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ANO IX - Nº 56 F E V E R E I R O / 2 0 14 Fé e Religiosidade Acadêmicos expressam suas crenças na UFT NIT Núcleo fomenta o desenvolvimento de novas tecnologias na UFT Araguaína Projeto executa a castração gratuita de cães e gatos na cidade presente! Memória Xerente Pesquisadores buscam resgatar a história, cultura e mitos dos indígenas em vídeo IMPRESSA DIGITAL MURAL Conheça os novos cursos da UFT EXPANSÃO

Presente Nº 56

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Edição digital do jornal institucional de circulação interna da Universidade Federal do Tocantins.

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ANO IX - Nº 56F E V E R E I R O / 2 0 14

Fé e Religiosidade Acadêmicos expressamsuas crenças na UFT

NITNúcleo fomenta o

desenvolvimento de novas tecnologias na UFT

AraguaínaProjeto executa a castração gratuita de cães e gatos na cidade

presente!Memória Xerente

Pesquisadores buscam resgatar a história, cultura e mitos dos

indígenas em vídeo

IMPRESSA DIGITAL MURAL

Conheça os novos cursos da UFT

EXPANSÃO

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Novos cursos e o fortalecimento da UFT

Esta edição do Presente traz alguns detalhes sobre uma notícia que muito alegrou a nossa comunidade acadêmica – e também as cidades onde temos nossos câmpus: a aprovação, pelo Ministério da Educação, da criação de 14 novos cursos para a UFT.

Além de significar um marco de expansão para a Universidade, a iniciativa também concretiza alguns dos maiores objetivos de nossa gestão: a

EDITORIAL

Aqui é o seu espaço! Você pode publicar poesia, crônica, artigo, foto artística, charge, desenho, caricatura e o que mais sua criatividade permitir. Envie o trabalho para [email protected]. Os trabalhos serão selecionados pela Diretoria de Comunicação e publicados a cada edição.

A acadêmica do 5º período do curso de Serviço Social em Miracema, Gabriela Araújo Fernandes, desde pequena gostava de ficar desenhando em papeis, principalmente vestidos de noiva, mas foi em 2009 que seu pai, vendo sua aptidão, a matriculou em um curso de pintura para adquirir técnica. Depois disso, Gabriela não parou mais de pintar. Já fez 33 quadros que vende e presenteia os amigos. Seu trabalho tem se tornado conhecido em sua página no Facebook, a ponto de fazer pintura de paisagem por encomenda, até para o estado de Minas Gerais. Aqui você confere algumas de suas telas:

EXPEDIENTEReitor: Márcio Silveira; Vice-reitora: Isabel Cristina Auler Pereira; Chefe de gabinete: Emerson Subtil Denicoli; Pró-reitora de Graduação: Berenice Feitosa da Costa Aires; Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação: Waldecy Rodrigues; Pró-reitora de Avaliação e Planejamento: Ana Lúcia de Medeiros; Pró-reitor de Extensão e Cultura: George França; Pró-reitor de Administração e Finanças: José Pereira Guimarães Neto; Pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários: George Lauro Ribeiro de Brito; Diretor do Câmpus de Araguaína: Luiz Eduardo Bovolato; Diretor do Câmpus de Arraias: Idemar Vizolli; Diretor do Câmpus de Gurupi: Eduardo Andrea Lemus Erasmo; Diretor do Câmpus de Miracema: Vânia Maria de Araújo Passos; Diretor do Câmpus de Palmas: Aurélio Pessoa Picanço; Diretor do Câmpus de Porto Nacional: Juscéia Aparecida Veiga Garbeline; Diretor do Câmpus de Tocantinópolis: Flávio Moreira; Prefeitura: Erich Collicchio.ELABORADO E DESENVOLVIDO POR:Diretoria de Comunicação da Universidade Federal do Tocantins (Dicom) – Telefone: (63) 3232-8140 e-mail: [email protected]ção: Celene Fidelis; Reportagens: Bianca Zanella, José Filho, Samuel Lima, Virgínia Magrin e Thomas Müller; Revisão: Paulo Aires; Edição: Virgínia Magrin e Samuel Lima; Diagramação: Eliene Lago; Estagiários: Caio Capela, Deborah Sena, Taciano Gouveia, Thiago Bastos, Denis Casina, Rita Coelho e Talita Melz; Administradora: Miriam Parente; Departamento de Produção Gráfica: Denise Neves, Felipe Leite, Vladimir Alencastro.

ESPAÇO DO ALUNO

presente!

CALENDÁRIO ACADÊMICO

valorização dos câmpus menores e a descentralização e equilíbrio da Instituição. Com os novos cursos, a UFT se torna mais forte como um todo, e cresce com qualidade.E, conosco, cresce o Tocantins, que terá profissionais qualificados atuando em diversas áreas do conhecimento, formados em todas as regiões do Estado. Não é à toa que, em cidades como Miracema e Arraias, a população foi às ruas para comemorar a notícia; afinal, o desenvolvimento dos câmpus significam o desenvolvimento dos municípios nos quais eles estão inseridos – e a relação próxima entre a Universidade e a comunidade, por meio dos projetos de extensão e de nossas portas sempre abertas, também nos auxilia em nosso crescimento, em um ciclo de ideias e ações que beneficiam a todos.Comemoremos, pois. E continuemos, de ânimo renovado, nosso trabalho em prol de uma Universidade forte e consolidada.

Márcio SilveiraReitor

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6 a 28/mar Período de realização de matrícula via web para 2014/1º

26/mar Término do 2º semestre de 2013

27/mar Início do Período para solicitação de aproveitamento de disciplinas 2014/1º

27/mar a 02/abr Período de avaliação final (Exame)

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Universidade também é sinônimo de busca, descobertas, aprendizado e aplicações práticas. Foi com este mote que alunos do 4º período do curso de Ciências da Computação, no Câmpus da UFT em Palmas, desenvolveram trabalhos utilizando sistemas digitais, na matéria de mesmo nome ministrada pelo professor Fabrício Bissoli.Em meio a zumbidos mecânicos, fios, notebooks, celulares e computadores os estudantes se debruçaram sobre os projetos e, ao final da disciplina, apresentaram protótipos de scanner 3D, carros-robô, braço mecânico e até um hexacóptero. Os trabalhos estão disponíveis para visualização na rede mundial de computadores (internet), no repositório de vídeos YouTube (veja quadro).Para o professor Bissoli, ver os estudantes crescendo no aprendizado e também buscando, com o que aprenderam na disciplina, melhorar e ampliar o conhecimento em busca de inovação, é gratificante. “Estou lecionando há quatro anos e a cada semestre vejo a evolução dos projetos, cada vez mais interessantes”, pontua o professor.O estudante Uirá Tapuia foi um dos desenvolvedores dos protótipos. Sua turma desenvolveu um braço mecânico, controlado por controle remoto. Ele conta que a atividade foi importante para ele por fomentar o desenvolvimento e a aplicação do conhecimento no desenvolvimento do software que comandou o protótipo. “Foi algo muito prático. Aplicamos em um hardware planejado e construímos o protótipo no laboratório de hardware e robótica. Nossa mentes são abertas para a prática e a diversão; é muito bom ver uma tecnologia feita por você funcionando”, disse o estudante, enfatizando que a atividade fez aumentar nele a vontade de criar novas tecnologias e aprender mais.O professor Bissoli disse que por conta do ganho em conhecimento nas atividades práticas, muitos estudantes continuam a desenvolver seus projetos, mesmo já fora da disciplina. “Eles continuam estudando e aprimorando o que aprenderam”, disse. Para ele, o estímulo à criatividade na busca de soluções é importante para que haja inovação. “Neste caso, abriu-se um leque interessante para o desenvolvimento na área de robótica, pesquisa, processamento de imagens e visão computacional”, frisou.

Por Samuel Lima

Estímulo à inovação na Universidade

Estudantes desenvolvem protótipos com sistemas digitais e potencializam o aprendizado

3presente!

Fomento

Os trabalhos acadêmicos citados podem se tornar inovações tecnológicas. Com o intuito de fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias, processos e o promover o crescimento da pesquisa na UFT, foi implantado em 2011 o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). Entre suas atribuições estão a de elencar, divulgar e proteger as criações intelectuais dos pesquisadores e comunidade acadêmica em geral. Os pesquisadores também podem requerer, via NIT, a patente de suas criações.O diretor do NIT, Marco Antonio Baleeiro Alves, conta que o Núcleo já contabiliza sete patentes depositadas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e a previsão é de que até meados de junho de 2014 a UFT já enumere 13 patentes depositadas, o que ele considera muito positivo. “O NIT é o órgão da UFT responsável pela política de inovação tecnológica desta universidade. De acordo com a Lei de Inovação (Lei nº 10.973/2004) ), o NIT pode divulgar as ações da UFT no sentido da inovação e também funciona como escritório de desenvolvimento de novas tecnologias”.O próprio diretor Alves, que é químico e mestre em Agroenergia, está desenvolvendo um projeto de um gaseificador, para geração de gás a partir de detritos silvestres (como galhos e folhas), e utiliza o experimento como exemplo do que se pode fazer em matéria de inovação tecnológica. “Qualquer pessoa, inventor, ligada ou não à Universidade, pode patentear seu invento ou processo aqui pela UFT. As vantagens são que ele fica isento de pagar o depósito no Inpi e também pode contribuir para o crescimento da inovação na própria Universidade, vez que parte dos recursos são revertidos para investimento nesta área no ambiente acadêmico”, diz.

Mapeamento

Baleeiro pontua que equipes do NIT estão em visita aos câmpus em um trabalho de levantamento de todos os laboratórios e núcleos da Universidade. “O objetivo é identificar as potencialidades da UFT para que possamos fazer o link com as iniciativas pública e privada, no sentido do estabelecimento de parcerias, convênios ou contratos para transformar nossas ideias em inovações tecnológicas de fato”. Ele explanou ainda que uma ideia só é considerada inovação quando há o interesse mercadológico.Segundo Alves, o Brasil está, ainda, muito aquém do que é necessário no fomento à inovação. “Na Europa, Estados Unidos, China e Japão os investimentos nesta área são feitos há décadas, inclusive com inclusão de disciplinas específicas nos cursos de graduação”, destaca. “Sem inovação tecnológica é inviável o crescimento industrial e social de qualquer país”, resume.Para incentivar ainda mais o interesse da comunidade acadêmica em torno da inovação tecnológica, o NIT da UFT está promovendo palestras em todos os câmpus, com intuito de divulgar e reunir os estudantes para instruir e mostrar o que a Universidade está fazendo e pode fazer em relação a esta questão. “As ações também têm apoio da rede dos NITs da Amazônia Oriental (Namor) – que também recebe recursos federais para esse tipo de divulgação – e vamos realizar um evento estratégico em 2014”, destaca.

Scanner 3D com kinecthttp://youtu.be/ZuW_mmMFkTk

Arduino + Hexacópterohttp://youtu.be/3PiZY4gapxI

Mapeamento de obstáculos baseado em sonares (robô), com uso de módulos de bluetoothhttp://youtu.be/y8IyayHMQDM

Carro-robôhttp://youtu.be/0e6Ha9LZeuM

Braço mecânicohttp://youtu.be/dq7lZ3vORxE

Trabalhos acadêmicos na disciplina de Sistemas Digitais (semestre 2013.2), do

curso de Ciência da Computação

Projeto do gaseificador, que gera combustível a partir de detritos silvestres

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presente!4

A música invade o espaço, o ouvido e a alma de quem começa a se embalar não só com a melodia, mas também com as letras das

canções. A explicação pode até parecer “romântica”, mas a pesquisadora e professora do curso de Geografia no Câmpus de Porto Nacional, Carolina Machado Rocha Busch Pereira, diz que não; ela garante que a música opera com emoções e desejos, influencia comportamentos e não só transforma a mobilidade espacial, mas é também por ela transformada.

Por acreditar nessa verdade, Carolina defendeu no início de outubro sua tese de doutorado intitulada “Geografias de mundo reveladas nas canções de Chico Buarque”. O trabalho mostra que as canções de Chico Buarque são portadoras de sentidos, revelam o mundo e possuem potência geográfica para dialogar com o mundo, o lugar e o cotidiano a partir de relações que emolduram a vida.

Carolina conta que a música sempre fez parte da sua formação, sobretudo por influência familiar. “Minha casa sempre foi musical. A música sempre esteve presente na minha vida. Não sei precisar quando escutei Chico Buarque pela primeira vez. O que sei é que ele, com o passar dos anos, foi se tornando geográfico para mim, a ponto de eu não poder mais negligenciar que a minha atuação em sala de aula, a minha comunicação com o mundo e com a Geografia encontravam amparo nas letras das suas canções”.

Para fazer o estudo, a pesquisadora precisou fazer um recorte na obra do artista, excluindo as obras literárias e trabalhando apenas com as letras das canções – todas de autoria exclusiva do Chico Buarque. Depois, partindo da premissa que sujeito e mundo coexistem, ela foi constatando que o lugar onde o sujeito estabelece relações, possui uma gama de significados e valores que são inseparáveis da experiência de quem os vivencia. Ela garante que as letras das canções de Chico Buarque alcançam a realidade pela linguagem poética e revelam geografias de mundo na medida em que descortinam referências espaciais e temporais a partir do sentido dado pela percepção e afeição.

Por Virgínia Magrin

Geografias de mundo reveladas como na letra da canção ‘Cotidiano’, que grafa o espaço, o tempo e os sentidos dos sujeitos. “A geografia do cotidiano é a geografia do modo de ser, fazer, pensar, sentir e expressar o mundo, e, o lugar assume espaços de diferentes escalas como o bairro, a rua, a cidade, um país e todas as outras possibilidades de escalas que o lugar pode assumir. O dia é marcado pela rotina, pelo peso da vida difícil de viver, pela fadiga, mas também é marcado pelo desejo e pelos atos assumidos ao acordar”, explica a pesquisadora.

Quando perguntamos para Carolina sobre os pontos mais interessantes em sua pesquisa, ela disse que ler o mundo, pensar sobre o mundo a partir das lentes da Geografia é a grande conquista da tese e um dos pontos de destaque. “Isso é novo, há alguns anos atrás não concebia a aproximação da Geografia com a música, literatura e artes em geral. Fiquei feliz e satisfeita por ter conseguido apresentar uma proposta teórica e metodológica para ler e compreender o mundo a partir das aproximações geográficas com a arte, que neste caso é percebida pela letra da canção”.

Carolina conclui dizendo: “As escolhas que fazemos determinam as estradas que percorremos. A pesquisa que encerro é resultado da trajetória que percorri, dos caminhos que escolhi, das aproximações que realizei”. E o trabalho não para por aí, sua intenção é continuar sua pesquisa, agora, também, com as obras literárias de Chico.

“Ler o mundo pela poesia é compartilhar da expressão mais nobre da arte” Carolina Pereira

A música sempre esteve presente na vida de Carolina

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O mundo revelado nas canções de Chico BuarqueMúsica e Geografia

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5presente!

A superpopulação de animais é um problema urbano comum - e mais complicado do que aparenta. Além

de meros inconvenientes, como cães fazendo xixi nos muros e postes e a terrível sinfonia noturna dos gatos no telhado, existe também situações sérias como acidentes de carro, ataques aos cidadãos, e até mesmo a transmissão de doenças.

Em Araguaína, o principal transtorno envolvendo a população animal é o Calazar ou Leishmaniose Visceral, doença grave que tem nos cachorros um de seus principais vetores de transmissão.

Com esse panorama em mente, o Hospital do curso de Medicina Veterinária da UFT promove, desde 2011, um projeto de extensão que executa a castração gratuita de cães e gatos na cidade.

“O projeto nasceu da observação de iniciativas semelhantes em outras cidades do país”, explica a professora Ana Paula Coelho, que coordena a ação.

Por Thomás Müller

Campanha da UFT ajuda no combate a doenças e superpopulação em Araguaína

“O objetivo principal é realizar o controle da natalidade, contribuindo assim para o combate às doenças que são transmitidas dos animais para o homem”, explica.

A campanha de castração é voltada principalmente para a população de baixa renda. O proprietário do animal entra em contato com o Hospital Veterinário e faz o cadastro do gato, que passará pelo procedimento sem custos. “Trabalhamos com animais que têm dono porque é importante que ele seja acompanhado no pós-operatório, que alguém se responsabilize pelos cuidados que esse animal vai precisar”, conta Ana Paula.

Desde o início do projeto, cerca de 80 animais já foram castrados; 50 só em 2013. Números bastante expressivos, se considerarmos a diferença que cada animal não-esterilizado faz no aumento populacional. “No caso dos cães, por exemplo: cada cadela tem duas ninhadas por ano, com

Div

ulga

ção

Castração de animais

uma média de cinco filhotes. Então, cada animal castrado representa dez indivíduos a menos por ano. Com os machos, o impacto é ainda maior, porque eles podem cruzar com diversas cadelas”, conta a professora.

Vale lembrar ainda que, em Araguaína, onde as casas por muitas vezes não têm muros entre si, os animais, em sua maioria, têm livre trânsito da casa para a rua; ou seja, a ação contribui também para a redução da população dos animais sem dono.

“O projeto tem ainda o cunho acadêmico”, ressalta Ana Paula. “Além dos professores, alunos e residentes fazem parte do projeto e realizam cirurgias; dessa forma, a campanha atua ainda como treinamento de técnicas cirúrgicas para os estudantes”.

Quem tiver interesse em cadastrar seu totó ou bichano deve ligar para o HV, no telefone(63) 2112-2113.

Desde o início do projeto, 80 animais já foram castrados.

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Novos cursos, mais alunos e servidores, indicadores positivos em diversas avaliações. O crescimento da Universidade Federal do Tocantins nos últi-mos anos pode ser descrito sob diversos aspectos, mas um deles chama atenção neste início de ano. Além de uma grande Universidade, a UFT está se tornando uma universidade cada vez maior fisicamente, que cresce a olhos vistos e se expande em busca de novos espaços e melhor infraestru-tura para o ensino, a pesquisa e a extensão.

Somente nos dois primeiros meses de 2014, 23 obras foram iniciadas ou retomadas, nos sete câmpus da instituição, para serem concluídas entre junho deste ano e agosto de 2015. Juntas, todas as ordens de serviço assi-nadas representam quase R$ 58,5 milhões licitados.

O crescimento sólido se concretiza aos poucos, e os investimentos se refletem não apenas na Universidade. Segundo levantamento feito junto às empresas vencedoras das licitações, as construções em andamento na UFT vão gerar mais de 700 empregos diretos. “O impacto positivo desses investimentos se multiplica e os benefícios vão ainda além porque, depois dessa demanda por mão-de-obra sazonal, o crescimento dos câmpus irá gerar postos de trabalho permanentes - para professores, técnicos-admi-nistrativos, vigias, faxineiras e tantos outros - e mais oportunidades para as comunidades”, observa a pró-reitora de Avaliação e Planejamento, Ana Lúcia Medeiros.

Geração de empregos

Logo que a notícia sobre o início das obras se espalhou, a Diretoria de Obras da UFT precisou lidar com uma demanda extra por atendimentos externos. “O telefone não parava de tocar com muita gente ligando que-rendo trabalhar”, conta o diretor João Batista Teixeira, que precisou ex-plicar muitas vezes que essas contratações de mão-de-obra não são feitas pela UFT, e sim pelas próprias construtoras que assumiram os empreen-dimentos.A maioria delas contrata no próprio canteiro de obras, e é lá que os in-teressados devem procurar a equipe administrativa para obter mais in-formações sobre as oportunidades de trabalho para pedreiros, serventes e outras funções. “Uma obra inicia com cerca de 30 funcionários, mas o número pode aumentar dependendo da demanda”, explica a engenheira

civil Maria Zilda Nascimento, representante da Rodes Engenharia. Segun-do ela, cada obra pode abarcar até cerca de 80 funcionários diretos, sendo que esse número aumenta gradativamente de acordo com as etapas da construção. “No final os serviços de acabamento são realizados por meio de empresas terceirizadas” completa.

Mesmo antes de prontas, as novas construções também geram oportu-nidades para estudantes da UFT, e já funcionam como verdadeiras salas de aula, ou melhor, laboratórios de atividades práticas: A Rodes, que é responsável por obras nos câmpus de Arraias, Gurupi, Palmas e Porto Na-cional, firmou parceria com a Universidade para contratar estagiários do Curso de Engenharia Civil que irão aprender e ao mesmo tempo ajudar a construir a UFT que teremos nos próximos anos.

A Construtora Acauã Ltda, responsável pelas obras de Tocantinópolis e uma no Câmpus da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia de Ara-guaína (EMVZ) informou que, além das contratações feitas diretamente no local da obra, também contrata funcionários por meio do cadastro do Sistema Nacional de Emprego (Sine), e irá gerar cerca de 20 postos de trabalho em cada obra.

A Hikari Construções Ltda, contratada para realizar a segunda etapa do complexo laboratorial do Câmpus Palmas e a biblioteca do novo Câmpus de Miracema informou que já preencheu todas as 60 vagas de empregos diretos previstas. Outras empresas informaram que recebem currículos nos escritórios e que ainda estão analisando o quantitativo de funcionários que será contratado.

Por Bianca ZanellaColaboração: Talita Melz e Rita Coelho

UFT tem mais de 20 obras iniciadas em todos os câmpus

presente!6

Maquete RU Gurupi

Crescimento concreto:

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7presente!Acompanhe o andamento das obras:

Câmpus de Arraias

Obra: BibliotecaEmpresa contratada: Construtora Portobello Ltda.Valor: R$ 3.294.501,32Emissão da ordem de serviço: 04/02/2014Prazo: 12 meses

Obra: Bloco 3PEmpresa contratada: Rodes Engenharia e Transporte Ltda.Valor: R$ 6.360.000,00Emissão da ordem de serviço: 18/02/2014Prazo: 18 meses

Câmpus de Araguaína

Obra: Biblioteca da Unidade CimbaEmpresa contratada: Squadra Engenharia e Incorpo-ração Ltda.Valor: R$ 4.580.000,00Emissão da ordem de serviço: 23/01/2014Prazo: 15 meses

Obra: Infraestrutura urbanística da Unidade EMVZEmpresa contratada: Ópera Arquitetura e Paisagismo Ltda.Valor: R$ 1.849.999,99Emissão da ordem de serviço: 29/01/2014Prazo: 06 meses

Obra: Complexo Laboratorial da Unidade EMVZ (2ª etapa)Empresa contratada: Vértice Construtora Eireli - EPPValor da obra: R$ 1.000.000,00Emissão da ordem de serviço: 24/01/2014Prazo: 05 meses

Obra: Fábrica de Ração e Centro de Manejo Aviário da Unidade EMVZEmpresa contratada: Vértice Construtora Eireli - EPPValor: R$ 675.985,49Emissão da ordem de serviço: 24/01/2014Prazo: 06 meses

Obra: Bloco 3P da Unidade EMVZEmpresa contratada: Coceno Construtora Ltda.Valor: R$ 4.620.000,00Emissão da ordem de serviço: 10/02/2014Prazo: 18 meses

Obra: Infraestrutura urbanística da Unidade CimbaEmpresa contratada: Ópera Arquitetura e Paisagismo Ltda.Valor: R$ 716.000,00Emissão da ordem de serviço: 18/02/2014Prazo: 04 meses

Obra: Biblioteca da Unidade EMVZEmpresa contratada: Construtora Acauã Ltda.Valor: R$ 3.379.000,00Emissão da ordem de serviço: 12/02/2014Prazo: 12 meses

Câmpus de Gurupi

Obra: BibliotecaEmpresa contratada: Nasa Construtora Ltda.Valor: R$ 4.590.000,00Emissão da ordem de serviço: 05/01/2014Prazo: 15 meses

Obra: Laboratório de Resíduos SólidosEmpresa contratada: Vértice Construtora Eireli - EPPValor: R$ 448.176,41Emissão da ordem de serviço: 27/01/2014Prazo: 05 meses

Obra: Restaurante Universitário (2ª etapa)Empresa contratada: Nasa Construtora Ltda.Valor: R$ 1.629.999,00Emissão da ordem de serviço: 18/02/2014Prazo: 08 meses

Obra: Bloco 3PEmpresa contratada: Rodes Engenharia e Transportes Ltda.Valor: R$ 6.690.000,00Emissão da ordem de serviço: 11/02/2014Prazo: 18 meses

Obra: Dois Complexos Laboratoriais (2ª etapa)Empresa contratada: Vértice Construtora Eireli - EPPValor: R$ 2.000.000,00Emissão da ordem de serviço: 11/02/2014Prazo: 08 meses

Câmpus de Miracema

Obra: Bloco 3PEmpresa contratada: Construtora Visão Ltda.Valor: R$ 4.300.000,00Emissão da ordem de serviço: 12/02/2014Prazo: 18 meses

Obra: BibliotecaEmpresa contratada: Hikari construções Ltda.Valor: R$ 3.114.516,97Emissão da ordem de serviço: 06/02/2014Prazo: 12 meses

Obra: Infraestrutura urbanísticaEmpresa contratada: Construtora Portobello Ltda.Valor: R$ 595.000,00Emissão da ordem de serviço: não assinada até o fechamento desta ediçãoPrazo: 04 meses

Câmpus de Palmas

Obra: Complexo laboratorial dos cursos de Engenha-ria Civil, Comunicação Social/Jornalismo, Nutrição, e Arquitetura e Urbanismo (2ª etapa)Empresa contratada: Hikari construções Ltda.Valor: R$ 4.306.617,27Emissão da ordem de serviço: 23/01/2014Prazo: 12 meses

Obra: Novo prédio da ReitoriaEmpresa contratada: Rodes Engenharia e Transportes

Ltda.Valor: R$ 8.550.000,00Emissão da ordem de serviço: 27/01/2014Prazo: 15 meses

Objeto: Elaboração do projeto do Hospital Universitá-rio de PalmasEmpresa contratada: Consórcio PJJ Malucelli Arquite-tura S/S Ltda e MEP Arquitetura e Planejamento Ltda.Valor: R$ 2.408.442,50Emissão da ordem de serviço: não assinada até o fechamento desta ediçãoPrazo: 06 meses

Câmpus de Porto Nacional

Obra: BibliotecaEmpresa contratada: Nasa Construtora Ltda.Valor: R$ 4.400.000,00Emissão da ordem de serviço: 05/01/2014Prazo: 15 meses

Obra: Bloco 3PEmpresa contratada: Rodes Engenharia e Transportes Ltda.Valor: R$ 6.647.266,44Emissão da ordem de serviço: 27/01/2014Prazo: 18 meses

Obra: Infraestrutura urbanísticaEmpresa contratada: Construtora Portobello Ltda.Valor: R$ 1.369.900,00Emissão da ordem de serviço: não assinada até o fechamento desta ediçãoPrazo: 06 meses

Câmpus de Tocantinópolis

Obra: BibliotecaEmpresa contratada: Construtora Acauã Ltda.Valor: R$ 3.357.121,09Emissão da ordem de serviço: 12/02/2014Prazo: 12 meses

Obra: Bloco 3PEmpresa contratada: Construtora Acauã Ltda.Valor: R$ 4.450.000,00Emissão da ordem de serviço: 12/02/2014Prazo: 18 meses

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Obras licitadas, aguardando definição das empresas vencedoras*- Infraestrutura urbanística do Câmpus de Arraias- Infraestrutura urbanística do Câmpus de Palmas- Infraestrutura urbanística do Câmpus de Tocantinó-polis

Obras em licitação*- Infraestrutura urbanística do Câmpus de Gurupi

* Até o fechamento desta edição, em 21 de março

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8 presente!

Novos cursos, novos rumos,

novos horizontes

Catorze novos cursos foram autorizados para os câmpus de Arraias, Araguaína, Miracema, Porto Nacional e Tocantinópolis

A UFT passa por um novo momento de expansão em número de cursos e ampliação dos câmpus, principalmente os do interior, como é o caso de Arraias, Miracema, Porto Nacional e Tocantinópolis. Novos cursos transformarão estes câmpus em centros universitários – com pelo menos cinco cursos, conforme preconiza o Ministério da Educação.

Os novos cursos estão distribuídos em cinco das sete cidades onde há câmpus da UFT (veja mapa). A ampliação dos cursos nos câmpus menores (que tinham menos de cinco cursos cada), vem ao encontro do projeto de consolidação da Universidade.

Em Tocantinópolis, foram aprovados cursos superiores (tecnólogos) em Construção de Edifícios, Saneamento Ambiental e uma licenciatura em Educação Física. Tocantinópolis e Arraias também ganharam cursos de Licenciatura em Educação do Campo. Ainda em Arraias serão implantados cursos tecnológicos em Mineração; Turismo Patrimonial e Socioambiental e ainda um em Agroecologia.

Para Miracema está autorizada a implantação de cursos de licenciatura em Educação Física e Intercultural, além do curso de Psicologia (bacharelado). Em Porto Nacional deverão ser dois novos cursos - Relações Internacionais e Letras Libras.

Em Araguaína será implantado o curso de Medicina, como parte do programa governamental federal Mais Médicos.

Como funciona Existem algumas diferenças na forma de aprovar um novo curso superior em uma instituição de ensino superior (IES). Existem três modalidades de atos que autorizam o funcionamento de um curso superior: o credenciamento (ou recredenciamento), a autorização e o reconhecimento (ou renovação de reconhecimento).

As IES precisam solicitar o credenciamento junto ao MEC, e conforme sua organização acadêmica, podem ser credenciadas como faculdades, centros universitários ou universidades (esta última, por exemplo, requer um credenciamento específico, funcionamento regular e padrão satisfatório de qualidade, segundo o MEC).

Para autorizar cursos de graduação em Direito, Medicina, Odontologia e Psicologia – inclusive em universidades e centros universitários – a Secretaria de Educação Superior (SeSU) do MEC leva em consideração a manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (no caso do curso de Direito) e do Conselho Nacional de Saúde (no caso dos cursos desta área) para autorizar o funcionamento de cursos destes gêneros.

Reconhecimento Quando o curso de graduação tiver completado metade (50%) de sua carga horária, a IES pode solicitar o reconhecimento do curso ao MEC. “O reconhecimento de curso é condição necessária para a validade nacional dos respectivos diplomas”, diz o Ministério da Educação. No caso dos cursos de Direito e da área de Saúde, novamente é requerida a manifestação dos conselhos nacionais da OAB e de Saúde para validar o reconhecimento ou a renovação do reconhecimento.

Você pode saber a situação do seu curso consultando a página do MEC na internet, por meio do endereço http://emec.mec.gov.br/.

AndamentoTodos os novos cursos da UFT tiveram a sua criação aprovada ainda no ano passado (entre os meses de setembro e dezembro) pelo Conselho Universitário (Consuni).

Os cursos de Licenciatura em Educação no Campo (Tocantinópolis e Arraias) já estão ofertando 240 vagas (120 em cada cidade) por meio de edital específico, com provas marcadas para dia 23 de março de 2014.Os cursos relacionados à área de Saúde (Medicina e Psicologia) aguardam trâmites relacionados ao Conselho Nacional de Saúde.

Por Samuel Lima e Thomás Müller

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TOCANTINÓPOLISEducação Física (Licenciatura) – O licenciado em Educação Física organiza, executa e supervisiona programas de atividades físicas para pessoas ou grupos. Pode lecionar em escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio.Tecnólogo em Construção de Edifícios – Este profissional é habilitado para atuar no gerenciamento, planejamento e execução de construção de edifícios.Tecnólogo em Saneamento Ambiental – Este tecnólogo trabalha com saneamento básico, construindo sistemas e redes de água, esgoto, lixo industrial e doméstico.Educação no Campo (Licenciatura) - Tem como objetivo formar professores e educadores para as escolas do campo.

MIRACEMAEducação Física (Licenciatura) – O licenciado em Educação Física organiza, executa e supervisiona programas de atividades físicas para pessoas ou grupos. Pode lecionar em escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio.Licenciatura Intercultural / Pedagogia – O egresso deste curso poderá atuar tanto na gestão educacional quanto no exercício do magistério, com enfoque na questão indígena.Psicologia – O profissional diagnostica, previne e trata doenças mentais, distúrbios emocionais e de personalidade. Ele observa e analisa as atitudes, os sentimentos e os mecanismos mentais do paciente e procura ajudá-lo a identificar as causas dos problemas e a rever comportamentos inadequados.

PORTO NACIONALRelações Internacionais – Esse profissional analisa o cenário mundial, investiga mercados, avalia as possibilidades de negócios e aconselha investimentos no exterior. Promove entendimentos entre empresas e governos de diferentes países, abrindo caminho para exportações, importações e acordos bilaterais ou multinacionais.Letras-Libras - O profissional pode lecionar como professor de libras como primeira língua para surdos nos ensinos fundamental e médio, ou como professor de libras como segunda língua para ouvintes desde o nível fundamental até o nível superior de ensino. Pode atuar aijnda em instituições especializadas no ensino da libras e como intérprete em salas de aula, em reuniões e conferências, na tradução de textos técnicos e literários e na revisão e preparação de textos.

ARRAIASAgroecologia – Este profissional define, classifica e estuda os sistemas agrícolas, pecuários e florestais de perspectiva ecológica, social e econômica; integração de saberes do campo com o conhecimento técnico moderno para obter métodos de produção que respeitem o ambiente social, promovendo a equidade social sustentável ecológica do sistema.Tecnólogo em Mineração – O tecnólogo em Mineração pode atuar em múltiplos campos, sendo os de maior destaque a pesquisa, lavra e tratamento de minerais, permitindo às empresas de mineração uma busca efetiva de riquezas minerais rentáveis.Tecnólogo em Turismo Patrimonial e Socioambiental – O profissional atua em áreas ligadas ao resgate, valorização e promoção do patrimônio cultural e natural, incentivando a conservação e buscando a formação de uma consciência ambientalista. Educação no Campo (Licenciatura) - Tem como objetivo formar professores e educadores para as escolas do campo.

ARAGUAÍNAMedicina - O profissional tem a saúde humana como objeto de estudo. Pesquisa e trata disfunções e moléstias, escolhendo os melhores procedimentos para preveni-las e combatê-las. Pode trabalhar em hospitais, clínicas, postos de saúde e empresas, além de poder atender em consultório próprio..

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Há muito tempo atrás vivia em uma aldeia um rapaz que costumava admirar as estrelas. Todas as noites ele ia

para o terreiro e se deitava admirando cada estrela... Olhava para uma, olhava para outra, até que ele descobriu uma mais brilhante, que refletia cores variadas. Ele se apaixonou por essa estrela e todas as noites parava para admirá-la até dormir. Isso se repetiu por várias vezes até que um dia, ao adormecer, acordou com uma bela moça ao seu lado, era a estrela! Ele a guardou dentro de uma cabaça e todas as noites soltava ela para ficar com ele. Um dia, ao sair para caçar, seus irmãos abriram a cabaça e soltaram a estrela. A bela estrela correu atrás dele no mato, colocou ele para subir em um pé de bacaba que subiu com ela para o céu.Histórias como essa são transmitidas de pais para filhos por meio da memória e da oralidade, contribuindo para a preservação da cultura indígena. Mas com o passar dos anos esses métodos deixam os detalhes se perderem e muitos registros caírem no esquecimento. A fim de evitar que isso aconteça e que o valor histórico e cultural do povo Xerente seja preservado, um grupo de pesquisadores da UFT tem buscado resgatar a memória deste povo que vive na Aldeia Porteira, 23 km do município de Tocantínia, por meio de documentários. Vilmar Xerente, que nasceu na aldeia e recentemente se formou em Serviço Social pela UFT, afirma que este projeto vai fortalecer a cultura do seu povo. “O conhecimento que temos nos foi passado oralmente durante as noites, as

festas, enquanto acompanhávamos os mais velhos em caças e pescarias. Em momentos como estes eles nos transmitiam as historias dos nossos povos, conhecimentos tradicionais de como fazer medicamentos, técnicas de caça e pesca, enfim, tudo que iria contribuir para sermos um indígena bem preparado para manter nossa família”.A coordenadora do projeto de extensão e professora no Câmpus de Miracema, Rose Negreiros, explica que a ideia desse trabalho surgiu de uma reivindicação dos próprios estudantes Xerentes. “Eles argumentavam que muitos anciãos tinham morrido e outros estavam bem velhinhos, com isso eles viam sua cultura se perder aos poucos. Ao terem contato com novas tecnologias, eles propuseram usá-las em benefício de seu povo”.Para que o conteúdo do documentário faça sentido para os próprios indígenas, o trabalho tem como ponto de partida a concepção deles, respeitando a lógica temporal em conformidade com a narrativa dos anciões do grupo. Nesse meio tempo está sendo realizada uma formação metodológica com a comunidade, professores indígenas e acadêmicos Xerente. “Com a formação, o grupo vai elaborar propostas de produção de um documentário, a partir da visão e temporalidade da própria etnia”, diz a professora. Este ano já foram realizadas seis oficinas, uma sobre “Registro no Diário de Campo”, que ensina como coletar dados por meio do diário, registrando impressões, informações importantes como mitos, contos e músicas; outra sobre “Leitura e discussão de vídeos documentários com temática indígena”, onde o grupo pode conhecer e discutir sobre diferentes tipos de documentário; outras duas oficinas de “Introdução à linguagem do audiovisual”, apresentando a linguagem, principais características e aplicações na forma de vídeo, bem como noções de edição de imagem; “História Oral” e “Memória e História”.A estudante do 7º período do curso de Serviço Social de Miracema e bolsista do programa, Nanna Krishina, explica que desde que as oficinas foram ministradas eles já começaram a colocar em prática os ensinamentos fazendo pequenos registros e anotando tudo nos diários de campo. “Entramos com a parte técnica, somos os mediadores, mas são eles que ditam e definem o rumo que deve ser tomado, o que e quem serão filmados e tudo na língua materna para desenvolver

Por Virgínia Magrin

Memória Xerente

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ainda mais sua identidade cultural”, garante ela.Nanna afirma que nesse meio tempo em que vem desenvolvendo o projeto na aldeia, o seu crescimento acadêmico e pessoal tem sido inestimável. “Os indígenas nos recebe muito bem e essa articulação entre universidade e aldeia é o nosso objetivo”.

Tecnologia

Para Rose, o uso da tecnologia é importante para preservação da cultura deste povo. “Uma formação neste direcionamento, apresenta-se de grande importância para o povo indígena, pois estes não dispõem de tais recursos e sendo assim, ficam impossibilitados de ‘guardarem’ suas memórias”, constata ela.Edna Melo, que é professora do curso de Jornalismo em Palmas e também faz parte do projeto ministrando oficinas, conta que os membros da aldeia tem sido treinados para fazer uso do vídeo, não só para preservar sua cultura, como também usá-lo como metodologia de educação em sala de aula. “Tem sido gratificante trabalhar na aldeia, o grupo tem se mostrado interessado e toda a comunidade recebeu muito bem o projeto. Com certeza as gerações futuras deste povoado poderão conferir sua história, contada pelos próprios anciãos”, comemora ela.

Pesquisadores da UFT buscam resgatar a história, cultura e mitos dos indígenas que vivem na Aldeia Porteira

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As oficinas são ministradas aos finais de semana e dão base metodológica para que os próprios indígenas executem o trabalho

Memória do povo Xerente é resgatada por meio de vídeos

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Quem disse que religião não é coisa de universitário? Entre as culturas e tribos urbanas existentes na Universidade Federal do Tocantins estão alunos que

adotaram a religião como estilo de vida, e conciliam a jornada acadêmica com suas reflexões de fé. Evangélicos, católicos, adeptos do candomblé e até wiccanos, aproveitam espaços do câmpus universitário para fazer seus cultos e rituais.

Wiccanos são discretos, quase não são vistos ou rotulados como religiosos, e na UFT não é diferente. Poucos sabem, mas três alunos do Câmpus de Palmas formam o grupo Wiccanno Magicum Naturalle. Eles se dedicam ao estudo e culto do que consideram como forças divinas da natureza. Loyane Marques é estudante de Filosofia e bruxa, como gosta de ser chamada, e antes que alguém pergunte “não fazemos poção do amor”, adverte ela.

Loyane diz que consegue relacionar suas convicções de fé com a graduação, “o curso é muito mais do que uma simples abordagem acadêmica, pensar a vida é filosofia e faz parte do que é ser wicca também”. Juntos Loyane, Lucas Eurílio, estudante de Jornalismo e Anny Silva, do curso de Ciências Contábeis, se envolvem também em voluntariados. No ano passado, por exemplo, com a parceria do Movimento pela Vida, trouxeram para a UFT um congresso de discussões sobre prioridades espirituais; para o grupo essas iniciativas dão contrapartida ao materialismo da sociedade moderna.

Com uma proposta diferente, o “Desperta” não busca qualquer discrição para seus cultos. Existente há três anos na UFT, a iniciativa congrega evangélicos de várias denominações. O estudante de Engenharia Civil, Alem Felipe é o líder e explica: “Somos de varias igrejas, nos ajudamos e juntos conhecemos formas diferentes de encarar a fé cristã. Nosso objetivo é fortalecer princípios e ‘dar as caras’ para a universidade, mostrando nossa fé em Cristo”, explica ele.

No início, apenas quatro pessoas frequentavam as reuniões que aconteciam no laboratório de radiojornalismo. O grupo cresceu e atualmente reúne cerca de cinquenta acadêmicos toda quinta-feira, no hall da Biblioteca para cantar, orar e refletir sobre os ensinamentos bíblicos. Arte e esporte são algumas das ferramentas que o grupo utiliza para transmitir sua mensagem e atrair novos integrantes. “Tem teatro, música, pirofagia e até slackline”, conta Alem.

Outro movimento conhecido pelos frequentadores do Câmpus de Palmas é o Grupo de Oração Universitário (GOU), uma extensão do Ministério Universidades Renovadas da Renovação Carismática Católica. Segundo a estudante de Pedagogia e integrante, Zulene Carvalho, o Gou surgiu em 1997 antes da federalização da UFT, sendo o mais antigo do Tocantins. “Nosso sonho é ter uma universidade cheia da doutrina de Jesus, onde a ciência, a fé e a razão andam juntas. Através do grupo passei a acreditar nisso”, ressalta. Zulene que está no GOU desde 2011 relaciona sua fé ao futuro profissional, “Quero ser uma profissional do reino, ou seja, na minha profissão quero atuar como uma cristã”.

AraguaínaEm 2007 o GOU chegou ao Câmpus de Araguaína e atualmente conta com uma média de 15 participantes, que se reúnem semanalmente, no intervalo das aulas. O estudante de Física e líder do grupo, Jadson Cantuare, chama os encontros de abastecimento espiritual: “É o que nos fortalece diante de todos os problemas e desafios acadêmicos”. Ele explica ainda, que a intenção é que ao sair da faculdade o acadêmico entenda o plano de Deus na sua profissão, e exerça a sua vocação profissional com dignidade, ética e respeito.

ArraiasJá no Câmpus da UFT de Arraias, um grupo de estudos da cultura afro, orientado pela professora Silvinha Adriane, preserva em debates e manifestações culturais, heranças quilombolas de antigas comunidades do município. Em seus encontros, reflexões históricas sobre religiões afrobrasileiras são inseridas aos estudos.

Silvinha explica que “quando olhamos para a origem do nosso povo, tem sempre um terreiro de candomblé”. Segundo ela, a influência cultural e religiosa dos quilombolas é inegável. “Existe uma resistência da comunidade em assumir a relação do candomblé com a história de Arraias, nós não escondemos essa evidência histórica e prática na comunidade local”, declara ela.

É assim que professores e alunos revivem tradições ou aproveitam tréguas das atividades curriculares para dedicar alguns minutos à sua fé. Entre a busca pelo conhecimento e experiências religiosas desses membros da comunidade acadêmica, os câmpus da UFT congregam a diversidade de crenças.

Por Deborah Sena e Virgínia Magrin

Acadêmicos manifestam suas crenças na UFT

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Foto 01: Loyane Marques, é estudante de Filosofia e wicca.

Foto 02: Em Arraias , o ponto de cultura ‘’Chapada dos Negros’’ faz referências às religiões afro para preservar legados culturais.

Foto 03: Integrantes do Grupo de Oração Universitário (Gou) em momento de oração no intervalo de suas atividades no câmpus.

Foto 04: Estudantes evangélicos em uma de suas reuniões no hall da biblioteca. Eles cantam, oram e refletem nos ensinamentos bíblicos.

Fé e religiosidade

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EVENTOS

Você sabia... que estão abertas até dia 11 de maio

inscrições para seleção de estudantes para intercâmbio internacional na

Espanha e na Argentina? Você pode acessar o site do

Santander Universidades (http://www.santanderuniversidades.com.br/bolsas) e ter acesso às informações!

O que? Onde? Quando?

Curso de Iniciação à Linguagem Teatral ONG Fé e Alegria (406 Norte), em Palmas

Todas as quartas-feiras de 9h às 12h, até 16 de abril -

Inscrições no local

1964, 50 anos depois: Ditadura no Brasil Auditório da Assembleia Legislativa do Tocantins

31 de março e 01 de abril

Você sabia...Que em 2010, o acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental (Câmpus de Palmas), Aderlânio da Silva Cardoso, foi um dos

vencedores da XXIV do Prêmio Jovem Cientista, conquistando a 3ª colocação (categoria estudante de graduação), entre 2,1 mil inscritos. O concurso teve como tema: “Energia e Meio Ambiente - Soluções para o Futuro”. Aqui ao lado da professora e orientadora, Gláucia Eliza Gama

Vieira.

matrícula

você sabia...