66
1 Processo n.º 240/2017 - CS/L Requerente: (…) Requerido: Dr. (…) Valor: €70.000,00 (setenta mil euros) + IVA Vogal Relator: Dr. A. Pires de Almeida Relatório 1 – Da Legitimidade (art. 6.º, nº 1 do RLH) O Senhor (…), vem pedir Laudo de Honorários e Despesas constantes da Nota apresentada pelo senhor Dr. (…) e por este elaborada em 15 de Setembro de 2017, e na qual estão descritos, minuciosamente, os serviços que diz ter prestado àquele seu ex-constituinte, durante 8 anos e que fixa em 70.000,00 € (setenta mil euros), acrescidos do IVA à taxa legal. Mais é referido na aludida Nota que as despesas totalizam 111,74 € (cento e onze euros e setenta e quatro cêntimos). Por via daqueles honorários e destas despesas, não pagos, corre termos pelo Tribunal Judicial da Comarca de Viana do Castelo – Juízo Central Cível de Viana do Castelo – Juiz 1 Acção de Processo Comum, a que foi aposto o nº (…). O requerente tem legitimidade para requerer a emissão de Laudo. O pedido de Laudo foi formulado por escrito e, suficientemente, fundamentado (Cfr. fls. 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8), nos termos e para os efeitos do nº 1 do artigo 8º e do nº 1 do artigo 13º, ambos do RLH, nº 40/2005 publicado no DR. II Série, de 20 de Maio de 2005 (o qual procedeu à alteração do RLH nº 36/2003, publicado no Dr. II Série, de 06 de Agosto de 2003).

Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

1

Processo n.º 240/2017 - CS/L

Requerente: (…)

Requerido: Dr. (…)

Valor: €70.000,00 (setenta mil euros) + IVA

Vogal Relator: Dr. A. Pires de Almeida

Relatório

1 – Da Legitimidade (art. 6.º, nº 1 do RLH)

O Senhor (…), vem pedir Laudo de Honorários e Despesas constantes da Nota

apresentada pelo senhor Dr. (…) e por este elaborada em 15 de Setembro de 2017, e na qual

estão descritos, minuciosamente, os serviços que diz ter prestado àquele seu ex-constituinte,

durante 8 anos e que fixa em 70.000,00 € (setenta mil euros), acrescidos do IVA à taxa legal.

Mais é referido na aludida Nota que as despesas totalizam 111,74 € (cento e onze

euros e setenta e quatro cêntimos). Por via daqueles honorários e destas despesas, não pagos,

corre termos pelo Tribunal Judicial da Comarca de Viana do Castelo – Juízo Central Cível de

Viana do Castelo – Juiz 1 Acção de Processo Comum, a que foi aposto o nº (…).

O requerente tem legitimidade para requerer a emissão de Laudo.

O pedido de Laudo foi formulado por escrito e, suficientemente, fundamentado (Cfr.

fls. 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8), nos termos e para os efeitos do nº 1 do artigo 8º e do nº 1 do artigo 13º,

ambos do RLH, nº 40/2005 publicado no DR. II Série, de 20 de Maio de 2005 (o qual procedeu

à alteração do RLH nº 36/2003, publicado no Dr. II Série, de 06 de Agosto de 2003).

Page 2: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

2

O requerido, Sr. Dr. (…), foi notificado para responder, querendo, ao pedido de Laudo,

por despacho emanado por ofício nº 3529 de 20/11/2017 (Cfr. fls. 96), o que fez, nos termos

constantes de fls. 104 a 172 e cujo teor aqui se dá como integralmente reproduzida.

Foi pago o montante devido pelo pedido de emissão de Laudo, conforme melhor se

afere de fls. 98, 99, 100 e 102 dos presentes autos.

2 – Dos Pressupostos (art. 7.º do RLH)

É patente a existência de divergência entre o Senhor Advogado e o responsável pelo

pagamento de honorários e despesas, uma vez que, se encontra pendente acção de

honorários no Tribunal Judicial da Comarca de Viana do Castelo – Juízo Central Cível – J1.

De todo o modo, e para os efeitos do presente Laudo, tal divergência presume-se, face

ao disposto no nº 2 do artigo 7º do RLH, pois, decorreram mais de três meses após a

interpelação pelo requerido para o pagamento dos honorários e despesas, sem que o mesmo

tenha ocorrido.

3 – Laudo (Cfr. art.s 2º, 3º, 4º, 5º e 15º todos do RLH)

O Laudo traduz-se numa informação técnica, de acordo com as normas do Estatuto da

Ordem dos Advogados (EOA), e da demais legislação aplicável (Cfr. artigo 1157º e seguintes do

Código Civil e o citado Regulamento (RLH nº 40/2005).

O conceito de “ serviços profissionais de advogado “ compreende o trabalho técnico

desenvolvido, bem como a disponibilidade estritamente necessária à sua efectivação.

Nos termos do nº 2 do artigo 105º do Estatuto da Ordem dos Advogados (EOA), deve o

advogado apresentar ao cliente a respectiva conta de honorários, com a discriminação dos

serviços prestados, salvo se tiver havido convenção/fixação prévia do montante de honorários.

Page 3: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

3

O Estatuto da Ordem dos Advogados manda fixar os honorários de modo a que estes

correspondam a uma adequada compensação económica pelos serviços efectivamente

prestados, que deve ser saldado em dinheiro e que pode assumir a forma de retribuição fixa,

devendo atender: à importância dos serviços prestados, a dificuldade do assunto, ao grau de

criatividade intelectual da sua prestação, ao resultado obtido, ao tempo despendido, às

responsabilidades por ele assumidas e aos demais usos profissionais (Cfr. n.º 3 do cit. art. 105.º do

EOA).

Na valoração dos serviços prestados deve o advogado proceder com moderação (Cfr.

nº1 do aludido art. 105 do EOA).

A moderação de que fala a lei implica justeza e adequação ao caso concreto. A justeza

obtém-se encontrando um ponto de equilíbrio, de modo que os honorários não sejam tão baixos

que pareçam ridículos, nem tão altos que possam classificar-se de especulativos.

Na ponderação dos honorários não se pode esquecer que o tempo de trabalho

prestado pelo advogado na defesa dos interesses do seu constituinte deverá ser valorado,

tendo em conta dois vectores distintos, mas complementares, ou seja, o correspondente à

parte necessária para assegurar a cobertura financeira dos encargos gerais da sua estrutura

profissional, sem o que não lhe seria possível exercer a actividade profissional, e a

contrapartida ou justo preço do trabalho efectivamente prestado (in Fernando Sousa Magalhães,

Estatuto da Ordem dos Advogados Anotado e Comentado” 2015 – Cfr. pág. 169, nota 9).

Ora, a única questão a decidir pelo presente Laudo traduz-.se, digamos assim, em

quantificar os honorários devidos pelo Senhor (…) ao aqui requerido, Sr. Dr. (…).

Page 4: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

4

Se é verdade que não se estabelece no n.º 3 do artigo 105.º do EOA qualquer “critério

legal”, propriamente dito, de fixação do montante dos honorários a advogado, certo é que se

vem aceitando que tal norma legal consagra “critérios” ou “parâmetros referenciais” de

carácter deontológico e apesar de estes assumirem natureza meramente indicativa, tais

elementos/critérios/parâmetros não poderão deixar de ser tidos em consideração na

apreciação do decisor, no justo cálculo do montante devido a título de honorários. De salientar

também, que, não obstante não existir uma hierarquia entre estes elementos de ponderação, é

aceite que, perante as circunstâncias concretas de cada caso, uns possam assumir maior

relevância que outros, sendo certo que, segundo entendimento comum, o tempo gasto pelo

advogado e a dificuldade do assunto, são, normalmente, os elementos mais decisivos, já que

refletem a complexidade da causa e o esforço despendido pelo advogado para solucionar o

problema, devendo ser relegado para um plano secundário o resultado conseguido.

4 – Objecto do Parecer

Nos termos do nº 1 do artigo 4º do RLH, não há pronúncia, na emissão do Laudo, sobre

as despesas e os encargos inerentes à prestação de serviços em causa.

Tem sido entendimento uniforme do Conselho Superior da Ordem dos Advogados

presumir como efectivamente prestados, para efeitos de emissão de Laudo, os serviços

discriminados pelo advogado, sem prejuízo de, por via judicial, poder chegar-se a conclusão

diversa, após prova aí produzida.

Neste sentido, e antes de mais, dá-se, pois, aqui como por reproduzida a Nota de

Honorários e Despesas, enviada pelo requerido ao requerente:

“HONORÁRIOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

AO

Page 5: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

5

SR. (…)

Descrição dos serviços prestados

A) – Reuniões Iniciais

1º - Reunião com familiares do cliente, em 10 de Setembro de 2009, para exposição dos factos relativos ao acidente de viação ocorrido no dia 29.08.2009, pelas 16.45 horas, na Estrada Nacional n.º202, na freguesia de Santa Marta de Portuzelo, concelho de Viana do Castelo, quando conduzia o seu motociclo de matrícula (…) e definir os procedimentos a adoptar – 1.30 hora 2.º - Reunião com familiares do cliente, 4 dias depois, 14 de Setembro, para nova explanação do relatado na anterior reunião e entrega de documentação relacionada com o acidente, designadamente, informações policiais e relatórios hospitalares, concretamente, do episódio de Urgência – 1 hora 3.º - Contacto telefónico com a Companhia de Seguros do terceiro, causador do acidente, (…), em finais de Setembro de 2009, para melhor agilização do processo, concretamente com o seu funcionário Sr. (…), ao qual foi relatada a situação clinica do cliente, a informação de que o signatário foi pelo mesmo constituído seu mandatário, a identificação do seu e-mail e consequente disponibilidade para tratar do processo em todas as suas vertentes – 30 minutos

B) - Reuniões subsequentes e correspondência por e-mail: 4.º - Recepção no dia 12.11.2009 de um e-mail do Sr. (…), pelas 12:38 horas, com o seguinte teor: Através do presente email, informamos V. Exa. que seus constituintes, (…) e (…), que resultaram feridos no acidente de viação ocorrido no dia 29-08-2009, foram, no âmbito do nosso processo de sinistro nº (…), encaminhados para os nossos serviços clínicos, tendo consulta marcada na Ordem da Lapa, no Porto, com o Dr. (…), no dia 24-11-2009 às 14h.

Agradecemos que nos confirme a respectiva comparência. Doc.1

Page 6: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

6

5.º - Leitura do mesmo e contacto com o cliente para tal fim – 20 minutos 6.º - Elaboração de resposta e envio da mesma à Seguradora, no dia 18.11.2012, pelas 10:49 horas – 15 minutos – com o seguinte teor: Venho por este meio dar-lhe conhecimento de que os meus constituintes estão a ser clinicamente tratados no Hospital Distrital de Viana do Castelo e aí pretendem continuar a ser tratados.

Oportunamente daremos conhecimento do seu estado clínico. Doc.2

7.º - Entretanto, o cliente, por intermédio de um familiar, contactou o signatário e consigo se reuniu, antes mesmo da correspondência anterior, isto é, em finais de Outubro de 2009, mais concretamente em 29.10.2009, para se tratar de reclamar junto da Seguradora o pagamento de uma prestação mensal equivalente ao salário que auferia em França, enquanto trabalhador da construção civil, uma vez que desde o dia do acidente, 29.08.2009, se encontrava sem rendimento algum e a Segurança Social nada lhe pagava, na qual foram solicitados elementos documentos comprovativos da situação profissional daquele e respectivo salário - 1 horas e 15 minutos 8.º - Análise da documentação em Francês relativa à situação profissional do cliente e elaboração de carta a reclamar o pagamento da quantia mensal de 1.000 €uros, por conta da futura indemnização a receber, carta essa datada de 12.11.2009 e recepcionada pela Seguradora em 16.11.2009 – 1.30 horas. Doc.3, 4, 5 e 6

9.º - Recepção, análise e contacto com o cliente para o teor da resposta infra, recebida da Seguradora no dia 18.11.2009, pelas 11:38 horas – 30 minutos Analisada a proposta que nos apresentou através de carta datada de 12-11-2009, somos a informar que estamos dispostos a indemnizar os seus constituintes a título de Incapacidade Temporária Absoluta, mediante a apresentação dos seguintes documentos: No caso do Sr. (…): - Certificado de incapacidade para o exercício da profissão. - Documento comprovativo do órgão competente do Estado Francês que comprove a não atribuição de qualquer subsídio por motivo do incapacidade para o trabalho. Perante a apresentação dos documentos solicitados, iremos liquidar o rendimento mensal do casal por inteiro desde a

data do acidente e pelo período em que vigorar o certificado de incapacidade. Doc.7

Page 7: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

7

10.º - Reunião com familiares do cliente no dia 18.11.2009 para estudar a forma de dar satisfação ao solicitado, obtenção de documentação, análise da mesma e elaboração de resposta à Seguradora no dia 18.11.2009, pelas 15:25 horas – 1 h e 30 minutos – nos termos seguintes:

Exmo. Senhor (…), De acordo com o solicitado, tenho a transmitir-lhe o seguinte: Quanto ao Sr. (…): - Quanto ao certificado de incapacidade para o exercício temporário da profissão, em anexo lhe remeto 5 documentos comprovativos desse facto. Cfr. doc. 3 a 8 - Quanto ao pretendido documento do Estado Francês comprovativo do não recebimento de subsídio algum por Incapacidade de Trabalho, o mesmo terá que ser requerido a França, sendo provável que demore um mês ou mais obtê-lo, pelo que proponho que seja efectuado o pagamento solicitado, na certeza de que o meu constituinte muito mais dinheiro terá a receber de Vas. Exas. para além daquele que pagarão, pelo que se sugere que se fixe o prazo de 90 dias para apresentação de tal documento, sob pena de, caso não seja apresentado, ser então suspenso o pagamento

pretendido. Doc.8

11.º - Recepção da resposta da Seguradora, por e-mail de 18.11.2009, pelas 15:58 horas, com o consequente conhecimento ao cliente, por telefone – 30 minutos Exmo. Sr. Dr. (…), No seguimento da proposta apresentada por V. Exa., serve o presente e-mail para informar que será emitido um cheque no valor de € 5 261,31 em nome do Sr. (…) a título de indemnização por ITA … correspondente aos meses de Setembro, Outubro e Novembro do corrente ano.

Ficamos a aguardar o documento em falta no prazo e nos termos que indicou no último e-mail.Doc.9

12.º - Entretanto, o cliente e a empresa de peritagem contratada pela Seguradora do terceiro negociaram directamente o valor dos salvados do motociclo do cliente danificado no relatado acidente. Todavia, surgiram problemas com a legalização da documentação do salvado, pelo que o cliente solicitou a intervenção do signatário, para tal fim, que contactou a Seguradora – sempre na pessoa do Sr. (…) – à qual enviou um e-mail, no dia 16.12.2009, pelas 16:56 horas – tendo despendido na reunião, análise do assunto, contacto com o cliente e igualmente contacto prévio telefónico com aquele funcionário: 2 hora e 30 minutos – nos termos seguintes:

Exmo Senhor, Desde já , os meus sinceros agradecimentos pela forma profissional e expedita como tem tratado deste assunto. Escrevo-lhe agora com vista à resolução dos danos no motociclo, cujo valor já foi acordado entre o meu constituinte e a empresa que está a tratar do assunto, sendo que o meu constituinte apenas pretende enviar os originais dos documentos depois de assinar o respectivo recibo de indemnização ou contra a entrega do mesmo, pelo que lhe solicito

os seus bons ofícios com vista à rápida resolução deste assunto Doc.10

Page 8: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

8

13.º - Recepção da resposta, por e-mail de 16.12.2009, pelas 17:10 horas, análise e consequente conhecimento transmitido ao cliente – 15 minutos – nestes termos: Exmo. Sr. Dr. (…), Não haverá qualquer entrave em enviar o recibo de indemnização conforme sugere V. Exa. Para tal apenas solicito que envie cópia do Titulo do Registo de Propriedade ou do D.U.A., o que poderá ser feito por esta via. Subscrevo-me com elevada consideração, Melhores Cumprimentos

(…) Doc.11

14.º - Envio de e-mail à Seguradora, em 11.01.2010, pelas 12:30 horas, com documentos, entretanto solicitados ao cliente e reunião prévia com este– 30 minutos – nestes termos: Exmo. Sr. (…), Em resposta ao seu e-mail de 16 de Dezembro, em anexo lhe envio o Titulo de Registo de Propriedade dos meus

constituintes para pagamento dos danos no motociclo. Doc.12

15.º - Contacto telefónico com a Seguradora para pagamento da indemnização por ITA relativa aos meses de Dezembro de 2009 e Janeiro e Fevereiro de 2010 – 15 minutos 16.º - Recepção da resposta da Seguradora, por e-mail de 19.02.2010, pelas 16:35 horas e consequente conhecimento dela transmitido ao cliente – 15 minutos – nestes termos: Exmo. Sr. Dr. (…), Na sequência do seu contacto mediante o qual nos solicitou o pagamento aos seus clientes da indemnização por ITA relativa aos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, agradecemos a disponibilidade do Sr. (…)para se deslocar à Ordem da Lapa no Porto para uma consulta de controlo. Foi marcada consulta a ambos os sinistrados para o dia 26-02-2010 às 14.00h com o Dr. (…).

Se houver algum inconveniente agradecemos que nos indique data mais oportuna.Doc.13

17.º - Envio de e-mail à Seguradora no dia 23.02.2010, pelas 15:08 horas, a solicitar-lhe transporte por Taxi, para a sua deslocação ao Porto, após prévia reunião com o cliente – 30 minutos – nos termos seguintes: Exmo. Senhor, Em resposta à sua comunicação de 19 Fevereiro de 2010, muito grato ficaria a Vª Exa. se digna-se providenciar o transporte Táxi para os meus constituinte, a fim de se deslocarem de Viana do Castelo ao Porto no próximo dia 26 de Fevereiro, uma vez que estes não tem posses para custear tal transporte e estão sem receber há cerca de 3 meses.

Doc.14

Page 9: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

9

18.º - Recepção de email da Seguradora e transmissão da resposta ao cliente, com contactos pessoais – 45 minutos – no dia 24.02.2010, pelas 09:14 horas: Exmo. Sr. Dr. (…), Será cedido transporte de táxi aos sinistrados para a consulta de controlo. Melhores Cumprimentos

(…) Doc.15

19.º - Cliente contacta o signatário e informa que não sabe onde “apanhar” o táxi e pretende novo contacto com a Seguradora para tal fim, o que o signatário tenta resolver mediante envio de novo e-mail à Seguradora, no dia 24.02.2010, pelas 09:48 horas – 30 minutos – nos termos segui ntes: Exmo. Sr. (…), Grato pela sua colaboração.

Agradeço que me informe onde terão os meus constituintes que aguardar pelo transporte. Doc.16

20.º - No dia 20.02.2010, pelas 12:46 horas, o signatário recebeu da Seguradora o e-mail infra, quanto à documentação dos salvados, nos termos seguintes: Exmo. Sr. Dr. (…), Fomos mais uma vez contactados pela empresa (…) dando notícia que ainda não foram recepcionados os documentos do veículo. Sem tais documentos não pode ser dado seguimento à tramitação do salvado. Agradecemos urgência no envio dos documentos solicitados pela (…) para: (…) Portugal, S.A.

(…)Doc.17

21.º - Nesse mesmo dia 20.02.2010, pelas 13:21 horas, o signatário remeteu novo e-mail à Seguradora – 15 minutos – nestes termos:

Boa tarde Sr.(…), Penso ser estes documentos que faltam ou estamos a falar de mais alguma?

Agradeço resposta urgente. Doc.18

22.º - Entretanto, por causa da ITA do cliente, o signatário recebeu da Seguradora um email em 26.04.2010, pelas 12:59 horas, nestes termos: Exmo. Sr. Dr. (…), Pela necessidade de que o processo se encontre devidamente documentado, agradecemos o envio dos Certificados de Incapacidade para o Trabalho de ambos os sinistrados, para que possamos emitir o pagamento das indemnizações por

ITA relativas ao mês de Abril. Doc.19

Page 10: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

10

23.º - Entretanto, no mês de Setembro de 2010, o cliente reuniu-se com o signatário 5 vezes –09.09.2010, 13.09.2010, 17.09.2010, 21.09.2010 e 22.09.2010, respectivamente, 1.30 horas + 30 minutos + 1 hora + 25 minutos + 1.20 horas, tal como no mês de Outubro de 2010, 3 reuniões, nas datas 01.10.2010, 06.10.2010 e 08.10.2010, respectivamente 40 minutos + 30 minutos + 1.20 horas, por causa do veículo de matrícula francesa que tinha em seu poder, sendo a questão a seguinte:

O cliente é proprietário da viatura de matrícula francesa com a seguinte identidade (…), marca (…), do ano 2004. De acordo com a legislação em vigor, tal viatura apenas pode estar em Portugal pelo período máximo de 6 meses, sendo que findo desse prazo, qualquer Autoridade Policial ou a Alfandegária a pode apreender e obrigar à respectiva legalização ou reenviá-la para o País de origem ! O sinistrado (…) encontra-se no nosso País desde o dia do acidente, ou seja, 29 Agosto de 2010, sendo previsível, de acordo com os médicos assistentes que necessitasse, então, de mais 2 anos para a sua completa recuperação. Perante tal realidade, o cliente apenas tinha 2 alternativas relativamente à viatura em causa: Ou legaliza no nosso país, suportando o seu custo entre 9.000 € a 10.000 €, ou a reenvia para França e procede à respectiva venda, dado que não só não conduz desde o acidente, como também estará impossibilitado de o fazer num futuro próximo, pelo que tal viatura, estando imobilizada perderá valor comercial razão pela qual se a reenviar para França terá que a vender, coisa que o sinistrado não pretende uma vez que, nesta altura, pouco dinheiro darão por ela !Por outro lado, a ser reenviada tal viatura para França, deixará a mesma de ser utilizada em Portugal, ainda que conduzida pelos seus familiares, mormente para as necessidades básicas do dia-a-dia, pois vive distanciado dos centros urbanos.

Despendeu 6 horas e 25 minutos de trabalho nas mesmas.

24.º - Em face de tal questão, o signatário, após ponderar resposta à mesma, remeteu um e-mail à Seguradora, no dia 11.10.2010, pelas 17:05 horas – 2 horas – colocando-lhe tal questão, nestes termos:

Venho colocar uma questão de resolução complicada mas que urge decidir.

O problema é o seguinte:

O meu constituinte (…) é proprietário da viatura de matrícula francesa com a seguinte identidade (…), marca (…) do ano 2004.

De acordo com a legislação em vigor, tal viatura apenas pode estar em Portugal pelo período máximo de 6 meses, sendo que findo desse prazo, qualquer Autoridade Policial ou a Alfandegária a pode apreender e obrigar à respectiva legalização ou reenviá-la para o País de origem !

Sucede que, o sinistrado (…) encontra-se no nosso País desde o dia do acidente, ou seja, 29 Agosto de 2010, sendo previsível, de acordo com os médicos assistentes que necessite de mais 2 anos para a sua completa recuperação.

Posto isto, o sinistrado apenas tem 2 alternativas relativamente à viatura em causa:

Ou legaliza no nosso país, suportando o seu custo entre 9.000 € a 10.000 €, ou a reenvia para França e procede à respectiva venda, dado que não só não conduz desde o acidente, como também estará impossibilitado de o fazer num futuro próximo, pelo que tal viatura, estando imobilizada perderá valor comercial razão pela qual se a reenviar para França terá que a vender, coisa que o sinistrado não pretende uma vez que, nesta altura, pouco dinheiro darão por ela !

Page 11: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

11

Por outro lado, a ser reenviada tal viatura para França, deixará a mesma de ser utilizada em Portugal, ainda que conduzida pelos seus familiares, mormente para as necessidades básicas do dia-a-dia, pois vive distanciado dos centros urbanos.

Assim sendo, impõem-se uma de duas soluções, ou Vas. Exas. assumem o custo da legalização da viatura em Portugal ou a mesma será reenviada para França e posteriormente exigir-se-á de Vas. Exas. os danos decorrentes pela venda daquela viatura, sendo certo que a mesma foi adquirida nova no respectivo stand.

Solicito resposta urgente. Doc.20

25.º - Recepção da resposta da Seguradora no dia 19.10.2010, pelas 11:25, nestes termos:

Exmo. Sr. Dr. (…), Apresentamos os nossos respeitosos cumprimentos. Acusamos a recepção do v/ email, o qual foi merecedor da nossa melhor atenção. Após uma consulta [ressalve-se que não rigorosa] do Código do ISV (que anexamos), somos da opinião que o Sr. (…) está abrangido pelo regime de isenção constante dos artigos 58.º e seguintes do referido diploma, sendo que, para tal, apenas haverá que apresentar os documentos elencados no art. 61.º. A confirmar-se tal isenção, a legalização do veículo ficará substancialmente mais económica.

Agradecemos que V. Exa. se pronuncie acerca da alternativa que sugerimos. Doc.21

26.º - Contacto com o cliente, informação da resposta e incumbência do mesmo para que o signatário diligencie junto da Alfândega de Viana pela obtenção dos elementos em causa – 1 hora 27.º - 3 Deslocações do signatário nos dias 18.11.2010, 03.12.2010 e 11.01.2011, à Alfândega de Viana, para tal fim, nas quais despendeu 4 hora e 30 minutos 28.º - Durante esse período de tempo, atendeu o cliente nos dias seguintes, sobre tal assunto: 22.11.2010, 07.12.2010 e 14.01.2011, nas quais despendeu o seguinte tempo: 1h+45min+1:30htotal: 3.15 horas 29.º - No dia 27.01.2011, pelas 16:27 horas, o signatário remeteu à Seguradora um e-mail com o seguinte teor: Antes de mais, peço-lhe que me releve a minha resposta tardia ao seu e-mail de 19.10.2010, a qual apenas se deve à indagação, junto das repartições em causa, da possibilidade de se beneficiar do regime de isenção em causa. Ora, temos um problema insolúvel, que é este: O sinistrado (…) está a residir em Portugal há 17 meses, para se curar das lesões que foi vitima no acidente em causa.

Page 12: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

12

Atendendo a que a sua viatura é de matricula francesa, o mesmo ou a tinha no nosso País no período de 6 meses, findo os quais teria que regressar a França para aí ser submetida ao controlo aduaneiro ou, caso regressasse definitivamente a Portugal – o que não é a situação - poderia legalizada sem custo algum, atendendo ao regresso definitivo. Ora, como não está numa situação nem outra, vê-se forçado a legalizar o veículo no nosso País, nesta data, mas pagando cerca de 8.000 €uros em impostos ! Não tem volta a dar, segundo informações obtidas no posto aduaneiro de Viana do Castelo. Atente-se que a causa desta situação é a permanecia do sinistrado no nosso País, estando, de resto, à disposição dos vossos serviços clínicos. Por outro lado, devido ao facto de temporariamente estar a residir em Portugal, o sinistrado não dispõe de contrato de arrendamento de habitação em França, nem facturas de fornecimento de água ou electricidade, documentos essenciais para apresentar nas Autoridades Portuguesas para a legalização daquela viatura mediante o pagamento do imposto mínimo! Há nexo de causalidade entre uma situação e outra (acidente e legalização), pelo que solicitamos a imediata assunção de Vas. Exas. no assunto em causa, a menos que queira essa Seguradora tratar ela própria da legalização do veiculo.

Agradeço resposta urgente. Doc.22 Despendeu 2 horas de trabalho.

30.º - No dia 17.02.2011, a Seguradora, desta vez através da Ex.ma Funcionária D.ª (…), remeteu uma carta ao cliente, mas dirigida para o escritório do signatário, na qual informa o seguinte – 15 minutos de tempo despendido neste assunto: … face aos argumentos apresentados, nos encontramos na disponibilidade de transportar a viatura para o país de origem, sem quaisquer custos adicionais …

Agradecemos a sua concordância … Doc.23

31.º - No dia 28.02.2011, pelas 15:40 horas, o signatário respondeu à Seguradora – 45 minutos – nestes termos: Exma. Sra. Os meus melhores cumprimentos. Penso existir um equivoco na resposta que fez o favor de me enviar. Com efeito, o que está em causa não é o custo do transporte da viatura para França, mas sim a impossibilidade de legalizar em França, nesta altura, pelo facto do lesado ter entregue a sua habitação lá, ao respectivo senhorio, e não dispor de comprovativos, tais como, facturas de água, electricidade, etc., que justifiquem a sua permanência em França no último ano. Por isso é que se reclamou que Vas. Exas. assumissem os custos da legalização da viatura em Portugal, pelos motivos anteriores descritos na nossa comunicação.

Ficando aguardar as suas prezadas noticias. Doc.24

Page 13: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

13

32.º - Recepção no dia 01.03.2011, pelas 09:40 horas, do seguinte e-mail da Seguradora: Exmo. Sr. Dr. Questionamos então qual o fim a dar à viatura pelo S/Constituinte, dado que o mesmo se encontra, em termos clínicos, impossibilitado de andar com a mesma motivo pelo qual nos encontramos a assumir as despesas de táxi apresentadas.

Doc.25

33.º - Estudo e elaboração de resposta à Seguradora, após prévia reunião com o cliente – 1.5 horas – que lhe foi remetida através de e-mail enviado em 29.03.2011, pelas 15:26 horas: Exma. Senhora D.ª (…), Os meus melhores cumprimentos. O fim a dar à viatura do sinistrado é a sua legalização em Portugal, uma vez que o mesmo não consegue legalizar em França por não conseguir justificar a sua residência lá no último ano devido ao acidente em causa, ou seja, o sinistrado não pode ter cá a viatura mais tempo sem a legalizar, mas também não pode enviá-la para França porque não tem lá residência há mais de 1 ano nem comprovativos para a justificar.

Deste modo, o que mais se impõe é a sua legalização em Portugal, sendo o custo da mesma suportado pelo causador do acidente, ou seja, por Vas. Exas. atenta a transferência da respectiva responsabilidade civil. É certo que o mesmo está impossibilitado de a utilizar, tanto assim que o meio utilizado tem sido o táxi. Porém, o problema não é este, mas a sua necessidade de legalização pelos motivos acima indicados.

Por isso, solicito a Vas. Exas. se dignem suportar o respectivo custo da legalização. Doc.25

34.º - No dia 30.03.2011, pelas 10:32 horas, a Seguradora remeteu um e-mail ao signatário a dar conhecimento de que NÃO aceita assumir as despesas inerentes ao processo de legalização, em território nacional, da viatura do sinistrado. Doc.26 – tempo despendido: 10 minutos 35.º - Reunião com o cliente no dia 14.04.2011 - despendeu 1 h e 30 minutos – para se tentar ultrapassar tal situação e estudar qual a melhor via. 36.º - Face à reunião inconclusiva anterior, a solicitação do cliente, reuniu-se o signatário com ele no dia 18.04.2011 – 1 h e 30 minutos – tendo ficado decidido que o cliente a legalizaria directamente nos Serviços Alfandegários de Viana do Castelo, o que fez em 20.04.2011. Doc.26-A 37.º - Sem prejuízo das datas igualmente mencionadas noutros itens infra descritos, o cliente, entre o mês de Maio de 2011 e Dezembro de 2011, encontrava-se em convalescença, sendo que todos os meses se reunia com o signatário, mais do que uma vez, reuniões essas objecto de descrição autónoma, uma vez que, neste item, apenas se faz alusão à correspondência e e-mails trocados com a Seguradora !

Page 14: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

14

38.º - Entretanto, o sinistrado foi convocado pela Seguradora para comparecer no seu Departamento Clínico no dia 06.02.2012, pelas 14 horas. 39.º - O signatário, após convocar o cliente ao seu escritório e com ele conferenciar – 1 hora – comunicou, por email, em 26.01.2012, pelas 10:59 horas, que o mesmo não poderia comparecer por se encontrar em convalescença de cirurgia que iria ser submetido, como foi, no dia 29.01.2012, na ULSAM. Doc.27 40.º - Recepção no dia 26.01.2012, pelas 15:57 horas, de email da Seguradora a dar conhecimento que cancelaram a consulta e reagendarão noutra data. Doc.28 - 15 minutos despendidos 41.º - Contacto telefónico no dia 15.02.2012, entre o signatário e a D.ª (…), da Seguradora, por causa da situação clínica do sinistrado – 20 minutos 42.º - Reunião com o cliente no dia 23.02.2012, para se conferenciar sobre a sua situação clínica e análise do Relatório Médico do Sr. Dr. (…), por causa da cirurgia - 1 hora e 30 minutos – e ainda se reclamar transporte de táxi à seguradora. Doc.29 43.º - Envio de email à Seguradora no dia 24.02.2012, pelas 09:14 horas, para remessa do Relatório Clínico do Dr. (…) + solicitação de táxi – 15 minutos. Doc.30 44.º - Recepção de email da Seguradora no dia 28.02.2012, pelas 09:40 horas, para remarcação de consulta do cliente, nos seus Serviços Clínicos. Doc.31 45.º - Contacto com o cliente para marcação de data – 15 minutos 46.º - Elaboração de resposta à Seguradora, por email de 01.03.2012, às 16:22 horas, a comunicar disponibilidade do cliente – 15 minutos. Doc.32 47.º - Elaboração de novo email à Seguradora, em 09.03.2012, pelas 09:48 horas, a solicitar confirmação, por escrito, de que “ela” assume o pagamento do transporte de táxi de Viana ao Porto e vice-versa –15 minutos. Doc.33

Page 15: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

15

48.º - Atendimento do cliente e envio de novo email à Seguradora, em 03.05.2012, pelas 14:38 horas, a solicitar-lhe contacto directo com a empresa de táxis, para suportar o custo do transporte a realizar no dia seguinte, isto é, em 04.05.2012, pelas 15 horas–30 minutos. Doc.34 49.º - Recepção de novo email da Seguradora, no dia 04.05.2012, pelas 09:46 horas, com o seguinte teor: 15 minutos Exmo. Colega, Informo que solicitámos aos colegas que procedessem em conformidade relativamente à cedência de táxi, no entanto, para situações futuras, solicitamos que o mesmo seja solicitado atempadamente através da nossa Linha de Assistência Clínica (…). Mais se informa que a despesa reclamada foi atempadamente liquidada em 26.03.2012, tendo já a situação sido devidamente esclarecida aos seus Constituintes aquando da deslocação dos mesmos ao nosso Espaço (…) em

20.04.2012. Doc.35

50.º - No dia 30.06.2012, o signatário deu entrada no Tribunal Judicial de Viana do Castelo da competente acção judicial de condenação da Seguradora a pagar ao sinistrado as indemnizações aí peticionadas - que será objecto de descrição autónoma infra, uma vez que se continua no âmbito dos serviços prestados através de correspondência entre o signatário e a seguradora !! 51.º - No dia 06.09.2012, pelas 18:23 horas, a funcionária do signatário remeteu para a Seguradora o seguinte email, tal como os seguintes documentos, após supervisão do signatário, tendo-se despendido 30 minutos:

Venho pela presente remeter os documentos anteriormente solicitados relativamente aos dias 10, 11, 12 e 31 de Julho que junto em anexo. Pretendo que me informe em que estado se encontra o montante em falta dos mês de Março

respectivo às despesas de táxi não pagas. Doc.36

52.º - Com idêntica finalidade, remeteu-se também no dia 11.10.2012, pelas 11:00 horas, o seguinte email à seguradora, tal como os seguintes documentos, após supervisão do signatário, tendo-se despendido 30 minutos:

Venho pela presente remeter-lhe os documentos anteriormente solicitados relativamente aos dias 10, 11, 12 e 31 de Julho. Os anteriormente enviados correspondem a esses dias uma vez que juntam algumas secções de fisioterapia e depois vem tudo no mesmo documento, tal como nesse mesmo documento tem referido, através da indicação do período de

datas a que se refere. Doc.37

53.º - Atendimento do cliente no dia 22.10.2012, durante 45 minutos, por causa da sua situação clínica e solicitação de táxi para a sua deslocação ao Porto no dia 19.11.2012.

Page 16: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

16

54.º - Remessa de email à Seguradora, para tal fim, no dia 22.10.2012, pelas 18:22 horas – 15 minutos: Boa Tarde D. (…), Venho pela presente solicitar-lhe que no próximo dia 19 de Novembro de 2012, o Sr. (…) terá de se deslocar ao Porto para uma consulta, pelo que deverá comunicar a companhia de táxis habitual para lhe designar nesse dia um táxi que se

encarregue de o levar ao Porto. – Doc. 38

55.º - Comunicação à Seguradora, através de email de 16.11.2012, pelas 18:22 horas, de que o cliente fora internado no dia anterior no Hospital S. Joâo de Deus, em Barcelos, pelo que não vai comparecer na consulta de Ortopedia, da semana seguinte, no Departamento Clínico, no Porto – 15 minutos, no qual se engloba também as diligências realizadas para a confirmação dessa situação. Doc.39 56.º - Atendimento do cliente no dia 28.11.2012, durante 1.45 horas, sendo que teve “alta” daquele Hospital no dia anterior. Doc.40 57.º - Envio de email à Seguradora, no dia 28.11.2012, pelas 20:33 horas, a dar conhecimento de que o cliente já teve “alta” hospitalar e que pode ser remarcada a consulta de Ortopedia – 15 minutos Boa Tarde Dra. (…), Venho pela presente informar que o Sr. (…) já teve alta hospitalar no passado dia 26.11.2012, pelo que já pode ser feita

nova marcação de consulta. Doc.41

58.º - Recepção de email da Seguradora a comunicar consulta para 30.11.2012, dar conhecimento da mesma ao cliente e obtenção da sua consequente disponibilidade e reconfirmação junto da Seguradora, através de email de 29.11.2012, pelas 14.57 horas: 50 minutos: Exma. Senhora Dra. (…), Em resposta ao seu email de hoje relativo à consulta de amanhã, agradecia que informasse a companhia de Taxis

Lutador, para levarem o Sr. (…) amanhã ao Porto, por causa da consulta. Doc.42

59.º - Atendimento do cliente no dia 03.12.2012, a dar conhecimento de que no dia 06.12.2012, tem consulta de Ortopedia no Porto e a solicitar envio de email à seguradora, para o seu transporte de táxi de Viana ao Porto e vice-versa, tendo sido remetido email, nesse dia 03.12.2012, pelas 11.32 horas, nestes termos: (30 minutos)

Page 17: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

17

Bom Dia D. (…), Venho pela presente informá-la que no próximo dia 06 de Dezembro de 2012, o Sr. (…) terá de se deslocar ao Porto para uma consulta, pelo que deverá comunicar à companhia de táxis habitual para lhe designar nesse dia um táxi que se

encarregue de o levar ao Porto. Doc.43

60.º - No dia 17.12.2012, o signatário reuniu-se com o cliente, por causa da desprotecção em que se encontrava, quanto a despesas médicas e medicamentosas e mesmo hospitalares, pelo facto de, por causa do acidente, não estar a receber qualquer benefício da Segurança Social, de Portugal e/ou França – 1.5 horas 61.º - No dia seguinte, 18.12.2012, o cliente quis voltar a reunir-se com o signatário, por causa de tal assunto, que muito o apoquentava, o que se concretizou durante mais de 1 hora ! 62.º - Por tal motivo, o signatário elaborou a seguinte comunicação à Seguradora, que no dia 19.12.2012, pelas 11:48 horas, lhe remeteu por email – em que despendeu 1.30 horas – nos termos seguintes: Bom Dia Dra. (….), Os meus constituintes (…), ficaram com a sua inscrição na Segurança Social Francesa cancelada desde 29.08.2012, pelo facto de já não residem em França, há mais de 3 anos, o que ocorreu pelo facto dos mesmos terem ficado desde o acidente completamente “retidos” em Portugal, quer para diversos internamentos hospitalares e cirurgias várias, como também pela necessidade dos mais diversos tratamentos de recuperação, entre os quais fisioterapia. Assim, ainda se encontram de “baixa clinica” nesta data ! A questão que se coloca é a seguinte: Desde o dia 12.11.2012 que os meus constituintes, por imposição legal e pela circunstancia de não poderem ainda regressar a França, que têm residência oficial em Portugal, estando assim agora inscritos na Segurança Social Portuguesa. Porém, encontram-se sem quaisquer benefícios da Segurança Social, uma vez que nunca efectuaram descontos cá, nem estão desempregados ! Por tal motivo, não beneficiam de quaisquer isenções nas comparticipações medicamentosas, nem no apoio hospitalar, designadamente em internamentos, em tudo que não esteja relacionado com o acidente de que foram vitimas ! Isto é: Tudo o que estiver relacionado com o acidente, tem beneficio do apoio hospitalar.Porém, em caso de doença não conexa com as lesões decorrentes do acidente, encontram-se sem qualquer cobertura social ! Perante esta desprotecção, solicito a Vª Exª se dignem assumir toda e qualquer despesa sua, em caso de doença que implique hospitalização e despesas médicas e medicamentosas.

É o que ora se requer com a maior brevidade. Doc.44

63.º - No dia 03.01.2013, o signatário atendeu o cliente, entre outras razões relacionadas com o seu processo, por causa do transporte de táxi para o Hospital de Santa Maria, no Porto, no dia 08.01.2013, tal como para o Hospital de Braga, no dia 29.01.2013 – 25 minutos. 64.º - Por tal motivo, no dia 04.01.2013, pelas 09:22 horas, remeteu o seguinte email à Seguradora – 15 minutos:

Page 18: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

18

Boa Tarde Dra. (…), Venho pela presente solicitar-lhe que comunique à companhia de Táxis que o Sr. (…) tem de estar no dia 08.01.2013 às 8:30h no Hospital de Santa Maria no Porto e ainda nos dias 25.01.2013 às 16:40h e dia 29.01.2013 às 10h no Hospital de Braga.

Agradeço uma confirmação breve. Doc.45

65.º - No dia 21.01.2013, pelas 18:52 horas, o signatário remeteu outro email à Seguradora, nestes termos (15 minutos): Boa Tarde D. (…), Em anexo remeto os comprovativos de como o Sr. (…) esteve presente numa consulta no Porto no dia 11.12.2012 e

06.12.2012. Doc.46

66.º - Embora relacionado com despesas que faremos alusão noutro item, salientamos o email recebido da Seguradora no dia 23.01.2013, pelas 10:33 horas (15 minutos): Caro Dr. (…) Ilustre Colega Face às despesas apresentadas informamos que nesta data liquidámos o valor de €122.16, referente a despesas de farmácia (€59.16) e de transporte (€63). As faturas emitidas pela ULSAM não se encontram legíveis (não conseguimos visualizar o valor cobrado) pelo que solicitamos o reenvio das mesmas, assim como documento que justifique a deslocação de táxi no dia

31.12.2013.Doc.47

67.º - No dia 24.01.2013, pelas 18:16 horas, o signatário remeteu à Seguradora cópias das facturas da ULSAM e da despesas de táxi referentes ao dia 31.12.2012, nestes termos (25 minutos: recepcionar facturas, fotocopiá-las e escrever o email): Exma. Colega,

Em anexo remeto cópias das facturas da ULSAM e a justificação da deslocação de táxi do dia 31.12.2013.Doc.48

68.º - Também nesse dia 24.01.2013, pelas 18:48 horas, o signatário remeteu novo email à Seguradora, nestes termos (20 minutos: ver anterior email, constatar ausência de resposta e escrever novo email): Exma. Colega,

Venho pela presente solicitar-lhe uma resposta ao meu anterior email do dia 19.12.2012. Doc.50

69.º - No dia 19.02.2013, pelas 14:08 horas, o signatário recebeu novo email da Seguradora, nestes termos (20 minutos: ver, ler, imprimir e arquivar no processo):

Page 19: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

19

Procedemos nesta data à liquidação da ITA de Fevereiro e das despesas entretanto apresentadas. Atendendo a que o Sr. (…) deixou de comparecer nas nossas consultas, informamos que todas as despesas futuras, relacionadas com a recuperação clínica, deverão ser acompanhas do respetivo relatório médico sob pena de não

podermos liquidar as mesmas sem a disponibilização do mesmo. Doc.51

70.º - No dia 01.03.2013, pelas 10:16 horas, o signatário recebeu novo email da Seguradora, nestes termos (15 minutos: ver, ler, imprimir e arquivar no processo + 5 minutos para contactar o cliente) Atendendo ás despesas de táxi apresentadas pelo prestador Táxis (…) – Unipessoal Lda., referentes a deslocações nos dia 08/25 e 29 de Janeiro de 2013, e conforme já anteriormente esclarecido, deverão habilitar-nos com os respetivos comprovativos de comparência e relatórios médicos.

Mais alertamos que sem aqueles elementos não nos será possível liquidar a Fatura agora apresentada (FT … ). Doc.52

71.º - No dia 11.03.2013, pelas 12:19 horas, o signatário recebeu novo email da Seguradora, nestes termos (15 minutos: ver, ler, imprimir e arquivar no processo + 5 minutos para contactar o cliente) Serve o presente para reiterar o envio dos documentos já solicitados, assim como o envio com comprovativos da baixa de Março de 2013 e do relatório de psiquiatria. Questionamos se podemos agendar nova consulta para avaliar o estado clínico do sinistrado nos nossos serviços.

Doc.53

72.º - No dia 13.03.2013, pelas 15:25 horas, o signatário remeteu o seguinte email à Seguradora, relacionado com o exame clínico do sinistrado: (15 minutos para elaborar + 5 minutos para falar com o cliente): Relativamente ao Relatório de Psiquiatria, penso que até ao final do corrente mês o mesmo será entregue ao meu constituinte e posteriormente ser-vos-á remetido. Para marcação do exame clinico do sinistrado, penso que dentro de 45 dias o mesmo poderá ser marcado, sendo certo que previamente vos daremos informação a cerca do mesmo.

Remeto em anexo o documento da baixa do corrente mês de Março. Doc.54

73.º - No dia 02.04.2013, pelas 15:53 horas, o signatário remeteu o seguinte email à Seguradora, relacionado com o não pagamento da prestação do mês de Março, tal como de outras despesas (15 minutos para elaborar + 5 minutos para atender o cliente): Exma. Sra. Dra., Venho pela presente solicitar que me informe o motivo pelo qual ainda não foi pago o mês de Março tanto a baixa como

as despesas. Doc.55

Page 20: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

20

74.º - A tal email respondeu a Seguradora, nesse dia 02.04.2013, pelas 16:15 horas, nestes termos: Exmo. Sr. Dr. Tínhamos a informação de que o valor devido a título de ITA (Março) fora liquidado em 14.03.2013. No entanto, e na sequência da sua reclamação, verificámos que por anomalia dos nossos serviços, pelo qual apresentamos desde já as nossas sinceras desculpas, o mesmo não chegou a ser efetivado. Nessa conformidade, procedemos nesta data ao pagamento devido. Quanto às despesas apresentada, reiteramos a informação de que as mesmas carecem dos respetivos relatórios

médicos justificativos. Doc.57

75.º - Perante o teor do mesmo, deu o signatário dele conhecimento ao cliente, tendo despendido 15 minutos. 76.º - Também nesse mesmo dia 02.04.2013, pelas 16:30 horas, o signatário, após analisar os Relatórios Médicos em seu poder, deles deu conhecimento à Seguradora, por email, mais solicitando prazo para a remessa do Relatório de Psiquiatria: 45 minutos: Boa Tarde Dra. (…), Venho pela presente informar que relativamente aos relatórios médicos solicitados, apenas nos encontramos aguardar o envio do relatório relativo ao internamento psiquiátrico ocorrido no mês de Novembro do ano passado.

Em anexo remeto os relatórios médicos que tenho em meu poder. Doc.58

77.º - Uma vez mais nesse dia, 02.04.2013, pelas 17:00 horas, o signatário remeteu novo email à Seguradora referente a marcação de exame médico: 15 minutos: Boa Tarde Dra. (…),

Em anexo remeto a marcação de um exame médico, agradeço que informe a companhia de táxi do mesmo. Doc.59

78.º - Também no dia 05.04.2013, pelas 15:24 horas, o signatário voltou a remeter novo email à Seguradora, nos termos seguintes (10 minutos): Exma. Dra. (…),

Venho pela presente solicitar uma resposta urgente ao meu anterior email do dia 2 de Abril de 2013. Doc.60

79.º - No dia 08.04.2013, pelas 12.10 minutos, o signatário recebeu o seguinte email da Seguradora, por causa de despesas de farmácia e fisioterapia: (despendeu 15 minutos) Exmo. Sr. Dr. Acusamos a receção dos relatórios médico cujo envio muito agradecemos. Face ao conteúdo dos mesmos procedemos à liquidação do valor de €47.34 referente às despesas com as consultas de 15 e 25 de Fevereiro de 2013 (€5 + €3) e à despesa de farmácia (€39.34).

Page 21: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

21

Quanto às despesas com fisioterapia continuamos a aguardar a prescrição médica da mesma pois só assim nos será possível liquidar a mesma, assim como as despesas de táxi inerentes. Mais informamos, que já solicitámos o contacto por parte da nossa Linha de Assistência Clínica para que seja agendada

a deslocação por táxi para o próximo dia 10. Doc.61

80.º - Nesse mesmo dia 08.04.2013, pelas 18:28 horas, o signatário respondeu à Seguradora, remetendo-lhe os comprovativos solicitados, nos termos seguintes (15 minutos para consultar o processo, digitalizar documentos e falar com o cliente): Boa Tarde Dra. (….)

Em anexo remeto-lhe o comprovativo de como o meu constituinte se tem deslocado para a fisioterapia. Doc.62

81.º - No dia 12.04.2013, pelas 09:15 horas, o signatário recebeu novo email da Seguradora, a solicitar, entre o mais, agendamento da consulta de Ortopedia e Psiquiatria, nos termos seguintes: (15 minutos) Exmo. Sr. Dr. Acusamos a receção da documentação solicitada. Informamos que na presente data liquidámos o valor referente à ITA de Abril de 2013. Atendendo às especificidades do caso concreto, e de forma a instruirmos correctamente o processo, pretendemos agendar uma consulta com o Sr. (…) nos nossos serviços (especialidade de ortopedia e psiquiatria). Queira informar se os nossos serviços clínicos poderão entrar em contacto com o Ilustre Colega para proceder a este

agendamento. Doc.63

82.º - Após ter contactado o cliente, a funcionária do signatário comunicou à Seguradora a disponibilidade do cliente para tal fim (15 minutos), nestes termos, mediante email de 17.04.2013, pelas 18:45 horas: Boa Tarde Dra. (…),

Em resposta ao solicitado, informo que podem proceder à marcação dos exames pretendidos. Doc.64

83.º - Também no dia 19.04.2013, pelas 14:32 horas, o signatário remeteu novo email à Seguradora – 10 minutos – nestes termos: Boa Tarde Dra. (…), Agradecia que me esclarecesse quem lhes apresentou a despesa do dia 05.04.2013, visto que as mesmas ainda não

foram entregues. Doc.65

84.º - No dia 19.04.2013, pelas 15:23 horas, o signatário recebeu novo email da Seguradora, referente a pagamentos de despesas – despendeu 20 minutos – nos termos seguintes: Caro Dr. Boa tarde Pode indicar-me a que se deve essa despesa?

Page 22: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

22

Entretanto informo que nos estão a ser reclamadas as despesas de táxi, referente a deslocações de Março 2013, assim como despesas de médicas (consultas e fisioterapia) referentes ao mesmo período. Reiterando os nossos anteriores esclarecimentos as mesmas só poderão ser assumidas após receção dos respetivos relatórios médicos que justifiquem a necessidade das despesas verificadas.

Agradecemos o envio dos mesmos. Doc.66

85.º - Respondeu ao mesmo no dia 19.04.2013, pelas 16:40 horas, nos termos seguintes – despendeu 10 minutos: Boa Tarde Dra. (…), Informo que o relatório solicitado relativo à fisioterapia já foi enviado em emails anteriores.

Quanto a despesa é de fisioterapia, mas não foi apresentada por nós. Doc.67

86º - Entretanto, o cliente no dia 29.04.2013, pela manhã, esteve reunido com o signatário, manifestando desagrado pela Seguradora ainda não ter pago as despesas relativas aos meses de Fevereiro e Março desse ano, uma vez que já foram entregues os Relatórios Médicos solicitados – 50 minutos 87.º - Pelo que o signatário, nesse mesmo dia 29.04.2013, pelas 15:48 horas, remeteu novo email à Seguradora, nestes termos – 10 minutos: Boa Tarde Dra. (…), Agradecia que me informasse em que estado se encontra o pagamento das despesas relativas ao mês de Fevereiro e

Março de 2013, visto que já foram entregues os relatórios solicitados. Doc.68

88.º - No dia 06.05.2013, pelas 10:55 horas, o signatário recepcionou novo email da Seguradora, a comunicar-lhe a atribuída de uma IPP de 14 Pontos ao sinistrado, uma vez que lhe foi concedida, nessa data, “alta “ clínica e ainda a informação do pagamento de despesas, nos termos seguintes: (despendeu 20 minutos): Concluída a avaliação por parte dos nossos serviços clínicos, informamos que foi atribuída Alta com uma IPP de 14 Pontos ao Sr. (…). Nessa conformidade, e com o propósito de uma célere regularização, solicitamos que nos remete a proposta do cliente. Mais informamos que nesta data procedemos aos seguintes pagamentos: - Fisio Fevereiro (€46.00) + Táxi Fevereiro (€231.00)

- Fisio Março (€67.55) + Táxi Fevereiro (€336.00) Doc.69

89.º - Também no dia 10.05.2013, pelas 09:56 horas, o signatário recebeu da Seguradora um novo email, respeitante ao pagamento de despesas e ao período de ITA, tendo despendido 45 minutos na análise do seu conteúdo, a saber: Acusamos a recepção das seguintes despesas:

Page 23: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

23

- Táxi (€273.00) - Farmácia (€44.53) e consultas (€8) - Fisioterapia (€55.2). Face ao comprovativo da ITA apresentado por V. Exa., liquidámos a ITA de Abril correspondente ao período de 11.04 a 11.05. O sinistrado teve alta pelos nosso serviços em 29.04.2013. Apesar de V. Exa. ter requerido a competente ampliação do pedido em data anterior a 29.04.2013, com a indicação de que o sinistrado já se encontrava curado, vamos considerar, para efeitos da Alta, a data fixada pelos nossos serviços. Assim sendo consideramos que o valor da ITA liquidado entre 30.04 a 11.05 foi liquidado em excesso, existindo por isso um crédito no valor de €643.05 (€1753.77 / 30 dias = €58.46 x 11 dias= €643.5). O valor das despesas apresentadas totaliza o montante de €380.73. Nessa conformidade, e atendendo aos esclarecimentos anteriores, iremos deduzir o valor de €380.73 ao valor de €643.5.

Dessa feita, nada nos cumpre liquidar nesta data, relembrando que ainda existe um crédito no valor €262.32.Doc.70

90.º - Esse email foi respondido pelo signatário, em 15.05.2013, pelas 15:55 horas – para o que despendeu 1 hora – nestes termos: Em resposta ao seu email de 10.05.2013, tenho a transmitir-lhe o seguinte: 1º Pese embora os Vossos serviços clínicos tenham concedido alta ao meu constituinte em 29.04.2013, certo é que o mesmo se encontra de baixa médica concedida pelo seu médico de família, uma vez que psiquicamente não se encontra bem, sequelas estas resultantes do relatado acidente, pelo que este período de tempo em que o mesmo se encontra sem trabalhar e sem receber salário algum, ser-vos-á posteriormente reclamado em futura ampliação do pedido judicial. 2º Relativamente ao acerto de contas que pretende fazer ente as despesas de farmácia com outras que alegam no Vosso referido email, vamos aguardar pelo desenvolvimento futuro deste caso e, brevemente, dar-vos-emos noticias

sobre o mesmo. Doc.71

91.º - No dia 16.05.2013, pela manhã, o signatário recebeu o cliente durante 1 hora, tendo conferenciado sobre os assuntos pendentes, sendo que, nesse dia, lhe entregou os últimos exames clínicos por si efectuados. 92.º - Nesse mesmo dia 16.05.2013, pelas 15:40 horas, o signatário remeteu-os por email à Seguradora, tendo despendido 10 minutos: Exma. Colega,

Em anexo remeto os últimos exames clínicos efectuados pelo meu constituinte (…). Doc.72

93.º - No dia 20.05.2013, pelas 11:01 horas, a Seguradora remeteu um novo email ao signatário a informar que não havia justificação para a “baixa” clínica, uma vez que o sinistrado já estava clinicamente curado, além de abordar o pagamento de várias despesas – tendo despendido 45 minutos na sua análise – o que fez nos termos seguintes: Retomo este assunto por verificar que decerto algum lapso existe. Com efeito, os nossos serviços atribuíram Alta ao seu constituinte em 29.04.2013 e, com base nessa avaliação, não nos será possível liquidar qualquer outro valor a título de ITA, para além do valor que já liquidámos em 12.04.2013. Por outro lado, não compreendemos o motivo pelo qual informa que o seu constituinte continua de baixa atendendo a que já fomos notificados do requerimento que o Ilustre Colega apresentou ao tribunal requerendo a ampliação do

Page 24: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

24

pedido face ao facto do seu cliente já se encontrar clinicamente curado reclamando por isso “uma IPG de 41% + uma IPG psiquiátrica de 15%”. Quanto às despesas reclamadas no valor €36.75, queira informar a data em que remeteu as mesmas e a que se devem? De acordo com os nossos serviços, as várias despesas apresentadas tem vindo a ser liquidadas sendo que as últimas deverão ser deduzidas do valor pago em excesso aquando do nossa pagamento da ITA de Abril, conforme esclarecimentos já previamente prestados.

Assim sendo, consideramos ter dado resposta aos 3 e-mails enviados por V. Exa. em 16.05.2013. Doc.73

94.º - A esse email respondeu o signatário em 21.05.2013, pelas 10:11 horas, a dar conhecimento à Seguradora que o sinistrado se encontrava de “baixa” médica unicamente por motivos psiquiátricos – no que despendeu 30 minutos – nos termos seguintes: Em resposta ao seu email de ontem, tenho a transmitir-lhe que o sinistrado (…) se encontra de baixa médica unicamente por razoes de ordem psiquiátrica, como o seu médico de família o tem vindo a certificar. Relativamente à parte ortopédica, o mesmo encontra-se curado, embora com diversas sequelas.

É o que se me oferece comunicar-lhe. Doc.74

95.º - Entretanto, em 02.07.2013 o signatário instaurou contra a Seguradora um Procedimento Cautelar de Arbitramento de Reparação Provisória – com infra dele se abordará – sendo que na audiência de julgamento de 22.08.2013 ficou acordado que aquela pagaria ao sinistrado 500 euros mensais, o que ela não estava a cumprir, o que ditou que no dia 12.09.2013, pelas 15:21 horas – após se ter recebido o cliente em reunião no dia 11.09.2013, que o ocupou mais de 1 hora – o signatário remetesse um email à Seguradora a questionar-lhe o não pagamento de tal valor, o que fez nos termos seguintes: (tempo despendido: 30 minutos) Boa Tarde Dª (…), Relativamente ao processo em epigrafe venho expor-lhe o seguinte: Tendo ocorrido no passado dia 22.08.2013 a audiência de julgamento do procedimento cautelar e tendo a companhia de seguros ficado de pagar a quantia de 1.500,00 €uros mensais ao sinistrado, incluindo os meses que não pagaram até essa altura, gostaria de saber porque é que ainda não efectuaram o pagamento, visto que ficou acordado ser feito até ao dia 08.09.2013.

Fico aguardar as suas prezadas noticias com a brevidade que se impõe. Doc.75

96.º - No dia 16.09.2013, pelas 10:16 horas, a Seguradora respondeu ao signatário a informar que expediu cheque no valor de 7.500 €uros no dia 06.09.2013, nos termos seguintes: Face à comunicação de V. Exa., sou a informar que no passado dia 06.09.2013 foi expedido para o vosso escritório o cheque no valor de €7500.00, referente ao valor das prestações devidas entre Maio e Setembro de 2013.

Na presente data continua sem acusar a receção daquele cheque? Doc.76

Page 25: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

25

97.º - Por email de 16.09.2013, remetido às 10:38 horas, o signatário respondeu à Seguradora a recepção do cheque – despendeu 10 minutos – nos termos seguintes: Bom Dia Dª (…), Agradecido pela sua resposta.

Acuso a recepção do cheque na passada sexta-feira. Doc.77

98.º - No dia 17.11.2014 o cliente ainda não havia recebido o cheque da prestação do mês de Novembro de 2014, pelo que, nesse mesmo dia, após receber o cliente no dia 13.11.2014 e com ele estar mais de 1 hora, abordando este e outros assuntos pendentes, se remeteu novo email à seguradora, pelas 16:49 horas, nestes termos: (despendeu 15 minutos) Exma. Dra. (…), Uma vez que já nos encontramos no dia 17.11.2014, e o meu constituinte (…) ainda não recepcionou o cheque relativo

ao mês de Novembro, agradecia que verificassem a situação o mais breve possível. Doc.78

99.º - A Seguradora, nessa ocasião, solicitou que tais pagamentos fossem efectuados por transferência bancária – e não através do envio de cheque para o escritório do signatário – para o que se convocou o cliente para tal fim, tendo-lhe sido requerido que fosse identificada a sua conta bancária, para dela se dar, como deu, conhecimento à Seguradora, o que se fez por email de 19.11.2014, remetido às 09:40 horas – no que se despendeu, nesta diligência, 1,15 hora a atender o cliente no dia 18.11.2014 e 15 minutos a responder à seguradora – nos termos seguintes: Bom Dia D. (…), De acordo com o combinado, remeto em anexo a identificação da conta bancária, para onde deve ser transferida a

quantia de 1.500,00 €uros. Doc.79

100.º - No dia 11.05.2015, a seguradora ainda não havia efectuado a transferência referente a esse mês, pelo que o cliente, tendo comparecido no escritório e conversado sobre esse assunto com o signatário, de imediato se tratou de elaborar e enviar novo email à Seguradora – no que se despendeu 30 minutos – nos termos seguintes: Exma. Dra. (…), Uma vez que já nos encontramos no dia 11.05.2015 e o meu constituinte (…) ainda não recepcionou a transferência

relativa ao mês de Maio, agradecia que verificassem a situação o mais breve possível. Doc.80

101.º - A esse email respondeu a Seguradora em 11.05.2015, pelas 14:30 horas, nestes termos – 10 minutos: Quanto ao S. Constituinte (…), e salvo erro da nossa parte, encontram-se liquidadas as 24 prestações decorrentes do

acordo celebrado em sede da providência cautelar e que se iniciou em Maio de 2015. Doc.81

Page 26: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

26

103.º - No dia 17.08.2015, pelas 10:02 horas, a Seguradora questionou o signatário sobre os pagamentos mensais, nos termos seguintes – 15 minutos: No seguimento a transacção efetuada no âmbito da providência cautelar questiono se os pagamentos podem ser efetuados por transferência bancária, procedimento já adoptado anteriormente, para o NIB em nossa posse.

Aguardo resposta para dar seguimento ao pagamento devido. Doc.82

Total: 65,52h

C)– Apresentação das Despesas Mensais na Companhia de Seguros

104 .º - Nas datas infra mencionadas, o signatário apresentou na Companhia de Seguros (…) as seguintes despesas apresentadas no seu escritório pelo cliente, pelo que lhe cabia efectuar, sempre, os seguintes serviços, em cada uma dessas datas: 1.º - recepcionar os documentos 2.º - ordená-los cronologicamente 3.º - analisá-los 4.º - organizá-los 5.º - entregar na Delegação de Viana do Castelo da (…)

30.09.2009

Taxi – 7 facturas – doc. 83 a 89

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas – doc. 90 e 91

Enfermagem – 1 factura – doc. 92

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

15.10.2009

Taxi – 5 facturas – doc. 93 a 97

Enfermagem – 1 facturas – doc. 98

Consultas Externas ULSAM – 1 factura – doc. 99

Farmácia – 1 factura – doc. 100

Page 27: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

27

Internamento ULSAM – 1 facturas –doc. 101

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

20.10.2009

Taxi – 3 facturas – doc. 102 a 104

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 1 factura – doc. 105

Farmácia – 1 factura – doc. 106

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

02.11.2009

Farmácia – 3 facturas – doc. 107 a 109

Taxi – 4 facturas – doc. 110 a 113

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas – doc. 114 e 115

Exames – 1 facturas – doc. 116

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

25.01.2010

Taxi – 18 facturas – doc. 117 a 134

Enfermagem – 2 facturas – doc. 135 e 136

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 137 e 145

Exames Ulsam – 7 facturas – doc. 138 a 144

Consultas Externas ULSAM – 3 facturas – doc. 146 a 148

Farmácia – 2 facturas – doc. 149 e 150

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

Page 28: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

28

15.03.2010

Taxi – 17 facturas – doc. 151 a 167

Enfermagem – 1 factura – doc. 168

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 169 e 170

Exames Ulsam – 5 facturas – doc. 171 a 175

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas - doc. 176 e 177

Farmácia – 2 facturas – doc. 178 e 179

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

29.04.2010

Farmácia – 2 facturas – doc. 180 e 181

Material Ortopédico – 1 factura – doc. 182

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 183 e 184

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas – doc. 185 e 186

Exames ULSAM – 6 facturas – doc. 187 a 192

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

24.06.2010

Taxi – 80 facturas – doc. 193 a 273

Farmácia – 6 facturas – doc. 274 a 279

Consultas Externas ULSAM – 3 facturas – doc. 280, 282 e 291

Exames Ulsam – 11 facturas – doc. 283 a 293

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 294 e 295

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2,30 horas

Page 29: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

29

07.09.2010

Taxi – 94 facturas – doc. 295 a 289

Exames Ulsam – 6 facturas – doc. 290 a 296

Farmácia – 3 facturas – doc. 297 a 299

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 3 facturas – doc. 300 a 302

Consultas Externas ULSAM – 3 facturas – doc. 303 a 305

Bombeiros – 1 factura – doc. 306

Policlinica (…) – 1 factura – doc. 307

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2,30 horas

16.11.2010

Exames Ulsam – 7 facturas – doc. 308 a 314

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas –doc. 315 e 316

Taxi – 67 facturas – doc. 317 a 384

Farmácia – 2 facturas – doc. 385 e 386

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas – 310 e 387

Policlinica (…) – 1 factura – doc. 388

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2 horas

24.01.2011

Taxi – 48 facturas – doc. 389 a 437

Farmácia – 1 factura – doc. 438

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 439 e 440

Exames Ulsam – 8 facturas – doc. 441 a 448

Consultas Externas ULSAM – 3 facturas – doc. 449 a 451

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2 horas

Page 30: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

30

22.02.2011

Táxi – 24 facturas – doc. 452 a 475

Exames Ulsam – 7 facturas – doc.476 a 481

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas – doc. 482 e 483

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

22.03.2011

Táxi – 16 facturas – doc. 484 a 500

Policlinica (…) – 1 factura – doc. 501

Centro (…) – 2 facturas – doc. 502 e 503

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 3 facturas – doc. 504 a 506

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

12.04.2011

Taxi – 6 facturas – doc. 507 a 512

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 1 factura – doc. 513

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 0,45 minutos

06.05.2011

Taxi – 5 facturas – doc. 514 a 518

Centro (…) – 2 facturas – doc. 519 e 520

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 521 e 522

Page 31: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

31

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

31.01.2012

Consultas Externas ULSAM – 2 facturas – doc. 523 e 524

Exames Ulsam – 7 facturas – doc. 525 a 531

Combustível – 1 factura – doc. 532

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 4 – doc. 533 a 536

Correio (envio de baixa para França) – 4 facturas – doc. 537 a 540

Farmácia – 1 factura – doc. 541

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2 horas

15.10.2012

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 1 factura – doc. 542

Farmácia – 1 – doc. 543

Taxi – 7 – doc. 544 a 550

Exames Ulsam – 6 – doc. 551 a 556

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

18.01.2013

Farmácia – 6 facturas – doc. 557 a 562

Taxi – 4 facturas – doc. 563 a 566

Consultas Externas ULSAM – 1 factura – doc. 567

Exames Ulsam – 2 facturas – doc. 568 e 569

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo - 1 factura – doc. 570

Page 32: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

32

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 1,30 horas

18.02.2013

Taxi – 11 facturas – doc. 571 a 581

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 582 e 583

Farmácia – 7 facturas – doc. 584 a 590

Consultas Externas ULSAM – 1 factura – doc. 591

Centro (…) – 6 facturas – doc. 592 a 597

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2 horas

12.03.2013

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 598 e 599

Centro (…) – 10 facturas – doc. 600 a 609

Farmácia – 2 facturas – doc. 610 e 611

Taxi – 12 facturas – doc. 612 a 623

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2 horas

15.04.2013

Taxi – 16 facturas – doc. 624 a 639

Farmácia – 2 facturas – doc. 640 e 641

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 642 e 643

Consultas Externas ULSAM – 1 factura – doc. 644

Centro (…) – 14 facturas – doc. 645 a 558

Correio (envio de baixa para França) – 2 facturas – doc. 559 e 560

Fotocópias – 1 factura – doc. 561

Page 33: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

33

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2,15 horas

06.05.2013

Farmácia – 2 facturas – doc. 562 e 563

Consultas Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo – 2 facturas – doc. 564 e 565

Centro (…) – 12 facturas – doc. 566 a 577

Taxi – 13 facturas – doc. 578 a 590

Tempo despendido a realizar as 5 tarefas supra

identificadas: 2 horas

Total: 38 horas

C)– Recepção da correspondência, com cheque, destinado ao cliente

105.º - O signatário recepcionou, nas datas infra, a seguinte correspondência, via CTT que, nessas datas, entregava ao cliente, após lhe telefonar sempre a recebia, pois não tinha data certa, e consequente entrega da mesma ao cliente, após a fotocopiar, sempre, no seu escritório: 2009

1) 19.11.2009, Doc. 591

2010

1) 26.01.2010, Doc. 592

2) 12.03.2010, doc. 593

3) 18.03.2010, Doc. 594

4) 18.03.2010, Doc. 595

5) 22.03.2010, Doc. 596

6) 06.05.2010, Doc. 597

Page 34: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

34

7) 23.06.2010, Doc. 598

8) 28.06.2010, Doc. 599

9) 28.07.2010, Doc. 600

10) 10.09.2010, Doc. 601

11) 13.09.2010, Doc. 602

12) 01.10.2010, Doc. 603

13) 29.10.2010, Doc. 604

14) 16.11.2010, Doc. 605

15) 26.11.2010, Doc. 606

16) 21.12.2010, Doc. 607 Total: 4 horas

2011

1) 24.01.2011, Doc. 608

2) 22.02.2011, Doc. 609

3) 23.02.2011, Doc. 610

4) 24.02.2011, Doc. 611

5) 23.03.2011, Doc. 612

6) 25.03.2011, Doc. 613

7) 30.03.2011, Doc. 614

8) 05.04.2011, Doc. 615

9) 13.04.2011, Doc. 616

10) 11.05.2011, Doc. 617

11) 16.05.2011, Doc. 618

12) 06.07.2011, Doc. 619

13) 29.07.2011, Doc. 620

14) 17.11.2011, Doc. 621

Total: 4 horas

2012

1) 19.01.2012, Doc. 622

2) 17.12.2012, Doc. 623

3) 19.12.2012, Doc. 624

17) 26.12.2012, Doc. 625 Total: 1 hora

Page 35: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

35

2013

1) 18.01.2013, Doc. 626

2) 23.01.2013, Doc. 627

3) 08.04.2013, Doc. 628

4) 19.04.2013, Doc. 629

5) 06.05.2013, Doc. 630

6) 05.09.2013, Doc. 631

7) 01.10.2013, Doc. 632

8) 01.11.2013, Doc. 633

18) 27.12.2013, Doc. 634 Total: 2 horas

2014

1) 31.01.2014, Doc. 635

2) 28.02.2014, Doc. 636

3) 14.03.2014, Doc. 637

4) 30.04.2014, Doc. 638

5) 30.05.2014, Doc. 639

6) 01.07.2014, Doc. 640

7) 02.09.2014, Doc. 641

8) 08.10.2014, Doc. 642 Total: 2 horas

Total: 13 horas

D) – Envio Mensal dos “CIT” para a (…) 106.º - Todos os meses, desde Abril de 2010, o cliente entregava no escritório do signatário uma Declaração Médica emitida pelo médico de família, por via da qual ele lhe concedia “baixa” para o trabalho, mediante emissão do Certificado de Incapacidade Temporária, que o signatário, todos os meses, igualmente entregava na Delegação de Viana do Castelo da Companhia de Seguros (…)- o que o fazia despender, como fez, pelo menos, 30 minutos, de cada vez que tal ocorria - desde a sua recepção, fotocópia, atendimento ao cliente e entrega na seguradora, a saber:

1) 31.08.2009 (29.08.2009 a 27.09.2009)

Page 36: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

36

2) 29.09.2009 (28.09.2009 a 27.10.2009)

3) 29.10.2009 (28.10.2009 a 26.11.2009)

4) 30.11.2009 (27.11.2009 a 26.12.2009)

5) 28.12.2009 (27.12.2009 a 25.01.2010)

6) 27.01.2010 (26.01.2010 a 24.02.2010)

7) 27.04.2010 (26.04.2010 a 25.05.2010)

8) 27.05.2010 (26.05.2010 a 24.06.2010)

9) 28.06.2010 (25.06.2010 a 24.07.2010)

10) 26.07.2010 (25.07.2010 a 23.08.2010)

11) 01.09.2010 (24.08.2010 a 22.09.2010)

12) 24.09.2010 (23.09.2010 a 21.10.2010)

13) 25.10.2010 (22.10.2010 a 20.11.2012)

14) 03.01.2011 (21.12.2010 a 19.01.2011)

15) 21.01.2011 (20.01.2011 a 18.02.2011)

16) 21.02.2011 (19.02.2011 a 20.03.2011)

17) 22.03.2011 (21.03.2011 a 20.04.2011)

18) 26.04.2011 (21.04.2011 a 20.05.2011)

19) 23.05.2011 (21.05.2011 a 19.06.2011)

20) 21.06.2011 (20.06.2011 a 19.07.2011)

21) 21.07.2011 (20.07.2011 a 18.08.2011)

22) 01.09.2011 (19.08.2011 a 17.09.2011)

23) 19.09.2011 (18.09.2011 a 17.10.2011)

24) 19.10.2011 (18.10.2011 a 16.11.2011)

25) 18.11.2011 (17.11.2011 a 16.12.2011)

26) 19.12.2011 (17.12.2011 a 16.01.2012)

27) 18.01.2012 (17.01.2012 a 15.02.2012)

28) 17.02.2012 (16.02.2012 a 16.03.2012)

29) 19.03.2012 (17.03.2012 a 15.04.2012)

30) 17.04.2012 (16.04.2012 a 15.05.2012)

31) 17.05.2012 (16.05.2012 a 14.06.2012)

32) 18.06.2012 (15.06.2012 a 14.07.2012)

33) 16.07.2012 (15.07.2012 a 13.08.2012)

34) 15.08.2012 (14.08.2012 a 12.09.2012)

35) 14.09.2012 (13.09.2012 a 12.10.2012)

36) 15.10.2012 (13.10.2012 a 11.11.2012)

37) 13.11.2012 (12.11.2012 a 11.12.2012)

38) 13.12.2012 (12.12.2012 a 10.01.2013)

39) 14.01.2013 (11.01.2013 a 09.02.2013)

40) 11.02.2013 (10.02.2013 a 11.03.2013)

Page 37: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

37

41) 13.03.2013 (12.03.2013 a 10.04.2013)

42) 13.04.2013 (11.04.2013 a 10.05.2013)

43) 13.05.2013 (11.05.2013 a 09.06.2013)

44) 11.06.2013 (10.06.2013 a 09.07.2013)

45) 12.08.2013 (09.08.2013 a 07.09.2013)

cfr. doc. 643 a 687

Total: 22,30 horas E)– Dos Preparativos para a Instauração da Acção de Indemnização

107.º - Tendo-se em conta que em 29.08.2012 fazia 3 anos que ocorrera o presente acidente de viação, decidiu-se “avançar” com a mesma até ao limite daquele prazo, razão pela qual em 29.06.2012 aquela dá entrada em juízo, com o n.º (…), a correr termos pelo então 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial da Comarca de Viana do Castelo. A sua elaboração foi precedida de vários encontros entre o signatário e o cliente, infra mencionados, para os seguintes fins: A) - recepção e análise da Participação de Acidente de Viação elaborada pela BT-GNR e fotografias do local do acidente, com posição dos veículos após a sua ocorrência, tal como da existência de testemunhas presenciais do acidente e demais circunstâncias com o mesmo relacionadas – doc. 1 a 4 juntos à PI - no dia 03.04.2012 durante 1.15 horas B) - análise detalhada de toda a documentação clínica e hospitalar em poder do cliente – no dia 30.04.2012, durante 4,5 horas – tendo-se presente o que mesmo, à data, tinha sido sujeito a diversas intervenções cirúrgicas, ainda se não encontrava clinicamente curado das sequelas que lhe advieram daquele acidente, para além de se encontrar a realizar fisioterapia e andar ainda com o apoio de canadianas. C) - Pois, tendo sido internado na ULSAM no dia 29.08.2009, foi submetido às seguintes intervenções cirúrgicas e respectivos internamentos: - nesse mesmo dia 29.08.2009, tendo “alta” em 16.09.2009, sendo que durante 6 meses andou de cadeira de rodas, ou seja, até finais de Maio de 2010.

Page 38: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

38

- no dia 02.10.2009, após internamento realizado na ULSAM em 30.09.2009, tendo “alta” após 9 dias

- em 23.10.2009, prescrição médica para início de fisioterapia, que ocorreu na ULSAM em 12.11.2009 - Em Novembro e Dezembro de 2009, realização de várias tratamentos cirúrgicos realizados pelo Serviço de Enfermagem e consultas regulares ao Médico de Família - em 08.01.2010, nova consulta ortopédica e orientação clínica para recuperação funcional - em 10.03.2010, consulta na ULSAM para fins de cirurgia plástica - novo internamento na ULSAM em 17.07.2010 para tratamento cirúrgico por atraso na consolidação da fractura do fémur - manutenção diária da fisioterapia na USAM - alteração dos meios de locomoção, em Abril de 2010, de cadeira de rodas, para utilização de 2 canadianas - novo internamento na ULSAM em 11.07.2011, por atrasos na consolidação da tíbia direita, com excerto ósseo retirado da crista ilíaca, tendo “alta” em 16.07.2010 - Serviços de enfermagem e substituição de pensos de 3 em 3 dias - deslocação à Policlínica (…) L.ª, para tratamentos de enfermagem nos meses de Julho, Agosto, Setembro de 2010 - Realização de Fisioterapia e várias consultas na ULSAM entre os meses de Outubro de 2010 a Janeiro de 2011 - tratamentos cirúrgicos em Fevereiro de 2011, por causa de lesão em cima do excerto ósseo - Retoma da Fisioterapia em 18.02.2011, desta vez na (…) em Viana do Castelo, até 20.05.2011 - Retorno aos serviços de Fisioterapia na ULSAM em 25.07.2011, até 05.09.2011 - Que suspendeu em 05.09.2011, regressando a 04.10.2011, até 06.12.2011 - novo internamento na ULSAM em 29.01.2011, para extracção de material do fémur e ainda para fixação do hallux, ocorrida em 30.01.2012, com “alta” em 30.01.2012

Page 39: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

39

- novo internamento na ULSAM no dia 04.20.2012, por infecção no pé direito, durante 17 dias, com “alta” em 21.02.2012 - deslocações da sua residência à Policlínica (…) L.ª, em Fevereiro, março e Abril de 2012, para tratamentos de enfermagem - idem, na ULSAM, nesses meses de Fevereiro, março e Abril de 2012 - novo internamento na ULSAM no dia 15.03.2012, para excerto de pele no hallux direito, precedido de consultas prévias em 23.02.2012 e 01.03.2012 - novos tratamentos ambulatórios na Policlínica (…) L.ª até 04.06.12 Por isso: Na selecção e recolha de elementos destinados a comprovar clinicamente os factos supra descritos, o signatário teve com o cliente, que não dispunha de comprovativos documentais vários e, se porventura um ou outro trazia, os mesmos eram insuficientes para prova dessa factualidade, na vida judicial, as seguintes reuniões, para além das supra mencionadas: - no dia 08.05.2012, durante 2.5 horas - no dia 15.05.2012, durante 1 hora - no dia 21.05.2012, durante 4 horas - no dia 23.05.2012, durante 1 hora - no dia 30.05.2012, durante 1.15 horas - no dia 06.06.2012, durante 50 minutos 108.º - Em Junho de 2012, o cliente ainda não se encontrava clinicamente curado, pelo que houve necessidade de se obter atestado médico que comprovasse tal situação, para o que houve lugar a nova reunião com o cliente no dia 11.06.2012, durante 2.5 horas, aproveitada a mesma para análise dos documentos já entregues, sendo que em 15.06.2012 o cliente obteve do seu Médico de Família uma declaração, junto à PI como doc.46, da qual consta que ele, apesar de se encontrar em tratamento de “quadro depressivo reactivo”, ainda não se encontra clinicamente curado, por apresentar dor crónica no membro inferior direito.

Page 40: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

40

Nessa data, aquele seu Médico de Família estava também a emitir-lhe os CIT – Certificado de Incapacidade Temporária para o Trabalho, que mensalmente o signatário remetia à seguradora e à Segurança Social francesa. 109.º - Outros assuntos a tratar na PI

A) - Privação de Rendimentos:

O cliente, que exercia a actividade de “maçon” em França, isto é, pedreiro, e aí auferia o salário mensal de 1.753,77 €uros, viu-se impedido de regressar aquele país e, consequentemente, receber o seu ordenado mensal, pelo que houve necessidade, na acção, de reclamar os respectivos montantes, tendo-se em conta as “entregas” feitas pela seguradora e de se relegar para execução de sentença os montantes posteriores, articulando-se tais pedidos, com os documentos então solicitados a comprovar tal realidade, juntos à PI – 2 horas despendida neste assunto, no dia 18.06.2012.

B) - Despesas Várias O cliente pretendia, legitimamente, ser ressarcido das seguintes despesas realizadas por causa do acidente e das sequelas que do mesmo lhe advieram: - custos de CTT com 29 cartas registas que remeteu para a sua entidade patronal a dar conhecimento da sua situação de “baixa” ao trabalho - custo de fotocópias de vária documentação por ele expedida para França - custo do aluguer da cadeira de rodas e da aquisição de luvas - valor da sua roupa inutilizada no acidente, desde calças, camisola, capacete, sapatos, saco tira-cole, etc. Para tal fim, houve necessidade de se recolher, analisar e seleccionar mais de 40 documentos, posteriormente juntos à Petição Inicial – 3 horas despendidas neste assunto, no dia 20.06.2012.

Page 41: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

41

C) - Da Viatura de Matrícula Francesa Tendo-se em conta o supra descrito nos itens 23º a 36º, certo é que a seguradora não assumiu o custo de legalização da viatura em Portugal, pelo que houve necessidade de se efectuar a recolha da seguinte prova documental e respectivo estudo jurídico: - comprovativo da aquisição da viatura - estudo do Regulamento (CEE) n.º2913/92, do Conselho Europeu, de 12 de Outubro de 1992 e as respectivas Disposições de Aplicação, tal como do Código do Imposto sobre Veículos - tratar do processo de legalização alfandegária daquela viatura - comprovativos da obtenção, pelo cliente, de crédito pessoal junto da (…) para o pagamento das despesas alfandegárias e do IMTT, bem como na Conservatória do Registo Automóvel e ainda aquisição de chapa de matrícula, não se ignorando a inspecção prévia na Havemor, em Barcelos Tempo despendido: 2,45 horas

D) - Danos Não Patrimoniais Para obtenção de elementos que fundamentassem este pedido, o signatário esteve reunido com o cliente no dia 22.06.2012 durante 2.5 horas e no dia 25.06.2012, durante 1.5 horas, pois aquele pretendeu relatar-lhe com minúcia, e mais que uma vez, as sequelas que do acidente lhe advieram a tal propósito, nomeadamente, sobre: - afetação psicológica das 5 intervenções cirúrgicas - os vários internamentos - a sujeição a vários tratamentos ambulatórios - a sujeição à fisioterapia durante anos - a sujeição às horas de espera para a sua realização - a sujeição à locomação em cadeira de rodas durante 6 meses - a sujeição a 2,5 anos a locomover-se em canadianas que, nessa data, ainda subsistia - o inconformismo perante tal realidade - a sujeição à locomoção por canadianas com chuva ou sol - a dependência de terceira pessoa - a dor crónica - o estado de ansiedade decorrente de tal situação - o não regresso à actividade profissional em França - ter o filho, de 20 anos, a estudar e residir em França

Page 42: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

42

- a devolução da casa de morada de família, em França, locada, ao senhorio - alteração da sua estabilidade emocional e privação do sono - desgosto permanente com a situação vivida e não aceitação da mesma EM FACE DO DESCRITO: O signatário, para além de ter despendido as horas de trabalho supra indicadas no estudo e preparação da acção de indemnização a instaurar, na elaboração da Petição Inicial, como melhor decorre dos seus 267º artigos – tal como do teor dos 84 documentos então juntos – a qual, por economia processual, aqui se dá por integralmente reproduzida, na qual, além de se reclamar o pagamento da quantia de 50.704,01 €uros, se peticiona o apuramento de vários danos em execução de sentença, despendeu 48 horas de trabalho. 110.º - DA CONTESTAÇÃO Notificação em 26.07.2012 da contestação, tendo despendido 30 minutos na análise da mesma (eventual apresentação de Réplica). 111.º - DO DESPACHO SANEADOR Notificação em 12.11.2012, tendo-se despendido 4.5 horas no estudo e análise do mesmo, com diversos Factos Assentes e 125 quesitos. 112.º - DO CUMPRIMENTO DO ART.512º DO CPC Elaboração de requerimento de prova, por via do qual se solicitou: . Exame pericial a realizar no IML, indicando-se a matéria dos respectivos quesitos da Base Instrutória - Notificação da ULSAM, Centro de Saúde de Viana do Castelo, Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo, Policlínica (…) L.ª, Centro de(…) L.ª, em Viana do Castelo, Direcção Geral de Alfândegas e ainda da CAISSE NATIONALE D’ALLOCATIONS FAMILIARES, para remeterem aos autos os elementos de prova melhor indicados naquela peça, que aqui se dão por reproduzidos

Page 43: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

43

- elaboração do Rol de Testemunhas, com identificação de 20 pessoas a inquirir Na elaboração desta peça, com reanálise de todo o articulado, despendeu o signatário 4.5 horas, sendo que, para além das mesmas, teve ainda necessidade de se reunir com o cliente no dias 13.11.2012 e 15.11.2012 durante, respectivamente 1.30 horas e 55 minutos, para indicação das testemunhas e explanação do significado técnico de tal peça processual. 113.º - Notificação do requerimento da Ré No dia 23.11.2012, tendo despendido 10 minutos na sua análise 114.º - Notificação do douto despacho de 10.12.2012, para indicação complementar das informações solicitadas às diversas entidades, a que deu satisfação em 15.01.2013, tendo despendido 4 horas nesse serviço. 115.º - Notificação do douto despacho de 23.01.2013 e das informações da ULSAM, Centro (…)L.ª em Fevereiro de 2013, tendo despendido 1 hora na confirmação das mesmas. 116.º - Tradução de documentos para Francês Em cumprimento do ordenado judicialmente, o signatário desenvolveu diligências para ser traduzido em língua francesa o Pedido de Certificação a ser remetido para Segurança Social de França, o que cumpriu em 06.02.2013 – despendeu 1.30 horas 117.º - Notificação e Análise dos Ofícios e Documentos Remetidos aos autos em 11.02.2013, pela Autoridade Tributária e Aduaneira, de fls.250, e da Policlínica (…) L.ª – 14 documentos: despendeu-se 1.15 hora a analisar tais documentos 118.º - Requerimento de adiamento de exame-médico no IML Designado para 14.03.2013, requereu-se o seu adiamento, por doença do cliente – 15 minutos

Page 44: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

44

119.º - SUCEDE QUE: Nos últimos meses que antecederam a designação dessa data para realização do exame médico-legal, o cliente foi considerado como clinicamente curado das sequelas que lhe advieram do acidente, pelos médicos a que recorria, pelo que, sendo tal informação prestada ao signatário, este tratou de recolher prova clínica e documental para requerer na Acção Principal a respectiva AMPLIAÇÃO DO PEDIDO E DA CAUSA DE PEDIR O que realizou em 12.04.2013, nos termos seguintes, ainda que, neste resumo, de forma sucinta: Pese embora, num futuro próximo, ainda tenha que ser submetido a 2 intervenções cirúrgicas, sendo uma para lhe ser retirado o parafuso ortopédido colocado na tíbia direita, e outra de cirurgia plástica, para correcção das lesões cutâneas que apresenta naquele membro inferior., encontra-se clinicamente curado, pelo que importa, agora, alegar os factos e quantificar o pedido indemnizatóriodecorrente das sequelas provenientes do relatado acidente de viação, nessa data, a nível ortopédico, o cliente apresentava as seguintes lesões e/ou sequelas provenientes do mencionado acidente: - Limitação da mobilidade da anca direita a 90 graus com perda da rotação interna. - Sequelas de cicatrizes cirúrgicas hiperpigmentadas (osteossíntese e colheita de enxerto) - Limitação da mobilidade do joelho com flexão a 90 graus. - Instabilidade minor dolorosa em varo/valgo. - Joelho globoso com cicatriz extensa de 15 cm na face anterior do joelho. - Limitação da dorsiflexão do tornozelo direito com perda completa da eversão. - Retropé consolidado em varo. - Anquilose severa do hallux direito com limitação da mobilidade dos dedos. - Hiperpigmentação cutânea de todo o dorso do pé. - Humor lábil com componente de ansiedade marcada. - Marcha claudicante Apresentando, nessa data as seguintes queixas: - Coxalgia direita persistente com diminuição severa da força muscular condicionando a sua capacidade de marcha. - Gonalgia direita persistente com diminuição severa da força muscular condicionando a sua capacidade de marcha. - Dor no tornozelo direito condicionando a sua capacidade de marcha, - assim como a permanência por longos períodos na posição erecta. - Aparecimento de edema doloroso do tornozelo quando permanece na posição erecta. -Dor no pé direito mais acentuada ao nível do hallux direito provocada pelo mau alinhamento do tornozelo e pé, condicionando a sua capacidade de marcha, assim como a permanência por longos períodos na posição erecta.

Page 45: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

45

- Manifestações psíquicas mediadas pela ansiedade que condicionam condutas de evitamento. assim como alterações do comportamento. - Labilidade emocional muito marcada - Actos da vida diária: limitadas todas as tarefas que impliquem esforços com os membros inferiores e repercussão de carga sobre o esqueleto axial, - assim como agravamento das queixas localizadas ao membro inferior direito despertadas pelas manobras de condução automóvel e longas viagens. - Vida afectiva, social e familiar: comprometidas todas as actividades de carácter lúdico e recreativo que impliquem transportar pesos, assim como a realização de caminhadas mesmo de curta distância. - Vida profissional ou de formação: dificuldades no desempenho das suas tarefas laborais habituais, não conseguindo realizar carga sobre o membro inferior direito.

Para tal fim, o signatário baseou-se no Parecer Clínico do médico-ortopedista seu conhecido, com consultório no Porto, Sr.Dr. (…) que então indicara ao cliente e com o qual conservara diversas vezes por causa deste assunto, designadamente pela necessidade de marcações prévias para exames e consultas a realizar ao cliente – o que aconteceu em 11.04.2012 e despendeu, apenas para este fim, mais de 2 horas – tenho o mesmo atribuído ao cliente, mediante a realização prévia de exames clínicos e consequente elaboração de Relatório, uma IPP de 41 Pontos, com uma Repercussão Permanente na Actividade Profissional, uma vez que as sequelas descritas eram, para si, em termos de rebate profissional, compatíveis com o exercício da actividade habitual, mas com esforços acrescidos, um Dano Estético fixável no grau 4 numa escala de sete graus de gravidade crescente, uma Repercussão Permanente nas Actividades Desportivas e de Lazer fixável no grau 3 em 5 e uma Dependência Futura: dependência de ajudas medicamentosas tais com analgésicos, anti-inflamatórios e medicação psiquiátrica. Necessidade de cuidados de fisioterapia por períodos.

Nessa AMPLIAÇÃO DO PEDIDO E DA CAUSA DE PEDIR o signatário alegou ainda a circunstância do cliente, atento o facto do mesmo se encontrar totalmente incapacitado para o trabalho durante mais de 3 anos e nessa situação ainda permanecer, ter passado a ficar completamente retido em casa, apenas dela saindo para realizar fisioterapia e/ou tratamentos ambulatórios, sendo que em sua casa, ele nada fazia, quer por incapacidade física, quer mental, tendo-se tornado apático e até indiferente à realização de serviços domésticos ou mesmo de ocupação lúdica, tal como tratar do jardim da sua casa, de plantas, etc. Passou, desde então, a fechar-se sobre si próprio, a não se relacionar com amigos e familiares, a não sair de casa, a não conviver com quem quer que seja, etc. Passou a fixar-se na ideia do que teria a sido a sua vida profissional e familiar caso não tivesse sido vítima do acidente de viação que sofreu ! Que a mesma lhe teria sido mais vantajosa quer em termos patrimoniais, pois estaria a ganhar mais dinheiro do que o salário que então auferia, quer em termos gerais, uma vez que não estava dependente de uma cadeira de rodas e/ou canadianas para sair de casa e conviver ! Tais pensamentos negativos sobre a sua vida actual acabaram por contribuir que o mesmo entrasse em depressão. Tornando-se indiferente a tudo e a todos.

Page 46: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

46

O que motivou o seu internamento no Hospital Psiquiátrico S. João de Deus, em Barcelos, por “descompensação grave do seu estado depressivo”., entre o dia 15 e o dia 27 de Novembro de 2012, tendo regressado a sua casa nessa data, mas sob efeitos de medicação, sendo que desde Dezembro de 2012 é acompanhado pelo Departamento de Psiquiatria da ULSAM, por apresentar doença compatível com diagnóstico de reacção depressiva (309. CID-9) e estados ansiosos (300.0 CID9). Nessa data, ampliou o pedido, nessa parte, em mais 235.014,81 €uros. Também ampliou o montante dos Danos Não Patrimoniais em mais 60.000 €uros, tendo por fundamento o facto do mesmo se encontrar totalmente incapacitado para o trabalho durante mais de 3 anos e nessa situação ainda então permanecer, passando a ficar completamente retido em casa, apenas dela saindo para realizar fisioterapia e/ou tratamentos ambulatórios, sendo que em sua casa, o cliente nada fazia, quer por incapacidade física, quer mental, tendo –se tornado apático e até indiferente à realização de serviços domésticos ou mesmo de ocupação lúdica, tal como tratar do jardim da sua casa, de plantas, etc. Mais relatou que o cliente passou, desde então, a fechar-se sobre si próprio, a não se relacionar com amigos e familiares, a não sair de casa, a não conviver com quem quer que seja, etc. Este seu estado depressivo manteve-o de “baixa médica” concedida pelo Centro de Saúde de Santa Marta de Portuzelo (extensão da ULSAM) até essa data, assim permanecendo ainda por tempo indeterminado. Mais reclamou Despesas desde 29.06.2012, até essa data, no montante de 1.209,32 €uros, resultantes de Correios e fotocópias de documentos enviados para França, despesas reclamadas ao seguro e não pagas, facturas de táxi provenientes de viagens de e para o Porto, análises clínicas, do Centro de Saúde, da ULSAM, da Farmácia, despesas de saúde em França, de Relatórios Clínicos, etc., conforme melhor resulta de 65 documentos juntos aquele articulado superveniente – juntos aos autos de fls.285 a fls.353. Reclamou ainda as rendas da habitação pagas em França, desde o mês seguinte à data do acidente, até ao momento em que restituiu o locado, em Julho de 2010, no total de 4.950,00 €uros, conforme melhor resulta de 11 documentos, juntos aos autos de 354 a fls.360. Mais reclamou a quantia de 386,46 €uros referente ao custo da viagem a França para restituir o locado, conforme resulta de 4 documentos juntos aos autos de fls,.365 a fls.368. Nesse articulado mais se requereu que o Exame Médico do IML recaísse sobre a sua realidade clínica actual, bem como se requereu que fosse notificada a Segurança Social para reclamar quaisquer importâncias porventura pagas ao cliente, tal como o Hospital de Braga, ampliando o pedido em mais 301.560,59 €uros. Posto isto: Na selecção e recolha de elementos destinados a comprovar clinicamente os factos supra descritos, o signatário teve com o cliente, que não dispunha de comprovativos documentais, à excepção das despesas, as seguintes reuniões: - no dia 12.03.2013, durante 2.5 horas

Page 47: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

47

- no dia 21.03.2013, durante 2 horas - no dia 22.03.2013, durante 1.15 horas - no dia 27.03.2013, durante 1.45 horas - no dia 09.04.2013, durante 35 minutos - no dia 11.04.2013, durante 1.30 horas 120.º - Para tal fim, o signatário teve que abordar o seu Médico de Família por 3 vezes, para ele emitir a declaração de fls.370, em 27.03.2013, e ainda diligenciar pela Declaração Médica de Psiquiatria, junto da ULSAM, emitida pela Dr.ª (…) em 27.03.2013, tal como da Declaração do Dr. (…) de 13.03.2013, com ele igualmente conferenciando e, finalmente, com o Dr. (…), Médico Perito em Avaliação do Dano Corporal, por causa do respectivo Relatório, emitido em 10.02.2013, junto aos autos de fls.373 a 380, tendo despendido 5 horas de trabalho. Na elaboração deste Articulado Superveniente de Ampliação do Pedido e da Causa de Pedir, despendeu o signatário 38 horas de trabalho. 121.º - Notificação em 26.04.2013 da posição de seguradora quanto ao articulado da Ampliação do Pedido e da Causa de Pedir – 15 minutos 122.º - Reunião com o cliente no dia 24 de Julho de 2013, durante 1.5 horas, por causa dos assuntos a serem tratados no âmbito da perícia médico-legal a serem tratados no dia 26.07.2013, data do exame no IML de Viana do Castelo. 123.º - Notificação em 24.10.2013 do resultado do exame do IML, junto aos autos de fls.387 a 391, cujo conteúdo se dá aqui reproduzido, por via do qual lhe são atribuídos 30 Pontos de IPG, com sequelas compatíveis com a profissão habitual, mas que implicam esforços suplementares, com a data da consolidação das lesões, em termos médico-legais, em 31.12.2012, quantum doloris de 5/7, dano estético de 5/7, com reconhecimento de ajudas médico e medicamentosas permanentes. 3 horas despendidas na análise e estudo do mesmo. 124.º - Elaborou de reclamação daquele Relatório, em 25.11.2013, por na opinião do signatário o mesmo ser omisso sobre as questões vertidas no requerimento de fls.394 e 395 dos autos, cujo conteúdo se dá aqui reproduzido: 2.5 horas despendidas na sua elaboração.

Page 48: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

48

125.º - Notificação em 14.01.2014, dos Esclarecimentos prestados pela Ex.ma Perita Médico-Legal, após deferido prévio daquela reclamação pelo douto despacho de 09.12.2013 – 15 minutos 126.º - Notificação e análise do requerimento da Companhia de Seguros, remetido aos autos em 29.01.2014, por via do qual discorda da 1ª Perícia e requer uma 2ª perícia, desta vez, colegial – análise da mesma e elaboração de requerimento de Oposição, remetida aos autos em 05.02.2014: 1.5 horas. 127.º - Recepção em 07.03.2014 do douto despacho da M.ma Juiz que admite a 2ª perícia, colegial – 15 minutos despendidos 128.º - Pagamento da Taxa de Justiça em 17.03.2014, prévia à realização desses exames, tal como pagamentos parcelas de todas as taxas de justiça ao longo de todo o processo: 10 horas de trabalho, no total, sendo que, neste item, se faz alusão a todas as guias de taxas de justiça, quer dos autos principais, quer dos seus apensos (contactar cliente para trazer o dinheiro, emissão das guias, pagamento das mesmas, remessa aos autos, fotocópias, arquivo no processo, etc: são 13 guias, no total, de todo o processo e apensos !!!).

29.06.2013 08.10.2012 30.01.2013 11.04.2013 28.03.2014 11.06.2015 17.06.2015 10.07.2015 23.09.2015 28.10.2015 13.06.2016 13.06.2016 20.01.2017

129.º - Requerimento aos autos para indicação do perito médico-legal do cliente, em 25.03.2014, após reunião prévia com o mesmo: 1,15 horas 130.º - Reunião com o cliente no dia 21 de Maio de 2014, durante 1.5 horas, por causa dos assuntos a serem tratados no âmbito da perícia médico-legal a serem tratados no dia 23.05.2014, data do 2.º exame no IML de Viana do Castelo.

Page 49: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

49

131.º - Notificação em 27.06.2014 do resultado do exame do IML, junto aos autos de fls.428 a 432, cujo conteúdo se dá aqui reproduzido, do qual consta, em conclusão, que há necessidade do cliente ser submetido a avaliação por Psiquiatria Forense: Análise do mesmo durante 1 hora. 132.º - Notificação em 04.12.2014 do resultado dos exames do IML, junto aos autos de fls.434 a 439 e de fls.441 a 444, cujo conteúdo se dá aqui reproduzido, por via do qual lhe são atribuídos 29 Pontos de IPG, com sequelas compatíveis com a profissão habitual, mas que implicam esforços suplementares, com a data da consolidação das lesões, em termos médico-legais, em 31.12.2012, quantum doloris de 5/7, dano estético de 5/7, com reconhecimento de ajudas médico e medicamentosas permanentes: 2.5 horas na análise e estudo do mesmo. 133.º - Notificação em 16.04.2016 do requerimento da Companhia de Seguros, de fls.446 a 448, por via do qual aquela entidade solicita vários esclarecimentos ao IML. 134.º - Análise do seu conteúdo e respectiva oposição, por meu requerimento de fls.450 verso: 1.15 horas de tempo despendido. 135.º - Notificação do douto despacho de 05.01.2015, a fls.452, por via qual a M.ma Juiz defere a prestação de esclarecimentos pelos Srs. Peritos, tal como determina a presença da Srs. Perita Médico-Legal subscritora do Relatório de Psiquiatria a estar presente na audiência de julgamento e ainda determina que, face à entrada do NCPC, o cliente refira se mantém ou não o número de 20 testemunhas arrolado ou as reduz para 10: análise do mesmo e convocação do cliente para se falar sobre tal assunto e elaboração de resposta: 1.5 horas 136.º - Reunião com cliente para substituição de testemunha, o que se fez em 24.02.2015, a fls.463 verso dos autos: 50 minutos 137.º - Sucede que: O cliente continuava de “baixa” médica par o trabalho, emitindo o seu Médico de Família o respectivo Certificado Temporário para o Trabalho (CIT), todos os meses, pese embora o IML, de forma reiterada, ter fixado em 31.12.2012 a data da consolidação médico-legal das lesões que para o cliente advieram do relatado acidente, encontrando-se, por isso, o cliente sem trabalhar e a receber da Companha de Seguros, todos os meses, um quantitativo, não em substituição do seu salário, mas por conta da futura indemnização, pelo que importava “legitimar” nos autos essa situação permanente, até essa data, de incapacidade total do cliente, para o trabalho.

Page 50: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

50

Por tal motivo, o signatário procedeu à elaboração de NOVO ARTICULADO SUPERVENIENTE de AMPLIAÇÃO DO PEDIDO E DA CAUSA DE PEDIR – que remeteu aos autos em 09.06.2015, junto de fls.474º verso a 491 – que justificou, resumidamente, da forma seguinte:

- Desse acidente advieram para o cliente várias sequelas físicas e do foro psíquico que se mostram

relatadas nos exames médico-legais de fls.289 a 291 e de fls.435 a fls.439 verso e de fls.443 a 444,

dos presentes autos, que, por economia processual, aqui se dão por reproduzidos.

- No Relatório Médico-Legal de fls.288 a 291 verso, datado de 10.10.2013, o Sr. Perito Médico

fixou:

- Data da consolidação médico-legal das lesões no dia 29.02.2012

- Período de Défice Funcional Temporário Total de 133 dias

- Período de Défice Funcional Temporário Parcial de 1365 dias

Por sua vez, no Relatório Médico-Legal, datado de 22.10.2014, de fls.435 a 439 verso, os Srs.

Peritos Médicos fixaram:

- Data da consolidação médico-legal das lesões no dia 29.02.2012

- Período de Défice Funcional Temporário Total de 133 dias

- Período de Défice Funcional Temporário Parcial de 1365 dias

- Período de Repercussão Temporária na Actividade Profissional Total de 1498 dias

Sucede, porém, que o A., desde a data do acidente, 29.08.2009, até ao actual momento, se

encontra totalmente incapacitado para o trabalho, por tempo indeterminado.

Que lhe determinam que, desde o dia do acidente, e de forma ininterrupta, até esta data, o

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Extensão de Santa Marta de Portuzelo, lhe tenha concedido, como

continua a conceder, “baixa” médica para o trabalho.

Como melhor decorre dos Certificados de Incapacidade para o Trabalho emitidos pela

Administração Regional de Saúde do Norte, Sub-Região de Viana do Castelo, nos anos de 2012,

2013, 2014 e 01.06.2015, tendo junto 72 documentos, para além de fazer referência aos CIT já

juntos aos autos a fls.278º e seguintes.

Ora, a causa dessa incapacidade total para o trabalho provém das sequelas físicas e psíquicas que

advieram para o A. do relatado acidente.

Page 51: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

51

Por isso, atendendo que o A. se encontra, nesta data, com “quadro de limitação funcional da

fractura da diáfise femural, associada à dor e a síndrome depressiva crónica, controlada com

medicação, mas não totalmente eficaz e, por isso, impedido de regressar à sua actividade

profissional” o que é certificado pelo Ministério da Saúde, por Relatório de 19.05.2015,

Impõe-se, em face da contradição existente entre aquelas duas Entidades, que fique clarificado

nos autos qual, na verdade, o período de incapacidade para o trabalho, do A., decorrente do

mencionado acidente de viação !

Sendo um facto notório que o cliente nunca mais trabalhou após o acidente, encontrando-se de

“baixa” médica, ou seja, o A. encontra-se há cerca de 69 meses incapacitada para o trabalho, o

que lhe é certificado pelo Centro de Saúde !

Todavia, o Gabinete Médico-Legal de Viana do Castelo apenas lhe concedeu, como período dessa

incapacidade para o trabalho, 1498 dias, que correspondem a cerca de 50 meses de “baixa”

médica ! Isto é: encontrava-se o cliente a receber da R. a quantia de 1.500 €uros mensais, por

conta do seu salário mensal, desde Maio de 2013 a Maio de 2015, ou seja, durante 24 meses !

Porém, a dar-se “razão” ao Gabinete Médico-Legal de Viana do Castelo, o A. apenas teria direito a

receber da Ré 50 meses de salário. Por isso, alegou: Torna-se necessário que o A. seja novamente

avaliado, em termos clínicos - quer em termos físicos, quer psíquicos - das sequelas que lhe

advieram daquele acidente e que, nesta data, ainda se mantém, e como tal, seja certificado que

as mesmas são impeditivas dele regressar ao trabalho. Avaliação a ser efectuada por

Departamento e/ou Clínicos a serem designados pela M.ma Juiz, preferencialmente, de forma

colegial, integrando um representante da ARS do Norte, que é a Entidade que, permanentemente,

lhe concede “baixa” clínica ao Autor. Para tal fim, o signatário justificou quais as razões de direito

que, na sua modesta opinião, sustentavam esse pedido, como melhor resulta dos art.51º a 54º

dessa peça.

Mais reclamou o signatário, nessa ocasião, nova actualização dos Danos Não Patrimoniais,

decorrentes de novos factos, como melhor resulta dos art.57º a 88º desse Articulado, no montante

de mais 50.000 €uros.

Page 52: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

52

Concomitantemente, mais reclamou o signatário, a Privação de Rendimentos e diferenças

salariais, as vencidas, no montante de 6.090,48 €uros, bem como as vincendas, que relegou para

execução de sentença – cfr. art.89º a 108º daquele articulado – e ainda várias despesas, a saber:

-Hospitares, de farmácia, do Centro (…), taxas moderadoras das consultas

externas da ULSAM, do Centro de Saúde, CTT, exames médicos, análises,

realizadas nos anos de 2013, 2014 e Janeiro de 2015, no total de 1.051,01 €uros,

correspondentes a 107 recibos, que teve de autonomizar e juntar aos autos

Mais se requereu que fossem relegadas para execução de sentença os pedidos formulados nas

alíneas B), C) e D) daquele Articulado, tendo-se arrolado como testemunhas, para além do Médico

de Família, a médica psiquiatra da ULSAM, Dr.ª (…) e ainda a Dr.ª (…), psicóloga da ULSAM.

Para recolha dos elementos destinados a comprovar clinicamente os factos supra descritos, tal

como das despesas, o signatário teve que se reunir com o cliente, que também não dispunha de

comprovativos documentais, à excepção das despesas, nas datas seguintes:

- no dia 07.04.2015, durante 2 horas - no dia 16.04.2015, durante 1.5 horas - no dia 23.04.2015, durante 1.50 horas - no dia 14.05.2015, durante 30 minutos - no dia 27.05.2015, durante 1.45 horas Na elaboração deste Articulado Superveniente de Ampliação do Pedido e da Causa de Pedir, despendeu o signatário 33 horas de trabalho.

138.º - Em 12.06.2015, a Companhia de Seguros opôs-se a pretendida Ampliação do Pedido e da

Causa de Pedir, com a alegação de que já havia 2 perícias médico-legais nos autos, tal como

impugnou em 11.06.2015 o teor dos documentos juntos, tendo o signatário despendido 30

Page 53: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

53

minutos a analisar o conteúdo de tais requerimentos, tal como o requerimento de prova por ela

apresentado em 16.06.2015.

139.º - Pelo douto despacho de 25.06.2015, foi o signatário notificado de que a Sr.ª Juiz indeferiu

a ampliação da causa de pedir, por considerar a mesma “extemporânea” e “infundada”, uma vez

que havia 2 perícias médico-legais, a última datada de 04.12.2014, sendo que em ambas as

perícias foi fixada como data da consolidação médico-legal de tais lesões, o dia 31.12.2012.

Todavia, através daquele despacho, deferiu a ampliação do pedido quanto às despesas

reclamadas.

Despendeu o signatário 30 minutos na análise desse despacho.

DO RECURSO PARA O TRIBUNAL DA RELAÇÃO DESTE DESPACHO

140.º - Por dever de patrocínio e perante as consequências, de facto, que dessa decisão advinham

para o cliente, o signatário, em 13.07.2015, interpôs recurso de apelação para a 2.ª instância, em

separado dos autos principais, tendo apresentado as respectivas alegações e formulado as

necessárias “conclusões”, nos termos que melhor resultam de fls.1 a 10 do Apenso-C aos autos

principais, terminando com a indicação das peças processuais para a sua instrução, de harmonia

com o disposto no art.646º do CPC.

No estudo e elaboração deste recurso despendeu 15 horas de trabalho.

141.º - Em 29.07.2015 foi o signatário notificado do teor das contra-alegações apresentadas pela

Companhia de Seguros, cujo conteúdo se dá aqui reproduzido, tendo o mesmo sido recebido com

efeito devolutivo, pelo douto despacho de 04.09.2015 – tempo despendido: 30 minutos

Page 54: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

54

142.º - Pelo douto acórdão de 05.11.2015, foi tal recurso julgado improcedente, com o

fundamento de que “não há previsão legal de 3ª perícia” e que o “tribunal tem a obrigação de ter

em consideração todas as provas produzidas” – despendeu 1 hora na análise deste acórdão.

DA CONTINUIDADE DOS AUTOS PRINCIPAIS:

143.º - Em 03.07.2015, o signatário foi notificado do teor dos Esclarecimentos prestados pelo IML

às reclamações suscitadas pela Companhia de Seguros – despendeu 45 minutos na sua análise.

144.º - Previamente ao início do julgamento, marcado para 07.10.2015, o signatário reuniu-se

com o cliente por 1 vez, no dia 02.10.2015 - 2 horas.

145.º - Em 07.10.2015 realizou-se a 1ª sessão da audiência de julgamento, pelas 14 horas, até as

17 horas, com inquirição do perito médico indicado pela Companhia de Seguros e das

testemunhas arroladas pelo cliente, a saber: (…) – 3 horas.

146.º - Em 30.10.2015 realizou-se a 2ª sessão da audiência de julgamento, pelas 14 horas, até as

16.30 horas, tendo sido ouvidas as seguintes testemunhas do cliente: (…) – 2,5 horas.

Todavia, previamente à mesma, o signatário teve que voltar a estudar o processo, no qual

despendeu mais 2.5 horas.

147.º - Em 02.11.2015, foi o signatário notificado do douto despacho que determina que os autos

aguardem a decisão do Tribunal da Relação relativamente ao Apenso-C.

148.º - Pela douta sentença de 31.03.2016, foi a acção julgada parcialmente procedente e, em

consequência, foi a Companhia de Seguros condenada a pagar ao cliente:

Page 55: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

55

- 300.000,00 €uros a título de IPG, por a Sr.ª Juiz ter considerado que o

mesmo estava impossibilitado de exercer a sua profissão habitual de

trolha da construção civil, não obstante os Relatórios Médico-Legais

afirmarem que poderia exercer a profissão habitual, embora com esforços

suplementares, para o que muito contribuiu o teor do depoimento, entre

outros, do Médico de Família do cliente. Naquele valor, há a deduzir-se os

montantes pagos pela Seguradora ao cliente, a título de perdas salariais,

desde a data do acidente.

- 470 € + 8.471,80 € de despesas reclamadas

- 50.000 € a título de danos não patrimoniais

- juros de mora e danos futuros, como tudo melhor consta daquela douta

decisão

Despendeu-se 3.5 horas a analisar os Factos Provados e Não Provados e o teor da decisão e

jurisprudência citada.

149.º - Reunião com o cliente 04.04.2016 durante 2 horas, para lhe dar conhecimento da mesma

e possibilidade de eventual recurso da seguradora.

150.º - Notificação em 16.05.2016 do teor das alegações e conclusões apresentadas pela

Companhia de Seguros – 3 horas a estudar as mesmas.

151.º - Reunião com o cliente 01.06.2016 durante 1.5 horas, para lhe dar conhecimento da

interposição do recurso e das possibilidades que nos restavam, em tal circunstância, mormente, a

instauração de recurso subordinado.

152.º - Estudo e elaboração das contra-alegações e remessa aos autos em 15.06.2016 – cujo

conteúdo, de fls.681º verso a 684, se dá aqui reproduzido - tendo-se despendido 10 horas para tal

fim, defendendo-se o teor da decisão proferida, sem prejuízo do que se impugnara no âmbito do

que infra se refere.

Page 56: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

56

153.º - Interposição de Recurso Subordinado igualmente de 15.06.2016, mediante apresentação

das respectivas alegações e “conclusões” – cfr. fls.685º verso a 695º, cujo conteúdo se dá aqui

reproduzido - tendo por objectivo alterar o valor atribuído a título de Danos Não Patrimoniais, de

50.000 € para 100.000 €uros – despendeu-se 12 horas na sua elaboração.

154.º - Notificação em 31.08.2016 das contra-alegações apresentadas pela Companhia de

Seguros – 30 minutos na sua análise.

155.º - Notificação em 16.12.2016 do acórdão do Tribunal da Relação proferido no dia anterior,

por via do qual decide manter o montante de 50.000 €uros atribuídos a título de Danos Não

Patrimoniais, sendo que reduziu a indemnização de 300.000 € pela IPG de 29 Pontos, para 140.000

€, com o fundamento de que o tribunal da 1.ª instância não poderia sobrevalorizar o depoimento

do Médico de Família, em detrimento dos relatórios periciais, determinando, todavia, que as

quantias pagas a título de salários, só fossem deduzidas após a data da consolidação médico-

legal: 31.12.2012 – Mais considerou que desde a data do acidente (29.08.202009), até

31.12.2012, recebeu o cliente a quantia de 70.150,80 €uros a título de privação de salário, que

haveria de ser subtraída aquele montante de 300.000 €uros, pelo que o mesmo ficaria, nessa

eventualidade, reduzido ao valor de 229.849,20 €uros, pelo que, no seu douto entendimento, a

atribuir 140.000 € + 70.150,80 €, aquela indemnização rondava já o montante de 210.150,80

€uros !

7 horas a ler e estudar o conteúdo do mesmo.

156.º - Reunião com o cliente 09.01.2017 durante 2.5 horas, para lhe dar conhecimento do

mesmo e respectivas alterações à sentença.

157.º - Estudo da possibilidade de se recorrer sobre a alteração da Matéria de Facto fixada pela

2ª Instância, para o Supremo Tribunal de Justiça, a pedido do cliente, sendo essa também a nossa

Page 57: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

57

intenção, após consulta de jurisprudência vária e da doutrina mais recente, sendo a mesma

escassa sobre tal matéria – 18 horas de trabalho.

158.º - Elaboração das competentes alegações de recurso para o STJ, mediante invocação de

“erro na apreciação da prova e na fixação da matéria de facto”, com violação do disposto no

art.607º, n.º5, do CPC, tal como do “quantum indemnizatório” decorrentes da IPG de 29 Pontos,

com a formulação das respectivas “conclusões” e envio das mesmas em 23.01.2017 – cfr. fls.757 a

771 verso, cujo conteúdo se dá aqui reproduzido – 45 horas de trabalho.

159.º - Notificação em 24.02.2017 das “contra-alegações” e análise das mesmas – 1,5 hora de

trabalho.

160.º - Notificação do despacho de admissão em 02.03.2017 do recurso de Revista, por nós

interposto, para o STJ.

161.º - Notificação do douto acórdão do STJ de 25.05.2017, por via do qual é alterado o montante

de indemnização do Dano Biológico de 140.000 €uros para 170.000 €uros, mantendo-se tudo o

que antes fora decidido pelas instâncias.

Leitura das 50 folhas deste douto acórdão e estudo do mesmo para eventual reclamação – 7 horas

de trabalho

162.º - Reunião com o cliente em 30.05.2017, durante 1.5 horas para lhe dar conhecimento da

decisão final.

163.º - Estudo e elaboração de requerimento para que a custas do processo sejam calculadas em

função do valor recebido pelo cliente (254.002,57 €uros) e não pelo valor peticionado (406.158,86

€uros), remetido aos autos em 02.06.2017 – 3 horas de trabalho

Page 58: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

58

164.º - Elaboração do requerimento de custas de parte, a receber, na proporção do decaimento,

no montante de 5.792,20 €uros – 2 horas de trabalho, com análise prévia do processo.

165.º - Análise do requerimento de custas de parte apresentado pela Companhia de Seguros, no

montante de 4.040.84 €uros – 1.5 horas de trabalho

166.º - Notificação do douto despacho de 29.06.2017, proferido pela 1.ª Instância, a fls.879 dos

autos, a deferir a pretendida dispensa de pagamento do remanescente da taxa de justiça.

167.º - Notificação em 05.07.2017 de que foram dispensada a elaboração da “conta”, por nada

mais haver a pagar nos autos, a título de taxas de justiça.

PARA ALÉM DA PRESTAÇÃO DESTES SERVIÇOS, OUTROS HOUVE, A SABER:

DA 1.ª PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE ARBITRAMENTO DE REPARAÇÃO PROVISÓRIA

168.º - Reunião com o cliente para recolha de elementos e preparação desta providência cautelar

em 14.06.2013 durante 1.5 hora, com a elaboração do requerimento do pedido de apoio judiciário

a formular na Segurança Social, entregue no dia 20.06.2013

169.º - preparação e elaboração da Petição Inicial, com 221 artigos, fundamentando-se a mesma

no facto do cliente se encontrar de “baixa” médica concedida pelo Centro de Saúde da sua

residência, não se encontrar a trabalhar e não receber importância alguma, a qualquer título, seja

da Segurança Social, seja de qualquer outra entidade - 42 horas de trabalho

170º - remessa da PI para tribunal no dia 02.07.2013, que foi apensa à acção principal: 15 minutos

Page 59: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

59

171.º - análise da proposta de indeferimento do pedido de apoio judiciário, datada de 17.07.2013

e elaboração de resposta, em 25.07.2013, entregue na SS em 26.07.2013, com notificação em

19.08.2013 de indeferimento efectivo, substituída, entretanto, com efeitos de total isenção de

pagamento de taxa de justiça, pelo apoio judiciário, entretanto junto a estes autos, concedido

para efeitos no processo n.º (…), igualmente instruído pelo signatário – 2 horas de trabalho

172.º - preparação da audiência de julgamento designada para o dia 10.07.2013 – 1.5 horas de

tempo despedido

173.º - comparência na audiência de julgamento no dia 10.07.2013, adiada no decurso de tal

diligência, por não notificação do Ex.mo Mandatário da Requerida – 1.5 horas despendida entre

deslocação, tempo de espera e presença na diligência.

174.º - comparência na audiência de julgamento no dia 22.08.2013, pelas 14 horas, durante a

qual a M.ma Juiz conseguiu conciliar as partes e realizar-se transacção de modo a que a

seguradora pagasse mensalmente, como pagou, a quantia de 1.500 €uros, a título provisório, com

início desde Maio de 2013, inclusive, até Abril de 2015, isto é, durante 2 anos – 3 horas de

trabalho despendidas, com deslocação, tempo de espera pelo início de diligência (em férias

judiciais) e negociação do pedido em causa quanto ao seu montante.

DA 2.ª PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE ARBITRAMENTO DE REPARAÇÃO PROVISÓRIA

175.º - Reunião com o cliente no dia 04.05.2015, durante 1.5 horas, pelo facto da seguradora não

continuar a pagar a mensalidade, a título provisório.

176.º - diversos contactos telefónicos estabelecidos com o Ex.mo Mandatário da Companhia de

Seguros para se ultrapassar tal questão e se assegurar a continuidade do pagamento, em que este

teve necessidade, por sua vez, de abordar a sua constituinte, para tal fim, com diversas incertezas

e, posteriormente, com a comunicação de não pagamento – 2.45 horas de trabalho

Page 60: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

60

177.º - diversos contactos telefónicos com o Médico de Família do cliente, em Maio de 2015, com

vista à elaboração, por ele, do Relatório Médico que havia de emitir em 22.05.2015 – junto aos

autos a fls.25º verso e seguintes - tal como a solicitar-lhe a sua presença na inquirição de

testemunhas na data que viesse a ser designada, dada a importância do seu testemunho técnico –

2.45 horas de trabalho despendido

178.º - preparação e elaboração da Petição Inicial, com 228 artigos, fundamentando-se a mesma

no facto do cliente manter a “baixa” médica concedida pelo Centro de Saúde da sua residência,

não se encontrar a trabalhar e não receber importância alguma, a qualquer título, seja da

Segurança Social, seja de qualquer outra entidade - 27 horas de trabalho

179.º - remessa da PI para tribunal no dia 19.06.2015, que foi apensa à acção principal: 15

minutos de tempo despendido.

180.º - análise da proposta de indeferimento do pedido de apoio judiciário, datada de 17.07.2013

e elaboração de resposta, em 25.07.2013, entregue na SS em 26.07.2013, com notificação em

19.08.2013 de indeferimento efectivo, substituída, entretanto, com efeitos de total isenção de

pagamento de taxa de justiça, pelo apoio judiciário, entretanto junto a estes autos, concedido

para efeitos no processo n.º (…), igualmente instruído pelo signatário – 2 horas de trabalho

181.º - notificação de que foi designado o dia 16.07.2015 para a realização da audiência de

julgamento e elaboração de requerimento, nessa data, de incompatibilidade de data pelo ora

signatário, fazendo-se diligências telefónicas com o Ex.mo Mandatário da seguradora para

disponibilidade comum de novas datas – 30 minutos de trabalho

182.º - preparação da audiência de julgamento designada para o dia 22.07.2015, pelas 14 horas –

1.5 horas

183.º - comparência na audiência de julgamento no dia 22.07.2015, pelas 14 horas, durante a

qual a M.ma Juiz conseguiu conciliar as partes e realizar-se transacção de modo a que a

Page 61: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

61

seguradora pagasse mensalmente, como pagou, a quantia de 1.500 €uros, a título provisório, com

início desde Maio de 2015, inclusive, até Abril de 2016, isto é, durante 1 ano – 2.5 horas de

trabalho despendidas, com deslocação, tempo de espera pelo início de diligência (em férias

judiciais) e negociação do pedido em causa quanto ao seu montante.

DA CONTINUIDADE DE PAGAMENTO DA PRESTAÇÃO MENSAL:

184.º - terminado que foi o decurso do prazo acordado, 1 ano, o signatário realizou diversas

diligências telefónicas, no ano de 2016, junto do Ex.mo Mandatário da seguradora, para que esta

continuasse a proceder ao pagamento em causa, sem necessidade de instauração de nova

providência cautelar, o que conseguiu – 3.5 horas de trabalho

Sub-Total de horas: desde o tem 1º a 103º: 118,85 horas

Sub-Total de horas: desde o item 107º a 184º: 331,25 horas

Sub-Total: 450,10 HORAS

POR FIM:

185.º - Envio de email, no dia 31.05.2017, à Companhia de Seguros a solicitar a listagem dos

pagamento efectuados, ao longo dos 8 anos – 15 minutos

186.º - Recepção e análise da listagem remetida pela Companhia de Seguros, nesse mesmo dia –

3,30h

187.º - Recepção do recibo de indemnização, no dia 16.06.2017 – 5 minutos

Page 62: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

62

188.º - Análise e confirmação do valor restante da indemnização, a receber – 15 minutos

189.º - Reunião com o cliente, no dia 22.06.2017, para a subscrição do recibo e posterior envio à

Companhia de Seguros– 30 minutos

190.º - Reunião com o cliente, no dia 06.07.2017, com entrega do respectivo cheque de

indemnização -15 minutos

Sub-Total: 4,50 Horas de trabalho

TOTAL: 607,58 Horas

DA DETERMINAÇÃO DO MONTANTE DOS HONORÁRIOS:

Nos termos do art.105º, n.º3, do Estatuto da Ordem dos Advogados, “na fixação dos honorários deve o advogado atender à importância dos serviços prestados, à dificuldade e urgência do assunto, ao grau de criatividade intelectual da sua prestação, ao resultado obtido, ao tempo despendido, às responsabilidades por ele assumidas e aos demais usos profissionais”.

O signatário teve, ao longo dos 8 anos em que prestou os seus serviços a V.ª Ex.ª, uma intervenção intensa, dilatada no tempo e muito profícua, com profunda dedicação à causa, como, de resto, era seu dever, quer nas suas diligências extrajudiciais, quer nos diversos processos que instaurou, de que se destaca a acção principal, as ampliações do pedido e da causa de pedir, o recurso em separado para a Relação, outros 2 recursos, sendo um para a Relação, da sentença, e outro para o Supremo Tribunal de Justiça, do acórdão por aquela proferido, e ainda as contra-alegações ao recurso da seguradora da decisão da primeira instância, a que acresce a instauração de 2 providências cautelares de arbitramento de reparação provisória !

Tendo presente tal realidade, bem como a circunstância do signatário ter despendido cerca de 600 horas de trabalho, a dificuldade da questão acima descrita, o seu grau de criatividade intelectual supra relatado e ainda o facto de V.ª Ex.ª ter recebido, por via dos aludidos processos judiciais, a indemnização total de 254.002,57 €uros - sendo 170.000 €uros de indemnização a título de Dano Biológico, 50.000 €uros a título de Danos Não Patrimoniais, 8.471,80 €uros para reembolso das despesas de legalização da viatura e 470,00 €uros a título de reembolso de despesas várias, a que acresce 29.461,80 €uros a título de juros de mora - sendo que, por via das diligências extrajudiciais desenvolvidas pelo signatário, igualmente supra descritas sob os n.º7, 8, 9, 10, 11, 15 e 22, V.ª Ex.ª recebeu o montante de 70.150,80 €uros para reembolso dos salários que deixou de auferir desde o dia do acidente (29.08.2009) até 31.12.2012 (data da consolidação médico-legal das

Page 63: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

63

sequelas do acidente) e ainda quantia superior a 10.000,00€uros referente às despesas a que se alude no n.º104º acima mencionado, os honorários ascendem ao montante de 70.000 €uros, acrescido de Iva à taxa legal de 23%.

DESPESAS:

Fotocópias da petição inicial, constituída por 36 fls, documentos anexos à mesma, em número de 147 fls, tal como dos articulados supervenientes, o primeiro constituído por 23 fls e o segundo por 35 fls, a que acresce, respectivamente 85 fls e 215 fls, dos documentos juntos, dos demais articulados, das notificações judiciais, dos vários recursos (das alegações e contra-alegações) e ainda das decisões judiciais, compostas por 735 fls, no total de 1.276 fotocópias X 0.05 € = 63,80 €uros x 23% Iva = 78,47 €uros.

Fotocópias das despesas mencionadas no item 104º, no total de 541 flsx0,05€ =27,05 €uros + 23% Iva = 33,27 €uros.

A tais importâncias nenhuma provisão há a abater-se, já que durante os longos 8 anos de prestação de serviços, nenhum montante nos foi entregue, designadamente para despesas.

Viana do Castelo, 15 de Setembro de 2017”

5 – Parecer

Tendo em conta, pois, tal “Nota”, poderemos dizer que os serviços prestados pelo

requerido, Sr. Dr. (…), ao requerente, Senhor (…), dizem respeito, essencialmente, a dois

procedimentos cautelares de arbitramento de reparação provisória e recurso em um deles, a

uma acção de indemnização e a dois recursos (para a Relação e para o Supremo) nesta.

O requerido contabilizou o tempo despendido com todos os serviços prestados ao

requerente em 607,58 horas (que depois corrigiu para 611h56m).

Entendemos como exagerada tal contabilização.

Page 64: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

64

Assim, e a mero título de exemplo:

a) 48 horas na elaboração da petição inicial da acção;

b) 33 horas na elaboração de articulado superveniente de ampliação do pedido e da

causa de pedir;

c) 15 horas na elaboração das alegações do recurso do despacho que indeferiu a

ampliação do pedido;

d) 10 horas na elaboração das alegações de recorrido no recurso interposto pela

Seguradora;

e) 12 horas na elaboração das alegações do recurso subordinado interposto pelo

requerente;

f) 7 horas para ler e estudar o Acórdão do Tribunal da Relação;

g) 18 horas para estudo da possibilidade de recurso sobre a alteração da matéria de

facto fixada pela 2.ª Instância para o Supremo Tribunal de Justiça;

h) 45 horas para a elaboração da alegação de recurso para o Supremo Tribunal de

Justiça;

i) 7 horas para ler o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça e estudo para eventual

reclamação;

h) 42 horas para elaboração da petição inicial da 1.ª Providência Cautelar de

Arbitramento de Reparação Provisória;

i) 27 horas para elaboração da petição inicial da 2.ª Providência Cautelar de

Arbitramento de Reparação Provisória;

Por isso, considerando o trabalho descrito e desenvolvido pelo requerido ao serviço do

requerente, por via das diligências judiciais e extrajudiciais em tais processos, a nossa

Page 65: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

65

experiência profissional neste tipo de acções, providências e recursos, entendemos como

razoável fixar em cerca de 300 horas o tempo total gasto pelo requerente.

No que toca à dificuldade do(s) assunto(s) tratado(s) pelo requerido em nome do

requerente, considera-se que foi média, embora se reconheça que o(s) mesmo(s) foi(ram)

tratado(s) com diligência pelo requerido.

O resultado obtido (de €254.002,57, como indemnização total ao requerente, por via

do acidente de que foi vítima e de outras quantias, a título de reembolso de salários e

despesas), foi significativo (tanto mais que, na 1.ª Instância, havia sido fixado um valor de

indemnização mais elevado).

Por último, tem de considerar-se que a prestação de serviços pelo requerido decorreu

na Comarca de Viana do Castelo, onde tem domicílio profissional.

6 – Conclusão

Tudo ponderado, considerando todos os parâmetros do n.º 3 do art. 105.º do EOA e o

atrás exposto, afigura-se-nos que os honorários apresentados pelo requerido, Sr. Dr. (…) não

são adequados e, por conseguinte, não será de conceder Laudo, pelo valor peticionado de

€70.000,00 (setenta mil euros).

Mas já seria de concedê-lo pelo valor de €40.000,00 (quarenta mil euros), acrescido do

IVA à taxa legal, a deduzir de eventual(ais) montante(s) entregue(s) a título de provisão.

À consideração do Ex.mo Colega Relator do Conselho Superior.

Viseu, 30 de Maio de 2018

Page 66: Processo n.º 240/2017 - CS/L - Ordem dos Advogados

66

O Relator Adjunto,

( ----------)

Concordo com o parecer que antecede e que, por conseguinte, subscrevo inteiramente.

À próxima reunião da (2.ª) Secção.

O Relator,

A. Pires de Almeida