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Processo Coletivo AÇÃO POPULAR Professora Ana Paula Godoy

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Processo ColetivoAÇÃO POPULARProfessora Ana Paula Godoy

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Histórico Origem remota: Direito Romano

- actiones popularis Origem próxima: Lei Comunal (Bélgica e França)

BRASIL - Carta Imperial de 1834* Constituição imperial de 1824: Ação Popular

Penal

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Ação Popular - Coneceito- Ação Constitucional fundamental, de natureza cível, a

qual se confere ao cidadão o exercício do direito político de participação direta na fiscalização do poder público na defesa do meio ambiente, patrimônio cultural e histórico, moralidade administrativa, do erário e também, das relações de consumo quando o poder público for prestador de serviços essenciais e contínuos.

- Espécies:PreventivasCorretivas

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Ação Popular - Legislação:

- Lei nº 4.717/65, que foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988.

- CF-88, Art. 5º, LXXIII;“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação

popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

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Bens Tutelados na AP - Art. 1 Patrimônio Público: bem ou direito pertencente às

Entidades Federadas.(União, Estados, DF e Municípios, Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista) Moralidade Administrativa Meio Ambiente Patrimônio Histórico e Cultural

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Bens Tutelados na AP – art. 1, p 1A Lei da Ação Popular insere entre os bens que compõem o Patrimônio Público, aqueles reconhecidamente como Patrimônio Moral, além dos simples bens de valor econômico. Econômico; Artístico; Estético; Histórico; Turístico.

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Objeto da Ação Popular A CF-88 e a LAP determinam que a AP visa ANULAR ato

lesivo aos bens jurídicos tutelados. No entanto, a decisão judicial na Ação Popular terá 2 (dois) efeitos diversos:

a) Anulação do Ato Lesivo (inv./desconstituição do ato)– a Sentença desconstituirá (anulará o ato) o ato lesivo

(Ex:Prefeito Municipal que adquire de forma superfaturada e sem licitação remédios para o Hospital Municipal; eventual Ação Popular poderá ensejar a anulação do contrato firmado com base no prejuízo ao patrimônio público e à moralidade administrativa); b) Condenação do Réu – o Réu da Ação Popular poderá ser condenado em Perdas e Danos e à Restituição de bens e valores indevidamente obtidos LAP Art. 11. e Art. 14

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Legitimidade ATIVA da Ação Popular qualquer CIDADÃO no gozo dos seus direitos políticos. Mas quem é Cidadão?Todo brasileiro Nato ou Naturalizado, bem como os Portugueses equiparados, que esteja com seus direitos políticos ativos (não suspensos ou perdidos).Excluem-se do conceito de cidadão para fins de proposição de Ação Popular: Estrangeiros – não são brasileiros. Obs: os Portugueses

equiparados não são considerados estrangeiros para fins da AP. Pessoas Jurídicas – só pessoas físicas; Ministério Público – atua como interveniente na Ação Popular, mas

não pode propô-la. Cuidado, pois cobram muito o MP como autor da AP, levando a erro os candidatos;

Brasileiros com direitos políticos suspensos ou perdidos

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Para ingressar com a Ação Popular o Autor deverá provar sua própria cidadania por meio do TÍTULO ELEITORAL ou outro documento correspondente (Ex: Certidão de Quitação Eleitoral emitida pela Justiça Eleitoral).

Faculta-se a qualquer outro CIDADÃO que não tenha interposto anteriormente a Ação Popular a habilitar-se no processo como Litisconsortes Ativos (coautores da AP) ou Assistentes (partes interessadas no processo que ajudam as partes)

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Desistência na AP Caso o Autor desista da Ação Popular ou for omisso, gerando a

absolvição da instância (não julgamento da Ação), qualquer cidadão ou o Ministério Público poderão assumir o Polo Ativo da Ação dentro de 90 DIAS após a publicação de Edital informativo da desistência.

LAP Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da

instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.

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Legitimidade Passiva na AP Serão RÉUS na Ação Popular os seguintes sujeitos

passivos: Pessoas Jurídicas públicas ou privadas que tenham

praticado formalmente o ato ilegal; Autoridades, Funcionários ou Administradores

que tenham autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou forem omissas;

Beneficiários diretos do ato ilegal.

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Legitimidade PASSIVA na AP A Ação deverá ser proposta contra todos os 3 (três)

tipos de réus, salvo se não houver beneficiários diretos do ato, hipótese em que será proposta apenas contra os dois primeiros.

Com isso, a Lei instituiu o chamado Litisconsórcio Passivo Necessário (todos os réus necessariamente no polo passivo da Ação Popular).

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Legitimidade PASSIVA na AP Os réus da Ação Popular devem contestar a Ação (apresentar a Contestação das razões dispostas pelo Autor). No entanto, à Pessoa

Jurídica de Direito Público ou Privado envolvida (Ex: União, Estados, DF, Autarquias, etc) é facultado 3 (três) possibilidades distintas:

Contestar a Ação como qualquer réu Não Contestar Mudar para o Polo ATIVO da Ação (virar Autor), quandoficar

configurado útil ao interesse público. Esta decisão deverá ser adotada pelo Representante Legal

(Procuradores)ou pelo Dirigente da Pessoa Jurídica.

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Participação do Ministério Público O MP não será Autor e nem poderá Réu na Ação Popular. É vedado ao MP assumir a defesa do ato impugnado ou

dos seus autores (defender os réus) da Ação Popular. A Lei garante as seguintes prerrogativas do MP na Ação

Popular:1. Parecerista – poderá acompanhar o processo e opinar pela procedência ou improcedência;2. Autor das ações cíveis e criminais decorrentes da Ação Popular;3. Sucessão do Autor quando houver abandono da ação (desistência) ou omissão de atuar;4. Possibilidade de recorrer das Sentenças e Decisões contra o Autor.

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Competência determinada em razão da entidade lesada.

A interposição da Ação Popular gera a prevenção (vinculação) do

Juízo competente para o julgamento de outras ações que envolvam as mesmas partes e os mesmos fundamentos jurídicos. Ex: nova Ação contra o mesmo ato lesivo deve ser interposta no mesmo juízo, que já se tornou prevento/vinculado.

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Liminar na Ação Popular. É admitido LIMINAR em AP, desde que sejam preenchidos os

requisitos: da Fumaça do Bom Direito (verossimilhança das alegações) e do Perigo da Demora (urgência).Exemplo: licitação irregular que desembocará em contrato fraudulento em prejuízo aos cofres municipais – indicando-se as provas desta alegação (Fumaça do Bom Direito) e provando-se a urgência do caso, caberá liminar para suspender o ato lesivo (contrato fraudulento). Desse modo, será cabível Ação Popular Preventiva (com pedido

de Liminar), tentando evitar prejuízo iminente, ou Repressiva, visandorecomposição do patrimônio público lesado.

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Procedimento da Ação Popular O procedimento da Ação Popular é o mesmo das Ações Ordinárias (Comuns)

previstas na CPC, com algumas peculiaridades relevantes:1. Citação das partes e do Ministério Público (obrigatória a participação do MP);2. Requisição de documentos e informações às entidadesenvolvidas, fixando-se prazo entre 15 a 30 DIAS para o atendimento;3. Prazo de Contestação da Ação Popular é de 20 DIAS, prorrogáveis por + 20 DIAS (20 + 20 DIAS);4. Sentença deverá ser proferida em 15 DIAS do recebimento dos autos pelo Juiz, quando realizada em Audiência;

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Sentença da Ação Popular.

A Sentença que da Ação Popular terá efeitos “erga omnes” (efeito contra todos), salvo se for julgada improcedente por deficiência de provas, hipótese em que será admitida nova interposição da ação, desde que seja fundada em novas provas.

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Recursos Sentença de Improcedência ou por Carência de

Ação– Recurso de Ofício (Duplo Grau de Jurisdição Obrigatório – Remessa Necessária ao Tribunal) – estas Sentenças não produzem efeito enquanto não forem confirmadas pelo Tribunal; Sentença de Procedência do Pedido – cabe

APELAÇÃO do réu COM efeito suspensivo. o Decisões Interlocutórias (Decisões no decorrer do

processo) – cabe AGRAVO, conforme CPC

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Recursos Peculiaridades da Sentença na Ação Popular: o Qualquer Cidadão e o Ministério Público poderão

recorrernde Sentença e decisões contra o AUTOR. o Na Sentença, os Réus deverão ser condenados a

pagarem ao Autor as custas e despesas relacionadas a Ação (custas processuais, honorários de Advogado, etc).

O Autor que interpuser Lide Temerária, isto é, Ação Popular sem fundamento legal e de má-fé, será condenado em 10 VEZES (DÉCUPLO) as custas processuais.

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Execução da Sentença julgado da Sentença (já constituída título executivo

judicial), poderão requerer a Execução da Sentença:a) Qualquer Cidadão;b) Entidade Lesadac) Ministério Público – apenas se os Cidadãos e/ou EntidadeLesada não o fizer em 30 DIAS (participação subsidiária quando forem omissos as partes principais). Observem que oMP deverá promover a execução caso sejam omissos os principais interessados, sob pena de falta grave (é obrigação).

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Prescrição na Ação Popular publicação do ato considerado lesivo e ilegal. O ressarcimento ao erário será imprescritível, consoante disposição constitucional. LAP Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos. CF-88 Art. 37 § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.