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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVI • Edição 1108 • Semanário à sexta-feira • 6 de Setembro de 2013 • Preço 1 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Veja anúncio pág. 12 SOLUÇÃO EMPRESAS > Para o Instituto Nacional de Estatística (INE) o desemprego está a cair no Algarve, mas o Institu- to de Emprego e Formação Profissional (IEFP) regista mais inscritos nos centros de emprego regionais. A dissonância entre os números das duas instituições pode ter por base a emigração que reduz os desempregados, quando na verdade o desemprego está a crescer. p. 3 INE e IEFP com números diferentes no desemprego > Arranca hoje a primeira feira dedicada à Dieta Mediterrânica, um primeiro passo na consolida- ção do património imaterial que se quer que em Dezembro seja declarado pela UNESCO como Património da Humanidade. Mo- mentos a não perder no centro de Tavira. p. 3 Obras na frente ribeirinha ditam revolução urbanística Quatro-Águas de Tavira: > 5 PUB D. R. D.R. Dieta Mediterrânica mostra-se em feira TAVIRA Três grandes algarvios mostram novas caras FUTEBOL > 8 Parque de Campismo da Ilha de Tavira As suas férias de sonho junto da natureza E-mail: [email protected] · www.campingtavira.com Telef.: (+351) 281 32 17 09 · Fax: (+351) 281 32 17 16 Tendas de aluguer Utentes já têm todos médico de família SAÚDE - SOTAVENTO PUB > 5 D. R. CA Algarve escapa aos fogos florestais EM FOCO 2 INE MOSTRA ALGARVE COM MENOS DESEMPREGO 3 TAVIRA APRESENTA DIETA MEDITERRÂNICA EM FEIRA 4 TAVIRA REQUALIFICA FRENTES DE MAR 5 ALCOUTIM ACOLHE ÚLTIMA FESTA DE VERÃO 6 TRÊS GRANDES DO FUTEBOL ALGARVIO MOSTRAM SANGUE NOVO 8 CLASSIFICADOS 9 D.R. > 2

POSTAL 1108 - 6 SET 2013

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• VEJA O POSTAL DESTA SEMANA • Sexta-feira (6/9) nas bancas com o PÚBLICO • NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL • • Partilhe o que é indispensável saber sobre o Algarve • EM DESTAQUE: > INE e IEFP coom números diferentes no desemprego > Algarve escapa a fogos florestais > Quatro-Águas de Tavira vão ter nova cara > Três grandes do futebol algarvio mostram novas caras > Dieta Mediterrânica mostra-se em feira > Utentes do Sotavento já têm todos médico de família > Vela de Tavira tem nova direcção • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 20 de Setembro: o indispensável sobre o Algarve

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Page 1: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVI • Edição 1108 • Semanário à sexta-feira • 6 de Setembro de 2013 • Preço € 1

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

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Veja anúncio pág. 12

SOLUÇÃO EMPRESAS

> Para o Instituto Nacional de Estatística (INE) o desemprego está a cair no Algarve, mas o Institu-to de Emprego e Formação Profissional (IEFP) regista mais inscritos nos centros de emprego regionais. A dissonância entre os números das duas instituições pode ter por base a emigração que reduz os desempregados, quando na verdade o desemprego está a crescer. p. 3

INE e IEFP com números diferentes no desemprego

> Arranca hoje a primeira feira dedicada à Dieta Mediterrânica, um primeiro passo na consolida-ção do património imaterial que se quer que em Dezembro seja declarado pela UNESCO como Património da Humanidade. Mo-mentos a não perder no centro de Tavira. p. 3

Obras na frente ribeirinha ditam revolução urbanística

Quatro-Águas de Tavira:

> 5

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d. r.

d.r.

Dieta Mediterrânica mostra-se em feira

TAVIRA

Três grandes algarvios mostram novas caras

FUTEBOL

> 8

Parque de Campismo da Ilha de Tavira

As suas férias de sonhojunto da naturezaE-mail: [email protected] · www.campingtavira.comTelef.: (+351) 281 32 17 09 · Fax: (+351) 281 32 17 16

Tendas de

aluguer

Utentes já têm todos médico de família

SAÚDE - SOTAVENTO

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> 5

d. r.

CA

Algarve escapa

aos fogos florestais

EM FOCO 2 INE MOSTRA ALGARVE COM MENOS DESEMPREGO 3 TAVIRA APRESENTA DIETA MEDITERRÂNICA EM FEIRA 4 TAVIRA REQUALIFICA FRENTES DE MAR 5

ALCOUTIM ACOLHE ÚLTIMA FESTA DE VERÃO 6 TRÊS GRANDES DO FUTEBOL ALGARVIO MOSTRAM SANGUE NOVO 8 CLASSIFICADOS 9

d.r.

> 2

Page 2: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

2 | 6 de Setembro de 2013

Ricardo [email protected]

ESTE ANO A ÁREA ARDIDA TO-TAL NO ALGARVE soma 530 hectares originados em 321 ocorrências, das quais 20 fo-ram incêndios florestais e 301 fogachos (menos de um hec-tare de área ardida). Os dados são os últimos disponibiliza-dos no relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e dizem respeito ao período en-tre 1 de Janeiro e 31 de Agosto deste ano.

Os resultados do Departa-mento de Gestão de Áreas Clas-sificadas, Públicas e de Protecção Florestal do ICNF, são sempre de lamentar e os 530 hectares ardi-dos na região não são despicien-dos, muito menos para quem viu o fogo deixar um rasto de destruição no sítio onde vive, mas a verdade é que, compara-tivamente com outras zonas do país, o Algarve tem sido poupa-do a grandes incêndios até ao momento nesta época de fogos.

O Algarve com os 530 hecta-res ardidos representa apenas 0,56% da área total ardida no país que soma 94.155 hectares.

Nos últimos onze anos en-tre 1 de Janeiro e 31 de Agosto, 2013 foi o sexto ano com menor área ardida na região, sendo o ano que neste período menos hectares consumidos pelas cha-mas teve foi 2011 (73 hectares), seguido de 2010 (90 hectares) e de 2006, o terceiro ano com me-nor área ardida total, com um registo de 118 hectares.

O DRAMA DO PAÍS O drama dos incêndios no país este ano tem nomes próprios. Seis bombei-ros, Cátia Pereira Dias, Bernar-do Figueiredo, Ana Rita Perei-ra, Pedro Rodrigues, António Ferreira e Bernardo Cardoso, por quem os amigos e familia-res choram e com quem o país se solidarizou, mas a verdade é que até 31 de Agosto este nem

foi dos anos com maior área ar-dida total.

De facto, de acordo com os dados do Instituto de Conser-vação da Natureza e Florestas, a

área ardida ficou mesmo abaixo da média anual para o período entre 1 de Janeiro e 31 de Agos-to, nos últimos onze anos. Este ano arderam 94.155 hectares contra os 118.358 ardidos em média por esta altura.

Os anos com maior área ardi-da até esta data e a nível nacio-nal foram 2003, com 378.289

hectares, seguido de 2005, com 301.030 e 2010, com 125.225 hectares de área ardida total.

Mas o fogo não se contabi-liza somente pela extensão ar-

dida, mas em particular pelas vidas que ceifa enquanto lavra e muito em especial pelas vidas de soldados da paz que rouba ano após ano.

AS OCORRÊNCIAS NA REGIÃO O relatório provisório do De-partamento de Gestão de Áreas Classificadas, Públicas e de Pro-

tecção Florestal do ICNF revela ainda que até 31 de Agosto os bombeiros algarvios responde-ram a um total de 321 ocorrên-cias no âmbito dos fogos flores-

tais. Em média 1,32 ocorrências por dia, mas a verdade é que em grande medida estas se concen-tram nos meses de calor e por isso os homens que combatem os incêndios têm nos últimos meses vivido debaixo de alerta constante.

Não obstante, no que respeita a ocorrências até 31 de Agosto,

os anos com maior número de apelos aos bombeiros na região foram 2006, com 531, seguido de 2007, com 499 e de 2012 com 475.

OS ANOS NEGROS DOS INCÊN-DIOS NO ALGARVE No que res-peita aos anos com maior área ardida dos últimos onze anos no Algarve e uma vez mais até 31 de Agosto são negras as ci-fras registadas em 2003 com 43.893 hectares de área total ardida (com destaque para o incêndio na Mexilhoeira Gran-

de com 26 mil hectares e em Silves, com 14.950), 2004 com 30.548 hectares (com destaque para o fogo em Odeleite com 4.087 hectares e em Tavira em que arderam 3.690 hectares) e os 22.181 hectares ardidos no ano passado, dos quais 21.437 só no incêndio que afectou Ta-vira e São Brás de Alportel.

Nos restantes anos dos últi-mos onze e neste mesmo pe-ríodo apenas em 2009 a área ardida ultrapassou os mil hec-tares (ver caixa).

Na redução consistente das áreas ardidas na região, ex-cepção feita ao ano de 2012, em que muito contribuíram os meios afectos ao combate aos incêndios na região, bem como, a melhoria na forma-ção e qualificação dos opera-cionais. As técnicas de comba-te, nomeadamente a primeira intervenção feita em triangu-lação - ataque simultâneo fei-to pelas três corporações de bombeiros mais próximas do foco inicial do incêndio -, e os meios aéreos são outras das mais-valias na resposta regio-nal aos fogos florestais.

em foco

Algarve com poucos incêndios até final de AgostoÁrea ardida até ao fim do passado mês soma 530 hectares

Ô Os incêndios florestais ceifaram a vida a seis bombeiros este ano

d.r.

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Área ardida Algarve:(Em hectares, entre1 de Janeiro e 31 de Agosto)

Ô 43.893 (2003) Ô 30.548 (2004) Ô 22.182 (2012) Ô 1.680 (2009) Ô 530 (2013) Ô 263 (2008) Ô 224 (2007) Ô 118 (2006) Ô 90 (2010) Ô 73 (2011) Ô Ô 1.666 (2004)*

* Dados disponíveis apenas para a totalidade do anoFonte: Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

Total de ocorrências por ano no Algarve: (fogos florestais entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto)

Ô Ano: 2006 2007 2012 2009 2005 2008 2013 2010 2011 2004* 2003

Ô Ocorrências: 531 499 475 438 344 336 321 264 261 180 154

* Dados disponíveis apenas para a totalidade do anoFonte: Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

Page 3: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

região

6 de Setembro de 2013 | 3

Ricardo [email protected]

OS DADOS DO INSTITUTO NA-CIONAL DE ESTATÍSTICA RELA-TIVOS AO SEGUNDO TRIMES-TRE DE 2013 são animadores no que respeita à taxa de de-semprego, quer para o todo nacional, quer para o Algarve.

Na região, a taxa de desem-prego baixou no segundo trimestre 3,6 pontos percen-tuais (pp) face ao primeiro trimestre do ano, caindo dos 20,5% para os 16,9%. Em comparação com o período homólogo de 2012, o segun-do trimestre deste ano regis-ta também menos desempre-gados na região, a taxa caiu dos 17,4% para os referidos 16,9%.

Na comparação com o país

a região tem, não obstante a queda do desemprego, mais 0,5 pp, enquanto no segun-do trimestre deste ano o Al-garve registou uma taxa de desemprego de 16,9%, o país ficou-se pelos 16,4%.

Do total de desemprega-dos a nível nacional no mes-mo período deste ano, 886 mil pessoas, 37.400 estão na região. Neste âmbito, o Al-garve registou no segundo trimestre de 2013 uma que-da face ao primeiro trimestre do ano, de 45.200 desempre-gados para 37.400, e quan-do comparado com o mesmo período de 2012 o número de desempregados caiu de 39.600 para os 37.400, me-nos 2.200 pessoas desempre-gadas, revelam os dados do instituto responsável pelas

estatísticas nacionais.Apesar de reconhecida-

mente o Instituto Nacional de Estatística ter os dados ti-dos pelos especialistas como mais fiáveis ao nível do re-trato do desemprego a nível nacional, a verdade é que de acordo com os dados do Ins-tituto de Emprego e Forma-ção Profissional, o número de inscritos nos centros de emprego algarvios aumen-tou, quando se comparam os últimos dados disponíveis de 2013 com o ano anterior.

Enquanto que em Junho de 2012 os centros de em-prego da região somavam 30.834 inscritos, em Junho deste ano tinham 32.578 pessoas inscritas. Retrato equivalente para os dados de Julho, mês em que em 2012

os centros de emprego soma-vam 29.223 pessoas inscritas com 2013 a somar 30.826.

Os dados são assim dis-sonantes com a queda do desemprego registada pelo Instituto Nacional de Esta-tística, mas cumpre assina-lar que, desde Fevereiro, o número de inscritos nos cen-tro de emprego da região já caiu de 42.181 pessoas para 30.826.

Ao POSTAL António Gou-lart, coordenador regional da União de Sindicatos do Algarve, afecta à CGTP-IN, justifica a discrepância entre os números do INE e do IEFP com o facto de “nas estatísti-cas do INE desaparecerem do número de desempregados os emigrantes que deixam o Algarve à procura de traba-

lho no estrangeiro, enquanto que para o IEFP o número de inscritos nos centros de em-

prego continua a aumentar porque efectivamente o de-semprego está a crescer”.

INE mostra Algarve com menos desempregoSão dados do Instituto Nacional de Estatística, mas nos centros de emprego o número de inscritos aumentou

d.r.

Ô Emigrantes distorcem os números do INE

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CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL Nº 35/2013

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 20 de agosto de 2013 foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 124/2013/CM, referente ao Transporte de Ambulância em nome de Gonçalo Rodrigo Jesus Batista – Anulação de Receita;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 125/2013/CM, referente ao Protocolo com vista à implementação do Posto de Saúde Comunitário, na freguesia de Santa Luzia;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 126/2013/CM, referente à Atribuição de Topónimos na freguesia de Cabanas;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 127/2013/CM, referente à Atribuição de apoio em espécie à Paróquia de Santa Catarina da Fonte do Bispo;

5 . Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 128/2013/CM, referente à E65/09/CP – Construção do Centro Escolar da Horta do Carmo – Prorrogação do prazo.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 20 de agosto do ano 2013

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1108, de 6 de Setembro de 2013)

Cartório Notarial em Tavira Bruno Filipe Torres Marcos

NOTÁRIOExtrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e sete de Agosto de dois mil e treze, exarada a folhas sessenta e oito e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Trinta e nove – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria):

MANUEL ARMANDO DO CARMO MARTINS e mulher MARIA JOÃO GONÇALVES MARTINS, ambos naturais da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Marim, caixa postal 224-D, Quelfes, Olhão, declararam: Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano compos-to por edifico térreo com vários compartimentos, sito na Malhada de Santa Maria, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, com a área de quatrocentos e sessenta e seis metros quadrados, correspondendo duzentos e noventa e três metros quadra-dos a área coberta e cento e setenta e três metros quadrados a área descoberta, a confron-tar do Norte com herdeiros de José Martins, do Sul com herdeiros de Domingos da Silva, do Nascente com herdeiros de José Rodrigues Cavaco e do Poente com herdeiros de Francisco Martins, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respectiva ma-triz sob o artigo 1754, com o valor patrimonial tributário de 8.650,00 €, igual ao atribuído. Que o referido prédio, com a indicada composição e área, chegou à posse deles, justificantes, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e quatro, já no estado de casados entre si, por doação verbal feita pelos pais da outorgante mulher João Francisco e mulher Maria dos Santos Gonçalves, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele já falecido, residentes no referido sítio da Malhada de Santa Maria, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira. Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífi-ca, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quais-quer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de pro-priedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – nele habitando-o, fazendo obras de manutenção e reparação, limpando o respectivo logradouro, suportando os respectivos encargos – pelo que, tendo em considera-ção as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO. Tavira, 27 de Agosto de 2013.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o nº. 2/1561/2013

(POSTAL do ALGARVE, nº 1108, de 6 de Setembro de 2013)

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Na Senda das Pedras Falantes está de regresso

Ô Música, literatura, e um mix de todos os sentidos encimado pelo toque das massagens é o que propõe o ciclo Na Senda das Pedras Falantes, que regressa este ano, uma vez mais, para animar os monumentos algarvios.Deixe-se envolver por uma massagens num dos sítios patrimoniaias da região ao som de música e com a literatura como compa-nhia e percepcione o patri-mónio de forma absoluta-mente inovadora, esta é a proposta.Este mês, já no dia 8 de Se-tembro, de manhã e de tar-de, na Ermida de Nossa Se-nhora de Guadalupe, e no dia 22 na Villa Romana de Milreu, no âmbito das Jor-nadas Europeias do Patri-mónio. A não perder. RC

Page 4: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

4 | 6 de Setembro de 2013

região

Tavira mostra Dieta Mediterrânica em feiraMais uma iniciativa no âmbito da candidatura a património da humanidade

d.r.

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

TAVIRA PREPARA-SE PARA RE-CEBER ESTE FIM-DE-SEMANA a 1.ª Feira da Dieta Mediterrânica, naquele que é mais um passo na divulgação da candidatura transnacional da Dieta Medi-terrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade, que conta com a cidade do Gilão como representante nacional.

A gastronomia, o artesanato, os produtos nacionais, as for-mas de convívio e celebração são o espelho de um estilo de vida transversal a muitos povos do mediterrânico e que, de gera-ção em geração, tem sabido ser preservado no país, na região e,

particularmente, em Tavira.Nos dias 6, 7 e 8 de Setembro,

um pouco por todo o centro da cidade, uma série de actividades vai ser levada a cabo com o in-tuito de promover e dar a co-nhecer um pouco melhor um património milenar que é nosso e interessa preservar.

A Feira da Dieta Mediterrânica engloba assim um “mercado de produtores”, um espaço dedica-do aos “sabores da Dieta Medi-terrânica”, passeios no território, oficinas de gastronomia, degus-tações e provas cegas, colóquios e exposições, além de acções de sensibilização que passam pelos rastreios cardiovasculares e pelo aconselhamento nutricional, bem como, actividade física e

muita música tradicional. A Dieta Mediterrânica en-

quanto forma gastronómica tem princípios nutricionais as-sentes em tradições culinárias

que estão bem vivas nos povos do mediterrânico e que a região bem conhece. A cozinha sim-ples de cozidos, ensopados e caldeiradas, o elevado consumo

de frutas e vegetais da época, a utilização das ervas aromáticas, o consumo frequente de peixe, a presença do azeite como prin-cipal gordura e o vinho à mesa são ingredientes a que só falta juntar o convívio.

Tavira enquanto cidade esco-lhida para liderar em Portugal o processo de candidatura à UNESCO, vai conhecer a decisão em Dezembro, no Azerbaijão. A candidatura é promovida por Portugal, em articulação com Chipre e Croácia e, se aprovada, estes países juntam-se à Grécia, Espanha, Itália e Marrocos, que desde 2010 já viram inscritas as suas dietas mediterrânicas na lista de património imate-rial da UNESCO.

Ô Centro de Tavira recebe o evento promovido pela autarquia

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Alcoutim acolhe última festa de Verão pág. 6

Tavirense cumpre 100 anos

Ô Há datas inesquecíveis e o centésimo aniversário de Ma-ria da Trindade é necessaria-mente uma delas. A tavirense foi homenageada pela Junta de Freguesia da Conceição de Tavira pela provecta idade de 100 anos, no passado dia 1 de Setembro, no Salão da Casa do Povo local.Natural e residente naquela freguesia, Maria da Trindade deu ao mundo cinco filhos.O POSTAL associa-se aos pa-rabéns endereçados a Ma-ria da Trindade e faz votos de que por muitos e longos anos se continue a festejar o aniversário desta nossa con-terrânea. RC

MUNICÍPIO DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

AVISO1. Para efeitos do disposto no n.º 1 do art. 4º, e do n.º 1 do art. 9º do Decreto-Lei n.º 209/2009, de 03 de Setembro, conjugado com o dispos-to no art. 19º da Portaria 83-A/2009, de 22 de Janeiro, com as alterações introduzidas pela Portaria 145-A/2011, de 06 de Abril, bem como o disposto no art.º 3º e 6º do Decreto-Lei n.º 212/2009, de 03 de Setembro, torna-se público que, por proposta do Sra. Vereadora do pelouro dos Recursos Humanos, no us o de competência delegada por despacho do Sr. Presidente da Câmara Municipal, datado de 28 de Outubro de 2009, a abertura do procedimento concursal, aprovada por deliberação da Câmara Municipal em 20 de agosto de 2013 e por deliberação da Assembleia Municipal de 28 de agosto de 2013, se encontra aberto procedimento concursal comum, na modalidade de relação jurídica de emprego público a termo resolutivo certo, a tempo parcial, não renovável, no período de 23 de setembro de 2013 até 23 de junho de 2014, para a Divisão de Educação e Juventude, tendo em vista o preenchimento de 23 postos de trabalho de técnicos habilitados para assegurar o desenvolvimento das atividades de enriquecimento curricular (AEC) no Agrupamento de Escolas D. José I, para as seguintes áreas:

Procedimento a) - 14 técnicos habilitados para o desenvolvimento das atividades de enriquecimento curricular na área da atividade física e desportiva por 6 horas semanais;

Procedimento b) - 3 técnicos habilitados para o desenvolvimento das atividades de enriquecimento curricular na área do ensino de inglês por 6 horas semanais;

Procedimento c) - 3 técnicos habilitados para o desenvolvimento das atividades de enriquecimento curricular na área das ciências experi-mentais por 6 horas semanais;

Procedimento d) - 1 técnico habilitado para o desenvolvimento das atividades de enriquecimento curricular na área da música por 6 horas semanais;

Procedimento e) - 2 técnicos habilitados para o desenvolvimento das atividades de enriquecimento curricular na área da expressão plástica por 6 horas;

2. Caracterização dos postos de trabalho: As funções a desempenhar encontram-se reguladas pelo Despacho nº 9265-B/2013, do Ministério de Educação e da Ciência, que define o regime de funcionamento das Atividades de Enriquecimento Curricular.

3. Prazo, Local e Forma para apresentação das candidaturas:

a. Prazo - 3 dias úteis a contar do dia da publicação, ou seja, o dia seguinte ao da data de publicação do presente aviso no sítio da Internet do município (www.cm-vrsa.pt), nos termos dos art.ºs 6º e 7º do Decreto-Lei n.º 212/2009 de 3 de Setembro;

b. Local e Forma - As candidaturas deverão ser formalizadas mediante o preenchimento do formulário eletrónico, disponível no sítio https://sigrhe.dgae.mec.pt, dentro do prazo de apresentação de candidaturas.

4. O texto integral contendo todos os requisitos do procedimento concursal poderá ser consultado em regime de complementaridade no endereço electrónico desta autarquia (www.cm-vrsa.pt).

5. Para quaisquer esclarecimentos, devem os interessados dirigir-se ao Núcleo de Recursos Humanos desta Câmara Municipal durante as horas de expediente, ou através do seguinte endereço electrónico: [email protected].

Paços do Município, 06 de setembro de 2013

A Vereadora do Pelouro dos Recursos Humanos

Maria da Conceição Cipriano Cabrita

(POSTAL do ALGARVE, nº 1108, de 6 de Setembro de 2013)

Page 5: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

regiãoVela de Tavira aposta na recuperação financeira pág. 7

6 de Setembro de 2013 | 5

Ô Aspecto da antevisão da Estrada das Quatro-Águas

Ricardo [email protected]

TAVIRA ESTÁ PRESTES A SO-FRER UMA REVOLUÇÃO NAS FRENTES RIBEIRINHAS da cida-de e o tiro de partida foi dado recentemente com o lança-mento do concurso para a Empreitada de Requalifica-ção das Quatro-Águas (entre a curva da fábrica e a zona de embarque para a Ilha de Tavira) pela Sociedade Polis

Litoral Ria Formosa.É certo que obra feita só

surgirá a partir do início do próximo ano, mas várias são as empreitadas lançadas que por fases transformarão vá-rios pontos da cidade ao lon-go das margens do Gilão e da Ria Formosa.

A OBRA DA POLIS São quase três milhões de euros de preço base que, promete a Socieda-de Polis, reconfigurarão com a inauguração no início de 2015

toda a extensão da estrada das Quatro-Águas e zonas envol-ventes. O consurso já está lan-çado e prevê a requalificação da via e a criação de percursos pedonal e ciclável entre a cida-de e a zona de embarque para a Ilha de Tavira.

Soma-se a requalificação ambiental da envolvente e a sua adaptação com mobiliá-rio urbano, áreas verdes, ter-minais para transportes públi-cos e valorização geral.

Entretanto, revelou ao POSTAL Jorge Botelho , presidente da autarquia ta-virense, já a decorrer está a requalificação da rampa de acesso ao Rio Gilão frente ao antigo Mercado Muni-cipal, na margem oposta, que ficará equipada com água e luz e passará a ser um acesso privilegiado para embarcações.

A decorrer está também a

empreitada de requalificação do Parque Verde do Séqua, na margem esquerda do rio entre a ponte ferroviária e a zona em frente ao terminal rodoviário da cidade.

No fim do ano entra em obras a requalificação da zona da Docapesca no cen-tro da cidade, que afastará do local os carros estaciona-dos substituindo-os por uma zona de passeio ribeirinho, revelou ainda o autarca, que encerra assim as três inter-venções da responsabilidade da autarquia.

Em aprovação em Lis-boa está a estrutura do cais de embarque das Quatro--Águas, que melhorará de-finitivamente as condições de embarque para os barcos com destino à Ilha de Tavira.

Para trás ficou a obra maior, o Porto de Pesca de Tavira, que, como refere

Jorge Botelho, o secretário de Estado do Mar “meteu na gaveta”, isto, apesar de “anos de luta para manter o pro-jecto na agenda das obras estatais”.

As obras no seu todo in-serem-se numa estratégia de “aproximar Tavira de um dos seus eixos de desenvol-vimento fundamentais, o mar”, diz o autarca, que real-ça ainda “a aposta da autar-quia no aumento de pontos de amarração de embarca-ções em várias zonas ribei-rinhas, através de estruturas leves, nomeadamente os de-nominados fingers”.

“A reabilitação urbana e a aproximação da cidade às zonas ribeirinhas tem de ser um objectivo primordial da intervenção na cidade para preparar Tavira para o futu-ro”, remata o presidente da Câmara.

D.R.

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Cartório Notarial em Tavira Bruno Filipe Torres Marcos

NOTÁRIO

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em trinta e um de Agosto de dois mil e treze, exarada a folhas noventa e nove e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Trinta e nove – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria):

“AGRIBANORA – EMPRESA AGRÍCOLA DO BARRANCO DA NORA, LDA”, pessoa colectiva número 502707038, com sede no Barranco da Nora, caixa postal 151-B, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Tavira, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Tavira sob o mesmo número de pessoa colectiva, com o capital social de seis mil euros, devidamente representada pela sua sócia e gerente Maria Elisabete Alves Simões Rolo Correia, com poderes para o acto, declarou:

Que a sociedade Agribanora, é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de cultura com diverso arvoredo, com a área correcta de seis mil tre-zentos e oitenta e sete vírgula sessenta e três metros quadrados, sito no Barranco da Nora, Assêca, freguesia da Santo Estêvão, concelho de Tavira, que actualmente confronta do Norte com José Porfírio Andrade, do Sul com Leonardo Gonçalves, Maria da Encarnação Correia e com a sociedade justificante, do Nascente com Manuel Rodrigues Ramos e do Poente com Aurélio Manuel Pereira Gonçalves, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1756, com o valor patrimonial tributário de 1950,30 €, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

Que este prédio, com a indicada composição e área, veio à posse da sociedade Agribanora, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e dois, por compra meramente verbal feita a Aldomira de Sousa Gago, já falecida, à data viúva, residente que foi no sítio da Igreja, em Santo Estêvão, Tavira, nunca chegando a outorgar a respectiva escritura, não tendo a sociedade deste modo título que permita fazer o registo do prédio a seu favor.

Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de a sociedade Agribanora ser titular do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, a Agribanora, através dos seus órgãos sociais, tem possuído aquele prédio – amanhando e limpando a terra, tratando das árvores e dele retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, a sociedade adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO, o que invoca.

Tavira, 31 de Agosto de 2013.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o nº. 2/1598/2013

(POSTAL do ALGARVE, nº 1108, de 6 de Setembro de 2013)

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Tavira requalifica frentes de marPolis Litoral Ria Formosa lança obra na zona das Quatro-Águas

Utentes do sotavento já têm todos médico de família

Ô A Administração Re-gional de Saúde (ARS) do Algarve anunciou que o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Sota-vento é o primeiro da re-gião a atribuir médico de família à totalidade dos 60 mil utentes inscritos. “Todos os residentes no so-tavento algarvio têm a par-tir de agora e pela primeira vez acesso a médico de fa-mília. Isto porque, o ACES do Sotavento, que integra os concelhos de Tavira, Al-coutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, tem neste momento capacidade para atribuir médico de fa-mília a todos os utentes ins-critos nas diversas unidades que integram os concelhos da sua área de abrangên-cia”, informou a ARS num comunicado.A meta foi agora alcança-da devido a “uma estraté-gia de reorganização dos serviços e racionalização dos recursos humanos existentes, nomeadamen-te, médicos e enfermeiros”, que foi implementada no ACES do Sotavento, em colaboração com a ARS, e que permitiu que o agru-pamento seja o primeiro da região a atribuir um clínico aos utentes, frisou o organismo tutelado pelo ministério da Saúde.

Além do Sotavento, os ACES Central e do Barla-vento têm procurado “col-matar a crónica carência de médicos de família”.

Page 6: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

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6 | 6 de Setembro de 2013

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Alcoutim acolhe última festa de VerãoQuim Barreiros, Herman José e Expensive Soul presentes

AS FESTAS DE VERÃO QUE ANUALMENTE ANIMAM A RE-GIÃO têm o seu auge em Agos-to, mas há ainda lugar para uma última e tradicional celebração, a 62.ª edição da Festa de Alcou-tim, que decorre entre 13 e 15 de Setembro.

A gastronomia, o artesanato, os jogos tradicionais, a anima-ção de rua e, claro, a música são os ingredientes de uma festa que promete animar as ruas da vila alcouteneja.

Na sexta-feira, dia 13, Fran-cisco Amaral, autarca local, vai homenagear todos os presiden-tes de câmara, assembleia mu-nicipal e de juntas de freguesia que passaram por Alcoutim desde Abril de 1974. À tarde

há lugar para um desfile etno-gráfico e continua a animação pela noite dentro, com destaque para Quim Barreiros, a partir da meia-noite. Contudo, a festa prossegue pela madrugada e já depois do fogo-de-artifício há

mais música na Discoteca do Cais, a partir das 4 horas, que ter-mina com o já conhecido cacau no rio. Sábado, a festa começa com um jogo de futebol entre as equipas de Alcoutim e Sanlúcar. Pela tarde há animação de rua e à noite o cabeça-de-cartaz é Her-man José, antes de um espectá-culo piromusical e da reabertura da Discoteca no Cais.

No dia 15 há a travessia do Guadiana a nado e as divertidas apanhas do pato e pau de sebo. O cartaz musical tem como figu-ra os Expensive Soul, às 23 ho-ras, e nem o facto de ser domin-go impede que a noite continue, novamente, ao som da música electrónica até ao nascer do sol.

PR/RC

Ô Quim Barreiros anima a festa

d.r.

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6 de Setembro de 2013 | 7

Ô António Madeira, o novo presidente do Clube de Vela de Tavira

Vela de Tavira aposta na recuperação financeiraClube tem à frente da direcção o empresário António Madeira

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

O CLUBE DE VELA DE TAVIRA (CVT) dá início a uma nova época onde o sucesso despor-tivo e a recuperação financei-ra são os principais desafios de uma nova direcção lidera-da por António Madeira, que tomou posse no passado mês de Agosto.

Nova época, nova direcção, mas as mesmas expectativas de continuar a fazer do CVT um clube de referência no andebol nacional, principal-mente na área da formação, que tem sido a imagem de marca de um clube com qua-se 40 anos de história.

António Madeira, empre-sário tavirense que passou no clube como jogador, técnico e dirigente, disse ao POSTAL estar confiante na forma de resolver um dos principais desafios da nova direcção, a diminuição do passivo do clube, “a rondar os 95 mil euros”.

Passado apenas um mês desde que tomou posse, o dirigente pretende encetar desde já acordos com os cre-dores do clube, para poder avançar no imediato para a recuperação financeira da instituição.

Segundo o responsável, além da optimização dos custos, é fundamental fazer crescer as receitas, “através da procura de novos patro-cinadores, de um modelo de cotização mais funcional, organizado e vantajoso para os sócios, bem como através de uma aposta na rentabili-zação da imagem do clube

junto dos tavirenses através de merchandising, breve-mente disponibilizado, e, principalmente, através da organização de eventos só-cio-culturais, à imagem do que já tem sido feito durante o Verão”, conclui.

SUCESSO DESPORTIVO PASSA PELA MANUTENÇÃO Com um orçamento inferior para esta época em cerca de dez mil euros, “num total de 85 mil euros”, há mesmo assim uma renovada esperança em man-ter ou superar a anterior época que, segundo António Madei-ra, teve “um balanço positivo”.

Os seniores masculinos as-seguraram a manutenção na segunda divisão nacional, feito que o novo presidente quer ver repetido, ainda que com maior tranquilidade. O feito das atletas femininas que subiram pela pri-meira vez ao primeiro escalão nacional é, nas palavras do novo presidente, uma prova de quali-dade da equipa, qualidade essa que considera suficiente para consolidar uma posição junto dos principais emblemas nacio-nais em seniores femininos.

Também os juniores mascu-linos, a outra equipa que dis-puta o campeonato nacional, “tem condições para fazer um bom campeonato”.

De referir que todos os atle-tas do clube fazem parte da formação do CVT, numa clara opção pela prata da casa, que tem dado bons resultados e que António Madeira quer ver continuada, de forma a “ter cada vez mais atletas com qua-lidade e fazer do CVT o maior clube formador do andebol português”.

d.r.

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região

8 | 6 de Setembro de 2013

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

HÁ 20 ANOS QUE O ALGARVE NÃO COLOCAVA TRÊS EQUIPAS nas duas principais divisões do futebol português. Decor-ria a época 1993/94 quando o Farense militava no princi-pal escalão e Portimonense e Louletano disputavam a en-tão denominada 2.ª Divisão de Honra.

Hoje são Olhanense, na pri-meira divisão, Portimonense e o regressado Farense, ambos na segunda, a representar a região no futebol profissional português.

NOVA SAD E PERFUME ITALIANO Depois de uma época muito conturbada, onde os salários em atraso foram uma constante, o Olhanense conseguiu, ainda as-sim, a manutenção na Liga Zon Sagres, mercê do 14.º posto al-cançado na derradeira jornada.

Resolver as questões financei-ras através da constituição de uma SAD, suportada por inves-tidores italianos, foi a forma al-cançada por Isidoro Sousa para viabilizar a presença na actual edição da liga.

Mas as mudanças também se fizeram ver ao nível da equipa técnica, com o estreante Abel Xavier a assumir o comando dos rubronegros.

O defeso trouxe ainda mais mudanças ao nível do plantel, naquele que terá sido um ver-dadeiro calcio mercato, tantas foram as aquisições feitas em

equipas transalpinas. Ao todo são 11 jogadores

com ligação a clubes italianos adquiridos durante o defeso. O guarda-redes esloveno Belec, os defesas Mladen, Ricardo Ferrei-ra e Coubronne, os médios Da-niel Bessa, Pelé, Cica e Bigazzi e os atacantes Mehmeti, Dionisi e Vojtus.

De salientar ainda as entradas do senegalês Diakhité, Celesti-no e João Ribeiro. Ricardo, Luís Filipe, Jander, o capitão Rui Duarte e Lucas Souza foram dos poucos que transitaram da época passada.

Dentro das quatro linhas o trabalho que agora começou (decorreram três jornadas) é satisfatório e os rubronegros têm quatro pontos e ocupam o 10.º posto.

PORTIMONENSE ESTÁVEL PRO-METE CAMPEONATO TRANQUILO Se os comandados por Lázaro Oliveira conseguirem melho-rar a performance da época an-terior podem até sonhar com o regresso à elite do futebol por-tuguês. O 6.º lugar alcançado é, contudo, difícil de igualar, tal o equilíbrio que, ano após ano, se verifica na segunda liga.

Para já é de prever que a manutenção seja uma reali-dade, até porque a equipa do barlavento algarvio é, das três, aquela que maior estabilidade apresenta.

Para se ter uma ideia, do 11 apresentado na última jornada sete são repetentes e o capitão Ricardo Pessoa, que jogou no

Moreirense na época passada, regressou para a oitava época no clube.

Mas houve, claro, lugar para mexidas no elenco alvinegro. Nas entradas destaque para a contratação no último dia de transferências dos médios japo-neses Kanasaki e Theo, e outros nomes que já figuram entre as opções do técnico, como são os casos de Vítor Moreno, Semedo e Dyego Sousa. O defesa Diogo Mateus, o internacional sub-20 Ricardo Alves e o médio Rui Correia, são outros dos nomes que prometem fazer esquecer as saídas de jogadores como Ruben Fernandes, Chico, Nas-cimento, Wakaso, Vítor Gon-çalves, Felício ou Simi.

Para já o Portimonense segue com sete pontos, no décimo lu-gar, fruto das goleadas impostas a Farense e Atlético, das derrotas com Porto B e Benfica B e de um

empate em Santa Maria da Feira.

DA EUFORIA DA SUBIDA À FUGA DA DESCIDA A tarefa mais difícil parece ser a do Farense, recém--promovido, e com inúmeras mexidas no plantel que tão boa conta deu de si no terceiro escalão. Alguns reforços sonan-tes com destaque para Neca, Fábio Felício ou Livramento emprestam alguma da experi-ência e qualidade necessárias à busca pela manutenção. Mas a verdade é que até agora o des-taque vai apenas para as altera-ções feitas no plantel, do qual transitaram apenas Hugo Luz, Bilro, Ibukun, Matias e Diop e onde as muitas entradas tar-dam em comprovar a aposta feita, ou não estivesse o Farense na lanterna vermelha com ape-nas dois pontos e sem qualquer golo marcado ao fim de cinco jornadas.

d.r.

Três grandes do futebol algarvio mostram sangue novoRepresentantes da região lutam pela manutenção

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Smartphone Cuidados para durar

“Preciso de comprar um novo smartphone, mas gos-taria de comprar um modelo mais resistente e saber al-gumas dicas em caso de roubo ou perda do aparelho. Podem ajudar-me?”

A DECO responde...

Na compra do smartphone, verifique se lhe parece resis-tente ou, pelo contrário, de-masiado frágil. Para facilitar essa tarefa, pode utilizar o nosso comparador de telemó-veis e descobrir os modelos que obt iveram mel hores notas neste aspecto.Na loja, escolha uma capa de protecção. Algumas tapam o ecrã. Nesse caso verifique se a tampa tem fecho, caso con-trário abrirá se cair ao chão. As películas para o ecrã são importantes para evitar os riscos, mantenha-as após a compra.A maioria dos smartphones não é à prova de água. Em caso de “mergulho” aciden-tal, abra a tampa traseira, retire a bateria e os cartões e deixe-o secar durante 24 horas. Também não é boa ideia deixá-lo muito tempo ao sol, como em cima do ta-blier do carro. Deste modo pode sofrer um sobreaque-cimento e avariar. A protecção anti-roubo tam-bém é importante, bloqueie o ecrã com um código PIN ou com um padrão de bloqueio, para dificultar o acesso ao telemóvel. Pode também descarregar uma aplicação anti-roubo. Estas permitem--lhe controlar o smartphone remotamente. Por exemplo, se o perder, conseguirá lo-calizá-lo e apagar à distância os seus dados pessoais. Al-guns equipamentos já con-tam com uma aplicação de busca: a Encontrar iPhone, no iPhone; a Find My Mobile, nos modelos Samsung; a My Xperia, nos Sony, etc. Nestes casos, não se esqueça de se registar e de activar a apli-cação.A note o cód igo I M EI do smartphone. Trata-se de um conjunto de 15 números que o identificam e permitem bloquear o aparelho à dis-tância. Terá de indicar este código caso queira apresen-tar queixa por roubo na Po-lícia. Para saber o IMEI, di-gite *#06# no teclado.Faça cópias de segurança, o que mais custa perder são os contactos, as fotos, os vídeos, entre outros conteúdos pes-soais. Fazer um backup dos dados, de vez em quando, é uma rotina a implementar. Num smartphone com siste-ma operativo Android, uti-l ize a conta Google para fazer back up. Se tem um iPhone, recorra ao iCloud.

Consultóriodo Consumidor

ReflexosQualquer pessoa sabe

que a relação com o es-pelho nem sempre é fá-cil. Ou nos vemos mais gordos, mais velhos, me-nos apelativos, ou nos vemos banais; apenas mais alguém comum e sem grandes atributos no meio da normalida-de humana. Mas tam-bém pode acontecer olharmos o nosso refle-xo no espelho e vermos toda a beleza do mundo, condensada na imagem nítida que nos devolve quem na verdade somos.

Cada pessoa está para lá dos quilos e das ru-gas, das vestes e da ex-pressão corporal que emana. Cada pessoa é mais que a boa ou má imagem que um espelho lhe devolve; é mais que a imagem que tem de si e que pensa entregar aos outros. Ocorre-me até que a mais verdadeira imagem que podemos reflectir é a daquilo que pensamos; é a da forma como vivemos e agi-mos; como escolhemos mover-nos através do tempo e do espaço.

Caso te percas de ti e não saibas de quem é a imagem que o espelho te devolve, olha-te bem fundo nos olhos e reco-nhece-te. Tu és tu, ape-nas tu, acima de tudo tu. Único e irrepetível de to-das as formas possíveis.

OPINIÃO

Ana Amorim Dias - [email protected]

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Ô Abel Xavier, comanda o Olhanense

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Oração a São Judas Tadeu (fazer o pedido)

São Judas Tadeu,Glorioso Apóstolo,Fiel servo e amigo de Jesus!A Igreja vos honra e invoca por todo o mundocomo Patrono dos casos desesperadose dos negócios sem remédio.Rogai por mim que estou desolado.Eu vos imploro, fazei uso do privilégioQue tendes de trazer socorro imediato,Onde o socorro desapareceu quase que por completo.Assisti-me nesta grande necessidade,Para que eu possa receber as consolações e auxílio

Do céu em todas as minhas precisões, tri-bulações e sofrimentos.São Judas Tadeu, alcançai-me a graça que vos peço(FAÇA O SEU PEDIDO).Eu vos prometo ó bendito São Judas Tadeu, lembrar-me sempre deste grande favor e nunca deixar de vos louvar e honrar como meu especial e poderoso patrono.Farei tudo o que estiver ao meu alcancePara espalhar a Vossa devoção por toda a parte.Amém...São Judas Tadeu rogai por nósRezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma Glória ao Pai. RFND

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Page 11: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

opinião

Sobe

& d

esce Tavira requalifica zona ribeirinha

Polis Litoral Ria Formosa e Câmara de Tavira estão a lançar obra para a requalificação das frentes ribeirinhas da cidade.Tarda mas parece que não falha, ao fim de 20 anos de espera (Ler pág. 5).

Números do desemprego

Instituto Nacional de Estatística e Instituto de Emprego e Formação Profissional não coincidem nos dados do desemprego, emigração entre as razões para a dissonância das estatísticas (Ler pág. 3).

A semanas das eleições “Au-tárquicas 2013”, em que os portugueses vão ser chamados a fazer escolhas sobre os can-didatos ao designado “poder local”, começam a ser dese-nhados projectos, programas, equipas, promessas eleitorais que podem ou não ser cumpri-das. Em todo o caso, importa no debate político, confrontar ideias, projectos e capacidade de fazer as coisas acontecer.

Num Portugal fustigado pe-

las medidas de austeridade e com uma economia anémica, qualquer projecto eleitoral vencedor tem que apresen-tar soluções concretas para as pessoas e empresas. Para isso, o empreendedorismo de base autárquica, deve assentar na facilitação do desenvolvimen-to empresarial, no apoio de proximidade às pessoas, na promoção da economia social.

As empresas, porque são elas que geram riqueza, criam pos-tos de trabalho, atraem inves-timento, permitem o tão alme-jado crescimento económico. As pessoas, porque enquanto munícipes, são o bem comum e a razão de ser do trabalho de qualquer autarca. Por fim, a economia social, enquanto ex-pressão da acção social a cargo de associações, cooperativas, mutualidades e misericór-

dias, que vai ao encontro das necessidades básicas dos mais desprotegidos e carenciados.

Da Autarquia Empreende-dora espera-se que funcione como agente facilitador, pro-movendo políticas públicas “amigas” das empresas, as-sentes na desburocratização de licenças e licenciamentos, redução de prazos de paga-mento a fornecedores e rea-bilitação urbana. Por outro lado, dinamizando a oferta das condições de atracção de investimento (acessibilidades, logística e transportes, infra--estruturas, requalificação de parques industriais) e capta-ção de empresas âncora. Em qualquer dos casos, uma au-tarquia capaz de promover a criação de condições favoráveis ao empreendedorismo, ultra-passando inércias e bloqueios

injustificados.No apoio de proximidade às

pessoas, a Autarquia Empre-endedora deve procurar afin-cadamente a desburocratiza-ção dos serviços com ganhos de produtividade no fluxo e tempo de decisão, reforço da ligação munícipes/eleitos e promoção da educação para o empreendedorismo, em ar-ticulação com outros parceiros, tendo em vista o desenvolvi-mento de atitudes empreen-dedoras nas crianças do ensino básico: os empreendedores do “amanhã”.

Na área da economia social, a Autarquia Empreendedora deve apostar no reforço das respostas sociais para fazer face aos problemas cada vez mais complexos de pobreza, desemprego, solidão, na pro-moção do voluntariado e do

empreendedorismo social, na profissionalização da gestão das instituições do terceiro sector e de organizações sem fins lucrativos e no trabalho em rede com instituições da economia social (IPSS).

Apesar das barreiras ao em-preendedorismo serem por demais evidentes, importa mo-bilizar os agentes políticos e a “sociedade civil” para a criação de condições favoráveis ao em-preendedorismo, sabendo que as empresas não se criam por decreto e que é preciso deixar a economia funcionar. Para que isso aconteça, o empre-endedorismo autárquico tem um importante contributo a dar à modernização e compe-titividade da economia regio-nal. Assim, os futuros eleitos saibam inovar e empreender com os olhos postos no futuro.

6 de Setembro de 2013 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricar-do (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:9.189 exemplares

Empreendedorismo AutárquicoO postal alterou o e-mail da redacção:

[email protected]

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada >> ASSINALE A FRASE CORRETA

Quem semeia ventos,

Ora, vê lá se sabes este provérbio:Não serás abastado,

� se primeiro não trabalhares.

� se primeiro não fores honrado.

Ora, vê lá se sabes este provérbio:

; colhe tempestades.

� ao inferno vai parar.

No passado dia 5 de Julho, os tavirenses e seus visitantes rejubilaram-se de alegria por se ter assistido a mais uma

Corrida de Toiros integrada nas festividades da 18ª Feira da Caça, Pesca e do Mundo Rural realizada na cidade do Gilão.

A lide dos toiros ficou a car-go dos cavaleiros Luís Rouxi-nol, Sónia Matias e Mateus Prieto, as pegas foram reali-zadas em solitário pelo Gru-po de Forcados Amadores de Alenquer sendo os seis impo-nentes toiros trazidos à praça da Ganadaria São Martinho.

A Corrida decorreu de for-ma emotiva, onde não faltou

bravura, entrega e nobreza ao curro de toiros lidados, tendo porém os três primeiros toiros saído à praça de forma mais emotiva e alegre, o que con-tribuiu para entusiasmo dos aficionados.

As lides a cavalo decorre-ram de forma regular, tendo os corações palpitado de for-ma mais intensa nas bancadas quando o cavalo de Sónia Ma-tias que, por infortúnio, quase era colhido, o que felizmente não chegou a ocorrer. Mateus Prieto demonstrou classicis-

mo na sua lide, citando de praça a praça o que conju-gando com a sua juventude agradou ao público. Momen-to alto das lides da noite cou-be a Luís Rouxinol, ao cravar um par de bandarilhas no seu último toiro, como já vem sendo apanágio seu, o que fez com que toda a praça vibrasse de emoção.

De parabéns estão, os For-cados Amadores de Alenquer, tendo realizado a maioria das pegas à primeira tentativa, de-monstrando o valor e a raça

portuguesa, bem como os peões de brega da quadra de Luís Rouxinol que receberam e pararam de forma digna o primeiro toiro da noite, de-monstrando a arte de toure-ar a capote.

Assim, desta forma, se viveu e sentiu mais uma Corrida de Toiros realizada no Sotaven-to Algarvio, a que o público afluiu em massa, compro-vando que a festa dos Toiros é a festa Nacional, sendo a afición vivida de Norte a Sul de Portugal.

Tavira vive Tauromaquia

João Pedro Viegas CorreiaLicenciando em DireitoCrítico taurino

Dinis CaetanoEconomista

Page 12: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

O CENTRO DE APOIO AO ENDI-VIDADO (CAE) analisou mais de 200 casos de endivida-mento em todo o país desde Janeiro deste ano, sendo a Madeira, Lisboa e o Algarve as regiões com mais casos registados.

De acordo com os números que o CAE indicou à Lusa, dos 227 casos analisados, 16,7% foram na Madeira, 16,3% em Lisboa, 13,2% no distrito de Faro e 11,9% no Porto.

É mais comum serem pes-soas casadas e empregadas a recorrerem aos serviços deste gabinete de apoio: dos 227 casos, 55,1% são pessoas casadas e 22,9% são relativos a pessoas divorciadas, sen-do que 58,1% têm trabalho e 24,7% estão desempregadas.

OS CASOS QUANTO AO VOLU-ME DE CRÉDITO DOS DEVEDO-RES Quanto ao volume de crédito do total de casos que pediram apoio, 44,9% perten-cem a pessoas com emprésti-mos até 50 mil euros, 18,9% são de pessoas com créditos entre os 50 mil e os 100 mil euros, 21,6% são de pessoas com empréstimos de 100 mil a 150 mil euros.

O fundador do CAE, Hél-der Rosa Mendes, afirma, em comunicado, que, “quan-

do se perdeu a capacidade de pagar, quando as dívidas se acumulam e se sobrepõem, não vale a pena falar com os credores”, defendendo que “a única solução é a insolvência ou o acordo com via judicial”.

Fundado há cerca de dois anos, o Centro de Apoio ao

Endividado é uma platafor-ma de apoio constituída por advogados, fiscalistas e téc-nicos oficiais de contas que pretende ajudar pessoas sin-gulares, famílias e empresas que tenham problemas de endividamento.

Lusa

Algarve é a terceira região com mais casos de endividamentoCentro de apoio analisou mais de 200 casos em todo o país

Ô Centro de Apoio ao Endividado ajuda a recuperar finanças

d.r.

últimaTiragem desta edição:

9.189 exemplares

O POSTAL regressa no dia 20

de Setembro

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tel 281 325 647 • fax 281 325 781 • tlm 917 811 380 • [email protected] Baltazar G. Lobato, 4-A (em frente às Escolas Primárias da Estação da CP) 8800-743 Tavira

à Levantamentos Topográficosà Medições de Áreas à Implantação de Edifíciosà Implantação de Urbanizaçõesà Cálculos de Volumes de Terrasà Executam-se trabalhos com GPS

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Page 13: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

SETEMBRO 2013 | n.º 61

www.issuu.com/postaldoalgarve9.189 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTALem conjuntocom o PÚBLICO

Urbano Tavares Rodrigues: Eterno, não efémero

p. 11

d.r.

Espaço AGECAL:

Gestão cultural e recursos culturais

p. 3

Letras e leituras:

Salman Rushdie: Apanhem esse escritor!

p. 6

Espaço ao património:

Arqueologia em Albufeira

Contos de Verão na Ria Formosa:

Alice do Outro Lado do Monitor

p. 9

d.r.

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d.r.

p. 8

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Orquestra Clássica do Sul arranca em Outubro

p. 5

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Page 14: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

06.09.2013 2 Cultura.Sul

Setembro marca a época das rentrées. O país regressa de ba-nhos e com as cidades a entra-rem em pleno funcionamento a Cultura regressa, também ela, aos cânones mais costumeiros.

O Cultura.Sul, que não fez fé-rias em Agosto, renova a vonta-de de acompanhar - enquanto único caderno cultural em for-mato jornal da região - o que se vai fazendo no Algarve em termos culturais.

Este mês começamos por fa-lar da nova Orquestra Clássica do Sul, que sucede à Orquestra do Algarve e promete fazer, a partir de 1 de Outubro, as delí-cias dos melómanos de todo o sul do Tejo.

Não posso deixar de aprovei-tar para nesta edição de Setem-bro agradecer, uma vez mais, a todos os colaboradores do Cul-tura.Sul que fazem deste cader-no de cultura uma realidade.

É pela pena destes esmerados amigos da Cultura que sabere-mos, mês após mês, cada vez um pouco mais, da Cultura na região e no país.

Da literatura, aos espectácu-los, do teatro à música, da ci-ência e tecnologia ao cinema, passando pelo património, pela gestão cultural e pelas bibliote-cas, sem esquecer a fotografia e tudo o muito mais que o Cultu-ra.Sul mostra a cada edição aos leitores, nada seria possível sem os colaboradores que apoiam com o seu esforço e esmero esta odisseia chamada Cultura.Sul.

Prometemos o mesmo es-forço de sempre em dar nota diversificada e alargada da re-alidade cultural nas suas mais diversas facetas.

Queremos manter o rego-zijo de saber que escrevemos para todos e que temos fiéis seguidores.

Nesta senda que é dar a co-nhecer aos algarvios o muito de Cultura que se faz na região e o muito que há para ver, ler, ouvir e sentir nesta área no Al-garve, renovamos os votos de que continuem lado a lado connosco.

Afinal é para os leitores e pelos leitores que existimos e trabalhamos.

Boa nova saison cultural são os nossos votos.

A nova saisonFicha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginação:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Contos da Ria Formosa:

Pedro Jubilot• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço CRIA:

Hugo Barros• Espaço Educação:

Direcção Regionalde Educação do Algarve

• Espaço Cultura:Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Grande ecrã:Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Momento:

Vítor Correia• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires

Colaboradoresdesta edição:Ana Lúcia CruzAntónio PinaLuís Campos PauloPaulo Serra

Parceiros:Direcção Regional de Cul-tura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem:9.189 exemplares

Ciência, o que andas a tramar?!

As férias acabaram e um novo ciclo vai começar. O sol e a praia passam a ser apre-ciados ao fim-de-semana, enquanto os dias da sema-na representam a azafama de sempre e são passados a trabalhar, planear o dia/se-mana seguinte, tratar das ta-refas domésticas, cuidar dos filhos ou, ainda, a estudar.

Eu divido o meu ano em dois períodos marcantes: 1) período de trabalho; e 2) período de férias. O que não significa que tenha preferên-cia por algum, simplesmente faço esta divisão devido ao estilo de vida que adoto em cada um. Independentemen-te dos períodos em causa, e da forma como lidamos com os mesmos, há algo que nun-ca nos abandona: a ciência.

Este mês, a nossa com-panheira de uma vida, terá uma atenção especial: a Noi-te Europeia dos Investigado-res 2013. Um dia inteiramen-te dedicado à ciência, aos cientistas e a quem dela be-neficia (todos nós), que terá

como principal palco o Ria Shopping. No ano passado a NEI foi dedicada ao despor-to, este ano será subordina-da ao tema Futuro 2020. Ine-vitavelmente, com a presente temática, não consigo parar de focar a minha atenção nas novas tecnologias, na forma como estas estão presentes na nossa vida e como nos

tornámos dependentes das mesmas para a realização das atividades do dia-a-dia, estejamos a trabalhar ou de férias. Por exemplo, quan-do estamos a trabalhar a tendência é para olharmos para os nossos companhei-ros smart (smartphone, smart tv, etc.). No período de férias,

esforçamo-nos para colocar de lado o smart (o que para a maioria se torna uma mis-são impossível) e focarmo--nos nos colchões e pistolas de água, protetor solar, re-pelente de mosquitos e uma ventoinha, pois com tanto calor e a ausência de ar con-dicionado, esta parece-nos a coisa mais smart inventa-

da até ao momento e a coi-sa mais smart a fazer. Para além, da aplicabilidade das descobertas científicas, não consigo deixar de observar outro aspeto: o tempo que os nossos cientistas necessi-taram para desenvolverem todos estes pequenos dis-positivos. O que, para nós,

não passa de uma novidade na prateleira de uma super-fície comercial, para eles aquele produto pode ter le-vado anos a ser investigado, produzido e eventualmente melhorado, até chegar ao mercado. Juntando os dois pontos anteriores à grande iniciativa que se aproxima, e para ajudar a levantar o véu, só resta uma questão a colocar: O que será que os cientistas estão a preparar, neste momento, para trans-formar as nossas vidas na próxima década? Impres-soras 3D?? carros autóno-mos?? smartwatches?? Que outras “smart coisas” estão a ser desenvolvidas para faci-litarem (ainda mais) o nosso dia-a-dia? O que vos posso garantir é que, apesar de algumas serem previsíveis, até porque surgem diaria-mente nos jornais e revistas de referência, todas elas vão abranger as áreas da saúde, ambiente, transportes, entre outras.

Posto isto, e tal como no ano passado, convido-vos mais uma vez a serem cien-tistas por um dia, no dia 27 de setembro, entre as 10 e as 22 horas, no Ria Shopping, em Olhão, pois a Noite Eu-ropeia dos Investigadores Futuro 2020, preparou um dia cheio de surpresas para todos e ninguém vai querer ficar de fora, independente-mente da idade, género ou interesses de cada um.

Novos desafios

Setembro é, para os jo-vens, o início de um novo ano lectivo.

A cada ano lectivo que co-meça, inicia-se um ciclo cheio de novos desafios. Uma nova oportunidade para vencer, ul-trapassar as adversidades e fa-zer dos obstáculos trampolins para o sucesso.

Muitas vezes ouvimos os jovens dizerem de forma con-formada: É mais um ano lecti-vo, é mais uma obrigação que temos que cumprir.

Não! Há que mudar essa mentalidade; é necessário avançar para o futuro que começa nesta data, ano após anos, com a certeza que so-mos capazes de conquistar os nossos sonhos, as nossas aspirações.

Há que olhar à nossa volta e verificar o muito que já con-quistámos. Perceber que hoje somos melhores e mais fortes. Somos mais capazes. Estamos preparados para enfrentar os novos desafios que o presente nos oferece. Desafios que são

diferentes dos anteriores e por isso obrigam a uma atitu-de positiva e empreendedora.

Os jovens têm que deixar

de olhar para a escola, para o ensino como “uma chatice”. Hoje, cada vez mais, o saber faz falta, torna-nos mais ex-perientes, informados e cons-cientes da realidade que nos rodeia, bem como nos pre-para para termos um futuro melhor.

Temos também que deixar de ver o nosso vizinho (colega de carteira) como o nosso ad-versário. É um parceiro, é um cúmplice que connosco par-tilha das mesmas angústias e partilhará as nossas alegrias. Unidos poderemos vencer melhor as adversidades. Há que aprender a cooperar e partilhar para vencer os no-vos desafios.

d.r.

d.r.

Ricardo [email protected]

Editorial Espaço CRIA

Ana Lúcia Cruz Gestora de Ciência e Tecnologia do CRIA - Divisão de Empreende-dorismo e Transferênciade Tecnologia da UAlg

Juventude, artes e ideias

António PinaVice-presidente do município de Olhão

Page 15: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

06.09.2013  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

Gestão cultural e recursos culturais“Podemos definir Inventário

como o levantamento sistemáti-co, atualizado e tendencialmente exaustivo dos bens culturais exis-tentes num determinado territó-rio, com vista à respetiva identifi-cação. Inclui os bens classificados e os outros bens materiais – imóveis, móveis, paisagens, solos e depósi-tos de origem antrópica – aos quais, embora não estando classificados, se atribui igualmente interesse his-tórico e cultural.

Para os gestores culturais estes bens constituem, no seu todo, um recurso insubstituível, e não reno-vável, de criação de conhecimen-to, de afirmação de identidade, de educação e de inclusão social. Nesta medida, a sua gestão deve procurar assegurar a prevalência do seu uso público sobre a sua apropriação em prol dos interesses particulares de este ou aquele cidadão. Isto é, os gestores culturais devem fazer pre-valecer o seu valor de uso sobre o seu valor de troca.

Os bens culturais cujo achado tenha resultado de todas as ações arqueológicas realizadas numa determinada área – prospeções de terreno, escavações, achados for-tuitos… –, constituem o chamado património arqueológico. Pode-mos assim definir Carta Arqueo-

lógica como a transposição do res-petivo inventário para um mapa corográfico.

A transposição para um mapa das áreas arqueologicamente sen-síveis (onde se evidencia, ou onde, com fundamento, se presume, a existência de bens culturais arque-ológicos) que resultam da referida Carta Arqueológica constitui a cha-mada Carta de Sensibilidade Arque-ológica, que, na prática, se traduz

numa graduação das restrições de uso do solo, com uma definição dos correspondentes procedimentos de salvaguarda de caráter preventivo.

A proteção dos bens culturais imóveis inventariados – incluindo aqueles que constituem património arqueológico – cuja preservação in situ se justifique deve assentar, des-de logo, na sua classificação como bem cultural imóvel, cujo procedi-mento de submissão ao regime ju-

rídico do património cultural por-tuguês se encontra estipulado pelo Decreto-Lei n.º 309/2009.

Mas, por imperativo legal de pro-teção do património, definido na Lei de Bases do Património Cultural, Lei n.º 107/2001, atualmente em vigor, a conservação das Áreas de Sensibi-lidade Arqueológica e das áreas limí-trofes traduz uma efetiva proteção legal de todo o património arqueo-lógico – que inclui os bens imóveis, os bens móveis e os solos e depósitos de origem antrópica –, que impõe procedimentos de salvaguarda dos bens arqueológicos, estejam estes classificados ou não. Isto é: impõe regras restritivas do uso do solo.

Esta singularidade jurídica co-loca aos gestores de bens culturais públicos problemas específicos de natureza diversa dos inerentes aos imóveis classificados e às respetivas zonas de proteção, uma vez que im-põe restrições ao uso do solo, não permitindo o descontrolado re-meximento do subsolo e visando, assim, assegurar a proteção do pa-trimónio arqueológico cuja preser-vação in situ possa não se justificar mas cujo interesse público tem de prevalecer sobre os interesses priva-dos de uso da propriedade.

No regime jurídico do patrimó-nio cultural português esta prote-

ção de natureza preventiva assenta atualmente em dois princípios bási-cos: o princípio da conservação pelo registo científico; e o princípio do poluidor-pagador, na sua transpo-sição direta para o regime jurídico do património cultural.

O primeiro destes princípios le-gitima a remoção (isto é, a destrui-ção), desde que controlada por ar-queólogos, dos bens culturais não classificados, pelo que o seu rigo-roso registo deve ser assegurado com métodos científicos e técnicas internacionalmente aceites e em permanente aperfeiçoamento, que somente os arqueólogos são auto-rizados a praticar.

O segundo destes princípios trans-fere os custos desse registo científico para os promotores das operações urbanísticas e outras formas de uso com remeximento do subsolo. Contudo, pode incluir mecanismos compensatórios, a estabelecer pelos municípios (por exemplo, no âmbi-to do Regulamento de Urbanização e Edificação e dos regimes de Taxas e Licenças Municipais), que tenham em conta o volume financeiro do in-vestimento, ou a capacidade econó-mica do promotor.

AGECAL - Associação de Gestores Culturais do Algarve

Grande ecrã

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | 965 209 198 | 934 485 [email protected]

SESSÕES REGULARESCine-Teatro António Pinheiro | 21.30 horas

12 SET | EM SEGUNDA MÃO, Catarina Rui-vo, Portugal 2012 (110’) M/12

19 SET | THE ICEMAN (UM HOMEM DE FA-MÍLIA), Ariel Vromen, E.U.A. 2012 (105’) M/16

26 SET | À PERDRE LA RAISON (OS NOSSOS FILHOS), Joachim Lafosse, Bélgica/Luxem-burgo/França/Suíça 2012 (111’) M/16

Setembro, Cinema de ContrastesCineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

A rentrée da actividade do Cineclube de Faro, sendo modesta, é uma retoma de con-trastes, mas vibrante e audaciosa nas suas propostas. Prenúncio, aliás, de um final de ano auspicioso no que diz respeito ao Ci-nema na sua vertente não comercial e mais desafiadora e artística.

Após um curto período de pausa para recarregar baterias, o CCF volta às sessões a partir de 17 de Setembro. Após os sucessos que foram a Mostra de Verão nos claustros do Museu Municipal e o ciclo estival dedica-do a Tony Gatlif na Esplanada d’Os Artistas (aproveitamos para agradecer mais uma vez a colaboração de todas as entidades envol-vidas), em Julho e Agosto, Setembro traz à tela três momentos imperdíveis. Começan-do pelo final, o CCF alia-se a 26 de Setembro à estreia nacional do filme Brasileiro “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, um filme que chega agora às salas portuguesas, tido como um dos mais belos e poéticos fil-mes brasileiros da década passada, em que o road-movie, o documentário e a ficção se entrelaçam num objecto ímpar. A 20 de Se-tembro, mais um episódio da excelente par-ceria entre o CCF, a Biblioteca Municipal de

Faro e a Alliance Française de l’Algarve, com o filme “Dernier Étage, Gauche Gauche”, uma comédia que venceu o prémio Panorama FIPRESCI no Festival de Berlim2010. Para terminar, iniciamos actividade a 17 de Se-

tembro com um autêntico OVNI do cinema Português, “A Batalha de Tabatô”, de João Viana, que saltou para as bocas do mundo (mais desatento) após a menção honrosa na Berlinale em Março deste ano.

A Batalha de Tabatô recebeu uma menção honrosa na Berlinale

d.r.

Escavação arqueológica das ruínas da gafaria medieval de Lagos, no âmbito da construção de um parque

de estacionamento subterrâneo

fotos: m.j. neves / dryas, 2009

Page 16: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

06.09.2013 4 Cultura.Sul

Tempo de palcos interiores

Ainda estamos debaixo dos efeitos do calor e dos rigores do astro rei, mas a arte anseia por regressar a palcos interio-res. Setembro marca este re-gresso ao conforto das cadei-ras ergonómicas, ou a outras quaisquer, um pouco por toda a região, mas decerto dentro de portas e debaixo de tecto.

As expressões culturais deste mês que abriu com o primeiro Dia Nacional das Filarmónicas (1 de Setembro) em reconhe-cimento do esforçado trabalho que as mesmas desenvolvem

nos quatro cantos das terras lusas, espraiam-se numa pale-ta de muitos tons.

João Miguel Garcia apresen-ta Open Hamlet no Teatro Mu-nicipal de Faro e de arte de pal-co se faz também Mê menine... e o tê pai, por terras de Olhão, saído do trabalho da Gorda, bem como Guru ainda na ci-dade cubista, com Rui Unas e Custódia Gallego aos coman-dos de um elenco invejável. Por terras do Arade sobe ao palco o Intruso com Marco Horácio.

A dança mostra-se em Faro em workshop e com Azul Infi-nito e em Portimão Hollywood marca o ritmo.

Xana Toc Toc anima com te-atro os mais miúdos em Olhão, enquanto em Portimão a pro-posta vai para um workshop

de fotografia aquática que su-cede à exposição de fotografia de João Bracourt iniciada dia 13.

Razões de sobra para não perder a agenda destas três salas de espectáculo da região e para não deixar a Cultura na gaveta, regressados que esta-mos da época de banhos.

As salas de espectáculo do Algarve mantêm, ainda que em tempos de crise, uma luta acesa pela manutenção de um programa recheado e diversifi-cado, muito por obra de pro-

gramadores hábeis, capazes de com o pouco fazerem muito e de manterem vivo o pulsar cul-tural dos grandes auditórios.

O desafio se é feito desta arte e mestria é-o também da apos-ta cultural que as autarquias de sotavento a barlavento fazem em prol da Cultura. Na magre-za imposta pelo fim dos tempos áureos e despesistas de outrora rasgam-se rumos de inovação e inventividade capazes de dar aos algarvios aquilo que real-mente merecem. Uma Cultura digna e capaz de garantir a to-dos os públicos a possibilidade de crescerem com aquilo que os artistas, grandes senhores de toda esta obra, são capazes de lhes entregar sem qualquer reticência, arte.

Ricardo Claro

Azul Infinito, dança em Faro

Teatro Municipal de Faro Programação: www.teatromunicipaldefaro.pt

13 e 14 SET | Open Hamlet, por João Miguel Garcia (teatro), 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 7,5 €24 e 25 SET | Workshop de Dança Contemporânea, 18 horas, duração: 6h, preço: 15 € (10 €, ad-quirindo bilhete para o espectáculo Azul Infinito)27 SET | Azul Infinito (dança), 21.30 horas, duração: 0h55, preço: 10 €, 7 € para maiores de 65 anos

AMO - Auditório Municipal de Olhão Programação: www.cm-olhao.pt/auditorio

7 SET | “Mê menine... e o tê pai?” (teatro), 21.30 horas13 SET | Ana Moura – “Desfado” (música), 21.30 horas De 13 SET a 26 OUT | Diálogos Pétreos, por Leandro Sindoncha (escultura)21 SET | Xana Toc Toc (teatro infantil), 16 horas28 SET | Guru, com Rui Unas, Custódia Gallego, Heitor Lourenço e Susana Mendes, 21.30 horas

TEMPO - Teatro Municipal de PortimãoProgramação: www.teatromunicipaldeportimao.pt

13 e 14 SET | Manta de Retalhos (teatro), 16 e 21 horas (dia 14, às 16 horas), preço: 2,50 €De 13 SET a 2 NOV | Exoastose – Exposição de fotografia de João Bracourt, de terça a sábado, das 14 às 19 horas, entrada livre14, 15 e 17 SET | Workshop de Fotografia Aquática, com João Bracourt, preço: 90 €21 SET | Hollywood, Escola de Danças do Boa Esperança, 21.30 horas27 SET | Concerto para Dois Pianos e Orquestra, de Bernardo Sassetti, 21.30 horas, preço: 6 €, 3 € para menores de 12 e maiores de 65 anos28 SET | O Intruso – Marco Horácio, “Sem nada a perder”, 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 10 €, 8€ para menores de 12 e maiores de 65 anos.

28 SET | Dia Zen, com Sílvia Duarte e outros, das 10 às 19 horas, entrada livre sujeita a inscrição prévia.

Aqui há espectáculo

Não há outra v o z n o f a d o como a de Ana Moura. Uma voz que se passeia pela tradição li-vremente, sem deixar de flirtar elegantemente

com a música pop, alargando de uma for-

ma muito pessoal o raio de acção da can-ção de Lisboa.Mas aquilo que a distingue é não ape-nas um timbre grave e sensual como há poucos – Ana Moura transforma instan-taneamente em fado qualquer melodia a que encoste a sua voz. É um rastilho imediato, uma explosão emocional dis-parada sem contemplações ao coração de quem a ouve.

Dest

aque 13 SET | Ana Moura – “Desfado” (música), 21.30 horas

d.r.

Marco Horácio, actor, apresentador, hu-morista, criador e intérprete, volta aos palcos para ajudar a contornar a crise que o país atravessa. Se a receita não re-sultar há sempre a boa disposição que, por momentos, ajuda a esquecer as di-ficuldades. Olhar a crise de frente, rir na cara da crise e demonstrar as formas mais criativas de tornar o conceito low

cost uma prática corrente no quotidia-no dos portugueses é a fórmula que o humorista encontra para, pelo menos, divertir as plateias.Rir a bom rir num espectáculo a não per-der, onde além do stand-up, há música, sapateado e outras surpresas que prome-tem agarrar o público durante uma hora bastante divertida.

Dest

aque 28 SET | O Intruso – Marco Horácio (stand-up comedy), 21.30 horas, duração: 1h10

Em Azul Infi-n i t o r e f l e t e --se a busca da l ib e rt a ç ã o , a p r o c u r a e o sentimento de harmonia e de-sarmonia, a an-

gústia e paz e a sensação que o Infinito nos traz enquanto coberto de Azul. A

verticalidade e a horizontalidade são bem delineadas conjugando a técnica de dança contemporânea com o tra-pézio aéreo. A linguagem de movimento expressa a fluidez, a leveza, o abandono e a resistência, o equilíbrio e o desequi-líbrio, a harmonia e a desarmonia, a vis-ceralidade no movimento, e a inércia; a permanência e a marca deste azul em cada indivíduo.

Dest

aque

s 27 SET | Azul Infinito (dança), 21.30 horas, duração: 0h55, preço: 10 €, 7 € para maiores de 65 anos

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06.09.2013  5Cultura.Sul

Orquestra do Algarve alarga horizontes como “Clássica do Sul”

Maria Cabral, presidente da OCS, considera o crescimentoda orquestra uma resposta às necessidades

das populações do Sul do Tejo

fotos: d.r.

“12º FESTIVAL DE FLAMENCO”12 a 14 SET | 21.30 | Centro Cultural de LagosAs três formas de ver e sentir o flamenco - o cante, o toque e o baile - fundem-se e tornam-se espectácu-lo, um espectáculo de vanguarda, fantasia e ilusão flamenca

“WEEKEND”Até 14 SET | Galeria Artadentro - FaroExposição de esculturas de Carlos No da série inti-tulada “Vila Bidão”: cujas obras procuram chamar a atenção para as precárias condições da vida de mui-tos milhões de seres humanosAg

endar

Cesário Costa, o maestro titular da Orquestra Clássica do Sul

Panorâmica

Nos idos de 2002, tendo como pano de fundo o Festival Internacional de Música do Algarve, estreava-se a or-questra regional, uma ambição dos algarvios e, muito em particular, da massa crítica da região que ganhava assim corpo com a designação de Or-questra do Algarve.

Pensada e estruturada para ser uma orquestra clássica, pelo maestro Ál-varo Cassuto, a Orquestra do Algarve nasceu de um programa promovido pelo Ministério da Cultura ao qual ade-riram autarquias e entidades públicas regionais, fazendo dela um dos raros exemplos de agregação das vontades algarvias em prol da Cultura.

Aos fundadores Turismo do Algarve, Universidade do Algarve e Câmaras de Albufeira, Faro, Lagos, Loulé, Portimão e Tavira, juntaram-se, com o decorrer do tempo, os municípios de Alcoutim, Castro Marim, Olhão, Lagoa, São Brás de Alportel, Silves, Vila do Bispo e Vila Real de São António.

Ninguém, à data, preveria que a Or-questra do Algarve se fizesse um mar-co da identidade regional e fosse capaz de levar de forma tão relevante o nome da região algarvia aos palcos mais no-táveis. Para tanto, somaram-se às von-tades públicas o esforço daqueles que com a sua intervenção aos mais varia-dos níveis determinaram que o sonho tornado realidade se faria consubstan-ciar primando pela qualidade.

Um crescimento natural

O nome que a Orquestra do Al-garve granjeou num percurso de 11 anos, ditou pela sua notoriedade e expressão aquele que é o destino de-sejado de todas as instituições que vingam de forma peremptória, o crescimento. Não se trata de um cres-cimento pelo simples facto de o ser, mas sim o decurso natural de quem com mestria tem provas dadas.

Esta é a razão pela qual desde o passado dia 1 de Setembro a Orques-tra do Algarve se apresenta como Or-questra Clássica do Sul. A partir de 1 de Outubro, com abertura daquele que é o último trimestre da tempo-rada 2012/2013, a Orquestra Clássica do Sul dará então início às suas apre-sentações em palco.

Só os residentes significam mais de milhão e meio de pessoas

como público potencial

Não serão já somente os palcos al-garvios a casa natural da orquestra, mas sim todos os palcos a sul do Tejo. De Nisa, no distrito de Portalegre, a Sa-gres e de Setúbal a Vila Real de Santo António, o espaço vital da Orquestra Clássica do Sul passa a ser constituído por uma área territorial de 33.707 qui-lómetros quadrados, que albergam um público residente potencial de um mi-lhão, 671 mil e 930 pessoas.

O público potencial da orquestra, considerados apenas os residentes do seu novo território de implantação, ul-trapassa assim o milhão e meio de pes-soas, um número extraordinariamente expressivo.

Num quadro onde se não vislum-bra qualquer possibilidade de politi-camente se admitir a criação de novas orquestras regionais, o que determina que apenas as três já existentes (Or-questra das Beiras, Orquestra do Norte e Orquestra Clássica do Sul) se mante-rão no panorama cultural nacional, a expansão da Orquestra do Algarve para os territórios a sul do Tejo, que ainda não estavam abrangidos verdadeira-mente por nenhuma orquestra regio-nal, torna o processo de evolução agora concretizado uma realidade ainda mais natural e necessária.

Orquestra responde a umanecessidade das populações

e dos territórios

“A nova abrangência da orquestra é, assim, uma exigência da Cultura,

mais do que somente uma necessi-dade da instituição”, referiu ao Cul-tura.Sul, Maria Cabral, presidente da Orquestra Clássica do Sul. “Trata-se

da junção da necessidade das po-pulações terem acesso a actividades culturais na área da música erudita, com as respostas estratégicas que as

instituições culturais já existentes no país podem dar”, conclui.

“Assim se conjuga um conjunto de factores que determinam que a Orquestra Clássica do Sul se projecte em todo este território cumprindo de forma ainda mais cabal a missão que lhe foi confiada inicialmente apenas para o Algarve”, remata a responsável da instituição.

Sem aumento dos custos associa-dos ao desenvolvimento do trabalho da orquestra, para além daqueles que decorrem necessariamente da expan-são da sua área de intervenção e que, naturalmente, serão cobertos pelos dividendos de uma actividade mais abrangente e preenchida, a Orquestra Clássica do Sul opera aquilo a que se pode chamar uma verdadeira dupla descentralização da Cultura na área da música erudita.

Fruto de uma descentralização ini-cial nasceu a Orquestra do Algarve - e Lisboa deixou de ser o único palco de concertos clássicos de excelência - agora, depois de o Algarve muito ter ganho em qualidade cultural com a orquestra, chega a vez de territórios mais interiores do país e, a seu par, toda a faixa litoral a sul do Tejo terem o privilégio de receber aquela que é já, também, a sua orquestra clássica.

Não é o Algarve que perde a sua orquestra, é o sul do país que ganha uma orquestra. Porque a excelência não deve ser privilégio de uns poucos, mas sim ser realidade diária de tantos quanto possível. É isto que retiramos da conversa com Maria Cabral, que faz ponto de honra em “destacar as virtudes de um projecto em prol do verdadeiro crescimento do serviço público prestado pela orquestra”.

A batuta de Cesário Costa, maes-tro titular da Orquestra Clássica do Sul, a mestria dos seus 31 músicos e o empenho de uma pequena equipa que transporta o esforço dos ensaios para os palcos da orquestra, a que se soma uma direcção capaz de garantir sustentabilidade a um projecto fun-damental, podem agora ser vistos e reconhecidos por um universo ainda mais alargado de ouvintes.

A nossa orquestra é agora ainda mais nossa, porque somos mais a poder chamar-lhe assim, somos mais a deliciar-nos com a excelência dos seus músicos e somos sempre melho-res quando somos mais.

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06.09.2013 6 Cultura.Sul

“AGARRA QUE É MILIONÁRIO”6 SET | 21.30 | Centro Cultural de LagosComédia que conta com a participação de artistas muito conhecidos do grande público, como Tó Zé Martinho, Carlos Areia, Patrícia Candoso, Marta Fer-nandes, entre outros

“TRANSPARÊNCIAS”Até 30 SET | Galeria Municipal de AlbufeiraJoão Moraes Rocha, artista autodidacta, natural de Lisboa, privilegia as paisagens, especialmente as ma-rinhas, tendo eleito a aguarela como a sua técnica pictóricaAg

endar

Salman Rushdie - Apanhem esse escritor!

Salman Rushdie é um nome sobe-jamente conhecido pois os media co-briram a sua vida durante quase uma década, enquanto o Islão prometia uma recompensa de dois milhões a quem matasse esse escritor arro-gante, prepotente, mal-encarado... A primeira obra deste autor britâni-co, nascido na Índia, foi Os Filhos da Meia-Noite, uma narrativa alegórica sobre o nascimento da Índia, ou seja, os primeiros trinta anos após a inde-pendência enquanto colónia ingle-sa, contestando o poder autocrático aí exercido e reflectindo igualmente sobre as tensões religiosas entre hin-dus e muçulmanos. Não é acidental que o nascimento do protagonista Saleem coincida com a hora exacta da independência da Índia. É uma lei-tura marcante, nomeadamente devi-do ao humor de situação, que serve um certo propósito de parodização e de reescrita da História, o que valeu justamente ter sido premiado com o Booker Prize, em 1981, bem como o melhor Booker a ter sido premiado nos 25 anos de vida do prémio, e, ain-da, o Best of the Booker, em 2008. Os Filhos da Meia-Noite só chegou a Por-tugal em 1989 e foi recentemente adaptado ao cinema, realizado por Deepa Mehta, tendo estreado já em vários países (crê-se que estreará nos ecrãs portugueses em Setembro). Sa-leem possui o extraordinário dom de comunicar por telepatia com os outros filhos da nação, igualmente dotados de estranhos poderes, o que, entre outros aspectos, leva a classifi-car esta obra como realismo mágico. Aliás, Salman Rushdie é um autor tão referenciado na crítica literária como o colombiano Gabriel García Márquez. Rushdie alega justamente que para ex-pressar a realidade sócio-política do país em que viveu até à adolescência, sendo que depois foi estudar para a Grã-Bretanha num colégio e possui nacionalidade britânica, o realismo e a sua linguagem são desadequados e obsoletos. Existem episódios absolu-tamente indeléveis e hilariantes como

o momento em que a mãe de Saleem e outra mulher se digladiam entre si, conforme se aproxima a meia-noite do dia que assinalará justamente a independência da ex-União Indiana, enquanto uma mulher faz força para a criança nascer antes do tempo, para receber o prometido prémio, enquan-to a outra tenta aguentar a criança que já está em vias de sair. Outro momen-to emblemático é o do penico voador, que substitui aqui outros objectos mágicos próprios das narrativas fan-tásticas das Mil e Uma Noites e que pululavam nas histórias que o autor ouvia em criança da boca do seu pai, e depois de ter sido aparentemen-te esquecido capítulos depois acaba por aterrar na cabeça da personagem.

A obra Os Versículos Satânicos, por outro lado, é uma alegoria que re-mete para uma reinterpretação do Islão e em que, inclusivamente, o autor reescreveu passagens do Co-rão. Esta narrativa tem início com o diálogo entre Gibreel e Saladin, em plena queda livre de um avião, per-sonagens que parecem remeter para o anjo Gabriel e Satã. Foi com este li-vro que a própria realidade bateu de chapa na cara do autor pois valeu-lhe, em 1989, uma condenação à morte, com a fatwa do ayatollah Ruhollah Khomeini, que o levou a esconder-se e a andar sob permanente protecção de uma força policial. A obra Joseph

Anton - Uma memória é justamente um relato extenso e denso em que o autor faz um balanço dos cerca de nove anos em que viveu arredado do mundo e teve de mudar de nome, es-colhendo a combinação de dois no-mes próprios dentre alguns dos seus escritores favoritos: Joseph Conrad e Anton Tchékov. Talvez por ser força-do a estar distante do próprio filho e do seu círculo de amigos e colegas, que constituíam uma família por op-ção que substituía a que ele deixou na Índia, ou por ter sido forçado a esconder-se do mundo, adoptando um nome de código, enquanto que pelo mundo inteiro tantos jornalis-tas, escritores e políticos se referiam a Rushdie como se fosse ele o culpado, o merecedor, o Satã que brincou com o fogo, talvez por ter deixado de se reconhecer a si próprio, este livro de memórias é completamente narra-do na terceira pessoa. O livro fornece minuciosa informação em que pode-mos acompanhar os momentos mais decisivos durante esses nove anos de pesadelo, em que toda a gente se achava no direito de o criticar e acu-sar, enquanto o próprio Reino Unido, sob governação da Dama de Ferro, confessou não poder fazer nada en-quanto não mudasse o regime no Irão, conforme afirmou Margaret Thatcher, enquanto o tocava no bra-ço. Devido a interesses económicos e

políticos (como os acordos comerciais que permitem a compra de petróleo), diversos países receavam incorrer na fúria do Islão por causa deste “autorzeco” que ti-nha decidido contestar abertamen-te o Corão e o fundamentalismo islâmico, pois “ele sabia bem o que estava a fazer”, pois, afinal, ninguém deve ter a liberdade de expressão para dizer abertamente o que pensa ou o que acha, nem sequer atrever--se a colocar em causa verdades sa-gradas. Basta lembrar o caso de José Saramago quando foi similarmente atacado por ter escrito O Evangelho segundo Jesus Cristo. Em contrapar-tida houve diversos amigos que se mantiveram sempre ao seu lado, por vezes disponibilizando as suas próprias casas, como Ian McEwan,

Angela Carter, Gunter Grass, Nigella Lawson, Harold Pinter, etc. Enquanto isso o Governo britânico evitava a sua questão delicadamente e uma visita à Casa Branca onde foi recebido por Bill Clinton foi delicadamente arras-tada e estrategicamente referida mas nunca fotografada, pois isso já seria ir longe de mais. Entretanto, o mundo foi deixando que a liberdade de ex-pressão e o direito à revisão de toda e qualquer “verdade oficial” fosse posta em causa, o que resultou num atentado ao World Trade Center em 2001, com uma prequela em 26 de

Fevereiro de 1993.O próprio processo de

escrita do autor viu-se se-riamente comprometido enquanto via a sua vida a ser controlada e acompa-nhada permanentemen-te por polícias e motoris-tas, “fazendo o Estado gastar consigo rios de dinheiro”, enquanto na verdade ele tinha que ir alugando casas tem-porárias que tivessem determinadas carac-terísticas ditadas por outrem que pode-riam ajudar a manter a sua segurança e só poder comparecer aos eventos para os quais a força poli-cial o autorizava. Todavia o autor acabou por escre-ver Harun e o Mar de Histórias, um

romance infanto--juvenil a pedido do seu filho, Zafar, a que se seguiu anos depois Luka e o Fogo da Vida.

O outro grande romance que se se-guiu, com este complicado parto, foi O Último Suspiro do Mouro: a saga de uma poderosa família que diz des-cender de Vasco da Gama, num tor-velinho de relações com outras famí-lias como os Lobos, os Mirandas, os Meneses, brincando com a presença e a colonização portuguesa na Índia. A ironia é absolutamente deliciosa, quando se diz que o encontro do Oriente e do Ocidente (uma temática cara ao autor) começa afinal com um grão de pimenta, de onde se expande uma rocambolesca saga familiar em que as barreiras de judaísmo, cristia-nismo, islamismo e hinduísmo são dissolvidas em nome do amor.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Letras e Leituras

d.r.

O escritor Salman Rushdie

Page 19: POSTAL 1108 - 6 SET 2013

06.09.2013  7Cultura.Sul

Momento

O Verão e as férias

Foto de Vítor Correia

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06.09.2013 8 Cultura.Sul

Alice do Outro Lado do Monitor

«Afinal, amigos, a vida não é isto». Mas emendou colocando ‘só’ entre parêntesis antes de ‘isto’. E conti-nuou o seu estado no WorldGues-tBook (a rede social mais na moda): ‘Vou de férias, está bom tempo, é pre-ciso aproveitar depois de um inverno tão rigoroso. Vou deixar-vos por uns tempos. Passem bem’. Esta frase que publicara era mais uma forma indi-recta para ‘Alice’ expressar a já longa espera de notícias a que João Coelho a tinha votado.

Assim que entrou, João foi logo abrir as janelas do apartamento para renovar o ar, depois de quinze dias fechado. Recolocou o telescópio na varanda e limpou-lhe o pó ganho no tempo em que estivera ausente. Ti-nha de esperar pacientemente que o céu escurecesse bem para voltar ao seu passatempo. Uma obsessão, diziam os amigos, que mesmo esses o achavam um bocado estranho. A toda a hora se metiam com ele por não ter namorada e passar tantas horas a olhar o céu, mesmo quando estava com eles: ‘Estás à espera que uma miúda te caía do céu. Elas brilham é no firmamento das redes sociais’. Para não o chatearem sempre com aqui-lo acabou por aceitar uma rapariga que lhe adicionaram como amiga no WGB, e interagir com essa pes-soa virtual. Mas inesperadamente os contactos começaram a ser mais fre-quentes com a tal de Alice. Falavam quase todos os dias. ‘Ela’ conseguira cativá-lo, com certas coisas que disse que achou interessantes, agradáveis, assuntos tocantes, delicados. Mas ele não quis dar grande importância ao facto e apenas usava a rede nos pe-ríodos de pausa junto do telescópio. Só que a dada altura a sua amiga começou a interessar-se pela sua as-tronomia. Levava o pc para junto da janela e tentava deslindar as conste-lações através das coordenadas por ele transmitidas.

De novo em casa e com tempo para relaxar um pouco, João sentiu de repente a falta dela. Era estranho

ter saudades de alguém que nem sequer conhecia. Com todas as pre-ocupações e a azáfama dos últimos dias, nem tinha ligado o computador. Fê-lo enquanto esperava o momento de voltar ao céu . Viu as mensagens na caixa de entrada, algumas com as mais recentes novidades sobre o fasci-nante mundo da astronomia, acumu-ladas naqueles dias em que estivera desligado do mundo global e apenas

ligado ao restrito núcleo familiar e do trabalho. Não tivera tempo, oportu-nidade ou disposição para se ligar à conversa com Alice. Tentava agora contactá-la. Não obteve resposta. Tal-vez fosse melhor assim, pensou. Mas depois começou a ficar apreensivo. Por qualquer razão que não sabia ex-plicar achou que aquilo se tratava de uma espécie de jogo, preparado por ela, do qual ele não sabia o nome, ou mesmo se tinha um. Enviou-lhe uma mensagem: «Se vives tal como existes, se sentes tal como escreves, se queres tal como dizes… eu preciso parar de te ima-ginar ou corro o risco de perder o bem da tua realidade…»

Passou quase toda a noite de olhos postos no céu e no monitor, mas só na manhã seguinte algo novo surgiu, quando já se encontrava a trabalhar. Ela publicou uma foto sua na praia, legendada: ‘Estou aqui’. Ele respon-deu em força de mensagem: «Traba-lho no BTP, é na R. de Stº António. Saio às 5h. Não posso esperar mais. Quero

conhecer-te». De vez em quando ia olhar a foto

dela no pc. Mas com o passar vagaro-so dos minutos nas horas, começou a impacientar-se. Não aguentou es-perar mais. Inventou uma má dispo-sição para sair mais cedo e pôs-se a caminho da praia. Apanhou alguns semáforos fechados, o trânsito um pouco congestionado junto ao centro comercial. Apesar de ser verão, não

havia muito movimento ao pé do ae-roporto. Só faltava passar a ponte. A esta hora eram mais as pessoas que saíam da praia. Iria conseguir che-gar a tempo. João enfiou pelo areal já com a gravata desabotoada.

Ela, de paréu, com o cabelo desar-ranjado, sem maquilhagem, pensan-do se não seria uma loucura o que estava a fazer, entrou na agência. Sentiu o choque térmico devido ao ar condicionado que lhe embargou um pouco a voz ao perguntar pelo sr. João Coelho. Foi informada que ele se sentira mal e saíra. Estava con-fusa, nem parecia dela, estar envol-vida numa situação destas. Foi para casa, tomou um banho, ligou o ipad. Mesmo assim ainda esperou por uma resposta, ou qualquer sinal ou ideia que lhe pudesse trazer algo de con-creto, uma explicação qualquer para o que estava a acontecer. Nada. Ficar sozinha faria com que voltasse a pen-sar em tudo outra vez e se baralhas-se mais ainda. Arranjou-se e saiu. Ia

a um bar na ilha ter com os amigos. Depois de ter procurado Alice de

uma ponta à outra da praia sentou--se exausto na areia. Ficou por ali a pensar como as coisas não lhe cor-riam bem, mas também culpando-se por não saber lidar adequadamente com este tipo de situações. Após o sol se pôr, João saía dali decidido a acabar com aquela fantochada, antes que alguém se magoasse. Ao colocar

a chave na ignição reparou pelo es-pelho retrovisor que estava um carro a tapar-lhe a saída. Apitou, uma vez e depois outra. Como não veio nin-guém, saiu do carro para ir à procura do dono. Andando na sua direcção vi-nha uma mulher que pediu desculpa por não ter ouvido buzinar. Quando ela já ia a entrar no carro, João inter-pelou-a: Você chama-se Alice?! Virou--se surpreendida. Tu és a Alice, não és? Eu sou o João, Coelho.

…Mas tu não estavas doente, não tinhas ido para casa?

E tu não eras para estar ali na praia… passei horas a procurar-te.

O quê?! Será que estou a perceber? Tinhas vindo para aqui quando eu cheguei ao banco.

Ficaram parados, rebobinando o filme dessa tarde, nos olhos um do outro, tentando perceber como se tinham desencontrado na ânsia de se encontrarem, e agora sem querer encontravam-se.

Queres tomar um café aqui? Pode-

mos falar melhor… tens tempo?Já percebi que temos muito que fa-

lar, vou é …estacionar melhor.Riram-se quando ela contou como

tinha entrado e saído do banco, ten-do ficado todos os bancários a olhar para ela. E como no dia seguinte iriam olhar para ele com risinhos e boquinhas… acerca da descabelada em roupa de praia… que o procurava. As gargalhadas continuaram quando se soube de como ele andou na praia vestido de fato e gravata, com uma fotocópia dela na mão a perguntar se a tinham visto.

Nem imaginas as bocas que ouvi, tipo: perdeste a mulher no casino e não sabes, se calhar ela fugiu com al-gum tubarão…

Quer dizer que ambos tínhamos pressa em procurar o outro…

E que tu estavas realmente a fazer bluff, Alice!?

Fez-se um silêncio. Ela olhou na di-recção do mar.

Que foi? disse alguma coisa errada.Não. Até tens razão. É verdade, mas

precisava saber se continuavas inte-ressado em conhecer-me.

Mas eu posso explicar-te o que me aconteceu, para além de não estar muito à vontade com estas coisas das conversas na net, o meu pai foi ope-rado, e estive a trabalhar em Lisboa…mas no dia em que cheguei, a dado momento percebi que tinha mesmo de conhecer a Alice do outro lado do ecrã. E agora estás deste lado da re-alidade. Tens um corpo, uma voz, e uns olhos… ainda mais bonitos que na fotografia. E como a Alice do País das Maravilhas tens o cabelo loiro amarrado por uma faixa preta.

Sorriu, sentindo-se um pouco en-vergonhada. Sabes João, tenho ami-gos que minimamente sabiam quem tu és. Não me entreguei totalmente à aventura com um desconhecido. Ah! Eu não me chamo Alice, sabias?! São as mesmas letras. Mas o meu nome verdadeiro é Célia.

Deu uma última olhadela através do telescópio apontado ao céu, pois não conseguia mais suportar o peso das pálpebras a fecharem-se de can-saço. Recebeu uma mensagem no te-lemóvel: «Assim como uma estrela que já estava há muito tempo no céu quando a conhecemos, também o amor começa antes de sê-lo». Esboçou um sorriso de felicidade. Virou-se para o lado da parede e adormeceu ignorando por uma noite as mil luzinhas piscando lá fora.

Pedro [email protected]

Contos de Verão na Ria Formosa

d.r.

“LIGAÇÕES20 SET a 26 OUT | CECAL - Centro de Experi-mentação e Criação Artística de Loulé

Exposição mostra como o Projecto TASA liga arte-sãos, designers, gerações, saberes, materiais, tradição e inovação, arte e uso, origem e tendências, passado, presente e futuroAg

endar

“GURU28 SET | 21.30 | Auditório Municipal de Olhão

Divertida comédia, onde Custódia Gallego é He-lena Pinto Macedo, a ministra das Finanças à espera de inspiração para entregar o Orçamento de Estado

Vista aérea da Praia de Faro

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06.09.2013  9Cultura.Sul

Os novos Imaginadores da Palavra

Ao longo dos últimos anos vários autores têm-se afirmado no panora-ma literário português pela sua origi-nalidade, versatilidade, criatividade e actualidade. A título de sugestões de leitura, deixo aqui três exemplos ilus-trativos ligados à ficção.

“Ler é preciso para ter lucidez” – diz--nos Gonçalo M. Tavares, que tem vindo a privilegiar em várias obras a explora-ção dos sótãos/caves mais escuros da condição humana, como o medo, a solidão, a violência e o mal, mas tam-bém os “gestos surpreendentemente bons”. GMT tem apostado também na microficção, em livros como Short Movies, Canções Mexicanas e, mais re-centemente, Animalescos. É, aliás, nes-te registo mais minimal que sugiro a sua série de micronarrativas “O Bair-ro” (com 10 vols. editados entre 2002 e 2010), em que o intenso diálogo com a filosofia, os exercícios lógicos e a ex-ploração dos paradoxos, e a criação de universos lúdicos, engenhosos, inven-tivos e humorados inserem-se numa lógica de investigação dos limites do mundo e da linguagem, de modo a pôr a nu as limitações das nossas formas convencionais de olhar para o mundo, tanta vezes baseadas numa redutora e superficial visão binária (branco/preto).

Rui Cardoso Martins é o segundo destaque, com a obra Deixem passar o homem invisível (2009). Num cenário apocalíptico, um invisual – encarado aqui na sua dimensão humana e não como metáfora ou alegoria – e uma criança caem num buraco em Lisboa e a sua incursão iniciática pelas entra-nhas da terra aprofunda uma relação de cumplicidade e de partilha que mostra o quão salvadores as palavras, as histórias e os livros podem ser quan-do os atravessamos por dentro. Muitas vezes, é preciso descer ao inferno, quer para desnudarmos as nossas fragilida-des individuais e colectivas, quer para aprofundarmos os corredores da nossa interioridade enquanto seres humanos. Uma escrita em que se funde passado e presente, numa visão estratigráfica da cidade das sete colinas, que recu-pera – na senda de autores como Cha-twin – o tópico do poder curativo da caminhada e, também, da urgência de encontrar uma via de sobrevivência es-perançosa no meio da incompetência institucional e da indiferença/incom-

preensão revelados por um certo co-lectivo social, em que a realidade conti-nuamente conspira contra o indivíduo e o coloca em eminente perigo (como, aliás, nos relembra/adverte, desde logo, uma das epígrafes do livro). A reflexão sobre o papel de Deus, a fé, os milagres e outras preocupações metafísicas, bem como acerca do livre-arbítrio humano e das receitas infalíveis, percorrem igual-mente o texto, não escapando à pena crítica do autor, para quem Deus só pode ser uma má pessoa, visto nos co-locar perante a eminência do milagre e depois o retirar. Uma obra que tam-bém “abala” e reformula claramente o nosso modo de olhar, escutar e de de-ambular por Lisboa…

Fecho esta lista com Valter Hugo Mãe, sugerindo o romance o apocalipse dos trabalhadores (2008), uma reflexão sobre os caminhos, sempre tão relati-vos, da felicidade e do amor, em que a procura de um paraíso terreal por parte de várias personagens principais (maria da graça, figura central, sonha literalmente em morrer de amor) se torna o objectivo primeiro das suas vidas, pontuada por uma esperança di-fícil, pela precariedade e pelos limites tantas vezes subjectivos do engenho e vontade humanos. Duas mulheres--a-dias protagonizam a acção, higie-nizando o real e, assim, resolvendo os problemas e limpando as sujidades – à imagem de um deus (mas, assim também, por contraponto a uma di-vindade aparentemente indiferente e arredada da realidade dos homens) – que a sociedade vai acumulando. Nas entrelinhas desta visão do mundo re-side um inequívoco enternecimento perante, por um lado, a hercúlea capa-cidade de sofrimento e de resistência humana, e, por outro, a manutenção da dignidade humana (não obstante todas as vicissitudes quotidianas) não só do elemento feminino como de to-dos aqueles que se situam na frágil e vulnerável base da pirâmide social: a anónima classe trabalhadora.

Paralelamente, o livro aborda o tema da imigração numa perspectiva de humanização da visão do Outro, des-construindo assim uma certa pequena xenofobia que a sociedade vai alimen-tando face aos estrangeiros, nomeada-mente dos países de Leste, fruto de uma manifesta incapacidade de compreen-são dos seus antecedentes, motivações, preocupações, dilemas e sonhos. Numa escrita acelerada, que precipita a urgên-cia de uma história feita de minúscu-las, de um notório fulgor poético e de uma dimensão humorística ausente dos seus romances anteriores, a morte assume-se como derradeira oportuni-dade de alcançar a felicidade… uma morte plena de maturidade, sabedoria e calma rente à felicidade, numa clara indiferença face ao juízo final e à exis-tência ou não de Deus.

Arqueologia em Albufeira

Albufeira é um concelho conhecido como um dos principais destinos turís-ticos a nível nacional, reconhecido pela qualidade das suas praias, gastrono-mia e outras ofertas que proporciona a quem visita. Esta é a face mais visível da “Capital do Turismo”. Mas é igualmen-te um município que tem sentido um acentuado crescimento de população residente, acompanhado com a melho-ria de infraestruturas e equipamentos económicos, sociais e culturais.

A Arqueologia em Albufeira, ainda que menos difundida, resulta de um trabalho que se vem a intensificar na úl-tima década. Com efeito, este tema pode levar alguns a pensar que podemos ter-minar o nosso artigo por aqui. De que nada subsistiu ao terramoto de 1755 ou à construção civil que se fez sentir a par-tir da 2ª metade do século XX. Ou ainda que é um território que apenas tem o Castelo de Paderne erguido durante a ocupação islâmica em elevação junto à ribeira de Quarteira, esquecendo-se a grande riqueza patrimonial nos con-celhos de Loulé e Silves, sendo apenas lógico que as sociedades antigas apro-veitassem os mesmos recursos naturais do Litoral e do Barrocal independente-mente das fronteiras dos municípios.

Retrospetiva

Na verdade, o património cultural do concelho de Albufeira nunca chamou a atenção da comunidade científica, até à realização das primeiras expedições de Estácio da Veiga, no século XIX, que revelaram o potencial que este território oferece. Infelizmente o seu trabalho não teve a continuidade que urgia manter, surgindo apenas algumas notícias de achados pontuais, como a da necrópole de cistas de Vale de Carro, descoberta na década de quarenta, em Olhos de Água.

Figura incontornável é a do Padre Semedo Azevedo, arqueólogo e pároco de Albufeira, que realizou diversas esca-vações nos concelhos vizinhos, e várias descobertas neste município, das quais se salienta a placa apotropaica exposta no Museu Municipal de Arqueologia, importante legado do património is-lâmico nacional e que foi encontrada durante a construção do Hotel Sol e Mar.

Foi apenas a partir da década de oi-tenta do século XX que se começaram a esboçar os primeiros inventários de sítios arqueológicos de uma forma sis-temática, bem como, as primeiras es-cavações arqueológicas no Castelo de Paderne, hisn rural em taipa militar nos

séculos XII-XIII e que se manteve habita-do até ao século XVI. Em contrapartida foi apenas no ano de 2000 que se efe-tuaram as primeiras escavações na área urbana de Albufeira, identificando parte de dois silos do período medieval islâmi-co, contendo vasto espólio arqueológico que testemunha o quotidiano daquela população.

Descobrir, estudar, salvaguardar

A afirmação das competências das autarquias locais na valorização e salva-guarda do património cultural nos terri-tórios que administram, levou à criação

do Gabinete Municipal de Arqueologia em 2004, com a missão de proceder à investigação, proteção e fiscalização do património arqueológico concelhio. No âmbito da sua missão salienta-se a atualização da Carta Arqueológica, que já permitiu localizar e georreferenciar mais de 150 sítios, acrescentando novos testemunhos de interesse histórico e pa-trimonial aos 81 conhecidos em 2003 e aos 18 em 1992. É evidente a relevância deste projeto para a gestão do patrimó-nio, mas também para o conhecimen-to do povoamento, nomeadamente de época muçulmana de Paderne, ou ain-da, da rede viária medieval com a iden-tificação das diversas pontes e caminhos antigos, sendo um dos melhores con-servados o do Vale de Santa Maria que ligava Albufeira a Alfontes da Guia.

É permanente o trabalho de salva-guarda em parceria com outros ser-viços municipais de obras públicas e privadas, reabilitação, planeamento e ordenamento do território, permitindo a realização de intervenções arqueológi-cas que, como resultado, vem aumen-tando o conhecimento histórico, reve-lando o rico património ainda existente e contribuindo para a compreensão da evolução urbana, testemunhados pelos vestígios de casas das épocas medieval e moderna encontradas no Centro Antigo ou na Baixa de Albufeira.

São diversos os projetos e descober-tas já realizadas pela equipa municipal, onde se destaca a identificação de parte da muralha medieval da cidade de Al-bufeira, junto à antiga Porta de Santana, assim como recentemente temos vindo a encontrar outros troços daquele muro de defesa da cidade escondidos por en-

tre o casario e que se pensava totalmen-te desaparecido.

Também a antiga igreja de Santa Ma-ria, o primeiro templo medieval cristão de Albufeira, destruído com o terramoto de 1755, foi redescoberta em escavações arqueológicas ainda em curso, mos-trando a grande dimensão do outrora edifício de culto, bem como, impor-tante conjunto de espólio arqueológi-co, salientando-se os diversos azulejos policromos, das oficinas de Lisboa ou do Porto, da segunda metade do século XVII que decoravam o seu interior e de onde provêm várias pedras esculpidas do século XVI, sendo a mais impressio-

nante o capitel com representações de animais exóticos, numa clara alusão aos descobrimentos portugueses e à nave-gação aos “quatro cantos do mundo”.

Santa Eulália – da fábrica à ermida

No topo de uma arriba na praia de Santa Eulália encontramo-nos a realizar escavações arqueológicas dos vestígios de uma antiga fábrica de salga de pei-xe do período romano, que já havíamos identificado em 2004, reconhecendo-se até ao momento cerca de seis tanques, colocados em torno de um pavimento central e de uma calçada de acesso ao complexo. Este conjunto inédito é um dos mais bem conservados do género e destaca-se pela sua localização, uma vez que os seus congéneres dispõem-se junto ao areal. Mas a relevância deste sítio centra-se na dimensão da fábrica de molhos e pastas produzidos a partir da fermentação do peixe em salmoura dentro das cetariae, aquecidos pelo sol e, posteriormente, transportados em ân-foras pelas galés que certamente ancora-vam na baía junto à praia e que partiam em direção do Mediterrâneo.

Naquele mesmo local, a tradição oral refere a existência de ermida do século XVI, que ainda não nos foi possível en-contrar. Mas são vários os testemunhos que atestam a sua existência, como os artefactos e sepulturas, algumas sobre-pondo os muros e pavimentos romanos.

Este breve panorama demonstra como a realidade patrimonial de Albu-feira está em transformação. Sabemos que ainda muito está por descobrir. Mas isso é que torna mais desafiante estudar a Arqueologia de Albufeira.

Espaço ao Património Sala de leitura

d.r.

Luís Campos PauloArqueólogo,Câmara Municipal de Albufeira Paulo Pires

Programador Culturalno Departamento Socioculturaldo Município de [email protected]

Escavações arqueológicas no Sítio de Santa Eulália (2013)

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06.09.2013 10 Cultura.Sul

Na senda da Cultura

“PINTURA DE SÓNIA REIS”9 SET a 4 OUT | Antigos Paços do Concelho de LagosSónia Reis nasceu em Lagos em 1977. Desde sempre manifestou interesse pelo mundo das artes, nas áreas do desenho, ilustração, pintura sobre tela, pintura mural, colagem e decoraçãoAg

endar

“ARTE COM LATA”Até 29 SET | Museu de PortimãoExposição composta por uma série de imagens cria-das pelo artista holandês Eric de Bruijn, com base nas antigas ilustrações litográficas coloridas das latas de conserva

As iniciativas de exibição cinemato-gráfica nos meses de Verão sob a forma de mostras de cinema ou festivais, ao ar-livre e não só, atraem cada vez mais aficionados da sétima arte, bem como alguns residentes e turistas mais inte-ressados em diversificar as actividades com que ocupam o tempo livre durante as férias.

Assim se posiciona o Farcume – Fes-tival de Curtas-Metragens de Faro que, na passada semana, teve a sua terceira edição, num certame cada vez mais focado na criação de público para esta forma de cinema. Pela tela do Farcume passaram, ao longo de quatro dias, mais de cem curtas-metragens nacionais e in-ternacionais.

Entre os dias 28 e 31 de Agosto, na Escola de Hotelaria e Turismo de Faro (EHTA), estiveram a concurso 108 cur-tas, na sua maioria portuguesas, mas com um grande incremento de filmes brasileiros, aos quais se juntaram rea-lizadores provenientes de países como Espanha, Canadá, Estados Unidos, Ar-gentina ou Alemanha.

Com organização “única e exclusiva” da Faro 1540, associação de defesa e promoção do património ambiental e patrimonial de Faro, o Farcume mudou, este ano, o formato do concurso e alar-gou por mais um dia o festival, dada a “qualidade de curtas apresentadas e que não mereciam ficar de fora”, sublinhou ao POSTAL Bruno Lage, presidente da associação e director do festival.

No que se refere ao evento deste ano,

o responsável mostra-se muito satisfeito com os resultados alcançados. “Este ano quase dobrámos o número de especta-dores e durante os quatro dias foram quase mil pessoas que assistiram ao festival”. Mas ao balanço positivo com que Bruno Lage se congratula acresce também o maior número de realizado-res presentes, “inclusive do Brasil, que começam a fazer do Farcume um ponto de encontro cada vez mais internacional nesta forma de arte”.

“A qualidade das curtas apresentadas, o espaço fantástico de um edifício com 500 anos de história e a interacção entre realizadores e público são mais-valias

inequívocas do festival”, refere o direc-tor, que destaca a presença de “muitos jovens, com idades inferiores a 30 anos”, que, segundo Bruno Lage, é uma prova de “existir uma nova geração atenta e que aprecia eventos culturais”.

As curtas premiadas

Das 164 curtas-metragens enviadas foram seleccionadas 108 que estiveram a concurso em quatro categorias: ficção, animação, documentário e videoclip.

No final os vencedores foram, na ca-tegoria de ficção e em ex aequo, “Bué Sabi”, de Patrícia Delgado e “O Cheiro

das Velas”, realizado por Adriana Mar-tins da Silva.

Na categoria de animação o primei-ro lugar foi para a curta-metragem brasileira “ED”, de Gabriel Garcia; e no género documental, o primeiro lugar foi entregue a Luís Moya, com “Mia Mia Sudan Taman Taman”.

Na categoria de videoclip, a curta premiada foi “João Lum – Chama de Mil Cores”, de Sonat Duyar.

Farcume alarga horizontes

Como tem acontecido, de edição para edição, o Farcume tem ganho o seu espaço de referência no mundo das curtas-metragens a nível nacional, mas também a nível internacional como prova a crescente procura de realiza-dores de outras latitudes de se mos-trarem no festival farense. A edição de 2014 está, portanto, assegurada, garan-tia dada ao POSTAL por Bruno Lage.

O director do festival vai mais lon-ge e anuncia, desde já, a clara inten-ção de alargar o festival a outras ci-dades algarvias e até além-fronteiras, onde está a ser estudada a “real hi-pótese de estender o festival ao Brasil em Fevereiro ou Março do próximo ano”. Ainda este ano há também a in-tenção de realizar o certame em mais duas cidades da região, estando Tavi-ra e Portimão na linha da frente para a concretização do projecto.

Pedro Ruas/Ricardo Claro

Farcume mostra curtas em Faro e promete continuar a crescer

fotos: d.r.

Mais de mil pessoas estiveram presentes na terceira edição do Farcume

ClassificaçãoFarcume 2013:

Ô Ficção:1.º - (ex aequo) Bué SabiPatrícia DelgadoO Cheiro das VelasAdriana Martins da Silva2.º - Dios por el CuelloJosé Trigueiros3.º - Poesia de 2.ª CategoriaLuís Santo VazMH* - A Viuvez da CarpideiraAnderson Legal/Bruno LittleMH - Noite Gélida em Castelo BrancoLuís DiogoMH - Rafael e MariaRicardo Machado

Ô Animação:1.º - EDGabriel Garcia2.º - Forbidden RoomRicardo Almeida/Emanuel Nevado3.º - LuminarisJuan Pablo ZaramellaMH - A Ria, a Água, o HomemMatos BarbosaMH - Gata MáEva Mendes/Joana de Rosa/Sara Augusto

Ô Documentário:1.º - Mia Mia Sudan Taman TamanLuís Moya2.º - Aldeia dos TísicosHugo Dinis Neves3.º - AreiaHumberto Kzure-CerqueraMH - Brincadeiras dos nossos avósFlávio FariasMH - Crooner Vieira - A potência da voz e o romantismo nada têm a ver com a idadeCatarina NevesMH - Faro do Comboio ao AviãoLena Campelo/Fábio Léria/Carla San-tos/José Cabecinha

Ô Videoclip:1.º - João Lum – Chama de mil coresSonat Duyar2.º - Indie Nice Weather for Ducks – Back to the FutureBruno Carnide/Cláudio Cigarro3.º - Orblua – Aviãozinho MilitarCarlos NortonMH - Tribal Baroque – Gipsi DanceNuno Sá PessoaMH - Vol 2 – Sai e VemJoel Duarte

* Menção HonrosaA vertente ambiental da mostra é um evento carbono zero

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06.09.2013  11Cultura.Sul

Urbano Tavares Rodrigues: Eterno, não efémero

Tinha programado para Dezembro, mês em que Urba-no Tavares Rodrigues faria 90 anos, um texto dedicado a este escritor, mas o seu recente fale-cimento, no passado dia 9 de agosto, levou-me a adiantá-lo, em jeito de homenagem pós-tuma.

Urbano Tavares Rodrigues é autor de cerca de meia centena de livros de ficção (romances, novelas e contos) e de outro tanto de ensaística, patente-ando as duas atividades em que mais se evidenciou: a es-crita e a vida académica, como professor da Faculdade de Le-tras da Universidade de Lisboa (onde só pôde lecionar após o 25 de abril), tendo muitas das suas obras sido premiadas.

Portugal, anos 60 – o «amanhã» é para todos.

Urbano Tavares Rodrigues foi um escritor corajoso, múl-tiplas vezes preso, que acabou por ter de sair deste seu país, devido à ditadura, e que revela as suas inquietações sociais na sua obra ficcional.

Escolhi falar da novela «Imi-tação da Felicidade», de 1966 (que dá o nome ao volume, do qual fazem ainda parte outros pequenos contos), para exem-plificar como exprimia as suas preocupações.

A história acompanha duas francesas em três contextos diversos, cada um narrado por uma terceira personagem que com elas interage duran-te a sua estada, estendida por três meses (que dão o nome aos capítulos) no nosso país. A linguagem de cada um dos narradores adequa-se à sua classe social (um taxista, uma

datilógrafa e um «pobre rico, ou rico pobre», como o pró-prio se define), mas todos coincidem na crítica à situação em que Portugal se encontra-va, com a Guerra Colonial a levar os jovens e com o povo a viver com salários de miséria, sentindo-se a necessidade de uma mudança (que só se daria daí a oito anos).

«Maio» passa-se no Algar-ve, na zona de Portimão. O narrador é Bernardo, um chofer dono do seu próprio carro de praça (alguns de nós ainda se lembram de serem assim chamados os taxistas e os táxis), que conduz as es-trangeiras para todo o lado, dando-nos uma ideia do con-traste entre a população mais simples e humilde (engraxa-dores, vendedores de peixe, mendigos) e as duas mulhe-res que dizem querer conhe-cer a realidade portuguesa e se insurgem contra a atitu-de passiva dos portugueses, sem, no entanto, mudarem alguma coisa: «Todos dizem o mesmo, fartinho estou eu de lhes ouvir a esta cantilena. Mas quem é que faz alguma coisa por nós?! Admiram-se, criticam e afirmam que estão inteiramente do nosso lado, mas vá de comerem ricos bi-fes e beberem o nosso bom vinho» (p.28).

O 2º capítulo, «Junho», em que a miséria das pessoas e a Guerra Colonial são os te-mas mais prementes (sob um pano de fundo de uma jóia roubada às francesas, pelo desespero de uma cria-da de quarto), é narrado por uma sobrinha de um rico ca-pitão. No 3º, «Julho», um aris-tocrata falido vende-se a um casamento, porque não quer perder regalias.

Com excertos como os que se seguem (algumas partes, infelizmente, ainda atuais), não admira que o livro, que ganhou o Prémio da Impren-sa Cultural, tivesse sido apre-endido pela censura:

«É bem verdade que os car-rascos do povo, destas criatu-ras tidas pouco mais ou me-

nos como vis, entre nós, são os intermediários, como a D. Almerinda. Os carrascos dire-tos. Porque o meu rico tio ca-pitão, tão boa pessoa, tenho de o reconhecer, está por de-

trás» (p.55).«Não, mãe (…), não me ve-

nha com a resignação: é ela que tem a culpa de tudo o que nos acontece. Porque, afinal, somos ou não somos todos seres humanos com direito à

vida, quero eu dizer, com direi-to a escolhermos a nossa vida? Quando a mãe, por exemplo, que fala constantemente em resignação, vive apenas a vida que lhe deram por castigo. E

eu, que teria gostado de ser médica, ou enfermeira, e sou modista? Eu, que aturo todo o dia senhoras idosas e tenho de lhes fazer boa cara e de lhes gramar as más-criações para não perder a freguesia!

Se somos todos irmãos em Deus, no seu Deus, que o seja-mos também na terra, irmãos nos mesmos direitos e não só alguns de nós nas mesmas es-cravidões. O que nos faz falta, mãe, não é a resignação: é a revolta» (p.59).

«País das rosas de Abril, estrumeira da Europa rica… Quando é que nasce «ama-nhã»? Até a mim me acon-tece pensar nisso. Não sei se gostarei de «amanhã», mas é urgente que desponte, para todos nós, outro dia, para os que o merecem, para os que o não merecem, para os que o desejam, para os que o te-mem, para os que o detestam. Isto assim, este vómito de an-gústia, é que não pode conti-nuar» (p.96).

O efémero amor

O tema do amor é recorren-te na obra de Urbano Tavares Rodrigues. Tanto o amor como o sexo e as suas variantes: sexo sem amor e amor sem sexo. E com o amor vem, muitas vezes, a morte e a efemeridade.

Por exemplo, em Filipa Nes-se Dia (1988), o amor é des-

truição, mas também aqui as classes sociais surgem como determinantes do tipo de re-lacionamento e até de senti-mentos possíveis: «Mas estarei eu verdadeiramente apaixo-nado? Não serei, afinal, como tantos da minha geração, do meu meio social, incapaz de paixão?» (p.75). Hélio, como muito bem o «vê» um velho cego com quem se cruza, não consegue encontrar, literal-mente e metaforicamente, o caminho que o leva a casa do pai e ao encontro do amor. Paralela à demanda do herói, temos a crítica ao que, depois do 25 de abril de 74, deveria ter mudado, mas não mu-dou. Dizem os trabalhadores de um latifúndio alentejano: «Estes cabrões exploram-nos sem dó nem piedade. Para eles somos animais, ou nem isso, que eles tratam de outra ma-neira os animais de estimação. Como as máquinas é que nós somos, dessas que nem vale a pena consertar, das que se ati-ram fora em não prestando» (p.99).

Urbano Tavares Rodrigues consegue, com muita elegân-cia, alternar a linguagem de diferentes narradores e per-sonagens, de um modo tão límpido, que parece que ora estamos a ouvir a rudeza das vozes revoltadas dos trabalha-dores do campo, explorados sem pejo, ora nos surpreende-mos com a delicadeza da voz da francesa Brigitte, ora nos condoemos com a fragilida-de de doentes e moribundos e coramos com a excitação dos amantes.

Inspirando-me no nome de um seu romance, O Eter-no Efémero (2005), repito o título deste artigo: Urbano Tavares Rodrigues, eterno, não efémero.

Edições citadas:Imitação da Felicidade, Publica-

ções Europa-América, 1966 (3ª edição: 1988).

Filipa Nesse Dia, Publicações Europa-América, 1988.

fotos: d.r.

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

“METÁFORA DAS FORMAS”Até 30 SET | Galeria de Arte Pintor Samora Barros - AlbufeiraAldamir Soares apresenta peças a três dimensões, elaboradas a partir de diversos materiais reciclados, como o ferro, madeira, pedra e alumínioAg

endar

“ESPECTÁCULO COM SEU JORGE”11 OUT | 22.00 | Portimão ArenaPara além de interpretar temas do novo disco, intitu-lado “Músicas para Churrasco nº 2” , o cantor e com-positor promete incluir no alinhamento do concerto canções bem conhecidas

Urbano Tavares Rodrigues

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06.09.2013 12 Cultura.Sul

Uma das atribuições legal-mente cometidas à Direção Re-gional de Cultura do Algarve, pelo Decreto-Lei n.º 114/2012, de 25 de maio, é apoiar iniciati-vas culturais locais ou regionais, de caráter não profissional, que, pela sua natureza, correspon-dam a necessidades ou aptidões específicas da região. A isso acresce, ainda, as atribuições de promover a sensibilização e a divulgação de boas práticas para a defesa e valorização do património cultural, e articular--se com outras entidades, com a finalidade de incentivar formas de cooperação integrada, me-diante protocolos ou contratos--programa.

Nesta medida, tem a Direção Regional de Cultura do Algarve procurado otimizar os recursos disponíveis, através do progra-ma de Apoio à Ação Cultural e das parcerias de promoção cul-tural e de dinamização dos mo-numentos, aplicando fundos provenientes de receitas pró-prias, essencialmente receitas de ingresso, lojas e concessão

de espaços dos oito monumen-tos históricos que, no Algarve, lhe estão afetos.

Nos últimos anos foram re-alizados diversos eventos que tiveram como fio condutor criar ligações entre património e contemporaneidade, assim como proporcionar uma maior fruição cultural e criar hábitos culturais na região, conseguin-do chegar a um universo cada vez maior de pessoas.

De entre as iniciativas de pro-moção cultural que resultam de parcerias entre a Direção Regio-nal de Cultura do Algarve e ou-tras entidades que, na região, prosseguem objetivos afins, podemos destacar a realização de exposições temporárias nos monumentos afetos, quer de tema histórico (na Fortaleza de Sagres), quer de arte con-temporânea (na Casa Rural de Milreu, Estoi); o ciclo Filarmó-nicas nos Monumentos (uma parceria anual de divulgação musical com a Associação Re-gional de Filarmónicas do Al-garve, de sensibilização para a

importância do trabalho das Associações Filarmónicas na afirmação da identidade cul-tural da região, e a promoção e divulgação do património histórico através de um roteiro de atuações nos monumentos); os Encontros de Teatro Amador, reunindo os grupos de teatro amador do Algarve em torno da reflexão e debate; os Algarve Design Meetings, promovidos em parceria com o Departa-mento de Comunicação, Artes e Design, da Universidade do Algarve, um espaço que coloca sob análise e reflexão a temática do design de comunicação na região; os concursos de leitura «Ler Com...», realizados anual-mente na Fortaleza de Sagres em parceria com a Direção Re-gional de Educação e as Escolas da região para sensibilização e promoção da leitura e da língua portuguesa junto das crianças do 1.º ciclo; o projeto «Lugares Mágicos», em parceria com o Atelier Educativo e a participa-ção de várias instituições IPSS, com três tipos de oficinas edu-

cativas, barro/cerâmica; perfor-mance/teatro e fotografia; os ci-clos «Música nos Monumentos», uma parceria com a Orquestra do Algarve para a realização de concertos de música de câmara em monumentos da região; ou o projeto «Palato», uma parce-ria com a Xerém onde, usando as tecnologias de informação e comunicação e cozinhando na paisagem, se cruzam arte, gas-

tronomia e património.Este fio condutor – criar há-

bitos culturais e proporcionar a fusão entre identidade/ter-ritório/património e criação/reflexão contemporânea – tem permitido, num trabalho assente no tecido cultural regional e nas pessoas que estão no terreno, de forma (quase in)visível a conti-nuar projetos por toda a região e, ao mesmo tempo, garantir

que se continua a fazer cultura no Algarve. Conscientes de que há muito caminho a percorrer, e muito trabalho a fazer, continu-aremos a apostar nas parcerias para fazer mais e na capacidade de inovar para chegar a mais pes-soas, garantindo que a cultura é um factor de desenvolvimento e de diferenciação.

Já no domínio do apoio a ini-ciativas culturais, de caráter não profissional, através do progra-ma de Apoio à Ação Cultural, foi, ao longo dos últimos dois anos, apoiada financeiramente quase centena e meia de proje-tos na região, nomeadamente nas áreas das artes visuais, cine-ma/vídeo, dança, música, teatro e edição (particularmente en-saio, narrativa e poesia), abran-gendo mais de cento e vinte agentes culturais da região. Continuaremos a nossa missão de criar novas oportunidades e caminhos para quem todos os dias faz cultura na região.

Direção Regional de Cultura do Algarve

A Direção Regional de Cultura do Algarve:um parceiro (in)visível para quem faz cultura

d.r.

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