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Professor: como aproveitar melhor suas provas, da elaboração à correção

Professor - blog.meritt.com.br · perguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora em psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que não se deve

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Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

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SUMÁRIO

pg3_1. Introdução

pg4 _2. Os modelos de provas

pg6 _3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

pg7_4. Como fazer uma prova que realmente avalie seus alunos

pg10_ 5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

pg11_6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

pg13_7. Para além da nota. O que os dados de uma avaliação podem indicar

pg14_8. A tecnologia aliada à correção de provas

pg15_9. Conclusão

Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

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1. Introdução

Atualmente, surgem cada vez mais modelos de avaliação contínua que questionam a aplicação de provas e que ganham força nas escolas e nos materiais didáticos. Mas a verdade é que as provas ainda são um instrumento importantíssimo não apenas para detectar o conhecimento alcançado até aquele momento pelo aluno, mas também para evidenciar outras informações que vão além do conteúdo curricular.

"Apesar da necessidade de tornar a avaliação contínua e diversificada, a simples observação do professor nunca é suficientemente profunda e individualizada em uma classe com dezenas de estudantes. A avaliação por escrito, portanto, sempre terá sua importância",

afirma a consultora Jussara Hoffmann, autora de livros sobre avaliação e crítica de testes feitos somente para atribuir pontos aos alunos.

Percebemos então que, embora as provas continuem sendo importantes, é preciso repensar as formas de utilizá-las, abandonando o estilo "decoreba"e criando maneiras mais elaboradas e completas de avaliar os estudantes. Assim, com alguns cuidados e com uma abordagem planejada, épossível utilizar questões dissertativas e objetivas para verificaro aprendizado de fatos, conceitos e habilidades.

Além de avaliar os alunos, o resultado das provas também é um parâmetro para que o professor melhore seu planejamento e atuação em sala de aula.E pode servir, inclusive, para que toda a instituição de ensino reavalieseus métodos de ensino-aprendizagem e a relação entre os profissionaisde educação, os alunos e a comunidade.

Por isso, neste e-book abordamos diversos conceitos sobre aaplicação de provas e como melhorá-las desde a elaboraçãoaté a correção das avaliações.

Acompanhe!

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Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

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2. Os modelos de provas

De acordo com com a pedagoga Regina Haydt (1988), é necessárioutilizar diversas formas de avaliação para obter uma análise completado aprendizado do aluno. Essas avaliações devem ser escolhidasconforme os objetivos traçados para o processo de ensino-aprendizagem. Dentre os modelos de avaliação presentes no dia a dia das instituiçõesde ensino, destacamos os mais comuns, com suas características eo tipo de conhecimento que analisam: provas dissertativas,provas objetivas e provas orais.

Provas dissertativas

Segundo Haydt, a prova dissertativa ou discursiva é aquela que o aluno responde por meio de suas próprias palavras. Ela pode ser formada por uma ou mais questões e costuma ser apresentada como uma afirmação a ser desenvolvida ou com o título de um tema. Entre os formatos comuns, estão os problemas matemáticos, os estudos de caso e as redações.

Esse tipo de avaliação é especialmente indicado para examinar determinadas capacidades intelectuais, como a habilidade de organizar, analisar e discorrer sobre os conteúdos aprendidos, traçar uma correlação entre acontecimentos e/ou conceitos, fazer a interpretação de informações, comentar ou concluir sobre um determinado assunto, avaliar de forma crítica uma ideia e

expressar opiniões, sempre escrevendo de maneira objetiva e precisa.

No desenvolvimento da prova dissertativa o estudante é livre para usar seu vocabulário e organizar as ideias da forma que achar mais adequada. Ao fazer isso, ele se foca nos aspectos mais gerais da matéria estudada, enfatizando ligações entre os conceitos, e não se concentra apenasem questões específicas do conhecimento.

Entre algumas vantagens desse tipo de prova estão: a possibilidade de avaliar processos mentais superiores - como a capacidade de analisar, organizar e sintetizar o conhecimento -, e a habilidade de exprimir ideias e opiniões. O modelo também evita que o aluno acerte por adivinhação, já que ele precisa organizar a resposta com base no conhecimento quepossui; é mais rápido e simples de organizar, pois costuma-se gastarmenos tempo para elaborá-la (devido ao menor número de questões);pode ser passado aos alunos diretamente na lousa, uma vez quecontém poucas questões, possibilitando assim que eles as copiem.

Por outro lado, esse tipo de prova também possui desvantagens: há mais complexidade na correção, pois as respostas não são objetivas e, por isso, muitas vezes não há concordância entre aluno e professor (às vezes, mesmo entre professores) do quanto da resposta dada está correta; exige mais tempo para correção, pois possibilita respostas amplas e variadas, que podem ser abordadas e diferentes pontos de vista. Por isso a leitura das respostas, a análise e a atribuição de notas é mais demorada e trabalhosa.

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Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

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Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

Page 6: Professor - blog.meritt.com.br · perguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora em psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que não se deve

Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

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Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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Análise dos resultadosUma prova bem elaborada possibilita detectar quais são as deficiências dos estudantes. Caso erros recorrentes sejam percebidos, é necessário avaliar se tal conteúdo não deve ser retomado em sala de aula.

ChecagemA avaliação deve passar pelas mãos de outro profissional antes de ser dada aos alunos. Isso ajuda a examiná-la de forma mais criteriosa para ter certeza de que está avaliando bem os alunos. Além disso, a revisão da prova é necessária para fazer ajustes nos conteúdos e enunciados.

VocabulárioEvite utilizar termos vagos, que não especificam o que se quer do aluno. "Na sua opinião", "comente" ou "explique" são muito vagos. É melhor usar expressões como "justifique" e "relacione".

5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

Page 8: Professor - blog.meritt.com.br · perguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora em psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que não se deve

Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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EspaçoDefinir o número de linhas de uma resposta para evitar colocações excessivamente extensas ou curtas, e descontar erros de português em outras disciplinas também é uma forma de avaliar a compreensão dos alunos.

TempoComo falamos, provas longas demais podem ser ruins para alunos menores de 12 anos. Por isso, cronometre a avaliação para saber se ela está durando o tempo necessário e se as questões não estão exigindo dedicação demais dos estudantes.

NívelÉ sempre bom ressaltar: equilibre o número de questões fáceis, médias e difíceis.

RaciocínioTente não colocar questões do tipo "decoreba", como "o que é…?". Em vez disso, proponha questionamentos que estimulem o aluno a relacionar conteúdos aprendidos em sala de aula.

PesquisaEssa parece uma prática óbvia, mas é esquecida por muitos professores. Prepare-se para elaborar a avaliação. Tenha o costume de reunir bons exercícios como referência para criar boas provas e relacione sempre o tema das questões com assuntos atuais.

5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

Page 9: Professor - blog.meritt.com.br · perguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora em psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que não se deve

Para além das boas práticas gerais, há também uma série de dicas para fazer boas questões em cada modelo de prova.

Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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Questões dissertativasDefina claramente as tarefas solicitadas, tanto no que se refere à abrangência das respostas e nos aspectos a abordar, quanto à estruturação de itens. Além disso, inclua todos os dados necessários. A falta ou o excesso de informações prejudica o entendimento do enunciado e pode levar a uma questão sem resposta.

É recomendado que a demanda apresentada no enunciado da questão seja explicitada. Por isso é indicado o uso em caixa alto dos comandos. Exemplos: CITE, EXPLIQUE, JUSTIFIQUE, DESCREVA, ENUMERE, RELACIONE etc.

Questões objetivasAs questões objetivas devem ter uma única resposta correta, formulação precisa e lógica, com as informações necessárias para que não haja dúvidas. Devem ter um foco claro e a leitura do enunciado deve permitir a antecipação da natureza das alternativas e possibilitar a compreensão imediata doobjetivo das questões, independentemente da leitura das alternativas.

Também é indicado que sejam colocadas de maneira positiva,ou seja, evitando termos como "exceto", "não", "incorreto", "errado". Também não induza o aluno ao erro e não favoreçao acerto por exclusão (evite palavras como "totalmente", "geralmente", "apenas", "somente", "sempre" etc.), efrases idênticas ao material de estudo.

Aborde conteúdos relevantes, evitando a memorizaçãode detalhes irrelevantes. As respostas devem serplausíveis, evitando erros e conteúdos absurdos.

5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

Page 10: Professor - blog.meritt.com.br · perguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora em psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que não se deve

Provas objetivasConforme Haydt, avaliações objetivas, também chamadas de testes,podem ser consideradas fidedignas e válidas desde que sejam bem elaboradas. Isso depende, sobretudo, de uma boa construção dasperguntas e das opções de respostas.

Mas isso não significa que esse tipo de prova não tenha vantagens.Muito pelo contrário. Entre elas, podemos destacar: julgamentorápido e objetivo, já que é mais simples corrigi-las, uma vez quegeralmente só aceitam uma resposta.

A pedagoga Ethel Medeiros (1974) afirma que, se na prova dissertativa é o professor que precisa decidir se cada resposta individual é aceitável e qual é o peso de cada erro, nas avaliações objetivas os princípios do educador não podem interferir, pois existe uma resposta certa predeterminada.

Outro benefício desse tipo de avaliação é que todas as provas são corrigidas sob o mesmo critério, e o estado de ânimo do professor, por exemplo, não interfere no julgamento. Ou seja: suas preferências pessoais, humor ou cansaço e nem mesmo a caligrafia dos alunos pode influenciar na decisão.

Contudo, também há desvantagens, como a necessidade que a prova seja digitada, impressa e reproduzida. Além disso, esse tipo de avaliação não permite analisar a habilidade de o estudante se expressar.

As questões objetivas, podem possuir diferentes formatos: associação,

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Questões oraisOlhe sempre para o aluno na hora da pergunta, falando pausada-mente e com segurança. Mantenha uma postura que não demonstre arrogância nem intimide o estudante, mas ao mesmo tempo passe que você domina o assunto que está cobrando.

5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

lacuna, proposições múltiplas, ordenação, resposta curta, verdadeiro/falso, múltipla escolha (afirmação incompleta, resposta única, interpretação, complementação múltipla e asserção/razão).

Provas orais

A prova oral é um dos modelos de avaliação mais antigos que seconhece e já foi muito utilizado por professores. Hoje em dia, noentanto, é menos utilizada. O formato possibilita verificar como oestudante reflete e se expressa sobre determinado tema. Ela analisa capacidades e conhecimentos de expressão oral. Dessa forma, éimportante, sobretudo, para o aprendizado de idiomas, em especialna avaliação de vocabulário, fluência e pronúncia.

Mas esse modelo possui algumas desvantagens também: é difícilaplicá-lo em turmas muito grandes, pois como o educando éanalisado individualmente, acaba exigindo muito tempo. Assim,é melhor usá-lo com um grupo pequeno.

Há ainda outras desvantagens: não é possível avaliar muito do conhecimento, já que é difícil realizar muitas perguntas; as habilidades pessoais do aluno - timidez simpatia, fluência verbal, entre outras - interferem na análise; o critério é subjetivo; o ambiente e asquestões mudam de acordo com o momento em que a provaé feita, podendo prejudicar/auxiliar este ou aquele aluno.

E, pelo fato de que as turmas são formadas de um número cada vez maior de alunos, é difícil analisá-los individualmente com testes orais.

3. Como equilibrar questões fáceis, médias e difíceis

Na hora de elaborar uma prova, é comum que professores sedeparem com a seguinte questão: devo me concentrar na criaçãode questões fáceis, médias ou difíceis?

O segredo é tentar manter um equilíbrio entre elas, ou seja, épreciso que a prova tenha um número semelhante deperguntas fáceis, médias e difíceis. Lea Depresbiteris, doutora empsicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, afirma que nãose deve aplicar exames que sejam muito fáceis ou muito difíceis.

A proposta é de que o nível de desafio não deve ser tão alto que rustre o aluno nem tão baixo que ele se sinta desmotivado.

Mas como medir isso? É claro que o nível de dificuldade de uma questão é subjetivo, uma vez que vai depender de cada aluno e de como ele assimilou o conteúdo, e é difícil classificá-las antes de os alunos responderem.

Uma forma de classificar é aplicar questões já realizadas em provas

anteriores e buscar o índice de acerto de cada uma delas. Se a perguntafoi acertada pela maioria dos alunos (acima de 70%), é um forte indíciode que seja fácil; já uma pergunta mediana terá sido acertada por cercade metade dos alunos (entre 30% e 69%). E a questão difícil provavelmente será acertada por menos alunos (abaixo de 29%).

Outra maneira de classificar é fazer algumas perguntas semelhantesàs que estarão na prova alguns dias antes, de forma oral ou natarefa de casa. Dependendo do nível de acerto, você saberá sea pergunta é fácil, média ou difícil, e poderá aplicar perguntassemelhantes no teste de modo equilibrado.

De qualquer forma, ter perguntas com diferentes níveis dedificuldade é essencial para poder perceber o que os alunosestão aprendendo. Afinal, questões que todos acertam ouque todos erram não permitem esse tipo de análise.

O tempo de prova também pode influenciar em sua dificuldade ou facilidade. Em se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, o ideal é que a avaliação não tome muito tempo, pois são grandes as chances de eles dispersarem a atenção, que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, tente manter o tempo do teste dentro de mais ou menos uma hora. Além disso, para cansar menos os alunos, opte por equilibrar perguntas dissertativas e objetivas, e lembre-se de pedir para que os estudantes leiam muito bem os enunciados antes de responder às questões.

E não se esqueça também de que a dificuldade das perguntas deveestar no conteúdo e não na sua formulação. Por isso os enunciadosdevem ser fáceis de entender e todas as informações necessáriaspara a resolução devem estar no item da pergunta.

4. Como fazer uma prova querealmente avalie seus alunos

Como dissemos anteriormente, os diferentes tipos de provapossuem diferentes objetivos e, por isso, não há apenas umque seja adequado. Isso dependerá do tipo de conhecimentoque se quer avaliar e como ele será abordado.

Contudo, algumas boas práticas são comuns atodos os tipos de prova. São elas:

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

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5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

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Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

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5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

Mas como fazer para identificar se o aluno cumpriu ou não com as proposições indicadas na chave de correção? Uma das formas éincluir uma tabela na chave de correção, que auxilie na classificaçãodas respostas dos alunos, como a vista a seguir:

Procure também corrigir pergunta por pergunta e não prova por prova, pois, dessa forma, você compara as respostas dos alunos entre si e consegue observar se as proposições da chave de correção foram cumpridas, tendo em vista o padrão definido. Anote também os erros dos estudantes para criar uma estratégia de recuperação posterior.

Se o tema for apenas um, ou se a avaliação contiver apenas umexercício, separe as provas em grupos conforme o desempenho(por exemplo: boas, satisfatórias, insatisfatórias) e depois atribuagraduações no âmbito de cada categoria. Por fim, procure ser o maisobjetivo possível na correção dentro dos critérios estabelecidos. Se for possível, mantenha o anonimato dos estudantes.

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CONSEGUIU PLENAMENTE

CONSEGUIU PARCIALMENTE

OBJETIVOSNÃO

CONSEGUIU

Classificar as expressões algébricas

Identificar termo algébrico

Identificar partes de um monômio

Reduzir termos semelhantes

Calcular o valor numérico de expressões algébricas

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

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5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

7. Para além da nota. O que os dados de uma avaliação podem indicar

Quando se fala em avaliação do processo ensino-aprendizagem,estamos nos referindo à verificação do nível de aprendizagem dosalunos, isto é, o que eles aprenderam. Nesse sentido, a avaliaçãopode ser dividida em diversas funções, como, por exemplo:

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1) Avaliação diagnósticaA avaliação diagnóstica é realizada no início do curso,período letivo ou unidade de ensino, com a intenção dedetectar se os alunos dominam ou não os pré-requisitos imprescindíveis, ou seja, se têm os conhecimentos ehabilidades necessários para as novas aprendizagens.

É também usada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identificar suas possíveis causas, numa tentativade saná-los. Assim, sempre que é detectado que um estudante demonstrou não dominar a habilidade ou o conteúdo dado nocurso ou período letivo anterior, é necessário, em primeirolugar, definir quais as ações serão necessárias para recuperaro conteúdo ou habilidade ainda não dominada.

2) Avaliação formativaA avaliação formativa é feita no decorrer do período letivo, com o

objetivo de verificar se os alunos estão atingindo os objetivosprevistos, isto é, quais os resultados alcançados durante o desenvolvimento das atividades. Assim, a avaliação formativavisa a determinar se o aluno domina cada etapa da instrução.

É por meio da avaliação formativa que o aluno percebe seus errose acertos, o que orienta tanto o estudo do aluno quanto o trabalhodo professor. Por isso a avaliação formativa pode ser utilizadacomo recurso de ensino e como fonte de motivação.

Esse tipo de avaliação também possibilita que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, permitindo que reformule seu trabalho didático para aperfeiçoá-lo. Quando bem realizada, a avaliação formativa permite que a maioria dos alunos alcance o

Assim, sempre que é detectado que um estudante demonstrounão dominar a habilidade ou o conteúdo dado no curso ouperíodo letivo anterior, é necessário, em primeiro lugar,definir quais as ações serão necessárias para recuperar oconteúdo ou habilidade ainda não dominada.

Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

objetivo desejado. Ela pode servir como controle de qualidade para certificar que cada ciclo novo de ensino-aprendizagem alcance resultados tão bons ou melhores que os anteriores.

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5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

8. A tecnologia aliada à correção de provas

Já sabemos que a tecnologia está a cada dia mais presente em nossas vidas e também no processo de ensino-aprendizagem. Nos últimos anos, os cursos online se multiplicaram, possibilitando que cada vez mais pessoas tenham acesso à educação, sem a barreira da sala de aula presencial e dos horários limitados. Hoje em dia, é possível que estudantes façam praticamente qualquer curso, iniciando a qualquer momento do ano, assistindo às aulas e fazendo as avaliações a qualquer hora do dia.

Mas como isso se reflete na correção de provas? De várias formas,que começam antes mesmo da aplicação da avaliação.

Por exemplo: se a instituição de ensino e/ou o professor utilizarmétodos online para fornecer o conteúdo dado em sala de aula, épossível criar formas para controlar se o estudante está ou nãoacessando esses conteúdos, o que é um bom indicativo parasaber se o aluno está estudando o não.

Além de controlar melhor quais são as fontes de pesquisa e estudodo aluno, essa maneira de fornecer o conteúdo também permite,inclusive, que os professores usem o mínimo acesso ao conteúdo comoforma de avaliação. Assim, os alunos que mais acessarem a plataformaonde o material está sendo oferecido recebem uma nota maior, jáque a participação e a interação com o conteúdo é maior.

Além disso, professores também podem utilizar aplicativos para corrigir

2) Avaliação formativaA avaliação formativa é feita no decorrer do período letivo, com o

objetivo de verificar se os alunos estão atingindo os objetivosprevistos, isto é, quais os resultados alcançados durante o desenvolvimento das atividades. Assim, a avaliação formativavisa a determinar se o aluno domina cada etapa da instrução.

É por meio da avaliação formativa que o aluno percebe seus errose acertos, o que orienta tanto o estudo do aluno quanto o trabalhodo professor. Por isso a avaliação formativa pode ser utilizadacomo recurso de ensino e como fonte de motivação.

Esse tipo de avaliação também possibilita que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, permitindo que reformule seu trabalho didático para aperfeiçoá-lo. Quando bem realizada, a avaliação formativa permite que a maioria dos alunos alcance o

3) Avaliação SomativaPor fim, a avaliação somativa tem função classificatória e é realizada ao final de um curso, período letivo ou unidade de ensino paraclassificar os alunos de acordo com níveis de aproveitamento previamente estabelecidos, visando à promoção do estudantede uma série para outra, ou de um grau para outro.

Há casos em que alunos que apresentam bom desempenho nosoutros tipos de avaliação podem ter uma performance ruim nestetipo. Quando isso acontece, é necessário que o professor busque entender os motivos de tal desempenho, que muitas vezes podeestar associado a outros problemas que não a assimilação doconteúdo. Assim, convém decidir se este aluno deve ser avaliado novamente e se outras formas de avaliação podem ser utilizadas.

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Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

objetivo desejado. Ela pode servir como controle de qualidade para certificar que cada ciclo novo de ensino-aprendizagem alcance resultados tão bons ou melhores que os anteriores.

provas. Isso facilita não só a correção em si, mas a formulaçãoda avaliação. Por exemplo: o professor não precisa ter medo decolocar questões demais ou que levem muito tempo para corrigir,uma vez que o aplicativo fará a correção.

Geralmente, esses aplicativos funcionam da seguintemaneira: eles conseguem ler as respostas e corrigi-lasa partir o gabarito que você configurou.

Por fim, é possível também aplicar provas online, por meio deplataformas nas quais você constrói as avaliações e que tambémjá possibilitam a autocorreção. Em geral, elas permitem inclusiveque você selecione questões de bancos de dados ou crie novas,conforme os conteúdos ensinados em sala de aula. Algumas dessas ferramentas ainda oferecem opções de devolutivas pedagógicasimediatas, específicas e personalizadas, relatórios para toda a equipede educação e também a execução de simulados para provas.

9. Conclusão

Como vimos, a avaliação é parte integrante do processo de ensino-aprendizagem e é um instrumento imprescindível à verificação do aprendizado do aluno. Ao mesmo tempo, oferece subsídios para uma tomada de decisão no sentido de melhorar a qualidade de ensino.

Porém, é preciso ter em mente que, assim como os métodos de ensino, as

avaliações precisam evoluir não só para conseguir analisar de formaeficiente os conteúdos dados em sala de aula, como também paradespertar o interesse dos alunos e, com isso, contribuir para umprocesso de ensino-aprendizagem construído não apenas peloseducadores, mas também com o auxílio dos estudantes.

Assim, é imprescindível que hoje se utilize a tecnologia nesse sentido.Uma vez que os alunos estão cada vez mais inseridos e familiarizados com as ferramentas digitais, fica claro que é necessário incluí-lastambém em sua rotina de aprendizado e avaliação.

Por isso, não tenha receio de experimentar formatos inovadores eprodutivos para avaliar seus alunos. Só não se esqueça de que émuito importante que esses formatos estejam sempre de acordocom as finalidades e os objetivos pretendidos, com o assunto avaliado,a área disciplinar e o nível de escolaridade dos estudantes. Combinarplanejamento e inovação é uma forma de trazer mais resultados, tantopara alunos quanto para professores e instituições de ensino.

Bons estudos!

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5. Como identificar alunos que acertaram questões no chute

O "chute" nas questões, ou seja, responder à pergunta sem de fato sabera resposta, é algo que acontece frequentemente nas provas, em especial nas objetivas, já que muitas vezes o aluno tem a seu favor o simples fato de que, qualquer que seja sua escolha, há uma probabilidade dele acertá-la.

Porém, existem algumas formas de identificarse um aluno está "chutando"ou não.

Uma delas é a Teoria de Resposta ao Item, a TRI. Esse sistema afasta o componente sorte na hora de responder às questões. Isso porque eleatribui um valor às questões, divididas por grau de dificuldade, com o objetivo de identificar o perfil de cada candidato.

8. A tecnologia aliada à correção de provas

Já sabemos que a tecnologia está a cada dia mais presente em nossas vidas e também no processo de ensino-aprendizagem. Nos últimos anos, os cursos online se multiplicaram, possibilitando que cada vez mais pessoas tenham acesso à educação, sem a barreira da sala de aula presencial e dos horários limitados. Hoje em dia, é possível que estudantes façam praticamente qualquer curso, iniciando a qualquer momento do ano, assistindo às aulas e fazendo as avaliações a qualquer hora do dia.

Mas como isso se reflete na correção de provas? De várias formas,que começam antes mesmo da aplicação da avaliação.

Por exemplo: se a instituição de ensino e/ou o professor utilizarmétodos online para fornecer o conteúdo dado em sala de aula, épossível criar formas para controlar se o estudante está ou nãoacessando esses conteúdos, o que é um bom indicativo parasaber se o aluno está estudando o não.

Além de controlar melhor quais são as fontes de pesquisa e estudodo aluno, essa maneira de fornecer o conteúdo também permite,inclusive, que os professores usem o mínimo acesso ao conteúdo comoforma de avaliação. Assim, os alunos que mais acessarem a plataformaonde o material está sendo oferecido recebem uma nota maior, jáque a participação e a interação com o conteúdo é maior.

Além disso, professores também podem utilizar aplicativos para corrigir

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Funciona assim: os estudantes que erram as proposições fáceis naturalmente não costumam ir bem nas mais complexas. Por outro lado, aqueles que acertam as difíceis costumam ir bem nas mais simples.

Usando essa lógica, se o aluno acertou uma questão difícil mas errou uma fácil que cobrou o mesmo tema, pode-se concluir que o acerto foi por acaso.

Essa forma de corrigir pode ser muito útil não só como "chutômetro", mas também para tentar entender as habilidades dos estudantes de forma mais precisa. Fazendo uma analogia, é como se cada questão fosse "calibrada"

passasse a indicar o que o aluno realmente sabe e quais habilidades ele possui. É como se, em vez de medirmos algo em centímetros, passássemos a medir em milímetros, aumentando a precisão.

Para se ter uma ideia de como o sistema realmente funciona: elefoi adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já háalguns anos para pontuar os candidatos de acordo com as perguntasque acertassem, e não somente pelo número de acertos.Ou seja: mesmo acertando um mesmo número de questões,duas pessoas poderiam não ganhar a mesma nota.

Exemplo: se o candidato acertar 20 perguntas, sendo 15 fáceis e cinco médias, terá uma nota mais baixa do que quem acertar também 20 questões, mas quem sejam 13 fáceis, cinco médias e duas difíceis.

Mesmo sem utilizar uma metodologia mais complexa como a TRI, hoje existem aplicativos que mapeiam o nível de dificuldade de cada questão (a

partir dos acertos naquele teste) e avaliam a coerência pedagógicade cada estudante (a relação de acertos e erros levando-se em contao nível de dificuldade mapeado). A partir daí é gerado um indicadorde coerência para cada aluno. Com este indicador o professor poderáou não ponderar os pontos obtidos no teste.

6. Como corrigir questões discursivas com uma chave de correção

De acordo com o educador José Carlos Libâneo, a finalidade das provas não é aprovar ou reprovar, dar notas altas ou baixas, ou conseguir (ou não) a adesão dos alunos para determinados comportamentos considerados ade-quados pela comunidade escolar. A sua aplicação deve levar em conta os objetivos que a escola e os professores têm a intenção de atingir e, principal-mente, o rendimento dos alunos em relação ao conteúdo dado em sala.

Por isso, assim como nas provas objetivas, é preciso ter um recurso que ajude a mensurar esse rendimento. Nas objetivas, temos os gabaritos. Já nas provas dissertativas, podemos contar com uma chave de correção.

A chave de correção é um instrumento que dá indicadores sobre o desempe-nho dos alunos, orientando na retomada da aprendizagem, quando isso se mostra necessário. Observe o exemplo abaixo:

O texto será avaliado levando-se em consideração os seguintes critérios:

a) produção do gênero textual proposto no comando da questão;

b) presença de marcas características do gênero textual solicitado;

c) uso da variedade linguística adequada ao gênerotextualsolicitado e à situação de comunicação;

d) uso adequado de elementos coesivos;

e) coerência entre o ponto de vista defendido eos argumentos apresentados;

f) consistência argumentativa.

Obterá nota zero na questão discursiva o estudante que:

a) não responder à questão;

b) escrever com letra ilegível;

c) escrever sobre tema diverso do proposto;

d) abordar o tema sob enfoque diverso do proposto;

e) identificar-se indevidamente ou fora do local apropriado;

f) redigir as respostas com lápis grafite ou caneta de corda tinta diferente da estabelecida;

provas. Isso facilita não só a correção em si, mas a formulaçãoda avaliação. Por exemplo: o professor não precisa ter medo decolocar questões demais ou que levem muito tempo para corrigir,uma vez que o aplicativo fará a correção.

Geralmente, esses aplicativos funcionam da seguintemaneira: eles conseguem ler as respostas e corrigi-lasa partir o gabarito que você configurou.

Por fim, é possível também aplicar provas online, por meio deplataformas nas quais você constrói as avaliações e que tambémjá possibilitam a autocorreção. Em geral, elas permitem inclusiveque você selecione questões de bancos de dados ou crie novas,conforme os conteúdos ensinados em sala de aula. Algumas dessas ferramentas ainda oferecem opções de devolutivas pedagógicasimediatas, específicas e personalizadas, relatórios para toda a equipede educação e também a execução de simulados para provas.

9. Conclusão

Como vimos, a avaliação é parte integrante do processo de ensino-aprendizagem e é um instrumento imprescindível à verificação do aprendizado do aluno. Ao mesmo tempo, oferece subsídios para uma tomada de decisão no sentido de melhorar a qualidade de ensino.

Porém, é preciso ter em mente que, assim como os métodos de ensino, as

avaliações precisam evoluir não só para conseguir analisar de formaeficiente os conteúdos dados em sala de aula, como também paradespertar o interesse dos alunos e, com isso, contribuir para umprocesso de ensino-aprendizagem construído não apenas peloseducadores, mas também com o auxílio dos estudantes.

Assim, é imprescindível que hoje se utilize a tecnologia nesse sentido.Uma vez que os alunos estão cada vez mais inseridos e familiarizados com as ferramentas digitais, fica claro que é necessário incluí-lastambém em sua rotina de aprendizado e avaliação.

Por isso, não tenha receio de experimentar formatos inovadores eprodutivos para avaliar seus alunos. Só não se esqueça de que émuito importante que esses formatos estejam sempre de acordocom as finalidades e os objetivos pretendidos, com o assunto avaliado,a área disciplinar e o nível de escolaridade dos estudantes. Combinarplanejamento e inovação é uma forma de trazer mais resultados, tantopara alunos quanto para professores e instituições de ensino.

Bons estudos!

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Sobre a Meritt

Acreditamos que um bom aproveitamento da avaliação é fundamental no processo de ensino-aprendizagem – independente

do modelo pedagógico – hoje ou em 100 anos.

Nosso propósito é garantir que avaliarseja fácil, acessível e relevante.