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Prazo de contrato de trabalho determinado de 2 anos se pode ser prorrogado por mais dois.DISCIPLINASEMESTRECARGA HORRIA
DIREITO DO TRABALHO II
560
DESCRIO / EMENTA
Direito Individual do Trabalho parte II; Direito Tutelar do Trabalho - Direito Tutelar, ou Protecionista, do Trabalho o setor que compreende as regras relativas proteo do ser humano que trabalha, nele estando includas as normas de medicina e segurana do trabalho, limitao da jornada de trabalho, fixao de intervalos obrigatrios durante a jornada de trabalho, fiscalizao trabalhista, etc.; Direito Coletivo do Trabalho - conceituado como "o conjunto de normas que consideram os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais".2Versa, portanto, sobre organizaes sindicais, sua estrutura, suas relaes representando as categorias profissionais e econmicas, os conflitos coletivos entre outros. Medicina e Segurana do trabalho - Conceito e objetivos A segurana do trabalho pode ser considerada como o conjunto de atividades de reconhecimento, avaliao e controle dos riscos de atividades, ou seja, a preveno dos acidentes de trabalho propriamente ditos, isto , aqueles que produzem cortes, fraturas, amputaes, laceraes etc.A Medicina do Trabalho pode ser considerada como o conjunto de atividades de reconhecimento, avaliao e controle dos riscos sade na indstria, ou seja, visa preveno das doenas ocupacionais.
BIBLIOGRAFIA BSICA
DELGADO, Maurcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. So Paulo. Ed. LTr. 39 MARTINS, Srgio Pinto. Direito do Trabalho. So Paulo. Ed. Atlas. 60NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. So Paulo. Ed. LTr. 24
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CARRION, Valentin. Comentrios Consolidao das Leis do Trabalho. So Paulo. Ed. Saraiva. (2005) 20MORAES FILHO, Evaristo. Introduo ao Direito do Trabalho. (2000) 3PELEGRINO, Antenor. Trabalho Rural. (1999) 3RUSSOMANO, Mozart Vitor. Curso de Direito do Trabalho.. (2001) 4 SANTOS, Aloysio. Assdio Sexual nas relaes trabalhistas e estatutrias 3CASSAR, Vlia Bomfim. Direito do Trabalho.
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO1. CONCEITOO Direito Individual do
Trabalho o segmento do Direito do Trabalho que estuda o contrato
individual do trabalho e as regras legais ou normativas a ele
aplicveis.Como vemos, o Direito Individual do Trabalho no um ramo
autnomo, mas parte do Direito do Trabalho, ou mais precisamente uma
de suas divises.O Direito Individual do Trabalho estuda a relao
individual do trabalho e no as relaes coletivas de trabalho, que
ficam a cargo do Direito Coletivo do Trabalho. No vamos tratar aqui
de regras em que h interesse primordial do Estado, assegurando
direitos mnimos ao trabalhador, que sero estudadas no Direito
Tutelar do Trabalho. No Direito Individual do Trabalho, estaremos
verificando muitas regras de natureza privada, contratuais, ou
decorrentes do contrato de trabalho mantido entre empregado e
empregador. Constataremos a incidncia da lei ou das normas
coletivas sobre o pacto laboral.2. DIVISONa anlise do Direito
Individual do Trabalho, observaremos a formao do contrato de
trabalho, sua natureza jurdica, suas partes, suas modalidades, sua
transformao e extino e os limites ao poder de despedimento do
empregador.A matria a ser analisada vasta, sendo encontrada na
Constituio, na CLT e na legislao esparsa.VERIFICAO DE
APRENDIZAGEM1. O que Direito Individual do Trabalho?2. O que ele
estuda?13CONTRATO DE TRABALHO1. DENOMINAOAt bem pouco tempo atrs, o
contrato de trabalho era denominado de locao de servios, sendo
utilizados os arts. 1.216 a 1.236 do Cdigo Civil.No exame de nossa
legislao, vamos encontrar tanto a expresso contrato de trabalho
como relao de emprego. O termo mais correto a ser utilizado deveria
ser contrato de emprego e relao de emprego, como entende Jos
Martins Catharino (1982, v. 1:217-218), porque no trataremos da
relao de qualquer trabalhador, mas do pacto entre o empregador e o
empregado, do trabalho subordinado. Da por que se falar em contrato
de emprego, que fornece a noo exata do tipo de contrato que
estaramos versando, porque o contrato de trabalho seria o gnero e o
contrato de emprego, a espcie.Entretanto, a denominao corrente
contrato de trabalho, inclusive encontrada no art. 442 da CLT, que
a que utilizaremos.2. CONCEITOO art. 442 da CLT estabelece que
contrato individual de trabalho o acordo, tcito ou expresso,
correspondente relao de emprego. Essa definio contm aspectos
mistos, pois at mesmo equipara o contrato de trabalho relao de
emprego. Entretanto, a redao do citado dispositivo decorre de uma
composio havida entre os membros que elaboraram a CLT e que tinham
diferentes posies. Indica o referido preceito uma idia contratual
(acordo de vontades), combinada com a teoria institucionalista
(relao de emprego).Fala-se em contrato individual de trabalho em
contraposio ao que existia na poca que era o contrato coletivo de
trabalho, hoje correspondente conveno e ao acordo coletivo de
trabalho (art. 611 da CLT).Na Argentina, a Lei n. 20.744, de
20-9-74, ordenada pelo Decreto n. 390, de 13-5-76, estabelece que
haver contrato de trabalho, qualquer que seja sua denominao, sempre
que uma pessoa fsica se obrigue a realizar atos, executar obras ou
prestar servios em favor da outra e sob a dependncia desta ltima,
durante um perodo determinado ou indeterminado, mediante o
pagamento de uma remunerao (art. 21). Haver relao de trabalho
quando uma pessoa realize atos, execute obras ou preste servios em
favor de outra, sob a dependncia desta ltima, em forma voluntria e
mediante o pagamento de uma remunerao, qualquer que seja o ato que
lhe d origem (art. 22).Pg. 91A Lei Federal do Trabalho do Mxico, de
1970, esclarece que "entende-se por relao de trabalho, qualquer que
seja o ato que lhe d origem, a prestao de um trabalho pessoal
subordinado a uma pessoa, mediante o pagamento de um salrio.
Contrato individual de trabalho, qualquer que seja a sua forma ou
denominao, aquele em virtude do qual uma pessoa se obriga a prestar
a outra um trabalho pessoal subordinado, mediante o pagamento de um
salrio. A prestao de um trabalho a que se refere o pargrafo
primeiro e o contrato celebrado produzem os mesmos efeitos".Em
Portugal, "contrato de trabalho aquele pelo qual uma pessoa se
obriga, mediante retribuio, a prestar a sua atividade intelectual
ou manual a outra pessoa, sob a autoridade e direo desta" (art. 1.
do anexo ao Decreto-lei n. 49.408, de 24-10-69).Contrato de
trabalho o negcio jurdico em que o empregado presta servios ao
empregador, mediante remunerao, subordinao, pessoalmente e com
continuidade. o contrato de trabalho um pacto de atividade, pois no
se contrata um resultado. Deve haver continuidade na prestao de
servios, que devero ser remunerados e dirigidos por aquele que obtm
a referida prestao. Tais caractersticas evidenciam a existncia de
um acordo de vontades, caracterizando a autonomia privada das
partes.3. DIFERENCIAOO contrato de trabalho no se confunde com
vrios outros contratos de natureza civil.Carnelutti defendia a tese
de que o contrato de trabalho tinha natureza devenda e compra. O
salrio era o preo do servio e o trabalho a energia ou mercadoria
vendida, como ocorria com a energia eltrica. Na verdade, no se
trata de venda e compra, pois o trabalho no mercadoria, alm do que
tal contrato tem natureza instantnea, que se aperfeioa com o
pagamento do preo e a entrega da mercadoria, enquanto o contrato de
trabalho um pacto de trato sucessivo.Planiol via o contrato de
trabalho como um arrendamento, em que o trabalhador arrendava sua
fora de trabalho por meio de um contrato comum. No contrato de
arrendamento no existe subordinao, enquanto no contrato de trabalho
este elemento essencial. O contrato de trabalho feito,
necessariamente, com a participao de uma pessoa fsica, que o
empregado. O arrendamento pode ser realizado entre duas pessoas
jurdicas.Na locao de servios (locatio operarum), contrata-se uma
atividade e no um resultado, inexistindo subordinao entre o locador
dos servios e o locatrio. Contrata-se uma atividade profissional ou
um servio, mas nunca um resultado. Normalmente, a locao de servios
tem por preponderncia atividade intelectual, enquanto a empreitada
envolve atividade braal. Na locao de servios, h autonomia,
independncia em sua prestao.Pg. 92Inexiste subordinao. Temos como
exemplo de locao de servios o trabalho do advogado ao cliente, do
mdico ao paciente, do arquiteto que faz a planta de uma casa a seu
cliente etc. A locao de servios pode ser feita por pessoas
jurdicas, enquanto o empregado s pode ser pessoa fsica. Na locao de
servios, no h subordinao, h autonomia em sua prestao, enquanto no
contrato de trabalho o requisito subordinao elemento essencial.A
empreitada (locatio operis) o contrato pelo qual uma das partes vem
a fazer ou mandar fazer certa obra, mediante o pagamento de uma
remunerao fixa ou proporcional ao servio realizado.A empreitada
distingue-se da locao de servios pelo fato de na primeira se
contratar um resultado e na segunda uma atividade, embora em ambas
haja independncia e autonomia na prestao de servios. Exemplo de
empreitada o pedreiro que constri uma casa ou levanta um muro. Na
empreitada, o empreiteiro tanto pode ser pessoa fsica ou jurdica,
enquanto o empregado s pode ser pessoa fsica (art. 3. da CLT). O
empreiteiro no subordinado, enquanto o empregado deve subordinao ao
empregador. A empreitada um contrato de resultado, por exemplo,
envolve a construo de um muro, a pintura de uma casa. No contrato
de trabalho, no se contrata um resultado, mas uma atividade, em que
o empregador exerce seu poder de direo sobre a atividade do
trabalhador de prestar servios. O empreiteiro no est submetido a
poder de direo sobre seu trabalho, exercendo-o com autonomia,
livremente.A diferena entre o contrato de trabalho e o contrato de
sociedade feita principalmente pela inexistncia do elemento
affectio societatis, ou seja, o interesse dos scios para a realizao
de um mesmo fim, na colaborao que h entre eles para se alcanar um
objetivo comum. Seus sujeitos so diversos. Enquanto no contrato de
trabalho os sujeitos so o empregado e o empregador, no contrato de
sociedade seus sujeitos so os scios, que esto numa situao de
igualdade, inexistindo subordinao de um em relao ao outro. O scio
tanto pode ser pessoa fsica como pessoa jurdica, enquanto o
empregado necessariamente tem de ser pessoa fsica. O objeto do
contrato de trabalho a prestao de servios subordinados do empregado
ao empregador, enquanto no contrato de sociedade a obteno de
lucros, que o fim comum almejado pelos scios, que tm uma relao de
igualdade entre si e no de subordinao. No contrato de sociedade, os
scios podem ter prejuzos; no contrato de trabalho no, pois os
riscos da atividade econmica devem ser do empregador. O trabalhador
pode, entretanto, receber lucros, mas essa no a regra. No contrato
de trabalho, h uma relao de credor e devedor entre as partes, pois
o empregado deve prestar servios, sendo credor do salrio fixado; o
empregador remunera o empregado depois de receber a prestao de
servios. Na sociedade, no existe essa relao de devedor e credor,
que pode haver em relao aos scios com a sociedade. O salrio do
empregado deve ser normalmente um valor fixo e peridico, no podendo
deixar de receber o referido valor, enquanto a remunerao dos scios
nem sempre fixa, podendo ser varivel, alm do que o scio pode nada
receber durante meses se a sociedade tem prejuzo.A idia principal
do contrato de mandato a representao que o mandatrio faz em relao
aos poderes que lhe foram outorgados pelo mandante. No contrato de
trabalho pode at haver a representao do empregador pelo empregado,
como ocorre nos cargos de confiana, mas no a regra.Pg. 93O mandato
geralmente gratuito, porm o contrato de trabalho sempre oneroso. No
mandato, no h subordinao, enquanto no contrato de trabalho esse o
requisito fundamental. O mandato objetiva um resultado, que a
realizao do ato almejado pelo mandante; no contrato de trabalho no
se pretende um resultado, mas a atividade do empregado. A relao
existente no mandato envolve trs pessoas: o mandante, o mandatrio e
a terceira pessoa; no contrato de trabalho existem apenas duas
partes: empregado e empregador, inexistindo uma terceira pessoa
nessa relao. O mandato revogvel enquanto no contrato de trabalho em
certos casos no possvel sua resciso, como ocorre em relao aos
empregados estveis.Distingue-se o contrato de trabalho do contrato
de parceria. No contrato de trabalho, existe subordinao. Na
parceria, h autonomia na prestao dos servios. Se existir subordinao
na parceria, provavelmente o contrato firmado entre as partes ser
de trabalho. No contrato de parceria, h diviso de lucros e prejuzos
pelas partes, enquanto no contrato de trabalho o empregado no
assume prejuzos.4. NATUREZA JURDICAAnalisar a natureza jurdica de
um instituto procurar enquadr-lo na categoria a que pertence no
ramo do Direito.Lon Duguit (1926:76-81) classifica os atos jurdicos
em ato-regra, ato-condio e ato jurdico subjetivo. O ato-regra
observa-se quando se pretende modificar a ordem jurdica, com a
criao de novas disposies que substituiro as anteriores, como na
assemblia de acionistas de uma sociedade ou na conveno coletiva de
trabalho. O ato-condio implica a aplicao da lei existente, como no
caso da nomeao de um funcionrio pblico. O ato jurdico subjetivo
decorre de situaes especiais momentneas, que dizem respeito s
partes interessadas, como no contrato ou no quase-contrato. George
Scelle (1922:109) trouxe as idias de Duguit para o campo do Direito
do Trabalho, informando que a efetividade da relao de trabalho
depende de um ato original, chamado por ele embauchage, que diz
respeito vontade do trabalhador de passar a prestar servios ao
empregador e que pode ou no ter natureza contratual, produzindo
automaticamente os efeitos determinados pela legislao
trabalhista.As teorias mais modernas que pretendem explicar a
natureza jurdica do contrato de trabalho so a teoria contratualista
e a teoria anticontratualista.A teoria contratualista considera a
relao entre empregado e empregador um contrato. Trata-se de um
contrato, pois depende nica e exclusivamente da vontade das partes
para sua formao. H, portanto, um ajuste de vontades entre as
partes.Numa fase anterior, procurava-se explicar o contrato de
trabalho com base nos contratos do Direito Civil, como o
arrendamento, pois o empregado arrendava seu trabalho ao
empregador; a compra e venda, porque o empregado vendia seu
trabalho ao empregador, mediante o pagamento de um preo, que o
salrio; a sociedade, porque o empregado e o empregador combinam
esforos em comum para a produo de bens e servios para o mercado; o
mandato, em que o empregado era o mandatrio do empregador.Pg.
94Essas teorias, porm, no mais prevalecem, estando, assim,
superadas, pois hoje se considera que a relao entre empregado e
empregador contratual, com forte interveno do Estado, pois as leis
trabalhistas aplicam-se automaticamente aos contratos de trabalho,
vindo a restringir a autonomia da vontade das partes.Orlando Gomes
(1966:118) chega a dizer que o contrato de trabalho um contrato de
adeso em que o empregado adere s clusulas determinadas pelo
empregador, sem possibilidade de discuti-las (ver tambm Gomes e
Gottschalk, 1991:130 e 142). O empregado aceita em bloco as
clusulas do contrato ou as rejeita em bloco e no tem o emprego. A
adeso decorrente da situao econmica do trabalhador que precisa do
emprego.Para a teoria anticontratualista, o trabalhador
incorpora-se comunidade de trabalho, visando cumprir os objetivos
almejados pela produo nacional, sem existir autonomia de vontade na
discusso das clusulas contratuais. Outros sustentam que a empresa
uma instituio, havendo em decorrncia uma situao estatutria e no
contratual entre as partes do referido pacto, em que o estatuto
prev as condies do trabalho, mediante o poder de direo e
disciplinar do empregador. Na verdade, o trabalhador entraria na
empresa e comearia a prestar servios, inexistindo a discusso em
torno das clusulas do contrato de trabalho.A redao do art. 442 da
CLT mostra uma concepo mista, porque a Comisso encarregada de
elaborar o projeto da CLT era integrada por dois institucionalistas
e dois contratualistas. O consenso acabou por levar a redao do art.
442 da CLT a ter aspectos contratualistas, quando menciona o acordo
tcito ou expresso, e institucionalistas, quando fala em relao de
emprego.A teoria predominante entende que o contrato de trabalho
tem natureza contratual. Como bem esclarece Amauri Mascaro
Nascimento (1992a:91) "ningum ser empregado de outrem seno por sua
prpria vontade. Ningum ter outrem como seu empregado seno tambm
quando for da sua vontade. Assim, mesmo se uma pessoa comear a
trabalhar para outra sem que expressamente nada tenha sido
combinado entre ambas, isso s ser possvel pela vontade ou pelo
interesse das duas".A existncia do contrato de trabalho ocorrer com
a prestao de servios sem que o empregador a ela se oponha,
caracterizando o ajuste tcito.5. OBJETOO objeto do contrato de
trabalho a prestao de servio subordinado e no eventual do empregado
ao empregador, mediante o pagamento de salrio. O trabalho autnomo
prestado a uma pessoa fsica ou jurdica no gera o contrato de
trabalho, pois no h o elemento subordinao.6. REQUISITOSSo
requisitos do contrato de trabalho: (a) continuidade, (b)
subordinao, (c) onerosidade, (d) pessoalidade, (e) alteridade.Pg.
956.1 ContinuidadeO trabalho deve ser prestado com continuidade.
Aquele que presta servios eventualmente no empregado. Orlando Gomes
e Elson Gottschalk (1990:134) afirmam, com propriedade, que o
contrato de trabalho um contrato de trato sucessivo, de durao.
Certos contratos exaurem-se com uma nica prestao, como ocorre com a
compra e venda, em que, entregue a coisa e pago o preo, h o trmino
da relao obrigacional. No contrato de trabalho, no isso que ocorre,
pois h um trato sucessivo na relao entre as partes, que perdura no
tempo.6.2 SubordinaoO obreiro exerce sua atividade com dependncia
ao empregador, por quem dirigido. O empregado , por conseguinte, um
trabalhador subordinado, dirigido pelo empregador. Essa subordinao
pode ser econmica, tcnica, hierrquica, jurdica ou at mesmo social.
O empregado subordinado economicamente ao empregador por depender
do salrio que recebe; entretanto, o filho dependente economicamente
do pai, mas no , primeira vista, seu empregado. A subordinao tcnica
d-se pelo fato de o empregado depender tecnicamente do empregador,
que determina as diretrizes tcnicas da produo, porm aqueles altos
empregados ou empregador especializados muitas vezes nodependem do
empregador, mas, ao contrrio, o empregador que deles depende. A
dependncia social diz respeito ao fato de que o contrato de
trabalho se funda numa condio social das partes, sendo que as leis
devem ser editadas para regular as referidas questes sociais
pertinentes spartes envolvidas; o empregado, por ser o ente mais
fraco da relao, deve, portanto, ser socialmente protegido. A
subordinao pode ser hierrquica, pelo fato de o empregado se achar
inserido na empresa que dirigida e organizada pelo empregador,
devendo respeitar suas determinaes. A subordinao jurdica verificada
na situao contratual e legal pela qual o empregado deve obedecer s
ordens do empregador, que a teoria mais aceita. O trabalhador
autnomo no empregado justamente por no ser subordinado a
ningum,exercendo com autonomia suas atividades e assumindo os
riscos de seu negcio.6.3. OnerosidadeNo gratuito o contrato de
trabalho, mas oneroso. O empregado recebe salrio pelos servios
prestados ao empregador. O empregado tem o dever de prestar servios
e o empregador, em contrapartida, deve pagar salrios pelos servios
prestados. Aqueles religiosos que levam seu lenitivo aos pacientes
de um hospital no so empregados da Igreja, porque os servios por
eles prestados so gratuitos.O pargrafo nico do art. 1. da Lei n.
9.608, de 18-2-98, estabelece que o servio voluntrio no gera vnculo
empregatcio, nem obrigao de natureza trabalhista, previdenciria ou
afim.Pg. 96O art. 1. dispe que servio voluntrio a atividade no
remunerada. O contrato de trabalho oneroso. Se no h remunerao,
inexiste vnculo de emprego.6.4 PessoalidadeO contrato de trabalho
intuitu personae, ou seja, realizado com certa e determinada
pessoa. O empregado no pode fazer-se substituir por outra pessoa,
sob pena de o vnculo formar-se com a ltima. O empregado somente
poder ser pessoa fsica, pois no existe contrato de trabalho em que
o empregado seja pessoa jurdica, podendo ocorrer, no caso, uma
locao de servios, uma empreitada etc.6.5 AlteridadeO empregado
presta servios por conta alheia (alteridade). Alteridade vem de
alteritas, de alter, outro. um trabalho sem assuno de qualquer
risco pelo trabalhador. O empregado pode participar dos lucros da
empresa, mas no dos prejuzos. Quando est prestando um servio para
si ou por conta prpria, no ser empregado, podendo ocorrer apenas a
realizao de um trabalho, ou a configurao do trabalho autnomo.
requisito do contrato de trabalho o empregado prestar servios por
conta alheia e no por conta prpria.6.6 Requisitos no essenciaisNo
necessria a exclusividade da prestao de servios pelo empregado ao
empregador. O obreiro pode ter mais de um emprego, visando ao
aumento de sua renda mensal. Em cada um dos locais de trabalho, ser
considerado empregado. A legislao mostra a possibilidade de o
empregado ter mais de um emprego. O art. 138 da CLT permite que o
empregado preste servios em suas frias a outro empregador, se
estiver obrigado a faz-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele. O art. 414 da CLT mostra que as
horas de trabalho do menor que tiver mais de um emprego devero ser
totalizadas. O fato de o contrato de trabalho prever a
exclusividade na prestao de servios pelo empregado no o desnatura.
Caso o trabalhador no cumpra tal disposio contratual, dar apenas
justo motivo para o empregador rescindir o pacto laboral.No bice
para a existncia do contrato de trabalho o fato de o trabalhador no
ser profissional ou no ter grau de escolaridade. Em nosso pas,
predomina o fato de que o empregado muitas vezes no tem qualquer
grau de escolaridade ou de profissionalizao. Se se aplicasse ao p
da letra essa orientao, no poderiam ser celebrados contratos de
trabalho, pois ausente na maioria dos casos o requisito
profissionalizao. O trabalhador pode inclusive exercer na empresa
atividade diversa daquela que sua especialidade.Pg. 977.
CARACTERSTICASO contrato de trabalho bilateral, consensual,
oneroso, comutativo e de trato sucessivo.No o contrato de trabalho
um pacto solene, pois independe de quaisquerformalidades, podendo
ser ajustado verbalmente ou por escrito (art. 443 da CLT).Havendo
consenso entre as partes, mesmo verbalmente, o contrato de trabalho
estar acordado. No h necessidade para seu aperfeioamento da entrega
de qualquer coisa, como ocorre na compra e venda.A um dever do
empregado corresponde um dever do empregador. O dever de prestar o
trabalho corresponde ao dever do empregador de pagar salrio, que se
constitui num direito do empregado, da sua comutatividade e
bilateralidade.H onerosidade no contrato de trabalho que no
gratuito, pois o servio prestado pelo empregado deve ser
remunerado. Se o empregado presta servios gratuitamente por vrios
meses ou anos, no h contrato de trabalho.O contrato de trabalho
tambm sinalagmtico, pois as partes se obrigam entre si, com a
satisfao de prestaes recprocas.No contrato de trabalho deve haver a
continuidade na prestao de servios, da por que se dizer que de
trato sucessivo ou de durao, pois no instantneo, no se exaurindo no
cumprimento de uma nica prestao.No pacto laboral contrata-se
atividade. O empregador exerce poder de direo sobre a atividade do
obreiro, no havendo um contrato de resultado.8. CLASSIFICAOO
contrato de trabalho pode ser classificado de vrias formas. Certos
contratos de trabalho contm algumas particularidades que lhes so
peculiares. Nessa categoria, podemos incluir o contrato de trabalho
dos professores, que percebem por aula dada e no por hora; dos
martimos, que ficam no interior da embarcao por longo perodo,
durante o qual podem ser exigidos servios por at 24 horas; de
menores, que no podem prestar servios em atividades insalubres ou
perigosas.Muitos contratos de trabalho tm certas regras especiais
decorrentes da poltica legislativa ou de vantagens que foram
asseguradas categoria. o que ocorre com os bancrios, que
conquistaram a jornada de trabalho de 6 horas; mas, retirada essa
peculiaridade, as demais regras so as mesmas que em relao a outros
empregados.Classifica-se o contrato de trabalho, quanto jornada,
em: (a) tempo total, em que o empregado trabalha 8 horas por dia;
(b) tempo parcial, em que o obreiro presta servios, por exemplo,
por 4 ou 5 horas por dia, sendo que a jornada no pode exceder a 25
horas na semana.Pg. 989. CONDIESComo qualquer ato jurdico, o
contrato de trabalho deve respeitar as condies determinadas pelo
art. 104 do Cdigo Civil, que exige para sua validade agente capaz,
objeto lcito e forma prescrita ou no defesa em lei.De acordo com o
art. 2. do Cdigo Civil, capacidade a aptido para adquirir direitos
e contrair obrigaes.O art. 5. do Cdigo Civil estabelece que so
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil: (a) os menores de 16 anos; (b) os loucos de todo o gnero;
(c) os surdos-mudos que no puderem exprimir sua vontade; (d) os
ausentes, declarados tais por ato do juiz. So relativamente
incapazes: (a) os maiores de 16 anos e os menores de 21 anos; (b)
os prdigos; (c) os silvcolas (art. 6. do CC). Aos 21 anos cessa a
menoridade (art. 9. do CC).No Direito do Trabalho, no iremos
observar as regras do Direito Civil, pois o inciso XXXIII do art.
7. da Constituio probe o trabalho do menor de 16 anos, salvo na
condio de aprendiz, a partir de 14 anos. Logo, permitido o trabalho
do menor aprendiz de 14 a 18 anos (pargrafo nico do art. 80 e art.
402 da CLT). Assim, o menor de 16 anos no tem capacidade para o
trabalho, exceto se for aprendiz e a partir dos 14 anos. A
capacidade absoluta s ocorre com 18 anos completos. Entre 16 e 18,
os menores so relativamente capazes. O responsvel legal do menor
tem a faculdade de pleitear a extino de seu contrato de trabalho,
desde que o servio possa acarretar a ele prejuzos de ordem fsica ou
moral (art. 408 da CLT). O menor, entretanto, poder firmar recibo
de salrios; porm, na resciso de seu contrato de trabalho, h
necessidade da assistncia dos responsveis legais para efeito de dar
quitao ao empregador pelo recebimento das verbas que lhe so devidas
(art. 439 da CLT). O trabalho proibido pela lei pode ser
exemplificado como o do estrangeiro que se encontra no Brasil como
turista, que no pode exercer atividade remunerada (art. 97 da Lei
n. 6.815/80). proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao
menor de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos (art. 7.,
XXXIII, da CF).Ser vedado tambm o trabalho em atividades que tenham
objetos ilcitos. Distingue-se a atividade proibida, como a do menor
de 18 anos em atividades insalubres, que lhe prejudicam a sade, da
atividade ilcita, que contrria moral e aos bons costumes. possvel a
existncia de contrato de trabalho entre pai e filho, pois no h
nenhuma vedao legal a esse respeito, nem possvel se presumir a
existncia de fraude. Deve haver, contudo, subordinao e a efetiva
prestao dos servios. O mesmo se pode dizer do contrato de trabalho
entre marido e mulher, desde que haja a prestao de servios e os
demais requisitos da relao de emprego.9.1 Atividades ilcitasH
necessidade de serem tecidas algumas consideraes sobre os
trabalhadores que prestam servios a empresas ou pessoas que tm por
objeto atividades ilcitas, para verificar se existe contrato de
trabalho entre essas pessoas.Pg. 99Para os que defendem a existncia
da relao de emprego, mesmo na prestao de servios em atividades
ilcitas, como jogo do bicho ou de bingo, em prostbulos, casas de
contrabando ou que vendem entorpecentes, impossvel devolver ao
trabalhador a energia gasta na prestao de servios, devendo o
obreiro ser indenizado com o equivalente, em face de as partes no
poderem retornar ao estado anterior em que se encontravam (art. 158
do CC), mormente porque haveria enriquecimento do tomador do
servio, emdetrimento do prestador do servio. Assim, teria direito o
obreiro s verbas de natureza trabalhista.A outra corrente entende
que, sendo ilcita a atividade do empregador, a prestao de servios a
este no gera qualquer direito de natureza trabalhista, pois o ato
jurdico invlido.Para a validade do contrato de trabalho, como
qualquer ato jurdico, requer-se agente capaz, objeto lcito e forma
prescrita ou no defesa em lei (art. 82 do CC). Ser considerado nulo
o ato jurdico quando for ilcito, ou impossvel seu objeto (art. 145,
II, do CC).O 2. do art. 129 do Cdigo Comercial tambm declara a
nulidade dos contratos comerciais quando recarem sobre objeto
proibido por lei, ou cujo uso ou fim for manifestamente ofensivo
moral e aos bons costumes.A Constituio garante o livre exerccio de
qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas, porm, as
determinaes legais (art. 5., XIII), remetendo o intrprete,
inclusive, s prescries do art. 82 do Cdigo Civil, para a validade
do ato jurdico que for praticado.Inexistir contrato de trabalho
entre trabalhador e cambista de jogo do bicho ou de outras
atividades ilcitas previstas em lei, como contravenes penais, e
nulo de pleno direito o ato praticado que no produz nenhum efeito
no mundo jurdico. O prprio trabalhador no poder dizer que
desconhecia a ilicitude da atividade do tomador dos servios, pois
"ningum se escusa de cumprir a lei, alegando que no a conhece"
(art. 3. da LICC).H, contudo, que se distinguir entre contrato de
trabalho cujo objeto ilcito e aquele que apenas proibido. proibido
o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e
qualquer trabalho a menores de 16 anos (art. 7., XXXIII, da CF), o
trabalho da mulher em servios que demandem fora muscular alm de
certo parmetro (art. 390 da CLT). Ser ilcito o contrato de trabalho
se no atendidos os requisitos do art. 82 do Cdigo Civil, j
mencionado.A Lei do Contrato de Trabalho da Argentina bem demonstra
a diferena entre objeto ilcito, que o contrrio moral e aos bons
costumes, no tendo nenhuma validade (art. 39), e trabalho proibido,
em que vedado o emprego de determinadas pessoas ou determinadas
tarefas, pocas ou condies (art. 40). Ensina Ramrez Gronda
(1945:222) que "se a locao tiver por objeto a prestao de servios
impossveis, ilcitos ou imorais, aquele a quem tais servios sejam
prestados no ter direito de demandar a outra parte pela prestao
desses servios, nem para exigir a restituio do preo que tenha
pago".No caso do trabalho proibido, no h como justificar a nulidade
total do pacto laboral. Ao contrrio, trata-se de um ato jurdico
anulvel, em que prepondera o interesse privado individual, embora
com a garantia de norma cogente, sendo protegido o interesse
particular. Por isso, desrespeitada a lei, como na hiptese de o
menor de 16 anos trabalhar ou de o menor trabalhar noite, em face
do inciso XXXIII do art. 7. da Lei Maior, ter direito o obreiro ao
reconhecimento da relao de emprego, no primeiro caso, e ao
pagamento do adicional noturno, no segundo caso.Pg. 100Nas
atividades proibidas, embora o ato jurdico seja anulvel, so
produzidos efeitos jurdicos.Ensina Dlio Maranho (1993, v. 1:244)
que "se a nulidade, entretanto, decorre da ilicitude do objeto do
contrato, a menos que o empregado tenha agido de boa-f, ignorando o
fim a que se destinava a prestao de trabalho, j no poder reclamar o
pagamento do servio prestado: nemo de improbitate sua consequitur
actionem. Dessa forma, se o empregado trabalha numa clnica de
abortos, mas no tem conhecimento dessa atividade da empresa, o fato
de ser ilcita a atividade do empregador no contamina o empregado,
que est de boa-f, cumprindo com suas obrigaes contratuais. O mesmo
ocorreria com os servios prestados pelo pedreiro num prostbulo, em
que o seu trabalho no seria considerado ilcito, apesar de a
atividade empresarial o ser.De outro modo, se o empregado tem
cincia da atividade ilcita do empregador, ou no existe nenhuma razo
para ignor-la, no se pode dizer que h contrato de trabalho. o que
ocorre com o cambista do jogo do bicho, que sabe que a atividade do
tomador de servios ilcita, assim como o sua prpria atividade, de
recolher as apostas do referido jogo. Nesse caso, nenhum direito
nascer para as partes envolvidas.No se diga que o empregador vai
enriquecer com a prestao de servios ilcitos, pois o prprio
trabalhador sabia que tambm prestava servios ilcitos.Mesmo que as
autoridades sejam complacentes com o jogo do bicho, deve-se aplicar
a lei e considerar inexistente a relao de emprego, pois impossvel
transformar um ato considerado pela legislao como ilcito, sob pena
de subverter a ordem jurdica.A nulidade absoluta em relao prestao
de servios em atividades ilcitas, e independe de provocao das
partes. certo que, se o salrio j foi pago ao obreiro, no pode ser
devolvido. No entanto, se ele no foi pago, no ser devido, nem as
verbas rescisrias, porque inexiste relao de emprego.O Pleno do TST
j decidiu que "se o objeto do contrato de trabalho mostra-se
ilcito, face atividade desenvolvida - prestao de servios em banca
de jogo de vspora (contraveno penal) - impossvel deixar de concluir
pela incidncia do disposto no art. 82 do Cdigo Civil. A ordem
jurdica se sobrepe necessidade de lograr sustento, alijando, assim,
a baixa escolaridade da prestadora de servios. De outro modo, a
parcimnia das autoridades policiais no tocante ao combate
contraveno no conduz ao reconhecimento do vnculo empregatcio, sob
pena de colocar em plano secundrio a ordem jurdica, com insegurana
para toda a sociedade..." (Ac. TP 1.477/87, j. 5-8-87, Rel. Min.
Marco Aurlio Mendes de Farias Mello, DJU 18-9-87, p.
19.775).Proposta ao trabalhista para reconhecimento de relao de
emprego em atividade ilcita, principalmente em casos que envolvem
jogo do bicho, o processo dever ser extinto sem julgamento de
mrito, por impossibilidade jurdica do pedido (art. 267, VI, do CPC)
e falta de interesse processual do autor de postular em juzo (art.
3. do CPC), em virtude da ilicitude do objeto do contrato de
trabalho, pois este deve observar a moral, a ordem pblica e os bons
costumes, como deve ocorrer em qualquer ato jurdico.Pg. 10110.
FORMAO contrato de trabalho no tem necessariamente uma forma para
ser realizado. Pode tanto ser feito por escrito como verbalmente
(art. 443 da CLT). Lembre-se que qualquer contrato pode ser feito
verbalmente, bastando haver o ajuste entre as partes.No Direito
comparado, a Lei Federal de Trabalho do Mxico de 1970 estabelece
que as condies de trabalho devem ser fixadas por escrito quando
inexistam contratos coletivos aplicveis (art. 34); a falta de
escrito no priva o trabalhador dos direitos que derivam das normas
de trabalho e dos servios prestados, pois se imputar ao patro a
falta dessa formalidade (art. 26).Na Argentina a Lei n. 20.744/74,
ordenada pelo Decreto n. 390/76, estabelece que "as partes podem
escolher livremente sobre as formas a observar para a celebrao do
contrato de trabalho, salvo o que dispuserem as leis e as convenes
coletivas em casos particulares" (art. 48).O Estatuto dos
Trabalhadores da Espanha estabelece que o contrato de trabalho pode
ser celebrado por escrito ou verbalmente (art. 8.1).Devem constar
por escrito os contratos de trabalho quando o exigir uma disposio
legal e, em todo caso, os celebrados para a formao, por tempo ou
obra ou servio determinado, cuja durao seja superior a quatro
semanas. O mesmo ocorre com os contratos a tempo parcial, de prtica
e a domiclio, assim como os dos espanhis contratados na Espanha a
servio de empresas espanholas no estrangeiro. No observada essa
exigncia, o contrato de trabalho ser considerado por tempo
indeterminado, exceto se houver prova em sentido contrrio,
demonstrando sua natureza transitria (art. 8.2). Em todo caso,
qualquer das partes pode exigir que o contrato se formalize por
escrito, inclusive durante o transcurso da relao de trabalho (art.
8.3).Em Portugal, no se exige formalidade especial para o contrato
de trabalho, salvo se a lei assim o determine (art. 6. do Decreto
n. 49.408/69). O contrato escrito tem cabimento nos contratos a
prazo, de profissionais de espetculo (art. 18 do Decreto n.
43.190/60), no de trabalho a bordo ou de matrcula (art. 186 e 2. do
Decreto n. 45.969/64), do exerccio da medicina (art. 83 do
Decreto-lei n. 40.651/56).Na Frana, o contrato de trabalho no tem
qualquer formalidade a ser seguida, podendo as partes adotar a
forma que desejarem (art. 19, L. 1, do Cdigo de Trabalho).Algumas
normas estabelecem que o contrato de trabalho tem que ser
necessariamente escrito, como o do atleta profissional de futebol
(art. 3. da Lei n. 6.354/76), o de artistas (art. 9. da Lei n.
6.533/78), o de aprendizagem (Decreto n. 31.346/52) e o contrato de
trabalho temporrio (art. 11 da Lei n. 6.019/74). O contrato entre a
empresa tomadora de servios e a empresa de trabalho temporrio tambm
tem de ser feito, necessariamente, por escrito.Pg. 102O ajuste das
disposies contratuais pode ser tcito (art. 443 da CLT), mesmo que
as partes no faam nenhum arranjo claro, inequvoco, nenhum
entendimento direto e taxativo. Com a continuidade da prestao de
servios, revela-se a vontade, a concordncia na pactuao do contrato
de trabalho. Quando o empregador no se ope prestao de servios feita
pelo empregado e utiliza-se do servio deste, pagando-lhe salrio,
est evidenciado o contrato de trabalho acordado tacitamente
(Russomano, 1990, v. 1: 394). A frase popular "quem cala consente"
bem revela a existncia do acordo tcito, que pode ser transposto
para o contrato de trabalho. possvel que haja a contratao de um
grupo de empregados ao mesmo tempo. o que se denomina contrato de
equipe e que costuma ocorrer com a contratao de uma banda, em que o
grupo todo contratado para prestar servios. O contrato de equipe no
deixa de ser um contrato individual.11. DURAOOs contratos de
trabalho podem ser por prazo determinado ou indeterminado (art. 443
da CLT). No contrato de prazo determinado, as partes ajustam
antecipadamente seu termo, enquanto no contrato de prazo
indeterminado no h prazo para a terminao do pacto laboral. Na
prtica, predomina o ajuste por prazo indeterminado. Quando as
partes nada mencionam quanto a prazo, presume-se que o contrato
seja por prazo indeterminado, que o mais empregado. O contrato de
trabalho de prazo indeterminado no , porm, um contrato eterno, mas
apenas que dura no tempo.12. CONTRATO DE TRABALHO POR TEMPO
DETERMINADOContrato de trabalho por tempo determinado "o contrato
de trabalho cuja vigncia dependa de termo prefixado ou da execuo de
servios especificados ou ainda da realizao de certo acontecimento
suscetvel de previso aproximada" ( 1. do art. 443 da CLT).Exemplo
de servio condicionado execuo de servio especfico seria a contratao
de tcnico para treinamento de operadores, na implantao de
equipamento altamente sofisticado.A CLT estabelece quais so as
hipteses em que possvel a celebrao do contrato de trabalho por
prazo determinado. No cumprido o prazo estabelecido, o contrato
passa a ser por prazo indeterminado.No Direito do Trabalho, a regra
a contratao por tempo indeterminado. Ocontrato de trabalho um
contrato de prestaes sucessivas, de durao. Em razo do princpio da
continuidade do contrato de trabalho, presume-se que este perdura
no tempo. A exceo a contratao por prazo determinado, de acordo com
as determinaes especficas contidas na lei.Pg. 103O contrato de
trabalho por tempo determinado pode ser celebrado verbalmente, como
se verifica no art. 443 da CLT. O ideal que o pacto por tempo
determinado s fosse estabelecido por escrito, visando evitar
fraudes na contratao.O trmino do pacto por tempo determinado pode
ser medido em funo donmero de dias, semanas, meses ou anos, ou em
relao a certo servio especfico, como o trmino de uma obra, ou, se
for possvel fixar aproximadamente, quando houver o trmino de um
acontecimento, como o trmino de uma colheita, que se realiza
periodicamente em certas pocas do ano. o contrato de safra, que tem
a durao dependente de variaes estacionais de atividade agrria
(pargrafo nico do art. 14 da Lei n. 5.889/73).O fato de o ltimo dia
do contrato de trabalho por tempo determinado cair em feriado,
domingo ou dia no til no o prorroga para o dia seguinte. Caso se
observe o dia seguinte ao trmino do pacto, este j ser de prazo
indeterminado.O contrato de trabalho por tempo determinado s vlido
em se tratando de: (a) servio cuja natureza ou transitoriedade
justifique a predeterminao do prazo; (b) atividades empresariais de
carter transitrio; (c) contrato de experincia ( 2. do art. 443 da
CLT).O servio de natureza transitria o que breve, efmero,
temporrio. Aqui est-se falando de servio transitrio e no de
atividade empresarial de carter transitrio. Seria o caso de
contratar um empregado temporariamente para atender a um breve
aumento de produo em certo perodo do ano. A transitoriedade dever
ser observada em relao s atividades do empregador e no do
empregado, de acordo com as necessidades de seu empreendimento.
Servios cuja natureza justifique a predeterminao de prazo so, a
rigor, os servios transitrios.As atividades empresariais de carter
transitrio dizem respeito empresa e no ao empregado ou ao servio.
Seria o caso de criar uma empresa que apenasfuncionasse em certas
pocas do ano, como a de venda de fogos nas festas juninas; a que
produzisse ovos de Pscoa; a que fabricasse panetone para o Natal; a
empresa que explorasse temporariamente atividade diversa da normal
para atender a uma oportunidade de mercado etc.No se poderia,
entretanto, dizer que a atividade da empresa transitria ou o servio
seria transitrio na contratao de pedreiro para trabalhar na
construo civil, em que a atividade da empresa de construo civil
permanente. possvel, contudo, admitir o pedreiro para trabalhar em
certa obra, pois h uma previso aproximada de seu trmino.So
considerados por tempo determinado os seguintes contratos: de safra
(pargrafo nico do art. 14, da Lei n. 5.889/73), de atleta
profissional (art. 3. da Lei n. 6.354,/76), de artistas (art. 9. da
Lei n. 6.533/78), de tcnico estrangeiro (Decreto-lei n. 691/69), de
aprendizagem (Decreto n. 31.546, de 1952), de obra certa (Lei n.
2.959/58), da Lei n. 9.601/98.Previa o art. 1.220 do Cdigo Civil
que o contrato de locao de servios no poderia ser convencionado por
mais de quatro anos.A redao original do art. 445 da CLT utilizava a
idia contida no Cdigo Civil quanto ao prazo mximo de durao do
pacto: "O prazo de vigncia do contrato de trabalho quando
estipulado ou se dependente da execuo de determinado trabalho ou
realizao de certo acontecimento, no poder ser superior a quatro
anos".Pg. 104Atualmente o contrato de trabalho no pode ser superior
a dois anos.Mesmo na vigncia da redao original do art. 445 da CLT j
se discutia se o contrato de trabalho por tempo determinado poderia
ser prorrogado por mais quatro anos, caso o pacto laboral de prazo
certo j tivesse sido fixado originariamente pelo mesmo prazo. Essa
dvida tambm se aplicava ao contrato de obra certa, previsto na Lei
n. 2.959/56, que um contrato de trabalho por tempo determinado.O
art. 451 da CLT, que ainda tem sua redao original de 1943, dispe
que o contrato de trabalho por tempo determinado s pode ser
prorrogado uma nica vez.Havia aqueles que entendiam que a prorrogao
por mais quatro anos era possvel, porque o contrato s estava sendo
prorrogado uma vez e pelo mesmo prazo, alm do que o art. 445 da CLT
no mandava observar o art. 451 da CLT. No caso ora em anlise, o
art. 451 da CLT estava sendo respeitado, em razo de que o contrato
estava sendo prorrogado uma nica vez.O STF editou a Smula n. 195,
que est assim redigida: "contrato de trabalho para obra certa, ou
de prazo determinado, transforma-se em contrato de prazo
indeterminado, quando prorrogado por mais de 4 (quatro) anos". Essa
smula, porm, foi editada antes da mudana da redao do art. 445 da
CLT, que foi feita pelo Decreto-lei n. 229, de 28-2-1967.Pela redao
do antigo art. 445 da CLT, era possvel discutir sobre a prorrogao
do contrato por tempo determinado por uma nica vez (art. 451 da
CLT), que implicaria o contrato poder ter at oito anos.No se
poderia tolerar, porm, a prorrogao do contrato pelo dobro do prazo,
totalizando oito anos, quando o empregado estava prestes a adquirir
a estabilidade, o que ocorria com 10 anos de casa (art. 492 da
CLT). Com esse argumento, o empregado poderia ser dispensado sem
receber qualquer indenizao.A contratao e a prorrogao em seu prazo
total no poderiam exceder a quatro anos. Do contrrio, estaria
violado o art. 445 da CLT, que no permitia que o contrato de
trabalho por tempo determinado excedesse a quatro anos.O
Decreto-lei n. 229/67 deu nova redao ao art. 445 da CLT, que est
assim redigido: "o contrato de trabalho por prazo determinado no
poder ser prorrogado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra
do art. 451".A atual redao do art. 445 da CLT no faz referncia s
hipteses em que o contrato de trabalho por tempo determinado pode
ser celebrado, que era o termo certo, quando dependente da execuo
de determinado trabalho ou realizao de certo acontecimento, como
estava previsto na redao anterior do citado dispositivo. As
referidas hipteses j esto descritas hoje no 1., do art. 443 da CLT,
que anteriormente era o pargrafo nico do mesmo artigo. No havia,
portanto, necessidade de fazer referncia aos casos em que se pode
celebrar contrato de trabalho por tempo determinado, que j esto
contidos no 1. do art. 443 da CLT.O contrato de trabalho por tempo
determinado de dois anos pode ser prorrogado por mais dois anos?Em
qualquer hiptese, o contrato de trabalho por tempo determinado no
pode exceder a dois anos, mesmo quando da prorrogao. Era o que se
depreendia da Smula 195 do STF, que interpretava a antiga redao do
art. 445 da CLT, dizendo que o contrato por tempo determinado
prorrogado por mais de quatro anos transformava-se em contrato por
tempo indeterminado.Pg. 105Atualmente, o legislador expresso no
sentido de se observar o art. 451 da CLT. Assim, possvel prorrogar
uma vez o contrato de trabalho por tempo determinado, porm, mesmo
na prorrogao, o contrato de trabalho no prazo certo no poder
exceder a dois anos. a interpretao sistemtica da CLT, mediante a
combinao dos arts. 445 e 451 da citada norma. Dessa forma, possvel
fazer um contrato de trabalho por tempo determinado de um ano e
prorrog-lo por mais um ano.O fato de a atual redao do art. 445 da
CLT determinar a observncia do art. 451 da CLT, de haver uma nica
prorrogao, veio a terminar com a controvrsia sobre a possibilidade
de se prorrogar por mais dois anos o pacto por tempo determinado j
acordado por dois anos. Isso quer dizer que o contrato de trabalho
pode ser prorrogado por uma nica vez (art. 451 da CLT), porm deve
observar o prazo mximo de dois anos (art. 445 da CLT). Assim, no
possvel fazer um contrato de trabalho por tempo determinado ou de
obra certa de dois anos e prorrog-lo por mais dois anos, pois a
regra contida no art. 445 da CLT est sendo desrespeitada, ou seja,
o prazo mximo do contrato de trabalho por tempo certo ser de dois
anos, includa a prorrogao.A prorrogao nada mais do que a continuao
do contrato anterior e no um novo contrato. Logo, no poderia haver
a prorrogao do contrato de trabalho por tempo determinado fixado em
dois anos, por igual perodo, ou seja, por mais dois anos. Nesse
caso, teremos um contrato de trabalho por tempo indeterminado.A
determinao da lei aditiva: deve ser observado o prazo mximo de dois
anos e ao mesmo tempo s pode ser feita uma nica prorrogao, desde
que no exceda o prazo mximo de dois anos.Essa orientao tambm se
aplica ao contrato de trabalho de obra certa, que tambm um contrato
de trabalho por tempo determinado, devendo observar o prazo mximo
de dois anos e uma nica prorrogao. Assim, nesse caso tambm o
contrato de obra certa fixado em dois anos no pode ser prorrogado
por outros dois anos.O fato de o empregado j ter trabalhado as
horas necessrias a mais por dia, para no prestar servios no sbado,
tem influncia no dia final do contrato por tempo
determinado?Suponha-se que o contrato de trabalho por tempo
determinado terminasse em 18 de setembro (sexta-feira). Nessa
semana o empregado trabalhou nove horas dirias de tera-feira a
sexta-feira para no trabalhar no sbado. Foram trabalhadas 44 foras
na semana. J compensou, portanto, o sbado. J prestou servios para
as horas que seriam trabalhadas no sbado, mas que foram compensadas
durante a semana.Os efeitos jurdicos do pacto laboral so projetados
para o sbado, em razo do acordo de compensao. Embora o empregado no
tenha trabalhado nenhum dia a mais em seu contrato de trabalho, os
efeitos do pacto laboral foram estendidos para o sbado, pelo fato
de j ter compensado as horas para esse fim. Como o pacto laboral
deveria terminar na sexta-feira, o fato de cessar no sbado implica
transform-lo em contrato por tempo indeterminado.Pg. 106Para que o
empregado tenha direito ao descanso semanal remunerado deve ter
pontualidade durante a semana inteira e ter assiduidade no mesmo
perodo (art. 6. da Lei n. 605/49). Se o obreiro faltar durante a
semana ou chegar atrasado, perde o direito ao descanso
semanal.Admita-se que o empregado foi assduo no trabalho durante a
semana e ao mesmo tempo teve pontualidade, no chegando nenhum dia
atrasado para o incio do servio. O contrato de trabalho por tempo
determinado que terminaria no sbado projetado mais um dia,
implicando ser transformado em prazo indeterminado?No h dvida de
que o obreiro j tem direito ao pagamento do descanso semanal, pois
cumpriu as condies previstas em lei: pontualidade e assiduidade. O
empregado j adquiriu o direito ao repouso semanal e tambm ao seu
pagamento. A empresa dever, portanto, remunerar o empregado com o
repouso semanal.O empregado no trabalhou, por exemplo, mais de 90
dias, em caso de contrato de experincia, nem seu contrato de
trabalho prorrogado por um dia. Logo, o seu pacto laboral termina
efetivamente no sbado e no um dia depois.O mesmo ocorre no caso do
empregado trabalhar um ano, adquirindo o direito a frias. O fato de
fazer jus a frias indenizadas no projeta os efeitos do contrato de
trabalho por mais 30 dias.Se o prazo final do contrato for no dia
imediatamente anterior ao domingo ou feriado, o empregado tem
direito ao descanso semanal ou ao feriado, porm no tem direito
prorrogao do contrato de trabalho por tempo determinado, que so
coisas diversas. Uma coisa o tempo do contrato, outra coisa o
pagamento do descanso semanal remunerado e do feriado. O empregado
no trabalhou no repouso semanal ou no feriado. Logo, seu contrato
termina efetivamente no ltimo dia trabalhado, no se projetando mais
um dia e o transformando por tempo indeterminado.Para resolver as
questes acima basta que o empregador celebre o contrato de trabalho
com o empregado com um dia a menos do prazo de 90 dias ou dois
anos. Se o contrato terminar numa quinta-feira, no haver que se
falar em direito ao repouso semanal, nem de que j houve a compensao
para o obreiro no trabalhar no sbado, muito menos haver discusso
sobre a projeo do pacto. O empregador poder ajustar que o ltimo dia
contratado caia na quinta-feira, de modo que no haver que se falar
em contrato por tempo indeterminado. impossvel fazer novo contrato
de trabalho por tempo determinado com o mesmo empregado seno aps
seis meses da concluso do pacto anterior (art. 452 da CLT), exceto
se a expirao do pacto dependeu da execuo de servios especializados
ou da realizao de certos acontecimentos. O presente caso no revela
prorrogao de contratos, mas sucesso, pois celebrado novo contrato.
o que ocorre com empregados de pousadas ou hotis, em que estes
necessitam de um nmero maior de empregados apenas em certas pocas
do ano, como as de frias, feriados prolongados etc. H, assim, a
possibilidade da renovao sucessiva de tais pactos, pois dependem da
realizao de certos acontecimentos.No h aviso prvio nos contratos
por tempo determinado, pois as partes conhecem antecipadamente
quando o contrato ir terminar.Pg. 107Os contratos por tempo
determinado que contiverem clusula permitindo s partes a resciso
imotivada antes do termo final estaro regidos pelas mesmas regras
dos contratos por tempo indeterminado (art. 481 da CLT), ou seja,
so aqueles contratos que contm clusula de aviso prvio.A garantia de
emprego o impedimento temporrio da dispensa do empregado por algum
motivo previsto em lei. o que ocorre, por exemplo, na gravidez da
empregada, que no pode ser dispensada desde a confirmao da gravidez
at cinco meses aps o parto; do dirigente sindical, inclusive o
suplente, que tem garantido o emprego desde o registro de sua
candidatura, at um ano aps o trmino de seu mandato; do cipeiro, em
que o prazo o mesmo do dirigente sindical; do acidentado, at um ano
aps a cessao do auxlio-doena acidentrio (art. 118 da Lei n.
8.213).Nos contratos de trabalho por tempo determinado, o
empregador no ter deobservar a garantia de emprego, mesmo que, por
exemplo, a empregada fique grvida no curso do pacto laboral, pois
as partes sabiam desde o incio que o contrato de trabalho
terminaria no ltimo dia acordado. Nesse dia, o pacto laboral estar
encerrado.No se pode falar em nulidade e violao do art. 9. da CLT,
inclusive pela norma ser de ordem pblica. A norma realmente de
ordem pblica, mas o fundamento no esse. O motivo o fato de que as
partes j sabiam desde o incio quando terminaria o pacto laboral.
Assim, no h prorrogao, suspenso ou interrupo do contrato de
trabalho, mas no ltimo dia termina o pacto laboral, pouco
importando se a pessoa tem ou no garantia de emprego. Tanto o
empregador como o empregado sabiam desde o primeiro dia do pacto
quando este terminaria. Assim, o empregador no est impedindo o
empregado de trabalhar, nem violando a lei, apenas h a cessao do
contrato de trabalho no ltimo dia acordado.A nica hiptese em que o
perodo de afastamento deixaria de ser contado ocorreria no caso de
haver clusula no contrato de trabalho dispondo nesse sentido ( 2.,
do art. 472 da CLT).O 4., do art. 1., da Lei n. 9.601/98 claro no
sentido de que nas hipteses de garantia de emprego (chamada na
prtica de estabilidade provisria), o dirigente sindical, o cipeiro,
o acidentado e a gestante no podem ser dispensados antes do prazo
estipulado pelas partes. A contrario sensu, entende-se que,
terminado o prazo acordado, mesmo havendo garantia de emprego,
haver a cessao do contrato de trabalho por tempo determinado, pois
as partes sabiam desde o primeiro dia de vigncia do contrato quando
este iria terminar. A garantia de emprego no vigora aps o prazo
final do contrato de trabalho por tempo determinado.Dispensando o
empregado antes do termo final do contrato, o empregador dever
pagar-lhe, a ttulo de indenizao, e por metade, a remunerao a que
teria direito at o trmino do contrato (art. 479 da CLT).12.1
Contrato de experinciaSo encontradas vrias denominaes para o
contrato de experincia: perodo de experincia, contrato de prova,
pacto de prova, pacto de experincia, contrato de experincia, perodo
de prova.Pg. 108A CLT usa a expresso contrato de experincia ( 2. do
art. 443 da CLT e pargrafo nico do art. 445 da CLT).Distingue-se o
contrato de experincia do contrato de aprendizagem. Neste, o
empregado estuda para exercer a profisso, para adquirir capacidade.
No contrato de experincia, verifica-se um perodo em que, por
exemplo, vai ser testado o empregado, sem ter uma caracterstica de
aprendizado.Diferencia-se o contrato de experincia do contrato de
trabalho temporrio previsto na Lei n. 6.019/74. Neste, o prazo
mximo de trs meses (art. 10 da Lei n. 6.019). No contrato de
experincia, o prazo mximo de 90 dias. No primeiro pacto, o contrato
estabelecido em meses, no segundo o prazo determinado em dias. O
contrato de experincia envolve a verificao da aptido do empregado.
O contrato de trabalho temporrio diz respeito, por exemplo, a
necessidade transitria de substituio regular e permanente do
pessoal da tomadora ou a acrscimo extraordinrio de servios.Alguns
autores entendem que o contrato de experincia seria um pacto
preliminar ao contrato de trabalho. Outros mencionam que o contrato
de experincia seria uma das clusulas do contrato por tempo
indeterminado, em que em certo perodo iria verificar-se se o
empregado tem aptido ou condies de se adaptar ao novo local de
trabalho.Durante muito tempo se considerou o contrato de experincia
como clusula do contrato de trabalho por tempo indeterminado.
Falava-se em contrato de prova. O 1. do art. 478 da CLT claro em
mostrar essa orientao, esclarecendo que "o primeiro ano de durao do
contrato por tempo determinado considerado como perodo de
experincia". Somente em 28-2-1967 o contrato de experincia passou a
ser considerado contrato por tempo determinado, com a nova redao
oferecida ao art. 443 da CLT pelo Decreto-lei n. 229, e no mais
como clusula do contrato por tempo indeterminado.Diante da previso
da alnea c do 2. do art. 443 da CLT, no se pode mais dizer que se
trata de pr-contrato de trabalho ou de contrato de trabalho por
tempo indeterminado com perodo de experincia, mas de espcie ou
modalidade de contrato de trabalho por tempo
determinado.Normalmente, no contrato de experincia o empregador vai
testar se o empregado pode exercer a atividade que lhe determinada.
Esse contrato pode ser desenvolvido em relao a qualquer pessoa,
tanto para o profissional que tem curso universitrio como para o
pedreiro visando verificar sua aptido. Um dos objetivos do contrato
de experincia verificar tambm se o empregado tem condies de se
adaptar ao ambiente de trabalho, com os colegas etc. vlido para
qualquer natureza de atividade, pois visa avaliar a capacidade
tcnica do empregado e de este se adaptar ao novo trabalho. Serve,
ainda, o contrato de experincia para verificar o empregado as
condies de trabalho s quais ir se submeter, se se adapta empresa e
seus colegas. H, portanto, reciprocidade na experincia, tanto em
relao ao empregado, como ao empregador.O contrato de experincia no
deixa de ser um contrato de trabalho por tempo determinado. Assim,
h necessidade de anotao na CTPS do empregado do referido pacto, que
dar ao obreiro todos os direitos e obrigaes pertinentes ao citado
acordo.Pg. 109O prazo mximo do contrato de experincia de 90 dias
(pargrafo nico do art. 445 da CLT). Se o referido prazo for
excedido por mais de 90 dias, vigorar como se fosse contrato por
tempo indeterminado.Pode o contrato de experincia ser prorrogado.
Essa prorrogao apenas pode ser feita por uma nica vez (art. 451 da
CLT).Em hiptese alguma, pode exceder o contrato de experincia a 90
dias, seja na prorrogao, seja por uma nica contratao. Assim, no
possvel prorrogar um contrato de experincia de 90 dias por mais 90
dias, pois o prazo mximo de 90 dias contido no pargrafo nico do
art. 445 da CLT foi excedido. Entretanto, ser possvel a contratao
por 30 dias e a prorrogao por mais 60 dias, ou ser combinado o
pacto por 20 dias e a prorrogao por mais 70 dias, ou o ajuste por
45 dias e a prorrogao por mais 45 dias. Nesses casos, oprazo mximo
foi observado e tambm foi feita apenas uma nica prorrogao. No
possvel fazer um contrato de experincia por 30 dias, prorrog-lo por
mais 30 dias, e no vencimento novamente prorrog-lo por mais 30
dias. No obstante o prazo final de 90 dias no tenha sido excedido,
o contrato por tempo determinado s pode ser prorrogado uma nica vez
(art. 451 da CLT). No caso mencionado, estaramos diante de um
contrato por tempo indeterminado e no por perodo certo de
tempo.Entretanto, a CLT no dispe que a prorrogao do contrato de
experincia ou do contrato de trabalho por tempo determinado tem de
ser feita no mesmo prazo da contratao, ou seja: contratao de 30
dias e prorrogao de mais 30 dias. O que importa que no seja
excedido o prazo mximo de 90 dias ou de dois anos e haja apenas uma
nica prorrogao. Logo, nada impede que seja feita a contratao por 10
dias e a prorrogao por mais 80 dias. O contrato citado vlido e por
tempo determinado.Se o empregado cumpre a experincia e sai da
empresa, no pode o empregador, ao recontrat-lo para a mesma funo,
exigir novamente a experincia, pois o obreiro j foi testado.
Cairamos aqui, tambm, na regra do art. 452 da CLT que impede nova
contratao por tempo determinado sem a observncia do interregno de
seis meses.12.2 Contrato de trabalho por obra certa12.2.1 Contrato
de trabalho por tempo determinadoO 1. do art. 443 da CLT determina
as hipteses em que possvel ser feito o contrato de trabalho por
tempo determinado, quando o pacto depender de termo prefixo ou da
execuo de servios especificados ou, ainda, da realizao de certo
acontecimento suscetvel de previso aproximada.No 2. do art. 443 da
CLT nota-se que o contrato por tempo determinado s ser vlido em se
tratando de: (a) servio cuja natureza ou transitoriedade justifique
a predeterminao do prazo; (b) atividades empresariais de carter
transitrio; (c) contrato de experincia.Pg. 110O contrato de obra
certa uma espcie de contrato por tempo determinado, podendo ser
enquadrado na condio de "servios especificados" de que fala o 1. do
art. 443 da CLT e tambm de um "acontecimento suscetvel de previso
aproximada", encontrado no mesmo mandamento legal. Nessa ltima
hiptese, possvel entender que no contrato de obra certa h uma
previso aproximada do tempo necessrio para a realizao da obra. O
mesmo acontece com o contrato de safra, em que possvel dizer
aproximadamente quando a safra ser colhida.Na Venezuela, por
exemplo, o art. 28 da Ley del Trabajo claro no sentido de que o
contrato de trabalho pode ser realizado para uma obra determinada,
por tempo determinado, ou por tempo indeterminado. O art. 45 do
Codigo Sustantivo del Trabajo, da Colmbia, especifica que o
contrato de trabalho pode ser celebrado pelo tempo que durar a
realizao da obra. O art. 51 do Codigo Paraguayo del Trabajo reza
que h a possibilidade de o contrato de trabalho ser firmado por
obra ou servio determinado. Na legislao francesa, s se admite o
termo no contrato de trabalho quando se faz um detalhamento com
preciso do trmino do pacto; todavia, possvel o contrato sazonal,
cujo termo final no conhecido com exatido (Lei n. 122-3, 1).Os
servios realizados em obra certa so transitrios "ou, muitas vezes,
no passa a obra certa de atividade empresarial de carter
transitrio" (Sampaio, 1973:41). A empresa de construo civil, porm,
tem por escopo uma atividade permanente, pois a necessidade de
mo-de-obra constante. Considerando-se, porm, o servio como
transitrio, possvel tambm enquadrar a obra certa na alnea a do 2.
do art. 443 da CLT, sendo, assim, um contrato por tempo
determinado. evidente que, se o empregado trabalhar ao mesmo tempo
em vrias obras, ou prestar servios uns dias numa obra e outros dias
em outra, no se poder falar em contrato de obra certa, mas em
contrato de trabalho por tempo indeterminado12.2.2 Evoluo
legislativaAntigamente, inexistia uma legislao que viesse a tratar
do contrato de obra certa, deixando o empregado numa situao difcil,
inclusive dando ensejo a fraudes para o no-pagamento de verbas
trabalhistas. As empresas tinham por costume celebrar contratos por
obra certa com seus empregados, com a finalidade de desvirtuar o
pagamento das indenizaes trabalhistas, pois sabiam quando a obra
iria terminar.Com base nessa situao ftica que foi elaborada a Lei
n. 2.959, de 17-11-56, tratando do contrato de trabalho por obra
certa. mister, contudo, esclarecer que o contrato de obra certa,
segundo o art. 1. da Lei n. 2.959/56 s pode ser feito com
construtor de obras de construo civil, ou seja: a obra deve ter
natureza material, sendo impossvel fazer contrato de obra certa
quanto a obras de natureza imaterial, como v.g. numa operao
cirrgica ou num concerto musical. A temos a locao de servios,
matria disciplinada pelos arts. 1.216 e seguintes do Cdigo
Civil.12.2.3 VignciaAlguns autores argumentam que a Lei n. 2.959
teria sido revogada pelo Decreto-lei n. 229/67, que deu nova redao
ao art. 443 da CLT. Preconizam que a construo de edifcios atividade
permanente de empresa de construo civil, sendo que o servio no de
natureza transitria, inexistindo as condies do contrato de trabalho
por prazo determinado para se aplicar a Lei n. 2.959/56.Pg. 111A
atividade da empresa de construo civil realmente permanente, mas
oservio prestado sempre transitrio. Ora se precisa de mais
pedreiros na obra, ora de menos. Em certo momento, so necessrios
azulejistas (fase de acabamento da obra) e em outros momentos no
so. O pintor s necessrio na fase final da obra, enquanto nessa fase
j no so necessrios tantos pedreiros. O tempo do contrato depender
do servio a ser executado, como menciona a prpria lei, ou do trmino
da obra. De outro modo, nem sempre h imveis para construir, ou nem
sempre se constroem tantos imveis, pois h dependncia de
financiamento e das condies do mercado. sabido que em pocas de
crises econmicas ou de recesso a construo de imveis, como qualquer
outro tipo de atividade empresarial, diminui, aumentando o
desemprego, mostrando que o servio transitrio.O Decreto-lei n.
229/67, ao dar nova redao ao art. 443 da CLT, no revogou
expressamente a Lei n. 2.959/56, no incompatvel com a mesma norma,
nem disciplinou inteiramente a matria da referida disposio legal (
1. do art. 2. da LICC). O art. 443 da CLT uma norma geral, enquanto
a Lei n. 2.959 uma norma especial ( 2. do art. 2. da LICC). Dessa
forma, a Lei n. 2.959 continua em vigor, no tendo sido revogada
pelo Decreto-lei n. 229, segundo a LICC.12.2.4 Licitude do contrato
de obra certaA obra certa tem que ser considerada como um evento
extrnseco e alheio vontade das partes, mas isso no quer dizer que a
contratao por essa forma seja ilcita.O fato de o empregador
dedicar-se construo civil no desnatura o contrato de trabalho de
previso aproximada, como o caso do contrato de obra certa, pelo
fato de no ter sido estipulado o dia do seu trmino. O art. 82 do
Cdigo Civil prev que, para a validade do ato jurdico, preciso
observar a forma prescrita ou no proibida por lei. Ora, o contrato
de obra certa atende previso da Lei n. 2.959/56, que o disciplina,
quanto a sua utilizao na construo civil. Logo, no h que se falar em
nulidade ou ilicitude do contrato de obra certa. O mesmo
entendimento tem Eduardo Gabriel Saad (1990:273).12.2.5 PrazoO
contrato por obra certa no poder exceder dois anos, atendendo regra
do art. 445 da CLT, visto que se trata de um contrato por tempo
determinado. No entanto, o contrato de obra certa no poder ser
prorrogado por mais de uma vez, como menciona o art. 451 da CLT.
Caso isso ocorra, transformar-se- em contrato por tempo
indeterminado. No contrato de obra certa h a dependncia da realizao
de um servio especificado (obra). Ao se realizar a obra, cessa o
contrato. Combinando as partes a execuo de outros servios
especificados, teremos outro contrato de trabalho, outra relao
contratual, e no o contrato de obra certa.A sucesso de contratos
por obra certa, porm, no modifica os referidos pactos para contrato
por tempo indeterminado, pois possvel que haja a contratao por obra
certa.Pg. 112Terminada esta, o empregado contratado para outra obra
certa, havendo uma sucesso de contratos de obra certa.Temos como
regra que todo contrato que suceder dentro de seis meses a outro
contrato por tempo determinado um contrato por tempo indeterminado
em seu todo (art. 452 da CLT). A exceo regra est inserida na parte
final do art. 452 da CLT, quando se utiliza da expresso "salvo se a
expirao deste (contrato) depender da execuo de servios
especificados ou da realizao de certos acontecimentos". Tanto pode
enquadrar-se a sucesso de contratos por obra certa na expresso
"execuo de servios especializados", como "na realizao de certos
acontecimentos": construo da obra. difcil, contudo, dizer quando
que a obra ir terminar. Pondera Octvio Bueno Magano (1984:44) que,
em se tratando "de obra de vulto, h que se entender que este no
ocorre a um s tempo, mas por etapas". Leciona Eduardo Saad
(1990:273) que "nas obras de grande porte, medida que elas avanam,
o servio de certos empregados torna-se dispensvel e, por isso,
entendemos que no significa violao da lei pertinente o desligamento
desses empregados. Alis, a Lei n. 2.959 informa, em seu art. 2.,
ser rescindvel o contrato por obra certa, no trmino da obra ou do
servio".Logo, perfeitamente possvel que a obra v terminando por
etapas e aos poucos vo sendo dispensados os funcionrios, medida que
o servio vai acabando.Se no comeo da obra so necessrios 10
serventes, no final dela um servente talvez seja o suficiente para
a realizao dos servios finais.Se o pintor contratado para fazer a
pintura dos apartamentos na obra, terminada a citada pintura, h a
cessao de seu contrato de trabalho. Assim, os empregados vo sendo
paulatinamente dispensados proporo que o servio vai rareando. O
fato de outros trabalhadores continuarem a trabalhar na obra no
quer dizer que certo obreiro no possa ser dispensado, desde que
para a empresa no mais sejam necessrios os servios daquela pessoa.
Mesmo assim, estar evidenciado o contrato por obra certa, pois a
contratao dependeu de servios especificados ou da realizao de
certos acontecimentos, como o trmino de cada etapa da obra. O TRT
da 2. Regio j decidiu da mesma forma:" legtima a contratao para
obra certa e no paira dvida de que a sua terminao, sobretudo quando
se trata de obra de vulto, no ocorre a um s tempo, mas por etapas.
A terminao da obra vai ocorrendo aos poucos, medida que a obra se
aproxima do seu termo vo sendo necessrios menos empregados. No fere
dispositivo legal nenhum a clusula contratual que estabelece que o
contrato de trabalho chegar a seu termo ao ensejo da terminao de
cada etapa da obra." (TRT da 2. Regio, proc. 11.059/76, Rel. Juiz
Wilson de Souza Campos Batalha, in RF 74:382.)12.2.6 RequisitosO
art. 1. da Lei n. 2.959/56 exige que a anotao do contrato por obra
certa na CTPS do obreiro seja feita pelo construtor, que ser o
empregador segundo a referida norma, desde que exera a atividade em
carter permanente.Pg. 113Nota-se que a Lei n. 2.959/56 determina
que o prprio construtor deva proceder s inscries na CTPS do
operrio, visto que comum o construtor querer transferir a
responsabilidade para o empreiteiro. Em se tratando de obra certa,
as anotaes devero ser feitas pelo construtor, que ser considerado
empregador, desde que exera seu mister em carter permanente. O 1.
do art. 15 da Lei n. 8.036/90 (FGTS) tambm considera o tomador de
mo-de-obra como empregador. Caso o construtor no proceda s anotaes
na CTPS do operrio, sofrer multa administrativa, nos termos do art.
3. da Lei n. 2.959/56.Recomenda-se que o contrato de obra certa
seja feito por escrito, visando evitar qualquer dvida sobre a forma
como o empregado foi contratado. possvel que o contrato de obra
certa seja celebrado verbalmente, como ocorre com qualquer contrato
de trabalho (art. 443 da CLT) ou outro tipo de contrato.Deve tambm
ser observado o art. 29 da CLT, quando determina que as condies
especiais devem ser anotadas na CTPS do empregado, das quais uma
delas seria a inscrio do contrato de obra certa, sob pena de
desnaturar o referido pacto de obra certa, a no ser que o operrio
admita ter sido contratado daquela forma ou se faa prova por
qualquer outro meio permitido em Direito (parte final do art. 456
da CLT) do acordo de vontades realizado.12.2.7 Verbas
rescisriasComo o contrato de obra certa um pacto por tempo
determinado, no h direito a aviso prvio, pois este instituto
previsto para contratos por tempo indeterminado (art. 487 da CLT).
As partes de antemo sabem quando cessar o contrato de trabalho: em
razo do trmino da obra ou dos servios especificados. Como o art. 2.
da Lei n. 2.959/56 prev a possibilidade do contrato de obra certa
em duas hipteses: trmino da obra ou dos servios, mesmo que no haja
o trmino da obra, mas terminem os servios necessrios para os quais
foi contratado o empregado, no ter direito este a aviso prvio. J
decidiu o TRT da 2. Regio que "empregado contratado para obra certa
no faz jus a aviso prvio quando seu desligamento ocorreu com o
trmino progressivo dos servios atribudos ao empregado, no sendo
indispensvel a ocorrncia do trmino de toda a obra". (RO 478/79, AC
1.126/80, Rel. Juiz Wilson de Souza Campos Batalha, conforme
Carrion, 1989:354.)O 13. salrio devido na cessao dos contratos a
prazo certo, como acontece quanto ao contrato de obra certa, ainda
que a relao de emprego se tenha findado antes de dezembro (En. 2 do
TST). Ter direito o operrio tambm s frias proporcionais, mesmo no
tendo trabalhado um ano na empresa, em funo do trmino do contrato
por tempo determinado (art. 147 da CLT).Far jus o obreiro ao
levantamento do FGTS (art. 20, IX, da Lei n. 8.036/90). A indenizao
de 40% do FGTS ser indevida, porque no houve despedida por parte do
empregador, mas trmino do contrato de trabalho por tempo
determinado (art. 18 da Lei n. 8.036/90).12.2.8 IndenizaoTodo
empregado demitido antes do tempo previsto para o trmino do
contrato por tempo determinado tem direito a uma indenizao,
inclusive no contrato de obra certa.Pg. 114Podemos analisar o
direito indenizao sob trs aspectos: (a) tendo o contrato mais de um
ano; (b) tendo o contrato menos de um ano; (c) na resciso
antecipada do pacto.Dispe o art. 2. da Lei n. 2.959/56 que, se o
contrato de obra certa rescindido em razo do trmino da obra, o
empregado tem direito a uma indenizao desde que o obreiro tenha
mais de 12 meses na empresa. Essa indenizao ser a prevista no art.
478 da CLT, ou seja: de um ms de remunerao para cada ano de servio
na empresa. H, contudo, reduo de 30% da indenizao mencionada.
Assim, o empregado ter direito a uma indenizao de 70% sobre um ms
de remunerao. Como, porm, o FGTS um direito do trabalhador, este
instituto substitui a indenizao.Caso o contrato seja rescindido em
funo do trmino da obra ou dos servios contratados, mas o obreiro no
tenha trabalhado um ano na empresa, no ser devida nenhuma indenizao
(interpretando-se a contrario sensu o art. 2. da Lei n.
2.959/56).Por ltimo, temos a hiptese de o trabalhador ser
dispensado antes do trmino da obra ou dos servios para os quais foi
contratado. O difcil provar que o contrato foi rescindido
antecipadamente. Mostrar que o contrato foi rescindido antes do
trmino da obra fcil, mas o contrato de obra certa tambm celebrado
para a consecuo de certos servios. Logo, nada impede que a empresa
dispense o empregado que foi contratado para a execuo de certa obra
ou de determinados servios quando o trabalho do operrio no mais
seja necessrio, em funo do trmino de uma das fases da obra. o que
ocorre quando so dispensados pedreiros no curso da obra. Ocorre que
os servios dessas pessoas j no so necessrios, em funo do trmino de
uma etapa da obra. Da, no h que se falar em indenizao.Provado,
contudo, que houve a resciso antecipada do contrato, sem que seja o
caso do trmino da obra ou de certos servios especificados, tem
direito o trabalhador a indenizao pela metade da remunerao a que
faria jus at o trmino da obra ou dos servios, nos termos do art.
479 da CLT. O citado mandamento legal tambm aplicvel ao contrato
por obra certa, pois este espcie do gnero contrato por tempo
determinado. O TST j entendeu da mesma forma: "tratando-se de
contrato por obra certa, rescindido ante tempus pela empresa,
devida a indenizao do art. 479 da CLT" (3. Turma, RR 1.333/79, in
DJU 8-2-80, p. 555, conforme Saad 1990:324). O fato de o empregado
ser optante do FGTS no exclui a aplicao do art. 479 da CLT, nos
termos do art. 14 do Decreto n. 99.684/90 (Regulamento do FGTS) e
do Enunciado 125 do TST. Entendo, porm, que o art. 479 da CLT foi
revogado pelo inciso III do art. 7. da Constituio, pois o FGTS
passou a ser um direito do trabalhador, desaparecendo a opo ao
fundo e o regime alternativo de estabilidade, com indenizao ou FGTS
equivalente, vigentes antes de 5-10-88. Ser paga a indenizao ao
empregado na forma como determinava o 3. do art. 30 do Decreto n.
59.820/66: a diferena entre o valor da indenizao prevista no art.
479 da CLT e o saldo da conta vinculada do FGTS. Na resciso
antecipada do contrato de obra certa, alm da indenizao do art. 479
da CLT, ser devida tambm a indenizao de 40% do FGTS, nos termos do
art. 14 do Decreto n. 99.684/90. Ocorrendo motivo de fora maior ou
culpa recproca, a indenizao do art. 479 da CLT ser devida pela
metade (art. 502, III, da CLT), assim como a indenizao do FGTS, que
passar a ser de 20% (art. 14 do Decreto n. 99.684/90).Pg. 115O art.
479 da CLT s ser observado para o contrato por obra certa em se
tratando de resciso contratual feita antes do tempo prprio, e no
quando h o trmino da obra, ocasio em que o empregado ter direito
indenizao do art. 478 da CLT, se tiver mais de 12 meses de trabalho
na empresa, substituda pelo pagamento do FGTS.12.3 Contrato de
trabalho por tempo determinado da Lei n. 9.601/9812.3.1 IntroduoO
contrato de trabalho por tempo determinado foi aprovado pela Lei n.
9.601, de 21-1-1998.Foram objetivos do Governo, ao enviar ao
Congresso Nacional o projeto que deu origem Lei n. 9.601/98,
diminuir o desemprego e legalizar a situao informal de certos
trabalhadores, que eram contratados sem carteira assinada.O Decreto
n. 2.490, de 4-2-98, regulamentou a Lei n. 9.601/98.12.3.2
DenominaoNa prtica, o pacto em estudo tem sido chamado de contrato
de trabalho temporrio ou contrato de trabalho provisrio. Tem sido
usada essa denominao talvez para justificar a provisoriedade da
validade do referido acordo.Essa denominao, entretanto, incorreta.
A ementa da Lei n. 9.601/98 indica que seu contedo trata de
"contrato de trabalho por prazo determinado". O art. 1. da Lei n.
9.601/98 tambm dispe que "as convenes e os acordos coletivos de
trabalho podero instituir contrato de trabalho por prazo
determinado, de que trata o art. 443 da CLT. Este artigo versa
realmente sobre as hipteses de contrato de trabalho por tempo
determinado.
A Lei n. 6.019/74 que dispe sobre o contrato de trabalho temporrio,
celebrado entre a empresa tomadora ou cliente e a empresa de
trabalho temporrio.Assim, a Lei n. 9.601/98 instituiu outra espcie
de contrato de trabalho por tempo determinado, com requisitos
prprios, distintos em parte dos previstos na CLT. No corresponde,
portanto, ao contrato de trabalho por tempo determinado previsto na
Lei n. 6.019/74.12.3.3 ContrataoDispe o art. 1. da Lei n. 9.601/98
que a contratao do pacto por tempo determinado pode ser feita em
relao a qualquer atividade da empresa, como de seus
estabelecimentos.Pg. 116 usada a conjuno "ou", que indica
alternatividade. O pargrafo nico, do art. 3. da Lei n. 9.601/98
tambm faz referncia a estabelecimento. A contratao tambm poder ser
feita tanto em relao empresa, como quanto a seu estabelecimento.
Poderia ser utilizada a contratao temporria em um estabelecimento
da empresa e em outro no.Estabelecimento tem aqui sentido genrico,
de filial, sucursal, agncia, de unidade da empresa, isto , de outro
local alm da matriz em que a empresa desenvolve suas atividades. No
h necessidade de que o estabelecimento tenha CGC para caracterizar
a diviso da empresa, visando ao clculo da mdia a que se refere o
art. 3. da Lei n. 9.601/98. A lei no dispe dessa forma.O art. 1. da
Lei n. 9.601/98 dispe que a contratao pode ser feita em qualquer
atividade. Isso quer dizer que tanto poder ser feita a contratao na
atividade-meio da empresa, como em sua atividade-fim.Na rea rural,
tambm poder ser feita a contratao por tempo determinadocom base na
Lei n. 9.601/98, pois esta expressa no sentido de que pode ser
feita em qualquer atividade. Ao que parece, poder ser feita a
contratao por tempo determinado at nos contratos de safra, pois no
h proibio nesse sentido na lei.Assim, a contratao poder ser feita
tanto no comrcio, na indstria, nos servios, no mbito rural, nos
bancos etc.No se aplica, porm, a Lei n. 9.601/98 ao empregador
domstico, que no empresa nem tem estabelecimento.Para o contrato de
trabalho por tempo determinado no so exigidas as condies
especificadas no 2., do art. 443 da CLT. O art. 1. da Lei n.
9.601/98 expresso em excluir do novo contrato por tempo determinado
as referidas condies, disciplinando que, independentemente das
condies previstas no citado 2., do art. 443 da CLT, poder ser feita
a contratao por tempo determinado. Assim, no ser preciso que o
contrato de trabalho por tempo determinado seja feito apenas para
servio cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminao
do prazo ou em razo de atividades empresariais de carter
transitrio. Isso se justifica porque a nova lei pretende atingir
uma situao temporria de desemprego, decorrente da globalizao.
Agora, possvel a contratao por tempo determinado em
qualquerhiptese, sem que haja a observncia das condies determinadas
no 2., do art. 443 da CLT.Com a Lei n. 9.601/98 h, portanto, uma
hiptese distinta da prevista no art. 443 da CLT para a contratao de
trabalhadores por tempo determinado.No entendo que h
inconstitucionalidade da lei em razo de que uns empregados na
empresa tero contrato por tempo determinado e outros indeterminado.
Aqui, a questo de contratao. Inexiste violao ao princpio da
isonomia pelo fato de que a Lei n. 9.601/98 no exige a motivao da
contratao, como ocorre no 2., do art. 443 da CLT ou no art. 9. da
Lei n. 6.019/74, pois a regra prevista na Lei n. 9.601/98 tem
vigncia temporria de 18 meses para a reduo de encargos sociais, de
forma a proporcionar a contratao de trabalhadores, minorando os
efeitos do desemprego.Pg. 117No se pode dizer que a Lei n. 9.601/98
inconstitucional, por violar o inciso I do art. 7. da Constituio,
visto que no se est tratando de garantia de emprego, de relao de
emprego protegida contra dispensa arbitrria ou sem justa causa, nem
de estabilidade, mas apenas de contrato de trabalho por tempo
determinado.O 1., do art. 1. da Lei n. 9.601/98 dispe expressamente
que a contratao feita mediante conveno ou acordo coletivo. No usa a
expresso acordo ou conveno coletiva, que poderia indicar que o
acordo individual. Nesse caso, o acordo coletivo e no individual.
Para a validade do contrato por tempo determinado, a contratao
coletiva com o sindicato passa a ser imprescindvel, isto , a
contratao deve ser feita mediante conveno ou acordo coletivo. No
ser possvel a contratao individual. O melhor ser a contratao por
acordo coletivo, pois no acordo so atendidas as peculiaridades de
cada empresa, enquanto na conveno coletiva temos a contratao com a
categoria toda, sem fazer as distines peculiares entre cada
empresa.Em se tratando de empregado pertencente a categoria
diferenciada, as contrataes devem ser feitas com o sindicato de
trabalhadores da categoria diferenciada e no da atividade
preponderante da empresa. Dessa forma, se uma empresa metalrgica
vai contratar motoristas, dever fazer a negociao coletiva com o
sindicato dos motoristas e no dos metalrgicos.O contrato de
trabalho por tempo determinado previsto na Lei n. 9.601/98 no pode
ser aplicado a funcionrios pblicos, pois a estes no so observadas
as convenes ou acordo coletivos, em razo de que o 2. do art. 39 da
Constituio no faz referncia ao inciso XXVI, do art. 7. da mesma
norma. Entretanto, a Lei n. 9.601/98 pode ser observada em relao s
empresas pblicas e sociedades de economia mista, que tm de aplicar
a legislao trabalhista ( 1., do art. 173 da Lei Magna), desde que o
empregado faa concurso pblico (art. 5., II da Constituio).A
contratao feita com base no art. 1. da Lei n. 9.601/98 tem por base
a admisso de trabalhadores que representem acrscimo no nmero de
empregados. Isso quer dizer que a empresa no poder dispensar um
trabalhador por tempo indeterminado para contratar outro para a
mesma funo por tempo determinado, salvo se for observada a mdia
prevista no art. 3. da Lei n. 9.601/98. Na prtica, isso o que
provavelmente ir acontecer, arcando a empresa com seu ato, pois a
contratao feita nesse sentido ser considerada nula, por no atender
parte final do art. 1. da Lei n. 9.601/98.O pargrafo nico, do art.
1. do Decreto n. 2.490/98 dispe que vedada a contratao de
empregados por tempo determinado para substituio de pessoal regular
e permanente contratado por tempo indeterminado. A determinao do
regulamento correta, porm no prevista expressamente na lei. Se o
art. 1. da Lei n. 9.601/98 dispe que pode ser feita a contratao em
qualquer atividade desenvolvida pela empresa ou estabelecimento,
independentemente dos requisitos previstos no 2., do art. 443 da
CLT, a determinao do decreto ilegal, pois vai alm do disposto na
lei. Assim, a contratao temporria poder ser feita para substituio
de pessoal regular e permanente contratado por tempo indeterminado,
pois no h vedao na lei nesse sentido. Dentro da regra de que o que
no proibido permitido, pode ser realizada a contratao pela empresa
de empregados por tempo determinado para substituir seu pessoal
regular e permanente.Pg. 118O empregador apenas ter de observar os
porcentuais descritos no art. 3. da Lei n. 9.601/98. Inobservados
os porcentuais previstos no citado artigo e a necessidade de
acrscimo no nmero de empregados, ser ilegal a contratao de
trabalhadores por tempo determinado para substituir o pessoal
regular e permanente da empresa. Esta, porm, dever tomar cuidado em
relao ao procedimento de contratar pessoal com base na Lei n.
9.601/98 para substituir seus funcionrios permanentes, pois o
entendimento da fiscalizao ser o contido no Decreto n. 2.490/98,
sendo que poder ser autuada pelo inspetor do trabalho.Na contratao
feita por tempo determinado com base na Lei n. 9.601/98, dever o
empregado ser registrado desde o primeiro dia do ajuste de vontades
entre as partes, pois a lei no dispe que o obreiro deixar de ser
registrado. Aqui, a regra geral a ser aplicada a do art. 29 da CLT,
que determina que o empregador deve anotar a CTPS do empregado em
48 horas.Correta a determinao do decreto de que o empregador deve
anotar na CTPS do trabalhador a condio de contratado por tempo
determinado, indicando a lei de regncia (Lei n. 9.601/98),
discriminando sua remunerao separadamente na folha de pagamento dos
empregados, porque os encargos sero diferenciados. A exigncia da
anotao da condio de contrato por tempo determinado decorrente da
parte final do art. 29 da CLT, que dispe que as condies especiais
devem ser anotadas na CTPS do obreiro. A condio especial seria
justamente a contratao por tempo determinado.Na ficha ou no livro
de registro de empregados, tambm dever constar a anotao de que o
empregado est sendo contratado na forma da Lei n. 9.601/98, para
diferenciar que seu contrato de trabalho feito por tempo
determinado, regido por lei especial.O contrato de trabalho por
tempo determinado ser feito por escrito, pois o inciso II, do art.
4., e o 2. do mesmo artigo mencionam que dever haver o depsito do
contrato no Ministrio do Trabalho. Para que haja o depsito, o pacto
s poder ser escrito e no verbal. Nesse caso, no se aplicar o art.
443 da CLT, que permite a contratao verbal do trabalhador. O
objetivo da contratao por escrito evitar fraudes, tanto que a
contratao dever ser anotada na CTPS do empregado, inclusive
indicando que foi feita sob a gide da Lei n. 9.601/98 (art. 2., do
Decreto n. 2.490/98).No ser necessrio registrar o contrato por
tempo determinado no sindicato, pois, embora o projeto inicial do
governo o previsse no art. 4., a atual determinao da Lei n.
9.601/98 nada dispe sobre o tema. O objetivo do dispositivo inicial
era de que o sindicato pudesse fiscalizar a contratao do
trabalhador, mas o sindicato acaba fiscalizando a contratao do
trabalhador em razo de ser necessrio o estabelecimento de conveno
ou acordo coletivo de trabalho, que naturalmente tem a participao
da agremiao na elaborao do respectivo instrumento.O empregado dever
ter pelo menos 16 anos, que a idade necessria para poder trabalhar,
segundo o inciso XXXIII, do art. 7. da Constituio.Os salrios dos
contratados por tempo determinado devero ser iguais aos dos
empregados contratados por tempo indeterminado que exeram a mesma
funo.Pg. 119Se a diferena de tempo de funo for superior a dois
anos, poder haver distino no aspecto salarial ( 1., do art. 461 da
CLT). Fixando a norma coletiva da empresa piso salarial, este deve
ser observado em relao aos empregados contratados por tempo
determinado. Caso o empregado receba salrio profissional, fixado em
lei, como mdicos, engenheiros etc., a empresa dever obedecer a
norma legal para os empregados contratados por tempo determinado.O
nmero limite de empregados contratados ser definido na conveno ou
acordo coletivo, no podendo ultrapassar os porcentuais previstos no
art. 3. da Lei n. 9.601/98. Este artigo remete o intrprete ao art.
1. da mesma norma. Isso quer dizer que as porcentagens descritas no
art. 3. devem ser observadas em relao empresa ou ento a cada
estabelecimento, se a empresa tem mais de um estabelecimento. A
justificativa de que o art. 1. traz uma situao alternativa ao
mencionar que em qualquer atividade desenvolvida pela empresa ou
estabelecimento podem ser admitidos empregados sob a forma de
contrato por tempo determinado. Assim, pode no haver a ampliao do
nmero total de empregados em cada estabelecimento, mas apenas de um
ou alguns dos estabelecimentos da empresa. No estabelecimento onde
houve as contrataes, haver acrscimo e no diminuio de empregados.O
estabelecimento de porcentual sobre o quadro de pessoal, para a
contratao por tempo determinado, tem por objetivo que o empregador
no dispense todos os seus empregados por tempo indeterminado,
contratando obreiros apenas por tempo determinado.A inobservncia
dos requisitos prev