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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Pró-Reitoria de Graduação Pró-Reitoria de Extensão 5 6 7 Informativo do Curso de Ciências Econômicas Carta Econômica SEÇÕES 4 Ano XVIII, n o 3 - setembro de 2012 Inflação Protecionismo e preços: uma análise do pass-through de tarifas 1 Aluna de doutorado do curso de Economia da Universidade Católica de Brasília. A�radecimento es�ecial ao �ro�. �os An�elo �ivino �ela revis�o do arti�o. A�radecimento es�ecial ao �ro�. �os An�elo �ivino �ela revis�o do arti�o. Mercado de trabalho Finanças públicas Comércio exterior Mercado financeiro Andrea Pereira Macera 1 Recentemente o governo brasileiro anunciou a elevação do imposto de importação de 100 produtos. Esta medida consistiu na aplicação de uma decisão negociada no âmbito do Mercosul, a Decisão do Conselho Mercado Comum 39/11, que trata da possibilidade de elevação das alíquotas de importação acima da Tarifa Externa Comum (TEC) para importações de origem extrazona, “nos casos de desequilíbrios comerciais derivados de conjuntura econômica internacional”. O Quadro 1apresenta o número de itens objeto da medida, discriminado por capítulo Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e por indústria. Ao se observar a participação relevante de insumos da indústria química e siderurgia, surgem as perguntas: não seria de se esperar algum impacto na inflação, haja vista que tais itens servem a diversas cadeias produtivas e apresentam estruturas de mercado concentradas? Faz sentido aumentar barreiras à importação de insumos em um momento, quando se discute a competitividade da indústria brasileira face a países como China e Índia? A discussão é antiga. Quadro 1: Grupo de produtos objeto da elevação tarifária pela Dec. 39/11 Fonte: Câmara de Comrcio Exterior (CAMEX) O Brasil adotou a Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) em 1995.O Tratado de Assunção (1991) determinou a criação de um Mercado Comum entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A TEC foi idealizada segundo um modelo de escalada tarifária: as alíquotas nominais são crescentes em cada etapa da cadeia produtiva. O objetivo seria o de garantir uma proteção nominal maior quanto maior a agregação de valor ao longo da cadeia. A TEC apresenta uma média de 12% e uma amplitude de 0% a 20%, com alíquotas crescentes em dois pontos percentuais. As alíquotas dos insumos variam entre 0% e 12%; as de bens intermediários de 12% a 16%; e as de bens finais, de 18% a 20%. Os produtos objeto da medida tiveram a alíquota elevada para 25%, ainda inferior ao teto consolidado na Organização Mundial de Comércio de 35%. Uma tarifa, o mais simples e antigo dos instrumentos de comércio, é um imposto cobrado quando um bem é importado, tendo como efeito elevar o custo deste bem. Desde o século XIX, sua finalidade tem sido não apenas fornecer receita para os governos, mas também proteger setores domésticos específicos (KRUGMAN e OBSTFELD, 2001, p.194). Em 1906, no 19º Encontro Anual da Associação Americana de Economia, debateu-se a questão das tarifas e os trusts. Embora um grupo defendesse o uso de tarifas como instrumento necessário de proteção e fortalecimento da indústria nacional face aos competidores internacionais (HOLT, CLARKE, 1906), havia certo consenso de que a tarifa aumentava o poder de mercado dos trusts e, consequentemente, levava ao aumento de preços (FLUX, GARDNER et al, 1906). No caso de uma tarifa proibitiva, a empresa monopolista elevaria seu preço ao mesmo patamar dos bens importados e reduziria sua produção. Todavia, a simples ameaça de importações impediria o exercício de poder de mercado monopolista (BHAGWATI, 1968). A literatura internacional mostra que o efeito alterações tarifárias na economia dependerá da elasticidade da demanda que, por sua vez, depende, dentre outros: a) do tipo de bem; b) da participação das importações no consumo doméstico daquele bem; e c) da estrutura de mercado da produção nacional (grau de monopólio). No Brasil, diversos estudos analisam os efeitos de variações da taxa de câmbio sobre preços, buscando estimar seu grau de pass-through (repasse) sobre a economia. Embora alterações de tarifas de importação possuam, igualmente, o condão de afetar preços (DORNBUSCH, 1987), poucos estudos se debruçam sobre a tarefa de estimar seu coeficiente de repasse. Neste sentido, Macera e Divino (2012) aplicam o modelo proposto - Feenstra (1989) no Brasil, a fim de verificar efeitos das variações de tarifas ad valorem sobre o preço de produtos siderúrgicos nacionais, e mensurar o coeficiente de pass-through de tarifas. Os dados da pesquisa são trimestrais e compreendem o período de 1995 a 2010. Trata-se de um painel balanceado, no qual todos os produtos siderúrgicos possuem o mesmo número de observações temporais. A variável dependente é o preço nacional de cada um dos produtos da siderurgia e as variáveis exógenas são produção, importações, preço internacional dos produtos siderúrgicos, custo da mão de obra, preço do minério de ferro, taxa de câmbio e tarifa. Tendo em vista a natureza dos dados, procedeu-se a uma série de testes de raiz unitária, os

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Informativo do Curso de Ciências EconômicasCarta Econômica

SEÇÕES 4

Ano XVIII, no 3 - setembro de 2012

Inflação

Protecionismo e preços: uma análise do pass-through de tarifas

1 Aluna de doutorado do curso de Economia da Universidade Católica de Brasília. A�radecimento es�ecial ao �ro�. �os�� An�elo �ivino �ela revis�o do arti�o.A�radecimento es�ecial ao �ro�. �os�� An�elo �ivino �ela revis�o do arti�o.

Mercado de trabalho

Finanças públicas

Comércio exterior

Mercado financeiro

Andrea Pereira Macera1

Recentemente o governo brasileiro anunciou a elevação do imposto de importação de 100 produtos. Esta medida consistiu na aplicação de uma decisão negociada no âmbito do Mercosul, a Decisão do Conselho Mercado Comum 39/11, que trata da possibilidade de elevação das alíquotas de importação acima da Tarifa Externa Comum (TEC) para importações de origem extrazona, “nos casos de desequilíbrios comerciais derivados de conjuntura econômica internacional”.

O Quadro 1apresenta o número de itens objeto da medida, discriminado por capítulo Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e por indústria. Ao se observar a participação relevante de insumos da indústria química e siderurgia, surgem as perguntas: não seria de se esperar algum impacto na inflação, haja vista que tais itens servem a diversas cadeias produtivas e apresentam estruturas de mercado concentradas? Faz sentido aumentar barreiras à importação de insumos em um momento, quando se discute a competitividade da indústria brasileira face a países como China e Índia? A discussão é antiga.

Quadro 1: Grupo de produtos objeto da elevação tarifária pela Dec. 39/11

Fonte: Câmara de Com��rcio Exterior (CAMEX)

O Brasil adotou a Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) em 1995.O Tratado de Assunção (1991) determinou a criação de um Mercado Comum entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A TEC foi idealizada segundo um modelo de escalada tarifária: as alíquotas nominais são crescentes em cada etapa da cadeia produtiva. O objetivo seria o de garantir uma proteção nominal maior quanto maior a agregação de valor ao longo da cadeia. A TEC apresenta uma média de 12% e uma amplitude de 0% a 20%, com alíquotas crescentes em dois pontos percentuais.

As alíquotas dos insumos variam entre 0% e 12%; as de bens intermediários de 12% a 16%; e as de bens finais, de 18% a 20%. Os produtos objeto da medida tiveram a alíquota elevada para 25%, ainda inferior ao teto consolidado na Organização Mundial de Comércio de 35%.

Uma tarifa, o mais simples e antigo dos instrumentos de comércio, é um imposto cobrado quando um bem é importado, tendo como efeito elevar o custo deste bem. Desde o século XIX, sua finalidade tem sido não apenas fornecer receita para os governos, mas também proteger setores domésticos específicos (KRUGMAN e OBSTFELD, 2001, p.194). Em 1906, no 19º Encontro Anual da Associação Americana de Economia, debateu-se a questão das tarifas e os trusts. Embora um grupo defendesse o uso de tarifas como instrumento necessário de proteção e fortalecimento da indústria nacional face aos competidores internacionais (HOLT, CLARKE, 1906), havia certo consenso de que a tarifa aumentava o poder de mercado dos trusts e, consequentemente, levava ao aumento de preços (FLUX, GARDNER et al, 1906). No caso de uma tarifa proibitiva, a empresa monopolista elevaria seu preço ao mesmo patamar dos bens importados e reduziria sua produção. Todavia, a simples ameaça de importações impediria o exercício de poder de mercado monopolista (BHAGWATI, 1968).

A literatura internacional mostra que o efeito alterações tarifárias na economia dependerá da elasticidade da demanda que, por sua vez, depende, dentre outros: a) do tipo de bem; b) da participação das importações no consumo doméstico daquele bem; e c) da estrutura de mercado da produção nacional (grau de monopólio). No Brasil, diversos estudos analisam os efeitos de variações da taxa de câmbio sobre preços, buscando estimar seu grau de pass-through (repasse) sobre a economia. Embora alterações de tarifas de importação possuam, igualmente, o condão de afetar preços (DORNBUSCH, 1987), poucos estudos se debruçam sobre a tarefa de estimar seu coeficiente de repasse. Neste sentido, Macera e Divino (2012) aplicam o modelo proposto - Feenstra (1989) no Brasil, a fim de verificar efeitos das variações de tarifas ad valorem sobre o preço de produtos siderúrgicos nacionais, e mensurar o coeficiente de pass-through de tarifas.

Os dados da pesquisa são trimestrais e compreendem o período de 1995 a 2010. Trata-se de um painel balanceado, no qual todos os produtos siderúrgicos possuem o mesmo número de observações temporais. A variável dependente é o preço nacional de cada um dos produtos da siderurgia e as variáveis exógenas são produção, importações, preço internacional dos produtos siderúrgicos, custo da mão de obra, preço do minério de ferro, taxa de câmbio e tarifa. Tendo em vista a natureza dos dados, procedeu-se a uma série de testes de raiz unitária, os

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A inflação medida pelo IPCA, desde julho de 1999, abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, sendo elas residentes nas áreas urbanas. Os grupos de produtos e serviços que compõem o índice são: Alimentação e bebidas; Artigos de residência; Comunicação; Despesas pessoais; Educação; Habitação; Saúde e cuidados pessoais, além de Transportes e vestuário. Ao todo são consideradas as variações de preços de 465 subitens. O IPCA é utilizado pelo Banco Central como indicador oficial da inflação do país e serve como referência para verificar se a meta estabelecida para a inflação está sendo cumprida. Nos últimos anos, o governo vem tentando manter esse índice dentro da amplitude da meta pré-estabelecida, no acumulado de 12 meses, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1: Variação do IPCA no período de set./2006 a set./2012

Fonte:Banco Central do Brasil (elaboraç�o �ró�ria)

Neste ano, o IPCA acumula uma alta de 5,28% nos últimos 12 meses até setembro (Gráfico 1). A expectativa do Banco Central é fechar o ano, em cumprimento à meta pré-estabelecida. Conforme seu ultimo relatório, o BACEN acredita que o IPCA tenha queda na taxa acumulada em 12 meses, prevendo que os índices mensais de outubro e novembro sejam inferiores aos registrados nos mesmos meses de 2011, embora as evidências não estejam sinalizando nessa direção. Para efeito de comparação, o IPCA acumulado em agosto/12 (5,24%) em relação ao acumulado em agosto/11 (7,23%) apresenta queda de 1,99 pontos percentuais e, para setembro/12 (5,28%), em relação ao acumulado de setembro/11 (7,31%), o maior índice para aquele ano; a diferença é de -2,3 pontos percentuais. Já setembro/12, quando comparado com o mês anterior, experimenta aceleração de 0,57% na taxa de inflação (Gráfico 2).

Gráfico 2: Variação do IPCA Mês/Mês, de set./2011 a set./2012

Fonte:Banco Central do Brasil (elaboraç�o �ró�ria)

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INFLAÇÃO Rafhael Carvalho Marinho1 Jose Antônio de Franca1 Robson Martins de Abreu1

Brasil já acumula alta de 9,3% em média na Cesta Básica até setembro

1 Os autores s�o alunos do curso de Graduaç�o em Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília. Eles a�radecem ao �ro�. �os�� Ân�elo C. do Amor �ivino �ela leitura crítica do texto e su�estões.

quais não permitiram concluir pela estacionariedade das séries de preço nacional e de custo da mão de obra, optando-se por estimar o modelo em primeira diferença. A estimação dos modelos estático e dinâmico permitiu confirmar a hipótese de que, no setor siderúrgico, a alteração do imposto de importação (tarifa) afeta o preço do produto nacional, independentemente da variação no preço do produto importado ou no volume de importações (vale dizer que a mera expectativa de importações pode afetar os preços). No caso dos itens siderúrgicos do Quadro 1, a elevação tarifária foi de 12% para 25%. O coeficiente de repasse de uma alteração tarifária de 13% seria de cerca de 4%.

Portanto, observa-se que a implementação da Decisão CMC 39/11 pelo Brasil permitiu: i) a aplicação a diversos insumos de uma alíquota do imposto de importação (25%) superior à de bens finais (20%); ii) o aumento da proteção a setores mundialmente concentrados, como química e siderurgia; iii) a possibilidade de um impacto considerável sobre preços, haja vista ter sido aplicada sobre insumos de diversas cadeias produtivas. Faz sentido?Faz sentido?

ReferênciasBHAGWATI, Jagdish. More on the equivalence of tariffs and quotas. The American Economic Review. Pittsburgh, vol. 58, n. 1, p. 142 - 146, mar. 1968.

CLARKE, Albert. The relation of the protective tariff to the trusts. In: Papers and Proceedings of the Nineteenth Annual Meeting, Providence, R. I., 26 - 28 dez. 1906. Publications of the American Economic Association. Pittsburgh, 3ª Série, vol. 8, n. 1, p. 204 - 211, fev. 1907.

DORNBUSCH, Rudiger. Exchange rates and prices. The American Economic Review. [s/l], vol. 77, n.1, p.93-106, mar. 1987.

FEENSTRA, Robert C. Symmetric pass-through of tariffs and exchange rates under imperfect competition: an empirical test. Journal of International Economics. Amsterdam vol. 27, n. 1 - 2, p. 25 - 45, ago. 1989.

FLUX, A.W. The relation of the protective tariff to the trusts. In: Papers and Proceedings of the Nineteenth Annual Meeting, Providence, R. I., 26 - 28 dez. 1906. Publications of the Ameri-can Economic Association. Pittsburgh, 3º Série, vol. 8, n. 1, p. 229 - 248, fev. 1907.

GARDNER, Henry B.; HAGERTY, James E.; WHITAKER, Albert C. The relation of the protective tariff to the trusts. In: Papers and Proceedings of the Nineteenth Annual Meeting, Providence, R. I., 26 - 28 dez. 1906. Publications of the American Economic Associa-tion. Pittsburgh, 3º Série, vol. 8, n. 1, p. 249 - 255, fev. 1907.

HOLT, Byron W. The relation of the protective tariff to the trusts. In: Papers and Proceedings of the Nineteenth Annual Meeting, Providence, R. I., 26 - 28 dez. 1906. Publications of the American Economic Association. Pittsburgh, 3ª Série, vol. 8, n. 1, p. 212 - 228, fev. 1907

KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional��Economia Internacional�� teoria e política. São Paulo: Makron Books, 5. ed, 2001.

MACERA, Andrea P.; DIVINO, José Angelo. Uma análise do pass-through de tarifas no setor siderúrgico brasileiro. Tese de doutorado (em fase de conclusão), 2012.

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Diante do fraco desempenho da economia brasileira, que é dependente do comércio com países europeus e asiáticos, envolvidos em crise e com crescimento em declínio, o BACEN parece sinalizar mais preocupação com o crescimento da economia do que propriamente com a inflação, haja vista os recentes cortes promovidos na taxa básica de juros, que caiu de 11% em janeiro para 7,5% em agosto (Tabela 1). De acordo com a opinião de alguns especialistas, dependendo dos desempenhos macroeconômicos internos e externos, é possível que a taxa SELIC feche o ano entre estável e 7,25%, que é a menor da história.

Tabela 1: Variação da taxa SELIC no ano de 2012REUNIÕES DO COPOM 2012 Antes Variação Depois

17 e 18 de janeiro 11% -0,50% 10,50%

6 e 7 de março 10,50% -0,75% 9,75%

17 e 18 de abril 9,75% -0,75% 9,00%

29 e 30 de maio 9% -0,50% 8,50%

10 e 11 de julho 8,50% -0,50% 8,00%

28 e 29 de agosto 8% -0,50% 7,50%Fonte: Banco Central do Brasil (elaboraç�o �ró�ria)

Cesta Básica – Brasil e Distrito Federal

A pesquisa realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, em 17 cidades brasileiras (Gráfico 3), incluindo o Distrito Federal, mostra que a média da Cesta Básica no Brasil, em setembro, foi de R$269,17 contra R$268,74 em agosto, indicando aumento da ordem de 0,16%, mantendo ainda uma tendência de alta iniciada em marco/2012. Na região Sul, Porto Alegre teve a cesta básica de maior valor em setembro, totalizando R$ 311,44 contra R$ 308,27 em agosto, registrando um aumento da ordem de 1,03%. Na região Sudeste, São Paulo teve o maior valor de cesta básica, R$ 309,08 contra R$ 306,02 em agosto, registrando um aumento da ordem de 1%. Na região Nordeste, o destaque de maior valor de cesta básica ficou em Belém com R$ 262,40 contra R$ 262,33 no mês anterior, com alta de 0,03%. Na região Norte, Manaus é a única cidade pesquisada, onde o valor da cesta básica em setembro foi de R$ 287,82 contra 280,81, registrando alta de 2,5%. Por último, o Distrito Federal, na região Centro-Oeste teve a cesta básica custando R$ 281,87 contra R$ 284,50 em julho, com uma leve queda na ordem de 0,92%. Embora em valor absoluto a cidade de Porto Alegre tenha sido a campeã com o maior valor de cesta básica do país em setembro, Florianópolis foi a campeã em aumento percentual, com 5,23% em um só mês.

Gráfico 3: Valor da Cesta Básica no Brasil, por Capital, em setembro/2012

Fonte:�ieese (elaboraç�o �ró�ria)

A Variação Acumulada da Cesta Básica, por Capital, de janeiro a setembro de 2012 (Gráfico 4), mostra que Florianópolis é a capital onde o Valor da Cesta mais cresceu em 2012, acumulando uma alta de 14,46%, seguida de Fortaleza, Porto

Alegre e Natal. Goiânia é a única capital brasileira que apresenta variação negativa, na ordem de -0,28%, em comparação com Janeiro. Entretanto, em média, as capitais apresentam uma alta de 9,3%, o que é bastante alto comparado com o mesmo período de 2011, quando houve uma queda de -0,28%, em média, entre as capitais. Esses aumentos na cesta básica contribuem significativamente para um aumento no IPCA de 2012, fazendo ficar cada vez mais difícil para o Banco Central trazer a Inflação para o centro da meta.

Gráfico 4: Variação Acumulada da Cesta Básica no Brasil, por Capital, de janeiro a setembro de 2012.

Fonte:�ieese (elaboraç�o �ró�ria)

O Distrito Federal (Gráfico 5) é um dos centros pesquisados que se encontra 4,71% acima da média nacional, relativamente ao preço bruto da cesta básica. Entretanto, no acumulado do ano, em comparação com as 17 cidades analisadas, situa-se abaixo da média da variação acumulada, nos preços de janeiro a setembro, com 8,58%. A variação dos preços de agosto para setembro, no DF, foi de -0,92%.

Gráfico 5: Valor da Cesta Básica no Distrito Federal, no ano de 2012

Fonte: �ieese (elaboraç�o �ró�ria)

Referências

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2012.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE. Disponível em: <http://www.dieese.org.br>. Acesso em 28 set. 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 28 set. 2012.

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De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada mensalmente pelo DIEESE em convênio com a SETRAB-GDF, CODEPLAN e SEADE-SP, o nível de desemprego no Distrito Federal apresentou um leve crescimento nos últimos 12 meses, enquanto o total de desempregados, no conjunto das sete regiões metropolitanas onde a pesquisa é realizada, experimentou uma variação negativa de 2,7%.

Entre julho de 2011 e julho de 2012, observou-se variação anual positiva da Taxa de Desemprego Total, que passou de 12,4% para 12,7%, respectivamente, com uma média de 12,4% para todo o período (Gráfico 1). Esse comportamento deveu-se, principalmente, à retração da Taxa de Desemprego Oculto de 3,7% para 2,8% e o crescimento do Desemprego Aberto de 8,7% para 9,9%. Analisando a série histórica da pesquisa nos últimos doze meses, conforme gráfico 1, observa-se que a taxa de desemprego no Distrito Federal seguia em ligeira queda até dez/2011, com alguns picos de crescimento de janeiro a março de 2012, voltando a decrescer a partir do mês de abril, oscilação explicada basicamente por sazonalidades no mercado de trabalho.

Gráfico 1: Taxa de desemprego – Distrito Federal – jul./11 a jul./12

Fonte: Convênio: �IEESE/SEA�E-S�/MTE-FAT/SETRAB-G�F/CO�E�LAN. �E�-�F – �esquisa de Em�re�o e �esem�re�o no �istrito Federal

Um dos fatores que estimulou a elevação da taxa no período foi a geração de postos de trabalho inferior ao contingente de Pessoas Economicamente Ativas: 43 mil postos criados para uma oferta de mão de obra de 55 mil pessoas, elevando o total de desempregados para 12 mil.

Apesar do crescimento da taxa de desemprego nos últimos doze meses, o nível ocupacional seguiu em crescimento de 3,5%, com destaque positivo para os setores de serviços, com a geração de 45 mil postos de trabalho (5,3%), Construção (4,9% ou 4 mil) e o Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (0,4% ou 1 mil). Na Indústria de Transformação, houve redução (-9,1% ou menos 4 mil postos). O subsetor de Administração Pública, Defesa e Seguridade Social apresentou estabilidade.

Ainda segundo a pesquisa, o total de assalariados no período analisado aumentou 5%, tendo contribuído para essa expansão o setor privado com 5,5% e setor público com 3,7%

(Tabela 1). Na iniciativa privada, o número de pessoas com carteira assinada aumentou 6,1% e sem carteira assinada 2,1%. Enquanto entre os autônomos houve queda de 1,9%, e entre os empregados domésticos queda de 2,3%, no agregado demais posições houve crescimento de 3,3%.

Tabela 1: Estimativas e índices por ocupação

Fonte: Convênio: �IEESE/SEA�E-S�/MTE-FAT/SETRAB-G�F/CO�E�LAN. �E�-�F - �esquisa de Em�re�o e �esem�re�o no �istrito Federal.Notas: (1) Inclui o setor �úblico e os que n�o sabem a que setor �ertence a em�resa em que trabalham.; (2) inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais e outras �osições ocu�acionais.

Nos últimos doze meses, o Rendimento Médio Real dos Ocupados aumentou 7,8% e o dos Assalariados, 5,4%. No mesmo período, o Rendimento do Setor Público aumentou 11,1% e o dos autônomos 5,0%.

Analisando a taxa de desemprego no Distrito Federal, no período de julho de 2011 a julho de 2012, por grupo de regiões administrativas, observa-se que o nível de desemprego é notavelmente maior nas cidades com classes de renda mais baixas, o que torna a disparidade de renda entre os indivíduos por nível social cada vez mais elevado (Gráfico 2).

Gráfico 2: Taxa de desemprego por grupo de Regiões Administrativas

Fonte: Convênio: �IEESE/SEA�E-S�/MTE-FAT/SETRAB-G�F/CO�E�LAN. �E�-�F - �esquisa de Em�re�o e �esem�re�o no �istrito Federal.Notas: Gru�o 1: Re�iões Administrativas de renda mais alta (Brasília, La�o Sul e La�o Norte). Gru�o 2: Re�iões Administrativas de renda intermediária (Gama, Ta�uatin�a, Sobradinho, �lanaltina, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro, Candan�olândia e Riacho Fundo). Gru�o 3: Re�iões Administrativas de renda mais baixa (Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, �aranoá, S�o Sebasti�o, Santa Maria e Recanto das Emas).

Referência

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE. Sistema PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego. Disponível em: <http://www.dieese.org.br>. Acesso em: 11 set. 2012.

1 Evaneide Francisca dos Santos e demais autores s�o �raduandos do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília. Os alunos/autores a�radecem ao �ro�. Gilson Geraldino Silva �r. �ela leitura crítica do texto e su�estões.

MERCADO DE TRABALhO

DF: comportamento da taxa de desemprego recente

Evaneide Francisca dos Santos1

Gabrielle Maria Alves de AquinoJosé Uanderson Gonçalves do Nascimento

Kênia Regina Brito Marques Micaele Miguel do Nascimento Lustosa

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O orçamento público, dentre suas características, é uma lei editada anualmente, cujo conteúdo básico é a estimativa da receita e a fixação de despesas. Idealmente, seu processo de elaboração constitui um espaço democrático no qual as políticas públicas são definidas. Desse modo, mais do que alocação de recursos financeiros, o orçamento é a materialização dos valores éticos e sociais. Quando um determinado município aloca seus recursos em uma determinada função, preterindo outras, revela suas preferências e opções ideológicas. O orçamento é, portanto, um excelente objeto de pesquisa, principalmente na esfera municipal, pois, a partir da comparação de suas informações, podem ser observadas características representativas da sociedade local.

Nesse sentido, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, acompanha três áreas de desenvolvimento: Saúde, Educação e Emprego e Renda e se baseia apenas em estatísticas oficiais. De simples leitura, o índice varia de 0 a 1, e se observe que,: quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade. A vantagem deste índice em relação ao IDH – desenvolvido pelas Nações Unidas – é que, em escala municipal, o IFDM é calculado anualmente; e o IDH, em um intervalo de 10 anos. Assim, este índice é um ótimo instrumento para análise do desenvolvimento regional e, dada sua periodicidade, permite verificar as mudanças ocorridas com um intervalo de tempo reduzido. Exemplificando: considerando o intervalo de 10 anos entre as publicações do IDH e que os resultados sejam publicados dois anos após o ano a que se referem, esse espaço de tempo corresponde a três mandatos de prefeito. É impraticável, mesmo para um gestor zeloso, utilizar esse índice como balizador de sua gestão. Entretanto, o IFDM é publicado, anualmente, com defasagem de dois anos. Nesse caso, o prefeito pode, ainda em seu mandato, verificar os impactos de sua gestão.

Portanto, a partir do índice da FIRJAN, foram selecionados dois grupos: (i) dos 100 municípios com os maiores índices; e (ii) os 100 menores índices. Pretende-se, nesse caso, realizar uma análise daqueles que, nos moldes da metodologia do IFDM, sejam os mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos, e, a partir desses dados, buscar as características comuns nos grupos e divergentes entre eles, a partir dos dados orçamentários dessas localidades, informados à Secretaria do Tesouro Nacional. Foi verificada a média, para cada grupo, dos valores: Receita municipal per capita; gastos nas funções Saúde e Educação; o percentual de Receitas Tributárias – as receitas próprias que podem ser aplicadas conforme decisão gestora – e dados populacionais.

Os principais resultados foram compilados na tabela 1, na qual se observa que a média do IFDM para os 100 maiores foi de 0,8660 contra 0,4219 dos menores. Os valores do grupo ‘Brasil’ se referem a todos os municípios do país.

Tabela 1: Perfil dos municípios com os 100 maiores e menores IFDM

Grupo IFDM(média)

Mais de 50 mil hab. (qtd)

% Pop. Urbana(média)

Rec. Orçam. per capita (R$)(média)

% participação média na Receita OrçamentáriaDespesaEducação

DespesaSaúde

Receitas Tributárias

100 Maiores 0,8660 76 93 2.627 23,74 21,76 19,72

100 Menores 0,4219 7 43 1.340 42,02 20,72 2,78

Brasil 0,7603 608 84 1.708 24,58 22,25 19,74

Os dados da tabela 2 contribuem na interpretação dos resultados, pois distribui as cidades de cada grupo por região. A partir do resultado obtido, percebe-se claramente a concentração regional dos dois grupos, e isto mostra que, a despeito dos diversos programas governamentais visando ao desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, ainda permanece um enorme fosso entre o Norte e o Sul do país. É gritante o contraste: 93% dos maiores índices estão no Sul e Sudeste; no outro grupo 98% estão no Norte e Nordeste.

Tabela 2: Distribuição por Região

IFDMRegião 100 Maiores 100 Menores

Norte 0 25Nordeste 0 73

Centro-Oeste 7 1Sudeste 76 1Sul 17 0

Analisando o perfil orçamentário dos grupos, percebe-se que, ao contrário do esperado, o grupo dos 100 menores possui maior percentual de despesa com a Educação em relação à sua receita orçamentária, com 42% em média contra 24% dos maiores. Quanto à despesa com Saúde, não se verifica diferença relevante. Essa similaridade na rubrica Saúde se deve ao fato de esse recurso ser transferido como repasse, regular e automático, do Fundo Nacional de Saúde, no qual há uma destinação específica para o recurso. Assim, não há margem de decisão por parte dos gestores públicos. No caso da Educação, uma das hipóteses para essa diferença no percentual de participação na receita orçamentária é que seu valor foi fixado pela emenda constitucional nº53/2006 em 20% da arrecadação de diversos impostos e do próprio Fundo de Participação dos Municípios. Dessa forma, seu valor tem participação significativa no total da receita, principalmente nos casos em que a participação das receitas próprias é muito baixa – de apenas 2,78% para os municípios com os IFDM mais baixos.

As principais diferenças encontradas foram quanto às características populacionais e quanto à proporção de Receitas Tributárias (próprias e sem vinculação), em relação ao total. Quanto à receita, o grupo daqueles que estão em pior situação possuí esse percentual muito abaixo do outro grupo analisado, que está próximo à média nacional. No que se refere à demografia, constatou-se que o grupo de maior IFDM possui 76 municípios com mais de 50 mil habitantes; no outro grupo, são apenas sete. Há, ainda, uma forte correlação entre o tamanho da população e o percentual de Receita Tributária. Outra diferença relevante encontrada foi concernente à população urbana, com uma taxa de 93% para os maiores e apenas de 43% para os menores.

Desses dados encontrados, pode-se concluir que no Brasil ainda vigoram as desigualdades históricas. Se, durante as décadas de 1960 e 1970, os fluxos migratórios se dirigiam de um Norte/Nordeste rural, pobre, poucas oportunidades de emprego e estagnado para o “Sul maravilha” urbano, rico e desenvolvimentista, atualmente, percebe-se que pouco ou quase nada mudou. Percebe-se claramente o perfil daqueles que possuem os 100 menores índices: além de não serem do Centro-Sul, possuem em média 17 mil habitantes e quase 60% da população rural. Uma informação mais grave: no critério emprego&renda do IFDM – que também é composto por mais dois critérios, saúde e educação – a média verificada, respectivamente, para os maiores, os menores e o Brasil foi: 0,8067; 0,1369 e 0,7286. O fosso que separa o grupo do Sul daquele do Norte é de mais de cinco vezes no que se refere à renda e emprego.

Nesse sentido, fica clara a necessidade de políticas que estejam focadas no desenvolvimento dessas regiões. Assim, aumenta-se a produção do país como um todo e, o mais importante, ao desenvolver o interior do país, diminui o fluxo migratório, o que alivia a pressão sobre os grandes centros que, evidentemente, têm apresentado sinais desse inchaço. Esse é o caminho para que, efetivamente no Brasil, se desenvolva a justiça social e – conforme o tema da conferência das Nações Unidas, Rio +20 – seja atingido “o futuro que queremos”.

ReferênciasFIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Índice FIRJAN de desenvolvimento municipal. Edição 2011. Disponível em: <http://www.firjan.org.br/IFDM/>. Acesso em: 15 jun. 2012

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em <http://www.censo2010.ibge.gov.br>. Acesso em 15 jun. 2012.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Dados contábeis dos municípios – 2010. Disponível em <http://www.stn.fazenda.gov.br/estados_municipios/index.asp>. Acesso: 15 jun. 2012.

1 Graduando do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília. O autor a�radece ao �ro�essor Tito Belchior S. Moreira �ela leitura crítica do texto.

Municípios brasileiros: uma análise comparativa

FINANÇAS PúBLICAS Lucas Freitas de Alencar1

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COMÉRCIO EXTERIOR Raquel do Vale Almeida1 Amairte Benevenuto2

Balança comercial: segundo semestre dá sinais de melhoria

1 Graduanda do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília.2 �ro�essor do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília.

No último mês do primeiro semestre de 2012, apesar dos esforços do Governo, a balança comercial apresentou o pior superávit comercial desde o ano de 2002. Naquele mês, o saldo da balança comercial foi de US$ 807 milhões (Tabela 1).

Apesar daquele resultado, economistas acreditavam que o mês de julho seria determinante para o comportamento da balança no restante do ano. E o segundo semestre iniciou com “pé direito”. Assim, em julho, a balança comercial apresentou melhor desempenho, com um saldo de US$ 2,87 bilhões. Tal resultado, entretanto, foi 8,25% menor que o obtido em igual mês do ano anterior e decorreu de exportações de US$ 21 bilhões, que foram 9,9% menores que as de julho de 2011, contra importações de US$ 18,13 bilhões, um recuo de 9,5% se comparado ao mesmo mês do ano anterior.

Dando continuidade ao desempenho mais favorecido do segundo semestre, a balança comercial registrou saldo de US$ 3,227 bilhões no mês de agosto, decorrente de exportações de US$ 22,381 bilhões e de importações equivalentes a US$ 19,155 bilhões, de acordo com números divulgados pelo MDIC. Foi o melhor superávit mensal do ano, 12,2% maior em comparação com o mês anterior, mas o desempenho ficou 17,1% abaixo do saldo contabilizado em agosto do ano passado, de US$ 3,893 bilhões. O valor acumulado até o mês de agosto somou US$ 13,172 bilhões, 34% menor do que os US$ 19,988 bilhões obtidos no mesmo período de 2011.

A balança comercial, em relação aos destinos das exportações, indicou que as vendas brasileiras no período janeiro/setembro, comparado com igual período de 2011, cresceram somente para produtos com destino aos EUA, com evolução de 11,7% (Tabela 2). A China, por exemplo, comprou 0,8% menos de produtos brasileiros, segundo a média diária no período. As maiores quedas registradas foram nas vendas para a Europa Oriental (- 32,5%), ao MERCOSUL (-17,2%), ao Oriente Médio (-13,9%), à América Latina e Caribe (-10,2%) e à União Europeia (-8,4%). As compras argentinas tiveram redução de 19,3%. Em volume de recursos, os principais destinos das vendas brasileiras continuam sendo a China, cujas compras alcançaram o valor de US$ 29,149 bilhões; os Estados Unidos, US$ 18,678 bilhões; e a Argentina, US$ 11,996 bilhões. Por outro lado, com relação às importações, o Brasil comprou 29,1% menos de produtos da Europa Oriental e 24,6% mais dos países do Oriente Médio (Tabela 3).

Tabela 1: Saldo total das exportações e importações. Período: janeiro a setembro de 2012. Unidade: US$ milhões FOB

Período

EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO SALDO

Valor Média p/ dia útil Valor Média p/

dia útil Valor Média p/ dia útil %

Janeiro 16.141 733,7 17.444 792,9 -1.303 -59,2

Fevereiro 18.028 948,8 16.319 858,9 1.709 89,9

Março 20.911 950,5 18.890 858,6 2.021 91,9

Abril 19.566 978,3 18.685 934,3 881 44,1

Maio 23.215 1.055,2 20.258 920,8 2.957 134,4

Junho 19.353 967,7 18.548 927,4 807 40,3

Julho 21.003 954,7 18.130 824,1 2.873 130,6

Agosto 22.381 973,1 19.155 832,8 3.227 140,3

Setembro 19.998 1.052,5 17.443 918,1 2.555 134,5

Fonte: M�IC (Elaboraç�o �ró�ria)

Tabela 2: Exportação brasileira por blocos econômicos. Período de janeiro a agosto de 2012 contra igual período do ano anterior. Unidade: US$ milhões FOB

Fonte: M�IC

Tabela 3: Importação brasileira por blocos econômicos. Período de janeiro a agosto de 2012 contra igual período do ano anterior. Unidade: US$ milhões FOB

Fonte: M�IC

No mês de setembro último, o saldo da balança comercial foi de US$ 2,555 bilhões, quase 17% menor do que o resultado do referido mês no ano passado, quando a balança apresentou saldo de US$ 3,072 bilhões. O resultado é fruto das exportações no valor de US$ 19,998 bilhões contra US$17,443 bilhões das importações.

A Tabela 4 é um indicativo das mudanças na composição da pauta de exportação, quando se compara janeiro e setembro de 2012 com igual período de 2011: cai o valor das exportações de minério de ferro (-25,4%), principalmente por causa da queda nos preços (-22,7%), e aumenta o valor das exportações de soja em grão e milho em grão, em decorrência do aumento das quantidades vendidas, no grupo de produtos básicos. No grupo dos semimanufaturados, a maior queda ocorreu com o valor das vendas de açúcar em bruto (-22,7%) e o maior aumento ficou por conta das vendas de ferro-liga (+13,3%). Na categoria de manufaturados, o campeão na expansão das vendas foram os aviões (+31,9% no valor) e as maiores quedas com automóveis (-7,3% no valor).

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Euro: breve análise das causas do problema atualMERCADO FINANCEIRO Clarissa Medeiros Borges1 Rogério Boueri Miranda2

Recentemente, Paul Krugman fez uma análise sobre os motivos que levaram o Euro à sua atual fase de instabilidade e insegurança. Segundo Krugman, para compreender o cenário atual em que a moeda se encontra, é preciso remontar à sua criação. Para tanto, o que motivou a criação da moeda torna-se matéria essencial para a compreensão dos desdobramentos que se seguiram para todos os países que a adotaram.

Para o autor, a moeda única da Europa é uma construção extremamente imperfeita, pois, para funcionar como foi

proposta, a União Europeia precisaria de se tornar muito mais parecida com um país unificado e não apenas ser um conglomerado de países com interesses semelhantes.

O Euro é resultado de um longo processo de integração política e econômica da Europa. Esse processo enfrentou várias crises, provocadas, entre outras coisas, pelas políticas divergentes dos países europeus e por uma opinião pública insegura. Porém, mesmo sob alguma insegurança, a moeda foi implantada. Krugman lembra que a criação do euro convenceu os investidores de que era seguro oferecer crédito a países como Grécia e Espanha, antes considerados arriscados, e isto trouxe muito dinheiro a estes países – principalmente para financiar empréstimos privados, e não públicos, sendo a Grécia a exceção.

1 Graduanda do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília.2 �ro�essor do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília.

Tabela 4: Exportação brasileira. Principais variações (%) em valor, quantidade e preço. Período de janeiro a setembro de 2012 contra igual período do ano anterior

Fonte: M�IC

Em relação ao comportamento das importações quanto à origem, a Tabela 5 revela que, no período janeiro/setembro de 2012 contra igual período de 2011, os bens de capital experimentaram aumento de 2,1% e os de consumo não-duráveis 7,5%, enquanto que o consumo de duráveis caiu 4,7%, especialmente automóveis (-14,2%).

Tabela 5: Importação brasileira por categoria de uso. Período de janeiro a setembro de 2012 contra igual período do ano anterior. Unidade: US$ milhões FOB

Fonte: M�IC

Um crescimento das importações superior ao das exportações, apesar da desvalorização do real, é a principal razão para a queda de quase 50%, em média, prevista para o saldo da balança comercial deste ano, em relação ao ano passado nas previsões feitas fora do governo por especialistas em comércio exterior e economistas. Essas estimativas, pouco precisas, também apontam para um saldo próximo a US$ 15 bilhões, mas que pode variar de US$ 8 bilhões a US$ 20 bilhões.

Referências

Cidadania e Cultura. Disponível em: <http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2012/07/31/evolucao-do-saldo-do-balanco-comercial/>. Acesso em: 2 nov. 2012.

Folha de São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/760168-balanca-comercial-tem-pior-semestre-desde-2002.shtml>. Acesso em: 2 nov. 2012.

G1 – Economia. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/09/balanca-comercial-tem-superavit-de-us-1-bilhao-no-comeco-de-setembro.html>. Acesso em: 2 nov. 2012.

IG – Economia. Disponível em: <http://economia.ig.com.br/2012-07-02/balanca-comercial-tem-superavit-de-us-807-mi-em-junho.html>. Acesso em: 2 nov. 2012.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/index.php?area=5>. Acesso em: 2 nov. 2012.

_____. Disponível em: <http://mdic.gov.br/sitio/>. Acesso em: 2 nov. 2012.

O Economista. Disponível em: <http://www.oeconomista.com.br/tag/balanca-comercial/>. Acesso em: 2 nov. 2012.

Rede Brasil Atual. Disponível em: <http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/2012/09/balanca-comercial-registra-saldo-de-us-3-2-bilhoes>. Acesso em: 2 nov. 2012.

UOL – Notícias – Economia. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/09/03/saldo-da-balanca-comercial-brasileira-tem-queda-de-341-no-ano.jhtm>. Acesso em: 2 nov. 2012.

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Informativo do Curso de Ciências EconômicasCarta Econômica

SEÇÕES 4

A Carta econômica é um boletim trimestral com tiragem de quinhentos exemplares, produzido pelo Curso de Ciências Econômicas – graduação, mestrado e doutorado em Economia – da Universidade Católica de Brasília.Ano XVIII, no 3 – setembro de 2012

Prof. MSc. Amairte Benevenuto ([email protected])Editor da Carta Econômica do DFCoordenador da Seção de Finanças PúblicasProf. Dr. José Angelo C. do Amor Divino ([email protected])Coordenador da Seção de InflaçãoProf. Dr. Gilson Geraldino Silva Jr. ([email protected])Coordenador da Seção do Mercado de TrabalhoProf. Dr. Tito Belchior S. Moreira ([email protected])Coordenador da Seção de Comércio Exterior DFProf. Dr. Rogério Boueri Miranda ([email protected])Coordenador da Seção de Mercado FinanceiroDiagramação: Jair Luiz Petry/Editora Universa – UCBRevisão: Margarida Drumond de Assis/Editora Universa – UCB

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Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília – UCBPara mais informações, acesse a home page do curso: www.economia.ucb.brEndereço: Campus I – QS 7 lote 1 EPCTCEP 91.966-700 – Águas Claras – Taguatinga – DFFone: (61) 3356-9185 Fax: (61) 3356-3010

Mestrado e Doutorado em Economia da Universidade Católica de BrasíliaPara mais informações, acesse a home page do curso www.ucb.br/economia.Endereço: Campus II – SGAN 916, Módulo B, Asa NorteCEP 70.790-160 – Brasília – DFFone: (61) 3448-7127 Fax: (61) 3347-4797

Nos primeiros anos de circulação do Euro, a Europa viveu um período de grande prosperidade, em boa parte de seus países. No sul da Europa, imensas bolhas imobiliárias levaram a uma alta acentuada nos empregos ligados à construção, mesmo enquanto a atividade manufatureira se tornava cada vez menos competitiva. A Economia Alemã, em contrapartida - que andava estagnada - começou a prosperar graças à acentuada alta nas exportações destinadas às economias do sul, onde as bolhas tinham-se formado. Tudo indicava que o Euro estava funcionando.

Gráfico 1: Cotação do Euro em relação ao Dólar, desde a sua criação

Fonte: Thomson Reuters, 13/09/2012

Porém, as bolhas no sul da Europa não se sustentaram durante muito tempo e, quando elas estouraram, os empregos na construção despencaram e o desemprego aumentou, vertiginosamente, chegando, hoje, a quase 20% da população da Espanha e da Grécia. Como consequência, a Alemanha, que vivia uma áurea época de prosperidade econômica, foi diretamente afetada, diminuindo os níveis de exportação ao sul europeu.

Como num efeito cascata, em boa parte da Europa a renda caiu muito. Alguns países aumentaram substancialmente suas dívidas, e a prosperidade em que ascendia o euro mostrou que estava sendo construída em bases pouco sólidas. Sucessivamente, os investidores, desconfiados, fugiram aumentando, assim, o custo do crédito.

Segundo Krugman, em geral, grandes déficits orçamentários são o resultado da crise, e não a sua causa. E numa tentativa de acalmar os mercados financeiros, os países afetados impuseram rigorosas medidas de austeridade, encolhendo a capacidade da economia de se recuperar. Com isso aprofundaram seu declínio, e o euro, como um todo, se tornou perigosamente instável.

Para reverter a situação de vulnerabilidade da zona a que pertence o Euro, Krugman sugere que a resposta é mais clara

do que aparentemente pensamos. Segundo ele aponta, os governos teriam de promover medidas para reduzir o custo do crédito no Sul da Europa; dar aos devedores europeus o mesmo tipo de oportunidade para quitar as dívidas, por meio da exportação, como fez a Alemanha nos anos de prosperidade dos países do Sul, ou seja, recriar na Alemanha um período de prosperidade semelhante ao período feliz vivido no Sul da Europa entre 1999 e 2007, e isto causaria um aumento temporário na inflação alemã.

Um dos grandes problemas, lembra Krugman, é que o Euro não pode ser salvo sem que a Alemanha esteja disposta a aceitar uma inflação substancialmente mais alta nos próximos anos. E os representantes alemães não demonstraram nenhum sinal de disposição em debater a questão, quiçá em aceitar aquilo que seja necessário. Ao contrário, os alemães continuam insistindo para que os devedores respeitem seus programas de austeridade, mesmo diante de seguidos fracassos e ainda de uma maior instabilidade econômica e política.

Diante de tantos problemas e impasses, o euro ainda parece não vislumbrar seu fim. E, apesar de sua criação e implantação ter sido um dos passos mais audaciosos em um continente historicamente instável, como foi a Europa, ainda sim parece que seria um erro deixar que a moeda fracassasse. O mundo sabe que o fracasso do Euro não provocaria apenas perturbações econômicas, seria também uma catástrofe política.

Para tanto, os governantes têm demonstrado disposição em buscar soluções para a continuidade da moeda, porém todas com resultados limitados e aparentemente paliativos. O euro é moeda comum a muitos países e não é possível buscar uma solução que não exija atuação de todos. Com cada país implantando medidas de austeridade, isoladamente, não surgirá um resultado comum. Por isso, a solução para o impasse em que vive o euro parece estar longe de encontrar resultados satisfatórios às economias europeias. O que todas as economias sabem é que deixar o Euro fracassar seria um grande golpe contra o projeto europeu mais amplo, que trouxe paz, democracia e prosperidade econômica a um continente dono de uma história trágica.

ReferênciasFolha de São Paulo. Disponível em: <www.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u114129.shtml>. Acesso em: 13 set. 2012.

O Estado de São Paulo. Paul Krugman. Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: 8 set. 2012.

REUTERS. Disponível em: <www.reuters.com>. Acesso em: 13 set. 2012.