PREVENÇÃO DE ACIDENTES TST 2009

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CURSO TCNICO DE SEGURANA DO TRABALHO

PROFESSOR: ALEXANDRE MARTINEZ

APOSTILA: PREVENO DE ACIDENTES

2009

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1.ACIDENTES: CONCEITO E CLASSIFICAO1.1 QUAL A DIFERENA ENTRE ACIDENTE E INCIDENTE Acidente um evento no programado nem planejado, portanto indesejvel, que resulta em perda de tempo, leso, doena ou morte do indivduo ou causa algum dano a propriedade. Para melhor entendermos a diferena entre acidente e incidente, apresentamos a seguir trs situaes representativas: 1) Na primeira, um operrio estava transportando manualmente uma caixa contendo certo produto: em dado momento, deixa cair a caixa. No houve perda material, ou seja a caixa no se danificou, nem o operrio foi lesionado. Apenas ocorreu perda de tempo neste caso temos somente um incidente. 2) Na segunda, na queda da caixa esta se danificou, porm no ocasionou leso no operrio, portanto um exemplo de acidente, pois houve alm da perda de tempo um dano a propriedade, j que ocorreu perda de material. 3) A ltima situao quando a queda da caixa provocou a leso no homem e a perda do material, neste caso, tambm temos um acidente, j que alm da perda de tempo houve danos ao operrio e a propriedade. claro que a vida e sade humana tm mais valor que as perdas materiais, da serem considerados como mais importantes os acidentes com leso. Por exemplo: se a caixa ao cair atingir p da pessoa que a estava carregando, provocando sua queda e causando - lhe uma leso, ter um acidente mais grave, porque, alm da perda de material, houve dano fsico.

1.2 ACIDENTE DE TRABALHO: CONCEITO LEGAL E PREVENCIONISTA De acordo com o conceito legal acidente do trabalho todo aquele que ocorrer pelo exerccio do trabalho, a servio da empresa, provocando leso corporal, perturbao funcional ou doena, que cause morte, perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho. Equiparam-se ao acidente de trabalho: O acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causa nica, haja contribudo diretamente para a morte do segurado, para a reduo ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica para sua recuperao;

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O acidente sofrido pelo segurado no local e no horrio do trabalho, em conseqncia de: a) ato de agresso, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudncia (excesso de confiana), de negligncia (falta de ateno) ou de impercia (inabilitao) de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razo, por exemplo, o louco; e e) desabamento, inundao, incndio e outros casos fortuitos (quedas de raios) ou decorrentes de fora maior (enchentes); Doena proveniente de contaminao acidental do empregado no exerccio de sua atividade: Exemplo: A AIDS adquirida por profissional de sade ao manipular instrumento com sangue ou outro produto derivado contaminado. O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horrio de trabalho: a) na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa; b) na prestao espontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar prejuzo ou proporcionar proveito; c) em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhorar capacitao da mo-de-obra, independentemente do meio de locomoo utilizado, inclusive veculo de propriedade do segurado; e d) no percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do segurado; e)Nos perodos destinados refeio ou ao descanso, ou por ocasio da satisfao de outras necessidades fisiolgicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado considerado no exerccio do trabalho. Entende-se como percurso o trajeto da residncia ou do local de refeio para o trabalho ou destes para aqueles, independentemente do meio de locomoo, sem alterao ou interrupo por motivo pessoal do percurso do segurado. No havendo limite de prazo estipulado para que o segurado atinja o local de residncia, refeio e do trabalho, deve ser observado o tempo necessrio compatvel com a distncia percorida e o meio de locomoo utilizado. Ser considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade do setor de reabilitao profissional.

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No ser considerado agravamento ou complicao de acidente do trabalho a leso que, resultante de outra origem, se associe ou se superponha s consequncias do acidente anterior. Ser tambm, considerado acidente do trabalho, quando expressamente constar do contrato de trabalho que o empregado dever participar de atividades esportivas no decurso da jornada de trabalho, o infortnio ocorrido durante estas atividades ser considerado como acidente do trabalho. Considera-se tambm acidente de trabalho as doenas decorrentes do trabalho que so: as doenas ocupacionais ou profissionais ou as doenas do trabalho. A doena ocupacional ou profissional a produzida ou desencadeada pelo exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade. Podemos citar como exemplo de doena ocupacional ou profissional, aquela adquirida no trabalho com manipulao de areia, sem a devida proteo, pode levar ao aparecimento de uma doena chamada silicose. A prpria atividade laborativa basta para comprovar a relao de causa e efeito entre trabalho e doena. J a Doena do Trabalho a adquirida ou desencadeada em funo de condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se relacione diretamente. Um exemplo clssico de Doena do Trabalho a do trabalho em ambientes com muito rudo que sem a proteo recomendada pode levar ao aparecimento de uma surdez. Neste caso, necesita-se comprovar a relaao de causa e efeito entre o trabalho e a doena. No so consideradas como doenas do trabalho: a doena degenerativa = diabetes; a inerente a grupo etrio = o reumatismo; a que no produza incapacidade laborativa = a miopia; e a doena endmica, a exemplo da malria, adquirida por segurado habitante de regio em que ela se desenvolva, salvo comprovao de que resultante de exposio ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

A propsito da conceituao legal do acidente de trabalho, contida na definio transcrita, cabe tecer algumas consideraes: O acidente deve ser apreciado em relao to somente a pessoa. Da resulta, desde logo, que as nicas conseqncias indenizveis dos acidentes so as respeitantes leso do corpo ou a sade (doena);

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Acidente do trabalho todo aquele resultante do exerccio do trabalho, isto , cuja ocorrncia se verifique na execuo do trabalho, ou enquanto o empregado considerado no seu desempenho, ainda que, em certos casos, fora do respectivo lugar e horrio (como prev o Art. 2 da Lei de Acidentes); Na definio adotada pela Lei de Acidentes, ganha o acidente um sentido amplo, lato, abrangendo tambm as chamadas molstias profissionais. Equiparou a Leipor uma questo de tcnica legislativa- o acidente do trabalho s molstias profissionais, para fins de reparao do dano sofrido pelo trabalhador.

Em caso de doena profissional ou do trabalho, ser considerado dia do acidente, a data de incio da incapacidade laborativa para exerccio da atividade habitual ou o dia em que for realizado o diagnstico, cabendo para este efeito o que ocorrer primeiro. Como j vimos, a legislao brasileira define acidente do trabalho como todo aquele decorrente do exerccio do trabalho e que provoca, direta ou indiretamente, leso, perturbao funcional ou doena. Pela lei brasileira, o acidente confundido com o prejuzo fsico pelo trabalhador (leso, perturbao funcional ou doena). Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definio no satisfatria, pois o acidente definido de suas conseqncias sobre o homem, ou seja, as leses, perturbaes ou doenas. O conceito prevencionista de acidente do trabalho muito mais amplo. Para os profissionais de segurana a amplitude do mesmo vem de encontro ao prevencionista. Portanto neste conceito acidente de trabalho qualquer ocorrncia no programada, inesperada, que interfere ou interrompe o processo normal de uma atividade, trazendo como conseqncia isolada ou simultaneamente, a perda de tempo, o dano material ou leses ao homem. No conceito legal, ao legislador interessou, definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado, atravs de uma compensao financeira, garantindo-lhe o pagamento de dirias enquanto estiver impossibilitado de trabalhar em decorrncia do acidente, ou de indenizao, se tiver sofrido incapacidadee permanente. Notase por a que o acidente s ocorre se dele resultar um ferimento. Mas devemos lembrar que o ferimento apenas uma das conseqncias do acidente. A definio prevencionista nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar leses pessoais. A experincia demonstra que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes no ocorre leso nos trabalhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos integridade fsica do homem. Em todos os casos, porm, haver prejuzo produo e, sob os aspectos de proteo ao homem, resulta serem igualmente importantes todos os acidentes, em virtude de no se poder prever quando um acidente vai resultar, ou no, leso no trabalhador. Em 1931, H.W. Henrich, que pertencia a uma compahia de seguros dos Estados Unidos, publicou um estudo onde descreveu as propores entre os tipos de acidentes. Os resultados da pesquisa de Henrich, so apresentados na pirmide abaixo:

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Em 1966, frank E. Bird Junior, publicou resultados de seu estudo junto a Companhia sidergicas Luckens Stell, com mais de 5.000 trabalhadores, situados na Filadlfia, onde analisou 90.000 acidentes ocorridos na empresa durante os sete anos anteriores. Os resultados obtidos por Bird so apresentados na Pirmide abaixo:

Em 1969, a Insurance Company of North America, publicou um estudo, realizado sob o comando de Frank E. Bird Jr., ento diretor de segurana, que consistia de um resumo, com fundamentos estatsticos, da anlise de 1.753.498 ocorrncias obtidas do levantamento de 297 empresas que empregavam 1.750.000 pessoas. Este estudo, alm de contar com dados mais precisos e representativos que os obtidos anteriormente por Bird, introduzi tambm, nas estatsticas, os nmeros relacionados aos quase acidentes, ou seja os incidentes. Os resultados deste estudo so apresentados a seguir:

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2. CAUSAS DOS ACIDENTES A leso, caso exista, o ponto de partida para descobrir o tipo de acidente ocorrido, j que uma das conseqncias do acidente que precedida de uma ocorrncia ou de uma causa. Na prtica prevencionista, causa de acidente qualquer fator que, se removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes so evitveis. No acontecem por acaso. uma seqncia de erros. Eles so causados, e portanto passveis de preveno atravs da eliminao oportuna de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais, dependentes do homem ou de fatores materiais decorrentes das condies existentes nos locais de trabalho.

CAUSA PESSOAL DE INSEGURANA ou FATOR PESSOAL a causa relativa ao comportamento humano, que leva prtica do ato inseguro. a caracterstica mental ou fsica que ocasiona o ato inseguro e que em muitos casos tambm criam condies inseguras ou permitem que elas continuem existindo. Os fatores pessoais predominantes so: atitude imprpria (desrespeito s instrues, m interpretao das normas, nervosismo, excesso de confiana), falta de conhecimento das prticas seguras e incapacidade fsica para o trabalho. ATO INSEGURO o ato que, contrariando preceito de segurana, pode causar ou favorecer a ocorrncia de acidente. O ato inseguro a maneira pela qual o trabalhador se expe, consciente ou inconsciente a riscos. Ao se analisar os atos inseguros, deve-se identificar os atos e os comportamentos da pessoa que o cometeu. Exemplos: - Levantamento imprprio de cargas; - Permanecer embaixo de cargas suspensas; - Manuteno, lubrificao ou limpeza de mquinas em movimento; - Abusos, brincadeiras grosseiras, etc.; - Remoo de dispositivo de proteo ou alterao em seu funcionamento, de maneira a torn-los ineficientes; - Operao de mquinas em velocidades inseguras; - Realizao de operaes para as quais no esteja devidamente autorizado; - Uso de equipamento inadequado, inseguro ou de forma incorreta; - Falha no uso de equipamento individual de proteo necessria para a execuo de sua tarefa.

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CONDIO AMBIENTE DE INSEGURANA ou simplesmente CONDIO INSEGURA. a condio do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrncia. As CONDIES INSEGURAS de um local de trabalho so as falhas fsicas que comprometem a segurana do trabalhador. Em resumo, so as falhas, defeitos, irregularidades tcnicas, carncia de dispositivos de segurana e outros que pem em risco a integridade fsica ou a sade das pessoas e a prpria segurana das instalaes e equipamentos. Apesar da condio insegura ser possvel de correo, ela tem sido considerada responsvel por 18% dos acidentes. Exemplos de condies inseguras: - Falta de proteo mecnica; - condio defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corrodo, fraturado, de qualidade inferior, etc.) - escadas inseguras; - pisos derrapantes ou escorregadios; - tubulaes mal projetadas; - projetos ou construes inseguras; - iluminao inadequada ou incorreta; - ventilao inadequada ou incorreta; - processos, operaes ou disposies (arranjos) perigosos (empilhamento e armazenagens). perigosos, passagens obstrudas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria e operadores, etc.)

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3. CONSEQNCIA DOS ACIDENTES Considerando a teoria sobre os acidentes e tendo em vista que as causas dos acidentes so as falhas humanas e materiais possvel controlar ou eliminar estas causas, evitando os atos inseguros e as condies ambientes de insegurana. Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho , por definio, um evento negativo e inesperado do qual resulta uma leso pessoal ou dano material, e interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo til. Portanto, mesmo ocorrncias que resultem unicamente em perda de tempo, devem ser encaradas como acidentes do trabalho. Esse critrio se justifica, pois, muitas vezes, as leses e os danos materiais no ocorrem apenas por uma questo de sorte. O gerenciamento dos riscos fundamental para a preveno de acidentes. Isso requer pesquisas, mtodos e tcnicas especficas, monitoramento e controle. Os conceitos bsicos de segurana e sade devem estar incorporados em todas as etapas do processo produtivo, do projeto operao. Essa concepo ir garantir inclusive a continuidade e segurana dos processos, uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos. A conseqncia dos acidentes uma das maiores preocupaes do pessoal tcnico de segurana, por envolver diretamente vidas humanas, as leses merecem especial destaque. Com isso, cria-se a mentalidade prevencionista atenta para toda e qualquer anomalia no decorrer de um processo produtivo, no se justificando, de forma alguma, as famosas expresses ps-acidentes: Foi uma fatalidade !. Esta frase no identifica as causas do acidente. Todo acidente de trabalho deve ser plenamente previsto e evitado. CLASSIFICAO DAS LESES Evidentemente, a extenso e gravidade das leses que sofrem os trabalhadores iro depender da natureza do acidente. Essa pode ser : - leso imediata (leso traumtica) ou - leso mediata (doena profissional). Leses Imediatas: so aquelas em que os traumas fsicos ou psicolgicos se observam imediatamente, ou no espao de algumas horas aps a ocorrncia do acidente. o caso das leses traumticas como corte, fraturas e escoriaes, queimaduras, choques eltricos e tambm das intoxicaes agudas com substncias nocivas. Leses Mediatas: So aquelas em que os estados patolgicos, s vezes, demoram at anos para se manifestarem. o caso das intoxicaes e das maiorias das doenas profissionais decorrentes de exposies constantes e prolongada a agentes ambientais agressivos. Exemplos bastante conhecidos so: a silicose, que resulta da exposio poeira de slica livre e cristalina, o benzolismo, que resulta da exposio a vapores de benzenos; o saturnismo, resultante da exposio a fumos de chumbos; a surdez profissional, etc. A legislao define a doena do trabalho como: - doena no degenerativa nem inerente a grupos etrios, resultante das condies excepcionais em que o trabalho executado, desde que diretamente relacionada com a atividade exercida, que cause

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reduo da capacidade para trabalho e justifique a concesso de benefcio por incapacidade. Algumas doenas que, embora possam resultar do exerccio de determinadas atividades, exigem a comprovao do nexo de causa efeito, por incidirem tambm com certa freqncia na populao em geral, no sendo, ento, possvel consider-las como tipicamente profissionais. Nesses casos necessita-se de uma verificao minuciosa do nexo causal. Convm observar, ainda, que as intoxicaes agudas com substncias txicas no trabalho podem levar rapidamente a estados patolgicos que tambm devem ser considerados doenas profissionais. Em tais casos as doenas do trabalho passam a constituir leses mediatas. Isto ocorre, por exemplo, quando um operrio fica exposto a altas concentraes de xido de nitrognio em operaes de solda eltrica. Estes gases so altamente irritantes, mas os primeiros sintomas de sua ao podem aparecer somente algum tempo aps a exposio, quando o operrio j se encontra em casa. Sentindo-se mal, e procurando um mdico pode ser constatada a formao de edema pulmonar, doena grave que muitas vezes leva o paciente morte em questo de horas. Todavia, a origem da doena passa geralmente despercebida, sendo atribuda a outros fatores, no relacionados com sua verdadeira causa que foi a exposio ocupacional aos gases txicos. Este fato permite tirar algumas concluses. Primeiramente, verifica-se que o edema pulmonar deveria ser classificado, neste caso, como doena profissional. Em seguida conclui-se que acidentes desta natureza ocorrem e no so diagnosticados corretamente devido ausncia de pessoal especializados em Sade Ocupacional (Engenheiros de Segurana e Mdicos do trabalho). Finalmente, conclui-se que as estatsticas do Acidente do Trabalho apresentaro nmeros inferiores a realidade por este e outros motivos que sero abordados adiante. Para efeito de cadastramento e levantamento estatstico dos acidentes do trabalho, somente as leses incapacitantes so computadas. Considera-se leso incapacitante, quaisquer leses, includas as doenas profissionais, que ocasione a morte por incapacidade permanente, ou que impea ao acidentado desempenhar normalmente suas funes, por um dia no mnimo, excludo o dia do acidente. Como se percebe, as estatsticas no incluem os pequenos acidentes tambm chamados acidentes sem perda de tempo, que exigem apenas cuidados de ambulatrio, justamente os mais freqentes na indstria. Contudo, a influncia desses acidentes menores na produtividade no deve ser menosprezada pelo profissional de segurana, que deve dar toda ateno ao seu controle. As leses incapacitantes tambm chamadas acidentes com perda de tempo so classificados em quatro categorias: 1- MORTE: qualquer fatalidade resultante de uma leso do trabalho. 2- INCAPACIDADE TOTAL PERMANENTE: qualquer leso do trabalho, exceto a morte que incapacite total e permanente a um trabalhador desempenhar qualquer ocupao lucrativa ou que resulte em: - perda anatmica ou a impotncia funcional em partes essenciais considerandose como partes essenciais a mo e o p.

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- a perda da viso de um olho com a reduo simultnea de mais da metade da viso do outro. - as leses orgnicas ou perturbaes funcionais graves e permanentes de qualquer rgo vital, ou quaisquer estados patolgicos reputados incurveis, que determinem idntica incapacidade para o trabalho. 3- INCAPACIDADE PARCIAL PERMANENTE: qualquer leso, exceto a morte ou a incapacidade total permanente, que resulte na completa perda ou inutilizao de qualquer membro ou parte de um membro do corpo; ou qualquer incapacitao permanente de funes do corpo ou de parte dele. 4- INCAPACIDADE TOTAL TEMPORRIA: qualquer leso do trabalho que no resulte em morte ou incapacidade permanente, mas ocasiona o afastamento do trabalhador de sua atividade profissional, por um ou mais dias. CONCEITOS BSICOS SOBRE CONSEQNCIAS DO ACIDENTE 1- LESO PESSOAL ou LESO. qualquer dano sofrido pelo organismo humano como conseqncia de acidente de trabalho. 2- NATUREZA DA LESO a expresso que identifica a leso, segundo suas caractersticas principais 3- LESO IMEDIATA a leso que se verifica imediatamente aps a ocorrncia do acidente. 4- LESO MEDIATA (TARDIA) a leso que no se verifica imediatamente aps a exposio fonte da leso. 4.1 A leso mediata que constituir entidade nosolgica definida, ser considerada doena do trabalho (doena profissional). 5- MORTE a cessao da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo ocorrido desde a leso. 6- LESO COM PERDA DE TEMPO OU INCAPACITANTE a leso pessoal que impede o acidentado de voltar no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente. 7- LESO SEM PERDA DE TEMPO a leso pessoal que no impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que no haja incapacidade permanente. - Esta leso no provocando a morte, incapacidade permanente total ou parcial ou incapacidade temporria total, exige, no entanto, primeiros socorros mdicos de urgncia. 8- INCAPACIDADE TOTAL PERMANENTE - Esta incapacidade corresponde leso que, no provocando a morte, impossibilita o acidentado, permanentemente, de exercer ocupao remunerada ou da qual decorre a perda total do dos seguintes elementos: a) ambos os olhos; b)um olho e uma das mos ou um olho e um p; c)ambas as mos ou ambos os ps ou uma das mos e um p 9- INCAPACIDADE PARCIAL PERMANENTE a reduo parcial da capacidade de trabalho, em carter permanente - Esta incapacidade corresponde leso que, no provocando morte ou incapacidade permanente total, causa de perda de qualquer membro ou parte do

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corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer reduo permanente de funo orgnica. - A vtima desse tipo de incapacidade includa nas estatsticas de acidentados com leses com perda de tempo. 10- INCAPACIDADE TEMPORRIA TOTAL a perda da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total. - permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano, a incapacidade temporria ser automaticamente considerada permanente, sendo computado o tempo de 360 dias. - A incapacidade temporria parcial no causa afastamento do acidentado, correspondendo, portanto, a leso sem perda de tempo. 11- TEMPO COMPUTADO o tempo contado em dias perdidos por incapacidade temporria total ou dias debitados por morte ou incapacidade permanente, total ou parcial. permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano, a capacidade temporria ser automaticamente considerada permanente, sendo computado o tempo de 360 dias. a incapacidade temporria parcial no causa afastamento do acidentado, correspondendo, portanto, a leso sem perda de tempo.

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12- PREJUZO MATERIAL o prejuzo decorrente de danos materiais e outros nus, resultantes de acidente do trabalho. 13- AGENTE DO ACIDENTE (ou simplesmente, AGENTE) a coisa, substncia ou ambiente que, sendo inerente condio de insegurana, tenha provocado o acidente. 14- FONTE DA LESO a coisa, substncia, energia ou movimento do corpo que diretamente provocou a leso. A fonte da LESO aquilo que, em contrato com a pessoa determina a leso. Pode ser, por exemplo, um dos muitos materiais com caractersticas agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma mquina. A LESO e a sede da leso, isto , a parte do corpo onde ela se localiza- o ponto inicial que identificarmos o agente da leso. Convm observar qual a caracterstica do agente que causou a leso. Alguns agentes so essencialmente agressivos, como cidos e outros produtos qumicos, a corrente eltrica, etc.. Basta um leve contato para ocorrer a leso. Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados, por batidas contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento, queda, etc., mas determinam sempre alguma leso quando entram em contato mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do peso de objetos. O peso em si no constitui agressividade, mas um fator que, aliado dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas.

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4. COMUNICAO DE ACIDENTE DO TRABALHO CAT A empresa dever comunicar o acidente do trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou no afastamento do trabalho, at o primeiro dia til seguinte ao da ocorrncia e, em caso de morte, de imediato autoridade competente, sob pena de multa varivel entre o limite mnimo e o teto mximo do salrio-de-contribuio, sucessivamente aumentada nas reincidncias, aplicada e cobrada na forma do artigo 109 do Decreto n 2.173/97. Devero ser comunicadas ao INSS, mediante formulrio Comunicao de Acidente do Trabalho CAT, as seguintes ocorrncias: Ocorrncias: a) acidente do trabalho, tpico ou de trajeto, ou doena profissional ou do trabalho; b) reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento de leso de acidente do trabalho ou doena profissional ou do trabalho, j comunicado anteriormente ao INSS; c) falecimento decorrente de acidente ou doena profissional ou do trabalho, ocorrido aps a emisso da CAT inicial. Tipos de CAT: CAT inicial; CAT reabertura;

CAT comunicao de bito.

A comunicao ser feita ao INSS por intermdio do formulrio CAT, preenchido em seis vias, com a seguinte destinao: 1 via ao INSS; 2 via empresa; 3 via ao segurado ou dependente; 4 via ao sindicato de classe do trabalhador; 5 via ao Sistema nico de Sade SUS; 6 via Delegacia Regional do Trabalho. A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT. Tratando-se de trabalhador temporrio, a comunicao referida neste item ser feita pela empresa de trabalho temporrio. No caso do trabalhador avulso, a responsabilidade pelo preenchimento e encaminhamento da CAT do rgo Gestor de Mo de Obra OGMO e, na falta deste, do sindicato da categoria. Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato preencher e assinar a CAT, registrando nos campos Razo Social/Nome e Tipo(de matrcula) os dados referentes ao OGMO ou sindicato e, no campo CNAE, aquele que corresponder categoria profissional do trabalhador.

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No caso de segurado especial, a CAT poder ser formalizada pelo prprio acidentado ou dependente, pelo mdico responsvel pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou autoridade pblica. So autoridades pblicas reconhecidas para esta finalidade: os magistrados em geral, os membros do Ministrio Pblico e dos Servios Jurdicos da Unio e dos Estados, os comandantes de unidades militares do Exrcito, Marinha, Aeronutica e Foras Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polcia Militar). Quando se tratar de martimo, aerovirio, ferrovirio, motorista ou outro trabalhador acidentado fora da sede da empresa, caber ao representante desta comunicar o acidente. Tratando-se de acidente envolvendo trabalhadores a servio de empresas prestadoras de servios, a CAT dever ser emitida pela empresa empregadora, informando, no campo prprio, o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente. obrigatria a emisso da CAT relativa ao acidente ou doena profissional ou do trabalho ocorrido com o aposentado por tempo de servio ou idade, que permanea ou retorne atividade aps a aposentadoria, embora no tenha direito a benefcios pelo INSS em razo do acidente, salvo a reabilitao profissional. Neste caso, a CAT tambm ser obrigatoriamente cadastrada pelo INSS. Tratando-se de presidirio, s caber a emisso de CAT quando ocorrer acidente ou doena profissional ou do trabalho no exerccio de atividade remunerada na condio de empregado, trabalhador avulso, mdico-residente ou segurado especial. Na falta de comunicao por parte da empresa, podem formaliz-la o prprio acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o mdico que o assistiu ou qualquer autoridade pblica. A comunicao a que se refere este item no exime a empresa da responsabilidade pela falta de emisso da CAT. Todos os casos com diagnstico firmado de doena profissional ou do trabalho devem ser objeto de emisso de CAT pelo empregador, acompanhada de relatrio mdico preenchido pelo mdico do trabalho da empresa, mdico assistente (servio de sade pblico ou privado) ou mdico responsvel pelo PCMSO (Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional previsto na NR n 7), com descrio da atividade e posto de trabalho para fundamentar o nexo causal e o tcnico. No caso de doena profissional ou do trabalho, a CAT dever ser emitida aps a concluso do diagnstico. Quando a doena profissional ou do trabalho se manifestar aps a desvinculao do acidentado da empresa onde foi adquirida, dever ser emitida CAT por aquela empresa, e na falta desta poder ser feita pelo servio mdico de atendimento, beneficirio ou sindicato da classe ou autoridade pblica definida no subitem 1.6.1.

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A CAT poder ser apresentada no Posto do Seguro Social PSS mais conveniente ao segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento mdico ou da residncia do acidentado. Deve ser considerada como sede da empresa a dependncia, tanto a matriz quanto a filial, que possua matrcula no Cadastro Geral de Contribuintes CGC ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica CNPJ, bem como a obra de construo civil registrada por pessoa fsica. As reaberturas devero ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficirio, quando houver reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento de leso de acidente do trabalho ou doena ocupacional comunicado anteriormente ao INSS. Na CAT de reabertura devero constar as mesmas informaes da poca do acidente, exceto quanto ao afastamento, ltimo dia trabalhado, atestado mdico e data da emisso, que sero relativos data da reabertura. O bito decorrente de acidente ou doena ocupacional, ocorrido aps a emisso da CAT inicial ou da CAT reabertura, ser comunicado ao INSS atravs da CAT comunicao de bito, constando a data do bito e os dados relativos ao acidente inicial. Anexar a certido de bito e quando houver o laudo de necropsia. Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas algumas precaues para o preenchimento da CAT, dentre elas: 1 no assinar a CAT em branco; 2 ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificao foram devida e corretamente preenchidos; 3 o atestado mdico da CAT de competncia nica e exclusiva do mdico; 4 o preenchimento dever ser feito a mquina ou em letra de forma, de preferncia com caneta esferogrfica; 5 no conter emendas ou rasuras; 6 evitar deixar campos em branco; 7 apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reter a primeira via, observada a destinao das demais vias, prevista no subitem 1.2; 8 o formulrio Comunicao de Acidente do Trabalho CAT poder ser substitudo por impresso da prpria empresa, desde que esta possua sistema de informao de pessoal mediante processamento eletrnico, cabendo observar que o formulrio substitudo dever ser emitido por computador e conter todas as informaes exigidas pelo INSS.

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Preenchimento do formulrio CAT Quadro I EMITENTE I.1 Informaes relativas ao EMPREGADOR Campo 1. Emitente informar no campo demarcado o dgito que especifica o responsvel pela emisso da CAT, sendo: (1) empregador; (2) sindicato; (3) mdico assistente; (4) segurado ou seus dependentes; (5) autoridade pblica (subitem 1.6.1 da Parte III). Campo 2. Tipo de CAT informar no campo demarcado o dgito que especifica o tipo de CAT, sendo: (1) inicial refere-se primeira comunicao do acidente ou doena do trabalho; (2) reabertura quando houver reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento da leso (acidente ou doena comunicado anteriormente ao INSS); comunicao de bito refere-se comunicao do bito,

(3) em

decorrncia de acidente do trabalho, ocorrido aps a emisso da CATV inicial. Dever ser anexada a cpia quando houver, do laudo de necropsia. Obs.: Os acidentes com morte imediata devero ser comunicados por CAT inicial. Campo 3. Razo Social/Nome informar a denominao da empresa empregadora. Considera-se empresa na forma prevista no artigo 14 do Decreto 2.173/97: a) a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econmica urbana ou rural, com fins lucrativos ou no, bem como os rgos e as entidades da administrao direta, indireta e fundacional; b) o trabalhador autnomo e equiparado, em relao ao segurado que lhe presta servio; c) a cooperativa, associao ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a misso diplomtica e a repartio consular de carreira estrangeiras; d) o operador porturio e o rgo gestor de mo de obra - de que trata a Lei 8.630 de 25 de fevereiro de 1993. da certido de bito e

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Obs.: Informar o nome do acidentado, quando segurado especial.

Campo 4. Tipo e nmero do documento informar o cdigo que especifica o tipo de documento, sendo: (1) CGC/CNPJ informar o nmero da matrcula no Cadastro Geral de Contribuintes CGC ou da matrcula no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica CNPJ, da empresa empregadora; (2) CEI informar o nmero de inscrio no Cadastro Especfico do INSS quando o empregador for pessoa jurdica desobrigada de inscrio no CGC/CNPJ; (3) CPF informar o nmero de inscrio no Cadastro de Pessoa Fsica quando o empregador for pessoa fsica; (4) NIT informar o Nmero de Identificao do Trabalhador no INSS quando for segurado especial. Campo 5. CNAE informar o cdigo relativo atividade principal do estabelecimento, em conformidade com aquela que determina o Grau de Risco para fins de contribuio para os benefcios concedidos em razo do grau de incidncia da incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O cdigo CNAE (Classificao Nacional de Atividade Econmica) encontra-se no documento de CGC ou CNPJ da empresa ou no Anexo do Decreto n 2.173/97. Obs.: No caso de segurado especial, o campo poder ficar em branco. Campo 6 a 9. Endereo informar o endereo completo da empresa empregadora (art. 14 do Decreto n 2.173/97). Obs.: Informar o endereo do acidentado, quando segurado especial. O nmero do telefone, quando houver, dever ser precedido do cdigo DDD do municpio.

I.2 Informaes relativas ao ACIDENTADO Campo 10. Nome informar o nome completo do acidentado, sem abreviaturas. Campo 11. Nome da me informar o nome completo da me do acidentado, sem abreviaturas. Campo 12. Data de nascimento informar a data completa de nascimento do acidentado, utilizando quatro dgitos para o ano. Exemplo: 16/11/1960. Campo 13. Sexo - informar (1) masculino e (3) feminino.

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Campo 14. Estado civil - informar (1) solteiro, (2) casado, (3) vivo, (4) separado judicialmente, (5) outros, e quando o estado civil for desconhecido informar (6) ignorado. Campo 15. CTPS informar o nmero, a srie e a data de emisso da Carteira Profissional ou da Carteira de Trabalho e Previdncia Social. Obs.: No caso de segurado empregado, obrigatria a especificao do nmero da CTPS. Campo 16. UF informar a Unidade da Federao de emisso da CTPS. Campo 17. Carteira de identidade informar o nmero do documento, a data de emisso e o rgo expedidor. Campo 18. UF informar a Unidade da Federao de emisso da Carteira de Identidade. Campo 19. PIS/PASEP informar o nmero de inscrio no Programa de Integrao Social PIS ou no Programa de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico PASEP, conforme o caso. Obs.: No caso de segurado especial e de mdico residente, o campo poder ficar em branco. Campo 20. Remunerao mensal informar a remunerao mensal do acidentado em moeda corrente na data do acidente. Campo 21 a 24. Endereo do acidentado informar o endereo completo do acidentado. O nmero do telefone, quando houver, dever ser precedido do cdigo DDD do municpio. Campo 25. Nome da ocupao informar o nome da ocupao exercida pelo acidentado poca do acidente ou da doena. Campo 26. CBO informar o cdigo da ocupao constante no Campo 25 segundo o Cdigo Brasileiro de Ocupao. Campo 27. Filiao Previdncia Social informar no campo apropriado o tipo de filiao do segurado, sendo: (1) empregado; (2) trabalhador avulso; (7) segurado especial; (8) mdico residente (conforme a Lei n 8.138/90). Campo 28. Aposentado? informar "sim" exclusivamente quando tratar-se de aposentado pelo Regime Geral de Previdncia Social - RGPS. Campo 29. rea informar a natureza da prestao de servio, se urbana ou rural.

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I.3 Informaes relativas ao ACIDENTE OU DOENA Campo 30. Data do acidente informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de doena, informar como data do acidente a da concluso do diagnstico ou a do incio da incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela que ocorrer primeiro. A data dever ser completa. Exemplo: 23/11/1998. Campo 31. Hora do acidente informar a hora da ocorrncia do acidente, utilizando quatro dgitos (Exemplo: 10:45). No caso de doena, o campo dever ficar em branco. Campo 32. Aps quantas horas de trabalho? informar o nmero de horas decorridas desde o incio da jornada de trabalho at o momento do acidente. No caso de doena, o campo dever ficar em branco. Campo 33. Houve afastamento? informar se houve ou no afastamento do trabalho. Obs.: importante ressaltar que a CAT dever ser emitida para todo acidente ou doena relacionados ao trabalho, ainda que no haja afastamento ou incapacidade. Campo 34. ltimo dia trabalhado informar a data do ltimo dia em que efetivamente houve trabalho do acidentado, ainda que a jornada no tenha sido completa. Ex.: 23/11/1998. Obs.: S preencher no caso de constar 1 (Sim) no Campo 33. Campo 35. Local do acidente informar o local onde ocorreu o acidente, sendo: (1) em estabelecimento da empregadora; (2) em empresa onde a empregadora presta servio; (3) em via pblica; (4) em rea rural; (5) outros. Campo 36. CGC/CNPJ informar o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente/doena, no caso de constar no campo 35 a opo 2. Campo 37. Muncipio do local do acidente - informar o nome do municpio onde ocorreu o acidente. Campo 38. UF - informar a unidade da federao onde ocorreu o acidente. Campo 39. Especificao do local do acidente informar de maneira clara e precisa o local onde ocorreu o acidente (Exemplo: ptio, rampa de acesso, posto de trabalho, nome da rua, etc.). Campo 40. Parte(s) do corpo atingida(s) para acidente de trabalho dever ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo agente causador, seja externa ou internamente;

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para doenas profissionais, do trabalho, ou equiparadas informar o rgo ou sistema lesionado. Obs.: Dever ser especificado o lado atingido (direito ou esquerdo), quando se tratar de parte do corpo que seja bilateral. Campo 41. Agente causador informar o agente diretamente relacionado ao acidente, podendo ser mquina, equipamento ou ferramenta, como uma prensa ou uma injetora de plsticos; ou produtos qumicos, agentes fsicos ou biolgicos como benzeno, slica, rudo ou salmonela. Pode ainda ser consignada uma situao especfica como queda, choque eltrico, atropelamento. Campo 42. Descrio da situao geradora do acidente ou doena descrever a situao ou a atividade de trabalho desenvolvida pelo acidentado e por outros diretamente relacionados ao acidente. - tratando-se de acidente de trajeto, especificar o deslocamento e informar se o percurso foi ou no alterado ou interrompido por motivos alheios ao trabalho. - no caso de doena, descrever a atividade de trabalho, o ambiente ou as condies em que o trabalho era realizado. Obs.: Evitar consignar neste campo o diagnstico da doena ou leso (Exemplo: indicar a exposio continuada a nveis acentuados de benzeno em funo da atividade de pintar motores com tintas contendo solventes orgnicos, e no benzenismo). Campo 43. Houve registro policial? informar se houve ou no registro policial. No caso de constar 1 (SIM), dever ser encaminhada cpia do documento ao INSS oportunamente. Campo 44. Houve morte? o campo dever constar SIM sempre que tenha havido morte em tempo anterior ao do preenchimento da CAT, independentemente de ter ocorrido na hora ou aps o acidente. Obs.: Quando houver morte decorrente do acidente ou doena, aps a emisso da CAT inicial, a empresa dever emitir CAT para a comunicao de bito. Dever ser anexada cpia da certido de bito.

I.4 Informaes relativas s TESTEMUNHAS Campo 45 a 52. Testemunhas informar o nome e endereo completo das testemunhas que tenham presenciado o acidente ou daquelas que primeiro tenham tomado cincia do fato. Local e data informar o local e a data da emisso da CAT.

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Assinatura e carimbo do emitente no caso da emisso pelo prprio segurado ou por seus dependentes, fica dispensado o carimbo, devendo ser consignado o nome legvel do emitente ao lado ou abaixo de sua assinatura.

Quadro II ATESTADO MDICO Dever ser preenchido por profissional mdico. No caso de acidente com morte, o preenchimento dispensvel, devendo ser apresentada a certido de bito e, quando houver, o laudo de necropsia. Campo 53. Unidade de atendimento mdico informar o nome do local onde foi prestado o atendimento mdico. Campo 54. Data informar a data do atendimento. A data dever ser completa, utilizando-se quatro dgitos para o ano. Exemplo: 23/11/1998. Campo 55. Hora Informar a hora do atendimento utilizando quatro dgitos. Exemplo: 15:10. Campo 56. Houve internao? - informar (1) sim ou (2) no. Campo 57. Durao provvel do tratamento informar o perodo provvel do tratamento, mesmo que superior a quinze dias. Campo 58. Dever o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? informar (1)sim ou (2) no. Campo 59. Descrio e natureza da leso fazer relato claro e sucinto, informando a natureza, tipo da leso e/ou quadro clnico da doena, citando a parte do corpo atingida, sistemas ou aparelhos. Exemplo: a) edema, equimose e limitao dos movimentos na articulao tbio trsica direita; b) sinais flogsticos, edema no antebrao esquerdo e dor movimentao da flexo do punho esquerdo. Campo 60. Diagnstico provvel informar, objetivamente, o diagnstico. Exemplo: a) entorse tornozelo direito; b) tendinite dos flexores do carpo. Campo 61. CID 10 Classificar conforme o CID 10. Exemplo: a) S93.4 entorse e distenso do tornozelo; b) M65.9 sinovite ou tendinite no especificada. Campo 62. Observaes citar qualquer tipo de informao mdica adicional, como condies patolgicas pr-existentes, concausas, se h compatibilidade entre o estgio evolutivo das leses e a data do acidente declarada, se h recomendao especial para permanncia no trabalho, etc.

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Obs.: Havendo recomendao especial para a permanncia no trabalho, justificar. Local e data informar o local e a data do atendimento mdico. Assinatura e carimbo do mdico com CRM apor assinatura, carimbo e CRM do mdico responsvel.

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5. LEGISLAO PREVIDENCIRIA BENEFCIOS APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Beneficirios: (art. 42 a 47 da Lei n 8.213 / 91)

trata-se de benefcio de trato continuado, devido, mensal e sucessivamente, em face da INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA do segurado.Data do Durao Recebimento

Renda Mensal do Benefcio

Perodo de Carncia

100% do salrio de benefcio; ser devida a partir do no pode ser inferior dia imediato ao da ao salrio mnimo; se necessitar do auxlio cessao do auxliode outra pessoa, o doena salrio ser acrescido de 25 %.

enquanto permanecer 12 contribuies a condio do segurado de incapaz para o exerccio mensais, com da atividade que lhe ressalvas. garanta a subsistncia.

APOSENTADORIA POR IDADE Beneficirios:

(art. 48 a 51 da Lei n 8.213 / 91)

trata-se de benefcio de trato continuado, devido, mensal e sucessivamente, para o segurado que completar 65 ANOS e para a segurada que completar 60 ANOS de idade. Esses limites so reduzidos em 5 anos no caso dos trabalhadores rurais.

Renda Mensal do Benefcio

Data do Recebimento

Durao

Perodo de Carncia

70 % do salrio de benefcio + 1 % deste, por grupo de 12 contribuies, no podendo ultrapassar 100 % do salrio benefcio

ser devida: I ao segurado Empregado: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at esta data; b) da data do requerimento, quando . no houver desligamento do emprego ou quando requerida aps 90 dias. II para os demais segurados: da data da entrada do requerimento.

180 contribuies mensais

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APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO(art. 52 a 56 da Lei n 8.213 / 91) Beneficirios: trata-se de benefcio de trato continuado, devido, mensal e sucessivamente, para o segurado que completar 35 ANOS de contribuio, se do sexo masculino, ou 30 ANOS de contribuio, se do sexo feminino.Data do Recebimento ser devida: I ao segurado Empregado: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at esta data; b) da data do requerimento, quando no houver desligamento do emprego ou quando requerida aps 90 dias. II para os demais segurados: da data da entrada do requerimento.

Renda Mensal do Benefciopara a mulher: 100% do salrio de benefcio aos 30 anos de contribuio; para o homem: 100% do salrio de benefcio aos 35 anos de contribuio; para professores: 100%, com 5 anos a menos no perodo de contribuio

Durao

Perodo de Carncia

180 contribuies mensais.

APOSENTADORIA ESPECIAL (art. 57 a 58 da Lei n 8.213 / 91) Beneficirios: trata-se de benefcio de trato continuado, devido, mensal e sucessivamente, para trabalhadores que durante 15, 20 ou 25 anos trabalhem permanentemente em condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica.Data do Recebimento

Renda Mensal do Benefcio

Durao

Perodo de Carncia

ser devida: I ao Segurado Empregado: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at esta data; 100% do salrio b) da data do requerimento, de benefcio; quando no houver desligamento do emprego ou quando requerida aps 90 dias. II para os demais segurados: da data da entrada do requerimento

ocorre a perda do benefcio para o segurado que permanecer ou voltar a trabalhar em condies especiais. se retornar ao trabalho em condies normais, no ocorre a perda do benefcio.

180 contribuies mensais

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AUXLIO - DOENA (art. 59 a 64 da Lei n 8.213 / 91) Beneficirios: ser devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o perodo de carncia exigido na lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias h a suspenso do contrato de trabalho: no h cmputo do tempo de servio. os primeiros 15 dias correm por conta da empresa, quando o contrato de trabalho fica interrompido

Renda Mensal do Benefcio91 % do salrio de benefcio, no podendo Ter valor inferior ao do salrio mnimo, nem superior ao do limite mximo do salrio de contribuio

Data do Recebimento

Durao

Perodo de Carncia

no cessar o benefcio at que o ser devida: segurado em gozo do I ao segurado Empregado: auxlio seja dado a) a contar do 16 dia do como habilitado para afastamento da atividade; 12 contribuies o desempenho de nova atividade que lhe mensais II demais segurados: a contar garanta a subsistncia, da data do incio da ou qdo. considerado incapacidade e enquanto ele no-recupervel, for permanecer incapaz. aposentado por invalidez.

AUXLIO - ACIDENTE (art. 86 da Lei n 8.213 / 91) Beneficirios: trata-se de benefcio concedido como indenizao quando, aps consolidao das leses decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqelas que impliquem reduo da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. DEVIDO SOMENTE aos EMPREGADOS, aos AVULSOS e aos SEGURADOS ESPECIAIS.

Renda Mensal do Benefcio

Data do Recebimento

Duraoser devido a partir do dia seguinte ao da cessao do auxlio-doena, independentemente de qualquer remunerao ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulao com qualquer aposentadoria

Perodo de Carncia

a data do incio da 50 % do salrio cessao do auxlio-doena, de benefcio. percebido enquanto no consolidadas as leses decorrentes do acidente.

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SALRIO MATERNIDADE (art. 71 a 73 da Lei n 8.213 / 91) Beneficirios: trata-se de benefcio concedido SEGURADA GESTANTE em razo do parto. devido a todas as seguradas.

Renda Mensal do Benefcioo valor do benefcio no pode ser inferior a 1 SM. para a EMPREGADA e a AVULSA: a remunerao integral (sem limite mximo)

Data do Recebi Durao mento

Perodo de Carncia

28 dias antes para a DOMSTICA: o ltimo salrio de do parto e 91 dias depois de sua contribuio. ocorrncia. SEGURADA ESPECIAL: TOTAL DE 120 1/12 da contribuio anual. DIAS CONTRIBUINTE INDIVIDUAL e FACULTATIVA: 1/12 da soma dos 12 ltimos salrios de contribuio, tomados em perodo no superior a 15 meses.

no tem perodo de carncia para a Empregada, para a domstica e para a ser devido durante 120 avulsa.. dias, a partir de 28 dias antes Para as do parto e 91 dias aps a sua autnomas e ocorrncia. a Excepcionalmente, os facultativa, perodos de repouso antes e carncia de 10 depois do parto podem ser meses. aumentados em mais 2 semanas, comprovados por a segurada especial, no tenha mdicos do SUS, ou pela embora carncia, deve empresa.comprovar exerccio de atividade rural por 10 meses imediatamente anteriores ao incio do benefcio.

SALRIO FAMLIA

(art. 65 a 70 da Lei n 8.213 / 91)

Beneficirios:

trata-se de um benefcio previdencirio concedido aos segurados de baixa renda, em razo do nmero de filhos menores de 14 anos ou invlidos de qualquer idade. Os adotados tem o mesmo tratamento de filhos e os enteados e tutelados so equiparados.

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No ser devido salrio famlia a: EMPREGADO DOMSTICO, TRABALHADOR AVULSO, AUTNOMO, EMPRESRIO e SEGURADO FACULTATIVO.Data do Durao Recebimento

Renda Mensal do Benefcio

Perodo de Carnciano salrio perodo cessa carncia. tem de

o direito ao famlia automaticamente: A) por morte do filho, A CONTAR DO MS SEGUINTE AO DO BITO; devido o salrio pago a partir do famlia apenas em B) quando o filho momento em que relao a quem ganha comprovada, com a completar 14 anos, at R$ 468,13, sendo o certido de nascimento, a salvo se invlido, A valor de R$ 11,26 por CONTAR DO MS existncia de filhos filho. SEGUINTE DATA DE menores, seguida da ANIVERSRIO; demonstrao anual de (valor base- junho/2002) vacinao obrigatria.. c) pela recuperao da capacidade do filho, se invlido for; d) pelo desemprego do segurado; e) pela morte do segurado.

sua concesso condicionada: a) apresentao da certido de nascimento do filho; b) e apresentao de atestado de vacinao obrigatria c) e comprovao de freqncia escola.

PENSO POR MORTE Beneficirios:

(art. 74 a 79 da Lei n 8.213 / 91)

trata-se de trato continuado devido, mensal e sucessivamente, ao conjunto de dependentes do segurado, aposentado ou no, enquanto perdurar a situao de dependncia.

Renda Mensal do Benefcio Renda Mensal: 100 %do valor da aposentadoria que o segurado recebia, ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

Data do Durao Recebimento

Perodo de Carncia

ser devido

no tem perodo de carncia.

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44.4.10. AUXLIO RECLUSO Beneficirios:

(art. 80 da Lei n 8.213 / 91)

trata-se de benefcio concedido aos dependentes do segurado preso, que no recebe remunerao da empresa ou benefcio de auxlio doena, aposentadoria, abono e permanncia.

Data do Recebimento a partir da data da priso ou da data do requerimento, se realizado 30 dias aps. exige-se que o pedido seja instrudo com certido do 100 % do salrio efetivo recolhimento de benefcio priso, devendo ser apresentado trimestralmente um atestado de que o segurado continua recolhido.

Renda Mensal do Benefcio

Durao

Perodo de Carncia

o benefcio cessa com a morte do beneficirio, ou quando o dependente completar 21 anos ou for emancipado, ou com a no tem perodo cessao da priso. de carncia a suspenso do benefcio ocorre com a fuga do segurado. Sendo recapturado, restabelecido o benefcio.

44.4.11. ABONO ANUAL - 13 SALRIO (art. 40 da Lei n 8.213 / 91) Beneficirios: Tem natureza hbrida, j que devido uma nica vez, a cada ano. Benefcio correspondente ao 13 salrio ou gratificao de natal devido ao beneficirio, segurado ou dependente, que durante o ano recebeu: auxlio-doena, auxlio-acidente, aposentadoria, penso por morte ou auxlio recluso..

Renda Mensal do Benefcio

Data do Recebimento

Durao

Perodo de Carncia

corresponde a uma quantia pecuniria igual a remunerao devido apenas uma vez por ms de Dezembro at o no tem dos proventos do ms ano dia 20 previso legal de dezembro de cada ano.

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BENEFCIOS Auxlio-doena (esp.91)

BENEFICIRI OS Acidentado do trabalho

CONDIES P/ CONCESSO - afastamento do trabalho por incapacidade laborativa temporria por acidente do trabalho.

DATA DE INCIO - 16 dia de afastamento consecutivo para empregado; - data do afastamento demais segurados.

Aposentadoria por invalidez (esp.92)

Acidentado do - afastamento do trabalho trabalho por invalidez acidentaria.

Auxlio Acidente (esp.94) Penso (esp.93)

Acidentado do -reduo trabalho capacidade laborativa leso acidentaria. Dependentes -morte do acidente Acidentado do trabalho. trabalho

- no dia em que o auxliodoena teria incio; ou no dia seguinte cessao do auxliodoena. da - dia seguinte -concesso de a cessao do aposentadoria; por auxlio- bito. doena.

DATA DA CESSAO - morte; - concesso de auxlio-acidente ou aposentadoria; -cessao da incapacidade; - alta mdica; volta ao trabalho. - morte; -cessao da invalidez; volta ao trabalho.

VALOR 91% do salrio de benefcio

100% do salrio de benefcio

50% do salrio de benefcio

por data do do bito; ou data da entrada do requerimento quando requerida aps 30 dias do bito.

-morte do 100% do dependente; salrio de -cessao da benefcio qualidade de dependente.

Obs.: a) o valor da renda mensal da aposentadoria por invalidez ser acrescida de 25% (vinte e cinco por cento) desse valor, quando comprovado atravs de avaliao mdico pericial que o acidentado necessita de acompanhante; b) salrio de benefcio- o salrio de benefcio consiste na mdia aritmtica simples de todos os ltimos salrios de contribuio relativos aos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data de entrada do requerimento, at o mximo de 36 (trinta e seis), apurados em perodo no superior a 48 (quarenta e oito) meses.

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6-PREVENO DE ACIDENTES - INSPEO DE SEGRANA As inspees de segurana e as campanhas de Segurana, So as duas maneiras mais eficazes de se praticar preveno de acidentes. Vamos inicialmente enfocar a Inspeo de Segurana permite detectar riscos de acidentes possibilitando a determinao de medidas preventivas. A inspeo de segurana permite detectar riscos de acidentes possibilitando a determinao de medidas preventivas. portanto a forma mais antiga de evitar acidentes. A quem cabe realizar uma Inspeo de Segurana? Aos prprios empregados; Aos supervisores imediatos; Membros da CIPA ou designados; rgo de Segurana; Companhias de seguro; rgos oficiais; 1. Empregados: Devem se habituar quando iniciar suas tarefas dirias, executarem uma vistoria prvia nas suas ferramentas, nos equipamentos, nas condies de trabalho. 2. Supervisores: Os supervisores tem a responsabilidade de representarem a Empresa e como tal devem estar atentos s condies de segurana de seu local de trabalho, para tanto devem proceder inspees peridicas dos seus locais e condies de trabalho. 3. CIPA: A CIPA, de conformidade com a legislao em vigor, tem entre outras atribuies efetuar inspees em locais de trabalho. Os problemas levantados sero discutidos com os representantes da rea periciada e se no apresentarem condies de soluo, os mesmos sero levados a plenria da CIPA. importante que nas empresas que no tem CIPA. Os designados, de acordo com a NR5, devem cumprir as mesmas tarefas. 4. rgo de Segurana(SESMT): o responsvel na empresa pelas realizaes das inspees em todas as suas dependncias, levantando os problemas de segurana, procurando equacion-los, encaminhando relatrios quem de direito e acompanhando as solues. 5. Companhias de Seguros: So executadas visando atenderem as necessidades de seus segurados. So mais intensas quanto maior for o prmio do Seguro. 6. rgo Oficiais: Basicamente realizada pelo ministrio do trabalho, em busca de fiscalizar o cumprimento das normas de segurana.

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Aps vermos quem faz a Inspeo de segurana. Devemos estudar as modalidades de inspees de segurana: Inspees Gerais Inspees parciais Inspees peridicas Inspees eventuais Inspees Oficiais Inspees Especiais

1. Inspees Gerais: So as inspees feitas em toda a rea da empresa,de maneira a vistoriar todos os aspectos relativos higiene e segurana do trabalho. Muitas vezes conveniente que a mesma seja realizada em conjunto, participando alm do engenheiro e tcnicos de segurana, os mdicos, enfermeiros e supervisores da rea. O rgo de segurana do trabalho (SESMT), coordena sempre tais inspees e emite relatrios para que cada responsvel preocupe-se com a soluo do problema de sua rea de atuao Tais inspees devem ser rotineiras e em empresas onde no haja SESMT, a atribuio de tais exames compete a CIPA. Atualmente tais inspees naturalmente fazem parte do PPRA (Programa de preveno de riscos ambientais).

2. Inspees Parciais: So as que limitam apenas a alguma parte da empresa, a determinadas atividades ou a certos equipamentos existentes. Este tipo de inspeo envolve a participao de cada setor da empresa devidamente conscientizadonpara a preveno de acidentes em sua tarefa de inspecionar. Seno vejamos: Os supervisores fazem inspeo de segurana no desempenho de suas atividades, sem se aperceberem, com essncia do que segurana do trabalho, apenas usando sua conscincia prevencionistas. Os trabalhadores por sua vez devem ser treinados e abituados a inspecionarem rotineiramente suas ferramentas, seus equipamentos e mquinas, a fim de descobrir quaisquer irregularidades que, corrigidas a tempo evitam os acidentes.

3. Inspees Peridicas: So aquelas que so realizadas conforme uma prvia programao e obedecem a uma periodicidade, que pode ser: anual, semestral, trimestral, mensal, quinzenal ou semanal. So inspees que visam apontar riscos previstos, que podem surgir de quando em quando, devido a desgastes, fadiga, exposio a certas agressividades do ambiente que esto submetidas mquinas, ferramentas, instalaes etc.

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Algumas destas inspees so obrigatrias por lei. So os casos dos extintores. Equipamentos de combate a incndio, caldeiras e elevadores. 4. Inspees Eventuais: So espordicas sem dia ou perodo estabelecido. So feitas junto com mdicos, engenheiros ou pessoal da manuteno, visando determinados aspectos importantes. 5. Inspees Oficiais: So efetuadas por rgos governamentais do trabalho ou securitrios. Dentre as inspees oficiais existem aquelas realizadas pelos prprios rgos, atravs de incurses de rotina ou denncia, bem como aquela para atender a legislao vigente. De coformidade com a portaria 3214 de 08 de junho de 1978, foram estabelecidas as normas relativas Segurana e Medicina do Trabalho; num total de 28 NRs e 5NRRs. Atualmenta j existem 33 NRs ou seja j aumentaram cinco NRs e as NRRs foram revogadas e substiudas, pela NR-31. A NR-02 estabelece a inspeo prvia em todo o estabelecimento novo, o qual antes de iniciar suas atividades, dever solicitar aprovao de suas instalaes ao Ministrio de Trabalho e Emprego (MTE). O MTE far a inspeo prvia e emitir o Certificado de Aprovao Instalaes(CAI). das

Todavia a Empresa poder realizar a inspeo e encaminhar ao MTE uma Declarao das Instalaes, assumindo que suas instalaes no oferecem riscos aos trabalhadores. Isto ocorrer quando no for possvel, ao MTE efetuar a inspeo Prvia.

6. Inspees Especiais: So aquelas que requerem conhecimentos ou aparelhos especializados. So os casos das inspees das condies ambientais. Normalmente para se avaliar nveis de rudos, de iluminamento, calor para os quais so necessrios o uso de equipamentos especiais. A exemplo das inspees Gerais, as Especiais fazem parte principalmente do PPRA, neste caso especificamente na fase da avaliao, esta avaliao e conhecida como quantitativa.

OBJETIVO DA INSPEO

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As inspees tm como objetivo: Possibilitar a determinao dos meios preventivos, antes da ocorrncia dos acidentes; Ajudar a fixar nos operrios a mentalidade prevencionista. Encorajar os prprios operrios a agirem como profissionais de segurana e os demais setores da empresa. Despertar nos empregados a necessria confiana na administrao e angariar a colaborao de todos na preveno de acidentes Antes de desencadearmos uma inspeo alguns pontos bsicos devem ser estabelecidos: O que inspenionar; Qual a frequncia; Quem ser o responsvel; Quem ir acompanhar; Quais os informes que sero necessrios; A quem sero encaminhadas as recomendaes;

1. O que inspecionar? Este ponto deve ser definido com clareza, pois sabemos que os profissionas de segurana tem tempo limitado, portanto deve ser distribudo cuidadosamente o tempo que dispe para lograr o seu propsito. 2. Qual a frequncia? Em funo do que foi observado e gerado em termos de recomendao iremos estabelecer a frequncia das instalaes. 3. Quem ser o responsvel? Normalmente cabe ao srvio de segurana (SESMT), a responsabilidade da inspeo, ou ao engenheiro ou ao tcnico de segurana do trabalho. 4. Quem ir acompanhar? O envolvimento dos responsveis da rea a ser inspecionada fundamental, para o retorno e cumprimento das recomendaes. Deve-se acertar uma entrevista com o gerente do local antes de realizarmos uma inspeo. Nesta entrevista, alguns pontos devem ficar claros: Dar uma explicao franca do propsito da visita; Avaliar caso seja possvel, o interesse do gerente pela segurana e dos conhecimentos que tenha acerca do funcionamento da segurana em seu local de trabalho. Se o gerente est par do retrospecto de acidentes da sua rea; Verificar como se encontram os indicadores de segurana daquela rea;

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Ateno!

Se for possvel, o profissional de segurana deve sugerir ao gerente, a fazer um rpido giro pelo estabelecimento apresentando-o aos supervisores e colocando-os a par dos objetivos da inspeo. Solicitar ao gerente que nomeie algum, com competncia para acompanhar a inspeo. Aps a inspeo retornar ao gerente e se possvel, com os supervisores presentes, apresentando um relato do que foi encontrado.

O engenheiro e/ou o tcnico de segurana do trabalho devem ter em mente a necessidade de adotar, uma conduta durante a inspeo de no assumir uma atitude de superioridade junto ao gerente e supervisores do estabelecimento inspecionado. Nunca se deve partir do suposto de que a gerncia no est disposta a obedecer a lei ou que se mostre indiferente segurana dos operrios. Sua misso consiste em determinar as condies de cada um dos locais de trabalho inspecionados e lutar para que se implantem as melhorias necessrias. 5. Quais os informes que sero necessrios? Quem estiver efetuando a inspeo, engenheiro ou tcnico de segurana do trabalho, deve comunicar qualquer irregularidade ao responsvel pela atividade onde ela foi detectada. A informao imediata, quase sempre verbal, pode muitas vezes abreviar o processo de soluo de um problema, com a aplicao de medidas que se anteciparo a ocorrncias desagradveis. a verdadeira preveno. O inspetor no deve, deixar para depois. Deve informar o supervisor, mostrar-lhe a irregularidade e discutir na hora, se for o caso, qual a melhor medida a ser tomada. Entretanto no pode deixar de registrar as observaes surgidas na inspeo a fim de se avaliar a necessidade e oportunidade de discutir o assunto no momento. A prtica mostra que quanto mais o assunto for discutido e examinado n loco, maior chance se tem de alcanar os objetivos da inspeo. Os tpicos observados nas inspees devem ser registrados em formulrio especial Relatrio de Inspeo ou outro nome que lhes queiram dar. Vale ressaltar a necessidade de existirem formulrios diferenciados para os diversos tipos de inspeo ou local a inspecionar. Neste registro devem existir: o que foi observado; o local onde foi observado, de modo a facilitar a socializao; a recomendao do que se espera e seja feita alguma sugesto. oportuno lembrar a necessidade dos registros serem claros, sem dupla interpretaes, para que no haja motivo de crticas ou mal interpretado, de uma inspeo sem registros dos fatos nem sempre pode se esperar um bom resultado, pois se torna difcil encaminhar as reivindicaes e acompanhar seu desenvolvimento. 6. A quem sero encaminhadas as recomendaes?

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7- RISCO DAS ATIVIDADES LABORAIS Pelo seu instinto, o homem conseguiu, atravs da Histria, criar uma tecnologia que as atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocnio e possibilitou sua existncia no planeta. Partindo da atividade evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcanou a fase do artesanato e atingiu a era industrial. At o advento da mquina vapor, poucas e esparsas notcias se tm sobre a sade ocupacional. Somente com a Revoluo Industrial que o aldeo comeou a agrupar-se nas cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco de ser apanhado pelas garras de uma mquina. No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a Revoluo Industrial. A Segurana do Trabalho devendo aplicar os princpios e recursos da Engenharia e da Medicina no controle e preveno dos riscos profissionais, , portanto, um campo de especializao para engenheiros que devero exercer suas atividades em equipe e dentro de um esprito de cooperao mtua para que o objetivo comum seja alcanado. Segurana do Trabalho costuma ser definida como a cincia e arte devotada ao reconhecimento, avaliao e controle dos riscos profissionais. Estes, em ltima anlise so os fatores ambientais ou inerentes s prprias atividades, que podem, eventualmente, ocasionar alteraes na sade, conforto ou eficincia de trabalhador. Como j se viu, no que se refere Segurana do Trabalho, em um sentido amplo, dever o profissional estar apto a: - reconhecer os riscos profissionais capazes de ocasionar alteraes na sade do trabalhador, ou afetar o seu conforto e eficincia; - avaliar a magnitude desses riscos, atravs da experincia e treinamento, e com o auxilio de tcnicas de avaliao quantitativa, prescrever medidas para elimin-los ou reduzi-los em nveis aceitveis. Para um perfeito reconhecimento dos riscos pelo engenheiro de segurana passemos a:

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CLASSIFICAO DOS RISCOS PROFISSIONAIS

Os riscos profissionais, conforme mencionado, so os que decorrem das condies precrias inerentes ao ambiente ou ao prprio processo operacional das diversas atividades profissionais. So, portanto, as condies inseguras do trabalho, capazes de afetar a sade, a segurana e o bem estar do trabalhador. As condies inseguras relativas ao processo operacional, como por exemplo, mquinas desprotegidas, pisos escorregadios, empilhamentos precrios, etc., so chamados riscos de operao. As condies inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presena de gases e vapores txicos, o rudo e o calor intensos, etc., so chamados riscos de ambiente. Os riscos de ambiente so aqueles inerentes ao trabalho regulamentados pela NR-9 Riscos Ambientais que podem causar danos sade do trabalhador em funo de sua natureza, concentrao e tempo de exposio.

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RISCOS AMBIENTAIS CLASSIFICAO DOS RISCOS AMBIENTAIS Podem ser classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no organismo humano. Esta classificao dada a seguir: - agentes fsicos - agentes qumicos - agentes biolgicos - agentes ergonmicos - agentes mecnicos ou de acidentes A ocorrncia dos acidentes depender da atuao simultnea de uma srie de fatores relativos a condio ambiental, a atividade profissional e ao prprio indivduo. Quanto ao risco ambiental, a ocorrncia de acidente depender de sua natureza e intensidade, evidentemente. Quanto ao indivduo, depender de sua suscetibilidade ao agente, e quanto atividade profissional, depender de suas caractersticas como a durao do processo e o tempo de exposio. Tais fatores devem sempre ser considerados em conjunto para uma anlise real do risco que os agentes ambientais oferecem sade dos trabalhadores. A) AGENTES FSICOS Os agentes causadores em potencial de doenas ocupacionais so: - rudo - vibraes mecnicas - temperaturas extremas - presses anormais - radiaes ionizantes - radiaes no ionizantes RUDO O risco elevado talvez, o risco profissional mais freqente na indstria, porm nem sempre considerado com o respeito que merece. Alm de produzir uma reduo na capacidade auditiva do trabalhador, a exposio intensa e prolongada ao rudo atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivduo com conseqncias imprevisveis sobre o equilbrio psicossomtico. De um modo geral, quanto mais elevados os nveis encontrados, maior o nmero de trabalhadores que apresentaro incio de surdez profissional e menor ser o tempo em que este e outros problemas se manifestaro. aceito ainda que o rudo elevado influi negativamente na produtividade, alm de ser, freqentemente, o causador indireto de acidentes do trabalho, por causa da distrao ou mau entendimento de instrues ou mascarar avisos e sinais de alarme. - VIBRAES MECNICAS

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As vibraes mecnicas so tambm relativamente freqentes na indstria, e podem ser subdivididas em duas categorias: vibraes localizadas e vibraes de corpo inteiro. Ambos os tipos, porm, nas condies normalmente encontradas, no oferecem preocupaes sob o ponto de vista de riscos sade. Entretanto, exposies contnuas a nveis intensos podero, em determinadas circunstncias, produzir diversos males nos trabalhadores. Vibraes localizadas, caractersticas de operaes com ferramentas manuais eltricas ou pneumticas, por exemplo, podero produzir, em longo prazo, alteraes neuro-vasculares nas mos dos trabalhadores, problemas nas articulaes e braos e osteoporose (perda de substncia ssea). Vibraes de corpo inteiro, a que esto expostos, por exemplo, operadores de grandes mquinas e motorista de caminhes e tratores, podero produzir problemas na coluna vertebral, dores lombares, alm de haver suspeitas de causarem pequenas leses nos rins. TEMPERATURAS EXTREMAS As temperaturas extremas so condies trmicas rigorosas, em que so realizadas atividades profissionais. - Calor intenso sem dvida mais freqente que o frio excessivo, como problema ocupacional no Brasil. Seja devido multiplicidade dos processos industriais que liberam grandes quantidades de energia calrica, seja devido s nossas condies geogrficas e climticas predominantes. O calor intenso responsvel por uma srie de problemas que afetam a sade e o rendimento dos trabalhadores, conhecidos como males do calor ou doenas do calor. Entre as principais mencionam-se a insolao, a prostrao trmicas, a desidratao e as cibras do calor. O frio intenso encontrado em diversos tipos de indstrias que utilizam cmaras frigorficas ou ainda em operaes executadas ao ar livre em certas regies do pas, especialmente durante os meses de inverno. Nessas condies, poder provocar enregelamento dos membros, hipotermia (queda de temperatura do ncleo do corpo) alm de leses na epiderme do trabalhador, conhecidas como lceras do frio. PRESSES ANORMAIS As presses anormais so encontradas em trabalhos submersos ou realizadas abaixo do nvel do lenol fretico. Nestas condies utilizam-se presses elevadas para expulsar a gua do compartimento de trabalho, ficando, em tais condies, submetidos os operrios a presses atmosfricas acima do normal, podendo ocasionar-lhes danos sade, se no forem observadas certas medidas preventivas e de segurana. Alm destes trabalhos que so realizados em caixes pneumticos, campnulas, tubules a ar comprimidos etc., as presses elevadas podem afetar igualmente os mergulhadores profissionais.

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As presses hidrostticas elevadas apresentam os mesmos riscos que as presses atmosfricas elevadas. Entre os problemas mais freqentes que afetam os trabalhadores expostos presses elevadas mencionam-se a intoxicao pelo gs carbnico e diversos males conhecidos como doenas descompreensivas, das quais a mais grave a embolia causado pelo nitrognio. Presses atmosfricas abaixo do normal podem tambm produzir algumas alteraes no organismo do indivduo, mas, essas exposies ocupacionais so bastante raras no Brasil. Isto ao fato de no possuirmos altitudes muito elevadas no pas. Somente alguns poucos pilotos de avies no pressurizados estaro sujeitos a este risco profissional. RADIAES IONIZANTES As radiaes ionizantes oferecem srio risco sade dos indivduos expostos. So assim chamadas porque produzem uma ionizao nos materiais sobre os quais incidem, isto , produzem a subdiviso de partculas inicialmente neutras em partculas eletricamente carregadas. As radiaes ionizantes so provenientes de materiais radiativos como o caso dos raios alfa (), beta() e gama () ou so produzidas artificialmente em equipamentos mo o caso dos raios X. Diversos desses materiais e equipamentos so produzidos na indstria ou em outros estabelecimentos como instituto de pesquisa, hospitais, laboratrios, etc..., devendo sua manipulao obedecer as rigorosas normas de segurana e de proteo individual existente. Dependendo de sua natureza, as radiaes ionizantes produziro diversos males no organismo do trabalhador. Os raios alfa () e beta (), de natureza corpuscular, possuem menor poder de penetrao no organismo e portanto oferecem menor risco. Os raios X e , de natureza eletromagntica, possuem alto poder de penetrao e entre os males causados incluem-se a anemia, a leucemia, o cncer e tambm alteraes genticas que podem comprometer fisicamente geraes futuras. RADIAES NO IONIZANTES As radiaes no ionizantes so de natureza eletromagntica e seus efeitos dependero de fatores como durao e intensidade da exposio, comprimento de onda da radiao, regio do espectro em que se situam, etc. A Radiao Infravermelha - tambm chamada de calor radiante bastante comum em indstrias metalrgicas, de fabricao de vidro e outras, onde existem fornos e materiais altamente aquecidos. encontrada igualmente em trabalhos no ar livre, onde os operrios ficam expostos radiao solar. Alm de contribuir para a sobrecarga trmica imposta ao trabalhador, a radiao infravermelha poder causar queimaduras assim como a catarata que uma doena irreversvel. A Radiao Ultravioleta- encontrada, por exemplo, em operaes de solda eltrica, na fuso de metais e no controle de qualidade de peas com lmpadas especiais.

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Seus efeitos principais so queimaduras, eritema, conjuntivite e cncer de pele. A Radiao Laser- energia eletromagntica altamente concentrada num determinado comprimento de onda do espectro. Vem encontrado cada vez maiores aplicaes na indstria sendo utilizada tambm em outras atividades profissionais como levantamentos topogrficos e geodsicos, na medicina e nas comunicaes. Seus principais efeitos so queimaduras na pele e nos olhos que podem ser bastante graves, conforme o tipo e durao da exposio radiao. As Microondas- so bastante utilizadas nas comunicaes sendo produzidas em instalaes de radar e de radiotransmisso. So utilizadas ainda em alguns processos industriais qumicos, em fornos de microondas e em secagem de materiais. Conforme a potncia das estaes de transmisso ou da energia liberada no processo podero ficar submetidos os operadores intensidades prejudiciais. Outros fatores devem ainda ser considerados nas exposies da onda, como a espessura ou a composio dos tecidos, etc., para que se possa avaliar melhor o risco. Os efeitos mais graves so os de natureza aguda como a catarata, e o superaquecimento dos rgos internos que, em determinados casos, podem levar morte. Efeitos crnicos podem ainda resultar de exposies prolongadas s microondas de baixa potncia, entre as quais inclui-se a hipertenso, as alteraes no sistema nervoso central, o aumento da atividade da glndula tiride, etc..

B) AGENTES QUMICOS Ocorrncia e Caractersticas dos Agentes Qumicos Agentes qumicos so os agentes ambientais causadores em potencial de doenas profissionais devida sua ao qumica sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma slida, como lquida ou gasosa. Alm do grande nmero de materiais e substncias tradicionalmente utilizadas ou manufaturadas no meio industrial, uma variedade enorme de novos agentes qumicos vai sendo encontrados devido quantidade sempre crescente de novos processos e compostos desenvolvidos. Por outro lado, freqentemente os agentes qumicos ocorrem como subproduto indesejvel de inmeros processos industriais. Grande parte dessas substncias possui caractersticas txicas e, conseqentemente, do agente do organismo. O grau de toxicidade de um determinado agente qumico depender de caractersticas intrnsecas da substncia como: estado fsico, solubilidade, PH, etc., alm da via de penetrao do agente no organismo. Diversas substncias apresentam ainda o risco de exploso quando em determinadas concentraes no ar atmosfrico o que, certamente, constitui ameaa sria integridade fsica do trabalhador. Na apreciao dos riscos que os agentes qumicos oferecem, estes aspectos devem ser levados em considerao, alm dos demais fatores desencadeantes das doenas profissionais j mencionados.

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ABSORO E ELIMINAO DOS AGENTES QUMICOS As trs possveis vias de penetrao dos agentes qumicos no organismo so: - via respiratria - via cutnea - via digestiva A via respiratria inegavelmente a mais importante por ser a mais freqente. Isto se deve ao fato de que, a maior parte dos agentes qumicos encontra-se suspensos ou dispersos na atmosfera ambiente, em forma de poeiras, gases ou vapores. Alm do mais uma grande quantidade de ar respirada diariamente pelos trabalhadores. Durante as 8 (oito) horas dirias de trabalho de um indivduo, este respira em mdia cerca de 8 metros cbicos de ar. Muitos agentes qumicos, entretanto, possuem a propriedade de penetrar atravs da pele intacta, produzindo intoxicaes no trabalhador. o caso, por exemplo, de diversos solventes industriais, fenis, de alguns pesticidas e de outras substncias que exigem a proteo adequada do trabalhador para impedir a sua penetrao pela via cutnea. A penetrao dos agentes qumicos atravs da via digestiva, ocorre acidentalmente nos casos onde o trabalhador come, bebe ou fuma num ambiente de trabalho contaminado. Em tais condies, graves intoxicaes podem acontecer. Estas podem ser de dois tipos: agudas ou crnicas. As intoxicaes agudas so aquelas que em curto espao de tempo provocam alteraes profundas no organismo humano. So causadas por contaminantes muito txicos ou por outros, que embora menos txicos, se encontram em altas concentraes no ambiente. As intoxicaes crnicas podem produzir danos considerveis no organismo, porm, mais em longo prazo. Origina-se normalmente de exposies contnuas a baixos nveis de concentrao dos poluentes. A fim de evitar tais intoxicaes ocupacionais, a exposio do organismo dos agentes ambientais no deve ultrapassar determinados limites, compatveis com a manuteno da sade do trabalhador. Tais limites foram desenvolvidos e adotados nos pases mais desenvolvidos e so estipulados em listas especiais denominadas Limites de Tolerncia. Estas listas estabelecem os valores mximos para as concentraes dos agentes no ambiente, valores estes que se aplicam exclusivamente para as condies de trabalho dentro de certos limites, isto , so vlidos para regimes de trabalho de 8 horas dirias ou 40 horas semanais. Baseiam-se estes valores mximos em estudos epidemiolgicos e toxicolgicos ou em informaes obtidas atravs de exposies acidentais aos agentes em nveis extremamente elevados. At o presente as tabelas existentes cobrem apenas agentes qumicos e fsicos, e os limites esto sujeitos as revises anuais, podendo ser alterados em funes de novas informaes sobre os agentes. Alm de se aplicarem exclusivamente a ambientes de trabalho, os Limites de Tolerncia devem ser usados somente como orientao no controle de agentes que oferecem risco sade.

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Em nenhuma hiptese devem ser encarados como linha divisria entre situaes seguras. Em alguns casos os Limites de Tolerncia podem ser ultrapassados durante um certo tempo em quantidades estipuladas na Tabela. Em outros, so concentraes - teto que no devem ser excedidas em nenhuma circunstncia. Existem indicaes especiais a esse respeito na tabela, como tambm sobre as substncias que podem ser absorvidas pela pele. Os agentes qumicos, conforme foi visto, devido sua natureza, podem ser absorvidos pelo organismo e podero, ou no, ser eliminadas pelo mesmo. Diversas substncias possuem a propriedade de se acumularem nos tecidos, nos rgos ou nos ossos, sendo a sua eliminao bastante demorada ou difcil. Quando so eliminadas do organismo, as substncias podem se apresentar inalteradas ou ento transformadas em outros compostos. As substncias podem ser eliminadas do organismo atravs de trs vias: urinrias, fezes e, em menor quantidade, pelo suor. CLASSIFICAO DOS AGENTES QUMICOS Os agentes qumicos podem ser classificados de diversas formas, segundo suas caractersticas txicas, estado fsico, etc. Conforme foi observado, os agentes qumicos so encontrados em forma slida lquida e gasosa. Os slidos so, por exemplo, as poeiras nocivas podem provocar uma srie de doenas nos pulmes. As poeiras podem ser de origem mineral, vegetal ou animal. Entre as primeiras, encontram-se de slica livre e cristalina que produzem silicose; as de berilo que produzem berilose, etc. Entre as segundas esto as fibras vegetais, como o algodo, que produzem bissinose, etc. Entre as fibras de origem animal que podem causar doenas esto, por exemplo, aquelas provenientes de pelo e couro de animais. Existem ainda fibras de origem sinttica (de alguns plsticos, por exemplo) capazes de provocar molstias profissionais. Os agentes em forma lquida so constitudos por cidos, solventes, etc. Esto-se em forma de partculas pequenas em suspenso no ar, podem causar danos ao sistema respiratrio. Podem produzir tambm dermastoses em contato com a pele, irritaes, queimaduras, etc. Entretanto a maioria das exposies aos agentes qumicos na indstria ocorre quando estes se encontram em forma de gs ou vapor. Os mais comuns so dixidos de enxofre, xidos de nitrognio, monxidos de carbono, vapores de solventes, etc. Seus efeitos variam bastante. Alguns so praticamente inertes, outros apresentam at a possibilidade de morte, mesmo em concentraes muito pequenas e em exposies curtas, como caso do cido ciandrico. CLASSIFICAO FSICA DOS CONTAMINANTES ATMOSFRICOS Os agentes qumicos quando se encontram em suspenso ou disperso no ar atmosfrico. Estes podem ser classificados em: - aerodispersides

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- gases - vapores Aerodispersides: so dispersores de partculas slidas ou lquidas, de tamanho bastante reduzido (abaixo de 100 microns) que podem se manter por longo tempo em suspenso no ar. EXEMPLOS: Poeiras: so partculas slidas, produzidas mecanicamente por ruptura de partculas maiores. Fumos: so partculas produzidas por condensao de vapores metlicos. Fumaa: so sistemas de partculas combinadas com gases que se originam em combustes incompletas. Nvoa: so partculas lquidas produzidas mecanicamente em processo spray, por exemplo. Neblina: so partculas lquidas produzidas por condensao de vapores. O tempo que os aerosdispersides podem permanecer no ar depende de seu tamanho, peso especfico (quanto maior o peso especfico, menor o tempo de permanncia) e da velocidade de movimentao do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o aerodispersides ficar no ar, maior a chance de ser inalado e de produzir intoxicaes no trabalhador. As partculas mais perigosas so as que se situam abaixo de 10 microns, visveis com microscpio. Estas constituem a chamadas fraes respirveis, pois pode ser absorvida pelo organismo atravs do sistema respiratrio. As partculas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratrio, de onde so expelidas atravs da tosse, expectorao, ou pela ao dos clios. - Gases: so dispersores de molculas no ar, misturadas completamente com este (o prprio ar uma mistura de gases). - Vapores: so tambm dispersores de molculas no ar que, ao contrrio dos gases, podem condensar-se para formar lquidos ou slidos em condies normais de temperatura e presso. Uma outra diferena importante que os vapores em recintos fechados podem alcanar uma concentrao mxima no ar, que no ultrapassada, chamada saturao. Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto. CLASSIFICAO FISIOLGICA DOS CONTAMINANTES ATMOSFRICOS

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Os agentes qumicos podem ainda ser classificados segundo a sua ao sobre o organismo humano. Como a maioria destes encontra-se em disperso no ar, sero abordados os efeitos fisiolgicos resultantes de absoro atravs da via respiratria. Entretanto, quando um determinado agente classificado como irritante das mucosas do aparelho respiratrio, pode-se esperar que possua ao semelhante em outras mucosas do corpo humano e em muitos casos, na prpria pele. Convm lembrar que os efeitos fisiolgicos dos contaminantes, especialmente dos gases e vapores, variam segundo a concentrao em que se encontra no ar, motivo pelo qual um mesmo contaminantes pode ter diferentes classificaes fisiolgicas. Porm, o grosso modo, pode-se fazer a seguinte classificao: 1) IRRITANTES Estes, devido a uma ao qumica ou corrosiva, tm a propriedade de produzir inflamao nos tecidos com quais entram em contato. Atuam, principalmente, sobre os tecidos de revestimento epiteliais como a pele, mucosas das vias respiratrias conjuntivas oculares, etc. A forma de ao determinada, principalmente por caractersticas fsicas como solubilidade, volatilidade e ponto de ebulio do agente. Os irritantes muito solveis so absorvidos pelos primeiros tecidos epiteliais que encontram, ou seja, quando ingressam pela via respiratria ficam absorvidos principalmente pelo nariz e garganta. (Ex: amonaco, poeiras alcalinas, etc.). Os de solubilidade moderada atuam em todas as partes do sistema respiratrio (Ex: cloro, ozona, iodo, etc.) Todavia, h um grupo de irritantes orgnicos que no segue esta regra de solubilidade. Isto , ainda que pouco solveis, exercem ao irritante nas vias respiratrias superiores. o caso da acrolena, que se encontra nos gases de escapamento de motores diesel. Existe tambm, um grupo se irritantes chamados secundrios, que alm da ao inflamatria atuam sobre todo organismo. Por exemplo: o cido sulfdrico (H2S), teres, etc. 2) ASFIXIANTES Estes so classificados em simples e qumicos Os simples so os que, sem interferir nas funes do organismo, podem provocar asfixia por reduzir a concentrao de oxignio no ar. Exemplos: metano, nitrognio, dixido de carbono, hlio, etc. Os de atuao qumica interferem no processo de absoro de oxignio do sangue ou nos tecidos. A forma de interferncia depende do tipo do composto. Neste grupo encontram-se o monxido de carbono, gs sulfdrico, nitrilos, etc. 3) NARCTICOS Os contaminantes narcticos apresentam uma ao depressiva sobre o sistema nervoso central, produzindo efeito anestsico aps terem sido absorvidos pelo sangue. Exemplo: ter etlico, acetona, ter isoproplico.

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4) INTOXICANTES SISTMICOS So compostos que podem causar tanto intoxicaes agudas como crnicas. Compostos que causam leses nos rgos As exposies agudas (s concentraes elevadas), ainda que breves, podem ser graves, causando at a morte em alguns casos. Exemplos: hidrocarbonetos halogenados (clorofrmio tetrocloreto de carbono, cloreto de vinila, etc.). Compostos que causam leses no sistema formador de sangue So acumulada em tecidos graxos, medula de ossos e sistema nervoso. Exemplos: hidrocarbonetos aromticos (benzeno, tolueno, xileno). O benzeno requer ateno especial, pois pode produzir anemia incurvel se a exposio for prolongada. Em alguns casos pode tambm produzir leucemia. Compostos que afetam o sistema nervoso Sua eliminao em geral feita com lentido. Neste grupo encontram-se os lcoois metlicos e etlicos, dissulfeto de carbono, e teres de cidos orgnicos. Compostos txicos inorgnicos e metais txicos Os compostos de txicos inorgnicos so sais de no metais, cuja toxidade varia numa ampla faixa. Entre os mais perigosos esto os sais de cianuretos (cianureto de sdio ou cianureto de potssio). Outros exemplos so: floretos e compostos de arsnio, fsforo, enxofre, etc. Podem produzir febre dos metais, dermatoses, alteraes no sistema nervoso central, cncer e diversas intoxicaes graves. Material particulado Nesta categoria esto includas poeiras, fumos, nvoas, etc., que no foram provenientes classificados como intoxicantes sistmicos. Poeiras Produtoras de Fibrose As poeiras que no produzem reao fisiolgica aprecivel so chamadas inertes, podem ficar retidas nos pulmes, mas, no produzem alteraes. Somente apresentam problemas quando presentes em concentraes muitos elevadas. Exemplos: alguns carbonatos, sais complexos de alumnio, carvo, carborundum, etc. Partculas alergizantes e irritantes Podem atuar sobre a pele ou aparelho respiratrio. Entre as primeiras esto poeiras de algumas madeiras (ex: cavina), bem como partculas de leos vegetais, como leo de castanha de caju, partculas de cidos, cromatos, etc. Entre as que podem atuar sobre o aparelho respiratrio, inclui-se a poeira de semente seca de mamona, plens, resinas, etc. C) AGENTES BIOLGICOS Agentes biolgicos so microorganismos causadores de doenas com os quais o trabalhador pode entrar em contato no exer