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PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTI ADVOGADA e CONSULTORA JURÍDICA ESPECIALISTA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELO LEGALE MESTRANDA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELA PUC/SP @drapatriciabonetti [email protected]

PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTI ADVOGADA e … · Art. 196 da Constituição Federal - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais

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PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTIADVOGADA e CONSULTORA JURÍDICAESPECIALISTA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELO LEGALEMESTRANDA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELA PUC/SP

@drapatriciabonetti

[email protected]

SEGURIDADE SOCIAL

SAÚDE LEI Nº 8.080/90 CF art. 196/200

ASSISTÊNCIA SOCIAL LEI Nº 8.742/93CF art. 203/204

PREVIDÊNCIA SOCIAL LEIS Nº 8.213/91 E Nº

8.212/91CF art. 201/202

SEGURIDADE SOCIAL

Art. 194 da Constituição Federal- A seguridade social compreende umconjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e dasociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, àprevidência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populaçõesurbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios eserviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - equidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração,mediante gestão quadripartite, com participação dostrabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governonos órgãos colegiados.

PRESTAÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL:

– BENEFÍCIOS: expressos em valores monetários. São típicos daprevidência e da assistência social.Ex: aposentadoria, benefício de prestação continuada.

– SERVIÇOS: expressos em atividades que visam à satisfação dosbeneficiários, sem o efetivo pagamento monetário.Ex: reabilitação profissional.

Art. 195. da Constituição Federal- A seguridade social será financiadapor toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintescontribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada naforma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos oucreditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamentoc) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, nãoincidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas peloregime geral de previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a eleequiparar.

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípiosdestinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos,não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada deforma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdênciasocial e assistência social, tendo em vista as metas e prioridadesestabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cadaárea a gestão de seus recursos. [...]

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir amanutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o dispostono art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá sercriado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeiototal.[...]

[...]

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigopoderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão daatividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte daempresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistemaúnico de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, oDistrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios,observada a respectiva contrapartida de recursos.

SAÚDE

Art. 196 da Constituição Federal - A saúde é direito de todos e dever doEstado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem àredução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal eigualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção erecuperação.

Art. 197 da Constituição Federal São de relevância pública as ações eserviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execuçãoser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa físicaou jurídica de direito privado.

Art. 198 da Constituição Federal - As ações e serviços públicos de saúdeintegram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem umsistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. [...]

Art. 199 da Constituição Federal - A assistência à saúde é livre à iniciativaprivada.

§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar dosistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato dedireito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas eas sem fins lucrativos.§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvençõesàs instituições privadas com fins lucrativos.§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitaisestrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoçãode órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisae tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue eseus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200 da Constituição Federal -. Ao sistema único de saúde compete,além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias deinteresse para a saúde e participar da produção de medicamentos,equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como asde saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações desaneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico etecnológico e a inovação;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seuteor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guardae utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o dotrabalho.

• Lei nº 8.080/90 - Dispõe sobre as condições para a promoção,proteção e recuperação da saúde, a organização e ofuncionamento dos serviços correspondentes e dá outrasprovidências.

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo oEstado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação eexecução de políticas econômicas e sociais que visem à redução deriscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento decondições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aosserviços para a sua promoção, proteção e recuperação

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, dasempresas e da sociedade.

Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social eeconômica do País, tendo a saúde como determinantes econdicionantes, entre outros, A ALIMENTAÇÃO, A MORADIA, OSANEAMENTO BÁSICO, O MEIO AMBIENTE, O TRABALHO, ARENDA, A EDUCAÇÃO, A ATIVIDADE FÍSICA, O TRANSPORTE, OLAZER E O ACESSO AOS BENS E SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Em termos de evolução protetiva, o direito à saúde guarda paralelismocom a conquista dos chamados direitos sociais.

Saúde como direito de todos nada mais é do que uma forma, meio,instrumento de se garantir uma existência de vida digna aosintegrantes da comunidade local e global.

A organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua saúde como oestado de completo bem-estar físico, social e mental, e nãosimplesmente a ausência de dores ou enfermidades.

A saúde apresenta uma dimensão coletiva e individual. Coletiva : caracterizada pelo estabelecimento de marcos mínimos

de defesa e fiscalização da saúde publica. (Ex: controle sanitário demedicamentos e alimentos)

Individual: abarca o enfoque preventivo e reparador (ou curativo)

Saúde é direito fundamental de todos, mas não apenas isso. Pode serentendido ainda:

• Direito à vida : qualificado como direito às condições mínimasnecessárias para uma existência digna;

• Direito inclusivo ou compreensivo de saúde tais como: alimentação, amoradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda,a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviçosessenciais.

O DIREITO A SAÚDE TEM CARACTERISTICAS:

• PROTETIVA (do atendimento e tratamento necessário)

Campanha de Segurança do Trabalho Campanha de proteção a HIV Campanha de vacinações Campanha para uso de preservativos Campanha de proteção de doenças endêmicas

• REPARADORA / CURATIVA• Quando o evento danoso, ou seja, a contingência social, já atingiu os

direitos protegidos pela saúde, sendo acionada todas as medidaslegislativas vigentes, com finalidade de reparação do dano causado.Tendo como proteção maior o direito a saúde e a vida.

PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR

Sempre que a atuação do Poder Público se mostrar insuficiente paragarantir cobertura assistencial à população de uma área, os serviçosprivados de saúde podem participar do SUS, em caráter complementar.Essa participação será viabilizada por contrato de convênio, que devemser precedidos de licitação, na forma do art. 24 e parágrafo único da Lei nº8.080/90.

A exigência do procedimento licitatório para a participação da iniciativaprivada tem sido confirmada inclusive pelo STF, que afirmou, ter oMinistério Público Federal legitimidade ativa para ajuizar ação civil públicanessa hipótese. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm

PARTICULARIDADES DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR As entidades filantrópicas (é uma PJ que presta serviços à sociedade,

principalmente às pessoas mais carentes, e que não possui comofinalidade a obtenção de lucro) e as sem fins lucrativos deverão terpreferência no processo licitatório para a participação complementar departiculares. Lei 8.080/90, art. 26 .

Proibição dos proprietários, administradores e dirigentes de entidadesprivadas que celebrem contrato de convênio de exercerem cargos dechefia ou função de confiança dentro do SUS.

Preservação do equilíbrio econômico e financeiro, garantindo a efetivaqualidade da execução dos serviços. Cabendo ao CNS( ConselhoNacional de Saúde) aprovar os critérios e valores para a remuneraçãodos serviços e os parâmetros de cobertura assistencial fixados peladireção nacional do SUS, fundamentando-se em demonstrativoeconômico-financeiro.

Quando tratamentos de prestações de saúde, geralmente pensamos emserviços; porém não devemos nos esquecer da Lei nº 10.708/2003, queinstituiu o benefício denominado auxílio – reabilitação psicossocial parapacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações.

Esta lei foi regulamentada pela portaria do ministério da saúde nº 2.077de 31 de outubro de 2003.

Aplica-se à saúde o princípio da subsidiariedade, ou seja, o dever doEstado não exclui o dever das pessoas, das famílias, das empresas e dasociedade em geral no seu asseguramento.

A Lei nº 8.080/90 institucionaliza o Sistema Único de Saúde (SUS) emcumprimento ao art. 200 da CF, e a Lei nº 8.142/90 (regula participaçãoda comunidade na gestão do SUS)

AUXÍLIO – REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL

Benefício de saúde instituído pela Lei 10.708/2003, consistente na entregade um auxílio pecuniário visando ao atendimento assistencial (provermeios para o paciente e seu acompanhante continuar o tratamento),acompanhamento terapêutico de pacientes e integração social.

O PVC (Programa de Volta para casa) visa à restituição do direito de morare conviver em liberdade nos territórios e também a promoção deautonomia e protagonismo do/a usuário/a. Dessa forma, assume papelcentral nos processos de desinstitucionalização e reabilitação psicossocialdas pessoas com história de internação de longa permanência, conformeindicado pela Lei nº 10.216 de 2001, a Lei da Reforma Psiquiátrica. (Dispõesobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornosmentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental).

Beneficiários: as pessoas acometidas de transtornos mentais egressas deinternação psiquiátrica em hospitais cadastrados no Sistema Único deSaúde. O requerimento do benefício (inclusão no Programa “De Volta ParaCasa”) deve ser preenchido e assinado pelo paciente ou seu representantelegal, e deve ser dirigido à Secretaria Municipal de Saúde de Municípiohabilitado.

Órgão pagador : Caixa Econômica Federal

Valor do benefício : R$ 412,00 ( em São Paulo - valor variável por Estado)

http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-de-volta-para-casa/condicoes-para-ser-um-beneficiario

REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO (ART. 3º DA LEI Nº 10.708/2003)Art. 3º São requisitos cumulativos para a obtenção do benefício criado por estaLei que:

I - o paciente seja egresso de internação psiquiátrica cuja duração tenhasido, comprovadamente, por um período igual ou superior a dois anos;

II - a situação clínica e social do paciente não justifique a permanência emambiente hospitalar, indique tecnicamente a possibilidade de inclusão emprograma de reintegração social e a necessidade de auxílio financeiro;

III - haja expresso consentimento do paciente, ou de seu representantelegal, em se submeter às regras do programa;

IV - seja garantida ao beneficiado a atenção continuada em saúde mental,na rede de saúde local ou regional.

O benefício terá a duração de um ano, podendo ser renovado quandonecessário aos propósitos da reintegração social do paciente, a critério domédico do SUS.

Será necessário que a pessoa incluída no Programa esteja de altahospitalar, sendo atendida por um Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) ou outro serviço de saúde do município onde passará a residir.Os beneficiários deverão ser acompanhados por uma equipe deprofissionais encarregada de prover e garantir a atenção psicossocial eapoiá-lo em sua integração ao ambiente familiar e social.

http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-mental/acoes-e-programas-saude-mental/centro-de-atencao-psicossocial-caps

Art. 4 º DA LEI Nº 10.708/2003 - SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO:

I – Quando o beneficiário for reintegrado em hospital psiquiátrico;

II – Quando alcançados os objetivos de reintegração social e autonomia dopaciente.

ACUMULAÇÃO DO AUXÍLIO-REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL (SAÚDE)

Com o benefício de prestação continuada (LOAS), é possível a acumulaçãode auxílio-reabilitação psicossocial e benefício de prestação continuada porse tratarem de benefícios distintos.

O valor do auxílio-reabilitação não pode ser comutado para fins de cálculoda renda familiar per capita, já que se trata de benefício com característicasindenizatórias e provisório assegurado por recursos do Ministério da Saúde.

Com benefícios previdenciários – também não há vedação em se receberbenefício de saúde com benefício previdenciário, por se tratarem debenefícios distintos, com natureza distintas. Um dos objetivos do programa“de volta para casa” é o de promover a reinserção do paciente no mercadode trabalho.

Destaque-se ainda que o art. 93 da Lei nº 8.213/91 determina acontratação de um número mínimo de pessoas portadoras de deficiênciahabilitadas para o trabalho. A Constituição Federal, no art. 37 VII,determina a reserva de cargos e empregados públicos para portadores dedeficiência.

ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE O AUXÍLIO-REABILITAÇAO PSICOSSOCIAL

•Conforme prevê a Lei 10.708/2003, art. 3º, § 1º “O tempo depermanência em Serviços Residenciais Terapêuticos será consideradopara a exigência temporal do inciso I deste artigo.”•Não poderão ser considerados períodos de internação os depermanência em orfanatos ou outras instituições para menores, asilos,albergues ou outras instituições de amparo social, ou internações emhospitais psiquiátricos que não tenham sido custeados pelo Sistema Únicode Saúde - SUS ou órgãos que o antecederam e que hoje o compõem. Lei10.708/2003, art. 3º, § 2º•Egressos de Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico poderão serigualmente beneficiados, procedendo-se, nesses casos, em conformidadecom a decisão judicial. Lei 10.708/2003, art. 3º, § 3º

AGÊNCIA NACIONAL DE SÁÚDE SUPLEMENTAR (ANS)

Cabe a ANS, autarquia especial, vinculada ao Ministério da Saúde, criadapela Lei nº 9.961/2000, art. 1º, regular, normatizar e fiscalizar a atuação,em caráter suplementar, da iniciativa privada no setor de saúde.

FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS

É uma espécie de serviço, prestado pela seguridade social, maisespecificamente pela saúde. Tanto o legislador quanto o administrador,na esfera de suas competências, devem selecionar as contingênciasgeradores de necessidade de medicamentos, sempre com vista ao seumaior potencial distributivo.Daí porque se justifica que o administrador escolhe os medicamentosque deverão compor a lista dos fornecidos gratuitamente, com vistas, éclaro, ao atendimento do maior número possível de necessidades.

Fornecer, gratuitamente, medicamento que não está incluído no roldos que compõe a lista farmacêutica básica do Ministério da Saúdepode significar a oneração do sistema, dando proteção a umdetrimento de muitos outros necessitados.

LISTA DE MEDICAMENTOS FORNECIDOS PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE:

http://www.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20180339/14143932-relacao-nacional-medicamentos-rename-2017.pdf

LISTA DE MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO

http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/dispensacao-medicamentos-de-alto-custo/lista-de-remedios-do-alto-custo/

ASSISTÊNCIA SOCIAL

FUNDAMENTAÇÕES:

Constitucional : Art. 203 e 204;

Lei 8.742/93 Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS;

Lei 10.741/2003 (Estatuto do idoso) ;

Lei 13.146/2015 (Estatuto da pessoa com deficiência).

ASSISTÊNCIA SOCIAL Art. 203 da Constituição Federal .A assistência social será prestada a quem dela necessitar,independentemente de contribuição à seguridade social, e tem porobjetivos:I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e àvelhice;II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e apromoção de sua integração à vida comunitária;V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoaportadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meiosde prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,conforme dispuser a lei.

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serãorealizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos noart. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintesdiretrizes:

Lei Nº 8.742/93 - Art. 1º. : A assistência social, é direito do cidadão edever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, queprovê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado deações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas.

Art. 2º A assistência social tem por objetivos:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e àprevenção da incidência de riscos, especialmente:

a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e àvelhice;

b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;

c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;

d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoçãode sua integração à vida comunitária;

e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoacom deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios deprover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente acapacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência devulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aosdireitos no conjunto das provisões socioassistenciais.

Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistênciasocial realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindomínimos sociais e provimento de condições para atendercontingências sociais e promovendo a universalização dos direitossociais.

Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:

I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigênciasde rentabilidade econômica;

II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário daação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito abenefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar ecomunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de

qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas erurais;V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetosassistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e doscritérios para sua concessão.

Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial, serão ofertadasprecipuamente no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e noCentro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas),respectivamente, e pelas entidades sem fins lucrativos de assistênciasocial de que trata o art. 3o desta Lei.

§ 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base territorial, localizadaem áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social,destinada à articulação dos serviços socioassistenciais no seu territóriode abrangência e à prestação de serviços, programas e projetossocioassistenciais de proteção social básica às famílias.

§ 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e gestão municipal,estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos efamílias que se encontram em situação de risco pessoal ou social, porviolação de direitos ou contingência, que demandam intervençõesespecializadas da proteção social especial.

§ 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais instituídas noâmbito do Suas, que possuem interface com as demais políticaspúblicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas,projetos e benefícios da assistência social

BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as provisõessuplementares e provisórias que integram organicamente as garantiasdo Suas (Sistema Único de Assistência Social) e são prestadas aoscidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações devulnerabilidade temporária e de calamidade pública.

§ 1o A concessão e o valor dos benefícios de que trata este artigoserão definidos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios eprevistos nas respectivas leis orçamentárias anuais, com base emcritérios e prazos definidos pelos respectivos Conselhos de AssistênciaSocial.

Para solicitar o Benefício Eventual, o cidadão deve procurar as unidades daAssistência Social no município ou no Distrito Federal. A oferta dessesbenefícios também pode ocorrer por meio de identificação de pessoas efamílias em situação de vulnerabilidade nos atendimentos feitos pelasequipes da Assistência Social.

CRAS – Centro de Referência de Assistência Social;CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social;CENTRO POP – Centros de Referência Especializados para População emSituação de Rua;CENTRO-DIA de Referência para Pessoa com Deficiência e suas Famílias;UNIDADES DE ACOLHIMENTO – Casa Lar, Abrigo Institucional, República,Residência Inclusiva, Casa de Passagem.

MODALIDADES DE BENEFÍCIOS EVENTUAIS :

Natalidade : para atender preferencialmente:• necessidades do bebê que vai nascer; • Apoio à mãe nos casos em que o bebê nasce morto ou morre

logo após o nascimento;• Apoio a família no caso de morte da mãe.

Funeral: para atender preferencialmente:• Despesas de urna funerária, velório e sepultamento;• Necessidades urgentes da família advindas da morte de um de

seus provedores ou membros;• Ressarcimento, no caso da ausência do benefício eventual no

momento necessário.

Vulnerabilidade temporária : para o enfrentamento desituações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoae/ou de sua família.

Calamidade pública: Para atendimento das vitimas decalamidade pública, de modo a garantir a sobrevivência ereconstrução da autonomia destas.

NÃO SÃO BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Os itens sob a responsabilidade da política de Saúde, Educação, Habitação,Segurança Alimentar e Nutricional e outras políticas setoriais não sãoBenefícios Eventuais da Assistência Social, devendo ser atendidos pelasrespectivas políticas.

Desta forma, itens referentes à órteses, próteses (ex.: aparelhos ortopédicose dentaduras), cadeiras de rodas, muletas, óculos, medicamentos,pagamento de exames médicos, apoio financeiro para tratamento de saúdefora do município, transporte de doentes, leites e dietas de prescriçãoespecial, fraldas descartáveis para pessoas que têm necessidade de uso,bem como outros itens da área de saúde não são Benefícios Eventuais.

http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/beneficios-assistenciais/beneficios-eventuais

PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 24. Os programas de assistência social compreendem açõesintegradas e complementares com objetivos, tempo e área deabrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar osbenefícios e os serviços assistenciais.

§ 1º Os programas de que trata este artigo serão definidos pelosrespectivos Conselhos de Assistência Social, obedecidos os objetivose princípios que regem esta lei, com prioridade para a inserçãoprofissional e social.

2o Os programas voltados para o idoso e a integração da pessoacom deficiência serão devidamente articulados com o benefício deprestação continuada estabelecido no art. 20 desta Lei.

MODALIDADES DOS PROGRAMAS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e AtendimentoIntegral à Família (PAIF), que integra a proteção social básica econsiste na oferta de ações e serviços socioassistenciais deprestação continuada, nos Cras, por meio do trabalho social comfamílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo deprevenir o rompimento dos vínculos familiares e a violência noâmbito de suas relações, garantindo o direito à convivência familiare comunitária.

Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e osprocedimentos do Paif.

Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com afinalidade de fortalecer a função protetiva da família, prevenir a rupturade seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuirna melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento depotencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculosfamiliares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo,protetivo e proativo. O serviço PAIF integra o nível de proteção socialbásica do SUAS. (Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais).

O PAIF deve ser obrigatoriamente ofertado no CRAS. Não existe CRASsem a oferta do PAIF.

http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/assistencia-social/psb-protecao-social-basica/projetos-psb/servico-de-protecao-e-atendimento-integral-a-familia-2013-paif

Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e AtendimentoEspecializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que integra a proteçãosocial especial e consiste no apoio, orientação e acompanhamento afamílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos,articulando os serviços socioassistenciais com as diversas políticaspúblicas e com órgãos do sistema de garantia de direitos.

Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e osprocedimentos do Paefi.

O QUE É?É um serviço voltado para famílias e pessoas que estão em situaçãode risco social ou tiveram seus direitos violados. Oferece apoio,orientação e acompanhamento para a superação dessas situaçõespor meio da promoção de direitos, da preservação e dofortalecimento das relações familiares e sociais.

BENEFÍCIARIOS:

Pessoas e famílias que sofrem algum tipo de violação de direito,como violência física e/ou psicológica, negligência, violência sexual(abuso e/ou exploração sexual), adolescentes em cumprimento demedidas socioeducativas ou sob medidas de proteção, tráfico depessoas, situação de rua, abandono, trabalho infantil, discriminaçãopor orientação sexual e/ou raça/etnia, entre outras.

OBJETIVOS

Contribuir para o fortalecimento da família no seu papel de proteção

Incluir famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos

Contribuir para acabar com as violações de direitos na família

Prevenir a reincidência de violações de direitos

http://mds.gov.br/assistencia-social-suas/servicos-e-programas/paefi

Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do TrabalhoInfantil (PETI), de caráter intersetorial, integrante da Política Nacionalde Assistência Social, que, no âmbito do Suas, compreendetransferências de renda, trabalho social com famílias e oferta deserviços socioeducativos para crianças e adolescentes que seencontrem em situação de trabalho.

§ 1o O Peti tem abrangência nacional e será desenvolvido de formaarticulada pelos entes federados, com a participação da sociedadecivil, e tem como objetivo contribuir para a retirada de crianças eadolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis) anos em situação detrabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze)anos.

§ 2o As crianças e os adolescentes em situação de trabalhodeverão ser identificados e ter os seus dados inseridos no CadastroÚnico para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), coma devida identificação das situações de trabalho infantil.

O PETI é destinado às famílias com renda per capita mensal superior a R$170,00 e que possuam filhos com idade inferior a 16 anos em situaçãode trabalho infantil.Para receber o benefício, as famílias devem estar inscritas no CadastroÚnicos para Programas Sociais do Governo Federal. Também devemretirar todas as crianças de atividades laborais e/ou de exploração, egarantir que a criança tenha frequência mínima de 85% nas atividades deensino regular e nas ações socioeducativas e de convivência promovidaspelo programa.VALOR DO BENEFÍCIOÁrea rural ou urbana: R$ 25,00 por criança (para municípios com menosde 250 mil habitantes).Área urbana: R$ 40,00 por criança (para municípios, capitais e regiõesmetropolitanas com mais de 250 mil habitantes).http://www.caixa.gov.br/programas-sociais/peti/Paginas/default.aspx

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Legislação:

Art. 203, inciso V, da CF;

Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS);

Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso);

Decreto 6.214/07;

Portaria Conjunta MDAS/INSS 01/2017.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUIADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL –art. 203, V da CF – art. 20 à 21 LOAS nº 8742/93

Quem tem direito ao Benefício Assistencial de Prestação Continuada:

• Pessoas com deficiência, que não tenham meios financeiros demanter sua própria subsistência ou tê-la custeada por seusfamiliares, que a lei entende por renda per capita de ¼ do saláriomínimo. Art. 20 e parágrafos 2º e 3º.

• Idosos com 65 anos de idade ou mais, que não tenham meiosfinanceiros de manter sua própria subsistência ou tê-la custeada porseus familiares, que a lei entende por renda per capita de ¼ dosalário mínimo. Art 20 e paragrafo 3º.

LEI 10.741/03 ( ESTATUTO DO IDOSO) - CAPITULO VIII – DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada,conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demaisnormas pertinentes.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuammeios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, éassegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da LeiOrgânica da Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nostermos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiarper capita a que se refere a Loas.

Segundo o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93, considera-se incapaz

de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário

mínimo. (R$ 954,00 % 4 = R$ 238,50).

Dispõe o art. 20 § 1º, da LOAS, que, para os efeitos da aferição da renda, é

considerado membro do grupo familiar: o requerente, o cônjuge ou

companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o

padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores

tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.

O STF reconheceu a inconstitucionalidade do parágrafo 3º, do art. 20, da

LOAS, que prevê como critério para a concessão de benefício a idosos ou

deficientes a renda familiar mensal per capita inferior a ¼ do salário

mínimo, por considerar que esse critério está defasado para caracterizar a

situação de necessidade do Requerente (Reclamação 4374 e RE`s 567.985

e 580.963).

O valor do BPC concedido a idoso não será computado no cálculo da

renda mensal bruta familiar, para fins de concessão do BPC a outro

idoso da mesma família (art. 34, parágrafo único, do Estatuto do

Idoso, art. 19, do Decreto 6.214/2007 e art. 8, inciso III, alínea b, da

Portaria Conjunta MDSA/INSS nº 1/2017)

Foi declarada também a inconstitucionalidade do parágrafo único do art.

34, do Estatuto do Idoso: o STF decidiu que o benefício previdenciário

de valor mínimo (aposentadorias, pensão e etc.), ou outro benefício

assistencial percebido por idoso ou deficiente, é excluído da

composição da renda familiar.

Como já se sabe, os servidores na via administrativa, estão vinculados

pelo princípio do estrito cumprimento do dever legal, não podendo

ser seus atos distintos dos descritos nos comandos legais.

Assim, caso seja apresentado o CADÚNICO (Cadastro único de

informações sociais) exigência da Portaria Conjunta MDSA/INSS nº

1/2017, emitido pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência

Social), e no campo (RENDA PER CAPITA) constar renda superior ao ¼

do salário mínimo vigente, será o benefício NEGADO, por faltar o

preenchimento de um dos requisitos objetivos para a concessão.

O comando legal no caso em tela tem previsão na Lei 8742/93 no §

4, do Art. 20.

Além de todos os documentos pessoais do Requerente e de todo o seu

grupo familiar, é necessário ainda a apresentação de CADÚNICO, conforme

exigência da Portaria Conjunta MDSA/INSS nº 1/2017, com as devidas

informações atualizadas, e os requerimentos de “Declaração de renda do

grupo familiar” e “Requerimento do Benefício de Prestação Continuada

da Assistência Social - BPC e Composição do Grupo Familiar”, elencados

no ANEXO da Portaria Conjunta MDAS/INSS 01/2017.

Pode ainda ser necessária a apresentação de outros documentos, tal como

a “Declaração de separação de fato para efeito de composição do grupo

familiar’’ (Portaria Conjunta MDS/MPS/INSS nº 2/2014), que será

requerida para o Requerente que não tenha averbado o seu divórcio e que

não convive mais com o “cônjuge”, estando separado apenas de fato.

O objetivo é que não haja prejuízo ao Requerente com o cômputo da

renda do ex. Lembra-se que a falsificação de documento público ou

declaração falsa é crime, punido pelo nosso Código Penal (art. 297,

parágrafo 3º, inciso II).

PESSOA COM DEFICIÊNCIA:Lei 13.146/2015 - § 2º Para efeito de concessão do benefício deprestação continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela quetem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectualou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, podeobstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade decondições com as demais pessoas.

Lei 13.146/2015 , art. 3º, IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo,atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação socialda pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos àacessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, àcomunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação comsegurança, entre outros, classificadas em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos eprivados abertos ao público ou de uso coletivo;b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios detransportes;d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo,atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou orecebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas decomunicação e de tecnologia da informação;e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ouprejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade decondições e oportunidades com as demais pessoas;f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoacom deficiência às tecnologias;

AVALIAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA:

PORTARIA CONJUNTA MDS/INSS Nº 2, DE 30 DE MARÇO DE 2015 -DOU DE 09/04/2015 – - Dispõe sobre os critérios, procedimentos einstrumentos para avaliação social e medica da pessoa com deficiênciapara acesso ao Benéfico de Prestação Continuada

Art. 2º A avaliação da pessoa com deficiência é constituída pelosseguintes componentes, baseados na Classificação Internacional deFuncionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF:I - Fatores Ambientais;II - Funções e Estruturas do Corpo; eIII - Atividades e Participação.

Art. 3º Os instrumentos para avaliação da pessoa com deficiênciadestinam-se à utilização pelo Assistente Social e pelo Perito Médico, doquadro do INSS, com a finalidade de qualificar as barreiras enfrentadas,as alterações de funções e/ou Estruturas do Corpo, as limitações deatividades e restrições à participação social, em igualdade de condiçõescom as demais pessoas.

Art. 4º Para avaliação da pessoa com deficiência serão utilizados osseguintes instrumentos:

I - Avaliação da Pessoa com Deficiência para acesso ao BPC - Espécie 87- 16 anos ou mais, conforme formulário previsto no Anexo I; e

II - Avaliação da Pessoa com Deficiência para acesso ao BPC - Espécie87 - menor de 16 anos, conforme formulário previsto no Anexo II.

Art. 5º Compete ao Assistente Social avaliar e qualificar os seguintes componentes e domínios da Avaliação Social:I - Fatores Ambientais, por meio dos domínios:a) Produtos e Tecnologia;b) Condições de Habitabilidade e Mudanças Ambientais;c) Apoio e Relacionamentos;d) Atitudes; ee) Serviços, Sistemas e Políticas;

I - Atividades e Participação, por meio dos domínios:a) Vida Doméstica;b) Relações e Interações Interpessoais;c) Áreas Principais da Vida; ed) Vida Comunitária, Social e Cívica, com distintos pontos de corte para análise, detalhados no Anexo III desta Portaria.

Art. 6º Compete ao Perito Médico Previdenciário avaliar e qualificar osseguintes componentes e domínios da avaliação médica, com base naCIF:I - Funções do Corpo, por meio dos domínios:a) Funções Mentais;b) Funções Sensoriais da Visão;c) Funções Sensoriais da Audição;d) Funções Sensoriais Adicionais e Dor;e) Funções da Voz e da Fala;f) Funções do Sistema Cardiovascular;g) Funções do Sistema Hematológico;h) Funções do Sistema Imunológico;i) Funções do Sistema Respiratório;j) Funções do Sistema Digestivo;l) Funções do Sistema Metabólico e Endócrino;

m) Funções Geniturinárias e Reprodutivas;n) Funções Neuromusculoesqueléticas e Relacionadas aoMovimento; eo) Funções da Pele e Estruturas Relacionadas;

II - Atividades e Participação, por meio dos domínios:

a) Aprendizagem e Aplicação de Conhecimento;b) Tarefas e Demandas Gerais;c) Comunicação;d) Mobilidade; ee) Cuidado Pessoal, com distintos pontos de corte para análise,detalhados no Anexo III desta Portaria.

Art. 7º Além de avaliar e qualificar os componentes e domínios a que serefere o art. 6º, incumbe ao Perito Médico Previdenciário:

I - pronunciar-se sobre a existência de alterações na Estrutura do Corpoque configurem maiores limitações e restrições ao avaliado do que asalterações observadas em Funções do Corpo;II - sinalizar se as alterações em Funções e/ou Estruturas do Corpoconfiguram prognóstico desfavorável; eIII - pronunciar-se sobre a possibilidade das alterações em Funções e/ouEstruturas do Corpo serem resolvidas em menos de 2 (dois) anos,considerando as barreiras apontadas na avaliação social, os aspectosclínicos avaliados, o tempo pregresso já vivenciado com o quadro clínico eas possibilidades de acesso ao tratamento necessário, na perspectiva daparticipação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições comas demais pessoas.

Art. 8º A combinação de qualificadores finais resultantes da avaliaçãosocial e da avaliação médica será confrontada com a Tabela Conclusiva deQualificadores - Anexo IV desta Portaria, para fins de reconhecimento ounão do direito ao beneficio, devendo ser indeferido o requerimentoquando:

I - o qualificador final do componente Funções do Corpo for nenhum (N)ou leve (L);

II - o qualificador final do componente Atividades e Participação fornenhum (N) ou leve (L); e

III - as alterações de Funções e/ou Estruturas do Corpo puderem serresolvidas em menos de 2 (dois) anos, consideradas as condiçõesespecificadas no inciso III do art. 7º.

Art. 9º O formulário Solicitação de Informações Sociais - SIS, constante doAnexo V, poderá ser utilizado pelo assistente social do INSS, com afinalidade de instrumentalizar a coleta de informações para subsidiar aAvaliação Social dos requerentes do BPC.

Art. 10. Fica autorizada, para fins da Avaliação Médica, a utilização doformulário Solicitação de Informações ao Médico Assistente - SIMA,constante no Anexo VI da Instrução Normativa PRES/INSS nº 77, de 21 dejaneiro de 2015, ou outro formulário com o mesmo fim, que vier asubstituí-lo.

Art. 11. Os critérios, procedimentos e instrumentos de que trata estaPortaria aplicam-se às avaliações realizadas nas instâncias administrativa erecursal, assim como nas reavaliações bienais, quando for o caso.

Lei 13.146/2015, art. 14. - O processo de habilitação e de reabilitação é umdireito da pessoa com deficiência.

Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem porobjetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades eaptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais,profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia dapessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade decondições e oportunidades com as demais pessoas.

Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avaliaçãomultidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cadapessoa, observadas as seguintes diretrizes:

I - diagnóstico e intervenção precoces;

II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional,buscando o desenvolvimento de aptidões;III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas quepossibilitem a plena participação social da pessoa com deficiência;IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nosdiferentes níveis de complexidade, para atender às necessidades específicasda pessoa com deficiência;V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência,inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção àSaúde (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde(SUS).

Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para apessoa com deficiência, são garantidos:

I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender àscaracterísticas de cada pessoa com deficiência;

II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;

III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equipamentosadequados e apoio técnico profissional, de acordo com as especificidades decada pessoa com deficiência;

IV - capacitação continuada de todos os profissionais que participem dosprogramas e serviços.

Anexos de preenchimento OBRIGATÓRIO para requerimento do benefício:

Requerimento do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC e Composição do

Grupo Familiar - Portaria Conjunta MDSA/INSS nº 1 de 03/01/2017.

Declaração de Renda do Grupo Familiar - Portaria Conjunta MDSA/INSS nº 1 de 03/01/2017

Declaração de Renda do Grupo Familiar - Portaria Conjunta MDSA/INSS nº 1 de

03/01/2017

...

CAD ÚNICO – (Cadastro único para programas sociais) - Portaria Conjunta

MDSA/INSS nº 1 de 03/01/2017, Art. 8º caput e incisos, I, II e III – MODELO :

ANEXOS DA PORTARIA CONJUNTA MDS/INSS Nº 2, DE 30 DE MARÇO DE 2015 - DOU DE 09/04/2015

ASPECTOS PRÁTICOS IMPORTANTES

• A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarretaa suspensão do benefício, limitado a dois anos o recebimentoconcomitante da remuneração e do benefício.

• A cessação do benefício, não impede desde que preenchidos ecomprovados todos os requisitos para a concessão, de nova entradaconcessão do benefício.

CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO

Morte do beneficiário (não dá direito de pensão por morte aosdependentes

Quando cessar a incapacidade Renda mensal per capita ultrapassar o limite legal Cumulatividade com beneficio (salvo de assistência médica) Falta de comparecimento do beneficiário portador de deficiência ao

exame médico- pericial, por ocasião de revisão do benefício. Falta de apresentação pelo beneficiário da declaração de composição

do grupo familiar por ocasião da revisão do benefício. Quando constatada irregularidade na sua concessão ou utilização

PREVIDÊNCIA SOCIALArt. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral,de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios quepreservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados debaixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge oucompanheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para aconcessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdênciasocial, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiaisque prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar desegurados portadores de deficiência, nos termos definidos em leicomplementar§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou orendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao saláriomínimo.§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefícioserão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, emcaráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade desegurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base ovalor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nostermos da lei, obedecidas as seguintes condições:I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos decontribuição, se mulher;II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, semulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais deambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime deeconomia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e opescador artesanal.§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serãoreduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamentetempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil eno ensino fundamental e médio

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca dotempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rurale urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social secompensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a seratendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelosetor privado.§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serãoincorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária econsequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária paraatender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que sedediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de suaresidência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 desteartigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demaissegurados do regime geral de previdência social.

PREVIDÊNCIA SOCIAL LEI Nº 8.212/91

Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.Parágrafo único. A organização da Previdência Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes: a) universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição;b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo;c) cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição, corrigidos monetariamente;d) preservação do valor real dos benefícios;e) previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional.

FINALIDADE E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL LEI Nº 8.212/91

Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aosseus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo deincapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço,encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiameconomicamente.

Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:

I - universalidade de participação nos planos previdenciários;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populaçõesurbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;

IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos monetariamente;

V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;

VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;

VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;

VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados.Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII deste artigo será efetivada a nível federal, estadual e municipal.

PREVIDÊNCIA SOCIAL Segurados: é segurado da Previdência Social de forma compulsória, a pessoafísica que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de naturezaurbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não, bemcomo aquele que a lei define como tal, observadas quando for o caso, asexceções previstas no texto legal, ou exerceu alguma atividade dasmencionadas no período imediatamente anterior ao chamado “período degraça”.Beneficiários:

Segurados: art. 11, da Lei 8.213/91; art. 12 da Lei 8.212/91; art. 9º, do Decreto3.048/99; art. 2º e seguintes da IN INSS PRES 77/2015.

Dependentes: art. 16, da Lei 8.213/91; arts. 16 e 17 do Decreto 3.048/99; art.121 e seguintes da IN INSS PRES 77/2015.

SEGURADOS OBRIGATÓRIOS DO RGPS

Segurados obrigatórios: são os que exercem uma atividade remunerada quese encontra elencada no RGPS e, em razão disto, possuem filiaçãoobrigatória. Estão elencados no art. 11 da Lei n. 8.213/91, no art. 12 da Lei n.8.212/91 e no art. 9º do Decreto n. 3.048/99 e são classificados como:

Empregados; Empregados domésticos; Contribuintes individuais; Trabalhadores avulsos; e Segurados especiais.

Registre-se que os autônomos, equiparados aos empresários, não mais sãocategoria de segurados obrigatórios desde o advento da Lei n. 9.876/1999,que criou a categoria dos contribuintes individuais.

• EMPREGADO

• Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter nãoeventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretorempregado;

Assim, os empregados públicos, regidos pela CLT (ou seja, não estatutários), sãosegurados empregados.

De acordo com os arts. 173 e 175 da CF/88, há, em linhas gerais, duas categoriasprincipais de servidores públicos, considerado o tipo de vínculo que os une àAdministração: os estatutários, ocupantes de cargos públicos, cujos direitos e deveresfuncionais são estabelecidos em leis próprias (os estatutos), emanados do ente daFederação ao qual se vinculem (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios); e osempregados públicos, ocupantes de empregos públicos, cujo regime jurídico é o quese aplica aos trabalhadores da iniciativa privada com vínculo empregatício,estabelecido basicamente pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União,Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.É o caso de ministros, secretários, assessores, etc., desde que não pertençam a umregime próprio de previdência.

art. 40, § 13, da CF/88: “Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissãodeclarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporárioou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social”.

Portanto, toda pessoa que ocupe exclusivamente cargo em comissão, cargo temporário(Lei n. 8.745/93) ou emprego público (Lei n. 9.962/2000) é, necessariamente, vinculadaao RGPS como empregado.

O Decreto n. 3.048/99 esclarece melhor esta modalidade de segurado empregado aodizer no art. 9º, I, i: “o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município,incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo emcomissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

• O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que nãovinculado a regime próprio de previdência social;

É o caso, por exemplo, do vereador que não dispõe de RPPS.

Vale relembrar que não será filiado ao RGPS o congressista federal que optar por sefiliar ao Plano de Seguridade Social dos Congressistas (Lei n. 9.506/1997).

(Tema n. 691). Por unanimidade, o Pleno do STF fixou a seguinte tese: “Incidecontribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandatoeletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, a estados e ao Distrito Federalou a municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados aregime próprio de previdência”.

ANEXO VIII

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77 /PRES/INSS, DE 21 DE JANEIRO DE 2015

(TIMBRE DO ÓRGÃO OU ENTIDADE EMITENTE)

DECLARAÇÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

PARA FINS DE OBTENÇÃO DE BENEFÍCIO JUNTO AO INSS

ÓRGÃO EMITENTE: CNPJ:

DADOS PESSOAIS

NOME:

RG: ÓRGÃO EXPEDIDOR: DATA DE EXPEDIÇÃO:

CPF: TÍTULO DE ELEITOR: PIS/PASEP:

DATA DE NASCIMENTO: NOME DA MÃE:

ENDEREÇO:

DADOS FUNCIONAIS

CARGO EM COMISSÃO EXERCIDO:

Nº DA PORTARIA DE NOMEAÇÃO:

DATA DA ENTRADA EM EXERCÍCIO:

DATA DE PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL:

DATA DE ENCERRAMENTO/AFASTAMENTO:

Nº DA PORTARIA DE

EXONERAÇÃO/DISPENSA/DEMISSÃO:

DATA DE PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO

OFICIAL:

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES

NOME/MATRÍCULA/CARGO:

ASSINATURA E CARIMBO DO SERVIDOR

VISTO DO DIRIGENTE DO ÓRGÃO DE PESSOAL

NOME/MATRÍCULA/CARGO:

ASSINATURA E CARIMBO DO SERVIDOR

• EMPREGADO DOMESTICO:O empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua,

subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família,no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. Idade mínimapara ingresso como segurado empregado-doméstico é 18 (dezoito) anos.

PEDILEF 5003136-58.2012.4.04.7013 a TNU decidiu que “o caseiro de residência rural,sem finalidade lucrativa, é empregado doméstico, segurado obrigatório, que conservatal qualidade, ainda que seu empregador não proceda ao recolhimento pontual dascontribuições previdenciárias”.

PEDILEF 0008223-14.2009.4.03.6302 (Representativo de Controvérsia: Tema n. 155),apreciou a questão referente a “saber se é exigível o recolhimento de contribuiçãoprevidenciária do trabalhador doméstico para o fim de reconhecimento de laborprestado anteriormente à data da edição da Lei n. 5.859/72”, e firmou a tese de que“não é exigível que o trabalhador doméstico recolha contribuições à Previdência socialpara os períodos laborados antes da entrada em vigor da Lei n. 5.859/72”.

• CONTRIBUINTE INDIVIDUAL:

Duas categorias de contribuintes individuais podem optar pelo chamado PlanoSimplificado de Previdência:

O que trabalha por conta própria e não seja prestador de serviço à empresa ouequiparada; e

O Microempreendedor individual (MEI), assim entendido como o empresárioindividual que se enquadre na definição do art. 966 do Código Civil (lei n.10.406/2002).

O Plano Simplificado de Previdência é uma forma de inclusão previdenciária compercentual de contribuição reduzido, de 20% para 11% (no caso do CI quetrabalha por conta própria) ou para 5% (no caso do MEI), incidentes sobre 1 (um)salário-mínimo.

O segurado que optar por esse plano contribuirá com uma alíquota menor, mas seusalário de contribuição será, necessariamente, de apenas 1 (um) salário-mínimo. Daídecorre que eventuais benefícios previdenciários que posteriormente venha a recebertambém sejam no mesmo valor, de 1 (um) salário mínimo.

Contudo, o segurado que opta pelo Plano Simplificado não tem direito aaposentadoria por tempo de contribuição, e nem à contagem desse tempo decontribuição em outro regime previdenciário (contagem recíproca).

Se após o recolhimento no plano simplificado, o segurado pretender de contar essetempo de contribuição para fins de aposentadoria por tempo de contribuição ou deaverbação em outro regime previdenciário (contagem recíproca), ele deverá fazer acomplementação da contribuição mensal, mediante o recolhimento de mais 9% sobreo valor do salário mínimo que serviu de base para o recolhimento, acrescido de jurosmoratórios.

• TRABALHADOR AVULSO:

A principal característica dos trabalhadores avulsos é a prestação de serviços por meioda intermediação de mão de obra.

A Lei n. 8.213/1991 define como trabalhador avulso quem presta, a diversasempresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidosno Regulamento.

Portanto, a legislação federal nos remete ao regulamento, mais precisamente ao art.9º, VI, do Decreto n. 3.048/1999, que reza ser trabalhador avulso aquele que,sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas,sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mãode obra – OGMO ou do sindicato da categoria.

• SEGURADO ESPECIALDe acordo com o art. 195, § 8º, esta categoria engloba “o produtor, o parceiro, o meeiro e

o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, queexerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregadospermanentes”.

Conceito de segurado especial:A pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele

que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílioeventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: a) produtor, sejaproprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade agropecuária em área de até4 (quatro) módulos fiscais; ou de seringueiro ou extrativista vegetal que faça dessasatividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado, quefaça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge oucompanheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a esteequiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que,comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

IMPORTANTE!! Não é possível que uma pessoa seja segurado obrigatório efacultativo ao mesmo tempo. Dessa forma, caso o segurado obrigatório queiraaumentar o seu benefício futuro, deverá contribuir para um regime deprevidência complementar. A contribuição facultativa do segurado especial,prevista no art. 39, II, da Lei n. 8.213/91, não implica a sua filiação comosegurado facultativo.

EXEMPLOS DE FILIADOS FACULTATIVOSA dona-de-casa;O síndico de condomínio, quando não remunerado;O estudante;• O art. 13 da Lei n. 8.213/1991 dispõe que “é segurado facultativo o maior de 14

(quatorze) anos que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediantecontribuição, desde que não incluído nas disposições do art. 11”.

• Ocorre que a EC n. n. 20/1998 alterou a redação do art. 7º, XXXIII, da CF/1988, demodo que desde então é vedado o exercício de qualquer trabalho a menores de16 (dezesseis) anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos.

Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;O bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização,

pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que nãoesteja vinculado a qualquer regime de previdência social;

O presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquerregime de previdência social;

Art. 11º Lei nº 8.213/91

§ 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade desegurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdênciasocial, salvo na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que nãopermitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio.

§ 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo,gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, nãopodendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas acompetências anteriores à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.

§ 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolhercontribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade desegurad o, conforme o disposto no inciso VI do art. 13.

CONTIBUIÇÃO NO RGPS PARA SEGURADO INDIVIDUAL E FACULTATIVO

Art. 21. Lei nº 8212/91 - A alíquota de contribuição dos segurados contribuinteindividual e facultativo será de vinte por cento sobre o respectivo salário-de-contribuição.§ 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, a partir da data deentrada em vigor desta Lei , na mesma época e com os mesmos índices que os doreajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.

§ 2o No caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoriapor tempo de contribuição, a alíquota de contribuição incidente sobre o limitemínimo mensal do salário de contribuição será de:

I - 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte individual, ressalvadoo disposto no inciso II, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalhocom empresa ou equiparado e do segurado facultativo, observado o disposto naalínea b do inciso II deste parágrafo; (PLANO SIMPLIFICADO)

II - 5% (cinco por cento):

a) no caso do microempreendedor individual, de que trata o art. 18-A da LeiComplementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; e

b) do segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamenteao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente afamília de baixa renda.

Considera-se de baixa renda a família inscrita no Cadastro Único paraProgramas Sociais do Governo Federal – CadÚnico cuja renda mensal seja deaté 2 (dois) salários mínimos.

Concretamente, então, não pode fazer parte dessa categoria o segurado quepossuir renda própria de qualquer tipo (incluindo aluguel, pensãoalimentícia, pensão por morte, etc) ou exercer atividade remunerada.

§ 3o O segurado que tenha contribuído na forma do § 2o deste artigo e pretendacontar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção daaposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo decontribuição a que se refere o art. 94 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverácomplementar a contribuição mensal mediante recolhimento, sobre o valorcorrespondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição em vigor nacompetência a ser complementada, da diferença entre o percentual pago e o de20% (vinte por cento), acrescido dos juros moratórios de que trata o § 3o do art. 5oda Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.

§ 4º Considera-se de baixa renda, para os fins do disposto na alínea b do inciso II do§ 2º deste artigo, a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais doGoverno Federal - CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos.

§ 5º A contribuição complementar a que se refere o § 3o deste artigo será exigida aqualquer tempo, sob pena de indeferimento do benefício.

ASPECTOS PRÁTICOS PARA O SEGURADO FACULTATIVO

Tal como no Plano Simplificado, o segurado facultativo de baixa renda contribui comuma alíquota menor, mas seu salário de contribuição será, necessariamente, deapenas 1 (um) salário-mínimo. Daí decorre que eventuais benefícios previdenciáriosque posteriormente venha a receber também sejam no mesmo valor, de 1 (um)salário mínimo.

Também da mesma forma, o segurado facultativo de baixa renda não tem direito aaposentadoria por tempo de contribuição, e nem à contagem desse tempo decontribuição em outro regime previdenciário (contagem recíproca).

Por fim, vale registrar que, no caso do segurado facultativo de baixa renda, tambémexiste a possibilidade legal de posterior complementação das suas contribuiçõesprevidenciárias, para que eventualmente possa vir a pleitear aposentadoria portempo de contribuição ou averbação do tempo de contribuição em outro regimeprevidenciário (art. 21, § 3º., da Lei n. 8.212/1991).

QUALIDADE DE SEGURADO NO RGPS

Mantém a qualidade de segurado enquanto permanecer no exercício de atividaderegra geral, o segurado obrigatório. Com relação ao segurado facultativo, amanutenção da qualidade de segurado decorre do pagamento regular dascontribuições previdenciárias.

Contudo, o art. 15 da Lei n. 8.213/1991 prevê uma exceção entre a vinculação daqualidade de segurado e o pagamento das contribuições à previdência Social: é ochamado período de graça. Assim, temos que mantém a qualidade de segurado,independentemente de contribuições, quem está em período de graça.

Estando nessa situação, independentemente do recolhimento de contribuições, osegurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

I - sem limite de prazo enquanto o cidadão estiver recebendo benefício previdenciário, como auxílio-doença eaposentadoria por invalidez, bem como auxílio-acidente ou auxílio-suplementar;

II - até 12 (doze) meses após o término de benefício por incapacidade (por exemplo auxílio-doença), salário maternidade oudo último recolhimento realizado para o INSS quando deixar de exercer atividade remunerada (empregado, trabalhadoravulso, etc) ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;III - até 12 (doze) meses após terminar a segregação, para os cidadãos acometidos de doença de segregaçãocompulsória;IV - até 12 (doze) meses após a soltura do cidadão que havia sido detido ou preso;V - até 03 (três) meses após o licenciamento para o cidadão incorporado às forças armadas para prestar serviço militar;VI - até 06 (seis) meses do último recolhimento realizado para o INSS no caso dos cidadãos que pagam na condição de“facultativo”§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.Atenção: Súmula 27 da TNU. Outros meios de prova são admitidos (seguro desemprego, SINE, PAT, etc.).

Atenção: a ausência de registros no CNIS e na CTPS não constitui prova cabal do desemprego (Pet 7.115/PR, STJ).

Súmula da TNU 27: “A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho nãoimpede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em direito”.

PEDILEF 8710-71.2011.4.03.6315, a TNU adotou a tese segundo a qual “a prorrogaçãodo período de graça prevista no § 2º. do art. 15 da Lei n. 8.213/1991 somente se aplicaàs hipóteses de desemprego involuntário, o qual não se comprova pela simplesausência de anotação na CTPS, registros no CNIS ou exibição do Termo de Rescisão deContrato de Trabalho, devendo ser oportunizada a dilação probatória para afastar oexercício de atividade remunerada na informalidade”.

PERDA DA QUALIDADE

Segundo o art. 15, § 4º., da Lei n. 8.213/1991, a perda da qualidade de seguradoocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio daSeguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mêsimediatamente posterior ao do final dos prazos fixados nesse artigo e seusparágrafos.

De acordo com a legislação, a data em que será fixada a perda da qualidade desegurado será no 16º dia do 2º mês subsequente ao término do prazo em queestava no “período de graça”, incluindo-se as prorrogações se for o caso.

Por exemplo:

Cidadão foi demitido da empresa em 10/01/2018, ficou desempregado mas recebeuseguro-desemprego

período de graça comum = 12 meses = 31/01/2019

prorrogação (seguro-desemprego) = + 12 meses = 31/01/2020

data da perda da qualidade = 16/03/2020

Como pode ser visto no exemplo, apesar de a data do período de graça em termosgerais terminar no dia 31/01/2020, já com a prorrogação pelo fato do cidadão terrecebido seguro-desemprego, a data de fixação da perda desta qualidade se darásomente em 16/03/2020 (16º dia do 2º mês subsequente ao término do “períodode graça”). Art. 15, § 4º da lei 8213/91 e art. 138 § 1º da IN 77/2015.

RECUPERAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO

A reaquisição da qualidade de segurado ocorre quando o indivíduo volta a exerceratividade remunerada, para os segurados obrigatórios, e por meio do novorecolhimento de contribuições, para os segurados facultativos.

Entretanto, a reaquisição da qualidade de segurado não implicará automaticamenteo retorno ao status inicial. É até possível o aproveitamento das contribuiçõesvertidas antes da perda da qualidade de segurado; entretanto, existe a necessidadede cumprimento do requisito previsto no art. 24, parágrafo único, da Lei n.8.213/1991, ou seja, da carência.

“Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carênciapara a concessão dos benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá contar, apartir da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nosincisos I e III do caput do art. 25 desta Lei.”

CARÊNCIA

Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo decontribuições indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. É uminstrumento de equilíbrio financeiro e atuarial, para a Previdência Social. (art.24, da Lei 8.213/91).

Fundamentação: art. 24 e ss. da Lei 8.213/91, art. 26 e ss., do Decreto3.048/99, art. 145 e ss. da IN 77/2015.

ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE A CARÊNCIA

• A carência exigida para a concessão dos benefícios devidos pelaPrevidência Social será sempre aquela prevista na legislaçãovigente, na data em que o beneficiário tenha implementadotodos os requisitos para a concessão. Parágrafo único, art. 145 daIN 77/2015.

• O período de carência será considerado de acordo com a filiação,a inscrição ou o recolhimento efetuado pelo segurado daPrevidência Social, conforme tabela do art. 146 da IN 77/2015.

FORMA DE FILIAÇÃO A PARTIR DE DATA LIMITE INÍCIO-CÁLCULO

Empregado Indefinida Sem limite Data da Filiação

Avulso Indefinida Sem limite Data da Filiação

EmpresárioIndefinida 24/7/1991 Data da Filiação

25/7/1991 28/11/1999 Data da 1ª contribuição sem atraso

Doméstico8/04/1973 24/7/1991 Data da Filiação

25/7/1991 Sem limite Data da 1ª contribuição sem atraso

Facultativo 25/7/1991 Sem limite Data da 1ª contribuição sem atraso

Equiparado a autônomo

5/9/1960 9/9/1973 Data da 1ª contribuição

10/9/1973 1º/02/1976 Data da inscrição

2/02/1976 23/01/1979 Data da 1ª contribuição sem atraso

24/01/1979 23/01/1984 Data da inscrição

24/01/1984 28/11/1999 Data da 1ª contribuição sem atraso

Empregador rural 1º/01/1976 24/7/1991 Data da 1ª contribuição sem atraso

Contribuinte em dobro 9/1960 24/7/1991 Data da Filiação

Segurado especial que não optou contribuir

facultativamente (§ 2º do art. 200 do RPS)Indefinida Sem limite Data da Filiação

Segurado especial que optou contribuir

facultativamente (§ 2º do art. 200 do RPS)11/1991 Sem limite Data da 1ª contribuição sem atraso

Autônomo

5/9/1960 9/9/1973 Data do 1º pagamento

10/9/1973 1º/02/1976 Data da inscrição

2/02/1976 23/01/1979 Data da 1ª contribuição sem atraso

24/01/1979 23/01/1984 Data da inscrição

24/01/1984 28/11/1999 Data da 1ª contribuição sem atraso

Contribuinte Individual 29/11/1999 Sem limite Data da 1ª contribuição sem atraso

Contribuinte Individual (prestador de serviços a

empresa - inclusive - "empresário")1º/04/2003 Sem limite Data da filiação

BENEFÍCIOS ISENTOS DE CARÊNCIA

Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente;

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente dequalquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bemcomo nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido dealguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelosMinistérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos,de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiênciaou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçamtratamento particularizado;

TUBERCULOSE ATIVAHANSENÍASEALIENAÇÃO MENTALNEOPLASIA MALIGNACEGUEIRAPARALISIA IRREVERSÍVEL E INCAPACITANTECARDIOPATIA GRAVEDOENÇA DE PARKINSONESPONDILOARTROSE ANQUILOSANTENEFROPATIA GRAVEESTADO AVANÇADO DA DOENÇA DE PAGET (OSTEÍTE DEFORMANTE)SÍNDROME DA DEFICIÊNCIA IMUNOLÓGICA ADQUIRIDA-AIDSCONTAMINAÇÃO POR RADIAÇÃO, COM BASE EM CONCLUSÃO DA MEDICINA ESPECIALIZADAHEPATOPATIA GRAVE

III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aossegurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei;

IV - serviço social;

V - reabilitação profissional.

VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadoraavulsa e empregada doméstica

BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – ART. 18 DA 8.213/91:

4 APOSENTADORIAS –

Idade Art. 48 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

Tempo de contribuição - Art. 52 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

Especial Art. 57 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

Invalidez - Art. 42 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

3 AUXÍLIOS –

Doença – Art. 59 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

Acidente – Art. 86 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

Reclusão - Art. 80 e paragrafo único da Lei 8213/91 - DEPENDENTE

2 SALÁRIOS –

Maternidade – Art. 71 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

Família - Art. 65 e ss. da Lei 8213/91 – SEGURADO

1 PENSÃO –

Morte - Art. 74 e ss. da Lei 8213/91 - DEPENDENTE

DEPENDENTES NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 16 Lei Nº 8213/91 - São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição dedependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; -1ª CLASSE - Prova da união estável por 03 documentos: STJ, AR 2.905/PE.II - os pais; - 2ª CLASSE

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenhadeficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; - 3ª CLASSE

§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os dasclasses seguintes.

§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde quecomprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. Menor sob guarda: REsprepetitivo 1.411.258/RS

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com osegurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve sercomprovada.

“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência,

então, não é um modo de agir, mas um hábito.”

PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTI

@drapatriciabonetti

[email protected]