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Rosa, A.* Rosa, A.* 1 ; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. *** ; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. *** *Estudantes do Curso de licenciatura em Dietética, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança; **Membro do Centro de Investigação de Montana; ***Docente da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Bragança, Rosa, A.* Rosa, A.* 1 ; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. *** ; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. *** *Estudantes do Curso de licenciatura em Dietética, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança; **Membro do Centro de Investigação de Montana; ***Docente da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Bragança, 1 Autor correspondente: [email protected] 1 Autor correspondente: [email protected] Introdução Introdução O climatério representa toda a transição da fase reprodutiva à não reprodutiva, coincidindo com a diminuição da produção adequada de estrogénio e progesterona pelos ovários. Ocorre por volta dos 45 anos e pode estenderse até aos 65 anos de idade. A menopausa é o evento que determina o fim do climatério e consiste na extinção permanente da menstruação, resultante da perda da função folicular ovariana ou à remoção cirúrgica dos ovários. Durante ambas as fases, manifestamse profundas mudanças físicas e emocionais associadas à carência estrogénica. A sintomatologia mais comum consiste em sintomas vasomotores, como modificações do humor, calores, distúrbios do sono e sintomas decorrentes da hipotrofia genital. Em relação aos sintomas emocionais, é possível afirmar que estes são extremamente variáveis, uma vez que muitas mulheres podem ser assintomáticas e outras apresentam sintomatologia mais intensa. Algumas mulheres ainda, vivenciamno de forma negativa apresentando vários sintomas e queixas psíquicas, entre os quais, a irritabilidade, ansiedade, depressão e as disfunções sexuais. Existem ainda repercussões Não Sim 65 60 55 50 45 Idade Não Sim É vegetariana? 35,0 30,0 25,0 20,0 IMC actual observadas a longo prazo, tais como osteoporose e aumento de morbilidade cardiovascular. As alterações hormonais associadas à transição menopaúsica podem afectar também a composição corporal, havendo tendência para o aumento de peso. Classicamente a terapia de substituição hormonal (TSH) é a terapia de 1ª linha utilizada no tratamento da sintomatologia da menopausa com diversos efeitos adversos, mas ultimamente têm vindo a surgir alternativas terapêuticas à TSH com substâncias extraídas de plantas que apresentam efeito estrogénico – os fitoesterogénios. Os fitoestrogénios são estrutural e funcionalmente similares ao estradiol. São classificados em quatro grandes grupos: esteróis, terpenoides, saponinas e fenólicos. Dentro do grupo fenólico encontramos as isoflavonas, os lignanos, os coumestanos, os flavanóis, as favonas, as chalconas e os esteróis. As isoflavonas encontramse entre as classes que possuem maior actividade estrogénica, das quais, a genistaína, a daidzeína e a gliciteína, que estão presentes no gérmen de soja, por exemplo. A soja e seus produtos são alimentos privilegiados nas dietas vegetarianas. Existem três tipos de dieta vegetariana: a pura, restrita ou total (vegan) que se baseia no consumo de produtos estritamente de origem vegetal; a lactovegetariana, que associa também o leite e os seus derivados; e a ovolactovegetariana, que permite também a ingestão de ovos, além de todos os anteriores. Segundo estudos realizados, verificase que os vegetarianos consomem cada vez mais soja e alimentos compostos por soja. Ao que Gráfico 10: Variação de idades no grupo das vegetarianas e das omnívoras Gráfico 11: Variação do IMC actual no grupo das vegetarianas e das omnívoras Évegetariana? 35,0 30,0 25,0 20,0 IMC habitual parece, estes produtos, pela sua riqueza em proteínas, fibra e fitoesteróides, parecem ser os principais alimentos, responsáveis, mas não os únicos, pelos benefícios apontados às dietas vegetarianas, como as baixas taxas de cancro, doenças cardiovasculares, osteoporose e mortalidade e melhoria da sintomatologia da menopausa. Assim sendo, foi principal objectivo deste estudo relacionar a ingestão de alimentos tipicamente ingeridos por vegetarianas com a sintomatologia da menopausa, quer física, quer emocional. Métodos Métodos A este estudo responderam 87 mulheres, das quais apenas 18 se encontravam na menopausa principal critério de inclusão do nosso estudo que nos levou a trabalhar apenas com esta subamostra. A nossa subamostra tinha a idade de 53,33 ± 5,729 anos; origem geográfica maioritariamente no centro litoral (38%) (gráfico 1) e centro urbano (42%) (gráfico 2); era composta por 56% (10) de mulheres omnívoras e 44% (8) vegetarianas (gráfico 3); dentro das vegetarianas 28% eram semivegetarianas, 17% ovolactovegetarianas e 5% são lactovegetarianas (gráfico 4). TESTES ESTATISTICOS Teste Exacto de Teste Exacto de Fisher Fisher PHI PHI Teste do Teste do Shapiro ShapiroWilk Wilk Teste do Teste do Levene Levene Tstudent student Idade 0,106 0,219 0,062 Peso Actual 0,730 0,539 0,319 Peso Habitual 0,355 0,639 0,544 Altura 0,425 0,134 0,496 IMC Actual 0,150 0,070 0,189 IMC Habitual 0,759 0,838 0,331 Gráfico 12: Variação do IMC habitual no grupo das vegetarianas e das omnívoras Tabela 1: Valores dos testes para aplicação do T de Student Não Sim É vegetariana? Neste estudo os dados foram obtidos através de um Instrumento de Recolha de Dados, disponibilizado online, que inclui questões caracterizadoras da amostra como dados antropométricos, tipo de vegetarianismo, tempo desse regime alimentar, utilização de suplementos, actividade física, entre outras, compilado com o Questionário de Frequência de Consumo Alimentar validado por investigadores do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, para administração em adultos. Com a devida autorização dos mesmos procedemos ao acréscimo de novos alimentos, ingeridos na alimentação vegetariana, visto que este estudo também se direcciona à população vegetariana. Foram introduzidos alimentos tais como: Tofu, bebida de soja, sesame, tahini, millet, seitan, soja, entre outros. A análise estatística foi realizada através do software SPSS versão 13.0, recorrendo à estatística descritiva para caracterização da amostra e aos testes estatísticos Quiquadrado, Exacto de Fisher e T de Student para amostras independentes. Inicialmente utilizouse o Teste do Quiquadrado de Pearson para correlacionar variáveis nominais, mais especificamente a ingestão ou não de cada alimento com a presença ou não de cada um dos sintomas da menopausa. Como o teste anterior não foi verificado aplicouse o teste exacto de Fisher. O Teste Exacto de Fisher é usado para estudar a relação entre as variáveis, sempre que o universo é inferior a 30 casos e mais de 20% das células Valor do teste Significância Valor do teste Sintomas físicos Calores Miscelâneas 6,613 0,022** 0,641 Bolachas 8,906 0,020** 0,757 Batatas fritas 6,349 0,025** 0,641 Queijos 10,660 0,012** 0,813 Sobremesas Lácteas 6,212 0,037** 0,650 Carnes Brancas 11,333 0,010** 0,837 Carnes Vermelhas 10,482 0,009* 0,810 Charcutaria 10,030 0,009* 0,778 Irregularidades menstruais Azeite 8,519 0,018** 0,756 Outros biscoitos 10,059 0,013** 0,840 Croissant 6,377 0,038** 0,697 Legumes de sementes 9,266 0,049** 0,791 Frutos oleaginosos 9,931 0,041** 0,862 Sintomas emocionais Irritabilidade Açúcar 11,868 0,007* 0,884 Alteração de Humor Açúcar 13,255 0,002* 0,901 Leite Meio gordo 7,496 0,022** 0,672 Croissant 6,497 0,016** 0,632 *p<0,01; **p<0,05 Tabela 2: Correlações entre os sintomas físicos e emocionais e os alimentos consumidos pelas inquiridas têm frequências esperadas com valores inferiores a 1. Utilizouse ainda a medida de associação Phi, para medir a força da correlação (forte se perto de 1, fraca se perto de 0). Consideramse como estatisticamente significativas todas as correlações com valores de p<0,05 e estatisticamente muito significativas todas as correlações com valores de p<0,01. Após a verificação dos prérequisitos para aplicação de testes paramétricos (normalidade e homogeneidade) foi utilizado o teste paramétrico T de Student para comparar o grupo das mulheres vegetarianas com o grupo das mulheres omnívoras, no que se refere às variáveis: Idade, Pesos Actual e Habitual, Altura, IMC Actual e Habitual. Resultados Resultados Através da análise estatística descritiva verificamos que na sua maioria, as inquiridas da amostra, não consomem suplementos de soja (56%) (gráfico 5) e praticam actividade física (61%) (gráfico 6). A maioria da amostra encontrase na menopausa há mais de dois anos (44%), 39% há menos de um ano e 17% entre 1 e 2 anos (gráfico 7). A maioria da amostra (89%) não recorre à terapia de substituição hormonal (gráfico 8). E 61% das mulheres revelam que aumentaram de peso durante esta fase (gráfico 9). Para analisar algumas variáveis aplicou o T de Student, após se verificar a normalidade e homogeneidade dos dados (os resultados encontramse sumariados na tabela 1). Verificouse que existem diferenças significativas entre o peso actual (p=0,319), o peso habitual (p=0,544), altura (p=0,496), IMC actual (p=0,189) e o IMC habitual (p=0,331) entre as vegetarianas e as omnívoras. O grupo das vegetarianas apresenta um IMC actual inferior, comparativamente às omnívoras (gráfico 11) Ao analisarse o gráfico 11 pode ainda dizerse que a mediana do IMC actual das vegetarianas 25% 8% 25% Região habitacional Urbano/Rural Norte urbano Centro urbano l 44% 56% Vegetarianas e de onmivoras na amostra vegetarianas i 8% 15% 8% 8% 23% Região habitacional Interior/Litoral Norte Interior Norte Litoral Centro Interior omnívoras (gráfico 11). Ao analisar se o gráfico 11, pode ainda dizer se que a mediana do IMC actual das vegetarianas está no intervalo considerado Normopeso, enquanto que nas omnívoras, a mediana do IMC está no intervalo do Excesso de Peso. No IMC habitual, são as omnívoras que apresentam uma maior dispersão dos dados (gráfico 12). Após a aplicação do teste de Fisher e da medida de associação Phi obtivemos os resultados sumariados na tabela 2. Os resultados demonstraram que o sintoma físico “calores” tem uma forte correlação com os alimentos queijos (phi=0,813), carnes brancas (phi=0,837) e carnes vermelhas (phi=0,810). O sintoma físico “irregularidades menstruais” tem uma forte correlação com os alimentos outros biscoitos (phi=0,840) e frutos oleaginosos (phi=0,862). Os sintomas emocionais “irritabilidade” e “alteração de humor” têm uma forte correlação com o alimento açúcar (phi>0,8). Conclusão Conclusão Após análise, pode concluirse que o consumo de açúcar está muito associado ao aparecimento de sintomas Grafico1: Região Habitacional Interior/litoral 42% Centro rural Sul urbano Gráfico 2: Região Habitacional Urbano/Rural onmivoras Gráfico 3: Percentagem de vegetarianas e de omnívoras na amostra 28% 17% 5% 50% Tipo de vegetarianismo semivegetarianismo ovolactovegetarianis mo lactovegetarianismo não se aplica Gráfico 4: Tipo de vegetarianismo 61% 39% Prática de actitivade física Pratica Não pratica 38% Centro Litoral Sul Interior Sul Litoral 44% 56% Consumo de suplementos de soja Sim Não Gráfico 5: Consumo de suplementos de soja emocionais. O aparecimento de sintoma sicos está muito associado ao consumo de queijos, carnes brancas, carnes vermelhas, biscoitos e frutos oleaginosos. Esperavase que os legumes e frutas (que são ricos em fitoestrogénios) tivessem alguma relação com o não aparecimento de sintomas, o que não se verificou, mas no entanto poderia vir a confirmarse numa amostra de maior dimensão. A alteração de peso não esta significativamente correlacionada com os sintomas físicos ou emocionais. Neste estudo, não foi possível estabelecer qualquer relação entre o não aparecimento dos sintomas e os alimentos. De referir que os alimentos que demonstraram estar associados aos sintomas físicos indesejáveis poderão apresentar esta associação devido ao seu elevado teor em gorduras saturadas e hidrogenadas e o açúcar demonstrou estar associados a sintomas emocionais, pois é determinante na produção de serotonina a hormona do humor e bem estar. 61% 28% 11% Alteração de peso Aumentou Manteve Diminuiu Gráfico 9: Alteração de peso nas mulheres durante a menopausa Gráfico 6: Prática de Actividade sica 39% 17% 44% Tempo de menopausa < 1 ano 12 anos > 2 anos Gráfico 7: Tempo de menopausa 11% 89% Terapia hormonal de substituição Sim Não Gráfico 8: Terapia Hormonal de Substituição

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Rosa, A.*Rosa, A.*11; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. ***; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. ***

*Estudantes do Curso de licenciatura em Dietética, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança; **Membro do Centro de Investigação de Montana; ***Docente da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Bragança,

Rosa, A.*Rosa, A.*11; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. ***; Mota, F.*; Ferreira, D.*; Fevereiro, T.*; Fernandes, A.**; Gomes, A. ***

*Estudantes do Curso de licenciatura em Dietética, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança; **Membro do Centro de Investigação de Montana; ***Docente da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Bragança,

1 Autor correspondente: [email protected] Autor correspondente: [email protected]

IntroduçãoIntroduçãoO climatério representa toda a transição da fase reprodutiva à não reprodutiva, coincidindo com a diminuição daprodução adequada de estrogénio e progesterona pelos ovários. Ocorre por volta dos 45 anos e pode estender‐se atéaos 65 anos de idade. A menopausa é o evento que determina o fim do climatério e consiste na extinção permanenteda menstruação, resultante da perda da função folicular ovariana ou à remoção cirúrgica dos ovários. Durante ambasas fases, manifestam‐se profundas mudanças físicas e emocionais associadas à carência estrogénica. A sintomatologiamais comum consiste em sintomas vasomotores, como modificações do humor, calores, distúrbios do sono e sintomasdecorrentes da hipotrofia genital. Em relação aos sintomas emocionais, é possível afirmar que estes sãoextremamente variáveis, uma vez que muitas mulheres podem ser assintomáticas e outras apresentam sintomatologiamais intensa. Algumas mulheres ainda, vivenciam‐no de forma negativa apresentando vários sintomas e queixaspsíquicas, entre os quais, a irritabilidade, ansiedade, depressão e as disfunções sexuais. Existem ainda repercussões NãoSim

É vegetariana?

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NãoSim

É vegetariana?

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observadas a longo prazo, tais como osteoporose e aumento de morbilidade cardiovascular. As alterações hormonaisassociadas à transição menopaúsica podem afectar também a composição corporal, havendo tendência para oaumento de peso. Classicamente a terapia de substituição hormonal (TSH) é a terapia de 1ª linha utilizada notratamento da sintomatologia da menopausa com diversos efeitos adversos, mas ultimamente têm vindo a surgiralternativas terapêuticas à TSH com substâncias extraídas de plantas que apresentam efeito estrogénico – osfitoesterogénios. Os fitoestrogénios são estrutural e funcionalmente similares ao estradiol. São classificados em quatrograndes grupos: esteróis, terpenoides, saponinas e fenólicos. Dentro do grupo fenólico encontramos as isoflavonas, oslignanos, os coumestanos, os flavanóis, as favonas, as chalconas e os esteróis. As isoflavonas encontram‐se entre asclasses que possuem maior actividade estrogénica, das quais, a genistaína, a daidzeína e a gliciteína, que estãopresentes no gérmen de soja, por exemplo. A soja e seus produtos são alimentos privilegiados nas dietas vegetarianas.Existem três tipos de dieta vegetariana: a pura, restrita ou total (vegan) que se baseia no consumo de produtosestritamente de origem vegetal; a lactovegetariana, que associa também o leite e os seus derivados; e aovolactovegetariana, que permite também a ingestão de ovos, além de todos os anteriores. Segundo estudosrealizados, verifica‐se que os vegetarianos consomem cada vez mais soja e alimentos compostos por soja. Ao que

Gráfico 10: Variação de idades no grupo das vegetarianas e das omnívoras Gráfico 11: Variação do IMC actual no grupo das vegetarianas e das omnívoras

É vegetariana?

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IMC

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parece, estes produtos, pela sua riqueza em proteínas, fibra e fitoesteróides, parecem ser os principais alimentos,responsáveis, mas não os únicos, pelos benefícios apontados às dietas vegetarianas, como as baixas taxas de cancro,doenças cardiovasculares, osteoporose e mortalidade e melhoria da sintomatologia da menopausa.Assim sendo, foi principal objectivo deste estudo relacionar a ingestão de alimentos tipicamente ingeridos porvegetarianas com a sintomatologia da menopausa, quer física, quer emocional.

MétodosMétodos

A este estudo responderam 87 mulheres, das quais apenas 18 se encontravam na menopausa ‐ principal critério deinclusão do nosso estudo que nos levou a trabalhar apenas com esta sub‐amostra. A nossa sub‐amostra tinha a idadede 53,33 ± 5,729 anos; origem geográfica maioritariamente no centro litoral (38%) (gráfico 1) e centro urbano (42%)(gráfico 2); era composta por 56% (10) de mulheres omnívoras e 44% (8) vegetarianas (gráfico 3); dentro dasvegetarianas 28% eram semi‐vegetarianas, 17% ovolactovegetarianas e 5% são lactovegetarianas (gráfico 4).

TESTES ESTATISTICOSTeste Exacto de Teste Exacto de FisherFisher PHIPHI

Teste do Teste do ShapiroShapiro‐‐WilkWilk Teste do Teste do LeveneLevene TT‐‐studentstudent

Idade 0,106 0,219 0,062

Peso Actual 0,730 0,539 0,319

Peso Habitual 0,355 0,639 0,544

Altura 0,425 0,134 0,496

IMC Actual 0,150 0,070 0,189

IMC Habitual 0,759 0,838 0,331

Gráfico 12: Variação do IMC habitual no grupo das vegetarianas e das omnívoras

Tabela 1: Valores dos testes para aplicação do T de Student

NãoSim

É vegetariana?

Neste estudo os dados foram obtidos através de um Instrumento de Recolha de Dados, disponibilizado online, que inclui questões caracterizadoras da amostra como dados antropométricos, tipo de vegetarianismo, tempo desse regime alimentar, utilização de suplementos, actividade física, entre outras, compilado com o Questionário de Frequência de Consumo Alimentar validado por investigadores do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, para administração em adultos. Com a devida autorização dos mesmos procedemos ao acréscimo de novos alimentos, ingeridos na alimentação vegetariana, visto que este estudo também se direcciona à população vegetariana. Foram introduzidos alimentos tais como: Tofu, bebida de soja, sesame, tahini, millet, seitan, soja, entre outros.A análise estatística foi realizada através do software SPSS versão 13.0, recorrendo à estatística descritiva paracaracterização da amostra e aos testes estatísticos Qui‐quadrado, Exacto de Fisher e T de Student para amostrasindependentes. Inicialmente utilizou‐se o Teste do Qui‐quadrado de Pearson para correlacionar variáveis nominais,mais especificamente a ingestão ou não de cada alimento com a presença ou não de cada um dos sintomas damenopausa. Como o teste anterior não foi verificado aplicou‐se o teste exacto de Fisher. O Teste Exacto de Fisher éusado para estudar a relação entre as variáveis, sempre que o universo é inferior a 30 casos e mais de 20% das células

Valor do teste Significância Valor do teste

Sintomas físicos

Calores

Miscelâneas 6,613 0,022** 0,641

Bolachas 8,906 0,020** 0,757Batatas fritas 6,349 0,025** 0,641

Queijos 10,660 0,012** 0,813Sobremesas Lácteas 6,212 0,037** 0,650

Carnes Brancas 11,333 0,010** 0,837Carnes Vermelhas 10,482 0,009* 0,810

Charcutaria 10,030 0,009* 0,778

Irregularidades menstruais

Azeite 8,519 0,018** 0,756Outros biscoitos 10,059 0,013** 0,840Croissant 6,377 0,038** 0,697Legumes de sementes 9,266 0,049** 0,791Frutos oleaginosos 9,931 0,041** 0,862

Sintomas emocionais

Irritabilidade Açúcar 11,868 0,007* 0,884

Alteração de Humor

Açúcar 13,255 0,002* 0,901Leite Meio gordo 7,496 0,022** 0,672Croissant 6,497 0,016** 0,632

*p<0,01; **p<0,05

Tabela 2: Correlações entre os sintomas físicos e emocionais e os alimentos consumidos pelas inquiridas

têm frequências esperadas com valores inferiores a 1. Utilizou‐se ainda a medida de associação Phi, para medir a forçada correlação (forte se perto de 1, fraca se perto de 0). Consideram‐se como estatisticamente significativas todas ascorrelações com valores de p<0,05 e estatisticamente muito significativas todas as correlações com valores de p<0,01.Após a verificação dos pré‐requisitos para aplicação de testes paramétricos (normalidade e homogeneidade) foiutilizado o teste paramétrico T de Student para comparar o grupo das mulheres vegetarianas com o grupo dasmulheres omnívoras, no que se refere às variáveis: Idade, Pesos Actual e Habitual, Altura, IMC Actual e Habitual.

ResultadosResultados

Através da análise estatística descritiva verificamos que na sua maioria, as inquiridas da amostra, não consomemsuplementos de soja (56%) (gráfico 5) e praticam actividade física (61%) (gráfico 6). A maioria da amostra encontra‐sena menopausa há mais de dois anos (44%), 39% há menos de um ano e 17% entre 1 e 2 anos (gráfico 7). A maioria daamostra (89%) não recorre à terapia de substituição hormonal (gráfico 8). E 61% das mulheres revelam queaumentaram de peso durante esta fase (gráfico 9).Para analisar algumas variáveis aplicou o T de Student, após se verificar a normalidade e homogeneidade dos dados (osresultados encontram‐se sumariados na tabela 1). Verificou‐se que existem diferenças significativas entre o peso actual(p=0,319), o peso habitual (p=0,544), altura (p=0,496), IMC actual (p=0,189) e o IMC habitual (p=0,331) entre asvegetarianas e as omnívoras. O grupo das vegetarianas apresenta um IMC actual inferior, comparativamente àsomnívoras (gráfico 11) Ao analisar‐se o gráfico 11 pode ainda dizer‐se que a mediana do IMC actual das vegetarianas

ç p q

25%

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Região habitacional Urbano/Rural

Norte urbano

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44%

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Vegetarianas e de onmivoras na amostra

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Região habitacional Interior/Litoral 

Norte Interior

Norte Litoral

Centro Interior

Centro Litoral omnívoras (gráfico 11). Ao analisar se o gráfico 11, pode ainda dizer se que a mediana do IMC actual das vegetarianasestá no intervalo considerado Normopeso, enquanto que nas omnívoras, a mediana do IMC está no intervalo doExcesso de Peso. No IMC habitual, são as omnívoras que apresentam uma maior dispersão dos dados (gráfico 12).Após a aplicação do teste de Fisher e da medida de associação Phi obtivemos os resultados sumariados na tabela 2. Osresultados demonstraram que o sintoma físico “calores” tem uma forte correlação com os alimentos queijos(phi=0,813), carnes brancas (phi=0,837) e carnes vermelhas (phi=0,810). O sintoma físico “irregularidades menstruais”tem uma forte correlação com os alimentos outros biscoitos (phi=0,840) e frutos oleaginosos (phi=0,862). Os sintomasemocionais “irritabilidade” e “alteração de humor” têm uma forte correlação com o alimento açúcar (phi>0,8).

ConclusãoConclusão

Após análise, pode concluir‐se que o consumo de açúcar está muito associado ao aparecimento de sintomasd fí á d d b

Grafico1: Região Habitacional Interior/litoral

42%

Centro rural

Sul urbano

Gráfico 2: Região Habitacional Urbano/Rural

onmivoras

Gráfico 3: Percentagem de vegetarianas e de omnívoras na amostra

28%

17%

5%

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Tipo de vegetarianismo

semi‐vegetarianismo

ovolactovegetarianismo

lactovegetarianismo

não se aplica

Gráfico 4: Tipo de vegetarianismo

61%

39%

Prática de actitivade física 

Pratica

Não pratica

38%Centro Litoral

Sul Interior

Sul Litoral

44%

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Consumo de suplementos de soja 

Sim

Não

Gráfico 5: Consumo de suplementos de soja G áfi 6 P áti d A ti id d Fí i emocionais. O aparecimento de sintoma físicos está muito associado ao consumo de queijos, carnes brancas, carnesvermelhas, biscoitos e frutos oleaginosos. Esperava‐se que os legumes e frutas (que são ricos em fitoestrogénios)tivessem alguma relação com o não aparecimento de sintomas, o que não se verificou, mas no entanto poderia vir aconfirmar‐se numa amostra de maior dimensão. A alteração de peso não esta significativamente correlacionada comos sintomas físicos ou emocionais. Neste estudo, não foi possível estabelecer qualquer relação entre o nãoaparecimento dos sintomas e os alimentos.De referir que os alimentos que demonstraram estar associados aos sintomas físicos indesejáveis poderão apresentaresta associação devido ao seu elevado teor em gorduras saturadas e hidrogenadas e o açúcar demonstrou estarassociados a sintomas emocionais, pois é determinante na produção de serotonina ‐ a hormona do humor e bemestar.

61%

28%

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Alteração de peso

Aumentou

Manteve

Diminuiu

Gráfico 9: Alteração de peso nas mulheres durante a menopausa

Gráfico 5: Consumo de suplementos de soja Gráfico 6: Prática de Actividade Física

39%

17%

44%

Tempo de menopausa 

< 1 ano

1‐2 anos

> 2 anos

Gráfico 7: Tempo de menopausa

11%

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Terapia hormonal de substituição

Sim

Não

Gráfico 8: Terapia Hormonal de Substituição