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Portfólio Mayra Martins Redin Março de 2013

Potfolio março de 2013

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Portfolio Mayra Martins Redin, março de 2013

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Portfólio

Mayra Martins Redin

Março de 2013

Site (em construção): www.mayramartinsredin.com.br Portfólio on-line (atualizado em 2010): http://issuu.com/banco.portfolios/docs/mayra-martins-redin

Flickr: http://www.flickr.com/photos/28157186@N05/ Blog : www.caminhoinverso.blogspot.com

Vídeos-anotação (registros de processo): http://www.youtube.com/user/mayramartinsredin/videos Galeria Central (São Paulo): http://www.centralgaleriadearte.com

[email protected] (51) 99607696 (21)95421520

Rua Ferreira Viana, 46, apt 301, Flamengo, cep: 22210-040

Rio de Janeiro - RJ

I ) A escuta da escuta (em processo) / 2013

Iniciado na Residência Artística Nuvem, em Visconde de Mauá RJ, janeiro de 2012, este trabalho parte da seguinte proposição “Procure encostar a sua orelha na orelha de outra pessoa. A parte da frente do seu ombro esquerdo encontra a parte da frente do ombro esquerdo de outra pessoa. Assim fica mais fácil a aproximação entre as orelhas esquerdas. Busque o lugar onde as duas cavidades se tocam formando uma espécie de túnel. Você pode fazer isso com apenas uma pessoa mas também pode tentar criar um túnel de escuta mais extenso. Para os dois lados. Agora procure escutar e dar sua escuta à escuta. Sucessivamente”. Desta experiência surgiram imagens mas também colagens, instigadas pela ideia de um possível vazio que se cria entre dois ou mais corpos colocados em posição de escuta. Tais imagens serão organizadas numa instalação composta por fotografia, desenhos, colagens e anotações.

Mayra Martins Redin / a escuta da escuta (em processo) / tamanhos variados / Fotografia digital / Trabalho em parceria com Bebeto Duarte Bahia / 2013

Mayra Martins Redin / a escuta da escuta (em processo) / tamanhos variados / Fotografia digital / Trabalho em parceria com Bebeto Duarte Bahia / 2013

Mayra Martins Redin / a escuta da escuta (em processo) / tamanhos variados / Colagem (folhas secas sobre papel para fichamento) / Rio de Janeiro / 2013

Mayra Martins Redin / a escuta da escuta (em processo) / tamanhos variados / Colagem (folhas secas sobre papel para fichamento) / Rio de Janeiro / 2013

II ) Metade cheio metade vazio (em processo) / 2012

As obras da série “Metade cheio metade vazio” apresentadas neste dossiê partem de uma ação fotográfica que se utiliza da submersão de objetos na água pela metade. A câmera subaquática busca permanecer entre os dois estados para registrar a linha que divide o cheio do vazio, procurando o objeto ao mesmo tempo dentro e fora da água, gerando assim mais de um ponto de vista (estes são invisíveis neste momento, já que a câmera é analógica). Enquanto os objetos querem singularizar a existência do homem, a água no seu fluxo próprio (inapreensível e cíclico), carrega um paradoxo: atesta a impossibilidade do controle do homem sobre a natureza e também recebe os objetos numa espécie de ritual onde ela então se torna um lugar. Os objetos supostamente singulares, que não são escolhidos por uma representação simbólica imediata e coletiva, mas sim por sua vinculação com uma memória particular, podem tornar-se também símbolos da cultura, do imaginário, e do inconsciente. A água, além de ser um receptor do ritual de submersão é um dispositivo fotográfico, já que funciona como lente que desfoca e foca o objeto e o entorno. As construções textuais também seguem esta mesma operação onde se busca estar na passagem entre dois estados. São anotações de um presente efêmero e supostamente desprovido de memória desejando permanecer neste lugar onde algo se forma mas ainda assim mantem sua fragilidade, apostando numa colagem de texto e imagem geradoras de pequenas memórias.

 

Mayra Martins Redin / dois sonhos verticais e um objeto náufrago (em processo) / Da série Metade cheio metade vazio / 15 x 62 cm / Fotografia analógica (máquina subaquática descartável) e texto / Trabalho que surgiu de encontros com Juan Narowé e Raquel Versieux em Diamantina – MG em julho de 2012 – Residência Artística Encomodo. Este trabalho surgiu de conversas com outros artistas da residência acerca de sonhos de infância que se repetiam e também sobre lembranças particulares mais antigas. Os sonhos e lembranças são anotados e reescritos e aproximados através de uma montagem que leva em conta elementos formais, oposições de conteúdos textuais, mas também o acaso.

Exposição / Mayra Martins Redin e Ana Hupe / FIO / Dois sonhos verticais e um objeto náufrago / Galeria Lunara /Usina do Gasômetro, Porto Alegre RS – outubro / novembro de 2012 .

Mayra Martins Redin / sonhos – para Nadja (em processo) / Da série Metade cheio metade vazio / Fotografia analógica (máquina subaquática descartável) / 2012

Mayra Martins Redin / metade cheio metade vazio IV / 60 x 45 cm / Fotografia analógica (máquina subaquática descartável), texto / 2012

 

“Quando vocês cheguem, todas as luzes se acendem”, disse, referindo-se às lâmpadas que permaneciam apagadas fora de ocasiões especiais. Os olhos dos visitantes encheram-se de lágrimas, de certo pelo efeito da claridade que aumentava a cada nova lâmpada acesa na casa. O verbo chegar sim, foi por efeito conjugado para rimar com “acendem”. Efeito de aconchego..

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / metade cheio metade vazio III / 120 x 45 cm / Fotografia analógica (máquina subaquática descartável), texto / 2012

 

 

 

 

         

A hora marcava 17h14min.

Fora sugerida por ele como quem sugere que um encontro seja o mais singular quanto possível. Ela chegou quatro minutos antes para esperá-lo.

Esperar é sempre singular, pensou.

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / metade cheio metade vazio II / 60 x 45 cm/ Fotografia analógica (máquina subaquática descartável), texto / 2012

 

 

 

 

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / metade cheio metade vazio I / 90 x 45 cm/ Fotografia analógica (máquina subaquática descartável), texto / 2012

 

O peixe cresce de acordo com o tamanho do aquário

Na virada de uma estação para outra, a família resolveu chamar uma empresa de limpeza e conservação para dar um jeito na sua piscina, que desde o último

verão estava abandonada.

Lá dentro os homens encontraram um peixe. Grande, rápido e laranja.

O menino havia crescido desde a última estação e a mãe tinha uma vaga lembrança de um peixe pequenino, lento e laranja que havia sumido do aquário

um pouco antes do crescimento do menino.

 

Exposição / Mayra Martins Redin e Ana Hupe / FIO / Metade cheio metade vazio I e II / Galeria Lunara /Usina do Gasômetro, Porto Alegre RS – outubro / novembro de 2012 .

Exposição / Mayra Martins Redin e Ana Hupe / FIO / Metade cheio metade vazio III e IV / Galeria Lunara /Usina do Gasômetro, Porto Alegre RS – outubro / novembro de 2012 .

III ) Colchão d’água (em processo) / 2012

Mayra Martins Redin / Colchão d’água (em processo) / 15 x 20 cm / Desenho (caneta de nanquim, tinta para carimbo azul)

 

 

IV ) Histórias de observatórios 2011

Os observatórios são experimentos que comecei a desenvolver em 2007 / 2008 (“Impressão de chuva”, projeto para “Impluvium” e “Guarda chuva de filó”), passando por um trabalho realizado no ano de 2009 (“Observatório de neve”) e finalizando com trabalhos elaborados no ano de 2010 (“Observatório de sereno” e “Palimpsesto de maresia”). São trabalhos que acontecem em diversos momentos apresentando-se de maneiras diferentes. Os observatórios partem de experiências relacionadas ao clima e aos fenômenos da natureza específicos dos lugares onde permaneço por um certo período de tempo. As proposições tratam de elaborar maneiras de observar e ficcionalizar o que observo disto que passa e que não é palpável e aprisionável, como a chuva, a neve, a maresia, o sereno. Tais experimentos compreendem diversas formas de apresentação: livros, instalações, instruções, fotografias, que dão enfoque ao processo e à poética que envolve o ato de observar.

Mayra Martins Redin / Histórias de observatórios / 13 x 18 cm / Livro (tiragem de 50 exemplares) / composto por quatro livros: "Observatório de chuva", "Observatório de neve", "Observatório de sereno" e "Observatório de maresia" / impressão em offset / 168 paginas + encarte de papel vegetal de 40 páginas (que faz parte do "Observatório de neve”) / 1 cd de áudio contendo 4 faixas de 5 minutos cada / 2011 / Produzido em Porto Alegre e impresso em São Paulo / Edição de autor. [Neste portfólio serão reproduzidos detalhes dos livros e anexo a ele encontra-se a publicação completa. Também é possível ter acesso a eles em sua versão on-line: www.mayramartinsredin.com.br ]

Mayra Martins Redin / Histórias de observatórios (Observatório de chuva) / detalhe / 13 x 18 cm / Livro (tiragem de 50 exemplares) / impressão em offset / 46 pgs / 2011 / versão completa em: http://www.mayramartinsredin.com.br/historias_chuva.html / [Experiência que consistiu na construção de uma estrutura feita de varal para fixar papéis durante a chuva, num apartamento na cidade de Porto Alegre, em 2007 e 2008. A observação consistia em perceber as impressões das gotas e a diluição do papel na permanência na chuva. O livro é composto por fotografias, textos e por registro sonoro captado durante as observações ]

Mayra Martins Redin / Histórias de observatórios (Observatório de neve) / detalhe / 13 x 18 cm / Livro (tiragem de 50 exemplares) / impressão em offset / 70 pgs / 2011 / versão completa em: http://www.mayramartinsredin.com.br/historias_neve.html / [Experiência quloe consistiu na ação de estender um filó para colher a neve que se acumulava sobre ele, na cidade de Villard de Lans, na França em 2009. O livro é composto por fotografias, textos e registro sonoro captado durante as observações ]

Mayra Martins Redin / Histórias de observatórios (Observatório de sereno) / detalhe / 13 x 18 cm / Livro (tiragem de 50 exemplares) / impressão em offset / 46 pgs / 2011 / http://www.mayramartinsredin.com.br/historias_sereno.html / [Experiência que consistiu na construção de uma estrutura feita de filó para observar durante uma noite a formação e desfazimento do sereno sobre/sob sua superfície. Este trabalho foi realizado em Liberdade, MG, na Serra da Mantiqueira, numa experiência de residência artística em Terra UNA em 2010. O livro é composto por fotografias, textos e registro sonoro captado durante as observações ]

Mayra Martins Redin / Histórias de observatórios (Observatório de maresia) / detalhe / 13 x 18 cm / Livro (tiragem de 50 exemplares) / impressão em offset / 46 pgs / 2011 / http://www.mayramartinsredin.com.br/historias_maresia.html / [ Experiência que consistiu em deixar um vidro durante 20 dias na beira do mar em Recife PE em 2010, para ser um suporte para a sobreposição de maresia. O livro é composto por fotografias e um texto que narra a experiência de observar a maresia. Alguns poemas que abrem o livro buscam construir sensações relacionadas a noção de litoral. Um outro elemento que compõe este livro é o registro sonoro captado durante as observações ]

Mayra Martins Redin / Para colher chuva, Para fazer um palimpsesto de maresia, Para observar a neve nas montanhas, Observatório de sereno / 10 x 15 cm / Instruções para distribuição (tiragem de 100 de cada) / impressão sobre papel vegetal / 2011

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Exposição para a Banca de graduação / Histórias de Observatórios / Instalação composta por Série de livros “Histórias de observatórios”, poltrona, fone com audio para escutar o registro sonoro ao ler os livros, instruções “Para fazer um palimpsesto de maresia”, “Para colher chuva”, “Para colher neve” e “Observatório de sereno” / Pinacoteca Barão de Santo Ângelo / Porto Alegre RS / 16 de dezembro de 2011.  

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / Observatório de chuva (Projeto para impluvium) / projeto não executado / 2010

Mayra Martins Redin / Observatório de neve / 30 x 45 cm / fotografia (série composta por 9 fotografias) / 2009

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / Observatório de neve / 30 x 45 cm / fotografia (série composta por 9 fotografias) / 2009

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / Observatório de sereno (quadro de observação) / 116 x 46 cm / fotografia / 2010

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / Observatório de sereno 03h00 / 40 x 60 cm / fotografia (série composta por 15 fotografias) / 2010

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / Palimpsesto de maresia / 30 x 45 cm / fotografia (série composta por 6 fotografias) / 2010

 

 

 

 

Mayra Martins Redin / Palimpsesto de maresia / 30 x 45 cm / fotografia (série composta por 6 fotografias) / 2010

Exposição coletiva / Deslocamentos: vivência, arte e ambiente / Instalação fotográfica com as séries “Palimpsesto de maresia” e “Observatório de Sereno”, e instruções “Para fazer um palimpsesto de maresia” e “Observatório de sereno” / IAC – Instituto de Arte Contemporânea / Recife PE / outubro de 2010

Exposição coletiva / Gesto e regra / Instalação fotográfica com a série “Observatório de Sereno” e instruções “Observatório de sereno” / Fundação E-carta / Porto Alegre RS / setembro de 2011

V ) Horizonte onde / 2011 / 2012 Livro composto por 40 páginas de papel vegetal (compõe o livro “Observatório de neve” mas também é apresentado separadamente). As palavras horizonte e onde foram impressas na cor branca em folhas em seqüência na metade do encarte. As muitas páginas vazias e apenas duas inscritas com estas palavras tem como intuito provocar o leitor a buscar qualquer coisa através do movimento de folhear. O encarte serve também como metáfora para a leitura – a busca que uma leitura exige, relacionando-a a uma busca literal que os olhos fazem por algo de referência num espaço amplo e de paisagem repetitiva: ‘Ler é procurar um horizonte onde muitos tons de branco se mostram. Melhor, ler é procurar um horizonte na neve. Eu que procuro o horizonte conheço dois ou três tons, apenas, de branco’. Mayra Martins Redin / Horizonte onde / encarte, serigrafia branca sobre papel vegetal (13 x 16 cm) /40 páginas/ primeira tiragem de 50 / 2011

 

 

 

“Horizonte onde” é também uma proposta afetiva para ser experimentada por outras pessoas que partiu do livro “Observatório de neve” (da série “Histórias de observatórios”). Perpassa a ideia do horizonte enquanto linha que corta uma paisagem e metáfora que, portanto, está a falar de uma escolha, uma busca. É um objeto feito de um pedaço de vidro em formato retangular com a inscrição das duas palavras: horizonte e onde. Através deste objeto que dou para as pessoas, cada um busca seu horizonte e o observa através deste recorte oferecido pelo vidro e pelas palavras de busca. Peço que estas pessoas me enviem imagens que elas venham a produzir. É também uma maneira de colecionar horizontes recolhidos através do olhar de outras pessoas. É uma proposição que não tem duração pré-determinada.      

Mayra Martins Redin / Horizonte onde / proposta afetiva, coleção de recortes de horizontes, objeto: serigrafia branca sobre vidro (13 x 18 cm) / primeira tiragem de 30 / 2012

   

                   Por Ana Luisa Lima Por Talita Tibola

   

 

   

Por Vitor Butkus e Luisa Nóbrega

VI ) Pequeno museu de dispositivos observáveis e para observar / 2011 Dentro desta caixa de tinta para carimbo, durante o mês de março e começo de abril de 2011 em Residência Artística Interações Florestais Terra Una, fui guardando pequenas coisas que encontrava ou que ganhava. A caixa tornou-se o lugar onde eu juntava objetos/corpos observáveis. Os quatro elementos de universos diferentes, mas com características visuais semelhantes, eram os seguintes: uma folha seca já em processo de decomposição (vegetal), uma asa de inseto translúcida (animal), uma pedra escamada com aspecto de espelho (mineral) e um pedaço de vidro temperado quebrado (criado pelo homem). Estes elementos, mas mais que isso, a junção destes elementos num mesmo espaço, aponta para uma poética onde há a tentativa de criação de modos de ver e de observar, o qual parte de elementos ínfimos e por vezes imperceptíveis / impalpáveis. O ato de colecionar estes elementos está ligado à necessidade de fixar o que flui, necessidade de fazer permanecer o que inevitavelmente vai passar.

Mayra Martins Redin / Pequeno museu de dispositivos observáveis e para observar / objeto, caixa de carimbo com elementos guardados: folha seca, pedra, asa de inseto e vidro quebrado (8 x 11 x 1 cm) / 2011

 

 

 

VII ) Nuvem / 2011 Série fotográfica onde há uma captura de paisagem interferida por objetos manufaturados pelo e para o ser humano mas essencialmente ligado à natureza pela sua composição: o vidro. Seu aparecimento gráfico interferindo na fotografia “desenha” formas no céu e no chão, e por vezes seus limites sugerem mares, montanhas e nuvens. Há também uma relação com a escala onde a grandiosidade da natureza é delimitada pelo olhar humano que a recorta fazendo uso do distanciamento e composição possíveis através da máquina fotográfica. Há também nesta série a invenção da passagem de uma nuvem através de uma sequencia criada pela sombra do vidro quebrado, que funciona como personagem de uma possível micro narrativa.    Mayra Martins Redin / Nuvem / fotografia (série composta por 24 fotografias) / 60 x 90 cm / 2011

 

     

                                                                             Mayra Martins Redin / Nuvem / fotografia (série composta por 24 fotografias) / díptico / 60 x 90 cm (cada) / 2011

                 

                                                                         Mayra Martins Redin / Nuvem / fotografia (série composta por 24 fotografias) / 90 x 60 cm / 2011

 

                                                                             

 Mayra Martins Redin / Sem título / 30 x 45 cm / fotografia (série composta por 5 fotografias) / 2011

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                 

VIII) Penúltimas / 2011 Série composta por 11 postais para distribuição. As fotografias que compõem os postais foram feitas em 2010 numa biblioteca particular de um intelectual aposentado de 70 anos, alguns dias após um incêndio que destruiu todos os seus livros e registros (anotações, palestras escritas a mão, teses, revistas, jornais) além da mobília e do escritório. As imagens registram essa ruína e atestam um fim, mas ao mesmo tempo, ao serem abertas a outros olhos através da circulação dos postais, permitem que mais uma leitura aconteça. O livro morre e nasce quando se dá a ler, o mesmo acontece com as imagens deste trabalho, elas testemunham uma morte: a morte de uma singular organização, de um lugar construído por escolhas; Mas os postais apostam num nascimento ao virem inscritos no verso com a palavra “Penúltimas”. O postal é um espaço de escrita, de endereçamento, de registro. De um lugar de ruína para a proposição de um lugar onde um registro escrito possa acontecer. Mayra Martins Redin / Penúltimas / 10 x 15 cm / cartão postal (série composta por 11 postais) / tiragem de 80 postais para cada uma das 11 fotografias / 2011

          Frente Verso

IX) Diário / 2009 Série fotográfica que partiu de uma ação poética realizada numa montanha em Sils Maria, na Suiça. Tal ação partiu da fragmentação de um poema meu que foi rasgado e aos poucos jogado num riacho que cortava o caminho. O poema, composto pela palavra “diário”, “dia” e “rio”, era levado pela água que enrolava e desenrolava suas partes que aos poucos eram submersas por completo. “Diário” fala de um paradoxo onde contrários convivem: o dia com suas repetições, e o rio, que aqui poderia ser compreendido como fluxo caótico que desestabiliza as tentativas de contorno. São maneiras diversas de perceber a passagem do tempo e de anotá-la. Filme que registra o processo pode ser visto em: http://www.youtube.com/watch?v=4_dgzB0FcNo&feature=context&context=C4d39ee1VDvjVQa1PpcFOQw5UUjBMbpdK1wEX2uFOY1wMkX2U_x94= Mayra Martins Redin / Diário / 20 x 30 cm (série composta por 4 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

   

         

             

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

X ) O vazio / 2009 Série fotográfica que partiu de uma ação poética realizada na praia de Nice, na França, onde nasceu o artista Yves Klein. O ato trata de recortar um convite onde Yves Klein aparece de costas caminhando contra um fundo branco. O convite é de uma exposição realizada por ele chamada “Le vide”. Fazendo um contorno na figura do artista, a ação quer pensar acerca do vazio ao mesmo tempo em que pretende ficcionalizar um encontro entre Yves Klein e o azul do céu da sua cidade natal que era para ele o vazio pleno. Filme que registra o processo pode ser visto em: http://www.youtube.com/watch?v=Jckyp_Rfdz8&feature=plcp&context=C4d39ee1VDvjVQa1PpcFOQw5UUjBMbpdK1wEX2uFOY1wMkX2U_x94

Mayra Martins Redin / O vazio / 30 x 40 cm (série composta por 6 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

 

   

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

XI ) Assinaturas cruzadas I / 2009 Série fotográfica que partiu de uma ação poética realizada na praia de Nice, na França, onde nasceu o artista Yves Klein. A ação consistiu no gesto de assinar um nome no céu com a ponta do dedo. Yves Klein disse, que havia assinado o céu de Nice com seu nome e que era este céu a sua maior obra. O único registro desta ação feita por ele, são suas palavras. Assinaturas cruzadas I restitui essa ação de Klein sem pretensão de revivê-la, mas sim, de dar-lhe o lugar de ficção. Esta série é composta por 76 fotografias tiradas em seqüência. Filme que registra o processo pode ser visto em: http://www.youtube.com/watch?v=AJtH6dJ-Am4&feature=relmfu Mayra Martins Redin / Assinaturas cruzadas I / 09 x 12 cm cada (série composta por 76 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

XII) Assinaturas cruzadas II / 2009 Série composta por fotografias e livro de artista originadas de ação poética. Também já foi apresentada sobre forma de texto inserido em livro de artigos. A ação consistiu numa deriva sem propósitos pela praia de Etretat, a espera pela passagem do nevoeiro que encobria o entorno e a criação de um poema que foi imediatamente escrito sobre uma das pequenas e múltiplas pedras da praia. Assinaturas cruzadas II tem sua poética disparada pelo desejo de aproximação aos traços de vida deixados pelo escritor francês Guy de Maupassant (1850 – 1893). Partindo de uma informação encontrada em cartas trocadas entre Maupassant e Flaubert, descubro que Maupassant passou alguns momentos importantes de sua vida nesta praia, na França. Vou até suas grandes falésias encobertas por neblina onde o horizonte é cortado pelas muitas pequenas pedras e pelo mar. Nesta imensidão o registro se dá pela palavra e é ínfimo: um pequeno poema por onde Maupassant imaginariamente passa e se perde por entre as pedras. Com este escritor, através desta ação poética, divido o espaço físico, mas num outro tempo. É o lugar que faz de nós contemporâneos e através da palavra isto se inscreve. Mayra Martins Redin / Assinaturas cruzadas II / 20 x 30 cm (série composta por 18 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

Mayra Martins Redin / Assinaturas cruzadas II / 40 x 60 cm (série composta por 18 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

Mayra Martins Redin / Assinaturas cruzadas II / 40 x 60 cm (série composta por 18 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

Mayra Martins Redin / Assinaturas cruzadas II / 25 x 38 cm (série composta por 18 fotografias) / fotografia (ação poética) / 2009

Mayra Martins Redin / Assinaturas cruzadas II / 21 x 21 cm / impressão sobre papel ofício (tiragem de 5) / livro de artista (ação poética) / 2009

Etretat: entre toi / 20 de Abril de 2009 Je voudrais Klein. Nada mais, s’il vous plaît. Centro Georges Pompidou e o « désolé » do mediador. O “désolé” do mediador e um certo alívio. Um grande alívio. Afinal Klein não era como toda Paris. Ele se escondia. Também as falaises de Etretat se esconderam; E também as montanhas de Grenoble, que, num descuido do passante, se põem a se despir, exibidas, brancas e agora, nuas. Klein não era, ufa, como A Paris. Em busca dele eu poderia me perder. Em Paris, se perder, “désolé”. Impossível; E klein não estava no Georges Pompidou, disse o mediador, “temporariamente”. Alívio, eu não tinha certeza se ia encontrá-lo lá, eu não queria encontrá-lo, cansada de encontros que estava. Segui para o litoral noroeste; Deixando Klein neste lugar indefinível que é tanto seu. Normandia francesa. Maupassant deu as indicações à Flaubert: « L'endroit est solitaire et sinistre quand le ciel est un peu sombre » . E eu em busca de sol de mar de areia. Em busca das falaises pintadas por Monet e Courbet; das falaises bem mostradas, iluminadas e claras da Etretat do Orsay. « On découvre subitement toute la baie d'Étretat, mais à ses pieds, le vide ». Eu esperava, agora, esse momento súbito. A Normandia tem seu tempo; ainda não era a hora. Uma névoa recobria tudo; eu não sabia se ela vinha do céu ou do chão, eu não sabia se era uma fumaça quente ou uma bruma gelada que encobria a Etretat de Maupassant. Os pés caminhavam no vazio, a rua estava vazia, o nome da rua eu sabia: Guy de Maupassant. Era cinza, eu sabia. Depois, era fria, eu saberia. Paris queria tudo às claras, Etretat não queria. Eu queria areia quente, Etretat me deu pedras frias. etretat en passant por entre entre toi Maupassant

Exposição individual / Por entre / Séries fotográficas “Assinaturas cruzadas I”, “Assinaturas cruzadas II “ e livro “Assinaturas cruzadas II” / Galeria do quarto andar da Usina do Gasômetro, Porto Alegre RS – janeiro de 2011 e Galeria Liana Brandão, São Leopoldo RS – maio de 2011