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Prisão no castelo A mulher invigilante O remédio que liberta Ovoides/a segunda morte Processo de degradação Sábias orientações
Escola de MédiunsSeara Espírita Caminho, Verdade e Vida
Aula de hoje:3° Parte
LibertaçãoAndré Luiz - Chico Xavier
Prisão Castelo Após serem considerados neutros foram transferidos novamente para o castelo de Gregório e alojados em um quarto de jane-las gradeadas, um autêntico pardieiro.
Gubio, versado em expedições idênticas àquela, recomendou-nos não tocar nas gra-des, pois se achavam imantados por forças elétricas. Acentuou que a nossa condição ainda era de simples prisioneiros.
Ao aproximar-se da janela, André, repara espetáculo inquietante e digno de estudo.
Havia grande movimento na via pública, vários conversavam em voz alta e lingua-gem chula, não longe das grades.
Os diálogos surpreendiam, quase todos se referiam à esfera carnal.
Narra André Luiz:
Concentrei minha aten-ção numa dupla femini-na que conversava, ren-te à grade.
Certa mulher dizia para outra, ainda presa à ex-periência física, parcial-mente liberta nas asas
A mulher imprevidente
do sono: – Notamos que você, ultimamente, anda mais fraca, mais serviçal... Estará de-sencantada, quanto aos compromissos as-sumidos?
A interpelada explicou: – Acontece que João se filiou a um círculo de preces, o que, de alguma sorte, nos vem alterando a vida.
A outra deu um salto à retaguarda, ao mo-do de um animal surpreendido e gritou: – Orações? você está cega quanto ao perigo que isso significa.
Quem reza cai na mansidão. É necessá-rio espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta o mantenha em nosso círculo.
No entanto, observou, a encarnada: – Ele se diz mais calmo, mais confiante...
– Marina – obtemperou a outra, intempes-tiva, você sabe que não podemos fazer mi-lagres e não é justo aceitar regras e intru-jices de espíritos acovardados que, a pre-texto de fé religiosa, se arvoram em ditado-res de salvação.
Já esqueceu quanto sofremos? Volte para o corpo e não ceda um milímetro. Corra com os apóstolos improvisados. Fazem-nos mal.
Não se atemorize com promessas de in-ferno ou céu depois da morte. Em toda parte a vida é aquilo que fazemos dela.
Boquiaberto, reparei que a entidade astu-ta e vingativa envolvia a interlocutora em fluidos sombrios, à maneira dos hipnotiza-dores comuns.
Enderecei olhar interrogativo a Gúbio que, após haver acompanhado a cena, informou, prestimoso:
– Obsessão desse teor apresenta milhões de casos.
De manhãzinha, essa pobre mulher, vaci-lante na fé, incapaz de apreciar a felicidade que o Senhor lhe concedeu num casamen-to digno e tranquilo, despertará no corpo, de alma atormentada.
Demorar-se-á imantada a essa irmã igno-rante e infeliz, que a persegue e subjuga para conseguir deplorável vingança.
Por isso, faz, se con-verta a outra, em ob-jeto de acentuada afli-ção para o esposo.
Assim suas conquis-tas incipientes pericli-tarão.
Como se libertara de semelhante inimi-ga? – perguntou Elói, interessado. – Alteando-se para um padrão de firmeza superior, com suficiente disposição para a oração e para o bem. Com esse esforço, nobre e contínuo, me-lhoraria intensivamente os seus princípios mentais, afeiçoando-os às fontes sublimes da vida e, ao invés de converter-se em
O remédio que liberta
em material absorvente das irradiações en-fermiças e depressivas, passaria a emitir raios transformadores e construtivos, em be-neficio de si mesma do lar e das entidades que se lhe aproximam do caminho.
Os Ovoides André observando a rua pela janela, per-cebe certas formas indecisas, obscuras. Semelhantes a pequenas esferas ovoi-des, cada uma das quais pouco maior que um crânio humano.
Variavam profusamente nas particularida-des. Alguns denunciavam movimento pró-prio; outras, contudo, pareciam em repou-so, aparentemente inertes, ligadas ao halo vital das personalidades em movimento.
Fixei, demoradamente, o quadro de for-mas desconhecidas.
Grande número de entidades, em desfile nas vizinhanças da grade, transportavam essas esferas vivas, como que imantadas às irradiações que lhes eram próprias.
Inquieto, André recorre a Gúbio, rogando-lhe ajuda.
– André – respondeu ele, circunspecto, evidenciando a gravidade do assunto, já ou-viste falar, em “segunda morte”.
– Sim – acentuei, tenho acompanhado vários amigos à tarefa reencarnacionista, quando, atraídos por imperativos de evolu-ção e redenção, tornam ao corpo de carne.
A segunda morte
De outras vezes, raras aliás, tive notícias de amigos que perderam o veículo perispi-ritual, conquistando planos mais altos.
A esses missionários, distinguidos por ele-vados títulos na vida superior, não me foi possível seguir de perto.
Gúbio sorriu e considerou: – Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora estruturado em tipo de matéria mais rare-feita.
– Sim... – acrescentei, reticencioso, em minha sede de saber.
– Viste companheiros, prosseguiu Gúbio, que se desfizeram dele, rumo a esferas su-blimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observas-te irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispirí-ticos para renascerem na carne terrestre.
Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, os
segundos são colegas nossos, que já me-recem a reencarnação trabalhada por valo-res intercessores, mas, tanto quanto ocorre, a estes, os ignorantes e os maus, os trans-viados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.
Processo de degradação Gúbio explica o processo da ovoidização
Pela densidade da mente, saturada de im-pulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absor-ventes que por muitos anos elegeram em centro de interesses fundamentais.
Paixões avassaladorasDesonestidades/crimes/crueldadeMonoideias/SexoSexo/pedofilismo/crueldadeRoubos aos cofres públicos
Grande número, nessas circunstâncias, mormente os participantes de condenáveis delitos, imantam-se aos que se lhes asso-ciaram nos crimes.
Os pupilos do ódio e da perversidade se demoram unidos, sob a orientação das inte-ligências que os entrelaçam na rede do mal.
Enriquecer a mente de conhecimentos no-vos, aperfeiçoar-lhe as faculdades de ex-pressão, purificá-la nas correntes iluminati-vas do bem e engrandecê-la com a incor-poração definitiva de princípios nobres é de-senvolver nosso corpo glorioso, na expre-ssão do apóstolo Paulo, estruturando-o em matéria sublimada e divina. Essa matéria, André, é o tipo de veículo a que aspiramos, ao nos referirmos à vida
Sábias orientações
que nos é superior.
Estamos ainda presos às aglutinações ce-lulares dos elementos físio-perispiríticos, tanto quanto a tartaruga permanece alge-mada à carapaça.
Imergimo-nos dentro dos fluidos carnais e deles nos libertamos, em vicioso vaivém, através de existências numerosas, até que acordemos a vida mental para expressões santificadoras.
– A vida física é puro estágio educativo,
dentro da eternidade, e a ela ninguém é chamado a fim de candidatar-se a paraísos de favor e, sim, à moldagem viva do céu no santuário do Espírito, pelo máximo aprovei-tamento das oportunidades recebidas no aprimoramento de nossos valores mentais, com o desabrochar e evolver das sementes divinas que trazemos conosco. O trabalho incessante para o bem, a ele-vação de motivos na experiência transitória, a disciplina dos impulsos pessoais, com am-plo curso às manifestações mais nobres do
sentimento, o esforço perseverante no infi-nito bem, constituem as vias de crescimen-to mental, com aquisição de luz para a vida imperecível.
Cada criatura nasce na Crosta da Terra para enriquecer-se através do serviço à co-letividade.
Sacrificar-se é superar-se, conquistando a vida maior.
Por isto mesmo, o Cristo asseverou que o maior no Reino Celeste é aquele que se
converter em servo de todos.
Um homem poderá ser temido e respeita-do no Planeta pelos títulos que adquiriu à convenção humana, mas se não progrediu no domínio das ideias, melhorando-se e aperfeiçoando-se, guarda consigo mente es-treita e enfermiça.
Em suma, ir à matéria física e dela regre-ssar ao campo de trabalho em que nos achamos presentemente, é nos submeter-mos a profundos choques biológicos,
destinados à expansão dos elementos divi-nos que nos integrarão, um dia, a forma gloriosa.
A criatura para adquirir sabedoria e amor renasce inúmeras vezes, no campo fisioló-gico, à maneira da semente que regressa ao chão.
E quantos se complicam, deliberadamen-te, afastando-se do caminho reto na direção de zonas irregulares em que recolhem ex-perimentos doentios, atrasam, como é
natural, a própria marcha, perdendo longo tempo para se afastarem do terreno resva-ladiço a que se relegaram, ligados a grupos infelizes de companheiros que, em compa-nhia deles, se extraviaram através de gra-ves compromissos com a leviandade ou com o desequilíbrio.
Bibliografia:Livro LibertaçãoEspírito: André Luiz - Médium: Chico XavierCapítulo - 6. Observações e Novidades