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ETEC Dr. Luiz César Couto PRODUÇÃO DE ABACAXI Autores: DULCIVAL GOMES PEREIRA EDILÚCIO PEREIRA DA ROCHA JOSIEL DA COSTA SILVA JULIO CESAR SHUMMAN Quatá - SP Dezembro/2009 Trabalho apresentado como exigência parcial na conclusão do Curso Técnico em Agropecuária.

Produção de abacaxi

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Page 1: Produção de abacaxi

ETEC Dr. Luiz César Couto

PRODUÇÃO DE ABACAXI

Autores: DULCIVAL GOMES PEREIRA EDILÚCIO PEREIRA DA ROCHA JOSIEL DA COSTA SILVA

JULIO CESAR SHUMMAN

Quatá - SP Dezembro/2009

Trabalho apresentado como exigência parcial na conclusão do Curso Técnico em Agropecuária.

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ETEC Dr. Luiz César Couto

PRODUÇÃO DE ABACAXI

Autores: DULCIVAL GOMES PEREIRA EDILÚCIO PEREIRA DA ROCHA JOSIEL DA COSTA SILVA

JULIO CESAR SHUMMAN

Orientador: Wagner dos Reis

Quatá - SP Dezembro/2009

Trabalho apresentado como exigência parcial na conclusão do Curso Técnico em Agropecuária.

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DEDICATÓRIA

Primeiramente, agradecemos a Deus, pois é ele que nos dá a vida,

saúde, nos mantém firmes através da sua forte mão.

O nosso muito obrigado, aos nossos familiares (pais, esposos,

esposas, filhos) que não mediram esforços, estiveram ao nosso lado, nos

dando forças, tudo isso com muito amor.

Aos nossos mestres, obrigado pela atenção e por transmitir o

conhecimento com dedicação, carinho e amor. Agradecemos por contribuir e

desenvolver: sabedoria, sensibilidade, afetividade, serenidade e amor pela

vida.

E vocês serão inesquecíveis, o tempo pode passar e as dificuldades

podem surgir, mas as sementes de professores fascinantes jamais serão

destruídas.

Page 4: Produção de abacaxi

ÍNDICE

Pagina 1. INTRODUÇÃO 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2

2.1. Abacaxi 2

2.2. Necessidades Para o Cultivo 2

2.2.1. Clima 2

2.2.2. Chuvas (Pluviosidade) 2

2.2.3. Umidade Relativa do Ar 3

2.2.4. Luminosidade (Radiação Solar) 3

2.2.5. Ventos 3

2.3. Solos 3

2.3.1. Preparo do Solo 4

2.3.2. Correção de Acidez 4

2.4. Adubação 4

2.5. Cultivares (variedades) 5

2.6. Produção de Mudas 6

2.6.1. Tipos de Mudas Convencionais do Abacaxizeiro 6

2.6.2.Manejo Convencional das Mudas 7

2.7. Época de Plantio 8

2.7.1. Escolha da Área Para Plantio 8

2.7.2. Métodos de Plantio 8

2.7.3. Disposição das Covas ou Sulcos 9

2.7.4. Espaçamento e Densidade 9

2.7.5. Plantio Propriamente Dito 10

2.8. Controle de Ervas Daninhas 10

2.9.Irrigação 10

2.10. Indução Floral 11

2.11. Pragas 11

2.11.1 Cochonilha do Abacaxi 11

2.11.1.1. Controle 12

Page 5: Produção de abacaxi

2.11.2. Broca-do-Fruto 12

2.11.2.1 Controle 12

2.12. Doenças 12

2.12.1 Fusariose 12

2.12.1.1 Controle 13

2.12.2 Podridão-Negra-do-Fruto 13

2.12.2.1 Controle 13

2.13. Colheita e Pós-Colheita 13

2.13.1. Determinações do Ponto de Colheita 14

2.13.2. Colheita 15

1.14. Classificação dos Frutos 15

2.15. Embalagem 16

1.16. Rotulagem 17

2.17. Armazenamento 17

2.18. Transporte 17

2.19. Comercialização 18

2.20. Consumo 18

3. CONCLUSÃO 19

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20

5. ANEXO 1

Page 6: Produção de abacaxi

RESUMO

Originário do Brasil, o abacaxizeiro (Ananás comosus) é uma planta de clima

tropical, monocotiledônea, herbácea e perene da família Bromeliácea, com

caule (talo) curto e grosso, ao redor do qual crescem folhas estreitas,

compridas e resistentes, quase sempre margeadas por espinhos e dispostas

em rosetas. A planta adulta, das variedades comerciais, tem de 1 a 1,20m de

altura e 1 a 1,5m de diâmetro. No caule insere-se o pedúnculo que sustenta a

inflorescência e depois o fruto. Cada planta produz um único fruto saboroso e

de aroma intenso. O fruto é utilizado tanto para o consumo in natura quanto na

industrialização, em diferentes formas: pedaços em calda, suco, pedaços

cristalizados, geléias, licor, vinho, vinagre e aguardente (BARREIRO, 1999).

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1. INTRODUÇÃO

O abacaxizeiro é uma planta originária do Brasil, é uma

monocotiledônea, herbácea e perene da família Bromeliácea, a planta adulta,

das variedades comerciais, tem de 1 a 1,20m de altura e 1 a 1,5m de diâmetro.

É uma planta que necessita de uma precipitação pluviométrica entre

1000 e 1500 milímetros de chuva ao ano e uma boa insolação.

Os solos para plantio do abacaxi devem ser de textura média ou

arenosa, bem drenados, de preferência planos ou com pouca declividade, e pH

na faixa de 4,5 a 5,5

O plantio pode ser feito em covas ou sulcos que devem ter entre 10

e 15 cm de profundidade

Manter o abacaxizeiro livre de ervas daninhas notadamente nos 6

primeiros meses pós plantio; a limpeza pode ser feita por enxada ou por

aplicação de herbicidas.

Em zonas com escassez de chuvas e onde os períodos secos

superem 3 meses a irrigação faz-se necessária.

Para facilitar a comercialização dos frutos e obter preços mais

compensadores para o mercado recomenda-se peso mínimo de 1,1 kg, frutos

isentos de machucados, estágio de maturação, que deve variar com a distância

do mercado consumidor.

Page 8: Produção de abacaxi

O fruto é utilizado tanto para o consumo in natura quanto na

industrialização, em diferentes formas: pedaços em calda, suco, pedaços

cristalizados, geléias, licor, vinho, vinagre e aguardente.

2. REVISÃO BIBLOGRÁFICA

2.1. ABACAXI

O abacaxizeiro é uma planta cujo ciclo natural pode variar de 16 a

36 meses para produzir a primeira safra (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,

2002).

2.2. NECESSIDADES PARA O CULTIVO

2.2.1. CLIMA

Tem grande influencia sobre crescimento, desenvolvimento e

produção do abacaxizeiro; a temperatura media anual mais adequada situa-se

em torno de 24ºC (limites em 21ºC e 32ºC). A planta requer temperaturas altas

(29-30ºC) para produção de raízes e folhas (SILVA, 1998).

2.2.2. CHUVAS (PLUVIOSIDADE)

Sua ausência na frutificação atrasa o desenvolvimento do fruto e

reduz produção de mudas além de causar problemas na floração, reduzindo

rendimento da cultura. Em áreas com boa distribuição de chuvas o total de

1.000 mm a 1.500 mm anuais satisfaz as necessidades da planta. Estudos

determinaram a necessidade diária de água do abacaxizeiro em 1,5-3,0 mm de

água (45-90 mm mês/planta) (SACHES, 1998).

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2.2.3. UMIDADE RELATIVA DO AR

A umidade relativa média está em torno de 75%. Mudanças bruscas no nível

de umidade podem causar fendilhamento do fruto e altos níveis de umidade

propiciam a incidência de doenças (ALMEIDA, 1998).

2.2.4. LUMINOSIDADE (RADIAÇÃO SOLAR)

Atua no crescimento vegetativo e na qualidade do fruto (composição,

coloração); luminosidade intensa pode queimar o fruto interna e externamente.

A insolação requerida aceitável para desenvolvimento e produção do

abacaxizeiro é de 1.200 - 1.500 horas/ano e ótima entre 2.500 a 3.000

horas/ano. Por fim o abacaxizeiro é tido como planta de dias curtos; em dias

curtos a floração da planta dá-se mais rapidamente (BARREIRO, 1999).

2.2.5. VENTOS

Quando fortes e secos podem danificar a planta (ressecamento).

Ainda ventos fortes podem provocar tombamento da planta e dificultar tratos

culturais (SILVA, 1998).

2.3. SOLOS

Os solos para plantio do abacaxi devem ser de textura média ou

arenosa, bem drenados, de preferência planos ou com pouca declividade,

profundidade do lençol freático superior a 90 cm e pH na faixa de 4,5 as 5,5.

Os solos não podem estar sujeitos ao encharcamento. Solos argilosos também

Page 10: Produção de abacaxi

podem ser utilizados desde que apresentem boa aeração e drenagem

(SOUZA, 2000).

2.3.1. PREPARO DO SOLO

O preparo do solo deve ser no sistema convencional uma aração e

duas gradagens. Deve-se evitar solos que tenham sido plantados com abacaxi

na última safra. Não sendo possível, deve se fazer a incorporação do material

ao solo, ou em áreas com histórico de alta incidência de pragas e doenças, faz-

se a queima dos restos vegetais (SÁ, 1994).

2.3.2. CORREÇÃO DA ACIDEZ

Apesar de o abacaxizeiro ser conhecido como planta resistente à

acidez do solo, recomenda-se a calagem com o intuito de fornecer

principalmente o magnésio, nutriente importante para o desenvolvimento da

planta. A quantidade de calcário deve ser recomendada de acordo com a

análise do solo, tomando-se o cuidado de não se elevar o pH do solo a valores

superiores à faixa ideal da cultura (4,5 a 5,5), pois, isso acarretaria a redução

da disponibilidade de certos nutrientes à cultura e favoreceria o

desenvolvimento de fungos prejudiciais ao. Recomenda-se realizar a calagem

com cerca de 30 a 90 dias de antecedência ao plantio (ALMEIDA, 1998).

2.4. ADUBAÇÃO

A adubação deve ser realizada de acordo com a análise do solo.

Entretanto, para solos com baixa fertilidade, recomenda-se ainda a aplicação

de 10 t/ha de esterco de gado curtido no sulco de plantio. Os adubos devem

Page 11: Produção de abacaxi

ser aplicados no solo (junto às plantas) ou nas axilas das folhas basais. Evitar

que o adubo caia no olho da planta (BARREIRO, 1999).

2.5. CULTIVARES (VARIEDADES)

Na escolha da variedade deve-se levar em conta o destino da

produção (consumo "in natura" ou indústria). As cultivares mais conhecidas no

Brasil são: Pérola ou Branco de Pernambuco, Smooth Cayenne, Perolera e

Primavera, assim descritas: a) Smooth Cayenne: É a cultivar mais plantada no

mundo, correspondendo a 70% da produção mundial, conhecida também por

abacaxi havaiano. É uma planta robusta, de porte semi-ereto e folhas

praticamente sem espinhos. O fruto tem formato cilíndrico, com peso entre 1,5

e 2 quilos, apresenta coroa relativamente, pequena, casca de cor amarelo-

alaranjada e polpa amarela, firme, rica em açucares, e de acidez elevada. É

adequada para industrialização e consumo in natura. Produz pequena

quantidade de mudas do tipo filhote e rebentões freqüentes; b) Pérola:

Também conhecida, como Pernambuco ou Branca de Pernambuco.

Caracteriza-se por apresentar plantas eretas, folhas longas providas de

espinhos, pedúnculos longos, numerosos filhotes e poucos rebentões. O fruto é

cônico com casca amarelada, polpa branca, pouco ácida, suculenta, saborosa,

peso médio entre 1 e 1,5 kg e apresenta coroa grande; c) Perolera: A planta

caracteriza-se por apresentar altura em torno de 51 cm, folhas verdes claras,

sem espinhos, com uma faixa prateada bem visível pedúnculo longo, grande

produção de filhotes e pouca produção de rebentões. O fruto é cilíndrico com

peso médio de 1,8 kg, casca e polpa amarela; d) Primavera: A planta apresenta

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porte semi-ereto, folhas de cor verde-clara, sem espinhos nos bordos, produz

em média oito filhotes e um rebentão. O fruto apresenta tamanho médio, forma

cilíndrica, casca amarela quando maduro, polpa branca e peso em torno de 1,5

kg, com sabor agradável (CUNHA, 1999).

2.6. PRODUÇÃO DE MUDAS

Para aumentar as chances de êxito na exploração comercial de

abacaxi é fundamental o uso de material propagativo de alta qualidade. Para se

obter mudas de boa qualidade, estas devem ser retiradas de plantas sadias,

livres de ataques de pragas e doenças, vigorosas, devendo-se descartar

rigorosamente, aquelas que apresentarem sinais de goma ou resina. Para

implantação da cultura pode-se utilizar vários tipos de mudas (SOUZA, 1999).

2.6.1. TIPOS DE MUDAS CONVENCIONAIS DO ABACAXIZEIRO

a) Coroa: Muda pouco utilizada, pois, permanece no fruto, quando

vendido nos mercados de frutas frescas. É menos vigorosa, apresenta ciclo

mais longo (em comparação às mudas do tipo rebentão e filhote de acordo com

a figura 1). Plantios com este tipo de muda originam plantas de porte e

desenvolvimento mais uniformes; b) Filhote: Muda de vigor e ciclo

intermediários, menos uniformes que as coroas e mais que os rebentões, de

fácil colheita e abundante na variedade Pérola; c) Rebentão: Muda de maior

vigor, ciclo mais curto, de colheita mais difícil, origina lavouras com menor

uniformidade em tamanho e peso. Tem baixa disponibilidade na variedade

Pérola e grande na variedade Smooth Cayenne; d) Filhote-rebentão: Muda

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muito pouco utilizada, pois, é de difícil produção. Apresenta características

intermediárias entre filhote e rebentão (SILVA, 1998).

Além destes tipos citados existem outras formas de se produzir

mudas de abacaxi, como as mudas produzidas por seccionamento do caule e

as produzidas in vitro. Porém estes tipos são geralmente mais caros e

dependem da existência de produtores de mudas especializados, sendo,

portanto recomendados em plantios com alto nível tecnológico. No Brasil os

tipos mais utilizados são filhotes e rebentões (REINHARDT, 2000).

2.6.2. MANEJO CONVENCIONAL DAS MUDAS

Compreende as etapas de ceva, colheita, cura, seleção e tratamento

fitossanitário. a) Ceva. Após a colheita dos frutos deve-se manter as mudas

ligadas à planta mãe até que estas alcancem o tamanho adequado para o

plantio, ou seja de 30 a 45 cm. Este período varia de 1 a 6 meses, sendo

menor nos filhotes e maior nos rebentões. Neste período, visando melhorar o

vigor e o estado fitossanitário das mudas, pode-se continuar usando a

irrigação, pulverização para controle de ácaros e cochonilhas e adubação

suplementar, via pulverização foliar, com uréia a 3% e cloreto de potássio a

2%; b) Colheita. É feita quando a maioria das mudas atingirem o porte

satisfatório. Nesta operação é recomendado se descartar as mudas com

sintomas de ataque de pragas e doenças e eliminar o fruto pequeno, frequente

na base dos filhotes; c) Cura. Consiste na exposição das mudas ao sol, com a

base virada para cima, sobre as próprias plantas-mãe ou espalhando-as sobre

o solo em local próximo ao do plantio, entretanto as mudas nunca devem ser

Page 14: Produção de abacaxi

amontoadas. Esta prática é recomendada visando acelerar a cicatrização da

lesão oriunda da colheita, reduzir a população de cochonilhas e eliminar o

excesso de umidade da muda. d) Seleção. Nesta fase deve-se eliminar todas

as mudas com sintomas de doenças, danos mecânicos e ataque de pragas

(CARVALHO, 1996).

Deve-se ainda padronizar as mudas em função do tipo (coroas,

filhotes, rebentões e filhote-rebentão figura 1 em anexo) e tamanho (30 a 40cm,

40 a 50 cm e maiores que 50cm); e) Tratamento fitossanitário. Caso as mudas

tenham alta infestação de cochonilhas estas devem ser mergulhadas em uma

solução acaricida-inseticida (Paration metílico ou Etion) por 3 a 6 minutos. Após

este período as mudas são esplalhadas e mantidas à sombra por 10 dias,

quando é feita outra seleção às vésperas do plantio (CUNHA, 1999).

2.7. ÉPOCA DO PLANTIO

Em culturas de sequeiro, recomenda-se realizar o plantio no final da

estação seca e início da estação chuvosa. Em culturas irrigadas, o plantio pode

ser realizado durante o ano todo (Cunha, 1999).

2.7.1. ESCOLHA DA ÁREA PARA PLANTIO

Deve-se levar em conta: disponibilidade e custo da mão-de-obra,

vias de acesso a área e para escoamento da produção, existência de

mananciais de água, proximidade de centros consumidores (mercados e

indústrias) (ARDITO, 1996)

Page 15: Produção de abacaxi

2.7.2. MÉTODOS DE PLANTIO

O plantio pode ser feito em covas ou sulcos que devem ter entre 10

e 15 cm de profundidade. Não havendo sulcador, pode-se abrir as covas com

enxada, pá de plantio tipo havaiano ou com coveadeira (mecanizada) (SOUZA,

2000).

2.7.3. DISPOSIÇÃO DAS COVAS OU SULCOS

O plantio das mudas pode ser feito em filas simples ou duplas; dar

preferência ao sistema de fileiras duplas. Em terrenos com declive, dispor as

covas ou sulcos em curva de nível. Após a abertura das covas ou sulcos, faz-

se a distribuição das mudas. Nesta ocasião, o plantio deve ser realizado por

quadras, separando-se as mudas por tamanho e tipo, tomando-se o cuidado de

evitar que caia terra no "olho" da planta (SÁ, 1994).

2.7.4. ESPAÇAMENTO E DENSIDADE

O abacaxizeiro pode ser plantado em sistemas de filas simples, de

filas duplas, triplas, quádruplas e quíntuplas. Os mais comuns são fileiras

simples e fileiras duplas. A escolha do sistema condiciona-se à disponibilidade

da área, à característica física da variedade a plantar, à disponibilidade de

mão-de-obra, ao tipo de solo, à topografia do terreno, entre outros. Fileira

simples facilita tratos culturais em abacaxizais com variedades de folhas

espinhosas. O de fileiras duplas abriga maior número de plantas por unidade

de área, melhor sustentação das plantas e evita tombamentos na frutificação.

Page 16: Produção de abacaxi

As plantas das duas fileiras juntas devem ser plantadas em quincôncio

(espaços desencontrados) (ARDITO, 1996).

Os espaçamentos preconizados, em geral, são os seguintes:

Fileiras simples; 80 cm -120 cm entre filas e 30 cm a 40 cm entre

plantas, o que proporciona populações entre 48 mil a 20 mil plantas por

hectare. Fileiras duplas; 70 cm a 90 cm entre filas duplas, 30 cm a 40 cm entre

filas simples e 22 cm a 35 cm entre plantas na filas, o que proporciona

populações em torno de 75 mil a 40 mil plantas/hectare (CUNHA, 1999).

2.7.5. PLANTIO PROPRIAMENTE DITO

Em cova ou sulco a muda é colocada na posição vertical, chega-se

terra a ela (sem deixar cair terra no centro da roseta foliar).

As mudas são plantadas em quadras ou talhões separados segundo

seu tipo, peso ou tamanho. Nos terrenos planos sulcos ou covas são abertos

no sentido do maior comprimento de área (aumenta rendimento das máquinas).

Em terrenos com declive o plantio deve ser feito usando curvas de nível ou

outro método conservacionista (SOUZA, 1998).

2.8. CONTROLE DE ERVAS DANINHAS

Manter o abacaxizeiro livre de ervas daninhas notadamente nos 6

primeiros meses pós plantio; a limpeza pode ser feita por enxada ou por

aplicação de herbicidas . Na capina fazer a amontoa (chegar terra ao pé da

planta com o cuidado de não jogá-la na roseta). Herbicidas são indicados para

Page 17: Produção de abacaxi

grandes plantios e períodos chuvosos, em duas etapas: 30 a 60 dias e 90 a

120 dias pós plantio em pré-emergência das ervas (SANTOS,1999).

2.9. IRRIGAÇÃO

Em zonas com escassez de chuvas e onde os períodos secos

superem 3 meses a irrigação faz-se necessária. A demanda de água pelo

abacaxizeiro é de 1,5-3,0 mm/dia, as exigências hídricas aumentam a partir do

2º mês de vida e intensificam-se a partir do 5º mês até o 10º mês; 60 mm a 100

mm/mês é a quantidade de água recomendada para irrigação, utilizando-se o

método de aspersão (ALVES, 1998).

2.10. INDUÇÃO FLORAL

Para antecipar o início da floração e mais tarde a colheita aplica-se

substâncias químicas-fitoreguladoras como carbureto de cálcio, acetileno e

etephon - na roseta foliar ou em pulverizações foliares. As aplicações devem

ser feitas em horas frescas do dia ou à noite (entre 20 horas e 5 horas). Entre 7

e 14 meses as plantas podem sofrer indução floral (SÁ, 1994).

2.11. PRAGAS

2.11.1. COCHONILHA DO ABACAXI

Também conhecida como piolho-branco é um inseto pequeno, sem

asas, coberto por camada pulverulenta branca. É responsável pela transmissão

da doença murcha-do-abacaxi. Vivem em colônias nas raízes e axilas das

folhas sugando a seiva; com aumento populacional o inseto ataca flores e

Page 18: Produção de abacaxi

frutos. Vivem em simbiose com formigas doceiras, atacam o abacaxizeiro a

partir do 2º mês de vida (SOUZA, 1998).

2.11.1.1. CONTROLE

O controle pode ser feito pela aplicação de produtos químicos.

Aplica-se pulverização preventiva - entre 60 a 150 dias pós plantio. Em

períodos chuvosos usar inseticidas granulados sistêmicos de solo na dose de

0,5 a 1 g por planta do produto no solo junto a planta (MATOS, 2000).

2.11.2. BROCA-DO-FRUTO

Causa grandes danos em várias regiões produtoras com nível de

infestação em 80%. Adulto é pequena borboleta cinzenta-escuro brilhante, com

manchas circulares alaranjadas nas asas posteriores; larva (forma jovem) é

lagarta que, desenvolvida, tem cor amarelo-escuro, corpo ligeiramente

achatado com aspecto de lesma. As borboletas põem ovos brancos na parte

superior e média da inflorescência e no pedúnculo. A lagarta ataca a

inflorescência, flores, mudas, folhas e frutos. O fruto atacado exsuda resina

líquida que se solidifica com o ar. A lagarta empupa na parte inferior da folha

(CABRAL, 2000).

2.11.2.1. CONTROLE

Pulverizações com produtos químicos. As pulverizações devem ser

feitas no "olho" da planta desde o aparecimento da inflorescência - 45 dias pós

indução floral até 40 dias depois em intervalos de aplicações de 15 dias

(REINHARDT, 2000).

Page 19: Produção de abacaxi

2.12. DOENÇAS

2.12.1. FUSARIOSE

Causada pelo fungo Fusarium subglutinans, responsável pela perda

de 30% da produção brasileira. O fungo infecta todas as partes da planta

provocando exsudação de substância gomosa na área afetada. A planta

atacada exibe encurtamento e curvatura do caule (lado da lesão). Fruto exsuda

goma através da cavidade floral e a polpa apodrece (MATOS, 2000).

2.12.1.1. CONTROLE

Emprego de mudas sadias, nos novos plantios (mudas de

seccionamento do caule), de plantas que geraram frutos sadios; em áreas de

incidência de fusariose, proceder seleção rigorosa de mudas. Eliminação de

restos de antigas culturas e inspeções permanentes com eliminação de plantas

doentes concorre para diminuir a infecção. Pulverizações, com início aos 45

dias pós indução floral e com intervalos de 10 dias (quatro vezes), com

produtos químicos (CABRAL, 2000).

2.12.2. PODRIDÃO-NEGRA-DO-FRUTO

Causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa provoca perdas

significativas a frutos destinados à exportação. Essas perdas dão-se entre

colheita e processamento. Podridão mole na polpa cor amarela-intenso evolui

para decomposição da polpa que se liquefaz, externamente há exsudação do

suco que resulta em fruto oco (GONÇALVES 2000).

Page 20: Produção de abacaxi

2.12.2.1. CONTROLE

Colher frutos com um segmento de pedúnculo (2 cm), evitar

ferimentos no fruto, armazenar frutos a 8°C e mante r essa temperatura no

transporte, eliminar restos de antigas culturas nas proximidades de área de

estocagem/manuseio de frutos (SOUZA, 2000).

2.13. COLHEITA E PÓS-COLHEITA

As atividades de colheita compreendem os cuidados na fase

imediatamente anterior a colheita (pré colheita), determinação do ponto de

colheita, decisão de colheita e transporte do campo até o galpão pós-colheita

(local destinado à seleção, tratamento e acondicionamento para encaminhar

para a comercialização) (GONÇALVES 2000).

2.13.1. DETERMINAÇÕES DO PONTO DE COLHEITA

O abacaxi não amadurece após a colheita, sendo portando

necessário sua colheita após seu completo desenvolvimento fisiológico. A

concentração de açúcares deve ser medida com um refratômetro e deve ser

maior que 19° Brix no verão e 14,5° Brix no inverno . Os frutos devem ser

colhidos em estágios de maturação diferentes, de acordo com o seu destino e

a distância do mercado consumidor.

Indústria – Deve ser colhido maduro (casca mais amarela que

verde);

Mercado "in natura" e mercados distantes – Devem ser colhidos "de

vez", quando surgem os primeiros sinais de amarelecimento da casca;

Page 21: Produção de abacaxi

Mercado "in natura" e mercados locais – Frutos com até a metade

da casca amarela (SÁ, 1994).

Entretanto, alguns fatores também devem ser levados em

consideração, para se definir o ponto de colheita com base na coloração da

casca do fruto: a) Quanto maior o fruto menos a casca se descolore, ou seja

frutos grandes com coloração amarela apenas na base pode estar mais

maduro do que um fruto pequeno com toda a casca amarela; B) Em períodos

frios e secos os frutos se colorem mais do que naqueles quentes e úmidos. Ou

seja, frutos colhidos no inverno devem ser colhidos com a coloração da casca

mais amarela do que os frutos colhidos no verão; c) Adubações ricas em

potássio e pobres em nitrogênio favorecem a coloração da casca e com

adubações pobres em potássio e ricas em nitrogênio ocorre o contrário; d)

Variedades, frutos da variedade Smooth Cayenne colorem-se menos do que os

da variedade Pérola (CARVALHO, 1996).

2.13.22 COLHEITA

A colheita pode ser feita com o auxílio de um facão, com o colhedor

utilizando luva grossa para proteger as mãos. Não colher frutos verdes, pois,

eles não amadurecem após colhidos. O operário segura o fruto pela coroa e

corta o pedúnculo 3 a 5 centímetros abaixo da base do fruto. Os frutos colhidos

são entregues a outros operários que os transportam em cestos, balaios,

caixas ou carrinhos de mão, até o caminhão ou carreta. Os frutos devem ser

colhidos e transportados com o máximo cuidado possível para evitar danos

mecânicos e redução na qualidade do produto (BORDIN, 1996).

Page 22: Produção de abacaxi

2.14. CLASSIFICAÇÃO DOS FRUTOS

Em geral, os frutos colhidos são acondicionados, no campo, em

caminhões e transportados diretamente para a comercialização.

Entretanto, as exigências por qualidade têm crescido muito, neste

sentido devem-se seguir as seguintes recomendações:

Após a colheita dos frutos, estes devem ser levados para um

barracão, chegando lá, as frutas devem sofrer um acabamento para que sua

aparência seja melhorada e para que o ataque por patógenos seja diminuído.

Por isso, os abacaxis têm o tamanho do seu pedúnculo reduzido de 5-6 cm

para 2-3 cm e a superfície do corte tratada com desinfetante para prevenir

contra o ataque de fungos e bolores, para evitar a podridão. A coroa pode ou

não ser retirada, mas se a preferência for por eliminá-la, também deve ser

realizado um tratamento desinfetante na inserção. Os frutos deverão ser

submetidos a uma seleção, eliminado-se aqueles com defeitos. Aqueles que

não apresentarem defeitos devem ser classificados por tamanho e se possível

por maturação. Na separação por tamanho pode se dividir os frutos em

pequenos, médios e grandes. Quanto à maturação, os frutos podem ser

divididos em 1/3 maduros, ½ maduros e totalmente maduros. Após isto os

frutos estão prontos para serem embalados e transportados para os locais de

distribuição (GORGATTI NETTO, 1996).

2.15. EMBALAGEM

As embalagens quando apropriadas, ajudam a manter a qualidade

dos frutos durante o transporte e a comercialização, além de melhorar a

Page 23: Produção de abacaxi

apresentação do produto. Assim, depois de corretamente selecionadas, as

frutas passam para a etapa de embalagem, que pode ser feita em caixas de

madeira (só aceitas no mercado nacional) e caixas de papelão. No Brasil ainda

é comumente utilizado o transporte a granel, isto é, sem qualquer tipo de

embalagem, fato esse que não é recomendado devido às grandes perdas que

acontecem (GONÇALVES, 2000).

As frutas, a serem embaladas, são dispostas verticalmente nas

caixas de papelão e separadas umas das outras por folhas também de papelão

para evitar o atrito entre as mesmas. O fundo dessas caixas é forrado com

mais uma camada de papelão e suas laterais possuem orifícios por onde

ocorre a entrada e saída de ar necessário para manter a fruta em boas

condições. A capacidade das caixas varia de acordo com o tamanho das frutas

e comporta em média 6, 12 ou 20 delas, dependendo do tamanho da caixa

(GONÇALVES, 2000).

2.16. ROTULAGEM

A rotulagem da embalagem é importante, pois ajuda a identificar o

produto, facilitando o manuseio pelos recebedores (GONÇALVES, 2000).

2.17. ARMAZENAMENTO

As caixas com as frutas devem ser armazenadas a uma temperatura

constante, que não pode ser menor que 7°C, pois pod em ocorrer injúrias na

casca das frutas causadas pelo frio excessivo, nem superior a 10°C, já que

acima desta temperatura a susceptibilidade ao ataque de fungos é aumentada.

Page 24: Produção de abacaxi

A umidade relativa do ar deve estar em torno de 90%. Sob estas condições é

possível conservar as frutas por até quatro semanas (MATALLO, 1996).

2.18. TRANSPORTE

O transporte do abacaxi, geralmente, é feito em caminhões não

refrigerados, a granel. Para não causar injúrias aos frutos, estes devem ser

acolchoados. Na cultivar Pérola pode-se usar os próprios filhotes, e no caso da

Smooth Cayenne, que não tem filhotes, deve-se utilizar capim. Os frutos devem

ser colocados em camadas alternadas e deve-se cobrir o caminhão com uma

lona, para evitar injúrias causadas pelo vento. Se o destino das frutas for um

local distante do local de produção, o transporte deve ser feito em caminhões

refrigerados. Porém, se não for possível transportar a carga a longas distâncias

neste tipo de caminhão, pode-se realizar o transporte à temperatura ambiente,

porém à noite, sempre cobrindo a carga com uma lona (GONÇALVES, 2000).

2.19. COMERCIALIZAÇÃO

Para facilitar a comercialização dos frutos e obter preços mais compensadores

para o mercado in natura, recomenda-se: a) Peso mínimo de 1,1 kg no período

de safra e de 800 g na entressafra; b) Frutos isentos de machucados; c)

Estágio de maturação, que deve variar com a distância do mercado consumidor

(SÁ, 1994).

2.20. CONSUMO

O abacaxi pode ser consumido ao natural ou industrializado, sob a

forma de fatias ou pedaços em calda, abacaxizada, pedaços cristalizados,

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passa, picles, suco, xarope, geléia, licor, vinho, vinagre, aguardente. Todavia,

os principais produtos são as fatias ou pedaços em calda, e o suco

(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2002)

3. CONCLUSÃO

Com base na monografia apresentada, o abacaxi é uma ótima

alternativa para pequenos, médios e grandes produtores, por ser uma cultura

com pouca exigência de nutrientes, exige pouca mão-de-obra mecanizada,

assim sua produção se torna mais viável a pequenos e médios produtores,

desde que as condições climáticas da região onde se deseja implantar a

cultura seja adequada para a cultura do abacaxi e, além de produzir frutos

bastante nutritivos, possui um amplo mercado de comercialização tanto in

natura como produtos industrializados.

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4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, O.A. Recomendações técnicas para a cultura do abacaxi. 1998.

ALVES, A.A. Recomendações técnicas para a cultura do abacaxi na região de Itaberaba, em condições de sequeiro. Empresa Baiana de desenvolvimento agrícola S.A., EBDA, 1998.

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CARVALHO, V. D. Abacaxi. Embrapa, 1996.

CUNHA, G.A.P. O Abacaxizeiro. Cultivo, agroindústria e economia. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999.

GONÇALVES, N. B. Abacaxi. Embrapa Agroindústria de alimentos – Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, Brasília, DF, 2000.

GORGATTI NETTO, A. Abacaxi. Embrapa, 1996.

MATALLO, M.; Abacaxi para exportação: Procedimentos. Embrapa, 1996. 41 p.

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, Anuário Brasileiro da Fruticultura. 2002.

REINHARDT, D.H. Abacaxi. Produção: aspectos técnicos . Embrapa, 2000.

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SOUZA, L.F.S. Abacaxi. Fruticultura, Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000.

5. ANEXO 1

Figura 1: Disposição das mudas no abacaxizeiro.