18
13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015 PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICA SÍNTESE 1. A resistência 2. Caraterização do esforço no Futebol 3. Treino de jovens 4. Princípios metodológicos 5. Síntese

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

1

RESISTÊNCIA

Bruno Romão – 13/04/2015

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICA

SÍNTESE

1. A resistência

2. Caraterização do esforço no Futebol

3. Treino de jovens

4. Princípios metodológicos

5. Síntese

Page 2: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

2

A RESISTÊNCIA...

É a capacidade de resistir à fadiga numa atividade

motora prolongada (Bompa, 1990).

O desenvolvimento da resistência implica adiar a

instalação da fadiga durante um determinado

exercício, otimizando os processos de recuperação

no pós esforço (Alves, 2000).

ÁREAS DE INCIDÊNCIA DO TREINO

Adaptado de Platonov (2001)

Desenvolver os sistemas

energéticos

Rendimento desportivo

Aptidão em utilizar o potencial

energético na competição

Capacidade volitiva para

resistir a esforços intensos e

prolongados

Page 3: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

3

OBJETIVOS DO TREINO DA RESISTÊNCIA

• Aumentar a capacidade de suportar as cargas

de treino ou de competição com um volume

muito elevado, durante uma quantidade

indefinida de ações concretas.

• Acelerar a recuperação após o esforço em

treino e na competição.

Adaptado de Zintl (1991)

O TREINO DA RESISTÊNCIA E A PRODUÇÃO DE ENERGIA

Sistema anaeróbio

alático

• Fonte energética predominante fosfocreatina e ATP• Intervém desde o início de cada ação• Não se produz ácido lático

Sistema anaeróbio

lático

• Fonte energética predominante glúcidos (glicogénio)• Há acumulação de lactato e perda de rendimento /

força

Sistema aeróbio

• Fonte energética predominante todos os macronutrientes (reservas de glicogénio e lípidos)

• Consome, fundamentalmente, oxigénio

Page 4: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

4

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA

• É uma forma de manifestação própria de um

determinado desporto.

• É a capacidade de adaptação à estrutura de

uma modalidade desportiva como resposta às

exigências da competição no sentido de elevar

ao máximo o rendimento desportivo.

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO FUTEBOL

• O incremento na resistência específica

permitirá responder em períodos mais

prolongados ao stress de cada competição

(nº de faltas no final de 1 jogo, ...).

• A grande preocupação é de que o treino procure

ir de encontro ao padrão de esforço que as

competições de Futebol evidenciam atualmente.

Page 5: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

5

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO FUTEBOL

1. CARATERIZAÇÃO DA MODALIDADE

2. CARATERIZAÇÃO DO PERFIL DE ESFORÇO

O Futebol, comparando com outros desportos coletivos apresenta:

Uma maior dimensão do espaço de jogo;

Maior número de jogadores em confronto;

Maiores exigências na componente perceptiva e visual;

Maior complexidade técnica pela utilização dos membros inferiores no controlo da bola

e como forma de locomoção e de equilíbrio;

Baixo número de concretizações (golos) exige uma maior estabilidade psíquica.

(Bauer e Ueberle,1988)

Caraterização da Modalidade

A relação de oposição é permanente defensiva e ofensivamente.

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Page 6: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

6

• O Futebol é um jogo de julgamentos e decisões.

• Em 90’ regulamentares a bola está em jogo cerca de

60’.

• Cada equipa possui a bola cerca de 30’.

• Em média cada jogador não consegue ter a bola mais

de 2’.

• O que faz então o jogador nos restantes minutos em

que a bola está em jogo?

Hughes (1994)

TOMA DECISÕES!!!

Caracterização da Modalidade

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

• Esforço intermitente;

alternância de intensidades (alta - baixa).

• Cerca de 90% da performance de um jogo

está dependente do metabolismo aeróbio;

• Acções críticas ou decisivas do jogo são

executadas de forma explosiva.

remates, ações defensivas do GR, desmarcações,

saltos, acelerações, mudanças de direção e sentido, ...

Caracterização do Esforço

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Page 7: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

7

•Guarda-redes: esforços anaeróbios de curta duração.

•Defesas Laterais: solicitação energética alta e contínua (sprints

de 60-80m). Bom desenvolvimento anaeróbio e da potência

aeróbia.

•Defesas Centrais: ações de alta intensidade e pouco económicas.

•Médios Centro: elos de ligação, sujeitos a ações de alta

intensidade, mas sobretudo corrida de intensidade moderada.

Maior potência aeróbia para recuperar mais rápido e para dar maior

resposta às solicitações de alta intensidade.

•Avançados: maioritariamente ações do tipo anaeróbio e com

grande frequência.

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Caracterização do Esforço

As exigências são específicas do modelo de jogo da equipa, a

função, a zona de intervenção predominante e o nível competitivo.

(Bangsbo, 1993; Garganta, 1999a)

O ritmo de jogo é cada vez mais elevado e alternado que implica

um aumento não só de uma distância total, como de

deslocamentos intensos mais frequentes.

(Soares, 2000)

Caracterização do Esforço

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Page 8: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

8

Caracterização do Esforço

Na segunda parte ocorre um decréscimo

nítido da intensidade por fadiga acumulada. (Pacheco, 2005)

A diferença entre jogadores de diferente

qualidade não é a distância percorrida

durante o jogo, mas a percentagem que se

deslocam a alta intensidade.(Ekblom, 1986)

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

• Distância percorrida

• Duração, frequência, tipo e intensidade dos deslocamentos

produzidos, assim como a repartição dos esforços

Intensidade baixa durante 55 a 60% (50 a 55 minutos)

“ moderada durante 30 a 35% (25 a 30 minutos)

“ elevada durante 3 a 6% (3 a 5 minutos)

“ máxima durante 0.5 a 2% (22 a 170 segundos)

Indicadores de Esforço Externos

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Page 9: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

9

Consumo máximo de oxigénio (VO2 máx.)•Recuperação mais rápida entre esforços.•Evidencia por comprovar nos desportos coletivos???

Indicadores de Esforço Internos

Frequência Cardíaca•Situa-se aproximadamente a 85% FCmáx. (valores médios).

Lactacidemia•Difícil quantificação por ser dispendioso e envolver umelevado número de recursos

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

O Nível do jogo•Profissionais vs Amadores•Competições nacionais vs Jogos internacionais

Os indicadores de esforço variam consoante...

O Modelo de jogo•Padrão de jogo das ligas / equipas•Padrão de jogo das seleções

As Funções na dinâmica coletiva•GR / defesas / médios / avançados

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Page 10: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

10

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Repartição entre esforços / pausas

10% duram mais de 10 segundos.

As ações de alta e média intensidade cobrem cerca de 10% do tempo totalde jogo (8/9 min).

As ações de baixa intensidade representam cerca de 90% do tempo total.

Tal facto, traduz-se em mais e maiores intervalos de recuperação entre asfases ativas do esforço.

Herculano (2014)

Em geral, os jogadores correm 20% a 40% do tempo total do jogo.

Os esforços durante o jogo...

FUTEBOL - CARATERIZAÇÃO

Efetuam, em média, 380 esforços por jogo (4 por minuto).

56% duram entre 1 a 3 segundos (deslocamentos entre 1 a 5m).

Em cerca de 33 a 40m do jogo, o esforço corresponde a 80% doVO2máx (aproximadamente entre 4 a 8km)

Herculano (2014)

Page 11: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

11

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA

TREINO DE JOVENS

1. INDICAÇÕES METODOLÓGICAS

2. PERÍODOS SENSÍVEIS

Page 12: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

12

No jovem jogador...

Mais importante que desenvolver aresistência anaeróbia

• Desenvolvimento muscular harmoniosoe saudável

• Aumento da eficácia motora

TREINO DE JOVENS

Indicações Metodológicas• 1ª prioridade – treino das destrezas básicas (capacidades

coordenativas).

• Promover a multilateralidade / grande “variabilidade

motora.”

• Exercícios dinâmicos e motivantes.

• Ter em conta o desenvolvimento maturacional

(avançado/retardado).

• Evitar a especialização precoce.

Períodos sensíveis de desenvolvimento.

TREINO DE JOVENS

Page 13: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

13

Período sensível – Período de tempo durante o qual o indivíduo está

particularmente predisposto para realizar uma aprendizagem, ou susceptível à influênciade um factor ou à ausência de uma estimulação particular

Volossovitch (2006)

Período de desenvolvimento crítico

Período de estabilização

Margem temporal

TREINO DE JOVENS

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

DA RESISTÊNCIA

Page 14: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

14

TEMPO DE EXERCÍCIO

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

Solicitação metabólica

Sistema anaeróbio

Alático

LáticoSistema aeróbio

Potência Capacidade

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

É a maior quantidade de

energia que se pode produzir

por unidade de tempo num

sistema energético ou via

metabólica

É a quantidade total de

energia de que se dispõe num

sistema energético ou via

metabólica.

POTÊNCIA CAPACIDADE

EXERCÍCIO

Page 15: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

15

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

Quadro metodológico

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

RESISTÊNCIA

COMO OPERACIONALIZAR?

Através de formas ANALÍTICAS ou INTEGRADAS

• Planear o treino por ações (com ou sem oposição).

• Organizar os exercícios de treino em percurso e/ou circuito dandoespecial atenção:

a) Objetivo do treino de resistência

b) Relação entre execução e pausas

c) Ações técnico-táticas envolvidas

d) Dinâmica dos exercícios

Page 16: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

16

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

OPERACIONALIZAÇÃO ESPECÍFICA

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

Ciclo Anual de Treino

MODALIDADES CÍCLICAS

FUTEBOL

Page 17: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

17

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA

COMO OPERACIONALIZAR?

PLANEAR o treino em IDENTIDADE COM O JOGO.

• AVALIAR TENDÊNCIAS DO JOGO (qualidade e quantidadede ações vs pausas).

• Integrar no planeamento TODOS estes indicadores dandoatenção a:

a) Relação entre intensidade e pausasb) Transições de exercício (gestão dos espaços)c) Cuidar os momentos de instruçãod) Criar “momentos volitivos” nos exercícios

QUANDO DIFERENCIAR?

NA RECUPERAÇÃO ATIVA e na APROXIMAÇÃO AO JOGO.

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA

a) Relação entre intensidade e pausas (hidratação)b) Transições de exercício (gestão dos espaços)c) Cuidar os momentos de instruçãod) Criar momentos volitivos nos exercícios

Page 18: PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICAaltorendimento.net/fotos/formacoes/aula_de_resistencia_bruno_rom… · 13/04/2015 1 RESISTÊNCIA Bruno Romão – 13/04/2015

13/04/2015

18

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

Um exercício de sprint de 20m (velocidade)representa um esforço predominantementealático.

Uma ação de 1xGR, em velocidade, em 25mcorresponde a um esforço anaeróbio alático.

2x2 em espaço reduzido durante 1’ representaum esforço de natureza anaeróbio lático.

GR+5x5+GR, em espaço reduzido, em sériesde 3’ com 1’ de pausa trabalha a potênciaaeróbia

8xGR em organização, contínuo, durante 12’representa um esforço predominantementeaeróbio.

FIM

[email protected]

Bruno Romão