
pudessem assinalar também:
organizar o ambiente e manter
tudo nos devidos lugares
3. Com qual objetivo devemos assumir uma postura de segurança
no laboratório?
( ) para evitar contaminação ( ) para não se acidentar ( ) ambas
estão corretas
31% dos alunos responderam
corretamente: “ambas estão
corretas”
46
4. O laboratório é utilizado com o objetivo de fazer com que as
aulas possam ganhar caráter mais prático e significativo. No
entanto, muitas condutas devem ser proibidas. Podemos dizer que
se alimentar no laboratório é um ato incorreto? ( ) sim ( ) não
81% dos alunos responderam que
sim
5. Você acha que o uso de jaleco, luvas, máscaras e outros
equipamentos de segurança para laboratório são:
( ) desnecessários ( ) muito importantes ( ) não fazem diferença
100% dos alunos julgaram ser
muito importantes
6. Você já presenciou ou participou de alguma aula prática no
laboratório de Ciências?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
19% dos alunos responderam que
sim
7. Você costuma ir quantas vezes ao laboratório? Explique. 0% dos alunos foi a um
laboratório
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 7 - Resultados do pós-teste da oficina: Como proceder no laboratório de
Microbiologia com segurança
Pós-Teste Respostas
1. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu
aprendizado?
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
100% dos alunos responderam
muito
2. Fale com suas palavras sobre alguma (s) aula (s) prática (s) de
Ciências que já teve no laboratório (se teve) durante seus estudos.
68% dos alunos responderam que
nunca tiveram aula prática; 27%
dos alunos falaram sobre alguma
aula prática que tiveram e 5% dos
alunos não responderam
3. Assinale abaixo quais são as regras corretas a serem adotadas
para segurança no laboratório:
( x ) prender o cabelo ( ) organizar o ambiente ( x ) tomar cuidado
ao descartar materiais cortantes ( ) usar roupas curtas para evitar o
calor ambiente ( ) conversar alto ( ) manter tudo nos devidos
lugares ( x ) lavar as mãos após as atividades ( x ) usar óculos,
luvas.
78% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou ao
menos as quatro alternativas
assinaladas ao lado embora
pudessem assinalar também:
organizar o ambiente e manter
tudo nos devidos lugares.
4. Você sabe o que são meios de “segurança em laboratório”?
Explique:
76% dos alunos sabem e 15% não
sabem
5. O laboratório é utilizado com o objetivo de fazer com que as
aulas possam ganhar caráter mais prático e significativo. No
entanto, muitas condutas devem ser proibidas. Podemos dizer que
se alimentar no laboratório é um ato incorreto?
( ) sim ( ) não
70% dos alunos responderam que
sim
6. Ao iniciar uma prática no laboratório, um professor teria dito
que esquecera suas luvas máscaras e jaleco. Neste caso, como este
professor deve proceder?
( ) realizar a prática mesmo assim ( ) deixar a prática para o
próximo encontro ( ) nunca mais realizar esta prática ( )
não é importante ter aula prática
65% dos alunos responderam:
deixar a prática para o próximo
encontro
47
7. Para auxiliar os estudos em uma aula prática como é correto
proceder? ( ) matar animais e plantas para serem estudados ( )
estudá-los vivos ( ) eles não são importantes para auxiliar os
estudos práticos ( ) deve-se coletar os animais quando estão
mortos e em perfeitas condições.
78% dos alunos responderam
corretamente
Fonte: Elaborado pelo autor
Alguns exemplos das respostas para a questão: “Você sabe o que são meios de
‘segurança em laboratório’? Explique.” Estão apresentadas:
Questionários pré-teste
“Sim, pois é ter segurança em um laboratório antes de fazer qualquer coisa.” (Aluno
1).
“Sim. Evitar meios de contaminação, usar jalecos”. (Aluno 2).
“Sim. Proteger-se”. (Aluno 3).
Questionários pós-teste:
“Sim. São meios de segurança que devem ser tomados para você não correr risco”.
(Aluno 4).
“Sim. Deixar organizado, usar óculos, luvas, toca, sapato fechado, causa, jaleco de
manga comprida e lavar as mãos após as atividades e mascaras”. (sic). (Aluno 5).
“É ter segurança em um laboratório antes de fazer qualquer coisa e usar luva, toca,
óculos, jaleco e máscara”. (sic). ( Aluno 6).
Os alunos mostraram-se conscientes também que é importantíssimo trajar
adequadamente com o jaleco, luvas, máscara, óculos e outros equipamentos de proteção
individual que se fizerem necessários. No questionário pré-teste, 100% dos alunos julgaram
serem estes equipamentos muito importantes; no questionário pós-teste, este número caiu para
65%; o objetivo de conscientização não foi alcançado, uma vez que, após a oficina, esperava-
se que todos os alunos continuassem julgando tais equipamentos muito importantes. Contudo,
percebe-se a incipiência metodológica nas aulas de Ciências, pois a maioria dos alunos
respondeu que não teve sequer até o presente momento, uma aula prática durante seus
estudos.
Para Cassanti et al. (2007), apesar de sua grande relevância, a Microbiologia é muitas
vezes negligenciada pelos professores. Uma das possíveis causas disso refere-se às
dificuldades para o desenvolvimento de estratégias de ensino-aprendizagem mais dinâmicas e
atraentes. O mundo microbiológico pode ser extremamente abstrato para os alunos do Ensino
Fundamental, pois, embora seja parte importante de nosso dia a dia, não podemos percebê-lo
diretamente por meio dos sentidos. Algumas respostas para a questão: “Fale com suas
palavras sobre alguma (s) aula (s) prática (s) de Ciências que já teve no laboratório (se teve)
durante seus estudos.” Estão apresentadas:
48
“Nenhuma. Porque aqui não tem aula praticada”. (sic). (Aluno 7).
“Nenhuma vez fui em um laboratório. Porque na escola não tem laboratório para
estudar”. (sic). (Aluno 8).
“Nenhuma. Porque eu não sou cientista”. (Aluno 9).
“Colocamos uma bacia de água, enfiamos + um papel dentro do copo e colocamos
dentro da bacia e ela não molhou mas quando virou o copo ela molhou”. (sic).
(Aluno 10).
“Uma vez pegou um saco encheu de âgua fechou o saco e colocou no sol. Depois de
algumas horas tinha um monte de gotas no saco”. (sic). (Aluno 11).
“Com a esperiencia de fungos, coloque uma laranja boa e tampada daqui alguns dias
ela estara mofada com fungos”. (sic). (Aluno 12).
“A aula dos sólidos geométricos”. (Aluno 13).
“Não tivemos niuma aula”. (sic.). (Aluno 14).
“Não tivemos aula”. (Aluno 15).
Estes foram os depoimentos escolhidos para serem mencionados; no entanto, todos os
alunos de uma das três turmas responderam que não tiveram aula prática de Ciências como
expresso nas duas últimas respostas.
Conforme afirma Auler; Muenchen (2007 apud QUEIROZ et al., 2012):
O que se observa é que muitas escolas e professores ainda se mantêm muito
resistentes às aulas práticas, inviabilizando entre outros, o processo de letramento
científico dos alunos. Isso se deve a uma preocupação com as questões disciplinares;
à falta de incentivos, que motivem os alunos; a distância das suas realidades com os
temas tratados; o ensino propedêutico; a neutralidade da concepção de ciência e
tecnologia; acabando por gerar um baixo nível de aprendizagem e má formação
cultural e de participação social.. (Auler; Muenchen, 2007).
5.2 Sequência 2 – A construção de um microscópio alternativo
Esta oficina foi sobre microscopia, com o objetivo de “construir um microscópio
alternativo”, obedecendo à ordem das sequências didáticas contidas no “Manual de
Laboratório Alternativo”, objetivando eficiência e significação do conteúdo de Microbiologia.
De início, foi dito aos alunos sobre a importância do microscópio para o ensino e a
aprendizagem dos conteúdos. A fim de motivá-los com a atividade, foi feita uma pergunta:
Ao longo de todo o estudo de ciências, na maioria das escolas brasileiras, há carência de
laboratórios que auxiliam no estudo de microrganismos e microestruturas. Será possível criar
ferramentas como um microscópio, que supram os estudos utilizando materiais acessíveis e
alternativos?
Dando continuidade à oficina, foi apresentado o microscópio convencional, inclusive
as partes, e funções. Foi dado enfoque às partes principais como: base, braço, ocular, objetivas
e charriot, (peça que permite a lâmina se movimentar sob a ocular).
49
Cada aluno pôde apreciar e explorar um pouco o conhecimento sobre o microscópio e
o professor explicou que a imagem aumentada é conseguida pela razão da ocular com a
objetiva. Foi proposto um modelo alternativo, criado pelo aluno de pós-graduação dos EUA,
(YOSHINO, Kenji apud ROSSIN, 2014). O microscópio foi montado obedecendo passo a
passo como proposto no “Manual de laboratório Alternativo” (Figura 2). Durante todo o
procedimento, foi feita a avaliação dos alunos, baseando-se no Quadro 3. Distribuiu-se um
questionário pré-teste condizente com o conteúdo da prática antes de executá-la. Ao finalizar,
outro questionário, o pós-teste, foi respondido pelos alunos. Durante o experimento os alunos
podiam recorrer ao glossário, em caso de dúvida, sobre termos desconhecidos.
Figura 2– Fotos relacionadas à Oficina: A construção de um microscópio alternativo
A - Alunos explorando o microscópio B - Estruturas do microscópio
C – Montagem do microscópio
alternativo
D – Observação ao microscópio alternativo
Fonte: Fotografia do autor
Obs: na figura 2, A e C, os alunos não estão trajados com equipamentos de segurança
em laboratório por não estarem neste ambiente e por estarem tendo participação indireta na
atividade da sequência didática. No entanto, ressalta-se sua importância conforme proposto na
primeira sequência didática.
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nos Quadros 8 e
9.
50
Quadro 8 – Esquema da Oficina: A construção de um microscópio alternativo
Problematização
Ao longo de todo o estudo de ciências, na maioria das escolas brasileiras, há
carência de laboratórios que auxiliam no estudo de microrganismos e
microestruturas. Será possível criar ferramentas como um microscópio, que
supram os estudos utilizando materiais acessíveis e alternativos?
Objetivo geral Construir e aplicar um microscópio alternativo, objetivando eficiência e
significação do conteúdo microbiológico.
Objetivos
específicos
Aumentar a visão de microrganismos e microestruturas a fim de serem
estudados e conhecidos;
Auxiliar nos estudos de estruturas microscópicas;
Motivar os alunos com tal ferramenta e prática;
Conteúdos
Microscopia.
Microbiologia.
Materiais alternativos
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 9- Distribuição do tempo da oficina: A construção de um microscópio
alternativo
10 minutos Aula expositiva sobre a importância do microscópio para uma boa
aprendizagem. Exposição de ideias.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina de microscopia onde se aprenderá a construir um microscópio
alternativo para observar colônias de fungos, bactérias, microestruturas
de animais invertebrados e vegetais.
5 minutos Avaliação, por meio de um questionário pós-teste, para verificar o
desempenho dos alunos com relação à aprendizagem. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré e pós-teste estão apresentados nos Quadros 10 e 11.
51
Quadro 10- Resultados do pré-teste da oficina: A construção de um microscópio
alternativo Pré-Teste Respostas
1. Assinale abaixo quais são as palavras que nomeiam as peças de
um microscópio:
( ) Charriot ( x ) lupa ( x ) revólver ( x ) ocular ( ) canhão
( ) musgo ( x ) base ( x ) objetiva ( x ) braço
15% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno
marcou ao menos as seis
alternativas assinaladas ao
lado, embora pudessem
assinalar também, charriot e
canhão
2. Você sabe o que é um microscópio eletrônico? Explique.
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
65% dos alunos disseram
sim, 14% disseram não ter
certeza e 14% disseram não
saber
3. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( x ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata ( x ) levedura
57% dos alunos possuem
conhecimento sobre seres
microscópicos; considerou-se
correto quando o aluno
marcou ao menos as quatro
alternativas assinaladas ao
lado, embora pudessem
assinalar também, ameba e
giárdia
4. Os microscópios de luz permitem aumento da imagem em até
2.000 vezes. No entanto, esse aumento que vemos ao microscópio
é dado pela multiplicação de duas peças. Você saberia dizer quais
são elas? ( ) sim ( ) não. Explique.
0% dos alunos soube
responder
5. Na sua opinião, é possível construir um microscópio com
materiais alternativos para o estudo de microrganismos?
sim ( ) não ( )
92% dos alunos responderam
sim
6. Com qual (is) objetivo (s) utilizamos o microscópio?
( x ) para que eles enriqueçam as nossas aulas ( x ) para que eles
nos proporcionem uma visão de microrganismos que, a olho nu,
não seria possível ( ) eles não nos auxiliam em nada
100% dos alunos disseram:
para que eles nos
proporcionem uma visão de
microrganismos; embora
pudessem assinalar também:
para que eles enriqueçam as
nossas aulas
7. Você sabe o que é um microscópio alternativo?
( ) sim ( ) não. Explique.
14% dos alunos responderam
sim
Fonte: Elaborado pelo autor
52
Quadro 11- Resultados do pós-teste da oficina: A construção de um microscópio
alternativo Pós-Teste Respostas
1. Você sabe o que é um microscópio eletrônico? Explique.
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
71% dos alunos responderam
corretamente
2. Você gostou do trabalho de Ciências que realizou?
( ) sim ( ) não
97% dos alunos responderam
que sim
3. Assinale abaixo quais são as palavras que nomeiam as peças de
um microscópio:
( ) Charriot ( x ) lupa ( x ) revólver ( x ) ocular
( ) canhão ( ) musgo ( x ) base ( x ) objetiva ( x ) braço
74% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno
marcou ao menos as seis
alternativas assinaladas ao
lado, embora pudessem
assinalar também, charriot e
canhão
4. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( x ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata ( x ) levedura
68% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno
marcou ao menos as quatro
alternativas assinaladas ao
lado, embora pudessem
assinalar também, ameba e
giárdia
5. Os microscópios de luz permitem aumento da imagem em até
2.000 vezes. No entanto, esse aumento, que vemos ao microscópio,
é dado pela multiplicação de duas peças. Você saberia dizer quais
são elas? ( ) Sim ( ) Não. Explique.
35% dos alunos responderam
corretamente
6. Você sabe o que é um microscópio alternativo?
( ) sim ( ) não. Explique.
27% dos alunos responderam
sim
7. Com quais objetivos utilizamos o microscópio?
( x ) para que eles enriqueçam as nossas aulas ( x ) para que eles
nos proporcionem uma visão de microrganismos que, a olho nu,
não seria possível ( ) eles não nos auxiliam em nada
68% dos alunos disseram:
para que eles nos
proporcionem uma visão de
microrganismos; embora
pudessem assinalar também:
para que eles enriqueçam as
nossas aulas Fonte: Elaborado pelo autor
Em se tratando de seres microscópicos, observa-se que muitos alunos ainda possuem
dificuldades de classificá-los, embora as análises pré e pós-teste refutam essa hipótese. E
quando mostram possuírem conhecimentos, estes se vinculam a ideias errôneas de que
microrganismos “são maus”.
Segundo Antunes, et al. (2012), em um trabalho realizado a fim de analisar a
importância de se ensinar Microbiologia, foi levantado o seguinte questionamento: Qual é a
importância de se aprender sobre os microrganismos? A maioria dos alunos (88%) respondeu
53
que precisa aprender sobre os microrganismos para evitar contaminação e também prevenir
doenças; e a minoria (12%) disse que os microrganismos trazem benefícios aos seres
humanos. Isso sugere que a visão dos alunos sobre os microrganismos é a de que eles são
causadores de doenças, e é esta visão que prevalece.
Quase todos os alunos responderam no questionário pré-teste, que há possibilidades de
se construir um microscópio utilizando materiais alternativos, embora somente 14% dos
alunos responderam no mesmo questionário que sabem o que é um microscópio alternativo.
No entanto, alguns alunos puderam aprender com as oficinas; é o que demonstra a questão de
número 6 do pós-teste, apresentando 27% de acertos.
Algumas respostas para a pergunta: “Você sabe o que é um microscópio alternativo?”,
do questionário pré-teste e pós-teste estão apresentadas:
Pré-teste
“É um microscópio que é feito com outros materiais.” (Aluno 16).
“É um que você cria ele e não compra.” (sic). (Aluno 17).
“É um microscópio que você inventa para substituir o que você compra”. (Aluno
18).
Pós-teste
“É que nós fazemos com materias que nos temos em casa”. (sic) . (Aluno 19).
“É feito em casa, e é de luz”. (Aluno 20).
“e um microscopio feito de vidro é o esmatifone”. (sic) . (Aluno 21).
Todos os alunos se mostraram conscientes da utilidade de um microscópio. No
entanto, verificou-se que para os alunos, essa utilidade está restrita somente à ampliação de
imagens. Somente 3% dos alunos demonstrou saber que, além da ampliação, o microscópio
também serve para enriquecer as aulas. Percebe-se ainda que os alunos encontram-se carentes
de aulas práticas, o que dirá do uso de microscópio. Isso pode ser comprovado com o
resultado das questões de números 1 e 4 do pré-teste, onde para a primeira, 15% dos alunos
acertaram e para a quarta questão, nenhum aluno respondeu. O que só aconteceu no
questionário pós-teste, onde 74% e 35% dos alunos responderam, concluindo-se que
aprenderam com as oficinas.
Todos os alunos mencionaram na questão de número 2 do pós-teste, que gostaram do
trabalho realizado.
5.3 Sequência 3 - como preparar meios de cultura com materiais alternativos
A terceira sequência aplicada foi: “Como preparar meios de cultura com materiais
alternativos”, que culminou com as sequências didáticas “Cultivando fungos” e “Cultivando
54
bactérias”, praticadas posteriormente.
Foi exposta aos alunos a atividade, a importância do tema para o ensino-aprendizagem
de Microbiologia.
Após conversa informal, houve um momento de reflexão acerca da pergunta: Os
microrganismos podem ser de vida livre e/ou parasitária, sendo estes últimos parasitas do
interior ou exterior do corpo. No entanto, muitos deles ao parasitarem, não ficam visíveis,
impossibilitando maiores contatos e conhecimentos. Assim sendo, é possível preparar meios
para o desenvolvimento de microrganismos a fim de serem observados e estudados? Seguido
do preenchimento do questionário pré-teste. Dando prosseguimento, foi ministrada a aula
expositiva sobre o tema e o esclarecimento de dúvidas.
Meios de cultura à base de fubá e amido de milho foram preparados junto com os
alunos, pois eles ainda não conheciam esse recurso. Também foram preparados meios de
cultura à base de gelatina incolor, adicionando caldo de carne sem gordura e colocados em
recipientes de plástico transparente (tampa de margarina). Durante a preparação, foi explicado
aos alunos a utilidade dos meios de cultura nas experiências e o objetivo desses experimentos.
Os meios de cultura foram condicionados em ambiente refrigerado (geladeira) (Figura 3).
Durante todo o procedimento, foi feita a avaliação dos alunos, baseando-se no Quadro 3. Ao
final, foi aplicado o questionário pós-teste, para verificar o conhecimento com relação ao
conteúdo apresentado. Os alunos podiam recorrer ao glossário (que foi confeccionado para
cada sequência didática), quando tivessem dúvida, sobre termos desconhecidos utilizados na
oficina.
55
Figura 3– Fotos relacionadas à Oficina: Como preparar meios de cultura com materiais
alternativos
A – Preparando os meios de cultura B – Meios de cultura prontos e estéreis
C – Meios com cultura de bactérias - e – e
fungos – d
D – Desenhos da observação dos meios
de cultura feitos pelos alunos Fonte: Fotografia do autor
Obs: na figura 3, A, os alunos não estão trajados com equipamentos de segurança em
laboratório por não estarem neste ambiente e por estarem tendo participação indireta na
atividade da sequência didática. No entanto, ressalta-se sua importância conforme proposto na
primeira sequência didática.
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nos Quadros 12 e
13.
56
Quadro 12 – Esquema da Oficina: Como preparar meios de cultura com materiais
alternativos
Problematização
Os microrganismos podem ser de vida livre e/ou parasitária, sendo estes
últimos parasitas do interior ou exterior do corpo. No entanto, muitos deles ao
parasitarem, não ficam visíveis, impossibilitando maiores contatos e
conhecimentos. Assim sendo, é possível preparar meios para o
desenvolvimento de microrganismos a fim de serem observados e estudados?
Objetivo geral Preparar meios de cultura alternativos para o desenvolvimento de fungos e
bactérias como alvo de estudo.
Objetivos
específicos
Propor a utilização de materiais caseiros e de fácil acesso para o estudo de
fungos e bactérias (microrganismos coloniais);
Auxiliar nos estudos de microrganismos como fungos e bactérias;
Motivar os alunos nas aulas de Ciências, tornando-as mais interessantes;
Conteúdos
Meios de cultura
Carboidratos
Microbiologia Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 13- Distribuição do tempo da oficina: Como preparar meios de cultura com
materiais alternativos 10 minutos Conversa informal com os alunos e aula expositiva sobre a importância da
observação do desenvolvimento dos microrganismos para uma boa
aprendizagem.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina onde se aprenderá a preparar meios de cultura alternativos.
5 minutos Avaliação através do questionário pós-teste. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré e pós-teste estão apresentados nos Quadros 14 e 15.
57
Quadro 14 - Resultados do pré-teste da oficina: Como preparar meios de cultura com
materiais alternativos
Pré-Teste Respostas
1. Você sabe o que é um meio de cultura? ( ) sim ( ) não.
Explique.
8% dos alunos responderam sim
e explicaram corretamente
2. Você sabe o que são os microrganismos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
74% dos alunos responderam
sim, 3% dos alunos respondeu
não e 23% não têm certeza
3. Na sua opinião, a umidade é importante para o desenvolvimento
de microrganismos?
sim ( ) não ( )
86% dos alunos responderam
sim
4. Com qual objetivo os fungos e as bactérias atacam e estragam os
alimentos?
( ) por que eles são maus ( ) para eles se alimentarem
( ) eles não estragam os alimentos
80% dos alunos responderam:
para eles se alimentarem
5. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( x ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata ( x ) levedura
71% dos alunos assinalaram
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou
ao menos as quatro alternativas
assinaladas ao lado, embora
pudessem assinalar também,
ameba e giárdia
6. Assinale abaixo quais são os seres vivos que podem se
desenvolver em meios de cultura:
( ) peixe ( ) fermento biológico ( ) tomateiro ( ) solitária
( ) cogumelo ( ) musgo ( x ) bactéria ( x ) fungos
48% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou
ao menos as duas alternativas
assinaladas ao lado Fonte: Elaborado pelo autor
58
Quadro 15 - Resultados do pós-teste da oficina: Como preparar meios de cultura com
materiais alternativos
Pós-Teste Respostas
1. Existem microrganismos em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza.
32% dos alunos responderam
sim, 46% dos alunos
responderam não e 13% não têm
certeza
2. Os microrganismos podem estragar alimentos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza.
89% dos alunos responderam
que sim
3. Você sabe o que é um “meio de cultura”? Quais microrganismos
podem se desenvolver em um “meio de cultura”?
8% dos alunos souberam
responder a primeira pergunta e
81% dos alunos souberam
responder a segunda pergunta
4. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu
aprendizado:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
89% dos alunos responderam
muito e 11% dos alunos
responderam um pouco
5. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( x ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata
( x ) levedura
51% dos alunos não possuem
conhecimento sobre seres
microscópicos; considerou-se
correto quando o aluno marcou
ao menos as quatro alternativas
assinaladas ao lado, embora
pudessem assinalar também,
ameba e giárdia
6. Assinale abaixo quais são os seres vivos que podem se
desenvolver em meios de cultura:
( ) peixe ( ) fermento biológico ( ) tomateiro ( ) solitária
( ) cogumelo ( ) musgo ( x ) bactéria ( x ) fungos
81% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou
ao menos as duas alternativas
assinaladas ao lado Fonte: Elaborado pelo autor
Ficou claro que os alunos sabem a finalidade de um meio de cultura e quais
microrganismos podem se desenvolver em cada um, no entanto, poucos sabem explicar o que
é um meio de cultura conforme as respostas para a questão: “Você sabe o que é um meio de
cultura?”. Algumas respostas estão apresentadas:
Pré-teste
“São coloneas de Bacterias”. (sic). (Aluno 22).
“meio de cultura e ver fundo bacterias germes”. ( sic). (Aluno 23).
“a gente vai cultivar plantas, fungo e bacterias ou seja estudar as coisas”. (sic).
(Aluno 24).
Pós-teste:
“É um meio onde se cultivam microrganismos. Fungos e bactérias”. (Aluno 25).
“Sim, um meio de cultivar bactérias e fungos”. (Aluno 26).
“Sim, os fungos e as bactérias que desenvolvem em um meio de cultura”. (Aluno
27).
59
A classificação e o conhecimento sobre microrganismos ainda são deficientes -
quando se analisa as questões a eles relacionadas. Exemplo disso está expresso na questão de
número 1 do questionário pós-teste, na qual somente 32% dos alunos responderam que
microrganismos podem ser encontrados em qualquer ambiente.
Foi percebido que os alunos consideram a umidade importante para o
desenvolvimento de microrganismos.
A conscientização dos alunos é notória com relação às bactérias e aos fungos, que
atacam e deterioram alimentos para se nutrirem, e não porque “são maus”. Eles também
relacionam os alimentos estragados como sendo pela ação de microrganismos.
Todos os alunos se mostraram bastante satisfeitos com as oficinas, julgando-as como
instrumento importante para a aprendizagem - o que, de certo modo, pode ser constatado
pelas avaliações aplicadas.
5.4 Sequência 4 - Cultivando bactérias
Inicialmente, os alunos foram esclarecidos sobre a atividade bem como sua
importância para o processo pedagógico. Após conversa informal, utilizando a técnica
“tempestade de ideias”, as dúvidas foram esclarecidas e foi feito o preenchimento do
questionário pré-teste.
A aula expositiva sobre o tema teve início com a seguinte pergunta: As bactérias são
microrganismos nocivos aos outros seres vivos. Suas proliferações em determinadas partes do
corpo resultam em maus cheiros como o chulé, o cecê, o mau hálito e outros. Além de ser
uma das responsáveis pela putrefação dos alimentos que passam a possuir odores
desagradáveis. No entanto, existem algumas bactérias que são benéficas e indispensáveis aos
ecossistemas? Por quê? ”Dando seguimento à aula, meios de cultura, a base de gelatina
incolor para cultivo de bactérias, foram preparados, adicionando-se caldo de carne sem
gordura e colocados em recipientes de plástico transparente (tampa de margarina). A seguir,
foi realizada coleta da microbiota residente e/ou transitória em diversas partes do corpo dos
alunos, que se propuseram a ser voluntários tais como: palmas das mãos, entre os dedos, sola
do pé, boca, vestíbulos do nariz e ouvido; e também em objetos tais como: a carteira da sala
de aula, o lápis, a borracha, o celular, dinheiro. Todo esse material coletado foi inoculado no
meio de cultura, utilizando-se um cotonete. A cada inoculação feita, foi anotada sua
precedência.
Posteriormente, foi exposto aos alunos que, a princípio, iriam observar os meios de
60
cultura em diferentes ambientes e temperaturas. O primeiro ambiente foi o refrigerado,
utilizando-se a geladeira da escola. Transcorridos três dias, os alunos fizeram a primeira
observação, e constataram que ainda não havia mudança. O segundo ambiente, a que os
meios de cultura foram submetidos, foi o da própria sala de aula, considerando-se a
temperatura local como ótima. Com pouco menos de três dias, os alunos fizeram outra
observação, constatando que alterações ocorreram nos “meios de cultura” - colônias coloridas
se desenvolveram. Pôde-se observar que naquele ambiente, o aumento das colônias no meio
de cultura ficou evidente; os meios de cultura foram mantidos no ambiente da sala de aula por
mais três dias, onde fizeram a terceira observação.
Consequentemente foi combinado que os meios de cultura seriam condicionados em
ambiente “congelado” onde permaneceriam por mais quatro dias dentro do freezer. Neste
ambiente, foi observado que, praticamente, não houve desenvolvimento de colônias, se
comparado com o desenvolvimento no ambiente com temperatura natural. Voltamos a expô-
los ao ambiente natural e, como era de se esperar, houve aumento nas colônias. Diante das
observações, foi discutido com os alunos as mudanças significativas ocorridas nos meios de
cultura. Durante todo o procedimento, foi feita a avaliação dos alunos, baseando-se no Quadro
3. Ao final, foi aplicado o questionário pós-teste, para verificar o conhecimento com relação
ao conteúdo apresentado.
A cada dúvida, sobre termos desconhecidos na oficina, os alunos recorreram ao
glossário, confeccionado para cada sequência didática. Foi realizada a técnica do “Trabalho
de Minuto”, interrompendo-se a oficina pouco antes do término, solicitando aos alunos que
respondessem brevemente a duas perguntas: Qual foi a experiência mais interessante vista
nesta oficina? Qual foi a questão importante que ficou? Alguns detalhes da oficina estão
apresentados na Figura 4.
61
Figura 4 - Fotos relacionadas à Oficina: Cultivando bactérias
A – Meio de cultura para bactérias B – Inoculação em desenvolvimento
C – Aparecimento de colônias D – Desenhos feitos pelos alunos
Fonte: Fotografia do autor
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nas Quadros 16 e
17.
62
Quadro 16- Esquema da Oficina: Cultivando bactérias
Problematização
As bactérias são microrganismos nocivos aos outros seres vivos. Suas
proliferações em determinadas partes do corpo resultam em maus cheiros como
o chulé, o cecê, o mau hálito e outros. Além de ser uma das responsáveis pela
putrefação dos alimentos que passam a possuir odores desagradáveis. No
entanto, existem algumas bactérias que são benéficas e indispensáveis aos
ecossistemas? Por quê?
Objetivo geral Estudar as bactérias, podendo visualizá-las.
Objetivos
específicos
Visualizar e analisar o desenvolvimento de bactérias, em diferentes substratos,
coletadas de partes diversificadas do corpo, evidenciando-se que este contém
muitos microrganismos;
Favorecer a aproximação dos alunos ao universo microscópico, viabilizando o
ensino/aprendizagem de Ciências;
Visualizar as bactérias utilizando-se o microscópio alternativo;
Propor o emprego de materiais caseiros e que são acessíveis em
atividades práticas, para estudar as bactérias.
Conteúdos
Colônias de bactérias
Meios de cultura
Microbiologia residente e transitória. Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 17- Distribuição do tempo da oficina: Cultivando bactérias 10 minutos Conversa informal com os alunos sobre tipos de bactérias, meios de
contaminação, ambientes mais fáceis de serem encontradas. Tempestade de
ideias. Aula expositiva.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina de Microbiologia onde os alunos aprenderão a cultivar bactérias, em
meios de cultura alternativos. Essas bactérias serão coletadas de diferentes partes
do corpo, microbiota residente e/ou transitória e de outros materiais encontrados
na sala de aula, visando estudar o desenvolvimento das colônias em função dos
diferentes meios de cultura preparados.
5 minutos Avaliação através do questionário pós-teste para medir o desempenho dos alunos
com relação ao ganho de aprendizagem. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré e pós-teste estão apresentados nos Quadros 18 e 19.
63
Quadro 18 – Resultado do pré-teste da oficina: Cultivando bactérias Pré-Teste Respostas
1. Você sabe o que são os microrganismos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
74% dos alunos responderam
sim, 3% dos alunos respondeu
não e 23% não têm certeza
2. É muito comum acontecer infecção por falta de cuidados e
capricho em determinadas atividades. Neste caso, as infecções de
maneira geral, são causadas por qual ser vivo?
( ) fungo ( ) bactéria ( ) planta ( ) animais
77% dos alunos responderam
corretamente
3. Na sua opinião, a umidade é importante para o desenvolvimento
de bactérias? sim ( ) não ( ) 86% dos alunos responderam sim
4. Com qual objetivo as bactérias atacam e estragam os alimentos?
( ) por que elas são más ( ) para elas se alimentarem ( ) elas
não estragam os alimentos
80% dos alunos responderam:
para elas se alimentarem
5. Você já presenciou ou participou de alguma aula prática sobre
bactérias?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
69% dos alunos responderam sim
6. Qual o tipo de meio de cultura é mais indicado para bactérias? 0% dos alunos soube explicar
corretamente
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 19– Resultados do pós-teste da oficina: Cultivando bactérias Pós-Teste Respostas
1. Existem bactérias em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
30% dos alunos responderam
sim, 49% dos alunos
responderam não e 14% dos
alunos não têm certeza
2. As bactérias podem estragar alimentos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
89% dos alunos responderam que
sim
3. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( x ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata ( x ) levedura
38% dos alunos assinalaram
corretamente e 51% dos alunos
não sabem; considerou-se correto
quando o aluno marcou ao menos
as quatro alternativas assinaladas
ao lado, embora pudessem
assinalar também, ameba e
giárdia
4. É muito comum acontecer infecção por falta de cuidados e
capricho em determinadas atividades. Neste caso, as infecções de
maneira geral, são causadas por qual ser vivo?
( ) fungo ( ) bactéria ( ) planta ( ) animais
73% dos alunos responderam
corretamente
5. Com qual objetivo as bactérias atacam e estragam os alimentos?
( ) por que elas são más ( ) para elas se alimentarem ( ) elas
não estragam os alimentos
78% dos alunos responderam
corretamente
64
6. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu
aprendizado sobre bactérias:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
95% dos alunos responderam
muito e 5% dos alunos
responderam um pouco Fonte: Elaborado pelo autor
De acordo com a primeira questão do questionário pré-teste, 74% dos alunos sabem o
que são microrganismos, contudo, analisando-se a questão de número 3 do pós-teste, nota-se
que somente 38% dos alunos acertaram e 51% erraram.
Ficou claro que, de modo geral, os alunos sabem relacionar a deterioração de
alimentos como sendo consequência da ação das bactérias, e que estas atacam e estragam
muitos alimentos em benefício próprio, como meio de obterem energia. Foi percebido que os
alunos consideram a umidade importante para o desenvolvimento destes microrganismos e
que as infecções de maneira geral, são relacionadas às bactérias pelos alunos, conforme
questões de números 2 e 4 dos questionários pré-teste e pós-teste respectivamente.
69% dos alunos disseram ”sim“ com relação à participação em alguma aula prática
sobre bactérias. No entanto, foi constatado, através de todos os questionários respondidos, que
uma das 3 turmas não tiveram nenhuma prática durante o ano, muitos alunos relacionaram as
oficinas como sendo a aula prática questionada na avaliação.
A seguir são apresentados exemplos de respostas para a pergunta: “Você já presenciou
ou participou de alguma aula prática sobre bactérias?”
“Não. Infelismente não tive”. (sic). (Aluno 28).
Respostas de alunos das outras duas turmas:
“sim. pegou um saquinho enxeu de água colocol no sol e depois no saquinho tava
com uma gotinha”. (sic). (Aluno 29).
“Quando colocamos uma laranja num pote e ficou tudo estragado e fedendo”.
(Aluno 30).
“A gente fez cultura de microrganismos e fizemos a coleta dos microrganismos”.
( sic). (Aluno 31).
Ficou entendido que a última citação refere - se às oficinas do trabalho realizado com
as turmas.
Os alunos não sabem qual meio de cultura é apropriado para o desenvolvimento de
bactérias. Com relação à ubiquidade das mesmas, 49% dos alunos pensam que elas não
podem ser encontradas em todos os ambientes, ficando este conhecimento restrito a somente
30%, o que confirma o desconhecimento sobre o “mundo microscópio” pela maioria.
Isso ocorre talvez porque durante seus estudos de Microbiologia, há ausência de aulas
práticas. Para Kimura, (2013):
65
Essa falta de conexão que o estudo da Microbiologia estabelece com o cotidiano dos
alunos, dificulta o aprendizado. Nesse caso, há necessidade de se desenvolver
estratégias e tecnologias para que a aprendizagem de fato aconteça. Tal
procedimento auxilia o professor e estimula os alunos a conhecerem os
microrganismos e a relação que estabelecem com a vida cotidiana, possibilitando o
despertar e a conscientização dos mesmos sobre a importância desta ciência para a
vida das pessoas.
A maioria dos alunos disse ter aprendido muito com as oficinas e 5% disseram ter
aprendido um pouco. Aluno algum mencionou não ter aprendido nada.
5.5 Sequência 5 - Cultivando fungos
De início, os alunos foram esclarecidos sobre a atividade e importância para o ensino e
aprendizagem. Após conversa informal, foi realizado o preenchimento do questionário pré-
teste.
Para motivar e deixá-los interessados na oficina, foi feita a seguinte problematização: É muito
comum de tempos em tempos limpar determinados ambientes, armários e posteriormente
deparar com mofos habitando estes locais; mesmo fechados. Qual é a explicação para estes
microrganismos conseguirem se desenvolver e proliferar como um “passe de mágica”, nestas
condições e nestes ambientes?
A continuação da oficina ocorreu com aula expositiva sobre o tema, e esclarecimento
de dúvidas.
Um dos meios de cultura à base de fubá e amido de milho para cultivo de fungos,
preparados na oficina sobre “Como preparar meios de cultura com materiais alternativos”, foi
coberto com um filme de óleo de soja, uma estratégia de controle. O outro meio de cultura a
base de fubá ficou exposto, sem o óleo.
Posteriormente, foi explicado aos alunos que, a princípio, iriam observar o
desenvolvimento dos fungos em diferentes ambientes e temperaturas. O primeiro ambiente, a
que os meios de cultura foram colocados, foi o refrigerado, utilizando-se a geladeira da
escola. Transcorridos três dias, os alunos fizeram a primeira observação e constataram que
ainda não havia ocorrido mudança.
O segundo ambiente, a que os meios de cultura foram submetidos, foi o da própria
sala de aula, considerando-se a temperatura local como ótima. Com pouco menos de três dias,
os alunos fizeram outra observação, constatando que mudanças ocorreram: mancha rosa,
verde escuro, branca e amarela. No meio de cultura coberto com óleo, houve pouca
diferenciação, apresentando apenas duas manchas - uma de cor escura e outra avermelhada,
66
constatando-se e exaltando o que se esperava, ou seja, o óleo agiu como um inibidor.
Foi observado que mantendo naquele mesmo ambiente, o aumento dos fungos nos
meios de cultura era evidente. No meio de cultura que estava exposto, uma mancha verde
apareceu e aumentaram as manchas cinzas e as brancas, tornando estas últimas, o aspecto de
algodão.
Após a terceira observação, foi combinado que mudaríamos o ambiente para o
“congelado” onde o meio de cultura permaneceu por mais quatro dias dentro do freezer. Neste
ambiente, pôde-se observar que quase não houve nenhum desenvolvimento ao se comparar
com o ambiente com temperatura natural. Voltamos a expô-lo à temperatura ambiente. Como
era de se esperar, houve aumento nas colônias, principalmente, nas de coloração branca.
Durante todo o procedimento, foi feita a avaliação dos alunos, baseando-se no Quadro
3. Ao final, foi aplicado o questionário pós-teste, para verificar o conhecimento dos alunos
com relação ao conteúdo apresentado.
A cada dúvida, sobre termo desconhecido na oficina, os alunos recorreram ao
glossário, que foi confeccionado para cada sequência didática. Diante das observações,
discutiu-se com os alunos as mudanças significativas ocorridas nos meios de cultura,
anotando-as e desenhando-as em folha específica conforme o Quadro 2. Alguns detalhes da
oficina estão apresentados na Figura 5.
67
Figura 5 - Fotos relacionadas à Oficina: Cultivando fungos
A – Início do desenvolvimento das colônias
de fungos – e coberto – d – exposto
B – Aumento no desenvolvimento das
colônias de fungos – e coberto – d –
exposto
C – Observando colônias ao microscópio
alternativo
D – Desenhos das colônias feitos pelos
alunos Fonte: Fotografia do autor
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nas Quadros 20 e
21.
68
Quadro 20 - Esquema da Oficina: Cultivando Fungos
Problematização
É muito comum de tempos em tempos limpar determinados ambientes,
armários e posteriormente deparar com mofos habitando estes locais; mesmo
fechados. Qual é a explicação para estes microrganismos conseguirem se
desenvolver e proliferar como um “passe de mágica”, nestas condições e
nestes ambientes?
Objetivo geral
Observar o desenvolvimento dos fungos.
Objetivos
específicos
Visualizar o desenvolvimento dos fungos, em função dos diferentes
ambientes e temperaturas;
Favorecer a aproximação dos alunos com o universo
microscópico, viabilizando o ensino/aprendizagem de Ciências;
Observar os fungos utilizando-se o microscópio alternativo;
Conteúdos
Os fungos
Meios de cultura
Células reprodutivas Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 21 - Distribuição do tempo da oficina: Cultivando fungos 10 minutos Conversa informal com os alunos e aula expositiva sobre os fungos e o
aparecimento deles em lugares diversificados, como num “passe de mágica”
(reprodução). Exposição de ideias.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina de Microbiologia objetivando o cultivo e a observação de fungos em
meios de cultura alternativos. As observações serão feitas em dias sucessivos,
visando ao estudo das mudanças nas colônias em função de diferentes
ambientes e temperaturas.
5 minutos Avaliação através do questionário pós-teste para medir o desempenho dos
alunos com relação ao ganho de aprendizagem. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré e pós-teste estão apresentados nos Quadros 22 e 23.
69
Quadro 22 – Resultados do pré-teste da oficina: Cultivando fungos Pré-Teste Respostas
1. Você sabe o que são os microrganismos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
74% dos alunos responderam
sim, 3% respondeu não e 23%
não têm certeza
2. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bolor ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata ( x ) levedura
71% dos alunos assinalaram
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou
ao menos as duas alternativas
assinaladas ao lado, embora
pudessem assinalar também:
bolor, ameba e giárdia
3. O “fermento de padaria” é utilizado no preparo de massas, com
o objetivo de fazer com que estas cresçam e tomem textura fina e
macia. Podemos dizer que o “fermento de padaria” é um ser vivo?
( ) sim ( ) não
Em caso positivo, de qual ser vivo o fermento se trata?
( ) fungo ( ) bactéria ( ) farinha ( ) fermento químico
83% dos alunos responderam
sim para a primeira pergunta e
8% dos alunos souberam
relacionar o fermento como
sendo fungo
4. Na sua opinião, a umidade é importante para o desenvolvimento
de fungos? sim ( ) não ( )
97% dos alunos responderam
sim
5. Com qual objetivo os fungos atacam e estragam os alimentos?
( ) por que eles são maus ( ) para eles se alimentarem ( ) eles
não estragam os alimentos
80% dos alunos responderam:
para eles se alimentarem
6. Você já presenciou ou participou de alguma aula prática sobre
fungos? ( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
69% dos alunos responderam
sim
7. Qual o tipo de meio de cultura é mais indicado para fungos? Nenhum aluno soube explicar
corretamente
Fonte: Elaborado pelo autor
70
Quadro 23 - Resultados do pós-teste da oficina: Cultivando fungos Pós-Teste Respostas
1. Existem fungos em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
31% dos alunos responderam
sim, 50% responderam não e
14% não têm certeza
2. Os fungos podem estragar alimentos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
92% dos alunos responderam
que sim
3. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um
microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bolor ( ) mosquito ( ) ameba
( x ) cianobactéria ( ) giárdia ( x ) vírus ( ) barata ( ) levedura
39% dos alunos responderam
corretamente e 53% não sabem;
considerou-se correto quando o
aluno marcou ao menos as duas
alternativas assinaladas ao lado,
embora pudessem assinalar
também: bolor, ameba e giárdia
4. O “fermento de padaria” é utilizado no preparo de massas, com
o objetivo de fazer com que estas cresçam e tomem textura fina e
macia. Podemos dizer que o “fermento de padaria” é um ser vivo?
( ) sim ( ) não
Em caso positivo, de qual ser vivo o fermento se trata?
( ) levedura ( ) bactéria ( ) farinha ( ) fermento químico
81% dos alunos responderam
sim para a primeira pergunta e
8% dos alunos souberam
relacionar o fermento como
sendo fungo
5. Com qual objetivo os fungos atacam e estragam os alimentos?
( ) por que eles são maus ( ) para eles se alimentarem ( ) eles
não estragam os alimentos
81% dos alunos responderam
corretamente
6. Você sabe algum exemplo do que comemos em nossa
alimentação, e que é proveniente dos fungos? Cite 2 exemplos de
alimentos.
31% dos alunos se mostraram
conscientes
7. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu
aprendizado sobre fungos: ( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
89% dos alunos disseram ter
aprendido muito, 11% disseram
ter aprendido um pouco
Fonte: Elaborado pelo autor
Concluiu-se pelas respostas aos questionários, que a oficina com as práticas de Fungos
resultou na compreensão e aprendizagem do tema pelos alunos. Houve mais entendimento,
em função da participação, interação e construção de conhecimentos, e que estes, não seriam
tão efetivos sem as aulas práticas. No entanto, a questão sobre a Microbiologia no Ensino
Fundamental ainda representa muitos desafios que deverão ser transpostos com mais aulas
práticas, uma vez que a abstração converte-se em uma visão concreta do conteúdo para os
educandos.
Segundo Barbosa & Oliveira (2015), microrganismos interagem conosco no dia a
dia, sendo assim, o conhecimento da Microbiologia e a compreensão de sua
existência, e de como estão associados à propagação de doenças, aos benefícios à
saúde, ao funcionamento e manutenção da vida em padrões ecológicos, é de fato
muito importante.
Ficou esclarecido para a maioria dos alunos que muitos dos alimentos estragam devido
71
à ação de fungos, assim sendo, faz-se necessário conservá-los em refrigerador; que os fungos
podem ser encontrados em todos os lugares, associados à presença de água.
Ficou evidente que os alunos não sabem qual meio é indicado para a cultura de
fungos.
Com relação à ubiquidade dos fungos, muitos alunos pensam que eles não podem ser
encontrados em todos os ambientes.
A maioria dos alunos disse ter aprendido muito com as oficinas e 11% disseram ter
aprendido um pouco. Não houve menção à falta de aprendizado, o que viabiliza as técnicas
utilizadas, segundo o “Manual de Laboratório Alternativo”.
Ficou claro para os alunos, que o “fermento de padaria” é constituído por seres vivos,
no entanto, a maioria relacionou o fermento com bactérias e não com fungos.
É evidente que os alunos não sabem reconhecer alimentos que são provenientes de
fungos, salvo alguns poucos que responderam parcialmente correto, conforme se pode ver
abaixo nos exemplos de respostas para a pergunta:
“Você sabe algum exemplo do que comemos em nossa alimentação, e que é
proveniente dos fungos? Cite 2 exemplos de alimentos.”:
“pão femto”. (sic). (Aluno 32).
“pão, torrada”. (Aluno 33).
“pão, iorgute”. (sic). (Aluno 34).
5.6 Sequência 6 - Estudando microestruturas de animais invertebrados
A princípio, os alunos foram esclarecidos sobre a atividade proposta pela sequência
didática e sua importância para o processo pedagógico. Após conversa informal, foi realizado
o preenchimento do questionário pré-teste. Para incentivar os alunos à atividade, foi lançada
uma pergunta: Do ponto de vista macroscópico, os animais invertebrados aparentam ser muito
simples, sem microestruturas visíveis. No entanto, analisando-se ao microscópio alternativo,
essa aparência se mantém, ou microestruturas serão detectadas? Posteriormente, houve a aula
expositiva sobre o tema, com esclarecimento de dúvidas.
Foi solicitado aos alunos que levassem animais invertebrados - já encontrados mortos -
com objetivo de mostrar-lhes que não é permitido matá-los para a atividade prática. Os
animais indicados foram: formigas, grilos, baratas, besouros, tanajuras, mosquitos, cupins, e
outros. Além disso, eles deveriam certificar de que os animais estavam mortos e não os
manipular sem proteção e cuidado, uma vez que existem alguns que picam e são peçonhentos.
72
A parte mais importante da oficina foi a experiência no laboratório, utilizando o
microscópio alternativo, sedimentando teorias - antes desconhecidas pelos estudantes, que
usavam equipamentos apropriados, como luvas, jalecos e outros, necessários para a realização
da oficina com segurança.
As estruturas dos animais como asas, pernas e cerdas, foram colocadas em lâmina de
vidro (material de laboratório) para serem observadas ao microscópio com ampliação cerca de
300 vezes, possibilitando a visualização das microestruturas. Diante das observações, eles
discutiram com os colegas desenhando em folha específica. (Figura 6: A, B, C e D).
Durante todo o procedimento, foi feita a avaliação, por meio do Quadro 3. Ao final,
foi aplicado o questionário pós-teste para verificar o conhecimento dos alunos com relação ao
conteúdo apresentado.
A cada dúvida, sobre termos desconhecidos, os alunos consultavam o glossário, que
foi confeccionado para a sequência didática, identificando-os. Na apresentação do Manual, o
glossário foi unificado para simplificação.
Figura 6–Fotos relacionadas à Oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados
A - Alunos observando ao microscópio B - Estruturas que foram observadas
C – Estrutura observada com aumento D - Desenhos feitos sobre as observações
Fonte: Fotografia do autor
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nos Quadros 24 e 25.
73
Quadro 24 – Esquema da Oficina: Estudando microestruturas de animais invertebrados
Problematização
Do ponto de vista macroscópico, os animais invertebrados aparentam ser muito
simples, sem microestruturas visíveis. No entanto, analisando-se ao microscópio
alternativo, essa aparência se mantém, ou microestruturas serão detectadas?
Objetivo geral Estudar estruturas microscópicas de animais invertebrados.
Objetivos
específicos
Visualizar e analisar microestruturas de animais invertebrados que não podem
ser vistas a olho nu, utilizando-se o microscópio;
Propor a utilização de materiais caseiros e de fácil acesso em
atividades práticas, para o estudo da Microbiologia;
Favorecer a aproximação dos alunos com o universo
microscópico, viabilizando o ensino/aprendizagem de ciências.
Conteúdos Animais invertebrados
Microestruturas Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 25 - Distribuição do tempo da oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados 10 minutos Aula expositiva com os alunos sobre estruturas microscópicas de animais
invertebrados. Compartilhando conhecimentos.
5 minutos Aplicando o questionário pré-teste.
40 minutos Experiência no laboratório visando estudar microestruturas de animais
invertebrados.
5 minutos Avaliação processual com os alunos. Ao final da oficina, será
feita outra avaliação através do questionário pós-teste para a verificação da
aprendizagem. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré-teste e pós-teste estão apresentados nos Quadros 26 e 27.
Quadro 26 - Resultados do pré-teste da oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados
74
Pré-Teste Respostas
1. Você sabe quais são os tipos de animais invertebrados que
existem? ( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
88% dos alunos responderam
sim
2. Assinale os tipos de animais que só podemos ver em ambientes
úmidos: ( x ) lesma ( ) lagarto ( ) tubarão ( ) mosquito ( x ) rã
( ) caranguejo ( x ) minhoca ( ) formiga ( x ) lacraia ( ) louva – a
– deus
3% dos alunos conseguiram
relacionar os animais com o
ambiente; considerou-se correto
quando o aluno marcou ao menos
as quatro alternativas assinaladas
ao lado, embora pudessem
assinalar também: caranguejo
3. O bicho-pau tem forma semelhante a um graveto, o que
representa uma maneira de enganar predadores ou presas. Esse
fenômeno, usado por vários animais para aumentar sua chance de
sobrevivência, é denominado: ( ) antibiose ( ) camuflagem ( )
herbivoria ( ) simbiose.
85% dos alunos responderam
corretamente
4. Na sua opinião, a água é importante para a reprodução de alguns
animais? sim ( ) não ( )
88% dos alunos sabem a
importância da água para a
reprodução
5. Vimos que no ciclo de vida dos animais, a reprodução sexuada é
que predomina. Entretanto, existem animais que podem se
reproduzir assexuadamente? ( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
74% dos alunos responderam
sim
6. Você sabe o que é um organismo heterótrofo? ( ) sim ( ) não.
Explique. 0% dos alunos soube a resposta
Fonte: Elaborado pelo autor
75
Quadro 27 - Resultados do pós-teste da oficina: Estudando microestruturas de animais
invertebrados
Pós-Teste Respostas
1. Os animais habitam todos os ambientes da Terra? ( ) sim ( )
não ( ) não tenho certeza
68% dos alunos responderam que
sim
2. Vimos que no ciclo de vida dos animais, a reprodução sexuada é
que predomina. Entretanto, existem animais que podem se
reproduzir assexuadamente? ( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
74% dos alunos responderam
sim
3. Assinale os tipos de animais que só podemos ver em ambientes
úmidos: ( x ) lesma ( ) lagarto ( ) tubarão ( ) mosquito ( x ) rã
( ) caranguejo ( x ) minhoca ( ) formiga ( x ) lacraia ( ) louva – a
– deus
35% dos alunos conseguiram
relacionar os animais com o
ambiente; considerou-se correto
quando o aluno marcou ao menos
as quatro alternativas assinaladas
ao lado, embora pudessem
assinalar também: caranguejo
4. O bicho-pau tem forma semelhante a um graveto, o que
representa uma maneira de enganar predadores ou presas. Esse
fenômeno, usado por vários animais para aumentar sua chance de
sobrevivência, é denominado: ( ) antibiose ( ) camuflagem ( )
herbivoria ( ) simbiose.
88% dos alunos responderam
corretamente
5. Você sabe o que é um organismo heterótrofo? ( ) sim ( ) não.
Explique.
9% dos alunos souberam a
resposta
6. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu
aprendizado: ( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
94% dos alunos responderam
muito
Fonte: Elaborado pelo autor
Foi percebido que do questionário pré-teste para o questionário pós–teste, houve
aprendizagem com relação ao conhecimento dos alunos sobre a adaptação dos animais aos
ambientes úmidos. No questionário pré-teste, 3% dos alunos soube relacionar os animais aos
ambientes em que vivem. No questionário pós-teste, esta proporção aumentou para 35%,
ficando evidente que as oficinas lhes proporcionaram conhecimentos.
88% dos alunos se mostraram sábios sobre os tipos de animais invertebrados
existentes na natureza. Assim, 68% dos alunos responderam que estes podem ser encontrados
em todos ambientes da terra.
A camuflagem é uma estratégia de sobrevivência bem conhecida pelos alunos. É o que
aponta o questionário pré-teste com 85% de acertos e o questionário pós-teste com 88% de
acertos; embora alguns alunos mencionassem a herbivoria como resposta.
Com relação à importância da água para o desenvolvimento dos animais, no
questionário pré-teste, foi observado que 88% dos alunos se mostraram conscientes, o que
significa que eles sabem que a água é fonte de vida.
76
A reprodução assexuada é muitas vezes relacionada aos microrganismos e plantas,
ficando claro nos questionários que esta ideia não prevaleceu, pois 74% dos alunos
responderam que sim, os animais podem se reproduzir assexuadamente.
A questão que diz respeito ao modo de obtenção de alimento, “heterótrofo”, foi um
tema difícil para os alunos; a princípio, ninguém soube responder, depois do experimento,
somente 9% dos questionários pós-teste apresentaram respostas corretas e parecidas:
“O ser heterótrofo são aqueles que não são capazes de produzir seu próprio
alimento, são consumidores.” (sic). (Alunos 35, 36, 37).
Todos os alunos se mostraram bastante satisfeitos com as oficinas, julgando-as como
instrumento importante para a aprendizagem - o que, de certo modo, pode ser constatado
pelas avaliações aplicadas.
5.7 Sequência 7 - Estudando as microestruturas das plantas
A Oficina começou com o esclarecimento sobre a atividade e sua importância para o
processo pedagógico.
Em seguida, foi realizada uma visita ao pátio da Casa de Leitura “Lya Botelho”, no
município vizinho de Leopoldina, onde há grande quantidade e tipos de plantas. O objetivo
foi conhecer um pouco sobre microestruturas, a biologia, características, e funções dos
vegetais. Participaram da atividade três professores acompanhando suas turmas (com o total
de quarenta alunos) e o pesquisador.
A princípio, os alunos foram informados sobre quais estruturas das plantas deveriam
ser coletadas - cada um deveria coletar apenas uma estrutura, para que não houvesse danos à
natureza.
Durante a visita, os alunos foram orientados a observar as plantas encontradas no
pátio, anotando se elas possuíam flores, frutos e sementes. À medida que foram pesquisando,
o professor determinou que cada aluno coletasse estruturas, tais como: flores contendo os
aparelhos reprodutores masculino e feminino com grãos de pólen, folhas, musgos e mais.
Ainda foi solicitado acrescentar outras plantas que eles quisessem conhecer, ou que tivessem
em casa, nos arredores dela e no trajeto para a escola. Sempre o professor combinava,
previamente, o que seria colhido por cada aluno, para que não houvesse exploração do meio
ambiente e consequente desperdício.
No laboratório (Figura 7 A, B, C e D) foi proposto:
77
a) Observar as estruturas femininas e masculinas (grãos de pólen). As anteras foram
colocadas em um pires, amassando-as para liberar os grãos de pólen;
b) Observar ao microscópio alternativo, registrando detalhes desta observação;
c) Desenhar as estruturas em folha de papel designada;
d) Discutir com os alunos e orientador as estruturas microscópicas não aparentes;
e) Observar outras estruturas como: os vasos condutores de água nas folhas;
f) Em caso de dúvida sobre termos desconhecidos na oficina, recorrer ao glossário,
confeccionado para cada sequência didática.
Figura 7– Fotos relacionadas à Oficina: Estudando as microestruturas das plantas
A - Alunos explorando o jardim B – Práticas no laboratório alternativo
com as plantas coletadas
C – Observação de anteras ao microscópio
alternativo
D – Desenhos das estruturas observadas
pelos alunos Fonte: Fotografia do autor
Obs: na figura 7, A, os alunos não estão trajados com equipamentos de segurança em
laboratório por não estarem neste ambiente e tendo participação indireta na atividade da
sequência didática. No entanto, ressalta-se sua importância conforme proposto na primeira
sequência didática.
Algumas das características da sequência didática estão apresentadas nas Quadros 28 e
78
29.
Quadro 28 - Esquema da Oficina: Estudando as microestruturas das plantas
Problematização
O aparelho reprodutor das plantas, bem como outras microestruturas, é um
assunto que gera bastantes alusões e dúvidas; uma destas está relacionada ao
tamanho. O estudo das microestruturas das plantas é importante para a
compreensão da ecologia como um todo?
Objetivo geral Observar as microestruturas das plantas.
Objetivos
específicos
Entender a função das microestruturas das plantas;
Favorecer a aproximação dos alunos com o universo microscópico,
viabilizando o ensino/aprendizagem de Ciências.
Conteúdos
O Reino Plantae
Estruturas microscópicas
Órgãos reprodutores Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 29 - Distribuição do tempo da oficina: Estudando as microestruturas das
plantas 10 minutos Exposição do conteúdo pelo professor sobre “As Plantas”- características
microscópicas.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Visita a um pátio onde haja muitas quantidades e tipos de plantas. Aula
prática com os alunos no laboratório, visando analisar as estruturas
microscópicas das plantas.
5 minutos Avaliação a partir de um questionário pós-teste visando aferir o desempenho
dos alunos com relação à aprendizagem. Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados do pré-teste e pós-teste estão apresentados nos Quadros 30 e 31.
79
Quadro 30- Resultados do pré-teste da oficina: Estudando as microestruturas das
plantas
Pré-Teste Respostas
1. Você sabe quais são os tipos de plantas que existem?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
31% sabem; 36% não têm
certeza; 33% não sabem
2. Assinale os tipos de plantas que só podemos ver em ambientes
úmidos: ( ) goiabeira ( ) feijoeiro ( x ) avenca ( ) roseira
( ) pinheiro ( x ) samambaia ( x ) lodo ( ) cipreste ( ) abacateiro
( ) alface
19% dos alunos conseguiram
relacionar as plantas com o
ambiente; considerou-se
correto quando o aluno marcou
as três alternativas assinaladas
ao lado
3. É comum percebermos que a terra dos vasos de plantas diminuiu
com o passar do tempo. Podemos dizer que as plantas comem parte
desta terra? ( ) sim ( ) não
Em caso negativo, como elas se alimentam?
( ) através da água ( ) através do ar ( ) fazem fotossíntese
( ) dos nutrientes
42% dos alunos responderam
corretamente
4. Na sua opinião, a água é importante para a reprodução de alguns
grupos de plantas? sim ( ) não ( )
94% dos alunos responderam
que a água é importante para a
reprodução das plantas
5. Embora pensemos que as plantas só se reproduzem através de
brotamento (reprodução assexuada), elas também são capazes de
trocar material genético entre si (reprodução sexuada). Como as
plantas se reproduzem sexuadamente?
19% dos alunos responderam
corretamente
6. Você sabe o que é um ser autotrófico? ( ) sim ( ) não.
Explique. 0% dos alunos soube a resposta
80
Quadro 31- Resultados do pós-teste da oficina: Estudando as microestruturas das plantas
Fonte: Elaborado pelo autor
Foi percebido que entre a avaliação por meio do questionário pré-teste e pós–teste
houve aquisição de conhecimento pelos alunos. No pré-teste, 19% dos alunos responderam
corretamente, como acontece a reprodução sexuada em plantas:
“Algumas possui órgão reprodutor masculino e feminino e se polinizam, outras não,
só dispersam seu polén por meio de insetos aves e pelo vento”. (sic). ( Aluno 38).
“A abelha pega o nectar de uma flor e os grão de polém grarra na patinha dela e ela
vai para outra flor”. (sic). (Aluno 39).
“É levado o polen para a parti feminina da flor assim dando origem a outra flor”.
(sic). (Aluno 40).
A análise dos questionários pós-teste comprova que 43% dos alunos responderam
corretamente, indicando que aprenderam com as oficinas:
“Elas possuem os dois tipos de células reprodutivas: O grão de pólem que é
masculino vai atingir a planta feminina”.( sic ). ( Aluno 41).
Pós-Teste Respostas
1. Existem plantas em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
66% dos alunos responderam
que sim
2. Toda planta possui estruturas tais como: folha, flor, semente e
fruto? ( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
34% dos alunos responderam
que sim
3. Assinale as estruturas abaixo que fazem parte dos aparelhos
reprodutores das plantas:
( x ) estigma ( x ) grãos de pólen ( ) pétalas ( x ) antera ( ) sépalas
( ) filete ( ) cabo ( ) folha ( ) fruto
34% dos alunos responderam
corretamente; considerou-se
correto quando o aluno marcou
ao menos as três alternativas
assinaladas ao lado, embora
pudessem assinalar também:
pétalas e filete
4. Embora pensemos que as plantas só se reproduzem através de
brotamento (reprodução assexuada), elas também são capazes de
trocar material genético entre si (reprodução sexuada). Como as
plantas se reproduzem sexuadamente?
43% dos alunos responderam
corretamente
5. É comum percebermos que a terra dos vasos de plantas diminui
com o passar do tempo. Podemos dizer que as plantas comem parte
desta terra? ( ) sim ( ) não
Em caso negativo, como elas se alimentam?
( ) através da água ( ) através do ar ( ) pela fotossíntese
( ) dos nutrients
60% dos alunos responderam
corretamente
6. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu
aprendizado:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
91% dos alunos responderam
“muito”
81
“Os grão de polém são transportados pelos pássaros, morcegos e outros animais e
também pelo vento”. (sic). ( Aluno 42).
“Com o vento e outros animais polinizadores”. (Aluno 43).
No entanto, analisando-se a questão de número 3 do pós-teste, que também está
relacionada com a reprodução das plantas, observa-se que somente 34% dos alunos acertaram.
Com relação à questão de n° 6 do questionário pré-teste, nenhum aluno soube
responder, embora estivesse relacionada à questão de n° 5 do pós-teste, que foi alvo de acerto
por 60% dos alunos.
Diante do resultado da questão de número 4 do pré-teste, foi constatado que os alunos
estão conscientes sobre a importância da água para a reprodução de alguns grupos de plantas.
No questionário pré-teste, 19% dos alunos assinalaram corretamente as plantas que só
podem ser vistas em ambientes úmidos. Entretanto, certifica-se através da questão de número
1 do pós-teste, que 66% dos alunos estão certos de que existam plantas em qualquer ambiente.
Todos os alunos se mostraram bastante satisfeitos com as oficinas, julgando-as como
meio eficiente de adquirir conhecimento. O que, de certo modo, pôde ser constatado pelas
avaliações aplicadas.
83
6 CONCLUSÃO
As aulas de laboratório, por mais simples que pareçam, são muito importantes para os
alunos, empolgando e envolvendo-os. Foi observado, na maioria dos estudantes, um grande
interesse pelas atividades práticas alternativas. Assim, sugere-se valorizar tais experiências,
como forma de superar os problemas das aulas tradicionais, unilaterais e acredita-se que desta
forma o educador pode proporcionar mais interação e aprendizagem com qualidade.
Os materiais didáticos clássicos de laboratório podem ser substituídos por outros
alternativos - quando não se dispõe dos primeiros - o que demonstra que a questão da
proposta de aulas práticas não se reduz ao material, e sim à forma como a aula é inserida e ao
momento de utilização. São ferrramentas importantes a serem utilizadas no ensino de
Ciências para dinamizar, proporcionar a interação entre educador/educando e atingir o
objetivo maior que é a aprendizagem do conteúdo apresentado, no caso, a Microbiologia,
relacionando-a à vida do aluno e integrando-o em sua comunidade pelas experiências
vivenciadas no laboratório, pois situa os educandos no tempo e no espaço, esclarecendo-os
sobre questões científicas inerentes à saúde pública. Este foi um dos objetivos deste estudo:
demonstrar que, por meio de aulas práticas, utilizando materiais alternativos no laboratório de
microbiologia, a assimilação do conteúdo pelos alunos é bem maior, tendo como
consequência, a reflexão e a construção de conhecimentos, que seriam estéreis, caso não fosse
a dinâmica de um laboratório, pois este, proporciona às aulas, mais significados e dinamismo,
o que ficou constatado com os resultados da pesquisa de campo.
Importante notar as mudanças que ocorreram na aprendizagem dos alunos com essas
experiências utilizando infraestrutura alternativa: materiais caseiros e de fácil acesso em
atividades práticas, para o estudo da Microbiologia:
a) Entenderam a postura que um pesquisador deve ter no laboratório e a necessidade do
uso de seus equipamentos de proteção individual para evitar riscos à saúde;
b) Conheceram o microscópio alternativo como instrumento para identificação de
microrganismos, favorecendo a aproximação ao universo microscópico, viabilizando o
ensino de ciências;
c) A partir da análise do conhecimento prévio dos alunos, acerca dos microrganismos e
as concepções que eles apresentavam sobre a Microbiologia, pode-se afirmar que
aprenderam através de observações, distinguir microrganismos como fungos e
bactérias e o papel que desempenham na natureza (mais benéficos do que maléficos).
84
d) Aprenderam que meios de cultura podem ser preparados utilizando-se materiais
alternativos;
e) Foram propostas formas dinâmicas e diferenciadas para o estudo das microestruturas
das plantas, dos animais invertebrados, proteção e manejo ambiental, estabelecendo
confluência com os objetivos do trabalho.
O esforço exigido nesta pesquisa foi justificado pelos resultados que foram
satisfatórios para o estudo e para os sujeitos nele envolvidos. A partir desta pesquisa, o
professor pode fornecer subsídios para outros professores enriquecerem suas aulas,
vislumbrando outros horizontes capazes de quebrar a monotonia que dificulta o conhecimento
e possibilita que alguns alunos descubram a vocação para a Ciência.
Também foi objetivo: formar cidadãos prontos para atuar e modificar suas realidades
tendo em vista o mundo científico que é apontado para eles, possibilitando-lhes o nascimento
de grandes paixões, a dedicação ao trabalho científico e a disciplina que se deve ter na
pesquisa.
Remetendo a Rubem Alves (1995, p.99): “que mágico, dentre nós, será capaz de
conduzir o fogo do amor pela Ciência? [...] Que estórias contaremos para fazer nossas
crianças e nossos jovens amar o futuro que a Ciência lhes oferece? Sem a paixão pela Ciência,
a parafernália educacional permanecerá flácida e impotente. Porque sem uma grande paixão
não existe conhecimento”.
85
REFERÊNCIAS
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Márcio Antonio Coêlho Furtado Junior
Claudia de Vilhena Schayer Sabino
MANUAL COM SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE
MICROBIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL UTILIZANDO LABORATÓRIO
ALTERNATIVO
2017
SUMÁRIO
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................ 97
1 REGRAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO. ........................................................ 107
2 MICROSCÓPIOS ................................................................................................................ 113
3 MEIOS DE CULTURA.......................................................................................................119
4 ESTUDO DE BACTÉRIAS ................................................................................................ 125
5. FUNGOS EM NOSSO MEIO ........................................................................................... 131
6. ANIMAIS .......................................................................................................................... 137
7. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PLANTAS .......................................................... 141
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 145
Apresentação do Manual
Prezado Professor
Na maioria das escolas públicas, percebe-se a ausência de aulas práticas associadas às
teóricas nas disciplinas: Ciências e Biologia. Essa dissociação está relacionada, em grande
parte, à falta de laboratórios que subsidiem as aulas práticas - o que pode dificultar o sucesso
no ensino e aprendizagem. Assim, este Manual de Laboratório Alternativo foi desenvolvido
com o objetivo de apresentar recursos para suprir a falta dos laboratórios convencionais e
proporcionar um curso de Ciências mais interessante e enriquecedor, que facilite a
aprendizagem dos alunos. Para auxiliar na compreensão, segue o glossário, com o significado
dos termos mais complexos que aparecem no decorrer do texto.
Os autores
GLOSSÁRIO
Abrigadas: contidas; encerradas.
Acessível: possível de se alcançar ou fazer.
Acidentar: ferir em acidente.
Acrílico: plástico duro, transparente, usado em peças rígidas, letreiros, etc.
Adotadas: postas em prática.
Advento: vinda, chegada.
Aeróbia: tipo de vida que ocorre somente na presença de oxigênio do ar.
Aferir: avaliar; comparar.
Ágar: substância existente em determinadas algas, como meio de cultura usado em exame
bacteriológico.
Agentes patogênicos: aqueles que causam doença.
Água-viva: organismo marinho de corpo gelatinoso, capaz de provocar queimaduras.
Alinhar: dispor em linha reta.
Alternativo: aquilo que pode substituir alguma coisa.
Alvo: objeto, motivo.
Ambas: uma e outra; as duas.
Ameba: protozoário que ocorre na água ou no solo.
Ampliação: ato de ampliar ou resultado deste ato.
Anaeróbia: que é privada de gás oxigênio.
Analisados: observados, feito análise de.
Ancestral: relativos a antecessores, antepassados.
Anelídeos: vermes de corpo mole e alongado; segmentado.
Anexo: o que se junta como acessório ou complemento.
Anfiteatros: salas com palco para apresentações teatrais, aulas.
Angiosperma: grupo de plantas cuja semente fica dentro do fruto.
Anteras: porções dilatadas do aparelho reprodutor masculino onde contêm os grãos de pólen.
Antibiose: relação entre duas espécies, em que uma delas elimina a outra.
Aparelhos reprodutores: sistema de órgãos dentro de um organismo que trabalha em conjunto
com a finalidade de reprodução.
Aparentes: visíveis.
Aplicar: pôr em prática; empregar.
Aponte: indique com o dedo, um gesto, anote.
Aproximação: ato de aproximar-se, tornar-se perto.
Arredores: região em torno de imediações.
Arruelas: chapa redonda de aço, com furo circular, onde se coloca o parafuso para proteger a
peça que será parafusada.
Aspectos: aparência de algo ou de alguém.
Assinale: marque com sinal, assine.
Atacar: lançar-se com ímpeto, sobre algo; acometer, investir.
Atentando: estando atento, atencioso, aplicado.
Ativamente: tornado ativo ou mais ativo.
Atividade metabólica: transformações químicas e biológicas que produzem a energia
necessária para o funcionamento de um organismo.
Ato: modo de proceder, procedimento.
Aula expositiva: exposição oral/escrita do conteúdo pelo professor, o foco é o professor.
http://posgraduando.com/as-diferencas-entre-aulas-expositivas-e-aulas-dialogadas/
Aula prática: através da experimentação, alia teoria à prática.
http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1754
98
Autotróficos: organismos capazes de preparar o próprio alimento, a partir de substâncias
minerais simples, como por exemplo, gás carbônico, água e sais minerais.
Auxílio: ajuda assistência, amparo.
Avaliação processual: acontece para que se conheça o que o aluno já aprendeu e o que ele
ainda não aprendeu, para que se providenciem os meios para que ele aprenda o necessário
para a continuidade dos estudos.
http://www.portalseer.ufba.br/index.php/entreideias/article/viewFile/4555/380
Avasculares: que não têm vasos para o transporte de substâncias; que não é vascular.
http://www.dicio.com.br/avascular/
Avenca: planta ornamental, de ambiente úmido e folhas muito delicadas.
Baixos níveis: que está inferior ao seu nível.
Baseado: fundado, fundamentado.
Benéficas: que fazem bem, benignas.
Bicho-pau: inseto que tem o corpo semelhante a um pedaço pequeno de pau.
Biodegradáveis: que podem ser decompostos pelos microrganismos no meio ambiente.
Bioquímica: reações químicas que ocorrem em organismos vivos.
Biotério: local onde são criados e/ou mantidos animais vivos de qualquer espécie para a
pesquisa cientifica. http://www.unifal-mg.edu.br/bioterio/?q=oque
Bisturi: instrumento cirúrgico que tem uma lâmina muito afiada para corte.
Borda: extremidade de uma superfície; beira, beirada, margem.
Brevemente: de pouca duração.
Briófitas: divisão de plantas que vivem em lugares úmidos.
Broca: instrumento que abre orifícios circulares.
Brotamento: surgimento, aparecimento.
Caixa de segurança: normalmente contém materiais adequados ao trabalho do laboratório,
para atendimento nos casos de pequenos cortes ou queimaduras.
https://liapromulo.wordpress.com/equipamentos-de-seguranca/
Camuflagem: disfarce de modo a se confundir com o ambiente.
Caráter: especificidade, cunho, marca.
Carboidratos: açúcares, amidos, presentes em inúmeros alimentos.
Carência: falta, ausência, privação.
Catalogadas: organizadas e listadas em catálogo.
Células reprodutivas: que se reproduzem.
Celulose: constituinte principal da madeira e de outras partes dos vegetais, usada na
fabricação de papel.
Cianobactéria: microrganismo unicelular corado de azul.
Ciclo de vida: conjunto de etapas por que passa um ser vivo, do nascimento à morte.
Cipreste: árvore alta, ornamental, de madeira útil.
Clorofila: pigmento verde que é encontrado nos vegetais e é responsável pela fotossíntese.
Cloroplasto: portador da clorofila existente no interior das células verdes.
Coalhada: leite coalhado, usado em geral, como alimento.
Coletar: fazer coleta de; colher, recolher.
Colônia: conjunto de seres vivos da mesma espécie e que vivem juntos.
Compartimento: divisão.
Complexa: que é formado por várias partes reunidas com diversos tipos de relações entre si.
Complexo B: grupo ou conjunto de vitaminas, que têm ligação ou nexo entre si.
Condutas: procedimentos, comportamentos.
Conexão: ligação, relação.
Conjuntival: pertencente ou referente à conjuntiva.
https://www.google.com.br/#q=o+que+e+conjuntival
99
Consenso: concordância de ideias, de opiniões.
Consequentemente: em dedução, conclusão.
Consta: consiste, constitui-se.
Contaminação: ato de contaminar-se, provocar infecção.
Contém: tem em si; incluído.
Conter: ter em si; incluir.
Contraste: oposição.
Cooperando: ato de cooperação; colaboração, ajuda, auxílio.
Coral: animal marinho, responsável pela formação de recifes e atóis.
Cotidiano: diário.
Cultura: ato, efeito ou modo de cultivar.
Cumprimento: desempenho, preenchimento, realização.
Crustáceos: animais marinhos recobertos por uma casca dura, como a lagosta ou o siri.
Danos: estragos ou deteriorações de algo.
Decomposição: ato de decompor, ou o resultado desse ato.
Densos: muito pesados, espessos, compactos.
Derivado biológico: qualquer organismo geneticamente modificado.
http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1907
Desempenho: atuação; interpretação; representação.
Desencadear: produzir, causar.
Desenvolvimento: aumento, crescimento, progresso.
Desmembrar: separar-se em partes; dividir-se.
Desnecessários: não necessários, não indispensáveis.
Desperdício: desaproveitamento, extravio; perda.
Despertar: excitar, estimular.
Desprezados: desconsiderados.
Devidos: corretos, adequados.
Didática: a boa técnica de ensinar.
Didático: que ou quem facilita a aprendizagem.
Dióxido de carbono: gás carbônico.
Discussão: debate, questionamento.
Divisão binária: processo pelo qual uma célula se fraciona, originando duas ou mais novas
células.
Durante: no tempo de, ou pelo espaço de.
Ecossistemas: conjuntos formados pela comunidade e pelo meio ambiente: a relação que os
seres vivos de uma comunidade estabelecem com os fatores ambientais.
Eficiência: ação de produzir o efeito desejado, com bom aproveitamento do esforço a ela
aplicado.
Ensino-aprendizagem: integração dialética entre o instrutivo e o educativo que tem como
propósito essencial contribuir para a formação integral da personalidade do aluno.
http://www2.unifap.br/midias/files/2012/04/O-Processo-Ensino-Aprendizagem.pdf
Ensino Fundamental I: ensino ministrado em um ciclo: do primeiro ao quinto ano (antiga
primeira a quarta série).
Enzimas: proteínas que aumentam a velocidade de certas reações químicas.
Equipamento: conjunto de instrumentos necessários a determinada função.
Esbeltos: elegantes.
Esclarecer: dar explicação.
Esponja-do-mar: animal marinho, cujo corpo é constituído de vários poros.
Esporos: células reprodutoras assexuadas dos fungos.
Essenciais: necessários, fundamentais.
100
Estabelecer: determinar, firmar.
Esterilizado: improdutivo, infecundo.
Estigma: parte do aparelho reprodutor feminino da flor que recolhe o pólen para fazê-lo
germinar.
Estiletes: punhais de lâmina fina.
Estimula: anima, encoraja.
Estipular: determinar, impor como condição.
Estratégias: planejamento, execução de operações.
Estrela-do-mar: animal de corpo achatado, que tem o formato de estrela com cinco ou mais
braços.
Estruturas microscópicas: estruturas ou organismos revelados em escala microscópica.
http://www.aulete.com.br/microestrutura
Estudos práticos: estudos relativos à prática, experiência.
Ético: relativo ao conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.
Eucarióticos: são os que têm o núcleo da sua célula envolvido por membrana.
Evidência: qualidade do que é claro.
Exclusivamente: somente; apenas.
Execução: ato de realização, efeito.
Experimental: relativo a, ou fundado na experiência.
Experimentos: métodos científicos que testam uma hipótese ou demonstram um fato
conhecido; experiência.
Exploração: proveito.
Explorar: procurar; descobrir.
Exposição de ideias: aquilo que pensamos sobre determinado assunto.
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/dissertacao.htm
Exposto: que está à mostra; à vista.
Expresso: que se registra por escrito.
Extrato: substância que se extraiu de outra.
Faixa etária: intervalo entre dois limites de idade.
Favorecer: ser a favor; beneficiar.
Feixes de elétrons: conjunto de partículas que formam os átomos (dotadas de cargas elétricas
negativas) reunidas e cingidas.
Fermento biológico: composto por fungos microscópicos vivos.
http://super.abril.com.br/ciencia/qual-a-diferenca-entre-os-fermentos-biologico-e-quimico
Fermento de padaria: ver fermento biológico.
Filamentos: fios de pequeníssimos diâmetros.
Filete: pequeno fio.
Filme: película, fita.
Fixar: tornar firme, estável.
Foco: ponto para onde converge ou de onde diverge um feixe de raios luminosos paralelos.
Fotossíntese: processo químico pelo qual plantas verdes produzem matéria orgânica a partir
de dióxido de carbono e de água, sob a ação de luz solar.
Frasco: vaso de vidro, cristal.
Frequência: repetição amiudada de fatos ou acontecimentos.
Gabinetes: recintos de trabalho; escritório.
Giárdia: protozoário parasita intestinal do homem e de outros animais.
Gimnospermas: tipo de planta comum em clima temperado.
Grãos de pólen: grãos infinitamente pequenos, utilizados na germinação de novos indivíduos.
http://www.infoescola.com/plantas/polen/
Grave: conseqüência séria, trágica, dolorosa.
101
Graveto: pedaço pequeno de pau.
Habitam: ocupam como casa.
Herbivoria: alimentar-se de vegetais.
Heterotrófica: nutrição que se realiza pela ingestão e digestão de substâncias vegetais, animais
e minerais.
Hifas: quaisquer filamentos de fungos.
Ideias prévias: representação mental de coisa concreta ou abstrata; opinião; conceito que se
faz ou diz antes de outra coisa.
Identificadas: reconhecidas.
Imprescindível: necessário, indispensável.
Improvisados: inventados ou preparados à pressa; repentino.
Incolor: que não tem cor.
Indispensáveis: necessários, imprescindíveis.
Infecciosos: que produzem infecção, ou dela resultam.
Informais: que se caracterizam por serem destituídas de formalidade.
Instrução: informação, explicação ou ordem daquilo que deve ser feito.
Introduzir: instruir alguém.
In vitro: que ocorre ou se observa em tubos de ensaio.
Itens: cada um dos artigos de uma exposição escrita, de um regulamento.
Jaleco: casaco de usos profissionais para médicos, dentistas.
Justifique: dê razão a; fundamente.
Laboratórios alternativos: laboratórios escolares constituídos por materiais bem simples.
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/laboratorio-alternativo.htm
Lacraia: animal peçonhento, centopeia.
Led: sigla do inglês que significa emissor de luz.
Levedura: fungos usados na preparação de bebidas alcoólicas e na panificação.
Líquen: nome comum a vegetal formado pela relação entre um fungo e uma alga.
Louva-a-deus: inseto predador que, pousado, parece estar orando.
Lupa: lente usada para ampliação.
Luvas: peças de vestuário que se ajustam à mão e aos dedos.
Luvas de borracha: utilizadas nos trabalhos com substâncias tóxicas, na limpeza de material e
/ou do próprio laboratório. https://liapromulo.wordpress.com/equipamentos-de-seguranca/
Maçanetas: peças por onde se pega para fazer funcionar o trinco das portas e janelas.
Malte: produto da germinação das sementes de cevada e de outros grãos, utilizados na
fabricação de cerveja.
Manipular: fazer algo com a (s) mão (s). Dominar, controlar.
Manter: fazer permanecer em algum lugar, conservar.
Materiais cortantes: materiais cortadores.
Material genético: DNA que transporta a informação genética.
http://www.todabiologia.com/dicionario/dna.htm
Material pontiagudo: material que termina com ponta; pontudo.
Meios de cultura alternativos: equipamentos simples e de baixo custo, utilizando materiais
alternativos.http://www.abaagroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/view/1814/1651
Meios de segurança: condições de seguro.
Meios preventivos: próprios para prevenir ou evitar.
Metabólica: relativa aos processos referentes ao organismo.
Microbiologia: ciência que estuda os microrganismos.
Microbiologia residente: microrganismos que são encontrados regularmente em um dado
local do corpo de um hospedeiro http://www.infoescola.com/microbiologia/flora-normal/
Microbiologia transitória: microrganismos que permanecem por um curto período de tempo
102
no corpo.
Microestruturas: estruturas ou organismos revelados em escala microscópica.
http://www.aulete.com.br/microestrutura
Microrganismos: organismos microscópicos.
Microrganismos coloniais: microrganismos da mesma espécie que vivem juntos.
Microscopia: conjunto de técnicas que permitem a investigação científica por meio do
microscópio.https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chromeinstant&ion=1&espv=2&ie
=UTF-8#q=o+que+%C3%A9+microscopia
Microscópio alternativo: maneira que pode ter o estudo de Microbiologia fácil, prático e
barato, com mesmo conteúdo e mesma praticidade de um profissional binocular.
http://2015.febrace.org.br/virtual/2015/BIO/196/
Microscópio de varredura: examina a superfície do tecido, um feixe eletrônico estreito é
dirigido sobre esta superfície, ‘varrendo-a’ de um lado para outro
regularmente. http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/31077/microscopio-
eletronico-de-varredura
Microscópio eletrônico: microscópio que emprega equipamentos baseados no uso de circuitos
eletrônicos.
Minúsculas: pequenas, miúdas.
Moléculas: as menores porções de uma substância, composta de átomos.
Motivar: despertar o interesse.
Multicelulares: formados por mais de uma célula.
Musgos: vegetais pequeníssimos que crescem no solo, sobre pedras, outras plantas.
Necessária: indispensável.
Nocivos: que prejudicam ou são próprios para causar danos.
Nomeiam: chamam pelo nome.
Normas: bases ou medidas para a realização de algo; preceito.
Nutritivas: próprias para nutrir, nutriente, alimentício.
Objetiva: lente ou sistema de lentes de um instrumento, como por exemplo, câmara
fotográfica.
Objetiva-se: tem por fim, pretende-se.
Ocular: parte de um instrumento óptico onde se olha.
Óculos de segurança: objeto resistente ao impacto, com abas laterais, para garantir proteção.
https://liapromulo.wordpress.com/equipamentos-de-seguranca/
Oficina: curso prático onde se aprende e exercita atividade intelectual.
Olho nu: sem o auxilio de lentes. https://pt.wiktionary.org/wiki/a_olho_nu
Oral: relativo à boca, bucal.
Organismos decompositores: que reduzem uma coisa a elementos simples.
Parcialmente: em parte; por parte.
Parede celular: envoltório extracelular presente em todos os vegetais e em algumas bactérias.
http://brasilescola.uol.com.br/biologia/parede-celular.htm
Partículas: partes muito pequenas.
Percutânea: que tem a capacidade de atravessar a pele. http://www.dicio.com.br/percutaneo/
Permanecer: continuar a ser ou ficar; conservar-se.
Permeável: que se pode penetrar, transpassar.
PH: sigla de potencial de hidrogênio, representado por um valor numérico que indica se uma
substância química é ácida, neutra ou básica.
Placas de Petri: recipiente cilíndrico, achatado, de vidro ou plástico que profissionais de
laboratório utilizam para cultivar microrganismos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_de_Petri
Plâncton: conjunto de animais e vegetais, geralmente pequenos, que flutuam livremente na
103
água doce.
Plastos: locais da célula vegetal capaz de formar pigmento ou de acumular reserva nutritiva.
Plataforma: área plana horizontal, mais ou menos alteada.
Pluricelulares: seres vivos constituídos por mais de uma célula.
Ponto de vista: maneira própria de encarar uma situação.
https://pt.wiktionary.org/wiki/ponto_de_vista
Porcas: peças de ferro, com furo em espiral que prende o parafuso.
Portar: carregar consigo; levar, conduzir.
Posteriormente: época ou momento que vem depois.
Postura: maneira de ser em relação a objetos, situação.
Predador: animal que caça ou mata para alimentar-se.
Predomina: domina muito; prevalece.
Pré-requisitos: condições prévias e necessárias para se alcançar certo objetivo.
Presa: animal que outro caça ou mata para se alimentar.
Presenciou: esteve presente a; assistiu.
Previamente: antes.
Prevenção: ato de prevenir-se ou resultado deste ato.
Procarióticos: são os que têm sua célula desprovida de núcleo; formado por apenas uma
célula.
Procedimento: ato ou efeito de proceder, portar-se, comportar-se.
Processo: método, técnica.
Processo pedagógico: relativo a, ou próprio da pedagogia.
Processual: relativo a processo.
Profissionais: aqueles que exercem uma atividade por profissão ou ofício.
Propiciam: oferecem condições para que algo aconteça, ajudam, favorecem.
Propor: sugerir, apresentar.
Proporcionem: dão, oferecem.
Protetor auricular: aparelho de proteção para o ouvido.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Protetor_auricular
Protistas: quaisquer organismos formados por uma só célula ou por poucas células.
Pteridófita: planta sem flores, frutos e sementes, que se reproduzem através de esporos.
Questão: assunto, tema, geralmente sujeitos a estudo.
Químico: relativo a, ou obtido por química.
Unicelulares: que têm ou são formados por uma só célula.
Universo microscópico: conjunto de tudo que existe e é muito pequeno.
Utensílios: objetos criados para determinada utilidade.
Ramo: atividade específica em qualquer trabalho ou profissão.
Reagentes tóxicos: são os que oferecem um elevado risco de envenenamento por inalação,
absorção ou ingestão. https://sites.google.com/site/etlafq/produtosquimicos
Reciclagem: tratamento de resíduos, ou de materiais usados a fim de obter sua reutilização.
Recipientes: objetos capazes de conter líquidos ou sólidos.
Recomendaria: aconselharia, indicaria.
Recordo: trago à memória; lembro-me de; relembro.
Regras de segurança: ajudam a preservar a saúde e a vida em benefício de todos que estão
próximos. https://medicalsuite.einstein.br/documents/regras-seguranca.pdf
Reino Monera: reino que abrange todos os seres vivos procarióticos.
Relevante: que tem importância, necessário.
Remova-as: retire-as para outro lugar; desloque-as; transfira-as.
Reprodução assexuada: formação de indivíduos a partir de um único indivíduo, sem haver
fusão de gametas.
104
Reprodução sexuada: formação de indivíduos a partir de um indivíduo da mesma espécie,
pela fusão de gametas.
Resguardar: defender, proteger.
Resíduos: o que sobra.
Respectivo: relativo a cada um em particular ou em separado.
Retorne: volte.
Riscos biológicos: são microrganismos que, em contato com o homem, podem provocar
inúmeras doenças. www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_biologicos.html
Rudimentar: pouco desenvolvido; primitivo.
Secreções: substâncias produzidas e expelidas.
Segurança pessoal: conjunto de prevenções, adotadas para garantir a integridade física, mental
ou moral das pessoas.
Seiva: líquido que circula no organismo vegetal.
Seleção natural: sobrevivência das variedades animais e vegetais mais adaptáveis, as menos
aptas acabam desaparecendo.
Seletivo: que ou quem faz seleção.
Sépalas: conjunto das peças do cálice da flor.
Significação: o que as coisas querem dizer ou representam.
Significativas: que contêm revelações interessantes.
Simbiose: associação de uma planta e um animal, na qual ambos recebem benefício.
Sistematizada: reduzida a um sistema, sistemático.
Smartphone: telefone celular com recursos avançados.
Sólidas: que não são vazias ou ocas, fortes, firmes.
Solitária: vermes de corpo em forma de fita, parasitas do homem e de outros vertebrados.
Submetidos: feito passar por.
Subsidiando: contribuindo; fornecendo subsídio.
Substâncias orgânicas: relativas a, ou derivadas de organismos vivos.
Substratos: os que sustentam, fundamentam algo.
Sucessivos: que vêm depois ou em seguida.
Suficientes: o que bastam.
Sugerir: apresentar como coisa proposta; propor.
Supram: Abasteçam do necessário; provêm.
Suspensos: fixados, pendurados.
Técnica: conjunto de meios e métodos usados no tratamento de uma arte ou ciência.
Tecnologias: conhecimentos, especialmente científicos que se aplicam a um determinado
ramo de atividade.
Temperaturas ambientais: maior ou menor grau de calor ou de frio que se manifestam nos
ambientes.
Tempestade de ideias: nome dado a uma técnica grupal – ou individual – de exercícios
mentais com a finalidade de resolver problemas específicos.
http://www.infoescola.com/administracao_/brainstorming/
Término: fim, limite.
Touca: peça de vestuário que cobre a cabeça.
Tóxicos: que intoxicam, envenenam.
Toxinas: substâncias venenosas.
Trajeto: espaço que alguém tem de percorrer para ir de um lugar para outro.
Transcorridos: passados além de.
Tubo de ensaio: vaso cilíndrico de vidro.
Utensílios: objetos criados para determinada utilidade.
Vacúolos: estruturas da célula vegetal que estão presentes em grande quantidade.
105
http://www.estuforma no protoplasma das células vegetaisopratico.com.br/vacuolos-tipos-e-
funcoes-desta-organela-celular/
Vasculares: que tem vasos para transporte de substâncias.
Vasos condutores: estruturas tubulares dos vegetais por onde circula a seiva mineral.
Vedado: fechado, tapado.
Verme: nome comum a todos os animais invertebrados, com exceção dos insetos.
Versa: tem por objeto; trata.
Vestíbulo: espaço aberto.
Viabilizando: tornando possível, viável.
Via cutânea: por extensão de, ou relativo à pele, ou ao couro de certos animais.
Vias de contaminação: fontes de contato.
Visando: tendo como objetivo; tendo em vista.
Visualizar: ter a percepção visual de.
Voluntário: derivado da vontade própria.
1 REGRAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO.
1.1 Apresentação
Para o desenvolvimento de um trabalho experimental seguro, é
imprescindível a organização, que contribuirá para a prevenção de
riscos biológicos e acidentes com a manipulação de aparelhos.
(Universidade Federal do ABC, 2016).
Segundo a Universidade Federal do ABC, (2016): “As seguintes
regras devem ser respeitadas em todos os laboratórios”:
sempre portar dentro do laboratório avental, sapatos fechados e
calça comprida. O avental deve estar sempre limpo, e não usá-lo
fora do ambiente de trabalho;
prenda o cabelo e, quando for necessário, usar luvas e óculos de segurança;
luvas devem ser utilizadas para proteger as mãos. Portanto, remova-as para tocar em portas,
maçanetas, livros, cadernos e telefone;
não fume, não se alimente ou beba no laboratório;
nunca jogue na pia ou no lixo comum, produtos pouco biodegradáveis;
lave suas mãos com sabão ao fim de um experimento;
nunca retire nada do laboratório sem a permissão do seu professor;
quando terminar, retorne todos os objetos para seus lugares, limpe os materiais indicados.
Todo material contaminado por microrganismos ou derivado
biológico que ofereça riscos à saúde, deverá ser esterilizado
antes de ser descartado.
Material pontiagudo ou cortante, como lâminas, bisturi, agulhas, estiletes, deverão ser
desprezados em caixas específicas e devidamente identificados. Este frasco deverá ser vedado
e descartado em lixo específico, com a devida identificação. (UNIVERSIDADE DO ABC,
2016).
108
Para o trabalho envolvendo animal, só será permitido o uso destes
mantidos dentro de biotério próprio autorizado pelo Comitê de
Ética no uso de Animais. (BRASIL, 2008).
Riscos biológicos: as principais vias de contaminação com
agentes patogênicos são a via cutânea ou percutânea, as vias
respiratórias, conjuntival e oral. (UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ABC, 2016).
Para o Instituto de Química (2004) ”materiais infecciosos ou
tóxicos são sempre muito perigosos, por isso, devem ser tratados
com muito cuidado”. Se empregados de maneira incorreta, no
laboratório, podem ser muito perigosos para o indivíduo que está trabalhando, e para os que
estão por perto ou para a comunidade, pois os agentes patogênicos ou toxinas podem ser
espalhados a grandes distâncias através de correntes de ar. Para evitar contaminação, existe a
necessidade de aplicação das boas práticas de laboratório.
1.2 Título: como proceder no laboratório de microbiologia com segurança
1.3 Público-alvo
Alunos do Ensino Fundamental I - 4° ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
1.4 Problematização
O laboratório é um local que requer muitos cuidados e técnicas por parte de seus usuários,
quando o fizerem. Portanto, é preciso estabelecer segurança em laboratórios simples e
improvisados?
1.5 Objetivos:
1.5.1 Geral
Estipular meios para segurança em laboratórios alternativos.
1.5.2 Específicos
• propor a utilização de meios preventivos e seguros para experiências simples;
• auxiliar nos estudos práticos com microrganismos;
• resguardar os alunos de perigos nas aulas práticas de Ciências, com regras simples e
eficientes.
109
1.6 Conteúdos
• segurança em laboratório
• meios de cultura
• Microbiologia
1.7 Práticas no laboratório
A atividade consta de várias normas que podem estar certas ou erradas, nas quais o aluno
deverá analisar e explicar o erro, ou erros ali expressos tendo em vista a importância da
segurança para evitar acidentes durante as experiências.
1) “Imagine um tubo de ensaio sobre a mesa com água derramada, papéis espalhados, tudo
desorganizado”. Este é o seu espaço de trabalho na aula prática. Responda:
a) O que há de errado?
b) Qual regra de segurança você recomendaria nessa situação?
2) Marque a alternativa abaixo que traz os nomes dos equipamentos de segurança que o
químico está usando e justifique o porquê do uso de cada um deles. (SOUZA, 2016).
a) luvas de borracha, touca, jaleco de manga longa, óculos de segurança.
b) luvas de borracha, jaleco de manga curta e óculos de segurança.
c) luvas de borracha, jaleco de manga longa e óculos de segurança.
d) luvas de borracha, protetor auricular e jaleco de manga longa.
3) O laboratório é um ambiente construído exclusivamente para a execução de experimentos.
É imprescindível que esse local seja seguro para assim garantir a segurança dos profissionais
que nele trabalham. Marque a opção que traz os pré-requisitos indispensáveis para um
laboratório seguro. (SOUZA, 2016).
a) um laboratório seguro não pode conter iluminação forte, ventilação e nem presença de
água.
b) para o laboratório ser totalmente seguro precisa conter apenas a caixa de segurança, que
traz todos os itens necessários.
110
c) é necessária a presença de água, ventilação e iluminação favoráveis.
d) o laboratório precisa contar com água acessível, ventilação e iluminação favoráveis e
objetos de segurança pessoal.
4) A imagem a seguir mostra um grave erro de procedimento em laboratório. Indique o erro e
os riscos que ele pode trazer. (SOUZA, 2016).
5) Aponte na figura a seguir o equipamento de segurança que está faltando para que a
pesquisadora esteja completamente segura em seu trabalho. (SOUZA, 2016).
2. DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Conversa informal com os alunos e aula expositiva sobre a
importância das regras de segurança em laboratórios. Exposição
de ideias.
5 minutos Respondendo o questionário pré-teste.
40 minutos Atividade didática sobre os cuidados que se deve ter nas aulas de
Microbiologia no laboratório.
5 minutos Avaliação através do questionário pós-teste.
111
3. AVALIAÇÃO
Aplicar-se-á um questionário baseado na teoria ensinada em sala, antes da aula prática –
questionário pré-teste. Nessa fase, haverá avaliação processual de acordo com o Quadro a
seguir.
Será realizada a técnica do “Trabalho de Minuto” interrompendo-se a oficina pouco antes do
término e pedindo aos alunos que respondam brevemente a duas perguntas: ‘Qual foi a
experiência mais relevante nesta oficina?’ e ‘qual foi a questão importante que ficou?’.
Ao final, os alunos farão outra avaliação, através de um questionário elaborado para o pós-
teste, com relação à aprendizagem deles, que será sistematizada.
Quadro para avaliação processual
Nota Aspectos observados quanto à participação do aluno para
avaliação do processo
5
Participou ativamente das atividades, cooperando com os colegas
e professor. Discutiu de forma séria com os colegas ou
professores sobre o(s) tema(s) em questão. Trouxe informações
importantes para a discussão. O resultado de sua atividade foi
relevante e criativo.
4
Participou das atividades, cooperando com os colegas. Discutiu
com eles os conteúdos em evidência. O resultado de sua atividade
foi relevante.
3 Participou pouco da atividade. Apresentou alguma contribuição,
parcialmente relevante.
2 Esteve presente no ambiente da atividade, mas a participação foi
reduzida, contribuiu pouco para o cumprimento das atividades.
1 Participou pouco ou não participou das atividades. Não contribuiu
durante a realização da atividade.
3.1 QUESTIONÁRIO PRÉ-TESTE: O QUE SEI SOBRE SEGURANÇA EM
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA?
1. Você sabe o que são meios de “segurança em laboratório”? Explique:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2. Assinale abaixo quais são as regras corretas a serem adotadas para segurança no
laboratório:
( ) prender o cabelo ( ) organizar o ambiente ( ) tomar cuidado ao descartar materiais cortantes
( ) usar roupas curtas para evitar o calor ambiente ( ) conversar alto
( ) manter tudo nos devidos lugares ( ) lavar as mãos após as atividades ( ) usar óculos, luvas
e outros equipamentos de segurança
3. Com qual objetivo devemos assumir uma postura de segurança no laboratório?
( ) para evitar contaminação ( ) para não se acidentar ( ) ambas estão corretas
4. O laboratório é utilizado com o objetivo de fazer com que as aulas possam ganhar caráter
mais prático e significativo. No entanto, muitas condutas devem ser proibidas. Podemos dizer
112
que se alimentar no laboratório é um ato incorreto? ( ) sim ( ) não
5. Você acha que o uso de jaleco, luvas, máscaras e outros equipamentos para segurança no
laboratório são:
( ) desnecessários ( ) muito importantes ( ) não fazem diferença
6. Você já presenciou ou participou de alguma aula prática no laboratório de Ciências? Qual?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
7. Você costuma ir quantas vezes ao laboratório? Explique
3.2 QUESTIONÁRIO PÓS-TESTE: O QUE APRENDI SOBRE SEGURANÇA EM
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA?
1. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu aprendizado?
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
2. Fale com suas palavras sobre alguma (s) aula (s) prática (s) de Ciências que já teve no
laboratório (se teve) durante seus estudos.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Assinale abaixo quais são as regras corretas a serem adotadas para segurança no
laboratório:
( ) prender o cabelo ( ) organizar o ambiente ( ) tomar cuidado ao descartar materiais
cortantes ( ) usar roupas curtas para evitar o calor ambiente ( ) conversar alto ( ) manter tudo
nos devidos lugares ( ) lavar as mãos após as atividades ( ) usar óculos, luvas
4. Você sabe o que são meios de “segurança em laboratório”? Explique.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. O laboratório é utilizado com o objetivo de fazer com que as aulas possam ganhar caráter
mais prático e significativo. No entanto, muitas condutas devem ser proibidas. Podemos dizer
que se alimentar no laboratório é um ato incorreto? ( ) sim ( ) não.
6. Ao iniciar uma prática no laboratório, um professor teria dito que esquecera suas luvas,
máscaras e jaleco. Neste caso, como este professor deve proceder?
( ) realizar a prática mesmo assim ( ) deixar a prática para o próximo encontro ( ) nunca
mais realizar esta prática ( ) não é importante ter aula prática
7. Para auxiliar os estudos em uma aula prática como é correto proceder?
( ) matar animais e plantas para serem estudados ( ) estudá-los vivos
( ) eles não são importantes para auxiliar os estudos práticos ( ) deve-se coletar os animais
quando estão mortos e em perfeitas condições.
Obs.: questão complexa do ponto de vista ético, mas objetiva-se deixar claro que “não se deve
matar animais nem para serem estudados”.
113
2 MICROSCÓPIOS
2.1 Apresentação
Os microscópios (do grego mikrós: pequeno; skopeo: ver, enxergar), possibilitam o
conhecimento e o estudo de estruturas não visíveis a olho nu.
Esses aparelhos foram inventados por volta de 1595, pelos holandeses Zacharias Jansen e seu
pai Hans Jansen, ambos fabricantes de óculos.
Robert Hooke atuou em vários campos da ciência e tinha muito interesse por microscópios.
Hooke construiu seus próprios microscópios, que permitiam formação de imagens. Ele
construiu microscópios com uma e com duas lentes de aumento, associadas e unidas por um
tubo: uma lente voltada para o objeto em análise (objetiva) e outra voltada para os olhos do
observador (lente ocular). Esses microscópios permitiam a ampliação de imagens dos objetos
de estudo em cerca de 40 vezes. Embora os microscópios simples fabricados por Hooke
possuíssem aumentos de 200 a 300 vezes, foram pouco utilizados, pois eram difíceis de
manipular.
Por volta de 1668, o comerciante holandês Anton Van Leeuwenhoek, construiu vários
microscópios: um microscópio simples, cerca de 10 cm de comprimento e que necessitava de
muita luz para iluminar o objeto, mas que possuía aumento de até 200 vezes. Além de
Leeuwenhoek possuir capacidade de produzir boas lentes de aumento, era cuidadoso e
curioso, observando tudo que pudesse ser colocado sob suas lentes. Seu trabalho com os seres
microscópicos foi muito importante para a época. Em 1673, ele começou a enviar cartas para
a Royal Society of London, e em 1678, Hooke foi consultado para confirmar as informações
de Leeuwenhoek. Com a confirmação de Hooke, os trabalhos de Leeuwenhoek passaram a ser
publicados na revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society.
2.2 Microscópios de luz
Os microscópios de luz permitem aumento de até 2.000 vezes, no entanto, mesmo com este
aumento, às vezes, não é possível observar detalhes de certas estruturas.
O aumento da imagem, que vemos ao microscópio composto, é dado pela multiplicação do
aumento da ocular pela objetiva. “Por exemplo: um microscópio composto com ocular de 10
vezes e objetiva 40 vezes possibilita ampliação de 400 vezes”.
2.3 Microscópios eletrônicos
O estudo das estruturas microscópicas veio com o advento dos microscópios eletrônicos, que
permitem uma visão maior das estruturas. Isso é possível porque esses microscópios utilizam
feixes de eletros para analisar o objeto estudado, ao invés de feixes de luz.
Os microscópios eletrônicos podem ser de transmissão ou de varredura. Os de transmissão são
utilizados para observar estruturas cortadas em fatias muito finas. Já os de varredura são
empregados para analisar a superfície do corpo dos seres vivos, células e até moléculas.
O material analisado ao microscópio eletrônico deve ser devidamente fixado e corado com
sais de metais pesados, que propiciem contrastes nas estruturas, tornando-as menos
permeáveis aos feixes de elétrons.
114
2.4 Título: a construção de um microscópio alternativo
2.5 Público-alvo
Alunos do Ensino Fundamental 1 - 4º ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
2.6 Problematização
Ao longo de todo o estudo de ciências, na maioria das escolas brasileiras, há carência de
laboratórios que auxiliam no estudo de microrganismos e microestruturas. Será possível criar
ferramentas como um microscópio, que supram os estudos utilizando materiais acessíveis e
alternativos?
2.7 Objetivos:
2.7.1 Geral
Construir e aplicar um microscópio alternativo, objetivando eficiência e significação do
conteúdo microbiológico.
2.7.2 Específicos
• aumentar a visão de microrganismos e microestruturas a fim de serem estudados e
conhecidos;
• auxiliar nos estudos de estruturas microscópicas;
• motivar os alunos com tal ferramenta e prática;
2.8 Conteúdos
• microscopia.
• Microbiologia.
• materiais alternativos.
2.9 Materiais alternativos
Para a construção desse microscópio, serão utilizados os seguintes materiais:
3 parafusos de 4 1/2 “ x 5/16”
11 porcas de 5/16”
5 arruelas de 5/16”
1 plataforma de madeira para a base de 2 cm x 18 cm x 18 cm
1 plataforma de acrílico ou vidro para o celular de 0,3 cm x 18 cm x 18 cm
1 plataforma de acrílico ou vidro para os objetos de 0,3 cm x 7,6 cm x 18 cm
1 lente de laser de caneta (ou duas lentes, se quiser aumentar a ampliação)
1 lanterna ou LED ( necessário para visualizar amostras de contra luz)
115
Alguns materiais necessários para construção do microscópio
Ferramentas:
Broca para perfurar
Régua
PASSO A PASSO
1. Separar a lente de um laser: comprar
uma caneta com laser, (aquelas de lojas
de 1,99) desmonte-a completamente
deixando apenas a lente. Começar
tirando as baterias, usar um lápis e
alicate para retirar as demais peças.
2. Colocar a lente: a lente que foi
retirada da caneta a laser, será utilizada
para colocar no centro da plataforma,
que irá segurar o celular, a 2 cm da
borda superior.
3. Marcar a plataforma de madeira: na
parte de cima da plataforma de
madeira, marcar 2 cm da borda inferior
e 2cm da borda lateral; fazer um ponto
de cada canto da plataforma. “É como
se o ponto formasse um quadrado de 2
cm de lado”. Na parte superior, marcar
um só ponto bem no meio da borda da
plataforma também a 2 cm.
4. Alinhar as estruturas: serão duas
plataformas de acrílico ou vidro: uma
para segurar o celular, e a outra para
colocar os objetos, que serão
analisados. Coloque a plataforma que
vai segurar a câmera em cima da
116
plataforma de madeira de modo que
fiquem alinhadas. Por último, coloque
a plataforma que irá segurar os objetos,
que serão analisados.
5. Perfurar os pontos: já que as duas
plataformas de cima são transparentes,
colocar em cima da plataforma de
madeira, que já está marcada, e furar as
três de uma só vez. Depois, no centro
da plataforma, que ficará por cima,
marcar um ponto 2 cm da borda
superior e perfurar um pequeno
compartimento para encaixar a lente
retirada da caneta a laser.
6. Fazer um buraco mais raso para
encaixar a lanterna de LED: na parte
inferior da plataforma de madeira,
fazer um buraco maior, porém mais
raso, onde deverá encaixar a lanterna
de LED. Esta fonte de luz deve ficar
alinhada com a lente e,
consequentemente, com a câmera do
celular.
7. Apertar os parafusos: encaixar os
três parafusos em cada um dos buracos
feitos na plataforma de madeira, fixar
com porcas e arruelas.
8. Encaixar as duas porcas e as duas
arruelas restantes nos dois parafusos da
parte inferior e colocar por cima a
plataforma menor onde serão
colocados os objetos em análise. Esta
plataforma deve ficar distante da base.
9. Colocar mais uma porca em cada
um dos três parafusos e encaixar a
plataforma de cima onde ficará a
câmera do celular.
10. Finalizar e observar: colocar o
material desejado de análise na
plataforma do meio e alinhar a câmera
do smartphone com as lentes do
microscópio, até conseguir foco.
Com o microscópio alternativo, pode-se sugerir aos alunos estudos de colônias de bactérias,
fungos, líquens, estruturas microscópicas de animais invertebrados e de vegetais, etc.,
117
conforme as sequências didáticas anteriores.
3 DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Aula expositiva sobre a importância do microscópio para uma boa
aprendizagem. Exposição de ideias.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina de microscopia onde se aprenderá a construir um
microscópio alternativo para observar colônias de fungos,
bactérias, microestruturas de animais invertebrados e vegetais.
5 minutos Avaliação, por meio de um questionário pós-teste, para verificar o
desempenho dos alunos com relação à aprendizagem.
4. PRÁTICAS
• Expor aos alunos a atividade, sua importância para o ensino-aprendizagem de
Microbiologia.
• Apresentar-lhes o microscópio convencional, mostrando-lhes suas partes, nomes e funções.
Dar enfoque às partes principais como: base, braço, ocular, objetivas e charriot, (peça que
permite a lâmina se movimentar sob a ocular).
• Explicar-lhes que a imagem aumentada é conseguida com a ocular pela objetiva.
• Propor-lhes um modelo alternativo, criado pelo aluno de pós-graduação dos EUA. (KENJI
YOSHINO, apud ROSSIN, 2014).
5. AVALIAÇÃO
Aplicar um questionário referente ao conteúdo ensinado antes da aula prática – questionário
pré-teste.
Durante toda a etapa, realizar avaliação processual com os alunos baseando-se no Quadro
apresentado na página 15.
Ao final, fazer outra avaliação, através do questionário pós-teste, para verificar a
aprendizagem dos alunos, que será sistematizada.
5.1 Questionário pré-teste: o que sei sobre microscopia?
1. Assinale abaixo quais são as palavras que nomeiam as peças de um microscópio:
( ) Charriot ( ) lupa ( ) revólver ( ) ocular
( ) canhão ( ) musgo ( ) base ( ) objetiva ( ) braço
2. Você sabe o que é um microscópio eletrônico? Explique
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
3. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( ) cianobactéria ( ) giárdia ( ) vírus ( )barata ( ) levedura
4. Os microscópios de luz permitem aumento da imagem em até 2.000 vezes. No entanto, esse
aumento que vemos ao microscópio é dado pela multiplicação de duas peças. Você saberia
118
dizer quais são elas? ( ) sim ( ) não. Explique.
5. Na sua opinião, é possível construir um microscópio com materiais alternativos para o
estudo de microrganismos? sim ( ) não ( )
6. Com qual (is) objetivo (s) utilizamos o microscópio?
( ) para que eles enriqueçam as nossas aulas ( ) para que eles nos proporcionem uma visão
de microrganismos que ao olho nu não seria possível ( ) eles não nos auxiliam em nada
7. Você sabe o que é um microscópio alternativo? ( ) sim ( ) não. Explique.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5.2 Questionário pós-teste: o que aprendi sobre microscopia?
1. Você sabe o que é um microscópio eletrônico? Explique.
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. Você gostou do trabalho de Ciências que realizou?
( ) sim ( ) não
3. Assinale abaixo quais são as palavras que nomeiam as peças de um microscópio:
( ) Charriot ( ) lupa ( ) revólver ( ) ocular
( ) canhão ( ) musgo ( ) base ( ) objetiva ( ) braço
4. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( ) cianobactéria ( ) giárdia ( ) vírus ( ) barata ( ) levedura
5. Os microscópios de luz permitem aumento da imagem em até 2.000 vezes. No entanto,
esse aumento, que vemos ao microscópio, é dado pela multiplicação de duas peças. Você
saberia dizer quais são elas? ( ) Sim ( ) Não. Explique.
6. Você sabe o que é um microscópio alternativo? ( ) sim ( ) não. Explique.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
7. Com quais objetivos utilizamos o microscópio?
( ) para que eles enriqueçam as nossas aulas ( ) para que eles nos proporcionem uma visão
de microrganismos que a olho nu não seria possível ( ) eles não nos auxiliam em nada
119
3 MEIOS DE CULTURA
3.1 Apresentação
Meios de cultura são substâncias nutritivas compostas, que favorecem o desenvolvimento de
microrganismos, possibilitando a identificação dos mesmos através das suas atividades
bioquímicas e metabólicas. Além de condições ambientais como temperatura, PH, umidade,
presença ou não de oxigênio (condição aeróbia e anaeróbia). (AYRES, 2014).
Para estudar microrganismos, é preciso, na maioria das vezes, que se criem meios que
favoreçam o desenvolvimento, e isso só é possível em um ambiente in vitro adequado para o
crescimento deles. Diversos tipos de microrganismos como vírus, bactérias, fungos e
protozoários podem ser cultivados, quando se estimula seu crescimento. (KASVI, 2015).
De acordo com Kasvi, (2015) : “uma cultura de microrganismos pode ser classificada como”:
Cultura pura: quando há presenca de um único tipo de microrganismo.
Cultura mista: quando populações de organismos diferentes a constituem.
“Quando usado pela primeira vez, o meio de cultura deve ser estéril, o que significa que
nenhuma forma de vida está presente antes da inoculação com o microrganismo.”(KASVI,
2015).
Os meios de cultura podem ser sólido, quando possui agentes solidificantes, como o ágar;
semissólido, quando há consistência de ágar e gelatina; ou líquido, quando não possui
solidificantes, como um caldo. Classificação de acordo com seus estados físicos. (AYRES,
2014).
Há vários meios de cultura específicos que atendem à diversidade dos microrganismos e às
exigências para o desenvolvimento de cada um. Os meios básicos não atendem a nenhuma
condição nutricional específica de um determinado microrganismo, permitindo apenas o
crescimento. Exemplos: o caldo e o ágar simples. (AYRES, 2014).
Os meios especiais ou complexos já atendem às exigências de determinado microrganismo,
contendo substâncias que propiciam a produção de enzimas e secreções específicas de
determinados microrganismos, impededindo o crescimento de outros que não são de interesse
(seletivos). Exemplo: Manitol, um meio salino com indicador de PH que altera sua cor
quando ocorre o processo de fermentação e produção de ácido. (AYRES,2014).
3.2 Título: como preparar meios de cultura com materiais ALTERNATIVOS
3.3 Público-alvo
Alunos do Ensino Fundamental - 4º ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
120
3.4 Problematização
Os microrganismos podem ser de vida livre e/ou parasitária, sendo stes últimos parasitas do
interior ou exterior do corpo. No entanto, muitos deles ao parasitarem, não ficam visíveis,
impossibilitando maiores contatos e conhecimentos. Por isso, é possível preparar meios para
o desenvolvimento de microrganismos a fim de serem observados e estudados?
3.5 Objetivos:
3.5.1 Geral
Preparar meios de cultura alternativos para o desenvolvimento de fungos e bactérias como
alvo de estudo.
3.5.2 Específicos
• propor a utilização de materiais caseiros e de fácil acesso para o estudo de fungos e
bactérias (microrganismos coloniais);
• auxiliar nos estudos de microrganismos como fungos e bactérias;
• motivar os alunos nas aulas de Ciências, tornando-as mais interessantes.
3.6 Materiais para o meio de cultura
Segundo Gentile (apud INGLEZ, 2005) para se preparar os meios de cultura serão utilizados
os seguintes materiais:
Para meios de cultura de bactérias à base de gelatina:
1copo de água.
1pacote de gelatina incolor.
1envelope de caldo de carne sem gordura .
Materiais utilizados para preparo de meios de cultura de bactérias à base de gelatina
121
PASSO A PASSO:
1. Dissolver a gelatina incolor na água
conforme instruções do pacote.
2. Adicionar o caldo de carne misturando-o.
3. Despejar o preparado em tampas de
margarina ou em potes rasos. O meio de
cultura deve cobrir o fundo dos recipientes.
Para meios de cultura de fungos à base de amido de milho ou fubá:
1 copo de água.
1 colher de sopa de amido de milho ou fubá.
122
Materiais utilizados para preparo de meios de cultura de bactérias à base de amido de
milho ou fubá
1. Preparar o mingau com o amido de milho
ou fubá e um copo de água.
2. Misturar bem e levar ao fogo até
engrossar.
3. Colocar o mingau ainda quente em
quantidades suficientes para cobrir o fundo
dos recipientes sugeridos.
Com os meios de cultura alternativos, pode-se proporcionar aos alunos estudos de observação
do desenvolvimento de colônias de bactérias e fungos.
123
Exemplos de desenvolvimento de colônias de bactérias e fungos nos meios de cultura
preparados.
4 DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Conversa informal com os alunos e aula expositiva sobre a
importância da observação do desenvolvimento dos
microrganismos para uma boa aprendizagem.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina onde se aprenderá a preparar meios de cultura alternativos
para observar colônias de fungos e de bactérias.
5 minutos Avaliação através do questionário pós-teste.
5. AVALIAÇÃO
Será aplicado um questionário, referente ao conteúdo ensinado ao aluno antes da aula prática
– questionário pré-teste.
Durante todo esse procedimento, será feita avaliação dos alunos, baseando-se no Quadro
apresentado na página 15.
Ao final, será aplicado o questionário pós-teste, sistematicamente, para verificar o
conhecimento dos alunos com relação ao conteúdo apresentado.
124
5.1 Questionário pré-teste: o que sei sobre meios de cultura?
1. Você sabe o que é um meio de cultura? ( ) sim ( ) não. Explique
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Você sabe o que são os microrganismos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
3. Na sua opinião, a umidade é importante para o desenvolvimento de microrganismos?
sim ( ) não ( )
4. Com qual objetivo os fungos e as bactérias atacam e estragam os alimentos?
( ) por que eles são maus ( ) para eles se alimentarem ( ) eles não estragam os alimentos
5. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( ) cianobactéria ( ) giárdia ( ) vírus ( ) barata ( ) levedura
6. Assinale abaixo quais são os seres vivos que podem se desenvolver em meios de cultura:
( ) peixe ( ) fermento biológico ( ) tomateiro ( ) solitária ( ) cogumelo ( ) musgo
( ) bactéria ( ) fungos
5.2 Questionário pós-teste: o que aprendi sobre meios de cultura?
1. Existem microrganismos em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza.
2. Os microrganismos podem estragar alimentos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza.
3. Você sabe o que é um “meio de cultura”? Quais microrganismos podem se desenvolver
em um “meio de cultura” ?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu aprendizado:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
5. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba ( ) cianobactéria ( ) giárdia
( ) vírus ( ) barata ( ) levedura
6. Assinale abaixo quais são os seres vivos que podem se desenvolver em meios de cultura:
( ) peixe ( ) fermento biológico ( ) tomateiro ( ) solitária ( ) cogumelo ( ) musgo
( ) bactéria ( ) fungo
125
4 ESTUDO DE BACTÉRIAS
4.1 Apresentação
A falta de conexão do estudo da Microbiologia com o cotidiano dos alunos dificulta muito a
aprendizagem, bem como o interesse deles pela disciplina. Assim, há necessidade de o
professor utilizar recursos didáticos mais atraentes, como a tecnologia aplicada ao ensino de
Microbiologia e experimentos em laboratório, que envolvam os educandos e que, de fato, os
estimulem a conhecer os microrganismos e estabelecer a relação deles com a nossa vida; “o
despertar da consciência sobre a importância desta ciência para a vida das pessoas.”
(KIMURA, 2013).
4.2 As bactérias
“As bactérias estão classificadas no Reino Monera, como organismos constituídos de uma
única célula, ou conjuntos destas formando colônias.”(LINHARES &
GEWANDSZNAJDER, 2005).
Atualmente, sabe-se que as bactérias são os seres mais abundantes do planeta, e que somente
uma minoria é capaz de causar doenças. As bactérias são tão importantes, que sem elas não
poderia haver vida como a que existe no planeta Terra. “As bactérias estão abrigadas em
nosso corpo desde quando nascemos e vivem em nossa pele e sistema digestório. São
classificadas como procarióticas, aspecto que as distingue de outros organismos que são
eucarióticos [...]”. (AMABIS & MARTHO, 2009).
Segundo Linhares & Gewandsznajder (2005): “sua reprodução acontece principalmente de
forma assexuada também conhecida como (divisão binária) ou por esporos, células protegidas
por uma cápsula, que permite sua sobrevivência em condições adversas.” Podem se
reproduzir também por conjugação que consiste na transferência de material genético de um
ser para outro.
Os mesmos autores afirmam que as bactérias são encontradas em ambientes variados:
“algumas causam doenças ao ser humano, podendo viver em seus intestinos e fabricando
vitaminas do complexo B; outras fermentam o leite produzindo coalhada, decompondo
cadáveres e resíduos orgânicos”, sendo muito importantes para a reciclagem da matéria
orgânica na natureza
4.3 Título: cultivando bactérias
4.4 Público-alvo Alunos do Ensino Fundamental I - 4° ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
4.5 Problematização As bactérias são microrganismos nocivos aos outros seres vivos. Suas proliferações em
determinadas partes do corpo resultam em maus cheiros como o chulé, o cecê, o mau hálito e
outros. Além de ser uma das responsáveis pela putrefação dos alimentos que passam a possuir
odores desagradáveis. No entanto, existem bactérias que são benéficas e indispensáveis à
vida? Por quê?
126
4.6 Objetivos:
4.6.1 Geral
Estudar as bactérias, podendo visualizá-las.
4.6.2 Específicos
• visualizar e analisar o desenvolvimento de bactérias em diferentes substratos, coletadas de
partes diversificadas do corpo, evidenciando-se que este contém muitos microrganismos;
• favorecer a aproximação dos alunos ao universo microscópico, viabilizando o
ensino/aprendizagem de Ciências;
• visualizar as bactérias utilizando-se o microscópio alternativo;
• propor o emprego de materiais caseiros e que são acessíveis em atividades práticas, para
estudar as bactérias.
4.7 Conteúdos:
• colônias de bactérias.
• meios de cultura.
• microbiologia residente e transitória.
5. DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Conversa informal com os alunos sobre tipos de bactérias, meios
de contaminação, ambientes mais fáceis de serem encontradas.
Tempestade de ideias. Aula expositiva.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina de Microbiologia onde os alunos aprenderão a cultivar
bactérias, em meios de cultura alternativos. Estas bactérias serão
coletadas de diferentes partes do corpo, microbiota residente e/ou
transitória e de outros materiais encontrados na sala de aula,
visando estudar o desenvolvimento das colônias em função dos
diferentes meios de cultura preparados.
5 minutos Avaliação, através do questionário pós-teste, visando ao
desempenho dos alunos com relação à aprendizagem.
6. PRÁTICAS
Primeiramente, esclarecer os alunos sobre a atividade, bem como sua importância para o
processo pedagógico.
A seguir, preparar dois meios de cultura à base de gelatina incolor, adicionando-se em um
deles caldo de carne; o outro puro, sem o caldo. Colocá-los em recipientes de plástico
transparente (ex: tampa de margarina).
1- Fazer uma cultura da microbiota residente e/ou transitória em diversas partes do corpo de
um dos alunos que se proponha ser voluntário como: palmas das mãos, entre os dedos, sola do
pé, boca, vestíbulos do nariz e ouvido; também de objetos tais como: a carteira da sala de
aula, o lápis, a borracha, o celular, dinheiro.
127
2- Inocular no meio de cultura, utilizando-se um cotonete.
3- Anotar a origem das mesmas a cada inoculação feita nos meios de cultura.
4- Como são meios de cultura alternativos, à base de gelatina, o primeiro ambiente a ser
exposto será o interior da geladeira. Transcorridos três dias, fazer a primeira observação.
5- Fazer outra observação e manter a frequência de tempo, de acordo com o fluxograma da
experiência.
6- Diante das observações, deve-se discutir com os alunos as mudanças aparentes ocorridas
ou não nos meios de cultura.
7. FLUXOGRAMA DA EXPERIÊNCIA
8. AVALIAÇÃO
Aplicar um questionário baseado no conteúdo ensinado ao aluno em sala de aula, antes da
aula prática – questionário pré-teste.
Realizar avaliação processual com os alunos de acordo com o Quadro apresentado na página
15.
Realizar a técnica do “Trabalho de Minuto”, interrompendo-se a oficina pouco antes do
término e pedir aos alunos que respondam brevemente a duas perguntas: Qual foi a
experiência mais interessante vista nesta oficina? Qual foi a questão importante que ficou?
Ao final, fazer outra avaliação através do questionário pós-teste visando ao desempenho deles
com relação à aprendizagem - que será sistematizada.
8.1 Questionário pré-teste: o que sei sobre bactérias?
1. Você sabe o que são os microrganismos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. É muito comum acontecer infecção por falta de cuidados e capricho em determinadas
atividades. Neste caso, as infecções de maneira geral, são causadas por qual ser vivo?
( ) fungo ( ) bactéria ( ) planta ( ) animais
3. Na sua opinião, a umidade é importante para o desenvolvimento de bactérias?
sim ( ) não ( )
4. Com qual objetivo as bactérias atacam e estragam os alimentos?
( ) por que elas são más ( ) para elas se alimentarem ( ) elas não estragam os alimentos
5. Você já presenciou ou participou de alguma aula prática sobre bactérias?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
6. Qual o tipo de meio de cultura é mais indicado para bactérias?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
8.2 Questionário pós-teste: o que aprendi sobre bactérias?
1. Existem bactérias em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. As bactérias podem estragar alimentos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
3. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bactérias ( ) mosquito ( ) ameba
( ) cianobactéria ( ) giárdia ( ) vírus ( ) barata ( ) levedura
4. É muito comum acontecer infecção por falta de cuidados e capricho em determinadas
atividades. Neste caso, as infecções de maneira geral, são causadas por qual ser vivo?
130
( ) fungo ( ) bactéria ( ) planta ( ) animais
5. Com qual objetivo as bactérias atacam e estragam os alimentos?
( ) por que elas são más ( ) para elas se alimentarem ( ) elas não estragam os alimentos
6. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu aprendizado sobre bactérias:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
131
5. FUNGOS EM NOSSO MEIO
5.1 Apresentação
[...] Os fungos são encontrados em quase todo lugar. Junto com algumas bactérias são os
organismos decompositores. Eles obtêm energia através da decomposição de plantas e
animais para poderem crescer e se reproduzir.
Há mais de 100.000 espécies diferentes de fungos.
Os fungos são essenciais na reciclagem dos nutrientes para o solo e lançamento de dióxido de
carbono no ar. Contudo, os fungos podem causar danos para os seres humanos.
Por exemplo, podem atacar frutos que estão caídos no chão ou na geladeira. Fungos atacam
organismos vivos e são fontes de doenças em plantas e animais. Crescem bem em ambientes
úmidos e podem atacar roupas, quadro, papel, couro e fotografias.
Os diferentes tipos de fungos que crescem na umidade são chamados de mofos. Fungos se
espalham por produzirem esporos - minúsculas partículas que podem permanecer suspensas
no ar por longos períodos de tempo. O pó e o aparecimento de cores luminosas de muitos
tipos de mofos normalmente são causados pelos esporos que eles produzem.
Alguns fungos, tais como leveduras (fermentos), são organismos unicelulares. Contudo, a
maioria consiste de esbeltos tubos ou hifas. Em alguns fungos, as hifas estão soltas e fáceis
de serem vistas. Noutros, as hifas são pacotes bem densos, estas estruturas são sólidas.
Cogumelos são bons exemplos de estruturas compostas de filamentos empacotados que
produzem esporos.
Fungos podem crescer no interior de prédios nos lugares úmidos, tais como chuveiros,
cortinas, despensas de alimentos, janelas e ar condicionado. Os esporos produzidos por mofos
podem contribuir significativamente para a poluição do ar e podem desencadear reações
alérgicas em alguns indivíduos. Poluição aérea por esporos de mofos pode ser controlada por
manter baixos níveis de umidade (abaixo de 30%), e manter a área ventilada. Mofo de pão
(Rhizopus stolonifer), é um fungo comum e fácil para observar crescendo [...]
5.2 Título: cultivando fungos
5.3 Público-alvo
Alunos do Ensino Fundamental I – 4° ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
5.4 Problematização
É muito comum de tempos em tempos limpar determinados ambientes, armários e
posteriormente deparar com mofos habitando estes locais; mesmo fechados. Qual é a
explicação para estes microrganismos conseguirem se desenvolver e proliferar como um
“passe de mágica”, nestas condições e nestes ambientes?
5.5 Objetivos:
5.5.1 Geral
Observar o desenvolvimento dos fungos.
5.5.2 Específicos
132
• visualizar o desenvolvimento dos fungos, em função dos diferentes ambientes e
temperaturas;
• favorecer a aproximação dos alunos com o universo microscópico, viabilizando o
ensino/aprendizagem de Ciências;
• observar os fungos utilizando-se o microscópio alternativo;
5.6 Conteúdos:
• os fungos.
• meios de cultura.
• células reprodutivas.
•
6. DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Conversa informal com os alunos e aula expositiva sobre os
fungos e o aparecimento deles em lugares diversificados, como
um “passe de mágica” (reprodução). Exposição de ideias.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
40 minutos Oficina de Microbiologia objetivando o cultivo e a observação de
fungos em meios de cultura alternativos. As observações serão
feitas em dias consecutivos, visando ao estudo das mudanças nas
colônias em função de diferentes ambientes e temperaturas.
5 minutos Avaliação utilizando-se um questionário pós-teste para medir o
desempenho dos alunos com relação ao ganho de aprendizagem.
7. PRÁTICAS
1. Esclarecer aos alunos sobre a atividade, bem como a sua importância para o processo
pedagógico.
2. Preparar meios de cultura com amido de milho ou fubá, colocá-los em dois recipientes de
plástico com quantidades iguais e apresentar aos alunos. No entanto, um destes meios de
cultura será coberto com um filme de óleo de soja e o outro ficará exposto. Os mesmos serão
submetidos a temperaturas ambientais diferentes.
Meios de cultura de fungos à base de amido de milho
133
Meio de cultura de fungos à base de fubá
3. O primeiro ambiente, a serem expostos os meios de cultura, será o refrigerado, (geladeira).
Transcorridos três dias, os alunos farão a primeira observação.
4. O segundo ambiente, a que os meios de cultura serão submetidos, é o da própria sala de
aula, considerando-se a temperatura local como ótima.
5. Após três dias, os alunos farão outra observação nos meios de cultura no ambiente da sala
de aula, mantendo-os neste por mais três dias. Em seguida, os levarão para o ambiente
“congelado” onde permanecerão por quatro dias dentro do freezer. Passados estes dias,
exponha-os novamente no ambiente com temperatura natural.
Diante das observações, deve-se discutir com os alunos as mudanças significativas ocorridas
nos meios de cultura, anotá-las e desenhá-las em folha específica conforme sugerido no
Quadro a seguir.
FOLHA PARA PREENCHIMENTO EM SALA DE AULA
134
8. FLUXOGRAMA DA EXPERIÊNCIA
9. AVALIAÇÃO
Aplicar um questionário baseado no conteúdo ensinado ao aluno em sala de aula antes da aula
prática – questionário pré-teste.
Realizar avaliação processual com os alunos (Página 15). Ao final,
fazer outra avaliação através de um questionário pós-teste, para verificação da aprendizagem,
que será sistematizada.
9.1 Questionário pré-teste: o que sei sobre fungos?
1. Você sabe o que são os microrganismos?
135
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bolor ( ) mosquito ( ) ameba
( ) cianobactéria ( ) giárdia ( ) vírus ( ) barata ( ) levedura
3. O “fermento de padaria” é utilizado no preparo de massas, com o objetivo de fazer com que
estas cresçam e tomem textura fina e macia. Podemos dizer que o “fermento de padaria” é um
ser vivo? ( ) sim ( ) não
Em caso positivo, de qual ser vivo o fermento se trata?
( ) fungo ( ) bactéria ( ) farinha ( ) fermento químico
4. Na sua opinião, a umidade é importante para o desenvolvimento de fungos? sim ( ) não ( )
5. Com qual objetivo os fungos atacam e estragam os alimentos?
( ) por que eles são maus ( ) para eles se alimentarem ( ) eles não estragam os alimentos
6. Você já presenciou ou participou de alguma aula prática sobre fungos?
( ) sim ( ) não ( ) não me recordo
7. Qual o tipo de meio de cultura é mais indicado para fungos?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
9.2 Questionário pós-teste: o que aprendi sobre fungos?
1. Existem fungos em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. Os fungos podem estragar alimentos?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
3. Assinale os seres vivos que só podemos ver com auxílio de um microscópio:
( ) verme ( ) feijão ( ) bolor ( ) mosquito ( ) ameba
( ) cianobactéria ( ) giárdia ( ) vírus ( ) barata ( ) levedura
4. O “fermento de padaria” é utilizado no preparo de massas, com o objetivo de fazer com que
estas cresçam e tomem textura fina e macia. Podemos dizer que o “fermento de padaria” é um
ser vivo? ( ) sim ( ) não
Em caso positivo, de qual ser vivo o fermento se trata?
( ) levedura ( ) bactéria ( ) farinha ( ) fermento químico
5. Com qual objetivo os fungos atacam e estragam os alimentos?
( ) por que eles são maus ( ) para eles se alimentarem ( ) eles não estragam os alimentos
6. Você sabe algum exemplo do que comemos em nossa alimentação, e que é proveniente dos
fungos? Cite 2 exemplos de alimentos.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
136
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu aprendizado sobre fungos:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
137
6. ANIMAIS
6.1 Apresentação
Existem mais de um milhão de espécies de animais catalogadas, mas acredita-se que há entre
três e trinta milhões de espécies de animais viventes. São organismos eucarióticos como os
fungos, protistas e plantas, e diferem das bactérias que são seres procarióticos, são
multicelulares (ou pluricelulares). Outra característica dos animais é a nutrição heterotrófica,
como a dos fungos, diferindo-se das plantas e das algas que são autotróficas fotossintetizantes
(AMABIS & MARTHO, 2010).
De acordo com Mendonça & Laurence (2010), “no ciclo de vida dos animais, a reprodução
sexuada predomina, no entanto, existem animais que se reproduzem assexuadamente”.
Informalmente, os animais são classificados em dois grandes grupos - os vertebrados, que têm
vértebras, representados pelos peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos; e os animais
invertebrados, que não têm vértebras, representados por um grupo muito grande como os
insetos, os anelídeos, os crustáceos e muitos outros. Nem todo animal vertebrado tem
vértebras, como os do grupo das feiticeiras, que não apresentam vértebras, mas apresentam
crânio rudimentar que protege a região do sistema nervoso. (MENDONÇA & LAURENCE,
2010).
Com exceção das esponjas, que não possuem tecidos verdadeiros, os animais têm diversos
tecidos corporais como o tecido muscular e o nervoso, que representam um traço marcante do
grupo que é a movimentação ativa com grande rapidez e precisão. (MENDONÇA &
LAURENCE, 2010).
6.2 Título: estudando microestruturas de animais invertebrados
6.3 Público-alvo Alunos do Ensino Fundamental I - 4° ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
6.4 Problematização
Do ponto de vista macroscópico, os animais invertebrados aparentam ser muito simples, sem
microestruturas visíveis. No entanto, analisando-se ao microscópio alternativo essa aparência
se mantém ou microestruturas serão detectadas?
6.5 Objetivos:
6.5.1 geral
Estudar os animais invertebrados e suas estruturas microscópicas.
6.5.2 Específicos
• visualizar e analisar estruturas e microestruturas de animais invertebrados que não podem
ser vistas a olho nu, utilizando-se o microscópio;
• propor a utilização de materiais caseiros e de fácil acesso em atividades práticas, para o
estudo da Microbiologia;
138
• favorecer a aproximação dos alunos com o universo microscópico viabilizando o
ensino/aprendizagem de Ciências.
6.6 Conteúdos:
• animais invertebrados.
• microestruturas.
7. DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Aula expositiva com os alunos sobre estruturas microscópicas de
animais invertebrados. Compartilhando conhecimentos.
5 minutos Aplicando o questionário pré-teste.
40 minutos Experiência no laboratório visando estudar microestruturas de
animais invertebrados.
5 minutos Avaliação processual com os alunos. Ao final da oficina, será
feita outra avaliação através do questionário pós-teste para a
verificação da aprendizagem.
8. PRÁTICAS
I- Pedir aos alunos que levem animais invertebrados que já foram encontrados mortos,
evidenciando que não é permitido matar os animais para serem utilizados para a atividade
prática. Os animais a serem capturados podem ser: formigas, grilos, baratas, besouros,
tanajuras, mosquitos, cupins, e outros. Os alunos devem estar atentos para não manipular os
animais sem proteção e cuidado, uma vez que existem alguns que picam e são peçonhentos;
II- Esclarecer sobre a atividade, bem como sua importância para o processo de ensino-
aprendizagem;
III- Realizar a experiência no laboratório, utilizando o microscópio alternativo, sedimentando
teorias, a princípio, desconhecidas pelos estudantes.
IV- Esses alunos deverão portar equipamentos apropriados para este fim, como luvas, jalecos
e outros que se fizerem necessários para a realização da oficina que abrangerá conteúdos de
estruturas microscópicas de animais, visando introduzi-los no “mundo das ciências”;
V- Procedimento no laboratório:
1- Desmembrar os animais utilizando uma pinça pequena. Colocar as estruturas como asas,
pernas, cerdas etc. em lâmina de vidro (material de laboratório);
2- Observar as lâminas ao microscópio alternativo, que segundo informações do autor KENJI
YOSHINO, apud ROSSIN, 2014, amplia base de 300 vezes, possibilitando a visualização das
microestruturas;
3- Desenhar as estruturas e microestruturas observadas em folha (a seguir);
4- Observar as lâminas dos colegas;
5- Durante toda a oficina, será realizada avaliação processual com os alunos;
6- Ao final, fazer outra avaliação através do questionário pós-teste visando aferir o
desempenho dos alunos com relação à aprendizagem, por meio da oficina.
FOLHA PARA O PREENCHIMENTO EM SALA DE AULA
139
9. AVALIAÇÃO
Aplicar um questionário que foi baseado no conteúdo ensinado antes da aula prática – pré-
teste.
Durante toda a prática realizar avaliação processual com os alunos, baseando-se no Quadro
apresentado na página 15.
Ao final, realizar outra avaliação através de um questionário elaborado para o pós-
teste visando à competência deles com relação à aprendizagem, que será sistematizada.
9.1 Questionário pré-teste: o que sei sobre microestruturas dos animais invertebrados?
1. Você sabe quais são os tipos de animais invertebrados que existem? ( ) sim ( ) não ( ) não
tenho certeza
Cite 3 exemplos destes.
2. Assinale os tipos de animais que só podemos ver em ambientes úmidos:
( ) lesma ( ) lagarto ( ) tubarão ( ) mosquito ( ) rã
( ) caranguejo ( ) minhoca ( ) formiga ( ) lacraia ( ) louva – a – deus
3. O bicho-pau tem forma semelhante a um graveto, o que representa uma maneira de enganar
predadores ou presas. Esse fenômeno, usado por vários animais para aumentar sua chance de
sobrevivência, é denominado:
( ) antibiose ( ) camuflagem ( ) herbivoria ( ) simbiose.
140
4. Na sua opinião, a água é importante para a reprodução de alguns animais?
sim ( ) não ( )
5. Vimos que no ciclo de vida dos animais, a reprodução sexuada é que predomina.
Entretanto, existem animais que podem se reproduzir assexuadamente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
6. Você sabe o que é um organismo heterótrofo? ( ) sim ( ) não. Explique.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
9.2 Questionário pós-teste: o que aprendi sobre microestruturas dos animais
invertebrados?
1. Os animais habitam todos os ambientes da Terra?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. Vimos que no ciclo de vida dos animais, a reprodução sexuada é que predomina.
Entretanto, existem animais que podem se reproduzir assexuadamente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
3. Assinale os tipos de animais que só podemos ver em ambientes úmidos:
( ) lesma ( ) lagarto ( ) tubarão ( ) mosquito ( ) rã
( ) caranguejo ( ) minhoca ( ) formiga ( ) lacraia ( ) louva-a-deus
4. O bicho-pau tem forma semelhante a um graveto, o que representa uma maneira de enganar
predadores ou presas. Esse fenômeno, usado por vários animais para aumentar sua chance de
sobrevivência, é denominado:
( ) antibiose ( ) camuflagem ( ) herbivoria ( ) simbiose
5. Você sabe o que é um organismo heterótrofo? ( ) sim ( ) não. Explique.
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu aprendizado:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
141
7. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PLANTAS
7.1 Apresentação
As plantas são seres vivos eucarióticos, multicelulares, e autotróficos, capazes de produzirem
por meio da fotossíntese, substâncias orgânicas que lhes servem de alimento. Suas células
têm parede celular de celulose, grandes vacúolos e plastos. Nas partes das plantas expostas à
luz, os plastos estão especializados na fotossíntese e contêm clorofila, sendo por isso
denominados cloroplastos. (AMABIS & MARTHO, 2010).
Atualmente, são conhecidas mais de 300 mil espécies de plantas. Elas costumam ser divididas
em quatro grupos informais de acordo com sua organização corporal e características
reprodutivas: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, podendo ser vasculares,
por portarem vasos condutores de seiva; ou avasculares, plantas que não possuem vasos
condutores ou estes são muito pequenos como os encontrados nas briófitas. (AMABIS &
MARTHO, 2010).
O ramo da Biologia que estuda as plantas é a Botânica. Acredita-se que as plantas terrestres
tenham surgido de um grupo ancestral de algas verdes, pois existem várias características que
as aproximam, como a presença de parede celular constituída principalmente de celulose e
clorofila a e b nos cloroplastos. Na passagem evolutiva das algas verdes para as plantas
terrestres, surgiram muitas características que se mantiveram presentes por seleção natural,
pois se revelaram adaptativas no ambiente terrestre. (LOPES & ROSSO, 2013).
7.2 Título: estudando as microestruturas das plantas
7.3 Público-alvo
Alunos do Ensino Fundamental I - 4° ano, faixa etária de 10 a 12 anos.
7.4 Problematização
O aparelho reprodutor das plantas, bem como outras microestruturas, é um assunto que gera
bastantes alusões e dúvidas; uma destas está relacionada ao tamanho. O estudo das
microestruturas das plantas é importante para a compreensão da ecologia como um todo?
7.5 Objetivos:
7.5.1 Geral Observar as microestruturas das plantas.
7.5.2 Específicos
• entender a função das microestruturas das plantas
• favorecer a aproximação dos alunos com o universo microscópico, viabilizando o
ensino/aprendizagem de Ciências.
7.6 Conteúdos
• O Reino Plantae.
• estruturas microscópicas.
• órgãos reprodutivos.
142
8. DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
10 minutos Exposição do conteúdo pelo professor sobre “As Plantas”-
características microscópicas.
5 minutos Respondendo ao questionário pré-teste.
80 minutos Visita a um pátio onde haja muitas quantidades e tipos de plantas.
Aula prática com os alunos no laboratório, visando analisar as
estruturas microscópicas das plantas.
5 minutos Avaliação a partir de um questionário pós-teste visando aferir o
desempenho dos alunos com relação à aprendizagem.
9. PRÁTICAS
Esclarecer aos alunos sobre a atividade, bem como sua importância para o processo
pedagógico.
I- Fazer uma visita onde haja muita quantidade e tipos de plantas. O objetivo é conhecer um
pouco sobre a biologia e características microscópicas das plantas, suas microestruturas e
funções;
II- Informar para os alunos quais estruturas das plantas deverão ser coletadas, para a análise
das microestruturas. Cada aluno deve coletar apenas uma estrutura, para que não haja danos à
natureza;
III- Durante a visita, orientar os alunos a observarem as plantas que forem encontrando no
pátio;
IV- Solicitar que façam anotações sobre as características, se as plantas possuem flores, frutos
e sementes;
V- À medida que forem observando, coletar estruturas das plantas, designadas para cada
aluno tais como: flores contendo os aparelhos reprodutores masculino e feminino com grãos
de pólen, folhas, musgos;
VI- Registre o dia e a hora da visita.
Obs.: Acrescentar outras plantas que os alunos queiram conhecer e que ocorram em casa, nos
arredores dela e no trajeto para a escola. Sempre combinando previamente o que será coletado
por cada aluno, para que não haja exploração do meio ambiente e consequente desperdício.
1- No laboratório, trabalhar as estruturas microscópicas das plantas que foram coletadas pelos
alunos em consenso tais como: folhas contendo vasos condutores, flores contendo aparelhos
reprodutores masculino e feminino, musgos.
2- Observar as microestruturas masculinas (grãos de pólen), colocando as anteras em um
pires, e amassando-as para liberar os grãos de pólen.
3- Observar ao microscópio alternativo, fazer registros detalhados do que está sendo
observado.
4- Desenhar as estruturas em folha (a seguir).
5- Discutir com os alunos as estruturas microscópicas não aparentes.
6- Outras estruturas, como as estruturas reprodutoras femininas, podem ser observadas.
6.1- Basta colocá-las na objetiva do microscópio e analisá-las.
143
FOLHA PARA PREENCHIMENTO EM SALA DE AULA
10. AVALIAÇÃO
Será aplicado um questionário baseado no conteúdo ensinado antes da aula prática -
questionário pré-teste.
Durante toda a prática, será realizada avaliação processual com os alunos baseando-se no
Quadro apresentado na Página 15.
Ao final, será feita outra avaliação através de um questionário, o pós-teste, para verificar a
competência deles em relação à aprendizagem, que será sistematizada.
10.1 Questionário pré-teste: o que sei sobre microestruturas das plantas?
1. Você sabe quais são os tipos de plantas que existem?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. Assinale os tipos de plantas que só podemos ver em ambientes úmidos:
( ) goiabeira ( ) feijoeiro ( ) avenca ( ) roseira ( ) pinheiro
( ) samambaia ( ) lodo ( ) cipreste ( ) abacateiro( ) alface
3. É comum percebermos que a terra dos vasos de plantas diminuiu com o passar do tempo.
Podemos dizer que as plantas comem parte desta terra? ( ) sim ( ) não
Em caso negativo, como elas se alimentam?
( ) através da água ( ) através do ar ( ) fazem fotossíntese ( ) dos nutrientes
144
4. Na sua opinião, a água é importante para o desenvolvimento de alguns grupos de plantas?
sim ( ) não ( )
5. Embora pensemos que as plantas só se reproduzem através de brotamento (reprodução
assexuada), elas também são capazes de trocar material genético entre si (reprodução
sexuada). Como as plantas se reproduzem sexuadamente?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Você sabe o que é um ser autotrófico? ( ) sim ( ) não. Explique.
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
10.2 Questionário pós-teste: o que aprendi sobre microestruturas das plantas?
1. Existem plantas em qualquer ambiente?
( ) sim ( ) não ( ) não tenho certeza
2. Toda planta possui estruturas tais como: folha, flor, semente e fruto?
( ) sim ( ) Não ( ) não tenho certeza
3. Assinale as estruturas abaixo que fazem parte dos aparelhos reprodutores das plantas:
( ) estigma ( ) grãos de pólen ( ) pétalas ( ) antera
( ) sépalas ( ) filete ( ) cabo( ) folha ( ) fruto
4. Embora pensemos que as plantas só se reproduzem através de brotamento (reprodução
assexuada), elas também são capazes de trocar material genético entre si (reprodução
sexuada). Como as plantas se reproduzem sexuadamente?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. É comum percebermos que a terra dos vasos de plantas diminui com o passar do tempo.
Podemos dizer que as plantas comem parte desta terra? ( ) sim ( ) não
Em caso negativo, como elas se alimentam?
( ) através da água ( ) através do ar ( ) pela fotossíntese ( ) dos nutrientes
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Você acha que as oficinas com as práticas ajudaram no seu aprendizado:
( ) muito ( ) um pouco ( ) nada
145
REFERÊNCIAS
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poríferos e cnidários. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. v.2.
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LOPES, S. ROSSO, S. Bio: Manual do Professor. In:______. Evolução e classificação das
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utura-interna&id=38%3Asetor-de-apoio-tecnico-sat-&lang=en
http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-experincia-falhada-image28221059
https://aulanapratica.files.wordpress.com/2015/07/exercc3adcios-com-as-regras-de-
seguranc3a7a-no-laboratc3b3rio.pdf