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1
RODRIGO AMORIM MOTA
Portais de Informação e Comunidades de Conhecimento –
O Projeto Museu Virtual
ECO/ UFRJ Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
Portais de Informação e Comunidades de Conhecimento –
O Projeto Museu Virtual
Rodrigo Amorim Mota
Monografia apresentada ao Curso e Graduação em Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obtenção do bacharelado em Comunicação Social. Orientador: Cristina Haguenauer TITULAÇÃO: Doutora em Ciências – COPPE / UFRJ.
Rio de Janeiro 2007
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Monografia:
Portais de Informação e Comunidades de Conhecimento –
O Projeto Museu Virtual
Rodrigo Amorim Mota Monografia submetida ao corpo docente da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Bacharel. Aprovada por: Prof. ........................................................................................................................................ Prof. .......................................................................................................................................... Prof. ..........................................................................................................................................
Rio de Janeiro 2007
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AGRADECIMENTOS:
Obrigado ao 50o Encontro de Jovens com Cristo da Igreja Católica Nossa Sra da Paz, em Ipanema (Padre Jorjão e sua Equipe). Beijos à Jussara Medeiros, amiga de tempos, que me indicou ao
encontro. “Te odiei, Jussara, confesso”. Mas valeu cada segundo e, se você me questionava se eu estava gostando, eis aqui a minha prova...
Cláudio dos Santos Eiras, que sempre vinha com idéias mirabolantes para complicar ainda mais a realização deste. Ele estava na mesma situação, sofrendo comigo. Mas lembro: sofrimento todo,
mantendo uma certa distância: são dois homens, aquela coisa que nossos pais bem nos ensinaram...
À minha amiga Bhyanca Miranda Lelé. Você é Lelé só de nome. Sempre trazia a motivação certa na hora exata. Elevava minha auto-estima fazendo com que me sentisse melhor que muitos de
nossos políticos brasileiros. Continuo achando: eles são bons, só não chegaram a essa conclusão. Dá uma passadinha em Brasília, Bhyanca...
À minha orientadora, professora Cristina Haguenauer. Peço que ela me ajude em meu caminho
acadêmico daqui por diante. A todos os professores e à instituição UFRJ, na qual sou formado em Produção Editorial e não pretendo parar tão cedo. Estudo é a base de tudo!
Vou fazer algo que sempre achei ridículo e jurei não fazer igual. Agradeço a minha namorada Aristéia Adenísia Ribeiro pelas inúmeras mensagens de celular cobrando avanços na minha
monografia. Agora entendo porque políticos juram e fazem justamente o contrário.
Por último agradeço meu pai, minha avó – a mais carioca de todos apesar de ser mineira - e a Jesus: sem ele nada disso seria possível!
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Dedico este trabalho a todos amigos de copo e de riso, em vários cantos do Brasil. A toda minha família, mistura de baianos com mineiros, que terminou gerando um carioca. Isso se chama
Globalização, que pretendo perpetuar na mesma filosofia. Ah se eu soubesse disso em meus tempos de segundo grau...
Àqueles que utilizam o humor como estilo de vida para agüentar as agruras da vida.
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RESUMO
Este trabalho apresenta algumas mudanças decorrentes do atual sistema de comunicação proporcionadas pelo desenvolvimento da internet: os Portais de Informações. O exemplo utilizado foi o Projeto Museu Virtual, desenvolvido por alunos de graduação e pós-graduação, assim como professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em outras palavras: o que um webjornalista precisa saber para comunicar apropriadamente o conteúdo desejado. Verificou-se a importância da construção de hipertextos por um sistema gerenciador de conteúdo, Content Management System (CMS) chamado Joomla. Através deste software ocorre a construção do site e a publicação do conteúdo com maior facilidade e precisão, permitindo aos jornalistas a realização de tal tarefa sem o constante intermédio de programadores. A internet está determinando não só uma prática, mas também uma estética jornalística.
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ABSTRACT
This work presents some current changes of the current communications system provided by the
development of the internet: the Portals of Information. The used example was the Project Virtual
Museum, developed by graduation students and masters degree, as well as teachers of the Federal
University of Rio de Janeiro (UFRJ). In other words: the one that a necessary webjornalist to know
to communicate the wanted content adequately. The importance of the construction of hypertexts
was verified by a system content manager, Content Management System (CM) called Joomla.
Through this software it happens the construction of the site and the publication of the content with
larger easiness and precision, allowing to the journalists the accomplishment of such task without
the constant intermediate of programmers. In that way, the internet is determining not only a
practice, but also a journalistic aesthetics.
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SUMÁRIO:
Portais de Informação e Comunidades de Conhecimento – o projeto Museu Virtual APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 1. Introdução ............................................................................................................. 2 Cibercultura e Internet................................................................................................................. 3. Web 2.0 e Comunidades Virtuais.................................................................................................. 4 . Webjornalismo: uma novidade no mercado de trabalho ........................................ 5. Os portais para a internet ............................................................................... 5.1. Tipos de Portais 5.2. Categorias de Portais 5.3. Joomla 5.4. Benefícios de um CMS 5.5. Exemplos 6. O portal museu virtual ................................................................................................. 6.1 Descrição 6.2 Elementos do Portal
7. Considerações Finais........................................................................................................... 8. Referências Bibliográficas .............................................................................................
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APRESENTAÇÃO
Certo da minha obrigação com o trabalho de final de curso, a primeira idéia que surgiu foi a
de fazer algo relacionado ao tema humor. Quem sabe, algumas observações de programas
humorísticos, por exemplo. Já que me chamam de “figura”, “o engraçado”, etc, achei que caberia
fazer algo nesse sentido. A idéia era tratar sobre um assunto pertinente aos formandos de jornalismo
para conseguirem empregos na sua área. E que isso pudesse ocorrer através do humor.
Mas o humor não é bem visto no mercado, por incrível que pareça. Gostam. Acham graça,
até investem no possível produto por um certo tempo. Cansam e passam a desrespeitá-lo. Os
publicitários falariam que, se o produto continua dando lucro, algo dessa forma não ocorre. Pode
ser, não estudei publicidade. Mas o fato é que conheço o assunto na prática. Tive um site que, por
inúmeros fatores, não deu certo. Foi a minha primeira decepção. Não quero mais falar sobre isso.
Pois bem, continuando nesse raciocínio e ao mesmo tempo mudando de assunto, falei de
emprego. De jornalismo. Humor. Site. Vejo que é cedo, lembro que não tomei café da manhã e
devo fazer uma vitamina. Fecho essa idéia toda pegando o liquidificador para misturar tudo: Portais
de Informação e Comunidades de Conhecimento: o projeto Museu Virtual. Pronto! Tenho um título
para a monografia que trata de tudo o que eu queria abordar.
Quase um ano para fazer essa monografia e não saio da primeira linha. Foram muitas idéias,
leituras, anotações. Mas escrever que é bom... logo eu, que anoto tudo para não esquecer na hora
que for preciso. Nesse momento de dúvida, foi a Igreja que me ajudou. Coisa chata falar em igreja,
né? Também achava. Juro que não é pregação. Fui num encontro jovem exatamente no final de
semana que escrevo essa introdução. Pensei: louco? Perder mais um final de semana na igreja?
Ficar o dia inteiro lá, cantando e batendo palmas... coisa de maluco. Vi certa vez do lado de fora do
ambiente e achei o ‘ó ’. Tanta gente bonita berrando Jeeeeeeeeeesus. Se eu nunca matei, roubei,
rezo todos os dias, por que me prestar a esse papel?
Mas foi nessa visita que ouvi a frase: “Nada é por acaso! Para tudo existe um porquê, hoje
podemos não compreendê-lo, mas um dia o entenderemos”. Aceitei de bom grado essa dica e
aproveitei para perceber que, apesar do meu objetivo maior na monografia ser o de apresentar uma
possibilidade de emprego para os jornalistas recém-formados através da internet, também se tornou
importante mostrar como a Teoria da Rede foi desenvolvida através do tempo.
E o que o humor, que tratei inicialmente, tem a ver com o título da monografia? Creio que o
profissional de Comunicação Social, mais especificamente o jornalista, tem que trabalhar com
humor, sob todas as situações que encontrar. Digo o humor como estado de espírito. Um dia estará
no jornalismo esportivo. É, sem dúvida, emoção e diversão. Noutro, no jornalismo econômico, que
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certamente dará mais dinheiro e será “menos rentável”. Esse mesmo passa pelo científico, conhece
o ambiental, e por aí vai.
Se pudéssemos reduzir todos esses assuntos ao interesse comum dos jornalistas, diria que se
tratam de informação. Procuro demonstrar a possibilidade destes, principalmente os recém-
formados e conhecedores das novas linguagens, ao suprir as necessidades do mercado com novos
veículos de mensagens. Para isso, a ferramenta Joomla torna-se uma boa opção. Diferente dos
grandes portais e dos Blogs, não fica preso às exigências editoriais dos grandes sites e permite que
uma pessoa que não tenha conhecimentos de HTML e PHP coloque um site no ar em poucos
minutos.
E minha vitamina de banana com maçã - só não ponho chocolate porque acabou - está
esperando eu terminar de escrever essa introdução. A tática é a seguinte: corro da cozinha para o
meu quarto, em cima da cama. Escrevo um pouco, duas frases está bom. Lembro que estou com
fome e volto para a cozinha porque o gelo está lá, derretendo. De certo será uma bananada com
maçã em três colheres de açúcar. Só esse trabalho que certamente não vai terminar assim.
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1- INTRODUÇÃO
A proposta deste trabalho é apresentar algumas exigências para jornalistas que trabalham em
Portais de Informação. Mostrar como ocorre o processo de construção e manutenção do portal
Museu Virtual. Quais as estratégias seguidas pelo portal para manter e ampliar o número de
visitantes na página. Uma característica significativa dos usuários é que, através da utilização da
internet, se deparam com a possibilidade de colocar, eles próprios, informações à distância. Só que
essa interação nem sempre é possível no caso de portais temáticos.
Quando pensamos em internet, mais especificamente em Portais de Informação, logo
imaginamos grandes Portais World Wide Web (www) como Aol, Uol, Ig, Globo.com, entre outros.
Abrangem um conteúdo amplo, diversificado, com a possibilidade de segmentação para a escolha
da preferência dos usuários. Porém, considerando a web o espaço democrático que é, vemos que
existem chances no mercado para os pequenos Portais. Estudaremos no capítulo 5 os tipos de
portais e suas possibilidades de negócios no mundo corporativo.
Nesse sentido, têm destaque as comunidades que pretendem divulgar informações voltadas a
um público específico, a exemplo do Portal Museu Virtual. Trata-se de um espaço virtual que
funciona como uma central de informações sobre assuntos relacionados à paleontologia. É
desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa em Tecnologias da Informação e da Comunicação
(LATEC/UFRJ), em parceria com o grupo de paleovertebrados do Museu Nacional e o Grupo de
Realidade Virtual Aplicada (GRVa) do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da
COPPE/UFRJ.
Portais como o Museu Virtual são espaços na Web que agregam informações, aplicações e
serviços relevantes a um tema específico, por meio de uma única interface. Eles representam uma
resposta direta à amplitude e complexidade das informações disponíveis no universo on-line. O
exemplo descrito encontra-se entre os que contam com menores verbas para o desenvolvimento de
projetos web. Seu objetivo é prestar informações sobre determinado assunto, agregando maior
público ao segmento. A sobrevivência do site depende da quantidade de usuários cadastrados
movimentando a empresa, além dos espaços publicitários, os chamados banners.
O objetivo deste trabalho é verificar se o Portal Museu Virtual atende às exigências de gerar
conhecimento sobre um assunto específico. (No exemplo citado, os fósseis e pesquisas com
Paleovertebrados). Apresenta a hipótese de que ele possa ser usado como exemplo de opção
profissional para webjornalistas. Procura demonstrar como os jornalistas devem lidar com os
desafios informacionais na rede e também suas funções características no espaço físico. Quando
atua como webjornalista, deve estar preparado para conciliar informação e entretenimento. A
próxima preocupação consiste na fidelidade do público, divulgando eventos e garantindo
informações adicionais. Seria quase o serviço de um assessor de imprensa, dada sua relação com o
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contratante, não fosse a preocupação com textos e frases mais curtas e atualização constante na
página.
No capitulo 2 intitulado Cibercultura e Internet, veremos conceitos iniciais importantes para
a questão que trataremos no capítulo 6, específico ao estudo de caso do Portal Museu Virtual. São
levados em conta conceitos como Cibercultura, de Pierre Lévy; Sociedade em Rede, por Manuel
Castells; Portais de Informação, por Marcello Póvoa.
No capítulo 3, intitulado Web 2.0 e Comunidades Virtuais, há a definição do conceito de
troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. Assim, “oficializa”
a formação de nichos de conteúdo específicos na internet, por oferecer ao usuário ferramentas de
fácil acesso e uso, por meio da conexão banda larga.
O capítulo 4 trata sobre o webjornalismo, nova opção no mercado de trabalho. Apresenta
uma possibilidade aos profissionais que estão saindo da faculdade já que, como se sabe, no jornal
impresso, rádio e TV os empregos estão cada vez mais escassos. São características, obrigações e
determinantes diferenciados de outros meios de comunicação.
Inicio o capítulo 5 tendo como ponto de partida o específico, ou seja, os Portais de
Informação, para o geral, como funcionam os portais, seus tipos ou categorias, Sistema Gerenciador
de Conteúdo e seus benefícios, estruturando-o em cinco subcapítulos: Tipos de Portais, Categorias
de Portais, Joomla, Benefícios de um CMS e alguns exemplos de portais.
O Portal Museu Virtual é tratado no capítulo 6. Teve início quando a professora da UFRJ
Cristina Haguenauer começou a dar aulas de Sistemas de Informação em 1994. Foi a primeira
oportunidade dela conhecer o projeto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ) chamado Biblioteca Virtual, que ensinava aos interessados como se cria
páginas na internet na área de biblioteconomia. O conhecimento e a metodologia para a realização
dos trabalhos eram fornecidos gratuitamente.
Esse projeto foi direcionado à área de comunicação pela professora Cristina, saindo do
científico, mais voltado à catalogação de bibliotecas, para se transformar num site jornalístico,
portais de informação. Ou seja, a solução encontrada foi criar portais temáticos desenvolvidos pelos
alunos, no qual um deles é o Museu Virtual, contando com o trabalho do Museu Nacional/UFRJ.
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2 – CIBERCULTURA E INTERNET
A história da internet tem um conteúdo histórico essencialmente com olhar estrangeiro, mais voltado
para o desenvolvimento informacional e estratégias comerciais. São significativos os pensamentos de
Manuel Castells, com sua teoria da Sociedade em Rede, e a transformação do próprio conhecimento
em moeda; Pierre Lévy, quando faz previsões do futuro na era da informática e a do brasileiro
Marcello Póvoa1, que resume esse pensamento, para a utilização específica dos usuários dos Portais
de Informação.
“Nos tempos da agricultura, a riqueza era a terra. Nos tempos da indústria, eram as fábricas.
Recentemente, a informação tomou o lugar da capacidade industrial como meio primário de gerar
riqueza” (DAVIS & MEYER, 2000). Nos dias atuais, conceitos como Sociedade de Informação2 e
Sociedade em Rede3 explicam a tendência da sociedade em procurar temas na internet pouco ou
sequer abordados pela grande mídia, uma evolução acentuada de informações na web com grande
agilidade e interatividade.
Pierre Lévy, filósofo autor de Cibercultura (1999), foi um dos precursores no pensamento
sobre as implicações culturais do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e
comunicação. Segundo Lévy, no início das relações entre autores e consumidores de informação na
internet, o espaço público de comunicação era controlado por intermediários institucionais que
preenchiam uma função de filtragem da informação.
Hoje, com a internet, quase todo mundo pode publicar um texto sem passar por uma editora
nem pela redação de um jornal. Assim, surgem problemas, principalmente quanto à veracidade e até
qualidade da informação. Lévy afirma ainda que “a comunicação interativa e coletiva é a principal
atração do ciberespaço” (Lévy, 1999). Trata-se de uma definição dos agenciamentos sociais das
comunidades no espaço eletrônico virtual.
A respeito da nova relação com o saber, são interessantes seus apontamentos sobre os novos
paradigmas da atualidade; as competências profissionais que se tornam obsoletas ao longo do
tempo; a nova natureza do trabalho, que valoriza a transação dos conhecimentos aprender,
transmitir, produzir; novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínio e
conhecimento.
1 Ele não fala especificamente em Portais de Informação, mas na utilização da internet de uma forma geral. De qualquer maneira, sua visão é muito significativa para a nossa abordagem. 2 O manual da Telefônica define Sociedade da Informação como um estágio de desenvolvimento social caracterizado pela capacidade de seus membros (cidadãos, empresas e administração pública) de obter e compartilhar qualquer informação, instantaneamente, de qualquer lugar e da maneira mais adequada. 3 Manuel Castells também definiu como era da informação ou era do conhecimento, caracterizada pela mudança na maneira de comunicar da sociedade e pela valorização crescente da informação nessa nova configuração da estrutura vigente, à medida que a circulação de informações flui a velocidades e em quantidades até então inimagináveis.
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Para ele, tais paradigmas evidenciam a necessidade de duas reformas fundamentais nos
sistemas de educação e formação: a utilização da EAD (Educação a Distância) e o reconhecimento
das novas formas de aprendizagem através das experiências social e profissional, e não mais
somente através das formas tradicionais escolares e acadêmicas.
Lévy afirma ainda que “a comunicação interativa e coletiva é a principal atração do
ciberespaço”. Isso ocorre porque a Internet é um instrumento de desenvolvimento social, que
possibilita a partilha da memória, da percepção e da imaginação, resultando na aprendizagem
coletiva e na troca de conhecimentos entre os grupos. Dois pontos importantes podem ser
destacados em sua teoria: a universalização e totalização.
O conceito de universalização aparece com a criação da escrita, sua principal característica é
o rompimento com o tempo e espaço. Ou seja, as informações não se restringiram mais ao meio
oral. Agora a escrita fixa a mensagem no papel e esta não fica presa a questões geográficas ou
temporais, podendo chegar a qualquer lugar do planeta, universalizando a mensagem. Com a
criação deste novo meio, surge uma nova forma de comunicação: com ela não há a necessidade do
emissor e do receptor encontrarem-se no mesmo espaço físico ou temporal.
Por outro lado, a escrita também criou um segundo conceito. Possibilitou que a interação
que havia no meio oral deixasse de existir. Com isso em um texto escrito há uma totalização, na
qual somente o emissor é quem fala, segundo o seu entendimento, sem a possibilidade de interação
com seu receptor. Com a Internet, a universalização continua a existir. Por outro lado, a totalização
some, pois neste meio a interatividade é contínua, ou seja, não há mais um saber autoritário,
monolítico e centralizado.
O espaço cibernético abre possibilidades de comunicação inteiramente diferentes da mídia
clássica. Lévy propõe uma tipologia dos dispositivos de comunicação baseada nas relações entre
emissores e receptores para a melhor compreensão das mudanças introduzidas pela Internet. São
observações fundamentais na determinação das diretrizes de uma arquitetura da informação
realmente eficaz em websites.
Atualmente, os diários virtuais prestam relatos jornalísticos e, de certa forma, todos podem
ser autores. Na rede, tudo se vê, mas pouco se crê. Esse é o motivo das instituições públicas e
empresas de idoneidade procurarem contratar responsáveis pela criação visual na internet e
webjornalistas para a geração de conteúdos. A comunidade é ampliada através dos Portais de
Informação, graças a sua estrutura interativa e possibilidade de acesso a novas informações.
Quando trata sobre os problemas gerados pela Era da Informação4, Castells analisa a
sociedade em rede de forma ampla, observando não apenas os benefícios, como também os
4 Denominação de vários pensadores sobre o século XX a respeito dos avanços tecnológicos em diversas áreas, como a Computação e as Telecomunicações.
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possíveis desafios a serem enfrentados. Destaca-se o problema da perda de liberdade, da exclusão
das redes, do processamento da informação e da geração de conhecimentos. São as transformações
geradas devido aos avanços tecnológicos.
Existe também um medo entre muitos cidadãos em relação ao que esta nova sociedade, ...,
poderá trazer em termos de emprego, educação, protecção social e formas de vida. Algumas
destas críticas têm um fundamento objectivo na deterioração do ambiente natural, na
insegurança laboral ou no crescimento da pobreza e na desigualdade em muitas áreas – e não
unicamente no mundo em vias de desenvolvimento.(Castells, A Galáxia Internet, p.318).
O sociólogo espanhol Manuel Castells é um dos principais responsáveis pela análise desse
período, em que a revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo
introduziram uma nova forma de sociedade, a chamada sociedade em rede. Ou seja, Castells fala a
respeito dos elementos da tecnologia da informação, como compõem e como estão sendo
incorporados ao processo de trabalho. Alguns profissionais têm se adaptado a essas transformações,
surgindo o que denominamos webjornalistas.
Foi em 1988 que Oscar Sala, professor da Universidade de São Paulo (USP) e conselheiro
da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu a idéia de
estabelecer contato com instituições de outros países para compartilhar dados por meio de uma rede
de computadores. Assim, chegou ao Brasil a Bitnet (Because is Time to Network). A rede
conectava a Fapesp ao Fermilab, laboratório de Física de Altas Energias de Chicago (EUA), por
meio de retirada de arquivos e correio eletrônico.
Em 1992, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) assinou um
convênio com a Associação para o Progresso das Comunicações (APC) liberando o uso da Internet
para ONGs. No mesmo ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia inaugurou a Rede Nacional de
Pesquisa (RNP) e organizou o acesso à rede por meio de um "backbone" (tronco principal da rede).
Em 1993 ocorreu a primeira conexão de 64 kbps à longa distância, estabelecida entre São
Paulo e Porto Alegre. Já o ano de 1995 foi um marco. Os ministérios das Comunicações e da
Ciência e Tecnologia criaram a figura do provedor de acesso privado à Internet e liberaram a
operação comercial no Brasil. No ano seguinte, muitos provedores começaram a vender assinaturas
de acesso à rede, popularizando a conexão em rede no país.
Essa questão se confunde com a popularização da internet no Brasil, as diversas fontes de
conhecimento no setor público, privado e acadêmico. São portais desenhados para provimento de
informações com objetos bastante específicos: conhecimentos para institutos de pesquisas,
promoção de empresas locais a alcance global, intercâmbio entre o setor privado e fontes de
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conhecimento no setor público e acadêmico, entre outros. Segundo Lévy, “as redes de
computadores carregam uma grande quantidade de tecnologias intelectuais que aumentam e
modificam a maioria das nossas capacidades cognitivas”, ou seja, o computador é um instrumento
de troca, de produção e de estocagem de informações, tornando-se desta forma, um instrumento de
colaboração. A televisão, ao contrário é um meio de comunicação passivo, pois não proporciona ao
receptor nem troca de informação, nem interatividade, pois ao assistir uma programação na TV, o
receptor apenas absorve as informações, mas não consegue interagir com o emissor.
O filósofo afirma ainda que “a comunicação interativa e coletiva é a principal atração do
ciberespaço”. Isso ocorre porque a Internet é um instrumento de desenvolvimento social. Ela
possibilita a partilha da memória, da percepção, da imaginação, que resulta na aprendizagem
coletiva e na troca de conhecimentos entre os grupos.
Nesse contexto, a tecnologia da informação torna-se importante porque, se for bem
aplicada, se transforma num instrumento valioso para se alcançar os objetivos da gestão do
conhecimento organizacional. No entanto, é importante ressaltar que o papel da tecnologia é
puramente habilitador, e será sempre da responsabilidade dos gestores definir e gerenciar as
atividades de conhecimento. O uso efetivo de tecnologias para apoiar as atividades de conhecimento
requer tanto interoperabilidade quanto fluidez no fluxo de informações. Portanto, torna-se evidente
que uma boa estratégia tecnológica para apoiar a gestão do conhecimento precisa de sólida infra-
estrutura e arquitetura flexível e global, que se beneficie de um conjunto integrado de ferramentas e
metodologias.
Os portais de conhecimento, além de proverem uma visão unificada e um único ponto de
acesso seguro às diversas fontes de informação são o centro de uma convergência de soluções de
gestão dessa informação e do conhecimento. É importante ressaltar que derivam dos requisitos
únicos de negócio de cada organização e do seu contexto de informação e práticas de gestão.
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3 – WEB 2.0 E COMUNIDADES VIRTUAIS
Como define o wikipedia, o termo Web 2.0 foi criado por Tim O’Reilly Media, editor
norte-americano de livros de informática, com o seguinte conceito:
Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. (fonte: web2.0br.com.br)
Resumindo, o termo Web 2.0 é utilizado para descrever a segunda geração da World Wide
Web, tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com
sites e serviços virtuais. O nome é apenas um rótulo para uma web mais colaborativa. Dispõe
serviços, mais do que softwares, que se utilizam da internet como plataforma para ambiente
colaborativo, em que os usuários controlam e compartilham informações com uma atuação mais
ativa e participativa. Um exemplo clássico dessa plataforma é o Wikipedia, cujas informações são
disponibilizadas e editadas pelos próprios usuários.
A história do surgimento encontra-se no fato do HTML ter sido criado para exibir documentos
e não aplicações, forçando aos desenvolvedores um formato mais “básico” e diferente das
aplicações até então desenvolvidas para sistemas informatizados. O impacto da web na vida das
pessoas foi tão grande que de repente fazer aplicações do jeito web passou a ser a maneira “certa”,
porém ainda limitada.
Juntando-se a este cenário, a falta de padrão dos navegadores e as conexões ainda lentas, a
web continuou a ser uma plataforma tecnológica limitada. Os desenvolvedores se justificaram,
dizendo que todas aquelas interfaces leves e sem muitos recursos ao usuário final era uma coisa
boa. Isso acabou proporcionando a criação de algo que realmente agradasse à maioria. Seu conceito
“oficializa” a formação de nichos de conteúdo específicos na internet ao oferecer ao usuário
ferramentas de fácil acesso e uso desde que por meio da conexão banda larga.
Torna-se necessário apontar as características que despontam com a utilização da web 2.0. A
primeira, diz respeito à crescente utilização da Memória como elemento constitutivo do Jornalismo
Online.
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A Memória no Jornalismo na Web pode ser recuperada tanto pelo Produtor da informação, quanto pelo Utente, através de arquivos online providos com motores de busca (search engines) que permitem múltiplos cruzamentos de palavras-chaves e datas (indexação). Sem limitações de espaço, numa situação de extrema rapidez de acesso e alimentação (Instantaneidade e Interactividade) e de grande flexibilidade combinatória (Hipertextualidade), o Jornalismo tem na Web a sua primeira forma de Memória Múltipla, Instantânea e Cumulativa. (Palácios, Jornalismo Online, Informação e Memória: apontamentos para debate, p.5).
Para Palácios e Mielniczuc, o jornalismo online passou por duas gerações e está, atualmente,
atravessando o terceiro estágio. Nos primórdios da internet, na primeira fase, seria caracterizado por
sites quase puramente textuais e notícias simplesmente transpostas da versão impressa de jornais e
revistas para o ambiente virtual. Posteriormente, na segunda fase, os sites jornalísticos tinham
conteúdo próprio, preparado para a internet, mas a hierarquização das notícias e a disposição dos
portais seguiam ainda o padrão de impressos. No terceiro e atual estágio, o que temos “São sítios
jornalísticos que extrapolam a idéia de uma versão para a web de um jornal impresso já existente”.
Nesse ponto, cabe apontar para as mudanças ocorridas. A Sociedade da Informação, também
conhecida nos dias atuais como Tecnologia da Informação5 ou TI, inicia um novo modo de
produção. Teorias de pensadores clássicos como o valor do trabalho e mais valia a exemplo de
Locke, Smith, Ricardo e Marx são substituídas pela informação e pelo conhecimento. Da mesma
forma que a sociedade industrial tomou o lugar da sociedade agrária, a de informação a está
substituindo.
A TI está fundamentada nos seguintes componentes:
• Hardware e seus dispositivos periféricos.
• Software e seus recursos.
• Sistemas de telecomunicações.
• Gestão de dados e informações.
A crescente competitividade que vem sendo requerida das organizações exigiu um processo
de gestão ágil e inteligente, no qual a gestão da informação é crucial para a sobrevivência destas. A
TI vem se mostrando uma ferramenta indispensável à sobrevivência organizacional, na medida em
que imprime maior velocidade aos processos internos e permite aos gestores um
conhecimento/relacionamento amplo com seu ambiente de influência. É importante observar que,
no contexto geral, fatores sociotécnicos relacionados aos recursos humanos, como necessidade de
treinamento, falta de suporte técnico e de políticas motivacionais, e a resistência cultural à
mudança, são questões a serem resolvidas para uma melhor utilização das TIs disponíveis.
5 Conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação, abrangendo das redes de computadores às centrais telefônicas inteligentes, fibra óptica e comunicação por satélites.
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Dessa forma, as comunidades virtuais prestam um serviço necessário a TI das empresas.
Segundo define o Wikipedia, são “comunidades que estabelecem relações num espaço virtual
através de meios e comunicação a distância. Se caracterizam pela aglutinação de um grupo de
indivíduos com interesses comuns que trocam experiências e informações no ambiente virtual”.
No entanto, o processo de informatização das organizações tem custo elevado, demanda
tempo, provoca alterações na estrutura organizacional e sofre resistências de ordem cultural, além
de apresentar resultados nem sempre satisfatórios, conforme tem sido amplamente descrito tanto no
exterior como no Brasil. Essa também é a recomendação de Dias6, para que seja feito um
planejamento de medidas que gerenciem os impactos organizacionais buscando respeitar o
momento da organização, sua história em relação à utilização de tecnologia, os recursos disponíveis
para seu uso e os conflitos a serem resolvidos.
É necessário, portanto, que as organizações tenham seus planejamentos empresariais e de TI
integrados, coerentes e em sinergia com as estratégias empresariais e as da TIs plenamente
alinhadas entre si. Esse alinhamento estratégico dos negócios e da TI é muito importante para a
sobrevivência das organizações, principalmente quando é utilizado como uma ferramenta de gestão
(Brancheau e Wetherbe, 1987, p. 33).
A crescente facilidade de acesso à Internet vem permitindo que, cada vez mais, empresas e
pessoas tenham acesso a esse veículo informacional, resultando em uma distribuição mais
democrática dos conhecimentos da humanidade, oportunizando mercados e negócios a quem tiver
competência. A fonte de vantagens competitivas advém de habilidades e recursos internos à
empresa, que lhe conferem vantagens posicionais, por meio do reconhecimento de valor pelo cliente
e/ou redução dos custos relativos.
Isso se refletirá em um desempenho superior, resultando na satisfação e lealdade do cliente
que assegurará uma fatia de mercado com lucros relativamente maiores. Isso significa uma maior
taxa de retorno sobre os investimentos que, aliados à escolha de estratégias adequadas, permitem
reinvestimentos para manutenção das fontes de vantagens, criando um ciclo capaz de sustentar a
competitividade (Day e Wensley, 1988, p. 14).
Para Porter (1986, p. 22), existem cinco forças competitivas atuantes: ameaça de novos
entrantes; poder de negociação com os fornecedores; poder de negociação com os clientes; ameaças
de produtos substitutos; e concorrência entre as empresas existentes. Na óptica desses autores, um
elemento que está oculto é um Sistema de Informação (SI) que permita obter, processar, analisar,
organizar e sintetizar o imenso fluxo informacional de dados brutos (e/ou informações) de forma a
transformá - los em conhecimento útil à tomada de decisão. Segundo Freitas e Lesca (1992, p. 97),
a informação é o processo pelo qual a empresa se informa sobre ela mesma e sobre seu ambiente,
6 DIAS, D. (1998, p. 4-7).
20
além de passar informações dela ao ambiente. Enfim, as organizações se relacionam com seu
ambiente por meio de um fluxo de informações; posteriormente a informação é transformada em
conhecimento e incorporada à organização (Cornella, 1994, p. 79). Nesse sentido, as tecnologias
avançadas de informação, ou seja, os sistemas de informações computadorizados são elementos
indispensáveis às organizações no atual ambiente competitivo global.
Comunidade Virtual é o termo utilizado para os agrupamentos humanos que surgem no
ciberespaço, através da comunicação mediada pelas redes de computadores (CMC). Um dos
primeiros autores a utilizar esse termo foi Rheingold , definindo:
“As comunidades virtuais são agregados sociais que surgem da Rede [Internet], quando uma quantidade suficiente de gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo suficiente, com suficientes sentimento humanos, para formar redes de relações pessoais no espaço cibernético [ciberespaço]. (Recuero, Comunidades Virtuais - Uma abordagem teórica, p. 5)”
Rheingold aponta para esta ausência do “sentimento de comunidade” como uma das causas do
surgimento das comunidades virtuais. A decadência do senso de comunidade, em nossa sociedade,
foi também atribuída ao surgimento e consolidação do individualismo, ao culto à personalidade.
Existem críticas à idéia de comunidades virtuais e alguns explicam suas posições contrárias
dizendo que as comunidades virtuais não são nada mais do que comunidades tradicionais mantidas
através da CMC (Wellman, citado por Hamman, 1998, online). Outros, no entanto, afirmam que a
comunidade virtual não possui um território e, portanto, não seria uma comunidade stricto senso
(Weinrech, citado por Jones, 1997 online). A comunidade virtual é um elemento do ciberespaço,
mas é existente apenas enquanto as pessoas realizarem trocas e estabelecerem laços sociais. O seu
estudo faz parte da compreensão de como as novas tecnologias de comunicação estão influenciando
e modificando a sociabilização das pessoas.
Os meios de comunicação modificam o espaço e o tempo através de sua ação, assim como as
relações entre as várias partes da sociedade, transformando também a idéia de comunidade
(McLuhan, 1964). Deste modo, também a Comunicação Mediada por Computador está afetando a
sociedade e influenciando a vida das pessoas e a noção de comunidade. É por isso que muitos
autores optaram por definir as novas comunidades, surgidas no seio da CMC por “comunidades
virtuais”.
21
4 – WEBJORNALISMO: UMA NOVIDADE NO MERCADO DE TRABALHO
O jornalismo feito para a Internet chama-se webjornalismo, também conhecido como:
jornalismo online, cyberjornalismo, jornalismo eletrônico ou digital. Deve ser tratado por suas
características peculiares, nas diferenças marcantes com relação ao jornalismo impresso: textos e
frases mais curtas, uso de links e edição de qualquer lugar a qualquer hora. Não se trata de um
jornalismo estritamente ‘sentado’, como se pensa.
É uma profissão que sabe dosar os interesses do site aos do público e que não traz apenas
notícias, mas aumenta a bagagem de informação e, ao longo prazo, formação do leitor. Proporciona
ao internauta condições especiais para interagir com o emissor da mensagem e com as fontes. Exige
do profissional pleno contato com uma ampla base de dados para estar bem informado enquanto
produz a matéria.
O desafio dos webjornalistas envolve, em alguns casos, a utilização de câmeras fotográficas,
filmadoras e gravadores de áudio, assim como de outras ferramentas que complementem o
conteúdo da página. Por vezes, devem “ir a campo”, conhecer sobre o que se está falando. Também
procuram saber quem são os principais agentes de notícias e a quem solicitar informações que
atendam ao perfil requisitado. Fundamentalmente, são os responsáveis por marcar uma fronteira
entre o uso da Internet como meio e como suporte.
Nesse momento, surge uma questão importante: o que dizer sobre a veracidade das
informações? E sobre os direitos autorais? O webjornalista deve selecionar sites confiáveis, que
apurem notícias ou contenham profissionais gabaritados à produção de conteúdo, quando a sua
página se limite a divulgar outras páginas. Em seguida, deve remeter o usuário ao site de origem,
fazendo com que a sua página seja um canal de acesso entre as diversas páginas web e os usuários.
Essa é a maior preocupação do Museu Virtual: fazer com que os internautas visitem e adicionem as
demais páginas geradoras de conteúdo, se posicionando como uma central de referência sobre o
assunto.
Torna-se importante analisar a produção e a difusão de informações nesse contexto. A
excelência do Portal Virtual está no fato de, ao invés dos usuários gastarem tempo selecionando
informações entre centenas de opções na internet, uma tarefa por sinal muito comum pela
grandiosidade da rede, passam a ter confiança nas fontes de consulta, e em algo que lhes aponte o
que é verdadeiro e significativo no tema requisitado. Surge assim, uma forma singular de se
escrever notícias: o título acrescido de um primeiro e único parágrafo, que provoque a curiosidade
do leitor.
Com o surgimento da internet verificou-se uma rápida migração dos mass media existentes
para o novo meio sem que, no entanto, se tenha verificado qualquer alteração na linguagem. Isto
22
introduziu novas rotinas e novas linguagens jornalísticas. O jornalismo escrito, o jornalismo
radiofônico e o jornalismo televisivo utilizam linguagens adaptadas às características do respectivo
meio. O webjornalismo pode explorar todas as potencialidades que a internet oferece,
proporcionando um produto completamente novo: a webnotícia.
As emissões das rádios e dos telejornais na internet são tudo o que se pode encontrar
atualmente. E, apesar do inquestionável interesse da difusão destes conteúdos à escala
global, é um completo desperdício tentar reduzir o novo meio a um simples canal de
distribuição dos conteúdos já existentes. (Canavilhas, Considerações gerais sobre
jornalismo web, p.2)
Cada meio tem suas próprias narrativas e linguagem. A internet, por força de poder utilizar
texto, som e imagem em movimento, terá também uma linguagem própria, baseada nas
potencialidades do hipertexto e construída em torno de alguns dos conteúdos produzidos pelos
meios existentes. O grande desafio feito ao webjornalismo é procurar uma "linguagem amiga" que
imponha a webnotícia, uma notícia mais adaptada às exigências de um público que exige maior
rigor e objetividade.
Assim, entra em questão a leitura hipertextual. O texto, por sua própria essência, é passível de
interpretações e percursos distintos daqueles programados pelo autor. Isso se dá pelo sentido que
cada leitor empresta ao material do escritor para elaborar suas próprias idéias. O webjornalista deve
estar atento a essa situação, na qual André Lemos afirma: “na leitura clássica (livros e textos
impressos), o texto e o leitor se engajam num processo também hipermediático, pois a leitura é feita
de interconexões à memória do leitor, às referências do texto, aos índices e ao index que remetem o
leitor para fora da linearidade do texto” (LEMOS, 1997, p.2).
Aqui, as características da Internet como interatividade e recursos hipermídia proporcionam a
troca constante de papéis entre produtor e consumidor de informações e opiniões, características
marcantes do novo momento comunicativo. Dessa forma, o jornalismo na web pode ser muito mais
do que o atual jornalismo online. Com base na convergência entre texto, som e imagem em
movimento, o webjornalismo pode explorar todas as potencialidades que a internet oferece,
oferecendo um produto completamente novo, que é a webnotícia.
23
5 – OS PORTAIS PARA A INTERNET
“Na dinâmica da transferência e transposição de modelos de cientificidade próprios às ciências exatas, a teoria matemática da comunicação ocupa, a partir do final dos anos 40, um papel central. Com base nas máquinas de comunicar resultantes da guerra, a noção de “informação” adquire seu estatuto de símbolo calculável. Ao fazê-lo, torna-se o lema que assegura o livre intercâmbio conceitual entre as disciplinas.”
Armand e Michèle Mattelart
Portal para a Internet é a porta de entrada para a Internet, em outras palavras, a primeira
página (browser), quando o internauta acessa a Internet. São páginas que centralizam informações
gerais e especializadas, serviços de e-mail, canais de chat e relacionamento, shoppings virtuais,
mecanismos de busca na web, entre outros, cuja intenção é ser a porta principal de acesso a orientar
a navegação do usuário.
Exemplos de websites desta categoria são o Yahoo!, Excite, Netscape, América Online
(AOL), Universo Online (UOL) e semelhantes. Os portais para a Internet não apresentam um
público alvo específico, pelo contrário, oferecem serviços e produtos genéricos, que em tese
agregam valor para todos os usuários. Foram os norte-americanos quem criaram e batizaram esses
sites de portais, denominação adotada no Brasil apenas em 1988. Se anteriormente cabia à imprensa
escrita divulgar informações de caráter jornalístico, hoje são os portais de informação que fazem
esse serviço.
Além dos periódicos divulgados na internet, páginas de conteúdos diversificados podem ser
encontradas na web. Umas com atualizações diárias, exclusivamente àquelas que vivem da
divulgação de notícias. Outras nem tanto, como o Portal Virtual (do Museu Nacional), que muda a
página apenas quando troca suas exposições e pretende exibir informações extras.
O usuário que participa plenamente na rede obtém vantagens como a acumulação de capital
social e comunicacional, somado a responsabilidade de atuação como um agente produtor de
conhecimento. De fato, ao utilizá-los, há uma transformação no modo de produzir, distribuir e
consumir o conhecimento. Esses fatores são benefícios e obrigações oferecidas pelo portal aos seus
clientes. Marcelo Póvoa explica a utilização dos portais na internet pelo princípio da linearidade.
Segundo Póvoa, “Na percepção de quase tudo na vida espera-se que haja um começo, um
meio e um fim. Seres humanos quase sempre gostam de usar a linearidade do tempo como
referência para suas ações” (PÓVOA, 2000). Portais na internet, em geral, seriam o ponto em
24
comum da navegação por que passam todos os usuários da internet: o início de todas as atividades.
A utilização de uma página default por parte do internauta.
Como existe essa procura por portais, é importante compreendermos a questão das aplicações
de gestão de conteúdos em páginas web. Atualmente a utilização de softwares livres cumpre com
esse objetivo, integrando de maneira racional (e segura) os diferentes atores do sítio e os diferentes
suportes à coleta, organização e divulgação da informação. Os problemas de produção de conteúdo
necessitam da utilização de um conjunto de conceitos e ferramentas que amenizem ou resolvam
essa questão, como a arquitetura da informação, hierarquia da informação, a navegabilidade,
adequação tecnológica, interfaces amigáveis e gerenciamento. A arquitetura da informação pensa na elaboração de um sistema de navegação fácil e
funcional, que permita ao usuário trafegar pelo site com grande facilidade, sem se perder em idas e
vindas a partir de hiperlinks ou mesmo nos vários níveis de informação disponíveis, atentando à
hierarquia das Informações.
Por hierarquia da informação, entende-se a organização do conteúdo de um site seguindo
níveis hierárquicos, que prioriza o que é mais relevante para o seu público. Esta estrutura tem que
ser ágil e funcional o suficiente para garantir a manutenção e atualização do projeto independente
de seu volume e complexidade futuros.
A navegabilidade significa que o portal depende de sistemas de navegação adequados, como
menus, buscas, barras laterais, links e outros; devendo ser apresentados de forma clara e
harmoniosa, orientando o internauta para uma navegação tranqüila, sem interrupções ou mesmo
caminhos sem volta. Preocupa-se em garantir uma estrutura sólida e consciente das informações a
todos os usuários.
Todas essas questões citadas anteriormente necessitam da aplicação das tecnologias
adequadas para que possam ser implementadas e de um gerenciamento, ou organização, que é
decisiva para que o portal não se torne um amontoado de informações desconexas e perdidas.
Dependem de atualizações, histórico de arquivos, novas implementações, estatísticas de acessos,
monitoramento dos visitantes, interações entre áreas do conteúdo e entre os usuários, manutenção
de links e outros exemplos.
A partir das diversas definições, é possível afirmar que um portal é um Website tido como o ponto inicial de alguma coisa, sendo que este ponto inicial apresenta um grande número de usuários e também um conjunto de produtos e serviços que criam valor para os consumidores. Assim, uma forma de classificar os portais e de certa forma tornar a nomenclatura mais simples é questionar: Portal para o que? ou Ponto inicial para o que? (ANGULO, Um Estudo do Modelo de Negócio, p. 5).
25
Como interface de software, devem apresentar em seu design visual: tratamento gráfico dos
elementos da interface ("a cara do site"). Design dos elementos da interface para facilitar a interação
do usuário. Design da apresentação da informação para facilitar a compreensão. Definição da
interação do usuário com as funcionalidades do site. Apesar da web ter sido originalmente concebida
como um espaço de troca de informações hipertextuais, o desenvolvimento crescente de tecnologias
sofisticadas encorajou seu uso como uma interface de software remoto7.
Como sistema de hipertexto, devem apresentar: tratamento adequado do visual do texto.
Elementos gráficos e componentes de navegação. Design dos elementos da interface para facilitar a
movimentação do usuário perante a arquitetura da informação. Ajuste no design da apresentação
para facilitar a compreensão. Design estrutural do espaço da informação para facilitar o acesso
intuitivo ao conteúdo. Definição dos elementos do conteúdo necessários ao site, para ir ao encontro
das necessidades dos usuários. E, por fim, metas de negócio ou outras metas de origem para a
conclusão do resultado final.
5.1 Tipos de Portais
Se pudéssemos classificar os portais por tipos, o faríamos de acordo com seu conteúdo e
funcionalidades, apesar de em geral tais classificações parecerem quase sempre arbitrárias. Segundo
ANGULO8, existem aproximadamente vinte tipos de portais: portal de informação, portal vertical,
portal horizontal, portal para empresas, microportal, portal Business to Business, portais
corporativos, temáticos e locais são apenas alguns dos possíveis exemplos. O autor ainda afirma que
"A literatura sobre o tema praticamente só é encontrada na própria Internet por meio de artigos em
publicações eletrônicas e cada qual inventa o seu tipo de portal, que quase sempre vem
acompanhado de uma definição apresentada como inédita". Sendo assim, buscamos na própria
internet as seguintes definições:
Com o advento dos portais de informação, vemos que a experiência em marketing digital e a
otimização de sites trouxeram a audiência de centenas ou milhares de pessoas diariamente,
garantindo o sucesso de inúmeras empresas. Porém, não apenas desse fator depende sua
sobrevivência. São aquelas que
Os meios de comunicação, na ânsia de informar um público ansioso e carecendo de capacidade intelectual autônoma para avaliar as tendências sociais de forma rigorosa, oscila entre oferecer-nos uma imagem de um futuro extraordinário ou seguir o princípio fundamental do jornalismo: só as más notícias são notícia. (Castells, A Galáxia Internet, p. 17).
7 Proporcionando a exibição de texto, imagem estática, vídeo e som. 8 ANGULO, Marcelo Junqueira. Um Estudo do Modelo de Negócio dos Portais na Internet. São Paulo: EAESP/FGV, 2000.
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Por sorte, o mercado é amplo e não é necessário seguir por esse caminho. Há muitas
possibilidades de gerar conhecimento em jogo. Se, por um lado, os usuários dos Portais de
Informação são impossibilitados de produzir textos em sites que utilizem assuntos técnicos (muitas
vezes não acessível ao conhecimento da grande maioria), há páginas que permitem o
posicionamento quanto ao conteúdo ou arquitetura estética na web. Além disso, a interatividade é
uma característica intrínseca dos Portais de Informação.
O Portal Vertical cria cadeias produtivas verticalizadas por tipos de indústria, podendo
conter informações sobre os sistemas de produção, com seus diversos processos, desde a obtenção
da matéria prima até o produto final, pelas diversas empresas terem de lidar com uma grande
quantidade de conteúdos. São informações geradas pelos diferentes departamentos, informações de
pesquisa e desenvolvimento, procedimentos técnicos e gerenciais, políticas corporativas, catálogos
de produtos e apresentações, press releases, etc.
Portal Horizontal caracteriza-se por possuir um grande volume de informações coletadas nas
mais variadas fontes visando ao atendimento do maior número possível de interesses e
necessidades.
Portais para Empresas, apesar dos diversos nomes presentes nesta categoria tais como Portal
de Gestão do Conhecimento e Portal de Informações Empresariais, representam as chamadas
Intranets, tendo o objetivo de oferecer para seus funcionários serviços como notícias sobre a
empresa e relatórios de interesse.
Portais corporativos (ou de Negócios e Informações Empresariais) são os aplicativos que
permitem às empresas libertar informações armazenadas interna e externamente, provendo aos
usuários uma única via de acesso à informação personalizada, necessária para a tomada de decisões
de negócios.
Como requisitos mínimos de um portal corporativo, temos: facilidade de uso; informação
classificada e indexação, com o uso de filtros para o refinamento das informações;
compartilhamento de informações entre os usuários; conectividade aos recursos informacionais do
sistema (áudio, vídeo, correio eletrônico etc); acesso a informações atualizadas; roteamento
inteligente para documentos selecionados pelo usuário; sistema com arquitetura baseada em
servidor, ou seja, deve suportar grande número de usuários; interfaces externas e programáveis;
serviços de segurança que resguardem os dados; gerenciamento de fácil administração e
possibilidade de customização de acordo com as necessidades do usuário. (DIAS, 2001, p.57).
Os portais B to B, ao contrário da ‘troca de informações internas entre funcionários’, são
direcionados para transações ‘entre’ empresas.
Os Microportais, ou Weblogs, se popularizaram como diários virtuais. Saad (1999) caracteriza
esse tipo de portal por ser produzido totalmente pelo usuário e, em geral, patrocinado por grandes
27
portais. Como a produção de conteúdo está a cargo do usuário, a personalização é a marca desse
tipo de portal. Contudo, podemos discutir se de fato é correto chamar de portal boa parte dos
weblogs existentes hoje. Talvez fosse mais adequado designá-los ainda apenas como pequenos sites
de registro do dia-a-dia de seus usuários.
Nos Portais Temáticos encontramos informações sobre instituições e organizações,
publicações, serviços de informação e comunicação na web, pesquisas e pesquisadores, base de
dados, legislação, eventos, entre outros.
Os Portais Locais são serviços de informações direcionadas, que complementam sites
noticiosos produzidos por jornais e mesmo os megaportais, se caracterizando pela proximidade da
informação com determinado público. (Exemplos como www.ibahia.com.br e www.uai.com.br).
Em 1991 surge o termo Ergonomia9, que Anamaria de Moraes10 e Cláudia Renata
Mont´alvão11 no livro Ergonomia: Conceitos e Aplicações ensinam sobre a importância do design
centrado no usuário. Trata-se da interação entre humanos e sistemas, através de terminais de
monitoramento. Por isso surge a usabilidade como conceito, desenvolvendo conhecimentos sobre as
capacidades, limites e outras características do desempenho humano, que se relacionam com o
projeto de interfaces, entre indivíduos e outros componentes do sistema.
Na opinião de CRUZ [2002]12, as organizações precisam definir de forma clara e consistente o
conhecimento que precisa ser considerado nos âmbitos operacional, estratégico e emocional. “Esses
âmbitos se refletem nos componentes da Gerência do Conhecimento, que são comportamentais,
informacionais e tecnológicos. Quando o conteúdo não tem ligação direta com a estratégia de
negócios da corporação, ele pode ser classificado apenas como informação. Ao contrário, ao
agregarmos valor informação ou ao conteúdo, ele pode se tornar conhecimento”.
5.2 Categorias de Portais
São Portais para Conteúdos Específicos websites de determinados segmentos. A segmentação
pode ser por gênero, etnia, idade, localização ou grupo de interesses. “Dois famosos websites nesta
categoria são: village.com, exemplo de portal para mulheres e também o website fool.com, voltado
para interessados em finanças”.
Para KLEINSCHMIDT e GOODMAN (2000), portais nesta categoria são o que no passado
chamava-se apenas website, mas que “transformaram-se em grandes líderes do segmento”. É
interessante deduzir deste comentário que um Website se transforma em portal, desde que seja líder,
ou seja, que apresente um número significativo de visitantes (pageviews). 9 Projeto de avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. 10 Doutora em Engenharia de Transportes, COPPE/UFRJ 11 Doutora em comunicação ECO/UFRJ 12 CRUZ, Tadeu. Gerência do Conhecimento. Ed. Cobra, São Paulo, 2002.
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Os Portais de Informação, na verdade, são aqueles capazes de organizar grandes acervos de
conteúdo a partir dos temas ou assuntos neles contidos, conectando as pessoas às informações.
Assim, Murray13 inclui as máquinas de busca (internas e/ou externas) e os portais públicos. Nesse
tipo de portal não há preocupação com a interatividade e o processamento cooperativo entre
usuários e especialistas. Para Murray, no contexto organizacional, “a aplicação de um portal apenas
de conteúdo seria insuficiente para atender aos objetivos de negócios das empresas”.
5.3 – Joomla
Assim como outros CMS (Content Management System ou Sistema Gerenciador de
Conteúdo), o Joomla é um software livre que ajuda a resolver um problema muito comum, como o
custo de se criar e manter um website ou web portal razoavelmente complexo, repleto de recursos e
conteúdo e que tem de ser mantido por várias pessoas com pouco ou nenhum conhecimento técnico.
A forma tradicional de se produzir um website é a de se utilizar uma equipe de designers e
programadores para construir o site e publicar o conteúdo. Geralmente os autores e editores de
conteúdo ficam na dependência do pessoal técnico para conseguir publicar seu material no dia a dia.
Acrescentar novos recursos envolve bastante tempo e dinheiro. O Joomla e outros CMS foram
criados para ajudar a aliviar este problema.
Podemos dizer que um CMS é um esqueleto de website/portal pré programado, com recursos
básicos de manutenção e administração já prontamente disponíveis. É algo muito mais sofisticado
do que um modelo de website, pois é um sistema que permite a criação, armazenamento e
administração de conteúdo web de forma dinâmica, através de uma interface de usuário via web,
não um mero conjunto de páginas HTML estáticas. “Obviamente a aparência de um website criado
com um CMS é customizável, através da utilização de templates (estes sim; modelos visuais de
website), que podem ser facilmente substituídos”. (Wakasugui, 2007).
Trata-se de recombinações de softwares e linhas de códigos de forma aberta, livre e criativa,
construindo um dos mais interessantes fenômenos da cibercultura. É uma iniciativa importante já
que, através do copyleft, “imitação” do copyright, funciona como um modelo para contratos de
adesão, “buscando corrigir falhas sociais no direito autoral padrão”.
No Brasil, reconhecido com um dos países que mais tem realizado esforços governamentais
para a adoção dos “softwares livres”, temos portais com esse sistema em funcionamento. Surgem os
“citizen media”, ou “mídia do cidadão”, onde cada usuário é estimulado a produzir, distribuir e
reciclar conteúdos digitais, sejam eles textos literários, protestos políticos, matérias jornalísticas,
emissões sonoras, filmes caseiros, fotos ou música.
13 MURRAY, Gerry. The portal is the desktop. Intraspect, May/June 1999. [online], outubro 1999. [http://www.groupcomputing.com/Back_Issues/1999/MayJune1999/mayjune1999.html].
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A atual revolução dos Softwares Livres deve-se a essa cultura do compartilhamento,
potencializando a distribuição, a cooperação e a apropriação dos bens simbólicos. Segundo conclui
André Lemos, “Estamos testemunhando a emergência de novas formas de consumo cultural e de
novas práticas sociais”.
O que permitiu o surgimento dos softwares livres foi a invenção de uma licença de utilização do código fonte em 1989. Nesse ano, Richard Stallman cria a GPL (General Public License) e a “Free Software Foundation”13 e escreve o primeiro projeto de software livre o GNU (acrônimo de “GNU is not Unix”). A criação foi motivada pela proibição da AT&T de utilização livre do sistema Unix. GPL não permite a apropriação privada dos trabalhos coletivos realizados, dando a todos a possibilidade de transformar e livremente distribuir as modificações. A partir daí, milhares de comunidades ao redor do mundo começaram a desenvolver softwares livres, como o Linux, o Debian, entre outros. (André Lemos, 2002).
No Brasil, essas comunidades começam a ter visibilidade a partir do “Fórum Internacional de
Software Livre” em Porto Alegre em 2000. Atualmente, a adoção de softwares livres coloca em
questão o monopólio de firmas produtoras de softwares e reforça a cultura do compartilhamento, a
chamada ‘cultura copyleft’ que está em oposição à lógica proprietária do copyright (conhecida
como hacking do copyright), que dominou a dinâmica sociocultural dos mass media. Trata-se de
uma nova possibilidade de modelo para contratos de adesão que busca corrigir falhas sociais no
direito autoral padrão.
5.4 – Benefícios de um CMS Um CMS oferece benefícios para ambos administradores e autores. Talvez o maior deles é a
possibilidade de usar templates14 e elementos comuns de design que asseguram a consistência de
apresentação do site como um todo. A responsabilidade pela aparência das páginas web retirada dos
autores e centralizada. Isso simplifica a manutenção do site. Autores incorporam os templates em
seus documentos adicionando uma pequena quantidade de código extra. Assim eles podem se
concentrar no conteúdo ao invés de terem que se preocupar também com a apresentação. Para
alterar a aparência do site, os administradores precisam apenas modificar os templates e não cada
uma das páginas individualmente.
Esse exemplo de gerenciador de conteúdo simplifica também a delegação de
responsabilidades pela provisão e manutenção do conteúdo do portal. Um CMS possibilita, em
geral, níveis diferentes de acesso serem configurados para separar áreas do portal sem que o
responsável pela configuração tenha que descer ao nível de controle de permissão do sistema
14 Segundo o Wikipedia: “Template” (ou "modelo de documento") é um documento sem conteúdo, com apenas a apresentação visual (apenas cabeçalhos por exemplo) e instruções sobre onde e qual tipo de conteúdo deve entrar a cada parcela da apresentação — por exemplo conteúdos que podem aparecer no início e conteúdos que só podem aparecer no final.
30
operacional. Em geral essa operação pode ser feita através da interface do navegador.
Funcionalidades extras, tais como mecanismos de busca, calendários, webmail, e outros
componentes podem ser construídos no próprio ambiente, ou disponibilizados por terceiros como
plug-ins.
A provisão de funcionalidades economiza tempo que seria normalmente gasto no
desenvolvimento ou tentativa de integrar tais componentes. CMS’s mais avançados oferecem
benefícios adicionais de segurança, ferramentas de gerenciamento, facilitam a interação com a base
de dados, além de ferramentas de indexação e catálogo. Estes benefícios reduzem o tempo de
desenvolvimento de outros componentes do portal e garantem sua evolução.
O objetivo de um sistema CMS é simplificar os processos de criação, publicação e administração
de conteúdos de cursos. Este sistema gerencia informações e padroniza processos, de forma a reunir as
informações e preparar, por exemplo, a apresentação de um conteúdo através de templates.
Resumidamente, pode-se dizer que é um aplicativo que torna mais simples o processo de testar, aprovar,
esboçar e inserir conteúdos em webpages.
Desta maneira o conteúdo é formado de pequenas partes, e, portanto, mais flexível. Um CMS se
encarrega ainda de disponibilizar as informações por um período de tempo e depois arquivá-las
automaticamente, além de disponibilizar os dados de um modo mais segmentado e focado. Cabe
destacar que esta é uma ferramenta que permite aos gestores de qualquer tipo de curso gerir os
conteúdos do mesmo em tempo real através de uma ferramenta de fácil e intuitiva utilização.
5.5 – Alguns Exemplos de Portais
A Semiótica oferece um modelo que permite entender o raciocínio do usuário ao escolher
entre uma e outra opção num menu de navegação. Em geral na Web, esse raciocínio é do tipo
abdutivo, ou seja, o usuário observa a situação, levanta uma hipótese, testa e corrige, se for preciso.
A estrutura de navegação de um website é sua espinha dorsal. Se não for consistente e usável
pelo usuário tanto quanto ele espera que seja, o website terá falhado no seu intento. Num primeiro
momento, o usuário observa em linhas gerais um menu de navegação, num segundo, ele percebe a
ordem do posicionamento das opções do menu e, num terceiro, ele estabelece uma hipótese de
como usá-lo. Na medida em que se aprofunda numa hierarquia de páginas, ele entende melhor o
esquema de classificação que gerou tal hierarquia e pode navegar com mais segurança e velocidade.
Na Arquitetura da Informação, disciplina que estuda esse assunto (Rosenfeld e Morville,
1997), essa classificação é chamada ora de taxonomia, ora de ontologia15. O portal é ainda um filtro
15 A taxonomia é um ramo da Biologia que define e estuda a classificação dos organismos. A ontologia é um ramo da Filosofia que estuda as entidades que existem e sua relações e sua principal preocupação é com a criação de categorias
31
que hierarquiza o mundo caoticamente apresentado em formato digital. Ao mesmo tempo em que
“engloba” tudo, não deixa de ser também parte “englobada”.
Para os semioticistas16, comunicar não é apenas uma forma de transmissão de saberes, mas principalmente a ação do homem sobre outros homens, criadora de relações intersubjetivas que geram e mantêm crenças que se revertem ou não em determinados atos. (HERNANDES, Semiótica Dos Jornais - Análise do Jornal nacional, Folha de São Paulo, Jornal da CBN, Portal UOL, revista Veja, p. 14).
Isso mostra como é possível identificar traços do raciocínio do usuário enquanto navega na
web, assim como atuar para que a transmissão de saberes seja eficaz. Eis a importância da
arquitetura da informação para a construção dos portais virtuais, assim como as possibilidades de
interatividade na internet.
O jornalismo, como forma de comunicação utilizada por certos grupos sociais para exercer
essa manipulação de maneira mais efetiva, é inicialmente analisado por meio de temas sempre
presentes sobre o assunto. As concepções de fato, notícia, ideologia, realidade, verdade são revistas
sob a perspectiva da semiótica. A objetividade merece grande destaque e, a partir dessa questão,
analisaremos a seguir alguns tipos de portais de acordo com suas taxonomias.
universais ou básicas. Nesta monografia, usaremos o termo taxonomia para definir uma classificação aplicada a um conjunto de páginas na Web, formando uma hierarquia que pode ser navegada através de menus. 16 Segundo João Queiroz, a semiótica descreve e analisa a estrutura de processos semióticos sem se importar na base de que suporte material tais processos podem acontecer, ou em que escala podem ser observados — no interior de células (citosemiose), entre plantas (fitosemiose), no mundo físico (fisiosemiose), em comunicação animal (zoosemiose), ou em atividades consideradas como tipicamente humanas (produção de notações, metarepresentações, modelos, etc). É uma denominação para a ciência geral do signo. Semiologia.
32
UOL:
Tipo: Portal Temático (variedades)
www.uol.com.br - 24/10/2007
Esse exemplo de portal, caracterizado pela taxonomia de fontes de serviços e informações
gerais, apresenta uma variedade de serviços casados com informação jornalística. Está organizado
em 53 estações temáticas, com mais de mil diferentes canais de notícias17, entretenimento e
serviços. Em seu menu horizontal, encontram-se oito botões de navegação: Assine; Bate-papo;
Folha online; SAC; Messenger; Voip; E-mail grátis; Shopping.
Ainda no menu horizontal, no canto superior direito, existe o Índice Principal, no qual ao ser
clicado, aparecem as mesmas opções de navegação daquelas localizadas no canto esquerdo da
página default. Deve-se notar que o internauta, para ter acesso a tudo o que há no portal, precisa
“rolar a página” com o mouse. A tela que aparece no computador, no gráfico exibido acima, é a
metade superior. A home tem três partes principais. A parte azul, à esquerda e no topo, dá acesso
principalmente ao que os administradores do UOL chamam de “estações”. São sites que organizam
os principais conteúdos-web disponíveis: biblioteca, jornais, sexo, amigos virtuais.
A parte central também permite acessar as estações, mas sua característica maior é a de ser
uma coletânea do que as estações têm de mais chamativo e atual. Em outras palavras, são
conteúdos-web já em forma de manchete. Na terceira parte, em cinza, há o shopping UOL. É nítida,
17 Pois mantém contratos de provimento de conteúdo com os grandes conglomerados de comunicação que operam no mundo real.
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portanto, a divisão entre partes de “serviços” - aqui no sentido de uma organização de assuntos que
permite o acesso rápido do internauta ao que ele procura - de “notícias” e de “e-commerce”.
Acumula outras funções importantes, permitindo a compra de produtos e facilitando o acesso a
serviços. Exibe verdadeiros estabelecimentos virtuais. Também apresenta um amplo espaço para
entretenimentos específicos, caso dos jogos on-line, sem contar a possibilidade de consumir ou
“baixar” músicas e filmes.
www.estadao.com.br - 28/10/2007
ESTADÃO
Tipo: Portal de Informação (jornalismo)
Conforme visto na página principal do portal Estadão impressa acima; são três menus
horizontais superiores, posicionados em nível de altura por decréscimo. Abaixo do banner
publicitário, na cor cinza, encontram-se oito links de sites pertencentes à rede Estadão: O Estado de
S. Paulo, Jornal da Tarde, Agência Estado, Eldorado AM, Eldorado FM, ILOCAL.com.br,
Classificados ZAP.
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Esse exemplo de portal possui a taxonomia de jornalismo. Está organizado em 11 estações
temáticas, apresentados pelo menu horizontal superior, na cor azul, abaixo do logo (Primeira
Página, Opinião, Nacional, Internacional, Cidades, Esportes, Arte & Lazer, Economia, Tecnologia,
Vida&, Suplementos, Meu Estadão). Logo abaixo deste menu existe, na mesma cor do fundo da
página, (Últimas Notícias, Mais Visitas, Tags e Estadão de Hoje).
FOTOS, VÍDEOS, PODCASTS, BLOGS, ESPECIAIS E WEBMAIL encontram-se
posicionados no mesmo menu, só que em boxes, à direita, indicando o espaço de hipermídia e
interatividade dos usuários. Esses espaços significam as diversas possibilidades na forma de
noticiário que o portal oferece: blogs, gráficos, imagens, impressos, áudios, comunicação por e-mail
e TV via Internet.
Na primeira página é possível ler as últimas cinco notícias publicadas no site. Pode-se clicar
para ver a lista completa de “últimas notícias”, ordenadas cronologicamente, com indicação das
editorias a qual pertencem. Estas seções estão localizadas no meio da página inicial – para vê-las, é
preciso descer a barra de rolagem.
A exemplo do portal Uol e, seguindo o conceito apresentado pela mídia impressa, há uma
coletânea do que as estações têm de mais chamativo e atual. Os conteúdos-web se apresentam em
forma de manchete de cima para baixo, segundo os graus de importância que lhes são atribuídos.
Ou seja, as ferramentas, tanto gerais quanto específicas, são utilizadas para privilegiar um fato de
repercussão nacional e internacional.
Ao contrário do exemplo acima (portal Uol), para ter acesso a tudo o que há nesse portal, o
internauta precisa “rolar a página” com o mouse não só no sentido vertical, mas horizontalmente.
Há um campo de busca de notícias do site, sempre disponível, o que também facilita bastante
a navegabilidade. Se digitarmos “Flamengo”, por exemplo, aparecem todas as notícias do time já
publicadas no site. São colocados o título da matéria e algumas linhas desse texto. Caso o leitor
deseje ler a matéria completa, é preciso clicar apenas sobre o título da mesma.
LANCE:
Tipo: Portal Temático (jornalismo esportivo)
http://www.lancenet.com.br/ - 24/10/2007
Esse exemplo possui a taxonomia de Portal Temático, atendendo às mesmas exigências do
exemplo anterior. Matérias diárias de esportes do que “chamaria a atenção do público”18, muitas
18 O que atenderia ao perfil dos espectadores. Como afirma Nilton Hernandes, “É muito comum, entre teóricos da comunicação, colocar fato como sinônimo de acontecimento, de realidade. Não se deve, porém, confundir fato com realidade, muito menos com acontecimento. Um ponto de vista originário da teoria da argumentação desenha com nitidez essa fronteira”.
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vezes privilegiando o tema futebol, são colocadas no topo da página. São 15 estações temáticas
localizadas abaixo do logo: Clubes, futebol, Esportes, Tabelas, Blogs, Tv e Rádio, LActivo!,
ProLance!, Fórum, L!Click, E-Bizz, Chat, A+, L!Store.
Falando sobre o atributo personalização19 visto na página, o portal Lancenet! procura
utilizar uma linguagem interativa com o usuário personalizando a comunicação, ou seja, que a
empresa “fale” com cada um de seus clientes, no caso, usuários, de forma única e exclusiva. O
marketing tradicional, falado para as massas, está cedendo espaço ao marketing um para um, pois
permite às empresas ouvirem e oferecerem aos seus clientes produtos e serviços feitos sob medida.
Dessa forma, assim que o usuário clica no botão do menu superior LanceStore, são
oferecidos produtos de diversas opções de que tratam as notícias oferecidas ao seu público, como os
vistos na figura a seguir:
19 Capacidade que um site possui de falar diretamente e de forma personalizada com o seu usuário.
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6 - O PORTAL MUSEU VIRTUAL
O Portal "Museu Virtual" está disponível na rede, mas poucos o conhecem. Atualmente, trata-
se de um projeto piloto da Professora Cristina Haguenauer para apoiar a comunidade de
conhecimento interessada em paleontologia. Ela apresentou aos diretores do Museu Nacional, em
(ano X), como uma possibilidade de gerar informações complementando as exposições do museu
pelo conteúdo na internet, funcionando como uma central de informações na web sobre o tema.
Esse projeto encontra-se em plena atividade.
Ao ministrar uma disciplina chamada Sistema de Informação, em 2000, Cristina pôde
proporcionar aos seus alunos o estudo sobre portais. Foi o início do trabalho realizado pelo grupo de
pesquisa Latec, Laboratório de Pesquisa em Tecnologias da Informação e da Comunicação da
Escola de Comunicação e Faculdade de Educação da UFRJ.
Os alunos começaram com a plataforma dreamweaver, num trabalho artesanal, que não tinha
maiores ambições, a não ser o simples aprendizado. Chegou-se a conclusão da necessidade de
migração para uma plataforma melhor: O PHPnuke20. Para aprimorar o projeto, foi necessário
utilizar quatro recursos, como o desenvolvimento de software e hardware (TI), aplicação de
conteúdo jornalístico, marketing e o desenvolvimento gráfico da página (arte).
Esse trabalho poderia ser terceirizado, utilizando profissionais especializados para o
desenvolvimento e manutenção de um portal. Porém, o objetivo maior é proporcionar o aprendizado
quanto à plataforma ou conteúdo. Dessa forma, a equipe é composta por apenas três profissionais: 20 Software livre em formato scripting para desenvolvimento Web, que pode ser embutido na linguagem HTML.
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Cristina Haguenauer, que acumula a função de editora e coordenadora do projeto; um analista de
sistemas ou programador, para suprir as necessidades de desenvolvimento e manutenção da página
(sem o risco da invasão de hackers, correções de possíveis bugs, etc); e um webjornalista que seja
efetivo, no caso bolsista estagiário, para suprir o portal com conteúdos permanentes. Os estudantes
de graduação e pós-graduação participam na forma de colaboração nessa tarefa.
Seria um contra-senso julgarmos que uma criança tenha interesse em paleontologia. O
objetivo é aproximá-los à ciência por um espaço reservado às informações básicas sobre o assunto
através de jogos e brincadeiras, direcionados aos pais ou educadores, para que passem as
informações adequadas para o aprendizado.
Para atender aos leigos, curiosos no assunto quanto às novidades sobre paleontologia, há um
espaço reservado à apresentação dos diversos trabalhos produzidos no Brasil e exterior.
Informações sobre descobertas e avanços em pesquisas de fósseis e paleovertebrados, como
viveram, entre outros.
A dificuldade encontrada foi saber conciliar a grande diferença entre o público-alvo
pretendido. Já os profissionais ou especialistas na área, são direcionados para o portal oficial do
museu nacional através de link selecionado pela equipe MV. Pretende-se que “os melhores sites” da
internet”sobre o assunto estejam presentes na seção ‘Portais’, no menu do lado esquerdo da página.
O objetivo é que o portal Museu Virtual seja principalmente uma central de informações sobre
assuntos relacionados à paleontologia. Já que a rede é extensa, economia de tempo para a seleção de
notícias sempre representa lucro.
6.1 – Descrição: Tipo: Portal Temático (paleontologia)
http://www.latec-ufrj.pro.br/museuvirtual/ - 29/10/2007.
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Esse exemplo acima, caracterizado pela taxonomia de Portal Temático, é voltado para a área
de paleontologia. São seis chamadas na página principal, na qual o administrador determina a
ordem de exposição através da área de trabalho Front end que veremos a seguir. O usuário pode
acessar as matérias clicando nos links para ampliá-las, pois algumas são próprias do portal, outras
são remissões a páginas web que as produziram.
Por enquanto, a página conta apenas com apoios e parceiros. Os espaços já estão bem
definidos na página, conforme a figura abaixo.
6.2 – Elementos do Portal
As funcionalidades do portal encontram-se pré-programadas no Joomla, software que
utilizamos para sua construção, explicitado no capítulo 5. Mas, como se trata de um software livre
em constante desenvolvimento, sempre se faz necessário recorrer aos serviços de um analista de
sistemas para manter suas atividades em ordem. O restante do serviço é de responsabilidade da
equipe do portal, que monta a estrutura, atualiza informações, decide quais os tipos de imagens a
serem utilizados (figuras animadas em 3D ou planas, preto e branco ou coloridas, etc) e em quais
posições ficam na página. A seguir entenderemos a estrutura interna e externa do portal. Também
de Front End e Back end.
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Cabeçalho
A utilização de apenas dois menus na página principal (horizontal superior e na lateral
esquerda), visa facilitar a navegação dos usuários. É uma estratégia de arquitetura da informação, já
que seu público é composto por jovens e adultos leigos no assunto, necessitando uma navegação
leve e mais simplificada. Se por um lado, a navegação torna-se agradável, também se torna de fácil
compreensão.
Menu horizontal
O menu superior horizontal (representado acima), contém o que denominamos editorias fixas.
São elas: Principal, Apresentação, Quem Somos, Fale Conosco, Editorial, News Letter e Procurar.
Através desses botões é possível conhecer a estrutura do portal, sendo que News Letter e Procurar
ainda não se encontram possíveis de utilização. É um dos próximos passos a serem conquistados
pelo projeto MV.
Mas a principal sustentação da navegação do portal está localizada no menu da lateral
esquerda (figura abaixo), pelas editorias flutuantes: Principal, Notícias, Exposições e eventos,
Entrevistas, Espaço do Professor, Museus, Dinos do Brasil, Jogos, Downloads, Portais, Artigos,
Publicações, Perguntas Freqüentes e Enquetes. Dizemos que são flutuantes porque sofrem
constantes análises sobre sua utilidade, pela possibilidade de conflitos entre as editorias.
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Menu principal
Para a consolidação definitiva do portal MV, ao todo, são três fases necessárias: a primeira se
constitui na instalação da página (configuração das categorias a serem implantadas). Essa é uma
função da editora Cristina, sempre contando com as sugestões do webjornalista e indicações do
analista de sistemas quanto às possíveis funcionalidades e inovações de software.
A segunda envolve pesquisa e produção de conteúdo. É a fase na qual o portal MV se
encontra, com atuação do webjornalista e de conteúdo produzido pelos alunos de graduação e pós-
graduação da UFRJ, que puderam visitar as dependências do museu para terem uma visão de todas
as possibilidades.
A próxima fase é o planejamento de marketing. O objetivo é encontrar mais parceiros e
vender espaços publicitários para aumentar a equipe, circulando informações e ampliando o
conteúdo. Dessa forma, é possível colocar o projeto MV como uma comunidade de conhecimento
participativa, não apenas integrada às atividades propostas pela equipe MV, mas sendo um agente
criador e transformador dessas atividades. O portal seria uma ferramenta a serviço de uma
comunidade, prestando um serviço que hora exige informação, brindes, acesso, entre outros pontos
comportamentais dos usuários que precisam ser pesquisados.
Banners – parceiros e patrocinadores
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A Área de login é reservada ao webjornalista, que se identifica e passa a coordenar seus
movimentos no portal através do próprio setor que os usuários visualizam, na página principal,
seguindo para o setor de administração chamado front end. Por lá, é possível fazer todas as suas
atividades, espaços que são determinados pelo administrador, conforme figura abaixo.
Área de login
Área de trabalho - Front end
Depois da identificação na Área de Login, essa é a percepção do webjornalista para envio do
conteúdo a ser inserido na página. É importante ressaltar que após o envio, somente o editor poderá
alterar ou validar a atualização, através de sua Área de Trabalho Back end. Dessa forma, o
webjornalista perde a visualização do trabalho que tenha sido enviado e, se houver algum
arrependimento, terá que recorrer ao editor para ter acesso novamente.
A figura representada abaixo mostra as categorias que o editor criou para manutenção de
outros possíveis administradores da página que não ele próprio: Notícias, Downloads, Entrevistas,
FAQ, Eventos, Artigos, Publicações, E. do Professor, Jogos, Acervo, Dinos do Brasil, Fósseis,
Museus, Paleontologia, Tour Virtual, portais.
Essas são as editorias que o webjorrnalista poderá atualizar. Percebe-se que houve alterações
quanto às editorias apresentadas na página que, se antes eram 13 categorias, agora são 16. Eis
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porque tratam-se de editorias flutuantes, sempre variando conforme as necessidades da equipe do
portal ou dos próprios usuários.
O botão ´Ver seu perfil` funciona como espaço do cadastro de identificação do webjornalista.
Menu de envio de atividades
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Área de envio e edição de notícias
Depois do menu de envio de atividades, é feita a seleção do quê o webjornalista irá efetuar
na página. Na figura acima, a opção escolhida foi enviar notícias. Nas duas janelas onde temos
Estilos CSS e Formatação, o texto selecionado foi Mainwindow/ parágrafo. Vemos a possibilidade
de escolha de fontes e alinhamento. A questão do posicionamento fica na responsabilidade do
editor.
Temos nas figuras abaixo a parte inferior dessa mesma página, espaço reservado para o
tratamento de imagens, publicação e metadados. É possível determinar onde o texto será exibido,
mas sempre lembrando que realmente quem decide essa questão é o editor, através de sua área de
administração back end.
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Área de administração – Back end
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É o editor quem tem o controle do portal, determinando quais as possibilidades de acesso,
ordens de apresentação, botões que permanecem nos diferentes menus (estático e flutuante), entre
outros exemplos. Na figura acima, vemos a configuração pré-programada pelo Joomla para o seu
gerenciamento.
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7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto Museu virtual encontra-se em pleno desenvolvimento. Na verdade, dá um passo
para frente, pára. Mais dois adiante, pára novamente. Pelo formato descrito nesse trabalho, é
possível olhar os bastidores de seu funcionamento. É dessa forma que aprende. Reflete. Ensina. O
ganho maior é o aprendizado. Seu ritmo é diferente de um empreendimento comercial.
Sabemos que a internet está revolucionando a comunicação humana. Com ela, abrem-se novas
formas de intercâmbio de informações, de forma interativa, com significante intimidade mesmo que
sem proximidade física. Outra modificação percebida é quanto às atividades do webjornalista, que
deve estar sempre preparado para conciliar informação e entretenimento. A próxima preocupação
consiste na fidelidade do público, divulgando eventos e garantindo informações adicionais.
Seria quase o serviço de um assessor de imprensa dada sua relação com o contratante, não
fosse a preocupação com textos e frases mais curtas, ou a atualização constante da página,
obrigações impostas pela nova linguagem da rede. Vozes anteriormente caladas são ouvidas e suas
concepções compreendidas. Deve-se estudar esse novo fenômeno não como uma ameaça às
relações convencionais. Novas comunidades estão sendo construídas com novos aparatos
simbólicos. E para estudar-se esses novos universos virtuais será preciso entendê-los em seus
próprios termos ou corre-se o risco de cair-se no vácuo entre o real e o virtual, onde não se enxerga
cada parte.
O tema gestão de conhecimento, embora relativamente novo no contexto empresarial, vem
tendo um grande impacto nos processos de negócio por enfatizar a necessidade de se entender como
o conhecimento é criado e usado na solução de problemas e tomadas de decisão. Para isso, é
fundamental que esses projetos alinhem estratégias, processos, e recursos em direção à inovação,
conhecimento e uso apropriado de tecnologias.
O projeto Museu Virtual trabalha exatamente com esse objetivo, desenvolvendo e avaliando
os resultados do portal para a obtenção de melhores resultados. Os Portais de Informação, advento
que toma corpo a partir de 1989 com a implementação definitiva da Internet, provoca uma série de
benefícios e desafios ligados a adoção de um CMS pelas empresas, proporcionando a mudança de
comportamento das pessoas e criando um ambiente propício para o desenvolvimento,
compartilhamento e uso de conhecimento dentro das organizações.
Esse tema não se esgota aqui e esperamos ter contribuído para a discussão em torno das
mudanças decorrentes do atual sistema de comunicação. Em trabalhos futuros, sugerimos que sejam
abordadas questões sobre essa cultura do compartilhamento, potencializando a distribuição, a
cooperação e a apropriação dos bens simbólicos.
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