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INOVAÇÃO Prof. Giovani Mendonça Lunardi CRIATIVIDADE E Indaial – 2022 1 a Edição

Prof. Giovani Mendonça Lunardi

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Inovação

Prof. Giovani Mendonça Lunardi

CrIatIvIdade e

Indaial – 20221a Edição

Page 2: Prof. Giovani Mendonça Lunardi

Impresso por:

Elaboração:

Prof. Giovani Mendonça Lunardi

Copyright © UNIASSELVI 2022

Revisão, Diagramação e Produção:

Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI

L961c

Lunardi, Giovani Mendonça

Criatividade e inovação. / Giovani Mendonça Lunardi. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.

219 p.; il.

ISBN 978-65-5663-055-7

1. Inovação tecnológica. – Brasil. 2. Criatividade. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 658.56

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Prezado acadêmico! Este livro didático foi elaborado para a construção de novos conhecimentos que servirão de base para ideias, projetos e entendimentos em relação ao processo criativo e sua inovação. A geração de novas ideias possibilitou a evolução e desenvolvimento do ser humano desde a pré-história até os dias atuais.

Em nosso atual cenário, a criatividade e inovação são cada vez mais essenciais em diversos contextos, principalmente, nas organizações, garantindo maior competitividade. Assim, é imprescindível compreendermos a definição e evolução de tais conceitos, como alguns fatores podem influenciá-los, as principais características das pessoas criativas e as estratégias para inovação e criação.

Para isso, o livro foi dividido em três unidades:

A primeira trata de aspectos relacionados ao funcionamento da mente, como questões relacionadas ao conhecimento humano, compreender como nossa mente funciona. Além disso, iremos identificar algumas características e influências sociais no processo criativo, e compreender a relação da inovação no design.

A segunda unidade abordará a criatividade e inovação tecnológica, sendo externalizados os principais conceitos de criatividade e inovação, como as principais teorias sobre o processo criativo. Iremos conhecer, também, algumas ferramentas que podem aprimorar a criatividade e as principais características, classificações e tipos de inovação.

Já a terceira unidade trará a criatividade e inovação nas organizações, dissertando sobre as revoluções industriais e sua relação com as inovações tecnológicas, os campos de aplicação da inovação nas organizações e como gerir tais processos criativos e inovadores nas empresas.

Esperamos que com este conteúdo você consiga perceber a importância da criatividade e inovação para o desenvolvimento econômico de nossa sociedade.

Bons estudos! Prof. Giovani Mendonça Lunardi

APRESENTAÇÃO

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Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.

GIO

QR CODE

Olá, eu sou a Gio!

No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade.

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Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!

ENADE

LEMBRETEOlá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conheci-mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!

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SUMÁRIOUNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE ..................................................................... 1

TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA ....................................31 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................32 O CONHECIMENTO HUMANO .............................................................................................33 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ........................................................................64 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO .......................................................9

4.1 MITOLOGIA.............................................................................................................................................. 114.1.1 Mitologia grega ............................................................................................................................ 13

4.2 SENSO COMUM ................................................................................................................................... 164.3 FILOSOFIA .............................................................................................................................................17

4.3.1 O Mito da Caverna ....................................................................................................................204.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção do conhecimento ...................22

4.4 TEOLOGIA .............................................................................................................................................254.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES .................................................................. 27

RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 31AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 32

TÓPICO 2 — DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA ....................... 331 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 332 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO ............................................................................ 333 A PSICOLOGIA .................................................................................................................. 364 PERCEPÇÃO DA MENTE .................................................................................................. 385 A INTELIGÊNCIA HUMANA E AS TECNOLOGIAS ............................................................ 40RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 43AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 44

TÓPICO 3 — A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS ........................................................................................................... 45

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 452 CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS ........................................ 453 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ..................................................................... 464 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ........................................... 485 HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NA EDUCAÇÃO ...................................................... 50RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 53AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 54

TÓPICO 4 — INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN ......................................................571 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................572 O PROCESSO CRIATIVO NA PRÁTICA ..............................................................................573 IMITAÇÃO, INVENÇÃO E INOVAÇÃO ............................................................................... 604 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA ................................................................................................... 605 INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO EM DESIGN ...................................................................... 63LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 66RESUMO DO TÓPICO 4 .........................................................................................................70AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71

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UNIDADE 2 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ...............................................73

TÓPICO 1 — MODELOS E FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ............................................751 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................752 EM BUSCA DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE .................................................................753 MODELOS DE CRIATIVIDADE .......................................................................................... 80

3.1 TEORIA DE INVESTIMENTO EM CRIATIVIDADE DE STERNBERG .............................................833.2 MODELO COMPONENCIAL DE CRIATIVIDADE DE AMABILE .....................................................86

4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ................................................................................. 894.1 SCAMPER: TÉCNICA PARA GERAÇÃO DE IDEIAS .................................................... 894.2 MAPA MENTAL ............................................................................................................ 914.3 BUSINESS MODEL CANVAS .............................................................................................................934.4 BRAINWRITING ....................................................................................................................................944.5 DESIGN THINKING ..............................................................................................................................954.6 BENCHMARKING .................................................................................................................................984.7 BRAINSTORMING ................................................................................................................................98

RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................99AUTOATIVIDADE ................................................................................................................100

TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO ..............................1031 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1032 O QUE É INOVAÇÃO .........................................................................................................1033 TIPOS DE INOVAÇÃO ......................................................................................................107

3.1 INOVAÇÃO EM PRODUTO ................................................................................................................. 1073.2 INOVAÇÃO EM SERVIÇO ..................................................................................................................1083.3 MODELO DE NEGÓCIO .....................................................................................................................1083.4 INOVAÇÃO EM PROCESSO .............................................................................................................1093.5 INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL .......................................................................................................1093.6 INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO ......................................................................................................1093.7 INOVAÇÃO EM MARKETING .............................................................................................................110

4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA INOVAÇÃO ............................................... 110RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 114AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 115

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO ....................................................................................................117

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1172 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E INOVADORA .......................................... 1183 TEORIAS DE PESSOAS CRIATIVAS ................................................................................120

3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE ..............................................................1213.2 TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO ........................................................................................... 1223.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE PENSAMENTO CRIATIVO OU

TORRANCE TEST OF CREATIVE THINKING .................................................................................. 1254 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A CRIATIVIDADE ........................................... 127

4.1 PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM H. MASLOW .................................................. 1274.2 TEORIA DOS DOIS FATORES ...........................................................................................................1284.3 TEORIA X E Y ...................................................................................................................................... 1294.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO .........................................................................................131

LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................132RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................136AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 137

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UNIDADE 3 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES..................................139

TÓPICO 1 — AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS .......... 1411 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1412 AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E OS CICLOS ECONÔMICOS ..................................... 1413 FATORES INDUTORES DA MUDANÇA TECNOLÓGICA ..................................................155

3.1 INDICADORES DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................................ 159RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................163AUTOATIVIDADE ................................................................................................................164

TÓPICO 2 — CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ..........................................1651 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1652 AS FONTES DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ................................................................1653 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ............................168RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................171AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 172

TÓPICO 3 — O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS..... 1731 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1732 A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE INOVAÇÃO (PI) ..................... 1733 PROCESSO CRIATIVO E DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ............................... 177RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................186AUTOATIVIDADE ................................................................................................................187

TÓPICO 4 — BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ..............................................1891 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1892 BARREIRAS À MANIFESTAÇÃO CRIATIVA E INOVADORA ............................................1893 COMO EXERCITAR A CRIATIVIDADE ..............................................................................1924 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS ..................................................... 197LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................201RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 203AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 204

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 205

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UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA

MENTE

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreenderossignificadoseaevoluçãodosconceitosdeconhecimentoapartirdosmomentoshistóricosmaisrelevantes;

• analisarascategoriasdeconhecimentoeas influênciasculturaisque impactaramnadefiniçãodestesconceitos;

• refletir sobre o processo de construção do conhecimento (ideias, pensamento) apartirdoolhardaciência;

• examinararelaçãoentreainteligênciahumanaeastecnologias;

• investigarasinfluênciassociaisnodesenvolvimentodoconhecimentohumanoeostiposdeinteligências.

Estaunidadeestádivididaemquatrotópicos.Nodecorrerdela,vocêencontraráautoatividadescomoobjetivodereforçaroconteúdoapresentado.

TÓPICO1–OCONHECIMENTOHUMANOESUAEPISTEMOLOGIA

TÓPICO2–DINÂMICASDOPENSAMENTO:COMOAMENTEFUNCIONA

TÓPICO3–AMENTEHUMANA:CARACTERÍSTICASINDIVIDUAISEINFLUÊNCIASSOCIAIS

TÓPICO4–INTRODUÇÃODAINOVAÇÃONODESIGN

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

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CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1!

Acesse o QR Code abaixo:

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O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA

TÓPICO 1 — UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

A fim de compreendermos a relação existente entre criatividade e inovaçãotecnológica, precisamos, primeiramente, olhar para traz para poder compreender oprocessodeconstruçãodoconhecimento.Paraisso,alémdeconceitualizá-la,iremoscompreender a diferença entre dados, informação e conhecimento, e investigar asteoriasdoconhecimento.Nessesentido,nodecorrerdestetópico iremosabordarasprincipaisdefiniçõeseconceitosevidenciadosnaliteraturasobreotermoconhecimentoparacontribuirnasuaconcepçãodecriatividadeeinovação.

Alémdisso,também iremosexaminardeformamaisdetalhadaascrençaseprincipaiscaracterísticasdasseguintescategoriasdoconhecimentohumano:mitologia,sensocomum,filosofia,teologia,ciênciaetecnologia.Vamosanalisaraevoluçãodessesconhecimentos,sendo,emumprimeiromomento,baseado,principalmente,emcrençasefantasias,e,posteriormente,umavisãocientíficaetecnológica.

2 O CONHECIMENTO HUMANO

Quandonosdeparamosempensarnosignificadodapalavra“conhecimento”,chegamosàconclusãodequeavidaéumprocessocíclicoecontínuo.Masoqueéconhecimento?Comoocorreseuprocessodeconstrução,essencialparaavida,equepermitiunossaevoluçãodesdeosprimórdios?

Diversassãoasteoriasquevisamexplicarcomoconstruímosenosapropriamos do conhecimento. Tais teorias se embasam em diferentes aportes teóricos, queabrangemvisões das áreas de filosofia, sociologia, biologia, tecnologia, entre outras(MATURANA;VARELA,2011).

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FIGURA 1- APORTES TEÓRICOS PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Maturana e Varela (2011)

Filosofia Sociologia

Tecnologia Biologia

Conhecimento

Oconhecimentoéumtemaquesempredespertainteresse,éestudadodesdeaantiguidade,gerando,assim,diversosconceitosna literatura.Paracompreendermosoconceitodeconhecimento, inicialmente, listamos,noquadroaseguir,algumasdasprincipaisdefiniçõesdesuaevolução.

Autor Abordagem

Confúcio(séc.IVa.C.) O"saber"ésaberquenadasesabe.

Platão(428a.C.) Éuma“crençaverdadeirajustificada”.

Locke(1689) Éoresultadodaexperiência.

Polanyi(1966) Oindivíduopodeconhecermaisdoqueécapazdeexpressar.

Pears(1972) Éoestadodamente.

NonakaeTakeuchi(1997)

Écompostoporprocessodinâmicodeumsistemadecrençaspessoaisjustificadas.Éoresultadodainteraçãoentreoconhecimentoexplícitoeotácito.

Sveiby(1998)

É capacidade humana de caráter tácito, que orienta para a ação.Baseadoemregras,éindividualeestáemconstantetransformação.Oconteúdo revela-seemaçõesdecompetência individual,pois,naprática, se expressa atravésdo conhecimento explícito, habilidades,experiências,julgamentosdevaloreredesocial.Nãohácomodefinirconhecimentodeformacompletacomapenasumapalavra.

DavenportePrusak(1998)

Oconjuntodeinformaçõescombinadocomexperiências,vivênciaseintuição,quepossibilitamaoindivíduointerpretar,avaliaredecidir.

Choo(1998)Éainformaçãomodificadaatravésdarazãoedareflexãoemcrenças,eécompostopeloacúmulodeexperiências.

MaturanaeVarela(2001)

Éconstruídoapartirde relaçõessociaissucessivas,éfrutodeumainteração do homem com o mundo, estruturando se pelo viés dainterpretaçãoindividual.

Spender(2001)Diferencia o conhecimento produzido pela ação (implícito) e oproduzidopelacomunicação(explícito).

Schreiberet.al.,(2002)

Sãoosdadose informaçõesqueos indivíduosutilizamnaação,naprática diária, para a realização de tarefas e produção de novasinformações.

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS DEFINIÇÕES DO TERMO CONHECIMENTO

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Probst,Raube Romhardt(2002)

É a junção de cognição com habilidades, uso da teoria, da prática,dasregrasdiárias,domododeagirdoserhumano,pararesolverseusproblemas.

Siqueira(2005)Éacombinaçãodefatorescomocontexto,interpretação,experiênciapessoal, aplicabilidade e processo cognitivo, que se somam àinformação.

Servin(2005)

Deriva da informação, mas é mais rico e significativo do que esta,pois inclui consciência, familiaridade e compreensão adquiridaspela experiência, possibilitando comparações, identificação dasconsequênciasenovasconexões.

Morin(2005)É,portanto,umfenômenomultidimensional,demaneira inseparável,simultaneamente físico, biológico, cerebral, mental, psicológico,cultural,social.

Angeloni(2008)É umconjunto de informações, elaborado crítica evalorativamente,pormeiodalegitimaçãoempírica,cognitivaeemocional.

Fialhoet.al.(2010)

É o conjunto completo de informações, dados, relações que levamos indivíduos a tomar decisões, a desempenhar atividades e a criarnovas informaçõesouconhecimentos.Umconjuntode informaçõescontextualizadasedotadasdesemânticasinerentesaoagentequeodetém.

Dalkir(2011)Informaçõessubjetivasevaliosasqueforamvalidadaseorganizadasem um modelo mental. Normalmente é originário da experiênciaacumulada,eincorporapercepções,crençasevalores.

FONTE: Adaptado de Freire (2012, p. 83-86)

Apartirdaleituradaevoluçãodasdefiniçõesdotermo“conhecimento”podemosconstatar o seu devido potencial, o que pode alterar comportamentos e fornecerhabilidadesafimdetransformarinformaçãoemaçãoefetiva.

O conhecimento é uma relação (interação) entre o sujeito e o objeto. Navisãoepistemológica,ostermossujeitoeobjetosereferemaosdoispolosenvolvidosnaproduçãodoconhecimento:ohomem,quetemporfinalidadeconheceralgo,eo aspectodarealidadeaserconhecido.Assim,adiscussãodopapeldosujeitotorna-secentralparasecompreenderaciência,umavezqueserefereàformacomoocientista(osujeito)devesecomportarparaproduzirconhecimento,e,assim,revelapressupostossubjacentesatodapesquisa(ABRANTES;MARTINS,2007).

Para Piaget (1988, p. 17), o conhecimento vem sempre associado a compreender, que por sua vez: “[...] é inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades se o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos capazes de produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.

ATENÇÃO

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Ainda nesse viés, para a transformação dos dados (informações) emconhecimentoháuma importantevariável: acriatividade.Acriatividadeéoprimeiropassonadireçãodamobilizaçãoeaplicaçãodoconhecimento,definindocriatividadecomo o princípio de uma nova ideia ou perspectiva derivada de uma dada base deconhecimento.

Apartirdadefiniçãodapalavra“conhecimento”,épossívelpercebersuarelaçãocomosdadose informação.Dados, informaçãoeconhecimentopossuemomesmosignificado?Qualéarelaçãoentreessestermos?Vamosinvestigaressasvariáveisaseguir.

Se você gostou desse assunto, seguem algumas dicas de sites:

• http://eliana-rezende.com.br/dados-informacao-e-conhecimento-o-que-sao/;• https://blog.pandora.com.br/dado-informacao-e-conhecimento-voce-sabe-

diferenca/.

DICA

3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Antesdecontinuarmosnossadiscussãosobreoconhecimentoesuasteorias(tema da próxima seção), é primordial distinguir o significado de três termos muitoimportantes:dados,informaçãoeconhecimento.

Essaspalavras,muitasvezes,sãoutilizadasdeformaerrada,comosinônimas,sendonecessárioentendermososprincipaispontosdesuadiferenciação (DAVENPORT;PRUSAK,2003).

QUADRO 2 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

FONTE: Vieira (2014, p. 537)

DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO

Simplesobservaçõessobreoestadodomundo:• facilmenteestruturado;• facilmenteobtidopor máquinas;

• frequentemente quantificado;

• facilmentetransferível.

Dadosdotadosde relevânciaepropósito:• requerunidadedeanálise;• exigeconsensoemrelaçãoaosignificado;

• exigenecessariamenteamediaçãohumana.

Informaçãovaliosada mentehumana.Incluireflexão,síntese,contexto:• dedifícilestruturação;• dedifícilcapturaem máquinas;

• frequentementetácito;• dedifíciltransferência.

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ConformeobservamosnoQuadro2,osdadossãoosfatosbrutos,sãoosnúmeros,aspalavras,ossímbolos,asfiguras,entreoutros,sendoquenãohá interpretaçãodeumdado,nãoé considerado seucontexto.Angeloni (2008,p. 1) definedadoscomo“elementosdescritivosdeumevento”semtratamentológicooucontextualização.

Jáa informaçãorefere-seà interpretaçãodosdadossendoconsideradoseucontexto,ouseja,ainformaçãopodemodelarosdados.Paraissoénecessáriaaanálisedosdados,proporcionandoumnovopontodevistaparaainterpretaçãodeeventosouobjetos,quetornamvisíveisossignificadospreviamente.

A informação é entendida por Angeloni (2008, p. 1) como “um conjunto dedados selecionados e agrupados segundo um critério lógico para a consecução deumdeterminadoobjetivo”.Nesseviéspodemosperceberquea informaçãodependede um conjunto de dados, isto é, sem dados para interpretação não há informação (CARVALHO,2012).

Apartir da informaçãoéquepodemosconstruir conhecimento, dessemodo, oconhecimento é a compreensão da informação (DAVENPORT; PRUSAK, 1998;MARTINSFILHO, 2016). Quando a informação é trabalhada na mente humana, ela possibilitaa realizaçãode comparação e análise da consequência de tal informação, podendo,assim,geraroconhecimento.

FIGURA 2 - RELAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)

Conforme podemos perceber na Figura 2, temos inicialmente os dados que,quando agrupados e interpretados, geram informação. Essa informação, por sua vez,quandopassaasercompreendida,guardadaemnossamentetorna-seconhecimento.

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Primeiro, o conhecimento, ao contrário da informação, diz respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica. Segunda, o conhecimento, ao contrário da informação, está relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum fim”. E terceira, tanto o conhecimento como a informação, dizem respeito ao significado. É específico ao contexto e relacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63, grifos nossos).

IMPORTANTE

Assim,constatamosqueoconhecimento resultademisturasqueabrangemcrençaseverdades,sendoqueainteraçãoentreessasvariáveispossibilitaaidentificaçãodenovasinformaçõesecriaçãodenovosconhecimentos(DAVENPORT;PRUSAK,1998).

FIGURA 3 – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)

Crenças Conhecimento Verdades

Percebemos, no decorrer desta seção, que o estudo sobre o conhecimentohumanoéextremantecomplexoegeraumanovaáreade investigaçãodenominadadeEpistemologiaouTeoriadoConhecimento(dogregoepistemeciência,conhecimento;logos, discurso), que é um ramo da filosofia dedicado aos problemas filosóficosrelacionadosaoconhecimento.

Até aqui abordamos as principais definições da palavra conhecimento ecompreendemosmelhor seu significado, agoravamosaprofundarnossosestudos.Paraisso, será necessário investigar sobre a “Epistemologia” ou também denominada de“TeoriadoConhecimento”(TESSER,1995).

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Veja alguns sites interessantes sobre Teoria do Conhecimento:

• http://www.criticanarede.com/fil_conhecimento.html; • https://descomplica.com.br/artigo/teoria-do-conhecimento/4nS/;• https://www.todamateria.com.br/teoria-conhecimento/.

DICA

4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO

Vocêdevepensar,oqueéepistemologia?Etimologicamente,deacordocomTesser (1995) "Epistemologia" significa discurso (logos) sobre a ciência (episteme).Assim,epistemologia:éaCiênciadaCiênciaouFilosofiadaCiência,emoutrostermos,éoestudocríticodosprincípios,dashipótesesedosresultadosdasdiversasciências.Éateoriadoconhecimento.

DeacordocomMárioBunge(1980,p.17apud TESSER,1995,p.92):

Umaepistemologiaéútilsesatisfazàsseguintescondições:• refere-seàciênciapropriamentedita;• ocupa-sedeproblemasfilosóficosqueseapresentamnocursodainvestigaçãocientíficaounareflexãosobreosproblemas,métodoseteoriasdaciência;

• propõesoluçõesclarasparataisproblemas,soluçõesconsistentesemteoriasrigorosaseinteligíveis,adequadosàrealidadedainves-tigaçãocientífica;

• écapazdedistinguiraciênciaautênticadapseudociência;• écapazdecriticarprogramasemesmoresultadoserrôneos,comoconseguirnovosenfoquespromissores.

ParaSilvano,SilvaeSilva(2018,p.141),aepistemologiatratadequatroáreasfundamentais:

• análisefilosóficadanaturezadoconhecimentoecomooconheci-mentoserelacionacomaverdade,crençaejustificação;

• problemasrelativosaoceticismoouquestõesderivadasdeste;• critériosparaseafirmarquealgoéconhecidoejustificado;• oalcancedoconhecimentoeasfontesdacrençajustificada.

Como podemos compreender, a Epistemologia, ou Teoria do Conhecimento,investiga,aolongodahistóriahumana,osdiversostiposde“conhecimentos”utilizadosparaexplicar,entenderecompreenderomundoasuavoltae,também,asuarelaçãocom a natureza. Os principais tipos de conhecimento desenvolvidos pelo homemdeacordocomessateoria são:mitologia, sensocomum,filosofia, teologia, ciênciaetecnologia(SCHMAELTER,2018).

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FIGURA 4 – PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018)

EPISTEMOLOGIA

SensoComum

Filosofia

Teologia

Ciência

Tecnologia

Mitologia

Apartirda ilustraçãoapresentadanaFigura4,observamosqueosprincipaistiposdeconhecimentossãoformasdecompreenderomundoapartirdediferentesabordagens. Cada um, a seu modo, tem como objetivo desvendar os segredos domundo,explicando-oe/ouatribuindo-lheumsentido.

Veja mais sobre os tipos de conhecimento em:

• https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-mitologia-religiao-ciencia-filosofia-senso-comum.htm?cmpid=copiaecola.

DICA

Agora que você já sabe quais são os principais tipos de conhecimentoidentificadosnaliteratura,vamosexaminarmaisdepertocadaumdeles.

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11

QUADRO 3 - TIPOS DE CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018) e Tesser (1995)

MODOS DE COMPREENDER

O MUNDO

CRITÉRIOS DE VERDADE

MÉTODOS IDEIA BÁSICA

Mitologia Crenças Tradiçãooral Natureza

Sensocomum CostumesehábitosExperiênciapessoal

eculturalNaturezaecultura

Filosofia ReflexãoracionalRazãodiscursivae

dialéticaNaturezaePólis(comunidade)

Teologia FéeRazãoConciliaçãoentrearazãodiscursivaearevelaçãodivina

Deus

CiênciaeTecnologiaRazãocríticaesistematizada

Observaçãoeexperimentação

Homem

AnalisandooQuadro3,percebemosquecadatipodeconhecimentoébaseadoem critérios que são considerados verdadeiros a partir de um fundamento distinto(filosofia,mitologia, ciência, tecnologia), mas você deve questionar: por que estudarostiposdeconhecimento?Compreendercomoocorreoprocessodeconstruçãodoconhecimentoesuasabordagens,seusdiferentestipos, iránospermitir,nopercursodestaunidade,entenderosconceitosdecriatividadeeinovaçãoqueserãoabordadosmaisàfrente.

Para auxiliar sua compreensão sobre os tipos de conhecimentos, vamosbrevementeconceituareexemplificarcadaumdeles.

4.1 MITOLOGIA

A palavra “mitologia” não é um termo incomum na nossa vida, geralmente,váriosfilmesoulivrossãobaseadosouabordamalgumtipodemitologia.Masvocêsabequaléosignificadodapalavramitologia?Apalavramitovemdogregomythosederivadedoisverbos:doverbomytheyo (contar,narrar,falaralgumacoisaparaoutros)edoverbomytheo (conversar,contar,anunciar,nomear,designar).

No princípio dos tempos, quando o homem começou a refletir, surgiu-lheautomaticamenteanecessidadedeexplicaromundo.Asexplicaçõesqueohomemprimitivo dava aos fatos eram repletas de fantasias e crenças, sem bases racionais(ilusões). Foram essas explicações fantásticas da realidade que deram origem aosmitos.Osmitosexplicavamodesconhecidocombasenaexperiênciaparticulardecadacomunidade(CHAUÍ,2005).

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Na sua acepçãooriginal,mito é a narrativa tradicional, integranteda culturadeumpovo,queutilizaelementossimbólicosesobrenaturaisparaexplicaromundoedarsentidoàvidahumana.ConformeEliade(1972,p.11)“Omitocontaumahistóriasagrada:elerelataumacontecimentoocorridonotempoprimordial [...].Omitonarracomo,graçasàsfaçanhasdosentessobrenaturais,umarealidadepassouaexistir[...]”.

Percebemosqueossereshumanos,desdeosseusprimórdios,utilizarammuita“criatividade”paraexplicarosseusacontecimentosdiários,como,porexemplo,suascaçadas;aquedadeumraio;onascimentodeumacriação;amortedeumfamiliaretc.

Aprenda mais sobre mitologia em:

• https://www.infoescola.com/mitologia/o-que-e-mitologia/.

DICA

Osmitosassumemempraticamentetodosospovosdaantiguidade—assírios,babilônicos, chineses, indianos, persas, egípcios e hebreus—o importantepapel detornararealidadeinteligívelaohomem.

O recurso às explicações mitológicas, portanto, não aparece como umaopção,massimcomoumanecessidadedepovosquesedeparamtodososdiascomacontecimentosparaosquaisnãoencontramoutrasexplicaçõessenãoasforçasdecriaturascompoderessobrenaturais.

EstacriatividadejáestavaregistradadesdeaPré-História(antesdosurgimentodaescrita)nachamadaArteRupestre—nomedamaisantigarepresentaçãoartísticadahistóriadohomem.

Osmaisantigos indíciosdessaarte sãodatadosnoperíodoPaleolíticoSuperior(40.000 a.C.), e consistiam em pinturas e desenhos gravados em paredes e tetosdascavernas.Issodemonstraqueohomempré-históricojásentiaanecessidadedeexpressãoatravésdasartes,algoinerenteaoserhumano.

Asrepresentaçõesfeitasnascavernaseramdegrandesanimaisselvagens,natentativadetentarreproduzirascaçadasdaformamaisrealpossível.

O homem pré-histórico usava ossos de animais, cerâmicas e pedras comopincéis,alémdefabricarsuasprópriastinturaspormeiodefolhasdeárvores,sanguedeanimaiseexcrementoshumanos(PINTO,2018).

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FIGURA 5 - PINTURA EXISTENTE NO COMPLEXO DE CAVERNAS LASCAUX – FRANÇA

FONTE: <https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/pinturas-de-lascaux-4/Pinturas-de-Lascaux-11.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.

Já no período denominado História Antiga, após o surgimento da escrita,podemosidentificardiferentestiposdemitologias,comoamitologiagregaqueiremosestudarnapróximaseção.

4.1.1 Mitologia grega

Aoescutarmosapalavra"mitologia"quaseautomaticamenteaassociamosàpalavra"grega".Defato,amitologiagregaganhoudestaquesobreamitologiadeváriosoutrospovospelaprópriainfluênciaqueacivilizaçãoeopensamentogregoexerceramsobreomundo,emparticularsobreoOcidente(PESQUISARESCOLA,2019).

Três obras podem ser consideradas fontes básicas para o conhecimento damitologiagrega:a"Teogonia",deHesíodo(séculoIXa.C.)e"Ilíada"e"Odisseia",deHomero(SéculoVIIIa.C.).Noquadro4,aseguir,temosalgumasinformaçõesdessasobras.

O homem pré-histórico usava ossos de animais, cerâmicas e pedras comopincéis,alémdefabricarsuasprópriastinturaspormeiodefolhasdeárvores,sanguedeanimaiseexcrementoshumanos(PINTO,2018).

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QUADRO 4 – TEOGONIA, ILÍADA E ODISSEIA

FONTE: <http://estudosliterariosculturaafinsppgl.blogspot.com/2012/10/teogonia-iliada-e- odisseia.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.

Teogonia

"Teogonia", de Hesíodo, narra a origem dosdeuses (theos, em grego, significa deus), noqual onarrador é oprópriopoeta. Éumpoemamitológicoem1022versoshexâmetros(seispésmétricosiguaisporverso).Opoemaseconstituida descrição da origemdomundo, a partir dosmitosdosgregos,quesedesenvolvecomgeraçãosucessiva dos deuses e na parte final, com oenvolvimentodestescomoshomensoriginandoassimosheróis.

Ilíada

líada, assim como Odisseia foi escrita porHomero,poetaépicogrego.EssasduasobrassãodecorrentesdocontextodeevoluçãodaGréciaAntiga.EmIlíadaédescritoumestágiomaisprimitivodasociedade.HomerocontaaGuerradeTroia,mostrandosuatomadapelosgregos. O poema concentra-se na figura doherói “Aquiles”, que se negou a combater ostroianosdevidoasuacóleracontraAgamenonquelheroubouaescravaBriseida.

Odisseia

Odisseia descreve ummomentomais estável epacífico repletode sucessos legendários.Nessaobra, Homero ilustra o retorno do guerreiroOdisseu (Ulisses) ao seu reino na ilha gregade Ítaca. Ela pode ser dividida em três temasfundamentais:aviagemdeTelêmaco;asviagensde Ulisses; e o massacre dos pretendentes daesposadeUlisses,Penélope.

FONTE: <http://twixar.me/qWFm>.Acesso em: 21 nov. 2019.

FONTE: <http://twixar.me/TZFm>.Acesso em: 21 nov. 2019.

FONTE: <http://twixar.me/nZFm>.Acesso em: 21 nov. 2019.

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Sugestões de filmes que apresentam contextos mitológicos:

• Troia, 2004. Direção: Wolfgang Petersen.• Helena de Troia, 2004. Direção: John Kent Harrison.

DICA

AlémdeTeogonia,IlíadaeOdisseia,temosoutraimportanteobradamitologiagrega:oMitodePrometeu.HáváriasversõessobreoMitodePrometeu,heróidamitologiagrega, nelas ele era considerado umTitã, que, emdefesa da humanidade, enganouZeusroubando-lheofogoeaesperança.Assim,Prometeucriaumnovodestinoparaahumanidade.Apartirdoroubodofogodivino,elepermitequeaexistênciadoshomenssejainteligenteeproativa,edeuopensamentoaoshomens,umavezquefaziamtudosemrazão,revelando,assim,comosurgiuasabedoriahumana(SANTOS,2015).

FIGURA 6 - PROMETEU COM O FOGO DIVINO. PINTURA DE HEINRICH FUEGER (1817)

FONTE: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/prometeu-245x350.jpg>. Acesso em: 17 jun. 2020.

Quer conhecer outras mitologias? Acesse:

• https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/.

DICA

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4.2 SENSO COMUM

Osensocomuméomododepensar,noçõesadmitidasnocotidiano,somadesaberesformadoapartirdehábitos, costumes,crençascriadaspelos indivíduos.Naepistemologia,otermosensocomuméutilizadoparaexplicarasinterpretaçõesfeitaspelosindivíduosapartirdeexperiênciasevivênciasdarealidadequeoscircundamsemprovascientíficas,ouestudosanteriores(BEZERRA,2019).

Ele é transmitido de geração em geração, sendo considerado como umaherançacultural.Emtermosgeraiséumsaberquenãopossuicomobaseosmétodoscientíficos,nosquaisohomemtemcomoalicerceaçõesdocotidianoparaexplicararealidadeemquevive.Suaprincipalcaracterísticaéasubjetividade,individualidadequerefletesentimentoseopiniõesconstruídosporumgrupodeindivíduosqueinteragementresi,podendovariardepessoaparapessoaedegrupoparagrupo(BEZERRA,2019).

Ofilósofonorte-americano,JohnDewey,procurarefletirsobreoqueésensocomumafirmando:

[...]vistoqueosproblemaseasindagaçõesemtornodosensocomumdizemrespeitoàsinteraçõesentreosseresvivoseoambiente,comofim de realizar objetos de uso e de fruição, os símbolos empregadossão determinados pela cultura corrente de um grupo social. Elesformamumsistema,mas trata-sedeumsistemadecarátermaisprático que intelectual. Esse sistema é constituído por tradições,profissões,técnicas, interessese instituiçõesestabelecidasnogrupo.Assignificaçõesqueocompõemsãoefeitodalinguagemcotidianacomum, com a qual os membros do grupo se intercomunicam(DEWEY,1949,p.170apudMENEGHETTI,2007,p.5).

Aexemplificaçãoqueajudaadefinirosensocomumsãoosditadospopulares

descritosporOlivieri(2010,s.p.):

"Cadacabeça,umasentença.""Quemdesdenhaquercomprar.""Quemriporúltimorimelhor.""Apressaéainimigadaperfeição.""Seconselhofossebom,nãoeradadodegraça."

O senso comum é o conhecimento adquirido com base em experiências vividas e crenças, que, muitas vezes, não são verdadeiras.

ATENÇÃO

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4.3 FILOSOFIA

Philossignificaamizade,Sophiasabedoria,logo,filosofiaédefinidacomoamigadasabedoria.Elaéumtipodeconhecimentoqueestáemconstantetransformação.Surgedarelaçãodohomemcomseudiaadia,porémestárelacionadaaoestudodeproblemasrelacionadosàexistência,aoconhecimento,àverdade,aosvaloresmorais eàmentehumana(SCHMAELTER,2018).

O conhecimento filosófico é um conhecimento que tem como objetivo aidentificaçãoeelaboraçãodeproblemas.Emoutraspalavras,elautilizaoquestionamentoeopensamentocomobase.

Éumconhecimentododiaadia,massepreocupaemquestionarorelacionamentodo indivíduo com o meio em que está inserido, fornecendo respostas para questões jáidentificadasecriandonovosquestionamentos(PORTALEDUCAÇÃO,2019).

Acadaperíododahistória,Porfírio(2019)identificoudefiniçõesdistintas,masquesecomplementam,cadaqualaoseumodo.Vamosver,aseguir,algumasdefiniçõesdeacordocomPorfírio(2019).

QUADRO 5 - DEFINIÇÕES

FONTE: Adaptado de Porfírio (2019)

Período da história Definição

Gregos pré-socráticos

Umamaneiraracionaldeseinvestigaraorigemdouniversopormeiodaformulaçãodeteoriascontrárias,muitasvezes,àsafirmaçõesdosmitos.ParaSócrates,afilosofiaseriaumolharparadentrodesieumaformadeextrairasideiasverdadeirassobreaquiloqueopróprioserhumanodesenvolveumedianteacriaçãodassociedades.

HelenistasAfilosofiaeraumaespéciedepráticadevidaparaalcançaraplenitudeeafelicidade.

MedievaisEstariasubmetidaàteologiaeasabedoriainfinitadeDeusteriadadoaoserhumanoapossibilidadedoconhecimentoracional.

ModernosVoltaram-separaaquestãodoconhecimentoedaciência,alémdapolítica e da ética, desenvolvendo um pensamento que resgatavacertascaracterísticasdosgregos,masasaprimorava.

ContemporaneidadeAFilosofiaabraçounovosproblemas,característicosdenossaépoca,paradesenvolvernovos problemas e novos conceitossobreeles.

Platão, enfatiza que a filosofia possibilita o uso do saber a favor do homem,implicandoaconstruçãodeumconhecimentoválidoeamploaseufavor(PASSEIWEB,2010).Assim,Platão(427-348a.C.)constróiaprimeiragrandeteoriafilosóficadequesetemnotícia.SuaobramaisfamosaéA República,naqualpodemosencontrardiscutidasquestõesacercada justiça,daeducação,daorganizaçãodasociedade,dogoverno,daciência,daverdadeedométodoadequadoàfilosofia(GOMES,2010).

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FIGURA 7 – ESCOLA DE ATENAS, ACADEMIA DE PLATÃO. PINTURA DE RAFAEL SANZIO (1510)

FONTE: <https://www.infoescola.com/educacao/academia-de-platao/>. Acesso em: 17 jun. 2020.

EmsuaobraA República,Platãofazarelaçãoentreoconhecimentoválidoeapolítica.DeacordocomPlatão, teremosumasociedademais justaseoscidadãostiveremacessoaoconhecimentopormeiodaeducação.TalafirmaçãoestáescritanocapítuloVIIdeA Repúblicanoqualestádescritoo“Mito da Caverna”.NotextodoMitodaCaverna,háumdiálogorealizadoentreSócrateseGlauco.Otextovisaapresentaraoleitorateoriaplatônicasobreoconhecimentoda,atéentão, “verdade”eanecessidade dequeogovernantedacidadetenhaacessoaesseconhecimento(PORFÍRIO,2015).

Filmes para compreender a filosofia de Platão:

• Edward mãos de tesoura,1990. Diretor: Tim Burton.• O dia da besta, 1995. Diretor: Alex de la Iglesia.• O show de Truman – o show da vida, 1998. Direção: Peter Weir.• Matrix, 1999. Direção: Lana e Lilly Wachowsky.

DICA

Com base na importância da obra de Platão (Mito da Caverna),iremosestudá-lanapróxima seção.Mas, antes,vamoscomplementarnossoconhecimentoadquiridoaté aqui, e analisar oquealgunsfilósofosdizemsobrefilosofia.

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O que alguns filósofos dizem sobre o que é a Filosofia

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): “Aadmiraçãosemprefoi,antescomoagora,acausapelaqualoshomenscomeçaramafilosofar:aprincípio,surpreendiam-secomasdificuldadesmaiscomuns;depois,avançandopassoapasso,tentavamexplicarfenômenosmaiores,como,porexemplo,asfasesdalua,ocursodosoledosastrose, finalmente, a formação do universo. Procurar uma explicação e admirar-se éreconhecer-seignorante”.

Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.): “Nunca se protele o filosofar quando se é jovem,nemocansefazê-loquandoseévelho,poisqueninguéméjamaispoucomaduronemdemasiadomaduroparaconquistarasaúdedaalma.Equemdizqueahoradefilosofaraindanãochegououjápassouassemelha-seaoquedizqueaindanãochegououjápassouahoradeserfeliz”.

Edmund Husserl (1859-1938): “Oquepretendosobotítulodefilosofia,comofimecampodeminhaselaborações,sei-onaturalmente.E,contudo,nãoosei...Qualopensadorparaquem,nasuavidadefilósofo,afilosofiadeixoudeserumenigma?”

Friedrich Nietzsche (1844-1900): “Umfilósofo:éumhomemqueexperimenta,vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que éatingidopelosprópriospensamentoscomoseelesviessemdefora,decimaedebaixo,comoporumaespéciedeacontecimentosedefaíscasdequesóelepodeseralvo;queétalvez,elepróprio,umatrovoadaprenhederelâmpagosnovos;umhomemfatal,emtornodoqualsempretombaerolaerebentaesepassamcoisasinquietantes”(Paraalémdobemedomal,p.207).

Kant (1724-1804): “Nãoseensinafilosofia,ensina-seafilosofar”.

Ludwig Wittgenstein (1889-1951): “Qualoseuobjetivoemfilosofia?–Mostraràmoscaasaídadovidro”.

Maurice Merleau-Ponty (1908-1961): “Averdadeirafilosofiaéreaprenderaveromundo”.

Gilles Deleuze (1925-1996) e Félix Guattari (1930-1993): “Afilosofiaéaartedeformar,de inventar,defabricarconceitos...Ofilósofoéoamigodoconceito,eleéconceitoempotência...Criarconceitossemprenovoséoobjetodafilosofia”.

Karl Jaspers (1883-1969): “As perguntas em filosofia são mais essenciais queas respostasecadarespostatransforma-senumanovapergunta” (Introduçãoaopensamentofilosófico,p.140).

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García Morente (1886-1942): “Para abordar a filosofia, para entrar no territórioda filosofia, é absolutamente indispensável uma primeira disposição de ânimo. Éabsolutamenteindispensávelqueoaspiranteafilósofosintaanecessidadedelevarseuestudocomumadisposição infantil. […]Aqueleparaquemtudoresultamuitonatural, para quem tudo resultamuito fácil de entender, para quem tudo resultamuitoóbvio,nuncapoderáserfilósofo”(Fundamentosdefilosofia,p.33-34).

FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/>. Acesso em: 15 dez. 2019.

4.3.1 O Mito da Caverna

OMitodaCaverna,ouAlegoriadaCaverna,éumahistórianarradaporPlatão.AhistóriarelataumdiálogoentreopersonagemprincipalSócrateseointerlocutorGlauco.Ela consiste em comparações entre uma caverna com prisioneiros presos desde ainfância,quenuncaconheceramomundoreal,ea“verdade”quehaviaforadacaverna(PORFÍRIO,2015).

Emseuresumo,SócratesfalaparaGlauco imaginaraexistênciadeumacavernaonde prisioneiros vivessem desde a infância, acorrentados na parede. Na cavernahaviaa interaçãoapenasentreosprisioneiros,queviviamà luzdeumafogueira,eàexistênciadealgumassombras.Umdiaumprisioneiroconseguiusairdacaverna.Aosair,elepercebequeassombraseramapenas ilusãodeótica,cópias imperfeitasdoque,paraele,eraarealidade(PORFÍRIO,2015).

FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO MITO DA CAVERNA

FONTE: <https://bit.ly/3sYY9yZ>. Acesso em: 22 jun. 2020.

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Quandosaidacavernaeletemumsustoaodeparar-secomomundoexterior.Com dificuldade de enxergar, aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e elecomeça a perceber omundo que existe fora da caverna. O prisioneiro liberto, após conheceromundoreal,voltaparaavisarseuscompanheiros,quandosofreataqueseéjulgadocomolouco,emqueseuscompanheirospreferemficarpresosàcavernadoqueconhecerarealidade(PORFÍRIO,2015).

Oantrosubterrâneoéomundovisível.Ofogoqueoiluminaéaluzdosol.Ocativoquesobeàregiãosuperioreacontemplaéaalmaqueseelevaaomundointeligível.Ou,antes,jáqueoqueressaber,éeste,pelomenos, omeumododepensar, quesóDeussabeseéverdadeiro.Quantoamim,acoisaécomopassoadizer-te.Nosextremoslimitesdomundointeligívelestáaideiadobem,aqualsócommuitoesforçosepodeconhecer,masque,conhecida,seimpõeàrazãocomocausauniversaldetudooqueébeloebom,criadoradaluzedosolnomundovisível,autoradainteligênciaedaverdadenomundoinvisível,esobreaqual,porissomesmo,cumpreterosolhosfixosparaagircomsabedorianosnegóciosparticularesepúblicos(CHAUÍ,2005,p.9).

Assim,nessanarrativa,Platãoabordaosgrausdeconhecimento,emquehámodosdeconhecer,desaber,maisadequadoparasepensaremumgovernantecapazdefazerpolíticacomsabedoriaejustiça(PORFÍRIO,2015).Mas,enosdiasatuais?Aindavivemosemcavernassemenxergararealidade?

O MITO DA CAVERNA NOS DIAS ATUAIS

A atualidade deste texto de Platão, escrito há mais de 2.500, pode sercomprovadaatravésdofilmeMatrixde1999.Nofilme,opersonagemNeoAnderson,um hacker de computador que, por meio de invasões pela internet, descobre aexistênciadeumestranhoprogramanarede,aMatrix.Apóssuasdescobertas,Neoéprocuradoporumgrupodepessoasquesedizemhackerseafirmamsaberdeumaverdadequeamaiorianãosabe,deixandoacritériodoprotagonista:optarporconheceraverdadeemudarsuavidaparasempreoucontinuarsendoenganadopelaMatrixeesquecertodasassuasdescobertas.

FONTE: <https://bit.ly/35iSo6V>. Acesso em: 17 jun. 2020.

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NeoAndersondecideentãoconheceraverdade.

Realizando uma comparação, Neo Anderson é a figura do escravo queconsegueselibertardacaverna.Esseescravolibertodacavernarepresentaofilósofo.Ofilósofoéquemconsegueselivrardaprisãoquemantémoshomensescravosdapercepção,dossentidos,equeporelessãoenganados.

Libertar-se da caverna significa, em uma linguagem platônica, acessar ofamosomundodasideias,queseriaumlugarondeoshomensestariamlivresdosenganos,mantendo-se em contato, pormeio do pensamento, com as essênciaspurasdascoisasdomundo.

ParaPlatão,oconhecimentoverdadeiroadvémdasideiaspurasedointelecto.Todoconhecimentoadvindodassensaçõesdocorpoéenganoso.Neo,assimcomooescravoliberto,descobrehaverumarealidadetotalmentediferentedaquelaemqueacreditamos.Nofilme,oresponsávelpelonossoenganoéosoftwareMatrix.

FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-matrix.htm>. Acesso em: 4 jan. 2020.

A professora Marilene Chauí, do departamento de Filosofia da USP, escreveu um excelente texto didático explorando as relações do filme Matrix com o diálogo de Platão. Este texto está publicado no início do livro Convite à Filosofia (CHAUÍ, Marilena.  Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995).

DICA

4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção do conhecimento

ApósamortedePlatão, seudiscípuloAristótelescontinuouodesenvolvimentodopensamentofilosóficoatravésdaLógica.Aristóteles(384-322a.C.)foialunodePlatãonaAcademia.Apesardeterpassadoquase20anospróximoaomestre, sentiu-seàvontadeparacriticá-loemmuitospontosdesuadoutrina,iniciandoumanovatradição.Oprincipalpontodediscordância,apartirdoqualtodososoutrospassaramasurgir,é em relaçãoàpostulaçãodomundodas ideias.SegundoAristóteles,nãoexiste talmundoseparadodomundomaterial.Asideiasinatas,queseriamasúnicasverdadeiras,sãotambémcombatidas,eAristótelesafirmaaexperiênciacomobasedaformaçãodenossasideias(LOBO,2013).

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FIGURA 9 – PLATÃO E ARISTÓTELES – PINTURA DE RAFAEL

FONTE: <https://i.em.com.br/HbkC82RceglnU-Dn09wOE7eIzbw=/675x0/smart/imgsapp.em.com.br/ app/noticia_127983242361/2016/08/12/793593/20160812171928660506o.jpg>.

Acesso em: 22 jun. 2020.

ApreocupaçãodeAristótelesestavaemcomoobteroconhecimentoválidoapartirdaexperiência(empirismo)darealidade.AimportânciadePlatãoeAristótelesparaodesenvolvimentodoconhecimentonasociedadeocidentaléinquestionável.Porexemplo,natradiçãofilosóficainiciadaporPlatãoeAristóteles,introduziu-seoconceitosubstânciaentendidocomoogênerosupremodetodasascoisas(LOBO,2013).

NoséculoIIId.C.,ofilósofoneoplatônicoPorfírio(233-305d.C.)apresentouseuprópriomodeloexplicativo.Neleédetalhadaumaclassificaçãosobreassubstâncias,ficando talmodelo conhecido como aÁrvore de Porfírio. Fica conhecida por essenomedevidosuaestruturaseassemelharaformadeárvoreondetudooqueexisteéconcebidodemaneiragradual,ouseja,dasubstânciamaisgeralparaamaisparticular(CONCEITOS,2019).

Essemodelo irá servir comométododeclassificaçãopara as ciênciasnaturais, naformaquechamamoshojedeMapas Mentais.

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FIGURA 10 – ÁRVORE DE PORFÍRIO

FONTE: Adaptado de Conceitos (2019)

DepoisdeAristóteles,teremosaexpansãodafilosofiagregaparatodoomundoantigograçasàsconquistasdeAlexandreMagno.EsteperíodohistóricoédenominadodeHelenismo.ComaconquistadaGréciapeloexércitodeFilipe,eoposteriordomíniodeseufilho,Alexandre,aantigaunidadepolíticadascidades-estadosdeixoudeexistir(LOBO,2013).

Aautonomia,queantescaracterizavaavidadecadaumadascomunidadespolíticascedeuespaçoparaoimpériodeAlexandre.Oefeitodissofoiosurgimentodeváriasescolasquetentaramteorizaravidadoshomensapartirdessanovarealidade.

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Na sequência, teremos o surgimento do Império Romano que irá absorver afilosofiagregaeincorporaraoquechamamosdefilosofialatina.

Algumas sugestões de filmes e séries interessantes sobre esse período:

• Filmes: Gladiador, 2000. Direção de Ridley Scott; e Alexandre, 2005. Direção de Oliver Stone.

• Série: ROMA, 2005 – 2 temporadas.

DICA

Opensamentofilosóficogreco-latinoperdurouatéofimdoImpérioRomanoem476d.C.,comosurgimentodeumanovaformadeconhecimento:aTeologia.

4.4 TEOLOGIA

Vida após a morte, a ideia do perdão, a adesão a não violência, a ideia de igualdade – “todos somos filhos de Deus”.

OnascimentodeJesusCristo,duranteoImpérioRomano,apontao iníciodeumatransformaçãosocial,política,religiosaeepistemológicanasociedadeocidental.Amensagemcristã, transmitida pelos seus discípulos, após suamorte, e espalhadapelomundogreco-latino,traznovidadesnaformadecompreensãodomundoedavida emsociedade:

Todas essas ideias produziram uma revolução dentro do Império Romano. Noentanto,dopontodevistadaepistemologia,ospensadorescristãosenfrentaramumoutro problema fundamental: os filósofos já tinham provado que um conhecimentosomente baseado em crenças não era válido. Dessa forma, os pensadores cristãostiveram que desenvolver uma nova forma de pensar que pode validar a fé cristã: aTeologia.Comissotemosumnovoperíodohistórico,aIdadeMédia,queserámarcadapelo poder da Igreja com um conhecimento que tem como ideia central “Deus”(Teocentrismo)(CHAUÍ,2005).

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FIGURA 11 - A ASCENSÃO DE CRISTO – PINTURA DE JOHN SINGLETON COPLEY

FONTE: <https://images.freeart.com/comp/art-print/fan16225811/ascension.jpg?units=cm&pw=20.3&ph=20.3&fit=True>. Acesso em: 22 jun. 2020.

O conhecimento teológico cristão teve como base a tentativa da conciliaçãoentreFéeRazão–Fides et Ratio.Provarasverdadesdafécomascertezasdarazão,ouseja,ateologiacristãnãoenfrentouafilosofiagreco-latina,massimprocuroutrazê-la paraoseuinterior(CHAUÍ,2005).

Os principais filósofos cristãos que fundamentaram o conhecimento teológicosão: Santo Agostinho (354-430 d.C.) e São Tomás de Aquino (1225-1274). Ambos, pormeiodadifusãodasobrasdePlatãoeAristótelescristianizaramafilosofiagreco-latina. A frase de Santo Agostinho — “Crer para compreender, compreender para crer” —representaesteperíodo,quantomaistenhofé,maispossocompreenderomundoevice-versa.

OperíodohistóricodaIdadeMédia,queabrangedesde476a.C.até1453d.C.comaquedadeConstantinopla,representatambémofimdopoderdaIgreja.ComoRenascimento,oMercantilismo,asGrandesNavegações,aReformaProtestante,eaexpansãodoIslamismo,consolida-seumprocessodeseparaçãodoqueaIdadeMédiaunira:aRazãosepara-sedaFé;aNaturezaeoHomem,deDeus;oEstado,daIgreja.

Temos o advento doAntropocentrismo como filosofia dominante, ou seja, ohomemcomocentrodasdiscussõesfilosóficasepolíticasemoposiçãoaoTeocentrismo.Configura-se,assim,operíododa IdadeModerna,ouModernidadecomumnovotipodeconhecimento:aCIÊNCIAMODERNA(CHAUÍ,2005).

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Dica de filmes:

• Período da Reforma protestante: Lutero, 2003. Direção: Eric Till.• Sobre a expansão do Islamismo: Cruzada, 2005. Direção: Ridley Scott.

DICA

4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES

Augusto Comte, filósofo francês do século XIX, fundador de uma correntefilosóficachamadaPositivismo,defendequeaevoluçãodaespéciehumanasedeuemtrêsfases:amítica(religiosa),afilosófica(metafísica)eacientífica(PORFÍRIO,2012).

FIGURA 12 – FASES DA EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA

FONTE: Adaptado de Porfírio (2012)

Científica

Mítica Filosófica

Evoluçãoespéciehumana

Afasecientíficafoioápicedodesenvolvimentohumano.Essaetapanãosóéconsiderada superior àsoutras, comotambémseria aúnicaválidapara sechegarà verdade. Segundo os positivistas, a ciência é o único conhecimento válido paracompreenderosujeito,anaturezaeasociedade.Emsuma,sóaciênciapodenosajudaraentenderanossarealidade.

Mas,então,oqueseriaoconhecimentocientífico?

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Apalavrasciresignifica,emlatim,saber[...].Oconceitodescientia,portanto, apenas podia ser atribuível a um determinado tipo deconhecimento:aoquepossuíaosabercorreto,diferentedeoutrospretensosconhecimentosquenãoopossuíam,quenãopodiamserscientia.Comohaviaváriosconhecimentos,umpoderiaserocorretoeosoutrosnão.Haviaassim,anecessidadedesedescobriralgummeiooualgumcritérioquedistinguisseocorretodonãocorreto,istoéaciênciadanãociência(KÖCHE,1997,p.67).

SegundoChauí(2000,p.220),“aciênciaéoconhecimentoqueresultadeumtrabalhoracional,baseadoempesquisas,investigaçõesmetódicasesistemáticasenaexigênciadequeasteoriassejaminternamentecoerentesedigamaverdadesobrearealidade”.

Porsuavez,paraCupani(2014,p.1):

a “Ciência” é, como muitas palavras, uma expressão ambígua,podendo significar conforme os contextos, uma atividade social,endereçadaàproduçãodecerto tipodeconhecimento, oubemoconhecimento por ela produzido. “Ciência” designa também umaentidade que muda, como tudo quanto existe, evoluindo de umamaneiraespecíficadecorrentedoobjetivoquelheépróprio,porémnãoapenasdele,poisestásujeitaàscondiçõesemqueexiste(umadasquaiséhoje,precisamente,atecnologia).

Alémdisso,oautorenfatizaque:

“Ciência”é,alémdomais,onomedeumainstituiçãosocial(análogaaoDireito,aReligião,aEducação),queémuitoprestigiadaemnossaépoca e cultura, mas não em todas (povos e épocas houve e háemqueasociedadeéindiferenteàciênciaouhostilaela).Porfim,“ciência”podereferir-seadeterminadaatitudeperantearealidade,diferentedeoutrasatitudes,comoatécnica,areligiosaouaartística(ocientistabuscaconhecer,nãomodificararealidade,reverenciá-laouexprimirasvivênciasqueelalhesuscita).Essasdiversasacepçõesde“ciência”estãoobviamenteintervinculadas(CUPANI,2014,p.2).

Se você se interessou e quer saber mais sobre Positivismo, acesse:

• https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/positivismo.

DICA

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Ahistóriadaciênciaestáatreladaàtecnologia,portanto,oavançotecnológicomarcou e interferiu no avanço do conhecimento científico. No Quadro 6, a seguir,poderemosevidenciaraevoluçãodoconhecimentoatéchegarmosàIdadeModerna,em que a ciência e tecnologia se tornam as únicas bases para a construção doconhecimento.

QUADRO 6 - PERÍODOS HISTÓRICOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FONTE: Asmann (2008, p. 53)

ConformeevidenciadonoQuadro6, na IdadeModerna, o sabermais importantetorna-se a Ciência e Tecnologia, frutos do trabalho e produção humana. Com odesenvolvimento científico e tecnológico ocorre a Revolução Industrial e o homemdeixadedependerdoscaprichosdanatureza.Antes,aprodução ruraldependiadasestaçõesdoano,dastempestades,suasestiagens,seutempocíclico.Comaindústria,aocontrário,ohomemintroduzumajornadalineardeprodução,emprocessoexecutadopelos trabalhadores e completado com o produto vendido aos consumidores. Neste

PERÍODOS HISTÓRICOS

IDADE ANTIGA (SÉCULO V a.C. – IV

d.C.)

IDADE MÉDIA (SÉCULO V d.C. – XVI d.C.)

IDADE MODERNA (SÉCULO XVI d.C. – XX

d.C.)

IdeiaBásica(razãoúltima)

PHYSIS(razãodanatureza).

Agirécontemplação.Valemprincípios.

DEUS(razãodeDeus).Agirécontemplação.Valemprincípios.

HOMEM(razãodohomem).

Naturezaadominar.Agiréfabricação.

Prevalecemresultados.

SerhumanoServodanatureza.Livreeescravo.

ServodeDeus.Igualdadeentresieirmãosdanatureza.

Senhordesi(eusou),danaturezaedeDeus.Livreseiguaispela

razão.

VerdadeAdequaçãodosujeito

aoobjeto.Objetivismo.

Adequaçãodosujeitoaoobjeto.

Objetivismo.

Construção(Kant)ourepresentação.Subjetivismo.

Sabermaisimportante

MitoeFilosofia.Contemplaçãodanatureza–Ócio.

Teologia.ContemplaçãodeDeus–Fé.

Ciênciaetecnologia.Produçãohumana.Frutodotrabalho.

TrabalhoAtividadedeescravos

(negativo).Castigodevidoaopecado(negativo).

Açãoautocriadora,homem–senhordesiedanatureza(positivo).

PolíticaeéticaAtividadenatural–sónaPólisserealizaaética.

Cidadedoshomens,separaçãoentrepolítica

emoral.Política=mal.

Atividadeartificial,malnecessário(e

passageiro).Separaçãoentreética

epolítica.

HistóriaFisiológica.

Eternoretornodomesmo.

Teológica.Inícioefimem/com

Deus.

Antropológica.Iníciocomhomem.Progresso(processo).

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período,quemarcaatransiçãodaIdadeMédiaparaaIdadeModerna,háumamigraçãodaárearuralparaaáreaurbana,impondoocrescimentodascidades.NaModernidade,o trabalhador rural transforma-se em trabalhador urbano, com um novo processo desocializaçãodotrabalhodadopelodesenvolvimentoindustrial(CUNHA,2005).

Otrabalhador recebenãomaisnaformadeprodutosdesobrevivência,masnaformadesalário.Ampliam-seasopçõesdetrabalhoea liberdadedeaçãodo indivíduo.Assim, com a Revolução Industrial e o surgimento da burguesia, e, posteriormente,amparadonosideaisdaRevoluçãoFrancesaque,entreoutros,pressupunhamaliberdadeindividual e inclusive o direito à propriedade, consolida-se o sistema capitalista, o qualdissolve os laços que prendiam os trabalhadores aos limites previamente definidos pela ordemfeudal(CUNHA,2005).

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os termos “dados, informação e conhecimento”, muitas vezes, são utilizadoserroneamentecomosinônimos.

• Oestudodotermoconhecimentoalémdecomplexo,desencadeiaumanovaárea deestudos:aEpistemologiaouTeoriadoConhecimento.

• ATeoriadoConhecimentoabordaosdiversostiposdoconhecimento,decorrentesdaevoluçãohumana, sendoeles:mitologia, sensocomum,filosofia, teologia, ciência etecnologiaequeessestiposdeconhecimentovisamexplicaromundoanossavolta, edesvendaralgunssegredos.

• Ostiposdeconhecimentossurgiramdanecessidadedeexplicaromundo,pormeiodefantasiasecrençassembasesracionais,dandoorigemassim,aosmitos.

• Amitologiagregaesuasprincipaisobras(Teogonia,IlíadaeOdisseia),ondecadaumacontaahistóriaeculturadeseupovo.

• Osensocomuméconsideradoasomadossaberesdocotidiano,formadoapartirdehábitos,costumes,crenças,preconceitosetradições.

• Afilosofiasurgedarelaçãodohomemcomseudia-a-dia,masqueusaoquestionamentoeopensamentocomobase.Éumconhecimentododiaadia,quesepreocupaemquestionarorelacionamentodoindivíduocomomeioemqueestáinserido.

• Nateologia,apartirdaIgreja,surgiuumanovapercepçãodemundovisandoconciliaraFéeRazão.Nessacategoriaenfatiza-sequeDeuséocentrodomundo.

• No decorrer das categorias do conhecimento, nós podemos compreender asmudançasculturais,influenciadaspelasformasdeentenderomundoanossavolta.

RESUMO DO TÓPICO 1

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AUTOATIVIDADE

1 O conhecimento é uma relação (interação) entre o sujeito e o objeto. Ele é umconjuntodeinformaçõesadquiridapormeiodaexperiênciaemvivência.Mas,parainterpretação da informação é necessário em um primeiro momento converterdadosem informação,paraque,assim,possagerarumnovoconhecimento.Combasena importânciadostermos:dados, informaçãoeconhecimento,selecioneascaracterísticasaseguirdecadavariável.Paraisso,informecomaletraD,paradados,IparaInformaçãoeCparaconhecimento.

() Facilmenteobtidopormáquinas.()Dedifícilestruturação.()Dedifícilcapturaemmáquinas.() Frequentementequantificado.()Exigeconsensoemrelaçãoaosignificado.()Exigenecessariamenteamediaçãohumana.() Frequentementetácito.()Exigenecessariamenteamediaçãohumana.()Dedifíciltransferência.

2 A Epistemologia, ouTeoria doConhecimento, investiga ao longo da história humanaosdiversostiposde“conhecimentos”utilizadosparaexplicar,entenderecompreenderomundoasuavoltae, também,asua relaçãocomanatureza.Cadaconhecimentorepresentaumaformadecompreenderomundoetemumaideiabásicacentral.Combasenissorelacioneascolunas:

3 AssistaaofilmeMatrix,everifiquearelaçãodofilmecomoMitodaCavernadePlatão.Emseguida,reflitasobreessametáforaesuarelaçãocomosdiasatuais.

MODOS DE COMPREENDER O MUNDO IDEIA BÁSICA

(1)Mitologia.(2)Sensocomum.(3)Filosofia.(4)Teologia.(5)CiênciaeTecnologia.

()NaturezaePólis(comunidade).()Naturezaecultura.()Deus.()Homem.()Natureza.

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DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA

UNIDADE 1 TÓPICO 2 —

1 INTRODUÇÃO

Estudamos, no Tópico 1, o desenvolvimento do conhecimento humano aolongodasuahistória,comseusváriostiposatéchegarmosaosdiasatuais,marcadospelo exponencial avanço do conhecimento científico com alto grau de sofisticaçãotecnológica.Esteavançodaciênciaedatecnologiapermitiuosurgimentodenovasáreas na fronteira do conhecimento, tais como a neurociência, a psicologia e ainteligênciaartificial, quedesta forma,nospossibilitaramadentrar aocérebrohumanoparacompreendermososeufuncionamento,assuntoquenosinteressaparaotemadenossadisciplinadeCriatividadeeInovação.

2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO

De acordo com Descartes (1596-1650), no início da Idade Moderna, oconhecimentohumano teveorigemnaprópriamente, atravésde ideias inatas. Estacorrente de pensamento é denominada de Racionalista, Idealista ou Inatista. SeguindoPlatão(428/27-347a.C.)eSantoAgostinho(354-430),Descartesacreditavanadoutrinadas ideias inatas, ou inatismo,aqual sustentaqueohomemnascecomdeterminadascrençasverdadeiras, ouseja, oconhecimentonascenamentehumana—é inato—atravésdarazãoedasideias.

A famosa frase de Descartes — “Penso, logo existo” — marca o início damodernidade, o período em que o ser humano, dotado da sua racionalidade, podedeterminar a suaprópria existênciaedominar anaturezaparaa sua sobrevivência.Amodernidade émarcada, então, peloAntropocentrismo — o homem é o centro doconhecimento—iluminadopelasluzesdarazãohumana—Iluminismo(SALATIEL,2012).

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O iluminismo tornou-se intenso na Europa, ainda mais na França e atingiu o seu apogeu no século XVIII, sendo chamado de Século das Luzes. Essas ideias trouxeram seguidores e foram as principais motivações para o surgimento da Revolução Francesa, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade.

FONTE: <http://idade-moderna.info/iluminismo.html>. Acesso em: 22 jun. 2020.

NOTA

Deformacontrária,namesmaépoca,empiristas,comoJohnLocke(1632-1704),consideravamqueoconhecimentohumanosurgedaexperiência,dossentidos,equeamentehumanaévazia.Somenteapóstermosaexperiênciadossentidoséqueanossamenteépreenchidacomoconhecimentodoquenoscerca.JohnLockepregouateoriadatábula rasa,cujamentehumanaeracomoumafolhaembranco,quesepreenchiaapenascomaexperiência.

Locke detalhou a tese da tábula rasa em seu livro Ensaio Acerca do Entendimento Humano, de 1690. Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento algum, comparando a mente a uma "folha em branco". O conhecer, é aprendido por meio da experiência.

FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-empirismo-britanico-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm>. Acesso em: 22 jun. 2020.

ATENÇÃO

Essateoriaéumacríticaàdoutrinadas ideias inatas,segundoaqualprincípiose noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentementeda experiência. Basicamente é isso que o empirismo sustenta: contrapondo-se aoracionalismo,queprivilegiaarazãocomofonteseguradoconhecimento,estaescolaenfatizaopapeldaexperiência.

Junto com Locke, fazem parte do empirismo britânico os filósofos GeorgeBerkeley(1685-1753),DavidHume(1711-1776)eJohnStuartMill(1806-1873).

Contrariandooinatismo,Locke(1978)afirmaque,aonascermos,somoscomoumafolhaembranco—"tábularasa",diziamosempiristas—queéescritanamedidaemquevivemosetemosexperiênciademundo(LOCKE,1978,p.1-2):

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Suponhamos, pois, que amente é, como dissemos, um papel embranco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias;comoela é suprida?Deonde lheprovémestevastoestoque,queaativaequea ilimitadafantasiadohomempintounelacomumavariedade quase infinita? De onde apreende todos os materiaisda razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, daexperiência.Todoonossoconhecimentoestánelafundado,edeladerivafundamentalmenteopróprioconhecimento.

FIGURA 13 – FILÓSOFOS EMPIRISTAS DO SÉCULO XVII E XVIII

FONTE: <https://www.profwilliam.com/2018/07/empiristas-dos-seculos-xvii-e-xviii.html>. Acesso em: 24 jun. 2020.

Nacontinuaçãodamodernidade,ofilósofoImmanuelKant(1724-1804)realizouuma síntese entre o racionalismo e o empirismo. Kant afirmou que a nossa menteprecisatantoda razãoquantodaexperiência.EmKant,háduasprincipaisfontesdeconhecimentono sujeito: a sensibilidade,pormeiodaqual osobjetos sãodadosnaintuição(empirismo)eoentendimento(racionalismo),pormeiodoqualosobjetossãopensados nos conceitos. “Pensamentos (razão) sem conteúdo são vazios; intuições(experiência)semconceitossãocegas”(CAIMI,1974,p.177).“Todonossoconhecimentonascenosentido,passapeloentendimentoeterminanarazão”(PIZZINGA,2020,s.p.).

ApartirdopensamentodeKant,aciênciaavançouparaexplicarofuncionamentodamenteparaaconstruçãodoconhecimento.Teremos,aseguir,osurgimentodeumanovaáreadaciência:APSICOLOGIA.

Leia mais sobre racionalismo e empirismo em:

• http://www.acervofilosofico.com/racionalismo-x-empirismo.

DICA

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3 A PSICOLOGIA

Apalavra“psicologia”vemdogregoantigopsyque,quesignifica“mente”,elogos,quesignifica“conhecimentoouestudo”.Psiquêoupsique(emgregoantigo:ΨΨΨΨ,transl.:Psychē),namitologiagrega,éumadivindadequerepresentaapersonificaçãodaalma.

ComoaPsicologiaéumaciência,elatenta investigarascausas,motivaçãoquedesencadeiamumdeterminadocomportamento.Paraisso,utilizaalémdeprocedimentosdeformasistemáticaeobjetivosdeobservação,mediçãoeanálise,apoiadosessesporinterpretaçõesteóricas,explicaçõeseprevisões(BATTISTELLI,2018).

A psicologia tem como objetivo imediato a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo alguns autores, como objetivo final o benefício geral da sociedade.

IMPORTANTE

Apsicologiaéoestudocientíficodamenteedocomportamento.Seuestudoinclui subcampos, como áreas de desenvolvimento humano, esportes, saúde,comportamentoclínico, social eprocessoscognitivos.Assim,qualquer tentativaquevise explicar por que os seres humanos pensam, o desenvolvimento do pensamento,eseucomportamentosempreestará ligadaaumdos ramosdapsicologia,quepodem ser(BATTISTELLI,2018):

• Psicologia clínica: relaciona ciência, teoria e prática para promover a adaptação edesenvolvimento pessoal. Em outras palavras tem como objetivo compreendere prever problemas atrelados à adaptação para contribuir com o bem-estar e odesenvolvimentopessoaldoindivíduo.

• Psicologia cognitiva: área de estudos sobre os processos mentais internos,relacionadosàresoluçãodeproblemas,memória,aprendizagem,entreoutros.Visaanalisar comoum indivíduo capta, processa e armazena as informações, e aplicaaçõesparaestimularosprocessosmentaisinternos.

• Psicologia do desenvolvimento: investiga como ocorre asmudanças psicológicasvivenciadas na vida das pessoas que afetam fatores como habilidade motora,personalidade, desenvolvimento da linguagem, entre outros. Essas mudançasocorremdesteainfância(bebê,criança),adolescência,adultoseidosos.

• Psicologiaevolucionária:estáatreladaacomoastransformações,evoluçõeshumanasinterferemnocomportamentohumano.Emoutraspalavras, investigacomoocorremasadaptaçõesdostraçospsicológicosnaevoluçãodaespéciehumana,desdeapré-históriaatéosdiasatuais.

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• Psicologia forense: analisa os fatores psicológicos que influenciamno comportamentohumano.Éaplicadaeminvestigaçõescriminaisealei.

• Psicologia da saúde: nessa psicologia, ao invés de analisar as causas biológicasdeumadoença,éobservadoocontextosocial,comportamento,quemuitasvezesinfluenciamodesenvolvimentoouagravadoenças.

• Neuropsicologia: estuda a estrutura do cérebro de acordo com comportamentos.Podeestar relacionadaavaliaçõesderegistrodeatividadeselétricascelebrais,eacondiçõesparadesenvolvimentodelesõescelebrais.

• Psicologia ocupacional: investiga ações relacionadas a maior produtividade notrabalho. Contribuem na avaliação e desenvolvimento de ações para melhorar odesempenhodaequipeeemtreinamentos,eauxiliamasorganizaçõesacompreender ocomportamentodaspessoasnotrabalho.

• Psicologiasocial:analisacomoasinfluênciassociaispodeminterferirnocomporta-mentohumano.

AlémdostiposdePsicologia,temososseguintesestadosmentais:

FIGURA 14 – ESTADOS MENTAIS

FONTE: Adaptado Battistelli (2018)

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4 PERCEPÇÃO DA MENTE

A percepçãomental, de acordo com Predebon (2008), é decorrente do atodeobservardeterminada realidade, tornandoessa realidade, nãoconsideradaantes,evidente para as pessoas. Ela possibilita a manifestação de um novo aspecto darealidadequeaspessoasnãoperceberamantes.

FIGURA 15 – MÃOS QUE DESENHAM. – M. C. ESCHER (1948)

FONTE: <https://image.cleveland.com/home/cleve-media/width960/img/plain-dealer/photo/2011/02/-ee28c90adf631557.JPG>. Acesso em: 22 jun. 2020.

Um exemplo importante de percepção mental foi a utilização de objetoscilíndricosparaauxiliarna locomoçãodecargaspesadaspelohomemnômade.Apartirdessapercepção,surgiuaideiadeeixoeroda.Seusprimeirosregistrossãode3000a2000a.C.naMesopotâmia.Oseixoseramcompostosdetrêstábuaspresasporsuportesemformadecruzeatábuacentralpossuíaumfuronaturalnonódamadeira. Issotornouotransportemaisrápidoefácil,alémdecontribuirparatransformarasprimeirasaglomeraçõeshumanasemcidadesmaiores(SANTIAGO,2010).

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FIGURA 16 - PERCEPÇÃO DA MENTE

FONTE: <http://twixar.me/cbFm>. Acesso em: 22 jun. 2020.

Assim,StevenPinker(2000apud TIMM,2004),nolivroComo a mente funciona, relata comonosdeparamoscomdiversos aspectos relacionados aoprocessamentodamente humana, e enfatiza suas principais características e causas nesse processo. DeacordocomoTimm(2004),StevenPinkerconsideraascaracterísticasgenéticasquesãomoldadaspelaseleçãonatural,erelatasuasconsequênciasnaformaçãodasrelaçõeshumanas,sendoelasnasociedade,cultura,religião,arte,entreoutras.

Segundo Pinker (2000), a mente humana processa informações seguindoum padrão já existente há séculos, destinado a viabilizar a sobrevivência dos sereshumanos ao longo da competição darwinista (competição pela sobrevivência entreos sereshumanos).DeacordocomStevenPinker (2000), essepadrãoestágravadoemnossamente,ondeoautorcomparaocérebrohumanoaum “software”mental,transmitidogeneticamenteeadaptadoapartirdenossastransformaçõeseevoluçõesnavidacontemporânea.

No livro Como a mente funciona, Pinker (2000) utiliza a teoria computa-cional da mente e a teoria da evolução. O objetivo principal de sua obra é sugerir e até mesmo explicar nossa capacidade de amar, manter — ou não — relações sociais, criar, julgar, ver figuras em 3D, assistir à televisão e se emocionar com música.

INTERESSANTE

Como eu nãopercebi isso antes?

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Assim, um dos primeiros passos realizados pela nossamente é, a partir danecessidadedesobrevivência,identificaraçõesquecontribuamparaela.SegundoPinker(2000),aoperaçãobásicadenossocérebro,consistenodesenvolvimentodeestratégiaspararealizartaisações,visandoeliminarousanarasnecessidadesencontradas.Segundoo autor, esse impulso por sobrevivência, possibilitou o enfrentamento de obstáculos, eaprimorandoacapacidadedeprocessarinformaçõesdeformainteligente(TIMM,2004).

Apartirdesseprocesso,oserhumanoaprendeuadesenvolverpráticasbaseadasna colaboraçãomútua. Aprendeu também a desenvolver suas habilidades naturais paratransformar omundo a sua volta, chegando ao Século XXI comvárias informaçõesestruturadas aplicáveis ao mesmo objetivo inicial de tudo — a sobrevivência. Esserepertóriocresceu,vemcrescendoconsideravelmente,ediversificando-senasformasda Física, da Matemática, da Biologia, Psicologia e da Engenharia contemporâneas(TIMM,2004).

Um resumo dos principais pontos do modelo adotado por Pinker é descrito pelo próprio autor. Acesse: http://www.cinted.ufrgs.br/renoteold/mar2004/artigos/05-computador_neural.pdf.

DICA

[...] a mente é um sistema de órgãos de computação, projetadospelaseleçãonaturalpara resolverostiposdeproblemasquenossosancestrais enfrentavam em sua vida de coletores de alimentos, emespecial entender e superar em estratégias os objetos, animais,plantas e outras pessoas. [...] A mente é o que o cérebro faz;especificamente, o cérebro processa informações, e pensar é umtipodecomputação(PINKER,2000,p.32).

5 A INTELIGÊNCIA HUMANA E AS TECNOLOGIAS

ParaStevenPinker(2000)ainteligênciahumanaédecorrentedacapacidadedocérebrohumanodeinterpretareprocessardadoseinformações.Assim,Pinkeremsuaspesquisascomparaocérebrocomoumcomputadorneural,queprocessainformaçõesqueestãonaformadesímbolos,eporsuavezoconteúdoétransmitidonaformadepadrõesdeconexãoedepadrãodeatividadedosneurônios(TIMM,2004).

Os símbolos formados por essemesmo cérebro-mente podem conter, alémda informação representacional, propriedades causais. Isso significa que contêminformaçõesequesimultaneamentetais informaçõesfazempartedeumacadeiadeeventosfísicos,podendoassimgerarnovasinformaçõesouresultaremações.Nesseviésessasinformaçõesinterpretadaseprocessadaspelocérebro-mentehumanopodem

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ser combinadasaoutrosdados, símbolos, já armazenadosnocérebro,produzindoavalidaçãoounãodeinformações,ouporsuavezpodemacionarredesconectadosaosmúsculos,resultandoemmovimento(TIMM,2004).

Assim, percebemos como é complexa a computação mental. Ela viabiliza acombinaçãodeprocessamentos,para isso,possibilita,porexemplo,queumsímboloprocessado,sobdeterminadoconjuntoderegras,inicieumeventomecânico.DeacordocomTimm(2004), issotambéméoqueocorrecomumcomputador.ComopensavaAlanTuring,em1937,umprocessadorseriacapazdelersímbolos,eoperaraçõesapartirdeumconjuntofixoderegras(TIMM,2004).

Nossamáquina racional deve sua racionalidade a duas propriedadesunidas uma à outra na entidade que denominamos símbolo: umsímbolo transmite informação e faz com que coisas aconteçam.Quando as próprias coisas causadas transmitem informação,chamamos todo o sistema de processador de informações oucomputador(PINKER,2000,p.78apudTIMM,2004,p.2).

AlanTuring,consideradoopaidacomputação,nadécadade1930,elaborouummodeloteóricoqueseriaresponsávelpelacriaçãodeconceitoscomooalgoritmoeodesenvolvimentodoscomputadoresmodernos.EssemodeloficouconhecidocomoaMáquinadeTuring,eescreviaeinterpretavasímboloslimitadosem0,1econjuntovazio.Essessímbolosaindacompõembasicamenteamesmaestruturadaslinhasdecódigosdosdiasatuais(GALILEU,2018).

DeacordocomTimm(2004),aMáquina de Turingéumaespéciedecomputadoruniversal.Elafoicompostaapartirda ideiadequequalquercálculopoderiaser realizado porumamáquinaquesiga instruções(programação,algoritmos),seassemelhandoaideiadeprocessamentoneuraldesímbolosdePinker.

FIGURA 17 - MÁQUINA DE TURING

FONTE: <https://s2.glbimg.com/TN-UfMlb4a_pVWXQMQaxaif9MFQ=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2018/03/13/dx4mp8cw0aavtuz.jpg>.Acesso em: 17 jun. 2020.

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Inspirado pelo filme O Jogo da Imitação, 2015, direção de Morten Tyldum, o entusiasta por tecnologia, Richard J. Ridel passou seis meses desenvolvendo uma Máquina de Turing em madeira, em um processo que envolveu tentativa e erro até o funcionamento do dispositivo.

INTERESSANTE

ApartirdeAlan Turing,vamosterosurgimentodoscomputadoresedaciênciadacomputaçãoeadiscussãoseumamáquinapodepensar,originandoposteriormente umanovaáreadoconhecimentodenominadadeInteligênciaArtificial.

Para saber mais sobre inteligência artificial assista ao filme:

• Ex Machina: instituto artificial, 2014. Direção: Alex Garland.

DICA

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• RacionalismoeEmpirismovisamexplicaraformacomoossereshumanosadquirem oconhecimento,porémelastêmfilosofiasfundamentalmenteopostas.

• OracionalismoafirmaqueafontedoconhecimentoéarazãoeoEmpirismoalegaqueéaexperiênciasensorial.

• A psicologia visa explicar o funcionamento da mente para construção doconhecimento,estudocientíficodamenteedocomportamentohumano.

• A partir da Psicologia alguns estudiosos objetivaram compreender a percepçãomental, comoPredebon (2008)ePinker (2000).No livroComo a mente funciona,Pinkerrelacionaaevoluçãodamentehumanacomateoriacomputacional,realizandoumacomparaçãocomacombinaçãodeprocessamentoidealizadoporAlanTuring.

RESUMO DO TÓPICO 2

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1 Nesta unidade estudamos alguns aspectos relacionados ao funcionamento damente.Constatamosque a evolução tecnológica possibilitou o surgimentodenovasáreasnafronteiradoconhecimento,possibilitandoadentraraocérebrohumanoparacompreendermos o seu funcionamento, como a psicologia. A partir desse contextodefinapsicologia,eidentifiqueseusprincipaisramos:

2 Pinker (2000) compara o funcionamento do cérebro humano a um computadorneural, processando informação. Nesse viés, reflita sobre o nosso atual contextotecnológico,emqueainteligênciaartificialsefazcadavezmaispresente,eidentifiquesuasvantagensedesvantagens.

3 Conformedescritonestaunidade,oestudodapsicologiaincluisubcampos.Assim,apartirdosdistintos ramosdapsicologia listadosaseguir, relacioneascolunaseselecioneaalternativacorreta.

a) () 2–3–4–5–1.b) () 3–2–4–5–1.c) () 3–2–4–1–5.d) () 5–2–4–3–1.e) () 3–2–1–5–4.

AUTOATIVIDADE

Ramos da Psicologia

Descrição/Características

() Estudaaestruturadocérebrodeacordocomcom-portamentos. Pode estar relacionada avaliações deregistro de atividades elétricas celebrais, e a condi-çõesparadesenvolvimentodelesõescelebrais.

() Áreadeestudossobreosprocessosmentaisinternos,relacionados a resolução de problemas, memória,aprendizagem,entreoutros.

() Estáatreladaacomoastransformações,evoluçõeshumanasinterferemnocomportamentohumano.

() Analisacomoasinfluênciassociaispodeminterferirnocomportamentohumano.

() Relaciona ciência, teoria e prática para promover aadaptaçãoedesenvolvimentopessoal.

(1) Psicologia clínica

(2) Psicologiacognitiva

(3)Neuropsicologia

(4) Psicologiaevolucionária

(5) Psicologia social

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TÓPICO 3 —

A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Nestaunidadeiniciamosnossatrilhadeaprendizagemabordandoinicialmentea definição e a evolução do termo conhecimento. Estudamos também os tipos deconhecimento e suasvisões distintas a cadamomento da história. Nos dias atuais,identificamosalgumasteoriasrelacionandooconhecimentoasistemascomputacionais.

Nestetópico,vamosestudarascaracterísticas individuaise influênciassociaisdamentehumana,propulsorasdenossasações,comportamentoseemoções.Vamostambém identificar os tipos de inteligências relacionados pelo psicólogo americanoHoward Gardner, sendo elas: Lógico-matemática, Linguística, Musical, Espacial,Corporal-cinestésica,Intrapessoal,Interpessoal,NaturalistaeExistencial.

Além das inteligências múltiplas, também vamos investigar os tipos deinteligência cognitiva e emocional, suashabilidades, e relataremos a importância dodesenvolvimentodashabilidadessocioemocionaisnocontextoacadêmico.

Vamoscomeçarestenovotópico?Bonsestudos!

2 CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS

Em1994,oneurologistaAntónioDamásiopublicouolivroO erro de Descartes, emoção, razão e cérebro humano.Essaobra,deacordocomTomazeGiugliano(1997,p. 407) demonstra que “as emoções são indispensáveis para a nossavida racional”.Asemoções—sentimentos—tornamcadaserhumanoúnico,sendoelas(asemoções)asprincipais responsáveis por cada comportamento emocional, nos diferenciado uns dosoutros(TOMÁZ;GIUGLIANO,1997).

Assim, nossas ações, comportamentos e emoções são resultado não somentedonossocérebro,masda interaçãoentreocorpo,eamente.ComodizDamásio (1994apudTOMÁZ;GIUGLIANO,1997,p.407):“ocorporepresentadonocérebroconstitui-senumquadro de referência indispensável para os processos neurais que nós experienciamoscomosendoamente”.

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O livro O erro de Descartes, emoção, razão e cérebro humano lida com a teoria do dualismo mente/corpo proposto por René Descartes. O erro de Descartes, segundo Damásio (1994), foi não considerar que o cérebro não foi apenas criado por cima do corpo, mas também a partir dele e junto com ele.

IMPORTANTE

DeacordocomTomazeGiugliano(1997,p.408)

[...] através da análise sistemática de casos clínicos e daexperimentação neuropsicológica com animais de laboratório,António e sua esposaHannanosmostramcomoas emoções sãoindispensáveis na gênese e na expressão do comportamento.De acordo com Damásio, a inter-relação entre as emoções e arazão remontam à história evolutiva dos seres vivos. Durante aevolução natural o estabelecimento de respostas comportamentaisadaptativas é moldado por processos emocionais e a escolha derespostasemdeterminadassituaçõesrefleteousodarazão.Ouseja,o estabelecimento de repertórios adaptativos seria moldado pelasemoções e a seleção de comportamentos no futuro determinadospelarazão.

Então, a partir do desenvolvimento da neurociência, descrita na obra deDamásio (1994), percebemos que o conhecimento depende também dos aspectossocioemocionais.

3 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Na teoria das inteligências múltiplas, Howard Gardner (1994), psicólogoamericano, enfatiza que podemos encontrar nove tipos diferentes de inteligênciahumanae quegrandeparte daspessoaspossuemumoudois tiposde inteligência maisaguçada.

Ostiposdeinteligênciasão:

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QUADRO 7 – TIPOS DE INTELIGÊNCIA MÚLTIPLAS

FONTE: Adaptado de W-pós (2017)

TIPOS DE INTELIGÊNCIA

DESCRIÇÃO

Lógico-matemática

Acapacidadede confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindoas suas relações e princípios subjacentes. Habilidade para raciocíniodedutivoeparasolucionarproblemasmatemáticos.Cientistaspossuemestacaracterística.

LinguísticaCaracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelaspalavras e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas,escritoreselinguistas.

Musical

Identificável pela habilidade para compor e executar padrõesmusicais,executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mastambémosescutandoediscernindo-os.Podeestarassociadaaoutrasinteligências como a linguística, espacial ou corporal-cinestésica. Épredominanteemcompositores,maestros,músicosecríticosdemúsica.

Espacial

Expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual comprecisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriarexperiênciasvisuais atémesmo semestímulos físicos. É predominanteemarquitetos,artistas,escultores,cartógrafos,geógrafos,navegadoresejogadoresdexadrez,porexemplo.

Corporal-cinestésica

Traduz-senamaiorcapacidadedecontrolareorquestrarmovimentosdocorpo.Épredominanteentreatoreseaquelesquepraticamadançaouosesportes.

Intrapessoal

Expressanacapacidadede seconhecer, é amais rara inteligência sobdomíniodoserhumanopoisestá ligadaacapacidadedeneutralizaçãodosvícios,entendimentodecrenças,limites,preocupações,estilodevidaprofissional,autocontroleedomíniodoscausadoresdeestresse.

Interpessoal

Expressada pela habilidade de entender as intenções, motivações edesejosdosoutros.Encontra-semaisdesenvolvidaempolíticos,religiosos e professores, comopor exemploMahatmaGandhi, JohnF. Kennedy e SilvioSantos.

NaturalistaTraduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos,fenômenosepadrõesdanatureza,comoreconhecereclassificarplantas,animais,minerais.Écaracterísticadebiólogosegeólogos,porexemplo.

ExistencialInvestigadanoterrenoaindado“possível”,carecedemaioresevidências.Abrangeacapacidadederefletireponderarsobrequestõesfundamentaisdaexistência.Seriacaracterísticade líderesespirituaisedepensadoresfilosóficos.

Alémdaclassificaçãodasinteligênciasmúltiplas,temostambémaidentificaçãodedoisgrandesaspectosdainteligência:emocionalecognitiva.

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4 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Osestudossobreinteligênciacognitivaeinteligênciaemocionalsempreforamrealizados,mascomo lançamentodo livrodeDanielGoleman,em1995denominado“Inteligência emocional”, tal temática ganhou maior destaque. Daniel Goleman épsicólogoejornalistadoThe New York Times,e,em2011apartirdesuaspesquisassobreciênciadocérebro,defendeuqueexisteumagrande limitaçãononossoconhecimentosobrecomoocorreamaneiradepensar(EDUCADOR360,2018).

DeacordocomEDUCADOR360(2018),esselivro,quefoiumparadigmaparaestudossobreemoções,identificadoistiposdeinteligência.

QUADRO 8 – TIPOS DE INTELIGÊNCIA

FONTE: Adaptado de Goleman (2011)

Inteligência CognitivaAvaliadapeloQ.I(quocientedeinteligência),representaonossoladointelectualede

raciocíniológico.

Inteligência EmocionalMedidapeloQ.E.(quocienteemocional),

dizrespeitoacapacidadedecompreenderelidarcomasemoçõestantoanívelpessoal,

quantoexterior.

ConformeespecificadonoQuadro8,ainteligênciacognitivarepresentaoladointelectualederaciocíniológico.Jáainteligênciaemocionalcorrespondeàcapacidadedecompreendere lidarcomasemoções.AinteligênciaemocionalaindaédivididaporGoleman(2011)emumaestruturadecincopilares:

FIGURA 18 – PILARES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

FONTE: Adaptado de Goleman (2011)

Autoconhecimentoemocional

Reconhecimentodeemoçõesdeoutras

pessoasAutomotivação

Habilidadesemrelacionamentosinterpessoais

Controleemocial

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Goleman(2011)tambémcitaqueessasduas inteligênciassãobemdiferentes,nãoexistecorrelaçãoentreQIeempatiaemocional.Elessãocontroladospordiferentespartes do cérebro. Porém, de acordo com EDUCADOR 360 (2018), mesmo que taisinteligênciasatuememcamposdiferentes,elesseafetamentresi.Umapessoacombaixoníveldeinteligênciaemocionalenfrentaramaiordificuldadededesenvolvimentointelectualdeformaplena.EDUCADOR360(2018)relataque“umexemplocomuméquandoalguémestátãonervosopara realizarumaprova,quenãoconseguepensarcomclarezaepor issosesaimal. Issopodeacontecermesmoquehajaaltoníveldeconhecimentosobreotemadaavaliação”(EDUCADOR360,2018,s.p.).

Alémdisso,estudosindicamquealunossubmetidosaumprogramadeensinobaseadoemhabilidadessocioemocionais,apresentammelhordesempenhonasáreasdematemática,portuguêseciênciasnaturais (EDUCADOR360,2018).A InteligênciaEmocional é consideradapormuitas pessoasmais importante do que a InteligênciaCognitiva,umavezquealémdeenvolveroindivíduocomoumtodoepodeseraplicadatantonaesferaprofissionalquantopessoal(EDUCADOR360,2018).

Mas,quaissãoessashabilidades?

A partir da importância da Inteligência Emocional, EDUCADOR 360 (2018)a identifica como um conjunto de habilidades socioemocionais, dividindo essashabilidadesemtrêsgrandespilares:

FIGURA 19 - HABILIDADES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

FONTE: Adaptado de EDUCADOR 360 (2018)

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• Habilidades emocionais: referem-seacomolidarcomasprópriasemoçõesapartirdas situações a que somos expostos no cotidiano. Representa habilidades como:aprender aganhar e aperder, aprender comoserros, desenvolver autoconfiança,sensodeautoavaliaçãoederesponsabilidade.

• Habilidades sociais: englobam aspectos de como se relacionar com o mundoexternoecomaspessoasaoredor.Dizemrespeitoàscapacidadesdesabercooperare colaborar, lidar com regras, comunicar-se bem, resolver conflitos e atuar emambientesdecompetiçãosaudáveis.

• Habilidades éticas: envolvem ações de como agir positivamente para o bemcomum.Respeito,tolerânciaeaceitaçãodasdiferençassãoqualidadesimportantesnessaárea.

Leia mais sobre inteligência emocional em:

• https://www.sbcoaching.com.br/blog/inteligencia-emocional/.

DICA

Compreendersobreessestrêspilareséfundamentalparamaioraperfeiçoamentodetal inteligência,eparaentenderdequeformaesses itensse influenciamentresi.EDUCADOR360(2018)ressaltaquemuitasvezespodeacontecerdeumladosermaisressaltadoqueoutro, por exemplo, alguémque tenhaahabilidadeda comunicação,que diz respeito às habilidades sociais, pode expressar-se com coerência e clareza,noentanto,seessamesmapessoanãopossuirhabilidadeséticas,suacomunicaçãopodesetornartendenciosaemanipuladora,apontoinclusivedeprejudicarasoutraspessoas.

Por isso,EDUCADOR360(2018)ressaltaa importânciaemdesenvolvertodasas áreas de habilidades socioemocionais de forma simultânea e equilibrada. Taishabilidades,alémdodesenvolvimentopessoal,tambémdizemrespeitosobreoimpactoquecadaumpodegerarnomundo.

5 HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NA EDUCAÇÃO

Nasúltimasdécadas,pesquisasemtornodascompetênciassocioemocionaisganharam importância e destaque nomundo inteiro. O surgimento do Paradigma doDesenvolvimentoHumano, proposto peloPNUD—ProgramadasNaçõesUnidas paraoDesenvolvimento—,nadécadade1990,eapublicaçãodoRelatórioJacquesDelors,organizadopelaUnesco, foramprimordiais para a necessidade e importância de umaeducaçãoplena,considerandooserhumanoemsuaintegralidade(MAMONE,2018).

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Você pode ter acesso ao relatório Jacques Delors, organizado pela UNESCO, pelo link:

• https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por.

DICA

De acordo com Saarni (1999, p. 57 apud MAMONE, 2018, p. 2) competênciaemocional é a “demonstração da eficácia pessoal nos relacionamentos sociais queevocamemoção”.DeacordocomPorvir(2014),essashabilidadespodemserpraticadase ensinadas. Assim, PNUD identifica a educação como oportunidade central parapreparaçãoetransformaçãodetaiscompetências.OrelatóriodaUNESCO,deacordocom DELORS (2012),porsuavez,sugereumsistemadeensinofundadonosseguintespilares:(i)aprenderaconhecer;(ii)aprenderafazer;(iii)aprenderaser;e(iv)aprenderaconviver.

FIGURA 20 – QUATRO PILARES PARA UM SISTEMA DE ENSINO

FONTE: Adaptado de Delors (2012)

Aprenderafazer

Sistema de ensino

Aprenderaser

Aprenderaconhecer

Aprenderaconviver

Assim, diversos especialistas começaram a analisar e definir quais são ascompetênciasnecessáriasparaaprenderaconhecer,aprenderafazer,aprenderaser,eaprenderaconviver.Paraisso,osestudosinvestigaramarelaçãoentredesenvolvimentosocioemocional edesenvolvimentocognitivo.Alémdisso, investigaramtambémqualé a relação entre ambos em diversos contextos de aprendizagem, como na escola,família,comunidade,ambientedetrabalho,entreoutros,eosdiversosindicadoresdebem-estaraolongodavida(PORVIR,2014).

Recentemente, diversos autores investigam em como desenvolver ascompetências socioemocionais nas escolas. A partir da importância do aprimoramentodetaiscompetênciasalgumasorganizaçõescomoaOrganizaçãoparaaCooperação

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eoDesenvolvimentoEconômico—OCDE—passarama realizarpesquisasparacriarconhecimento visando apoiar a elaboração de políticas e práticas para a promoçãodessascompetências(PORVIR,2014).

De acordo com Educador, o nosso sistema educacional prioriza ações para oaprimoramento das habilidades cognitivas, relacionadas ao raciocínio intelectual. Desdecedo,éincentivadooensinodeconhecimentosespecíficos,masquenãoincluemáreasde conhecimentos relacionadas a habilidades emocionais (EDUCADOR 360, 2018). Taishabilidadessãomaisdifíceisdemensurar,umavezqueatuamemcampossubjetivosdocérebro(EDUCADOR360,2018).

Ametodologiavigente,noentanto,nãoacompanhaasnecessidadesindividuaisedoatualmercadodetrabalho,relacionadasaesseoutropilarda inteligênciaqueétãooumais importantequanto as outrashabilidades (EDUCADOR360, 2018).As escolas e pais têmgranderesponsabilidadevistoquedevemenxergarseusalunosefilhoscomosereshumanos completos, e não capazes de assimilar apenas conhecimentos específicos.Todavia, issosóserápossívelapartirdomomentoemquehouveraberturaparaumaaprendizagem inovadora, capaz de expandir a experiência do ensino em níveis maisprofundoseparaalémdasaladeaula(EDUCADOR360,2018).

Você pode encontrar mais sobre as competências Gerais da BNCC em:

• http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base.

DICA

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As emoções são indispensáveis para a nossavida racional. São as emoções quenos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia dosoutros. Assim, percebemos que o conhecimento depende também dos aspectossocioemocionais, surgindo estudos sobre inteligência cognitiva e inteligênciaemocionalesuassubdivisões.

• As competências socioemocionais na educação, segundo especialistas, estãointimamenteconectadascomaschamadassoft skills(habilidadesmaleáveis,emlivretradução), que compreendem um conjunto de características sociais, reguladoras ecomportamentais.

• Amaiorpartedosistemaeducacionalfocanashabilidadescognitivasrelacionadasapenasaoraciocíniointelectual,umavezque,diferentedasmétricascognitivasquepodemsermedidaspeloQ.I(quocientedeinteligência),ashabilidadesemocionais,quesãomedidaspeloQ.E(quocienteemocional),sãomaisdifíceisdemensurar.

• A necessidade de inovação no processo de ensino e aprendizagem serve paradesenvolvimentoemensuraçãodashabilidadesemocionais.

RESUMO DO TÓPICO 3

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1 A Inteligência Emocional é considerada por muitas pessoas mais importante doquea InteligênciaCognitiva,vistovezque,alémdeenvolvero indivíduocomoumtodo,podeseraplicadatantonaesferaprofissionalquantopessoal(EDUCADOR360,2018).Assim,EDUCADOR360 (2018), classificaessashabilidadesemtrêsgrupos:habilidades emocionais, habilidades sociais, e habilidades éticas. Com base naimportânciadetaishabilidades,relacioneascolunasaseguir:

2 Nateoriadasinteligênciasmúltiplas,HowardGardner,psicólogoamericano,enfatizaquepodemosencontraralgunstiposdiferentesdeinteligênciahumanaequegrandepartedaspessoaspossuemumoudoistiposdeinteligênciamaisaguçada.Assim,identifiqueassentençasfalsas(F),easverdadeiras(V):

() Linguísticatraduz-senamaiorcapacidadedecontrolareorquestrarmovimentosdocorpo.Épredominanteentreatoreseaquelesquepraticamadançaouosesportes.

() Lógico-matemáticaéacapacidadedeconfrontareavaliarobjetoseabstrações,discernindoassuas relaçõeseprincípiossubjacentes.Habilidadepara raciocíniodedutivoeparasolucionarproblemasmatemáticos.

()Musicalé identificávelpelahabilidadeparacomporeexecutarpadrõesmusicais,executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas também osescutandoeosdiscernindo.

() Intrapessoal expressa na capacidade de se conhecer, é amais rara inteligênciasobdomíniodoserhumano,poisestá ligadaàcapacidadedeneutralizaçãodosvícios,entendimentodecrenças,limites,preocupações,estilodevidaprofissional,autocontroleedomíniodoscausadoresdeestresse.

() Interpessoal expressa na capacidade de se conhecer, é a mais rara inteligênciasobdomíniodoserhumano,poisestá ligadaàcapacidadedeneutralizaçãodosvícios,entendimentodecrenças,limites,preocupações,estilodevidaprofissional,autocontroleedomíniodoscausadoresdeestresse.

AUTOATIVIDADE

(1)Habilidadesemocionais.

(2)Habilidadessociais.

(3)Habilidadeséticas.

() Dizem respeito às capacidades de saber cooperar ecolaborar, lidarcomregras,comunicar-sebem,resolverconflitoseatuaremambientesdecompetiçãosaudáveis.

() Envolvem ações de como agir positivamente para obemcomum.

() Referem-seacomo lidarcomasprópriasemoçõesapartirdassituaçõesaquesomosexpostosnocotidiano. Representahabilidadescomo:aprenderaganhareaperder,aprendercomoserros,desenvolverautocon-fiança,sensodeautoavaliaçãoederesponsabilidade.

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3 De acordo comDanielGoleman (1995), existemdois tiposde inteligência. Identifiquequaissãoessestiposdeinteligênciaselencadaspeloautor,edescrevasuasprincipaiscaracterísticas.

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TÓPICO 4 —

INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Agoraquejácompreendemosalgumasquestõesrelacionadasàconstruçãodosconhecimentos, suasteoriascombaseemperíodoseculturasdistintas, inteligênciae habilidades diversas, vamos continuar nossa trilha do conhecimento, inicialmente,abordandocriatividade,inovaçãoearelaçãoentredesigneinovação.

Para isso, iremosestudarcomoocorreoprocessodecriatividadenaprática,suasperspectivas,easetapasparaoprocessodecriatividade.

Alémdisso,tambéminvestigaremosostermos:imitação,invençãoeinovação,e a transformação (modificação) do sentido desses termos a partir da evoluçãotecnológica.

Tambémvamosabordarainovaçãonaciência,oprocessodeevoluçãohumana,paraentãopodermosrelatarsobreaimportânciadainovaçãonodesign.

Vamosiniciar?Bonsestudos!

2 O PROCESSO CRIATIVO NA PRÁTICA

Criatividade,emtermosgerais,écaracterizadaem indivíduosquetêm ideiasúteis,expressamcomportamentosdiferentesdosdemais,visandosempreàresoluçãodeproblemasapartirdeumnovoolhar.

Nateoria,comovamosperceber,suadefiniçãoestávinculada,deacordocomPinheiro(2016),àoriginalidadeeflexibilidade.

Na literatura, osmodelos de criatividade abordam diferentes focos, como oincentivodacriatividadenaspessoas;outrosautoresjádizemocontrárioeenfatizama importância no processo de criação e, ainda, outros no produto, no ambiente detrabalho,enfim,váriasperspectivasdistintas,comumpontoemcomuma“criatividade”.

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QUADRO 9 - PERSPECTIVAS SOBRE CRIATIVIDADE

FONTE: Adaptado de Pinheiro (2016)

Autores Perspectivas sobre criatividade

DeanSimonton(1975)

Propôs que a mensuração e, por conseguinte, compreensão, dessefenômenodevebasear-seemprodutosenãoempessoas.

MihalyCsikszentmihalyi

(1999)

Acredita que mais importante que a pessoa criativa ou que o produtocriativo,éoprocessodecriação,cernedaterceiralinhateóricaabordadanestarevisão,aperspectivasistêmica.

TeresaAmabile(1982)

Retoma as definições operacionais baseadas no produto criativo,inaugurando o quarto grande viés teórico da criatividade, a perspectivacomponencial. Para essa linha, considera-se um produto como criativo namedidaemqueobservadoresapropriadosconcordam, independentemente,quanto à sua criatividade, o que caracteriza a sua definição consensual(AMABILE,1983;PLUCKER;RENZULLI,1999;RUNCO;SAKAMOTO,1999).

RobertSternberg(2006)

Dá sequência à empreitada de Amabile conceituando igualmente, emsuateoria integrativadacriatividade, essefenômenocomoumconjuntode fatores, porém, dá ênfase ao ambiente criativo. Sternberg (2006)compreende as pessoas criativas como aquelas capazes e dispostas a“comprarbaratoevendercaro”novasideias.

Pinheiro(2009)

Uma nova proposta teórica voltada para a compreensão da problemáticacriativaéomodelogeraldacriatividadedePinheiro(2009),quesefundamentanas teorias de processamento de distribuição paralela. Conforme essemodelo,acriatividadeéoresultadodaintegraçãomatricialemrededenóssemânticos,osquaispodemassumir,complementarmente,configuraçõesretilíneas,dispersas,elípticaseparalelas,asquaiscaracterizamospadrõesdepensamentológico,intuitivo,reflexivoeextrovertido,respectivamente.

Quandonos referimosànovidade, jáa relacionamosaotermo“ineditismo”,algoquenãoéfrequenteemnossocotidiano.Acriatividade,deacordocomPinheiro(2016,p.51), “refere-seàpercepçãosubjetivadequehádisparidadeentrearealidade idealdealguémeasuarealidadefactual,equetaltensãorequeraçãocorretivapormeioalteraçõesambientais,aoinvésdeadaptaçõespessoais”.

FIGURA 21 – MODELO GERAL DA CRIATIVIDADE

FONTE: Pinheiro (2016, p. 50)

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De acordo com Pinheiro (2016), existem duas dinâmicas divulgadas para oprocessocriativo.Umadinâmicaocorreemduasetapas,propostaporCampbell(1960apudPINHEIRO,2016,p.51),sendoelas:a)variaçãocega,naqualsegeraouseencontraalgumanovidade e b) retenção seletiva, na qual sefiltra a novidadede acordo comalgumparâmetrodeutilidade.

Aoutradinâmicaécompostaporquatroetapas,propostaporWallas(1926apud PINHEIRO,2016,p.51)édescritaaseguir:

• preparação,naqualseobtémasinformaçõesnecessáriasparasetrabalharcomalgumproblema;

• incubação, na qual se opera o processamento paralelo dessasinformaçõespelaretiradadofocodeatençãodoproblema;

• iluminação,naqualserealizaaassociaçãoporfusãodasinformaçõespertinentes;

• verificação,naqualsetestaeserefinaosprodutosdaetapaanterior.

FIGURA 22 – DINÂMICA PROPOSTA POR WALLAS (1926)

FONTE: Adaptado Pinheiro (2016)

DeacordocomPinheiro(2016,p.51),“napráticadodesign,ClintoneHokanson(2012)apontamqueessemesmoprocessodequatroetapasésempredesencadeadopeladetecçãodealgumproblemaaserresolvidoequeeleérecorrentenosestágiosdeanálise,desenvolvimento,implementaçãoeavaliaçãodeprojetos”.

Apósaetapadeavaliação,osdesignersdecidementreavançaroprojeto,ouiterarumnovociclodoprocessocriativo,sendoqueparaaumentarafluidez,écomumacriaçãodeambientesquevalorizama inovação,comváriasreferênciasvisuaisexpostaspeloespaço(PINHEIRO,2016).

Com base na importância de processos colaborativos para a criatividade, éessencial uma estrutura e ambiente de trabalho que favoreça a diversidade, e práticasde comunicação aberta, competição igualitária e da independência de julgamento(PINHEIRO,2016).

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O processo criativo se configura como um passo a passo que algumas pessoas seguem e que todos nós podemos elaborar o nosso próprio e segui-lo, com o objetivo de estimular a criatividade em nossa mente e aplicá-la nos mais diversos âmbitos da vida.

FONTE: https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/processo-criativo-entendendo-conceito-importancia-desenvolvimento/.

NOTA

3 IMITAÇÃO, INVENÇÃO E INOVAÇÃO

Quando falamos em inovação, um nome surge em nossa mente: JosephSchumpeter, considerado pai da inovação. De acordo com Pinheiro (2016), elerevolucionouocampodaeconomia,mudandoadinâmicadosmercados.Masquandofalamoseminovação,surgemdúvidassobreinvençãoeimitação.

Assim,Godin(2008apudPinheiro2016,p.54)visacompreendertaisconceitos,voltando-se inicialmente para o entendimento da imitação e da invenção e a própriaexistênciadainovação.

Enquanto para o dualistaPlatão a imitação consistia das imagensou das demais sensações imperfeitas que os seres humanos sãocapazes de apreender sobre a verdade ou a realidade ideal dosdeuses,paraomonistaAristótelesaimitaçãoreferia-seàspráticasque,dealgumaforma,buscavamcopiaroureproduziranatureza.Taisconcepções,apesardefundamentalmentedistintas,atribuemvaloréticoeestéticosimilaraoatodaimitação,especialmenteaartística,o qual era engrandecido conforme a qualidade da interpretaçãoindividualedosartifíciosempregadosparaaimposiçãodaverdadeoudanaturezaaomeioartificial.

Pinheiro (2016)tambémenfatizaquea inovaçãovalorizaoempreendedorcomoindivíduoeotermoinvenção,refere-seàarticulaçãodeumaideia,deumargumentooudeumfatoparaconvenceroupersuadirosoutros.A inovaçãoévistacomoumaforça propulsora da sociedade, a capacidade de combinar ou interpretar, diferenteselementosdanatureza.

4 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA

Desde os primórdios, na evolução da espécie humana, nós identificamos odesenvolvimentodaobservação,criatividadeeinovação,possibilitandoadiferenciaçãoda espécie humana do seus ancestrais primatas. Assim, o ser humano começou aaprimoraracapacidadedecompreensãodomundoaoseuredor,ecriarferramentaseestratégiasparasobrevivência(OLIVA;SILVA,2012).

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FIGURA 23 – EVOLUÇÃO HUMANA

FONTE: <https://veja.abril.com.br/saude/o-papel-da-carne-na-evolucao-humana/>. Acesso em: 25 jun. 2020.

Conhecer e aplicar criatividade, e o conhecimento até então adquirido pelavivênciaeobservaçãocontribuíramparaevoluçãodanossaespéciehumana.Podemoscitar,comoexemplo,acriaçãoedomíniodetecnologiasagrícolas,edeproduçãodemetais,quepossibilitamacolonizaçãohumana(OLIVA;SILVA,2012).Oavançosociale a divisão de trabalho proporcionaram o desenvolvimento de grupos e indivíduosdedicados à criação de conhecimento, dando início à ciência moderna, vital parao desenvolvimento, econômico, social e tecnológico (OLIVA; SILVA, 2012). Assim, abuscaconstantepornovosconhecimentoscientíficos,promoveu,eaindapromove,odesenvolvimentotecnológico,socialeeconômico(OLIVA;SILVA,2012).

QUADRO 10 – LINHA DO TEMPO DAS INOVAÇÕES

FONTE: Adaptado de <http://s3.amazonaws.com/cdn.infografiaepoca.com.br/768inovacoesTimeline/images/inovacoesBase.jpg>. Acesso em: 17 jun. 2020.

Período Inovação

1,6milhão PedraLascadacomoinstrumento

Aproximadamente70mila.C. Fogo

500a.C. Aquedutos

1769 Motoravapor

1879 Lâmpadaelétrica

1886 Carro

1906 Avião

1928 Penicilina

1969 Arpanet

1976 MicrocomputadorApple

2012 iPhone5

Constamos,então,queciênciae inovaçãosãoasduasfacesdeumamesmamoedaeconstituemaforçapropulsoramaiordoavançodahumanidadeaolongodetodaasuahistória(OLIVA;SILVA,2012).

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Conheça a linha do tempo das inovações, acessando o endereço: http://s3.amazonaws.com/cdn.infografiaepoca.com.br/768inovacoesTimeline/images/inovacoesBase.jpg.

DICA

Apartirdaáreadeciências,Benz(2014)consideraáreadehumanaseáreasdedesigncomooutrasduasculturas.Odesigntemummodoparticulardever,deconhecere,principalmente,dedescobrircoisas,sendo,decertomodo,distintodasdiferentesdasdisciplinas ligadas à áreadas ciências ou as ligadas à áreadashumanas, conformedescritonoQuadro11.

QUADRO 11 – AS TRÊS CULTURAS DO CONHECIMENTO

FONTE: Cross (1982, p.221-222 apud BENZ, 2014, p. 57)

Ciências Humanas Design

Ofenômenodeestudo

Omundonatural ExperiênciahumanaMundofeitopelo

homem

Osmétodosapropriados

Controle,experimentação,

classificação,análise

Analogia,metáforacrítica,avaliação

Modelagem,criaçãodepattern,síntese

Osvalores

Objetividade,racionalidade,

neutralidadeeumapreocupaçãocoma

“verdade”

Subjetividade,imaginação,

compromissoeumapreocupaçãocoma

“justiça”

Praticidade,engenhosidade,empatia,euma

preocupaçãocoma“adequação

O design tem como foco de estudo o mundo criado e transformado pelohomem, utilizando como métodos a modelagem, planejamento e a síntese. Alémdisso,seusprincipaisvaloressãoapraticidade,engenhosidade,empatiaeadequação.Todavia,devidonãoconseguirdividirosujeitodoobjeto,umavezqueseufocoestánas transformações realizadas pelo ser humano nomundo, o design acaba não seenquadrandonaáreadeconhecimentopuramentecientífico(BENZ,2014).

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Dica de filmes e séries sobre design:

• A invenção de Hugo Cabret, 2012, direção de Martin Scorsese.• Abstract: the art of design, 2017, documentário exibido pelo Netflix.• Logorama, 2010, curta-metragem dirigido por Ludovic Houplain, François

Alaux, Hervé de Crécy.

DICA

5 INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO EM DESIGN

Além desses termos e de acordo com a importância da inovação para estaárea,nosperguntamosoqueédesignequalsuarelaçãocominovação?DesignerédefinidoporMoura(2019,p.25)“comoumaatividadedeplanejamentoeconcepçãodeestratégiascomointuitodeatenderdemandaseoportunidades”.

De acordo com Mota (2008), o design envolve o planejamento, seleção depensamentosevalores,eéresponsávelpelasrelaçõesentreaspessoaseasociedade.O termodesign foi potencializadona era industrial, e, a partir das transformações eavançostecnológicos,ganhacadavezmaiordestaque.

Mota(2008,s.p.)enfatizaqueaconceituaçãodedesignécomplexa,naqualváriosfatoresinfluenciam:“ascondiçõesdeprodução,asideiasdodesigner,asdeterminantestecnológicas, contexto cultural, e até a situação política do país pode influenciardiretamenteomodocomoesteseráproduzido”.Assim,Pinheiro (2016)constataquea capacidade de inovação é um dos aspectosmais exaltados e fundamentais paradiversasáreasincluindoodesign.Odesigncomportaum“amploconjuntodeatividadesquesãovoltadasparaoplanejamentoeodesenhodeprocedimentos,asespecificaçõestécnicaseoutrascaracterísticasfuncionaisdeusoparanovosprodutoseprocessos”(OCDE,2006,p.108apudMOURA,2019,p.30).

Em consonância entendemos, então, que o design e a inovaçãocaminhamladoalado,umavezque,emtermosgerais,osucessododesigndependeprimordialmente de inovação, transformando também a sociedade, e possibilitandoo progresso das organizações (MOURA, 2019). Além disso, no design, a inovação éessencial,umavezquecontribuiparaenfrentaras incertezasdeprojetoselaboradoscom problemas estruturais, e torna-se, também, um diferencial, garantindo maiorcompetitividadeaproximandoatecnologiadosusuáriosfinais.

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FIGURA 24- RELAÇÃO DESIGN E INOVAÇÃO

FONTE: O autor

Design Inovação

Podemosconfirmarqueinovaréumanecessidadeconstantenaprofissãododesign, uma vez que é considerado responsável pela ligação do produto (indústria)até o consumidor. Todavia, de acordo com Pinheiro (2016), o profissional de designenfrentacomportamentosderesistênciadasociedade,etambémhábitosconflitantes,prioridades, orientações entre outros obstáculos. Responsável entre a ligação doproduto(indústria)atéoconsumidor,odesignercontribuiparaadiferenciaçãoentreosconcorrentes,tornando-sefundamentalpara:

Inovação em processos, produtos ou em comunicação com ocliente, e posicionamento da imagem, o resultado esperado serásempreorientadoparaadiferenciaçãoperanteosconcorrentesparaadistinçãoentrevários; e a participaçãodeumdesigner se tornafundamentalemtodosessescenários(MOTA,2008,s.p.).

QUADRO 12 – ENTRADAS NO PROCESSO DE INOVAÇÃO NO SEGMENTO DE DESIGN

Entrada Conceitos Autores

Clientes(Usuários)

Ainovaçãorelaciona-secomoconhecimentocontidonainteraçãoentreosindivíduoseprodutos,asrotinasepráticasformalizadasporindivíduosegrupos.

BertolaeTeixeira(2002).

Otrabalhodesenvolvidocomosusuários reduztempo,custoseriscos.

RavasieStigliani(2012).

Bons resultados do design são decorrentes dacombinaçãoentre a funcionalidadedoproduto e asnecessidadeseasexpectativasdosusuários.

Sunleyet al.,(2008)Best,K.(2010).

Organização

Osgerentesdesempenhamumpapelfundamentalnoprocessodedesign.

RavasieLojacono(2005).

Práticas deliberativas e sistemáticas na empresapromovemainovaçãotaiscomoconversasface-a-facecomoutrosdesigners,trabalharcomoutraspessoaseaexperiênciaanterior.

Petre(2004)SaltereGann(2003),Sunley

etal.,(2008).

Umambientevirtualeumbaixoníveldecomunicaçãocentralizada influenciamnacriatividadedasequipesdedesenvolvimentodeprodutos.

Leenders,VanEngeleneKratzer

(2003).

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FONTE: López (2015, p. 44)

Assim, López (2015) cita como características para influenciar na inovação:empatia com os usuários; a multiplicidade possibilitando a mistura de diferentesdisciplinaseculturas;aintuição,palpite;aimplementaçãodeprototipagem;tentativaseerros;inovar,apostaremnovasideias;trabalharcompessoascomidadeseculturasdistintas.López (2015)enfatizaqueessasfontespodemgerar inovaçãonoprocesso dedesign.

Rededocliente

Aprincipalcontribuiçãodoconhecimentoda redeéatrocacontínuadedescobertas,umdoscomponentesfundamentais para fomentar a inovação. Envolveros fornecedores dentro do processo ajuda nodesenvolvimentoeficazdodesign.

BertolaeTeixeira(2002),Sunleyet

al.,(2008),RavasieStigliani(2012).

Rededoescritório(designersexternos)

A inovação depende da diversidade trazida pelosdesigners.Envolveroutrosdesignersdentrodoprocessoajudanoseudesenvolvimentoeficaz.

VergantieDell’era(2010),Ravasie

Stigliani(2012),SaltereGann(2003)Sunley

et al.,(2008).

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LEITURACOMPLEMENTAR

IMITAÇÃO INVENÇÃO E INOVAÇÃO

IgorReszkaPinheiroEugênioNadrésDíazMerino

LeilaAmaralGontijo

Écostumereferir-seaJ.Schumpetercomoopaidainovaçãoe,destarte,comooprimeiroexpoentedessefenômeno (GODIN,2008-2012;HOSPERS,2005).Apesardeserverdadequeemumasériede trabalhos (Schumpeter, 1912-1928-1947) ele, sozinho,revolucionouocampodaeconomia,mudandooseufocodoequilíbrioparaadinâmicadosmercados,nãoésensatodeixardereconheceraquelesqueoprecederam,sobretudoporqueissoenviesariaacompreensãoontológicaeepistemológicadaprópriainovação.

Sendoassim,conformesugereGodin(2008),estarevisãovolta-seinicialmentepara o entendimento da imitação e da invenção, conceitos que fundamentam agenealogiae,porconseguinte,aprópriaexistênciadainovação.

Umavez que a tradiçãofilosófica oriental concebe a própria realidade comouma entidade cíclica e harmônica, sem início e sem fim, as primeiras contribuiçõesontológicasnoquedizrespeitoaoconceitodeimitação,atéondeosregistrosescritospermitemsaber,estãopresentesnaculturagrega(Albert&Runco,1999).

Enquanto para o dualista Platão a imitação consistia das imagens ou das demaissensaçõesimperfeitasqueossereshumanossãocapazesdeapreendersobreaverdadeouarealidadeidealdosdeuses,paraomonistaAristótelesaimitaçãoreferia-seàspráticasque,dealgumaforma,buscavamcopiaroureproduziranatureza.Taisconcepções, apesar de fundamentalmente distintas, atribuem valor ético e estéticobastantesimilaraoatodaimitação,especialmenteaartística,oqualeraengrandecidoconformeaqualidadeda interpretação individualedosartifíciosempregadosparaaimposiçãodaverdadeoudanaturezaaomeioartificial(GODIN,2008).

Nesteperíodo,aimitação,então,emnadaeraconsiderapejorativa,umavezqueelapossibilitavanãosomenteopróprioaprendizadoarespeitodomundofísicopormeioda experimentação, mas também o barateamento dos bens de consumo, a aquisiçãodenovastecnologiaalheiase,emgeral,adifusãodeboaspráticas(GODIN,2008).Nisso,percebe-sequeoscritériosutilizadosparaseavaliarasimitaçõesnodecorrerdahistórianãonecessariamentedizemrespeitoàproximidadeentreosobjetosverdadeiroseseusrepresentantes (fidedignidade),massimàcapacidadequeamímicatemdesensibilizar

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umoumais indivíduos,cujasopiniõespassama incentivartal reprodução(utilidade).Destarte, a imitação, em certos aspectos, até hoje é indistinguível da inovação, jáque ambas consistem da adoção e da posterior multiplicação de novas tendênciassociais,sejamelashábitosdeconsumo,técnicasexpressivas,concepçõespolíticasoucientíficas,práticasculturaisouestratégiasempresariais.

A diferença essencial que resta entre a inovação e a imitação, todavia, é a

valorizaçãodoelementoindividualquedeuinícioàreferidadinâmicasocial.Enquantonoconceitodeinovaçãoreconhece-seevaloriza-seoempreendedorcomoindivíduoessenciale,portanto,centralnosistemasocial,noconceitodeimitaçãorelega-seaoreprodutoropapeldeartíficegeral,oqualépassíveldesubstituiçãoestrutural(GODIN,2008;MEHEUS;NICKLES, 1999).Surge,então,daquelesenvolvidosemqualquertipodetarefavoltadaparaamudançasocial(arte,ciência,política,comércio,guerraetc.),anecessidadedeseprotegerdaindiferençaculturalpormeiodaexaltaçãodoelementoindividual, o que ocorre, no século XIV, pela difusão do antigo termo invenção paradesignar as mesmas práticas interpretativas das até então chamadas de imitação(GODIN,2008-2012).

Otermo invenção,origináriodaclássicaartedaretórica,nãopôde,porém,serconsideradoummero substitutodapalavra imitação,pois, aoconferir identidadeàsforçasmotrizesdasociedade,eleadentrounodomíniododeuscriadorcristão.Apalavrainvenção,então,apesardeprimordialmentereferir-seàarticulaçãodeumaideia,deumargumento ou de um fato para convencer ou persuadir os outros, enviesou-se para osimplesatodecriaçãoex nihilo (DEMASI,2003).Nisso,avertentemonistapredominantenocontextoda imitação,esteestruturadoemumsistemasocialfechado,perdeuoseulugarparaavertentedualistanocontextodainvenção,umavezqueaprópriaconcepçãodaabsolutanovidaderequeroacessoaoutradimensãodarealidade.Talperspectivaromânticadainvençãoperduraatéosdiasdehojeemalgumasconcepçõesarespeitodacriatividade,asquaissesustentamemexplicaçõesdegenialidade,inspiração,sorteoudotação(PINHEIRO;CRUZ,2009).ComoadventodoempirismodeFrancisBaconnoséculoXVII,aciência,contudo,ganhouforçaporseucaráterutilitárioe,finalmente,a prática de explicitar um determinado uso ou interpretação da natureza, inclusivenasartesenashumanidades,passouasercompreendidaprioritariamentecomoumaquestãodereconhecimentosocial(ALBERT;RUNCO,1999).ConformeGodin(2008),omarcoquemelhorsinalizaatransformaçãoda ideiade invenção,danoçãodedivinacriaçãoparao reconhecimentodeumadescobertaemumdadocampodeatuação,é o início da concessão de patentes nominais aos novos produtores de tecnologiasfuncionais. Neste momento histórico, o termo invenção, mesmo afastado de suasconcepçõesexotéricas,nãoseaproxima,porém,novamenteda imitação,poisestaétomadaarbitrariamentecomosuaantítesenoprocessoderegistrolegal.

Adiferenciaçãoentre invençõese imitaçõespode ser consideradaarbitrária, nãosomentenosistemajurídico,mastambémemqualqueroutraáreadoconhecimento,sobretudo nasmais complexas, pois o critério último para a atestar a originalidade

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deumprodutooudeuma ideiaéo reconhecimentosubjetivodeprofissionaispares(AMABILE, 1982; CSIKSZENTMIHALYI, 1996). Tal procedimento, mesmo obedecendoà rigorosa metodologia científica, ainda é limitado à expertise dos avaliadores, aolimiar de descontinuidade adotado por eles e, principalmente, aos seus interessesindividuais(NAGEL,2001;SIMONTON,1991).Dessemodo,emúltimainstância,otermoinvençãocaracteriza-seapenascomooobjetofísicoouconceitualcapazdeoferecerreconhecimentoformalaumindivíduoquepromove,dealgumaforma,adescontinuidadeemseusistemasocial.IssoécoerentecomomodelodepropulsãodeSternberg(1999),no qual um organismo individual ou coletivo qualquer pode alterar a inércia de seusistema,basicamente,desetediferentesmaneiras:replicação;redefinição;incremento;incrementoprogressivo;redirecionamento;reconstruçãoe;reinicialização.

Tais mudanças sociais, mesmo sem possuírem igual formalização, foramjustamente o objeto de estudo das primeiras teorias sociológicas e antropológicasdecunhoevolucionista, incluindoaprimeirateoriasobrea inovação,queéatribuídaaGabrielTarde (MOLDASCHL,2010).Tarde,comoamaioriadosoutrossociólogosdoséculoXIX,nãoestava,porém,interessadonoprocessodeinovaçãopropriamentedito,mas sim no de difusão oumudança cultural. Em seu trabalho, a inovação consistiaapenasdaproposiçãodenovidades,asquaisobtinhamsucessoculturalnamedidaemqueeram imitadasemdetrimentodeoutras invençõesconcorrentes (GODIN, 2008).Desdeo seuprimeiro tratado, a inovação, então, évistacomoumaforçapropulsoradasociedade,aqualemergedacapacidadeindividualdecombinarouinterpretar,emtempocerto,diferenteselementosdanaturezaquepassamaseradotados,emfunçãodesuautilidade,portodoumgrupodepessoas.Talconceituação,apesardebastanteabrange,difere-sedaimitação,cujaessênciaéadifusãosocial,edainvenção,cujofocoéapropulsãosocial,aoposicionar-sedemaneiraclaracomoadialéticaexistenteentreoprocessodeinvençãoeoprocessodeimitação.Esteterceiroprocesso,odeinovação,caracteriza-se,portanto,comoomediadorentreaoferta individualeademandasocial,especialmentepelorecursoàeficiênciaempresarial(GILBERT;BIRNBAUM-MORE,1996).

Sobreestabaseconceitual,iniciam-seosmodelosdainovaçãodesenvolvidospelas ciências econômicas, de onde finalmente emerge a figura de J. Schumpeter.Segundo esse autor (1928), as invenções tecnológicas levavam às inovaçõesempresariais,asquais,porsuavez,eramdifundidasegeravamlucrosreais.Aocontínuoemúltiploprocessodeinvenções,inovaçõesedifusõesfoidadoonomede“destruiçãocriativa”, uma vez que as novidades mais eficientes sempre ganham espaço nomercadopelaquedadeseusconcorrentes(FOSTER;KAPLAN,2002).Outrosmodelosposterioresaoseu,porém,propõemqueaforçamotrizdainovaçãoéademandasocial,obarateamentodoscustosdeprodução,astendênciassociaisamplas,aquantidadede informação dos consumidores, as alianças estratégicas ou,mesmo, a integraçãoextensiva dos sistemas hierarquicamente superiores e inferiores de uma empresa(GREENACRE,GROSS;SPEIRS,2011;TIDD,2006).

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Avisão conjunta de todos osmodelos da inovação permite a compreensãodesse processo como a profunda integração de inúmeros atores, tanto internosquantoexternosàsempresas,coma intençãodegerardesenvolvimentoeconômicosustentávelportodaaredederelações(TIDD,2006).Oprocessodeinovação,então,porfim,torna-seconceitualmenteummecanismodehomeostasesocialqueequilibraos interesseseasnecessidades individuais atravésda sua reorganizaçãoestrutural,semprequehouverapercepçãodemudançasambientais.Parapromoveraintegraçãoentreamiríadedeconceitosapresentados,aseguirdescreve-seométodoempregadoparaestruturarumadefiniçãoúnicaecompreensivadainovaçãonocampododesign.

FONTE: PINHEIRO, I. R.; MERINO, E. A.; GONTIJO, L. A. Sobre a definição de inovação em design: o uso da análise de redes para explorer conceitos complexos. Revista Brasileira de Design da Informação, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 357-375, 2015. p. 359 à 362. Disponível em: https://www.infodesign.org.br/infodesign/article/download/362/251. Acesso em: 17 jun. 2020.

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Acriatividadeécaracterizadaemindivíduosquetêmideiasúteis,equesemprevisamà resoluçãodeproblemas a partir deumnovoolhar, sendo identificadopor algunsautorescomoCampbell(1960)eWallas(1926)algumasdinâmicaseetapasparaoprocessocriativocomo:variaçãocegaeretençãoseletiva;preparação,incubação,iluminaçãoeverificação.

• Os conceitos imitação, invenção e inovação possuem significados distintos, masquedecertaformainteragementresi,umavezqueumaimitaçãocomalteraçõespositivasgeraumainvenção,etornaressainvençãoemalgonovogeraainovação.

• Arelaçãoentreinovaçãoeaciênciasãoimportantesparaoprocessodeevoluçãohumana,possibilitandoacriaçãodoconhecimento,eseuaprimoramento.

• Ainovaçãonodesignéessencial,equeasprincipaiscaracterísticasparainfluenciarnainovaçãonoprocessodedesigndeacordocomLópez(2015)são:aempatiacomosusuários;amultiplicidadepossibilitandoamisturadediferentesdisciplinaseculturas;a intuição, palpite; a implementação de prototipagem; tentativas e erros; inovar,apostaremnovasideias;trabalharcompessoascomidadeseculturasdistintas.

RESUMO DO TÓPICO 4

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1 De acordo comPinheiro (2016), existemduasdinâmicas para o processo criativo.Umaédivididaemduasetapas:variaçãocega,e retençãoseletiva (CAMPBELL, 1960),eoutracompostaporquatroetapas,propostaporWallas(1962):preparação,incubação,iluminaçãoeverificação.Apartirdetaisetapasrelacioneascolunasaseguir:

2 Neste tópico, identificamos qual é a importância da inovação em nosso contextohistórico,epodemosverificarqueexisteumarelaçãodiretaentreinovaçãoedesign.Combasenessaafirmação,descrevaqualéarelaçãoentredesigneinovação?

3 DeacordocomMoura(2005),odesigneainovaçãocaminhamladoalado,sendoa inovaçãoumaconstantenecessidadedoprofissional dedesign.Apartir doqueaprendemos até aqui, cite as principais características que podem influenciar oprocessocriativo:

AUTOATIVIDADE

(1)Variaçãocega.(2)Retençãoseletiva.(3)Reparação.(4)Incubação.(5)Iluminação.(6)Verificação.

()Obtém as informações necessárias para se trabalhar comalgumproblema.

()Realizaaassociaçãoporfusãodasinformaçõespertinentes.()Geraouseencontraalgumanovidade.() Testaeserefinaosprodutosdaetapaanterior.()Opera o processamento paralelo dessas informações pela

retiradadofocodeatençãodoproblema.() Filtraanovidadedeacordocomalgumparâmetrodeutilidade.

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CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

UNIDADE 2 —

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• analisarossignificadosedefiniçõesdostermoscriatividadeeinovação;

• compreenderasprincipaisteoriasdacriatividade;

• conhecerasprincipaisclassificaçõesdainovação;

• refletirsobreasprincipaiscaracterísticasdaspessoascriativaseaimportânciadamotivaçãonesseprocesso.

Estaunidadeestádivididaemtrêstópicos.Nodecorrerdela,vocêencontraráautoatividadescomoobjetivodereforçaroconteúdoapresentado.

TÓPICO1–MODELOSEFERRAMENTASDACRIATIVIDADE

TÓPICO2–CARACTERÍSTICASECLASSIFICAÇÃODAINOVAÇÃO

TÓPICO3–CARACTERÍSTICASDACRIATIVIDADEEAIMPORTÂNCIADAMOTIVAÇÃO

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

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CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 2!

Acesse o QR Code abaixo:

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TÓPICO 1 —

MODELOS E FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

OstermosCriatividadeeInovaçãoestãocadavezmaisfrequentesepresentesem nosso cotidiano. Com base na importância desses termos, vamos abordar seusconceitosesuasrelaçõescomacriaçãodenovosconhecimentos.Vamosinvestigar,também,comoocorreoprocessodecriatividadenanossamentepormeiodomodelodepensamentoverticalelateralidentificadoporBono(1995).

Apartirdessapercepçãomental,entenderemosqualéa importânciadosfatoresexternosnoprocessode criaçãodenovas ideiasdasprincipais teorias identificadasnaliteratura:TeoriadeInvestimentoemCriatividadedeSternbergeaTeoriaComponencialdeCriatividadedeAmabile.

Trataremos do processo de criatividade, analisando algumas ferramentaselaboradaspara incentivaracriaçãodenovas ideiascomo:Brainstorming, Benchmarking, Design Thinking, Brainwriting, Business Model Canvas, MapamentaleSCAMPER.

Vamoslá?

Bonsestudos!

2 EM BUSCA DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE

Paradarcontinuidadeaosnossosestudos,primeiramente,énecessárioterbemdefinidooconceito,osignificadodecriatividade.Seanalisarmosaliteratura,nósvamosencontrarinúmeraspesquisasqueconceituamestetermo.NavisãodeBaer(2012),acriatividadepodeserconsideradacomoaprimeiraetapadoprocessodeinovação,poisestárelacionadaaodesenvolvimentode ideiasquesãonovaseúteis.Uma inovaçãopodeserconsideradaoresultadodeumaideiacriativaapóssuaimplementação.Devidoaessapossívelrelaçãoentre“criatividade”e“inovação”,muitasvezesosdoistermossãoutilizadoserroneamentecomosinônimos.

Coconeteet al. (2003)por suavez, afirmaqueacriatividadeéumprocessoque consiste de quatro estágios principais: (1) preparação; (2) imaginação; (3)desenvolvimento;e(4)ação.

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FIGURA 1 – QUATRO ESTÁGIOS DO PROCESSO DE CRIATIVIDADE

FONTE: Coconete et al. (2003)

JánavisãodeDatta(2007),énecessárioagregaraoconceitodecriatividadeumavariávelconsideradaimportante,oconhecimento.Paraesteautor,acriatividadeéoprimeiropassonadireçãodamobilizaçãoeaplicaçãodoconhecimento,definindocriatividadecomosendooprincípiodeumanovaideiaouperspectivaderivadadeumadadabasedeconhecimento.

FIGURA 2 – MODELO PROPOSTO POR DATTA

FONTE: Adaptado de Datta (2007)

Dados

Informação

ConhecimentoCriatividade

Inovação

Nestemodelo,osagentesidentificadoscontribuemparaotimizaroconhecimento,transformações, isto é, dados em informação, informação em conhecimento,conhecimento em criatividade, criatividade em inovação e, finalmente, a difusão dainovaçãoemdados.Éumciclodeconhecimentodirigidoporagentescriação,usoereutilização (DATTA, 2007). Os agentes de criatividade estimulam a criatividade a partirdoconhecimentoesintetizam ideiascriativas.Jáosagentesde inovaçãotransformamideias criativasem inovação, empurrandoconceitosviáveis paraopipeline de inovação àmedidaqueoprodutoouprocessoavança(DATTA,2007).

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Jessop(2002)acrescentaqueacriatividadenãoéumconceitomágico,éapenas,o exercício de habilidades de alto nível já classificadas pela literatura científica: análise,síntese e avaliação.Assim, tem-seque a criatividade éumprocessode transformaçãode conhecimento e ideias prévias em uma ideia inovadora que, em si, constitui umnovoconhecimento.Oautorenfatizaqueopensamentoéoprocesso intelectualmentedisciplinadodeconceituar, aplicar, analisar, sintetizare/ouavaliar informaçõesativamente ehabilmentecoletadasde—ougeradaspor—observação,experiência,reflexão,raciocíniooucomunicação,comoumguiaparacrençaeação.Nesseviés,Jessop(2002)infereque opensamentocríticoabreocaminhodoprocessocriativo.

FIGURA 3 - FATORES PARA CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Jessop (2002)

Avaliação

Análise

Síntese

Jessop (2002)

Cabe destacar que criatividade e inovação podem estar relacionadas como vimos no decorrer desta unidade, mas possuem conceitos distintos! Vamos ver essa questão de forma mais detalhada no Tópico 2.

ATENÇÃO

A criatividade pode ser aprimorada com o tempo, sendo necessária muitadedicaçãoetrabalhoduro.Claroqueemcadapessoaodesenvolvimentoédiferente,umavezquealgumashabilidadessãomaisaguçadasqueoutras.Quandoouvimosapalavracriatividade,muitasvezes,nossa imaginaçãoa relacionacompessoastendoinsights,oualgoparecido.

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FIGURA 4 – INSIGHT

FONTE: <https://definicao.net/wp-content/uploads/2019/05/insight-3.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.

Os insights surgem da chamada habilidade sintética produzida pormeio dainteligência,umdosfatoresdaTeoriadoInvestimentodeSternbeg,queserádescritamaisàfrente.

Portrazdeumagrandeideiaexistemváriasoutras,assim,Jessop(2002)enfatizaqueonovoconhecimentodecorredacombinaçãodoconhecimento jáexistente(ideiasprévias),comnovasideias.Paraisso,emumprimeiromomento,énecessárioidentificareesclarecerumproblema(JESSOP,2002).

FIGURA 5 – NOVO CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Jessop (2002)

Aseguir,listamosasprincipaisdefiniçõesencontrasnaliteraturasobrecriatividade.

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QUADRO 1 – DEFINIÇÕES DO TERMO “CRIATIVIDADE”

FONTE: Adaptado de <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/principais-conceitos-de-criatividade/60845>. Acesso em: 18 jun. 2020.

AUTORES CONCEITO – DEFINIÇÃO

AlencareFleith(2009,p.13)

A criatividade é um conceito relativo, os produtos sãoconsideradoscriativossomenteemrelaçãoaoutrosemumdeterminadomomentodahistória.

AlencareFleith(2009,p.13,14)

A criatividade implica a emergência de um produto novo,sejauma ideia,uma invençãooriginal,sejaa reelaboraçãoeaperfeiçoamentodeprodutosouideiasjáexistentes.

RichardSnow(1947)Criatividade não é uma lâmpada na cabeça, como muitosdesenhosanimadosarepresentam.Éumaconquistanascidadeintensoestudo,longareflexão,persistênciaeinteresse.

JoyGuilford(1986)Criatividadeéacapacidadedeencontrarrespostas inusitadas,asquaissechegaporassociaçõesmuitoamplas.

M.Csikzentmihalyi(1996)

Criatividade é qualquer ato, ideia ou produto quemuda umcampojáexistente,ouquetransformaumcampojáexistenteemoutronovo.

Ghiselin(1952)Éoprocessodemudança,dedesenvolvimento,deevolução,naorganizaçãodavidasubjetiva.

Fliegler(1959)Criatividadeocorrequandomanipulamossímbolosouobjetosexternosparaproduzirumeventoincomumparanósouparanossomeio.

Suchman(1981)O termo pensamento criativo tem duas característicasfundamentais: é autônomo e é dirigido para a produção deumanovaforma.

Stein(1974)Criatividadeé oprocessoque resulta emumprodutonovo,que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um númerosignificativodepessoasemalgumpontonotempo.

Anderson(1965) Criatividaderepresentaaemergênciadealgoúnicoeoriginal.

Torrance(1965)

Criatividadeéoprocessodetornar-sesensívelaproblemas,deficiências, lacunas no conhecimento e desarmonia.Identificar a dificuldade, buscar soluções, formulandohipótesesa respeitodasdeficiências.Testare retestarestashipóteses;e,finalmente,comunicarosresultados.

Amabile(1983)

Um produto ou resposta serão julgados como criativos naextensãoemque:a)Sãonovoseapropriados,úteisoudevalorparaumatarefae,b)Atarefaéheurística (arteouaciênciadodescobrimento)enãoalgorística.

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Com a descoberta do potencial da criatividade, modelos de processoscriativos foram introduzidos nas mais diversas áreas do conhecimento, incentivandoodesenvolvimentodenovosprodutos,eatransformaçãodealgoquejáexisteemalgoinovador.

Dicas de livros sobre criatividade:

• A coragem de criar, do psicólogo Rollo May, 1982. Editora: Nova Fronteira.• Criatividade: abrindo o lado inovador da mente, de José Predebon, 2013.

Editora: Atlas.

DICA

3 MODELOS DE CRIATIVIDADE

Oconceitocriatividadeéprincipalmentealvodeestudosdaáreadepsicologiaesociologia,dandoorigensaváriasteoriasqueobjetivamexplicartalprocesso.

Elaspodemserdecorrentesdequatrosaspectos:“dopontodevistadapessoacriativa,dopontodevistadosprocessosmentaisenvolvidosnoacontecimentocriador,dopontodevistadainfluênciaambientaleculturalnaemergênciadopotencialcriativoedopontodevistadoprodutocriativo”(SAKAMOTO,2000,p.51).

Omodelodopensamento lateralevertical sãoexemplosdeteoriasquetêmcomobaseosaspectosdeprocessomentais.Bono(1995)enfatizaqueopensamentovertical é responsável pelo desenvolvimento do raciocínio lógico, já o lateral estárelacionadoàutilizaçãocriativadamentehumana.

ComoacompanhamosnaUnidade1,oconhecimentohumano,apartirdesuaracionalidade,sempretevecomofundamentodiversascrençasemitologiasdeacordocomsuacultura.Arazãoeraumaverdadeabsoluta,emquesóexisteumarespostareal,ouverdadeira,para issoqualquerproblemapodeser resolvidoseseguirmosatéofim umahabilidadelógicapararesolvê-lo(BONO,1995).

Assim,omodelodopensamentovertical, tambémconhecidocomo racionaloulógicosegueumalinhaderaciocíniolinear,quetemumatrajetóriapré-definidapormeiodeconhecimentosexistentes,comoporexemplo,a resoluçãodeumproblemadematemáticapormeiodefórmulasjáestabelecidas.Emoutraspalavrassãopensamentosquepartemdeconhecimentosvalidados(BASTARDAS,2019).

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Opensamento lateral,todavia,é responsávelpelodesenvolvimentodanossacriatividade,pelosurgimentodenovasideias.DeacordocomAlencar(1996),tambéméconhecidocomopensamentocriativo,divergenteouampliativo.Essamodalidadedepensamentoquesecaracterizapelaproduçãodemuitas ideias,emespecialnovaseoriginais,nãolembradasanteriormentepelapessoaoupeloseugrupo(ALENCAR,1996).

No modelo de pensamento lateral, a criatividade é um fator de mudançaconstante,quereestruturaosmodelosjáestabelecidos.Assim,visamudança,inovaçãoemideiasdeliberadashámuitotempo.Talmodeloprocuracriarnovosfocoseexplorartodasaspossibilidadespossíveis(ALENCAR,1996).

FIGURA 6 – PENSAMENTO VERTICAL X PENSAMENTO LATERAL

FONTE: Parolin (2003 apud ARANDA, 2009, p. 23)

PENSAMENTO VERTICAL PENSAMENTO LATERAL

Modoóbviodeencararassituações;necessitadeumaestruturaconceitualbásicaaceita.

Modo específico de pensar estimulado pelaatitude e pelo hábito mental (pensamentocriativo).

Direciona o pensamento de acordo com oprocessoconvencionalderesolverproblemas,obtendoaltaprobabilidadedeacertos.

Estimulaaflexibilidadedamenteparamodosalternativosderesolverproblemas,combaixaprobabilidade de acertos se comparando aoconvencional.

Alógicaassumeocontroledamente.Ideiasdominantes,adequadasepolarizantes.Classificaascoisasparacontrolaraimprecisão.Contexto rigidamente definido (estar certo acadapasso).

Alógicaestáaserviçodamente.Ideiasnovas,promovidaspeloaguçamentodapercepçãoedossentidos.Fluidezdinâmicaquesealimentadopotencialilimitadodocaos.Exigetalentoeoriginalidade.

DeacordocomaFigura6,podemosconstatarqueopensamentoverticallimita acriaçãodenovasideias,devidoconsistiremconhecimentoprévio.Valeressaltarqueosdoissecomplementam(BONO,1995).

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FIGURA – DIFERENÇAS ENTRE PENSAMENTO LATERAL E VERTICAL

FONTE: <http://gestor.pt/imagens/pensamento-vertical-lateral-150x150.png>. Acesso em: 18 jun. 2020.

• A importância do processo a seguir. Nopensamentolateral,oqueimportaéaeficáciadaconclusão,semdarimportânciaaoscaminhosseguidosparaalcançaresta conclusãoou semter emconta seosmesmos sãocorretos, umavezquetodossãocontemplados.Aoinvés,paraalcançarasoluçãocorretanopensamentovertical,omaiséimportante,éacorrentedeideiasparachegaraessaconclusão.

• O objetivo do processo. Comoconsequênciadadiferençaanterior,opensamentovertical busca alcançar uma solução através de uma única direção previamentedefinida.Porsuavez,opensamento lateralnãobuscaseguirumadireçãoparaalcançar uma solução, se move para elaborar uma nova direção, busca umarestruturaçãodasideias,amudança.

• O respeito pelos passos estabelecidos. O correto funcionamento dopensamento vertical implica uma sequência de ideias, os passos previamenteestabelecidos para alcançar a solução correta devem ser seguidos e pular ospassosalteraaresposta,cadapassodependedoanterior.Opensamentolateralpermite saltar passos, efetuar saltos de um passo a outro, não importando asequênciadosmesmos.Assim,avalidezdasoluçãonãodependedofatodeocaminhoserocorreto,seatribuiimportânciaacriaçãodanovaconclusão.

• Relação com outros temas. No pensamento vertical, não se têm em contaasconsideraçõesquenãoparecemestarrelacionadascomotemaqueseestátrabalhando, no pensamento lateral todas as opções são baralhadas, emboraestaspossampareceralheiasaocontextosobreoqualsetrabalha,umavezquequantomenorforarelaçãocomaideiaestabelecida,maispossibilidadesexistemdeestabelecernovosconceitos.

• A missão. Opensamentoverticaléregidopelaevidência,enquantoqueolateralprocuraencontrarofocomenosóbvio.

• A solução. Oobjetivodopensamentoverticaléalcançarumasolução,existindosempreumasoluçãomínima.Poroutro lado,opensamento lateralnãogarantesemprequesepossaencontrarumasolução,masincrementaaoportunidadedeencontrarumasoluçãomelhor.

FONTE: <https://br.psicologia-on-line.com/pensamento-lateral-o-que-e-caracteristicas-e-exemplos-211.html>. Acesso em: 18 jun. 2020.

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Alémdessemodelo,iremosabordar,naseçãoaseguir,aTeoriadeInvestimentoemCriatividadedeSternbergeLubart(1996),eoModeloComponencialdaCriatividade,deAmabile (1997).Ambaspartemdapercepçãodecriatividadecomoumfenômenosociocultural,considerandocomoprincipaisvariáveisasinteraçõesdoindivíduocomadasociedade,possibilitandoodesenvolvimentodopotencialcriativo,independentedeidade,sexooucondiçãosocial(OLIVEIRA,2010).

Quer saber mais sobre o modelo de pensamento vertical e lateral?

Acesse: https://www.hellerdepaula.com.br/pensamento-lateral/

DICA

3.1 TEORIA DE INVESTIMENTO EM CRIATIVIDADE DE STERNBERG

Na Teoria de Investimento em Criatividade de Sternberg, o autor enfatiza anecessidade da interação de um conjunto de fatores, entre eles, variáveis culturais,sociaisehistóricas.Alémdisso,nessemodeloé integradoofatorambiente,ealgunsatributos internos que contribuem para o funcionamento criativo, destacando-se ainteligência,estilocognitivoepersonalidade/motivação(ALENCAR;FLEITH,2003).

Oliveira(2010)enfatizaqueaTeoriadoInvestimentoemCriatividade,defendequeacriatividadeédecorrentedeseisfatoresdistintosqueseinter-relacionamenãopodemservistosisoladamente:

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FIGURA 7 - FATORES DA TEORIA DE STERNBEG

FONTE: Adaptado de Oliveira (2010)

DeacordocomSternbergeLubart(1996),acriatividaderequeruma confluência deseis recursosdistintos,mas inter-relacionados:habilidades intelectuais (inteligência),conhecimento,estilosIntelectuais,personalidade,motivaçãoeambiente:

• Habilidades Intelectuais (Inteligência): na inteligência são três as habilidadescognitivas essenciais: (1) ahabilidade sintética para enxergar um problema denovasmaneiras; (2)ahabilidade analíticadereconhecerquais ideiasdealguémsãoviáveis e nãoviáveis; (3) ahabilidade prática-contextual para convencer/persuadiroutraspessoas.Essastrêshabilidadesdevemserusadasemconjunto.

• Estilos Intelectuais:nosestilos intelectuais,Sternbergdivideemestilo legislativo (formula problemas, preferência por pensar em novas maneiras de sua própriaescolha);estilo executivo (gostopelaimplementaçãodeideias,prefereproblemascom estrutura clara e bem definida); e estilo judiciário (avalia constantementepessoas,tarefaseregras,temprazeremdaropiniõeseanalisarasdosdemais).

• Conhecimento:é precisosaberosuficientesobreumcampoparaavançar. Nãosepodeiralémdeondeestáumcamposenãosesabeondeestáocampo.Éfundamentalpara se entender o problema, sendo distintos emconhecimento formal (adquirido pormeiodaeducaçãoformal, racional);econhecimento informal (adquiridopormeiodeautodedicação/autodidatismo,éintuitivo).

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• Personalidade: predisposição a correr riscos, autoconfiança, tolerância àambiguidade, coragemde expressar as próprias ideias, perseverança, autoestima,fatores nem sempre presentes juntos. Esses traços podem ser influenciados porcondiçõesambientaise,portanto,tambémpodemseradquiridos.

• Motivação: tanto intrínseca (que vem do interior da pessoa) como extrínseca(influenciadaporfatoresexternos),juntam-separafortaleceracriatividade.

• Ambiente: pode-se ter todos os recursos internos necessários para pensarcriativamente,massemalgumapoioambiental(porexemplo,umfórumparaproporessasideias),acriatividadequeumapessoatemdentrodelapodenuncaserexibida.Elefacilitaaexpressãodacriatividadeeinteragecomvariáveispessoaisesituacionais deumaformacomplexa.

A partir da habilidade de enxergar um problema (inteligência), Sternberg eLubart(1996)evidenciamtrêstiposdeinsights:

FIGURA 8 - TIPOS DE INSIGHTS

FONTE: Adaptado Sternberg e Lubart (1996)

DeacordocomSternbergeLubart(1996),noinsightdecodificação seletiva a pessoaconseguenaresoluçãodeumproblema,distinguiraimportânciadedadosquepodemounãoserprontamenteóbvios.No insightdecomparação seletivautiliza-seahistóriapararesolverproblemasatuais.Eno insightdecombinação seletivaocorreo agrupamento de informações que não se inter-relacionam entre si (STERNBERG; LUBART,1996).

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Assim, a teoria de Sternberg inclui distintos elementos identificados empesquisas anteriores considerados importantes na produção criativa, por exemplo,aspectos presentes no modelo componencial, proposto por Amabile (1997), que descreveacriatividadecomoresultadodamotivação,habilidadesrelevantesdedomínioeprocessoscriativosrelevantes.

Englobatambémestudossobreostraçosdepersonalidade,sendoaltamenteenfatizadosnascontribuiçõesdeMacKinnon(1965)eBarron(1969).Taisautoresqueinvestigaram atributos de personalidade de profissionais de diversas áreas que sedestacaramporsuaproduçãocriativa(ALENCAR;FLEITH,2003).

Na teoria de Sternberg também evidenciamos elementos comuns com aabordagem sistêmica de Csikszentmihalyi (1988a, 1988b, 1988c, apud ALENCAR;FLEITH,2003),queconsideraacriatividadecomoresultadodeelementosdapessoa,dodomínio(áreadoconhecimento)edocampo(especialistasdeumaáreaespecíficaquetêmopoderdedeterminaraestruturadodomínio).

Mesmo descrevendo esses fatores, Sternberg e Lubart (1996) ressaltam quenemtodossão relevantesparaacriatividade.Cadaumdelesdeveservistodeformainterativa com os demais e jamais de forma isolada, salientando: alta inteligência naausênciademotivação,ouconhecimentoamplonaausênciadehabilidade intelectualparacompreendereutilizartalconhecimento,levaránomáximoaníveismoderadosdeperformancecriativa(ALENCAR;FLEITH,2003)

Na Teoria do Investimento, os fatores que se inter-relacionam estão atrelados à habilidade cognitiva sintética de redefinir problemas, ver o mesmo sob um novo ângulo.

Além disso, utiliza sua inteligência por gosto, prazer em criar suas próprias regras de trabalho e maneiras de resolver problemas (estilo legislativo).

IMPORTANTE

3.2 MODELO COMPONENCIAL DE CRIATIVIDADE DE AMABILE

O Modelo Componencial da Criatividade explica de que forma os fatorescognitivos,motivacionais, sociaisedepersonalidade influenciamoprocessocriativo(OLIVEIRA,2010).

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Conforme jáabordamosno iníciodestaunidade,acriatividadeéconsideradaoprimeiropassoda inovação.Assim,oModeloComponencialdaCriatividadevisaexplicarcomofatorescognitivos,motivacionaisesociaispodem influenciarnoprocessocriativo(OLIVEIRA,2010).Nessemodelo,sugeridoporTeresaAmabile,énecessárioumconjuntodecomponentesconsideradosnecessáriosesuficientesparaaproduçãocriativaemqualquerdomínio(ARANDA,2009).

Essemodelopossuitrêscomponentesessenciais:

• capacidadesrelevantesnumdeterminadodomínio;• capacidadesrelevantesdecriatividade;• motivaçãoparaumadeterminadatarefa. 

Após várias tentativas, Amabile (1997) elabora um Modelo Componencial deCriatividadedescritonafiguraaseguir:

FIGURA 9 - MODELO PROPOSTO POR AMABILE

Fonte: Adaptado de ARANDA (2009)

Omodelovisaexplicardequemaneiraosfatorescognitivos,amotivaçãodoindivíduo,osfatoressociaiseapersonalidadeinfluenciamnoprocessocriativo. Afirmandoqueestestrêscomponentestêm,obrigatoriamente,queestareminteração,Amabile(1997)apontaqueseissonãoacontecer,nãohaveráprocessocriativo.

Motivação

Expertise Habilidadescriativas

Criatividade

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De acordo comAmabile (1997), a expertise é fundamental para criatividade,sendocomoumconjuntodepercursoscognitivosseguidopararesolverumdeterminadoproblema. A habilidade criativa é um estilo cognitivo favorável para tomar novasperspectivassobreproblemas.Jáamotivaçãocontribuiparaadquirircompetênciasdeoutrasáreas.

AlémdetaiscomponentesomodeloelaboradoporAmabile(1997)édivididoemcincoestágios:

FIGURA 10 – ESTÁGIOS DA CRIATIVIDADE

FIGURA 10 – ESTÁGIOS DA CRIATIVIDADE

I. Identificação do problema

II. Preparação

III. Geração de resposta

V. Resultado

IV. Comunicação evalidação da resposta

Sendoabasedomodelodecriatividade,o itemidentificaçãodoproblema(i)está relacionado aomomento emqueo indivíduo identificaumproblemaespecíficocomotendovalorparasersolucionado.Napreparação(ii)sãoarmazenadasinformaçõesrelevantesparasoluçãodoproblema.

Após a preparação ocorre a fase de geração de resposta (iii), em que sãogeradasváriaspossibilidadesderespostasrelativasaoproblema,emqueénecessárioacomunicaçãodaideia—comunicaçãoevalidaçãodaresposta—(iv).Porfim,temosoresultado(v),emqueérealizadaatomadadedecisão(CONCEPTBOARD,2013).

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Segundo Amabile (1997, p. 35), “um produto, ou resposta, será julgado como criativo na medida em que é novo e apropriado, útil, correto ou de valor para a tarefa em questão, e a tarefa é heurística e não algorística”.

ATENÇÃO

4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE

Alémdosmodeloseteoriasapresentadosatéaqui,existemdiversasferramentasquevisamincentivaroprocessodecriatividade,tantodeformaindividualoucomocoletiva.Essessãopotenciais recursos,quecadavezmais sãoutilizadospelasempresasvisando inovaçõesemprocessoseprodutos.

Vamos conhecer alguns desses instrumentos e suas principais características nodecorrerdestaseção.

4.1 SCAMPER: TÉCNICA PARA GERAÇÃO DE IDEIAS

OmétodoScamperfoicriadaporBobEberle(1971),eéumatécnicaquevisaestimularacriatividade.Elevisaincentivarageraçãodeideiassobreumadeterminadaproblemática,estimulandoainovaçãoemumprodutojáexistenteounovo.Essatécnicatambéméconhecidacomoinstrumentodeaprendizagemquepossibilitaaflexibilidadeeoriginalidade(SANTOS,2012).Seunomeécompostopelasiniciaisdeseteaçõesdatécnica(SANTOS,2012,p.102):

Substituir.Combinar.Adaptar.Modificar.Procuraroutrosusos.Eliminar.Rearrumar.

Essaferramentapodeseraplicadaparausogeral, sendopoderosanamedidaem que recorre a um conjunto estruturado e completo de questões que objetivampotencializaronascimentodenovassoluções,fácildeusarequerecorreaumachecklistdequestõespara estimular o aparecimentode ideias.Tambémé adequado seuusopararedefiniçãodeprocessoouproduto,possibilitandoumolhardistintodohabitual(SANTOS,2012).OmétodoSCAMPERécompostopelasetapasdescritasnaFigura11:

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FIGURA 11 – SCAMPER

FONTE: <http://aprendeai.com/wp-content/uploads/2018/07/scamper.png>. Acesso em: 20 jun. 2020.

De acordo com Ruggieri(2013) cada etapa deve:

• Substituir: visa à intenção de determinar o que é que pode ser utilizado comosubstituto daquele pensamento. Nessa etapa é primordial analisar qual produtoouserviçoexistentepodesersubstituído.Emtermosgeraisessafaseconsistenasubstituição.

• Combinar:nessaetapa,oobjetivoé investigarcomocombinar ideiaseobjetosparadesenvolvernovosprodutosouserviços.

• Adaptar:consisteemsabercomosepodeadaptarumaideiaexistenteoua ideia deoutrapessoa.

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• Modificar:nesteprocesso,apartirdeuma ideia jáexistente,tenta-seatribuir-lheumanovautilização,umamodificaçãonoprodutoouserviçoaqualquernível (forma,dimensão, peso, tempo, frequência, velocidade, entre outros). Nessa fase, a questãoasercolocadaéaseguinte:“dequeformaoprodutoouserviçopodesermodificado,aumentadoe/oureduzindo”?

• Procurar outros usos:oobjetivonestafaseéencontrarutilizaçõesalternativasparaideiasexistentes,istoé,identificarseaideiaelaboradatambémpodeserutilizadaemoutrosmercados.

• Eliminar:esteéoprocessodaeliminação,reduçãoouadiçãodenovosingredientes,componentes, partes de produção ou serviços, de modo a alterar uma ideia oupensamentonaeliminaçãodeváriaspartesoucaracterísticasdoprodutoouserviço,deformaasolucionaralgunsproblemas.

• Rearrumar:reverteroprodutoouoserviçodemodoacriaroutraideia.Ainversãodasequênciaemqueastarefasestãosendoexecutadasouaconversãodoespaçonapossibilidadedecriaçãodeumnovoconceitoouachamadadeexploraçãodenovaspossibilidadesnotempoenoespaço.

4.2 MAPA MENTAL

Omapamentaléumatécnicaqueauxilianaorganizaçãodas informaçõesememorizaçãodeconteúdo,contribuindo,assim,paraasuacompreensãoeassimilação.EssaferramentafoielaboradaporTonyBuzaneobjetivaorganizarasinformaçõesdeformasistemáticaeharmônica,auxiliando,também,naidentificaçãodeoportunidadeseplanejamentodeprojetos.

Geralmenteéelaboradanopapel,inserindoimagensoupalavras,relacionadasaumalembrança,edesencadeandonovasideias(BUZAN, 2009).

Eledeveserconstruídonoformatodeumneurônio,econtribuinaorganizaçãodopensamentodeformavisual,emumtipodediagramaquevisa,pormeiodavisualizaçãodainformaçãoeorganizaçãodasmesmas,explicar,relacionarconceitoscomplexosdeformasimpleseobjetiva(SBCOACHING, 2018b).

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FIGURA

12 – MO

DELO

DE M

APA

MEN

TAL

FON

TE: <https://ww

w.m

apamental.org/w

p-content/uploads/2015/02/como-fazer-m

apa-mental-1024x450.jpg>.

Acesso em

: 18 jun. 2020.

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Nasorganizações,essatécnicavemsendoamplamenteutilizada,umavezqueauxilianaidentificaçãodeoportunidadesenoplanejamentodenegócio.Elaserveparaorganizarideiasordenadamente,sendoextremanteútilnoscenárioscorporativos.DeacordocomBuzan(2009),podemosutilizá-losemdiversasáreas,comonotrabalho,naescola, entre outros, podendo ser empregados para leitura, desenvolvimento de novasideias,revisãodeconteúdo.

Asvantagensdaelaboraçãodemapasmentaissão:definiçãonítidada ideiaprincipal; reconhecimento imediato das ideiasmais importantes; torna a revisão deinformaçõesémaisefetiva;epermiteinserçãodeconceitosadicionaisacadatópico domapamental(BUZAN,2009).

4.3 BUSINESS MODEL CANVAS

Criada por Alexander Osterwalder (2010), o Business Model Canvas é umaferramenta que auxilia na criação de modelo de negócio, e reúne as informaçõesimportantes de forma rápida e sistêmica. Ele permite a identificação de todas asestratégiasdonegóciodeformavisual,eobjetivaauxiliarasempresasavisualizaremofuturodeformasistêmica.

Consisteemumquadrocompostoporquatroblocosdivididospornoveetapasnototal.Recomenda-sequesejaelaboradoemtamanhograndeparaqueaequipetenhauma boa visualização, contribuindo para constantes alterações com uso de post-its oumarcadores.

FIGURA 13 – MODELO CANVAS

FONTE: <https://bit.ly/3JKQg76>. Acesso em: 18 jun. 2020.

parceriasprincipais

atividades-chave

proposta de valor relacionamento com clientes

segmentos de clientes

estrutura de custos

recursos principaiscanais

fonte de receitas

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Asnoveetapassãodescritasaseguir(ANDRADE,2018):

• Seguimento de clientes: neste item é identificado para quem estamos criandovalor,osconsumidores importantes.Essecomponentedefinegruposdepessoas/organizaçõesqueaempresatemcomopúblico-alvo,divisãodessesgruposesuasnecessidades.

• Proposta de valor:paraidentificarapropostadevalor,deve-semensurarqualéovalorqueseráentregueaosclientes,equalproblemaseobjetivaajudararesolver. Essecomponenteé relativoaomotivodosclientesescolheremumadeterminadaempresa.ApropostadevalornoCanvasdeve resolverumproblemaousatisfazeralgumanecessidadedocliente.

• Canais:oscanaisreferem-seàformaqueaempresasecomunicacomosclientes,desdeomomentodaaquisiçãodoprodutoatéosuporteapósacompra.

• Relacionamento com os clientes:norelacionamentoprecisa-sedefiniroclientedeacordocomasmotivaçõesdaempresaemrelaçãoàsuaconquista,retençãoeampliaçãodasvendas.

• Fontes de receita:asfontesdereceitadaempresarepresentamodinheirogeradoapartirdecadasegmentodeclientes.

• Recursos principais: esses são os recursos que a empresa necessita para criarsuapropostadevalor.Elespodemserrecursosfísicos,comofábricas,máquinaseveículos.

• Atividades-chave: as atividades-chave são as atividadesquenãopodemdeixardeacontecerparaaempresafuncionarbem.Elassãoasaçõesmaisimportantesaseremexecutadas.

• Parcerias principais: são os fornecedores e os parceiros que permitem que onegóciodesenvolvadeformaotimizadaemaiseconômica.Comessasalianças,ficamaisfácilconseguirrecursosereduziracompetitividade.

• Estrutura de custo: essaestruturapodeenvolvercustosfixosevariáveis.Algumasempresasfocamemmodelosdenegóciosdirecionadospelocusto,portanto,tendem aminimizá-loemsuasatividadesaomáximo.

4.4 BRAINWRITING

O Brainwriting criado por Rohrbach (1969) foi desenvolvido com base nobrainstorming,apartirdapercepçãoquealgumasideiasiniciaissãodesenvolvidasdemaneiraintensiva,osresultados,soluçõespodemsermelhores.Paracriaçãodenovasideias por esse método, primeiramente é necessário a análise e conhecimento doproblema(DECARVALHO;BACK,2000).

Em termos gerais, essa técnica permite criar 108 ideias em 30 minutos(BALTAZAR,2019).

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FIGURA 14 – BRAINWRITING

FONTE: <https://cms-assets.tutsplus.com/uploads/users/23/posts/26451/image/brainwriting-idea-generation-process.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.

O Brainwritingéumaexcelenteferramentaparacriaçãodeideias,naqualosenvolvidosdevemsereuniremcírculo,comumafolhaembrancoouumformulário.Adinâmicaconsistenacriaçãodeideiasapartirdeumdeterminadotempo.

Ao encerrar o tempo, o participante deve repassar sua folha ao colega daesquerdaepegarafolhadocolegadadireitacomplementandosuas ideias,tambémemtempopré-estabelecido.Nofinal,quandocadafolhadeideiasretornaràpessoaqueiniciouescrevendo,terámaisde108ideiascriadas.Porfim,asideiassãoanalisadasedebatidasemgrupo.Émuitoutilizadaparacriaçãodecampanhasounovosprodutos,bemcomo,novasmetodologias(BALTAZAR,2019).

4.5 DESIGN THINKING

O Design Thinking,deacordocomViannaet al.(2012,p.13),“serefereàmaneiradodesignerdepensar,queutilizaumtipoderaciocíniopoucoconvencionalnomeioempresarial, o pensamento abdutivo”. Ele contribui na resolução de problemas e nodesenvolvimento de produtos e/ou projetos, colocando as pessoas no centro dasdecisões.Paraisso,visaaomapeamentoeàintegraçãodaexperiênciacultural,avisãodemundoeosprocessosinseridosnavidadosindivíduos,nointuitodeobterumavisãomaiscompletanasoluçãodeproblemase,dessaforma,melhoridentificarasbarreirase geraralternativasviáveisparatranspô-las(ENDEAVORBRASIL,2018).

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FIGURA 15 - DESIGN THINKING

FONTE: <https://aprendeai.com/wp-content/uploads/2018/07/Design-Thinking-03-2.png>.Acesso em: 18 jun. 2020.

Entendimento Observação Ponto de Vista Ideação Prototipagem Teste Iteração

AsetapasdoDesign Thinking,deacordocomEndeavorBrasil (2018), sãoasseguintes:

• Identificar onde encontrar oportunidades de inovação:nestaetapaénecessárioconhecimento próprio e do ambiente externo para poder descobrir onde encontrarcaminhosparainovar.“Conhecerospontosfortes,asfragilidadesdaconcorrência,as condições macroeconômicas etc.  Análise SWOT,  Benchmarking, pesquisas demercado e reuniões multidisciplinares conduzirão às respostas para esse ponto”(ENDEAVORBRASIL,2018,s.p.).

Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores da Harvard Business School, e posteriormente aplicadas por inúmeros acadêmicos, a análise SWOT estuda a competitividade de uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Oportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) (SILVA et al., 2011, p. 2).

ATENÇÃO

• Descobrir a Oportunidade de Inovação: etapa resultante do item anterior.“PesquisasqualitativasetrabalhocomsoluçõesdeBig Social Datapodemindicar,muitoalémdosetor,qualé,defato,aoportunidadequeomercadodesenhaaoseunegócio”(ENDEAVORBRASIL,2018,s.p.).

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“Big Data é o grande volume de dados produzidos por diferentes fontes autônomas, distribuídas e descentralizadas. A análise de Big Data em redes sociais on-line é denominada de Big Social Data” (FRANÇA et al., 2014, p. 23).

NOTA

• Desenvolver a Oportunidade de Inovação (Produto ou Serviço): o Design Thinking começaatomarcorponestaetapa. “Oprodutoouserviçocomeçaaserdesenvolvido, partindo, não de pressuposições ou análises estatísticas frias (algocomumnomercado),masapartirdasnecessidadesepercepçãodevalordocliente”(ENDEAVORBRASIL,2018).

• Testar as ideias – protótipos:umaboaopçãonessaetapasãoasstartups,paralançar“umaversãomaissimplesdeumproduto,quepodeserlançadaemperíododetestes,paraverificar,semgrandesgastos,seaideiarealmenteatingeasnecessidadesdoconsumidorfinal”(ENDEAVORBRASIL,2018,s.p.).

O termo startup surgiu nos Estados Unidos, e se popularizou no Brasil entre os anos de 1996 e 2001. Define-se como um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócio inovador, repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza e com soluções a serem desenvolvidas.

FONTE: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-uma-startup,6979b2a178c83410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 18 jun. 2020.

NOTA

• Implementar a solução: apóstestescomrespostaspositivasacercadoproduto,ele já está pronto para ser lançado. “É importante entender que o processo dedesenvolvimento do produto é contínuo e incremental, ou seja, a ideia serámelhoradapermanentementeatravésumprocessodecopartipaçãoentretodososseusstakeholders(clientes,fornecedores,colaboradoresinternosetc.)”(ENDEAVORBRASIL,2018,s.p.).

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4.6 BENCHMARKING

O Benchmarking consiste na análise das melhores práticas utilizadas pelasempresasdemesmosetor.Benchmarkingvemdapalavradeorigeminglesabenchmark,quesignifica“referência”.Éessencialparaoaprimoramentodeprocessos,produtoseserviços, possibilitando inovação emaior competitividade entre as organizações. DeacordocomCosta (1999,p. 22), “éumapoderosa ferramentadegestãoempresarial,mundialmentedifundidaeutilizadapara transformarasorganizaçõese introduzir asmudançasnecessáriasàmelhoriadeseusprocessos,práticaseresultados”.

4.7 BRAINSTORMING

O Brainstorming, também chamado de “tempestade de ideias”, é umaferramentaquevisa incentivaracriatividadedeumdeterminadogrupo.Consisteemreuniõesrealizadasparaidentificarpossíveissoluçõesdeumproblema.Osparticipantesdevem expor sugestões e discutir sobre elas. Após a chuva de ideias ocorre umaseleção,e,posteriormente,umadefiniçãodequaisdescartarequaissugestõesdevemseraprofundadas(MEIRELES,2001).

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Apartirdeaspectosrelacionadosaodesenvolvimentodamentehumanaconhecemos o modelo de pensamento lateral responsável pela utilização criativa da mentehumana,eomodelodepensamentoverticalrelacionadoaoraciocíniológico.

• Asprincipaisteoriasdecriaçãodoconhecimentosão:aTeoriadeInvestimentoemCriatividadedeSternbergeaTeoriaComponencialdeCriatividadedeAmabile.

• Na Teoria de Investimento em Criatividade de Sternberg é enfatizado que nosso

comportamento criativo é resultado da interação entre estilos intelectuais,conhecimentos,personalidade,motivação,contextoambientaleinteligência.

• Na Teoria Componencial de Criatividade de Amabile, existe um conjunto decomponentes considerados necessários e suficientes para a produção criativaem qualquer domínio. Nesse modelo distinguimos três componentes essenciais:capacidades relevantes num determinado domínio; capacidades relevantes decriatividade;motivaçãoparaumadeterminadatarefa.Essateoriaobjetivaexplicardequemaneiraosfatorescognitivos,amotivaçãodoindivíduo,osfatoressociaiseapersonalidadeinfluenciamnoprocessocriativo.

• Além dos modelos e teorias, há funcionalidades de algumas ferramentas quepodemaprimorar e incentivar a criatividade, sendo algumasdelas:Brainstorming, Benchmarking, Design Thinking, Brainwriting, Business Model Canvas, MapamentaleSCAMPER.

RESUMO DO TÓPICO 1

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1 Bono (1995) identificou em suas investigações omodelo dopensamento lateral evertical.Para isso, eledividiuoprocessodecriatividadeemdoismodelosapartirdofuncionamentodocérebrohumano:pensamentolateraleopensamentovertical.IdentifiquequaisdascaracterísticaslistadasaseguirsãodoPensamentoLateral(PL)edoPensamentoVertical(PV):

()Modoóbviodeencararassituações;necessitadeumaestruturaconceitualbásicaaceita.

()Direciona o pensamento de acordo com o processo convencional de resolverproblemas,obtendoaltaprobabilidadedeacertos.

()Modoespecíficodepensarestimuladopelaatitudeepelohábitomental(pensamentocriativo).

()Estimulaaflexibilidadedamenteparamodosalternativosderesolverproblemas,combaixaprobabilidadedeacertossecomparandoaoconvencional.

() Lógicaassumeocontroledamente.() Ideiasnovas,promovidaspeloaguçamentodapercepçãoedossentidos.()Exigetalentoeoriginalidade.()Classificaascoisasparacontrolaraimprecisão.

Assinaleaalternativacorreta:a) () PV,PV,PL,PL,PL,PL,PL,PV.b) () PV,PL,PL,PL,PV,PL,PL,PV.c) () PV,PV,PL,PV,PV,PL,PL,PV.d) () PV,PV,PL,PL,PV,PL,PL,PV.e) () PL,PV,PL,PL,PV,PL,PL,PV.

2 Conformedescrito,existemdiversasferramentasquevisam incentivaroprocessodecriatividade, tanto de forma individual ou coletiva. Essas são potenciais ferramentas,que cada vezmais, são utilizadas pelas empresas visando inovações em processose produtos. Com base na importância de tais ferramentas, escolha três delas eidentifiquesuasprincipiascaracterísticas:

3 Combasenasferramentasestudadasparaincentivaracriatividade,tantodeformaindividualoucomocoletiva,assinaleVparaasafirmativasverdadeiraseFparaasfalsas,e,emseguida,assinalearespostacorreta.

AUTOATIVIDADE

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()OBrainwritingfoidesenvolvidocombasenobrainstorming,apartirdapercepçãoquealgumasideiasiniciaissãodesenvolvidasdemaneiraintensiva,osresultados,soluçõespodemsermelhores.

()OBrainwriting,tambémchamadode“tempestadedeideias”,éumaferramentaquevisaincentivaracriatividadedeumdeterminadogrupo.

()OBenchmarkingconsistenaanálisedasmelhorespráticasutilizadaspelasempresasdemesmosetor.

()OBenchmarkingéumaferramentaqueauxilianacriaçãodemodelodenegócio,ereúneasinformaçõesimportantesdeformarápidaesistêmica.

()O mapa mental é uma técnica que auxilia na organização das informações ememorização de conteúdo, contribuindo, assim, para a sua compreensão eassimilação.

a) () V–F–V–F–V.b) () V–F–V–F–F.c) () V–V–V–F–V.d) () V–F–F–F–V.e) () V–V–V–V– V.

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CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO

UNIDADE 2 TÓPICO 2 —

1 INTRODUÇÃO

Agoraque jácompreendemososmodeloseferramentasdacriatividade,vamosestudarainovação.Ainovaçãoeacriatividadeestãorelacionadas,umavezqueparainovarprecisamoscriarnovasideias,sermoscriativos.

Vamos diferenciar os termos: descoberta, invenção e inovação, que muitasvezes são utilizados como sinônimos, mas iremos detectar que esses termos têmsignificadosdistintos.

Após essa contextualização, conheceremos os principais tipos de inovação,sendoeles:inovaçãodeproduto,serviço,modelodenegócio,processo,organizacional,comunicaçãoemarketing.Iremosanalisarsuasprincipaiscaracterísticas.

Estudaremosaclassificaçãodainovação:inovaçãoradical,inovaçãorealmentenova,inovaçãoincrementaleinovaçãoimitativa.Finalizandoestetópico,aprofundaremosnossos estudos, abordando ahistória e evoluçãodoprocessode inovação, tambémfalaremosarespeitodeumagrandetendênciaatual:ainovaçãoaberta.

Ansiosoparainiciarosestudos?

Vamoslá?

2 O QUE É INOVAÇÃO

Agoraquejáestudamosacriatividade,éessencialconhecermososconceitossobreainovaçãoequaissãoassuascaracterísticas,umavezquecriatividadeeinovaçãopodemestardiretamenterelacionadas.

Na literatura, quando pesquisamos sobre o termo “inovação”, encontramosdiversasdefiniçõesconformeilustradonoQuadro2.

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QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE INOVAÇÃO

AUTORES DEFINIÇÃO

SCHUMPETER(2003,p.82-83)

Oimpulsofundamentalqueestabeleceemantémamáquina capitalistaemmovimento vem de novos bens de consumo, de novosmétodosdeproduçãooutransporte,denovosmercadose denovasformasdeorganizaçãoindustrialqueaempresa capitalistacria.[...] A abertura de novos mercados, estrangeiros ou nacionais e o desenvolvimentoorganizacionalapartirdamanufaturaeda indústria[...] ilustram o mesmo processo de mutação industrial [...] queincessantementerevolucionaaestruturaeconômicaapartirdedentro,incessantementedestruindoumavelha, incessantementecriandoumanova.EsseprocessodeDestruiçãoCriativaéofatoessencialacercadocapitalismo.

THOMPSON(1965,p.2)

Inovação é a geração, aceitação e implantação de novas ideias, processos,produtoseserviços.

BECKEReWHISLER(1967,p.463)

[Inovação é] o primeiro ou inicial uso de uma ideia por parte de umconjuntodeorganizaçõescomobjetivossimilares.

ROGERS (1983,p.12)

Uma inovação é uma ideia, prática ou objeto que é percebido comonovoporumindivíduoououtraunidadedeadoção.

ROTHWELLeGARDINER

(1985,3apud TIDD etal.,2008,p.86)

Ainovaçãonãoimplica,necessariamente,apenasa comercializaçãodegrandesavançostecnológicos(inovação radical),mastambémincluiautilizaçãodemudançasdeknow-howtecnológicoempequenaescala(melhoriaouinovaçãopor incremento).

DRUCKER(1985,p.19)

Inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio atravésdoqualexploramamudançacomoumaoportunidade paraumnegócioou serviçodiferente.É capazde ser apresentada comoumadisciplina,deseraprendidaedeserpraticada.

VANDeVEN(1986,p.592)

Contanto que a ideia seja percebida como nova para as pessoas envolvidas,éuma“inovação”,mesmoquepossaparecerserpara outrosuma“imitação”dealgoquejáexisteemoutrolugar.

PORTER(1990,p.74)Companhias alcançam vantagem competitiva através de atos de inovação.Elasabordamainovaçãoemseusentidomaisamplo, incluindotantonovastecnologiasquantonovasformasdefazer ascoisas.

DOSI (1990,p.299apud BAREGHEHet al.,2009,p.1329)

Inovaçãodizrespeitoaprocessosdeaprendizadoedescoberta sobrenovos produtos, novos processos de produção e novas formas deorganizaçãoeconômica,sobreosquais,exante,os atoreseconômicos,muitas vezes, possuem apenas crenças não estruturadas sobrealgumas oportunidades não exploradas, e que, ex post, geralmentesãoverificadaseselecionadas,emeconomias descentralizadasenãoplanejadas,poralgumasinterações competitivas,dealgumaforma,nomercadodeprodutos.

MEZIASeGLYNN(1993,p.78)

Inovação é umamudança organizacional não rotineira, significante edescontínuaqueincorporaumanovaideiaquenão éconsistentecomoatualconceitodenegóciodaorganização.

DAMANPOUR(1996,p.694)

Inovação é concebida como um meio de mudar uma organização sejacomorespostaàsmudançasnoambienteexternooucomo umaaçãopreventivapara influenciaroambiente.Assim,a inovaçãoéaquiamplamente definida de forma a abranger uma variedade de tipos,incluindo novos produtos ou serviços, novas tecnologias de processo,novasestruturasorganizacionaisou sistemasadministrativos,ounovosplanosouprogramas pertencentesaosmembrosdaorganização.

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TUOMI(2002,p.423)

Inovaçãoétantoacriaçãodenovossignificadosquantoacriação denovosartefatosmateriais.Ou–maisexatamente–émuito maisacriaçãodesignificadoqueapenasacriaçãodeartefatos.Devemos,portanto,entenderainovaçãocomoumprocesso multifocaldedesenvolvimento,no qual uma ecologia de comunidades desenvolve novos usospara artefatos tecnológicos existentes, ao mesmo tempo mudandoambasascaracterísticas dessastecnologiasesuasprópriaspráticas. Ainovaçãoéumfenômenosocial.Égeradaeminterações complexasentrevárias comunidades, cadaumacomseus próprios estoquesdeconhecimento e significado. Projetos tecnológicos e práticas sociaiscoevoluem. Portanto, toda a inovação é fundamentalmente umainovaçãosocial.

SMITH(2005,p.149)

Inovaçãoé,pordefinição,novidade.Éacriaçãodealgo qualitativamentenovo, através de processos de aprendizagem e construção deconhecimento. Envolve mudanças de competências e capacidades,produzindoresultadosdedesempenho qualitativamentenovos.[...]Deforma mais genérica, inovação envolve novidades multidimensionaisemaspectosdeaprendizadoeorganizaçãodoconhecimentoquesãodifíceisde medirouintrinsecamenteimensuráveis.

OECD(2005,p.46)

Uma inovação é a implantação de um novo ou significantemente melhoradoproduto(bemouserviço)ouprocesso,umnovo métododemarketingouumnovométodoorganizacionalnas práticasdenegócio,naorganizaçãodoambientedetrabalhoou nasrelaçõesexternas.

SAWHNEYetal.(2006,p.76)

Inovaçãoéasubstancialcriaçãodenovovalorparaclientese paraaempresaatravésdamudançacriativadeumaoumais dimensõesdosistemadonegócio.Ainovaçãoérelevanteapenassecriavalorparaclientes–e, portanto,paraaempresa.

FAGERBERG(2006,p.4)

Uma distinção é normalmente feita entre invenção e inovação. Invençãoéaprimeiraocorrênciadeuma ideiaparaumnovo produtoouprocesso,enquantoinovaçãoéaprimeiratentativade realizá-lanaprática.[...] Para ser capaz de converter uma invenção em uma inovação,a empresa precisa combinar diferentes tipos de conhecimentos,capacidades,habilidadese recursos.

DUPLESSIS(2007,p.21)

[Inovaçãoé] acriaçãodenovosconhecimentose ideiaspara facilitaros resultados de novos negócios, visando a melhoria dos processosinternosedasestruturasdonegócioeacriaçãode produtoseserviçosorientadosparaomercado.Inovaçãoabrange tantoainovaçãoradicalquantoaincremental.

BESSANTeTIDD(2009,p.47)

Inovaçãoéoprocessodetraduçãodeideiasemprodutos, processosouserviçosúteis–eutilizáveis.

FONTE: Narcizo et al. (2012, p. 3790-3792).

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Conforme evidenciado no Quadro 2, são várias as definições encontradas naliteratura,contudotodasestão relacionadasàcriação, implementaçãodeumproduto,processoouserviço.

Quando falamos em inovação, esse termo nos remete à ideia de algo novo,umanovidade.Elasempreesteverelacionadaàevoluçãodahumanidadeeaplicaçãogradativada informaçãoeconhecimento, resultandonacriaçãodenovosprocessos eprodutos.

Mas,apartirdessasdefinições,vocêdevepensar:umadescobertaou invençãoéconsideradauma inovação?Pararesponderàsuaperguntaelaboramososeguintequadro:

QUADRO 3 – DEFINIÇÃO DE DESCOBERTA, INVENÇÃO E INOVAÇÃO

FONTE: Adaptado de CODEMEC (2014)

DESCOBERTA INVENÇÃO INOVAÇÃO

Revelaçãoouidentificaçãodealgoexistentena

natureza,alcançadaatravésdacapacidadedeobservaçãodo

homem.

Criaçãodealgoanteriormente

inexistente,comoresultadoda

capacidadeinventivadohomem.

Implementaçãodeumproduto(bemouserviço)novoou

significativamentemelhorado,ouumprocesso,ouumnovométododemarketing,ouumnovométodoorganizacionalnaspráticasdenegócios,naorganizaçãodo

localdetrabalhoounasrelaçõesexternas(OECD,2005).

ApartirdoQuadro2,podemosconcluirqueaspalavras“Descoberta”,“Invenção”e “Inovação” possuem conceitos distintos,mas de certa forma estão relacionadas. Emumadefiniçãomaisampla,Schumpeter (1982)enfatizaquea inovaçãoéoprocessodedescobertadasaplicaçõeseconômicasparaas invenções.Assim,percebemosqueumainvençãopoderáserumainovaçãoapenasseforlevadaaomercado.

Nomercadoatual,équaseumaobrigaçãopensarem inovaçãonodiaadia, sejaqualforaáreadeatuação.

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FIGURA 16 – PROCESSO PARA INOVAÇÃO

FONTE: O autor

InvençãoConcepção teórica

Exploraçãocomercial Inovação

A inovação não está relacionada somente aos produtos, mas também aideias,processos,ferramentase/ouserviços.Seucontextoéamplamenteutilizadonocontexto empresarial, sendo considerado um dos principais diferenciais, garantindomaiorcompetitividadenaatualsociedadedoconhecimento,masquandoa inovaçãopassouaserumaestratégiaempotencialparaasorganizações?

Pararesponderaessaquestão,primeiramente,énecessárioconhecerostiposdeinovações,epoderassimilarseusimpactosnasorganizações.

Dicas de filmes e uma série sobre inovação que irão lhe inspirar:

• Steve Jobs (2016), direção de Danny Boyle; e O Jogo da Imitação (2014), dirigido por Morten Tyldum.

• Silicon Valley (2014 – atualmente), com seis temporadas exibidas pelo canal HBO.

DICA

3 TIPOS DE INOVAÇÃO

A inovaçãopodeserclassificadadeacordocomalgumascaracterísticas,sendodivididaemdiversosmodelos.Aseguir iremosconhecerosprincipaistiposde inovaçãoidentificadosnaliteratura.

3.1 INOVAÇÃO EM PRODUTO

Éaintroduçãodeumbem,emqueainovaçãoédecorrentedolançamentodeumnovoproduto,umaalteração,ouumanovaversão.Elaéessencialnociclodevidadoproduto,umavezqueincluemmelhoriassignificativasemespecificaçõestécnicas,componentes,matérias,podendosubstituirumproduto (alteração,ounovaversão)queestánafasededeclínioiniciandoassim,umnovociclo(OCDE,1997).

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FIGURA 17 - CICLO DE VIDA DO PRODUTO

FONTE: <https://lirp-cdn.multiscreensite.com/87c8e234/dms3rep/multi/opt/ciclo-de-vida-do-produto-1080x494-960w.png>. Acesso em: 18 jun. 2020.

Saiba mais sobre o ciclo de vida do produto em: https://administradores.com.br/artigos/ciclo-de-vida-do-produto-e-a-necessidade-da-inovacao-sustentavel-como-cultura.

DICA

3.2 INOVAÇÃO EM SERVIÇO

A inovaçãoemserviçoconsistenamesmavisãoda inovaçãoemproduto,umavezqueobjetivaoferecerumserviçonovo,ounovasfuncionalidades,melhoraroserviçojáexistenteemseusegmento.Nessetipodeinovação,o intuitoéagregarmaisvaloraocliente.Lembramosqueosetordeserviçoé responsávelpelacomercializaçãodebens nãotangíveis(SBCOACHING,2018c).

3.3 MODELO DE NEGÓCIO

Essetipodeinovaçãorefere-seàformadefazernegócionaempresaatuandosobre dois componentes fundamentais da oferta: a proposta devalor oferecida aosclientes(inovandonosegmento-alvodeclientes,naofertaemsienomodelodegerarreceita) e omodelodeoperação (incluindoaímudançasemtodaa cadeiadevalor)(SBCOACHING,2018c).

Destaca-sequeomodelodenegócioabrangeasprincipaisinformaçõessobre:parcerias,atividades, recursos, relaçãocomclientes,canais,segmentosdemercado,custos,fontesderendimentoe,claro,propostadevalor.Emoutraspalavrasépromovermudançasnomodelodeoperação.Estetipodeinovaçãoestáatreladaàformaqueaempresaconduzopróprionegócio(SBCOACHING,2018c).

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Inovaromodelodenegócioépromovermudançasnomododegerarreceitaparaaempresaetambémnomodelodeoperação.

DeacordocomSBCoaching (2018c), ocorre inovaçãoemummodelodenegócioquandoaempresacriaumalógicadefuncionamentoquenuncafoiusada.

3.4 INOVAÇÃO EM PROCESSO

A inovaçãoemprocessoécaracterizadapela implementaçãodeummétododeproduçãooudistribuiçãomelhoradoounovo.Elaocorrequandoaempresacriaummétodonovorelativoaalgumprocessooperacionaldaempresa.

Geralmente essa inovaçãovisa à reduçãode custos, diminuir o impactodasatividadesno ambiente, gestãode tempoequalidadedoprodutoou serviço.Nessesentido, também se inova emprocessos ligados a funções comofinanças, recursoshumanosevendas.“Incluem-se,nessetipodeinovação,mudançassignificativasemtécnicas,equipamentose/ousoftwares”(OCDE,1997,p.58).

3.5 INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL

Ainovaçãoorganizacionalabordamudançasnaorganizaçãodaempresa,sejanoorganograma, nosmétodos de gestão, adaptação de uma nova cultura organizacional,naspráticasdenegóciosdaempresa,naorganizaçãodoseulocaldetrabalhoouemsuasrelaçõesexterna,entreoutros.

Équandoaempresaadotanovasmaneirasdeorganizaraspessoaseoprópriotrabalhoparasustentareampliaracapacidadecompetitiva,utilizandonovosmétodosde recrutamento, treinamento e desenvolvimento de colaboradores, introduzindosistemasdegestãodequalidade, produçãoe logística,mudançasemambientesdetrabalho, novas estratégias de comunicação interna, descentralização de atividades,entreoutros(OCDE,1997).

3.6 INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO

Ainovaçãoocorreprincipalmentenaformadecomunicaçãocomopúblicoalvo.Comastecnologias,essetipodeinovaçãotornou-seumaestratégiaempotencialparaas organizações, umavez que surgiram diversos novos canais de comunicação pormeiodastecnologiasdigitais(SBCOACHING,2018c).

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3.7 INOVAÇÃO EM MARKETING

A inovação em marketing está relacionada ao preço do produto ou serviço,posicionamentonomercado,distribuição,embalagem,designerdoproduto,segmentação declientes,entreoutras(OCDE,1997).

Para saber mais sobre inovação, acesse o manual de Oslo em: https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf. Esse documento é composto de Proposta de diretrizes para a coleta e interpretação de dados sobre inovação tecnológica e está editado conjuntamente pela OCDE, dentro da denominada “Família Frascati” e EUROSTAT.

DICA

4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA INOVAÇÃO

Alémdostipos,ainovaçãopodeserclassificadaapartirdoimpactoquepodecausar.Paraisso,inicialmente,iremosdiferenciarostermos:inovaçãoeinovatividade.

Assim:

inovaçãoéumprocessoiterativoiniciadopelapercepçãodeumnovomercado e/ou nova oportunidade de serviço para uma invençãobaseadaemtecnologiaquelevaatarefasdedesenvolvimento,produçãoe comercialização que buscam o sucesso comercial da invenção.ParaGarciaeCalantone(2002)ainovaçãodeveenvolvertecnologiaemercado.Assim,umainovaçãoefetivadevedesenvolverumatecnologiae ser disponibilizada nomercado para usuários finais.  Uma invençãonão se torna uma inovação até que seja processada por meio detarefasdeprodução,comercializadaedifundidanomercado(GARCIA;CALANTONE,2002apudKIANE,2019,s.p.).

Eainovatividade?Vocêsabeoqueé?

Ainovatividadeéograude“novidade”deumainovação.Assim,umainovaçãopodepossuirumaaltaoubaixainovatividade.Quantomaisaltaforainovatividademaiorseráograudenovidadedainovação.Porémos autores ressaltamque o conceito de novo é relativo naliteratura. Uma inovação pode ser nova para omercado, para umgrupodeusuáriosouparaumaorganização(GARCIA;CALANTONE,2002apudKIANE,2019,s.p.).

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Além dos tipos de inovação, conforme descrito na seção anterior, ela ainda pode ser caracterizada como inovação radical, realmente nova, incremental e imitativa(KIANE,2019).

DeacordocomKiane(2019,s.p.):

• Inovação radical: são inovações que incorporam uma novatecnologiaequeresultaemumanovainfraestruturademercado.Tambémresultaemdescontinuidadestantononívelmacro(paramundo, ou todo um setor industrial) quanto nomicro (para umgrupodeusuáriosespecíficosouumaorganização).

• Inovação realmente nova:  umproduto realmentenovo resultaráemumadescontinuidadedemercadoouemumadescontinuidadetecnológica,masnãoincorporaráambos.

• Inovação incremental:  produtos que fornecem novos recursos,benefíciosoumelhoriasàtecnologiaexistentenomercadoatual.

• Inovação imitativa: a  inovação ocorre apenas na primeiraempresa a concluir a Pesquisa e Desenvolvimento — P&D —industrial, que culmina no lançamento do primeiro produto nosmercados.Produtosimitativossãofrequentementenovosparaaempresa,masnãosãonovosnomercado.

Um exemplo de inovação radical é a Uber. Nessa inovação, eles mudaram a lógica do mercado de transporte, baratearam o serviço e criaram uma força de trabalho informal gigantesca!

IMPORTANTE

A inovaçãotambémpodeserclassificadadeacordocomoníveldecolaboração, eentreasinteraçõesdegrupos,podendoserabertaoufechada.

Ainovaçãocolaborativaéauniãoentreasempresasparabuscarsoluções, ideiasinovadoras quanto ao desenvolvimento de produtos ou serviços para um determinadoproblema, visando à satisfação do cliente. Também conhecida como inovação aberta,segundoMagalhães(2018),elapodeocorrernainteraçãoentreaempresaefornecedores,InstituiçãoCientíficaeTecnológica(ICT),consumidores,competidoreseintermediários.

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FIGURA 19 - PRINCIPAIS COLABORADORES DA INOVAÇÃO COLABORATIVA

FONTE: Adaptado de Magalhães (2018)

EMPRESA

ConsumidoresIntermediários

ICTCompetidores

Fornecedores

Visando contribuir com a prática de inovação colaborativa, foram criadasplataformas abertas que possibilitamparcerias pelomundo,voltadas principalmentepara a inovação.DeacordocomSODA (2011), elanãoégeradaapenaspormeioderecursos internos,mastambématravésdoacessode recursosedecapacidadesdeorganizaçõesexternas,podendoserintegradospormeiodealiançasedeacordosdecooperação.

Exemplos de empresas que utilizam práticas de inovação colaborativa são: Nestlé, Embraer, 3M e Procter&Gamble.

ATENÇÃO

Ainovaçãoabertapossibilita,alémdemaiorrapideznoprocessode inovação,aexpansãodosmercados,umavezqueécaracterizadapelaabsorçãodeconhecimentoexternoàorganização.Elaéumprocessoqueenvolveparceirosexternos,entradadeclientes,projetosdefontesabertasesolicitaçõesdeideiasexternas.Paraisso,adotapráticas para construção de vínculos com agentes externos à organização visandoidentificar,provereimplementarinovações(TIDD;BESSANT,2015).

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DeacordocomTiddeBessant(2015),osprincípiosdainovaçãoabertasão:

• aproveitamentodeconhecimentosexternos;• pesquisaedesenvolvimentotêmvalorsignificativo;• pesquisanãoéessencialparaobterlucro;• melhorusodeideiasinternaseexternas,nãoasuageração.

Aabordagemdeinovaçãoabertapossibilita(TIDD;BESSANT,2015):

• aumentodabasedeconhecimento;• reduçãodedependênciadeconhecimentointernolimitado;• reduçãodecustosrelacionadosapesquisaedesenvolvimentointernos;• ênfasenacaptura,enãonacriaçãodevalor;• equilíbrioderecursosparabuscareidentificarideias.

Todavia, na abordagem de inovação aberta ainda existem alguns desafiosencontrados como a identificação de fontes relevantes de conhecimentos, e seucompartilhamento. Outro obstáculo está relacionado a conflitos de interessescomerciais,enegociaçõesdostermosdelicençaseousodapropriedadeintelectual(TIDD; BESSANT, 2015). Na inovação fechada, o gerenciamento das atividades deinovação,apesquisaedesenvolvimentoocorredeformaisoladaeinternanaempresa,pormeiodelaboratóriosprópriosdepesquisa.Nessemodelo,afontedeconhecimentoédaprópriaorganização,quetemcontroleabsolutoeúnicoemtodasasetapasdoprocesso, sendo eles: desenvolvimento de ideias, protótipo, manufatura, mercado,distribuição e serviço (THOMAS, 2009). Assim, a principal diferença entre inovaçãoaberta e inovação fechada, é que, de acordo comThomas (2009), a construção doconhecimentoasideias,invenções,pesquisaseosdesenvolvimentosnecessáriosparacolocarumprodutonomercadosãogeradosdentrodaprópriaorganização.Contudo,nosistemaaberto,aempresautiliza,também,recursosexternos,comoatecnologia,eaomesmotempodisponibilizasuasprópriasinovaçõesparaoutrasorganizações.

CaracterísticasdaInovaçãoFechada(DINO,2017):

• Todasaspessoas inteligentesdomercadotrabalhamparaodesenvolvimentodeumprodutoemcomum.

• ParaterlucroatravésdeP&D,asempresasprecisamfazerdescobertas,desenvolvê-lasecomercializá-las.

• ControledaPI(PropriedadeIntelectual),demodoqueoscompetidoresnãolucremcomasideiasdesenvolvidaspelaorganização.

• Desconfiançadetodacontribuição,informaçãoquevemdeforadaempresa.

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Ainovaçãoacontecenãosomentenosprodutos,mastambémnosserviços.

• Adescoberta,invençãoeinovaçãopossuemsignificadosdistintos,sendoadescobertaaidentificação,pormeiodaobservação,dealgoexistentenanatureza.Ainvençãoéacriaçãodealgoanteriormenteinexistente.Ea inovaçãoéa implementaçãodeumproduto,bemouserviçonovooumelhorado.

• A inovação é considerada um processo de descoberta das aplicações econômicasparaasinvenções,equeumainvençãosópoderáserumainovaçãosefor levadaao mercado.

• Osprincipaistiposde inovaçãosão:deproduto,deserviçodemodelodenegócio, decomunicação,demarketing,deprocessoeorganizacional.

• A inovação é classificada como: inovação radical; inovação realmente nova;inovação incremental;einovação imitativa.

• Nahistóriadoprocessodeinovação,destacou-seofordismo,umavezqueinovounoprocessodefabricaçãodecarros,eaXeroxinterfacegráfica.

• Oavançotecnológicoimpulsionouaindamaisasinovaçõesepossibilitouacolaboraçãoda troca de ideias pormeio de plataformas digitais. Essas plataformas incentivaramainovaçãoaberta,ouseja,atrocadeideiasentreasempresas,etambémainovaçãofechada,caracterizadapelacriaçãodeideiasdentrodamesmaorganização.

RESUMO DO TÓPICO 2

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1 Conforme evidenciado no decorrer do conteúdo deste tópico, os termos invenção,descobertae inovaçãomuitasvezessãoutilizadosdeformaerrônea,comosinônimas.Combasenosignificadodessestermos,diferenciedescoberta,invençãoeinovação.

2 Relacioneascolunasaseguir:

AssinaleasequênciaCORRETA:a) () 4,1,2,3.b) () 3,1,2,4.c) () 1,4,2,3.d) () 4,1,3,2.

3 Neste tópico estudamos também sobre os tipos de inovação aberta e fechada. Nosistema aberto, uma das principais características é utilização de recursos externospelaempresa,comoatecnologia,e,aomesmotempo,eladisponibilizasuasprópriasinovaçõespara outras organizações. E na InovaçãoFechada?Descreva as principaiscaracterísticas.

AUTOATIVIDADE

()A inovaçãoocorreapenasnaprimeiraempresaaconcluiraP&Dindustrial, que culmina no lançamento do primeiro produto nosmercados.Produtosimitativossãofrequentementenovosparaaempresa,masnãosãonovosnomercado.

() Inovações que incorporam uma nova tecnologia que resultaemumanovainfraestruturademercado.Tambémresultamemdescontinuidadestantononívelmacro (paramundo,outodoumsetorindustrial)quantonomicro(paraumgrupodeusuáriosespecíficosouumaorganização).

()Umproduto realmentenovo resultaráemumadescontinuidade de mercado ou em uma descontinuidade tecnológica, mas nãoincorporaráambos.

()Produtosquefornecemnovosrecursos,benefíciosoumelhorias àtecnologiaexistentenomercadoatual.

(1) Inovaçãoradical.

(2)Inovaçãorealmentenova.

(3)Inovaçãoincremental.

(4)Inovaçãoimitativa.

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TÓPICO 3 —

CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, vamos identificar as principais características e comportamentosde uma pessoa criativa que, segundo Predebon (2008), poderá ser circunstancial ecompulsivo.

Para isso, iremos compreender como ocorre o processo de criatividade, ea imaginação nasmentes humanas pormeio das principais teorias evidenciadas naliteratura:TeoriadasQuatroDimensõesdaCriatividade;TeoriadaAdaptação–Inovação,eaferramentaavaliativaTesteTorrancedePensamentoCriativoouTorrance Test of Creative Thinking. Essasteoriastêmcomoobjetivoexplicareaprimorarocomportamentocriativo.

Apartir desses estudosperceberemos a importância damotivação como fonteparaacriatividade, abordaremosalgumasteoriasquetiveramo intuitode identificaros principais fatores quemotivaram as pessoas no sentido da inventividade, sendoelas:TeoriaXeY;TeoriadosDoisFatores;ePirâmidedasNecessidadesdeAbrahamH.Maslow.

TambémtrataremosdaspossibilidadesparagerarmotivaçõesnaspessoasapartirdosestudosdeJoséPredebon(2008).

Finalizandoestetópico,vamosconheceralgumasdasmentesmaisbrilhantesdahumanidadeparainspirá-loaindamaisasercriativoeainovar.

Bonsestudos!

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2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E INOVADORA

Umapessoa criativa possuivárias características específicasque a difere daspessoasquenãopossuemessasqualidadestãodesenvolvidas.Claroqueacriatividadeemcadaindivíduoédiferente,ecadaumpossuiatributosemníveisdistintos.

DeacordocomPredebon(2008),acriatividadeéprodutodeumavisãodevida,deumaopçãoquantoaoseupapelnoplaneta.Essesitensincentivamodesenvolvimentomaisaguçadoemalgumascompetênciasnoquedizrespeitoàcriatividade.

Alguns cientistas enfatizamque a linguagemoral humana já é umexercíciopara a criatividade, e o que chamamos de comportamento criativo é o exercício daimaginaçãoacimadamédia,sendoumadasprincipaiscaracterísticashumanas,nosdiferenciando das demais espécies (PREDEBON, 2008). Nas pesquisas de Predebon(2008),oautorevidenciadoistiposdecomportamentocriativo:ocriativocompulsivo eocriativocircunstancial.

QUADRO 4 - CARACTERÍSTICAS CRIATIVO COMPULSIVO E CRIATIVO CIRCUNSTANCIAL

FONTE: Predebon (2008, p. 20)

Criativo compulsivo Criativo circunstancial

Secaracterizaprincipalmentepelacompulsividade.Oindivíduoquenascecomocomportamentocriativocomoquefazendopartedesuapersonalidadetemumaposturade"viciadopelonovo"diantedomundo.Claroqueoexercíciodesuacompulsãoincluioprazer,masestesequeréprocuradocomoumfim.Aoacabarcadatarefadecriação,apessoarelaxacomasensaçãodedever

cumprido,perantesiprópria.Quandonãotemobrigaçõesdecriar,eledescobredesafiosnocotidiano,imaginandomodificaçõesemtudo,ouatémesmofica"treinando",comonocasodeumdiretordeartemeuconhecido,quecomeçaacriarlayoutsemguardanaposdepapel,jánasegundasemanadeférias.

Comoindivíduoqueascircunstânciastornaramcriativoacontecealgodiferente:elepassaadeslumbrar-secomoprazerqueadvémdesuacriatividadeetorna-setambémumfãdessacondiçãonovaparasi,adquirindoo"vício"nãopelaviacompulsiva,maspelocaminhohedonístico.Buscao

prazerdecriar,peloprazerdaconquistado"novo".Descobre,semanalisarporque,queonovoéirmãododiferenteequeodiferente,quandorelevante,échamadodecriativo.Oconceitoderelevânciaémuitomaisaplicado

àcriatividadenodiaadiaounocampoprofissionaldoquenasartes,quetêmoutrocompromissocomarealidade.Ofuncionário

criativopercebequesuasideiassãochamadasdedevaneioserejeitadasquandonãosearticulamcomarealidade,istoé,

quandonãoapresentamevidentesvantagensquecompensemoriscoqueasmudanças

sempreapresentam,emalgumgrau.

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Assim,podemosperceberalgumasdiferençasnessestiposdecomportamentoscriativos.Outro itemque incentivaoaprimoramentodacriatividadeéanecessidadedesolução,eestá relacionado,principalmente,aocampodeatuaçãoprofissional,umavez quecadavezmaisasempresasprezamporprofissionaisqualificadosecriativos,emrazãodeainovaçãopossibilitarmaiscompetitividadenomercado.

Emoutraspalavras,podemosdestacar,então,queumapessoacriativapossuiamenteabertaparaonovo,esempreperguntao“porquê”?Alémdisso,Predebon(2008) citaacapacidadedevisualizarascoisassobumângulodiferente,apartirdeumoutropontodevista,éfundamentalparaoprocessodecriatividade.

Conformemencionamos,acriatividadeéumdiferencialnoacirradomercadodetrabalho,masnãoéporquenãonascemoscomcaracterísticasdepessoascriativas, que não podemos desenvolvê-las. Para isso, Baxter (1998), implementou um dosprimeirosmodelosdopensamentocriativo identificandoapartirda inspiraçãooutrasquatroetapasnesseprocesso:

FIGURA 20 – ETAPAS DO PENSAMENTO CRIATIVO

FONTE: Adaptado de Baxter (1998)

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A Inspiração é considerada como um primeiro sinal para a descoberta.Já na fase de Preparação, ocorre a coleta de informações necessárias sobre oproblemaemquestão,envolvendoassociações,combinaçõesecontextualizaçõesdo problema;emseguida,na Incubação, ocorreoafastamentotemporáriodoproblema,oarmazenamentodasinformações,paradescansomental;nafasedeIluminação,apessoatemumaideia(momentoeureca)echegaaumasoluçãocriativa;eporfim,naVerificação,ocorreoajusteeimplementaçãodasoluçãoidealizada(BAXTER,1998).

A partir desse modelo, percebemos que a criatividade é a união deesforço e de imaginação, uma vez que as pessoas devem estar preparadas para tal objetivo.Assim, foram surgindo várias técnicas para incentivar a criatividade nas organizações, e novas teorias que passaram a considerar um grupo de fatores aos quis estãorelacionadoseoambienteemquevivem.

Em 1961, Rhodes desenvolveu o modelo das Quatro Dimensões da Criatividade: pessoa, produto, processo e ambiente (pressão). Rhodes concluiu que somente haveria criatividade se todos esses fatores fossem estudados e entendidos em conjunto.

IMPORTANTE

3 TEORIAS DE PESSOAS CRIATIVAS

Apartirdaimportânciadecaracterísticasdecriatividadenaspessoas,diversosestudos foram realizadosvisandoaprimorar tal comportamento.DeacordocomAlveseCastro(2015,p.55)“odesenvolvimentohumanoéumprocessocontínuoedinâmicoque envolve a personalidade, por isso, a criatividade está ligada às característicaspsicológicasdasetapasevolutivasdoser[...]”.

Assim,oestudodetraçosdepersonalidade,aptidões, interessesemotivaçõescontribui para o desenvolvimento da capacidade criativa. Diversas técnicas queincentivam o autoconhecimento possibilitam o aprimoramento de criatividade,apresentandotambémapercepçãodequeomundopodesertransformado(ALVES;CASTRO, 2015). Dessamaneira, em nossos estudos, abordaremos as principais teoriasdacriatividade:TeoriadasQuatroDimensõesdaCriatividade;eTeoriadaAdaptação-InovaçãoouKirton Adaptation-Innovation Theory (KAI).

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3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE

Essateoriafoicriadapelocientistaeducacionalnorte-americanoJamesMelvinRhodesem1961.Emsuaspesquisaselevisouidentificarumadefiniçãouniversalparacriatividade.

Todavia, em suas investigações, principalmente nas décadas de 1950 e 1960,elenãoobtevesucesso,umavezqueeraminúmerasconceituações.Mas,apartirdelas,ele identificou convergências, possibilitando agrupá-las em quatro grandes aspectosessenciais para a criatividade, também conhecido como 4Ps: pessoas (person),processo (process),produto (product)eambiente (press).Oautorenfatizaquesóhácriatividadeseessesquatrofatoressãoestudadoseentendidosemconjuntoenãocomoitensseparadossemrelação(RHODES,1961).

Rhodes(1961,p.305)conceituouacriatividadecomo“osubstantivoquenomeiao fenômenoemqueumapessoacomunicaumnovoconceito, estenovoconceitoéoproduto.Oprocesso é a atividadeouprocessomental e, comonão se concebeumindivíduooperandoemumvácuo,otermoambiente(Press)estáimplícito”.

Nesse viés, Fox (2012) e Rhodes (1961) destacam que no item pessoa sãoidentificadas informações de personalidade, intelecto, temperamento, físico, traços,hábitos, atitudes, autoconceito, crenças,mecanismosdedefesae comportamentos;emprocesso, engloba estudos sobre questões relacionadas às etapas da experiênciacriativa como estratégias, métodos e técnicas para gerar e analisar ideias, resolverproblemas, tomar decisões e gerenciar seupensamentodurante o processo criativocoma promoçãodo seudesenvolvimento e de elementos cognitivos comomotivação,percepção, aprendizagem, pensamento e comunicação; no ambiente, atrela-se arelaçãoentreosindivíduoseoseuambiente,éolugarondeosoutros“Ps”conviveme integram-se,exerceumapressãosobreo indivíduoeestatantopodeajudarcomodificultaraexpressãocriativa;e,porfim,oprodutorefere-seaopensamentoquefoicomunicadoaoutrossujeitosnaformadepalavras,quadros,metal,pedra,tecidoououtromaterial.

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FIGURA 21 – 4Ps

FONTE: Adaptado de Fox (2012)

Pessoa

Processo Produto

Ambiente

3.2 TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO

A Teoria da Adaptação-Inovação, ou Kirton Adaptation-Innovation Theory (KAI).Kirton(1976)analisaeclassificapessoasemtermosdepadrõesdacriatividade,tomadadedecisõeseresoluçãodeproblemas.Apartirdetalanálise,oindivíduopodeserclassificadoemadaptadorese/ouinovadores.Osadaptados,paraKirton(1976),sãoaspessoasquepreferemresolverumproblemasemterquemodificarumaestrutura,ou paradigma existente, e que possuem como características a precisão, eficiência,disciplinaeatençãoàsnormas.Jáosinovadoresresolvemproblemasrevolucionandoparadigmas,esãocaracterizadosporproporsoluções inovadoras, indisciplinaedesafiarregras.Apartirdessesdoispolosdetomadadedecisãoesoluçãodeproblemas,Kirton(1976)indicaasseguintespercepçõespor“fazerascoisasmelhor”ou“fazerascoisasdiferentemente”.

FIGURA 24 – TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO

FONTE: Adaptado de Vasconcelos, Guedes e Cândido (2007)

"Fazer as coisas melhor"

Adaptação

"Fazer as coisas diferentemente"

Inovação

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Talteoriavisacontribuirparaqueaspessoascompreendamsuaspreferênciasedeoutraspessoasecomportamentos,auxiliandonatomadadedecisãoesoluçãode problemas (KIRTON, 1976) Características existentes entre as pessoas consideradasadaptadoraseinovadores(PUCCIO,1999):

Adaptadores:• São precisos, confiáveis, eficientes, metódicos, prudentes, disciplinados e

conformistas.• Preocupam-semaisemresolverproblemasdoqueemedificá-los.• Preferemresolverproblemaspormétodosjáconhecidosetestados.• Amenizam problemas investindo no aperfeiçoamento da eficiência; tentam

preservaraomáximoacontinuidadeeaestabilidade.• Sãovistoscomosensatos,bemajustadoseconfiáveis.• Tendematransformarmeioemobjetivos.• Parecequeotédionuncaosatinge.Sãocapazesdemanteraltaprecisãomesmo

emlongasjornadasdetrabalhominucioso.• Assumealiderançadentrodeestruturaspredefinidas.• Desafiamregrasraramente,cautelosamenteeapenasquandocontamcomforte

apoio.• Tendem a ser bastante autocríticos; reagem a críticas aderindo aindamais ao

sistema.• Sãovulneráveisàautoridadeeàpressãosocial;tendemaseguirregras.• Sãoessenciaisaofuncionamentorotineirodaorganização,masdevezemquando

precisamser“arrancados”deseusparadigmas.

Inovadores:• Sãovistoscomopessoas indisciplinadas,quepesamtangencialmenteeabordam

osproblemasporângulosdiferentes.• Descobremproblemasquantosoluções. Lidamcomosproblemasquestionando

osparadigmaspreexistentes.• “Ateiam fogo” em equipesmornas; tratamos consensos com irreverência; são

tidoscomocáusticos,criadoresdedissonância.• Sãovistoscomoinsensatosepoucopráticos;muitasvezesentramemchoque

comseusopositores.• Aoperseguirseusobjetivos,dãopoucaatençãoaosmeiostradicionais.• Suportamumarotinadetrabalhominucioso (manutençãodesistemas)apenas

porperíodoscurtos;rapidamentedelegamtarefasrotineiras.• Emsituaçõesnãoestruturadas,tendemaassumirocontrole.• Desafiam regras com frequência; têm pouco respeito por tradições.

Parecemnãoduvidar de suasnovas ideias; nãoprecisamda aprovação alheiaparamanteraautoconfiança.

• Saem-semuitobememmomentosdecrise;podematémesmoevitá-las,casoconsigamcanalizarseusesforçosparaisso.

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Adaptadores ao colaborar com inovadores:• São precisos, confiáveis, eficientes, metódicos, prudentes, disciplinados e

conformistas.• Sãofontesdeestabilidade,ordemecontinuidade.• Mantêm a coesão e a cooperação da equipe – são sensíveis a questões

interpessoais.• Fornecemumabaseseguraparaoperaçõesmaisarriscadas.

Inovadores ao colaborar com adaptadores:• Sãovistoscomopessoas indisciplinadas,quepesamtangencialmenteeabordam

osproblemasporângulosdiferentes.• Estabelecem orientação para tarefas, rompendo com as teorias aceitas do

passado.• Muitasvezesameaçamacoesãoeacooperaçãodaequipe–são insensíveisa

questõesinterpessoais.• Fornecem a dinâmica para que mudanças radicais periódicas sejam

desencadeadas.

Aprincípiopodeparecerquesomenteos inovadoressãooscriativos,porémos adaptadores também o são, mas dentro do seu ambiente. Já os inovadoresprocuram romper o ambiente em busca da criatividade. Por exemplo, a criatividadeinovadoraproporcionouacriaçãodoautomóvel,eaadaptadorapermitiuautilizaçãodediversostiposdecombustíveis.Portanto,háumasinergiaentreaquelesquesão adaptadoreseosinovadores.Osdoistipossecomplementam.

FONTE: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/criatividade-nas-organizacoes-a-pessoa-criativa-e-suas-dimensoes/43648>. Acesso em: 23 jun. 2020.

Sabia que o conceito da Barbie foi rejeitado em diversos Focus Group (discussão em grupo)? Um insight de uma mãe que falou que gostou da boneca, pois a ajudaria a ensinar a filha a se vestir, fez com que a empresa pensasse que não só essa poderia ser a abordagem correta para o mercado, como uma nova fonte de receita.

ESTUDOS FUTUROS

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3.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE PENSAMENTO CRIATIVO OU TORRANCE TEST OF CREATIVE THINKING

Além da definição, a avaliação da criatividade vem sendo alvo de diversosestudos,resultandoemalgumasferramentasquevisammensuraroníveldecriatividade.Em nossos estudos, tendo como base amultiplicidade demétodos e de instrumentosque têm surgido ao longo demeio século, iremos investigar sobre o Torrance Tests of Creative Thinking (TTCT),devidoaserotestedecriatividademaisdivulgadoeestudado internacionalmente(AZEVEDO;MORAIS,2012).

Desenvolvido pelo psicólogo americano Ellis Paul Torrance, em 1996, é o testemais utilizado para tentar mensurar o nível de criatividade de uma pessoa. No TesteTorrancedePensamentoCriativoouTorrance Test of Creative Thinking(TTCT),aspessoassãosubmetidasaumesforçocomo intuitodedescobrirumasoluçãocriativaparaum determinado problema oumesmo finalizar o que está incompleto. Ele é constituídopor provasverbais e figurativas compostas por tarefas diversas comoquestões, e adescoberta de causa e consequência, aperfeiçoamento e complemento de figuras,entreoutros(AZEVEDO;MORAIS,2012).

FIGURA 22 – EXEMPLO DE TESTE DE TTCT

FONTE: <https://criatividade.files.wordpress.com/2007/12/torrance.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.

É umprocesso de autoavaliação e desenvolvimento que tem como objetivoidentificaralgunsindicativosdapessoacriativa,como(PORTALEDUCAÇÃO,2012,s.p.):

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• Fluência: refere-se à quantidade de respostas. Quanto maispossibilidadesapessoalevantar,maisfluenteé.

• Flexibilidade: refere-se ao número de categorias em que asrespostasseencaixam.Porexemplo,umapessoapoderiasugerirpoucousoparaocelular,porémemcategoriasdiferentes,como:falar,mandarumamensagem,fotografar,utilizarnafunçãoGPS,pagarconta,lere-mail,entreoutros.

• Originalidade: refere-se à raridade da resposta. Os resultadosdoparticipantesãocomparadoscomosdeoutroseasrespostasmaisrarassãoconsideradasasmaisoriginais.

• Elaboração:refere-seaodetalhamentodaresposta.Quantomaispormenorizadaeprecisa,maiselaboradaelaé.

Portal Educação (2012, s.p.) também evidencia outras habilidades como características da pessoa criativa:

• Análise: capacidadede decompor umelemento em fragmentosmenores.Estáligadaàhabilidadedeisolarproblemas.

• Síntese:capacidadedecompilarfragmentoseformarumtodo.Essacaracterísticatambémestá relacionadaàhabilidadedeextrairoselementosmaisimportantesdediferentesideias,fazendoumresumodos“principaispontos”.

• Abertura: capacidadede se desvincular de esquemasmentaisrígidosepreconcebidos.

• Comunicação: capacidade de verbalizar seus pensamentos eemoçõesedeexplicaraosoutrosassuasideias.

• Sensibilidade para problemas:capacidadedeperceberpontosquepodemsermelhorados.

• Redefinição: capacidadedeencontrarnovasaplicaçõesparaumobjeto.

• Nível de inventividade: capacidadedecriarelementosnovose,aomesmotempo,valiosos,úteis.

FIGURA 23 - HABILIDADES COMO CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA

FONTE: Adaptado de Azevedo e Morais (2012)

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4 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A CRIATIVIDADE

Amotivaçãoéessencialparaoprocessodecriatividade.Elaéresponsávelpeloimpulsonocomportamentodoserhumanoparaumadeterminadaação,estimulandoarealizaçãodetarefasparaqueoobjetivoesperadosejaalcançadodeformasatisfatória.Possuitrêspilares,sendoeles:foco,intensidadeepermanência(GOIS,2011).

"Amotivaçãoéespecífica.Umapessoamotivadaparatrabalharpodenãotermotivaçãoparaestudarouvice-versa.Nãoháumestadogeraldemotivação,queleveumapessoaasempreterdisposiçãoparatudo"(MAXIMIANO,2007,p.250).

Precisamos conseguir desenvolver motivações para desbloquear e ativarnossa ação inovadora.Achar esse tipo de estímulo, por um lado, é essencial, e poroutrolado,simplesmente,temefeitosmágicos.Opensamentocriativocontrariaofluxonormaldo raciocínio lógico,epor issosótem lugarquandoexisteumaforçaespecíficamotivadora. Precisamos encontrá-la se quisermos ser criativos. Onde a procuraremos? (PREDEBON,2008).

Com base na importância da criatividade e motivação nas empresas, umavez que estão diretamente relacionadas, diversos estudos foram realizados visandocompreenderamotivaçãohumana(GOIS,2011).

Entrediversasinvestigaçõespodemosdestacar:

4.1 PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM H. MASLOW

A Pirâmide dasNecessidadesde Maslow,tambémchamadade hierarquiadasnecessidades de Maslow,éumconceitocriadonadécadade1950pelopsicólogonorte-americano  AbrahamH.  Maslow. Seu objetivo é determinar o conjunto de condiçõesnecessáriasparaqueumindivíduoalcanceasatisfação,sejaelapessoalouprofissional.

Essa teoria apresenta uma hierarquia para as necessidades humanas. Eleidentificouque algumasnecessidades são qualitativamente diferentes, por exemplo,a necessidade de comer é diferente da necessidade de tornar-se presidente deumpaís.Assim, ele descreve quais são asmais básicas, sendo a base da pirâmide,easmaiselaboradasqueestãoevidenciadasnotopodapirâmide.Asnecessidadesbase são aquelas consideradas necessárias para a sobrevivência, enquanto asmaiscomplexassãonecessáriasparaalcançarasatisfaçãopessoalerealizaçãoprofissional (BUENO, 2002).

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FIGURA 25 – PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES

FONTE: BUENO ( 2002)

Autorrealização

Estima

Sociais

Segurança

Fisiológicas

A teoria de Maslow enfatiza que apenas quando uma necessidade for satisfeita o ser humano terá necessidade da próxima.

ATENÇÃO

Em termos gerais, e como citado por AbrahamMaslow na década de 1960,destaca-searelaçãodesuateoriacomanecessidadeapartirdaseguinteafirmação:“ohomemcriativonãoéohomemcomumaoqualseacrescentoualgo;ohomemcriativo éohomemcomumdoqualnadasetirou”.

Apartirdessafrasepercebemosqueparaacriatividadeénecessáriooestímulo,anecessidadedeautorrealização,sendoesseotopodapirâmide.Logo,setodasasnecessidadesanterioresforemsupridas,oindivíduonãoterádificuldadeemsercriativo(PREDEBON,2008).

4.2 TEORIA DOS DOIS FATORES

A Teoria dos Dois Fatores,desenvolvidapeloamericanoFrederick Herzberg,  foielaboradaapartirdeentrevistasrealizadascomdiversosprofissionaisdaáreaindustrial.Oobjetivode Herzbergeraidentificarquaisfatorescausavamasatisfaçãoeainsatisfação dos empregados no ambiente de trabalho. Para isso, nas entrevistas realizadas elequestionavasobreoqueatraiaenãoatraiaosentrevistadosnasempresasquetrabalhavam(PERIARD,2011a).

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ApartirdaidentificaçãodessesitensHerzberg, dividiu os entrevistados em dois grupos: motivacionais e higiênicos.

QUADRO 5 – FATORES HIGIÊNICOS E MOTIVADORES, SEGUNDO HERZBERG

FONTE: Bueno (2002, p. 14)

Fatores que previnem a insatisfação (higiênicos)

Fatores que geram satisfação (motivadores)

Salário Realização

Condiçõesdetrabalho Reconhecimento

Relaçãocompares,comsupervisorecomsubordinados

Responsabilidade

Segurançapolíticaeadministraçãodacompanhia

ProgressoDesenvolvimento

Os fatores higiênicos referem-se às condições físicas do ambiente de trabalho,salário, benefícios sociais, políticas da organização, clima organizacional, oportunidadesde crescimento etc. Esses fatores são suficientes apenas para evitar que as pessoasfiquemdesmotivadas,masnãoéo elementomotivador.Jáosfatores motivacionais estão relacionados ao do conteúdo do cargo, às tarefas e às atividades relacionadascomocargoemsi, incluemliberdadededecidircomoexecutarotrabalho,usoplenode  habilidades pessoais, responsabilidade total pelo trabalho, definição de metas eobjetivos relacionados ao trabalho e autoavaliação de desempenho. São chamadosfatoressatisfacientes.Apresençaproduzmotivação,enquantoaausêncianãoproduzsatisfação.Tambémchamadosdeintrínsecos(BUENO,2002).

A partir de tal teoria percebemos que os fatores motivacionais permitema autorrealização (topo da pirâmide de Maslow), contribuindo também para odesenvolvimentodopotencialintelectualecriativo.

4.3 TEORIA X E Y

ATeoria X eY foi criada porMcGregor. Ela parte do pressuposto de que ostrabalhadores não gostam de obter responsabilidades e não gostam das tarefas dotrabalho, sendo necessárias ordens superiores para realizar as atividades. “Estasordensvêmsempreacompanhadasdepunição,elogios,dinheiro,coaçãoetc.;artifíciosutilizadospelosgestoresparatentargerarumempenhomaiordocolaborador”(PERIARD,2011b,s.p.).

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OsprincípiosbásicosdaTeoria Xsão:• Umindivíduocomum,emsituaçõescomuns,evitarásemprequepossívelotrabalho;

• Alguns indivíduossótrabalhamsobfortepressão.Elesprecisamserforçados,controladoseàsvezesameaçadoscompuniçõesseverasparaqueseesforcememcumprirosobjetivosestabelecidospelaorganização.

• Oserhumanoordinárioépreguiçosoeprefereserdirigido,evitaasresponsabilidades,temambiçõese,acimadetudo,desejasuaprópriasegurança.

[...]OsprincípiosbásicosdaTeoria Ysão:• O esforço físico e mental empregado no trabalho é tão naturalquantooempregadoemmomentosdelazer;

• O atingimento dos objetivos da organização está ligado àsrecompensasassociadasenãoaocontrolerígidoeàspunições;

• Oindivíduocomumnãosóaceitaaresponsabilidadedotrabalho,comotambémaprocura.

• Os indivíduossãocriativose inventivos,buscamsempreasoluçãoparaosproblemasdaempresa;

• Os trabalhadores têma capacidadede se autogeriremnas tarefasquevisamatingirobjetivospessoaiseestratégicosdaorganização. Semanecessidadedeameaçasoupunições;

• Otrabalhadornormalmentenãofazaquiloquenãoacredita.Porissoexigecadavezmaisbenefíciosparacompensaroincômododedesempenharumafunçãodesagradável(PERIARD,2011b,s.p.).

Assim,Periard (2011b, s.p.) citaque “na teoriaXo indivíduoémotivadopelomenoresforço,demandandoumacompanhamentoporpartedolíder.JánaTeoriaY,aspessoassãomotivadaspelomáximoesforço,demandandoumaparticipaçãomaiornasdecisõesenegociaçõesinerentesaoseutrabalho”.

• Na Teoria X: o trabalho é, em si mesmo, desagradável para a maioria das pessoas.

• Na Teoria Y: o trabalho é tão natural como o lazer, se as condições forem favoráveis.

IMPORTANTE

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4.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO

Manter uma equipe motivada é um constante desafio enfrentado pelasempresas. Paramanter o grupo de trabalhomotivado é essencial manter uma boaenergianoambiente,oincentivopormeiodemetasatingidas,bomclimaorganizacional,e possibilitar a realização pessoal do empregado. De acordo com Predebon (2008),quando conseguimos transformar nossas tarefas em meios de afirmação e nossosobstáculosemdesafios,passamosacolhermuitasoportunidadesdeaprimoramentoemnossodiaadiae,também,mobilizamosamotivaçãonecessáriaparaaaçãocriativa.

Não há uma receita para a motivação, mas manter uma visão mais leve,pensamento positivo, esperança, ânimo e fé contribuem para maior entusiasmo emotivação.Noentanto,alémdetaisaspectos,existemtambémalgunsrecursosquepodemcontribuir,portantomuitocuidado,muitasvezesaspessoasacabamsetornandorefémdomaterialismo.Oideal,deacordocomPredebon(2008),ébalancearoidealismo eomaterialismo,esempreterumobjetivo,umcaminhoparaocrescimentopessoal.

Para adotar umnovoposicionamentono trabalho é necessário organização edisciplina.Neste sentido, temosque realizar umbalanço sincero, de comoestamos,evidenciaropontodepartidaeparaondequeremoschegar.Essepodeserummomentodelicado, é importante que não ocorra sentimento de culpa ou arrependimento.Predebon(2008)enfatizaquesomosimperfeitos,equenãotemosmuitoorgulhodosnossoserros,massaberqueestamostentandomelhorar,faztodaadiferença.

Dica de filmes sobre o assunto abordado neste tópico:

• O Lobo de Wall Street (2013), dirigido por Martin Scorsese.• Um sonho possível (2009), direção de John Lee Hancock.• Capitão Phillips (2013), direção de Paul Greengrass.

DICA

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LEITURACOMPLEMENTAR

MENTES MAIS BRILHANTES DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA

RuanBitencourtSilva

[...]

Nicolau Copérnico (1473-1543)

Apartirdesuasobservaçõesdocéuaolhonu,poisalunetaaindanãohaviasidoinventada,opolonêsNicolau Copérnico fez uma descoberta que causoua primeira grande revolução em nossa concepçãodo universo. Estudioso de astronomia, matemáticae medicina, ele escreveu “Sobre as Revoluções dasEsferasCelestes”,naqualafirmouqueaTerragiraemtornodeseupróprioeixoumavezpordiaeemtornodoSolumavezporano.

NumaépocaemqueosdogmasdaentãopoderosaIgrejaCatólicaafirmavamqueaTerraficavaparadanoespaçoeeraocentrodouniverso,adescobertadeCopérnicoera fantástica e ousada. Sua concepção de heliocentrismo, ainda que imperfeita, pois previa órbitas circulares dos planetas em torno do Sol, quandonaverdade elas sãoelípticas, iniciou um fabuloso processo de descobertas astronômicas e físicas nasdécadasaseguir.

Galileu Galilei (1564-1642)

OitalianoGalileuGalileifoiumdosprimeirosapercebercomoamatemáticaaplicadaaosfenômenosnaturais nos propicia um poder extraordinário paracompreender o que acontece no cosmo. AlgumasdécadasdepoisdeCopérnicoterconcebidoosistemaheliocêntrico,Galileioconfirmouapósdedicarsuavidaà pesquisa, à observação dos planetas, aos cálculos eaoaperfeiçoamentodotelescópio.

Além da concepção heliocêntrica, Galilei cometeria outra heresia ao contestarospensamentosinquestionáveisdeAristótelessobreomovimento.MasfoisuaafirmaçãodequeaTerra,assimcomoosoutrosplanetasconhecidos,giravaemtornodoSol,oqueolevouaotribunaldaSantaInquisição.Paraescapardamortenafogueira,Galileiassinou umadeclaraçãonaqual se consideravaumpecador por tal afirmação.No entanto, após tê-laassinado,eleteriamurmurado:“Contudo,elasemove”.

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Johannes Kepler (1571-1628)

ContemporâneodeGalileuGalilei,KeplerfoiresponsávelpordescobrirqueavoltaqueosplanetasdãoemtornodoSolé elíptica e não circular como acreditavam Copérnico e Galilei.Sua dedicação àmatemática euclidiana era tal que acreditavaqueageometriaemsieraamanifestaçãodeDeusnomundo.OtalentomatemáticodoalemãoKeplerolevouatrabalharaolado donobredinamarquêsematemáticoimperialTychoBrahe.

O dinamarquês possuía observações astronômicasmuito mais precisas do que qualquer um naquela épocae elas foram fundamentais para as conclusões de Kepler. OmovimentoorbitaldeMarte,observadoporBrahe,levouKepler

adescobrirqueasórbitasdosplanetasemtornodoSoleramelípticas.Eelefoialém.Oalemão desenvolveu as três leis fundamentais dosmovimentos planetários e com issofundouaastronomiamoderna.

Isaac Newton (1642-1727)

O legado de Copérnico, Galilei e Kepler foifundamentalparaqueoinglêsIsaacNewtondesenvolvessesuas ideias sobre gravitação universal, uma audaciosasuposição quemudouo destino da ciência.Ainda jovem,Newtondesenvolveuocálculo,umadasmaisimportantesáreas da matemática moderna, além de ter elaborado oconceitodeforçaeateoriamecânica.OcálculopossibilitouaNewtonterastécnicasnecessáriasparasuasdescobertas arespeitodagravidade.

Aprimeiradesuastrêsfamosas leisdizqueumcorpopermaneceemrepousoou emmovimento uniforme ao longo de uma linha reta, a menos que sofra ação deumaforçaexterna(leida inércia).Asegundaafirmaqueoefeitodeumaforçacontínuasobreumcorpoinicialmenteemrepousoouemmovimentouniformeéfazê-loacelerar. Eaterceiradizqueseumcorpoexerceumaforçasobreooutro,osegundoexerceráaomesmotempoforçaopostaedamesma intensidadesobreoprimeiro.Newton,aocombinarteoriamecânicaematemática,explicoucomoomundofuncionaecomoépossívelcalcularoqueacontecenele.

[...]

Charles Darwin (1809-1882)

Antes dele, a ciência já havia mostrado que aTerranãoeraocentrodouniverso.ComasdescobertasdeCharlesDarwinumnovoedefinitivogolpefoidesferidonosdogmas religiososenosmitosdecriaçãodivinadocosmo e do ser humano. Se dependesse de seu pai,Darwinteriaconcluídooscursosdemedicinaouteologia,mas o interesse do inglês por botânica o fez embarcar naexpediçãoqueonavioHSMBeaglefezparaaAméricadoSul,numamissãodepesquisacientífica.

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Foiduranteessaviagemqueelefezasobservaçõesqueolevariamadesenvolvera revolucionaria teoria da evolução das espécies. Suas conclusões mostravam que ahumanidadeerasomenteumpassoamaisnumprocessoevolutivodesobrevivênciaede seleçãonatural.A revoluçãoque colocava o ser humanono seudevido lugar nouniverso, iniciadaporCopérnico,estavaconcluídacomapublicaçãode“Sobreaorigem dasespéciespormeiodaseleçãonatural”,deCharlesDarwin.

[...]

James Clerk Maxwell (1831-1879)

As teoriasdeFaraday acercadas linhasde forçamovendo-seentrecorposcompropriedadeselétricasoumagnéticas fizeram James Clerk Maxwell formular ummodelo matemático exato para a teoria de propagaçãode ondas eletromagnéticas. Em 1865, Maxwell provoumatematicamente que os fenômenos eletromagnéticossãopropagadosemondaspeloespaçocomavelocidadeda luz, lançandoasbasesparaa rádiocomunicaçãoquefoi confirmada experimentalmente por Hertz em 1888 edesenvolvidacomGuglielmoMarconinaviradadoséculo.O seu trabalho em electromagnetismo foi a base darelatividaderestritadeEinsteineoseutrabalhoemteoriacinéticadegasesfoifundamentalparaodesenvolvimentoposteriordamecânicaquântica.

[...]

Albert Einstein (1879-1955)

Quando Albert Einstein nasceu fazia quase dois séculos que Isaac Newton haviaprovadoquetempoeespaçoeramabsolutosenãotinhamnenhumarelaçãocomcoisasexteriores.Desdeentãoacreditava-sequeotempofluíademodoequitativoeoespaço permanecia sempre semelhante e inamovível. Essas certezas cairiam por terra

comasideiasdeEinstein.Ocientistaalemãosupôsquenãohánadaquesepossachamardemovimentoabsoluto.

Segundo Einstein, toda velocidade é relativa aoreferencialespecíficoqueadefine.Assim,sehámovimentorelativo,otempoeoespaçosetornamrelativoseotempoétão intrinsecamente ligadoaoespaçoquesetornaumaquarta dimensão dele. Com sua Teoria da Relatividade,Einstein provocou uma revolução na nossavisão sobre ouniverso.Suasideiasanunciaramofimdafísicaclássicae oiníciodaeradafísicaquânticaedaenergianuclear.

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Leonardo da Vinci (1452 – 1519)

Pintor, inventor, cientista, arquiteto, músico,escritor… conhecido também como o “homem do Renascimento”. Sempre que ouvimos seu nome,imediatamente,nosvêmàmenteobrascomo A Última Ceia, Dama com Arminho ou Homem Vitruviano. No entanto, por vezes negligenciamos as inúmerascontribuições de da Vinci à área da engenharia. Suamáquina voadora, seu anemômetro, seu paraquedas,seus equipamentos demergulho ou suasmáquinas deguerra foram alguns esboços. Foi, acima de tudo, um pioneironométodoexperimental,econseguiuestaràfrente, sem saber, de figuras tão importantes quantoDescartesouFrancisGalton.

Oquesempreoguioufoi suaávidacuriosidade,aqualfezdeleumautodidataapaixonado pela natureza, pela ciência e pela pesquisa. Ele preencheu seus cadernoscom cada uma de suas nervosas ideias, projetos, esboços e teorias que, hoje em dia,continuamsendo tão difíceis de interpretar.Umdosmais interessantes é, semdúvida,O Codex Atlânticus.Nele,vemosafamosamáquinavoadora,aqual jáindicavaasbases precocesdaaeronáuticaedafísica.

FONTE: <https://universoracionalista.org/as-doze-mentes-mais-brilhantes-da-historia-da-ciencia/>. Acesso em: 15 dez. 2019.

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Oscomportamentosdeumapessoacriativa,identificadosporPredebon(2008),são:circunstancialecompulsivo.

• As principais teorias da criatividade são:Teoria dasQuatroDimensões daCriatividade;TeoriadaAdaptação-Inovação;eaferramentaavaliativaTesteTorrancedePensamentoCriativoouTorrance Test of Creative Thinking.

• A“motivação”influênciadiretamentenacriatividade,

• Asprincipaisteoriasdamotivaçãosão:TeoriaXeY;TeoriadosDoisFatores;ePirâmidedasNecessidadesdeAbrahamH.Maslow.

• ApirâmidedeMaslow identificaasnecessidadesconsideradas essenciais para a sobrevivência,asmaisbásicas,estandonabasedapirâmide,enquantoasdotopodapirâmide, referentesà satisfaçãopessoal e realizaçãoprofissional, sãoasmaiscomplexas.

• AteoriadodosfatoresdeHerzberg identificouquaisfatorescausamasatisfaçãoea insatisfaçãodosempregadosnoambientedetrabalho, dividindo-os em dois grupos: Motivacionais e Higiênicos.

• NateoriaXeY,McGregorcriouduasdimensões:ateoriaX,emqueo indivíduoémotivadopelomenoresforço,demandandoumacompanhamentoporpartedolíder;enaTeoriaY,cujaspessoassãomotivadaspelomáximoesforço,demandandoumaparticipaçãomaiornasdecisõesenegociaçõesinerentesaoseutrabalho.

• AspossibilidadesparagerarmotivaçõesnaspessoasapartirdosestudosdePredebon(2008),sendoalgumasdelas:umaboaenergianoambiente,o incentivopormeiodemetasatingidas,bomclimaorganizacional,epossibilitararealizaçãopessoaldoempregado.

RESUMO DO TÓPICO 3

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1 NaspesquisasdePredebon(2008),oautorevidenciadoistiposdecomportamentocriativo: o criativo compulsivo e o criativo circunstancial. Assim, identifique, nascaracterísticas listadasa seguir, quais sãodocomportamentocriativocompulsivo(CO),equaissãodocomportamentocriativocircunstancial(CI):

()Secaracterizaprincipalmentepelacompulsividade.()Buscaoprazerdecriar,peloprazerdaconquistado"novo".()Ao acabar cada tarefa de criação, a pessoa relaxa com a sensação de dever

cumprido,perantesiprópria.()Oconceitode relevânciaémuitomaisaplicadoàcriatividadenodiaadiaouno

campoprofissionaldoquenasartes,quetêmoutrocompromissocomarealidade.()Adquireo"vício"nãopelaviacompulsiva,maspelocaminhohedonístico.

AssinaleaalternativaCORRETA:a) () CO,CI,CO,CI,CI.b) () CI,CO,CI,CI,CO.c) () CO,CO,CI,CI,CO.d) () CI,CO,CI,CO,CI.e) () CI,CO,CI,CI,CI.

2 Amotivaçãoéessencialparaoprocessodecriatividade.Combasenaimportânciadacriatividadeemotivaçãonasempresas,umavezqueestãodiretamenterelacionadas,diversos estudos foram realizadosvisandocompreender amotivaçãohumana.AsprincipaisteoriasdamotivaçãosãoTeoriaXeY,TeoriadosDoisFatores,ePirâmidedasNecessidadesdeMaslow.Combaseemtaisteoriasrelacioneascolunasaseguir:

AUTOATIVIDADE

(1)TeoriaXeY.

(2)Teoriadosdoisfatores.

(3)PirâmidedeMaslow.

() Identifica as necessidades consideradas essenciaisparaasobrevivência,easmaiscomplexasreferentesàsatisfaçãopessoalerealizaçãoprofissional.

() Cria duas dimensões, uma em que o indivíduo émotivado pelo menor esforço, demandando umacompanhamentoporpartedolíder,eoutraemqueas pessoas são motivadas pelo máximo esforço,demandando uma participação maior nas decisões enegociaçõesinerentesaoseutrabalho.

() Identificou quais fatores causavam a satisfaçãoe a insatisfação dos empregados no ambiente detrabalho,dividindo-osemdoisgrupos:motivacionaisehigiênicos.

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AssinaleaalternativaCORRETA:a) () 3,1,2.b) () 3,2,1.c) () 2,1,3.d) () 2,3,1.e) () 1,3,2.

3 De acordo com o conteúdo estudado, amotivação émuito importante no processode criatividade.Combasenisso, abordamosalgumas teoriasque têmcomoobjetivo estudar as variáveis que motivam as pessoas, sendo uma delas a pirâmide denecessidadesdeMaslow.Essateoriaapresentaumahierarquiaparaasnecessidadeshumanas,sendoqueasmaisbásicasficamnabase,easmaiselaboradasnotopodapirâmide.Àmedida que o ser humano alcança uma das necessidades evidenciadasporMaslow,eletemmotivaçãoparaalcançarapróxima.Combasenessecontexto,identifiquequaissãoessasnecessidades.

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CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

UNIDADE 3 —

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender as principais mudanças tecnológicas que impactaram no desenvolvimento da sociedade e das organizações;

• analisar os principais aspectos que estimulam a criatividade e a inovação no âmbito das organizações;

• refletirsobreoprocessodegestãocriativodeinovaçãonasempresas;

• investigar a importância da criatividade e inovação nas organizações contemporâneas.

Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

TÓPICO 2 – CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

TÓPICO 3 – O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

TÓPICO 4 – BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

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CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 3!

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TÓPICO 1 —

AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, nós vamos iniciar nossos estudos abordando as revoluções industriais e suas principais características nos respectivos períodos.

Além de compreender o papel da evolução tecnológica em cada período industrial, vamos analisar os principais aspectos relacionados às mudanças tecnológicas e os seus impactos nos ciclos econômicos para uma melhor compreensão das suas implicações no âmbito das organizações. Já vimos que a criatividade possui um papel relevante no desenvolvimento de inovações tecnológicas sendo, desta forma, cada vez mais uma competência requerida pelas instituições em geral.

2 AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E OS CICLOS ECONÔMICOS

Para compreendermos a evolução e as mudanças tecnológicas, vamos dar um salto histórico para o século XVIII. Nesse período, na Europa, predominavam as atividades rurais e os portos eram a única alternativa para ir de uma região à outra. Nessa época, as mercadorias existentes eram produzidas de forma artesanal, ou seja, todas as etapas para construção do produto eram realizadas por uma única pessoa.

Com o passar do tempo, e devido ao crescimento da população, a relação de compra e venda aumentou e o método de produção, até então utilizado, tinha dificuldadesematenderàdemanda.Apartirdisso,surgiuumnovosistemacaracterizadoprincipalmente pela divisão do trabalho artesanal, a manufatura.

Esse modelo predominou no período da Idade Moderna, foi o responsável pelo aumento de produção e, consequentemente do mercado consumidor, impulsionando o desenvolvimento do comércio monetário. Assim, os efeitos de novas formas de trabalho e de novas tecnologias aplicadas à agricultura, proporcionaram maior produção com mão de obra reduzida, ocasionando o deslocamento de grandes massas populacionais de regiões rurais em direção às grandes cidades da época.

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Logo, o deslocamento dessas massas provocaram a concentração e o excesso de mão de obra disponível que, junto com o desenvolvimento científico — neste momento ressalta-se a invenção da máquina a vapor, além de outras novas tecnologias — desencadeou o fenômeno da industrialização mundial (MARCOVITCH, 1983 apud KILIAN, 2005).

A Revolução Industrial provocou uma profunda mudança histórica nos meios de produção até então conhecidos, alterando os modelos econômicos e sociais de sobrevivência. O modelo feudal entrou em decadência cedendo espaço para o modelo industrial,dandoinícioàRevoluçãoIndustrialdeproduçãoemlargaescala(KILIAN,2005).

FIGURA 1 – ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/-S9oKLQf1NmA/V9630CRHQGI/AAAAAAAAADU/XXXxpc-nFAkVkX-XPHLDRZoM9miCpMZkACLcB/s640/daarteaindustria.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.

A Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta manual pelouso da máquina e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção predominante. Esse fenômeno deu origem à produção em larga escala dos mais variados artefatos, de forma quase ilimitada. Neste primeiro período, existia ainda uma demanda muito grande por todos os tipos de produtos, desta forma, os novos consumidores aceitavamosbensproduzidos semterumaconsciênciadasfilosofiasdemelhoria equalidade que na atualidade são de importância relevante para os clientes.

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Sugestão de filme sobre a Revolução industrial:

• Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Duração: 87 min. Warner, 1936.

DICA

O avanço tecnológico possibilitou, e ainda interfere, diretamente na evolução da indústria. Por meio dele surgiram novos processos e métodos, conforme podemos analisar a seguir:

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA

A Primeira Revolução Industrial começou no século XVIII e teve como baseousodaágua,dovapor(iníciodoscombustíveisfósseis)eamecanizaçãodeequipamentos para a produção de bens de consumo.

SegundoBastosTigre(2006),“porvoltade1820,umgarotooperandodoisteares mecânicos era capaz de produzi até 15 vezes mais do que o artesão doméstico, resultando na perda de empregos e drásticas reduções de salários”. Surgiu, assim, o primeiro confronto homem-máquina, simbolizado pelo movimento liderado por Martin Ludd—oMovimento Ludita. A cada dia, novas máquinas facilitavam os processos de produção, reduziam custos e ampliavam a quantidade de riqueza fabricada. De fato, podemos ver nessa experiência histórica um momento nunca antes vivido no desenvolvimento da economia.

Contudo, em meio a tanta riqueza, vemos que essa nova situação se contrastava com a situação miserável dos vários operários que trabalhavam nos centros fabris. Essa situação contraditória, em pouco tempo passou a ser percebida por vários trabalhadores que trocavam o extensivo uso de sua força de trabalho por salários que não supriam suas necessidades materiais elementares.

Em muitos casos, essa situação era explicada pelo fato de as fábricas reduzirem sensivelmente a demanda por mão de obra, graças ao uso das máquinas. Nesse contexto, se organizava uma grande massa de desempregados que se sujeitava a um pagamento baixo mediante a falta de empregos e a grande disponibilidade de mão de obra. Aos poucos, alguns trabalhadores responderam a essa deplorável realidade.

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NofimdoséculoXVIII,corriaoboatodequeumenfurecidooperáriobritânicochamado Ned Ludd havia quebrado as máquinas de seu patrão. Mesmo não tendo comprovação, a história serviu de inspiração para vários operários que viam nas máquinas a razão de sua condição de miséria. Nascia assim, na Inglaterra, o Ludismo ou Movimento Ludita.

Os luditas geralmente agiam de forma secreta, endereçando cartas anônimas aosseuspatrõesexigindoofimdousodasmáquinasquerestringiamaofertadeemprego. Muitas vezes, organizavam grupos que invadiam fábricas e depredavam todas as máquinas presentes. Enquanto a destruição acontecia, uma massa de operários e desempregados aprovava a ação com gritos de apoio e calorosas palmas.

FONTE: <https://beduka.com/blog/wp-content/uploads/2019/06/revolucao-industrial.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

A reação das autoridades inglesas contra esses levantes foi marcada por váriosconflitosentreospoliciais eos trabalhadores.Finalmente,noanode 1812,o Parlamento Britânico aprovou a Frame Braking Act, lei que punia a quebra de máquinas com a pena de morte. Dessa forma, observamos que a rebelião ludita causou impacto significativo e determinou uma experiência de oposição entre ohomem e a tecnologia.

Apesar de não carregar um conteúdo ideológico, os luditas foram de suma importância para que o molde de desenvolvimento do capitalismo fosse questionado. Afinaldecontas,qualrelaçãogarantiaqueosurgimentodetantasmáquinastrariareais benefícios à coletividade?

A Segunda Revolução ampliou a divisão do trabalho e iniciou o uso da energia elétrica para criar a produção em massa.

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FONTE <https://www.trabalhosescolares.net/wp-content/uploads/2008/07/revolucao_industrial_fabricas_automobilisticas.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Dessa forma foi um marco para o início da industrialização mundial, vivida, primeiramente, pela Inglaterra.

Nesse sentido, todo o processo envolvendo a Revolução Industrial servia para que novas formas de produção fossem desenvolvidas. Além disso, foram processos não interrompidos que auxiliaram nos avanços de tecnologias. Assim também, novas indústriaseaformadeproduçãoforamfortementebeneficiadaspelasnovasformas de realização.

A Terceira Revolução utilizou a tecnologia da informação para automatizar a produção e ampliar a informação. Também é chamada de Revolução Informacional, se iniciou em meados do século XX.

FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/mages?q=tbn%3AANd9GcTTvBNTheXlxSkX6QxXNTuqF_RPOTKvS8ubW5-spYFid5YmpOYC&usqp=CAU>. Acesso em: 19 jun. 2020.

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FONTE: Adaptado de <https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/ludismo.htm>; <https://conhecimentocientifico.r7.com/segunda-revolucao-industrial/>;

<https://conhecimentocientifi co.r7.com/como-a-terceira-revolucao-industrial-mudou-o-mundo-e-as-relacoes-humanas/>; e <http://www.industria40.gov.br/>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Assim, podemos destacar como principais características tecnológicas das revoluções industriais:

Nessa época, a eletrônica surge como verdadeira modernização da indústria. Destacou-sepelosavanços tecnológicose científicosna indústria, bemcomonaagricultura, na pecuária, no comércio e na prestação de serviços.

Agora, a Quarta Revolução Industrial deve ampliar a revolução digital que vinha ocorrendo desde meados do século passado, com um grande potencial devido a sua natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet.

FONTE: <https://bit.ly/36LYOfN>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Com a chegada da Quarta Revolução Industrial, também chamada de Revolução 4.0, temos hoje o que se denomina de Industria 4.0.Hátrêsvetorespropulsores: fatores físicos, digitais e biológicos.

As três primeiras Revoluções Industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A Quarta Revolução Industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico.

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QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS

FONTE: Aires, Moreira e Freire (2017, p. 4)

Revolução Industrial

Período Características Tecnológicas

Primeira Revolução Industrial

Iniciou da segunda metade do século XVIII e avançou até

meados do século XIX. Ocorreu entre as décadas

de1760e1840.

• Máquina a vapor.• Substituição da produção artesanal pela produção fabril.• Tear mecânico.

Segunda Revolução Industrial

Iniciou do século XIX e avançou até a primeira metade do século XX.

Ocorreu entre as décadas de1860e1900.

• Energia elétrica.• Petróleo.• Sistema de produção taylorista – fordista – divisão do trabalho manual e intelectual.• Automação e produção em massa.• Linha de Montagem móvel.

Terceira Revolução Industrial

Iniciou na segunda metade do séculoXXeavançouatéofinal

deste século.Ocorreu entre as décadas

de1960e1990.

• Surgimento da informática e avanço das comunicações.• Surge a sociedade do conhecimento.•Sistemadeproduçãoflexível.•Tecnologiadainformação(TI).• Computação.

Quarta Revolução Industrial

Iniciou na primeira década do século XXI, na década de 2000.

• Internet mais ubíqua e móvel, sensores menores e mais poderosos.•Fusãodastecnologiaseainteraçãoentre domínios físicos, digitais e biológicos.• Sistemas e máquinas inteligentes conectados possibilitando um modelo de produção de personalização em massa.• Robótica avançada.

Aconstantebuscapor“inovações”tecnológicasquedesencadeiamasrevoluçõessão decorrentes do sistema capitalista, que geram, de acordo comSchumpeter (1961), a denominada “destruição criativa”. A inovação é considerada um fator intrínseco que criaconstantemente: novos bens de consumo, novos métodos e processos de produção e transportes, novos mercados e novas formas de organização industrial (SCHUMPETER,1961).Essemovimentoconstantevaigerarosciclos econômicos a partir das inovações tecnológicascomopodemospercebernafiguraaseguirsobrearevoluçãoindustrial.

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FIGURA 2 - BREVE HISTÓRIA DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS

FONTE: <https://netscandigital.com/wp-content/uploads/2019/02/industria4.0-1024x768.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

INDÚSTRIA 1.0

Mecanização, teare força à vapor

INDÚSTRIA 2.0

Produção em escala,linha de montagem,eletricidade e combustão

INDÚSTRIA 3.0

Automação, robótica, computadores, internet e eletrônicos

INDÚSTRIA 4.0

Sistemas cibernéticos, internet das coisas, redes e inteligência artificial

Daindústria1.0atéosdiasatuais(indústria4.0),percebemosqueasociedadese diferencia das anteriores, pela importância dada ao trabalho intelectual e à criatividade dentro das empresas. Além disso, o comportamento do consumidor muda, e os clientes passam a ser mais exigentes, causando, nas organizações, mudança no pensamento estratégico em função da busca pela satisfação dos clientes, provocando a aceleração no ciclo de vida dos produtos. Por consequência, dois fatores-chave para a produção de novos produtos foram estimulados com o objetivo de se manter competitivos no mercado: inovação e criatividade.

Na indústria 4.0, a inovação tecnológica possibilita maior segurança, planejamento e eficiência nas organizações por meio de novas abordagens como:segurança da informação; realidade aumentada; big data; robôs autônomos; simulações; manufatura aditiva; sistemas integrados; computação em nuvem; e internet das coisas.

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FIGURA 3 - INDÚSTRIA 4.0

FONTE: <https://russellbedford.com.br/wp-content/uploads/2018/06/industria-4-0.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Vamos falar um pouco mais sobre a quarta revolução industrial a seguir.

Quarta Revolução Industrial ou estagnação secular?

José Eustáquio Diniz Alves Nomêsdejaneirode2016foramlançados,deformaindependente,doislivros

que discutem as possibilidades e as limitações que a tecnologia teve no passado e terá no futuro no sentido de avançar com as forças produtivas rumo à estagnação ou ao progresso e a melhoria das condições de vida da humanidade. Um é otimista e o outro é pessimista.

O livro The fourth industrial revolution, de Klaus Schwab, foi lançado durante oFórumEconômicoMundial,deDavoseserviudetemacentralparaoencontroquereúne a elite da economia mundial. Numa visão otimista, o livro diz que estamos à beira de uma revolução tecnológica que alterará fundamentalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos uns com os outros. A “Quarta RevoluçãoIndustrial, em sua escala, escopo e complexidade, será diferente de tudo que a humanidade já experimentou antes”, como diz o autor. A Primeira Revolução Industrial começou no último quartel do século XVIII e teve como base o uso da água, do vapor (iníciodoscombustíveisfósseis)eamecanizaçãodeequipamentosparaaprodução

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de bens de consumo. A Segunda Revolução ampliou a divisão do trabalho e iniciou o uso da energia elétrica para criar a produção em massa. A Terceira Revolução utilizou a tecnologia da informação para automatizar a produção e ampliar a informação.

Agora, a Quarta Revolução Industrial deve ampliar a revolução digital que vinha ocorrendo desde meados do século passado, mas, segundo Klaus, ela traz um grande potencial devido a sua natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. O livro aponta três vetores propulsores: fatores físicos, digitais e biológicos. Dentre os físicos, como o desenvolvimento de novos materiais, destaca-se o aperfeiçoamento do grafeno, que é 200 vezes mais resistente que o aço e milhares devezesmaisfinoqueumfiodecabelo,tendopotencialdemudara indústriaeainfraestrutura. Os celulares conectados à internet provocaram uma reorganização de diversos aspectos da vida, como na educação, saúde e no transporte urbano. A biotecnologia, poderá erradicar doenças e até mesmo retardar o envelhecimento das pessoas. Além das mudanças nos sistemas de produção e consumo e amplo uso de inteligênciaartificial,elatambémtrariaodesenvolvimentodeenergiasverdes.

Portanto, Klaus considera que as transformações de hoje não representam apenas um prolongamento da Terceira Revolução Industrial, mas sim a chegada de umquartoedistintoperíodo,emfunção: “davelocidade,doalcanceedossistemasde impacto, pois a velocidade dos avanços atuais não tem precedente histórico, quando comparado com as revoluções industriais anteriores”. A Quarta Revolução avança em ritmo exponencial em vez de linear. Além disso, está envolvendo quase todos os setores em todos os países. A amplitude e a profundidade dessas mudanças anunciam a transformação dos sistemas inteiros de produção, gestão e governança. Assim, para o autor, bilhões de pessoas conectadas por dispositivos móveis, com um poder sem precedentes de processamento, capacidade de armazenamento e acesso ao conhecimento, oferecem possibilidades ilimitadas. Essas possibilidades poderão ser multiplicadas por avanços tecnológicos emergentes em áreas como inteligência artificial, robótica, a Internet das Coisas, veículos autônomos, a impressão 3-D,nanotecnologia, biotecnologia, ciência de materiais, armazenamento de energia e computação quântica.

Ainda no raciocínio do autor, a Quarta Revolução Industrial, assim com as revoluções anteriores, tem o potencial de elevar os níveis de renda global e melhorar a qualidade de vida das populações em todo o mundo. A inovação tecnológica também pode levar a um milagre do lado da oferta, com ganhos a longo prazo em termos de eficiência e produtividade. Transporte e comunicação a custos baixostornariamascadeiasdefornecimentoglobaisea logísticamaiseficazes, abrindonovos mercados, impulsionando o crescimento econômico. Não menos importante, a Quarta Revolução Industrial, segundo o autor, pode aperfeiçoar a democracia. Como os mundos físico, digital e biológicos continuam a convergir, novas tecnologias e plataformas vão permitir que os cidadãos participem da gestão governamental,

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exprimindo suas opiniões, juntando esforços na implementação de políticas públicas e supervisionando as autoridades constituídas. Simultaneamente, os governos ganharão novos poderes tecnológicos, com base em sistemas de vigilância e capacidade de controlar a infraestrutura digital, aumentando a concorrência, a redistribuição das funções e a descentralização do poder.

Para não dizer que tudo são flores, o autor reconhece que a QuartaRevolução Industrial poderia aumentar a desigualdade social, especialmente afetando os mercados de trabalho. Como a automação substitui o trabalho em toda a economia, o deslocamento líquido de trabalhadores por máquinas poderá agravar ofossoentreosretornosdecapitaleosretornosdotrabalho(gerandoumacrisededesemprego).OpiorcenárioseriaaquelevislumbradoporMartinFord(Rise of Robots) em que a ascensão dos robôs levaria a um futuro sem emprego. Mas Klaus aposta no efeito positivo, pois a tecnologia, em termos macroeconômicos, poderá não só trazer aumento líquido nos postos de trabalho, como também pode transformar as ocupaçõesematividadessegurasegratificantes.

Evidentemente, toda esta visão cornucopiana e de redenção tecnológica soacomomúsicaaosouvidosdaeliteeconômicaquefrequentaoFórumEconômicoMundial. Para Klaus, a Quarta Revolução Industrial seria a prova de que o capitalismo é umsistemanãosóeficiente,masquepodesertambémjustoedemocrático.Emsuaquarta reedição, a revolução capitalista universalizaria o progresso econômico, social e ambiental. Seria o triunfo da abundância do paraíso na Terra. Contudo, esse tipo de delírio tecnológico é contestado no livro The Rise and Fall of American Growth: The U.S. Standard of Living since the Civil War do professor da Universidade Northwestern, Robert J. Gordon. Hámuito tempo o autor tem criticado o tecno-otimismo e asafirmações,defortecunho ideológico,dequeestamosemmeioaumamudançatecnológica revolucionária. Por exemplo, em relação à apologia feita às TICs (TecnologiadeInformaçãoeComunicação),Gordonargumentaqueelassãomenosimportantes do que qualquer uma das cinco grandes invenções que alimentou o c rescimento econômico entre 1870-1970: eletricidade, saneamento urbano, químicos efarmacêuticos, o motor de combustão interna e a comunicação moderna.

Gordon não discorda do papel histórico desempenhado pela tecnologia no passado. Ele recapitula os vínculos entre períodos de rápida expansão econômica eas inovaçõesdastrêsRevoluções Industriais (RI)precedentes: 1ª)adasferrovias,energiaavapor(carvãomineral)eindústriatêxtil,de1750a1830;2ª)adaeletricidade,motor de explosão, água encanada, banheiros e aquecimento dentro de casa, petróleo egás, farmacêuticos,plásticos, telefone,de 1870a 1900;3ª) adoscomputadores,internet,celulares,de1960atéhoje.SegundoGordon,asegundaRIteriasidomaisimportante em termos de acelerar o crescimento econômico, garantindo 100 anos de acelerado avanço na produtividade. Ele argumenta que este evento excepcional é único no tempo e não vai se repetir.

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Eledáexemplodavelocidadedotransporte(queéconfirmadapelofracassodo Boeing 787 Dreamliner): “Até 1830, a velocidade de tráfego de passageiros e demercadorias era limitado pelo ‘casco e vela’, mas aumentou de forma constante até a introduçãodoBoeing707,em1958.Desdeentão,nãohouvenenhumamudançanavelocidadee,defato,osaviõesvoammaislentoagoradoqueem1958porcausadanecessidade de economizar combustível e normas de segurança”.

Outro exemplo se dá pelo engarrafamento das grandes cidades e a crise da mobilidadeurbana.Uma carroça puxadapor dois cavalos trafegava a 26 km/hora,masnossospotentescarrosatuaisnãotrafegama20km/horanohoráriodepicodas metrópoles. Nas estradas é grande o número de acidentes e mortes. Desastres erestriçõesàmobilidadeurbanasignificamperdadeeficiênciaeconômicaepressãosobre a qualidade de vida. Nas grandes cidades brasileiras é comum os moradores da periferia gastarem duas horas da casa para o serviço e mais duas horas de volta.

A soma do aumento do custo da extração dos combustíveis fósseis e a perda dos ganhos de produtividade pode funcionar como freio ao crescimento econômico. Considerando a economia dos Estados Unidos da América (EUA),Gordon argumenta que existem seis “ventos contrários” (headwinds) que devem desacelerar o crescimento americano: 1) aumento das desigualdades sociais, 2) educação deteriorada; 3) degradação ambiental; 4) maior competição provocada pela globalização; 5) envelhecimento populacional; e 6) o peso dos déficits e doendividamento privado e público.

Oautorsugerequeestes “ventoscontrários”nãoestãoatingindoapenasosEUA, mas todas as economias avançadas, o que deve provocar taxas de crescimento econômico abaixo de 1% nas próximas décadas. Para as sociedades emergentes, os“ventoscontrários”tambémexistem,massopramcommenos intensidade,porenquanto. Mas, numa economia cada vez mais internacionalizada, é difícil imaginar que os países em desenvolvimento possam manter altas taxas de crescimento econômico sem contar com uma dinâmica parecida nos países desenvolvidos.

Evidentemente, a tecnologia contribui para o progresso e o bem-estar da população. O avanço das tecnologias de higiene e de saneamento básico reduziram a mortalidade infantil e aumentaram a esperança de vida, contribuindo para tornar as pessoas mais longevas, mais educadas e mais produtivas. Aliás, a revista britânica TheEconomist,combasenosestudosdeRobertGordon,fezumacapa(12/01/2013)mostrando que toda a força do pensamento tecnológico recente foi incapaz de inventar uma coisa mais útil e de maior impacto na saúde dos povos do que o vaso sanitário.Osefeitospositivosdeuma invençãotãosimplesdesmistificamaapologia das tecnologias mirabolantes.

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A tecnologia pode ser aliada do desenvolvimento humano e ambiental, mas também pode ser fonte de dominação, exploração e de autoengano. O livro de Robert Gordon, portanto, não rejeita a tecnologia, mas apresenta um forte argumento sobre seus limites.Tambémreforçaateseda“estagnaçãosecular”edobaixocrescimentoeconômiconorestantedoatualséculo.Nesteiníciodeano,enquantooFMIprevêumcrescimentode2,4%paraoPIBdosEUAem2016,diversosoutrosestudosapontamum crescimento abaixo de 2% ou mesmo uma recessão. Tudo indica que a Era do alto crescimento econômico é coisa do passado. A América Latina, por exemplo, vai ter dois anos de recessão e sem uma recuperação forte a vista.

A ideia de hiperprogresso e de avanço sem limite das forças produtivas é alimentada tanto por pensadores neoliberais, quanto marxistas, que acreditam na revoluçãocientíficaetecnológica.Porexemplo,aSingularidadetecnológicaseriaumevento histórico previsto para o futuro próximo no qual a humanidade atravessaria um estágio de colossal avanço tecnológico em um curtíssimo espaço de tempo. Os aceleracionistas,seguindoutopiasdeesquerda,sonhamcomum“tecnocapitalismodesterritorializado” e uma “infiltração tecnológica da agenda humana”. Mas comomostraram Danowski e Castro (2014), os chamados “tecnófilos cornucopianos”acreditam em um “capitalismo pós-industrial e vibrante”, mas desconsideram oslimites colocados pelo Sistema Terra para viabilizar o grande salto adiante. O Paradoxo deJevonsmostraqueosganhosdeeficiênciaprovocadospela tecnologiapodemreduzir o consumo de recursos naturais em termos microeconômicos, mas não em termos macroeconômicos. O próprio Painel Internacional de Recursos da ONU, que busca estabelecer políticas que possibilitem dissociar os efeitos do crescimento econômicodousodosrecursosnaturaisedosseusimpactosambientais(decoupling), reconhece que, a despeito de todo avanço tecnológico, o uso global per capita de materiaiscontinuacrescendo,poiseradeseistoneladas,em1970,passouparaoitotoneladas,entre1970e2000,chegandoadeztoneladas,em2010.Houve,portanto,aumento absoluto no uso dos materiais extraídos do meio ambiente. Mas também ocorreucrescimento relativo,poisaquantidadedematerial (kg)paraproduzirumaunidadedePIB(US$)passoude1,2kg,em2000,para1,4kg,em2010(UNEP,2015).

Além disto, o nível de reciclagem é muito baixo e os ganhos microeconômicos são minimizados pela ampliação da demanda agregada. Desta forma, não custa lembrar orecadodeixadoporMaryShelley,nolivroFrankenstein,quejátinhaalertado,em1818,sobre os efeitos indesejados da tecnologia e da racionalidade, que em vez de gerar o progresso prometeico, pode gerar um monstro que assusta a raça humana.

Para quem faz apologia da tecnologia e acha que a ideia de desenvolvimento sustentável é o caminho para conciliar os avanços materiais e o meio ambiente, seria bom ler o livro de Ted Trainer: Renewable Energy Cannot Sustain a Consumer Society.

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Ele diz que a sociedade atual, assentada no triângulo indústria-riqueza-consumismo, é insustentável e injusta, envolvendo taxas de utilização de recursos per capita que são impossíveis de atingir e universalizar para toda a população. Ao contrário de um mundoderiquezasinfinitas,elepropõeasimplicidadevoluntáriaeodecrescimento.O sonho do desenvolvimento economicamente inclusivo, socialmente justo e ambientalmente sustentável virou um oxímoro e o tripé da sustentabilidade virou um trilema(MartineeAlves,2015eAlves,2015).

Ninguém sabe, com certeza, como será o futuro. Neste segundo quindênio (2015-2030)doséculoXXI,quandoaagendaglobaldaONUestácentradanosObjetivosdeDesenvolvimentoSustentável (ODS)enoAcordodeParis,aprovadonaCOP-21,omonitoramento mundial da agenda pós-2015 deveria contrabalançar a atenção entre o oba-oba da Quarta Revolução Industrial, de Klaus Schwab e a crítica realista dos limites tecnológicosfeitasporRobertGordon.Asociedadeafluenteaindaéumsonhodistantepara a maioria da população mundial.

FONTE: <https://www.ecodebate.com.br/2016/02/17/quarta-revolucao-industrial-ou-estagnacao-secular-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/>. Acesso em: 19 jun. 2020.

A partir das Revoluções Industriais podemos perceber sua relação com os ciclos econômicos, ou seja, as mudanças tecnológicas propiciadas pelas inovações provocaram, também, transformações na economia. Como vimos no capítulo anterior deste livro de estudos, um dos primeiros autores a destacar o papel da inovação para as organizaçõesfoiSchumpeter(1961),queaapresentacomoumfatordevantagemcompetitiva. Tal vantagem surge a partir da destruição criativa (destruir as velhasideias para criar novas ideias), podendo ser originada a partir de uma invenção ou uma tecnologia já existente. A invenção se encontra associada com o conceito de insight, que corresponde ao momento do processo criativo no qual uma ideia ou umasoluçãoparaumproblemasurgedeformarepentina (ALENCAR;FLEITH,2003).Dessa forma, vão surgir diversas teorias e tipos para analisar o fenômeno da inovação no âmbito dos países e das organizações, como veremos a seguir.

Assista ao filme A Revolução Industrial, disponível no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=DmvL6vy_6Qg.

DICA

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Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.

FONTE: <http://pt.dbpedia.org/resource/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial>. Acesso em: 24 jun. 2020.

NOTA

3 FATORES INDUTORES DA MUDANÇA TECNOLÓGICA

BaseadonopensamentodeSchumpeter(1961),aOrganizaçãoparaCooperaçãoeDesenvolvimentoEconômico (OCDE)elaborouoManual de Frascatique “consolidouconceitosedefiniçõessobreatividadesdepesquisaedesenvolvimento(P&D)epermitiua criação de sistemas de indicadores de inovação tecnológica para empresas e países” (BASTOSTIGRE,2006,p.71).

FIGURA 4 - MANUAL DE FRASCATI

FONTE: <http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/14/Manual_de_Frascati.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2020.

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Em seguida, a OCDE, com uma abrangência muito maior, lançou o Manual de Oslo(1992,1997,2005),jáemsuaterceiraversão,quecolocamomonitoramentodasinovações tecnológicas como ponto crucial para o desenvolvimento econômico da sociedade ocidental.

FIGURA 5 - MANUAL DE OSLO

FONTE: <https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2020.

De acordo com o Manual de OSLO, a inovação torna-se um valor tangível mensurável que determina o grau de evolução tecnológica de uma empresa ou país do ponto de vista econômico.

Os fatores indutores de mudança tecnológica, segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p. 26), “podem surgir em virtude de inúmeras razões”. No caso deempresas, os fatores que levam à inovação envolvem, muitas vezes, objetivos com relaçãoaosprodutos,mercados,eficiência,qualidadeoucapacidadedeaprendizado e de implementação de mudanças.

Procuraridentificarosmotivosquelevamasempresasainovaresuaimportânciaauxiliam no exame das forças que conduzem as atividades de inovação, tais como a competição e as oportunidades de ingresso em novos mercados.

Maisespecificamente,BastosTigre (2006) identificaduasforçasbásicasqueinduzem as mudanças tecnológicas:

• demanda(demand-pull): explicitadas pelas necessidades de usuários e consumidores;• oferta (technology push): derivadas dos avanços da ciência que ofertam, a todo o

momento, novas aplicações tecnológicas de forma independente do mercado.

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Bastos Tigre (2006, p. 77) também aponta que os custos dos fatores de produção podem induzir mudanças tecnológicas, apresentando como exemplo que no iníciodoséculoXX,“osaláriosemanaldeumtrabalhadorruralésuficienteparacomprarum acre de terra”. Ou seja, o alto custo da mão de obra impulsionou o investimento em desenvolvimento tecnológico de máquinas que diminuíam este custo, tornando a operação mais lucrativa.

Porsuavez,Castells (2006,p.73)consideraque“osfatoresque induzemasinovaçõestecnológicasnãoocorremdemaneiraisolada”.Estesfatoresrefletem:

• um determinado estágio de conhecimento; • umambienteinstitucionaleindustrialespecífico;• umacertadisponibilidadedetalentosparadefinirumproblematécnicoeresolvê-lo;• uma mentalidade econômica que avalie a relação custo benefício da nova tecnologia;• redes de fabricantes e usuários capazes de comunicar suas experiências de modo

cumulativo e aprender usando e fazendo.

Comesses fatores, segundoCastells (2006, 73), “quantomais próxima for arelação entre os locais de inovação, produção e utilização das novas tecnologias, mais rápida será a transformação das sociedades e maior será o retorno positivo das condições sociais sobre as condições gerias para favorecer futuras inovações”.

DeacordocomaAcademiaPearson(2011),osfatores indutoresdemudançatecnológica se resumem em três aspectos:

• fontes de tecnologias;• natureza das necessidades dos usuários;• relaçãocusto/benefíciodeoinvestimentonainovaçãojustificarosrecursosgastos.

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Estratégia tecnológica e competitiva das empresas industriais de Londrina

Marcos Antônio MarquesMarcia Regina Gabardo da Camara

[...]

Tecnologia e Competitividade

Na ótica neoschumpeteriana, o motor da luta competitiva, que condiciona acapacidadedesobrevivênciadasfirmaséaperspectivadeobter-seumdiferencial de lucratividade a partir de incorporação de inovações.

A disputa por novos mercados consumidores e a manutenção dos já existentes, acirra a competitividade e tem induzido as empresas líderes internacionais a acelerarem o ritmo de inovação ou introdução de novos atributos aos produtos antigos, levandoà reduçãodociclodevidadosprodutos,à “descommoditização”dosbásicoseaoaprofundamentodasegmentaçãodosmercados(KUPFER,1994,p. 47).

Em setores de elevada intensidade de capital tem crescido o porte empresarial e o grau de integração produtiva dos grandes grupos, visando expandir ainda mais a capacitaçãotecnológicaefinanceira.

Em setores de menor intensidade de capital, os aumentos dos gastos com P&D (pesquisa e desenvolvimento), formação de mão de obra, aperfeiçoamentogerencial tem induzido a formação de redes cooperativas horizontais que propiciem, via melhor divisão de trabalho, maior especialização e compartilhamento dos recursos produtivos.

Para compreender a dinâmica do processo de inovação tecnológica é necessário estudar os fatores estruturais que desencadeiam a transformação dos setoresindustriaisenvolvidos.Pavittintroduzumataxonomiaqueidentificaquatrograndes grupos de setores, cada um deles associados a uma dinâmica tecnológica genericamentesimilar(BRITTO,1996):

1. Setores dominados por fornecedores: as inovações normalmente associam-se as tecnologias de processo, incorporadas em equipamentos e insumos intermediários adquiridos.Incluemasindústriastêxteis,deconfecçõeseindústriasgráficas.

2. Setores intensivos em escala: as inovações podem estar relacionadas a produtos e a processos; a atividade produtiva normalmente envolve o domínio de sistemas complexos;asempresastendemasergrandeseempregamparcelassignificativasde seus recursos em atividade de P&D. Incluem-se, as indústrias químicas,siderúrgicas, eletrônicas de consumo e de bens de consumo duráveis.

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3. Setores de fornecedores especializados: a inovação relaciona-se à introdução de produtos a serem utilizados por outros setores, principalmente como equipamentos de capital. Exemplo são as indústrias de bens de capital e instrumentação.

4. Setores baseados na ciência: as inovações estão relacionadas diretamente ao avançodoconhecimentocientífico;asfirmastêmdeserágeiseoportunistasemsuas estratégias, baseadas em atividades inovativas formalizadas em laboratórios deP&De investimentosnaáreadeciênciabásica. Incluem-seas indústriasdeeletroeletrônica, mecânica de precisão, farmacêutica e química de especialidades.

[...]

FONTE: <http://www.abphe.org.br/arquivos/marcos-antonio-marques_marcia-regina-gabardo-da-camara.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Para saber mais leia: OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Paris: OECD, 2015.

DICA

Então, como vimos, a inovação é crucial para a sobrevivência das empresas, mas é preciso assinalar que sua importância é maior ainda, pois, nos dias atuais, a inovação é crucial para o desenvolvimento de um país. Inovação e mudança tecnológica estão bastante interligadas sendo fator-chave para o crescimento econômico, mas, de nada adianta, se não forem incorporadas ao sistema produtivo com indicadores de mensuração como veremos a seguir.

3.1 INDICADORES DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

OManualdeOslo,segundoBastosTigre(2006,p.87),“alémdeincorporarasdefiniçõeseparâmetrosdoManualFrascati,aumentousuaabrangênciaidentificandooutros indicadores quantitativos e qualitativos dos esforços e impactos das inovações”. BaseadonoManualdeOSLO(2006,p.112),BastosTigre(2006,p.88)lista,aseguir,osindicadores utilizados pelo IBGE no Brasil para monitorar as atividades de inovação das empresas:

1. AtividadesinternasdeP&D.2. AquisiçãoexternadeP&D.3. Aquisição de outros conhecimentos externos: Aquisição de

máquinas e equipamentos.

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4. Treinamento: Introdução das inovações tecnológicas no mercado. 5. Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e

distribuição.

Estes indicadores utilizados pelo IBGE/BRASIL fazem parte da Pesquisa deInovação(PINTEC)queéumapesquisarealizadaacadatrêsanos,cobrindoossetoresda indústria, serviços, eletricidade e gás. Ela faz um levantamento de informações para a construção de indicadores nacionais sobre as atividades de inovação empreendidas pelas empresas brasileiras.A importância daPintec para o país se reflete emváriosaspectos. Seus resultados têm sido amplamente utilizados pela comunidade acadêmica, associações de classe, empresas e órgãos governamentais de diversas esferas e regiões. Eles pautam, por exemplo, uma série de políticas, especialmente de Ciência, Tecnologia eInovação(CT&I)(IBGE,2020).

Propostas de indicadores sistêmicos de inovação para avaliação do programa de pesquisa e desenvolvimento regulado pela Aneel

Antônio Pedro LimaRenata Lèbre La Rovere

Guilherme Santos

[...]

Indicadores tradicionais de inovação

Indicadores são necessários para aferir se uma política pública está atingindo seus objetivos. São fundamentos que permitem elaborar e avaliar programas e projetos, além de acompanhar seu desempenho, seus resultados, efeitos e impactos (LINS,2003).Durantedécadas,indicadorestradicionaisdeinovaçãocontemplavamdimensõesdeinput,comogastosemP&D.Duranteosanos1980e1990,abordagensevolucionárias se tornaram populares na agenda de pesquisa da Economia e das Ciências Sociais.

O aumento do interesse no estudo do processo de inovação e da mudança tecnológica, contudo, não foi acompanhado pela disseminação de dados estatísticos adequados. Tem havido, no entanto, esforços em diversos países no sentido de estender a série de dados para, além de atividades de P&D, investimentosintangíveis,comosoftwares,designemarketing.(KLEINKNECHT,2000).Pesquisascomo o Community Innovation Survey (CIS),elaboradoparapaísesdaUniãoEuropeia,e a Pesquisa de InovaçãoTecnológica (Pintec), para o Brasil, são casos de iniciativasque buscam explorar o conhecimento relacionado aos aspectos microeconômicos das inovações.

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161

Os indicadores tradicionais são basicamente de input, de output ou de impacto. Nas análises tradicionais sobre processos de inovação, geralmente há pelomenosumdesses.Primeiro,umamensuraçãodeinputmedegastoscomP&D.Umaoutra,deproduçãointermediária,verificaonúmerodeinvençõespatenteadas,porexemplo.Finalmente,umamensuraçãodiretadeproduçãoavaliaoimpactodedeterminadonúmerodeinovaçõescomercializadas(LINS,2003).

Kelinknecht (2000)destacouforçase fraquezasdestestrês indicadoresdeinovaçãotradicionais:P&D,patentesevendasdeprodutos inovativos.Comrelaçãoao primeiro, os pontos positivos se devem ao fato de que dados de despesas de P&Dtêmsidocoletadoshádécadas,oquepossibilitaumaanálisedetalhada.Alémdisso,apartirdessesdados,épossívelrealizarumasubdivisãodeP&Dporprodutoversus esforços de processos. Essa subdivisão é importante para a análise empírica do impacto sobre o desempenho da empresa, pois esforços de inovação de produtos e de outros processos são cruciais para o crescimento do empreendimento e para a geraçãodeempregos(KELINKNECHT,2000).

Asfraquezas,noentanto,sedevemaofatodequeoindicadordeP&Désóoinput do processo e, além disso, é apenas um entre vários. Outros incluem: design de produto, produção experimental, análise de mercado, treinamentos de funcionários e investimentoemativosfixosrelacionadosà inovaçãodeprodutos.HáumasériedeestudosqueconfirmamqueosdadosdeP&Dtendemasubestimara inovaçãoemserviços, pois a metodologia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) está mais enviesada para capturar inovação em indústriasmanufaturadas.OutroproblemacomdadosdeP&Drefere-seàmedição.Evidênciasde levantamentos apontam para o fato de que questionários tradicionais de P&DtendemasubestimaratividadesinformaisedemenorescaladeP&Demempresaspequenas(KELINKNECHT,2000).

O segundo indicador apresentado por Kelinknecht (2000) diz respeito àspatentes, utilizadas como output para mensurar inovação. Os pontos positivos referem-se às bases de dados de registros: diversas séries históricas e consolidadas são disponibilizadas. Contudo, esses indicadores não captam diversas invenções não patenteáveis.Alémdisso,umapatentepodeservirpararefletirpequenasmelhoriasde baixo valor agregado, enquanto outras são muito valiosas. Ou seja, comparar patentes é uma tarefa complexa, pois são muito diferentes entre si e seus valores econômicos são, portanto, altamente heterogêneos.

O terceiro indicador tradicional de inovação é o de vendas de produtos inovativos, que se baseia na avaliação de uma empresa em pesquisas do tipo survey sobre introdução de novos produtos. O ponto positivo é que esse indicador mede

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inovações introduzidasnomercado e que resultaramemfluxode caixapositivo.Asfraquezas estão ligadas ao fato de que muitas empresas dão estimativas brutas das participações das vendas de produtos inovadores. Não obstante, tais participações podem ser sensíveis ao ciclo de negócios.

Emvistadoquefoiapresentado,épossívelafirmarqueaanálisetradicionaldo processo inovativo se restringe à P&D, patentes e quantidade de inovaçõescomercializadas. A visão sistêmica, tratada a seguir, valoriza aspectos para além de input e output da empresa, como fatores organizacionais, institucionais e econômicos, não contemplados nas métricas tradicionais. A análise de um setor e das empresas do SEB, a partir de indicadoresmais sofisticados, permite avaliar, de formamaisacurada, a caracterização do processo de inovação, em um cenário no qual há cada vez mais empresas de serviços intensivos em conhecimento e tecnologia.

[...]

FONTE: <http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/904/822>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Consulte o site do IBGE sobre a PINTEC: ibge.gov.br/pintec. A Pintec segue a metodologia do Manual de Oslo da OCDE (2005) e é estruturada a partir de dados coletados das próprias empresas por meio de entrevista pautada por um questionário.

DICA

Dessa forma, percebemos que a inovação tecnológica é um fator importante para as organizações. A seguir, vamos estudar as diferentes formas de aplicação dentro das empresas.

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163

Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os principais fatores indutores da mudança tecnológica, por meio, principalmente, de duasforçasbásicasidentificadasporBastosTigre(2006),sãoaDemandaeaOferta.

• Os principais indicadores de inovação tecnológica do manual de Oslo são: atividades internas de P&D; aquisição externa de P&D; aquisição de outros conhecimentosexternos: aquisição de máquinas e equipamentos; treinamento: introdução das inovações tecnológicas no mercado; projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição.

RESUMO DO TÓPICO 1

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1 A Quarta Revolução Industrial possibilitou ampliar a revolução digital que vinha ocorrendo desde meados do século XX. Ela traz um grande potencial devido a sua natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. Nesse contexto, identifiquequaissãoasprincipaiscaracterísticastecnológicasdaQuartaRevoluçãoIndustrial.

2 A partir da Primeira Revolução Industrial, caracterizada pelo trabalho artesanal, iniciaram-se novas percepções, entre elas, o primeiro confronto entre homem-máquina lideradoporMartinLudd—oMovimentoLudita.DefinaoquefoioMovimentoLudita.

3 Cada revolução industrial teve algumas características tecnológicas como marco, em tais períodos. Dessa forma, relacione as colunas identificando característicascorrespondentes a cada revolução, e selecione a alternativa CORRETA:

a) () 4–2–1–3.b) () 3–4–2–1.c) () 3–4–1–2.d) () 3–1–4–2.e) () 1–4–2–3.

AUTOATIVIDADE

Revolução Industrial Características Tecnológicas

(1)PrimeiraRevoluçãoIndustrial.(2)SegundaRevoluçãoIndustrial.(3)TerceiraRevoluçãoIndustrial.(4)QuartaRevoluçãoIndustrial.

() Surgimentodainformáticaeavançodascomunicações.

() Internetmaisubíquaemóvel,sensoresmenores e mais poderosos.

() Energiaelétrica.() Máquinaavapor.

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CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

UNIDADE 3 TÓPICO 2 —

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, nós vamos estudar as fontes da criatividade e inovação, e sobre seus processos e padrões para desenvolvimento, transformação de uma ideia inovadora, em algo novo para o indivíduo, o mercado ou a empresa.

Iremos compreender também as principais fontes internas e externas de criatividadeeinovaçãonasempresasdestacadosnoManualdeOSLO(OCDE,2006).

2 AS FONTES DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

SegundoAranda(2009,p.51),diversosautoresafirmamque,“atéfinaisdoséculoXIX, a inovação era associada à invenção, sendo essa considerada um mistério para aspessoase,porvoltade1914,à invençãodenominada‘pesquisa’transformou-seemuma atividade sistematizada, orientada para busca de resultados concretos”. Da mesma forma,Aranda(2009)citaquenãobastaseterumagrandeideiainovadora.Elaprecisa,desde o seu processo de desenvolvimento, incorporar o mercado e as necessidades do clienteparaatingiroestágiofinaldeprodutocomercializadoe,finalmente,serpercebidacomo algo novo para o indivíduo, o mercado ou a empresa.

Mas, de onde vêm as boas ideias?

FIGURA 6 – DE ONDE VÊM BOAS IDEIAS?

FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-TLFeBHUTkvU/WOsMkrW5rZI/AAAAAAAAAeI/ftogtx-hzcAJsanDs-uo0y5iuhTh27G5wCLcB/s640/grandes-ideias.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

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Para responder a essa pergunta, durante cinco anos, Steven Johnson, um dos mais importantes pensadores da internet, investigou a questão sobre de onde vêm as boas ideias sob a perspectiva do meio em que vivemos.

Em seu livro De onde vêm as boas ideias – uma história natural da inovação (2011),eleinvestigaosurgimentodemaisde200descobertaseinvençõescientíficaspara descobrir as condições ideais de geração de criatividade e inovação. Johnson (2011)encontrouosseguintespadrõescomunsparasegerarníveisextraordináriosdecriatividade e inovação:

• Não há um gênio especial: contrariando a crença comum de que grandes acontecimentos dependem de indivíduos especiais, Johnson (2011) afirma que ideiasrevolucionárias quase nunca surgem num surto repentino de inspiração.

• Dar tempo ao tempo: as invenções levam muito tempo para evoluir e passam um bom tempo hibernadas. Isso ocorre em parte porque as boas ideias normalmente surgem da colisão entre dois palpites menores, que formam, portanto, algo maior que eles próprios.

• Facilitarofluxodeinformações: é por isso que os cafés, durante o Iluminismo, e os salões parisienses do Modernismo eram motores de criatividade, pois criavam um espaço onde as ideias pudessem se misturar e gerar novas formas.

• Errar é importante: muitas descobertas somente surgiram após muitos fracassos.• Invenções dependem de outras invenções: muitas vezes uma ideia inovadora irá

depender do surgimento de outra invenção para dar certo.

Genialidadeéumconceitoridículo,dizprofessordoMIT

Claudia Gasparini

A História Secreta da Criatividade (Kevin Ashton)

Para o pesquisador britânico Kevin Ashton, gênios não existem: a criatividade exigida para grandes feitos e descobertas é acessível a qualquer pessoa.

Inventar algo incrível não tem nada a ver com uma inspiração "celestial" ou umcérebroexcepcionalmentepoderoso.Oprocessocriativo—mesmoaquelequedáorigemamonumentaisobrasdearteoudescobertascientíficas—éacessívelaqualquer mortal.

Essa é a tese do pesquisador britânico Kevin Ashton, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), emseunovo livro “Ahistória secretadacriatividade”(EditoraSextante,2016).Paraele,gêniosnãoexistem.

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“Todooconceitodegenialidadeéridículoetotalmentesemevidências”,dizopesquisador. “Algumaspessoassãomelhoresdoqueoutrasemalgumasatividades,mas isso não as torna diferentes ou especiais, apenas melhores”.

AshtoncomeçousuacarreiranaProcter&Gamble,empresaemqueliderouumtrabalhopioneirosobreidentificaçãodeprodutosporradiofrequência.Tambémfundou três startups de tecnologia, uma das quais foi vendida menos de um ano após sua criação.

ElefoiaprimeirapessoaausarotermoIoT(“Internet of Things”,ou“InternetdasCoisas”),em1999,notítulodeumaapresentaçãosobreseuprojetoderadiofrequêncianaP&G.Aexpressãosepopularizouedescrevehojeaconexãodeobjetosdodiaadia, como eletrodomésticos ou carros, à internet.

Considerado um visionário em sua área, o professor do MIT decidiu se debruçar sobre a história da criatividade para escrever seu novo livro. Da revolução no cultivo da baunilha no século XIX por um escravo de 12 anos à criação da icônica latinha da Coca-Cola, seu estudo disseca os mecanismos da inovação desde registros mais remotos até a atualidade.

Sua conclusão é categórica: criar não tem nada a ver com genialidade, inspiração ou qualquer outra forma de excepcionalidade. Na verdade, o processo é banal,aindaqueoresultadonãooseja—epodeserempreendidoporqualquerserhumano.

“Oscriadorespassamquasetodootempoperseverando,apesardadúvida,do fracasso, do ridículo e da rejeição, até conseguirem algo novo e útil”, escreve ele nolivro.“Nãoexistemtruques,atalhosouesquemasparasetornarcriativodeumahora para outra”.

FONTE: <https://exame.abril.com.br/carreira/genialidade-e-um-conceito-ridiculo-diz-professor-do-mit/>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Para aprofundar o tema estudado neste tópico sobre a origem da criatividade sugerimos a seguinte leitura:

• JOHNSON, Steven. De onde vêm as boas ideias: uma história natural da inovação. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

DICA

Por sua vez, qual seriam as fontes de criatividade e inovação dentro de uma empresa?

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168

3 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

SegundooManualdeOslo(OCDE,2006,p.27),“asatividadesdeinovaçãodeuma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos efinanceiros”.Basicamente, identificam-setrêstiposdefontesexternasde inovaçãopara as empresas:

• fontesabertasdeinformação: informações disponíveis que não exigem a compra de tecnologia ou de direitos de propriedade intelectual, ou interação com a fonte;

• aquisição de conhecimentos e tecnologia: compras de conhecimento externo e/ou conhecimentos e tecnologias incorporados em bens de capital (máquinas,equipamentos, softwares) e serviços, que não envolvem interação com a fonte;

• inovação cooperativa: cooperação ativa com outras empresas ou instituições públicasdepesquisapara atividadesde inovação (quepodem incluir comprasdeconhecimento e de tecnologia).

Porsuavez,BastosTigre(2006,p.93)identificaque:

[...] fontes de inovação na empresa podem ser de origem interna quanto externa:

• fontes internas de inovação envolvem tanto as atividades explicitamente voltadas para o desenvolvimento de produtos e processos quanto a obtenção de melhorias incrementais por meio de programas de qualidade, treinamento de recursos humanos e aprendizado organizacional.

• fontesexternas, por sua vez, envolvem: ◦ Aaquisiçãode informaçõescodificadas,aexemplode livrose

revistas técnicas, manuais, software, vídeos etc.; ◦ Consultorias especializadas; ◦ Obtenção de licenças de fabricação de produtos; ◦ Tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.

BastosTigre (2006,p.94) resumedaseguinteformaasprincipais fontesdeinovação utilizadas pelas empresas:

• Desenvolvimento tecnológico próprio: Atividades de Pesquisa eDesenvolvimento(P&D),CooperaçãoEmP&D.

• Contratosdetransferênciadetecnologia: licenças e patentes, contratos com universidades e centros de pesquisas.

• Tecnologia incorporada: máquinas, equipamentos e softwares embutidos.

• Conhecimento codificado: livros, manuais, revistas técnicas, Internet, feiras e exposições, software aplicativo, cursos e programas educacionais.

• Conhecimento tácito:consultoria,contrataçãodeRHexperiente,informações de clientes, estágios e treinamento prático.

• Aprendizado cumulativo: processo de aprender fazendo, usando, interagindo etc.

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169

Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil

Paulo Bastos Tigre

[...]

Fontes de inovação na indústria brasileira

O estudo do comportamento inovador da empresa brasileira nos ajuda a entender o processo de desenvolvimento industrial do país. A literatura internacional está focada na experiência dos países avançados, onde a principal fonte de aquisiçãodetecnologia sãoasatividadesdeP&D.JánoBrasil, existemalgumasilhas de excelência tecnológica, formadas por poucas empresas de classe universal. A maior parte da indústria, entretanto, adota estratégias imitativas ou dependentes para inovar.

Segundo os dados da Pintec, a principal fonte de tecnologia na indústria brasileira é a aquisição de máquinas e equipamentos, responsável por mais de 50% do total dos gastos com inovação na indústria como um todo. A importância da compra de máquinas e equipamentos no total dos gastos em inovação decresce à medida que aumenta o porte das empresas, indicando que as maiores empresas diversificammaissuasfontesdetecnologia.AmaioriadasempresasentrevistadaspelaPintecreconhecequeseusgastoscomP&Dsãobaixos.Elasgeralmentenãointroduzem inovaçõestecnológicasnomercado,nãocompramP&Dexternonemfazem projetos industriais. Suas principais motivações para inovar são aumentar a qualidade do produto e manter a participação no mercado. Assim, a difusão de inovações é condicionada por uma postura reativa das empresas, que buscam apenas não perder mercado para a concorrência.

O esforço moderado de inovação desenvolvido pela indústria brasileira é confirmadoporumapesquisarealizadaparaoSenai(Régnier,CarusoeTigre,2001)junto a empresas clientes de projetos de assistência técnica e tecnológica. Assim como a Pintec, a pesquisa do Senai mostrou que a principal fonte externa utilizada por empresas brasileiras é a tecnologia incorporada em equipamentos e insumos críticos. As informações repassadas pelos fornecedores sobre o funcionamento das máquinas, componentes e insumos constituem a principal forma de absorver conhecimentos e aperfeiçoar sua utilização. Outras fontes de tecnologia muito utilizadas pelas empresas revelam estratégias de buscar informações já disponíveis no mercado e de priorizar soluções internas aos problemas tecnológicos. Isso inclui participações em feiras, congressos e exposições; cursos e treinamento gerencial; desenvolvimento interno; e consultas à Internet e a publicações especializadas. As universidades e centros de pesquisa também são utilizados, em diferentes graus, pelas empresas. Esta fonte geralmente tem um custo relativamente mais baixo

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quando comparada a outras formas externas de transferência de tecnologia. As consultorias externas são adotadas, sobretudo, por empresas de grande porte. Outras fontes externas utilizadas no Brasil são as consultas a informações disponibilizadas por associações de classe e compra de tecnologia de outras empresas através de contratos de licenciamento. Outra forma de adquirir tecnologia é participar de redes globais.

O principal objetivo dos esforços tecnológicos das empresas brasileiras, segundo a pesquisa do Senai, é o acompanhamento da dinâmica competitiva por meio do lançamento de novos produtos, assim como a adaptação de produtos existentes às necessidades do mercado, aos padrões mais rígidos de qualidade e a maior aderência a normas técnicas internacionais. Já a demanda por tecnologia deprocessosemudançasorganizacionaisrefleteanecessidadedereduzircustosde produção pormeio do desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento dos processosprodutivos; da busca de soluções para problemas ambientais; de desenvolvimento e análisedeindicadoresdedesempenho(benchmarking);edotreinamentoemusodeequipamentos e controle de processos.

Do ponto de vista das inovações organizacionais, as empresas buscam informações externas para introduzir novas formas de gestão; implantação de comércio eletrônico e/ou soluções de informática; soluções de logística parasuprimentos e distribuição; e treinamento em novas práticas organizacionais. Na área de qualidade, o maior interesse recai na certificação ISO 9000, seguida daintrodução de controle de qualidade total e certificação de produto. Finalmente,na área de relações com o mercado, predominam os fatores relativos à introdução de sistemas de assistência técnica e atendimento a clientes; análise e prospecção de mercados.

[...]

FONTE: BASTOS TIGRE, P. Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Disponível em: https://adm2016sjcampos.files.wordpress.com/2017/03/gestao-da-inovacao-paulo-tigre.pdf. Acesso em: 19 jun. 2020.

Para perceber a importância da gestão da inovação dentro das organizações, leia na íntegra: BASTOS TIGRE, PAULO. Gestão da Inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Disponível em: https://adm2016sjcampos.files.wordpress.com/2017/03/gestao-da-inovacao-paulo-tigre.pdf. Acesso em: 19 jun. 2020.

DICA

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Asfontesdecriatividadeeinovação,eosníveisidentificadosporJohnson(2011)são: nãoháumgênioespecial;dartempoaotempo;facilitarofluxodeinformações;erraré importante; e invenções dependem de outras invenções.

• As principais fontes de criatividade e inovação nas organizações são: fontes abertas de informação; aquisição de conhecimentos e tecnologia; e inovação cooperativa.

• As fontes de criatividade e inovação podem ser divididas em internas e externas. As fontes internas envolvem atividades voltadas para o desenvolvimento de produtos e processos, e melhorias incrementais na organização. Já as fontes externas englobamaquisiçãode informaçõescodificadas,consultoriaespecializada, licençade fabricação de produtos, e tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.

• O desenvolvimento tecnológico, contratos de transferência, tecnologia incorporada, conhecimento codificado, conhecimento tácito, e aprendizado cumulativo são asprincipais fontes de inovação utilizados pelas empresas.

RESUMO DO TÓPICO 2

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1 Bastos Tigre (2006) evidencia que as fontes de inovação nas empresas são deorigeminternaeexterna.CombasenessaafirmaçãoidentifiqueasfontesexternasdeinovaçãolistadasporBastosTigre(2006):

2 Johnson (2011) investiga o surgimento demais de 200 descobertas e invençõescientíficasparadescobrirascondiçõesideaisdegeraçãodecriatividadeeinovação.Ele encontrou alguns padrões comuns para gerar níveis de criatividade e inovação. Com base nesse contexto, relacione as colunas a seguir, e assinale a alternativa CORRETA:

a) () 1–2–3–4.b) () 4–3–2–1.c) () 4–3–1–2.d) () 1–3–1–2.e) () 4–2–1–3.

3 Quais as principais fontes de inovação utilizadas pelas empresas elencadas por Tigre(2006)?

AUTOATIVIDADE

() Muitas vezes uma ideia inovadora irá depender dosurgimento de outra invenção para dar certo.

() É por isso que os cafés, durante o Iluminismo, e ossalões parisienses do Modernismo eram motores de criatividade, pois criavam um espaço onde as ideias pudessem se misturar e gerar novas formas.

() Contrariando a crença comum de que grandesacontecimentos dependem de indivíduos especiais, Johnson afirmaque ideias revolucionárias quasenuncasurgem num surto repentino de inspiração.

() Issoocorreemparteporqueasboasideiasnormalmentesurgem da colisão entre dois palpites menores, que formam, portanto, algo maior que eles próprios.

(1) Nãoháumgênioespecial.

(2) Dartempoaotempo.

(3) Facilitarofluxo de informações.

(4) Invençõesdependem de outras invenções.

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TÓPICO 3 —

O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Para inovação nas organizações é primordial incentivar a criatividade, assim vamos compreender, neste tópico, a relação entre criatividade e inovação e sua importância em estratégias coorporativas, liderança, estrutura organizacional, cultura e recursos. Para isso iremos estudar as dez habilidades esperadas dos profissionais dofuturoidentificadaspeloFórumEconômicoMundial(2016).

Iremos identificar escalas criadas para medir a criatividade e inovação noambientedetrabalhocomoCQQ (Creative Climate Questionnaire)e ICC (IndicadoresdeClima para Criatividade).

Também iremos analisar o processo criativo e de desenvolvimento de produtos tendo como base o Manual de Oslo.

2 A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE INOVAÇÃO (PI)

Como você estudou até o presente momento, a inovação e a criatividade são conceitos que se encontram vinculados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, sendo considerado o motor do próprio crescimento econômico das empresas. Segundo Aranda (2009), a criatividade se tornou um tema importante de estudos sendo quepesquisascontemporâneasdediferentesáreasdoconhecimento identificaramrelaçõesentreacriatividadeea inovaçãoemdeterminadasconfiguraçõesorganizacionaiscomoestratégias corporativas, liderança, estrutura organizacional, cultura e recursos.

A criatividade pode ser considerada, hoje, a mola propulsora do processo de inovação, tornando-a uma condição necessária para adicionar valor e alto grau de novidade ao produto/processo/serviço dentro das organizações. Da mesma forma,Aranda(2009,p.72)acrescentaque“acriatividadeéumdosfatorescríticosportrásda inovação, sendo importante, para geração de ideias, a resolução de problemas, realização de invenções e novas descobertas, bem como para manter a vantagem competitiva da organização”. Ou seja, a inovação é vital para o sucesso das empresas a longoprazo,devidoaodinamismodomercado(AMABILE,1997).

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A importância da criatividade para as organizações pode ser verificada nodocumentodoFórumEconômicoMundial(2016),queacolocadentrodasdez habilidades esperadasdosprofissionaisdofuturo:

• Criatividade:segundoPati(2016,s.p.):

[...] profissionais criativos terão a oportunidade de se beneficiardesde cenários de rápidas transformações em produtos, tecnologias e modos de trabalho. Lembre-se: os robôs perdem para nós em criatividade. Ainda não conseguem ter ideias inusitadas e inteligentes ou desenvolver alternativas criativas para resolver problemas. Por isso,ahabilidadequeeraa10ªdalistadeprevisõesdasdemandasde mercado para 2015, agora faz parte das três habilidades mais destacadas para 2020.

AsdemaishabilidadeslistadaspelodocumentodoFórumEconômicoMundial(2016)sãoasseguintes:

• gestão de pessoas;• pensamento crítico;• resolução de problemas complexos;• empatia-trabalho em equipe;• inteligência emocional;• capacidade de julgamento e tomada de decisões;• orientação para serviços;• negociação;• flexibilidadecognitiva.

FIGURA 7 - TOP 10 HABILIDADES

FONTE: <https://www.oficinadanet.com.br/imagens/post/24077/top10skills.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.

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A criatividade como processo de geração de ideias potencialmente inovadoras envolve o pensamento divergente e convergente, flexibilidade, originalidade edesenvolvimento e, para o pleno desempenho do processo criativo, é necessário que as empresas procurem, estimulem emantenhamprofissionais criativos. No entanto,segundo Aranda (2009), tanto o processo de inovação quanto o processo criativo,devido as suas complexidades, necessitam de um clima organizacional apropriado para se desenvolverem. Ou seja, é necessário um ambiente de inovação para que a criatividade possa prosperar.

O ambiente de trabalho faz parte da estratégia da inovação sendo a base para a criatividade, que é dependente da equipe de trabalho. Ou seja, é necessário um clima que estimule a criatividade, promovendo a geração de ideias direcionadas para utilização deprodutos,serviçosefluxodetrabalho(ARANDA,2009).

DeacordocomFigueiredo(2017,p.79),“depoisdemaisde50anosdepesquisas,Ekvall (1996)criouaescaladenominadaCQQ (Creative Climate Questionnaire)”, utilizada para medir o ambiente de trabalho sob a perspectiva da criatividade e inovação. Os fatoresdemediçãosão:desafioemotivação;discussãoedebates;ausênciadeconflitos,tempoparaideias; ludismoehumor;suporteàsideias;alegriaedinamismo;confiançae abertura; e correr risco e liberdade.

Damesma forma, conforme Figueiredo (2017), também no estudo de Bruno-Faria eAlencar (1998), as autorasdesenvolveramo ICC (Indicadores de Clima para Criatividade).Foramencontradosoitofatoresquesãoestímulosàcriatividade:

• ambiente físico adequado;• clima social favorável entre colegas de trabalho;• incentivo a novas ideias;• liberdadedeação,atividadesdesafiantes;• salários e benefícios adequados;• açõesdachefiaedaorganizaçãoemapoioaideiasnovas;• disponibilidades de recursos materiais.

E quatro fatores que são obstáculos à criatividade:

• bloqueio a ideias novas;• excesso de serviços e escassez de tempo;• resistência a ideias novas;• problemas organizacionais.

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• CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006. Com esta leitura, você irá perceber os desafios do trabalho em sociedade conectada.

DICA

Ofuturodotrabalhoeotrabalhadordofuturo

Robson Braga

A vertiginosa revolução tecnológica que o mundo experimenta, em que ambientes virtuais disputam a proeminência com a realidade física, impõe uma nova forma de enxergar o mundo do trabalho. Diante desse cenário, são muitas as adaptações necessárias para que empresas e trabalhadores sejam bem-sucedidos. Independentemente do que vier a acontecer no futuro próximo, um aspecto parece inquestionável: é preciso se preparar para um aprendizado contínuo.

DuasgrandestendênciasnosalertamparaosdesafiosqueteremosnoBrasilnessecampo.Aprimeiradizrespeitoaofimdobônusdemográfico,comareduçãodo número de trabalhadores que entram no mercado em relação aos que o deixam. A segunda está na crescente automatização e na digitalização do sistema produtivo, que aumenta a busca por profissionais capazes de lidar coma dinâmica de umaeconomia cada vez mais atrelada à tecnologia.

Trabalhadores mais qualificados são capazes de utilizar e interpretar asnovas tecnologias, antecipar tendências, e propor produtos inovadores e processos maiseficientes.Oproblemaéqueasmudançasocorremaumavelocidadesuperioràcapacidadedeprepararprofissionaisparaosdesafiosatuais.Naprática, issosignificaqueasnovastecnologiasdemandamhabilidadesespecíficasquenãosãoensinadasno sistema de ensino tradicional. Por isso, mais do que nunca, tornou-se necessário investiremcursosdequalificaçãotécnica.

EstudodoFórumEconômicoMundialmostraque, emgrandesempresas,quase metade dos empregados precisa passar por algum treinamento todos os anos, seja no próprio ambiente de trabalho, seja em instituições privadas que oferecem serviçosdeeducaçãoprofissional.NoBrasil,apesardoaltodesemprego,34%dosempregadores reportam dificuldades em selecionar pessoas adequadas para asvagas abertas. Eles dizem não encontrar candidatos com as habilidades requeridas para os cargos, segundo dados do Manpower Group. De acordo com projeções do Mapa do Trabalho Industrial, lançado no mês passado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), somentenosetor industrialbrasileiro, 1,6milhão

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deempregadosprecisarãopassar por aperfeiçoamentoprofissional, anualmente, até2023. Essa necessidade se dá em virtude das mudanças provocadas pela chamada Indústria 4.0 e da pressão pelo aumento da produtividade e da competitividade.

O cenário é desafiador, mas repleto de oportunidades. A demanda portrabalho mais qualificado tende a aumentar, com profissões mais analíticas,interativasenão rotineirasficandoemevidência.Commáquinasassumindocada vez mais funções humanas, o diferencial do trabalhador talhado para o futuro incidirá sobre competências como pesquisar, avaliar, planejar, elaborar regras e prescrições, interpretar, negociar, coordenar, organizar e ensinar.

Com objetivo de jogar luz sobre esse tema, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realiza,nestaquinta-feira—noMuseudoAmanhã,noRiodeJaneiro—, o SeminárioPelo Futuro do Trabalho, em parceria com as principais centrais de trabalhadores do país. Especialistas e líderes vão debater as abruptas transformações ocorridas nos sistemas produtivos e analisar suas implicações. Uma coisa é certa: em um mundo cada vez mais disruptivo, governo, empresários e trabalhadores precisam seunir para fazer frente aodesafiodepromoverumacontínuae eficazqualificação da mão de obra, fator indispensável para o crescimento sustentado da economia.

Como ensina Richard Branson, fundador do Virgin Group e um dos mais visionários empreendedores do nosso tempo: “Capacite bem os seus colaboradoresparaqueelespossampartir.Trate-osbemparaqueelesprefiramficar”.Ébasicamente omesmoensinamentoproclamado,noséculopassado,pelo lendárioHenryFord:“Sóháumacoisapiordoqueformarcolaboradoreseelespartirem.Énãoosformare eles permanecerem”.

FONTE: <https://noticias.portaldaindustria.com.br/artigos/robson-braga-de-andrade/o-futuro-do-trabalho-e-o-trabalhador-do-futuro/>. Acesso em: 19 jun. 2020.

3 PROCESSO CRIATIVO E DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

Como já vimos nos tópicos anteriores, a inovação tecnológica impacta na competividade das empresas, exigindo das mesmas o desenvolvimento de novos produtos(DNP)deformaconstante.Odesenvolvimentodenovosprodutosfazparteda inovação, que, sem isto, não passariam de boas ideias. A empresa pode ganhar uma vantagem competitiva por meio da introdução de um novo produto, o que lhe confere a possibilidade de maior demanda e maiores margem sobre custos.

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SegundooManualdeOslo(OCDE,2006,p.57):

Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suascaracterísticas ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativosemespecificaçõestécnicas,componentesemateriais,softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

Ou seja, as inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes.

Otermo“produto”abrangetantobenscomoserviços.Asinovaçõesdeprodutoincluem a introdução de novos bens e serviços emelhoramentos significativos nascaracterísticas funcionais ou de uso dos bens e serviços existentes. Novos produtos são bens ou serviços que diferem significativamente em suas características ou usosprevistos dos produtos previamente produzidos pela empresa. Como exemplo, podemos citar os primeiros microprocessadores e câmeras digitais que foram novos produtos usando novas tecnologias.

FIGURA 8 - EVOLUÇÃO DA FOTOGRAFIA

FONTE: <http://one2up.com.br/img/blog/ONE2UP---Dia-do-fot%C3%B3grafo---Janeiro-2014_1389206640.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Por sua vez, o primeiro tocador de MP3 portátil que combinou padrões de softwares existentes com a tecnologia de disco rígido miniaturizado, foi uma nova combinaçãodetecnologiasexistentes(OCDE,2006).

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FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DOS APARELHOS SONOROS

FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-7nfFzUkyu4Y/T15f2P3XcII/AAAAAAAAAKo/0FYdnNe3_zE/s320/IMAGEM%2B1.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Da mesma forma, segundo o Manual de Oslo:

O desenvolvimento de um novo uso para um produto com apenas algumaspequenasmodificaçõesparasuasespecificaçõestécnicasé uma inovação de produto. Um exemplo é a introdução de um novo detergente com uma composição química que já tinha sido previamente utilizada como um insumo apenas para a produção de revestimentos(OCDE,2006,p.58).

Concordando com o Manual de Oslo, Kotler e Keller (2012), afirmam que asempresas para inovarem em produtos tem as seguintes alternativas:

• criação de produtos novos: criam um novo mercado;• linhas de produtos novos: permitem a empresa entrar em mercados existentes, mas

ainda novos para ela;• acréscimos a linhas de produtos já existentes;• aperfeiçoamento e revisão de produtos existentes;• reposicionamentos: redirecionam produtos para novos mercados ou segmentos;• reduções de custo: criação de novos produtos, semelhantes aos existentes, mas com

custos menores.

Em seu livro Produtos que dão certo, Robert G. Cooper, professor da McMaster University e da Pennsylvania State University, apresenta os sete principais pontos para desenvolver um produto:

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QUADRO 3 – 7 PASSOS PARA CRIAR UM PRODUTO QUE TODOS VÃO QUERER

1) Ter um produto de ponta exclusivo

Para Cooper, "um produto diferenciado que fornece vantagens únicas e uma proposta de valor atraente é a conduta número para gerar rentabilidade em novos produtos".

2) Incorpore a voz do cliente

O sucesso do projeto depende de ter um processo bem orientado para o mercado e com foco no cliente, incorporando as suas necessidades e desejo. Para "incorporar a voz do cliente" é necessário:

• compreenda as reais necessidades de quem o compra;• busque satisfazer as necessidades do mercado;• entre em contato de forma frequente com o seu cliente;• faça bom uso de pesquisas de mercado;• qualidadenaexecuçãodasatividadesdemarketingéessencial;• invista em atividades relacionadas ao front-ed.

Exemplo: A Apple - O iPhone de maior tela só foi possível graças ao apelo dos clienteseentusiastasnasredessociaisenofeedbackmantidopelaempresa.

3) Ter um projeto básico e bem montado (front-end)

De acordo com Cooper, diversos estudos mostram que os passos que precedem o desenho e o desenvolvimento do produto fazem a diferença entre o ganhar e o perder. Para isso fazer um front-end de qualidade é preciso seguir algumas regras:

• análiseinicial:aprimeiradecisãodeentrarnoprojeto(triagemouanálisedaideia);• avaliação do mercado: este é o primeiro estudo para avaliar a dimensão de

mercado e a possível probabilidade de aceitação do produto;• avaliaçãotécnica:aqui,aapreciaçãotécnicadoprojetoéessencialparaverificar

os riscos tecnológicos do produto;• avaliação das operações: promover uma avaliação de operações é útil para quem

deveverificarasfontesdesuprimentosequestõesdeoperaçõesemanufaturaque tanto serão essenciais no futuro lançamento;

• estudo detalhado de mercado: aqui vale elaborar uma pesquisa completa de mercado baseada apenas nos clientes;

• teste de conceito: testar o produto com o cliente para garantir que o projeto é apropriado e desejado;

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• avaliaçãodovalor:estaetapavisadefinirovalorea importânciaeconômicadoproduto para o possível cliente;

• análise financeira e comercial: essa última etapa deve ser elaborada antes dacriação do plano de negócio, pois os números lá citados serão obtidos aqui.

Outras questões que envolvem o seu possível projeto: ele é economicamente atraente?Suasvendasserãosuficientesegerarãomargenssuficientesparajustificaros investimentos no desenvolvimento e na comercialização? Quem é o cliente-alvo? Que aspectos e características de desempenho devem ser adicionados ao produto para que ele seja superior ao concorrente e único? A fonte de suprimentos é própria? Se não for, os custos e investimentos serão possíveis e uma segunda alternativa de fonte já foi pensada?

4)Tenhaumadefiniçãoprecisadoseuprojetoeproduto

Conforme Cooper, "quanto antes o projeto for definido na etapa dedesenvolvimento, maior é o fator de sucesso, com impacto positivo tanto sobre a rentabilidade como sobre o time-to-market, que será mais rápido".

5) Atue através do desenvolvimento em espiral

Os processos de trabalho em espiral costumam ser seis vezes mais inovadores que o processo tradicional, pois elas fazem uso de loops interativos, nos quais várias versões de um mesmo produto são mostradas aos clientes visando um retorno(feedback)dopúblico-alvo.

De acordo com Cooper, muitas empresas usam processos lineares e muitos rígidos no desenvolvimento de produtos e isso é uma falha grave. "A etapa da de desenvolvimento está encaminhada, mas prossegue de maneira linear e rígida. A equipe de projetos se entrega e segue em frente, em uma abordagem mais de 'cabeça baixa' do que de 'cabeça erguida'.

6) Tenha um sólido plano de marketing

Conforme Cooper, é preciso entender que bons produtos não são vendidos por conta própria e o lançamento do seu projeto não deve ser tardio, pois outras empresas podem entrar na frente e roubar a cena. Nunca subestime a importância domarketingnolançamentodeumproduto.

Cooper propõe quatro pontos para um bom lançamento de produto:

• Desenvolver um plano de mercado é tão central para o processo quanto desenvolver o produto físico.

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• Oplanodelançamentodeveserelaboradojánoiníciodoprojetoenãoemseufinal.• Estudos de mercado projetados para produzir informações essenciais para ações de

marketingdevemestarembutidosnoprojetodurantetodooseudesenvolvimento.• A força de vendas e demais pessoas da linha de frente devem ter engajamento do

marketinge,portanto,podemfazerpartedaequipedeplanejamentodoprojeto.

7) Seja rápido

Segundo Cooper, a rapidez produz maior visibilidade, fazendo com que a marcaganhenomarketinge, se tiver umplanode açõespublicitáriasbemfeito,ganhe também na conquista de clientes e lucro. o essencial é ser rápido, mas ter um bom produto em mãos.

FONTE: Adaptado de <https://administradores.com.br/noticias/7-passos-para-criar-um-produto-que-todos-vao-querer>. Acesso em: 24 jun. 2020.

Por suavez, segundo Kloter e Keller (2006), a inovação emprodutos é umanecessidade para a sobrevivência das empresas, pois todo produto tem um ciclo de vida composto por quatro fundamentos:

• Todo produto tem vida limitada.• As vendas dos produtos atravessam diferentes estágios, necessitando de estratégias

ao longo do tempo por parte das empresas.• Os lucros variam nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto.• Para cada estágio do ciclo de vida do produto é necessário desenvolver estratégias

diferenciadas.

Da mesma forma, os estágios do ciclo de vida de um produto também são quatro: introdução, crescimento, maturidade e declínio.

FIGURA 10 - FASES DE UM PRODUTO

FONTE: <https://lirp-cdn.multiscreensite.com/87c8e234/dms3rep/multi/opt/ciclo-de-vida-do-produto-1080x494-960w.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.

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ConformeAranda(2009),a inovação de produtos pode ser compreendida em função do grau das mudanças provocadas em aspectos como: vantagem do produto; capacidadestecnológicasepadrõesdeutilizaçãodoconsumidor.Porfim,KotlereKeller(2012,p.619),baseadosemCooper(1998), sugerem dez maneiras de ter grandes ideias para novos produtos:

1. Faça reuniões informais emque grupos de clientes se reúnamcom engenheiros e projetistas da empresa para discutir problemas e necessidades e, por meio de brainstorming, tentem encontrar soluções potenciais.

2. Permita que a equipe de técnicos tenha algum tempo livre para desenvolver projetos próprios. O Google libera 20 por cento do tempo;a3M,15porcentodotempo;eaRohm&Haas,10porcento.

3. Transforme uma sessão de brainstorming com clientes em uma rotina durante as visitas às fábricas.

4. Pesquise seus clientes: descubra o que lhes agrada ou não em seus produtos e nos dos concorrentes.

5. Façapesquisasdeobservaçãocomseusclientesouconvide-ospara alguma atividade em que você possa obter dados, a exemplo daFlukeedaHewlett-Packard.

6. Utilize sessões iterativas: um grupo de clientes, em uma sala,procura identificarproblemas;umgrupodefuncionáriosdesuaequipe técnica, na sala ao lado, ouve e gera soluções por meio de brainstorming. As soluções propostas são então testadas imediatamente no grupo de clientes.

7. Façaumapesquisaqueanaliserotineiramentepublicaçõesseto-riais de vários países, procurando anúncios de novos produtos.

8. Tratefeirascomerciaiscomomissõesdeinteligênciaemquevocêverá, reunido em um único local, tudo o que é novo em seu setor.

9. Façasuaequipedetécnicosedemarketingvisitaroslaboratóriosde seus fornecedores e reservar um tempo para conversar com a equipedetécnicosdeles—descubraasnovidades.

10. Crie uma urna para depositar ideias. Deixe-a aberta e facilmente acessível. Permita que os funcionários analisem as ideias e façam críticas construtivas a elas.

Veja também a tese de doutorado de, Mariela Haidée Aranda intitulada A importância da criatividade no processo de inovação (PI). Com essa leitura, você vai aprofundar os fatores que tornam a criatividade um elemento fundamental para o a inovação.

E como exemplo de inovações em produtos, o grupo Open Source Ecology, que reúne engenheiros e tecnólogos do mundo inteiro, fez uma lista das 30 inovações tecnológicas essenciais para o mundo moderno que pode ser verificada no link a seguir: https://super.abril.com.br/historia/as-30-maquinas-mais-importantes-do-mundo/.

DICA

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Pode-se perceber, também a importância das inovações tecnológicas do ponto devistadosvaloresdemercadoaoidentificarmosquaisseriamasmarcasmaisvaliosasdo mundo hoje.

Veja a lista das 10 marcas mais valiosas do mundo, segundo a Brand Finance:

1. Amazon: US$ 221bilhões (varejo).2. Google: US$ 160 bilhões (tecnologia).3. Apple: US$ 141 bilhões (tecnologia).4. Microsoft: US$ 117 bilhões (tecnologia).5. Samsung: US$ 94 bilhões (tecnologia).6. ICBC: US$ 81 bilhões (financeiro).7. Facebook: US$ 80 bilhões (mídia).8. Walmart: US$ 78 bilhões (varejo).9. Ping An: US$ 69 bilhões (seguros).10. Huawei: US$ 65 bilhões (tecnologia).

FONTE: <https://www.infomoney.com.br/consumo/este-grafico-mostra-as-100-marcas-mais -valiosas-do-mundo-em-2020/>. Acesso em: 19 jun. 2020.

IMPORTANTE

Com estes exemplos das invenções mais importantes da humanidade, das marcas e das empresas mais valiosas atualmente em nossa sociedade, podemos perceber como as inovações tecnológicas e o desenvolvimento de novos produtos transformaram nosso mundo e o sistema econômico ao longo de nossa história. Mas, podemos fazer um questionamento crítico: será que o desenvolvimento tecnológico propiciado pela criatividade e inovação contribuíram para a redução das desigualdades sociais e melhoria da qualidade de vida da sociedade em geral?

OpesquisadorfrancêsThomasPikettyemseulivro,O Capital no século XXI (2014),mostra que o sistema capitalista permite mais concentração de renda e desigualdade social do que crescimento econômico. Ou seja, o incentivo à inovação tecnológica para incremento do sistema capitalista apenas produz mais desigualdade social.

Piketty (2014) sugerequepara reduçãodadesigualdade inerenteaocapitalismo,além da tributação da riqueza, o incentivo àdifusãodoconhecimento sem barreiras e investimentos em educação. Para ele, "no longo prazo, a força que de fato impulsiona o aumento da igualdade é a difusão do conhecimento e a disseminação da educação de qualidade" (PIKETTY,2014,p.29).Desde1840oscríticosdocapitalismo jáapontavamoseguinte questionamento:

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De que serve o desenvolvimento industrial, de que servem todas as inovações tecnológicas, todo esse esforço, todos esses deslocamentos populacionais, se ao cabo de meio século de crescimento da indústria, a situação das massas continua tão miserávelquantoantes[...](PIKETTY,2014,p.16).

Nos Estados Unidos, matriz das maiores empresas de tecnologias do Mundo

(Apple, Amazon, Google, Microsoft, Facebook, IBM etc.), a desigualdade social “aumentounasúltimasdécadasatingindoníveisquenãoeramvistosdesdeadécadade1930”(SANDEL,2011,p.327).

Da mesma forma, destacamos contribuições de David Dicson, em seu livro, Tecnologia Alternativa (1978),queapresentacríticasàvisãodeterministaeneutradatecnologia:

A partir da Revolução Industrial, e particularmente durante os últimos cinquenta anos, passou a ser geralmente aceito o fato de que uma tecnologia em contínuo desenvolvimento é a única que oferece possibilidades realistas de progresso humano. O desenvolvimento tecnológico inicialmente consistiu na melhora das técnicas artesanais tradicionais e posteriormente se estendeu à aplicação do conhecimento abstrato aos problemas sociais, prometeu conduzir a sociedade pelo caminho que leva a um próspero e brilhante futuro. As revoluções tecnológicas reorganizaram de forma significativao sistema econômico na contemporaneidade. O desenvolvimento da tecnologia tem servido inclusive como indicador do progresso geral do desenvolvimento social, fazendo com que se tenda a julgar as sociedades como avançadas ou atrasadas segundo seu nível de sofisticação tecnológica (DICSON1978apudFBB,2004,p.26).

A alternativa que podemos considerar enquanto política pública, é que a inovação tecnológica, em essência, é um processo de difusão e partilha de conhecimento e deve ser tratado como “um bem público e não somente como mecanismo de mercado” (PIKETTY, 2014, p. 28). O ponto chave é que investir em inovação tecnológica apenasparagarantircrescimentoeconômico,comomostraPiketty,éinsuficientepara"satisfazeras esperanças democráticas e meritocráticas, que devem se apoiar em instituições específicas, enãoapenasnasforçasdoprogressotecnológicoedomercado" (2014,p.100). Estudos mostram que, para o futuro, ondas de inovação amparadas principalmente nas tecnologias da informação e comunicação, possuem um potencial de crescimento sensivelmente inferior (comparadascomasmudançasprovocadas, por exemplo, desde asmáquinasavaporeoadventodaeletricidade),“alteramosmodosdeproduçãodeforma menos radical e trazem melhorias menos significativas para a produtividadedoconjuntodaeconomia”(PIKETTY,2014,p.98).Éestareflexãocríticaquetambémdevemos ter ao se estudar sobre criatividade e inovação.

Aseguir, nopróximotópico,vamosverificarqueexistemdiversasbarreirasquepodem comprometer o desenvolvimento da cultura da criatividade e inovação dentro das organizações.

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A importância da criatividade, considerada potencializadora da inovação nas organizações, permite competitividade no mercado.

• AsdezhabilidadesesperadaspelosprofissionaisdofuturopeloFórumEconômicoMundial(2016)são:criatividade;gestãodepessoas;pensamentocrítico;resoluçãode problemas complexos; empatia/trabalho em equipe; inteligência emocional;capacidade de julgamento e tomada de decisões; orientações para serviços; negociação;eflexibilidadecognitiva.

• A partir de indicadores CQQ e ICC os fatores que estimulam a criatividade são: ambiente físico adequado; clima social favorável entre colegas de trabalho; incentivo a novas ideias; liberdade de ação, atividades desafiantes; salários e benefícios adequados;açõesdachefiaedaorganizaçãoemapoioaideiasnovas;disponibilidadesderecursosmateriais. E os obstáculos à criatividade são: bloqueio a ideias novas; excesso de serviço e escassez de tempo; resistência a ideias novas; problemas organizacionais.

• Asopções,deacordocomoManualdeOslo(OCDE,2005),parainovaçãoemprodutosão: ◦ criação de produtos novos: criam um novo mercado; ◦ linhas de produtos novos: permitem a empresa entrar em mercados existentes,

mas ainda novos para ela; ◦ acréscimos a linhas de produtos já existentes; ◦ aperfeiçoamento e revisão de produtos existentes; ◦ reposicionamentos: redirecionam produtos para novos mercados ou segmentos; ◦ reduções de custo: criação de novos produtos, semelhantes aos existentes, mas

com custos menores.

• Os fundamentos de ciclo de vida dos produtos, e algumas maneira de ter ideias inovadoras para produtos em que podemos destacar são: realização de reuniões informais entre clientes e funcionários da empresa; tempo livre para elaboração de projetos; realização de brainstorming com clientes; pesquisar os clientes; visitar laboratórios dos fornecedores, entre outros.

RESUMO DO TÓPICO 3

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1 OFórumEconômicoMundial (2016)enfatizaa importânciadacriatividadeparaasorganizações,paratalele listadezhabilidadesesperadasparaprofissionaisdofuturo.Com base em tais competências, assinale a alternativa correta:

()Gestãodepessoas.()Pensamentocrítico.()Resoluçãodeproblemascomplexos.()Apatia-Trabalhoemequipe.() Inteligênciaemocional.

a) () V–V–F–F–V.b) () V–V–V–F–V.c) () V–F–V–F–V.d) () V–V–V–V–F.e) () F–V–F–V–V.

2 Conforme descrito por Figueiredo (2017), Ekvall (1996) criou uma escala visandomedirnoambientedetrabalhoalgunsfatoresquepodem influenciarnoprocessodecriatividadeeinovação,denominadaCQQ(Creative Climate Questionnaire). Quais são esses fatores?

3 Nos estudos de Bruno-Faria e Alencar (1998), as autoras desenvolveram o ICC(Indicadores de Clima para Criatividade). Foram encontrados fatores que sãoestímulosàcriatividade(E)efatoresconsideradosobstáculosàcriatividade(O).Combase em tais fatores, assinale a alternativa CORRETA:

()Ambientefísicoadequado.()Bloqueioaideiasnovas.()Excessodeserviçoseescassezdetempo.()Climasocialfavorávelentrecolegasdetrabalho.() Incentivoanovasideias.

a) () E–E–O–O–E.b) () E–O–O–O–E.c) () E–O–O–E–E.d) () O–E–O–O–E.e) () E–O–E–O–E.

AUTOATIVIDADE

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TÓPICO 4 —

BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Compreendemos, no decorrer desta unidade, como o processo criativo é desenvolvido em cada pessoa. Contudo é necessário termos em mente que existem algumas barreiras que impedem tal processo.

Neste tópico, vamos estudar as barreiras de criatividade no ambiente organizacional, as quais podem ser agrupadas em: barreiras de percepção, emocionais, culturais, ambientais e intelectuais. Vamos identificar ações que podem amenizar oefeito destas barreiras e até mesmo como superá-las.

Outro fator importante que iremos abordar são as atividades que podemos realizar para exercitar a criatividade, sendo alguns deles: leitura, escrita, jogos, ouvir música, pesquisa fonte de dados, entre outros exemplos que serão descritos no decorrer deste tópico.

Encerrando esta unidade iremos abordar a importância da criatividade e inovação, sendo um diferencial para maior competitividade no mercado.

2 BARREIRAS À MANIFESTAÇÃO CRIATIVA E INOVADORA

Como enfatizamos, no decorrer desta unidade, a criatividade é muito importante em todos os aspectos da nossa vida. Cada vez mais, práticas colaborativas são elaboradas para aprimoramento, desenvolvimento dessa capacidade, principalmente nasorganizações,umavezqueprofissionaiscriativospossibilitama inovação,sendoum grande diferencial para maior competitividade no cenário econômico.

Contudo, ainda encontramos algumas barreiras, uma vez que, ao contrário das crianças, tememos as críticas, nas quais a não aprovação do próximo, ou opinião, tornam-se uma grande barreira à criatividade e consequentemente à inovação. De acordocomGuerraeJoly(2005),alémdeestimulada,acriatividadetambémpodeserbloqueada por diversos fatores, sendo eles de natureza social ou pessoal, diminuindo assim o potencial criativo.

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Nos estudos iniciais sobre criatividade, a abordagem sobre as barreiras era apenas individualista, uma vez que o processo criativo era entendido como individual, deduzia-se que suas barreiras também eram internas, restringindo os estudos a uma visão unidimensional. Todavia, passou-se a perceber que o bloqueio aconteceria por estarligadoaaspectossociais,culturais,momentoshistóricos,entreoutros(GUERRA;JOLY,2005).

Emfunçãodotipodebarreiraforamorganizadasváriasclassificações,comoa divisão em internas e externas, culturais e emocionais, estratégicas, de valores, de autoimagem, perceptuais, sociodinâmicas, de percepção, emocionais, culturais, ambientais,intelectuais,entreoutras(GUERRA;JOLY,2005;HICKS,1991).

FIGURA 11 – GRUPOS DE BARREIRAS DE CRIATIVIDADES

FONTE: Adaptado de Dias (2017)

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Vamos conhecer um pouquinho mais sobre alguns tipos de barreira de acordo comDias(2017)eGuerraeJoly(2005).

• Barreiras de percepção: essa barreira está relacionada à forma como percebemos os acontecimentos, à forma como a mente processa os dados recebidos. Nesta classificação encontram-se: estereótipos; dificuldade de isolar problemas; visãorestrita (visão tipo túnel); inabilidadede se perceber os acontecimentos deváriospontosdevista;efalhanautilizaçãoeficientedetodosossentidos.

• Barreiras emocionais: estão atreladas à interferência dos sentimentos na forma de pensar, e, consequentemente, na criatividade. As emoções que podem agir de forma negativa são: desejo exagerado por segurança e ordem; medo de cometer erros; despreparopara assumir riscos; faltademotivação;dificuldadede reflexão;incapacidade de uso da imaginação; e pressa em resolver os problemas.

• Barreiras culturais: essas barreiras são relativas a interferências da cultura tanto daempresa,comodasociedadeemsi,queinfluenciamnossomododepensareagir.DeacordocomDias(2017),essabarreirapodesercumulativa,restringindoaindamaisa criatividade. Alguns exemplos de barreiras culturais são: crença que a melhoria não é praticamenteimpossível;dizerquereflexãoépuraperdadetempo;crençadequepensar de um modo descompromissado é restrito a crianças; achar que a lógica é sempre melhor que a intuição; acreditar que tradição é melhor que mudança; tabus organizacionais; estilo de gerência e da liderança da organização; falta de suporte ao trabalho em grupo; e relutância da organização em implementar as ideias geradas.

• Barreiras ambientais: diz respeito às manifestações de teor físico no ambiente de trabalho. Essas manifestações interferem o desenvolvimento do pensar criativo. Alguns exemplos dessas barreiras: distrações do ambiente (ruídos, chamadastelefônicas constantes etc.); monotonia; desconforto físico e mental; e restrição de acesso aos meios adequados de comunicação.

• Barreiras intelectuais: jáasbarreirasintelectuaisestãoatreladasàsdificuldadesencontradas no relacionamento dos membros de uma equipe de trabalho. Algumas formas de barreiras intelectuais são: escolha incorreta da linguagem de solução de problemas;inflexívelouinadequadodeestratégiasemétodos;faltadeinformaçõescorretas;edificuldadedecomunicaçãoentrepessoas.

• Barreiras internas e externas: barreiras internas estão relacionadas às características pessoaisdoindivíduo,como“insegurança,faltademotivação,medo,dificuldadeemver um problema por ângulos diferentes, timidez, acrescidos à falta de conhecimento ou informação. As barreiras externas são as sociais que se relacionam aos elementos culturais, institucionais, grupais, ideológicos, presentes no contexto do indivíduo” (GUERRA;JOLY,2005,p.107).Algunsexemplossão:autoritarismo,faltadeestímulo,entre outros.

Agoraquejáidentificamosalgumasbarreirasvocêdeveestarseperguntando,o que devemos fazer para superá-las?

Dias(2017) sugere as seguintes ações:

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QUADRO 4 – AÇÕES PARA ENFRENTAR AS BARREIRAS DE CRIATIVIDADE

FONTE: Adaptado de Dias (2017)

BARREIRAS AÇÕES

Barreiras de percepção

Podem ser trabalhadas com atividades em grupo, focadas em solução de problemas, com foco no uso do conceito de empatia. As pessoas devem ser estimuladas a registrar suas percepções e não apenas fatos e dados.

Barreiras emocionais

Deixar claro os objetivos da organização, reconhecer o erro como oportunidade de aprendizado e dar autonomia para as pessoas para quesesintamdesafiadas,comoconsequentereconhecimento,nãosó de resultados, mas também de esforços.

Barreiras culturais

É importante ter as liderançascomoexemplo, sendoessencial paracombater as barreiras culturais. Os tabus organizacionais devem ser debatidos, até que se chegue as reais causas destes modelos mentais, e o uso dos 5 Porquês. Os “5porquês” éumatécnicaqueobjetiva encontrar a causa de um defeito ou problema. Ela parte da premissa inicial, que após perguntar 5 vezes o porquê um problema está acontecendo, será determinada a causa raiz do problema ao invés da fonte de problemas. Ela costuma dar bons resultados. O modelo degestãonãodeveserumacamisadeforça,esimumfiocondutor,resistente,masflexível.

Barreiras ambientais

Fugir de ações que isolam as pessoas, de atividades altamenteespecializadas e não conectadas na forma de processos, de ilhas de conhecimento. Criar um ambiente de trabalho que não cause sofrimento.

Barreiras intelectuaisSãocombatidascomcomunicaçãoconfiável,atualizadaeacessívelatodos. A linguagem usada deve ser tão simples quanto possível, do jeito que as pessoas entendam, sem eufemismos.

Outras barreiras da criatividade são: falta de tempo; falta de referência; conformismo; insegurança; medo do ridículo; tradição; autoridade; e ciúme.

ESTUDOS FUTUROS

3 COMO EXERCITAR A CRIATIVIDADE

Continuando nossos estudos, veremos como podemos exercitar a criatividade. Ela pode ser aprimorada por meio de exercícios simples, de forma divertida e prazerosa. Ela permite que você encontre novas formas de realizar tarefas, novos produtos e serviços,oualterações(ABRANTES,2017).Vamosdescobriralgumasaçõesparaestimular a criatividade e inovação?

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FIGURA 12 – FATORES QUE CONTRIBUEM PARA EXERCÍCIO DA CRIATIVIDADE

FONTE: Adaptado de Abrantes (2017)

AçõesparaestimularacriatividadesegundoAbrantes(2017):

• Aprenda a observar: observar as coisas a sua volta pode ajudar a melhorar a criatividade. Por meio da observação  você pode identificar novas demandas,encontrar possíveis soluções para problemas existentes e  registrar fatos que podemservir futuramente em outra situação. A partir da observação você pode aprender muito.

• Analisar características de produtos e situações diversas: em nosso cotidiano, quando nos deparamos com algum problema, geralmente pensamos em diversas possíveis soluções. Analisar as características do que gerou o problema é fundamental para incentivar a criatividade, impulsionando uma visão crítica. Então, estimule sua criatividade, analise situações e também as características dos produtos que você visualizaemseudiaadia.Após,reflitaemcomovocêpoderiafazerdeumaformanova, isso contribuirá para inovar.

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• Escutar músicas: estudos demonstram que ouvir músicas incentiva a criatividade. Assim, você pode encontrar novos sentidos e até mesmo achar uma solução ou uma nova ideia de produto.

• Assistirafilmes:osfilmessãoobrasqueincentivamoprocessocriativo,assistaaosfilmes,observetodososdetalhes,comoosefeitosespeciaisutilizados,atrilhasonoraescolhida, recursosde iluminação,movimentaçãodascâmeras,afotografia,entreoutros.

• Dormir bem: uma boa noite de sono tem inúmeros benefícios, para a criatividade não é diferente. Dormir bem contribui para melhor funcionamento do cérebro, conseguindo, assim, analisar melhor as situações com mais assertividade. Outro fator que pode auxiliar é tentar lembrar do sonho, a partir da lembrança dele você pode ter uma inspiração.

• Hábito da leitura e escrita: a leitura e escrita contribuem para a criatividade. Durante aleitura,océrebroconseguerecriarcenáriose situações.Nesseviés,recomenda-seler pelo menos um livro por mês. Todavia desenvolver o hábito da escrita é mais difícil, mas que ajuda você a sair da zona de conforto.

• Aproveitar o tempo de lazer: aproveitar o tempo de ócio pode contribuir para aprimoramento de uma mente criativa. Para isso, aproveite o tempo vago para realizar pesquisa na internet, uma ótima propulsora da criatividade.

• Organizar: a organização incentiva a criatividade, o surgimento de ideias novas. Sabendo onde as coisas estão, além de otimizar seu tempo, contribui para exercício do cérebro.

• Desafiarasimesmo:imporlimitesdesafiadoreséumamaneiradeaprendercoisasnovasenãopermanecersempreparadonoquesitoprofissional.Entãosempreaprendanovascoisas,tantonaáreapessoalouprofissional, issocontribuisignificativamentepara novos conhecimentos e consequentemente para maior criatividade e inovação.

• Gostar das atividades que realiza: quanto mais você gosta de uma atividade, você sente mais prazer ao realizá-la e o resultado é melhor. Goste do que faz e, se estiver em um trabalho que não o agrade, procure uma alternativa.

• Informação: estar informado sobre os diversos assuntos contribui na maneira de conversar, e interagir com as pessoas, auxiliando para obter novas ideias.

• Buscar novas experiências: novas experiências são uma poderosa fonte para inovação. Contribui para novos conhecimentos e habilidades, e consequentemente novas ideias, e soluções.

• Relaxar: para estimular a criatividade, manter um estado de espírito de tranquilidade é fundamental. Por isso, mesmo com a estressante rotina que a maiorias das pessoas estão acumulando, tente relaxar, ver o lado bom das coisas, aprender com os erros e passarpelasdificuldadestentandoencontraropontodevistapositivo.

• Ser curioso:avontadedesempretentarsabero“porque”dascoisaséessencial.Isso gera mais conhecimento, mais exercício para o cérebro e novas fontes para ser uma pessoa mais criativa e inovadora.

• Resolver palavras cruzadas: as palavras cruzadas contribuem para exercitar o pensamento criativo.

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• Jogar: os jogos auxiliam para exercitar o cérebro, e assim impulsionam o surgimento de novas ideias.

• Conhecer o mundo: conheça o mundo em que vive e explore-o, isso é essencial. Aproveite para viajar, conhecer diferentes culturas e situações.

Além dessas ações, seguem algumas dicas para estimular a criatividade segundo oito líderes de inovação:

QUADRO 5 – SEGREDOS DA CRIATIVIDADE PARA INOVAÇÃO

Líder Segredo da criatividade

Richard Chaves

Diretor de inovação e novas tecnologias da

Microsoft Brasil.

Segundooexecutivo,profissionaisdainovaçãoprecisamenxergaropropósitodoquefazem,ounãovãomuitolonge.“Sevocêvisualizaclaramente o impacto do seu trabalho para a sociedade, você conta comumafontedeenergiainigualável”,afirma.Outroingredientebásico da criatividade para Chaves é o contato humano: interagir e trocar ideias com pessoas muito diferentes, como estudantes e empreendedores, é o que permite enxergar oportunidades até então invisíveis.

Carlos Tadeu da Silva

Diretor de tecnologia para refrigeração e ar

condicionado da Whirlpool Latin America.

Organização e método são fatores essenciais para um bom profissionaldeinovação,segundoSilva.“Aocontráriodoquemuitagente pensa, criar não é um processo caótico, é muito racional”, explica.Contudo,adisciplinanãopodeendureceroprocesso.“Vocênão pode ter medo de errar, ou só colocar na mesa de discussão as ideias que ‘fazem sentido’”, diz ele.

Rony Sato

Gerente de tecnologia e inovaçãodaBASFparaa

América do Sul.

Comomediadordeworkshopsdeinovação,oexecutivoacreditana importância da diversidade como um dos grandes combustíveis paranovasideias.“Éprecisodaraberturaparaquetodosparticipemda discussão e tragam pontos de vista muitas vezes antagônicos sobre o assunto”, explica. Além disso, ele menciona o papel do envolvimentoemocionalparaoprocessocriativo. “Vocêprecisaacreditar na missão do projeto, enxergar um propósito importante por trásdetudoaquilo”, dizSato. “Inovaçãodependemuitodemotivação”.

Camila Durlacher

DiretoradeP&Dda3M do Brasil.

NavisãodeDurlacher,formularsoluçõesoriginais—eviáveis—ésempreumtrabalhocoletivo.“Somosmaiscriativosquandotemosoutras pessoas ao nosso redor, que nos dão respostas para o que não sabemos, e nos fazem perguntas sobre o que achamos que sabemos”, explica. “Semcolaboração,ficamuitodifícil terumaideia realmente boa”.

Eduardo Conejo

Gerente sênior de inovação da Samsung América

Latina.

Estar bem informado é uma condição essencial para promover a inovação,segundooexecutivo.“Vocêprecisaterumamplolequede informações e referências para fazer associações de ideias”, afirma.“Quantomaioroseurepertório,maisfacilmentevocêpoderácruzar áreas do conhecimento e chegar a novas conclusões”. Para alimentar sua criatividade, Conejo cultiva leituras ecléticas, de artigos acadêmicos a notícias sobre assuntos aparentemente desconexos da sua área. Para ele, informação nunca é demais: quando menos se espera, ela pode ser a chave de um problema.

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Daniel Rosa

Gerente de desenvolvimento para TV e mídia da Ericsson.

Paragerarinovação,umprofissionalprecisasesentirbemnoseuambiente de trabalho, isto é, ter a certeza de que suas contribuições serãoouvidaseapreciadas”,afirmaoexecutivo.Terautonomiaparaagir—semprecisarpedir“licença”—éoutropontofundamental.Rosa também destaca a importância de não ter medo do fracasso. “Sevocêsóapostaemprojetosseguros,nãorompecomnenhumparadigma”, explica. “A inovação começa com ideias loucas,absurdas”.

Caito Maia

Presidente da Chilli Beans.

Ex-líderdeumabandaderock,oexecutivoacreditaquearebeldiae a polêmica são ingredientes importantes para a inovação. “Apresentoasideiasmaisextravagantesparaaminhamãe”,conta.“Seelaficaespantada, sintoqueéumcaminhoquedevemosperseguir”. Ele também diz que gosta de estar perto de pessoas criativas. “Paraalimentaromeuespírito inovador, eumecercode gente que respira criatividade, como publicitários, arquitetos e designers".

Graciela Tanaka

Diretora de operações do Grupo Netshoes.

Tanakaacreditaqueacriatividadeparacriarnovosprodutoseserviçossealimentadaempatia.“Paraterboasideias,vocêprecisasecolocarnolugardoconsumidor”,afirma.Elatambémdestacaa importânciada insatisfaçãocomo statusquo. “É importanteolhar para as tecnologias já empregadas e acreditar que sempre é possível melhorá-las”, diz a diretora.

FONTE: Adaptado de Gasparini (2016)

FIGURA 13 – FRASE DE ALBERT EINSTEIN

FONTE: <https://kdfrases.com/frases-imagens/frase-o-segredo-da-criatividade-esta-em-dormir-bem-e-abrir-a-mente-para-as-possibilidades-infinitas-o-albert-einstein-91259.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2020.

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4 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS

Como já enfatizamos, a criatividade possui grande valor universal, uma vez que possibilita a ocorrência de mudanças, de transformações, e que visam sempre solucionar problemas e otimizar processos. Essa capacidade pode ser mais desenvolvida em algumas pessoas do que em outras, todavia, existem alguns exercícios que incentivam seu aprimoramento.

Nomercadodetrabalho,écadavezmaisconstanteabuscaporprofissionaiscapacitados e que tem como característica ser uma pessoa criativa. Além disso, várias práticas são realizadas na empresa visando impulsionar a criatividade e inovação principalmente de forma colaborativa.

Para ter sucesso no atual mercado de trabalho, ter uma equipe criativa e inovadora faz toda a diferença, contudo, é essencial que os líderes realmente conheçam as pessoas que fazem parte da equipe, e que dê chances para que elas possam desenvolveracriatividade.OutroitemimportantedestacadoporPires(2018),éestimulara criatividade em reuniões com o intuito de ouvir novas ideias e sugestões da equipe.

Éimportanteaogestorelogiarasnovasideias,essetipodeestímuloéessencialpara que as pessoas não tenham vergonha de expor sua opinião e criatividade outro fator que merece maior atenção é criar um ambiente e clima organizacionais propícios aincentivaracriatividade(PIRES,2018).

Alémdisso,Pires(2018)destacaospilaresdainovaçãoecriatividade.Oautorenfatiza que o primeiro passo é entender quais são os principais objetivos da organização edequal formaelapodeadotarboaspráticasdentrodasuarealidade,umavezquecada organização tem características e objetivos distintos. Assim, as organizações precisam ter em mente que a gestão da criatividade e inovação deve forçar no incentivo dos processos criativos, e não apenas registrar ações no papel, e não por em práticas as mesmas.

Nesse viés, os pilares para inovação e criatividade nas empresas são uma comunicação eficiente e efetiva entre todos os setores, uma boa organização dasestratégias para assim poder pôr em prática as boas ideias, o constante controle das atividades, a análise dos resultados e o justo reconhecimento dos colaboradores responsáveispelainovação(LAFS,2019).

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FIGURA 14 - PILARES DE INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE

FONTE: Adaptado de Lafs (2019)

Outro fator que as organizações devem estar atentas são as exigências de mercado e a necessidade de investir em inovação. As empresas devem ter em mente qual a importância para elas em de investir em inovação.

O avanço tecnológicomodificou quase todos, senão todos os processos em

nosso cotidiano. A forma de comunicação, pesquisa, interação, entre outros, foram impactadas pelas tecnologias digitais, não sendo diferente nas organizações. Todas essasmudanças são reflexosda inovação e da tecnologia,mas sobre essa questãovamos estudar mais no próximo tópico, e só sobrevivem nesse mercado as que têm capacidade e condições de entender e se relacionar de forma ativa com ações inovadoras(LAFS,2019).

Assim,nessecenáriodeconstantealteraçãoinfluenciadopelasTecnologiasdaInformaçãoeComunicação(TICs)oempresárioprecisaestaremconstantebuscaporumdiferencial, tornando seuproduto, ou serviço, interessantepara atrair clientes. Ainovação e a criatividade são dois mecanismos muito interessantes que possibilitam maior competitividade, e contribuem para maior conquista de clientes.

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FIGURA 15 - RELAÇÃO CRIAÇÃO, INOVAÇÃO E SUCESSO COMERCIAL

FONTE: <https://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/wp-content/uploads/2012/11/digitalizar0011.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.

Ações de inovação e criatividade permitem compreender as necessidades futuras de clientes, preparando soluções de forma antecipada e criativa, e se destacando da concorrência. Pôr em prática técnicas de incentivo à inovação não é uma tarefa simples, exige comprometimento e interesse na mudança, sendo que o primeiro passo éaadaptaçãodaspolíticasinternasdaorganização(LAFS,2019).

Para isso é essencial manter um diálogo aberto, incentivar as novas ideias e demonstrar que a cultura da empresa está alinhada com o desejo e interesse pela inovação. Outro fator interessante é investir em palestras, treinamentos, e-mails de incentivoedemaisaçõesfocadasnodesenvolvimentodacriatividade(LAFS,2019).

Além disso, organizar o tempo dos colaboradores para que eles tenham condições de pensar em soluções inovadoras, faz toda a diferença. Mas não adianta mudar toda a cultura da  empresa  se, na prática, o gestor não aceitamudanças e aimplementaçãodesoluçõescriativaseotimepossuiresistência(LAFS,2019).

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Na cultura da empresa podemos estimular a criatividade e inovação aplicando asseguintesações(SITEWARE,2018,s.p.):

• conhecimento: estudando outras ações;• curiosidade: para encontrar caminhos e resoluções únicas;• imaginação: para desenvolver ideias diferenciadas;• avaliação das opções: para escolher qual pode trazer os melhores

resultados.

Mas para conseguir estimular ainda mais rápido, novas abordagens podemoferecerumambientedetrabalhodiferenciado.Asnovasabordagenspossibilitam a elaboração de novas saídas, encorajam os colegas a construírem os pensamentos que sempre quiseram expor e que antes não tinham tanto espaço nem se sentiam à vontade para isso. O ambiente de trabalho pode ser diferenciado por meio de ações como: oferecendo refeições gratuitas; organizando excursões de equipe; criandonovos incentivosfinanceiros;gerandooportunidadesparaaequipeparticiparde eventos; oferecendo descontos para academias; permitindo animais no local de trabalho(SITEWARE,2018).

Porfim,tambéméimportanteoferecerumbomequilíbrioentreavidaprofissionale pessoal. Essa ação não só ajuda a eliminar o estresse como desenvolve o ambiente propícioparasermaiscriativoeinovador(SITEWARE,2018).

Finalizando a Unidade 3, e também este Livro Didático, estudamos que aCriatividade e a Inovação são fundamentais para o desenvolvimento de novas ideias, propiciando a competitividade e a geração de riquezas. Um país, uma empresa ou qualquer outra organização que almeje manter-se à frente de seus competidores precisará de sistemas inovadores e criativos. Ao longo das unidades estudadas, foi possível compreender como os processos de inovação e criatividade no âmbito das organizações são gerenciados, conhecendo as mudanças tecnológicas que ocorreram ao longo da história e quais foram os seus impactos para este ambiente, bem como analisarosprincipaisaspectosqueinfluenciamodesenvolvimentodacriatividadeedainovação no contexto empresarial. Esperamos que tenha aproveitado o material estudado.

A criatividade tem a ver com o ato de criar algo e a inovação tem a ver com o que se faz com aquilo que se criou. Nicolau Copérnico teve um pensamento criativo e, através de seus estudos, construiu a ideia de que a terra gira em torno do sol, contudo, a inovação só aconteceu quando sua pesquisa foi publicada 26 anos mais tarde, por Johann Abrecht Widmanstadt.

IMPORTANTE

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LEITURACOMPLEMENTAR

Principal tipo de inovação

OCDE

[...]

Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamentemelhoradonoqueconcerneasuascaracterísticasouusosprevistos.Incluem-semelhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes emateriais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

As inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes. O termo “produto” abrange tanto bens como serviços. As inovações deprodutoincluemaintroduçãodenovosbenseserviços,emelhoramentossignificativosnas características funcionais ou de uso dos bens e serviços existentes.

Novosprodutossãobensouserviçosquediferemsignificativamenteemsuascaracterísticas ou usos previstos dos produtos previamente produzidos pela empresa. Os primeiros microprocessadores e câmeras digitais foram exemplos de novos produtos usando novas tecnologias. O primeiro tocador de MP3 portátil, que combinou padrões de softwares existentes com a tecnologia de disco rígido miniaturizado, foi uma nova combinação de tecnologias existentes.

O desenvolvimento de um novo uso para um produto com apenas algumas pequenasmodificaçõesparasuasespecificaçõestécnicaséumainovaçãodeproduto.Um exemplo é a introdução de um novo detergente com uma composição química que já tinha sido previamente utilizada como um insumo apenas para a produção de revestimentos.

Melhoramentossignificativosparaprodutosexistentespodemocorrerpormeiode mudanças em materiais, componentes e outras características que aprimoram seu desempenho. A introdução dos freios ABS, dos sistemas de navegação GPS (Global Positioning System), ou outras melhorias em subsistemas de automóveis são exemplos de inovações de produto baseadas em mudanças parciais ou na adição de um subsistema em vários subsistemas técnicos integrados. O uso de tecidos respiráveis em vestuário é um exemplo de uma inovação de produto que utiliza novos materiais, capazes de melhorar o desempenho do produto.

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As inovações de produtos no setor de serviços podem incluir melhoramentos importantesnoquedizrespeitoacomoelassãooferecidas(porexemplo,emtermosdeeficiênciaoudevelocidade),aadiçãodenovasfunçõesoucaracterísticasemserviçosexistentes, ou a introdução de serviços inteiramente novos. São exemplos as melhorias significativas em serviços bancários via internet, tais como um grande aumento navelocidade e na facilidade de uso, ou a introdução de serviços de retirada e devolução em casa que melhoram o acesso de clientes a carros de aluguel.

A concepção é parte integrante do desenvolvimento e da implementação de inovações de produto. Entretanto, mudanças na concepção que não implicam em umamudançasignificativanascaracterísticasfuncionaisdoprodutoouemseususosprevistos não são inovações de produto. Ainda assim, elas podem ser inovações de marketing,comoserádiscutidoaseguir.Atualizaçõesderotina9oumudançassazonaistambémnãoconfiguraminovaçõesdeproduto.

[...]

FONTE: OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Paris: OECD, 2015. p. 57-58. Disponível em: https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf. Acesso em: 27 out. 2019.

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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As principais barreiras da criatividade são percepções emocionais, culturais, ambientais, internas e externas e intelectuais, investigando, assim, sobre suas principais características e exemplos.

• Além de compreender sobre as barreiras, estudamos algumas ações que podem amenizar o efeito das mesmas e até mesmo as superar.

• A criatividade pode ser aperfeiçoada nos indivíduos, assim, conhecemos algumas práticas que auxiliam para maior criatividade, como: leitura, escrita, ouvir música, viajar, entre outros diversos exercícios que podemos realizar em nosso dia a dia.

• Existem segredos de líderes de sucesso para incentivar a criatividade.

• O estímulo à criatividade e à inovação nas organizações é um diferencial para maior competitividade no mercado.

RESUMO DO TÓPICO 4

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1 Neste tópico, algumas barreiras da criatividade, principalmente no ambiente organizacional, foram encontradas. Identifique e descreva as principais barreirasmensuradasporHicks(1991).

2 A partir da importância da criatividade no contexto organizacional, as empresas vêm realizando algumas ações para estimular a criatividade e inovação. Qual das ações a seguir não é uma ação utilizada pelas empresas para incentivar a criatividade?

a) () Conhecimento,estudandooutrasações.b) () Restriçõesdeacessoaosmeiosdecomunicação.c) () Curiosidade,paraencontrarcaminhoseresoluçõesúnicas.d) () Avaliaçãodasopções,paraescolherqualpodetrazerosmelhoresresultados.e) () Imaginação,paradesenvolverideiasdiferenciadas.

3 Neste tópico estudamos sobre a criatividade, suas principais barreiras, formas de aperfeiçoá-las e algumas dicas de líderes de sucesso para aprimoramento e incentivo do processo criativo. Mas, porque a criatividade é importante para as empresas?

AUTOATIVIDADE

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