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Portos SecosO ex-diretor da ANESCO explicou que «este sempre foi um setor muito protegido e familiar» em Espanha, característica que se foi perdendo ao longo das décadas. «O pas-sado

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Portos Secos e Parques SegurosRecentemente, foi publicado o Decreto-lei que estabelece o conceito legal de Porto Seco, ficando assim definidas as regras, procedimentos e a desmaterialização para a sua im-plementação.A existência destas infraestruturas confere diversas vantagens — seja ao nível da capacidade das autoridades, que intera-gem com os processos de transporte —, mas também poten-cia a otimização das operações multimodais, seja pela parti-lha de informação, seja pela redução dos custos de contexto.Talvez impulsionada pelo Brexit e pela grande probabilidade de um crescimento da carga administrativa associada aos flu-xos comerciais, a existência dos Portos Secos assume agora uma importância reforçada nas cadeias de transporte e logís-tica, assegurando que os portos nacionais não sejam estran-gulados pela carga administrativa adicional.Do ponto de vista teórico e conceptual, a medida agora pu-blicada permite a agilização de processos, a otimização dos recursos e capacidades e confere a possibilidade de aumento da eficiência de toda a cadeia. No entanto, resta saber como reagirá o mercado a esta possibilidade e se no seu enten-der, olha para esta medida como oportunidade de negócio. Numa rápida auscultação, a existência de Portos Secos, é re-conhecida como um valor acrescido às diversas subatividades envolvidas, mas tratando-se de investimento privado, o grau de complexidade para a criação de condições para o investi-mento é um grande desafio.Desafio pelos níveis e montantes de investimento necessários, desafio pela própria rentabilidade que o negócio liberta e de-safio pelo reduzido número de agentes económicos que terão capacidade de investimento.Se no território nacional alguns, e ainda assim poucos, ter-minais ou parques, têm, dentro de portas, algumas das ca-pacidades administrativas, como por exemplo a alfândega, torna-se evidente que muito caminho há ainda por percorrer.Se a isto aliarmos a possibilidade de, nestas infraestruturas, adicionarmos outras atividades, como a implementação de parques seguros — rodoviários e/ou de mercadorias – e outros serviços adicionais à operação de transporte e parqueamento, devemos refletir sobre as razões porque até agora os agentes económicos presentes neste setor não desenvolveram estas ca-pacidades? Mas, a mesma pergunta pode ser colocada ao ges-tor público de infraestruturas que detendo entre os seus ativos e em algumas localizações as melhores condições de capturar maior valor económico, não o fez até agora.Se a existência de Portos Secos e de Parques Seguros confere maiores vantagens, porque razão eles não existem? Será ape-nas desatenção e falta de visão dos agentes económicos ou haverá razões mais [email protected]

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Postal ilustrado

ATUALIDADES FNSTP promove fórum entre sindicatos

do setor portuário

«Os jovens são o futuro do shipping português»

Ministério do Mar refuta auditoria do TdC sobre programa Mar2020

Globalização – Segurança e proteção informática

DB Schenker anuncia investimentos em Portugal de 6M€

Correos adquire 51% da Rangel Expresso

Torrestir prepara investimento de 45M€ em 2019

ANTRAM e GASNAM propõem adoção de políticas de apoio à transição energética

DESTAQUE Portos secos e Parques seguros:

Uma oportunidade de negócio à espera de investimento

OPINIÃO Contentores: os eternos mal amados

Greves e mais greves

Mobilidade! – Quer-se móvel ou imóvel?

Ser responsável na gestão da mudança

INDÚSTRIA De regresso à Batalha

A ofensiva da Scania no segmento GNL

Volkswagen apresenta Transporter 6.1 em Munique

Olá, Mercedes

Mais versões sport na gama Transit

Propriedade – Editor:

N.I.C.P. 504 565 060

Conselho de Administração:José Monteiro Limão, Nuno Sousa Silva, Raul Gonçalves e Paula Alexandra Figueiredo

Sede de RedaçãoRua Manuel Marques, 14 - Lj N - 1750 - 171 LisboaTel. +351 213 559 015 [email protected] - www.dicasepistas.ptfacebook.com/transporteslinkedin.com/in/transportes-em-revistawww.transportesemrevista.com

Conselho Editorial: António B. Correia Alemão, Alberto Castanho Ribeiro, António Proênça, António Corrêa de Sampaio, Artur Humberto Pedrosa, João Miguel Almeida, Manuel Nunes, José Manuel Palma, José M. Silva Rodrigues, Manuel Pires Nascimento, Martins de Brito, Orlando C. Ferreira Diretor: José Monteiro Limão Secretariado: Mar garida Nascimento Redação: Carlos Moura Pedro ([email protected]) Pedro Costa Pereira ([email protected]), Pedro Venâncio ([email protected]) Sara Pelicano ([email protected]) Fotografia: Bernardo Pereira Paginação: Bernardo Pereira, Susana Bolotinha, Teresa Matias Impressão: GRÁFICA, LDA. - Praceta José Sebastião e Silva, Lote 20 - Parque Ind. Seixal - 2840-072 Aldeia de Paio Pires - Portugal Distribuição: Mailing Directo Periodicidade: Mensal Tiragem: 10000 exem plares Depósito Legal: 178 390/02 Registo do ICS n.º 125418 Publici dade e Assinaturas: Margarida Nascimento - [email protected]

Estatuto editorial disponível em: www.transportesemrevista.com

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José Monteiro LimãoDiretor

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Foi oficialmente inaugurado o primeiro troço de autoestrada eletrificada para camiões, na Alemanha. O projeto eHighway contempla cinco quilómetros de via

eletrificada na A5 entre Langen/Mörfelden e Weiterstadt, em ambos os sentidos. No total, a rede possui 229 postes de fornecimento de energia. O investimento

total foi de 14,6 milhões de euros, assumidos pelo Ministério Federal do Ambiente. A Scania, em parceria com a Volkswagen e a Siemens, fazem igualmente parte

deste projeto.

EM DIRETO

O prazo de concessão do Terminal Vasco da Gama, em princípio, será de 50 anos. Não porque é um número redondo, mas foi o que resultou das avaliações económico financeirasAna Paula Vitorino, ministra do Mar

A única opção para o transporte pesado reduzir as emissões de CO2 em 30% até 2030 é o uso de gás natural e a incorporação progressiva de gás renovávelEugenia Sillero, secretária-geral da GASNAM

O setor do gás tem um papel muito importante a desempenhar na descarbonizaçãoNuno Afonso Moreira, presidente da Dourogás

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POSTAL ILUSTRADO

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“O Trabalho nos Portos – Presente e Futuro”

FNSTP promove fórum entre sindicatos do setor portuárioO fórum “O Trabalho nos Portos – Presente e Futuro”, promovido pela Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários (FNSTP), foi o primeiro do género em Portugal e juntou vários sindicatos do setor portuário. Entre os objetivos, os sindicatos prometeram a defesa dos trabalhadores e garantiram: “no futuro, a greve é sempre a última solução”.

NUM ALTURA EM QUE SE DEBATEM as condições do trabalho portuário e os no-vos desafios económicos a nível europeu, a Federação Nacional dos Sindicatos de Tra-balhadores Portuários (FNSTP) organizou o fórum “O Trabalho nos Portos – Presente e Futuro”, juntando várias personalidades ligadas ao setor, com destaque para as in-tervenções da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, do secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Carlos Silva, e de Aristides Peixoto, presidente da FNSTP.O fórum contou com a presença de mais de uma centena de profissionais e teve quatro sessões de debate: “Importância dos Sindi-catos nas Relações de Trabalho”; “Trabalho Portuário: A Realidade Ibérica”; “Regime de Trabalho nos Portos Nacionais”; e “O Futuro do Trabalho Portuário Nacional e o Advento da Automatização e Digitalização no Setor”. Na cerimónia de encerramento, Ana Paulo Vitorino sublinhou a importância da realiza-

ção deste primeiro fórum, ao mesmo tempo que foi uma prova de que a federação, pre-sidida por Aristides Peixoto, se afirma como interlocutora para dialogar sobre o futuro dos trabalhadores das atividades portuárias, num período de definição do futuro da pro-fissão.Com a realização deste fórum, a FNSTP re-vela que “tem projetos, vontade e empenho em defender os trabalhadores do setor por-tuário e que pode dialogar em defesa dos direitos dos seus associados”, demonstrando ainda que “no futuro, a greve será sempre a última solução”.

A realidade ibéricaNo painel dedicado ao “Trabalho Portuário – A Realidade Ibérica”, Javier Expósito Para-dela, ex-presidente da ANESCO – Associação Nacional de Empresas de Estiva, Espanha e Pedro García Navarro, secretário-geral da ANESCO, falaram do exemplo espanhol e dos benefícios de uma “concertação” ibéri-ca que favorecesse ambos os países no mer-cado europeu.

Javier Paradela, diretor da ANESCO durante 38 anos, realçou a importância da realiza-ção deste fórum sindical, o primeiro do seu género em Portugal. Em exclusivo à Trans-portes em Revista, o responsável descreveu os anos de luta em Espanha contra vários sindicatos que não queriam a modernização do sistema, sublinhando ainda que o sistema na país vizinho tinha de «tornar-se eficien-te e os operadores tinham de assumir os custos e os seus encargos».O ex-diretor da ANESCO explicou que «este sempre foi um setor muito protegido e familiar» em Espanha, característica que se foi perdendo ao longo das décadas. «O pas-sado é uma justificação, o presente é o que temos, mas o futuro é o mais impor-tante, com as novas tecnologias, a auto-matização e a digitalização».Javier Paradela alerta para os sindicatos não terem «uma atitude agressiva. Há que pensar que o futuro trará mercado pela modernização e o aparecimento de no-vas tecnologias». Assim, «os sindicatos devem entender-se entre si e procurar

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ATUALIDADESmarítimas

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Pedro Venâncio [email protected]

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ajudar as pessoas que fiquem fora do mundo laboral».O setor da estiva encontra-se em plena revo-lução, mas Javier Paradela refere que «ain-da existem sindicados irrealistas» e que negam a transformação. A estes agentes, o ex-diretor da ANESCO aconselha «conven-cerem-se que as máquinas não falham tanto como dizem» e que «há trabalha-dores que terão de se adaptar às novas tecnologias e desempenhar outras fun-ções. Negar a automatização é negar a realidade atual», reitera.Confrontado com a questão dos prazos de concessão dos terminais portugueses e espanhóis, face aos terminais do norte da Europa, Javier Paradela diz que a ANESCO luta contra esta discrepância (os terminais dos países nórdicos têm concessões com prazos mais alargados). Todavia, «unifor-mizar essa questão [a nível europeu] é um sonho que nunca alcançaremos. Mas a nível ibérico seria muito positivo que se copiassem alguns sistemas de forma a beneficiar empresários, a economia e a sociedade. Há muito trabalho por fazer».Este trabalho passa primeiramente, segundo Pedro García Navarro, atual secretário-geral da ANESCO, pela formação. «A formação é imprescindível em todos os setores e mais ainda na estiva que tem as suas particularidades. Creio que o trabalho portuário em Espanha, e nos restantes países, evolui imenso, e tende a evoluir cada vez mais. Por outro lado, as condi-ções laborais são mais cómodas para os trabalhadores, existe mais segurança e uma maior aposta nas condições de tra-

balho, e isso vai continuar com a evolu-ção ao nível da automatização e da digi-talização».Pedro García Navarro considera ainda impor-tante «definir o âmbito da prestação do serviço de estiva e que interesses inclui», elucidando que em Espanha, quem define o modelo é «o legislador, através da lei de portos».«A nível global, a digitalização e a au-tomatização na estiva são uma realidade que veio para ficar. O que nós agentes sociais temos de fazer é dialogar e pro-curar soluções que revolucionem o mo-delo atual sem transições abruptas, mas sim evolutivas. Cabe-nos conservar os di-reitos laborais e melhorar a competitivi-dade das empresas», explicou o secretário--geral da ANESCO.Da mesma forma que Javier Paradela, Pedro Navarro acredita que «os terminais por-tuários necessitam de prazos mais largos para serem competitivos. É necessário tempo para amortizar e recuperar os investimentos e alcançar a estabilidade. Defendo que os prazos devam ser mais largos, ao mesmo tempo que deveria existir uma concertação a nível europeu sobre este assunto, de forma a que os terminais possam competir no mesmo patamar».

O exemplo portuguêsNo mesmo painel da dupla espanhola, Pau-lo Freitas, vice-presidente do Sindicato XXI dos Trabalhadores dos Terminais de Carga Contentorizada de Sines, falou do trabalho desenvolvido pelo seu sindicato. «A maior prioridade da empresa, ou de qualquer

outra que trabalhe no setor portuário, deverá ser apostar na formação e na qualificação das pessoas, bem como ga-rantir uma maior capacidade para que estas desempenhem cada vez melhor as suas tarefas em segurança».Segundo o responsável, o seu sindicato vê a automação como «uma aposta de futuro. O caminho que traçamos reflete-se nas pessoas, pois são elas que fazem da em-presa uma referência a nível de quota de mercado nos últimos anos em crescen-do».Porém, Paulo Freitas estima que «é mais fá-cil apostar nesse tipo de tecnologias num terminal de raiz, do que num terminal que já esteja esquematizado para traba-lhar com uma força de trabalho maio-ritariamente humana». Assim, e apesar de estar em concordância com a transição tecnológica dos terminais, o vice-presidente sindical afirma que «uma aposta desse gé-nero não faz sentido num terminal como o XXI, em Sines. O que temos de fazer é apostar cada vez mais na formação e em novos conhecimentos para melhorar a produtividade e a eficiência».Para o futuro terminal Vasco da Gama, cons-truído de raiz, Paulo Freitas coloca a hipóte-se: «em vez de termos mil pessoas, temos mil máquinas a trabalhar, ficando o ter-minal reduzido a uma equipa de manu-tenção, por exemplo». Mas reforça, «no Terminal XXI, não achamos que esse seja o melhor caminho».Ao nível da segurança, o vice-presidente do Sindicato XXI elucida que há espaço para fa-zer mais e melhor, mas sublinha que «esta-mos atualmente a fazer o trabalho que já devia ter sido feito há vários anos». Além disso, face aos recentes investimentos da PSA naquele terminal, são necessárias «novas formações e qualificações para os trabalhadores».Paulo Freitas aproveitou para deixar uma palavra de apreço aos trabalhadores e asso-ciados, prometendo «transparência e ho-nestidade» na campanha desenvolvida pelo Sindicato XXI. «Não somos um sindicato fechado. Somos um sindicato aberto a todos os colegas, mesmo àqueles que não fazem parte do sindicato». O res-ponsável garante ainda que «todos os dias estamos no terreno ao lado dos nossos colegas e é bom que eles saibam que es-tamos lá para eles».

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Em janeiro

Portos nacionais movimentaram mais de 8M de toneladas

Proposta de lei em Conselho de Ministros

Acesso à profissão de marítimo vai ter requisitosO Conselho de Ministros aprovou a proposta de lei que autoriza o Governo a estabelecer requisitos de acesso à profissão da atividade dos marítimos. A nova lei irá permitir defi-nir os critérios de equiparação com outros profissionais do setor do mar e a definir as regras quanto à nacionalidade dos tripulan-tes a bordo dos navios ou embarcações su-jeitas ao regime da atividade profissional dos marítimos. “Com esta autorização legislativa pretende-se concretizar a alteração legisla-tiva há muito identificada como prioritária

pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, so-bretudo porque o atual quadro legal relativo à atividade profissional dos marítimos se en-contra incompleto e fragmentado, impondo--se uma revisão legislativa profunda, no sen-tido de clarificar, unificar e harmonizar este regime legal”, revela o Ministério do Mar, em comunicado. A nova lei irá ainda permitir a desmaterialização e atualização dos procedi-mentos, tendo em conta os desenvolvimen-tos técnicos e tecnológicos, entretanto regis-tados, concretizando-se, na parte relativa à

inscrição dos marítimos e dos factos conexos com o exercício da atividade profissional, as regras estabelecidas no Sistema Nacional de Embarcações e Marítimos. Destaca-se tam-bém nesta proposta a redução das catego-rias, a substituição da cédula marítima pelo documento eletrónico de identificação do marítimo e a obrigatoriedade dos navios ou embarcações terem embarcados um número mínimo de marítimos portugueses, da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu ou de um país de língua oficial portuguesa.

Os portos do continente movimentaram 8,25 milhões de toneladas de carga no primeiro mês do ano, mais 550 mil toneladas face ao mês homólogo de 2018. Segundo a AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transpor-tes, “este movimento foi superior em 7,1% ao homólogo de 2018, correspondendo a cerca de mais 550 mil toneladas. Este com-portamento explica-se essencialmente pelo desempenho dos portos de Sines e Setúbal, onde se verificaram acréscimos de +19,7% e de +3,5%, respetivamente. A carga con-tentorizada e o carvão, a carga fracionada e os outros granéis líquidos e os produtos

petrolíferos foram também responsáveis por aqueles indicadores”. Sines e Setúbal foram os únicos portos, independentemente da ti-pologia da carga movimentada, a registar um

desempenho positivo. Dos comportamentos negativos, Figueira da Foz merece particular destaque, ao registar uma variação negativa de -25,5%, que traduz a significativa irregu-laridade mensal que o caracteriza.No segmento dos contentores, o sistema por-tuário do continente movimentou, em janei-ro de 2019 o volume de 261.055 TEU, uma variação homóloga de +15,4% face a 2018. “Este comportamento é suportado no cresci-mento de Leixões e de Sines, com +21,5% e +21,9%, que juntamente com Setúbal e Fi-gueira da Foz, conseguiram anular a variação negativa de Lisboa (-13,3%).

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Investimento de 41M€

Portos dos Açores arranca concurso para obras no Porto de Ponta Delgada

A Portos do Açores lançou um concurso pú-blico para a realização de obras no Porto de Ponta Delgada. Publicado em Diário da Repú-blica, o anúncio descreve um investimento de 41 milhões de euros para a melhoria operacio-nal desta infraestrutura. A empresa pública que gere os portos dos Açores esclarece que a em-preitada de reperfilamento do cais, repavimen-tação do terrapleno portuário, beneficiação das redes técnicas nele integradas e dragagem da bacia portuária do porto de Ponta Delgada, em São Miguel, “tem um prazo de execução de 36 meses, após a reformulação do respetivo procedimento”. Segundo a Portos dos Açores “esta obra irá melhorar, de forma significativa, a operacionalidade e a capacidade no porto, com o aumento muito significativo na área do

terrapleno, que passará a ter mais de 34 mil metros quadrados, e com o avanço de cais em 25 metros em relação à frente atual, que pas-sará a dispor de 380 metros lineares de cais”.Além disso, as obras naquele porto vão permi-tir “a operação de navios de contentores em linha e no mesmo terrapleno, diminuindo o nú-mero de movimentações e ciclos de transporte e, consequentemente, melhorar a produtivida-de e com menor desgaste para os equipamen-tos do porto”. Nesta candidatura estão incluí-das mais duas obras, concretamente o reforço do manto de proteção do molhe principal do Porto de Ponta Delgada, em curso, e o reorde-namento da inserção da Avenida Kopke com o cais comercial de Ponta Delgada e lado sul do Forte de São Brás, já concluído.

Projeto-piloto

JUL arrancou nos portos da MadeiraO projeto-piloto da JUL – Janela Única Logística arrancou, no início do mês de abril, na Madeira. Segundo a APRAM – Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, “a região foi es-colhida para este projeto nacional, uma plataforma digital que vai ser testada no arquipélago para depois ser replicada no resto do país”. Aquela autoridade por-tuária revela que os portos da Madeira foram escolhidos por reunirem “realida-

des diferentes, passageiros no Funchal, carga no porto do Caniçal e carga e pas-sageiros no Porto Santo”. A JUL é um projeto com um investimento de 5,1 mi-lhões de euros, dos quais 85% são finan-ciados a fundo perdido pelo Compete 2020. O projeto é coordenado e gerido pela Associação dos Portos de Portugal (APP) e irá atualizar e estender a JUP – Janela Única Portuária a toda a cadeia logística nacional, na interligação com

os meios de transporte terrestres, com os portos secos e com as plataformas logís-ticas, numa lógica intermodal. Segundo a APP, até final do ano, a JUL deverá estar em funcionamento nos principais portos nacionais.

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QUADRANTES

Olga Delgado OrtegaResponsável do Gabinete de Relações Internacionais da ENIDH

Oferta de 300M€ pela Kotug Smit

Boluda quase a ser líder mundial no setor dos reboques

A Boluda Corporación Maritima anunciou que está em negociações para adquirir a totalidade da holande-sa Kotug Smit Towage, por uma verba superior a 300 milhões de euros. Caso se concretize a aquisição, a Boluda passa a ser líder mundial no setor dos reboques marítimos, com presença em 93 portos mundiais e uma frota de 320 reboques. Atualmente, a Ko-tug opera no Reino Unido, Holanda, Bélgica e Alemanha, sendo detida em partes iguais pelas empresas Kotug In-ternational BV e Royal Boskalis West-minster NV. O acordo para a aquisição da Kotug Smit por parte da Boluda deverá estar concluído na segunda metade de 2019 mas está sujeito à aprovação das autoridades da con-

corrência e regulatórias dos quatro países onde está presente. Se a ope-ração for aprovada, a Boluda passa a marcar presença nos portos britânicos de Londres, Liverpool e Southampton, nos portos holandeses de Roterdão, Flushing e Terneuzen, nos portos bel-gas de Bruges-Zeerbrugge, Amberes e Gant, e nos alemães de Hamburgo, Bremen e Wilhelmshaven (onde a Bo-luda já opera desde 2017, através da aquisição da empresa Urag).A Boluda é líder de mercado no setor dos reboques portuários em Espanha e França e a segunda maior compa-nhia do mundo, atrás da Svitzer, do Grupo A.P Moller. Possui uma frota de 250 rebocadores e está presente em 83 portos mundiais.

Rebocagem

Tinita coloca novo rebocador ao serviço no Porto de AveiroA Tinita, empresa de prestação de serviços de reboques portuários, amarração e transporte de pessoal, colocou ao serviço um novo rebo-cador no Porto de Aveiro. A embarcação “Castelo de Leiria” tem 30 metros de comprimento, uma TAB de 293 toneladas e uma capacidade de tração de 56 toneladas.O “Castelo de Leiria” vem juntar-se aos rebocadores “Mercúrio” e “Salinas de Aveiro”, respondendo desta forma ao acréscimo de movi-mento verificado no Porto de Aveiro.Segundo aquele porto, “importa assinalar que os rebocadores de por-to têm normalmente um poder de manobrabilidade muito grande, de modo a responderem com rapidez e eficácia no auxílio aos navios nas suas entradas e saídas nos portos, e nas suas atracações e desa-tracações”.

A ENIDH, mais um ano, marcou presença na edição de 2019 da feira Edúcate que se realizou de 10 a 12 de abril no Centro de Convenções Atlapa na Cidade do Panamá. Esta feira foi organizada pelo IFAHRU (Instituto para la Formación y Aprovechamiento de Recursos Humanos), e contou com a presença de 83 instituições de ensino su-perior, cinco delas portuguesas. A Escola deu a conhecer aos visitantes da feira a sua oferta formativa para assim aumentar o contingente de estudantes panamianos na ENIDH, aproveitando as boas relações institucionais entre Portugal e o Panamá, iniciadas aquando da primeira des-locação realizada em 2018, e o elevado grau de satisfação dos alunos panamianos que concluíram os seus cursos na nossa instituição, e que já se encontram a trabalhar no Canal de Panamá e em outras grandes empresas do setor marítimo-portuário panamiano bem como de outros paí-ses, e aos quais agradecemos a sua presença na feira. É de salientar o apoio dado à ENIDH pelo IFARHU, a Embaixada do Panamá em Portugal e a Organização da feira Edúca-te. A edição de 2019 teve um número estimado de 20 mil visitantes, tendo o IFAHRU recebido cerca de dois mil pedidos de empréstimo para estudos no estrangeiro. Este ano notou-se uma maior procura pela oferta formativa da ENIDH graças, entre outros fatores, à divulgação dos cursos da ENIDH num programa da televisão panamiana, assim como nos stands da empresa Estudar Portugal e do IFAHRU, que projetaram os vídeos institucionais da ENIDH e os testemunhos de estudantes internacionais na nossa instituição. As expetativas do balanço final da presença da ENIDH na Feira Edúcate 2019 são muito positivas. O crescente número de alunos internacionais interessados em vir estudar para Portugal, demonstra que a aposta na internacionalização que a Escola está a prosseguir é a mais acertada e que a parceria com outros países é feita de sucesso e de partilha.

Participação da ENIDH na Feira EDÚCATE 2019 no Panamá

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International Chamber of Shipping

Portugal mantém nota positiva no desempenho do controlo de Estado de BandeiraPortugal obteve mais uma vez nota positiva em todos os indicadores que avaliam a per-formance dos países pelo cumprimento das suas obrigações como Estado de Bandeira. Os resultados constam no último relatório “Shipping Industry Flag State Performance Table – 2018/2019”, publicado recentemente pela International Chamber of Shipping (ICS).A ICS avalia anualmente o controlo de Es-tado de Bandeira dos diferentes países com registo de navios, através de cerca de duas dezenas de indicadores de performance, no-meadamente no que respeita às diferentes

ações desenvolvidas pelas respetivas Admi-nistrações Marítimas que, no caso portu-guês, está sob responsabilidade da Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), sob a tutela do Ministério do Mar.A nota positiva atribuída a Portugal, com base na totalidade dos indicadores, significa que o país cumpre com as suas obrigações internacionais, “evidenciando-se assim como um Estado de Bandeira de excelência e com sérias preocupações no cumprimento das suas obrigações em matéria de segurança

marítima, de proteção do ambiente marinho e das condições de vida e trabalho a bordo para os marítimos”, esclarece a DGRM.

Até fevereiro

Portos movimentaram mais 4,3% de carga

O armador holandês WEC Lines, em Portu-gal agenciado pela Ibero Linhas/WEC Ibero Portugal, está a operar quatro linhas no Porto de Setúbal, através do serviço MAPT, o mais antigo a operar entre Portugal e Marrocos, semanal e direto, há 30 anos. Este serviço WEC Lines começou a escalar Setúbal com a finalidade de descarga de contentores vazios para abastecer neste

porto os serviços semanais para o norte da Europa, com quatro diferentes rotações. Segundo o Porto de Setúbal, “estas apos-tas concretizam cada vez mais o objetivo da Ibero Linhas e WEC Lines Ibero Portugal de irem ao encontro das necessidades dos seus clientes, oferecendo uma crescente complementaridade de serviços também em Setúbal”.

Novas ligações

WEC Lines com 4 serviços no Porto de Setúbal

Os portos do continente movimentaram um total de 15,35 milhões de toneladas de carga no período janeiro-fevereiro deste ano, um desempenho superior em +4,3% relativa-mente ao período homólogo de 2018, revela a Autoridade de Mobilidade e Transportes (AMT).Ao período de dois meses corresponde um acréscimo global de +627 mil toneladas, com destaque para o contributo dos portos de Si-nes, Leixões, Setúbal e Viana do Castelo na anulação das quebras registadas nos portos de Lisboa, Figueira da Foz, Aveiro e Faro.O desempenho global positivo do período em análise deve-se às tipologias de carga produtos petrolíferos (+451 mil toneladas), carga contentorizada (+435 mt), carvão (+174 mt) e carga fracionada (+121 mt), inversamente às quebras de petróleo bruto,

outros granéis sólidos e produtos agrícolas. O relatório salienta que Setúbal e Leixões re-gistaram, neste período, a melhor marca de sempre no segmento dos contentores. Este segmento regista um aumento de +10% em

termos de desempenho global, com 495 814 TEU. Também o Porto de Sines registou um aumento de +14,1% face ao período homó-

logo de 2018, com um volume de 291.961 TEU, inversamente a Lisboa e Figueira da Foz, que registam variações negativas de -11,2% e -12,3% respetivamente. O Porto de Sines mantém a liderança deste segmento de mer-cado no período janeiro-fevereiro de 2019, com uma quota de 58,9%, +2,1 pontos per-centuais face ao mesmo período de 2018. Também o Porto de Leixões aumentou a sua quota para 22,3% (+2,5 %), inversamente a Lisboa e Setúbal, com um decréscimo de -3,1 % e -0,3 % respetivamente. Ainda no Porto de Sines, importa sublinhar o decréscimo do peso do transhipment no volume movimenta-do no próprio porto, e o forte crescimento no tráfego com o hinterland, o qual registou um acréscimo de +43,6%, superior em 24,3% ao volume movimentado em Lisboa e inferior em 27,4% ao Porto de Leixões.

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YoungShip Portugal

«Os jovens são o futuro do shipping português»O capital humano jovem é o futuro do setor marítimo-portuário a nível nacional e internacional. Assim defende a YoungShip e todos os seus departamentos espalhados pelo globo.

NASCIDA EM 2004, em Bergen, na Norue-ga, a YoungShip está atualmente presente em 22 países. Portugal entrou nos quadros em 2019, e sendo o shipping um negócio internacional, a comunicação com profis-sionais de outros países passou a fazer par-te da rotina diária de todos os membros da YoungShip Portugal.

Após fazerem a candidatura à YoungShip Internacional, os fundadores procuraram profissionais do shipping em Portugal, com espírito trabalhador e empreendedor, e as primeiras conversas foram «muito positi-vas». Além disso, e de forma a alavancar a asso-ciação desde o seu início, os fundadores es-colheram «uma pessoa com experiência, com espírito jovem, e que apadrinhas-se a iniciativa». Miguel Vieira de Castro,

presidente da APIBARRA, foi o escolhido, e cedo «demonstrou disponibilidade para se juntar ao projeto».À Transportes em Revista, a YoungShip Portugal explicou que o grande objetivo, neste primeiro ano de atividade, «é criar uma rede de contactos entre todos os profissionais do setor. Com esta rede, pretendemos criar sinergias não só para os nossos associados evoluírem profis-sionalmente, mas também para que as

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Pedro Venâncio [email protected]

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empresas nossas parceiras possam cres-cer».Todos os membros da YoungShip Portugal têm em comum terem estudado na Escola Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), mas relativamente ao percurso profissional, cada um tem o seu próprio caminho. «O conceito da YoungShip é mesmo este, partilhar várias experiências entre to-dos os associados e membros para fa-zer com que o setor marítimo-portuá-rio em Portugal evolua». Além disso, a YoungShip pretende que as pessoas mais experientes do setor proporcionem aos mais recentes profissionais uma abertura para adquirirem conhecimentos, contactos e até terem voz ativa no setor. «Queremos criar sinergias para trazer ideias inovadoras, novos métodos de trabalho e valor às empresas parceiras da YoungShip Portugal. Acreditamos que os jovens são o futuro da indústria e são eles que têm de dar continuidade ao shipping português, preocupando--se com o seu crescimento e sucesso». Encontrar parceiros – sejam empresas, as-sociações ou organizações – é umas das prioridades da YoungShip Portugal, «de forma a que haja uma integração dos jovens profissionais em eventos, confe-rências e congressos, dando-lhes uma voz ativa no mundo do shipping e no-vas oportunidades para crescer, expor as suas ideias e adquirir novos conhe-cimentos».Atualmente, a delegação portuguesa é composta por seis membros, de cinco

entidades diferentes. Questionada sobre que mais-valias pode trazer a pluralidade de intervenientes à associação e ao setor, a YoungShip elucida que «o que preten-demos é diminuir a distância que exis-te entre esses mesmos intervenientes e com isto criar oportunidades de diá-logo que numa situação, dita normal, do dia-a-dia, não existiriam. O facto de conseguirmos reunir num único espa-ço pessoas que tenham uma ideia que pode ajudar ao desenvolvimento do setor e outras que tenham as ferramen-tas para potenciar essa mesma ideia, é algo que acabará por ser indiretamen-te uma mais-valia para todos os que

trabalham no shipping». 2019 marca o arranque da YoungShip Portugal. «O pri-meiro ano de uma associação não é o mais fácil. Estamos a conhecer-nos, a construir a equipa e a tentar perceber de que forma conseguimos integrar--nos no setor». Até ao final do ano, a associação pretende alcançar os 100 asso-ciados, sendo a principal meta transmitir os valores e objetivos da YoungShip Portugal aos jovens do setor, e assim convencê-los a associar-se. A associação conta igualmente com três empresas parceiras e quer «ter-minar o ano com uma estrutura interna bem definida, um grupo de associados consistente para que o network seja

realmente interessante e um grupo de empresas parceiras satisfeitas e dispos-tas a colaborar em eventos do interesse do setor».«Confiança e apoio» são as promessas da YoungShip Portugal a futuros membros da associação: «abriremos as portas aos jovens com vontade de se integrar e ter uma presença ativa no setor». Já aos profissionais que atualmente desem-penham funções, a YoungShip Portugal quer transmitir «que a sua ajuda é es-sencial para o crescimento da associa-ção», ao mesmo tempo que a entreajuda de quem melhor conhece o setor, tornará a YoungShip Portugal «um grupo mais forte». Ao setor (de hoje), a YoungShip Portugal quer passar a mensagem de que os jovens (de amanhã), com «novas ideias e pen-samentos, facilidades em tecnologia e partilha de opiniões», vão «revolucio-nar o funcionamento das empresas».E o que é preciso para ser membro da as-sociação? «Ser português, ter até 40 anos e trabalhar em qualquer área do shipping: desde o departamento de im-portação/exportação de uma empresa, estivador num porto, marinheiro/oficial num navio, trabalhar numa agência de navegação, num broker, num armador, num transitário, ou em qualquer outra área relacionada com shipping».A nível global, os 27 departamentos da YoungShip International têm o objetivo de partilhar os seus contactos, eventos e even-tos dos seus parceiros. «É suposto cada

João Alves Idade | 24 anos Formação | Gestão PortuáriaCargo atual | Broker de cargas secas na Marship Corretagem Marítima

Miguel Batista Idade | 22 anos Formação | Gestão PortuáriaCargo atual | Serviço ao cliente, A.P. Møller – Mærsk

Raquel Nunes Idade | 25 anos Formação | Gestão de Transportes e LogísticaCargo atual | Responsável pelo desenvolvimento e promoção de cursos técnicos na Escola Europea Intermodal Transport, em Barcelona

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departamento crescer e ajudar a cres-cer através dos vários associados, sejam eles pertencentes ao seu [departamen-to] ou a outro. Todos os departamen-tos são convidados para os eventos dos restantes de forma a que a partilha de informação faça crescer a YoungShip».A média de idades dos seis membros da YoungShip Portugal ronda os 25 anos. Em conversa com a Transportes em Revis-ta, todos apontam que «houve um largo período de tempo em que o setor do shipping foi pouco valorizado pelas co-munidades mais jovens», razão pela qual ainda se considerar este setor envelhecido. Todavia, «a tendência tem vido a alte-rar-se e, nos últimos anos, é visível uma maior integração de jovem nas empre-sas», esclarecem.Segundo a associação portuguesa, «a ne-cessidade de renovar recursos huma-nos, por parte das empresas, cruzou--se com uma maior procura de jovens pelas diversas atividades nestes setor e assim sendo, temos hoje uma comuni-dade com uma média de idades inferior ao que poderíamos encontrar há vinte anos atrás».Hoje em dia, uma mentalidade jovem e desformatada está diretamente relacionada com evolução. Assim, para os membros da YoungShip Portugal, é importante sair «da zona de conforto». Porém, garantem: «enquanto jovens, somos muitas vezes integrados em empresas com processos

que naturalmente questionamos, e a resposta mais comum ao porquê de ser feito da forma atual é ‘porque sempre se fez assim!’».O setor do shipping vai ajustar-se, «é uma necessidade», acredita a YoungShip Por-tugal. «Organizações como a nossa re-presentam, por si só, um acordar dos jovens para a atividade que envolve o setor marítimo e um interesse em fa-zer parte de uma evolução absorvendo ao máximo o conhecimento que o dito setor ‘envelhecido’ pode partilhar, apli-cando a irreverência jovem ao desafiar tudo o que se conhece até então».Para estes jovens portugueses, «o setor, mais do que nunca, está disponível

para evoluir, particularmente em Por-tugal, severamente atrasado em rela-ção ao mercado internacional. As or-ganizações procuram soluções nos mais jovens, e se alguma resistência ainda houvesse a uma mudança de paradig-ma, cremos piamente que não tardará a desaparecer por completo».O setor marítimo-portuário é uma das principais alavancas da economia nacio-nal. Além de contribuir para o desenvol-vimento económico, ajuda direta ou indi-retamente à criação de novos postos de trabalho. «Enquanto jovens deste setor, queremos ver Portugal assumir cada vez maior preponderância no fluxo de trocas comerciais a nível internacional, não só pelo aumento do nosso número de exportações, mas também através da

utilização dos portos portugueses como hubs de transbordo, mas para que isso aconteça, temos de ser eficientes».Questionados sobre o potencial de Por-tugal em vingar internacionalmente, os membros da YoungShip Portugal são prag-máticos em afirmar que «o tempo de um navio em terminal é diretamente influenciado pela capacidade das ope-rações portuárias [nesse terminal]». As-sim, «numa perspetiva mais abrangente e olhando para o potencial dos termi-nais, não podemos olhar isoladamente para o desenvolvimento dos mesmos, uma vez que estes são ‘alimentados’ e ‘escoados’ quer por transporte rodo-viário, quer por transporte ferroviário, ficando assim diretamente dependen-tes».A importância da multimodalidade é as-sim evidenciada pela YoungShip Portugal, alinhada com uma evolução racional dos terminais portuários. «O desenvolvimen-to excessivo e unilateral dos terminais portuários não poderá ser opção, e é importante olharmos para a rodovia e a ferrovia como uma extensão das operações marítimas». Na opinião destes jovens, «com os investimentos certos, poderemos vir a ter capacidade para concorrer com os terminais de Barcelo-na ou de Algeciras, uma vez que Lisboa se encontra praticamente à mesma dis-tância que estes portos estão de Ma-drid».

André Rodrigues Idade | 28 anos Formação | Gestão de Transportes e LogísticaCargo atual | Team Leader do Departamento de Contentores, Transinsular

Rafael Russano Idade | 25 anos Formação | Gestão PortuáriaCargo atual | Responsável por reclamações, danos e mercadoria abandonada no Departamento Legal, MSC Portugal

João Monteiro Idade | 25 anos Formação | Curso de PilotagemCargo atual | Serviço ao cliente, A.P. Møller – Mærsk

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Portos Secos e Parques Seguros

Uma oportunidade de negócio à espera de investimento

Foi finalmente aprovado o decreto-lei que estabelece o conceito legal de porto seco. O diploma vem regulamentar os procedimentos de circulação de mercadorias e a sua entrada e saída do território nacional, potenciando a concentração e o desembaraço das mercadorias que circulam entre armazéns de depósito temporário. Mas esta medida pode ser também uma oportunidade de negócio, por parte dos stakeholders do setor, para criar parques seguros de apoio às operações logísticas.

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OS PORTOS SECOS atuam como nós inte-riores para a concentração de mercadorias, depósitos de contentores vazios e outros serviços logísticos de valor acrescentado. Estes hubs interiores permitem a concentra-ção dos volumes necessários para ligações intermodais frequentes diretas com portos e outros terminais intermodais. O Decreto--lei n.º 53/2019 de 17 de abril, veio regula-mentar os procedimentos de circulação de mercadorias e a sua introdução em territó-rio nacional, bem como os procedimentos de circulação de mercadorias a retirar do território nacional. Quando se trata da che-gada de mercadorias por via marítima, os operadores económicos podem optar pela circulação ao abrigo do regime de circula-ção entre armazéns de depósito temporário autorizados ou pela circulação ao abrigo do regime aduaneiro de trânsito. Quando se trata de saída de mercadorias do terri-tório nacional por via marítima, os portos secos e os operadores económicos envolvi-dos podem optar, através da Janela Única Logística (JUL), pela desmaterialização do controlo total da circulação das mercadorias e dos contentores entre os nós intermodais da rede e respetivas integrações, bem como pela sincronização multimodal de opera-ções entre várias entidades. De acordo com o documento, “a implemen-tação do conceito de porto seco comporta inúmeros benefícios ao nível do incremento da capacidade das autoridades competen-tes atuarem sobre a execução dos processos de transporte, dada a maior visibilidade de toda a cadeia logística, da otimização das operações multimodais, por via da partilha da informação, e da redução dos custos de contexto, designadamente do número global de viagens em vazio e de tempos de espera e congestionamento da saída das mercadorias”. Apesar de em Portugal já existirem platafor-mas/terminais, que agora se poderão tornar em portos secos e, que já colmatavam esta necessidade – permitindo a concentração da carga para ligações intermodais diretas com portos ou outros terminais intermo-dais – o Brexit veio acelerar a necessidade de rápida concretização desta medida. Se-gundo a Tutela, a saída do Reino Unido da União Europeia, “terá como consequência o

aumento da carga administrativa associada aos fluxos comerciais com o Reino Unido que passa a ser um país extracomunitário. A implementação do porto seco permite uma transferência rápida entre os terminais e os portos secos, assegurando o não estrangu-lamento dos portos nacionais, mantendo os níveis de eficiência que atualmente existem nestas ligações, mitigando os efeitos do Brexit e posicionando os portos portugue-ses como elementos naturais de ligação do Reino Unido à União Europeia”.

Diminuir distâncias e agilizar processosEm declarações à Transportes em Revista, o presidente executivo da APAT – Associação dos Transitários de Portugal, António Nabo Martins, refere que «a grande diferença é que não havia o “conceito legal” do Porto Seco e a transferência de carga entre portos e terminais era mais com-plexa, menos ágil e menos facilitada», adiantando que a nova lei irá tornar as re-des e cadeias logísticas «mais eficientes e apostando numa integração multimo-dal». De acordo com aquele responsável, os portos secos têm uma importância fun-damental, «pois permitem libertar mais rapidamente as mercadorias, permitem que o seu transporte seja mais rápido e célere, permitem a facilitação na trans-ferência das cargas, diminuição da bu-rocracia, minoração dos tempos de es-pera e ainda libertar espaço no “porto marítimo”, por norma menos disponível para armazenar de carga. Em certa me-dida vêm “diminuir as distâncias” entre o porto marítimo e o porto seco, fican-do estes agora muito mais próximos, em suma, uma verdadeira simplificação do processo». Já Bruno Silva, managing director da Medway realça que a decisão do Governo em avançar com esta medida era uma «la-cuna» e que «faltava uma clara definição e regulamentação do estatuto do Porto Seco». O diretor da operadora ferroviária salienta que a nova legislação irá permitir «uma maior aproximação dos portos aos centros de importação e exporta-ção, reduzindo os custos de transporte, na medida em que a ferrovia conseguir ser mais competitiva do que a rodovia». Para Bruno Silva, a grande vantagem dos portos secos são «proximidade e simpli-

ficação de procedimentos. No fundo, tratam-se de plataformas intermodais, com estatuto aduaneiro adequado que agilizam o fluxo logístico e que permi-tem congregar diferentes atividades da cadeia de valor no mesmo espaço».O presidente da ANTRAM, Gustavo Pau-lo Duarte, reconhece à Transportes em Revista que «este diploma apenas veio aproveitar as facilidades e a fiabilida-de da informação sobre movimentação de mercadorias que hoje circula via Ja-nela Única Portuária. Na verdade, em bom rigor este diploma legal é um bom contributo da Administração Aduanei-ra para aliviar alguns constrangimen-tos administrativos causados ao fluxo de mercadorias quer no movimento de importação quer de exportação». Nabo Martins, da APAT, adianta que a competi-tividade do sistema logístico associados aos portos secos e redes logísticas depen-de, em grande parte, «da eliminação de constrangimentos administrativos e da simplificação e agilização na transfe-rência de carga entre portos/terminais/plataformas, nomeadamente os que estão sob fiscalização aduaneira. Tendo em conta os ganhos resultantes da sua implementação, quando em articulação com todos os agentes e players do negó-cio, permite obter combinações sinérgi-cas para os operadores económicos que aí operam. A sua implementação per-mite ainda um aumento da capacidade fiscalizadora dos serviços aduaneiros, ao mesmo tempo que permite a otimização das operações multimodais, por via da partilha da informação e dos tempos de espera e congestionamento da saída das mercadorias». Apesar de admitir que os transportadores rodoviários de mercadorias possam vir a aproveitar «algum alívio burocrático na área aduaneira», Gustavo Paulo Duarte alerta que «nem é daqui que advêm os principais agravamentos nos custos de contexto. Outros, como os constrangi-mentos nomeadamente os físicos de acesso a áreas portuárias, ou as inefi-ciências de alguns operadores na recolha ou entrega das mercadorias de e para o transporte, causam muito mais impacto nos custos das empresas que represen-tamos». Por outro lado, o presidente da ANTRAM refere que «se esta solução cor-

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Pedro Costa Pereira [email protected]

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Parques seguros nos portos secos: uma oportunidade de negócio?A criação de uma rede nacional de portos secos, que funcionem como infraestruturas de segunda linha aos portos marítimos, é um dos grandes desafios que se avizinha. Mas será este um negócio de interesse para os investidores privados ou deverão

Pablo Hoya – Presidente da Europlatforms

«Segurança é fator diferenciador num parque logístico»A Europlatforms representa e defende o interesse das Plataformas Logísticas junto das instituições europeias e é composta por associações de cerca de dez países, que representam mais de 100 centros logísticos. O seu mais recente associado é a APAT, que assim passou a representar os parques, terminais e plataformas logísticas portuguesas dentro da Europlatforms.

DISCURSO DIRETO

responde às necessidades da realidade nacional, só o tempo, e toda a estrutura que irá suportar a implementação do conceito ora adotado, em substituição do anterior, nos poderá dar a resposta. Confiamos no entanto que os atuais cus-tos de contexto – designadamente do número global de viagens em vazio e de tempos de espera e congestionamento da saída das mercadorias – não sejam substituídos por outros de outra nature-za e com outros destinatários».É notória alguma preocupação por parte dos transportadores rodoviários em relação à efetiva implementação destas infraestru-turas, apesar de “aplaudirem” a criação da legislação e afirmarem que irão trazer mais eficiência e rapidez na movimentação de mercadorias, quer para os produtores, quer para os consumidores finais, constituindo-se uma mais-valia para a economia nacional.

Mas Gustavo Paulo Duarte toca num pon-to essencial: a localização destas mesmas infraestruturas. «Conforme o próprio De-creto-lei refere no seu preâmbulo, estes hubs interiores permitem a concentração dos volumes necessários para ligações in-termodais frequentes diretas com portos e outros terminais intermodais. Ou seja, a principal característica destas infraestru-turas reside na sua localização estratégi-ca. Deverão, por isso, situar-se em eixos relevantes na circulação de mercadorias quer de nível nacional quer ibérico, servi-dos por vários modos de transporte, que garantam não só a sua sustentabilidade como a sua consolidação como hub. Não querendo ser “velhos do restelo” nesta matéria, pensamos que se deverá refletir sobre experiências passadas para poder-mos evitar alguns erros e custos fora de qualquer contexto», salienta.

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ser promovidos pelo setor público? Para o presidente da ANTRAM, este é um negócio que deverá ser «inteiramente financiado e gerido por investidores privados, ou quanto muito, havendo participação do Estado, das autarquias ou do setor público, a qualquer título, esta deverá

Transportes em Revista (TR/– Qual a im-portância dos Parques Seguros na cadeia logística?Pablo Hoya (PR) – As Plataformas Logísticas, os Centros de Transporte, os Enclaves Logísti-cos, entre outros, estão a tornar-se cada vez mais relevantes dentro das cadeias logísticas. As plataformas logísticas concentram uma grande quantidade de mercadorias, assim como motoristas e agentes relacionados com o setor. Portanto, a segurança é um fator muito importante e diferenciador nos vários serviços que um nó logístico oferece.

TR – Qual o valor que traz aos clientes?PH – É uma relação win-win. Os gestores de infraestruturas que investem em seguran-ça oferecem aos seus usuários um serviço diferenciador em relação ao restante. Da mesma forma, os utilizadores dos parques, além de realizarem o seu trabalho de forma mais segura, têm uma poupança direta nas suas apólices de seguro. Por outro lado, as empresas de logística que utilizam estes par-ques oferecem maior valor acrescentado aos seus clientes finais.

TR – Cada vez mais, a flexibilidade e oti-mização dos processos administrativos

ligados às mercadorias são fatores es-senciais para a competitividade. De que forma os Parques Seguros podem ser um elemento facilitador para alcançar maior eficiência?PH – A digitalização de todos os processos associados à logística é uma das prioridades da União Europeia: a simplificação, padroni-zação e unificação de linguagens é um dos objetivos de curto prazo estabelecidos pela Comissão. Há dois anos, foi criado um grupo de especialistas (o Fórum Digital dos Trans-portes e Logística), do qual a Europlatforms é membro, com o objetivo de dar passos no sentido de uma maior harmonização digital do setor. Além disso, estamos a assistir a uma operação de concentração das empre-sas de navegação e, portanto, maior contro-le do mercado. Como resultado da concen-tração de negócios, a carga também está a ser concentrada em determinados portos. Diante deste novo cenário, as Plataformas Logísticas tornaram-se os principais focos de carga dos portos, que são forçados a retirar as mercadorias rapidamente das suas insta-lações. Esta maior integração das Plataformas Lo-gísticas na cadeia logística requer uma har-monização das comunicações entre todos os

agentes logísticos, incluindo as Plataformas Logísticas.

TR – Já existem decisões a nível da União Europeia sobre estas infraestru-turas? Qual a importância e o papel da Europlatforms?PH – No passado mês de fevereiro foi apre-sentado o documento “Study on Safe and Secure Parking Places for Trucks”, encomen-dado pela Comissão Europeia e que tem como objetivo conhecer a atual situação so-bre os parques seguros para camiões na Eu-ropa. A finalidade passa por estabelecer ca-tegorias que reconhecem o que é um parque seguro. Nas conclusões do estudo, quatro categorias foram apresentadas: Bronze; Pra-ta; Ouro e Platina, atendendo ao seu nível de segurança e serviços. Com base nas con-clusões deste estudo, a União Europeia criou um grupo de peritos (onde a Europlatforms também participa) que analisará a situação do parqueamento sob diferentes pontos de vista. As conclusões deste grupo de trabalho serão apresentadas à Comissão Europeia. Sempre com o objetivo de melhorar a segu-rança dos utilizadores e da carga nos par-ques logísticos, reduzir custos e melhorar a eficiência da cadeia logística.

ser sempre minoritária». Mas Gustavo Paulo Duarte esclarece que o setor público não se deve excluir e deverá mesmo «faci-litar todo o processo de licenciamento e construção, devendo mesmo ser criada uma via especial com prazos de resposta apertados por parte da Administração. Não podemos esquecer que este tipo de investimento, além de pesado do ponto de vista económico carece de um tempo também importante em termos de cons-trução e equipamento. Se o objetivo último deste diploma e do conceito de Porto Seco é agilizar o país então será importante levar este desígnio à letra em todas as fases». Já Bruno Silva, da Medway, adianta que estas infraestruturas interessam à empre-sa ferroviária do Grupo MSC «não como um negócio, mas como facilitadoras do transporte ferroviário». Recorde-se que

Medway adquiriu recentemente o TVT – Ter-minal Multimodal do Vale do Tejo, em Ria-chos, infraestrutura que já é um porto seco e que dispõe de diversas valências a nível logístico. Nabo Martins adianta um dado novo. A nova legislação irá permitir o sur-gimento «de novas oportunidades de ne-gócio, nomeadamente ao nível da cria-ção dos chamados “Parques Seguros”, zonas localizadas dentro dos complexos logísticos que asseguram maior seguran-ça para o transporte rodoviário e que possibilitam agilizar o processo logístico em toda a cadeia de transporte». Em Por-tugal e na Europa a falta de condições para parqueamento de veículos é uma realidade, com muitos motoristas a estacionarem os seus camiões em locais sem qualquer tipo de apoio ou vigilância, sendo muito comum ver os camiões parados em bermas de es-trada, áreas de serviço ou zonas industriais

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e urbanas. Portanto, a questão coloca-se: porque não criar parques seguros dentro dos portos secos, proporcionando condi-ções às viaturas e motoristas? Nabo Martins realça que «a pressão exercida pelo con-sumidor sobre a entrega do produto é cada vez mais exigente o que obriga a viagens mais longas e obviamente mais rápidas. Cada vez há mais motoristas e players do negócio em “viagem” e as jornadas de trabalho não podem ser contínuas, logo há que proporcionar lo-cais de repouso ao longo dos principais trajetos, que têm de ser equipados com as condições mínimas para a higiene, alimentação e repouso destes agentes mas também para evitar crimes que pos-sam ocorrer sobre as mercadorias trans-portadas. Há ainda um fenómeno novo, da emigração ilegal, que há que tentar controlar». Segundo dados da IRU (União Rodoviária Internacional), 17% dos moto-ristas de transporte rodoviário internacional de mercadorias foram atacados durante os últimos cinco anos. Destes, 30% foram alvo de ataques mais do que uma vez e 61% dos ataques tiveram lugar em parques de estacionamento ou áreas de serviço não vigiadas. Gustavo Paulo Duarte defende a existência de «um espaço em que os mo-toristas possam realizar as suas pausas e descanso a qualquer hora, sem qualquer preocupação, sem correrem perigo na sua integridade física, como acontece por essa Europa fora em muitos parques de estacionamento, mesmo os existen-

tes nas autoestradas, que por não serem vigiados, são frequentemente palco de assaltos à mão armada, a veículos e mer-cadorias ou mesmo de roubo de equipa-mentos com ameaças aos motoristas que se atrevam sequer a espreitar de dentro do veículo». António Nabo Martins acrescenta que a associação Europlatforms (ver entrevista) realizou um primeiro estudo em que «con-cluiu que há uma necessidade de 400 mil lugares de estacionamento seguros e apenas existem cerca de dez mil cer-tificados. O padrão de estacionamento da UE não é uniforme. Os níveis de se-gurança variam de muito baixos a muito altos, existe no entanto um nível míni-mo comum em termos de serviços para os motoristas e restantes agentes nas áreas de estacionamento que devem ser respeitados para obter a certificação».Já o presidente da ANTRAM considera que a existência de um parque bem localizado em termos de acessibilidade, com capacida-de de gerar novos fluxos de mercadorias e que possua condições para parqueamento de veículos de transporte rodoviário poderá «ser interessante do ponto de vista de aparecimento e desenvolvimento de no-vos negócios». E conclui: «além de tudo, um parque seguro deverá ainda poder oferecer aos motoristas condições de conforto e serviços de apoio que mini-mizem o facto de terem de realizar o descanso nos veículos, podendo mesmo haver condições para o cumprimento do

descanso semanal no parque cumprin-do a regulamentação europeia sobre a matéria. Um parque seguro poderá também ter como fator de viabilidade a oferta de pequenos serviços de repa-ração e de apoio aos veículos e à carga, como por exemplo zona reservada a ma-térias perigosas, ou zona específica para parqueamento de frigoríficos». Também António Nabo Martins reconhece nestes parques uma «oportunidade de ne-gócio», adiantando que «os vários opera-dores podem olhar para esta nova opor-tunidade e promover por exemplo a sua gestão como se olhou em seu momen-to para o estacionamento de ligeiros. Associado ao estacionamento seguro existem outros serviços que podem ser prestados, lavagens, reparações, manu-tenções, etc…». No entanto, o presidente executivo da APAT salienta que o mercado português ainda não reconhece o valor da existência de parques seguros, revelando que «há um trabalho enorme a fazer nomeadamente porque há necessidade de uma nova cultura – uma mudança mental – para a disposição de pagar e usar áreas de estacionamento seguras». Opiniões divergentes têm Bruno Silva, da Medway, e Gustavo Paulo Duarte. O diretor da Medway diz que o mercado não só re-conhece a sua existência como «começam a existir condições» para a sua implemen-tação, nomeadamente devido ao facto de «corresponderem a uma necessidade que já se vai sentindo». Por seu turno, o presidente da ANTRAM, refere que o mer-cado e os transportadores «já reclamam» a existência destas infraestruturas, uma vez que «a estada de uma noite num parque seguro será sempre mais barata que um semirreboque e a sua mercadoria rou-bados, a bateria ou um pneu furtados, ou um espelho partido ou uma lona ras-gada». Gustavo Paulo Duarte, adianta que «a sua inviabilidade e falta de ocupação só irão depender da sua má localização em termos de proximidade de um eixo rodoviário importante, do seu afasta-mento de um espaço urbano e ou da falta de comunicação com o mesmo, a falta de serviços de apoio ao motorista e, por último, se o preço de utilização e dos serviços não for compatível com os benefícios que ofereça aos motoristas e às empresas de transporte».

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Exportações aumentaram 25%

Economia do Mar acelera entre 2015 e 2018O Ministério do Mar revelou que durante esta legislatura (2015-2019), a economia do mar registou um crescimento acentuado. De acordo com a análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar, as exportações de bens do setor do mar em 2018 registaram um aumento de 25% relativamente a 2015. No último ano, o setor ‘azul’ registou mais de dois mil milhões de euros em exportações (2,2 mil milhões de euros), quase 500 milhões a mais do que o valor alcançado em 2015 (1,8 mil mi-lhões de euros). Segundo o ministério liderado por Ana Paula Vitorino, o crescimento da Economia Azul nacional “verifica-se também no Valor Acrescentado Bruto (VAB) das empresas do setor do mar. Segundo a análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar, em 2017 este valor representava 3,4% do VAB das empresas da Economia Nacional”. A Tutela realça que em 2015 o mesmo indicador fixava-se nos 2,86%, denotando assim um aumento na ordem dos 30% em dois anos e perto do dobro quando comparado com a legislatura anterior. “A manter-se este ritmo de crescimento, será possível alcançar a meta estabelecida pelo ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, para 2020: uma contribuição de 5% do setor do mar para o VAB da Economia Nacional”.

Entre as áreas do setor com maior crescimento entre 2015 e 2018, destaca-se em particular a marinha mercante, com um aumento de 94% do número de navios e de 269% do porte bruto (DWT), correspondente a mais 14 mil toneladas. Também a atividade portuária registou um desenvolvimento assinalável no mesmo período com um aumento de 56% no movimento de carga ro-ro e de 20% no movimento de carga contentorizada.Por fim, destaca-se também o crescimento da atividade de cruzeiros no continente, com um aumento de passageiros na ordem dos 21%, e o incremento das exportações dos pro-dutos de pesca em 21%, correspondendo a um aumento do volume de exportações em quase 200 milhões de euros.

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João Soares

Contentores: os eternos mal amados

tráfegosOPINIÃO

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Diretor-geral da Logimaris

T odos, pelo menos os que lidamos com eles, sabemos o que

é um contentor marítimo, para que serve, como é uti-lizado e a sua importância no comércio mundial dos dias de hoje.Quando ouvimos falar da importância estratégica dos portos, da sua ligação ao hinterland, da sua função intermodal e da sua importância na cadeia logística e de abastecimento, nunca se vê ou lê qualquer referência à logística dos contentores em si. Não nos referimos aos contentores com carga, mas aos contentores vazios.Quando um contentor chega com uma carga a um porto nacional, de-pois dos trâmites alfandegários necessários, segue para o seu destino final a fim de lhe ser retirada a carga que transporta. Após essa operação segue para um parque, a que vulgarmente se chama de segunda linha, para poder ser limpo, vistoriado e eventualmente reparado, para garan-tir que se encontra nas perfeitas condições estruturais e higiénicas para poder ser reutilizado numa futura carga de exportação ou, por vezes, movimentado em vazio para um destino onde será mais útil, garantindo que se encontrará apto a transportar o peso máximo permitido de carga (payload) dentro dos parâmetros da Convenção CSC (Convention for Safe Containers).Os nossos autarcas, e a maior parte dos nossos políticos, parece des-conhecer esta necessidade logística dos contentores, tendo uma total aversão à existência de parques de contentores nos seus feudos, os-tracizando-os para longe dos olhos dos seus eleitores, ignorando dessa forma o aumento de custos que isso acarreta em todo o sistema logístico e por reflexo na economia nacional e no ambiente. Sim, porque está tudo ligado.Em tempos idos fizeram-se estudos e mais estudos sobre estes assun-tos, como a rede nacional de plataformas logísticas, definindo-se áreas logísticas que incluíam também parques de contentores, os quais re-presentam uma atividade de prestação de serviços fundamental a todo o sistema. Mas no fim, nada se fez, nem existe qualquer ideia de o fazer, caminhando-se para um ponto em que, brevemente, os parques de contentores existentes serão escorraçados para distâncias dos portos em que se não tiverem um ramal de comboio e mais operadores de transporte ferroviário, resultará num aumento de custos de transporte e tráfego rodoviário, com todos os inconvenientes financeiros e econó-micos daí inerentes.Talvez fosse bom pensar no assunto e fazer os necessários planos para se resolver este problema que não é do futuro, mas do presente.

ATUALIDADESmarítimas

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Taxa de pagamento de 29,2%

Ministério do Mar refuta auditoria do TdC sobre taxa de execução do Mar2020

Segundo o Ministério do Mar, “a 31 de março de 2019, a taxa de pagamentos do Programa Mar2020 era de 29,2%, já tendo sido liquidados 137,5 milhões de euros aos beneficiários finais”.

O MINISTÉRIO DE ANA PAULA VITORINO refutou a auditoria do Tribunal de Contas (TdC) onde consta que a taxa de execução do referido Programa Mar2020 – programa comunitário de apoio às atividades ligadas ao mar e às pescas – foi de somente 13%. Segundo aquela auditoria, de um montante global de cerca de 508 milhões de euros, fo-ram executados apenas 66 milhões de euros. O TdC alerta assim para um “risco elevado de perda de financiamento europeu”, recomen-dando à ministra do Mar “reavaliar o modelo de gestão” para uma “condução efetiva do programa”.Em comunicado, o Ministério do Mar nega estes valores, dando conta que “a taxa de

compromisso é de 66,9% do total programa-do, equivalente a 318,1 milhões de euros de apoio público”. Por sua vez, “o investimento elegível total alavancado por estas candidatu-ras é de 424,5 milhões de euros”.Fonte ministerial esclarece que, “em final de 2018, o Programa cumpriu a regra N+3, ten-do a Comissão Europeia salientado os esfor-ços do Governo português na boa execução do programa, tendo sido atingidos os indica-dores do quadro de desempenho”. No mes-mo documento, pode ler-se ainda que “não se confirmam os receios apontados pelo Tri-bunal de Contas da perda de financiamento comunitário, quando na auditoria analisa os dados relativos ao final de 2017, desconside-rando as evidências mais recentes de cumpri-mento das metas intermédias”.O Ministério do Mar sublinha ainda, quando

o atual Governo tomou posse, em novembro de 2015, “todo o programa estava por imple-mentar”. Partindo com “dois anos de atraso em relação ao início da programação e mais de um ano de atraso em relação aos demais programas de financiamento europeu, po-demos afirmar que o Governo recuperou o tempo perdido e o Mar2020 está agora em velocidade de cruzeiro”.“Em sede de contraditório foram enviadas ao Tribunal de Contas evidências da execu-ção então existente e que já garantia o cum-primento da regra N+3, bem como da pro-gressão positiva dos indicadores fixados no quadro de desempenho para 2018. As con-clusões avançadas pelo Tribunal de Contas desconsideraram essas evidências, baseando--se apenas nos dados apurados com referên-cia a 2017”.

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ATUALIDADESmarítimas

20 TR 193 MARÇO 2019

Pedro Venâncio [email protected]

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TdC alerta para “risco elevado de perda de financiamento europeu”“Em 30 de junho de 2018, e sem considerar os anos de 2014 e 2015, os dois anos e meio de plena execução do Programa correspon-deram a uma taxa de execução financeira de apenas 13%. Evidenciam-se, assim, dificulda-des de execução do Programa que necessitam de ponderação pela Autoridade de Gestão. O baixo nível de execução neste PO representa um risco elevado de perda de financiamento europeu”, pode ler-se na auditoria do TdC.Todavia, “os indicadores de realizações apon-tam para um nível muito fraco de execução física, assente em boa parte em medidas de subsidiação”. Já quanto às operações concluí-das, “os dados apontam para uma execução nula ou inferior a 15% das metas a atingir em 2023 em 30 dos 41 indicadores definidos”. Os juízes do TdC alertam para os “riscos de o programa falhar na realização destes ob-jetivos”, além de assinalarem a “falta de in-

formação, o que impede a sua monitorização contínua e eficiente”.O Tribunal de Contas recomenda a Ana Paula Vitorino reavaliar o modelo de gestão do Pro-grama Mar2020, “assegurando os recursos humanos necessários ao acompanhamento eficaz dos organismos intermédios e à con-dução efetiva do programa”. Além disso, o órgão sublinha a necessidade da governante “refletir e ponderar medidas para garantir a realização das prioridades

com um grau muito fraco de compromisso e/ou execução”, bem como a redefinição das metas dos indicadores de realizações que “apresentem níveis de consecução irrealis-tas”.O Programa Mar2020, com uma vigência operacional entre 2014 e 2020, é um progra-ma dedicado ao mar e às pescas e o único programa, no âmbito do Portugal 2020, fi-nanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).

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ATUALIDADESmarítimas

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www.transportesemrevista.com22 TR 193 MARÇO 2019

António Belmar da Costa

Greves e mais greves

brisasOPINIÃO

[email protected]

Diretor Executivo da AGEPOR

C hego à triste conclusão de que, com a atual lei da greve, não há forma de vermos alguns dos direitos básicos de ci-dadania devidamente acautelados e assegurados. Pelo que

tem acontecido, cada vez com maior frequência, é possível ficar sem transportes públicos, sem aulas, sem cuidados de enfermagem, sem portos, sem gasolina, etc. por períodos cada vez maiores, sem que se possa fazer muito para alterar a situação. A atual lei da greve tudo permite. A greve deixou de ser o recurso que só é utilizado depois de esgota-dos todos os outros para, ao invés, ser o recurso a utilizar para condi-cionar todos os outros. Criam-se as condições, através de propostas irrazoáveis, para se fazer primeiro a greve e assim marcar terreno, para só depois se avançar com ganhos, quase assegurados, para ne-gociações. Esta estratégia é tanto ou mais bem-sucedida consoante se tenha o monopólio em determinados setores estratégicos e assim se consiga causar maiores danos a terceiros. Em termos pragmáti-cos, uma greve bem-sucedida deixou de ser avaliada pela justeza e equilíbrio das soluções encontradas, passando antes a ser medida pela quantidade de prejuízos que causa a todos. Já só falta que as estruturas sindicais façam comunicados referindo não a percenta-gem de trabalhadores aderentes à greve, mas antes a percentagem de cidadãos que por ela foram prejudicados.

Para agravar a situação, as greves que no passado eram dominan-temente públicas e/ou políticas “evoluíram” e passaram agora tam-bém a ser privadas. Constata-se com curiosidade como o agora po-der dominante as passou a classificar de boas e más, consoante os seus promotores estejam alinhados ou fujam ao seu controlo. É previsível, tal como tem acontecido que, com o quadro de cres-cente desalinhamento associativo dos trabalhadores das centrais sindicais “tradicionais”, o poder político tenha cada vez maiores di-ficuldades em lidar com greves, que invariavelmente descambam em situações que põem em causa a segurança nacional. Por isso, entendo urgente rever a lei da greve, conferindo-lhe uma proporcionalidade que hoje perdeu, evitando que uns poucos a uti-lizem para condicionar a vida de tantos e assim obterem tudo o que pretendem mesmo que economicamente irrazoável.

ATUALIDADESmarítimas

Logística e transporte marítimo

Noatum Logistics assina acordo para adquirir MIQ Logistics A Noatum Logistics, divisão especializada em logística, transporte internacional e serviços aduaneiros da Noatum Maritime, assinou um acordo para a aquisição da empre-sa norte-americana MIQ Logistics. Com esta aquisição, a Noatum Logistics estima posicionar-se “como uma das em-presas líderes mundiais na sua atividade, oferecendo maior valor acrescentado à cadeia logística de todos os seus clientes”. Com uma faturação consolidada superior a 600 milhões de dólares, a Noatum Logistics estará presente em 24 países. Além de triplicar a sua implementação territorial, incluirá mercados estratégicos como: Japão, Coreia do Sul, China, Hong Kong, Índia, Vietname, Tailândia, Singapura, Filipinas e Malásia (na Ásia); Reino Unido e Holanda (na Europa); México, Argentina, Colômbia e Peru (na América Latina); e os Estados Unidos.Os quadros de pessoal da MIQ Logistics e da Noatum Logis-tics ficarão integrados, pois não existe sobreposição geo-gráfica, exceto no Chile, onde as atividades são totalmente complementares. Simultaneamente, o novo perímetro de consolidação da Noatum Logistics impulsionará significati-vamente as sinergias com outras duas divisões do grupo: a Noatum Maritime Services e a Noatum Terminals.A operação, enquadrada no seu plano estratégico, trans-formará a Noatum Maritime, com sede em Espanha, num dos grupos líderes do seu setor à escala internacional, com mais de 2.400 funcionários e presença direta em 26 países.“Num contexto global complexo, no qual a especialização de negócio e o valor da cadeia logística são fundamentais, a Noatum Maritime fortalecerá muito significativamente a sua presença internacional com a aquisição da MIQ Logis-tics, que passará a integrar a nossa divisão Noatum Logis-tics”, explica Antonio Campoy, CEO da Noatum Maritime.Por sua vez, Rafael Torres, CEO da Noatum Logistics, con-sidera que “a MIQ Logistics tem a mesma visão estratégica de negócio segundo a qual respeita a diversificação setorial e quase triplicará a nossa implementação territorial direta com escritórios e localizações diversas. Ambas as empresas se complementam totalmente e a Noatum Logistics passa-rá a ter um alcance global em benefício de todos os nossos clientes”.Já o CEO da MIQ Logistics, John E. Carr, mostra-se satis-feito com esta operação: “fazer parte da Noatum Logistics, dar-nos-á força industrial e capacidade de desenvolvimen-to. Juntos, poderemos crescer mais rapidamente garan-tindo a todo o momento a satisfação dos nossos clientes. Este passo ocorre no momento adequado e com a melhor empresa”.

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“Guerra” comercial

Garland regista aumento das exportações nacionais para os EUA

Air Drones

Indra apresenta nova solução para gerir tráfego de UAV’s

A Garland Transport Solutions aumentou os movimentos de mercadorias de Portugal para os Estados Unidos, fruto da “guerra comercial entre os norte-americanos e a China”. Recorde--se que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, avançou, em setembro do ano passado, com a imposição das taxas alfan-degárias mais altas de sempre sobre 200 mil milhões de dólares de importações da China. Segundo a Garland, “esta foi a mais forte ofen-siva de um conflito que começou em março de 2018, mas que tem subido de tom de ambos os lados”. Peter Dawson, presidente do Grupo Garland explica que “o conflito entre os Estados Unidos e a China está já a fazer aumentar as exportações portuguesas para a América para compensar a ausência de produtos chineses em setores como têxtil, calçado, cerâmica, en-tre outros. Para responder a esta tendência de mercado, a Garland Transport Solutions assinou recentemente uma parceria com uma transpor-tadora norte-americana, que marca presença em todos os Estados Unidos”. Além disso, o responsável mostra-se confiante, acreditando “que as exportações portuguesas para os Es-tados Unidos terão condições para continuar a crescer no próximo ano”. Em 2018, a Garland

Transport Solutions registou um incremento de 4%, terminando o ano com um volume de negócios a rondar os 53,4 milhões de eu-ros. Segundo Peter Dawson, este crescimento é notório em todas as áreas dos transportes, todavia, as vias marítima e aérea têm regista-do um crescimento superior à terrestre. Perante a situação acima descrita, a empresa arrancou com uma série de novos serviços em mercados estratégicos, como Espanha, Japão, leste euro-peu, Alemanha, Itália, entre outros. Jorge Ro-cha, diretor dos serviços de Customer Service da Garland Transport Solutions, sublinha que “o plano para 2019 é consolidar os mercados de sempre como Inglaterra, Suécia, Suíça, Bél-gica, Alemanha, Itália e Espanha e crescermos em países em que queremos reforçar os nossos serviços, como é o caso de França”.

O Air Drones é a mais recente solução da Indra para gerir o tráfego aéreo não tri-pulado que “irromperá de forma massiva a curto-médio prazo no espaço aéreo de baixa altitude, abaixo dos 150 metros de altura, na maioria das cidades e países em todo o mundo”, descreve a empresa.Segundo a Indra, o Air Drones é a primeira solução a nível global capaz de oferecer a flexibilidade e capacidade de adaptação necessárias para gerir o tráfego a nível lo-cal, regional ou de um território completo. O novo sistema foi pensado para garan-tir a segurança das operações aéreas dos drones que irão voar nos centros urbanos com uma elevada densidade populacio-nal, núcleos rurais e perto dos aeroportos, onde os requisitos de segurança são exi-gentes. O sistema UTM (Unmanned Traffic

Management) da Indra será responsável por gerir todo o tráfego de veículos aé-reos não tripulados, identificar cada uma das aeronaves e controlar o seu acesso e movimentos de forma segura. Simultaneamente, a solução UTM Hub au-tomatizará a provisão de serviços centrais

de coordenação para todos os interve-nientes – onde irão conviver operadores, fornecedores de informação e autoridades – ao mesmo tempo que facilitará a inter-ligação com o sistema de tráfego aéreo (ATM) em tempo real e de forma bidire-cional.A plataforma Air Drones foi pensada para se integrar com as soluções de deteção e neutralização de drones, complementan-do as capacidades das mesmas. Recorde-se que a Indra tem o seu próprio sistema, denominado ARMS. Além disso, “proporcionará um serviço inteligente, altamente digitalizado e automatizado”, facilitando “o acesso rápido e simples a qualquer utilizador que queira pôr a voar o seu drone, ou uma frota deles, com total garantia de segurança”.

Novo cargo

Alberto Nobis é o novo CEO da DHL Express Europe Alberto Nobis é o novo CEO da DHL Express Europe, regressando ao Con-selho de Administração Global da DHL Express. Nobis foi diretor Financeiro Glo-bal da DHL Express entre 2009 e 2012 antes de assumir a lide-rança da empresa no seu país de origem, Itália, em 2013. Desde janeiro de 2019, o responsá-vel passou a assumir o cargo de CEO da Express Europe, lugar que antes pertencia a John Pearson, atual CEO Global da DHL Express.“É uma grande honra e um desafio estimulante ser nomeado CEO da DHL Express Europe. Nesta posição, posso contar com a experiência de dez anos que ganhei na DHL Express e com o apoio dos colegas e da nos-sa rede para melhorar o desempenho que podemos oferecer aos clientes na Europa”, afirma Alberto Nobis.

ATUALIDADESaéreas

23www.transportesemrevista.comMARÇO 2019 TR 193

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Investimento

Medway investe 1M€ na ZILS de Sines

Após sete meses

Porto de Algeciras recupera tráfego ferroviário de mercadoriasEstá operacional o principal acesso ferroviário de mercadorias do Porto de Algeciras, no sul de Espanha, após a conclusão das obras de reabilitação do troço entre Campillos e a estação de Bobadilla. Recorde-se que a principal ferrovia de ligação ao porto estava inoperacional desde o passado mês de outubro devido a temporais. A conclusão dos trabalhos vai permitir à Renfe Mer-cancías retomar o serviço ferroviário entre o terminal de Algeci-

ras, em Isla Verde Exterior, com o terminal de Madrid Abroñigal, de segunda a sexta-feira, em ambas as direções. Retomada a operação, o Porto de Algeciras vai poder “compe-tir, consolidar e aumentar os tráfegos de importação/exportação que beneficiam da maior conectividade mundial oferecida às companhias que operam no porto”, refere a autoridade portuá-ria daquele porto.

A Medway assinou um contrato de instalação de um novo investimento em logística na ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines com a aicep Global Parques que vai permitir alargar a prestação dos seus serviços no Complexo Portuário, Logístico e Industrial de Sines.“Com uma área superior a 30 mil metros qua-drados, por um período de 20 anos e com um investimento de cerca de um milhão de euros, a Medway fica assim provida de uma maior capacidade para prestação dos serviços logísticos, necessária para a captação de no-vos negócios e clientes”, esclarece a operado-

ra ferroviária. Carlos Vasconcelos, presidente do conselho de administração da Medway, considera que “a nossa presença em Sines, apesar de expressiva, estava a ficar aquém das nossas necessidades. Numa perspetiva de melhoramento da capacidade de respos-ta e alargamento de serviços, entrámos em negociação com a aicep Global Parques e as-sinámos um contrato de expansão que nos permite ir ao encontro do nosso objetivo de reforçar a presença da Medway em Sines”. Por sua vez, Filipe Costa, presidente da co-missão executiva da aicep Global Parques, re-

fere que “este novo investimento da Medway acompanha e dinamiza o aumento de pro-dução das unidades petroquímicas instaladas na ZILS, essenciais para alimentar a indústria transformadora em Portugal”.

Antigo terminal do SPC

Terminal Sul da Bobadela concessionado à MSC EntroncamentoA MSC Entroncamento apresentou a melhor proposta para a concessão da exploração do Parque Sul do Complexo Ferroviário da Boba-dela, cujo concurso público tinha sido lança-do no passado mês de março. A proposta da empresa do Grupo MSC, do qual faz parte também a Medway, foi, ao que a Transportes em Revista conseguiu apurar, bastante supe-rior à dos restantes concorrentes: o SPC – Ser-viço Português de Contentores (que deteve durante vários anos a concessão do espaço) e a Repnunmar. De acordo com o caderno de Encargos do concurso, “a adjudicação será realizada de acordo com o critério do preço mais elevado para a concessão de exploração dos bens de domínio público, considerando-se este como o valor mensal que o concorrente se dispõe a pagar por todo o período da concessão, não podendo esse preço contratual ser infe-rior a 39,3 mil euros por mês”. O Parque Sul do Complexo Ferroviário da Bobadela possui

uma área de 75.947 m2, para a realização de cargas, descargas e armazenamento de mer-cadorias transportadas por caminho-de-ferro, bem como para todas as atividades associa-das à logística de contentores, incluindo o parqueamento de contentores vazios, a sua inspeção e reparação. A concessão terá uma duração de cinco anos, com a possibilidade de renovação por períodos sucessivos de um ano até um limite de duas renovações, tam-bém em função do cumprimento das obriga-

ções e níveis de desempenho estipuladas nas peças do procedimento do concurso.Segundo a IP, “esta concessão enquadra-se na estratégia da Infraestruturas de Portu-gal para a valorização do negócio dos seus terminais, seja diretamente na atividade de-senvolvida nesses espaços, seja no estímulo que, por essa via, é induzido no transporte ferroviário de mercadorias na Rede Ferroviária Nacional”. Recorde-se que em novembro de 2018 a IP assinou com a ALB o contrato de concessão para a exploração do Parque Nor-te do Complexo Ferroviário da Bobadela. Em maio do mesmo ano, tinha lançado o concur-so para a concessão do Terminal Ferroviário da Guarda, no entanto, a IP decidiu excluir a única proposta que tinha sido apresentada pela K-Log e Transfesa. Já este ano, a MSC Entroncamento procedeu à aquisição do TVT – Terminal Multimodal do Vale do Tejo, locali-zado em Riachos, por um valor de 12 milhões de euros.

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ATUALIDADESferroviárias

24 TR 193 MARÇO 2019

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Transfesa Logistics

Transfesa alarga estratégia de negócios e passa a operador intermodalA Transfesa, operadora ferroviária de merca-dorias, alargou a sua estratégia de negócios para se tornar num operador intermodal de logística integrada, com operações interna-cionais, em cinco mercados europeus. Apoia-da pela estrutura do seu principal acionista – a DB Cargo – a Transfesa passa a designar-se Transfesa Logistics refletindo o compromisso em garantir uma gama completa de soluções multimodais de logística.A mudança de nome e orientação estratégica reflete-se igualmente na evolução assente em quatro pilares corporativos: orientação para o cliente, crescimento sustentável, respeito pelo meio ambiente e compromisso com a qualidade do emprego.A empresa possui atualmente uma rede com 74 mil metros quadrados de armazenamento e 1,1 milhão de metros quadrados de espa-

ço em centros logísticos de automóveis. Si-multaneamente, realiza por ano mais de 170 mil embarques entre comboios e camiões e transporta mais de um milhão de veículos.

Com uma equipa de 1.350 profissionais, a Transfesa Logistics opera em 66 centros espa-lhados em Portugal, Espanha, França, Alema-nha e Reino Unido.

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ATUALIDADESferroviárias

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Contrato assinado com a EMEF

Medway mantém manutenção do material circulante no Entroncamento

Investimento de 74,5M€

IP assina contrato para início da construção do troço Freixo/Alandroal A Infraestruturas de Portugal (IP) assinou um contrato para o início da construção do troço ferroviário Freixo-Alandroal, do Corredor Internacional Sul, que ligará o Porto de Sines a Caia. Adjudicada à MO-TA-ENGIL, a empreitada representa um investimento de 74,5 milhões de euros. Este é o segundo troço do Corredor In-ternacional Sul a ser adjudicado, depois da ligação entre Évora Norte e Freixo, no passado mês de fevereiro.“O novo troço da Linha de Évora, cons-tituído pelos troços Évora Norte/Freixo, Freixo/Alandroal e Alandroal/Linha do Leste, terá uma extensão total de cer-ca de 100 quilómetros, 80 dos quais de construção nova, em via única eletrifica-da (25 kV-50 Hz) sobre plataforma para via dupla, balastrada com carril UIC60 e travessa de betão polivalente (prepa-rada para receber a bitola europeia)”,

detalha a IP no seu sítio oficial.No traçado de 20,5 quilómetros, são ainda necessárias intervenções de ter-raplanagem e construção de sistemas de drenagem, bem como a criação de uma estação técnica. No total, serão igualmente construídas cinco pontes e quatro viadutos ferroviários, e ainda 16 obras de arte para a criação de desnive-lamentos rodoviários.A execução de caminhos paralelos e caminhos de acesso e emergência con-tíguos, a vedação do canal ferroviário e trabalhos preparatórios para a colo-cação de sistemas de Retorno de Cor-rente de Tração e Terras de Proteção (RCT+TP), telecomunicações, catenária e sinalização estão também incluídos na empreitada adjudica à MOTA-ENGIL.Recorde-se que o projeto é cofinanciado pela União Europeia, através do progra-

ma Connecting Europe Facility (CEF), ao abrigo de contratos de cofinanciamento com comparticipações que variam entre os 40 e os 50%.

A Medway anunciou a assinatura de um contrato com a EMEF para a concessão e exploração das instalações onde já eram efetuadas as operações de manutenção do seu material circulante. Esta foi a solução encontrada pelas duas partes, depois de ter sido anunciado que o acordo para a constituição de um ACE (Agrupamento Complementar de Em-presas), entre a Medway e a EMEF, tinha caído. Fonte da empresa ferroviária dis-se que as duas empresas “decidiram não implementar o ACE que haviam estudado para a manutenção e reparação do seu material circulante optando por um mode-lo alternativo, mais favorável para ambas as partes, que assegurará o mesmo objeti-vo: garantir a manutenção e reparação do material circulante da Medway”. A solução agora encontrada irá permitir “rentabilizar

o investimento público realizado ao longo dos tempos, a par com a criação de condi-ções de especialização e desenvolvimento de competências de manutenção das suas

locomotivas e vagões”, revela a Medway, adiantando que “tem vindo a prosseguir o seu caminho na internalização da manu-tenção do material circulante, em pleno

respeito pelos parceiros e enquadrado na estratégia definida”. A empresa refere ainda que “assegurada a utilização das instalações e tendo presente a aposta da Medway numa manutenção sustentável, encontram-se já definidas in-tervenções de reabilitação das instalações por forma a restituir as necessárias condi-ções de habitabilidade e de segurança no trabalho, as quais sustentam o fator huma-no que a Medway prima em desenvolver”.A empresa garante também que prevê re-crutar “mais de 50 profissionais, medida que permitirá assegurar a atividade de ma-nutenção de mais de 20 locomotivas diesel e 2.500 vagões, contando-se, naturalmen-te, com todos os que detêm competência no saber fazer específico que caracteriza esta atividade e que pretendam trabalhar com a Medway”.

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26 TR 193 MARÇO 2019

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28 a 30 de maio

9.º Congresso Rodoviário Português realiza-se no LNEC

Investimento de 6M€

Dourogás quer encerrar 2019 com 10 postos de GNV

O CRP – Centro Rodoviário Português irá realizar, nos dias 28 e 29 de maio, nas ins-talações do LNEC em Lisboa, o seu 9.º con-gresso nacional, evento que este ano terá o Brasil como país convidado. De acordo com a organização, “nos últimos 20 anos, o Con-gresso Rodoviário Português constituiu-se numa oportunidade única para o encontro de gestores, técnicos, docentes, investigadores e outros stakeholders do setor das infraestrutu-ras de transportes, num ambiente propício à partilha de experiências e ao estabelecimento de sinergias na procura de soluções para os novos desafios que se vão colocando ao setor em todos os países”. O tema do congresso, “Importância de boas práticas” tem como objetivo “dar relevância a uma forma de estar que é desejável incentivar

em todos os intervenientes no setor consubs-tanciada na necessidade de selecionar e im-plementar as melhores práticas em todas as atividades a realizar em cada uma das fases do ciclo de vida das infraestruturas. É através da adoção das melhores práticas que as con-cessionárias, as empresas e as instituições pú-blicas do setor podem melhorar a eficiência e ser mais competitivas”, revela o CRP. Durante o congresso irão estar em discussão diversas temáticas como, por exemplo, as políticas de infraestruturas de transportes em países da CPLP; mobilidade, acessibilidade e valoriza-ção do território; segurança rodoviária; am-biente e sustentabilidade; sistemas inteligen-tes de transportes e mobilidade, entre outros. A Transportes em Revista é media partner do 9.º Congresso CRP.

A Dourogás vai investir cerca de seis milhões de euros em três novos postos de abasteci-mento de GNV (Gás Natural Veicular) e 58 milhões de euros em redes de distribuição, revelou Nuno Afonso Moreira, presidente da Dourogás, em entrevista ao Negócios. Para 2019, a verba de investimento “deve andar na casa dos 25 milhões de euros”.Nuno Afonso Moreira acredita que o Gás Na-tural Veicular é um combustível que “está para ficar” e que, simultaneamente, “pode concor-rer com eletricidade renovável”. O presidente da Dourogás revela que a ambição da empre-sa passa por fechar 2019 com dez postos de abastecimento de GNV. “Somos líderes nacio-nais. Temos sete postos em operação e for-necemos mais de 500 veículos pesados e 300

ligeiros todos os dias”. Além disso, a empresa pretende investir em mais “quatro ou cinco” projetos relacionados com o biogás. Atual-mente, o posto de abastecimento de Miran-dela abastece três camiões diariamente, mas o objetivo é aumentar para dez o número de veículos, a curto prazo. Nuno Afonso Moreira

considera que “o setor do gás tem um papel muito importante a desempenhar na descar-bonização” e que “não há ninguém que possa dizer que para a indústria, nos próximos 20 anos, as redes de gás vão ser descontinua-das”.No caminho para a descarbonização, Nuno Afonso Moreira refere que “há serviços que são melhores com gás”, mas reforça que “existe lugar para as duas opções tecnológi-cas” [eletricidade e gás].Nesta entrevista, o responsável da Dourogás indica ainda que “há muita concorrência no mercado de gás ibérico” e que “no mercado europeu também se vê algum avanço das pe-trolíferas pelas empresas de gás”, adiantando que é “uma tendência para ficar”.

Novo cargo

Francisco Lopez assume presidência da GASNAMFrancisco Lopez é o novo presiden-te da GASNAM, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Joaquín Mendiluce. Formado em Química, com especialização em química orgâ-nica, pela Universidade Autónoma de Madrid, Francisco Lopez tinha a pasta de diretor de Promoção de Novos Ne-gócios da Naturgy.O atual presidente da GASNAM este-ve nos quadros da Naturgy durante 19 anos, assumindo diferentes cargos ao longo da carreira. Dentro da área de representação seto-rial foi membro da Câmara de Comér-cio da Espanha na Bélgica e Luxem-burgo (2016-2018), vice-presidente da COGEN Espanha (2012-2015), vi-ce-presidente da ADAP (2012-2015), membro do Conselho de Administra-ção da COGEN Espanha (2011-2012), membro do Conselho de Administra-ção da ADAP (2011-2012) e membro do Conselho de Administração da ACOGEN (2011-2012).

ATUALIDADESgerais

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Transformação digital

Globalização – Segurança e proteção informática

A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA deixou a des-coberto alguns problemas que facilmente exploram as vulnerabilidades que a tecno-logia deixa em aberto, fruto da evolução desenfreada de conceitos e soluções. Hoje em dia, o ritmo da evolução continua expo-nencial, e todos os dias novos desafios são

A globalização a que hoje assistimos no mundo dos transportes, comunicações, pessoas e comércio é exemplo de como os paradigmas mudaram radicalmente nas últimas décadas o modo como nos relacionamos com a tecnologia. Fomos e continuamos a ser absorvidos em busca de mais, melhor e serviços cada vez mais rápidos.

ultrapassados, novas fontes de energia são conhecidas, novos sistemas de mobilidade são apresentados. As redes informáticas são hoje o suporte principal de qualquer empre-sa. Operadores de transporte globais não vi-vem sem elas, o comércio não teria o mesmo alcance, nem tão pouco saberíamos onde,

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ATUALIDADESgerais

28 TR 193 MARÇO 2019

Pedro Galveia [email protected]

Yilport Iberia – Global Logistics Center

Daniel Ferreira [email protected]

CEO - PFConsultoria

Rui Lopes [email protected]

North America Sales Engineering Manager – Panda Security

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manter seguras as suas instalações, redes, ativos, dados, informação, gastando mi-lhões por vezes a tentar encontrar a melhor solução, mas a nossa primeira intervenção e solução começa dentro de “casa”.Todos os dias surgem novas notícias de ci-bercrime, que atormentam as organizações, sejam elas de que ramo forem, centrais de energia, transportadores marítimos ou ro-doviários, entre outros em todos os ramos de atividade. A necessidade de comunicar, trocar informação, e garantir que todos es-tamos conectados obriga o mercado a tentar ser célere na capacidade de resposta de pla-taformas e serviços.

O conceito de Soberania Digital estender-se-á à segurança cibernéticaDurante o ano passado, verificámos de que modo a geopolítica no domínio digital assu-miu um papel mais relevante, em resultado das posições mais protecionistas de países do ocidente como os Estados Unidos ou o Reino Unido e reações de outras potências como a Rússia e a China, originando um cli-ma de desconfiança entre países. Acredita-mos assim que esta tendência que começou no ano passado continuará a fortalecer-se em 2019, em especial na Europa, com um impacto importante nas estratégias e políti-cas governamentais relacionadas com segu-rança cibernética.Neste tema, existem também aspetos a ter em conta, nomeadamente na proliferação de multinacionais em setores de relevo em

alguns países. O domínio digital pode ser afetado e restringido por regulamentação nacional a este nível, mas em alguns ca-sos, passam alguns anos até haver legisla-ção nesse sentido, podendo haver também grandes discrepâncias em alguns países ou zonas do globo.

Aumento de ataques à “rede de distribuição” de softwareOs ataques à Supply Chain (rede de distri-buição de software) implicam uma infiltra-ção no processo de desenvolvimento de pro-jetos de software legítimo, mediante a qual os atacantes implementam código malicioso distribuído diretamente com as atualizações dos programas para os utilizadores. Duran-te 2019 é expectável que venham a acon-tecer mais casos deste tipo dada a eficácia da abordagem, e é previsível um potencial maior impacto uma vez que os ataques se podem disseminar muito rapidamente para milhões de sistemas. A confiabilidade no software legítimo aumenta aqui a dificulda-de de uma estratégia de prevenção.Mesmo nos softwares que consideramos legítimos e altamente protegidos, existem tentações para deste modo aproveitar os “cavalos de tróia” em veículos oficiais e pe-netrarem “oficialmente” à boleia de progra-mas que deveriam ser de proteção.

Transformação Digital e a SegurançaA Transformação Digital é uma inevitabi-lidade para as empresas que acarreta mu-

quando e em que estado se encontram as nossas encomendas. Estamos dependentes e intoxicados tecnologicamente em bits e bytes de informação, que pairam em nu-vens, como que no éter que antigamente era respirado pelos deuses gregos, em com-paração com o ar pesado que os humanos respiravam e onde hoje paira a informação que nos rodeia. A segurança e proteção es-tão hoje na ordem do dia. Todos os dispo-sitivos estão ligados em rede e necessitam de estar protegidos do exterior, bem como as comunicações que efetuam com outros sistemas.

Cibersegurança: o que podemos esperar em 2019?De acordo com informações compiladas pelo PandaLabs, o laboratório anti-malware da Panda Security, foi possível constatar que os ataques mais bem sucedidos de 2018 em ambientes corporativos continuaram a ser os baseados em ficheiros maliciosos, além de ataques ao protocolo RDP (Remote Desktop Protocol, utilizado para acesso remoto a servidores) combinados com técnicas de en-genharia social e em conjunto com o boom do Cryptojacking (acesso não autorizado de recursos para mineração de moeda eletróni-ca) e do Ransomware (restrição do acesso ao sistema infetado com uma espécie de blo-queio efetuando um pedido de resgate em criptomoedas). Expomos abaixo as principais tendências pre-dominantes em segurança cibernética para este ano, com dados já recolhidos inclusiva-mente neste quase findo primeiro trimestre.

Hacking “ao vivo”As novas técnicas de ataque “sem ficheiro malicioso” (i.e. utilizando ferramentas legí-timas e componentes nativos dos sistemas operativos), contrariamente ao malware “tradicional” baseado em ficheiros “infeta-dos”, continuarão a crescer a uma taxa cada vez mais elevada. Isto deve-se, por um lado, a uma maior dificuldade na sua deteção e, por outro, uma maior capacidade global de ataques cibernéticos, tanto por parte dos Estados como por grupos organizados (asso-ciados ou não a Estados).A intrusão em sistemas de navegação assisti-dos por GPS em navios, ou veículos autóno-mos, ou frotas de transporte rodoviário são problemas a ter em atenção hoje em dia. As empresas tentam a todo o custo conseguir

ATUALIDADESgerais

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danças radicais a processos de negócio em todas as partes da cadeia de valor. Embora atualmente se fale muito em transformação digital, não podemos esquecer que na base dessa transformação existe a componen-te humana. A transformação digital existe para criar valor para o cliente final e para a empresa, mas é necessário que as empre-sas disponham de recursos e capital humano habilitado e capacitado para conseguirem acompanhar essa transformação. Não se pode pensar em transformação digital sem se pensar numa transformação humana, o que nos conduz a uma gestão da mudança que as organizações se obrigam a fazer para conseguirem chegar à referida transforma-ção digital. É necessária uma reorganização interna, com equipas multidisciplinares e ainda mais ágeis e dinâmicas que consigam e otimizem essa capacidade de resposta, que tenham conhecimentos e formação sobre segurança.

EncriptaçãoHoje, sem dúvida, um dos temas mais fala-dos e abordados por todas as organizações, com a preocupação sobre a sua informação, comunicação e dados que tratam e circulam por esse mundo fora.

Embora um pouco por culpa do RGPD, a verdade é que a encriptação é usada há cen-tenas de anos. Ao usarmos encriptação de dados ou ficheiros, a nossa preocupação, além de tentar manter as nossas comuni-cações seguras, por forma a que não sejam intercetadas, é também “atrasar” (sim a pa-lavra atrasar é propositada), para que quem pretende aceder a essa informação demore mais tempo a decifrar o algoritmo que utili-zamos, pois mais tarde ou mais cedo ele será acedido, e com ele toda a nossa informação acedida e disponibilizada.Sim, devemos utilizar sistemas de encripta-ção, quanto mais não seja porque atrasam o acesso indevido aos nossos dados e infor-mação, e mesmo que essa informação seja intercetada enquanto encriptada de nada serve a quem a interceta.

Data Loss Prevention (DLP)Outra das maiores preocupações das organi-zações é conseguir lidar com a possível fuga de informação e dados das suas organiza-ções.Sabemos que hoje em dia através de email, de uma impressora de rede ou de um qual-quer dispositivo móvel é possível retirar in-formação de dentro das organizações, por

forma a retirar vantagem dessa informação, para utilização posterior.Estas plataformas de DLP, ajudam a prevenir e identificar quem acedeu a essa informa-ção, quem enviou ou tentou enviar e a cri-ticidade da informação envolvida, no entan-to é necessária uma grande maturidade da organização para colocar em prática estas aplicações, pois mal configuradas ou custo-mizadas de nada servem, e são apenas um investimento sem retorno.

Plataformas SIEM – Security Incident Event ManagementEstas plataformas pretendem ser o tudo em um das organizações. São cada vez mais uti-lizadas e procuradas, e pretendem dar uma visão unificada do que se passa dentro de uma organização, independentemente de onde ela se encontre, conseguem fazer a leitura da rede, dos ativos e tentar encontrar padrões de acessos indevidos, DDoS (ata-ques distribuídos de negação de serviço), interrupções ou latência, pacotes com dife-rentes identificadores, etc.A vantagem destas plataformas é poder concentrar a informação que circula nessa organização e disponibilizá-la para a gestão e operação, para que consigam compreen-der e perceber onde podem existir riscos de incidentes que possam afetar o normal fun-cionamento da organização.

Inteligência Artificial cada vez mais usada para ataquesAs mesmas ferramentas e conhecimentos utilizados para analisar grandes volumes de dados e produzir algoritmos inteligentes se-rão cada vez mais utilizadas por atacantes para fins maliciosos. Isto é explicado pela democratização destas ferramentas, bem como a disponibilidade de informação rele-vante sobre produtos de segurança – o que permitirá por sua vez projetar algoritmos que descobrem novas formas de ataque de forma automática.Este é o novo grande desafio e paradigma para a segurança de informação, a coneti-vidade hoje em dia entre os dispositivos, a capacidade de saberem sempre algo sobre as pessoas e organizações eleva este desafio para outro patamar. Como conseguir garan-tir a segurança nestas áreas, se nem em apli-cações como o Facebook a conseguimos? Um grande desafio passa precisamente pelas pessoas, estas têm de ser mais seguras de si

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ATUALIDADESgerais

30 TR 193 MARÇO 2019

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próprias, terem cuidados sobre a informação que partilham, pois através de sistemas que permitem a localização e partilha de infor-mação será muito fácil saber quem é, onde está, o que faz, os seus hobbies, onde tra-balha, a informação que partilha… ou seja, tudo, aplicando-se o mesmo príncipio no meio empresarial.

Mais ataques a routers e dispositivos IoT (Internet of Things)É provável que tenhamos durante 2019 um aumento de ataques não apenas a routers, mas também a dispositivos IoT de uma ma-neira geral, já que a segurança-padrão desses dispositivos é extremamente baixa e a sua atualização complexa – características que determinam um nível de proteção menor quando comparados com PC’s ou laptops.Na cadeia logística existem um sem número de avanços tecnológicos que dotaram arma-zéns, navios, contentores, camiões, terminais

de cargas e descargas de sensores e pequenos equipamentos com baixos níveis de proteção. Todos estes pontos são pontos de entrada de ataques. O seu nível de proteção deve ser tão elevado como o servidor de uma empre-sa. Num terminal automatizado, são muitos os equipamentos que podem ser ameaças de entrada na rede, e são já vários os casos conhecidos que levaram à paragem total de operações durante semanas. Os navios au-tónomos, brevemente serão outro exemplo vivo disso. Cabe em parte aos gémeos digitais também hoje em dia, dotar de mais proteção os sistemas reais, utilizando ferramentas que possam explorar as vulnerabilidades não ape-nas da rede de um modo geral, mas de cada equipamento em particular.

Utilização indevida de dados e notícias falsasA análise massiva de dados permite extrair perfis detalhados de preferências e tendên-cias pessoais dos utilizadores/empresas em

muitas áreas. Do mesmo modo que as no-tícias falsas/comentários pretendem influen-ciar a opinião e o comportamento político das pessoas, as informações pessoais/empre-sas disseminadas nas redes sociais – devida-mente analisadas e correlacionadas – podem permitir o desenvolvimento de ataques de engenharia social altamente sofisticados e personalizados. É possível, por exemplo, fa-zer alguém passar por outrem ou por uma instituição terceira, levando potenciais ví-timas a realizar ações ou comportamentos indesejados com muito maior eficácia. A utilização indevida de perfis, bem como a influência através de comentários negativos, mesmo que baseados em opiniões pessoais ou incorretas pode ter um impacto negati-vo nos negócios e visibilidade das empresas. Este tipo de ações são ataques encapotados às organizações, e a proteção não está ao nível do software ou hardware, pois vem de uma fonte de opinião pública, facilmente acessível.

ATUALIDADESgerais

pub.

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Para empilhadores

Bosch introduz sistema multicâmara no setor da logística

O sistema multicâmara que a Bosch desenvolveu para a in-dústria automóvel pode agora ser aplicado aos empilhado-res utilizados num armazém, introduzindo mais segurança na operação. Utilizando um assistente de monitorização, o sistema multicâmara pode fornecer uma visão de 360° em redor do empilhador – mesmo se transportar carga volumosa. Isto simplifica a tarefa de levantar e mover cargas, mesmo em espaços apertados. O sistema ajuda a manobrar com precisão e possibilita calcular distâncias com maior precisão e em mo-vimento. Os manobradores podem, assim, executar tarefas de logística de maneira simples, segura e eficiente.O sistema multicâmara consiste na junção entre uma unidade de controlo e quatro câmaras compactas de curto alcance. Trabalhando em conjunto, conseguem capturar e medir uma área de oito em oito metros. As câmaras foram originalmente projetadas para o segmento de veículos ligeiros, mas foram adaptadas às necessidades específicas do mercado de logís-tica.As câmaras estão posicionadas na frente, na traseira e em cada lado do veículo. Com uma abertura de quase 190°, cap-turam todo o ambiente em redor do veículo. Os motoristas veem uma representação realista de seu veículo através de um modelo 3D detalhado, transmitido num ecrã. Conforme o veículo se move, o ecrã ajusta em tempo real a visão do que rodeia o empilhador. Para melhor se adequar à finalidade do veículo, o fabricante pode pré-configurar o ecrã para exibir visualizações individuais ou de 360°, bem como imagens em todo o ecrã ou em modo de ecrã dividido. Atra-vés das opções pré-programadas, o manobrador pode então escolher a melhor vista para a tarefa em mãos.O sistema multicâmara pode projetar visualmente o caminho que o veículo está a percorrer nas perspetivas frontal, trasei-ra ou superior. Para que tal aconteça, a unidade de controlo mede o ângulo de direção, calcula a rota resultante e mostra--o no display. Se o ângulo de direção mudar, o sistema recalcula a rota e adapta o ecrã de acordo com as necessidades. A sobreposição de rota serve principalmente para auxiliar na manobra.

www.transportesemrevista.com32 TR 193 MARÇO 2019

António Nabo Martins

Mobilidade! – Quer-se móvel ou imóvel?

agulhasOPINIÃO

[email protected]

Presidente executivo da APAT

Q uando falamos de mobilidade tendencialmente pensamos na mobilidade das pessoas. Este pensamento está errado, ou seja, se enchemos as cidades com o transporte de mercadorias, como se movem as pessoas?Senão pensamos este processo como um todo, nada nem nin-

guém se mexe. As cidades cada vez mais concentram mais atividades e se a concentração de atividades reduz, por exemplo, custos, evitando a dispersão de serviços, por outro lado, quando congestionadas, não pou-pamos nada e ainda demoramos mais para executar tarefas e funções com reflexo objetivo e direto nos índices de produtividade.As grandes cidades de Lisboa e Porto estão hoje com mais pessoas, se por um lado batem-se recordes com o turismo, com a nova metodolo-gia dos passes de transporte e a recuperação imobiliária, mais pessoas voltaram para a cidade. Por outro, todas estas pessoas precisam de bens de consumo. Ora se todos estes bens são transportados por veículos que ocupam espaço e tempo às cidades então há que fazer algo.Julgo que é chegado o momento de pensar numa mobilidade mais sus-tentável.

Se o transporte de mercado-rias, ao mesmo tempo que é uma atividade essencial para o desenvolvimento eco-nómico e requer ambiente adequado para operar com eficiência, também é verda-de que contribui fortemente para os congestionamentos e sinistralidade. Temos de en-contrar alternativas de caráter operacional, como entregas noturnas, promover a cons-

trução de centros de recolha e distribuição nas entradas das cidades de forma articulada e pensada com os vários municípios, escolher e fasear esses acessos, definindo “canais de circulação” em horas de menor mo-vimento, utilizar veículos de distribuição mais pequenos, leves, móveis e menos poluentes.Do ponto de vista de infraestrutura, as cidades podem ainda implemen-tar plataformas logísticas, que são infraestruturas de alguma dimensão ou centros de distribuição urbana, menores, que recebem mercadorias de vários pontos e distribuem em veículos ligeiros, ou espaços logísti-cos localizados em zonas limítrofes (suburbanas) com veículos de baixas emissões de carbono, e pontos de entrega das mercadorias.Em 500 a.C, já Sun Tzu referia que a “a estratégia sem tática é o cami-nho mais lento para a vitória, tática sem estratégia é o ruido antes da derrota”, ou seja, estratégia é saber o que fazer quando não há nada a fazer, até porque “devagar se vai ao longe”. Oportunidades perdidas não voltam a acontecer.

ATUALIDADESlogísticas

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LIGEIROS

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PRIMEIRO FUSO ECANTER PARA PENSKE TRUCK LEASING

A Daimler Trucks North América en-tregou o primeiro camião ligeiro Fu--so eCanter à Penske Truck Leasing, que será utilizado em operações de distribuição urbana na Califórnia. O Fuso eCanter é produzido na fábrica do Tramagal para o mercado norte--americano, sendo depois totalmente desmontado e exportado em CKD. Após a chegada aos Estados Unidos, volta a ser montado e depois entregue ao cliente.“Estamos muito satisfeitos por iniciar-mos a introdução do eCanter na nossa frota”, referiu Brian Hard, presidente e CEO da Penske Truck Leasing. “Vamos continuar a investir nas mais recentes tecnologias inovadoras e viáveis para benefício dos nossos clientes. Com uma autonomia garantida de 100 quilóme-tros e opção de carga rápida, o eCan-ter é uma opção viável para as frotas

camião ligeiro com peso bruto de 7,5 toneladas é superior a 100 quilóme-tros. Mais de 100 unidades já se en-contram em operação em clientes no Japão, nos Estados Unidos, na Alema-nha, no Reino Unido, na Holanda e em Portugal.

DB SCHENKER RECEBE MAIS QUATRO FUSO ECANTER

No âmbito do programa de testes em clientes com o camião ligeiro elé-trico Fuso eCanter, a Daimler Trucks entregou mais quatro unidades ao operador de logística e transportes DB Schenker. Dois veículos serão uti-lizados na região de Paris, onde de-verão efetuar quatro viagens diárias com dez a 12 paragens, enquanto os outros dois serão operados em Frank-furt e na região de Estugarda, trans-portando encomendas para os clien-tes em zonas urbanas de forma quase silenciosa e sem emissões.

O primeiro camião ligeiro Fuso eCan-ter foi entregue à DB Schenker no fi-nal do ano passado e encontra-se em operação na cidade de Berlim. O operador logístico e de transportes iniciou negociações com a Fuso para incluir mais camiões eCanter na sua frota que se destinam a ser operados em outros mercados europeus. “Neces-sitamos de levar bens para os centros urbanos de uma forma mais sustentá-vel, independentemente das proibições aos veículos. A nossa experiência com o Fuso eCanter tem sido positiva, uma vez que se adequa perfeitamente às en-tregas aos nossos clientes em áreas ur-banas como Paris ou Frankfurt”, refere Tristan Keusgen, responsável de frotas na Europa da DB Schenker. Além de

Paris, Berlim e Frankfurt, o Fuso eCan-ter também se encontra em operação nas cidades de Londres, Amesterdão, Lisboa, Nova Iorque e Tóquio, estando em circulação mais de 100 unidades, que já percorreram mais de 300 mil quilómetros elétricos.Equipado com um motor elétrico de 129 kW, o Fuso eCanter oferece uma autonomia mínima de 100 quilómetros e uma capacidade de carga que pode chegar às quatro toneladas. A bateria do veículo pode ser carregada durante a noite, com recurso a carregadores de corrente alterna ou contínua, depen-dendo da disponibilidade. O tempo de carregamento pode ser reduzido para aproximadamente 90 minutos com a utilização de um carregador rápido.

MARÇO/ABRIL 2019

que procuram reduzir as emissões de gases e o ruído no contexto de distribui-ção urbana”. O Fuso eCanter vem equipado com um motor elétrico de 129 kW e ofere-ce uma capacidade de carga de 3,5 toneladas. A autonomia mínima deste

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LIGEIROS

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SPRINTER ELÉTRICO TESTADO NO CIRCULO POLAR ÁRTICO

Com o objetivo de avaliar o comporta-mento do Mercedes-Benz eSprinter sob as condições mais extremas, antes do seu lançamento comercial no segundo semestre deste ano, a Mercedes-Benz Vans efetuou um programa de testes na região de Arjeplog, no Círculo Polar Ártico. Os testes incluíram a condução sobre um lago gelado sob uma tempera-tura de 30 graus negativos para avaliar os efeitos do frio extremo sobre este veí-culo comercial elétrico, designadamente ao nível do comportamento dinâmico, da ergonomia e do conforto. O arran-que sob baixas temperaturas também

foi analisado, mas numa câmara de frio, onde também foram testados os compo-nentes da cadeia cinemática, o software e os interfaces. A Mercedes-Benz Vans adianta que es-tes testes de inverno em Arjeplog vieram confirmar que a versão do Mercedes--Benz eSprinter equipada com uma ba-teria de 55 kWh consegue oferecer uma autonomia mínima de 100 quilómetros, enquanto em condições de clima ameno esse valor pode atingir os 150 quilóme-tros. O eSprinter virá equipado com uma função de carregamento rápido que per-mitirá recuperar cerca de 80% da capa-cidade da bateria em cerca de 30 minu-tos. Esta será uma vantagem importante para uma utilização diária de uma viatu-ra que tem de estar disponível indepen-dentemente da temperatura. Numa pri-

meira fase, o Mercedes-Benz eSprinter estará disponível na versão de furgão de mercadorias com teto alto e peso bruto de 3.500 quilogramas. O compartimen-to de carga vão oferecer um volume útil de 10,5 m3, valor idêntico ao da versão de combustão. A capacidade de carga será de 900 quilogramas. Uma segun-da opção no eSprinter será uma bateria com capacidade de 41 kWh, que permite aumentar a capacidade de carga para 1.040 quilogramas, oferecendo, mesmo assim, uma autonomia de aproximada-mente 115 quilómetros.No capítulo mecânico, o Mercedes-Benz eSprinter dispõe de um motor elétrico que desenvolve uma potência de 85 kW e um binário de até 300 Nm. A velocida-de máxima pode ser configurada para 80 km/h, 100 km/h ou 120 km/h.

RENAULT APRESENTA EZ-FLEX, UMA SOLUÇÃO PARA O LAST MILE

A Renault apresentou o EZ-FLEX, um pequeno veículo elétrico, pensado para a distribuição na cidade. As dimensões exteriores estão otimizadas face ao vo-lume útil de carga, assim, o veículo tem um comprimento de 3,86 metros, uma largura de 1,65 metros e uma altura de 1,88 metros. A capacidade de carga é de três metros cúbicos. Além das suas pequenas dimensões que lhe permitem, por exemplo aceder a parques de es-tacionamento subterrâneos, o EZ-FLEX prima também pela agilidade, tendo um raio de viragem de 4,5 metros. A autonomia deste veículo é de 100 qui-lómetros.A fabricante francesa explica, em co-municado, que “no EZ-FLEX tudo foi pensado para responder às necessida-des do distribuidor. O interface homem--máquina inspira-se no universo dos smartphones, dispondo de serviços e

aplicações ligadas ao veículo, mas tam-bém podendo incluir aplicações ligadas à atividade dos diferentes profissionais que o utilizem. O carregamento de mer-cadorias foi otimizado, com uma altura ao solo ideal (760 mm). Este automóvel foi concebido para permitir a inclusão, na zona de carga, de uma vasta diver-sidade de módulos que respondam às necessidades específicas dos diferentes utilizadores a quem será disponibiliza-do”.O veículo vai ser testado, cerca de dois anos, por diversos profissionais, em-presas em algumas cidades europeias. Este veículo está equipado com capto-res que permitirão coletar vários tipos de dados: geolocalização, quilometra-gem, autonomia, velocidade, número de paragens, etc. Estes dados serão descarregados em tempo real e permi-tirão compreender a real utilização no quotidiano.A análise destes dados, complementa-da com a opinião dos utilizadores, vai permitir à Renault conceber, no futuro, automóveis mais adaptados às evolu-

ções da logística urbana. Através des-ta experiência, a Renault enceta uma nova abordagem para preparar e con-ceber as futuras inovações. Este tipo de abordagem, que constitui uma ruptura no setor automóvel, está muito próxima das práticas utilizadas noutros sectores como, por exemplo, o gaming.

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4 MARÇO/ABRIL 201816

Atualmente, a Ford já propõe uma solu-ção 100% elétrica direcionada para a distribuição na última milha, no âmbito do projeto conjunto com a StreetScoo-ter. Desenvolvido com base na Transit de 2,0 toneladas e montado na fábrica Ford de Colónia, o StreetScooter Work XL dispõe de um sistema de propulsão elétrico e já está ao serviço da DHL na Alemanha. Ainda este ano serão intro-duzidos outros veículos Work XL em alguns projetos-piloto de outras empre-sas na Alemanha, Holanda e Bélgica. Para as empresas de distribuição que necessitam de entrar e sair de zonas urbanas com restrições de emissões, a Ford está na fase final de desenvolvi-mento do furgão Transit Custom Plug-In Hybrid, estando já a ser realizados testes com clientes em Londres, ao abrigo de um programa que também prevê testes adicionais em Valência e Colónia. A Ford Transit Custom PHEV vem equi-pada com um motor elétrico/gerador que faz acionar as rodas dianteiras, sen-do alimentado por uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 13,6 kWh, possibilitando uma autonomia de

até 50 quilómetros. O sistema é comple-mentado por um motor a gasolina Ford 1.0 EcoBoost, que funciona como exten-sor de autonomia, permitindo aumentar o raio de ação operacional para 500 quilómetros.No evento “Go Further”, a Ford adiantou que a oferta do Transit Custom PHEV será acompanhada pelo Tourneo Cus-tom Plug-In Hybrid, que oferece uma lo-tação de oito lugares e apresenta uma característica pouco habitual no seg-mento, que consiste numa configuração de duas filas de bancos traseiros no formato conferência para assegurar um melhor acesso e uma maior interação entre passageiros, ou, em alternativa duas filas de bancos virados para a fren-te. Estes dois modelos estarão à venda no final de 2019.Um pouco mais cedo, isto é, no segundo semestre deste ano deverá ser lançada a tecnologia mild-hybrid nos modelos Transit, Transit Custom e Tourneo Cus-tom, que permite uma redução no consu-mo de combustível de aproximadamente 3% em comparação com o motor diesel 2.0 EcoBlue.

A Ford vai lançar novos veícu-los comerciais eletrificados baseados na família Transit e novas soluções conec-tadas para aumentar a produtividade dos clientes. A gama vai incluir furgões elétricos com extensão de autonomia para o transporte de mercadorias e pas-sageiros – Transit Custom PHEV e Tour-neo PHEV – que deverão ser lançados comercialmente até final de 2019, assim como um furgão Transit de 2,0 tonela-das totalmente elétrico, que será intro-duzido em 2021. Estas foram algumas das novidades para os comerciais ligeiros anunciados pela Ford no evento “Go Further”, realizado em Amesterdão. Uma das surpresas con-sistiu na apresentação do protótipo da Transit elétrica, que será proposta em múltiplos formatos de carroçaria, com uma carga útil competitiva e conecti-vidade integrada. O grupo propulsor elétrico está a ser desenvolvido para as-segurar uma autonomia diária de opera-ção viável para empresas sediadas nos centros urbanos, com disponibilidade em todas as condições meteorológicas e ao longo de toda a vida útil do veículo.

FORD ELETRIFICA GAMA TRANSIT

A Ford vai introduzir soluções eletrificadas na sua gama de veículos comerciais, designadamente nos modelos Transit/Tourneo Custom e Transit.

LIGEIROS

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5MARÇO/ABRIL 201816

PESADOS

DPD E EAV DESENVOLVEM ECARGO BIKE

ALEMANHA INAUGURA PRIMEIRA AUTOESTRADA ELETRIFICADA

O fabricante britânico de bicicletas elé-tricas de carga, EAV (Electric Assisted Vehicles Limited) e o operador de trans-porte expresso DPD desenvolveram um novo veículo Project 1 eCargo, que se destina à entrega em zonas urbanas de encomendas e pacotes. Trata-se de um quadriciclo com assis-tência elétrica e com um guiador idên-tico ao de uma bicicleta elétrica. A e--Cargo Bike dispõe de um botão que permite acelerar até aos 10 km/h, gra-ças a um motor elétrico que facilita as deslocações mais longas ou em subidas mais acentuadas. A sua largura exterior de 1,04 metros foi otimizada para circu-lação nas ciclovias.

Foi inaugurado o primeiro troço de au-toestrada eletrificada para camiões, na Alemanha. O projeto eHighway con-templa cinco quilómetros de via eletrifi-cada na A5 entre Langen/Mörfelden e Weiterstadt, em ambos os sentidos. No total, a rede possui 229 postes de forne-cimento de energia. O investimento total foi de 14,6 milhões de euros, assumidos pelo Ministério Fe-deral do Ambiente.Depois de vários testes-piloto, vão circu-lar camiões nesta autoestrada em con-dições reais de tráfego. O objetivo é avaliar o impacto da circu-lação de camiões elétricos juntamente com o restante trânsito, assim como cal-

Na versão com comprimento total de 1,94 metros e pode transportar seis contentores postais e oferece uma ca-pacidade de carga de 150 quilogramas numa plataforma totalmente estável. O Project 1 eCargo vai começar a ser utilizado pela DPD no Reino Unido a

cular o custo adicional de manutenção das infraestruturas rodoviárias.Na A5, entre Langen/Mörfelden e Wei-terstadt, circulam mais de 130 mil veícu-los por dia, entre os quais 13 mil veículos pesados. Reduzir o impacto ambiental provocado pelos elevados níveis de emissões é o objetivo do Ministério Fe-deral do Ambiente, que assegura que “se funcionar aqui, funciona em qualquer lugar”. Todavia, não é expectável a ele-trificação de toda a rede de autoestra-das. Aquele ministério estima que, na Alemanha, mil quilómetros de autoes-trada eletrificada seriam suficientes para garantir o transporte sustentável de mercadorias. O custo por quilómetro eletrificado ronda um milhão de euros. Numa fase inicial, será o ministério a suportar a fatura da energia utilizada para carregar os camiões. Em curso, está já a construção de um segundo troço eletrificado no estado alemão de

Schleswig-Holstein, que estará pronto até ao final do presente ano. Um tercei-ro troço está definido para o estado de Baden-Württemberg. Os três projetos resultam de um investimento global de 50 milhões de euros do Ministério Fede-ral do Ambiente. A Scania, em parceria com a Volkswagen e a Siemens, fazem igualmente parte deste projeto. Segun-do a construtora sueca, um camião elé-trico adaptado a estas infraestruturas, pode custar entre 50% e 75% mais que um camiões convencional, sendo o custo de manutenção e carregamento poste-riormente inferiores. Atualmente, a au-tonomia máxima de camiões destas di-mensões é somente de dez quilómetros, sendo o objetivo a curto prazo, alargar a duração para 60 quilómetros.Recorde-se ainda que, além da Alema-nha, também a Suécia e os Estados Uni-dos da América já contam com troços de autoestrada eletrificada.

partir do próximo mês de julho. O veícu-lo é compatível com todas as estações de carregamento, mas as baterias são removíveis, não apenas por uma ques-tão de eficiência operacional mas tam-bém para dar resposta aos desenvolvi-mentos tecnológicos nesta área.

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EQUIPAMENTOS

A Repsol inaugurou o primeiro ponto de recarga ultrarrápida para veículos elé-tricos da Península Ibérica e um dos pri-meiros no Sul de Europa. A instalação, localizada na estrada N-I em Lopidana (Álava), permite recarregar a bateria de veículos compatíveis, entre cinco e dez minutos, semelhante ao que acon-

tece no reabastecimento convencional. O sistema está localizado na estação de serviço Repsol e tem uma potência máxima de 700 quilowatts (kW), que pode ser dividida entre quatro polos de abastecimento, dependendo da capa-cidade das baterias do veículo. Assim, pode ser configurado para oferecer 350 kW simultaneamente a dois veícu-los ou para recarregar quatro com 175 kW cada. O ponto de recarga ultrar-rápida de Lopidana foi instalado pela

Ibil, empresa constituída pela Repsol e o Ente Vasco da Energía (EVE) com o objetivo de desenvolver tecnologia, serviços e capacidades na área de re-carregamento elétrico, que é operado e será mantido pela mesma empresa. Para que todos os veículos elétricos existentes no mercado possam utilizar esta infraestrutura, os novos pontos in-corporam o padrão de recarga Combo CCS (até 350 kW) e CHadeMO (até 100 kW).

REPSOL INAUGURA PONTO DE CARGA ULTRARRÁPIDAEM ESPANHA

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Aproximação ao cliente

Linde Barcelona estreia novas instalações em Gavà

A Linde Barcelona transferiu a sua sede da central ibérica de Pallejà para as novas insta-lações na localidade de Gavà, na Catalunha. Segundo a empresa, o objetivo passa por ga-rantir aos clientes um serviço de proximida-de e eficiente. No espaço de três mil metros quadrados, a Linde disponibilizará toda a sua carteira de serviços integrais, além de contar com um showroom e salas para a formação de condutores de empilhadores.As novas instalações, no Parque Empresarial Gavà, situam-se numa zona estratégica dos arredores da Cidade Condal, com entrada e saída direta para a autoestrada C-32, a sete minutos do aeroporto de El Prat e do Porto de Gavà. Jaime Gener Bover, diretor-geral da Linde Material Handling Ibérica considera que

“estas novas instalações refletem o compro-misso da Linde Material Handling Ibérica para ampliar a cobertura das nossas soluções a um maior número de clientes da sempre ativa Província de Barcelona. As nossas propostas de serviços incluem desde a consultoria para a intralogística, empilhadores novos, recondi-cionados e de ocasião e serviços pós-venda, até serviços de aluguer por dias, semanas ou meses, consultoria e soluções de segurança, gestão de frotas ou financiamento. Tudo de forma personalizada e com a tecnologia mais eficiente”.“Na Linde, temos uma aposta firme. Quere-mos garantir sempre o sucesso dos nossos clientes e proporcionar-lhes um serviço de alta qualidade e próximo”, conclui Jaime Gener.

No dia 4 de abril

APAT integra associação EuroplatformsA APAT – Associação dos Transitários de Portugal foi aceite, por unanimi-dade, na Associação Europlatfor-ms – European Logistic Platforms. A adesão da APAT àquela entidade foi formalizada durante uma assembleia--geral que teve lugar em Salamanca, no passado dia 4 de abril. A Euro-platforms representa e defende o interesse das Plataformas Logísticas junto das instituições europeias e é composta por associações de cerca de dez países, que representam mais de 100 centros logísticos. Segundo a APAT, esta adesão irá permitir-lhe re-presentar “os seus associados na UE através desta Associação Europeia que neste momento está empenhada e representada nos “Expert Group of a Digital and Logistic Forum” (Docu-mento de Transporte Digital) e nos “Expert Group of safe and secure Parking Areas”.

Nos EUA

UPS inicia entrega de amostras médicas via drone A UPS lançou um serviço de entrega de amostras médicas via drones não tripulados, em colaboração com a Matternet, empresa líder em tecnologia de drones autónomos. O novo serviço será realizado no campus da Wakemed, um complexo hospitalar na área metropolitana de Raleigh, na Carolina do Norte (EUA), com a supervisão da Adminis-tração Federal de Aviação (FAA) e do Depar-tamento de Transporte da Carolina do Norte (NCDOT).O programa de três anos pretende testar aplicações práticas de drones por meio de parcerias entre governos locais e empresas do setor privado com o objetivo de entender como pode esta tecnologia emergente ser integrada de forma segura e útil nas ativida-des do dia-a-dia.O drone utilizado é um quadcopter M2, da Matternet, alimentado por uma bateria re-

carregável de iões de lítio, podendo trans-portar cargas úteis até dois quilogramas e percorrer distâncias até 20 quilómetros.

Chris Cassidy, presidente da Estratégia Glo-bal de Healthcare & Life Sciences da UPS, considera que esta secção da empresa está

“entusiasmada em expandir o portefólio de logística de espécimes de laboratório para estimular a mudança dos modelos de entre-ga atuais. Usar drones para trazer sangue e outras amostras diagnósticas de instalações médicas para laboratórios centrais, vai me-lhora a eficiência do transporte como nunca antes. E com menos veículos na estrada, ge-raremos menos impacto ambiental”.Por sua vez, Andreas Raptopoulos, CEO e fundador da Matternet, refere que, “jun-tamente com a UPS, pretendemos mudar o status quo da logística sob procura para sistemas de saúde nos Estados Unidos por meio de redes de entrega por drones. A nos-sa tecnologia permite transportar amostras e produtos médicos num nível sem preceden-tes de velocidade e previsibilidade, resultan-do num melhor cuidado com o paciente e economias operacionais”.

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Em dois anos

DB Schenker anuncia investimentos em Portugal de 6M€A empresa alemã DB Schenker quer reforçar a sua presença em Portugal, investindo sobretudo na zona centro do país. No total, prevê investir seis milhões de euros e continuar a crescer.

A DB SCHENKER PREVÊ INVESTIR, nos pró-ximos dois anos, seis milhões de euros em Portugal. Um milhão será investido ainda este ano na zona centro do país. A empresa está, no momento, a avaliar qual será a me-lhor localização e tipo de equipamento, mas o objetivo é dar resposta às necessidades dos clientes e, em simultâneo, acompanhar o crescimento do mercado em que se insere. Paralelamente, a DB Schenker tem previsto um investimento, no âmbito da Logística Contratual, de cinco milhões de euros em Lisboa e no Porto, entre 2019 e 2020.“Estamos a crescer em Portugal e quere-mos continuar a crescer”, disse Juan Carlos Moro, CEO para a Península Ibérica da mul-tinacional alemã. Num encontro com jor-nalistas, Luís Marques, diretor da empresa em Portugal, assegurou que a DB Schenker “quer garantir que acompanha o crescimen-to do mercado português e que consegue encontrar soluções para todos os clientes, incluindo pequenas e médias empresas e mesmo particulares, apostando na rede que a empresa tem a nível global”.A DB Schenker está em Portugal há 50 anos e tem seis escritórios, mais de 25 mil metros quadrados de espaço de armazenagem e mais de 320 colaboradores. A empresa falou ainda da plataforma apre-sentada no início do mês, a Connect 4 Land. Trata-se de uma plataforma online, de úl-tima geração, que pode ser acedida pelo computador, tablet ou smartphone com

acesso à internet. Disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, a nova ferramen-ta foi idealizada para remessas individuais de até 2.500 quilogramas, além de oferecer, de forma imediata, informações sobre os preços, agendamento e rastreamento.O objetivo é também crescer em número de clientes pelo menos “até aos dois dígitos” (atualmente são entre seis e sete mil clien-tes), mas também aumentar entre 10 e 20% o quadro de recursos humanos da empresa, disse Luís Marques.Com o objetivo de responder às necessida-des dos clientes de outras divisões de trans-porte e, aliando isto à filosofia inovadora e digital da empresa, em breve a DB Schenker lançará o Connect 4 Ocean e Connect 4 Air, plataformas de reservas online para trans-portes marítimos e aéreos.As soluções que a multinacional disponibili-za aos clientes são vastos, incluindo também o serviço Direct de transporte terrestre de mercadorias, onde também há novidades, nomeadamente as opções Full Truck Load (FTL – mais de 55 m3) e Less Than Truckload

(LTL – menos de 55 m3). A empresa escla-rece que “com estas novas opções, a DB Schenker é responsável pela disponibilidade de espaço de carga por ter a sua própria frota”. As novas opções Direct permitem ao cliente beneficiar de maior velocidade, se-gurança e precisão de planeamento para as suas remessas. O serviço tem dias fixos para a recolha e entrega, ambas com pré-aviso. Com um processo de reserva totalmente digital através da plataforma eSchenker, acessível 24 horas, sete dias na semana, a empresa grande o “máximo de eficiência”. O serviço Direct está disponível em toda a Europa e permite o acompanhamento das mercadorias em tempo real através da pla-taforma digital.Em 2018, a nível global, a DB Schenker re-gistou mais de 17 mil milhões de euros em receitas, o que representa um crescimento de 3,8%. Para este número, muito contri-buiu o transporte terrestre, com um aumen-to de 7,3% (7,1 mil milhões de euros) e o transporte aéreo, com uma subida de 7,8% para mais de três milhões de euros.

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Sara Pelicano [email protected]

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Nos próximos 2 anos

APAT lidera Maritime Logistics Institute da CLECATA Associação dos Transitários de Portugal (APAT), na figura do seu presidente executivo, António Nabo Martins, passou a liderar o Mariti-me Logistics Institute da CLECAT, nos próximos dois anos. Sediada em Bruxelas, a CLECAT tem como prin-cipal objetivo fortalecer e melhorar a representação da indústria de logís-tica, agenciamento de carga e servi-ços alfandegários na Europa.A associação representa os interes-ses de mais de 19 mil empresas, num universo de um milhão de agentes logísticos, agenciamento de carga e serviços alfandegários. Atualmente, os transitários europeus e os despachantes aduaneiros de-sembarcam cerca de 95% de todos os bens da Europa, movimentando 65% da carga transportada por ro-dovia, 95% por via aérea e 65% por navio. Além disso, também o trans-porte ferroviário e a intermodalidade são fulcrais no mercado europeu e internacional de transporte de mer-cadorias.Ao assumir a liderança do Maritime Logistics Institute da CLECAT, a APAT reforça a sua posição no quadro europeu de entidades transitárias, defendendo os interesses das asso-ciações portuguesas, bem como dos seus associados.Segundo a APAT, “esta nomeação promove os nossos associados a um lugar em que a defesa dos seus in-teresses está mais presente”. Além disso, a defesa dos transitários na-cionais “será feita de uma forma mais assertiva, minimizando barrei-ras e maximizando oportunidades na relação futura com a UE, promo-vendo ao mais alto nível o papel dos transitários no desenvolvimento dos serviços logísticos”.

Novos sistemas

Jungheinrich aposta na segurança de armazéns A Jungheinrich lançou dois novos sistemas de assistência de segurança em armazém, tornando mais eficiente a operação e os processos de armazenamento: o zoneCON-TROL e o addedVIEW. Segundo a empresa, “estas inovações surgem como resposta ao aumento do potencial de risco derivado da dinâmica crescente e complexidade dos processos de armazenamento”. Mark Wender, diretor-geral da Jungheinrich Portugal, detalha que “a Jungheinrich esta-beleceu uma meta de reduzir o número de acidentes na intralogística, pelo que a segu-rança das pessoas e do armazém está per-manentemente na linha de frente”. Desta forma, as duas novas soluções vão permi-tem identificar antecipadamente situações críticas e minimizar o risco de acidentes.O sistema de assistência zoneCONTROL consiste num radiofarol estacionário e de emissores móveis colocados nos empilha-dores, incluindo um ecrã e um módulo para os operadores. Além de emitir alertas de aviso para em-pilhadores e pessoas em áreas mais con-gestionadas, permite também regular o tráfego nos cruzamentos, de forma a que, quando a presença de empilhadores é alta, a velocidade seja reduzida ao mínimo. Por sua vez, o addedVIEW é um sistema de câ-

mara digital que fornece uma visão a 360 graus. Adequado enquanto sistema de assistência para empilhadores contrabalançados, usa tecnologia de câmara digital especialmente eficiente para responder a situações de luz difícil ao ajustar de forma dinâmica os parâ-metros de exposição. A reprodução de imagens sobre-expostas ou sub-expostas, por exemplo nas transi-ções entre zonas mais claras fora do arma-zém ou zonas mais escuras dentro do ar-mazém, é assim evitada, tendo o condutor sempre uma imagem nítida daquilo que o rodeia. O uso de câmaras digitais permite ainda que a imagem das quatro câmaras seja convertida numa única imagem em tempo real.

Encomendas

GLS lança FlexDeliveryService em PortugalA GLS lançou nos mercados português, italiano, finlandês e búlgaro o serviço inter-nacional FlexDeliveryService. Atualmente, disponível em 21 países, o serviço permite um conjunto alargado de diferentes formas de receção de encomendas.“O acréscimo de mais quatro países à rede de mercados que já se encontravam conectados pelo serviço é mais um marco neste pan-Europeu FlexDeliveryService”, afirma Anne Putz, diretora de Comunicação e Marketing do Grupo GLS. A responsável, garante ainda que “as lojas online e os seus clientes, em particular, irão beneficiar do processo, já que a entrega será feita de acordo com a escolha do destinatário, complementando assim a experiência de compra internacional”.Segundo a GLS, independentemente do mercado escolhido pelos compradores, es-tes irão sempre receber as informações sobre as entregas na sua língua materna. Além disso, dependendo do país em questão, terão várias opções para gerir o horá-rio e a localização da entrega. Em Portugal, a GLS conta com uma rede de mais de 200 lojas disponíveis para re-colha.

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Novos sistemas

Jungheinrich premiada com o iF Design Award 2019 O empilhador retrátil ETV 216i da Jun-gheinrich foi premiado com o iF Design Award 2019. Este modelo com bateria de iões de lítio integrada garante “um desempenho superior no armazém e proporciona um design de equipamento revolucionário”, refere a empresa alemã.

O ETV 216i é um modelo mais compacto em relação a empilhadores convencio-nais, proporcionando uma “maior agili-dade e melhor ergonomia”, garantindo ao operador “mais liberdade de movi-mento e melhor visibilidade em todas as direções”.Michael Niebuhr, head of Industrial De-sign da Jungheinrich AG, explica que “ao desenvolver o ETV 216i, os engenheiros e designers trabalharam em conjunto desde o início. O resultado é um empi-lhador que combina design e desempe-nho como nenhum outro”. Além disso, o mesmo considera que a atribuição do iF Design “confirma que tomamos o ca-minho certo com este novo conceito de design de equipamentos”.

MyWay

Rangel lança portal para negócios B2C e e-commerce A Rangel Logistics Solutions lançou o Rangel MyWay, uma solução dirigida aos negócios B2C e e-commerce que pretendem “melhorar e impulsionar a experiência de compra dos consumido-res, reduzir as dificuldades e o número de ausências na entrega das encomen-das”. A aplicação web permite otimizar a primeira tentativa de entrega e confere maior autonomia e poder de decisão ao destinatário, garante a empresa.Através de um link, recebido via email ou SMS, o recetor pode alterar a mo-rada, o destinatário, a data, pedir para entregar a encomenda num vizinho e, brevemente, será ainda possível recolher a encomenda num ponto de entrega. Além de permitir acompanhar o estado da entrega, a tecnologia promove a in-teração e facilita o contacto entre o des-tinatário e a Rangel, evitando desperdí-cios na entrega e inconvenientes para o consumidor.Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics Solutions, refere que “investimos no MyWay com o objetivo de simplificar o

processo logístico associado às entregas domésticas. Atualmente, o consumidor procura rapidez e flexibilidade, quer ser parte integrante do processo e saber em tempo real onde está a sua encomenda”.O MyWay está disponível em todos os dispositivos móveis e computadores para os destinatários das encomendas enviadas pelos clientes profissionais da Rangel, que subscrevam o serviço adicio-nal. “O MyWay é uma solução cómoda que atribui ao consumidor o poder de ajustar as entregas às suas necessidades e ao seu dia a dia imprevisível”, garante Nuno Rangel.

Ser responsável na gestão da mudança

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Maria João MartinsMy Change

FATOR HUMANO

Para transformar o mundo, seja o das organiza-ções em que nos movemos, ou de forma mais micro, o das nossas equipas e missões, é funda-mental ter uma atitude responsável.Assistimos a diferentes posicionamentos que na-turalmente impactam os resultados. Estes são sempre diferentes, consoante o senti-mento e a atitude para participar de modo res-ponsável numa onda de mudança que se deseja positiva.Um mero observador, achará que mudar não é para si e sim para os outros, ficando a olhar de testa franzida, vendo a terrível mudança epider-micamente fora de si e pensará: “eles que mu-dem”.A outro nível poderemos encontrar os atores da mudança, aqueles que convidamos a participar na alteração das coisas e que se deixam embarcar, levados pela onda que sentem à sua volta, não deixando afluir o capital emocional que é fertili-zante de tantas potenciais conquistas e pensarão: “se querem que eu mude, eu mudo, mas não sei onde isto vai parar”.Uma atitude mais responsável percebemos nos autores da mudança, aqueles que ficam criadores da própria história de transformação, que acredi-tam e sentem, que podem fazer a diferença, que se revelam como exemplos de energia inventiva, inspirando e mobilizando os outros, arriscando novos caminhos e soluções, na esperança de che-gar a um novo paradigma. Revelam muitas vezes a humildade para abando-nar velhas praticas e crenças, para dar espaço à nova forma das coisas e reaprender continuamen-te. Fazem as perguntas certas, com a liberdade e responsabilidade que sentem suas de propor, influenciar e assim escrever novas páginas na sua organização. Devemos sentir-nos abençoados por respirarmos o mesmo ar destes agentes e facilitadores da mu-dança. São eles que, com muita curiosidade pelo novo, nos permitem sonhar no que Gandhi nos deixou, que “somos a mudança que queremos ver no mundo”.

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Aquisição no valor de 11M€

Correos adquire 51% da Rangel Expresso

A empresa Correos comprou 51% da Rangel Expresso e, assim, nasceu uma nova empresa de logística em Portugal: A Correos Express Portugal que visa oferecer um serviço integrado de entregas expresso.

LISBOA FOI O PALCO ESCOLHIDO para apre-sentar a união da Rangel Expresso ao Grupo Correos. Este último, nascido em Espanha, em 1916, acalentava a ideia de iniciar a internacio-nalização dos seus serviços de logística, sobre-tudo na distribuição express. E nesse sonho, Portugal surgia como o país na-tural para iniciar a aventura além das fronteiras castelhanas. O Grupo Rangel, nomeadamente a empresa Rangel Expresso, viu a oportunidade de crescer neste segmento e vendeu 51% da empresa ao grupo espanhol, um negócio revelado dia 10 de abril. A operação teve o valor de 11 milhões de euros. Questionado sobre a possibilidade de ficar com 100% da empresa, Juan Manuel Serrano, presidente do Grupo Correos, afirmou «que esse não é o objetivo». Por seu turno,

a Nuno Rangel, CEO do Grupo Rangel, per-guntámos o motivo desta venda e a resposta foi clara: «hoje temos 100% de uma coisa pequena e amanhã temos a oportunidade de ter 49% de uma coisa maior».A nova empresa pretende oferecer um serviço integrado de entregas expresso de encomen-das em 24 horas em toda a Península Ibérica, através da criação de uma rede de entrega úni-ca, ágil e eficiente, favorecida pela ampla capi-laridade e pela configuração de uma canal de vendas único. A Correos Express Portugal vai empregar cer-ca de 160 colaboradores e usar as 12 instala-ções que a Rangel Expresso tem em Portugal, às quais se juntarão as 55 instalações que a Correos tem em Espanha. Nos próximos cinco anos, a empresa quer entregar um total de 35 milhões de encomendas de ou para Espanha ao longo dos próximos cinco anos e obter um crescimento das vendas do grupo de 2,5 vezes.

Atualmente, a Rangel Expresso entrega seis mi-lhões de encomendas em Portugal e o objetivo é também duplicar esse número, chegando a 2023 com 11 a 12 milhões de entregas anuais. Para atingir este objetivo, a Correos Express Portugal definiu um plano para a automatiza-ção das instalações, baseado na estratégia de automatizar a 100% as plataformas com siste-mas inteligentes e equipamento de classifica-ção de mercadorias. O Grupo Correos, juntamente com a Correos Express Portugal, prepara-se assim para um crescimento do mercado do comércio online em território nacional, onde, atualmente, as entregas a particulares representam apenas 15% e nas empresas são de 85%.A organização da Correos Express Portugal será integrada na Correos Express, como filial neste país, e colocará todos os seus recursos à disposição da rede de delegações próprias da filial espanhola.

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37www.transportesemrevista.comMARÇO 2019 TR 193

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Logística urbana

Ford desenvolve sistema de distribuição mais célere e eficiente O novo sistema de distribuição da Ford baseia-se no conceito de “armazém sobre rodas”, que permitirá uma eficiente coordenação dos múltiplos modos de transporte, recorrendo a peões e, um dia, a distribuidores de bicicleta.

O CONCEITO de “armazém sobre rodas” está a ser testado em Londres como uma solução que pode diminuir os congestio-namentos de tráfego, reduzir emissões e melhorar os tempos de entrega. A Ford e a empresa de distribuição Gnewt by Menzies Distribution estão a testar um novo servi-ço digital de entregas, que permitirá uma eficiente coordenação dos múltiplos modos de transporte, recorrendo a peões e, um dia, a distribuidores de bicicleta.Em comunicado, a Ford explica que “duran-te os testes, o serviço ‘último quilómetro’ da Gnewt será conduzido pelo MoDe:Link, um software de roteamento e logística multimodal inteligente da Ford que está as-sente na cloud, através do qual se permite gerir todo o processo da entrega de uma encomenda, desde o depósito até à porta do destinatário. Esta solução poderia ajudar as empresas de entregas, gestores de fro-tas, empresas de logística e de entrega de comida, a otimizar os processos e aumentar a utilização das suas viaturas, economizan-do tempo e dinheiro, ao mesmo tempo que aumentam a sua capacidade de resposta”.A Ford estima que um furgão, e uma equi-pa composta por quatro distribuidores, a pé ou de bicicleta, pode ser usado para entre-gar o mesmo número de encomendas que cinco furgões individuais fariam trabalhan-do como parte de uma rede multimodal.

O serviço também pode melhorar a expe-riência do cliente, garantindo melhores janelas de entrega e reduzindo os custos, permitindo viagens frequentes das viaturas até ao depósito. Poderá ainda contribuir para tornar as ruas mais saudáveis, redu-zindo o tráfego nas grandes cidades, dimi-nuindo os congestionamentos de trânsito junto aos passeios, onde as viaturas nor-malmente param para carregar e descarre-gar mercadoria.“O nosso objetivo é manter os veículos maiores, como os furgões de entregas de maior capacidade, em ambientes menos congestionados, onde eles operam me-lhor”, afirmou Tom Thompson, líder de projeto, Ford Mobility. “No entanto, para o ‘último quilómetro’ de uma viagem em ambiente urbano, onde o congestionamen-to e a falta de estacionamento podem ser um desafio, faz sentido efetuar descargas e entregas com modos de transporte mais ágeis, eficientes, nomeadamente em ter-mos de custos”.

O conceito de “armazém sobre rodas” foi projetado para ser compatível tanto com os furgões Ford, como de outros fabricantes. Esses veículos atuam com hubs de entrega dinâmicos, recolhendo as encomendas de um depósito, parando depois, e no mínimo tempo possível, em locais estratégicos, pré--determinados como sendo os mais eficien-tes para cada lote de mercadorias serem distribuídas. A plataforma de software de que a Ford é detentora faz a coordenação com os distribuidores a pé – ou, potencial-mente, com mensageiros em bicicletas, drones e robôs autónomos no futuro – para cumprir a última etapa de cada entrega.A Gnewt opera a maior frota de veículos de entrega 100% elétricos do Reino Uni-do, através de mais de 70 furgões elétricos, tendo sido pioneira em serviços sustentá-veis de entregas “último quilómetro”. Tra-balha com empresas do retalho, de e-com-merce e de logística, garantindo a entrega de três milhões de encomendas por ano a consumidores e empresas londrinas.

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38 TR 193 MARÇO 2019

Sara Pelicano [email protected]

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Equipamento especial

Linde apresenta novos empilhadores retráteis antideflagrantes

Em Viseu

Santos e Vale abre 17.ª plataforma logística em Portugal

Plataforma digital

XPO Logistics lança XPO Connect na Europa A XPO Logistics anunciou o lançamento da plataforma digital XPO Connect na Europa. Segundo a empresa, esta ferramenta “faz uma combinação perfeita entre a oferta e a procura de cargas em todo o ecossistema de transporte da empresa, bem como de ferramentas virtuais para melhorar a capa-cidade de compra e venda”.A plataforma XPO Connect foi lançada primeiramente nos EUA, em 2018, e com-

bina “arquitetura multimodal, machine learning e a analítica preditiva da empre-sa”. Assim, os clientes “dispõem de uma visibilidade completa dos movimentos das cargas, incluindo geolocalização, condi-ções climatéricas, de tráfego e outros fa-tores relevantes para o estado do envio”, explica a XPO Logistics.Mario Harik, chief information officer da XPO Logistics, esclarece que “a XPO Con-

nect transforma a visibilidade em business intelligence no âmbito da capacidade de cargas. Os nossos algoritmos patentea-dos transformam em poucos segundos uma infinidade de dados em informação relevante para melhorar a tomada de decisões. O nosso objetivo é, como sem-pre, impulsionar eficiências significativas nas cadeias de abastecimento dos nossos clientes”.

A Linde Material Handling tem novos empi-lhadores retrateis antideflagrantes, idealizados para atmosferas potencialmente explosivas. A última geração de empilhadores retráteis tem uma capacidade de carga entre 1,4 a 2,5 to-neladas para zonas ATEX 2/22, e baseia-se no modelo standard correspondente, o que ga-rante máxima eficiência e segurança, explica a empresa.Elke Karnarski, product manager de equipa-mentos antideflagrantes da Linde Material Handling, esclarece que “à primeira vista, mui-tos utilizadores nem sequer se apercebem de que se trata de uma versão protegida contra explosões. Esse é precisamente o nosso obje-tivo. A comodidade e o funcionamento são idênticos aos do empilhador standard, as dife-renças estruturais apenas se tornam evidentes numa inspeção mais detalhada e não têm ne-nhum impacto no rendimento e na economia”.Nestes modelos específicos da Linde, prote-gidos contra explosões, todos os elementos

elétricos que possam provocar a formação de faíscas estão protegidos de acordo com a cate-goria de proteção contra a ignição correspon-dente. Além disso, os componentes mecânicos, como os travões ou os garfos, estão protegidos mediante medidas de desenho adequadas.

O controlo eletrónico da temperatura garante ainda que não ocorra nenhum tipo de sobrea-quecimento, mesmo em condições de funcio-namento mais exigentes. O apoia-braços, o assento, o apoia-pés e as peças de plástico são antiestáticos para evitar o risco de faíscas devi-

do à acumulação de carga elétrica. Segundo a Linde, todas as modificações cumprem com a exigência de que qualquer formação de fontes de ignição deve ser evitada em atmosferas com poeiras, gases, vapores ou névoas combustí-veis, como as produzidas nas indústrias quími-ca ou farmacêutica, e também na produção de alimentos e bebidas.Esta gama atualizada inclui os equipamentos Linde R14 HD até R20 HD, com capacidade de carga entre 1,4 e duas toneladas e os empi-lhadores R20 até R25 EX com uma capacidade de carga entre duas e 2,5 toneladas, respeti-vamente. As versões HD são desenhadas para aplicações especialmente duras e dispõem de um mastro mais robusto e com uma maior ca-pacidade de elevação. Todos os empilhadores antideflagrantes da Linde possuem ainda o distintivo CE do fabri-cante e respeitam as normas EN 1755 e ATEX 2014/34/EU para a regulamentação da preven-ção de fontes de ignição.

A Santos e Vale inaugurou um novo centro lo-gístico em Viseu com o objetivo de reforçar a sua capacidade numa região “com uma dinâ-mica empresarial cada vez maior”, indica a em-presa. A nova plataforma logística está inserida na estratégia de crescimento da Santos e Vale e visa reforçar a capacidade de recolha, tratamen-to e entrega dos envios dos clientes da região centro/norte de Portugal. As novas instalações

têm mais de 1.000 m2 de área de armazém, num total de 3.000 m2 de área total. Além dis-so, a plataforma conta com “os mais recentes equipamentos logísticos e transporte para que as mercadorias dos clientes sejam tratadas ra-pidamente e em total segurança”. Recorde-se que, além da plataforma recém-inaugurada, a Santos e Vale conta com uma rede de 16 plata-formas distribuídas pelo território nacional.

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39www.transportesemrevista.comMARÇO 2019 TR 193

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Aumento da capacidade operacional

Torrestir prepara investimento de 45M€ em 2019O Grupo Torrestir anunciou o investimento de 45 milhões de euros para 2019, dos quais dez milhões de euros serão investidos na nova sede, em Braga. Além disso, a empresa planeia investir num novo software de gestão, na renovação da frota e em novos armazéns.

DEPOIS DE FATURAR 200 milhões de euros em 2018, o plano de investimentos da Torrestir, para 2019, estabeleceu uma verba de 45 mi-lhões de euros com o objetivo de aumentar a sua capacidade operacional. No ano passado, a empresa de prestação de serviços integrados de transporte de mercadorias, distribuição e logística criou 200 novos postos de trabalho, em resultado do “forte crescimento em rela-ção a 2017”.Fernando Torres, presidente do conselho de administração da Torrestir, explica que os resul-tados verificados em 2018 devem-se ao cres-cimento das diversas áreas de negócio e, em grande parte, “à excelente performance dos mercados de Espanha, Alemanha e Moçam-bique”, onde o grupo opera através das em-presas Torrestir España, Torrestir Deutschland e Torrestir Moçambique.O ritmo positivo, ao nível dos investimentos, verificou-se ainda na renovação de frota, tec-nologias e abertura de novas plataformas, com destaque para a abertura da plataforma de Matosinhos, no quarto trimestre de 2018. Com um total de 60.000 m2, entre os quais

10.000 m2 dedicados ao cross-docking, este investimento rondou os sete milhões de euros.“As nossas plataformas estão estrategicamen-te posicionadas para servir de base à logística e à distribuição porta a porta e proporcionar um fácil acesso aos nossos clientes, além de disponibilizarem excelentes condições para a logística integrada: armazenagem, manusea-mento, picking, preparação da encomenda e distribuição”, afiança Fernando Torres.

Nova sede e novos armazéns Dos 45 milhões de euros previstos para 2019, dez milhões de euros serão investidos na nova sede, em Braga. Com uma área total de 100.000 m2, a nova infraestrutura terá, além do espaço de armazém, uma zona de escritórios, oficinas, 7.000 m2 dedicados ao cross-docking e 20.000 m2 para o serviço de logística.Em Lisboa, mais concretamente no MARL, a Torrestir planeia a abertura de um novo arma-zém com 3.000 m2 destinado à distribuição de produtos farmacêuticos e 5.000 m2 à lo-gística de frio. O investimento total é de cinco milhões de euros. Montante equivalente será investido na aquisição de 50 semirreboques de frio (temperatura controlada) para a Torres-pharma – distribuição de medicamentos.

O plano de investimentos para 2019 tem igual-mente em cima da mesa um montante de 1,2 milhões de euros para um novo software de gestão, desenvolvido à medida das necessida-des do grupo, e com o objetivo de automati-zar os processos da distribuição e disponibilizar mais informação aos clientes.

16M€ para renovação de frotaQuanto à renovação da frota, a Torrestir ad-quiriu este ano 90 tratores (45 da marca DAF e 45 da marca Renault), 111 Iveco Daily, de 3.500 quilogramas, e 80 camiões, de 14 tone-ladas, num investimento total de 16 milhões de euros. Segundo a empresa, a sua frota é “selecionada mediante critérios de inovação ri-gorosos que têm em conta a proteção do meio ambiente, a segurança rodoviária e o conforto do condutor”.Com cerca de dois mil colaboradores, 14 pla-taformas de cross docking, dois armazéns de logística integrada e mais de 1.600 veículos próprios, o grupo bracarense oferece serviços ligados à exportação, importação, armaze-nagem e distribuição, proporcionando “total controlo e informação sobre todo o proces-so de movimentação da mercadoria aos seus clientes”.

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40 TR 193 MARÇO 2019

Pedro Venâncio [email protected]

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Veículos a gás natural

ANTRAM e GASNAM propõem adoção de políticas de apoio à transição energética“É necessária a implementação de políticas públicas que incentivem a adoção de combustíveis mais sustentáveis nas frotas das empresas de transporte profissional”, consideram a ANTRAM e a GASNAM.

SEGUNDO A PROPOSTA DO REGULAMENTO de Emissões de CO2 para Veículos Pesados do Conselho Europeu: “a implantação de tecnologias atuais e futuras mais inovadoras baseadas em GNL contribuirá para o cumpri-mento das metas de emissão de CO2 a curto e médio prazo, uma vez que o uso de tecnolo-gias de GNL leva a menores emissões de CO2 em comparação com veículos a diesel. Além disso, as atuais tecnologias de GNL garantem um baixo nível de emissões de poluentes at-mosféricos, como NOx e partículas”.A utilização do GNL (Gás Natural Liquefeito) nos veículos pesados mostra-se, assim, como “a única solução económica e tecnologica-mente viável para a substituição do diesel de modo a que as empresas gestoras de frotas não venham a ser penalizadas num futuro próximo”, referem ambas as entidades em comunicado conjunto.O regulamento identifica igualmente os ob-jetivos que devem ser alcançados pelas frotas de transporte, indicando que “em matéria de emissões de CO2 para veículos pesados no-vos, (...) as emissões específicas de CO2 da frota de veículos pesados da União serão re-duzidas em comparação com as emissões de CO2 da seguinte forma: a) Para os períodos de referência do ano 2025 em diante, de 15%; b) Para os períodos de referência do ano 2030 e posteriores em 30%”. A ANTRAM e a GASNAM destacam ainda que, no âmbito

da revisão e acompanhamento da eficácia do regulamento, a Comissão dá uma espe-cial relevância para os combustíveis líquidos e gasosos requerendo que seja incluída “uma avaliação do contributo potencial para a re-dução de emissões da utilização de combustí-veis alternativos renováveis líquidos e gasosos sintéticos e avançados, incluindo e-combustí-veis, produzidos com energia renovável e que cumpram os critérios de sustentabilidade e de redução das emissões de gases com efeito de estufa nos termos da diretiva”.As duas entidades indicam também que, “embora já exista uma infraestrutura ade-quada ao desenvolvimento atual do mercado em Portugal, perspetiva-se a sua duplicação ainda este ano, fruto do aumento da procura por parte de operadores nacionais e interna-cionais, em resultado das exigências de sus-tentabilidade colocadas às empresas dos mais variados setores, e de acordo com as normas vinculativas definidas na Diretiva 2014/94/EU relativa à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos”.Contudo, e perante o atual cenário, “as em-presas portuguesas encontram-se em des-vantagem concorrencial, nomeadamente em

relação aos seus congéneres espanhóis, que dispõem de apoios significativos, não reem-bolsáveis, para a aquisição de veículos pesa-dos de mercadorias a GNL”.Apesar de estar prevista a regulamentação de um sistema de incentivos à aquisição de veículos a gás natural em 2018, tal não se verificou. Por parte do Estado português, as empresas de logística e transportes não têm tido apoios revelantes para fazer face às ne-cessidades de transição energética atual e às imposições previstas na regulamentação Europeia, encontrando-se numa situação de desvantagem concorrencial face às congéne-res espanholas.Taxativamente, ambas as entidades “solici-tam a implementação efetiva de incentivos e apoios à transição energética nas frotas profissionais de transportes de mercadorias, nomeadamente pela abertura de avisos de concursos no âmbito das medidas previstas no POSEUR, que reduzam as desvantagens competitivas atuais das empresas de trans-porte e logística portuguesas face às suas congéneres internacionais, e garantam uma trajetória de descarbonização de acordo com os Regulamentos da União Europeia”.

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Lubrificantes

Cepsa apresenta novidades na Expomecânica

Exclusividade

Reta passa a representar marca STAS em Portugal

A Cepsa apresentou várias novidades na área de lubrificantes para veículos pesados na Expomecânica – salão de equipamentos, serviços e peças auto, na Exponor. Pela pri-meira vez em Portugal, a marca apresentou a gama Traction, composta por quatro li-nhas de produtos: TRACTION PRO, TRAC-TION ADVANCED, TRACTION MAX e TRAC-TION.Segundo a Cepsa, esta gama “oferece sig-nificativas vantagens competitivas como o incremento da eficiência e maior proteção dos motores, durabilidade dos componen-tes, fiabilidade dos veículos e uma maior poupança de combustível”.João Madeira, responsável de Lubrificantes da Cepsa, considera que “a Expomecânica é uma referência ibérica no setor, pelo que é estratégico para a Cepsa estar presente jun-to das empresas transportadoras, oficinas e clientes finais”. O responsável adianta ainda que “a aplica-ção da tecnologia mais inovadora, aliada à excelência técnica da Cepsa e à sua exten-sa experiência em lubrificação, resultaram nestes produtos de máxima performance

que permitem longos intervalos entre mu-danças de óleo e asseguram a proteção de todas peças de motor. Pretende-se assim garantir maior durabilidade do motor e maior eficiência operacional”.

A gama de lubrificantes TRACTION está de-senhada para veículos de transporte de pas-sageiros e mercadorias, máquinas de obras públicas, minas e agricultura, e inclui todos os tipos de frotas – intra ou interurbanas – veículos novos ou antigos de qualquer motorização.

A STAS, especialista no fabrico de semirrebo-ques basculantes e pisos-móveis, é agora re-presentada em Portugal pela Reta – Serviços Técnicos e Rent-a-Cargo. Segundo Paulo Caires, diretor de marketing e vendas da Reta, “todo o conhecimento e experiência alargada na venda de semirrebo-ques permite à Reta apostar na inovação e diversificação dos seus serviços e produtos, disponibilizando agora aos seus clientes pi-sos-móveis exclusivos da marca STAS”.Os semirreboques STAS têm entre 72 e 94 m3 de volume, possuem um chassi de aço ou alumínio e a sua versão mais longa é usada, em particular, para transporte de biomassa, madeira e papel. Incluem uma caixa de alumínio resistente e a face posterior está reforçada para empilhado-res, o que lhes permite realizar dois tipos de serviço diferentes. O desenho exclusivo STAS,

combinado com a leveza e o máximo cuidado nos pormenores e acabamentos, compõe as características que diferenciam este robusto semirreboque.A marca belga STAS, foi recentemente dis-tinguida com o prémio “Fábrica do Futuro 2019”, como reconhecimento da sua política e ética ambiental, que tem como objetivo ga-rantir um futuro mais sustentável e preparado para enfrentar os desafios da quarta revolu-ção industrial.

Pacote de Mobilidade

PE revê regras sobre transporte rodoviário na UEO pacote sobre a mobilidade no setor do transporte rodoviário foi a votos no Parlamento Europeu (PE). Entre as re-gras que visam assegurar a concorrência leal no setor e garantir os direitos dos condutores, incluem-se “as condições de trabalho dos condutores, os tempos de condução, pausas e períodos de re-pouso, o destacamento dos condutores e as operações de cabotagem”, isto é, o transporte de mercadorias num Estado--membro efetuado por uma empresa de transportes estabelecida noutro Es-tado-membro.Atualmente, as regras europeias em vigor permitem três operações de ca-botagem num prazo de sete dias após um transporte internacional. Todavia, o Parlamento Europeu pretende “substi-tuir a restrição existente por um limite temporal de três dias de cabotagem seguidos de um período de cooling-off de 60 horas com regresso da viatura ao país de estabelecimento”. Além disso, “as travessias de fronteiras devem ser registadas nos tacógrafos, de modo a evitar fraudes e a facilitar os controlos”, pode ler-se no sítio oficial do Parlamen-to Europeu.Quanto às regras de destacamento dos trabalhadores, “serão aplicáveis à cabo-tagem, ficando excluídas as operações de trânsito, as operações de transporte bilaterais e as operações bilaterais com uma carga ou descarga extra em cada direção (ou zero a caminho do país de destino e duas no caminho de regres-so)”. Por último, o PE indica que “o transportador terá de organizar o horá-rio de trabalho dos condutores por for-ma a que estes possam regressar ao do-micílio pelo menos de quatro em quatro semanas. A fim de assegurar condições de trabalho adequadas para os condu-tores, o repouso semanal regular terá de ser passado fora da cabina”, dizem os eurodeputados.

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No norte de Espanha

Dachser apresenta nova linha de camiões mais amigos do ambiente A empresa de logística assumiu o compromis-so de se tornar mais eficiente e sustentável. Por isso, no norte de Espanha introduziu uma nova linha de mega-camiões com maior ca-pacidade. Os novos veículos modulares, com cerca de 25 metros de comprimento e com-postos por dois reboques (três eixos e dois eixos), permitem uma maior flexibilidade no transporte de mercadorias e assim uma maior eficiência operacional. Refira-se que, de acor-do com relatórios internos da empresa de logística, esta substituição poderá represen-tar gastos de combustível quase três vezes inferiores, bem como uma diminuição em 75% das emissões de CO2 para a atmosfera, sendo, assim, uma solução mais ecológica e eficiente.Com a introdução desta nova rota no início deste mês, os novos mega camiões realizam os percursos San Sebastián – Valência – Al-

bacete, em ambos os sentidos. Através desta nova linha – adicionada às rotas com mega camião já existentes entre Madrid e Barcelo-na, Arteixo e Lleida e San Sebastian e Vitoria –, a Dachser volta a afirmar-se como uma rede de logística eficiente e amiga do am-biente. “Continuamos a inovar e a implemen-tar novas tecnologias de valor acrescentado para a nossa rede e para a otimização dos

processos e rentabilidade dos nossos clientes. Esta é uma dinâmica que se enquadra na es-tratégia a longo prazo da nossa organização e também com o atual contexto ambiental”, refere Juan Quintana, diretor-geral da Euro-pean Logistics Iberia.Apesar de serem veículos de grande dimen-são, a Dachser assegura que se trata de uma solução mais amiga do ambiente, devido ao menor consumo de combustível. De acordo com Juan Quintana, esta aposta é “um com-promisso com a sustentabilidade que a Dach-ser mantém a nível europeu”, já que está em linha com o cumprimento da regulamentação Euro 6, que promove a redução de emissões poluentes. Refira-se, ainda, que estes veículos permitem a otimização de recursos por possi-bilitarem uma maior capacidade de carga em cada camião, cerca de 60% relativamente ao peso transportado em cada sentido.

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Parceria com Dourogás e Iveco

CTT testam com sucesso entregas com camião movido a GNL

Transporte profissional

GASNAM lamenta redução de apoios para veículos a gás natural

Os CTT – Correios de Portugal realizam, du-rante o mês de fevereiro, um teste com um camião movido a gás natural (GNL), no âmbi-to das políticas de sustentabilidade e redução da pegada ambiental da empresa. A viatura, resultado de uma parceria com a Dourogás e a Iveco Portugal, fez o percurso Lisboa-Porto/Évora/Torres Vedras. Segundo os CTT, ”a utili-zação destes veículos tem como principal van-tagem a minimização da emissão de poluen-tes, com impacto positivo na qualidade do ar para as populações”. A empresa de correios congratula-se ainda por ter “a maior frota do país do setor de trans-portes e logística, com 311 veículos elétricos”. Ainda assim, apenas cerca de 10% da frota dos CTT é movida a combustíveis alternati-vos. Para breve está um investimento de 40 milhões de euros com vista à modernização da rede postal e logística, nos próximos dois

anos, no âmbito do Plano de Modernização e Investimento (PMI), o qual prevê ainda o refor-ço da frota elétrica. À Transportes em Revista, José Fernando Guilherme, gestor de Transpor-tes dos CTT, adiantou que «para se ter feito este piloto, há uma vontade clara em au-mentar a eficiência energética e diversifi-car para combustíveis alternativos. O nos-so Plano de Racionalização de Consumos aponta nesse sentido (e muitos outros), e

por isso este piloto foi desenvolvido».“Os CTT estão sempre a procurar soluções que reforcem a sua política de apoio à biodiversi-dade e de combate às alterações climáticas, expressa através de um portefólio ecológico ou carbonicamente neutro (Correio Verde, DM Eco e Expresso/Encomendas), da aposta na eficiência energética e carbónica, e da expan-são da sua frota sustentável, a maior do país no setor de transporte e distribuição, os quais permitiram aos CTT reduzir a sua pegada car-bónica em 64% entre 2008 e 2018”.A empresa diz ainda estar “fortemente” em-penhada em reduzir a sua pegada ambiental, recorrendo para o efeito a “projetos de eficiên-cia energética, utilização de eletricidade 100% renovável, renovação da frota e parque imo-biliário, expansão do uso de viaturas elétricas, auditorias e certificação ambiental, formação em eco-condução, entre outras”.

Em comunicado, a GASNAM, associação ibé-rica que fomenta o uso do gás natural e re-novável na mobilidade terrestre e marítima a nível ibérico, “lamenta profundamente a redu-ção em mais de 80% das ajudas que o Plano MOVES contempla para a mobilidade com gás natural e considera que esta medida represen-ta um importante desincentivo para os profis-sionais do setor do transporte que apostam na única alternativa real e eco-eficiente para a mobilidade sustentável”.Segundo a associação, em 2018, os planos MOVEA e MOVALT financiaram um montan-te de 11 milhões de euros para todo o tipo de veículos movidos a gás natural, dos quais dez milhões de euros foram investidos em camiões, autocarros e furgões. Todavia, para 2019, o Plano MOVES tem previsto um mon-tante entre 900 mil euros e 2,2 milhões de eu-ros para veículos pesados movidos a gás natu-ral – deixando de fora desta comparticipação autocarros e furgões.“Esta medida pressupõe uma drástica redução das ajudas e um importante prejuízo para o setor do transporte profissional de passageiros e mercadorias”, argumenta a GASNAM. Além disso, a associação defende que “a eficácia de

um plano de mobilidade sustentável depende dos apoios aos setores capazes de produzir um maior benefício para o meio ambiente. O transporte profissional, devido à sua elevada utilização, representa uma grande percenta-gem do consumo de combustível e, conse-quentemente, das emissões produzidas”.A GASNAM reforça ainda que “o gás natural é um combustível alternativo”, de “origem reno-vável”, e que “o balanço de CO2 é igual a zero ou mesmo negativo”, sendo por isso “uma solução para descarbonizar a economia”. Os argumentos a favor da utilização de veículos

a gás natural são crescentes, mostrando a as-sociação que este combustível permite ainda “manter a competitividade em todos os âm-bitos do transporte profissional que requerem grandes autonomias e rápidos reabastecimen-tos. O transporte profissional de passageiros e mercadorias é a chave para descarbonizar o transporte e melhorar a qualidade do ar nas ci-dades”. As comparticipações para a aquisição de veículos a gás natural são um imperativo para a continuação na aposta em combustíveis alternativos e mais amigos do ambiente, sem perda de rendimentos, explica a GASNAM.

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Redução de emissões

Transportes J. Amaral equipa camiões com unidades de refrigeração da AddVolt A Transportes J. Amaral (TJA) incorporou o sis-tema de travagem regenerativa da AddVolt nos seus veículos de distribuição alimentar. Face ao elevado consumo de combustível, níveis de emis-sões de CO2, custos de manutenção e ruído dos veículos de transporte refrigerado, a transporta-dora optou por esta solução de forma a “mini-mizar os impactos no meio ambiente e na comu-nidade”.Com a solução Plug-in Electric da AddVolt, as unidade de refrigeração que equipam estes veí-culos passam a operar em modo elétrico, sem recorrer ao motor diesel. Desta forma, o sistema consegue não só eliminar o excessivo consumo de combustível, como também reduzir os custos de manutenção, as emissões de CO2 e os níveis de ruído na distribuição urbana.

O sistema Plug-in Electric da AddVolt é cons-tituído por baterias de iões de lítio que podem ser carregadas em qualquer armazém logístico. Em estrada, o carregamento das baterias é feito através do sistema de recuperação de energia du-rante as travagens e as desacelerações. A energia elétrica gerada é assim armazenada nas baterias para posteriormente ser utilizada para alimentar diretamente a unidade de refrigeração. Toda a gestão do fluxo de energia é feita de forma auto-mática e autónoma através do sistema desenvol-vido pela AddVolt.Segundo a TJA, esta medida enquadra-se na sua política de sustentabilidade e responsabilidade social, e contribui “para a melhoria das condições de operação dos motoristas, através da redução do ruído e das vibrações na cabine”.

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Simplificação de processos

Paulo Duarte lança nova plataforma para clientes A Transportes Paulo Duarte lançou uma nova plataforma para clientes com o objetivo de garantir a consulta e a obtenção de documen-tos, como os CMR digitalizados associados aos fretes efetuados. Além disso, o novo sistema vai possibilitar aos clientes a consulta e obtenção de faturas ou créditos emitidos para a sua entidade, com a respetiva assinatura digital, reduzindo significativamente a emissão de faturas em formato físico. Segundo a empresa, a nova plataforma garante ainda a possibilidade de seguir os serviços que a Paulo Duarte está a efetuar para o cliente em tempo real através de GPS, 24 horas por dia, sete dias por semana.

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Redução de emissões

AddVolt eletrifica unidades de refrigeração de veículos da HAVI A AddVolt anunciou o fornecimento do seu sistema Plug-in Electric à frota da HAVI Portu-gal. Segundo a AddVolt, “esta ação decorre do compromisso da HAVI em executar a sua atividade de forma eficiente e sustentável”. Com esta solução, a HAVI passa a realizar a distribuição de produtos frescos e congelados sob temperatura controlada no centro de Lis-boa sem o uso de diesel, livre de emissões e com baixo ruído, face à combinação de veícu-los a gás com sistema de refrigeração elétrico.O sistema Plug-in Elétrico AddVolt tem 18 kW de potência nominal e usa baterias de iões de lítio que podem ser carregadas em qualquer centro logístico em menos de 90 minutos ou com energia recuperada nas travagens e desacelerações do veículo. Além disso, a em-presa disponibiliza informação em tempo real sobre a eficiência da operação através da pla-taforma digital My AddVolt.Bruno Azevedo, cofundador e CEO da Add-Volt, refere que “a equipa da AddVolt está verdadeiramente orgulhosa por contribuir para o compromisso da HAVI para um trans-porte sustentável e continuará a trabalhar nesta transição energética”.Em 2014, a HAVI tornou-se a primeira em-presa em Portugal a integrar camiões a gás natural na sua frota. Todavia, a unidade de refrigeração dos camiões mantinha-se ali-mentada a diesel, sendo responsável por

25% das emissões totais do veículo. A meta “zero emissões” era o objetivo da HAVI Por-tugal, que viu na AddVolt o parceiro capaz de alterar o seu paradigma. Com a troca do modo de funcionamento das suas unidades de refrigeração a diesel por unidades elétricas da AddVolt, a HAVI Portugal tornou-se numa das primeiras empresas a nível mundial a rea-lizar a entrega de produtos sob temperatura controlada com zero emissões.Esta solução ecológica da AddVolt permite ainda a distribuição noturna de mercadorias em zonas urbanas, uma vez que os níveis de ruído e vibrações da cabine são substancial-mente reduzidos.Segundo a AddVolt, em fevereiro, já foram transacionados mais de 3 MWh de energia elétrica, tendo sido evitados mais de 4,7 to-neladas de emissões de CO2 com a utilização desta unidade de refrigeração elétrica, em modo silencioso (abaixo dos 60 dB).

Transportes especiais

LASO Transportes abre filial na AlemanhaA empresa portuguesa LASO Transportes abriu uma filial na Alemanha. A LASO, espe-cialista no setor dos transporte rodoviários especiais e de grandes dimensões, iniciou o seu processo de internacionalização em 2009, com a criação de uma filial em Espanha, tendo depois expandido a sua operação para Moçambique (GTE), Marrocos (LASO Ma-roc) e Senegal (LASO Senegal). Agora, foi a vez de criar a LASO Deustschland GmbH, cuja sede ficará localizada em Konradsreuth, distrito de Hof, na região administrativa de Oberfranken, estado de Baviera. Para a empresa, esta decisão “é mais um investimento que visa sobretudo promover a proximidade com os nossos clientes, e aproveitar as vantagens operacionais de estarmos também representados no norte da Europa, dando continuidade ao nosso crescimento, em que queremos ser ainda mais uma empresa de transportes global, sem fronteiras, que cria soluções e ultrapassa obstáculos em qualquer parte do mundo”. A LASO acrescenta ainda que “também na Alemanha teremos uma equipa de profissionais, empenhada em dar seguimento e soluções de transporte a todas as solicitações, a que com certeza nos darão a oportunidade de responder”.

Sustentabilidade

Luís Simões recebe Medalha de Ouro EcoVadis A Luís Simões recebeu a Medalha de Ouro EcoVadis 2018, uma plataforma de avaliação de desempenho susten-tável para a cadeia de abastecimento global, no setor dos transportes, em Es-panha. Além de ter alcançado a catego-ria mais alta outorgada pela EcoVadis, a empresa apresentou “um desempenho acima da média, comparativamente com outras empresas registadas do mesmo setor” em áreas como o meio ambiente, trabalho e direitos humanos, ética e compras sustentáveis. “O bom resultado obtido pela Luís Simões em 2018 é uma consequência do trabalho e do empenho da equipa multidiscipli-nar que compõe a empresa”, esclarece em comunicado. O scorecard de resul-tados da EcoVadis facilita a compreen-são, o seguimento e a melhoria do de-sempenho ambiental, social e ético em todo o mundo. Atualmente, mais de 45 mil empresas utilizam esta plataforma para reduzir riscos, promover inovação, transparência e confiança entre os seus parceiros de negócios. A metodologia de avaliação utilizada pela EcoVadis está construída sob os mais exigentes padrões internacionais de Responsabi-lidade Social Corporativa (RSC), como a Global Reporting Initiative, o Pacto Mundial das Nações Unidas ou a nor-ma ISO 26000, abrangendo, atualmen-te, até 190 setores empresariais e 150 países. Para a Luís Simões, este é “um importante reconhecimento” do traba-lho que tem desenvolvido na área da sustentabilidade, “um eixo transversal a todos os negócios da empresa”. Su-blinhe-se que, na última década, a Luís Simões reduziu a emissão de gases com efeito estufa da sua frota em mais de 16%. Além disso, a empresa incorporou recentemente dez Gigaliners, em Portu-gal e Espanha, e conta com uma frota composta em 97% por veículos com motores Euro V e Euro VI.

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Scania

Teixeira & Sousa adquire camião da nova gama XT

Gás natural/biogás

Combustíveis alternativos contribuem para as metas europeias de descarbonização

A Teixeira & Sousa, empresa que opera no setor da construção, adquiriu um camião Scania da nova gama XT. De acordo com o seu proprietá-rio, João Teixeira, “na nossa empresa contamos já com muitos anos de experiência no setor da construção. Trabalhamos com a Scania porque confiamos na qualidade e no rendimento des-tes tratores. As características que valorizamos são a fiabilidade quanto ao desempenho, a resistência e os baixos níveis de consumo. Es-peramos continuar a trabalhar com a Scania”.A base do XT da Scania é formada por um pa-ra-choques resistente, altamente robusto, que sobressai 150 milímetros na frente da cabina. Confere ao veículo um aspeto distinto, símbolo de força e robustez. O para-choques tem um ângulo de ataque de cerca de 25 graus, de-pendendo da configuração do tipo de pneus e chassis. Combinado com uma placa de pro-teção e uma grelha de proteção dos faróis, a versão XT tem uma dianteira particularmente robusta e resistente, que lida facilmente com

qualquer impacto ou colisão relativamente vio-lenta com objetos, sem danos para a estrutura subjacente. No centro existe uma cavilha de reboque, facilmente acessível, com capacidade de tração para 40 toneladas, o que constitui uma mais-valia se o veículo tiver de rebocar algo ou se necessitar de assistência quando estiver carregado. Este veículo está equipado com o Retarder R4100, que permite uma maior poupança de combustível e a redução da ma-nutenção do sistema de travagem.

Publicado no passado mês de maio, o terceiro Pacote de Mobilidade Limpa propõe os pri-meiros padrões de emissões de CO2 para veí-culos pesados. A NVGA Europe (Associação de Veículos a Biogás e Gás Natural) congra-tula-se com o referido pacote, mas defende o apoio ao desenvolvimento de um caminho tecnologicamente neutro em direção ao obje-tivo final de redução de emissões carbónicas.Considerando as metas um desafio, a NGVA Europe aprecia o resultado das negociações onde, pela primeira vez na legislação euro-peia sobre mobilidade, uma metodologia visa a contribuição da redução de emissões de CO2 dos combustíveis renováveis para as metas finais.Isso representa um fator crucial para o uso do gás renovável (desde o biometano até ao metano sintético) no setor dos transportes. Não sendo expectável que a eletrificação do transporte de mercadorias cresça significati-vamente a curto prazo, tanto os fabricantes

de camiões como os produtores de combustí-veis alternativos, devem procurar oferecer ao mercado soluções complementares, acessí-veis e viáveis a nível ambiental e económico.Atualmente, a opção gás natural significa uma redução de emissões até 20,4% em ca-miões de longa distância, uma prova de que este combustível é uma das melhores solu-ções disponíveis para enfrentar os desafios ambientais vigentes. Além disso, estima-se que esta tecnologia desempenhe um papel central nas metas de

descarbonização até 2030. Andrea Gerini, secretário-geral da NGVA refere que “o acor-do alcançado sobre o desenvolvimento des-ta metodologia na cláusula de revisão é um passo importante para se começar a avançar para uma abordagem mais abrangente em relação às alterações climáticas, onde tec-nologias e combustíveis devem contribuir de forma conjunta”. O responsável considera ainda que o acordo vai ajudar a que se de-senvolva uma “procura real de mercado para combustíveis renováveis na Europa. A NGVA Europe e os seus membros estão dispostos a contribuir com os seus conhecimentos e a colaborar com a Comissão Europeia neste im-portante processo”.Recorde-se que a GASNAM Portugal tem vin-do a discutir e sensibilizar o Governo, assim como a opinião pública, para as vantagens do gás natural e da sua relevância como energia de transição para a introdução dos gás reno-vável na mobilidade em Portugal.

Entre 28 e 30 de junho

ANTRAM organiza 4.ª edição do Salão Nacional do TransporteNos próximos dias 28, 29 e 30 de ju-nho, o Centro Municipal de Exposi-ções de Pombal será palco da quarta edição do Salão Nacional do Trans-porte, organizado pela ANTRAM.Dedicado ao setor rodoviário de mercadorias, este evento junta anualmente expositores e visitantes, e assume-se como um espaço de networking e convívio associativo en-tre motoristas, empresários, fornece-dores e clientes.O certame tem como objetivo dar a conhecer as mais recentes novidades do setor, constituindo-se como plata-forma ideal para promover produtos e serviços para uma importante esfe-ra de atividade geradora de negócios.

ATUALIDADESrodoviárias pesadas

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ExpoTransporte/Logística 2019

De regresso à Batalha

No regresso à ExpoSalão, na Batalha, a ExpoTransporte/ Logística voltou a ser um sucesso não só em termos de expositores, mas também de visitantes. A organização já anunciou que o evento irá voltar em 2020.

MAIS DE 16 MIL PESSOAS VISITARAM a 8ª edição da ExpoTransporte, a feira profis-sional de veículos pesados de mercadorias e logística, naquele que foi o regresso do certame aos pavilhões da ExpoSalão, na Batalha. As próximas edições deste evento continuarão a ser realizadas naquele espaço, uma vez que garante custos inferiores para os expositores, enquanto a operação é mais

fácil para a organização. A 8.ª edição do Ex-poTransporte/Logística 2019, evento em que a Transportes em Revista foi media partner, contou com mais de 100 marcas e 80 expo-sitores que ocuparam dois dos três pavilhões da ExpoSalão, o que se traduz numa área de 10.000 m2. Para a próxima edição, a realizar em 2020, o objetivo passa pela ocupação do terceiro pavilhão. No evento estiveram representados vários setores relacionados com o transporte e a logística, incluindo veículos pesados de

mercadorias, semirreboques, veículos com temperatura controlada, comerciais ligeiros, combustíveis e lubrificantes, pneus, sistemas de GPS, soluções e software de gestão de frotas, sistemas de lavagem, movimentação de cargas e logística, bolsas de carga e for-mação profissional.“Tivemos a maior representação de sempre de marcas de camiões e semirreboques”, afirmou José Frazão, diretor-geral da Expo-Salão. “Fazer da ExpoTransporte/Logística uma feira independente deu mais força ao

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Carlos Moura Pedro [email protected]

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evento e reconhecemos nesta edição uma grande envolvência por parte de todos os players. Tudo isso resultou numa boa ade-são dos profissionais que visitaram a feira, que se traduziu em contactos e negócios. Os expositores saíram satisfeitos e isso é o mais importante”, sublinha o promotor do evento.Com exceção da Renault Trucks, todas as marcas de camiões estiveram presentes no certame, quer seja diretamente através dos importadores (MAN e Scania) ou por via in-direta através dos concessionários (DAF, Ive-co, Isuzu, Fuso, Mercedes-Benz, Volvo). Um dos stands nesta edição era o da Fer-reira & Filhos, concessionário da Iveco, que tinha em exposição cinco veículos das gamas Daily (furgão e chassis-cabina), Eurocargo e Stralis. Este último já estava equipado com o novo motor a gás natural liquefeito com potência de 460 cv. Este tipo de motoriza-ção também estava em destaque no stand da Scania, num trator G410 GNL. A outra

aposta era um trator S500, equipado com um motor diesel V8 da Scania. A MAN tinha em exposição um trator TGX 18.560 Effi-cientLine, um TGX 18.500 EfficientLine e um furgão standard com teto alto MAN 3.180.

Edições de 25 anosNo stand da Sodicentro, concessionário Mer-cedes-Benz, a principal estrela era a edição comemorativa dos 25 anos do Mercedes--Benz Actros, enquanto nos comerciais ligei-ros estavam em destaque o novo Mercedes--Benz Sprinter Furgão 314 CDI e a pick-up Classe X, que passa a estar disponível numa versão com apenas três lugares. No espaço da GSVI, concessionário da mar-ca DAF para as regiões norte e centro de Portugal, estavam expostas duas unidades, das gamas XF e CF, respetivamente. Na As-cendum, concessionária da Auto Sueco, o principal destaque consistia no Volvo FH 25 Edition, que assinala os 25 anos de existên-cia do camião de gama alta da marca sueca.

Nos camiões “ligeiros”, a Auto Júlio tinha em exposição duas unidades do Fuso Can-ter, com pesos brutos de 3,5 toneladas e motor de 130 cv (3C13) e 8,55 toneladas e motor de 175 cv (9C18). Ambos os veí-culos vêm equipados de série com caixa de velocidades de dupla embraiagem Duonic e cabina Comfort, com dois metros de largura. No espaço deste concessionário das marcas Mitsubishi e Fuso também se encontrava em destaque uma pick-up L200 Strakar de cabi-na longa. Igualmente presente estava outra marca representada em Portugal pelo Grupo Bergé, a Isuzu, que levou até à Batalha uma pick-up de cabina longa da gama D-Max e um camião da Série N.Os representantes de alguns dos principais fabricantes de semirreboques também não falharam esta edição, casos da RETA (Lis-trailer), a Kögel, a Roques (Fruehauf, Wiel-ton, Benalu e Chereau), a Keytrailer (Krone, Kraker e Tisvol), assim como fabricantes de carroçarias, casos da Jorge Pires, Kemthar, Frigoríficos Brigido, Baltrina, Thermoeurop.

Comerciais ligeiros Em termos de comerciais ligeiros, a Fiat Pro-fessional esteve em destaque, já que o stand do concessionário Lizitália tinha em exposição seis veículos das gamas Fiorino, Doblò e Du-cato, incluindo algumas versões transforma-das com caixas de carga geral e frigoríficas da Beltrina. Por sua vez, a Lizauto, que detém a concessão da Renault em Leiria e nas Caldas da Rainha, aproveitou o certame para dar a conhecer a Master Z.E., a versão 100% elétri-ca do furgão de grandes dimensões da mar-ca francesa que oferece uma capacidade de carga superior a 850 quilogramas e uma au-tonomia mínima de 120 quilómetros, assim como a nova Série Especial PRO+ da Trafic, que assinala o décimo aniversário em Portu-gal da insígnia da Renault especializada em veículos comerciais ligeiros. As atividades de apoio à atividade do trans-porte e da logística estiveram representadas num pavilhão dedicado, incluindo o equi-pamento oficinal (Gonçalteam, Petrotec Group, Lynxport), combustíveis e lubrifican-tes (Cepsa, Repsol, Fuchs, Castrol, Bluechem e Prio Energy), pneus (Seiça Pneus, Pneus do Alcaide), a formação de profissional, aluguer de semirreboques e camiões, consultadoria ou as bolsas de carga, com destaque para a Wtransnet e para a CargoNetOnline, que fez a sua estreia oficial no certame.

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G410 GNL

A ofensiva da Scania no segmento GNLO Gás Natural Liquefeito (GNL) assume cada vez maior relevância no panorama do transporte rodoviário de mercadorias: não só permite autonomias superiores a versões equivalentes a diesel, como apresenta reduções significativas ao nível do consumo, emissões de CO2 e ruído.

NO CAMINHO para a sustentabilidade ener-gética, a Scania apresenta a versão GNL do modelo G410 – com autonomias de até 1.600 quilómetros. Idealizado para transpor-te de longo curso, distribuição regional e ur-bana, a nova versão GNL do G410 está equi-pada com o motor a gás natural mais potente de sempre da nova geração Scania. O OC13 é um motor Euro 6, de 410 cv e 2.000 Nm, e marca o arranque da nova geração camiões movidos a combustíveis alternativos da cons-trutora sueca. Além desta versão, a Scania oferece ainda motorizações de 280 cv (1.350 Nm) e 340 cv (1.600 Nm).A par do motor OC13, o G410 GNL está equipado com caixa GRS0905R, de 12 velo-cidades e duas marcha-atrás. O sistema Op-ticruise permite passagens de mudanças de aproximadamente 0,35 segundos, garantindo uma potência contínua nos vários momentos de condução.O Scania G410 GNL apresenta uma redução significativa das emissões de CO2 (até 15-20%, no caso do GNL, e até 90% no caso do biogás). Além disso, estas motorizações alternativas apresentam uma performance equivalente às versões a diesel. A versão GNL

do G410 vem assim desmistificar a diferença de potência e performance deste camião, em comparação com o modelo equivalente com motor a diesel, sendo desde já uma alternativa ambientalmente e economicamente mais sus-tentável para as empresas.Quanto ao reabastecimento, a Scania garante formação a clientes e condutores. Embora o processo seja simples, existem algumas pre-cauções que devem ser tomadas na altura de encher o depósito, entre as quais: usar más-cara e luvas (pelo facto do gás se encontrar a temperaturas de -162º C) e limpar ambos os bocais (da mangueira e da entrada do depósi-to) antes de iniciar o abastecimento com GNL. Todo o processo de abastecimento demora cerca de 15 minutos.

Rede de abastecimento em PortugalA rede de postos de abastecimento de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Portugal é ain-da reduzida. Segundo o sítio oficial da Asso-ciação Portuguesa do Veículo a Gás Natural (APVGN), existem atualmente seis postos pú-blicos de GNL, pertencentes a duas empresas distintas: Mirandela, Carregado, Picoto e El-vas-Caia (Dourogás); Azambuja e Matosinhos (GALP).Em Espanha, o número sobe consideravel-mente para 144 postos. Por toda a Europa,

a rede de postos de abastecimento de GNL e Gás Natural Comprimido (GNC) cresce ex-ponencialmente, à medida que as empresas transportadoras começam a olhar para este combustível alternativo como uma mais-valia a médio/longo prazo.

Como é armazenado o GNL?O Gás Natural Liquefeito (GNL) é armazena-do a baixa pressão (-162º C) em tanques ter-micamente isolados. Segundo a APVGN, “o reabastecimento do veículo deve ocorrer pelo menos uma vez por semana, para prevenir diminuição de capacidade de armazenagem devido à evaporação”. A associação explica que o isolamento dos reservatórios de GNL, “por muito eficaz que seja, por si só, não pode manter a temperatu-ra baixa. O GNL é armazenado como produto criogénico, ou seja, em estado líquido à tem-peratura de evaporação. De forma análoga, o GNL mantém-se praticamente à temperatu-ra constante (-162º C) se for mantido a uma mesma pressão e desde que o vapor (GN na fase gasosa) seja libertado do reservatório”. A APVGN avisa “se isso não se verificar, a pres-são e temperatura no interior do reservatório aumentará. No entanto, mesmo a cerca de 7 bar, a temperatura do GNL não será superior a cerca de -128º C”.

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Pedro Venâncio [email protected]

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Redução de combustível até 5%

Volvo Trucks apresenta Volvo FH Fuel Challenger

Já disponível

Renault Truck lança nova versão do modelo T

A Volvo Trucks e a Auto Sueco Portugal, empresa do Grupo Nors, apresentaram o Volvo Fuel Challenger da gama FH, uma nova versão configurada para reduzir em 5% o consumo de combustível.Equipado com um motor de 500 cv e um novo software de comando da caixa de ve-locidades (I-SHIFT), este FH foi desenvolvido para aplicações de frota de longa curso e inclui a instalação da última versão do I-SEE (Cruise Control Inteligente).Além disso, o Volvo Fuel Challenger incluí um pack de formação que ajudará o mo-torista a criar padrões de condução eficien-te em termos de combustível e poupanças

sustentáveis a longo prazo. Simultanea-mente, o motorista recebe dicas de condu-ção diretamente no camião, em tempo real,

bem como a evolução da sua Pontuação de Eficiência de Combustível.A Volvo Trucks indica ainda que o Volvo Fuel Challenger beneficia de um “contrato de assistência desenhado em exclusivo para este modelo, garantindo a máxima produti-vidade, reduzindo as paragens não planea-das e aumentando o tempo de atividade da viatura”.Todas as viaturas Volvo FH Fuel Challenger serão monitorizadas mensalmente via Dy-nafleet e haverá um Ranking Nacional de Eficiência. O melhor motorista será reve-lado a 30 de junho de 2020, esclarece a marca sueca.

A Renault Trucks e a Galius, empresa do Grupo Nors, lançaram uma nova versão do modelo T. Equipada com a nova motorização Euro 6 Step D, a nova geração proporciona uma poupança de combustível 3% superior ao modelo anterior. Além disso, o T de 2019 recebeu novos equipamentos garantindo um maior conforto a bordo ao condutor.As versões de 2019 dos modelos T e T High da Renault Trucks estão equipadas com mo-tores DTI 11 e DTI 13 (Euro 6 Step D), cum-prindo a regulamentação a vigorar a partir de 1 de setembro de 2019. Os motores possuem um sistema de pós-tratamento da nova geração, fabricado com novos mate-riais que aumentam a sua durabilidade. Além disso, foi também adicionado um sen-sor de qualidade do Adblue e removido o sétimo injetor.No novo T, o regulador de velocidade predi-tivo, que utiliza a topografia da estrada para otimizar as mudanças de velocidade, arma-zena agora diretamente os dados no veículo, resultando num aumento do conforto para o condutor, dado que deixarão de ocorrer per-das de conectividade, mesmo em áreas em que o GPS não disponibiliza informações, por exemplo, em túneis. Nesta versão, o Controlo da Velocidade de Cruzeiro Adapta-tivo recorre igualmente a novos parâmetros que reduzem a necessidade de combustível.

No interior, o painel de instrumentos do veículo recebeu acabamentos em carbono, também presentes no interior das portas, bancos em couro preto e um novo revesti-mento de teto cinzento. No exterior, a grelha do radiador e os retro-visores laterais podem agora ser personaliza-dos, com uma escolha de duas cores: preto brilhante ou laranja anodizado. O texto da placa de identificação, com o nome, a po-tência e a motorização do veículo, foi simpli-ficado e é mais facilmente visível, existindo também agora uma linha adicional persona-lizável para o cliente.Segundo a Renault Trucks, as versões de 2019 dos modelos T e T High estão já dispo-níveis para encomenda.

Sandra Resende

Iveco Portugal tem nova diretora de marca Sandra Resende assumiu o cargo de diretora da marca da Iveco Portugal, reportando diretamente a Ruggero Mughini, diretor-geral da Iveco para Espanha e Portugal. Sandra Resende é licenciada em Organização e Gestão de Empresas, especializada em Controlo de Gestão pelo Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa em Overgest (ISCTE), e até à data tinha a função de diretora financeira da CNH Industrial em Portugal. Em 2010, ini-ciou a sua carreira profissional no gru-po italiano (que detém a Iveco) como diretora do departamento financeiro da CNH Industrial em Portugal, coorde-nando e gerindo as áreas de contabili-dade, tesouraria e administração, assim como da Transolver Services, empresa de renting do grupo.No entanto, Sandra Resende conta com uma ampla experiência em car-gos de responsabilidade em gestão financeira de empresas internacionais dos setores automóvel e industrial, tais como a Candy Hoover Portugal, a Mer-cedes-Benz Comercial, a DHL Portugal e o Grupo Entreposto.

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Joint-venture

Michelin e Faurecia juntam-se na célula de combustível

Volvo FH

I-Save poupa até 7% de combustível

A Michelin e a Faurecia assinaram um me-morando de entendimento para a criação de uma empresa conjunta que reúna todas as atividades relacionadas com a célula de com-bustível que, até agora, estavam a ser desen-volvidas individualmente pelos dois parceiros.Especializada em soluções relacionadas com a utilização do hidrogénio, a nova empresa passa a ser propriedade, em partes iguais, da Faurecia e da Michelin. Construída em torno de um ecossistema úni-co, a joint-venture irá desenvolver, produzir e comercializar sistemas de células de com-bustível de hidrogénio para automóveis ligei-ros, camiões e outras aplicações. A Faurecia e a Michelin acreditam que a tecnologia do

hidrogénio irá ter um papel importante na transição para um mobilidade sem emissões, assim como na criação de uma forte indústria – francesa e europeia – em torno deste com-bustível. O objetivo de ambas as empresas passa pela criação de um líder mundial em sistemas de células de combustível, combi-nando os ativos existentes e complementares que cada grupo possui. A simbiose permitirá a disponibilização de uma gama de sistemas de células de combustível de hidrogénio para diferentes utilizações. Nos veículos elétricos, esta tecnologia poderá servir de complemen-to às baterias, designadamente naqueles ti-pos de utilizações mais intensas e que impli-quem uma maior autonomia.

Após o I-See, a Volvo Trucks introduz o novo sistema I-Save para poupar até 7% no consu-mo de combustível em operações de transpor-te de longo curso. Disponível no Volvo FH, em combinação com o motor D13TC Euro 6 Fase D, o sistema consiste numa solução completa que inclui a mais recente tecnologia da mar-ca sueca para otimizar a sustentabilidade do transporte de longo curso e sem comprometer a agradabilidade de condução.O Volvo FH com I-Save é proposto com o motor diesel de 13 litros, que dispõe de pistões com um interior patenteado em forma de onda para melhorar a combustão e aumentar a efi-ciência ao conduzir o calor e a energia para o centro dos cilindros. A energia em excesso nos gases de escape é então utilizada na alimenta-ção do motor através de uma turbina adicional na válvula de escape. Esta é denominada Tur-

bo Compound e também já foi utilizada pela Scania na Série 3 em finais da década de 1980 e inícios de 1990 e, mais recentemente, por alguns fabricantes de motores para equipas de Fórmula 1, como por exemplo, a Renault, a Ferrari, a Mercedes-Benz ou a Honda.No caso do Volvo FH, o motor D13TC desen-volve mais 300 Nm de binário, o que se traduz numa menor aceleração e em menos combus-

tível necessário para manter uma velocidade constante em autoestrada. Este propulsor é proposto em níveis de potencia de 460 cv (2.600 Nm) e 500 cv (2.800 Nm).Entre outras características do I-Save incluem--se novos eixos traseiros mais eficientes em termos de consumo e uma atualização dos mapas utilizados pelo sistema I-See, que analisa e adapta a velocidade em função das subidas e descidas que se encontram mais à frente, contando ainda com um software da caixa de velocidades otimizado para aplica-ções de longo curso. O sistema I-Cruise com I-Roll oferece um ajustamento da velocidade para poupar combustível. A combinação dos ganhos de eficiência destes produtos e servi-ços pode resultar numa redução do custo com combustível até 7% em comparação com um motor D13 Euro 6 Fase D.

Colisão e Serviços Especializados

Auto Sueco tem novo centro em Vila Nova de Gaia A Auto Sueco Portugal inaugurou o seu novo Centro de Colisão e Serviços Espe-cializados, em Vila Nova de Gaia. O novo espaço vai albergar os Serviços de Coli-são e Pintura multimarca para camiões, autocarros e automóveis, cumprindo to-dos os requisitos para o efeito.Segundo a Auto Sueco, “a optimização do layout nas novas instalações, permite realizar, nas condições ideais, os serviços de alinhamento de chassis e cabinas, assim como a reparação e recondiciona-mento de superestruturas, com grande foco nas de resíduos sólidos urbanos (RSU’s)”. O novo Centro de Colisão e Serviços Especializados da Auto Sueco Portugal oferece ainda “equipamento de excelência, técnicos especializados, altamente qualificados, sujeitos a for-mações contínuas e com conhecimen-tos técnicos elevados que garantem o melhor serviço e o rigoroso padrão de excelência”, garante.

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BAUMA

Volkswagen apresenta Transporter 6.1 em MuniqueA VW Veículos Comerciais apresentou a última versão da Transporter – 6.1 – no BAUMA 2019, a maior feira do mundo dedicada ao setor da construção, em Munique. A nova versão estará disponível em Portugal no último trimestre do ano nas configurações furgão, kombi, chassis cabina simples e dupla.

COM MAIS DE 12 MILHÕES de unidades ven-didas em todo o mundo, entre a geração T1 e T6, a Volkswagen Veículos Comerciais es-treia agora a versão 6.1 do “icónico” modelo Transporter. Renovada e reinventada, a nova versão apresenta desde logo um facelift mais moderno e aerodinâmico. O design dianteiro da T6.1 foi totalmente al-terado, apresentado agora uma grelha de en-trada de ar mais larga. A barra transversal dos faróis e a zona superior da grelha do radiador são também mais finas, assim como nesta

zona foi incorporado um novo perfil cromado duplo, que se estende por toda a largura do veículo, até aos faróis numa faixa LED para iluminação diurna. Apesar das diferenças ine-quívocas face à versão anterior, a VW oferece ainda a possibilidade aos clientes de persona-lizar o veículo através de elementos cromados adicionais, em função do modelo e do equi-pamento. A palete de cores e oferta de jantes foi também alargada aos clientes. De série, a marca alemã vai equipar a T6.1 com novos faróis H7 e iluminação interior em LED.Debaixo do capô, a VW reconfigurou a ofer-ta de monitorizações da Transporter. A T6.1 de tração dianteira chegará ao mercado com

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motores turbodiesel de 2.0 litros (2.0 TDI) com potência de 90 cv, 110 cv, 150 cv e 199 cv. O motor TDI de 150 cv pode ser equipado, em opção, com uma transmissão de dupla embraiagem DSG e sistema de tração total 4MOTION (manual ou DSG). Já a versão de 199 cv traz de série esta transmissão de dupla embraiagem e 4MOTION em opcional.Igualmente disponível está a versão elétrica da nova T6.1. Em parceria com a ABT, a VW garante uma variante zero emissões de 112 cv (82 kW) e baterias com uma capacidade entre 38,8 kWh e 77,6 kWh. Idealizado para áreas urbanas, a versão elétrica pode alcançar autonomias superiores a 400 quilómetros.

Manobrabilidade acrescidaEntre os vários sistemas de assistência ao condutor, a VW Veículos Comerciais ofe-rece, de série, o novo sistema Cross Wind Assist. A servo-direção hidráulica da T6 foi substituída, na T6.1, por uma servo-direção eletromecânica, isto é, uma direção ativa, permitindo níveis de estabilidade, seguran-ça e conforto acrescidos em caso de fortes rajadas de vento.Graças à nova servo-direção eletromecânica, a T6.1 recebe também o Lane Assist, auxilian-do o condutor a manter o veículo nos limites

da sua faixa de rodagem. Já o Park Assist fa-cilita a entrada e a saída de lugares de esta-cionamento, passado o condutor a operar so-mente os pedais do acelerador e do travão na realização das manobras. Esta ajuda é pres-tada por sensores ultrassónicos distribuídos ao redor do veículo (sistema equivalente ao já presente na VW Crafter). Por sua vez, o Rear Traffic Alert auxilia o condutor em manobras de marcha-atrás, alertando a aproximação de outros veículos num ângulo de 90 graus. Se o condutor não reagir, o sistema intervém com uma travagem automática.Também da Crafter, a T6.1 recebe o Trailer Assist, simplificando manobras com reboque. Segundo a VW, dependendo do motor, o peso máximo de reboque é de 2.500 quilogramas. Com este sistema, o condutor apenas neces-sita de regular o ângulo de marcha-atrás para o atrelado, utilizando o botão rotativo da re-gulação elétrica do espelho retrovisor exterior – que neste caso se torna num joystick – jun-tamente com o ecrã no tabliê. A gama de novos sistemas de assistência da nova VW Transporter 6.1 é complementada pelo sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, através da câmara frontal. Dentro do equipamento de série, em todas as versões, a marca alemã oferece ainda o sistema de travagem pós colisão (Post-Collision Braking System) e o assistente de arranque em decli-ves (Hill Start Assist).

Infotainment à medida dos profissionaisTodo o painel de instrumentos da Transpor-ter 6.1 foi redesenhado, acompanhando a evolução da restante gama de comerciais da Volkswagen. Mais evidentes são as novidades tecnológicas e digitais, começando pelo Di-gital Cockpit e a terceira geração da Matriz de Infotainment Modular (MIB3). Segundo a

VW, a fusão dos dois sistemas cria um novo cenário digital de displays e controlos alinha-dos ao longo de um eixo visual, melhorando assim a ergonomia e o conforto de condução de quem está ao volante.O Digital Cockpit, com ecrã de 10,25 po-legadas, estabelece novos parâmetros para o condutor que pode selecionar diferentes tipos de configurações, através da tecla “View” situada no volante multifunções. Configuração 1: o conta rotações e o velo-címetro são indicados de forma interativa em instrumentos circulares. No centro do ecrã, pode ser selecionada individualmente, por exemplo, a agenda do smartphone. Em combinação com o sistema de infotainment, existe a possibilidade de indicar o mapa de navegação entre ambos os círculos. Confi-guração 2: trata-se de uma indicação digi-tal sem círculos, com diferentes campos de informação, na qual, na parte central, foi integrado um indicador personalizado, por exemplo, a mediateca. Além disso, foram redesenhados os clássicos instrumentos ana-lógicos, com o ecrã multifunções situado na zona central.A consola central prima também com novos sistemas de navegação da MIB3: Discover Media (oito polegadas) e Discover Pro (9,2 polegadas). Além disso, através do ecrã ini-cial personalizável, a VW garante a possibi-lidade ao condutor de configurar as várias funções de forma individual, de forma simi-lar às aplicações de um smartphone. Entre outros opções, o programa de sistemas de infotainment é completado com os sistemas MIB2 Composition Audio e Composition Colour (com ecrã tátil de 6,5 polegadas).Entre as novidades a bordo, destaque ainda para o cartão SIM integrado (eSIM). Este sis-tema abre um novo espetro de funções e ser-viços online como por exemplo a função eCall que, em caso de acidente, envia automatica-mente ao centro de chamadas de emergência a posição do veículo e estabelece uma ligação por voz. Além disso, o eSIM estabelece liga-ção com os serviços online da marca alemã – Volkswagen We.Ricardo Vieira, diretor-geral da Volkswagen Veículos Comerciais para Portugal, revelou que o lançamento da nova Transporter 6.1 será feito de forma faseada a nível euro-peu, começando pelo mercado alemão, em maio. Em Portugal, o modelo estará dispo-nível no último trimestre de 2019, no mês de novembro.

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Nova Sprinter

Olá, MercedesA mais recente geração do Mercedes-Benz Sprinter conta com novos serviços de conectividade e avançados sistemas de assistência à condução. O objetivo passa pela melhoria da operacionalidade e a redução de custos.

PARA RESPONDER ÀS SOLICITAÇÕES e ne-cessidades dos clientes, a Mercedes-Benz Vans é uma das marcas que mais investe a nível mundial em veículos comerciais ligei-ros. O exemplo mais recente foi a terceira geração do Mercedes-Benz Sprinter que é proposta em mais de 1.700 variantes e mais de 600 opcionais, através da combinação de diferentes tipos de carroçaria, configura-ções de tração (traseira, integral e dianteira), designs de cabina, comprimentos de carro-çaria, pesos brutos, capacidades de carga e alturas de compartimento de carga. Lançada em 2018, a nova gama foi a pri-meira a incorporar a nova filosofia AdVANce da Mercedes-Benz Vans e a disponibilizar

novos serviços de conectividade, que estão agrupados no Mercedes PRO Connect. Os sistemas e serviços existentes, assim como as aplicações recentemente desenvolvidas es-tão integrados nesta plataforma digital, que permite estabelecer a ligação entre o gestor da frota e os condutores da frota através da Vehicle Management Tool. A gestão de tare-fas é efetuada online e as informações sobre os veículos, como a localização, o nível de combustível ou intervalos de manutenção, podem ser obtidas rapidamente. A utilização direta das soluções de conecti-vidade também se tornou possível, graças a introdução dos sistemas de multimédia MBUX (Mercedes-Benz User Experience), es-treados pelo Sprinter em veículos comerciais. Trata-se de um interface com um ecrã tátil até 10,25 polegadas que, com utilização de

comandos de voz do género “Olá Merce-des”, permite aceder a várias funcionalida-des como o telefone, a receção e envio de mensagens de texto, a pesquisa de locais e a navegação, entre outros. O Mercedes PRO Connect fornece ao clien-te 19 serviços digitais em oito pacotes de serviços integrados, que contribuem para a melhoria da eficiência, a redução dos custos operacionais, uma melhor disponibilidade do veículo e a comunicação otimizada entre a frota: assistência otimizada (as operações de assistência e manutenção podem ser pla-neadas atempadamente e executadas mais eficientemente); gestão eficiente das frotas (a localização e o estado do veículo podem ser determinados em qualquer altura); nave-gação aperfeiçoada (informações relevantes, como dados de trânsito em tempo real ou

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Carlos Moura Pedro [email protected]

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mapas sempre atualizados, asseguram um planeamento otimizado do trajeto); análise eficiente do estilo de condução (disponi-bilização de dados úteis sobre o estilo de condução aos condutores e aos gestores de frota, sendo possível otimizar o estilo de condução em termos de consumo de com-bustível e desgaste); comunicação simplifica-da entre frota (ligação direta entre gestor de frota e condutor através do sistema MBUX); registos digitais (disponibilização dos dados importantes relacionados com a frota, in-cluindo percursos realizados); acesso móvel ao veículo (possibilidade de controlo remoto de determinadas funções do Sprinter, como, por exemplo, portas trancadas ou vidros elétricos fechados); interfaces de dados da Mercedes-Benz Vans (os furgões da marca podem ser integrados nos sistemas de ges-tão de frotas já existentes dos clientes).A utilização do Mercedes PRO Connect será gratuita até à abertura da PRO Store, previs-ta para o início de 2020.

Segurança acrescida Além da conectividade inteligente e da me-lhoria da rentabilidade graças ao ecossiste-ma Mercedes PRO, a nova geração do Sprin-ter passou a ser proposta, pela primeira vez, em variantes de tração dianteira, que permi-te aumentar a carga útil em 50 quilogramas

em comparação com o modelo anterior de tração traseira, enquanto o patamar de car-ga é 80 milímetros mais baixo para facilitar as operações de carga e descarga.A cabina recebeu bancos ergonómicos, es-tando disponível o arranque sem chave, um sistema de ar condicionado melhorado e um travão de estacionamento elétrico. A nova geração do Mercedes-Benz Sprinter recebe sistemas de assistência à condução que contribuem não só para uma melhoria da segurança, mas, também, para a diminui-ção de custos de reparação decorrentes de acidentes. À exceção das variantes de tração integral, o furgão de grandes dimensões da marca alemã vem equipado de série com di-reção assistida elétrica em função da veloci-

dade, auxiliando na realização de manobras e no estacionamento. Igualmente de série é o Assistente de Vento Lateral (Crosswind Assist). Entre os novos dispositivos de auxí-lio à condução destaque para o Active Break Assist, que mantém automaticamente uma distância de segurança para o veículo da frente. Os dados necessários são obtidos através de um sensor de radar localizado no para-choques dianteiro. Se a distância do veículo da frente diminuir, a velocidade do Sprinter é reduzida com até 50% da força de travagem máxima. Em caso de necessidade, o sistema trava o veículo até à sua imobiliza-ção. Se o tempo de imobilização for inferior a três segundos, é retomada a marcha de forma automática. Por outro lado, se o siste-ma considerar que é necessário travar mais a fundo, o condutor recebe um aviso visual e sonoro. Se for detetado um perigo de coli-são, o Assistente de Travagem intervém para evitar o acidente.Outros dispositivos de segurança disponíveis no novo Mercedes-Benz Sprinter são o As-sistente de Faixa de Rodagem, o Attention Assist, o pacote de estacionamento com As-sistente de Estacionamento e câmara 360º ou o Assistente de Sinais de Trânsito.

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Custom, Connect e Courier

Mais versões Sport na gama TransitPorque nem todos os clientes querem um simples comercial branco e vulgar, a Ford “radicalizou” toda a gama Transit com uma imagem mais desportiva e, claro, com motorizações à altura do desafio.

A FORD DISPONIBILIZA UMA OFERTA que in-clui versões Sport nos três modelos da gama Transit – Custom, Connect e Courier – que se caracterizam por apresentarem uma assi-natura desportiva, espelhada pela dupla faixa decorativa no capô. “Nem todos se dão satisfeitos com um nor-malíssimo furgão branco: a gama de furgões Sport da Ford apela aos clientes que se que-rem afirmar, mantendo, simultaneamente, todas as qualidades características de robus-tez, fiabilidade e versatilidade que fazem da família Transit uma verdadeira campeã de vendas”, comenta Hans Schep, diretor-geral de veículos comerciais da Ford Europa.Para responder à elevada procura no mercado europeu, a Ford decidiu introduzir algumas novidades nesta oferta Sport. A nova moto-rização da Transit Custom Sport possui uma injeção de combustível a alta pressão melho-rada, uma arquitetura de baixo atrito e um renovado turbocompressor de baixa inércia, que contribui para uma maior disponibilidade de potência ao longo de uma ampla faixa de

regimes. O novo motor diesel EcoBlue de 2.0 litros de 185 cv pode ser associado a uma cai-xa manual de seis velocidades ou a transmis-são automática SelectShift, de seis relações.Além de um aumento de 9% em termos de potência e também no binário máximo, ago-ra de 415 Nm, para uma performance mais responsiva, os clientes beneficiarão ainda de um incremento em termos de conectividade móvel, com a introdução da tecnologia de modem de bordo FordPass Connect.Em termos de imagem, a Transit Custom Sport combina as expressivas faixas duplas com um musculado kit de carroçaria que inclui saias laterais, extensões dos guarda--lamas e para-choques, retrovisores laterais e puxadores das portas na cor da carroçaria, juntamente com jantes de liga leve, de 17 ou 18 polegadas. O estilo desportivo engloba também revestimentos interiores parciais em couro Ebony, abrangendo a segunda e tercei-ra fila de bancos, quando existente.A Transit Custom Sport é proposta em várias carroçarias, incluindo furgão, kombi e van ca-bina dupla, disponíveis nas versões de distân-cia entre eixos curta e longa. A dinâmica de condução foi optimizada graças a um setup

de chassis único, capaz de imprimir melhores reações ao nível da direção, maneabilidade e rolamento, bem como uma sensação mais responsiva e ágil.Por seu lado, a nova Transit Connect Sport, apresentada no ano passado, no Salão de Veí-culos Comerciais de Hanover, também passa a estar disponível numa versão melhorada do motor diesel Ford EcoBlue de 1.5 litros, com 120 cv e caixa manual de seis velocidades. Esta versão caracteriza-se por apresentar um kit exterior que inclui faixas desportivas em preto mate com contornos em prata ou la-ranja e às jantes de liga leve Dark Stainless, de 16 polegadas. O habitáculo apresenta reves-timentos parciais em couro no banco do con-dutor (aquecido) e bancos individuais para os passageiros.O furgão compacto Transit Courier também é proposto numa versão Sport. Equipado com motor 1.5 TDCi de 100 cv diferencia-se pelas faixas desportivas ao longo do capô e portas traseiras, um kit estético na cor da carroçaria, jantes de liga leve de 16 polegadas com aca-bamento em prata Magnetic, e bancos des-portivos parcialmente revestidos em couro, com costuras de contraste a vermelho.

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Comerciais

Mercedes-Benz Vito recebe novo motor diesel A Mercedes-Benz Vans vai introduzir um novo motor diesel no modelo Vito, uma nova caixa automática de nove velocidades e novos serviços de conectividade Mercedes. No capítulo mecânico, o comercial de dimen-sões médias da marca alemã com pesos bru-tos até 3,0 toneladas recebe um novo motor diesel de quatro cilindros de 2.0 litros, deno-minado OM 654, que se destina a ser utiliza-do nas versões de tração traseira e integral do Mercedes-Benz Vito. O novo bloco vem substituir o OM 651 de 2.2 litros. O objetivo é permitir uma diminuição no consumo de combustível e das emissões. Curiosamente, o novo bloco irá disponibilizar os mesmos níveis de potência do anterior, ou seja, 136 cv, 163 cv e 190 cv.Entre as principais inovações neste bloco de 2,0 litros destaque para a combinação de uma carcaça em alumínio e pistões em aço, um processo de combustão otimizado e pare-des de cilindro Nanoslide para reduzir a fric-ção dentro do motor.

A maioria dos componentes para redução das emissões foram instalados diretamente no motor, incluindo um sistema de recircu-lação de gases com arrefecimento, um con-versor de oxidação catalítica diesel e um filtro de partículas com funcionalidade de redução catalítica seletiva.Os novos motores diesel de dois litros serão associados, de série no Mercedes-Benz Vito

Tourer, com uma caixa automática de nove velocidades. A partir do último trimestre des-te ano também estará disponível uma caixa de velocidades manual. O Mercedes-Benz Vito também vai receber os novos sete pacotes de serviços de conec-tividade Mercedes PRO, que se destinam a aumentar a eficiência, a reduzir os custos de operação e a aumentar a disponibilidade.

HonestJohn.co.uk

MAN TGE vence prémio Honest John 2019 A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se no início de Maio na Vinil Factory, Marshall Street, em Londres. Os prémios HonestJohn.co.uk são discutidos e definidos por um painel de especialistas únicos: os leitores e condutores de veículos da Ho-nestJohn.co.uk, incluindo operadores de carrinhas, que usam este tipo de veículos, nas suas atividades do dia-a-dia.Dan Powell, chefe de edição na HonestJohn.co.uk, comentou: “o MAN TGE é o novo grande campeão de pesos pesados da categoria Furgão 2019. Nos últimos 12 meses, tornou-se a car-rinha mais popular da sua classe e destacou-se, reivindicando

assim o prémio Furgão do Ano. Fácil de conduzir, confortável e capaz de transportar cargas enormes, a MAN TGE é oficialmen-te uma das melhores carrinhas”. Daniel Holbein, responsável de veículos comerciais, da MAN Truck & Bus UK Ltd, recebeu o prémio e acrescentou: “estamos muito satisfeitos que a MAN TGE tenha sido reconhecida e premiada com a HonestJohn.co.uk Furgão 2019. Prémios decididos pelos leitores, clientes e condutores significam muito para nós. Estamos entusiasmados por poder oferecer uma gama de veículos topo de gama que continuamente satisfazem as expectativas dos nossos clientes”. Construído para o trabalho duro e cargas pesadas, o MAN TGE lutou contra a forte concorrência de outros quatro grandes fa-bricantes de furgões, incluindo a Ford, Fiat, Peugeot e Renault. A revisão feita na página web enfatiza o acesso aos concessio-nários e à rede de serviços da MAN Truck & Bus e as diversas versões da TGE que atendem às necessidades individuais. Além disso, os jurados do Honest John aplaudem a “excelente caixa de velocidades automática de oito velocidades”.Daniel Holbein concluiu: “apoiado por uma rede de concessio-nários de veículos comerciais, a TGE, de 3,0 a 5,5 toneladas em inúmeras configurações, oferece uma proposta eficiente, robusta e fiável; tudo o que os nossos clientes precisam”.

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