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Página 5 Página 11 Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 200 • Março 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Editor e Livreiro baseado em Frankfurt Teo Ferrer de Mesquita 30 anos de luta e de sucessos em prol da Literatura Portuguesa Pág.3 Alemanha quer mão-de-obra qualificada portuguesa. Saiba como concorrer Pág.7 Alemanha considera aceitar estrangeiros nas Forças Armadas do país Pág.15 Comunidades Remessas dos emigrantes subiram 122 ME em 2010 Empresas Luso-Weinimport aposta nos vinhos de qualidade nacionais Mariza ao PP: «Um povo conhece-se pela sua cultura»

Portugal Post Março 2011

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ANO XVI • Nº 200 • Março 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POSTEditor e Livreiro baseado em Frankfurt Teo Ferrer de Mesquita

30 anos de luta e de sucessos em prol da Literatura Portuguesa Pág.3

Alemanha quer mão-de-obra qualificada portuguesa. Saiba como concorrer Pág.7

Alemanha considera aceitar estrangeiros nas Forças Armadas do país Pág.15

ComunidadesRemessas dos emigrantes subiram 122 ME em 2010

EmpresasLuso-Weinimport aposta nos vinhos de qualidade nacionais

Mariza ao PP: «Um povo conhece-se pela sua cultura»

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 20112

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOHELENA GOUVEIA: BONAJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

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Foi em 1993 que lançámos o número ex-perimental do jornal. Em Maio de 1994,o PORTUGAL POST iniciou a sua edi-ção regular e desde aí até à presente datafoi publicado ininterruptamente . Desdea sua fundação, o PORTUGAL POST co-meçou a actualizar toda a informação im-portante para todos os portuguesesresidentes neste país. Com a publicaçãodeste jornal, a Comunidade passou a terum porta-voz e um órgão de informação

que ficaria atento aos seus problemas, re-velava as suas potencialidades, fazia aponte entre a própria Comunidade, im-pulsionava, divulgava o que de melhorhá, esclarecia, denunciava situações deinjustiça e dava voz ao movimento asso-ciativo, aos professores, pais e alunos.Em suma, informava e cumpria a missãopara a qual tinha sido criado.Chegamos a 2011 como uma grande his-tória para contar; a história de uma vidade um jornal que se afirmou e é hoje oporta-voz de toda a comunidade. Inde-pendentemente de todas as mudanças queo jornal regista, o PP vai continuar comsentido de responsabilidade e orientadopelos princípios da liberdade, do plura-lismo, procurando assegurar a todos o di-reito à informação; independente detodos os poderes e respeitando todas as

opiniões ou crenças desde que enquadra-das nos valores da liberdade e da demo-cracia. Com os seus milhares de leitores,o PP quer fazer consigo também - o novoleitor - uma aliança de progresso e de su-prema exigência. Faça-se assinante para consolidar o nossoprojecto global com mais rigor e determi-nação. Os desafios são muitos mas, a pa-lavra escrita, ainda é ouro de lei face auma realidade virtual que nos chega peloecrã de TV ou Internet. Temos a nossofavor a experiência e o ritmo de uma forteconvicção. A coerência não é pensada oucriada artificialmente; pelo contrário, évivida momento a momento, como resul-tado brilhante de uma atitude ética emoral sem hesitações mesquinhas ou du-vidosasA Direcção.

Ler é ganharA indústria é como o jornalismo. Utiliza e ab-sorve muitas aptidões literárias; necessita,como ele, ter ideias novas, sob pena de descairaté arruinar-se de todo; precisa criar sucessi-vamente novos modelos e ter sempre invenção,frescura, imaginação, energia e fecundidadeinesgotávelEça de Queiroz, Páginas de Jornalismo (1867),Évora.

Se ainda não assinante, veja na página 23 como pode ser e, ao mesmotempo, habilitar-se a três maravilhosas viagens.

Page 3: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 Destaque 3

Portugal Post: Qual o sentido daescolha da magnifica cidade deFrankfurt para em 1980 ter er-guido a Livraria e a Editora? Aexcelente e diversificada vida cul-tural e os Centros Universitáriosde excelência motivaram a sua es-colha decisiva?Teo Ferrer de Mesquita:.Frankfurtnão foi uma escolha. Aconteceu quevivia nesta cidade e que, ainda antesde ter terminado os estudos numaoutra área, comecei a trabalhar naFeira do Livro de Frankfurt. Tudoisto se conjugou. Se tivesse esco-lhido, não poderia ter escolhido me-lhor, penso. Gosto muito destacidade. Ao fim de mais de 40 anosde Alemanha, não “virei “alemão,mas sou, decididamente, um frank-furtense!PP: Pessoalmente defendo o for-mato clássico do livro. O Teo quelida a fundo e investiu inteligênciae exigência há mais de 30 anos noramo livreiro e editorial, comoperspectiva o futuro do livro e daleitura?T.F.M.:. Há quem pense que dentrode alguns anos o papel impressodeixará de existir. Certamente quehaverá menos, e isso até é bom parao ambiente, mas o livro continuaráirresistível para os leitores. É comoa sala do cinema que nos envolveno filme. Podemos hoje ver todo otipo de filmes com óptima quali-dade em casa, mas continuamos a irao cinema. E continuaremos a ler li-vros, estou certo. Aliás, nunca aprodução editorial foi tão grandecomo hoje, nunca houve, portanto,tanta procura. Claro, há muita coisaboa, e muita coisa má, mas isso éoutra questão.

PP:Como avalia o impacto da Li-teratura Portuguesa na Alema-nha? O que foi feito até agorapara o seu fomento? E o que faltafazer?T.F.M.: A literatura portuguesa, na

Alemanha, como no resto domundo, situa-se na margem do mer-cado editorial, que é dominado pelogigante anglo saxónico. O volumede traduções do português nãochega a 1% do que se traduz na Ale-

manha. Quanto a isto, já tivemostempos melhores. Mas estou fa-lando do mercado. A literatura por-tuguesa, como aliás todas asliteraturas lusófonas, ganham leito-res na Alemanha, são cada vez maisconhecidas e apreciadas, muito jus-tamente. Portugal vive um mo-mento de grande vitalidade no querespeita à literatura, com muitos jo-vens autores e muito bons autores.É difícil passar a fronteira, é certo,mas isso tem que ver com condi-ções de mercado, e também com ofacto de Portugal não ter uma polí-tica consequente em relação à lín-gua portuguesa no mundo, à suaexpansão e divulgação.Como disse, a literatura portuguesavem ganhando leitores na Alema-nha. O Instituto Português do Livroe das Bibliotecas, depois Direcção-Geral - e que agora foi integrado naBiblioteca Nacional, não sei bemcom que estatuto -, esse organismotem tido um papel positivo na pro-moção da literatura portuguesa noestrangeiro, apoiando a? tradução, adeslocação de autores e organiza-ção de leituras e eventos literáriosno estrangeiro. Nos últimos anosmarcou presença na Feira do Livrode Frankfurt e? estabeleceu umalarga rede de contactos com editorasde todo o mundo, divulgando catá-logos, informações etc. Agora nãosei se haverá continuidade neste tra-balho, como? irá funcionar. Enfim,as medidas de contenção, não dei-xam lugar para boas previsões.O que falta fazer? Pois, continuar.

Continuidade e consequência notrabalho, definir objectivos, e dotarcom os meios necessários os orga-nismos que actuam nesta área.

PP: A sua Livraria promove regu-larmente Encontros e Diálogoscom os melhores Escritores Por-tugueses e Lusófonos. Qual o im-pacto desta proposta magnífica?E quais os momentos mais emo-cionantes dessas iniciativas, quecontaram já com a presença dosmaiores vultos da Literatura Por-tuguesa, de Lídia Jorge e JoãoBarrento a José Saramago, Al-meida Faria e José Cardoso Pires,entre muitos outros?A TFM, Editora e Livraria, comple-tou no ano passado 30 anos de acti-vidade. Trabalhamos praticamente

com todas as editoras portuguesas efornecemos hoje livreiros, bibliote-cas, universidades, escolas e pú-blico em geral, de Norte a Sul daAlemanha. Organizámos ou cola-borámos na organização de inúme-ras leituras e sessões literárias (comcerca de uma centena de autores delíngua portuguesa). Organizámosmostras e exposições de livros umpouco por toda a Alemanha, e desdehá anos que vimos organizando en-contros entre autores e crianças e jo-vens portugueses, ou de origemportuguesa, em escolas e associa-ções.Quando temos o privilégio de fazero trabalho que gostamos, como é omeu caso, há sempre muitos mo-

mentos gratificantes. Um delesaconteceu quando comemorámos25 anos e José Saramago aceitou vira Frankfurt, “em serviço de ami-zade” como ele disse perante asmais de 600 pessoas que enchiamuma sala de cinema em Frankfurt.Presente estava também o vereadorda cultura da cidade, que tinha ce-dido a sala para o evento. Saramagomostrou-se impressionado pelofacto de “a cidade dos bancos terencontrado o espaço, o tempo e osmeios para felicitar um pequenoeditor e livreiro português pelos 25anos de actividade”.

PP: Qual a profundidade da acti-vidade editorial Universitária que

Entrevista Editor e Livreiro baseado em Frankfurt Teo Ferrer de Mesquita

30 anos de luta e de sucessos em prol da Literatura PortuguesaÉ um caso de sucesso insofismável e com larga repercussão emPortugal, na Alemanha e no Mundo Lusófono: a actividade editoriale livreira de Teo Ferrer de Mesquita honra Portugal de forma superlativa. Apoio sustentado à difusão e tradução dos principais va-lores da Literatura e Ensaística constroem exemplo quase singular naDiáspora Lusa através dos Cincos Continentes

Por F.Almeida Ribeiro

sustenta e emite a sua Editora, aVerlag TFM?T.F.M.: A Colecção Luso-Brasileira,da responsabilidade do InstitutoIbero-Americano de Berlim tem achancela da editora, já na segundadécada. Trata-se de uma colecçãode publicações científicas de grandeprestígio nos centros universitáriosda Alemanha e dos países lusófo-nos, principalmente. A próxima pu-blicação, o número 26 destacolecção, é dedicado ao grande ci-neasta brasileiro Glauber Rocha. Nototal temos em catálogo mais de100 publicações científicas, linguís-tica, estudos sobre literatura de lín-gua portuguesa e temas das culturaslusófonas.

PP: Para lá do empenho cívico ecultural de Saramago para com aodisseia da sua Livraria, existi-ram momentos de emoção e in-tenso debate nos Encontros comos escritores lusófonos no decor-rer dos anos? Houve polémicashoméricas como as que existiramentre Jorge de Sena e CoimbraMartins na Sorbonne nos finaisdos anos 70?T.F.M.: Foi precisamente em 1984que iniciámos a grande série de en-contros e leituras com os escritoreslusófonos, com Cardoso Pires,Lobo Antunes e Saramago. Nessaaltura só o Cardoso Pires tinha sidotraduzido em alemão. Não diria quetivemos polémicas homéricas comoas que refere, mas tivemos sem dú-vida discussões interessantíssimasentre os autores e o seu público. Esalas cheias, para surpresa e satisfa-ção dos parceiros alemães, as bi-bliotecas públicas e outrasentidades.Através da www.tfmonline.de. Pro-curamos sempre dar notícia das no-vidades editoriais em português. Namedida das nossas possibilidadescolaboramos com as editoras ale-mãs na divulgação das obras tradu-zidas do português. A propósito aproveito para informarque Gonçalo M. Tavares, que já estátraduzido também para o alemão,estará no Luxemburgo, no Salão doLivro do Luxemburgo, de 18 a 20deste mês, a convite da Câmara Mu-nicipal da capital e da associação„Amigos do 25 de Abril „. E HelderMacedo, o grande poeta, romancistae universitário jubilidado do King´sCollege de Londres, estará na nossaLivraria, a 16 de Março e no dia se-guinte em Leipzig (durante a feirainternacional do livro), na Haus desBuches, para lançar a tradução doseu livro „ Partes de África „, acon-tecimento moderado pelo tradutoralemão, Markus Sahr.

Teo Ferrer de Mesquita. Foto: cortesia TFM

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Nacional & Comunidades4

O deputado socialista Paulo Pisco,eleito pela Emigração pelo círculoda Europa, declarou , em Lisboa,que há a necessidade de uma refle-xão sobre o actual financiamentodo Conselho das ComunidadePortuguesas (CCP).

Paulo Pisco falava à AgênciaLusa no final de uma reunião dosdeputados da Emigração com osrepresentantes do Conselho Per-manente das Comunidades Portu-guesas (CPCP), que decorreu hojeno Parlamento.

“Há um aspecto relativo ao fi-nanciamento do CCP que eu achoque, provavelmente, mereceriaoutra atenção. Eu pessoalmenteacho que o CCP, a nível do tra-balho local, poderia ter outro tipode apoio e financiamento”, sublin-hou o deputado socialista.

Pisco referiu que a estrutura, ofuncionamento e o financiamentodo CCP foram temas da reunião.

O deputado disse ainda quemuitos conselheiros do CCPgastam dinheiro dos seus própriosbolsos para desenvolverem as acti-vidades do organismo, uma situa-ção que não considera correcta.

“Neste aspecto, provavel-mente, haveria lugar a uma refle-xão em ajustar os instrumentosfinanceiros, os meios financeiros,para um melhor desempenho daactividade do CCP”, referiu PauloPisco.

“Admito que sim, que há faltade verbas, considerando este mo-delo de funcionamento (do CCP),que nós votamos contra ele. É ummodelo de funcionamento caro,porque privilegia o trabalho emcomissão, com muitas reuniõesem Portugal. Mas esta foi a opçãoque o Governo quis fazer”, referiuo deputado José Cesário (PSD),que participou também na reu-nião.

O presidente do Conselho Per-manente das Comunidades Portu-guesas (CPCP), Fernando Gomes,declarou que há falta de verbaspara o CCP (contando entre 120 a150 mil euros/ano), o que limita aactuação do organismo.

Fernando Gomes considerou areunião com os deputados “muitopositiva”, apontando ainda queuma das questões abordadas foicomo o CCP é pouco ouvido,

pouco consultado pelas entidadesgovernamentais.

O deputado Paulo Pisco dis-cordou da afirmação, dizendo queo CCP é sempre ouvido “por diver-sos organismos, instituições etambém pelos deputados.”

Os conselheiros do CCP la-mentaram que o projecto de lei doPSD para a integração de dois re-presentantes do Conselho das Co-munidades Portuguesas noConselho Nacional de Educação(CNE) tenha sido chumbado naAssembleia da República, nasexta-feira, apelando para a alte-ração desta decisão.

“Faremos tudo neste sentido,estamos disponíveis para fazer umprojecto com outros partidos, quevisa o objecto daquele que apre-sentamos e foi reprovado”, disse odeputado José Cesário.

Outros temas foram tratadosna reunião, como o Netinvest(programa de foro económico lan-çado há dois anos e que ainda nãoarrancou), o ensino do portuguêsno estrangeiro, as deportações, aparticipação dos portugueses dadiáspora nas eleições.

Deputado do PS considera necessária umareflexão sobre financiamento do Conselho dasComunidades Portuguesas

A situação laboral dos trabalhado-res consulares foi debatida, àporta fechada, na Comissão de Ne-gócios Estrangeiros e Comunida-des Portuguesas numa reunião emque esteve presente o secretário deEstado das Comunidades, AntónioBraga.

O debate foi realizado na se-quência de um requerimento dogrupo parlamentar do Partido Co-munista Português (PCP) paraque o secretário de Estado esclare-cesse os deputados sobre a ques-tão.

No final, António Braga, invo-cando o facto da audição ter sidorealizada à porta fechada, escu-sou-se a dar detalhes sobre a reu-nião.

Todavia, o deputado JoãoRamos, um dos subscritores do re-querimento, disse à imprensa quea Secretaria de Estado das Comu-nidades criou um grupo de tra-balho para resolver a situaçãolaboral daqueles trabalhadores.

“O secretário de Estado desva-

lorizou e acusou o grupo parla-mentar do PCP de algum alar-mismo, mas não deixou dereconhecer que tem um grupo detrabalho a trabalhar no assunto,com alguma pressa e com algumainsistência para resolver o pro-blema e que parte do problemaseria resolvido com a reestrutura-ção do estatuto da carreira do pes-soal diplomático”, disse odeputado.

Para João Ramos, o gover-nante “acabou por, não querendo,reconhecer que esse problemaefectivamente existia”.

Por outro lado, o deputado co-munista salientou o facto de che-garem “apelos insistentemente” atodos os grupos parlamentares daAssembleia da República, relacio-nados com, frisou, “os efeitos queo agravamento das taxas cambiaisproduzem no vencimento dos tra-balhadores, nomeadamente tra-balhadores consulares eembaixadas e professores do en-sino de português no estrangeiro”.

Situação laboral dos trabalhadores consularesdebatida na Comissão de Negócios Estrangeiros

A emigração "recrudesceu" nos últi-mos anos devido à crise, defende a in-vestigadora Betriz Rocha-Trindade,adiantando que saem, em média, 100mil portugueses por ano, um êxodoque, acredita, continuará a marcar asociedade portuguesa no futuro.

"A emigração é um fenómenoestrutural da sociedade portuguesa econtinuará. Efectivamente [nos últi-mos anos] recrudesceu a emigraçãoem Portugal. Hoje saem por ano cercade 100 mil portugueses", disse em en-trevista a socióloga especialista emquestões da diáspora portuguesa.

Para Beatriz Rocha-Trindade, queintegra o Centro de Estudos das Mi-grações e das Relações Interculturaisda Universidade Aberta, a recentecriação na esfera governamental deum Observatório da Emigração ouuma simples pequisa na internet per-mitem a confirmação de uma reali-dade que há muito ocupa as conversasde café.

"Estão a sair mais..? Estão a sairmenos..? Estão a sair, simplesmenteos destinos é que mudaram. Em dadotempo tivemos dois grandes destinos:o Brasil e a França. Hoje os destinosmudaram e a emigração faz-se de ma-neira diferente", adianta a investiga-dora.

"Há muito pouco tempo aEspanha era um dos grande destinos,mas era uma emigração temporária,quase semana a semana. A Suíça éoutro grande destino. Há decéniosforam emigrantes temporários, para ahotelaria e agricultura, que se trans-formaram em definitivos e para ondecontinuam a ir. A Inglaterra é dosgrandes destinos actualmente", indi-cou.

A socióloga rejeita contudo "aná-lises unilineares" ao fenómeno da

emigração, sublinhando que, com aintegração de Portugal na União Eu-ropeia, se alteraram as formas de en-trada nos países e até mesmo asformas de estar na "clandestinidade".

"Esta circulação que se tem ati-vado possibilitou novas formas deestar irregular, mas também facilitouesta 'exportação' de portugueses, quese intensificou com a crise atual",disse.

Apesar de reconhecer que algunsdos tradicionais destinos de emigra-ção portuguesa vivem também crisesfinanceiras com grandes níveis de de-semprego, Beatriz Rocha-Trindadediz que "há sempre para onde ir".

A socióloga fala de uma emigra-ção cada vez mais qualificada, porquea própria sociedade portuguesa é hojemais qualificada, mas ressalva quenão saem apenas quadros.

"Por vezes saem também pessoascom uma determinada qualificação enão vão exercer essa qualificaçãoespecializada. Vão exercer funções denível inferior à sua preparação, masque lhe proporcionam um rendimentosuperior", referiu.

A investigadora acredita que "nospróximos tempos" os portugueses vãocontinuar a sair do país, entre outrascoisas, porque a mobilidade se fazhoje muito mais facilmente.

"Com toda a comunicação e ogrupo numeroso de portugueses quevivem no estrangeiro, as ligaçõesfazem-se mais facilmente”, disse.

“Existem muitos grupos de portu-gueses por todo o mundo que são con-tactáveis por via electrónica e que,nos primeiros tempos, podem ajudara instalar outros portugueses. Toda acirculação cruzada e permanente dainformação facilita extraordinaria-mente a mobilidade ", concluiu.

Doze anos depois das enxurradasque destruíram parcialmente o es-tado de Vargas (a norte de Cara-cas), a portuguesa Lucinda Nunesreencontrou, através do Facebook,a filha dada como desaparecidaem Dezembro de 1999, quandotinha 10 anos de idade.

“Estou feliz, feliz não, superfe-liz, já tenho a minha filha, graçasa Deus que tudo lhe devo. Encon-trei-a por sorte no Facebook, numdia em que procurava uma pessoa,e na emoção telefonei para umirmão em Portugal que constatouas semelhanças. Ele pediu-lheamizade, estabeleceu contacto esoube que ela era vítima de Var-gas, mas não se lembrava denada”, disse a emigrante naturaldo Arco da Calheta, Madeira.

Lucinda Nunes, explicou, emdeclarações à Agência Lusa, que afilha, Angely Sofia Nunes, "temagora 22 anos, estava até há pou-cos dias numa instituição paraadolescentes" em Caracas. "O tri-bunal autorizou que viesse vivercomigo para iniciar um processode adaptação."

Garantindo que as duas se dãomuito bem, Lucinda Nunes preci-sou que aguardam o resultado deprovas de ADN feitas pela políciavenezuelana e que algumas ca-racterísticas físicas foram deter-minantes para a decisão dotribunal de permitir que a jovem,que é conhecida por outro nome,

fosse viver com ela.O caso, que mereceu há 12

anos a atenção dos ex-secretáriosde Estado das Comunidades Por-tuguesas, Rui de Almeida (PS) eJosé Cesário (PSD), remonta ànoite de 15 para 16 de Dezembrode 1999, quando chuvas torren-ciais provocaram deslizamentosem quase 80 quilómetros de zonacosteira do Estado de Vargas. Asregiões mais afetadas foram LosCorales e Carmem de Úria, esta úl-tima declarada inabitável e hojereduzida a escombros.

A casa onde a família de Lu-cinda Nunes, em Carmem de Úria,desapareceu, sobrevivendo apenasum familiar dela e, ao que se sabeagora, também a sua filha.

Três meses mais tarde, a por-tuguesa viu a filha numas imagensde televisão, foi a um programa emostrou uma foto, tendo sido in-formada por um telefonema que aluso-descendente esteve no Quar-tel de Paramacay, na altura da tra-gédia.

Depois de pedir a intervençãoa Portugal para recuperar a filha,dizendo que estaria em casa deuma professora com familiaresmilitares, cujos cargos que ocupa-vam alegadamente dificultavam asua recuperação, Lucinda Nunesviajou, em outubro de 2001, à Ma-deira, onde se encontrava de visitao Presidente Hugo Chávez, aquem pediu ajuda.

Chávez disse então que conhe-cia este caso e garantiu que as au-toridades venezuelanasinvestigavam possíveis pistas doparadeiro da criança.

Pouco depois uma equipa daPolícia Técnica Judiciária iniciouuma investigação e, em junho de2006, fontes da Direção de Inteli-gência Militar confirmaram, con-juntamente com outros corpospoliciais, uma operação de vigilân-cia a várias pessoas para localizara menina.

O caso foi ainda tema de umpedido de apoio junto do entãopresidente da Assembleia Nacio-nal, William Lara, em fevereiro de2002.

Não existem dados oficiaissobre o número de portuguesesmortos nas enxurradas de Vargas,mas segundo fontes da comuni-dade terão morrido uma centena,44 dos quais na localidade de Cár-men de Úria. A comunicação so-cial local avançou para umnúmero total de vítimas mortaisde 100 mil pessoas, que foi depoiscorrigido pelas autoridades paramais de 10 mil.

Foram feitas 600 denúncias depessoas desaparecidas, entre elas119 crianças, 14 das quais luso-descendentes.

Além dos cartazes colados emvários locais, e em autocarrosforam publicadas fotografias nospacotes de leite.

Venezuela: Emigrante reencontra no Facebook filha desaparecida há 12 anos nas enxurradas de Vargas

Emigração "recrudesceu" devido à crise e vai continuar a marcar sociedade portuguesa

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 Nacional & Comunidades 5

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O Presidente da Re-pública Federal daAlemanha, Chris-tian Wulff, visitouoficialmente Portu-gal nos dias 10 e 11de Fevereiro, visitaesta realizada aconvite do chefe deEstado português,que o acompanhounuma visita à Au-toeuropa.Foto: Lusa

REPORTAGEMPresidente alemão visitou Portugal

A emigração portuguesa em Espa-nha é marcadamente masculina,enquanto no Reino Unido as mu-lheres são a maioria, revelamnovos dados disponibilizados peloObservatório da Emigração.

„Espanha tem uma caracteri-zação muito masculinizada (61 porcento da população são homens) eo Reino Unido, pelo contrário, éum bocadinho mais feminizada.Aliás, é uma característica dasnovas migrações terem uma pro-porção importante de mulheres“,disse à Agência Lusa Filipa Pinho,coordenadora do Observatório.

Filipa Pinho adiantou que asmigrações laborais são, em regra,mais masculinas e que no caso deEspanha a „emigração é muitomarcada pelas idas para a con-strução civil“.

Em Espanha, há 148.154 por-tugueses, dos quais 90.092 sãohomens e 58.062 são mulheres.

O principal grupo etário é dos40-64 anos (cerca de 57 mil), se-guindo-se o grupo etário dos 25-39 anos (cerca de 52 mil).

No Reino Unido, a emigraçãomaioritária de mulheres tem so-bretudo a ver com „inserções pro-fissionais na área dos serviços“.

Segundo os dados divulgadospelo Observatório, no ReinoUnido vivem 86 mil portugueses,dos quais 45 mil são mulheres e 41mil homens.

A maioria encontra-se nogrupo etário dos 25-39 anos (33mil), seguindo-se o grupo dos 40-

64 anos (27 mil).Depois da recolha e disponibi-

lização da informação sobre o nú-mero de portugueses noestrangeiro, o organismo passouagora a divulgar indicadores quecaracterizam essa parte da popu-lação portuguesa, começandopelas variantes „sexo e grupo etá-rio“.

França, Estados Unidos, Bra-sil, Espanha, Alemanha, Vene-zuela e Luxemburgo são os paísespara os quais estes dados estão jádisponíveis.

Filipa Pinho ressalva contudoque os dados relativos a algunspaíses, como a Venezuela ou oBrasil são relativos aos últimoscensos, remontando a 2000 e2001.A coordenadora do Observa-tório considera, ainda assim, quese está cada vez mais próximo deum retrato mais pormenorizado ereal dos portugueses no estran-geiro, considerando que o ano de2011 trará boas perspectivas parao trabalho do organismo.

„Em 2011, haverá censos emvários países, como em Portugal.Na Europa, haverá nos paísesprincipais, onde há uma presençanumerosa de emigrantes. Em2011, 2012 teremos dados muitomais actualizados e mais facil-mente comparáveis porque reme-tem para o mesmo ano“, disseFilipa Pinho.

A responsável lembrou queactualmente existem „diferençassignificativas entre países“ preci-samente devido à recolha de infor-mação em anos diferentes.

„A situação vai ficar muitomais apetecível para jornalistas epara académicos para conhecer arealidade“, disse.

Portugueses no mundo

População em Espanha é mais masculina, enquanto no ReinoUnido há mais mulheres

Os portugueses radicados no es-trangeiro enviaram no ano pas-sado mais 122,03 milhões deeuros para Portugal do que em2009, com o valor a superar os2.403 milhões de euros, segundodados divulgados pelo Banco dePortugal.

Depois de uma queda das re-messas em 2009, o montante en-viado para Portugal pelosemigrantes recuperou em 2010,mas ainda assim fica aquém dosvalores de antes da crise.

O maior aumento de remessasfoi dos emigrantes portugueses naSuíça, totalizando 590,66 milhõesde euros, mais 59,78 milhões deeuros (12,26 por cento) do que noano anterior.

França continua a ser o país deonde é enviado mais dinheiro poremigrantes e que em 2010 subiuum pouco (11,71 milhões deeuros), atingindo os 899,16 mil-hões de euros, depois de uma

queda de quase 95 milhões deeuros em 2009.

Os portugueses radicados naAlemanha e no Reino Unido en-viaram para Portugal 120,4 mil-hões de euros e 94,6 milhões deeuros, respectivamente, montan-tes praticamente idênticos aos de2009.

As remessas provenientes doLuxemburgo aumentaram cercade 2,2 milhões de euros, atingindoos 84,47 milhões de euros.

Espanha foi, entre os países daUnião Europeia com dados indivi-dualizados, de onde foram envia-das menos remessas deemigrantes, comparando com oano anterior – 111,03 milhões deeuros, menos 11,71 milhões do queem 2009.

Do outro lado do atlântico, osemigrantes portugueses enviarammais dinheiro para Portugal so-bretudo do Canadá – 46,25 mil-hões de euros, contra 41,87

milhões em 2009 -, mas tambémdos Estados Unidos e do Brasil, aatingir os 129,98 milhões de eurose 10,59 milhões de euros, respeti-vamente.

Já da Venezuela, as remessascaíram para 15,78 milhões deeuros em 2010, contra 19,42 mil-hões de euros no ano anterior.

Dos países não contabilizadosindividualmente, tratados emgrupo como „do Resto do Mundo“,o fluxo de remessas dos emigran-tes manteve a tendência de au-mento que se vem verificando eatingiu os 197,72 milhões deeuros, mais 41,76 milhões deeuros em 2009.

O envio de dinheiro de imig-rantes em Portugal para os seuspaíses de origem também aumen-tou em 2010 para 567,34 milhõesde euros, recuperando uma ten-dência interrompida em 2009,quando tinha caído para 559,2milhões de euros.

Remessas dos emigrantessubiram 122 ME em 2010

Page 6: Portugal Post Março 2011

6 PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011

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Já depois das eleições presi-denciais o atual secretário de es-tado da Imigração Dr. AntónioBraga em entrevista à imprensajustificou a forte abstenção elei-toral nas comunidades portu-guesas como sendo já uma tristetradição.

Este Sr. responsável pelascomunidades portuguesas espal-hadas pelo mundo, que profis-sionalmente está fornecido comluxuosa viatura, motorista etodo o tipo de viagens pagas àconta dos contribuintes portu-gueses , esquece-se que esta si-tuação é também resultante dadecisão dos nossos governantesportugueses quando fecharamconsulados e outras representa-ções oficiais de Portugal, obri-gando assim muitos milhares decompatriotas a longas desloca-ções com bastantes custos .

Não consegui perceber porque razão foi negado o desdob-ramento das mesas de voto,mesmo para zonas de forte nu-mero de imigração portuguesa,com esta nega ao desdobra-mento das mesas de voto , adi-cionou-se assim mais umadificuldade a todos os compa-

triotas que agora para cumpriro seu dever cívico têm que sedeslocar centenas de quilóme-tros.

Chego mesmo a acreditarque tudo isto não passou deuma jogada pensada há bas-tante tempo em que os respon-sáveis decidiram negar odesdobramento das mesas devoto já com toda a intenção,sendo assim uma maneira demuito democraticamente calar oZé povinho, previamente calcu-laram que nestas eleições jápoderiam ser apresentados re-sultados do descontentamentodo povo português perante a po-litica dos nossos governantes, oque realmente aconteceu e ficoubem mostrado nos resultadoseleitorais.

Nego-me a aceitar que a ab-stenção seja uma tradição, aceitosim que aqui fosse o adiciona-mento de vários factores quedeu origem ao elevado numerode abstenção, no entanto acre-dito perfeitamente que nas pró-ximas eleições legislativas asituação vai ser positivamentealterada.Luis Rodrigues

Abstenção eleitoral é tradição ??

OpiniãoPaulo Pisco*

ortugal tem feito umenorme e bem sucedidoesforço de moderniza-ção e internacionaliza-ção da sua economia.

Num mundo globalizado comoo de hoje isto é fundamental,ainda para mais no contexto decrise severa que o mundo atra-vessa. Ainda recentemente ficá-mos a saber que o sectorexportador voltou a demonstraro seu bom desempenho em2010, revelando um aumentosuperior a 15% em relação aoano anterior.

Com as dificuldades existen-tes na procura interna para es-timular o consumo, tanto emPortugal como na Europa, aaposta na internacionalizaçãoda economia é um factor deter-minante para gerar emprego ecriar riqueza. O sucesso do re-cente Congresso das Export-ações, realizado sob a tutela doGoverno e do Primeiro-minis-

tro José Sócrates, onde esti-veram 1.400 empresários, estáaí para o demonstrar.

Neste processo, o AICEPtem desempenhado um papelcentral ao dinamizar de formainteligente e competente a in-ternacionalizaçãodas empresasportuguesas, quetêm já mais de60% da sua pro-dução ancoradana média e na altat e c n o l o g i a .Mesmo os secto-res tradicionaiscomo o calçado, otêxtil ou o vestuá-rio tornaram-sesofisticados e inovadores e têmhoje uma grande capacidadepara se afirmar no mundo. Apar disso, Portugal evoluiuenormemente nas energias re-nováveis, nas biotecnologias,nas tecnologias de informação e

comunicação ou nas engenha-rias, para referir apenas algunssectores.

Esta evolução comprova quea economia portuguesa se mo-dernizou enormemente nos úl-timos anos. Neste contexto, é

fundamental que a nossa diplo-macia acompanhe esta evoluçãoe se torne mais activa e dinâ-mica. De resto, tem sido esta aorientação do Governo para osnossos diplomatas tanto na cap-tação de investimento como na

descoberta de oportunidades denegócio no estrangeiro. Esta éuma mudança fundamental deparadigma da nossa diploma-cia, a que se junta um trunfo deinequívoca importância que sãoas nossas comunidades espal-

hadas pelomundo. Os diplo-matas podem edevem ajudar aenvolver as comu-nidades portugue-sas, já que a suadimensão global ea sua influênciaeconómica assimo aconselham.

Com efeito,tanto o Governo

como os agentes políticos preci-sam de olhar para esta reali-dade com uma atençãoacrescida, de forma a aproveitareste imenso potencial. Foitendo esta realidade presenteque em duas ocasiões distintas

chamei a atenção do Ministroda Economia e Inovação, Vieirada Silva e do Presidente doAICEP, Basílio Horta, para anecessidade de Portugal envol-ver mais os empresários portu-gueses no esforço deinternacionalização e de capta-ção de investimentos. Ambosreconheceram o que ainda faltafazer neste domínio e a sua im-portância. É preciso, portanto,continuar a insistir até este ob-jectivo estar cabalmente con-cretizado, o que passa pelaconcepção de um sistema quepermita a identificação de opor-tunidades e da concessão de ou-tros apoios que permitam que oinvestimento se faça sem entra-ves burocráticos. Portugal fica aganhar. Todos os portugueses,estejam onde estiverem, ficam aganhar.

* Deputado do PS eleito pelas Comunidades

As comunidades e a internacionalização da economia

Esta é uma mudança fundamental de paradigmada nossa diplomacia, a que se junta um trunfode inequívoca importância que são as nossas co-munidades espalhadas pelo mundo. Os diploma-tas podem e devem ajudar a envolver ascomunidades portuguesas, já que a sua dimen-são global e a sua influência económica assim oaconselham.

“P

Page 7: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 Comunidade 7

A Alemanha precisa de qua-dros técnicos e quer recrutarmão-de-obra de outros paíseseuropeus, incluindo Portugale Espanha. Para quem estáinteressado em emigrar paraa maior economia da Europa,aqui fica uma dica para dar oprimeiro passo e se inscrever.Os trabalhadores qualifica-dos que procuram empregona Alemanha devem começarpor recorrer ao portal euro-peu na Internet: o Eures,disse à Lusa o gabinete deimprensa da Central Alemãde Mediação de Quadros Es-trangeiros (BA-ZAV).O site permite a busca devagas em empresas alemãs, etambém a inscrição de candi-datos. E «há conselheiros daEures em Portugal quepodem orientar as pessoas naprocura de empregos euro-peus», disse Beate Raabe,porta-voz da BA-ZAV.?? Estacentral com sede em Bona,faz parte da Agência Federaldo Trabalho (BA), instituiçãoencarregada na Alemanha deadministrar as questões rela-cionadas com o emprego anível nacional, das estatísti-cas à colocação dos trabalha-dores.

Actualmente, o mercadode trabalho alemão «neces-sita, sobretudo, de pessoalqualificado para o sector dasaúde, médicos e enfermei-ros, e também de engenhei-ros», adiantou a mesmaresponsável. Mas, avisa, nor-malmente «exigem-se bonsconhecimentos de alemãoaos candidatos, excepto nospoucos casos em que se poderecorrer exclusivamente aoInglês nos postos de tra-balho».

«Podem dirigir-se tam-bém à nossa central em Bona,mas em princípio não é ne-cessário, porque além do por-tal da Eures na Internet, emvárias línguas, existem con-selheiros da Eures em Portu-gal», lembrou Beate Raabe.

A porta-voz da BA-ZAVlembrou ainda que, paraquem quiser procurar emp-rego na Alemanha, «é funda-mental informar-se primeiro,porque não é a mesma coisatrabalhar no Porto ou emFaro ou trabalhar em Ham-burgo».

A emissora de rádio TSFnoticiou em cerca de 100 por-tugueses se dirigiram à Em-baixada da Alemanha àprocura de trabalho, após no-tícias sobre uma eventualfalta de quadros técnicosneste país.?? A embaixada in-formou-os de que não tinharegisto de ofertas concretasde emprego, mas aconsel-hou-os a dirigirem-se à Agên-cia Federal de Trabalhoalemã.

A notícia surgiu há algu-mas semanas atrás, pela mãodo «Der Spiegel». O jornalalemão escreveu que os de-mocratas-cristãos alemães dachanceler Angela Merkelquerem compensar a falta dequadros técnicos na Ale-manha atraindo jovens dePortugal e Espanha. «No sule no leste da Europa há mui-tos jovens desempregadosque procuram urgentementetrabalho», disse ao «DerSpiegel» o vice-presidente dogrupo parlamentar demo-crata-cristão, Michael Fuchs.

«É melhor ir buscar forçade trabalho à Europa do queter de mudar de novo a lei deimigração para permitir a en-trada de pessoas de outras re-giões», justificou MaxStraubinger, dirigente polí-tico da União Social Cristã(CSU) da Baviera.??O DerSpiegel dizia ainda que achanceler Angela Merkeltambém se mostrou aberta àideia, e que o tema estaria naagenda das consultas seguin-tes entre os governos alemão,

português e espanhol.??Actualmente vivem na Ale-manha cerca de 116 mil por-tugueses, e nos últimos

tempos têm chegado a estepaís muitos jovens académi-cos que têm dificuldades emencontrar colocação em Por-

tugal, à procura de oportuni-dades na maior economia eu-ropeia, e normalmente têmêxito.

Alemanha quer mão-de-obra portuguesa.Saiba como concorrer

Do que é que a Alemanha precisa?

Mais de 116 mil portugueses já vivem e trabalham naAlemanha??

Os trabalhadores qualificadosportugueses que procuram em-prego na Alemanha devem co-meçar por recorrer ao portaleuropeu na Internet eures, disseo gabinete de imprensa da Cen-tral Alemã de Mediação deQuadros Estrangeiros (BA-ZAV).

Além da presença na Inter-net, que permite a busca devagas em empresas alemãs, etambém a inscrição de candida-tos, “há conselheiros da Euresem Portugal que podem orientaras pessoas na procura de emp-regos europeus”, disse BeateRaabe, porta-voz da BA-ZAV.

Esta central, com sede emBona, faz parte da Agência Fe-deral do Trabalho (BA), institui-ção encarregada na Alemanhade administrar as questões rela-cionadas com o emprego a nívelnacional, das estatísticas à colo-cação dos trabalhadores.

Actualmente, o mercado detrabalho alemão “necessita, sobre-tudo, de pessoal qualificado parao sector da saúde, médicos e en-fermeiros, e também de engenhei-ros”, adiantou a mesmaresponsável.

Normalmente, porém, “exi-gem-se bons conhecimentos deAlemão aos candidatos, exceptonos poucos casos em que se poderecorrer exclusivamente ao Inglêsnos postos de trabalho”, sublinhouBeate Raabe.

O portal eures, cuja versãoportuguesa se pode encontrar no

é, de qualquer modo, a primeiraetapa para quem procura trabalhona Alemanha ou em outro país daEuropa comunitária.

“Podem dirigir-se também ànossa central em Bona, mas emprincípio não é necessário, porque

além do portal da eures na Inter-net, em várias línguas, existemconselheiros da eures em Portu-gal”, lembrou Beate Raabe.

A porta-voz da BA-ZAVlembrou ainda que, para quemquiser procurar emprego naAlemanha, “é fundamental in-formar-se primeiro, porque nãoé a mesma coisa trabalhar noPorto ou em Faro ou trabalharem Hamburgo”.

A emissora de rádio TSF no-ticiou que centenas os portu-gueses que se dirigiramultimamente à Embaixada daAlemanha à procura de tra-balho, após notícias sobre umaeventual falta de quadros técni-cos neste país.

A embaixada informou-osde que não tinha registo de ofer-tas concretas de emprego, masaconselhou-os a dirigirem-se àAgência Federal de Trabalhoalemã.

Portal eures na Internet é hipótese para quem procuratrabalho na Alemanha

endereço eletrónico ttp://ec.eu-ropa.eu/eures/home.jsp?lang=en

Page 8: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Comunidade8

“Estamos a qualificar o Centrocomo nos bons velhos tempos „,salientou-nos José Pereira, presi-dente de um das mais antigas eprestigiadas das colectividadeslusas implantadas na capital doEstado do Baden Würtemberg.Tudo corre sobre rodas, portanto,e o Centro dispõe agora de umbom fundo financeiro. A grandefesta do 42° Aniversário vai terlugar, a 18/19 de Junho próximo,na tenda municipal gigante mon-tada no parque de Mineralbäader,acrescentou-nos o dinâmico diri-gente.

O Centro Desportivo Portu-guês reuniu durante décadas anata da emigração portuguesa quese deslocou para trabalhar naMercedes Benz , na Porche e nou-tras grandes firmas da capital es-

tugardiana. De uma forma geral, oCentro reuniu logo após o 25 deAbril, os mais destacados elemen-tos dos dois partidos centrais davida democrática portuguesa, o PSe o PSD, conquanto o PCP setenha implantado na Associação1° de Maio.

O Futebol marcou a„imagem“ do Centro com um his-torial de vitórias surpreendentesnos campeonatos de amadores,nos anos 80 e 90. Contudo, a criseeconómica e o peso acrescido dasdespesas com a manutenção doplantel obrigaram a um interregnona sua iniciativa. A força dos Pro-gramas e Canais de desporto daTV, nacional e alemã, e o deslocarda Segunda Geração para umamais profunda integração social eetária substituíram a prática di-

recta do Desporto-Rei. Pelomenos, por agora, a não ser que seinstitucionalize o Futebol deSalão, o Futsal, claro.

O presidente José Pereira teminvestido muito trabalho e econo-mias (do Centro) na modernizaçãodas instalações do Centro. Sanitá-rios modernos e novo aparelho deTV e uma profissional máquina decafé do último modelo, constituemalgumas das inovações de im-pacto. A par de um refazer quasetotal do espaço lúdico das instala-ções. José Pereira, que é um gai-ense de alma e coração, deplora afalta de unidade e coesão no meioassociativo implantado na cidadede Estugarda.“ Devia haver maisunião e cooperação entre as Asso-ciações portuguesas“, frisou.F.A.R.

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O Consulado-Geral de Portugalem Estugarda conseguiu assegurara realização das PermanênciasConsulares ambulatórias em duascidades da Baviera, segundo o queconseguimos apurar junto daqueleposto diplomático centralizado nacapital do Baden Württemberg.Munique, nas instalações da Mis-são Católica7 Abril

9 Junho1 Setembro3 Novembro

Singen, nas instalações da CâmaraMunicipal28 Março

20 Maio25 Junho26 Setembro28 Novembro

PermanênciasConsulares na Baviera

Centro Desportivo Português de Estugarda

Festa do 42° Aniversário na tenda de Mineralbäder

Rei morto rei posto. Assim acon-teceu com o primeiro ConselhoConsultivo nomeado pelo ex-Côn-sul-Geral que, após ter sido exone-rado, passou “a pasta” à novaCônsul-Geral, Maria ManuelDurão, a qual, por força da lei teve,que nomear novo Conselho Con-

sultivo junto do Consulado-Geralem Düsseldorf , o que veio a acon-tecer no passado dia 20 de Feve-reiro num encontro que reuniudezasseis compatriotas fruto deuma circular enviada para qua-renta e quatro associações e aindaa membros dos Conselhos de inte-gração eleitos em alguma cidadesda NRWDe acordo com a lei, o número deconselheiros depende do númerode portugueses inscritos no Con-sulado.É da competência do conselho“produzir informações e pareceressobre matérias que afectem osportugueses residentes” e “elabo-rar e propor recomendações res-peitantes à aplicação das políticasdirigidas às comunidades portu-guesas”, como refere o Artigo 16°do Decreto-Lei n.º 71/2009 de 31de Marco..António Horta, Correspondente

Na foto que enviei da esquerda para a direita: Rogério Silva, Manuel Machado, Fernando Genro, António Horta,Fernando Matos e Manuel BotelhoEm baixo, da esquerda: Elisabete Araújo, Margarida Lima, Dra. Maria Durão, Dra. Angela Nunes e Ana Silva

Dra Maria Manuel Durão, Cônsul-Geral

Fernando Matos, Técnico consularRogério Sousa,

Professor e Docente Pedagógico noC.G.P.D

Margarida Lima, Professora no Liceu Max-Plank,

Dortmund)Dra. Angela Nunes, Essen

Fernando Genro,membro do CCP, Düsseldorf)

Antonio Horta, GelsenkirchenManuel Machado, Burscheid

Elisabete Araújo, Euskirchen

Ana da Silva, UnnaManuel Botelho, Solingen

Cônsul-Geral em Düsseldorf nomeia novo Conselho Consultivo

A constituição do novoConselho Consultivo

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Page 9: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 Comunidade 9

GENTEA jovem luso descendente NicoleFerreira da Rocha, residente emHamburgo, conseguiu a proeza deestar entre os melhores 20 partici-pantes do concurso televisivo de ta-lentos da canção, DSDS, promovidopelo canal RTL.Nicole, que ainda não completou 17anos, poderia ter ido mais longe nãofosse o azar que teve numa das eli-minatórias.Mesmo assim, a jovem portuguesa étida como uma grande revelação epode ainda ter à sua frente uma car-reira no mundo da música.Foto: Fonte RTL

A Cônsul-Geral em Dusseldorf,Maria Manuel Durão, reuniu-secom oito dos catorze membros dosConselho de Estrangeiros (Inte-grationsrat) de Solingen, de Eus-kirchen, Burscheid, Erschweiler,Krefeld, Unna, e Gelsenkirchen

A reunião, que teve lugar nopassado dia 6 de Fevereiro serviufundamentalmente para as pes-soas se conhecerem, trocarem ex-periencias e informarem a cônsulsobre os problemas e preocupa-ções das comunidades em queestão inseridos.

Os conselheiros, eleitos a 7 deFevereiro de 2010, informaramainda a cônsul sobre a forma comofunciona o Conselho de Integraçãonas diferentes cidades.

Neste contexto, foi abordada apossibilidade de haver uma coope-ração entre os conselheiros e oconsulado, tendo a cônsul mani-festado a sua disponibilidade paraessa cooperação.

Os presentes fizeram umaabordagem informativa de muitostemas, tais como: Associativismo,

integração, terceira idade, etc..Assim, abordou-se o declínio

do movimento associativo. Nestecapitulo, os conselheiros manifes-taram grande preocupação e von-tade para encontrar formas parainverter a situação.

Uma das conselheiras de Eus-kirchen, Elisabete Araújo, in-formou os presentes que aAssociação Portuguesa de Euskir-chen está com alguns problemasdevido à decisão da cidade querertornar em zona verde o local ondeesta tem as suas instalações.

Elisabete Araújo informoutambém que a comunidade localainda não tinha encontrado solu-ção para este problema.

No que diz respeito ao ensinodo Português, os presentes insur-giram-se contra o escasso númerode horas de aulas que os jovenstêm para aprender a língua dosseus pais. O exemplo de Euskir-chen foi apontado como uma ci-dade onde as horas de ensino danossa língua são insuficientes.

“Em Euskirchen, por exemplo,

há uma hora de aulas por semanao que praticamente já nem se podeintitular de ensino da língua por-tuguesa. O que é que as criançaspodem aprender numa só hora deensino?”, desabafaram os consel-heiros de Euskirchen.

No capítulo da integração aresposta foi unânime, isto é, con-cluiu-se que os portugueses estãobem integrados na sociedadealemã. Foi apenas diagnosticadoum caso de descriminação comuma criança portuguesa numa es-cola, caso entretanto resolvido.

Sobre a questão da terceiraidade, os presentes concluíramnão se verificar problemas demaior, isto é, não houve nada deespecial a comunicar. Disse-se queos portugueses quando chegamàreforma optam por regressar aPortugal e fazem da Alemanha,onde trabalharam, um país parapassarem férias com a família queainda por cá ficou.

Antonio HortaCorrespondente

Conselheiros de estrangeiros reunidos no ConsuladoGeral em Düsseldorf

O homem que regressou a Portu-gal para confessar à polícia umcrime de há cinco anos „já nãoaguentava mais o silêncio“. NunoCoelho voltou a contar tudo ao juizde instrução criminal do Tribunalde Leiria. Foi posto em prisão pre-ventiva.

Foram necessárias duas horaspara Nuno Coelho, 42 anos, contarao magistrado como, em Agostode 2005, matou um antigo com-panheiro da mulher com quemesta andava a traí-lo.

Recordou que se tinha zan-gado com a esposa, Natália, e quepor isso decidira pernoitar na casados seus familiares, em Alpedriz,freguesia de Pataias (Alcobaça).Regressou a casa, em Leiria,manhã cedo, e quando se dirigiuao quarto encontrou deitados nacama, a dormir, a mulher e o ex-companheiro.

Cego de ciúmes, Nuno, tal-hante de profissão, foi buscar umamoca que tinha escondida em casa

e travou-se de razões com Fer-nando Lopes da Costa, 40 anos.Andaram „embrulhados“ os doisaté que Nuno desferiu a pancadafatal.

A mulher, Natália, há muitoque tinha saído de casa e só agora,depois de o marido ter confessadoo crime, terá sabido a verdadeirahistória do desaparecimento doseu ex-companheiro. A garantia édada pelo irmão, José Ferreira,que está de férias em Portugal.Emigrado na Alemanha, diz que airmã, Natália, vive naquele país hádois anos, trabalhando nas limpe-zas. Conta que „ela e o Nunoforam para a Alemanha há doisanos“, mas que „há cerca de umano, Nuno decidiu ir para a Suíçaporque estava convencido que iaganhar mais dinheiro“.

„Ele esteve cá no Natal, mas eunão o vi. Veio sozinho“, revelaJosé, que foi padrinho de casa-mento de Natália e Nuno, bodaque ocorreu há cinco anos.

Emigrante na Alemanha foi a Portugalconfessar homícidio

No âmbito da geminação existenteentre Guimarães e Kaiserslautern,a cidade alemã tem uma Praçacom o de Guimarães num espaçonobre da cidade, junto à EstaçãoFerroviária, anteriormente desig-nado por “Porta da Cidade”.

A atribuição do nome de Gui-marães deve-se ao facto da exis-tencia de um acordo de geminaçãoentre as duas cidades.

Na altura da inauguração daPraça, o Presidente da Câmara dacidade irmã, afirmou que, tal ma-nifestação representava “umavénia à profunda amizade com acidade do Norte de Portugal”, queacrescentou que os muitos portu-gueses que vivem na cidade sãoum simpático exemplo de como aintegração pode ser feita.

A propósito ainda da ligaçãocom os portugueses residentes, al-guns já da terceira geração, e tam-bém com a geminação deGuimarães especialmente visível,o presidente da Câmara Municipalde Kaiserslauter disse: “Estamosunidos por uma profunda e sólidaamizade.”

Depois de 15 meses em con-

strução, a antiga Praça da Estaçãotransformou-se numa moderna egrande Praça. O custo total datransformação desta Praça com 13paragens de autocarro além de umchafariz, ronda os 10,7 milhões deEuros. Nove das paragens serãoutilizadas por autocarros da RSWe as restantes por autocarros daTWK. Além disso, até fins deMaio, serão construídos lugarescobertos para as bicicletas.

A zona da Estação é um dospontos mais importantes do trân-sito da cidade. Só no trânsito re-gional passam semanalmente pelaEstação 80 mil passageiros, sendoeste o quarto lugar na Renânia.Este recinto tem cerca de 12.000m2 de superfície, dos quais 4.000em ruas, 6.500 de superfície em-pedrada e 1.500 de pavimento na-tural.

O tejadilho em vidro que cobreas paragens dos autocarros temuma área de 1.800 m? sustentadopor 420 toneladas de material emaço e, juntamente com a plantaçãode 41 árvores, contribui para umaacolhedora recepção aos visitan-tes.

Kaiserslautern

Praça com nome de Guimarães emespaço nobre da cidade

Page 10: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Empresas10

PP: Qual é a grande estratégia daLuso-Weinimport - conquista deMercado, objectivos e processos dea realizar?Omar Matias:: Temos uma presença

bastante interessante em todo o terri-tório da Alemanha. Desde a fundaçãoda empresa, há 14 anos, apostamos naqualidade. Vamos continuar a apostarna Qualidade, comercialização de vi-nhos de todos os segmentos de pre-ços, com destaque para Vinhos dagama Média e Alta. Representamosalguns dos produtores de vinho portu-gueses de maior renome em Portugalcomo no estrangeiro / Alemanha /Mundo inteiro. Herdade do Esporão,Álvaro de Castro / Quintas de Saes ePellada, Quinta do Castro / Porto Bur-mester e Grahams, Madeira Blandy’s,Bacalhôa, entre outros

Podemos mencionar a Quinta doCastro como um dos produtores de vi-nhos de mesa mais reconhecidos in-ternacionalmente. Por exemplo, oQuinta do Castro Reserva 2005 ob-teve em 2009 o terceiro lugar no TOP100 da Wine Spectator, uma das revis-tas mais conceituadas do Mundo /entre mais de trinta mil vinhos detodos os países. Melhor resultado ob-tido por Portugal, excepto para vinhosdo Porto.Os nossos fornecedores de Vinho do

Porto - Burmester, particularmente naversão Tawny, Grahams em termos deRuby e Vintage posicionam-se tradi-cionalmente entre os melhores produ-tores.Nos vinhos Verdes representamos a

Casa do Vale, um produtor de médiadimensão e boa qualidade / Cabecei-ras de Basto. O Vinho Verde é muitobem sucedido na Alemanha. Abaste-cemos redes de qualidade, como oScheck-In, do universo Edeka. Temosigualmente o Reguengo de Melgaço,um excelente Alvarinho.Em relação aos vinhos da Região De-marcada do Dão, apostamos nos vi-nhos do eng° Álvaro de Castro,Quinta de Saes e Quinta da Pellada.Temos também a marca „ Álvaro Cas-tro „ e topos de gama como o Carrocelou o Pape. No Dão, concentramo-nosna gama média e alta.

Da Região de Setúbal/Azeitão, onosso grande fornecedor é a Baca-lhôa-Vinhos de Portugal. Também tra-balhamos com a José Maria daFonseca. A Bacalhôa tem crescido atodos os níveis. Tem uma qualidade

espectacular e possui um leque depreços muito variado e estimulante,nomeadamente com diversos vinhosde bom nível no segmento de preços-base. Por exemplo, os JP´s têm umnível de qualidade e um preço muitodifíceis de bater. É um vinho já „ his-tórico „ por mérito intrínseco. O Ser-ras de Azeitão Branco, por exemplo,é vendido num dos restaurantes deculto de München, o NektarMüun-chen.No Alentejo, para lá da fabulosa „pa-leta“ da Herdade do Esporão e daHerdade da Defesa, comercializamosos vinhos da Quinta do Carmo/Baca-lhôa, Herdade das Ânforas/Bacalhôa,Herdade da Perescuma.

PP: Pode-nos referir o ponto axialda v. estratégia de conquista demercado?O.M.: Procuramos, desde o início,

fazer um trabalho diferente. Não ape-nas comprar e vender mas também in-formar e formar, tornar o cliente numiniciado, um adepto dos vinhos portu-gueses, com motivação e capacidadepara, por sua vez, sugerir e aconselharos bons vinhos portugueses aos seusclientes ou aos seus círculos de ami-gos. Portugal, apesar da excelênciaque tantos vinhos e produtores já al-cançaram, apesar da enorme varie-dade de néctares que oferece,continua a ser um ilustre desconhe-cido para o grande público, com umaquota de mercado que de pouco maisde 1%. Ao contrário de um Bordeaux,Chianti ou Rioja, o nome Portugal oudas suas regiões demarcadas rara-mente vendem por si só ( talvez comas excepções do Vinho Verde ou doVinho do Porto).Daí, também, a necessidade de estar-mos preparados para argumentar, di-vulgar e explicar que vale a penatrabalhar com vinhos portugueses dequalidade e porquê. Numa apresenta-ção de vinhos, para além das informa-ções técnicas específicas, são amiúdemuito bem recebidas as informaçõesde carácter mais lato, que podem pas-sar pela história, a cultura.

PP: A implantação da Luso-Wein éum sucesso, portanto?O.M.: Independentemente da gama de

preços em que um vinho se posiciona,a Luso-Weinimport mantêm comocritérios para a inclusão ou não de umvinho no seu portfólio a qualidade emsi e, igualmente importante, a relaçãopreço-qualidade. Na Alemanha, o re-conhecimento do nosso trabalho espe-lha-se numa presença generalizadaem todo o território do país e na qua-lidade de muitos dos nossos clientes,onde se incluem restaurantes, hotéis,

lojas ou cadeias de renome, desde osSheraton ou Ritz-Carlton, passandopor um Medici, Nektar, Käfer Mün-chen ou a rede Scheck-In, entre mui-tos outros. Em 2003 a editoraMeininger, que publica várias das re-vistas especializadas mais importan-tes da Alemanha ( Weinwirtschaft,Weinwelt, Sommelier, etc ) elegeu-nos como o importador de vinhos por-tugueses do ano )

P.P.: A qualidade de gestão fotmesmo uma aposta vencedora!?!O.M.:. Apesar das oscilações do mer-cado, temos crescido de forma sólidae sustentada. Temos uma boa pene-tração no Mercado. Comercializamos,em média, 400 mil garrafas de vinhopor ano. O Monte Velho é o nossovinho mais vendido, com um PVP decerca de 5,90 € por garrafa, num paísem que o PVP médio é de aproxima-damente 2 €. Mesmo um vinho da en-vergadura do Esporão Reserva, comum PVP de cerca de 17 Euros, vende

milhares de garrafas. Estes elementossão elucidativos relativamente à exce-lente aceitação que vinhos portugue-ses de qualidade podem obter, quandoadequadamente promovidos.Posso dizer-lhe que, quando começá-mos, há 14 anos, o panorama era di-ferente. Havia apenas um ou outronome que, por razões específicas, setinha conseguido impôr. Mas erammuito poucos. O Esporão, por exem-

plo, tinha sete clientes dispersos, comquem ainda hoje temos o prazer detrabalhar - nada comparável com asua actual presença no mercado, comuma cobertura quase generalizada.A nossa estratégia: vamos manter anossa política tradicional de aposta naqualidade e competência profissional.Actualmente, somos permanente-mente contactados por empresas inte-ressadas em conhecer os nossosvinhos. Temos também uma rede deagentes regionais ou locais, participa-mos em feiras, enviamos anualmentecentenas senão milhares de amostras,realizamos provas de vinhos e apoia-mos a organização de degustações eoutro tipo de eventos pelos nossosclientes, deslocando-nos frequente-mente dentro da Alemanha, de leste aoeste e de norte a sul. Procuramosconsolidar o nosso mercado e, natu-ralmente, crescer. Trabalhamos unica-mente o mercado alemão, emcoordenação com os nossos fornece-dores. Eventuais relações comerciais

com outros mercados são sempreacordadas com os estes últimos, demodo a prevenir quaisquer conflitosde interesses.

PP: Como encara o futuro da viti-vinicultura portuguesa?O.M.: A vitivinicultura nacional temtido uma evolução prodigiosa, pelomenos nos últimos 15 anos. O se-gredo está em aliar o „ Engenho à

Arte „. A modernidade não deve ex-cluir o melhor da tradição. e rigor co-meça, no mundo vitivinícola, quandopensa/planta a variedade( casta) deuva adequada ao solo, localização eclima, qual o tipo de barrica certa...ocuvée..... Não sobrevalorizar a quan-tidade e apostar na qualidade, na va-riedade e na formação profissionaldos novos produtores.Portugal necessitaria de ganhar umamaior quota de mercado na Alema-nha. Pouco se tem avançado nestecampo nos últimos anos. Somos defi-citários em acções coordenadas depromoção dos nossos vinhos, infeliz-mente. Se tirarmos o consumo dos Vi-nhos do Porto ( institucionalizado masrestrito ) e do Verde, os nossos vinhosainda têm um grande espaço por con-quistar junto do consumidor alemão.A aposta continuada na qualidade e nadivulgação são as chaves para melho-rar o nosso posicionamento no mer-cado alemão e obter um - justo -reconhecimento.

Entrevista Omar Matias ( Luso-Weinimport GdbR) ao PP

«A promoção dos vinhos de qualidade nacionais nãopode ser adiada no mercado alemão»É uma empresa modelo, onde o „engenho e a arte„ de sabervender se conjuga com a qualidade mais soberana do pro-duto proposto. Os maiores e os melhores vinhos de gamamédia/alta portugueses estão em boas mãos. Arrojo, rigor earte de comunicar são premissas de um sucesso sustentado eincomparável no espaço de Gastronomia e Enologia detopo da Alemanha

Por F.Almeida Ribeiro, em Karlsruhe

A implantação doMontevelho é um sucesso

Omar Matias (à direita)e o seu sócio MichaelHofmann

Foto: Luso Weinimport

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 Entrevista 11

PP: Porquê este regresso aofado tradicional?Mariza: Em todos os meus discoshouve sempre fado tradicional,nunca deixei de o cantar. O fadotradicional é aquele que seaprende nos bairros típicos de Lis-boa, como aquele no qual cresci. Eeste disco é um regresso ás memó-rias, à adolescência, à tasca dosmeus pais, à minha taberna naMouraria, e a todas aquelas vozesque fazem parte do meu universo

PP:Regressar ao fado tradi-cional depois de dez anos foium desafio especial?Mariza: Talvez seja especial ofacto de eu neste momento parti-lhar as minhas memórias comtanta gente. Mas passados dezanos, acho que já estava numa al-tura de o fazer.

PP.O que é o fado tradicio-

nal?Mariza: São fados que existem hámais de cem anos, que fazem partedo mundo do fado. Existem 300fados tradicionais que são fadosque toda a gente pode cantar,como o Fado Varela, o Fado Al-berto. Existem três fados tradicionaisque são os mais importantes, oMenor, o Corrido e o Mouraria.Todos os fadistas têm que saberestes fados, que são trabalhadoscom determinadas métricas e de-pois em função dos grandes poe-tas portugueses. Temos de saberencaixar os poetas nesses fados.

PP: Há também um regressoaos instrumentos ditos tradi-cionais do fado, depois de tersido uma das pioneiras da di-versificação instrumental.Que efeito pretende alcançarcom esta «simplificação», seme permite a expressão?Mariza: Não pretendo atingir nada

de especial. Acho que o mais im-portante é poder fazer músicaneste momento e sempre queposso. Este disco, como é de fadotradicional, ou seja, é o fado nasua raiz e na sua essência, é tocadocom três instrumentos, não commais. Está aqui a base do fado emsi. Para mim também tem toda alógica ter feito este disco nestemomento, já que daqui a um mêsse apresenta a candidatura dofado a Património da Humani-dade. E eu acho que é extrema-mente importante partilhartambém com públicos que não sãoportugueses esta cultura e estatradição.

PP: Mariza é o rosto da candi-datura do fado a PatrimónioImaterial da Humanidade daUNESCO. Parecia que ultima-mente o fado em Portugal eno mundo andava bem e re-comendava-se, até pelo tra-balho desenvolvido por si.Afinal, o fado precisa de serprotegido para não se extin-guir?Mariza: Eu acho que qualquermúsica de raiz precisa de ser pro-tegida, cuidada. E também me pa-rece que esta candidatura do fadovai trazer maior visibilidade paraPortugal, para esta música, e ondeela vais ser mais acarinhada e me-lhor recebida. Há um ponto queacho extremamente importante.Do meu ponto de vista, um povosó é conhecido pela sua cultura.Conhecendo as raízes e as tradi-ções já podemos cuidar melhordelas. Vai-se poder perceber, estu-dar e dar passos em frente. Euacho que é isso que é necessário.Que o fado não se extinga, conti-nue a ser bem cuidado, ter bonspoetas, bons produtores, bonscompositores, bons músicos, é

Mariza «Um povo conhece-se pela sua cultura»Poucos dias após o lançamento em Portugal, no final do ano passado, o novo álbum de Ma-riza, «Fado Tradicional» atingiu platina. Depois da abertura ao mundo do disco prévio,«Terra», com a exploração das raízes e influências externas do mais português de todos osgéneros de música, com «Fado Tradicional» Mariza situa-se firmemente naquela Lisboa dastabernas onde um dia nasceu o a esta canção. Por ocasião do lançamento do novo álbum naAlemanha, no dia 4 de Março, o Portugal Post falou com Mariza sobre o novo trabalho.

Cristina Krippahl

isso que se quer. O «Fado Tradicional» é um disco-homenagem a toda essa gente?Talvez seja um disco homenagema todas vozes que me foram ensi-nando a cantar o fado, visto que ofado é uma tradição oral, passadados mais velhos para os maisnovos e é um disco em que eu tal-vez homenageie todas as cantorasque fazem as vozes que eu sou eque me permitem cantar fadohoje.

PP: Teme que a austeridadeque caracteriza este álbumnão seja tão bem recebidapor um público estrangeirohabituado ao som mais mo-derno e cosmopolita dos últi-mos álbuns?Mariza: Tenho feito vários concer-tos fora de Portugal, já comecei aminha tournée internacional, eeste disco tem sido mesmo muitobem recebido. Fora do normal até.Existe um entusiasmo em tentarentender todo este ambiente queeu trago de Lisboa para cima dopalco. Tem sido concertos muitomais intimistas, muito mais próxi-mos do público. PP:Como surgiu o cenário detaberna criado por uma es-trela da arquitectura comoFrank Gehry para a digressãodo «Fado Tradicional»?Mariza: O Frank Gehry é umgrande amigo e há uns anos fezeste cenário para o Walt DisneyConcert Hall em Los Angeles ins-pirado em Lisboa. Parecia-me ló-gico sendo um disco de fadostradicionais que levasse esse am-biente aos palcos.

PP:É possível criar em salasgrande, ou mesmo gigantes-cas, o ambiente das casas defado lisboetas, ou não há o

perigo de cair no pitoresco?Mariza: Eu acho que a tabernapode ser recriada em todo omundo. Claro que sendo portu-guesa, talvez prefira estar numataberna em Lisboa, mas talvez nãopara cantar, para ouvir. Mas le-vando a taberna comigo, acho queconsigo levar o ambiente de Lis-boa, que fez parte da minha infân-cia e adolescência, e, ao mesmo,tempo, fazer com que as pessoascompreendam o que é o fado, oque é o fado tradicional.

PP:O único artista convidadoincluído no novo álbum éArtur Batalha, alguém que di-ficilmente o público europeuconhecerá. O que levou à pre-sença de Artur Batalha no es-túdio? Mariza: O Artur Batalha é uma vozque passava muito pela tabernados meus pais, uma voz que popu-larizou o “Promete, Jura”. Foi feitopara a Beatriz de Conceição, masfoi o Artur Batalha que o popula-rizou. E já que se trata de umapartilha de memórias, para mimfazia todo sentido trazer uma vozde que me lembro tão bem na ta-berna dos meus pais.

PP: O novo álbum disparoupara platina mal foi lançadono mercado português. Temuma explicação sua para estesucesso contínuo e crescentenos últimos dez anos?Mariza: Não, não tenho uma ex-plicação. Só tenho que agradecerao meu público, que tem gostadoda minha música e que me tem in-centivado para que eu continue.

PP: Já há data para a apre-sentação em palco na Alema-nha do «Fado Tradicional»?Mariza: Sim, será muito em breve.

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Livros12

oi logo em 1998 que tomeiconhecimento do livro daportuguesa Maria do Rosá-

rio Loures, no ano em que Portu-gal nas suas vertentes culturais,literárias e poéticas parecia enfimganhar visualidade e reconheci-mento no mundo alemão. Em1997 a nossa literatura havia sidotema da feira do livro de Frank-furt e, em outubro de 1998 chega-nos a notícia que José Saramagotinha ganho o prémio Nobel.Numa cidade de província daFrancónia havia uma voz, nascidaem Odemira em 1959, que publi-cava em língua aprendida eapreendida em adulta, poemasentre Lisboa e Nüremberg:„Atlantikblau und Olivengrün“.Abria o poemário uma espécie deapresentação: „Portugal é o meuberço / Alemanha a estrada / naqual me movo / a língua é umaesfera em vidro (...)“ Será nestafrágil esfera que a poetisa irá darexpressão a sentimentos como asaudade ou a melancolia da pró-pria língua um pouco perdida outraída („ich ging fremd“ nopoema Walzer/valsa), em partecom poemas narrativos, ondelemos do pai e da mãe e dessaterra do seu nascimento. Numtom distante, lacónico mesmo,ela aponta para falsos idílioscomo em „Bohnenparty“ e acusaduplamente, por um lado, o país

retrógado que não sustentava osseus filhos – nem alimentação,nem saúde, nem educação - , poroutro, os turistas que interpelalogo na primeira estrofe: „waswißt ihr über die Bohnen / die ihrals exquisite Speise / mit Genußund Neugier / zu euch nehmt“ –sim, que sabem vocês, que sabe-mos nós (ainda) desses feijões se-meados e colhidos comhumilhante esforço, única e parcacomida do pobre e do explorado?Da colectânea são os poemas queexprimem a indignação e o empe-nho do eu, valendo-se da ironia emesmo do sarcasmo, como em„Bonbons zu Weihnachten“, osque mais me agradam.

Talvez por isso, o novo po-emário de Maria do Rosário nãotoca a minha sensibilidade comoo havia esperado, antes é nalgunspoemas uma decepção. O títulocomeçou por entusiasmar-me:„Um sumário da minha vida noséculo passado“, que poderia ex-primir a intenção duma autobio-grafia, mas ao qual a palavra„sumário“ daria um tom irónico.Afinal este é também o título doúltimo poema, é pois com este su-mário, uma narrativa autobiográ-fica, à laia de resumo de 50 anosde vida, que se fecha a colectânea.

Que havia começado com opoema „A sensibilidade“:poema-pórtico, poema - chave

para os versos neo-românticosque seguem, neo-românticos nosentido em que, de forma inequí-voca, o eu-lírico ( que não tempejo em se afirmar como a poe-tisa ela-mesmo) nos vai abrir aalma, pô-la a nu, em registo con-fessional e eminentemente emo-cional. E o segundo poemacontinua: „imagens sentidas/ que/ nossos ávidos olhos/ (...)/vãocom interesse/decifrar“. Mascomo decifrar se muitos dos ver-sos nos dizem, tim-tim por tim-tim, logo tudo, não deixando nemespaços vazios, nem indetermina-ções, nem ambiguidades que asensibilidade do leitor possapreencher? Alguns poemas ape-tece mesmo encurtar, porque háimagens estimulantes e inovado-ras („na cama comigo deitada“,p.70), mas fica-lhes faltando umacerta contenção.

Por outro lado vivemos emtempos tão duros, humanamentefrios e distantes, que se calhar de-víamos dar os parabéns a alguémque ainda (ou de novo) se atrevea repescar do léxico palavrascomo saudade, alma, sonhar,nudez agreste ou solidão. O eu ésensível e fala como pessoa sensí-vel, o eu sofre de saudades e di-loassim mesmo, o eu tem amizadespreciosas e presta-lhes homena-gem. Temos assim poemas quenão tentam sequer sublimar ou

transformar vivências, mas antesas comunicam numa expressivi-dade sem filtro, por vezes a raiarum sentimentalismo piegas.Porém, no meio de poemas eróti-cos, confessionais ou até circuns-tanciais como „Brahms“ alvejampoemas como „Nostradamus“ (p.47) em que se nos depara „a gló-ria da oliveira“, profecia-consolopara este nosso mundo ou „Marébaixa, maré alta“, versos em quesom e sentido se cruzam paradescreverem subtilmente em tominocente as atrocidades no limiarda Europa. Ou ainda „Uma certanoite na tasca do costume“ queaponta em melopeia para a vacui-dade do nosso quotidiano.

Cabe a estes 74 poemas o mé-rito de existirem, de espelharemo trabalho poético duma portu-guesa entre nós e como nós vi-vendo na diáspora. Ela dá parteda sua vida que é também umpouco a nossa, aqui encontramostemas e referências a um dia-a-dia que nós todos vivenciamos („oVerão foi hoje / tão curto poraqui“, p. 39) e às memórias que,para nós, as suas palavras recol-hem: „ao lugar da minha infância/ as andorinhas cantam man-sinho / as cantigas de antiga-mente“.

Recomendo vivamente a lei-tura dos dois livros.Luísa Costa Hölzl

Azul atlântico, verde oliveira, sumários de vida...

F

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 13Cultura

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Pense nas coisas boas e doces da vida. Pense em nós!

A cantora Mísia apresentou em Ber-lim, “Senhora da Noite”, o novo tra-balho composto por fados com letrasde escritoras, poetisas, fadistas e can-toras lusófonas, de Natália Correia aAdriana Calcanhotto, passando porLídia Jorge.

A estreia mundial de “Senhora daNoite” na tenda gigante do Tipi, eprestigiado espaço de música alterna-tiva na capital alemã, mesmo nas tra-seiras da chancelaria federal ondeAngela Merkel tem o gabinete, surgiuinesperadamente, quase como uma jo-gada de antecipação alemã, como afadista explicou à Lusa.

O facto de cantar em Portuguêsletras de Natália Correia, Aldina Du-arte ou Rosa Lobato Faria, quase ex-clusivamente para um públicoalemão, não a impressionou.Ao longode mais de duas horas de espectáculo,foi mesmo a “Senhora da Noite”, eganhou a aposta germânica, demons-trando segurança nas interpretações, ahabitual dicção impecável, e tambémgrande poder de comunicação com aassistência.

“Não posso ser fadista vinte equatro horas por dia, se não matava-me”, gracejou, em Inglês, contandotambém alguns divertidos episódiosda sua vida e da sua carreira.

“O fado, acima de tudo, é umalíngua emocional, é muito mais doque somente uma música ou umpoema, é uma língua emocional que écompreendida em todo o mundo, doJapão à Austrália”, disse Mísia, antes

de pisar o palco do Tipi.Quanto ao novo trabalho, que de-

verá ser publicado em disco no Ou-tono, adiantou, é “um regresso aofado tradicional, depois de 10 anos degravações em que houve fado mistu-rado com outras coisas, como tangos,boleros”.

“Os poemas são todos escritos pormão feminina, reuni poetisas que jánão estão vivas e outras pessoas queconvidei, não só escritoras, mas tam-bém fadistas, poemas da Amália, daAldina Duarte, cantoras como AméliaMuge, e uma novidade, uma letra es-crita por Adriana Calcanhotto, alémde uma escrita por mim, que abre odisco”, revelou Mísia.

Quanto ao seu estilo de cantar ofado, que os mais tradicionalistas con-sideram, no mínimo, inconvencional,Mísia foi peremtória: “Preservar a tra-dição não é guardar as cinzas ardidas,é manter a chama acesa”.

Assim, no novo trabalho Mísia re-corre de novo ao acordeão de PedroSantos e ao violino de Luís Cunha, apar da guitarra portuguesa de SandroDaniel Costa, da viola de Tó Neto eda viola baixo de Didi.

Os arranjos de “Senhora daNoite” ficaram a cargo do pianistaCarlos Azevedo, “também são muitoespeciais, e os poemas têm uma lín-gua muito contemporânea”, disseMísia, que arrebatou o público ale-mão na fria noite berlinense, e bisoucom um clássico do fado, “Lágrima”,de Amália Rodrigues.

Mísia foi a “Senhora da Noite”em Berlim

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Caro/a Leitor/a:Se é assinante,

avise-nos se mudou ou vai mudar de residência

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Alemanha14

Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudouou vai mudar de residência

A venda de arte a preços módicosé possível, e até é rentável, comoprova a existência do supermer-cado das artes, em Berlim, ideia deum espanhol radicado na Alema-nha que já vai no décimo ano deexistência.

A ideia “surgiu depois de mui-tos anos de trabalho em relaçãocom o mundo das artes, organiza-ção de exposições e galerias, per-guntámos porque não fazer umconceito em que se vende artepara toda a gente, e não só parauma elite”, explicou Mário Teres.

Assim, “todo o consumidorpode ter uma obra de arte origi-nal”, explica o director de merca-dos do supermercado das artes,sublinhando que os preços demais de mil obras de 70 artistasexpostas actualmente numa gale-ria na Friedrichstrasse, no centroda capital alemã, oscilam entre os50 e os 299 euros.

“O conceito é mesmo preçoeconómico, só temos quatro pre-ços: 50 euros, 99 euros, 199 eurose 299 euros. É uma solução radi-cal, mas atrai de facto clientes, quesabem exactamente o que vãogastar”, vincou Mario Teres.

“Além disso, cremos que é pos-sível manter uma relação ade-quada dos preços com a obra dearte original”, acrescentou o an-tigo estudante de Belas Artes.

A oferta não é só ampla, é tam-

bém muito variada, e inclui sobre-tudo obras de artistas europeus,mas também da Nova Zelândia,por exemplo, com forte presençade alemães, claro, e de artistas daAmérica Latina.

Ao longo de uma década, o su-permercado das artes, que tam-bém existe em Viena, Frankfurt eSolothurn, outra cidade alemã,serviu de trampolim para algunsartistas, que começaram por ven-der aqui os seus trabalhos a preçosmódicos, e hoje já fazem parte do“ranking” dos consagrados, quequase podem pedir o que querempelas suas obras, e encontrammesmo comprador.

“Nos 13 anos que temos de su-permercado das artes, houve artis-tas que deixaram de trabalharconnosco, porque as suas peçaspassaram a ser vendidas a preçosexorbitantes, podíamos vendê-los,há 10 anos, a cinquenta euros, eagora têm peças que valem 50 mileuros”, explicou Mário Teres.

Mas mesmo com a saída dosfamosos para outro “campeo-nato”, os autores da ideia não têmmãos a medir e promovem umagrande rotação entre os artistas,para ter sempre coisas novas aoferecer.

Todos os anos mantêm umcontingente de cerca de 150 artis-

tas a expor de princí-pios de Dezembro aprincípios de Fevereiro,nos supermercados dasartes, e recebem anual-mente cerca de 400candidaturas para inte-grar o projecto, dasquais apenas escolhemum máximo de 10novos criadores, e des-cartam número sensi-velmente igual.

O período de vendastambém é criteriosa-mente escolhido, paranão “cansar” os consu-midores.

“Achamos que umaexposição de arte é umacoisa temporal, se esti-ver aberta durante anostorna-se desinteres-sante, e por isso escol-hemos a altura em queos consumidores com-pram mais, em redor doNatal, portanto”, ex-plica Mario Teres.

Outra ideia-base é“obrigar” os artistas,que recebem 50 porcento do valor davenda, como é habitualnuma galeria, a trazernovas obras, que sãotodas acompanhadaspor um certificado deoriginal, com o re-spectivo nome, descri-ção dos materiaisutilizados e assinaturado autor. FA.

Supermercado de obras de arte a preçosmódicos faz sucesso em Berlim

Mario Teres, vender arte com o conceito do „Aldi“

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O governo alemão revelou que re-cebeu em finais de 2009, princí-pios de 2010, pedidos deexplicações sobre o envio paraPortugal de crianças e jovens emrisco, sem consulta prévia das au-toridades portuguesas.

As interpelações foram feitaspelo ministério público do Algarvee pela segurança social portu-guesa, adiantou o ministério ale-mão dos seniores, da família e dajuventude, em resposta a umquestionário enviado pela agênciaLusa.

“Na opinião das instituiçõesportuguesas, o alojamento dessesjovens em Portugal era ilegal, masas referidas instituições já conhe-ciam esta prática há vários anos”,sustenta o gabinete de imprensado ministério alemão, na sua res-posta por escrito.

Para “não sobrecarregar des-necessariamente” os jovens ale-mães que já estavam a viver emPortugal, as referidas instituições“aceitaram excepcionalmente, namaioria dos casos”, que o processode consultas às autoridades portu-guesas “fosse feito à posteriori”,sustenta ainda a mesma nota.

Uma série de repartições ale-mãs de acompanhamento de jo-vens (jugendamt) requereu, porisso, o início do referido processode consultas sobre a estadia de jo-vens que tinham a seu cargo, combase numa diretiva europeia, “masos processos ainda não estão con-cluídos”, afirma o governo alemão.

Na sua resposta, o ministérioda família lembra também que adecisão sobre o envio de jovens emsituação de risco para o estran-geiro cabe ao Jugendamt de umadeterminada autarquia e, de

acordo com a Constituição alemã,os governos regionais só dispõemde competências limitadas paracontrolar esta situação, e o go-verno federal “não pode proibir ouordenar” as viagens em questão.

O ministério da família recon-hece, porém, que “a condição pré-via para o sucesso das referiasmedidas pedagógicas é o estritocumprimento das leis e a coopera-ção com as autoridades” do paísde acolhimento dos jovens.

“Na prática, no entanto, a apli-cação destes princípios e exigên-cias precisa ainda de seraperfeiçoada”, reconhece o go-verno germânico na nota enviadaà Lusa, em que sublinha ainda quea adopção de normas pedagógicasque envolvem o envio de jovensem risco para outros países “deveser a exceção, e não a regra”, a quesó se deve recorrer “em casosespeciais”.

A polémica em torno do enviode jovens alemães em situação derisco para Portugal surgiu apósuma reportagem da televisão pú-blica alemã ZDF em que se reve-lava que tinha havido já casos desuicídio entre os referidos jovens,e que alguns deles estiveram tam-bém envolvidos em delitos emPortugal.

Na reportagem, uma ex-edu-cadora alemã que acolheu jovensem situação de risco em Portugaldenuncia o papel das associaçõesalemãs que se dedicam a este tra-balho, acusando-as de serem“uma autêntica mafia social”,montada para receber muito din-heiro das instituições sociais ale-mãs que pagam a estadia dosreferidos jovens.FA

Governo de Berlim admite envio de jovens em risco sem consulta prévia a Portugal

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 15Alemanha

Depois do corte de recursos edas mudanças no sistema de alis-tamento, o ministro alemão daDefesa, Karl-Theodor zu Gutten-berg, considera agora aceitar cida-dãos estrangeiros nas ForçasArmadas do país. Guttenberg ela-borou um documento de 72 pági-nas com estratégias sobre como aBundeswehr pode atrair voluntá-rios e soldados profissionais parapreencher patentes.

As propostas surgem num mo-mento em que há temores de quea Alemanha não consiga cumprirsuas obrigações em diversasmissões da União Europeia e daOrganização do Tratado do Atlân-tico Norte (Otan) no exterior.

Segundo Guttenberg, „os regu-lamentos poderiam ser expandi-dos para residentes na Alemanhacom as habilitações necessárias,aptidões e desempenho que pos-sam ser aplicados nas forças mili-tares – mesmo que haja a ausênciade cidadania alemã.“

„Estamos considerando a pos-sibilidade de atrair cidadãos depaíses-membros da União Euro-peia e de outros países, como aSuíça, com quem temos acordosespeciais em termos de reconheci-mento de qualificações vocacio-nais“, revelou o porta-voz doMinistério alemão da Defesa, Stef-fen Moritz.

Mortiz esclareceu que apenascidadãos estrangeiros que jávivem na Alemanha seriam consi-derados aptos para as Forças Ar-madas. O porta-voz tambémadmitiu que não há expectativa deque haja um número elevado decandidatos com esse perfil.

Guttenberg anunciou planosde cortes no contingente das For-ças Armadas alemãs, dos actuais250 mil postos para 185 mil, numesforço para diminuir os gastos emodernizar a Bundeswehr.

Estrangeiros na AlemanhaEstatísticas oficiais mostram

que, em 2009, havia 7,7 milhões

de estrangeiros vivendo na Ale-manha. Actualmente, apenas cida-dãos alemães podem servir nasForças Armadas do país – emborajá tenha havido algumas excep-ções no passado.

De acordo com Moritz, „existi-ram apenas algumas poucas oca-siões em décadas passadas em quese recorreu a uma cláusula espe-cial para empregar residentesestrangeiros nas forças militaresnacionais, quando houve uma ne-cessidade por especialistas que opaís não dispunha.“

E ainda: „As estatísticas maisrecentes disponíveis mostram quenão existiu nenhum caso comoesse nos últimos quatro anos.“

Ainda não foram tomadas de-cisões nesse sentido, afirmou Mo-ritz, acrescendo que a aprovaçãoparlamentar e uma emenda con-stitucional ainda seriam necessá-rias, caso as Forças Armadas sedecidam a favor da medida.

O porta-voz do governo ale-mão, Steffen Seibert, informouque a chanceler federal, AngelaMerkel, ainda não se pronunciousobre o assunto. „Nós estamosconsiderando os primeirosaspectos dos muitos que aindaestão por vir nesse processo de de-cisão“, comentou Seibert.

As forças politicas da opo-sicnao, sociais-democratas e ver-des, sinalizaram que apoiariam as

propostas. Hans-Peter Bartels,porta-voz social-democrata paraassuntos militares, afirmou, noentanto, que permitir que pessoasde outros países prestem serviçomilitar compulsório poderia levara complicações.

Em entrevista ao jornal DieWelt, Bartels mencionou o casoparticular da Turquia: a presençade cidadãos daquele país servindonas Forças Armadas alemãs pode-ria causar problemas com a Tur-quia, a menos que as duas naçõesassinem um acordo especial. Amaior parte dos estrangeiros quevivem na Alemanha é formada poraproximadamente 3 milhões deresidentes turcos.

Omid Nouripour, porta-vozdos verdes para assuntos milita-res, disse ao mesmo jornal queapoiaria a proposta, caso ela se di-rija a „pessoas cujas vidas são cen-tradas na Alemanha“. No entanto,Nouripour afirmou ainda ao DieWelt que soldados do Iraque ou deoutros países em crise militar nãodeveriam ser aceites, alegandoque, nesse caso, a Bundeswehr „setransformaria num exército mer-cenário que não teria nada a vercom um monopólio do Estadosobre uso legítimo da força.“

O argumento de Nouripourparece duvidoso, já que o alista-mento de soldados de tais paísesnão está em negociação, rebateu

Moritz.O serviço militar obrigatório

na Alemanha acaba no fim deMarço. A partir desse daqui, asForças Armadas irão depender desoldados com contratos temporá-rios. O governo espera que 15 milsoldados de todas as tropas façamparte dessa categoria no futuro.

Enquanto isso, as Forças Ar-madas da Alemanha estão preocu-padas com a possibilidade de nãoconseguirem atrair número sufi-ciente de soldados profissionaispara preencher as 170 mil vagasnecessárias, e estão prontas paraexplorar novos potenciais.

Outra maneira de atrair recru-tas é deixar o serviço mais favor-ável ao clima familiar, com maiscuidados para crianças, por exem-plo. Também estão planeados pro-gramas sabáticos para osprestadores de serviço, assimcomo estágios e inserção na uni-versidade. E ainda, ficaria maisfácil para soldados que passampara o setor privado fazer a trans-ferência dos benefícios da aposen-tadoria.

Karl-Theodor zu Guttenbergdefende que as reformas deixarãoas Forças Armadas mais eficientese mais preparadas para servir emmissões internacionais.

Autor: Hardy Graupner (np). Cortesia DW

Alemanha considera aceitar estrangeirosnas Forças Armadas do país

Com o fim do serviço militar obrigatório, Ale-manha busca meios para tornar a Bundes-wehr mais atraente. Ingresso de cidadãosestrangeiros, proibido até então, passou seruma solução considerada pelo Ministério daDefesa.

Foto: dpa

Page 16: Portugal Post Março 2011

Caro/a Leitor/a:

Se é assinante,avise-nos se mudou ou vaimudar de residência

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Comunidade1616Catarina Tavares

Advogada em PortugalRua Castilho, n.º 44, 7º

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Telf.: + 351 21 370 00 00

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TRADUÇÕESPORTUGUÊS ALEMÃO

ALEMÃO PORTUGUÊS

Tradutor ajuramentado junto dosConsulados-Gerais de Portugal

em Frankfurt/M. e Stuttgart

Claus Stefan Becker AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

Hansaring 11550670 Köln

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O consultório jurídico tem a colaboraçãopermanente dos advogados

Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Azevedo dos Santos, Bona, Miguel Krag, Hamburgo

Miguel Krag, AdvogadoPortugal HausBüschstr.7 - 20354 HamburgoLeopoldstr. 1044147 DortmundTelf.: 040 - 20 90 52 74

Rechtsanwalt/Advogado

Victor Leitão Nunes

Consultas em português40210 Dusseldorf Immermannstr. 27

[email protected].: 0211 / 38 83 68 6Fax: 0211 / 38 83 68 7

Cerca de 100.000 pessoas de-claram anualmente na Alema-nha a insolvência privada, poisdeixaram de poder cumprir assuas obrigações de pagamento.O processo de insolvência pri-vada conduzirá, em princípio,à extinção das dívidas, após terdecorrido o chamado períodode bom comportamento (6anos).

Para se conseguir a extin-ção das dívidas restantes, de-verá proceder-se da formaseguinte:

Em primeiro lugar, terá dese tentar chegar a um acordo

extrajudicial com todos os cre-dores. As centrais de ajuda aoconsumidor, os postos de as-sistência a pessoas endivida-das que as autarquias põem àdisposição dos cidadãos, etambém os advogados, sãopontos de referência paraaconselharem as pessoas quese encontram nesta situação.

No caso de não se chegar aum acordo com os credores,poderá apresentar-se no tribu-nal um requerimento para seraberto um processo de insol-vência. Neste caso, o devedorterá de apresentar em primeirolugar um plano para a liquida-ção das dívidas. Se a maioriados credores (por cabeça e to-

tais) estiver de acordo com oplano judicial da liquidaçãodas dívidas, o processo de in-solvência deixará de ser neces-sário e não será realizado.

Se não se conseguir estealvo, será aberto o processo deinsolvência.

Em primeiro lugar, o admi-nistrador fiduciário denomi-nado pelo tribunal distribuirápelos credores a parte penho-rável dos bens. Seguidamente,o tribunal determinará numaaudiência final que, ao fim de6 anos, o devedor ficará libertode dívidas se cumprir as suasobrigações durante o chamadoperíodo de bom comporta-mento e se não persistirem

quaisquer motivos de refuta-ção.

Será condição essencialpara a extinção das dívidas res-tantes que, durante um perí-odo de 6 anos, o devedor cedaa parte penhorável do seu ren-dimento ao administrador fi-duciário que, por sua vez, ausará para pagar aos credores.Portanto, durante este espaçode tempo, o devedor e a sua fa-mília apenas poderão disporde uma determinada quantiapara viverem, devendo o valorque for considerado prescindí-vel ser utilizado para a liquida-ção das dívidas.

Logo que o período de bomcomportamento chegar ao fim

e for coroado de êxito, o tribu-nal decretará uma decisão for-mal, declarando que, a partirde então, o devedor ficará li-berto das suas dívidas.

Importante: Tratando-sede um casal português, per-siste, ao contrário dos casaisalemães, maior perigo de se terde responder pelas dívidas docônjuge. Por isso, no caso deum processo de insolvência, odireito de família portuguêsserá igualmente de importân-cia. Seria assim convenienteconsultar-se sempre alguémque conheça bem a legislaçãoportuguesa prevista para taisprocessos.

Como libertar-se de endividamento excessivo?O processo de insolvência privada

Miguel Krag, Advogado

Page 17: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 17

3José Gomes Rodrigues

Assistente Social DiplomadoEspecialista para as questões sociais do

PORTUGAL POST

PEDIMOSAOS NOSSOS LEITORES para nos coloca-

rem as suas perguntas e sugestões por escrito usando

o correio ou, melhor ainda, o correio electrónico. Pe-

dimos também para mencionarem o vosso número de

telefone fixo para, sendo necessário, entrarmos em contacto con-

vosco. As questões e sugestões dos leitores podem ser enviadas

para as seguintes direcções:

[email protected] ou [email protected]

Fax 0231 8390351

Ou ainda para a morada do nosso jornal

Obrigado.

i

Ex.mos SenhoresJá há algum tempo que estou

para escrever-vos para vos pediruma informação. Tenho lido sem-pre com muito interesse a páginasocial do Portugal Post e já atenho copiado e distribuído pelascolegas de trabalho.

Hoje venho com um pedidomuito particular e que me temocupado bastante nos últimostempos. Trabalhe, até há pouco,algumas horas por semana numaempresa de serviços, recebendode ordenado 400 € mensais. Hátrês meses que, por motivo de do-ença, não trabalho, pois fui ope-rada aos dois peitos e as melhorassão poucas. Informei a empresada gravidade da minha saúde, daoperação, indicando que o meuretorno ao trabalho ainda nãoera aconselhável pelo médico queme assiste. O patrão aconselhou-me a despedir-me o que não fiz.

Será que terei direito, por estetrabalho reduzido à baixa e à suaremuneração?Já agora agrade-cia que nos elucidassem sobre osdireitos sociais e laborais paraquem exerce um trabalho donosso tipo.

Desde já os meus agradeci-mentos muito sinceros.

Obrigado caríssima compa-triota pela confiança depositadaneste meio de comunicação. O seugesto de solidariedade para comos compatriotas é simplesmentede louvar. Lamentamos o seu es-tado de saúde e fazemos votospara que o tempo de doença sejaencurtado o mais possível. Masfique em casa o tempo de recupe-ração necessário. Continue a lutarcontra a doença com uma atitudede esperança e de optimismo.Aproveitamos o seu pedido paraestender as informações a outroscompatriotas que possam benefi-ciar delas e que se possam encon-trar também na sua situação ouem situações semelhantes.

O direito social alemão dife-rencia entre um trabalho de horá-rio reduzido em dois tipos deocupação, um que é minimamenteremunerado, o assim chamado“Minijob” e outro com uma ocupa-ção por um curto espaço de tempoe com um horário diário normal ecom uma remuneração correspon-dente.

Trabalho reduzido com salário até 400 € mensais –

“minijobs”

Neste caso, o ordenado nãopode ultrapassar os 400 € men-sais e o trabalhador fica isento dopagamento das contribuições so-ciais e de imposto sobre o orde-nado nas finanças. O patrão, essesim, é obrigado a descontar 13%

dessa quantia para a caixa de do-enças, mais 15% para o seguro dereformas e finalmente 2,1 % queserá distribuído pelas finanças,caixa de solidariedade e Igreja. Aopatrão cabe, além disso, inscreverdevidamente todos estes lugaresde trabalho com os respectivostrabalhadores numa caixa centralpelo patrão.

Apesar dos descontos do pa-trão para a caixa de doenças e dereformas, o trabalhador não terá,só por isto, direito a umapossível reforma ou a estarsegurado através da caixade doenças. Em caso dequerer adquirir mais tardeuma reforma deste trabalhoreduzido, deverá volunta-riamente descontar do seuordenado a quantia corres-pondente 4,5% o que cor-responde a receber não os400 €, mas sim 382 € men-sais. Esta cláusula deve tersido fixada por escrito, já noacto da assinatura do con-trato de trabalho.

O trabalhador fica, destemodo, isento de qualquer encargofiscal e social. Este recebe liquidopor ilíquido.

Trabalho reduzido em serviços domiciliários

O trabalho reduzido efectuadoem casas privadas, obedece a des-contos mais reduzidos quesomam, neste caso, 13,7% no total,distribuídos igualmente pelas di-versas caixas. Igualmente estatrabalhadora, já que geralmentesão as mulheres que fazem estesserviços domésticos, ficam isentasde qualquer encargo fiscal e social,recebendo o ordenado liquido porilíquido. É o caso de muitas com-patriotas que trabalham nas lidescaseiras de muitas patroas.

Trabalho temporal por umdeterminado tempo

É o caso de alguém trabalharsomente por um determinado pe-ríodo de tempo que não ultrapasseos dois meses durante o ano civil,mais concretamente cinquentadias úteis seguidos e no mínimo 5dias semanais. O ordenado a auf-erir não é reduzido como o ante-rior, mas considera-se umordenado normal. Para este tipode trabalho, não são pagas, comoanteriormente, as quotizações só-

cias, mas simplesmente 25% paraas finanças. Em caso de doençanão lhe serão pagas qualquer com-pensação / baixa por parte da em-presa.

Direitos laborais fundamentais “minijobs”

até 400 €

Quem assumir um trabalhodestes, deverá procurar que o con-trato de trabalho seja da forma es-

crita e que seja cumprido porparte de ambos os contratantes.Em caso de doença, o trabalhadortem direito a que lhe sejam remu-neradas as primeiras seis semanasde baixa médica, como qualquertrabalhador numa empresa nor-mal. Uma condição fundamentalpara que usufrua deste direito éque tenha já no mínimo quatro se-manas na empresa e que tenhaentregado a baixa médica na em-presa no prazo legal, ou seja, du-rante os primeiros três dias, apóso começo da doença. Convémsempre informar o patrão logoque saiba da impossibilidade detrabalhar, de forma a que estepossa encontrar uma solução paraa substituir. Convém saber que ospatrões, nestes casos, tem a possi-bilidade de serem reembolsadospor uma caixa central apropriadano valor de 70% dos gastos com opagamento da baixa, desde queparticipem com uma quotizaçãomensal por cada trabalhador novalor de 5,20 € mensais.

Após 43 dias úteis de baixamédica, ou seja as seis semanasapós o inicio da doença, expiraeste pagamento por parte do pa-trão. As caixas de doença nada pa-garão depois, mesmo que adoença se prolongue por maistempo, ao contrário dos outrostrabalhadores com um horário detrabalho completo.

Direito de férias e

gratificação de Natal

Todo o operário nestas cir-cunstancias tem direito no mí-nimo a 24 dias de férias por umano útil, ou mais, conforme oacordo tarifário da empresa.Assim, o patrão é obrigado a re-munerar este tempo como se a tra-balhador estivesse activo naempresa. Havendo feriados legais,o ordenado deve igualmente serpago devidamente sem que este

tempo tenha de ser recupe-rado de alguma forma.

Estes complementos aoordenado devem ser igual-mente pagos, mas dumaforma percentual às horase ao ordenado usufruídodesde que haja um acordotarifário, ou seja, usual naempresa. Exemplificando epara uma melhor com-preensão: no contrato detrabalho é expresso por es-crito que 9,50 horas sema-nais que uma trabalhadorafaz na empresa, corres-

ponde a 25% do tempo normal detrabalho dum horário regular. Seum trabalhador normal usufruicomo suplemento de férias o valorde 600 €, à trabalhadora que tra-balhe 9,50 horas semanais caberá,nesta lógica a quantia correspon-dente a 25% ou seja 150 €,. O pa-gamento do subsidio de Natalobedece a esta mesma norma.

O cuidado pode ser pouco

1. É necessário estar atentos, pois,sendo pago o subsidio de Natal ede férias, o ordenado mensal po-derá ultrapassar os 400 €. Destaforma poderá dar-se o caso que jánão seja considerado “minijobs”com a consequência de ser obri-gado a pagar todas as contribui-ções normais dum trabalhadorregular e até retroactivamente.Então convém regular o horário

de trabalho e a remuneração, deforma que não se ultrapasse umordenado anual de 4.800 €. Estecálculo poderá ser feito pelo pa-trão, da seguinte maneira: (350 €x 12 mais 450 € subsidio de Natalcom mais 150 € de subsídio de fé-rias). Basta ter cuidado e saberfazer bem as contas.2. Existem patrões que, apesar deser ilegal procuram descontar doordenado do trabalhador 50% dasdiversas quotizações. Tal foi de-cretado como procedimento ilegalnum processo jurídico levado acabo pelo tribunal de trabalhocentral de Kassel cujo número doprocesso juntamos caso seja ne-cessário uma defesa perante o pa-tronato: 6 Ca 513/99.3. A compatriota em questão nãoterá entregado a baixa ao patrãoconforme a legislação que vigorapara estes casos. Talvez tivessesido a falta de informação. Tentefalar com o seu médico e que estelhe passe uma declaração ondeconste o inicio da sua incapaci-dade de trabalho e a probabilidadedo seu prolongamento. Não que-remos dizer que ele, neste caso,seja obrigado a pagar as primeirasseis semanas, mas quem sabe, ten-tar não custa.4. Procurem, sendo possível,deste ordenado, mesmo reduzidoque seja, descontar para a caixa depensões. Deste modo, um diaterão, não só o direito a uma pen-são, mas também aumentará otempo de descontos para essacaixa o que será muito útil paraque possa usufruir, sendo o caso auma pensão por invalidez. Paraesta pensão é necessário um pe-ríodo de tempo de cinco anos nosúltimos três,, após o seu requeri-mento.

Mais uma vez a nossa gratidãoe os nossos maiores desejos, debreve recuperação. Esperamosque a tenhamos elucidado o maisexaustivamente possível. Fez bemem não se ter despedido como opatrão tentou que o fizesse. Destemodo, ele será obrigado a aceitá-la de novo logo que as suas forçaso permitirem.

Um abraço de amizade e os de-sejos duma rápida convalescença.

* Trabalho reduzido de até 400 € mensais – “minijobs”* Trabalho reduzido em serviços domiciliários* Direitos laborais fundamentais “minijobs” até 400 € * Direito de férias e gratificação de Natal

Page 18: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 201118

Grupo de FadosGerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

AgendaTome Nota

Citações do mêsA felicidade para mim consiste em gozar de boa saúde, em dormir sem medo e acordarsem angústia.Sagan , Françoise

Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são.Shakespeare , William

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

Março 2011

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3 e 6 de MarçoBaile de Carnaval no

Restaurante Vasco da GamaColónia

(Dia 3 abrilhantado com o Xico da Night)

(Dia 6 com o duo Onda Musical)

Reservas mesa:0221 – 3566566

Vasco da GamaLiebigstr. 120 - 50823 Köln

3 e 6. 03.2011 – COLÓ-NIA- Baile de Carnavalno Restaurante Vasco daGama. Reservas mesa:0221 – 3566566Vasco da GamaLiebigstr. 120 - 50823Köln

3.2011 – BERLIN –Ciclo de Cinema portu-guês. Aniki BóBó de Ma-nuel Oliveira. Local:Lisboa Bar am Boxi,Krossnerstr 20, 10245Berlin

5.03.2011 - Mülheima.d. Ruhr - Festa decarnaval na “Uniao des-portiva e cultural portu-guesa” de Mülheim. Combaile pela noite com ogrupo musical FMRADIO. Início 21 horas.Local : Georgstrasse 26,45468 Mülheim/Ruhr.Informações: 0208-474746www.fmradio.de.com

6.03.2011- KREFELD -Festa de carnaval na As-sociação Portuguesa deKrefeld. Baile pela noitecom o grupo musical FMRADIO. Local : Jägers-trasse 19, 47798 KrefeldInicio: 20 horasInformacoes: 02151-777161 ou www.fmra-dio.de.com

8.03.2011 – BERLIN –Ciclo de Cinema portu-guês. Aniki BóBó de Ma-nuel Oliveira. Local:Lisboa Bar am Boxi,Krossnerstr 20, 10245Berlin

Até 11.03.2011 – BAM-BERG – Exposicão deJoão Leonardo. Local:Villa Concordia, Concor-diastr. 28, 96049 Bam-berg.

12.03.2011 – HAGEN -Grandioso Festival deFolcloreOrg. R.F “Folclore dePortugal de Hagen e.V.” .Com a participação devários ranchos folclóri-cos e musica pela noitecom a banda “FM Radioand friends”Local : Gesamtschule

Dia 9 de AbrilGrande Festa em Fellbach

Pelas 19 horas na Festhalle-Schmiden, Hofäckerstr.2- 70736 Fell-bach-Schmiden. Participação do Rancho Folclórico Estrelas de

Fellbach, grupos de dança moderna, Mini Splash eThe Funnkys Baile com o conjunto músical DANCE 2

Preço dos bilhetes: Pré-venda 14 € no dia da festa 17 €, sócioscom cotas actualizadas 10 €

Informacões: João Almeida: 00491733203814 José Loureiro: 00491723463611

Hagen-Helfe , „Am Bügel20“ em HagenCom início pelas 16.00horaswww.fmradio.de.com

17.03.2011 – LANGEN-FELD – Curso de Cozi-nha Portuguesa. Noâmbito do projecto„Bem-Vindo Portugal”,ano dedicado a Portugal,organizado pela CâmaraMunicipal de Langenfeld

18.03.20111 – KRE-FELD –Sina Nossa Con-certo. Local: Friedenskirch,Mariannenstr. 106,47799 Krefeld

22.03.2011 – BERLIN –Ciclo de Cinema portu-guês. O Pátio das Canti-gas de Francisco Ribeiro.Local: Lisboa Bar amBoxi, Krossnerstr 20,10245 Berlin

26.03.2011 – HAM-BURGO - - Música nocoração – Local: Univer-sität Hamburg na Anna-Siemsen-Hörsaal, na vonMelle Park 8 . Grandenoite de fados com a pre-sença da conhecida fa-dista Claudia Madurinformações e reseva debilhetes Tel.:. 0160443204231.03.2011 –

ESSLINGEN –

Abertura da exposiçãosobre Aristides de SousaMendes. Local: Amtsge-richt der Stadt Esslingen,Titterstr 8-10, 73728 Es-slingen

Page 19: Portugal Post Março 2011

ComunidadePORTUGAL POST SHOP - LivrosLer português

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+ Miguel TorgaBichosPreço: € 11.50«Querido leitor:São horas de te receberno portaló da minha pe-quena Arca de Noé. Tenssido de uma constânciatão espontânea e tãopura a visitá-la, que épreciso que me liberte do

medo de parecer ufano da obra, e venha delica-damente cumprimentar-me uma vez ao menos.Não se pagam gentilezas com descortesias, e eusou instintivamente grato e correcto (…)»

Manuel AlegrePreço: € 11,50As memórias de in-fância. Os cheiros, asvozes, as emoções deum tempo em que otempo não tem fim eo significado está pre-sente nas mais peque-nas coisas. Todas elasficam sempre, como

marcas na alma, princípios que norteiam avida. A nostalgia dos lugares mágicos da infân-cia. De Alma, vila encantada onde convive tra-dição e subversão, melancolia e audácia,crendices, ideologia e futebol... Pela voz auda-ciosa de quem não receia dar-se a conhecer,chegam-nos ecos de um Portugal divididoentre a República e a Monarquia, um país queera, á época, o mundo de uma criança ex-pectante e atenta. De Alma, partiu toda a suavida.

Eça de QueirósA CIDADE E AS SERRASPreço: 11.50

A Cidade e as SerrasEça de QueirosO romance foi publicado em 1899 (um ano antes damorte de Eça) na Revista Moderna, e saiu em livroem 1901. Pertence à última fase do escritor, quandoEça se afasta do realismo e deixa a crítica dura quefazia à sociedade portuguesa da época.

CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: 11.50Contos Populares Portugueses sãocontos de todos os tempos e de todasas idades. Uma obra que nos devolveo imaginário e o maravilhoso danossa cultura popular, e de que fazparte, entre outras, «História da Caro-chinha», «A Formiga e a Neve», «O Co-

elhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Loboe a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

A CASA DA RÚSSIAJohn le CarréPreço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os meandos de espionagem e con-tra-espionagem entre o Ocidente e a antiga União Soviética.John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secretoe faz dele o nosso.Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa doMaine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley Blair, Carré

desenvolve não apenas uma história de espionagem, mas uma alegoria do amor individualconfrontado com atitudes colectivas de beligerância.

TRAVESSIA DE VERÃOTruman CapotePREÇO: 11.50Obra póstuma e inédita, Travessia de Verão é um primeiro romance precocee seguro que mostra o sentido implacável da narração de um dos maioresescritores do século XX. Os seus fraseados imaculados, a sua crua ironia ea sua visão das subtilezas das diferenças de classe anunciam os futurostriunfos de Capote. Digno de um lugar em qualquer estante de um leitor

de Capote, este é, em todos os sentidos, um tesouro perdido e reencontrado.

AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMESPreço: 11.50Aventuras de Sherlock Holmes é uma colectânea de 12 con-tos de aventuras publicada em 1892. Os contos foram origi-nalmente publicados na revista Strand Magazine, nos anosde 1891 e 1892.

+ Livros A Fúria das Vinhas – Francisco Moita Flores, € 13,50 Aldeia Nova – Manuel da Fonseca, € 13,50 A Morte de Ivan Ilitch – Lev Tolstoi, € 13,50 A República dos Corvos – José Cardoso Pires, €13,50 As Intermitências da Morte – José Saramago, € 13,50 A Trança de Inês – Rosa Lobato de Faria, €13,50 Aventuras de João Sem Medo – José Gomes Ferreira, €13,50 Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle, €13,50 Balada da Praia dos Cães – José Cardoso Pires, € €15,00 Capitães da Areia – Jorge Amado, €13,50 Contos da Montanha – Miguel Torga, €13,30 Enquanto Salazar Dormia… – Domingos Amaral, € 15,50 Gaibéus – Alves Redol, € 13,50 Gente Feliz com Lágrimas – João de Melo, € 15,50 Histórias Extraordinárias – Edgar Allan Poe, €13.50 Mau Tempo no Canal – Vitorino Nemésio, €15,50Novos Contos da Montanha – Miguel Torga, €13,50 O Anjo Ancorado – José Cardoso Pires, €13,50O Delfim – José Cardoso Pires, €13,50Primeiro as Senhoras – Mário Zambujal, €13,50Saber Emagrecer – Prof.ª Isabel do Carmo, €15,50Travessia de Verão – Truman Capote, €13.50

MúsicaCamané - Do amor e dos dias, €25,00 Deolinda - Dois selos e um carimbo, €25,00 Mariza - Fado Tradicional, €19,80

A Vizinha do Lado O Leão da Estrela A Menina da Rádio O Costa do Castelo

O Grande Elias Aldeia da Roupa Branca

A Canção de Lisboa Rosa de Alfama Ribatejo João Ratão Ala Arriba O Crime da Aldeia Velha Fado História de uma Cantadeira

Clássícos do cinema portuguêsDVDs

Preço de cada filme: € 29,00 (inclusive custos de portes e despacho). Prazo de entrega: 2/3 semanas

Page 20: Portugal Post Março 2011

PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Vidas2020

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Esta foto tirada em 1993 nas instalações da Opel emLangendreier na primeiríssima reportagem que o PPfez e publicada na sua edição número zero. Trata-sede dois compatriotas que ao tempo trabalhava nas lin-has de montagem da conhecida marca de automóveisna unidade Langendreier-Bochum.Passaram-se, entretanto, quase dezoito anos, dezoitoanos que passaram por cima dos nossos dois compa-triotas que devem hoje reviver esses tempos comobons por que na altura havia trabalho com fartura enão se falava de crise nem de desemprego assim poraí além..Não se sabe se estes dois compatriotas ainda por cáandam e se andam vão olhar esta foto com saudades. Foto: PP

1993

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos.Obrigado.

Exmos Senhores,Grato pela vossas rubricas no jor-nal. Aprecio muito aquela parte deVidas em que as pessoas contam oque se passou com elas.

Muitas das histórias dão quepensar e ficamos a saber que navida nem tudo são rosas e as pes-soas têm de lutar muito para ultra-passar as suas dificuldades.

O que me leva a vos escrevertem a ver não propriamente co-migo mas com a gente da minharua.

Moro há cerca de 20 anos namesma casa situada numa pequenarua na parte mais proletária da ci-dade, onde de resto vivem muitosestrangeiros. Mas na minha ruaconheço apenas duas casas ondevivem não-alemães: a minha, ondeeu vivo sozinho, e a de uma famí-lia libanesa. No prédio somos trêsinquilinos: eu, uma família comdois filhos já matelões e um inqui-lino que também vive só e faziaaté há pouco tempo o trabalho de“Hausmeister” de nome Wolfgangcom 75 anos de idade.

Quando fui viver para o prédioele já lá estava.

O senhor Wolfgang (como eu otratava) era um Hausmeisterespectacular. Os seus dias passava-os numa garagem no quintal dacasa transformada em oficina detodas as artes: carpintaria, serral-haria e sei lá que mais. Semprecom um sorriso no rosto simpáticoe carinhoso, o Senhor Wolfgangera o farol da nossa rua. Era eleque ia visitar os doentes que esta-vam em casa; os idosos que nãotinham ninguém para fazer as

compras ou para uma conversapara acompanhar uma cerveja. Eraele ainda que arranjava tudo da-queles que tinham pequenos pro-blemas em casa. E quando nãopodia ele sabia dos meios para queas coisas aparecessem soluciona-das sem que aqueles que eram aju-dados tivessem de pagar qualquercoisa.

À 7h00 da manhã já o SenhorWolfgang se mantinha à porta dagaragem cumprimentando as pes-soas, limpando a rua, perguntadopela saúde de quem passa ou fa-zendo um pequeno giro pela rua demodo a fazer um levantamento dasnecessidades. Não discriminavaninguém e até as mulheres muçul-manas que passavam cobertas comas suas burkas ele cumprimentavacom um sorriso.

De manhã durante a sua rusgapela rua as pessoas idosas tinhamque da janela dar sinal de que tudoestava bem e se não estavam ounão compareciam à janela, podiasignificar que estavam acamadosou não se sentiam bem. Em situa-ções dessas o senhor Wolfgang ti-rava do bolso do seu fato trabalhode ganga com as eternas alças ummontão enorme de chaves e sempedir licença a ninguém entravapara se inteirar da situação. Diga-se, a este propósito, que ele tinhaas chaves de todas, mas de todas ascasas da rua, inclusive as minhasque lhe serviam para entrar e verse estava tudo bem quando não mevia durante dias.

O meu passatempo com o Se-nhor Wolfgang era de vez emquando sentarmo-nos na garagem

a cavaquear à volta de um boa gar-rafa de vinho (normalmente portu-guês) acompanhado com umaslascas de presunto e de fatias dequeijo que ele comia em minúscu-los pedacinhos porque os dentespostiços não deixavam trincar emastigar pedaços grandes de ali-mentos..

Ex-trabalhador da construçãocivil, o Senhor Wolfgang nunca foide férias para qualquer lado e estouem crer que nunca saiu da sua ci-dade. Dificilmente ele saía dali doseu habitat e não ficaria de bemconsigo se fosse passear e deixassea rua à mercê de qualquer destinoque ele não controlava.

Com ele, a rua estava sempreum brinco e em se aproximando aprimavera lá estava o Sr. Wolfgangcom a sua enorme mangueira alavar ou a esfregar a calçada, pa-rando a actividade sempre que al-guém passasse para dois dedos deconversa.

Todos os dias, à hora do al-moço, aí pelas 12h30, o SenhorWolfgang entrava no prédio aolado do nosso para ir almoçar coma sua amiga, uma viúva de fartoscabelos branco que lhe cozinhava,passava a ferro e lhe dava e retri-buía os mimos que precisava talcomo gostamos e podemos imagi-nar.

Durante a tarde, aí até às16h00, o Sr. Wolfgang voltava àsua oficina e dedicava-se a passaro tempo à volta das ferramentas decarpintaria, de serralharia e de re-paração de quase tudo porque eletinha jeito para tudo.

A sua oficina era um lugar de

inspiração para os amantes do“faça você mesmo”. Ele era for-mões, goivas, grosas, plainas,lixas, esquadros, arcos pua, brocase máquina diversas, berbequins,sutas, grampos, tornos, arrancapregos, martelos, escadas, materiale ferramenta de canalizador; bici-cletas à espera da sua vez paraserem colocadas a funcionar,enfim, uma oficina preparada paratudo.

Depois das 16h00 chegava oritual do “Feierabend” e o tempopara saborear uma cerveja bebidapor uma caneca de porcelana. Aeste momento se juntavam semprealgumas pessoas. Quando não erao caso, o Sr. Wolfgang punha umrádio antigo (que ele reparou) sin-tonizado com a músicas que elegostava.

Às vezes também me juntava aele para festejar o “Feierabend” ebebia com ele um copo de cervejaacompanhado de uma conversasobre coisas do seu mundo.

No verão, quando o Solqueima, o Sr. Wolfgang punha-seem tronco nu estendido numaespécie de cadeirão de praia a ap-anhar os raios de sol que lhe falta-vam no inverno, como, diga-se,acontece com todos nós..

Muitas vezes, estava eu emcasa e era brindado com um fartoprato de gulasch confeccionadopelo Sr. Wiofgang que ele me tra-zia para a ceia. Para retribuir, àsvezes fritava-lhe sardinhas peque-nas que ele gostava e que acom-panhávamos com salada, pão evinho.

Às vezes, depois do Gulaschou das sardelas fritas, punha-nosali na cavaqueira sobre quase tudo.Ele tinha pena de mim porquesabia da história que se tinha pas-sado com a minha ex-mulher. Masisso é outra coisa.

Até que...Até que houve um dia em que

todos acharam estranho a ausênciana rua do Sr.Wolfgang. Pela pri-meira vez não havia giro, nem oeco das palavras do Sr. Wolfganga perguntar pela saúde e boa dis-posição de todos.

Como um dia é um dia, as coi-sas passaram e ninguém deu im-portância à ausência repentinadele.

Ao segundo dia aconteceu omesmo e assim sucedeu durantequase uma semana. Toda a gentepreocupava-se e eu vim a saberque ele tinha estado durante algunsdias de cama, sendo depois levadopara o hospital por uma sua filhaque às vezes o visitava.

Não nos pareceu assim muito

surpreendente esta ida para o hos-pital do Sr. Wolfgang. É que afinalna sua idade aparecem às vezesesta ou aquela mazela que se ultra-passam com os novos milagres damedicina.

Mas quando a ausência do Sr.Wolfgang ia já na terceira semanatoda a gente se interrogava e comoconsequências dessas interroga-ções viemos todos a saber que eleestava gravemente doente comuma doença que não é para aquichamada.

Um dia, para nosso espanto, agaragem encontrava-se de novoaberta como nos velhos dias.Espreitando dei com a presença domeu amigo sentado e embrulhadoem cobertores e rodeado por algu-mas pessoas. Foi um choque paramim ver o estado em que se encon-trava; muito magro e irreconhecí-vel, com o olhar triste e um sorrisoforçado para me saudar quando meviu. Nada lhe perguntei, mas adi-vinhei que a sua situação era com-plicada .

Um dia depois de uma azáfamainabitual no prédio eu dava contade qualquer coisa que tinha conhe-cido. Quando cheguei nesse dia dotrabalho fui avisado que o Sr.Wolfgang tinha falecido e que osmédicos no hospital não conse-guindo fazer nada mandaram-nopara casa a seu pedido. E a seu pe-dido, deixaram-no passar as últi-mas horas na sua garagem emvolta das suas ferramentas quenunca mais seriam por eles utiliza-das.

Desde aí para cá a rua nuncamais foi a mesma. Alguns dos ido-sos foram para lares da terceiraidade porque já não tinham nin-guém que olhassem por eles. A ga-ragem deixou de ser oficina paraser ocupada por um carro descapo-tável. A calçada começou a estarsuja e já não se ouviam as palavrasdo Sr. Wolfgang dirigidas a todosos que passavam ou se punham àjanela para fazerem a previsão dodia, contar as aflições por que tin-ham passado durante a noite e eutinha perdido um amigo e esse per-der sentia com grande tristeza nosdias em que saia e não mais o tinhaà minha frente para o saudar e sercontagiado pelo sorriso franco ebom do Sr. Wolfgang.Leitor identificado

A amizade é um grande valor

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Passar o TempoPORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011 21

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Por Maria Helena Martins Previsões para Março de 2011

Iam dois gajos, a fazer disputas com os seus carros. Um com um LamborghiniDiablo, e o outro com um Ferrari F40. Entretanto, um deles, num desvio en-gana-se no caminho, e eles separam-se. O gajo do Ferrari, julgando que o outrotinha desistido, vai mais devagar, e com calma. Entretanto, vê um tipo nummini 1000, que estava a precisar de ajuda. - Então amigo, problemas com ocarro? - Sim, algo com o carburador, isto não anda, será que me podia rebocaraté à garagem mais próxima. - Tudo bem! Eles atam o mini ao Ferrari, e se-guem viagem. Mais à frente, num outro cruzamento, o tipo do Lamborghinitorna-se a juntar ao do Ferrari. Ao notar que este está a rebocar outro carro,abranda, e põe-se ao lado dele. O tipo do Ferrari, esquecendo-se do mini, ace-lera, e passa o Lamborghini. O gajo do Lamborghini torna-se a pôr ao lado, eassim sucessivamente, até ambos os carros atingirem grandes velocidades. Otipo do mini, que ia atrás, fartava-se de buzinar, mas ninguém o ouvia. Ao pas-sarem por um polícia que estava na berma da estrada, este resolve notificar ochefe! - Chefe, estou a precisar de férias - Porquê? Ora diga lá. - Veja lá ochefe, que acabo de ver um Ferrari e um Lamborghini em plena disputa develocidade, e ia um gajo num mini 1000 atrás, a apitar para ultrapassar.••••••••••••••••••••••••Médico: Vá à janela e deite a língua de fora. Doente: Para quê? Médico: Éque eu não gosto do tipo que mora aí em frente.••••••••••••••••••••••••••••No médico: - Sr. Dr., se toco na perna dói-me, se toco no braço dói-me, setoco na cara dói-me. O que é que eu tenho? - Um dedo partido.

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jecto deixado na gaveta.

SAGITÁRIOAmor: Dê especial atenção aos seusamigos, pois eles necessitarão da suaajuda. Saúde: Afaste-se um pouco da sua ro-tina diária, tire uns dias de folga e res-tabeleça as suas energias. Dinheiro: Possibilidade de abraçarnovos projectos profissionais que per-mitirão uma entrada extra de dinheiro.

CAPRICÓRNIOAmor: Dê a si mesmo a oportunidadede a emoção estar mais presente nasua vida.Saúde: É um período excelente paramelhorar a sua actividade física. Dinheiro: Aprimore o sentido de res-ponsabilidade e competência e o seureconhecimento será feito.

AQUÁRIOAmor: Será alvo de muita atençãopor parte de quem o rodeia. Saúde: Boa saúde e bem-estar serãoas palavras-chave que o acompanha-rão ao longo de todo o mês. Dinheiro: A obtenção de dinheiro emáreas distintas daquela em que traba-lha revelar-se-á uma boa opção quelhe possibilitará aumentar os seus ren-dimentos.

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PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011Classificados2222

CAVALHEIROReformado,69 anos, boa apresentação,livre, sem vícios, não fumador a residir naAlemanha com vida estável deseja con-hecer Senhora de boa índole amorável-des, na casa dos 60, livre sem encargospara fins de amizade ou algo mais. Res-posta a este jornal Refª 0103.

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O Jornal PORTUGAL POST, com sede em Dortmund,promove um sorteio integrado na campanha do seu 18º aniversá-rio denominada Leia e Ganhe, cujo regulamento se regerá pelasseguintas clausulas:1º - São três os prémios a sortear entre todos que subscreverem ojornal por um ano:

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