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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – livro IV CPC/1973. JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – livro IV CPC/1973. JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

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Questões prévias

•Os Livros I e II do CPC/73, tratam do procedimento ordinário ou comum (art. 274 CPC). Assim este será adotado em todos os casos onde a lei não estabeleça a aplicação de outro método de procedimento.

•O artigo 275 a 281 do CPC/73 dispõe sobre o procedimento sumário.

•A Lei 9.099/95, trata dos Juizados Especiais, estando previsto um procedimento específico.

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• O Livro IV do CPC/73, trata dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa ou voluntária.

• A especialidade desses procedimentos decorre fundamentalmente de suas características, sendo que não se adaptam à classificação própria das ações, como adotado pelo Código de Processo Civil em 1973. Por outro lado, observa-se a questão da instrumentalidade do processo, ou seja, cada ação deve assegurar a realização prática do direito material que visa tutelar.

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• A adequação do procedimento se vincula a efetividade processual.

• Assim se justificam as tutelas jurisdicionais diferenciadas. A diferenciação das técnicas e das formas de atuação do direito material é imprescindível, considerando o fato de que as relações jurídicas de direito material apresentam enormes variações.

• O processo é uma técnica que se instrumentaliza através do procedimento que viabiliza a prestação jurisdicional.

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•Procedimento especial contencioso – Arts. 890 a 1102-C do CPC/73.

•Procedimento especial voluntário – Arts. 1103 a 1210 CPC/73.

•Lei 11.411/2007, alterou os artigos 982, 983, 1031 e 1124-A do CPC/73. Assim possibilitou a realização do inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa.

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Ação de consignação em pagamento. Arts. 890 a 900 CPC.• A consignação é uma forma especial de

pagamento, que tem por fim extinguir as obrigações.

• De acordo com o artigo 335 CC/2002, caberá a consignação nos casos em que o credor não puder, ou não quiser receber ou dar a quitação; quando o credor não mandar receber (dívida querable); quando o credor é incapaz, desconhecido, declarado ausente, residente em local inacessível, ou quando exista litígio sobre o objeto do pagamento. O rol é exemplificativo.

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Procedimentos para a consignação• O pagamento por consignação consiste no

depósito judicial ou extrajudicial do dinheiro ou da coisa que são os objetos da obrigação, e na citação do credor para vir receber.

• O depósito extrajudicial é uma opção do devedor, e somente é cabível nas obrigações de pagamento.

• As obrigações de fazer e não fazer não admitem a consignação.

• A consignação tem o objetivo de evitar os efeitos da mora, ou se esta já se configurou, de prevenir seu agravamento.

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•Há dois procedimentos para a consignação:▫ Recusa do credor em receber, ou ir buscar o

pagamento, ser desconhecido ou estar em local incerto ou não sabido.

▫ Dúvida sobre quem deva legitimamente receber – artigo 895 CPC

• A recusa do credor deverá ser injusta, e o devedor deverá provar que efetivamente procurou o credor para a satisfação da obrigação e que este se recusou.

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Consignação fundada na recusa em receber• Arts. 335, I a III CC/2002.• Legitimado ativo – devedor, terceiro interessado

(fiador), terceiro desinteressado (procurador, gestor de negócios, preposto ...).

• Legitimado passivo – credor. Sendo desconhecido será citado por edital (art. 231, I CPC)

• Foro competente – foro do lugar do pagamento (art. 337 CC/2002 e 891 CPC). É admitido o foro de eleição, e não sendo estabelecido o lugar do pagamento, nem o foro de eleição, a competência será do foro do domicílio do requerido.

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•A competência do juízo para a consignação das obrigações quesíveis é do domicílio do requerente/devedor.

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Consignação em caso de dúvida quanto à titularidade do crédito• Artigos 895 e 898 CPC.• Serão legitimados passivos todos aqueles que se

apresentem como titulares do crédito.Neste caso não há recusa, e sim a dúvida fundada e razoável. Serão citados todos aqueles que se apresentam como credores.

• Em caso de dúvidas quanto ao credor e não havendo legitimados a receber, o depósito será convertido em arrecadação de bens de ausente.

• Havendo mais de um legitimado a receber o juiz julgará extinta a obrigação e o processo continuará entre os sujeitos que se apresentam como credores.

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Consignação de alugueres

•Lei do inquilinato, Art. 67.•Legitimado ativo – locatário. Devedor da

obrigação de pagamento.•Legitimado passivo – locador. Credor da

obrigação de pagamento.•Essa consignação pode ser realizada

judicial ou extrajudicialmente, cabendo a opção ao locatário.

•Pode ser consignado judicialmente as chaves para a entrega do imóvel.

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Procedimento• Petição inicial – artigo 893 c/c 282 CPC• Partes: Consignante – requerente;• Consignado – requerido.

▫ Será requerido: o depósito do dinheiro ou da coisa devida; que

será realizado em 5 dias contados do deferimento; A citação do consignado/requerido para levantar o

depósito ou oferecer a defesa.Subsistindo direto de escolha ao credor, este será citado para exercê-la no prazo de 5 dias... No despacho o juiz deve determinar o lugar , dia e hora para a entrega.

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• Contestação – art. 896 CPC▫ Pode ser alegado:▫ Que não houve a recusa ou a mora em receber a

quantia ou a coisa devida;▫ Que a recusa foi justa;▫ Que o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do

pagamento;▫ Que o depósito não é integral. Neste caso deverá ser

apresentada a planilha do cálculo demonstrando a diferença devida

• A revelia produz o efeito da extinção da obrigação da forma em que foi consignada pelo devedor/consignante/requerente.

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• Ficando demonstrada através da contestação que o depósito está incompleto o consignante poderá complementá-lo no prazo de 10 dias.

• Poderá o consignado levantar a parte depositada, continuando o processo quanto à parte que demonstre ser devida. Neste caso o consignante tem direito à liberação parcial e o dever de complementar o depósito.

• A sentença que reconhece a insuficiência do depósito do consignante vale como título executivo para a execução do valor devido e poderá ser discutida através do recurso de apelação.

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Ação de depósito – Artigos 901 a 906 CPC.• Questões prévias.

▫ O depósito é o ato através do qual o depositário recebe uma coisa móvel com o compromisso de devolvê-la quando for solicitado.

• Classificação▫ Depósito voluntário (contrato unilateral e gratuito)▫ Depósito necessário (art. 647 CC/02)▫ Depósito judicial

• Em todos os casos será assegurado ao depositário a devolução das despesas que fizer para a conservação da coisa.

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Ações possessórias – artigos 920 a 933 CPC•Posse – Teoria objetiva – Jhering – posse,

exercício exterior da propriedade.•Um dos direitos decorrentes da

propriedade é o de obter a proteção possessória em caso de desapossamento.

•O direito de posse é independente da condição da propriedade.▫Juízo possessório – protege o possuidor;▫Juízo petitório ou dominial – protege o

proprietário.

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• Ações possessórias interdito possessório▫Reintegração de posse esbulho▫Manutenção de posse turbação▫ Interdito proibitório ameaça

• Ações petitórias / dominial▫Ação reivindicatória▫Ação de imissão de posse

• Natureza jurídica da posse▫Real ( - Foro Competente)▫Pessoal (art. 10 § 2º CPC)

• Foro competente – artigo 95 CPC. Localização da coisa.

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• Posse – Classificação – Direta ou Indireta. A posse é um fenômeno desmembrável, e a direta e a indireta são os frutos dessa divisão, provocada por um contrato ou direito real sobre coisa alheia, pelo qual haja a entrega temporária de um bem, como ocorre na locação, comodato... Etc.

• É possível o desmembramento sucessivo da posse. Neste caso o último possuidor direto terá a coisa consigo, e os demais serão possuidores indiretos.

• Tanto o possuidor direto como o indireto tem o direito aos interditos possessórios contra terceiros.

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• Posse – Classificação – justa ou injusta (art. 1200 CC/02)

• Vícios da posse – violência, clandestinidade e precariedade. (rol exemplificativo)▫ Violência – emprego da força ou grave

ameaça;▫ Clandestinidade – obtenção oculta, escondida,

com o objetivo de afastar das vistas alheias.▫ Precária – a posse é obtida com a obrigação

de restituição, havendo entretanto a recusa do possuidor em devolver.

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• A concessão da tutela possessória depende da prova de que se trata de posse justa.

• Posse – Classificação – boa-fé ou má-fé (do possuidor). Art. 1201 CC/02▫ Se o possuidor ignora o vício ou o obstáculo que

impede a aquisição da coisa, então será considerado de boa-fé, em sentido contrário, será tido como de má-fé.

▫ A boa ou má-fé do possuidor devem ser verificadas em relação ao momento em que ele recebeu a coisa.O terceiro que recebe a coisa de boa-fé tem direito à posse.

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•O terceiro pode receber a coisa livre de vícios, se de fato provar que os desconhecia, assim a injustiça da posse não lhe será transmitida.

•Neste caso a vítima não obterá êxito na ação possessória. Poderá, contudo, intentar a ação petitória (sendo titular de direito real sobre a coisa), ou a reparação dos danos em face do esbulhador.

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Proteção da possessória• Autotutela – artigo 1210 § 1º CC/02.

Legítima defesa da posse.• Heterotutela – Ações possessórias –

interditos possessórias.▫ Ameaça – temor real de que o ato ocorra e

viole a posse;▫ Turbação – os atos de agressão à posse foram

consumados, entretanto, o possuidor ainda mantém a posse.

▫ Esbulho – os atos praticados impedem a posse, ou seja, os possuidor é desapossado.

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Peculiaridade das ações possessórias

•Fungibilidade – art. 920 CPC•Cumulação de demandas – artigo 921 CPC

, artigo 292 CPC. Poderá ocorrer a cumulação de outros pedidos, desde que observados os critérios do artigo 292 § 2º CPC.

•Natureza dúplice – artigo 922 CPC (não é necessária a reconvenção). O requerido poderá formular pedidos contra o requerente na própria contestação.

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• Exceção de domínio – artigo 1210 § 2º CC/02. Não se admite em nenhuma hipótese a exceção de domínio nas ações possessórias. Assim, atualmente há a separação absoluta entre o juízo possessório e o juízo petitório. Assim a ação possessória será sempre decidida em favor da parte que provar a melhor posse, ainda que o seu fundamento seja a propriedade.A proibição é restrita a ação petitória, quando em curso a possessória. Se aquela foi promovida antes, ela não incide. No curso da ação dominial/petitória pode ser proposta a ação possessória.

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Procedimento• Posse nova (força nova) – menos de ano e

dia – procedimento especial. Concessão de liminar, estando provada a agressão.

• Posse velha (força velha) – mais de ano e dia – procedimento ordinário. Possibilidade de antecipação da tutela nos termos do art. 273 CPC.

• Caso o valor do bem objeto da ação possessória seja inferior a 60 vezes o salário mínimo o procedimento será o sumário.

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• Exigência de caução em caso de liminar – art. 925 CPC.

• Procedimento especial▫ Competência – art. 95 CPC. localização do imóvel, regra

de competência absoluta, portanto improrrogável.▫ Coisas móveis – art. 94 CPC. domicilio do requerido.▫ Legitimidade:

Ativa – possuidor esbulhado, turbado ou ameaçado. Ou sucessores.

Passiva – aquele que perpetrou o esbulho, a turbação ou ameaça, assim como seus sucessores e terceiros que tenha recebido a coisa. Pode ser pessoa jurídica se o ato tiver sido praticado em seu nome.

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•Petição inicial – artigo 282 CPC▫Liminar – apenas exige a prova do ato de

agressão. Não tem caráter cautelar, por isso independe do risco da demora e da fumaça do bom direito.

▫Audiência de justificação.•Contestação – o requerido pode alegar o

usucapião do imóvel (Súmula 237 STF).

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•Interdito proibitório – juízo cominatório. Pedido de aplicação de pena.