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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
EVANDRO ROSSI CANIVEZI
APLICAÇÃO DO TESTE DE "IMPAIRMENT" EM ATIVO
IMOBILIZADO: ESTUDO DE IMPACTO ECONÔMICO DECORRENTE
DA APLICAÇÃO EM UMA "CGH" - CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA.
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E
ATUARIAIS
PUC-SP
SÃO PAULO
2016
EVANDRO ROSSI CANIVEZI
APLICAÇÃO DO TESTE DE "IMPAIRMENT" EM ATIVO
IMOBILIZADO: ESTUDO DE IMPACTO ECONÔMICO DECORRENTE
DA APLICAÇÃO EM UMA "CGH" - CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA.
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Contabilidade da
Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, como exigência parcial para a
obtenção do título de Mestre em Ciências
Contábeis e Atuariais, sob a orientação do
Prof. Dr. Fernando de Almeida Santos.
PUC-SP
SÃO PAULO
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO
EVANDRO ROSSI CANIVEZI
APLICAÇÃO DO TESTE DE "IMPAIRMENT" EM ATIVO
IMOBILIZADO: ESTUDO DE IMPACTO ECONÔMICO DECORRENTE
DA APLICAÇÃO EM UMA "CGH" - CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Contabilidade da
Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, como exigência parcial para a
obtenção do título de Mestre em Ciências
Contábeis e Atuariais, sob a orientação do
Prof. Dr. Fernando de Almeida Santos.
BANCA EXAMINADORA:
São Paulo, ___ de _____________ de 2016.
Dedico este trabalho a Deus.
Dedico este trabalho a minha família.
Dedico este trabalho a minha noiva.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela benção, proteção, força, sabedoria e
por ter me presenteado com uma família maravilhosa.
Agradeço aos meus pais, Sr. Roberto e Sra. Cleonice e a minha irmã
Mariane, pessoas que eu amo e admiro muito nessa vida, por todo incentivo e
conselho transmitido, os quais me ajudam e muito no dia-a-dia.
Manifesto aqui os meus mais sinceros agradecimentos a minha noiva, Daiane
Junqueira, a qual eu amo e tenho enorme gratidão, por todo carinho e amor, por
todos os conselhos, pela humildade, paciência e enorme dedicação dispensada ao
longo dos anos. Agradeço-a por ter entendido a minha ausência e me dado forças
para que eu pudesse concluir esse trabalho.
Agradeço-os pela compreensão em alguns momentos, onde não pude dar
total dedicação e atenção que eles merecem, até por estar me dedicando a este
trabalho.
Também agradeço a todos os professores que me passaram conhecimentos
ao longo da vida, especialmente aos professores da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, que diretamente contribuíram para o meu crescimento profissional.
Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Fernando de Almeida Santos pela
valiosa contribuição na elaboração desse trabalho.
Agradeço também a diretoria da SOMAR – Cooperativa de Energia Elétrica e
Desenvolvimento, na pessoa do Presidente, Sr. Antônio Marino Brandão de Almeida
pelo apoio financeiro despendido ao longo do curso e aos meus amigos e colegas
de trabalho, Prof. Me. Flávio Junio Bacarolli e Prof. Me. José Eduardo Moge, pelo
apoio e oportunidade.
Deixo registrado o meu agradecimento a todos os meus amigos e
companheiros de curso pelas experiências proporcionadas e agradeço também a
todos os colegas de trabalho que de forma direta ou indireta me ajudaram durante
esse período.
Por fim, agradeço a todos os funcionários da universidade, especialmente a
“Rosi” que colaborou e muito nas questões burocráticas e me orientou da melhor
forma possível quanto aos procedimentos.
A todos vocês, o meu mais sincero: Muito Obrigado.
“A felicidade exige valentia”.
Fernando Pessoa.
RESUMO
O presente trabalho refere-se à aplicação do “Impairment Test” em uma CGH -
Central Geradora Hidrelétrica e visa compreender a condição deste ativo,
demonstrando o benefício que será gerado por este. Os objetivos específicos desta
pesquisa compreendem adequar este determinado ativo imobilizado a sua real
capacidade de retorno econômico futuro, averiguar que este ativo não esteja
registrado contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado e
analisar se o valor contábil foi recuperado ou se o mesmo se encontra superavaliado,
sujeitando-se o ativo ao reconhecimento de perdas. As metodologias de pesquisa
utilizadas neste trabalho foram análise qualitativa e quantitativa, além de estudo de
caso. Enquadram-se no estudo, duas metodologias de pesquisa quanto aos
procedimentos, sendo realizadas pesquisa e levantamento das informações
pertinentes ao universo a ser pesquisado. Para aplicação do “Impairment Test”, foram
considerados os valores apresentados no Balanço Patrimonial e demais informações
fornecidas pela área de gestão da entidade. No tópico “análises e discussões”, é
possível observar os impactos, a forma de elaboração e disclosure por parte das
organizações e comentários relacionados a essa metodologia.
Palavras-chave: Ativos. Central Geradora Hidrelétrica. Teste de Impairment.
ABSTRACT
The present work refers to the application of the "Impairment test" in a CGH -
Hydroelectric Generating Center and aims to understand the condition of this asset,
demonstrating the benefit that will be generated by this. The specific objectives of this
research include adjusting this fixed asset to its real future economic return capacity,
ascertaining that this asset is not recorded in the accounting for a value higher than
that recoverable and analyzing whether the book value was recovered or if it is
recovered Overvalued, subject to the recognition of losses. The research
methodologies used in this work were qualitative and quantitative analysis, besides a
case study. The study focuses on two research methodologies regarding the
procedures, being carried out research and survey of the information pertinent to the
universe to be researched. For the application of the "Impairment test", the amounts
presented in the balance sheet and other information provided by the management
area of the entity were considered. In the topic "analyzes and discussions", it is
possible to observe the impacts, the form of elaboration and disclosure by the
organizations and the comments related to this methodology.
Keywords: Assets. Central Hydroelectric Generating. Impairment test.
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. UNIDADE GERADORA DE CAIXA. ........................................................ 61
FIGURA 2. TESTE DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL CONFORME CPC
01. ............................................................................................................................. 67
FIGURA 3. VALOR CONTÁBIL LÍQUIDO. ................................................................ 69
FIGURA 4. REVERSÃO DE PERDA POR IMPAIRMENT. ....................................... 74
FIGURA 5. PROCEDIMENTOS PARA OBTENÇÃO DE DECLARAÇÃO DE
RESERVA DE DISPONIBILIDADE HÍDRICA. ........................................................... 87
FIGURA 6. FLUXO DE PROCEDIMENTOS DE REGISTRO. ................................... 88
FIGURA 7. FORMULÁRIO PARA REGISTRO DE APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO- CGH. ............................................................................................ 89
FIGURA 8. PROJETO BÁSICO - CGH ................................................................... 100
FIGURA 9. TESTE DE IMPAIRMENT. .................................................................... 104
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1. BASES DE MENSURAÇÃO: VALORES DE ENTRADA E SAÍDA. ...... 35
QUADRO 2. VALORES DE TROCA DE ENTRADA. ................................................ 35
QUADRO 3. VALORES DE TROCA DE SAÍDA. ....................................................... 45
QUADRO 4. VALORES DESCONTADOS DE FLUXOS DE CAIXA FUTUROS. ...... 50
QUADRO 5. ARTIGOS E TRABALHOS ACADÊMICOS........................................... 53
QUADRO 6. CONJUNTO DE NORMAS - IMPAIRMENT. ........................................ 57
QUADRO 7. APLICABILIDADE E FATORES CONSIDERADOS NA APLICAÇÃO DO
IMPAIRMENT TEST .................................................................................................. 72
QUADRO 8. SÍNTESE METODOLÓGICA E MATRIZ DE AMARRAÇÃO. ............... 77
QUADRO 9. APRESENTAÇÃO DA CGH ................................................................. 84
QUADRO 10. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS AO LICENCIAMENTO AMBIENTA91
QUADRO 11. INVESTIMENTOS - CGH ................................................................... 99
QUADRO 12. RECEITAS OBTIDAS (2013 A 2016). .............................................. 100
QUADRO 13. PROJEÇÃO DAS RECEITAS. .......................................................... 103
10
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1. OFERTA INTERNA DE ENERGIA EM %. ........................................... 94
GRÁFICO 2. OFERTA DE POTÊNCIA DE GERAÇÃO ELÉTRICA. ......................... 97
11
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. CUSTOS HISTÓRICOS E CUSTOS HISTÓRICOS CORRIGIDOS. ...... 38
TABELA 2. CUSTO CORRENTE CORRIGIDO ........................................................ 42
TABELA 3. OFERTA INTERNA DE ENERGIA. ........................................................ 93
TABELA 4. OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................... 95
TABELA 5. CAPACIDADE INSTALADA DE ENERGIA ELÉTRICA. ......................... 96
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADR American Depositary Receipts
AICPA American Institute of Certified Public Accountants
ANA Agência Nacional de Água
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
APROER Associação Pró-Energias Renováveis
BIG Banco de Informações de Geração
BM&FBOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo
CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
CEG Capacidade de Geração
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CGH Central Geradora Hidrelétrica
CMPC Custo Médio Ponderado de Capital
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CMV Comissão de Valores Mobiliários
FASB Financial Accounting Standard Board
FIPECAFI Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
IAS International Accounting Standards
IASB International Accounting Standards Board
IBOVESPA Índice da Bolsa de Valores de São Paulo
IFRS International Financial Reporting Standard
IOB Informações Objetivas
KW Kilowatt
LI Licença de Instalação
LO Licença de Operação
LP Licença Prévia
MME Ministério de Minas e Energia
MW Megawatt
NBC TG Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas
NYSE New York Stock Exchange – Bolsa de Valores de Nova Yorque
OIE Oferta Interna de Energia
OIEE Oferta Interna de Energia Elétrica
PCH Pequena Central Hidrelétrica
13
PIE Produtor Independente de Energia
PLD Preço de Liquidação das Diferenças
PSI Portuguese Stock Index – Índice da Bolsa Portuguesa
SFAC Statement of Financial Accounting Concepts
TEP Tonelada Equivalente de Petróleo
TWH Terawatt Hora
UE União Europeia
UHE Usina Hidrelétrica
US GAAP United States Generally Accepted Accounting Principles
USP Universidade de São Paulo
UTE Usina Termelétrica
14
Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 17
Contextualização da situação problema ...................................................................... 17
Objetivos .................................................................................................................... 21
Objetivo Geral ................................................................................................................................ 21
Objetivos Específicos ..................................................................................................................... 21
Justificativa da pesquisa ............................................................................................. 22
PROCEDIMENTOS DE PESQUISA .................................................................................. 24
1. ATIVO .......................................................................................................................... 25
1.1 Classificação dos Ativos ......................................................................................... 29
1.1.1 Ativo Imobilizado .................................................................................................................. 29
1.1.2 Ativos adquiridos para Investimentos .................................................................................. 31
1.1.3 Ativos mantidos para venda e em operações descontinuadas ............................................ 32
1.2 Valores de Entrada ................................................................................................ 33
1.2.1 Custo histórico ...................................................................................................................... 36
1.2.2 Custo histórico corrigido ....................................................................................................... 38
1.2.3 Custo corrente ...................................................................................................................... 39
1.2.4 Custo corrente corrigido ....................................................................................................... 41
1.2.5 Custo de reposição ............................................................................................................... 43
15
1.2.6 Custo futuro de entrada descontado ................................................................................... 43
1.3 Valores de Saída ................................................................................................... 44
1.3.1 Valor realizável líquido ......................................................................................................... 46
1.3.2 Equivalentes correntes de caixa ........................................................................................... 47
1.3.3 Valores de liquidação............................................................................................................ 47
1.3.4 Valores descontados de fluxos de caixa futuros ................................................................... 48
2. IMPAIRMENT ............................................................................................................... 51
2.1 Mensuração do valor recuperável .......................................................................... 59
2.1.1 Unidade geradora de caixa ................................................................................................... 60
2.1.2 Valor líquido de venda .......................................................................................................... 62
2.1.3 Valor em uso ......................................................................................................................... 63
2.1.4 Valor Recuperável e Valor Contábil ...................................................................................... 65
2.1.5 Normas e Critérios de Aplicação ........................................................................................... 69
2.1.6 Perdas com Impairment ....................................................................................................... 73
3. MÉTODOS .................................................................................................................... 75
3.1 Tipo de pesquisa quanto aos objetivos .................................................................. 75
3.2 Tipos de pesquisas quanto aos procedimentos....................................................... 75
3.3 Técnicas de coleta de dados .................................................................................. 78
3.4 Estrutura do Trabalho ........................................................................................... 81
4. CGH – CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA .................................................................. 83
16
4.1 Conceitos e apresentação da CGH .......................................................................... 83
4.2 Inventário Hidrelétrico .......................................................................................... 84
4.3 Licenciamento Ambiental, Construção e Operação ................................................. 85
4.4 Matriz Energética Brasileira ................................................................................... 92
4.4.1 Matriz Elétrica Brasileira ....................................................................................................... 95
5. ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 98
5.1 Informações Contábeis: Investimentos e receitas ................................................... 98
5.2 Aplicação do Teste de “Impairment” .................................................................... 101
5.2.1 Valor recuperável: Valor líquido de vendas e valor em uso ............................................... 101
5.3 Análise e Discussões ............................................................................................ 106
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 114
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 121
17
INTRODUÇÃO
O tema central deste trabalho refere-se ao “Impairment Test”. Por meio da
pesquisa verificou-se a aplicação deste método a uma CGH - Central Geradora
Hidrelétrica, ativo que é peculiar das entidades que têm como objeto de negócio a
geração de energia elétrica.
A razão por abordar, neste trabalho, a aplicação deste método a uma CGH,
deve-se primeiro por ser o tema relevante, além de compreender, em um caso real,
a condição e situação deste ativo. Tal fato possibilita maior conhecimento sobre a
temática e incentiva novas pesquisas sobre ativos relacionados as entidades que
têm como objeto de negócio a comercialização, distribuição, geração e transmissão
de energia elétrica.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
Entidades concentram seus esforços buscando garantir a perpetuidade de
seus negócios, objetivando auferir entradas líquidas de caixa no presente e
benefícios futuros.
Os ativos podem-se representar por meio de recursos tangíveis e intangíveis,
controlados por uma entidade, que objetivam a geração de fluxos futuros positivos
de caixa, proporcionando riqueza à organização.
Entretanto, não é tão simples assim garantir que determinado ativo, ou ainda,
conjunto de ativos, apresente por inúmeros períodos, retorno sobre os investimentos
realizados, pois, é uma tarefa árdua realizar sua mensuração.
O objeto desta pesquisa está relacionado aos ativos e consiste em expressar
da melhor maneira o benefício que será gerado por estes.
18
Interessante seria se os ativos pudessem refletir seu real valor econômico,
todavia, não se adota um único critério para evidenciação do valor de um ativo, haja
vista que adotar um único critério para mensuração poderá interferir e desfigurar seu
valor real.
Os critérios que se apresentam para este fim classificam-se em valores de
entrada e valores de saída. No que tange os valores de entrada, é possível
encontrar o custo histórico, custo corrente, custo corrente corrigido, custo de
reposição e custo futuro de entrada descontado. Por sua vez, os valores de saídas
contemplam o valor realizável líquido, equivalente corrente de caixa, valores de
liquidação e valores descontados de fluxos de caixa futuros.
Muitas valorações não estão em concordância com seu real valor e para
diminuir esse agrave, algumas metodologias surgiram, como a reavaliação de ativos,
a qual foi extinta, e recentemente o “Impairment Test”.
Esse e outros conceitos tornaram-se mais conhecidos por contadores a partir
do período em que as normas internacionais de contabilidade foram aceitas no
Brasil, na medida em que as normas internacionais de contabilidade tornaram-se
reconhecidas e aceitas no país. A harmonização internacional da contabilidade
surgiu, entre outros aspectos, para minorar as agruras de investidores, dar
transparência, tornar as informações contábeis uniformes e garantir a padronização
das demonstrações contábeis, no intuito de contribuir a medir uniformemente risco,
retornos, custos de oportunidade dentre outras questões.
No Brasil, especificamente, o surgimento da Lei nº 11.638/07 e
posteriormente 11.941/09, além de um conjunto complementar de leis e normas,
apresentaram novas regras baseadas em propostas internacionais e espera-se que
as mesmas possam ser observadas e praticadas, trazendo a essência sobre a forma
como característica fundamental da informação contábil, proporcionando uma
evolução nas práticas contábeis que devem ser seguidas e aplicadas pelos
profissionais nas organizações.
19
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis por meio do Pronunciamento
Técnico CPC 01 – que trata da redução ao valor recuperável de ativos, definiu valor
recuperável como o maior valor entre o preço líquido de venda do ativo e o seu valor
em uso.
Trata-se de um instrumento utilizado para adequar o ativo à sua real
capacidade de retorno econômico, ou seja, verificar se houve declínio ou dano
econômico no valor de um ativo. O “Impairment Test” é aplicado em ativo
imobilizado, ativos de vida útil indefinida (Goodwill), ativos disponíveis para venda,
investimentos e em operações descontinuadas.
Associado ao conceito, o “Impairment” é regulamentado por normas e nestas
estão expressas sua forma e critérios para adequada aplicação.
Conforme citado, dentre suas particularidades, o “Impairment” é aplicado aos
ativos fixos. Neste sentido, tem por finalidade harmonizar determinado ativo
imobilizado a sua capacidade de retorno futuro.
Muitos estudos têm sido elaborados utilizando essa metodologia. Nesta
pesquisa, em particular, tal método foi aplicado a um ativo imobilizado que é peculiar
das entidades que têm como objeto de negócio a geração de energia elétrica,
portanto, em uma CGH – Central Geradora Hidrelétrica.
Conforme noticiado em seu endereço eletrônico e com base em dados até
2011, a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica caracteriza uma “CGH”
como mini usinas, com potência de até 1 Megawatt (MW), apresentando capacidade
instalada de 188,7 kW e representam 0,17% da matriz energética brasileira.
No entanto, com a sanção da Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015, é
considerada como “CGH”, as minis usinas com potência de até 3 Megawatt (MW).
Conforme relatório apresentado pela ANEEL por meio do Banco de Informações de
Geração, com atualização em 10 de Junho de 2016, os empreendimentos
caracterizados com CGH apresentam potência outorgada de 459,3 kW e
20
representam 0,32% da matriz energética brasileira. Entretanto, considerando apenas
as (CGHs) em operação, a potência total é de 431.827,32 kW (Kilowatt),
representando 0,3% da capacidade total.
Os investimentos realizados em uma “CGH” até a sua devida finalização,
tornando-a apta para gerar energia, são altíssimos. É claro que a capacidade de
geração de energia elétrica atrelado a outros fatores intrínsecos ao negócio, como
questões ambientais, faz com que os investimentos sofram variações, mas sempre
ultrapassando a casa dos milhões de reais.
Antes mesmo de realizar o processo de construção de uma “CGH”, existe
uma série de exigências impostas pela ANEEL e por órgãos ambientais para total
adequação e posterior liberação da infraestrutura. Os investimentos realizados além
de demandarem grande volume de saídas de caixa, envolvem em seu processo a
questão temporal. Observa-se que é trabalhoso adequar-se, não somente às
exigências e licenças ambientais, mas também, questões voltadas a projetos e
engenharia.
Em resumo, os investimentos são elevados e constantes. Os investidores, por
sua vez, ao realizarem grandes investimentos, esperam relevantes retornos, os
quais poderão levar um bom e generoso tempo para se concretizar.
Feitas as considerações, foi pesquisado o seguinte problema: Qual o impacto
econômico decorrente da aplicação do “Impairment Test” em ativo imobilizado,
especificamente em uma CGH – Central Geradora Hidrelétrica?
Neste sentido, foi realizada a aplicação do Teste de “Impairment” em uma
“CGH” a fim de adequar este ativo a sua real capacidade de retorno econômico,
sendo esta a proposta de pesquisa.
21
OBJETIVOS
Em relação à formulação dos objetivos de pesquisa, Richardson (2007)
aponta que os mesmos precisam ser claros e precisos, além de expressar apenas
uma ideia e referir-se apenas à pesquisa que se pretende realizar.
Para Marion et al (2010), objetivo é a situação que se deseja obter ao final do
período de duração do projeto, com base na aplicação dos recursos e da realização
das ações previamente estabelecidas.
A fim de responder à questão da pesquisa, o presente trabalho apresenta os
seguintes objetivos:
Objetivo Geral
O objetivo geral desta pesquisa é: Analisar, por meio do Teste de
“Impairment”, que determinado ativo imobilizado, especificamente, uma CGH –
Central Geradora Hidrelétrica, esteja adequada a sua real capacidade de promover
retorno econômico para a entidade, analisando se houve recuperação, declínio ou
dano econômico no valor deste ativo.
Objetivos Específicos
Segundo Richardson (2007), os objetivos específicos definem as etapas que
devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral.
Para que o objetivo geral seja alcançado, os seguintes objetivos específicos a
abordar são:
22
Adequar determinado ativo imobilizado, neste caso, uma “CGH” –
Central Geradora Hidrelétrica a sua real capacidade de retorno econômico
futuro;
Averiguar que este ativo não esteja registrado contabilmente por um
valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou venda; e,
Analisar se o valor contábil foi recuperado ou se o mesmo se encontra
superavaliado, estando o ativo sujeito ao reconhecimento de perdas.
JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
Entidades que tem como objeto de negócio a geração de energia elétrica
veem na construção e exploração de usinas e minis usinas a oportunidade de auferir
maiores receitas e resultados duradores, agregando valores à organização e
buscando a continuidade dos negócios e consequentemente, contribuir com o
aumento da matriz energética nacional.
De acordo com a agência reguladora ANEEL por meio de informações
relatadas no Banco de Informações de Geração, de um total de 143.937.866 kW de
potência instalada, apenas 431.827,32 kW se referem à capacidade de geração por
meio de Centrais Geradoras Hidrelétricas, o que representa 0,3% da matriz
energética brasileira.
Conforme noticiado pelo “Portal PCH”, no que diz respeito às autorizações, as
(CGH’s) podem gerar energia sem a necessidade de autorização ou concessão do
poder público, o que facilita a viabilidade, implantação e construção deste tipo de
empreendimento.
Por meio da Lei nº 13.097/2015, foi autorizada a ampliação do limite de
potência das Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) de 1 para 3 megawatt (MW).
23
Tal medida visa atender solicitações e anima a cadeia produtiva das usinas de
pequeno porte e também de impacto ambiental.
Pode-se observar que a combinação destes fatores visa otimizar os
procedimentos e consequentemente, proporcionar maiores investimentos.
Embora os investimentos necessários para colocar em pleno funcionamento
essas matrizes, no caso uma CGH – Central Geradora Hidrelétrica sejam elevados,
a exploração das mesmas não tem prazo definido, ou seja, as entidades que detém
a propriedade podem explorá-la por anos, décadas ou conforme sua vontade e
necessidade.
Tal exploração visa à capacidade deste ativo em proporcionar retorno
econômico-financeiro tanto no presente quanto no futuro, afinal as organizações
esperam obter fluxos futuros positivos de caixa dos investimentos ora realizados.
É muito limitado, contentar-se apenas com registros contábeis decorrentes
destes investimentos até o ponto de sua ativação e posterior a isso, a contabilização
dos índices de depreciação. Somente isso não basta para proferir informações
relevantes, uniformes e transparentes. As entidades e seus gestores não podem se
limitar em fornecer apenas informações históricas, embora tenham suas
peculiaridades e grande importância.
Portanto, neste ponto que as metodologias de avaliação e mensuração de
ativos ganham relevância, pois, trazem para mais próximo da realidade, o valor atual
de determinado ativo ou conjunto de ativos.
Especificamente neste trabalho, foi considerado como base o instrumento que
oferece atualmente maior relevância nesse quesito.
A justificativa por iniciar essa proposta de pesquisa com ênfase no teste de
“Impairment” visa garantir que os ativos imobilizados estejam adequados a sua real
capacidade de promover retorno econômico para a entidade e assegurar que os
24
mesmos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores
de recuperação.
PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
O procedimento adotado para realização da pesquisa ocorreu da seguinte
forma:
Primeiramente, foram apresentados os conceitos atribuídos aos ativos, os
critérios para evidenciação (valores de entrada e saída), a classificação destes em
ativo imobilizado, ativos de vida útil indefinida (Goodwill), ativos disponíveis para
venda, investimentos e ativos em operações descontinuadas, bem como o conceito,
normas e critérios para adequada aplicação do teste de “Impairment”.
Sobre CGH – Central Geradora Hidrelétrica, foram apresentados conceitos,
definições técnicas e procedimentos que devem ser adotados para análise,
viabilidade, licenciamento ambiental, construção e projetos intrínsecos a este
determinado ativo até o ponto de adequação para operação.
Em relação à pesquisa de levantamento, foram coletadas informações
contábeis reais, relacionadas aos investimentos e processos como um todo até a
ativação de uma “CGH”, no intuito de oferecer embasamento para que sejam
observados e constatados os valores desembolsados ao longo dos anos e os
respectivos resultados, a fim de proferir uma análise concreta sobre a aplicação do
teste de “Impairment” neste determinado ativo.
25
1. ATIVO
Neste capítulo foram apresentadas as considerações e as classificações dos
ativos. Além dos conceitos contemplados, apresentou-se as opções de avaliação
pelos chamados Valores de Entrada e Valores de saída, bem como seus respectivos
conceitos e exemplos os quais poderão ser vistos adiante por meio dos Quadros
contemplados no presente estudo.
Conforme Iudícibus (2010), estudar as generalidades dos ativos é muito
importante, pois se trata de um capítulo fundamental da Contabilidade, devido à
multiplicidade de relacionamentos contábeis provocadas por sua definição e
mensuração e que estão ligados e envolvem receitas e despesas.
Martins (1972) apud Iudícibus (2010) define ativo como os benefícios futuros
provocados por um agente, deixando claro, que é o valor dos benefícios que
determinará o valor do ativo e não propriamente, o agente, de per si.
Para Marion (2009), ativo representa algo positivo, dinâmico e que gera
riqueza.
Segundo Sprouse & Moonitz (1962, ARS n. 3), os ativos representam
benefícios futuros esperados, direitos que foram adquiridos pela entidade como
resultado de alguma transação corrente ou passada.
Francisco D’Auria apud Iudícibus (2010), o ativo é o conjunto de meios postos
à disposição do administrador para que esse consiga alcançar os fins que a entidade
tem em vista.
Hendriksen e Breda (1999) se referem aos ativos como sendo
essencialmente reservas de benefícios futuros.
26
Segundo Gimenez e Oliveira (2011), trata-se de um recurso controlado pela
entidade, proveniente de eventos passados e do qual se esperam que benefícios
futuros fluam para a entidade.
Seguindo por essa mesma linha de raciocínio, Santos, Gouveia e Vieira
(2012), declaram que os ativos são bens e direitos da sociedade em condições de
gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos passados.
Iudícibus (2013) afirma que são todos os bens e direitos de propriedade e
controle da empresa, que permitem ser avaliáveis em dinheiro e que representam
benefícios presentes e ainda, consigam trazer benefícios futuros para as entidades.
Santos e Veiga (2014) relatam em sua recente obra que se esperam dos
ativos, benefícios econômicos futuros, compreendendo como ativos, os bens e
direitos das entidades.
Citado por Hendriksen e Breda (1999) segundo o SFAC nº 6 do FASB -
Financial Accounting Standard Board, ativos são benefícios econômicos futuros
prováveis, obtidos ou controlados por uma entidade em consequência de transações
ou eventos passados.
Iudícibus (2010, p. 124) cita uma definição a qual considera casuística de
ativo, a qual foi apontada pelo Comitê de Terminologia do AICPA - American
Institute of Certified Public Accountants, em 1941 e 1953, conforme Accounting
Terminology Bulletin nº 1:
Ativo é algo representado por um saldo devedor que é mantido após o encerramento dos livros contábeis de acordo com as normas ou princípios de Contabilidade, na premissa de que representa ou um direito de propriedade ou um valor adquirido, ou um gasto realizado que criou um direito.
Conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) por meio do
Pronunciamento Conceitual Básico, constantes dos itens 53 e 54, as organizações
usam seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de serviços capazes de
27
satisfazer as necessidades dos clientes, trazendo para as entidades o benefício
econômico futuro, pois satisfazendo a necessidades de seus clientes, contribuem,
direta ou indiretamente, para formação do fluxo de caixa ou equivalentes de caixa
para a entidade. O item 55 traz a seguinte afirmação:
Os benefícios econômicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, um ativo pode ser: (a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de mercadorias e serviços a serem vendidos pela entidade; (b) trocado por outros ativos; (c) usado para liquidar um passivo; ou (d) distribuído aos proprietários da entidade.
Por meio dos conceitos apontados pelos referidos autores, pode-se
mencionar, que os Ativos são recursos tangíveis e intangíveis, controlados por uma
entidade, que objetivam a geração de fluxos futuros positivos de caixa,
proporcionando riqueza à organização.
Conforme Hendriksen e Breda (1999, pág. 285) e o FASB, os ativos
apresentam três características essenciais, tais como: Primeiramente incorporam um
provável benefício econômico futuro, o que significa ter potencial de contribuir para a
geração de caixa ou equivalente de caixa para a entidade; em um segundo
momento, resultam de transações ou eventos passados e, por fim, a entidade deve
ser capaz de controlar os benefícios econômicos provenientes dos ativos.
Por benefício futuro de um ativo entende-se seu potencial de contribuir, direta
ou indiretamente, para o fluxo de caixa da entidade e os fluxos de caixas advêm do
uso de um ativo ou de vossa liquidação. (Gimenez e Oliveira, 2011, p. 76).
O conceito de recursos é amplo, pois envolvem tangíveis e intangíveis.
Iudícibus (2010, p. 125) alerta que o fato de serem controlados por uma entidade é
uma dimensão mais moderna de ativo, pois ao controlarmos, podemos ter ou não a
propriedade.
28
Marion e Iudícibus (2002, p. 152) apontam que uma discussão muito antiga é
se, para se considerar um elemento como ativo, são necessárias as seguintes
características: Propriedade e posse; somente a propriedade ou ainda, somente a
posse.
Conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), neste caso, o fator
determinante é que a entidade detenha o controle sobre os benefícios econômicos
provenientes da propriedade.
Sobre as características essenciais, em relação ao benefício futuro provável,
Hendriksen e Breda (1999) apontam que deve haver algum direito específico a
benefícios futuros (positivos) ou potencial de serviço.
Quanto ao controle, os referidos autores dizem que os direitos devem
pertencer a algum indivíduo ou alguma empresa. Quando abordam transações e
outros eventos, comentam que os benefícios econômicos devem resultar de
transações ou eventos passados.
Conforme Iudícibus (2010), o teste de um ativo é que, ao trazer benefícios
imediatos ou futuros, transformará esses benefícios em entradas líquidas de caixa
ou em economia de saídas líquidas de caixa.
Segundo Iudícibus (2010, p. 125), pode-se compreender que:
1. O ativo deve ser considerado modernamente, em primeiro lugar, quanto à sua controlabilidade por parte da entidade, subsidiariamente quanto à sua propriedade e posse; 2. Precisa estar incluído no ativo, em seu bojo, algum direito específico a benefícios futuros (por exemplo, a proteção à cobertura de sinistro, como direito em contraprestação ao prêmio de seguro pago pela empresa) ou, em sentido mais amplo, o elemento precisa apresentar uma potencialidade de serviços futuros (fluxos de caixa futuros) para a entidade; 3. O direito precisa ser exclusivo da entidade; por exemplo, o direito de transportar a mercadoria da entidade por uma via expressa, embora benéfico, não é ativo, pois é geral, não sendo exclusivo da entidade.
29
1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ATIVOS
Neste tópico foram realizadas as considerações quanto à classificação dos
ativos, considerando por classificação, os ativos fixos (imobilizado), os ativos
intangíveis, ativos de vida útil indefinida e ativos disponíveis para venda, bem como,
os ativos adquiridos para investimentos e os ativos em operações descontinuadas.
Não abordando de forma profunda as questões relacionadas aos grupos dos
ativos, mas fazendo uma explanação superficial entre ativo circulante e ativo não
circulante, Ross, Westerfield e Jordan (2013) relatam que o ativo circulante tem uma
vida menor do que um ano, consequentemente, o ativo se converterá em caixa em
até 12 meses; por sua vez, o ativo não circulante compreende aqueles ativos que
apresentam uma vida relativamente longa.
Porém, segundo Santos e Veiga (2014), o ativo circulante deve ser
considerado como o grupo que apresenta maior liquidez, representando a
movimentação dentro do ciclo operacional e/ou até o final do exercício subsequente;
já os ativos inseridos no grupo não circulantes, representam os direitos cujo prazo
para realização ultrapasse um ano, em outras palavras, ultrapasse o ciclo
operacional da entidade e o exercício subsequente.
1.1.1 Ativo Imobilizado
Segundo Iudícibus (2013), considera-se ativo imobilizado, todo ativo de
natureza relativamente permanente que se utiliza na operação dos negócios e que
não são destinados à venda.
O Pronunciamento Técnico CPC 27 define o imobilizado como um ativo
tangível que é mantido para uso na produção ou fornecimento de bens e serviços,
para aluguel a outros, ou para fins administrativos e ainda, se espera utilizar por
mais de um ano.
30
Conforme Dias e Caldarelli (2008) em alusão a lei 11.638/07 e Iudícibus et al
(2010), estão presentes no imobilizado os bens corpóreos destinados a manutenção
das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade.
Para Santos e Veiga (2014), representam os bens necessários às operações
e atividades normais da companhia. Além do mais, sua vida útil deve-se estender
pelo uso, contemplando um período superior a um ciclo operacional ou mais.
Conforme a Lei 11.638/07, o imobilizado estará representado por meio dos
direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades da organização ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e
controle desses bens.
Mendes (2012) relata que o ativo imobilizado contabilizado deve estar limitado
à capacidade de gerar benefícios futuros à entidade.
Para Leite (2012), o ativo imobilizado está representado por todos os bens de
longa permanência na entidade, destinados ao atendimento do funcionamento
normal da companhia e de seu empreendimento.
De acordo com a NBC TG 1000:
Ativo Imobilizado são ativos tangíveis que: a) são disponibilizados para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para locação por outros, para investimento, ou para fins administrativos; e b) espera-se que sejam usados por mais de um período contábil.
De acordo com Iudícibus (2010, p. 220), são aqueles ativos tangíveis de
permanência duradoura, isto é, dos quais se espera usufruir por mais de um
período, destinados ao funcionamento normal da entidade e os direitos exercidos
com essa finalidade. São utilizados na produção ou fornecimento de mercadorias
e/ou serviços, para aluguel a terceiros, ou com fins administrativos.
31
1.1.2 Ativos adquiridos para Investimentos
Em atenção aos ativos caracterizados como investimentos, Iudícibus (2013)
afirma que se caracterizam como investimentos as participações societárias
permanentes e os direitos de qualquer natureza, sendo estes, não destinados a
manutenção da atividade da entidade.
Segundo Martins (2010, p.25), o investimento é um “gasto ativado em função
de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s) período (s) ”.
Determinados investimentos que se destinam a produzir benefícios pela sua
permanência nas entidades deverão ser classificados no balanço patrimonial no
subgrupo “Investimentos”.
Para as empresas, enfatiza Helfet (2007) apud Moraes (2010), o investimento
sustenta as estratégias competitivas e funciona com uma força motriz que suporta a
atividade empresarial, ou seja, permite o ingresso de novas tecnologias à sociedade
que servirá como base a fontes de receita no futuro.
O CPC 28 por sua vez, define ativos para investimento da seguinte forma:
É a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas, e não para: a) uso na produção ou fornecimento de bens e serviços ou para finalidades administrativas; ou b) venda no curso ordinário do negócio.
Segundo Leite (2012), os ativos adquiridos para investimentos são aqueles
mantido pelo proprietário para a obtenção de rendimentos ou para valorização do
capital investido. Aponta ainda, que terrenos e edifícios são exemplos desses ativos.
Em relação aos terrenos, edifícios e outros imóveis, Iudícibus et al (2010)
apontam que estes, deverão ser mantidos com o propósito de geração de aluguel ou
32
arrendamento operacional, ou até mesmo como especulação, visando uma venda
futura a terceiros.
1.1.3 Ativos mantidos para venda e em operações descontinuadas
Segundo Iudícibus et al (2010), determinado ativo poderá ser considerado e
classificado na condição de “mantido para venda”, se a entidade pretende recuperar
o valor inicial por meio de transação específica de venda em vez de geração de
caixa derivada de seu uso contínuo. Deverão ainda, ser apresentados
separadamente dos outros ativos no balanço patrimonial.
De acordo com o CPC 31, por vezes, uma entidade pode colocar à venda um
grupo de ativos gerador de caixa, possivelmente com alguns passivos diretamente
associados a ele, em conjunto em uma única operação, esperando, dessa forma,
que seu valor contábil seja recuperado pela transação de venda.
Iudícibus et al (2010) destacam ainda, que o ativo mantido para venda deverá
ser anunciado firmemente para a venda por um valor que seja razoável em relação
ao seu valor justo corrente.
Ao abordar a questão “operação descontinuada” e em consulta ao CPC 31,
pode-se verificar que:
Trata-se de operação descontinuada, determinado componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda e: a) representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; b) é parte integrante de um único plano coordenado para vender uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações, ou c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo de revenda.
Para Leite (2012, p. 91), operações descontinuadas são componentes de
uma empresa que foram alienados ou estão classificados como mantidos para
33
venda, representando um segmento econômico ou geográfico, ou ainda pode
representar uma subsidiária adquirida exclusivamente para revenda.
Segundo Mendes (2012), a entidade deverá classificar um ativo imobilizado
como mantido para venda se o seu valor contábil vai ser recuperado por meio de
transação de venda, estando-o, disponível para venda imediata em suas condições
atuais.
1.2 VALORES DE ENTRADA
No cotidiano das operações empresariais, é muito comum as empresas
realizarem troca de bens ou serviços por dinheiro ou, então, um direito de recebê-lo
no futuro, assim se faz necessária a avaliação desse bem e direito, ou seja, desse
ativo. (Almeida e Varela, 2010, p. 4).
Para Iudícibus (2004), existem dois critérios de avaliação de ativos: valores
de entrada e valores de saída.
Hendriksen e Van Breda, (1999) tratam a avaliação de ativos como sendo
medidas de entradas e medidas de saída, onde as medidas de entrada representam
os custos de aquisição de ativos e as medidas de saída tratam dos valores de
vendas, ambos podendo ser retirados de mercados passados, correntes ou futuros.
Martins (2006, p. 28) relata que valores de entrada representam o sacrifício
que a empresa efetuou, efetua ou efetuará para adquirir um determinado recurso e
considerando o aspecto temporal ao abordar os aspectos dos valores de entrada, as
principais opções compreendidas são as seguintes: 1. Eventos passados – Custo
histórico; 2. No presente – Custo corrente; e 3. Eventos Futuros – Custo de
reposição futuro.
34
Continuando com os ensinamentos de Martins (2006), quando se menciona
em avaliação de ativos, os valores de entrada são utilizados de forma abrangente e
tamanha abrangência é fundamentada em três conceitos essenciais, tais como: O
lucro como diferença entre caixa obtido num negócio menos o caixa investido, a
praticabilidade e a objetividade.
Iudícibus (2010, p. 133) aponta que:
Considera-se que os valores de entrada são mais adequados do que os valores de saída como base geral de avaliação do ativo, pois podem representar o valor máximo para a empresa, ou porque muitas vezes não há mercado para valores de venda. E considera-se também que os valores de entrada são mais objetivos e não permitiria, em tese, o reconhecimento da receita antes de ser realizada.
Hendriksen e Breda (2012) mencionam que para melhor entendimento dos
vários processos de atribuição de valores monetários, objetos ou eventos
associados a uma empresa (ativo), é preciso analisar as diversas bases de
mensuração existentes na conceituação acadêmica.
Mensurar significa atribuir determinada medida ou tamanho ao objeto que se
pretende estudar. Segundo Hendriksen e Breda (1999), é uma forma de aferir uma
quantidade a uma característica de algum objeto.
Pode-se observar por meio dos Quadros 1 e 2, o processo e os conceitos de
atribuição de valores mencionados pelos autores na referida obra:
35
Quadro 1. Bases de Mensuração: Valores de Entrada e Saída.
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 304)
Quadro 2. Valores de troca de entrada.
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 318).
36
Hendriksen e Breda (2012) relatam que as medidas de entrada representam o
volume de dinheiro, ou o valor de alguma outra forma de compensação, pago
quando um ativo ou seus serviços ingressam na empresa por meio de troca ou
conversão.
1.2.1 Custo histórico
De acordo com CPC 00 – Pronunciamento Conceitual Básico, a base de
mensuração a custo histórico consiste em registrar os ativos pelos valores pagos ou
a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos
que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não ser
atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda.
Para Martins (2006), consiste no sacrifício efetuado para disponibilizar um
dado recurso e por ser um custo oriundo de evento passado não considera as
alterações econômicas ou específicas relacionadas ao preço.
Iudícibus (2010) relata que é tão tradicional a adoção deste método como
base de valor na Contabilidade, que esta por sua vez, tem sido frequentemente
associada com aquela.
Com base no Comitê de Terminologia do AICPA apud Iudícibus (2010, p.
133):
“Desde que a Contabilidade é predominantemente baseada no custo, as
utilizações adequadas da palavra valor, em Contabilidade, estão basicamente
restritas à evidenciação de itens ao custo ou às modificações do custo”.
Segundo Hendriksen e Breda (1999, p. 306), o custo histórico define-se pelo
preço agregado pago pela empresa para adquirir a propriedade e o uso de um ativo,
incluindo todos os desembolsos necessários para colocar o ativo no local e em
plenas condições para realização das atividades as quais se destinam.
37
Martins (2006) pondera que apesar da aparente simplicidade, a mensuração
do custo envolvendo este método pode ser às vezes uma tarefa complexa, pois nem
sempre o preço de um item será representado por um simples preço de troca.
Iudícibus (2010) destaca que uma das razões mais fortes para adoção do
custo histórico é sua possível aderência, no momento da aquisição, para expressar
os potenciais de serviços futuros.
Para Martins (2006), o custo histórico apresenta vantagens e desvantagens
conforme apresentado a seguir:
Vantagens:
Valor de entrada que melhor atende aos conceitos de objetividade e
praticabilidade, além de contribuir para a proteção do capital da empresa;
Utilizado também na Contabilidade Gerencial, pois representa o valor
original de obtenção de recursos e é referência para apuração das
variações patrimoniais decorrentes das decisões gerenciais;
Possui forte correlação com o fluxo de caixa, devido a materialidade
comprobatória implícita.
Desvantagens:
Ajuda a medir o lucro, mas no conceito das transações já ocorridas, ou
seja, acaba por não considerar os novos desembolsos para repor os ativos
adquiridos anteriormente, nem para obter receitas futuras;
Deve-se evitar nos casos em que se pretende apurar a capacidade de
geração futura;
Pode-se acarretar a manutenção de registros sem qualquer significado,
pois, provavelmente estará representando apenas o que se investiu
quando da aquisição;
38
Soma valores formados em diversos períodos desconsiderando a
variação do poder aquisitivo.
1.2.2 Custo histórico corrigido
Para Martins (2006), o custo histórico corrigido é a combinação entre custo
histórico e o princípio contábil do denominador comum monetário.
Iudícibus (2010, p. 135 e 136) aponta:
O custo histórico corrigido apresenta a vantagem de ser de fácil utilização e, além do mais, levando a uma avaliação do patrimônio líquido que facilita as tomadas de decisões para manter o patrimônio pelo menos com a mesma potencialidade, apesar das distribuições. Todavia, a principal limitação consiste em a empresa, devido à estrutura de seus ativos e a seu posicionamento no setor, com os concorrentes, experimentar, às vezes, uma taxa de perda de poder aquisitivo de sua moeda diferente da média geral da economia.
Conforme Tabela 1 a seguir, segue exemplos relacionados aos Custos
Históricos e Custos Históricos Corrigidos:
Tabela 1. Custos Históricos e Custos Históricos Corrigidos.
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 306).
39
Para Martins (2001) o custo histórico corrigido é o custo histórico ajustado,
quer seja por um coeficiente derivado da inflação ou por um derivado de um outro
índice mais especifico, reconhecendo os efeitos da variação do poder aquisitivo.
Iudícibus (2010) destaca uma vantagem ao afirmar que um lucro baseado em
valores históricos e totalmente realizado, mas que também apresentam
desvantagens ao considerar que os valores dos ativos mudam com o tempo e não
somente em virtude das variações de preços e obsolescência, mas também em
virtude da mudança no estoque de potenciais de serviços de cada ativo.
1.2.3 Custo corrente
Conforme o CPC 00 – Pronunciamento Conceitual Básico, no custo corrente
os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na
data do balanço.
Iudícibus (2010) aponta que os custos históricos e correntes são iguais na
data de incorporação de um ativo.
Hendriksen e Breda (2012) mencionam que os custos correntes devem ser
praticados quando existe um mercado no qual ativos semelhantes são comprados e
vendidos, quando é possível associar um preço de troca ao ativo possuído e que o
preço represente o valor máximo para a empresa, exceto se o valor realizável líquido
for superior. Os custos correntes representam o preço de troca que seria exigido
hoje para obter o mesmo ativo ou um ativo equivalente. (Hendriksen e Breda, 2012,
p. 308).
Martins (2006) observa que a variação geral de preços consiste num
abrangente movimento ascendente ou descendente (inflação ou deflação) dos
40
valores de mercado de ativos, haja vista que o impacto é sentido por toda a
sociedade.
De acordo com Santos, Schmidt e Fernandes (2006) apud Dameda, Alves e
Ott (2011), em síntese, o custo histórico corrigido goza das mesmas vantagens de
objetividade e praticidade atribuídas ao custo histórico, acrescentando a vantagem
de contemplar possíveis efeitos da variação do poder aquisitivo da moeda,
permitindo a comparação de valores de datas distintas.
Iudícibus (2010) esclarece que num sentido mais amplo, o custo corrente de
um ativo, hoje, no estado em que se encontra, seria o somatório dos custos
correntes dos insumos contidos em um bem de serviços equivalentes aos do
originalmente adquirido menos sua depreciação.
Conforme relatam Hendriksen e Breda (2012), os custos correntes de entrada
apresentam vantagens e desvantagens, conforme mencionado a seguir:
Vantagens:
Reflete o que um produto deve custar para produzir sob condições
correntes de preços e tecnologia e com um padrão desejado de eficiência;
Assemelha-se ao custo de reposição, mas não consideram os custos
da ineficiência e da capacidade ociosa;
Diferencia-se dos custos padrão, porque utilizam técnicas passadas de
produção aplicando-se preços correntes;
Importante em momentos econômicos com índices de inflação;
Considerado em muitas situações uma medida apropriada de valor
justo.
Desvantagens:
41
Problemas para definir o preço de itens sazonais e de moda e para
bens produzidos por métodos obsoletos. Subjetividade;
Variações de custos correntes nem sempre refletem variações de
preços correntes de venda;
Aumento de custos resultariam em ganhos registrados no exercício
corrente mesmo que não tenham sido vendidos no mesmo;
Ganhos e perdas causados por variações no processo de avaliação de
entrada por este método impactariam no lucro líquido, exceto se o custo
das mercadorias vendidas e o estoque final sejam mensurados da mesma
forma no momento da venda.
Iudícibus (2010) aponta que conceitualmente o custo corrente é tão bom
quanto o valor de saída, pois se trata de um preço de mercado.
1.2.4 Custo corrente corrigido
Segundo Schimdt (2000) apud Dameda, Alves e Ott (2011), o custo corrente
corrigido considera a variação do valor de reposição do ativo, conjugado com a
variação de preços, tomando-se o valor do custo corrente e aplica-se a variação de
preços até a data em que se pretende apresentar o ativo corrigido.
O objetivo principal consiste em proporcionar integridade ao denominador
comum monetário, em termos de essência econômica, usado para avaliação dos
itens patrimoniais e eventos que afetam a empresa. (Martins, 2006, p. 75).
Iudícibus (2010) relata que talvez seja o mais completo conceito de avaliação
de ativos a valores de entrada, combinando as vantagens do custo corrente com as
42
do custo histórico corrigido e que na maior parte das circunstâncias, deveria ser
adotado para avaliação geral do ativo. 1
A título de exemplo, pode-se verificar a Tabela a seguir:
Tabela 2. Custo Corrente Corrigido
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 309).
Martins (2006) aborda que o custo corrente corrigido se preocupa em fornecer
informações mais comparáveis, pois se utiliza de uma moeda de poder aquisitivo
constante, propiciando maior utilidade aos relatórios contábeis e aumentando a
utilidade da informação por meio das variações específicas de preços.2
1 Obviamente, pode-se admitir uma exceção no caso dos produtos destinados à venda, que
poderiam ser avaliados pelo valor realizável líquido e para os itens monetários, que são valores
numerários ou assemelhados por sua própria natureza.
2 Pode-se associar ao custo corrente corrigido a combinação das desvantagens apresentadas
para o custo corrente e custo histórico corrigido, comparativamente com o custo histórico.
43
1.2.5 Custo de reposição
Iudícibus (2010) afirma que a representação de produtos a seu custo de
reposição poderá até ser aceitável como aproximação e para uniformidade, partindo
da premissa de que as receitas seriam mais adequadamente reconhecidas no ato da
venda.
Martins (2006) argumenta que o custo de reposição tem como premissa a
continuidade das operações da empresa com os mesmos tipos de produtos ou
serviços e considerando essa hipótese, um resultado potencialmente útil estaria
representado por meio da diferença entre a receita auferida e o custo de reposição
(futuro) da unidade comercializada.
Conforme CPC 46 - (Apêndice A), o custo de reposição é a técnica de
avaliação que reflete o valor que seria exigido atualmente para substituir a
capacidade de serviço de um ativo.
Martins (2006, p. 88) aponta que a principal vantagem deste valor de entrada
consiste em elevar o nível da utilidade da informação quando espera-se
significativas variações de preços para futuras compras e a principal desvantagem
consiste na elevação do nível de subjetividade inerente à previsão do custo da
próxima aquisição o item ora avaliado.
1.2.6 Custo futuro de entrada descontado
Para Hendriksen e Breda (2012, p. 310), se o preço de acordo com os termos
do contrato, deve ser pago mais tarde, o custo do ativo deve ser o valor presente da
obrigação contratual.
44
Iudícibus (2010) relata que a título de mensuração e avaliação de ativos, a
forma que mais se aproxima da natureza dos ativos, seria a sua mensuração a
valores presentes de fluxos descontados futuros de caixa.
Conforme CPC 12, representa a estimativa do valor corrente de um fluxo de
caixa futuro, no curso normal das operações da entidade.
Hendriksen e Breda (2012, p. 310) apontam ainda, as vantagens e
desvantagens deste método:
Vantagens:
Utilizado nos casos em que a aquisição de produtos ou serviços são
efetuados à medida que a empresa necessitará para suas atividades.
Desvantagens:
Normalmente não se adquire produtos de forma estritamente
separadas;
Após essa aquisição, esta identidade inicial entre custos futuros
esperados descontados e o valor corrente dos ativos não tendem a
permanecer em períodos anteriores.
1.3 VALORES DE SAÍDA
Busca-se por meio dos valores de saída aproximar determinados objetos ao
seu valor econômico, atribuindo-lhe um preço obtido no segmento de mercado de
venda da companhia.
Valores de saída possuem direta vinculação com o objetivo da Contabilidade
(gerar informações úteis) e em comparação com os de entrada, geralmente são
mais subjetivos e menos práticos. (Martins, 2006, p. 94).
45
Para Hendriksen e Breda (2012), as medidas de saídas representam o
volume de caixa, recebido por meio de troca ou conversão de determinado ativo,
conforme Quadro 3 referenciado a seguir:
Quadro 3. Valores de troca de Saída.
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 318).
Para Martins (2006), os valores de saída são muito utilizados em relatórios
gerenciais, pois permite identificar expectativas de resultados atreladas às decisões
de gestores, já na contabilidade financeira, normalmente se restringe às operações
históricas.
Conforme Kam (1990:136) apud Martins (2006:95):
A contabilidade a valores de saída tem sido associada principalmente aos nomes de Raymond Chambers e Robert Sterling, e um defensor antigo desse conceito foi Keneth MacNeal...Os acionistas de uma empresa com
46
capital pulverizado não conseguem ter acesso à verdade sobre os ativos da companhia em que investiram, ficando em posição desvantajosa em relação aos que têm informações internas.
1.3.1 Valor realizável líquido
Segundo Hendriksen e Breda (2012), valor realizável líquido pode ser definido
entre o preço corrente de saída, menos o valor corrente de todos os custos e
despesas incrementais relacionados à conclusão, à venda e também à entrega do
produto, mercadoria ou material.
Para Martins (2006) pode ser entendido como o valor corrente de venda
deduzido dos gastos necessários para a realização do item avaliado.
Iudícibus et al (2010) considera que é o preço de venda estimado no curso
normal dos negócios deduzido dos custos estimados para a sua conclusão e dos
gastos estimados necessários para se concretizar a venda.
Compartilhando, é claro, do mesmo raciocínio, Iudícibus (2010) relata em sua
obra, que é a entrada esperada pela venda menos todos os gastos incrementais
previstos e despesas relativas ao acabamento, venda, entrega e cobrança do
produto.
Segundo Hendriksen e Breda (1999), o valor realizável líquido pressupõe
operações normais de mercado, ou seja, uma liquidação organizada.
Conforme CPC 16, o Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no
curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e
dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda.
Em síntese, Martins (2006) aponta que seu correspondente valor de entrada
seria o próprio custo corrente, porém considerando que ele embute todos os gastos
necessários para que o item fique à disposição da empresa.
47
1.3.2 Equivalentes correntes de caixa
Quando ocorrer a venda de determinado produto em um mercado organizado,
o preço corrente de venda pode ser uma razoável aproximação do futuro preço de
venda, é o que afirma Iudícibus (2010).
Para Chambers apud Hendriksen e Breda (2012, p. 311), se trata de um
conceito único de mensuração para todos os ativos, representando seus preços
realizáveis presentes. O equivalente corrente a caixa representa, portanto, a posição
da empresa em termos de adaptação ao ambiente.
Para Iudícibus (2010) este método pode ser uma aproximação para as
entradas previstas de caixa para ativos, tais como inventários de produtos para
venda e produtos próximos do estágio final de acabamento.
A principal deficiência no uso deste conceito reside em não considerar a
relevância da informação para as necessidades de predição e tomada de decisões
dos usuários das demonstrações contábeis, é o que apontam Hendriksen e Breda
(2012).
1.3.3 Valores de liquidação
Conforme CPC 12, o valor de liquidação difere de valor justo, pois enquanto o
valor justo é valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado,
entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, o
valor de liquidação considera fatores que pressionem para a liquidação da transação
ou que caracterizem uma transação compulsória.
48
Para Martins (2006), os valores de liquidação estão presentes em operações
que contemplam contextos anormais, onde a urgência de sua conclusão seja a
característica predominante, a qual é chamada de liquidação forçada.
Essa é a mesma opinião contemplada por Iudícibus (2010, p. 133):3. Seu
conceito subentende uma venda forçada, seja a clientes regulares a preços
substancialmente reduzidos ou a outras empresas ou revendedores, geralmente a
preços consideravelmente abaixo do custo.
Hendriksen e Breda (2012, p. 311) afirmam que:
Este conceito deve ser utilizado em duas condições principais: Quando mercadorias ou ativos tenham perdido sua utilidade normal ou seu mercado ou quando a empresa espera suspender suas operações num futuro próximo, tornando-se incapaz de vender em seu mercado normal.
Entretanto, algumas atividades podem usar os valores de liquidação com
regularidade, tais como empresas do ramo financeiro especializadas em desmanche
de empresas, é o que aponta Martins (2006).
Hendriksen e Breda (1999) apontam que o valor de liquidação subentende
uma venda forçada, a preços substancialmente reduzidos, abaixo do próprio custo.
Para Martins (2006), a principal vantagem está ligada a identificação dos
valores disponíveis para alterar uma posição, enquanto que a principal desvantagem
se relaciona a uma aplicabilidade restrita, devido ao pressuposto da venda forçada.
1.3.4 Valores descontados de fluxos de caixa futuros
Segundo Hendriksen e Breda (2012), os valores descontados de fluxos de
caixa ou capacidade de geração de serviços futuros, verifica os recebimentos
49
esperados de uma entidade em um determinado período de tempo, os quais são
trazidos a valor presente.
O valor presente é determinado pelo processo de desconto e embora seja
muito usual na empresa como um todo por investidores, sua validade é questionável
quando aplicado a ativos separados.
Segundo Martins (2006), consiste em converter os benefícios e sacrifícios
associados a um item patrimonial em quantidades de moeda, respeitando as épocas
de ocorrência e transportá-las para a data específica por meio do uso de taxas de
juros.
Iudícibus (2010, p. 132) relata que este método envolve não apenas a taxa de
juros adequada, mas também uma estimativa da probabilidade de receber os
valores previstos - tem sido utilizado, às vezes, apenas no que se refere aos itens
monetários.
Hendriksen e Breda (2012) explicam esses possíveis questionamentos no
Quadro 4 apresentado a seguir:
3 Deveriam ser utilizados apenas quando mercadorias ou outros ativos se tornarem obsoletos e quando a empresa não espera continuar o empreendimento em futuro próximo; é portanto, uma hipótese de descontinuidade.
50
Quadro 4. Valores descontados de fluxos de caixa futuros.
Entradas líquidas futuras
Preço corrente de venda
Equivalente corrente de caixa
Valores de liquidação Venda forçada dos Ativos
Provável valor de venda do
produto
Venda dos Ativos de forma
ordenada
Valores descontados das entradas
de caixa futuraTrazer a valor presente
Probabilidade de receber o
previsto
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 312).
Para Martins (2006), o valor presente do fluxo futuro de caixa, quando
aplicado ao ativo, tem como propósito identificar o montante que, recebido hoje,
proporcionaria a mesma utilidade que outro obtido em data futura.
51
2. IMPAIRMENT
Neste capítulo foram apresentadas as considerações acerca do “Impairment
Test”, as altercações sobre a mensuração do valor recuperável, relacionando o
conceito e entendimento sobre valor líquido de venda, valor em uso, valor
recuperável e valor contábil, as normas e critérios de aplicação envolvendo o ativo
imobilizado, ativos adquiridos sobre investimentos, ativos mantidos para venda e em
operações descontinuadas, bem como o conceito e exemplos relacionados à perda
por Impairment.
Em referência ao termo teste, Iudícibus et al (2010) mencionam que o teste
de um ativo é que, ao trazer benefícios imediatos ou futuros, transformará esses
benefícios em entradas líquidas de caixa ou em economia de saídas líquidas de
caixa.
Inicialmente, o portal IFRS.Brasil.com, por meio de seu site oficial, destaca
que o impairment, tratado com maior ênfase pelo CPC 01 e IAS 36, caracterizado
como norma contábil, destaca que o conservadorismo embora abolido pelo menos
de maneira oficial da Estrutura Conceitual da Contabilidade (Framework), se faz
presente quando o assunto recai sobre a recuperabilidade de ativos.
Para Lopes e Martins (2007), a questão envolvendo o conservadorismo é
uma das características mais relevantes do corpo de práticas e procedimentos da
contabilidade.
Para Ramanna e Watts (2012) apud Moreira, Fernandes e Cardoso (2015), o
teste de impairment permite aos administradores gerenciar informações privadas
acerca de fluxos futuros de caixa.
Lima (2010) destaca que as normais internacionais de contabilidade preveem
a possibilidade de que um ativo ou conjunto de ativos registrado por uma entidade
52
não seja considerado recuperável, ou seja, que o valor contábil do ativo exceda os
benefícios econômicos futuros, seja por uso, seja por venda.
Segundo Montoto (2012), a partir das alterações nas práticas contábeis
brasileiras, a preocupação predominante é verificar permanentemente qualquer
redução que deva ser feita para ajustar o valor contábil ao valor de venda de um
ativo ou ao valor que esse mesmo ativo possa gerar a entidade.
Evidenciando a representatividade do “Impairment test”, foi elaborado o
Quadro 5, onde é possível verificar, em síntese, alguns artigos e trabalhos
acadêmicos realizados em âmbito nacional e internacional que apresentam relação
com o tema desta pesquisa, trazendo grandiosa contribuição ao estudo, objeto deste
trabalho, sendo possível visualizá-lo nas próximas páginas:
53
Quadro 5. Artigos e trabalhos acadêmicos
TÍTULO SÍNTESE AUTORES REVISTA/INSTITUIÇÃO CATEGORIA ANO
Evidenciação da Perda no Valor Recuperável de Ativos
nas Demonstrações Contábeis: uma Verif icação nas
Empresas de Capital Aberto Brasileiras.
o presente estudo busca verif icar se as companhias de capital
aberto que reconheceram perda no valor recuperável de ativos em
2008 seguiram as normas de divulgação contidas no
ronunciamento técnico CPC-01,emitido pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, que trata do teste de recuperabilidade
de ativos (impairment test).
Maíra Melo de
Souza;
José Alonso
Borba;
Fabiana Zandonai.
Contabilidade Vista & Revista. Universidade
Federal de Minas Gerais
Minas Gerais, Brasil.
ARTIGO 2011
TESTE DE RECUPERABILIDADE DE ATIVOS: Análise da
conformidade com os requisitos de divulgação da IAS 36
e do CPC 01 (R1)
Averiguar se as companhias abertas brasileiras satisfizeram os
requisitos de divulgação da IAS 36 e do CPC 01 (R1).
Maria Luisa S. de
S. Sanabio Pereira
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
MINAS GERAIS. Trabalho científ ico apresentado
ao Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil – Ibracon para f ins de participação do
Prêmio Transparência Universitário.
TRABALHO
CIENTÍFICO2011
2011
ARTIGOS E TRABALHOS ACADÊMICOS REFERENCIADOS
Adoção do CPC 01 Impairment nas Demonstrações
Financeiras auditadas pelas Big Four.
Analisar o cumprimento das exigências de evidenciação referentes
à aplicabilidade do CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de
Ativos e a posição dos auditores independentes diante das não-
conformidades, se necessário em parecer de auditoria, oriundas
da não observância da Norma.
Gabriela NunesUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Rio Grande do Sul, Brasil.MONOGRAFIA
2011
Impairment e o setor de Energia Elétrica: Característica da
Evidenciação Contábil.
Analisar o nível de evidenciação do impairment do setor elétrico
por meio das demonstrações contábeis das quinze maiores
empresas do setor – em 2010 – listadas na BM&FBovespa.
Isabel Cristina
Henriques Sales;
Luiz Felipe
Figueiredo de
Andrade; Luciana
Revista Ambiente Contábil – UFRN -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Brasil.
ARTIGO 2012
Práticas de Divulgação do Teste de Redução ao Valor
Recuparável de Ativos pelas Companhias
Abertas Listadas na BM&FBOVESPA
O presente artigo tem como principal objetivo investigar as práticas
de divulgação relativas ao teste de redução ao valor recuperável
de ativos (teste de impairment), no exercício de 2008, adotadas
pelas companhias abertas listadas na BM&FBovespa.
Vera Maria R.
Pontes; Marcia M.
Mendes de Luca;
Heloísa Viana de
Souza;
Danival Souza
Cavalcanti.
Contabilidade Vista & Revista. Universidade
Federal de Minas Gerais
Minas Gerais, Brasil.
ARTIGO
Reconhecimento de perdas para redução ao valor
recuperável de ativos: impairment em ativos de
exploração e produção de petróleo.
No setor petrolífero, a representatividade dos ativos de exploração
e produção é relevante e signif icativa. Por isso, a prática no setor
não é recente e data da década de 70. Além disso, as empresas
petrolíferas são obrigadas a publicar informações adicionais
relativas às suas atividades típicas. Assim, o objetivo é analisar
como essas informações adicionais das atividades de exploração
e produção de petróleo de empresas petrolíferas se relacionam
com as perdas por impairment em ativos de E&P.
Odilanei Morais
dos Santos;
Ariovaldo dos
Santos;
Paula Danyelle
Almeida da Silva.
BBR - Brazilian Business Review . FUCAPE
Business School.
Vitória, Espírito Santo. Brasil.
ARTIGO 2011
54
Quadro 5. Artigos e trabalhos acadêmicos (continuação)
Estudo de viabilidade econômico-financeira de uma
Central geradora hidrelétrica (CGH).
O artigo discute a avaliação de um Gerador Central Hidrelétrica
(CGH), como um investimento. O objetivo é projetar o fluxo de caixa
do projeto e avaliar os resultados para assegurar uma informação
importante para a tomada de decisões através da análise técnica
dos projetos de investimento.
Bruno Santos
Lopes Candido;
Fernando de
Almeida Santos
RMS – Revista Metropolitana de
Sustentabilidade. São Paulo, SP. BrasilARTIGO 2012
Redução ao Valor Recuperável de Ativos: um Estudo
nas Empresas do Setor Petrolífero Mundial.
O presente trabalho teve por objetivo realizar uma análise para se
identif icar como as variações no preço do petróleo e nas reservas
provadas se relacionam com as despesas de impairment atribuídas
às atividades de E&P de petróleo.
João Carlos de
Aguiar Domingues;
Carlos Roberto
Godoy.
REPEC - Revista de Educação e Pesquisa em
Contabilidade. Brasília, DF. Brasil.ARTIGO 2012
Disclosure da recuperabilidade do valor do Ativo
Imobilizado: Análise no setor Siderúrgico Brasileiro.
A adequação dos ativos fixos a sua real capacidade de retorno
econômico fez com que o Teste de Impairment se tornasse
necessário. Ao proporcionar uma representação fidedigna e maior
transparência, a aplicação do teste torna-se ainda mais relevante
às empresas do setor siderúrgico, por disporem de alto nível de
investimento em ativos f ixos.
Anderson de
Oliveira Reis;
Daniela Araújo dos
Anjos;
Gislaine Aparecida
Santana
Sediyama;
Revista Ambiente Contábil – UFRN -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Brasil.
ARTIGO 2013
Impairment no Goodw ill:
uma Análise Baseada na Divulgação Contábil.
Este estudo objetivou verif icar se as empresas brasileiras
de capital aberto divulgaram informações sobre o teste
de Impairment no goodw ill, no período de 2009 a 2011. Os
resultados indicam que em 2009 a maioria das empresas
não evidenciou nenhuma informação exigida para o teste
de Impairment no goodw ill.
Josilene da Silva
Barbosa; Silvia
Consoni; Luciano
Marcio Scherer;
Ademir Clemente.
REPEC - Revista de Educação e Pesquisa em
Contabilidade. Brasília, DF. Brasil.ARTIGO 2014
A divulgação sobre testes de imparidade em ativos f ixos
tangíveis.
Analisar se as entidades do PSI20 cumprem ou não com o requisito
de divulgações inerentes ao teste de imparidade em ativos fixos
tangíeveis à luz da International Accounting Standards Board (IAS
36).
Elizabete Boa
Morte de Souza
Pontes
Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra. Coimbra, Portugal.DISSERTAÇÃO 2014
Disclusore da perda por impairment aplicado ao ativo
imobilizado: análise nas companhias do IBrX-50
O presente trabalho propôs-se a analisar se as companhias,
listadas no Índice Brasil 50 (IBrX-50), que reconheceram perda por
impairment referente ao Ativo Imobilizado no exercício de 2011
seguiram as orientações dispostas no CPC 01 (R1) concernentes à
evidenciação (disclosure).
André Luiz Poli
Uliano; Andrea
Lucia Doná;
Marguit Neumann
Gonçalves.
Enfoque: Reflexão Contábil. Universidade
Estadual de Maringá.
Paraná, Brasil.
ARTIGO 2014
55
Quadro 5. Artigos e trabalhos acadêmicos (continuação)
Fatores determinantes na evidenciação da redução ao
valor recuperável de ativos (impairment test) em
empresas listadas na BM&FBOVESPA.
Verif icar os fatores determinantes do nível de conformidade na
divulgação das informações relativas à redução ao valor
recuperável de ativos (impairment test), exigidas pelo CPC 01, das
empresas listadas na BM&FBOVESPA.
Sady Mazzioni;
Leandro Politelo;
Walter José
Moreira;
Roberto Carlos
Klann.
Revista Base (Administração e Contabilidade)
da UNISINOS. Universidade do Vale do Rio dos
Sinos. São Leopoldo, Brasil.
ARTIGO 2014
Percepção dos impactos da adoção das IFRS na
contabilidade gerencial sob a ótica dos professores de
programas de pós-graduação stricto sensu em
Contabilidade.
Com a adoção das IFRS estima-se que as práticas e/ou a forma de
analisar e interpretar as informações contábeis gerenciais sejam
influenciadas. A substituição de uma contabilidade baseada em
regras societárias e fiscais por uma que utiliza princípios e que, até
então, a intervenção brasileira tem-se mantido isenta da influência
fiscal, transformou a contabilidade financeira praticada no Brasil,
pelo menos no que tange as sociedades anônimas e
assemelhadas.
Kleber Domingos
de Araújo;
Edgard Bruno
Cornacchione
Junior;
Luciane Reginato;
Janilson Antonio
da Silva Suzart.
Revista Universo Contábil. FURB. Blumenau,
Santa Catarina. Brasil.ARTIGO 2014
Impactos do impairment test nas variáveis contábeis e nos
indicadores de desempenho das 50 maiores companhias
listadas na bm&fbovespa.
Este artigo objetiva evidenciar os impactos gerados pelo
reconhecimento das perdas por redução ao valor recuperável de
ativos, nas variáveis contábeis e indicadores de desempenho das
50 maiores companhias – por faturamento – listadas na
BM&FBOVESPA.
David Victor
Rocha do
Nascimento;
Josimar Pires da
Silva; Tatiane Silva
Sá; Tiago José
Gonzaga Borges.
Revista de Contabilidade e Controladoria.
Universidade Federal do Paraná, Curitiba. Brasil.ARTIGO 2015
Concentração de propriedade e o Impairment Loss sobre
o Goodw ill: Investigação empírica no contexto das
companhias abertas brasileiras.
Objetivo deste artigo consiste em verif icar se a concentração de
propriedade interfere na tomada de decisão em relação à aplicação
do teste de impairment sobre o goodw ill. Bem como, constata se a
divulgação de informações acessórias sobre o goodw ill e a
governança corporativa está associada a este teste, no contexto
das companhias abertas brasileiras.
Paulo Sérgio
Almeida Santos;
Andréia Carpes
Dani;
Roberto Carlos
Klann.
Revista Facultad de Ciencias Económicas:
Investigación y Reflexión. Universidad Militar
Nueva Granada. Bogotá, Colombia.
ARTIGO 2015
Teste de impairment: uma análise em empresas listadas na
BM&FBOVESPA
Este trabalho apresenta um estudo referente a análise da forma em
que é divulgado o impairment de três empresas listadas na CVM.
Buscou-se observar como as empresas vêm divulgando, de
acordo a essas normas, as perdas por impairment nos anos de
2012 a 2014 em suas notas explicativas.
Everton Luiz
Folador; Ivan
Rafael Defaveri;
Juliano Francisco
Baldissera;
Guilherme B. Henz;
Luiz Carlos N.
Bandeira
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do
Paraná - CCSA-Centro de Ciências Sociais
Aplicadas. I CINGEN- Conferência Internacional
em Gestão de Negócios 2015.
Cascavel, PR, Brasil.
ARTIGO 2015
2014
Um estudo sobre os modelos de mensuração do
impairment test dos ativos imobilizados e intangíveis das
empresas da BM&Fbovespa listadas na NYSE.
O estudo identif icou e analisou os modelos de mensuração
aplicados no impairment test das empresas listadas na
BM&Fbovespa que também estão listadas na NYSE, em 2011,
objetivando demonstrar quais foram os critérios mais utilizados no
cálculo do valor recuperável sobre os ativos imobilizados e
intangíveis.
John David
Ferreira dos
Santos; José
Humberto do
Nascimento Cruz;
Marcia Ferreira
Neves Tavares.
RBC - Revista Brasileira de Contabilidade.
Revista editada pelo Conselho Federal de
Contabilidade. Brasília, DF. Brasil.
ARTIGO
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
56
Abordando, a partir deste ponto, os conceitos e definições sobre o
“Impairment Test”, pode-se ver primeiramente o que está mencionado no
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de
Ativos:
“O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que
a entidade deve aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados
contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação”.
Relacionado ainda ao CPC 01, a perda por desvalorização é o montante
pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu
valor recuperável. O mesmo pronunciamento, determina também, como a entidade
deve revisar o valor contábil de seus ativos, como determinar o seu valor
recuperável e qual o momento de reconhecer ou reverter a perda por redução ao
valor recuperável.
A norma internacional emitida pelo International Accounting Standards Board
(IASB) que tem por objeto o teste de impairment é a International Accounting
Standard – IAS 36, que apresenta como ponto fundamental, garantir que os ativos
não sejam registrados por valores irrecuperáveis.
Conforme a NBC TG 01 (R3), que se refere à Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, uma perda por desvalorização ocorre quando o valor
contábil do ativo excede seu valor recuperável.
Segundo SFAS 144 emitido pelo FASB – Financial Accounting Standard
Board, que aborda a contabilização e divulgação para o impairment, descreve uma
abordagem de estimativa de fluxo de caixa ponderados pela sua probabilidade de
lidar com situações em que os cursos alternativos de ação para recuperar o valor
contábil de um ativo de longa duração estão sob consideração.
A seguir, pode-se observar o Quadro 6, que apresenta o conjunto de normas
orientativas sobre o Impairment:
57
Quadro 6. Conjunto de Normas - Impairment.
CFC CPC IASB FASB
Conjunto de Normas que orientam sobre o Impairment
NBC TG 01 (R3) CPC 01 IAS 36 SFAS 144
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Segundo Iudícibus (2010, p. 243) “umas das regras mais fundamentais da
Contabilidade é a de que nenhum ativo pode ficar registrado contabilmente por
mais do que vale”.
Para Mendes (2012) e Leite (2012), em termos contábeis, o Impairment
pode ser definido como declínio no valor de um ativo ou dano econômico.
Segundo Borba e Zandonai (2008) apud Almeida e Varela (2010), o
“Impairment Test” possibilita evidenciar e mensurar a perda de capacidade de
recuperação do valor contábil de um ativo de longa duração, atribuindo ao mesmo,
seu valor justo.
O objetivo do teste de impairment, conforme Ernst & Young e FIPECAFI
(2010) é certificar que o valor contábil líquido de um ativo ou grupo de ativos de
longo prazo não seja superior ao seu valor recuperável – o maior entre o valor
líquido de venda e o valor em uso.
Para Santos, Machado e Schimidt (2003) apud Nunes (2010), o “Impairment
Test” tem o objetivo de verificar a possível desvalorização no valor recuperável dos
ativos.
Smith, Ferrarezi e Cia (2008) apud Almeida e Varela (2010), destacam que
Impairment é uma palavra em inglês que significa deterioração em sua tradução
literal. Em termos técnicos, refere-se à redução do valor recuperável de um bem
ativo.
58
O “Impairment test” enseja a mensuração do valor justo do ativo, mantendo
a prudência responsável nas informações evidenciadas pela contabilidade, pois se
o valor registrado estiver inferior ao valor recuperável calculado, não ocorre
impairment; logo, não existem registros de perda a serem efetuados.
Souza, Borba e Dutra, (2008) apud Almeida e Varela (2010) destacam que o
teste de impairment veio para aprimorar a informação contábil, proporcionando a
possibilidade da manutenção do registro do bem, de modo a considerar sua
capacidade de retorno em benefícios que este tem ou terá a oferecer para a
entidade.
De acordo com Silva et al (2006) apud Reis et al (2013), o Teste de
Impairment é o instrumento utilizado pela gestão das empresas para adequar o
valor do ativo a sua real capacidade de retorno econômico.
Segundo Ferrarezi e Smith (2010) apud Folador et al (2015), o impairment é
o instrumento utilizado para adequar o ativo a sua real capacidade de retorno
econômico. Ele é aplicado principalmente em ativos fixos (imobilizado), ativos de
vida útil indefinida (Goodwill) e ativos disponíveis para venda investimentos em
operações descontinuadas.
Para Braga e Almeida (2013), o teste de impairment visa assegurar que o
valor contábil de um ativo não pode estar registrado por montante superior ao seu
valor recuperável.
A Lei nº 6.404/76, com redação dada pela Lei nº 11.941/2009, define que a
entidade, empresa ou companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a
recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível.
Marion (2012) menciona que a companhia deverá avaliar, no mínimo por
ocasião das demonstrações contábeis anuais, uma provável indicação de que seus
ativos, por ventura, perderam representatividade econômica considerada relevante.
59
2.1 MENSURAÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL
Conforme dispõe o tópico 8º do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável
dos Ativos, “O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor
recuperável”.
Segundo Leite (2012), valor recuperável pode ser definido como o maior
valor entre o preço líquido de venda do ativo e seu valor em uso, portanto, quando
o valor contábil dos ativos excederem o seu valor recuperável, deverá ser realizado
o ajuste do impairment.
De acordo com Lemes e Carvalho (2010, p.147), uma definição sintética de
valor recuperável seria, “o maior entre o valor justo menos os custos para vender e
o valor em uso do ativo ou da unidade geradora de caixa”.
De acordo com o IAS 36, é o maior valor entre o seu valor justo menos os
gastos para vender ou o seu valor em uso.
Para o CPC 27, considera-se o maior valor entre o valor justo menos os
custos de venda de um ativo e seu valor em uso.
Confirmada a existência de desvalorização inesperada do ativo é necessário
o levantamento de seu valor recuperável, este definido como o maior valor entre o
valor líquido de venda de um ativo e o valor em uso de um ativo ou uma unidade
geradora de caixa (MENDES, 2012).
Para Montoto (2012), é o maior valor entre o valor em uso de um ativo e o
seu valor liquido de venda.
De acordo com Marion (2012), caso o valor líquido de venda ou o valor em
uso do ativo exceda o valor contábil deste mesmo ativo, não haverá desvalorização
e com isso não existirá a necessidade de estimar o outro valor.
60
Para Niyama et al (2010) apud Folador et al (2015), o “Impairment Test”
equivale ao maior preço apurado entre o seu Valor Líquido de Venda e o seu Valor
em Uso. Caso qualquer dessas importâncias seja superior ao valor contábil líquido
do ativo, considerados os efeitos retificadores de uma amortização ou depreciação
acumulada já contabilizada, não haverá desvalorização a ser reconhecida em
forma de provisão.
Segundo Santos, Machado e Schimidt (2003), se o valor recuperável for
menor que o valor contábil, deverá ser calculado a perda por impairment.
Lemes e Carvalho (2010) comentam que a perda por impairment é o
excesso do valor contábil de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa sobre
seu valor recuperável.
2.1.1 Unidade geradora de caixa
Para Lemes e Carvalho (2010) é o menor grupo de ativos identificáveis que
gera entrada de caixa ou de forma amplamente independente da entrada de caixa
de outros ativos ou grupo de ativos.4
Segundo Montoto (2012, p. 307), é o menor grupo identificável de ativos que
geram receitas, e que na maioria das vezes, independem das receitas de outros
ativos.
Conforme consta no IAS 36, é o menor grupo identificável de ativos que
geram entradas de caixa, independentes das entradas de caixa de outros ativos ou
grupo de ativos.
4 Se não for possível calcular o valor recuperável de um ativo individual (por exemplo, no caso de o ativo não gerar caixa independente de outros ativos), a entidade deve calcular o valor recuperável da unidade geradora de caixa ao qual o ativo pertence.
61
Complementando, o IAS 36.7-8, requer que a análise de recuperabilidade de
um determinado ativo seja feita no nível do próprio ativo individual, porém, caso
isso não seja possível, no menor grupo de ativos identificáveis que gerem fluxos de
caixa de forma conjunta, porém de forma independente de outros ativos, conforme
figura 1:
Figura 1. Unidade geradora de caixa.
Unidade
geradora de
caixa
Geração de fluxos
de caixa positivos
Geração de fluxos
de caixa positivos
Geração de fluxos
de caixa positivos
Ativo
1Ativo
2
Ativo
3Ativo
4
Ativo
5
Ativo
6
Fonte: Lima (2010, p. 171).
A seguir, 02 exemplos de identificação de unidades geradoras de caixa:
Exemplo 12.1 – Uma empresa possui uma estrada de ferro particular para
desempenhar a atividade de mineração. A estrada de ferro pode ser vendida
somente pelo preço de sucata e não gera entrada de caixa de forma amplamente
independente das entradas de caixa de outros ativos da entidade. Nesse caso, não
é possível estimar o valor recuperável da estrada de ferro individualmente, pois seu
valor em uso não pode ser determinado e é provável que ele seja diferente de seu
valor como sucata. Portanto, a entidade deve estimar o valor recuperável da mina
como um todo.
62
Uma unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que
pode gerar fluxos de caixa pelo uso contínuo e que são, principalmente,
independentes dos fluxos de caixa de outros ativos ou grupo de ativos. O Exemplo
12.2 ilustra um caso de identificação de uma unidade geradora de caixa.
Exemplo 12.2 – Uma empresa de ônibus fornece serviços mediante
contrato com a prefeitura que exige serviços em cinco rotas separadas. Os ativos e
seus respectivos fluxos de caixa de cada rota podem ser identificados
separadamente, sendo que uma das rotas opera com prejuízos. Como a entidade
não tem a opção de deixar de operar em qualquer uma das rotas, já que o contrato
contempla todas as rotas, o menor nível de fluxos de caixa identificável é composto
pelas cinco rotas. Assim, a unidade geradora de caixa para cada rota é a empresa
de ônibus como um todo.
Após a delimitação das unidades geradoras de caixa, a entidade deverá
manter a consistência de período a período, e qualquer mudança deverá ser
justificada. LEMES E CARVALHO (2010, p. 152).
2.1.2 Valor líquido de venda
De acordo com o CPC 01:
A melhor evidência do preço líquido de venda de ativos é obtida a partir de um contrato de venda formalizado. Caso não exista contrato formal, o preço poderá ser obtido a partir do valor de negociação em um mercado ativo, menos as despesas necessárias de venda. Se essas fontes também não estiverem disponíveis, o preço deve ser baseado na melhor informação disponível para refletir o valor que uma entidade possa obter, na data do balanço, para a alienação do ativo em negociação.5
5 A negociação procederá com parte conhecedora, interessada e independente, sem que corresponda a uma transação compulsória ou decorrente de um processo de liquidação, após deduzir as despesas da baixa. Ao determinar esse valor, a entidade pode considerar o resultado de transações recentes para ativos semelhantes, dentro do mesmo setor em que opera.
63
Conforme a NBC TG 1000 - SEÇÃO 27, Valor líquido de venda é o valor que
seria obtido em transações em bases comutativas, entre partes conhecedoras e
interessadas, menos as despesas para venda. Não existindo contrato de venda
firme para o ativo ou mercado ativo para sua cotação, a entidade deveria utilizar a
melhor informação disponível, levando em conta possíveis transações recentes
dentro do mesmo setor.
Para Lemes e Carvalho (2010), é o valor obtido da venda de um ativo,
considerando uma transação sem favorecimentos entre especialistas dispostos a
negociar, deduzidos é claro, os custos da negociação.
Segundo Lima (2010) corresponde ao montante que uma entidade obteria
em uma venda do ativo, subtraído dos custos da venda.
Braga e Almeida (2013) destacam que o valor líquido de venda é
representado pela diferença entre o preço de venda de um ativo entre partes
interessadas e conhecedoras, menos as despesas estimadas de venda.6
Conforme Montoto (2012) é o valor a ser obtido pela venda de um ativo,
subtraídas as despesas de venda.
Segundo o IAS 36, é o valor obtido da venda de um ativo, considerando uma
transação em bases usuais de mercado, combinando partes conhecedoras e
interessadas, menos os custos de alienação.
2.1.3 Valor em uso
6 Despesas de venda ou de baixa são despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda ou à baixa de um ativo, excluindo as despesas financeiras e tributárias sobre o resultado gerado.
64
Conforme a NBC TG 1000 - SEÇÃO 27, Valor em uso é o valor presente de
fluxos de caixa futuros esperados, que devem advir de um ativo ou de unidade
geradora de caixa.
Segundo Mendes (2012, p. 30 e 31):
Valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera obter daquele ativo ou de unidade geradora de caixa, levando em conta os seguintes procedimentos: a) Estimativa das futuras entradas e saídas de caixa a serem obtidas pelo uso contínuo do ativo e pela sua alienação final e, b) Aplicação de taxa de desconto adequada a esses fluxos de caixa futuros.
Conforme consta no IAS 36, valor em uso representa o valor presente dos
fluxos de caixa futuros que se espera que se origine de um ativo ou de uma
unidade geradora de caixa.
Lemes e Carvalho (2010) apontam que é o valor presente dos fluxos futuros
de caixa esperados do ativo ou da unidade geradora de caixa.
Lima (2010) menciona que o valor em uso equivale ao valor presente dos
fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter de um ativo.
Segundo Montoto (2012) é o valor dos fluxos de caixa futuros estimados que
devam resultar do uso do ativo. Os valores dos fluxos de caixas futuros devem ser
trazidos a valor presente.
Conforme Braga e Almeida (2013), valor em uso representa o valor presente
dos fluxos de caixa futuros estimados.
De acordo com o CPC 27, o valor em uso ou valor específico para a
entidade é valor presente dos fluxos de caixa que a entidade espera obter com o
uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil ou incorrer
para a liquidação de um passivo.
Para Leite (2012, p. 42), o valor em uso será estimado com base nos fluxos
de caixa futuros decorrentes do uso do ativo ou do conjunto de ativos,
considerando alguns elementos no momento do cálculo:
65
Estimativa dos fluxos de caixa futuros que a companhia espera obter
com determinado ativo;
Expectativas sobre possíveis variações no montante ou período
desses fluxos de caixa;
O Valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros
livre de risco; e
O preço decorrente da incerteza inerente ao ativo.
2.1.4 Valor Recuperável e Valor Contábil
Segundo o CPC 27, entende-se por valor recuperável, o maior valor entre o
valor justo menos os custos de venda de um ativo e seu valor em uso; já o valor
contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação
e das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas.
Conforme a NBC TG 1000 - SEÇÃO 27, perda por desvalorização é o
montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade geradora de caixa
excede seu valor recuperável.
De acordo com o IAS 36, o valor recuperável de um ativo é definido como
sendo seu valor em uso ou seu valor justo reduzido de custos de venda, dos dois o
maior.
Lemes e Carvalho (2010) consideram como valor recuperável, o maior valor
entre o valor em uso e o valor justo líquido dos custos de venda do ativo ou da
unidade geradora de caixa.
66
Leite (2012) segue na mesma linha de raciocínio, considerando como valor
recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa, o maior montante entre
o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.
Segundo Mourad e Paraskevopoulos (2012), o impairment é testado,
comparando-se o valor de recuperação com seu valor contábil para apuração de
possível valor de perda.
Montoto (2012) relata que é a diferença entre o valor líquido de venda de um
ativo e seu valor em uso, considerando entre os dois, o maior valor.
Para Braga e Almeida (2008), entende-se por valor recuperável de um ativo,
como o maior valor entre o valor líquido de venda e seu valor em uso. Por valor
contábil entende-se o valor pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois
da dedução de toda a respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada
e provisão para perdas.
Souza, Borba e Zandonai (2011), demonstram as situações e procedimentos
para realização do “Impairment Test”, os quais podem ser observados por meio da
figura 2:
67
Figura 2. Teste de Redução ao Valor Recuperável conforme CPC 01.
Fonte: Souza, Borba e Zandonai, 2011.
Azevedo (2013) apresenta o mesmo entendimento, mencionando que o
valor recuperável é estabelecido entre o “maior valor” que o ativo possa gerar para
a entidade.
De forma concomitante, são apresentadas a seguir, algumas considerações
contidas relacionadas ao “valor justo” e “valor em uso” e um exemplo proposto por
Azevedo (2013, p. 142) facilitando o entendimento acerca do termo “maior valor”
utilizado anteriormente pelo próprio autor.
Conforme CPC 01:
Valor Justo: É o montante a ser obtido pela venda de um ativo em
bases comutativas, entre partes conhecedoras e interessadas, menos as
despesas estimadas de venda.
Exemplo:
68
Preço de Venda: R$ 180.000,00
( - ) Despesas de venda: (R$ 20.000,00)
( = ) Valor Líquido de Venda: R$ 160.000,00
Valor em Uso: É o valor presente dos fluxos de caixa futuros
esperados que devam advir de um ativo gerador de caixa, devendo ser
feita uma prospecção futura de receitas e deduzir os custos relacionados
às mesmas.
Exemplo:
Receitas de produção esperadas: R$ 150.000,00
( - ) Custos esperados de produção: (R$ 100.000,00)
( = ) Fluxo de Caixa Futuro Líquido: R$ 50.000,00
Neste exemplo, o valor recuperável líquido é o maior valor que se pretende
gerar com este específico ativo, no caso, R$ 160.000,00.
Ilustrando o exemplo apresentado, pode-se observar a figura a seguir:
69
Figura 3. Valor Contábil Líquido.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
2.1.5 Normas e Critérios de Aplicação
Hendriksen e Van Breda (1999, p.304), destacam que o ponto de discussão
sobre a recuperabilidade do valor do ativo não está na obrigatoriedade de se ter
que reavaliar ou não um ativo, mas no momento em que a reavaliação deve ser
efetuada.
Conforme Parágrafo 3º do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, com redação dada
pelas Leis nº 11.638/2007 e 11.941/2009, os itens do ativo imobilizado devem ser
avaliados a cada publicação (no mínimo, por ocasião da elaboração das
demonstrações contábeis), com destaque para os itens mais significativos e que
eventualmente, apresentem indícios de possível perda de seu valor recuperável.
70
Consta na Norma Internacional de Contabilidade - IAS 36 – Redução no
Valor Recuperável de Ativos, reproduzido por IFRS (2008), que:
O impairment test deve ser aplicado: (a) na aquisição, a ágio e ativos intangíveis adquiridos em combinações de negócios cuja data do contrato seja em ou após 31 de março de 2004; (b) a todos os outros ativos, para períodos anuais iniciados em ou após 31 de março de 2004.7
Para Mendes (2012) e Leite (2012), o Impairment deverá ser aplicado a
todos os ativos ou conjunto de ativos relevantes relacionados a todas as atividades
da entidade, procedimento, o qual deverá ser realizado regularmente, pelo menos
no encerramento do exercício contábil.
Azevedo (2013) relata que a entidade deverá verificar se existe alguma
indicação ou evidência de que determinado ativo possa ter sofrido desvalorização.
Segundo Leite (2012), independentemente de existir ou não qualquer
indicação de impairment, a entidade deverá testar anualmente o Goodwill e os
ativos intangíveis com vida útil indefinida ou ainda não disponível para uso.
Lemes e Carvalho (2010) destacam que o teste anual de impairment pode
ser realizado em qualquer momento do ano, desde que seja realizado na mesma
data ou período, todo ano.
Conforme Boletim IOB – Manual de Procedimentos: Temática Contábil e
Balanços – Fascículo nº 13/2015, que dispões sobre a mensuração do valor
recuperável de ativo intangível com vida útil indefinida - Um ativo intangível com
vida útil indefinida deve ser testado, no mínimo, anualmente com relação à redução
ao valor recuperável, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável,
independentemente de haver, ou não, alguma indicação de que possa existir
redução ao valor recuperável.
7 A aplicação antecipada é encorajada.
71
Segundo Braga e Almeida (2013), os ativos intangíveis com vida útil
indefinida (Goodwill) deverão ser submetidos a provas de deterioração do seu valor
pelo menos uma vez por ano e a um cálculo de sua importância recuperável,
independentemente de existir ou não qualquer indicação do seu valor recuperável.
Lemes e Carvalho (2010) mencionam ainda, que diferentes ativos podem
ser testados em diferentes momentos e que a exceção ocorre quando parte ou
todo o Goodwill foi adquirido em combinação de negócios durante o ano, sendo
neste caso, testado por impairment antes do final daquele próprio período.
Conforme a NBC TG 1000 - SEÇÃO 27 (GOODWILL) Trata-se de um ativo
intangível que, sozinho, não pode ser vendido, nem, tampouco, consegue gerar
fluxos de caixa para a entidade que sejam independentes dos fluxos de caixa de
outras unidades. Portanto, o valor justo do ágio necessita ser obtido pela
mensuração do valor justo da unidade geradora de caixa da qual o ágio faz parte.
Lima (2010) esclarece que os ativos cobertos pelo IAS 36 devem ter sua
recuperabilidade testada sempre que ocorrerem eventos ou mudanças em
circunstâncias que indique que o valor contábil não pode ser mais considerado
recuperável.
Segundo Braga e Almeida (2013), a entidade deve, pelo menos em cada
fechamento de balanço, revisar a situação dos ativos permanentes para detectar
indícios de deterioração do seu valor.
Para Montoto (2012), o teste de impairment deve ser feito
predominantemente para itens de imobilizado e intangível e, em algumas
situações, para itens do investimento e diferido. Complementando, menciona ainda,
que deverá ser realizado pelo menos ao final de cada exercício, analisando se o
valor contábil poderá ser recuperado de alguma forma.
72
Em relação às normas e critérios para aplicação do teste de impairment, é
possível visualizar a seguir, o Quadro 6, que resume o período de aplicabilidade e
os fatores que precisam ser considerados para aplicação:
Quadro 7. Aplicabilidade e Fatores considerados na aplicação do Impairment test
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2016.
73
2.1.6 Perdas com Impairment
Em referência à medição de uma perda com Impairment, Lima (2010, p. 34)
destaca as posições tanto pela IFRS quanto pelo US GAAP:
IFRS: se o valor residual contábil de um ativo individual ou de uma unidade geradora de caixa for superior ao seu valor de uso ou ao seu valor justo reduzido de custos de venda, uma perda de impairment deve ser reconhecida no montante da diferença entre o valor contábil e o valor recuperável; US GAAP: o teste de impairment é quebrado em duas etapas: (1) primeiro, o valor residual contábil do ativo (ou conjunto de ativos) deve ser comparado com os fluxos de caixa nominais que irá gerar; (2) caso o valor contábil do ativo seja inferior, o teste está concluído. Do contrário, a perda de impairment é medida pela diferença entre o valor presente dos fluxos de caixa e o valor contábil.
Para Lemes e Carvalho (2010), perda por impairment se caracteriza pelo
excesso do valor contábil de um ativo ou deu uma unidade geradora de caixa sobre
seu valor recuperável.
Segundo Marion (2012), acompanhando por Braga e Almeida (2013), caso o
ativo esteja registrado por montante superior ao seu valor recuperável, a entidade
deverá constituir provisão para perdas por desvalorização, sendo a mesma,
classificada como redutora do ativo, em contrapartida com débito no resultado do
exercício.
Conforme CPC 01 (R1), o valor das perdas deve ser levado a resultado
imediatamente e que os prazos de depreciação, amortização e exaustão devem ser
ajustados após análise de recuperação, se for o caso.
Cabe à entidade, avaliar na data de encerramento do período social se
existe alguma indicação, seja baseada em fontes externas e/ou internas de
informação, de que uma perda reconhecida em anos anteriores deva ser reduzida
ou eliminada, não se aplicando a reversão no caso de perda no ágio por
expectativa de rentabilidade futura (Goodwill), é o que aponta (MARION, 2012).
74
Complementando, Montoto (2012) aponta que determinada perda por
desvalorização reconhecida em períodos anteriores deve ser revertida se, e
somente se, tiver havido mudanças nas estimativas utilizadas para determinar o
valor recuperável do ativo desde a última perda por desvalorização que foi
reconhecida8. Para exemplificar, pode-se observar a ilustração (figura 5) a seguir:
Figura 4. Reversão de Perda por Impairment.
Fonte: Montoto (2012, p. 315).
8 Depois que a reversão de perda por desvalorização é reconhecida, a despesa de depreciação, amortização ou exaustão para o ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado do ativo menos seu valor residual (se houver) em base sistemática sobre sua vida útil remanescente.
75
3. MÉTODOS
Neste item foram abordados os procedimentos metodológicos de pesquisa
adotados neste trabalho. Tais procedimentos visam direcionar a resposta da
questão problema, bem como alcançar os objetivos propostos.
3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS
As metodologias de pesquisa quanto aos objetivos utilizadas neste trabalho
foram análise qualitativa e quantitativa. Por meio da análise qualitativa, será
possível construir o cenário e possibilitará realizar os resultados quantitativos, além
do estudo de caso.
A metodologia utilizada foi o estudo de caso, que, conforme Yin (2001, p.
32): “Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto
não estão claramente definidos“.
Para Severino (2002), diretamente relacionados com o tipo de pesquisa
serão os métodos e técnicas a serem adotados, entendendo por métodos os
procedimentos mais amplos de raciocínio e por técnicas, procedimentos mais
restritos que operacionalizam os métodos.
3.2 TIPOS DE PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS
Os procedimentos na pesquisa científica se referem à maneira pela qual se
conduz o estudo e, portanto, se obtém os dados. Nas tipologias relacionadas aos
76
procedimentos, enquadram-se o estudo de caso, pesquisa de levantamento,
pesquisa bibliográfica, documental, participante e experimental.
Para realização deste trabalho, existiu a necessidade de coletar informações
pertinentes ao universo a ser pesquisado, entendendo por universo, a totalidade de
elementos que possuem certa paridade em suas caraterísticas (Beuren, 2012). O
processo de coleta das informações se faz necessário para posteriormente
construir os resultados alcançados pelos integrantes do universo que se deseja
pesquisar.
Foi realizada Pesquisa Bibliográfica por meio de livros, artigos acadêmicos,
periódicos, conteúdo técnico e levantamento das informações, ou seja, material
para dar sustentação ao projeto de pesquisa e seus objetivos anteriormente
mencionados, que irão abordar temas relacionados aos ativos e suas
classificações, teste de “Impairment” e critérios de aplicação, bem como as
questões intrínsecas à CGH – Central Geradora Hidrelétrica.
Dessa forma, enquadram-se no estudo, duas metodologias de pesquisa
quanto aos procedimentos, por ordem: Pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
No intuito de sintetizar os componentes e orientações metodológicas, pode-
se observar o Quadro a seguir:
77
Quadro 8. Síntese Metodológica e Matriz de Amarração.
78
Quadro 8. Síntese Metodológica e Matriz de Amarração (continuação)
Fonte: Da pesquisa realizada, baseado em Takahashi e Fischer (2009) e Telles (2001).
3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
A técnica de coleta de dados utilizada no decorrer do trabalho foi a
qualitativa e os dados obtidos possibilitaram a realização de questionamentos e
análises sobre os resultados. As informações que serviram de suporte aos
assuntos envolvendo ativos e suas classificações, teste de “Impairment” e critérios
de aplicação, bem como as questões intrínsecas à CGH – Central Geradora
Hidrelétrica foram realizadas por meio de pesquisa bibliográfica e de comunicados
de autoria do órgão regulador do setor elétrico.
79
Em relação aos cálculos e projeções para a realização do “Impairment Test”,
serão considerados os valores apresentados no Balanço Patrimonial, os quais
servirão de base para determinação de dois parâmetros: o valor líquido de venda e
o valor em uso. Após mensuração dos valores, será possível definir o valor
recuperável do ativo, possibilitando determinar se o valor contábil será recuperado
ou se o mesmo se encontra superavaliado.
Para cálculo do valor em uso e determinação do valor líquido de venda
serão verificadas as receitas obtidas desde a operação inicial, compreendendo o
período de 2013 a 2016, porém, não será adotado como parâmetro apenas essas
receitas, mas as receitas futuras que a entidade espera auferir. Deste modo, serão
utilizados os próximos exercícios, pois de acordo com a NBC TG - Geral - Normas
Completas - NBC TG – Estrutura Conceitual, a utilização de vários exercícios, visa
uma estimativa conservadora para projetar as receitas futuras, uma vez que tomar-
se como parâmetro para projeção um único exercício é arriscado, dado que o
exercício pode ser atípico.
Conforme mencionado anteriormente, a exploração das (CGH’s) não tem
prazo definido, permitindo aos investidores a exploração durante anos, décadas ou
qualquer outro prazo que satisfaça as suas necessidades. Portanto, neste caso
específico, será considerado o planejamento estratégico apresentado pela entidade
para os próximos 5 anos, considerando como taxa de desconto, o percentual de
20%, considerado pela entidade como satisfatório, já que o mesmo contempla o
CMPC - Custo Médio Ponderado de Capital, já atribuídos os riscos inerentes ao
negócio, tais como: o risco específico da entidade – custo de oportunidade, o risco
do mercado, a liquidez, o custo da estrutura de capital e retorno sobre os
investimentos.
São 04 (quatro) as formas existentes para se auferir as receitas, conforme
elencado a seguir:
80
1ª: Vendas via leilões oferecidos pelo Governo Federal, o que raramente
ocorre;
2ª: Vendas no Mercado Livre, exclusivos para grandes consumidores que
consomem, por exemplo, 5 Megawatts por mês;
3ª: Vendas sob a forma de Contrato Bilateral; e,
4ª Vendas via CCEE – Câmara Comercializadora de Energia Elétrica, onde
o PLD – Preço de Liquidação das Diferenças, é determinado pelo Governo Federal.
A entidade estudada neste trabalho optou para os próximos 05 anos, como
forma de obtenção de suas receitas, realizar suas vendas sob a forma de contrato
bilateral, por considerar a melhor opção e também por não ter potência suficiente
para ofertar sua energia no Mercado Livre, por exemplo. A CGH pesquisada neste
trabalho, apresenta potência instalada de 1 MW e tem como garantia física, 60%
deste total, ou seja, 0,6 MW. A garantia física é estimada pela ANEEL e pelo MME
– Ministério de Minas e Energia. Na forma de contrato bilateral, o comprador da
energia elétrica gerada pela CGH tem assegurado para si toda a garantia física e
para a entidade que comercializa essa demanda, é uma forma de planejar suas
futuras entradas de caixa.
Um ponto chave para estimar receitas futuras recai sobre a questão do
preço de venda do Megawatt, pois caso a geração de energia seja maior que a
garantia física estabelecida, essa diferença poderá ser comercializa via CCEE, por
meio do PLD, sendo o seu valor definido pelo Governo Federal, o qual considera
alguns pontos, tais como: A situação hidrológica e a oferta e procura pela energia
elétrica.
As despesas são projetadas em 5% (cinco por cento) de acordo com o
departamento técnico-operacional da entidade e com base em dados de períodos
anteriores. As despesas compreendem os gastos necessários para conservação
81
geral, manutenção predial, serviços de vigilância, funcionários, encargos, operação
do sistema comercial e comandos operacionais.
3.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho foi organizado em sete partes com os seguintes conteúdos:
Iniciação: Configura-se como alicerce para elaboração do trabalho,
pois contemplou a introdução, a contextualização e situação problema,
objetivo geral e objetivos específicos, a justificativa, procedimentos e
métodos utilizados na pesquisa.
Capítulo I: Voltado à apresentação do ativo, compreendendo as
classificações entre ativo imobilizado (imobilizado), ativos disponíveis
para venda, ativos adquiridos para investimentos e ativos em operações
descontinuadas; os métodos de avaliação a valores de entrada (custo
histórico, custo histórico corrigido, custo corrente, custo corrente
corrigido, custo de reposição e custo futuro de entrada descontado) e
valores de saída (valor realizável líquido, equivalentes correntes de
caixa, valores de liquidação e valores descontados de fluxos de caixa
futuros).
Capítulo II: Compreendem os conceitos, normas e critérios de
aplicação intrínsecos ao “Impairment Test”, atribuindo conceitos sobre
unidade geradora de caixa, mensuração do valor recuperável e valor
contábil, contextualização a respeito do valor líquido de venda, valor em
uso e a perda por “Impairment”.
82
Capítulo III: Aborda os procedimentos metodológicos de pesquisa
adotados neste trabalho. Tais procedimentos visam direcionar a resposta
da questão problema, bem como alcançar os objetivos propostos.
Capítulo IV: Envolve assuntos relacionados à CGH – Central
Geradora Hidrelétrica, abrangendo os conceitos e temas sobre inventário
hidrelétrico, licenciamento ambiental, órgão regulador, construção e
operação e a matriz energética brasileira.
Capítulo V: Contempla a coleta de dados, as informações contábeis,
a realização de investimentos necessários, a própria aplicação do teste
de Impairment e apresentação dos resultados. Também é possível
verificar um tópico destinado às análises e discussões sobre o tema.
Considerações Finais do trabalho, as Referências e os Anexos de
pesquisa.
83
4. CGH – CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA
Neste capitulo foram apresentadas as considerações a respeito das Centrais
Geradoras Hidrelétricas, compreendendo conceitos e apresentação da CHG objeto
de estudo, bem como, informações relacionadas ao inventário hidrelétrico,
licenciamento ambiental, habilitação para construção e operação e dados
intrínsecos a matriz energética brasileira.
4.1 CONCEITOS E APRESENTAÇÃO DA CGH
De acordo com a ANELL – Agência Nacional de Energia Elétrica, é
considerada como Central Geradora Hidrelétrica (CGH), as minis usinas com
potência instalada de até 3 MW – Megawatt.
Segundo a ANEEL, por meio do Banco de Informações de Geração, com
atualização em 10 de Junho de 2016, os empreendimentos caracterizados como
CGH totalizam 558 usinas, apresentam potência outorgada de 459,3 kW e
representam 0,32% da matriz energética brasileira. Entretanto, considerando
apenas as (CGH’s) em operação, a potência total é de 431.827,32 kW (quilowatt),
representando 0,3% da capacidade total.
Conforme mencionado anteriormente, o objeto de estudo deste trabalho está
diretamente associado a exploração de informações de uma CGH. Porém, cabe
destacar que empresa detentora das informações não autorizou a divulgação de
seus dados, portanto, no que tange a identificação da proprietária, da CGH e do
município, as informações serão fictícias. Tais informações estão reproduzidas por
meio do Quadro 8:
84
Quadro 9. Apresentação da CGH
CEG / USINA
DATA DA 1ª OPERAÇÃO
POTÊNCIA OUTORGADA
POTÊNCIA FISCALIZADA
DESTINO DA ENERGIA
PROPRIETÁRIO
MUNICÍPIO IPORANGA / SP
DADOS DA CGH - CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA
CGH.PH.SP.000116-3.01
01/01/1951
1.000 KW
1.000 KW
REGISTRO
ECFS COMERCIALIZADORA DE ENERGIA
Fonte: Baseado no BIG – Banco de Informações de Geração – ANEEL,
2016.
Pode-se observar que a potência total outorgada e fiscalizada é de 1.000
kW, entretanto, a CGH Apiaí apresenta garantia física (energia segurada) entre
50% e 60% da sua capacidade total de geração, o que representa potência entre
500 kW e 600 kW. Essa informação é necessária, pois será considerada na
aplicação do teste de impairment.
4.2 INVENTÁRIO HIDRELÉTRICO
De acordo com Resolução ANEEL nº 393, de 04 de dezembro de 1998,
entende-se por inventário hidrelétrico: Etapa de estudos de engenharia em que se
define o potencial hidrelétrico de uma bacia hidrográfica, mediante o estudo de
divisão de quedas e a definição prévia do aproveitamento ótimo.
Conforme §§ 2º e 3º do art. 5º da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, em
relação ao potencial, estudo e aproveitamento ótimo:
§ 2o Nenhum aproveitamento hidrelétrico poderá ser licitado sem a definição do "aproveitamento ótimo" pelo poder concedente, podendo ser atribuída ao licitante vencedor a responsabilidade pelo desenvolvimento dos projetos básico e executivo.
85
§ 3o Considera-se "aproveitamento ótimo", todo potencial definido em sua concepção global pelo melhor eixo do barramento, arranjo físico geral, níveis d’água operativos, reservatório e potência, integrante da alternativa escolhida para divisão de quedas de uma bacia hidrográfica.
Entretanto, para os casos relacionados à CGH’s, o processo se torna mais
prático e fácil, não sendo necessário apresentar os inventários hidrelétricos à
ANEEL, porém, é importantíssimo que o interessado saiba a situação real do local
onde se pretende instalar a CGH.
Conforme artigo 8º da Lei 9.074/1995, o aproveitamento de potenciais
hidráulicos iguais ou inferiores a 1.000 kW e a implantação de usinas termelétricas
de potência igual ou inferior a 5.000 kW, estão dispensadas de concessão,
permissão ou autorização, devendo apenas ser comunicados ao poder concedente.
Em resumo, pode-se verificar que o inventário hidrelétrico visa aproveitar o
ponto ótimo para geração de energia elétrica, portanto, pode-se observar que o
ponto ótimo compreende a relação entre capacidade de geração versus menor
impacto ambiental.
4.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL, CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO
De acordo com Stano Jr. (2011), quando o assunto for a construção de CGH
destinada a geração e comercialização de energia elétrica, deverá o interessado
informar à ANEEL que em determinada área a central será construída para que a
ANEEL possa autorizá-lo como Produtor Independente de Energia – PIE.
Para os casos envolvendo a construção de CGH’s, o processo de
licenciamento ambiental deverá ser realizado.
Segundo a Resolução CONAMA nº 237/1997, artigo 2º:
A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
86
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
Contempla todo o processo de licenciamento ambiental, a obtenção das
Licenças Prévia, de Instalação e de Operação.
Conforme Stano Jr. (2011), a Licença Prévia (LP) informará ao interessado
que não existe nenhum impedimento quanto à implantação da CGH, tornando apto
o início do projeto executivo. Por sua vez, a Licença de Instalação (LI) autorizará a
implantação do canteiro de obras, bem como o início das mesmas. Por fim, a
Licença de Operação (LO) compreende a liberação para enchimento do
reservatório e a própria operação da CGH.
De acordo com o artigo 1º da Resolução ANA nº 131, de 11 de Março de
2003, para conceder autorização para uso do potencial de energia hidráulica em
corpo de água de domínio da União, a ANEEL deverá promover junto à ANA, a
prévia obtenção de declaração de reserva de disponibilidade hídrica.
Segundo a Resolução nº 16 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos –
CNRH, de 08 de maio de 2001, a outorga é o ato administrativo mediante o qual a
autoridade outorgante faculta ao outorgado o direito de uso de recurso hídrico, por
prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato,
consideradas as legislações específicas vigentes.
O artigo 7º da Lei nº 9.984 de 17 de julho de 2000, destaca: “A reserva de
disponibilidade hídrica visa resguardar a vazão a ser outorgada, possibilitando aos
investidores o planejamento de empreendimentos que necessitem desses
recursos”.
A seguir, a figura 5 destaca os procedimentos relacionados a obtenção de
declaração de reserva de disponibilidade hídrica:
87
Figura 5. Procedimentos para obtenção de declaração de reserva de disponibilidade hídrica.
Fonte: Guia do Empreendedor de Pequenas Centrais Hidrelétricas, 2003.
88
Após obtenção da Reserva de Disponibilidade Hídrica, estará a CGH, sujeita
aos procedimentos de registro, conforme ilustrado a seguir por meio da Figura 6:
Figura 6. Fluxo de Procedimentos de Registro.
Fonte: Guia do Empreendedor de Pequenas Centrais Hidrelétricas, 2003.
89
Por sua vez, a Figura 7 reproduz o formulário para registro inicial da CGH:
Figura 7. Formulário para registro de aproveitamento hidrelétrico- CGH.
Fonte: Guia do Empreendedor de Pequenas Centrais Hidrelétricas, 2003.
90
Em relação às Licenças Ambientais necessárias, a Resolução CONAMA nº
006 de 16 de setembro de 1987 é o artifício legal que compreende tais questões.
A específica Resolução rege as regras gerais para licenciamento ambiental,
visando harmonizar conceitos entre os intervenientes dos processos.
Os artigos 1º a 4º da Resolução CONAMA nº 006 de 16 de setembro de
1987, resumem tais regras, os quais estão reproduzidos a seguir:
Art. 1º As concessionárias de exploração, geração e distribuição de energia elétrica, ao submeterem seus empreendimentos ao licenciamento ambiental perante o órgão estadual competente, deverão prestar as informações técnicas sobre o mesmo, conforme estabelecem os termos da legislação ambiental pelos procedimentos definidos nesta Resolução. Art. 2º Caso o empreendimento necessite ser licenciado por mais de um Estado, pela abrangência de sua área de influência, os órgãos estaduais deverão manter entendimento prévio no sentido de, na medida do possível, uniformizar as exigências. Parágrafo Único. O IBAMA supervisionará os entendimentos previstos neste artigo. Art. 3º Os órgãos estaduais competentes e os demais integrantes do SISNAMA envolvidos no processo de licenciamento, estabelecerão etapas e especificações adequadas às características dos empreendimentos objeto desta Resolução. Art. 4º Na hipótese dos empreendimentos de aproveitamento hidroelétrico, respeitadas as peculiaridades de cada caso, a Licença Prévia (LP) deverá ser requerida no início do estudo de viabilidade da Usina; a Licença de Instalação (LI) deverá ser obtida antes da realização da Licitação para construção do empreendimento e a Licença de Operação (LO) deverá ser obtida antes do fechamento da barragem.
O Quadro 10 a seguir, relaciona os documentos necessários ao
licenciamento por tipo de empreendimento:
91
Quadro 10. Documentos necessários ao Licenciamento Ambiental
Fonte: Resolução CONAMA nº 006, 1987.
92
A CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo é o órgão
fiscalizador quando o assunto é o Licenciamento Ambiental e por meio da
Deliberação Normativa CONSEMA nº 01/2014, foram estabelecidas, as diretrizes
para o licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades de potencial
impacto.
4.4 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
De acordo com a Resenha Energética Brasileira elabora pelo MME –
Ministério de Minas e Energia que apresenta indicadores de desempenho e
resultados do setor energético brasileiro de 2015, informa que a oferta hidráulica
manteve taxa negativa de 3,2% em razão da continuidade do baixo regime de
chuvas.
Pode-se observar por meio da Tabela 3, a oferta interna de energia referente
ao período de 2015:
93
Tabela 3. Oferta Interna de Energia.
Fonte: Resenha Energética Brasileira – MME, 2015.
94
Conforme relatório, as fontes renováveis apresentam em 2015, 41,2% de participação na demanda total, o que
representa 299.211 Mil TEP - Tonelada Equivalente de Petróleo. Destes 41,2%, a energia hidráulica/eletricidade
compreende 27,5% de participação, conforme pode-se observar no Gráfico 1 reproduzido a seguir:
Gráfico 1. Oferta Interna de Energia em %.
Fonte: Resenha Energética Brasileira – MME, 2015.
95
4.4.1 Matriz Elétrica Brasileira
Estreitando os dados relacionados à Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE), a mesma é responsável por ofertar
615,9 TWh - Terawatt Hora, em 2015, sendo que a energia hidráulica representa 58,4% do total, conforme Tabela 4
indicada a seguir:
Tabela 4. Oferta Interna de Energia Elétrica
Fonte: Resenha Energética Brasileira – MME, 2015.
96
Segundo a ANEEL, a entrada em operação de novas usinas, e de novas
unidades de usinas em expansão, em 2015, somou o montante de 6.610 MW,
sendo 2.299 MW de UHE, 2.657 MW de eólica, 1.533 MW de UTE, e 121 MW de
pequenas hidrelétricas (PCH).
Em dezembro de 2015, a capacidade instalada de geração elétrica foi de
146.718 MW, sendo que a fonte hidrelétrica é responsável por 91.650 MW, o que
corresponde a 62,5%. Deste total, 86.366 MW foram gerados pelas UHE – Usinas
Hidrelétricas, 4.886 MW gerados pelas PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas e
398 MW gerados pelas CGH – Centrais Geradoras Hidrelétricas, que representam
0,3% de toda a estrutura.
A Tabela 5 e o Gráfico 2 reproduzidos a seguir, ilustram toda a
capacidade/potência de geração:
Tabela 5. Capacidade Instalada de Energia Elétrica.
Fonte: Resenha Energética Brasileira – MME, 2015.
97
Gráfico 2. Oferta de potência de geração elétrica.
Fonte: Resenha Energética Brasileira – MME, 2015.
Verifica-se a supremacia da potência hidráulica e isso só tende a
aumentar, pois, está previsto um aumento para os próximos anos proveniente de
novos empreendimentos que se encontram em construção e de outros que ainda
serão iniciados.
98
5. ESTUDO DE CASO
Este capítulo destinou-se à realização de um estudo de caso, específico,
com base em informações contábeis relacionadas à CGH ficticiamente denominada
Iporanga. Tais informações contemplam todo investimento realizado e as receitas
obtidas nos 03 períodos inicias de operação.
Para obtenção do valor recuperável da “CGH Iporanga”, possibilitando
assim, a aplicação do teste de impairment, foi utilizada uma estimativa
conservadora, considerando a projeção das receitas para os próximos 05 (cinco)
exercícios, sendo a forma de contrato bilateral utilizada para obtenção das receitas,
com base na garantia física estimada da CGH que é de 0,6 MW, utilizando como
taxa de desconto, o percentual de 20% que contempla o CMPC - Custo Médio
Ponderado de Capital, já atribuídos o risco específico da entidade, o risco do
mercado, a liquidez, o custo da estrutura de capital e o retorno sobre os
investimentos.
5.1 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS: INVESTIMENTOS E RECEITAS
A seguir, estão apresentados por meio do Quadro 11, os valores
correspondentes aos investimentos realizados na CGH:
99
Quadro 11. Investimentos - CGH
510.000,00
510.000,00
106.335,78
106.335,78
1.136.955,02
198.996,52
89.850,00
125.000,00
69.858,50
68.750,00
119.500,00
70.000,00
395.000,00
2.972.876,50
880.000,00
287.500,00
399.000,00
545.000,00
130.380,00
239.000,00
193.000,00
298.996,50
248.745,65
4.974.912,94
1.000 MW
4.974,91
Aquisição
Meio Ambiente
Licenciamento Ambiental
Linha de Transmissão
Total do Investimento
Capacidade de Geração
Custo do MW Instalado (R$ / MW)
Equipamentos Eletromecânicos
Obras Civis
Comporta
Painel de Comando
Transformador
Elétrica
Demais componentes (Conversor)
Instalação e Montagem
Terraplanagem
Execução dos Canais de Adução
Barramentos e encostas
Gerenciamento e Engenharia
Turbina
Gerador
Compra de terras
Barragem
Tomada D'água
Casa de Máquinas
Tubulação
Fonte: Da empresa pesquisada, 2016.
Conforme demonstrado, pode-se observar que os investimentos estão
alocados e distribuídos entre Aquisição das terras, Meio Ambiente, Obras Civis,
Equipamentos Eletromecânicos e Linha de Transmissão.
Para facilitar o entendimento, pode-se observar a seguir, a Figura 8 que
correspondente ao projeto básico dos componentes relacionados à CGH:
100
Figura 8. Projeto Básico - CGH
Fonte: Da pesquisa realizada e com base em Candido e Santos, 2012.
Em relação às receitas de Geração e Comercialização de Energia Elétrica,
estão compreendidas a seguir, as receitas obtidas entre o período de 2013 (início
da operação) e 2016:
Quadro 12. Receitas Obtidas (2013 a 2016).
Capacidade de Geração Instalada (MW) 1.000 100% 0,1
Capacidade de Geração Assegurada (MW) 600 60% 0,6
2013 2014 2015 2016 Total R$
Receitas Obtidas: 361.465,05 1.737.885,76 1.116.196,11 326.087,31 3.541.634,23
Fonte: Empresa Pesquisada, 2016.
101
5.2 APLICAÇÃO DO TESTE DE “IMPAIRMENT”
O presente teste de impairment, elaborado nos termos do CPC 01, da IAS
36 e da NBC TG 01 (R3), considerou os valores contidos no Balanço Patrimonial
da empresa pesquisada, correspondentes à CGH objeto de estudo deste trabalho,
tendo por objetivo assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente
por um valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda,
definindo assim, o valor recuperável deste ativo.
O valor pelo qual o ativo imobilizado compreendido neste trabalho foi
registrado contabilmente considerou todos os custos de aquisição e instalação, o
que permitiu que a CGH entrasse em operação e funcionamento, portanto, foi
registrado pelo valor total de R$ 4.974.912,94 (Quatro milhões, novecentos e
setenta e quatro mil, novecentos e doze reais e noventa e quatro centavos)
conforme detalhado no Quadro 10 (Investimentos – CGH).
Conforme Balanço Patrimonial do Exercício de 2015 apresentado pela
empresa pesquisada, a CGH apresentou valor contábil de R$ 4.632.887,739
(Quatro milhões, seiscentos e trinta e dois mil, oitocentos e oitenta e sete reais e
setenta e três centavos). A taxa de depreciação é de 2,5% ao ano, conforme
recomendação da ANEEL para ativos de geração.
5.2.1 Valor recuperável: Valor líquido de vendas e valor em uso
Para Braga e Almeida (2013), entende-se por valor líquido de vendas, a
diferença entre o preço de venda de um ativo entre partes interessadas e
9 Entre a data do Balanço Patrimonial (31/12/2015) e a presente data, não houve alterações
significativas nos valores envolvidos, conforme reportado pela gestão da empresa.
102
conhecedoras, menos as despesas estimadas de venda, excluindo as despesas
financeiras e tributárias sobre o resultado gerado.
Em atenção a NBC TG 1000 - SEÇÃO 27, não existindo contrato de venda
firme para o ativo ou mercado ativo para sua cotação, a entidade deveria utilizar a
melhor informação disponível, levando em conta possíveis transações recentes
dentro do mesmo setor.
Para tanto e conforme conhecimentos da área de gestão da empresa
pesquisada, com base em recentes negociações mercadológicas, considerando as
condições atuais do ativo, considerando uma transação sem favorecimentos e
combinando partes interessadas e conhecedoras do mercado, estima-se em
valores atuais, que o valor líquido de vendas para a CGH é de R$ 5.700.000,00
(Cinco milhões e setecentos mil reais).
Entende-se por valor em uso, a estimativa das futuras entradas de caixa a
serem obtidas pelo uso contínuo do ativo e aplicação de taxa de desconto
adequada a esses fluxos de caixa futuros. (MENDES, 2012).
De acordo com o CPC 27, o valor em uso ou valor específico para a
entidade é o valor presente dos fluxos de caixa que a entidade espera obter com o
uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil ou incorrer
para a liquidação de um passivo.
Dessa forma, o planejamento das receitas futuras apresentado pela entidade
para os próximos 5 anos evidencia os seguintes faturamentos e resultados:
103
Quadro 13. Projeção das Receitas.
Capacidade de Geração Instalada (MW) 1.000 100% 0,1
Capacidade de Geração Assegurada (MW) 600 60% 0,6
2017 2018 2019 2020 2021 TOTAL
Previsto Previsto Previsto Previsto Previsto Previsto
600
7.200
162,52
936.115,20 1.001.643,26 1.071.758,29 1.146.781,37 1.227.056,07 5.383.354,20
( - ) Custos/Despesas de Geração/Comercialização 46.805,76 50.082,16 53.587,91 57.339,07 61.352,80 269.167,71
889.309,44 951.561,10 1.018.170,38 1.089.442,30 1.165.703,27 5.114.186,49
VALOR PRESENTE
( = ) Valor em Uso:
6.729.192,75
RECEITAS OPERACIONAIS
Geração de Energia Mensal (MW):
Geração de Energia Anual (MW):
Valor Comercializado (MW):
1.170.144,00 1.252.054,08 1.339.697,87 1.433.476,72 1.533.820,09
Planejamento das Receitas (R$)
Fonte: Empresa pesquisada, 2016.
Em relação aos valores apresentados, observam-se algumas considerações:
A obtenção das receitas pode ocorrer por meio de vendas via leilões
oferecidos pelo Governo Federal, o que raramente ocorre; por meio de
Vendas no Mercado Livre, exclusivos para grandes consumidores que
consomem por exemplo, 5 Megawatts por mês; por meio de Vendas sob
a forma de Contrato Bilateral; e por meio de Vendas via CCEE – Câmara
Comercializadora de Energia Elétrica, onde o PLD – Preço de Liquidação
das Diferenças, é determinado pelo Governo Federal.
Conforme previsto em contrato bilateral, ocorre o aumento de 7% no
valor do MW – Megawatts a cada ano ou período;
A taxa de desconto utilizada para determinar o valor presente é de
20%, a qual é considerada pela entidade pesquisada como satisfatória, já
104
que o mesmo contempla o CMPC - Custo Médio Ponderado de Capital,
já atribuídos os riscos inerentes ao negócio, tais como: o risco específico
da entidade – custo de oportunidade, o risco do mercado, a liquidez, o
custo da estrutura de capital e retorno sobre os investimentos; e,
Os custos e despesas representam 5% do montante presente de
cada período, de acordo com o departamento técnico-operacional da
entidade e com base em dados de períodos anteriores. As despesas
compreendem os gastos necessários para conservação e manutenção
em geral, serviços de vigilância, funcionários, encargos, operação do
sistema comercial e comandos operacionais.
Após a obtenção do valor líquido de venda e do valor em uso, foi realizada
uma comparação entre ambos, onde foi possível determinar o valor recuperável e
consequentemente, proferir uma análise entre o valor recuperável e o valor
contábil, determinando se o valor contábil será recuperado ou se o mesmo está
superavaliado.
Estas comparações e análises podem ser observadas na sequência:
Figura 9. Teste de impairment.
Valor Justo: R$ 5.700.000,00Preço de Venda: R$ 6.000.000,00( - ) Despesas de venda: R$ 300.000,00( = ) Valor Líquido de Venda: R$ 5.700.000,00
Valor em Uso: R$ 5.114.186,49Receitas de produção R$ 5.383.354,20( - ) Custos de geração: R$ 269.167,71( = ) Fluxo de Caixa Futuro
Líquido:R$ 5.114.186,49
Valor Recuperável: R$ 5.700.000,00
Valor Contábil Líquido: R$ 4.632.887,73
105
Figura 9. Teste de impairment (continuação)
Figura 9. Teste de impairment (continuação)
Fonte: Da pesquisa realizada (2016), baseado em Souza, Borba e Zandonai
(2011).
106
Dessa forma, observa-se, que o valor recuperável da CGH é maior do que o
valor registrado na contabilidade da empresa pesquisada, portanto, neste estudo
de caso específico, não há impairment, pois “uma das regras mais fundamentais da
Contabilidade é a de que nenhum ativo pode ficar registrado contabilmente por
mais do que vale” (IUDÍCIBUS, 2010, P. 243).
Não sendo necessária, neste momento, a aplicação do teste de Impairment
ao presente ativo (CGH), pois houve a recuperação do valor do bem, foi sugerido à
empresa pesquisada com base nas leis que suportam a aplicação do test de
Impairment, que a mesma deverá efetuar, periodicamente, no mínimo por ocasião
das demonstrações contábeis anuais, análise sobre a recuperação dos valores
registrados no imobilizado, proporcionando a possibilidade da manutenção do
registro do bem, de modo a considerar sua capacidade de retorno em benefícios
que este tem ou terá a oferecer para a entidade.
O resultado do presente estudo de caso vai de encontro com os objetivos
específicos deste trabalho, pois se verificou a capacidade de retorno futuro da
CGH, bem como constatou que o ativo não se encontra registrado por valor
superior àquele passível de ser recuperado e que, portanto, não está sujeito ao
reconhecimento de perdas.
5.3 ANÁLISE E DISCUSSÕES
Este tópico destinou-se a observar de forma resumida as considerações
acerca do Teste de Impairment contidas nos artigos e trabalhos referenciados no
Quadro 5 – Artigos e Trabalhos Acadêmicos.
Tais considerações visam proporcionar uma análise sobre os procedimentos
adotados pelas companhias pesquisadas nos referidos artigos, em torno do
107
reconhecimento, mensuração, divulgação, cumprimento de exigências obrigatórias
e adequação de seus ativos.
Inicialmente, podem-se observar as seguintes orientações:
Dadas as diversas mudanças introduzidas pelas leis no 11.638/07 e
11.941/09 e ao avanço que elas representam, principalmente no que diz
respeito à harmonização com as normas internacionais, as empresas
passaram a ter maiores exigências quanto à mensuração dos ativos e à
evidenciação de informações;
Com a adoção das IFRS estima-se que as práticas e/ou a forma de
analisar e interpretar as informações contábeis gerenciais sejam
influenciadas. A literatura internacional descreve que o processo de
convergência das normas contábil-societárias nacionais ao padrão IFRS
tem propiciado um processo de integração entre a contabilidade
gerencial e a financeira;
No Brasil, as demonstrações contábeis consolidadas do exercício de
2010 foram as primeiras que as empresas brasileiras de capital aberto,
obrigatoriamente, publicaram de acordo com o padrão IFRS. Enquanto
que as demonstrações individuais obedeceram a um conjunto completo
de normas, correlacionadas às do IASB, emitidas pelo CPC,
especificamente o CPC 01 correspondentes à IAS 36, que diz respeito ao
teste de impairment;
A partir de 2005, as entidades com valores admitidos à negociação
nos mercados regulamentados da União Europeia (UE) passaram a
apresentar às suas demonstrações financeiras consolidadas segundo as
IAS/IFRS adotadas pela UE através do Regulamento (CE) n.º 1606/2002
do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho de 2002;
108
O Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) que trata da redução ao
valor recuperável de ativos (impairment), após aprovado pela
Deliberação CVM nº 639/10, tornou obrigatório para as companhias de
capital aberto o Teste de Recuperabilidade e, se necessário, o
reconhecimento de perda por impairment;
A adequação dos ativos fixos a sua real capacidade de retorno
econômico fez com que o Teste de Impairment se tornasse necessário
por proporcionar uma representação fidedigna e maior transparência,
tornando a aplicação mais relevante;
As perdas para redução ao valor recuperável de ativos estão
inseridas no contexto de que os ativos não podem ser registrados por
valor superior ao seu valor recuperável, mediante uso ou venda do ativo
pela empresa; e,
Com a adoção das IFRS estima-se que as práticas e/ou a forma de
analisar e interpretar as informações contábeis gerenciais sejam
influenciadas.
Em relação aos objetivos, foram abordados os seguintes:
Verificar se as companhias de capital aberto que reconheceram perda
no valor recuperável de ativos seguiram as normas de divulgação
contidas no pronunciamento técnico CPC-01, emitido pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, que trata do teste de recuperabilidade de
ativos (impairment test);
Analisar se as entidades do PSI – 20 Portuguese Stock Index (Índice
da Bolsa Portuguesa) cumprem ou não com o requisito de divulgações
inerentes ao teste de imparidade em ativos fixos tangíveis à luz da
International Accounting Standards Board (IAS 36);
109
Verificar os fatores determinantes do nível de conformidade na
divulgação das informações relativas à redução ao valor recuperável de
ativos (impairment test), exigidas pelo CPC 01, das empresas listadas na
BM&FBOVESPA;
Evidenciar os impactos gerados pelo reconhecimento das perdas por
redução ao valor recuperável de ativos, nas variáveis contábeis e
indicadores de desempenho das 50 maiores companhias – por
faturamento – listadas na BM&FBOVESPA;
Analisar o nível de evidenciação do impairment do setor elétrico por
meio das demonstrações contábeis das quinze maiores empresas do
setor – em 2010 – listadas na BM&FBovespa;
Identificar como as empresas estão evidenciando o impairment test
em suas demonstrações financeiras e se há diferenças entre aquelas
que negociam ou não ações na NYSE – New York Stock Exchange
(Bolsa de Valores de Nova Yorque);
Investigar as práticas de divulgação relativas ao teste de redução ao
valor recuperável de ativos (teste de impairment), no exercício de 2008,
adotadas por 337 companhias de capital aberto; e,
Dimensionar a percepção dos professores de pós-graduação acerca
dos impactos das IFRS na contabilidade gerencial e o modo pelo qual
esses impactos devem ser orquestrados na prática docente.
As considerações finais sobre os estudos e resultados apurados,
apontaram os seguintes desfechos:
As demonstrações contábeis apresentaram um caráter mais
descritivo do que explicativo, apresentando-se mais como uma réplica do
que trata o CPC 01 do que uma representação clara da realidade das
110
empresas, o que poderia comprometer a representação fidedigna e a
transparência das informações evidenciadas pelas empresas;
Estudos revelaram que a maioria das companhias não atenderam
completamente todas as determinações do Pronunciamento Técnico e
que as informações mais divulgadas foram o valor da perda e a natureza
do ativo. Porém, as entidades que melhor divulgaram a informação
obrigatória, estiveram também entre as que mais forneceram informação
além do exigido, mas que ainda, as exigências do CPC 01 (R1) não
estavam sendo observadas em sua totalidade;
As principais informações divulgadas pelas empresas foram: valor da
perda e a maneira de mensuração do valor recuperável (Valor em Uso ou
Valor Líquido de venda) e a principal informação não evidenciada por
algumas empresas foi a taxa de desconto utilizada nas projeções de
fluxo de caixa descontado e a linha da Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE) onde foi reconhecida a perda ou reversão;
Há, ainda, as empresas que entenderam não ser necessária a
contabilização do impairment em seus ativos, mas que optaram pela
evidenciação da metodologia e da forma de cálculo que embasou tal
conclusão, como a natureza dos ativos e a unidade geradora de caixa;
Cabe ressaltar que mesmo não reconhecendo perdas por
desvalorização dos ativos ou reversão de perdas, algumas empresas
apresentaram, voluntariamente, informações sobre a realização do teste
de impairment, visto que nesta situação não estavam obrigadas;
Entidades que divulgam um maior número de informações também
apresentam dados sobre impairment em um maior número de notas
explicativas, não se atendo a apenas uma, como, por exemplo, a sobre
111
ativos imobilizados ou sobre as principais práticas contábeis utilizadas no
relatório anual;
Ao analisar as demonstrações das companhias que compõe o
Ibovespa, os resultados indicam que conquanto as empresas tenham se
preocupado em seguir a norma quanto à oportunidade e forma de
realização do teste de recuperabilidade de ativos, menor atenção foi
dada às exigências de divulgação. Verificou-se, pois, uma necessidade
de melhoria no nível de disclosure sobre o assunto a fim de atender
plenamente os requisitos de divulgação da IAS 36 e do CPC 01; e,
As entidades auditadas por Big Four e com emissão de ADRs –
American Depositary Receipts (Recibo de Depósitos Americanos)10
atenderam, de forma mais adequada, às exigências do CPC 01.
Acerca das observações, objetivos e considerações finais apontadas
nos estudos anteriormente mencionados, podem-se proferir as seguintes
análises sobre o tema objeto de estudo deste trabalho:
As normas do IASB são divididas em três partes: reconhecimento,
mensuração e divulgação;
Os resultados mostram que a maioria das empresas pesquisadas não
adotaram integralmente as práticas de divulgação das informações do
teste de redução ao valor recuperável de ativos, conforme as orientações
do CPC 01, correspondente a IAS 36 (IFRS);
10 A emissão dos ADRs por empresas brasileiras ocorre devido à necessidade de busca por
recursos externos junto ao mercado internacional.
112
Em suma, as entidades quando realizam os testes de impairment,
não divulgam todos os itens de divulgação obrigatória preconizadas pelo
normativo;
Apesar da evidente preocupação por parte das entidades do PSI 20 -
Portuguese Stock Index (Índice da Bolsa Portuguesa) em seguir a norma
quanto à oportunidade e forma de realização do teste de
recuperabilidade de ativos, idêntico rigor não se verificou quanto à
atenção dada às exigências de divulgação neste tipo de ativos. Torna-se
assim necessária uma franca melhoria ao nível da divulgação,
objetivando atender plenamente ao requisito de divulgação da IAS 36;
Algumas empresas aplicaram o teste de redução ao valor recuperável
sobre os ativos, e dentre estas, poucas reconheceram perdas por
desvalorização dos ativos ou reversão de perdas;
As empresas que negociam suas ações na Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA e na NYSE – New York Stock
Exchange (Bolsa de Nova Iorque) possuem maior grau de evidenciação
do impairment test do que as empresas que negociam suas ações
somente na BM&FBOVESPA, porque já seguiam as normas americanas
que estavam alinhadas com as internacionais e por participarem de um
mercado de capitais mais desenvolvido;
Apesar de algumas não observâncias, houve um indicativo de avanço
na representação dos valores de venda dos ativos, trazendo, a princípio,
uma melhora na qualidade informacional para os usuários. Todavia, a
subjetividade envolvida no processo, em relação ao valor justo e ao valor
em uso, pode ensejar práticas de gerenciamento de resultados; e,
No que concerne à orientação das empresas, quanto à divulgação do
valor recuperável de ativos, a auditoria pode contribuir para o
113
desenvolvimento das boas práticas de divulgação das informações
contábeis.
114
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema central abordado neste trabalho contemplou estudo sobre o
“Impairment Test”. Por meio da pesquisa, verificou-se a aplicação deste método a
uma CGH - Central Geradora Hidrelétrica, ativo peculiar das entidades que têm
como atividade a geração de energia elétrica, considerando o impacto econômico
decorrente da aplicação deste instrumento no intuito de adequar este ativo a sua
real capacidade de retorno econômico.
As (CGH’s) são classificadas como minis usinas com potência de até 3
Megawatt (MW) e os empreendimentos caracterizados como CGH apresentam
potência outorgada de 459,3 kW e representam 0,32% da matriz energética
brasileira. Entretanto, considerando apenas as (CGH’s) em operação, a potência
total é de 431.827,32 kW (Kilowatt), representando 0,3% da capacidade total.
Fato é, que as (CGH’s) podem gerar energia sem a necessidade de
autorização ou concessão do poder público, o que facilita a viabilidade,
implantação e construção deste tipo de empreendimento, podendo ser exploradas
por anos, décadas ou conforme vontade e necessidade de quem detém os direitos
sobre a mesma.
De acordo com Iudícibus (2010), estudar as generalidades dos ativos é
muito importante, pois se trata de um capítulo fundamental da Contabilidade,
devido à multiplicidade de relacionamentos contábeis provocadas por sua definição
e mensuração e que estão ligados e envolvem receitas e despesas.
O portal IFRS.Brasil.com, por meio de seu site oficial, destaca que o
Impairment, tratado com maior ênfase pelo CPC 01 e IAS 36, caracterizado como
norma contábil, destaca que o conservadorismo embora abolido pelo menos de
maneira oficial da Estrutura Conceitual da Contabilidade (Framework), se faz
presente quando o assunto recai sobre a recuperabilidade de ativos.
115
Muitas valorações não estão em concordância com seu real valor e para
diminuir esse agrave, o “Impairment Test” é atualmente o instrumento que oferece
maior relevância quando o assunto é a recuperabilidade de ativos.
Esse conceito tornou-se mais conhecido por contadores a partir do período
em que as normas internacionais de contabilidade foram aceitas no Brasil - Na
medida em que as normas internacionais de contabilidade tornaram-se
reconhecidas e aceitas no país.
Relacionado aos objetivos da pesquisa, o seguinte objetivo geral foi
considerado: Analisar, por meio do Teste de “Impairment”, que determinado ativo
imobilizado, especificamente, uma CGH – Central Geradora Hidrelétrica, esteja
adequada a sua real capacidade de promover retorno econômico para a entidade,
analisando se houve recuperação, declínio ou dano econômico no valor deste
ativo.
Os seguintes objetivos específicos foram considerados:
Adequar determinado ativo imobilizado, neste caso, uma “CGH” –
Central Geradora Hidrelétrica a sua real capacidade de retorno
econômico futuro;
Averiguar que este ativo não esteja registrado contabilmente por um
valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou venda; e,
Analisar se o valor contábil foi recuperado ou se o mesmo se
encontra superavaliado, estando o ativo sujeito ao reconhecimento de
perdas.
Visando alcançar os objetivos propostos, as metodologias de pesquisa
utilizadas quanto aos objetivos foram análise qualitativa e quantitativa, além do
estudo de caso. Para realização deste trabalho, existiu a necessidade de coletar
116
informações pertinentes ao universo a ser pesquisado, no caso, determinada
Central Geradora Hidrelétrica.
Quanto aos procedimentos, foram abordadas no estudo duas metodologias
de pesquisa: Pesquisa bibliográfica e estudo de caso. A técnica de coleta de dados
utilizada no decorrer do trabalho foi a qualitativa e os dados obtidos possibilitaram a
realização de questionamentos e análises sobre os resultados.
Para alcançar os objetivos, foi necessário identificar o valor líquido de venda
e o valor em uso do respectivo ativo.
Inicialmente, foram analisadas as receitas de períodos anteriores, visando
obter o histórico de receitas e maior conhecimento sobre o ativo. Para cálculo do
valor em uso e determinação do valor líquido de venda, primeiramente foram
observados os valores contidos no Balanço Patrimonial da entidade pesquisada.
Visando uma estimativa conservadora, foram consideradas receitas futuras
para os próximos 5 anos com base na garantia física estimada da CGH que é de 0,6
MW, utilizando como taxa de desconto, o percentual de 20% que contempla o
CMPC - Custo Médio Ponderado de Capital, já atribuídos o risco específico da
entidade, o risco do mercado, a liquidez, o custo da estrutura de capital e o retorno
sobre os investimentos.
A entidade pesquisada neste trabalho optou para os próximos 05 anos,
como forma de obtenção de suas receitas, realizar suas vendas sob a forma de
contrato bilateral, por considerar a melhor opção e também por não ter potência
suficiente para ofertar sua energia no Mercado Livre. A CGH pesquisada tem
garantia física de 0,6 MW, ou seja, apenas 60% da potência total instalada.
Ao realizar a comercialização sob a forma de contrato bilateral, o comprador
da energia elétrica gerada pela CGH tem assegurado para si toda a garantia física
e para a entidade que comercializa essa demanda, é uma boa forma de planejar
suas futuras entradas de caixa.
117
As despesas para manter este ativo em operação são estimadas em 5%
(cinco por cento) de acordo com o departamento técnico-operacional da entidade e
com base em dados de períodos anteriores. Tais despesas compreendem os
gastos necessários para conservação geral, manutenção predial, serviços de
vigilância, funcionários, encargos, operação do sistema comercial e comandos
operacionais.
De posse dos valores e demais informações, verificou-se, que:
Considerando todos os custos de aquisição e instalação, o que
permitiu que a CGH entrasse em operação - O ativo imobilizado
compreendido neste trabalho foi registrado contabilmente pelo valor total
de R$ 4.974.912,94 (Quatro milhões, novecentos e setenta e quatro mil,
novecentos e doze reais e noventa e quatro centavos);
De acordo com o Balanço Patrimonial do Exercício de 2015
apresentado pela empresa pesquisada, a CGH apresentou valor contábil
de R$ 4.632.887,73 (Quatro milhões, seiscentos e trinta e dois mil,
oitocentos e oitenta e sete reais e setenta e três centavos), considerando
como taxa de depreciação, o percentual de 2,5% ao ano, conforme
recomendação da ANEEL para ativos de geração;
Conforme conhecimentos da área de gestão, com base em recentes
negociações mercadológicas, considerando as condições atuais do ativo,
considerando uma transação sem favorecimentos e combinando partes
interessadas e conhecedoras do mercado, estima-se em valores atuais,
que o valor líquido de vendas para a CGH é de R$ 5.700.000,00 (Cinco
milhões e setecentos mil reais); e,
Considerando que o valor em uso é obtido por meio de estimativa das
futuras entradas de caixa a serem obtidas pelo uso contínuo do ativo e
aplicação de taxa de desconto adequada, o valor em uso deste ativo é de
118
R$ 5.114.186,49 (Cinco milhões, cento e quatorze mil, cento e oitenta e
seis reais e quarenta e nove centavos).
Em atenção aos resultados e informações mencionados acima, pode-se
observar que o valor recuperável da CGH é maior do que o valor registrado
contabilmente, e que, portanto, não houve “Impairment”.
Tais resultados foram de encontro com os objetivos abordados, pois,
verificou-se a capacidade de retorno futuro do ativo, bem como constatou que o
ativo não se encontra registrado por valor superior àquele passível de ser
recuperado e que, portanto, não está sujeito ao reconhecimento de perdas.
A aplicação deste método a uma específica Central Geradora Hidrelétrica,
possibilitou maior conhecimento sobre a temática e contemplou a
representatividade do tema em questão.
Acrescentando informações ao estudo de caso, pôde-se observar ainda, por
meio do tópico “análises e discussões” que dadas as diversas mudanças
introduzidas pelas leis no 11.638/07 e 11.941/09 e o avanço que elas representam
no que diz respeito à harmonização perante às IFRS, as empresas passaram a ter
maiores exigências quanto à mensuração dos ativos e à evidenciação de
informações. A adequação dos ativos fixos à sua real capacidade de retorno
econômico fez com que o Teste de Impairment se tornasse necessário por
proporcionar uma representação fidedigna e maior transparência, tornando a
aplicação mais relevante.
As perdas para redução ao valor recuperável de ativos estão inseridas no
contexto de que os ativos não podem ser registrados por valor superior ao seu
valor recuperável, mediante uso ou venda do ativo pela empresa e com a adoção
das Normas Internacionais de Contabilidade estima-se que as práticas e/ou a
forma de analisar e interpretar as informações contábeis gerenciais sejam
influenciadas.
119
Neste sentido, os estudos revelaram que a maioria das companhias não
atenderam completamente todas as determinações do Pronunciamento Técnico e
que as informações mais divulgadas foram o valor da perda e a natureza do ativo.
Porém, as entidades que melhor divulgaram a informação obrigatória, estiveram
também entre as que mais forneceram informação além do exigido, mas que ainda,
as exigências do CPC 01 (R1) não estavam sendo observadas em sua totalidade.
As principais informações divulgadas pelas empresas foram: valor da perda
e a maneira de mensuração do valor recuperável (Valor em Uso ou Valor Líquido
de venda) e a principal informação não evidenciada por algumas empresas foi a
taxa de desconto utilizada nas projeções de fluxo de caixa descontado.
Há, ainda, as empresas que entenderam não ser necessária a
contabilização do impairment em seus ativos, mas que optaram pela evidenciação
da metodologia e da forma de cálculo que embasou tal conclusão, como a natureza
dos ativos e a unidade geradora de caixa. Cabe ressaltar que mesmo não
reconhecendo perdas por desvalorização dos ativos ou reversão de perdas,
algumas empresas apresentaram, voluntariamente, informações sobre a realização
do teste de impairment, visto que nesta situação não estavam obrigadas.
Em suma, as entidades quando realizam os testes de Impairment, não
divulgam todos os itens de divulgação obrigatória. Apesar de algumas não
observâncias, houve um indicativo de avanço na representação dos valores de
venda dos ativos, trazendo, a princípio, uma melhora na qualidade informacional
para os usuários.
As empresas que negociam suas ações na Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros - BM&FBOVESPA e na NYSE – New York Stock Exchange (Bolsa de Nova
Iorque) possuem maior grau de evidenciação do Impairment test do que as
empresas que negociam suas ações somente na BM&FBOVESPA, porque já
seguiam as normas americanas que estavam alinhadas com as internacionais e
por participarem de um mercado de capitais mais desenvolvido.
120
Entretanto, é importante ressaltar que essa pesquisa por meio do caso
prático aplicado, se limitou a realização do teste de Impairment em um único ativo
imobilizado de uma determinada entidade, não se tornando regra geral nem
garantia, em hipótese alguma, que os demais ativos desta mesma entidade ou de
qualquer outra, estejam ou não registrados por valor superior àquele passível de
recuperação, nem que tenham capacidade de retorno futuro e que não estejam
sujeitos ao reconhecimento de perdas. Para isso, novos estudos são necessários e
pertinentes.
Por fim, cabe destacar:
A aplicabilidade do teste de Impairment (caso real);
Que o setor elétrico era totalmente estatal e tornou-se com o tempo precário;
Que apenas nos anos 2000 ocorreram as privatizações, trazendo novas
situações e estudos para o país;
Que os ativos apresentam forte impacto nas revisões tarifárias e são a base
para auferir receitas; e,
Que poucas pesquisas acadêmicas foram realizadas, muito por questão do
pequeno prazo das privatizações.
Dessa forma, ressalta-se a importância de se elaborar novos estudos, seja
de forma individual ou contemplando conjuntos de ativos, e até mesmo abordando
outras fontes de energia.
O presente trabalho aponta a necessidade de desenvolver novos estudos e
incentiva novas pesquisas sobre ativos, principalmente aos relacionados às
entidades que têm como objeto de negócio a comercialização, distribuição, geração
e transmissão de energia elétrica.
121
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