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1 PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA DO ALGODÃO NO ASSENTAMENTO QUEIMADAS – REMÍGIO PB Rafaella Rodrigues da Silva Universidade Federal da Paraíba - UFPB [email protected] Anieres Barbosa da Silva Universidade Federal da Paraíba - UFPB [email protected] Jocéia Gouveia de Sousa Universidade Federal da Paraíba - UFPB [email protected] Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre a produção agroecológica do algodão no Assentamento Queimadas, localizado no município de Remígio - PB. O estudo apóia-se no enfoque descritivo-reflexivo como referencial para a análise e compreensão da diversidade ambiental, das práticas alternativas inovadoras e não agressoras ao meio ambiente, as quais estão contribuindo para gerar renda e melhorando a qualidade de vida dos assentados da área pesquisada. Nesse contexto, a agroecologia está possibilitando a aproximação e a socialização do conhecimento local e empírico dos assentados, fazendo com que eles busquem mecanismos e práticas capazes de lhes distanciar do enorme processo de exclusão a que foram submetidos ao longo da história de ocupação do território brasileiro. A produção agroecológica do algodão vem sinalizando para outras perspectivas de desenvolvimento e pode ser considerada como uma consequência das novas necessidades e desafios que o homem do campo apreende nas lutas do cotidiano e da atuação de Organizações Não-Governamentais que atuam na área de estudo. Pesquisa em andamento. Palavras- chave: Agroecologia. Agricultura Familiar. Sustentabilidade. Algodão. Introdução A crescente preocupação da sociedade com o meio ambiente tem possibilitado uma série de estudos voltados de alternativas para o desenvolvimento, no âmbito de três fatores: o social, o econômico e o ecológico. Em virtude disso, a agricultura, especificamente a agricultura de base familiar, tem sinalizado para outras perspectivas de desenvolvimento, as quais estão pautadas na agroecologia como base para a reprodução socioeconômica de trabalhadores rurais. Essa mudança de concepção pode ser considerada como consequência das novas necessidades e desafios que o homem do campo apreende nas lutas do cotidiano que afetam sua vida e nas transformações socioeconômicas que vêm ocorrendo no meio rural

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PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA DO ALGODÃO NO ASSENTAMENTO QUEIMADAS – REMÍGIO PB

Rafaella Rodrigues da Silva Universidade Federal da Paraíba - UFPB

[email protected]

Anieres Barbosa da Silva Universidade Federal da Paraíba - UFPB

[email protected]

Jocéia Gouveia de Sousa Universidade Federal da Paraíba - UFPB

[email protected]

Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre a produção agroecológica do algodão no Assentamento Queimadas, localizado no município de Remígio - PB. O estudo apóia-se no enfoque descritivo-reflexivo como referencial para a análise e compreensão da diversidade ambiental, das práticas alternativas inovadoras e não agressoras ao meio ambiente, as quais estão contribuindo para gerar renda e melhorando a qualidade de vida dos assentados da área pesquisada. Nesse contexto, a agroecologia está possibilitando a aproximação e a socialização do conhecimento local e empírico dos assentados, fazendo com que eles busquem mecanismos e práticas capazes de lhes distanciar do enorme processo de exclusão a que foram submetidos ao longo da história de ocupação do território brasileiro. A produção agroecológica do algodão vem sinalizando para outras perspectivas de desenvolvimento e pode ser considerada como uma consequência das novas necessidades e desafios que o homem do campo apreende nas lutas do cotidiano e da atuação de Organizações Não-Governamentais que atuam na área de estudo. Pesquisa em andamento. Palavras- chave: Agroecologia. Agricultura Familiar. Sustentabilidade. Algodão. Introdução A crescente preocupação da sociedade com o meio ambiente tem possibilitado uma

série de estudos voltados de alternativas para o desenvolvimento, no âmbito de três

fatores: o social, o econômico e o ecológico. Em virtude disso, a agricultura,

especificamente a agricultura de base familiar, tem sinalizado para outras perspectivas

de desenvolvimento, as quais estão pautadas na agroecologia como base para a

reprodução socioeconômica de trabalhadores rurais.

Essa mudança de concepção pode ser considerada como consequência das novas

necessidades e desafios que o homem do campo apreende nas lutas do cotidiano que

afetam sua vida e nas transformações socioeconômicas que vêm ocorrendo no meio rural

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brasileiro nos últimos tempos. Nesse contexto, a agroecologia aproxima o conhecimento

local e empírico dos agricultores, a socialização desse conhecimento e sua aplicação ao

objetivo comum da sustentabilidade, fazendo com que os trabalhadores do campo

busquem mecanismos e práticas que lhes distanciem do enorme processo de exclusão a

que foram submetidos ao longo da história de ocupação do território brasileiro.

Nessa perspectiva, pretendemos analisar a produção agroecológica do Assentamento

Queimadas, situado no município de Remígio – PB (MAPA 01). A escolha desse

Assentamento como recorte espacial do estudo se deu pelo fato de ter sido o primeiro

assentamento de reforma agrária do município de Remígio (CALIXTO, 2011) e porque

os assentados estão se inserindo numa nova perspectiva de sustentabilidade a partir da

produção agroecológica.

Mapa 01 – Localização do município de Remígio, com destaque para o Assentamento Queimadas.

Fonte: Calixto, 2011.

O Assentamento Queimadas possui uma área de 1810 ha, que está distribuída da

seguinte maneira: 100 lotes de 10 ha que foram destinados para cada família assentada;

reserva florestal com 400 ha e uma área coletiva com 410 ha. Desde a sua formação, os

assentados utilizam práticas orgânicas, principalmente no cultivo de frutas e hortaliças.

Em 2006, os agricultores que ocupam os lotes da área conhecida internamente como

Gabinete passaram a produzir o algodão orgânico.

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Para alcançarmos o objetivo propostos partimos dos seguintes procedimentos

metodológicos: a) Pesquisa bibliográfica, que teve por objetivo ampliar o conhecimento

teórico-conceitual, bem como sobre o contexto de formação territorial da área de

estudo; b) Coleta de dados secundários em órgãos públicos e não-governamentais, como

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Municipal de

Agricultura, a ONG Arribaçã e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remígio.

Nessas instituições foram coletados dados socioeconômicos, como quantidade

produzida de algodão orgânico, área plantada e valor da comercialização. c) pesquisa

empírica, sendo esta de fundamental importância, pois tivemos a oportunidade

identificar as famílias que produzem o algodão agroecológico e estabelecer conversas

informais com os assentados, sendo estas registradas em gravador eletrônico e

posteriormente transferidas para o caderno de anotações.

No víeis dos nossos apontamentos, entendemos que a análise da temática proposta é de

grande importância para a geografia, uma vez que a sustentabilidade por meio da

agroecologia transforma, e modifica o território através das articulações entre as

instituições privadas e entidades não governamentais na busca de um melhor

desenvolvimento para a agricultura familiar.

Desenvolvimento Sustentável: um novo paradigma? Pensar em desenvolvimento nos remete de imediato a ideia de crescimento econômico,

um crescimento que muitas vezes é pautado pela exploração dos recursos renováveis e

não renováveis, “causando profundas alterações nos ciclos naturais, a ponto de ameaçar

a manutenção da vida nos diferentes espaços” (PICANÇO, 2009, p. 36).

Nos últimos anos, as instituições que representam a sociedade reivindicam a adoção de

um modelo de desenvolvimento que não considere apenas os aspectos econômicos, mas

um desenvolvimento que também esteja pautado pelas dimensões ecológica e social.

Juntas, essas dimensões podem ser consideradas fundamentais para a sustentabilidade.

O atual modelo de desenvolvimento teve seu ápice nos movimentos de Contracultura da

década de 1960, nos Estados Unidos da América e na Europa. Segundo Picanço (2009),

é nesse período que se encontram as primeiras discussões ambientais, a partir dos

debates sobre os riscos da degradação ambiental mundial. Na literatura, os primeiros

relatos da repercussão mundial sobre as questões acima exposta, data do final da década

de 1960, quando, em 1968, o industrial italiano Aurélio Peccei e pelo químico inglês

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Alexander King fundaram o Clube de Roma, que reunia empresários, políticos,

cientistas, chefes de Estado de várias partes do mundo. O objetivo principal do Clube de

Roma era discutir sobre os níveis de crescimento da população mundial e ao

esgotamento dos recursos naturais.

Nos anos seguintes o Clube de Roma intensificou as propostas em favor de um

crescimento econômico estável, ao publicar, em 1972, o documento The Limits of

Growth - Limites do Crescimento. Segundo Dualibi; Araújo (2004), o referido

documento recomendava o Crescimento zero da atividade econômica e da população, como forma de garantir a continuidade da existência da espécie humana do Planeta. Tal documento duramente criticado, principalmente porque congelava desigualdades e não previa mudanças nos padrões de produção e consumo adotados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuição de riquezas entre os países e as diferentes camadas da população. (DUAILIBI; ARAUJO, 2004, p.3)

No mesmo ano, na cidade de Estocolmo, na Suécia, aconteceu a Conferência das

Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, que foi vista como consequência direta

da publicação do documento elaborado pelo Clube de Roma. Essa conferência é

considerada a primeira Conferência global voltada para o meio ambiente e vista como

um marco histórico político internacional, uma vez que foi decisiva para o surgimento

de políticas de gerenciamento ambiental ao direcionar a atenção das nações para as

questões ambientais (PASSOS, 2009). A Conferência teve como tema “Crescimento

Econômico e Meio Ambiente”, na qual foram criados alguns princípios básicos, dentre

os quais destacamos:

Os recursos naturais devem ser preservados;

A capacidade da Terra de produzir recursos renováveis deve ser mantida;

Os recursos não renováveis devem ser compartilhados, não esgotados;

Assentamentos humanos devem ser planejados de forma a eliminar problemas

ambientais; e

A educação ambiental é essencial.

Em 1973, na cidade de Genebra, na Suíça, durante uma reunião do Conselho do Programa

das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Maurice Strong Diretor Executivo

da PNUMA, criou o termo Ecodesenvolvimento, no qual buscava conciliar a ecologia e

crescimento com base na aplicação de tecnologias que se adaptassem ao meio ambiente,

aos recursos naturais e às necessidades básicas da população. O Ecodesenvolvimento é

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um termo que procurou conciliar a ecologia e crescimento com base na aplicação de

tecnologias que adaptassem ao meio ambiente, aos recursos naturais e às necessidades

básicas da população. Posteriormente em 1976 esse termo foi aperfeiçoado por Igany

Sachs, que o caracterizou a partir dos seguintes aspectos:

A satisfação das necessidades básicas;

A solidariedade com gerações futuras;

A participação da população envolvida;

A preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral;

A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a

outras culturas;

Programas de educação.

Tendo esses aspectos como referência é possível dizer que o Ecodesenvolvimento visa o

bem-estar das pessoas e que este é alcançado quando melhora o padrão de vida de um ou mais indivíduos sem que decaia o padrão de vida de outro indivíduo e sem que diminua o estoque de capital natural ou o produzido pelo homem (NOBRE; AMAZONAS, 2002 apud JACOBI, 2005, p. 237).

Quase dez anos após a criação do termo Ecodesenvolvimento, a Assembleia Geral da

Organização das Nações Unidas (ONU) cria a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente

e Desenvolvimento (CMMAD), com o objetivo de discutir e propor soluções para

problemas ambientais. As concepções do Ecodesenvolvimento foram incorporadas ao

paradigma do desenvolvimento sustentável (PICANÇO, 2009). Durante cinco anos, a comissão realizou seus trabalhos e em 1987 apresentou o Relatório Brundtland – ou Nosso Futuro Comum. Este relatório, a partir do conceito de desenvolvimento sustentável, estabeleceu “novas formas” de encarar o desenvolvimento econômico. Para a comissão, os países deveriam encará-lo com preservação ambiental. Para isso, definiu que o desenvolvimento sustentável seria aquele que satisfizesse as necessidades das gerações presentes, sem, entretanto condena as necessidades das gerações futuras (SOBRINHO, 2008, p.11).

Dentre os diversos documentos produzidos o Relatório Brundtland foi o mais aceito

pela comunidade internacional, pois trazia no conceito de desenvolvimento sustentável

a redução do tom crítico a sociedade industrial, ao mesmo tempo em que procurava

conciliar o crescimento econômico com uso sustentável do meio ambiente (MOTA,

2001).

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Em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNUMAD), também conhecida como Eco-92

ou Rio-92, cujo objetivo principal era discutir os atuais problemas sociais e ecológicos do

Planeta. A partir dessa Conferência o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser

amplamente utilizado, principalmente a partir da elaboração da Agenda 21, um programa de

ação global com 40 capítulos. Segundo Vieira (2004), a Agenda 21 é, dentre todos os

documentos produzidos, o de maior importância, uma vez que: Traça políticas que concretizarão na prática o significado da idéia de desenvolvimento sustentável (...). A Agenda 21, assim, consolida uma concepção de desenvolvimento que, procurando dar conta dos dilemas ambientais, não consegue enxergar contradição alguma entre o modelo de sociedade e suas praticas sociais cada vez mais orientanda pelo mercado e sua incidência sobre a natureza (VIERA 2004, p 45- 46).

No ano de 2002, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU (CDS) realizou

uma cúpula mundial sobre Desenvolvimento Sustentável: a Cimeira da Terra, também

conhecida como Rio+10, que aconteceu na cidade de Johanesburgo, na África do Sul.

Essa Conferência teve como objetivo principal “avaliar os avanços da Agenda 21 nesses

dez anos e criar mecanismos que facilitassem medidas efetivas para a sua

implementação” (SEQUINEL, 2002, p.12).

Após dez dias de cúpula o que se conseguiu como resultado foi um plano de ação, de

153 parágrafos, sem qualquer sistema de monitoração ou sanção e uma Declaração

Política aprovada às pressas, sem o peso e a legitimidade da Declaração do Rio -92

(SEQUINEL, 2002).

Após todas as discussões feitas sobre as questões ecológicas e sociais desde o Clube de

Roma até a Rio+10, diversos autores têm ressaltado em seus estudos que para

alcançarmos a sustentabilidade é necessário a adoção de práticas tanto locais quanto

globais para que se tenha, de fato, a sustentabilidade, a qual deve estar pautada na

interação dos elementos sociais, econômicos e ecológicos.

Em 2012, entre os dias 11 e 26 de junho, foi realizada a Rio + 20. Nesse Evento,

realizado vinte anos após a Rio 92, a Cúpula da Terra das Nações Unidas se reuniu para

discutir a sustentabilidade do planeta Terra. Após 16 dias da Conferência poucos

resultados foram apresentados. O documento final recebeu inúmeras críticas, sobretudo

dos ambientalistas, apesar de ter sido considerado nas discussões o que Sachs (2012)

denominou de “os cincos dedos da mão invisível”. As soluções apresentadas para

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vivermos de forma sustentável não foram muito diferentes do que já tinha sido discutido

na Conferência Rio 92. Vale lembrar que o atual momento histórico é muito diferente

do ano de 1992, e que se não forem de fato colocadas em práticas todas as estratégias

para vivermos de forma sustentável, talvez a Terra na consiga chegar a Rio + 30.

Considerando o que já foi apresentado até o presente momento, concordamos com os

estudiosos que argumentam sobre a necessidade de ações práticas e estratégias para que

de fato se obtenha a sustentabilidade. Dentre as estratégias que vêm sendo pautadas

pela sustentabilidade, destacamos neste caso, que ganhou reconhecimento por associar

sua produção ao termo Agroecologia, sendo este ligado diretamente ao que propõem a

sustentabilidade, como veremos no próximo item.

Agricultura familiar e Agroecologia Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação e o

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o agricultor familiar é todo

aquele que

Tem na agricultura sua principal fonte de renda (+ 80%) e cuja força de trabalho utilizada no estabelecimento venha fundamentalmente dos membros da família. É permitido o emprego de terceiros temporariamente, quando a atividade agrícola assim necessitar. Em caso de contratação de força de trabalho permanente externo a família, a mão de obra deve ser igual ou superior a 75% do total utilizado no estabelecimento (BLUM, 1999, p. 62).

Ainda segundo o FAO/INCRA, “a agricultura familiar, apresenta um perfil

essencialmente distributivo e possibilita maior equidade sociocultural” (FAO/INCRA,

1994 e 1996 apud BROSE, 1999/2000, p. 37,), visto que é uma forma de produção em

que o núcleo de decisões, gerenciamento, trabalho e capital são controlados pela família

(MEDEIROS, 2007).

Ainda segundo Medeiros (2007) as unidades de produção familiar buscam sua

reprodução social e econômica, pois consideram o meio físico e socioeconômico no

qual estão inseridas. Por isso se organizam e/ou realizam sua produção por meio da

força de trabalho familiar (MEDEIROS, 2007, p. 169).

De acordo com Brose (1999, 2000) a agricultura familiar vem apresentando grande

diversidade agrícola, estabilidade e capacidade de adaptação, na medida em que estar se

moldando às necessidades atuais se inserindo nas economias locais e globais e passando

assim a aderir a novos conceitos, onde os agricultores passaram a incorporar as práticas

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agroecológicas, diversificando à sua produção aumentando assim a renda. Além disso,

as práticas agroecológicas, também estão proporcionando não apenas a produção mais

limpa de alimentos, mas também contempla a preservação e a recuperação dos recursos

naturais, mas também possibilitando mudanças nas relações sociais e na relação

homem-natureza (BALEM; SILVEIRA, 2002). Por isso, a agroecologia pode ser

considerada como uma opção “diante da necessidade de transformação do modelo

agrícola dominante, no qual propostas alternativas englobam nesse contexto a

agricultura orgânica, ecológica, regenerativa, biodinâmica, entre outras” (CUNHA;

FAGUNDES; RODRIGUES, 2011, p. 01).

Nessa perspectiva, Ruschi (1978) assevera que: A agroecologia trata, pois, do estudo ecológico das plantas agrícolas e dos agroecossistemas, que são constituídos de espécies botânicas de interesse para a economia humana, sejam elas para sua alimentação ou para a alimentação dos animais domésticos e para fins industriais, com aplicações as mais diversas nos ramos da medicina, da silvicultura, horticultura, fruticultura, paisagismo, urbanismo, etc. (RISCHI, 1978 apud, LIMA 2008, p. 83).

Segundo Küster; Martí (2004, p.17), “a articulação entre Agricultura Familiar e a

Agroecologia mostra perspectivas de uma nova organização socioeconômica para

viabilizar a vida no campo, com sustentabilidade e justiça social”. A agroecologia torna-

se então uma prática a qual o agricultor familiar ira recorrer para se inserir no contexto

da sustentabilidade, em que ele torna-se participante do processo de melhoramento da

qualidade de vida no campo, pois “a corrente agroecológica defende uma agricultura de

base ecológica que se justifica pelos seus méritos intrínsecos ao incorporar sempre a

idéia de justiça social e proteção ambiental, independentemente do rótulo comercial do

produto” (COSTABEBER, 2004, p17).

Nesse sentido, é possível considerar que a sustentabilidade na agricultura é mais que uma

estratégia de produção agrícola, na medida em que “é uma abordagem de visão sistemática

e de compreensão dos ecossistemas agrícolas” (BLUN, 1999, p. 75), ou seja, “a produção

agrícola é um sistema mais amplo, com muitas partes interagindo entre si, incluindo

componentes ecológicos, econômicos e sociais” (PEREIRA; MARTINS, 2010, p, 57).

A produção agroecológica do algodão no Assentamento Queimadas No passado, o algodão se constituiu em um dos principais produtos agrícolas da

economia nordestina. No período colonial a produção era destinada “à confecção dos

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tecidos que eram utilizados pela massa da população colonial” (TAKEYA, 1985, apud

MOREIRA, 1997, p.73). No entanto, o avanço técnico industrial da Inglaterra e a

procura no mercado internacional pelo algodão fizeram com que esse produto fosse

bastante valorizado, sobretudo nos séculos XVIII e XIX.

No final do século XIX, apenas cinco países (Egito, China, União Soviética, Índia e

Estados Unidos) produziam quase 98% do total da produção anual. Contudo, a Guerra

de Secessão, que impossibilitou os Estados Unidos de atender à demanda do mercado

mundial, principalmente da Inglaterra, fez com que o cultivo do algodão se expandisse

no Nordeste brasileiro, e consequentemente no Agreste da Paraíba. O crescimento do

consumo de tecidos, decorrente do crescimento populacional, e a abertura dos portos às

nações amigas também podem ser considerados como fatores importantes à expansão da

cotonicultura no sertão nordestino.

Apesar das oscilações de preço nos mercados interno e externo, o algodão se manteve

como importante produto da economia do Agreste paraibano até a década de 1980,

quando a cotonicultura entrou em declínio em decorrência da praga do bicudo

(Anthonomus grandis B.), das importações de algodão do exterior e da expansão da

produção no Cerrado brasileiro. Atualmente, a produção do algodão é desenvolvida

principalmente nas pequenas propriedades da região.

Nesse período, a Embrapa realizou diversos estudos direcionados ao melhoramento

genético do algodão. Foram feitas coletas de sementes do algodão em vários estados do

Nordeste, incluindo a Paraíba.

As sementes coletadas passaram a fazer parte do banco de germoplasma da Embrapa e,

posteriormente, utilizadas como fonte de genes para o melhoramento do algodão, o que

deu origem a novas variedades do produto.

Durante esse processo, os pesquisadores observaram que muitas plantas possuíam a

fibra na cor marrom claro (Shewchenko; Picciotto, 2006). Segundo esses autores, “a

primeira variedade de algodão de fibra colorida originou-se de seleção nestes materiais

coletados no Nordeste. Possui a tonalidade marrom claro e se chama BRS 200”

(Shewchenko; Picciotto, 2006, p. 6).

O cultivo do algodão colorido e de variedades mais resistentes à praga do bicudo tem

possibilitado a retomada e a expansão da área plantada com algodão na Paraíba.

Atualmente, vários agricultores familiares passaram a plantar o algodão branco e o

colorido, através de parceiras com instituições públicas e não- governamentais. No

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Assentamento Queimadas, por exemplo, os agricultores cultivam o algodão tendo como

princípio as práticas agroecológicas (Fotografia 01).

Fotografia 01 – Produção agroecológica do algodão.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012. Acervo: Anieres Barbosa da Silva

Durante o processo produtivo os assentados receberam incentivos e apoio da ONG

Arribaçã (Associação de apoio a políticas de melhorias da qualidade de vida,

convivência com a seca, meio ambiente e verticalização da produção familiar) e da

EMATER (Empresa Brasileira de Extensão Rural). Além de incentivar a produção

orgânica do algodão, estas instituições dão suporte técnico para que os assentados

desenvolvam práticas agroecológicas, como o manejo do solo, a colheita manual e a não

utilização de produtos químicos.

A produção agroecológica do algodão no Assentamento Queimadas teve início em

2006, quando seis famílias iniciaram a produção com certificação orgânica emitida pelo

IBD (Instituto Biodinâmico), sendo as principais etapas do processo produtivo

acompanhado por técnicos da Emater e da ONG Arribaçã. A dinâmica utilizada na

produção agroecológica está fundamentada na participação dos agricultores familiares e

na valorização das experiências desenvolvidas por eles nos seus sistemas de produção.

(PROJETO ESCOLA PARTICIPATIVA DO ALGODÃO, 2008).

No ano de 2011, quinze famílias assentadas se dedicaram ao cultivo do algodão

orgânico na área pesquisada. O algodão produzido é comercializado diretamente pela

ONG Arribaçã com as empresas YD Confecções, com sede na cidade de São Paulo, e

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com a Coopnatural, sediada na cidade de Campina Grande, as quais adquirem,

respectivamente, a produção orgânica do algodão branco e colorido

Para dar início à produção agroecológica no Assentamento os agricultores enfrentaram

alguns desafios, como o ataque da praga do bicudo (Anthonomus grandis B.). Para

evitar a presença desse inseto os agricultores foram orientados a plantar o algodão entre

os meses de maio e junho, que coincide com o período chuvoso na região. Desse modo,

quando o algodão iniciar a fase de formação das maçãs, o que ocorrerá no período seco,

o bicudo não afetará a produção visto que ele não resiste ao aumento da temperatura e a

pouca umidade da na região semiárida.

A partir das orientações técnicas e da sabedoria local sobre o manejo dos

agroecossistema podem ser sistematizados vários ensinamentos que são de extrema

importância no enfrentamento do desafio de intensificar o uso do espaço agrícola em

base sustentável. Segundo informações do Projeto Escola Participativa do Algodão

(2008), as principais técnicas utilizadas pelos agricultores familiares da área

pesquisadas são:

Espaçamento: o espaçamento mais utilizado pelos agricultores dessa localidade é 1,10 x 0,40 m. Com esse espaçamento, no período de produção o sol penetra com mais força no roçado e a alta temperatura não deixa o bicudo se multiplicar; Catação dos botões: a catação é uma prática utilizada pelos agricultores familiares do Curimataú paraibano. Caso essa queda das maçãs seja pelo ataque do bicudo, a catação faz com que o bicudo não se reproduza e ataque o algodão; Controle de formigas: a formiga, no inicio do desenvolvimento das culturas, é a principal praga que pode causar prejuízos aos roçados. O controle é feito através de: Utilização de _nim (Azadirachta indica): o nim é utilizado pelos agricultores para controlar as formigas. As folhas da planta do nim são colocadas em cima do formigueiro fazendo com que as formigas se alimentem delas e assim vão morrendo; Utilização de Maniçoba (Manihot utilíssima): o uso de folhas da maniçoba também é outra prática bastante usada pelos agricultores (as) para controlar as formigas. As folhas da planta da maniçoba são colocadas em cima do formigueiro servindo de alimento para as formigas. Enquanto, as formigas se alimentam da maniçoba, as culturas plantadas não são atacadas. A maniçoba é uma planta nativa e de fácil acesso; Utilização de manipueira (Manihot esculenta): a manipueira é colocada dentro do formigueiro em quantidades que depende do tamanho do formigueiro (alguns levam até 4 litros). Depois de colocada dentro dos olheiros ativos tampam-se todas as bocas do formigueiro com terra e as formigas desaparecem. Os agricultores recomendam que as folhas sejam fresca, colhidas até dois dias antes de colocar no formigueiro para que o controle das formigas seja bem sucedido (PROJETO ESCOLA PARTICIPATIVA DO ALGODÃO, 2008, p.2

Além das técnicas acima expostos, destacamos a prática do consórcio e da rotação de

culturas, apesar de serem conhecidas e utilizadas por muitos agricultores a agroecologia

as aperfeiçoou de acordo com a realidade local de cada agroecossistema. Em termos

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ecológicos, um aumento na agrobiodiversidade em uma parcela pode minimizar a

sobreposição de nichos entre as espécies associadas, diminuindo a competição por

recursos abióticos básicos (água, radiação e nutrientes). Portanto com a diversidade das

culturas cultivadas há, por consequência, uma diversidade de nichos exploradores para o

melhor aproveitamento dos recursos disponíveis naquele agroecossistema

(FERNANDES, 2002). No Assentamento Queimadas constatamos que os agricultores

plantam milho, feijão, batata doce em consórcio com o algodão branco e o colorido.

Com o uso dessa técnica os agricultores têm a possibilidade de realizar o consórcio de

acordo com suas necessidades socioeconômicas.

É importante acrescentar que para a aplicação das técnicas adotadas pelas práticas

agroecológicas, se faz necessário um trabalho de educação e de acompanhamento

técnico aos agricultores, no intuito de valorizar os trabalhos individuais e coletivos nos

agroecossistemas em é possível atingirem um maior grau de sustentabilidade,

individual, visto que: Cada integrante em particular é quem decide mudar suas práticas agrícolas, resgatando saberes adormecidos, mas ao mesmo tempo coletivo, no sentido de ser a coletividade, através das discussões, capaz de trocar experiências e apontar saídas para os problemas encontrados. A coletividade faz parte também de uma ação fiscalizadora da agroecologia, sendo, portanto, os integrantes cobrados uns pelos outros de suas práticas, num policiamento constante, onde a crítica é realizada desde as práticas agrícolas individuais até as práticas e posturas políticas da própria coletividade (LIMA, 2008, p. 103).

Assim, o trabalho exercido pela agricultura familiar e a agroecologia nos permite

enxergar que apesar das dificuldades que o agricultor passa no seu dia – a – dia, há a

disposição dos agricultores em aperfeiçoar seus saberes a partir das práticas

agroecológicas. Agricultura familiar apresenta papel fundamental quando o assunto é

sustentabilidade, caracterizando como produtora de alimentos para a sociedade, como

prestadora de serviços ambientais e estreitamente relacionada a situações sociais e

econômicas dos países (VERONA, 2008).

Considerações finais Os recorrentes processos de degradação ambiental vêm exigindo da sociedade novas

posturas e novas práticas que sejam capazes de proporcionar conhecimentos e projetos

de sustentabilidade ambiental e social. É nesse contexto que a agroecologia vem

abarcando práticas que primam pela redução das agressões ao ambiente e, desse modo,

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estabelecendo uma nova relação entre o homem e os ecossistemas. No Assentamento

Queimadas as práticas agroecológicas utilizadas, sobretudo na produção do algodão,

estão se configurando como um instrumento capaz de proporcionar um melhor manejo

nos agroecosistemas, além de consolidar hábitos que têm como princípio a convivência

harmônica com a natureza e a produção socialmente justa no campo.

A adoção de práticas agroecológicas na área de estudo também pode ser vista como uma

estratégia oposta àquela que procura simplesmente maximizar o lucro por meio do

aumento da produtividade, ou seja, ao adotarem a agroecologia como forma de produzir

os assentados se (re) criam e levam à sociedade produtos de um modelo de agricultura

que entende a terra não como um simples recurso a serviço do capital, mas como meio

para a produção de alimentos saudáveis, com melhoria de renda, calcada na

solidariedade e na organização coletiva.

A forma de produzir com respeito à natureza deriva de práticas herdadas de uma agricultura

natural que ganhou força com a participação de Organizações Não-Governamentais, como

a Arribaçã, que visam contribuir para a sustentabilidade local e para uma produção

socialmente justa. Sendo assim, é possível inferir que a produção orgânica, tanto do algodão

quanto de outros produtos agrícolas, está propiciando novos arranjos entre características já

existentes dos agricultores e características incorporadas por eles, num processo contínuo de

recriação da coexistência entre os recursos naturais e humanos. A não utilização de

agrotóxicos, a colheita manual, a adubação do solo feita de forma natural, o consórcio e a

rotação de culturas são práticas que valorizam o trabalho do agricultor e agrega valor aos

produtos, o que contribui para aumentar a renda, melhorar a qualidade de vida dos

assentados e sinalizar para outras possibilidades de desenvolvimento.

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