79
PROJETO: INVENTÁRIO AVALIATIVO DA GESTÃO MUNICIPAL Contrato nº: 028/2012 Cuiabá, 21 de Julho de 2012 1 Colíder 2005-2011: Um breve inventário avaliativo (Contrato 028/2012)

Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

PROJETO: INVENTÁRIO AVALIATIVO DA

GESTÃO MUNICIPALContrato nº: 028/2012

Cuiabá, 21 de Julho de 2012

AGRADECIMENTOS

1

Colíder 2005-2011:Um breve inventário

avaliativo(Contrato 028/2012)

Page 2: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

A equipe da COOTRADE, agradece a população de Colíder por sua gentil hospitalidade e disposição de conversar sobre o seu município. Agradece também a todos os funcionários que atentamente colaboraram com informações, reflexões sobre o município e a atual gestão. Deixamos de agradece nominalmente a muitos sob o perigo de fazer alguma injustiça. No entanto agradecemos ao Prefeito Celso Banaski pela ampla liberdade de acesso a todas as informações e setores, permitindo que livremente fizéssemos esse singelo trabalho.

DEDICATÓRIA

À COOTRADE dedica este trabalho técnico a todos os brasileiros, particularmente de Colíder, que trabalham para construção de uma nação mais prospera.

SUMÁRIO

1. ANTECEDENTES.............................................................

11

2

Page 3: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

2. A NOSSA ABORDAGEM.................................................

13

3. O TEMPORAL CONTEXTO MAIOR................................

15

3.1. Colíder na encruzilhada nacional sobre Amazônia...

15

3.2. Uma breve recordação das principais transformações produtiva............................................

19

3.3. A região de Colíder e algumas mensurações comparativas no passado recente.................................

23

4. A POPULAÇÃO....................................................................

26

4.1. A dinâmica da população comprova a “encruzilhada amazônica” de Colíder....................................................

26

4.2. Alguns indicadores sociais..............................................

29

4.2.1. Educação.....................................................................

30

4.2.2. A Saúde......................................................................

34

4.2.3. Renda da população e domicílios em 2010.............

39

4.2.4. Os meios de mobilidade.............................................

43

3

Page 4: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

4.3. Comentando os indicadores de desenvolvimento humano.............................................................................

44

5. A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL E O DESENVOLVIMENTO LOCAL...........................................

50

5.1. A formação de “capital humano empreendedor” na gestão pública.................................................................

50

5.2. A boa gestão fiscal dá suporte para efeitos multiplicadores do desenvolvimento local...................

52

5.3. Resultados tangíveis.......................................................

58

6. AVALIANDO, COMENTANDO... OUSANDO RECOMENDAR......................................................................

64

7. ANEXOS7.1. Estatísticas e gráficos

A- Localização

TABELA A1: Distância do Colíder para municípios de Área de Influência e outros municípios do Estado de Mato Grosso.TABELA A2: Divisão, política-administrativa, lei, data de criação, área de localização geográfica, no Mato Grosso, no município de Colíder e Área de Influência (MT).TABELA A3: População, área (ha) e densidade hab/ha em Colíder, 2010.

B - Dinâmica Populacional e EleitoralTABELA B1: População presentes no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Area de Influência 1991, 2000, 2010 e estimativa 2011.TABELA B2: População residente por situação de domicílio, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 1991, 2000 e 2010.

4

Page 5: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA B3: População residente por sexo, Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 1991, 2000 e 2010.TABELA B4: População residente por faixa etária, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 1991.TABELA B5: População residente por faixa etária, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2000.TABELA B6: População residente por faixa etária, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2010.TABELA B7a: População residente por situação de domicílio e faixa etária, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2010.TABELA B7b: População residente por situação de domicílio e faixa etária, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2010.TABELA B8: População total estimativa de famílias, quantidade de beneficiados no Bolsa Família, Brasil, Mato Grosso e Colíder, 2010.TABELA B9: Evolução do Eleitorado, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá e Colíder, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010 e 2011.

TABELA B10: Eleitorado segundo sexo, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá e Colíder, 2010.

TABELA B11: Eleitorado segundo faixa etária, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá e Colíder, 2010.

TABELA B12: Eleições 2004, 2006, 2008 e 2010 - participação eleitorado Mato Grosso no 1° turno.

TABELA B13: Eleições 2006 e 2010 - participação eleitorado Mato Grosso no 2° turno.

TABELA B14:Colíder, eleições municipais 2004, 2006, 2008 e 2010 - destino dos votos no 1° turno.

TABELA B15: Eleições 2006 e 2010 - destino dos votos Colíder no 2° turno.

TABELA B16: Eleições municipais de Colíder 2004, resultado do 1º Turno para o Cargo de Prefeito.

TABELA B17: Eleições municipais de Colíder, 2004, Vereadores eleitos.

TABELA B18: Eleições de Colíder 2006, resultado do 1º Turno para o Cargo de Presidente.

TABELA B19: Eleições de Colíder 2006, resultado do 2º Turno para o Cargo de Presidente.

TABELA B20: Eleições de Colíder 2006 - Senador.

TABELA B21: Eleições de Colíder 2006 - os 19 mais votados Deputado Federal.

TABELA B22: Eleições de Colíder 2006 - os 19 mais votados Deputado Estadual.

TABELA B23: Eleições de Colíder 2006, resultado do 1º Turno para o Cargo de Governador.

TABELA B24: Eleições municipais de Colíder 2008, resultado do 1º Turno para o Cargo de Prefeito.

TABELA B25: Eleições municipais de Colíder, 2008, Vereadores eleitos.

TABELA B26: Eleições de Colíder 2010, resultado do 1º Turno para o Cargo de Presidente.

TABELA B27: Eleições de Colíder 2010, resultado do 2º Turno para o Cargo de Presidente.

TABELA B28: Eleições de Colider 2010, resultado do 1º Turno para o Cargo de Governador.

TABELA B29: Eleições de Colíder 2010 - Senador.

TABELA B30: Eleições de Colíder 2010 - os 19 mais votados Deputado Federal.

5

Page 6: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA B31: Eleições de Colíder 2010 - os 19 mais votados Deputado Estadual.

C - Renda domiciliar, Balança Comercial e TributosTABELA C1:Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar no Brasil, Mato Grosso e Colíder, 2000.TABELA C2: Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar no Brasil, Mato Grosso e Colíder, 2010.TABELA C3: Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita no Brasil, Mato Grosso e Colíder, 2010.TABELA C4: Balança comercial, exportação e importação, em Colíder, nos anos 2005 a 2011 (US$ 1.000 FOB).

TABELA C5: Exportação por país de destino, em Colíder, em 2008 e 2010 (US$FOB).

TABELA C6: Importação por país de destino, em Colíder, em 2008 e 2010 (US$FOB).

TABELA C7: Importação por produtos, em Colíder, em US$ FOB 2008 e 2010.

TABELA C8:Exportação por produtos, em Colider, em US$ FOB, 2008 e 2010.

TABELA C9 Demostrativo da arrecadação de tributos estaduais, Mato Grosso e Colider nos anos de 2005 e 2009.TABELA C10a: Arrecadação de Tributos Federais R$ (II, IE, IPI, IR, IRPF IRPJ, IRRF, IOFe ITR) em Mato Grosso e Colíder, 2005.TABELA C10b: Arrecadação de Tributos Federais R$ (CPMF, COFINS, PIS/PASEP, CSLL, CIDE ) em Mato Grosso e Colíder, 2005.TABELA C11a: Arrecadação de Tributos Federais R$ (II, IE, IPI, IR, , IOF e ITR) em Mato Grosso e Colíder, 2009.TABELA C11b: Arrecadação de Tributos Federais R$ (CPMF, COFINS, PIS/PASEP, CSLL, CIDE e outros) em Mato Grosso e Colíder, 2009.TABELA C12: Repasses (R$) da União dos Fundos Constitucionais FPE para Mato Grosso e FPM para Colíder, 2005-2011.

TABELA C13: Análise parcial sobre as receitas em Colíder nos em 2004-2011.TABELA C14: Repasses (R$) da União dos Fundos Constitucionais FPE para Mato Grosso e FPM para Colíder, 2005-2011.

TABELA C15: Produto Interno Bruto em Colíder, 2005-2009.

D - SaúdeTABELA D1: Número de estabelecimentos de saúde por tipo de prestador no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, 2005.TABELA D2: Número de estabelecimentos de saúde por tipo de prestador no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, 2010 e 2011.TABELA D3: Número de Equipes de Saúde da Família e do Sistema Penitenciário, e Agentes Comunitários de Saúde no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2007, 2010 e 2011.TABELA D4:Número de equipes existentes do Programa de Saúde da Família e número ideal de equipes, no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, 2010.TABELA D5a: Profissionais médicos no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2005, 2010 e 2011.TABELA D5b: Profissionais de saúde de nível superior no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2005, 2010 e 2011.TABELA D5c: Profissionais de saúde de nível técnico e médio no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2005, 2010 e 2011.

6

Page 7: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA D6: Profissionais de saúde no programa de saúde da família, no Brasil, Mato Grosso,Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2005 e 2010.TABELA D7: População Coberta na Atenção Básica, percentual de cobertura no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2004 e 2009.TABELA D8: Número de equipamentos por tipo de apoio ao diagnóstico, disponível no SUS, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2005, 2009 e 2011.TABELA D9: Número de Hospitais no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, nos período de 2005, 2010 e 2011.TABELA D10: Número de Leitos existentes e do SUS por especialidade, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, nos períodos de, 2005, 2010 e 2011.TABELA D11: Tipos de leitos de UTI no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2005, 2010 e 2011.TABELA D12: Características de nascidos vivos, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder nos períodos de 2004 -2008.TABELA D13: Cobertura Vacinal (%), por tipo de imunobiológico em menores de 1 ano, no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder 2007 - 2011.TABELA D14: Quantidade de procedimentos ambulatoriais (aprovada e apresentada) no Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Varzea Grande e Colíder 2009, 2010 e 2011.TABELA D15: Características de internações hospitalares e média de permanência (dias), Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, nos períodos de 2004, 2009, 2010 e 2011.TABELA D16: Mortalidade proporcional (%) por faixa etária segundo grupos de doenças (CID-10), Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, 2008.TABELA D17: Coeficiente de mortalidade (por 100.000 hab), por algumas causas selecionadas, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, nos períodos de 2002 a 2008.TABELA D18: Alguns indicadores de mortalidade e mortalidade infantil, Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, nos períodos de 2002 a 2008.TABELA D19: Número de óbitos por causas externas de mortalidade (selecionadas) Brasil, Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Colíder, nos períodos de 2005, 2007 e 2010.

E - EducaçãoTABELA E1: Alunos matriculados na creche, pré-escola e no Ensino Fundamental (1º Grau), curso normal, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2005 e 2010.TABELA E2: Alunos matriculados na creche, pré-escola e no Ensino Fundamental segundo a dependência administrativa, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2005 e 2010.TABELA E3: Alunos matriculados no Ensino Médio, Educação Profissional, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, no Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2005 e 2010.TABELA E4: Alunos matriculados no Ensino Médio (Regular), Educação Profissional, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, segundo dependência Administrativa, no Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2005 e 2010.TABELA E5: Percentuais de Docentes com formação superior, no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2005 e 2009. TABELA E6: Pontuação no Ideb observado no Ensino Fundamental por rede Estadual, Municipal, Pública e Privada para Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência nos anos de 2005 e 2009.TABELA E7: Taxa de aprovação na 4ª e 8ª séries Ensino Fundamental no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2004 e 2009. TABELA E8: Médias obtidas por alunos das 4ª e 8ª séries, nas disciplinas de Português e Matemática, na Prova Brasil, segundo a dependência administrativa, Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência, 2005 e 2009. TABELA E9: Rendimento observado nas escolas do Ensino Fundamental (séries iniciais) no município de Colíder, conforme Prova Brasil nos anos de 2005 e 2009.TABELA E10: Rendimento observado nas escolas do Ensino Fundamental (séries finais) no município de Colíder, conforme Prova Brasil nos anos de 2005 e 2009.

7

Page 8: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA E11: Indicador de rendimento, Nota Padronizada (Prova Brasil) e índice Ideb nas escolas do Ensino Fundamental (séries iniciais) no município de Colíder, conforme Prova Brasil nos anos de 2005 e 2009.TABELA E12: Indicador de rendimento, Nota Padronizada (Prova Brasil) e índice Ideb nas escolas do Ensino Fundamental (séries finais) no município de Colíder, conforme Prova Brasil nos anos de 2005 e 2009.TABELA E13: Índice Ideb nas escolas do Ensino Fundamental (séries iniciais) e suas projeções para o ano 2011, no município de Colíder, conforme Prova Brasil nos anos de 2005, 2007 e 2009.TABELA E14: Índice Ideb nas escolas do Ensino Fundamental (séries finais) e projeção para o ano de 2011, no município de Colíder, conforme Prova Brasil nos anos de 2005, 2007 e 2009.TABELA E15: Número de alunos matriculados e concluintes por curso superior, na UNEMAT, Campus Colíder em 2011.TABELA E16: Número de alunos matriculados, concluintes na Educação a Distância - EAD, total da UFMT, Campus em Colíder em 2010.TABELA E17: Número de docente segundo o nível de escolaridade, na UNEMAT Campus Colíder em 2011.

TABELA E18: Acervo bibliográfico da UNEMAT Campus Colíder, em 2011.

F - Produção e Serviços Econômicos TABELA F1: Quantidade produzida de Abacaxi (mil frutos), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F2: Quantidade produzida (Toneladas) de Arroz (em casca), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F3: Quantidade produzida (Toneladas) de Cana-de-açúcar, no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F4: Quantidade produzida (Toneladas) de Madioca, no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F5: Quantidade produzida (Toneladas) de Melancia, no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F6: Quantidade produzida (Toneladas) de Milho (em grão), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F7: Quantidade produzida (Toneladas) de Soja (em grão), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F8: Quantidade produzida de Banana (cachos), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F9: Quantidade produzida (toneladas) de Borracha (Látex coagulado), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F10: Quantidade produzida (toneladas) de Café (em grãos), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F11: Quantidade produzida de Banana (cachos), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F12: Efetivo de Bovinos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F13: Efetivo de bovino em algumas Microrregiões de Mato Grosso em 1985, 1995-1996 e 2006.TABELA F14: Efetivo de Equinos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F15: Efetivo de Bubalinos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F16: Efetivo de Asininos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F17: Efetivo de Muares (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

8

Page 9: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA F18: Efetivo de Suínos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F19: Efetivo de Caprinos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F20: Efetivo de Ovinos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F21: Efetivo de Galos, frangos, frangas e pintos (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F22: Efetivo de Galinhas (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F23: Produção de leite (mil litros), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F24: Vacas Ordenhadas (cabeças), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

TABELA F25: Produção de ovos de galinha (mil dúzias), no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F26: Quantidade produzida (metros cúbicos) de lenha, no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F27: Quantidade produzida (metros cúbicos) de madeira em tora, no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010. TABELA F28: Quantidade produzida (toneladas) de pequi, no Brasil, Mato Grosso e Colíder, em 2004 e 2010.

G - Formas de mobilidadeTABELA G1: Frota de veículos automotores, segundo tipo, no Brasil, Mato Grosso e Colíder no período de 2005 e 2011.TABELA G2: Número de óbitos por acidentes de transporte no Brasil, Mato Grosso e Colíder, nos períodos de 2005, 2007 e 2010.

H - Domicílios Particulares PermanentesTABELA H1: Domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio no Brasil, Mato Grosso e Colíder, 2010.TABELA H2: Domicílios particulares permanentes por condição de ocupação dos domícilios, no Brasil, Mato Grosso, Colíder em 2010.TABELA H3: Domicílios particulares permanentes por destino do lixo, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H4: Domicílios particulares permanentes por forma de abastecimento de água, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H5: Domicílios particulares permanentes por números de cômodos, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H6: Domicílios particulares permanentes existência de energia elétrica, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H7: Domicílios particulares permanentes por tipo de domicílio, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H8: Domicílios particulares permanentes por número de moradores, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H9: Domicílios particulares permanentes existência de banheiro ou esgotamento sanitário , no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H10: Domicílios particulares permanentes existência e números de banheiros e uso exclusivo do domicílio , no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H11: Domicílios particulares permanentes por alguns bens duráveis existentes no domicílio, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H12: Domicílios particulares permanentes por existência de telefone, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.TABELA H13: Domicílios particulares permanentes e Moradores em domicílios particulares permanentes, em áreas urbanas com ordenamento regular e existência e características do

9

Page 10: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

entorno no Brasil, Mato Grosso, Colíder, 2010.

I - Recursos Humanos Prefeitura de ColíderTABELA I1a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Infra Estrutura da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I1b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Infra Estrutura da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I2a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Infra Estrutura da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I2b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Infra Estrutura da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I3a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Industria e Comércio da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I3b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Industria e Comércio da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I4a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Industria e Comércio da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I4b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Industria e Comércio da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I5a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I5b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I6a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I6b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I7a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I7b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I8a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I8b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I9a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Saúde da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I9b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Saúde da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I10a: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados na Secretaria de Saúde da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I10b: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Saúde da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I11a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Educação da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I11b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Educação da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I12a: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados na Secretaria de Educação da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I12b: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Educação da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I13a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Fazenda da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I13b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Fazenda da Prefeitura de Colider, 2005.

10

Page 11: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA I14a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Fazenda da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I14b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Fazenda da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I15a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Gestão da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I15b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Gestão da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I16a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados na Secretaria de Gestão da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I16b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade na Secretaria de Gestão da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I17a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados no Gabinete da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I17b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade no Gabinete da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I18a: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados no Gabinete da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I18b: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados por nível de escolaridade no Gabinete da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I19a: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados total nas Secretarias da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I19b: Quantidade de funcionários estáveis e comissionados por nível de escolaridade total nas Secretarias da Prefeitura de Colider, 2005.TABELA I20a: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados total nas Secretarias da Prefeitura de Colider, 2012.TABELA I20b: Quantidade de funcionários estáveis, contratados e comissionados por nível de escolaridade total nas Secretarias da Prefeitura de Colider, 2012.

TABELA I21: Total de funcionários em 2005 e 2012, por nível de escolaridade.7.2. Mapas

7.3. Inventario de obras

7.4. Cartazes elaborados

7.5. Memória de reunião e correspondências

11

Page 12: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

1. ANTECEDENTES:

ste projeto, foi iniciado em 21/03/12 , sob o número 028/2012, que a COOTRADE coloca como linha temática

principal, a de efetuar “um inventário avaliativo da gestão municipal de Colider entre 2005 e 2011”. Isto tem direcionado o esforço principal da consultoria, conforme explicitado em diversas reuniões de trabalhos, palestras, bem como nos relatórios anteriores encaminhados.

E

Este é o relatório final, que complementa os que já foram anteriormente apresentados.

No mesmo, constam 176 tabelas estatísticas e diversos gráficos, construídas para subsidiar esta consultoria e para atender o propósito de atualização do banco de dados da Prefeitura. A base estatística atualizada e diversificada, é um elemento essencial para o aperfeiçoamento da capacidade de gestão municipal. Esta base de informações, poderá ser disponibilizada no site da Prefeitura Municipal, para amplo uso da comunidade.

Os mapas feitos para este trabalho, constam também em anexo, assim como todos os cartazes (banners) que editaram-se, contendo os aspectos mais relevantes deste trabalho, os mesmos estão em anexo, impressos em lona com suporte, para permitir a melhor utilização dos mesmos em reuniões de trabalho.

Um inventário das principais obras físicas, como as reformas, ampliações, novas obras de prédios públicos e principalmente de intervenções urbanas (pavimentações, praças, prédios diversos, rotatórias, locais de eventos, etc), foram sistematizados e encontram-se num anexo específico, tendo servido de suporte para a realização de

12

Page 13: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

um mapa com a localização das obras urbanas, que também consta no anexo, do qual também foi elaborado um cartaz.

A rede de esgoto, realizada pela empresa concessionária de águas e esgoto, no período estudado, também teve seu mapa incorporado, como o de distribuição de água, incluído neste trabalho, para melhor ilustrar as mudanças ocorridas no período aqui estudado.

2. A NOSSA ABORDAGEM:

13

Page 14: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

objeto do trabalho, demandou efetuar um inventário de informações, que permitisse comparar, num

determinado período de tempo, as mudanças ocorridas. Estas comparações permitem avaliar, qualificar, no sentido de emissão de um juízo de valor, sobre as transformações constatadas.

O

Portanto, a abrangência é ampla, o que nos levou, a concentrar os esforços na sistematização de informações existentes, para selecionar indicadores que permitissem uma emissão de juízo de valor fundamentada em dados.

A preocupação de um corte temporal específico, iniciando em 2004 ou 2005 e concluindo com dados de 2011, é o período principal deste esforço comparativo. No entanto, as estatísticas muitas vezes, não cobrem com a exatidão desejada o período, ocorrendo o uso de datas aproximadas para permitir uma comparabilidade com variáveis mais abrangentes e dar melhor compreensão das mudanças municipais e estaduais.

As comparações espaciais mais amplas (o regional, o estadual e, o nacional), em diversos momentos foram utilizadas, para permitir captar o “esquivo desenvolvimento local” ou, a difícil compreensão dos desafios da gestão municipal num contexto maior.

Todo o esforço de sistematizar estatísticas, encontram-se no anexo deste documento. Estas estatísticas, servem para atualizar o banco de dados da Secr. Municipal de Planejamento de Colider, ampliando seu acervo de informações sobre a realidade municipal e regional, uma das preocupações do projeto.

Também efetuamos uma atualização da cartografia urbana, para geo-referenciar as mudanças ocorridas. Este trabalho, permite uma visualização das impressionantes melhorias ocorridas na área urbana de Colider, cidade, que consolida-

14

Page 15: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

se como a real área urbana dos pequenos municípios “rurais” do seu entorno regional (ver anexo de mapas).

3. O TEMPORAL CONTEXTO MAIOR

ulgamos necessário retroceder no tempo, e ampliar a área de análise, para melhor entendermos o contexto

municipal do curto período que analisamos. Isto é necessário, mesmo de uma forma breve, pois o conjunto maior tem poderes de explicações sobre o caso localizado objeto deste contrato.

J

15

Page 16: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

3.1. Colíder na encruzilhada nacional sobre a Amazônia

Colíder, faz parte do Sul da Amazônia, esta grande área tropical que abrange o Oeste do Maranhão, o Sul do Pará, os novos Estados de Tocantins e Rondônia e o “nortão” do Mato Grosso

Como sabemos, o que aqui denominamos Sul da Amazônia, este grande território construído pela nação, é um espaço em crise. A melhor descrição da mesma, temos no recente livro de Risério: “A entrada do século XXI, começamos a ver uma notável mudança – notável e radical – no olhar brasileiro sobre a Amazônia...Exemplo disto, foi a entrevista dada por roberto Mangabeira Unger a Laura Greenhalg (jornal O Estado de São Paulo, jun/2008), na qual o então ministro de Assuntos Estratégicos, fazendo coro com a vanguarda científica brasileira, declarou: ´Em diferentes lugares tenho dito o seguinte: a Amazônia não é só a maior coleção de árvores do mundo, é também um grupo de pessoas. Sem alternativas econômicas, essas pessoas, serão impelidas, inexorávelmente, a atividades que resultarão na devastação da floresta. E, aí,a questão ambiental se transformará no que foi a questão social para o presidente Washington Luis – caso de polícia. As tarefas de desenvolvimento e de preservação estão irremediavelmente entrelaçadas.

Em artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira como “a chave para a supereação de um impasse político de relevância histórica. Que impasse? Aquele que se tinha aprisionado entre a visão militar e sua antítese, a visão romântica-preservacionista da região. Demétrio: ´Um anúncio do governo federal, assinado pela SUDAM e divulgado em 1970, destacava sobre o mapa do Brasil a área da Amazônia Legal, toda preenchida por figuras de implantações industriais,

16

Page 17: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

agropecuárias e energéticas. A peça publicitária conclamava sem rodeios: “ Chega de lendas. Vamos faturar”. A Amazônia, tal como vista pela ditadura, era uma fronteira estratégica a ser conquistada e uma fronteira de recursos a ser dilapidada. [...] No ciclo seguinte, aberto com a redemocratização, o Estado terceirizou o planejamento amazônico para as ONGs e uma narrativa preservacionista tomou o lugar da especulação incentivada. A dupla fronteira da geopolítica militar foi substituída pela visão romântica de um santuário sitiado. Uma fábrica de lendas entrou em funcionamento, gerando mitos que sabotam a coerência das políticas públicas para a região. O mito nuclear diz que a Amazônia é uma paisagem natural: coleção de árvores e coleções de povos originais organizados em torno de modo de vidas tradicionais. A narrativa desempenha funções vitais para a economia das próprias ONGs, mas tem repercussões devastadoras para a população amazônica´....A Amazônia não é um paraíso isolado: o mercado mundial a incorporou ao sistema de intercâmbios globais desde o início do seu povoamento efetivo, com o ciclo da borracha, no anoitecer do século XIX. A Amazônia não é tradicional: ela foi ocupada pelo deslocamento do povoamento do Nordeste e do Centro-Sul em duas ondas recentes, entre 1800 e 1920 e de 1950 em diante. A Amazônia, não é, a não ser marginalmente, a morada dos “povos da floresta”: suas populações refletem o desenraizamento cultural dos pioneiros e as extensas mestiçagens entre estes pioneiros e deles com os povos autóctones. A Amazônia não é rural, mas urbana...

Mas não é só. Sem promover o desenvolvimento, nem garantir a preservação, a narrativa e a postura preservacionistas geram consequências políticas e culturais nefastas. Ao estabelecer um paradigma que é a negação do desenvolvimento, o preservacionismo é objeto de rejeição popular. ...Numa lógica paralela à do preservacionismo, as ONGs multiculturalistas investem na celebração de

17

Page 18: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

etnicidades essenciais e convertem a política indígena num jogo de poder. Nesse diapasão, índios aculturados são convertidos em nações originais, com ´representantes´, junto às instituições internacionais, e no Amazonas agentes públicos forçam caboclos a rasgar suas carteiras de identidade e se redefinir oficialmente como índios, sob pena de perderem suas terras de trabalho. ... Em nome da doutrina da raça ou do imperativo de criar currais eleitorais, soterra-se o conceito de que a Amazônia é habitada por cidadãos brasileiros iguais em direitos”..

É diante deste quadro que vamos encontrar formulações novas, elaboradas, entre outros, pela geógrafa Berha Becker. Demétrio:... ´Desafiando os dogmas sagrados do preservacionismo, cita como paralelos a moderna indústria sucroalcooleira e a revolução agrícola do cerrado. Mas, sobretudo, ela sugere que um novo ciclo de desenvolvimento regional depende da recuperação da capacidade do Estado de agir como poder público, isto é, de estabelecer as regras do jogo de modo claro e universal. Isto, por sua vez, exige fidelidade ao princípio de nação única, vilipendiado todos os dias pelo governo”.1

A longa descrição anterior, foi necessária para, recordamos que o período FHC (1995-2002), foi a etapa de desestruturação dos instrumentos de desenvolvimento regional, como a extinção da SUDAM e SUDENE, com a terceirização para ONGs de diversas atividades na Amazônia, que estavam sob a órbita do Governo Federal. Esta política, não teve alterações no governo Lula (2003-2010), notando-se uma maior radicalização do que hoje é conhecido como “fundamentalismo ambientalista”, no período da Ministra Marina Silva e do Ministro Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente.

1 RISÉRIO, Antonio. A cidade no Brasil. S. Paulo: Editora 34, 2012, 386p. (pp 334-336). Sobre este tema a literatura é imensa, ver principalmente: BERTHA, K. Becker & STENNER, Cláudio. Um futuro para a Amazônia. S.Paulo: Oficina de textos, 2008. 151p.

18

Page 19: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

A conhecida reação a este estado de indefinição, que afetou à milhões de brasileiros e, entre eles aos habitantes de Colider, emergiu na larga discussão e debates sobre o código florestal brasileiro, oportunidade em que a contradição do Estado brasileiro sobre a regularização do seu meio ambiente, veio a tona, com fortes referências à Amazônia e, ilustrada de forma brilhante no relatório do Dep. Aldo Rebelo a proposta de mudanças no Código Florestal.

Observe-se que a população protesta, frustrada por um estado nacional, que confundiu-se ou, mesmo negou de perseguir o propósito republicano de promover “Ordem e Progresso”, o eleitor de Colider faz sua oposição silenciosa, com o voto. Opondo-se para quem no Planalto, ignorou ou abandonou os cidadãos da Amazônia, como podemos ver pelos resultados dos últimos pleitos presidenciais: Em 2006, Geraldo Alckmin consegue 11.850 votos em Colider e Luiz Lula... apenas 3.535, no segundo turno. Em 2010 o candidato José Serra consegue 11.954 votos e a candidata eleita Dilma Roussef, apenas 3.885, também no segundo turno. Isto, mesmo Colider tendo, de suas 9.323 famílias, 1.239 beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. Assim percebemos neste “microcosmos amazônico” que Colider, exprime nas urnas um protesto pelas indecisões sobre a falta políticas de desenvolvimento regional para a Amazônia (ver tabelas no anexo estatístico dos resultados eleitorais e de beneficiários do Bolsa Família).

3.2. Uma breve recordação das principais transformações produtivas:

O Sul da Amazônia, com o “Nortão” do Mato Grosso, onde situa-se a região de Colider, esta grande porção de nossa “Amazônia rodoviária”, sofreu um processo de transformação, de território escassamente habitado por nossa população autóctone, para a cidade e região que

19

Page 20: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

atualmente estudamos, em praticamente uma geração humana.De um período de forte atração migratória (anos 70 do século passado), com a abertura das rodovias, projetos de colonização do INCRA e privados, até a situação das últimas décadas de quase estagnação demográfica.

O processo inicial em Colíder é conhecido. Da abertura da cobertura florestal, pela implantação de cultivos perenes como o café2, permeadas por lavouras de subsistência, plantios de arroz e implantação de pastagens, formaram o traço inicial de atividades caracterizadas pelo uso intensivo de mão-de-obra nas áreas rurais.

O complemento da renda com a madeira e em ciclos de extrativismo mineral (garimpos), foi um traço comum no final do século passado.

Estas atividades econômicas “informais”, complementaram o policultivo familiar, serviram de âncoras geradoras de esperanças, criando o território, gerando a rede de pequenas vilas e atuais municípios rurais.

As notórias dificuldades de escoamento, de preços, de “trocas desiguais” (produtos primários X insumos), etc.., conduziram ao abandono das atividades agrícolas e a ampliação da pecuária extensiva de corte.

A pecuária, inicialmente servia como atividade complementar, como “fundo de reserva” ou de poupança, por sua liquidez em períodos inflacionários, permitindo enfrentar as incertezas da vida produtiva na fronteira.

O mesmo com a madeira. Toda a região foi coberta por madeireiras, de diferentes tamanhos e origem, que sempre ofereceram a família do migrante, a alternativa de um recurso complementar, que o policultivo agrícola não pode suprir.2 A Gleba Cafezal, deu origem a Colider.

20

Page 21: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Assim, uma geração construiu um território, que mudou de feição. De floresta tropical densa, passando por produtor de alguns cultivos perenes, para grande extrator de madeira e um ciclo curto e localizado de garimpo, para finalmente, nos dias de hoje, ser uma típica área de pecuária de corte.

Este processo de “pecuarização” do Sul da Amazônia, pode ser percebido nos dados dos censos agropecuários do IBGE, que constata o crescimento geral desta atividade produtiva e a mudança de importância de áreas tradicionais, como a pantaneira (região do alto Paraguai), para o Norte, como a região de Colider, como podemos ver em tabela no anexo estatístico e no gráfico seguinte:

No entanto, esta intensa atividade produtiva, em que o produtor migrante, teve que lançar mão da venda de sua reserva legal de madeira para gerar renda complementar e garantir atividades produtivas, tanto agrícolas como, particularmente pecuárias, não foi suficiente para estabilizar a população na região.

Como produtores primários de mercadorias, transformaram-se em transferidores de valor para as serrarias, para os fornecedores de insumos, de crédito, para os transportadores de cargas e pessoas, e para as indústrias do complexo pecuário e de bens de consumo.

21

Page 22: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Não ocorreu capacidade significativa de acúmulo de capital local, e o principal produto para o mercado (o gado), foi e é, captado por frigoríficos de capital externo.

Toda pecuária de corte, tem seu componente potencial de pecuária de leite, inicialmente mista, até que vá evoluindo para uma efetiva especialização.

Os laticínios, em alguns casos externos, e em outros de cooperativas locais, passam a ser a alternativa de processamento industrial de matéria-prima, que vai reforçar a estabilidade da atividade pecuária.

Assim, a Amazônia e nela Colider e sua região, pecuarizou-se.Este processo, de fácil compreensão econômica, tem agravantes de empobrecimento regional que logo veremos ao examinar a dinâmica populacional. A pecuária, ao demandar pouca mão-de-obra, ao contrário dos cultivos anuais ou perenes, transforma-se num “refúgio”, numa alternativa para unidades produtoras, que não são capazes de gerar renda atrativa para fixar a mão-de-obra jovem que, que na propriedade rural, tem poucas alternativas de satisfazer suas necessidades de vida e de reprodução.

O circuito fecha-se, as plantas frigoríficas garantem um mercado cativo, com preços oligopolizados, os laticínios, geram uma pequena e “segura” renda complementar, as melhorias de estradas rurais, permitem escoar a produção para os laticínios diáriamente, a lenta ampliação da eletrificação rural, permite inovações como resfriadoras ou ordenhadoras mecânicas, gerando diferenciação entre os proprietários rurais e permitindo manter uma atividade produtiva com pouco uso de mão-de-obra, etc... O rebanho cresce, o frigorífico aumenta seu controle oligopólico, indústrias complementares como curtumes surgem, a produção de leite aumenta, etc... a população diminui, envelhece, tende a estabilizar-se, etc...a região

22

Page 23: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

encontra um “ponto de equilíbrio” no sistema econômico nacional, e entre em estabilidade.

Uma região de produtores de matérias-primas, sob controle de complexos industriais predominantemente externos, é o que resulta.

A “tragédia”, é que neste processo perfeitamente estudado pela economia, surge a inovação de uma confusa ação estatal tolhedora da atividade produtora construída, como tivemos a oportunidade de apresentar na longa transcrição anterior sobre as políticas de desenvolvimento para a Amazônia.

3.3. A Região de Colíder e algumas mensurações comparativas no passado recente:

As regiões do Mato Grosso, já foram submetidas a avaliações usando-se dados do final do século passado. Recordam os, que o IBGE, divide o MT, em microrregiões. A Microrregião de Colider, é extensa, sendo formada por Colider, Guarantã do Norte, Matupa, N. Canaã, N. Guarita, Novo Mundo, Peixoto de Azevedo e N. Sta. Helena.

A totalidade de 22 microrregiões estaduais, foram submetidas a dois estudos comparativos, pela Assembléia Legislativa do Estado de MT, que resultaram em escala de mensuração de desigualdades entre as mesmas.

O primeiro trabalho, utilizando diversas estatísticas comparativas, entre 1995 e 2000, gerou uma classificação em quatro blocos regionais, vejamos:

“1. REGIÕES EM REGRESSÃO OU ESTAGNADAS: Alto Pantanal, Alto Paraguai, Rosário do Oeste e Norte Araguaia; 2. REGIÕES COM BAIXO DINAMISMO: Jauru, alto Guaporé, Tesouro, Paranatinga e Cuiabá; 3. REGIÕES COM MODERADO DINAMISMO: Arinos, Aripuanã, Colider, Médio Araguaia, Alta Floresta, Canarana e Tangará da Serra; 4.

23

Page 24: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

REGIÕES DINÂMICAS: Primavera do Leste, Parecis, Alto Teles Pires, Alto Araguaia, Rondonópolis e Sinop (em ordem decrescente).

Em 2009, a Assembléia Legislativa solicitou novo estudo, aplicando a mesma metodologia, para novamente mensurar as desigualdades regionais no processo de desenvolvimento estadual.

Os resultados, agora utilizando dados comparativos do período entre 2000 até 2007, apresentaram algumas modificações, vejamos:

As regiões classificadas como ESTAGNADAS, eram Alto Paraguai, Médio Araguaia, Tesouro e Jauru, as microrregiões com BAIXO DINAMISMO, eram Cuiabá, Rosário do Oeste, Alto Pantanal, Canarana e Sinop; As com MODERADO DINAMISMO, eram: Alto Guaporé, Paranatinga, Alta Floresta, Colider, Alto Araguaia, Rondonópolis e Tangará da Serra; as microrregiões mais DINÂMICAS, eram Norte Araguaia, Primavera do Leste, Arinos, Alto Teles Pires, Aripuanã e Parecis.

Constatou-se que o avanço de empreendimentos pecuários e da agricultura mecanizada no Norte Araguaia, região mais articulada com a dinâmica econômica de Tocantins e Sul do Pará, resultou na mudança radical da posição desta microrregião. A expansão da “última nova fronteira”, Aripuanã, melhor articulada com as melhorias rodoviárias no MT e com Rondônia, também provocaram mudanças de posição nesta microrregião. Interessante é assinalar como o impacto das “ações repressivas” sobre o setor madeireiro, atingiram áreas como Sinop.

No caso deste trabalho, a estabilidade de Colider, na classificação de moderado dinamismo, manteve-se, assim como as grandes regiões de pecuária, não tiveram alterações muito significativas em seu posicionamento.

24

Page 25: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

4. A POPULAÇÃO

4.1. A dinâmica da população comprova a “encruzilhada amazônica” de Colider.

partir do censo demográfico de 2000, os municípios próximos de Colíder, começaram a ter uma queda no

seu contingente populacional, ao contrario do Mato Grosso e do Brasil que tiveram aumento no mesmo período.

ATABELA 01: População presente no Brasil, Mato Grosso, Colíder e Área de Influência 1991, 2000, 2007, 2010 e estimativa 2011.

Discriminação 1991 2000 2007 2010 Estimativa 2011

Brasil 146.825.475 169.799.170 183.987.291 190.755.799 192.376.496Mato Grosso 2.027.231 2.504.353 2.854.642 3.035.122 3.075.862Região Colider 83.673 85.858 84.864 79.165 78.920

Colíder 31.160 28.051 30.695 30.766 30.974

25

Page 26: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Itaúba 7.143 8.565 4.625 4.575 4.482

Marcelândia 8.889 14.448 14.084 12.006 11.819

Nova Canaã do Norte 14.033 11.516 12.652 12.127 12.174

Nova Guarita ... 5.651 4.877 4.932 4.877

Nova Santa Helena ... 3.243 3.347 3.468 3.487

Terra Nova do Norte 22.448 14.384 14.584 11.291 11.107

Fonte: IBGE.Censos Demográficos:1991, 2000, Contagem da População 2007, Censo Demográfico 2010 e estimativa 2011,Elaboração COOTRADE, 2012.

Colíder, o maior município da região, aumentou discretamente a sua população entre 2000 e 2010.

A população rural em Colíder, assim como no Brasil, diminuiu, tendência que não ocorreu em Mato Grosso.

TABELA 02: População residente por situação de domicílio, no Brasil, Mato Grosso Colíder, Nova Canaã do Norte e Nova Santa Helena em 1991, 2000 e 2010.

DiscriminaçãoSituação

do domicílio

1991 2000 2010

BrasilTotal 146.825.475 169.799.170 190.755.799

Urbana 110.990.990 137.953.959 160.925.792Rural 35.834.485 31.845.211 29.830.007

Mato GrossoTotal 2.027.231 2.504.353 3.035.122

Urbana 1.485.110 1.987.726 2.482.801Rural 542.121 516.627 552.321

Colíder

Total 31.160 28.051 30.766Urbana 15.716 19.423 25.014Rural 15.444 8.628 5.752

Nova Canaã do Norte

Total 14.033 11.516 12.127Urbana 5.202 4.903 6.816

Rural 8.831 6.613 5.311

Nova Santa Helena

Total ... ... 3.468Urbana ... ... 1.988

26

Page 27: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Rural ... ... 1.480

Fonte: IBGE.Censos Demográficos:1991, 2000, e 2010.Elaboração COOTRADE, 2012.    

Em meados de 2006, o documento Diagnóstico do Plano Diretor de Colíder, projetava que a população, na área urbana em 2010, teria 23 mil habitantes, como podemos ver no gráfico seguinte:

No entanto, a contagem populacional do IBGE, já em 2007, constatou que essa projeção estava errada. Colíder tinha 24.591 na área urbana e o Censo Demográfico de 2010 encontrou 25.014 residentes na cidade, ultrapassando as estimativas do Plano Diretor Urbano.

O Constante crescimento urbano de Colíder, numa região com fraco crescimento populacional, confirma sua posição de pólo regional.

27

Page 28: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

O Brasil está sofrendo em transição demográfica, diminuindo a sua população infantil e aumentando a de idosos.Em Colíder, a população acima de 60 anos aumenta, seguindo a tendência nacional.

Ao contrario do Brasil e do Mato Grosso, em Colíder o envelhecimento da população rural é mais acentuado. Em 2010, 3,26 % da população que residia na área rural, tinha mais de 60 anos de idade, enquanto que no Brasil, era de apenas 1,94%.

Assim, de uma etapa inicial de grande dinamismo demográfico, provocado por forte capacidade de atração de migrantes, a região parece aproximar-se de estabilização, ou, de declínio demográfico, com alguns municípios com perda de habitantes.Colíder é uma excepcionalidade nisto, particularmente sua área urbana, por continuar apresentando lento mas consistente crescimento populacional.

28

Page 29: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

No entanto, o perfil de envelhecimento populacional já está presente, mais agravado na sua área rural.

4.2. Alguns indicadores sociais

No anexo estatístico, existem informações mais abrangentes que as que usaremos. As mesmas, servem para ampliar a base de dados municipais. Aqui, comentaremos o que surge como mais relevante para os objetivos deste trabalho:

4.2.1. A educação:

A transição demográfica que o país vive, de uma população majoritariamente jovem nas décadas que iniciaram a etapa de “ocupação rodoviária da Amazônia”, para os dias atuais, o ensino fundamental da 1ª a 4ª , 5ªa 8ª série apresentaram uma redução no número de alunos matriculados, fruto da redução desta faixa etária no conjunto da população.

O número de alunos matriculados em creche mostram que o desempenho de Colíder foi superior ao desempenho do Brasil (46%), do MT (32,46%), e de Cuiabá (27,42%), pois Colíder ampliou em 66,12% o número de alunos em creche, entre 2005 e 2010. Ver a seguir o gráfico:

Na educação de jovens e adultos-EJA (presencial), também houve uma ampliação da matricula. O desempenho de

29

Page 30: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Colíder foi cresceu 37,28% no período, enquanto que o de Cuiabá, foi de apenas 1,68%.

O Ensino Médio Regular, está diminuindo a matrícula no Mato Grosso (-3,57%), e mais ainda em Cuiabá (-13,95%). Em Colíder, no entanto, teve um incremento de (+5,45%), significando uma melhor cobertura para adolescentes, que no Estado.

O indicador Taxa de Aprovação, da 4ª série do Ensino Fundamental em Colíder, tanto em 2004, quanto em 2009, estava mais alta que a média nacional.

30

Page 31: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

A média obtida por Colíder na Prova Brasil, em Matemática, na 4ª série do Ensino Fundamental, foi maior que a média alcançada no município de Cuiabá, tanto no ano de 2005 quanto no ano de 2009. Em 2009, na 8ª série do Ensino Fundamental, Colíder repete a melhor média que a do estado, do Brasil e da capital.

Ainda na Prova Brasil, para Português, pode-se ver na tabela a seguir que o desempenho de Colíder em 2009, ficou acima da a média nacional, estadual e de Cuiabá, tanto na 4ª quanto na 8ª série.

31

Page 32: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA 04: Média obtida Prova Brasil Língua Portuguesa.

Discriminação SérieMédia Obtida2005 2009

Brasil 4ª série 171,09 181,388ª série 219,17 236,30

Mato Grosso 4ª série 167,07 181,528ª série 224,20 242,76

Colíder 4ª série 169,91 185,398ª série 231,15 241,39

Cuiabá 4ª série 163,65 174,278ª série 126,05 240,06

Fonte: MEC, 2012.

Elaboração COOTRADE, 2012.

Outro indicador importante no sistema de educação é o IDEB- (Índice de Desempenho da Educação Básica), o mesmo foi criado para medir a qualidade por unidade escolar. Neste Indicador as escolas municipais de Colíder ficaram acima das médias das escolas municipais do Brasil, Mato Grosso e Cuiabá3.

A Educação Superior em Colíder diversificou-se do ano de 2006 para 2012, novas instituições foram atraídas para atuar nesta área de serviços. Segundo o cadastro do MEC são sete as instituições com autorização para ministrarem

3 No município com importante Rede Escolar Rural, os investimentos em transporte escolar foram forte. Em 2005 haviam 2 kombis e 4 ônibus, em 2012 as duas kombis haviam sido renovada e a frota de ônibus 9 veículos mais 10 microônibus

32

Page 33: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

cursos superiores em Colider: UFMT, UNEMAT, UNIASSELVI, FACIDER, UNISUL, UNOPAR, UNIP

O Ensino Superior passou a contar com cursos presenciais e à distância na modalidade EAD. Nas Instituições que nos forneceram dados, pode-se ver os nomes dos cursos oferecidos:

*UNEMAT: Licenciatura em Computação, Administração;

*UFMT: Licenciatura em Pedagogia;

*FACIDER: Administração, Direito, Enfermagem, Farmácia;

*UNOPAR: Cursos Superiores Tecnológicos: Gestão Ambiental; Gestão de Recursos Humanos;

UNOPAR: Ciências Contábeis, Serviço Social, História, Letras, Pedagogia.

Em 2011, a UNOPAR, UNEMAT e UFMT, graduaram 227 alunos, de diferentes cursos, uma pequena “revolução qualitativa” na qualificação de recursos humanos do município e região.

A crescente diversificação de cursos superiores, assim como a qualidade do ensino municipal, permitem a cidade atender a sua demanda por qualificação, assim como a dos municípios próximos, evitando a migração de jovens para estudarem em outros centros.

4.2.2. A saúde:

A rede de saúde está caracterizada pelas estruturas físicas, equipamentos e recursos humanos, que atendem a Atenção Básica e a Média e Alta Complexidade, cujos dados encontram-se no anexo estatístico.

33

Page 34: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

A seguir, examinamos alguns pontos que, no processo comparativo, tanto espacial, quanto temporal, surgiram como mais relevantes.

No município de Colíder no período de 2005-2011 houve um aumento de 20% de estabelecimentos do tipo UBS e Postos de Saúde. Eram 15 e hoje são 18, crescimento percentual, acima do Brasil e MT.

As Equipes de Saúde da Família, que eram 02 em 2007 passam a ser 05 em 2011, um aumento de 150% melhorando significativamente a cobertura. Comparativamente, a cobertura na Atenção Básica em 2009 no município de Colíder (78,2%) estava superior a da Capital (56,6%), do Estado (75,7%) e do mesmo do Brasil (60,6%).

34

Page 35: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Enquanto que a capital teve uma diminuição nos agentes comunitários de saúde, entre 2005 e 2011, em Colíder, o número destes importantes funcionários da saúde preventiva, tiveram ampliação, em 2005 eram 46, e passam a 63 em 2011.

A rede hospitalar hoje, é composta por 01 Hospital público e 02 Privados em Colíder.

Atualmente existem 110 leitos sendo destes 81 do SUS, isso representa um aumento de 17,3% no período, ao contrário da oferta de leitos do SUS no Brasil e MT, que diminuiram.

35

Page 36: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Importante, foi o aumento em 200% dos leitos de UTI, que eram somente 06 em 2005 e, passam a ser 18 em 2011.

O valor da Internação, que no Brasil e em Cuiabá era superior a R$ 1.000,00 p/paciente em 2011, no município de Colíder foi de R$ 549,34. A Média de permanência em dias de internação em Cuiabá 2011, era de 7 dias, enquanto em Colíder era de 5,8 dias. Menos tempo internado e a um menor custo por dia, indica boa a capacidade de gestão dos serviços de Saúde do município.

Prevalecem um número alto de partos cesáreos no Brasil, indo em contra a recomendação da OMS. Enquanto o número de cesáreas continua aumentando perigosamente no país, entre 2005 e 2011 em Colíder, houve uma diminuição.

36

Page 37: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

A cobertura vacinal se mantém acima do nacional 96,4%, e estadual 95,4%. Em Colíder no ano de 2011, foi de 108,6%.

Percebe-se que houve um aumento considerável nos profissionais de saúde no município, proporcionando uma melhor qualidade de atendimento, os Médicos Clínico Geral, no período de 2005 eram um total de 09 e passam a ser em 2011, 19 profissionais ou seja um aumento de 111% mais que na capital que no ano de 2010 eram 367 profissionais e esse número cai para 349 em 2011.

A ruptura, com um passado o risco de sujeiras e contaminações, que era o antigo lixão próximo da área urbana, substituído pela inovadora gestão dos resíduos sólidos (recuperação, usina de triagem, aterro sanitário, coleta seletiva...), é um dos fatores que explicam as mudanças no quadro de saúde pública municipal, como podemos ver nas estatísticas de saúde do anexo.

Recordamos também, que a recente implantação da rede de esgotos, é outro fator que auxilia na melhoria do estado de saúde da cidade (ver mapa da rede em anexo).

4.2.3. Renda da população e domicílio em 2010

Examinando-se a evolução da renda domiciliar nominal, por ocasião dos censos demográficos de 2000 e 2010, vemos uma grande estabilidade, em Colider, da renda na faixa

37

Page 38: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

entre 2 e 5 salários mínimos mensais. No ano 2000, esta faixa de renda foi declarada por 37% dos domicílios, percentual que repete-se em 2010.

A tendência, de ampliação da quantidade de domicílios em renda nominal mensal inferior à 5 salários mínimos, também ocorre no Brasil. O gráfico seguinte, fornece-se uma melhor visualização do que ocorreu na distribuição de renda nesta última década:

Examinando-se a mesma variável, para o Brasil, no mesmo período (veja anexo estatístico), percebe-se, que em 2000, apenas 29% dos brasileiros estavam na faixa entre 2 e 5

38

Tabela 05: Domicílios Particulares permanentes, por classe de rendimento nominal mensal domiciliar em Colíder, 2000 e 2010.

Nº Discriminação 2000 2010

nº % nº %

1 Até 1 salário mínimo 940 12,26 1.499 15,07

2 Mais de 1 a 2 salários mínimos 1.455 18,98 2.760 27,75

3 Mais de 2 a 5 salários mínimos 2.861 37,32 3.753 37,73

4 Mais de 5 a 10 salários mínimos 1.391 18,15 1.158 11,64

5 Mais de 10 a 20 salários mínimos 509 6,64 313 3,15

6 Mais de 20 salários mínimos 275 3,59 115 1,16

7 Sem rendimento 235 3,07 349 3,51

  Total 7.666 100,00 9.947 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e 2010.

Elaboração COOTRADE, 2012.

Page 39: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

salários mínimos , ocorrendo uma ampliação para 32,90 em 2010.

A década confirma a tendência geral, de aumento do número de pessoas na faixa de renda menor e, na diminuição de pessoas na faixa maior, ou seja, um quadro de concentração de renda.

Uma tentativa para diminuir o quadro de exclusão social, temos com o Programa Bolsa Família, vejamos alguns dados:

Existe uma grande consistência entre o percentual de beneficiários deste programa em Colíder e, uma aparente distorção no Brasil, onde os beneficiários em número ultrapassam os domicílios que declararam ter rendimento até 1 salário mínimo.

No entanto, o exame da renda entre os dois censos, apresenta um quadro de renda, que tinha menos pobres em Colider em 2000 do que em 2010, o que justifica a necessidade do uso do programa bolsa família.

39

TABELA 06: População total estimativa de famílias, quantidade de beneficiados no Bolsa Família, Brasil, Mato Grosso e Colíder, 2010.Localização População

total Nº Famílias⁽¹⁾ Nº Famílias no PBF

% Famílias pobres

Brasil 190.755.799 57.804.788 12.768.795 22,09

Mato Grosso 3.035.122 919.734 169.368 18,41

Colider 30.766 9.323 1.239 13,29Fonte: IBGE, 2012 e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/programabolsafamilia/menu_superior/relatorios_e_estatisticas>. Acesso em: 03 abr. 2012.Obs: ⁽¹⁾ No Censo 2010 a média foi 3,3 morador por domicílio e isto, toma-se como tamanho médio da família.Elaboração COOTRADE, 2012.

Page 40: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Diversas informações sobre a situação dos domicílios, do último censo demográfico, encontram-se no anexo estatístico.

Das mesmas, examinando-se a existência de alguns bens duráveis nos domicílios de Colíder, temos o seguinte:

TABELA 07a: Domicílios particulares permanentes rádio, televisão, máquina de lavar roupa e geladeira existentes no domicílio, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.

Local Total domicílio Rádio % Televisão % Máquina

lavar roupa % Geladeira %

Brasil 57.324.167 46.671.934 81,42 54.486.243 95,05 27.096.459 47,27 53.696.250 93,67MT 915.089 647.794 70,79 832.292 90,95 327.803 35,82 865.110 94,54Colíder 9.947 7.509 75,49 9.027 90,75 3.540 35,59 9.549 96,00Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.            Elaboração COOTRADE, 2012.

             

O rádio, a televisão e a máquina de lavar roupa, são bens que estão mais presentes nos domicílios brasileiros do que em Colíder. A geladeira, presente em 96% dos domicílios censitados em Colider em 2010 é um bem durável mais utilizável que no restante do Brasil.

TABELA 7b: Domicílios particulares permanentes com computadores e computadores com acesso a internet existentes no domicílio, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.

Local Total domicílio Computador %

Computador c/ acesso à

internet%

Brasil 57.324.167 21.957.195 38,30 17.615.480 30,73MT 915.089 311.118 34,00 240.803 26,31Colíder 9.947 3.181 31,98 2.361 23,74Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.    Elaboração COOTRADE, 2012.

     

No Brasil, mais de 1/3 dos domicílios já possuem computador e destes, 30% estão acessados na internet. Estes números são menores em Colíder.

TABELA 8: Domicílios particulares permanentes por existência de telefone, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.

Local Existência de telefone  

40

Page 41: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Total domicílio Tinham % Somente

fixo % Somente celular % Fixo e

celular % Não tinham %

Brasil 57.324.167 50.390.512 87,90 2.702.398 4,71 27.005.029 47,18 20.683.085 36,08 6.930.044 12,09MT 915.089 816.655 89,24 16.596 1,81 593.368 64,84 206.690 22,59 98.076 10,72Colíder 9.947 9.302 93,52 54 0,54 7.879 79,21 1.368 13,75 625 6,28Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.                

Elaboração COOTRADE, 2012. 

               

A tabela anterior, permite visualizar uma tendência geral, o amplo uso da telefonia celular entre a população. Apenas 6,2% dos domicílios de Colíder não possuiam nenhum tipo de telefone, enquanto este percentual era quase o dobro no Brasil.Portanto, tomando-se estes indicadores, verificamos que Colider, não encontra-se fora da média nacional ou estadual, se aceitarmos estes bens, como indicador de bem estar. No entanto, para uma melhor aproximação, vejamos outros indicares de qualidade de vida, como o acesso e ou uso de meios de mobilidade.

4.2.4. Os meios de mobilidade:

A quantidade e tipo de veículos, pode-se tomar indiretamente, como um indicador de renda. No anexo estatístico, constam dados detalhados sobre a evolução da frota de automotores, por tipo, tomando-se os anos de 2005 e 2011, período que ocorreu forte incremento, particularmente de motocicletas. A frota total, era de 8.612 veículos no primeiro ano e, passou em 2011 para 15.508. O uso das motocicletas, saltou de 4009, para 8.324, 53% do total da frota municipal.

TABELA 9: Domicílios particulares permanentes com motocicletas uso particular e automóvel uso particular existentes no domicílio, no Brasil, Mato Grosso e Colíder em 2010.

Local Total domicílio

Motocicleta para uso particular

%Automóvel para uso particular

%

Brasil 57.324.167 11.152.161 19,45 22.641.598 39,50MT 915.089 347.144 37,94 340.226 37,18

41

Page 42: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Colíder 9.947 4.750 47,75 3.159 31,76Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.    Elaboração COOTRADE, 2012.      

A tabela anterior, nos retrata, para 2010, os veículos de propriedade das famílias, na ocasião do Censo Demográfico. Impressiona, o predomínio da motocicleta, que estava presente em 47% dos domicílios de Colider e, apenas, em 19% dos domicílios da totalidade do país.

Portanto, para uma distribuição de renda mais concentrada na faixa inferior a 5 salários mínimos, bem como a inexistência de transporte público municipal, as melhorias nas vias rurais e, por ser a opção mais barata a de duas rodas, esta é a alternativa apropriada, utilizada pela população.

A motocicleta, particularmente em economias com traço rural, é o meio de transporte adotado por excelência em todo o pais e, Colíder, neste caso, não é uma exceção.

Vejamos alguns indicadores mais específicos de desenvolvimento humano:

4.3. Comentando os indicadores de desenvolvimento humano:

Um exame de um indicador que foi muito utilizado, o índice de desenvolvimento humano municipal (IDH-M), inspirado na metodologia do IDH do PNUD (Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento), nos revela o quadro seguinte:

42

Page 43: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

O índice de desenvolvimento humano de Colíder, em 1991 foi inferior ao nacional e estadual. No entanto a mensuração feita no ano 2000 demonstrou uma grande evolução pois, aproximou-se da média matogrossense e brasileira. Enquanto que o componente longevidade (saúde), ficou praticamente estático, a maior evolução em Colider nesta penúltima década do século passado, foi de emprego e renda e educação.

Como vimos, os avanços de saúde anteriormente apresentados, bem como as obras de ampliação da rede de água, instalação da rede de esgoto, maior pavimentação e ampliação da rede de atenção básica, fazem com que o que prejudicava a melhoria neste índice, nos anos 90 do século passado, tenha sido diminuído nesta gestão.

Como sabe-se o uso do IDH, feito para mensuração comparativa entre nações, continua sendo usado internacionalmente. No entanto, o mesmo foi abandonado no uso de escalas comparativas municipais no Brasil pois, o uso do componente PIB/per capita para mensurar a renda, mesmo com correções, não era adequado e, ao ser substituído pelo dado mais confiável da renda domiciliar na data do censo demográfico, atrelava a aferição do índice ao período decenal do censo do IBGE.

O Brasil, somente em 2007 passou a ter um índice de comparabilidade municipal confiável e inspirado no IDH do PNUD, foi quando o sistema FIRJAN, lançou um novo índice, utilizando outras variáveis, registradas em todos os municípios, para construir comparativos dos 3 blocos de aferição (saúde, educação e, emprego e renda). Os dados desta série, iniciaram-se com informações em 2005 e estendem-se até 2009, devendo ocorrer nos próximos meses o lançamento dos dados comparativos para 2010,

43

Page 44: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

pos os cálculos estão levando em média dois anos até serem compilados e disponibilizados para análises.

O indicador é o resultado de um somatório de diversas variáveis agrupadas: EDUCAÇÃO, contempla: Taxa de matrícula na educação infantil, taxa de abandono, taxa de distorção idade-série, percentual de docentes com ensino superior, média de horas aulas diárias e resultado do IDEB; SAÚDE: número de consultas pré-natal, óbitos por causas mal definidas e óbitos infantis por causas evitáveis; EMPREGO & RENDA: Geração de emprego formal, estoque de emprego formal, salários médios do emprego formal.

Este índice ao contemplar o emprego formal como seu componente, por considerá-lo o melhor indicador para avaliar impacto no desenvolvimento local (geração de impostos, previdência e direitos do trabalho não precário), resulta na maior diferença do que o IDH-M, que considerava a renda declarada no censo, quer fosse de fonte formal ou, informal.

Assim, municípios com maior componente econômico rural, ou com menor fiscalização do Min. Do Trabalho e Emprego, podem apresentar menor desempenho do que, as capitais ou municípios mais industrializados.

A seguir, apresentamos um comparativo do posicionamento de Colider no contexto nacional e estadual e com alguns municípios mais relevantes de sua região e da capital:

44

Page 45: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Os dados são claros, embora Colíder tenha melhorado em seus indicadores de saúde e de educação, o componente de emprego e renda formal, ao diminuir, provocou um rebaixamento em sua classificação nacional e estadual. As flutuações de empregos formais na área urbana, como frigoríficos que encerraram suas portas, pode ter algum poder de explicação sobre a queda deste componente do indicador em Colíder.

O índice FIRJAN, não capta um esforço de desenvolvimento local recente, que foi realizado pela atual gestão, no sentido de tirar da informalidade diversos cidadãos, com o programa do simples.

A presença do SINE em Colíder, para atender ao município e mais seu entorno, bem como a abertura de uma agência da CEF, resultou em geração de informações, que permitem verificar um esforço de diminuição da informalidade e precariedade no trabalho, como, a emissão de carteiras do trabalho e previdência social (CTPS), bem como as movimentações do seguro desemprego.

As atividades do SINE, surgidas nesta gestão, também permitem uma aproximação sobre o mercado de trabalho, como podemos ver no quadro seguinte:

45

TABELA 11: Número de carteira de trabalho emitida e seguro desemprego, pelo SINE em Colíder, 2008-2012.

Anos Emissão de CTPS Seguro Desemprego

2.008 395 888 2.009 1.128 1.438 2.010 1.008 1.631 2.011 1.042 2.202 2.012 647 1.254

Total 4.220 7.413Fonte: Secretaria de Industria e Comércio-SINE Colíder, Jul/2012.

OBS: 2008 contempla os 5 últimos meses do ano, quando iniciou o sistema em Colíder; em 2012 as informações são até inicio de julho.

Elaboração COOTRADE, 2012.

Page 46: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TABELA 12: Mão-de-obra encaminhada, vagas oferecidas e empregada, pelo SINE em Colíder, 2008-2012.

Anos Encaminhada Vagas Oferecidas Empregado 2.008 261 154 62 2.009 262 147 100 2.010 695 317 261 2.011 1.382 832 657 2.012 2.457 1.716 1.815

Total 5.057 3.166 2.895Fonte: Secretaria de Industria e Comércio-SINE Colíder, Jul/2012.OBS: 2008 contempla os 5 últimos meses do ano, quando iniciou o sistema em Colíder; em 2012 as informações são até inicio de julho.

Elaboração COOTRADE, 2012.

Embora não existam registros confiáveis sobre a quantidade de pessoas que demandam trabalho no SINE, percebe-se que, o ano de 2009, quando ocorreu a última mensuração do índice Firjan de desenvolvimento municipal, foi o ano em que a oferta de vagas foi menor que 2008. No entanto, o SINE iniciou suas atividades na Secr. Municipal De Indústria e Comércio, somente em julho de 2008. Em 2010 e 2011 a oferta de vagas de emprego tem forte incremento, isto deve ter ocorrido pela instalação do canteiro de obras da Usina Hidroelétrica no Rio Teles Pires.

O relevante no quadro acima, é que existe consistente ampliação da oferta de vagas até jun/12 e, o desempenho do SINE-Colíder tem sido consistente na transformação destas vagas em empregos efetivos. Observando-se as estatísticas estaduais do SINE, e tomando-se o triênio 2009-2011 para melhor comparação, vemos que foram encaminhadas 131.302 pessoas para as empresas e apenas 64.869 foram empregadas; enquanto que em Colíder, no mesmo período as indicações do SINE, atenderem muito melhor as demandas das empresas pois, das 1296 vagas oferecidas, 1.018 empregos foram efetivados. Assim, enquanto que o esforço de intermediação de mão-fe-obra do SINE teve uma frustração em 51% das pessoas encaminhadas para emprego, em

46

Page 47: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Colider, foi bem menor, apenas 21% dos encaminhados, não foram empregados.

5. A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL E O DESENVOLVIMENTO LOCAL:

5.1. A formação de “capital humano empreendedor” na gestão pública:

e os pequenos municípios “rurais” da Amazônia, enfrentam dificuldades para serem protagonistas S

47

Page 48: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

indutores do desenvolvimento local, isto deve-se, em parte, a debilidade de seus recursos humanos.Funcionários com baixa escolaridade, em pequenas cidades isoladas dos grandes centros, com dificuldades de acesso ao ensino superior, colocam os pequenos municípios amazônicos, em desvantagem em relação aos pequenos municípios do Sul ou do Sudeste, no tocante a estruturação de um quadro funcional mais qualificado.

As dificuldades de qualificação profissional, geram dificuldades de execução de convênios, de aplicação de leis, de análise de tendências, de elaboração de projetos, sua execução e avaliação, etc...

Nas últimas décadas, na medida em que ocorre uma tendência de transferir responsabilidades operacionais de programas de competência da União ou do Estado, as prefeituras passam a ter pressão por aumento na quantidade de funcionários e, lógicamente em sua qualificação.

A larga tendência de terceirização de alguns serviços, uma herança do período neo-liberal que ainda persiste com alguns gestores, resulta em municipalidades sem o essencial para funcionarem, os seus funcionários comprometidos com o destino da sua cidade.

Colíder, no período estudado, vive este drama. Ampliar a oferta de serviços para o desenvolvimento local, arcando com custos maiores, melhorar a qualidade dos mesmos e formar recursos locais que construa o seu “capital social de recursos humanos municipais” para o seu desenvolvimento sustentável.Vejamos uma síntese das transformações quantitativas e qualitativas:

48

Page 49: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Para atender a ampliação e melhoria dos serviços de alçada municipal e de outros níveis federativos que assumiu, chegando a comprometer em 6% sua receita líquida corrente, como já vimos, resultou num natural aumento de pessoal, sempre dentro das normas da atual legislação pública. Porém, o relevante, não são as quantidades em si mas sim, a transformação qualitativa dos funcionários municipais no período estudado.

Apenas 20% dos funcionários municipais, em 2005, possuíam nível superior, este número em 2011 quase dobra, atingindo a 38% do total.

49

TABELA 13: Total de funcionários em 2005 e 2012, por nível de escolaridade.

Nº Funcionários por nível educacional

2005 2012Qtd. % Qtd. %

1 Ens. Fund. Incompleto 152 30,65 96 10,922 Ens. Fund. Completo 50 10,08 57 6,483 Ens. Médio 194 39,11 388 44,144 Ens. Superior 100 20,16 338 38,455 Total 496 100,00 879 100,00

Fonte: Prefeitura Municipal Colíder, jun/2012.Elaboração COOTRADE, 2012.

Page 50: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Portanto, além dos treinamentos diversos, na área de saúde, de educação, administração e finanças, TI, etc.., que ocorreram e continuam acontecendo, preferimos nos concentrar no fato essencial, de que houve avanço considerável nos níveis de escolaridade destes recursos humanos.

Esta constatação de qualificação de recursos humanos da municipalidade, tem poder de explicação, sobre os avanços que a gestão municipal, no período estudado, conseguiu realizar.

5.2. A boa gestão fiscal dá suporte para efeitos multiplicadores do desenvolvimento local;

O delicado processo de ampliar as receitas municipais, particularmente num ambiente “amazônico”, com perda de prioridade nacional, exige uma delicada capacidade de comunicação social com a cidadania.

Quanto mais a cidadania percebe a coerente aplicação dos recursos e os objetivos, os propósitos da gestão, mais aceita em colaborar com o pagamento em dia de suas obrigações e com o aumento de sua contribuição fiscal.

Os gráficos a seguir, retratam esta impressionante capacidade de crescimento da receita, vejamos:

Impostos municipais essenciais para a composição da receita municipal, como o IPTU, tiveram uma ampliação de

50

Page 51: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

quase 4 vezes no período. O ISSQN, cresceu 3,6 vezes mais, comparando-se 2004 com 2011.

A não evolução da CIP nos mesmos patamares das demais receitas. evidenciam a racionalização dos custos com a iluminação pública, ampliando a oferta e melhorando qualidade sem onerar os contribuintes na mesma proporção.

51

Page 52: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

O FPM é uma importante fonte de receita, na divisão dos tributos entre os entes federativos, que no período quase triplicou, assim como o IPVA, este relacionado com a expansão da frota de automotores.

O IRRF, que tinha participação menor nas receitas municipais, teve uma ampliação de quase 10 vezes mais entre o montante de 2004 e o recolhido em 2011.

A Receita Corrente Líquida (RCL), entre 2004 e 2011, quase triplicou, demonstrando boa capacidade de articulação com outros entes federativos.

Constata-se, uma expansão de mais 2,8 vezes na RCL, que era de 14,1 milhões de R$ em 2004 e atingiu a 40,7 milhões em 2011, como vemos no gráfico acima.

52

Page 53: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Na RCL, importante é vermos, como está ilustrado nos gráficos anteriores, a boa evolução da receita tributária própria, entre 2004 e 2011, a mesma mais que quadruplicou. Isto confirma um circuito virtuoso, em que o cidadão paga o imposto, pois sabe que está sendo bem gerido, os recursos são bem aplicados, etc...

Colíder está melhor administrada comparando-se com várias cidades do MT, incluindo a capital Cuiabá. A tabela a seguir, sintetiza isto com clareza:

TABELA 14: IFGF - Índice Firjan de Gestão Fiscal, segundo aluguns municípios de Mato Grosso em 2006 e 2010.

Municípios Pontuação/ Posição 2006 2010

Alta Floresta Pontuação 0,5201 0,5299Posição Estadual 86º 106º

Guarantã do Norte

Pontuação 0,7086 0,7063Posição Estadual 27º 32º

Matupá Pontuação 0,8008 0,727Posição Estadual 6º 22º

Peixoto de Azevedo

Pontuação 0,7270 6482Posição Estadual 23º 52º

Colíder Pontuação 0,7236 0,7162Posição Estadual 26º 24º

Cuiabá Pontuação 0,4549 0,3713Posição Estadual 105º 131º

Várzea Grande

Pontuação 0,5311 4684Posição Estadual 83º 118º

Fonte: IFGF - Índice Firjan de Gestão Fiscal, 2012.

Elaboração COOTRADE 2012.

Enquanto que a capital e outras cidades, perdiam posição na escala estadual, Colíder passa da 26º cidade em gestão

53

Page 54: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

fiscal em 2006, para a 24º posição na mensuração de 2010. Vejamos isto no contexto nacional, segundo a última aferição deste índice:

A gestão fiscal de Colider, em 2010, como demonstra o gráfico anterior, está melhor que a média nacional e estadual.

Recordamos, que o Índice Firjan de Gestão Fiscal aqui utilizado, para a comparar o desempenho dos municípios brasileiros, considera vários fatores, como: Receita Própria, Gasto com Pessoas, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida.

Em 2010, foram avaliados e escalonados 5.266 municípios, Colíder ficou em 536º no Brasil e em 24º no Mato Grosso. A média nacional foi 0,5393, a estadual foi de 0,6029, sendo a de Colíder de 0,7162.

Muitas vezes, os municípios, para desempenharem o papel que a administração e a sua cidadania desejam, de promotores do desenvolvimento local, tem que arcar com serviços que são de responsabilidade de outros entes federativos. Isto ocorre em Colíder, como podemos ver pelo levantamento efetuado pela AMM (Associação Matogrossense de Municípios), em 2008.

QUADRO 01: Os custos municipais e as competências Federais e Estaduais, exemplo Colíder/MT (2008).

ÁREA INFORMAÇÕES (R$)EDUCAÇÃO UNEMAT, NEAD-UFMT, Escola Estaduais 476.277,90

54

Page 55: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

TRABALHO Manutenção SINE e INSS 51.891,90

SEGURANÇAPessoal cedido, manutenção,... Polícia Civil e Militar, Bombeiros, Tiro de Guerra, Junta Militar,...

418.895,50

DESENVOLV. RURAL E AMBIENTE

Extensão Rural, Fomento, Serviços de Vig. Ambiental (pessoal, manutenção, EMPAER, INCRA, INDEA, MAPA)

636.963,70

SAÚDE Hospital Regional 37.034,20

INFRA-ESTRUTURA Projetos, fiscalização e execução de obras. Aeroporto 214.920,00

JUSTIÇA Pessoal cedido FORUM e Defensoria Pública 31.861,40

TOTAL*   1.867.844,60Fonte: AMM. Federação e municípios:Propostas da AMM para a perfeiçoamento do federalismo fiscal. Cuiabá, AMM. 2009. 124p. (p.80).

Nas despesas, para atender ao desenvolvimento do município e região, Colíder colabora com gastos, em atividades que são competência da União e do Estado. Isto, demonstrado no quadro anterior, em 2008 chegou a 6% da Receita Corrente Líquida. Gasto que continua nos anos seguintes, para dar suporte a serviços necessários ao desenvolvimento municipal e da região.

5.3. Resultados tangíveis:

Existe certa dificuldade em inventariar informações “materiais”, visíveis, do período de gestão municipal aqui abordado. Os processos de registros, geralmente estruturados para monitorar os rituais das “efetividades legais de gastos”, não tem a especificidade para isto e, a própria “memória administrativa” das equipes, fica certamente difusa, vencida pela luta cotidiana de administrar na adversidade econômica regional, sobrecarregada com atividades que, neste caso, abarcam o período de tempo de quase uma década do município.

No anexo nº7.3, temos um rol das principais atividades tangíveis, com resultados materializados, tanto na área urbana quanto rural. Nas mesmas, que julgamos ainda incompleta, constam as reformas principais, as ampliações, as novas instalações, etc.., ordenadas por setor da área urbana, bem como na área rural.

55

Page 56: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Espantosa ampliação da pavimentação, obras viárias urbanas e rurais, ocorre devido a boa gestão fiscal também materializada na ampliação e modernização dos equipamentos rodoviários e no transporte escolar, como podemos na tabela do anexo ver no anexo nº7.3.

O processo de pavimentação e as novas rotatórias, facilitando a mobilidade veicular, automobilística e de ciclistas, inclusive com a implantação de ciclovia, merecem destaque específico, constando no mapa de pavimentação do anexo nº7.2. O fato de que a pavimentação das vias urbanas, que era de 281.387 m² no final de 2004, chegar a 462.769.74 m² em 2011 e. haver uma previsão de mais 53.969.87 m² até o final deste ano, demonstra, que a área urbana sofreu grandes transformações de melhorias, em um pequeno espaço de tempo.

Esta grande ampliação na pavimentação da cidade, ocorrida com recursos próprios, transferências e convênios e, forte e inovadora participação cidadã nos custos de implantação, é uma prova material, de que a população participou ativamente dos esforços da gestão nas melhorias urbanas. De uma cidade “rural”, de ruas enlameadas ou empoeiradas, com ciclos de doenças respiratórias anuais, para o ambiente atual, existe uma grande diferença, que rapidamente incorpora-se no bem estar cotidiano.

Importante é que a ampliação da pavimentação, ocorreu com a implantação de uma infraestrutura “invisível”, a rede de esgotos urbanas e sua estação de tratamento. Em outras cidades, os custos de melhorias urbanas foram maiores, por implantarem primeiro a pavimentação e depois a rede de esgotos. Em Colíder foi diferente, lógico, que isto também nas áreas já pavimentadas, nestas, a rede de esgoto foi instalada tendo que depois recuperar a pavimentação porém, em muitas ruas isto não ocorreu, a rede foi implantada primeiro e depois ocorreu a pavimentação (ver o mapa da rede esgoto).

56

Page 57: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Um eficiente sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos, deixando no passado o triste lixão com sua fumaça permanente no horizonte, com coleta seletiva e regular em todo o perímetro urbano, contribuiu para o ambiente atual mais saudável.

Conseguimos inventariar 77 obras no setor urbano. Numa cidade com planta urbana que é um grande retângulo irregular, no sentido Leste-Oeste, seu maior adensamento é neste sentido e, para o Norte pois, é ao Norte que encontram-se as vias de ligação intermunicipais, para Cuiabá e Alta Floresta. Isto resulta, que os setores Leste e Oeste, tiveram a maior quantidade de reformas, ampliações e construções (52 intervenções), enquanto que o Norte, teve 17 e o Sul, a região menos povoada apenas 8.

Na listagem de obras, as realizadas no setor educacional e de saúde, são relevantes. A rede escolar e de saúde, sob responsabilidade municipal foi reformada, ampliada e novas instalações construídas, permitindo uma ótima cobertura de atenção no espaço urbano (ver no mapa), assim como ocorreu na área rural.

Agora, as escolas e a rede de saúde, são facilmente alcançadas pela população, ou a pé ou por bicicleta, uma característica desejável para todos os espaços urbanos e que em Colider é realidade. Porém intervenções na APAE, nas instalações da UNEMAT, no NEAD, também ocorreram, auxiliando a população a ter mais opções na educação.

Mas as intervenções não ficaram apenas nestes importantes setores, para uma cidade jovem, a instalação do Centro de Eventos, a reforma e ampliação do Centro Cultural e, a construção de uma Arena para uso múltiplos na praça central, ampliaram as áreas para atividades culturais e de lazer de uso público, criando atrativos que a cidade e região não possuíam.

57

Page 58: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

Os esforços para melhores espaços para atividades físicas, ocorreram não apenas nas quadras das escolas urbanas e rurais, como também na construção de piscina, e praticamente na “reconstrução” do estádio municipal, incluindo sua pista de atletismo. Note-se que a praça central, também recebeu equipamentos para induzir a prática de exercícios para a população.

A administração municipal teve reformas e ampliações, não apenas no prédio central da Prefeitura, como também na Secretaria de Educação, assessoria pedagógica, e Secretaria de Ação Social.

Os esforços tangíveis de apoio às atividades produtivas e ao desenvolvimento local, percebe-se que foram também um comprometimento visível do período analisado. O Parque de Exposições sofreu intervenções (pavimentação, arquibancadas), o novo e funcional espaço da Feira Livre, a reestruturação do centro de capacitação em agricultura familiar do Portal da Amazônia, a casa comunitária de sementes, prédio do SENAI, instalações para a implantação do SINE, reforma de prédio para instalar o SEBRAE, a reforma e ampliação do prédio do SENAC, a extensão da rede de baixa tensão para o distrito industrial e construção de Centros de Múltiplo Uso no mesmo, são exemplos de uma administração preocupada em apoiar a produção e os serviços dos empreendedores de Colíder.

Esforços habitacionais também ocorreram, com 81 novas residências construídas, obras de drenagem diversas e ampliação da iluminação pública, construção de lago para embelezamento urbano no córrego Jaracatiá complementa o esforço de recuperação de suas nascentes, etc.., estão listadas no anexo .

No período examinado, percebe-se os esforços da administração, para consolidar serviços públicos necessários ao desenvolvimento local e, que não sua

58

Page 59: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

responsabilidade constitucional, são de outras esferas federativas. Assim constatamos a ocorrência de intervenções municipais, na reforma da Delegacia de Polícia e na Cadeia Pública, sede da Promotoria de Justiça, prédio da agência fazendária, obra do corpo de bombeiros, na nova agência da CEF, etc... (ver no rol em anexo).

Na área rural, conseguimos inventariar mais 34 obras diversas, sobressaindo-se 13 obras na rede de saúde e 9 na área de educação. Constam na área rural, por estar fora do perímetro urbano, o aterro sanitário e usina de triagem, bem como o seu sistema de tratamento de água e iluminação.

A manutenção, retificação de vias, aterros, cortes, obras de reconstrução de bueiros, implantação de novos, etc... considerado como uma “atividade permanente” pela equipe de obras, embora tenha resultados tangíveis reconhecidos pelas pesquisas de opinião pública (aqui não abordadas), não puderam ser quantificadas em sua totalidade. No entanto, são reconhecidas como de grande importância, para a melhoria de escoamento de pessoas e produtos e com grande impacto na renda rural. Na listagem, constam a total reforma de sete pontes nas rodovias rurais. Na nossa “Amazônia rodoviária”, a vida e a renda da população rural, é fortemente afetada pelas condições de trafegabilidade das vias rurais, sem ela a rede escolar rural não funciona. Manter as vias abertas e seguras, é uma demanda primária da cidadania rural, que a administração conseguiu atender.

59

Page 60: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

6. AVALIANDO, COMENTANDO...OUSANDO RECOMENDAR:

stes resultados e muitos outros do cotidiano administrativo, são a fruto do esforço titânico de

enfrentar o emaranhado legal, para transformar as receitas diversas e escassas, em despesas dentro das normas, que já se reconhecem como muito burocráticas, para que as mesmas, se efetivem no enfrentamento dos problemas locais, em algo concreto para a cidadania e o desenvolvimento humano dos munícipes. Aqui, vimos numa listagem incompleta, o resultado de um trabalho de gestão, de uma equipe de funcionários públicos, que tiveram capacidades criativas para bem gerir os recursos, mobilizar a cidadania em parcerias construtivas e construir melhorias intangíveis em materializações palpáveis.

E

A baixa rotatividade na administração municipal, ampliou as possibilidades de acúmulo de experiência administrativa. Desta forma, os investimentos em escolaridade formal e as diversas capacitações não foram desperdiçados, contribuindo os recursos humanos municipais, das equipes diversas, tivessem maior capacidade na gestão das normas legais da administração pública com criatividade e empreendendorismo.

A inteligência negativa de acompanhar as sugestões neo-liberais de que o melhor gasto governamental é o “menor preço”, resultaram num esforço intencional do governo de Colíder, em usar o poder das compras governamentais

60

Page 61: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

direcionadas, sempre que possível, para o mercado local. Com isto, evitou-se a sangria de recursos para “outras praças”, ampliando a retenção local dos recursos municipais, no mesmo município reinvestidos.

A paisagem urbana, dos carros enlameados, empoeirados e dos “sapatos sujos”, fica no passado. Agora a oferta de sandálias delicadas, para as senhoras nas lojas do centro da cidade, passa a ter mercado, pois a cidade está limpa. Agora, aumenta o sentimento de que se habita numa área urbana, pois, para a cidadania na Amazônia, a nossa fronteira recente, o sentimento de “estar na cidade” relaciona-se com o de pisar em pavimento e não em terra.

Um ambiente urbano de limpeza, também, já incorporado no cotidiano dos citadinos. Estas mudanças ambientais, já assimiladas como normais pela cidadania, só podem ser melhor aquilatadas, quando examina-se as estatísticas de doenças infecto-respiratórias, dos períodos iniciais da vida urbana desta cidade amazônica.

Estas ações no perímetro urbano, pavimentação, bom gerenciamento dos resíduos sólidos e rede de esgoto, considerando-se outras cidades da Amazônia e, no Mato Grosso a própria capital (que ainda tem lixão e não tem cobertura de pavimentação e de esgoto como Colider), já avaliam muito bem a gestão no período aqui estudado, pelos impactos que promovem na saúde pública.

Colíder, em 2004 vivia o marasmo e a dúvida sobre seu futuro. O ambiente de frustração, que ocorria em toda a Amazônia brasileira, de uma geração que assistia a crítica por seus esforços produtivos nesta parte do Brasil, pairava sobre muitos. Seus habitantes, sua administração e sua equipe, tomou a decisão de não abandonar o que tinham, pelo contrário, de continuar lutando e aperfeiçoando sua cidade, suas vidas. Ao contrário de outros municípios do entorno, a criatividade foi canalizada para a geração de

61

Page 62: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

alternativas, como vimos ao longo deste trabalho. A tendência regional de estagnação, foi interrompida em Colíder, só isto, resulta em avaliação muito positiva deste período, como as diversas comparações demonstraram.

Uma plataforma de melhorias foi realizada, o espaço urbano oferece alternativas de desenvolvimento educacional, em saúde e serviços públicos que não existiam. Não restam dúvidas que, sem este esforço, os dados do censo demográfico de 2010 seriam mais desfavoráveis, teria ocorrido perda de população, expulsão de mão-de-obra para outras cidades e regiões.

O mais importante neste esforço avaliatório, é que a população reencontra a autoconfiança dos primeiros pioneiros, aqui vieram e aqui estão, para ter o seu espaço de vida, de vida melhor e, isto, estão palpávelmente, construindo.

Quais as tendências? A consolidação do eixo rodoviário para Santarém provocarão que tipos de mudanças? Ficara Colider na margem do processo de ligação de Mato Grosso com Santarém? O pequeno “boom” da hidroelétrica no Teles Pires terá que tipos de desdobramentos? Existe possibilidades de ampliar a capacidade de gestão municipal criada em Colider, para gerar desenvolvimento regional?

Se o perigo externo, da falta de planejamento nacional claro sobre o desenvolvimento regional e da Amazônia continua, ousamos julgar que o maior desafio, o que ameaça as possibilidades de crescimento estável e melhoria no desenvolvimento humano, estão na área rural.

Outra realidade, são as forças externas do capital financeiro, que não eram tão poderosas para sugar recursos das áreas periféricas para o centro como são agora. Pelo contrario, se nos anos 70 do século passado, o subsidio de credito favoreciam o desenvolvimento regional nos locais

62

Page 63: Prefeitura de Colíder · Web viewEm artigo publicado no mesmo jornal “Chega de Lendas!”, o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli tomou a declaração de Roberto Mangabeira

mais remotos da Amazônia, somente neste ano vimos às taxas de juros caírem realmente. Alternativa de criação de um banco regional de desenvolvimento sempre é uma hipótese a ser pensada e operacionalizada para conseguir mais autonomia.

Quando nos referimos a área rural, não é apenas de Colider mas, o seu entorno de pequenos municípios rurais, quase estagnado.

No meio rural, é que se materializaram as dificuldades dos sistemas de produção que frustraram-se ou, que foram pressionados para mudarem, e que são “descapitalizados” em trocas desiguais com o complexo industrial, sem encontrar alternativas de renda e de geração de trabalho, resultando em dramática perda de população.

Os desafios urbanos continuam, na busca de ampliação da diversificação de serviços com excelência, no aumento da pequena e média indústria, no fortalecimento como centro comercio e financeiro regional, na capacidade de atração de novas empresas, etc..., porém, o “velho e permanente” desafio esta no campo, na evolução de novas alternativas, silvo-pastoris, agroindustriais, etc.., e, sem a resolução deste, a cidade sempre terá ameaçado o seu ritmo de expansão e progresso. Porém, as hipóteses futuras, fogem da alçada deste trabalho, e são preocupações, que na maior parte das vezes, ultrapassa os limites da gestão municipal.

Pela equipe da COOTRADE

63