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PRODUTO 09: PREPARAÇÃO PARA EXECUÇÃO DA
PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DE RSS
ARM_TEC_03_09_REL_RSS_03_20151017
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO
INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E
VOLUMOSOS (RCCV)
PRODUTO 09: PREPARAÇÃO PARA EXECUÇÃO DA
PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DE RSS
ARM_TEC_03_09_REL_RSS_03_20151017
Outubro de 2015
Consórcio:
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)
Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo
Título do documento: Produto 09: PREPARAÇÃO PARA EXECUÇÃO DA PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DE RSS
Nome/código: ARM_TEC_03_09_REL_RSS_03_20151017 Versão: Final
Elaboração:
Ο Alex José de Almeida
Ο Alex Quiroga
Ο Ana Maria Castro da Silveira
Ο Cristiano Figueiredo Lima
Ο Cynthia Fantoni
Ο Delfim José Leite Rocha
Ο Eduard Millet
Ο Gonzalo Herranz
Ο Gustavo Azeredo Furquim Werneck
Ο Gustavo Tetzl Rocha
Ο Henrique Ferreira Ribeiro
Ο Henrique S L V Gomes
Ο Isadora Braga Camargos
Ο Jesús Blasco Gómez
Ο José Cláudio Junqueira Ribeiro
Ο Juan Carlos Rives López
Ο Juliana Felisberto
Ο Luciana de Nardi
Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues
Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling
Ο Murilo Zaparoli
Ο Renato Nogueira de Almeida
Ο Solange Vaz Coelho
Ο Thiago de Alencar Silva
Ο Vicente Jimenez de la Fuente
Data: 15/10/2015
Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago de
Alencar Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro Data: 16/10/2015
Aprovação: Jesús Blasco Data: 17/10/2015
Observações:
Aprovação do Gestor:
Nome: Visto:
Data da Aprovação:
Consórcio:
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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APRESENTAÇÃO
O presente documento, formalmente denominado Preparação para execução da
proposta de gestão integrada de RSS ou Produto 09, é o primeiro Produto da Fase 03
do PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO
EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) e foi elaborado pelo Consórcio formado pelas empresas
IDP Ingeniería y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis
(Consórcio IDP Ferreira Rocha) sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e o seu Grupo de Acompanhamento
(GA).
Como definido inicialmente, a elaboração do Plano está estruturada em três fases:
Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RSS na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Fase 02: Elaboração de proposta para a gestão e o gerenciamento dos RSS.
Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão
e gerenciamento dos RSS.
O prazo previsto para a conclusão do projeto é de 22 (vinte e dois) meses, e como o início
foi em janeiro de 2014, seu término está previsto para setembro de 2015.
A Fase 01, finalizada em setembro de 2014, teve a função de levantar dados e apresentar
o Diagnóstico da Situação Atual dos RSS na RMBH e Colar Metropolitano de Belo
Horizonte e, por sua vez, foi composta por três Produtos, além de um Resumo Executivo,
conforme esquema apresentado no quadro a seguir:
Quadro 1- Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos.
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RSS na RMBH e Colar Metropolitano de BH
Produto 00: Balizamento técnico, legal e metodológico para elaboração do
Plano
Produto 01: Geração e fluxo de gestão e gerenciamento dos
RSS
Produto 02: Levantamento de planos e projetos, executados e em
execução, para gestão e gerenciamento dos
RSS
Resumo Executivo:Síntese analítica de
dados e informações
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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A Fase 02, iniciada paralelamente a etapa final da Fase 01, com a elaboração do Produto
03, é composta por 06 (seis) Produtos, além de um resumo executivo, conforme descrito
de forma sintética no quadro seguinte:
Quadro 2- Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RSS.
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
A Fase 03, iniciada paralelamente a etapa final da Fase 02, com a elaboração do Produto 08, é composta
por 01 (um) Produto, conforme descrito de forma sintética no quadro seguinte.
Quadro 3 - Etapas da Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão dos
RSS.
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
O Produto 09 contendo a preparação para execução da alternativa proposta para a gestão
integrada e regionalizada de RSS, que deverá consolidar uma solução unificada dentre as
alternativas para o equacionamento dos problemas levantados pelos produtos anteriores,
em especial, o diagnóstico dos RSS na RMBH e CM.
A trajetória para a construção do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de RSS conta
com o levantamento e compreensão de dados secundários e também com informação de
âmbito primário de diagnóstico, como estabelecido em Produtos anteriores, sendo eles:
Produto 00 - Planejamento Técnico e Conteúdo Introdutório Referente aos Resíduos de
Serviço de Saúde (RSS), Produto 01 - Tipologia / Atividade, Geração e Custo Referente
aos Resíduos do Serviço de Saúde (RSS), Produto 03 - Benchmarking Internacional e
Nacional Referencial – RSS, Produto 04 - Alternativa de Gestão e Gerenciamento de RSS
recomendada, Produto 05 - Alternativas para o Transbordo, Tratamento e Disposição Final
Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RSS
Produto 03:
Benchmarking Referencial Nacional e
Internacional de Gestão e
Gerenciamento de RSS
Produto 04 -Alternativa de
Gestão e Gerenciamento
de RSS recomendada
Produto 05 -Alternativas para
o Transbordo, Tratamento e
Disposição Final
Produto 07 -Possibilidades de Implantação
de Soluções Integradas
Produto 06 -Áreas
Favoráveis para Instalação de Infraestruturas
de RSS
Produto 08 -Sistema de
Gerenciamento Proposto
Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão dos RSS
Produto 09: Preparação para execução da proposta de gestão integrada de RSS
Resumo Executivo Fase 2
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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dos RSS, Produto 06: Áreas favoráveis para instalação de infraestruturas de RSS, Produto
07: Possibilidades de implantação de soluções integradas de RSS e Produto 08: Sistema
de gerenciamento proposto para RSS.Todos elaborados pelo Consórcio IDP Ferreira
Rocha.
O objetivo do Produto 09 é fundamentar as demais fases de desenvolvimento que
contempla o Plano, de forma dinâmica e podendo ser complementado em função das
necessidades técnicas específicas, buscando ser uma ferramenta que, aliada aos
mecanismos de gestão já implantados pela ARMBH, possa dar suporte ao Plano
Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS).
Na Figura 1 é possível visualizar as fases que foram desenvolvidas, definindo também a
fase atual na qual se inclui este Produto, formando a denominada Estrutura Analítica de
Projeto (EAP)1.
1O Consórcio IDP Ferreira Rocha estabeleceu, como diretriz para o desenvolvimento dos trabalhos, a consideração do Plano como um projeto, a ser gerido e gerenciado em acordo com conceitos, diretrizes e ferramentas gerenciais consagradas internacionalmente pelo Gerenciamento de Projetos disciplinado pelo Project Management Institute (PMI) e consubstanciadas no Guia PMBOK 5ª edição. Segundo ao referido Guia a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é “O processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.” Já o principal benefício desse processo é o fornecimento de uma visão estruturada do que deve ser entregue. A EAP é uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto a fim de alcançar os objetivos do projeto e criar as entregas requeridas.
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Figura 1 - Estrutura Analítica de Projeto (EAP).
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 3
LISTA DE QUADROS ................................................................................................... 9
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 10
DEFINIÇÕES .............................................................................................................. 11
ABREVIATURAS ........................................................................................................ 17
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 19
2 BASE LEGAL E NORMATIVA APLICÁVEIS PARA ESTE PRODUTO ................ 21
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 24
4 ALTERNATIVA PARA A GESTÃO INTEGRADA E REGIONALIZADA DE RSS .. 26
4.1 CONSORCIAMENTO INTERMUNICIPAL ........................................................ 27
4.2 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS .......................................................................... 31
4.2.1 Administração pública direta ......................................................................... 32
4.2.2 Administração pública indireta ...................................................................... 32
4.2.3 Administração mista ou privada .................................................................... 33
4.3 REGIME ECONÔMICO .................................................................................... 33
4.4 DIRETRIZES E METAS DO SISTEMA DE GESTÃO DE RSS ......................... 35
4.5 MANEJO DOS RSS ......................................................................................... 37
4.5.1 Aspectos de classificação e quantificação dos resíduos e monitoramento de indicadores .............................................................................................................. 38
4.5.2 Minimização da geração de resíduos (redução, reutilização, recuperação ou reciclagem) ............................................................................................................. 38
4.5.3 Segregação dos resíduos ............................................................................. 39
4.5.4 Tratamento prévio dos resíduos, opcional ou obrigatório .............................. 39
4.5.5 Acondicionamento dos resíduos e rejeitos, por Grupo e Subgrupo, e identificação ............................................................................................................ 39
4.5.6 Armazenamento temporário ......................................................................... 39
4.5.7 Coleta e Transporte Internos ........................................................................ 39
4.5.8 Armazenamento externo............................................................................... 40
4.5.9 Coleta e transporte externos ......................................................................... 40
4.5.10 Transbordo ................................................................................................ 42
4.5.11 Sistemas de tratamento ............................................................................ 42
4.5.12 Disposição final ......................................................................................... 43
5 POSSÍVEIS ESTRUTURAS DE FOMENTO POR PARTE DOS AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................. 44
5.1 CONCESSÕES PÚBLICAS COM RETORNO ECONÔMICO A MÉDIO PRAZO . ......................................................................................................................... 45
5.1.1 Outras alternativas de sustentabilidade econômica ...................................... 46
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5.2 COLABORAÇÃO PÚBLICO-PRIVADA ............................................................ 47
5.2.1 Experiências similares .................................................................................. 48
5.2.2 Outras considerações ................................................................................... 49
6 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS ÓRGÃOS PÚBLICOS52
6.1 AÇÕES FISCALIZADORAS ............................................................................. 52
6.1.1 Ações de fiscalização ................................................................................... 53
6.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................................................. 54
6.3 AÇÕES DE INSERÇÃO DE AGENTES ........................................................... 54
6.4 AÇÕES DE PREVENÇÃO ............................................................................... 55
6.4.1 Ações de prevenção nas infraestruturas de gerenciamento .......................... 58
6.4.2 Ações para comunicação .............................................................................. 58
6.5 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO ADEQUADA ............................. 59
6.6 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO ....................... 60
6.7 AÇÕES DE MONITORAMENTO ...................................................................... 60
6.7.1 Sistema de controle eletrônico de resíduos de serviços de saúde ................ 66
7 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS DEMAIS AGENTES PRIVADOS ................................................................................................................. 68
7.1 AÇÕES DE PREVENÇÃO ............................................................................... 68
7.2 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA ......................... 69
7.3 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO ....................... 70
7.4 AÇÕES DE MONITORAMENTO ...................................................................... 71
8 PRIORIZAÇÃO DA SEGREGAÇAO E DA COLETA SELETIVA .......................... 73
8.1 AÇÕES PARA INCENTIVAR A SEGREGAÇÃO NAS FONTES GERADORAS73
8.1.1 Campanhas de informação ........................................................................... 73
8.1.2 Criação de curso de educação profissional e tecnológica para gestor de RSS . ..................................................................................................................... 74
8.1.3 Treinamento para aplicação prática em matéria de gestão e gerenciamento de RSS .................................................................................................................... 74
8.1.4 Outras experiências ...................................................................................... 77
9 PROGRAMA DE INVESTIMENTOS .................................................................... 79
9.1 TIPO DE INVESTIMENTO ............................................................................... 79
9.2 MECANISMOS DE RATEIO ............................................................................. 80
9.2.1 Exemplo de Critério de Rateio ...................................................................... 81
10 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 83
11 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 84
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos. .............................................. 3
Quadro 2- Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e
disposição final dos RSS. ............................................................................................. 4
Quadro 3 - Etapas da Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das
alternativas para gestão dos RSS. ................................................................................ 4
Quadro 4 - Legislação Federal para PPP .................................................................... 21
Quadro 5 - Legislação Estadual para PPP. ................................................................. 23
Quadro 6 – Diretrizes e estratégias para alcançar os objetivos para a gestão dos RSS.
................................................................................................................................... 36
Quadro 7 – Matriz de monitoramento do desempenho da gestão no âmbito Consórcio –
Nível Central. .............................................................................................................. 61
Quadro 8 – Matriz de monitoramento do desempenho da gestão no âmbito municipal –
Nível Local. ................................................................................................................. 63
Quadro 9 – Valor total arrecadado pelos grupos de Rateio, estabelecido por faixa
populacional e área de abrangência do município na Bacia dos Sinos – RS, 2007. ... 82
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura Analítica de Projeto (EAP). ............................................................ 6
Figura 2 - Fluxograma de coleta de informação. ......................................................... 25
Figura 3 – Descrição Gestão-Gerenciamento-Manejo. ............................................... 26
Figura 4 – Proposta de organização do Consórcio em Gerências para a Gestão Integral
de RSS na RMBH e CM. ............................................................................................ 30
Figura 5 – Hierarquização da ação administrativa na gestão de RSS na RMBH e CM.
................................................................................................................................... 31
Figura 6 – Cartão do usuário – Pontos de descarte. ................................................... 77
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DEFINIÇÕES
A seguir, estão apresentadas as definições de alguns termos técnicos utilizados ao
longo do documento.
Armazenamento externo
Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta
externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores (RDC
ANVISA nº 306/04).
Armazenamento temporário
Depósitos de armazenamento temporário de resíduos, logo após realizada a
segregação, localizados dentro dos ambientes do ES antes de ser transportados ao
armazenamento externo.Definição legal (RDC ANVISA nº 306/04): ARMAZENAMENTO
TEMPORÁRIO - Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos
já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta
dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o
ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito
armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo
obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento (ANVISA
RDC 306/04).
Aterro sanitário
Segundo a DN COPAM nº 171/2011: “I - Aterro Sanitário - técnica adequada de
disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à
segurança, minimizando os impactos ambientais, que utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume
permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de
trabalho, ou a intervalos menores, se necessário”.
Segundo o PNRS – Lei 12.305/2010: devem ser colocados somente rejeitos. Papéis,
plásticos são recicláveis. “XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas
as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis
e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição
final ambientalmente adequada”.
Aterro sanitário de pequeno porte
Técnica adequada de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, de concepção
simplificada, seguindo os critérios de projeto e operação estabelecidos na NBR
15849:2010, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, adotando
adequações nos sistemas de proteção ambiental, sem prejuízo da minimização dos
impactos ao meio ambiente e à saúde pública (DN COPAM nº 171/2011).
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Cadastro
Assentamento de dados de serviços, instalações, pessoas, equipamentos, produtos e
outros relevantes para o controle sanitário.
Caracterização
A caracterização de resíduos de serviços de saúde consiste na determinação da sua
composição quanto ao tipo, volume e porcentagem. O conhecimento da composição
permite realizar as medidas corretivas que sejam mais adequadas para cada caso.
Célula de Disposição Especial
Instalação segundo a DN COPAM nº 171/2011: Art. 8º - “Poderão ser encaminhados
para células de disposição especiais, localizadas em Usinas de Triagem e
Compostagem - UTC ou em aterros sanitários de pequeno porte detentores de
regularização ambiental, os RSS dos Grupos A: A1 e A2, após tratamento prévio; dos
Grupos A4 e E, respeitando-se as condições quanto à contaminação; do Grupo B sem
características de periculosidade, desde que sejam atendidos os seguintes requisitos
técnicos e operacionais:
I - possuir sistemas de drenagem de águas pluviais;
II - possuir sistema de coleta e disposição adequada dos percolados;
III - possuir coleta de gases;
IV - possuir impermeabilização da base e taludes;
V - dispor os resíduos diretamente sobre o fundo do local;
VI - acomodar os resíduos sem compactação direta;
VII - cobrir diariamente os resíduos com solo, admitindo-se disposição em camadas;
VIII - possuir cobertura final.
Coletor
Conhecido também como recipiente de transporte interno, recipiente de
acondicionamento, recipientes coletores, recipientes individualizados, de acordo com o
RDC ANVISA nº 306/04.
Pode ser fixo ou móvel, além de ter uma capacidade variável.
Coleta e Transporte Externo
Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a
unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a
preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da
população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos
de limpeza urbana. A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde
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devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT
(RDC ANVISA nº 306/04).
Consolidação do veículo
Quando o veículo não atinge sua capacidade total deve-se realizar mais de uma coleta
para poder realizar a chamada consolidação do veículo, resultando assim em um
transporte mais eficiente. As coletas podem ser feitas em diferentes municípios, porém
sempre será do mesmo tipo de resíduo (CHAVES, ARRUDA e WANDA, 2012).
Disposição final de RSS
É a prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado para recebê-
los, de acordo com critérios técnico-construtivos e operacionais adequados, em
consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes (Resolução
CONAMA nº 358/2005).
Estabelecimento de Saúde (ES)
Denominação dada a qualquer edificação destinada à realização de atividades de
prevenção, produção, promoção, recuperação e pesquisa na área da saúde ou que
estejam a ela relacionadas(Resolução CONAMA nº 358/2005).
Estações de Transbordo (ET)
As Estações de Transbordo de resíduos são classificadas como empreendimentos de
impacto ambiental conforme inciso IX do art. 74-A da Lei 7166/1996 e se caracterizam
por serem áreas de recebimento de resíduos inertes para triagem, armazenamento
temporário dos materiais segregados e posterior remoção para destinação adequada,
sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.
Geradores de RSS
Todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal,
inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios
analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem
atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de
medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de
ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de
produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e
controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços
de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares(RDC ANVISA nº 306/04).
Gerenciamento dos RSS
Conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases
científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de
resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma
eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos
recursos naturais e do meio ambiente. O gerenciamento deve abranger todas as etapas
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de planejamento e manejo dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação
dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS.
Gestão de resíduos de serviços de saúde
Toda atividade técnica, administrativa, de planejamento, coordenação, negociação,
desenho, aplicação e avaliação de políticas, estratégias, planos e programas de ação
de manejo apropriados dos resíduos sólidos no âmbito nacional, regional e local.
Infraestrutura de disposição final
Instalação devidamente equipada e operada que permite dispor de maneira sanitária e
ambientalmente segura os resíduos sólidos, mediante aterros sanitários e células de
disposição especial.
Infraestrutura de tratamento
Instalação onde se aplicam ou operam tecnologias, métodos ou técnicas que modificam
as características físico-químicas ou biológicas dos resíduos sólidos, de maneira
compatível com requisitos sanitários, ambientais e de segurança.
Manifesto de manejo de resíduos sólidos perigosos
Documento técnico administrativo que facilita o rastreamento dos resíduos sólidos
perigosos transportados, desde o lugar de geração até sua disposição final.
Minimização
Ação de reduzir ao mínimo possível o volume e periculosidade dos resíduos sólidos, por
meio de de qualquer estratégia preventiva, procedimento, método ou técnica utilizada
na atividade geradora.
Reaproveitamento
Obtenção de benefício de um bem, artigo, elemento ou parte do mesmo, que constitui
resíduo sólido. Reconhece-se como técnica de reaproveitamento: a reciclagem, a
recuperação e a reutilização.
Resíduos comuns
São aqueles que não estiveram em contato com pacientes, materiais ou substâncias
contaminantes. São gerados em escritórios, corredores, áreas comuns, cafeterias, salas
de espera, auditórios, e geralmente em todos os locais do Estabelecimento do gerador.
Inclui restos da preparação de alimentos também. São classificados como Classe D
segundo a RDC ANVISA nº 306/2004.
Resíduos dos serviços de saúde (RSS)
São aqueles resíduos gerados nos processos e nas atividades para a atenção e
pesquisa médica em Estabelecimentos relacionados com o atendimento à saúde
humana ou animal, como hospitais, clínicas, centros e postos de saúde, laboratórios
clínicos, consultórios, entre outros afins. Alguns destes resíduos se caracterizam por
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estar contaminados com agentes infecciosos ou que podem conter altas concentrações
de microrganismos que são potencialmente perigosos, tais como agulhas hipodérmicas,
gazes, algodões, meios de cultura, órgãos patológicos, restos de comida de pacientes,
papéis contaminados, embalagens, materiais de laboratório, entre outros.
Resíduos não perigosos
São aqueles produzidos pelo gerador em qualquer lugar e no desenvolvimento de sua
atividade, que não apresentam riscos para a saúde humana e/ou ao meio ambiente.
Qualquer resíduo de um ES não perigoso, sobre o qual se presuma haver estado em
contato com resíduos perigosos, deve ser tratado como tal.
Resíduos perigosos
São aqueles resíduos que por suas características ou manuseio ao que serão
submetidos, representam um risco significativo para a saúde ou ao ambiente. São
considerados perigosos os que apresentem pelo menos uma das seguintes
características: combustível, explosivo, corrosivo, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade, os quais podem causar dano à saúde humana e/ou ao ambiente.
Também se consideram perigosos os coletores e embalagens que tenham estado em
contato com estes resíduos, substâncias ou produtos perigosos.
Como estabelece a NBR 10004:2004. Resíduos Sólidos – Classificação, os resíduos
perigosos são aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido no item 3.2,
ou uma das características descritas nos itens 4.2.1.1 a 4.2.1.5, constantes nos anexos
A ou B.
Sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde
Conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características
físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua
descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da
qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador (Resolução
CONAMA nº 358/2005).
Taxa
É o tributo (imposto) cobrado de alguém que se utiliza de serviço público especial e
divisível, de caráter administrativo ou jurisdicional, ou o tem à sua disposição. A taxa
tem caráter compulsório, é fixada por lei num exercício para vigência no exercício
financeiro seguinte sem sofrer reajuste.
De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN Art. 77) - As taxas podem ser
cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, e pelos os Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições. Ou seja, as pessoas de Direito Público não
podem interferir na competência umas das outras. Por exemplo, a União não poderá
cobrar taxas que são de competência de um Município.
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Tarifas ou preços públicos
São cobrados por serviços de interesse específico de pessoas ou instituições que se
disponham a pagar por eles. São de natureza contratual e os preços podem ser
reajustados durante o exercício financeiro.Podem ser realizados pela administração
pública indireta, a seu exclusivo criterio e cobrando o preço público pelo serviço
prestado, ou realizados pela iniciativa privada.
Tratamento
Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características
dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de
acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado
no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes
casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e
o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde
devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº
237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância
sanitária e de meio ambiente (RDC ANVISA nº 306/04).
Tratamento térmico
É todo e qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima
de 800 ºC (Resolução CONAMA nº 316/2002).
Unidade de Tratamento e Disposição Final de RSS - UTDF
Instalação destinada ao tratamento prévio específico, transbordo, tratamento térmico ou
disposição final de resíduos de serviços de saúde.
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ABREVIATURAS
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
AS ATERRO SANITÁRIO
CAFIMP CADASTRO DE FORNECEDORES IMPEDIDOS DE LICITAR E CONTRATAR COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL
CM COLAR METROPOLITANO
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
COPAM CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL
CS CÉLULA DE DISPOSIÇÃO ESPECIAL
CTRS CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EAP ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO
EBITDA RESULTADO OPERACIONAL ANTES DOS IMPOSTOS, JUROS
E DEPRECIAÇÃO
ES ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
FEAM FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
P+D+I PESQUISA + DESENVOLVIMENTO + INOVAÇÃO
MMA MINISTÉRIO DO MEDIO AMBIENTE
NBR NORMA BRASILEIRA
PGIRS PLANO PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
PGRSS PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE
SAÚDE
PMI PROCEDIMIENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERÉSSE
PNRS PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PNSB POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMIENTO BÁSICO
PMDI PLANO MINEIRO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
PPAG PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO GOVERNAMENTAL
PPP PARCERIA PÚBLICO PRIVADA
PSF PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
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RCA RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL
RDC RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA
RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
RSS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
RSU RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
SMMA SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE
SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
TA TAXA DE ATRATIVIDADE
TIR TAXA INTERNA DE RETORNO
UBS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
UC UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
UCPPP UNIDADE CENTRAL DE PPP
UTDF UNIDADE DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL
UTRSS UNIDADE DE TRANSBORDO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com o termo de referência, este documento tem como objetivo geral
desenvolver a base mínima para a preparação da execução da proposta alternativa no
domínio da gestão integrada e regionalizada da RSS da RMBH e Colar Metropolitano,
tendo em conta os pilares fundamentais de informação, comunicação e formação,
bem como de mecanismos de fiscalização. Dada a descrição das possíveis estruturas
de fomento para essa gestão, tais como, sistemas de concessão e parceria público-
privada.
Propor medidas concretas a serem realizadas por organismos públicos, incluindo ações
de fiscalização, que devem ter como objetivo principal o destino e disposição final
ambientalmente adequada dos RSS, associada com a inclusão social, a emancipação
econômica e ações de redução de risco para as organizações de catadores de materiais
recicláveis.
Promover dentro do programa de educação ambiental, o reconhecimento do resíduo
reciclável como um bem econômico, capaz de gerar emprego e renda, e incentivar
coleta seletiva e a logística reversa, em particular, o descarte adequado de resíduos de
medicamentos e de produtos farmacêuticos.
Promover a importância da implementação da coleta seletiva nos municípios com o
objetivo de otimizar a gestão e a segregação na fonte dos RSS, oferecendo cursos de
formação nas unidades geradoras (estabelecimentos de saúde, policlínicas, hospitais,
etc.) e propor programas e ações de educação continuada previsto na Resolução
ANVISA RDC nº 306/2004.
Ainda de acordo com o TR estão apresentadas informações sobre (i) Fontes Públicas
de Fomento para a Gestão e Gerenciamento dos RSS – Identificação de possíveis
estruturas de fomento, por parte dos agentes públicos, para tornar a exploração privada
dos RSS uma atividade econômica atrativa e para ampliação do mercado de produtos
recicláveis; (ii) Destinação final e disposição final ambientalmente adequada dos RSS
- proposição de ações concretas para serem executadas pelos órgãos públicos,
incluindo ações fiscalizadoras, e que tenham como objetivo primordial a destinação
final e disposição final ambientalmente adequada dos RSS, associada à inclusão
social, emancipação econômica e a redução de riscos para as organizações de
catadores de materiais recicláveis; (iii) Mecanismos de Rateio e Programas de
Investimento – avaliação de Mecanismos de Rateio e Programas de Investimento que
melhor se adequem para a gestão dos RSS.
Como ítem final registram-se as Considerações e Recomendações mais indicadas para
a fase de incorporação do Plano de Gestão e Gerenciamento dos RSS da RMBH e CM
ao Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos: Região Metropolitana de Belo Horizonte
e Colar Metropolitano, elaborado pela Secretaria Extraordinária de Gestão
Metropolitana – Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, aprovado em 2013.
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Portanto, este documento irá apresentar as propostas que melhor atendam as
necessidades locais para desenvolver uma correta gestão integrada e regionalizada de
RSS na RMBH e Colar Metropolitano.
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2 BASE LEGAL E NORMATIVA APLICÁVEIS PARA ESTE PRODUTO
O Quadro 4 apresenta a Legislação vigente em 2015 pertinente à preparação para a
implementação da proposta de gestão integrada de RSS, complementando a legislação
apresentada nos produtos anteriores.
Quadro 4 - Legislação Federal para PPP
Ano Natureza Legislação Disposição
1993 Federal LEI nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993.
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos
da Administração Pública e dá outras providências.
1995 Federal LEI nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão
da prestação de serviços públicos previsto no art.
175 da Constituição Federal e dá outras
providências.
1995 Federal Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.
Estabelece normas para outorga e prorrogações
das concessões e permissões de serviços públicos
e dá outras providências.
1996 Federal Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996
Dispõe sobre a arbitragem.
2004 Federal Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004.
Institui normas gerais para licitação e contratação
de parceria público-privada no âmbito da
Administração Pública.
2005 Federal Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005.
Dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos e dá outras providências.
2005 Federal Decreto Federal nº 5.385, de 4 de março de 2005
Institui o Comitê Gestor de Parceria Público-
Privada (PPP) Federal – CGP e dá outras
providências.
2005 Federal Decreto Federal nº 5.411, de 6 de abril de 2005
Autoriza a integralização de cotas no Fundo
Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP,
mediante ações representativas de participações
acionárias da União em sociedades de economia
mista disponíveis para venda e dá outras
providências.
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Ano Natureza Legislação Disposição
2006 Federal Decreto Federal nº 5.977, de 1º de dezembro de 2006
Regulamenta o art. 3º, caput e § 1º, da Lei nº
11.079, de 30 de dezembro de 2004, que dispõe
sobre a aplicação, às parcerias público-privadas
(PPP), do art. 21 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro
de 1995, e do art. 31 da Lei nº 9.074, de 7 de julho
de 1995, para apresentação de projetos, estudos,
levantamentos ou investigações, a serem
utilizados em modelagens de parcerias público-
privadas no âmbito da administração pública
federal, e dá outras providências.
2007 Federal
Lei Complementar Federal nº 126, de 15 de janeiro de 2007
Dispõe sobre a política de resseguro, retrocessão
e sua intermediação, as operações de cosseguro,
as contratações de seguro no exterior e as
operações em moeda estrangeira do setor
securitário; altera o Decreto-Lei nº 73, de 21 de
novembro de 1966, e a Lei nº 8.031, de 12 de abril
de 1990; e dá outras providências.
2007 Federal Decreto Federal nº 6.037, de 7 de fevereiro de 2007
Altera e acresce dispositivos do decreto n° 5.385,
de 4 de março de 2005, que institui o Comitê
Gestor de Parceria Público-Privada Federal –
CGP.
2007 Federal Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007.
Regulamenta a Lei no 11.107, de 6 de abril de
2005, que dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos.
2012 Federal Lei nº 12.766, de 27 de dezembro de 2012
Altera a Lei nº 11.079, de 30 de Dezembro de
2004, que institui normas gerais para licitação e
contratação de parceria público-privada no âmbito
da administração pública, para dispor sobre o
aporte de recursos em favor do parceiro privado, e
dá outras providências.
2012 Federal Medida Provisória nº 575, de 7 de agosto de 2012
Altera a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de
2004, que institui normas gerais para licitação e
contratação de parceria público-privada no âmbito
da administração pública.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
No Quadro 5 se apresenta a legislação mais relevante de âmbito estadual para as
parcerias públicos-privadas.
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Quadro 5 - Legislação Estadual para PPP.
Ano Natureza Legislação Disposição
2003 Estadual Lei Estadual nº 14.868, de 16 de dezembro de 2003
Dispõe sobre o Programa Estadual de Parcerias
Público-Privadas.
2003 Estadual Lei Estadual nº 14.869, de 16 de dezembro de 2003
Cria o fundo de parcerias público-privadas do
Estado de Minas Gerais.
2003 Estadual Decreto Estadual nº 43.702, de 16 de dezembro de 2003
Instala o Conselho Gestor de Parcerias Público-
Privadas - CGPPP e dá outras providências.
2007 Estadual Decreto Estadual nº 44.565, de 03 de Julho de 2007
Institui o procedimento de manifestação de
interesse em projetos de parcerias público-
privadas, nas modalidades patrocinada e
administrativa, e em projetos de concessão
comum e permissão.
2008 Estadual Decreto Estadual nº 44.929, de 29 de outubro de 2008
Dispõe sobre a organização do plano estadual de
parcerias público-privadas e dá outras
providências.
2009 Estadual Lei Estadual nº 18.038, de 12 de janeiro de 2009
Define diretrizes para a formalização de parcerias
entre o Estado e a iniciativa privada e dá outras
providências.
2009 Estadual Decreto Estadual nº 45.144, de 24 de Julho de 2009
Regulamenta a lei nº 18.038, de 12 de janeiro de
2009, que define diretrizes para a formalização de
parcerias entre o estado e a iniciativa privada e dá
outras providências.
2011 Estadual Lei Estadual nº 19.477, de 12 de janeiro de 2011
Dispõe sobre a adoção do juízo arbitral para a
solução de litígio em que o Estado seja parte e dá
outras providências.
2012 Estadual Decreto Estadual nº 45.902 de 27 de janeiro de 2012,
Dispõe sobre o Cadastro Geral de Fornecedores –
CGEF -, previsto no art. 34 da Lei Federal nº 8.666,
de 21 de junho de 1993, e regulamenta a Lei
Estadual nº 13.994, de 18 de setembro de 2001,
que institui o Cadastro de Fornecedores Impedidos
de Licitar e Contratar com a Administração Pública
Estadual – CAFIMP.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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3 METODOLOGIA
O conteúdo que será apresentado nos itens a seguir foi elaborado tomando como
referência as análises, resultados e conclusões da FASE 01: Diagnóstico da Situação
Atual dos Resíduos e da FASE 02: Elaboração de proposta para o gerenciamento,
tratamento e disposição final dos RSS, todos elaborados pelo Consórcio IDP-FR.
O presente documento, Preparação para execução da proposta de gestão integrada
dos RSS apresenta de maneira específica a proposta de gestão sustentável e
regionalizada dos RSS na RMBH e Colar Metropolitano.
Para tal, a metodologia para as fases de levantamento de dados foi baseada em fontes
específicas, primárias e secundárias.
A coleta de fontes específicas teve como fonte principal os Planos de Gestão e outra
documentação elaborada por diversas Áreas Metropolitanas (do Brasil e de outros
países), e estudos comparativos entre as mesmas. A coleta de dados primários teve
como fonte principal a documentação elaborada pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha na
FASE 01: Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos e da FASE 02: Elaboração de
proposta para o gerenciamento, tratamento e disposição final dos RSS. Já o
levantamento de dados secundários foi realizado por meio da consulta de fontes
externas, tais como: trabalhos acadêmicos, legislações e normas, projetos de pesquisa,
tanto nacional como internacional que forneceram fundamentação técnica às propostas
de gestão sustentável e regionalizada dos RSS.
A Figura seguinte elucida a estrutura metodológica que foi utilizada para o levantamento
de dados do presente documento. Outras informações foram obtidas por contribuições
do grupo gestor e nos debates das reuniões públicas.
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Figura 2 - Fluxograma de coleta de informação.
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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4 ALTERNATIVA PARA A GESTÃO INTEGRADA E REGIONALIZADA DE
RSS
A escolha do modelo integrado de gestão e regionalizado de RSS a ser implementado
para a RMBH e CM, envolve questões de âmbito técnico, operacional, financeiro e
político. A solução proposta deve atender a qualidade dos serviços desejada pelo
usuário, buscando um equilíbrio na relação final de custo-benefício.
A gestão dos RSS de acordo com Brasil (2005a) compreende as ações relacionadas
com a tomada de decisões políticas e estratégicas sobre as questões institucionais,
operacionais, financeiras, sociais e ambientais relacionadas aos resíduos sólidos e é o
ápice da pirâmide da Gestão-Gerenciamento-Manejo de RSS, como mostrado na figura
seguinte:
GESTÃO: Define a Política GERENCIAMENTO: Implementa a política MANEJO: Operaciona a implementação
Figura 3 – Descrição Gestão-Gerenciamento-Manejo.
Fonte: Adaptado Brasil (2005a)
Para a Gestão de RSS, podem ser avaliadas as diferentes alternativas entre as quais
estão as seguintes:
Realizada diretamente pelo município (execução direta /centralizada).
Por meio de empresa pública específica (execução indireta/descentralizada).
Por empresas de economia mista criada especificamente para desempenhar
estes serviços (concessão ou delegação).
Por iniciativa privada, por meio de terceirização (execução descentralizada).
Muitas vezes, os problemas relacionados com o governo municipal exigem soluções
que vão além do âmbito de aplicação e da capacidade de ação das prefeituras, em
termos de investimento, atividade política, recursos humanos e técnicos. Muitas dessas
soluções exigem ações conjuntas, considerando que a maioria destes problemas
afetam, simultaneamente, a mais de um município. Neste caso, sendo o consórcio
público intermunicipal um instrumento jurídico, tem a capacidade de resolver algumas
destas dificuldades.
No modelo de delegação à iniciativa privada, é importante a existência de um regulador
independente para regular a entidade privada. A título de comparação, não é possível
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imaginar uma gestão unicamente privada dos serviços associados à gestão dos
resíduos sólidos, com pouca ou nenhuma relação em nível estadual.
4.1 CONSORCIAMENTO INTERMUNICIPAL
Os consórcios intermunicipais podem ser considerados "Organismos Públicos
Descentralizados", que vem sendo uma solução adotada pelos municípios brasileiros
como uma ferramenta interessante para o planeamento e gestão de questões que vão
além das fronteiras do seu território, tendo em conta que pequenos municípios são os
que tem mais dificuldades para viabilizar qualquer modelo de negócio sustentável a
longo prazo (SOUSA, 2012).
No território brasileiro, a Lei Federal 11.107/2005 que rege as regras gerais relativas
aos contratos de consórcios públicos foi regulamentada pelo Decreto nº 6.017, de 17 de
janeiro de 2007. De acordo com o referido decreto, os consórcios são caracterizados
por um acordo entre municípios, a fim de alcançar objetivos comuns e objetivos comuns
previamente estabelecidos, permitindo a criação de uma nova entidade jurídica com
estrutura de gestão autônoma, bem como orçamento e patrimônio próprio para levar a
cabo as suas atividades (Lei 11.107/05).
As experiências nacionais mostram na maioria dos casos concessões diretas para a
prestação de serviços, por meio de contratos obtidos por processos licitatórios, exceção
para a região metropolitana de Campinas, cujo modelo adotado foi o de consórcio,
previsto na Lei Federal dos Consórcios Públicos, nº 11.107/2005, que regulamenta o
Art. 241 da Constituição Federal e estabelece as normas gerais de contratação de
consórcios públicos. Os consórcios públicos dão forma à prestação regionalizada de
serviços públicos instituída pela Lei Federal de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) e
que é incentivada e priorizada pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
12.305/2010).
Os recursos econômicos podem ser gerados a partir das próprias atividades e
contribuições dos municípios membros, de acordo com o estatuto do consórcio,
considerando a população atendida e das toneladas tratadas. As contribuições podem
ser partes iguais entre os municípios ou podem variar de acordo com o orçamento do
município, população, uso de serviços e bens do consórcio, bem como outros critérios
que se considerem apropriados para as partes (ABLP, 2014).
Segundo BRASIL (2013), a síntese dos principais tipos de serviços previstos ou
executados pelos consórcios identificados, revelam um amplo espectro de serviços,
contemplando alguns de caráter mais genérico e outros com objetivos bastante
específicos. Como exemplos, citam-se:
Implementação de apoio técnico para implantação de sistemas de fiscalização.
Apoio técnico para organização e realização de concurso para provimento de
cargos do consórcio.
Orientação na formulação da política tarifária e definição dos critérios de cálculo
do valor de taxas/tarifas.
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Apoio técnico junto a processos de licenciamento ambiental das unidades dos
sistemas locais.
Atuação no desenvolvimento sustentável dos municípios.
Elaboração de planos de gestão de resíduos sólidos.
Implantação e operação de aterro sanitário compartilhado.
Implantação e operação de coleta seletiva.
Implantação de coleta e tratamento de resíduos dos serviços de saúde.
Atuação sobre os resíduos de construção civil.
Coleta e destinação de pneus inservíveis.
Coleta e destinação de resíduos eletrônicos.
Capacitação técnica de pessoal para atuação nos consórcios.
Compartilhamento de máquinas e veículos.
Consultoria e capacitação para a captação de recursos financeiros.
Nem sempre estabelecer parcerias com outros municípios é uma tarefa fácil, pois
envolve questões relacionadas às demandas sociais, políticas e econômicas dos
diferentes municípios. Portanto, a transparência e o diálogo são essenciais neste
processo de mútuo acordo.
O consórcio é passível de passar por fiscalização contábil, operacional e de patrimônio
líquido pelo tribunal de contas competente, que poderá ter acesso às contas de seu
representante legal. Tudo isso, sem perder o controle externo, deve ser feito com base
em cada um dos contratos a celebrar entre os consorciados e o próprio consórcio.
A gestão de RSS na RMBH e CM poderia incluir as seguintes ações:
1. A ação administrativa que inclui o planejamento e preparação de planos e
programas de ação, assim como as ações orçamentais e de avaliação, de
educação e fiscalização necessárias para um manejo adequado de RSS.
2. A ação operacional, que inclui as ações ou serviços empregados para o correto
manejo dos RSS, desde a geração até seu tratamento ou disposição final
adequada.
Neste sentido, a “ação” operacional dos RSS compreenderia as seguintes ações ou
serviços:
1. Geração de RSS.
2. Segregação e armazenamento de RSS no ES.
3. Tratamento de alguns subgrupos no ES.
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4. Transporte de RSS para Estações de Transbordo.
5. Transporte das estações de transbordo para UTDF de RSS.
6. Tratamento dos RSS em UTDF.
7. Disposição final de rejeito de tratamento para célula de disposição especial
8. Disposição de RSS no aterro sanitário.
Como indicado no PRODUTO 07 (IDP-FR, 2015a), é importante ressaltar que a
formação de um consórcio público intermunicipal deve emanar de decisões políticas
locais e, portanto, cabe unicamente a cada um dos municípios, decidir sobre o assunto.
Por outro lado, dentro da prestação dos serviços de um consórcio público intermunicipal,
se encontram tarefas como:
Aprovação de projetos - o consórcio de gestão de RSS, poderia ter um órgão
responsável pela aprovação de projetos das infraestruturas dos sistema
proposto.
Sistema de informação de custos – sugere-se que o consórcio responsável
pela gestão de RSS implemente um sistema de informação abrangente capaz
de gerar dados constantes relativos aos custos reais dos serviços municipais de
gestão e gerenciamento de RSS nos diferentes municípios da RMBH e CM.
Este sistema de informação poderá registrar os gastos dos serviços prestados
pelo município por meio de um sistema de administração direta que incluirá os
desembolsos feitos pelos serviços contratados com terceiros, despesas
decorrentes de campanhas de educação ambiental, gastos de supervisão,
fiscalização e controle. Também poderão ser registradas as receitas, nos casos
de concessão (tais como os direitos de exploração (exploração de
infraestruturas, etc.).
Todo sistema de gestão integrada apresenta prós e contras. A seguir são apresentadas
as características de um agrupamento por meio da instituição de um consórcio público
(Brasil,2015):
Estabilidade.
Necessidade de intervenção legislativa (ratificação do protocolo).
Contrato verdadeiro entre as partes.
Admissão de cláusula de permanência obrigatória e de sanções por
inadimplência.
Maior formalidade.
Maior enquadramento legal.
Novo instrumento (falta de tradição).
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Possibilidade de gestão integrada plena dos serviços.
Existência de lei especifica (Lei nº 11.107/05).
Levando em conta o descrito acima, propõe-se a gestão direta por meio da criação de
um único consórcio intermunicipal para a gestão integrada dos RSS na RMBH e CM, o
qual poderia contar com 4 gerentes, um para cada área considerada no estudo de
regionalização, tal como apresentado no esquema seguinte (Figura 4).
Alternativamente, pode-se considerar a formação de um único consórcio para gerenciar
tanto os RCCV e RSS gerados na RMBH e CM o qual poderia contar com uma estrutura
composta por 5 gerências, já que para RCCV o estudo de regionalização considerou a
criação de 5 zonas.
Figura 4 – Proposta de organização do Consórcio em Gerências para a Gestão Integral de RSS na
RMBH e CM.
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
Portanto, o Sistema Integrado de Gestão de RSS para a RMBH e CM poderia ser
formado por:
1. Consórcio responsável pela gestão integral de RSS da RMBH e Colar
Metropolitano.
2. Órgãos executivos (membros da organização municipal que executam a gestão
e o gerenciamento dos RSS) de todos os municípios da RMBH e Colar
Metropolitano.
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3. Infraestruturas operacionais tais como: veículos de coleta, estações de
transferência, Unidades de Tratamento e Disposição Final, Células de
Disposição Especial e Aterros Sanitários.
4. Òrgãos públicos para supervisão, fiscalização e controle do Consórcio e
Municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
Neste arranjo, cada município seria responsável pela criação de tais órgãos,
estabelecendo sua estrutura e funções. O consórcio, no âmbito das funções
intermediadoras, deverá promover a padronização de critérios diferenciados para cada
município integrante, com o objetivo de que a qualidade do serviço seja o mais uniforme
possível e adequado á realidade dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
Dentro da organização municipal habitual nos municípios brasileiros, existem várias
secretarias que, dentro de suas atribuições, fazem a gestão e/ou fiscalização dos
serviços relacionados aos resíduos sólidos devendo ser promovida uma articulação inter
e intrasetorial, envolvendo as secretarias municipais tais como: Secretaria Municipal de
Serviços Urbanos, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de
Obras Públicas, Secretaria Municipal de Saúde e outras.
Pode ser considerada a criação de um órgão transversal para as secretarias, cuja
função principal seria a promoção da interlocução entre os membros do Consórcio.
Figura 5 – Hierarquização da ação administrativa na gestão de RSS na RMBH e CM.
Fonte: Adaptado de CEDEPLAR, Relatório 1 do Macrozoneamento Metropolitano.
4.2 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Do ponto de vista do Poder Público, os modelos de gestão de resíduos sólidos podem
ser administrados e gerenciados das seguintes maneiras (PPIAF, 2007).
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4.2.1 Administração pública direta
No conceito geral de execução direta, o Poder Público, nos diversos entes federativos,
realiza a prestação de serviços públicos para seus respectivos geradores de RSS,
desde que disponha de recursos materiais, humanos e técnicos. Para os geradores
privados, a prestação desses serviços é realizada sob remuneração para, no mínimo,
cobrir todos os custos da gestão e do gerenciamento. Não existe, portanto, a
contratação de particulares ou a criação de entidades de Administração Pública indireta,
para isso. Nada impede que o Poder Público crie um órgão ou departamento específico
para a execução desses serviços (PPIAF, 2007).
Este modelo é recomendado para pequenas comunidades, situadas em áreas remotas
sem conexão urbana, permitindo maior eficiência e menor custo para o município.
Neste modelo de gestão, o serviço é prestado aos ES de âmbito municipal. Caso os ES
privados queiram que o serviço prestado pelo ente terceirizado tenha cobertura, poderia
ser estabelecida uma política tarifária por meio da cobrança de uma taxa particular para
o gerenciamento dos resíduos gerados em tal ES.
O ES privado deve incluir no seu Plano de Gerenciamento de RSS – PGRSS, as
recomendações definidas no capítulo IV da RDC ANVISA 306/2004.
“2.1. A elaboração do Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, obedecendo a
critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta
e transporte dos serviços locais de limpeza urbana e
outras orientações contidas neste Regulamento.”
4.2.2 Administração pública indireta
Em execução indireta, a diferença do item anterior, é que o Poder Público ao invés de
prestar os serviços pela administração direta, os delega para terceiros. Esta delegação
pode ser dada por lei a entidades da Administração Pública indireta ou mesmo por
contrato a particulares, permitindo a formalização de concessões, parcerias público-
privadas, permissões ou terceirização dos serviços. No primeiro caso, se trata de uma
delegação legal e no segundo de uma delegação contratual.
A delegação legal pressupõe a transferência pelo poder público de serviços públicos a
entidades da Administração Pública indireta por lei. No caso da criação de uma nova
entidade jurídica para a prestação de serviços públicos, a titularidade dos serviços
também vem transferida a nova entidade (PPIAF, 2007).
Reafirma-se que sempre que a prestação de serviços públicos forem atender os
geradores privados, esses deverão ser remunerados para, no mínimo, cobrir os custos
da gestão e gerenciamento.
Este modelo pode aumentar a eficiência em relação à administração direta e, em certa
medida, impedir a interferência política e as suas consequências no nível operacional.
Melhorar a gestão dos resíduos de serviços de saúde, pressupõe o estabelecimento de
um sistema global que leve em conta os deveres e responsabilidades, a formação de
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todas as partes envolvidas e à alocação de recursos para todas as fases da gestão,
este é uma processo de longo prazo que passa por melhorias graduais até atingir os
objetivos e metas iniciais. Por outro lado, a conscientização sobre os riscos ligados aos
RSS é uma etapa imprescindível para permitir a divulgação e o conhecimento das
práticas seguras e confiáveis de manipulação direta dos resíduos, protegendo a equipe
responsável de possíveis contaminações resultantes do manuseio incorreto no
momento da coleta, manipulação, armazenamento, transporte, tratamento ou
eliminação dos RSS.
Para que haja progressos reais nos processos e métodos de gestão de RSS, é essencial
a participação de todas as partes envolvidas na gestão, especialmente do Poder Público
em todos os níveis da administração, com ênfase na participação direta das autoridades
locais em atividades básicas de gestão - planejamento, supervisão e fiscalização.
As atividades de gestão dos estabelecimentos de saúde podem ser delegadas a
terceiros, considerando que devem ser acompanhadas pelo gerador, uma vez que este
sempre será o responsável por qualquer infração cometida.
4.2.3 Administração mista ou privada
Dentro das várias formas de contratação na administração pública, existem as
concessões ou delegações. Que podem ser exercidas por empresas de economia mista
ou empresas privadas.
Os contratos para a prestação de serviços de gerenciamento de RSS da RMBH e Colar
por empresas prestadoras, poderão ser definidos para as seguintes etapas:
1. A coleta de RSS.
2. Transporte de RSS
3. Transbordo e Tratamento de RSS.
4. Disposição final de RSS.
5. Outros serviços relacionados com o manejo de RSS na jurisdição municipal.
6. O agrupamento total ou parcial das anteriores.
No modelo de delegação à iniciativa privada, é importante a existência de uma entidade
reguladora independente para regular a entidade privada na execução do contrato
firmado entre as partes.
4.3 REGIME ECONÔMICO
O funcionamento do Agrupamento pode ser feito por meio de contribuições dos
municípios que o compõe. Estas contribuições poderiam ser baseadas no número de
habitantes e na quantidade de resíduos gerados e tratados adequadamente.
No caso dos geradores de RSS a cobrança é direta, uma vez que a legislação prevê
que o gerador tem de cobrir os custos de toda a gestão dos RSS gerados.
Na determinação dos custos de gestão dos RSS, deve-se incluir o custo real das
operações de coleta, transporte e tratamento dos RSS, incluindo a vigilância dessas
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operações e a manutenção posterior dos aterros sanitários e células de disposição
especial.
As autoridades competentes podem estabelecer medidas econômicas, financeiras e
fiscais para promover a prevenção na geração de RSS, implementar a segregação,
melhorar a gestão, promover e fortalecer os mercados de reciclagem e também para
que o setor de resíduos contribua para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.
Com esta intenção é possível estabelecer política tarifária (impostos, taxas, tarifas ou
preços públicos) aplicáveis ao tratamento e eliminação dos RSS.
Adicionalmente à política tarifária, a gestão dos resíduos pode ser submetida a
aplicação de outros instrumentos econômicos que poderiam contribuir para a viabilidade
do projeto.
Sugere-se, por meio da legislação específica, a criação de um fundo patrimonial para o
financiamento da gestão dos RSS, tomando como modelo experiências internacionais
identificadas no Benchmarking. Este fundo econômico teria como finalidade promover
a instalação de infraestruturas, equipamentos e serviços para operações de tratamento
e disposição final de RSS e ações sociais, ambientais e econômicas para os cidadãos
nos municípios nos quais fossem localizadas. Essas instalações, incluídas no Plano de
Gestão de RSS, seriam declaradas de serviço púbico e de propriedade da
Administração Pública ainda que desenvolvidos sob regime de concessão à entidades
privadas.
Nestes casos, os municípios podem receber uma porcentagem do orçamento total da
obra que tenha que ser feita para a implementação da instalação de tratamento e
disposição final de RSS, e uma contribuição financeira anual de natureza variável,
determinada em função do sistema da instalação, do tipo dos resíduos e do número de
toneladas tratadas anualmente na instalação. Os municípios beneficiários do fundo
econômico participam nas funções de controle e vigilância da instalação
correspondente.
Este fundo seria desenvolvido por legislação específica, por meio da implementação de
um imposto ou taxa relativa à disposição final dos RSS nos Aterros Sanitários, tanto de
propriedade pública como privada. Além disso, poderia implementar-se tributos para
operações de tratamento dos RSS.
Uma alternativa seria estabelecer um fundo patrimonial relacionado ao financiamento
da gestão de todos os resíduos, do qual uma parte seria para RCCV e outra para RSS.
A legislação deve definir a forma de distribuição dos recursos para garantir o
financiamento das infraestruturas de gestão de RSS, tanto da implementação de novas
infraestruturas como da melhoria das instalações existentes, motivada pelas
adaptações às regras, em conformidade com as disposições do Plano de Gestão de
RSS.
O financiamento das infraestruturas previstas no Plano de Gestão de RSS pode ser
equacionado, por exemplo, no âmbito de um contrato entre o Consórcio de Gestão de
RSS e o Governo de Minas Gerais.
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O Fundo de Gestão de RSS se nutriria dos seguintes recursos (CTESC, 2013):
a) As contribuições do orçamento do Governo de Minas Gerais.
b) As atribuições que correspondam ao Governo de Minas Gerais a partir da imposição
de impostos sobre RSS. Por exemplo, por leito como é feito em alguns países
europeus ou aqueles ES que não realizarem a correta segregação das frações
potencialmente reciclveis do grupo D.
c) As receitas derivadas da aplicação de taxas ou tarifas sobre a disposição final de
RSS em aterros sanitários e das operações de incineração dos RSS.
d) Subvenções e auxílios concedidos por outros organismos públicos.
e) O valor arrecadado das penalidades impostas pela Administrações Públicas, como
resultado da violação dos regulamentos sobre RSS, após a dedução dos gastos de
gestão.
f) As doações, heranças, as contribuições e as ajudas que os particulares, empresas
ou instituições destinem especificamente ao Fundo.
g) Os remanescentes procedentes de economias na contratação, de revogações ou
renúncias, nos procedimentos de concessão de auxílios ou subvenções aos
municípios financiados pelo Fundo, incluindo os provenientes dos sistemas
estabelecidos para a gestão de RSS municipal, seja no mesmo exercício fiscal ou
em exercícios anteriores.
h) As atribuições específicas do Governo Federal.
i) Qualquer outra contribuição destinada a financiar as operações de gestão de RSS.
Os recursos não provenientes de taxas ou tarifas poderiam ser dedicados a qualquer
política em relação à gestão dos RSS, conforme seja decidido pelo Consórcio de Gestão
de RSS.
4.4 DIRETRIZES E METAS DO SISTEMA DE GESTÃO DE RSS
No sistema de Gestão de RSS são de fundamental importância, o planejamento,
estabelecimento de metas e objetivos, bem como o sistema de monitoramento e
controle, a fim de realizar os ajustes necessários quando for conveniente, tudo isso para
alcançar uma exitosa gestão dos RSS que, de acordo ao PNRS, como já mencionado,
é de responsabilidade do Poder Público, sendo indelegável.
As diretrizes e metas propostas para este Plano são dadas no documento "Proposta
técnica inicial para definição por parte do Governo Estadual das diretrizes, estratégias
e metas que subsidiarão os produtos do plano metropolitano". Estas foram propostas
no âmbito do comitê gestor que acompanha a elaboração do Plano e discutidas
internamente nos órgãos públicos estaduais participantes deste comitê. Ressalta-se que
as metas estabelecidas serão objetos de revisão, ainda neste Plano, no momento de
consolidação do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de RSS em função de
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atualização do conhecimento da realidade da gestão e do gerenciamento de RSS na
área de estudo.
Estes parâmetros envolvem tanto o campo da gestão, como o gerenciamento dos RSS
na RMBH e CM e estão apresentados no quadro a seguir.
Quadro 6 – Diretrizes e estratégias para alcançar os objetivos para a gestão dos RSS.
Diretrizes para RSS
Estratégias para RSS
Diretriz 1:
Fortalecer a gestão dos resíduos de serviços de
saúde
Estratégia 1 Fomentar ações e programas de apoio aos geradores para operacionalização dos PGRSS.
Estratégia 2 Intensificar as ações de capacitação, priorizando a redução da geração e a segregação na origem.
Estratégia 3
Intensificar as ações de fiscalização do gerenciamento e manejo dos resíduos de serviços de saúde, integradas com as ferramentas de monitoramento definidas pelos órgãos responsáveis.
Estratégia 4 Promover adequação dos sistemas de tratamento térmico de resíduos de serviços de saúde.
Diretriz 2:
Fortalecer o gerenciamento
dos RSS
Estratégia 1 Apoiar a implementação da segregação dos resíduos na origem e no momento da geração, como princípio orientador na gestão dos resíduos.
Estratégia 2 Apoiar a implantação de tratamento prévio intra_ estabelecimento para envio dos resíduos tratados para disposição final em aterro sanitário.
Estratégia 3 Otimizar a rede de sistemas de tratamento e destinação extraestabelecimento dos RSS.
Estratégia 4 Fomentar ações e programas para sensibilização do descarte correto dos RSS gerados em domicílios.
Estratégia 5 Fortalecer as ações de organização das informações e manutenção do SINIR.
Diretriz 3:
Minimizar o uso do mercúrio nos
serviços de saúde
Estratégia 1 Incentivar a adoção de procedimentos para banir o uso do mercúrio nos serviços de saúde e a aquisição de equipamentos isentos de mercúrio.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP-Ferreira Rocha, 2014
No referido documento foram estabelecidas sete metas para os RSS:
Meta 1: Atualização do diagnóstico quantitativo e qualitativo da geração, coleta,
tratamento térmico, destinação e disposição final dos RSS, a cada quatro anos, a
partir de 2018, em consonância com o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS).
Meta 2: Definir e apurar em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde,
indicadores de gestão de RSS em nível estadual e regional, com foco na RMBH e
Colar.
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Meta 3: Criação de ferramenta de sistema de informação online, visando o
monitoramento do gerenciamento do fluxo dos RSS no território da RMBH e Colar
Metropolitano, bem como o monitoramento da operacionalização dos Planos de
Gerenciamento de RSS de empreendimentos e atividades, além de estabelecer
formas de se construir Inventário de RSS.
Meta 4*: Encaminhar para a reciclagem 50% dos materiais recicláveis do Grupo D
até 2017 e 100% até 2020.
Meta 5*: Promover a segregação na origem dos RSS de acordo com os grupos
estabelecidos nas Resoluções CONAMA 358/2005 e ANVISA RDC 306/2004 e a
destinação ambientalmente adequada nos percentuais de 50% até 2017 e 100% até
2020.
Meta 6: Induzir a implementação de sistemas de autoclavagem para decaimento
bacteriano até o nível III intraestabelecimentos de saúde para resíduos subgrupo A1,
A2 e Grupo E contaminados, nos estabelecimentos de serviços de saúde sujeitos à
elaboração de PGRSS pelo porte e riscos (estabelecimentos geradores de resíduos
perigosos – Grupo A, Grupo B e Grupo E - que por sua constituição apresentam
elevado risco de infecção e/ou à saúde pública ou ao meio ambiente) até 2019.
Meta 7: Elaboração e atualização de Manual contendo orientações técnicas a serem
seguidas pelos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, visando a
adequação ambiental destes.
As estratégias e metas estabelecidas, como se pode ver, são baseadas nos pilares:
informação, comunicação e formação entre as várias entidades e pessoas envolvidas
na gestão dos RSS, utilizando mecanismos de ação complementares para um controle
efetivo.
*Metas sujeitas a revisão no ato de consolidação do Plano.
4.5 MANEJO DOS RSS
Para a gestão adequada dos RSS é essencial contar com uma rede de serviços e
infraestruturas que garantam um bom desenvolvimento de todas as fases do
gerenciamento - segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
tratamento e disposição final adequada de RSS, de acordo com as exigências da
legislação vigente, priorizando a minimização e redução do volume gerado.
Grande parte das etapas do gerenciamento e do manejo dos RSS se configuram em
atividade a nível intraestabelecimento e, portanto, as ações e responsabilidades
relativas, competem, principalmente, ao Estabelecimento de Saúde.
Entre as atividades que fazem parte deste gerenciamento adequado estão as de
redução e minimização, segregação, classificação, tratamento prévio, etc.
Nos itens a seguir serão apresentados algumas ferramentas ou ações que podem
contribuir para o desenvolvimento adequado das etapas do gerenciamento de RSS.
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4.5.1 Aspectos de classificação e quantificação dos resíduos e monitoramento de
indicadores
Como ferramentas básicas para o acompanhamento do gerenciamento adequado na
etapa de classificação e quantificação de RSS, temos:
a) Elaboração de uma planilha com os tipos de resíduos gerados pelo estabelecimento
de saúde e sua respectiva classificação no grupo e subgrupo, em conformidade
com as disposições de RDC Anvisa nº 306/2004 e Resolução CONAMA nº
358/2005 ou outras que possam substituí-las.
b) Quantificação de cada grupo de resíduo em quilogramas (kg) ou litros (l) por dia e
por mês.
Para o cálculo da média diária da geração de RSS, por Grupo e Subgrupo, as
unidades de saúde devem quantificar diariamente, no mínimo por sete dias
consecutivos, a quantidade de resíduos gerados, em peso ou volume. A
amostra deve ser a mais representativa possível, e coletada em todos pontos
de geração.
Para as unidades de saúde recém implantadas, o cálculo da quantificação de
resíduos sólidos e líquidos poderá ser feito de forma estimada, desde que
referenciada a origem da base de dados adotada para este cálculo.
c) Os indicadores de avaliação e controle de RSS devem ser gerados no momento da
implantação de PGRSS e, avaliados posteriormente com frequência anual, de
acordo com o estabelecido em RDC ANVISA nº 306/04 ou outras que possam
substituí-la. Sugere-se a adoção dos seguintes indicadores:
Taxa de acidentes com resíduos perfurocortantes em relação ao número total de
acidentes ocorridos na unidade de saúde.
o Variação na geração de resíduos do Grupo A, B, D, E em relação ao total
de resíduos gerados no ES.
o Variação porcentual de resíduos encaminhados para reciclagem em
relação ao total de resíduos gerados na unidade de saúde.
4.5.2 Minimização da geração de resíduos (redução, reutilização, recuperação ou
reciclagem)
Algumas tarefas podem ser distribuídas pelos colaboradores para verificação da gestão
e do seu impacto na minimização da geração de resíduos, a saber (FEAM, 2011):
a) Descrever as formas adotadas para minimizar a geração de resíduos do Grupo B,
por meio da adoção de procedimentos de aquisição com a possibilidade de
devolução de produtos químicos com prazo de validade vencido ou das embalagens
ao fabricante/fornecedor.
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b) Descrever as formas para minimizar a geração de resíduos do Grupo D - rejeitos e
resíduos recicláveis (papel, papelão, plástico, vidro e metais ferrosos e não
ferrosos).
4.5.3 Segregação dos resíduos
Descrever a forma de segregação que deve ser realizada no local ou ponto de geração,
de acordo com as características de cada grupo de resíduo e instruções da Resolução
ANVISA RDC 306/2004 e da CONAMA 358/2005.
4.5.4 Tratamento prévio dos resíduos, opcional ou obrigatório
Para temas de tratamento prévio dos resíduos deve-se levar em conta:
a) Para os resíduos dos Grupos A, B e E, deve-se informar os processos e o pessoal
alocado para o tratamento, a localização. Informar ainda a nova classificação dos
resíduos após o tratamento.
b) No caso de geração de rejeitos radioativos (fora do âmbito deste plano), deverá ser
informado o local de armazenamento para o decaimento da radiação. Obtendo o
limite para a eliminação, reclassificar o resíduo de acordo com o Grupo a que
pertence (A, B, D ou E).
4.5.5 Acondicionamento dos resíduos e rejeitos, por Grupo e Subgrupo, e identificação
Pós-tratamento intraestabelecimento, temos:
a) Descrever como os resíduos gerados são/serão embalados e coletados.
b) Especificar as características das embalagens (saco plástico, caixa de papelão,
barris, garrafas de plástico e latas, recipientes de vidro, etc.) e os recipientes (lixeira,
contêiner, etc.) para condicionar os resíduos.
c) Descrever as formas de identificação utilizadas nos sacos de acondicionamento,
recipientes para coleta interna e externa, bem como os locais de armazenamento,
que satisfaçam os parâmetros e simbologias de risco definidos pela Norma NBR
7500 da ABNT.
4.5.6 Armazenamento temporário
Descrever os aspectos de construção, localização, dimensões e uso do local de
armazenamento temporário, se for o caso.
4.5.7 Coleta e Transporte Internos
Nas tarefas de coleta e transporte interno de RSS deverão ser consideradas as
seguintes recomendações que devem ser implementadas dentro do PGRSS do
estabelecimento de saúde (UFTM, 2015):
a) Descrever o sistema de coleta e transporte interno de cada grupo de resíduo.
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b) Descrever o fluxo (itinerário) dos resíduos por Grupos, informando o horário de
coleta e transporte interno.
c) Especificar o equipamentos (carro especial de coleta interna), quando for
necessário.
4.5.8 Armazenamento externo
Para o Armazenamento externo, independente do porte do ES, devem ser observadas:
a) Especificar as características e quantificar os contêineres disponíveis por
Grupo de resíduos, incluindo a capacidade de carga. Indicar no piso térreo
(projeção) os locais onde os contêineres estarão dispostos.
b) Representar esquematicamente, no andar térreo, o sistema de
armazenamento final para os resíduos do Grupo A, B, D – incluindo o local
específico para os reciclados – e Grupo E.
a) Observar e descrever os percursos do traslado dos resíduos, desde o local da
geração até o estacionamento para os veículos de coleta externa.
c) Descrever o local de destino final dos resíduos recicláveis, destacando:
Tipos de resíduos recicláveis gerados.
Forma de acondicionamento dos resíduos recicláveis.
Transporte dos resíduos recicláveis dentro da unidade geradora até o
local de armazenamento externo (incluindo equipamentos, itinerário e
horário da coleta, que devem ser diferentes dos Grupos A, B, C e E).
É importante que o gerenciamento dos RSS na fase intraestablecimento seja
acompanhada de uma capacitação contínua para todos os funcionários envolvidos
diretamente ou indiretamente com os resíduos, independente do nível hierárquico. A
capacitação é crucial para aumentar a sensibilização e garantir o gerenciamento
adequado dos RSS e dos seus benefícios advindos.
4.5.9 Coleta e transporte externos
Em relação as tarefas de transporte extraestablecimento dos RSS é importante frisar
que existem duas fases, entre as quais destacamos:
O transporte a ser realizado desde o Estabelecimento de Saúde às instalações
intermediárias, neste caso Estações de Transbordo, nas quais serão realizados
trabalhos de consolidação de veículos ou de cargas, dependendo do grupo de
resíduos.
O transporte a partir dessas instalações intermediárias até as UTDF ou aterros
sanitários ou células de disposição final, conforme seja seu destino final de
acordo com a sua classificação.
Os agentes envolvidos devem seguir as seguintes recomendações por parte do
estabelecimento de saúde (FEAM, 2011):
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a) Indicar o nome do responsável pela coleta e transporte externo dos resíduos
gerados.
b) Apresentar uma cópia do contrato e/ou comprovante de prestação de serviços
de coleta e transporte externo de resíduos com a empresa responsável.
c) Apresentar uma cópia da licença ambiental da empresa responsável pela
prestação de serviço de coleta e transporte de RSS.
As empresas que fazem o transporte devem estar devidamente licenciadas
ambientalmente (Licença Ambiental ou Autorização Ambiental de Funcionamento). Os
documentos comprovatórios da regularização ambiental devem constar em anexo ao
PGRSS (UFTM, 2015), por exemplo.
GRUPO A: Resíduos potencialmente infectantes
- Empresa responsável pelo transporte:
- Frequência de coleta:
- Empreendimento responsável pelo tratamento, se houver:
- Processo de tratamento, se houver:
- Empreendimento responsável pela disposição final:
- Tipo de disposição final:
GRUPO B: Resíduos Químicos
- Empresa responsável pelo transporte:
- Frequência de coleta:
- Empreendimento responsável pelo tratamento, se houver:
- Processo de tratamento:
- Empreendimento responsável pela disposição final:
- Tipo de disposição final:
GRUPO D: Resíduos comuns não recicláveis
- Empresa responsável pelo transporte:
- Frequência de coleta:
- Empreendimento responsável pela disposição final:
- Tipo de disposição final:
GRUPO D: Resíduos comuns recicláveis
- Empresa responsável pelo transporte:
- Frequência de coleta:
- Empreendimento responsável pela disposição final dos rejeitos:
- Tipo de disposição final dos rejeitos:
GRUPO E: Resíduos Perfurantes, cortantes ou escarificantes
- Empresa responsável pelo transporte:
- Frequência de coleta:
- Empreendimento responsável pelo tratamento, se houver:
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- Processo de tratamento, se houver:
- Empreendimento responsável pela disposição final:
- Tipo de disposição final:
As empresas de transporte de RSS de acordo com os modelos mais utilizados, cobram,
pelos seus serviços, um preço baseado no quantitativo de RSS transportato, em
toneladas e nos quilômetros percorridos em cada trajeto.
A fiscalização dos veículos coletores dos resíduos dos Grupos A, B e E devem estar a
cargo das autoridades com jurisdição sobre a via, no tocante ao tráfego e ao IPEM e o
transporte, interno e externo, dos resíduos do Grupo C somente pode ocorrer conforme
estabelecido pela CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear (FEAM, 2011).
4.5.10 Transbordo
As operações de transbordo de resíduos de serviços de saúde dos grupos A, B e E
devem ser efetuadas em instalações regularizadas pelos órgãos competentes,
garantindo a vedação das embalagens, segurança dos trabalhadores e a preservação
do meio ambiente (FEAM, 2011).
Os aspectos relacionados à saúde e segurança do trabalhador assim como os
procedimentos para a limpeza e desinfecção das instalações de transbordo de RSS,
devem estar em conformidade com as recomendações dos regulamentos do Ministério
do Trabalho e Vigilância Sanitária (FEAM, 2011).
Todos os resíduos transportados para as ET devem ser identificados e devidamente
acondicionados. Além disso, é necessário que a empresa indique o responsável pelo
transporte com uma cópia da licença ambiental e do contrato de prestação de serviço.
4.5.11 Sistemas de tratamento
Para viabilizar o monitoramento e fiscalização nos sistemas de tratamento dos RSS
devem ser oficializadas as seguintes recomendações:
a) Informações sobre o processo de tratamento final para cada Grupo de resíduos
ou o processo de tratamento final para cada Grupo de resíduos, uma vez definido.
b) Disponibilização de cópia da licença ambiental do sistema de tratamento e cópia
do contrato de prestação de serviço com a empresa responsável.
Descrição dos sistemas de tratamento de efluentes líquidos gerados e de
drenagem.
Descrição do Plano de Contingência para eventos adversos.
As infraestruturas de tratamento devem estar devidamente licenciadas pela autoridade
competente e devem cumprir com as normas técnicas para o tratamento dos RSS.
No âmbito da gestão, pode ser proposta uma PPP por instalação ou para o conjunto
delas, a ser definido por cada gerência da zona (Central, Norte, Sul, Leste e Oeste) e
pelo Consórcio. O contrato de PPP pode abranger a construção ou reforma de uma
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instalação existente e a operação das atitividades para um horizonte temporal que deve
ser definido em função da análise econômica das infraestruturas propostas.
Os custos da operação das infraestruturas para as etapas de gerenciamento de RSS
seriam assumidos pela autoridade local titular da instalação (município, associação de
municípios, gerência de zona ou consórcio).
4.5.12 Disposição final
Cabe ao gerador, no momento de executar a disposição final, reunir as seguintes
informações:
a) Informar a localização da unidade de disposição final licenciada para cada Grupo
de resíduos.
b) Indicar o responsável pela disposição final de resíduos (gerador, município ou
empresa contratada).
c) Apresentar uma cópia da licença ambiental dos sistemas de disposição final e
cópia do contrato de prestação de serviços para a empresa responsável pelo
controle.
d) Informar o destino dos resíduos quimioterápicos e medicamentos pertencentes ao
grupo B gerados no estabelecimento de saúde.
e) Informar sobre a coleta e transporte de resíduos recicláveis desde o local de
armazenamento externo até o local de destinação final (nome da empresa,
endereço, razão social, telefone das empresas e cooperativas que recebem e/ou
destinam os recicláveis, tipo de veículo de transporte, frequência e horário de
coleta).
Os custos da operação das infraestruturas de gerenciamento de RSS podem ser
assumidos pela autoridade local titular da instalação (município, associação de
municípios, gerência de zona ou consórcio).
Procurando incentivar a segregação na origem dos RSS e com o objetivo de que a
disposição final seja o último recurso para os resíduos para os quais não existe
tratamento alternativo, poderia ser estabelecido um valor (taxa, tarifa ou preço público)
suficiente para cobrir todas as despesas geradas pela atividade, incluindo os custos de
projeto, construção, funcionamento, encerramento e manutenção.
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5 POSSÍVEIS ESTRUTURAS DE FOMENTO POR PARTE DOS AGENTES
PÚBLICOS
Na economia moderna, o Estado nem sempre dispõe de recursos financeiros suficientes
para investir em setores de serviços, que atendem a população em geral, por isso
assume cada vez mais um papel facilitador e indutor com outros setores, geralmente
em âmbito privado. Sua função principal é identificar carências e necessidades e
implementar soluções. A partir daí, sempre que necessário, uma opção é a de
impulsionar o investimento nas áreas que necessitam por meio do setor privado e de
uma série de mecanismos que garantem o retorno do investimento para o investidor.
Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a escassez de recursos
financeiros é uma situação comum nos últimos anos. Em essência, o Brasil enfrenta o
mesmo desafio como muitos outros países, por isso a experiência internacional é
relevante.
Dentro da definição de parcerias público-privadas (PPP) se encaixam muitos modelos
que se traduzem em diferentes fórmulas contratuais.
Contrato de concessão de obra pública.
Acordos de concessão de serviços.
Associação público-privada.
Private Finance Initiative (PFI).
Contratos de colaboração entre o setor público e o setor privado.
A PPP clássica (Contrato de concessão de obras públicas) inclui o financiamento,
desenho do projeto, construção e operação de infraestrutura pela concessionária.
Dentre os setores mais adequados para estabelecer uma PPP em Minas Gerais, estão
aqueles que não oferecem um rentabilidade econômica suficiente para uma concessão
tradicional. Alguns exemplos incluem: hospitais, usinas de tratamento de lixos, escolas,
saneamento básico, etc. Em Minas Gerais os cinco projetos piloto utilizados para iniciar
este programa são variados: uma rodovia, saneamento básico, prisões, uma
universidade e um edifício administrativo para o governo.
É importante que os serviços a serem implementados tenham sustentabilidade
econômica e financeira a longo prazo e segurança jurídica. A adoção de modelos de
contratação em que existem investimentos, também por entidades privadas, é o mais
aconselhável em virtude do volume dos investimentos a serem realizados no período
inicial de implementação do Plano.
Considerando-se que, possívelmente, o custo demandado pelas soluções a serem
implementadas, poderá ultrapassar o valor histórico destinado para tal, é necessário
determinar uma forma complementar para cobrir os custos do sistema de gerenciamento
tornando-o viável. A suplementação pode ser realizada por um sistema de reajuste ou
aplicação da cobrança de preços diferenciados para os usuários (estabelecimentos de
saúde). Neste sentido, a Política Nacional de Saneamento Básico – PNSB, Lei
1144520/07, no seu artigo 29 dispõe que ”Os serviços públicos de saneamento básico
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terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível,
mediante remuneração pela cobrança dos serviços”.
Além disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, permite a
institucionalização de cobrança pela prestação de serviços no gerenciamento dos
resíduos sólidos.
Antes de qualquer ação efetiva, é importante que os municípios conheçam a realidade
local da gestão e do gerenciamento dos RSS:
Como são financiados - custos e origem dos recursos.
Como se realiza o transporte, tratamento e disposição dos RSS.
Uma sugestão é adaptar um espaço no site da prefeitura, para explicar em detalhes
como será realizada a cobrança e como ela estaria vinculada com a viabilidade do
gerenciamento adequado dos RSS.
5.1 CONCESSÕES PÚBLICAS COM RETORNO ECONÔMICO A MÉDIO PRAZO
Dentro das várias formas de contratação na administração pública, especificamente na
área da saúde, existem as chamadas "concessões". Este modelo de contrato é
executado pela iniciativa privada que assume todos os custos e riscos do contrato (por
“conta e risco”) durante um determinado período de tempo. Deve-se levar em conta que
a infraestrutura, mesmo que construída pela iniciativa privada, é sempre de posse da
Administração ou seja, ao finalizar o período de concessão, a obra pública construída
retorna para as mãos da Administração Pública.
No caso da Europa, A Comissão Europeia estabelece que (BAEZA, 2008):
“A duração da concessão deve ser definida de modo que
não restrinja a livre concorrência além do necessário para
assegurar a amortização dos investimentos e um retorno
razoável dos investimentos, mantendo para a
concessionária o risco inerente à exploração”.
Portanto, a viabilidade econômica de uma concessão a médio prazo, seja no setor
público ou privado, consiste em alcançar o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato/projeto. Este equilíbrio é determinado por fatores como fluxo de caixa, Taxa
Interna de Retorno – TIR, Resultado Operacional Antes dos Impostos, Juros e
Depreciação - EBITDA, entre outros.
Neste sentido, os três componentes econômicos essenciais de qualquer empresa são:
o investimento, receitas e despesas, as quais são apresentadas ao longo da vida útil do
projeto. A distribuição financeira temporária desses componentes, é o que se denomina
fluxo de caixa, instrumento que permite, a qualquer momento, verificar se a TIR original
se mantém. Em termos matemáticos, a TIR é a taxa de juros que iguala o fluxo de
entradas com as saídas.
Portanto, podemos dizer que a manutenção da Taxa Interna de Retorno, prevista
inicialmente, é uma garantia tanto para o governo como para o concessionário de que
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o projeto é economicamente viável. Para isso, se tomará como base em sua revisão os
parâmetros de transporte, custos de tratamento e disposição final, bem como outras
condições determinadas no acordo entre as partes.
Dentro da análise de concessões públicas com retorno econômico a médio prazo, há
um outro fator que deve ser considerado na análise do projeto (ATTC 1977) que é a
taxa de atratividade (TA). Ao contrário da TIR este indicador é uma referência para o
investidor e podem ter valores diferentes, dependendo do perfil das fontes de
financiamento. A comparação entre a TIR e a TA é um dos fatores na tomada de
decisões.
Se a TIR do projeto é maior do que a TA, então o projeto pode ser catalogado como
potencialmente viável para o investidor. A medida que a TA está fortemente influenciada
pela variação do mercado financeiro, análise de cenários e tendência são essenciais.
Por exemplo, em um projeto desenvolvido entre 1997 e 2007, a seguinte situação se
apresenta: a TIR de 1997, situou-se entre 18% e 20% e, em 2007, estava em 9%.
Pelo exposto anteriormente, em 1997 o projeto foi altamente atrativo com uma TIR de
20%, enquanto que os indicadores de 2007, tornaram o projeto menos atraente para os
investidores. Este fato demonstra a variação da TA dos investidores. Uma variação
muito alta mostra que, para a análise de projetos de longo prazo, utilizar uma TIR
imutável como única referência é temerário e pode levar a conclusões precipitadas, uma
vez que a TA acompanha as variações no cenário econômico.
Além da TIR e da TA, existem outros indicadores a serem considerados na avaliação
da viabilidade de um projeto de concessão pública, tais como:
EBITDA: (resultado operacional antes dos impostos, juros e depreciação), que
mostra a capacidade do projeto gerar recursos.
A rentabilidade do capital próprio (lucro líquido do exercício sobre o patrimônio
líquido).
A rentabilidade sobre o capital realizado (lucro líquido do exercício sobre o
capital realizado).
5.1.1 Outras alternativas de sustentabilidade econômica
O regime de contrato de concessões de serviços públicos, é baseado em uma política
tarifária de preços vinculados à manutenção de um serviço adequado pelo provedor. O
serviço adequado é aquele que satisfaz entre outras condições, "taxas razoáveis" e as
condições de eficiência, de acordo com a lei de concessões.
A proposta de equilíbrio econômico do projeto caminha em antítese ao lucro arbitrário e
excessivo, por considerar como alternativa para a viabilidade da instalação e operação
das infraestrutura propostas, a cobrança pelo gerenciamento de RSS – por meio de
taxa, tarifas ou preços públicos – com valor suficiente para proporcionar a cobertura dos
custos atuais e específicos do serviço, acrescido de uma margem ou taxa de retorno
(TIR) razoavelmente suficientes para recuperar o capital investido a médio prazo.
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Neste sentido, o princípio da alteração da cobrança por motivos de rendimentos
procedentes da otimização (preservando a eficiência) deveriam ser reencaminhados
pelo consórcio para programas que ajudem a população ou se for o caso de assistência
social, em vez de usufruto de forma unilateral.
A este respeito, a Constituição Federal, em seu Artigo 175, determina as competências
de Lei ordinária na prescrição de regras de contrato de concessão administrativa.
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.”
Nestes termos, a Lei nº 8.987/95 escolhida como o norte dos serviços públicos
concedidos e direitos dos usuários, dispõe:
“Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido
nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia
na sua prestação e modicidade das tarifas.
(…)”
É permitido que a Concessionária execute alguns dos serviços, objeto da Concessão,
por meio de terceiros, assumindo o risco. Sendo assim, faz-se necessário estabelecer,
no contrato, se será permitida a subcontratação, estabelecendo como se dará a
interação desses terceiros com o Poder Concedente, além das respectivas
responsabilidades das partes perante os terceiros. A responsabilidade perante os
terceiros será sempre exclusiva da concessionária (MG, 2013).
5.2 COLABORAÇÃO PÚBLICO-PRIVADA
Uma das possibilidades para as atividades relacionadas ao gerenciamento de resíduos
sólidos é a implementação de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Estas parcerias se
apresentam como uma modalidade alternativa de colaboração entre o setor público e a
iniciativa privada, fundamentada especificamente na Lei nº 11.079/2004 (PÉREZ, J.D.,
2011).
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No âmbito da parceria público-privada, há um amplo leque de fórmulas, como já descrito
no Produto 03 (IDP-FR, 2014), entre essas diferentes fórmulas existe a denominada
"clássica", na qual o projeto inclui o financiamento, desenho do projeto, construção e
operação de infraestrutura pela concessionária. Esta fórmula de PPP é conhecida
internacionalmente como DBFO (Design, Build, Finance and Operate).
Segundo MG (2013), dentro das dificuldades enfrentadas pela Unidade Central do PPP,
podem ser mencionados: o grande tempo demandado na construção dos documentos
necessários para a adjudicação de um projeto PPP: a falta de uniformidade nos
documentos de licitação elaborados pela UCPPP ao longo do tempo a falta de
entendimento entre as entidades privadas no que se refere aos elementos presentes
nos documentos de licitação.
Outro ponto crítico, que nem sempre recebe atenção suficiente, é que a PPP deve ser
totalmente livre de qualquer problema legal. Por exemplo, os impactos ambientais
devem ser avaliados, a posse de um terreno não pode estar sujeito a uma disputa, etc.
(MG, 2013).
No Brasil, a lei que estabelece as diretrizes para a contratação da Parceria Público-
Privada (PPP) é a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que estabelece as normas
gerais para a licitação e contratação de PPP na área da administração pública.
Esta lei, no seu Artigo 2º, refere-se sobre a modalidade do contrato administrativo de
concessão de PPP:
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de
obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,
quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de
que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que
envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
Uma Parceria Público-Privada é um contrato de prestação de obras ou serviços não
inferior a R$ 20 milhões, com uma duração mínima de 5 anos e não superior a 35 anos,
assinado entre a empresa privada e o governo federal, estadual ou municipal (Brasil,
2015). Difere da Lei de Concessão comum, pela forma de remuneração, onde na
concessão comum o pagamento é feito com base nas taxas cobradas aos usuários dos
serviços. No caso das PPPs, o operador privado é remunerado exclusivamente pelo
governo numa combinação de taxas cobradas aos usuários dos serviços mais recursos
públicos.
5.2.1 Experiências similares
Hoje em dia, no Governo de Minas Gerais, já existe uma PPP cujo objeto inclui os
resíduos sólidos urbanos. Essa PPP começou em 2013 com o Procedimento para
Manifestação de Interesse – PMI o qual envolvendo os municípios, associações público
civil e iniciativa privada, para contribuir na estruturação do Plano Estadual de Parcerias
Público-Privadas, de implementação e operação dos serviços relativos ao tratamento
de resíduos sólidos urbanos (Metropolis, 2014).
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Na sequência do estudo do PMI, foi aprovado o projeto de Parceria Público-Privada para
a operação de serviços de transbordo, tratamento e disposição final dos RSU na RMBH
e Colar Metropolitano. Neste caso, para iniciar o processo foi assinado um convênio de
cooperação entre 44 dos então 48 municípios da RMBH e CM. Assim, o Governo do
Estado iniciou a contratação de uma PPP para o estudo dos serviços de transbordo,
tratamento e disposição final dos RSU.
No contrato do programa assinado, o município se comprometeu a pagar cerca de 20%
da contribuição dos recursos para o funcionamento da PPP, e os 80% restantes da
conta seriam assegurados pelo Estado.
Vale ressaltar que a fórmula do cálculo para a remuneração do parceiro privado (fórmula
que é proposta no nosso caso de gestão de RSS), é a quantidade em toneladas de
resíduos gerados no município que devem ser transportadas para as estações de
transbordo ou se for o caso na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos. A
gestão partilhada entre Governo, Municípios (ES) e setor privado permitirá uma redução
do custo de todo o processo e aumentar a eficiência de vários serviços, tais como o
aumento dos índices de reutilização e reciclagem, aproveitamento energético, etc.
Os municípios continuarão sendo responsáveis pela coleta domiciliar e deverão atender
a certos requisitos do Estado para implementar a coleta seletiva e apoiar as
organizações de catadores de papelão e materiais recicláveis. A empresa parceira será
responsável por investimentos em unidades de transbordo, tratamento e disposição final
dos RSU.
O contrato de PPP foi assinado em 2014 e o ganhador da licitação foi o Consórcio
Metropolitano de Tratamento de Resíduos (CMTR), formado por 3 empresas. O valor
total do contrato foi de R$ 2.441.177.411,49 para os 30 anos de concessão. Quanto aos
valores por tonelada a ser pago ao Consórcio pelo Estado serão de R$ 79,13 para o
Lote 1 e de R$ 72,13 para o Lote 2, sendo destes valores R$ 18,00 que se refere a
Parcela Remuneratória Municipal.
A construção das estações de transbordo estavam previstas para ocorrer no prazo de
12 meses a contar da assinatura do contrato e a construção da Central de Tratamento
deverá ser concluída dentro de um prazo máximo de 48 meses, também depois da
assinatura do contrato.
5.2.2 Outras considerações
De acordo com Brasil (2015), no contrato das PPPs devem constar algumas obrigações
como:
As penalidades aplicáveis ao governo e ao parceiro privado em caso de
descumprimento, proporcional à infracção cometida.
Formas de remuneração e atualização dos valores assumidos no contrato.
Critérios para a avaliação do desempenho do parceiro privado.
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Apresentação pelo parceiro privado, de garantias suficientes para a realização
da obra e serviços.
Deve-se estar atento à situações de falso cumprimento do contrato por parte da
empresa adjucatária, ou seja, empresas que ganham a concessão a preços baixos,
mas, posteriormente, não são capazes de fazer o investimento ou oferecem uma
qualidade de serviço muito mais baixa que a esperada. Isto pode ser mitigado, por meio
da exigência de comprovação da capacidade financeira e qualificação técnica (Santos
Lopes, 2013).
Para o arranque dos estudos de modelagem de um projeto de PPP, o organismo ou
entidade de Administração Estatal interessado em realizar uma parceria, encaminhará
a Unidade Central de PPP uma proposta preliminar (MG, 2013):
I. Caracterização e definição do escopo do projeto: “O que se quer viabilizar?”
(descrição dos aspectos técnicos dos serviços, cronograma estimado de
implantação e área de interesse – saúde, transportes públicos, saneamento
básico, segurança, ciência, pesquisa e tecnologia, agronegócio, esporte, lazer,
turismo e outras áreas de interesse).
II. Descrição da forma atual de provisão do serviço que se deseja contratar (custos
e despesas gerados, investimentos já realizados, formas de contratação e
execução utilizadas etc.), se houver.
III. Demonstração da relação do projeto com as competências e atribuições do
órgão ou entidade proponente; afinidade da proposta com projetos de interesse
público existentes ou a se desenvolverem no Estado de Minas Gerais.
Para dar inicio a tramitação dos projetos de PPP, o órgão ou entidade proponente
deverá buscar respostas para as seguintes questões:
I. O órgão ou entidade proponente já possui uma Unidade Setorial constituída?
II. A que necessidades do Estado o projeto pensado procura atender?
III. O objeto do projeto encontra-se inserido no PPAG e no PMDI?
IV. A opção por contratação por meio da PPP representa possibilidade de obtenção
de vantagem econômica e operacional para o contratante, bem como a melhoria
da eficiência no emprego dos recursos públicos, relativamente a outras
possibilidades de execução direta ou indireta?
V. Qual o investimento estimado para a implantação do projeto?
VI. Qual a estimativa das despesas geradas, para o Poder Público, após a
implantação do projeto?
VII. Qual o referencial utilizado para essas estimativas?
VIII. Como está prevista a obtenção, pelo ente privado, de ganhos econômicos
suficientes (receita) para cobrir seus custos e investimentos?
IX. O projeto se enquadra no modelo de uma “concessão patrocinada” ou de uma
“concessão administrativa”?
X. O desempenho do ente privado poderá ser aferido objetivamente por meio de
indicadores de resultado?
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XI. Caso a resposta da questão anterior seja sim, quais seriam possíveis
indicadores de resultado?
XII. Serão potencialmente demandadas, para o projeto, garantias contra o risco de
inadimplemento do parceiro público?
XIII. Mercado demonstra interesse no desenvolvimento e execução do projeto?
XIV. Quais seriam os principais riscos estimados para o projeto?
XV. Quais seriam as formas plausíveis para o gerenciamento e a mitigação desses
riscos?
XVI. Quais os resultados positivos para o Estado esperados com a implantação do
projeto?
XVII. Existem recursos disponíveis no órgão ou entidade proponente para a eventual
contratação de estudos de modelagem da proposta preliminar?
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6 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS ÓRGÃOS
PÚBLICOS
Assim como já explicado em produtos anteriores, a PNRS diferencia os termos gestão
e gerenciamento sendo que o primeiro está relacionado à definição de regras e à
tomada de decisões no âmbito administrativo envolvendo planejamento, supervisão,
fiscalização e monitoramento, assim como a rastreabilidade, a fim de delinear o
gerenciamento dos resíduos e manter o controle e a supervisão dos dados e
informações.
Ao poder público, nos diversos níveis da Federação, notadamente no nível local, devem
estar centralizadas as ações concretas de planejamento, previsão de metas e objetivos,
fiscalização e atendimento as normas ambientais vigentes.
As leis, normas e orientações técnicas vigentes se aplicam a todos os ES, independente
do setor proveniente, público ou privado. As diferenças entre a forma de execução de
ações de melhoria continua por um sistema público e por um sistema privado se
concentram, principalmente, na disponibilidade de recursos e no nível de abrangência
do serviço.
Para os ES públicos, os procedimentos legais e burocráticos para aprovação de novas
campanhas e ações é um entrave que pode ser amenizado por uma gestão consciente
da necessidade do planejamento de parte do orçamento disponível para ações de
intervenções de fiscalização, educação, capacitação e prevenção. Além disso, estes ES
ficam vulneráveis a existência do aporte nos níveis da gestão municipal ou estadual e a
menos que haja uma comprovação de que as ações realizadas obtiveram os resultados
esperados não há garantia de que os mesmos recursos estarão disponíveis no
orçamento seguinte. Esta instabilidade e incerteza limitam as ações à intervenções
básicas e, muitas vezes, com uma repercussão pouco representativa.
6.1 AÇÕES FISCALIZADORAS
A rastreabilidade é um instrumento de fundamental importância, pois permite, pela
análise dos fluxos, observar o desempenho das diversas etapas do gerenciamento,
identificar desvios e subsidiar a tomada de decisão. O monitoramento permite o
planejamento da fiscalização, que pode se orientar prioritariamente pelos desvios
identificados, seja em termos de falhas no cumprimento da legislação ou de dificuldades
para o atingimento de metas estabelecidas.
Estas atividades não devem ser vistas apenas no sentido punitivo, mas antes de tudo
como orientativa e auxiliar na correção das desconformidades verificadas.
Para as etapas intraestabelecimento, os responsáveis legais por estas atividades são
os órgãos públicos da vigilância sanitária e para as extraestabelecimento, os órgãos
públicos do sistema de meio ambiente. Ressalta-se, entretanto, que em sistemas de
gestão e gerenciamento bem implantados, o ES deve dispor de mecanismos próprios
para o monitoramento e controle, inclusive para processos de certificação.
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A partir do momento que todo o gerenciamento está vinculado a um sistema que
possibilita verificar, em tempo real, as condições de manejo em cada uma das etapas,
então, a administração pública, dentro de seu âmbito de atuação, pode-se valer das
informações recebidas e armazenadas para fins de fiscalização. Os dados
armazenados podem e devem ser utilizados com o objetivo de avaliação geral do
sistema e inclusive para dar subsídio à adaptação de regulamentações em nível local e
adequação de procedimentos à realidade local.
Como se sabe, os ES devem elaborar seus PGRSS que, dentre outras informações,
devem contemplar, por grupo e subgrupo, a geração de RSS prevista. Este documento
tem sido pouco explorado pelas autoridades públicas responsáveis no que se refere a
fiscalização das atividades planejadas. Diante disso, sugere-se que seja criado um
sistema para digitalização dos PGRSS, que hoje são entregues e avaliados em formato
impresso, que seja compatível com o sistema de rastreabilidade dos RSS gerados em
cada ES. Esta compatibilização permitirá a gestão das informações possibilitando a
análise e comprovação da execução das atividades previstas no PGRSS permitindo,
ainda, a definição e mensuração de indicadores para melhoria contínua do processo.
Dessa forma, a rastreabilidade pode ser considerada como instrumento essencial a
gestão de qualidade das etapas do gerenciamento e, por conseguinte, servir também a
todo o sistema de gerenciamento. Os dados e informações adquiridos por meio da
rastreabilidade podem ser utilizados para identificar a origem do problema – ou o infrator
- e, assim, permitir a administração pública a agir pró-ativamente com agilidade sem
comprometer a execução adequada de outras etapas do gerenciamento.
6.1.1 Ações de fiscalização
Sugere-se, para a eficiência das atividades, a criação do programa Fiscal Cidadão tendo
em vista o papel fundamental da população na realização de denúncias que podem ser
feitas através de um número telefônico. Além deste meio, a prefeitura pode promover o
desenvolvimento de um aplicativo Fiscal Cidadão que possibilitará o registro das
denúncias de ações irregulares, por meio do uso de smartphones ou similares.
Para fazer denúncias, o cidadão precisará se cadastrar, escolher o tipo de ocorrência e
de denúncia, podendo ainda ter o local indicado mapeado, adicionar comentários e
imagens. Um número de protocolo deverá ser gerado, o que possibilitará
acompanhamento das ações que deverão ser executadas pela Prefeitura.
Outra ação proposta é a criação do Programa Fiscais Mirins das Escolas da Rede
Pública de Ensino. Os alunos tem a oportunidade de passar por uma formação de
cidadania na qual aprendem e colocam em prática os conceitos de sustentabilidade e
preservação ambiental, bem como comprometimento com as funções definidas e com
as metas e objetivos estabelecidos. Um programa similar já acontece em São João do
Mereti, no estado do Rio de Janeiro, e a grande expectativa é que estes alunos sejam
multiplicadores à comunidade da importância das ações de fiscalização participativa.
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6.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental e a capacitação contínua são a base para o desenvolvimento das
ações de prevenção e fiscalização que devem ser desempenhadas em todas as etapas
do gerenciamento dos RSS na sua fase intra e extraestabelecimento e para todos os
níveis hierárquicos. O conhecimento dos aspectos legais, normativos, peculiares aos
RSS, bem como os riscos envolvidos na gestão e gerenciamento inadequados devem
ser abordados de forma constante nos cursos de capacitação e, principalmente, no
momento da inserção de novos agentes no ES e na administração pública. Este
conhecimento é crucial não somente para a definição das ações de prevenção como
também para garantir uma excelência nas atividades de atenção a saúde.
Em todas as fases desenvolvidas neste projeto foi constatada a existência de enorme
carência quanto aos conhecimentos e capacitação dos recursos humanos,
principalmente por parte dos gestores de RSS, os quais, em muitos casos, não
conhecem ou não entendem os conceitos indicados na legislação de referência.
De forma bastante pragmática a primeira ação para implantação do Plano devem ser os
programas de treinamento específico para os diferentes agentes e atores que fazem
parte da gestão e do gerenciamento dos RSS, que devem incluir programas de
sensibilização e inserção dos atores envolvidos e treinamentos técnicos e operacionais
para as diferentes etapas da gestão e gerenciamento dos RSS.
Programas de Comunicação deverão, obrigatoriamente, estar alinhados com as ações
de capacitação. As atividades de comunicação devem ter como objetivo informar,
sensibilizar e engajar as partes interessadas, de acordo com as diversas formas de
interação que cada grupo tem com a questão dos resíduos. Essas campanhas devem
ser planejadas de acordo com o público a ser alcançado, o território em que estão
inseridos e as soluções adotadas. Para sensibilizar o público em geral, podem ser
usadas campanhas de rádio e TV, anúncios e editoriais em jornais e web, sejam eles
pagos ou propagados pelo conteúdo jornalístico, uma vez que se trata de tema de
interesse público. É fundamental que essas ações sejam repetidas em intervalos de
tempo definidos e que mantenham canais de diálogo para que haja um envolvimento
constante das partes interessadas.
6.3 AÇÕES DE INSERÇÃO DE AGENTES
Um programa de inserção dos agentes envolvidos com a gestão e gerenciamento dos
RSS será desenvolvido em etapas com suporte de um efetivo sistema de comunicação.
Na primeira etapa o Órgão Público fará uma listagem de identificação de todos os
agentes (órgãos públicos, geradores, transportadores, tratadores e reponsáveis pela
disposição final) envolvidos na cadeia de gestão e gerenciamento destes resíduos,
chegando ao detalhe de todas as categorias. Além destas informações, deverão ser
identificados, ainda, os Responsáveis para a elaboração e implantação do PGRSS nos
diferentes ES da RMBH e CM, tal responsável deve apresentar a Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART ou Certificado de Responsabilidade Técnica (RDC
ANVISA 306/04) e, também, os ES que gerem rejeitos radioativos e que contem com
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profissionais devidamente registrados pela CNEN nas áreas de atuação
correspondentes, conforme a Norma NE 6.01 ou NE 3.03 da CNEN.
A partir desta listagem de identificação será gerada uma planilha caracterizando as
responsabilidades e atribuições desempenhadas por esses agentes. O sistema de
comunicação fará uma ampla divulgação dessa planilha estudando a melhor estratégia
para que todos acessem essas informações.
A segunda etapa poderá ser desenvolvida com foco em um sistema participativo onde
os agentes poderão ser consultados, possívelmente, em um procedimento amostral,
sobre a realidade e viabilidade das responsabilidades e atribuições identificadas para
sua categoria. Avaliará ainda as lacunas de conhecimento ou formação que podem
ocorrer no cumprimento dessas responsabilidades e atribuições.
A partir dessa etapa será construído o programa de capacitação e formação específicos
para a inserção dos agentes da gestão e gerenciamento dos RSS, compondo o
programa de educação ambiental do sistema, inclusive com as ações que podem ser
realizadas por agentes privados, considerando o previsto pela Resolução RDC ANVISA
306/2004.
Esta etapa de educação contínua independentemente do vínculo laboral existente, deve
contemplar como mínimo os seguintes temas:
Noções gerais sobre o ciclo da vida dos materiais.
Conhecimento da legislação ambiental, de limpeza pública e de vigilância
sanitária relativa aos RSS.
Definições, tipo e classificação dos resíduos e potencial de risco do resíduo.
Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento.
Formas de redução da geração de resíduos e reutilização de materiais.
Conhecimento das responsabilidades e tarefas.
Identificação das classes de resíduos.
Conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta.
Orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI e
Coletiva – EPC.
Orientações sobre biossegurança (biológica, química e radiológica).
Orientações especiais e treinamento em proteção radiológica quando houverem
rejeitos radioativos.
O Programa como um todo terá metas específicas que serão acompanhadas por
indicadores operacionais (em relação às etapas do Programa), bem como por
indicadores de alcance do nível de absorção dos conceitos.
6.4 AÇÕES DE PREVENÇÃO
A prevenção na produção de resíduos é fundamental para a proteção da população,
recursos naturais e meio ambiente. Prevenir a produção de resíduos, reduzir o grau de
perigo ou minimizar os impactos dos resíduos gerados, tomando decisões sobre a
concepção e fabricação dos produtos, é a forma mais eficiente para evitar os danos ao
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meio ambiente causados pela geração e gerenciamento inadequado dos resíduos - "o
melhor resíduo é o que não é gerado”. Ressalta-se contudo, que no caso dos RSS o
uso de descartáveis pode ser a alternativa aplicada nos ES para, inclusive, evitar
infecção hospitalar.
Além disso, a prevenção tem consequências positivas no campo econômico tanto para
os produtores, fornecedores de bens e serviços, como para os consumidores e usuários.
Neste sentido, é fundamental o papel das Administrações Públicas, tanto no
desempenho das suas funções de proteção do ambiente, como no papel de dirigir uma
economia mais eficiente, próspera e socialmente inclusiva.
Para as administrações, a prevenção é uma grande oportunidade para integrar políticas
de diferentes campos - industrial, de investigação, desenvolvimento e inovação,
consumo, gestão e gerenciamento de resíduos e educação, principalmente - e permite
otimizar os investimentos públicos nesta área.
Há múltiplas atividades de prevenção que vão desde o desenho de produtos para que
sejam facilmente reparados e não contenham substâncias nocivas, até aqueles que
asseguram a disponibilidade de serviços adequados para a reparação e reutilização de
bens duráveis prolongando sua vida útil. Algumas medidas podem ser postas em prática
mais facilmente que outras, no entanto, podem exigir mudanças nos hábitos de
consumo ou no desenho de processos de produção.
De acordo com Brasil (2013a), dentro das ações preventivas a serem realizadas por
organismos públicos estão:
1. Definir a Vigilância Sanitária como uma referência técnica para o gerenciamento
dos RSS.
2. Estabelecer as parcerias de Vigilância Sanitária como órgãos de auditoria com
entidades de representação profissional na área da saúde.
3. Estabelecer medidas de monitoramento e controle regulares, acompanhados de
processos de formação sobre a necessidade do rigor no trato e construção de
dados confiáveis de RSS em nível municipal.
4. Definir o papel do servidor público como uma referência técnica para o RSS, por
isso deverá existir uma formação de excelência para estes agentes.
5. Incentivar a criação do cargo de oficial específico, responsável pela integração,
formação e supervisão na gestão dos RSS.
6. Implementar um sistema de entrega voluntária de medicamentos expirados nos
estabelecimentos de saúde, centros de saúde, farmácias, etc., preparando sua
recepção, acondicionamento e logística de destinação adequada compatível com o
Acordo Nacional Setorial em andamento.
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7. Estabelecer procedimentos específicos para a gestão dos resíduos gerados pelas
equipes do Programa Saúde da Família - PSF2 ( Deve-se também incluir aqueles
resíduos oriundos dos trabalhos de Home Care).
Além disso, PPIAF (2007) descreve algumas recomendações concretas sobre as ações
a serem realizadas a nível da prevenção na geração de RSS.
1. Encontrar soluções para parcerias inerentes às peculiaridades locais em termos de
caracterização dos RSS gerados nos diversos ES, perfil socioeconômico, mapa de
concentração de geração por volume e tipo.
2. Estabelecer programas que incentivem de forma permanente a segregação na fonte
geradora dos RSS, devidamente identificados e enquadrar os novos parâmetros de
coleta e pontos de entrega.
3. Promover o estabelecimento de metas de recuperação das frações do grupo D nas
operações de segregação na origem.
4. Desenvolver sistema de cobrança, taxas ou tarifas que desencorajem a disposição
em aterro sanitário: aumentar, progressivamente, o preço de disposição dos RSS,
grupo D, em aterros sanitários.
a. (Outras considerações diferenciadas sobre este tema apontam: o preço
da disposição em aterros sanitários deve ser o preço justo pois
aumentando o preço pode ficar atraente migrar para incineração. O que
deve ser focado é a segregação na origem e encaminhamento correto
dos recicláveis para reduzir a geração de resíduos do grupo D).
5. Criar uma rede de coleta de medicamentos fora do prazo de validade nos
estabelecimentos de saúde e farmácias da RMBH e CM.
6. Desenhar um programa de fechamento e recuperação de áreas inadequadas
de disposição de RSS.
7. Promover e realizar campanhas anuais sobre a limpeza e fiscalização de áreas
de disposição inadequada de RSS nos municípios da RMBH e CM.
(Complementações para este tema indicam a aplicação de punição exemplar
quando identificado o infrator).
8. Incentivar a inclusão, pela administração pública, em todos seus processos
licitatórios e/ou contratos de gestão e de práticas de minimização na geração por
meio da logística reversa de resíduos, embalagens e medicamentos.
9. Incentivar, nos Estabelecimentos de Saúde, a adoção de boas práticas no
desenvolvimento de suas atividades geradoras.
2A implantação do PSF tem como objetivo geral “melhorar o estado de saúde da população, mediante a
construção de um modelo assistencial de atenção baseado na promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS e dirigidos aos indivíduos, à família e à comunidade”. http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v10n1/04.pdf
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10. Ajudar ou subsidiar os pequenos estabelecimentos públicos de saúde na
aquisição de contêineres, sacos, recipientes para o acondicionamento de RSS
para que se adaptem às exigências mínimas necessárias para promover a
segregação e consequente redução na geração.
11. Promover os benefícios fiscais para a reutilização e a reciclagem dos RSS que,
por sua próprias características assim o permitam.
12. Criar incentivos, tais como atribuição de prêmios de natureza pública (municipal
ou estadual) para as melhores práticas empresariais de gestão e gerenciamento,
a minimização e reciclagem.
13. Incentivar a implementação e certificação de sistemas de gestão ambiental por
meio da norma ISO 14001 ou semelhantes. A certificação poderia entrar como
premissa para a participação em processos licitatórios ou de contratação direta
atribuindo maior pontuação para as empresas que tenham esses certificados.
14. Encorajar o desenvolvimento de guias práticos sobre a prevenção da geração
de RSS, informando aos grandes e pequenos geradores sobre as melhores
práticas de gestão e gerenciamento.
15. Incentivar o repasse de informação e capacitação da população sobre a gestão
e gerenciamento adequado dos RSS, com vista a evitar a eliminação em áreas
inadequadas, possibilitando a participação do cidadão nas ações de fiscalização
em âmbito local.
16. Fomentar ações “modelo”, como por exemplo: a utilização de medicamentos
com embalgem e envoltórios reduzidos.
6.4.1 Ações de prevenção nas infraestruturas de gerenciamento
Compete às entidades públicas implementar ações nas suas infraestruturas, tais como:
1. Promover as regras para a implementação de ambientes exclusivos para o manejo
e armazenamento de RSS dentro das instalações de transbordo (se necessário) e
tratamento (UTDF).
2. Fazer cumprir as regras para estruturas físicas das áreas de acondicionamento,
armazenamento e transbordo, elaborados junto aos códigos de obra (que contém
especificações de materiais, dimensionamento mínimo, distância de outros
serviços, sistemas de segurança, etc.).
3. Verificar o cumprimento das normas para a implementação de instalações seguras
(confinados e fechados) para armazenamento e abrigo, interno e externo, dos
resíduos infectocontagiosos nos locais de geração.
6.4.2 Ações para comunicação
A comunicação é um dos pilares fundamentais para que o Plano seja compreendido e
desenvolvido por todos os agentes. Para o sucesso das ações previstas, os Órgãos
públicos podem promover ações de comunicação, tais como:
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1. Divulgar aos usuários dos serviços de saúde e à população os cuidados
necessários com os resíduos gerados pelos RSS e os procedimentos adequados
para cada grupo e subgrupo.
2. Divulgar de forma permanente à sociedade e aos geradores de RSS (farmácias,
hospitais, clínicas, consultórios, etc.) a importância da segregação no local de
geração dos resíduos infectantes e dos resíduos comuns gerados por cada tipo
de atendimento à saúde humana e animal.
3. Implantar mecanismos de acesso ao conhecimento sobre os RSS, cursos de
capacitação sobre o manejo, sobre a importância do uso de EPI´s, etc.
4. Promover uma “semana da saúde” com programação específica sobre o tema e
atividades diversas, tais como, seminários, fóruns de discussão, oficinas, mesas
redondas, visitas técnicas e sensibilização para a importância de todas as etapas
do Gerenciamento de RSS.
5. Envolver entidades relacionadas aos RSS em eventos públicos que abordem a
aplicabilidade das normas e condutas vigentes para a eficiência da gestão e do
gerenciamento dos RSS.
6. Promover e viabilizar cursos de capacitação relacionados as etapas de
gerenciamento de RSS, em módulos diferentes e com conteúdo específico a
cada etapa do gerenciamento, incluindo certificado a ser emitido pelo órgão
licenciador e fiscalizador.
Vale mencionar que todo novo plano precisa de um planejamento para execução das
ações previstas e objetivos propostos. Estas devem ser levadas para discussão junto
com a sociedade em espaços abertos para o recebimento de contribuições e sugestões
de modo que as novas condutas sejam reconhecidas e respeitadas por todos. Sendo
assim, deve-se considerar um período inicial de comunicação permanente para que os
novos conceitos sejam assimilados. Posteriormente, a comunicação deve ser feita de
forma contínua para reforçar os conceitos sobre a gestão e gerenciamento dos RSS.
6.5 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO ADEQUADA
No caso das atividade de valorização e de disposição adequada, cabe aos órgãos
públicos:
1. Avaliar e promover o uso de resíduos do grupo D separados na origem como
matéria-prima para a fabricação de novos produtos, tais como vidro, papel, papelão,
PED, etc.
2. Avaliar e promover a reciclagem de alguns resíduos do grupo B, como
medicamentos, por meio da implantação de pontos de coleta nas unidades de
saúde, farmácias e estabelecimentos licenciados.
3. Manter a informação atualizada sobre os insumos da logística reversa via MMA.
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4. Adaptar as ações municipais para as metas e procedimentos definidos no Plano.
5. Manter a informação atualizada sobre as instalações existentes e legalizadas na
RMBH e CM, para tratamento e eliminação controlada dos RSS.
6. Incentivar iniciativas de integração de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis em cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis.
6.6 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
Dentro das ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação a serem implementadas
por órgãos públicos com apoio dos organismos privados, são recomendadas as
seguintes ações:
1. Apoiar o organismo público para a criação de um banco de dados com informações
relevantes sobre áreas de disposição inadequada na RMBH e CM, que permita a
inclusão das características do local e a avaliação do potencial de adequação para
a implantação de Unidades de Tratamento e Disposição Final de RSS nas suas
proximidades.
2. Incentivar projetos pilotos de pesquisa, inovação e desenvolvimento em parceria
com órgãos públicos, com outros países, empresas nacionais e multinacionais, com
o objetivo de testar novas tecnologias ou desenvolver pesquisas para explorar
novos horizontes no tratamento de RSS.
Além do acima exposto, podem incluir ações destinadas ao desenvolvimento de acordos
com o setor privado (fornecedores) para incentivar a logística reversa de alguns dos
resíduos do grupo B (produtos químicos), reduzindo assim o volume de resíduos para
tratamento ou disposição final.
6.7 AÇÕES DE MONITORAMENTO
Uma das estratégias mais importantes a considerar, para o correto acompanhamento
das diversas tarefas propostas no Plano, é o monitoramento e a avaliação de
desempenho de cada uma das ações a serem desenvolvidas, que permite orientar a
tomada de decisão e garantir que estas ações sejam implementadas e continuamente
revalidadas. Isto promoverá uma maior responsabilidade de gestão por parte dos
diferentes agentes envolvidos, bem como a transparência e a qualidade da mesma.
As ações de Monitoramento têm um papel de destaque nas atividades relacionadas ao
processo de gestão e de gerenciamento, que visam fomentar o controle da informação
para a tomada de decisão.
Para realizar o monitoramento periódico, foi proposto um modelo utilizando duas
matrizes. A primeira permite monitorar o desempenho estadual de forma global (nível
central), e a segunda, permite verificar o desempenho a partir de suas unidades
constituintes - municípios (nível local). Cada matriz foi elaborada com a seguinte
estrutura:
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Componente: atributo utilizado para medir as atividades de gestão e
gerenciamento realizadas.
Indicadores: avaliação do fator quantitativo e qualitativo utilizado para
representar o critério relacionado.
Objetivo: conseguir; manter; melhorar.
Fonte de informação: local onde os dados poderão ser coletados/reunidos.
Forma de cálculo: descrição do método utilizado.
Padrão/Meta: valor de referência para cada indicador.
No processo de seleção dos indicadores se utilizou o conceito "traçador", proposto por
Kessner (1973) e adaptado para os objetivos do presente documento. Além disso, foram
selecionados os indicadores com o objetivo de estabelecer um método simples, rápido
e útil para facilitar a comunicação entre os diferentes atores envolvidos na tomada de
decisão, conforme indicado por TAMAKI (2012).
Quadro 7 – Matriz de monitoramento do desempenho da gestão no âmbito Consórcio – Nível Central.
INDICADOR OBJETIVO FONTE DE
INFORMAÇÃO FORMA DE CÁLCULO
PADRÃO/META
Componente: Gestão Financeira
Subcomponente: Execução financeira
% de recursos executados destinados ao Plano.
Identificar a capacidade de execução dos recursos previstos em orçamento
Setor de finanças da Secretaria Executiva do Consórcio de Gestão de RSS
Recursos executados (em R$) até o trimestre avaliado/total de recursos (em R$) no ano corrente x 100
> 80% anual
Componente: Fortalecimento da capacidade institucional
Subcomponente: Gestão do pessoal
% de municípios que tenham um profissional especializado em vigilância sanitária
Verificar a qualificação dos gestores no âmbito municipal
Consórcio
Nº de gestores de vigilância em saúde com especialização / total de municípios x 100
> 60%
Componente: Articulação
Subcomponente: Articulação entre os agentes envolvidos no processo
Número de reuniões entre os agentes envolvidos no processo
Incentivar o processo de diálogo e de extrapolação de experiências particulares
Ata das reuniões Número absoluto 1 no trimestre
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INDICADOR OBJETIVO FONTE DE
INFORMAÇÃO FORMA DE CÁLCULO
PADRÃO/META
Subcomponente: Articulação entre a Entidade superior e Municípios
% de municípios > 50 mil habitantes com grupo técnico – GT
Fortalecer estratégias de ação conjuntas
Consórcio
Número de municípios > 50 mil habitantes com GT em funcionamento / total de municípios > 50 mil hab. X 100
100%
Componente: Informação e Comunicação
Subcomponente: Divulgação
% de municípios que recebem sobre informação sobre o PGRSS > 90%
Verificar a qualidade da informação
Consórcio
Nº de municípios com cobertura > 90% / total de municípios x 100
> 90% primeiro ano 100 % a partir do segundo ano
Componente: Meio Ambiente
Subcomponente: Vigilância ambiental
% de ES que realizam pelo menos análise da qualidade da água para os parâmetros de coliformes totais
Monitorar a qualidade da água, para o parâmetro coliforme total, de acordo com a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano
Relatórios de controle
N º de amostras de coliformes totais realizadas pela vigilância até o trimestre/total de amostras de coliformes totais preconizadas pela Portaria nº
Portaria MS n.°
518/2004
> 35%
% de ET que realizam análise e controle das águas
Monitorar a qualidade das águas subterrâneas
Relatórios de controle
Nº de ET que realizam o controle / total de ET
100%
Controle ambiental de UTDF de forma trimestral
Monitorar a qualidade das águas subterrâneas e emissões à atmosfera
Consórcio / FEAM
Número absoluto 100%
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2015.
i. Identificar as estratégias de intervenção mais adequadas.
ii. Avaliar as estratégias marcadas.
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iii. Transmitir as informações.
Destaca-se a importância do papel nesta fase por parte do diretor da entidade
responsável, como um facilitador para mobilizar o pessoal e incentivar discussões de
forma democrática e participativa entre as diferentes entidades envolvidas.
Quadro 8 – Matriz de monitoramento do desempenho da gestão no âmbito municipal – Nível Local.
INDICADOR OBJETIVO FONTE DE
INFORMAÇÃO FORMA DE CÁLCULO
PADRÃO/META
Componente: Gestão Financeira
Subcomponente: Execução financeira
% de recursos executados destinados ao Plano.
Identificar a capacidade de execução dos recursos previstos em orçamento
Setor de finanças da Secretaria Municipal de Saúde
Recursos executados (em R$) até o trimestre avaliado/total de recursos (em R$) no ano corrente x 100
> 80% anual
Componente: Fortalecimento da capacidade institucional
Subcomponente: Gestão do pessoal
% de municípios que tenham um profissional especializado em vigilância sanitária
Verificar a qualificação dos gestores da vigilância sanitária de no âmbito municipal
Consórcio
Nº de gestores de vigilância em saúde com especialização / total de municípios x 100
> 60%
Componente: Articulação
Subcomponente: Articulação entre os agentes envolvidos no processo
Número de reuniões entre os agentes envolvidos no processo
Incentivar o processo de diálogo e de extrapolação de experiências particulares
Ata das reuniões Número absoluto 1 no trimestre
Subcomponente: Articulação entre a Entidade superior e Municípios
% de municípios > 50 mil habitantes com grupo técnico – GT
Fortalecer estratégias de ação conjuntas
Consórcio
Número de municípios > 50 mil habitantes com GT em funcionamento / total de municípios > 50 mil hab. X 100
100%
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INDICADOR OBJETIVO FONTE DE
INFORMAÇÃO FORMA DE CÁLCULO
PADRÃO/META
Componente: Informação e Comunicação
Subcomponente: Divulgação
% de municípios que recebem sobre informação sobre o PGRSS > 90%
Verificar a qualidade da informação
Consórcio
Nº de municípios com cobertura > 90% / total de municípios x 100
> 90% primeiro ano 100 % a partir do segundo ano
Componente: Meio Ambiente
Subcomponente: Vigilância ambiental
% de ES que realizam pelo menos análise da qualidade da água para os parâmetros de coliformes totais
Monitorar a qualidade da água, para o parâmetro coliforme total, de acordo com a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano
Relatórios de controle
N º de amostras de coliformes totais realizadas pela vigilância até o trimestre/total de amostras de coliformes totais preconizadas pela Portaria nº 2.914/2011
> 35%
% de ET que realizam análise e controle das águas
Monitorar a qualidade das águas subterrâneas
Relatórios de controle
Nº de ET que realizam o controle / total de ET
100%
Controle ambiental de UTDF de forma trimestral
Monitorar a qualidade das águas subterrâneas e emissões à atmosfera
Consórcio / FEAM
Número absoluto 100%
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2015.
Além das ações de monitoramento, é necessário, considerar ferramentas como
indicadores de desempenho de âmbito local e específico, tal como descritos no Produto
05 (IDP-FR, 2015). Os indicadores de desempenho operacional e ambiental
relacionados com a gestão dos RSS em termos quantitativos, qualitativos, econômicos
e financeiros, são:
Taxa de acidente com resíduos perfurocortantes.
Variação na geração de resíduos.
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Variação na proporção de resíduos do grupo A, B, D, E em relação ao total de
resíduos gerados.
Variação da porcentagem de reciclagem em relação ao total de resíduos
gerados.
Além disso, as bases para a utilização de diferentes indicadores ou ferramentas de
monitoramento baseiam-se em: (i) a participação das partes interessadas, (ii) diálogo
permanente, (iii) compromisso, (iv) responsabilidade, (v) transparência e (vi) a prestação
de contas.
A utilização de métodos participativos deve ser parte de todo o processo, desde o
desenvolvimento dos instrumentos de controle, até a análise e interpretação dos
indicadores, realizados em conjunto entre as entidades superiores / municípios e ES
nas reuniões / sessões de acompanhamento mensal / trimestral / semestral ou anual.
De acordo com Brasil (2013a) no âmbito do mecanismo de acompanhamento e controle
(auditoria) para a gestão adequada dos resíduos, temos:
1. Construir informações sistematizadas ou agrupadas em bancos de dados, a fim
de gerar um diagnóstico preciso da situação dos resíduos ao decorrer do tempo,
para construir sua evolução histórica.
2. Criação de sistemas de informação com banco de dados e cadastro de empresas
que prestam serviços ambientais.
3. Estabelecer corpo estável de fiscais em parceria com a Vigilância Sanitária.
4. Poder público municipal deverá montar equipe técnica com o papel de instruir
sobre as mudanças de procedimentos de cada tipologia de resíduo, além de
fiscalizar a execução do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de
Serviços de Saúde, por intermédio da gestão da informação e novas tecnologias.
5. Fazer cumprir normas e leis quanto aos usos de EPI e veículos específicos.
6. Implantar um sistema de Controle de Transporte de Resíduos para os RSS.
7. Implantar rotina de acompanhamento: das empresas geradoras; das
transportadoras; das empresas de tratamento e as de disposição final dos
resíduos.
8. Promover preparo e treinamento; acompanhamento; conhecimento adequado
sobre descarte de RSS.
9. Promover auditorias em conjunto com órgão ambiental estadual.
10. Formar e estruturar banco de dados dos RSS.
11. Implantar a observação analítica nos processos de gestão de RSS nas unidades
e órgãos; promover a integração dos funcionários para com os procedimentos
de manipulação, separação, acondicionamento, armazenamento, transporte,
etc.
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O Poder público municipal deverá montar equipe técnica responsável por instruir sobre
as mudanças de procedimentos de cada tipologia de resíduo, além de fiscalizar a
execução do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos por intermédio da gestão
da informação e novas tecnologias.
6.7.1 Sistema de controle eletrônico de resíduos de serviços de saúde
Para garantir uma fiscalização mais eficaz para a correta gestão e gerenciamento dos
RSS, existem ferramentas no mercado, que são mostradas como alternativas para o
controle de alta tecnologia, chamadas HOSPITALAR-ONLINE.
Este sistema permite monitoramento e rastreabilidade ao longo do processo, permitindo
que o organismo público gerencie eletronicamente todos os pontos, desde a coleta de
resíduos no ES até a entrega no destino final e/ou tratamento adequado, bem como a
sua quantificação individual. Todo o processo é acompanhado em tempo real, sendo
possível que o gerador receba via Internet todos os recibos de tratamento e disposição
dos RSS.
O Consórcio dos RSS deve implementar um sistema de informação relevante e oportuno
por meio do qual seja possível extrair os custos reais dos serviços de gestão e
gerenciamento dos resíduos gerados nas diferentes áreas.
O sistema de informação poderá registrar os custos dos serviços prestados, assim como
os custos relacionados às campanhas de educação ambiental, custos de supervisão,
fiscalização e controle. Também serão registrados as receitas por direitos de exploração
e outros.
6.7.1.1 Experiências similares
O último mês de Junho de 2015, a secretaria de serviços públicos de Jundiaí
implementou um sistema de Controle Eletrônico dos Resíduos Hospitalares, dado que,
Jundiaí é um dos poucos municípios que se responsabilizam diretamente pela coleta,
tratamento e disposição de resíduos de saúde.
O serviço opera um total de 791 estabelecimentos cadastrados na Prefeitura de Jundiaí,
entre os quais estão: centros de tatuagem, Unidades Básicas de Saúde (UBS),
hospitais, clínicas veterinárias, laboratórios de prótese dentária e podólogos, entre
outros.
Com a implementação deste sistema, será possível para a prefeitura realizar o
monitoramento e rastreamento de todo o processo, a partir da coleta de resíduos em
cada ES até o acompanhamento da entrega no seu destino final. Todo o processo pode
ser acompanhado em tempo real e o proprietário do ES, via Internet, tem acesso a todos
os recibos de tratamento e eliminação dos resíduos, sendo que, tais comprovantes
poderão ser apresentados a todos os organismos estatais que os exijam, sem requerer
trâmites burocráticos.
Além disso, outro dos benefícios esperados para a prefeitura de Jundiaí com a
implementação deste sistema está relacionado ao âmbito econômico. Hoje em dia, os
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custos de coleta, transporte e disposição final de resíduos domésticos estão entre
R$125 a R$130 por tonelada e a mesma quantidade de RSS gerará uma despesa de
R$3.000 (JJ3, 2015).
Em nível nacional, existem outras experiências na implementação da tecnologia RFID
para rastreamento e monitoramento da gestão dos RSS, como são (Carvalho, M.A,
2014) e (André L, Falanfo D. 2015):
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HCFMRP USP).
Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
3Artigo públicado pelo diário JJ, “Sistema eletrônico vai garantir controle dos resíduos de saúde” em maio de 2015. http://www.jj.com.br/noticias-15657-sistema-eletronico-vai-garantir-controle-dos-residuos-de-saúde
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7 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS DEMAIS
AGENTES PRIVADOS
Uma vez identificados os agentes privados que direta ou indiretamente estão envolvidos
nas atividades de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde com
responsabilidade solidária aos demais atores, nota-se que existe uma coincidência nas
ações que podem ser implementadas para garantir a efetividade da fiscalização e
monitoramento, prevenção, valorização e disposição e pesquisa, desenvolvimento e
inovação com as ações dos agentes públicos.
Ressalta-se que aos agentes privados a realização destas ações poderá ser limitada ou
estimulada pelas peculiaridades existentes no âmbito da dinâmica econômica,
regulatória e legal do setor privado.
As leis, normas e orientações técnicas da ANVISA, CONAMA e ABNT, dentre outras,
se aplicam a todos os ES independente do setor proveniente, público ou privado. As
diferenças entre a forma de execução de ações de melhoria contínua por um sistema
público e por um sistema privado se concentram, principalmente, na disponibilidade de
recursos e no nível de abrangência do serviço.
7.1 AÇÕES DE PREVENÇÃO
As ações preventivas a serem empreendidas por agentes privados (gerador privado)
são as seguintes (Brasil, 2013a):
1. Promover chamada pública para que as empresas do setor de serviços de saúde
treinem as suas equipes para o gerenciamento adequado dos RSS (farmácias,
hospitais, clínicas veterinárias, etc.) e a importância de segregar rigorosamente os
resíduos infectantes e biológicos dos resíduos comuns nestes serviços.
2. Oferecer CADRI4 – Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse
Ambiental coletivo para atender associações profissionais.
3. Promover a criação do cargo da função específica, responsável pela integração,
formação e monitoramento da gestão dos RSS.
4. Valorizar a importância e promover o papel das comissões de controle de infecções
em matéria de gestão dos RSS no ES.
4O CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental) é um documento emitido pela CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) que aprova o encaminhamento de resíduos de interesse ambiental a locais de reprocessamento, armazenamento, tratamento ou disposição final.http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/334573/O-que-Cadri-e-qual-a-sua-utilidade
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5. Implementar sistemas de entrega voluntária de medicamentos vencidos nas
unidades de saúde, preparando sua recepção, armazenagem e logística de
destinação adequada coerente com o Acordo Setorial Nacional5.
6. Estabelecer procedimentos para resíduos gerados por serviços de assistência
domiciliar (home care6).
7. Envolver associações profissionais na gestão de RSS.
De acordo com Brasil (2013), dentro das ações concretas a serem executados pelos
agentes privados no campo da prevenção, estão:
1. Planejar e implementar uma coleta seletiva que avance com relação a existente,
estudando as rotas atuais de coleta e transporte com o objetivo de otimizar as rotas
e volume de coleta de RSS, levando em conta fatores como nível socioeconômico,
mapa de concentração de geração (ES), entre outros.
2. Desenvolvimento da disposição legal que estabelece a forma mais justa de
cobrança pelos serviços de manejo de RSS, com diferenciação entre os pequenos,
médios e grandes geradores, bem como os tipos de resíduos gerados.
3. Estabelecer programas que incentivem de forma permanente a segregação na fonte
geradora, dos diferentes grupos de resíduos devidamente identificados e enquadrá-
los nos novos parâmetros de coleta e pontos de entrega.
É importante que os agentes privados estabeleçam um vínculo de comunicação
constante com entidades públicas como a ARMBH, para coordenar sobre outras
eventuais ações, no domínio da prevenção a serem desenvolvidas durante a
implementação do Plano (melhoria contínua).
7.2 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA
Dentro das ações de recuperação e eliminação controlada, estão:
1. Constituir ou ampliar as equipes técnicas para os processos de valorização (se
aplicável) e eliminação controlada de RSS, considerando que os Estabelecimentos
de Saúde deveriam dispor de equipes técnicas com formação e, portanto, a
habilitação necessária para permitir o desenvolvimento de tais tarefas.
5O Comitê Orientador para Implantação dos Sistemas de Logística Reversa (CORI) aprovou o edital de chamamento para elaboração de acordo setorial que irá implantar o sistema de logística reversa de resíduos de medicamentos, em reunião realizada no último dia 8 de agosto. A iniciativa faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos e foi proposta após dois anos de estudo e discussão no âmbito do Grupo de Trabalho Temático – GTT de Medicamentos, coordenado pela Anvisa e Ministério da Saúde. http://portal.anvisa.gov.br/ 6Resíduos sólidos de serviços de saúde na assistência domiciliar (home care). http://www.dominiopúblico.gov.br/pesquisa/Detal
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2. Aprofundar a valorização de resíduos de medicamentos por meio da produção de
CDR7, tomando como refêrencia a experiência nesta área desenvolvida pela
empresa BIOTRAN na Espanha, que por meio de um processo de classificação dos
medicamentos, obtêm ao final do ciclo da recuperação de frações recuperáveis de
energia, como: Blister, recipientes com resíduos de medicamentos não perigosos e
resíduos de medicamentos líquidos (BIOTRAN-SIGRE, 2014).
3. Promover a eliminação controlada dos RSS em aterros sanitários e células de
disposição especial, por meio de campanhas de informação com a colaboração do
consórcio de gestão de RSS e a ARMBH.
7.3 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
Dentro das ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação a serem implementadas
por organismos privados, são apresentadas as seguintes:
1. Apoiar o organismo público na criação do banco de dados com informações
relevantes sobre lixões atuais na RMBH e CM, para fazer uma descrição das
características atuais do local e avaliar o potencial de adequação para a
implantação de Unidades de Tratamento e Disposição Final de RSS.
2. Procurar o fechamento de parcerias e Projetos piloto de P+D+I com órgãos
públicos, com outros países ou empresas nacionais e internacionais, com o objetivo
de testar novas tecnologias ou desenvolver estudos de investigação para explorar
novos horizontes no tratamento de RSS.
Para qualquer uma das tecnologias ou investigações a serem testadas ou
desenvolvidas, é importante levar em conta os padrões estabelecidos pelo órgão
de controle ambiental a nível de emissões de efluentes líquidos e gasosos,
buscando sempre que seja viável em termos da economia local.
Neste sentido, existem tecnologias como o plasma que atualmente está
potencializando a sua aplicação no tratamento de RSS, com mais vantagens do
que desvantagens e um horizonte temporal de médio a longo prazo, pode ser uma
opção válida para todo o tratamento dos RSS.
3. Por serem mais expostos aos possíveis inconvenientes no gerenciamento diário de
RSS, eles deveriam apoiar o organismo público para incentivar a logística reversa
de alguns dos resíduos do grupo B (produtos químicos), diminuindo assim o volume
de resíduos para tratamento ou eliminação.
4. Priorizar o uso de produtos cujo ciclo de vida permita que eles sejam reutilizados
ou recuperados como subprodutos ou matérias-primas (caso de recipientes de
armazenamento de RSS como contêineres, etc.).
CDR – Combustivel derivado de resíduos: temo que se aplica aos materiais com um alto poder calorífico que podem ser utilizados como combustível em fabricas de cimento ou centrais elétricas desde que
devidamente licenciadas. http://www.titech.es/waste-sorting/combustible-derivado-de-10706
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5. Promover ações a nível de ecoeficiência como uma ferramenta para reduzir a
geração de RSS dos ES e Unidades de Tratamento e Disposição Final de resíduos,
uma vez que no processo de atendimento aos pacientes por parte dos ES, serviços
como água e eletricidade são usados constantemente, gerando efluentes líquidos
que precisam ser tratados e consumos constantes de eletricidade (SILVEIRA, C.,
2005).
Em um programa de ecoeficiência a formação dos profissionais é fundamental,
tendo em vista que um dos instrumentos chave na ecoeficiência é o treinamento e
conscientização dos técnicos sobre a influência dos procedimentos para minimizar
a geração de efluentes e resíduos sólidos.
7.4 AÇÕES DE MONITORAMENTO
As ações de monitoramento tem como objetivo o controle sobre as atividades de gestão
e gerenciamento de resíduos, transporte e geradores. Por outro lado, terão a
responsabilidade de atuar frente à administração de possíveis reclamações e quaisquer
outros tipos de processos apresentados pela população, empresas e diversos órgãos.
Essas ações de monitoramento incluem:
1. Inspeções periódicas aos Estabelecimentos de Saúde, instalações de transbordo e
tratamento, verificando a documentação de resíduos, tais como: registro de
entrada/saída, documentos de acompanhamento, controle e peso de contêineres
(se aplicável), etc.
Nos Estabelecimentos de Saúde e Instalações de Tratamento, devem ser
verificadas as áreas de armazenamento de RSS, tendo em conta as quantidades
de resíduos armazenados, condições do local, temperaturas, etc.
Verificação do registo gráfico e numérico dos distintos ciclos de tratamento, os
tempos por etapas, temperatura, emissões, resíduos, etc.
2. Controle do transportador em colaboração com as entidades públicas relacionadas
a essas tarefas.
De acordo com Bahia (2007), algumas ações monitoramento por agentes privados, são
descritas abaixo:
1. Acompanhar e fiscalizar a aplicação de recursos financeiros provenientes de
transferência regular e automática (fundo a fundo) e acordos.
2. Coordenar e monitorar o processo de cadastramento dos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde, independentemente da complexidade dos serviços.
3. Promover a capacitação técnica por meio da educação continuada.
4. Acompanhar, monitorar e avaliar a programação, produção e faturamento dos
estabelecimentos de saúde, hospitais e ambulatórios.
De forma complementar, são propostas as seguinte ações a serem realizadas pelos
agentes privados no monitoramento.
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1. Implementação de sistemas de gestão ambiental: os agentes privados devem ter
certificadas as suas atividades e serviços em sistemas de gestão ambiental
(segundo norma ISO 14001 ou similar). As empresas que tenham esses sistemas
certificados poderiam demonstrar a qualidade da sua gestão ambiental e seriam
mais consideradas pelas administrações públicas, melhorando sua imagem pública.
2. Modernizar os instrumentos de controle e supervisão: os agentes privados devem
prestar apoio aos agentes públicos nas tarefas de modernização ou implementação
de tecnologia da informação (cadastro informatizado de geradores, rastreamento
eletrônicos de veículos, fiscalização por meio da análise de imagens aéreas,
implementação de sistema on-line ou RFID, conforme detalhado na seção 5.7.1).
3. Os agentes privados devem estabelecer mecanismos de comunicação com as
autoridades superiores, criando protocolos para manter o feedback das diversas
ações a serem executadas com a administração municipal.
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8 PRIORIZAÇÃO DA SEGREGAÇAO E DA COLETA SELETIVA
A etapa de segregação dos RSS na fonte geradora é de extrema importância
considerando-se que cerca de 70% dos resíduos de RSS pertencem aos resíduos do
Grupo D, portanto o volume anual de resíduos potencialmente recicláveis é alto. A
segregação bem feita possibilita a coleta e o tratamento diferenciados dos RSS, bem
como todos os procedimentos decorrentes até a redução, reutilização e/ou reciclagem
de resíduos.
As diretrizes básicas e o regulamento técnico para o Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde em Belo Horizonte, estabelecidos no Decreto nº 12.165,
de 15 de setembro de 2005, reforçam e fomentam a segregação na origem.
No Anexo II do referido Decreto, item 2.3, são especificadas diversas informações que
devem constar do PGIRSS referentes à minimização dos resíduos contemplando (i)
formas de minimização (redução, reutilização, recuperação ou reciclagem) dos resíduos
do Grupo B; (ii) formas de minimização de resíduos do Grupo D. Caso existam materiais
com potencial para reciclagem, a orientação aponta para a apresentação do Plano de
Reciclagem dos mesmos, destacando os componentes que serão reciclados, forma de
acondicionamento dos recicláveis, transporte até o armazenamento externo, coleta
seletiva dos recicláveis do local de armazenamento externo até a destinação final e o
destino e utilização dos recicláveis.
É importante ressaltar, que o setor privado deverá estar envolvido diretamente no
desenvolvimento do Plano, assumindo a responsabilidade compartilhada com os ES,
tanto pelo ciclo de vida dos produtos que fornecem como pelo apoio no planejamento e
implementação de ações relacionadas à logística reversa.
8.1 AÇÕES PARA INCENTIVAR A SEGREGAÇÃO NAS FONTES GERADORAS
As ações para promover a segregação em fontes de geração, se centram principalmente
na formação do pessoal envolvido nas tarefas internas de geração e coleta dos RSS
nos Estabelecimentos de Saúde, bem como a transmissão de informações à população
em geral.
8.1.1 Campanhas de informação
Tendo em conta o Planejamento de atividades de educação ambiental, em
conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Educação
Ambiental (Lei nº 9.795/99), as campanhas de informação são vitais na transmissão dos
principais conceitos instaurados no Plano de RSS, portanto, é proposta a seguinte
edição de documentos e atividades de informação.
Edição de uma versão resumida do plano de gestão RSS.
Edição de um “Manual de segregação de RSS”.
Campanhas para incentivar a correta segregação dos RSS.
Atividades de comunicação para promover e divulgar os acordos voluntários com
as principais empresas, organizações e associações de catadores da RMBH e CM.
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Campanhas de informação no site do consórcio e da ARMBH, descrevendo as
várias técnicas de coleta e tratamento dos RSS, prós e contras, os riscos potenciais,
etc.
Encontros informativos com a mídia local para relatar os possíveis problemas,
recolher sugestões, opiniões e coordenar as atividades futuras nesta matéria.
Comunicados de imprensa com periodicidade trimestral e fóruns web com o objetivo
de divulgar estudos de investigação, acordos assinados e apresentar os resultados
à população em geral.
Promover através das assessorias de imprensa dos vários municípios, a
abordagem da população em geral, por meio do agendamento de visitas guiadas
das diferentes infraestruturas de gerenciamento de RSS, tais como:
Estabelecimento de Saúde, Estações de Transferência, Unidades de Tratamento e
Disposição Final, Aterros Sanitários e Células de Disposição Especial
8.1.2 Criação de curso de educação profissional e tecnológica para gestor de RSS
Para alcançar uma alta aceitação das propostas no Plano de Gestão de RSS e
especialmente, poder contar no futuro de uma equipe capacitada para a gestão
adequada, acompanhamento e controle das tarefas de gestão intraestabelecimento /
extraestabelecimento dos RSS, é necessário incluir na oferta de cursos de formação
profissional e técnica cursos na área "Técnico de Gestão de RSS", semelhante ao
existente "Técnico em Reciclagem".
Em alternativa, sugere-se a inclusão de módulos explicitamente em "gestão de RSS" na
agenda dos seguintes cursos de educação profissional e tecnológica (PRONATEC8,
2015):
Eixo tecnológico: Ambiente e Saúde.
Técnico em Reciclagem.
Técnico em Controle Ambiental.
Técnico em Meio Ambiente.
Eixo Tecnológico: Infraestrutura.
8.1.3 Treinamento para aplicação prática em matéria de gestão e gerenciamento de
RSS
Com o intuito de promover a não-geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
prévio, logística reversa e etc. nas unidades geradoras de RSS, de domínio da gestão
municipal (centros de saúde, clínicas, hospitais, etc.), são propostos diferentes
programas de ações contínuas previstas na resolução ANVISA RDC 306/2004.
8 PRONATEC: Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. http://pronatec.mec.gov.br/
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Os cursos de formação no domínio da gestão e gerenciamento dos RSS, identificados
no mercado de treinamento no Brasil, são:
A. Curso sobre Gestão de Resíduos dos serviços de Saúde: Ministrado pela
LATEC-UFF9 que visa promover a formação técnica das pessoas nas condutas de
gestão de resíduos de serviços de saúde e elaboração do plano de gestão de
desenvolvimento destes. Alinhado com as normas de biossegurança, segurança no
trabalho, saúde pública e meio ambiente, com foco na implementação organizada
do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, em
conformidade com a legislação CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente
Nº 358/2005 e ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária RDC Nº
306/2004.
Este curso está dirigido para profissionais de saúde e demais que desejam adquirir
conhecimento sobre o tema.
O curso em questão dispõe do seguinte temário:
- Saúde Ambiental, Aspectos Legais e relações com a Gestão de Resíduos de
Serviços de Saúde.
- Biossegurança, Saúde e Higiene Ocupacional.
- Introdução ao Sistema de Gestão Integrado (Meio Ambiente, Qualidade e
Saúde e Segurança Ocupacional).
- Definição, Classificação e Manejo dos Resíduos dos Serviços de Saúde.
- Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde –
PGRSS.
B. Gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde & Plano de Gerenciamento de
Resíduos – PGRSS: Ministrado pelo Portal dos Resíduos10 destinado a aprofundar
nos paradigmas das questões dos RSS, enfatizando o diagnóstico ambiental para
resolver problemas cotidianos de geração, tais como racionalização do uso de
insumos, redução de resíduos, minimizando a geração, a redução dos impactos
ambientais em conformidade com a legislação aplicável.
Este curso está destinado a funcionários com perfil médico, enfermeiros,
engenheiros, administradores, farmacêuticos, biólogos, etc. Estabelecimentos de
Saúde em geral, Prefeituras, Secretarias de Saúde, Meio Ambiente, órgãos de
fiscalização, indústrias e empresas privadas, etc.
9LATEC é um núcleo de pesquisa avançada de caráter multidisciplinar e supra-institucional ligado ao Centro Tecnológico da Universidade Federal Fluminense.http://www.latec.com.br/P%C3%B3sgradua%C3%A7%C3%A3o/Cursosdeatualiza%C3%A7%C3%A3o/Gest%C3%A3odeRes%C3%ADduosdosServi%C3%A7osdeSa%C3%BAde/tabid/100/Default.aspx 10Empresa do Grupo Ambiance, movidos pelo desafio em promover soluções sustentáveis dentro das companhias no contexto ambiental. http://www.portaldosresiduos.com.br/cursos-gestao-residuos-servicos-saúde.php
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O curso em questão dispõe do seguinte temário:
- Impacto da geração de resíduos sólidos urbanos x resíduos de serviços de
saúde – RSS.
- Aspectos legais e regulamentares aplicáveis aos RSS.
- Conceitos sobre resíduos de serviços de saúde – RSS.
Gerenciamento dos RSS.
Classificação dos RSS via periculosidade.
Fatores de risco x biossegurança.
Princípios da Precaução x Prevenção.
- Gerenciando Resíduos de Serviços de Saúde – RSS.
Gerenciamento x escala de prioridades.
Minimização da geração.
Segregação e Acondicionamento seguro.
Critérios de Armazenamento seguro.
Cuidados no transporte interno e externo.
Destinação e Tratamento.
Disposição final.
- Práticas de Gerenciamento para cada grupo de RSS.
- Indicadores e melhoria contínua da qualidade do gerenciamento.
- PGRSS - Plano de gerenciamento.
C. Habilitação profissional de técnico Agente Comunitário de Saúde: Ministrado
pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, que visa formar trabalhadores
comprometidos com a consolidação de SUS, por meio de situações ensino-
aprendizagem que propiciem o desenvolvimento das aptidões profissionais nas
áreas técnicas, éticas, políticas e comunicativas, para a melhora da qualidade de
vida da população.
As áreas previstas para desenvolvimento profissional do técnico são:
a) Mobilização social, integração entre a população e as equipes de saúde e do
planejamento das ações.
b) Promoção da saúde e prevenção de doenças, dirigidas aos indivíduos, grupos
específicos e a doenças prevalentes.
c) Promoção, da prevenção e do monitoramento das situações de risco ambiental
e sanitário.
O curso em questão dispõe do seguinte temário:
- Módulo I - As práticas de saúde e o SUS: construindo alicerces para
transformar.
Relação Saúde/Sociedade: instrumentalizando para a prática.
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Novas Práticas: ressignificando as necessidades em saúde.
Vigilância em Saúde: um campo em construção.
Gestão para o Cuidado Integral em Saúde
- Módulo II – Ações de promoção da saúde: Excercendo o papel social e
profissional no cuidado integral à saúde.
O Agente Comunitário de Saúde: exercitando seu papel social e
profissional.
Promoção da Saúde: articulando e implementando ações intersetoriais
na microárea.
Cuidado à Saúde: desenvolvendo ações educativas nas diferentes fases
do ciclo de vida.
- Módulo III – O trabalho do técnico agente comunitário de saúde: consolidando
seu papel social profissional.
Caracterizando a micro área: planejamento da Equipe de Saúde da
Família.
Planejamento do Trabalho do Técnico Agente Comunitário de Saúde:
propondo estratégias de intervenção.
8.1.4 Outras experiências
Existem algumas experiências em nível internacional, a fim de incentivar a segregação
na fonte geradora. Em Barcelona (Espanha), por exemplo, foi instituída uma Taxa
Metropolitana de Tratamento de Resíduos Municipais (TMTR) que é cobrada na conta
de água.
O valor médio da taxa é de 12 € (R$ 51,91), montante considerado baixo, pelos padrões
europeus. Este total pode ser reduzido se o cidadão participar efetivamente da coleta
seletiva e levar seus resíduos a pontos verdes chamados "Deixalleria" (Pontos de
Descarte) nos 26 pontos distribuídos em toda a cidade. A cada visita a esses locais, é
contabilizado um crédito em um cartão magnético. Com a somatória desses créditos, é
possível reduzir em até 14% o valor da TMRS.
Figura 6 – Cartão do usuário – Pontos de descarte.
Fonte: Municipalidade Lliça d’Amunt (Cataluña-España) e Prefeitura de Cheste (Valencia-España)
Esta é uma iniciativa muito prática e que pode refletir na atitude de segregação na
origem dos RSS, considerando que os ES poderiam promover um bônus anual de
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benefícios para os trabalhadores, se eles cumprirem determinados objetivos de
segregação na origem dos resíduos do Grupo D, dado que estes podem ser incluídos
no fluxo do mercado de reciclagem, obtendo determinadas vantagens a partir da sua
venda.
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9 PROGRAMA DE INVESTIMENTOS
Conforme a PNRS, a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é o “conjunto de ações
voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a
premissa do desenvolvimento sustentável” (BRASIL, 2010a).
O gerenciamento dos resíduos sólidos vem apresentando uma tendência crescente de
terceirização para a iniciativa privada, principalmente pelas dificuldades do setor
executivo em âmbito municipal no que se refere a retenção de mão de obra, à
manutenção de equipamentos e operação de sistemas de tratamento ou aterros.
Entretanto, ressalta-se que a gestão – planejamento, supervisão e fiscalização – por ser
atividade típica de estado é indelegável e intransferível (RIBEIRO, 2013).
Cabe ao poder público implantar medidas para que a gestão integrada de resíduos
sólidos seja efetiva e gere resultados associados às premissas apresentadas pelo
Ministério do Meio Ambiente (MMA) (BRASIL, 2012). Entretanto, a responsabilidade
pelo gerenciamento de resíduos é do estabelecimento gerador, seja público ou privado
o que pressupõe uma interação entre estes para que possam compartilhar a gestão dos
resíduos sólidos com a comunidade local (IPEA, 2012).
9.1 TIPO DE INVESTIMENTO
A estratégia para alcançar os resultados previstos nas metas e diretrizes envolve ações
macro e micro setoriais, ambas dependentes de um esforço conjunto dos municípios da
RMBH e CM, coordenados e orientados pelo Governo Estadual.
Como primeiro passo, sugere-se o mapeamento das intenções de investimento, por
parte do setor público e privado no que se refere a implantação de novas unidades para
o gerenciamento dos RSS. Tendo em vista os investimentos atuais e previstos, as
infraestruturas atuais e planejadas para atendimento ao plano, um cronograma de
investimento pode ser consolidado com base nos resultados apresentados no Produto
08. As ações acima devem, obrigatoriamente, considerar a clara necessidade de
adequação e capacitação dos recursos humanos que serão alocados nos serviços, em
todas as suas etapas.
Como segundo passo, é desejável o conhecer a fonte dos recursos atuais advindos das
tarifas cobradas pelos serviços públicos prestados para o gerenciamento dos RSS. Esta
informação permitirá prever se a tarifação atual é suficiente ou se deve ser alterada em
curto prazo, por um período determinado – ou não, para arrecadação de recursos como
objetivo de financiar as ações imediatas e emergenciais.
Como terceiro passo, seria importante conhecer o númer de empresas que atuam no
setor e qual a parcela da prestação dos serviços de gerenciamento de RSS é executado
por cada uma delas e quantas possuem condições de acesso a financiamento de longo
prazo.
Para fins de exemplificação, na área de saneamento, em relatório públicado pela ABES
(Associação Brasileira de Engenharia Sanitária) em 2013, estimou-se que o alcance a
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universalização dos serviços de saneamento representam uma necessidade da ordem
de cerca de 0,4% do PIB ao ano ou seja, a duplicação do atual patamar de
investimentos. Contudo, o mesmo relatório, informou que a estrutura vigente
responsável pela gestão dos serviços não é dimensionada para gerenciar este novo
patamar e os recursos provenientes da tarifa não são suficientes para financiar os
investimentos do setor.
Os estudos até então realizados neste projeto permitem estimar a necessidade de
investimento da ordem de 200 milhões de reais para que a situação atual em termos de
gerenciamento adequados dos RSS atinja um patamar mais adequado, mais favorável
em todos os sentidos nos próximos 35 anos.
Em posse das informações citadas os investimentos podem ser distribuídos em níveis
de urgência para o alcance das metas previstas. Esse escalonamento é interessante
porque, além das medidas emergenciais que envolvem, em muitos casos, aspectos de
gestão, de regularização, e disciplinamento de ações do gerenciamento por todos os
municípios da RMBH e CM, o fluxo do gerenciamento só poderá ser absorvido mediante
a existência de infraestruturas, mesmo que básicas, para a recepção e tratamento
destes resíduos.
Para estimar o prazo para a implementação de investimentos, serão levadas em conta
as metas previstas pelo Governo do Estado, algumas delas ainda sujeitas a atualização.
A seguir, se descreve a proposta de execução de investimentos para a implementação
de infraestruturas de RSS. Considerando a proposta descrita no P06 e P07 (IDP-FR,
2015), que consistia em um sistema formado por Estações de Transbordo, nas quais
eram feitas tarefas de consolidação de carga ou veículo em função do grupo de
resíduos, e uma UTDF para toda a RMBH e CM.
A execução dos investimentos está planejada em três fases. Na Fase 1, nos primeiros
05 anos a prioridade será a implantação das estações de transbordo e parte das
infraestruturas de disposição final. Para as fases seguintes, objetivando que todo o
sistema de gerenciamento de RSS entre em funcionamento de forma paralela, espera-
se que os investimentos iniciais para as infraestruturas propostas sejam feitos ao
mesmo tempo, de modo que, desta forma, quando se inicie a operação das ET, a UTDF
e instalações associadas disponham de todas as licenças necessárias para seu correto
funcionamento.
9.2 MECANISMOS DE RATEIO
Segundo Di Pietro (2008), os consórcios públicos perante a Lei nº. 11.107/2005, podem
ser definidos como “associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios), com personalidade de direito público ou de
direito privado, criadas mediante autorização legislativa, para a gestão associada de
serviços públicos”. Ou seja, o serviço que uma pessoa jurídica pública isoladamente tem
dificuldades ou impedimentos para executar tende a ser possível ou mais eficiente
mediante a conjugação de esforços.
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A referida Lei prevê que, entre os entes consorciados, sejam firmados dois tipos de
contrato: contrato de Programa e Contrato de Rateio, objeto deste item.
O contrato de rateio é o instrumento mediante o qual os entes consorciados
disponibilizarão recursos aos consórcios públicos aos quais participam. Importante
deixar claro que o fato de um município ser participe de um consórcio não o desobriga
a prever, em sua lei orçamentária, os recursos que serão destinados à gestão do serviço
público objeto do consórcio. Diante disso, é importante alertar para que os Contratos de
Rateio sejam firmados após a votação das leis orçamentárias de cada ente consorciado
com exceção para aqueles cujo objeto esteja contemplado no Plano Plurianual de todas
as entidades participantes, ou seja, custeado por tarifas ou outros preços públicos. A
não previsão em lei orçamentária municipal dos recursos destinados ao Consórcio pode
levar a suspensão e exclusão do município do mesmo.
O Contrato de Rateio é, portanto, vital para a existência e manutenção do Consórcio, ou
agrupamento, à medida que oficializa o compartilhamento de deveres entre todos os
entes consorciados no que se refere, principalmente, ao custo das atividades repartidas
e assegura o repasse das obrigações financeiras de cada um.
9.2.1 Exemplo de Critério de Rateio
No Brasil, um dos consórcios mais antigos para gestão de serviços de Saneamento está
localizado na Bacia do Rio dos Sinos no estado do Rio Grande do Sul. O Pró-Sinos,
como é chamado, é um consórcio inter federativo de direito público formado, até o
momento, por 26 dos 32 municípios que compõem a Bacia do Rio dos Sinos.
Fundado em 16 de agosto de 2006, com a denominação de Consórcio Público de
Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Pró-Sinos, é um órgão
executivo das ações, projetos e programas voltados ao saneamento básico da Bacia e
funciona como um órgão da administração indireta de cada um de seus entes
consorciados. Sendo assim, o Pró-Sinos desenvolve projetos, capta recursos e pode
executar obras, serviços e estudos relacionados ao saneamento básico e ambiental na
região de sua abrangência. Além de projetos de Educação Ambiental, o consórcio
possui uma Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil.
Para executar as ações definidas em âmbitos regional, o quadro funcional é composto
por servidores do quadro de carreira dos entes consorciados e por pessoal contratado
e conta com o seguinte quadro técnico: Diretoria Executiva; Diretor Técnico; Secretaria
Executiva Administrativa e de Licitações; Mobilizadora Social; Coordenadora e
Educadora Ambiental; Central de Monitoramento Integrado; Assessoria Jurídica;
Contabilidade; Coordenador Técnico.
Dentre as finalidades estão defender, ampliar e promover a interação, fortalecer e
desenvolver a capacidade administrativa, técnica e financeira dos serviços públicos de
saneamento básico nos municípios que integram o consórcio. O Pró-Sinos, desde sua
criação, também realiza estudos de natureza técnica e social nas áreas de meio
ambiente e saneamento, desenvolvendo um programa permanente de educação
ambiental.
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Todos os arquivos, estudos, públicações e ações do Pro-sinos estão disponibilizados e
podem ser acompanhados por meio do website http://www.consórcioprosinos.com.br/.
Além do estatuto do consórcio e do protocolo de intenções está também disponibilizada
uma cópia do Contrato de Rateio.
O critério utilizado para as contribuições mensais dos consorciados foi estabelecido por
faixas de população com o objetivo de resguardar os municípios que pertencem a mais
de uma bacia e, consequentemente, podem, no futuro, participar de mais de um
consórcio. Para tal, considerou-se o agrupamento dos municípios em faixas, sendo que,
os municípios com mais de 80% de sua população sediada na área da bacia tiveram
sua população considerada na íntegra. De forma semelhante, os municípios com
populações na área da bacia inferiores a 10% da população municipal total foram
enquadrados como sendo pertencentes ao grupo com a menor contribuição mensal. Os
dados populacionais adotados como oficiais são os públicados periodicamente pelo
IBGE. Seguindo este processo de rateio chegou-se a uma estimativa de valor mensal
que poderia ser arrecadado o que se mostrou coerente com os custos previstos do
consórcio nos estudos prévios. O quadro abaixo demonstra a divisão em grupos e o
número de município do consórcio enquadrado no ano de 2007.
Quadro 9 – Valor total arrecadado pelos grupos de Rateio, estabelecido por faixa populacional e área de
abrangência do município na Bacia dos Sinos – RS, 2007.
Populações 2007 (nº habitantes)
Valores Mensais (R$)
Grupo de Rateio
Nº municípios no grupo
Total arrecadado
(R$)
Abaixo de 10.000 1.000 1 7 7.000
De 10.001 a 20.000 2.000 2 2 4.000
De 20.001 a 50.000 4.000 3 4 16.000
De 50.001 a 100.000
8.000 4 3 24.000
De 100.001 a 200.000
15.000 5 ---
Acima de 200.000 20.000 6 2 40.000
Arrecadação mensal 91.000,0
Arrecadação Anual 1.092.000,00 Fonte: Contrato de Rateio, Consórcio Pro-sinos. Bacia do Rio dos Sinos – RS. Disponível em:
http://www.consórcioprosinos.com.br/conteúdo_inst.php?id=consórcio
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10 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
De acordo com a elaboração deste Produto, conclui-se que:
É importante ressaltar que o Estado de Minas Gerais possui uma Unidade
Central de Parcerias Público-Privadas, que tem a seu crédito uma experiência
de mais de dez anos no estudo e na adjudicação de PPPs no Estado. Esta
caminho percorrido permite a otimização de tempo para a possível
implementação do modelo proposto a nível de Gestão de RSS na RMBH e CM
e assessoria à ARMBH em quaisquer dúvidas e acompanhá-la no trânsito das
diferentes fases a serem desenvolvidas.
Tal como foi apresentado em produtos anteriores, é importante avaliar a
possibilidade de uma derrogação na legislação vigente com a finalidade de
permitir que os ES de pequeno porte que não disponham de recursos financeiros
e humanos suficientes para implementar equipamentos de desinfecção
microbiana nível III possam encaminhar parte de sua geração de RSS Grupos A
e B, principalmente, a um tratamento térmico.
De todo modo, os dados e valores indicam que para garantir a viabilidade
econômica da concessão a médio prazo, é importante assegurar a gestão de
100% dos resíduos de serviços de saúde gerados na região.
No âmbito da gestão dos RSS adicionalmente ao Consórcio, as entidades que
fazem parte do grupo de acompanhamento deste projeto, assumem um papel
mais proeminente, tendo em conta a experiência que foram acumulado ao longo
dos anos e desta forma podem transmitir as sinergias às outras entidades que
forem criadas a nível estadual e municipal, para a realização de um correto
acompanhamento do Plano de Gestão de RSS na Região Metropolitana e Colar
Metropolitano.
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