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PORTUGAL POST Director: Mário G. M. dos Santos ANO XVI • Nº 175 • Fevereiro 2009 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 Jovem português desaparecido em Berlim A polícia alemã já exclui praticamente a possibilidade de o engenheiro português desaparecido na madrugada de 10 de Janeiro dias em Berlim ter sido vítima de um acto criminoso, e considera agora mais provável a hipótese de acidente. “Pensamos que ele não foi vítima de um crime, porque não há quaisquer indícios nesse sentido”, disse em Berlim o inspector-chefe Hans-Joachim Blume, que está a coordenar as investigações. Página 7 Ex-funcionária consular investigada pela justiça por alegada falsificação de diploma académico A ex-funcionária do consulado em Hamburgo também é deputada pelo partido CDU à Assembleia Municipal de Hamburgo-Altona. Página 3 Comentário de Cristina Krippahl Foto: PORTUGAL POST Cavaco Silva pede “atenção particular” para as comunidades portuguesas Membros do CCP vão reunir com o embaixador em Berlim Governo alemão aprova pacote para combater recessão e desemprego Leia nesta edição Página 15 Página 4 Página 8 Página 10 Entrevista Alfredo Cardoso: “Não estou colado ao cargoPublicidade

Portugal Post Fevreiro 2009

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Portugal Post Fevreiro 2009

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Page 1: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POSTDirector: Mário G. M. dos Santos

ANO XVI • Nº 175 • Fevereiro 2009 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

Jovem português desaparecido em Berlim

A polícia alemã já exclui praticamente a possibilidade de o engenheiro português desaparecido namadrugada de 10 de Janeiro dias em Berlim ter sido vítima de um acto criminoso, e considera agoramais provável a hipótese de acidente.“Pensamos que ele não foi vítima de um crime, porque não há quaisquer indícios nesse sentido”, disseem Berlim o inspector-chefe Hans-Joachim Blume, que está a coordenar as investigações. Página 7

Ex-funcionária consular investigada pela justiça por alegada falsificação de diploma académico

A ex-funcionária do consulado emHamburgo também é deputadapelo partido CDU à Assembleia Municipal de Hamburgo-Altona.Página 3

Comentário de Cristina Krippahl

Foto: PORTUGAL POST

Cavaco Silva pede“atenção particular”

para as comunidadesportuguesas

Membros do CCP vãoreunir com o

embaixador em Berlim

Governo alemão aprova pacote paracombater recessão

e desemprego

Leia nesta edição

Página 15

Página 4

Página 8

Página 10

Entrevista

Alfredo Cardoso:“Não estou colado

ao cargo”

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Page 2: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Editorial2

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASDORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURASE PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D -44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESANA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAGREGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdadee Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

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Em 2009 os portugueses residentes fora dopais vão ser chamados a participar em mui-tas eleições. Em Portugal serão as legislati-vas e as europeias que vão mobilizar oseleitores emigrantes. Na Alemanha, e mais concretamente naNRW, vamos também poder votar nas elei-ções autárquicas. Para estas eleições, os cidadãos nacionaisparticipam automaticamente desde que de-vidamente registados na comuna local.A participação dos portugueses em todos osactos eleitorais tem sido muito fraca. O des-interesse, a falta de informação e a inexis-tência de acções que apelem aorecenseamento e até à participação eleito-ral tem contribuído para a apatia eleitoraldos cidadãos aqui neste país, e não só.São também outros os motivos que contri-buem para este alheamento e, por conse-quência, para a falta de consciência cívicada esmagadora maioria dos nossos conci-dadãos. Um deles é sem duvida a distânciaque separa os portugueses emigrantes dodiscurso politico de todos os partidos e, nofinal, de quem governa.

Não somos apetecíveis porque o nosso pesoeleitoral não é determinante, daí o desinte-resse que os governantes, os partidos, a co-municação social e a própria sociedadeportuguesa manifestam sobre as questõesda emigração .Apesar de somarmos quase cinco milhõesde portugueses residentes fora do país, averdade é que somos eleitoralmente poucoou nada influentes. Se quisermos ser ouvidos nas nossas exi-gências temos de saber que isso é só pos-sível se tivermos força eleitoral, numapalavra, se participarmos com o nosso votonos processos eleitorais.Por isso, somos da opinião que seria opor-tuno pensar em levar a cabo uma campanhade informação que apele não só ao recen-seamento como também à participação elei-toral, campanha essa à qual se deveriamjuntar embaixada, consulados, associações,FAPA, Conselho das Comunidades Portu-guesas, comunicação social, etc.. Já em tempos a Federação de AssociaçõesPortuguesas (FAPA) promoveu uma cam-panha cujo mote era “Quem não vota, não

conta”.Iniciar uma acção idêntica. envolvendotodos, deve ser, pensamos nós, possível. OPORTUGAL POST, consciente da sua res-ponsabilidade, está aberto a cooperar numaacção dessas, basta que haja disponibili-dade de todos e, principalmente, daquelesque têm mais responsabilidadesNão há muito tempo que o Presidente daRepública, dirigindo-se aos diplomatas por-tugueses, pediu uma atenção particular àscomunidades portuguesas, recordando “agrande contribuição das comunidades por-tuguesas no estrangeiro para a estabilizaçãoda economia portuguesa através das remes-sas que enviam para Portugal”.Reconhecer, como o PR o faz, a nossa in-fluencia na economia portuguesa é um sinalque cai bem na comunidade, principal-mente vindo da parte de quem vem. E para que o nosso contributo para o desen-volvimento do país seja ainda completo énecessário que saibamos que participar naseleições é decidir em conjunto os destinosdo país, isto é, o nosso destino.

Mário dos Santos

“Quem não vota, não conta”

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PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Comunidade 3

Ninguém entende as razões daex-funcionária, irmã da actual res-ponsável pelos serviços sociais doconsulado, que a terão levado aforjar um diploma de doutora-mento já que “aquando da sua ad-missão no consulado não lhe foipedido nenhum diploma superiorporque o serviço para o qual elafoi admitida era a de uma simplesassistente”, disse-nos o Cônsul-Geral, António Vieira Machado.

O alegado falso diploma, com

data 22.03.2002, “atribuído”pela Universidade de Ham-burgo, foi descoberto quando afuncionária apresentou ao côn-sul uma cópia do diploma noâmbito de um processo de atri-buição de notas de avaliação aosfuncionários do consulado comvista a uma possível melhoriada sua situação profissional.

A autenticidade do diplomafoi colocada em dúvida quandofuncionários do consulado de-tectaram erros de alemão no do-cumento, o qual também estaria“toscamente falsificado”.

Confrontada com a situaçãopelo Cônsul-Geral, que terá so-licitado à funcionária o originaldo diploma, a “doutora” reagiuao pedido do chefe do postoconsular com a apresentação dasua demissão “por motivos desaúde”.

Contactada pelo nosso jornal,a ex-funcionária recusou-se a co-mentar o assunto, dizendo que setinha demitido por razões desaúde. “O senhor cônsul podeconfirmar a minha demissão porrazões de saúde”, disse-nos.

Alessandra Venda do Rosário

não era apenas conhecida por“doutora” no consulado.

Deputada desde 2004 pelopartido CDU à Assembleia Muni-cipal de Hamburgo-Altona, Ales-sandra Venda do Rosário era (e

ainda é) apresentada oficial-mente por aquele órgão munici-pal com o título académico. Napágina oficial da Internet da As-sembleia Municipal, AlessandraVenda do Rosário surge com otítulo académico.

Confrontado com a notícia,um responsável local da CDU,que se manifestou chocado coma situação, revelou que a depu-tada apresentou a sua demissãodos cargos alegando “razõespessoais e de saúde”.

Agora a ex-funcionária estásujeita a uma investigação judi-cial após o Cônsul-Geral terapresentado queixa junto dasautoridades alemãs que estão ainvestigar suspeitas de falsifica-ção de diploma e eventual utili-zação abusiva de títuloacadémico .

Contactado pelo PP, o Côn-sul-Geral confirma-nos a queixaapresentada pelo consulado às au-toridades alemãs, informando-nostambém da participação do casoàs autoridades portuguesas.

O caso já saiu das quatro pare-des do consulado e saltou para aspáginas dos jornais locais. O Bild

Zeitung já pôs a alegada falsifica-ção do diploma nas bocas domundo e confirma, pela voz deum procurador do Ministério Pú-blico, a investigação.

O PP sabe que a notícia doBild é já do conhecimento dosresponsáveis que tutelam os as-suntos consulares na Secretaria deEstado das Comunidades.

O nosso jornal também apurouque os responsáveis pelos assun-tos de inspecção diplomática po-derão proceder a uma inspecçãono Consulado-Geral em Ham-burgo

Para saber se estava a decorreralgum inquérito sobre este caso, oPORTUGAL POST contactou noinício da penúltima semana de Ja-neiro a embaixada de Portugal emBerlim para falar com o responsá-vel pelos contactos com a im-prensa, tendo o funcionário quenos atendeu o telefone dito que ojornal seria contactado pelo Con-selheiro de Imprensa logo quepossível, o que, lamentavelmente,não tinha sucedido até 31 de Ja-neiro, dia do fecho de redacção .

MS

Ex-funcionária consular investigada pela justiçapor alegada falsificação de diploma académico

s leitores do PortugalPost decerto estarãolembrados do escândalocausado, há tempos,pelas condições desas-

trosas em que se encontrava oConsulado Geral português deHamburgo: ele era ratos, paredeshúmidas, sujidade e eu sei lá maiso quê. Os utentes insurgiram-se, e,finalmente, o consulado mudou-se para as instalações magníficasdo que é hoje a mui representativa«Portugal Haus», no centro da ci-dade alemã onde vive a maior co-munidade lusa.

Tudo indicava pois, um finalfeliz, não fosse ter-se dado o tristeacaso da podridão, afinal de con-tas, não ser apenas externa. Se-gundo noticiaram vários jornaisalemães, uma funcionária do con-sulado – entretanto demitida - for-jou documentos da Universidade

de Hamburgo para se fazer passarpor doutorada em Direito. Comoé evidente, sem culpa nenhuma,todos nós na vida corremos orisco de ser alvos ou vítimas daenergia criminosa desenvolvidapor quem para aí esteja virado. Oconsulado não é excepção. O quefaz soar o alarme é a facilidadecom que aparentemente é possívelintrujar os nossos representantesoficiais. Ainda por cima porque,segundo consta, a falcatrua era fa-cilmente detectável: os documen-tos forjados até erros de alemãotraziam.

O Cônsul-Geral argumentaneste jornal não se ter dado contado sucedido, uma vez que a posi-ção preenchida pela funcionárianem sequer exigiria qualificaçõestão elevadas. Presume-se entãoque a documentação apensa à can-didatura nem sequer foi exami-

nada. O que levanta várias ques-tões. Por exemplo: porque é que avaga não foi preenchida por quemapresentasse as qualificações ade-quadas? É de elementar bomsenso que pessoas com qualifica-ções excessivas para um trabalhomenos exigente depressa se tor-nam colegas insatisfeitos, comcontribuição negativa para todo odesenrolar do trabalho. Pergunta-se igualmente se a restante docu-mentação das qualificações dacandidata também não foi exami-nada? O que deixaria supor queestava à partida decidido que elairia preencher a posição indepen-dentemente da qualificação. Por-que é difícil imaginar que se passepor cima unicamente da prova daqualificação mais importante. Umempregador tem que ter uma cu-riosidade natural em saber no quese especializou a futura funcioná-

ria com título académico, e que-rerá sempre conhecer o temasobre o qual dissertou. Tanto maisnum consulado, onde – seja a quenível for – conhecimentos de Di-reito só podem ser úteis.

Talvez tenha chegado o mo-mento do Ministério dos Negó-cios Estrangeiros em Lisboa secompenetrar do problema que re-presenta a opacidade que reina nadistribuição de postos – vulgo «ta-chos» - nas suas representaçõesexternas. Um concurso idóneo,aberto ao exame público, no qualas cunhas de tios, padrinhos e ou-tros familiares não pesassem, masas qualificações apresentadas eprovas prestadas fossem decisi-vas, impediria facilmente estas si-tuações embaraçosas. O que nãosó contribuiria para o bom funcio-namento dos consulados, masfaria justiça também aos funcio-

nários honestos e zelosos, que seesforçam por prestar um bom ser-viço às comunidades.

O facto da ex-funcionária emquestão ser uma figura pública naqualidade de deputada pelo par-tido CDU à Assembleia Munici-pal de Hamburgo-Altona é umaagravante, porque mancha a ima-gem da comunidade lusa nestepaís. Daí que a opção dos respon-sáveis do consulado de Hamburgode só agirem depois do caso setornar notório em Hamburgo, eimpossível de ignorar, talvez nãotivesse sido a mais feliz. Umareacção mais decidida e atempadateria ajudado a atenuar um poucoa vergonha. Varrer os inconve-nientes para debaixo do tapetepode ser uma «venerável» tradi-ção lusa, mas acaba sempre porproduzir um cheirinho desagradá-vel.

Uma funcionária do Consulado-Geral

de Portugal em Hamburgo, que

entretanto se demitiu,está a ser investigada

pelo Ministério Públicoalemão por uma alegada

falsificação de um di-ploma de doutoramento,

título académico queusava no consulado

e nos meios que frequentava.

Alessandra Venda do Rosário. Foto: PP arquivo

ComentárioCristina Krippahl

Podre por dentro

O

Hamburgo

Page 4: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Nacional e Comunidades4

„Aos diplomatas, peço umaatenção particular à comunidadeportuguesa“, afirmou Cavaco Silva,durante a recepção que ofereceu noPalácio de Belém ao corpo diplo-mata português, por ocasião da rea-lização do Seminário Diplomático,em Lisboa.

Recordando a grande contribui-ção das comunidades portuguesasno estrangeiro para a estabilizaçãoda economia portuguesa através dasremessas que enviam para Portugal,o chefe de Estado alertou para a im-portância que essas mesmas comu-nidades voltam agora a ter nestetempo de crise. „Neste tempo, ascomunidades portuguesas voltam aser muito importantes“, disse, de-fendendo a necessidade de „criarcondições para acompanharem deperto as coisas da nossa pátria“.

Antes, Cavaco Silva tinha jáalertado para o „ano nada fácil“ queos portugueses terão de enfrentarem 2009, numa altura em que sãovários os desafios que se colocam àdiplomacia portuguesa.

„Juntemos todos esforços e

aproveitemos as boas ocasiões eoportunidades“, salientou.

Entre os desafios que se irão co-locar em 2009, o Presidente da Re-pública destacou a necessidade de„mais do que nunca“ Portugal pre-cisar de reter os investimentos járealizados no país, assim como aimportância de „olhar para as opor-tunidades dos diferentes mercados“estrangeiros e de combater o protec-cionismo. Por outro lado, lem-brou ainda o chefe de Estado, em2009 Portugal preside à Comuni-dade de Países de Língua Portu-guesa e será um „ano chave“ para a„tarefa difícil“ da candidatura aoConselho de Segurança das NaçõesUnidas.

„Será um ano difícil, mas estoucerto que a diplomacia portuguesa

estará à altura das tarefas que teráde desempenhar“, sublinhou Ca-vaco Silva. Antes da intervençãodo chefe de Estado, o ministro dosNegócios Estrangeiros, LuísAmado, tinha já manifestado a„total disponibilidade“ de todos osdiplomatas portugueses para „traba-lhar em conjunto na persecução dosinteresses do país“, reconhecendoas dificuldades que 2009 trará.

„As dificuldades impõem al-guma contenção nas expectativasdo próximo ano“, admitiu.

Entretanto, o PORTUGALPOST sabe que Cavaco Silva deslo-car-se-á em Março à Alemanha emvisita oficial. Na próxima edição doPP contamos divulgar o programada vista do Presidente da Republicaa este país

Cavaco pede a diplomatas uma “atenção particular” para as comunidades portuguesas

O Presidente da Re-pública, Aníbal CavacoSilva, pediu à diploma-

cia portuguesa parajuntar esforços „neste

ano difícil“, subli-nhando a necessidade

de ser dada uma„atenção particular“ às

comunidades portu-guesas residentes no

estrangeiro. 

Socialistas e sociais-democra-tas trocaram , no Parlamento, acu-sações de oportunismoeleitoralista no debate de uma pe-tição contra o fim do voto por cor-respondência dos emigrantes.

A petição, que reúne 5.533 as-sinaturas de portugueses no es-trangeiro, foi agendada paradebate no plenário da Assembleiada República quando o diplomado Partido Socialista (PS) queprevê o fim do voto por corres-pondência dos emigrantes naseleições legislativas já foi discu-tido e aprovado em 29 de Dezem-bro de 2008.

O deputado do PSD eleitopelo círculo da Europa, CarlosGonçalves, acusou os socialistasde terem apresentado o projecto„à socapa“ e „com exclusivos ob-jectivos eleitorais e partidários“.

„Trinta e quatro anos depoisdo 25 de Abril, pela primeira vez,restringiram-se direitos de eleito-res portugueses apenas por vive-rem lá fora e serem mais difíceisde controlar pelo PS e pelo Go-verno“, acusou Carlos Gonçal-ves.

O deputado do PSD defendeuque a aprovação do diploma a 29de Dezembro não „engrandece“ oParlamento e vai em „contracor-rente“ com as orientações daUnião Europeia relativamente àparticipação política das diásporasdos 27.

Carlos Gonçalves lembrou acontribuição das remessas dosemigrantes para a economia por-tuguesa, em particular no períodode crise que se atravessa, e susten-tou que esta decisão vai ter „cus-tos muito elevados que serão

pagos por todos“ na relação dascomunidades portuguesas comPortugal.

Na sua intervenção, o socia-lista José Lello, autor do diploma,recuperou os argumentos de que ovoto por correspondência „é per-meável à fraude“ e não garante o„princípio do segredo de voto“,considerando que continuar a ad-mitir este sistema retiraria impor-tância ao voto dos que vivem forade Portugal.

„Se o voto presencial elege oPresidente da República e o Con-selho das Comunidades, dignifi-cando a participação cívica (...),deverá ser alargado à eleição paraa Assembleia da República“, sus-tentou.

José Lello apresentou aindadados de que apenas uma „ín-fima“ parte dos emigrantes estãorecenseados e que em 14 anos, asua participação eleitoral caiupara quase metade, lembrandoque elegem tantos deputadoscomo os eleitores dos distritos deBragança ou Beja.

Trinta mil votos devolvidos,mil votos que não chegaram atempo, mais de três mil votosnulos e centenas de votos desapa-recidos foram outros argumentosapresentados pelo deputado socia-lista para sustentar o fim do votopor correspondência.

„Perante tal cenário e, face àpossibilidade que a legislaçãoaprovada pelo Parlamento abre aomuito amplo desdobramento dasmesas eleitorais, (...) só por inér-cia ou motivação partidária se po-derá continuar a defender ocontroverso voto por correspon-dência“, acusou.

PS e PSD trocam acusações em debatecontra fim do voto por correspondência

Comunidades:

O PSD vai apresentou na Assem-bleia da República um projecto de leipara a promoção de uma maior parti-cipação da mulher emigrante nos as-suntos das comunidades portuguesasno estrangeiro.

Da iniciativa do deputado pelaEmigração José Cesário, o projecto delei, que foi votado , prevê a criação doprograma „Mulher Emigrante“ parapromover a igualdade de género e areinserção profissional, entre outras.

„Trata-se de um programa de in-centivo à organização de acções parao aumento da participação e interven-ção das mulheres na vida da comuni-dade“, disse José Cesário.

O deputado afirmou que as mu-lheres são „pouco participativas“ edefendeu que esta é „uma área em quevale a pena intervir, sobretudo paraarrastar o movimento associativo, ossindicatos e outras instituições para se

envolverem e participarem na valori-zação e reflexão da problemática dasmulheres“.

A mobilidade, a inserção laborale a violência doméstica são algumasdas áreas que o PSD pretende ver de-batidas se o programa „Mulher Emi-grante“ for aprovado no Parlamento.

No âmbito do projecto de lei, oPSD propõe a realização de seminá-rios e acções de formação destinadosa fomentarem a igualdade de oportu-nidades entre homens e mulheres.

Acções de prática laboral realiza-das em empresas que envolvam mu-lheres portuguesas, estudos einvestigações, iniciativas informati-vas junto das comunidades portugue-sas, campanhas de sensibilização dasfamílias no exterior e acções informa-tivas e formativas no âmbito de ór-gãos de comunicação social sãooutras das propostas.

PSD quer promover maior participação das mulheresnos assuntos das comunidades portuguesas

„O MNE tinha 45 funcionários atermo certo que, a 31 de Dezembro,finalizaram os três anos. Se renovas-sem tinham de passar a efectivos. OMNE pediu ao Ministério das Finan-ças para renovar os contratos, mas

não foi dada a autorização“, disse àAgência Lusa Alexandre Vieira, doSindicato dos Funcionários Consula-res e das Missões Diplomáticas(STCDE). De acordo com o sindica-lista, o MNE „tentou e está a tentarcontratar funcionários através de em-presas locais de trabalho temporário“para substituir os que foram dispensa-dos, situação que considera ser ilegal.

Suíça, Bélgica, Alemanha, Ingla-terra, Espanha, Estados Unidos equase todas as embaixadas abertas empaíses do Leste europeu são algunsdos postos, segundo Alexandre Vieira,atingidos pela não renovação dos con-tratos de trabalho.

„Vários postos ficaram em situa-ção muito precária, como por exem-plo a Eslovénia e a Eslováquia, que sótêm o embaixador e o número dois daembaixada. Não têm mais ninguém“,afirmou.

Alexandre Vieira declarou que asituação se torna mais grave em paí-ses com grandes comunidades portu-guesas e lembrou que „cada vez hámais emigração e as embaixadas e osconsulados estão a ficar sem meios“.

„Em Londres, há 480 mil portu-gueses registados para sete ou oitofuncionários, o que é muito pouco. NoConsulado de Sevilha, ficaram doisfuncionários: o chanceler e a pessoaque atende os telefones, que não temexperiência para fazer documentos“,acrescentou.

„Onde está a atenção redobradapara as comunidades que o Presidenteda República pediu ao poder polí-tico?“, questionou o sindicalista.

O STCDE já apresentou uma re-clamação junto do gabinete do secre-tário de Estado das Comunidades eaguarda uma reunião para „resolver oassunto“.

Embaixadas sem funcionários devido à falta de renovação de contratos

Várias embaixadasportuguesas ficaram semfuncionários e reduzidas

ao embaixador e a umdiplomata depois de o

Ministério dos NegóciosEstrangeiros (MNE) nãoter renovado os contra-tos de 45 trabalhadores,

denunciou o sindicato do sector.

Page 5: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Opinião 5

Qimonda Sa, a empresa de" chips " DRAM, sediadaem Vila do Conde pode teros dias contados.

A Imprensa alemã e o sindi-cato IG-Metall dão como quasecerta o fecho da maior joint-ven-ture luso-alemã, que liderava asexportações portuguesas nosúltimos anos. Erros de ges-tão e forte e crescente con-corrência asiática- China eTaiwan- aceleraram a criseda empresa que, no quartotrimestre de 2008, deixou deter cash-flow suficiente ecom as vendas a caírem apique. Só por milagre a em-presa conseguirá sobreviver.

O dramático caso da in-solvência que atingiu a fá-brica-modelo de memóriasde software, uma das melho-res do mundo, com mais de20 mil patentes, sita em Vilado Conde e com sede emDresden, Alemanha, podevir a lançar no desempregomais de dois mil técnicos einvestigadores nacionais.

O governo portuguêstenta encontrar parceirosmas, com a queda do consumo eaplicação mundial no sector dosconstrutores automóvel, aéreo e deelectrodomésticos, parece ser fatalpara já o encerramento da sede-mãe em Dresden, atirando para ainactividade 3 mil funcionários.

Ao mesmo tempo, a fábrica decalçado escandinava „Ecco“ e a dejeans anglo-americana „ Lee“, to-maram a decisão de deslocaliza-rem as suas unidades produtivas dePortugal. Apesar da soma cres-cente de contrariedades, o nossopaís tem apostado e crescido naformação tecnológica de alto nível,com um nível médio de investi-mento a nível da Espanha, Françae Itália.

Há expectativas de médio elongo prazo reconfortantes, mashoje existem sinais muito preocu-pantes que atiram com as maioresdas dificuldades para o contextoem mudança da economia nacio-nal. E os diktats da Globalizaçãotornaram-se determinantes e cate-góricos, sem apelo nem agravo: aeconomia de Mercado procura olucro máximo sem fronteiras. E ospaíses gigantes de manufacturassemi-industrializadas- casos daChina e da India-destroem sectoresinteiros das indústrias pioneiras daEuropa e dos EUA datadas do

séc.XIX, como o Têxtil e o Cal-çado.

Nicolau Santos, um reputadoeconomista e sub-director do se-manário Expresso, caracterizou oestado da economia portuguesa, hápoucas semanas. Apontando para obom e o mau. E incentivando o

rumo traçado para o incremento daCiência e Tecnologia, um dos sec-tores de maior e melhor conduçãono seio do Governo de José Sócra-tes. Aponta Nicolau Santos: „ A dí-vida externa de Portugal representamais do dobro da riqueza que pro-duzimos anualmente. Estamos em18° lugar entre 57 países no que serefere à maior dívida em valor ab-soluto; e 7° na maior dívida empercentagem do PIB; e em 14° namaior dívida per capita „.

Caracterizemos agora umpouco a crise. Que tem sete cabe-ças e não se deixa caracterizar: teo-logia do Mercado? Como apontouStiglitz, a „ actual crise é para oneo-liberalismo, o que a queda doMuro de Berlim o foi para o Co-munismo do Leste Europeu“.Pondo a tónica de que os „ merca-dos livres são uma ficção criadapelos Estados, o que é realidade éa criação de uma Ordem Interna-cional dos países desenvolvidosque, depois de recorrerem, deforma bem sucedida à protecçãodas suas indústrias nascentes, im-põem a abertura assimétrica dosmercados ao resto do globo, pro-movendo padrões de especializa-ção internacional em que só elestendem a ganhar „. Está-se mesmoa ver o que o Nobel da Economia

quer dizer. Ele aviva a intuiçãocentral de Keynes: „ a crise é o so-matório de falhas de coordenaçãoque só os Estados estão em condi-ções de resolver“.E aqui entra emjogo, a coesão e a qualidade do sis-tema democrático de cada país…

As opções económicas de su-cesso passam, hoje, pelo in-centivo crescente eimparável do potencialCientífico e Tecnológico.Portugal tem apostadonessa vertente essencial edecisiva para combate dadecadência e da crise estru-tural do modelo herdado daIndustrialização criada pelamão-de-obra massiva e ba-rata dos anos 60. Com maisde 1500 empresas em en-volvimento de módulos deInvestigação e Desenvolvi-mento, o esforço tem sidotitânico, traduzindo-se pelosinvestimentos, entre 2005 e2008, de meios humanos efinanceiros superiores a 800por cento no sectores dasEnergias, a par dos degrande amplitude na Infor-mática, Comunicações e

Serviços Financeiros e Seguros,principalmente. Temos grandes ni-chos de Mercado mundial a defen-der: Têxteis-Lar, sub-contrataçãode Confecções e Vestuário de nívelMédio/Alto, Calçado de qualidade,Mobiliário,Embalagem e Turismonos segmentos mais rentáveis

Multinacionais “alimentam”perspectiva de desemprego maciço

Por F. Almeida Ribeiro

Por Paulo Pisco

Alguns acontecimentos recen-tes na vida política portu-guesa, um relacionado compreocupações sociais e outrocom a defesa dos valores de-

mocráticos, são bem elucidativosacerca das diferenças entre o PartidoSocialista e o PSD. Não. Não voufalar daquela ideia de Manuela Fer-reira Leite que defendeu que a Demo-cracia podia ser interrompida por seismeses, nem tão pouco do mundo dosnegócios tão caro ao PSD.

Existem outros temas igualmentecom significado, como a actualizaçãodo salário mínimo decidido pelo Go-verno do PS e que Manuela FerreiraLeite se apressou a dizer que “raiavaa irresponsabilidade”, e a surpreen-dente suspensão de um deputado naAssembleia Legislativa da Madeira,um acto próprio de uma ditadura, masque do PSD apenas mereceu um rui-doso, incómodo e incompreensível si-lêncio.

O reforço dos direitos sociais nasociedade portuguesa tem sido umapreocupação constante do Governodo Primeiro-Ministro José Sócrates ecom resultados bem importantes já vi-síveis na redução da pobreza em Por-tugal. Refiram-se apenas algunsexemplos mais emblemáticos como oaumento extraordinário das pensõesmais baixas, que em muitos casos re-presentou um acréscimo mensal de 76euros, o aumento dos abonos de famí-lia em 25 por cento, a criação dos sub-sídios à natalidade, o acesso gratuitoa alguns medicamentos e prótesespara os mais idosos e a construção demais 400 novas creches.

Mas, acima de tudo, deve subli-nhar-se o facto de o actual Governoter resolvido a situação de quase rup-tura da Segurança Social em que oPSD a deixou, estando agora garanti-dos recursos suficientes para o Estadopagar as prestações sociais e as refor-mas dos pensionistas para as próxi-mas décadas.

Como claramente se percebe sóatravés destes exemplos, há diferen-ças gigantescas entre as preocupaçõesdo PS quando está no Governo e oPSD. Alguém se recorda de algumasmedidas de carácter social lançadas

durante o último período em que oPSD foi Governo?

Mas o mais chocante foi a líder doPSD ter rejeitado um aumento do sa-lário mínimo em 25 euros, na sequên-cia do acordo que o Governo fez naConcertação Social, dizendo que isso“roçava a irresponsabilidade”, nãoobstante saber-se que em Portugal eleé relativamente baixo, revelandoassim uma enorme desorientação po-lítica e uma grande insensibilidade so-cial.

Quanto ao Governo, não só cum-priu o seu compromisso, como aindalançou um conjunto adicional de me-didas de apoio às PME, para as ajudara resolver os seus problemas de tesou-raria, tendo o plano sido bastante elo-giado pelos empresários.

Em termos de cultura democrá-tica o desastre não é menor. A suspen-são de um deputado da AssembleiaLegislativa da Madeira é um doscasos mais graves da democracia por-tuguesa e, por mais que o tentem fazeresquecer, deve ser sempre recordado.Um deputado eleito pelo povo foi sus-penso e impedido de entrar no Parla-mento Regional a mando de AlbertoJoão Jardim, que manda num arquipé-lago onde os valores da democracia eos representantes da oposição são es-pezinhados diariamente. Não só o quese passou constitui uma grave viola-ção da Constituição e das leis, comoé um acto próprio de uma ditadura. Eenquanto essa figura indescritível queé Alberto João Jardim, líder do PSD-Madeira, passa meses sem pôr os pésno Parlamento Regional, ao contrário,o Primeiro-ministro José Sócratestodos os 15 dias vai à Assembleia daRepública prestar contas. E não obs-tante estarmos perante um dos episó-dios mais grotescos da nossademocracia, ninguém no PSD se in-dignou por mais um acto de prepotên-cia grosseira de Alberto João Jardim.

A menos que estivéssemos na-quele tal período de seis meses de sus-pensão da Democracia de que falavaa líder do PSD e assim já se com-preende tudo…

Director do Departamento de Comunidades do PS

Preocupações Sociais e Democracia

A

“ Não vou falar daquela ideia de ManuelaFerreira Leite que defendeu que a Democra-cia podia ser interrompida por seis meses”

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„ A dívida externa de Portugal representa maisdo dobro da riqueza que produzimos anual-mente. Estamos em 18° lugar entre 57 paísesno que se refere à maior dívida em valor abso-luto; e 7° na maior dívida em percentagem doPIB; e em 14° na maior dívida per capita „.

Page 6: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Opinião6

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Podemos ainda invocar umaqualquer maldição ancestral paraa nossa incapacidade, enquantopovo, de nos organizarmos e con-quistarmos um melhor nível devida.

Mas que produzimos bonsases individuais, na arte de chutara bola, isso é inegável!

Curiosamente, …é isso

mesmo! Enquanto indivíduos,isolados e testados em meiosmais adversos, como é o caso dosque se encontram fora do País,conseguimos realizar autênticosfeitos em vários domínios dasartes, do desporto, da ciência, dapolítica e da cultura, em geral.Como colectivo, …somos um de-sastre!

Se a nossa qualidade colec-tiva, fosse um simples somatóriodas nossas qualidades indivi-duais, seríamos os maiores.Como na realidade as coisas nãosão assim (a atestar pelos modes-tos resultados da nossa selecçãonacional..), valha-nos o apareci-mento de alguns “ronaldinhos”,de vez em quando, para alimentara nossa auto-estima e massajar oego.

Além disso, o “miúdo” Ro-naldo, dá asas aos sonhos dosnossos “putos” e respectivos pais.Originário de famílias modestase sem grandes habilitações inte-lectuais, tal como a grande maio-

ria do nosso povo, o sucesso eco-nómico de Ronaldo alimentatodos aqueles que vislumbramobter fortuna rápida, através debons pontapés na bola.

Pena é que seja só através dofutebol que as nossas estrelas bri-lham com mais impacto!

Com efeito, a avaliar pelo quese tem passado nos últimos 20anos e perante as lamentaçõesdos nossos dirigentes, face à di-minuição das nossas exportações,Portugal (a par do Brasil…) tor-nou-se um dos maiores exporta-dores de artistas do futebol.

Eles são jogadores, técnicos,massagistas, gestores de fortunas,agentes, especialistas em comen-tários e até espectadores.

E digo espectadores porque,se há 20 anos atrás só havia inte-resse em seguir os desafios do fu-tebol nacional, com toda estaexportação de craques, hoje, osamantes do desporto rei, não per-dem pitada dos jogos onde ac-tuam jogadores nacionais.

Ligas do futebol italiano, es-panhol, francês, inglês, russo,alemão e até das arábias, fazemhoje parte da informação quoti-diana, de quem quer dar uns pal-pites de bom conhecimento destedesporto.

Curiosamente, o futebol, en-

Ronaldo é o maior!

quadrado na trilogia dos 3 efes(Futebol, Fado e Fátima) acaboupor universalizar a nossa existên-cia actual, enquanto povo e País,soprando a poeira que cobria aspáginas da nossa história de na-vegadores.

Resta saber se, a contribuiçãodo futebol para o nosso bem-estarcolectivo, é meritória e digna deinteresse!?

Pelo menos para quem ganhaé! Os outros que, como nós, vãodando pontapés na relva, terão delimitar-se a pagar o espectáculo ea acordar sobressaltados com ascontas a pagar.

Enfim, é um sinal dos tempos,viver com o reconforto de que,apesar das dificuldades e preocu-pações que preenchem o nossodia a dia, ainda temos afinal al-guns heróis consagrados interna-cionalmente.

Imaginem o que seria de nósse assim não fosse?....Sem esteestímulo de ter um “Special One”ou um estoira carros topo degama (de preferência Ferraris…), como o melhor jogador domundo? Sonhávamos com quê?...

E como sonhar faz parte davida, a vida destes rapazes tam-bém nos faz sonhar.

O problema é quando acorda-mos!

Luís Barreira

Podemos queixar-nos da mediocridade

de um parte substancial

dos nossos políticos.Podemos inventarrazões históricas,

endémicas, geográfi-cas e climáticas, para

justificar o nossoatraso

sócio-económico.

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Page 7: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 7Comunidade Alemanha

A polícia alemã já exclui prati-camente a possibilidade de o enge-nheiro português desaparecido namadrugada de 1o de Janeiro dias emBerlim ter sido vítima de um actocriminoso, e considera agora maisprovável a hipótese de acidente.

“Pensamos que ele não foi ví-tima de um crime, porque não háquaisquer indícios nesse sentido”,disse em Berlim o inspector-chefeHans-Joachim Blume, que está acoordenar as investigações.

O chefe do Departamento deDelitos sobre Pessoas da Polícia Ju-diciária berlinense tem uma longaexperiência de casos de desapareci-mento e lembrou que anualmentedesaparecem na grande metrópolecerca de quatro mil adultos.

No entanto, só algumas dezenasdestes casos ficam por esclarecer, e“apenas uma mão cheia” tem ori-gem criminosa, sublinhou Blume.

São também as estatísticas, massobretudo as investigações já reali-zadas, que levam a polícia local ainclinar-se mais fortemente paraque Afonso Tiago “posa ter tidoproblemas de saúde ou ter sofridoum acidente”, esclareceu o inspec-tor berlinense.

A polícia já contactou entretantoa maioria dos 400 hospitais e clíni-cas de Berlim e arredores, à procurado investigador português, de 27anos, mas sem resultado.

“Não partimos forçosamentedo princípio de que ele possa estarnum hospital, mas temos de excluirtambém essa hipótese”, disse o ins-pector da polícia berlinense.

Blume esclareceu que se, porhipótese, Afonso Tiago caiu ao rioSpree, que tinha de cruzar para che-gar a casa, numa madrugada em queos termómetros atingiram 18 grausnegativos, “o corpo pode não ser

encontrado imediatamente”, devidoao gelo, mas também à forte cor-rente.

A polícia já fez buscas com que-bra-gelos, com um helicóptero ecom a ajuda de um barco com equi-pamento especial de triagem sub-marina, na zona do rio onde Afonsoteria de passar no caminho paracasa, mas sem resultados.

Hans-Joachim Blume subli-nhou, no entanto, que “não há indí-cios concretos” de que AfonsoTiago tenha sofrido um acidentedeste género e garantiu que a inves-tigação de outras hipóteses não estáencerrada.

Entretanto, os agentes falaramcom amigos, conhecidos, colegasde trabalho e superiores hierárqui-

Polícia de Berlim ainda sem indícios que conduzamao paradeiro de português desaparecido

cos de Afonso Tiago para traçaremo seu perfil.

Reconstituíram também as últi-mas horas em que foi visto, até às3:40 de 10 de Janeiro, quando sedespediu de um amigo que tinha idolevantar dinheiro ao multibanco daestação ferroviária de Ostbahnhof,dizendo que ia para casa.

Os dois tinham estado num bare o amigo em questão, Ivo doCarmo, foi buscar dinheiro para irainda a uma discoteca ao lado, masAfonso optou por não o acompa-nhar.

A polícia já conseguiu tambémsaber o local onde o telemóvel deAfonso Tiago foi localizado pela úl-tima vez, mas mantém esta informa-ção em segredo processual.

Entretanto, a irmã de Afonso,Catarina Tiago, e vários amigosdele vindos de Portugal, nomeada-mente da sua terra natal, Oliveira deAzeméis, espalharam pela cidadecartazes com a sua foto.

A irmã também já deu entrevis-tas a televisões alemães que se inte-ressaram pelo caso, que entretantotambém já está a ser permanente-mente referido nos curtos blocosnoticiosos que passam nos ecrãsinstalados nas carruagens do metro-politano de Berlim, que cobre pra-ticamente toda a cidade.

Afonso Tiago formou-se recen-temente em Engenharia Mecânicaem Lisboa e estava a concluir umestágio de seis meses na filial berli-nense de uma empresa de projectosespaciais de Coimbra.

Poucos dias antes de desapare-cer, propuseram-lhe um contratofixo na mesma firma, que estavamuito satisfeita com o seu trabalho,e estava disposto a continuar a viverna capital alemã.?

Francisco Assunção

Amorim Goveia, 59 anos, ca-sado e pai de 2 filhos, na Alema-nha há 35 anos, trabalhouinicialmente numa fábrica da in-dustria têxtil e é hoje auxiliar ad-ministrativo no Consulado Geralem Estugarda.

Não é a primeira vez queAmorim Gouveia é reconhecidopelo seu trabalho voluntário emprol da integração e de ajuda aosportugueses daquela região.

Há cerca de 5 anos, AmorimGouveia foi homenageado pelacomunidade portuguesas localque quis manifestar apreço pelo

empenho daquele compatriota quenão se tem cansado em colocar osseus préstimos ao serviço do pró-ximo.

Desta vez, porém, o reconhe-cimento do seu trabalho pela partedas autoridades alemãs tem umsignificado especial e que muitohonra aquele português que dizque a condecoração “se deve a umtrabalho de muita dedicação eamor ao próximo de mais de trêsdécadas”.

Amorim Gouveia, que rece-beu do deputado federal, MichaelHennrich, uma carta a congratular

Kirchheim / Teck condecora Amorim Gouveia pelo seu trabalhovoluntário junto da comunidade portuguesa

e a agradecer “o trabalho extraor-dinário em prol da integração dosportugueses”, é um homem felizpor tudo que voluntariamente faznas mais diversas actividades.

Membro do conselho pastoralda missão católica portuguesa deUlm, Amorim Gouveia não pensaterminar este seu trabalho e deitar-se à sombra da condecoração atri-buída pela cidade onde mora.

Este reconhecimento é maisum motivo para continuar a colo-car a sua pessoa ao serviço dequem precisa e daquilo em queacredita.

Amorim Gouveia é um português resi-

dente em Kirchheim /Teck, uma pequena ci-

dade situada nos arredo-res de Estugarda, que foi

agraciado pela CâmaraMunicipal local com a

Bürgermedaill (Medalhado Cidadão) pela sua

acção cívica junto dosportugueses.

A direcção do PSD na Alemanhareuniu-se no passado mês de Dezem-bro para debater a criação de núcleosdo partido na Alemanha.

Artur Amorim, presidente dos so-cial-democratas portugueses na Ale-manha, disse ao PP que a aposta dopartido é alargar a sua influência juntodos portugueses com vista ao reforçoda sua organização neste pais.

Anunciando a criação para brevedo núcleo do PSD em Hamburgo,“uma cidade onde o partido vai apos-tar com força”, Artur Amorim revelouao PP que está a programar uma visitaa diversos pontos da Alemanha nacompanhia do deputado Carlos Gon-çalves para se inteirarem dos ”anseiose problemas das pessoas”.

Com cerca de 380 militantes es-palhados pela Alemanha, o PSD ini-cia assim uma segunda vida junto daComunidade após em anos transactoster sido um partido com uma estruturaorganizativa na região de Estugarda.

Na reunião realizada em Dezem-bro, os militantes do PSD avaliaramainda a politica para as comunidadesdo Governo socialista e dizem em co-municado enviado ao PP que o par-tido “está atento a todos os problemasda nossa comunidade” e que , “faráeco deles e levantaremos a voz contraas políticas anti-emigrante que está aser seguida pelo governo ”.

O PSD Alemanha insurge-seainda contra a lei que aprovou o fimdo voto por correspondência que tenta“silenciar a voz dos que vivem e tra-balham cá fora” .

Estugarda:PSD Alemanha reforça ogrganização

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Page 8: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Comunidade Alemanha8

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O Clube Operário Portuguêse.V de Groß-Umstadt vai festejardurante este mês os seus 40 anosde existência com um programaque começa no dia 7 e que se es-tende até 14 deste mês.

Fundado a 9 de Fevereiro de1969, o COP é hoje uma das co-lectividades portuguesas mais im-portantes da área consular deFrankfurt.

É também uma das pouquíssi-mas associações com sede pró-pria, um complexo moderno comdois andares, uma sala para festas,com palco, com cerca de 300 m2,um parque de estacionamento, es-planadas e uma área verde, inau-gurada em Setembro de 1997. Asede do COP tem ainda um restau-rante, uma sala de bilhar e salão.

No primeiro andar encontram-seas salas da biblioteca, vários escri-tórios das respectivas secções doCOP (cultura, desporto e adminis-tração da colectividade).

Com uma área útil de 1200m2, a construção da sede custou1,3 milhões de euros e tem a par-ticularidade de ser a maior e maismoderna sede de uma colectivi-dade de emigrantes na Europa.

Conforme revelou o PP, em2008 o COP passou por uma daspiores fases da sua existência e es-teve na iminência de fechar assuas portas devido a dívidas acu-muladas ao fisco da ordem de 200mil euros.

Entretanto, encontrou-se umasolução para o problema queameaçava seriamente a existência

do COP. Fernando Castro, o ac-tual presidente e um homem dalinha da frente da colectividade,voltou a “pegar” no COP e, “commuito trabalho”, através da in-fluência e prestigio que goza juntodas várias instâncias da cidade,conseguiu negociar com a câmarae as finanças locais uma prestaçãomensal para pagar a dívida queameaçou a existência do COP.

“Agora sim, há uma luz aofundo do túnel. Temos de acredi-tar no futuro da colectividade tra-balhando legalmente”, disse-nosFernando Castro, referindo-se aodifícil momento que, apesar detudo, o COP ainda está a viver.

Ver programa dos festejos napágina 18.

40º aniversário do Clube Operário Português de Groß-Umstadt

Parece que finalmente vai haverencontro entre os membros da Alema-nha do Conselho das ComunidadesPortuguesas e o embaixador de Portu-gal em Berlim, José Caetano da CostaPereira.

A acontecer será a primeira vezque o actual embaixador, que se en-contra à frente da embaixada desdeNovembro de 2006, vai falar com osrepresentantes eleitos da comunidadeportuguesa.

O encontro, que está marcadopara o dia 21 de Fevereiro, esperaapenas confirmação do embaixador.O PP sabe que os conselheiros têmuma série de temas a levar a essa reu-nião para, tal como nos disse um con-selheiro “ saber o que é que oembaixador tem a dizer”.

Ensino e a situação de alguns pro-

fessores que não são substituídosquando são aposentados, problemasdos portugueses idosos, formaçãoprofissional dos jovens, associati-vismo e a situação dos coordenadoresde ensino nos consulados, são os as-suntos que os conselheiros apresen-tam para discussão.

Recorde-se que desde que o ac-tual embaixador entrou em funçõesque a embaixada deixou cair projectose iniciativas ligados à comunidadeneste pais. Prémio de Inovação atri-buído aos melhores projectos do mo-vimento associativo, boletim deinformação social, encontros periódi-cos com representantes das organiza-ções da comunidade para abordardiversos temas eram algumas inicia-tivas da embaixada que, infelizmente,nunca mais se concretizaram.

Membros do CCP vão reunir como embaixador em Berlim

O embaixador de Portugal em Berlim,José Caetano da Costa Pereira (emgrande plano), vai finalmente reunir-se com o CCP-Alemanha. Foto: PP

Desde Setembro do ano pas-sado que a área consular de Estu-garda tem um novo cônsul. Oleitor sabia disto?

Tem sido habitual os cônsulesapresentarem-se à comunidadesempre que chegam para chefiarum posto consular. Quase todosos cônsules têm agido assim.Apresentam-se à comunidadeatravés dos canais existentes: as-sociações, comissões de pais ecomunicação social. Foi assimcom Vítor Sereno, o antecessor do

actual cônsul em Estugarda que,após cinco meses da sua chegada,ainda não se apresentou aos por-tugueses da sua área de jurisdição,o que tem causado alguma estra-nheza no meio da comunidade da-quela área.

Na comunidade local diz-se“que há quatro meses que o côn-sul se encontra incógnito e blin-dado no consulado sem quererapresentar-se à comunidade”

E já que se fala do consuladoem Estugarda cabe dizer que, ape-

sar da proibição, pelo menos doisfuncionários, um deles com acres-cidas responsabilidades, conti-nuam a fumar no interior do postoe a incomodar quem lá se desloca.

Esta é segunda vez que leito-res contactam o PP para denunciarsituações de funcionários consu-lares que fumam no interior dosconsulados.

A lei, caros fumadores, é,supõe-se, para ser cumprida portodos – utentes e funcionários.

Ou não?

Ninguém conhece o cônsul de Portugal em Estugarda

Mais uma colectividade quesoçobra à crise que desde háalgum tem abalado o movimentoassociativo. Desta vez foi o ClubeJuventude Portuguesa de Münster,fundade em 1981, que não encon-trou meios para pagar uma ele-vada soma (cerca de 30.000 €) aofisco.

Com os credores a bateremtodos os dias à porta, o Clube Ju-ventude Portuguesa de Münsternão encontra solução e entra numprocesso de insolvência.

Segundo o Escritório Consularde Osnabrück, nos últimos cincoanos extinguiram-se nove asso-ciações naquela área consular

O fim inglório do Clube Juventude de Münster Mais uma festa da Casa de PortugalA colectividade dos portugue-

ses em Hanôver Casa de Portugalmerece aqui uma nota pela origi-nalidade como persiste em existirapesar de não ter instalações.

As razões apresentadas por avice-presidente da Casa de Portu-gal, Isabel Rodrigues, são porque“ninguém quer pagar cotas”.

Mesmo assim a Casa de Por-tugal de Hanôver não deixa de or-ganizar as suas iniciativas paraque os cerca de 450 portuguesesdaquela cidade não fiquem a mor-rer de saudades por um bailarico,convívio entre compatriotasacompanhado dos petiscos portu-gueses regado com a bebida que

mais apetecer.Desta vez será a 7 de Feve-

reiro que a Casa de Portugal vaiorganizar um torneio de futebol desalão e, na noite desse dia, um bai-larico .

A festa do dia 7 vai acontecerem Am Plenettenring 9, Hanôver-Garbsen

Page 9: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Comunidade Alemanha 9

GENTE

Os portugueses residentes emColónia são oriundos do Minho,Trás-os-Montes, Beiras, Estrema-dura Alentejo e Algarve, de regiõesmais do interior, alem de muitosbrasileiros, angolanos, moçambi-canos, etc.

Somam cerca de 3.500. Temvários negócios de vinhos e produ-tos portugueses, restaurantes, pas-telarias, uma pensão, etc. Tem umgrupo de folclore , mas não tem ac-tualmente nenhuma associaçãoportuguesa. A única que existia fe-chou recentemente. De escolariza-ção possuem somente duasprofessoras para cerca de 200crianças. Neste campo ainda há

muito a fazer! Missão de Colónia celebra 45

anos de fundação em 2009. Poraqui passaram já seis sacerdotes.Pelos vistos ninguém agrada...Será a comunidade tão exigente aonível espiritual que se tenha de fa-bricar um sacerdote de encomendapara Colónia? .

O “dar a César o que é deCésar” é válido ainda hoje. Nãosignifica, de forma alguma, abs-trair-nos da realidade mas, pelocontrário estar dentro e levedar amassa, que tende cada vez mais aser amorfa e passiva. É uma cha-mada e um apelo a uma avaliaçãoconstante e a um discernimento se-

reno: O manjar de ontem pode nãoservir mais os apetites actuais...

A festa de Nossa Senhora deFátima, incluindo Eucaristia e pro-cissão na Catedral de Colónia,pelas ruas centrais da cidade,foram constantemente um marcoimportante na vivência mariana ede fé na cidade, centro cultural,económico e histórico da Alema-nha.

A mistura de fé, folclore, festalaica e até desporto, não terá talvezentrado demais no campo de“César”?

Durante muitos anos, antes daactual e recente reestruturação dosserviços sociais da Caritas, a co-munidade orgulha-se com certanostalgia de possuir uns serviçossociais da Caritas modelar. O seutimoneiro foi durante algumas dé-cadas o Sr. Óscar Pereira, um ju-rista e assistente social diplomadode larga experiência multifacetada.A sua longa prática e disponibili-dade constante, granjeou aos ser-viços uma tal aceitação queultrapassou as suas fronteiras geo-gráficas. Era uma pessoa solicitadae durante muitos anos foi o porta -voz dos serviços sociais para todaa Alemanha.

Os bancos muito cedo encon-traram perto da catedral um pontofulcral importante. Basta sair daestação central e olhar em frente.

Qualquer português forasteiro seidentifica e não se sente totalmenteestrangeiro. Se dá algumas cente-nas de passos à direita, terá a pos-sibilidade de uma conversa embom português na Lusitânia, ondeo cheiro ao bacalhau, ao peixefresco e ao bom vinho, poderámatar saudades ao turista ou foras-teiro. Uns passos, ainda à direita,poderá reconfortar-se com umbom “cimbalino” ou uma bica fu-megante.

A parte cultural de alto níveltambém não falta em ofertas ofe-recidas pela Universidade, desdefóruns sobre cinemateca portu-guesa, literatura, de personalida-des e encontros com escritoresportugueses de alta craveira.Temum Instituto luso-brasileiro comreputados lusófilos e alunos de va-rias nacionalidades. Enfim...detudo em caleidoscópio se espelhanum ambiente citadino.

José Gomes Rodrigues,

Radiografia de uma comunidade

Petit, jogador português de Futebol do FC Köln, faz também parte de uma comunidade lusa que há muito escolheu aColónia para viver e trabalhar. Foto: FC Köln

Reuniu-se no Domingo, dia 25de Janeiro, o núcleo dos comunistasportugueses da região de Düssel-dorf. De acordo com uma nota en-viada ao PP, o encontro serviu para“consolidar o reforço orgânico doPartido, planear as actividades doPCP e preparar os vários actos elei-torais em que a comunidade portu-guesa vai ser chamada a participarno decorrer deste ano de 2009”.

Os comunistas portugueses emDusseldorf anunciam ainda quedesde a vinda a Düsseldorf, em No-vembro de 2008, do deputado Jorge

Machado daquele partido “já aderi-ram ao PCP, só nesta região, cercade uma dezena de novos militan-tes”. Mesmo assim o PCP anunciauma campanha de adesão de novosmilitantes em toda a Alemanha.

Na nota, é anunciado um jantarcomemorativo do 88º aniversário dafundação do partido a realizar nodia 7 de Março, em Düsseldorf ,“aberto a todos os membros da co-munidade que nele desejem partici-par e com a projecção de imagens eleitura de textos alusivos à históriado PCP”

Comunistas portugueses reuniram-se em Düsseldorf

A Casa do F.C. Porto deGroß-Umstad festejou o seu4º aniversário com a pre-sença de uma representa-ção portista vindapropositadamente de Portu-gal para dar um tom maisoficial às celebrações dacasa dos campeões nacio-nais em Groß-Umstadt.Foi um noite de emoçõesaquela realizada no passadodia 17 do mês passado. Osadeptos portistas tiveram apresença do inesquecívelFernando Gomes (Bota deOuro por duas vezes),Eduardo Luís, ex-jogadordo clube do Dragão e aindaJúlio Marques, representante das casas e filiais do F.C.Porto.Após se terem deliciado com um saboroso buffet, os dragões de Groß-Umstadt, tiveram a oportunidade de ouviros discursos dos convidados azuis e brancos que enalteceram o trabalho da casa do F.C.Porto em prol do clube.A festa contou ainda com a participação de um elemento em representação da câmara local.Foram também homenageadas algumas pessoas que muito têm contribuído para que a filial portista Nr. 81 con-tinue com o excelente trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo dos último quatro anos.No final, o presidente casa do F.C.Porto de Groß-Umstadt agradeceu a todos num breve e emocionado discurso.

Na Foto: Fernando Gomes - à esq. -, António Queiroz, presidente da Casa do FC Porto de Groß-Umstadt e restantes ele-mentos da comitiva

Portistas de Groß-Umstadt festejam 4º aniversario da sua casa

A COMUnIDADE DE EXPRESSÃO PORTUGUESA DE COLÓnIA,desde 1 de Janeiro de 2007 tem a celebração da Eucaristia na Igreja de SankPaul (Ulrepforte), linha 15,16 do eléctrico e comboio até Köln-Sud. Após maisde 20 anos na Igreja de Sankt Martin, tendo em conta circunstâncias especiaisde uma comunidade francesa, que aí se veio instalar, optou-se por S. Paulo,junto ao Volksgarden, uma bela igreja também para a comunidade polaca.

Com exiguidade de salas para nove grupos de catequese, tem-se resolvidoo problema dos espaços com a boa vontade de todos. Esta localidade tem di-versas vantagens: aí residem vários portugueses, tem muitos parques de esta-cionamento, bons espaços verdes e uma boa rede de transportes públicos.

Não será tudo, mas tem também como mais-valia o facto de os escritóriosda Missão serem contíguos à Igreja (Vorgebirgstr.6- 50677 Köln), que, no futuroserão os únicos para toda as Missões de expressão portuguesa de Colónia, agre-gando Bona, Neuss e todas as limítrofes( Burscheid, Remscheid, Solingen,Düsseldorf, Lohmar, Euskirchen, etc). uma fusão de áreas, outrora com quatromissionários.

Page 10: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Entrevista10

PORTUGAL POST – Afinal,por contas associações foi indi-cado para o CCP?Alfredo Cardoso - Antes de res-ponder às suas perguntas permita-me que agradeça ao PORTUGALPOST o interesse e a oportuni-dade agora oferecida para meapresentar ao público leitor destejornal. Quanto à sua questão,digo-lhe que fui indicado pelasinstituições representativas dasComunidades Portuguesas deMünster e Emesdetten.

PP – Quais os assuntos que vaimerecer mais atenção enquantoconselheiro do CCP?A.C.: As minhas funções priori-tárias estarão ligadas à vida asso-ciativa, mas não só. É certo queas associações têm um papelmuito importante, mas o conse-lheiro da comunidade representatambém outras instituições portu-guesas. Estou empenhado numprojecto de integração do CentroPortuguês em Münster. Por outrolado, desde a minha designação,também me encontro com a Co-missão de Pais, Professores e es-tudantes para me inteirar acercado que se passa nestas áreas.Tenho visitado algumas colectivi-dades para tomar nota de proble-mas. A minha participação numprojecto de integração do CentroPortuguês em Münster apoiado fi-nanceiramente pelo Estado da Re-nânia do Norte Vestefália é umaprova de que é possível ultrapas-sar a crise do associativismo. Eu,

aposto muito na inovação e pre-tendo levar este conceito aos res-ponsáveis associativos paradiscussão. Mas, há mais pontospositivos como o ensino portu-guês na cidade onde vivo, onde setem mantido e alargado a oferta deaulas, numa continuidade que jádata de há mais de 35 anos. Só emMünster, há cursos de portuguêsem seis escolas diferentes ,fre-quentados por cerca de 200 alu-nos. É de mencionar aqui que aescola cujo director tutela o en-sino português foi, designadacomo a melhor Hauptschule nesteEstado pelo excelente trabalho

pedagógico desenvolvido.

PP - Que comentários lhe me-rece a anulação da sua eleiçãoexigida Pela Federação de Asso-ciações Portuguesas na Alema-nha (FAPA) ?A.C.: Respeito a opinião de cadaum. Vivemos em democracia e,não há nada mais natural que a di-vergência de opiniões. Mas, sin-ceramente, considero prematura a

avaliação de que fui alvo pois asentidades que formularam a crí-tica não tiveram ainda oportuni-dade de conhecer os meus pontosde vista nem os resultados do meutrabalho. Há muitos conflitos quese resolvem numa conversa francae transparente. Naturalmente quenão estou colado ao cargo. Acei-tei-o para servir os portuguesesusando toda a minha energia etempo disponíveis. Não aceiteipara me protagonizar ou fazer car-reira. A minha vida profissionalestá resolvida e, quando aceitei anomeação fi-lo em sinal de en-trega à comunidade à qual tenhoa honra de pertencer, aceitei paraservir e não para ser servido.

PP - De todos os problemas quepensa que existem na Comuni-dade, quais são aqueles que de-veriam merecer mais atençãopor parte do actual Governo?A.C.: O Governo devia conti-nuar a preocupar-se mais com oensino e a cultura portuguesa, daruma especial atenção natural-mente à crise do associativismoque tem vindo a afectar muitas co-munidades. Reforçando os elos deligação da terceira geração a Por-tugal, incentivando visitas de es-tudo, classes transplantadas econtactos com autarquias portu-guesas. Isto pode acontecer anível escolar. Só assim poderáhaver uma maior ligação entrePortugal e as comunidades portu-guesas espalhadas pelos cincocontinentes.

PP - De que forma é que estáempenhado nas organizações dacomunidade?A.C.: As pessoas que me conhe-cem sabem que a minha presençaé visível praticamente em todas asinstituições ligadas à emigraçãona minha zona. Posso referir aquios centros, os grupos de desporto,o projecto de integração, o con-tacto com o Conselho Consultivode Estrangeiros (Ausländerbeirat),os contactos com os consulados,com os professores, etc... Desejonaturalmente reforçar e alargarestes contactos. Nós pensamosque o papel da comunidade nestepaís tem de ser mais visível na co-municação social. Os nossos fi-lhos “banham-se” em duasculturas e isto é uma mais valiapara os portugueses. Aproveitareste capital cultural é um deverporque este país oferece aos por-tugueses um enorme manancial deoportunidades de formação. Masé ainda necessário motivar e infor-mar uma parte da comunidade queainda não tomou consciênciadeste processo. Temos instrumen-tos para trazer os jovens aos cen-tros se nós lhes oferecermosactividades e projectos que osatraiam. A ideia do associativismomulticultural é uma resposta eexemplos concretos já existem:cursos básicos de informática parajovens e adultos, passatempospara reformados, cursos de ale-mão, actividades ligadas ao teatroe à literatura, grupos de trabalhosmanuais e costura, culinária….

Alfredo Cardoso, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas

Alfredo Cardoso é, juntamente comPiedade Frias e Alfredo Stoffel, umdos três membros do Conselho dasComunidades Portuguesas (CCP)que se estreiam nestas andanças doCCP.Indicado para o CCP por “institui-ções representativas das Comunida-des Portuguesas de Münster eEmesdetten”, Alfredo Cardoso, 59anos, com 37 anos de Alemanha, di-rigente associativo, árbitro de futebol inscrito na Federação Arbitragem daRenânia Norte Vestefália há cerca de 25 anos, concede esta entrevista ao PPdepois da sua nomeação para o CCP ter sido contestada pela actual direcçãoda Federação de Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA)

“Não estou colado ao cargo”

“ Naturalmente que nãoestou colado ao cargo.Aceitei-o para servir osportugueses usando todaa minha energia e tempodisponíveis. Não aceiteipara me protagonizar oufazer carreira.”

Page 11: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Mundo Português 11

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O luso-descendente de origem açoriana Pete Souza foi no-meado fotógrafo oficial da Casa Branca pela equipa do Presi-dente eleito, Barack Obama, segundo a Associaçãonorte-americana de Fotojornalistas.?

Numa entrevista ao jornal da associação, Pete Souza con-firmou ter aceite o convite para fotógrafo oficial da CasaBranca, que lhe foi feito pelo porta-voz e futuro secretário deimprensa de Barack Obama, Robert Gibbs.

Souza, 54 anos, adiantou ter aceite a posição de fotógrafooficial na condição de documentar a presidência de Obama„em nome da história“.

Com Barack Obama, Pete Souza regressa à Casa Branca,onde já esteve como fotógrafo oficial de Ronald Reagan.

„O Pete é uma grande pessoa e um fotógrafo maravilhoso“,disse Gibbs, acrescentando que a Casa Branca tem sorte emtê-lo de volta.

O luso-descendente conheceu o Presidente eleito Obama

em Janeiro de 2005, no primeiro dia do então senador no Ca-pitólio.

Souza, que trabalhava para o Chicago Tribune, documen-tou o primeiro ano de Obama no Senado, bem como as suasviagens a sete países.

O resultado desse trabalho foi compilado em Julho passadono livro „The Rise of Barack Obama“, que integrou a lista de„best-sellers“ do New York Times.

Na altura do lançamento, Pete Souza previu que BarackObama chegaria à Casa Branca e admitiu que gostaria de serseu fotógrafo oficial.

„Depois de alguns meses a documentar o senador Obama,tornou-se claro que tinha os atributos necessários a um futuroPresidente dos Estados Unidos“, disse, destacando a sua „no-tável“ história de vida, os dotes de „poderoso“ orador e aforma como se relaciona com as pessoas e como estas lhe res-pondem.

Luso-descendente Pete Souza nomeado fotógrafo oficial de Obama

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Page 12: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 200912 Portugueses no Mundo

Ismael Mendes Bouletdisse que Fidel Castro e seuscompanheiros da SierraMaestra, onde começou aluta armada, em 1956, conse-guiram imprimir ao ExércitoRebelde „um alto nível com-bativo“ que assegurou a der-rota das tropas de FulgêncioBaptista.

„A vitória da Revolução,no primeiro de Janeiro de1959, foi possível, ainda, de-vido à greve geral revolucio-nária decretada por Fidel, aqual evidenciou o apoio dopovo e a sua unidade emtorno do Exército Rebelde“,declarou, a partir de Havana,aquele major reformado daForça Aérea Cubana.

Adolescente quando astropas de Fidel Castro, CheGuevara, Camilo Cienfuegose Raul Castro entraram nacapital de Cuba, Ismael fezum relato emotivo dos acon-tecimentos político-militaresque marcaram para sempre avida da família.

Exilado em Cuba desde1941, Adelino Mendes, natu-ral da Lousã, era casado coma costureira comunista Mariadel Cármen Boulet Rovira etornou-se, como ela, mili-tante activo do Partido Socia-lista Popular (PSP), emHavana, onde morreu, em1975.

Em 1979, no 20º aniver-sário da Revolução, foi agra-ciado por Fidel a títulopóstumo, com a medalha deCombatente da Luta Clan-destina.Adelino ganhava avida a produzir „tamales“(comida popular de Cuba, àbase de milho moído e carnede porco, embrulhada nas fo-lhas do próprio cereal), osquais chegou a vender ao Co-légio de Belém, a instituiçãoreligiosa onde o jovem FidelCastro Ruz estudou antes de

ingressar na Faculdade deDireito.

„Muitos revolucionáriosque estavam presos foram li-bertados, o júbilo da popula-ção foi imenso e estesentimento reflectiu-se am-plamente na minha família“,disse Ismael Mendes.O filhode Adelino Mendes recordou„a entrada dos barbudos emHavana, o que confirmou otriunfo da Revolução“, desig-nadamente a tomada do quar-tel de Columbia, por Camilo,e das fortalezas da Cabaña edo Morro, por Che, bemcomo a conquista de San-tiago de Cuba, por Fidel, queentrou na capital a 08 de Ja-neiro.

Neste dia, „toda a famíliaMendes assistiu e ouviu, nopolígono de Columbia, o his-tórico discurso de Fidel Cas-tro“.

„Nos primeiros dias de1959, não se trabalhou na pe-quena fábrica de ‘tamales’.Foi mais intenso o trabalhode propaganda, a imprimirproclamações e comunica-dos. Família, vizinhos e ami-gos, estávamos todos unidos

Filho de humildes camponesesda Serra da Lousã, Adelino Men-des, que apascentara ovelhas e ca-

bras antes de ingressar na Ar-mada, juntou-se aos comunistasdo Partido Socialista Popular(PSP, marxista-leninista), em1941, e veio a participar activa-mente na Revolução Cubana.

Em Havana, onde chegou abordo do navio „Guiné“, foi rece-bido pelo secretário-geral dos co-munistas cubanos, Blas Roca.

Rejubilou, em 1959, com a en-trada do Exército Rebelde em Ha-vana, após ter integrado a rede

clandestina de apoio à insurreiçãoda Sierra Maestra, comandada porFidel Castro, Che Guevara, Ca-milo Cienfuegos e Raul Castro.

Em 1979, no 20º aniversáriodo triunfo da Revolução, o lídercubano distinguiu-o, a título pós-tumo, com a medalha de Comba-tente da Luta Clandestina.

Adelino Mendes trabalhou noMinistério do Interior de Cuba,após 1959. À filha mais velha, Ar-minda, deu o nome de uma vizi-

nha da Lousã por quem nutriu es-pecial simpatia.

Ao segundo filho, oficial re-formado das Forças Armadas Re-volucionárias, chamou Ismael, emhomenagem ao seu companheiroIsmael Fernandes „Leiteiro“,morto na Revolta dos Marinhei-ros.

Lusitânia, a mais nova, exal-tava a pátria lusa onde sonhou re-gressar em 1975, ano em quemorreu de ataque cardíaco, em

Havana.Dos três filhos de Adelino e da

costureira havanesa Maria delCármen Boulet Rovira, Ismael é oúnico sobrevivente.

Nos últimos anos, os descen-dentes cubanos do revolucionárioda Serra da Lousã adquiriram anacionalidade portuguesa.

Fechando a diáspora encetadapelo avô há 67 anos, vários netose bisnetos têm vindo a fixar-se emPortugal e Espanha.

Marinheiro da Lousã ajudou Fidel a tomar o poderO português Adelino Men-

des, condecorado por Fidel Castro pela sua partici-

pação na Revolução Cubana, in-tegrou em 1936 a Revolta dos

Marinheiros contra Salazar, emLisboa, tendo-se refugiado em

Cuba durante a II Guerra Mundial.

para consolidar a vitória“,contou.

Em casa dos Mendes, emMarianao, reuniam-se comfrequência cúpulas do Movi-mento 26 de Julho (M 26-7)e ali existia um policopiadorcom que reproduziam a pro-paganda clandestina, que in-tegrou mais tarde o espóliodo Museu da Revolução.

„Em meados de Dezem-bro de 1958, a família estavaperfeitamente a par da situa-ção política que se vivia emCuba, graças à informação daRádio Rebelde [que emitiada Sierra Maestra, sob a di-recção de Carlos Franqui,que mais tarde se exilou,rompendo com Fidel], quesintonizávamos em casa“, re-latou Ismael Mendes.

Na madrugada de 01 deJaneiro, os Mendes soube-ram da fuga de FulgêncioBaptista através de DamiánAlfonso, líder do M 26-7 nazona de Marianao.

„Bateu à porta às 02:00da manhã. Vinha anunciarque o tirano Fulgêncio Bap-tista fugira de avião para SãoDomingo“, lembrou o enge-nheiro de aeronaves.

Mais tarde, Damián Al-fonso será o responsável má-ximo do Partido ComunistaCubano na província deGranma.

O filho do mari-nheiro portuguêsAdelino Mendes,

que participou naRevolução Cubana,recordou a entrada

dos guerrilheirosem Havana, há 50

anos, considerandoque a „acertada li-derança de Fidel“foi decisiva para a

vitória.

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Page 13: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Cultura 13

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O realizador português assistiráem Berlim à estreia do filme, no Ci-nema Paris, na Kurfuerstendamm, fa-mosa avenida da parte ocidental dacidade, em dia ainda a programar,disse a porta-voz do festival, FraukeGreiner.

“Singularidades de Uma Rapa-riga Loura” foi seleccionado para paraa secção Berlinale Special, onde pas-sam extra-concurso novas obras derealizadores contemporâneos que secaracterizam por serem pouco con-vencionais.

Com a escolha para esta secção,a Berlinale, que decorre entre 05 e 15deste mês, pretende assim “fazer umahomenagem especial” aos realizado-res em causa e dar-lhes a oportuni-dade de apresentar pessoalmente osseus filmes, lê-se num comunicado de

imprensa.Além de “Singularidades de Uma

Rapariga Loura”, produção luso-fran-cesa baseada num conto de Eça deQueirós e protagonizado por RicardoTrêpa, Catarina Wallenstein e CarlosSantos, serão exibidos mais 12 filmesna secção Berlinale Special, oito dosquais em estreia mundial.

A selecção inclui, nomeaamente,“Adam Resurrected”, de Paul Schra-der, com Willem Dafoe, “Bellamy”,de Claude Chabrol, com Gérard De-pardieu, “Terra Madre” de ErmannoOlmi, e “Effi Briest”, da alemã Her-mine Huntgeburth, com Julia Jensch.

Foram também já anunciadosesta semana 25 dos 26 filmes selec-cionados para a principal secção daBerlinale, a Competição, oito dosquais serão exibidos extra-concurso.

A película que falta para comple-tar esta secção será anunciada emconferência de imprensa em Berlim,a 27 de Janeiro.

Ao longo do 59.º Festival de Ber-lim, considerado um dos três maioresdo mundo, a par dos seus congéneresde Cannes e de Veneza, serão exibi-dos cerca de 800 filmes nas váriassecções, seleccionados entre quaseseis mil obras visionadas pela equipachefiada pelo director Dieter Kos-slick.

Manoel de Oliveira vai ser agra-ciado, a 10 de Fevereiro, com a Ber-linale Kamera do FestivalInternacional de Cinema de Berlim,galardão que distingue personalidadesou instituições estreitamente ligadas aeste certame.

O director do festival, Dieter Kos-slick, disse numa conferência de im-prensa da Berlinale que este ano seriaatribuída mais uma Berlinale Kamera,mas que ainda era surpresa, reme-tendo os jornalistas para um posteriorcomunicado.

Kosslick acabou, no entanto, pordesvendar o segredo de forma cu-riosa, ao anunciar que “se trata deuma homenagem só para realizadorescom mais de 100 anos”, excluindoassim outros eventuais candidatos.

A homenagem a Manoel de Oli-veira será a 10 de Fevereiro, às21H45, no Cinema Paris, na famosaavenida Kurfuerstendamm, em Ber-lim, a anteceder a exibição da sua úl-tima obra, „Singularidades de umarapariga loura”em estreia mundial.

“Singularidades de uma rapariga loura”de Manuel Oliveiraestreia-se no Festival de Berlim

O último filme de Ma-noel de Oliveira, „Singula-

ridades de uma raparigaloura”, passará em estreiamundial na 59.ª edição do

Festival Internacional deCinema de Berlim,

anunciou a organizaçãodo certame.

Manoel de Oliveira agra-ciado com Berlinale Kamera do Festival deBerlim

Manuel Oliveira

Page 14: Portugal Post Fevreiro 2009

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Os solteiros recebem do Estado

um subsídio básico no valor de154 euros por ano, sendo dado aoscasados o dobro. Os pais recebempor cada criança 185 euros e, porcada filho nascido a partir de2008, a quantia é de 300 euros.Para uma família, composta porcinco membros, o montante a ar-recadar por ano atinge os 978euros. Quem não tenha concluídoos 25 anos de idade, aquando dacelebração do contrato, colhe adi-

cionalmente um bónus único de200 euros. Com a Wohn-Riester „PLUS“ temtambém direito a contrair emprés-timos com juros especialmentevantajosos a partir de 1,5 % porano, nominal (taxa de juro efectiva2,58 %, contraindo um emprés-timo de 45 % do montante total).A fim de beneficiar totalmente dosubsídio estatal, o montante decontribuição própria, por conta do

aforrador, terá que perfazer 4 % dorendimento bruto do ano anterior,incluindo já subsídios. O limite dosubsídio estatal situa-se nos2.100 euros, existindo adicional-mente a possibilidade de umapoupança fiscal. Neste contexto, ofisco (Finanzamt) verifica a dedu-tibilidade dos montantes desem-bolsados na qualidade dededuções especiais (Sonderaus-gaben). Todo aquele que esteja as-segurado obrigatoriamente, noâmbito do regime legal de segurode pensão (gesetzliche Rentenver-sicherung), bem como o seu côn-juge, tem direito a receber o

incentivo Riester. Também têm di-reito a usufruir deste incentivo osfuncionários públicos, os desemp-regados e todos os que se encon-trem em licença de parto(Elternzeit). No caso de se decidir mais tardepor um bem imóvel para habita-ção, ou seja, por uma chamada“reforma de pedra”, obtém paraisso, através da BKM, desde um fi-nanciamento completo e vanta-joso, para a sua casa de sonho,até ao Seguro Multi-riscos Imobi-liário, tudo a partir de uma sófonte.Informe-se!

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É com prazer que os peritos daBKM lhe apresentam as grandesvantagens da nova Wohn-Ries-ter „PLUS“, numa conversa pes-

soal. O melhor é marcar já uma entrevista orientadora: Manuel Ferreira, Director Regional (Bezirksdirektor) da BKM, Telefone: 069 / 9 13 02 70

Page 15: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Economia 15

A parte de leão do programa,a aplicar em 2009 e 2010, deci-dido após aturadas negociaçõesentre democratas-cristãos (CDU eCSU) e sociais-democratas(SPD), é constituída por investi-mentos na modernização de infra-estruturas como escolas e vias deacesso, no valor de 18 mil milhõesde euros.

Além disso, foi decidido au-mentar de 7664 para 8004 euros orendimento mínimo anual sujeitoa impostos, e descer de 15 para 14por cento a taxa mínima de inci-dência de IRS.

Esta última medida é uma ce-dência parcial dos conservadoresao SPD, que tinha proposto baixaraquela taxa para 12 por cento.

O mesmo acontece com umbónus único de 100 euros a atri-buir por cada criança, com basenoutra proposta social-democrataque falava em 200 euros.

Será também aumentado de 60para 70 por cento o valor atribuído

pregados, de 15,5 para 14,9 porcento, medida que custará aos co-fres do estado cerca de nove milmilhões de euros.

Será ainda estabelecido umprémio de 2500 euros à compra de

carros novos, mas para isso ocliente terá de dar baixa de umcarro velho com pelo menos 10

Crise Governo alemão aprova pacote paracombater recessão e desemprego

anos, numa tentativa clara deapoiar a indústria automóvelalemã, uma das que mais tem sen-tido os efeitos da crise económica.

No final da reunião de seishoras, não houve referências ex-plícitas à criação de uma linha decrédito para as empresas em difi-culdades, a exemplo do que se fezpara a banca.

Fontes governamentais adian-taram, no entanto, que foi apro-vado um “programa deEmpréstimos e Fianças” no valorde 100 mil milhões de euros paracontrabalançar eventuais reticên-cias da banca em conceder crédi-tos à indústria.

O nome escolhido para o pro-grama pretende indicar que estedeverá ser usado exclusivamentepara ajudar financeiramente asempresas, excluindo, no entanto,a hipótese de uma intervenção di-recta do Estado, ao contrário doque está previsto para a banca.

Além disso, o governo inves-tirá 16 mil milhões de euros naAgência Federal do Trabalho,para evitar que o recurso de váriasfirmas ao trabalho precário e acortes na produção não se trans-forme em desemprego.

As decisões do executivoforam influenciadas pelo clima depré-campanha eleitoral, em anoem que se realizam na Alemanhamais de uma dezenas de escrutí-nios, que se iniciaram com as elei-ções regionais em Hessen eculminarão com as legislativas deSetembro.

Francisco Assunção

às famílias que recebem rendi-mento mínimo garantido, porcada filho entre os 6 e os 13 anos.

O executivo chefiado por An-gela Merkel anunciou tambémque baixará, a partir de Julho, as

contribuições para o seguro pú-blico de doença, suportado quaseparitariamente por patrões e em-

A coligação de cen-tro-direita no poder na

Alemanha aprovou omaior pacote de apoioà conjuntura da histó-ria do pós-guerra, no

valor de 50 mil mi-lhões de euros, para

enfrentar a recessão esalvar postos de trabalho.

de euros para enfrentar a recessão e salvar postos de trabalho.

50 mil milhões 18 mil milhões de euros para investimentos na moderniza-ção de infraestruturas como escolas e vias de acesso

Bónus único de 100 euros a atribuir por cada criança

Aumento de 60 para 70 por cento o valor atribuído às fa-mílias que recebem rendimento mínimo garantido, porcada filho entre os 6 e os 13 anos.

Prémio de 2500 euros à compra de carros novos, maspara isso o cliente terá de dar baixa de um carro velhocom pelo menos 10 anos

Aumento de 7664 para 8004 euros o rendimento mí-nimo anual sujeito a impostos, e descer de 15 para 14por cento a taxa mínima de incidência de IRS.

O ministro das Finanças alemãoreconheceu que em 2010 a Alemanhanão vai cumprir inevitavelmente oPacto de Estabilidade da União Euro-peia, por prever um défice orçamentalsuperior a 4 por cento do Produto In-terno Bruto (PIB).

„Para 2009 espero que possamosmanter-nos nos limites de 3 por centodo PIB para o novo endividamento.Em 2010, pelo contrário, estaremosbem acima dos 4 por cento“, declarouPeer Steinbrük numa entrevista publi-cada pelo diário económico FinancialTimes Deutschland.

Apesar da quebra conjuntural, o

titular da pasta das Finanças consideraque o ano orçamental de 2008 termi-nou melhor do que o esperado, já queo Estado conseguiu encerrá-lo comum novo endividamento de 11.600milhões de euros, 300 milhões menosdo que fora inicialmente estimado.

Por outro lado, Steinbrük consi-dera que a actual crise económica e fi-nanceira mundial torna impossível,nos próximos dez anos, financiar umagrande reforma fiscal na Alemanha,como reclamam os vários partidos.?

Entretanto, o governo alemãoaprovou o mais importante plano derelançamento do país desde 1945, no

valor de 50 mil milhões de euros, que,além de um pesado programa de in-vestimentos, incluirá baixas de im-postos.

Interrogado sobre se estava „emcólera“ contra os banqueiros norte-americanos acusados de terem desen-cadeado a crise financeira, Steinbrükdeclarou-se „totalmente desiludidocom a qualidade da direcção de certosbancos“.

O ministro defendeu a forma ac-tual do plano alemão de apoio aosbancos, com um volume de 480 milmilhões de euros, aprovado em Outu-bro.?? Rejeitou a ideia da criação de

um „Bad Bank“, um estabelecimentoque permitiria às instituições de cré-dito desfazerem-se dos seus activosdepreciados, como desejam numero-sos banqueiros do país, afirmando queessa estrutura custaria ao Estado entre150 e 200 mil milhões de euros.

No plano político, e perante a ne-cessidade de financiar o segundo pro-grama de medidas conjunturaisaprovado pela grande coligação dogoverno, considerou que os partidosdeveriam ser sinceros e não fazer pro-messas que não podem cumprir nacampanha eleitoral para as eleiçõeslegislativas de Setembro.??

Alemanha reconhece que não irá cumprir Pacto de Estabilidade em 2010

O secretário de Estado dasComunidades Portuguesas,António Braga, comprometeu-se a lançar no primeiro trimes-tre deste ano concursosespecíficos para acesso dosempresários das comunidadesportuguesas a fundos comuni-tários para investimentos emPortugal.

„No primeiro trimestre de2009 estaremos em condiçõesde abrir programas específicospara os empresários das comu-nidades portuguesas. Este é umprograma para realizar“, disseAntónio Braga.

António Braga lembrouque começa agora a parte“mais difícil”, a de aplicar naprática o programa Netinvest eprometeu acolher as opiniõespara criar “um programa deproximidade” com os empresá-rios.O secretário de Estado re-feriu ainda que até ao primeirotrimestre de 2009 serão realiza-dos encontros para promover oNetinvest em vários países.

Em declarações aos jorna-listas António Braga disse con-tar com as câmaras decomércio para integrarem arede física do Netinvest.

„A rede tem várias entradase as câmaras de comércio estãoenvolvidas na componente emque devem estar”, disse Antó-nio Braga, que respondia assimà desconfiança manifestada porrepresentantes de algumas câ-maras de comércio sobre a ca-pacidade das embaixadas econsulados em operacionaliza-rem o Netinvest e promoverema diplomacia económica.

Lembrou que as câmaras decomércio terão “relações privi-legiadas” com a direcção-geraldos Assuntos Económicos doMinistério dos Negócios Es-trangeiros que encaminharátodos os projectos para a Agên-cia para a Internacionalizaçãoda Economia Portuguesa(AICEP), onde ficará centrali-zado o Balcão Netinvest.

“A rede não será uma pla-taforma burocrática de acesso,tem várias entradas [consula-dos e embaixadas, câmaras decomércio e a plataforma elec-trónica PBLink]. É precisotambém que surjam candidatu-ras que favoreçam o investi-mento em Portugal”, concluiu.

Concursos paraacesso de empresá-rios emigrantes afundos comunitáriosno primeiro trimestrede 2009

Page 16: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Consultório16O Consultório jurídico tem a colaboração

permanente dos advogadosMichaela Azevedo Ferreira e Miguel Krag

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TRADUÇÕESPORTUGUÊS ALEMÃO

ALEMÃO PORTUGUÊS

Tradutor ajuramentado junto dosConsulados-Gerais de Portugal

em Frankfurt/M. e Stuttgart

Claus Stefan Becker

Na União Europeia, as questõesde higiene e segurança e saúde no tra-balho afectam cerca de 150 milhõesde trabalhadores, assim como aosseus familiares morrendo anualmente8.000 trabalhadores como consequên-cias de mais de 4,5 milhões de aciden-tes de trabalho.

Em função das distintas tarefasexecutadas, os acidentes de trabalhoapresentam grande diversidade, atin-gem grupos específicos de pessoas eocorrem mais em determinadas cate-gorias profissionais do que em outras.

A sua frequência e gravidadeestão intimamente ligada à falta deprevenção e cuidados adequados. Osacidentes podem ser causados por vá-rias situações e envolver diferentescircunstâncias. Quando se pensa emacidentes de trabalho em geral ima-gina-se algo trágico, repentino e cho-cante: a queda de um andaime ou umaserra eléctrica que atinge o dedo ou obraço do trabalhador, por exemplo.Obviamente, esses acidentes existem,são gravíssimos, mas podem e têm deser prevenidos. Contudo, os acidentesde trabalho mais comuns não têmnada de espectacular nem acontecem

de repente; ao contrário, vão-se insta-lando lentamente, sem que ninguémperceba. O trabalhador vai-se ex-pondo diariamente a situações noci-vas, desenvolvendo doença, lesão oudano, sofrendo assim problemas queem situações normais não ocorreriam.

Ressalte-se, ainda, o facto de quenem sempre os acidentes são físicos,motores ou sensoriais. Dependendodas circunstâncias às quais estão ex-postos, os trabalhadores podem vir ater problemas psicológicos, stress eansiedade, principalmente quando tra-balham sob excessiva pressão.

É acidente de trabalho aquele quese verifique no local e no tempo detrabalho e produza directa ou indirec-tamente lesão corporal, perturbaçãofuncional ou doença de que resulte re-dução na capacidade de trabalho oude ganho ou a morte.

Considera-se também acidente detrabalho o ocorrido:* no local de residência e o local detrabalho;* quaisquer dos locais já referidos e olocal de pagamento da retribuição, ou

o local onde deva ser prestada assis-tência ou tratamento decorrente deacidente de trabalho;* no local de trabalho e o de refeição; * no local onde, por determinação daentidade empregadora, o trabalhadorpresta qualquer serviço relacionadocom o seu trabalho e as instalaçõesque constituem o seu local de trabalhohabitual;

Entende-se por local de trabalhotodo o lugar em que o trabalhador seencontra ou deva dirigir-se em virtudedo seu trabalho e em que esteja, di-recta ou indirectamente, sujeito aocontrolo do empregador.

Entende-se por tempo de traba-lho, além do período normal de labo-ração, o que preceder o seu início, emactos de preparação ou com ele rela-cionados, e o que se lhe seguir, emactos também com ele relacionados, eainda as interrupções normais ou for-çosas de trabalho.

Se a lesão corporal, perturbaçãoou doença for reconhecida a seguir aum acidente presume-se consequên-cia deste. Se a lesão corporal, pertur-bação ou doença não for reconhecidaa seguir a um acidente, compete ao si-

nistrado ou aos beneficiários legaisprovar que foi consequência dele.»

No sistema de segurança socialalemão, a Berufsgenossenschaft (ale-mão para cooperativa profissional) éa entidade crida pelo Estado Alemãoencarregada de gerir o sistema obri-gatório de seguros para acidentes detrabalho (Unfallversicherung) e doen-ças profissionais. Por um lado arre-cada as contribuições (pagasexclusivamente pelos empregadores).As contribuições médias para este sis-tema situam-se hoje à volta dos 1,4%do salário bruto do trabalhador segu-rado. Por outro lado, a Berufgenos-senschaft é quem cobre os custos quetiverem lugar no caso de acidente detrabalho ou doença profissional.

A tarefa mais importante da Be-rufsgenossenschaft é evitar que seproduzam acidentes de trabalho. Aformação quanto à segurança do tra-balho é um exemplo das suas activi-dades.

No caso de acidentes de trabalhoou doenças profissionais, cabe à Be-rufsgenossenschaft a cobertura doscustos de tratamento, equipamentoauxiliar, medicamentos e no caso de

efeitos incapacitantes duradouros(desde 20%) também paga uma re-forma às vítimas ou seus familiares.

As Berufsgenossenschaften fi-nanciam-se através das contribuiçõesdos empregadores/empresários. Aocontrário de outros sistemas sociais naAlemanha, nomeadamente os traba-lhadores não pagam quaisquer contri-buições. Os empregadores cobremestes custos porque em contrapartidaeles passam a estar libertos do princí-pio de responsabilidade (direitos deindemnizações).

A base jurídica das Berufsgenos-senschaften foi estabelecida com oobjectivo de libertar os empresáriosde responsabilidade por indemniza-ções.

Os acidentes de trabalho, namaior parte das vezes, acontecem porculpa das empresas que não cumpremas normas de segurança e não agempreventivamente. Tendo em conta onúmero de acidentes que ocorreramnos últimos anos, cabe às entidadesempregadoras assegurarem que cum-prem a legislação e optarem por in-vestir em medidas de segurança.

O sistema alemão prevê a liberta-ção dos empresários de acções de in-demnização. Isto é:

A Berufsgenossenschaft assumetoda a responsabilidade dos empresá-rios e cobre as indemnizações deriva-das de danos materiais ou imateriaisprovocados por acidente de trabalho.

A correspondência com a Berufs-genossenschaft, a entidade emprega-dora e os médicos envolvidos torna-sefrequentemente demasiado morosa ecomplicada para os trabalhadores,mas gostaria de aqui fazer o apelopara que não abdiquem dos seus legí-timos direitos.

Michaela Azevedo Ferreira

Acidente de Trabalho

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Page 17: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 17

ADVOGADASilvia Neves Oliveira

Consultasem português

RechtsanwaltskanzleiSilvia Neves de OliveiraUhlandstr. 4273092 HeiningenTel.:07161 / 65 63 002Mobil:0172 / 74 53 408Fax: 0 7161 / 65 63 [email protected]

3José Gomes Rodrigues

Assistente SocialCaritas Neuss

Ex. mos senhores do Portugal PostSou vossa assinante já há algunsanos. Já passei por várias dificulda-des , apesar de não me ter sido fácila minha vida aqui na Alemanha. Des-gosto, Separação, enfim acidentes depercurso nesta viagem que tenho defazer nesta terra, como todos nós.Vivo na Alemanha há alguns anos eestou muito grata por viver aqui, poisme da a possibilidade de ganhar omeu pão com dignidade o que no meupais não me foi possível. Mas o meumaior problema tem sido a língua,que não consigo aprender. são váriasas perguntas que tenho para fazer jáque na rubrica “pergunte que nós res-pondemos“ tem tirado muitas duvidase esclarecido muitos compatriotas naqual lista eu me incluo. Eis as pergun-tas:Poderão indicar-me a direcção de al-guma assistente social que me possaajudar com a tradução de cartas e do-cumentos?Recebo um ordenado mensal de 500€e além disso recebo uma ajuda do es-tado, da ARGE já que tenho comigoum filho de 15 anos que anda aindana escola.. Trabalho num hotel e souencarregada da limpeza de prepararos quartos e trabalho 5 horas pordia.Todos os meses tenho que transmitirquanto ganho e já tem acontecido quetenho recebido dinheiro de volta doaquecimento e da luz e até este metem sido descontado na ajuda social.Indiquem-me afinal como devo fazere se eles podem fazer isso.Não entendo o meu ordenado, traba-lho tantas horas e ele não aumenta.De vez em quando aparecem mais 50€ com a indicado de ser “Sonntags-zuschlag”, mas nem sempre recebo.Nem entendo as pausas pois pareceque me descontam as pausas. nãoterei direito a elas?Enquanto trabalhava só limpando obar na cave cai e parti a cana donariz, e feri um joelho, tendo perdidoos sentidos por alguns minutos. Con-tinuei a trabalhar e só alguns dias de-pois marquei uma consulta no medicoortopedista. Depois de eu lhe ter con-tado o sucedido ele disse-me que de-veria na altura dirigir-me ao medicoe ter declarado como um acidente.. Oque sei é que desde essa altura asdores não me abandonam. Faço Fi-sioterapia e acupunctura. Mas paraisso o tempo é pouco e o chefe não medá as folgas quando eu lhas peço.Eu não aguento o trabalho, nem finsde semana livres, nem sequer no meuaniversário me deu folga. Dirigi-meà chefe e pedi-lhe para não trabalhardesde as 5 da manha e que me deixetambém livre algum que outro fim desemana. Todo este horário de traba-lho é um peso terrível e as minhas

costas não aguentam. Ele secamenteme disse que se não estiva contenteque procurasse um outro trabalho edeu-me então alguns dias de folga.Penso que ela esta a preparar o meudespedimento . Se ela me apresentaruma folha para eu assinar, devo fazê-lo, mesmo sem entender?. Ela pode-me despedir por eu não poder fazer ohorário das 5 da manha?Desculpe pelo teor da carta e pelospossíveis erros.

Caríssima compatriotaNão necessita, de forma alguma depedir qualquer desculpa que seja.Agradecemos sim a sua carta. Para-béns pelo seu modo de escrever tãoclaro e franco. Infelizmente a sua si-tuação não é de forma alguma casual.Mesmo que o governo tente esconder,usando uma propaganda que já nãonos engana, ultrapassam já os oito mi-lhões que recebem ajuda social parapoderem sobreviver. Uma grandefatia destas pessoas trabalham, usu-fruindo ordenados que até bradam oscéus. Não necessita de lamentar-se.Tudo faz, dentro das suas possibilida-des para encontrar uma luz no fundodo túnel. Continue activa e mantenhabem viva a sua esperança. Indo ao en-contro das suas perguntas, que sãomuitas e diversificadas, tentaremosresponder. As nossas respostas nãoimpedem de procurar outras fontes.

Onde encontrar um Assistente So-cialPara lhe ser sincero, houve tempos emque enquanto os cofres do estado“abarrotavam” e a integração era pa-lavra fora de uso nas bocas dos polí-ticos e não só, abundavamconselheiros sociais nas diversas ins-tituições sociais. Para os Portuguesesa instituição competente era a Caritas.Havendo um número determinado decompatriotas o estado alemão dele-gava e financiava esta assistência quea senhora pede.Os ventos mudaram, não só porque oscofres estatais empobreceram, mastambém houve uma alteração nas di-rectrizes anteriores. A Integração é otenor mais importante no trabalho so-cial. Desde então o idioma passou aum plano secundário. Traduções eserviços de intérprete não é um ser-viço social desde que não tenha ocariz integrativo. Ser interprete ou tra-dutor é uma profissão que não devecompetir com os serviços sociais. Fi-zeram-se e se estão fazendo esforçosde forma que as instituições vocacio-nadas em princípios para os alemãesse abram também aos estrangeiros eque se empreguem pessoal especifi-cado com raízes migrantes. Procu-ram-se projectos para intensificar otrabalho de voluntariado que possa

cobrir estas insuficiências. Só lhe po-demos aconselhar que se dirija aosserviços regulares disponíveis. Nostribunais existe pessoal especializadoque a podem aconselhar juridica-mente e até, preenchendo certas con-dições, pode a senhora ter direito arecorrer a um advogado e , sendo ocaso, de a representar nos tribunais adispensas da caixa do tribunal. Quemcompara os idos tempos de há mais de10 anos com os actuais e tenha umacerta relação com a sociedade acolhe-dora, denota com certeza uma maiorabertura, solidariedade e até com-preensão.

Recurso aos organismos presentesExistem e aqui já o mencionámos al-guns, organismos que se dedicam aoaconselhamento sócio laboral. OKAB é um deles e que esta presenteem muitas freguesias na Alemanha,existindo um secretariado em todas asdioceses alemãs. O aconselhamento é,em principio, gratuito, pedindo-se, emcaso de representação e de defesa naprimeira instancia dos tribunais, quese façam sócios. Esta é uma das con-dições que os tribunais exigem, já queos respectivos delegados só podemdefender sócios da agremiação. A co-lecta mensal não ultrapassa o preçodum maço de tabaco. Existe uma ta-rifa social para pessoas com rendi-mentos iguais ou inferiores à ajudasocial. Seria importante que a integra-ção dos portugueses iniciasse nestespequenos passos. Se permitem, quemsou eu? faria um chamamento aosmultiplicadores e agentes de pastoralportugueses que incentivassem e mo-tivassem os compatriotas a daremestes passos de qualidade. A dita agre-miação tem também na Igreja Portu-guesa organismos semelhantes que éa LOC/MTC ( liga dos operários ca-tólicos/ Movimento dos Trabalhado-res Cristãos). Afinal, ser Cristão nãopossui fronteiras geográficas!Enfim, os assistentes sociais aportu-gueses são cada vez mais escassos eos poucos que existem estão em ser-viços, exigidos pelas entidades paga-doras.

Todos os meses tem de justificar aajuda socialMesmo que infelizmente lhe custe,todos os meses ou, de vez em quando,ao meter o requerimento para estaajuda, apresentar todos os documen-tos que comprovem as suas entradasfinanceiras. Se houver entradas, estastem de ser contempladas na ajuda areceber, podendo devolve-las à caixado Instituto de trabalho. È o caso dos50€ que recebe como subsidio de tra-balho dominical ou de feriado. Poderádar-se o caso de receber dinheiro deretorno dos gastos com a luz ou aque-

cimento. Esta caixa é uma caixa desolidariedade que vive a dispensas datributação dos trabalhadores. No casode receber de retorno seria conve-niente entrar em contacto com a se-nhorio e pedir que esse dinheiro nãolhe seja devolvido mas sim ser trans-ladado para o ano seguinte como cre-dito, pois há anos em que poderápagar mais de consumo de electrici-dade ou de condomínios e assim seriafacilitada.Sobre essa quantia de premio no valorde 50 € claro que tem de o declarar,pois faz parte das suas entradas finan-ceiras e é pena que seja assim, poispara si significa um esforço enormepelo seu não muito usual horário detrabalho. Seria conveniente estudarmelhor o contrato que tem com a em-presa para poder averiguar esse pre-mio.

Pausas de trabalho na restauraçãoou hotelariaSobre a legislação que corresponde àeste sector de trabalho geralmente até5 horas de ocupação a pessoa tem di-reito a 15 minutos de pausa. Ultrapas-sando as seis horas e até nove horastem direito a 30 minutos. A partirdesse honorário pode ter uma pausade 45 minutos. Esta pausa em princi-pio não conta para o ordenado o quequer dizer que lhe não será paga. Estetempo pode ser também repartido du-rante o horário de trabalho.

Acidente de trabalho mas não declaradoLamentamos o sucedido assim comoas consequências respectivas. Porfavor, e aqui fica um apelo a outrosleitores que nos lêem. Desde que hajaum acidente de trabalho a primeiracoisa a fazer é dirigir-se ao hospital edeclarar o acidente. Depois de receberos primeiros e urgentes tratamentos, omesmo hospital enviará a documenta-ção medica para um médico da com-petência do seguro de acidentes daempresa. O hospital geralmente pos-sui as direcções deste pessoal sanitá-rio e dos respectivos seguros. Todo aresponsabilidade de tratamento e re-cuperação no futuro será feito então adispensas desse seguro.

Existem prazos que é necessário cum-prir, findo os quais estes seguros con-sideram-se sem competência paraestes acidentes assim como para asdevidas consequências. Mais umavez, logo que aconteça um acidente e,se for o caso de tratamento imediato,faça o que foi descrito. No caso de ointernamento não se mostrar necessá-rio, nem as consequências para asaúde parecerem não serem de grandeimpacto, o patrão tem três dias para odar a conhecer ao seguro da empresa

a sua situação de saúde causada peloacidente. Para tal, claro, é necessário que o aci-dentado o comunique ao patrão e es-teja atento a que o patrão cumpra comos prazos e de o seguimento exigido.Mesmo que tenha passado algumtempo e se averiguar que as dores e orespectivos tratamentos tenham sidocausadas pelo acidente, fale com oseu médico de casa ele que faça umaanálise medica e que a envie para ave-riguação ao tal médico do respectivoseguro. Este procurará enviar um re-latório ao seguro que estudara o seucaso e tomará uma solução. Quantomais tarde se apresentar mais difícil éa comprovação. O seu alerta e expe-riência poderá servir a tantos outroscompatriotas.

Despedimento com ou sem assina-tura do próprioNão conhecemos o seu contrato detrabalho que possui com a dita em-presa de hotelaria. Só podemos acon-selhá-la a não assinar nada em brancoou que desconheça o conteúdo. Peçauma cópia e informe-se a alguémcompetente para o caso. Dirija-se aosescritórios dum organismo seja sindi-cato ou até KAB. Se for o caso acon-selhe-se ao tribunal e, e for o caso,peça que lhe consignem um advogadoa dispensas do mesmo tribunal. Con-forme o seu relato a senhor tem essedireito.Para finalizar permita que lhe de osparabéns pela sua carta. Gostámos doseu estilo. Erros todos damos, por issovivemos e somos humanos. Muitasfelicidades e mantenha sempre acesaa luz da esperança.

Despedimento com o sem assinatura do próprio

Onde encontrar um Assistente Social

Justificação mensalna ajuda social

Acidentes de trabalho -como justificar

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Page 18: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Comunidade18

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28º Aniversário da A.P: de Weilheim-TeckDia 7. 02.2009 na Limburghall

Abertura da sala: 17h00

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7.02.2009 – Gera - Fado = Schicksal de Hugo Viera Coreografia, Figurinos e Cenário: Hugo Viera Bailado,com participação/voz de Telmo Pires. Guitarra portuguesa:Ivo Guedes Viola: André Krengel Música: Amália Rodrigues, Mariza e Camané, entre outros Bühnen der Stadt Gera Großes Haus, Theaterplatz 1 07548 Gera Mais informações: www.tpthueringen.de

7.02.2009 – Weilheim-Teck – Festa do 28º aniversário daA.P. de Weilheim-Teck. Início: 17h00. Participação do can-tor Angélico Vieira e actrizes da TVI. Concurso de dançamoderna e bail com a Banda Atlantis. Local: Limburghall.Info: 0174-6417146

7.02.2008 – Hanover-Garbsen – Torneio de Futebol deSalao. À noite: baile animado pelo músico Zé Dias. Local:Am Plenettenring 9

7.02.2008 – Cuxhaven – Noite de Fados com o grupo An-tologia do Fado. Local: Restaurante Costa Nova. Info: 04721698448 www.fado-dortmund.de --

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9.02 - 19h00: Missa no Salão do COP20h00 Festa dos Parabéns com champanhe

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11.02 – 20h30: Grande noite de Cinema – Musical deFilipe La Féria AMÁLIA

13.02: 21h00 Noite de Fado com o „Grupo de Fadosde Frankfurt“

14.02 – Festa final com inicicio às 20h00 Variedadese música de baile com o grupo brasileiro Cyara eCompany

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Page 19: Portugal Post Fevreiro 2009

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confiar em si mesmo e nas suas decisões.Quando se vive com medo, nunca conseguimos ser quemrealmente somos, pois forçamo-nos a ir contra a nossa na-tureza, contra a nossa essência, a fugir cada vez mais daoportunidade de vivermos entusiasmados, de tomarmos asrédeas da nossa própria vida.

Orações aos Anjos da GuardaFormato: 14 X 21 cm.Páginas: 144Preço: 25,00 €Na primeira parte desta obra encontraráum vasto número de orações aos anjos daguarda, que certamente serão do seu in-teiro agrado.Na segunda parte deliciar-se-á com a lis-tagem completa dos 72 anjos protectores.Cada um destes anjos confere característi-cas particulares mao modo de ser e de

amar dos seus protegidos. Conheça o seu anjo e as características que ele lheimprime na sua vida. Estes seres celestiais estão constantemente ao nossolado, para nos proteger ou para nos afastar dos perigos.

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PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Passar o Tempo20

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Um gato tornou-se numa estrelainusitada da televisão alemã aoentrar em directo durante um pro-grama de meteorologia.O apresentador Jörg Kachelmannfoi apanhado de surpresa pelo fe-lino chamado Lupin enquanto no-ticiava as previsões do tempo.Não contente com a aparição re-pentina, o animal ainda simpati-zou com o apresentador ecomeçou a roçar-se nas suas per-nas. Kachelmann achou por bempegar em Lupin ao colo e conti-nuar a apresentação em directo:«Achei que seria mais fácil con-trolá-lo se o segurasse».O gato pertence a um funcionárioque não estava no estúdio na al-tura.

Gato entra em directona televisão

Um portuguesa detida no Brasilpor tráfico de droga e condenadaa quatro anos de prisão, viu a penasubstituída por outra um pouco in-sólita. Além de prestação de tersido condenada a «serviço a enti-dade pública voltada para trata-mento e recuperação dedependentes químicos durantequatro anos, com trabalho diáriode uma hora», terá de «continuaros estudos regulares e trimestral-mente, será obrigada a apresentarem tribunal provas de assiduidadee desempenho escolar».O juiz decidiu que a ré pode agu-ardar decisão em liberdade,sendo, contudo, obrigada a ler efazer resumos de poesias de Fer-nando Pessoa. A arguída tem de«comparecer e permanecer, dia-riamente, nos dias úteis, no horá-rio entre 14 e 17h, na biblioteca daJustiça Federal do Rio Grande doNorte, para realizar trabalho depróprio punho sobre o poeta por-tuguês Fernando Pessoa.

Portuguesa condenadano Brasil a ler e resumirpoemas

A polícia da cidade norte-ameri-cana de Bismark recebeu umaestranha chamada na noite da pas-sagem de ano, quando uma jovemde 17 anos ligou para a esquadra«para denunciar que estava a con-duzir alcoolizada».O agente Randy Ziegler explicouque nunca antes tinha acontecidoalgo de semelhante na região.O telefone da esquadra tocoupouco antes das 12 badaladas. Asautoridades que responderam aoincidente encontraram a jovemdentro do carro estacionado pertodo centro de Bismark.«As chaves estavam na carteira eo veículo estacionado. Ela disseque conduziu durante váriashoras», explicou Randy Ziegler.A polícia confirmou a embriaguezda adolescente, que foi detida. Ajovem terá justificado o excessode álcool devido a problemas pes-soais. Agora tem mais um.

Fez queixa de si própriaà polícia

Uma mulher inglesa deu entradano hospital com queixas de doresde estômago, mas acabou por darà luz um menino, dez minutos de-pois de chegar ás urgências. Em declarações ao jornal britâ-nico «Daily Mail», Tina Cook, de31 anos de idade, reconheceu que«não sabia que estava grávida,apesar de já ter sido mãe por duasvezes. Amy e Ruben ganharamum irmão.O bebé nasceu com cerca de 2,6quilos e vai chamar-se Alfie.«Estou chocada. Eu não sabia queestava grávida», afirma. E se amãe estava chocada, o pai ficoumais ainda. «Eu ainda estou emchoque. Não sei o que dizer», afir-mou Hearn ao «Daily Mail».

Foi para o hospital comdores de estômago edeu à luz um menino

Os japoneses mais stressadosacorrem «The Venting Place», emTóquio, onde pagam para parti-rem pratos contra uma parede decimento. A notícia é avançadapelo jornal «Daily Telegraph» queentrevistou o dirigente da equipaque leva a cabo esta terapia.«Partir alguma coisa, e todos sa-bemos isso de experiência pró-pria, pode tornar-se nummomento de relaxamento queajude a soltar a raiva e frustraçãoque sentimos. Esperamos que, embreve, todos os empresários, quesofrem com a crise, aliviem ostress desta forma».Os visitantes ansiosos escolhem alouça que gostariam de destruir -cerca de um euro um pequenocopo; seis euros por um prato.Depois de vestirem a roupa apro-priada, podem partir a louça dasua eleição contra uma parede decimento. Um vendedor de 35 anosconsidera que «a vida é dema-siado complicada, com muito comque nos preocuparmos. Por isso,esta terapia é libertadora. Sintoque amanhã posso começar denovo no meu trabalho, com outroânimo».Um consultor tecnológico, tam-bém adepto da destruição delouça, diz que a crise financeira éa culpado do aumento de stress.«Precisava de uma forma de dei-xar escapar algum deste stress etive a sorte de encontrar estelocal».

Partem pratos para aliviar stress

Wang Guiying é chinesa e, agoraque tem 107 anos, perdeu final-mente o medo de casar, que aacompanhou durante toda a ju-ventude, e está à procura de ummarido. Aliás, tem pressa em en-contrar um companheiro.Segundo Um jornal, esta mulhercentenária teme também ser umpeso para os seus sobrinhos, quetêm tomado conta dela nos últi-mos anos. Wang Guiying sofreuuma fractura numa perna quandotinha 102 anos e, desde essa al-tura, deixou de poder fazer as ta-refas domésticas. E é esse factoque a está a incomodar. «Os meussobrinhos e as minhas sobrinhasestão a ficar mais velhos e os seusfilhos já estão a formar as suaspróprias famílias. Estou cada vezmais a tornar-me um fardo paraeles», disse Wang Guiying.

Chinesa de 107 anosprocura marido

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Numa entrevista de emprego numa repartição pública, o chefe pergunta:- O senhor já sofreu algum acidente grave?- Sim. Quando servia o exército, participei numa batalha simulada e um tiroatingiu os meus tes..tículos. Tive que extraí-los!- Santo Deus! - Exclamou o entrevistador, sem conseguir disfarçar a pie-dade.- Bem, o emprego é seu! Nós chegamos sempre às 8, mas o senhorpode chegar às 10. Tudo bem...- Mas por que eu vou ter esse privilégio?- É que, o senhor sabe como é... Repartição pública... O pessoal fica sempre acoçar os tomates duas horas antes de começar a trabalhar!

Uma senhora acabada de chegar a Lisboa apanhou um taxi, em direcçãoao hotel onde ficaria hospedada.O taxista, por incrível que pareça, não disse nada nada mesmo nada duranteo percurso, até que a senhora quis fazer-lhe uma pergunta e tocou-lhe noombro.Ele gritou... foooonix ...da-se q raio é isto, blá blá blá, perdeu o controle docarro e, por pouco, não provocou um terrível acidente.Com o carro já parado, a senhora disse para o taxista que estava completa-menteapavorado:Desculpe desculpe mas francamente, eu não sabia que o senhor se ia assustartanto com um simples toque no ombro!- Ó minha senhora não me leve a mal... e que este é o meu primeiro diacomo taxista.- E o que é que o senhor fazia antes disto? - perguntou ela.- Eu fui motorista de carro funerário durante 25 anos

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PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Passar o Tempo 21

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Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

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Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Rui Clemente PazTelefone: 0173 - 5351651

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AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

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Previsões para o dia de S.ValentimPor Maria Helena Martins

São Valentim foi um clérigo queviveu no século III, numa cidadedo Império Romano chamadaTerni. O Imperador Cláudio IIchamava os homens jovens paraa guerra, mas estes queriamcasar e constituir família, o quefazia com que fosse cada vezmais difícil recrutar novos sol-dados. Para contrariar estasituação, o Imperador decre-tou que fossem proibidostodos os casamentos e noiva-dos.Defensor do Amor, Valentimcontinuou a casar os jovens emsegredo, pois acreditava que afelicidade não tinha preço. Paraalém disso, formou um movimentorevolucionário que lutava contraas tiranias do Imperador. Este, aodescobrir que o clérigo se opunhaàs suas ordens, perseguiu-o econdenou-o à morte, tendo sidodecapitado no dia 14 de Fevereirode 270. Alguns séculos maistarde, Valentim foi santificado e apartir de então o dia da sua mortepassou a ser celebrado por todosos casais apaixonados, e o santoficou conhecido como o Pa-droeiro dos Namorados.

Carneiro:Sente-se atraído pelo seu oposto,Balança, pois fica encantado coma harmonia e o equilíbrio que neleencontra. Também tem uma certacuriosidade em relação a Sagitárioe Leão. Os signos com que terámaior dificuldade em relacionar-se são Caranguejo e Peixes.

Touro:Sente uma enorme atracção pelomagnetismo de Escorpião. Podemtambém ter afinidade com os sen-síveis Peixes e Caranguejos, massentem-se mais à vontade comCapricórnio e Virgem. Terão difi-culdade em lidar com Leão e Sa-gitário.

Gémeos:Pode sentir uma certa atracçãopelo aventureiro Sagitário, comquem viverá aventuras inesquecí-veis. Dá-se bem com o charmosoLeão e o escaldante Carneiro, massente-se em equilíbrio junto de

Aquário e Balança. Ser-lhe-á difí-cil lidar com alguém de signoTouro ou Caranguejo.

Caranguejo:Sente-se muito atraído pelo intro-vertido Capricórnio, no entanto, éjunto das pessoas de Touro quepode superar as suas fragilidades.Com Peixes encontrará o equilí-brio emocional. Os signos com osquais não tem grande afinidadesão: Leão, Carneiro e outro Ca-ranguejo.

Leão:A essência de Leão é a sedução.Sente-se encantado com a liber-dade e a independência de Aquá-rio. Dá-se muito bem com osapaixonados Carneiro e Sagitárioe sente-se muito atraído pelo mag-netismo do Escorpião. Sentirão al-guma dificuldade em manter umarelação com Caranguejo, Virgemou Capricórnio.

Virgem:Virgem é fiel e necessita de sentirconfiança absoluta no parceiropara se libertar. É natural quepossa sucumbir com certa facili-dade aos encantos dos signos Pei-xes, Caranguejo, Escorpião eTouro. É natural que se afaste doímpeto de Carneiro, Sagitário e

Leão. Balança:Sente-se magneticamente atraídopela impetuosidade e ousadia deCarneiro e estimuladas pelo fogode Leão e a inteligência de Sagi-tário. São susceptíveis à friezado Escorpião e sentem dificul-dade em lidar com as carên-cias de Caranguejo e dePeixes.

Escorpião:O amor para ele é um assuntosério e por isso sente-seatraído pela estabilidade de

Touro. Agrada-lhe a sensibili-dade de Caranguejo e Peixes,

mas temem a sua instabilidade.Terão dificuldade em relacionar-se com o impetuoso Carneiro,com o rebelde Aquário e com osuperficial Gémeos.

Sagitário:Sente-se atraída pelo dinamismodos nativos de Gémeos e identi-fica-se com o inconvencionalAquário. O fogo de Carneiro eLeão combinam bem consigo. Jáa passividade de Touro e o carác-ter metódico de Virgem entram fa-cilmente em conflito com a suapersonalidade.

Capricórnio:Têm aparência calma e gosta depessoas do mesmo signo. Agrada-lhe muito a sensibilidade do Ca-ranguejo e a segurançaproporcionada pelo signo deTouro. Não aceita facilmente aagitação de Leão, Sagitário e Car-neiro.

Aquário:Amante da liberdade e da inova-ção, sente-se atraído pelos signosde Carneiro, Gémeos, Balança eSagitário. Evita a convivênciacom os rígidos Capricórnio ouVirgem e com Peixes.

Peixes:Sente-se especialmente atraídopelo signo Virgem mas as relaçõesmais intensas serão as que tivercom os signos de Escorpião e Ca-pricórnio. Tem dificuldade em re-lacionar-se com os nativos deCarneiro e Leão.

Dia dos Namorados - Com que signos é mais compatível?

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seguimos ser quem realmente somos, pois forçamo-nos a ir contra a nossanatureza, contra a nossa essência, a fugir cada vez mais da oportunidadede vivermos entusiasmados, de tomarmos as rédeas da nossa própria vida.

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Page 22: Portugal Post Fevreiro 2009

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PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009 Vinhos de Portugal 23

Os Novos Vinhos de Portugal

PorDra. Teresa Colaço do Rosário

A Real Companhia Velha foi fundada pelo Marquêsde Pombal em 1756, quando procedeu à demarcaçãoda região demarcada do Douro. Ainda hoje em posseda familia, a Real Companhia Velha é uma das prin-cipais produtoras de Vinhos do Porto e do Douro,assim como é proprietária de algumas das melhoresquintas da região.Evel, é uma das mais antigas marcas de vinhos co-muns no Douro. Os seus vinhos são produzidos nasQuintas de Cidrô e do Casal da Granja, respectiva-mente localizadas em S. João da Pesqueira e Alijó.Estas Quintas produzem das melhores uvas da Regiãoe cujos lotes fornecem o carácter e sabor distinto dosvinhos Evel. O Evel Tinto 2004 foi produzido a partir das mais no-bres castas do Douro, nomeadamente Tinto Cão, TintaRoriz, Touriga Francesa e Touriga Nacional, de par-celas de vinha seleccionada. O Evel Tinto foi vinifi-cado pelos métodos tradicionais e estagiou duranteoito meses em barricas de carvalho.Dotado de uma bela cor vermelho escura com reflexospúrpura, aromas de especiarias e frutos maduros, apre-senta-se redondo, muito macio e com ligeiras impres-sões a madeira que afinam este clássico e elegantevinho do Douro. Um longo final completa a agradavel

prova deste vinho impressionante. Servido entre os 16º e 18º, é o acompanhamento idealpara assados no forno e bifes grelhados.Para mais informações visite o site www.realcompa-nhiavelha.pt

EVEL Tinto 2004 – DOC DOURO

Capa duraNº de Páginas: 176Dimensões: 22,5 x 24 Preço: 35,00 €

Conhecido por “fiel amigo”,o bacalhau tem uma tradiçãomuito particular e original nagastronomia portuguesa.Neste livro, fique a conheceras origens da pesca destepeixe, as suas principais ca-racterísticas, a melhor formade o arranjar e outrosaspectos importantes, como amelhor forma de o escolher,

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Page 24: Portugal Post Fevreiro 2009

PORTUGAL POST nº 175 • Fevereiro 2009Última24

Porto, Lusa - „Era muito frio,muito mais do que agora, tambémporque tínhamos fome. Antigamenteaté chovia três meses seguidos, impe-dindo-nos de apanhar lenha paraaquecer as casas, contou à Lusa.

„Havia muita miséria“, acrescen-tou.

A octogenária, solteira, habita so-zinha, há mais de 20 anos, uma pe-quena casa na aldeia de Trovoada, napartilha entre os concelhos de Lou-sada e Amarante.

A terra faz jus ao nome, porque éconhecida por estar muitas vezes su-jeita a correntes de ar muito frio e cru-zado entre as serranias daproximidade, como o Marão e a Abo-boreira.

Nos dias de Inverno rigoroso, as-susta ouvir o murmúrio do vento, queparece querer cortar a pele do rosto dequem por ali mora.

„Faz muito frio, mas quando erapequena fazia mais“, disse a idosa,apreciada pela sua destreza para con-tar histórias.

„Hoje, meto-me na cama com

muita roupa e aqueço logo“, acrescen-tou, garantindo que não usa a velhalareira lá de casa: „tenho medo quearda a casa. Sabe, o tecto é muitobaixo“, explicou.

A idosa passa as noites sozinha,mas durante o dia está no centro dedia do Sonho de Vida, uma instituiçãode solidariedade social em Mancelos,Amarante.

Adelaide Conceição, a oitava desete irmãos, não esquece a „fomenegra“ que quase todos na aldeia sen-tiam quando eram pequenos e comoisso „ainda arrefecia mais“ o corpo.

Lembrou que nos períodos maislongos de chuva, que chegavam aostrês meses, era mais difícil, porque alenha que se recolhia nos montes daredondeza, tantas vezes roubada, es-tava húmida e não alimentava as la-reiras que aqueciam os lares maishumildes.

„Nesse tempo, quando as casaseram iluminadas com candeias a pe-tróleo, não havia nada. Não havia luz,nem gás, éramos muito pobres e so-fríamos com o frio“, insistiu.

Olhando a janela com uma ex-pressão serena, acomodada ao cin-zento que escondia as serranias, foidiscorrendo sobre as privações de ou-trora. A propósito da II Guerra Mun-dial, falou dos estranhos feijões quese comiam na altura, importados depaíses distantes cujo nome não sabia.

„Nesse tempo, passava-se fomenegra. Não havia pão, nem couves,nem batas. Era fome de cão. Com-prava-se um quilo de pão que tinha deser dividido por dez pessoas. Quasesó o cheirávamos“, recorda.

Mais tarde, com cerca de 35anos, quando a vista lhe começou afugir por tanto bordar para ganhar avida, teve de procurar outro modo desustento.

Acabou como ajudante de do-ceira, numa padaria da zona.

Ali, mesmo nas noites mais géli-das, deixou de sentir frio, porque osfornos em brasa e o açúcar a ferverlhe aqueciam a alma e até, não rarasvezes, queimavam as mãos a quemdevia tantas horas ao descanso.

„Num dia trabalhava-se dia e

meio para ganhar mais uns tostões“,disse num tom trémulo, enquanto exi-bia as mãos enrugadas.

Mas depressa a sua expressão sealegrou quando lhe pedimos que des-crevesse os doces que fazia.

Segurou o ombro do jornalista edisse prontamente: „Eram para gentepobre, mas saborosos. Rosquilhos ereloginhos, que eram vendidos nasfeiras e festas“.

Mas uma conversa da Lusa comAdelaide da Conceição não ficariacompleta se a idosa não falasse do diaem que, com cerca de vinte anos, ves-tida de lavradeira, carregou na cabeçaum açafate em vime, do qual tirou flo-res destinadas a António Salazar.

O governante de então - conta aoctogenária - visitava Lousada e todaa população do concelho fora mobili-zada.

„Estavam lá legionários de todoo concelho Tinham fardas muito lin-das, com um barretinho na cabeça.Iam a cantar por Lousada fora. Foiuma festa muito linda, com música efoguetes. Vieram até aviões a botar

flores e voavam rentinhos à casa“,contou quase se atropelando nas pala-vras.

Nesse longínquo dia da década de40 - afirmou - o homem mais rico deLousada, Jaime de Pinho, que era co-nhecido de Salazar, ofereceu ao povouma refeição, servida na sua grandequinta, o que fazia todos os anos.??„Matávamos a fome nesse dia. Andeioito quilómetros a pé para comer“,acentuou.

Nos avanços e recuos da con-versa, vezes sem conta marcados porexpressões de um português já em de-suso, que irradiavam uma energiacontagiante, a idosa deteve-se noutroperíodo que lhe deixou marcas pro-fundas: quando viu partir os sobrinhospara o Ultramar: „Chorávamosquando eles iam para a guerra. Pensá-vamos que nunca mais os iríamos ver.Mas quando regressaram os rapazesfoi uma grande festa. Até se deitaramfoguetes na aldeia“, disse, quase cho-rando.Texto e foto de Armindo Mendes,da agência Lusa

Mulher de 88 anos diz que as noites da sua infânciaeram mais frias porque passava fome

Adelaide da Conceição, de 88anos, enfrenta sozinha em Tro-

voada, uma aldeia de Lousadaperdida entre as serras do Marãoe Aboboreira, as noites frias, mas

diz que os Invernos de outroraeram ainda mais duros porque as

pessoas passavam fome.