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PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

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PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

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O historiador Éric Hobsbawn define o século XIX como um século de relativa paz enquanto o século XX, foi o século da guerra por excelência.

A Primeira guerra Mundial chamada pelos contemporâneos de a Grande Guerra é considerada por muitos historiadores como a Matriz do século XX ou a mãe das guerras do século XX. Ela significou uma ruptura e a inauguração de uma nova era.

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Segundo Hobsbawn entre 1815 e 1914 nenhuma grande potência combateu outra fora de sua região imediata, embora expedições agressivas de potências imperiais ou candidatas a imperiais contra inimigos mais fracos do ultramar fossem, claro, comuns (...) Tudo isso mudou em 1914. A Primeira Guerra Mundial envolveu todas as grandes potências, e na verdade todos os estados europeus, com exceção da Espanha, os Países Baixos, os três países da Escandinávia e a Suíça. ( Éric Hobsbawn. A era dos extremos. P. 31).

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Leituras da 1ª Guerra René Remond. Segundo o autor até 1914 a

hegemonia europeia no mundo esteve muito presente.

Havia dificuldades de as grandes potências se relacionarem por causa de seus antagonismos provocados pelo crescimento econômico (pelo desenvolvimento do capitalismo).

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O período do final do século XIX e início do XX também é marcado pela afluência dos nacionalismos e pela formação de um sistema de alianças.

No entanto o sistema de alianças como forma de explicitar o nacionalismo não é válido para todas as regiões. Há especificidades como o Império Austro-Húngaro (várias etnias).

Outro exemplo Rússia e Japão (conflitos remontam a guerra de 1905).

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Os conflitos germânico-franceses provocados pelo imperialismo e pela guerra franco-prussiana (1870-1871) também explica o sentimento não manifesto, mas latente de rivalidades entre as potências.

Também problemas nos Balcãs (várias dissidências convivendo em um território comum). Conflito com o Império Turco.

Crise do Império Otomano (interesses franceses e ingleses).

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A belle epóque O período anterior do final

do século XIX e início XX é marcado por um clima de euforia, de consumo e de tranquilidade social trazido pelos avanços tecnológicos. Esse período é chamado pelos historiadores de belle époque.

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Entretanto, esse clima de euforia era apenas aparente, pois havia muitos pontos de conflito entre os países europeus.

Os países europeus se sentiam ameaçados uns pelos outros devido ao expansionismo econômico e militar de cada um. Esse sentimento de ameaça levou o surgimento da Paz Armada

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Paz Armada: investimento maciço em armas, munições e alistamento militar obrigatório por parte dos países europeus mais industrializados.

A militarização das potências europeias foi uma consequência direta do desenvolvimento do capitalismo.

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Formação de dois blocos antagônicos:

Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Impérios Centrais Austro-Húngaro e Otomano)

Tríplice Entente (Inglaterra, França, Rússia e Itália (1915)

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Principais causas da Primeira Guerra

Choque dos imperialismos (rivalidades econômicas entre os países europeus)

Nacionalismo exacerbado (pan- eslavismo, revanchismo francês, nacionalismo alemão).

Militarismo.

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Início do Conflito Crise nos Balcãs e o deflagar da guerra. Em 28 de junho de 1914 o herdeiro do

trono da Áustria-Hungria (Francisco Ferdinando) em visita diplomática a capital da Bósnia (Sarajevo) é assassinado por um estudante nacionalista sérvio (Gavrilo Princip).

O governo austríaco, depois de receber o aval da Alemanha, acusa o governo sérvio de participação do atentado e lhe dá um ultimato.

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Os sérvio atenderam a todas as exigências, menos aquela que abria seu território a investigação austríaca. Em 29 de julho, a Áustria declarou guerra a Sérvia e bombardearam sua capital Belgrado. Dia 30, A Rússia e Áustria decretaram mobilização geral e a 31 os russos rejeitaram o ultimato alemão para voltar atrás. Estava dado o sinal de partida e daí por diante a Europa mergulhou em conflitos.

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Ano de 1914 (início) 28/06 Atentado em Sarajevo Ultimato Austríaco a Sérvia 28/07 Guerra Áustria X Sérvia Mobilização Alemã em defesa da Áustria Mobilização Russa e francesa em defesa

da Sérvia. Ultimato alemão à França e a Rússia Guerra Alemanha X Rússia 01/08 Invasão da Bélgica pelos alemães Guerra Alemanha X França 04/08 Guerra Inglaterra X Alemanha 05 e 06/08 Guerra Áustria X Rússia e

Sérvia X Alemanha.

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Cena de um acampamento militar

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Primeira Fase da Guerra Guerra de Movimento

A primeira fase durou de agosto a novembro de

1914 e foi marcada pela expansão alemã sobre a

Europa até os alemães serem detidos na 1ª

Batalha do Marne. Destaca-se nessa fase o Plano

Schlieffen que descrevia uma manobra de

envolvimento executada por uma fortíssima ala

direita, girando velozmente para oeste, através de

Luxemburgo e da Bélgica e depois para o sul, pela

França, envolvendo Paris pelo oeste

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Enquanto isso, a ala esquerda alemã atacaria ao sul na Fronteira da Alsácia-Lorena, atraindo os franceses para fora de suas fortificações. As duas alas se fechariam formando uma imensa pinça de 600 km de raio, comprimindo dentro dela o que sobrasse do Exército francês. Assim a guerra na Frente Ocidental seria ganha e o exércitos alemães seriam, então, transportados para a frente oriental para destruir os russos.

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Uma característica marcante do início da Guerra refere-se as previsões errôneas, pois previa-se uma guerra curta. Entretanto, a duração do conflito e o patriotismo dos combatentes logo se transformou em pesadelo.

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Segunda Fase A guerra de trincheiras: Nessa fase, os exércitos

adversários buscavam firmar suas posições , procurando vencer o adversário por meio do desgaste progressivo de suas tropas.

Durante a fase das trincheiras novas armas foram utilizadas como: metralhadoras, os gases venenosos, lança-chamas, o tanque, o avião e o submarino.

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TRINCHEIRA

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Tecnologia A Tecnologia militar avançou muito

no decorrer do conflito. A 1ª Guerra foi caracterizada por ser uma guerra industrial. Desenvolvimento de blindagem, armas mais potentes, engenharia de guerra, uso de aviões, guerra química, bombas e tiros de longo alcance, submarinos entre outros.

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(...)Outro motivo, porém, era a nova impessoalidade da guerra que tornava o matar e o estropiar uma consequência remota de apertar um botão ou virar uma alavanca. A tecnologia tornava suas vítimas invisíveis, como não podiam fazer as pessoas evisceradas por baionetas ou vistas pelas miras de armas de fogo. Diante dos canhões permanentemente fixos da Frente Ocidental, estavam não homens, mas estatísticas. Lá embaixo dos bombardeios aéreos estavam não pessoas que iam ser queimadas e evisceradas,mas somente alvos.

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Rapazes delicados, que certamente não teriam desejado enfiar uma baioneta na barriga de uma jovem aldeã grávida, podiam com muito mais facilidade jogar altos explosivos sobre Londres ou Berlim, ou bombas nucleares em Nagasaki. Diligentes burocratas alemães, que certamente teriam achado repugnante tanger eles próprios judeus mortos de fome para abatedouros, podiam organizar os horários de trem para o abastecimento regular de comboios de morte para os campos de extermínio poloneses, com menos senso de envolvimento pessoal. As maiores crueldades do nosso século (século XX) foram crueldades impessoais decididas à distância, de sistema e de rotina, sobretudo quando podiam ser justificadas como lamentáveis necessidades operacionais.Assim o mundo acostumou-se à expulsão e matança compulsórias em escala astronômica, fenômenos tão conhecidos que foi preciso inventar novas palavras para eles: “sem Estado” (apátridas) ou “genocídio”. (Hobsbawn)

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Com o uso dessas novas armas os soldados passaram a ficar cada vez mais nas trincheiras.

Em 1915 a Itália rompeu com a Alemanha e aliou-se a Tríplice Entente.

1917: A Alemanha adota a guerra submarina. Também nesse ano dois acontecimentos importantes mudam o rumo do conflito.

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1917 o Ano decisivo Após o afundamento de navios

norte-americanos pelos alemães, os EUA decidem entrar na Guerra ao lado da Tríplice Entente. Também nesse mesmo ano a Rússia se retira do conflito e no ano seguinte assina um Tratado de Paz com os alemães.

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O Final da Guerra No ano de 1918 os alemães

ainda tentaram uma forte ofensiva na Frente Ocidental , porém foram derrotados na Segunda Batalha do Marne e em novembro de 1918 o governo alemão assinou a rendição. O mesmo aconteceu com o Império Austro-Húngaro que já tinha se rendido.

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Os tratados de Paz Terminada a Guerra o então

presidente norte-americano Woodrow Wilson propôs um acordo de paz (os 14 pontos de Wilson). Mas esse acordo não foi aceito pelos vencedores e foram assinados vários acordos, entre eles o Tratado de Versalhes.

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Os 14 pontos apresentados pelo presidente Wilson incluíram estabelecimento de fonteiras segundo o critério da nacionalidade, e o Tratado de Versalhes prescreveu “a criação de Estados com base no princípio da autodeterminação”. O objetivo de Wilson era estabelecer uma Liga das Nações que tudo abrangesse e que solucionasse pacífica e democraticamente os problemas antes que se descontrolassem.

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Os pontos propostos por Wilson não foram aceitos e em 1919 estabeleceu-se o Tratado de Versalhes, chamado pelos alemães de Ditado de Versalhes.

Esse tratado era dominado por 5 considerações:

1) Alerta para ameaça do bolchevismo revolucionário que poderia se espalhar pela Europa.

2)Necessidade de controlar a Alemanha (tentativa de estrangulá-la socialmente, economicamente e politicamente).

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3) O que fazer com os despojos dos Impérios que ruíram (Otomano e Austro-Húngaro). A Fragmentação dos Impérios em várias repúblicas ou monarquias constitucionais era uma tentativa de isolar a Rússia

4) Políticas internas dos países vitoriosos (EUA, Inglaterra e França). Tentativa de EUA manterem-se neutros nos Tratados de Paz.

5) As potências vitoriosas buscaram desesperadamente o tipo de paz que tornasse impossível uma nova guerra.

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Imposições do Tratado de Versalhes feitas a Alemanha.

A) teve de devolver a França a região da Alsácia-Lorena.

B) perdeu suas colônias na África e na Ásia.

C) pagar aos vencedores uma indenização de guerra milionária.

D) Teve seu exército reduzido a 100 mil soldados

E) Foi proibida de rearmar-se. Foi considerada culpada pela

Guerra.

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Considerando-se humilhados pelo Tratado de Versalhes, os alemães passaram a alimentar o ódio e o desejo de vingança em relação aos vencedores.

Os vencedores também impuseram acordos de paz aos aliados da Alemanha e por meio deles redesenharam o mapa da Europa, fazendo surgir novos Estados.

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Outros “Tratados de Paz”

Tratado de Saint Germain com a Áustria (setembro de 1919)

Tratado de Newly com a Bulgária (novembro de 1919)

Tratado de Trianon com a Hungria (junho de 1920)

Tratado de Sévnes com a Turquia (Agosto de 1920)

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As fragilidades da Europa de Versalhes

Os vencedores da guerra achavam que reduzindo a capacidade militar e econômica da Alemanha haveria paz.

Havia uma preocupação em se adotar modelos democráticos para todos os Estados Nação.

Essa ideia também contribuiu para o enfraquecimento do domínio colonial europeu.

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SALDOS DA PRIMEIRA GUERRABAIXAS NO CONFLITO

Grã-Bretanha: (1.000.000 mortos)França: (1.500.000 mortos)Rússia: (1.700.000 mortos)Itália: (533.000 mortos)Estados Unidos: (116.000 mortos)Alemanha: (1.950.000 mortos)Áustria-Hungria: (1.050.000 mortos)Império Otomano: (325.000 mortos)