8
ANO 8 - Número 1905 Brasília-DF, sexta-feira, 14 de setembro de 2007 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS 6 8 EDUCAÇÃO BIOCOMBUSTÍVEIS PLENÁRIO Produção de etanol pode trazer risco à produção de alimentos, dizem especialistas Relator defende aumento de recursos e ressarcimento para transporte escolar CPI questiona lisura do processo do leilão da Varig Funcionários acompanharam a audiência na qual foi discutida a venda da Varig EDSON SANTOS Durante debate realizado ontem pela CPI da Crise Aérea, o presidente da comissão que investigou na Assembléia Legis- lativa do Rio de Janeiro a venda da Varig. deputado Paulo Ramos (PDT), sugeriu que os integran- tes da CPI peçam a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefô- nico dos sócios da Volo do Bra- sil. Essa empresa, disse o parla- mentar fluminense, comprou a Varig por 24 milhões de dólares (R$ 45,6 milhões) e a revendeu para a Gol por 320 milhões de dólares (mais de R$ 600 mi- lhões). Os deputados Vic Pires Franco e Dr. Ubiali sugeriram a criação de uma CPI para inves- tigar a venda da empresa. O re- lator da comissão, deputado Marco Maia, confirmou que co- meçará a ler seu relatório sobre a crise aérea na próxima terça- feira. A votação deverá ocorrer na semana seguinte. Governo e oposição travam batalha para votar CPMF EDSON SANTOS Deputados acompanham vídeo no qual aparece Boris Berezovski, o russo que comanda a MSI Criação de polícias penitenciárias ganha apoio de debatedores A comissão especial que ana- lisa a prorrogação da CPMF até 2011 começou ontem a discus- são do substitutivo do deputado Antonio Palocci, que assegura a cobrança do tributo nos próxi- mos quatro anos com alíquota de 0,38%. Até o fechamento desta O deputado Silvio Torres sugeriu a abertura de uma CPI para investigar o uso de clubes de futebol para acobertar cri- mes de lavagem de dinheiro. A proposta foi feita durante audiên- cia pública na Comissão de Tu- rismo e Desporto sobre as frau- des envolvendo a parceria entre o Corinthians e a empresa MSI. O presidente do Corinthians, Alber- to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados pelo conselho deliberativo do clube no dia 8 de agosto. Deputado sugere CPI para investigar lavagem de dinheiro no futebol edição, a disposição da base aliada do Governo era votar a matéria ain- da ontem e, se necessá- rio, na madrugada des- ta sexta-feira. Antes do início da discussão, os integran- tes da comissão apreciaram re- querimentos apresen- tados pela oposição, que buscava obstruir a votação. Ontem, os lí- deres dos partidos da base aliada na Câma- ra e no Senado decidiram votar a proposta sem alterações na alíquota de 0,38%. Eles estive- ram reunidos com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. A inten- ção dos líderes é levar a discus- são para o Plenário já na próxi- ma semana. Um dos principais mé- ritos da PEC 308/04 é capa- citar policiais para o traba- lho de ressocialização dos presos. A avaliação foi feita por especialistas convida- dos pela Comissão Especial sobre Polícias Penitenciári- as, criada para analisar a proposta, de autoria do de- putado do deputado Neu- ton Lima. A proposta cria a polícia penitenciária, que deverá concentrar-se na defesa interna e externa dos presídios e na captura de fu- gitivos. Para o relator na comissão, deputado Arnal- do Faria de Sá, o sistema car- cerário precisa ser alterado. Segundo ele, a saída para a crise nos presídios é dar po- der de polícia aos agentes penitenciários. 2 TV CÂMARA Estréia hoje revista eletrônica semanal A TV Câmara estréia hoje, às 22horas, a primei- ra edição da revista eletrô- nica Panorama, que traz o resumo dos principais acontecimentos da Câma- ra e a agenda da semana seguinte. O programa se- manal faz um balanço das principais votações do Ple- nário e dos trabalhos das comissões. Os debates so- bre a prorrogação da CPMF e a votação do processo contra o presidente do Se- nado, Renan Calheiros, são alguns dos destaques da estréia. Nos programas, o presidente da Câmara, Arlin- do Chinaglia, fará uma avali- ação sobre o andamento dos trabalhos e comentários so- bre o ambiente político. 8 Votação de MP sobre armas é adiada para a semana que vem Pàgina 7 Página 5 Página 8 Página 3

Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

ANO 8 - Número 1905Brasília-DF, sexta-feira, 14 de setembro de 2007 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

6

8EDUCAÇÃO

BIOCOMBUSTÍVEIS

PLENÁRIO

Produção de etanolpode trazer risco à

produção de alimentos,dizem especialistas

Relator defendeaumento de recursos

e ressarcimento paratransporte escolar

CPI questiona lisura do processo do leilão da Varig

Funcionários acompanharam a audiência na qual foi discutida a venda da Varig

EDSON SANTOS

Durante debate realizadoontem pela CPI da Crise Aérea,o presidente da comissão queinvestigou na Assembléia Legis-lativa do Rio de Janeiro a vendada Varig. deputado Paulo Ramos(PDT), sugeriu que os integran-tes da CPI peçam a quebra dossigilos bancário, fiscal e telefô-nico dos sócios da Volo do Bra-sil. Essa empresa, disse o parla-mentar fluminense, comprou aVarig por 24 milhões de dólares

(R$ 45,6 milhões) e a revendeupara a Gol por 320 milhões dedólares (mais de R$ 600 mi-lhões). Os deputados Vic PiresFranco e Dr. Ubiali sugeriram acriação de uma CPI para inves-tigar a venda da empresa. O re-lator da comissão, deputadoMarco Maia, confirmou que co-meçará a ler seu relatório sobrea crise aérea na próxima terça-feira. A votação deverá ocorrerna semana seguinte.

Governo e oposição travam batalha para votar CPMF

EDSON SANTOS

Deputados acompanham vídeo no qual aparece Boris Berezovski, o russo que comanda a MSI

Criação de políciaspenitenciárias ganhaapoio de debatedores

A comissão especial que ana-lisa a prorrogação da CPMF até2011 começou ontem a discus-são do substitutivo do deputadoAntonio Palocci, que assegura acobrança do tributo nos próxi-mos quatro anos com alíquota de0,38%. Até o fechamento desta

O deputado Silvio Torressugeriu a abertura de uma CPIpara investigar o uso de clubesde futebol para acobertar cri-mes de lavagem de dinheiro. A

proposta foi feita durante audiên-cia pública na Comissão de Tu-rismo e Desporto sobre as frau-des envolvendo a parceria entre oCorinthians e a empresa MSI. O

presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente,Nesi Curi, foram afastados peloconselho deliberativo do clubeno dia 8 de agosto.

Deputado sugere CPI para investigarlavagem de dinheiro no futebol

edição, a disposição dabase aliada do Governoera votar a matéria ain-da ontem e, se necessá-rio, na madrugada des-ta sexta-feira. Antes doinício da discussão, os integran-tes da comissão apreciaram re-

querimentos apresen-tados pela oposição,que buscava obstruir avotação. Ontem, os lí-deres dos partidos dabase aliada na Câma-

ra e no Senado decidiram votara proposta sem alterações na

alíquota de 0,38%. Eles estive-ram reunidos com os ministrosda Fazenda, Guido Mantega, edas Relações Institucionais,Walfrido Mares Guia. A inten-ção dos líderes é levar a discus-são para o Plenário já na próxi-ma semana.

Um dos principais mé-ritos da PEC 308/04 é capa-citar policiais para o traba-lho de ressocialização dospresos. A avaliação foi feitapor especialistas convida-dos pela Comissão Especialsobre Polícias Penitenciári-as, criada para analisar aproposta, de autoria do de-putado do deputado Neu-ton Lima. A proposta cria apolícia penitenciária, quedeverá concentrar-se nadefesa interna e externa dospresídios e na captura de fu-gitivos. Para o relator nacomissão, deputado Arnal-do Faria de Sá, o sistema car-cerário precisa ser alterado.Segundo ele, a saída para acrise nos presídios é dar po-der de polícia aos agentespenitenciários.

2TV CÂMARA

Estréia hojerevista eletrônica

semanalA TV Câmara estréia

hoje, às 22horas, a primei-ra edição da revista eletrô-nica Panorama, que traz oresumo dos principaisacontecimentos da Câma-ra e a agenda da semanaseguinte. O programa se-manal faz um balanço dasprincipais votações do Ple-nário e dos trabalhos dascomissões. Os debates so-bre a prorrogação da CPMFe a votação do processocontra o presidente do Se-nado, Renan Calheiros, sãoalguns dos destaques daestréia. Nos programas, opresidente da Câmara, Arlin-do Chinaglia, fará uma avali-ação sobre o andamento dostrabalhos e comentários so-bre o ambiente político.

8

Votação de MPsobre armas éadiada para a

semana que vemPàgina 7

Página 5

Página 8

Página 3

Page 2: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

Brasília, 14 de setembro de 2007

Mesa da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura

Diretor: William França (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DFwww.camara.gov.br

[email protected]

Jornal da CâmaraDiretora: (61) 3216-1651Amneres Pereira

Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Diagramadores: (61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros,José Antonio Filho,Roselene Figueiredoe Alexandre Valente

Editores: (61) 3216-1666Maria Clarice Dias,Rosalva NunesIlustrador: Renato Palet

Presidente:Arlindo Chinaglia (PT-SP)

1º Vice-Presidente:Nárcio Rodrigues (PSDB-MG)

2º Vice-Presidente:Inocêncio Oliveira (PR-PE)

1º Secretário:Osmar Serraglio (PMDB-PR)

2º Secretário:Ciro Nogueira (PP-PI)

3º Secretário:Waldemir Moka (PMDB-MS)

4º Secretário:José Carlos Machado (PFL-SE)

Suplentes:Manato (PDT-ES), Arnon Bezerra (PTB-CE),Alexandre Silveira (PPS-MG) e Deley (RJ-PSC)

Ouvidor Parlamentar:Carlos Sampaio (PSDB - SP)

Procurador Parlamentar:Alexandre Santos (PMDB - RJ)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaio de Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

2

Um acordo entre os líderespartidários feito em Plenárioadiou para a próxima terça-fei-ra a votação da Medida Provi-sória 379/07, que prorroga pra-zos e reduz taxas para registrode armas feitos em órgãos esta-duais até a data de publicaçãodo Estatuto do Desarmamento(Lei 10.826/03).

Com o acordo, propostopelo líder do PSDB, AntonioCarlos Pannunzio (SP), foicancelada a votação nominalda MP, que estava em andamen-to na sessão realizada ontem. Opresidente da Câmara, Arlin-do Chinaglia, comprometeu-sea não convocar sessão extra-ordinária na terça-feira demanhã, como tem sido costu-

me, para que a pauta da sema-na e as manobras de obstru-ção feita pelos partidos de

A TV Câmara lança hoje, às 22ho-ras, a revista eletrônica Panorama, quetraz o resumo dos principais aconteci-mentos da Câmara e a agenda da sema-na seguinte. Com formato dinâmico ecriativo, a nova “revista” é dirigida aocidadão comum que quer acompanharos debates e as decisões do Poder Le-gislativo.

O programa semanal fará um balan-ço das principais votações do Plenário edos trabalhos das comissões, além de tudoo que movimentou as áreas de política,comportamento, cultura e até fatos inu-sitados do dia-a-dia da Casa. A idéia épermitir a quem não conseguiu acompa-nhar tudo se atualizar com informaçãoclara e concisa.

Um dos destaques do programa é umaentrevista com o presidente da Câma-ra, Arlindo Chinaglia, que deverá fazer

oposição sejam discutidas emreunião de líderes marcadapara as 11 horas.

DivergênciasA MP 379/07 é polêmica e

tem causado divergências en-tre os partidos. PSDB e DEMestão em obstrução desde on-tem, quando a discussão damedida no Plenário estendeu-se até a madrugada. O relator,deputado Pompeo de Mattos(PDT-RS), apresentou um pro-jeto de lei de conversão combase em acordo de liderançasjustamente para possibilitar avotação da matéria.

No texto, foram mantidospoucos pontos da proposta ori-ginal. A prorrogação do prazofinal de renovação do registrode arma passa de 31 de dezem-bro de 2007 para 2 de julho de2008. A redução da taxa para

esse registro foi mantida e pas-sará de R$ 300 para R$ 60 comtransição de valores (R$ 30 sefeito até 31 de dezembro de2007; R$ 45 se feito de 1º dejaneiro até 30 de abril de 2008;e R$ 60 se feito de 1º maio até 2de julho de 2008).

Novas reduçõesOutras taxas também foram

diminuídas. O registro de armapassa de R$ 300 para R$ 60, as-sim como a retirada de segundavia do registro e do porte. Duasnovas categorias são criadas natabela de taxas com os valoresde R$ 60: registro de arma defogo para empresa de segurançaprivada e de transporte de valo-res; e renovação do certificadode registro para essas empresas.

MP SOBRE ARMAS

Acordo transfere votação para terça-feira

TV Câmara lança revista eletrônica Panorama

BER

NAR

DO

HÉL

IO

MP votará a ser discutida em reunião de líderes na terça-feira

Como acessar a TV CâmaraA TV Câmara pode ser sintonizada no canal 27 em UHF no Distrito Federal e

nos canais 14 da NET (no DF); 28 da Sky Net; 16 da TECSat; 235 da Direct TV; 67da TVA (grande São Paulo) e por antena parabólica em todo o País. Na Internet, aTV Câmara pode ser assistida ao vivo pelo endereço www.tv.camara.gov.br.

Comissão consegue apoio pararedução de tarifas bancárias

O presidente da Comissão deDefesa do Consumidor, deputadoCezar Silvestri (PPS-PR), anun-ciou que a reunião reservada, reali-zada ontem, com técnicos do BancoCentral, do Ministério da Fazenda,do Ministério da Justiça e do Minis-tério Público resultou no consensode que há necessidade de padroniza-ção e de redução da quantidade detarifas bancárias. A idéia é fazer comque os bancos limitem o total de tari-fas para cerca de 20 e adotem umamesma nomenclatura para que os con-sumidores possam comparar preços.Segundo Cezar Silvestri, as tarifas so-bre cartão magnético, por exemplo,

semanalmente uma avaliação sobre oandamento dos trabalhos e comen-tários sobre o ambiente político.

Os debates sobre a prorrogação daCPMF e a votação da representaçãocontra o presidente do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB-AL), são al-guns dos destaques da primeira edi-ção do Panorama. Uma novidade in-cluída no programa são as reportagensambientadas com imagens externas.Para aproximar o cidadão da matériaem debate, os repórteres conversarãocom os deputados em hospitais, emescolas, no trânsito, no campo, entreoutros locais.

O novo programa faz parte da refor-mulação da TV Câmara, que procura umaimagem cada vez mais atualizada e deacordo com os interesses do cidadão/ te-lespectador e da sociedade organizada.

chegam a 11 tipos diferentes.Apesar de satisfeito com os resulta-

dos da reunião, o deputado explicou queé preciso esperar a reação do governocomo um todo, já que as mudanças de-pendem de decisões do Conselho Mo-netário Nacional e do Banco Central.

O secretário de Acompanha-mento Econômico do Ministério daFazenda, Nelson Barbosa, presenteà reunião, disse que serão avaliadasas conseqüências de uma eventual re-vogação das taxas de abertura de cré-dito e de liquidação antecipada de em-préstimos sobre as transações finan-ceiras. Essas taxas são alvo de críticasdos órgãos de defesa do consumidor.

AGENDA

A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultadano endereço eletrônico www2.camara.gov.br/agendacd

sexta-feira, 14/09/2007

Sessão SoleneO Plenário faz sessão solene em homenagem aos 90 anos da IBM no

Brasil, a pedido do deputado Julio Semeghini (PSDB-SP).Plenário Ulysses Guimarães, às 15h

SAIBA MAIS

Page 3: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

Brasília, 14 de setembro de 2007 3

Base aliada quer manter CPMFaté 2011 com alíquota de 0,38%

Câmara equipara trabalho a distância a emprego formal

Para Albano Franco,extinção de tributoiniciaria reformas

A comissão especial queanalisa a prorrogação da CPMFiniciou ontem à noite o proces-so de discussão e votação do re-latório do deputado AntonioPalocci (PT-SP), que prorrogao tributo até 2011 e mantém aalíquota de 0,38%. Na aberturada reunião, os deputados daoposição questionaram a vali-dade da leitura do relatório sobo argumento de que não foramavisados no prazo de antecedên-cia de três sessões, como deter-mina o Regimento Interno daCâmara.

Os deputados chegaram aapresentar questão de ordem nomesmo dia da leitura do relató-rio, na terça-feira (11), mas opresidente da comissão, depu-tado Pedro Novais (PMDB-MA), indeferiu o pedido. Tam-bém foi apresentado recurso àMesa Diretora, que não se pro-nunciou até o momento. Osparlamentares de oposição di-zem que a não observação doprazo prejudicou especialmen-te a análise de emendas apre-sentadas ao projeto. AntonioPalocci rejeitou todas as mu-danças propostas.

No entanto, o deputadoEduardo Cunha (PMDB-RJ)refutou a tese. Para ele, como setrata de matéria única da comis-são, as emendas podem não serobjeto de análise, e por isso nãocaberia aviso prévio.

Reunião com ministrosEm reunião ontem com os

ministros da Fazenda, GuidoMantega, e das Relações Insti-tucionais, Walfrido dos MaresGuia, os líderes dos partidos dabase aliada na Câmara e no Se-nado decidiram votar a propos-ta que prorroga a CPMF sem al-

terações na alíquota de 0,38%,aplicada atualmente para o tri-buto. A intenção dos líderes eratentar votar a proposta ainda nanoite de ontem na comissão es-pecial e deixar a discussão daPEC para o Plenário. Até o fe-chamento desta edição, a comis-são ainda estava reunida.

Apesar da resistência daoposição e da insatisfação deparlamentares da própria basealiada, o governo desistiu de re-duzir a alíquota. O líder do go-verno na Câmara, deputado JoséMúcio Monteiro (PTB-PE),disse que cresceu o entendimen-to de que a base precisa adotarum discurso único. “Não é bai-xando 0,2% ou 0,3% que vamossatisfazer aqueles que estão in-satisfeitos, então é melhor quea gente mantenha um discursosó para poder aprovar.”

O deputado Antonio Paloc-ci, destacou, no entanto, queseu substitutivo prevê a possi-bilidade de redução da alíquotano futuro por meio de projetode lei ou medida provisória. Ocronograma de redução deve ser

definido pelas autoridades eco-nômicas, já que não seria ade-quado incluir na Constituiçãoalíquotas futuras.

DesoneraçãoO ministro Guido Mantega

se comprometeu a dar continui-dade à desoneração promovidapelo governo. “Com a perspec-tiva de que todos os recursos da

arrecadação sejam preservados,uma alternativa é formularmosum projeto de lei com possíveisdesonerações - ou da CPMF ouem outros tributos -, mas agoranão é o momento oportuno paraque isso seja colocado. Haven-do margem, disponibilidade,continuaremos o programa dedesoneração.”

Dados do ministério apon-tam que desde o início do Go-verno Lula a desoneração somacerca de R$ 30 bilhões. Mante-ga disse também que o governovai propor uma regulamentaçãoda Emenda 29, que garante re-cursos para saúde e, por isso, aarrecadação com a CPMF seránecessária. O ministro Walfri-do dos Mares Guia disse que ogoverno deve enviar ao Con-gresso, em breve, a proposta dareforma tributária. Ele afirmou,no entanto, que a reforma nãoimpedirá a elaboração de outraspropostas de desoneração. (Ge-órgia Moraes e Rodrigo Bittar)

Antonio Palocci discute relatório da CPMF na reunião da comissão especial

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadaniaaprovou, em caráter conclu-sivo, substitutivo ao Projetode Lei 3129/04, do deputadoEduardo Valverde (PT-RO),que equipara o trabalho a dis-tância ao emprego tradicional.O projeto será analisado ain-da pelo Senado.

O projeto determina a

igualdade entre os meios infor-matizados e os meios pessoais ediretos de comando, controle esupervisão para os fins de confi-guração da subordinação jurídi-ca na relação de emprego. Osubstitutivo do relator, deputa-do Odair Cunha (PT-MG),apenas aperfeiçoa a técnica le-gislativa, mantendo o conteú-do da proposta, que altera a

Consolidação das Leis do Tra-balho (CLT).

Segundo o texto, não haverádiferença entre o trabalho reali-zado no estabelecimento do em-pregador, o executado no domi-cílio do empregado e o realizadoa distância, desde que estejamcaracterizados os pressupostos darelação de emprego. “A revolu-ção tecnológica e as transforma-

ções do mundo do trabalho exi-gem permanentes transforma-ções da ordem jurídica com o in-tuito de apreender a realidademutável”, apontou o autor.

Eduardo Valverde observouque o tradicional comando di-reto entre o empregador e oempregado cedeu lugar ao co-mando a distância, mediante ouso de meios digitais, em que às

vezes o empregado sequer sabequem é o emissor da ordem decomando e controle. “O tele-trabalho é realidade para mui-tos trabalhadores, sem que adistância e o desconhecimen-to do emissor da ordem de co-mando e supervisão retiremou diminuam a subordinaçãojurídica da relação de traba-lho”, afirmou.

O líder do bloco PSB-PDT,deputado Paulo Pereira da Sil-va (PDT-SP), disse que sugeriuao ministro da Fazenda, GuidoMantega, uma alternativa de de-soneração tributária como con-trapartida à prorrogação daCPMF. A sugestão é que a folhade pagamento seja desonera-da em benefício do trabalhador,com uma redução em 0,5% porano, nos próximos quatro anos,do valor pago pelo trabalhador àPrevidência Social.

O deputado lembrou que otrabalhador paga atualmentealíquotas de 7,5% a 11% para aPrevidência. O impacto da deso-

neração seria de R$ 5 bilhõespor ano (R$ 20 bilhões em qua-tro anos).

O líder do PDT, deputado MiroTeixeira (RJ), sugeriu ao minis-tro da Fazenda que autorize arestituição da CPMF no fim doano. Nesse caso, os bancosemitiriam uma declaração dequanto os clientes pagaram deCPMF e, a partir de uma alíquotade restituição estabelecida pelogoverno, calculariam o valor de-vido ao correntista. O deputadotambém defendeu a reduçãoimediata da carga tributária comoforma de o governo assegurar aprorrogação da CPMF. (GM)

Deputado sugere contrapartida

O deputado AlbanoFranco (PSDB-SE) defen-deu em Plenário a extinçãoda CPMF e afirmou queisso seria o primeiro passopara o início de um progra-ma “claro e factível” de re-formas, sendo as mais ur-gentes as reformas tributá-ria e do Estado. Na avalia-ção do deputado, há fortesindícios de que o períodode prosperidade da econo-mia mundial está termi-nando, o que pode ter séri-as conseqüências na eco-nomia brasileira. Na avali-ação de Albano Franco, oBrasil não fez as reformasinstitucionais indispensá-veis a um crescimento demaneira sustentada e nemobteve resultados como osda China, Índia e Rússia.Ficamos patinando numacanhado crescimento mé-dio inferior a 3% ao ano en-quanto os citados países su-peraram o patamar dos10% anuais. Albano Fran-co citou números sobre osinvestimentos da Uniãoem saúde, educação e criti-cou o aumento da cargatributária e dos gastos dogoverno com contrataçãode pessoal. “Com uma car-ga tributária atualmentepróxima de 37% do PIB,uma das maiores do mun-do, sem uma contrapartidade serviços eficientes e in-vestimentos na infra-es-trutura, estamos, melanco-licamente, assistindo a der-radeira cena de um vigoro-so espetáculo de cresci-mento do qual não partici-pamos”, avaliou.

DIÓGENIS SANTOS

Page 4: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

BNDES

4 Brasília, 14 de setembro de 2007

Inocêncio Oliveira (PR-PE), segundo vice-presiden-te da Câmara, disse acredi-tar na mudança de perfil doBanco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social(BNDES) que foi, durante al-gum tempo, acusado de serum banco estatal voltado so-mente “para o desenvolvi-mento do extremo sul” doPaís. “Confio plenamente quea nova diretoria, à frente o eco-nomista Luciano Coutinho,dará novos rumos à institui-ção, revertendo essa tendên-cia”. Ao citar a planilha sobreos níveis percentuais de in-vestimento do banco entre1997 e 2006, discutida emreunião do Conselho de AltosEstudos, o parlamentar mos-trou que o Sul e o Sudeste doPaís levaram a maior fatia.

Inocêncio citou o ano de2006, quando houve R$51,318 bilhões em financia-mentos aprovados pelo ban-co estatal. O Sudeste, infor-mou, recebeu R$ 31,414 bi-lhões e o Sul, R$ 9,782 bi-lhões. Do total, o Nordesteteve uma fatia de 9,42%, ouseja, R$ 4,836 bilhões. O Nor-te absorveu R$ 1,625 bilhões,incluindo os estados de Ron-dônia, Acre, Amazonas, Rora-ima, Pará, Amapá e Tocantins.

Para Inocêncio, uma for-ma de atuação do banco quepode dar certo é a parceriacom instituições bancáriasoficiais e privadas, como foi ocaso com o Banco do Nordes-te em passado recente, paralinhas específicas de créditoque incluíam – e devem in-cluir – o setor Terciário.”

Bancada capixabaManato (PDT-ES) criticou

declaração atribuída a um de-putado estadual do EspíritoSanto de que a bancada ca-pixaba federal está desunidaporque ainda não conseguiunomear o diretor do Departa-mento Nacional de ProduçãoMineral. Manato informou queos deputados federais do es-tado já encaminharam àCasa Civil a lista de pesso-as selecionadas com critéri-os técnicos e sugeridas paraocupar o cargo. A bancada ca-pixaba, disse, não luta porcargos. “Achamos que políti-cos que ficam brigando porcargos são de quinta catego-ria”, afirmou.

Reforma tributária deve ser feitacom espírito público, diz Camilo Cola

O deputado Camilo Cola(PMDB-ES) defendeu emPlenário a urgência de se rea-lizar a reforma tributária noPaís. Em sua concepção, essatarefa, iniciada em 2003, nãopode mais ser adiada e precisaser discutida de forma profun-da, com espírito público e des-prendimento para se chegar aum denominador comum.“Refiro-me aos representantesdos empresários, dos trabalha-dores e dos entes da federação”,afirmou. O deputado susten-tou que o jogo de interessesemperra a reforma que trarábenefícios a todos os envolvi-dos e, especialmente, ao brasi-leiro comum.

O representante capixabadisse que há um consenso deque o atual sistema brasileiroé perverso. Para ele, são cincoos subprodutos mais visíveisdessa “injustiça social”: a ele-vada carga tributária; a multi-

Luis Carlos Heinze pede soluçãopara o endividamento rural

Ao comentar sobre oagronegócio brasileiro, o de-putado Luis Carlos Heinze(PP-RS) elogiou o setor, massalientou que é preciso resol-ver a questão do endivida-mento rural. Heinze ressal-tou que o segmento é res-ponsável por cerca de 27%do Produto Interno Bruto(PIB) nacional, e por apro-ximadamente 40% dos em-pregos, entretanto, enfrentadificuldades. Na opinião dodeputado, falta uma políticasegura para o setor.

Heinze citou dados mos-trando que o Brasil alcançou opatamar de U$ 43 bilhões anu-ais em exportações, o que o co-loca entre os maiores exporta-dores agrícolas no mundo.Hoje, disse, o País é o maiorprodutor e exportador de café,laranja e açúcar. Além disso, éo maior exportador de soja e éo segundo maior produtor e

Luis Carlos Heinze

Camilo Cola

plicidade de alíquotas e legis-lações estaduais e municipais;a guerra fiscal; a renúncia fis-cal; e as distorções no comér-cio exterior.

De acordo com o deputado,entre as várias propostas quetramitam n congresso sobre otema, está a que prevê a im-plantação do imposto sobrevalor agregado (IVA). “Sou fa-

vorável a essa proposta porqueela trata da cobrança consoli-dada sobre o valor agregado doIPI, ICMS, ISS, Cofins, PIS,mais contribuição para o salá-rio-educação e para o sistemaS, que engloba o Sesc, Senai eSesi”, explicou.

Nova propostaO governo, disse Camilo

Cola, acenou com a possibili-dade de enviar ao Legislativouma nova proposta de refor-ma, que reúna os vários aspec-tos da questão. Entre eles, asubstituição dos tributos so-bre o consumo por dois im-postos sobre valor adiciona-do: um estadual e outro fede-ral. A finalidade, explicou,seria obter uniformidade delegislação e de alíquotas, emnível nacional. “Além disso,seria adotado o princípio daorigem, nas operações inte-restaduais, eliminando a cu-mulatividade”, frisou.

Camilo Cola acrescentouainda que, a fim de evitar so-bressaltos na arrecadação, sea reforma for aprovada, é pre-ciso manter os antigos tribu-tos por um determinado perí-odo para se ter segurançaquanto ao perfeito funciona-mento do novo sistema. Eleprevê, ainda, que durante estatransição as alíquotas do IVAestadual sobre operações in-terestaduais seriam progressi-vamente reduzidas, tendendoa partilha de receitas, ao prin-cípio do destino.

Para o parlamentar, os fis-cos federal, estaduais e muni-cipais, ao contrário do passa-do, dispõem hoje de um mo-derno arcabouço técnico etecnológico que congregamelementos como a nota fiscaleletrônica e os cadastros in-tegrados, capazes de dar mai-or segurança aos procedimen-tos de fiscalização.

exportador de farelo de soja.O deputado ressaltou tam-

bém que o Brasil ocupa a segun-da posição na produção de car-ne de frango. Em 2005, foi o pri-meiro nas exportações mundi-ais de frango, com 41% do total,e é o maior produtor e exporta-dor de carne bovina. “É impor-tante salientar também que em2006 o agronegócio gerou sig-nificativo superávit na nossabalança comercial”, ponderou.

Heinze frisou que o poderpúblico deve se convencer deque é seu o dever de assistir asfontes de produção. Segundo oparlamentar, não se pode bara-tear a vida sem aumentar a pro-dução, e não se pode aumentara produção sem amparar o pro-dutor. “Por isso, hoje, discute-se na Comissão de Agriculturao endividamento rural e a re-negociação das dívidas”.

PrioridadePara o deputado, o endivi-

damento do setor rural é umasituação séria, que precisa serdiscutida com prioridade naComissão de Agricultura. “Sehoje temos 131 milhões de to-neladas de grãos estocados, éporque há alguém no setor ru-ral produzindo. Por isso, preci-samos enfrentar o problema”,alertou. Para exemplificar, He-inze citou os números do RioGrande do Sul, que é o maior

produtor de arroz do Brasil.Segundo ele, nos últimos 12anos, foram sete safras compreços negativos, abaixo docusto de produção.

Heinze citou, entre osmotivos de preocupação noagronegócio, além do endi-vidamento, o preço dos fer-tilizantes, que aumentou em50%; e dos defensivos agrí-colas, que subiram em mé-dia 40%. De acordo com odeputado, uma colheitadei-ra fabricada no Brasil é ven-dida para o produtor uru-guaio por cerca de R$ 150mil e, para o produtor bra-sileiro, ela custa em tornode R$ 300 mil. Na opiniãodo parlamentar, “isso estáacabando com os produto-res brasileiros”, que nãoconseguem as mesmas van-tagens. “No Brasil, o produ-tor subsidia o consumidor”,concluiu.

GILBERTO NASCIMENTO

GILBERTO NASCIMENTO

Inocêncio defendeinvestimentoscom isonomia

Page 5: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

Brasília, 14 de setembro de 2007 5

A regulação integrada dosetor de comunicações foi de-fendida pelo deputado WalterPinheiro (PT-BA) durante de-bate sobre a produção de con-teúdo eletrônico realizado on-tem na Câmara sobre o Projetode Lei 29/07, de autoria do de-putado Paulo Bornhausen(DEM-SC) - um dos princi-pais projetos sobre convergên-cia de mídias.

Walter Pinheiro é co-autorde outro projeto nessa área, o332/07, que trata de produção,programação, provimento,empacotamento e distribui-ção de comunicação socialeletrônica. Tanto debatedoresquanto deputados defende-ram a prioridade para o inte-resse público da comunicaçãosobre os interesses particula-res de setores econômicos.

Para Walter Pinheiro, nãoé possível separar a regulamen-tação das diferentes atividadesde comunicação, como a pro-dução e a distribuição do con-teúdo audiovisual. Segundo ele,o conflito entre radiodifusorese empresas de telecomunica-ções é “uma tentativa de sepa-rar o que é inseparável”. Odeputado lembrou que essaseparação ocorreu na Lei da

Debatedores defendem regulamento únicoTV a Cabo( 8 . 9 7 7 / 9 5 ) ,mas ressaltouque não é pos-sível tratardesses temasisoladamente.Diversidade

Para o co-ordenador doI n t e r v o z e s(Coletivo Bra-sil de Comu-nicação Soci-al) João Brant,a regulação do setor de comu-nicação não pode ser feita ape-nas do ponto de vista econô-mico, pois deve garantir a di-versidade e a pluralidade devalores e de culturas. Brantafirmou que é preciso havergarantia de “neutralidade dasredes”, isto é, a não-interfe-rência de quem controla a in-fra-estrutura de comunicaçãosobre o conteúdo que circulapor ela. Em relação ao con-teúdo, ele afirmou que é pre-ciso garantir a produção regi-onal e independente e impe-dir o controle vertical de to-das as cadeias produtivas.

O deputado Walter Pinhei-ro disse ainda que é impossíveltratar de diversidade cultural

ou da distribuição de conteúdocom o nível de concentraçãoeconômica que existe no setor.

O parlamentar também res-saltou, em resposta ao diretor-executivo da Associação Bra-sileira dos Programadores deTV por Assinatura (ABPTA),Carlos Eduardo de Alkimim,que a regulação da programa-ção audiovisual e da produçãode conteúdo nacional não é xe-nofobia, mas sim o estabeleci-mento de regras constitucio-nais para a preservação do in-teresse público.

Proteção ao conteúdoPara Alkimin, a proteção do

conteúdo brasileiro nos meiosde comunicação significa ape-nas a proteção dos interesses de

grandes gru-pos de mídianacionais. Se-gundo o dire-tor, os projetosque tramitamna Câmara so-bre o setor nãoatentam para arealidade tec-nológica equerem só re-solver a con-corrência demercado en-

tre agentes sujeitos a outor-gas públicas. O deputado Jor-ge Bittar (PT-RJ), relator doPL 29/07, disse ter ficado sur-preso com a declaração deAlkimin e ressaltou que a re-gulação do setor é uma prer-rogativa da União, que ela jáexerce, mas de forma incom-pleta e fragmentada. Bittartambém afirmou que a regula-ção da programação de TV nãorepresenta nenhum tipo de xe-nofobia e deve respeitar prin-cípios como o intercâmbiocultural.

ContrapartidasPresidente da Associação

Brasileira de Canais Comuni-tários (ABCCOM), FernandoMauro Di Marzo Trezza defen-

deu contrapartidas para a even-tual possibilidade de as empre-sas de telecomunicações ope-rarem TV por assinatura. Nes-se caso, segundo ele, as empre-sas deveriam ser obrigadas aveicular canais públicos, comoprevê a Lei da TV a Cabo.

O PL 29/07 autoriza as em-presas de telecomunicações aingressar no setor de TV por as-sinatura, mas não prevê contra-partidas. Trezza também afir-mou que parte da arrecadaçãodas operadoras de telecomuni-cação, caso entrem no setor deTV por assinatura, deveria serrepassada ao financiamento dasemissoras públicas e dos pro-dutores independentes. Paraele, a fiscalização da programa-ção veiculada por empresas detelecomunicações deveria ca-ber ao Ministério da Justiça, enão à Anatel, como defende odeputado Paulo Bornhausen.Integrante do conselho delibe-rativo do Fórum Nacional pelaDemocratização da Comunica-ção (FNDC) Juliano Carvalhodisse que a legislação precisaadotar o princípio de uma redede comunicação única e públi-ca, o que não significa que hajaapenas um único operador.(Cristiane Bernardes)

As fraudes envolvendoa parceria feita entre oCorinthians e a empresaMSI poderão ser investiga-das por uma comissãoparlamentar de inquéri-to. Na avaliação do depu-tado Silvio Torres(PSDB-SP), autor do re-querimento da audiênciapública que debateu o as-sunto ontem, é cada vezmaior a necessidade deuma CPI para apurar nãoapenas o caso do Corinthi-ans, mas do uso dos clubesde futebol para acobertarcrimes financeiros.

Na próxima semana, aComissão de Turismo eDesporto vai ouvir osprocuradores e promoto-

CONTEÚDO ELETRÔNICO

CPI poderá investigar lavagem de dinheiro no Corinthiansres ligados ao caso. Para o de-putado Sílvio Torres, as infor-mações recolhidas nas audiên-cias públicas podem fortalecera idéia de criação de uma CPI.O parlamentar disse que aindanão apresentou requerimentopara criação da comissão poracreditar que ela só vai trazerresultados efetivos se tiver oapoio de vários partidos.

Máfia russaInvestigações da Polícia Fe-

deral apontam que o clube pau-lista foi usado pelo magnata rus-so Boris Berezovski para lavardinheiro obtido de forma ilíci-ta no exterior. Para isso, ele te-ria usado como laranja o irania-no Kia Joorabchian, com a co-nivência de parte dos dirigen-tes do Corinthians. “Tudo isso

Deputados e representantes do clube discutiram fraudes envolvendo a MSI

que estamos vendo reflete o es-tado geral do futebol brasileiro,que tem sido usado, há váriosanos, como um canal de lava-gem de dinheiro, de evasão dedivisas, de sonegação fiscal eprincipalmente de enriqueci-

mento ilícito de pessoas que seapropriam das entidades, sejamos clubes, ou até mesmo outrasentidades esportivas, para seubeneficio próprio ou financei-ro”, denunciou Silvio Torres.

Para evitar que casos como o

do Corinthians se repitam, osecretário nacional de Justi-ça, Romeu Tuma Júnior, de-fendeu a adoção de mecanis-mos legais que facilitem ocontrole financeiro sobreentidades esportivas. O se-cretário explicou por que umsuposto chefe da máfia russaresolveu investir em um dostimes mais populares doPaís. “Era uma passagemque criaria para ele umaproteção social tendo sobseu comando um clube demassa com 20 milhões detorcedores, e você cria umambiente inadequado paraque as autoridades possamchegar. São essas barreirasque precisamos quebrar”,disse. (Mônica Montenegro)

ÉDSON SANTOS

Walter Pinheiro Paulo Bornhausen

J.BATISTAJ.BATISTA

Page 6: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

6 Brasília, 14 de setembro de 2007

PINGA-FOGO

HidrelétricaDomingos Dutra (PT-MA)

solicitou audiência públicapara debater a construção deuma grande hidrelétrica nomunicípio de Estreito e lem-brou que a demanda energé-tica brasileira não pode cau-sar prejuízos à população lo-cal. Domingos Dutra disseque a obra também vai cau-sar problemas ao municípiode Carolina, que tem impor-tância turística, além d e ex-pressiva vida comercial eeconômica. Dutra pediu aogoverno para garantir medi-das que evitem desastresambientais e socioeconômi-cos e lembrou que a Basede Alcântara não trouxe be-nefícios à região.

AmapáJurandil Juarez (PMDB-

AP) lembrou os 107 anos doAmapá, celebrados ontem. Oparlamentar ressaltou que oestado enfrentou longo pro-cesso histórico para ser in-corporado ao Brasil. O depu-tado destacou que a integra-ção do Amapá ao territóriobrasileiro foi contestada pelaFrança até o final do séculoXIX. Na Era do Contestado, oAmapá passou por diferentesformas de governo, como arepública no norte do estado.Jurandil Juarez ressaltou queo Amapá possui grande áreade preservação ambiental,vasta riqueza mineral e áreade livre comércio, que sus-tenta a economia, com PIBem franca expansão.

FinanciamentoRicardo Trípoli (PSDB-SP)

elogiou as medidas adotadaspelos governos de Sergipe eRio Grande do Sul, que assi-naram um termo de ajusta-mento de conduta que permi-te que idosos com mais de 65anos possam financiar a casaprópria. O deputado destacouque a Caixa Econômica Fede-ral não aceita financiar imó-veis para quem tem mais de65 anos e considerou a me-dida intolerável. Trípoli lem-brou que no país há mais de25 milhões de idosos. Ricar-do Trípoli parabenizou ospromotores de Justiça de Ser-gipe e do Rio Grande do Sul,que garantiram a essa parce-la da população o direito ao fi-nanciamento da casa própria.

O ministro da Fazenda, Gui-do Mantega, disse ontem a re-presentantes do setor vinícolaque dará prioridade à reivindica-ção da categoria de fixação deImposto de Importação de vinhosem 3 dólares (R$ 6) por garrafa.Segundo o presidente da FrenteParlamentar da Fruticultura Bra-sileira, deputado Afonso Hamm(PP-RS), este será o primeirotema da agenda de negociaçõesentre o setor, a frente parlamen-tar, a área técnica do Ministérioda Fazenda e a Receita Federal,durante encontro a ser realizadonas próximas semanas.

Além de Afonso Hamm, par-ticiparam da reunião com Man-tega os deputados Paulo Maluf(SP), Vilson Covatti (RS) e LuisCarlos Heinze (RS), todos doPP, e os representantes daUnião Brasileira de Vitivinicul-tura (Uvibra) e do Sindicato daIndústria do Vinho no RS (Sin-divinho), Danilo Cavagni e JoséCarlos Estefenon, respectiva-mente. Eles apresentaram al-gumas reivindicações que con-

sideram necessárias ao de-senvolvimento e crescimentodo setor.

O imposto de 3 dólares porgarrafa foi uma das reivindica-ções da categoria. Segundo re-presentantes do setor, o méto-do atual de tributação favoreceas bebidas de menor valor e bai-xa qualidade, que são os verda-deiros concorrentes dos vinhose espumantes nacionais, preju-dicando os de melhor qualida-de e maior preço porque são osque valorizam o produto e indu-zem as empresas elaboradorasnacionais a buscar inovaçõestecnológicas com o propósito dealcançar o patamar de qualida-de dos produtos.

Durante a reunião, foramapresentados ao ministro dadosdo setor relacionados ao consu-mo, importação e exportação.No Brasil, de cada três garrafasconsumidas, apenas uma é na-cional. Hamm observou queesse número demonstra que ovinho brasileiro precisa ter capa-cidade competitiva por meio de

desoneração do PIS e da Con-fins. Somente no primeiro se-mestre de 2007, a importação devinhos já saiu à frente do consu-mo dos vinhos brasileiros. Nes-te período, foram importados27.837.945 litros, e os vinhos fi-nos do Brasil chegaram a12.094.807 litros.

ReivindicaçõesA categoria pede a ampliação

do crédito presumido do PIS e

Confins à alíquota de 9,25% so-bre 100% do valor de compra deuvas pelas empresas (hoje é deapenas 3,2375%) e a fixação daalíquota zero de IPI para os vi-nhos de uvas frescas, aguarden-tes de vinho, bebida de frutas enéctar de frutas. Representantesdo setor afirmam que é enormea carga tributária dos produtos dacadeia produtiva vitivinícola, como agravante de que o comércionão tem direito ao crédito fiscaldo valor debitado, o que, ao final,onera ainda mais o preço de ven-da do consumidor final.

O presidente da Frente da Fru-ticultura defendeu a necessidadede o governo brasileiro criar políti-cas e mecanismos para que o vi-nho do Brasil enfrente a “concor-rência desleal”. Afonso Hamm-destacouque os espumantes pro-duzidos no País, com destaquepara as bebidas produzidas noRio Grande do Sul, estão se des-tacando no âmbito mundial, con-quistando prêmios. SegundoHamm, o vinho brasileiro estáseguindo o mesmo caminho.

Frente articula negociação entre setor vinícola e ministério

O aumento da área plantadacom cana-de-açúcar para a pro-dução de etanol pode colocar emrisco a segurança alimentar doPaís, porque a plantação de canapode substituir as culturas vol-tadas para a alimentação. Essafoi a conclusão dos participan-tes da audiência pública realiza-da na quarta-feira pela Comis-são de Direitos Humanos, paradiscutir o aquecimento global,a produção de biocombustíveise a possível interferência naprodução de alimentos.

O assessor da Via Campesi-na Horácio Martins alertou paraa projeção de que, em 2017, aárea ocupada pela cana seja de28 milhões de hectares. Atual-mente, essa área é de 6,6 milhõesde hectares. Segundo Martins, asafra de 2006/2007 foi de 20 bi-lhões de litros de etanol, sufici-ente para a adição de 25% nagasolina, como determina a le-gislação, com sobra de 4 milhõesde litros para exportação.

Agricutura familiarO presidente da Frente Par-

lamentar de Segurança Alimen-tar, deputado Nazareno Fonte-les (PT-PI), afirmou que man-

ter a agricultura familiar é fun-damental para garantir alimen-to às populações de todas as re-giões brasileiras. Por outro lado,declarou que a monocultura éprejudicial tanto para o ser hu-mano quanto para o meio am-biente, na medida em que de-grada o solo e não traz rendapara os pequenos agricultores.

O deputado defendeu a ado-ção de uma merenda escolar re-gionalizada, com preferênciapara produtos locais. “Recebe-mos os enlatados que vêm pe-los supermercados, produçõesde outros lugares, em vez devalorizarmos, por exemplo, ocaju lá no Piauí. No Ceará, es-tamos comendo soja, quando

poderíamos estar alimentandonossas crianças com produtosregionais, gerando emprego erenda, protegendo o meio am-biente e dando soberania lo-cal”, disse.

Fonteles afirmou, ainda, quesomente com educação é pos-sível conscientizar a populaçãoda importância do consumo re-gional. O deputado lembrouque o Programa Nacional daMerenda Escolar já está priori-zando a compra de alimentosdos pequenos produtores - oque diminui os gastos comtransporte e fomenta a rendados municípios.

Energia eólicaPara o coordenador da

Campanha de Energias Reno-váveis do Greenpeace Brasil,Ricardo Baitelo, o uso de bio-combustíveis é importantepara substituir os combustíveisfósseis, mas devem ser troca-dos, a médio prazo, pela ener-gia eólica ou solar, abundanteno Brasil, renovável e não-po-luente.

Já o professor do Centro deDesenvolvimento Sustentávelda Universidade de Brasília(UnB) Donald Sawyer disseque são necessárias políticaseficientes para o setor de pro-dução de etanol, ao destacar asconseqüências negativas doaumento da produção para omeio ambiente. Ele explicouque a plantação de cana gastamuita água e que o etanol temcomo subproduto o vinhoto,líquido altamente poluente.Sawyer ainda alertou para oimpacto do desmatamento so-bre os rios, principalmente noCerrado, que, em sua opinião,não deve ser sacrificado paraproteger a floresta amazônica,uma vez que os dois ecossiste-mas são interdependentes.(Karla Alessa)

Para ambientalistas, biocombustíveissão risco para segurança alimentar

Afonso Hamm

Presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputadoLuiz Couto (C) coordenou os debates

J. BATISTA

GILBERTO NAASCIMENTO

Page 7: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

Brasília, 14 de setembro de 2007 7

COMISSÃO ESPECIAL

Especialistas ouvidos pelaComissão Especial sobre Polí-cias Penitenciárias, criada paraanalisar a Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) 308/04, do deputado Neuton Lima(PTB-SP), afirmaram que umdos principais méritos da pro-posta é capacitar esses polici-ais para o trabalho de ressocia-lização dos presos.

A PEC cria a polícia peni-tenciária no âmbito da União,dos estados e do Distrito Fe-deral, com o objetivo de libe-rar os policiais civis e milita-res da função de agentes eguardas penitenciários, paraque se dediquem às suas ati-vidades normais de combateao crime. A polícia peniten-ciária deverá concentrar-sena defesa interna e externados presídios e na captura depresidiários fugitivos.

Para o relator da PEC, de-putado Arnaldo Faria de Sá(PTB-SP), o atual sistemacarcerário não é bom e preci-sa ser alterado. “Na hora emque você der poder de políciapara os agentes penitenciári-os, será encontrada uma saí-da para a crise que existe nosistema”, avaliou.

Direitos humanosO presidente da Comissão

de Direitos Humanos da As-sembléia Legislativa do Piauí,deputado Jacinto Coutinho,afirmou que o agente peniten-ciário tem que se pautar pelaproteção dos direitos humanose deve estar capacitado para aressocialização dos presos. “O

Especialistas apóiam criaçãoda polícia penitenciária

Especialistas e deputados debateram na quarta-feira a PEC que cria a políciapenitenciária no âmbito da União, dos estados e do Distrito Federal

magistrado apenas sentencia oréu, mas quem vai executar apena são os agentes penitenci-ários”, afirmou. Em sua opi-nião, falta responsabilidadepolítica para reconhecer a ne-cessidade de habilitação dessesprofissionais.

Jacinto Coutinho defendeua PEC 308/04. “Que ela venhacom diretrizes que garantamaos agentes penitenciários aformação especializada, paraque possam também ressocia-lizar os presos”, declarou. Elecondenou a terceirização dos ser-viços policiais, como, segundoele, vem ocorrendo no Ceará.

Coutinho lembrou que aLei de Execução Penal (7.210/84) já determina como deve sero trabalho de ressocializaçãodos presos. Segundo ele, comoesse trabalho não foi realizado,o Estado entregou a função aosagentes penitenciários indevi-damente, porque a função de-les é a custódia e a segurançados presos. “Por isso, os agen-tes hoje realizam esse trabalho

indevidamente, atuandocomo psicólogos e médicos.Além disso, o contato com ospresos muitas vezes favorece acorrupção”, disse.

O presidente do Sindicatodos Agentes PenitenciáriosFederais de Catanduvas (PR),Helder Antonio Jacoby dosSantos, disse que a novidade daPEC 308 é que a polícia peni-tenciária também tratará daressocialização dos presos - oque não ocorre hoje com osagentes penitenciários. “É nes-se viés que a proposta se faz ne-cessária”, afirmou.

Espiral da violênciaO ex-comandante da Re-

gião Metropolitana de BeloHorizonte e ex-superinten-dente da Secretaria de DefesaSocial de Minas Gerais, Amau-ri Meireles, defendeu a apro-vação da PEC. Ele disse que osistema penitenciário, comofunciona atualmente no País,“retroalimenta a espiral da vi-olência”. O ex-comandantedestacou que o poder de polí-

cia permeia toda a sociedade,com a polícia fazendária, a detransportes, a do meio ambien-te, a sanitária e a administrati-va. Segundo Meireles, todas es-sas exercem funções policiais.“A Polícia Militar é a força os-tensiva do Estado, mas não pre-cisa ser atrabiliária e covarde, esim ser capacitada para a pre-venção, repressão e ressociali-zação dos presos”, declarou. Eledestacou que, agora, as amea-ças estão vindo de dentro dasprisões, em razão do amadoris-mo dos agentes e do não-reco-nhecimento de seu trabalho.(Paulo Roberto Miranda)

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadaniaaprovou o substitutivo do de-putado Roberto Magalhães(DEM-PE) ao Projeto de LeiComplementar (PLP) 330/06.A proposta, do deputadoMendes Ribeiro Filho(PMDB-RS), estabelece no-vas regras para a aposentado-ria do servidor público polici-al. A matéria ainda precisa servotada pelo Plenário.

De acordo com o substitu-tivo, os policiais, agentes pe-nitenciários e guardas muni-

Fim das audiênciasO presidente da comis-

são, deputado Nelson Pel-legrino (PT-BA), afirmouque a atividade de políciapenitenciária vem sendoexercida pelos atuais agen-tes penitenciários, sem queisso seja reconhecido peloEstado. A declaração foidada em entrevista após oencerramento da audiênciapública sobre a PEC.

Segundo Pellegrino,com o debate da quarta-feira, foi encerrado o ci-clo de audiências públicassobre o tema. “É necessá-rio constitucionalizaressa atividade, para queseja reconhecida, e paraestabelecer um padrãonormativo mínimo”, disseo presidente. (PRM)

CCJ aprova novas regras para aposentadoria de policiaiscipais do sexo masculino po-derão aposentar-se voluntari-amente, com proventos inte-grais, independentemente deidade, após 30 anos de servi-ço, desde que contem pelomenos 20 anos de exercícioem cargo estritamente polici-al. No caso das mulheres, es-ses prazos são reduzidos, res-pectivamente, para 25 e 15anos. A aposentadoria com-pulsória se dará, nos termos daConstituição, com 70 anos.

Roberto Magalhães explicaque o PLP 330/06 considera

revogada a Lei Complementar51/85, referente ao tema, epropõe a edição de nova leicomplementar para disciplinara aposentadoria do policial.Ao analisar o projeto, a Co-missão de Seguridade Social eFamília aprovou substitutivoque apenas faz alterações naLC 51/85, mantendo-a vi-gente. O relator lembra que,em outra ocasião, analisandoproposta que também altera-va a LC51/85, a ConsultoriaLegislativa do Senado emitiunota técnica afirmando que

essa lei continua em vigor.Roberto Magalhães elabo-

rou novo substitutivo tendocomo base o texto aprovadopela Comissão de Seguridade.Entre as alterações, o relatorretirou, por considerar inó-cuo, um dispositivo sobreaposentadoria por invalidez,que hav i a s i do inc lu ídopela Seguridade. SegundoMagalhães, trata-se de as-sunto já regido pelo RegimeJurídico Único (RJU), ao qualestão subordinados os servi-dores públicos da União.

A comissão especial so-bre carreiras policiais, criadapara analisar a Proposta deEmenda à Constituição(PEC) 549/06, do deputadoArnaldo Faria de Sá (PTB-SP), aprovou ontem a propos-ta, que equipara o salário ini-cial dos delegados de políciaaos dos integrantes do Minis-tério Público com atribuiçãode participar da investigaçãocriminal. A PEC segue agorapara o Plenário, onde preci-sa ser votada em dois turnos.

O relator, deputado Regisde Oliveira (PSC-SP), foi fa-vorável à proposta, e seu votofoi acompanhado pela maio-ria dos integrantes da comis-são. Segundo ele, atualmen-te, em virtude do desprestígioe dos baixos salários, os de-legados de polícia estão des-motivados e precisam exer-cer atividades paralelas parasobreviver, circunstânciasque prejudicam muito a ativi-dade policial.

Opiniões contráriasO deputado Vieira da Cu-

nha (PDT-RS), único voto con-trário à PEC, criticou a vincu-lação entre os salários dosdelegados com um cargonão definido do MinistérioPúblico. “Além de afrontar aConstituição, na medida emque se faz um vinculação devencimentos entre membrosdo Ministério Público, que éuma instituição autônoma,com delegado de polícia, quepertence a um Poder Executi-vo, há problemas na própriaredação da PEC. Todos osmembros do Ministério Públi-co podem atuar na fase de in-vestigação, inclusive o chefeda instituição. Agora mesmo,no episódio do mensalão, oprocurador-geral da Repúbli-ca atuou nessa fase”, disse.

A comissão rejeitou duasemendas apresentadas pelodeputado Mendes Ribeiro Fi-lho (PMDB-RS), com o objeti-vo de estender a equiparaçãosalarial com o Ministério Pú-blico aos oficiais das polici-ais militares dos Estados edo Distrito Federal. O relatorconsiderou que o trabalhoda PM é diferente do dos de-legados de polícia. Disseque as emendas são in-compatíveis com a PEC 549e deverão tramitar comoproposta independente, co-meçando com o exame deadmissibilidade na Comis-são de Constituição e Justi-ça e de Cidadania.

Aprovada equiparaçãode delegadoscom procuradores

ELTON BOMFIM

Page 8: Portal da Câmara dos Deputados - Brasília-DF, sexta-feira, 14 de … · 2007. 9. 14. · presidente do Corinthians, Alber-to Dualib, e o vice-presidente, Nesi Curi, foram afastados

8 Brasília, 14 de setembro de 2007

CRISE AÉREA

Deputados sugerem CPI sobre compra da VarigOs deputados Vic Pires

Franco (DEM-PA) e Dr. Ubi-ali (PSB-SP), que integram aCPI da Crise Aérea, sugeriramontem a criação de uma CPI parainvestigar a venda da Varig. Emdebate realizado ontem pelaCPI, o presidente da comissãoque investigou a venda da Varigna Assembléia Legislativa doRio de Janeiro, deputado PauloRamos (PDT), sugeriu que a CPIpeça a quebra dos sigilos bancá-rio, fiscal e telefônico dos sóci-os da Volo do Brasil.

A empresa arrematou a Va-rig em leilão, em julho de 2006,e a revendeu para a Gol, em mar-ço deste ano. Paulo Ramos assi-nalou que a medida irá permitirapontar a origem do dinheiroutilizado pelos sócios da Volo nonegócio. Ele acredita que a em-presa atuou como intermediá-ria da Gol na compra da Varig.O deputado estadual fluminen-se lembrou que a Volo comproua Varig por 24 milhões de dóla-res (R$ 45,6 milhões) e a reven-deu por 320 milhões de dólares(mais de R$ 600 milhões). “Eles[os sócios da Volo] podem ser

Leitura do relatório começana próxima semana

Marco Maia confirmou que começará a ler seu relatório napróxima terça-feira. Na quarta (19), haverá uma interrupçãopara apresentação do especialista que está fazendo a análisedas caixas pretas do avião da TAM e, na quinta (20), a apresen-tação do relatório deve ser concluída. A idéia é iniciar o proces-so de discussão no mesmo dia, abrindo prazo para pedido devista e apresentação de emendas. A votação deverá ocorrer nasemana seguinte. Hoje, integrantes da CPI vão a São Paulopara, em um simulador, avaliar uma série de hipóteses quepodem ter levado ao acidente com o avião da TAM. (LM)

Relator defende aumento de verbas para transporte escolarO relator o Projeto de Lei

736/07, deputado JoaquimBeltrão (PMDB-AL), defen-deu na terça-feira, duranteaudiência pública realizadapela Comissão de Educação eCultura, o aumento de recur-sos federais para o transporteescolar e o ressarcimento dosgastos de municípios. Beltrãomostrou dados da Confede-ração Nacional dos Municí-pios (CNM) segundo os quais,para fazer o transporte de 2,6milhões de alunos das redespúblicas estaduais e munici-pais, os municípios gastam R$2 bilhões e são ressarcidos emapenas R$ 400 milhões, ouseja, 20% do valor do custo doserviço. “Corrigir esta distor-ção é uma das principais rei-vindicações dos municípios”,afirmou.

O projeto trata do finan-ciamento do Programa Na-cional de Apoio ao Trans-porte Escolar (Pnate). “A

Terceirização da merenda escolar

Marcelo Castro, presidente da CPI, acompanha depoimento de Paulo Ramos,deputado estadual que presidiu a CPI para investigar venda da Varig

A Câmara deverá investigar a terceirização da merendaescolar e o lucro das empresas prestadoras desse tipo deserviço nas escolas públicas. O orçamento federal deste anopara a merenda é de R$ 1,6 bilhão, que chega mensalmentea estados e prefeituras exclusivamente para a compra de ali-mentos para os 36,6 milhões alunos da rede pública.

A proposta para a criação de um grupo de fiscalização econtrole foi encaminhada à Comissão de Educação pelodeputado Gilmar Machado (PT-MG). O deputado afirmouque os servidores que fazem e distribuem a comida nasescolas não são mais dos quadros escolares e as empre-sas responsáveis pela alimentação dos alunos estão ofe-recendo bônus em dinheiro para as merendeiras que eco-nomizarem alimentos nas refeições.

Nos primeiros sete meses deste ano, as escolas públi-cas de quase 150 cidades deixaram de receber R$ 3 mi-lhões da merenda escolar. Outras 70 não receberam R$2,5 milhões por problemas na prestação de contas. GilmarMachado informou que essa suspensão no repasse tam-bém vai ser examinada pelo grupo de fiscalização. Os mem-bros do grupo de fiscalização serão escolhidos na próximasemana e o relatório deve ser apresentado na Comissãode Educação até o final de outubro. (Karla Alessandra)

vistos como laranjas. Entraramem sociedade com recursos deorigem duvidosa, participaramdo leilão e depois venderam aempresa por um preço bem su-perior”, afirmou Paulo Ramos.

ManipulaçãoNa opinião de Paulo Ramos, a

venda da Varig da forma como sedeu foi um crime de lesa-pátria.Para ele, o que houve foi umamanipulação para que a empresafosse aniquilada e os novos con-troladores assumissem a marcaVarig. Questionado sobre o papelda Agência Nacional de Aviação

Civil (Anac) no episódio, ele afir-mou que a autarquia esteve pre-sente no “esforço de sepultar umaempresa, deixar com ela todos osdébitos trabalhistas, e criar umaempresa nova, que se aproprioudo nome da Varig”. Para ele, a ven-da da empresa faz parte de um pro-cesso de internacionalização dosetor. Ele lembrou que a Varig eraa companhia brasileira com omaior número de linhas interna-cionais em operação.

O presidente da CPI, Mar-celo Castro (PMDB-PI), res-saltou que a venda da Varig é

um tema que interessa à comis-são pois tem conexão com a cri-se aérea nacional.

Nota 7Na manhã de ontem, a CPI

ouviu o depoimento do diretordo Sindicato Nacional dos Ae-roviários Reinaldo de AlmeidaBarbosa, que deu nota 7 para amanutenção de aviões realizadapelas empresas aéreas. SegundoBarbosa, para se chegar à notamáxima faltam, por exemplo,equipamentos e cursos maiscompletos para mecânicos. Eleressalvou, no entanto, que os

mecânicos merecem nota 10,pois são “profissionais compe-tentes e com larga experiência”.

Questionado pelo relator,deputado Marco Maia (PT-RS), sobre a possibilidade deavaliar se há um aumento naquantidade de falhas nas aero-naves, Reinaldo Barbosa dissenão ter números para isso. Eleafirmou, ainda, que não é co-mum autorizar vôos com o re-verso inoperante, como no casodo Airbus A320 da TAM, aci-dentado em julho, mas que acon-tece. (Luciana Mariz)

Lei do Pnate ajuda de formasuplementar os estados e mu-nicípios, porém, há uma mágestão e distribuição dos recur-sos”, afirma o parlamentar. Eledisse que vai realizar váriosdebates para elaborar uma pro-posta de consenso.

O Pnate consiste na trans-ferência automática de recursosfinanceiros, sem necessidade deconvênio, para pagar despesasde manutenção de veículos es-colares municipais ou estaduaise para a contratação de serviçosterceirizados de transporte. Es-ses recursos são calculados combase no número de alunos trans-portados informados no censoescolar realizado pelo InstitutoNacional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais Anísio Teixei-ra (Inep/MEC) relativo ao anoanterior ao do atendimento.

O projeto, de autoria dos de-putados Lira Maia (DEM-PA)e Nilmar Ruiz (DEM-TO),amplia o atendimento do pro-

grama. Hoje, a Lei 10.880/04,que instituiu o Pnate, beneficiaapenas os alunos do ensino fun-damental. A proposta estendeo programa para todo o ensinobásico, que compreende educa-ção infantil, ensino fundamen-tal e ensino médio.

Além disso, a proposta de-termina que o repasse dos re-cursos do Pnate seja feito di-retamente a quem efetivamen-te presta o atendimento, emsua maior parte realizado pe-los municípios. Em 2006, o in-vestimento no Pnate foi de R$275,9 milhões, para atender3,5 milhões de alunos das re-des públicas estaduais e muni-cipais. O valor previsto noOrçamento deste ano é de R$270 milhões. O valor repassa-do por aluno atendido variaentre R$ 81 e R$ 116.

O relator assinala que, ape-sar de a Lei 10.709/03 deter-minar que é responsabilidadedo estado arcar com o custo do

transporte dos alunos da redeestadual e os municípios comos da rede municipal, na práti-

ca, os municípios têm sidoforçados a assumir essa res-ponsabilidade.

EDSON SANTOS