12
A Nazaré domeupassado Recordações O Rancho TA-MAR dançando o característico Vira da Nazaré — Fofo Lucy Queremos a Praça de Toiros!... Quando eu cheguei à Na- zaré pela primeira vez, — foi isto há perto de quarenta anos ! — fiquei logo fasci- nado pelas suas belezas ria- tuiais. 0 cenário daqueia enorme angra deslum- brou-me; o pi- toresco do conjunto do- minou-me por completo. Caía a tarde num poente maravilhoso, — desses poentes que nos obrigam ingènuamente a procurar o «raio verde» de Júlio Verne. O promontório à direita, com a pedra de Quilhim no término, projectava a som- bra mastodôntica sobre as ondas que o mar estendia, em espuma de prata fosfo- rosa, pelas areias da praia. Ao longe o sol, na despe- dida, faiscava revérberos. Vinham a encalhar os ba- téis das fainas marítimas. E pela costa fora, à es- querda, ia uma azáfama e uma barafunda que imitavam inarmónicos orfeões. Era a hora da lota: Montes de peixe luzidio por aqui e por além; mago- tes em volta, na expectativa; de gatas, a ralé surripiando o carapau, —como quem não quer a coisa. •. O espectáculo era para mim Verdadeiramente inédito! E quando regressei à casa alugada, noite pronta, eu já tinha pela Nazaré aquela simpatia que perdurou até o presente. Dez anos seguidos fui o Veraneante a feriar os dois meses da ordem, na sua in- timidade. Subi ao Sítio para descer à fortaleza e ao forno de York, — onde Manuel de Arriaga congeminou e escre- veu grande parte das suas «Harmonias Sociais». Pela praia do Norte diva- guei horas e horas, escutando a cantilena bravia do Oceano, reali- zando meus pique-niques e ajudando, de tempos a tem- pos, o alar das redes, em troca duma escudela de lin- guados. Visitei bastas vezes a pata do cavalo de D. Fu^s, gra- vada na rocha, e deliciei-me com os panoramas imcom- paráveis que de lá se avis- tam. Assisti às festas da Se- nhora da Nazaré, comi as frescas nozes com pão, — Continua na página 11 «A Província» foi à Feira de Santiago em Setúbal. Foi à feira e gostou. Achou-a em relação aos outros anos, mais colorida, viva e dinâ- mica, melhor arrumada e com arte. Comercializada no sentido moderno e favo- recida pela profusa colabo- ração da Indústria Automóvel e Eléctrica a Feira parece outra. Ouvimos opiniões e todas finalmente fl Estrada da flfalaia Foi adjudicada a emprei- tada para a construção do troço de estrada que liga Montijo às Rilvas. É com bastante satisfação que damos hoje a público esta notícia, tanto mais que (Continua na página 3) são unânimes em considerar este ano como o prelúdio de uma futura Feira que inclua i no seu programa não só os costumados divertimentos e parte comercial e industrial, mas também uma contri- ! buição agrícola de caracte- i rísticas agro-pecuárias e uma bem organizada Feira de Amostras. Estas considerações Vêm Continua na página 5 Este será o slogan com que nos vamos lançar na luta. Sabemos que grande parte da população da nossa terra encara este problema com septicismo e até com ironia. Têm-se dito tantas coisas em volta do assunto que para não errarmos prefe- rimos escutar paciente- mente e agir com cuidado. Nunca escondemos a ver- dade ainda mesmo que as notícias não fossem agra- dáveis. E quantas maiores dificuldades se forem en- contrando pelo caminho maior será a honra de quem levar a efeito tal empreen- dimento. Já houve quem connosco se zangasse por não abor- darmos com frequência este assunto. Já tivemos quem nos devolvesse o jornal pela simples publicação de uma notícia verdadeira, mas que.- infelizmente não correspon- dia ao desejo de todos nós. Não é por esse motivo que «A Província» deixará de aparecer regularmente to- das as 5.“ feiras, nem tão pouco os que por aqui quei- mam o melhor do seu es- forço, saber e dinheiro dei- xarão por seu turno de acarinhar e até contribuir para que a Praça seja uma realidade. Felizmente que temos consciência bem formada e sabemos distinguir ainda o sentido das realidades. A Praça faz falta a Mon- tijo. A Praça tem que se fazer. Para isso podem contar connosco. Abrindo esta campanha damos hoje a palavra ao nosso redactor, José Este- vão da Silva Carvalho — a ele outros se seguirão fo- cando o mesmo assunto. Muito se tem escrito e dito acêrca deste problema, muito embora até este jor- nal pouco tenha vindo, ou até mesmo, nada tenha vindo dos responsáveis por tal realização. Essa atitude que não sa- bemos a quem dever, não impede que sejamos nós, de motu-próprio, a falar no assunto que o reconhece- mos de magno interesse para a nossa terra, mais pelo seu valor patrimonial (Conliiua no página S) Um aspecto da Praia da Nazaré KSTAS DO BÁRRflf VfRDf Em Alcochete Estão marcadas para os dias 13 a 16 de Agosto as já tradicionais Festas do Barrete Verde, em Alcochete, que àquela vila costumam atrair todos os anos muitos milhares de forasteiros. Este ano o recinto do Arraial e da Feira Franca é no espaçoso Largo Barão de Samora Correia, à beira rio, devendo resultar de bom efeito o con- junto das decorações e iluminações d moda regional. Além dos carrocéis e pista de auto- móveis eléctricos, é grande o pedido de terreno para instalação de outros di- vertimentos e de barracas diversas. yts vias de comunicação este ano são óptimas com a oonclusão da estrada que liga Alcochete ao resto do Pais, tanto pelo Norte como pelo Sul e os transportes marítimos estão garan- tidos por carreiras sucessivas de va- pores que partem da estação do Sul e Sueste, no Terreiro do Paço, Por Alvaro Valente cA ff-eita de Setúbal Prefo 1*00 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22 Proprietário, Administrador e Editor v. S. M O T T A PINTO REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - RUA iOSÉ JOAQUIM MARQUES, 48 - A ---- ---------------------- MONTI J O ---------------------- ---- COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO - TIPOGRAFIA «GRAFEX* - MONTIJO DIRECTOR RUY D E M E N D O N Ç A 'Hrí-vi***

Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

A Nazaré do meu passadoR e c o rd a ç õ e s

O Rancho TA -M A R dançando o característico Vira da N azaré — F o f o L u c y

Q u e re m o s a P raça d e T o iro s ! .. .

Quando eu cheguei à Na­zaré pela primeira vez, — foi isto há perto de quarenta anos ! — fiquei logo fasci­nado pelas suas belezas ria- tuiais.

0 cenário daqueia enorme angra deslum- brou-me; o pi- t o r e s c o do conjunto do­minou-me por completo.

Caía a tarde num poente maravilhoso, — desses poentes que nos obrigam ingènuamente a procurar o «raio verde» de Júlio Verne.

O promontório à direita, com a pedra de Quilhim no término, projectava a som­bra mastodôntica sobre as ondas que o mar estendia, em espuma de prata fosfo- rosa, pelas areias da praia.

Ao longe o sol, na despe­dida, faiscava revérberos.

Vinham a encalhar os ba­téis das fainas marítimas.

E pela costa fora, à es­querda, ia uma azáfama e uma barafunda que imitavam inarmónicos orfeões.

Era a hora da lota:— Montes de peixe luzidio

por aqui e por além ; mago­tes em volta, na expectativa; de gatas, a ralé surripiando o carapau, —como quem não quer a coisa. •.

O espectáculo era para mim Verdadeiramente inédito!

E quando regressei à casa alugada, noite pronta, eu já tinha pela Nazaré aquela simpatia que perdurou até o presente.

Dez anos seguidos fui o

Veraneante a feriar os dois m e se s da ordem, na sua in­timidade.

Subi ao Sítio para descer à fortaleza e ao forno de York, — onde Manuel de Arriaga congeminou e escre­

veu g r a n d e parte das suas «Ha r mo ni a s Sociais».

P e l a praia do Norte diva­guei horas e

horas, escutando a cantilena bravia do Oceano, reali­zando meus pique-niques e ajudando, de tempos a tem­pos, o alar das redes, em troca duma escudela de lin­guados.

Visitei bastas vezes a pata do cavalo de D. Fu^s, gra­vada na rocha, e deliciei-me com os panoramas imcom- paráveis que de lá se avis­tam.

Assisti às festas da S e ­nhora da Nazaré, comi as frescas nozes com pão, —

Continua na página 11

«A Província» foi à Feira de Santiago em Setúbal. Foi à feira e gostou. Achou-a em relação aos outros anos, mais colorida, viva e dinâ­mica, melhor arrumada e com a r t e . Comercializada no sentido moderno e favo­recida pela profusa colabo­ração da Indústria Automóvel e Eléctrica a Feira parece outra.Ouvimos opiniões e todas

f i n a l m e n t e fl Estrada da flfalaia

Foi adjudicada a emprei­tada para a construção do troço de estrada que liga Montijo às Rilvas.

É com bastante satisfação que damos hoje a público esta notícia, tanto mais que

(Continua na página 3)

são unânimes em considerar este ano como o prelúdio de uma futura Feira que inclua i no seu programa não só os costumados divertimentos e parte comercial e industrial, mas também uma contri- ! buição agrícola de caracte- i r í s t i cas agro-pecuárias e uma bem organizada Feira de Amostras.

Estas considerações Vêm Continua na página 5

Este será o slogan com que nos vamos lançar na luta.

Sabemos que grande parte da população da nossa terra encara este problema com septicismo e até com ironia. Têm-se dito tantas coisas em volta do assunto que para não errarmos prefe­rimos e s c u t a r paciente­mente e agir com cuidado.

Nunca escondemos a ver­dade ainda mesmo que as notícias não fossem agra­dáveis. E quantas maiores dificuldades se forem en­contrando pelo c a mi n h o maior será a honra de quem levar a efeito tal empreen­dimento.

Já houve quem connosco se zangasse por não abor­darmos com frequência este assunto. Já tivemos quem

nos devolvesse o jornal pela simples publicação de uma notícia verdadeira, mas que.- infelizmente não correspon­dia ao desejo de todos nós. Não é por esse motivo que «A Província» deixará de aparecer regularmente to­das as 5.“ feiras, nem tão pouco os que por aqui quei­mam o melhor do seu es­forço, saber e dinheiro dei­xarão por seu t ur no de acarinhar e até contribuir para que a Praça seja uma realidade.

Felizmente que t e mos consciência bem formada e sabemos distinguir ainda o sentido das realidades.

A Praça faz falta a Mon­tijo.

A Praça tem que se fazer.Para isso podem contar

connosco.Abrindo esta campanha

damos hoje a palavra ao nosso redactor, José Este­vão da Silva Carvalho — a ele outros se seguirão fo­cando o mesmo assunto.

Muito se tem escrito e dito acêrca deste problema, muito embora até este jor­nal pouco tenha vindo, ou até mesmo, nada tenha vindo dos responsáveis por tal realização.

Essa atitude que não sa­bemos a quem dever, não impede que sejamos nós, de motu-próprio, a falar no assunto que o reconhece­mos de magno interesse para a nossa terra, mais pelo seu valor patrimonial

(Conliiua no página S)Um aspecto da P ra ia da Nazaré

KSTAS DO B ÁR R flf VfRDfEm AlcocheteEstão m arcadas p a ra os dias 13 a

16 de Agosto as já tradicionais Festas do Barrete Verde, em Alcochete, que àquela vila costumam atrair todos os anos muitos m ilhares de forasteiros. Este ano o recinto do Arraial e da Feira Franca é no espaçoso Largo Barão de Sam ora Correia, à beira rio, devendo resultar de bom efeito o con­junto d a s decorações e ilum inações d m oda regional.

A lém dos carrocéis e pista de auto­móveis eléctricos, é grande o p ed id o de terreno p a ra instalação de outros d i­vertimentos e de barracas diversas.

y ts vias de com unicação este ano são óptim as com a oonclusão da estrada que liga Alcochete ao resto do Pais, tanto pelo Norte como pelo S u l e os transportes m arítim os estão garan­tidos por carreiras sucessivas de va­pores que partem da estação do S u l e Sueste, no Terreiro do Paço,

Por

Alvaro Valente

cA f f - e i t a d e S e t ú b a l

Prefo 1 * 0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22

Proprietário, Administrador e Editor

v. S. M O T T A P I N T OREDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - RUA iOSÉ JOAQUIM MARQUES, 48 - A

---- ---------------------- M O N T I J O ---------------------- ----COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO - TIPOGRAFIA «GRAFEX* - MONTIJO

D I R E C T O R

R U Y D E M E N D O N Ç A

'Hrí-

vi**

*

Page 2: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

2 À PROVINCIA 4-8-9SS

Agenda profissional

Médicos D r . A . fe r re ir a d a Trindade

Rua Bulhão Pato, 42 Telef. 326131 — MONTIJO

D r. Alcides Cunha,'

M O N T I J O SARILHOS GRANDES

D r . A ve lin o Rocha BarbosaDas 15 às 20 h.

R. Almirante Reis, 68, 1.® Telef. 026245 - MONTIJO

D r . E d u a rd o GomesTelef. 026038 — MONTIJO

D r . fa u s to N e ivaLargo da Igreja, 11

Das i o às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 - MONTIJO

D r . ]o õ o A ze ve d o Coutinho

Telef. 026075 - MONTIJO

D r. Jo ã o filip e B a ra taTelef. 026 026 - MONTIJO

D r . Gonçalves Guerra

Rua Bulhão Pato, 58 Telef. 026J153 - MONTIJO

D r . francisco Sepulveda d a fonseca

IN T E R N O D E P E D I A T R I A (D o e n ç a s d a s c r ia n ç a s ) d o s H o s p i t a i s C iv is d e L is b o a

C o n s u lta s à s 2 .as, 5 .“s e 6.as à s 1 6 h .

Rua 'Almirante Reis, 68 1.* M O N T I J O

fa r m á c ia s de Se rviço

De 4 a 10 de Agosto

5.* - feira, 4 — M o d e r n a6. * - feira, 5 — D i o g o Sábado, 6 — G e r a l d e s D o m in g o , 7 — M o n t e p i o2.®-feira, 8 — M o d e r n a3.“ - feira, 9 — 0 i o g o4.*-feira, 10— G e r a l d e s

AGUACAMPILHO

Tendo V. fx.a que efectuar Seguros em qualquer ramo não deixe de consultor

Luís Moreira da SilvaRua Almirante Reis, 27

T e l e f o n e 0 2 6 1 14 M O N T I J O

Orfanato Dr. César Fernandes Ventura Donativos recebidos desde 8-6-955 a 31-7-955

cÂs ti&nat entizaiitas

Fala o presidente do Âteneu Popular de Montijo

Álvaro Ávelino da Veiga Serra( C o n t i n u a ç ã o d o

Oferta de vários operários que fizeram o piso do Orfa­nato, io3$5o; «Transformai» sua oferta, 2oo$oo; João Mira, sua oferta em cascalho e areia, y8o$oo; José Ra­tinho e Mário, sua oferta em cascalho, i25$oo; Ma­nuel Joaquim Constantino, fretes de camionete, 300^00; Manuel Bernardo, fretes de camionete, 200$00j Mário Gaudêncio Narciso, fretes de camionete, 3oo$oo; João Rebelo, fretes de camionete, ioo$oo; Emídio Augusto Tobias, fretes de camionete, 230S00; João Este ves de Oliveira, 120 quilos de ba­tata; D. Eugenia Al cobi a, 2o$oo, José Salgado de O li­veira, 75 quilos de batata;D. Augusta de Sousa Fer­nandes, i2£$oo; Mário Dias, 150800; T o m á s Manhoso Iça, 400 tijolos; Salineira Montijense, 2 canastras de sal; Martinho Lavado, uma saca de carvão; D. Rita do Carmo, 5o$oo; Legado deD. Maria Luísa de Men­donça, 4.ooo$oo; Carlos Bar­reiras Sobrinho, 50 quilos de batata; Externato do Sagra­do Coração de Jesus, oferta da sua Directora, isoSoo e o ensino superior gratuito a 4 internados; An t ó n i o Tavares Rodrigues J.or 6 sacas de batatas, aboboras e pepinos; D. Margarida Tavares Mora e D. Lucilia Tavares Mora, suas ofertas

A Festa das costureiras e o MontijoA Festa das Costureiras, u m a

re a liz a ç ã o p o p u la r d a r e v i s t a M odas e Bordados, su p le m e n to do S é c u lo , q u e to d o s o s a n o s p o r e s ta é p o c a é le v a d a a e fe ito n o C o lis e u d o s R e c r e io s em L is b o a , te m p a ra n ó s s ig n if ic a d o e s p e c ia l .

É q u e d e h á 5 a n o s a e s ta p a r te o 1 ." p r é m io p e r te n c e a Montijo.

G a n h o p e la S r . a D . N a t á l i a M ig u é n s P e r e i r a T o b ia s — a r t is ta d e f in o g o s to e c o n h e c e d o r a p r o ­fu n d a a r te d e b e m v e s t ir u m a s e ­n h o r a .

S e a n o s s a a le g r ia é g r a n d e c o m o M o n ti je n s e s , a o s a b e r m o s a n o t í ­c ia , lo g o n o s in v a d e c e r t a m á g o a p o r n ã o Vermos n o d e s e n v o lv id o n o t ic iá r io d o s d iá r io s o n o m e d e M o n ti jo a s s o c ia d o a e s te ê x i t o . S e r ia m a is u m m o tiv o d e p r o p a ­g a n d a a a p r o v e i ta r p a ra a n o ssa t e r r a e q u a n to m a is s e falar em M o n t i jo , ta n to m e lh o r p a ra M o n ­t i jo .

O s jo r n a i s d e in fo r m a ç ã o d iá r ia d e ra m j á d e v id a n o ta d e t u d o q u a n to se p a sso u n a F e s ta d as C o s tu r e ir a s , n ã o q u e r e m o s n o e n ­ta n to d e ix a r d e a s s in a la r e o r ig i - lid a d e e b o m g o s to d o vestido de noite, c o m q u e a S r . a D . N a tá lia T o b ia s , g a n h o u o 1 .° p r é m io , q u e fe ito d e ta r la ta n a b r a n c a , t in h a u m c o r p o sem a lç a s c o m sa ia de fo lh a s la r g a s d e b r u a d a s a d o u ra d o .

O c o r p o e r a b o rd a d o a p in h õ e s p in ta d o s d e p o r p u r in a , o q u e lh e d a v a , a lé m d o in e d it is m o , d o s a d o r n o s , u m a s p e c to in t e r e s s a n ­t ís s im o .

« A P r o v ín c ia » f e l i c i t a a S r . a D . N a tá lia T o b ia s , a s s im c o m o se u m a r id o s r . E m íd io T o b ia s , n o s s o d e d ica d o a s s in a n te e c o n h e c id o c a b e le i r e i r o q u e , ta m b é m c o la ­b o r o u n a r e fe r id a F e s ta c o m os se u s p e n te a d o s d e a r te , e x e c u ta d o s n a lg u m a d a s c o n c o r r e n te s .

Telefone 026 576

(Pata. kâai <~f,otaquifiai

Foto Montijense

em grão, arroz, azeitonas, queijos e frutas; Manuel Cola, 5 litros de feijão; Lu- cinda, criada da sr.a Men­donça, 2 quilos de açucar,2 quilos de arroz; Carlos Ramos Cardeira, 5o|oo, An- t ó n i o Joaquim Azevedo, iooSoo; Dr. Alberto Car­doso do Vale, 5oo$oo; D.a Maria A n t ó n i a S i l v a , iooo$oo; Manuel Joaquim Fernandes, ioooloo.

Nota: — Queríamos fazer uma referência especial a esta última verba por ter sido orfertada por um mo­desto, mas um bondoso co­ração de operário duma fábrica da nossa terra. Além deste donativo tem ofere­cido ao Orfanato muitas de m e n o s importância. Ao, mesmo t e m p o queremos agradecer publicamente à nossa colaboradora de sem­pre Sr.a D. Laura Bernar­des e D.a Emília Farreu pela confecção de várias peças de roupa que os nossos in ­ternados vestiram pelo S. Pedro, asim como agrade­cemos a todas as pessoas que nos tem ajudado nesta cruzada.

Para não roubarmos es­paço ao jornal, obstemo-nos de citar nomes, na certeza de que a todos estamos eter­namente reconhecidos e es­peramos n o s n ã o aban­donem com. os seus auxílios que tão necessários se tor­nam dia a dia.

Esta é uma obra que não pode nem deve morrer, mas necessita, s e r acarinhada por todos.

Pela Direcção agradecida.O Presidente,

Francisco Pedro Farrreu

No primeiro turno que se realizou no período de 18 a 30 de Julho , composto por ra­pazes, entre eles os internados do Orfanato de Montijo, ef e c t uou- s e na passada quinta-feira entre os vários grupos que está dividida a Colónia um concurso relativo a construções na areia.

Todos os rapazes desde os mais pequeninos aos mais velhos, trabalharam afano­samente para que 0 seu grupo fosse 0 melhor.

E certo que nem todos tinham as mesmas aptidões mas a todos f o i pedida cola­boração.

Pelas 17 horas, acabados os trabalhos, chegou 0 ju ri com­posto pelos srs.: Presidente da Câmara, Humberto Sousa e Francisco Almeida.

Foi atribuido 0 primeiro prémio ao grupo dos rapazes mais crescidos cuja cons­trução revelava verdadeira­mente muito trabalho e bom gosto.

A cada grupo Joi atri­buído um prémio, um livro de contos que fo i sorteado entre os rapazes que mais trabalharam.

No entanto o sr. Presi-

— E porque não mantêm, ou não se fazem ressurgir, essas actividades extintas ?

— Em pri me i ro lugar, porque a escassês de fr e ­quentadores não permite a sua manutenção, pois a co­lectividade, no que diz res­peito a finanças, è e fo i sempre pobre, embora limpa e honesta... E , vamos lá, apesar dos nossos esforços, apesar da nossa boa-vontade, da boa-vontade de algumas dedicações que por aqui têm passado ou aqui se encontram, ainda não f o i criado em Montijo o almejado ambiente propício às coisas de espí­rito. Nesta te rra , vive.se pouco para tal fim , verda­deiramente 0 que mais deve interessar a todos os homens. Isso, no entanto, não obsta a que não tenhamos esperanças num futuro mais rico de cul­tura.

— fá que estamos falando do futuro-, quais os pro­jectos da vossa direcção para elevar 0 Ateneu ao nível a que tem jú s e cumprir a sua missão ?

— Quando se fa la em pro­jectos, quase nos esquecemos das realidades e, portanto, è melhor não avivar desejos que há muitos anos mante­mos. Os projectos são sem­pre em grande número. . . e parecem-nos bons. Gostaría­mos de oferecer a Montijo e proporcionar à sua popula­ção um óptimo e eficaz meio de recrear-se e robustecer o

dente ao constatar que cada construção tinha sido 0 re­sultado do trabalho comum, num gesto de há muito co­nhecido de amizade e carinho por todos os miúdos, 0fereceu a cada um, um pacote de bolos.

Os garotos ficaram ra­diantes e mais uma vez con­firmaram que 0 gesto de gratidão que os levou a es­crever por iniciativa própria na construção do seu grupo :

Viva o sr. Presidente!Obrigado, sr. Presidente!

e Deus lhe pague, sr. Presi­dente ! era uma prova justa de reconhecimento para quem tem sido para eles um grande e verdadeiro amigo.

CONTRA Â (ASPA________I l l l ________

Quer ter cabelos bonitos e abun­dantes? Use o P e tró le o Q u ím ico JS o d lg o . Loção progressiva con­tra a caspa e a queda do cabelo. Vende-se nas farmácias e nas

drogarias; Depositário geral

D i o g o da S i l v a S a l ã o Rua loaquim de Al m e id a, 132

M O N T I J O

n ú m e r o a n t e r i o r )

corpo e o espirito. Isto si­gnifica e sintetisa os nossos projectos de construir um magnifico ginásio, onde se tornasse mais sádia e mais forte a nossa juventude, e, ao lado construir aulas que lhe facilitassem uma edu­cação sã, hnmana. Tenta­tivas, te mo- l as j á feito. Mas. . , os resultados ainda não foram os que desejáva­mos, ou melhor; os julgados suficientes para manter e alargar essas iniciativas. Lá iremos, acredite, porque nem sempre 0 diabo está atrás da porta.

— E a propósito: quais as dificuldades e facilidades que têm sido encontradas no\ que respeita ao cumprimento da vossa missão e aspiração?

— A s dificuldades po­demos dizê-lo sem rebuço, provêm mais da terra, como apontámos. Somos, na maio- r i a indolentes, demasiado confiados no acaso, e por tal pouco activos, nada prá­ticos. Dai portanto o desin­teresse que todos conhecemos. Quanto a facilidades, ê ine­gáv e l a compreensão e a ajuda dessas dezenas de amigos que são os sócios do Ateneu, verdadeira antítese dos desinteressados por tudo\ citemos ainda um punhado de almas generosas, que, sem lucros, e atè prejuizo da sua vida particular, têm tornado realidade algumas das nos­sas mais caras aspirações (e não citamos nomes para não ferir susceptibilidades) ; por último, queremos uma vez mais indicar e tornar explí­cita a nossa gratidão à actual Câmara, que sempre nos facilitou e compreendeu, quando dela nos abeirámos, e especialmente o seu digno Presidente, sr. José da Silva Leite. Nunca nos fo i negada qualquer petição ali feita antes a sua generosidade tem ido bastante longe. Este é outro capitulo da vida da colectividade para o qual lamentamos não pode dispor de espaço e tempo para fa ­zermos um extenso e merecido estudo. Mas a gratidão, essa, fica fora de tudo e man­tem-se mesmo sem f a l a r delas muitas vezes. È meu, amigo, por hoje è tudo. Agra­decemos sinceramente 0 inte­resse do seu f o r n a i pelo Ateneu, desejando-lhe vida longa e próspera, e pedindo apenas que, no mesmo, os problemas de cultura, mas de cultura local, sejam tra­tados mais amiúde, com mais carinho. Sem isso, não será fá c il cumprimos a nossa missão '. 0 jornal e a colecti­vidade.

Zé do Âteneuj*— —

trabalhos para am ad o­r e s - f o t o g r a -

Aparelhos fotográficos

R e p o rtag e m F o to g rá fic a

R. Bulhão Pato, 11 mOflTIJO

Colónia Balnear Infanti

Page 3: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

4 - 8 - 9 5 5 A PROVINCIA 3

N O T I C I A S D A S E M A N Aa

A n i v e r s á r i o sFez a n o s n o d ia 2 8 de J u lh o ,

p. p.. a m e n in a H o r te n s e L o p e s A m aral, irm ã d o n o s s o a s s i ­nante C a r lo s T . L . A m a ra l.

_ D ia í , o m e n in o E r n e s to J o s é O uteiro d e C a r v a lh o , f i lh o do nosso a s s in a n te s r . E r n e s to C o r ­deiro de C a r v a lh o .

— D ia (S, o m e n in o H e ld e r M á­xim o F r a n c o l i . M a r t in s , f i lh o do nosso a ss in a n te s r . H e ld e r A lm e id a E . M artin s.

Férias— P ara o A lg a r v e em g o z o de

férias, a c o m p a n h a d o de su a e x . mu esposa e f i lh in h a , o n o s s o e s t im a d o assin ante s r . J o e l N a v a rro R o d r i ­gues, a q u em a p e te c e m o s u m b o m período de d e s c a n s o .

— P a ra A lp e d r in h a , s e g u iu n a 2.* fe ira o n o s s o v e lh o a m ig o e assin ante sr. D o m in g o s da S i lv a San tos, q u e vai d u r a n te a lg u m a s sem anas re c o m p o r a su a a b a la d a saude.

Dr. Cristiano da Silva Mendonça

— T e r m in o u b r i lh a n t e m e n te o seu cu rso em M e d ic in a V e te r in á r ia o nosso p rezad o a m ig o s r . D r . C r is ­tiano da S ilv a M e n d o n ç a , f i lh o do sr. D iogo J ú l io R o d r ig u e s M e n ­donça e da E x . ma s r . a D . I s a u r a M endonça. A o jo v e m m é d ic o v e te ­rinário m o n t i je n s e a ss im c o m o a seus e s tre m o so s p a is a p r e s e n ta «A P rov ín cia» o s m e lh o r e s c u m p r i­m entos e s in c e r a s fe lic i ta ç õ e s .

Major Mário dos Santos Anino

Este d is t in to O fic ia l d e E x é r c i t o P ortu gu ês, m u ito i lu s t r e f i lh o de M on tijo , fo i r e c e n t e m e n te t r a n s ­ferido do R e g im e n to d e I n f a n ta r ia 3 em B e ja , p a ra o M in is té r io da G uerra, a g u a rd a n d o a su a p r o m o ­ção a T e n e n te C o r o n e l .

A sua E x .° a p r e s e n ta o n o sso jo rn al re s p e ito s o s c u m p r im e n to s e fe lic ita ç õ e s p e la c o n d e c o ra ç ã o com qu e fo i ta m b é m n e s ta d a ta agraciado.

AcidenteV ítim a d e u m a e x p lo s ã o q u a n d o

na sua fá b r ic a p r e te n d ia e n c h e r um e x t in to r d e in c ê n d io , e n c o n ­tra-se re t id o n o le ito e b a s ta n te ferido o n o sso b o m a m ig o s r . A m érico P in to . «A P r o v ín c ia » d e se ja -lh e s in c e r a m e n te rá p id a s m elh oras.

EspectáculosC a r t a z d a S e m a n a

CINE P O P U L A R

5.a-fe ira 4 ; (1 8 a n o s ) « C a n t in - *« s em C a lça s P a rd a s » .

Sabad o 6 ; (1 3 a n o s ) « S ó p a ra ti» C° n * ^ u e l ° s d e G ig a n te s » .

D om in g o 7 ; (1 8 a n o s ) «O B a r ã o A v en tu reiro» .

2 .a- fe ira 8 ; (1 8 a n o s ) « S im b a d e as Se re ia s» co m « A le x a n d r a » .

CIN EM A l .o D E D E Z E M B R O

Sábad o 6 ; (1 8 a n o s ) « V ie ra m do "POÇO? co m «O P r ín c ip e L a d rã o » “ o m in g o 7 ; (1 3 a n o s ) « P e r s e ­

guem m eu f in 10» corn c o m p le ­m entos.

2 -fe ira 8 ; (1 8 a n o s ) « O s R e v o l- ,o,s* co m « M u lh e r P e r d id a » ,

o j 0~k*ra 10 ; O f i lm e q u e g a n h o u «n d ° c >n e m a ita l ia n o

ez r e is de E s p e r a n ç a » co m o rnal U n iv e r s a l» (1 8 a n o s ).

Á G U ACampilho

f i n a l m e n t e Estrada do Atalaia

(Continuação da 1." página)

temos por nossa parte inú­meras v e z e s abordado o assunto.

Segunda as informações que colhemos de fonte fide­digna, depois da i .a praça que ficara deserta, aparece­ram algumas propostas, su ­periores à base do concurso, sendo considerada aquela que mais se aproximava da verba orçada.

Porque a resolução d o assunto afectava profunda­mente interesses não só de Montijo, c o m o da popu­lações servidas pela refe­r i d a estrada, congratula- -mo-nos com e s t e facto, início da certeza de que dentro em pouco tempo teremos à nossa disposição uma estrada capaz e à altura da importância do Concelho.

Não podemos deixar de assinalar o grande interesse que sua Ex.a o Sr. Gover­nador Civil, pôs sempre na resolução do problema, as inúmeras e fastidiosas d eli­gências efectuadas pelo Sr. Presidente da Câmara Mu­nicipal de Montijo e pelo vereador Sr. Mário Miguel Rama, e ainda os tentativas da Casa do Ribatejo para facilitar ou a p r e s s a r o arranjo que com tanto de­sejo se aguardava há anos.

AGRADECIMENTOM a r ia A n g é lic a d e J e s u s , v iú v a

de J o ã o G o m e s P in t a d in h o , n ão te n d o o u t r o m e io p a ra o fa z e r v e m p u b lic a m e n te a g r a d e c e r p e n h o r a - d a m e n te , a q u a n ta s p e s so a s a a ju d a ra m m o r a lm e n te e m a te r ia lm e n te d u r a n te a p r o lo n g a d a d o e n ç a de se u m a r id o .

R e c e a n d o m e l in d r a r a m o d é s tia d e q u a n to s a a c a le n ta r a m , p elo q u e p ed e d e s c u lp a . A g r a d e c e .

M aria Angélica de Jesus

Agradecimentoao Sr. José da Silva Leite

A o te r m in a r o 1 .° tu r n o d a C o ló ­n ia B a ln e a r In f a n t i l , q u e V . E x . a m a n tê m v e n h o p u b lic a m e n te t e s ­te m u n h a r o m e u p ro fu n d o a g r a d e ­c im e n t o , p e lo b e m q u e m e p r o ­p o r c io n o u .

Q u e D e u s o a b e n ç o e .O p e q u e n o c o lo n o a g r a d e c id o

M àrió Josè M arques Vicente

PrédioVende-se

N a A v . D . A fo n so H e n r iq u e s em M o n ti jo , de r e n d im e n to , co m 3 p iso s e o p tim a c o n s t r u ç ã o . E s tá em a c a b a m e n to e p o d e s e r v is to to d o s o s d ia s das 8 à s 17 . N ão se a c e ita in te r m e d iá r io s , tr a ta a p ro ­p r ie tá r ia , T e c n a r t e , L d a . P r a ç a da R e p ú b lic a , 5 9 te l. 0 2 6 1 9 7 - M o n t i jo .

Fesla da Âfalaia1 .° a n d a r n o a d r o . A lu g a -s e p a ra

a F e s ta . T r a t a í\ u g u sto M e n d e s — M O N T I JO .

Jacinto Batista A l b i n o

Pelo seu acto de heroismo, pelo seu destemor ao pe­rigo, pelo seu dever bem cumprido de Bombeiro cons­ciencioso e operário dedi­cado, merece as n o s s a s homenagens este rapaz mo­desto, que de uma hora a outra se tornou símbolo dos Bombeiros da nossa terra.

A Caça às Rolas B A I L E S

Publicando a sua foto­grafia «A Província» asso­cia-se às manifestações que lhe foram prestadas, arqui­vando nas suas colunas, a figura simpática de Jacinto Batista Albino, vítima do seu dever no trágico incên­dio da Firma Mundet ocor rido em 24 do mês passado.

Jo ã o G o m e s Pintadinho( J o ã o F a r o l e i r o )

F ig u r a b a s ta n te e s t im a d a n e s ta v i la , d o n d e e r a n a tu r a l , fa le c e u n o d ia 31 d e J u lh o p . p ., o s r . Jo ã o G o m e s P in ta d in h o , d e 39 a n o s de id a d e e m o ra d o r n a R u a A n tó n io R o d r ig u e P im e n te l , q u e p e r t in a z d o e n ç a h á m u ito o e n v o lv ia . E r a ca sa d o co m a s r .a D . M a ria A n g é ­l ic a d e J e s u s , s o b r in h a do n o sso p re s a d a a m ig o s r . M a n u e l O n o fr e p r o p r ie tá r io do C afé P o r tu g a l e p r im o d o n o s s o a m ig o e a s s in a n te , s r . L u ís O n o fre

0 e x t in t o d e ix a d o is f i lh o s m c - n r e s .

O fu n e r a l q u e se re a liz o u n a p a ssa d a 2 .a fe ir a , às 19 e 3 0 , fo i b e m o te s te m u n h o d e q u a n ta s im ­p a t ia o d e fu n to g o z a v a .

A ’ fa m íl ia e n lu ta d a , «A P r o v ín ­c ia » a p r e s e n ta o s seu s p ê s a m e s .

P e d e m -n o s o s c a ç a d o r e s da r e ­g iã o d e P e g õ e s , p a ra q u e c h a ­m e m o s a a te n ç ã o da c o m is s ã o v e - n a tó r ia d o C o n c e lh o , p a ra a fo rm a c o m o fo i e s te a n o o rg a n iz a d a a c a ç a às r o la s .

O s c in c o lo c a is in d ic a d o s são in s u f ic ie n te s p a ra o n ú m e ro de c a ç a d o r e s e p o r e s s e m o tiv o r e in a g r a n d e d e s c o n te n ta m e n to e n tr e o s a d e p to s d e s te d e s p o r to .

F a z e m o s g o s to s a m e n te e c o d e s ta c a r ta , sem n o e n ta n to p r o fu n d a r ­m o s as ra z õ e s q u e a s s is te m a o s s ig n a tá r io s .

P r o c u r a i e m os ju n t o da r e s p e c t iv a e n tid a d e e s c la r e c e r o a s s u n to e n o p r ó x im o n ú m e r j e lu c id a r e m o s .

Toiros Toureiros e Touradas

F e r n a n d o d c S o u s a — P r o d u c to r d a Revista D esportiva p asso u a t r a n s m i t ir to d o s o s s á b a d o s p j la s 22 h . e 15 m . n o Clube. R a dio­fónico de Portugal o seu p r o ­g r a m a 'Toiros, Toureiro ; e Tou­radas c o m o p a tr o c ín io d as Aguas Campilho. C h a m a -s e a a te n ç ã o d o s n o s s o s le i to r e s p a ra e s ta a l t e ­ra ç ã o p o is q u e o r e fe r id o p r o ­g r a m a e r a tr a n s m it id o p o r o u tr a e m is s o r a .

Garagem ou A rm a zé mA lu g a -s e ju n t o à P r a ç a da R e p ú ­

b l i c a . N e s ta R e d a c ç ã o s e in fo r m a .

A fa m ília d e Jo ã o G o m e s P in t a ­d in h o , n a im p o s s ib il id a d e d e a g r a ­d e c e r d ir e c ta m e n te a to d a s a s p e s ­s o a s q u e s e g u ir a m a d o e n ç a do s e u d e s d ito s o p a r e n te , v e m r e c o ­n h e c id a m e n t e a g r a d e c e r a q u a n to s o a c o m p a n h a r a m à su a ú l t i m a m o r a d a .

SDila É! Mias UMS id ó n io F i r m in o L o u r o A lv es

d o s R e is , e m a is fa m íl ia v em p o r e s te m e io a g r a d e c e r r e c o n h e c id a ­m e n te a to d a s as p e s so a s q u e se d ig n a r a m a c o m p a n h a r à su a ú lt im a m o ra d a , su a a v ó e p a r e n te .

Jo a q u im ílis iá rio fílo reira

Missa do 1.° AniversárioS u a e sp o s a m a n d a r e s a r , p e lo

seu e te r n o d e s c a n s o , n o p r ó x im o D o m in g o d ia 7 , p e la s 11 h o ra s n a I g r e ja M a tr iz , p e lo q u e a g r a d e c e a to d a s as p e s so a s q u e se d ig n a r e m a a s s is t ir a tã o p ie d o so a c to .

Trespassa-seE m A lc o c h e te u m a T a b e r n a em

ó p t im o lo c a l . T r a ta A n tó n io J o s é C a r r a ç a — A L C O C H E T E .

Precisa-seM eio o f ic ia l d e b a r b e ir o . C a m a ,

m e sa e o rd e n a d o — L A N Ç A D A — S a r i lh o s G r a n d e s .

Vende-seC a m a g r a n d e , Q u e e n A n n e , co m

c o lc h ã o d e a r a m e e m a is a lg u m a s p e ça s tu d o em b o m e s ta d o . T r a ta n a P r a ç a d a R e p ú b lic a , 7 6 - l . ° - D t .°

M O N T I J O

BalançasD e 5 0 0 K . c e n té c im a is em fe r r o

v e n d e -s e , n a C o n s tr u to r a d e B a la n ­ç a s , E s tr a d a N a c io n a l-A fo n s o e ir o

M O N T 1 J O

CostureiraM e ia c o s tu r e ir a , p r e c is a -s e . R u a

J o s é J o a q u i m M a rq u e s , 7 9 — M O N T I JO .

P I V E X J S

M A B O RA g ê n c ia o f ic ia l :

Viuva & filhos de Román Sanchez

Orfanato Dr, César fernandes Ventura

N a s u a e s p l a n a d a d e c o r r e u m a i s u m a n i m a d o b a i l e , c o m a a c t u a ç ã o d e d u a s o r q u e s t r a s , o s « R i v a l i s t a s » , u m c o n j u n t o a l e g r e q u e s e e s c u t a c o m o p t i m o a g r a d o , e o s j à c o n h e ­c i d o s « R e i s d a A l e g r i a » .

S á b a d o d i a 6, o r g a n i z a - s e n a r e f e r i d a e s p l a n a d a , u m p r o ­g r a m a d e I r a d o s e G u i t a r r a d a s , o n d e a l é m d e v á r i o s e v a l i o s o s e l e m e n t o s p o d e r e m o s d e s t a ­c a r A r m a n d o D i a s , M á r i o R o -I h a J o a q u i m S i l v e i r i n h a , A m é - ! i c o C o r r e i a , N a . t i v i d a d e P e ­r e i r a . A u r o r a S o b r a l , e o c a n t o r h u m o r í s t i c o R o d r i g o S i l v a . R e i n a j á g r a n d e e s p e c - t a t i v a à v o l t a d e s t a n > ite d e f a d o s s e n d o d e e s p e r a r m a i s u m ê x i t o d a s e r i e d e f e s t e j o s d a e s p l a n a d a d o O r f a n a t o . A lé m d o b a i l e q u e t e r á l u g a r D o m i n g o 7 , a b r i l h a n t a d o p e l a O r q u e s t r a L i g e i r a d o C o l i s e u d o a R e c r e i o s , e o n d e s e r á p r e s t a d a h o m e n a g e m à S r . a D .a N a t á l i a M i g u ê n s P e r e i r a T o b i a s , q u e s e a p r e s e n t a r á c o m o s e u v e s t i d o d e n o i t e , c o m 0 q u a l o b t e v e o 1 .° P r é ­m i o n a F e s t a d a s C o s t u r e i r a sII j C o l i s e u d o s R e c r e i o s .

Banda Democrática 2 de Janeiro

D e c o r r e u a n i m a d í s s i m o o b ^ i l e o r g a n i z a d o n a s u a a m p l a e s p l a n a d a , c o m a a c t u a ç ã o d o C o n j u n t o M u s i c a l « U n i d o s d o J a z z » d o A l t o E s t a n q u e i r o .

N o p r ó x i m o d o m i n g o 7 , e f e c ­t u a - s e m a i s u m g r a n d i o s o b a i l e , a b r i l h a n t a d o p o r d u a s e x c e l e n t e s o r q u e s t r a s « O s R i - v a l i s t a s » e « O r q u e s t r a R i b a ­t e j a n a » .

EXCURSÃO0 A T E N E U

O r g a n iz a em A b r il d e 195 6 u m a E x c u r s ã o a E s p a n h a , p o r o c a s iã o da F e ir a d e S e v i lh a , c o m o s e g u in te i t i n e r á r i o :

1 .° D ia — M o n ti jo , E iv a s , B a d a ­jo z , S e v i lh a .

2.° D ia — E s ta d ia em S e v i lh a .3 .° D ia — E s ta d ia e m S e v i lh a .4 .° D ia — S e v i lh a , G e re z d e L a

F r o n t e r a , C á d iz , S e v i lh a .5 .° D ia — S e v i lh a , A ra c e n a ( v i ­

s ita à s G r u ta s ) , B e ja , M o n ti jo .P r e ç o 280$00 ( in c lu in d o p a ssa ­

p o r te ) , e m p r e s ta ç õ e s s e m a n a is de

P a r a m a is e s c la r e c im e n to s ou in s c r iç ã o , d ir ig a -s e p o r fa v o r , à sed e d o A te n e u , à B a r b e a r ia R a ­m a d a , à M e r c e a r ia d e J o ã o S e r r a o u à P a p e la r ia A lv a t í l ia .

Agente exclusivo

em Montijo:

Santos &

Miranda, L do

Rua da Cruz

23 23 - A.Telef. 026214

Page 4: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

4 A PROVINCIA 5 5 9 - 8 . 4aB*ttE*3asaa.a5Ssfc

mnDIODf flfHRUp e l o Prof. José M a n u e l L a n d e i r o

Q u em d e s e ja r c o n h e c e r a h is ­tó r ia do v a s to t e r r i t ó r io d a ín d ia , o n d e im p e r a N e h r u , n ã o s a t is fa rá o s se u s d e s e jo s , se n ão le r a s o b ra s m a is a p r e c iá v e is e a n tig a s da l i t e ­r a tu r a in d ia n a q u e se e n c o n tr a m e s c r i t a s em sanskrito, a l ín g u a s a c e r d o ta l . E n t r e e ssa s o b r a s , são d ig n a s d e m e n ç ã o , p r in c ip a lm e n te , o s Vedas e os d o is p o e m a s é p ic o s— Mcihr.bhai-atae Ram ayana — O s Vedas s u b v id e m -s e em q u a tro o b r a s a s a b e r : R ig-V eda, o l iv r o d o s h in o s ; Yadjur-V eda, o d as c e r im ó n ia s d o c u l t o ; Sam a- Veda, o d o s c a n t a r e s ;e o Atharva-Veda, c o m p o s to d e e s c o n ju r o s e de im - p r e c a u ç õ e s c o n t r a o s e s p ír i to s m a ­l ig n o s . P o d e m a in d a le r - s e o Pan- chatantra e o Hitopadera, q u e c o n té m fá b u la s , c o n to s e n o v e la s de u m a fa n ta s ia in e s g o t á v e l . S e os le r m o s , c o n c lu ím o s q u e o s d e u se s im p la c á v e is d o a r c a ís m o I n ­d ia n o c o n t in u a m , em p le n o s é ­c u lo X X , o s é c u lo d as lu z e s , o s é ­c u lo da b o m b a a tó m ic a , a e m b r u - te a r , a e s c r a v iz a r , a a s s a s s in a r o s seu s a d o r a d o r e s n a ín d ia d e N e h ru .

O M ile n á r io e b á r b a r o f e t ic h is m o , d e in d iz ív e is s u p e r s t iç õ e s , da r e l i ­g iã o g r o te s c a de c a r ic a tu r a is e p a ­v o ro sa s m a n ife s ta ç õ e s , o In d u is m o a c o r r e n t a a in d a co m fo r te s g r i lh õ e s d e fe r r o o p o v o in d ia n o « n u m m o n s tru o s o c a o s d e fa n a tis m o e d e ig n o r â n c ia , q u e c r is ta l iz o u n a s tr e v a s d o a n a lfa b e t is m o » . E é p a ra a d m ir a r c o m o o s r e p r e s e n ta n te s d e s ta e n o r m e le g iã o fa n á t ic a , c u ja m a tu r id a d e p o lít ic a p o d e m o s c o m ­p a r a r ao Troglodita da idade da p ed ra , sã o a c o lh id o s e r e c e ­b id o s , e m c e r t o s m e io s in t e r n a ­c io n a is , c o m o m e n to r e s e á r b i t r o s d e a s s u n to s r e la c io n a d o s c o m o p r o g r e s s o e co m a paz m u n d ia l.

N a ín d ia d e N e h ru , a im p ie d a d e d o s m i lh e n to s d e u se s a t in g e o m á ­x im o n a c r a v e ir a da c r u e ld a d e , d is t in g u in d o -s e a d e u sa K a li — a fú r ia n e g r a — , e sp o sa m u ito a m ad a d e X iv a , o d e u s da d e s tr u iç ã o , a3 .a p e s so a da T r in d a d e in d ú . A in d a n ão há m u ito s d ia s , os jo r n a i s p u ­b lic a v a m a n o t íc ia , v in d a d e N o v a D e li , de m a is u m s u ic íd io r i tu a l c o n s u m a d o n a Iu d ia d e N e h r u . T r a t a - s e de u m a p o b re v iú v a de 2 7 a n o s , e m o b e d iê n c ia a o t r a d i­c io n a l r i t o in d ú , sa lto u p a ra a p ira fu n e r á r ia d e seu m a r id o , n a p r e ­s e n ç a de 3 0 0 a ld e õ e s , em C h a r iy a . No m e n o r n ú m e r o d e p a la v r a s v a m o s n a r r a r e s ta fa c e ta m a c a b r a d e s te fe t ic h is m o , q u e d o m in a a in d a n a ín d ia . K a li é a m a is te r r í v e l e p o p u la r d e to d a s as d e u sa s , r e p r e ­s e n ta d a c o m o u m a fú r ia n e g r a e e n s a n g u e n ta d a , d a n ç a n d o s o b r e o c a d á v e r d e Xiva, se u m a r id o , co m a s m ã o s c h e ia s de s e r e s h u m a n o s , q u e se c o n t o r c e r a m , em p ro lo n g a d a a g o n ia , e e n fe ita d a co m c r â n e o s de d e m ó n io s q u e e la m a to u . É tr a d iç ã o r i t u a l im o la r - lh e , s o b r e a a ra , v id as h u m a n a s , s e n d o h o je p e r m it id o s a c r i f i c a r - lh e a p e n a s i r r a c io n a is . A ss im , é fr e q u e n te n o s n u m e r o s o s s a n tu á r io s q u e lh e são d e d ic a d o s em to d a a ín d ia , d e g o la r p o r c o s , C ab ras , c a r n e ir o s , e tc .

E s ta g r o te s c a c e r im ó n ia te n d e a o b te r a g r a ç a ou fa v o r e s d iv in o s de K a l i . Q u a n d o p o r e x e m p lo , se p r e te n d a a p la c a r a c ó le r a de K a li , c o lo c a -s e o p o rc o e m fr e n te da d e u s a . O p o b r e a n im a l é g o lp e a d o n o p e s c o ç o , c a in d o o s a n g u e s o lire a r r o z c o z id o q u e s e d á , a s e g u ir , a c o m e i ao s u ín o . S e o p o rc o c o m e a ig u a r ia fe ita c o m a se u p ró p rio s a n g u e , a fú r ia n e g r a a fa s ta rá a c ó le r a ou ira d iv in a . N o c a so c o n ­tr á r io , é c e r to q u e a p e s te v ir á . E m q u a lq u e r d o s c a s o s , o r ito a c a b a co m a d e g o la ç ã o d o a n im a l.

A im o la ç ã o d o s a n im a is , d e d ic a ­d o s a K a li , a t in g e n ú m e r o s a s t r o ­n ó m ic o s , c o m o se v e r if ic a n a fe s ta a n u a l d e K o d a y , em T in n e v il le , o n d e o s s a c e rd o te s c h e g a m a s a ­c r i f i c a r , só de u m a v e z , 10.000 c a r ­n e ir o s . M as o s la n á t ic o s a d o r a d o ­re s d e K a ly , só f ic a m s a t is fe ito s , im o la n d o - lh e s v id a s h u m a n a s . E n ­te n d e m e le s q u e s ó a s s im p o d em a p la c r r a i r a da su a d e u s a fe ro z e o b t e r o fa v o r ou a g r a ç a da su a p r o te c ç ã o à s m á s a s p ir a ç õ e s , p r in ­c ip a lm e n te , c o n tr a a fo m e e a p e s te , tã o v u lg a r e s n a ín d ia d e N e r h u . E s t á a in d a na m e m ó i ia d e to d o s q u a n to s h á a lg u n s a n o s t iv e ra m c o n h e c im e n t o do g e s to , q u e , p ela su a r e p u g n â n c ia , n ã o h á p a la v ra s p a ra o c la s s i f ic a r , d e s e te c a n t a ­d e ir a s , n a Ín d ia d e N e h a u , c o r t a ­re m e m p e d a ç o s u m a c r ia n ç a , p a ra q u e K a li as c u r a s s e da ro u ­q u id ã o . E m ca so e s t ia g e m , é f r e q u e n te d e , n a re g iã o de B e n g a la , os a ld e õ e s fe c h a r e m em c a sa u m d o s se u s c o n t e r r â n e o s , a q u e m tr a ta m m a g n if ic a m e n te . Q u a n d o o in f e l iz se a c h a g o r d o e v is to s o , le v a m -n o ao c a m p o o n d e o a m a r ­ra m a u m a á r v o r e e o u n g u e n ta ­v a m d e ó le o s s a n to s .

D a n ç a m , d e p o is , à su a v o lta , c o n ­c lu in d o p o r o e s t r a n g u la r e c o r ­tá - lo e m p ed a ço s q u e e sp a lh a m s o b r e a te r r a , q u e n e c e s s i ta d e c h u v a .

Q u a n d o se c o n s t r o i u m a ca sa ou se faz u m a p o n te , u s a -s e a in d a , em c e r t o s l u g a r e s , e n t e r r a r um a c r ia n ç a v iv a n o s a l ic e r c e s , p ara q u e K a li p r o te ja e s ta s c o n s t r u ç õ e s . A lé m d e s te s s in is t r o s s a c r i f íc io s , s ã o d e d ic a d o s a K a li o u tro s r ito s p r e v e r s o s e im o r a is , c o m c o p io s o s b a n q u e te s e o r g ia s c a r n a is . E n e s ta s d e v o ç õ e s , e n tr e a lg u m a s s e ita s , sã o as p r ó p r ia s m u lh e re s d o s s a c e r d o te s , q u e , p a ra te s te ­m u n h a d e u m a g r a n d e fé , se o fe ­r e c e m n u a s à d e u sa e a to d o s os p r e s e n te s q u e as d e s e ja m , a lc a n ­ç a n d o d e s ta fo r m a a s a g ra d a «m aithim na» , ou s e ja , a u n iã o s e x u a l d o h u m a n o co m o d i­v in o .

D ia n te d e tã o c r a s s o e b á rb a r o p r im it iv is m o , v e m o s q u e o P r i ­m e ir o M in is tr o N e h ru tem m u ito c o m q u e s e e n tr e te r n a su a ín d ia , p o d e n d o d e ix a r em paz o s o u tro s p o v o s , « p r in c ip a lm e n te a q u e le s c u ja v iz in h a n ç a só p o d e fa v o r e c e r a r e v o lu ç ã o m o ra l e s o c ia l q u e o m i­l e n á r io a tra z o d o se u p o v o e x ig e » .

cAl semana hisióziea

Coordenação de fre» figostinho de Penamacor

A G O ST O

Dia 4 — 1578 — Travou-se a batalha de Alcácer-Kibir.

Dia 5 — 1828 —- Morre Fé­lix A velar Brotero - grande botânico.

Dia 6 — 1901 — Faleceu António Enes, ilustre dra­maturgo e jornalista, minis­tro da marinha e Comissá­rio regio em Moçambique.

Dia 7 — 1705 - Firmou-se um tratado comercial entre a Holanda e Portugal.

Dia 8 — 1897 — Fundeou no Tejo, o cruzador «Ada- mastor» adquirido por subs­crição pública após o movi­mento do « UItimatum».

Dia 9 — 1382 — Tratado de Paz entre Portugal e Castela.

Chávenas de café quase amargopor Ç)r. Qru.2 JU atpique

C o r a g e m

A g r a n d e c o r a g e m — a c o r a ­g e m i n v e n c í v e l — é a f e i t a d e p u r o a m o r . A o u t r a , a q u e l a q u e a p e n a s s e m a n i f e s t a l e v a d a p e l o d e s e j o d e c o n q u i s t a r h o n ­r a s , t a ç a s , d r a g o n a s o u d i n h e i r o , é s e m p r e u m a c o r a ­g e m i n t e r i n a , c o m o a d o s b ê ­b a d o s .

A c o r a g e m m e r c e n á r i a é s e m p r e a p r a z o . D i z i a - s e , n a I d a d e M é d ia , a r e s p e i t o d o s s o l d a d o s , s u í ç o s q u e f a z i a m s e r v i ç o m i l i t a r c o m o m e r c e ­n á r i o s : « P a s d 'a r g e n t , p a s d e s u i s s e s . A c o in > d a n d o o d i t o a o n > sso c a s o , p o d e r í a m o s d i- s e r : « P a s d ’a r s ; e n t , p a s d e c o u - r a g e » . P e r m a n e n t e s ó a c o r a ­g e m c e n t r í f u g a , v i n d a d e d e n t r o , d o m a i s a c r i s o l a d o d a a l m a .

Q u a n d o , p o r e x e m p l o , n u m c a m p o d e b a t a l h a , è o p u r o a m o r d a P á t r i a q u e v i b r a d o l a d o d e u m p u n h a d o d e a n õ e s , a i n d a q u e o s a d v e r s á r i o s s e ­j a m u m e x é r c i t o d e g i g a n t e s , d e p r e s u m i r c q u e e s t e s s e j a m <>s v e n c i d o s , s e a p e n a s c o m b a ­t e r e m m e r c e n à r i a m e n t e .

E d u c a ç ã o p a r c e l a r

A r i g o r , d e v e r í a m o s f a l a r de e d u c a ç ã o f í s i c a , d e e d u c a ç à o i n t e l e c t u a l , d e e d u c a ç ã o m o r a l , m a s a p e n a s d e e d u c a ç ã o , tout court.. O h o m e m 80 s e d e v e r ia d i z e r e d u c a d o q u a n d o o fo s s e s i m u l t a n e a m e n t e d e c o r p o e a l m a . I n f e l i z m e n t e , p o r é m , só p o r p a r c e l a s n o s e d u c a m o s . S o m o s , n a l g u n s c a s o s , uu s a t l e t a s d e f e i r a , m a s , pela a l m a , n ã o v a l e m o s u m c h a v o f u r a d o , e , c u l t u r a l m e n t e , so ­m o s u m z e r o a p a r a f u s a d o a u m p e s c o ç o . O u t r a » v e z e s , , s o ­m o s u m p o ç o d e s a b e r , m as, q u a n t o a f i s i c o , u m c o i c e du p a r d a l n o s a t i r a p o r t e r r . i , e, m o r a l m e n t e , n ã o p a s s a m o s de u m 8a c o d e l a c r a u s .

D iz ia M o n t a i g n e : « C e n ’est p a s u n c o r p o , c e n ’e s t pas u n e â m e , c ’ e s t u n h o m m e que n o u s d r e s s o n s . N ã o é — a f ir ­m a M o n t a i g n e . N ã o d e v i a ser— d i z e m o s n ó s . C o m e fe ito , n ã o e d u c a m o s o h o m e m inte-

f r a l , m a s a p e n a s p a r t e s do o m e m .

Gabinete de LeituraFesla — A única publica­

ção que em Portugal se de­dica à defesa e propaganda da Festa de Toiros, dirigida com mão de mestre pelo jornalista, productor da rá­dio e cineasta— Gentil Mar­ques — quiz muito amàvel­mente saudar-nos no seu número de 22 de Julho p. p., com palavras amigas que nos sensibilizaram profun­damente.

A Gentil Marques, amigo camarada de há anos, hoje um nome nas letras portu­guesas, queremos retribuir o abraço que nos envia por intermédio da sua explen- dida Festa, e pedir-lhe tal c o m o nos faz que con­tinue, pois que tão mal tra­tada e propagada anda a Festa de Toiros neste canti­nho da Península, que se não vem alguém que a agite e eleve, por pouco a have­mos de ver aniquilada.

«F e s t a » apareceu na hora própria.

Saudemo-la.

G aze ia Setubalense — AImprensa Regionalista foi aumentada de mais uma unidade no Distrito de Se­túbal. Dirigida pelo sr. dr. Falcão Machado apareceu oi.° número da Gazeta Setu­balense, ccm muito bom as­pecto gráfico, variada cola­boração e cuidado noticiá­rio não só da cidade como do distrito.

A Gazeta Setubalense, que inclui várias secções de in ­teresse geral, propõe-se a alinhar, ao lado de outros jornais, como um porta voz ia grei Setubalense, nas suas aspirações por uma vida economicamente mais segura, socialmente mais tranquila, moralmente mai s nobre, nacionalmente mais digna.

Ao seu Director e a todos os que de qualquer forma contribuíram com o seu es­forço para a sua execução apresenta «A Província» os seus melhores parabéns e que o nóvel jornal tenha uma larga vida cheia de êxitos.

NOVA DE LUTONão diz bem com a negrura Do teu vestir a candura Do teu rosto.Fico a pen sar que uma c&pa, Por m nis negra, que não tapa Luar de Agosto.

Olhar-te de silhueta Faz-m e pena : toda preta Com o breu.Aias. assin-, de frente a frente, Perdoa, m as toda a gente P ensa como eu.

A inda que tu tapasses Os olhos, quando passasses, M esm o assim ,E nganarias o m undo com o teu luto profundo, Menos a mim.

Josè SoaresN a z a ré — 1 9 5 5

Jo rnal de Exfrem oz — Di­rigido pelo sr. Dr. António Janeiro Acabado e sendo proprietário e editor o sr. Dr. Rogério Peres Claro, recebemos o n.° 4 deste novo semanário que se pu­blica em Extremoz.

«A Província» agradece a visita e deseja ao novo colega facilidade na sua missão e largo futuro.

Grande PensãoClube U l E E O N E 22

M M11 Uma Pensão de 1.® Classe |

Rua M ousinho de A lbuquerque, 10On p arle {ran çais Sr? habla espan olNazaré

^ p e n s ã o C e n t r a l jelefone 2

j , A mais recomendada ^ Preços moderados y"

l . a CLASSE

° O í R E S t ^

Nazaré - ( p o r t u g a l j

Quartos com água co rren­te, appartements e

sim ples.

B O A S I T U A Ç Ã O

E C O N F O R T O

Page 5: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

4-8-955 A PROVINCIA

'doMinho ao G u a d im mT e r r a s d a n o s s a t e r r a

cA nâijg (laiuptinha

0 Pelourinho de Mesão frioE screv eu -n o s o s r . J o s é A lv a ­

renga P in to da C o s ta , s o l ic i ta n d o elem entos do p e lo u r in h o d e M esão Frio .

Acerca deste p e lo u rin h o possuo as seguintes a c h e g a s :

«Não h á , (e m M esão F r io ) to d a ­via,um ú n ic o m o n u m e n to q u e n o s ateste \ e ssa a n tig u id a d e , q u e só a tradição lh e a t r ib u e «Pinho Leal,

vol. 5 , p ag . 198).No « Dicionário Portugal» v o l.

IV, pag. 1 0 2 3 , e n c o n t r e i a in d a as seguin tes r e f e r ê n c ia s :

«Um v e lh o m a n u s c r ito , p o ré m , en contrad o n u m a c a sa a n t ig a , d e s ta vila, a casa da « P ic o ta » , d iz q u e os seus p rim e ir o s h a b ita n te s fo r a m os forag id os d a v is in h a C id e lh a * .

Mais a d e a n t e :« Ju n to à P r a ç a c o n s e r v a o seu

pelou rinh o, q u e a n t ig a m e n te e s ­tava no s ít io da P ic o ta , o q u a l é formado d u m b lo c o d e g r a n it o assente em q u a tro d e g ra u s c i r ­culares».

O a u to r do a r t ig o d o « D icio­nário Portugal» n ã o s e r e fe r e , com e x a c tid ã o , a o r e m a te n em p ròp riam ente, à c o lu n a .

P arte da r e fe r id a c o lu n a é r e ­donda s e g u in d o -s e - lh e u m a n e l que lig a ao o u tro p i la r c i l in d r ic o , levem ente a fu n ila d o . T e m c a p ite l de dois re b o r d o s e re m a te q u a - drangular c o m a m e ia s r e g u la r e s .

D is-nos a in d a o s r . J o s é A lv a ­renga P in to d a C o s ta de q u e « p a ra efeitos do r e s ta u r o , fo i to ta lm e n te apeado e m 1951 e r e e r g u id o , de novo, n o L a r g o d o P e lo u r in h o onde se m p re e x is t iu , d e fo r m a a in tegrá-lo n a fe iç ã o a r q u it e c t ó n ic a ca ra c terística d o lo c a l , se m p r e ­juízo da su a tr a ç a p r im it iv a e d o s elem entos c o m p r e n d id o s n o se u con ju n to , n o m e a d a m e n te em e d i­fício de l in h a s a r q u it e c tó n ic a s do século X V I I I , q u e a b r a n g e u m lado, am p la e b em tr a ça d a e s c a d a ­ria com o p a r te do p an o d e fu n d o e que p e r m ite o a c e s s o a u m t e r ­raço (m ira d o u ro ).

Os e le m e n to s d e c a n ta r ia p o rq u e é cam p osto e q u e se e n c o n tr a v a m em bom esta d o d e a p r o v e ita m e n to , foram de n o v o a p lic a d o s , s u b s t i ­tuindo-se to d o s o s r e s ta u te s p o r novos, e x e c u ta d o s a b o lu ta m e n te dentro d os v e s t íg io s e x is t e n t e s .

Logo q u e a u to r iz a d a a c o m p a r ­ticipação d o E s ta d o , n o m o n ta n te de 29.350$00, m a is ta rd e r e fo r ç a d a com a im p o rtâ n c ia 2 .80 (H 0l) ( P o r ­tarias de 15 3/951 e 27/2/952, r e s ­p ectiv am ente), a C â m a r a M u n i­cipal p en sou r e e r g u e r o p e lo u r in h o uo local o n d e d e v ia e s t a r , i s t o é , no meio da p r a ç a de o n d e fo i d e s ­locado h á u m a s d e z e n a s d e a n o s , P°r c o n v e n iê n c ia d o m e r c a d o então a li e x is t e n te (c o n s tr u ç ã o d e

a lp en d re ao c e n tr o d a q u e le targo) pa ra 0 lo c a l o n d e a c tu a l­mente se e n c o n tr a . S o l ic i t o u , p a ra •anto ad ev ia au to r iz a çã o à D ir e c ç ã o - •«eral dos E d if íc io s e M o n u m e n to s Nacionais, a q u a l, te n d o em v is ta <jue o p e lo u r in h o se e n c o n t r a v ahá m uitos a n o s lo c a l iz a d o ju n t o

a estrad a , a c h o u s e r d e m a n te r essa s itu ação , m u ito e m b o r a p e r - "Jitisse um l ig e ir o d e s v io p a ra o eixo lo n g itu d in a l d o la r g o . A s

Dras do r e s ta u r o fo r a m in ic ia d a s w 16/4/951 e d ad as p o r c o n c lu íd a s

a C âm ara M u n ic ip a l e m 4/8/951.

A D ir e c ç ã o - G e r a l d o s E d if íc io s e M o n u m e n to s N a c io n a is a c h o u , n o e n ta n to , q u e e ra m de fa z e r a lg u ­m a s m o d if ic a ç õ e s e, a s s i m , a m e s m a D ir e c ç ã o -G e r a l s ó em 22/8 5 2 c o n s id e r o u e x e c u ta d a s as m o d if ic a ç õ e s in d ic a d a s , d a n d o p o r in t e g r a lm e n t e r e a l i z a d o o p r o ­je c t o s u p e r io r m e n te a p ro v a d o .

Q u a n d o d o In v e n tá r io c o n fo r m e o in q u é r i t o d e te r m in a d o p e lo d e ­c r e to n .° 2 3 1 2 2 d e 11 d e O u tu b r o d e 1 9 3 3 , q u e fo i p u b lic a d o p e la A c a d e m ia N a c io n a l de B e la s A rte s e m 1 9 3 5 , j á n o s a p a r e c e — c o m o e x is t e n te — o p e lo u r in h o d e M esão F r io , n o D is tr i to d e V ila R e a l.

E s to u to d a v ia , c o n v e n c id o de q u e e x is t iu o u tr o p e lo u r in h o em M esã o E r io c u ja d e s c r iç ã o d á em a b s o lu to co m a a p re s e n ta d a n o « D ic io n á r io P o r tu g a l» « b lo c o d e

g r a n it o (r e d o n d o ) a s s e n t e e m q u a tro d e g ra u s c i r c u la r e s . N o te -s e , ta m b é m , q u e a p ic ó ta e x is t e n te é a lta , d e m a is , p a ra s e r p e lo u r in h o .

N a p r im e ir a p a r te d a c o lu n a d e v ia te r e x is t id o u in a g u a r n iç ã o em fe r r o d e o n d e p en d ia m 2 c o r ­r e n t e s fo r te s , c o m a r g o la s n as p o n ta s ,

O t ip o d o a c tu a l r e m a te d o p e ­lo u r in h o , é n o g é n e r o d o d e (J in fã e s . N o d is t r i to de V ila R e a l os p e lo u r in h o s d i f e r e m t o d o s , u n s d o s o u t r o s .

S e r ia , de fa c to , in t e r e s s a n te q u e se fiz e ss e u m a in v e s t ig a ç ã o a fim d e se a p u r a r s e e x is t i r a m , o u n ã o , d o is p e lo u r in h o s . M e lh o r o p o d e rá fa z e r o s r . J o s é A lv a r e n g a P in to da C o s ta , n a tu r a l d e M esão F r io e a l i re s id e n te h á b a s ta n te s a n o s .

Luís Bonifácio

A P r a ç a d e T o i r o s

(Continuação da prim eira página)

do que propriamente pelo espectáculo, para nós, ou até mesmo pelos lucros que advirão para os seus orga­nizadores.

Não somos aficcionados, já o temos afirmado, mas somos amigos na nossa terra e como tal aspiramos e de­sejamos vê-la embelezada com uma Praça de Toiros, pois a sua construção não só trará gáudio aos aficcio­nados montijenses, como será mais um cartaz de pro­paga da que fará convergir até Montijo, mais uns mi­lhares de pessoas que nor­malmente se deslocam para os espectáculos tão do gosto do povo ribatejano!

Somos desportistas e por essa modalidade mais tra­balhamos, mas isso não im ­pede, ao invès daqueles que por dela não gostarem lhe fazem guerra, que demos, se isso nos for solicitado, o nosso concurso em favor da construção!

Verificamos no entanto que existe qualquer «grão de areia» que tem emper­rado a máquina que pôs em funcionamento essa ideia, e é portanto esse obstáculo que urge derrubar para que na próxima época possamos assistir a espectáculos da Festa Brava, já quase esque­cidos pelos montijenses me­nos abastados.

O projecto posto á apro­vação parece não ter, uma

vez mais, merecido inteira aprovação à entidade a que o assunto está afecto. A que se deve essa atitude por de­mais repetida ? Deficiências técnicas? Se esse é o mo­tivo, julgamos não ser difí­cil a sua remoção, visto o seu autor certamente se en­contrar habilitado a proce­der às emendas respectivas desde que elas lhe sejam indicadas. M á s vontades trabalhadas na c o r t i n a , como se aventa? Necessário se torna procurar o male na sua origem e expurgá-lo com as mesmas armas. Ou será caminho burocrático errado, como até nós che­gou? Se assim é, há que arrepiar e seguir a borucra- cia normal empregada nou­tros casos!

E então d e s c o b e r t o o «mal» e não se desviando dessa burocracia, e interes­sando as entidades oficiais, tudo se esclarecerá e tudo se resolverá a contento dos aficionados e para bem do desenvolvimento da nossa T erra !

Nós cá nos encontramos ao lado da iniciativa, como em tudo a bem de Montijo, sem receio do que ou de quem quer que seja, muito embora infelizmente encon­trando pelo caminho a in­diferença de alguns e a falta de compreensão duns quan­tos !

José Estêvão

A F E I R A

de (Setúbal(Continuação da primeiro página)

a propósito do convite gentil que a Shell Portuguesa fez ao nosso jornal, para com­parecer no almoço de home­nagem à imprensa da cidade de Setúbal e do Distrito e ao mesmo tempo assistir no seu Stand instalado na Feira, diga-se de p a s s a g e m de muitofeliz concepção, a uma sessão c i nemat ogr áf i c a , idêntica às que todas as noi­tes oferece gratuitamente aos Visitantes da Feira.

Uma patriótica iniciativa que a Shell pôs em marcha e cuja finalidade é colaborar com o ministério da Eco­nomia, pr o pa g a nd o pela imagem, com filmes culturais e científicos, não só a téc­nica a empregar para de­belar certos males que afli­gem a a g r i c u l t ur a como também chama aatençãopara o perigo que correm certas regiões que pouco a pouco se Vêm desvalorizadas e em­pobrecidas nos seus terrenos de cultura.

Assistiram a esta sessão cinematográfica além dos jornalistas da imprensa re­gional e o chefe de redação da V i d a R u r a l o j o r ­nalista Armando Boaventura, o sr. Dr. Jorge Botelho Moniz — ilustre Presidente da C. M. de Setúbal, o sr. Dr. Joaqoum Arco, Presi­dente da Comissão Municipal de Turismo, o sr. D. Luís Mesquitela, De l e g a d o da Shell Portuguesa em Evora, o sr. Adelino Caes Esteves, agente geral da mesma Com­panhia, em Setúbal e outros funcionários superiores desta grande organização indus­trial portuguesa.

O almoço que se seguiu foi servido no Restaurante Naval Setubalense, e de­correu em ambiente de sim­pática confraternização, ten­do-se trocado no final brindes e saudações não só à Shell como ao ilustre Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, à cidade e à Im­prensa.

<A Província» agradece as atenções de que foi alvo e a gentileza do convite.

M é d i c o s d a S e i v a

(Contimiação do número anterior)Recebe-nos o Regente Oli­

veira, a f ável , madrugador prazenteiro, o homem da ter­ra, tal e qual, botas grossas, blusão de escossês, cigarro nos dedos,

— Bom dia! Bom dia!Sucedem-se a s mi nhas

perguntas, s u c e d e m - s e as

peloDr. Cabral Adão

prvontas e claras respostas dos técnicos.

Em 1941, o Ministério das Finanças, entregou ao de­partamento agr í col a, est a vasta faixa H e r d a d e de Pegões que RoVisco Pais le­gou à Nação.

De então para cá, muito ali se tem feito. Construiu-se uma parte do casal: residên­cia do regente, estábulos, silos (seis aéreos e um em trincheira), lojas, o ovil, ca- banais, etc.,

A parte central está divi­dida em folhas de cultura, cercada por matas de pi nheiros novos que formam uma moldura aveludada e bela.

— Porque se não plantam sobreiros nestes terrenos, e estaVa o caso arrumado ? — perguntei ao E n g e n h e i r o Beija, presumindo...

Seria mais fácil, argu­menta ele com segurança. — Mas u m país superpo- voado, interessa muito a ocu­pação económica destes ter- r e n o s , tendo em v i s t a objectivos sociais da maior projecção. Queremos saber se é economicamente viável fazer o aproveitamento des­tas areias, através de uma e x p l o r a ç ã o agro-pecuária, para cujo equilíbrio concorre também uma pequena per­centagem de cultura de vinha, de figueiral, de matas. Em suma: queremos estudar o problema da árido-cultura, mais sedutor, talvez, do que qualquer outro, pelas dificul­dades que apresenta e pelo objectivo que tem em mira!

O Engenheiro Veríssimo Mira e o Regente Oliveira vão corroborando as infor­mações, enquanto percorre­mos o longo caminho que forma o eixo da extensa campina.

(Conlinsa)

Ho próximo número

Actualidadesdo Mundo

HOLANDA

tyernão (d k a i% £ d !O iL l&COM SERVIÇO DE BAR

MARISCOS — CERVEJA A CO PO

largo dos Caldeiros - Travessa do flevod«r - Telef. 87 N a z a r é

Opfimo serviço de MesaExplêndidos Quartos

Pensão

T E L E F O N E 3 3

A g u a c a n a liz a ­da quente e (ria e ca se d e b an h o em Io d o s o s an- = = d a re s . =

(t. Mousinho de Albuquerque, 6-0 - í \ ' 3 Z 3 f 6

Page 6: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

Fala o Presidente da

(omissão Municipal de TurismoOito anos na Presidência da

Comissão de Turismo da Praia da Nazaré, departamento de divul­gação e informação, estão bem pa­tente no zelo e competência do seu Presidente sr. Guilherme Ra­mos. A ele se deve já, sem dúvida uma grande obra em pról do Turismo desta praia encantada. Para que melhor formássemos uma idéia quanto ao desenvolvimento turístico, não resistimos à tentação de procurar o sr. Guilherme Ramos, que logo se prontificou a prestar- nos todos os esclarecimentos.

Depois de ter focado a parte financeira, que é insuficiente para obras de maior vulto, dado o pouco rendimento que a Comissão usufrui visto que a pouca verba que por vezes possuem é absorvida com elevadas e inúmeras despesas. Disse depois do seu regosijo pelo franco progresso do Turismo na Nazaré, que é hoje visitada por imensos estrangeiros, sobre tudo franceses na sua maioria que es­crevem directamente a pedir todos os informes necessários às suas estadias,

— Sr. Presidente, qual a maior realização no abalizado ver de V. Ex.a, neste momento de franco pro­gresso que julga de maior utili­dade para o Turismo da Nazaré?

— A meu ver, é de absoluta carência, a construção de um bom Casino, de um Hotél razoável e o alargamento das principais artérias.

— Tem tidofV . Ex.a por certo, e como é de calcular, o maior apoio por parte do Estado, inclusivé financeiro ?

— Sim, o Estado tem colaborado em diversas obras, muito embora em pouca quantidade.

— Quanto à N a za ré .. .— Temos todas as possibilidades

turísticas, é realmente um ponto desejável de ser visitado. Tudo em nós tem deixado a melhor im­pressão, tanto pelo típico como pela sua gente.

— Neste período mais próximo de engradecimento turístico Naza­reno, que obras foram levadas a efeito sr. Presidente/

— Há dois anos abriu-se um Parque de Campismo, instalada no Parque da Penalva, e que embora modesto, vtem sido bastante fre­quentado por estrangeiros.

— Quanto às actuais instalações do Comissão de Turismo, acha que

elas dão cabimento ao serviço?— Temo-nos remediado com as

actuais, no entanto careciam os de um edifício próprio para a Comissão de Turismo, mas isso era um assunto dispendioso em extremo. E assim, contentamo-nos com o presente.

— As impressões dos turistas s ã o . ..!

— Sim, creio que partem todos bem impressionados, basta as re­ferências que têm feito.

— O Turismo tem feito bastante propaganda, não é assim ?

— Bastante mesmo, inclusivé em revistas estrangeiras.

Crentes de que levamos aos nossos leitores embora superfi­cialmente a actividade da Comissão de Turismo da Nazaré, despedi- mo-nos do sr. Guilherme Ramos, mas depois de termos pedido a opinião sobre o nosso jorn al:

— O vosso jornal «A Província» é para mim um orgão de imprensa de valor, tanto pelo seu conteúdo, como o aspecto gráfico que me deixa a melhor impressão.

Estas foram as palavras que re­gistámos com amizade, do dignís­simo Presidente da Comissão de Turismo da Nazaré, a quem dese­jámos retumbantes êxito em pros­seguimento do já feito e em obras vindouras.

FRANÇOIS MAURIAC______________*_________________________________

f a l o u a s s i m d a N a z a r é :

. . . «A Nazaré parece-se com o seu nome, e o mar que a

I banha, é bem um lago por onde Cristo passou.

Este povo de Pescadores, ves­tido de policromos tecidos de lã, impele os seus barcos para as ondas, lança as suas rèdes, com o sob, a ordem de um M es­tre invisível.

Eu não creio que se possa sofrer na Europa uma impressão de desnorteamento t ã o v i v a com o a que se sente nesta vila queimada pelo sol, entre este povo b íb lico : encontrei-me de repente fora do tempo.

Há o u tr a s maravilhas em, Portugal; mas a Nazaré é a minha mais estranha recorda­ção».

Sobre a Etn o g ra fia

N Á Z Á R Í N Ápor Ábel Augusto

A toada do mar anda por tal forma dentro de nòs, que o seu ritmo se misturou no sangue e fez dos nazarenos seres que exteriorizam can­tando muitos dos seus sen­timentos.

A d o r ou alegria têm, nestes habitantes, expressões diferentes daquelas porque os povos do interior se ex­primem.

E até mesmo, de praia para praia, existe diferença notável.

A parte folclórica aqui na Nazaré tem bem firmadas, raízes próprias. Este povo tem uma maneira própria de se manifestar. E conquanto não cuide muito atentamente as suas canções e danças, elas têm um sentido bem desenvolvido da expressão alegre.

Não abundam n o s can­tares sentimentalismos, n ã o ; pois a alegria, a viveza da alma torna-lhes a Vida mais leve, procurando, a todo o transe, uma evasão à preo­cupação dominante: o MAR. E, temos então :

Quero cantar, cantarei, Quero ser mulher alegre, Quero que a tristeza vá P’ro diabo quela*carregue2

0 Sr. Dr, Luís fíljjodriílPresidente da CâLa da

M as as s uas m á- guas, a t é mesmo as quedo mar V êm -esão as m ai o- res! — não

Depois de várias tentati­vas para nos encontrarmos com o nosso entrevistado, foi-nos finalmente facultada alguma troca de impres­sões, no seu gabinete de trabalho. A í, recebidos sim- pàticamente, após a apre­sentação foi-nos marcada a hora exacta para o referido trabalho, dado os muitos afazeres que o tomavam naquele momento.

OJSr. Dr. Luís Filipe Ro­drigues de Faria, encontra- -se na Presidência Munici­pal há 2 anos e meio, tendo já ligado ao seu nome a bas­tantes obras de vulto, e a laboriosa gente da linda praia da N a z a r é , ainda muito tem a esperar, duma pessoa que não sendo natu­ral fdesta ‘Praia, a ela tem dedicado todo o seu esforço, saber e carinho.

Ao ter conhecimento que procurávamos entrevistá-lo, sendo contrário a entrevis­tas, tentou fugir ao lápis aguçado sobre o bloco, D i­zemos tentou, p o r q u e á curta'entrevista'surgiu]mais

passam es­quec i d as:

Ol h a a mulher do L a c r á i a /Que n ã o c h o r a v a por manha,I Não cho­rava p ’ 1 a traineira, /C h o r a v ap’ la sua companha.

Com estas e outras qua­dras vão exprimindo e de­monstrando todas as gamas dos seus sentimentos: in­vejas, ciumes, amores. E, facto interessante, s e n d o ricos em improviso não o são contudo e m criações musicais, pois que a forma musical é extraída do fol­clore português.

Têm também os pesca­dores as suas canções do mar, canções de trabalho que são cantadas no ritmo do Velho fado.

Este mote assim Ponho a Serra ao Suberco, Vou pescar com todo o mar, As pescadas da «Cruínha», Vêm à luz do luar.

Assim, o folclore nazáreno é cheio é rico de interesse. Não demonstra frivolidades antes uma íuga da realidade, provada pela alegria e viva­cidade dos seus cantares, sendo as suas danças prefe­ridas t a m b é m mexidas e alegres. A dança de roda e os Viras são bem o exemplo. Têm graça e harmonia. São consequência da sua origi­nalidade e da sua firme per­sonalidade.

— Sr. Dr., como calculo, principalmente em terras de grande movimento, tem tido V. Ex.a dificuldades grandes ?

— Imensas, como vocé diz calcular, A falta de fundos sobretudo, pois que quando tomei conta do cargo, exis­tiam muitas dívidas que se tiveram de satisfazer.

No campo das aspirações, Sr. Presidente. Imensas por certo, não é assim ?

— Entre tantas, posso ci­tar as de maior necessidade. A conclusão da rede de es­gotos, o mercado, a lota e a avenida frente ao mar, desde o Norte à Foz. Outra grande necessidade era um bom Hotel de Turismo. Cremos que o S. N. I. vai construir uma Pousada, embora seja um passo em frente será imprescindível o hotel.

Acha V. Ex.a Sr. Dr., que tem de ano para ano aumen­tado a afluência de turistas para a época balnear ?

— Sim, sem dúvida. Há 20 anos a média estatística

5 Poeta por- tuguSftàm, a Na­zaré:

«B Jazaré é na y' ®de um |ug3la r a v i-Ihosí j t a r v i s t oda qu lo Sítio , tenn sentido corf a? te|m noutfsia por- fugè

n torgà

0 \ jrande es­crito'1 da N a ­zaré

iS to c o majrf* ^ e n t oeSta lu©na e de"f 'V||a q Ueé gf te.

EJ |Jtas re- coA ® m a r a - vilfj me

^ é r ic o P^ ® esta das P ondas,daÀ P s o -n tf C ' V 6 r nlrr>emó- r\a\

aP°ntavj| visitantes, sendo a;fmédia apro- ximadaj*

~~ OesiLe v o l t a ratraz, Dilsidades há P°uco a; iadas, algu­mas há i yias de ini­ciação? ¥

—VaJ .A Nazaré é un> cofie 3.* classe te>N uniLiento de 3-ooo.ooáque é pouco para 0 «carecemos.Contudo.femos 0 mer­cado, s: Participaçãodo E s t ;jue será edifi­cado naljda da Foz. TarnbéE os olhos vol­tados pan a,que se im­põe neces fenholutado àrduame: lo Plano de Urbanb; e espero por todo est! ; Há pouco esqueci-: ir a aspiração supremiMstrução do Porto i brigo. Será constelo Governo, pois qu; iu montante como é prever não pode s ; : k o por nós. Tenho a ficção de que mais tarp mais 'cedo,

em amena conversa, do que de carácter jornalístico.

Page 7: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

Um dos m aiores poetas de Portugal fala da N a z a ré :

« N a z a r é , e n l e v o d e a r t i s t a s , p a r a í s o d e p i n t o r e s — e v i l a t r á g i c a a c u j a c l a s s e m a r í t i m a é c a d a v e z m a i s u r g e n t e a c u d i r » .

A fo n s o L o p e s V ie ira

i^oorigues de fariada Nazaré

do seu Município

PAISAGEMTinha uns olhos claros e

uma boca pequenina, tão pe­quenina que mais parecia a de uma criança.

Usava saia de cscocès, toda às pregas, bem vincadas.

Era a Maria-dosolhos- -d'Agua, a das cantigas de amor.

Como todas as Marias, um dia arranjou o seu ho­mem e o seu homem, um dia o mar o levou.

Agora a Maria-dos-olhos- - d’Agua jà se esqueceu de vincar as pregas de escocês e os seus olhos secaram de tantas lágrimas chorar.

A Rosa da Joana encheu a praia de gritos.

E mostrou a todo o mundo as nódoas negras nos braços.

Disse que ele era um mal­vado, filh o de ruins famílias que não queria trabalhos e só sabia beber.

O mulherio juntou-se, fe z roda e comentou.

A rua chegou a ser um imenso mar de gente.

A Rosa da Joana, à janela, ainda gritou mais alto.

Rasgou a blusa já rota, arrancou muitos cabelos, je z traços de sangue no rosto.

Ele, o Toino da Amélia, já nem pode ouvir mais nada.

Sentado no chão cisma na p or c a da vida.

Mas que Jez ele à mulher?

D eu-lhe

estaà^[

co$vilj*

$da*dasnh*

ria*

es- Na-

ta c o m a;rr« ' ^ e n t o

u?na ' ila q u e f fé. HUe

'"tas re - f^ ara-

q.u© m e ,eê r ic or e s t a

f lSo-_yive m ^ e rn ó -

jornal semanário e de pro­víncia. Espero continuem com essas saídas simpáticas, porque elas são em todo o sector o porta-voz dos nossos lugares e das nossas carên­cias.

— Muito agradecido a V. Ex. Sr. Presidente, e fazemos os mais ardentes votos de uma Nazaré sempre típica, sempre bela e que em breve veja os seus sonhos reali­zados.

Partimos certos de que a Nazaré, embora no iní­cio de completa renovação, pois que o p r o g r e s s o assim o obriga, embora certos factos não s e j a m ainda compreendidos, esta mais bela e característica praia de Portugal, possui um Presidente firme e cons­ciencioso, capaz de a elevar ainda, bem mais alto.

um m u r ­ro? M a s q u e t em isso ?

Não é ela m a l c r i a ­da ?

Porca ia vida.

A Rosa da Joana cansou.

Cansou e os gritos morreram,

U mulherio desandou va­garosamente, v ag ar os a ­mente. . .

Olharam-se furiosos. Porca da vida !

Quis ir ao mar e partiu.Tinha já os braços can­

sados e força, nem para remar.

Mas quiz ir ao mar e partiu.

Há sessenta anos que tinha a barba ensalmourada e os olhos já não podiam devassar águas do mar.

Mas quiz ir ao mar e partiu.

Partiu e embebedou-se na maresia sedutora.

Encheu os pulmões mir­rados do ar que vinha da rocha e quiz dominar as ondas-

Mas os olhos já não viam.Ficou para não voltar.

Aníbal Piló

aP°ntav; L visitantes, sendo a* bédia apro-xiniâdâ d|

— Dei-Lje v o l t a r atraz. li Lsidades há Pouco í jtadas, algu­mas háflvias de ini­ciação?!^

1-VaiM-.A Nazaré é u® cotfde 3* classe tem um In en to de 3-°oo.oc:;| que é pouco para c| carecemos. Contudo.femos o mer­cado, selparticipaçãodo Esta;|u| será edifi­cado luEJjda da Foz. Tambénjos olhos vol­tados pm, que se im­põe nect||enholutadoãrduair.tfclo Plano de Urbanize espero por todo e p. Há pouco esqueá far a aspiração suprem!Instrução do Porto abrigo. Será constnjlo Governo, pois q;|u montante como ílprever não pode serllo por nós. Tenho sicção de que mais ta® mais [cedo,

nós teremos o sonho alme jado.

— Creio que o tempo tudo trará a esta simpática terra, tanto em compensação do esforço d i s p e n d i d o por V. Ex.a, como para gáudio dos seus naturais, que nas­cidos numa terra bafejada pela natureza, saberão co­laborar com a sua câmara.

— Sr. Dr., sei quanto lhe 6 precioso o tempo, e não o quero roubar mais. Apenas para terminar, a impressão de V. Ex.a, quanto à nossa iniciativa em visitarmos a Nazaré bem como a opinião que tem do nosso jornal.

— Penso que esta vossa v i­sita tão simpática, à galante Nazaré, se deve em parte à visita primeiramente do nosso Rancho «Tá-mar». Ela é na verdade simpática, em­bora contudo seja para si difícil, pois que se trata de um m e i ó p o r natureza pobre. Quanto ao v o s s o jornal, posso sem elogiar, apontá-lo com um dos. me­lhores que tenho visto em

0 RANCHO TÁ-MARDepois da sua exibição em Mon­

tijo, cresceu-nos o interesse de vi­sitar a Princesa Praia da Nazaré. Não fugimos à tentação de então mais de perto, podemos apreciar esse colorido, esse fulgor cantante do Rancho «Tá-Mar».

São 37 elementos aproximada­mente, de rapazes e raparigas com seus trajos típicos de pescadores e peixeiras, cheios de vida.

E ’ um rancho típico e regiona­lista, tirando o seu reportório de músicas antigas desta praia For­mado por volta de 1936, tem no seu grupo não só pescadores como operários, visto ser difícil a forma­ção sòmente daqueles, devido ao seu trabalho do mar. Cartaz colo­rido da Praia da Nazaré, ele tem erguido bem longe o seu nome nas suas actuações em digressão por Portugal e Estrangeiro. Desde Ma­drid p o r d u a s v e z e s , onde num concurso internacional de danças típicas obteve o i.° prémio, a França e Biarritz, o Rancho «Tá- -Mar» tem sido apreciado com as mais lisonjeiras referências. Bas­tantes convites lhe têm sido diri­gidos como do Brasil e Londres, o que bem marca sua repercussão no estrangeiro.

Subsidiado pela Comissão de T u­rismo da Nazaré bem como pelo SNI e a F.N.A.T. que contribuem para as despesas ao estrangeiro, 0 Ran­cho «Tá-Mar», luta com certas di­ficuldades. No entanto o carinho que lhe tem sido dispènsado, tanto pela parte directiva como por parte do público, ele continua de pé nas suas actuações, semeando o delírio por entre a assistência como há tempos numa representa­ção regional, exibindo-se para o Congresso Internacional de Via­gens cujos membros ficaram en­cantados.

Muito embora, com o tempo, duma maneira geral todas as nos­sas regiões tendam em perder o seu f o l c l o r e , 0 R a n c h o «Tá-Mar» da Nazaré, é ainda um facho aceso, que incendiará a onda adormecida de quanta beleza te­mos. E ’ vê-los, descalços de cero- las e camisas axadresadas, faixa e barrete e elas, oito, nove, onze saias, blusa fina e avental e cha­péu redondo com um pom-pom, posto a preceito sobre 0 lenço. Em rodas, viras, corridinhos, impri­mem toda a donaidade da sua terra, batendo as palmas, batendo 0 pé, rodando as saias, que de tan­tas, se desfolham como um livro

que deixa ler a história mais bela das praias de Portugal.

Os seus cantares, a sua coreo­grafia, tem qualquer coisa de es­tranho que na sua dolência ou na vivacidade, nos deixa espreitar o que de verdadeiro é a vida do pes­cador, cantares simples, «Camisa riscadinha», «Vira da N a z a r é » «Corridinho remexido», «Não vás ao mar Tonho», em que ela supli­cante pede que não se meta ao mar traiçoeiro que está bravo; uma his­tória simples de pescadores de alma sã, que não resistimos à ten­tação de trazer às nossas colunas:

Não vás ao mar 1 T onho

Podes morrer >T onhoFico sem ti jT onho

iA i Tonho, Tonho Tão mal estimado és A i Tonho, Tonho Nem umas meias tens p’ros pés

Adeus Mana Que eu vou p ’ró mar Buscar sardinha P ’ra seres Rainha

Ela è fresquinha E como a prata Não tenhas medo Que 0 mar não mata.

Colóquio de amor, que com a graça do bailado, como todas as outras, nos prende, cativa e nos diz que ao menos na Praia da Na­zaré, ainda há o típico, ainda se canta à moda portuguesa.

A Maria Laura e o Jo sé Isaac, dois com ponentes do Rancho. . . falaram ao nosso jornal. A

Maria Laura Grilo, é uma moça de 17 anos e está no Rancho há 2 meses. Sempre gaiata, risonha nos seus olhos vivos, mão à cinta, um pouco ofegante após o ensaio, te- mo-la aqui junto a nós na sua fala cantante:

— Ouve lá; com o Rancho a que terras já foste?

— Muitas.— Cartaxo, Vila Moreira, e . . .

Montijo.— Ao falar em Montijo riu-se,

olhou para as companheiras e aca­bou por dizer.

— Gostei muito de Montijo é uma linda terra.

— Então escuta-me, de que gos­taste mais nesta vila, Maria Laura ?

(Conlinua na página 11)

Page 8: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

A PROVINCIA 4-8-955

D E S P O R T OGrupo Desportivo «Os Nazarenos»

0 Desporto flazareno vive mal

mas com possibilidades para se erguer

C LU B ES P O P U L A R E S

O desporto na Nazaré é representado pela sua única agremiação o Grupo Des­portivo «Os Nazarenos».Em­bora com diliculdade, ele tem dentro das possibilida­des conseguido enfrentar as más horas que surgem em clubes pequenos.

No entanto, apesar das di­ficuldades, desejariam mui­tos clubes ter as suas condi­ções de sede, com sala de jogos e todo o conforto ne­cessário aos seus associados.

Não passámos indiferen­tes pela sua sede, e aí ten­támos ouvir o seu Presi­dente sr. Crespim Augusto Medeiros.

— Sr. Presidente, desde que ano existe o actual Gru­po Desportivo os Nazarenos?

— Desde 1925 salvo erro. Dedicando-se apenas ao Fu­tebol. No entanto, contamos manter mais umas modali­dades além desta.

— A vossa equipa é . ..— E’ calção branco e ca­

misola preta e branca, com o distintivo encimado por uma àguia, poisada sobre uma bola, cortada pelas ini­ciais a vermelho.

— Deve ser uma equipa vistosa em campo. E, tor­neios em que tem comparti­cipado ?

— Em alguns, tem aqui o armário dos nossos tro- féus. São poucos. Mas que­remos-lhe muito. Estamos na i.a Divisão Distrital.

— E condições de prepa­ração de elementos ?

— Andamos em negocia­ções com um treinador, e possuímos um campo de j o g o s , aguardando um subsídio prometido p e l a Direcção Geral de Educação Física Saúde e Desporto Escolar para o seu arranjo. Não temos grandes aspira­ções, apenas manter o nome do nosso clube e desde que todos compreendam a nossa missão, não será difícil.

— Quer dizer tem tido grandes dificuldades.

— Sim inúmeras. Tanto por parte dos jogadores, como da nossa massa asso­ciativa. Se bem que nos re­gozijemos, r e g i s t a n d o o

bom acolhimento e apoio dado por parte das autori­dades administrativas.

— Os elementos que pos­suem são profissionais ?

— Não, nem tinhamos con­dições para tal. Puro ama­dorismo.

— A direcção do Grupo Desportivo os Nazareuos, é com posta...

— ...pelos srs. Júdice Rosa Isaac, secretário; Emídio

futebol em GrândoleMão quiseram o s diri­

gentes desportivos d e s t a simpática vila deixar d e proporcionar aos seus ha­bitantes e adeptos do fu­tebol, um encontro. P o r motivo da época já ter ter­minado não poude a orga­nização Montijense apresen­tar o seu melhor, procurando englobar na formação para preencher as falhas, ele­mentos, os quais sonham com um futuro risonho.

A caravana Montijense principiou por ser prince- pescamente recebida na sede do C. D. Grandolense, onde nos foi oferecido um finís­simo Copo de Água, tendo usado da palavra o seu mui digno dirigente sr. José V iei­ra que, com palavras de agra­decimento se dirigiu às pes­soas que desinteressada­mente têm colaborado nos festejos levados a efeito pela c o l e c t i v i d a d e , para depois se dirigir aos repre­sentantes Montijenses agra­decendo a maneira gentil como corresponderam aos seus desejos, para que a deslocação fosse um facto. Coube-nos a vez e, por pa­lavras simples e despreten- ciosas, procuramos agrade­cer a tão grande manifesta­ção de amabilidade e cor- tezia.

Seguiu-se o e n c o n t r o tendo as equipas formado com :

Grandolense: — S a n t a n a (Lauriano); Beja ( S i l v a ) , Rui x.° e Alfredo (Ribeiro);

Heitor e Libanio (Virgoli- no); Canhão, Paiva Diogo, Rui 2.0 e Gameiro (Regi- naldo).

Monti jo' . R o d r i g u e s ; J. Luís, Cartaxo e Cacheiri­nha ; Neto i.° e Serralha; Ernesto, J. Ma r i a , Raúl (M. Luís), J. Paulo e Neto2.° (Raul).

Dirigiu a partida o ex-• grande futebolistas algarvio João dos Santos.

Nas equipas era notória algumas gorduras princi­palmente na equipa Monti­jense mas, a sua maior per­feição técnica, pode sem grande esforço construir um resultado que não despres­tigia em nada aos seus per­gaminhos. -• Na e q u i p a Grandolense onde actuam elementos que prometem, distinguiram-se Sa nt a na , Heitor, Rui i.° e Rui 2.' todos os outros pela sua abnegação e correcção, são dignos dos maiores elogios.

0 primeiro tempo findou com um bom golo apontado por Raul para no segundo por intermédio de J. Paulo, J. Luís de livre e M. Luís estabelecerem um resultado final de 4-0 A defesa e médios bem, os avançados Raul e Ernesto secunda­ram-os.

Seguiu-se um baile em honra dos visitantes, que teve lugar numa dependên­cia do Grémio, que se pro­longou até de madrugada.— A Fernando Gamito um muito obrigado, extensivo

Vasco da Gama f . Clube

Barbosa, Tesoureiro; A l­fredo Graça Ferreira e José Vigia Polacos, vogais.

Tinhamos chegado ao fi­nal. Depois das palavras amáveis que o sr. Crespim Augusto Medeiros dirigiu ao nosso jornal, partimos fazendo votos por um Grupo cada vez maior, a bem do desporto Nazareno, pois que este é hoje em todos os lo ­cais necessário para o desen­volvimento da gente moça.

Outro dou «grandes» clubes populares de Montijo é sem dúvida o Vasco d a Gama. Clube fundado em 1 de Janeiro de 1952 bem cedo conquist ai lugar de destaque, entre os s e u s com panheiros « p o p u ­lares».

Im punlia-se portanto p e l a voz do seu presidente o sr. António Correia Victor fosse dado aconhecera todos aqueles qve se interessam por estas « coisas» da bola, um pouco da sua história.

O Vasco da Gama fo i fu n ­dado. .. começou por uos dizer o sr. António V icto r ... por um grupo de rapazes que se dispuzeram a form ar nm clube que em parceirasse c o m o s outros já existentes, e que p ro ­curasse dnr bom n o m e ao Montijo. E como a «união fa z a fo ça» o Vasco da Gam a é jà hoje uma realidade.

— Como nasceu a ideia de denominar o vosso clube com o nom e de Vasco da Gama?

— O nome de Vasco da Gama fo i dado ao novo clube não sò como preito de homenagem ao grande descobridor marítim o português, como tam bém por anologia dentro das nossas po ssib ilid a des serm os os des­cobridores de novos valores para o desporto local. Além disso quisem os ainda tomar o nome d e u m d o s m aiores clubes do Rrasil que tem con­quistado fam a n o m u n d o inteiro, pa ra serm os os leais com petidores de um outro clube popular que tem também um nome brasileiro.

— Mos . . . desenvolva-nos o que puder sobre a vida d o c lu b e ...

— Começámos com poucos só­cios, m as hoje contam-se por algum as dezenas. De prin cipio tivemos im ensas dificuldades, m a s felizm eute apareceram am igos dedicados que c o n -

S o c ie d a d e C o lu m b ó fila d e M ontijo

M a p a d e C l a s s i f i c a ç õ e sM iranda d o f b r o o M onti jo — 2 / 7 / 5 5

V ic t o r M . M . V ie g a s , 1 .° , 6.° e1 0 . ° ; F r a n c is c o J e s u s d a S i lv a , 2 ° ; F r a n c is c o J o s é V ie g a s e C a s ­tr o , 3 .° , 1 5 .° , 2 5 .° , 2 6 .° , 2 8 .° e 2 9 .° ; C r is t ia n o J o s é M o r e ir a , 4 ,° e 1 8 .° ; A ld e m ir o E d u a r d o B o r g e s , 5 .° , 13." e 2 3 . ° ; J o ã o T e o d o r o da S i lv a , 7 . ° e 1 4 ; D io g o M e n d o n ç a T a v a r e s ,8.°, 9 .° , 1 2 .° e 27. ° ; R o s e n d o da S i lv a S a m o r e n o , 11.**, 1 6 .° , 2 2 .° e 2 4 . ° ; E d u a rd o d o s S a n to s B a e ta , 1 7 . , 1 9 . ° ; J o s é C o r r e ia L e i t e , 2 0 .° e 21.» .

aos restantes membros di­rectivos. pelas atenções dis­pensadas.

J . C .

por Amândio Joséfiaram n o singram ento do clube e que generosam ente nos em prestaram dinheiro para a. com pra do prim eiro equipa­mento. Hoje felizm ente eom a ajuda e boa vontade de todos os nossos associados já pode- mos não sò satisfazer essas di­vidas como também efectuar a com pra de um equipamento totalmente novo e alugar uma casa que serve ao m e s m o tempo de sede e arrecadação de equipamentos.

— N< sta cruzada quer dis­tinguir alguns nom es?

— Dentro de todos os nossos am igos não queremos deixar de assinalar o nome de um dos nossos sócios que muito tem cont ribuido]para o engran­decim ento do nosso clube, tra­ta-se de Josè de Sousa Mar­tins. Junto é p ois que se men­cione o seu nome, sem contude deixar passar em claro pela nossa mente, outros nomes de sócios am igos que também muito têm contribuído na me­dida das suas posses e m pról do clube.

A todos eles estamos muito agradecidos porque assim o Vasco da Gama será uma cer­teza.

— M ais algum a coisa ?— Sim . Antes de terminar

queremos agradecer «A Pro­vincia» a oportunidade que nos deu de poderm os m ostrar um pouco da vida do nosso clube, e ao mesmo tempo desejar as m iiores prosperidades ao jor­nal que è porta-voz dos inte­resses de Montijo.

rmãos fábregasImpossibilitados de se des­

pedirem, pessoalmente, de todos os seus amigos e admi­radores, pediram-nos os sim­páticos futebolistas do C. D. M . que apresentássemos as suas saudações e agradeces- sernos através do nosso jor­nal, as inúmeras provas de consideração e estima de que foram alvos.

Aqui deixamos gostosa­mente a local e formulamos votos dumas merecidas férias ein Espanha.

Como é do domínio pú­blico, o jogador António Fá­bregas será o treinador das equipas do C. D. M . na pró­xima época, conforme con­trato já assinado com a Di­recção do clube.

Aproveitamos para for­mular as melhores felicidades no espinhoso cargo que vai desempenhar.

G R A N D E S O R M f l Z f N SProgresso

III DE III

L A U R E A N O G O N Ç A L V E S

Armas — Munições Caça _ Desporto

A R T I G O S U T I L I T Á R I O S L A N I F Í C I O S E M O D A s

Rua Mousinho de Albuquerque, 91

N A Z A R É

Faça as suas compras na

Agência dos JornaisNa Praça Sousa O live ira , 38-A

ou na sua sucursal Rua Mousinho de A lbuquerque, 3 5

Bazar e artigos de novidade Tudo para fotografia

Colecções de postais da Nazaré

Telefone P. B. X- 83 — N A Z A R É

ê asa and ata- DE -

Jo sé dos Santos GândaraM A TER IA IS Ot CO N STRU ÇÃ O

C a v a n / R o b b ia la c / L u s a li te / C al H id r á u lic a / C im e n to s / G e s so s / E s ta fe s / e tc . / P ro d u to s q u ím ic o s

/ P e r fu m a r ia s / P a p e la r ia s .

| ELEF. 125

Rua A d r iã o Bata lho , 1 0 4 - A N A Z A R f

R e p o r t a g e m F o t o g r á f i c a g e n t i l m e n t e e l a b o r a d a p e l a

3 - c t c ç i a i i a 5 í u e i j .(JUNTO AO CASINO)

F O T O G R A F I A S E M T O D O S O S

G É N E R O S

T E L E F O N E 1 6 6

R Dr. Ruy Ro j o , 11 — N A Z A R É

Page 9: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

4 - 8 9 5 5 A PROVINCIA 9

José António MoedasA P R E S E N T A

leia e medite

P A S S A

A SUINICU1TURA

.NOS ESTADOS UNIDOS(Especial para «A Provincia» - Do (ollege Station - Texas • U. S. k.)

pelo Dr. Ramiro Ferrão• i»

Aconteceu com MIGUEL ANGELO...

Q u and o M ig u e l A n g e lo , im o r ta l artista i ta lia n o a c a b o u de p in ta r o seu c e le b é r r im o p a in e l «Juizo Final», h o u v e um c a r d e a l q u e c r itica n d o à s p e r a m e n te a n u d e z a das f ig u ra s r e p r e s e n ta d a s , d is s e ao P a p a :

— « E s s e tr a b a lh o , S a n tid a d e , é m ais p ró p rio p a ra u m a ta b e r n a d o que; p ara u m a c a p e la » .

0 P ap a a t e n d e n d o o r o g o . quando se e n c o n tr o u c o m o a u to r de « P ie tá » , s u g e r iu - lh e q u e fo sse m as im a g e n s c o b e r t a s p o r u n s p a n e - ja m en to s .

Mas M ig u e l, c u jo g é n io n ã o to le ­rava c o n s e lh o s d e s ta e s p é c ie , r e s ­pondeu i m e d i a t a m e n t e n e » te s term os, m u ito « s u i g e n e r is » ;

— T r a te S u a S a n tid a d e d as a l.n a s dos h o m e n s e d e ix e -m e t r a t a r d o s corpos.

Larápio e a sua etimologia

L a r á p io — p a a v r a s im p le s q u e na g e n e ra lid a d e s ig n i f ic a g a tu n o v u lgar, de p o u ca m o n ta — se g u n d o se diz tem u m a e t im o lo g ia d e v e r a s in te re ssa n te .

Há s é c u lo s , h a v ia e m R o m a um antigo m a g is tr a d o d e n o m e L u c iu s A n tón iu s K ulTos A p iu s , q u e f r e ­q u e n te m e n te se a s s i n a v a p o r L . A. l í . A p iu s . O ra , p a r e c e q u e por o d ito s e n h o r n ã o t e r lá u m co m p o rta m en to m u ito e x e m p la r , o povo c o m e ç o u a d a r o se u n o m e , aos qu e d aí em d ia n te p ro c e d e s s e m com o e le . L e g o u , d e s te m o d o . a o s seus su c e s s o re s o te r m o « L a r á p iu s » , que ve io a d a r em p o r tu g u ê s o actual larápio.

E Três PensamentosS e ja m as m e m ó ria s da p á tr ia q u e

t iv e m o s , o a n jo d e D eu s q u e n o s r e v o g u e a e n e r g ia s o c ia l e a o s s a n to s a fe c to s da n a c io n a lid a d e .

A lexan dre Herculano

Q u e m p e rd e u h o n r a p e lo n e g ó ­c io , p erd ,; o n e g ó c io m a is a h o n r a .

Conde de Vim ioso# # #

T e m o a q u e le s q u e se a b o r r e c e m s ó z in h o s ; n ão pod e fa z e r b o a c o m ­p a n h ia a o s o u tr o s , q u e m n ã o a faz a M m e sm o .

Sully Prudhom m e

Já lhe tinham dito q u e . , .

— H itle r , e r a v e g e ta r ia n o d e sd e 1933 , e q u e a n te s d isso c o m ia m u ita c a r n e , em e s p e c ia l d e p o r c o .

— O s in s tr u m e n t o s d e c o r te p e r ­d e m a su a tê m p e ra s e se m a n t iv e ­re m in u ito te m p o e x p o s to s ao s o l .

— C h u r c h i l l , g a n h o u u m « P r é ­m io N o b e l» d e L i te r a tu r a .

Um a das ovelhas

Responda você

lima Quadra . . .As m in h a s p e n a s n ã o são Iguais às d as a v e z in h a s .Que as p en as d ão g r a ç a à s a v e s E eu p e rc o a g r a ç a c o ’as m i n h a s !

Manuel de Sousa Campos

U m d ia , A m u d sen fa m o so e x p lo ­r a d o r d o s p o io s fo i c o n v id a d o a a s s i s t i r a u m a r e c e p ç ã o n a A lta S o c ie d a d e . O e x p lo r a d o r te v e q u e r e s p o n d e r , p o r d e lic a d e z a , a to d a s as p e r g u n ta s , q u e lh e fa z ia m , d e sd e as m a is in g é n u a s às m a is d is p a r a ­ta d a s .

A c e r t a a l tu r a , s u r g iu - lh e u m a e le g a n te s e n h o r a a p e r g u n t a r q u a l o fa c to m a is e x t r a o r d in á r io q u e lh e t in h a s u c e d id o d u r a n te as su a s e x p lo r a ç õ e s n a s re g iõ e s a n ta r c t ic a s

— A c o is a m a is e x t r a o r d in á r ia , s u c e d e u -m e q u a n d o c e r t a n o it e n o s p o io s a b a r b a m e c r e s c e u 15 c m .

— C o m o é is s o p o s s ív e l — r e p l i ­c o u a d a m a , m u ito c o n s c ie n te da s u a d ú v id a .

— F o i s im , m in h a s e n h o r a , l i a c r e d ita r á d e p ro n to , se eu lh e d is s e r q u e . . .

A c o n v e r s a , é b o m de v e r , n ã o f ic o u p o r a q u i . P o r é m , n ó s i n t e r ­r o m p e m o - la p a ra v o s i n q u i r i r ;

— Q u e m s a b e o q u e d is s e A m u d s e n ?

(Ve ja a solução ao pró ximo número)

»— O li 8 9 , o q u e é p a ra ti a

P á t r ia— A P á tr ia é a m in h a m ã e .— E tu 9 0 , o q u e é a P á t r ia ?— A p á tr ia — m e u a s p ir a n te —

é a q u i a m ã e do 89 .

Responda se sauberTeste n.° 5

1 — Q u a l é o p a ís do S o l N as­c e n t e ?

2 — Q u e m d e s c o b r iu o R a io X ?3 — Q u a n ta s c ru z a d a s h o u v e ?4 — E m q u e a n o m o n -eu o E n g .J

D u a r te P a ’h e e o , e n tã o M in is tro d a s O b r a s P ú b l ic a s ?

5 — « U m m o n u m e n to é u m m eio d e t r a n s m it ir ao fu tu r o , u m a le m ­b r a n ç a d o p a ssa d o » . Q u em e s c r e ­v e u e s ta f r a s e ?

6 — Q u e é a a c u p u n t u r a ?7 — J o s é d as D o r n a s é u m p e r ­

s o n a g e m d e q u e l i v r o ?8 - Q u e m in v e n to u o c i n e m a ?9 — D o L iv r o « C a m in h o s F e c h a ­

d o s » d e G u e d e s de A m o rim , h á u m c o n to q u e j á fo i tr a n s m it id o p ela r á d io f r a n c e s a c o m a s s in a la d o e x i t o . S a b e c o m o s e c h a m a ?

10 — E m q u e c id a d e e x is t e o c é le b r e b a ir r o d e n e g r o s , c h a m a d o I l a r l e m '?

Solução do Teste n.° 41 — R o b e r t - L o u is S te v e n s o n .2 - F o i u m a s t r ó n o m o do s é c u lo

X V , q u e c r io u a T e o r ia H e lio c e n - t r i c a d o s P la n e ta s .

3 N e w c o m e n .4 — A g u s tin L a r a .5 — T o m a z E d is o n .6 — L a v o is ie r .7 — S é c u lo X I X .8 — E ’ u m a p ed ra v e n e ra d a p e lo s

m a o m e ta n o s , q u e a d iz e m v in d a do c é u .

9 — L is z t .10 —• E ’ a o m is s ã o d u m a p a la v ra

e x p r e s s a n o u tr a o ra ç ã o ou fra s e .

BARRIS E CARTOLASComprai na

« CfiSfl ÍÀ ÍÍIB Q L À S »Casa das Vergas

T e le f . 0 2 6 2 6 0 M O H T I J O

P A L A V R A S C R U Z A D A SH O R IZ O N T A IS : 1 — C é le b r e a b a d ia in g le s a .

~ — T r i t u r a ; p e d ra d e m o in h o . 3 — M ato c r e s c i d o ; irm ãos d o s p a is . 4 — C a m p e ã o ; o b r o u : p o e ira 5 — C o n co rrê n c ia s . 6 — N o m e d e m u lh e r . 7 — N o m e de p eixes (p l.) . 8 — N o ta m u s ic a l ; a t r a v e s s e ; .p u ra . “ — D o e n ça n a s v ia s r e s p ir a t ó r ia s ; c h a m a r iz ( f ig ,) . 1 0 — B a tr á q u io ; g r a c e je . 11 P o e ta in g lê s .

V E R T I C A I S : 1 - O ce a n o : z a n g a is . 2 — P r e p o ­sição ; re la t iv o a S ia in e . 3 — R io p o r t u g u ê s ; tr i tu r e . * T r a ta m e n to q u e se dá à s p e s s o a s d e c e r ta idade ( p l . ) ; n o m e de m u lh e r , 5 — R a c h a r a ; n o ta rou sical. G — C o le c ç õ e s de im a g e n s . 7 — L a ç o ; epocas g e o ló g ic a s . 8 — R io d e P o r t u g a l ; a c r e d ita .

— P r e f ix o q u e s ig n if ic a tr ê s ; c a m a r e ir a . 10 — R e a liz e s ; f lu íd o a e r o fo r m e . 11 — R a s t e i r o s ; c a r b o ­nato de só d io .

Solução do problsma n. 17H O R I Z O N T A I S : 1 — C r e c y ; s a v e l . 2 — Al a ;

R ale . 3 — C . M . E . ; c o m . 4 — I l á ; m a ; u s ; vi.D R e m a te s . 6 — M o i ; a li. 7 — A s so la m . 8 — R i ;ra > a i ; v á . 9 — S i r ; r i s . 10 — A m o s ; c o r ; 11 — s o la s ; o r la s .

N E R T I G A I S : 1 — C h a m a r ia s . 2 — R a m a ; m ó . E le ; r i a ; s o l . 4 — C á ; m é ; s r ; sa . 5 — C a m isa s ,

y S ó ; i a ; 7 — M u tila r . 8 — A r : s é ; a i ; c r . 9 —’ au ; s :::;i ; ro l . 1 0 — E l ; v ir a . 11 — L e g ít im a s .

P r o l w m n I V . 0 18

fi 8 10 11

10

11

m m

V I I I

Os factores que condicio­nam o preço do porco são em toda a parte basicamente os mesmos, Existem porém ligeiras v a r i a n t e s locais devidas a diferenças de con­dições económicas para que tentaremos chamar a aten­ção do leitor no decurso deste artigo.

A primeira grande dife­rença a observar entre o mercado de suínos ameri­cano e o português está na forma como decorrem as operações de c o m p r a e venda.

Já vimos como nas suas linhas gerais o primeiro está organizado. Lem brarem os que enquanto nos Estados Unidos os mercados funcio­nam permanentemente ao longo de todo o ano em todo o t e r r i t ó r i o nacional, no nosso país as operações mais importantes são ainda feitas pelo sistema de férias perio­dicamente reunidas nos cen­tros de produção mais im­portantes.

Só por si esta circuns­tância torna bastante difícil estabelecer comparações de pormenor.

Todavia existem factores comuns a todos os lugares e as leis gerais exercem a sua acção em todos os pon­tos do globo.

Ao ler esta linhas o leitor que se dedique à produção s u í n a encontrar-se-á por vezes em presença de muitas condições que lhe são fami­liares.

Não daremos nenhuma novidade se dissermos que o preço do porco resulta de dois grupos de factores. Um deles que afecta a oferta outro a procura.

O número de animais produzidos num dado ano determinado pelo número

de porcos cobertos e pela quantidade de leitões pro­duzidos e sobreviventes à desmama porque, como se sabe nem todas as crias nascidas conseguem vingar, outros factores são o estado do tempo durante a cria, o pêso dos porcos levados para venda e as perdas devidas a moléstias.

Quanto às causas que influenciam a procura con­sidera-se em primeiro lugar o poder de compra do con­sumidor, em s e g u i d a as perspectivas de exportação, os hábitos culinários das populações e o preço dos alimentos que podem ser utilizados em vez do porco para dêterminados fins tal como o emprego de oleos vegetais em substituição da banha.-

N os Estados Unidos o preço do milho tem enorme inlluência sobre a quanti­dade de porcos produzidos. Quando este cereal está ba­rato aumenta o número de animais. Quando o mesmo se vende por preços elevados o produtor não se abalança a fazer criações numerosas.

A relação entre o preço do milho e o preço porque o porco é vendido é aqui conhecida p o r «corn-hog price ratio».

Esta relação exprime o número de busbels de milho (um busbel de milho é igual a 56 libras-peso) necessários p a r a se equivalerem ao preço de 100 libras de porco vivo (a libra-peso é igual a cerca de 454 gramas).

Assim uma relação «corn- -hog» de 10 significa que, o preço porque 100 libras de porco está sendo vendido, é igual ao custo de 10 busbels de milho.

( Continua)

I t iu i jn Santos e SousaIDercearias finas

R. Illoutinko de. Albuquerque, 66 Telef. 101

Nazaré

Cosa SOUSINHflM O D A S

Rua Alexandre Herculano

Nazaré

Casa M E D E I R O SF a z e n d a s , M odas M iu d e zas

p £ C ra n d e so rrid o deARTIGOS REGIONAIS

Crispin âugiiíio de MedeirosAgente da Comp de Seguroi I46US

40-Rua Adrião Batalha-4‘2 14-P. Dr. Manuel Arriaga-15

T e le f . 105 — N a z a ré

CalM ffl FER9DNDESJosè Fernandes Carreira

C a b e le ir e i ro ém S e n h o ra s

Rua Mousinho de Albuquerque 9-1.°—Telef. 119 - H a z a ré

Corte, Mareei, Tinta» e Míse Manucure—Ondulação permanen­te a quente e a frio—Perfeitíssi­mos trabalhos executados por artista especializado — A p a re ­

lh a g e m m e d e rn a .

FOTO LflBORINHOlosé Laborinho Delgado

N a z a r é e S. Martinho do PortoExecução rápida e perfeita de

todus is trabalhos de amadores.

Pelícnlaj L s i c s e de outrai Barcos

Stand GUILtilMAprestos marítimos Acessórios paro Automóveis

| elefone 262—Av. Vieira Guimarães-?

N a i a é

Page 10: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

A PROVINCIA 4-8-955

N A Z A R É PEDRA m m

(Continuação da última página)c a p e la -m ó r , e n t r e o b je c t o s p a r ­tid o s e d a m a sc o s ra sg a d o s , se n d o e n tr e g u e n o v a m e n te ao c u lto .

O te m p lo da N a z a ré , é h o je u m a h is t ó r ia b e la , r e p le la d e r iq u e z a s o n d e o s o lh o s se p e g a m c u r io s o s , p o iso d e in ú m e r a s p r o m e s s a s , o n d e a im a g e m de N o ssa S e n h o r a , n o to p o d o a l t a r - m ó r e m v i t r in e se p o d e v e r , c e n te n a s de b r in c o s , a n e is , g r in a ld a s d e n o iv a s , c a r tõ e s e s c r i t o s , e tc .

V a s c o da G a m a , a n te s d e e m ­b a r c a r p a r a a su a v ia g e m d o d e s ­c o b r im e n t o p a ra a ín d ia , c o m o p e r e g r in o , a í tr o c o u a c a d e ia de o u r o , q u e u sa v a n o g ib ã o , p elo c o la r d e c o n ta s , q u e a im a g e m da V ir g e m p o s s u ía a o p e s co ç o . E ao c h e g a r ao C a b o d as T o r m e n ta s , e m q u e o te m p o ra l, te n ta n d o e s fa ­c e la r as n a u s , fa z e n d o r a n g e r as a m a r r a s , V a sco da G a m a , a tir o u ao m a r o c o la r q u e lo g o o b ro u o m ila g r e d e o te m p o a m a in a r , p o ­d e n d o a ss im as n a v e s da g r a n d e e x p e d iç ã o , d o b r a r a q u e le c a b o t o r ­m e n to s o e e n tr a r n o O c e a n o I n ­d ic o .

E s t e é u m re s u m o da e x te n s a h is t ó r ia da g a la n te P r a ia da N a­z a ré . P o u c o 011 n ;'d a se d iz d e la ,

tã o p ro fu n d a , tã o e x t e n s a e la é . S a b e m o s a p e n a s q u e N azaré , v iv e h o je t r a n q u ila e c r e n t e n as su as

h is tó r ia s e n a s su a s le n th s .

O maior prazer do sr. Quitério era passar as tardes daquele ardente Agosto en­tretido na pesca: — para ele, ser pescador, era estar ali sentado n a q u e l a p e d r a grande, a linha mergulhada n’água presa na cana da índia!

Havia lá coisa m e lh or !.. .Ao cair da tarde voltava a

casa, não sem primeiro pas­sar pela «cabana» do seu banheiro — o Zé do Leme— para lhe deixar o peixe que, dur ant e o dia, lhe sacudira a linda cana da Índia, nas mãos mimosas da sua vida de escriturário.

Jamais conheci banhista que tanto gostasse de con ­viver com os nossos pesca­d ores ! A ’ noite era com pa­nheiro certo nas tavernas preferidas dos seus amigos do mar.

Verdade que não cheguei bem a saber se aquele con ­vívio era devido ao prazer de conversar com os nossos marítimos ou sòmente, ao fito especulativo de arrancar dessas conversações baga­gem de conhecimentos da

José Teodósio da Silva( H e rd e ir a )

Fábrica fundada em 1900 (em edi­fício próprio)

Fábrica de Gasosas, Refrigeran­tes, Soda Water, Licores. Xa­ropes, lunipero, Cremes de todas as qualidades, etc.

Fabricos pelos sistemas mais modernos

6—Rua Formosa. 8=Telef. 026 294 Montijo

EUAH o sp e d e -se na

Pensão " f l Modelar"A mais moderna e confortável A preferida pelos viajantes - excelen­

tes quarfos-ficeitam-se comensais Preços convidativos R. da Cadeia

---- Velha, 6Telef. 472—BI3A

faina da pesca e de termos do seu rico e pitoresto voca ­bulário!

Mas, seja com o for, o certo é que o sr. Quitério Via crescer o número dos seus amigos e passou a ser conhecido por toda a co ­lónia marítima.

Passadas as férias o sr. Quitério voltou à sua pro­fissão e as boas impressões que cá deixou marcavam a

sua presença nas conversas dos pescadores.

Naquele dia olhei, atenta­mente, a filha, do Zé do Leme — a Maria do Rosá­rio duas lágrimasbrilhando no couto dos olhos, alon­gados, inquietavain-ihe a expressão ridente, moça, dos seus dezoito a n os !

Então fiquei a saber a razão porque a Maria do Rosário ia por ali e, silen­ciosa, de olhos longues im­precisos, se quedava a olhar aquela pedra g ra n d e .. .

Sanfos e Scusa

A G U A C A M P I L H O

O alar dos barcos é um dos trabalhos mais ca racte­rísticos a que os pescadores

da N azaré se entregam.

Nesta fotogra­fia pode-se

observar um desses típicos

momentos

« c A ^ p i & a í f i e i a »

V íH D f-S f NA N A Z A R E

na «c4q.cn.eia dos Qotnais»

Praça Sousa Oliveira, 33-A ou na sua su c u r s a l

Rua Mousinho de Albu­querque, 35

«Á Província»e a Nazaré

Grande parte deste nú­mero é p r e e n c h i d o com assuntos referentes à vila e praia da Nazaré.

Muitos e bons colabora­dores tivemos para este efeito e mal nos ficaria se não os apontassemos à considera­ção dos leitores e como p r o v a de agradecimento nosso.

Assim, muito nos honram os artigos de Aníbal Filó, José Soares, Santos e Sousa e Abel Augusto e as foto­grafias que gentilmente pôs à nossa disposição a Foto­grafia L u c y , d a q u e l a maravilhosa praia e as gra­vuras que o Secretariado Nacional de Informação e Cultura, mui . t o amàvel­mente nos cedeu.

Só assim foi possível fazer algo que contribuísse para o prestígio e propaganda da Nazaré.

Dentro daquele espírito de colaboração e simpatia que temos encontrado por toda a parte, tem principal importância as facilidades concedidas pela Câmara Mu­nicipal, Comissão Municipal de Turismo, Rancho Ta-Mar, Casa dos Pescadores e Clube Desportivo os Nazarenos e o auxílio com que o comér­cio nazareno julgou opor­tuno favorecer-nos.

A todos profundamente reconhecidos endereçamos u m r) ui to obrigado.

P N E U S

M a b o rAGEN TES

T A M A R C A , Lda.

Telef. 026152 Montijo

Vendas a pronto e com : ’• : lpagam entos^suaves : : :

UMA CANETA PARA ESCREVER MELHOR

Vende-se em Monrijo na REPAL, L DA

Praça Gomes Freire de Andrade, 22T e le fo n e 0 2 6 3 7 8

Material EléctricoCabos e fios condutores Baquelites — Porcelanas iluminação fluorescente Material Estanque - M o Bergmann - Tubo de (Iço

C A N D E E I R O S T E L E F O N I A S I R R A D I A D O R E S V E N T O I N H A S F R I G O R Í F I C O S

Illl E tc. = E tc . = E tc .T u d o a o s m e lh o f e s p r e ç o s

A B E L J U S T I N I A N O V E N T U R APraça da República—MOHTIJO

canerçes LClb

a visitarem a

O

Convida V . E x .“ e sua Ex .ma Família

la (Dia#uiwtxauaR e l o j o a r i a , J o a l h a r i a , P r a t a s

e a r t i g o s d a e s p e c i a l i d a d e .

largo das Caldeiras, ló

Travessa do Elevador, 10 Nazaréai-:***» r .rarmr- -sua* jm.

Em B E ) A , VISITE os

C'fé<! GDRTIGD l BBELHilde CMOS AUGUSTO LANÇA

R. Capitão João Francisco de SousaCerveja a copo e Mariscos

V in h o s de m esa e L ic o re s d as m e lh o re s m a rc a s

anilo Baptista Laranlo( Casa fundada em 1912 )Correspondente Bancário

(ma L « R A N J OFazendas e Modas

Especialidade em Escoceses regionaisTelefone 33 Aportado 12 - Rua Mousinho de Albuquerque - 6

N a z a r é

L f l R f t H J I N f i ,a melhor

Ào preço da Laranjada pior I

Pedidoí ao distribuidor para o Montijo e Concelhos iim trofei pelo

Telefone 026248

O U R I V E S A R I AE = E E E ^

R E L O J O A R I A

Moei Coelho ia Sllm

NAZARE

S A N F E R , 1L . DAS E D E

LISBOA, Rua de S. Julião, 41-1.°

AEROMOTOR SAN FER c ciclone - FERROS paj ARCOS, etc.

CIMENTO PORTLAND, T tos para gados

RÍCINO BELG A para abulx CARRIS, V A G O N E T A S e

minho de FerroARM AZÉNS DE

ARM AZÉN S

ÍÍIOÍITIJO, Rua da Bela Vista

moinho que resistiu ao ■a construções, ARAMES,

RITURA.ÇAO de alimen-

) de batata, cebola, etc. todo o material para Ca-

RECOVAGEM

Page 11: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

4-8-955 A PROVINCIA 11

T Á - M A R A Nazaré do meu passado C O N C U R S O0 Campeão de «A Província»

(Continuação das páginas centrais)_ Como nos receberam,

da Feira e das l uzes . ..— Quer dizer gostavas de

v o lta r a Montijo, não é assim ? .

— Ai, pois, e «hei-de» Ia v o l t a r se Deus quiser!

— Que queres tu dizer para Montijo, no nosso jor­nal?

Aqui a Maria Laura, que­dou-se pensativa, acabando por interrogar sobre o que havia de dizer as outras que a rodeavam, ao que uma, em largos gestos d isse: Ai, Maria! que tens saudades, que «amandas» cumprimen­tos ! Ai, tanta co isa ...

A Maria Laura, concordou que sim, que era isso que desejava, e lá se foi saraco­teando, baralhando as saias, sempre gaiata, sempre riso­nha na sua tez esmerecida pelo ar do mar, para dar a vez ao seu colega dos bai­lados, José Isaac.

Este rapaz que poucas características já tem de Nazareno, fala desempoei- rado, tem 18 anos e está no Rancho há 18 meses, bas­tante viajado nas exibições, Lisboa, C a r t a x o , Vila Franca, Caldas da Rainha, Vila Moreira e Montijo. Mas, bom leitor, isto, não há como pô-lo a íalar.

— Não íoi você, que em Montijo, torceu o pé ao sair do estrado?

— Fui sim senhor. A té quero agradecer ao sr- D ou­tor e à enfermeira que me tratou.

— Bem, nós por ti, agra­decemos, está bem ? Ouve cá, de que gostaste mais em Montijo?

— O acolhimento que ti­vemos. Nunca me exibi com tanto público. A não ser no Coliseu em Lisboa:

— Olha que talvez nem aí, basta dizer-se que a vossa exibição nas festas de Mon­tijo, foram ao ar livre e de livre entrada num grande largo. Mesmo com o que te

(Continuação da prim eira página)

que sabem «a casados» ouvi os concertos e presen­ciei o s bailaricos desopi­lantes do povo, à desgarrada.

Trepei à Primavera, à Pe­derneira, a S. Bartolomeu, em tardes e paisagens que não mais esquecem.

Prolonguei-me à foz do Alcoa e à Ponte da Barca; andei de bote nas águas mansas; e fiz nos pinhais e nas margens minhas esca­padas pantagruélicas.

Recriei-me, em sessões inolvidáveis, com as brigas originais das mulheres ra­binas e muito realistas...

P e l a s manhãs radiosas embasbaquei na praia, sob o toldo do moreno Inácio Ma r ç a g ã o , observando o rolar da vaga e as vagas desmonstrações plásticas do momento.

Fui pescador à linha e pesquisador de lapas nos calhaus.

Fui romeiro, alpinista, ba­nhista, serenateiro mono, prègador entusiasta, amigo dedicado.

Q u e admira, pois, que ainda h o j e continue afir­mando a mesma simpatia e o critério de a considerar a praia mai s caracteristica­mente praia de Portugal?

Eu te saúdo, Nazaré! Eu te saúdo, na amargura duma

sucedeu, gostavas de voltar à nossa terra?

— Gostava, e penso que para o ano lá ireinos outra vez.

— Pois sim, e porque não ? Assim também faços votos.

E estes momentos apra- síveis passados junto do mais completo e destacado Rancho português no gé­nero, tinham chegado ao fim.

Na verdade, não errámos na nossa suposição, mais de perto, ficaríamos com uma ideia melhor formada so­bre o Rancho «Tá-Mar», e na verdade f i c á m o s .

saudade intensa que todo me profunda!

Terra dos meus encantos longínquos, praia das min- nhas dolorosas recordações!

Ainda agora, ao rabiscar desta desataviada peregri­nação, eu recordo o Álvaro Laborinho, o colega Ascenso, o Catatau, o Brilhante, o Vieira, o Joaqui m «sem assento», o Botas, — u n s ainda vivos e outros desapa- parecidos na Eternidade , e oiço, como num búzio tor­turante :

— Já tem banhèro?— Minha rica amiga. . .— Que o mar ta coma !— Nau vales u m safio

nem um cação, . . ã o . .. ão.E julgo ainda que assisto,

numa noi te l uarenta de Agosto, ao debate escabroso de duas nazarenas que es­bracejavam para os' céus e gritavam: ,

— O lua! O lua! Vê lá esta que nem sabe dizer «um copo de água, em francês» !

— Ó lua! Ó lua ! Vê lá esta que só conhece o peixe agulha !

Ah, meus amigos!É por es ta s e por outras

que as m ães, às Vezes, c a n ­tam com vontade de c h o ­r a r . .

Alvaro ValenteC aba O fé lia , 2 6 - 7 - 9 5 5

nF n m t f tn n ru nc

Classificação acfual corrigida1 .° — I ) . M a ria d a C o n c e iç ã o d o s S a n to s — M o n ti jo — 78 p o n to s2 .° — M a n u e l M ilitã o d e C a r v a lh o __ » __ 583 .° — T e ó f i lo M a r t in s C a ia d o __ __ 38 »4 .° — A n tó n io L u c a s C a tita __ » __ 25 »5 .° — E d u a r d o S a n to s B a e ta __ — 19 »6 .° — I íu g é n io V ie ir a B r a n c o — » — 18 »7 .° — A fo n so da S i lv a C a m p a n te — T ra m a g a l — 8 »8.» — A n tó n io S a m p a io M a r t in h o — B o m b a r r a l — 79 .° — A n tó n io C . M e s tre — S e ix a l — 6

10 .» — Á lv a r o S e r r a — M o n ti jo — 4 »>11 .° — J o s é F r a n c is c o S o a r e s M a rt in s — » — 4 »12 .° — Ja im e G o n ç a lv e s C o s m e — L is b o a — 3 »1 3 .° — E l íd io C . D io n ís io — G a n h a — 3 »1 4 .° — J o s é P u r if ic a ç ã o M o le iro P o r t im ã o — 31 5 .° — J ú l io C a r ia — S a r i lh o s G . — 3 »

...SALVO QUANDO A LUZ E

L LIMIARA LAMPADA QUE NAO ENGANA

Como prometemos vamos h o j e d a r as classifica­ções dos concorrentes mas já devidamente rectificadas. Deu-nos um pouco de tra­balho mas julgamos que ficou bem feito.

A maior parte dos con­correntes teve ba s t a nt e s «furos», e perdeu vários pontos que lhe Vêm a fazer muita falta.

Lembramos que Vamos no número 22 e no 25, termi­nará infalivelmente o con­curso.

Contudo todos os concor­rentes poderão reclamar até final do concurso, isto é, até ao número 26, sobre qualquer êrro que presumam ter ha­vido na contagem de pontos.

Lista de alguns prémios1.° classificado — 1000$002.° » — 500$005.° * -- 250$0C4.° » — 1501005.° * - 100$006.° * — õOSOO

S e r ã o a i nda entregues muitos prémios que oportu­namente anunciaremos.

Aviso importante: Os pré­mios só serão entregues, depois de os assinantes pro­postos efectuarem o paga­mento das assinaturas do nosso jornal.

Condições gerais do concirno

1.° — Todos os leitores ouleitoras podem concor­rer.

2.° — O concurso terá a du­ração de seis meses, com início em 5 de Março de 1955.

3 ’. — O concorrente que du­rante o prazo do con­curso consiga obter o maior número de assi­nantes será proclamado O Campeão de «A P R O V I N C I A ».

4.° — Em alguns númerosdo nosso jornal e até fim do concurso, será indicada a classificação semanal dos primeiros dez concorrentes.

5.° — Ao concorrente procla­mado Campeão de «A P R O V I N C I A » será entregue a quantia de MIL ESCUDOS.

G.° — Serão ainda contem­plados com prémi os que oportunamente ire­mos anunciando todos os concorrentes classi­ficados até ao 10.° lu­gar.

(Concorra, ainda está a tempo)

F o lh e tim d e « A P r o v í n c i a » N . ° 1 8

0 àeçredc do espelhop o r

cÂng^aitiLi J t iii iz

Um raio luminoso, esten­dia-se pelo corredor, condu­zindo até ao quarto que era do meu avô.

~-Que se p assaria? ...Faltava-me a c o r a g e m

Para continuar o caminho.Permaneci quieto alguns

®onientos, e depois avan­cei lentamente de encontro â claridade.

A porta estava entrea­berta, mas dentro não se °u a o mínimo ruido.

^ada me revelava a pre­sença de um ser humano no aPosento, a não ser a luz.

Aproximei-me, então vi Qualquer coisa que me fez estremecer todo o corpo.

A°s pés da cama estava

uma forma humana, tendo na mão uma vela acesa.

Era Lucille Paradene. Não se mexia, os seus grandes olhos abertos fixavam não sei que ponto da parede. Os lábios balbuciavam quais­quer palavras, que no en­tanto não conseguia ouvir.

O meu primeiro impulso, foi entrar e obrigar a jovem a justificar a sua presença naquele quarto.

Mas r e f l e c t i que faria muito melhor, aguardando os acontecimentos.

Lucille Paradene dirigiu- -se em passos lentos, para junto da chaminé, depois voltando-se, caminhou para a porta da saída tão ràpida-

mente, que tive num salto ágil que me esconder rapi­damente num recanto do corredor. Um segundo de­pois ela passava com a vela apagada.

A porta havia sido fecha­da sem barulho e os seus passos eram leves.

Tão leves que, só a des­locação do vento, me deu a perceber, que passava junto de mim.

— Que iria fazer a miste­riosa jovem ao quarto de meu avô ?. . .

Felicitei-me interiormente de não haver revelado a minha presença, pois que pelo caminho que as coisas tomavam devia per certo descobrir o segredo da mi­nha hóspede.

Sem me desviar do meu lugar, vi no fundo do cor­redor brilhar um fósforo. Lucille Paradene, não havia entrado no seu quarto — descia a escada.

Segui-a sem fazer o me­nor ruído, esperando que me seria possível descobrir

qual a direcção que tomava.Ao chegar ao átrio veri­

fiquei surpreendido que a jovem havia aberto a porta de entrada e saíra para a estrada.

Espreitei.Tudo estava tranquilo. O

luar brilhava formosamente sobre os telhados cobertos de neve.

Olhei em redor. Mas nada vi.

Lucille Paradene t i n h a desaparecido! . . .

Depois de uns momentos, atentei melhor no caminho, e descobri por entre a neve, as marcas distintas de seus sapatos.

Essa pista conduzia até uma porta de serviço nas trazeiras do jardim.

Recordei-me então que «Mister» G e r ma n , havia trazido a q u e l e caminho quando me visitou.

Mas era quase que impos­sível julgar que a jovem tivesse seguido naquela di­recção ! . . .

No entanto corri nessa

direcção, e ao transpor a porta, não pude deixar de soltar uma e x c l a m a ç ã o surda.

A lua iluminava o tapete branco que se estendia na minha frente, e ao longe uma forma negra, acabava de desaparecer torneando a colina que dominava o vale.

Não podia crer nos meus olhos, mas agora nenhuma dúvida era possível

Lucille Paradene dirigia- -se para Falcon Lodge.

Durante bastante tempo fiquei encostado ao muro, preso de viva excitação.

Se aquela mulher, tinha partido para se encontrar corn «Mister» German que nova combinação se prepa­raria ?

Confirmavam-se afinal as minhas primeiras suspei­tas ? ! . . .

( Continua)

Page 12: Prefo 1 *0 0 Quinta-feira, 4 de Agosto de 1955 Ano I - N* 22€¦ · cabeleireiro que, também cola borou na referida Festa com os seus penteados de arte, executados nalguma das concorrentes

4 - 8 - 9 5 5 ▲ PROVINCIA 12

A Casa dos Pescadores da Nazaré sob a presidência do 1.° Tenente S r. M anuel M ateus da Cunha Chagas tem sido dentro do cam po que lhe está destinado o apoio em todos os sentido de vida do pequeno e grande pescad or desta lab orio sa v ila. L an­çando a mão aos m ais necessitados, ela tem conseguido que a vida não pare por fa lta de au xilio .

E assim , no cam po da A ssistência a C asa dos P escad ores da Nazaré, tem tirocurado m anter tudo quanto vinha sendo fe ito aos pescadores e suas fam ílias. Neste capítulo de As­sistên cia , é in teressan te d estacar a lgu m as rú b ricas que retiram os do R elatório de contas desta sim pática casa

Em 1953 : — M aterial de pensos, 39.340S00; m edicam entos e apósitos, 177.849$00 ; c a n t i n a s esco lares, 40.079$00 ; P osto de P u ericu ltu ra , 26.678$00.

Em 1954: — M aterial de pensos, 8I.700$00; m edicam entos e apòsitos, 140.548$00; c a n t i n a s esco lares, 5í).429$u0 ; Posto de P u ericu ltu ra, 20.55'd$C0.

A 8 d iferenças que apresentam os em «M aterial de pensos» e «Medica­m entos e Apòsitos» são referid os à co m p articip ação dos sócios pela aqu isição dos m edicam entos e não a um a m aior restrição de assistên ­cia . P o r outro lado, o aum ento de d esp esas na ru brica «Cantinas E sco ­lares» é devida ao facto de terem m elhorado as re fe ições fornecidas aos alu nos da E sco ia de P esca e às alunas da Casa de Trabalho, au ­m ento do núm ero de pescadores considerados inválidos a quem fo ­ram fornecid as sopas d iariam ente e ao subsídio concedido à C antina das E sco las P rim árias frequentadas na sua m aioria , por filhos de pesca­d ores.

Com a sua farm ácia p rivativa, esta in stitu ição tem grandem ente contribu ído com a assistên cia , sendo de en a ltecer o considerável au­m ento de serv iços prestados pelos m édicos da casa que, de 24.176 em 1953, p assaram em 1954 para 31.905. Foi este aum ento verificado p rinci­palm ente em aplicação de in jecções e tratam en tos que foi, em relacção ao ano de 1955, de 5.048 e 2.745, re s­pectivam ente. Nem todos os m edi­cam entos são vendidos, m as sim fornecid os gratu itam ente aos só­cios e su as fam ílias. — Em bora que a D irecção se v isse obrigada a de­lib era r que os sócios pagassem 25% no cu sto dos m e d i c a m e n t o s , m uitas vezes a uma parte deles é n ecessário p restar au xilio , fo rn e­cendo-lhes a crédito esses m esm os m edicam entos, sem o qual seriam suas m u lheres e filhos privados do ind ispensável tratam ento.

D entro da Acção Social é de en al­

tecer a E sco la de P esca, que m inis­tra instru ção adequada a filhos de pescadores desta V ila , que no ano findo foi de 29, dos quais 13 te rm i­naram o cu rso , com 10 aprovações e 3 rep rovações, tendo passado os restan tes 16 do 1.® para o 2.° ano e sendo adm itidos m ais 10 para fre­quentarem o I.° ano. A Casa de T ra­balho com a frequ ência de 20 ra p a ri­gas todas filh as de pescadores sócios da casa, continua em laboração . Uma Escola P rim ária Nocturna para adultos. C reche Posto de Puericu l­tu ra, instalado em casas do Bairro, aguardando a construção de um edifício própi’io para lhes ser dada nova orientação e m ais larga a c­tuação. O Rancho F olclórico In fan­til que esta casa organizou há anos e à fren te do qu al, se tem en co n ­trado a Sr.a D. M aria do Carmo Rita B arros, m antendo a ju sta fam a do m elhor rancho infantil da região, exibindo-se em v árias te rra s do pais para gáudio de muitas entida­des que v isiteram P ortu gal, desta­cando-se en tre as suas ex ib ições a que efectuou em 24 de Maio no Cas­te lo de S. Jo rg e , para Suas E x ce ­lên cias os srs. m inistros da m arinha e da guerra espanhola.

N outras activ idades de destaque, são de sa lien tar a secção de venda- gem , a Alagem M ecânica de Em bar­cações — organizado o sistem a d i­ferente do usado desde os prim ei­ros dias, qu ase em que com eçou a p escar-se na Nazaré e can sistia na utilização de ju n ta s de bois. Em ­bora ainda se pratique esta m oda­lidade em m enos e sc tla , fo i dada a concessão exclu siva por 10 anos, a um indivíduo que montou este ser­viço com tractores, reservand o para a C. P. N. a percentagem de 15°/0 da receita líquida.

Eis a traço s la rg o s o que é a obra valiosa da Casa dos P escadores da Nazaré.

S S T E núm ero dedicam o-lo â Nazaré — terra que deixou em M ontijo, com a visita do

R ancho Tà-M ar um bom motivo de propa gan da e am izade.

Chamamos a atenção dos lei­tores p a ra as reportagens e en­trevistas d o nosso R e d a c t o r M u n o d e M e n e z e s , insertas nas páginas centrais e nesta p á ­gina.

Tam bém querem os sa lien ta r de uma m aneira muito especial o artigo de A l v a r o V a l e n t e —ilustre escritor e jornalista que desde a prim eira hora nos tem honrado com a sua colabo­ração.

Qlazait A R A I N H A das praias de Portugal

«Nós, os pescadores da Nazaré, oferecemos-te a nossa terra e o nosso mar.

Oferecemos te os nossos cos- tu-nes, as nossas lendas, as nossas tragédias.

Por algo nos procuram os poetas, os músicos, os escritores e os pintores».

A lin d a e g a la n te P r a ia da N a z a ré , é d is t r ib u íd a p o r tr ê s n ú c le o s p o p u la c io n a is q u e sã o : P r a ia o u N a z a ré , P e d e r n e ir a e S í t io . P o r v o lta d o s é c u lo X V I I I , p o n d o a d e s c o b e r to as te r r a s o n d e h o je se e r g u e a P r a ia . S ã o de 1 6 4 3 as p r i ­m e ir a s r e fe r e n c ia s da P r a ia da N a z a ré , te n d o j á e m 1 8 7 0 c o n ­s id e ra d o d e s e n v o lv im e n to p e s - c a tó r io , e x is t in d o 58 c a b a n a s p a ra a r r e c a d a ç ã o d e a p a r e lh o s de p e s c a . E m p r in c íp io s d o s é c u lo X I X , s ò m e n te e r a m

P E N S Ã O - R E S T A U R A N T E

! l i o ||

Q U A R T O S SIMPLESCOM

Agua corrente, quente e fria

Q U A R T O S

C O M C A S A DE B A N H O

R I B f l í D A RA B E R T O T O D O O A N O

Bom serviço de cozinha Ementas regionais

M A R I S C O S

C A L D E I R A D A S

On Parle Français English Spoken

Avenida da República

h a b ita d o s os lo c a is d e P e d e r ­n e ir a e S í t io . C o m o P r a ia de b a n h o s , e la c o m e ç o u a s e r c o n h e c id a m a is ta r d e .

P o r q u a lq u e r p r o v á v e l a c i ­d e n te g e o g r á f ic o d o s m a is c u ­r io s o s , n o d e c o r r e r d o s é c u lo X V I I I , v e r i f i c o u - s e u m a ç o - re a m e n to m a c iç o , o v a le s u b ­m a r in o da N a z a ré , p ro fu n d a d e p re s s ã o q u e te m in íc io ju n t o da c o s ta a c tu a l e q u e é c o n s i ­d e ra d a d a s m a io r e s p r o fu n d i­d ad es d o A t lâ n t ic o E u r o p e u , c o m u m a p ro fu n d id a d a a p r ó - x im a d a d e 1.000 m e tr o s .

O p o v o a d o m a is a n t ig o é o da P e d e r n e ir a , d e n o m in a d o a n t e s de S e n o P t t r o n e r o Ig o lfo da P e d e r n e ir a ) . N o s é ­c u lo X I I I o s p e s c a d o re s da P e d e r n e ir a c o n s t i tu ia m j á u m n ú c le o d e s ta c a d o , e le v a n d o as su a s v ia g e n s a té à s c o s ta s a lg a r v ia s . A f u n d a ç ã o d o c e n tr o p o p u la c io n a l do S í t io d a N a z a ré , e s tá e m ín t im a r e ­la ç ã o c o m a le n d a da N . S .a da N a z a ré e a d e s c o b e r t a da im a g e m .

A im a g e m tr a z id a d e E s ­p a n h a e m 714 e s te v e e s c o n ­d id a d u ra n te 468 a n o s n a s r o c h a s d o p r o m o n tó r io , c o m e ­ç a n d o a r e c e b e r a s h o m e ­n a g e n s d o p o v o d e sd e 1182.

U n s p a s to r e s d e s c o b r ir a m n a s u a la p a , a im a g e m d a S e ­n h o r a . D . F u a s R o u p in h o , f id a lg o , a lc a id e d o P o r to d e M ó s e o p r im e ir o a lm ir a n te p o r tu g u ê s , e r a g r a n d e a f ic io - n a d o da c a ç a , p e r c o r r e n d o d i­v e r s a s v e z e s a r e g iã o do S í t io q u e o u t r o r a f o i u m a m a ta s e r ­ra d a . A í, d e u c o m o a c h a d o da im a g e m , e d e p o is d e a v e n e r a r v á r io s d ia s a li v o lto u a p r e s ­t a r - lh e c u lto . C e r to d ia , a n ­d a n d o à c a ç a se m o lh a r o c a ­m in h o , g a lo p a v a a tr a z d e u m v e a d o , q u e p e r d id o n a su a c a r r e ir a se d e s p e n h a n o m a r . O a lc a id e do P o r to d e M ó s, a p e n a s o lh o u o p e r i g o ao v e r -s e s o b r e o p e n e d o c o s te ir o d o S í t io , e ao fu n d o a g r a n d e a ltu r a o m a r r u g in d o te m e r o s o . A flito n u m a s u p lic a a c o d e - - l h e a im a g e m d a S e n h o r a da N a z a ré , e lo g o o c a v a lo e s ta c a , f ic a n d o c o m a s p a ta s t r a s e ir a s a p o ia d a s n o p e n e d o e as m ã o s n o a r s o b r e o a b is m o . E s ta v a sa lv o ; b o m c a v a le ir o , fá c i l lh e fo i d a r u m a v o lta e p ô r o c a ­

v a lo a p is a r ro c h e d o firme. E m a c ç ã o d e g r a ç a s , o nobre c a ç a d o r m a n d o u e r ig i r , em h o n r a da V ir g e m S an tíssim a , c o m o n u m a re c o r d a ç ã o pelo seu fa v o r , a c a p e la da Memó­r ia q u e d e p o is de restaurada a in d a e x is t e n o S í t io . Junto d e la . a in d a se v ê a cavidade p ro d u z id a p e lo c a v a lo com u m a d a s p a ta s n o aco n te­c im e n to q u e te v e lu g a r em 14 d e S e te m b r o d e 1 1 8 2 . N o local o n d e fo i e d ifica d a a capela, fo r a m e n c o n t r a d a s d u ra n te as o b r a s , u m c o fr e co m re líqu ias e u m m a n u s c r i to , q u e haviam d e s a p a re c id o h á m u ito .

D aí p o r d ia n te a devoção a fe r v o r o u -s e p o r N ossa Se­n h o r a d a N a z a ré . E l - R e i D. F e r n a n d o I , m a n d o u edificar e m su a h o n r a , a p o u ca d istân ­c ia d a e r m id in h a , u m a igreja m o n u m e n ta l q u e fo i in au g u ­ra d a a 5 d e A g o sto d e 1377, se n d o n e s s e d ia p a ra a í tians- lad ad a a im a g e m d a Senhora. C o m p le ta m e n te e d i f i c a d a , p r in c ip a lm e n te n o s reinados d e D . J o ã o I I e D . M a n u el!, a in d a h o je se e r g u e im p onente, a v is ta n d o -s e b e m lo n g e as su a s d u a s to r r e s , o b r a da R a in h a D . L e o n o r , v iú v a do P r ín c ip e P e r fe ito .

P o r a ltu r a s da in v a s ã o fran ­c e s a , o p o v o p o r tu g u ê s viu-se la n ç a d o d e p e sa d a s c o n tr i­b u iç õ e s , 100 m i l h õ e s de f r a n c o s , e c o m o n ã o houvesse d in h e ir o q u e p e r fiz e sse tal m o n ta n te , J u n o t , o r d e n a que fo sse , r e c o lh id o à C asa da M o ed a o o ir o e a p ra ta das ig r e ja s e c o n f r a r ia s do Reim>- A t í tu lo d e c u r io s id a d e , só da N a z a ré s a ír a m n o a n o d e 180o p a ra c u m p r i m e n t o dessa r e p r e s á l i a , o b j e c t o s de p r a ta co m o p e s o d e 22o q u ilo s . E m J u l h o d e 180» o b e lo te m p lo d a N a z a ré , por s o ld a d o s f r a n c e s e s fo i sac iile " g a m e n te s a q u e a d o , p ilhan d o to d o o o ir o , p r a ta s , p ro fanaram a ig r e ja , a r r o m b a r a m o sa­c r á r io e s p a lh a n d o as p a r11' c u ia s , d e s a p a re c e n d o n o meio d e s ta s a c o m e tid a s d eprovadas a im a g e m d a S e n h o r a . Ap^s a to r m e n ta e a r e tira d a dos f r a n c e s e s , a v e n e ra n d a im a g ei" fo i e n c o n tr a d a a u m c a n to da

(Continua no página 5)

 C asa dos P escad o resda Qlazaré