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Supervisor: Joana Maia Dias Monitor: Gustavo Pizarro PRODUÇÃO DE RESÍDUOS NA FEUP ATITUDES DE REDUÇÃO PROJECTO FEUP 2010/2011 Equipa AMB106: Gonçalo Monteiro, Jorge Martins, Mafalda Tuna, Marta Barbosa e Rita Neto.

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Supervisor: Joana Maia Dias

Monitor: Gustavo Pizarro

PRODUÇÃO DE RESÍDUOS NA FEUP

ATITUDES DE REDUÇÃO

PROJECTO FEUP 2010/2011

Equipa AMB106: Gonçalo Monteiro, Jorge Martins, Mafalda Tuna, Marta

Barbosa e Rita Neto.

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RESUMO

Em virtude do Projecto FEUP, o presente grupo estudou um tema sobre a

produção de resíduos na nossa faculdade e ficou responsável pelo estudo e

sugestão de algumas atitudes que permitam a redução dos resíduos produzidos.

Para a elaboração deste projecto, o grupo definiu diversos pontos que seriam

importantes de explorar. De início investigámos quais as atitudes já tomadas pela

FEUP de modo a reduzir os seus resíduos e quais os processos sofridos por estes

após a sua formação. Estes processos podem ter objectivos diferentes: a

reutilização consiste em dar um novo uso ao resíduo produzido; a reciclagem serve

para transformar o resíduo num novo produto; o processo de eliminação tem como

objectivo a destruição de resíduos que não podem ser aproveitados para reciclagem

ou reutilização. Para descobrir estas informações, o grupo pesquisou no site da

EcoFEUP toda a informação disponibilizada pela faculdade e ainda teve a

oportunidade de entrevistar a engenheira Paula Rego que indicou quais as atitudes

já adoptadas pela FEUP para reduzir os resíduos e também outras atitudes que

poderiam ser tomadas para tornar mais eficaz a redução dos resíduos produzidos.

Neste relatório apresenta-se a informação recolhida e analisada por todos os

elementos do grupo e também as conclusões pertinentes para o problema

apresentado. Destas conclusões destaca-se o bom desempenho por parte da FEUP

para reduzir ou eliminar os resíduos produzidos na faculdade, contudo o presente

grupo sugere a criação de um compostor comunitário e a formação de um grupo de

jovens que se relacione com problemas de ordem ambiental.

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AGRADECIMENTOS

Embora um relatório seja, pela sua finalidade académica, um trabalho

realizado por alunos, há contributos de natureza diversa que não podem nem devem

deixar de ser realçados. Por essa razão, expressamos os nossos sinceros

agradecimentos: à professora Joana Dias, professora responsável pelo tema

desenvolvido pelo nosso grupo, no projecto FEUP; ao nosso monitor Gustavo

Pizarro, pela disponibilidade revelada ao longo deste tempo e também pelas críticas

e sugestões relevantes feitas durante a orientação; e à Engenheira Paula Rego por

atenciosamente nos ter recebido e respondido a todas as questões por nós

colocadas, dando-nos assim a informação que em muito contribuiu para a execução

do presente relatório.

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ÍNDICE

1-Introdução -------------------------------------------------------------------------------- 5

1.2-Breve referência dos resíduos produzidos em Portugal ------------------- 6

1.3-Hierarquia dos Resíduos ---------------------------------------------------------- 7

2-ECOFEUP ------------------------------------------------------------------------------- 9

2.1-Entrevista ----------------------------------------------------------------------------- 10

2.2- Sensibilização ---------------------------------------------------------------------- 13

2.3- Eficácia do ECOFEUP ----------------------------------------------------------- 15

2.4-Novos Processos a Implementar ---------------------------------------------- 16

2.5- Localização do Ecoponto e ECOFEUP ------------------------------------- 16

3-Conclusão ------------------------------------------------------------------------------ 17

4-Referências Bibliográficas --------------------------------------------------------- 18

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1-INTRODUÇÃO

O presente relatório tem como tema central o seguinte problema: “Produção

de resíduos na FEUP: Atitudes de redução”.

De facto, nas últimas décadas, tem-se verificado um aumento significativo da

produção de resíduos em todo o mundo. Na base deste aumento contam-se

diversas causas, poder-se-á apontar o desenvolvimento tecnológico e

socioeconómico, como exemplo.

Como nota introdutória e porque o rigor deste relatório não dispensa, é

importante apresentar a definição de resíduos. Assim, segundo o Decreto-Lei n.º

178/2006 de 5 de Setembro, “entendem-se por resíduos quaisquer substâncias ou

objectos de que o detentor se desfaz ou tem intenção ou obrigação de se desfazer,

em conformidade com a Lista de Resíduos da União Europeia (LER).”

Existem vários tipos de resíduos, podendo ser categorizados da seguinte

forma: resíduos urbanos, resíduos hospitalares, resíduos industriais, e resíduos

agrícolas.

Se é verdade que o planeta Terra tem vindo a assistir a um aumento, diga-se

significativo da quantidade de resíduos, também é verdade que tal facto exige uma

intervenção activa, directa e até mesmo preventiva por parte da população.

Na FEUP são igualmente produzidos resíduos, por exemplo: cartão, sucata,

resíduos laboratoriais, etc. No entanto, tem sido implementado e desenvolvido um

grande número de esforços no sentido de reduzir essa produção.

Deste modo, no presente relatório vamos dar a conhecer os resíduos

produzidos pela FEUP, bem como as respectivas atitudes de redução, de forma a

avaliar o seu grau de eficiência, não descurando, a abordagem que faremos

relativamente a temas conexos ao principal.

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1.1. BREVE REFERÊNCIA DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS EM

PORTUGAL

(A informação seguidamente apresentada foi recolhida no site do Instituto Nacional de Estatística.)

Portugal, sendo um país já desenvolvido e industrializado, depara-se

diariamente com uma grande produção de resíduos, sendo estes de diversos tipos e

provenientes de diferentes sectores.

De um olhar geral sabe-se que, entre o ano de 2004 e o de 2009, cada

português gerou, anualmente, em média 470 kg de resíduos urbanos, sendo que,

dos quais, apenas 46 kg foram colocados para reciclagem. Apesar deste facto, a

reciclagem de resíduos foi o processo de gestão que, entre 2004 e 2009, mais

cresceu em termos médios.

Em Portugal, no que se refere aos resíduos urbanos, o papel e cartão tratam-

se dos principais resíduos colocados para reciclagem.

A maior quantidade de resíduos produzidos em Portugal consiste nos

resíduos sectoriais que provêm de diversos sectores como a Indústria

Transformadora, o Comércio, Serviços, entre outros. Estes três sectores referidos

constituem cerca de 2/3 de todos os resíduos sectoriais produzidos no nosso país.

De entre os resíduos sectoriais, as embalagens e os materiais provenientes dos

veículos em fim de vida são os principais materiais reciclados.

O nosso país está, em alguns pontos importantes, a par da União Europeia.

Alguns destes pontos são as taxas de reciclagem e de valorização orgânica, que

estão a evoluir de uma forma positiva.

Nos últimos anos tem-se assistido a uma certa pressão europeia (ao Estado e

a outras entidades nacionais) de modo a consciencializar a população para os riscos

de uma má gestão ambiental.

Como é possível entender, Portugal tem sofrido uma evolução ambiental,

tanto em ideias como em atitudes tomadas por diversas entidades de muitas áreas,

com o objectivo de diminuir a nossa pegada ecológica e permitindo um

desenvolvimento sustentável.

Actualmente, o ponto indicado como principal para o nosso país (e outros)

para uma evolução ambiental positiva consiste na redução de produção de resíduos

e aumento da valorização dos mesmos.

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1.2. HIERARQUIA DE RESÍDUOS

(De acordo com o Decreto-Lei Nº 178/2006)

Para uma gestão eficaz dos resíduos (metodologias que visam a redução e

eliminação de resíduos e acompanham os resíduos durante todo o seu ciclo

produtivo) é usada uma estratégia de gestão para estes: hierarquia da gestão de

resíduos. Consiste na identificação das estratégias básicas segundo uma

preferência de aplicação. Para gerir adequadamente os resíduos, é necessário ter

em consideração os itens contemplados na seguinte pirâmide:

Fig. 1: Pirâmide da hierarquia da gestão dos resíduos

Esta pirâmide refere-se à hierarquia de resíduos (diminuindo a importância

das estratégias do patamar 1 ao patamar 5). Quanto à descrição das etapas

referenciadas em cada patamar, tem-se que:

Patamar 1 – Reduzir. Em primeiro lugar é necessário verificar se não será possível

evitar a produção do resíduo, utilizando processos alternativos, ou prolongando o

tempo de vida útil do produto (por exemplo, nas idas ao supermercado utilizar um

saco reutilizável para trazer as compras, preferir lâmpadas fluorescentes às

incandescentes uma vez que estas são mais duráveis, evitar produtos descartáveis,

etc).

Patamar 2 - Reutilizar. É necessário verificar se é possível reutilizar o resíduo para

outras aplicações. Muitas vezes, é possível usar-se objectos que terão a função de

outros.

Patamar 3 – Reciclagem (material e orgânica). Quando não é possível aproveitar

grande parte do valor do produto é necessário verificar se este poderá ser reciclado.

A reciclagem consiste no reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-

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prima para fabricar produtos semelhantes. Dos materiais que podem ser reciclados

destaca-se principalmente, o papel, o plástico, o vidro e o metal. A reciclagem de

matéria orgânica é o conjunto de técnicas aplicadas para a decomposição de

materiais orgânicos com a finalidade de obter um material estável, rico em húmus e

nutrientes minerais com atributos físicos, químicos e biológicos (sob o aspecto

agronómico).

Patamar 4 – Valorização energética. Alguns dos resíduos que não podem ser

reduzidos, reutilizados ou reciclados podem ser úteis para gerar energia através da

queima controlada a temperaturas elevadas. O calor gerado na combustão destes

resíduos pode ser utilizado para, por exemplo, gerar electricidade.

Patamar 5- Eliminação/Deposição. Os resíduos que não podem obedecer à

redução, reutilização, reciclagem material ou orgânica, ou valorização energética

terão de ser enviados para aterros (muitas vezes os resíduos são incinerados, antes

de serem enviados para um aterro, para diminuir o seu volume em vez de serem

eliminados).

Note-se que os primeiros quatro patamares da pirâmide fazem parte da

conhecida política dos 4 R’s (reduzir, reutilizar, reciclar e recuperar) - esta política

tem, assim, como objectivo permitir que o cidadão consumidor reveja o seu

quotidiano e tome atitudes ecológicas que permitem reduzir os resíduos produzidos,

preservando e protegendo assim, o meio ambiente. Quanto à reciclagem, existem já

políticas concretas. No entanto, no que respeita à redução, reutilização e

recuperação de resíduos apenas têm sido feitas meras campanhas morais com

efeitos muito reduzidos.

É urgente subir na pirâmide da hierarquia dos resíduos e reduzir a produção

de resíduos, incentivando politicamente a reutilização e o recondicionamento dos

produtos de forma eficaz. Gradualmente, o Homem provocará problemas

irreversíveis em todo o nosso ecossistema.

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2. ECOFEUP

Em resposta à necessidade de controlar e gerir os resíduos sólidos

produzidos na FEUP foi aprovado em Outubro de 1999 um Sistema de Gestão

Ambiental que veio a denominar-se EcoFEUP. Durante a realização do relatório e

posterior organização do trabalho, recorreu-se frequentemente à pesquisa sobre

este sistema, uma vez que está directamente relacionado com o nosso tema “

Resíduos produzidos na FEUP”.

O EcoFEUP, nas instalações da FEUP, reconhece-se pelos sítios destinados

às actividades de gestão do sistema, nomeadamente, locais de armazenamento de

resíduos e de actividades relacionadas. O Ecoponto representa um destes locais, ou

seja, toda a área exterior que armazena resíduos não perigosos - contentores para

resíduos (sólidos urbanos não recicláveis) e contentores destinados ao

armazenamento de papel/cartão, plástico, metal e vidro. Alguns contentores

destinam-se também ao armazenamento de resíduos perigosos como pilhas e óleos.

Actualmente, o sistema EcoFEUP não possui nenhum edifício a ele destinado, por

isso as instalações provisórias deste localizam-se na sala A202. Em termos futuros,

há um projecto de edifício definitivo para este sistema que se destinará também ao

armazenamento de resíduos perigosos, tais como, produtos químicos e

armazenamento temporário de lâmpadas fluorescentes, tinteiros, baterias e toners.

Este futuro edifício do EcoFEUP também terá laboratórios de controlo da qualidade

de resíduos.

O sistema EcoFEUP foi criado como um meio que visa organizar e intervir nos

aspectos ambientais provenientes da actividade da FEUP, nomeadamente:

Gestão de todo o tipo de resíduos;

Controlar a emissão de gases libertados;

Gerir as descargas para tubos colectores de águas;

Evitar a contaminação dos solos;

Controlar o uso de recursos naturais como a água e a energia eléctrica;

Promover medidas de sensibilização para todos em relação à

hierarquia dos resíduos;

Controlar outros aspectos ambientais relevantes de toda a

comunidade;

A organização da EcoFEUP diz respeito a uma Comissão Consultiva (membros dos

departamentos, serviços e unidades de investigação) e a uma Comissão executiva

constituída por:

Prof. Doutora Arminda Alves Prof. Doutora Lúcia Santos Eng. Paula Rego

DEQ/FEUP DEQ/FEUP STM/FEUP

Tel: 225 081 883 Tel: 225 081 682 Tel: 225 081 501

Correio: [email protected] Correio: [email protected] Correio: [email protected]

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2.1 Entrevista

Na presente entrevista encontram-se alguns excertos da conversa da nossa equipa do Projecto FEUP e Engª. Paula Rego, do Departamento de Química, responsável pelo ECOFEUP, no dia 7 de Outubro de 2010. Nesta conversa/entrevista abordámos várias questões relacionadas com a gestão dos resíduos na nossa faculdade, assim como com a sua produção e redução. Também obtivemos informação sobre o que é desenvolvido e está em desenvolvimento para melhorar o desempenho ambiental da FEUP.

-Quando começaram a ser tomadas medidas de redução de resíduos na FEUP? E porque foram tomadas estas medidas?

A separação de resíduos na FEUP iniciou em 1999, com os docentes do Departamento de Química. Surgiu uma preocupação com os resíduos produzidos nos laboratórios – resíduos químicos que não tinham destino e eram dificilmente eliminados, sendo acumulados em vários recipientes, deitados directamente para o esgoto ou diminuía-se a sua toxicidade. Nessa altura foi criado um projecto de investigação, que tinha por base a eliminação desses resíduos. Recuperava-se alguma parte desses resíduos, e procedia-se ao tratamento de tudo aquilo que não era possível recuperar, de forma a tornar o resíduo menos perigoso (sendo este, posteriormente, enviado para empresas de recolha deste tipo de resíduos).

Surgiu depois a ideia de alargar a gestão dos resíduos químicos a todos os outros resíduos produzidos na faculdade, e assim surgiu o ECOFEUP. A proposta para este novo projecto coincidiu com a mudança de instalações da faculdade (originalmente na Rua dos Bragas, actual Faculdade de Direito).

No ano 2000, já nas novas instalações, começou então a ser estruturada de forma diferente a recolha dos resíduos e o seu encaminhamento. - Com a implementação do ECOFEUP surgiu uma redução na produção de resíduos?

Sim, e, ao longo destes anos, a gestão dos resíduos produzidos na FEUP melhorou, significativamente. Devido, em grande parte, ao alargamento da recolha dos resíduos e à forma como essa recolha é feita.

No início eram apenas recolhidos os resíduos urbanos (incluem uma fracção indiferenciada – lixo orgânico - e uma fracção reciclável – papel, cartão, embalagens, garrafas, etc.). Foi criado um ecoponto subterrâneo, algo inovador naquela altura, que serviu de modelo para muitas Câmaras Municipais. Aos poucos, foi-se incluindo nessa gestão cada vez mais tipos de resíduos, que eram produzidos aqui na faculdade.

Hoje em dia, conseguimos encaminhar correctamente todos os resíduos aqui gerados.

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-Como é feita a separação de resíduos na FEUP? E quais são os resíduos separados?

Na FEUP são produzidos vários tipos de resíduos: sólidos urbanos, químicos, orgânicos, eléctricos, entre outros. É necessário classificar os nossos resíduos de acordo com a Lista Europeia de Resíduos, e quando estes são encaminhados, vão ser acompanhados por uma Guia de Acompanhamento de Resíduos (GAR), que contém informação sobre a separação, o transporte e o tratamento dos resíduos.

Na faculdade temos a preocupação de fazer a separação de resíduos dentro das instalações. Não nos chega ter um ecoponto lá fora, porque as pessoas não vão lá directamente depositar os resíduos. É necessário ter nos corredores, junto às máquinas de comidas e nos gabinetes diferentes tipos de contentores (para embalagens, papel, tinteiros, latas, toners, pilhas, etc.). Estes recipientes têm de estar bem distribuídos para que a separação seja feita na origem.

A recolha dos resíduos sólidos urbanos recicláveis é feita pelas senhoras da limpeza, que depois os encaminham para o ecoponto. Os tinteiros, toners e pilhas são recolhidos por funcionários da faculdade nos vários pontos de recolha. Nestes casos contactamos algumas empresas para virem recolher estes resíduos, quando é atingida uma certa quantidade.

A relva é cortada pelos jardineiros e depois levada para o Ecocentro, para os contentores de relva.

Os óleos lubrificantes, utilizados em muitas máquinas de diversos departamentos, são depositados num oleão que se encontra num abrigo e depois recolhidos por uma empresa especializada. Na Cafetaria é feita a recolha de gordura alimentar. Existe uma câmara de gorduras, onde é feita a separação das gorduras dos restantes fluídos provenientes da lavagem da loiça. O óleo de fritar é recolhido e posteriormente utilizado para investigação, e para a produção de biodiesel.

No que toca aos resíduos químicos, são os mais difíceis de encaminhar, uma vez que a sua eliminação é muito dispendiosa. Cada laboratório é responsável por aquilo que produz. Como não há um local em segurança para armazenar a grande quantidade de resíduos, são feitas duas recolhas anuais (Janeiro e Julho). Até lá, os produtores vão acumulando em cada laboratório os resíduos e mantém-nos informados daquilo que produzem, a sua quantidade e onde estão a ser guardados. Pagamos depois a uma empresa para os vir recolher, e a cada laboratório é cobrado o valor (que depende das quantidades e dos tipos de químicos) desse transporte. É feita também a recolha das embalagens onde estão armazenados os resíduos químicos. Temos especial atenção com resíduos de mercúrio, que são levados à parte. -O que é feito aos resíduos depois de serem separados na FEUP?

Encaminhamos os resíduos para empresas licenciadas pelo Ministério do Ambiente, para o seu tratamento. Assim, garantimos que os resíduos são bem encaminhados, bem geridos, bem tratados e eliminados correctamente.

Este ano deu-se um grande melhoramento na gestão de resíduos, porque antigamente eram várias empresas que procediam à recolha dos resíduos. Actualmente encontramos uma empresa que recolhe vários tipos de resíduos, todas as semanas. Logo, não acumulamos tantos resíduos, e já não há dificuldade de transporte. É feita a recolha de lâmpadas, resíduos de equipamento eléctrico e electrónico (REEE- incluem computadores e outros equipamentos), metais, madeira, cadeiras, sofás, armários, e relva, entre outros. A gestão é muito mais eficaz.

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- São feitas campanhas para sensibilizar os estudantes, professores e funcionários?

Quando mudámos para estas instalações foi feita uma campanha, e há 3/4 anos outra. Nesta última apelávamos para a separação de resíduos e para a colaboração de todos nessa separação. As pessoas estão sensibilizadas, e notámos que há uma progressão. Inicialmente, não havia muito cuidado em colocar os resíduos no devido sítio, mas com os novos contentores metálicos esta tarefa está facilitada e já não há necessidade de nos deslocarmos para depositar os diferentes resíduos nos respectivos contentores. Há uma preocupação não só com os resíduos sólidos urbanos, mas também com os químicos.

Achamos que não é necessário estar continuamente a fazer campanhas, porque depois as pessoas acabam por não prestar tanta atenção, é necessário haver um espaçamento.

Vamos começar brevemente uma nova campanha, mais relacionada com o espaço exterior. Reparamos que junto às portas há uma acumulação de lixo indiferenciado nos contentores, e quando estes ficam cheios, grande parte do lixo vai para o chão. A nossa preocupação, agora, é limpar o chão. -Que metodologias são utilizadas pela FEUP para reduzir os resíduos?

As metodologias utilizadas dependem do tipo de resíduos, por exemplo alguns é inevitável a sua produção, outros variam ao longo do ano (caso das embalagens, que são mais produzidas no Verão, do que no Inverno, e onde se tem notado um aumento da oferta e consequentemente o aumento da procura). Com evolução das novas tecnologias e meios de comunicação e informáticos, tentamos diminuir a quantidade de papel utilizado (preferir a via digital, à impressão de documentos). Voltando novamente aos químicos, há uma diminuição da produção de resíduos que se nota substancialmente nas cadeiras de ensino, uma vez que há uma preocupação em poupar os solventes (laboratórios são responsáveis pelos resíduos produzidos).

-Que obstáculos têm encontrado para o funcionamento do ECOFEUP?

No inicio, como foi referido numa questão anterior, havia o problema de aparecer o lixo todo misturado, mas hoje em dia já não é uma situação que aconteça tão frequentemente. Contudo, apesar da separação ser bem feita, a recolha não o é. As senhoras que fazem a limpeza, por vezes misturam o lixo já separado. É então necessário falar com os responsáveis da empresa para sensibilizarem os funcionários.

-Estão a ser desenvolvidos novos projectos?

Temos um projecto em conjunto com um grupo da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (AEFEUP), que ainda se encontra pendente. Surgiu a ideia de fazer uma recolha de roupa usada, a faculdade financiava a compra de um contentor de roupa. As pessoas traziam a roupa que queriam doar, e esta depois seria encaminhada para instituições.

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Outro projecto, muito aliciante é do desenvolvimento da compostagem, com aquisição de um compostor comunitário. Aqui na faculdade são produzidas grandes quantidades de resíduo verde (relva). Actualmente, é uma empresa que recolhe e faz a compostagem da relva. O ano passado, os nossos jardineiros participaram numa acção de formação na Lipor, e recebemos 2 compostores domésticos. Como é óbvio, não são suficientes para a quantidade que é produzida.

Achamos também muito interessante o desenvolvimento de um núcleo de estudantes que esteja relacionado com várias questões ambientais. -Que aspectos são necessários melhorar?

Neste momento, queremos fazer compostagem aqui na FEUP, em vez de encaminhar a relva para uma empresa, e com o compostor comunitário, esperamos que o consigamos realizar de uma forma eficaz.

Em relação aos químicos, a gestão podia ser feita de outra forma. Podíamos ter vasilhas maiores para depositar os resíduos, mas, por outro lado, assim a produção de estes resíduos iria aumentar. É uma situação complicada de gerir.

2.2 Sensibilização

Com vista na sensibilização de estudantes, professores e funcionários, o EcoFEUP

desenvolve pontualmente diversas campanhas.

Um exemplo foi a campanha feita em Setembro de 2007.

CAMPANHA- RECICLAR É RESPEITAR

Após a distribuição dos novos

contentores de recolha selectiva de

resíduos no interior dos edifícios,

decorreu uma campanha de incentivo à

separação dos resíduos recicláveis.

Procurou mostrar-se a importância da

reciclagem através da utilização de

alguns dados de produção de resíduos

e consumo de embalagens da própria

faculdade. Surgiram assim frases como:

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Sabia que...

...os 1300 kg de vidro que a cafetaria enviou num ano para reciclar

originaram 1300 kg de vidro novo e permitiram poupar 1560 kg de

matéria-prima e 195 litros de petróleo? [ref.Multirest / www.lipor.pt ]

Sabia que...

...reciclar todo o papel de fotocópia consumido na FEUP durante 1

ano evitaria o abate de cerca de 300 árvores? [ref. www.lipor.pt /

Economato-FEUP]

Sabia que...

...diariamente, cada um de nós é responsável pela produção de

cerca de 1,3 kg de resíduos, dos quais aproximadamente 620 g são

papel, plástico, metal e vidro recicláveis? [ref. www.lipor.pt /

www.inresiduos.pt]

Sabia que...

...a reciclagem das 600 latas de alumínio consumidas por mês, nas

máquinas dos departamentos, permitiria uma economia de energia

suficiente para manter 234 monitores

ligados durante 24 horas? [ref. Super 2000 / www.fileirametal.pt / www.valorsul.pt]

Sabia que...

...com as 1200 garrafas de plástico consumidas por mês, nas

máquinas dos departamentos, seria possível fazer 13 camisolas de

malha polar ou enchimento para nove sacos-cama? [ref.Super2000 /

www.plastval.pt]

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2.3 Eficácia do EcoFeup

A gestão ambiental, implementada na FEUP, no ano de 1999, tem vindo a

melhorar significativamente ao longo dos anos.

Segundo a Engenheira Paulo Rego, este melhoramento deve-se, em grande

parte, ao alargamento da recolha dos resíduos e à forma como essa recolha é feita.

Inicialmente, a recolha efectuada englobava um restrito grupo de resíduos –

os resíduos urbanos. Mais tarde, com a criação de ecopontos subterrâneos, alargou-

se o grupo de resíduos a ser recolhidos e tratados.

Assim sendo, são recolhidos e tratados na FEUP os seguintes resíduos:

Tipo de Resíduos Local de Depósito

Cartão/Papel (papel de fotocópias, papel de cor, jornais, revistas, cartão – Cor Identificativa: Azul)

Miniecopontos Metálicos (edifícios A e B); Miniecopontos Plásticos (junto às máquinas de

bebidas); Ecomods (secretarias dos Departamentos e dos

Serviços); Caixas para recolha de papel (gabinetes, salas de

computadores, e ao lado das impressoras e fotocopiadoras);

No Ecoponto.

Plástico/Metal (garrafas de plástico de água, copos de plástico, sacos de plástico, latas de bebidas, latas de conserva – Cor Identificativa: Amarelo)

Miniecopontos Metálicos (edifícios A e B); Miniecopontos Plásticos (junto às máquinas de

bebidas); Nos bares; No Ecoponto.

Vidro (garrafas, frascos, material de laboratório bem lavado – Cor Identificativa: Verde)

Miniecopontos Metálicos (edifícios A e B); Miniecopontos Plásticos (junto às máquinas de

bebidas); Recipientes próprios nos laboratórios; Nos bares; No Ecoponto.

Pilhas (Cor Identificativa: Vermelho)

Pilhões (junto às secretarias dos Departamentos e Serviços);

No Ecoponto.

Tinteiros/Toners Ecomods (secretarias dos Departamentos e Serviços).

Óleos lubrificantes usados No Ecoponto (no oleão).

Óleos alimentares usados No contentor de rede que se encontra entre as entradas principais dos edifícios E e F, junto às escadas cobertas.

Limalha e sucatas Em dois contentores situados nas Oficinas de Mecânica (sala M101).

Lâmpadas Fluorescentes Num arrumo dos Serviços Técnicos e de Manutenção.

Resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos - REEE

Num arrumo dos Serviços Técnicos e de Manutenção.

Resíduos químicos de laboratórios

Armazenados no laboratório onde são produzidos.

Actualmente, a FEUP consegue encaminhar correctamente todos os resíduos que

produz.

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2.4 Novos Processos a implementar

Durante o planeamento do trabalho o grupo definiu diversos objectivos, sendo

que um deles se tratava de descobrir se existem processos que estão a ser

implementados ou que poderão ser, por forma a diminuir o efeito da produção de

resíduos na FEUP.

O grupo teve oportunidade de se informar sobre este objectivo quando

entrevistou a Eng.ª Paula Rego (responsável pelo sistema de gestão de resíduos

EcoFEUP) que nos indicou que vai ser adquirido um compostor comunitário de

grandes dimensões de modo a poder satisfazer as necessidades da faculdade no

que toca a resíduos como a relva.

Uma outra ideia dada pela engenheira foi a criação de um grupo de jovens da

FEUP que esteja relacionado com questões ambientais.

2.5 Localização do EcoFeup e Ecoponto

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3. CONCLUSÃO

Com o aparecimento de muitas questões ambientais, ao longo dos anos

houve um crescente empenho para uma melhor gestão dos resíduos produzidos

nesta faculdade. Após uma pesquisa aprofundada, nomeadamente, realização de

uma entrevista com a Engª Paula Rego (uma das coordenadoras deste sistema de

gestão de resíduos), bem como pesquisas realizadas na Internet, conseguiu-se

saber que tipos de métodos são utilizados na faculdade para a gestão de resíduos e

que objectivos ambientais são impostos na faculdade para a redução dos mesmos.

A grande quantidade de métodos utilizados pela FEUP dificultou a busca de

novas atitudes de redução de possível implementação na faculdade. Contudo,

conseguimos encontrar pormenores que poderão ser melhorados: criação de um

grupo de estudantes com preocupações ambientais e substituição dos vulgares

caixotes de lixo do exterior por ecopontos metálicos.

Dado que, as questões ambientais têm estado na ordem do dia, o grupo

constatou que a FEUP está bem preparada e devidamente equipada para gerir

eficaz e sustentavelmente os resíduos produzidos na faculdade.

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4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Instituto Nacional de Estatística (INE):

http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=95453848&att_display=

n&att_download=y (acedido em 2010)

EcoFEUP:

http://paginas.fe.up.pt/ecofeup/ ( acedido em 2010)

Modelo de Relatório Científico:

http://moodle.fe.up.pt/1011/course/view.php?id=518 (acedido em 2010)

Águas residuais:

http://www.aguasonline.co.pt/aguasresid/sobre.html

Hierarquia dos resíduos:

http://uselessdesign.blogspot.com/2007/12/hierarquia-do-lixo.html