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PRESERVANDO A PEDRA RICA
(GRÃO MOGOL, MG):
PRIMEIRA JAZIDA DE DIAMANTE
MINERADA EM ROCHA NO MUNDO
Mario Luiz de Sá C. Chaves, IGC/UFMG
Leila Benitez, DEGEM/UFES
Kerley Wanderson Andrade, GEOMIL Ltda.
Frederico Maciel Borges, EMATER-MG
CPMTC
Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Geociências
CPMTC – Centro de Pesquisa Professor Manoel Teixeira da Costa
INTRODUÇÃO HISTÓRICA
1781: Descoberta de diamantes na Serra de Grão
Mogol (Spix & Martius, 1828).
1827: Início da mineração na própria Pedra Rica.
P. Claussen (1841): Gisement des diamants dans le
grès rouge ancien. L’Institut, Paris, n.397, p.266.
V. von Helmreichen (1846): Über das geognostische
Vorkommen der Diamanten ind ihre Gewinnungs-
methoden auf der Serra do Grão Mogor. Wien, 74p.
A natureza de tal matriz diamantífera, no entanto,
não foi bem caracterizada, assemelhando-se para
Helmreichen a material de natureza “concrecionária”
(deve ser lembrado que a verdadeira rocha fonte primária
do diamante – o kimberlito – só seria descoberta por volta
de 1870 em Kimberley, África do Sul).
Somente com os estudos de Orville Derby ao final
do século (eg. Derby 1879, Observações sobre algumas
rochas diamantíferas de Minas Gerais, Archivos do
Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.4, p.121-132)
esclareceu-se que a Pedra Rica era uma rocha de origem
sedimentar, ou seja, um conglomerado, sem qualquer
relação genética com os diamantes nela contidos.
JUSTIFICATIVA
Chaves (1997): Teses de Doutoramento – uma das
três áreas de estudo da mineralogia dos diamantes da
Serra do Espinhaço (Diamantina, Jequitaí e Grão
Mogol).
Resgate da posição exata da Pedra Rica (quase
desconhecida na cidade), a partir de informação de um
antigo garimpeiro da cidade (Seu Ném).
Importância turística da localidade, face ao declínio da
atividade garimpeira desde a década de 1980.
Com base no pano de fundo geológico, apresentar as
propostas já efetuadas para preservar esse verdadeiro
monumento da geologia nacional:
1) Sítio geológico Morro da Pedra Rica (SIGEP-
DNPM/CPRM/ABC/ABEQUA). Aprovado em 2006
e publicado em 2009.
2) Projeto MINC-FUNARTE: Oficina de produção de
cinema e vídeo-documentário sobre a história do
Município de Grão Mogol. O apresentador foi
convidado para uma filmagem in loco –
detalhamento da geologia do depósito diamantífero.
OBJETIVOS
LOCALIZAÇÃO
GEOMORFOLOGIA
GEOLOGIA
LOCAL
GEOLOGIA LOCAL
Supergrupo Espinhaço
(Mesoproterozóico):
Formação Grão Mogol
(superior) – Pedra Rica
Formação Resplandecente
(basal)
↓Equivalente à Fm. Galho do
Miguel, na Serra do Espinha-
ço Meridional.
Fm
. R
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nd
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IF
m. G
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ol
(Localidade de Papo d’Ema)
A Pedra Rica
Metaconglomerado de matriz
quatzítica, com clastos decimé-
tricos de quartzito.
(conforme Helmreichen,
1846)
(conforme Moraes, 1934)
BICOS-DE-PENA
PRESERVANDO A PEDRA RICA
OS FATOS
90% da população municipal (sede) nunca
ouviu falar da Pedra Rica (dados do próprio
projeto).
Das ~20 pessoas que fizeram a subida simbóli-
ca ao local (não contando o guia da cidade –
Seu Ném - e os autores, ninguém nunca havia
estado lá.
Lembrando, que ela está situada somente a
1.800 m (reta) do centro da cidade!
Com patrocínio do Governo Federal-
MinC/FUNARTE, realiza-se a “Oficina de Produção de
Cinema e Vídeo-Documentário sobre a História do
Município de Grão Mogol”, com objetivo do resgate
cultural da identidade de seus habitantes através de
atividades como fotografia e cinema.
Nos últimos meses, essa Oficina capacitou 20
jovens das zonas rural e urbana do município, para a
produção coletiva de um vídeo-documentário histórico
sobre o município, dividido em cinco módulos: roteiro,
produção, direção, edição e fotografia. Oficinas de
capacitação antecederam às primeiras filmagens.
O resultado deste trabalho será a produção de um
filme documentário em vídeo digital com duração
aproximada de 90 minutos. Além da promoção do resgate
histórico e cultural dessa cidade histórica, o projeto
pretende também divulgar o uso da tecnologia digital
como forma de difusão de idéias, culturas, expressões e
arte, incluindo a história dos diamantes da região.
Além disso, como a maioria dos habitantes da
cidade simplesmente desconhecia a localização exata ou
mesmo a própria existência da Pedra Rica, promoveu-se
uma caminhada simbólica até ela, com pessoal de vários
segmentos da sociedade local, tendo como guias o
primeiro autor juntamente com um antigo garimpeiro da
cidade, o “seu Ném.
CONCLUSÃO
Promoção do conhecimento e divulgação da pedra
Rica: monumento geológico de relativo desco-
nhecimento municipal (importância turística), quiçá
estadual e federal.
Importância na divulgação do conhecimento
geológico: tal rocha foi depositada sob condições
fluviais no Mesoproterozóico (1,7-1,4 Ga), e assim
reflete as condições reinantes à época.
Estímulo a outros municípios que tem na
mineração sua origem econômica???
AGRADECIMENTOS
À comunidade do município de Grão Mogol (MG)