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N.º 5 | III Série | Distribuição gratuita | Maio a Agosto de 2009 Prémio Bial de Medicina Clínica 2008 Novo marco da Reumatologia em Portugal BioRePortAR DGS considera-a “indiscutivelmente boa” Guilherme Figueiredo Reumatologista em Ponta Delgada. Fotógrafo no mundo inteiro Destinos As ruas de Filadélfia

Prémio Bial de Medicina Clínica 2008 Novo marco da ... · Esofagite de refluxo: ... (como idade > 65 anos ou ... plasmáticas do tacrolímus quando se inicia ou termina o tratamento

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N.º 5 | III Série | Distribuição gratuita | Maio a Agosto de 2009

Prémio Bial de Medicina Clínica 2008Novo marco da Reumatologia em PortugalBioRePortARDGS considera-a“indiscutivelmente boa”Guilherme FigueiredoReumatologista em Ponta Delgada. Fotógrafo no mundo inteiroDestinosAs ruas de Filadélfia

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

1. Denominação do medicamento Ogasto® 30 mg Comprimidos orodispersíveis. 2. Composição qualitativa e quantitativa Cada comprimido orodispersível contém 30 mg de lansoprazol. Excipientes: Cada comprimido orodispersível de 30 mg contém 30 mg de lactose e 9,0 mg de aspartame. Lista completa de excipientes: lactose monohidratada, celulose microcristalina, carbonato de magnésio pesado, hidroxipropilcelulose de baixo grau de substituição, hidroxipropilcelulose, hipromelose, dióxido de titânio, talco, manitol, copolímero do ácido metacrílico-acrilato de etilo (1:1) dispersão a 30%, poliacrilato dispersão a 30%, macrogol 8000, ácido cítrico anidro, monoestearato de glicerilo, polisorbato 80, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172), citrato de trietilo, crospovidona, estearato de magnésio, aroma a morango e aspartame. 3. Forma farmacêutica Comprimido orodispersível branco a amarelo esbranquiçado, com a gravação 30 num dos lados do comprimido. Cada comprimido orodispersível contém microgrânulos de cor laranja a castanho escuro. 4. Indicações terapêuticas Tratamento da úlcera duodenal e da úlcera gástrica, tratamento da esofagite de refluxo, profilaxia da esofagite de refluxo, erradicação do Helicobacter pylori (H. pylori) quando utilizado em combinação com a terapêutica antibiótica adequada para o tratamento das úlceras associadas ao H. Pylori, tratamento das úlceras duodenais e gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs, profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (ver secção 5) sob terapêutica continuada, doença do refluxo gastroesofágico sintomática, síndrome de Zollinger-Ellison. 5. Posologia e modo de administração Ogasto deve ser tomado uma vez ao dia, de manhã, excepto quando usado para a erradicação do H. pylori, altura em que deve ser tomado duas vezes ao dia, de manhã e à noite, para obter um efeito óptimo. Ogasto deve ser tomado pelo menos 30 minutos antes das refeições. Os comprimidos Ogasto têm um sabor a morango e devem ser colocados sobre a língua e chupados suavemente. O comprimido dispersa-se rapidamente na boca, libertando os microgrânulos gastrorresistentes que são engolidos com a saliva. Em alternativa, o comprimido pode ser tomado inteiro com água. Os comprimidos orodispersíveis podem ser dispersos numa pequena quantidade de água e administrados através de um tubo nasogástrico ou de uma seringa oral. Tratamento da úlcera duodenal: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 2 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica é continuada com a mesma dose durante mais duas semanas. Tratamento da úlcera gástrica: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. As úlceras cicatrizam normalmente em 4 semanas, mas para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Esofagite de refluxo: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Profilaxia da esofagite de refluxo: 15 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até 30 mg/dia, conforme necessário. Erradicação do Helicobacter pylori: Na selecção da terapêutica de combinação adequada devem considerar-se as orientações locais oficiais relativas à resistência bacteriana, à duração do tratamento (normalmente 7 dias mas por vezes até 14 dias) e à utilização adequada de agentes antibacterianos. A dose recomendada é de 30 mg de Ogasto, duas vezes ao dia, durante 7 dias em combinação com um dos seguintes: 250-500 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia; 250 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Quando a claritromicina é combinada com Ogasto e amoxicilina ou metronidazol obtêm-se taxas de erradicação do H. pylori de até 90%. Seis meses após um tratamento de erradicação com sucesso, o risco de re-infecção é baixo e é por isso pouco provável a recorrência. Também se observou a utilização de um regime incluindo 30 mg de lansoprazol, duas vezes ao dia, 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia e 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Com esta combinação observaram-se taxas de erradicação inferiores às dos regimes envolvendo claritromicina. Quando as taxas locais de resistência ao metronidazol forem baixas, este regime pode ser adequado aos doentes que não podem tomar claritromicina como parte da terapêutica de erradicação. Tratamento das úlceras duodenais e das úlceras gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs: 30 mg, uma vez ao dia, durante quatro semanas. Nos doentes não completamente curados o tratamento pode ser continuado durante mais quatro semanas. Para os doentes em risco ou com úlceras difíceis de curar, provavelmente deve ser usado um tratamento mais longo e/ou uma dose mais alta. Profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (como idade > 65 anos ou história de úlcera duodenal ou gástrica) sob terapêutica continuada com AINEs: 15 mg, uma vez ao dia. Se o tratamento falhar deve usar-se uma dose de 30 mg, uma vez ao dia. Doença do refluxo gastroesofágico sintomática: A dose recomendada é de 15 ou 30 mg/dia. O alívio dos sintomas é rapidamente obtido. Devem considerar-se ajustes da dose individuais. Se os sintomas não são aliviados em 4 semanas com uma dose diária de 30 mg, recomenda-se nova observação. Síndrome de Zollinger-Ellison: A dose inicial recomendada é de 60 mg, uma vez ao dia. A dose deve ser ajustada individualmente e o tratamento deve ser continuado durante tanto tempo quanto o necessário. Já foram usadas doses diárias até 180 mg. Se a dose diária necessária exceder 120 mg, esta deve ser dada dividida em duas doses. Insuficiência da função renal ou hepática: Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com insuficiência da função renal. Os doentes com doença hepática moderada a grave devem ser observados regularmente e recomenda-se uma redução de 50% na dose diária (ver secção 8). Idosos: Dependendo das necessidades individuais, pode ser necessário ajustar a dose nos idosos devido a uma redução da clearance do lansoprazol. Nos idosos, a dose diária de 30 mg não deve ser excedida, a não ser que hajam indicações clínicas evidentes. Crianças: A utilização de Ogasto nas crianças não está recomendada uma vez que os dados clínicos são limitados. 6. Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. O lansoprazol não deve ser administrado com atazanavir (ver secção 9). 7. Efeitos indesejáveis As frequências são definidas como frequentes (>1/100, <1/10); pouco frequentes (>1/1.000, <1/100); raros (>1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000).

Frequentes Pouco frequentes Raros Muito raros

Doenças do sangue e do sistema linfático

Trombocitopenia, eosinofilia, leucopenia

AnemiaAgranulocitose, pancitopenia

Perturbações do foro psiquiátrico

DepressãoInsónia, alucinações, confusão

Doenças do sistema nervoso

Cefaleia, tonturasInquietação, vertigens, parestesia, sonolência, tremor

Afecções oculares Distúrbios visuais

Doenças gastrointestinais

Náusea, diarreia,dor no estômago, obstipação, vómitos, flatulência, boca ou garganta seca

Glossite, candidíase do esófago, pancreatite, perturbações do paladar

Colite, estomatite

Afecções hepatobiliares

Aumento das enzimas hepáticas

Hepatite, icterícia

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos

Urticária, prurido, erupção

Petéquia, púrpura, queda de cabelo, eritema multiforme, fotossensibilidade

Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos

Artralgia, mialgia

Doenças renais e urinárias

Nefrite intersticial

Doenças dos órgãos genitais e da mama

Ginecomastia

Perturbações gerais e alterações no local de administração

Fadiga EdemaFebre, hiperhidrose, angioedema, anorexia, impotência

Choque anafiláctico

Exames complementares de diagnóstico

Aumento dos níveis de colesterol e triglicéridos, hiponatremia

8. Advertências e precauções especiais de utilização Tal como com outras terapêuticas anti-ulcerosas, deve ser excluída a possibilidade de tumor gástrico maligno ao tratar uma úlcera gástrica com lansoprazol já que o lansoprazol pode mascarar os sintomas e retardar o diagnóstico. Em doentes com disfunção hepática moderada a grave o lansoprazol deve ser administrado com precaução (ver secção 5). Pode esperar-se que a redução da acidez gástrica devida ao lansoprazol aumente a contagem gástrica de bactérias normalmente presentes no tracto gastrointestinal. O tratamento com lansoprazol pode conduzir a um ligeiro aumento do risco de infecções gastrointestinais como Salmonella e Campylobacter. Em doentes com úlceras gastro-duodenais, deve considerar-se a possibilidade da infecção por H. pylori ser um factor etiológico. Se o lansoprazol é usado em combinação com antibióticos na terapêutica da erradicação do H. pylori, as instruções de utilização destes antibióticos também devem ser seguidas. Uma vez que os dados de segurança são limitados nos doentes em tratamento de manutenção à mais de 1 ano, deve regularmente rever-se o tratamento e efectuar-se uma avaliação risco/benefício cuidadosa. Foram relatados casos muito raros de colite em doentes a tomar lansoprazol. Assim, no caso de diarreia grave e/ou persistente, deve considerar-se a descontinuação da terapêutica. O tratamento para a prevenção da ulceração péptica em doentes que necessitam de tratamento continuado com AINEs deve ser restrito aos doentes com risco elevado (por ex., hemorragia gastrointestinal prévia, perfuração ou úlcera, idade avançada, utilização concomitante de medicação conhecida por aumentar a probabilidade de ocorrência de eventos adversos GI superiores [por ex. corticosteróides ou anticoagulantes], a presença de um factor de co-morbilidade grave ou o uso prolongado das doses máximas recomendadas de AINEs). Como Ogasto contém lactose, doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou malabsorção da glucose-galactose não devem tomar este medicamento. 9. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Efeitos do lansoprazol noutros medicamentos: Medicamentos com absorção dependente do pH: O lansoprazol pode interferir com a absorção de medicamentos para os quais o pH gástrico é crítico em termos de biodisponibilidade. Atazanavir: Um estudo demonstrou que a co-administração de lansoprazol (60 mg, uma vez ao dia) com 400 mg de atazanavir a voluntários saudáveis resultou numa redução substancial da exposição do atazanavir (redução de aproximadamente 90% na AUC e na Cmax). O lansoprazol não deve ser co-administrado com o atazanavir (ver secção 6). Cetoconazol e itraconazol: A absorção do cetoconazol e do itraconazol do tracto gastrointestinal é aumentada pela presença de ácido gástrico. A administração do lansoprazol pode resultar em concentrações sub-terapêuticas do cetoconazol e do itraconazol e a combinação deve ser evitada. Digoxina: A co-administração de lansoprazol e digoxina pode levar a um aumento dos níveis plasmáticos da digoxina. Os níveis plasmáticos da digoxina devem assim ser monitorizados e a dose de digoxina ajustada se necessário, quando o tratamento com lansoprazol é iniciado ou terminado. Medicamentos metabolizados pelas enzimas P450: O lansoprazol pode aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos metabolizados através do CYP3A4. Aconselha-se cuidado ao combinar o lansoprazol com fármacos metabolizados por esta enzima e que tenham uma janela terapêutica estreita. Teofilina: O lansoprazol reduz a concentração plasmática da teofilina, o que pode reduzir o efeito clínico esperado para a dose. Aconselha-se cuidado ao combinar os dois medicamentos. Tacrolímus: A co-administração do lansoprazol aumenta as concentrações plasmáticas do tacrolímus (um substrato do CYP3A e da P-gp). A exposição do lansoprazol aumenta a exposição média do tacrolímus até 81%. Aconselha-se a monitorização das concentrações plasmáticas do tacrolímus quando se inicia ou termina o tratamento concomitante com lansoprazol. Medicamentos transportados pela glicoproteína P: Observou-se que o lansoprazol inibe a proteína de transporte, P-glicoproteína (P-gp) in vitro. A relevância clínica deste facto é desconhecida. Efeitos de outros medicamentos no lansoprazol: Fármacos que inibem o CYP2C19: Fluvoxamina: Quando o lansoprazol é combinado com o inibidor do CYP2C19 fluvoxamina pode considerar-se uma redução da dose. As concentrações plasmáticas do lansoprazol aumentam até 4 vezes. Fármacos que induzem o CYP2C19 e o CYP3A4: Indutores enzimáticos que afectam o CYP2C19 e o CYP3A4 como a rifampicina e o hipericão (Hypericum perforatum) podem reduzir marcadamente as concentrações plasmáticas do lansoprazol. Outros: Sucralfato/Antiácidos: O sucralfato e os antiácidos podem reduzir a biodisponibilidade do lansoprazol. Assim, o lansoprazol deve ser tomado pelo menos 1 hora após a administração destes medicamentos. Não foram demonstradas quaisquer interacções clinicamente significativas do lansoprazol com os fármacos anti-inflamatórios não esteróides, embora não tenham sido realizados estudos de interacção formais. 10. Titular da autorização de introdução no mercado Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica, SA Estrada Consiglieri Pedroso, 69 B, Queluz de Baixo, 2730-055 Barcarena. Medicamento sujeito a receita médica. Comparticipado de acordo com o escalão B (69%). Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. 04/2009

N.º 5 | III Série | Distribuição gratuita | Maio a Agosto de 2009

Prémio Bial de Medicina Clínica 2008Novo marco da Reumatologia em PortugalBioRePortARDGS considera-a“indiscutivelmente boa”Guilherme FigueiredoReumatologista em Ponta Delgada. Fotógrafo no mundo inteiroDestinosAs ruas de Filadélfia

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

1. Denominação do medicamento Ogasto® 30 mg Comprimidos orodispersíveis. 2. Composição qualitativa e quantitativa Cada comprimido orodispersível contém 30 mg de lansoprazol. Excipientes: Cada comprimido orodispersível de 30 mg contém 30 mg de lactose e 9,0 mg de aspartame. Lista completa de excipientes: lactose monohidratada, celulose microcristalina, carbonato de magnésio pesado, hidroxipropilcelulose de baixo grau de substituição, hidroxipropilcelulose, hipromelose, dióxido de titânio, talco, manitol, copolímero do ácido metacrílico-acrilato de etilo (1:1) dispersão a 30%, poliacrilato dispersão a 30%, macrogol 8000, ácido cítrico anidro, monoestearato de glicerilo, polisorbato 80, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172), citrato de trietilo, crospovidona, estearato de magnésio, aroma a morango e aspartame. 3. Forma farmacêutica Comprimido orodispersível branco a amarelo esbranquiçado, com a gravação 30 num dos lados do comprimido. Cada comprimido orodispersível contém microgrânulos de cor laranja a castanho escuro. 4. Indicações terapêuticas Tratamento da úlcera duodenal e da úlcera gástrica, tratamento da esofagite de refluxo, profilaxia da esofagite de refluxo, erradicação do Helicobacter pylori (H. pylori) quando utilizado em combinação com a terapêutica antibiótica adequada para o tratamento das úlceras associadas ao H. Pylori, tratamento das úlceras duodenais e gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs, profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (ver secção 5) sob terapêutica continuada, doença do refluxo gastroesofágico sintomática, síndrome de Zollinger-Ellison. 5. Posologia e modo de administração Ogasto deve ser tomado uma vez ao dia, de manhã, excepto quando usado para a erradicação do H. pylori, altura em que deve ser tomado duas vezes ao dia, de manhã e à noite, para obter um efeito óptimo. Ogasto deve ser tomado pelo menos 30 minutos antes das refeições. Os comprimidos Ogasto têm um sabor a morango e devem ser colocados sobre a língua e chupados suavemente. O comprimido dispersa-se rapidamente na boca, libertando os microgrânulos gastrorresistentes que são engolidos com a saliva. Em alternativa, o comprimido pode ser tomado inteiro com água. Os comprimidos orodispersíveis podem ser dispersos numa pequena quantidade de água e administrados através de um tubo nasogástrico ou de uma seringa oral. Tratamento da úlcera duodenal: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 2 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica é continuada com a mesma dose durante mais duas semanas. Tratamento da úlcera gástrica: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. As úlceras cicatrizam normalmente em 4 semanas, mas para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Esofagite de refluxo: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Profilaxia da esofagite de refluxo: 15 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até 30 mg/dia, conforme necessário. Erradicação do Helicobacter pylori: Na selecção da terapêutica de combinação adequada devem considerar-se as orientações locais oficiais relativas à resistência bacteriana, à duração do tratamento (normalmente 7 dias mas por vezes até 14 dias) e à utilização adequada de agentes antibacterianos. A dose recomendada é de 30 mg de Ogasto, duas vezes ao dia, durante 7 dias em combinação com um dos seguintes: 250-500 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia; 250 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Quando a claritromicina é combinada com Ogasto e amoxicilina ou metronidazol obtêm-se taxas de erradicação do H. pylori de até 90%. Seis meses após um tratamento de erradicação com sucesso, o risco de re-infecção é baixo e é por isso pouco provável a recorrência. Também se observou a utilização de um regime incluindo 30 mg de lansoprazol, duas vezes ao dia, 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia e 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Com esta combinação observaram-se taxas de erradicação inferiores às dos regimes envolvendo claritromicina. Quando as taxas locais de resistência ao metronidazol forem baixas, este regime pode ser adequado aos doentes que não podem tomar claritromicina como parte da terapêutica de erradicação. Tratamento das úlceras duodenais e das úlceras gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs: 30 mg, uma vez ao dia, durante quatro semanas. Nos doentes não completamente curados o tratamento pode ser continuado durante mais quatro semanas. Para os doentes em risco ou com úlceras difíceis de curar, provavelmente deve ser usado um tratamento mais longo e/ou uma dose mais alta. Profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (como idade > 65 anos ou história de úlcera duodenal ou gástrica) sob terapêutica continuada com AINEs: 15 mg, uma vez ao dia. Se o tratamento falhar deve usar-se uma dose de 30 mg, uma vez ao dia. Doença do refluxo gastroesofágico sintomática: A dose recomendada é de 15 ou 30 mg/dia. O alívio dos sintomas é rapidamente obtido. Devem considerar-se ajustes da dose individuais. Se os sintomas não são aliviados em 4 semanas com uma dose diária de 30 mg, recomenda-se nova observação. Síndrome de Zollinger-Ellison: A dose inicial recomendada é de 60 mg, uma vez ao dia. A dose deve ser ajustada individualmente e o tratamento deve ser continuado durante tanto tempo quanto o necessário. Já foram usadas doses diárias até 180 mg. Se a dose diária necessária exceder 120 mg, esta deve ser dada dividida em duas doses. Insuficiência da função renal ou hepática: Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com insuficiência da função renal. Os doentes com doença hepática moderada a grave devem ser observados regularmente e recomenda-se uma redução de 50% na dose diária (ver secção 8). Idosos: Dependendo das necessidades individuais, pode ser necessário ajustar a dose nos idosos devido a uma redução da clearance do lansoprazol. Nos idosos, a dose diária de 30 mg não deve ser excedida, a não ser que hajam indicações clínicas evidentes. Crianças: A utilização de Ogasto nas crianças não está recomendada uma vez que os dados clínicos são limitados. 6. Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. O lansoprazol não deve ser administrado com atazanavir (ver secção 9). 7. Efeitos indesejáveis As frequências são definidas como frequentes (>1/100, <1/10); pouco frequentes (>1/1.000, <1/100); raros (>1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000).

Frequentes Pouco frequentes Raros Muito raros

Doenças do sangue e do sistema linfático

Trombocitopenia, eosinofilia, leucopenia

AnemiaAgranulocitose, pancitopenia

Perturbações do foro psiquiátrico

DepressãoInsónia, alucinações, confusão

Doenças do sistema nervoso

Cefaleia, tonturasInquietação, vertigens, parestesia, sonolência, tremor

Afecções oculares Distúrbios visuais

Doenças gastrointestinais

Náusea, diarreia,dor no estômago, obstipação, vómitos, flatulência, boca ou garganta seca

Glossite, candidíase do esófago, pancreatite, perturbações do paladar

Colite, estomatite

Afecções hepatobiliares

Aumento das enzimas hepáticas

Hepatite, icterícia

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos

Urticária, prurido, erupção

Petéquia, púrpura, queda de cabelo, eritema multiforme, fotossensibilidade

Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos

Artralgia, mialgia

Doenças renais e urinárias

Nefrite intersticial

Doenças dos órgãos genitais e da mama

Ginecomastia

Perturbações gerais e alterações no local de administração

Fadiga EdemaFebre, hiperhidrose, angioedema, anorexia, impotência

Choque anafiláctico

Exames complementares de diagnóstico

Aumento dos níveis de colesterol e triglicéridos, hiponatremia

8. Advertências e precauções especiais de utilização Tal como com outras terapêuticas anti-ulcerosas, deve ser excluída a possibilidade de tumor gástrico maligno ao tratar uma úlcera gástrica com lansoprazol já que o lansoprazol pode mascarar os sintomas e retardar o diagnóstico. Em doentes com disfunção hepática moderada a grave o lansoprazol deve ser administrado com precaução (ver secção 5). Pode esperar-se que a redução da acidez gástrica devida ao lansoprazol aumente a contagem gástrica de bactérias normalmente presentes no tracto gastrointestinal. O tratamento com lansoprazol pode conduzir a um ligeiro aumento do risco de infecções gastrointestinais como Salmonella e Campylobacter. Em doentes com úlceras gastro-duodenais, deve considerar-se a possibilidade da infecção por H. pylori ser um factor etiológico. Se o lansoprazol é usado em combinação com antibióticos na terapêutica da erradicação do H. pylori, as instruções de utilização destes antibióticos também devem ser seguidas. Uma vez que os dados de segurança são limitados nos doentes em tratamento de manutenção à mais de 1 ano, deve regularmente rever-se o tratamento e efectuar-se uma avaliação risco/benefício cuidadosa. Foram relatados casos muito raros de colite em doentes a tomar lansoprazol. Assim, no caso de diarreia grave e/ou persistente, deve considerar-se a descontinuação da terapêutica. O tratamento para a prevenção da ulceração péptica em doentes que necessitam de tratamento continuado com AINEs deve ser restrito aos doentes com risco elevado (por ex., hemorragia gastrointestinal prévia, perfuração ou úlcera, idade avançada, utilização concomitante de medicação conhecida por aumentar a probabilidade de ocorrência de eventos adversos GI superiores [por ex. corticosteróides ou anticoagulantes], a presença de um factor de co-morbilidade grave ou o uso prolongado das doses máximas recomendadas de AINEs). Como Ogasto contém lactose, doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou malabsorção da glucose-galactose não devem tomar este medicamento. 9. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Efeitos do lansoprazol noutros medicamentos: Medicamentos com absorção dependente do pH: O lansoprazol pode interferir com a absorção de medicamentos para os quais o pH gástrico é crítico em termos de biodisponibilidade. Atazanavir: Um estudo demonstrou que a co-administração de lansoprazol (60 mg, uma vez ao dia) com 400 mg de atazanavir a voluntários saudáveis resultou numa redução substancial da exposição do atazanavir (redução de aproximadamente 90% na AUC e na Cmax). O lansoprazol não deve ser co-administrado com o atazanavir (ver secção 6). Cetoconazol e itraconazol: A absorção do cetoconazol e do itraconazol do tracto gastrointestinal é aumentada pela presença de ácido gástrico. A administração do lansoprazol pode resultar em concentrações sub-terapêuticas do cetoconazol e do itraconazol e a combinação deve ser evitada. Digoxina: A co-administração de lansoprazol e digoxina pode levar a um aumento dos níveis plasmáticos da digoxina. Os níveis plasmáticos da digoxina devem assim ser monitorizados e a dose de digoxina ajustada se necessário, quando o tratamento com lansoprazol é iniciado ou terminado. Medicamentos metabolizados pelas enzimas P450: O lansoprazol pode aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos metabolizados através do CYP3A4. Aconselha-se cuidado ao combinar o lansoprazol com fármacos metabolizados por esta enzima e que tenham uma janela terapêutica estreita. Teofilina: O lansoprazol reduz a concentração plasmática da teofilina, o que pode reduzir o efeito clínico esperado para a dose. Aconselha-se cuidado ao combinar os dois medicamentos. Tacrolímus: A co-administração do lansoprazol aumenta as concentrações plasmáticas do tacrolímus (um substrato do CYP3A e da P-gp). A exposição do lansoprazol aumenta a exposição média do tacrolímus até 81%. Aconselha-se a monitorização das concentrações plasmáticas do tacrolímus quando se inicia ou termina o tratamento concomitante com lansoprazol. Medicamentos transportados pela glicoproteína P: Observou-se que o lansoprazol inibe a proteína de transporte, P-glicoproteína (P-gp) in vitro. A relevância clínica deste facto é desconhecida. Efeitos de outros medicamentos no lansoprazol: Fármacos que inibem o CYP2C19: Fluvoxamina: Quando o lansoprazol é combinado com o inibidor do CYP2C19 fluvoxamina pode considerar-se uma redução da dose. As concentrações plasmáticas do lansoprazol aumentam até 4 vezes. Fármacos que induzem o CYP2C19 e o CYP3A4: Indutores enzimáticos que afectam o CYP2C19 e o CYP3A4 como a rifampicina e o hipericão (Hypericum perforatum) podem reduzir marcadamente as concentrações plasmáticas do lansoprazol. Outros: Sucralfato/Antiácidos: O sucralfato e os antiácidos podem reduzir a biodisponibilidade do lansoprazol. Assim, o lansoprazol deve ser tomado pelo menos 1 hora após a administração destes medicamentos. Não foram demonstradas quaisquer interacções clinicamente significativas do lansoprazol com os fármacos anti-inflamatórios não esteróides, embora não tenham sido realizados estudos de interacção formais. 10. Titular da autorização de introdução no mercado Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica, SA Estrada Consiglieri Pedroso, 69 B, Queluz de Baixo, 2730-055 Barcarena. Medicamento sujeito a receita médica. Comparticipado de acordo com o escalão B (69%). Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. 04/2009

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A SPR é membro da EULAR-European League Against Rheumatism

Propriedade

Sociedade Portuguesa de ReumatologiaR. D. Estefânia, 177, 1.º D1000-154 LisboaTel.: 21 353 43 95Fax.: 21 315 97 80

[email protected]

PeriodicidadeQuadrimestral

Tiragem3000 exemplares

Depósito legalEm aprovação

Concepção, edição e paginação:

Direcção

PresidenteRui André Santos

Vice-Presidente Viviana Tavares

Vice-PresidenteRui Leitão Secretária-GeralPatrícia Nero

Secretária AdjuntaHelena Canhão

TesoureiraLúcia Costa

Vogal Região NorteFilipe Brandão

Vogal Região CentroMargarida Oliveira

Vogal Região SulAna Teixeira

Vogal Região IlhasRicardo Figueira

Mesa da Assembleia Geral

PresidenteAugusto Faustino

SecretárioWalter Castelão

SecretárioJosé Ribeiro

Conselho Fiscal

PresidenteJosé Vaz Patto

RelatorJosé Bernardes

VogalMaria Manuela Parente

Presidente-EleitoLuís Maurício

No intervalo de tempo decorrido entre a publicação do anterior e do actual Boletim Informativo, a Reumatologia portuguesa viveu dois momentos que a afirmaram, de forma sólida, no plano externo.

O primeiro momento foi determinado pela atribuição do Prémio Bial de Medicina Clínica à equipa liderada pelo Professor João Eurico Fonseca. Tal distinção confirma a mais-valia científica do trabalho vencedor, entre catorze concorrentes, mas sobretudo confirma a excelência da investigação já efectuada na área da Reumatologia.

O segundo evento diz respeito à apresentação pública dos primeiros resultados da base de dados de doentes com Artrite Reumatóide sob Terapêutica Biotecnológica – BioRePortAR. A parceria assumida entre a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) e a Direcção-Geral de Saúde (DGS), na perspectiva de a BioRePortAR constituir o suporte à construção do registo da própria DGS de doentes a fazerem aquele tipo de medicamentos, constitui o reconhecimento, pelos organismos oficiais, do trabalho sério e competente que se vem desenvolvendo nos últimos dois anos, atingindo de forma transversal o mandato da anterior e actual Direcções da SPR.

Tal desiderato leva-nos a reflectir sobre o futuro.

E o futuro passa por diversas vertentes: investimento na investigação e diferenciação técnica dos Reumatologistas e Centros de Reumatologia; criação de novos e ampliação de algumas das Unidades/Serviços de Reumatologia; envolvimento progressivo da Especialidade nas mais diversas instituições com poder de decisão.

Nessa perspectiva, enquadra-se um estreitar de relacionamento entre os Reumatologistas e o Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos e entre este e o Conselho Nacional Executivo, de forma que outros projectos que envolvam a afirmação da Reumatologia em Portugal possam vingar.

Hoje, a Reumatologia em Portugal é diferente da de há vinte anos. Desejo que daqui por vinte anos nem precisemos de nela falar! Ela “estará lá”…naturalmente!

Dr. Luís MaurícioPresidente-Eleito da SPR

Afirmação!

4 a 6 | 12 a 13João Eurico Fonseca liderou equipaReumatologia ganhou Prémio Bial de Medicina Clínica 2008António Alves de Matos, (ex-)presidente do Colégio da Especialidade de Reumatologia“Há um vazio entre os reumatologistas e o Colégio”

8Margarida Oliveira, ReumatologistaUm novo desafio para osreumatologistas portugueses!

20 a 22Eugénia Simões, ReumatologistaOsteoporose – Novas abordagens

30 a 31Braga... “É o queijo!”

32 a 34As ruas de Filadélfia

10 | 25 a 26Agenda CulturalEventos nacionais e internacionais

14 a 15À conversa com...Guilherme Figueiredo

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Apresentação dos resultados preliminaresDirecção-Geral de Saúde vai utilizarBioRePortARANDARDores de quem não as tem, mas senteBalançosII Fórum de EspondilartropatiasIniciativa 3E – Artrite Indiferenciada

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Novo marco na Reumatologia

Equipa de João Eurico Fonseca ganhouPrémio Bial de Medicina Clínica 2008

A equipa liderada por João Eurico Fonseca arrecadou o Prémio Bial de Medicina Clínica 2008, no valor de 50.000 euros, entregue no passado dia 06 de Maio pelas mãos do Presidente da República, Cavaco Silva. O trabalho premiado intitula-se “Uma nova visão das doenças reumáticas inflamatórias: um exemplo de interacção da biologia celular e molecular com a clínica”– uma visão com muitas mensagens inovadoras

Símbolo de reconhecimento de um trabalho multi-institucional e da investigação biomédica em Reumatologia, o prémio Bial

de Medicina Clínica tem para João Eurico Fonseca outra faceta essencial: continuar a desenvolver mecanismos de diagnóstico e prognóstico precoces que permitam escolher as terapêuticas mais adequadas, logo nas manifestações iniciais das doenças reumáticas inflamatórias.

B. I.: Que valor emocional e profissional tem para si o Prémio Bial de Medicina Clínica 2008?João Eurico Fonseca: Este prémio é o reconhecimento de um trabalho de fundo, com vários anos de evolução, realizado pela Unidade de Investigação em Reumatologia do Instituto de Medicina Molecular, resultante da colaboração entre médicos e cientistas não-médicos – como biólogos e engenheiros biomédicos – e várias instituições a trabalhar em conjunto, sob a coordenação desta Unidade. É, por isso, também, o reconhecimento de que é possível fazer um trabalho consistente, continuado e esforçado, englobando pessoas com formações diferentes e várias instituições hospitalares. Fica assim reforçado o conceito de que o progresso biomédico tem, mais cedo ou mais tarde, de ser sediado num eixo com 3 pilares: a vertente académica, representada, neste caso, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; a da investigação biomédica, que corresponde ao Instituto de Medicina Molecular; e a da actividade clínica, centrada no Hospital de Santa Maria, com contributos dos hospitais Egas Moniz e Garcia da Orta.

Tal como noutras especialidades, acreditamos que a investigação e o desenvolvimento da Reumatologia não só na parte científica como também na prestação de cuidados médicos estão de mãos dadas com a progressão dos conhecimentos médicos.

Foi por isso que quis sublinhar o carácter multi-institucional deste trabalho no seu discurso de agradecimento?Embora o trabalho esteja em curso há muito tempo, e estejamos a publicar sistematicamente todos os anos artigos na literatura internacional, baseados precisamente neste conceito multidisciplinar, na verdade este prémio cria um conhecimento público e imparcial da validade do modelo que adoptámos, um modelo de aposta no desenvolvimento do conhecimento biomédico em Reumatologia, da melhoria da prestação de serviços médicos aos doentes reumáticos, ao nível dos melhores centros internacionais e, ao mesmo tempo, uma tentativa de promover todo um grupo de profissionais de saúde que estão relacionados com a Reumatologia – reumatologistas e não-reumatologistas.

O trabalho intitula-se “Uma nova visão das doenças reumáticas inflamatórias: um exemplo de interacção da biologia celular e molecular com a clínica”. Em que consiste esta nova visão?Basicamente consiste na percepção de que para tratar as doenças reumáticas inflamatórias, à imagem do que é feito para qualquer patologia oncológica ou coronária, é fundamental detectá-

“Faz sentido que os doentes com mau prognóstico comecem logo a ser tratados com fármacos biológicos, antecipando, no fundo,

o que estamos a deixar para mais tarde”

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-las o mais cedo possível, uma vez que enquanto os doentes estão na fase assintomática, ou seja, sem manifestações clínicas, a doença já está a progredir.

É importante frisar que, mesmo antes de os doentes se queixarem, já estão a ocorrer destruições articulares, tal como acontece com um tumor, que se desenvolve e só depois os sintomas se manifestam, ou com uma doença coronária, cujo enfarte é o reflexo das artérias entupidas. O mesmo se passa com as doenças articulares inflamatórias. Por isso, há que encontrar medidas que nos expressem o

prognóstico e a probabilidade de uma doença evoluir mal. É este o conceito-base de todo o nosso trabalho realizado nos últimos dez anos: o desenvolvimento de instrumentos para aumentar a nossa capacidade de diagnóstico precoce e a possibilidade de, perante um doente, percepcionar se este vai evoluir de forma mais agressiva ou não e se – em conformidade – a terapêutica deverá ser mais ou menos agressiva.

Somos todos diferentes e mais diferentes somos na doença, ou seja, há doentes que evoluem relativamente bem e não precisam de uma atitude terapêutica tão agressiva e outros que

evoluem de forma pior e, sim, necessitam de tudo o que nós temos para que fiquem bem.

Concluindo, este trabalho sustenta a visão – que é também a mensagem final – de que desde que seja possível a identificação numa fase inicial dos doentes com patologia reumática inflamatória,

será seguramente possível, na maior parte dos casos, identificar aqueles que vão ter um destino pior. Nesses doentes é legítimo, de acordo com as recomendações aprovadas actualmente a nível nacional e consensuais entre os reumatologistas, administrar fármacos reservados para as formas mais avançadas da doença, logo que ocorram as primeiras manifestações da doença.

Reumatologia venceu entre 14 candidaturas ao Prémio Bial de Medicina Clínica.Miguel Castelo-Branco arrecadou o Grande Prémio Bial de Medicina, entre 22 trabalhos candidatados. A cerimónia de entrega dos Prémios Bial 2008 decorreu no passado 6 de Maio, no auditório do Edifício Egas Moniz da Faculdade de Medicina de Lisboa, contando com a presença oficial do Presidente da República, Cavaco Silva. Miguel Castelo-Branco, director do Insti-tuto Biomédico da Luz e Imagem e bolseiro da Fundação Bial, arrecadou o Grande Prémio Bial de Medicina, no valor de 150.000 euros, com um trabalho sobre novas técnicas de detecção precoce de doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento. Por sua vez, o Prémio Bial de Medicina Clínica foi atribuído ao trabalho coordenado por João Eurico Fonseca [v. entrevista], cujo carácter multi-institucional foi elogiado pelo presidente do júri, João Lobo Antunes.

A 13.ª edição dos Prémios Bial distinguiu ainda três trabalhos com Menções Honrosas, no valor de cinco mil euros cada. O presidente da Fundação Bial, Luís Portela, assegurou que esta instituição irá dar continuidade ao Prémio Bial, com uma nova edição em 2010, embora até lá o regulamento seja alvo de revisão “por sugestão de membros do júri”.

Além dos doentes que já estão no topo da pirâmide

para receber essa terapêutica [biológica], há aqueles que

vão chegar rapidamente lá porque têm muito mau

prognóstico

Está a referir-se aos medicamentos biológicos?Exactamente. Quando me refiro a medicamentos que estão reservados para formas mais graves da doença, estou a falar das terapêuticas biológicas, baseadas em biotecnologia, que permitem o tratamento através de alvos específicos da fisiopatologia destas doenças. Faz sentido que os doentes com mau prognóstico comecem logo a ser tratados com fármacos biológicos, antecipando, no fundo, o que estamos a deixar para mais tarde… Isso não aconteceu até agora, por motivos económicos, por causa dos efeitos adversos e porque muitos doentes já estão reservados para o pico da pirâmide da doença.

No entanto, alguns desses doentes mais graves têm acesso ao tratamento muito tardiamente e se esse fosse administrado numa fase inicial, poderiam beneficiar muito mais. Seria a diferença entre ficarem com consequências para o resto da vida e ficarem bem. E esses tratamentos só não são oferecidos a todos os doentes porque essa atitude não é legítima.

Porquê?Não é legítima por dois motivos: em primeiro lugar, há muitos doentes que não precisam deles, daí que o médico tenha de utilizar todas as metodologias possíveis para seleccionar aqueles que têm um pior prognóstico e necessitam mesmo das terapêuticas biológicas; depois, há aspectos económicos importantíssimos, pois não podemos desperdiçar recursos económicos do Sistema Nacional de Saúde tratando doentes de uma forma indiscriminada. O que é importante frisar é que além dos doentesque já estão no topo da pirâmide para receber essa terapêutica, há aqueles que vão chegar rapidamente lá porque têm muito mau prognóstico. Estes, se seguidos de forma muito atenta, poderão ser tratados com sucesso mais cedo e com grande benefício para os mesmos.

Um “Centro de Excelência”

O prémio Bial de Medicina Clínica tem um valor de 50.000 Euros. Como vai ser aplicada esta verba?Todo o valor do prémio vai ser investido na continuidade desta linha de investigação, na

procura de metodologias de diagnóstico e prognóstico precoce e de novos alvos terapêuticos nas doenças reumáticas inflamatórias.

Queremos continuar a ter impacto científico, através da publicação de artigos, ao mesmo tempo aliado à nossa prática médica, procurando melhorar continuamente a qualidade de assistência aos doentes reumáticos para que o conjunto do espaço do Serviço de Reumatologia do Hospital de Santa Maria e a Unidade de Investigação em Reumatologia do IMM funcionem como um centro de excelência na prestação de cuidados médicos e de investigação biomédica na área da reumatologia.

A designação de “Centro de Excelência” refere--se a um conceito criado pela EULAR. Esta organização prevê que grupos de investigação e prestação de cuidados de saúde em Reumatologia que tenham um nível suficientemente elevado possam ter este título: podem candidatar-se de uma forma espontânea através da submissão de um documento que é depois avaliado pela EULAR, que visita, inclusive, o Centro. Após esse processo de avaliação, é dado o título de “Centro de Excelência em Reumatologia pela EULAR”. Daqui a cinco anos queremos atingir precisamente esse patamar e candidatarmo-nos a esse título.

Claro que o objectivo global inerente é olharmos para uma perspectiva optimista global dos cuidados de saúde e da investigação em Reumatologia, na qual colocamos como fasquia de actuação a prestação dos melhores cuidados possíveis aos doentes reumáticos e a prestação de um serviço à comunidade biomédica, que será, no fundo, o desenvolvimento da ciência na área da Reumatologia, algo que continua muito deficitário a nível europeu.

Gostava de aproveitar a oportunidade para citar um exemplo concreto: os quadros da União Europeia de financiamento da Ciência – o que está em curso é o chamado FP7 – continuam a não contemplar de forma objectiva a Reumatologia e mesmo o financiamento que é obtido em parceria entre o Estado português e a União Europeia através da Fundação da Ciência e Tecnologia

para os projectos de investigação científica continuam a ser deficitários na área das doenças reumáticas. Um dos objectivos de instituições como a SPR e a EULAR é pugnar a nível nacional e internacional para que os subsídios para a investigação contemplem objectivamente as doenças reumáticas. Por exemplo, a última candidatura promovida pela Fundação de Ciência e Tecnologia para projectos de investigação clínica tinha como enquadramento essencialmente as doenças infecciosas, as doenças cardiovasculares e as neurológicas; conseguimos um financiamento nesse concurso, mas estudando as doenças cardiovasculares nos doentes reumáticos, ou seja, não tendo as doenças reumáticas como único objecto de estudo. Este é um pormenor muito importante, tendo em conta a contracção da economia global, porque só tem sido possível manter um investimento na investigação em Reumatologia devido, em parte, ao contributo excepcional da indústria farmacêutica. Como prevejo que

essa contracção se estenda também à indústria farmacêutica, torna-se ainda mais importante a contribuição de fundos estatais. O prémio Bial é uma lufada de ar fresco para a contínua pressão que existe do ponto de vista económico para continuar a desenvolver estes trabalhos.

A investigação sai muito cara, pode ser olhada de certa forma como um luxo, mas é um luxo necessário, que nos separa de uma situação de indefinição e estagnação. Não são só as auto--estradas que contribuem para a rota de sucesso do país, mas, sim, o número de doutorados e artigos publicados em várias áreas, incluindo a investigação biomédica, algo que, embora passe ao lado do público, se tem vindo a destacar. Já existem empresas – como a Bial – que se aperceberam de que a ciência é algo estratégico. Aliás, poderá ser a única estratégia verdadeiramente de sucesso para o nosso país nos próximos anos, uma vez que tudo o resto parece não estar a funcionar bem.

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Autores do trabalho galardoado com o Prémio Bial de Medicina Clínica 2008“Uma nova visão das doenças reumáticas inflamatórias: um exemplo de interacção da biologia celular e molecular com a clínica”Prof. Doutor João Eurico Fonseca, Prof.ª Doutora Helena Canhão, Dr.ª Maria José Santos, Dr.ª Filipa Mourão, Dr.ª Elsa Sousa, Dr.ª Joana Caetano Lopes, Dr.ª Rita Moura, Doutora Pamela Weinmann, Dr. José Alberto Pereira da Silva, Prof. Doutor Jaime Branco e Prof. Doutor Mário Viana de Queiroz.

A investigação sai muito cara, pode ser olhada de

certa forma como um luxo, mas é um luxo necessário,

que nos separa de uma situação de indefinição e

estagnação

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Dr.ª Margarida OliveiraDirectora do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar da Cova da Beira, EPE e Vogal da Região Centro da SPR

Escola de Ecografia Músculo-Esquelética da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

Um novo desafio para os reumatologistas portugueses!

Tem sido reconhecido, de forma progressiva, o benefício da ecografia músculo-esquelética como ferramenta no

diagnóstico e orientação terapêutica dos doentes com doenças reumáticas.

Trata-se de um exame não invasivo, rápido, de baixo custo, dinâmico, porque realizado em tempo real, passível de ser repetido e com grande aceitabilidade por parte dos doentes.

Por sua vez, faz sentido que os reumatologistas, enquanto melhores conhecedores das doenças reumáticas, realizem esta técnica. Até porque a “ecografia reumatológica” é mais do que simplesmente anatómica. Com a utilização do doppler é-nos dado a conhecer o grau de inflamação intra e periarticular, pelo que é cada vez mais um exame importante na avaliação precoce e seguimento das doenças reumáticas, constituindo uma importante ferramenta para o diagnóstico e avaliação da resposta às diferentes terapêuticas. É ainda um instrumento muito útil como guia das diferentes técnicas reumatológicas.

Nos últimos anos temos assistido à expansão da Reumatologia Nacional, traduzida pela descentralização, com criação de novos Serviços e Unidades. É fundamental que se continue a estimular o desenvolvimento das competências técnicas dos reumatologistas que têm contribuído progressivamente para a afirmação da especialidade.

Existem em Portugal diversos especialistas em Reumatologia que têm reconhecida competência na execução desta técnica, alicerçada na experiência acumulada de vários anos de prática

da mesma. Outros, por sua vez, realizaram formação no estrangeiro com colegas de referência nesta área e, nas diversas instituições onde desenvolvem a sua actividade profissional, têm vindo a implantá-la.

Surge assim imperiosa a ideia da Escola. E uma escola é sobretudo um local de partilha: partilha de conhecimentos, mas também partilha das dúvidas de cada um!

Propõe-se por isso que se constitua um grupo coeso de trabalho, que aprofunde e partilhe os seus conhecimentos, com vista a dissipar as dúvidas do grupo. E que avance no conhecimento, pela partilha, não só a nível nacional, mas também internacional, até porque esta é ainda uma área em franca evolução.

Naturalmente a Escola terá o dever e a função de formar todos os reumatologistas que nutram interesse por esta área e existem já propostas no sentido de a aprendizagem desta técnica fazer parte integrante dos currículos dos internos de Especialidade. Com o tempo, esta será uma técnica tendencialmente aprendida e praticada por todos, o que talvez venha a conduzir à extinção da própria escola. Nessa altura o dever de formação estará cumprido!

Assim, é necessária a colaboração de todos os colegas, particularmente daqueles que queiram usar o seu tempo e energia nesta cruzada. E é também fundamental o apoio de todos os responsáveis dos Serviços e Unidades de Reumatologia para que esta ideia possa avançar, para bem dos doentes reumáticos e da evolução da Reumatologia em Portugal.

Com o tempo esta [ecografia músculo-esquelética]

será uma técnica tendencialmente aprendida e

praticada por todos

Nova Direcção da LPCDR

Criar mais associações de doentes reumáticos é um dos objectivos A Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) definiu os corpos sociais para o próximo triénio – 2009-2011 –, elegendo J. A. Melo Gomes como presidente e Augusto Faustino como vice-presidente.

Segundo Melo Gomes, impedir que a crise afecte a actividade será o objectivo principal da nova direcção da LPCDR. O presidente afirmou pretender manter o número de actividades realizadas apesar das dificuldades esperadas ao nível do apoio dos laboratórios farmacêuticos, pedindo maior dedicação a todos os voluntários que têm colaborado com a LPCDR.

Entre os principais objectivos a longo prazo, Melo Gomes declarou ainda pretender

continuar a dar apoio à criação das novas associações de doentes reumáticos que permanecem sem representação, como a Esclerodermia, além de manter a colaboração com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia no sentido de criar a Fundação Portuguesa de Reumatologia.

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) vai utilizar o BioRePortAR – Registo de Doentes com Artrite Reumatóide a

efectuar Terapêutica Biotecnológica – para criar o “seu” registo mínimo exigido pelo Ministério da Saúde, traduzido no Despacho n.º 20510/2008, de 24 de Julho. A decisão foi divulgada no passado dia 16 de Junho, na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, na cerimónia de apresentação dos resultados preliminares do BioReportAR, por Miguel Oliveira, técnico da DGS responsável pela operacionalização do processo.

O BioRePortAR é um projecto conjunto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

(através da colaboração íntima do Grupo de Estudos da Artrite Reumatóide) e do Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa. Ainda no ano passado, foi criada uma Comissão de Coordenação do Registo Nacional de Doentes Reumáticos da SPR, presidida por Augusto Faustino, para promover a implementação dos vários registos de doentes e regulamentar o acesso, utilização e divulgação de dados obtidos através destes registos.

Neste momento, a SPR já detém um registo nacional composto não só pelo BioRePortAR, mas também pelo BioRePortEA (Registo de Doentes com Espondilite Anquilosante a efectuar Terapêutica Biotecnológica), o RegistAR (Registo de Doentes com Artrite Reumatóide), o BioRePortAIJ (Registo de Doentes com Artrite Idiopática Juvenil a efectuar Terapêutica Biotecnológica) e o BioRePortAP (Registo de Doentes com Artrite Psoriática a efectuar Terapêutica Biotecnológica). Alguns destes registos ainda estão em fase de desenvolvimento.

Plataforma web em menos de um ano

Além da qualidade técnica do BioRePortAR, Miguel Oliveira salientou como factor decisivo a capacidade de este poder estar acessível em plataforma web, uma realidade prevista para os próximos meses, de acordo com Augusto Faustino, que, no seu discurso, fez uma retrospectiva dos Registos Nacionais, desafio que começou em 2006, quando foi identificada a necessidade de se criar “a” BioRePortAR (ainda considerada nesta altura como “base de dados” dos doentes) e a evolução deste conceito para um “registo de dados” em ambiente de processo clínico electrónico.

Entre as numerosas vantagens da existência destes registos nacionais, Augusto Faustino salientou três transversais: a garantia de utilização adequada dos fármacos biológicos, o aumento da qualidade clínica dos cuidados de saúde no âmbito da Reumatologia e a

promoção de um conhecimento exacto sobre a prática da Reumatologia em Portugal.

Resultados preliminares

Os resultados preliminares da BioRePortAR foram apresentados pelo reumatologista João Eurico Fonseca. Dos 380 doentes registados (número referente a 14 dos 17 centros de Reumatologia nacionais), cerca de 88% são mulheres, com uma idade média de 54 anos, sofrendo da doença há cerca de 11 anos antes da primeira administração de fármacos biotecnológicos. A maior parte das terapêuticas biotecnológicas inclui Etanercept (40,1%), Infliximab (30,3%) e Adalimumab (19,7%). Cerca de 12% destes doentes estão, actualmente, em remissão. A média apresenta um DAS28 de 3,9 e um HAQ de 1,1.

Outros intervenientes

A reumatologista Helena Canhão guiou a audiência numa visita virtual ao funcionamento deste registo. Jaime Branco, coordenador do Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas, sublinhou a importância deste projecto para a Reumatologia e outras sociedades científicas, facto valorizado também pelo presidente da SPR, Rui André, que promoveu um debate dinâmico entre os presentes, nos quais se destacou Francisco George, Director--Geral da Saúde, que elogiou generosamente todo o projecto.

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Apresentação dos resultados preliminares do BioRePortAR

Direcção-Geral de Saúde vai utilizar base de dados da SPR

“Indiscutivelmente boa” foi a justificação dada por Miguel Oliveira, responsável pelo Departamento de Qualidade na Saúde da Direcção-Geral de Saúde, para a utilização da base de dados do BioRePortAR como registo nacional de doentes em tratamento com medicamentos biológicos

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A morte do poeta e escritor uruguaio Mário Benedetti no passado mês de Maio reacende a vontade de lembrar uma das suas principais obras literárias: “Obrigada pelo Lume”. Editada originalmente em 1965, toma como pretexto a obsessão do jovem Ramón Budiño em assassinar o seu pai, um homem poderoso e autoritário, para questionar a pátria, o amor, o sexo, o lugar de cada um na sociedade e a “falta de coragem para eliminar o velho”, espelhando um país que não tolera gestos dramáticos e que está mergulhado numa grave crise política e social. Considerado por muitos como um “poeta do compromisso, do amor e da alegria”, a obra de Benedetti mereceu rasgados elogios por parte de autores conceituados, incluindo José Saramago, que o considerou “um amigo, um irmão”.

O retrato de uma família disfuncional serve de mote para “Agosto em Osage”, que sobe ao palco do Teatro Nacional D. Maria II pela mão da encenadora Fernanda Lapa. A peça, que rendeu ao dramaturgo americano Tracy Letts o Prémio Pulitzer em 2008 na categoria de drama, aborda a perturbadora história do clã Weston, cujos membros se reúnem na tentativa de perceber a causa do desaparecimento do patriarca – um professor universitário reformado, alcoólico e poeta – revelando no processo desconcertantes segredos. Pouco conhecido entre nós, Tracy Letts é já uma referência no género do terror. William Friedkin, autor de “Exorcista”, ficou tão seduzido por outra das suas peças – “Bug” – que a adaptou ao cinema, convidando o próprio dramaturgo para guionista. O filme foi premiado no Festival de Cannes.

Livros

Teatro

Obrigada pelo LumeMário BenedettiTradução de David MachadoCavalo de Ferro2008

Agosto em OsageTeatro Nacional D. Maria IILisboa | Em cena até 2 de Agosto4.ª a Sábado, às 21h00; Domingos, às 16h00

Considerada uma das maiores vozes da actualidade, Diana Krall regressa ao nosso país, em Outubro, para apresentar o álbum “Quiet Nights”. Os concertos, agendados para 10 e 11 de Outubro, em Lisboa e no Porto, respectivamente, integram uma digressão internacional, que se prolongará até Dezembro.

“Quiet Nights”, o 12.º álbum desta cantora e pianista canadiana, é fruto de uma viagem que fez ao Brasil, em 2008. Ao “smooth jazz” intemporal juntou, agora, influências da bossa nova, inspirada pelo universo de António Jobim.

MúsicaDiana KrallLisboa, Praça de Touros do Campo Pequeno, 10 de Outubro de 2009

Porto, Pavilhão Rosa Mota, 11 de Outubro de 2009Bilhetes: entre 25 € e 70 €

A comemoração dos 20 anos da Fundação Serralves em 2009 surge como pano de fundo para a apresentação de uma década de trabalho: “A Colecção”. Comissariada por João Fernandes e Ulrich Loock, ocupa todo o Museu e Parque com as grandes obras que marcaram Serralves nos últimos 10 anos, reunindo quer peças representativas do núcleo histórico da Colecção (das décadas de 1960 e 1970) quer algumas dos vários artistas ainda identificáveis no acervo desde a década de 1980 até à actualidade. “A Colecção” mostra ainda ao público, pela primeira vez, as mais recentes aquisições da Fundação.

ExposiçõesSerralves 2009 – “A Colecção”Porto | Museu de SerralvesAté 27 de Setembro

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António Alves de Matos, (ex-)presidente do Colégio da Especialidade de Reumatologia e membro do novo Conselho Directivo

“Há um vazio entre os reumatologistas e o Colégio da Especialidade”

Enquanto se aguarda as eleições nos Colégios das Especialidades que não apresentaram candidaturas, o Conselho Directivo (CD) eleito para o de Reumatologia espera pelo dia da tomada de posse. Foi, por isso, uma oportunidade única para falar com o presidente do CD do mandato anterior, enquanto não se sabe se irá também presidir o futuro.

Quando, há 15 anos, ingressou na Direcção do Colégio da Especialidade de Reumatologia, tudo lhe parecia um pouco

“nebuloso”. Volvidos vários mandatos, António Alves de Matos continua a lutar pela aproximação dos reumatologistas ao Colégio, salientando o seu papel essencial, em particular na promoção e na garantia da qualidade da formação prestada aos internos ao definir os critérios de idoneidade dos respectivos centros.

B.I.: As eleições para o novo Conselho Directivo (CD) do Colégio da Especialidade de Reumatologia decorreram no passado dia 21 de Maio. Só havia uma lista, apresentada por si, que foi eleita. Sabe com quantos votos?A. Alves de Matos: Sei os resultados referentes às zonas Sul e Centro: dos cerca de 80 inscritos que compõem estas duas secções, houve 14 votos, 13 na lista A e um deles nulo, porque faltava a assinatura. Embora não tenha sido manifestado desagrado pelos reumatologistas que votaram, houve, na verdade, uma grande falta de participação.

Houve mudanças na constituição do CD em relação ao mandato anterior?Mantêm-se no CD do Colégio, além de mim, o Dr. Luís Miranda, o Dr. Melo Gomes e a Dr.ª Maria João Salvador. A Dr.ª Maria José Santos foi substituída pela Dr.ª Viviana Tavares; o Dr. José Miguel Bernardes ocupou o lugar do Dr. José Pinto; a Dr.ª Manuela Costa substituiu o Dr. Carlos Rosa. Saíram também a Dr.ª Lúcia Costa, substituída pelo Dr. Sérgio Alcino, e o Dr. Guilherme Figueiredo,

substituído pelo Dr. Mário Rodrigues. Deixe-me agradecer a todos os que agora abandonam a Direcção do Colégio a dedicação e interesse que manifestaram pela causa da Reumatologia. Foram todos excelentes Colegas.

Vai continuar a presidir o Colégio de Especialidade de Reumatologia?O facto de eu ter organizado esta lista e de ter feito os convites não significa que serei o Presidente. Isso dependerá da decisão que for tomada na primeira reunião, que decorrerá após a tomada de posse do novo CD, a qual só acontecerá em Julho.

O que propôs na candidatura a lista vencedora?Não é costume haver uma candidatura com um programa. Talvez o devamos fazer... Porém, temos em projecto uniformizar os exames de titulação, ou seja, os exames de final de estágio em Reumatologia, e dar mais atenção à formação e aos internos, sensibilizando-os para a vivência do Colégio e da própria especialidade. Por um lado, os internos parecem começar a ter interesse nisso, mas, por outro, os recém-especialistas não se estão a inscrever no Colégio da Especialidade.

A inscrição no Colégio não é obrigatória?Para poderem verdadeiramente exercer a especialidade, os reumatologistas deveriam estar inscritos. Mas parece não haver nada que os obrigue…e não me consta que os “não-inscritos” estejam desempregados ou a dedicar-se a outra actividade. É uma das falhas dos mecanismos de controlo ou de regulação, não sei bem como lhe

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chamar. Em alguns hospitais, o reumatologista só necessita de apresentar um certificado que prova ter tido êxito no exame final para ser contratado… E isso não implica que esteja inscrito no Colégio.

Mas considera que os reumatologistas não se apercebem da importância que tem o Colégio da Especialidade da Reumatologia?Só quem está ou tenha passado pela Direcção do Colégio é que se percebe a sua importância. A missão desta instituição, as decisões que têm de ser tomadas e as demais actividades envolvidas são desconhecidas da maioria. Durante o anterior mandato, tentei implementar uma estratégia de divulgação do Colégio, mas acabei por não o conseguir fazer, por incapacidade própria ou falta de tempo, apesar de a própria Ordem dos Médicos nos ter disponibilizado um local no site deles para o efeito. No futuro, considero ser essencial dar a conhecer o Colégio, os seus problemas e as actividades a que se dedica.

E porquê este grau de abstenção tão elevado nas eleições do novo CD do Colégio?Porque os reumatologistas estão divorciados não só do Colégio, mas da própria Ordem dos Médicos. Isto na minha opinião, embora me pareça ser partilhada por muitos. Aliás, existe um certo afastamento da Ordem dos Médicos em relação aos verdadeiros problemas dos médicos. Eu próprio tentei fazer com que a Ordem dos Médicos se pronunciasse, por exemplo, sobre aspectos gerais dos critérios de idoneidade que se aplicassem a todos os centros de formação, como, por exemplo, o controlo de qualidade, a existência de um quadro fixo de pessoas dedicadas à formação e outros parâmetros básicos. Não conheço qualquer posição dos órgãos máximos da Ordem sobre estes assuntos. Mas o mais curioso é que existe um documento da lavra do Conselho Nacional Executivo, datado de 2002, mas que nunca foi posto em prática ou sequer divulgado perante os Colégios, e que formula os critérios com que devem ser avaliados os Centros de Formação. “Nuances” políticas... Foi este documento que utilizámos quando reformulámos o novo inquérito às capacidades formativas e à idoneidade dos Centros de Reumatologia.

O mesmo se passa com o Programa de Formação de Reumatologia. Este não pode, na minha opinião – e que não é só minha, pois tem surgido esta questão a nível internacional –, ser apenas um programa de formação de ordem técnica… O médico não é somente um indivíduo que olha para um doente, descobre uma doença e a trata, abstraindo-se da pessoa, dos recursos existentes e da sociedade que os rodeia. Quisemos incluir estes vários aspectos no novo Programa de Formação, mas não nos permitiram. Só pudemos incluir o que estava estipulado na lei [Portaria 183/2006 de 22 de Fevereiro que aprova o novo Regulamento do Internato Médico] e que é meramente técnico. Toda a parte humana e social da actividade médica teve de ser colocada de parte, um assunto de que a própria Ordem dos Médicos deveria tomar conta, para além dos critérios de idoneidade que deveriam ser comuns a todos os centros de formação.

E é também reflexo desse “divórcio” só ter havido uma lista candidata?Há um vazio entre os reumatologistas e a direcção do Colégio. Eu, quando não pertencia ao Colégio, não percebia muito bem a razão da sua existência. Há cerca de 15 anos, quando fiz parte, pela primeira vez, de um CD, e tive de assumir essa responsabilidade, é que percebi o quão era importante o Colégio. É, do ponto de vista institucional, o órgão da Reumatologia mais perto do poder político e que, assim, deveria ter mais impacto nas suas opiniões, mas que não tem tido a projecção adequada. Penso que isso se deve, por um lado, à política que a Ordem tem vindo a conduzir desde há muitos anos e, por outro, à nossa incapacidade em passar a mensagem aos especialistas.

O “novo” Programa de Formação

Mencionou atrás o novo Programa de Formação de Reumatologia, disponível inclusive no site da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. Já está em vigor?O Programa de Formação foi finalizado há cerca de dois anos e aprovado pelo Conselho Nacional Executivo. Não está ainda em vigor, porque é necessária a sua publicação em Diário da

República. Desconheço porque não o foi, como, aliás, nenhum, de qualquer outra especialidade, o foi.

Que pontos destaca deste Programa de Formação?O Programa de Formação é extremamente importante. É o bilhete de identidade da especialidade. Define, no fundo, os saberes e as competências inerentes à actividade profissional dos reumatologistas, delineando, também, as fronteiras da própria especialidade.

Quais são as principais diferenças em relação ao anterior?O primeiro Programa de Formação, que tem mais de 20 anos, foi um marco na especialidade porque a definiu pela primeira vez. Constituía, no fundo, um repositório das patologias reumáticas. Este novo Programa de Formação, que começou a ser feito há cerca de 15 anos e ainda não foi publicado, como já disse, por circunstâncias que desconheço, tenta fornecer orientações sobre os modernos conteúdos dos saberes, competências e capacidades da Reumatologia. É extremamente didáctico neste sentido. Inclui também, como já referi, outro pormenor extremamente importante:

a grelha de avaliação para o exame de titulação, que a respectiva portaria, publicada em 2006, define, e que é composto por três provas: teórica, prática e curricular. Em relação às avaliações teóricas escritas, estas têm tido grandes críticas, isso sim… Como antes não havia critérios de avaliação, ninguém contestava. Agora, com regras que incluem algum rigor e alguma objectividade na avaliação, há quem fique aborrecido. É normal… Penso que, se a grelha de avaliação for devidamente utilizada, todos terão a ganhar: candidatos e examinadores.

Falou há pouco dos critérios de idoneidade dos centros de formação. Não existe, actualmente, forma de os assegurar?Actualmente, não há forma de comprovar o que os centros dizem cumprir ou possuir, à excepção da primeira visita, quando são inaugurados. Não existem recursos para uma vigilância sobre o cumprimento continuado de todas essas declarações que os centros obrigatoriamente nos fornecem todos os anos. Seria bem melhor que estes nos mostrassem, por exemplo, que têm procedimentos de controlo da qualidade. Penso que os novos Critérios de Idoneidade vão colmatar um pouco estas falhas.

No seio das competências dos reumatologistas, as inerentes à ecografia do aparelho locomotor e à densitometria óssea já são consideradas no Programa de Formação? São competências que tiveram que ser consideradas opcionais, porque não podemos exigi-las a todos os internos e não podem ser consideradas como essenciais à própria Reumatologia. Por outro lado, a nossa organização formativa não está construída para dar formação formal desse tipo a todos os internos. De modo que, actualmente, alguns vão ao estrangeiro, nomeadamente a Espanha, fazer formação de alguns meses e voltam realmente a saber e a praticar a ecografia, por exemplo. Há, depois, um impasse entre os reumatologistas que detêm essas competências, e que as aplicam, e os mais novos. É um defeito bem português: não sabemos ou não conseguimos fazer escola...

Que expectativas tem para este novo mandato?Em primeiro lugar, aumentar a qualidade dos centros de formação, se houver verbas financeiras e outros recursos. Mas é obrigação do próprio Colégio mostrar-lhes a necessidade de isso ser feito e de os sensibilizar para a melhoria da prestação dos serviços. Em segundo, passar a mensagem do próprio Colégio aos reumatologistas. Finalmente, uniformizar a prova teórica nacional, o que vai ser uma aventura; não faz sentido as provas variarem consoante os centros de formação. Se o Colégio arranjar um instrumento anual que seja aplicado aos internos, mais ou menos uniforme ao longo dos anos, isso será muito útil quer para os internos quer para o júri.

Espero, por isso, que os colegas que me acompanham no novo CD venham com espírito de missão, de entrega e de dedicação a estes problemas.

O Programa de Formação é extremamente importante. É o bilhete de identidade da

especialidade.”

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B.I.: É reumatologista de profissão. E fotógrafo?... É-o por vocação, paixão ou acaso? Guilherme Figueiredo: Quando se é continuadamente um praticante de uma qualquer arte é-se, entre outras coisas, por vocação, paixão e acaso. Curiosamente, o acaso joga, na fotografia, um papel decisivo. Aquilo a que chamamos “oportunidade” é muitas vezes puro acaso. A fotografia não representa para mim um modo de vida do ponto de vista do sustento, mas é uma actividade criativa e reflexiva sobre a vida social em que procuro integrar-me ou conhecer: neste sentido, é uma prática que – tal como a Medicina – se torna um modo de “ver” a vida.

Quando, Onde, O que fotografa e Porquê? Diria que fotografo tudo o que mexe (e o que está parado), em qualquer circunstância que me seja despertado o interesse e tenha oportunidade de fazê-lo. Não sei por que o faço, sei que me dá prazer. A maior parte das fotografias que tiro não obedece a um projecto, mas mais a um impulso, qualquer que ele seja. Depois, posso ou não perseguir uma ideia, eleger um tema.

E o Como?Actualmente, é com o telemóvel que mais tiro fotografias. Está “sempre à mão” e é um objecto discreto, permitindo uma aproximação e abordagem mais incisivas, sem ser intrusivo,porque me seduz a fotografia em espaços

pequenos e fechados, frequentados por humanos. Por outro lado, gosto de escolher e usar o meu material de melhor qualidade em função, claro, dos diferentes motivos e espaços onde sei que vou fotografar: isto é particularmente crítico quando se trata de fotografia de retrato ou de paisagem. A oportunidade de uma boa fotografia, na maior parte dos casos, não se procura, depara-se-nos. Aproveitamo-la ou não.

A primeira vez que expôs foi na Academia de Artes de Ponta Delgada, em 1982, com 27 anos. Ainda se lembra da temática das fotografias que escolheu “partilhar”? Sei que foram fotos a preto e branco incorporadas no contexto de uma colectiva de fotógrafos amadores, alguns deles, como eu, a expor pela primeira vez. Não me lembro das fotos que seleccionei, mas devem ter sido sobre Vouzela, a minha terra-natal, onde me iniciei na fotografia e obtive um conjunto de imagens que vim mais tarde (2000 e 2002) a expor sob o título “Vouzela e outras fotos”. No fotofólio “Argentina”, disponível no blogue http://acores2010.blogspot.com, escolheu apenas fotografias a preto e branco. Porquê?Gosto das fotografias a preto e branco. As que refere são fotos de cidade de Buenos Aires, quase todas envolvendo pessoas em movimento surpreendidas pela câmara... Fotos que só foram possíveis por estar a utilizar uma máquina

A oportunidade de uma boa fotografia, na maior parte dos casos, não se

procura, depara-se-nos. Aproveitamo-la ou não

À conversa com…Guilherme Figueiredo

Vive num lugar idílico de uma ilha paradisíaca. E ainda percorre milhares de quilómetros por paisagens urbanas, como as ruas de Buenos Aires ou os metros de Nova Iorque e Paris. Reumatologista em Ponta Delgada. Fotógrafo no mundo inteiro

La Boca, Buenos Aires, 2008

pouco volumosa, de disparo silencioso e de lente muito luminosa, conjuntamente com um filme “rápido” de elevada sensibilidade. Considero a fotografia a preto e branco mais intemporal – a cor marca mais a contemporaneidade – e isso interessava-me em relação ao que eu (mal) imaginava sobre Córdoba e Buenos Aires. Fiz alguns milhares de quilómetros pelo território, de automóvel e, aí, utilizei filme a cores e num outro formato, mais bem adaptado à amplitude e vastidão da paisagem.

Em 2006, fotografou doentes com várias patologias reumáticas, culminando na edição do calendário Reuma 2007. Como foi a experiência?A ideia que presidiu à iniciativa foi a de representar a doença reumática de um ponto de vista estético, com a pretensão de ir um pouco mais além do documental. A “doença” tem sido, nos últimos anos, motivo de interesse da Fotografia. Creio que este processo corre a par da maior consciência cívica dos doentes que, apesar da doença, conseguem ser cidadãos activos e intervenientes. Pretendi com esse trabalho revelar pessoas portadoras de doença reumática através do seu retrato, incluindo elementos das alterações morfológicas de que foram vítimas. Pessoas que, apesar do sofrimento, foram e são capazes de ter a mais genuína das alegrias, num gesto de grande heroísmo e dádiva para com os outros que amam. Não nos foi nada difícil fazer os retratos; foi, até, uma experiência inovadora e

gratificante na relação entre nós, tendo havido um desdobramento de papéis: o médico passou a ser fotógrafo e os pacientes tornaram-se os seus modelos.

Vive em Lagoa, na ilha paradisíaca de São Miguel. Parece, no entanto, preferir a paisagem humana e urbana, tendo em conta uma das suas principais exposições, em co--autoria com Margarida Maia, intitulada “Metro” [foto em cima]...Em geral, prefiro a “paisagem humana” como motivo. Como vivo no campo e numa ilha de características marcadamente rurais, tenho--me sentido atraído por sociedades diferentes (talvez como parte da minha descoberta do mundo), nomeadamente as grandes cidades e os seus aspectos de multiculturalismo e multirracialidade. Muitos dos motivos das minhas imagens têm a ver com o lado triste e melancólico da vida das pessoas. Ultimamente, procuro desenvolver abordagens da realidades dos Açores e da ilha em que vivo: algumas com a Medicina em pano de fundo; outras, com o simbolismo religioso das populações açorianas.

Gostaria de fotografar ainda algum aspecto da sua terra-natal, Vouzela?Talvez gostasse de fotografar algo que me seduz – as ruas e edifícios, à noite, sem automóveis, exaltando o silêncio das centenárias pedras de granito das igrejas, pontes, velhas casas e caminhos que tanto carisma concedem à vila.

Margarida Maia é fotógrafa e sua companheira. Como é conviver com outra fotógrafa? É um privilégio esse convívio que reforça o “outro” e que tem a ver com os mais de trinta de anos de vida em comum. É um outro olhar sobre muitos dos sítios e ambientes que frequentamos ou visitamos, sendo uma vantagem crítica em relação a cada um dos nossos trabalhos. Gostamos de fazer exposições colectivas sobre o mesmo tema porque apreciamos esse confronto que resulta de olhares e percepções diferentes. A fotografia da Margarida é mais transparente e tranquila, atenta aos pormenores e à riqueza das formas e das cores. Qual é, para si, a sua melhor fotografia?Se considerarmos a coerência temática e narrativa da sequência, diria que o conjunto de fotos que fiz em Vouzela ao longo de 15 anos, entre 1973 e 1987, é o melhor. Gostaria, um dia, de o editar em livro.

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Muitos dos motivos das minhas imagens têm a ver com o lado triste e melancólico da vida das

pessoas

Metro, Paris, 2008

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A Artrite Reumatóide afecta, segundo estimativas, cerca de 40.000 doentes em Portugal – e as respectivas famílias

Dores de quem não as tem, mas senteA artrite reumatóide deforma e faz doer. Não só as mãos, que não apertam os botões. Também faz doer a vida. Dos que sofrem e dos que sofrem por eles. Arsisete Saraiva, presidente da ANDAR e voluntária há mais de dez anos, explica porquê.

Nas comunidades médica, política e farmacêutica, é facilmente reconhecida por insistir. E muito. Arsisete Saraiva,

presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide, desde 1 de Janeiro de 2008 e membro da Direcção quase desde o início da sua existência, é “pedinchona”, como diz. Reclama presenças de secretários de Estado nos eventos, fundos aos mais diversos patrocinadores, direitos para os “seus” doentes, organiza iniciativas glamourosas como jantares de gala e torneios de golfe, num lufa-lufa que se reflecte até na expressão do olhar.

Contudo, é em iniciativas como estas que consegue angariar fundos para as actividades da associação, que depende, com excepção de uma funcionária paga, totalmente do voluntariado. E para conseguir levar a ANDAR “a correr”, não basta “aparecer” como voluntário. “Organização e disciplina são essenciais no voluntariado”, salienta Arsisete Saraiva, acrescentando que, numa altura em que os voluntários são cada vez mais escassos, só com esta metodologia de trabalho se consegue fazer muito, com tão pouco.

Uma ligação materna

Arsisete não tem artrite reumatóide, mas emociona-se sempre que fala dos doentes e das suas “estórias”: “Há situações dramáticas de desinserção social, rejeição familiar que

transformam a doença – já grave – numa catástrofe médico-social”, justifica. A sua ligação à artrite reumatóide vem da mãe, que sofria desta patologia, mas só foi diagnosticada após 30 anos de dores, nos anos 1990. “Nessa altura, comecei a querer saber mais sobre a doença; como estava reformada, decidi dedicar-me a esta causa. Em boa

hora o fiz. Sinto-me realizada e feliz”. Hoje, tudo isto é feito em homenagem à sua mãe.

A ANDAR é conhecida pelas suas lutas. “Logo no primeiro ano de existência obtivemos a isenção das taxas moderadoras para estes doentes e iniciámos a nossa actividade editorial”. Ao longo de quase 15 anos de existência, a ANDAR fez protocolos com piscinas, termas, empresas de vendas de ajudas técnicas, farmácias, abriu um núcleo regional em Santa Maria da Feira, organizou colóquios e várias sessões de informação e divulgação sobre a Artrite Reumatóide, incluindo as “Jornadas da ANDAR”.

Contudo, o exemplo paradigmático do que a luta organizada, insistente e assertiva pode alcançar foi a do acesso gratuito dos doentes com artrite reumatóide aos medicamentos biológicos. “Para conseguirmos que os medicamentos biológicos pudessem chegar a todos os doentes sem discriminação e em igualdade de oportunidades, foram precisas duas petições populares com mais de 34.000 assinaturas, entregues na Assembleia da República (a primeira em 2002), dois simpósios temáticos e 3 despachos governamentais”. Neste

Decidi dedicar-me a esta causa. Em boa hora o fiz. Sinto-me realizada e feliz

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contexto, a preocupação actual é agora outra: “Ainda há alguns hospitais que teimam em não dar a medicação ao doente, com a desculpa de que não têm a especialidade de Reumatologia, ou porque o doente não é da área do hospital ou não dão o número de embalagens que consta da receita, obrigando os doentes, já de si com formas graves e incapacitantes, a deslocarem-se novamente à farmácia hospitalar - contra a indicação do médico assistente. E esse assunto vai ser objecto de uma reunião com o Director-Geral de Saúde, a quem já pedimos que nos receba. É uma situação desagradável que só prejudica o doente sem lhe trazer qualquer vantagem ou segurança.

90% dos doentes podem ficar sem sintomas

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica, que atinge as articulações, provocando, na fase mais severa, incapacidade. Estima-se que existam mais de 40.000 doentes em Portugal, número que inclui ainda aqueles por diagnosticar e em fases assintomáticas da doença. Outra – se não a principal – das missões da Andar consiste em aconselhar diariamente os cerca de 1600 sócios ou outros doentes que telefonam para a linha verde. “Os próprios doentes resignam-se. Muitos dizem que ‘não há nada a fazer’ ou que ‘a doença não tem cura’. Nós lembramos-lhes sempre que, com o tratamento adequado, 90% dos doentes ficam sem sintomas e 75% fazem uma vida sem restrições, mantendo a qualidade de vida”, esclarece a presidente. O apoio educacional contínuo aos

doentes é, por isso, essencial, fornecido pela ANDAR através de sessões mensais em grupos de suporte, do boletim e de jornadas de informação e actualização anuais.

Num futuro breve, a ANDAR prepara-se para lançar uma nova campanha de comunicação, integrando um site com maior dinâmica e interactividade com o doente, respondendo às necessidades de informação dos seus familiares, e às novas redes sociais, como o twitter ou o facebook.

Contudo, o maior sonho de Arsisete Saraiva e da ANDAR ainda está um pouco longe da sua concretização. Os fundos recolhidos nos jantares de gala e nos torneios de golfe anuais ainda não chegam. “Queremos construir um centro de acolhimento para os doentes reumáticos, onde estes possam passar o dia, conversar, jogar ou ver televisão, ter acesso a consultas, pernoitar quando vêm de longe para fazer tratamentos ou mesmo residir, quando ninguém lhes estender a mão”. A

Câmara Municipal de Lisboa já cedeu um terreno que “infelizmente é muito pequeno”. Mas é um começo. A motivação e a insistência continuarão, decerto, até ao fim.

Organização e disciplina são essenciais no

voluntariado

ANDAR – Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide

Fundada em 1995, a ANDAR – Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide tem sede em Lisboa e um núcleo regional em Santa Maria da Feira.

Parque da Saúde de LisboaAv. do Brasil, n.º 531749 Lisboa

Telefones: 21 7937361 - 21 7986376/7FAX: 21 7986378 Linha Verde: 800 20 32 85 [email protected] | www.andar-reuma.pt

Para se tornar sócio ou voluntário, contacte a ANDAR pela linha verde.

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Introdução

A osteoporose (OP) define-se como uma doença esquelética difusa (podendo atingir qualquer segmento do esqueleto) caracterizada por uma diminuição da resistência óssea levando ao aumento do risco de fracturas. A resistência óssea tem, por sua vez, que ver com massa óssea (avaliada na prática clínica pela Densidade Mineral Óssea através da Densitometria Óssea bi-fotónica – DEXA) e com outros parâmetros menos quantificáveis como a geometria óssea, metabolismo ósseos, microarquitectura e composição da matriz. Estes parâmetros, no conjunto, compõem a chamada qualidade óssea.

A par desta definição, existe uma definição operacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseada no índice T da densidade mineral óssea avaliada por DEXA, considerando como osteoporóticos os indivíduos com índice T < ou igual a -2,5 DP. Para esta definição deve ser considerado o índice T mais baixo de 1 das 3 regiões: col. lombar, neck ou total (do colo femoral). Esta definição deve ser equacionada em mulheres na fase pós-menopáusica da vida e em homens com idade superior a 50 anos. Em grupos etários mais jovens, a existência de Osteoporose deve ser considerada, englobando os valores da DEXA e a presença de factores de risco clínicos para a Osteoporose.

As mulheres pré-menopáusicas saudáveis e os homens saudáveis com idade inferior a 50 anos, sem factores de risco, não preenchem critérios para efectuar DEXA e o resultado da DEXA não deve ser utilizado como critério para definir OP.

Fracturas Osteoporóticas

As fracturas osteoporóticas afectam mais frequentemente as mulheres pós-menopáusicas e os indivíduos idosos, representando um grave problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência, às consequências médicas que acarretam, à diminuição da qualidade de vida e aos custos económicos e sociais que comportam.

Na sua circular informativa de 1 de Abril de 2008, a Direcção-Geral da Saúde chama a atenção para a existência de mais de nove mil fracturas do colo do fémur durante o ano de 2006, nas quais realçam o facto de só cerca de 15% das pessoas terem recuperado a autonomia completa, sendo uma afecção que se acompanha de 20-30% da mortalidade após o primeiro ano de fractura.

As fracturas osteoporóticas resultam em regra de traumatismos de baixa energia ou baixo impacto. Define-se por traumatismo de baixo impacto o que resulta da queda da posição de pé. No caso das fracturas vertebrais, pode não existir um traumatismo evidente. A correcta abordagem da OP deve ter como principal objectivo a redução das fracturas através, não só da manutenção da resistência óssea, fomentando a obtenção de um bom pico de massa óssea e prevenindo a perda

óssea acelerada, mas também reduzindo ou eliminando os factores que contribuem para a frequência das quedas nos idosos.

Avaliação Clínica• Todas as mulheres pós-menopáusicas e todos os homens com mais de 50 anos devem ser interrogados quanto à existência de factores de risco para OP.• Na observação clínica, devem ser procurados sinais que façam suspeitar da existência de causas para OP secundária ou de fracturas vertebrais.

Como exemplos temos:• hipercifose;• perda de estatura;• diminuição da capacidade vital;• palpação dolorosa da coluna dorsal e lombar;• observação da marcha, testes de força muscular e de sustentação (levantar da cadeira sem ajuda dos membros superiores).

No entanto, estes sinais aparecem numa doença osteoporótica já evoluída; na fase pré-fracturária, a osteoporose costuma ser silenciosa.

Identificação dos Indivíduos com Risco Elevado de Fractura

O objectivo da avaliação clínica na OP é não só determinar a existência de baixa massa óssea, como identificar os indivíduos com elevado risco fracturário. A elaboração, pela OMS, dos algoritmos para determinação do risco absoluto, tem como base os factores de risco para fractura. Essa ponderação dos factores de risco clínicos

Dr.ª Eugénia SimõesReumatologista do Instituto Português de [email protected]

Osteoporose – Novas Abordagens

Factores de Risco para OPSão considerados factores de risco major:• idade superior a 65 anos;• fractura vertebral prévia;• fractura de fragilidade depois dos 40 anos;• história familiar de fractura da anca;• terapêutica corticóide sistémica com mais de 3 meses de duração;• menopausa precoce (< 40 anos);• hipogonadismo;• hiperparatiroidismo primário;• propensão para quedas.

São considerados factores de risco minor:• artrite reumatóide;• história de hipertiroidismo clínico;• terapêutica crónica com anti-epilépticos;• baixo aporte de cálcio na dieta;• tabagismo;• consumo excessivo de cafeína (> 2 chávenas por dia);• consumo excessivo de bebidas alcoólicas (mais do que três porções/dia);• índice de massa corporal (IMC) menor do que 19 kg/m2;• perda de peso superior a 10% relativamente ao peso do indivíduo aos 25 anos;• terapêutica crónica com heparina;• imobilização prolongada.

As fracturas osteoporóticas afectam mais frequentemente

as mulheres pós-menopáusicas e os indivíduos idosos,

representando um grave problema de saúde pública

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levou ao aparecimento de uma Tabela – FRAX (Fracture risk Assessment) – que determina o risco absoluto de fracturas osteoporóticas major e de fracturas da anca a 10 anos. Esse risco pode ser calculado com ou sem valores de densitometria óssea.

Esta ferramenta tem como finalidade seleccionar mais criteriosamente os doentes que devem fazer DEXA e avaliar um risco fracturário absoluto a partir do qual (cut-off) o tratamento anti-osteoporótico seja obrigatório. Não está ainda validada para Portugal (a sua validação depende da existência de dados epidemiológicos representativos e rigorosos); sugerimos que se possa utilizar os valores determinados para a população espanhola.

Indicações para a Realização de uma Densitometria

A presença de 1 factor de risco major, ou de 2 minor, para OP sustenta a indicação para requisição de DEXA. A idade, só por si, é considerada factor de risco major, nas mulheres acima dos 65 anos e, nos homens, acima dos 70 anos. Assim as indicações propostas são: • mulheres com idade superior a 65 anos e homens com idade superior a 70 anos;• mulheres pós-menopáusicas com idade inferior a 65 anos e homens com idade superior a 50 anos se apresentarem 1 factor de risco major ou 2 minor;• mulheres pré-menopáusicas e homens com idade inferior a 50 anos apenas se existirem causas conhecidas de OP secundária ou factores de risco major;• mulheres pré-menopáusicas e homens com idade inferior a 50 anos saudáveis não devem ser submetidos a medição da massa óssea;• a perimenopausa ou a menopausa, só por si, não são indicações para medição da massa óssea.

Avaliação Complementar na Abordagem Inicial da OP

No caso de existir OP, a abordagem deve constar de uma avaliação laboratorial mínima, para identificar as causas mais frequentes de OP secundária ou outras causas de fractura, e de uma radiografia da coluna dorsal e lombar de perfil para verificar a existência de deformação vertebral.

Não existe ainda evidência científica suficiente que justifique a utilização de biomarcadores do metabolismo ósseo na abordagem diagnóstica da OP.

Prevenção

A prevenção da OP visa a obtenção de um bom pico de massa óssea e deve ser feita através da identificação e correcção precoce dos factores de risco modificáveis, principalmente dos que se relacionam com o estilo de vida (hábitos alimentares e actividade física). Deve iniciar-se muito cedo na vida, cabendo não só aos cuidados de saúde primários como aos pais e professores. Estas medidas não farmacológicas, que visam a manutenção da massa óssea, devem ser mantidas ao longo da vida.

Avaliação laboratorial (para excluir OP secundária) • Hemograma• Velocidade de sedimentação• Cálcio e fósforo séricos• Fosfatase alcalina• Creatinina sérica• Electroforese das proteínas• Hormona tireotrófica (TSH)• Calciúria e fosfatúria de 24 h• PTH (em casos seleccionados)

Prevenção OP – Intervenções Não Farmacológicasa) Toda a população- Alimentação- Assegurar aporte alimentar adequado de cálcio e vitamina D (Acima dos 65 anos, assegurar entre suplementos e alimentos, 1,5 g de cálcio e 700-800 UI/dia de vitamina D)- Manter consumo proteico adequado às necessidades- Evitar consumo excessivo - Cafeína, álcool e tabaco- Sódio- Actividade física- Fomentar a prática- Exercício/desportos com impacto em crianças e adolescentes- Exercício com carga/impacto em adultos ao longo da vida

b) Mulheres pós-menopáusicas e idosos- Assegurar aporte alimentar adequado de cálcio e vitamina D- Exercícios com carga/impacto

c) Idosos com risco de queda – Prevenção de fractura a. Programas de exercício adaptados individualmente - Marcha, fortalecimento muscular, treino postura e equilíbrio b. Utilização de protectores das ancas

A presença de 1 factor de risco major, ou de 2 minor,

para OP sustenta a indicação para requisição de DEXA

Exemplo de densitometria, compatível com osteopénia segundo a definição operacional da OMS.

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Na prevenção de fracturas de fragilidade é fundamental a avaliação e a correcção de factores de risco para as quedas e outros traumatismos mínimos.

Osteoporose Masculina

Há algumas diferenças entre a OP masculina e a OP feminina que é importante destacar: • a relação entre DMO baixa e o risco de fractura é menos evidente;• a prevalência de factores de risco e de causas secundárias é elevada abaixo dos 65 anos.

Tal como descrito para o sexo feminino, há factores de risco reconhecidos para OP no sexo masculino. O pedido de DEXA deve ser considerado na presença dos seguintes factores:• idade > 70 anos;• alcoolismo;• má nutrição;• corticoterapia;• história de fractura não traumática depois dos 40 anos;• hipogonadismo;• perda de altura e cifose acentuada.

Tratamento Farmacológico

O tratamento farmacológico visa:• evicção de novas fracturas de baixo impacto;

• melhoria do componente álgico e da qualidade de vida do paciente.

Existem diversos fármacos disponíveis no mercado que se podem agrupar em:• Anti-reabsortivos puros (THS, Raloxifeno, Alendronato, Risedronato, Ibandronato eZolendronato);• Osteoformadores puros (Teriparatida e Parthormona de síntese);• Acção mista (Ranelato de estrôncio, Cálcio e Vitamina D).

Devem ser respeitados os seguintes critérios:• eficácia anti-fracturária:

• global;• em populações específicas (ex. populações mais jovens ou mais idosas);• a nível vertebral e extra-vertebral.

• segurança a curto e a longo prazo;• experiência do médico;• características do doente (de forma a que se assegure uma boa adesão terapêutica).

Dado a doença osteoporótica poder atingir uma mulher em cerca de mais de 1/5 da sua vida, é legítimo pensar que, ao longo da idade, as prioridades médicas e de tratamento variem ligeiramente, e que se possa optar por uma abordagem sequencial do tratamento da osteoporose (períodos de anti-reabsortivos alternando com osteoformadores). Não nos devemos esquecer que devem estar satisfeitas as necessidades próprias da idade em cálcio e vitamina D para que se obtenha a eficácia anti-fracturária dos fármacos (aliás todos os ensaios cllínicos de anti-osteoporóticos decorreram com cálcio e vitamina D).

Causas de quedas nos idosos

FármacosHipnóticos, benzodiazepinas, barbitúricos, anticonvulsivantes, álcool, anti-diabéticos, hipotensores, digitálicos, anti-arrítmicos

Doenças • Neurológicas / Vasculares• D. de Alhzeimer• D. de Parkinson • AVC / AIT• Hipotensão ortostática• Insuficiência vertebro-basilar

Órgãos dos Sentidos• Alt. na adaptação ao escuro• Baixa acuidade visual (cataratas) e percepção de contrastes • Disfunção vestibular• Disfunção propioceptiva (neuropatia autónoma, mielopatia) • Neuropatia periférica

AmbienciaisSolos irregulares, com degraus e desníveis, derrapantes; iluminação inadequada...

Leituras adicionais1.Consensos da SPR e SPODOM sobre o diagnóstico

e tratamento da Osteoporose; Acta Reum Port, 2007, Tavares V, Canhão H., Romeu J. Simões E et al.

2. Circular Informativa da DGS de 1 de Abril de 2008.3. Consensus Development Conference of ISCD, Journ

Clinic Densitom 2006. Chesnut III “Osteoporosis an Underdiagnosed Disease” JAMA 2001; 286: 2865-66.

4. Kanis J. A., Johnnel O., Oden A. et al ”Risk of HipFracture According to the World Health Organization Criteria for Osteopenia and Osteoporosis” Bone Nov 2000, 27 (5): 585-590.

5. Gennant H., Cooper C., Poor G., Reid I. “Interim Report and Recommendations of a World Health Organization Task Force on Osteoporosis” Osteoporos Int (1999) 10:259-264.

6. Kanis, J. A., Borgstrom F., de Laet C., Johansson et al “Assessment of Fracture Risk” Osteoporos Int (2005) 16:581-589.

7. Tosteson A. N. A., Melton III L. J.m, Dawson-Hugues B., Baim S., Favus J. “Cost-effective Osteoporosis Treatment Thresholds: the United States Perspective” Osteoporos Int (2008) 19:437-447.

Na prevenção de fracturas de fragilidade é fundamental

a avaliação e a correcção de factores de risco

para as quedas e outros traumatismos mínimos

A necessidade de um contacto mais estreito por parte dos reumatologistas com os “colegas de Dermatologia” foi o mote para a realização do II Fórum de Espondilartropatias, organizado pelo GESPA (Grupo de Estudos das Espondilartropatias), com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e o apoio da Wyeth.

“A abordagem do doente com psoríase ou artrite psoriática através de dois pontos de vista é mais benéfico para os doentes e para os médicos do que de forma isolada”, esclareceu Anabela Barcelos, responsável da Unidade de Reumatologia do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, e membro do GESPA. Estas duas patologias, nas quais se centrou a II edição deste Fórum, envolveu especialistas em Reumatologia e em Dermatologia que, “em geral,

têm uma relação muito boa, mas mais pessoal do que institucional, ou seja, tem de começar a haver um diálogo institucional, no qual o doente seja abordado por ambas as especialidades, e não sendo reencaminhado para um ou para outro porque o reumatologista conhece aquele dermatologista e vice-versa”.

Durante a manhã, foram abordados vários casos clínicos e dadas directrizes para o diagnóstico da psoríase e da artrite psoriática, com intervenções de Anabela Barcelos e Osvaldo Correia, dermatologista. A importância do diagnóstico precoce foi a mensagem essencial porque “determina a instituição precoce da terapêutica, mesmo ainda na ausência da psoríase”, tendo um impacto positivo na qualidade de vida e na capacidade funcional do doente.

A parte da tarde centrou-se na abordagem terapêutica, com comunicações de João Eurico Fonseca, reumatologista, e Sousa Bastos, dermatologista, desde a utilização dos fármacos tradicionais às novas terapêuticas biológicas.

Decorreu no passado 9 de Maio, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro

II Fórum de Espondilatropatias centrou-se na Psoríase e na Artrite Psoriática

A reunião decorreu nos passados dias 29 e 30 de Maio, na Penha Longa

Recomendações nacionais para o diagnóstico, monitorização e tratamento da Artrite Indiferenciada

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No contexto da iniciativa multinacional 3E – Evidence, Expertise and Exchange, foram elaboradas nos passados dias 29 e 30 de Maio, na Penha Longa, as 13 recomendações nacionais para o diagnóstico, monitorização e tratamento da artrite indiferenciada, após sessões de apresentação da revisão sistematizada da literatura, discussão em grupos de trabalho e votação pelo método Delphy.

O apoio logístico para a realização das reuniões nacionais e internacionais no âmbito deste projecto está a ser suportado pelos Laboratórios Abbott.

Recomendações nacionais 1. Qual o valor diagnóstico e preditivo de marcadores genéticos (B27, DR4, shared epitope) nas Artrites Indiferenciadas Periféricas? Não existe nenhum marcador genético com valor diagnóstico na Artrite Indiferenciada. O epítopo compartilhado apresenta uma associação fraca com a persistência de sinovite e o desenvolvimento de erosões.

2. Quais os dados da história clínica e do exame objectivo mais relevantes para o diagnóstico e prognóstico numa AI?

A idade avançada, o sexo feminino, a rigidez matinal prolongada e intensa, o maior número de articulações dolorosas e tumefactas e a simetria do envolvimento articular são relevantes para o diagnóstico de Artrite Reumatóide. Outros elementos da história clínica e do exame objectivo podem ser relevantes para diagnósticos diferentes. Os elementos mais relevantes para a definição do prognóstico são a idade avançada, o sexo, a duração dos sintomas, a rigidez matinal, a incapacidade funcional, a distribuição e o número de articulações afectadas e a presença de manifestações extra-articulares.

3. Na Artrite Indiferenciada Periférica, que parâmetros de avaliação da actividade da doença (ex. DAS, SDAI, CDAI...) devem ser considerados na observação inicial? Qual o intervalo de tempo em que devem ser repetidos? Devido à inexistência de instrumentos validados para avaliar a actividade da Artrite Indiferenciada, sugere-se avaliar individualmente a actividade das manifestações presentes. Não existem dados relativos à sua repetição.

4. Qual o valor diagnóstico e preditivo das radiografias em doentes com Artrite Indiferenciada? Devem ser efectuadas na baseline e repetidas com que intervalo? A presença de erosões radiográficas está associada a uma maior probabilidade de evolução da AR. O estudo radiográfico deverá ser realizado inicialmente e, uma vez que não existe documentação relativa à periodicidade da sua repetição, deverá ser repetido de acordo com a evolução da doença.

5. Qual o valor diagnóstico e preditivo da ecografia e da ressonância nuclear magnética em doentes com Artrite Indiferenciada? Devem ser efectuadas no baseline e repetidas com que intervalo? A ecografia e a RMN da mão e punho poderão ter utilidade no diagnóstico de doentes com Artrite Indiferenciada sem erosões radiográficas e com queixas periféricas. Poderão ser consideradas inicialmente e não há documentação quanto à periodicidade da sua repetição.

6. Qual o valor diagnóstico e preditivo dos biomarcadores (auto-anticorpos e outros biomarcadores) numa Artrite Indiferenciada? A sua determinação deve ser repetida?Numa Artrite Indiferenciada, os FR IgM e anti-CCP podem predizer a evolução para AR e associar-se a uma maior probabilidade de dano articular. No caso destes serem negativos, deverá ser ponderada a sua repetição.

7. Qual o valor diagnóstico e preditivo dos reagentes de fase aguda (VS, PCR) em doentes com Artrite Indiferenciada? Devem ser efectuadas na baseline e repetidos com que intervalo?Os valores elevados da VS poderão ter valor diagnóstico na Artrite Indiferenciada. Os valores elevados da PCR poderão ter valor diagnóstico e prognóstico na Artrite Indiferenciada. Devem ser

considerados inicialmente e, embora não haja dados na literatura, devem ser repetidos na reavaliação do doente.

8. Qual a contribuição da biópsia sinovial na Artrite Indiferenciada Periférica? Não há evidência de que a biopsia sinovial seja útil na prática clínica diária, quer no que diz respeito ao diagnóstico, quer no que diz respeito ao prognóstico da Artrite Indiferenciada. Não se recomenda a sua realização sistemática, mas poderá ter indicação em casos seleccionados.

9. a) Quais os diagnósticos diferenciais a serem considerados numa Artrite Indiferenciada?Os peritos decidiram não responder a esta questão como uma recomendação, integrando-a no início do documento na definição de AI e exclusão de diagnósticos diferenciais.

9. b) Qual o estudo clínico, laboratorial e imagiológico, e follow-up necessários para confirmar o diagnóstico de Artrite Indiferenciada?A investigação mínima necessária varia de acordo com o potencial diagnóstico diferencial e respectivo contexto clínico.

10. Quais são os factores preditivos (clínicos, laboratoriais, imagiológicos, genéticos) de Artrite Periférica persistente (crónica)?Os factores clínicos e laboratoriais preditivos de Artrite Periférica persistente são a duração da doença, a rigidez matinal, a variação do HAQ aos 3 meses, a presença de sinovite na 2.ª semana, o envolvimento das pequenas articulações, o envolvimento do joelho e a presença de FR e anti-CCP.

11. Qual o valor diagnóstico e preditivo das infecções na Artrite Indiferenciada? Nas Artrites Indiferenciadas não existem dados quanto ao valor diagnóstico ou preditivo das serologias virais ou bacterianas.

12. Qual é o melhor modelo para prever a progressão de Artrite Indiferenciada para Artrite Diferenciada (Artrite Reumatóide, Espondilartropatia, etc...)?Não existe nenhum modelo global para prever a progressão de Artrite Indiferenciada para Artrite Diferenciada. No entanto, pode ser considerado o modelo de van der Helm para a progressão para AR.

13. Que medidas terapêuticas devem ser usadas na abordagem de doentes com Artrite Indiferenciada?Utilizar AINEs e corticosteróides sistémicos ou intra-articulares, de acordo com as manifestações e agressivi dade da artrite. Ponderar início de DMARD consoante a evolução da doença, o mais precocemente possível.

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VIII Jornadas do Aparelho Locomotor“Novos Desafios em Reumatologia”Organização: Serviço de Reumatologia do Hospital Conde de Bertiandos – Ponte de LimaLocal: Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, BragaData: 30 a 31 de Outubro de 2009

Consulte o programa detalhado na página 29.

Curso de Reumatologia dos HUCOrganização: Serviço de Reumatologia dos HUCLocal: Auditório dos HUC, CoimbraData: 09 a 10 de Outubro de 2009

V Jornadas de Reumatologia e Medicina Familiar do AlgarveOrganização: Serviço de Reumatologia dos HUCLocal: Hotel Hilton, VilamouraData: 30 e 31 de Outubro de 2009

A partir deste ano, estas Jornadas terão frequência bianual intercaladas com o Congresso Nacional de Reumatologia e o Congresso SPODOM, igualmente bianuais.

4th European Workshop on Immune Mediated InflammatoryLocal: Hotel Miragem, CascaisData: 18 a 20 de Novembro de 2009Mais informações: www.ewimid.com

XVII Jornadas Internacionais do IPROrganização: IPR – Instituto Português de ReumatologiaLocal: Centro de Congressos de LisboaData: 10 e 11 de Dezembro de 2009Mais informações: www.ipr.pt Inscrição e envio de resumos: www.congressos-online.com/iprPrazo para submissão de resumos: 09 de Novembro de 2009

Os trabalhos apresentados no âmbito das XVII Jornadas Internacionais do IPR serão reunidos numa edição extra da Acta Reumatológica Portuguesa, indexada na Medline.

II Jornadas de ReumatologiaPrática em Cuidados Primários

Presidente: Prof. Doutor Jaime Branco

II Jornadas de Reumatologia Prática em Cuidados PrimáriosOrganização: Serviço de Reumatologia do Hospital de Egas MonizLocal: AlgarveData: 24 a 26 de Setembro de 2009

Consulte o programa detalhado na página 27.

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4th Asian Congress on AutoimmunityLocal: SingapuraData: 11 de 13 de Setembro de 2009Mais informações: www.kenes.com/ACA

Musculoskeletal Sonography Course of RheumatologistsOrganização: Sociedade Polaca de ReumatologiaLocal: Warsaw, PolóniaData: 29 de Setembro a 02 de Outubro de 2009Mais informações: www.eular.org

Curso de nível básico (de acordo com guidelines EULAR) acreditado pela UEMS com 18 pontos internacionais CME.

13th Mediterranean Congress of RheumatologyLocal: Cavtat-Dubrovnik, CroáciaData: 18 a 21 de Novembro de 2009Mais informações: www.mcr2009.com

31st Annual Meeting of ASBMROrganização: American Society of Bone and Mineral ResearchLocal: DenverData: 11 a 15 de Setembro de 2009Mais informações: www.asbmr.org/meeting/index.cfm

10th International Symposium on Sjögren´s SyndromeLocal: The Quartz, Brest, FrançaData: 01 a 03 de Outubro de 2009Mais informações: www.sjogrensymposium-brest2009.org

22e Congrès Français de RhumatologieOrganização: Société Française de RhumatologieLocal: Paris, FrançaData: 29 de Novembro a 02 de Dezembro de 2009Mais informações: [email protected]

11th EULAR Postgraduate CourseOrganização: EULARLocal: Torre del Greco, Nápoles, ItáliaData: 28 de Setembro a 02 de Outubro de 2009Mais informações: www.eular.org

ACR/ARHP Scientific Meeting 2009Organização: American College of RheumatologyLocal: Filadélfia, EUAData: 16 a 21 de Outubro de 2009Mais informações: www.rheumatology.orgCursos Pré-congresso: 16 e 17 de Outubro de 2009Sessões científicas anuais: 17 a 21 de Outubro de 2009

Hands-on Workshop Musculoskeletal UltrasoundOrganização: ESSR – European Society of Musculoskeletal RadiologyLocal: BruxelasData: 11 a 13 de Dezembro de 2009Mais informações: [email protected]

II Jornadas de ReumatologiaPrática em Cuidados Primários

Presidente: Prof. Doutor Jaime Branco

Organização: Serviço de Reumatologia do CHLO, EPE - Hospital Egas Moniz e Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

Programa Científico

Dia 24 de Setembro de 2009, 5ª feira

14h30

15h10

15h30

17h30

18h00

18h15

19h00

Dia 25 de Setembro de 2009, 6ª feira

14h30

15h10

15h30

17h30

18h00

18h15

19h00

09h00

11h00

11h30

12h30

13h30

Dia 26 de Setembro de 2009, Sábado

09h00

11h00

11h30

12h20

12h30

13h30

Abertura do Secretariado

Questionário Pré-Jornadas

Tema 1Espondilite AnquilosanteIntervalo

Sessão Oficial de Abertura das Jornadas

Conferência

Como se Trata Hoje a OsteoartroseSimpósio

Abertura do Secretariado

Questionário Pré-Jornadas

Tema 1

Espondilite AnquilosanteIntervalo

Sessão Oficial de Abertura das Jornadas

Conferência

Como se Trata Hoje a OsteoartroseSimpósio

Tema 2

Clínica da Artrite ReumatóideIntervalo

Tema 3

Dores na “Coluna” – O Que Pode Ser?Simpósio

Fim das sessões do 2.º dia

Tema 4

As Doenças Reumáticas na Prática Diária do Médico de FamíliaIntervalo

Conferência

Terapêutica e Prognóstico da FibromialgiaQuestionário Pós-Jornadas

Simpósio

Encerramento

Entrega de Diplomas no secretariado

AlgarveHotel Hilton

24 a 26de Setembro

de 2009

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VIII Jornadas do Aparelho Locomotor“Novos Desafios em Reumatologia”Universidade do Minho | Braga | 30 e 31 de Outubro de 2009Organização: Serviço de Reumatologia do Hospital Conde Bertiandos – Ponte de LimaUnidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE (ULSAM, EPE)

30 de Outubro, Sexta-feira

9h00 –10h30 Mesa-Redonda Artrite Reumatóide

• Tratamento da Artrite Reumatóide: fármacos “DMARDS” clássicos e biotecnológicos. Prof. Dr. José António Pereira da Silva (HUC)

• Doença Cardiovascular: que importância, como controlar os seus riscos? Dr.ª Maria José Santos (HGO)

• Avaliação Clínica e Monitorização de Rotina do doente com Artrite Reumatóide Dr.ª Filipa Teixeira (HCB, ULSAM)

10h30 – 11h00 – Intervalo para café

11h00 – 12h30 Mesa-Redonda Doenças da Coluna Vertebral

• Lombalgia Crónica – Diagnóstico e Tratamento: que papel para a Radiologia de Intervenção? Dr. Ricardo Sampaio (ULSAM)

• Canal Lombar Estreito: qual a intervenção do Médico de Família no diagnóstico e na referenciação ao Especialista? Dr. Miguel Leal (HSL, ULSAM)

• Espondilite Anquilosante: que esperar da terapia biotecnológica na evolução clínica e estrutural da doença? Dr. José António Costa (HCB, ULSAM)

12h30 – 14h00 – Almoço

14h00 – 16h00 Mesa-Redonda Doenças Difusas do Tecido Conjuntivo

• Actualizações na Doença Lúpica • Nefrite Lúpica Prof. Doutor Manuel Pestana (HSJ) • Lúpus e Gravidez Dr.ª Aurora Marques (HSM) • Síndrome dos Anticorpos Antifosfolipídeos Dr.ª Mónica Bogas (HCB, ULSAM)

• Esclerodermia • Úlceras Digitais – Como Prevenir? – Como Tratar? Dr.ª Ana Sofia Ribeiro (HCB, ULSAM)

• Hipertensão Pulmonar – Que meios utilizar para o seu Diagnóstico Precoce? Dr.ª Ana Cordeiro (HGO)

16h30 – 17h30 Mesa-Redonda Osteoporose

• Massa óssea Baixa – Avaliação de Factores de Risco e Decisão de Tratar Dr.ª Lúcia Costa (HCB, ULSAM)• Tratamento – Actual e Futuro Prof. Doutora Helena Canhão – HSM

17h30 – 18h00 Conferência Tratamento da Dor Crónica em ReumatologiaProf. Doutor António Albino Teixeira

31 de Outubro, Sábado

Cursos Práticos em Reumatologia

9h30 – 10h30 / 11h00 – 12h30

A – Exame Físico em ReumatologiaDr.ª Carmo AfonsoDr.ª Filipa Teixeira

B – Casos Clínicos Interactivos I Patologia PeriarticularPatologia DegenerativaDr. Sérgio AlcinoDr. José Costa

C – Casos Clínicos Interactivos IIDoenças Reumáticas InflamatóriasDr. Domingos AraújoDr.ª Mónica Bogas

D – Exames Complementares em ReumatologiaImagiologiaEMGImunologiaDr.ª Lúcia CostaDr.ª Ana Sofia Ribeiro

12h30 – 13h00 Conferência FibromialgiaProf. Doutor Jaime Branco

Forma atenuada de MPS I pode ser confundida com doença reumática

Reumatologista alerta para envolvimento articular na MPS IA maioria dos reumatologistas desconhece que a Mucopolissacaridose tipo I (MPS I), doença rara que afecta cerca de 1 em cada 75 mil recém--nascidos em Portugal, tem envolvimento articular na sua forma atenuada. Este é um dos resultados do estudo efectuado por J. M. Bravo Pimentão, assistente graduado de Reumatologia do Hospital Egas Moniz, a uma amostra de especialistas e Internos de Reumatologia.

A MPS I (também conhecida por Síndrome de Hurler) é uma doença genética de sobrecarga lisossomal, causada pela actividade deficiente da enzima α-L-iduronidase. Na sua forma atenuada, os sintomas mais característicos e “visíveis” da doença, como a dismorfia facial e o atraso mental severo, não se manifestam, dificultando o diagnóstico, que pode chegar a ser confundido com formas de doenças reumáticas. Um dos

exemplos mais flagrantes é o facto de a MPS I e a Artrite Idiopática Juvenil apresentarem, ambas, rigidez articular e contracturas (embora na primeira não ocorra nem inflamação local nem rigidez matinal). Por isso mesmo, quase cem por cento dos reumatologistas inquiridos admitiu ser extremamente importante diferenciar estas duas patologias.

No final do estudo, foi notória a sensibilização dos reumatologistas para com a importância de um diagnóstico correcto da MPS I: 73% revelaram a intenção de proceder a uma revisão clínica dos doentes que apresentem rigidez articular não inflamatória e contracturas e/ou síndrome do túnel cárpico. Mais: 14,3% dos entrevistados pretendem mesmo pedir o teste de diagnóstico através da análise enzimática específica para a α-L-iduronidase aos seus doentes.

Até há pouco tempo excluídas da Classificação Internacional das Doenças (CID), as doenças raras – cerca de 700 – integram a agenda política nacional. Seis meses após a aprovação do Programa Nacional para as Doenças Raras (a 2 de Novembro de 2008), foi criada a respectiva Comissão de Coordenação (despacho n.º 10675/2009 de 24 de Abril), que prevê, entre outros objectivos, a divulgação de orientações técnicas e de materiais pedagógicos aos profissionais de saúde, assim como parcerias em matéria de investigação com sociedades científicas, dado que muitas destas doenças raras, de difícil diagnóstico, envolvem várias especialidades médicas. É de salientar que 6,3% dos reumatologistas portugueses já estiveram perante um diagnóstico de MPS I, valor que, por si só, justifica o aumento do conhecimento em relação a esta doença.

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Braga

“É o queijo!”

É das cidades cristãs mais antigas do mundo. Tem uma atracção arquitectónica a cada esquina… Mais um restaurante fabuloso em cada calçada… Mais um pedaço da história de Portugal em cada degrau… Que (en)canto escolher desta “Roma Portuguesa”?

É caso para dizer “É o queijo!”. Não, não se trata do queijo amanteigado, outra atracção desta capital gastronómica. É

uma expressão típica das gentes de Braga, que significa “É o máximo” ou “É óptimo”. Nuno Xavier, jornalista bracarense a viver em Lisboa, decidiu perpetuar os vocábulos e as expressões desta cidade que caíram em desuso num site – “Falar braguês” (http://falarbragues.googlepages.com) – , e que já mereceram as melhores críticas da comunidade académica linguística.

Este é apenas um exemplo de como se pode fazer um artigo potencialmente interessante sobre Braga, acrescentando algo que ainda não foi compilado na wikipedia ou nos inúmeros sites sobre a cidade (www.bragavirtual.com ou www.braga.com.pt). Não é fácil. Todos contam a história de Bracara Augusta, designada assim pelos romanos, quando a tomaram no Século II a.c., em homenagem ao imperador César Augusto, e a sua reorganização, já no século XI, com a designação de Braga.

Todos mencionam também as inúmeras atracções, desde o Castelo do Bom Jesus, candidato a Património da Humanidade da Unesco, o cruzeiro de Tibães, o Parque Nacional

da Peneda-Gerês, às iguarias gastronómicas que começam no bacalhau à Minhota e (não) acabam no Pudim Abade de Priscos.

Como corresponder, então, às expectativas de um visitante que tenha umas horas livres para passear em Braga, mas não tempo de ver tudo, ou, aliás, que já viu tudo o que aparece nos guias? Ora, é aqui que faz a diferença uma volumosa agenda de contactos de uma potencial boa jornalista: pega-se no telemóvel, acede-se ao twitter, e pergunta-se, lá está, a pessoas com legitimidade para aconselhar algo de novo ou útil. Neste caso, até o avô da curiosa (esse é mesmo de Braga) teve uma palavra a dizer sobre o que de melhor se come lá, a comprovar pela barriguinha saliente. E da extensa lista de sugestões, foram escolhidas as três melhores.

Três atracções de Braga que são “o queijo”!

Castelo da D. ChicaFreguesia da Palmeira, na parte norte do distrito de Braga

Projecto do arquitecto suíco Ernesto Korrodi, iniciado em 1915, o Castelo da D. Chica (também conhecido como Palácio da Palmeira) é um dos

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exemplos mais curiosos de intersecção de várias referências arquitectónicas, reflexo do intenso desejo de Korrodi em materializar a habitação nobre ideal, inspirado nos castelos apalaçados da Baviera. Este tem uma forte influência arquitectónica militar, de características ecléticas sobre um estilo romântico, e referências neogóticas, renascentistas, românicas e até alusões à Arte Nova.

Homologado como imóvel de interesse público em 1985, tem sido, no entanto, nos últimos 50 anos objecto de uma batalha judicial entre credores, empresas falidas, contribuindo para o estado de abandono em que se encontra. No ano passado, encontrava-se à venda por dois milhões e duzentos e cinquenta mil euros.

Restaurante ArcoenseRua Eng.º José Justino Amorim, 96, Santa Tecla, distrito de Braga

José Silva, conhecido crítico de gastronomia e vinhos, já lá esteve e deu como nota “Muito Bom”. Outros anónimos que lá foram subscrevem-no. Situado em Santa Tecla, apresenta uma cozinha

minhota por excelência, com uma óptima selecção de vinhos tintos e verdes. Papas de sarrabulho à moda de Braga com rojões, arroz à arcoense, bacalhau à lagareiro, favinhas… “O que vos apetece?” é já a saudação conhecida do dono da casa.

Coração de filigrana

É uma das técnicas de ourivesaria mais antigas de Portugal, de difícil e rigorosa execução, e montra artística tradicional e contemporânea de Braga, dado que muitos jovens artesãos e designers estão a adaptar esta técnica à joalharia contemporânea. O fio de ouro ou prata é enrolado, enredilhado ou encrespado, formando motivos decorativos alusivos ao imaginário popular minhoto. Se costuma espreitar as montras das joalharias, já percebeu que a filigrana é tendência neste ano, traduzida nos famosos pendentes em forma de coração, em brincos ou nas cruzes de Malta. Por isso, se for a Braga, não perca a oportunidade de comprar uma autêntica peça feita em filigrana – procure-a no concelho de Póvoa do Lanhoso, berço, por excelência, desta arte.

Castelo da D. Chica, o Restaurante Arcoense e a filigrana de Póvoa do Lanhoso são as três

sugestões para uma segunda visita a Braga,

fora do mainstream

As ruas de

FiladélfiaCom 8 andares de altura, o “Common Threads” é um dos mais impressionantes murais de Filadélfia

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A cidade do “amor fraternal” receberá, entre 16 e 21 de Outubro, o Annual Scientific Meeting do American College of Rheumatology, que comemora em 2009 o seu 75.º aniversário. É certo que os monumentos e os museus são de visita obrigatória, mas, como deixa antever o título da famosa música de Bruce Springsteen, a essência de Filadélfia descobre-se… nas ruas.

Falar de Filadélfia é evocar a própria história dos Estados Unidos da América. Até porque, para a maioria

dos americanos, o american dream começou em Chestnut Street – ou mais concretamente no Independence Hall – com a assinatura, em 1776, da Declaração da Independência. Mas a história de Filadélfia começara muito antes, em 1681, com o sonho do colono Quaker William Penn (o “tal” que haveria de emprestar o nome ao estado da Pennsylvania) que ambicionava fundar uma cidade livre das perseguições religiosas de que havia sofrido no passado. Assim nascia Filadélfia, uma fusão de filos e adelfos, que significam, em grego, “amor” e “irmão”.

Do american dream à street art

Filadélfia tornar-se-ia, durante cerca de uma década (entre 1790 e 1800), capital das recém--formadas colónias, e a mesma Chestnut Street veria mais tarde ratificada a primeira Constituição Americana, exactamente no mesmo edifício que ainda hoje guarda o tinteiro de prata utilizado para celebrar a independência pela primeira vez. Dos lados, surgem os edifícios que em tempos albergaram o primeiro congresso (Congress Hall) e o primeiro tribunal supremo (Old City Hall). E em frente a tudo isto, entre a 6th e a Market Street, encontra-se o ex-líbris da cidade: o famoso Liberty Bell, para lembrar a todos que aquele foi um dos primeiros

estados a defender a abolição da escravatura e a levantar a questão dos direitos dos negros.Hoje, além do sentimento patriótico, a liberdade manifesta-se de formas certamente imprevistas por Penn, Washington, Franklin e todos os “founding fathers”. O que começara por ser um projecto para acabar com os

graffitis acabou por se entranhar na essência da própria cidade, e é por isso que, em ruas como a Avenue of the Arts, podem ser encontrados espantosos murais que não só reflectem a alma da cultura afro-americana como também a personalidade própria de Filadélfia.

Aliás, olhando apenas para o próprio nome da avenida, não surpreende que um dos mais famosos murais da cidade se situe justamente aí. “Common Threads”, da autoria de Meg Saligman, faz alusão aos estudantes universitários numa estética que mistura o clássico com o contemporâneo e mede uns impressionantes oito andares de altura, sendo apenas um dos vários murais que ornamentam a cidade de Filadélfia.

Passear e comer em Philly

De resto, a Avenue of the Arts, um segmento da Broad Street que se situa a nove quarteirões do Museu de Arte de Filadélfia, é um óptimo sítio para se divertir, fazer compras ou comer. Neste caso em concreto, a oferta é bastante variada: comida cubana, francesa ou espanhola, tipicamente americana ou ainda de fusão, é possível encontrar de tudo um pouco.

Destaque para o Monks Cafe, uma das mais famosas cervejarias em Filadélfia – é também um restaurante – que fica entre a 16th e a Spruce Street, ou ainda o Italian Market, na 9th Street, apenas um dos locais onde pode provar o típico cheesesteak e encontrar inúmeras mercearias, padarias e talhos com a típica influência italiana que faz também, afinal, parte da história dos EUA. Se gostar deste género de mercados, talvez valha a pena passar também pelo Reading Terminal Market, outro ex-líbris da cidade.

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Para os amantes do ar livre, vale a pena passar (e passear) pelo Fairmont Park, que é nada mais, nada menos do que o maior parque urbano dos EUA, quase 10 vezes maior que o Central Park de Nova Iorque. E nenhuma viagem a Filadélfia ficaria completa sem uma visita aos bares de Market Street, um óptimo local para um passeio nocturno.

Seja pelo sentimento patriótico seja pela história romântica da liberdade sobre a qual assenta um país ou por esse “americanismo” genuíno e tão contemporâneo que afinal se reflecte na cidade hoje em dia, certo é que as ruas de Filadélfia prometem não deixar ninguém indiferente. Nem que fosse só por isso, valeria sempre a pena dar umas voltas: afinal, até ruas aparentemente insuspeitas podem ter histórias muito próprias para contar…

Ruas curiosas7th Street – Alberga a casa-museu do escritor Edgar Allan Poe, que viveu em Filadélfia de 1838 a 1844.

Arch Street – A primeira bandeira dos Estados Unidos deverá ter sido cosida nesta rua, pelas mãos de Betsy Ross. A sua casa é um dos três locais mais visitados da cidade.

South Street – Ponto de encontro de hippies e fashion victims, diz-se que ver as montras desta rua é quase tão bom quanto simplesmente ver quem por lá anda.

10th Street – O cruzamento desta rua com a Arch Street é o coração da Chinatown de Filadélfia, embora não seja tão grande quanto a de Nova Iorque ou S. Francisco. Um bom local para uma refeição barata – se gostar do estilo.

26th Street – Para além de ser um dos três maiores do país, o Philadelphia Museum of Arts e a sua escadaria ficaram conhecidos por terem servido para o famoso treino de… Rocky Balboa.

O Independence Hall ainda hoje guarda o tinteiro de prata utilizado para assinar a Declaração de Independência

Capital entre 1790 e 1800, Filadélfia foi sempre um importante pólo económico dos EUA

10 vezes maior do que o Central Park de Nova Iorque, o Fairmont Park é um óptimo local para um passeio

N.º 5 | III Série | Distribuição gratuita | Maio a Agosto de 2009

Prémio Bial de Medicina Clínica 2008Novo marco da Reumatologia em PortugalBioRePortARDGS considera-a“indiscutivelmente boa”Guilherme FigueiredoReumatologista em Ponta Delgada. Fotógrafo no mundo inteiroDestinosAs ruas de Filadélfia

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

1. Denominação do medicamento Ogasto® 30 mg Comprimidos orodispersíveis. 2. Composição qualitativa e quantitativa Cada comprimido orodispersível contém 30 mg de lansoprazol. Excipientes: Cada comprimido orodispersível de 30 mg contém 30 mg de lactose e 9,0 mg de aspartame. Lista completa de excipientes: lactose monohidratada, celulose microcristalina, carbonato de magnésio pesado, hidroxipropilcelulose de baixo grau de substituição, hidroxipropilcelulose, hipromelose, dióxido de titânio, talco, manitol, copolímero do ácido metacrílico-acrilato de etilo (1:1) dispersão a 30%, poliacrilato dispersão a 30%, macrogol 8000, ácido cítrico anidro, monoestearato de glicerilo, polisorbato 80, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172), citrato de trietilo, crospovidona, estearato de magnésio, aroma a morango e aspartame. 3. Forma farmacêutica Comprimido orodispersível branco a amarelo esbranquiçado, com a gravação 30 num dos lados do comprimido. Cada comprimido orodispersível contém microgrânulos de cor laranja a castanho escuro. 4. Indicações terapêuticas Tratamento da úlcera duodenal e da úlcera gástrica, tratamento da esofagite de refluxo, profilaxia da esofagite de refluxo, erradicação do Helicobacter pylori (H. pylori) quando utilizado em combinação com a terapêutica antibiótica adequada para o tratamento das úlceras associadas ao H. Pylori, tratamento das úlceras duodenais e gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs, profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (ver secção 5) sob terapêutica continuada, doença do refluxo gastroesofágico sintomática, síndrome de Zollinger-Ellison. 5. Posologia e modo de administração Ogasto deve ser tomado uma vez ao dia, de manhã, excepto quando usado para a erradicação do H. pylori, altura em que deve ser tomado duas vezes ao dia, de manhã e à noite, para obter um efeito óptimo. Ogasto deve ser tomado pelo menos 30 minutos antes das refeições. Os comprimidos Ogasto têm um sabor a morango e devem ser colocados sobre a língua e chupados suavemente. O comprimido dispersa-se rapidamente na boca, libertando os microgrânulos gastrorresistentes que são engolidos com a saliva. Em alternativa, o comprimido pode ser tomado inteiro com água. Os comprimidos orodispersíveis podem ser dispersos numa pequena quantidade de água e administrados através de um tubo nasogástrico ou de uma seringa oral. Tratamento da úlcera duodenal: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 2 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica é continuada com a mesma dose durante mais duas semanas. Tratamento da úlcera gástrica: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. As úlceras cicatrizam normalmente em 4 semanas, mas para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Esofagite de refluxo: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Profilaxia da esofagite de refluxo: 15 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até 30 mg/dia, conforme necessário. Erradicação do Helicobacter pylori: Na selecção da terapêutica de combinação adequada devem considerar-se as orientações locais oficiais relativas à resistência bacteriana, à duração do tratamento (normalmente 7 dias mas por vezes até 14 dias) e à utilização adequada de agentes antibacterianos. A dose recomendada é de 30 mg de Ogasto, duas vezes ao dia, durante 7 dias em combinação com um dos seguintes: 250-500 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia; 250 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Quando a claritromicina é combinada com Ogasto e amoxicilina ou metronidazol obtêm-se taxas de erradicação do H. pylori de até 90%. Seis meses após um tratamento de erradicação com sucesso, o risco de re-infecção é baixo e é por isso pouco provável a recorrência. Também se observou a utilização de um regime incluindo 30 mg de lansoprazol, duas vezes ao dia, 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia e 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Com esta combinação observaram-se taxas de erradicação inferiores às dos regimes envolvendo claritromicina. Quando as taxas locais de resistência ao metronidazol forem baixas, este regime pode ser adequado aos doentes que não podem tomar claritromicina como parte da terapêutica de erradicação. Tratamento das úlceras duodenais e das úlceras gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs: 30 mg, uma vez ao dia, durante quatro semanas. Nos doentes não completamente curados o tratamento pode ser continuado durante mais quatro semanas. Para os doentes em risco ou com úlceras difíceis de curar, provavelmente deve ser usado um tratamento mais longo e/ou uma dose mais alta. Profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (como idade > 65 anos ou história de úlcera duodenal ou gástrica) sob terapêutica continuada com AINEs: 15 mg, uma vez ao dia. Se o tratamento falhar deve usar-se uma dose de 30 mg, uma vez ao dia. Doença do refluxo gastroesofágico sintomática: A dose recomendada é de 15 ou 30 mg/dia. O alívio dos sintomas é rapidamente obtido. Devem considerar-se ajustes da dose individuais. Se os sintomas não são aliviados em 4 semanas com uma dose diária de 30 mg, recomenda-se nova observação. Síndrome de Zollinger-Ellison: A dose inicial recomendada é de 60 mg, uma vez ao dia. A dose deve ser ajustada individualmente e o tratamento deve ser continuado durante tanto tempo quanto o necessário. Já foram usadas doses diárias até 180 mg. Se a dose diária necessária exceder 120 mg, esta deve ser dada dividida em duas doses. Insuficiência da função renal ou hepática: Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com insuficiência da função renal. Os doentes com doença hepática moderada a grave devem ser observados regularmente e recomenda-se uma redução de 50% na dose diária (ver secção 8). Idosos: Dependendo das necessidades individuais, pode ser necessário ajustar a dose nos idosos devido a uma redução da clearance do lansoprazol. Nos idosos, a dose diária de 30 mg não deve ser excedida, a não ser que hajam indicações clínicas evidentes. Crianças: A utilização de Ogasto nas crianças não está recomendada uma vez que os dados clínicos são limitados. 6. Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. O lansoprazol não deve ser administrado com atazanavir (ver secção 9). 7. Efeitos indesejáveis As frequências são definidas como frequentes (>1/100, <1/10); pouco frequentes (>1/1.000, <1/100); raros (>1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000).

Frequentes Pouco frequentes Raros Muito raros

Doenças do sangue e do sistema linfático

Trombocitopenia, eosinofilia, leucopenia

AnemiaAgranulocitose, pancitopenia

Perturbações do foro psiquiátrico

DepressãoInsónia, alucinações, confusão

Doenças do sistema nervoso

Cefaleia, tonturasInquietação, vertigens, parestesia, sonolência, tremor

Afecções oculares Distúrbios visuais

Doenças gastrointestinais

Náusea, diarreia,dor no estômago, obstipação, vómitos, flatulência, boca ou garganta seca

Glossite, candidíase do esófago, pancreatite, perturbações do paladar

Colite, estomatite

Afecções hepatobiliares

Aumento das enzimas hepáticas

Hepatite, icterícia

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos

Urticária, prurido, erupção

Petéquia, púrpura, queda de cabelo, eritema multiforme, fotossensibilidade

Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos

Artralgia, mialgia

Doenças renais e urinárias

Nefrite intersticial

Doenças dos órgãos genitais e da mama

Ginecomastia

Perturbações gerais e alterações no local de administração

Fadiga EdemaFebre, hiperhidrose, angioedema, anorexia, impotência

Choque anafiláctico

Exames complementares de diagnóstico

Aumento dos níveis de colesterol e triglicéridos, hiponatremia

8. Advertências e precauções especiais de utilização Tal como com outras terapêuticas anti-ulcerosas, deve ser excluída a possibilidade de tumor gástrico maligno ao tratar uma úlcera gástrica com lansoprazol já que o lansoprazol pode mascarar os sintomas e retardar o diagnóstico. Em doentes com disfunção hepática moderada a grave o lansoprazol deve ser administrado com precaução (ver secção 5). Pode esperar-se que a redução da acidez gástrica devida ao lansoprazol aumente a contagem gástrica de bactérias normalmente presentes no tracto gastrointestinal. O tratamento com lansoprazol pode conduzir a um ligeiro aumento do risco de infecções gastrointestinais como Salmonella e Campylobacter. Em doentes com úlceras gastro-duodenais, deve considerar-se a possibilidade da infecção por H. pylori ser um factor etiológico. Se o lansoprazol é usado em combinação com antibióticos na terapêutica da erradicação do H. pylori, as instruções de utilização destes antibióticos também devem ser seguidas. Uma vez que os dados de segurança são limitados nos doentes em tratamento de manutenção à mais de 1 ano, deve regularmente rever-se o tratamento e efectuar-se uma avaliação risco/benefício cuidadosa. Foram relatados casos muito raros de colite em doentes a tomar lansoprazol. Assim, no caso de diarreia grave e/ou persistente, deve considerar-se a descontinuação da terapêutica. O tratamento para a prevenção da ulceração péptica em doentes que necessitam de tratamento continuado com AINEs deve ser restrito aos doentes com risco elevado (por ex., hemorragia gastrointestinal prévia, perfuração ou úlcera, idade avançada, utilização concomitante de medicação conhecida por aumentar a probabilidade de ocorrência de eventos adversos GI superiores [por ex. corticosteróides ou anticoagulantes], a presença de um factor de co-morbilidade grave ou o uso prolongado das doses máximas recomendadas de AINEs). Como Ogasto contém lactose, doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou malabsorção da glucose-galactose não devem tomar este medicamento. 9. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Efeitos do lansoprazol noutros medicamentos: Medicamentos com absorção dependente do pH: O lansoprazol pode interferir com a absorção de medicamentos para os quais o pH gástrico é crítico em termos de biodisponibilidade. Atazanavir: Um estudo demonstrou que a co-administração de lansoprazol (60 mg, uma vez ao dia) com 400 mg de atazanavir a voluntários saudáveis resultou numa redução substancial da exposição do atazanavir (redução de aproximadamente 90% na AUC e na Cmax). O lansoprazol não deve ser co-administrado com o atazanavir (ver secção 6). Cetoconazol e itraconazol: A absorção do cetoconazol e do itraconazol do tracto gastrointestinal é aumentada pela presença de ácido gástrico. A administração do lansoprazol pode resultar em concentrações sub-terapêuticas do cetoconazol e do itraconazol e a combinação deve ser evitada. Digoxina: A co-administração de lansoprazol e digoxina pode levar a um aumento dos níveis plasmáticos da digoxina. Os níveis plasmáticos da digoxina devem assim ser monitorizados e a dose de digoxina ajustada se necessário, quando o tratamento com lansoprazol é iniciado ou terminado. Medicamentos metabolizados pelas enzimas P450: O lansoprazol pode aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos metabolizados através do CYP3A4. Aconselha-se cuidado ao combinar o lansoprazol com fármacos metabolizados por esta enzima e que tenham uma janela terapêutica estreita. Teofilina: O lansoprazol reduz a concentração plasmática da teofilina, o que pode reduzir o efeito clínico esperado para a dose. Aconselha-se cuidado ao combinar os dois medicamentos. Tacrolímus: A co-administração do lansoprazol aumenta as concentrações plasmáticas do tacrolímus (um substrato do CYP3A e da P-gp). A exposição do lansoprazol aumenta a exposição média do tacrolímus até 81%. Aconselha-se a monitorização das concentrações plasmáticas do tacrolímus quando se inicia ou termina o tratamento concomitante com lansoprazol. Medicamentos transportados pela glicoproteína P: Observou-se que o lansoprazol inibe a proteína de transporte, P-glicoproteína (P-gp) in vitro. A relevância clínica deste facto é desconhecida. Efeitos de outros medicamentos no lansoprazol: Fármacos que inibem o CYP2C19: Fluvoxamina: Quando o lansoprazol é combinado com o inibidor do CYP2C19 fluvoxamina pode considerar-se uma redução da dose. As concentrações plasmáticas do lansoprazol aumentam até 4 vezes. Fármacos que induzem o CYP2C19 e o CYP3A4: Indutores enzimáticos que afectam o CYP2C19 e o CYP3A4 como a rifampicina e o hipericão (Hypericum perforatum) podem reduzir marcadamente as concentrações plasmáticas do lansoprazol. Outros: Sucralfato/Antiácidos: O sucralfato e os antiácidos podem reduzir a biodisponibilidade do lansoprazol. Assim, o lansoprazol deve ser tomado pelo menos 1 hora após a administração destes medicamentos. Não foram demonstradas quaisquer interacções clinicamente significativas do lansoprazol com os fármacos anti-inflamatórios não esteróides, embora não tenham sido realizados estudos de interacção formais. 10. Titular da autorização de introdução no mercado Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica, SA Estrada Consiglieri Pedroso, 69 B, Queluz de Baixo, 2730-055 Barcarena. Medicamento sujeito a receita médica. Comparticipado de acordo com o escalão B (69%). Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. 04/2009

N.º 5 | III Série | Distribuição gratuita | Maio a Agosto de 2009

Prémio Bial de Medicina Clínica 2008Novo marco da Reumatologia em PortugalBioRePortARDGS considera-a“indiscutivelmente boa”Guilherme FigueiredoReumatologista em Ponta Delgada. Fotógrafo no mundo inteiroDestinosAs ruas de Filadélfia

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

1. Denominação do medicamento Ogasto® 30 mg Comprimidos orodispersíveis. 2. Composição qualitativa e quantitativa Cada comprimido orodispersível contém 30 mg de lansoprazol. Excipientes: Cada comprimido orodispersível de 30 mg contém 30 mg de lactose e 9,0 mg de aspartame. Lista completa de excipientes: lactose monohidratada, celulose microcristalina, carbonato de magnésio pesado, hidroxipropilcelulose de baixo grau de substituição, hidroxipropilcelulose, hipromelose, dióxido de titânio, talco, manitol, copolímero do ácido metacrílico-acrilato de etilo (1:1) dispersão a 30%, poliacrilato dispersão a 30%, macrogol 8000, ácido cítrico anidro, monoestearato de glicerilo, polisorbato 80, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172), citrato de trietilo, crospovidona, estearato de magnésio, aroma a morango e aspartame. 3. Forma farmacêutica Comprimido orodispersível branco a amarelo esbranquiçado, com a gravação 30 num dos lados do comprimido. Cada comprimido orodispersível contém microgrânulos de cor laranja a castanho escuro. 4. Indicações terapêuticas Tratamento da úlcera duodenal e da úlcera gástrica, tratamento da esofagite de refluxo, profilaxia da esofagite de refluxo, erradicação do Helicobacter pylori (H. pylori) quando utilizado em combinação com a terapêutica antibiótica adequada para o tratamento das úlceras associadas ao H. Pylori, tratamento das úlceras duodenais e gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs, profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (ver secção 5) sob terapêutica continuada, doença do refluxo gastroesofágico sintomática, síndrome de Zollinger-Ellison. 5. Posologia e modo de administração Ogasto deve ser tomado uma vez ao dia, de manhã, excepto quando usado para a erradicação do H. pylori, altura em que deve ser tomado duas vezes ao dia, de manhã e à noite, para obter um efeito óptimo. Ogasto deve ser tomado pelo menos 30 minutos antes das refeições. Os comprimidos Ogasto têm um sabor a morango e devem ser colocados sobre a língua e chupados suavemente. O comprimido dispersa-se rapidamente na boca, libertando os microgrânulos gastrorresistentes que são engolidos com a saliva. Em alternativa, o comprimido pode ser tomado inteiro com água. Os comprimidos orodispersíveis podem ser dispersos numa pequena quantidade de água e administrados através de um tubo nasogástrico ou de uma seringa oral. Tratamento da úlcera duodenal: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 2 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica é continuada com a mesma dose durante mais duas semanas. Tratamento da úlcera gástrica: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. As úlceras cicatrizam normalmente em 4 semanas, mas para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Esofagite de refluxo: A dose recomendada é de 30 mg, uma vez ao dia, durante 4 semanas. Para os doentes, que neste período de tempo, não estejam completamente curados, a terapêutica pode ser continuada com a mesma dose durante mais 4 semanas. Profilaxia da esofagite de refluxo: 15 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até 30 mg/dia, conforme necessário. Erradicação do Helicobacter pylori: Na selecção da terapêutica de combinação adequada devem considerar-se as orientações locais oficiais relativas à resistência bacteriana, à duração do tratamento (normalmente 7 dias mas por vezes até 14 dias) e à utilização adequada de agentes antibacterianos. A dose recomendada é de 30 mg de Ogasto, duas vezes ao dia, durante 7 dias em combinação com um dos seguintes: 250-500 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia; 250 mg de claritromicina, duas vezes ao dia + 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Quando a claritromicina é combinada com Ogasto e amoxicilina ou metronidazol obtêm-se taxas de erradicação do H. pylori de até 90%. Seis meses após um tratamento de erradicação com sucesso, o risco de re-infecção é baixo e é por isso pouco provável a recorrência. Também se observou a utilização de um regime incluindo 30 mg de lansoprazol, duas vezes ao dia, 1 g de amoxicilina, duas vezes ao dia e 400-500 mg de metronidazol, duas vezes ao dia. Com esta combinação observaram-se taxas de erradicação inferiores às dos regimes envolvendo claritromicina. Quando as taxas locais de resistência ao metronidazol forem baixas, este regime pode ser adequado aos doentes que não podem tomar claritromicina como parte da terapêutica de erradicação. Tratamento das úlceras duodenais e das úlceras gástricas benignas associadas aos AINEs em doentes sob terapêutica continuada com AINEs: 30 mg, uma vez ao dia, durante quatro semanas. Nos doentes não completamente curados o tratamento pode ser continuado durante mais quatro semanas. Para os doentes em risco ou com úlceras difíceis de curar, provavelmente deve ser usado um tratamento mais longo e/ou uma dose mais alta. Profilaxia das úlceras duodenais e gástricas associadas aos AINEs em doentes de risco (como idade > 65 anos ou história de úlcera duodenal ou gástrica) sob terapêutica continuada com AINEs: 15 mg, uma vez ao dia. Se o tratamento falhar deve usar-se uma dose de 30 mg, uma vez ao dia. Doença do refluxo gastroesofágico sintomática: A dose recomendada é de 15 ou 30 mg/dia. O alívio dos sintomas é rapidamente obtido. Devem considerar-se ajustes da dose individuais. Se os sintomas não são aliviados em 4 semanas com uma dose diária de 30 mg, recomenda-se nova observação. Síndrome de Zollinger-Ellison: A dose inicial recomendada é de 60 mg, uma vez ao dia. A dose deve ser ajustada individualmente e o tratamento deve ser continuado durante tanto tempo quanto o necessário. Já foram usadas doses diárias até 180 mg. Se a dose diária necessária exceder 120 mg, esta deve ser dada dividida em duas doses. Insuficiência da função renal ou hepática: Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com insuficiência da função renal. Os doentes com doença hepática moderada a grave devem ser observados regularmente e recomenda-se uma redução de 50% na dose diária (ver secção 8). Idosos: Dependendo das necessidades individuais, pode ser necessário ajustar a dose nos idosos devido a uma redução da clearance do lansoprazol. Nos idosos, a dose diária de 30 mg não deve ser excedida, a não ser que hajam indicações clínicas evidentes. Crianças: A utilização de Ogasto nas crianças não está recomendada uma vez que os dados clínicos são limitados. 6. Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. O lansoprazol não deve ser administrado com atazanavir (ver secção 9). 7. Efeitos indesejáveis As frequências são definidas como frequentes (>1/100, <1/10); pouco frequentes (>1/1.000, <1/100); raros (>1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000).

Frequentes Pouco frequentes Raros Muito raros

Doenças do sangue e do sistema linfático

Trombocitopenia, eosinofilia, leucopenia

AnemiaAgranulocitose, pancitopenia

Perturbações do foro psiquiátrico

DepressãoInsónia, alucinações, confusão

Doenças do sistema nervoso

Cefaleia, tonturasInquietação, vertigens, parestesia, sonolência, tremor

Afecções oculares Distúrbios visuais

Doenças gastrointestinais

Náusea, diarreia,dor no estômago, obstipação, vómitos, flatulência, boca ou garganta seca

Glossite, candidíase do esófago, pancreatite, perturbações do paladar

Colite, estomatite

Afecções hepatobiliares

Aumento das enzimas hepáticas

Hepatite, icterícia

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos

Urticária, prurido, erupção

Petéquia, púrpura, queda de cabelo, eritema multiforme, fotossensibilidade

Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos

Artralgia, mialgia

Doenças renais e urinárias

Nefrite intersticial

Doenças dos órgãos genitais e da mama

Ginecomastia

Perturbações gerais e alterações no local de administração

Fadiga EdemaFebre, hiperhidrose, angioedema, anorexia, impotência

Choque anafiláctico

Exames complementares de diagnóstico

Aumento dos níveis de colesterol e triglicéridos, hiponatremia

8. Advertências e precauções especiais de utilização Tal como com outras terapêuticas anti-ulcerosas, deve ser excluída a possibilidade de tumor gástrico maligno ao tratar uma úlcera gástrica com lansoprazol já que o lansoprazol pode mascarar os sintomas e retardar o diagnóstico. Em doentes com disfunção hepática moderada a grave o lansoprazol deve ser administrado com precaução (ver secção 5). Pode esperar-se que a redução da acidez gástrica devida ao lansoprazol aumente a contagem gástrica de bactérias normalmente presentes no tracto gastrointestinal. O tratamento com lansoprazol pode conduzir a um ligeiro aumento do risco de infecções gastrointestinais como Salmonella e Campylobacter. Em doentes com úlceras gastro-duodenais, deve considerar-se a possibilidade da infecção por H. pylori ser um factor etiológico. Se o lansoprazol é usado em combinação com antibióticos na terapêutica da erradicação do H. pylori, as instruções de utilização destes antibióticos também devem ser seguidas. Uma vez que os dados de segurança são limitados nos doentes em tratamento de manutenção à mais de 1 ano, deve regularmente rever-se o tratamento e efectuar-se uma avaliação risco/benefício cuidadosa. Foram relatados casos muito raros de colite em doentes a tomar lansoprazol. Assim, no caso de diarreia grave e/ou persistente, deve considerar-se a descontinuação da terapêutica. O tratamento para a prevenção da ulceração péptica em doentes que necessitam de tratamento continuado com AINEs deve ser restrito aos doentes com risco elevado (por ex., hemorragia gastrointestinal prévia, perfuração ou úlcera, idade avançada, utilização concomitante de medicação conhecida por aumentar a probabilidade de ocorrência de eventos adversos GI superiores [por ex. corticosteróides ou anticoagulantes], a presença de um factor de co-morbilidade grave ou o uso prolongado das doses máximas recomendadas de AINEs). Como Ogasto contém lactose, doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou malabsorção da glucose-galactose não devem tomar este medicamento. 9. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Efeitos do lansoprazol noutros medicamentos: Medicamentos com absorção dependente do pH: O lansoprazol pode interferir com a absorção de medicamentos para os quais o pH gástrico é crítico em termos de biodisponibilidade. Atazanavir: Um estudo demonstrou que a co-administração de lansoprazol (60 mg, uma vez ao dia) com 400 mg de atazanavir a voluntários saudáveis resultou numa redução substancial da exposição do atazanavir (redução de aproximadamente 90% na AUC e na Cmax). O lansoprazol não deve ser co-administrado com o atazanavir (ver secção 6). Cetoconazol e itraconazol: A absorção do cetoconazol e do itraconazol do tracto gastrointestinal é aumentada pela presença de ácido gástrico. A administração do lansoprazol pode resultar em concentrações sub-terapêuticas do cetoconazol e do itraconazol e a combinação deve ser evitada. Digoxina: A co-administração de lansoprazol e digoxina pode levar a um aumento dos níveis plasmáticos da digoxina. Os níveis plasmáticos da digoxina devem assim ser monitorizados e a dose de digoxina ajustada se necessário, quando o tratamento com lansoprazol é iniciado ou terminado. Medicamentos metabolizados pelas enzimas P450: O lansoprazol pode aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos metabolizados através do CYP3A4. Aconselha-se cuidado ao combinar o lansoprazol com fármacos metabolizados por esta enzima e que tenham uma janela terapêutica estreita. Teofilina: O lansoprazol reduz a concentração plasmática da teofilina, o que pode reduzir o efeito clínico esperado para a dose. Aconselha-se cuidado ao combinar os dois medicamentos. Tacrolímus: A co-administração do lansoprazol aumenta as concentrações plasmáticas do tacrolímus (um substrato do CYP3A e da P-gp). A exposição do lansoprazol aumenta a exposição média do tacrolímus até 81%. Aconselha-se a monitorização das concentrações plasmáticas do tacrolímus quando se inicia ou termina o tratamento concomitante com lansoprazol. Medicamentos transportados pela glicoproteína P: Observou-se que o lansoprazol inibe a proteína de transporte, P-glicoproteína (P-gp) in vitro. A relevância clínica deste facto é desconhecida. Efeitos de outros medicamentos no lansoprazol: Fármacos que inibem o CYP2C19: Fluvoxamina: Quando o lansoprazol é combinado com o inibidor do CYP2C19 fluvoxamina pode considerar-se uma redução da dose. As concentrações plasmáticas do lansoprazol aumentam até 4 vezes. Fármacos que induzem o CYP2C19 e o CYP3A4: Indutores enzimáticos que afectam o CYP2C19 e o CYP3A4 como a rifampicina e o hipericão (Hypericum perforatum) podem reduzir marcadamente as concentrações plasmáticas do lansoprazol. Outros: Sucralfato/Antiácidos: O sucralfato e os antiácidos podem reduzir a biodisponibilidade do lansoprazol. Assim, o lansoprazol deve ser tomado pelo menos 1 hora após a administração destes medicamentos. Não foram demonstradas quaisquer interacções clinicamente significativas do lansoprazol com os fármacos anti-inflamatórios não esteróides, embora não tenham sido realizados estudos de interacção formais. 10. Titular da autorização de introdução no mercado Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica, SA Estrada Consiglieri Pedroso, 69 B, Queluz de Baixo, 2730-055 Barcarena. Medicamento sujeito a receita médica. Comparticipado de acordo com o escalão B (69%). Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. 04/2009