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PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
(PUBLICADA EM 25 DE MAIO DE 2020)
CÔMPUTO COMO CARÊNCIA DO PERÍODO DE RECEBIMENTO
DE APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE
(APOSENTADORIA POR INVALIDEZ) OU AUXÍLIO POR
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (AUXÍLIO-DOENÇA)
Prof. Rodrigo Moreira Sodero Victório
DÚVIDAS
E-mail: [email protected]
PROF. RODRIGO MOREIRA
SODERO VICTÓRIO
Advogado. Especialista em DireitoPrevidenciário e do Trabalho.Coordenador da pós-graduação emDireito Previdenciário da FaculdadeLegale. Professor de diversos cursosde pós-graduação e extensão.Membro do Instituto Brasileiro deDireito Previdenciário - IBDP. Membroda Comissão de Direito Previdenciárioda OAB/SP. Coautor de obrasdoutrinárias e autor de artigos jurídicospara revistas especializadas emDireito Previdenciário.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
•O art. 55, inciso II, da Lei 8.213/91, prevê que:
• “O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no
Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades
de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta
Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado: (...) II - o
tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez”.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
• O art. 60, incisos III e IX e o art. 61, incisos II e III, ambos do Decreto
3.048/99 e o art. 164, inciso XVI, da IN INSS/PRES 77/2015, dizem que
devem ser contados como tempo de contribuição os períodos de
recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de
atividade e o de benefício por incapacidade decorrente de acidente do
trabalho, intercalado ou não.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
• No que diz respeito ao intercalamento, a TNU dos JEF`s, no
julgamento do PUIL 0000805-67.2015.4.03.6317/SP, firmou a tese de
que o tempo de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez
não decorrentes de acidente do trabalho deve ser computado para fins
de tempo de contribuição, quando intercalado com períodos de
contribuição, independentemente do número de contribuições vertido
e o título a que realizadas.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
Súmula 73, da TNU. O tempo de gozo de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho
só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de
carência quando intercalado entre períodos nos quais houve
recolhimento de contribuições para a previdência social.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
Para o STJ, os períodos de recebimento de auxílio-doença e
aposentadoria por invalidez, desde que intercalados com contribuição,
também devem ser considerados para fins de carência (vide REsp
1.414.439/RS e REsp 1.334.467/RS).
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
Art. 153, da IN INSS/PRES 77/2015. Considera-se para efeito de
carência: (...) § 1º Por força da decisão judicial proferida na Ação Civil
Pública nº 2009.71.00.004103-4 (novo nº 0004103-29.2009.4.04.7100) é
devido o cômputo, para fins de carência, do período em gozo de
benefício por incapacidade, inclusive os decorrentes de acidente do
trabalho, desde que intercalado com períodos de contribuição ou
atividade, observadas as datas a seguir: (Nova redação dada pela IN
INSS/PRES nº 86, de 26/04/2016)
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
I - no período compreendido entre 19 de setembro de 2011 a 3 de
novembro de 2014 a decisão judicial teve abrangência nacional; e II -
para os residentes nos Estados do Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná, a determinação permanece vigente, observada a decisão
proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº
1.414.439-RS, e alcança os benefícios requeridos a partir de 29 de
janeiro de 2009. (Nova redação dada pela IN INSS/PRES nº 86, de
26/04/2016)
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
§ 2º Para benefícios requeridos até 18 de setembro de 2011, somente
contarão para carência os períodos de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez recebidos no período de 1º de junho de
1973 a 30 de junho de 1975.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
Nos autos do Processo 5007252-92.2018.403.6183 (ACP ajuizada pelo
IBDP – 6ª Vara Previdenciária de São Paulo), houve DEFERIMENTO de
liminar, inaudita altera pars, afastando a aplicação dos termos do art.
153, § 1º, da IN 77/2015, devendo ser computado para fins de carência,
o período em gozo do benefício de incapacidade, bem como aqueles
decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalados com
períodos de contribuição ou atividade, com efeitos em todo o território
nacional.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
O INSS interpôs Agravo de Instrumento com pedido de efeito
suspensivo contra a decisão liminar, pleito indeferido pela Relatora
Tânia Regina Marangoni, da 8ª Turma do TRF da 3ª Região, que,
inclusive, manteve a extensão dos efeitos da decisão para todo o
território nacional, tendo em vista que a limitação dos efeitos da
decisão aos segurados submetidos à jurisdição do órgão prolator vem
sendo afastada pelo STJ nas hipóteses de interesses individuais
homogêneos, conforme entendimento firmado no REsp 1.243.887/PR.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
ACP de São Paulo – IBDP: há determinação de suspensão do andamento
do feito nos autos da ACP, em razão do reconhecimento da repercussão
geral no Tema 1.075 (RE 1.101.937/SP), que trata da constitucionalidade do
artigo 16 da Lei 7.347/1985 no que prevista a limitação dos efeitos da
sentença em ação civil pública à competência territorial do órgão prolator.
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA
Quanto ao intercalamento, a TNU dos JEF`s, também no julgamento
do PUIL 0000805-67.2015.4.03.6317/SP, firmou a tese de que o tempo
de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não
decorrentes de acidente do trabalho deve ser computado para fins de
carência, quando intercalado com períodos de contribuição,
independentemente do número de contribuições vertido e o título a
que realizadas.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
(publicada em 25 de maio de 2020).
Comunica para cumprimento a decisão proferida na Ação Civil
Pública nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ - cômputo de benefício
por incapacidade para carência.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
O DIRETOR DE BENEFÍCIOS e o PROCURADOR-GERAL DA
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA DO INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL - INSS, no uso das atribuições que lhes confere o Decreto
nº 9.746, de 8 de abril de 2019, e considerando o contido no Processo SEI nº
00695.000164/2020-18, resolvem:
Art. 1º Comunicar para cumprimento a decisão judicial proferida na Ação
Civil Pública-ACP nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ, determinando ao INSS
que compute, para fins de carência, o período em gozo de benefício por
incapacidade não acidentário intercalado e o período em gozo de benefício
por incapacidade acidentário, intercalado ou não.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
Art. 2º Até que seja julgado o recurso interposto pelo INSS e expedido um
parecer de força executória definitivo, deve ser cumprida a decisão judicial
desta ACP nos moldes da ACP de nº 2009.71.00.004103-4/RS, ou seja,
computar, para fins de carência, o período em gozo de benefício por
incapacidade, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, desde que
intercalado com períodos de contribuição ou atividade, conforme artigo
153, § 1º, da Instrução Normativa nº 77/PRES/INSS, de 21/01/2015.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
Art. 3º O disposto no artigo 2º desta Portaria produz efeitos para
benefícios com Data de Entrada de Requerimento-DER a partir de
20/12/2019 e alcança todo o território nacional.
Parágrafo único. Não haverá necessidade de comprovação de endereço
para aplicação desta ACP nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ, podendo ser
aplicada inclusive aos requerentes moradores da Região Sul.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
Art. 4º Para o cumprimento da ACP de nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ,
deverão se observadas as seguintes regras:
I - os períodos de gozo de benefício por incapacidade previdenciário e
acidentário (B31, B32, B91 e B92) intercalados, concedidos com base em
contribuições, na forma do art. 24 da Lei nº 8.213/91, poderão ser
computados como carência em beneficio que exija carência em
contribuições;
II - os períodos de B31, B32, B91 e B92 intercalados, concedidos com
base em exercício de atividade rural, na forma do art. 39, I, da Lei nº 8.213/91,
poderão ser computados como carência em benefício que exija carência em
meses de atividade rural; e
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
III - os períodos de B31, B32, B91 e B92 intercalados, concedidos para o
empregado doméstico sem contribuições, com base no art. 36 da Lei nº
8.213/91 (DESP 17), poderão ser computados como carência em benefício a
ser concedido também com base no referido artigo.
Art. 5º O Sistema Prisma está sendo adequado para permitir que sejam
computados para carência os períodos de benefícios por incapacidade
(previdenciários e acidentários) intercalados entre períodos de
atividade/contribuição, sem prejuízo das demais exigências para
reconhecimento do direito ao benefício requerido.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
Art. 6º Os requerimentos realizados de acordo com as orientações
expressas nesta Portaria devem ter o tipo de benefício "001" (ação civil
pública), informando o número do processo 02162497720174025101, sem
pontos, hífen, barra e UF, e serem decididos com despacho normal.
Art. 7º A ACP de nº 2009.71.00.004103-4/RS continua vigente, limitada aos
residentes dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, para
benefícios com DER a partir de 29/01/2009.
Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020
A Portaria não cumpre integralmente a decisão do TRF2 quanto a
desnecessidade de intercalamento no caso de benefícios de natureza
acidentária, bem como limita indevidamente a aplicação da decisão à
benefícios requeridos a partir de 20.12.2019.
ACP de São Paulo – IBDP: há determinação de suspensão do andamento
do feito nos autos da ACP, em razão do reconhecimento da repercussão
geral no Tema 1.075 (RE 1.101.937/SP), que trata da constitucionalidade do
artigo 16 da Lei 7.347/1985 no que prevista a limitação dos efeitos da
sentença em ação civil pública à competência territorial do órgão prolator.