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A REVOLUÇÃO FRANCESA
O que você deve saber sobre
A Revolução Francesa (1789-1799) é considerada o marco inicial da Idade Contemporânea e um dos acontecimentos mais influentes da história. Pôs fim ao Antigo Regime, colocou o Estado nas mãos da burguesia e promoveu as transformações necessárias para o plenodesenvolvimento capitalista.
I. A França às vésperas da revolução
Mudança da opinião pública1787: crise do Antigo Regime
A REVOLUÇÃO FRANCESA
Organização socialdo Antigo Regime
3o ESTADOBurguesia
TrabalhadoresCamponeses
Outros setores sociais excluídos
Sustentava com os impostos toda a máquina estatal.
1o ESTADOClero
2o ESTADONobreza
REIPoder absoluto
A REVOLUÇÃO FRANCESA
I. A França às vésperas da revolução
Caricatura francesa do século XVIII. Observe a crítica ao Antigo Regime, sustentado na
exploração dos camponeses.
CID
Sociedade francesa no Antigo Regime
População: 26 milhões de habitantes
Regime político: Monarquia absolutista
Aristocracia (burguesia, pequena e alta nobreza, nobreza togada e alto clero): cerca de 1,5% da população; isenta de impostos
Camadas populares urbanas: artesãos, proletários, empregados do comércio etc., que trabalhavam para a burguesia.
Campesinato (camponeses ricos, médios e pobres; servos - cerca de 3,8% da população; e proletários rurais): cerca de 80% da população.
I. A França às vésperas da revolução
A REVOLUÇÃO FRANCESA
II. Os Estados Gerais e a tomada da Bastilha
14 de julho de 1789: tomada da Bastilha
A REVOLUÇÃO FRANCESA
Gastos militares e pensões pagas à
aristocraciaCrise
financeiraEstados Gerais
Terceiro Estado exige o direito de voto para cada
representante.
Assembleia Nacional
Tomada da Bastilha. Litografia colorida, França, c. 1900, pertencente à série História da França entre 1789 e 1799.
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III. A revolta camponesa e a Assembleia Constituinte
Exército Real substituído pela Guarda Nacional, composta por milicianos burgueses
Camponeses incendiaram castelos e massacraramfamílias aristocráticas.
Assembleia Nacional, transformada em Constituinte, aboliuo regime de servidão e todos os privilégios feudais e aprovoua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Marchando até Versalhes, o povo parisiense obrigoua família real e a Assembleia a se transferirem para Paris.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
III. A revolta camponesa e a Assembleia Constituinte
Meados de 1790:
Igreja submetida ao controle do Estado
Membros do clero viraram funcionários públicos.
Confiscadas as propriedades das ordens religiosas
Assignat como dinheiro real do país
Assembleia:
Direita: conservadores, partidários do Antigo Regime
Centro: moderados, partidários de uma monarquia constitucional
Esquerda: radicais, partidários de uma república democrática
A REVOLUÇÃO FRANCESA
IV. A fuga do rei, a invasão estrangeira e a proclamação da República Fuga e volta da família a Paris
Clube dos Cordeliers exigiu a república, mas a burguesia moderada salvou a realeza.
Nova Constituição
Veem a público as articulações secretas entre Luís XVI e os invasores.
Plebe parisiense e Guarda Nacional marcharam sobre o Palácio das Tulherias, prendendo a família real.
Movimento espontâneo nos bairros parisienses originou a Comuna Revolucionária.
Exército Revolucionário derrota invasores em 20 de setembro de 1792. No mesmo dia, proclamou-se a República.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
V. Girondinos, jacobinos e sans-culottes
1793: Guarda Nacional e o povo cercaram a Convenção Nacional,
exigindo a prisão dos chefes girondinos.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
Girondinos e “pântano”: maioria na Convenção Nacional
Em substituição à Assembleia Legislativa
Condenação do rei por alta traição
Luís XVI é guilhotinado em 21/01/1793, Maria Antonieta em 16/10/1793.
Inglaterra, Holanda e Espanha se unem a Áustria e Prússia contra a França.
Alta no preço dos alimentos Insurreição dos sans-culottes
Levante monarquista contra o poder revolucionário
Jacobinos assumiram o
controle da sessão.
VI. O Terror e o Termidor 14 de julho de 1793: Marat foi assassinado.
Robespierre assumiu a presidência do Comitê de Salvação Pública.
Sob a direção dos jacobinos, a Convenção promulgou uma nova Constituição democrática; remodelou o Exército; tabelou preços dos alimentos; aboliu a escravidão nas colônias; e reformou o calendário.
Napoleão derrotou os monarquistas nas províncias e repeliu os invasores estrangeiros.
Mercado negro
Suspensão dos direitos individuais e instituição do “regime do terror”
A REVOLUÇÃO FRANCESA
VI. O Terror e o Termidor
Em 27 de julho de 1794, o “pântano” assumiu o controle da Convenção: jacobinos foram postos fora da lei; Robespierre, Couthon e Saint-Just foram guilhotinados.
A Convenção Termidoriana suspendeu o tabelamento dos preços; restabeleceu a escravidão nas colônias e promulgou uma nova Constituição.
Governo do Diretório: corrupção e inflação
Napoleão vencia nos campos de batalha.
Conspiração dos Iguais: esmagada pelo Diretório em 1797
Golpe de Estado: Napoleão tomou o poder no 18 Brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799).
A REVOLUÇÃO FRANCESA
(UFPA) Na sociedade francesa do Antigo Regime, um banqueiro milionário fazia parte do terceiro Estado tanto quanto um modesto camponês. Contudo, mesmo em condições sociais e econômicas diferentes, os membros dessa ordem tinham em comum o(a)
a) reconhecimento da burguesia como a principal classeda sociedade francesa, considerando que esta era amais numerosa e a mais homogênea das três ordens.b) abolição dos direitos feudais e o desaparecimentoda cobrança do imposto da corveia e a ampliação dacobrança do dízimo à nobreza de espada.c) desejo de abolição dos privilégios do clero e da nobreza, ou seja, o fim dos direitos feudais e a instalação de uma verdadeira igualdade de direitos civis.d) vontade de abolir a divisão entre burgueses e camponeses, visto que todos eram os maiores produtores da França e contribuíam igualmente com os impostos nacionais.e) desejo de uma Constituição que reconhecesse os membros do terceiro Estado como os verdadeiros representantes da Comuna de Paris.
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RESPOSTA: C
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(UFPR) O Jacobinismo transpôs a linha diante da qual hesitavam os constituintes. (...) Colocou-se no lugar de uma liberdade negativa que não atribui ao homem qualquer objetivo, uma liberdade dependente da ação virtuosa. Colocou-se no lugar da livre associação dos indivíduos independentes, anteriormente a qualquer sociedade, uma cadeia social que em toda parte e sempre manifestava sua preeminência sobre as individualidades. Em lugar da liberdade dos modernos, colocou-se a liberdade militante e mobilizada dos antigos. Nesse ponto naufragou o individualismo dos direitos do homem. É preciso reconhecer a coerência dos Jacobinos. Embora tenham continuado a evocar a liberdade em fórmulas paradoxais e exaltadas (o “despotismo da liberdade”) não camuflaram o reino do extraordinário. Opuseram a liberdade da Constituição à liberdade da Revolução:“A Constituição, disse Saint-Just, é o reino da liberdade vitoriosa e pacífica. A Revolução consiste na guerra da liberdade contra os seus inimigos”.
OZOUF, Mona. Liberdade. Em: OZOUF, Mona; FURET,François. Dicionário crítico da Revolução Francesa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. p. 784-785
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que estiveram em jogo no episódio da Revolução Francesa dois conceitos de liberdade:
a) aquele que se fundava no direito natural e se opunha à ordem aristocrática do Antigo Regime e aquele que se fundava na ideia de um contrato social que, por meio da vontade geral, regularia o estado civil.
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b) o dos antigos, que definia liberdade como ausência de coerção, e o dos modernos, que a definia como vontade positiva; o segundo postulava uma representação objetiva da felicidade humana, e o primeiro não contemplava qualquer representação de tal felicidade.c) um deles de concepção aristotélica, que subordinava os objetivos morais à liberdade, e o outro que submetia a vida humana à finalidade virtuosa e justificava, por antecipação, as restrições impostas à liberdade. d) as liberdades no plural – franquias e privilégios – dos modernos em oposição à liberdade absoluta, isto é, a garantia da liberdade individual vigente no Antigo Regime em oposição ao aniquilamento dessas liberdades em favor do bem-estar coletivo preconizado pelos revolucionários.e) a “liberdade francesa”, que se define pela supressão da necessidade de igualdade, e a “liberdade inglesa”, fundada na ideia de que os indivíduos apresentam uma mesma solução se confrontados com os termos de um mesmo problema político.
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RESPOSTA: A
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(UFPR) Sobre o processo de formação dos Estados-nação na Europa e o papel atribuído à escola nesse processo, considere as afirmativas:
1. O processo de estatização da escola desenvolveu-se de forma consensual entre os Estados e as doutrinas religiosas que ofertavam instrução escolar.2. O grupo dos fisiocratas, que defendia o liberalismo econômico, foi contrário ao processo de estatização da escola.3. A instrução pública proposta visava principalmente a um processo de construção do sentimento de identidade nacional.4. A necessidade de um sistema de ensino estatal devia-se, em parte, a efeitos da Revolução Industrial sobre os Estados--nação.5. Há um razoável consenso entre filósofos como Voltaire, Diderot, Condorcet e Rousseau de que cabe ao Estado a função de formar cidadãos.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 3, 4 e 5 são verdadeiras.b) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.c) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras.d) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.e) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.
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RESPOSTA: A
A REVOLUÇÃO FRANCESA — NO VESTIBULAR
(UFJF-MG) As duas citações abaixo referem-se à Revolução Francesa, desencadeada em 1789, e às revoluções de 1848 (Primavera dos Povos). Elas ajudam a elucidar a visão da burguesia na chamada “Era das Revoluções” (1789-1848). Após lê-las, responda ao que se pede.
Um padrão mais típico da burguesia é clamar por liberdade, quando na oposição. E reprimi-la, uma vez no poder.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar.
A Revolução Francesa, que aboliu todos os privilégios e destruiu todos os direitos exclusivos, deixou contudo subsistir um: o da propriedade. É necessário que os proprietários não se iludam sobre a força de sua situação e que não imaginem que o direito depropriedade seja uma muralha intransponível (...). Logo, a luta política travar-se-á entre os que possuem e os que não possuem.
TOCQUEVILLE, Aléxis. Lembranças de 1848.
a) Quais são os dois princípios do Liberalismo, defendidos pela burguesia, mencionados nas citações apresentadas?
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RESPOSTA:Os dois princípios do Liberalismo mencionados nas citações são: liberdade e prosperidade.
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b) Como explicar que burguesia e trabalhadores, que haviam sido coadjuvantes em diversas lutas travadas durante a Era das Revoluções, tenham aprofundado seus conflitos de classes a partir desse momento?
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RESPOSTA:Porque mesmo atuando em conjunto com os trabalhadores e em nome da queda da aristocracia e seus privilégios, ao assumir o poder, a burguesia tende a desprezar os antigos parceiros e governar sozinha, em nome de seus interesses e em detrimento do ideal de igualdade defendido pelos trabalhadores.
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(UFRJ)
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A observação do trabalho dos mestres retratistas da aristocracia ajuda a compreender os cenários políticos e sociais de variados momentos históricos. Na primeira tela, referente aos primórdios do século XVI, um aristocrata europeu é apresentado como senhor da guerra. Na segunda, de 1798, o nobre, mesmo não abrindo mão de insígnias militares, surge como componente da elite política e administrativa, pois lida com documentos e livros.
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Explique duas mudanças ocorridas nos sistemas políticos das sociedades europeias entre os séculos XVI e XVIII.
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RESPOSTA: Podem ser destacados, entre outros, os processos a seguir: – A Europa ao longo do século XVI presenciou o fim da autoridade da tradicional aristocracia feudal. Esse fenômeno resultava, entre outros fatores, da crise agrícola dos séculos XIV e XV, das revoltas camponesas, do crescimento das cidades e do absolutismo. – Em meio ao crescimento da autoridade do Estado e da crise do feudalismo, a antiga aristocracia fundiária e militar transformou--se numa elite política ao serviço da monarquia. Porém, em tal transformação, o grupo não abriu mão da sua imagem militarizada de defensora da sociedade.– Em finais do século XVIII a Revolução Francesa trouxe o término do absolutismo, como resultado de uma série de tensões sociais, entre as quais: as rebeliões camponesas e das camadas subalternas urbanas, a insatisfação da aristocracia diante da autoridade monárquica, as pretensões políticas e sociais da burguesia, além do ideário iluminista.
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(Ufla-MG) A história permite associar fatos históricos que ocorreram em lugares e tempos diferentes, como, por exemplo, as Revoluções Francesa, de 1789, e Russa, de 1917. Assinale a alternativa em que as correlações entre ambas as Revoluções NÃO estão corretas.
a) Na Revolução Francesa, as massas populares eram representadas pelos Sans-Culottes, que pertenciam aos Jacobinos e, na Revolução Russa, eram os soviets de trabalhadores, que pertenciam aos bolcheviques.b) Na Revolução Francesa e na Revolução Russa, as massas populares revoltaram-se, tomando o poder da nobreza e da burguesia, a exemplo do “Terror Branco” (1794-1795), na Revolução Francesa, e dos acontecimentos de dezembro de 1905 e janeiro de 1906, na Revolução Russa.c) Na Revolução Francesa e na Revolução Russa, a situação das massas era de extrema pobreza e miséria, devido à carestia dos alimentos e da exploração por parte da aristocracia rural, parasitária de origem feudal.d) Tanto na Revolução Francesa como na Revolução Russa, as massas promoveram assassinatos de nobres, após assumirem o poder.
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RESPOSTA: B
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(Unicamp-SP)As primeiras vítimas da Revolução Francesa foram os coelhos. Pelotões armados de paus e foices saíam à cata de coelhos e colocavam armadilhas em desafio às leis de caça. Mas os ataques mais espetaculares foram contra os pombais, castelos em miniatura; dali partiam verdadeiras esquadrilhas contra os grãos dos camponeses, voltando em absoluta segurança para suas fortalezas senhoriais. Os camponeses não estavam dispostos a deixar que sua safra se transformasse em alimento paracoelhos e pombos e afirmavam ser a “vontade geral da nação” que a caça fosse destruída. Aos olhos de 1789, matar caça era um ato não só de desespero, mas também de patriotismo, e cumpria uma função simbólica: derrotando privilégios, celebrava--se a liberdade.
SCHAMA, Simon. Cidadãos:uma crônica da Revolução Francesa. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989. p. 271-272. (Adaptado.)
a) De acordo com o texto, por que os camponeses defendiam a matança de animais?
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RESPOSTA:Segundo o texto, havia mais de uma razão para os camponeses matarem coelhos e pombos: por um lado, os animais destruíam a produção agrícola dos camponeses; por outro, sendo a caça um direito exclusivo da nobreza, a matança desses animais simbolizava uma afronta a um privilégio aristocrático.
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b) Cite dois privilégios senhoriais eliminados pela Revolução Francesa.15
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RESPOSTA:Os seguintes privilégios foram eliminados pela Revolução Francesa: a exclusividade na caça, a cobrança de obrigações feudais pela nobreza, o uso de títulos de nobreza, a exploração do trabalho servil, a existência de tribunais especiais para osnobres, a isenção de impostos, a exclusividade no exercício de altos cargos na administração pública, na justiça, no exército e na Igreja, entre outros.
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