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Aumento na procura por formação educacional no exterior aquece as opções no mercado de cursos de idiomas Por Marcelo Daniel Preparados para o ensino lá fora

Preparados para o ensino lá fora - Revista Educação · Para 2016, estima- -se um crescimento ... maior de aulas de inglês para a formação do aluno. Com ... em relação ao Ensino

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Aumento na procura por formação educacional no exterior aquece as opções no mercado de cursos de idiomas

Por Marcelo Daniel

Preparados para o ensino lá fora

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Chega um momento na vida do jovem estudante em que, para a continuidade da sua trajetória acadêmica, os pais têm de se despedir para que eles iniciem uma nova jornada, em outro bairro, cidade e, às vezes, até outro Estado. No entanto, em alguns casos, essa parti-da é ainda mais distante e ousada: rumo a outro país!

“A experiência acadêmica internacional tem sido mais valorizada por causa das demandas atuais do mercado de trabalho e das dinâmicas de um mundo mais globalizado”, salienta o gerente acadêmico da Cultura Inglesa, Vinícius Nobre.

Seja na graduação, pós-graduação ou até mesmo a opção do High School, o Ensino Médio no exterior, esses números já são bastante consistentes no cená-rio nacional. De acordo com levantamento produzi-do pela Brazilian Educational & Language Travel As-sociation, a Belta, no ano de 2015, aproximadamen-te 220 mil estudantes viajaram ao exterior para algum tipo de atividade de intercâmbio. Para 2016, estima--se um crescimento entre 7% e 10% nesse número.

“Temos notado um aumento considerável na bus-ca por universidades norte-america-nas e australianas”, afi rma a gerente de Relacionamento da Winner/Cam-bridge English Platinum Centre, Mari Correa. “O maior motivo dessa pro-cura é a mudança de país, uma vez que as condições sócio-econômicas no Brasil não estão tão favoráveis, ou seja, têm despertado nas pessoas um desejo de sair para procurar novas oportunidades”, complementa.

Optar por um curso no exterior signifi ca, como veremos, estar pre-parado para as exigências que es-sas instituições demandam – princi-palmente em relação ao domínio do idioma. Outro ponto fundamental para alcançar esse objetivo, de acor-do com os especialistas ouvidos para esta reportagem, é o planejamento.

“Quanto mais cedo for o contato com o novo idioma, melhor, e a proposta é que o aluno seja exposto a es-se ambiente com naturalidade”, reforça a diretora do método Systemic, Vanessa Tenório.

Formação bilíngueAs irmãs Vanessa e Fabiana Tenório desenvolveram o método Systemic para ensino de idiomas, que incorpo-ra uma versão regular e uma bilíngue, com um número maior de aulas de inglês para a formação do aluno. Com sede em Maceió (AL), a empresa atua hoje em mais de 40 escolas e impacta cerca de 10 mil estudantes.

“Desenvolver uma proposta de formação bilíngue inclui material didático, planejamento, orientação, um projeto interdisciplinar, além da formação inicial e continuada de cada professor”, pontua Fabiana.

Na sua opinião, a proposta de simplesmente au-mentar a carga horária do ensino de uma língua na grade não apresenta o mesmo resultado que a edu-cação que elas classifi cam como multidimensional, e que gera “efeitos colaterais positivos”.

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“Nos projetos interdisciplinares, o inglês é o meio de comunicação utilizado para desenvolver as outras matérias, o que gera uma autoconfiança, pois os alu-nos se apropriam da língua com muita naturalidade”, reforça Vanessa.

Mais que simplesmente disponibilizar na grade, por exemplo, a disciplina de Biologia totalmente em inglês, a proposta do sistema da International School prevê que o aluno tenha o conteúdo normal, em português, mas que, no ensino de idiomas, situações dessa matéria sejam utilizadas no aprendizado da outra língua.

“Não é ensinar História ou Matemática em inglês, mas usar esse contexto para aprimorar o conheci-mento e, assim, construímos um modelo para que a escola tenha entre cinco e 10 horas semanais no idio-ma”, conta o fundador e CEO da International Scho-ol, Ulisses Cardinot.

Com formação na área de educação e gestão, Car-dinot acredita que o empreendedorismo no desenvol-vimento de um sistema de formação bilíngue no país ajuda a buscar uma mudança no cenário de aprendi-zagem local. “O Brasil está atrás nesse segmento, se comparado tanto com as grandes potências econô-micas quanto com a própria América Latina – apenas

5% da população brasileira fala inglês”, comenta o CEO, que cita como bons exemplos no continente países como Chile e Argentina, que possuem uma carga de cinco horas semanais na escola.

Formas de aprendizadoComo lembra o gerente Vinícius Nobre, da Cultura Inglesa, uma vez que não há uma legislação no pa-ís que trate especificamente sobre o ensino bilíngue, não é possível fazer classificações generalizadas so-bre o seu peso na formação do estudante que bus-ca uma formação internacional. “É difícil afirmar que todas as experiências que se autodenominam bilín-gues realmente trabalham as competências neces-sárias para que o aluno desenvolva suas habilidades comunicativas, a ponto de se tornar verdadeiramente fluente em outro idioma”, pondera.

Nobre ressalta que é preciso sempre buscar enten-der a proposta pedagógica, a qualificação dos docen-tes e a carga horária real no idioma, antes de avaliar os resultados acadêmicos prometidos. “A formação bilíngue séria, assim como qualquer curso compro-metido com a qualidade do ensino de um idioma es-trangeiro, certamente ajuda um aluno a se preparar para uma vivência internacional”, diz.

Também faz a diferença o momento em que a lín-gua inglesa é inserida no dia a dia do estudante. “O mais indicado é começar cedo – a criança, até os 10 anos de idade, está na melhor fase para aquisição de línguas se falarmos em termos de janelas do desenvol-vimento cognitivo”, comenta a gerente pedagógica da rede Number One, Ana Regina Araújo (ao lado).

O método de ensino da Number One foi desenvolvi-do no início dos anos 1970 em Belo Horizonte, Minas Gerais. Desde então, transformou-se em franquia com unidades espalhada por diversos Estados. Além dos cur-sos de ensino geral, a escola possui, ainda, uma modali-dade de formação bilíngue. “Oferecemos grade de cin-co horas por semana, trabalhando o uso do inglês em atividades interdisciplinares, de acordo com o ano es-colar que o aluno está cursando”, explica Ana Regina. A instituição oferece cursos a partir dos 6 meses de idade.

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Estudantes brasileiros que tenham o interesse em cursar parte do Ensino Médio em uma High School nos Estados Unidos, Canadá ou Inglaterra, devem estar atentos a alguns detalhes. “Existe uma diferença signifi-cativa no conteúdo do que é ensinado no High School em relação ao Ensino Médio no Brasil; cada escola pre-para seu aluno para o ingresso na universidade de seu respectivo país”, ressalta a diretora e gestora da área pe-dagógica do The Kids Club, Sylvia Helena Barros.

Sendo assim, se o objetivo do aluno é ingressar em uma universidade no exterior, segundo a diretora, deve buscar um High School que siga o currículo do país de seu interesse.

Ulisses Cardinot, da International School, ressalta a importância da preparação do estudante quanto ao idioma, antes de embarcar para o aprendizado em ter-ras estrangeiras. “Para se fazer um High School fora do Brasil, College ou mesmo uma pós-graduação, as ins-tituições pedem um nível de certificação em língua inglesa, uma comprovação”, diz (detalhes no boxe).

Já no caso do College, ou a universidade, como sa-lienta Mari Correa, da Winner, há diferenciais bastante marcantes no processo seletivo. “A principal diferença são os níveis de exigência, temos o exemplo da Uni-versidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde além dos recursos financeiros, o candidato precisa ainda de um currículo brasileiro muito forte, visto que a univer-sidade não aceita alunos com notas medianas”, diz.

Com relação aos investimentos, Mari ressalta que a logística financeira depende muito da universidade escolhida, e cita, também, o caso de instituições que oferecem bolsas de estudos para atletas, por exemplo.

Imersão no novo idiomaCom foco no ensino de crianças a partir dos dois anos de idade, o The Kids Club possui metodologia de en-sino de inglês baseada na interação direta com o idio-ma. “Ensinamos nossos alunos a gostar de inglês desde a primeira aula, em ambiente divertido e acolhedor, fazendo com que eles desenvolvam uma relação posi-tiva com a nova língua”, afirma Sylvia Helena.

Apesar da atuação exclusiva no universo infantil, a

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High School e CollegeCenário bastante presente em filmes e séries, o en-sino médio norte-americano, ou High School é a se-gunda fase da escola secundária e prepara os estu-dantes para ingressar em uma universidade.

Flexível, o cronograma envolve uma grande variedade de cursos em disciplinas como Língua Inglesa, Matemá-tica, Ciências e Ciências Sociais, além de uma série de outras opções como Língua Estrangeira, Educação Físi-ca, Música, Artes, Teatro e até treinamentos vocacionais.

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diretora afirma ter percebido um “aumento considerá-vel” na procura por universidades e escolas do Ensi-no Médio fora do Brasil, por meio de algumas obser-vações já nos anos iniciais. “Isso explica um pouco o aumento quase que explosivo na procura por escolas bilíngues pelos pais, pois essa é a primeira porta para o ingresso futuro em uma instituição fora do país”, diz.

Sobre a imersão em um novo idioma logo nos pri-meiros anos de vida, Sylvia Helena relata bons resul-tados tanto cognitivos, como até a melhora na auto-estima da criança. “Busca-se, através disso, fazer com que o cérebro use, para o estudo do segundo idioma, os mesmos caminhos e mecanismos anteriormente utilizados no aprendizado da primeira língua”.

Conteúdos sob medidaNo universo do material didático, a editora Macmillan Education está há 170 anos no mercado, sendo 25 anos no Brasil. Sobre o fortalecimento no aprendizado com o objetivo de cursar uma instituição de ensino no exterior, a diretora de Vendas e Marketing, Patrícia Souza, sugere muita atenção com as ofertas durante a procura. “As es-colas que oferecem os ‘milagres’ de aprender inglês em poucas semanas são uma cilada! O conteúdo ofereci-do, sem dúvidas, é fraco”, ressalta.

A diretora orienta a busca de uma proposta que ofereça carga su-perior a três horas semanais e que o contato com o idioma aconteça desde cedo. “Nossos produtos são direcionados para o ensino do in-glês a todas as faixas etárias, e são capazes de prover ao aluno conhe-cimento necessário para que seja possível ao estudante o ingresso em uma universidade no exterior”.

A Macmillan Education, com o objetivo de acompanhar as mudan-ças na educação, desenvolve solu-ções no material impresso e nos re-cursos digitais. Dentre esses, estão recursos on-line para professores e

alunos, livros digitais interativos, workbooks digitais, aplicativos e jogos.

Patrícia concorda sobre os benefícios da aprendiza-gem de um segundo idioma desde cedo. “A proposta bi-língue facilita muito a jornada do aluno; posso confirmar que é um ensino que cresce muito no país”, salienta.

Nessa mesma área de atuação, a Editora Oxford apresenta suas publicações no mercado brasileiro desde os anos 1940; no entanto, há pouco mais de duas décadas passou a ser distribuidora local.

“Oferecemos um catálogo super amplo, tanto para as escolas que aplicam uma hora semanal de inglês quanto para propostas superiores a dez horas, com conteúdos como Ciências e Matemática apresenta-dos na língua inglesa”, enumera a diretora de Vendas e Marketing, Selma Trus.

Com presença em mais de 100 países, a editora é responsável por publicações em todas as disciplinas do currículo escolar, sendo que esse material leva em consideração as características do sistema educacio-nal de cada localidade.

A empresa é um departamento da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que produz conteúdo para en-sino nos meios impresso e digital. “A digitalização é uma realidade do nosso negócio e os alunos, por sua

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vez, conseguem transitar de uma plataforma para a outra, do computador, para o celular e tablet, de for-ma muito natural”, complementa Selma.

“Nós também oferecemos serviços, planejamento de aulas, testes, provas, capacitação de professores e apresentação aos pais”, reforça.

A Richmond é uma editora que nasceu em 1992, em Londres, mas que hoje já está presente em mais de 20 países na Europa e Américas. A empresa é inte-grada ao grupo editorial Santillana, um dos principais na área de didáticos em países ibero-americanos.

A diretora editorial da Richmond, Sandra Possas, comenta que, embora o termo “bilíngue” cubra uma grande variedade de propostas de ensino, existe sim uma tendência de aumento nesse mercado – o que gera, também, o crescimento nas publicações volta-das ao segmento nos últimos anos.

“Entendemos que nosso negócio é composto de materiais e serviços e, à medida em que nosso clien-te se torna mais exigente e preocupado com o suces-so de seu próprio negócio, aumenta a demanda por serviços”, conta a diretora, referindo-se a treinamen-to e desenvolvimento de professores e acompanha-mento de resultados. “Buscamos parcerias com nos-sos clientes que vão além da simples venda de mate-rial – atuamos lado a lado e entendendo que temos

objetivos comuns e que, quanto maior nossa siner-gia, maiores as chances de alcançá-los”, diz.

Apesar da ampla atuação da editora no mercado, Sandra é cuidadosa ao abordar números sobre essa proposta educacional – “O termo ainda é usado de forma muito liberam em uma grande gama de situ-ações de ofertas de produtos e serviços”. A diretora comenta que o Brasil atravessa um momento de “ex-perimentação” nesse tema, em que escolas buscam caminhos e as famílias buscam respostas sobre os be-nefícios do bilinguismos. Os produtores de conteúdo didático, por sua vez, estão propondo modelos que sejam adequados às condições de ensino no Brasil.

“Considerando todos esses pontos, eu diria que em torno de 15% das escolas de Educação Infantil e primeiro segmento do Ensino Fundamental já ofere-cem ou têm interesse em algum modelo de ensino bi-língue e este percentual deve aumentar bastante nos próximos anos”, conclui.

No sistema desenvolvido pela International School, a preparação para a certificação Cambridge, realizada no 9º ano, está inserida no conteúdo programático. “É uma certificação aceita nas maiores universidades do mun-do e a que oferecemos, a Cambridge FCE, tem nível de proficiência equivalente ao B2”, comenta Cardinot.

Mari Correa, da Winner, empresa que também prepara o estudante para as principais certificações do mercado, salienta que “possuir uma certificação no currículo é fator crucial para o ingresso em uni-versidades internacionais”.

A Cultura Inglesa oferece atividades para ajudar o aluno no desenvolvimento de competências específi-cas, como cursos para produção escrita, que o auxi-liarão na vida acadêmica, reforça o gerente, Vinícius Nobre. “Também temos preparatórios para os exa-mes internacionais que precisarão ser feitos durante o processo de candidatura a uma universidade no ex-terior, como o IELTS e TOEFL”, diz.

Com relação à meta de cursar o ensino superior fora do Brasil, Nobre é enfático: “Para ser aceito em uma universidade no exterior, o aluno já precisa ter um ní-vel de proficiência linguístico bastante alto”.

O papel das certificaçõesObtidas por meio de testes de proficiência, as certificações internacionais buscam garantir a capacidade de comunicação em outro idioma. No caso da língua inglesa, essas qualificações atendem a um padrão, baseado no Quadro Europeu Comum de Referência (CEFR, em inglês). Conforme o quadro:

Iniciante A1Básico A2Intermediário B1Usuário independente B2Proficiência operativa eficaz C1Domínio pleno C2