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PRODUTO 01 - TIPOLOGIA / ATIVIDADE, GERAÇÃO, E
CUSTO REFERENTE AOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E
VOLUMOSOS (RCCV)
ARM_RCCV_01_01_REL_003_20141020
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO
INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E
VOLUMOSOS (RCCV)
PRODUTO 01: TIPOLOGIA / ATIVIDADE,
GERAÇÃO, E CUSTO REFERENTE AOS
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E
VOLUMOSOS (RCCV)
ARM_RCCV_01_01_REL_003_20141020
Outubro de 2014
Consórcio:
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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O PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
E VOLUMOSOS (RCCV)
Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo
Título do documento: Produto 01: TIPOLOGIA / ATIVIDADE, GERAÇÃO E CUSTO
REFERENTES AOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)
Nome/código: ARM_RCCV_01_01_REL_003_20141020 Versão: Final
Elaboração:
Ο Alex José de Almeida
Ο Alex Quiroga
Ο Ana Maria Castro da Silveira
Ο Cristiano Figueiredo Lima
Ο Cynthia Fantoni
Ο Delfim José Leite Rocha
Ο Eduard Millet
Ο Gonzalo Herranz
Ο Gustavo Azeredo Furquim Werneck
Ο Gustavo Tetzl Rocha
Ο Henrique Ferreira Ribeiro
Ο Henrique S L V Gomes
Ο Isadora Braga Camargos
Ο Jesús Blasco Gómez
Ο José Cláudio Junqueira Ribeiro
Ο Juan Carlos Rives López
Ο Juliana Felisberto
Ο Luciana de Nardi
Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues
Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling
Ο Murilo Zaparoli
Ο Renato Nogueira de Almeida
Ο Solange Vaz Coelho
Ο Thiago de Alencar Silva
Ο Vicente Jimenez de la Fuente
Data: 15/10/2014
Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago de
Alencar Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro Data: 15/10/2014
Aprovação: Jesús Blasco Data: 20/10/2014
Observações:
Aprovação do Gestor:
Nome: Visto:
Data da Aprovação:
Consórcio:
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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APRESENTAÇÃO
O Produto 01 “Tipologia / Atividade, Geração e Custo referentes aos Resíduos da
Construção Civil e Volumosos (RCCV)” é o segundo produto elaborado pelo Consórcio
formado pelas empresas IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão
de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha), e encaminhado à Agência de
Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) como parte da
Fase 01 do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco em
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV), doravante denominado Plano.
A elaboração do Plano está estruturada em três fases:
Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na RMBH e Colar
Metropolitano;
Fase 02: Elaboração de proposta para a gestão e o gerenciamento dos RCCV; e
Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão
dos RCCV.
O prazo previsto para a conclusão do projeto é de 22 (vinte e dois) meses, sendo que o
início foi em janeiro de 2014.
A Fase 01 tem a função de levantar dados e apresentar o Diagnóstico da Situação Atual
dos RCCV na Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. São três
produtos propostos para esta fase, além do relatório consolidado. Os conteúdos estão
distribuídos de acordo com o Quadro 1.
Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Este Produto 01, com foco na elaboração do Diagnóstico da Situação Atual dos RCCV na
Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, apoiará as demais fases
de elaboração do Plano, tendo caráter dinâmico e podendo ser complementado em
função de necessidades técnicas específicas.
Por fim, o Produto 01 é apresentado em relatórios específicos para cada um dos dois
tipos de resíduos contemplados pelo Plano, sendo que o presente relatório trata dos
Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV). As informações constantes nos
produtos previstos, assim como as que constam neste Produto 01, não serão
necessariamente transpostas para a versão final do Plano, mas subsidiarão o processo
de sua elaboração.
Na Figura 1 estão explicitados os produtos previstos em cada Fase, com destaque para
este Produto 01, compondo a denominada Estrutura Analítica de Projeto (EAP) 1.
1 O Consórcio IDP Ferreira Rocha estabeleceu, como diretriz para o desenvolvimento dos trabalhos, a consideração do Plano como um projeto, a ser gerido e gerenciado em acordo com conceitos, diretrizes e ferramentas gerenciais consagradas internacionalmente pelo Gerenciamento de Projetos disciplinado pelo Project Management Institute (PMI) e consubstanciadas no Guia PMBOK 5ª edição. Segundo ao referido Guia a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é “O processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.” Já o principal benefício desse processo é o fornecimento de uma visão estruturada do que deve ser entregue. A EAP é uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto a fim de alcançar os objetivos do projeto e criar as entregas requeridas.
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Figura 1 - Estrutura Analítica de Projeto (EAP) Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... 7
1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................................15
2 - METODOLOGIA ...................................................................................................19
2.1 - METODOLOGIA PARA LEVANTAMENTO DE DADOS .................................19
2.1.1 - Estratégia de Comunicação e Engajamento de Stakeholders .....................20
2.1.2 - Levantamento de Dados Secundários e Análise Bibliográfica ....................23
2.1.3 - Levantamento de Dados Primários .............................................................25
2.2 - METODOLOGIA DE CONSOLIDAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ................27
2.2.1 - Confronto das Informações – Dados Secundários X Dados Primários .......27
2.2.2 - Definição do Fluxo ......................................................................................28
3 - LEVANTAMENTO DE DADOS .............................................................................29
3.1 - DADOS SECUNDÁRIOS ...............................................................................29
3.1.1 - Estimativa de Geração ...............................................................................29
3.1.2 - Etapas do Gerenciamento ..........................................................................39
3.1.3 - Regularização Ambiental ............................................................................62
3.1.4 - Equipamentos de Proteção Individual .........................................................67
3.1.5 - Custos ........................................................................................................70
3.1.6 - Investimentos .............................................................................................72
3.1.7 - Impactos .....................................................................................................72
3.2 - DADOS PRIMÁRIOS .....................................................................................74
3.2.1 - Resultados da Aplicação dos Questionários ...............................................75
3.2.2 - Reuniões e Visitas Técnicas ..................................................................... 101
4 - CONSOLIDAÇÃO DE DADOS SECUNDARIOS E PRIMARIOS PARA
ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RCCV ........................................................................ 114
5 - CENÁRIOS ......................................................................................................... 116
6 - CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 120
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 122
8 - ANEXOS ............................................................................................................. 125
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura Analítica de Projeto (EAP) ................................................................. 5
Figura 1-1 - Fluxograma das etapas, atividades e resultados do Produto 01 ...................18
Figura 2-1 - Fluxograma metodológico para levantamento de dados secundários e
primários ..........................................................................................................................20
Figura 3-1 - Geração de RCCV (t/dia) de acordo com as fontes pesquisadas para os
municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. ......................................31
Figura 3-2 – Valores de variação da geração per capita (kg/hab/dia) de RCCV por faixa
populacional e fonte. ........................................................................................................32
Figura 3-3: Fluxograma das etapas do gerenciamento dos RCCV. ..................................40
Figura 3-4 - Existência de serviço de coleta de RCC executado pela Prefeitura. .............43
Figura 3-5 - Existência de empresa especializada em coleta de RCC. ............................43
Figura 3-6 - Existência de cobrança pelo serviço de coleta de RCC executado pela
Prefeitura. ........................................................................................................................44
Figura 3-7 - Serviço de coleta de RCC feita por autônomos em carroças ou outro tipo de
veículo de pequena capacidade. .....................................................................................44
Figura 3-8 - Existência de serviço de coleta de RCC feita por autônomos. .....................44
Figura 3-9 - Gráfico comparativo da coleta per capita (kg/hab/dia) de RCC por faixa
populacional. ...................................................................................................................45
Figura 3-10 - Porcentagem de RCCV transportado por caçambeiros, carreteiros e
carroceiros provenientes de reformas e demolições ........................................................49
Figura 3-11 - Triagem e trituração dos resíduos classe A com classificação
granulométrica dos agregados reciclados. .......................................................................53
Figura 3-12 - Reaproveitamento dos agregados produzidos na fabricação de
componentes construtivos. ..............................................................................................54
Figura 3-13 - Formas de disposição final de acordo com a PNSB (2008) ........................54
Figura 3-14 - Formas de disposição final (%) de acordo com a PNSB (2008) ..................55
Figura 3-15 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição de RSU e RCCV ....58
Figura 3-16 - Quantidade de locais de deposição de RCC de acordo com a ARMBH
(2013) ..............................................................................................................................61
Figura 3-17 - Quantidade de questionários respondidos por Grupos ...............................75
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Figura 3-18 - Quantidade total de municípios existentes na RMBH e Colar Metropolitano
por faixa populacional ......................................................................................................76
Figura 3-19 - Relação da quantidade de municípios que retornaram os questionários por
faixa populacional ............................................................................................................76
Figura 3-20 - População total por município que respondeu ao questionário ...................78
Figura 3-21 - Porcentagem dos municípios que fornecem algum tipo de
autorização/licença para as empresas coletoras de RCCV ..............................................79
Figura 3-22 - Porcentagem dos municípios que possuem PGIRSU .................................80
Figura 3-23 - Porcentagem dos municípios que possuem PGRCC ..................................80
Figura 3-24 - Porcentagem dos municípios que elaboraram PGIRSU e PGRCC de forma
participativa .....................................................................................................................81
Figura 3-25 - Porcentagem dos municípios que contemplaram mobilização social no
PGIRSU e/ou no PGRCC ................................................................................................82
Figura 3-26 - Porcentagem dos municípios que contemplaram a educação ambiental no
PGIRSU e/ou PGRCC .....................................................................................................82
Figura 3-27 - Porcentagem dos municípios que se responsabilizam pela coleta e
destinação final de RCCV de obras privadas ...................................................................83
Figura 3-28 - Porcentagem dos municípios que possuem legislação municipal sobre a
gestão e gerenciamento dos RCCV. ................................................................................84
Figura 3-29 - Porcentagem dos municípios que possuem dados de quantidade média de
RCCV por classe .............................................................................................................85
Figura 3-30 - Porcentagem dos municípios cujos RCCV são separados por classe e tipo
pelas empresas geradoras ..............................................................................................86
Figura 3-31 - Porcentagem dos municípios que possuem programa de
capacitação/sensibilização para segregação de RCCV ...................................................87
Figura 3-32 - Porcentagem dos municípios que indicaram desafios em relação ao
transporte de RCCV.........................................................................................................87
Figura 3-33 - Porcentagem de prefeituras que possuem unidade de transbordo .............88
Figura 3-34 - Porcentagem de prefeituras que realizam serviço de destinação/disposição
de RCCV .........................................................................................................................90
Figura 3-35 - Porcentagem de prefeituras que possuem áreas de destinação/disposição
de sua propriedade ..........................................................................................................91
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Figura 3-36 - Ano de início da utilização pelas prefeituras de áreas de
destinação/disposição final de RCCV ..............................................................................91
Figura 3-37 - Porcentagem de prefeitura que dispõem de URPVs ...................................92
Figura 3-38 - Porcentagem de municípios que possuem a destinação/disposição final de
RCCV de forma segregada em classes (A,B,C, D) ..........................................................93
Figura 3-39 - Porcentagem de prefeituras que tem conhecimento de locais de disposição
irregular de RCCV ...........................................................................................................93
Figura 3-40 - Porcentagem de municípios que tratam e/ou dispõem os RCCV de outros
municípios .......................................................................................................................94
Figura 3-41 - Porcentagem de municípios que possuem programas de educação
ambiental que envolvem RCCV .......................................................................................94
Figura 3-42 - Porcentagem de municípios que possuem programas para promover a
inserção de agentes diversos no gerenciamento de RCCV .............................................95
Figura 3-43 - Porcentagem de prefeituras que cobra por recolhimento dos RCCV. .........97
Figura 3-44 - Avaliação das prefeituras em relação à gestão e gerenciamento dos RCCV
........................................................................................................................................98
Figura 3-45 - Municípios que indicaram boas práticas na gestão de RCCV. .................. 100
Figura 3-46 - Porcentagem de prefeituras que indicaram dificuldades na gestão de RCCV.
...................................................................................................................................... 100
Figura 4-1 - Geração de RCCV por faixa populacional .................................................. 115
Figura 5-1 - Cenário 1 – Geração de RCCV .................................................................. 117
Figura 5-2 - Cenário 2 – Geração de RCCV .................................................................. 118
Figura 5-3 - Cenário 3 – Geração de RCCV .................................................................. 119
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos ................. 3
Quadro 2-1 - Municípios selecionados para a realização de visitas técnicas ...................26
Quadro 3-1 - Variações de geração per capita de RCCV por faixa populacional. (Dados
Secundários) ...................................................................................................................33
Quadro 3-2 - Estimativa de geração de RCC a partir de IPEA (2012) ..............................34
Quadro 3-3 - Estimativa de geração de RCC a partir de ABRELPE (2012) ......................35
Quadro 3-4 - Geração de RCCV a partir de PMRS (2013) ...............................................36
Quadro 3-5 - Geração de RCC a partir de Assis (2012). .................................................37
Quadro 3-6 - Estimativa de geração de RCC em construções novas em municípios da
RMBH. .............................................................................................................................38
Quadro 3-7 - Variações da coleta per capita de RCC por faixa populacional. ..................45
Quadro 3-8 - Estimativa de coleta de RCC a partir de IPEA (2012). ................................46
Quadro 3-9 - Estimativa de coleta de RCC a partir de SNIS (2012). ................................47
Quadro 3-10 - Estimativa de coleta de RCC a partir de SNIS (2014). ..............................48
Quadro 3-11 - Estimativa de quantidade de RCCV transportado por caçambeiros,
carreteiros e carroceiros provenientes de reformas e demolições....................................49
Quadro 3-12 - Quantidades geradas, mínima e máxima estimadas para BH e RMBH .....51
Quadro 3-13 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição final de RSU e RCC
por município da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. ..................................56
Quadro 3-14 - Área básica demandada para manejo de RCC. ........................................59
Quadro 3-15 - Quantidade de locais de “deposição irregular” e geração de RCCV nas
deposições irregulares e URPVs (t/mês) por município. ..................................................61
Quadro 3-16 - Listagem de empreendimento relacionados com o gerenciamento de
RCCV cadastrados no SIAM ............................................................................................64
Quadro 3-17 - EPI utilizados na construção civil ..............................................................69
Quadro 3-18 - Custos unitários de triagem e transbordo e de aterramento dos resíduos
classe A por porte de instalação. .....................................................................................70
Quadro 3-19 - Indicadores gerais para comparação de custos e receitas ........................70
Quadro 3-20 - Estimativa de custos mensais com a gestão dos RCCV (R$/mês). ...........71
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Quadro 3-21 - Percurso médio e faixa de preço cobrado pelos agentes por viagem........72
Quadro 3-22 - Índice de retorno por faixa populacional. ...................................................77
Quadro 3-23 - Quantidade média diária estimada de RCCV. ...........................................84
Quadro 3-24 - Custo mensal dos municípios para gerenciamento de RCCV. ..................95
Quadro 3-25 - Custo mensal dos municípios com a limpeza do entulho das vias. ...........96
Quadro 3-26 – Cronograma de Reuniões com o Grupo 4 para RCCV. .......................... 106
Quadro 3-27 - Proposta de amostragem de municípios para realização das visitas
técnicas. ........................................................................................................................ 109
Quadro 3-28 - Cronograma de visitas técnicas nos municípios para os Resíduos da
Construção Civil. ............................................................................................................ 109
Quadro 3-29 - Destinação e Disposição dos RCC em Belo Horizonte ........................... 112
Quadro 4-1 - Geração de RCCV por faixa populacional ................................................. 114
Quadro 5-1 - Critérios para o Cenário 1 ......................................................................... 116
Quadro 5-2 - Critérios para o Cenário 2 ......................................................................... 117
Quadro 5-3 - Critérios para o Cenário 3 ......................................................................... 118
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ABREVIATURAS
AAF AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL DE FUNCIONAMENTO
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
ABRELPE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PUBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS
ARMBH AGÊNCIA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
AS ATERRO SANITÁRIO
ATT ÁREAS DE TRIAGEM E TRANSBORDO
CA CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
CLT CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
CM COLAR METROPOLITANO
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
COPAM CONSELHO ESTADUAL DE POLITICA AMBIENTAL
EIA ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL
EPI EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
ERE ESTAÇÕES DE RECICLAGEM DE ENTULHO
FCE FORMULÁRIO INTEGRADO DE CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
FEAM FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
FIP FUNDAÇÃO ISRAEL PINHEIRO
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IPEA INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA
LI LICENÇA DE INSTALAÇÃO
LO LICENÇA DE OPERAÇÃO
LP LICENÇA PRÉVIA
MTE MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
NBR NORMA BRASILEIRA
NR NORMA REGULAMENTADORA
PDP PLANILHA DE DADOS PRIMÁRIOS
PDS PLANILHA DE DADOS SECUNDÁRIOS
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PGIRSU PLANOS DE GESTÃO INTEGRADO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
PGRCC PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PMSS PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DO SETOR DE SANEAMENTO
PNRS POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PNSB PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PTA PLANO DE TRABALHO ATUALIZADO
RCA RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL
RCC RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
RCCV RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS
RCD RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO
RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
RSS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
RSU RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
RV RESÍDUOS VOLUMOSOS
SEDRU SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL POLÍTICA URBANA E GESTÃO METROPOLITANA DE MINAS GERAIS
SEIS SISTEMA ESTADUAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO
SEMAD SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SIAM SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL
SIDRA SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA
SINDUSCON SINDICATO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
SINIR SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
SLU SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA
SNIS SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO DE SANEAMENTO
SNSA SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL
SUPRAM SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
TAP TERMO DE ABERTURA DE PROJETO
TR TERMO DE REFERÊNCIA
URPV UNIDADES DE RECEBIMENTO DE PEQUENOS VOLUMES
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UTC USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM
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1 - INTRODUÇÃO
O Produto 01 congrega os dados e informações referentes às etapas do fluxo de
gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV) da Região
Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. Compreender este fluxo é
fundamental tanto para caracterizar o cenário atual do gerenciamento dos RCCV, quanto
para estruturar as próximas etapas para a elaboração do Plano Metropolitano de Gestão
Integrada de Resíduos com Foco em Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV), doravante denominado Plano.
No Produto 00 foram identificados os conceitos técnicos, as normas e leis relevantes para
a gestão e o gerenciamento dos resíduos, descritas as características socioeconômicas
da região, e feita uma primeira análise do cenário desses resíduos na região de estudo.
O Produto 01 tem o enfoque específico nas atividades e tipologias, a geração, as fontes
geradoras e as estimativas dos custos das etapas do gerenciamento dos RCCV. O
Produto 02 complementa o levantamento de dados apontando os atuais planos,
programas e projetos de governo ou outras instituições que incentivam, sustentam e/ou
auxiliam na gestão desses resíduos. Este conjunto de informações está em linha com as
orientações do Ministério do Meio Ambiente, conforme descrito na publicação “Planos de
Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação – Apoiando a implementação da
Política Nacional dos Resíduos Sólidos”.
O diagnóstico, no enfoque técnico, deverá ser estruturado com dados e informações sobre o perfil das localidades. É fundamental entender a situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território quanto à origem, volume, características, formas de destinação e disposição final adotadas. Informações sobre a economia, demografia, emprego e renda, educação, saúde, características territoriais e outros, auxiliam na compreensão das peculiaridades locais e regionais e tipo e quantidade de resíduos gerados. O acervo de informações sobre as condições do saneamento básico, bem como sobre a gestão dos resíduos sólidos, é muito importante para se construir um diagnóstico amplo, pois permite compreender os níveis de desenvolvimento social e ambiental da cidade, e as implicações na área da saúde. Construir informações e dados numa perspectiva histórica poderá auxiliar no enfrentamento de determinados gargalos ou dificuldades futuras.
É importante pesquisar o histórico de gastos com a limpeza urbana, gestão e manejo dos resíduos sólidos, mesmo que dois ou mais órgãos sejam os responsáveis pela gestão, na administração pública. Diferentes estudos mostram que no Brasil, com pequenas variações, cerca de 5% do orçamento municipal é consumido em limpeza urbana, gestão, manejo e disposição final de resíduos sólidos. Exige, portanto, esforço de racionalização para a sustentabilidade econômica do serviço público, como definida na nova legislação. É importante que os dados reflitam a diversidade e a especificidade local ou regional e as suas identidades econômicas, sociais e ambientais em relação a outras regiões do Estado. (BRASIL, 2012; p.37)
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O Produto 01 contribui para a compreensão das peculiaridades local e regional uma vez
que acompanha a trajetória dos RCCV, da geração até a destinação. É também neste
produto em que estão as estimativas identificadas para custos de gestão e
gerenciamento. A análise desses dados permite conhecer a realidade e, a partir dela,
buscar as alternativas e ferramentas mais adequadas para o cenário atual.
Aqui se faz importante destacar que o diagnóstico foi elaborado a partir de dados
secundários parcialmente complementados por dados e informações primárias, conforme
detalhado na metodologia descrita neste documento. Para este diagnóstico, marco zero
do cenário atual, foram compilados, confrontados e analisados dados e informações de
diversas fontes publicadas por instituições governamentais, de pesquisa, acadêmicas,
entidades representativas do setor e geradores dos RCCV.
Uma das estratégias para levantamento e validação de todos os dados e informações
compilados considerou critérios para seleção de fontes, rastreabilidade das informações
e envolvimento de stakeholders para uma construção participativa. Cabe ressaltar que,
apesar do empenho para levantamento e validação dos dados e informações é de se
esperar lacunas de quantidade e qualidade dos mesmos. Contudo, foi possível quantificar
e qualificar as etapas do fluxo de gerenciamento dos RCCV, a partir de dados e
informações referenciais, secundárias, primárias e/ou extrapoladas levantadas.
O confronto de dados e informações permitiu uma série de análises, interpretações,
estudos e encaminhamentos. Para a conclusão da Fase 01, está priorizada a análise que
melhor atende à demanda de dados e informações para o desenvolvimento do Plano em
suas etapas subsequentes. Este banco de dados, diagnóstico do cenário atual, aqui
consolidado poderá ser atualizado em outros momentos da elaboração do Plano, à
medida que novos dados relevantes sejam identificados. Por outro lado, novas leituras e
análises também poderão ser realizadas, a partir das informações aqui concentradas. A
versão completa do banco de dados está disponível em mídia anexa.
Ressalta-se ainda, a grande dificuldade encontrada, não só pela inexistência de dados
sistematizados, mas, pela indisponibilidade de informações de alguns stakeholders
(fundamentais para a elaboração do diagnóstico), para obtenção de dados e informações
existentes, sistematizados ou não. Esta observação foi também apontada no Plano
Metropolitano de Resíduos Sólidos: Região Metropolitana de Belo Horizonte e Colar
Metropolitano (ARMBH, 2013) que aponta carência de dados sistematizados sobre os
RCCV.
Segundo o Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Belo
Horizonte e Colar Metropolitano (ARMBH, 2013), os resíduos da construção civil (RCC),
são:
“também denominados resíduos da construção civil e demolição
(RCD), correspondem aos resíduos provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos e os
resíduos volumosos (RV), são constituídos por peças de grandes
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dimensões, como móveis e utensílios domésticos inservíveis,
grandes embalagens e outros resíduos de origem não industrial,
não coletados pelo sistema de recolhimento domiciliar
convencional. Os RV são definidos pelas normas brasileiras que
versam sobre os RCC e normalmente são removidos das áreas
geradoras juntamente com os RCC”.
Considerando o ambiente da construção civil, que é o foco deste trabalho, os conceitos
usados para RCC e RCCV frequentemente se confundem. O termo RCC pode ou não
incluir os resíduos volumosos, pois a coleta de RV é usualmente feita em conjunto com
os RCC quando os mesmos são gerados na atividade da construção civil. Assim, quando
do desenvolvimento deste projeto, utilizou-se o termo RCCV para a análise de dados e
informações, ainda que diversas fontes de consultas usem RCC, sem especificar se há
resíduos volumosos incluídos. Por outro lado, não foram encontrados dados que
quantificassem especificamente os resíduos volumosos gerados junto aos da construção
civil. Destaca-se que a nomenclatura utilizada pela fonte de consulta será mantida, mas a
análise consolidada usará o termo RCCV. Finalmente, cabe aqui esclarecer que as
proposições do Plano, que serão definidas nas etapas subsequentes, indicarão também
diretrizes específicas para o gerenciamento adequado desses RV.
Para facilitar a compreensão dos trabalhos realizados, apresenta-se, a seguir, a Figura
1-1 referente ao fluxograma das etapas, atividades e resultados do Produto 01.
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Figura 1-1 - Fluxograma das etapas, atividades e resultados do Produto 01 Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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2 - METODOLOGIA
2.1 - METODOLOGIA PARA LEVANTAMENTO DE DADOS
O levantamento de dados e informações para a elaboração da Fase 01: Diagnóstico da
Situação Atual dos Resíduos da Construção Civil e Volumosos tem como principal
objetivo desenhar o fluxo das etapas de gestão e gerenciamento dos RCCV, assim como
quantificar e qualificar os resíduos. Contratualmente, o diagnóstico deveria ser elaborado
a partir do levantamento de dados secundários, podendo, a critério do Consórcio IDP
Ferreira Rocha, realizar o levantamento parcial de dados primários, a fim de confrontar e
complementar as informações secundárias. A estratégia de levantamento de dados e
informações foi definida entre o Consórcio IDP Ferreira Rocha e a ARMBH, e mescla
dados de natureza secundária e primária, buscando a qualidade, a fidedignidade, e a
rastreabilidade, além de atender aos limites contratuais.
A construção participativa é uma premissa para a elaboração do Plano, inclusive para o
diagnóstico. A participação de diversos grupos de stakeholders se deu de forma
diferenciada, em distintas instâncias e etapas. Numa ação institucional e técnica,
executada de forma integrada com a ARMBH, as partes interessadas foram contatadas e
sensibilizadas a fim de contribuir com pelo menos uma das três ações:
Engajar-se na construção participativa, tanto por meio de debates técnicos quanto
no compartilhamento de percepções e validação dos resultados parciais;
Identificar e disponibilizar dados secundários; e
Informar dados primários.
Para o desenvolvimento do Plano, a ARMBH/SEDRU formou um grupo gestor para
acompanhar os trabalhos. Esse grupo é composto por profissionais de governo e outras
instituições relacionadas ao tema, além de consultores especializados em gestão e
gerenciamento de resíduos. O objetivo, que vem se cumprindo, é manter um espaço de
diálogo técnico, a fim de possibilitar trocas de experiências e buscar consensos sobre as
melhores escolhas quanto a fontes de informações, metodologias e padrões de
qualidade. É também este grupo o responsável por comentar e contribuir para a
aprovação de cada um dos produtos entregues pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha.
Para garantir a pluralidade necessária, outros agentes implicados no processo foram
sensibilizados, a fim de criar um espaço de interação para troca de informações,
experiências e expectativas. Essa ação fomenta o diálogo com agentes municipais,
representantes da sociedade civil, acadêmicos, associações de classe, empresas
prestadoras de serviços relacionadas à gestão de resíduos e empreendimentos das
áreas de construção civil. Foram ainda desenvolvidas linhas de ações e atividades a fim
de potencializar a construção participativa, como a participação dos stakeholders nos
workshops.
Na sequência, serão descritas as metodologias para o desenvolvimento das três fases de
levantamento de dados que se complementam: estratégia de comunicação e
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engajamento de stakeholders, levantamento de dados secundários, e levantamento de
dados primários.
A metodologia para a fase de levantamento de dados contemplando a estratégia de
comunicação e engajamento de stakeholders inclui o desenvolvimento e aplicação das
ferramentas definidas para os objetivos propostos.
A metodologia para as fases de levantamento de dados secundários e primários será
apresentada de acordo com o fluxo apresentado a seguir (Figura 2-1).
Figura 2-1 - Fluxograma metodológico para levantamento de dados secundários e primários Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
2.1.1 - Estratégia de Comunicação e Engajamento de Stakeholders
No escopo contratado para a elaboração do Plano não estão previstas ações de
Comunicação e Engajamento das diversas partes interessadas. Diante dessa restrição
contratual, o Consórcio IDP Ferreira Rocha, considerando a importância dessas ações,
desenvolveu algumas ferramentas para auxiliar a ARMBH no relacionamento com as
partes interessadas. Para o processo de elaboração desta Fase 01, há demandas claras
de Comunicação e Engajamento, tanto institucionais quanto técnicas. Para as demandas
institucionais, a ARMBH está conduzindo o processo com o apoio do Consórcio IDP
Ferreira Rocha. Na outra ponta, a ARMBH oferece o suporte institucional necessário para
facilitar os contatos técnicos entre os representantes do Consórcio e os agentes
relacionados.
A estratégia de Comunicação e Engajamento está, então, desenhada para facilitar tanto o
processo de levantamento de dados e informações quanto para estabelecer espaços de
diálogo para troca de experiências e expectativas, validação de resultados parciais e
identificação de fatores socioculturais que podem interferir na futura implementação do
Plano.
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A construção participativa é um processo crescente, pois, quanto mais o diálogo é
consolidado, maior é a complexidade da rede que envolve os agentes. Isso quer dizer
que a expectativa é que haja um aumento da demanda por ferramentas de Comunicação
e Engajamento. Para os próximos passos, o Consórcio IDP Ferreira Rocha seguirá
agindo de forma alinhada com a ARMBH, para que o Plano seja elaborado com a
representatividade necessária.
2.1.1.1 - Mapeamento das Partes Interessadas
À medida que foi sendo compreendida a complexidade da gestão e gerenciamento dos
RCCV, desde o levantamento legal e normativo, passando pelas referências
bibliográficas e análises de estudos técnicos e acadêmicos, foram sendo constantemente
mapeados os stakeholders envolvidos. Constam nessa listagem agentes vinculados a
empresas coletoras e transportadoras, de tratamento, destinação ou disposição final dos
resíduos, prefeituras, agências e órgãos governamentais, sindicatos, associações,
universidades e centros de pesquisa, entre outros.
O mapeamento gerou uma Matriz de Stakeholders, que é complementada e
continuamente aprimorada com o andamento dos trabalhos, desde o começo das
atividades e continuará durante a condução das fases subsequentes. Há que se ressaltar
que a participação das partes interessadas e a qualidade dos dados e informações por
elas fornecidos é que contribuem efetivamente para a consolidação do diagnóstico e as
etapas subsequentes de elaboração do Plano.
2.1.1.2 - Atividades de Interação e Engajamento
No período de fevereiro a julho de 2014, para fomentar a participação das partes
interessadas, foram criadas algumas oportunidades de diálogo com diferentes públicos.
O tipo de interação – workshop, reuniões de sensibilização e visitas técnicas - é definido
de acordo com as características de cada grupo de stakeholders, para que possa haver
as trocas de informação da maneira mais eficiente possível.
Workshops
Os workshops2 são momentos de interação abertos à participação de interessados,
sejam representantes dos municípios, estudiosos, empresários ou populares. Para essas
reuniões são enviados convites e feita uma sensibilização para a participação junto aos
interessados que constam no mailing da ARMBH e na matriz de stakeholders Anexo 4
deste trabalho. Foram realizados, até o momento, dois workshops, sendo o primeiro em
abril, com o objetivo de formalizar o início do trabalho, e o segundo em julho de 2014,
para apresentar os resultados preliminares do diagnóstico e coletar as percepções dos
participantes tanto sobre a validação das informações apresentadas quanto sobre as
expectativas que depositam sobre o Plano.
O primeiro workshop foi realizado na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais.
Foi feita a contextualização do Plano com o objetivo de convidar os participantes –
2 No Plano de Trabalho estão previstas três reuniões públicas, uma ao final de cada Fase, para apresentar os resultados. Foi definido junto à ARMBH que todos os encontros de participação aberta, sejam eles em qualquer momento, serão chamados workshops.
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gestores públicos, agências, entidades, iniciativa privada, acadêmicos e representantes
da sociedade civil – a contribuir na elaboração do trabalho. O workshop contou com 125
participantes e, como resultado, ficou claro o interesse e a disponibilidade da maioria
para contribuir na busca de uma gestão regionalizada dos RSS e RCCV.
O segundo workshop, “Construindo o Diagnóstico dos Resíduos da Construção Civil e
Volumosos (RCCV) e dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) na RMBH e Colar
Metropolitano”, foi realizado no dia 01 de julho no auditório do BDMG, em Belo Horizonte.
Participaram do evento cerca de 120 pessoas. A estratégia de realizar este workshop
para apresentação dos dados preliminares antes do encerramento da Fase 01 (a data
prevista no Plano de Trabalho era após a conclusão do diagnóstico) foi de suma
importância para corroborar com a construção participativa e validação da metodologia
de trabalho e dos dados e informações até o momento levantados. Apresentar
preliminarmente os resultados contribuiu, inclusive, para o fortalecimento da credibilidade
do processo participativo, e para incentivar o comprometimento dos participantes e a
disponibilidade em colaborar e compartilhar informações. A realização deste workshop
permitiu agilizar o agendamento de visitas técnicas – já planejadas ou novas – para
levantamento de dados primários, assim como incentivou manifestações para
compartilhamento de informações.
Foi possível perceber um maior envolvimento dos participantes numa comparação entre
os dois workshops. O trabalho para a elaboração do Plano se tornou mais conhecido,
uma vez que vários participantes receberam os questionários e/ou debateram sobre este
diagnóstico em outras oportunidades de interação. Esse maior conhecimento possibilitou
que fossem feitas perguntas objetivas, tanto sobre metodologia quanto sobre resultados
esperados. O segundo workshop foi, ainda, uma relevante oportunidade de identificação
de novos dados e informações fundamentais que foram considerados na elaboração
deste diagnóstico.
Reuniões de Sensibilização
As reuniões de sensibilização foram realizadas com grupos específicos que podem
contribuir tanto no levantamento de dados e informações, quanto na troca de
experiências e na validação dos resultados.
A ARMBH compõe o Sistema de Gestão Metropolitana do Estado de Minas Gerais,
formando uma tríade com a Assembleia Metropolitana e o Conselho Deliberativo de
Desenvolvimento Metropolitano. Sendo assim, a primeira reunião de sensibilização foi
realizada junto ao Conselho Deliberativo, que tem representantes da RMBH, em
fevereiro, a fim de apresentar formalmente o Plano e convidar os presentes à construção
participativa.
Em maio de 2014, o Plano foi apresentado no 1º Encontro de Trabalho do Grupo de
Valorização dos Resíduos da Construção Civil (RCC), coordenado pelo Professor
Raphael Tobias (UFMG), realizado pelo DESA na Escola de Engenharia da UFMG.
Desde então representantes do Consórcio IDP Ferreira Rocha participam de encontros
de trabalho deste Grupo.
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Visitas técnicas
As visitas técnicas são instrumentos para verificação de dados secundários e
levantamento de dados primários. Os representantes do Consórcio IDP Ferreira Rocha
foram a municípios, empresas e entidades a fim de cumprir essa proposição técnica,
mas, além do que estava proposto, essas visitas foram também um importante espaço de
engajamento, esclarecimento e sensibilização. Em síntese, as visitas técnicas, cuja
metodologia será detalhada na seção de levantamento de dados primários deste
relatório, se mostraram eficientes ferramentas de interação, tanto para os stakeholders,
que puderam compreender melhor o Plano e seu processo de elaboração, quanto para
os representantes do Consórcio, que praticaram a observação analítica dos ambientes e
puderam perceber como se dá a organização efetiva da gestão e do gerenciamento dos
resíduos.
2.1.2 - Levantamento de Dados Secundários e Análise Bibliográfica
Para a elaboração dos Produtos relacionados na Fase 01, bem como aqueles das
demais Fases, foram levantadas e analisadas referências bibliográficas com base em
trabalhos já realizados sobre RCCV, com destaque para aquelas referências que levaram
em consideração a RMBH e o Colar Metropolitano como área de estudo.
A expectativa é a utilização desses dados e informações (dados secundários),
aproveitando os investimentos já realizados, para compor a Fase 01 – Diagnóstico da
Situação Atual, podendo ocorrer verificações e complementações desse Diagnóstico com
base em dados e informações primárias, a serem obtidos com a aplicação de
questionários estruturados e visitas técnicas, conforme metodologia detalhada na
sequência.
O trabalho iniciou-se com o levantamento de dados de fontes secundárias diversas
buscando informações não apenas de RCCV, mas também de caracterização desses
municípios e dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) como um todo.
Visando avaliar a geração e gerenciamento dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano
de Belo Horizonte, foram analisadas bases de dados nacionais, das quais foi possível
extrair alguns dados e informações, tais como: (i) Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico (PNSB, 2008); (ii) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010); (iii)
Fundação Estadual do Meio Ambiente FEAM (MINAS GERAIS) (2011, 2012, 2013); (iv)
Agência da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) (2010, 2012, 2013); (v)
Sistema Nacional de Informação de Saneamento (SNIS) (ano base 2011 e 2012)
(BRASIL, 2012, 2014); (vi) Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)(2012); (vii)
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(ABRELPE) (2012); (viii) ASSIS (2012).
Nesta mesma linha, foram consultadas outras referências de trabalhos acadêmicos e
estudos desenvolvidos junto ao Governo do Estado de Minas Gerais e Agência de
Desenvolvimento da RMBH e Colar Metropolitano. Estes trabalhos, em sua maioria,
destacam a deficiência de grande parte dos gestores municipais no conhecimento sobre
a geração e gerenciamento de RCCV em seus municípios, o que, conforme relatado
pelos autores dos estudos consultados, dificulta e, até mesmo, em alguns casos
inviabiliza a coleta de dados e informações.
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A partir da obtenção dos dados secundários, estes foram organizados em formato de
planilha organizada por tipo de resíduo, em “Dados gerais e RSU” e “RCCV”,
denominada de Planilha de Dados Secundários (PDS). Esta divisão foi realizada para
proporcionar análise e comparação entre as diversas fontes, sendo que algumas vezes
os dados e informações encontrados nos estudos e bases de dados apresentaram-se
conflitantes entre documentos de fontes diferentes. Alguns dados também se
apresentaram divergentes dentro de uma mesma referência consultada, sendo
providenciada então a verificação das informações corretas com os autores, quando
disponíveis.
Com a avaliação do que foi obtido a partir das fontes secundárias e organização da base
de dados na PDS, foi possível identificar quais informações e dados estavam disponíveis,
sistematizados ou não. O Anexo 1 apresenta a Matriz do Referencial Bibliográfico
consultado.
2.1.2.1 - Planilha de Dados Secundários (PDS)
A PDS apresenta em sua primeira aba “Dados gerais – RSU” os dados dos municípios,
área territorial e Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) onde
estão inseridos, além de dados de geração e gerenciamento de RSU nos municípios
objeto deste trabalho. Nesta mesma aba também são abordadas ainda questões de
caracterização dos municípios quanto aos aspectos econômicos e sociais, como renda
per capita e índice mineiro de responsabilidade social (IMRS) e de localização, dentre
outros.
As demais abas “RCCV” apresentam dados e informações focados no fluxo de
gerenciamento dos RCCV desde a geração até a destinação. Ressalta-se que, para
obtenção de informações e dados de referências como Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (SNIS) (BRASIL, 2012a)3 e Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
(PNSB) (IBGE, 2010)4, foram necessárias consultas nas bases de dados de cada
sistema.
3 O SNIS foi criado, em 1996, pelo Governo Federal, no âmbito do Programa de Modernização do Setor Saneamento – PMSS. Na estrutura atual do Governo Federal, o SNIS está vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA do Ministério das Cidades. O SNIS apoia-se em um banco de dados administrado na esfera federal, que contém informações de caráter institucional, administrativo, operacional, gerencial, econômico-financeiro e de qualidade sobre a prestação de serviços de água, de esgotos e de manejo de resíduos sólidos. Em relação aos serviços de manejo de resíduos sólidos, os dados são também atualizados anualmente desde o ano de referência 2002. Para a divulgação de seus dados, o SNIS publica anualmente o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos e o Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos. Dispõe, ainda, de um sítio na Internet (www.snis.gov.br) e de um Aplicativo da Série Histórica de Dados, em que toda a base de dados pode ser consultada. 4 A PNSB tem por objetivo investigar as condições de saneamento básico de todos os municípios
brasileiros, através das atuações dos órgãos públicos e empresas privadas (PNSB, 2008). Para
levantamento de dados da PNSB, foi acessado o banco de dados do SIDRA (Sistema IBGE de
Recuperação Automática), no qual, através da exploração do sistema pode-se obter planilhas de
dados por município, por tipo de resíduo e etapas de gerenciamento.
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O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, publicado pelo SNIS,
anualmente, desde 2002, incorpora os dados enviados pelos municípios que atenderam à
solicitação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das
Cidades. Os dados do SNIS estão incorporados em planilhas, o que possibilita a filtragem
das informações e dos municípios desejados, facilitando o levantamento de dados para
este trabalho. É importante salientar que não é possível a obtenção de dados de todos os
municípios, uma vez que estes não possuem a obrigatoriedade de envio de informação.
A PDS é apresentada no Anexo 2.
Algumas fontes consultadas, apesar de igualmente importantes, não foram utilizadas
neste trabalho, devido a utilização de dados de fontes secundárias que já são abordadas
neste documento, como é o caso do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão
dos Resíduos Sólidos (SINIR). Por meio do sítio do SINIR é possível acessar o “Bancos
de Dados e Sistemas Afins”, que apresenta as fontes utilizadas para obtenção das
informações, dentre elas, SNIS e o IBGE, com destaque para a PNSB.
2.1.3 - Levantamento de Dados Primários
O levantamento primário de dados e informações, a fim de confrontar e complementar as
informações secundárias, seguiu as definições acordadas pelo Consórcio IDP Ferreira
Rocha e a ARMBH, respeitando as limitações contratuais, e teve como finalidade buscar
o aprimoramento do Diagnóstico. Este levantamento primário foi realizado seguindo
metodologia de elaboração e aplicação de questionários e realização de visitas técnicas
conforme detalhamento apresentado a seguir.
2.1.3.1 - Elaboração e Aplicação dos Questionários
Os questionários encaminhados aos agentes implicados na gestão e no gerenciamento
dos RCCV, modelos apresentados no Anexo 5, tiveram como objetivo trabalhar com
informações individualizadas de municípios, instituições, empresas, entidades e órgãos
governamentais diretamente implicados nos processos de gestão e gerenciamento
destes resíduos que, além de dar subsídios ao diagnóstico da situação atual, contribuirão
para a elaboração do Produto 01 (Tipologia/Atividade, Geração e Custo) e do Produto 02
(Planos, Programas e Projetos Atuais) integrantes da Fase 01.
Ressalta-se que os questionários foram estruturados de acordo com as etapas de
gerenciamento de resíduos, abrangendo a geração, caracterização, segregação,
acondicionamento, transbordo, transporte e destinação ou disposição final. Além disso,
foram incluídos itens sobre custos, segurança do trabalho (equipamentos de proteção
individual - EPIs), bem como outros itens relacionados ao gerenciamento de resíduos. A
elaboração dos questionários foi feita com base nos dados da metodologia de trabalho da
Proposta Técnica - Cooperação Técnica: ATN/OC 13092-BR, do TR para o trabalho e do
Plano de Trabalho Atualizado.
Para envio dos questionários, os stakeholders foram individualizados em quatro grupos,
com questionários específicos, e ainda separados pelo tipo de resíduos.
A seguir são apresentados os 4 (quatro) grupos:
Grupo 1: Empresas coletoras e transportadoras de resíduos;
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Grupo 2: Empresas de tratamento e destinação/disposição final de resíduos;
Grupo 3: Prefeituras; e
Grupo 4: Agências reguladoras, sindicatos e associações.
Em 12/05/2014, a ARMBH iniciou o processo de envio dos questionários para as partes
interessadas com expectativa de retorno até o dia 10/06/2014. Porém este prazo foi
prorrogado até 11/07/2014. A partir desta data, os dados e informações recebidos por
meio desses questionários foram consolidados. Ressalta-se que, apesar do vencimento
do prazo final estabelecido para recebimento dos questionários, o Consórcio IDP Ferreira
Rocha vem recebendo e compilando questionários enviados intempestivamente.
2.1.3.2 - Visitas Técnicas aos Municípios e Reuniões com as Partes Interessadas
Paralelamente à aplicação dos questionários, foram iniciados contatos telefônicos e
realizadas reuniões de trabalho com as partes interessadas, buscando esclarecer e
dirimir dúvidas sobre o preenchimento do questionário aplicado, identificando dados e
informações complementares, possibilitando confrontar e complementar os dados e
informações levantadas e registradas na PDS.
Em termos de operacionalização, foram contatados pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha,
sequencialmente, os Grupos 4 (quatro), 2 (dois) e 1 (um), visando o agendamento de
reuniões com os grupos focais. A expectativa era a de que as agências e órgãos
governamentais, sindicatos, associações, universidades e centros de pesquisa,
integrantes do Grupo 4, possuíssem informações coletivas e organizadas capazes de
serem incluídas neste Produto, bem como no Produto 02 (Planos, Programas e Projetos
Atuais) e, se pertinentes, utilizadas em outras etapas da elaboração do Plano. A relação
de reuniões realizadas com os referidos grupos focais é apresentada no Anexo 6.
As visitas técnicas planejadas para as Prefeituras, Grupo 3 (Três), seguiram o critério de
amostragem baseado em faixas populacionais e adaptando metodologia adotada pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA - 2012). No presente caso, foram
consideradas subdivisões em faixas populacionais menores devido ao fato de 30 (trinta)
municípios da RMBH e Colar Metropolitano (60% dos municípios da área de estudo)
possuírem populações inferiores a 30.000 habitantes.
Em função das características populacionais dos municípios que compõem a RMBH e
Colar Metropolitano de Belo Horizonte foram selecionadas as faixas populacionais a
serem consideradas para o planejamento das visitas técnicas. O Quadro 2-1 a seguir
apresenta os municípios selecionados para realização de visitas técnicas em função da
faixa populacional.
Quadro 2-1 - Municípios selecionados para a realização de visitas técnicas
Faixa Populacional Total de
municípios Municípios amostrados
Municípios selecionados
Até 5 mil habitantes 5 2 Funilândia
Moeda
De 5 mil a 10 mil habitantes 14 3 Belo Vale
Baldim
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Faixa Populacional Total de
municípios Municípios amostrados
Municípios selecionados
Itatiaiuçu
De 10 mil a 30 mil habitantes 11 2 São Joaquim de Bicas
Jaboticatubas
De 30 mil a 100 mil habitantes
11 2 Itabirito Itaúna
De 100 mil a 500 mil habitantes
7 2 Santa Luzia Vespasiano
De 500 mil a 1milhão habitantes
1 1 Contagem
> 1milhão habitantes 1 1 Belo Horizonte Nota: Os municípios indicados acima poderiam ser outros de acordo com os dados disponibilizados nos questionários e
avaliação da necessidade de se visitar outros municípios. Porém, a opção pela visita foi feita a partir de definições com a
própria ARMBH.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Em linhas gerais, a escolha aqui relatada foi pautada na abrangência das faixas
populacionais dos municípios presentes na RMBH e Colar Metropolitano de Belo
Horizonte, bem como a consideração da distribuição espacial dos mesmos. Cabe
ressaltar que a seleção dos municípios considerou, além dos critérios metodológicos
definidos, a manifestação de interesse dos mesmos em receber o Consórcio IDP Ferreira
Rocha para a realização da visita técnica. Estas manifestações ocorreram durante a
realização do II Workshop “Construindo o Diagnóstico dos RSS e RCCV na RMBH e
Colar Metropolitano”, realizado no dia 01/07/2014.
2.2 - METODOLOGIA DE CONSOLIDAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
De forma sucinta, após finalizadas a aplicação dos questionários, as entrevistas com os
agentes públicos e institucionais e as visitas técnicas, além do levantamento de dados
secundários, todas as informações obtidas foram consolidadas de forma a permitir uma
análise crítica. Em princípio, foram considerados estudos de instituições e órgãos de
referência sobre o tema. Os dados e informações divergentes foram analisados por meio
de comparação e estabelecidos critérios técnicos para justificativas das escolhas feitas,
com o objetivo de se estabelecer uma análise dos dados secundários em contraposição
aos dados primários, com o objetivo de se criar elementos capazes de permitir o
estabelecimento de valores de referência em termos de geração de RCCV e, a partir daí,
se estabelecer o Fluxo de Gerenciamento dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano,
que será parte integrante do relatório consolidado Resumo Executivo.
A Metodologia de Análise de Dados é apresentada no Anexo 3.
2.2.1 - Confronto das Informações – Dados Secundários X Dados Primários
A consolidação dos dados de geração foi feita a partir de uma análise daqueles obtidos
secundariamente (Planilha de Dados Secundários) com aqueles obtidos de forma
primária (Planilha de Dados Primários), tendo como referência de análise, principalmente,
os quantitativos de Geração “Per capita” por “Faixa Populacional” obtidos das duas
formas e separados em valores mínimos e máximos. A ideia não foi a de se descartar
informações das diferentes fontes, mas sim promover o enquadramento em valores
máximos e mínimos.
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Prioritariamente, para os demais itens do fluxo de gerenciamento, tais como as formas de
tratamento e destinação optou-se por apresentar, no relatório consolidado Resumo
Executivo, sempre que possível, os dados primários, ou seja, aqueles obtidos mediante a
aplicação dos questionários.
Resumidamente, a partir dos levantamentos de dados por duas vertentes (Primários e
Secundários), houve a necessidade de se determinar qual a fonte de dados, secundária
ou primária, seria utilizada para cada Etapa do Fluxo de Gerenciamento dos RCCV.
Neste sentido, foi elaborada uma Terceira Planilha, Anexo 9, com objetivo de consolidar
e comparar os dados encontrados na Planilha de Dados Secundários (PDS) e na Planilha
de dados Primários (PDP).
Além disso, cada aba da etapa possui uma aba auxiliar, na forma de uma planilha
simples onde estão resumidas algumas incoerências encontradas nos valores dos Dados
Primários, a partir de comparações e análises com os Dados Secundários. Além disso,
demonstra-se por meio de cálculos o ponto de discrepância entre os valores e o retorno
dos Municípios ao serem questionados os dados aparentemente equivocados. Assim
foram estabelecidas três Módulos de Análise:
a. Módulo 1- Comparação Dados Secundários x Dados Primários (brutos):
Apresenta as informações fornecidas pelos Municípios da maneira que foram
informadas nos questionários, ou seja, os valores de geração preenchidos nos
questionários foram simplesmente transcritos para essa tabela sem nenhuma
análise crítica;
b. Módulo 2- Comparação Dados Secundários x Dados Primários (analisados e
criticados): Como a própria identificação diz, os dados desse módulo foram
analisados Município por Município e criticados. O raciocínio realizado nessa
coluna foi de averiguar os dados informados pelos Municípios nos questionários e
avaliar se faziam algum sentido dentro da Faixa Populacional que eles se
encontram;
c. Módulo 3- Comparação Dados Secundários (ajustados) x Dados Primários
(analisados e criticados): Este módulo gerou os dados finais de geração (cenário
atual – ano de 2010) e também de estimativa de geração nos anos de 2020 e
2030.
2.2.2 - Definição do Fluxo
A consolidação, quantitativa e qualitativa do Fluxo de RCCV na RMBH e Colar
Metropolitano de Belo Horizonte será, como já dito, parte integrante do relatório
consolidado Resumo Executivo.
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3 - LEVANTAMENTO DE DADOS
Neste item são apresentados os dados e informações secundários e primários
levantados, de acordo com a metodologia descrita, bem como as extrapolações e
estimativas, para geração dos RCCV e para as etapas de gerenciamento dos mesmos,
estratificadas por municípios ou por faixas populacionais da RMBH e Colar Metropolitano
de Belo Horizonte.
3.1 - DADOS SECUNDÁRIOS
O levantamento e a sistematização dos dados e informações secundários, alinhados com
a metodologia apresentada, estão estruturados em: (i) estimativa de geração dos RCCV;
(ii) etapas de gerenciamento dos RCCV (Segregação e Acondicionamento, Coleta e
Transporte, Transbordo, Tratamento e Destinação); (iii) Regularização Ambiental; (iv)
Equipamentos de Proteção Individual; (v) Custos; (vi) Investimentos; e (vii) Impactos.
A seguir são apresentados os dados e informações seguindo a referida estruturação.
3.1.1 - Estimativa de Geração
Os RCCV são gerados em diferentes fases do empreendimento: fase de construção, fase
de manutenção ou reformas e fase de demolição. A geração de resíduos durante a fase
de construção é decorrência das perdas nos processos construtivos (FORMOSO et al.,
1998). Latas (2011) salienta que a fase de projeto, geralmente mal elaborado, é a
principal causa da geração de RCC.
O Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Belo Horizonte e
Colar Metropolitano (ARMBH, 2013) considera no item “Resíduos da Construção Civil e
Volumosos”, as atividades geradoras de RCCV como:
Resíduos de construções novas;
Resíduos de reformas e demolições: esses resíduos são geralmente
transportados por caçambeiros, carreteiros e/ou carroceiros; e
Resíduos coletados pelas prefeituras em locais de disposição irregular.
Já, segundo Pinto e Gonzáles (2005) as atividades geradoras de RCCV são executores
de reformas, ampliações e demolições, construtoras de edificações e residências.
A geração de RCC, quantitativamente, é diferente entre várias localidades, devido a
diversos fatores, como número de habitantes, nível educacional, costumes da população,
poder aquisitivo, leis e regulamentações específicas, processos construtivos, incluindo as
peculiaridades de cada construtora. Assim, essas características interferem diretamente
no tipo e quantidade de resíduo gerado. A investigação da origem dos RCC é importante
para a qualificação e a quantificação dos volumes gerados (PINTO, 1999).
De acordo com SINDUSCON-MG (2008), a geração de RCC pode representar mais da
metade dos resíduos sólidos urbanos e estima-se que a sua geração está em torno de
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450 (quatrocentos e cinquenta) quilogramas por habitante por ano, variando de acordo
com a localidade e com a economia.
A média de geração típica per capita estimada por MMA (2011) é de 520 (quinhentos e
vinte) quilogramas anuais, podendo aumentar em cidades com economia mais forte e
reduzir-se em municípios menores.
No entanto, é importante ressaltar que 75% (setenta e cinco por cento) da geração de
RCC ocorrem em pequenas e médias construções, que são consideradas, em sua
maioria, como atividades informais (MMA, 2011).
Para a estimativa da geração dos RCC dos 50 (cinquenta) municípios da RMBH e Colar
são apresentados os dados secundários de diferentes fontes a partir dos levantamentos
da literatura (teses, dissertações, artigos, publicações) e dados disponibilizados pelas
pesquisas oficiais sobre saneamento.
As principais fontes informação encontradas sobre o tema geração de RCCV foram:
Associação Brasileira de Limpeza Pública - ABRELPE (2012);
Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos da Construção Civil, do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2012);
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB (2008);
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS (2011);
Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos: Região Metropolitana de Belo Horizonte
e Colar Metropolitano (ARMBH, 2013);
Avaliação da gestão integrada de resíduos sólidos urbanos em municípios da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (2012) (Tese de doutorado);
Relatório da Atividade de capacitação e elementos iniciais para o diagnóstico
regional (AMRBH, 2010); e
Diagnóstico do sistema de gerenciamento de resíduos de construção e demolição
no município de Belo Horizonte (2013) (Dissertação de mestrado).
A seguir são apresentados os dados obtidos por meio das fontes supracitadas, indicando
as informações extraídas de cada uma delas apresentando os dados de estimativa de
geração para cada fonte.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(ABRELPE) publicou, em 2012, o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil, no qual
constam informações sobre o diagnóstico de Resíduos da Construção Civil e apresenta
para os RSU e RCC os dados sobre geração, coleta e destinação final dos resíduos para
o Brasil, suas regiões e, também para os Estados de cada região (ABRELPE, 2012).
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) publicou, também em 2012, o
“Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos da Construção Civil”, com o objetivo de
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apresentar o panorama dos resíduos da Construção Civil no país, como subsídio à
elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (IPEA, 2012).
Os dados indicados para RCC pelo IPEA (2012) tiveram como base, principalmente, o
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades,
e a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), do IBGE, ambas publicadas em
2010 com ano base 2008.
As publicações do IPEA (2012) e da ABRELPE (2012) apresentam dados em nível
nacional, regional e estadual. Outros estudos, tais como PMRS (2013) e Assis (2012)
também mostram informações interessantes e específicas da RMBH e Colar
Metropolitano.
Todos estes trabalhos e pesquisas estão organizados e sistematizados na Planilha de
Dados Secundários (PDS) apresentada no Anexo 2.
Ressalta-se a grande variabilidade das estimativas de geração de RCCV apresentadas
por diferentes metodologias e a importância do índice per capita de geração de cada
município na composição das informações da RMBH e Colar Metropolitano de Belo
Horizonte. Um destes dados refere-se à geração total (t/dia) de RCCV, levando-se em
consideração as metodologias de estimativa adotadas pela ABRELPE (2012) e IPEA
(2012), bem como os levantamentos feitos por PMRS (2013) e Assis (2012), conforme
pode ser visto na Figura 3-1.
Esta figura mostra as variações de geração total de RCCV entre as fontes pesquisadas e
apresentadas para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Figura 3-1 - Geração de RCCV (t/dia) de acordo com as fontes pesquisadas para os municípios da RMBH e
Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Fonte: PMRS, 2013; Ipea, 2012; Abrelpe, 2012; Assis, 2012.
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Assis (2012) destaca em seu trabalho que a maioria dos municípios não quantifica a
geração desses resíduos e a grande variabilidade de valores unitários de geração de
RCC evidencia a imprecisão do levantamento, o que por sua vez denota a falta de
atenção para com a questão.
Cabe mencionar que as quantidades totais estimadas por PMRS (2013) e Assis (2012)
não consideram os dados de todos os municípios, ou seja, estas duas fontes não
consideraram todos os municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. A
geração apresentada por PMRS (2013) considera 18 (dezoito) municípios e a por Assis
(2012) 9 (nove) municípios, conforme detalhamento apresentado nos quadros a seguir.
Em princípio, os dados de geração total mostrados na Figura 3-1 podem parecer pouco
úteis, na medida em que mostram-se bastante diferentes. Todavia, na medida em que se
estabelece os cálculos dos valores de geração média per capita (kg/hab/dia), algumas
informações relevantes podem ser visualizadas, como as apresentadas na Figura 3-2.
Figura 3-2 – Valores de variação da geração per capita (kg/hab/dia) de RCCV por faixa populacional e fonte. Fonte: PMRS, 2013; Ipea, 2012; Abrelpe, 2012; Assis, 2012.
A partir da Figura 3-2 podem ser estabelecidas variações de geração média per capita
(kg/hab/dia) por faixa populacional dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte. Estas variações na geração per capita são sintetizadas no Quadro 3-1,
com base no levantamento de dados secundários.
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Quadro 3-1 - Variações de geração per capita de RCCV por faixa populacional (PMRS, 2013; Ipea, 2012;
Abrelpe, 2012; Assis, 2012)
Cálculo de Variação da Geração Per Capita (kg/hab/dia)
Identificação Variação da Geração
Faixa populacional Mínimo Máximo
Até 5 mil 0,78 1,37
De 5 a 10 mil 0,25 2,26
De 10 a 30 mil 0,78 1,37
De 30 a 100 mil 0,78 1,37
De 100 a 500 mil 0,78 1,37
De 500 mil a 1 milhão 0,78 1,37
> 1 milhão 0,50 1,37
Média (RMBH e Colar) 0,65 1,37
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Os cálculos feitos para se estimar a variação de geração de RCCV (kg/hab/dia), ou seja,
os valores mínimos e máximos apresentados na Figura 3-2 e no Quadro 3-1
consideraram as estimativas de geração (t/dia) feitas a partir de IPEA (2012) e ABRELPE
(2012), assim como os dados de geração obtidos por PMRS (2013) e Assis (2012).
As estimativas feitas com base no trabalho do IPEA (2012) levaram em consideração a
informação de que são geradas 0,5 t/hab/ano (1,37 kg/hab/ano). Multiplicando este valor
pela população e promovendo os ajustes de unidades necessários (kg para t), obteve-se
a geração total (t/dia).
As estimativas feitas com base no trabalho da ABRELPE (2012), por sua vez,
consideraram a informação de que são geradas 0,78 kg/hab/dia. Da mesma forma,
multiplicando este valor pela população, obteve-se a geração total (t/dia).
Os Quadros 3-2 e 3-3 apresentam as estimativas de geração de RCC a partir de IPEA
(2012) e ABRELPE (2012). Já os Quadros 3-4 e 3-5 apresentam dados de geração
levantados por PMRS (2013) e Assis (2012).
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Quadro 3-2 - Estimativa de geração de RCC a partir de IPEA (2012)
Identificação Geração de RCC
Faixa Populacional Município Geração t/dia - por
Município
Geração Total t/dia-por Faixa
Populacional
Geração Per capita Média kg/hab/dia-por Faixa Populacional
Até 5mil
Fortuna de Minas 3,71
26,36 1,37
Funilândia 5,28
Moeda 6,42
São José da Varginha 5,75
Taquaraçu de Minas 5,20
De 5 mil a 10 mil
Baldim 10,84
142,65 1,37
Belo Vale 10,32
Bom Jesus do Amparo 7,52
Bonfim 9,34
Capim Branco 12,17
Confins 8,13
Florestal 9,04
Inhaúma 7,89
Itatiaiuçu 13,60
Nova União 7,61
Prudente de Morais 13,11
Rio Acima 12,45
Rio Manso 7,23
São Gonçalo do Rio Abaixo
13,39
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais 38,96
322,69 1,37
Itaguara 16,95
Jaboticatubas 23,47
Juatuba 30,41
Mário Campos 18,07
Mateus Leme 38,16
Raposos 21,02
Santa Bárbara 38,19
São Joaquim de Bicas 34,98
São José da Lapa 27,12
Sarzedo 35,36
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho 46,54
837,24 1,37
Caeté 55,82
Esmeraldas 82,56
Igarapé 47,74
Itabirito 62,26
Itaúna 117,07
Lagoa Santa 71,95
Matozinhos 46,51
Nova Lima 110,96
Pará de Minas 115,36
Pedro Leopoldo 80,47
De 100mil a 500mil
Betim 517,93
2.029,11 1,37
Ibirité 217,75
Ribeirão das Neves 405,91
Sabará 172,97
Santa Luzia 278,00
Sete Lagoas 293,36
Vespasiano 143,19
De 500 mil a 1 milhão Contagem 826,63 826,63 1,37
>1milhão Belo Horizonte 3253,63 3.253,63 1,37
TOTAL 7.438,31
Fonte: Adaptado de IPEA, 2012
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Quadro 3-3 - Estimativa de geração de RCC a partir de ABRELPE (2012)
Identificação Geração de RCC
Faixa Populacional Município Geração T/dia- por
Município
Geração Total T/dia -por Faixa
Populacional
Geração Per capita Média kg/hab/dia -
por Faixa Populacional
kg/hab/dia
Até 5mil
Fortuna de Minas 2,11
15,01 0,78
Funilândia 3,01
Moeda 3,66
São José da Varginha 3,27
Taquaraçu de Minas 2,96
De 5 mil a 10 mil
Baldim 6,17
81,22 0,78
Belo Vale 5,88
Bom Jesus do Amparo 4,28
Bonfim 5,32
Capim Branco 6,93
Confins 4,63
Florestal 5,15
Inhaúma 4,49
Itatiaiuçu 7,74
Nova União 4,33
Prudente de Morais 7,47
Rio Acima 7,09
Rio Manso 4,12
São Gonçalo do Rio Abaixo
7,63
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais 22,18
183,74 0,78
Itaguara 9,65
Jaboticatubas 13,36
Juatuba 17,32
Mário Campos 10,29
Mateus Leme 21,73
Raposos 11,97
Santa Bárbara 21,74
São Joaquim de Bicas 19,92
São José da Lapa 15,44
Sarzedo 20,13
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho 26,50
476,72 0,78
Caeté 31,79
Esmeraldas 47,01
Igarapé 27,18
Itabirito 35,45
Itaúna 66,66
Lagoa Santa 40,97
Matozinhos 26,48
Nova Lima 63,18
Pará de Minas 65,69
Pedro Leopoldo 45,82
De 100mil a 500mil
Betim 294,91
1.155,38 0,78
Ibirité 123,98
Ribeirão das Neves 231,13
Sabará 98,49
Santa Luzia 158,29
Sete Lagoas 167,04
Vespasiano 81,53
De 500 mil a 1 milhão Contagem 470,68 470,68 0,78
>1milhão Belo Horizonte 1852,62 1.852,62 0,78
TOTAL 4.235,38
Fonte: Adaptado de ABRELPE, 2012
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Quadro 3-4 - Geração de RCCV a partir de PMRS (2013)
Identificação Geração de RCCV
Faixa Populacional Município Geração T/dia- por
Município
Geração Total T/dia -por Faixa
Populacional
Geração Per capita Média kg/hab/dia -
por Faixa Populacional
kg/hab/dia
Até 5mil
Fortuna de Minas SI
0,00 0,00
Funilândia SI
Moeda SI
São José da Varginha SI
Taquaraçu de Minas SI
De 5 mil a 10 mil
Baldim SI
32,43 2,26
Belo Vale SI
Bom Jesus do Amparo SI
Bonfim SI
Capim Branco SI
Confins SI
Florestal SI
Inhaúma SI
Itatiaiuçu SI
Nova União SI
Prudente de Morais SI
Rio Acima 29,13
Rio Manso 3,30
São Gonçalo do Rio Abaixo
SI
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais SI
122,23 0,88
Itaguara 23,03
Jaboticatubas SI
Juatuba SI
Mário Campos SI
Mateus Leme 13,37
Raposos SI
Santa Bárbara 0,00
São Joaquim de Bicas 15,37
São José da Lapa 54,47
Sarzedo 16,00
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho 31,43
447,50 1,29
Caeté 28,20
Esmeraldas SI
Igarapé 83,70
Itabirito 0,00
Itaúna SI
Lagoa Santa 88,60
Matozinhos SI
Nova Lima 120,73
Pará de Minas SI
Pedro Leopoldo 94,83
De 100mil a 500mil
Betim 459,23
1034,13 0,89
Ibirité 0,00
Ribeirão das Neves 151,57
Sabará 103,40
Santa Luzia 319,93
Sete Lagoas SI
Vespasiano SI
De 500 mil a 1 milhão Contagem 680,23 680,23 1,13
>1milhão Belo Horizonte SI SI SI
TOTAL 2.316,53
Fonte Adaptado de Agência RMBH, 2013.
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Quadro 3-5 - Geração de RCC a partir de Assis (2012).
Identificação Geração de RCC
Faixa Populacional Município Geração T/dia- por
Município
Geração Total T/dia -por Faixa
Populacional
Geração Per capita Média kg/hab/dia -
por Faixa Populacional
kg/hab/dia
Até 5mil
Fortuna de Minas SI
- -
Funilândia SI
Moeda SI
São José da Varginha SI
Taquaraçu de Minas SI
De 5 mil a 10 mil
Baldim SI
3,60 0,25
Belo Vale SI
Bom Jesus do Amparo SI
Bonfim SI
Capim Branco SI
Confins SI
Florestal SI
Inhaúma SI
Itatiaiuçu SI
Nova União SI
Prudente de Morais SI
Rio Acima 1,20
Rio Manso 2,40
São Gonçalo do Rio Abaixo
SI
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais SI
35,00 1,37
Itaguara SI
Jaboticatubas SI
Juatuba SI
Mário Campos SI
Mateus Leme SI
Raposos SI
Santa Bárbara SI
São Joaquim de Bicas 35,00
São José da Lapa SI
Sarzedo SI
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho SI
143,00 0,87
Caeté SI
Esmeraldas SI
Igarapé SI
Itabirito SI
Itaúna SI
Lagoa Santa SI
Matozinhos SI
Nova Lima 93,00
Pará de Minas SI
Pedro Leopoldo 50,00
De 100mil a 500mil
Betim 450,00
699,00 0,94
Ibirité 25,00
Ribeirão das Neves SI
Sabará SI
Santa Luzia 224,00
Sete Lagoas SI
Vespasiano SI
De 500 mil a 1 milhão Contagem SI SI SI
>1milhão Belo Horizonte 1185,42 1.185,42 0,50
TOTAL 2.066,02
Fonte: Adaptado de Assis, 2012.
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O Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos (PMRS, 2013), desenvolvido pela ARMBH,
apresenta dados de um projeto concluído em 2010, que consistiu na elaboração de
estudos e proposição de iniciativas estruturantes para o gerenciamento de RCC e
Resíduos Volumosos (RV) na RMBH. O projeto visava a ampliação da capacidade de
gestão dos RCC e RV por parte dos municípios da região, dotando-os de instrumentos de
planejamento e orientação para a correta disposição, o disciplinamento dos fluxos e dos
agentes envolvidos e a destinação adequada dos RCC e RV, levando-se em
consideração a legislação aplicável. Este projeto apresentou estimativa da geração de
RCC, também a partir do somatório dos resíduos gerados em construções novas, dos
resíduos gerados em reformas e demolições transportados por caçambeiros e outros
prestadores de serviços e dos resíduos coletados pelas prefeituras em locais de
disposição irregular.
No Quadro 3-6 são apresentados os dados de geração de RCC relativos às construções
novas, onde a partir da área (em m²/ano) regularizada para construção, calculou-se a
geração de resíduos, utilizando o valor de 150 kg/m² de área construída.
Quadro 3-6 - Estimativa de geração de RCC em construções novas em municípios da RMBH.
Município População Total
(IBGE, 2010)
Estimativa da geração em construções novas
(t/mês)
Betim 378.089 2.497
Brumadinho 33.973 22
Caeté 40.750 176
Contagem 603.442 2.541
Igarapé 34.851 308
Itaguara 12.372 96
Lagoa Santa 52.520 1.112
Mateus Leme 27.856 94
Nova Lima 80.998 2.311
Pedro Leopoldo 58.740 413
Ribeirão das Neves 296.317 SI
Rio Acima 9.090 SI
Rio Manso 5.276 3
Sabará 126.269 462
Santa Luzia 202.942 SI
São Joaquim de Bicas 25.537 39
São José da Lapa 19.799 122
Sarzedo 25.814 SI
Total 2.008.821 10.196 Nota: SI= Sem Informação Fonte: Adaptado de ARMBH, 2013
Observa-se que para dos municípios estudados pela ARMBH, 14 (quatorze)
apresentaram a estimativa de geração de RCC em construções novas. Destaca-se uma
grande geração do município de Nova Lima, o que equivaleu a 23% do total gerado nos
municípios.
Outro componente das estimativas sobre a geração de RCC nos 18 (dezoito) municípios
envolvidos no projeto da ARMBH foram os resíduos relativos a reformas e demolições.
Estas atividades, na maioria das vezes, são realizadas sem alvará da Prefeitura, o que
segundo a ARMBH, compromete a precisão dos dados. Esses resíduos são geralmente
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transportados por caçambeiros, carreteiros e/ou carroceiros, o que acaba por gerar
dificuldades de obtenção de valores precisos para todos os municípios.
3.1.2 - Etapas do Gerenciamento
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) indica como um de seus objetivos a
“não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos – Art 7º” (BRASIL, 2010).
Estas etapas do gerenciamento de resíduos se aplicam a todos os tipos de resíduos.
O gerenciamento adequado dos RCCV ainda encontra obstáculos pela ausência de
informações associadas e pelo desconhecimento dos parâmetros envolvidos. Dessa
forma, conhecer e diagnosticar os resíduos gerados possibilitará o melhor
encaminhamento para o gerenciamento dos RCCV.
Segundo Pinto (2005), alinhado com a CONAMA 307/2002, as ações relacionadas aos
resíduos dos pequenos geradores devem ser definidas, no âmbito do Programa Municipal
de Gerenciamento (ou Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil),
como um serviço público de coleta, ancorado em uma rede de pontos de entrega,
instrumento de ação pública. Essas ações devem expressar os compromissos municipais
com a limpeza urbana, de maneira consistente com as características dos problemas
encontrados nos diversos bairros dos centros urbanos.
Por outro lado, as ações relacionadas ao disciplinamento do fluxo dos grandes volumes
de RCC, em geral, da ação das empresas privadas de coleta, caracterizam-se
claramente como uma ação de agentes privados regulamentada pelo poder público
municipal. Essas ações devem se submeter, por meio dos Projetos de Gerenciamento de
Resíduos (ou Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil) e dos
compromissos com transportadores cadastrados e áreas de recepção licenciadas, aos
princípios e diretrizes contidos no Plano Integrado de Gerenciamento e à ação gestora do
poder local (PINTO, 2005)
Para melhor gerenciar os resíduos da construção civil, a Resolução CONAMA n°
307/2002 dividiu o processo de gerenciamento em cinco etapas (Figura 3-3).
I - caracterização: o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;
II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, na origem, ou ser realizada
nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes
de resíduos estabelecidas no art. 3º da Resolução n° 307/2002, atualizadas pelas
Resoluções CONAMA n° 348/2004, n° 431/2011 e n° 448/2012;
III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos
após a geração até a etapa de transporte, assegurando condições de reutilização
e de reciclagem;
IV - transporte: deverá ser realizado de acordo com as normas técnicas vigentes;
e
V – destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido na Resolução
n° 307/2002 e respectivas atualizações, especialmente a CONAMA n° 448/2012.
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A Figura 3-3 apresenta um fluxograma das etapas de gerenciamento de RCC
determinadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e pela Resolução
CONAMA n° 307/2002, resumidas por Inojosa (2010).
Figura 3-3: Fluxograma das etapas do gerenciamento dos RCCV. Fonte: Adaptado de Inojosa, 2010.
O gerenciamento eficiente de RCCV precisa viabilizar ao máximo a redução da geração,
a reutilização e a reciclagem dos resíduos. Não havendo esta possibilidade, os resíduos
gerados devem ser dispostos de maneira adequada.
Após a geração de RCCV, o resíduo passa por etapas antes de retornar ao processo
produtivo. Estas etapas são: (i) segregação na origem; (ii) coleta; (iii) acondicionamento;
(iv) tratamento; e (v) transporte. A ordem destas etapas podem variar de acordo com o
modelo de gerenciamento adotado. O resíduo gerado pode então ser destinado à
reutilização, reciclagem ou disposição final. Na reutilização e reciclagem o RCCV retorna
a atividade construtiva como matéria prima secundária.
De acordo com Inojosa (2010), paralelamente à manipulação do RCCV existem outras
atividades que influenciam em sua gestão. São atividades de regulamentação,
fiscalização, ensino e pesquisa, capacitação, desenvolvimento tecnológico, emissão de
licenças/autorização e financiamento.
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3.1.2.1 - Segregação / Acondicionamento
O conhecimento da participação de cada tipo de material no total de resíduos sólidos
gerados é essencialmente importante para traçar estratégias de gestão e gerenciamento.
A caracterização qualitativa dos resíduos é fundamental uma vez que a partir da
determinação dos constituintes e suas respectivas porcentagens em massa e volume é
possível estabelecer estudos e medidas que priorizem a redução, reutilização, reciclagem
e recuperação energética (CÓRDOBA, 2010).
A proporção entre as classes que compõe os RCCV é bastante variável e depende de
vários fatores decorrentes do nível de desenvolvimento da indústria da construção local.
Segundo Carneiro (2005), são eles:
Qualificação da mão de obra;
Técnicas de construção e demolição empregadas;
Existência de programas de qualidade e redução de perdas;
Adoção de processos de reciclagem e reutilização na fonte geradora;
Tipos de materiais predominantes e disponíveis na região;
Desenvolvimento de obras especiais;
Desenvolvimento da economia da região; e
Necessidade de novas construções.
De acordo com MMA (2011), a fração de materiais trituráveis nos resíduos de construção
e demolição, designados como classe A, tais como restos de alvenarias, argamassas,
concreto e asfalto, além do solo, representam 80% da composição típica do material.
Além disso, ainda estão presentes nestes resíduos materiais facilmente recicláveis, como
por exemplo, embalagens em geral, papel e papelão, metais, vidro e madeira conjunto
enquadrado na classe B, revelando quase 15% do total.
A partir dos dados secundários disponíveis, não foram obtidas informações suficientes
sobre a segregação de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. Como
parte da elaboração do diagnóstico, alguns dados e informações foram buscados por
meio da aplicação dos questionários e realização de reuniões com as partes interessadas
(stakeholders), cujos resultados são apresentados no item 4.
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3.1.2.2 - Coleta / Transporte
As informações sobre a coleta e o transporte são importantes para identificar os fluxos
origem/destino, reconhecer os agentes com os quais deverá ser estabelecido um diálogo
e induzir a participação no processo de gerenciamento dos RCCV, garantindo a sua
eficácia. Além disso, estes dados possibilitam a confirmação das quantidades de
resíduos geradas (MMA, 2011).
Segundo SNSA (2010), por meio de uma pesquisa realizada nos municípios brasileiros,
identificou-se que em 59,3% dos municípios a coleta e transporte dos resíduos de
construção e demolição, é realizada por múltiplos agentes. Dentre esses vários agentes,
destacam-se os caminhões basculantes (caçambas) de condutores autônomos,
carroceiros e, nas regiões mais desenvolvidas, os agentes privados que atuam com
poliguindastes e caçambas estacionárias, popularmente chamados de caçambeiros. Em
geral, os condutores autônomos e carroceiros são transportadores em sua maior parte
informais e atuam em pequenas gerações de RCCV.
O transporte é realizado por meio de veículos com carroceria basculante, carroceria de
madeira, “caminhonetes” ou ainda carroças de tração animal. Vale ressaltar que a forte
presença de coletores autônomos e informais reduz a capacidade de gestão da
administração pública, o que explicita a necessidade da existência de ferramentas de
controle dessa etapa de gerenciamento.
De acordo com Assis (2012), a coleta de RCC não segue uma programação, sendo
executada conforme demanda e necessidade. Este mesmo autor ressalta que os
munícipes não são estimulados a colaborarem de maneira ativa. Paradoxalmente, os
municípios alegam altíssima cobertura de atendimento, o que não corresponde, segundo
Assis, com o observado in loco.
De acordo com Marques Neto (2009), os municípios que seguem o modelo de
contratação de empresas privadas para realizar a remoção dos RCC cumprem as
exigências legais de remoção dos resíduos, no entanto, muitas vezes estes não são
descartados em áreas licenciadas pelas prefeituras, não sendo suficiente para eliminar as
deposições irregulares. Segundo Marques Neto (2009), as principais causas atribuídas a
tal fato são:
“falta de controle e fiscalização das administrações públicas
municipais; altos custos das empresas coletoras e transportadoras
devido às distâncias dos pontos geradores até os locais
autorizados; falta de incentivos para separação e beneficiamento
dos RCC e a falta de mercado para captação dos RCC.”
Portanto, a definição de estratégias adequadas para uma correta gestão dos RCC está
atrelada ao entendimento dos fluxos desses resíduos, sendo necessária uma
compreensão minuciosa das características dos agentes coletores (PINTO, 1999).
Em 2012, o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) apresentou os
dados de resíduos sólidos enviados pelos municípios, referentes ao ano de 2011 e em
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2014, o SNIS apresentou os dados de resíduos sólidos enviados pelos municípios,
referentes ao ano de 2012. Os dados obtidos do SNIS (2011 e 2012) são referentes à
coleta, considerando existência de coleta diferenciada de RCC, responsáveis pela
realização e existência de cobrança pela coleta diferenciada.
Segundo SNIS (2012), por meio do Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos,
dos 50 (cinquenta) municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, apenas
23 (vinte e três) enviaram dados referentes ao ano de 2011 para o SNIS, o que
representa uma participação de apenas 46% dos municípios presentes nesta região no
referido diagnóstico. Já no SNIS (2014), dos 50 (cinquenta) municípios, 31 (trinta e um)
enviaram dados, aumentando a participação para 62% dos municípios, ou seja, ocorreu
um aumento de 16% no envolvimento dos municípios. Tanto os dados gerados por SNIS
(2012) e SNIS (2014) são apresentados na Planilha de Dados Secundários (PDS) do
Anexo 2.
Da Figura 3-4 à Figura 3-8 são apresentadas informações relativas à coleta de RCC
obtidas do SNIS (2014), ou seja, referentes ao ano base 2012. Há que se ressaltar que
as informações são apresentadas tanto em termos de quantidade de municípios quanto
de participação percentual.
Figura 3-4 - Existência de serviço de coleta de RCC executado pela Prefeitura.
Figura 3-5 - Existência de empresa especializada em coleta de RCC.
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Figura 3-6 - Existência de cobrança pelo serviço de coleta de RCC executado pela Prefeitura.
Figura 3-7 - Serviço de coleta de RCC feita por autônomos em carroças ou outro tipo de veículo de pequena
capacidade.
Figura 3-8 - Existência de serviço de coleta de RCC feita por autônomos.
Do Quadro 3-8 ao Quadro 3-10 são apresentadas as estimativas de quantidade coletada
(t/dia), tendo como base as informações geradas pelo IPEA (2012), SNIS (2012) e SNIS
(2014).
Segundo o IPEA (2012), estima-se que apenas 2.006 t/dia de RCC são coletadas na
RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, o que se comparado ao total de geração
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também estimado, ou seja, 7.431 t/dia, representa uma taxa de coleta de apenas 27%,
informação um tanto quanto questionável.
Em princípio, de maneira análoga à geração de RCC, as estimativas de coleta total
também podem parecer pouco úteis, na medida em que apresentam valores bastante
diferentes. Contudo, ao se estabelecer os valores de coleta per capita média (kg/hab/dia),
algumas informações relevantes podem ser visualizadas, como as apresentadas na
Figura 3-9.
Figura 3-9 - Gráfico comparativo da coleta per capita (kg/hab/dia) de RCC por faixa populacional. Fonte: Ipea, 2014; Snis, 2012; Snis, 2014.
A partir da Figura 3-9 podem ser estabelecidas variações de coleta per capita
(kg/hab/dia) por faixa populacional dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte. Estas variações na coleta per capita são sintetizadas no Quadro 3-7.
Ressalta-se que as informações por faixas populacionais não contemplam todos os
Municípios, pois as diferentes fontes abrangem e envolvem quantidades diferentes de
Municípios nas respostas.
Quadro 3-7 - Variações da coleta per capita de RCC por faixa populacional.
Cálculo de Variação da coleta per capita coletada (kg/hab/dia)
Identificação Variação da Quantidade Coletada
Faixa populacional Mínimo Máximo
Até 5 mil 0,36 1,06
De 5 a 10 mil 0,06 0,79
De 10 a 30 mil 0,22 0,91
De 30 a 100 mil 0,38 1,05
De 100 a 500 mil 0,32 0,63
De 500 mil a 1 milhão 0,18 0,66
> 1 milhão 0,45 0,85
Média (RMBH e Colar) 0,37 0,80
Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Quadro 3-8 - Estimativa de coleta de RCC a partir de IPEA (2012).
Identificação Coleta de RCC
Faixa Populacional Município Coleta T/dia- por
Município Coleta T/dia - por faixa populacional
Coleta per capita kg/hab/dia-por Faixa
Populacional
Até 5mil
Fortuna de Minas 0,96
6,85 0,36
Funilândia 1,37
Moeda 1,67
São José da Varginha 1,50
Taquaraçu de Minas 1,35
De 5 mil a 10 mil
Baldim 2,82
37,09 0,36
Belo Vale 2,68
Bom Jesus do Amparo 1,96
Bonfim 2,43
Capim Branco 3,16
Confins 2,11
Florestal 2,35
Inhaúma 2,05
Itatiaiuçu 3,54
Nova União 1,98
Prudente de Morais 3,41
Rio Acima 3,24
Rio Manso 1,88
São Gonçalo do Rio Abaixo
3,48
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais 10,13
83,90 0,36
Itaguara 4,41
Jaboticatubas 6,10
Juatuba 7,91
Mário Campos 4,70
Mateus Leme 9,92
Raposos 5,46
Santa Bárbara 9,93
São Joaquim de Bicas 9,10
São José da Lapa 7,05
Sarzedo 9,19
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho 12,92
232,42 0,38
Caeté 15,50
Esmeraldas 22,92
Igarapé 13,25
Itabirito 17,28
Itaúna 32,50
Lagoa Santa 19,97
Matozinhos 12,91
Nova Lima 30,80
Pará de Minas 32,02
Pedro Leopoldo 22,34
De 100mil a 500mil
Betim 107,42
474,77 0,32
Ibirité 55,79
Ribeirão das Neves 84,19
Sabará 44,32
Santa Luzia 71,22
Sete Lagoas 75,16
Vespasiano 36,68
De 500 mil a 1 milhão Contagem 107,42 107,42 0,18
>1milhão Belo Horizonte 1.063,29 1.063,29 0,45
TOTAL 2.005,74
Fonte: Adaptado de Ipea (2012)
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Quadro 3-9 - Estimativa de coleta de RCC a partir de SNIS (2012).
Identificação Coleta de RCC
Faixa Populacional Município Coleta T/dia- por
Município Coleta T/dia - por
faixa populacional
Coleta per capita kg/hab/dia-por Faixa
Populacional
Até 5mil
Fortuna de Minas 2,70
2,70 1,00
Funilândia SI
Moeda SI
São José da Varginha SI
Taquaraçu de Minas SI
De 5 mil a 10 mil
Baldim SI
1,66 0,06
Belo Vale SI
Bom Jesus do Amparo SI
Bonfim 0,16
Capim Branco SI
Confins SI
Florestal 0,59
Inhaúma SI
Itatiaiuçu SI
Nova União SI
Prudente de Morais SI
Rio Acima SI
Rio Manso 0,39
São Gonçalo do Rio Abaixo
0,51
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais 0,03
20,33 0,22
Itaguara 8,44
Jaboticatubas SI
Juatuba SI
Mário Campos SI
Mateus Leme 2,00
Raposos SI
Santa Bárbara SI
São Joaquim de Bicas SI
São José da Lapa SI
Sarzedo 9,86
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho SI
253,65 1,05
Caeté 0,00
Esmeraldas SI
Igarapé 18,49
Itabirito SI
Itaúna 111,23
Lagoa Santa SI
Matozinhos SI
Nova Lima 123,92
Pará de Minas SI
Pedro Leopoldo SI
De 100mil a 500mil
Betim 365,23
366,24 0,63
Ibirité SI
Ribeirão das Neves SI
Sabará SI
Santa Luzia 1,01
Sete Lagoas SI
Vespasiano SI
De 500 mil a 1 milhão Contagem 365,23 365,23 0,61
>1milhão Belo Horizonte 1.129,12 1.129,12 0,48
TOTAL 2.138,90 Fonte: Adaptado de SNIS 2012
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Quadro 3-10 - Estimativa de coleta de RCC a partir de SNIS (2014).
Identificação Coleta de RCC
Faixa Populacional Município Coleta T/dia- por
Município Coleta T/dia - por faixa populacional
Coleta per capita kg/hab/dia-por Faixa
Populacional
Até 5mil
Fortuna de Minas 2,88
2,88 1,06
Funilândia SI
Moeda SI
São José da Varginha SI
Taquaraçu de Minas SI
De 5 mil a 10 mil
Baldim 9,86
40,70 0,79
Belo Vale 13,15
Bom Jesus do Amparo SI
Bonfim 0,16
Capim Branco 1,37
Confins SI
Florestal 0,55
Inhaúma 0,55
Itatiaiuçu SI
Nova União SI
Prudente de Morais 0,96
Rio Acima 13,70
Rio Manso 0,40
São Gonçalo do Rio Abaixo
SI
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais 41,10
89,53 0,91
Itaguara 9,70
Jaboticatubas 1,51
Juatuba SI
Mário Campos SI
Mateus Leme SI
Raposos 0,03
Santa Bárbara SI
São Joaquim de Bicas 35,62
São José da Lapa SI
Sarzedo 1,58
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho 0,22
313,00 0,86
Caeté SI
Esmeraldas SI
Igarapé 2,27
Itabirito 49,32
Itaúna 68,49
Lagoa Santa SI
Matozinhos SI
Nova Lima 123,66
Pará de Minas 69,04
Pedro Leopoldo SI
De 100mil a 500mil
Betim 396,47
564,89 0,47
Ibirité SI
Ribeirão das Neves 35,62
Sabará SI
Santa Luzia 16,10
Sete Lagoas 116,71
Vespasiano SI
De 500 mil a 1 milhão Contagem 396,47 396,47 0,66
>1milhão Belo Horizonte 2.014,70 2.014,70 0,85
TOTAL 3.422,17
Fonte: Adaptado de SNIS 2010
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O Quadro 3-11 e a Figura 3-10 apresentam a estimativa de quantidade de resíduos transportados por caçambeiros, carreteiro e carroceiros em 17 municípios, provenientes de reformas e demolições (ARMBH, 2013).
Quadro 3-11 - Estimativa de quantidade de RCCV transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros
provenientes de reformas e demolições.
Município
Transportados por
caçambeiros (t/mês)
Transportados por carreteiros
(t/mês)
Transportados por
carroceiros (t/mês)
Total (t/mês) transportado
(por município)
Betim - 720 - 720
Brumadinho 106 - - 106
Caeté 355 - 3 358
Contagem 7114 - 4210 11324
Igarapé 691 72 - 763
Itaguara 259 48 - 307
Lagoa Santa 1066 480 - 1546
Mateus Leme 125 - - 125
Nova Lima 590 - - 590
Pedro Leopoldo 230 22 - 252
Ribeirão das Neves 4490 - - 4490
Rio Acima 374 - - 374
Rio Manso 38 - - 38
Sabará 2640 - - 2640
Santa Luzia 7392 - 94 7486
São Joaquim de Bicas 144 - - 144
São José da Lapa 230 - - 230
Total 25.844 1.342 4.307 31.493 Fonte: ARMBH, 2013
Destes municípios, o transporte por caçambeiros é o mais utilizado, representando 82%
de RCCV transportados. Em relação aos carroceiros, o total transportado por mês
apurado é de, aproximadamente, 13,7%, do qual a maior porcentagem é proveniente do
município de Contagem. Estas informações são mostradas na Figura 3-10 a seguir.
Segundo a ARMBH (2013), o elevado percentual justifica-se pela existência de Unidades
de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) instaladas em Contagem, para onde os
carroceiros levam os resíduos.
Figura 3-10 - Porcentagem de RCCV transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros provenientes
de reformas e demolições
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3.1.2.3 - Transbordo
O princípio de utilização das estações de transbordo que sustentam sua lógica de
funcionamento é a transferência de pequenas cargas provenientes de veículos de coleta
de resíduos para veículos de transporte de resíduos com maior capacidade, reduzindo os
custos de transporte e possibilitando uma otimização de tempo e redução de consumo de
combustível, dos custos de manutenção e das emissões atmosféricas. As estações de
transbordo propiciam melhores condições de tráfego, além de promover uma
oportunidade de triagem dos resíduos, permitindo a identificação de resíduos recicláveis
e inapropriados para aterragem (EPA, 2001).
Foram levantadas informações sobre a existência e operação de estações de transbordo
de RCCV nos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, a partir do
levantamento de dados primários, conforme pode ser visto no item 4 do presente
documento.
3.1.2.4 - Tratamento e Destinação
Em 2013, foi publicado por Lúcio (2013) um trabalho de diagnóstico do sistema de
gerenciamento de resíduos de construção e demolição no município de Belo Horizonte.
De acordo com este autor, os equipamentos públicos que compõem o sistema de
gerenciamento de resíduos da construção e demolição do município de Belo Horizonte
são compostos por 03 (três) Estações de Reciclagem de Entulho (ERE), 01 (um) aterro
de recebimento de inertes e 32 (trinta e duas) unidades de recebimento de pequenos
volumes (URPV). As ERE e os aterros atendem os grandes geradores que, por meio das
empresas transportadoras de RCCV, descarregam seus resíduos normalmente
acondicionados em caçambas. As URPV, por sua vez, formam uma rede de
equipamentos públicos para atender aos pequenos geradores, com geração máxima
diária de 1m³ de resíduos (valor definido pelo município de Belo Horizonte), e com o
objetivo de minimizar as deposições clandestinas.
De maneira geral, as deposições irregulares são causadas por pequenos geradores,
justificando a importância de uma atenção especial a este equipamento público. Além
disso, a operação e a manutenção de toda a rede de URPV demandam investimentos
constantes por parte da prefeitura.
Em razão dos grandes volumes gerados e dos altos custos que o município possui com a
disposição irregular dos RCCV, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) implantou
o Programa de Correção das Deposições Clandestinas e Reciclagem do Entulho, que se
iniciou em 1993 e passa por adaptações e melhorias até os dias de hoje. O programa
surgiu com o objetivo de retificar os problemas ambientais decorrentes de disposições
irregulares de RCCV (LÚCIO, 2013).
Ainda segundo Lúcio (2013), sabe-se do alto potencial de reciclagem dos RCC e é
possível perceber que apesar de haver uma estrutura de 03 (três) usinas de reciclagem
em Belo Horizonte (atualmente apenas duas funcionam e de forma reduzida para a
capacidade instalada), há ainda uma baixa taxa de reciclagem dos mesmos. Os valores
apresentados para o período de 1999 a 2011 variaram entre 10 a 32% de RCC reciclados
em relação ao total de RCC recebido pela prefeitura. De todo o RCC gerado no
município, apenas uma pequena parcela é encaminhada para as ERE.
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Além disso, a destinação dos resíduos provenientes das URPV é, em sua maioria,
destinada à aterragem indicando que, embora as unidades sejam capazes de minimizar
as deposições irregulares, elas não estão atuando na sua função de triagem do material
recebido. Verifica-se que a Lei nº 10.522/2012 dá atribuições aos geradores e ao poder
público para o gerenciamento de RCC. Percebe-se um cumprimento por parte do poder
público em relação à disponibilização dos equipamentos públicos no município. No
entanto, em relação aos geradores, percebe-se que há uma má utilização da estrutura
disponível, sugerindo que pouco tem sido feito em relação à segregação nos canteiros.
O Quadro 3-12 apresenta as quantidades geradas, mínima e máxima estimadas, a
quantidade reciclada e os valores mínimo e máximo da porcentagem reciclada em
relação à gerada em Belo Horizonte e extrapolada para a RMBH e Colar Metropolitano.
Quadro 3-12 - Quantidades geradas, mínima e máxima estimadas para BH e RMBH
Local Ano Quantidade Gerada - (t/ano) Quantidade
Reciclada* - (t/ano)
% de reciclagem em relação à geração
Mín Máx Máx Mín
BH 2012 674.891,85 1.185.386,97 103.252,20 15,3 8,7
2013 678.901,95 1.192.430,35 45.819,60 6,7 3,8
RMBH e CM
2012 1.562.280,22 2.744.005,00 103.252,20 6,6 3,8
2013 1.581.240,12 2.777.306,36 45.819,60 2,9 1,6
* SLU 2012 e 2013
Fonte: ARMBH, 2014
Verifica-se que houve uma redução significativa da reciclagem nos anos 2012 e 2013, o
que pode ser devido ao fechamento de uma das usinas e a baixa condição operacional
das estruturas do sistema de tratamento.
A reciclagem é uma das ações necessárias para alcançar o desenvolvimento sustentável
e, sob a ótica da cadeia produtiva da construção civil, uma das formas de minimizar a
exploração dos recursos naturais e, consequentemente, reduzir os impactos ambientais
causados pelo setor. Ademais, a partir da reciclagem é possível reduzir a disposição de
RCCV possibilitando um ciclo reverso dos resíduos na cadeia de consumo dos mesmos.
De acordo com Chung e Lo (2002), a partir de uma apropriada classificação na fonte de
geração de RCC, o material inerte pode ser substituído por agregados primários. Ainda,
os autores afirmam que com a restrição de recursos naturais e de locais para a correta
destinação, a reutilização e a reciclagem são as primeiras ações acerca do
gerenciamento de RCC adotadas na maioria dos países desenvolvidos.
No que tange à reciclagem de resíduos da construção civil, John (2000) destaca que
dada a grande dimensão econômica e ambiental do problema dos RCC, a cadeia
produtiva da construção civil apresenta muitas vantagens que a credenciam a ser uma
grande recicladora.
Em resumo, a reciclagem tem como principal finalidade reinserir o resíduo na cadeia
produtiva da construção civil, gerando inúmeros benefícios como a extensão da vida útil
dos aterros, diminuição da utilização de recursos naturais, geração de empregos,
redução no consumo de energia, redução da poluição e criação de alternativas para
mineradoras (CÓRDOBA, 2010).
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Segundo Ângulo (2009) até o ano 2002, o Brasil possuía 16 estações de reciclagem com
uma taxa de crescimento de até 3 usinas inauguradas por ano. A análise realizada pelos
autores é de que após a publicação da Resolução CONAMA nº 307/2002 e com
exemplos de gestão pública bem sucedida, essa taxa de crescimento aumentou. Além
disso, em 2008 foram citadas pelo menos 47 usinas de reciclagem, sendo 24 públicas
(51% do total) e 23 privadas (49% do total). Na RMBH e Colar Metropolitana de Belo
Horizonte destaca-se em Belo Horizonte a presença de 3 Usinas de Reciclagem (Estoril,
Pampulha e BR 040). Ressalta-se, conforme informação da SLU, que a Usina de
Reciclagem Estoril operou até junho de 2013, e a Usina de Reciclagem Pampulha
funcionou apenas nos dois primeiros meses de 2013, voltando às atividades em 2014.
As plantas de estações de reciclagem de RCC com instalações móveis são propícias
para empreendimentos que necessitam de uma constante mobilização e um baixo tempo
para montagem. Além disso, este tipo de instalação não necessita de obras civis, o
tempo requerido para instalação e desinstalação é pequeno (aproximadamente 4 horas),
utilizam pouca mão de obra (4 operários) e podem ser locadas na área de depósito do
material a ser britado, reduzindo as distâncias de transporte do resíduo até a planta de
reciclagem (JADOVSKI,2005).
A reciclagem no próprio canteiro evita a contaminação por outros resíduos
proporcionando um agregado de melhor qualidade. Estas usinas móveis têm aplicação
em obras de infraestrutura e os agregados produzidos podem ser reutilizados nas
próprias obras, gerando ganhos econômicos a partir da redução de custos com a compra
de menor quantidade de agregados naturais e com a economia com a remoção,
transporte e destinação de RCC (CÓRDOBA,2011).
As plantas de instalação fixas são aplicáveis para empreendimentos de localização
definitiva e as principais vantagens são a possibilidade de obter agregados diversificados
e de melhor qualidade em relação aos produzidos em plantas móveis, além de permitir a
utilização de equipamentos maiores e mais potentes admitindo uma melhor eficiência no
processo de britagem, de peneiramento e retirada de impurezas quando comparada às
unidades móveis (CAIRNS et al, 1998, apud JADOVSKI, 2005).
As plantas de reciclagem podem se diferenciar também em relação ao seu processo
produtivo de acordo com o produto que se deseja obter. No entanto, de uma forma geral,
os principais processos envolvidos na reciclagem de RCC são a britagem, peneiramento
e o manuseio de materiais sólidos. Além destes processos básicos, as plantas de
reciclagem podem conter etapas de separação de componentes considerados como
contaminantes dos agregados reciclados.
De acordo com Nunes (2004), os equipamentos básicos utilizados no processo de
reciclagem são os seguintes:
Alimentador (silo de recepção, tipo calha vibratória);
Britador;
Transportador de correia;
Extrator de metais ferrosos (eletroímã); e
Peneiras.
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Angulo et al. (2009) afirmam que quase a totalidade das estações de reciclagem no Brasil
são semelhantes e são compostas pelos seguintes equipamentos: pá carregadeira ou
retroescavadeira, alimentador vibratório, transportadores de correia, britador de
mandíbula ou impacto, separador magnético permanente ou eletroímã e peneira
vibratória.
Para a destinação e ou disposição final dos RCC dos 50 municípios da RMBH e Colar
Metropolitanos de Belo Horizonte são apresentados os dados secundários de diferentes
fontes a partir dos levantamentos da literatura (teses, dissertações, artigos, publicações)
e dados disponibilizados pelas pesquisas oficiais sobre saneamento. As principais fontes
encontradas foram:
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB (2008);
Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos: Região Metropolitana de Belo Horizonte
e Colar Metropolitano (ARMBH, 2013);
Diagnóstico do sistema de gerenciamento de resíduos de construção e demolição
no município de Belo Horizonte (2013) (Dissertação de mestrado);
Redução e Valorização de Resíduos em 2011: vistorias realizadas no projeto estratégico – Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fonte: FEAM);
Vistorias realizadas pela Fundação Israel Pinheiro (FIP/FEAM, 2013); e
Relatório Anual de Atividades de Limpeza Urbana da SLU (2012).
Na Figura 3-11 e Figura 3-12 são apresentadas informações relativas à etapa de
tratamento obtidas da PNSB (2008) para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano
de Belo Horizonte. De acordo com esta referência, Belo Horizonte é o único município da
RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte que promove o processamento de RCC,
a triagem e trituração dos resíduos classe A com classificação granulométrica dos
agregados reciclados, e o reaproveitamento dos agregados produzidos na fabricação de
componentes construtivos.
Figura 3-11 - Triagem e trituração dos resíduos classe A com classificação granulométrica dos agregados
reciclados.
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Figura 3-12 - Reaproveitamento dos agregados produzidos na fabricação de componentes construtivos.
Nas Figura 3-13 e Figura 3-14 são apresentados os dados levantados pela PNSB (2008)
relativos à destinação final de RCC na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Ressalta-se que a PNSB (2008) apresenta dados de RCC, e não abrange os resíduos
volumosos (RV).
Figura 3-13 - Formas de disposição final de acordo com a PNSB (2008)
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Figura 3-14 - Formas de disposição final (%) de acordo com a PNSB (2008)
Assim, segundo dados da PNSB (2008), observa-se que:
31% realizam disposição de RCC em vazadouro em conjunto com os demais resíduos;
44% realizam disposição/utilização de RCC sob controle em aterro convencional em conjunto com os demais resíduos;
17% realizam disposição de RCC sob controle em pátio ou galpão de estocagem da prefeitura específico para resíduos especiais;
4% realizam disposição de RCC sob controle em aterro da prefeitura específico para resíduos especiais; e
4% realizam disposição de RCC sob controle em aterro de terceiros específico para resíduos especiais.
No trabalho de avaliação da gestão integrada de resíduos sólidos urbanos desenvolvido
por Assis, em 2012, e que envolveu 16 municípios da RMBH, foram apontadas como
formas de destinação final para os RCC aterros sanitários e controlados, lixão, porém
destacou-se a disposição em áreas de bota fora, o que corrobora com os dados
apresentados pela PNSB, ainda que de 2008.
O Quadro 3-13 apresenta informações obtidas de vistorias realizadas pela FIP e Feam
no projeto estratégico Redução e Valorização de Resíduos, desenvolvido pela
SEMAD/FEAM, sobre resíduos da construção civil (2011 e 2013). As vistorias técnicas
foram realizadas nos locais de disposição final de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).
Estes registros reproduzem a informação dada pelo responsável técnico pela destinação
de RSU junto às Prefeituras sobre a destinação dada aos RCC nos 50 municípios da
RMBH e Colar Metropolitano. Ressalta-se que as visitas técnicas não tinham os RCC
como foco principal. As informações de 2013 foram sistematizadas pelo Consórcio, a
partir do fornecimento, pela FEAM, dos relatórios de visita. As de 2011 foram
sistematizadas pela FEAM.
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Quadro 3-13 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição final de RSU e RCC por município da
RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Município Sistemas de disposição
final de RSU (2012) Destinação de RCC
FEAM/FIP (2011/2013)
Baldim Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Barão de Cocais AS Regularizado Sem Informação
Belo Horizonte AS Regularizado ERE e Aterro de Inertes terceirizado
Belo Vale UTC Regularizada UTC Regularizada
Betim AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Bom Jesus do Amparo Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Bonfim UTC não regularizada Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Brumadinho AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Caeté AS Regularizado Sem Informação
Capim Branco AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Confins AS Regularizado Sem Informação
Contagem AS Regularizado AS Regularizado
Esmeraldas Lixão Sem Informação
Florestal UTC Regularizada UTC Regularizada
Fortuna de Minas Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Funilândia Aterro Controlado Aterro Controlado
Ibirité AS Regularizado Sem Informação
Igarapé AS Regularizado Sem Informação
Inhaúma Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Itabirito AS Regularizado Sem Informação
Itaguara AS Regularizado Sem Informação
Itatiaiuçu Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Itaúna AS+UTC Regularizados Sem Informação
Jaboticatubas AAF em verificação Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Juatuba Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Lagoa Santa AS Regularizado Sem Informação
Mário Campos AS Regularizado Sem Informação
Mateus Leme Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Matozinhos AS Regularizado AS Regularizado
Moeda AS Regularizado Sem Informação
Nova Lima AS Regularizado Disposição inadequada
Nova União Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Pará de Minas AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Pedro Leopoldo AS Regularizado Sem Informação
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Município Sistemas de disposição
final de RSU (2012) Destinação de RCC
FEAM/FIP (2011/2013)
Prudente de Morais UTC Regularizada UTC Regularizada
Raposos AS Regularizado Sem Informação
Ribeirão das Neves Aterro Controlado Aterro Controlado
Rio Acima AS Regularizado Sem Informação
Rio Manso Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Sabará AS Regularizado AS Regularizado
Santa Bárbara Aterro Controlado Disposição inadequada
Santa Luzia Aterro Controlado Disposição inadequada
São Gonçalo do Rio Abaixo AS Regularizado AS Regularizado
São Joaquim de Bicas AS+UTC Regularizados Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
São José da Lapa AS Regularizado Sem Informação
São José da Varginha Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Sarzedo AS Regularizado Sem Informação
Sete Lagoas AS Regularizado Disposição inadequada
Taquaraçu de Minas Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Vespasiano AS Regularizado AS Regularizado
Fonte: Semad/Feam (2011) e Semad/Feam (2013).
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Figura 3-15 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição de RSU e RCCV Fonte: Semad/Feam (2011) e Semad/Feam (2013).
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A partir do Quadro 3-13, verifica-se que há necessidade de melhorias nas formas de
destinação e /ou disposição final dos RCC, uma vez que a destinação para manutenção
de estradas é adotada pela maioria dos municípios.
Outra informação interessante apresentada pela FEAM refere-se às quantidades de
aterros e/ou áreas de reciclagem de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo
Horizonte, totalizando 60 empreendimentos com regularização ambiental segundo o
Sistema Integrado de Informações Ambientais (SIAM) e uma capacidade presumida de
27.200 m3/dia. Estas unidades estão, principalmente, nos municípios com população
acima de 30 mil habitantes e até 500 mil habitantes.
Dentre as classificações estabelecidas para os RCC, o resíduo Classe A é o principal
material gerado pela atividade de construção, demolição ou reforma. Neste caso, além da
já citada área de reciclagem, a principal área de destinação final que se relaciona
exclusivamente com os resíduos da construção civil é o aterro de resíduo classe A de
reservação de material para usos futuros.
Além disso, as normas brasileiras para disposição correta de RCC dão diretrizes para o
projeto, implantação e operação das áreas de triagem, reciclagem e destinação:
NBR 15.112/04: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas
de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação
(ABNT, 2004);
NBR 15.113/04: Resíduos da construção civil e resíduos inertes – Aterros –
Diretrizes para projeto, implantação e operação (ABNT, 2004);
NBR 15.114/04: Resíduos da construção civil – Áreas de Reciclagem –
Diretrizes para projeto, implantação e operação (ABNT, 2004).
O Quadro 3-14 apresenta a área necessária para o adequado manejo em relação à
quantidade de resíduo (PINTO, 2005). Esta informação pode vir a ser utilizada como
referência para as demais etapas do Plano.
Quadro 3-14 - Área básica demandada para manejo de RCC.
Fase do processo Capacidade
(m3/dia) Área Demandada
(m2)
Triagem geral de resíduos 70 1.100
Triagem geral de resíduos 135 1.400
Triagem geral de resíduos 270 2.300
Triagem geral de resíduos 540 4.800
Reciclagem de RCD classe “A” 40 3.000
Reciclagem de RCD classe “A” 80 3.500
Reciclagem de RCD classe “A” 160 7.500
Reciclagem de RCD classe “A” 320 9.000
Reciclagem de madeira 100 1.000
Reciclagem de madeira 240 1.800
Reciclagem de solo 240 2.250 Fonte: Pinto, 2005
As disposições irregulares exigem ações corretivas por parte do poder público e provém,
em sua maioria, de agentes de pequeno porte e população de baixa renda que não
consegue recorrer aos coletores. Os “bota-foras” são as áreas de maior dimensão,
públicas ou privadas, utilizadas para atividades de aterro de RCC onde não há
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licenciamento da área e nenhum controle técnico. O conhecimento dessas áreas é
importante para que elas sejam envolvidas na política de gerenciamento de RCC (PINTO
E GONZÁLEZ, 2005). Além dos bota-foras clandestinos, existem as áreas de deposição
irregular resultante de pequenos geradores de RCC que depositam seus resíduos em
áreas livres como, por exemplo, em lotes vagos, margens de córregos, vias urbanas e
áreas verdes degradadas (CÓRDOBA, 2010).
Uma prática constante em relação aos descartes irregulares de RCC tem sido a sua
deposição em margens de rios e córregos trazendo consequências como enchentes,
deterioração da qualidade das águas e proliferação de vetores e transmissão de doenças
(MENEGHETTI OLIVEIRA, 2008).
Schneider (2003) investigou e detectou diversas causas relacionadas à persistência da
deposição irregular de RCC no município de São Paulo, sendo elas:
Ausência de política pública municipal que considere os problemas do RCC;
Investimento de recursos significativos na remoção contínua dos RCC
inadequadamente dispostos;
Inexpressividade das ações de controle de deposições irregulares por parte da
administração municipal;
Distância de transporte entre a geração e a destinação de RCC;
Contratação de transportadores privados irregulares; e
Recebimento de valores significativos por empresas contratadas pela
administração municipal como pagamento por serviços de remoção,
remunerados por quantidade de RCC removida.
Ainda segundo Schneider (2003), as empresas irregulares sistematizam a descarga
irregular e forçam as empresas cadastradas pela municipalidade a agirem de forma
ilegal, ou seja, com deposições irregulares para se tornarem competitivas frente aos
baixos custos praticados no mercado.
De acordo com Pinto (1999), para que ocorra a facilitação da disposição dos RCC nos
municípios e a minimização da ocorrência de deposições irregulares, devem-se
considerar os seguintes aspectos:
Boa oferta de áreas públicas de pequeno e médio porte, onde poderão ser
descartados RCC. Estas áreas deverão se situar se possível, nos locais com
disposição clandestina constante ou em suas proximidades;
Direcionamento das pequenas áreas (cerca de 300 m²) para a recepção de
pequenos volumes de RCC e de resíduos sólidos não-domiciliares, não-
sépticos e não industriais (tais como: podas de árvores e embalagens -
alumínio, vidro, papel) transportados em veículos particulares ou em veículos
de agentes informais de coleta;
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Direcionamento das áreas de médio porte (entre 3.000 e 5.000 m²) para a
recepção de volumes significativos somente de RCC, que são transportados
por veículos maiores;
Estas áreas podem incluir centrais de reciclagem de RCC, reduzindo-se assim
custos com transporte, ou servir como local para acumulação e transbordo
para a central de reciclagem, situada em outra região; e
Dessa forma, ações no sentido de minimizar as deposições clandestinas de
RCC devem ser incentivadas pelo poder público a fim de se obter uma
melhora em relação ao meio ambiente e saúde pública e uma diminuição dos
custos com limpeza pública.
A ARMBH, em trabalho publicado no ano de 2013, a partir de informações de 18
municípios da RMBH, identificou a existência de mais de 600 áreas de deposição
irregular sistemática (disposição regular) de RCC, 348 áreas públicas e 197 áreas
particulares, conforme pode ser visto na Figura 3-16.
Figura 3-16 - Quantidade de locais de deposição de RCC de acordo com a ARMBH (2013)
O Quadro 3-15 apresenta dados de “deposição irregular” (disposição pontual), de 18
municípios e a geração de RCC nas deposições irregulares e URPVs (t/mês) por
município (ARMBH, 2013).
Quadro 3-15 - Quantidade de locais de “deposição irregular” e geração de RCCV nas deposições irregulares
e URPVs (t/mês) por município.
Município Geração de RCCV detectada nas deposições irregulares e
URPVs (t/mês)*
Locais de deposição irregular de RCCV (públicos
e privados)
Betim 10.560 81
Brumadinho 816 56
Caeté 312 3
Contagem 6.542 127
Igarapé 1.440 78
Itaguara 288 38
Lagoa Santa SI 12
Mateus Leme 182 SI
Nova Lima 720 38
Pedro Leopoldo 2.179 22
Ribeirão das Neves 57 4
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Município Geração de RCCV detectada nas deposições irregulares e
URPVs (t/mês)*
Locais de deposição irregular de RCCV (públicos
e privados)
Rio Acima 499 0
Rio Manso 58 1
Sabará SI 35
Santa Luzia 2.112 24
São Joaquim de Bicas 278 SI
São José da Lapa 1.282 114
Sarzedo 480 SI
Total 27.805 633 Nota: SI=Sem informação *Não foram identificadas informações separadas para geração de RCCV nas deposições irregulares e nas URPVs. Fonte: Adaptado de ARMBH, 2013
3.1.3 - Regularização Ambiental
Alguns dados sobre a regularização ambiental de empreendimentos relacionados com o
gerenciamento de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte são
apresentados no Anexo 7. Em linhas gerais é apresentado um resumo contendo o
levantamento dos empreendimentos, a quantidade de unidades, situação e capacidade
de recebimento para os municípios localizados na RMBH e Colar Metropolitano. Estes
empreendimentos são aterros e/ou áreas de reciclagem de resíduos classe A da
construção civil e áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório de resíduos
da construção civil e volumosos.
A regularização ambiental está relacionada com a obtenção de Autorização Ambiental de
Funcionamento (AAF), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO) junto ao
Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM). Torna-se importante mencionar que
esta relação de empreendimentos foi disponibilizada pela Fundação Estadual de Meio
Ambiente (FEAM), obtida a partir de consulta à base digital do Sistema Integrado de
Informação Ambiental (SIAM) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável. Foram considerados os empreendimentos com processo
de regularização ambiental formalizado até 30/05/2014, junto ao Estado de Minas Gerais.
Ao poder público municipal de acordo com as leis orgânicas municipais, zelar pela
manutenção do equilíbrio ambiental e disciplinar as atividades econômicas, inclusive as
da construção civil. Essa regulamentação se refere, entre outros aspectos, ao uso do solo
e ao estabelecimento de atividades de triagem, reciclagem e de aterro de RCC,
interagindo com os organismos da esfera estadual, quando necessário.
Ressalta-se a obrigação do poder público municipal a fiscalização dessas atividades
econômicas, inclusive no que se refere aos aspectos ambientais, bem como a aprovação
dos empreendimentos necessários, quando em acordo com a legislação.
Com o resultado dos questionários encaminhados para os municípios verificou-se que a
maioria dos municípios que responderam 69%, ou seja, 18 municípios não fornecem
Licença/autorização ambiental e 32% (9 municípios) fornecem licença para as empresas
coletoras de RCCV.
Segundo MMA (2005) os equipamentos de pequeno porte, podem ser enquadrados como
não passíveis de licenciamento, a critério do órgão ambiental competente. Deverão, no
entanto, obter autorização de funcionamento em âmbito municipal ou estadual, com
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outras atividades urbanas. No caso de licenciamento conjunto de áreas de triagem e
transbordo (ATTs) com aterros ou áreas de reciclagem, o licenciamento ambiental poderá
restringir-se ao da atividade principal.
Para determinar o grupo de atividades relacionadas com o gerenciamento de RCCV,
foram considerados os códigos de atividade para licenciamento ambiental definidos pela
Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 9 de setembro de 2004, que estabelece
critérios para a classificação de empreendimentos e atividades modificadoras no meio
ambiente, segundo o porte e potencial poluidor.
No Quadro 3-16 são apresentados os dados cadastrais do empreendimento, número de
processo, localização (município) e a capacidade instalada declarada no Formulário de
Caracterização de Empreendimento (FCE) pelo empreendedor. Verifica-se que a maioria
dos empreendimentos são passíveis de Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF),
não sendo necessária a apresentação de RCA/PCA ou EIA/RIMA, de forma que os dados
técnicos no âmbito do licenciamento ficam restritas aos dados do FCE. Foi considerada a
seguinte atividade: E-03-09-3 - Aterro e/ou área de reciclagem de resíduos classe “A” da
construção civil, e/ou áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório de
resíduos da construção civil e volumosos. Verifica-se que foram cadastrados para
Autorização Ambiental de funcionamento 55 empreendimentos e somente 5 com Licença
Prévia e de Instalação entre os anos de 2010 a 2014 presentes nos municípios da RMBH
e Colar Metropolitano.
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Quadro 3-16 - Listagem de empreendimento relacionados com o gerenciamento de RCCV cadastrados no SIAM
Processos Empreendimento Tipo
Licença Município Classe Situação Capacidade de Recebimento
13274/2012/001/2012 ANA MARIA COSTA DINIZ DE SOUZA AAF VESPASIANO 1 Autorização concedida 200 m³/dia
09631/2010/001/2011 DRAGAGEM DINIZ LOBATO LTDA – ME AAF VESPASIANO 4 Aguardando informação
complementar 180 m³/dia
09631/2010/002/2011 DRAGAGEM DINIZ LOBATO LTDA – ME AAF VESPASIANO 1 Autorização concedida 180 m³/dia
09830/2006/004/2012 FAZENDA CACHOEIRINHA AAF VESPASIANO 1 Autorização concedida 180 m³/dia
03045/2011/001/2011 FAZENDA RETIRO DAS AREIAS AAF VESPASIANO 1 Autorização concedida 180 m³/dia
14739/2011/001/2012 STATE EXPRESS LTDA AAF VESPASIANO 1 Aguardando informação
complementar 180 m³/dia
18283/2011/001/2011 BRASMINAS ENLOG AMBIENTAL LTDA AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 498,51 m³/dia
14742/2011/001/2011 BRASMINAS ENLOG AMBIENTAL LTDA - ME AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 499,00 m³/dia
06749/2004/001/2011 CELULOSE IRANI S.A. AAF SANTA LUZIA 1 Autorização concedida 40 m³/dia
07344/2004/001/2011 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE SANTA
LUZIA – CESSAL AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 480 m³/dia
18330/2011/001/2011 CONEMP AAF SANTA LUZIA 1 Autorização concedida 200 m³/dia
18032/2011/001/2011 CZAR SERVIÇOS AMBIENTAIS LTDA LP+LI SANTA LUZIA 4 Licença concedida 2000 m³/dia
16491/2011/001/2011 BRASMINAS ENLOG AMBIENTAL LTDA-ME -
CAPITÃO EDUARDO AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 232 m³/dia
13236/2009/001/2011 FABIO AUGUSTO DE ABREU E SILVA AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 360 m³/dia
19226/2011/001/2012 EMPREITEIRA SÃO JUDAS TADEU LTDA -
AVENIDA LATICÍNIO AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 389 m³/dia
22110/2011/001/2011 EMPREITEIRA SÃO JUDAS TADEU LTDA -
AVENIDA BEIRA RIO KM 3 AAF SANTA LUZIA 2
Aguardando informação
complementar 391,00 m³/dia
10524/2006/001/2011 LOCTRAFO LOCAÇÕES E COMERCIO DE
EQUIPAMENTOS LTDA EPP AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 480 m³/dia
14753/2011/001/2011 BRASMINAS ENLOG AMBIENTAL LTDA AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 400 m³/dia
20752/2011/001/2011 ODEON LTDA AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 480 m³/dia
13273/2012/001/2012 OLDEMIS NOVY AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 297 m³/dia
17188/2011/001/2011 VALE DO SOL TERRAPLANAGEM E
CONSTRUCOES LTDA AAF SANTA LUZIA 2 Autorização concedida 480 m³/dia
27721/2011/001/2012 BH LOCAÇÕES E RECICLAGEM LTDA ME AAF SÃO JOSÉ DA
LAPA 2 Autorização concedida 460 m³/dia
01193/2010/001/2011 DELMO ANTONIO PRETINHO DOS SANTOS
ME AAF
SÃO JOSÉ DA LAPA
2 Autorização concedida 480 m³/dia
23668/2011/001/2013 STS TRANSPORTE LTDA AAF SÃO JOSÉ DA
LAPA 1 Autorização concedida 190 m³/dia
19975/2012/001/2012 BRIPAM - BRITAGEM DE ENTULHOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL DE PARÁ DE MINAS LTDA
AAF PARÁ DE MINAS 1 Autorização concedida 150 m³/dia
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Processos Empreendimento Tipo
Licença Município Classe Situação Capacidade de Recebimento
17882/2007/001/2013 EDWALDO DE ALMEIDA PEIXOTO E
OUTROS / FAZENDA RETIRO E AUDIÊNCIA AAF PARÁ DE MINAS 1 Autorização concedida 180 m³/dia
02601/2012/001/2013 CANADÁ CAÇAMBAS LTDA AAF NOVA LIMA 1 Autorização concedida 40 m³/dia
19447/2008/001/2011 INPAR PROJETO 94 SPE LTDA AAF NOVA LIMA 2 Autorização concedida 440 m³/dia
17698/2009/001/2014 NIVALDO VERÍSSIMO DA SILVA AAF NOVA LIMA 1 Autorização concedida 180 m³/dia
07706/2011/001/2011 MAIS INVEST EMPREENDIMENTOS E
INCORPORAÇÕES S/A AAF
RIBEIRÃO DAS NEVES
1 Autorização concedida 161,14 m³/dia
08224/2009/001/2013 FAZENDA CÓRREGO GRANDE AAF RIBEIRÃO DAS
NEVES 2 Autorização concedida 350 m³/dia
38425/2013/001/2013 DEPOSITO 1 DE AMTERIAL EXCEDENTE LOCALIZADO ENTRE AS ESTACAS 350 - 358, PROPRIEDADE DO SR. CARLINDO
AAF RIBEIRÃO DAS
NEVES 2 Autorização concedida 492,42 m³/dia
11536/2011/001/2011 MAIS INVEST EMPREENDIMENTOS E
INCORPORAÇÕES S/A AAF
RIBEIRÃO DAS NEVES
1 Autorização concedida 188 m³/dia
24014/2013/001/2013 FAZENDA CÓRREGO GRANDE AAF RIBEIRÃO DAS
NEVES 2 Autorização concedida 320 m³/dia
09926/2013/001/2013 EMPREITEIRA SÃO JUDAS TADEU LTDA AAF SABARÁ 2 Autorização concedida 490 m³/dia
22676/2010/001/2010 SABARÁ OURO VERDE LTDA AAF SABARÁ 2 Autorização concedida 450 m³/dia
14629/2010/001/2011 VINA EQUIPAMENTOS E CONSTRUÇÕES
LTDA LP+LI SABARÁ 4
Aguardando informação
complementar 1000 m³/dia
00543/2001/011/2014 VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A AAF SABARÁ 2 Autorização concedida 480 m³/dia
00982/2013/002/2013 GERALDO MAGELA MARTINS AAF SÃO GONÇALO DO
RIO ABAIXO 1 Autorização concedida 180 m³/dia
16345/2012/001/2012 HÉLIO VASCONCELOS MACHADO AAF SETE LAGOAS 2 Autorização concedida 480 m³/dia
01209/2003/001/2013 I.C. EMPREENDIMENTOS COM. TRANSP. E
SERVIÇOS LTDA LP+LI SETE LAGOAS 3 Em análise técnica 200 m³/dia
10330/2011/001/2012 CICLO AMBIENTAL RECICLAGEMLTDA AAF SETE LAGOAS 2 Autorização concedida 480 m³/dia
23197/2010/001/2010 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS
CONSTRUÇÃO CIVIL - BAIRRO BELA VISTA AAF SETE LAGOAS 1 Autorização concedida 180 m³/dia
19396/2011/001/2011 PREFEITURA MUNICIPAL DE SETE LAGOAS AAF SETE LAGOAS 2 Autorização concedida 250 m³/dia
07114/2012/001/2013 ITAÚNA LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
LTDA – ME AAF ITAÚNA 1 Autorização concedida 190 m³/dia
19269/2013/001/2013 IVO DO ESPÍRITO SANTO AAF PEDRO
LEOPOLDO 1 Autorização concedida 180 m³/dia
03785/2013/001/2013 LOGUIMINAS SERVIÇOS E MINERAÇÃO
LTDA AAF
PEDRO LEOPOLDO
1 Autorização concedida 200 m³/dia
15094/2009/001/2011 LOC BEM CAÇAMBAS E MAQUINAS LTDA AAF ITABIRITO 1 Autorização concedida 200 m³/dia
23519/2010/001/2010 LOC ITA LTDA AAF ITABIRITO 2 Autorização concedida 450 m³/dia
21451/2009/001/2013 RAL ADMINISTRAÇÃO E
EMPREENDIMENTOS LTDA AAF ITABIRITO 1 Autorização concedida 200 m³/dia
12198/2011/001/2011 ZECAÇAMBAS LTDA – ME AAF ITABIRITO 1 Autorização concedida 200 m³/dia
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Processos Empreendimento Tipo
Licença Município Classe Situação Capacidade de Recebimento
04783/2011/001/2011 REABILITAR - SOLUÇÕES AMBIENTAIS
LTDA AAF IBIRITÉ 1 Autorização concedida 160 m³/dia
03620/2013/001/2013 MAGER EMPREENDIMENTOS LTDA AAF SANTA BÁRBARA 1 Autorização concedida 200 m³/dia
17276/2013/001/2013 MARCENARIA PARAOPEBA LTDA AAF JUATUBA 1 Autorização concedida 160 m³/dia
00886/2003/023/2011 MMX SUDESTE MINERAÇÃO S.A LP+LI IGARAPÉ 4 Licença concedida 7047 m³/dia
14968/2012/002/2012 MMX SUDESTE MINERAÇÃO S.A - ÁREA DE
ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS LP+LI
SÃO JOAQUIM DE BICAS
4 Aguardando informação
complementar 2000 m³/dia
26054/2010/001/2010 PREFEITURA MUNICIPAL DE BARÃO DE
COCAIS - ATERRO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
AAF BARÃO DE
COCAIS 1 Autorização concedida 100 m³/dia
00049/2005/006/2014 ATERRO SANITÁRIO DE BRUMADINHO AAF BRUMADINHO 1 Autorização concedida 100 m³/dia
02334/2014/001/2014 PREFEITURA MUNICIPAL DE MATOZINHOS AAF MATOZINHOS 1 Autorização concedida 200 m³/dia
Fonte: FEAM/SIAM (MINAS GERAIS, 2014)
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Verifica-se no Quadro 3-16 a maioria dos empreendimentos são aterros e/ou áreas de
reciclagem de resíduos classe A da construção civil e áreas de triagem, transbordo e
armazenamento transitório de resíduos da construção civil e volumosos privados.
Destaca-se a partir da análise do Quadro 3-16 que a maioria dos municípios conta com
empreendimentos regularizados por meio de Autorização Ambiental de Funcionamento
(AAF), que é um cadastro e não implica, necessariamente, a existência e a
funcionalidade dos equipamentos de tratamento e destinação final.
Durante o levantamento de dados primários (visitas técnicas) realizado pela equipe do
Consórcio IDP Ferreira Rocha, foi possível constatar, em alguns municípios, divergências
entre os empreendimentos cadastrados no Sistema Integrado de Informações Ambientais
(SIAM) e os empreendimentos com equipamentos efetivamente instalados. Outra
situação constatada foi o uso de empreendimentos com equipamentos instalados ainda
que sem nenhuma autorização formal para o funcionamento, emitida pelo Estado ou
município.
3.1.4 - Equipamentos de Proteção Individual
A maioria das fontes sobre o tema de RCCV não aborda os dados sobre os
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) previstos e/ou utilizados nos locais de
trabalho. Quando ocorre a citação não há indicação de quantidade, validade, conferência
sobre a adequação dos EPIs e existência do Certificado de Aprovação (CA) junto ao
Ministério do Trabalho.
A despeito de estabelecimentos públicos terem funcionários que não são regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), esta obriga as empresas a seguirem as
Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As NRs
que tratam destes aspectos são, principalmente, as seguintes, não excluindo as demais
NRs aplicáveis às atividades:
Norma Regulamentadora Nº 06 (NR-6). Equipamento de Proteção Individual –
EPI; e
Norma Regulamentadora Nº 18 (NR-18). Condições e Meio Ambiente de trabalho
na indústria da construção.
Segundo a NR-6 do MTE, “a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento (...)” quando “as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho”, que
é o caso da exposição aos materiais com potencial de contaminação biológica,
infectantes, perfurocortantes e produtos químicos perigosos.
Cabe ao empregador, ou seja, o estabelecimento gerador e que atua no manejo de
RCCV, de acordo com a NR-6:
adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
exigir o uso dos EPI pelos trabalhadores;
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fornecer o EPI aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho (com Certificado de Aprovação – CA adequado);
orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas
ou sistema eletrônico; e
comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Em relação às responsabilidades do trabalhador (empregado) com relação aos EPIs, a
NR-6 indica que este deve: (i) usar o EPI para a finalidade a que se destina; (ii)
responsabilizar-se pela sua guarda e conservação; (iii) comunicar ao empregador
qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, (iv) cumprir as determinações do
empregador sobre o uso adequado do EPI.
A NR-18 do MTE que trata sobre as Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção não aborda a questão da geração dos resíduos de construção civil,
entretanto ela aborda os documentos que devem ser elaborados para os trabalhos, e
nestes devem ser informadas todas as atividades, incluindo consideração sobre riscos de
acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas. No item
18.23.1 indica que “a empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente,
EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, consoante
às disposições contidas na NR 6 – Equipamento de Proteção Individual - EPI.”
Os EPIs adequados incluindo o manejo de RCC deverão ser indicados pelos profissionais
de Segurança do Trabalho responsáveis pelas obras e reformas.
De acordo com o item 18.29 da NR 18 (Ordem e Limpeza):
O canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido,
notadamente nas vias de circulação, passagens e escadarias;
O entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regulamente coletados e
removidos. Por ocasião de sua remoção, devem ser tomados cuidados especiais,
de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos;
Quando houver diferença de nível, a remoção de entulhos ou sobras de materiais
deve ser realizada por meio de equipamentos mecânicos ou calhas fechadas;
É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de
obras; e
É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados
do canteiro de obras.
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Os EPIs normalmente utilizados na construção civil são capacete, óculos, protetor facial
para serra circular, protetor auricular, máscara para pó, capacete com protetor facial,
máscara para soldadores, botas para concretagem e terrenos impermeáveis, calçado
fechado para os demais tipos de trabalho, perneiras e avental de couro para soldagem e
corte quente, ombreiras de couro para descarga e transporte de produtos, roupa especial
para trabalho com cimento, cinto de segurança, luvas para azulejista, para trabalhos com
material tóxico, corrosivo, para serviços elétricos, soldagem e corte quente
(GROHMANN, 1997).
A seguir, e apresentado o Quadro 3-17 contendo informações dos EPI utilizados na
construção civil com dados sucintos sobre a vida útil e custos dos EPI (Sinduscon-
RO,2011).
Quadro 3-17 - EPI utilizados na construção civil
EPI - Construção Civil Vida útil dos
EPI Custos dos EPI
(R$)
Capacete de segurança: Usado para fornecer proteção para a cabeça contra impactos causados pela queda de objetos e materiais.
18 meses 9,00
Protetor auditivo tipo plug: Muito usado para controlar a exposição ao ruído.
6 meses 1,00
Protetor auditivo tipo concha: Muito usado para controlar a exposição ao ruído. O preferido pelos profissionais que atuam na betoneira, pois dificulta do plug a entrada de sujeira na audição.
1 ano 12,00
Botina de segurança: Fornece segurança para os pés contra perfurações causadas por pregos e outros, proteção contra queda de objetos (bico de aço), evita que o trabalhador seja vítima de escorregões.
3 meses
50,00
Máscara para poeira: Proteção contra poeiras provenientes de corte de tijolos, cerâmicas, etc. Proteção contra o pó proveniente de madeira.
1/dia 1,00
Máscara para produtos químicos: Usada por todos os atingidos pelo pó de cimento gerado na betoneira. Muito usada também para proteger contra os químicos na pintura.
6 meses 40,00
Cinto de segurança tipo pára-quedista: Indicado para proteção em trabalho em altura. Vale lembrar que trabalho em altura é todo trabalho acima de 2 metros de altura (NR 35.1.2).
4 meses 34,00
Luva de raspa: Para proteção em trabalhos onde haja risco de corte ou para trabalhos com risco de lesão. Muito usado no carregamento de ferros e vergalhões…
1/ mês 7,00
Luva de látex: Muito usado por pedreiros para evitar contato com cimento, argamassa, etc. O ponto negativo desse EPI é a resistência que é baixa.
1/ dia 2,00
Viseira de proteção: Serve para proteção contra partículas em projeção. Muito usado em serras circulares, lixadeiras e policortes.
6 meses 20,00
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Óculos de proteção: Serve para proteção contra partículas em projeção.
3 meses 3,00
Uniforme 8 meses 80,00
Fonte: Sinduscon-RO,2011; Equipamentos de Proteção [email protected]; http://www.fg.com.br.
3.1.5 - Custos
Para cada atividade relacionada à geração de RCCV há, por consequência, necessidade
de gerenciamento, que inclui segregação, coleta, transporte, tratamento e destinação,
devendo ser atribuído o respectivo custo e identificado o fator que determina a sua
ocorrência. Como cada atividade exige recurso para a sua realização, o fator que a
origina é a verdadeira causa do custo, torna-se necessário identificar os recursos a serem
consumidos (MMA, 2010).
No Quadro 3-18 são apresentados os custos unitários de triagem e transbordo e de
aterramento de RCC, classe A, conforme estudo desenvolvido pelo Ministério do Meio
Ambiente (MMA, 2010), levando-se em consideração o porte da instalação e a
localização na região Sudeste. A opção de adotar a referência do MMA, ano 2010, para
custos, deve-se ao fato de não terem sido identificadas outras fontes de dados
secundários referentes ao tema custos.
Quadro 3-18 - Custos unitários de triagem e transbordo e de aterramento dos resíduos classe A por porte de
instalação.
Triagem e transbordo Aterramento dos resíduos classe A
Porte (m3/dia) R$/ m3 Porte (m3/dia) R$/ m3
70 7,5 56 1,7
135 7,0 108 1,2
270 6,8 216 0,8
540 5,5 432 0,6 Fonte: MMA, 2010
No contexto da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, deve-se avaliar as
características socioeconômicas dos municípios, logística e o orçamento disponível,
antes de se instalar, por exemplo, unidades de triagem e transbordo e aterros para RCC.
Pinto (2005) apresenta no Quadro 3-19 indicadores gerais de custo e receitas que
podem vir a ser observados pelos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo
Horizonte. As relações de custo indicadas são provenientes da prática dessas operações
em municípios diversos da Região Sudeste do Brasil. Observando estas informações
apresentadas por Pinto (2014), pode-se perceber resultados compensadores e de
incentivo para aplicação da Resolução CONAMA nº 307/2002. Como exemplo, segundo
ele, os custos relacionados com coleta corretiva manual são o dobro da receita com custo
da captação em Ponto de Entrega.
Quadro 3-19 - Indicadores gerais para comparação de custos e receitas
Item Relação entre
valores Item
Custo coleta corretiva manual 2,1 1,0 Custo captação em Ponto de Entrega
Custo coleta corretiva mecanizada 1,3 1,0 Custo captação e remoção em Ponto
de Entrega
Custo aterramento de resíduos 1,0 1,9 Custo processamento em área de
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Item Relação entre
valores Item
triagem
Custo aterramento de solo 1,0 1,2 Custo solo recuperado
Custo aterramento de madeira 1,0 6,2 Resultados de venda de madeira
triturada
Custo aterramento de resíduos 1,0 2,2 Resultados de venda de
papel/papelão triado
Custo aterramento de resíduos 1,0 4,5 Resultados de venda de plástico
triado
Custo aterramento de resíduos 1,0 1,7 Resultados de venda de resíduos
triados (concreto, alvenaria)
Preço agregado convencional nas regiões Sul/Sudeste/Centro-Oeste
3,4 1,0 Custo agregado reciclado
Preço agregado convencional Região Nordeste
4,5 1,0 Custo agregado reciclado
Preço agregado convencional Região Norte
7,3 1,0 Custo agregado reciclado
Fonte: Pinto, 2005
No Quadro 3-20 é possível observar que, de acordo com dados da ARMBH (2010), dos
50 municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte apenas 11
apresentaram a estimativa de custos mensais com a gestão dos RCCV.
Quadro 3-20 - Estimativa de custos mensais com a gestão dos RCCV (R$/mês).
Município
Correção das
deposições irregulares
Operação dos bota-
foras
Fiscalização
Controle de
zoonoses Custos totais
Betim 70.165,00 68.820,00 12.600,00 - 151.585,00
Brumadinho 54.206,00 7.000,00 3.700,00 33.600,00 98.506,00
Caeté 879,00 4.559,00 4.861,00 20.324,00 30.623,00
Contagem 14.881,00 81.132,00 700,00 96.713,00 193.426,00
Igarapé 96.070,00 6.120,00 13.050,00 59.000,00 174.240,00
Itaguara 8.869,00 3.880,00 - 5.580,00 18.329,00
Lagoa Santa 62.353,00 18.813,00 - - 81.166,00
Nova Lima 53.922,00 29.640,00 6.800,00 1.961,00 92.323,00
Sabará 23.158,00 - 350,00 370,00 23.878,00
Santa Luzia 48.783,00 13.693,00 - 71.516,00 133.992,00
São José da Lapa
21.913,00 10.187,00 - 13.490,00 45.590,00
Total 455.199,00 243.844,00 42.061,00 302.554,00 1.043.658,00 Fonte: ARMBH, 2010
Segundo a ARMBH (2010) os dados fornecidos pelos municípios sobre os diferentes
custos envolvidos nas atividades de correção das deposições irregulares, operação dos
bota-foras, fiscalização e controle de zoonoses apresentam grandes disparidades. Parte
do problema pode ser atribuída aos custos estimados com controle de zoonoses, que em
alguns municípios são muito elevados e certamente envolvem algumas atividades não
diretamente relacionadas com a deposição irregular de RCC. Nota-se discrepância nos
dados como observado para Igarapé, Brumadinho e Santa Luzia.
O Quadro 3-21 apresenta percurso médio e faixa de preço cobrada pelos agentes por
viagem, segundo estudo desenvolvido pela ARMBH (2010).
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Quadro 3-21 - Percurso médio e faixa de preço cobrado pelos agentes por viagem.
Município Percurso médio (km) Faixa de preço por
viagem (R$)
Faixa de preço por distância
(R$/km)
Brumadinho 30 70 2,33
Caeté 6 75 12,5
Contagem - 97 -
Igarapé 7,5 55 7,33
Itaguara 5 50 10,00
Nova Lima 35,5 88 2,48
Pedro Leopoldo 3 70 23,33
Rio Manso 10 - -
Sabará 6 75 12,50
Santa Luzia 8 105 13,13
São José da Lapa 13 78 6,00
Média 12,4 76 9,95 Fonte: ARMBH, 2010
Alem das fontes pesquisadas já citadas, a SLU disponibilizou diversos relatórios
referentes a análise de custos para etapas de gestão e gerenciamento de RCC.
Entretanto, considerando a não sistematização dos dados e informações de forma
compatível com a metodologia deste Relatório, os mesmos não puderam ser aqui
registrados. Destaca-se, contudo, que os referidos relatórios estão incluídos e
disponibilizados no banco de dados do Diagnóstico.
3.1.6 - Investimentos
Não foram obtidos, até o momento, dados e informações sobre investimentos propostos
para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, com
exceção do próprio Plano Metropolitano desenvolvido pela ARMBH (2010).
3.1.7 - Impactos
A solução para os pequenos volumes de RCCV, normalmente, é atribuída como de
responsabilidade dos municípios. Geralmente, os resíduos gerados pelos pequenos
geradores são dispostos em locais inapropriados. Em relação aos grandes volumes,
devem ser definidas e licenciadas áreas para o manejo dos resíduos em conformidade
com a Resolução CONAMA nº 307/2002, cadastrando e formalizando a presença das
empresas de coleta e transporte dos resíduos e fiscalizando as responsabilidades dos
geradores, inclusive com relação ao desenvolvimento de ações e projetos de
gerenciamento.
Segundo Pinto e Gonzáles (2005), o conjunto de ações de gerenciamento devem ser
direcionadas, entre outros, aos seguintes objetivos:
destinação adequada dos grandes volumes;
preservação e controle do aterro de RCC;
deposição facilitada para pequenos volumes;
recolhimento sistematizado dos pequenos volumes;
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melhoria da limpeza e da paisagem urbana;
preservação ambiental;
incentivo às parcerias;
incentivo à presença de novos agentes de limpeza;
incentivo à redução de resíduos na fonte; e
redução dos custos municipais através da reciclagem.
Segundo Pinto e Gonzáles (2005) um dos aspectos ambientais levantados são os bota-
foras clandestinos e as deposições irregulares. Os bota-foras clandestinos surgem
principalmente da ação de empresas que se dedicam ao transporte dos resíduos das
obras de maior porte e que descarregam os materiais de forma descontrolada, em locais
frequentemente inadequados para esse tipo de uso e sem licenciamento ambiental. As
deposições irregulares, geralmente em grande número, resultam na maioria das vezes de
pequenas obras ou reformas realizadas pelas camadas da população urbana mais
carente de recursos, frequentemente por processos de autoconstrução, e que não
dispõem de recursos financeiros para a contratação dos agentes coletores formais que
atuam no setor. Colabora fortemente para a degradação ambiental resultante dessas
deposições irregulares a atuação dos pequenos veículos coletores com baixa capacidade
de deslocamento, dentre os quais se destacam as carroças de tração animal.
Ainda segundo Pinto e Gonzáles (2005) as áreas degradadas, com frequência, colocam
em risco a estabilidade de encostas e comprometem a drenagem urbana, demonstrando
que os agentes responsáveis pelo descarte de resíduos não estão preocupados com os
custos sociais que a atividade representa para as cidades. É importante notar ainda que,
com grande frequência, as deposições descontroladas de RCC provocam uma atração
praticamente irresistível para o lançamento clandestino de outros tipos de resíduos não
inertes, de origem doméstica e industrial, acelerando sua degradação ambiental e
tornando ainda mais complexa e cara a possibilidade de sua recuperação futura.
Os impactos ambientais implicam em custos sociais interligados e variam conforme o
grau de dificuldade de execução, em cada caso. A variação também ocorre em função da
possibilidade de esses serviços serem executados por meios mecânicos ou manuais,
com o consequente impacto sobre os custos de mão de obra. Além do diferencial imposto
pelas características intrínsecas da remoção corretiva, influem significativamente as
peculiaridades locais relativas à estrutura viária disponível e à distância dos bota-foras ou
aterros utilizados como destino final para os resíduos removidos (PINTO e GONZÁLES,
2005).
Outro impacto ambiental relacionado aos RCC é que o desenvolvimento no setor da
construção civil ocasiona aumento nos consumos de energia e de matéria-prima, o que
pode determinar efeitos impactantes ao meio ambiente, pela produção de quantidades
significativas de RCC (BIDONE, 2001).
Torna-se importante mencionar a grande carência de dados e informações específicas,
na forma de diagnóstico, sobre os impactos gerados pelos RCCV na RMBH e Colar
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Metropolitano de Belo Horizonte. A partir do presente trabalho o levantamento parcial de
dados primários e a elaboração do Produto 02 - Planos, Programas e Projetos Atuais
permitirão algumas estimativas para o tema a serem apresentadas no Relatório
Consolidado da Fase 1.
3.2 - DADOS PRIMÁRIOS
Tanto no Termo de Referência (TR) quanto na proposta apresentada pelo Consórcio IDP
Ferreira Rocha para a elaboração do Plano, e aprovada pela ARMBH, foi prevista a
elaboração do diagnóstico a partir da utilização somente de dados secundários.
Entretanto, no Termo de Abertura de Projeto (TAP) firmado entre a ARMBH e o
Consorcio IDP Ferreira Rocha, foi indicada a possibilidade do levantamento de dados
primários, caso os dados secundários fossem julgados insuficientes ou necessitassem de
uma complementação para aprimoramento do diagnóstico em questões julgadas
relevantes. Neste caso a ARMBH e o Consórcio definiriam em conjunto quando e como
os dados primários seriam levantados.
Sendo assim, e de forma a adotar uma postura proativa em prol de um maior
aprimoramento do Diagnóstico, respeitadas as limitações de prazo e custos existentes,
foram acordadas a elaboração e aplicação de questionários e a realização de reuniões
com as partes interessadas (stakeholders) e visitas técnicas aos municípios.
A partir da identificação dos stakeholders, foram elaborados questionários direcionados a
cada tipo de público-alvo. Como partes interessadas, podem-se citar as empresas
coletoras, transportadoras, de tratamento, destinação e/ou disposição final destes
resíduos, além das prefeituras da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte,
sindicatos, associações, conselhos de classe, órgãos públicos e autarquias,
universidades e centros de pesquisa, dentre outros.
Conforme apresentado na metodologia, as partes interessadas foram identificadas em
quatro grupos do setor público e privado, e desta forma, foram elaborados 4 tipos de
questionários, um para cada grupo identificado.
Os questionários encaminhados aos agentes implicados na gestão e no gerenciamento
dos RCCV tiveram como objetivo trabalhar com informações individualizadas de
municípios, instituições, empresas, entidades e órgãos governamentais diretamente
implicados nos processos de gestão e gerenciamento destes resíduos que, além de dar
subsídios ao diagnóstico da situação atual, contribuiriam para a elaboração do Produto
01 (Tipologia/Atividade, Geração e Custo) e do Produto 02 (Planos, Programas e Projetos
Atuais) integrantes da Fase 01.
Ressalta-se que os questionários foram estruturados de acordo com as etapas de
gerenciamento de resíduos, abrangendo a geração, caracterização, segregação,
acondicionamento, transbordo, transporte e destinação ou disposição final. Além disso,
foram incluídos itens sobre custos, segurança do trabalho (equipamentos de proteção
individual - EPIs), bem como outros itens relacionados ao gerenciamento de resíduos. A
elaboração dos questionários foi feita com base nos dados da metodologia de trabalho da
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Proposta Técnica - Cooperação Técnica: ATN/OC 13092-BR, do TR para o trabalho e do
Plano de Trabalho Atualizado.
Em 12/05/2014 a ARMBH iniciou o processo de envio dos questionários para as partes
interessadas (os stakeholders foram individualizados nos quatro grupos, com
questionários específicos), com expectativa de retorno até o dia 10/06/2014 e extensão
do prazo até 11/07/2014. A partir desta data foram consolidados os dados e informações
recebidos por meio dos questionários.
Paralelamente, também foram iniciados os contatos telefônicos e a realização de
reuniões de trabalho com as partes interessadas, na tentativa de se obter outros dados e
informações, assim como confirmar alguns que foram incorporados na Planilha de Dados
Secundários (PDS).
Na Figura 3-17 são apresentados os quantitativos de questionários respondidos por
grupos. Verifica-se que a participação da iniciativa privada foi praticamente inexistente.
Apenas duas empresas que realizam coleta e transporte de RCCV (Grupo 1)
responderam ao questionário e uma empresa de tratamento, destinação e/ou disposição
final (Grupo 2). Há que se destacar que 28 municípios (Grupo 3), ou seja, (56%) daqueles
presentes na RMBH e Colar Metropolitano responderam ao questionário. Do Grupo 4,
formado por agências e órgãos, sindicatos, associações e universidades, apesar de
apenas cinco terem respondido ao questionário, algumas reuniões foram realizadas,
conforme detalhado no item 5 deste documento.
Figura 3-17 - Quantidade de questionários respondidos por Grupos
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
3.2.1 - Resultados da Aplicação dos Questionários
A partir da devolução dos questionários pelas partes interessadas (stakeholders) e
organização dos dados e informações por grupo, os mesmos foram sintetizados em uma
Planilha de Dados Primários (Anexo 8).
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Há que se ressaltar que, devido ao fato do retorno da iniciativa privada ter sido pouco
significativo, a sistematização dos dados primários se ateve àqueles fornecidos pelos
municípios (Grupo 3). O índice de retorno pelos municípios foi de 56% (28 municípios).
De uma maneira geral, a Planilha de Dados Primários foi estruturada de acordo com a
sequência das etapas de gerenciamento de RCCV, para os 28 municípios que
retornaram ao questionário.
A Figura 3-18 apresenta a quantidade total de municípios presentes na RMBH e Colar
Metropolitano de Belo Horizonte agrupados por faixa populacional e a Figura 3-19 a
quantidade de municípios que responderam ao questionário segundo este mesmo
agrupamento, antes do início da realização das visitas, ocorridas no mês de julho de
2014.
Figura 3-18 - Quantidade total de municípios
existentes na RMBH e Colar Metropolitano por faixa populacional Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha,
2014.
Figura 3-19 - Relação da quantidade de municípios que
retornaram os questionários por faixa populacional Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Observando-se a Figura 3-18 e Figura 3-19 e o Quadro 3-22, verifica-se que nenhum
município com população inferior a 5 mil habitantes respondeu ao questionário. Destaca-
se que após as visitas técnicas os municípios de Moeda e Funilândia enviaram
intempestivamente os seus questionários respondidos e que serão incluídos no
diagnóstico quando da elaboração do relatório consolidado Resumo Executivo.
Com exceção dos municípios das faixas de 500 mil a 1 milhão e maior que 1 milhão de
habitantes, cujo retorno foi de 100%, o maior índice de retorno foi relativo aos municípios
com população na faixa populacional de 30 mil a 100 mil habitantes (72,7%), seguido
pelos de 5 mil a 10 mil habitantes (64,29%). Também se pode destacar a participação
dos municípios entre 100 mil e 500 mil (57,14%) e 10 mil e 30 mil habitantes (45,45%). O
resultado alcançado demonstra uma significativa participação dos municípios da RMBH e
Colar Metropolitano.
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Quadro 3-22 - Índice de retorno por faixa populacional.
% de Retorno dos Questionários por Faixa Populacional
Faixa Total de Questionários Enviados Retorno dos Questionários %
Até 5mil 5 0 0,00%
De 5 mil a 10 mil 14 9 64,29%
De 10 mil a 30 mil 11 5 45,45%
De 30 mil a 100 mil 11 8 72,73%
De 100mil a 500mil 7 4 57,14%
De 500 mil a 1 milhão 1 1 100,00%
>1milhão 1 1 100,00%
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Na Figura 3-20 apresenta-se a população total por município da RMBH e Colar
Metropolitano que respondeu ao questionário.
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Figura 3-20 - População total por município que respondeu ao questionário Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que somente Belo Horizonte, em termos populacionais, possui 44% da
população total da RMBH e Colar Metropolitano. Juntamente com Contagem, os dois
municípios representam mais de 50% da população desta região.
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Se somarmos as populações de todos os municípios que responderam ao questionário,
tem-se um total de 4.524.089 habitantes, o que representa 83% da população total da
RMBH e Colar Metropolitano, que é de 5.429.969 habitantes.
3.2.1.1 - Dados Gerais de Gerenciamento nos Municípios
A Figura 3-21 abaixo apresenta a porcentagem dos municípios que fornecem algum tipo de autorização/licença para as empresas coletoras de RCCV operarem no município.
Figura 3-21 - Porcentagem dos municípios que fornecem algum tipo de autorização/licença para as
empresas coletoras de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a maioria dos municípios que responderam aos questionários, 64%, ou
seja, 18 municípios, não fornece Licença e 32% (9 municípios) fornece licença para as
empresas coletoras de RCCV.
Segundo MMA (2005) os equipamentos de pequeno porte, podem ser enquadrados como
não passíveis de licenciamento, a critério do órgão ambiental competente. Deverão, no
entanto, obter autorização de funcionamento em âmbito municipal ou estadual, com
outras atividades urbanas. No caso de licenciamento conjunto de Áreas de Triagem e
Transbordo (ATT) com aterros ou áreas de reciclagem, o licenciamento ambiental poderá
restringir-se ao da atividade principal.
Ainda segundo MMA (2005) os aterros de resíduos da construção civil e resíduos inertes,
destinados à disposição exclusiva de RCC, classe A, triados, ficam sujeitos ao
licenciamento ambiental no âmbito do órgão ambiental competente. O licenciamento
ambiental para aterros deverá considerar, entre outras condições, as estabelecidas na
NBR 15113 para implantação, projeto e operação.
A Figura 3-22 apresenta a porcentagem dos municípios que possuem Plano de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos.
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Figura 3-22 - Porcentagem dos municípios que possuem PGIRSU Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a maioria dos municípios que responderam aos questionários 68%, ou
seja, 19 municípios, não possuem PGIRSU e apenas 32% (9 municípios) possuem
PGIRSU.
A Lei nº 12.305/10 exige que estados e municípios apresentem os PGIRSU para que
possam firmar convênios e contratos com a União para repasse de recursos nos
programas voltados para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Os Planos de Gerenciamento de Resíduos têm como principal objetivo a definição de
procedimentos necessários para o manejo e destinação adequada dos resíduos. Nele
devem ser contempladas as etapas de caracterização, triagem, acondicionamento,
transporte e destinação.
Já a Figura 3-23 apresenta a porcentagem dos municípios que possuem Plano de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC).
Figura 3-23 - Porcentagem dos municípios que possuem PGRCC Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a maior parte dos municípios (89%) que responderam aos questionários
não possuem PGRCC e apenas 7% possuem PGRCC.
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A Resolução CONAMA nº 307/2002 estabelece para os municípios, a obrigatoriedade da
implementação de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil. Nesse sentido, observa-se que 89% dos municípios não estão cumprindo com seu
dever legal. Esse plano deve adotar soluções diferenciadas para os pequenos volumes,
de responsabilidade do poder público municipal, e para os grandes volumes, de
responsabilidade privada, integrando essas soluções em um sistema de gestão coerente.
A Figura 3-24 e a Figura 3-25 apresentam a porcentagem dos municípios que
elaboraram o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos e Plano
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de forma participativa e que
contemplam a mobilização social.
Figura 3-24 - Porcentagem dos municípios que elaboraram PGIRSU e PGRCC de forma participativa Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a maior parte dos municípios que responderam aos questionários (39%)
não elaborou o PGIRSU e/ou PGRCC de forma participativa, enquanto apenas 25%
elaboraram o PGIRSU e/ou PGRCC de forma participativa. O conhecimento das
informações sobre o desenvolvimento do plano é básico para que a mobilização seja
eficiente para os 75% dos municípios que não atuam de forma participativa e que não
responderam a questão, possam elaborar de forma participativa seus planos.
A elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos Sólidos de forma participativa
representa um grande desafio. Isso por que constitui instrumento de avaliação da eficácia
da gestão dos resíduos, e da melhoria contínua das políticas e serviços públicos por
parte da população.
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Figura 3-25 - Porcentagem dos municípios que contemplaram mobilização social no PGIRSU e/ou no
PGRCC Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se pela Figura acima, que dos municípios que responderam aos questionários,
28%, ou seja, 8 municípios, não contemplam a mobilização social na elaboração do
PGIRSU e/ou PGRCC e 36% (10 municípios) contemplam a mobilização social, enquanto
36% não responderam o item.
O processo de construção dos Planos de Gestão de Resíduos Sólidos deverá levar a
mudanças de hábitos e de comportamento da sociedade como um todo. Com a
responsabilidade compartilhada, diretriz fundamental da PNRS, todos os cidadãos, assim
como as indústrias, o comércio, o setor de serviços e ainda as instâncias do poder
público terão uma parte da responsabilidade pelos resíduos sólidos gerados (BRASIL,
2010).
A Figura 3-26 abaixo apresenta a porcentagem dos municípios que contemplaram a educação ambiental no PGIRSU e/ou PGRCC.
Figura 3-26 - Porcentagem dos municípios que contemplaram a educação ambiental no PGIRSU e/ou
PGRCC Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a maior parte dos municípios que responderam aos questionários (32%)
não contemplam a educação ambiental no PGIRSU e/ou PGRCC e 29% contemplam a
educação ambiental. A educação ambiental deverá acompanhar o desenvolvimento da
agenda de comunicação específica do Plano e o processo participativo contemplando
iniciativas visando pautar o assunto “resíduos sólidos”.
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A Figura 3-27 apresenta a porcentagem de prefeituras que se responsabilizam pela
coleta e destinação final de RCC de obras privadas.
Figura 3-27 - Porcentagem dos municípios que se responsabilizam pela coleta e destinação final de RCCV
de obras privadas Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que das prefeituras que responderam aos questionários, a maioria (64%) não
se responsabilizam pela coleta e destinação final de RCC de obras privadas e que ainda
25% se responsabilizam pela coleta e destinação final de RCC.
A Resolução CONAMA 307/02 considera que é dos geradores a responsabilidade sobre
os resíduos produzidos pelas atividades de construção, reformas, reparos e demolições,
além daqueles oriundos da remoção de vegetação e escavação de solos. Infere-se então,
que ainda 7 municípios (25% do total) assumem responsabilidades que não são
legalmente suas, o que onera os cofres públicos.
Cabe ao poder público disciplinar, regulamentar e fiscalizar as atividades dos diversos
agentes privados, além da implantação de serviços destinados de limpeza pública,
criando condições para que os pequenos geradores possam exercer essa
responsabilidade em condições compatíveis com suas condições socioeconômicas.
Na Figura 3-28 é apresentada a porcentagem de municípios que possuem legislação
municipal como: Lei municipal, |Decretos ou Normas Técnicas sobre a gestão e
gerenciamento dos RCCV.
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Figura 3-28 - Porcentagem dos municípios que possuem legislação municipal sobre a gestão e
gerenciamento dos RCCV. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a maioria dos municípios (43%), ou seja, 12 municípios, não responderam
a questão, enquanto 25% (7 municípios) não possuem legislação municipal sobre a
gestão e gerenciamento dos RCCV. Por outro lado, 28% dos municípios (9) possuem
legislação municipal. Dos que possuem legislação municipal não há estabelecimento do
que é pequeno gerador conforme previsto na Resolução Conama.
3.2.1.2 - Geração
A geração de RCCV não significa necessariamente a sua coleta, ou seja, nem todo
RCCV gerado é coletado, podendo ser disposto irregularmente em locais impróprios para
este fim. Dessa forma, verifica-se a vulnerabilidade de dados de geração de RCCV
obtidos unicamente a partir de informações de coleta.
No Quadro 3-23 apresenta-se a quantidade média diária estimada de RCCV gerada
pelos municípios que responderam ao questionário.
Quadro 3-23 - Quantidade média diária estimada de RCCV.
Município População (hab) Quantidade média (t/dia)
Baldim 7.913 Sem resposta
Barão de Cocais 28.442 20,00
Belo Horizonte 2.375.151 Sem resposta
Belo Vale 7.536 Sem resposta
Betim 378.089 455,00
Bonfim 6.818 Sem resposta
Caeté 40.750 Sem resposta
Capim Branco 8.881 Sem resposta
Contagem 603.442 208,70
Igarapé 34.851 81,00
Inhaúma 5.760 9,20
Itabirito 45.449 Sem resposta
Itatiaiuçu 9.928 Sem resposta
Jaboticatubas 17.134 Sem resposta
Matozinhos 33.955 144,00
Nova Lima 80.998 113,33
Nova União 5.555 0,15
Pará de Minas 84.215 Sem resposta
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Município População (hab) Quantidade média (t/dia)
Pedro Leopoldo 58.740 Sem resposta
Raposos 15.342 0,50
Rio Acima 9.090 Sem resposta
Rio Manso 5.276 8,33
Santa bárbara 27.876 Sem resposta
Santa Luzia 202.942 145,90
Sete Lagoas 214.152 Sem resposta
Vespasiano 104.527 56,00 Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Percebe-se que há uma grande dificuldade para se obter dados de geração de RCCV em
um município (56% não informou) devido, principalmente, à grande atuação de atividades
informais e da falta de sistematização de levantamento de dados. Dessa forma, o maior
desafio desta caracterização quantitativa provém da qualidade das informações obtidas.
Na Figura 3-29 apresenta-se a porcentagem de municípios que possuem dados de
quantidade média de RCCV por classe.
Figura 3-29 - Porcentagem dos municípios que possuem dados de quantidade média de RCCV por classe Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que dos municípios que responderam aos questionários, 79%, ou seja, 23
municípios, não responderam se possuem dados de quantidade média de RCCV por
classe e apenas 21% possuem os dados.
Verifica-se que além da grande dificuldade para se estimar a quantidade de RCCV, existe
a dificuldade de estimar a quantidade por classe dos resíduos.
Na Figura 3-30 apresenta-se a porcentagem de municípios cujos RCCV são separados
por classe e tipo pelas empresas geradoras.
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Figura 3-30 - Porcentagem dos municípios cujos RCCV são separados por classe e tipo pelas empresas
geradoras Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se também a não separação dos RCCV em classes por parte das empresas
geradoras, conforme interpretação das Prefeituras Municipais. De acordo com os
levantamentos feitos, 48% (13) dos municípios indicaram que as empresas geradoras
não separam os resíduos por classe, 33% dos municípios não responderam ao
questionário e somente 5 municípios indicaram que as empresas geradoras, 21%,
separam por classe.
3.2.1.3 - Segregação/Acondicionamento
A segregação RCCV em classes diferenciadas oferece as condições iniciais necessárias
para a viabilidade do processo de reciclagem. O avanço da reciclagem pode contribuir
para a redução do custo da limpeza pública e também para a maximização da vida útil
das áreas de aterro.
Há que se ressaltar que, com relação às formas de acondicionamento dos RCCV
observadas pelas Prefeituras, poucas informações foram apresentadas na forma de
respostas aos questionários. As respostas se concentraram na existência ou não de
programas de capacitação/sensibilização para a segregação.
Na Figura 3-31 apresenta-se a porcentagem de municípios que possuem programa de
capacitação/sensibilização para segregação de RCCV. Verifica-se que os municípios que
responderam aos questionários, em sua maioria, ou seja, 75%, não possuem programa
de capacitação/sensibilização para segregação de RCCV e apenas 18%, 5 municípios,
apresentam programa de capacitação.
A apresentação de um programa de Educação Ambiental visa descrever as ações de
sensibilização, mobilização e educação ambiental para os trabalhadores da construção,
visando atingir as metas de minimização, reutilização e segregação dos resíduos sólidos
na origem, bem como seus corretos acondicionamentos, armazenamento e transporte,
permitindo a viabilização de atividades de reciclagem em detrimento do aterramento.
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Figura 3-31 - Porcentagem dos municípios que possuem programa de capacitação/sensibilização para
segregação de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
3.2.1.4 - Transporte dos RCCV
Os municípios não responderam sobre os tipos de veículos da frota da prefeitura ou
contratada que coletam RCCV, assim como o número de viagens que fazem por dia.
As respostas se concentraram na existência ou não de desafios enfrentados pela
municipalidade em relação ao transporte de RCCV, conforme mostrado na Figura 3-32.
Verifica-se que para a maioria dos municípios que responderam aos questionários, 75%,
indicaram desafios enfrentados pela prefeitura em relação ao transporte de RCCV.
Figura 3-32 - Porcentagem dos municípios que indicaram desafios em relação ao transporte de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Destacam-se os seguintes desafios apresentados pelos municípios:
Encontrar local para disposição final; cadastrar caçambeiros; obrigar o uso de
caçambas; cobrar taxa de recolhimento;
Falta de legislação municipal e falta de consciência da população;
Ausência de local adequado e mão de obra para triagem;
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Disciplinar a prática clandestina instalada a muitos anos;
Pontos de descarte irregulares, e falta de incentivo para a reciclagem desses
materiais;
Destinação incorreta feita pelos moradores;
Educação Ambiental dos geradores (disposição adequada e segregação dos
resíduos); e
Quantidade insuficiente de caminhão e caçambas.
3.2.1.5 - Transbordo
Na Figura 3-33 apresenta-se a porcentagem de Prefeituras que indicaram possuir
unidade de transbordo.
Figura 3-33 - Porcentagem de prefeituras que possuem unidade de transbordo Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que os municípios que responderam aos questionários a maioria 75% não
apresentam unidades de transbordo de RCCV, apenas 3 municípios, com
representatividade de 11% do total possuem unidade de transbordo, e 14% não
responderam aos questionários.
As unidades de transbordo são estabelecimentos privados ou públicos destinados ao
recebimento de RCCV gerados e coletados por agentes privados, e posterior remoção
para destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a
evitar danos ou riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos. Observa-se que 11% responderam que as prefeituras possuem
unidades de transbordo.
3.2.1.6 - Destinação
O gerenciamento dos RCCV deve priorizar os princípios da não geração, redução,
reutilização e reciclagem, propiciando um tratamento ambiental e socialmente adequado
para os resíduos.
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Depois de devidamente segregados, os resíduos deverão ser destinados às empresas
licenciadas ou instituições autorizadas para reciclagem ou reutilização. Sendo indiscutível
a responsabilidade do gerador pela correta destinação dos mesmos.
As soluções para destinação devem contemplar aspectos como compromisso ambiental
e viabilidade econômica, garantindo a sustentabilidade e condições para reprodução
pelos geradores de resíduos.
As áreas destinadas ao processamento de grandes volumes de RCCV,
independentemente do fato de serem públicas ou privadas, devem seguir as diretrizes do
novo sistema e sempre passar por uma rigorosa fiscalização do poder público municipal.
Na tentativa de reduzir os impactos causados pelas deposições irregulares dos RCC, a
Resolução CONAMA nº 307/2002 (BRASIL, 2012) alterada pelas Resoluções CONAMA
431/2011 e 448/2012, definiu a destinação final adequada dos RCC associada com a
classificação dos resíduos estabelecida pela própria resolução. Dessa forma, os RCCV,
após triagem, deverão ser destinados das seguintes formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou
encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos
futuros;(nova redação dada pela Resolução CONAMA nº 448/12);
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização
ou reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em
conformidade com as normas técnicas específicas;
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em
conformidade com as normas técnicas específicas. (Resolução CONAMA nº
448/12)
Na Figura 3-34 apresenta-se a porcentagem de prefeituras que responderam aos
questionários e que realizam o serviço de destinação/disposição de RCCV.
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Figura 3-34 - Porcentagem de prefeituras que realizam serviço de destinação/disposição de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que, entre os municípios que responderam aos questionários, a maioria,72%,
realiza o serviço de destinação/disposição de RCCV. Porém, 21% ainda não realiza a
destinação/disposição de RCCV. As disposições irregulares exigem ações corretivas por
parte do poder público e provém, em sua maioria, de agentes de pequeno porte e
população de baixa renda que não consegue recorrer aos coletores.
De acordo com Pinto (1999), para que ocorra a facilitação da disposição dos RCC nos
municípios e a minimização da ocorrência de deposições irregulares, devem-se
considerar os seguintes aspectos:
Boa oferta de áreas públicas de pequeno e médio porte, onde poderão ser
descartados RCC. Estas áreas deverão se situar, se possível, nos locais com
disposição clandestina constante ou em suas proximidades;
Direcionamento das pequenas áreas (cerca de 300 m²) para a recepção de
pequenos volumes de RCC e de resíduos sólidos não-domiciliares, não-sépticos e
não industriais (tais como: podas de árvores e embalagens - alumínio, vidro,
papel) transportados em veículos particulares ou em veículos de agentes
informais de coleta; e
Direcionamento das áreas de médio porte (entre 3.000 e 5000 m²) para a
recepção de volumes significativos somente de RCC, que são transportados por
veículos maiores.
Na Figura 3-35 apresenta-se a porcentagem de prefeituras que possuem áreas de
destinação/disposição de sua propriedade.
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Figura 3-35 - Porcentagem de prefeituras que possuem áreas de destinação/disposição de sua propriedade Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que os municípios que responderam aos questionários a maioria, 46%,
possuem áreas de destinação/disposição de sua propriedade. Porém, 36% não possuem
áreas de destinação/disposição de sua propriedade. A localização, ou seja, a distribuição
espacial das áreas de destinação/disposição deve ser planejada levando em
consideração a regulamentação do uso do solo no município, a localização em áreas com
maior concentração de geradores de grandes volumes de RCCV e a fácil acessibilidade
ao local.
A Figura 3-36 apresenta-se a respostas das prefeituras quando iniciaram a utilização
destas áreas de destinação/disposição final de RCCV.
Figura 3-36 - Ano de início da utilização pelas prefeituras de áreas de destinação/disposição final de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que a partir de 2009 a 2014 ocorreu um aumento significativo na quantidade
de Prefeituras que iniciaram a utilização de áreas de destinação/disposição final de
RCCV. No entanto, a maioria, 14 municípios, não respondeu a essa questão.
A Figura 3-37 apresenta-se a porcentagem de prefeituras que dispõem de Unidades de
Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs).
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Figura 3-37 - Porcentagem de prefeitura que dispõem de URPVs Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que, dos municípios que responderam aos questionários, a maioria, 82%, não
dispõe de URPVs. Apenas 18% (5 municípios) informaram que possuem URPVs. A
principal finalidade de URPV é oferecer solução de destinação para geradores e
transportadores de pequenas quantidades dos RCCV. Tal fato, pode contribuir para o
surgimento de áreas de disposição irregular (bota foras clandestinos) de RCCV, na
medida em que os pequenos geradores passam a não ser atendidos.
A implantação de uma URPV requer a observação de alguns parâmetros, para se definir
sua localização (SINDUSCON, 2008):
Disponibilidade de área;
Respeito aos limites impostos por barreiras físicas, tais como sistema viário e
curso d‘água;
Proximidade de áreas de disposição clandestina de entulho, visando aproveitar o
potencial de utilização do equipamento; e
Privilegiar o aproveitamento de terrenos públicos, considerando que muitos estão
degradados pela presença de entulhos dispostos clandestinamente.
A Figura 3-38 apresenta a porcentagem de municípios que possuem a
destinação/disposição final de RCCV de forma segregada em classes (A,B,C,D).
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Figura 3-38 - Porcentagem de municípios que possuem a destinação/disposição final de RCCV de forma
segregada em classes (A,B,C, D) Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que, dos municípios que responderam aos questionários, a maioria, 71% não
possui a destinação/disposição final de RCCV de forma segregada em classes (A,
B,C,D). Apenas 11%, ou seja, 3 municípios promovem a destinação/disposição final de
maneira segregada.
A destinação de forma segregada facilita a viabilização de ações de reutilização e
reciclagem dos RCCV, assim como contribui para a preservação de recursos naturais,
minimiza a contaminação do solo e das águas e maximiza da vida útil das áreas de
aterramento.
A Figura 3-39 apresenta a porcentagem de prefeituras que tem conhecimento de locais
de disposição irregular de RCCV.
Figura 3-39 - Porcentagem de prefeituras que tem conhecimento de locais de disposição irregular de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Observa-se que 43% dos municípios que responderam aos questionários não têm
conhecimento de locais de disposição irregular de RCCV. Porém, também, 43% (13
municípios) têm conhecimento de locais de disposição irregular de RCCV. Os RCCV
dispostos inadequadamente poluem o solo, degradam paisagens e constituem uma
ameaça à saúde pública. Sobre a localização das disposições irregulares, as respostas
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foram evasivas, citandos apenas “diversos pontos na cidade”. Somente um município
mencionou local específico, a partir de um levantamento em seus bairros.
A Figura 3-40 apresenta a porcentagem de municípios que tratam e/ou dispõem os
RCCV de outros municípios. Os resultados apontam que 78% não tratam e/ou dispõem
os RCCV de outros municípios. Em linhas gerais, estes resultados indicam que os RCCV
parecem permanecer nos municípios em que são gerados. Há que se ressaltar que a
proximidade dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano pode contribuir para que um
município, mesmo sem saber, receba RCCV de outros municípios. Esta situação pode
ocorrer, principalmente, naqueles municípios com áreas de disposição irregular
(clandestinas) e ação de empresas de coleta e transporte não legalizadas.
Figura 3-40 - Porcentagem de municípios que tratam e/ou dispõem os RCCV de outros municípios Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
A Figura 3-41 mostra a porcentagem de municípios que possuem programas de
educação ambiental cuja temática RCCV é tratada. Dos municípios que responderam aos
questionários, 64% informaram não possuir este tipo de programa. Apenas 7 municípios,
ou seja, 25% dos que responderam, informaram que possuem estes programas. A
adoção destes programas contribui para o envolvimento de cada um dos agentes
relacionados com a gestão e com o gerenciamento dos RCCV.
Figura 3-41 - Porcentagem de municípios que possuem programas de educação ambiental que envolvem
RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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A Figura 3-42 apresenta a porcentagem de municípios que possuem programas para
promover a inserção de agentes diversos no gerenciamento dos RCCV, como, por
exemplo, organizações de catadores de materiais recicláveis, responsáveis pela logística
reversa, grupos de coleta seletiva e agentes que comercializam resíduos recicláveis. A
partir dos questionários respondidos, verifica-se que somente 25% dos municípios, ou
seja, 7 possuem programas para promover esta inserção. Por outro lado, 32% dos
municípios informaram que não possuem este tipo de ação. A falta de ações deste tipo
acaba por contribuir para o surgimento de áreas de disposição irregular, a partir do baixo
envolvimento dos agentes envolvidos.
Figura 3-42 - Porcentagem de municípios que possuem programas para promover a inserção de agentes
diversos no gerenciamento de RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
3.2.1.7 - Custos e Investimentos para o Gerenciamento
No Quadro 3-24 é apresentado o custo total mensal nos municípios que responderam ao
questionário para gerenciamento dos RCCV, incluindo a coleta, transporte, transbordo e
destinação.
Quadro 3-24 - Custo mensal dos municípios para gerenciamento de RCCV.
Município População
(hab) R$/mês R$/hab/mês
Baldim 7.913 Sem resposta -
Barão de Cocais 28.442 11.000 0,38
Belo Horizonte 2.375.151 Sem resposta -
Belo Vale 7.536 22.000,00 2,92
Betim 378.089 320.000,00 0,85
Bonfim 6.818 Sem resposta -
Caeté 40.750 Sem resposta -
Capim Branco 8.881 Sem resposta -
Contagem 603.442 Sem resposta -
Igarapé 34.851 113.254,00 3,25
Inhaúma 5.760 20.000,00 3,47
Itabirito 45.449 Sem resposta -
Itatiaiuçu 9.928 Sem resposta -
Jaboticatubas 17.134 Sem resposta -
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Município População
(hab) R$/mês R$/hab/mês
Matozinhos 33.955 Sem resposta -
Nova Lima 80.998 280.000,00 3,46
Nova União 5.555 Sem resposta -
Pará de Minas 84.215 Sem resposta -
Pedro Leopoldo 58.740 160.000,00 2,72
Raposos 15.342 Sem resposta -
Rio Acima 9.090 Sem resposta -
Rio Manso 5.276 8.491,00 1,61
Santa Bárbara 27.876 13.100,00 0,47
Santa Luzia 202.942 64.800,00 0,32
Sete Lagoas 214.152 Sem resposta -
Vespasiano 104.527 500.000,00 4,78 Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Pelo Quadro 3-25 verifica-se que os valores variam de 0,32 R$/hab/mês (Santa Luzia) a
4,78 R$/hab/mês (Vespasiano). Ressalta-se que 52% dos municípios que responderam
ao questionário não souberam informar os valores gastos com gerenciamento de RCCV.
Observa-se a dificuldade de se conseguir respostas dos municípios seja pelo
desinteresse ou pelas dificuldades internas que alguns municípios têm para obtê-las. Os
dados obtidos confirmam novamente a falta de sistematização dos dados dos municípios.
No Quadro 3-25 apresenta-se o custo mensal com a limpeza do entulho das vias.
Quadro 3-25 - Custo mensal dos municípios com a limpeza do entulho das vias.
Município População (habitantes) R$/mês R$/hab/mês
Baldim 7.913 Sem resposta -
Barão de Cocais 28.442 Sem resposta -
Belo Horizonte 2.375.151 550.000,00 0,23
Belo Vale 7.536 17.000,00 2,26
Betim 378.089 320.000,00 0,85
Bonfim 6.818 Sem resposta -
Caeté 40.750 Sem resposta -
Capim Branco 8.881 Sem resposta -
Contagem 603.442 252.068,07 0,42
Igarapé 34.851 113.254,03 -
Inhaúma 5.760 20.000,00 3,47
Itabirito 45.449 Sem resposta -
Itatiaiuçu 9.928 Sem resposta -
Jaboticatubas 17.134 Sem resposta -
Matozinhos 33.955 40.000,00 1,18
Nova Lima 80.998 Sem resposta -
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Município População (habitantes) R$/mês R$/hab/mês
Nova União 5.555 3.000,00 0,54
Pará de Minas 84.215 Sem resposta -
Pedro Leopoldo 58.740 Sem resposta -
Raposos 15.342 11.000,00 0,72
Rio Acima 9.090 Sem resposta -
Rio Manso 5.276 7.811,00 1,48
Santa bárbara 27.876 8.142,00 0,29
Santa Luzia 202.942 64.800,00 0,32
Sete Lagoas 214.152 80.500,00 0,38
Vespasiano 104527 200.000,00 1,91
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
A partir do Quadro 3-25, consolidado com os dados dos municípios que responderam ao
questionário, pode-se verificar a uma variação significativa dos valores gastos com a
limpeza de entulho de vias. Estes valores estão entre 0,23 R$/hab/mês para Belo
Horizonte a 3,47 R$/hab/mês para Inhaúma. Além disso, há que se ressaltar que 45%
dos municípios não souberam informar os valores gastos com a limpeza do entulho das
vias.
A Figura 3-43 apresenta a porcentagem de prefeituras que cobram por recolhimento dos
RCCV.
Figura 3-43 - Porcentagem de prefeituras que cobra por recolhimento dos RCCV. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que das prefeituras que responderam aos questionários 78% não cobra pelo
recolhimento dos RCCV.
É de responsabilidade dos municípios a solução para os pequenos volumes de RCCV,
que geralmente são dispostos em locais inapropriados. Ressalta-se que, segundo Pinto
(2005), as ações relacionadas aos resíduos dos pequenos geradores devem ser
definidas, no âmbito do Programa Municipal de Gerenciamento, como um serviço público
de coleta, ancorado em uma rede de pontos de entrega, instrumento de ação pública.
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Quanto aos grandes volumes, devem ser definidas e licenciadas áreas para o manejo
dos resíduos em conformidade com a Resolução CONAMA nº 307/2002 cadastrando e
formalizando a presença dos transportadores dos resíduos e fiscalizando as
responsabilidades dos geradores, inclusive quanto ao desenvolvimento de projetos de
gerenciamento.
3.2.1.8 - Avaliação da Gestão e do Gerenciamento e Oportunidades de Melhorias
A Figura 3-44 apresenta a avaliação das prefeituras em relação à gestão e
gerenciamento dos RCCV.
Figura 3-44 - Avaliação das prefeituras em relação à gestão e gerenciamento dos RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Para uma avaliação consistente da qualidade da gestão e do gerenciamento dos RCC
nos municípios, é preciso definir indicadores de desempenho. Também é indicado que
sejam feitas visitas técnicas / vistorias por pessoal técnico qualificado para validar as
informações. Todavia, partindo-se do princípio de uma auto avaliação pelas próprias
prefeituras, 28% dos municípios que responderam ao questionário avaliaram a gestão e o
gerenciamento dos RCCV como ruim, 25% como regular, 18% como muito ruim e apenas
11% como boa.
Como parte da pesquisa também foi solicitado aos municípios que apresentassem as
justificativas para as avaliações acima. Abaixo são listados os temas mais recorrentes
apresentados como justificativas, levando-se em consideração as avaliações como “muito
ruim” a “ruim” e “regular” a “boa”. Não foram apresentadas avaliações como “muito boas”
pelos municípios que responderam ao questionário.
Respostas dos municípios que avaliaram como “muito ruim” a “ruim”:
“Não há política definida”;
“Falta legislação sobre o tema, falta de recursos financeiros, conscientização da
população”;
“Falta de eficiência na fiscalização e controle aprimorado das empresas que
prestam estes serviços”;
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“O município não possui gestão e gerenciamento”;
“Apesar de possuir sistemas gratuitos de coleta de RCCV, não há segregação dos
resíduos, nem mesmo a correta destinação final”;
“Falta de recurso para conseguir a destinação final adequada e local
ambientalmente licenciado aos RCCV”;
“Falta de plano, investimento em capacitação de pessoas e estruturas de
armazenamento e gerenciamento”;
“É necessário disponibilizar mais locais para destinação final”;
“Número de veículos inferior à demanda”; e
“Não existe planejamento”.
Respostas dos municípios que avaliaram como “regular” a “boa”:
“Problemas para encontrar e licenciar áreas de disposição”;
“Os resíduos da construção são utilizados para recuperação de voçorocas,
problema que atinge inúmeras regiões do município”;
“Falta de ações de regulação e de maior atuação da fiscalização municipal”;
“Distância do aterro e topografia do município contribui para as práticas irregulares
de bota fora”;
“Falta estímulo à reciclagem de inertes e ações educativas voltadas para logística
reversa”;
“Possui iniciativas bem sucedidas e anteriores à Lei 12.305/2010 (Política
Nacional de Resíduos Sólidos)”;
“Ainda não há uma política no município para a gestão de RCCV”;
“Não há instalações adequadas para tratamento e destinação final destes
resíduos no município”; e
“Falta trabalhar a coleta seletiva”.
A Figura 3-45 apresenta a quantidade de municípios e a respectiva porcentagem
daqueles que responderam ao questionário e que indicaram boas práticas relacionadas
com a gestão de RCCV. Verifica-se que apenas 36% (10 municípios) indicaram boas
práticas na gestão de RCCV. Dentre as práticas citadas destacam-se:
“Busca de áreas para a disposição adequada dos RCCV”;
“A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ao conceder a Licença Ambiental para
empresas que geram resíduos da construção civil, solicita ao responsável um
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Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PGRCC), com um
prazo trimestral para apresentar os comprovantes de destinação dos resíduos”;
“A Coleta e transporte dos RCCV depositados nos passeios das vias públicas”;
“Mutirão de limpeza e remoção de entulho”;
“Implantação de Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) e
Implantação de Estações de Reciclagem de Entulho (ERE)”;
“Inclusão de carroceiros no programa de reciclagem de Entulho”. Iniciativa
premiada através do Programa Minas sem Lixões”;
“Disponibilização gratuita de caçambas por parte da Prefeitura”; e
“Segregação dos resíduos para bota-fora devidamente licenciado, a fim de
segregar os resíduos disponibilizados no aterro sanitário”.
Figura 3-45 - Municípios que indicaram boas práticas na gestão de RCCV. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Por outro lado, 75% (21 municípios) indicaram dificuldades para a gestão de RCCV,
conforme pode ser visualizado na Figura 3-46.
Figura 3-46 - Porcentagem de prefeituras que indicaram dificuldades na gestão de RCCV. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Dentre as dificuldades citadas destacam-se:
“A população se nega a contratar caçamba e a reduzir a quantidade de RCCV
gerados”;
“Ausência de Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil”;
“Ausência total de legislação municipal especifica para o tema”;
“Descontrole referente à quantidade de empresas responsáveis (geradores,
coletores e transporte)”;
“Separação adequada do material e a disposição controlada de RCC no aterro”;
“Falta equipamentos adequados como caçambas para o acondicionamentos dos
resíduos nas construções”;
“Um caminhão poliguindaste para o recolhimento das caçambas”;
“Dificuldade de convênio com outros municípios”;
“Educação ambiental precária dos geradores (disposição e segregação
inadequada dos resíduos nas vias e caçambas)”;
“Destinação final ambientalmente incorreta”;
“Ausência de capacitação de pessoas que lidam com os RCCV”;
“Falta de conhecimento da população a respeito da importância do transbordo e
destinação final destes resíduos”;
“Falta de interesse de empresas privadas em firmar parcerias”;
“Ausência de fiscalização, empresas clandestinas, falta de áreas para destinação
final adequada”;
“Demanda alta e crescente”; e
“Falta de conscientização e amparo legal para proceder com sanções e
penalidades à população”.
3.2.2 - Reuniões e Visitas Técnicas
Apresenta-se a seguir relato sucinto das informações obtidas e discutidas na reuniões
e visitas técnicas realizadas após a fase de recebimento e avaliação dos
questionários.
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3.2.2.1 - Retorno dos questionários do Grupo 4
Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
A FEAM contribuiu com a disponibilização dos seguintes dados:
Tipo de destinação final dos RCCV nos municípios da RMBH e Colar Metropolitano segundo vistorias realizadas no projeto estratégico da FEAM intitulado Redução e Valorização de Resíduos em 2011.
Lista de empreendimentos com processo de regularização ambiental cadastrados no SIAM até 30/5/2014 enquadrados no código E-03.09-3 - aterro e/ou área de reciclagem de resíduos classe A da construção civil, e/ou áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório de resíduos da construção civil e volumosos no qual são apresentados os dados cadastrais do empreendimento, número de processo, localização (município) e a capacidade instalada declarada nos FCEs pelo empreendedor. Verifica-se que a maioria dos empreendimentos são passíveis de Autorização Ambiental de Funcionamento, não sendo necessária a apresentação de RCA/PCA ou EIA/RIMA, de forma que os dados técnicos no âmbito do licenciamento ficam restritas aos dados do FCE.
Relatórios de visitas técnicas realizadas nos locais de disposição final de resíduos sólidos urbanos (RSU) – relatórios com informações sobre a destinação e RCC nos locais de disposição final de RSU. Segundo a FEAM é importante ressaltar que tais visitas técnicas não tinham o RCC como foco principal, daí a pouca referência a esses resíduos nos relatórios em questão.
Formulários de cadastro dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PGIRS) informando que os dados disponibilizados se referem ao
cadastro dos PGIRS junto à Feam, em atendimento às exigências Deliberação
Normativa COPAM n° 170/2011. É importante registrar que a Feam não solicita
apresentação dos PGIRS por parte dos municípios, mas apenas o cadastro das
informações contidas no Plano, formulários específico disponibilizado no sítio
eletrônico da Feam (www.feam.br). O objetivo do referido cadastro é o de
construção de banco de dados visando a construção de relatórios consolidados
contendo as estratégias adotadas pelos municípios mineiros para gestão de
resíduos.
A FEAM não possui levantamento específico sobre empresas geradoras de RCCV. As
empresas geradoras de RCCV devem elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil, estabelecendo os procedimentos necessários para o manejo e
destinação ambientalmente adequados dos resíduos. Segundo a Resolução CONAMA
n° 307, de 2002, os empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como
objeto de licenciamento ambiental deverão apresentar o plano juntamente com o projeto
do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em
conformidade com o Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil. Neste caso, essas informações devem ser obtidas junto às prefeituras.
Segundo a Feam no caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao licenciamento
ambiental, a análise dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
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gerados nas obras é realizada dentro do processo de licenciamento, junto às SUPRAMs,
não havendo a sistematização dos dados requeridos.
Além dos dados disponibilizados a FEAM preencheu o questionário do Grupo 4, sendo
importante destacar que indicou como dificuldades e/ou entraves identificados para a
gestão de RCCV nos municípios e Colar Metropolitano:
A FEAM não dispõe de levantamento específico para avaliação da gestão dos RCCV nos municípios da RMBH e colar metropolitano.
A diversidade das características dos municípios que compõem a área e o colar metropolitano quanto ao porte em especial, a limitação ou mesmo indisponibilidade de áreas para destinação e reciclagem dos resíduos são indicativos de que as soluções para a gestão municipal ou consorciada dos RCCV assumirão contornos diferenciados.
O que se verifica em municípios de pequeno porte é que estes requerem soluções simplificadas que possam ser adotadas pelo próprio município ou a associação ou consorciamento com outros municípios no sentido de compartilharem equipamentos ou unidades de destinação ou reciclagem de RCCV.
Com relação ao município de Belo Horizonte verifica-se a indisponibilidade de áreas para implantação de aterros de inerte em seu território. Tal fato leva à busca por serviços de empresas com regularização ambiental comprovada junto ao estado para operação de aterros de inerte e/ou unidades de reciclagem.
Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG-MG)
A FIEMG não respondeu ao questionário por atuarem na representação das indústrias
mas informou os seguintes dados:
Oferece informações através de palestras e assessorias, sobre iniciativas de
tratamento, reciclagem, reutilização, reaproveitamento e disposição para os
diversos resíduos, evidenciando os benefícios da destinação ambientalmente
correta e atuando ao incentivo à regularização ambiental.
Oferece gratuitamente para as indústrias dois programas ambientais que tem o
objetivo promover negócios ambientais:
Bolsa de Resíduos – SIBR: Através de sua página eletrônica na Internet,
possibilita à empresa a negociação em tempo real de diversos resíduos,
agregando valor aos mesmos e evitando gastos com disposição final.
Em parceria com o SINDUSCON – MG, o programa Bolsa de Terra, que tem o
objetivo negociar os resíduos de terra para outras empresas.
Programa Mineiro de Simbiose Industrial – PMSI: O Programa estabelece
negócios a partir dos recursos utilizados nos processos de produção. Ou seja,
energia, água e materiais provenientes das indústrias podem ser recuperados,
reprocessados e reutilizados por outras empresas. PMSI ocorre principalmente
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através de workshops, onde as empresas são colocadas em contato para
realização de uma rodada de negócios em resíduos sólidos.
Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (SICEPOT-
MG)
O SICEPOT representa as empresas que atuam no planejamento e execução de obras de infraestrutura em Minas Gerais,como obras rodoviárias, obras de arte especial, obras urbanas, obras de saneamento e obras de edificações públicas.
Em relação às boas práticas quanto à gestão de resíduos RCCV desenvolvidas nos
municípios da RMBH e Colar Metropolitano o SICEPOT indicou:
Empreiteira associada beneficia através de britador material de demolição de vias
públicas e prédios públicos retornando o material para uso de sub-base de obras
da pavimentação de vias públicas e rodovias.
Empreiteira associada que utiliza os resíduos gerados na caixa de bate lastro da
central de concreto comum, quando da lavagem das betoneiras, a água é
reutilizada e o concreto e demais resíduos são utilizados na fabricação de pisos e
passeios públicos (bloquete). - Refugo de massa asfáltica doado para prefeituras,
para recomposição vias públicas em “operação tapa buracos” e
recomposição/melhorias de estradas vicinais.
Quanto as dificuldades e/ou entraves identificados para a gestão de resíduos da
construção civil nos municípios e Colar Metropolitano, O SICEPOT informou os seguintes
entraves:
Licenciamento ambiental de áreas adequadas para deposição de resíduos sólidos
da construção civil, com custos altos, processo demorado.
Dificuldade de encontrar áreas adequadas em tamanho e localização, para
disposição final, (custo alto também).
Cultura dos atores envolvidos (geradores, gestores, destinadores, municípios,
etc.) para atendimento aos requisitos legais.
Ausência de fiscalização e penalidades.
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais
(SINDUSCON- MG)
O SINDUSCON congrega hoje cerca de 300 empresas associadas, além de
aproximadamente seis mil construtoras sindicalizadas.
O SINDUSCON não respondeu ao questionário informando que não tem informações
suficientes para seu preenchimento, mas informou os seguintes dados:
Disponibiliza on line de cartilhas de gerenciamento de RCCV:
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o Alternativas para a Destinação de Resíduos da Construção Civil;
o Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil;
o Guia de Sustentabilidade na Construção e Gerenciamento de Resíduos e
Gestão Ambiental no Canteiro de Obras.
Disponibilidade de reunir com as empresas para apresentar o diagnóstico do
Plano Metropolitano de gestão de RCCV.
Ambiência Soluções Sustentáveis
A atuação da empresa é prestar consultoria na área de gestão de resíduos de construção civil, não passível de licenciamento ambiental. A atividade principal da empresa é atuação na gestão de resíduos de obras. Em relação às boas práticas quanto à gestão de resíduos RCCV desenvolvidas nos
municípios da RMBH e Colar Metropolitano a Ambiência indicou:
Os resíduos passíveis de reciclagem são enviados prioritariamente para empresas especializadas e licenciadas. Quando possível, os resíduos são vendidos para reciclagem gerando receita.
Os treinamentos direcionados a cada público e envolvem a participação dos
colaboradores, com jogos, teatros, palestras (educação ambiental nas obras).
Implantação de áreas de Unidades de Pequenos Volumes (URPV´s) e áreas de
Triagem e Transbordo (ATT´s) em todos os municípios da RMBH e Colar
Metropolitano.
Quanto as dificuldades identificadas para a gestão de RCCV nos municípios e Colar
Metropolitano de Belo Horizonte, a Ambiência informou:
Sugere-se trabalhar em todo o processo de construção para um resultado melhor. Foram indicados que 30% dos resíduos das obras são reciclados, tendo ainda um potencial de aumento de aproveitamento dos resíduos, como pode ser verificado em empresas que buscam certificação de construção sustentável.
Aumentar o índice de segregação das obras.
Atuar mais no processo de forma a indicar matérias-primas e insumos que geram menos resíduos e impactos adversos ao meio ambiente.
Adotar práticas de redução / minimização de resíduos em todo processo de construção civil.
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Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA)
O IPEA respondeu que não possuem informações suficientes para preenchimento dos
questionários quanto a esta temática para a região em questão.
Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (ABETRE)
A ABETRE por meio do Ofício 122/2014 informou que não possuem informações para
preenchimento dos questionários de RCC.
Associação Brasileira de Empresas e Limpeza Publica e Resíduos Especiais
(ABRELPE)
A ABRELPE informou que não possuem informações para preenchimento dos
questionários de RCCV.
3.2.2.2 - Resultados das Reuniões e Visitas Técnicas
As reuniões e visitas técnicas foram feitas de acordo com os grupos de stakeholders.
Para os Grupos 1, 2 e 4 foram marcadas reuniões para se obter mais informações e/ou
tirar dúvidas quanto ao preenchimento dos questionários. Para as Prefeituras, Grupo 3,
foram realizadas visitas técnicas.
Reuniões com o Grupo 4
Foram realizadas as seguintes reuniões com o Grupo 4, conforme Quadro 3-26.
Quadro 3-26 – Cronograma de Reuniões com o Grupo 4 para RCCV.
Data Órgãos, universidades, sindicatos e associações e/ou empresas
06/06/2014 Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
10/06/2014 Ambiência Soluções Sustentáveis
14/05/2014 e 10/06/2014 10 e 2º Encontro de Trabalho do Projeto Valorização dos Resíduos de Construção Civil (UFMG)
27/06/2014 Associação Mineira de Municípios (AMM)
18/07/2014 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
As informações sobre as reuniões são apresentadas a seguir.
Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
Foi realizada reunião em 06/06/2014 na sede da FEAM, entre representantes do
Consórcio IDP / Ferreira Rocha e da Diretoria de Resíduos Sólidos da FEAM. Após a
reunião foi encaminhada ata de reunião.
Antes da reunião foi passada uma lista de informações para a FEAM avaliar.
Para os RCCV, em relação as informações solicitadas, a lista de empreendimentos com
processo de regularização ambiental cadastrados no SIAM e a disponibilização dos
relatórios FIP/FEAM dos autos de fiscalização.
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De acordo com a FEAM, no caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao
licenciamento ambiental, a análise dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil gerados nas obras é realizada dentro do processo de licenciamento,
junto às SUPRAMs, não havendo a sistematização dos dados requeridos. A FEAM não
valida estes planos.
Foi mencionado um estudo do potencial de implementação de usinas de triagem e
reciclagem de RCC no Estado de Minas Gerais, financiado pela FAPEMIG (2014).
Foram feitas sugestões para elaboração de base de dados para consulta, que inclusive já
estava sendo avaliada para o diagnóstico dos dados secundários, como o banco de
dados do SIAM e pareceres técnicos dos processos de licenciamento ambiental.
Ambiência Soluções Sustentáveis
Foi realizada reunião em 10/06/2014 na empresa Ambiência em Belo Horizonte, entre
representantes do Consórcio IDP / Ferreira Rocha e da Diretoria da empresa.
A empresa atua com consultoria na área de gestão de resíduos de construção civil, com
foco em grandes obras, principalmente em Belo Horizonte.
Ressaltou a importância de atuar mais na fonte geradora dos resíduos para reduzir a quantidade gerada e periculosidade dos resíduos, com isso pode-se obter mais economia para os clientes. Atualmente o foco é na gestão dos resíduos gerados, sendo feitas poucas ou nenhuma ação para reduzir a geração. São adotadas práticas de redução e armazenamento de resíduos.
A empresa ressaltou a importância de buscar parcerias com universidades ou centros de pesquisas para desenvolver alternativas para a destinação dos resíduos, quando viável.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Em 14/05/2014 e 10/06/2014, foi realizada reunião com o grupo de RCC/UFMG no 1º e
2º Encontros de Trabalho do Projeto Valorização dos Resíduos de Construção Civil com
representantes do Consórcio IDP / Ferreira Rocha, ARMBH, SINDUSCON, CMRR,
SICEPOT, pesquisadores e professores da UFMG.
Durante estes encontros, o projeto do Plano Metropolitano de Gestão Integrada com foco em RCCV e os debates da temática sobre as questões de legislação e os entraves que estas provocam para a tomada de iniciativas, e a importância de articulação dos diversos atores envolvidos no processo. Enfatizou-se durante a reunião que as políticas públicas devem ser adotadas de forma efetiva, as unidades de resíduos da PBH estão regredindo ou estão desativadas.
Associação Mineira de Municípios (AMM)
Foi realizada reunião em 27/06/2014 na sede da AMM em Belo Horizonte, entre
representantes do Consórcio IDP / Ferreira Rocha e da Diretoria de Meio Ambiente da
AMM.
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Segundo o diretor a AMM atua no assessoramento aos municípios nas áreas de
saneamento, recursos hídricos, recursos minerais, recursos florestais e agronegócios,
além de atuar nas diversas etapas do licenciamento ambiental;
Não apresenta dados sistematizados dos municípios referentes ao gerenciamento de
resíduos sólidos urbanos com foco em RCC.
Presta assessoria e consultoria preventiva nas diversas áreas relacionadas ao meio
ambiente, e apoia tecnicamente as Prefeituras e na área de meio ambiente.
Na área de resíduos tem orientado os municípios para os Planos de Saneamento e
promove eventos ambientais com foco nos resíduos sólidos urbanos.
Prontificou de auxiliar a ARMBH na divulgação do Plano para a participação mais efetiva
dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)
Foi realizada reunião em 18/07/2014 na sede da FAPEMIG, entre representantes do
Consórcio IDP / Ferreira Rocha e da Diretoria de Ciência e Tecnologia e Inovação.
A FAPEMIG tem por missão fomentar a pesquisa e a inovação científica e tecnológica
para o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais por meio do apoio à formação e à
capacitação de recursos humanos para a pesquisa e de apoio às atividades de Pesquisa
e Desenvolvimento:
Apoia financeiramente projetos de pesquisa científica, tecnológica ou de inovação que
visem o avanço do conhecimento em suas diversas áreas. Na questão de resíduos os
projetos são focados na demanda principalmente de projetos nas universidades e
empresas nas chamadas do edital Universal.
Promove ou participa de iniciativas e programas voltados à capacitação de recursos
humanos para ciência, tecnologia e inovação.
Devido aos prazos, as informações que porventura forem fornecidas posteriormente à
entrega do Produto 01, poderão ser avaliadas e incorporadas ao longo do
desenvolvimento do Plano.
3.2.2.3 - Visitas Técnicas nas Prefeituras – Grupo 3
Como apresentado no Produto 00 o critério de amostragem estabelecido para a visita
técnica aos municípios baseia-se em escolha das faixas populacionais e foi adaptado da
apresentação dos resultados feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA -
2012). Porém, no presente caso, foram consideradas subdivisões em faixas menores
devido ao fato de 30 (trinta) municípios da RMBH e Colar Metropolitano (60% dos
municípios da área de estudo) possuírem populações inferiores a 30.000 habitantes.
Neste contexto, foram utilizadas subdivisões de até 5.000 habitantes, de 5.000 a 10.000
habitantes e de 10.000 a 30.000 habitantes. A faixa de 30.000 habitantes foi a primeira
faixa populacional considerada pelo IPEA. Pelo fato de existirem na RMBH e Colar
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Metropolitano apenas 7 (sete) municípios na faixa entre 100.000 e 500.000 habitantes, foi
promovido o agrupamento destes em uma única faixa. Apenas um município enquadra-se
na faixa entre 500.000 e 1.000.000 habitantes, assim como na faixa acima de 1.000.000
habitantes, conforme pode ser visto no Quadro 3-27.
Quadro 3-27 - Proposta de amostragem de municípios para realização das visitas técnicas.
Faixa Populacional Total de
municípios Municípios amostrados
Exemplificação de possíveis municípios para
visita
Até 5 mil habitantes 5 2 Funilândia
Moeda
De 5 mil a 10 mil habitantes 14 3 Belo Vale
Baldim Itatiaiuçu
De 10 mil a 30 mil habitantes 11 2 São Joaquim de Bicas
Jaboticatubas
De 30 mil a 100 mil habitantes 11 2 Itabirito Itaúna
De 100 mil a 500 mil habitantes 7 2 Santa Luzia Vespasiano
De 500 mil a 1milhão habitantes 1 1 Contagem
> 1milhão habitantes 1 1 Belo Horizonte Nota: Os municípios indicados acima poderão ser outros de acordo com os dados disponibilizados nos questionários e
avaliação da necessidade de se visitar outros municípios.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Conforme apresentado na metodologia foram selecionados 13 (treze) municípios para
realização das visitas técnicas. Apresenta-se, a seguir, o cronograma de realização das
mesmas, bem como os órgãos municipais responsáveis pela gestão e gerenciamento dos
RCCV (Quadro 3-28).
Quadro 3-28 - Cronograma de visitas técnicas nos municípios para os Resíduos da Construção Civil.
Data Município Faixa Populacional Órgãos municipais
responsáveis pela gestão e gerenciamento dos RCCV
08/07/2014 Vespasiano De 100 mil a 500 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente;
09/07/2014 Itaúna De 30 mil a 100 mil
habitantes Secretaria de Urbanismo e Meio
Ambiente
09/07/2014 Itatiaiuçu De 5 mil a 10 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente e
Secretaria de Planejamento
10/07/2014 São Joaquim de
Bicas De 10 mil a 30 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente e
de Planejamento
14/07/2014 Itabirito De 30 mil a 100 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente
14/07/2014 Jaboticatubas De 10 mil a 30 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente
15/07/2014 Contagem De 500 mil a 1milhão
habitantes Secretaria de Meio Ambiente e
Limpeza Urbana
16/07/2014 Moeda Até 5 mil habitantes Secretaria de Educação e Meio
Ambiente
17/07/2014 Funilândia Até 5 mil habitantes Secretaria de meio Ambiente e
Agricultura
17/07/2014 Baldim De 5 mil a 10 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente
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Data Município Faixa Populacional Órgãos municipais
responsáveis pela gestão e gerenciamento dos RCCV
22/07/2014 Belo Vale De 5 mil a 10 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente
25/07/2014 Santa Luzia De 100 mil a 500 mil
habitantes Secretaria de Meio Ambiente
13/08/2014 14/08/2014
Belo Horizonte > 1milhão habitantes Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) / Departamento
de Programas Especiais Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Os dados e informações obtidos nas visitas técnicas junto ao Grupo 3, além de
incorporações parcial e/ou integral na Planilha de Dados Secundários (PDS), e banco de
dados e informações primarias, são também registrados como observações
apresentadas durante a realização das referidas visitas técnicas, e estão estruturados
conforme a fluxo de gerenciamento dos RCCV.
Para evitar exposição dos municípios que demonstraram interesse em participar da
elaboração do diagnóstico e receberam o Consórcio mostrando a situação atual, suas
boas práticas e dificuldades para a gestão correta dos RCCV, não serão mencionados os
nomes dos municípios na avaliação a seguir. A abordagem feita neste momento é de
uma visão geral da situação atual da gestão e gerenciamento dos RCCV nos municípios
selecionados. A base de dados completa, anexa a este documento, tem todos os dados
com rastreabilidade.
Geração de RCCV
Muitos municípios tiveram dificuldades em responder com relação à geração de
RCCV, principalmente pela ausência de sistematização dos dados mesmo com a
coleta realizada por empresas terceirizadas, conforme pode ser verificado a partir dos
dados secundários e dados primários.
Em linhas gerais, os municípios relataram que os geradores de resíduos de construção
civil e resíduos volumosos não são fiscalizados e responsabilizados pelo uso incorreto
das áreas de domínio público.
Muitos deles relataram não considerar o gerador de resíduos da construção civil
particular como responsável pelo gerenciamento dos resíduos das atividades de
construção, reforma, reparos e demolições. Os municípios, principalmente, os menores
têm se responsabilizado por isto.
Segregação/Acondicionamento
De uma maneira geral, não ocorre a segregação nem para os resíduos classe A,
independentemente da faixa populacional.
Pode-se visualizar que os resíduos são descartados desordenadamente, muitas vezes e
em locais inapropriados, como logradouros públicos, terrenos baldios, encostas, cursos
d´água, etc. pelos geradores. As Prefeituras em alguns casos relatam dificuldades para
lidar com esta situação.
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Alguns municípios destacam que a ausência de programas de sensibilização e
capacitação para o gerenciamento adequado dos RCCV, incluindo ações informativas e
educativas, contribui para a atual situação. Apesar disto, a grande maioria sabe que
ações de redução na geração e de segregação, com a possibilidade de reinserção de
resíduos reutilizáveis ou reciclados, no ciclo produtivo pode ser um caminho, porém
entendem que isto depende da participação de todos.
A ausência de acondicionamento correto como o uso de caçambas metálicas
estacionárias para a disposição de RCCV, com a utilização dos recipientes para
acondicionamento de outros resíduos foi algo frequentemente observado durante as
visitas aos municípios. Pode-se verificar que muitos geradores promovem descartam os
resíduos nas calçadas das vias públicas, transferindo para a municipalidade a
responsabilidade pela coleta e destinação.
Quando se questiona sobre a capacitação dos funcionários da Prefeitura sobre o
gerenciamento dos RCCV, pode-se verificar que na maioria dos municípios visitados este
trabalho não é feito.
Coleta/Transporte
Durante as visitas não foi possível avaliar as condições de coleta para transporte de
RCCV pelos municípios. Por outro lado, foram obtidas as seguintes informações:
A coleta é feita principalmente pela prefeitura e nos municípios maiores é
realizada por empresas privadas regulares e irregulares;
Verificou-se falta de Informações e documentação adequada sobre o transporte e
destinação dos RCCV; e
Observou-se a utilização de equipamentos inadequados para o transporte de
RCCV.
Transbordo
Não foram identificadas unidades de transbordo para os RCCV nos municípios visitados.
Destinação e/ou disposição dos RCCV
Em termos de destinação e disposição dos RCCV, de maneira geral, nos municípios
visitados foram observadas:
Falta de um controle rigoroso do manuseio e destinação destes resíduos;
Verificou-se a presença de vários bota-foras irregulares;
Verificou-se que apesar de vários empreendimentos cadastrados no SIAM como
áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório de resíduos da
construção civil e volumosos, nenhum deles estava implantado;
Ausência dos municípios do mapeamento de descartes irregulares de RCC;
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Ausência de áreas para recepção de grandes volumes de resíduos, de caráter
público ou privado;
Ausência de regularização ambiental e inexistência de áreas de triagem e
transbordo dos RCC;
Ausência do cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para
recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em
conformidade com o porte da área urbana municipal;
Utilização dos RCC para recobrimento da camada final de aterros e lixões;
Utilização de RCC para preenchimento de erosões e voçorocas como prática
comum; e
Utilização de RCC como material de cascalhamento de vias, principalmente, na
área rural.
Destinação e disposição dos RCC no Município de Belo Horizonte (SLU)
Em visita realizada, nos dias 13 a 14 de agosto de 2014, na SLU, foram levantados
dados e informações referentes a gestão e o gerenciamento dos RCC para o município
de Belo Horizonte. Cabe destacar os dados disponibilizados para destinação e disposição
dos RCC em aterros e usinas de reciclagem, conforme apresentado no Quadro 3-29.
Quadro 3-29 - Destinação e Disposição dos RCC em Belo Horizonte
Destinação e Disposição dos RCC em Belo Horizonte
Destinação/Disposição 2012 2011 2010 2009 2008
Aterragem - RCC (t/ano) 632.111,51 310.015,68 296.253,32 883.556,48 777.632,93
Reciclagem - RCC (t/ano) 103.252,20 102.114,80 136.424,40 104.853,80 132.933,60
Total 735.363,71 412.130,48 432.677,72 988.410,28 910.566,53 Fonte: SLU
O total dos RCC coletados pela SLU, no ano 2012, e encaminhados para a aterragem e
reciclagem representa em torno de 60% da geração estimada considerando o valor
máximo da faixa estipulada para o município de Belo Horizonte (Quadro 3.12).
Neste sentido, avaliando os dados consolidados para geração e coleta de RCC
apresentados neste Diagnostico, verifica-se consistência nas estimativas aplicadas como,
por exemplo, a relação das quantidades dos RCC coletados com as quantidades
aterradas e recicladas.
Avaliação do gerenciamento e oportunidades de melhorias
Em cada município visitado as áreas responsáveis pela gestão dos RCC são, em sua
maioria, a Secretaria de Obras e Limpeza Urbana e/ou Secretaria de Meio Ambiente.
Apesar de um esforço da área de Meio Ambiente e/ou Obras em auxiliar no trabalho,
verifica-se que mesmo para um município com maiores faixas populacionais, ainda há
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uma falta de sistematização da caracterização, quantificação da geração e controle na
gestão dos RCC.
Alguns municípios demonstraram despreparo técnico e falta de conhecimento da
legislação quanto à gestão dos RCC, ou mesmo falta de capacitação das pessoas que
atuam na gestão dos RCC.
Muitos municípios citaram a falta de articulação com os diferentes agentes envolvidos
(pequenos geradores, grandes geradores, transportadores de RCC, entes públicos) nas
atividades vinculadas com a indústria da construção civil para redução do seu impacto
ambiental.
Destaca-se também a ausência de planos de gerenciamento de resíduos da construção
civil nos municípios visitados, em conformidade com as diretrizes das resoluções do
Conama, com destaque para a falta de planejamento, de procedimentos específicos e
orientações adequadas para o gerenciamento dos resíduos.
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4 - CONSOLIDAÇÃO DE DADOS SECUNDARIOS E PRIMARIOS PARA ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RCCV
A contraposição dos dados secundários e primários apresentados nas seções anteriores
permite a consolidação dos valores de geração para RCCV, por faixa populacional, dos
municípios que compõem a RMBH e o Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
O agrupamento dos municípios por faixa de população possibilita uma análise
estratificada, considerando que há no mesmo grupo de porte populacional características
semelhantes que influenciam na geração dos resíduos. Para cada uma dessas faixas, foi
possível extrapolar as análises e identificar valores de mínimo e de máximo para a
geração de RCCV, a partir das várias fontes, trazendo maior grau de confiança para o
intervalo.
Essa estratégia se justifica pelo fato de não existirem dados individuais, para cada
município, levantados de uma mesma fonte, e, qualquer número exato, mesmo a média
do intervalo, tem grau de confiabilidade menor que a utilização de faixas para valores de
mínimo e máximo de geração de RCCV.
No Quadro 4-1 e na Figura 4-1 estão apresentados os resultados dos valores mínimos e
máximos da geração de RCCV por faixa de população na RMBH e Colar Metropolitano
de Belo Horizonte.
Quadro 4-1 - Geração de RCCV por faixa populacional
Faixa populacional Geração de RCCV (kg/hab/dia) – 2010
Mínimo Máximo
Até 5 mil 0,78 2,67
De 5 a 10 mil 0,78 2,70
De 10 a 30 mil 0,70 3,26
De 30 a 100 mil 0,78 4,24
De 100 a 500 mil 0,54 1,37
De 500 mil a 1 milhão 0,35 1,37
> 1 milhão 0,78 1,37
Média (RMBH e Colar) 0,66 1,81 Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Figura 4-1 - Geração de RCCV por faixa populacional
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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5 - CENÁRIOS
Para definição dos cenários de geração, foi proposto o desenvolvimento de três cenários
para os anos 2010 (ano base), 2020 e 2030.
Esses cenários refletem uma situação pessimista (Cenário 1), Intermediária (Cenário 2) e
Otimista (Cenário 3)
A seguir são descritas as condições para desenvolvimento dos referidos cenários
(Quadros 5-1 a 5-3) com resultados apresentados nas Figuras 5-1 a 5-3.
CENÁRIO 1
Para o Cenário 1, um cenário pessimista, propõe-se considerar a situação atual e as
tendências para o aumento da população e de crescimento da taxa de geração para os
anos 2020 e 2030, sem considerar a implementação de um Plano: a população cresce de
acordo com taxa do IBGE e a taxa de geração de resíduos cresce de forma análoga ao
Índice de Crescimento do Setor, compilado da informações apresentadas pelo IBGE/
Sistema de Contas Nacionais Brasil - Banco de Dados Agregados SIDRA/IBGE; Banco
de Dados CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
O Quadro 5-1 apresenta os critérios para desenvolvimento do Cenário 1:
Quadro 5-1 - Critérios para o Cenário 1
Cenário 1
Ano base 2010 – situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.
2020 – População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV cresce em 1,7%, em relação a 2010, valor definido com base na tendência do índice de Crescimento do Setor. Os resíduos são encaminhados a aterro, seguindo as normas existentes.
2030 – População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV cresce em 1,7%, em relação a 2020, valor definido com base na tendência do índice de Crescimento do Setor. Os resíduos são encaminhados a aterro, seguindo as normas existentes. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Figura 5-1 - Cenário 1 – Geração de RCCV
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
CENÁRIO 2
Para o Cenário 02, um cenário intermediário, propõe-se considerar a situação atual e as
tendências para o aumento da população para os anos 2020 e 2030, de acordo com
Índice de Crescimento do IBGE, mas a taxa de geração permanece a mesma, em função
de ações a serem implementadas, previstas em Plano, não permitindo a alteração dos
valores de mínima e máxima geração praticada hoje. São ainda considerados
percentuais de reciclagem.
O Quadro 5-2 apresenta os critérios para desenvolvimento do Cenário 2:
Quadro 5-2 - Critérios para o Cenário 2
Cenário 2
Ano base 2010- situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.
2020 - População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV mantém os valores praticados em 2010: 0,66 e 1,81 kg/hab.dia para o mínimo e máximo gerado, respectivamente. Será ainda incorporada a meta de reciclar 20% de resíduos da Classe A (de acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.
2030 - População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV mantém os valores praticados em 2010: 0,66 e 1,81 kg/hab.dia para o mínimo e máximo gerado . Será ainda incorporada a metade de reciclar 30% de resíduos da Classe A (de acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Figura 5-2 - Cenário 2 – Geração de RCCV
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
CENÁRIO 3
Para o Cenário 03, um cenário otimista, propõe-se considerar a situação atual e as
tendências para o aumento da população para os anos 2020 e 2030, de acordo com
Índice de Crescimento do IBGE, mas a taxa de geração reduz, em função de ações a ser
implementadas, previstas em Plano. São ainda considerados percentuais de reciclagem.
O Quadro 5-3 apresenta os critérios para desenvolvimento do Cenário 3:
Quadro 5-3 - Critérios para o Cenário 3
Cenário 3
Ano base 2010 - situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.
2020 – População cresce de acordo com índice de crescimento do IBGE e a taxa de geração de resíduos decresce em função das intervenções do Plano. O decréscimo da taxa será considerado igual a 3%.Será ainda incorporada a meta de reciclar 30% dos resíduos Classe A também decorrente das intervenções do Plano.
2030 - População cresce de acordo com índice de crescimento do IBGE e a taxa de redução de resíduos decresce em função das intervenções do Plano. O decréscimo da taxa será considerado igual a 5%. Será ainda incorporada a meta de reciclar 50% dos resíduos Classe A, também decorrente das intervenções do Plano. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Figura 5-3 - Cenário 3 – Geração de RCCV
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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6 - CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
As ações referentes à gestão dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo
Horizonte indicam que, observando a temporalidade e a efetividade, são, na maioria dos
casos, inexistentes, incipientes, ou, ainda, intermitentes. Esse cenário indica a
necessidade de se priorizar investimentos no sentido de capacitar os gestores públicos
para a elaboração e estruturação da gestão dos RCCV e, em sequência, equipar as
estruturas ou melhorar as etapas do gerenciamento.
Observa-se que inexistem quaisquer mecanismos para monitoramento e controle do fluxo
dos RCCV nas etapas de gerenciamento, nas esferas local, regional e mesmo estadual,
bem como não foram identificadas iniciativas para a redução da geração de RCCV.
Para estabelecer os valores de geração de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte, o presente trabalho levantou dados primários e secundários, por faixa
populacional, construindo importante faixa referencial entre valores mínimos e máximos.
Na avaliação do fluxo de gerenciamento dos RCCV, a quantidade determinada para a
percentagem coletada e transportada, cerca de 50%, em relação a quantidade gerada,
não significa que o percentual restante não está sendo coletado e transportado, mas sim
que há uma lacuna de informação, ou de falta de registro e/ou sinalização de possível
disposição irregular. Destaca-se, ainda, que a coleta e o transporte são tarefas
usualmente terceirizadas.
Acompanhando o fluxo dos RCCV, da geração estimada por mínima e máxima até a
chegada à disposição final, pode-se perceber que há falta de informações sobre coleta e
transporte, pouco é encaminhado para o tratamento e apenas 10% chega à disposição
final devidamente licenciada para este fim. No entanto, a capacidade regularizada ou em
regularização para a disposição final poderia absorver toda a geração, pois os dados
atuais apontam que a geração corresponde de 10% a 30% da capacidade instalada para
absorção.
O levantamento da capacidade instalada foi feito a partir dos dados registrados no SIAM.
No entanto, as visitas técnicas indicaram que há casos em que não há correspondência
entre o empreendimento cadastrado e o efetivamente instalado, especialmente no caso
de empreendimentos com Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF). Um
aprimoramento do sistema de registro e controle pode tornar o cadastro mais efetivo.
Não foram identificadas iniciativas de tratamento de RCCV além dos sistemas de
tratamento implantados em Belo Horizonte, que, além de serem em pequena quantidade,
apresentam limitações para a operação, já que, das três unidades construídas, uma
parou de funcionar as demais têm uso aquém da capacidade. Esse cenário poderia ser
resolvido com ações relativas à gestão, que possibilitariam a criação de outras unidades,
para atender mais municípios da região, e ainda, promover mecanismos para garantir o
uso e a qualidade dos resíduos a serem tratados, e fomentar a cadeia produtiva.
Por falta de conhecimento da legislação e, não raro, por acomodação, a administração
municipal vem assumindo muitas vezes a responsabilidade dos geradores da iniciativa
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privada no que se refere ao gerenciamento dos RCCV, nas etapas de coleta, transporte e
destinação final, arcando com os ônus financeiros e riscos de sanções administrativas,
civis e criminais como previstas na legislação vigente.
Os resultados deste trabalho estão representados pelo extenso banco de dados e
informações levantadas e sistematizadas. O referido banco de dados e informações
detalha o diagnóstico da situação atual dos RCCV para RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte, conforme sintetizado neste documento. Além disso estão registrados no
banco de dados documentos com informações não sistematizadas, como por exemplo de
parte do acervo disponibilizado pela SLU, que poderão ser utilizadas ao longo do período
de desenvolvimento do Plano, mas que não puderam ser incorporadas nesta fase em
função dessa não sistematização.
Todas essas informações construídas a partir de dados e informações secundárias,
parcialmente confrontadas e complementadas com dados primários, constituem-se os
subsídios necessários para a elaboração das fases subsequentes do Plano. Contudo é
sempre bom lembrar as lacunas existentes de dados e informações tanto quantitativas
como qualitativas, em função da precariedade da gestão e gerenciamento desses
resíduos na região.
O banco de dados do Diagnóstico deve ser submetido a um processo continuado de
atualização com a participação de todos os atores envolvidos com a gestão e
gerenciamento dos RCCV, sob liderança da ARMBH.
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7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos: Região Metropolitana
de Belo Horizonte e Colar Metropolitano. Belo Horizonte: ARMBH, 2013.
______. Plano de transbordo, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos
(RSU) - Região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano. ARMBH,
2012.
______. Prestação de Serviços para o Desenvolvimento de Estados e Proposições de
iniciativas estruturantes para o gerenciamento de resíduos da construção civil e
volumosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte. ARMBH, 2010.
ANGULO, S. C. MIRANDA, L. F. R. CARELI, E. D. A reciclagem de resíduos de
construção e demolição no Brasil: 1986-2008. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 9, n.
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ANGULO, S. C. TEIXEIRA, C. E. CASTRO, A. L. NOGUEIRA, T. P. Resíduos de
construção e demolição: avaliação de métodos de quantificação. Revista de Engenharia
Sanitária Ambiental, v.16, n.3, 2011.
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8 - ANEXOS
Anexo 1 - Matriz do Referencial Bibliográfico
Anexo 2 - Planilha de Dados Secundários (PDS) Arquivo Excel (Disponibilizado em
meio digital)
Anexo 3 – Metodologia de Análise de Dados
Anexo 4 - Matriz de Stakeholders
Anexo 5 - Modelos de Questionários
Anexo 5a - Questionário Grupo 1 RCCV - Empresas Coletoras e Transportadoras
Anexo 5b - Questionário Grupo 2 RCCV - Empresas de Destinação e Disposição
Final
Anexo 5c - Questionário Grupo 3 RCCV - Prefeituras
Anexo 5d - Questionário Grupo 4 RCCV - Agências Reguladoras, Sindicatos e
Associações
Anexo 6 - Relação de reuniões realizadas
Anexo 7 - Regularização Ambiental
Anexo 8 - Planilha de Dados Primários (PDP) (Disponibilizado em meio digital)
Anexo 9 - Planilha de Análise de Dados Secundários (PDS) x Dados Primários
(PDP) (Disponibilizado em meio digital)
ANEXO 1
MATRIZ DO REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ANEXO 2
PLANILHA DE DADOS SECUNDÁRIOS (PDS)
Arquivo Excel - Disponibilizado em meio digital
ANEXO 3
METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS
ANEXO 4
MATRIZ DE STAKEHOLDERS
ANEXO 5
MODELOS DE QUESTIONÁRIOS
Anexo 5a - Questionário Grupo 1 RCCV - Empresas
Coletoras e Transportadoras
ANEXO 5
MODELOS DE QUESTIONÁRIOS
Anexo 5b - Questionário Grupo 2 RCCV - Empresas
de Destinação e Disposição Final
ANEXO 5
MODELOS DE QUESTIONÁRIOS
Anexo 5c - Questionário Grupo 3 RCCV - Prefeituras
ANEXO 5
MODELOS DE QUESTIONÁRIOS
Anexo 5d - Questionário Grupo 4 RCCV - Agências
Reguladoras, Sindicatos e Associações
ANEXO 6
RELAÇÃO DE REUNIÕES REALIZADAS
ANEXO 7
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
ANEXO 8
PLANILHA DE DADOS PRIMÁRIOS (PDP)
Arquivo Excel - Disponibilizado em meio digital
ANEXO 9
PLANILHA DE ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS
(PDS) X DADOS PRIMÁRIOS (PDP)
Arquivo Excel - Disponibilizado em meio digital