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Portuguese Cycling Magazine Nº 6 | Março/Abril 2015

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Estamos de volta para acompanhar o melhor das clássicas que marcam a primavera ciclística!

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PORTUGUESE CYCLINGMAGAZINE

WWW.PCM-PORTUGAL.COMMARÇO E ABRIL DE 2015 | 6ª EDIÇÃO

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4 | JUAN JOSÉ LOBATO

12 | PARIS-NICE

16 | TIRRENO-ADRIATICO

20 | PROGRAMA CYCLIN’ PORTU-GAL

24 | VENHAM DE LÁ AS CLÁSSI-CAS

38 | O CICLISMO PARA ALÉM DA EUROPA

CONTEÚDOS4 | JUAN JOSÉ LOBATODescobra nesta edição da Portuguese Cycling Magazine tudo um pouco mais sobre a vida e a carreira do ciclista espanhol que está a ser uma das sensações do ano de 2015.

24 | VENHAM DE LÁ AS CLÁSSICASTudo o que há para saber sobre as clássicas do mês de abril pode ser encontrado aqui. O resumo das provas que já se correram e a antevisão do Tour de Flandres, do Paris-Roubaix e também das clássicas das Ardenas.

20 | PROGRAMA CYCLIN’ PORTUGALO programa Cyclin’ Portugal da Federação Portu-guesa de ciclismo vai pôr ao rubro as estradas portuguesas com ciclismo de grande qualidade.

ESTÃO AÍ AS GRANDES CLÁSSICAS!

Estamos de volta, ainda que um pouco mais tarde do que o Estamos de volta, ainda que um pouco mais tarde do que o costume. Compromissos e imprevistos não deixaram que se editasse o número 7 mais cedo, mas aí está ela bem a tempo da Volta a Flandres! Deixámos passar algumas clássicas, mas fica o essencial do que poderemos ver no que resta deste mês de Abril. Vamos alterar a periodicidade das nossas edições, que cada vez se tornam mais complicadas de gerir, algo que será comunicado a seu tempo. Até lá aproveitemos uma das melhores temporadas a seu tempo. Até lá aproveitemos uma das melhores temporadas dentro da temporada anual do ciclismo. Boas pedaladas e cuidado com o empedrado!

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JUAN JOSÉ LOBATOO herdeiro de Freire?

O início de temporada traz sempre algumas surpresas no pe-O início de temporada traz sempre algumas surpresas no pe-lotão internacional. Todos os anos aparecem ciclistas que se destacam e que surpreendem os maiores nomes do ciclismo, este ano esse título cabe a Juan José Lobato. O velocista es-panhol, natural da Andaluzia, entrou a todo o gás no ano de 2015 e leva já três triunfos, todos eles pautados por uma facili-dade impressionante contra os melhores na arte do sprint.

Numa Espanha que começa a colocar interrogações quanto ao seu futuro, com algumas das suas estrelas a aproximarem-se do final de carreira, Lobato começa a ser visto como a nova grande arma de “nuestros hermanos”. Há já quem o aponte como

sucessor do tri-campeão do mundo Oscar Freire.

Nome: Juan José LobatoData de Nascimento: 28 de Dezembro de 1988 (26 anos)Data de Nascimento: 28 de Dezembro de 1988 (26 anos)

Local de Nascimento: Trebujena, EspanhaAltura: 1,73mPeso: 64kg

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Um hobby convertido em paixão!

Lobato foi um jovem, que como tantos Lobato foi um jovem, que como tantos outros, procurou a bicicleta como um meio de fazer desporto. Sem nunca pensar em alcançar o profissionalis-mo, usufruía do ciclismo como um complemento de uma vida saudáv-el mas a vertente competitiva rapid-amente se intrometeu no seu caminho. Em 2006 teve a sua primeira grande vitória ao ser campeão espanhol de juníores, aí sim começou a

olhar as coisas de forma diferente e a pensar que seria pensar que seria mesmo pela bicicle-ta que passaria o seu futuro. No en-

tanto não põe de lado outros despor-tos aproveitando, sempre que pode, para praticar montan-hismo e fazer caminha-das na “sua” Sierra Nevada, não estivés-semos nós a falar de

um andaluz.

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Entre Andaluzia e Can-tabriaDepois dos juniores Lobato passou, com naturalidade, para o escalão sub-23. Assim sendo no ano de 2008 assina pela for-mação Cantabria Infinita. Durante dois anos alcançou vitórias de grande nível tendo em 2008 vencido a Clasica Ciudad Torredonji-meno e também uma etapa da Volta a Madrid para o escalão de sub-23, em 2009 Madrid para o escalão de sub-23, em 2009 venceu a terceira etapa da Volta à Can-tabria.Em 2010 regressou à Andaluzia para correr na formação de sub-23 da Andalucia-Ca-jaSur. Durante o ano esteve sempre na discussão dos primeiros postos nas chegadas compactas e venceu uma etapa da Volta a Val-ladolid. Os resultados não deix-aram indiferente Antonio Cabel-lo, director desportivo da for-mação Andalucia, que chamou Lobato à primeira equipa para correr como estagiário. Fez a sua estreia no Circuito Getxo, mas a grande surpresa estava reservada para Portu-gal. Lobato integrou a equipa que disputou a Volta a Portu-gal e foi terceiro em duas etapas. Depois desta Volta Cabello não teve dúvidas e as-sinou prontamente contrato profissional com o jovem. O ano ter-minou da melhor maneiro ao alcançar o 9º posto nos mundiais de sub-23, na Austrália.

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O ano de 2011 marcou então o salto de Lobato para o ciclismo profissional na equipa da Andalu-cia – Caja Granada.A primeira parte da época decorreu de forma A primeira parte da época decorreu de forma calma com o principal objetivo a ser principal-mente para adaptação ao ritmo do pelotão elite tendo muitas vezes de medir forças com as equi-pas do escalão World Tour. Na Volta à Andaluzia alcançou o segundo lugar na chegada a Jaén, apenas atrás de Francisco Ventoso. Durante a época teve também a oportunidade de correr em paragens mais “exóticas” como a Ruta das Améri-cas, no Uruguai, a Volta à Turquia ou o Tour of Qinghai Lake, na China. Mas o dia de 31 de Julho é que iria ficar para sempre gravado na memória de Juanjo Lobato. Um ano depois estava de volta à corrida onde se tinha estreado como profissional, o Circuito Getxo, no País Basco. Desde o ano passado a prova apontava algumas mudanças com o destaque para o final que agora se fazia num muro de 800m com cerca de 8% de inclinação, ao muro de 800m com cerca de 8% de inclinação, ao jeito dos homens de clássicas como eram os casos de Joaquím Rodriguez, Katusha, e Igor

Antón, Euskaltel-Euskadi, e os sprinters mais explosivos como Francisco Ventoso, Movistar. Por isso mesmo foram essas as três formações que de pronto assumiram o controlo e tudo se dirigiu para um sprint em subida. Mas aí Lobato deixou vir ao de cima toda a sua força, e também a inteligência necessária para se chegar à vitória. A 500m da meta seguiu o ataque do francês A 500m da meta seguiu o ataque do francês Stephane Poulhies para a 100m desferir o golpe final para poder levantar os braços. Um ano depois de chegar a profissional Lobato vencia pela primeira vez entre os “homens grandes”.O ano terminou com a estreia na Volta a Espanha, tendo abandonado à 10ª etapa.Em 2012 o homem de Cádiz começou a época Em 2012 o homem de Cádiz começou a época por paragens sul-americanas onde venceu duas etapas na Volta ao Chile. Voltaria a levantar os braços em Agosto ao triunfar na quinta etapa do Tour of Qinghai Lake. Pelo segundo ano correu a Volta a Espanha, novamente de forma discreta, terminando a corrida no 174º posto.Mas o ano não terminou bem, a equipa da Andalu-Mas o ano não terminou bem, a equipa da Andalu-cia fechava as portas e Lobato corria agora em busca de uma equipa para a nova temporada.

Início da carreira profissional

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Depois do final da equipa da Andalucia Juan José Lobato conseguiu dar o salto para a equipa da Euskaltel-Euskadi. Os bascos passavam por dificuldades para se manterem no escalão máximo do ciclismo e abriram assim as portas da equipa a corredores fora do País Basco sendo Lobato um dos escolhidos. Numa temporada em que era de adaptação ao Numa temporada em que era de adaptação ao escalão máximo do ciclismo estreou-se em vários palcos como o Santos Tour Down Under mas também nas clássicas do paralelo onde correu a E3 Harelbeke e a Gent-Wevelgem, apesar de não ter terminado nenhuma das corridas. Mas a maior estreia seria sem dúvida no Tour de France e não virou a cara à corrida tendo saltado logo para a virou a cara à corrida tendo saltado logo para a fuga na primeira etapa, corrida na região da Córsega, e terminada a etapa com uma subida ao

pódio ao envergar a camisola da montanha. Entrou ainda na discussão de algumas etapas ao sprint terminando em três delas nos dez primei-ros, sendo o seu melhor resultado o quinto em Montpellier.No entanto o ano trouxe ainda vitórias, duas para ser mais concreto. Venceu a segunda etapa da Vuelta a Castilla e Leon, tendo ajudado também o seu colega de equipa Pablo Urtasun a vencer a primeira tirada. E no fim do ano voltou a repetir a vitória no Circuito Getxo, uma prova que se revela talismã na sua corrida, foi lá que se estreou como profissional, foi lá que obteve a sua primeira profissional, foi lá que obteve a sua primeira como profissional e foi também lá que entrou para a história do ciclismo basco ao ser o último corre-dor a vencer uma etapa com a camisola laranja da Euskaltel-Euskadi.

O último tiro da Euskaltel

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O ano de 2011 marcou então o salto de Lobato para o ciclismo profissional na equipa da Andalu-cia – Caja Granada.A primeira parte da época decorreu de forma A primeira parte da época decorreu de forma calma com o principal objetivo a ser principal-mente para adaptação ao ritmo do pelotão elite tendo muitas vezes de medir forças com as equi-pas do escalão World Tour. Na Volta à Andaluzia alcançou o segundo lugar na chegada a Jaén, apenas atrás de Francisco Ventoso. Durante a época teve também a oportunidade de correr em paragens mais “exóticas” como a Ruta das Améri-cas, no Uruguai, a Volta à Turquia ou o Tour of Qinghai Lake, na China. Mas o dia de 31 de Julho é que iria ficar para sempre gravado na memória de Juanjo Lobato. Um ano depois estava de volta à corrida onde se tinha estreado como profissional, o Circuito Getxo, no País Basco. Desde o ano passado a prova apontava algumas mudanças com o destaque para o final que agora se fazia num muro de 800m com cerca de 8% de inclinação, ao muro de 800m com cerca de 8% de inclinação, ao jeito dos homens de clássicas como eram os casos de Joaquím Rodriguez, Katusha, e Igor

Antón, Euskaltel-Euskadi, e os sprinters mais explosivos como Francisco Ventoso, Movistar. Por isso mesmo foram essas as três formações que de pronto assumiram o controlo e tudo se dirigiu para um sprint em subida. Mas aí Lobato deixou vir ao de cima toda a sua força, e também a inteligência necessária para se chegar à vitória. A 500m da meta seguiu o ataque do francês A 500m da meta seguiu o ataque do francês Stephane Poulhies para a 100m desferir o golpe final para poder levantar os braços. Um ano depois de chegar a profissional Lobato vencia pela primeira vez entre os “homens grandes”.O ano terminou com a estreia na Volta a Espanha, tendo abandonado à 10ª etapa.Em 2012 o homem de Cádiz começou a época Em 2012 o homem de Cádiz começou a época por paragens sul-americanas onde venceu duas etapas na Volta ao Chile. Voltaria a levantar os braços em Agosto ao triunfar na quinta etapa do Tour of Qinghai Lake. Pelo segundo ano correu a Volta a Espanha, novamente de forma discreta, terminando a corrida no 174º posto.Mas o ano não terminou bem, a equipa da Andalu-Mas o ano não terminou bem, a equipa da Andalu-cia fechava as portas e Lobato corria agora em busca de uma equipa para a nova temporada.

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Com um percurso algo diferente do da edição anterior, a prova francesa começou com um curto prólogo em que o atual campeão mundial de estrada, Michal Kwiatkowski, demonstrou a sua versatilidade em cima da bicicleta, vencendo a etapa por apenas algumas centésimas ao atual Recordista da Hora, Rohan Dennis. Seguiram-se três etapas para os homens rápidos brilharem, três etapas para os homens rápidos brilharem, onde se viu Alexander Kristoff, André Greipel e Michael Matthews a levantarem os braços sobre a linha de meta, não tendo existido um dominador nas chegadas em pelotão compacto da prova francesa.

SKY FEZ A DOBRADINHA NA CHEGADA AO ALTO

Com um percurso algo diferente do da edição anteri-or, a prova francesa começou com um curto prólogo em que o atual campeão mundial de estrada, Michal Kwiatkowski, demonstrando a sua versatili-dade em cima da bicicleta, venceu a etapa por apenas algumas centésimas ao atual Recordista da Hora, Rohan Dennis. Seguiram-se três etapas planas em que foram os homens rápidos a brilhar, onde se viu Alexander Kristoff, André Greipel e Michael Matthews a levantarem os braços sobre a linha de meta, não tendo existido um dominador nas chegadas em pelotão compacto da prova franc-esa. Já as estrelas francesas do sprint Arnaud Démare, Nacer Bouhanni e Bryan Coquard não con-seguir, para tristeza dos seus compatriotas chegar à vitória, ficando-se apenas por alguns lugares no pódio das etapas.A única etapa com chegada em alto da competição viu a Team Sky dominar do princípio ao fim da subida, formando um comboio de trabalho a partir

do momento em que o terreno inclinou, eliminan-do homem a homem a concorrência, com Richie Porte a ser o grande vencedor do dia, acompan-hado por Geraint Thomas, seu companheiro de equipa. Após um dia no alto, surgiu um outro dia calmo na competição e com a vitória a sorrir a Davide Cimolai, um resultado surpreendente do italiano frente aos sprinters presentes nesta com-petição. A sexta etapa, com chegada a Nice, acabou então por ser a etapa rainha desta competição na estrada, uma etapa marcada pelo frio, pela chuva e por quedas! Num dia que se sabia difícil, Tony Gallopin conseguiu vencer e vestir a camisola am-arela ao atacar no momento certo e ter forças para se manter na frente, algo que Michal Kwiat-kowski não conseguiu, tendo perdido tempo para quase toda a concorrência. Depois do domínio da Team Sky na chegada em alto, este foi um dia negro para a equipa que viu os seus dois líderes

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a caírem na descida final em direção a Nice, aca-a caírem na descida final em direção a Nice, aca-bando por não serem capazes de tirar partido das dificuldades do polaco da Etixx – Quick Step. Entre o vencedor da etapa e o grupo dos três ciclistas anteriormente referidos chegou um grupo em que se encontravam dois dos homens que estiveram em destaque na última etapa desta competição, Simon Spilak e Rui Costa.competição, Simon Spilak e Rui Costa.Numa crono-escalada ao Col d’Éze, com cerca de dez quilómetros, Richie Porte juntou mais uma vitória ao seu palmarés, conquistando assim a camisola amarela do Paris – Nice pela segunda vez na sua carreira! O pódio do dia foi completo por Simon Spilak e Rui Costa, ciclistas que, na classificação geral, terminaram empatados com Michal Kwiatkowski, tendo sido os milésimos de Michal Kwiatkowski, tendo sido os milésimos de segundo do prólogo inicial a definir a ordem entre eles: Michal Kwiatkowski em segundo, Simon Spilak em terceiro e o português Rui Costa na quarta posição.

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QUINTANA LEVOU, MAIS UMA VEZ, AS CORES DA COLÔMBIA BEM ALTO

Com início em Lido di Camaiore, num curto prólogo de de 5400 metros, foi o italiano Adriano Malori que conseguiu conquistar a vitória, a sua segunda nesta temporada, onde continua a se afirmar como um dos melhores ciclistas do mundo na especialidade. Seguiu-se uma etapa plana, com vitória de Jens Debusschere, uma etapa marcada por uma queda já nos metros finais que arredou alguns dos já nos metros finais que arredou alguns dos homens rápidos da luta pela vitória. Na segunda posição do dia ficou Peter Sagan, posição que repe-tiu no dia seguinte, atrás de Greg Van Avermaet, numa etapa em que acabaram por se registar alguns cortes no pelotão. Ao quarto dia de competição deu-se a surpresa da Ao quarto dia de competição deu-se a surpresa da prova, com Wout Poels da Team Sky a atacar nos metros finais da segunda passagem pelo Crispiero,

conseguindo chegar à meta instalada em Castel-raimondo com 14 segundos de vantagem para o pelotão, o suficiente para iniciar a etapa rainha com a camisola azul, símbolo de liderança da prova italiana. Já na difícil chegada a Terminillo, debaixo de um forte nevão, foi o colombiano Nairo Quintana que demonstrou ser mais forte que toda a concorrência, sendo capaz de ganhar que toda a concorrência, sendo capaz de ganhar 41 segundos a Bauke Mollema e 55 segundos a um grupo onde se encontravam, entre outros, Alberto Contador, Joaquin Rodriguez e Rigoberto Uran, uma vantagem que lhe permitiu assumir a liderança da prova e não mais de lá sair.A etapa seguinte ficou marcada pelo regresso às vitórias de um dos ciclistas mais regulares do pelotão, Peter Sagan, mais de nove meses

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depois da sua última vitória e a sua primeira vitória com as cores da Tink-off – Saxo, equipa para a qual se transferiu esta temporada. A terminar a Corrida dos Dois Mares encontra-va-se um curto contra-relógio individ-ual que viu Fabian Cancellara ser o homem mais rápido do dia, ao percor-rer 10 quilómetros a uma velocidade superior a 52,7 km/h! O contra-reló-gio acabou por servir também de con-firmação da vitória de Nairo Quintana na classificação geral, com Bauke Mollema e Rigoberto Uran a comple-tarem o pódio da quinquagésima edição do Tirreno – Adriatico.

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O calendário de ciclismo de estrada portu-O calendário de ciclismo de estrada portu-guês iniciou-se com a Volta ao Algarve e, desde então, graças ao novo programa da Federação Portuguesa de Ciclismo – Cyclin’ Portugal – tem existido competição pelas estradas nacionais todos os fins-de-semana, algo que veio enriquecer a temporada nacion-al mas também trazer algumas equipas al mas também trazer algumas equipas estrangeiras a estagiar no nosso país!Com início a 18 de Fevereiro, Gianni Meers-man da Etixx – Quick Step foi o primeiro homem a levantar os braços em símbolo de vitória em Portugal na presente temporada, após um sempre difícil final de etapa em Albufeira. Seguiu-se o primeiro dia de difi-culdades na prova algarvia, o dia em que Ge-raint Thomas venceu a etapa, vestiu a cami-raint Thomas venceu a etapa, vestiu a cami-sola amarela e não mais a largou até ao final. Pelo meio, houve ainda um con-tra-relógio individual vencido por Tony Martin e a já habitual chegada ao Alto do Malhão, onde foi Richie Porte o grande vencedor do dia, mantendo a tradição da Sky de vencer sempre a chega-da ao Alto do Malhão em todas as edições da Volta ao Algarve que participaram desde 2011. A fechar os cinco dias de competição, foi André Greipel que venceu a chegada ao sprint a Vilamoura, naquele que foi o dia de consagração de Geraint Thomas como grande vencedor da Algarvia!

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CLÁSSICA DE LOULÉSeguiu-se a Clássica Internacional Loulé – Seguiu-se a Clássica Internacional Loulé – Cidade Europeia do Desporto, com um percur-so relativamente acidentado e onde a vitória acabou por sorrir a Michael Woods da equipa Optum p/b Kelly Benefit Strategies, uma prova que ficou marcada pelo engano, por parte dos ciclistas que perseguiam o vencedor da corrida, já nos últimos quilómetros e que da corrida, já nos últimos quilómetros e que ditou que o canadiano fosse mesmo o vence-dor. O pódio foi completo por César Fonte da Rádio Popular – Boavista e por Jesse Antho-ny, colega de equipa do vencedor.

TROFÉU ALPENDRENovo fim-de-semana, nova competição! O 25º Troféu Alpendre – Internacional do Guadi-ana correu-se entre os dias 7 e 8 de Março, com ambas as etapas a sorrirem novamente a ciclistas estrangeiros! A primeira das duas etapas foi vencida por Jordi Simon da Team

Ecuador que, após andar todo o dia em fuga, ao lado de Hernâni Broco, conseguiu isolar-se e garantir a vitória. Já a segunda etapa viria a ser novamente vencida por um ciclista da Optum , Ryan Anderson, que mostrou estar em boa forma. A classificação geral foi então vencida por Jordi Simon, seguido de Hernâni Broco e com Ryan Anderson a ser terceiro.Broco e com Ryan Anderson a ser terceiro.

CLÁSSICA DE PRIMAVERAJá no último fim-de-semana o pelotão rumou ao Norte do país, até à Póvoa de Varzim, onde se correu a 19ª Clássica da Primavera, a prova que finalmente viu um ciclista português a levantar os braços enquanto vencedor! Foi Pedro Paulinho, ciclista da LA – Antarte, o primeiro vencedor português da temporada e o pódio ficou completo com a presença de o pódio ficou completo com a presença de Daniel Freitas da Anicolor e de Manuel Cardo-so da Team Tavira, naquele que foi um final disputado ao sprint.

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Mas o ciclismo nesta fase inicial da tempora-da não se ficava por aqui e, entre os dias 21 e 22 de Março corria-se o 7º Grande Prémio Lib-erty Seguros – Troféu Sudoeste e Costa Vicen-tina. A etapa inicial disputava-se na zona do Litoral Alentejano e Algarvio numa longa tirada de mais de 200km e que, nesta altura da época, configurava um grande desafio para o pelotão nacional em início de temporada. A fase inicial da etapa manteve-se controlada pelas equipas nacionais mas no último terço da tirada a forte chuvada que se fez abater deixou a corrida completamente desgoverna-da. Desta forma isolaram-se na frente Pawel Franczak e Pawel Bernas da equipa polaca Ac-Franczak e Pawel Bernas da equipa polaca Ac-tiveJet e que conseguiram impor a sua força a rolar para chegarem isolados a Vila do Bispo, sendo Bernas o vencedor da tirada. Destaque

também para o jovem português Cesar Martin-gil que assinava um honroso 4º lugar, sendo mesmo o primeiro representante das equipas nacionais.O segundo dia a corrida foi de constante ataque. A meia da tirada já o pelotão estava completamente fraturado com vários ataques na única contagem de montanha do dia. Os ataques foram-se sucedendo mas o decisivo acabaria por aparecer a 10km da meta, numa das curtas subidas do dia. Entre escapados o português Ruben Guerreiro que, conhecendo português Ruben Guerreiro que, conhecendo melhor as estradas nacionais, não deixou escapar a vitória na tirada para os seus cole-gas de fuga. Com a vitória na tirada o jovem português levava também a geral relegando para segundo o anterior camisola amarela, Pawel Bernas, e para terceira Colin Joyce.

GRANDE PRÉMIO LIBERTY SEGUROS

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33ª VOLTA AO ALENTEJODe 25 a 29 de Março desenrolou-se a 33ª De 25 a 29 de Março desenrolou-se a 33ª Volta ao Alentejo, prova que fechava este pro-grama Cyclin’ Portugal. O primeiro dia de prova disputava-se em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede com partida em Por-talegre e final em Castelo de Vide, naquela que configurava a etapas mais dura da prova. O vencedor foi o neozelandês James Oram, O vencedor foi o neozelandês James Oram, Axeon, seguido do colega Ruben Guerreiro e com Delio Fernandez a ser terceiro. O segun-do dia com um terreno já mais plano consa-grou Manuel Cardoso na chegada a Mora batendo Samuel Caldeira e Ryan Anderson no sprint final e arrecadando a camisola am-arela. Sprint esse que se voltaria a repetir no dia seguinte em Mértola mas desta vez com o holandês Johim Ariesen, Metec THK Cy-cling Team, à frente de Manuel Cardoso e Pawel Franczak. A etapa acabou também por ficar marcada pelas quedas com vários ciclis-tas a “provarem” o alcatrão.A quarta tirada acabaria por marcar o des-fecho da prova. Com a subida à Serra de Grândola a cerca de 20km da meta um grupo isolou-se na frente de corrida e não viriam a ser alcançados, desse grupo saltava Pawel Bernas da ActiveJet que ganhava a etapa em Vila Nova se Santo André, seguido de Delio Fernandez e Sérgio Sousa, e chegava assim à Fernandez e Sérgio Sousa, e chegava assim à amarela. A última etapa com um perfil com-pletamente plano teve o desfecho esperado, uma chegada ao sprint onde o mais forte voltou a ser o holandês Johim Ariesen à frente de Samuel Caldeira e de Daniel Freit-as. A corrida acabava assim com a vitória do polaco Pawel Bernas, o 33º vencedor difer-ente da corrida!

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Os meses de

Março e Abril são sinónimos de clássicas e

provas de um dia, não só no asfalto mas também sobre os blocos de pavé! Durante

o espeço deste dois meses são corridos quatro dos cinco Monumentos do Ciclismo e, além deles, existem cinco Monumentos do Ciclismo e, além deles, existem ainda outras provas históricas como a Amstel Gold

Race e a La Flèche Wallonne

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dos até à subida da Cipressa o pelotão teve uma reação rápida, sendo que os homens de negro e azul acabaram por ser alcançados no início da subida.Na Cipressa os ataques não se fizeram esper-Na Cipressa os ataques não se fizeram esper-ar com a BMC a colocar na cabeça de corri-da Greg Van Avermaet e Silvian Dillier, a Sky de novo com Thomas e Swift e a Ettix tinha o campeão checo Zdenek Stybar. Mas rapidamente era de novo anulada esta tenta-tiva, mas o ritmo nem assim diminui com Nordaugh e Arredondo a acelerarem cada vez mais o pelotão. Atrás os sprinters sofri-am para se manterem em contacto com o grosso da coluna. Na descida voltavam-se a mover homens importantes desta vez com Daniel Oss e, mais uma vez, Geraint Thomas.Esta dupla entraria isolada na subida decisi-va do Poggio, sendo que atrás a perseguição

No passado dia 22 de Março correu-se a primeira grande clássica da temporada, a Mi-lano-Sanremo. E grande é mesmo o melhor adjetivo para definir esta maratona de 293km e que coroou John Degenkolb como o vence-dor do primeiro monumento do ano.A fuga do dia deu-se praticamente à saída de Milão constituído por onze homens que rolar-am isolados até bem perto dos cinquenta quilômetros finais. Daí em diante começou a desenhar-se o espetáculo a Sky a assumir a frente da corrida na passagem pela curta subida de Passo Berta, no entanto na descida Ian Stannard foi ao chão, levando consigo o Ian Stannard foi ao chão, levando consigo o português Rui Costa, provocando uma situ-ação de corrida inesperada com a equipa britânica a deparar-se com três homens em posição mais adiantada, Luke Rowe, Geraint Thomas e Bem Swift. Apesar do esforço de Luke Rowe para levar os seus colegas isola-

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GERAINT THOMAS NÃO HESITOU NA HORA DE ATACAR

era encabeçada pelos companheiros de Alex-era encabeçada pelos companheiros de Alex-ander Kristoff, especialmente Luca Paolini. O ritmo imposto parecia ser do agrado da maioria dos homens do grupo já que as movi-mentações foram praticamente inexistentes, com Geraint Thomas a ser alcançado já na descida, para trás ficaram definitivamente Mark Caven-definitivamente Mark Caven-dish e Andre Greipel. Na desci-da destaca ainda para a queda que levou ao chão Phillipe Gil-bert, Zdenek Stybar, Michal Kwi-atkowsi e o vencedor de 2013, Gerald Ciolek, que não deixou de demonstrar a sua ira ao “es-magar” o seu capacete no chão.Na frente preparava-se já o sprint final, novamente com Ge-raint Thomas a trazer Bem Swift, e mais tarde com outra das figuras da corrida, Luca Paolini, que depois do grande trabalho que fez no Poggio con-duziu o pelotão até aos últimos duziu o pelotão até aos últimos duzentos metros, deixando aí a corrida entregue aos homens mais fortes do pelotão com Krist-off a sair na frente mas a não con-seguir aguentar a investida de John Degenkolb. O alemão inscrevia assim no seu palmarés o primeiro monumen-to do ano de 2015.

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muita dureza, naquela que é considerada uma das melhores provas da temporada e o maior evento desportivo na Bélgica. A grande particularidade deste ano está no A grande particularidade deste ano está no facto de não alinharem à partida Fabian Can-cellara e Tom Boonen, dois recordistas da prova, ambos com três vitórias na corrida e que dividem entre si seis das últimas dez edições da prova!Sem a presença de nenhum deste dois nomes, ambos vítimas de queda, Boonen no Paris-Nice e Cancellara no E3 Harelbeke, a corrida fica sem um grande favorito à parti-da sendo então de esperar uma prova muito mais aberta e mais discutida. No entanto no meio dos homens que estarão Domingo na partida em Brugge há um que sabe bem o partida em Brugge há um que sabe bem o que é ganhar aqui, falamos de Stijn Devold-er da Trek que venceu a corrida em 2008 e 2009!

Como sempre acontece todos os anos o Do-mingo de Páscoa é dia de ciclismo e este ano calhou em sorte que, enquanto nós por cá em Portugal reunimos em família, na Bélgica se corra a mais importante prova do País, a Ronde van Vlaanderen ou Volta a Flandres – traduzindo para português.Como é imagem de marca desta corrida, e de todas as clássicas de paralelo belgas, são os muros que ditarão o desfecho desta prova. A prova mudou significativamente a sua cara em 2012 com a alteração do percur-so que tirou de cena o Muur van Geraards-bergen – foi lá que terminou a etapa do Eneco Tour ganha por Greg Van Avermaet Eneco Tour ganha por Greg Van Avermaet no ano passado. Agora são o Koppenberg, o Paterberg e o Oude Kwaremont as princi-pais dificuldades dificuldades da prova, não sendo já pontos desconhecidos de nenhum fã de ciclismo! Serão 265 quilómetros de

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GENT-WEVELGEME TUDO O VENTO LEVOUA última grande clássica do paralelo antes A última grande clássica do paralelo antes do Tour de Flandres, a Gent-Wevelgem, correu-se no passado domingo, dia 29 de Março. Usualmente denominada como a clássica das sprinters a prova foi ganha os últimos anos por nomes como John Degenkolb, Peter Sagan ou Tom Boonen.Peter Sagan ou Tom Boonen.Sete homens formaram a fuga do dia, tendo disfrutado de um máximo de nove minutos de vantagem em relação ao pelotão principal. À medida que a corrida endurecia e com a pas-sagem dos primeiros sectores de paralelo a fuga era absorvida e o pelotão ia-se fracionan-do cada vez mais, no final do terceiro setor apenas 25 homens estavam no grupo princi-apenas 25 homens estavam no grupo princi-pal. Com a primeira passagem no Kemmelberg surge a primeira grande movimentação do dia, Jurgen Roelandts atacou a mais de oitenta quilômetros do final abrindo um fosso bem interessante para os homens que seguiam atrás. Stijn Vandenbergh, Geraint Thomas, Sep Vanmarcke, Daniel Oss e Jens Debusschere formavam o grupo perseguidor, Debusschere formavam o grupo perseguidor, mais tarde juntavam-se, vindos do pelotão, Luca Paolini e Niki Terpstra. Com a pas-sagem dos quilômetros a vantagem de Roe-landts teimava em não diminuir, cifrando-se sempre em volta dos dois minutos. No entan-to as forças do belga foram-se esvanecendo e acabaria por ser apanhado, completamente exausto, a 17km do final por um grupo onde já não estava Daniel Oss. Daí em diante as obrigações da corrida caíram em cima dos

dos homens da Ettix, com duas unidades no grupo, e que punha Stijn Vandenbergh no con-trolo. À entrada dos últimos quilômetros começou o habitual jogo do gato e do rato nestas situações, com vários ataques e con-tra-ataques, constantes mudanças de ritmo, mas sem ninguém conseguir ganhar van-tagem. Mas a seis quilômetros da meta foi o veterano Luca Paolini que saltou do grupo e conseguiu abrir uma vantagem que se revelou decisiva. Cá atrás ninguém encetou uma ver-dadeira perseguição ao italiano, que assim vencia isolado, o pódio seria completado por Niki Terpstra e Geraint Thomas.

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muita dureza, naquela que é considerada uma das melhores provas da temporada e o maior evento desportivo na Bélgica. A grande particularidade deste ano está no A grande particularidade deste ano está no facto de não alinharem à partida Fabian Can-cellara e Tom Boonen, dois recordistas da prova, ambos com três vitórias na corrida e que dividem entre si seis das últimas dez edições da prova!Sem a presença de nenhum deste dois nomes, ambos vítimas de queda, Boonen no Paris-Nice e Cancellara no E3 Harelbeke, a corrida fica sem um grande favorito à parti-da sendo então de esperar uma prova muito mais aberta e mais discutida. No entanto no meio dos homens que estarão Domingo na partida em Brugge há um que sabe bem o partida em Brugge há um que sabe bem o que é ganhar aqui, falamos de Stijn Devold-er da Trek que venceu a corrida em 2008 e 2009!

Como sempre acontece todos os anos o Do-mingo de Páscoa é dia de ciclismo e este ano calhou em sorte que, enquanto nós por cá em Portugal reunimos em família, na Bélgica se corra a mais importante prova do País, a Ronde van Vlaanderen ou Volta a Flandres – traduzindo para português.Como é imagem de marca desta corrida, e de todas as clássicas de paralelo belgas, são os muros que ditarão o desfecho desta prova. A prova mudou significativamente a sua cara em 2012 com a alteração do percur-so que tirou de cena o Muur van Geraards-bergen – foi lá que terminou a etapa do Eneco Tour ganha por Greg Van Avermaet Eneco Tour ganha por Greg Van Avermaet no ano passado. Agora são o Koppenberg, o Paterberg e o Oude Kwaremont as princi-pais dificuldades dificuldades da prova, não sendo já pontos desconhecidos de nenhum fã de ciclismo! Serão 265 quilómetros de

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A fechar o período de clássicas do pavé, corre-se o terceiro A fechar o período de clássicas do pavé, corre-se o terceiro Monumento da Temporada, a centésima décima terceira edição do Paris – Roubaix, a Rainha das Clássicas! Não existe melhor forma de descrever o que os ciclistas irão enfrentar 12 de Abril do que um “Domingo no Inferno”, o Inferno do Norte! Serão 253 quilómetros a fazer a ligação entre Compiégne e o Velódromo de Roubaix, vinte e Compiégne e o Velódromo de Roubaix, vinte e sete sectores de pavé ao longo do percurso e uma vitória de sonho na perspetiva de sucesser a Niki Terpstra, o vencedor surpreendente da edição de 2014. A corrida francesa é única na temporada sendo sempre pautada por uma grande imprevisibilidade.Resistência, gestão do esforço e colocação, polvilhadas com uns pozinhos de sorte, são essenciais para quem quiser ser o primeiro no velódromo, uma equipa forte pode fazer a diferença na hora de estar na frente na abordagem dos sectores de paralelo. A travessia de sectores como estes são extremamente desgastantes sendo muito extremamente desgastantes sendo muito comum a imagem dos corredores enfilados, por isso mesmo a diferença entra estar na frente e estar atrás no grupo pode traduzir-se em quinhentos metros ou mais. A “abertura das hostilidades” dá-se, normalmente, na em-blemática Floresta de Arenberg, sector de mais de 2km e de categoria máxima, 5 mais de 2km e de categoria máxima, 5 estrelas. No entanto o ponto mais marcante na prova é a passagem no Carrefour de l’Arbre, o último sector de cinco estrelas antes da meta e onde se costumam assistir aos ataques decisivos das principais figuras.

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Pela primeira vez desde 2001, não vamos ter nem Tom Boonen nem Fabian Cancellara pre-sentes nos monumentos do pavé. Para muitas pessoas vai tirar interesse à corrida, mas na verdade veio abrir imenso o lote de possíveis vencedores.Há vários nomes possíveis, mas há alguns que se destacam. Começamos por Sep Van-marcke, que já esteve bastante perto no passa-do e que agora vê-se finalmente como o princi-pal favorito a vencer um dos monumentos já este ano. Ele adapta-se perfeitamente às coli-nas da De Ronde, mas no Paris-Roubaix também será certamente um dos mais fortes. Já no que toca à armada da Etixx, o jogo pode ter ficado muito em aberto. Não seria surpreen-dente que Zdenek Stybar fosse a aposta princi-pal na Flandres e que Niki Terpstra fosse a escolha em Roubaix na tentativa de revalidar a vitória na prova, mas muitas vezes as con-tingências da prova, como furos, quedas ou

cortes levam a mudanças de planos e a equipa ainda tem nomes como Stijn Vandenbergh ou até mesmo Matteo Trentin e Guillaume Van Keirsbulck para mexer com corrida. Em caso de uma chegada ao sprint num grupo reduzi-do, o nome que mais se fala é o de Alexander Kristoff. O norueguês está numa forma fantástica e aponta aqui à vitória numa das 2 fantástica e aponta aqui à vitória numa das 2 clássicas depois de ter estado perto na Ronde em 2014. Mas também há outros nomes im-portantes nos sprinters. John Degenkolb já venceu em San Remo este ano e o ano passa-do foi 2º em Roubaix. Peter Sagan tem que começar a tentar salvar a temporada e corre sob imensa pressão de Oleg Tinkov.No entanto, nunca podemos deixar de fora a Sky que tem tido uma temporada do pavé quase irrepreensível e aposta aqui em 3 nomes para vencer: Geraint Thomas, Bradley Wiggins e Ian Stannard. No que toca ao galês Thomas, é um dos favoritos máximos a

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vencer na Flandres, mas mesmo o terreno plano do Paris-Roubaix adapta-se à sua quali-dade. Tem feito um início de temporada abso-lutamente fantástico. O nome de Wiggins é sempre sonante numa prova e a verdade é que ele vai estar aqui nas suas últimas provas com a camisola da Sky e certamente ainda quer deixar a sua marca ainda mais vincada. Por último, temos Ian Stannard que já venceu a Omloop este ano, mas ainda não conseguiu brilhar nos monumentos. Terá aqui a sua opor-tunidade, finalmente. Dentro dos nomes mais sonantes há também um nome que não podem-os deixar de fora que é Greg van Avermaet. A sua postura combativa poderá finalmente dar frutos em provas tão abertas como estas e vai ter a seu lado uma equipa de qualidade em que temos que destacar Daniel Oss, que está a fazer uma temporada de clássicas excelente, e Jempy Drucker, que tem crescido bastante de ano para ano e poderá ser uma agradável sur-presa.presa.Contudo, com um leque tão aberto de favori-tos não podemos deixar os outsiders de fora: Na Trek temos Stijn Devolder, vencedor de duas Ronde Van Vlaanderen, e Jasper Stuyven, que já venceu o Paris-Roubaix em juniores. A Lotto traz Jurgen Roelandts, que já fez pódio na Ronde, mas também tem o jovem Tiesj Benoot. A Ag2R tem Johan Van jovem Tiesj Benoot. A Ag2R tem Johan Van Summeren, Damien Gaudin, Sebastien Turgot e Sebastien Minard. Lars Boom é outro nome importante, ele que será o líder da Astana. Dentro da equipa da FDJ vamos ter Mathieu Ladagnous e Yoann Offredo, como líderes. Sylvain Chavanel será o líder da IAM, mas tendo Heinrich Haussler como 2º IAM, mas tendo Heinrich Haussler como 2º plano. Na Lampre vamos ter Pippo Pozzato e na Orica vamos ter Jens Keukeleire e Mat-

thew Hayman. A Garmin-Cannondale vem apetrechada com Sebastian Langeveld e o jovem Dylan van Baarle. A Giant além do já referido Degenkolb, tem também Bert de Backer, que fez um Paris-Roubaix incrível o ano passado. A Katusha terá em Luca Paolini o seu segundo plano, vencedor da Gent-Wev-elgem este ano. A Androni tem em Oscar elgem este ano. A Androni tem em Oscar Gatto um outsider interessante, tal como a Cofidis tem em Florian Senechal, que já venceu também o Paris-Roubaix em juniores. A Roompot traz o vencedor da Ronde van Vlaanderen em sub-23, Dylan Groenewegen. Matti Breschel poderá surpreender com a Tinkoff. Por último, as equipas continentais Tinkoff. Por último, as equipas continentais belgas depositam as suas maiores esperanças em Edward Theuns, pela Topsport, e Bjorn Leukemans, pela Wanty.

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LIEGE-BASTOGNE-LIEGEO quarto Monumento da temporada e última O quarto Monumento da temporada e última grande clássica da Primavera irá para a estra-da no dia 26 de Abril, com a Liège – Bas-togne – Liège a ser o auge de uma difícil e emocionante semana nas Ardenas! Com um percurso recheado de colinas e subidas com pendentes que fazem doer as pernas só de ver. Subidas míticas desta corrida como o Côte de la Redoute, o Côte de Saint Nicolas e a subida final do Col de Ans serão certamente marcantes nesta corrida onde as movimen-tações serão uma constante.Além de ser das vitórias mais desejadas no palmarés de um ciclista, nos últimos anos foi vencida por algumas surpresas como Maxim Iglisnky, Daniel Martin e Simon Gerrans que, apesar de bons ciclistas, não partiam como favoritos à vitória da respetiva edição.

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As clássicas das Ardenas são das provas mais desejadas pelos ciclistas do pelotão internac-ional, por isso mesmo existe uma longa lista de corredores que são vistos como candidatos a triunfar no trio das clássicas acidentadas. Entre trepadores, puncheurs e homens mais ou menos velozes a lista de nomes é grande sendo encabeçada por três nomes: Alejandro sendo encabeçada por três nomes: Alejandro Valverde, Daniel Martin e Michal Kwiat-kowski, campeão do mundo em título.Os anos passam por Alejandro Valverde, mas nem por isso o espanhol deixa de ser uma das principais setas apontadas ao trio de corridas das Ardenas. A primeira participação do ciclis-ta natural de Las Lumbreras de Monteagudo remonta ao longínquo ano de 2002 ainda no seu primeiro ano como ciclista profissional. O espanhol conta com quatro destas clássicas no espanhol conta com quatro destas clássicas no seu palmarés, duas Flèche Wallone e duas Liege-Bastogne-Liege, faltando a Amstel Gold Race, prova que já terminou por duas

vezes no pódio mas nunca no lugar mais alto. Apesar dos seus 34 anos uma das suas ima-gens de marca é a sua regularidade sendo um dos ciclistas que mais acumula vitórias ao longo do ano e 2015 não é exceção, já leva quatro triunfos na presente temporada.Já o irlandês Daniel Martin é mais um dos homens fortes na luta pela tripla das Ardenas, tendo sido o vencedor da Liege-Bastog-no-Liege de 2013. O corredor da Garmin sur-preendeu toda a gente ao vencer “La Doy-enne” de há dois anos frente a Joaquin Rodri-guez e passou a ser um dos nomes grandes quando se chega a esta semana do ciclismo. No ano passado tudo parecia encaminhado para a dobradinha na corrida belga mas uma queda na última curva deitou por terra aquela que parecia uma “vitória cantada”. Para além disso foi também segundo na Flèche Wallone de 2014 e acima de tudo vencedor do Giro di Lombardia, também de 2014.Lombardia, também de 2014.

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O campeão do mundo Michal Kwiatkowski O campeão do mundo Michal Kwiatkowski é também ele uma das armas apontadas ao triunfo em cada uma das clássicas e será cer-tamente um dos nomes grandes a ter em conta durante toda a semana. No ano passa-do o polaco conseguiu terminar a Amstel Gold Race no quinto posto e as outras duas clássicas no quinto. Dono de uma leitura de corrida excecional e muito forte a finalizar pode ser sem dúvida um dos homens a levar uma das grandes clássicas para casa.Mas muitos outros nomes são para ter em Mas muitos outros nomes são para ter em conta como o de Phillipe Gilbert, três vezes vencedor da Amstel Gold Race incluindo a do ano passado, também Joaquin Rodriguez, vencedor da Fleche Wallone de 2012, e o seu companheiro de equipa Daniel Moreno, vencedor da mesma corrida no ano de 2013. Já mesma corrida no ano de 2013. Já Simon Gerrans, detentor da Liege-Bastogne-Liege, está a ter uma temporada negra com duas quedas que o obrigaram a longas para-gens, não sendo certo em que estado de forma se irá apresentar.E para defender as esperanças lusas tere-mos nada mais nada menos que Rui Costa que no ano passado fui marcado pela má sorte nas Ardenas tendo caído em duas delas. No entanto os créditos do português para este tipo de provas são mais que firma-dos, não estivéssemos nós a falar de um ex-campeão do mundo e terceiro do Giro di ex-campeão do mundo e terceiro do Giro di Lombardia do ano passado.

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República Dominicana, tem também ela um percurso algo acidentado e foi uma prova ven-cida por Robigzon Leandro Oyola, um ciclis-ta colombiano que, mesmo sem vencer nenhu-ma etapa, acabou por estar sempre nos lugares certos no fim das etapas. Mas o America Tour não se resume apenas à América do Sul e, ao longo do ano, tem provas como a Amgen Tour of California, Vuelta a Colombia, USA Pro Challenge ou o Tour of Alberta, um cal-endário que se iniciou a 9 de Janeiro e apenas terminará no dia 25 de Dezembro, num total de 34 provas!Falando agora do Africa Tour, este é compos-to por 37 corridas, de onde se destaca a La Tropicale Amissa Bongo, uma prova que cos-tuma contar com várias formações europeias e que este ano foi vencida por Rafaâ Chtioui. Uma das grandes fragilidades do calendário africano de estrada é mesmo o facto dessa ser a única prova de classificação .1, sendo o

restante calendário limitado a equipas do próprio continente, o que torna este conti-nente pouco competitivo e atrativo ao longo de todo o ano, apesar de se ter iniciado em Janeiro e ir apenas terminar em Dezembro.O Oceania Tour é o calendário mais curto de todos os continentes, quer em número de provas, quer em período onde as corridas se disputam. Com início a 8 de Janeiro com os Campeonatos Nacionais, decorreu até ao dia 28 de Fevereiro com a realização da The REV Classic, sendo que, ao excluirmos os Campe-onatos Nacionais e Continentais, apenas onatos Nacionais e Continentais, apenas foram realizadas quatro provas, duas delas de classificação .1 e que acabaram por ser interes-santes de acompanhar. O distanciamento deste continente face ao centro do mundo do ciclismo e a fase da temporada em que é favorável correr neste país acabam por difi-cultar a realização de um calendário maior e cultar a realização de um calendário maior e mais competitivo.

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Por fim, o Asia Tour iniciou-se no dia 1 de Fev-ereiro e termi-nará no dia 19 de Dezembro, num total de 40 provas, sendo provas, sendo este um dos cal-endários que mais atrai as equipas euro-peias devido à sua proximi-dade, prémios monetários e relativa importância que estas provas assumiram ao longo dos últimos anos. Com o Dubai Tour, o Tour of Qatar, o Tour of Oman e o Le Tour de Langkawi a serem provas .HC e todas corridas no espaço de cerca de um mês e meio, este calendário acaba por ter mais provas dessa categoria nesta fase que todos os outros ao longo da tem-fase que todos os outros ao longo da tem-porada, exceção feita ao Europe Tour, sendo que ao longo do ano ainda se encon-tram mais três provas com a mesma im-portância! O grande número de provas .1 neste continente acabam por ser também o reflexo da sua importância no calendário das equipas europeias que são, atualmente, as mais importantes no mundo do ciclismo.Mas será o calendário europeu assim tão diferente dos restantes? Sim! Sem contar com provas World Tour, o Europe Tour conta com 311 provas, cerca de três vezes mais provas num ano que todos os outros calendários juntos! A história do ciclismo foi construída na Europa, a tradição de ver ciclismo está na Europa, os melhores ciclis-ciclismo está na Europa, os melhores ciclis-tas do mundo são europeus e as maiores

provas do mundo estão localizadas na provas do mundo estão localizadas na Europa, os melhores ciclistas do mundo são europeus e as maiores provas do mundo estão localizadas na Europa! O ciclismo é um desporto de tradição e, pelo menos no futuro próximo, assim irá continuar, apesar do muito e bom ciclismo que é praticado além das nossas fronteiras. das nossas fronteiras.

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