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PORTUGUÊS Prof. Pablo Jamilk POLÍCIA CIVIL | RS DELEGADO DE POLÍCIA

Prof. Pablo Jamilk - Cloud Object Storage · Uma parte da análise estrutural dos verbos, que serve de base à conjugação verbal, é o enten-dimento dos tempos e dos modos verbais

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PORTUGUÊS

Prof. Pablo Jamilk

POLÍCIA CIVIL | RSD E L E G A D O D E P O L Í C I A

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Português

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POLÍCIA CIVIL | RS Delegado de Polícia

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Edital

PORTUGUÊS: Leitura e interpretação de texto; tempos verbais e vozes verbais; Sintaxe externa: coorde-nação e subordinação; Colocação pronominal; Pontuação.

BANCA: ACADEPOL / IBDRH

CARGO: Delegado de Polícia

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Sumário

1. Tempos verbais e vozes verbais; .........................................................................................................9

2. Sintaxe externa: coordenação e subordinação; ................................................................................13

3. Colocação pronominal; .....................................................................................................................19

4. Pontuação. ........................................................................................................................................32

5. Leitura e interpretação de texto; ......................................................................................................46

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PORTUGUÊS

TEMPOS VERBAIS E VOZES VERBAIS;

Tempos e Modos Verbais

Uma parte da análise estrutural dos verbos, que serve de base à conjugação verbal, é o enten-dimento dos tempos e dos modos verbais. Estudemos particularmente cada um deles.

1. Modo Indicativo: é o modo em que as formas exprimem uma ideia de certeza. Seus tempos são:

a) Presente: amo, vendo, parto.b) Pretérito perfeito: amei, vendi, parti.c) Pretérito imperfeito: amava, vendia, partia.d) Pretérito mais-que-perfeito: amara, vendera, partira.e) Futuro do presente: amarei, venderei, partirei.f) Futuro do pretérito: amaria, venderia, partiria.

2. Modo Subjuntivo: é o modo em que suas formas exprimem ideia de hipótese provável. Seus tempos são:

a) Presente (que): ame, venda, parta.b) Pretérito imperfeito (se): amasse, vendesse, partisse. c) Futuro (quando): amar, vender, partir.

3. Modo Imperativo: é o modo que exprime uma ideia de ordem, pedido ou súplica.

• Não há primeira pessoa no imperativo.

Como montar as formas de Imperativo:

I – Afirmativo: é preciso retirar a forma da segunda pessoa do singular e da segunda pessoa do plural (provenientes do Presente do Indicativo), retirando a letra “s” do final da palavra. As demais formas advêm do Presente do Subjuntivo.

II – Negativo: basta utilizar a palavra “não” e somar aos elementos provenientes do Presente do Subjuntivo.

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Exemplo: formação do Imperativo do verbo “amar”.

Presente do Indicativo

Imperativo Afirmativo

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Amo - Ame -

Amas Ama tu Ames Não ames tu

Ama Ame você Ame Não ame você

Amamos Amemos nós Amemos Não amemos nós

Amais Amai vós Ameis Não ameis vós

Amam Amem vocês Amem Não amem vocês

Formas Nominais do Verbo

1. Infinitivo: verbo terminado em –R. Amar, vender, partir.

2. Gerúndio: verbo terminado em –NDO. Amando, vendendo, partindo.

3. Particípio: verbo terminado em –ADO / -IDO. Amado, vendido, partido.

Vozes Verbais

A noção de voz do verbo está relacionada à atitude que o verbo exprime quando empregado em uma sentença. É possível definir quatro vozes para os verbos na Língua Portuguesa. São elas:

• Voz ativa: que se caracteriza por possuir um sujeito agente, ou seja, que pratica uma ação.

• Voz passiva: que se caracteriza por possuir um sujeito de natureza paciente, ou seja, que é alvo da ação do verbo.

• Voz reflexiva: que apresenta um sujeito agente e, ao mesmo tempo, paciente. Isso quer dizer que a noção do verbo é executada pelo sujeito e o próprio sujeito a recebe.

• Voz recíproca: que diverge da anterior pelo simples fato de haver mais de um elemento envolvido na execução da ação e pelo fato de a ação expressa ser mútua.

Como essa distinção é incidente em provas de concursos, estudemos mais propriamente essas noções de vozes verbais.

Voz Ativa

Reconhecer um verbo na voz ativa não é algo difícil, basta identificar um sujeito que pratica a ação expressa pelo verbo.

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Exemplos:

• Meu amigo aluga casas.

• Os alunos farão aquela prova.

• O autor está escrevendo um livro.

Voz Passiva

A voz passiva focaliza o alvo da ação, ou seja, o paciente (ou afetado). É preciso prestar atenção que há dois tipos de voz passiva: a analítica e a sintética. Vejamos.

1. Analítica: que possui (usualmente) a seguinte estrutura – Sujeito Paciente + Locução Verbal + Agente da Passiva.

Exemplos:

• Casas são alugadas por meu amigo.

• Aquela prova será feita pelos alunos.

• Um livro está sendo escrito pelo autor.

2. Sintética: que possui (usualmente) a seguinte estrutura – Verbo + pronome “se” + Sujeito Paciente.

Exemplos:

• Alugam-se casas.

• Far-se-á aquela prova.

• Está-se escrevendo um livro.

Voz Reflexiva

Na voz reflexiva, o sujeito e o afetado pela ação são o mesmo referente. Veja:

• A criança rabiscou-se com a caneta.

• Joana penteava-se no quarto.

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Voz Recíproca

A voz recíproca é semelhante à reflexiva, com a distinção de que aquela exige a identificação de mais de um elemento no sujeito e a ação deve exprimir mutualidade. Vejamos:

• Os concorrentes se cumprimentaram.

• Pedro e Paulo se esbofetearam.

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SINTAXE EXTERNA: PERÍODO COMPOSTO

Definição: chama-se “período composto” o período que apresenta mais de uma oração. Para que seja possível isso ocorrer, deve haver um processo de composição do período. Usualmente, dois processos concorrem para a formação de um período. Vejamos:

Processos de composição:

a) Coordenação: é o processo em que não há dependência sintática entre as orações. Ou seja, estruturalmente elas são autônomas.

b) Subordinação: é o processo em que há uma dependência sintática entre as orações. Isso quer dizer que uma oração (subordinada) desempenhará alguma função em relação à ou-tra (principal).

Orações Coordenadas1

Definição: são aquelas que não possuem dependência sintática. Classificam-se de acordo com o seguinte critério:

Assindéticas: são as que não possuem conjunção para realizar a conexão.

Ex.: O povo protestou, gritou, esbravejou.

Ex.: Entrei na sala, vi a menina, desanimei.

Sindéticas2: são as que aparecem introduzidas por uma conjunção coordenativa. Vejamos:

1. Aditivas: exprimem noção de soma.

• Gumercindo falou com a mãe e a trouxe para casa.

• Márcio não é honesto nem tem bom caráter.

2. Adversativas: exprimem oposição ou negação de uma sentença anterior.

• João Paulo sofre, mas tenta resistir.

• Pedro está cansado; continua, porém.

3. Alternativas: exprimem alternância.

• Faça o exercício ou volte aos livros.

1 Você achará esse conteúdo repetitivo, porque já estudou a função das conjunções na parte de Morfologia. É fundamental repetir a matéria, porém!

2 Mesmo que haja uma oração coordenada sindética (introduzida por conjunção), a assindética será a que não possuir conjunção.

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4. Conclusivas: exprimem conclusão.

• O aluno é esperto, portanto estudará Gramática.

5. Explicativas: exprimem a explicação sobre algo.

• Traga o jantar, porque estou faminto.

• Deve ter chovido, pois o chão está molhado.

Orações Subordinadas

São as orações que possuem dependência sintática. Há três naturezas de subordinação. Con-vém estuda-las individualmente.

• Substantivas: 6 tipos.

• Adjetivas: 2 tipos.

• Adverbiais: 9 tipos.

Orações Subordinadas Substantivas

São as orações que desempenham a função de um substantivo. Quando desenvolvidas, são in-troduzidas por uma Conjunção Subordinativa Integrante. Para facilitar o entendimento, vamos fazer uma comparação entre período simples e período composto.

1. Subjetiva: desempenha a função de sujeito.

Período Simples:

• É necessário o estudo.

Período Composto:

• É necessário que você estude.

• Convém que ele trabalhe.

2. Objetiva Direta: desempenha a função de objeto direto.

Período Simples:

• Pedro disse algo importante.

Período Composto:

• Pedro disse que entendeu a matéria.

3. Objetiva Indireta: desempenha a função de objeto indireto.

Período Simples:

• O Governo necessita de novos rumos.

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Período Composto:

• O Governo necessita de que haja manifestações.

4. Completiva Nominal: desempenha a função de complemento nominal.

Período Simples:

• O aluno tem esperanças de aprovação.

Período Composto:

• O aluno tem esperanças de que a prova seja fácil.

5. Predicativa: desempenha a função de predicativo do sujeito.

Período Simples:

• O importante é Língua Portuguesa.

Período Composto:

• O importante é que você fale a verdade.

6. Apositiva: desempenha a função de aposto.

Período Simples:

• Eu quero apenas isto: o meu cargo.

Período Composto:

• Eu quero apenas isto: que o cargo seja meu.

Dica do Guerreiro!

Existe um pequeno “macete” para facilitar a identificação da oração subordinada subs-tantiva: basta trocar a oração em questão pela palavra “isto” e, então, proceder à aná-lise sintática.

Ex.: É fundamental que o candidato saiba estudar.

Operando a troca:

É fundamental isto.

Fazendo a inversão da frase:

Isto é fundamental. (O termo em destaque tem função de sujeito)

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Orações Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas desempenham a função de um adjetivo na sentença em que aparecem. Essas são muito cobradas em concursos públicos, portanto, é preciso ficar muito atento à definição e à classificação dessas orações. A depender da banca com que se trabalha, elas podem receber o nome de Orações Subordinadas Relativas3 , em razão de as desenvolvidas serem introduzidas por um pronome relativo.

Comparação entre período simples e período composto:

Período Simples:

• Admiramos alunos estudiosos.

Período Composto:

• Admiramos alunos que estudam.

Note que o sentido é o mesmo, a despeito de haver mudança na quantidade de verbos.

Classificação das orações:

1. Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: é a que restringe o conteúdo da sentença ante-rior. Sua estrutura comum é: Pronome Relativo + Verbo – Vírgula.

O quadro que Dali pintou é caro.

O lugar para onde ele vai é desconhecido.

2. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa: é a que apresenta um conteúdo que já pertente ao referente (por isso, explicativo). Sua estrutura comum é: Pronome Relativo + Verbo + Vírgula.

O homem, que não é Deus, deve ser humilde.

Aquela pessoa, de cuja irmã eu falava, testemunhou o crime.

Orações Subordinadas Adverbiais

São as orações que desempenham a função de um adjunto adverbial na sentença. Sua caracterís-tica fundamental, quando desenvolvidas, é que surgem introduzidas por uma conjunção subor-dinativa adverbial. Logo, a nomenclatura das orações fica condicionada à classificação semântica das conjunções. É importante atentar para o sentido das conjunções na sentença, pois costuma ser alvo de questões. Além disso, é importante observar o critério de mobilidade – possibilidade de deslocar a oração na sentença –, pois nesse caso há uma vírgula obrigatoriamente.

Comparação para facilitar o entendimento:

3 Esse nome é usualmente utilizado pela banca ESAF.

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Período Simples:

• Amanhã, venha estudar.

Período Composto:

• Quando tiver tempo, venha estudar.

Classificação das orações: 9 tipos.

1. Causal: exprime sentido de causa. Suas principais conjunções são já que, porque, uma vez que, como etc.

Ex.: Já que estava preparado, resolveu a prova.

2. Comparativa: exprime ideia de comparação. Algumas conjunções são como, mais (do) que, menos (do) que.

Ex.: Executou a tarefa como um perito faria.

3. Condicional: exprime ideia de condição. Algumas conjunções são se, desde que, contanto que etc.

Ex.: Desde que haja garra, o cargo será seu.

4. Conformativa: exprime a ideia de conformidade. Algumas conjunções são conforme, segundo, consoante etc.

Ex.: Eu farei o teste segundo o professor recomendou.

5. Consecutiva: exprime a ideia de consequência. Algumas conjunções são tanto que, de modo que, de sorte que.

Ex.: O candidato estava tão preparado que gabaritou a prova.

6. Concessiva: exprime a ideia de concessão. Algumas conjunções são embora, ainda que, mesmo que etc.

Ex.: Embora haja muitos concorrentes, o cargo será meu!

7. Final: exprime ideia de finalidade. Algumas conjunções são para que, a fim de que, porque etc.

Ex.: Separou o tema, a fim de que pudesse estudar.

8. Proporcional: exprime ideia de proporção. Algumas conjunções são à medida que, à proporção que, ao passo que etc.

Ex.: Ganhava dinheiro, à medida que enganava os professores.

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9. Temporal: exprime ideia de tempo. Algumas conjunções são sempre que, logo que, mal, assim que etc.

Ex.: Sempre que a vida parecer difícil, resista!

10. Modal: exprime a ideia de modo. As modais ocorrem apenas em formato reduzido.

Ex.: Mateus entendeu o conteúdo, lendo os materiais antigos do pai.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A colocação pronominal, que também pode ser conhecida como sintaxe de colocação, toponímia ou tmese, é a parte do conteúdo de sintaxe que estuda a posição dos pronomes oblíquos átonos nas sentenças. Notadamente, a análise que se faz a respeito desses pronomes está atrelada à posição do pronome em relação a um verbo, entretanto, pode haver casos da relação entre pronome e pronome ou da relação entre advérbio e pronome.

Antes de investigar a posição desses pronomes, é bem importante lembrar quais são eles, afinal, se você não se ligou no estudo da Morfologia, é bem provável que você esteja “boiando” no que seja um pronome oblíquo átono.

Pronomes oblíquos átonos

Me

Te

O, a, lhe, se

Nos

Vos

Os, as, lhes, se

Esse toque serve para rememorar quais são esses elementos da Morfologia. Também serve para você não achar que a criatividade acabou e que os exemplos são sempre com os mesmos pronomes.

Vejamos quais sãos a ditas posições dos pronomes oblíquos átonos:

Casos de Colocação Pronominal

1. Próclise: colocação do pronome oblíquo antes do verbo.

Ex.: Nunca lhe retiraram as esperanças de vitória.

2. Mesóclise: colocação do pronome oblíquo no meio do verbo.

Ex.: Avisá-la-emos quando chegar a hora.

3. Ênclise: colocação do pronome oblíquo após o verbo.

Ex.: Diz-se que o país sofre com a crise internacional.

4. Apossínclise: intercalação de palavras entre o pronome oblíquo e o verbo.

Ex.: Provavelmente você me não acredite se eu contar.

Uma pergunta deve ficar aí martelando em sua cabeça: como isso pode cair em uma prova?

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Bem, isso depende muito da banca. Vamos pensar nas duas bancas-alvo para nossa prova em questão: CESPE e ESAF. No caso da banca CESPE, o usual é que a banca solicite a mudança da posição do pronome, ou seja, que ela pergunte sobre a possibilidade de alterar a colocação, mantendo a correção gramatical e o sentido do texto. Já, a banca ESAF costuma propor um trecho de texto em que alguns elementos aparecem repetidos, então solicita a reescrita do segmento, empregando pronomes a fim de evitar as “viciosas repetições”.

Para garantir o acerto desse tipo de questão, é preciso memorizar as regras de colocação pronominal. Passemos a esse estudo!

1. Regras de Próclise

A Próclise usualmente ocorre em casos nos quais se faz notar a presença das chamadas “palavras atrativas”, isto é, as palavras que – em razão do princípio da eufonia (bom soar das palavras) – atraem os pronomes para perto de si. Vamos dizer que essas palavras são “sexy” demais, os pronomes não se aguentam e vão para perto delas. Memorize esses casos!

1. Com palavras ou expressões de sentido negativo.

Ex.: Não me negue o direito à cidadania, nunca o empenhei em trambiques.

Comentário da regra: perceba que os advérbios de negação atraem os pronomes (que estão sublinhados) para perto de si. Há um erro muito comum de colocação pronominal que consiste em passar esses pronomes para uma forma enclítica (depois do verbo, algo como “Não negue-me”). A isso, dá-se o nome de hipercorreção.

2. Com conjunções subordinativas (ou locuções conjuntivas subordinativas).

Ex.: Sempre que me pego em situações difíceis, costumo rever minhas prioridades.

Comentário da regra: no exemplo que mencionei acima, temos uma locução conjuntiva, que é uma espécie de conjunto de termos com apenas uma função. No caso, duas palavras que funcionam como uma conjunção.

Sugiro, guerreiro do concurso, que você relembre as conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas para faciliar o estudo dessa regra. Vejamos uma pequenta tabela:

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Conjunções subordinativas adverbiais:

Categoria Conjunções Exemplos

Causal: Já que, como, porque uma vez que Já que me interessa o assunto, estudarei.

Comparativa: Como, mais (do) que, menos (do) que, tanto quanto, tal que. Falei mais do que me permitiram

Condicional: Caso, se, contanto, desde que. Caso o veja por aqui, passe o aviso.

Consecutiva: Tanto que, de modo que, de sorte que. Investi tanto que me vi pronto a passar.

Conformativa: Conforme, consoante, segundo. A empregada limpou a casa conforme lhe ordenaram.

Concessiva: Embora, ainda que, mesmo que, con-quanto, apesar de que.

Embora me faça falta, abdicarei de alguns alimentos.

Final: Para que, a fim de que, porque. Concentre-se para que a possa compre-ender propriamente.

Proporcional: À medida que, à proporção que, ao pas-so que.

João ficava cansado à medida que me contava suas aventuras.

Temporal: Quanto, sempre que, logo que, mal. Logo que me libertei daquela situação, comemorei.

Além das subordinativas adverbiais, lembre-se das subordinativas integrantes (que e se), as quais introduzem Orações Subordinadas Substantivas. Vejamos um exemplo:

Ex.: O fiscal disse que me trariam um novo modelo de prova após o exame.

3. Pronome relativo:

Ex.: Os conceitos a que me refiro pertencem a Heidegger.

Perceba que a palavra destacada nessa frase é classificada como pronome relativo, pois faz a conexão entre um substantivo e um verbo e, além disso, pode ser permutada pelo termo “os quais”, resultando em “aos quais”, em razão de somar com a preposição.

Relembrando quais são os pronomes relativos da língua:

• Que;

• O qual (a qual);

• Quem;

• Quanto;

• Onde;

• Cujo.

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4. Pronomes Indefinidos:

Ex.: Naquele lugar que deveria ser estranho, tudo me parecia familiar.

Dentre os elementos para memorizar, estão os pronomes indefinidos. As questões com esses pronomes são comuns, porque os candidatos usualmente negligenciam a importância de memorizar esses termos.

Pronome Pronome

Alguém Algum

Ninguém Nenhum

Outro Outrem

Cada Tudo

Todo Nada

Qualquer Certo

5. Pronomes interrogativos:

Ex: De todas as alternativas possíveis, qual me fará passar no concurso?

Vejamos os pronomes interrogativos da língua:

• Que. • Quem; • Qual; • Quanto.

6. Advérbios:

Ex.: O contrato? Talvez o assinem amanhã.

A tabela a seguir traz alguns advérbios para memorizarmos:

Categoria Exemplos

Afirmação Sim, certamente, evidentemente, claramente.

Negação Não, nunca, jamais, absolutamente.

Dúvida Talvez, será, tomara, quiçá.

Tempo Hoje, já, agora, depois, antes.

Lugar Ali, aqui, lá, acolá, algures, alhures, nenhures.

Modo Bem, mal, rapidamente, adrede.

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Intensidade Muito, pouco, mais, menos, bastante.

Interrogação Por que, como, quando, onde, aonde, donde.

Inclusão Também, além, inclusive.

Designação Eis.

7. “Em” + gerúndio:

Ex.: Em se desculpando pela ofensa, não haverá dificuldades atreladas ao processo.

8. Verbo no particípio:

O caso do verbo no particípio é um pouco diferente. O que acontece, na verdade, é que o particípio repele a ênclise, ou seja, há mais maneira de se fazer a colocação do pronome oblíquo. O problema reside, fundamentalmente, na ênclise.

• O Governo me havia remetido o documento. • O Governo havia-me remetido o documento. (Comum em Portugal) • O Governo havia me remetido o documento. (Comum no Brasil)

9. Sentenças optativas:

Uma oração optativa é aquela que exprime um desejo. Costumam ser sentenças de organização simples.

Ex.: Deus lhe pague!

Observação: não caia na pegadinha!

Pode ser que a banca faça uma intercalação na sentença, buscando ludibriar você! Não caia nessa! Veja o exemplo:

Ex.: Ele disse que, já fazia mais de duas semanas, me pagou.

Preste atenção que a sentença interferente “já fazia mais de duas semanas” está intercalada na sentença e separa o pronome de uma conjunção subordinativa integrante. Isso é algo muito comum em questões de concurso. Não se deixe enganar, é impossível fazer uma ênclise nesse caso.

Regras de mesóclise

As regras de mesóclise são as mais fracas. Isso quer dizer que, em um caso de mesóclise, se houver qualquer alteração (como a anteposição de palavra atrativa), a colocação deverá ser alterada. Nesse caso, para uma próclise. Vejamos os casos de mesóclise.

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1. Verbo conjugado no futuro do presente do indicativo:

Ex.: Notificá-lo-emos em razão de tal injúria. (Verbo “notificar” no futuro: notificaremos + o pronome oblíquo).

2. Verbo conjugado no futuro do pretérito do indicativo:

Ex.: Informá-la-ia quando retornasse de viagem. (Verbo “informar” no futuro do pretérito: informaria + o pronome oblíquo).

Nota: se houver algum caso de próclise nessas frases acima, a regra de mesóclise há de ceder lugar para a próclise. Como disse anteriormente, as palavras “atrativas” são mais fortes.

A mesóclise, apesar de elegante, é pouco empregada na linguagem corrente. Não é muito recomendável utilizá-la se estiver escrevendo uma redação.

Regras de ênclise

1. Início de sentença: não se inicia sentença com pronome oblíquo átono.

Ex.: Faz-se muito com a dedicação e esforço.Ex.: Atualmente, vive-se com medo nas grandes cidades. (Perceba que o pronome está enclîtico, porque se considera início de sentença após aquela vírgula – uma vez que ela isola um elemento antecipado na sentença).

2. Verbo no infinitivo impessoal:

Ex.: É fundamental esforçar-se para novos rumos.

3. Verbo no gerúndio:

Ex.: O suspeito saiu afastando-se do local do crime.

4. Verbo no imperativo afirmativo:

Ex.: Tragam-me o livro solicitado!

5. Verbo no infinitivo + preposição “a” antecedendo o verbo + pronomes “o” ou “a”.

Ex.: O lenhador saiu pela floresta a procurá-la apressadamente.

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Ex.: O promotor fitou o acusado a ofendê-lo desmesuradamente.

Colocação Facultativa

Memorize esses casos! É muito comum as bancas questionarem se o pronome pode ser “deslocado” na sentença, sem problemas para a correção gramatical. Há apenas dois casos.

1. Sujeito expresso próximo ao verbo.

Ex.: Machado de Assis se refere à sociedade da época. Ex.: Machado de Assis refere-se à sociedade da época.

2. Verbo no infinitivo antecedido por “não” ou por preposição.

Ex.: Todos sabemos que, ao se acostumar com a vida, tendemos ao comodismo. Ex.: Todos sabemos que, ao acostumar-se com a vida, tendemos ao comodismo.

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.Questões

1. (4491) CESPE – 2012 – PORTUGUÊS – Pronome: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação

A respeito dos aspectos linguísticos do texto, julgue os itens seguintes.

Na linha 15, a partícula “o” poderia ser corretamente deslocada para imediatamente depois da forma verbal “deixa” — escrevendo-se deixa-o —; na linha 17, entretanto, deslocamento semelhante — “o deixa” para deixa-o — acarretaria prejuízo para a correção gramatical do texto.

( ) Certo   ( ) Errado

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28

2. (48680) CESPE – 2014 – PORTUGUÊS – Pronome: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação

Com relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue

No segmento “isso então nem se fala” (l.8), a posição do pronome “se” justifica-se pela presença de palavra de sentido negativo.

( ) Certo   ( ) Errado

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29

.

3. (79131) CESPE – 2014 – PORTUGUÊS – Pronome: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação

Com referência às estruturas linguísticas do texto, julgue o item a seguir.

A correção gramatical do texto seria preservada caso se pospusesse, na linha 12, o pronome “se” à forma verbal “somavam”, da seguinte forma: somavam-se

1  O Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, primeiro Código Eleitoral pátrio, instituiu a justiça eleitoral no Brasil, com funções contenciosas e administrativas. Eram seus4 órgãos: um Tribunal Superior (de justiça eleitoral — o decreto não menciona justiça eleitoral), na capital da República; um tribunal regional, na capital de cada estado, no DF e na sede do7 governo do território do Acre, além de juízes eleitorais nas comarcas e nos distritos. O Tribunal Superior — de justiça eleitoral — com jurisdição em todo o território nacional,10 compunha-se de oito membros efetivos e oito substitutos, e era presidido pelo vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A ele se somavam dois membros efetivos e dois13 substitutos, sorteados dentre os ministros do STF, além de dois efetivos e dois substitutos, sorteados dentre os desembargadores da Corte de Apelação do DF. Por fim,16 integravam a Corte três membros efetivos e quatro substitutos, escolhidos pelo chefe do governo provisório dentre quinze cidadãos, indicados pelo STF, desde que atendessem aos19 requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral. Dentre seus membros, elegia o Tribunal Superior, em escrutínio secreto, por meio de cédulas com o nome do juiz e a22 designação do cargo, um vice-presidente e um procurador para exercer as funções do Ministério Público, tendo este último a denominação de procurador-geral da justiça eleitoral. Em25 relação a esse cargo, nota-se uma peculiaridade, à época da criação do Tribunal Superior: o procurador-geral da justiça eleitoral não era o procurador-geral da República, mas sim um28 membro do próprio tribunal.

As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação, 2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações

( ) Certo   ( ) Errado

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4. (99623) CESPE – 2011 – PORTUGUÊS – Pronome: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação

Acerca do texto acima, julgue o item.

Em “Não se trata” (.9), a partícula “se” poderia ser corretamente empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se.

1  A dúvida nos mete medo. Interrogar, determinar com exatidão, situar-se; todos esses atos de liberdade, de decisão e de responsabilidade são terrivelmente angustiantes; trata-se de4 angústia análoga àquela de uma criança que rompe o cordão que a liga a seus pais, a seus mestres, aos grupos dos quais faz parte e vai perdendo assim a doce segurança da dependência,7 da obediência, do conformismo. Essa angústia é inevitável: ela leva o selo da existência; nela se exprime a vertigem perante a liberdade. Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a10 angústia, mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por qualquer saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver longe da terra firme.13  Ora, o que vale para a existência em geral vale também e muito particularmente para aqueles que estão ligados à educação, que é, na realidade, grande geradora de angústias.16 De um lado, toda relação pedagógica é fonte de tensão, de desequilíbrio para aqueles que a vivem, na medida em que ela os implica naquilo que são, os interroga, coloca em questão19 suas preferências, seus valores, seus atos, sua maneira de ser, seu projeto de existência. Por outro lado, essa tensão e essa interpelação vão além dos envolvidos como atores particulares22 e individuais, pois o que importa pedagogicamente é o projeto educativo-histórico de uma sociedade no interior da qual a pedagogia desempenha papel importante. A educação faz com25 que toda a nossa sociedade se interrogue a respeito de si mesma, se debata e se busque. Educar é reproduzir ou transformar: repetir servilmente aquilo que foi, optar pela28 segurança do conformismo, pela fidelidade à tradição ou, ao contrário, fazer frente à ordem estabelecida e correr o risco da aventura; é querer que o passado configure todo o futuro ou31 partir desse passado para construir outra coisa.

Moacir Gadotti. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo: Cortez, 1998, p. 18 (com adaptações).

( ) Certo   ( ) Errado

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31

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Gabarito: 1. (4491)Certo 2. (48680) Certo 3. (79131)Certo 4. (99623) Errado

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PONTUAÇÃO

O conteúdo de pontuação é importantíssimo nas provas de concurso público, principalmente porque os falantes desconhecem a maioria das regras. Para que seja possível entender esse conteúdo propriamente, é recomendável ter uma boa noção de Sintaxe.

A pontuação é feita por meio de sinais que indicam as pausas e as melodias da fala. O sinal mais importante e mais cobrado em provas é o da vírgula. Estudemos mais profundamente.

1. Vírgula – indica uma pequena pausa na sentença.

Regra de ouro

Fique atento para a regra fundamental de emprego da vírgula. Uma das mais cobradas em concursos.

Não se emprega vírgula entre:

• Sujeito e verbo. • Verbo e objeto (na ordem direta da sentença).

Para facilitar a memorização dos casos de emprego da vírgula, lembre-se de que:

A vírgula é:

Desloca Enumera Explica Enfatiza Isola Separa

Emprego da vírgula

Emprega-se para:

a) separar termos que possuem mesma função sintática no período:

• João, Mariano, César e Pedro farão a prova. (Os termos separados são núcleos do sujeito, logo possuem a mesma função)

• Li Goethe, Nietzsche, Montesquieu, Rousseau e Merleau-Ponty. (Os termo separados são núcleos do objeto direto).

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b) isolar o vocativo:

• Força, guerreiro!

c) isolar o aposto explicativo:

• José de Alencar, o autor de Lucíola, foi um romancista brasileiro.

d) mobilidade sintática:

• Temeroso, Amadeu não ficou no salão. (Predicativo do sujeito deslocado)

• Na semana anterior, ele foi convocado a depor. (Adjunto adverbial deslocado)

• Por amar, ele cometeu crimes. (Oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo deslocada)

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos:

• isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

f) separar os nomes dos locais de datas:

• Cascavel, 10 de março de 2012.

g) isolar orações adjetivas explicativas:

• O Brasil, que busca uma equidade social, ainda sofre com a desigualdade.

Observação: atente para o fato de que a banca pode exigir a retirada de uma vírgula. Isso prejudicaria a correção gramatical, uma vez que haveria outra entre sujeito e verbo. Se a banca solicitar a retirada das duas, haverá mudança de sentido, mas não incorreção gramatical.

h) separar termos enumerativos:

• O palestrante falou sobre fome, tristeza, desemprego e depressão.

Observação: veja que essa é a mesma regra que fala sobre separar termos de mesma função. Algumas bancas apenas mudam a descrição da regra.

i) omitir um termo (elipse verbal / zeugma):

• Pedro estudava pela manhã; Mariana, à tarde.

Observação: a vírgula foi empregada para substiuir o verbo “estudar”. Essa vírgula é chamada de vírgula vicária.

j) separar algumas orações coordenadas

• Júlio usou suas estratégias, mas não venceu o desafio.

k) separar oração modal reduzida de gerúndio no período.

• O país saiu da crise em que estava, modificando sua estratégia de desenvolvimento eco-nômico.

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Vírgula + E

Existem muitos mitos sobre o emprego da vírgula com o conectivo “e”. É preciso saber que há casos em que a vírgula será bem empregada. Como os posteriores:

1. Para separar orações coordenadas com sujeitos distintos:

Minha professora entrou na sala, e os colegas começaram a rir.

2. Polissíndeto (repetição poposital de conjunções):

Luta, e luta, e luta, e luta, e luta: é um filho da pátria.

3. Conectivo “e” com o valor semântico de “mas”:

Os alunos não estudaram, e passaram na prova.

4. Para enfatizar o elemento posterior:

A menina lhe deu um fora, e ainda o ofendeu.

Como isso cai em prova?

O respeito às diferentes manifestações culturais é fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que apresenta tradições e costumes muito variados em todo o seu território. Essa diversidade é valorizada e preservada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), criada em 2003 e ligada ao Ministério da Cultura.

(CESPE) A retirada da vírgula após “Brasil” manteria a correção gramatical e os sentidos do texto, visto que, nesse caso, o emprego desse sinal de pontuação é facultativo.

( ) Certo   ( ) Errado

Resposta: Errado.

Comentário: a vírgula que sucede a palavra “Brasil” serve para introduzir uma oração subor-dinada adjetiva explicativa. Sua retirada transforma a sentença em uma oração subordinada adjetiva restritiva, além da função sintática, o sentido também será alterado.

(ESAF) Assinale a opção que justifica corretamente o emprego de vírgulas no trecho abaixo.

É neste admirável e desconcertante mundo novo que se encontram os desafios da modernida-de, a mudança de paradigmas culturais, a substituição de atividades profissionais, as transfor-mações em diversas áreas do conhecimento e os contrastes cada vez mais acentuados entre as gerações de seres humanos.

(Adaptado de Zero Hora (RS), 31/12/2013)

As vírgulas

a) isolam elementos de mesma função sintática componentes de uma enumeração.b) separam termos que funcionam como apostos.c) isolam adjuntos adverbiais deslocados de sua posição tradicional.d) separam orações coordenadas assindéticas.e) isolam orações intercaladas na oração principal.

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curso – matéria – Prof.

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Resposta: A.

Comentário: as vígulas da sentença separam uma enumeração que compõe o sujeito composto do verbo “encontrar”, que está na voz passiva. Todos eles fazem parte de uma enumeração, componente do sujeito.

Após estudar a vírgula, já é possível passar ao estudo dos demais sinais principalmente cobrados nas provas de concurso.

Ponto final – pausa total.

a) É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:

• O jogo acabou.

b) Em abreviaturas:

• Sr., a. C., Ltda., num., adj., obs.

Ponto-e-vírgula – pausa maior do que uma vírgula e menor do que um ponto final.

Usa-se para:

a) separar itens que aparecem enumerados:

Uma boa dissertação apresenta:

• coesão;

• coerência;

• progressão lógica;

• riqueza lexical;

• concisão;

• objetividade; e

• aprofundamento.

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas:

• Queria ter o marido novamente; mudar não queria, porém.

c) separar partes do texto que se equilibram em importância:

• O Capitalismo é a exploração do homem pelo homem; o Socialismo é exatamente o contrá-rio.

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Dois-pontos – indicam algum tipo de apresentação.

São usados:

a) Para introduzir discurso direto:

Senhor Barriga exclamou:

• Tinha que ser o Chaves!

b) Em citações:

De acordo com Platão: “A Democracia conduz à oligarquia”.

c) Introduzir uma enumeração:

• Quero apenas duas coisas: que o aluno entenda essa matéria e que ele passe no concurso.

d) Introduzir sentença comprobatória à anterior:

Caos e revolta na cidade: cobrança de impostos abusiva faz o povo se rebelar.

Aspas – indicativo de destaque.

São usadas para indicar:

a) Citação literal:

“A mente do homem é como uma távola rasa” – disse o filósofo.

b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias:

“Peace” foi o que escreveram na faixa.Ficava “desmorrendo” com aquela feitiçaria. Estou sentido uma “treta”.

c) Indicar o sentido não usual de um termo:

Energia “limpa” custa caro.

d) Indicar título de obra.

“Sentimento do Mundo” é uma obra do Modernismo Brasileiro.

e) Indicar ironia

Ele é um grande “pensador” da humanidade.

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Reticências (...)

São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção na fala, ou dar ideia de continui-dade ao segmento.

1. (...)

O amor na humanidade é uma mentira!É. E é por isso que na minha lira (...)

2. Então, ele entrou na sala e...

– Oi, galera!

3. Eu até acho você aceitável, mas...

Parênteses

São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.

Não posso mais fazer a inscrição (o prazo expirou).

Travessão41

1. Indica a fala de um personagem no discurso direto.

Cíntia disse: – Amigo, preciso pedir-lhe algo.

2. Isola um comentário no texto (sentença interferente). Nesse caso, é possível trocar por pa-rênteses. Em alguns casos, por vírgulas.

Aquela pessoa – eu já havia falado isso – acabou de mostrar que tem péssimo caráter.

3. Isola um aposto na sentença.

Minha irmã – a dona da loja – ligou para você.

4. Reforçar a parte final de um enunciado:

Para passar no concurso você deve estudar muito – muito mesmo!

É evidente que há muitos casos de pontuação. Além disso, algumas regras são apenas tradu-ções de outras, portanto é preciso ficar atento. Esses que você estudou serão os mais cobrados em sua prova. Agora é hora de exercitar.

4 O travessão pode ser empregado na maioria dos casos em que um par de vírgulas estiver isolando um elemento.

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.Questões

1. (5100) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Pontuação

Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.

O trecho “após autorização da presidenta” (L.2) está entre vírgulas porque se trata de adjunto adverbial intercalado na oração principal, ou seja, deslocado em relação à ordem direta.

( ) Certo   ( ) Errado

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40

2. (5303) FCC – 2012 – PORTUGUÊS – Pontuação

A afirmação INCORRETA sobre a pontuação empregada em um segmento do segundo parágrafo do texto é:

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41

.

a) Em A descoberta das terras americanas é, basicamente, um episódio dessa obra ingente, a retirada simultânea das vírgulas manteria, em linhas gerais, o sentido da frase.

b) Em De início pareceu ser episódio secundário, uma vírgula poderia ser colocada imediatamente depois do termo início, sem prejuízo para a correção e a lógica.

c) Em A Espanha – a quem coubera um tesouro como até então não se conhecera no mundo – tratará de transformar os seus domínios numa imensa cidadela, os travessões poderiam ser substituídos por vírgulas, sem prejuízo para a correção e a lógica.

d) Em Esse interesse contrapõe Espanha e Portugal, “donos” dessas terras, às demais nações europeias, o emprego das aspas denota a atribuição de um sentido particular ao termo destacado.

e) Em A partir desse momento a ocupação da América deixa de ser um problema exclusivamente comercial: intervêm nele importantes fatores políticos, os dois-pontos indicam uma quebra da sequência das ideias.

3. (36106) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Pontuação

Em relação a informações e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.

O emprego de aspas nas linhas 4, 5 e 8 tem a mesma justificativa, qual seja: indicar citação de fala de uma pessoa específica.

( ) Certo   ( ) Errado

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4. (36222) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Pontuação

Com base no texto acima, julgue o seguinte item.

Com correção gramatical e sem prejuízo da coerência textual, o ponto final empregado na linha 8 poderia ser substituído, feitas as devidas alterações de maiúscula e minúscula, por dois-pontos.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (72514) FGV – 2014 – PORTUGUÊS – Pontuação

“Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, (1) na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava,(2)encantado, o Walter Benjamin. Ou, (3) se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente”.

Nesse segmento do texto há três ocorrências de uso da vírgula devidamente numeradas; a afirmativa correta sobre o seu emprego é

XÓPIS

 Nãoforamosamericanosqueinventaramoshoppingcenter.Seusantecedentesdiretossãoas galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer – enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua. Dentrodosxópisvocêpodelamentarapadronizaçãodelojasegrifes,quesãoasmesmasem todos, e a sensação de estar num ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a criação desses bazares modernos, estes centros de conveniência com que o Primeiro Mundo – ou

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pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo – se espraia pelo mundo todo. Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão. Asinvasõespodemserpassageirasoupodemdescambarparaviolênciaesaques.Vocêpodeconsiderar que elas são contra tudo que os templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis.

(Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.)

a) as ocorrências se justificam por três razões diferentes. b) as duas primeiras ocorrências se justificam pelo mesmo motivo. c) as três ocorrências se justificam pela mesma regra de pontuação. d) as ocorrências (1) e (3) se justificam pelo mesmo princípio. e) as ocorrências (2) e (3) se justificam pelo mesmo motivo.

6. (71371) CONSULPLAN – 2013 – PORTUGUÊS – Pontuação

Fotos roubadas: a vítima abre as portas para o ladrão

 Nãoédifícil paraumhacker, como conhecimento técnico certo, invadirumcomputadorpessoal e colher dali fotos e informações que possa usar para denegrir a imagem da vítima na Internet ou chantageá-la. Mas para alcançar seu objetivo, o criminoso depende da ajuda dousuário:ocliqueemum linkdesconhecido,enviadonamaioriadasvezespore-mail. “Ocriminoso encontra uma forma de entrar, mas precisa de um ambiente favorável. E isso acontece quandovocêclicaemumlinkquenãoésegurooumantémumasenhafracaparaacessoaoe-mail, por exemplo”, explica, ao site de VEJA, o especialista em crimes virtuais, Wanderson Castilho. Assim,ocrackerganhapassagemliberadaparaasinformaçõesfornecidaspelousuário,quese torna o “causador de sua falta de privacidade”, define Castilho. “De repente, ele nem chegou a entrar no computador, mas teve o caminho facilitado pelo e-mail, por onde foram enviadas senhas e outros dados sigilosos”, exemplifica o especialista, que é autor do livro Manual do Detetive Virtual. “É muito pequena a probabilidade de um hacker invadir seu sistemaaleatoriamente. É bem maior a chance de você contribuir para isso, instalando um programa malicioso, que autoriza a entrada do criminoso, deixando sua máquina aberta em algum lugar público.”

(Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/fotosroubadas-a-vitima-abre-as-portas-para-o-ladrao)

O uso das aspas no texto indica

a) citação textual. b) expressão em evidência. c) interrupção do pensamento. d) movimento ou continuação de um fato.

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7. (38285) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Pontuação

Assinale a opção com pontuação correta.

a) O que acontecerá com o mundo se a China frear os investimentos de vez? Uma pista está no preço do minério de ferro. Cotado a 12 dólares a tonelada em 2000, ele passou a valer 136 dólares em 2011 – e a diferença se deve unicamente à entrada da China na cena mundial.

b) O que acontecerá? Com o mundo, se a China frear os investimentos de vez. Uma pista está no preço do minério de ferro, cotado a 12 dólares a tonelada, em 2000, ele passou a valer 136 dólares em 2011, e a diferença se deve unicamente à entrada da China na cena mundial.

c) O que acontecerá com o mundo, se a China frear os investimentos de vez: uma pista está no preço do minério de ferro. Cotado a 12 dólares a tonelada em 2000, ele passou a valer 136 dólares em 2011. E a diferença se deve unicamente à entrada da China na cena mundial.

d) O que acontecerá com o mundo? Se a China frear os investimentos de vez, uma pista está no preço do minério de ferro: cotado a 12 dólares a tonelada em 2000, ele passou a valer 136 dólares em 2011; e a diferença se deve unicamente à entrada da China na cena mundial.

e) O que acontecerá (com o mundo) se a China frear os investimentos de vez! Uma pista está no preço do minério de ferro; cotado a 12 dólares a tonelada, em 2000, ele passou a valer 136 dólares, em 2011. – e a diferença se deve unicamente à entrada da China na cena mundial. (Com base em:Thaís Oyama, “O grande teste da China”, Veja, 24/10/2012, p. 104)

8. (49741) FCC – 2014 – PORTUGUÊS – Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais, Pontuação

Considere as frases abaixo.

I – O segmento ... as vendas das prateleiras que estão no nível dos olhos do comprador são superiores àquelas dos outros níveis expressa uma decorrência da afirmativa imediatamente anterior : ... para ser vendido, o produto deve ser visto, e, quanto mais é visto, mais é vendido...

II – A vírgula imediatamente após “mostrar”, no segmento As lojas de departamentos foram as primeiras a “mostrar”, conforme Zola, no século XIX, descreveu ..., pode ser suprimida sem prejuízo para o sentido original.

III – No segmento ... estenderam esse princípio; as mercadorias são não apenas visíveis..., o ponto e vírgula pode ser substituído por dois pontos, uma vez que a ele se segue uma explicação.

Está correto o que se afirma APENAS em

A sociedade de consumo se construiu sobre o “visível”, com o desenvolvimento das lojas de departamentos e, depois, dos supermercados, baseando-se neste princípio: mostrar, sugerir, instigar e seduzir. Nas lojas tradicionais, os produtos se encontravam nos fundos da loja e, a pedido do cliente, o vendedor os trazia. As lojas de departamentos foram as primeiras a “mostrar”, conforme Zola, no século XIX, descreveu de forma extraordinária em seus romances. Em seguida, os supermercados estenderam esse princípio; as mercadorias são não apenas visíveis, mas também apreensíveis, o consumidor já não precisa do vendedor para se servir. A visibilidade do produto se torna então um fator-chave: para ser vendido, o produto deve ser visto, e, quanto mais é visto, mais é vendido, as vendas das prateleiras que estão no nível dos olhos do comprador são superiores àquelas dos outros níveis.

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Conforme John Berger, no livro Modos de Ver: “em nenhuma outra forma de sociedade na história houve tal concentração de imagens, tal densidade de mensagens visuais”. A exibição dos produtos foi acompanhada de um fluxo de imagens destinado a facilitar seu escoamento: a publicidade invadiu as revistas, as ruas, a televisão e agora a tela do computador.

(Adaptado de TISSIER-DESBORDES, Elisabeth. Consumir para ser visto: criação de si ou alienação?, São Paulo, Fap-Unifesp, p. 227-228)

a) I e III. b) I e II. c) I. d) II e III. e) III.

9. (110807) FGV – 2016 – PORTUGUÊS – Pontuação

“Fantasma: o sinal exterior e visível de um medo interior”

Nessa frase ocorre o emprego de dois pontos (:) com a seguinte finalidade:

a) indicar o significado de um termo anterior. b) preceder uma enumeração de termos.c) marcar uma citação.d) introduzir uma síntese do que foi enunciado.e) separar o vocativo.

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http://acasadasquestoes.com.br/prova-imprimir.php?prova=9581198

Gabarito: 1. (5100) Certo 2. (5303) E 3. (36106) Errado 4. (36222) Certo 5. (72514) A 6. (71371) A 7. (38285) A  8.(49741)A 9. (110807) A

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Sempre que eu converso com algum concurseiro a respeito de Língua Portuguesa, surgem al-guns comentários comuns, do tipo: eu até gosto de Português, mas vou muito mal em inter-pretação de textos. Isso é algo totalmente normal, principalmente porque costumamos fazer algo terrível chamado de “leitura dinâmica”, o que poderia ser traduzido da seguinte maneira: procedimento em que você olha as palavras, até as lê, mas não entende o significado do que está lá escrito. Isso quer dizer, você não associa significados.

O fluxo de leitura deve ser tal que permita ao indivíduo perceber o que os agrupamentos de pa-lavras estão informando. Na verdade, que sentido elas carregam, pois a intelecção será dada ao final da leitura. Digo isso porque toda leitura é o resultado de informações que estão no texto mais informações que o leitor já possui a respeito de determinado assunto.

Para interpretar um texto, o indivíduo precisa de muita atenção e de muito treino. Afinal, você não pode esperar que vá ter o domínio de todos os assuntos sem sequer ter praticado um pou-co. Interpretar pode ser comparado com disparar uma arma: apenas temos chance de acertar o alvo se treinarmos muito e soubermos combinar todos os elementos externos ao disparo: velocidade do ar, direção, distância etc.

Quando o assunto é texto, o primordial é estabelecer uma relação contextual com aquilo que estamos lendo. Montar o contexto significa associar o que está escrito no texto base com o que está disposto nas questões. Lembre-se de que há uma questão montada com a intenção de testar você, ou seja, deve ficar atento para todas as palavras e para todas as possibilidades de mudança de sentido que possa haver nas questões.

É preciso, para entender as questões de interpretação de qualquer banca, buscar o raciocínio que o elaborador da questão emprega na redação da questão. Usualmente, objetiva-se a de-preensão dos sentidos do texto. Para tanto, destaque os itens fundamentais (as ideias princi-pais contidas nos parágrafos) para poder refletir sobre tais itens dentro das questões.

Há duas disciplinas que tratam particularmente daquilo que compreendemos como interpre-tação de texto. Falo de Semântica e de Pragmática. A primeira se dirige principalmente a uma análise a respeito do significado das palavras, portanto, é mais literal. Já a segunda se dirige a uma análise de um contexto comunicativo que busca perceber as intenções comunicativas em algum tipo de enunciado.

Então, a depender da banca, pode haver mais questões que envolvam a Pragmática. Mesmo assim, convém atentar para o significado particular das palavras.

Questão de interpretação?

Como você sabe que uma questão de interpretação é uma questão de interpretação? É uma mera intuição que surge na hora da prova ou existe uma “pista” a ser seguida para a identificação da natureza da questão?

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Respondendo a essa pergunta, digo que há pistas que identificam a questão como pertencente ao rol de questões para interpretação. Os indícios mais precisos que costumam aparecer nas questões são:

• Reconhecimento da intenção do autor;

• Ponto de vista defendido;

• Argumentação do autor;

• Sentido da sentença.

Apesar disso, não são apenas esses os indícios de que uma questão é de intepretação. De-pendendo da banca, podemos ter a natureza interpretativa distinta, principalmente porque o critério de intepretação é mais subjetivo que objetivo. Algumas bancas podem restringir o en-tendimento do texto; outras podem extrapolá-lo.

Mudança de sentido na reescrita das sentenças

Há diversas situações em que é possível modificar o sentido de uma expressão com a mudança da ordem das palavras em uma frase. Os principais elementos nesse tipo nesse tipo de análise são:

1. Advérbios.

2. Adjetivos.

3. Pronomes indefinidos.

4. Pronomes possessivos.

Análise do perfil da banca examinadora:

Cultura de segurança

Archimedes Azevedo Raia Jr.

Nas últimas décadas, o país colecionou sucessos e reveses com o seu trânsito. Dentre os aspectos positivos, podem-se apontar o Código de Trânsito Brasileiro, moderno e austero, a municipalização do trânsito, a melhoria da segurança dos veículos, com cintos de segurança (obrigatórios), air bags e freios ABS (opcionais), computador de bordo e uma nova engenharia do veículo que o torna mais seguro. Ainda, algumas rodovias, principalmente as concessionadas, oferecem um padrão de segurança e assistência ao usuário comparável às vias americanas e europeias, embora com um custo elevado.

Por outro lado, outros fatores ainda deixam muito a desejar: os órgãos gestores carecem de estrutura adequada e de técnicos especializados, faltam políticas de segurança, a fiscalização é insuficiente, alterações no Código o tornam mais brando, a formação de condutores tem grandes deficiências etc. Também é visível o crescimento extraordinário no número de veículos, que fazem uso de espaços viários que não acompanham minimamente aquele crescimento. As ruas, estradas e rodovias são quase as mesmas de 20 ou 30 anos atrás.

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Apesar de tudo, o Estado incentiva efusivamente a aquisição de novos veículos, através de re-núncia fiscal e prazos de financiamento a perder de vista. O final de 2009, para muitas cidades e regiões, trouxe também a constatação de um crescimento no número e na gravidade dos aci-dentes de trânsito, lamentavelmente. Os dados sobre os acidentes são ainda muito pouco con-fiáveis, em nível municipal, estadual e federal, o que torna muito difícil combater um "inimigo" que não se conhece com clareza.

Um grande especialista em segurança no trânsito, J. Pedro Correa, que implantou e gerencia no país o maior e mais importante prêmio de segurança no trânsito, aponta que o Brasil não pos-sui uma cultura de segurança. Esse conceito vai além do trânsito; basta ver o comportamento do brasileiro com as questões ligadas a energia elétrica, construção civil, indústria, manutenção dos veículos etc. Sobram ações inseguras a todo o momento. Outro exemplo clássico é o dos passageiros de uma aeronave. Quem se preocupa em ler o cartão disponível no assento, sobre como proceder no caso de pane? Quem se dispõe a assistir com interesse à explanação da co-missária de bordo sobre os procedimentos de segurança a bordo?

Pude presenciar, em países europeus, vários exemplos de comportamento seguro que mos-tram essa cultura de segurança. Certa vez, em Montet, na Suíça, vi um grupo de crianças cor-rendo pela calçada ao sair da escola. Parei e fiquei observando e registrei em minha câmera. Correram até chegar ao cruzamento e pararam. Do meio deles, saiu um garoto, o guia, que se colocou no centro da via a ser transposta e, com o braço estendido, segurava uma placa de pare para deter o trânsito enquanto o grupo atravessava. Isso foi feito com muita consciência e cal-ma. Após a travessia, como qualquer criança, voltaram a correr e brincar.

Há que se citar um caso raro no Brasil. Na capital federal é possível atravessar pela faixa de pe-destres com muita segurança. Isso foi conseguido através de um grande movimento, do qual participou toda a sociedade brasiliense, que exigiu a redução da acidentalidade viária. Foi uma semente plantada na década de 1990 para que nascesse uma cultura de segurança. A plantinha nasceu, mas ficou raquítica pela falta de rega. O Brasil urge em desenvolver e em implantar com seriedade uma verdadeira cultura de segurança, e toda a sociedade é responsável por isso.

(Extraído de http://www.transitobrasil.org/artigos/doutrina/cultura-de-seguranca. Texto revisado e adaptado para esta prova.)

Considere as seguintes afirmações sobre a disposição do assunto do texto.

I – O primeiro parágrafo do texto dedica-se a apresentar os sucessos (linha 01) do trânsito bra-sileiro; o segundo parágrafo é dedicado aos reveses (linha 01).

II – O terceiro parágrafo acrescenta dados que se somam aos aspectos negativos relacionados ao trânsito no Brasil.

III – No quarto parágrafo, é apresentado o conceito de cultura de segurança, conceito esse que – segundo o autor – falta no Brasil não apenas no trânsito, mas em vários outrosaspectos.

IV – No quinto parágrafo, o autor dá um depoimento a fim de exemplificar o conceito que em-presta nome ao texto e é retomado na conclusão.

Quais estão corretas?

a) Apenas a I e a II.b) Apenas a I e a III.c) penas a I, a II e a III.

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d) Apenas a II, a III e a IV.e) A I, a II, a III e a IV.

Resposta: E.

Leia o fragmento abaixo, extraído do texto.

... o Brasil não possui uma cultura de segurança. Este conceito vai além do trânsito ... (linhas 21 e 22)

Sobre o fragmento acima, são feitas as seguintes considerações. Analise-as.

I – Trata-se do argumento principal do texto.

II – O autor defende que o desenvolvimento de uma cultura de segurança é

responsabilidade de toda a sociedade brasileira.

III – Segundo o autor, a capital federal é um caso raro no Brasil, pois é o único lugar do país, afirma ele, onde nasceu e desenvolveu-se uma cultura de segurança.

Quais estão corretas?

a) Apenas a I.b) Apenas a III.c) Apenas a I e a II.d) Apenas a II e a III.e) A I, a II e a III.

Resposta: C.

Considerando o contexto em que se encontram, os vocábulos austero (linha 02) e efusivamente (linha 14) só NÃO poderiam ser substituídos, respectivamente, por

a) rígido e veementemente.b) severo e energicamente.c) antiquado e cordialmente.d) rigoroso e entusiasticamente.e) exigente e vigorosamente.

Resposta: C.

Assinale a alternativa em que há um fragmento do texto que apresenta sentido conotativo.

a) As ruas, estradas e rodovias são quase as mesmas de 20 ou 30 anos atrás. (linha 13)b) Outro exemplo clássico é o dos passageiros de uma aeronave. (linhas 24 e 25)c) Parei e fiquei observando e registrei em minha câmera. (linhas 30 e 31)d) Na capital federal é possível atravessar pela faixa de pedestres com muita segurança. (linhas

36 e 37)e) A plantinha nasceu, mas ficou raquítica pela falta de rega. (linha 40)

Resposta: E.

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Transição

Vivemos uma incomparável mudança do perfil etário da população, no qual temos cada vez menos crianças e jovens e cada vez mais idosos.

Em decorrência, inúmeras outras modificações estão ocorrendo, como novas demandas aos sis-temas de saúde, turismo e educação. Esse conjunto de transformações é denominado “transição demográfica” e reflete a importância deste momento para a sociedade atual e para as futuras, as quais terão como desafio a necessidade de uma adaptação de todos a essa nova realidade.

Obviamente, esse processo acontecerá progressivamente, mas nem por isso deverá ocorrer sem a nossa vigilância e a nossa participação ativa. Haveremos de estar atentos todas as vezes em que se cometerem disparates nesse setor. Vou citar dois exemplos, ocorridos em uma mes-ma manhã de domingo, para demonstrar quão freqüentes ainda são.

Diante de uma platéia em êxtase, o locutor, entusiasmado, pergunta aos participantes: “Tem criança aqui?” Milhares de mãos se erguem e, independentemente da idade, as vozes procla-mam um sonoro “sim”.

Em voz ainda mais alta, vem a segunda pergunta: “Tem velho aqui?” As mãos oscilam com o in-dicador em riste e ouve-se um enfático “não”. Repete-se a pergunta final e aumenta ainda mais o som da resposta. Termina o espetáculo.

Indignado, fiquei a meditar sobre o episódio. Não há por que duvidar dos bons interesses do animador. Certamente, ele quis mostrar como é revigorante participar ativamente de uma ce-rimônia como aquela. O que lastimo é a necessidade de condenar a velhice a uma condição indigna, que deve ser banida de um ambiente saudável.

Foi divagando sobre o ocorrido que resolvi ler a correspondência acumulada na semana. Cha-mou-me a atenção um convite, sofisticado e colorido, divulgando que, nos próximos dias, ocor-rerá o encontro dos adeptos da “medicina antienvelhecimento”. No programa, temas e pes-quisadores de grande relevância em meio a um grupo de interesseiros cujo principal objetivo é confundir os incautos, propondo-lhes a fonte da eterna juventude.

Curiosamente, conheço muitos deles e constato que nem neles mesmos essas mentiras conseguem ser aplicadas. Sua aparência denota que o tempo não os poupa das suas naturais consequências.

Observei que os fatos se conectam. Se, por um lado, continuarmos a permitir que o processo natural de envelhecimento seja negado e, por outro, aceitarmos as argumentações dos falsos profetas, que apregoam erroneamente que os conceitos da geriatria e da gerontologia sejam usados como medidas “antienvelhecimento”, perpetuaremos o paradigma de que a velhice é uma doença que deve ser combatida com tratamentos caríssimos sem respaldo científico.

Mas, se nos respaldarmos nas evidências responsáveis, teremos as bases para constituir um gran-de movimento que marcará uma posição vanguardista na luta “pró- envelhecimento saudável”.

Dessa forma, espero que, em breve, possamos ouvir a multidão respondendo à pergunta ‘tem velho aqui?’ com um vigoroso ‘SIM’, de quem, a despeito da idade, goza da plenitude da sua capacidade funcional, ciente das suas características físicas e intelectuais de quem soube enve-lhecer.

(Adaptado de JACOB FILHO, Wilson. Transição. Folha de São Paulo, Folha Equilíbrio, 27 de março de 2008.)

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Leia as seguintes afirmações a respeito do texto.

I – O autor inicia o texto apresentando uma hipótese de mudança que possivelmente terá lugar num futuro não muito longínquo.

II–Osdoisexemploscitadosnotexto,do4ºao8ºparágrafos,sãoapresentadospeloautorcomsimpatia, dado o incentivo à eterna juventude que representam.

III – Da leitura geral do texto, depreende-se que o autor defende a valorização de um envelheci-mento saudável, em vez da negação de existência dessa fase da vida.

Quais estão corretas?

a) Apenas a I.b) Apenas a II.c) Apenas a III.d) Apenas a II e a III.e) A I, a II e a III.

Resposta: C.

Considere as seguintes sugestões de reordenação de elementos do texto.

I – Troca de posição dos segmentos menos crianças e jovens (linha 02) e mais idosos (linha 02), um pelo outro.

II – Passagem do segmento é revigorante (linha 19) para o final da frase, depois de aquela.

III – Passagem de neles mesmos (linha 27) para o final da frase, depois de aplicadas.

Quais manteriam o significado original das respectivas frases?

a) Apenas a I.b) Apenas a II.c) Apenas a III.d) Apenas a I e a II.e) A I, a II e a III.

Resposta: D.

Aspectos Culturais de Mato Grosso do Sul

A cultura de Mato Grosso do Sul é o conjunto de manifestações artístico-culturais desenvolvidas pela população sul-mato- -grossense muito influenciada pela cultura paraguaia. Essa cultura estadual retrata, também, uma mistura de várias outras contribuições das muitas migrações ocorridas em seu território.

O artesanato, uma das mais ricas expressões culturais de um povo, no Mato Grosso do Sul, evidencia crenças, hábitos, tradições e demais referências culturais do Estado. É produzido com matérias primas da própria região e manifesta a criatividade e a identidade do povo sul-mato-grossense por meio de trabalhos em madeira, cerâmica, fibras, osso, chifre, sementes, etc.

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As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e às populações indígenas, são feitas nas cores da paisagem regional e, além da fauna e da flora, podem retratar tipos humanos e costumes da região.

(Adaptado de: CANTU, Gilberto. Disponível em: http://profgilbertocantu.blogspot.com.br/2013/08/aspectos--culturais-de-mato-grosso-dosul.html)

Depreende-se corretamente do texto que a cultura de Mato Grosso do Sul é

a) formada principalmente pela influência da cultura de vários povos migrantes e também pela influência secundária da cultura paraguaia.

b) formada não apenas pela influência da cultura paraguaia, mas também pela influência da cultura dos povos que migraram para essa região.

c) muito influenciada pela cultura paraguaia, mas também o é pela cultura de povos de ou-tros países sul-americanos.

d) fortemente influenciada pela cultura de nações sul-americanas, mas o é também pela cul-tura de povos de outras regiões do Brasil.

e) reflexo de uma forte influência da cultura paraguaia, e a cultura de outras regiões não a influenciou de forma relevante.

Resposta: B.

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma escolha impor-tante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas de “cabeça fria”, mas que deter-minam o rumo de nossas vidas. No caso das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas determinam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compati-bilidade com a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento. Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um processo de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissional-mente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional. Mas não va-mos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente prazer em trabalhar. Gran-de parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contem-poraneidade, em que se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade

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instantânea, é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.

(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

De acordo com o texto, é correto afirmar:

a) Por motivações inconscientes, que remetem à primeira infância, ou de ordem prática, os indivíduos costumam optar pela mesma área de atuação profissional dos pais.

b) O talento para exercer um determinado trabalho está intimamente relacionado à capacida-de de ponderar cuidadosamente sobre a escolha profissional.

c) As escolhas profissionais mais apropriadas são aquelas derivadas de motivações latentes no indivíduo desde a infância.

d) As pessoas bem-sucedidas profissionalmente, em sua maioria, creditam o sucesso obtido ao alto nível de esforço e ao empenho com que se dedicam ao trabalho diário.

e) No cenário competitivo da contemporaneidade, para concretizar suas ambições profissio-nais, o indivíduo, muitas vezes, precisa abrir mão dos ideais utópicos formados na infância.

Resposta: C.

• Tipos de texto – o texto e suas partes;

Um texto é um todo. Um todo é constituído de diversas partes. A interpretação é, sobremaneira, uma tentativa de reconhecer as intenções de quem comunica recompondo as partes para uma visão global do todo.

Para podermos interpretar, é necessário termos o conhecimento prévio a respeito dos tipos de texto que, fortuitamente, podemos encontrar em um concurso. Vejamos quais são as distinções fundamentais com relação aos tipos de texto.

Vejamos um exemplo:

Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos dois motores de um fenômeno que transformaria para sempre a natureza das relações internacionais: a primeira onda da chamada globalização. O outro motor daquela era de florescimento extraordinário das trocas comerciais e culturais eraumimpériodooutro ladodoplaneta−aChina.Sónadécadade1650,40000homenspartiram dos portos holandeses rumo ao Oriente, em busca dos produtos cobiçados que se fabricavam por lá. Mas a derrota em uma guerra contra a França encerrou os dias da Holanda como força dominante no comércio mundial.

Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte testemunhou a consequência maior delas: o estabelecimento de um poderoso cinturão de comércio que ia da Europa à Ásia. "O sonho de chegar à China é o fio imaginário que percorre a história da luta da Europaparafugirdoisolamento",dizoescritorcanadenseTimothyBrook,nolivroOchapéudeVermeer.

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Isso determinou mudanças de comportamento e de valores: "Mais gente aprendia novas línguas e se ajustava a costumes desconhecidos". O estímulo a esse movimento era o desejo irreprimível dos ocidentais de consumir as riquezas produzidas no Oriente. A princípio refratários ao comércio com o exterior, os governantes chineses acabaram rendendo-se à evidência de que o comércio significava a injeção de riqueza na economia local (em especial sob a forma de toneladas de prata).

Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século XVII eram a tradução de um mesmo espírito de liberdade comercial. Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira engrenagem econômica transnacional.ACompanhiadas ÍndiasOrientais−aprimeiragrandecompanhiade ações do mundo, criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.Beneficiando-se dos baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a grande potência empresarial do século XVII.

(Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136-137, 29 ago. 2012)

De acordo com o texto,

a) durante os séculos XVI e XVII, os produtos orientais, especialmente aqueles que eram nego-ciados na China, constituíram a base do comércio europeu, em que se destacou a Holanda.

b) a eficiência administrativa de uma empresa comercial criada na Holanda, durante o século XVII, favoreceu o surgimento desse país como um dos polos iniciais do fenômeno da globalização.

c) a atração por produtos exóticos, de origem oriental, determinou a criação de empresas trans-nacionais que, durante os séculos XVI e XVII, dominaram o comércio entre Europa e Ásia.

d) a China, beneficiada pelo comércio desde o século XVI, rivalizou com a Holanda no predo-mínio comercial, em razão da grande procura por seus produtos, bastante cobiçados na Europa.

e) apesar do intenso fluxo de comércio com o Oriente no século XVII, as mudanças de valores por influência de costumes diferentes aceleraram o declínio da superioridade comercial holandesa.

Resposta: B.

Comentário: é preciso verificar que a chave para a interpretação dessa questão repousa na identificação da representação do século descrito no texto e a retomada por sinonímia que a o texto da questão apresenta.

Itens lexicais de ancoragem:

• 1602 - Século XVII.

• Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira engrenagem econômica transnacional. ACompanhiadasÍndiasOrientais−aprimeiragrandecompanhiadeaçõesdomundo,cria-daem1602−foiamãedasmultinacionaiscontemporâneas.

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O texto dissertativo

Nas acepções mais comuns do dicionário, o verbo “dissertar” significa “discorrer ou opinar sobre algum tema”. O texto dissertativo apresenta uma ideia básica que começa a ser desdobrada em subitens ou termos menores. Cabe ressaltar que não existe apenas um tipo de dissertação, há mais de uma maneira de o autor escrever um texto dessa natureza.

Conceituar, polemizar, questionar a lógica de algum tema, explicar ou mesmo comentar uma notícia são estratégias dissertativas. Vou dividir esse tipo de texto em dois tipos essencialmente diferentes: o dissertativo-expositivo e o dissertativo-argumentativo.

Padrão dissertativo-expositivo

A característica fundamental do padrão expositivo da dissertação é utilizar a estrutura da prosa não para convencer alguém de alguma coisa, e sim para apresentar uma ideia, apresentar um conceito. O princípio do texto expositivo não é a persuasão, é a informação e, justamente por tal fato, ficou conhecido como informativo. Para garantir uma boa interpretação desse padrão textual, é importante buscar a ideia principal (que deve estar presente na introdução do texto) e, depois, entender quais serão os aspectos que farão o texto progredir.

• Onde posso encontrar esse tipo de texto: jornais revistas, sites sobre o mundo de econo-mia e finanças. Diz-se que esse tipo de texto focaliza a função referencial da linguagem.

• Como costuma ser o tipo de questão relacionada ao texto dissertativo-expositivo? Geral-mente, os elaboradores questionam sobre as informações veiculadas pelo texto. A tendên-cia é que o elaborador inverta as informações contidas no texto.

• Como resolver mais facilmente? Toda frase que mencionar o conceito ou a quantidade de alguma coisa deve ser destacada para facilitar a consulta.

TEXTO 1

“O dia 12 de junho é reservado ao combate ao Trabalho Infantil. A data, designada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2002, e endossada pela legislação nacional, Lei n. 11.542, em 2007, visa chamar a atenção das diferentes sociedades para a existência do trabalho infantil, sensibilizando todos os povos para a necessidade do cumprimento das normas internacionais sobre o tema, em especial as Convenções da OIT 188, de 1973, e 182, de 1999, que tratam, respectivamente, da idade mínima para o trabalho e as piores formas de trabalho infantil.

(Trabalho infantil, Marcelo Uchôa)O texto 1 já permite sua inserção entre os textos de tipo:

a) narrativo;b) descritivo;c) dissertativo expositivo;d) dissertativo argumentativo;e) injuntivo.

Resposta: C

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Crescimento da população é “desafio do século”, diz consultor da ONU

  Ocrescimentopopulacionaléo“desafiodoséculo”enãoestásendotratadodeformaadequada na Rio+20, segundo o consultor do Fundo de População das Nações Unidas, Michael Herrmann.

  “Odesafiodoséculoépromoverbem-estarparaumapopulaçãograndeeemcrescimento,ao mesmo tempo em que se assegura o uso sustentável dos recursos naturais” [...] “As questões relacionadas à população estão sendo tratadas de forma adequada nas negociações atuais? Eu acho que não. O assunto é muito sensível e muitos preferem evitá-lo. Mas nós estaremos enganando a nós mesmos se acharmos que é possível falar de desenvolvimento sustentável sem falar sobre quantas pessoas seremos no planeta, onde estaremos vivendo e que estilo de vida teremos”, afirmou.

  Nofimdoanopassado,apopulaçãomundialatingiuamarcadesetebilhõesdepessoas.As projeções indicam que, em 2050, serão 9 bilhões. O crescimento

é mais intenso nos países pobres, mas Herrmann defende que os esforços para o enfrentamento do problema precisam ser globais.

  “Setodosquiseremterospadrõesdevidadocidadãoamericanomédio,precisaremoster cinco planetas para dar conta. Isso não é possível. Mas também não é aceitável falar para os países em desenvolvimento ‘desculpa, vocês não podem ser ricos, nós não temos recursos suficientes’. É um desafio global, que exige soluções globais e assistência ao desenvolvimento”, afirmou.

  O consultor disse ainda que o Fundo de População daONU é contrário a políticas decontrole compulsório do crescimento da população. Segundo ele, as políticas mais adequadas são aquelas que permitem às mulheres fazerem escolhas sobre o número de filhos que querem e o momento certo para engravidar. Para isso, diz, é necessário ampliar o acesso à educação e aos serviços de saúde reprodutiva e planejamento familiar. [...]

MENCHEN,Denise.Crescimentodapopulaçãoé“desafiodoséculo”,dizconsultordaONU.FolhadeSãoPaulo.SãoPaulo,11jun.2012.Ambiente.Disponívelem:<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente.1103277-crescimento-da-populacao-e-desafi

o-do--seculo-diz-consultor-da-onu.shtml>. Acesso em: 22 jun. 2012. Adaptado.

No Texto I, Michael Herrmann, consultor do Fundo de População das Nações Unidas, afirma que tratar o crescimento populacional de forma adequada significa:

a) enfrentar o problema de forma localizada e evitar soluções globalizantes.b) permitir a proliferação dos padrões de vida do cidadão americano e rechaçar a miséria.c) evitar o enriquecimento dos países emergentes e incentivar a preservação ambiental nos

demais.d) implementar uma política de controle populacional compulsório e garantir acesso à

educação e aos serviços de saúde reprodutiva.e) promover o bem-estar da população e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais.

Resposta: E.

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Padrão dissertativo-argumentativo

No texto do padrão dissertativo-argumentativo, existe uma opinião sendo defendida e existe uma posição ideológica por detrás de quem escreve o texto. Se analisarmos a divisão dos pará-grafos de um texto com características argumentativas, perceberemos que a introdução apre-senta sempre uma tese (ou hipótese) que é defendida ao longo dos parágrafos.

Uma vez feito isso, o candidato deve entender qual é a estratégia utilizada pelo produtor do texto para defender seu ponto de vista. Na verdade, agora é o momento de colocar “a mão na massa” para valer, uma vez que aqueles enunciados que iniciam com “infere-se da argumenta-ção do texto”, “depreende-se dos argumentos do autor” serão vencidos caso se observem os fatores de interpretação corretos.

Quais são esses fatores, então?

• A conexão entre as ideias do texto (atenção para as conjunções)

• Articulação entre as ideias do texto (atenção para a combinação de argumentos)

• Progressão do texto.

Os recursos argumentativos

Quando o leitor interage com uma fonte textual, deve observar – tratando-se de um texto com o padrão dissertativo-argumentativo – que o autor se vale de recursos argumentativos para construir seu raciocínio dentro do texto. Vejamos alguns recursos importantes:

• Argumento de autoridade: baseado na exposição do pensamento de algum especialista ou alguma autoridade no assunto. Citações, paráfrases e menções ao indivíduo podem ser tomadas ao longo do texto. Tome cuidado para não cair na armadilha: saiba diferenciar se a opinião colocada em foco é a do autor ou se é a do indivíduo que ele cita ao longo do texto.

• Argumento com base em consenso: parte de uma ideia tomada como consensual, o que "car-rega" o leitor a entender apenas aquilo que o elaborador mostra. Sentenças do tipo todo mundo sabe que, é de conhecimento geral que identificam esse tipo de argumentação.

• Argumento com fundamentação concreta: basear aquilo que se diz em algum tipo de pes-quisa ou fato que ocorre com certa frequência.

• Argumento silogístico (com base em um raciocínio lógico): do tipo hipotético – Se...então.

• Argumento de competência linguística: consiste em adequar o discurso ao panorama lin-guístico de quem é tido como possível leitor do texto.

• Argumento de exemplificação: utilizar casos, ou pequenos relatos para ilustrar a argumentação do texto.

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Exemplo de texto argumentativo:

  O voto, além de um direito duramente conquistado, deve ser considerado um devercívico, sem o exercício do qual aquele direito se descaracteriza ou se perde, afinal liberdade e democracia são fins e não apenas meios. Quem vive numa comunidade política não pode estar desobrigado de opinar sobre os seus rumos. Nada contra a desobediência civil, recurso legítimo para o protesto cidadão que, no caso eleitoral, pode se expressar no voto nulo (cuja tecla deveria constar na máquina de votar). A questão, no caso, é outra.

  Como voto facultativo, o direito de votar e o de não votar ficam inscritos, em pé deigualdade, no corpo legal. Uma parte do eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a constituição do poder político. O desinteresse pela política e a descrença no voto serão registrados como mera “escolha”, sequer como desobediência civil ou protesto. A consagração da alienação política como um direito legal interessa aos conservadores, reduz o peso da soberania popular e desconstitui o sufrágio como universal.

Léo Lince (adaptado)

O texto narrativo

Em uma definição bem simplista, “narrar” significa “sequenciar ações”. É um dos gêneros mais utilizados e mais conhecidos pelo ser humano, quer no momento de relatar algum evento para alguém – em um ambiente mais formal -, quer na conversa informal sobre o resumo de um dia de trabalho. O fato é que narramos, e o fazemos de maneira praticamente instintiva. É impor-tante, porém, conhecer quais são seus principais elementos de estruturação.

Os operadores do texto narrativo são:

• Narrador: é a voz que conduz a narrativa.

• Narrador-protagonista: narra o texto em primeira pessoa.

• Narrador-personagem (testemunha): nesse caso, quem conta a história não participou como protagonista, no máximo como um personagem adjuvante da história.

• Narrador onisciente: narrador que está distanciado dos eventos e conhece aquilo que se passa na cabeça dos personagens.

• Personagens: são aqueles que efetivamente atuam na ordem da narração, ou seja, a trama está atrelada aos comportamentos que eles demonstram ao longo do texto.

• Tempo: claramente, é o lapso em que transcorrem as ações narradas. Segundo a classifica-ção tradicional, divide-se o tempo da narrativa em: Cronológico, Psicológico e Da narrativa.

• Espaço: é o local físico em que as ações ocorrem.

• Trama: é o encadeamento de ações propriamente dito.

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Exemplo de texto narrativo:

Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.

O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.

O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:

— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.

Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:

— Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?

Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:

— Da ativa, minha senhora?

E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:

— Da ativa, Motinha! Sai dessa...

Texto extraído do livro "Fernando Sabino – Obra Reunida – Vol.01", Editora Nova Aguilar – Rio de Janeiro, 1996, pág. 872.

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O texto descritivo

O texto descritivo é o que levanta características para montar algum tipo de panorama. Essas características, mormente, são físicas, entretanto, não é necessário ser sempre desse modo. Podemos dizer que há dois tipos de descrição:

1. Objetiva: em que surgem aspectos sensoriais diretos, ou seja, não há uma subjetividade por parte de quem escreve. Veja um exemplo:

nomecientífico:GinkgobilobaL.nome popular: nogueira-do-japãoorigem: Extremo Orienteaspecto: as folhas dispõem-se em leque e são semelhantes ao trevo;a altura da árvore pode chegar a 40 metros; o fruto lembra uma ameixa e contém uma noz que pode ser assada e comida.

2. Subjetiva: em que há impressões particulares do autor do texto. Há maior valorização dos sentimentos insurgentes daquilo que se contempla. Veja um exemplo:

Logo à entrada paramos diante de uma lápide quadrada, incrustada nas lajes escuras, tão polida e reluzindo com um tão doce brilho de nácar, que parecia a água quieta de um tanque, onde se refletiam as luzes das lâmpadas. Pote puxou-me a manga, lembrou-me que era costume beijar aquele pedaço de rocha, santa entre todas, que outrora, no jardim de José de Arimateia... (A Relíquia – Eça de Queirós).

O texto injuntivo

O texto injuntivo está direcionado à “instrução” do leitor, ou seja, busca instruir quem está lendo o texto. O tipo mais comum de texto dessa tipologia é o que apresenta instruções, como manuais, bulas de remédio, receitas, ou mesmo alguns livros de autoajuda. Veja um exemplo de texto dessa natureza:

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PANQUECA DE CARNE MOÍDA

INGREDIENTES

MASSA:

• 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo • 1 xícara (chá) de leite • 2 ovos • 4 colheres (sopa) de óleo • sal a gosto

RECHEIO:

• 300 g de carne moída• 2 colheres (sopa) de cebola picada ou ralada• 1/2 tomate cortado em cubos• 1/2 lata de extrato de tomate• 1 caixa de creme de leite• sal a gosto• 400 g de mussarela fatiado• queijo ralado a gosto

MODO DE PREPARO

MASSA:

1. Bata no liquidificador os ovos, o leite, o óleo, e acrescente a farinha de trigo aos poucos2. Após acrescentar toda a farinha de trigo, adicione sal a gosto3. Misture a massa até obter uma consistência cremosa4. Com um papel toalha, espalhe óleo por toda a frigideira e despeje uma concha de massa5. Faça movimentos circulares para que a massa se espalhe por toda a frigideira6. Espere até a massa soltar do fundo e vire a massa para fritar do outro lado

RECHEIO:

1. Em uma panela, doure a cebola com o óleo e acrescente a carne2. Deixe cozinhar até que saia água da carne, diminua o fogo e tampe3. Acrescente o tomate picado e tampe novamente4. Deixe cozinhar por mais 3 minutos e misture5. Acrescente o extrato de tomate e temperos a gosto6. Deixe cozinhar por mais 10 minutos7. Quando o molho engrossar, desligue o fogo

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8. Deixe esfriar o molho, acrescente o creme de leite e misture bem

9. Quando estiver bem homogêneo, leve novamente ao fogo e deixe cozinhar em fogo baixo por mais 5 minutos

MONTAGEM:

1. Recheie a panqueca com uma fatia de mussarela, uma porção de carne e enrole2. Faça esse processo com todas as panquecas3. Despeje um pouco de caldo no fundo de um refratário, para untar4. Disponha as panquecas já prontas no refratário e despeje sobre elas o restante do molho5. Polvilhe queijo ralado sobre as panquecas6. Leve ao forno para gratinar, em fogo médio, por 20 minutos ou até que o queijo esteja

derretido

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

• Essa massa também serve para panquecas doces. Basta substituir o sal por açúcar e fazer o recheio de frutas, doces e chocolates. Use sua criatividade!

Extraído de: http://www.tudogostoso.com.br/receita/760-panqueca-de-carne-moida.html

O texto prescritivo

O texto prescritivo é semelhante ao texto injuntivo, com a distinção de que se volta para uma instrução mais coercitiva. É o que se vê em leis, cláusulas contratuais, normas dispostas em gramáticas ou editais. Veja o exemplo abaixo:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO IDa Aplicação da Lei Penal

(RedaçãodadapelaLeinº7.209,de11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (RedaçãodadapelaLeinº7.209,de11.7.1984)

Lei penal no tempo

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtudedelaaexecuçãoeosefeitospenaisdasentençacondenatória.(RedaçãodadapelaLeinº7.209, de 11.7.1984)

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Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dadapelaLeinº7.209,de11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária(IncluídopelaLeinº7.209,de11.7.1984)

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dadapelaLeinº7.209,de1984)

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momentodoresultado.(RedaçãodadapelaLeinº7.209,de1984)

Territorialidade

Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,aocrimecometidonoterritórionacional.(RedaçãodadapelaLeinº7.209,de1984)

§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.(RedaçãodadapelaLeinº7.209,de1984)

§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(RedaçãodadapelaLeinº7.209,de1984)

Lugar do crime(RedaçãodadapelaLeinº7.209,de1984)

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,bemcomoondeseproduziuoudeveriaproduzir-seoresultado.(RedaçãodadapelaLeinº7.209, de 1984)

A charge

A charge é um tipo de texto caracterizado pela mescla entre o conteúdo imagético (não-verbal) e o conteúdo verbal (linguístico) presente na comunicação. Uma charge pode ser fundamental-mente argumentativa, dado o conteúdo mormente crítico que se observa em suas expressões. Não que isso seja uma obrigação, mas é certamente uma constante nas charges.

Dentre as características mais importantes que devem ser levadas em consideração em uma charge, eis as que mais se destacam:

1. Sua temporalidade: a charge está sempre presa a um contexto temporal.

2. Sua localidade: a charge está sempre presa a um contexto local.

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3. Sua temática: há sempre um tema principal que está servindo para a reflexão.

4. A visão do chargista: há uma corrente ideológica que o chargista adota para tecer uma crítica em seu texto.

Exemplo:

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A tirinha

Diferentemente da charge, a tirinha não possui necessariamente um prendimento temporal (muito embora as contemporâneas estejam trabalhando mais como charges sequenciais). As tirinhas são pequenas narrativas que misturam linguagem verbal com linguagem não-verbal. Usualmente, há questionamentos sobre os efeitos de humor que decorrem das quebras de expectativa do penúltimo para o último quadro da tirinha, portanto, é preciso atentar para essas partes principais da pequena narrativa.

É comum que haja um personagem central nessas tirinhas, o qual costuma ser o protagonista das ações do texto. Veja um exemplo:

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O poema

Não, o poema não é uma tipologia em separado. Trata-se de um texto que pode ser narrativo, descritivo, até mesmo dissertativo. O que distingue o poema dos outros textos é a forma de os distribuir e a linguagem que costumam adotar.

Um poema é usualmente escrito em versos. Cada linha do poema é um verso; e, ao conjunto de versos, damos o nome de estrofe. Há poemas com apenas uma estrofe, bem como há estudos sobre formatação dos poemas (número determinado de versos e estrofes, tipos de rimas, ritmo estudado em separado). Na maioria das questões de concurso sobre poemas, o questionamento é feito a respeito da interpreção do que está escrito, não se ultrapassa muito esse limite.

É comum que os candidatos com um pequeno histórico de leitura não consigam interpretar um poema. O mais importante é ter contato cotidianamente com esse tipo de texto até compreender as estruturas de interpretação. Na maior parte das vezes o título do texto ajuda a interpretar o poema.

Chegou a hora de ler alguns poemas:

O açúcar – Ferreira Gullar

O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim.

Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale.

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Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar.

Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Profundamente

Manuel Bandeira

Quando ontem adormeciNa noite de São JoãoHavia alegria e rumorEstrondos de bombas luzes de BengalaVozes, cantigas e risosAo pé das fogueiras acesas.

No meio da noite desperteiNão ouvi mais vozes nem risosApenas balõesPassavam, errantes

SilenciosamenteApenas de vez em quandoO ruído de um bondeCortava o silêncioComo um túnel.Onde estavam os que há poucoDançavamCantavamE riam

Ao pé das fogueiras acesas?

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— Estavam todos dormindoEstavam todos deitadosDormindoProfundamente.

*

Quando eu tinha seis anosNão pude ver o fim da festa de São JoãoPorque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempoMinha avóMeu avôTotônio RodriguesTomásiaRosaOnde estão todos eles?

— Estão todos dormindoEstão todos deitadosDormindoProfundamente.

MOMENTO NUM CAFÉ

Manuel Bandeira

Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade

Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta.

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Nel mezzo del camin… (por Olavo Bilac)

“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigadaE triste, e triste e fatigado eu vinha.Tinhas a alma de sonhos povoada,E a alma de sonhos povoada eu tinha…

E paramos de súbito na estradaDa vida: longos anos, presa à minhaA tua mão, a vista deslumbradaTive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo… Na partidaNem o pranto os teus olhos umedece,Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,Vendo o teu vulto que desapareceNa extrema curva do caminho extremo.”

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimentona vida de minhas retinas tão fatigadas.Nunca me esquecerei que no meio do caminhotinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhono meio do caminho tinha uma pedra.

Para que se registre: um mesmo texto pode possuir mais de uma tipologia. Caso isso ocorra, será considerado um texto híbrido. Há narrativas com trechos descritivos, assim como dissertações com trechos narrativos etc.

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Questão para praticar

(2016 - FCC - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Comunicação Social)

Atenção: Leia os versos abaixo para responder à questão.

O Gênio da Humanidade

Sou eu quem assiste às lutas,Que dentro d'alma se dão,Quem sonda todas as grutasProfundas do coração:Quis ver dos céus o segredo;Rebelde, sobre um rochedoCravado, fui Prometeu;Tive sede do infinito,Gênio, feliz ou maldito,A Humanidade sou eu.Ergo o braço, aceno aos ares,E o céu se azulando vai;Estendo a mão sobre os mares,E os mares dizem: passai!...Satisfazendo ao aneloDo bom, do grande e do belo,Todas as formas tomei:Com Homero fui poeta,Com Isaías profeta,Com Alexandre fui rei.(...)

(BARRETO, Tobias. Disponível em: www.escritas.org)

Considere as seguintes afirmações a respeito dos versos:

I - O poema destaca, num tom grandiloquente, a forma totalizante como o homem expandiu seus domínios.

II - Ênfase é dada ao espírito materialista do homem, cuja ambição desmedida é a causa da des-truição da natureza.

III - A citação de Homero, Isaías e Alexandre se dá em uma gradação que vai do menos ao mais importante, reproduzindo textualmente a evolução das habilidades humanas.

Está correto o que se afirma APENAS em

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a) I e II. b) II. c) II e III. d) I. e) III.

Resposta: D.

Funções da Linguagem

Um linguista chamadoRoman Jakobson desenvolveu uma teoria que tenta explicar um atocomunicativo. A extensão dessa teoria se relaciona com o assunto sobre funçõesa da linguagem.

1. Função referencial ou denotativa: centrada no conteúdo proposicional da mensagem es-pecificamente. Ex.: livro de Biologia, artigo científico.

2. Função poética ou conotativa: centrada na transformação do conteúdo proposicional da mensagem. Ex.: poema, conto, linguagem oral.

3. Função emotiva ou expressiva: centrada no emissor da mensagem no ato comunicativo. Ex.: depoimentos ou testemunhos.

4. Função apelativa ou conativa: centrada no receptor da mensagem no ato comunicativo. Ex.: publicidades.

5. Função fática: centrada no canal utilizado no ato comunicativo. Ex.: introdução de conver-sas, atos falhos.

6. Função metalinguística: centrada no código utilizado no ato comunicativo. Ex.: livro de gra-mática, poemas sobre escrever poemas.

Tradução de sentido:

Algumas questões (e essas são as mais “ardidas”) exigem um trabalho com a tradução do sen-tido do que está escrito em uma sentença. Para compreender isso, a prática é a única saída. Vejamos como isso funciona:

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Considerando-se o contexto, o sentido de uma expressão do texto está corretamente traduzido em:

a) diz respeito ao interesse comum = relaciona-se com a vontade geral.b) ingênuos seguidores = adeptos mais radicais.c) é aí que se insere a sua famosa distinção = é aí que se contesta sua célebre equação.d) visão essencialmente pessimista = perspectiva extremamente ambígua.e) corrompem-se irremediavelmente = praticam a corrupção sem remorso.

Considerando-se o contexto, está clara e corretamente traduzido o sentido deste segmento:

a) permitindoqueaprudêncianosimobilize(2ºparágrafo)=estacandooavançodacautela.b) asabedoriapopulartambémhesita,esecontradiz(3ºparágrafo)=aproverbialsabedoria

também se furta aos paradoxos.c) oconfiantesevêmalogrado(3ºparágrafo)=deixa-sefrustrarquemnãoousa.d) péschumbadosnochãodacautelatemerosa(3ºparágrafo)=imobilizadopelaprudência

receosa.e) orientaçãoconciliatória(4ºparágrafo)=paradigmaincontestável.

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

a) Todavia executo(2ºparágrafo)=porconseguinteajo.b) uma perda estéril (2ºparágrafo)=umônusimpróprio.c) imponho-me privações (2ºparágrafo)=faculto-merestrições.d) o futuro as resgatará(2ºparágrafo)=oamanhãasimputará.e) incerteza que me comprime(2ºparágrafo)=dúvidaquemeconstringe.

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

a) instrumentos de tortura ou depreciação(1ºparágrafo)=meiosdeaviltamentoourejeição.b) ritmo mecânico e hipnótico(3ºparágrafo)=toqueautomáticoeinsone.c) alardeia os infernais decibéis(3ºparágrafo)=propagaospérfidosexcessos.d) alimentando o círculo vicioso(3ºparágrafo)=nutrindoaesferapecaminosa.e) clássicos que lhe digam algo (4ºparágrafo)=eruditosquelhetransmitamalgumacoisa.

Muito da interpretação de textos está relacionado com a capacidade de reconhecer os assuntos do texto e as estratégias de desenvolvimento de uma base textual. Para que isso seja possível, convém tomar três providências:

• Eliminação dos vícios de leitura: para concentrar-se melhor na leitura.

• Organização: para entender o que se pode extrair da leitura.

• Conhecimento da tradição da banca: para optar pelas respostas que seguem o padrão co-mum da banca examinadora.

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Vícios de leitura

• Movimento: consiste em não conseguir estudar, ler, escrever etc. sem ficar arrumando al-gum subterfúgio para distrair-se. Comer, beber, ouvir música, ficar no sofá, brincar com o cachorro são coisas que devem ser evitadas no momento de estudar.

• Apoio: o vício do apoio é péssimo para a leitura, pois diminui a velocidade e a capacidade de aprofundamento do leitor. Usar dedo, régua, papel ou qualquer coisa para “escorar” as linhas significa que você está com sérios problemas de concentração.

• Garoto da borboleta: se você possui os vícios anteriores, certamente é um “garoto da bor-boleta”. Isso quer dizer que você se distrai por qualquer coisa e que o mínimo ruído é sufi-ciente para acabar com o seu fluxo de leitura. Já deve ter acontecido: terminou de ler uma página e se perguntou: “que foi mesmo que eu li”. Pois é, você só conseguirá se curar se começar a se dedicar para obter o melhor de uma leitura mais aprofundada.

Organização leitora:

• Posto: trata-se da informação que se obtém pela leitura inicial.

• Pressuposto: trata-se da informação acessada por meio do que não está escrito.

• Subentendido: trata-se da conclusão a que se chega ao unir posto e pressuposto.

Veja o exemplo abaixo:

• Cientistas dizem que pode haver vida extraterreste em algum lugar do espaço.

Desse trecho, pode-se concluir que a vida extraterrestre não é uma certeza, mas uma possi-bilidade. Se a banca afirmar que certamente há vida extraterrestre, há um erro evidente na questão.

Dicas de organização de leitura

1. Ler mais de uma vez o texto: para ter certeza do tema e de como o autor trabalha com o assunto.

2. Atentar para a relação entre os parágrafos: analisar se há conexão entre eles e como ela é feita. Se há explicação, contradição, exemplificação etc.

3. Entender o comando da questão: ler com atenção o que se pede para responder adequa-damente.

4. Destacar as palavras de alerta: palavras como “sempre”, “nunca”, “exclusivamente”, “so-mente” podem mudar toda a circunstância da questão, portanto elas devem ser destaca-das e analisadas.

5. Limitar a interpretação: cuidado para não interpretar mais do que o texto permite. Antes de afirmar ou negar algo, deve-se buscar o texto como base.

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6. Buscar o tema central dos textos: é muito comum que haja questões a respeito do tema do texto. Para captá-lo de maneira mais objetiva, atente para os primeiros parágrafos que estão escritos.

7. Buscar a ancoragem das inferências: uma inferência é uma conclusão sobre algo lido ou visto. Para que seja possível inferir algo, deve haver um elemento (âncora) que legitime a interpretação proposta pelo examinador.

Dica final: fique esperto com questões que exigem a tradução do sentido de uma frase em outra, você deve buscar os sinônimos que estão presentes nas sentenças, ou seja, associar os sentidos mais aproximados. Não é para ser o pai dos dicionários, apenas para conseguir identificar relações de sentido e aproximação semântica.