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PRODUÇÃO DO
ESPAÇO ARQUITETÔNICO
Antonio Castelnou
PROCESSO PROJETUAL
• Toda atividade arquitetônica
tem como objetivo ordenar e
organizar o espaço para o
ser humano, selecionando os
meios de edificação e
interpretando as necessidades
individuais e sociais.
• Tal ordenação é, ao mesmo
tempo, física, mecânica e
psicológica.
• Existem 02 (duas) fases
ou componentes do processo
produtivo do espaço arquitetônico:
ANÁLISE: Fase preliminar
que consiste na definição do
problema a partir do estudo
da informação relativa aos
imperativos do projeto
(objetividade analítica)
SÍNTESE: Fase de interpretação,
hierarquização e solução do
problema pelo projetista
(seletividade subjetiva)
• A ANÁLISE é uma operação do espírito que consiste em decompor mentalmente um conceito, juízo ou raciocínio.
Nela, faz-se o estudo da informação relativa a 04 (quatro) condicionantes projetuais:
necessidades funcionais, herança cultural, características locacionais e recursos disponíveis.
• A SÍNTESE consiste em (re)compor o todo a partir dos respectivos elementos, fazendo-se a interpretação do problema a partir da organização e hierarquização dos aspectos envolvidos.
Isto depende da personalidade, experiência e bagagem cultural de cada arquiteto.
• Essas duas fases – a análise e
a síntese – relacionam-se a
partir da aplicação de
CATALISADORES (fatores
modificadores), como
aspirações, sonhos e
experiências próprias do
arquiteto; ou ainda, em
necessidades, interesses ou
potencialidades do cliente eu
das circunstâncias externas.
Elementos de Análise Arquitetônica
Fatores antropológicos relacionados
com o Homem
- Biológicos
- Sociais
- Culturais
Fatores de interrelação
entre Homem e Espaço
- Proxêmicos
- Ergonômicos
- Tecnológicos
Fatores antropológicos relacionados com o Espaço
- Climáticos
- Topográficos
- Paisagísticos
ANTROPOMETRIA
Estudo das dimensões e partes do corpo humano
ERGONOMIA
Estudo da adaptação do corpo humano ao ambiente a sua volta
PROXÊMICA
Estudo das distâncias físicas que as pessoas estabelecem espontaneamente entre si no convívio social
(Edward T. Hall, 1963)
A Conversa íntima
B Conversa social
C Conversa casual
D Todas
FATORES CLIMÁTICOS
PARTIDO
ARQUITETÔNICO
• O primeiro momento de
síntese durante o processo
projetual é o da definição do
partido arquitetônico, o
qual fixa a concepção básica
do projeto – uma “tomada de
posição” -, daí sua forte
componente subjetiva.
• O PARTIDO é a consequência formal (plástica) derivada da análise de condicionantes, tais como:
Clima (temperatura, umidade, índice pluviométrico, etc.) e condições físicas (orientação, ventilação, topografia, etc.) do local
Técnica construtiva e recursos locais, tanto humanos como materiais (disponibilidade, transporte, viabilidade econômica, etc.)
Legislação e normas técnicas e sociais, o que inclui índices de aproveitamento, recuos obrigatórios, códigos de obra e regras funcionais
Programa de necessidades (usos e costumes particulares ou conveniências do empreendedor), além das intenções plásticas do arquiteto
CROQUIS Leonardo Da Vinci
Frank Lloyd Wright
Le Corbusier
Lina Bo Bardi
Oscar Niemeyer
• O PARTIDO constitui a essência do projeto e nele se
encontram quase todos os aspectos importantes do
processo projetual, exceto a sua materialização, pois
ainda lhe falta a articulação e o detalhamento.
Nele, estão presentes tanto elementos da TRADIÇÃO (conexões culturais) como da INVENÇÃO (relativização e originalidade).
TRADIÇÃO X INVENÇÃO
• Na produção do espaço arquitetônico sempre
estarão presentes 02 (duas) componentes:
▫ TRADIÇÃO: Valor responsável pela continuidade de
conexões culturais (existência de um conjunto
de conhecimentos transmissíveis, formado
pela história e pela experiência).
▫ INVENÇÃO: Valor responsável pela intensidade e vitalidade
da arquitetura, possibilitando a adequação ao
presente (uma relativização e personalização
do objeto arquitetônico).
• Entende-se por TRADIÇÃO
o conjunto de precedentes
conhecidos e de uso consagrado,
parcialmente repetidos ou
modificados, dos quais
o arquiteto utiliza-se
quando projeta.
• Trata-se da soma das regras,
costumes e transformações
recolhidas ao longo do tempo e
transmitidas de geração para
geração; produto da combinação
de muitas experiências que
deram certo.
• Denomina-se INVENÇÃO
toda inovação ou ideia que
é original por ser a
primeira. Em arquitetura
e urbanismo, tem o
sentido de modificação
ou adequação do
material advindo da
tradição às situações
temporais, espaciais e
culturais específicas
A INSPIRAÇÃO nada mais é que a reformulação inconsciente,
mas criativa, do material que já existe com o nome de tradição.
• A principal aptidão
necessária para se realizar
um espaço arquitetônico é a
CRIATIVIDADE, que é
uma forma de solucionar
problemas, envolvendo
saltos intuitos ou uma
combinação de ideias de
campos largamente
separados do conhecimento.
• A CRIATIVIDADE é a aptidão particular do espírito
no sentido de rearranjar de um modo criativo os
elementos do campo de consciência (repertório de
cada um, isto é, elementos culturais, conhecimentos
dados pela documentação, conceitos abstratos,
fragmentos de imagens, tudo o que nos propõe a
percepção consciente).
• Ela está sempre alicerçada no REPERTÓRIO de
conhecimentos técnico-científicos do projetista, sendo
que seu processo de exploração dar-se-á tanto
consciente como inconscientemente.
REPERTÓRIO (Campo de consciência)
DO QUE DEPENDE O PROCESSO DE CRIAÇÃO?
• Ele está sujeito a 02 (duas)
categorias principais de
fatores morfogênicos:
Condicionantes
contextuais, que são
independentes; e
Critérios de
Projetação, que
dependem de cada
projetista.
• Os CONDICIONANTES
CONTEXTUAIS são
decorrentes de fatores
objetivos e das
circunstâncias pré-
existentes, como:
a categorização do sítio,
exigências programáticas
específicas, legislação
aplicável, imperativos de
ordem sociocultural, etc.
• Os CRITÉRIOS DE
PROJETAÇÃO
traduzem a concepção
do projetista diante o
problema a ser
solucionado.
São de cunho subjetivo,
pois refletem o
pensamento do
arquiteto e sua
concepção particular do
tema-objeto.
PARTIDO
ARQUITETÔNICO
Condicionantes
Contextuais
Critérios de
Projetação
Clima
Topografia
Materiais de construção
Legislação
Recursos financeiros
Recursos humanos
TRADIÇÃO Técnica construtiva
Linguagem estética
INVENÇÃO
Ênfases visuais
Elementos plásticos
Simbologia
Consciência ecológica
BIBLIOGRAFIA
APOSTILA – Capítulo 10.
LEMOS, C. A. C. Arquitetura brasileira.
São Paulo: Melhoramentos, 1979.
NEVES, L. P. Adoção do partido na arquitetura.
3. ed. Salvador: Ed. UFBA, 2011.
SILVA, E. Uma introdução ao projeto arquitetônico.
2. ed. Porto Alegre: UFRGS, 1998.
SNYDER, J. C.; CATANESE, A. Introdução à
arquitetura. Rio de Janeiro: Campus, 1984.