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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUDESTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS SÃO JOÃO DEL-REI PROGRAMA DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA SETEMBRO, 2011

PROGRAMA DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA COLETA... · O destino final do lixo é um dos agravantes da degradação do meio ambiente. Diariamente o Brasil produz 150 mil toneladas de

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SUDESTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS SÃO JOÃO DEL-REI

PROGRAMA DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA

SETEMBRO, 2011

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Dilma Rousseff Presidente da República

Fernando Haddad Ministro da Educação

Eliezer Moreira Pacheco

Secretário de Educação Profissional e Tecnológica

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SUDESTE DE MINAS GERAIS

Mário Sérgio Costa Vieira

Reitor

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SUDESTE DE MINAS GERAIS

Campus São João del-Rei

Prof. Alexandre Lana Ziviani Diretor Geral

Prof.ª Viviane Vasques da Silva Guilarduci Diretora de Extensão

Prof.ª Isabel Cristina Adão

Diretora de Desenvolvimento Educacional

Andréa Cristina da Silva Oliveira

Diretora de Administração

Prof.ª Alessandra Furtado Fernandes Gerente do Setor de Recursos Naturais

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COMISSÃO DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA

Prof.ª Alessandra Furtado Fernandes (bióloga) [email protected] (Presidente)

Luis Gustavo Silva dos Santos (estagiário de comunicação)

[email protected]

Natalia Rabelo Soares (bióloga)

[email protected]

Rosana Machado de Souza (artes cênicas)

[email protected]

Roselne Santarosa de Sousa (psicóloga)

[email protected]

Vitor Neri de Araújo (bacharelando em direito)

[email protected]

Prof.ª Viviane Vasques da Silva Guilarduci (química)

[email protected]

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais

Campus São João del-Rei

R Américo Davin Filho, s/nº - Vila São Paulo- São João del-Rei, Minas Gerais CEP. 36.301- 358

Telefones: (32) 3372-5367/ (32). 3372-6758

http://www.sjdr.ifsudestemg.edu.br/

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ______________________________________________________________________ 5

2. OBJETIVOS_________________________________________________________________________ 9

1. Objetivo Geral ______________________________________________________________________________ 9

2. Objetivos Específicos_________________________________________________________________________ 9

3. METODOLOGIA ____________________________________________________________________ 10

1. 1a ETAPA: Formação de uma Comissão (Representação) __________________________________________ 11

2. 2a ETAPA: Realização do Diagnóstico ___________________________________________________________ 11

3. 3a ETAPA: Planejamento e Execução ___________________________________________________________ 13 1. LOGÍSTICA ____________________________________________________________________________________________ 13

1. A) Implantação dos Containers ________________________________________________________________________ 13 2. B) Abertura de Vagas de Estágio para Alunos do Campus _________________________________________________ 14

2. SENSIBILIZAÇÃO _______________________________________________________________________________________ 14 1. A) Projeto de Educação Ambiental - Reciclando Atitudes _________________________________________________ 14 2. B) Curso de Formação em Reciclagem, Saúde, Segurança do Trabalho e Informática para os funcionários da ASCAS

16 3. C) Projeto de Vermicompostagem _____________________________________________________________________ 16 4. D) Projeto Sacolas Ecológicas (Ecobags) ________________________________________________________________ 17

4. 4a ETAPA: Monitoramento e Avaliação do Processo ______________________________________________ 18 1. A) Aplicação de Questionários Avaliativos _________________________________________________________________ 18 2. B) Vistorias Periódicas __________________________________________________________________________________ 18 3. C) Divulgação dos Resul tados ____________________________________________________________________________ 18 4. D) Trabalhos Permanentes com a ASCAS __________________________________________________________________ 18

4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ________________________________________________________ 19

5. CONCLUSÃO ______________________________________________________________________ 19

6. BIBLIOGRAFIA _____________________________________________________________________ 20

7. ANEXO ___________________________________________________________________________ 21

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1. INTRODUÇÃO

O destino final do lixo é um dos agravantes da degradação do meio ambiente. Diariamente o Brasil produz

150 mil toneladas de lixo, das quais 40% são despejadas em aterros a céu aberto. O chamado lixo domiciliar

equivale a pouco mais da metade desse volume.

O destino adequado do lixo é, portanto, um problema que afeta a maioria das cidades. Entre os anos de 1994

a 2010 houve um crescimento dos municípios que realizam a coleta seletiva (Figura 1). No entanto, apenas

cerca de 8% (443) dos 5.565 municípios adotam programas de coleta seletiva (Figura 2); sendo a

distribuição dos municípios por região estimada em (05) Região Norte; (13) Região Centro- Oeste; (45)

Região Nordeste; (159) Região Sul e (221) Região Sudeste (Figura 3) (CEMPRE, 2010).

Figura 1: Proporção de municípios brasileiros que possuem coleta seletiva

Fonte: CEMPRE (2010)

Uma pesquisa da CICLOSOFT em 2010, apontou que cerca de 22 milhões de brasileiros têm acesso a

programas municipais de coleta seletiva. Mas apesar do número de cidades com esse serviço ter aumentado

nos últimos anos, na maior parte delas a coleta não cobre mais que 18% da população local. A coleta seletiva

dos resíduos sólidos municipais é feita pela própria Prefeitura em 52% das cidades pesquisadas, e mais da

metade (62%) apóia ou mantém cooperativas de catadores como agentes ambientais executores da coleta

seletiva municipal (CEMPRE, 2010).

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Figura 2: Relação de municípios brasileiros que possuem coleta seletiva

Fonte: CEMPRE (2010)

Figura 3: Regionalização dos municípios com coleta seletiva no Brasil.

Fonte: CEMPRE (2010)

Aparas de papel/papelão continuam sendo os tipos de materiais recicláveis mais coletados por sistemas

municipais de coleta seletiva (em peso), seguidos dos plásticos em geral, vidros, metais e embalagens longa-

vida. A porcentagem de rejeito ainda é grande, o que reforça a ideia de que é preciso tanto melhorar o

serviço de coleta como conscientizar a população para separar o lixo corretamente em suas casas (Figura 4).

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Figura 4: Média da composição gravimétrica da coleta seletiva no Brasil.

Fonte: CEMPRE (2010)

O diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa, explica que de

30% a 37% do lixo brasileiro são resíduos secos, que podem ser reutilizados, e 55% são resíduos úmidos, aí

incluído o material orgânico. Sobram, portanto, de 8% a 10% de rejeito inaproveitável. “Só o rejeito

inaproveitável passará a ser enviado pelo município ao aterro sanitário, o que vai reduzir em muito os lixões

Brasil afora”, avalia o diretor do MMA.

Segundo um relatório realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2010, o país perde

R$ 8 bilhões por ano quando deixa de reciclar e envia seus rejeitos para aterros e lixões nas cidades

brasileiras. Percebe-se desta maneira que a coleta seletiva e a reciclagem permitem a diminuição da

quantidade de lixo produzido e o reaproveitamento de diversos materiais, ajudando a preservar alguns

elementos da natureza no processo de reaproveitamento de materiais já transformados.

Temos, portanto, muito a pesquisar e aprender sobre coleta seletiva, como um fator importante para o

melhoramento da qualidade e da quantidade dos materiais a serem reciclados; e ainda há uma necessidade de

se trabalhar efetivamente programas de educação ambiental para que se fortaleça a efetiva mudança dessa

realidade.

Sabe-se ainda que o Brasil tem hoje uma Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei Federal

n12.305, de 2 de agosto de 2010; e regulamentada pelo Decreto Federal n7.404, de 23 de dezembro de

2010. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que todos os municípios do país tenham coleta

seletiva em quatro anos e os lixões estarão proibidos. A logística reversa será o principal instrumento da

Política Nacional de Resíduos Sólidos a fim de garantir maior eficácia no descarte e na reciclagem do lixo.

Haverá normas para coleta, separação, reaproveitamento e a destinação adequada de alguns produtos - como

eletroeletrônicos, remédios, lâmpadas fluorescentes, embalagens em geral e recipientes e sobras de óleo. O

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processo da logística reversa responsabiliza as empresas e estabelece uma integração de municípios na

gestão do lixo.

Já o Decreto n 5.940 de 25 de outubro de 2006 institui a separação dos resíduos recicláveis descartados

pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua

destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. Cada um tem agora seu

papel na mudança estrutural do processo de destinação do lixo produzido.

Sabe-se também que a disposição incorreta dos resíduos multiplicam os lixões a céu aberto, como ocorre em

São João del-Rei; e isso provoca a proliferação de transmissores de doenças, a contaminação do lençol

freático, poluição do solo, entupimento das bocas-de- lobo e as consequentes enchentes. Portanto, além dos

prejuízos econômicos temos os problemas advindos da poluição que provoca doenças na população e danos

ao meio ambiente.

A nova legislação, além de instituir a política, tem um viés educacional, na medida em que dispõe e

esclarece sobre princípios, objetivos e instrumentos, concorrentemente, destaca as diretrizes relacionadas

com a gestão integrada e quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos.

Desta maneira, mudar esse cenário envolve a redução de padrões sociais de consumo, a reutilização dos

materiais e a reciclagem, por meio da divulgação no Programa de Coleta Seletiva Solidária utilizando-se a

estratégia educacional dos “Três Erres”. Assim haverá efetivamente a diminuição da exploração de recursos

naturais; a redução do consumo de energia; a diminuição da poluição do solo, da água e do ar; o

prolongamento da vida útil dos aterros sanitários; a recuperação de materiais que iriam para o lixo; a

diminuição dos custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias; a diminuição do

desperdício; a diminuição dos gastos com a limpeza urbana; a criação de oportunidades de fortalecimento

das organizações comunitárias e geração de emprego e renda pela comercialização dos recicláveis e

manutenção e sobrevivência de muitas famílias; dentre outros benefícios passíveis de obtenção.

Com base no exposto é que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas

Gerais, Campus São João del-Rei, institui seu Programa de Coleta Seletiva Solidária e Gestão dos Resíduos

Sólidos produzidos pelo Campus. Propõe-se uma metodologia participativa que possa fazer frente às

dificuldades a serem enfrentadas e que busque efetivamente fazer a diferença perante a comunidade

acadêmica e local.

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2. OBJETIVOS

1. Objetivo Geral

Implementar o Programa de Coleta Seletiva Solidária e o Plano de Gestão dos Resíduos Sólidos no

Campus São João del-Rei do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas

Gerais.

2. Objetivos Específicos

Diagnosticar a produção de lixo gerado nos vários setores do Campus São João del-Rei

(levantamento da quantidade e qualidade de lixo produzido);

Planejar o tipo de coleta, quais coletores a serem utilizados em cada setor e os materiais e

equipamentos necessários a execução do programa;

Definir o fluxo e freqüência do recolhimento dos materiais recic láveis, bem como o controle e

registro do material selecionado e coletado;

Definir os locais de depósito temporário e destinação final dos diferentes lixos (ECOPONTOS);

Definir os locais e as formas de armazenamento dos materiais recicláveis recolhidos, separadamente

do lixo (ECOPOSTOS);

Comprar os materiais necessários para realização do diagnóstico de produção do lixo gerado como

equipamentos de proteção individual (EPI’s) – macacão impermeável, luvas e máscara -, equipamentos – 4

contêineres tipo COMLURB de 240L, lona plástica preta, vassouras, balança manual (Marca Micheletti e

Carga Máxima 290kg), pás para manipulação do lixo, estufa de secagem com regulagem de temperatura

para o cálculo dos teores de umidade e bandeja metálica;

Capacitar os profissionais responsáveis pela coleta seletiva no qual aprenderão métodos de

recolhimento do material reciclável e não reciclável;

Capacitar os funcionários dos setores para separação correta dos lixos nos conteinares específicos;

Fazer reunião com a ASCAS (Associações e Cooperativas de Catadores de Material Reciclável de

São João del-Rei) para fechamento de acordo (termo de compromisso) a fim de definir os detalhes do

escoamento do material reciclável, dentre outras possíveis atividades;

Aplicar Curso de Formação em Saúde, Segurança do Trabalho e Informática para os funcionários da

ASCAS;

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Propor parceria com a ONG Atuação com objetivo de fazer o link entre a ONG e a ASCAS em

relação à coleta de óleo e produção de sabão caseiro;

Fazer parcerias com potenciais cooperadores como a UFSJ, Sindicato do Comércio e Indústria,

Prefeitura de São João del-Rei e Associação do Comércio, dentre outros;

Investigar os possíveis locais (empresas que serão parceiras) para entrega de outros resíduos

(medicamentos fora do prazo de validade, óleo, pilhas e baterias, metal, etc);

Produzir e distribuir Sacolas Ecológicas por meio de parcerias;

Criar um espaço no Campus para “Caixa de Sugestões” e “ Mural Ecológico” feitos com materiais

recicláveis pelos próprios alunos, com o objetivo de estimular sugestões da comunidade acadêmica;

Criar um espaço para Projeto de Vermicompostagem;

Produzir os materiais necessários para a divulgação no lançamento do projeto para público

interno e externo e para os futuros projetos de educação ambiental para a comunidade são-joanense: folders

explicativos para conscientização da comunidade, banner, cartazes, boletins informativos, cartilhas, etc;

Distribuir copos personalizados para os funcionários, a fim de extinguir os copos plásticos

descartáveis dentro do Campus;

Criar outros Projetos que serão como um braço do Programa, como por ex. “Eco-descartes de

Medicamentos”, “Oficina de Produção de Sabão Caseiro”, “Escambo Ecológico”, “Gincana Ecológica”, etc;

Possibilitar a atuação dos alunos por meio da abertura de vagas de estágio vinculadas ao Setor de

Recursos Naturais e Diretoria de Extensão;

Definir as atribuições da Comissão do Programa e tarefas específicas e rotinas necessárias ao

andamento do programa nas diversas etapas da operacionalização do projeto - seleção, coleta, pesagem,

controles, entrega dos materiais, medição, etc;

Estruturar o site do Programa de Coleta Seletiva Solidária a fim de divulgar o diagnóstico da

produção de lixo no Campus e curiosidades acerca do tema lixo como textos, vídeos e links informativos

sobre resíduos sólidos;

Divulgar os resultados para a reitoria, pró- reitorias, direções, comunidade local e acadêmica,

procurador da república e comitê interministerial.

3. METODOLOGIA

Este programa se baseou na legislação que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos n 12.305/2010,

o decreto n 5.940/ 2006 e a Lei nº. 11.445/07. Seguiu-se as diretrizes federais para implantação do

Programa de Coleta Seletiva Solidária, definidas pelas seguintes fases:

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1. 1a ETAPA: Formação de uma Comissão (Representação)

A mesma foi definida identificando-se no Campus por meio de conversas informais (sondagem), pessoas

que tivessem interesse em relação ao tema e que tivessem o perfil para atuar na área. Esta equipe é formada

por docentes, servidores e estagiários.

Após definido os componentes desta comissão, realizou-se a primeira reunião para discutir as demais etapas

do programa e objetivos propostos. Para a abertura do Programa foi definida a data de 24 de outubro de

2011, na qual será realizado o primeiro trabalho de sensibilização e educação ambiental com a comunidade

acadêmica e são-joanense. Definiu-se também os trabalhos iniciais de diagnóstico, logística e projetos

vinculados, cronograma e materiais necessários para a execução; bem como as atividades que cada

componente do grupo realizaria. Ficou definido que a implantação do “Programa de Educação Ambiental”

será realizado primeiramente no Campus, sendo o mesmo expandido para a comunidade são-joanense.

2. 2a ETAPA: Realização do Diagnóstico

Esta etapa refere-se ao levantamento de dados sobre a situação da gestão dos resíduos no IF Sudeste Campus

São João del-Rei, bem como a existência no município de alguma cooperativa ou associação de catadores

para viabilização da destinação adequada do lixo produzido.

Avaliou-se a existência de formas de descarte do lixo produzido e constatou-se que na realidade não há uma

forma satisfatória. Todo o lixo produzido é misturado, inviabilizando assim a reciclagem do mesmo. Com

base nessa avaliação prévia, se fará um levantamento da quantidade e qualidade de lixo produzido nos

diferentes setores do Campus (administração, setor de tecnologia da informação, setor de recursos naturais,

diretorias, salas de aula, sala dos professores, setor de multimídia, coordenação de ensino, NAPNE,

biblioteca, sala dos servidores, laboratórios, refeitório, banheiros, pátio externo), e nos outros órgãos

atuantes no prédio (Escola Municipal Carlos Damiano Fuzatto e Universidade Aberta do Brasil- UAB).

Este levantamento será realizado por meio de verificação diária do lixo produzido para um diagnóstico

preciso quanto a geração do mesmo no prédio e de quais resíduos são normalmente gerados. O diagnóstico

da situação ocorrerá após este levantamento. É possível observar o fluxo do lixo existente no Campus, sendo

viável a caracterização das operações executadas e quantificação de funcionários para remoção dos resíduos

de suas fontes geradoras até o destino final. Deste modo, identifica-se o volume de resíduos gerados no

Campus e sua origem - fontes geradoras- para que posteriormente haja a determinação dos constituintes do

lixo e suas respectivas porcentagens através da classificação física (avaliação da composição gravimétrica).

Analisando, quantitativamente e qualitativamente, os resíduos gerados; é possível a verificação das diversas

possibilidades para execução de um plano futuro de gerenciamento de resíduos sólidos para o Campus,

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visando à redução, tratamento, reutilização e/ou reciclagem de alguns componentes (BIDONE, 1999). Far-

se-á uma amostragem por meio da pesagem dos sacos de lixo coletados em alguns setores; gerando assim,

um valor médio, equivalente em kg, para os sacos de 100L utilizados na coleta. A pesagem de uma

quantidade média de sacos coletados em cada setor será realizada no momento do descarte do lixo pelos

funcionários, na área de disposição, durante os turnos de coleta existentes. Esta pesagem se fará por meio de

uma balança digital, sendo os resultados anotados numa planilha.

Em seguida será calculado o volume de lixo, em média, produzido em cada turno e o total diário. Os dados

coletados serão analisados produzindo então o diagnóstico da produção do lixo no prédio. Com a pré-

caracterização dos resíduos é possível obter informações importantes para dar continuidade ao processo, tais

como o volume aproximado de lixo gerado, sua origem e constituintes principais, seu estado físico e formas

de gerenciamento. Os resultados provenientes dessa análise servirão de base às sugestões futuras em relação

ao gerenciamento de resíduos sólidos no interior do Campus São João del-Rei.

Fez- se também uma sondagem e contatos com a ASCAS (Associações e Cooperativas de Catadores de

Material Reciclável) de São João del-Rei, sobre o interesse/viabilidade e capacidade de coletar os materiais

selecionados no Campus, concluindo o acordo entre as partes envolvidas. Ficou definido o Termo de

Compromisso, previsto do Decreto 5940/06, no qual definiu-se que os materiais serão recolhidos e

encaminhados para ASCAS pelo Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – Campus Avançado de São João

del-Rei, nos dias preestabelecidos pela Comissão de Coleta Seletiva Solidária e em conformidade com a

operacionalização da ASCAS. Além disso, firmou-se também o compromisso das atividades de formação

dos agentes ambientais (catadores de lixo) por meio dos alunos dos cursos técnicos de Enfermagem,

Segurança do Trabalho e Informática, e a participação dos agentes nas atividades de educação ambiental no

Campus e na sociedade são-joanense.

A ASCAS recolhe cerca de 40 toneladas por mês de material reciclável nas ruas de São João del-Rei. As

pessoas envolvidas, todas vindas de classes menos favorecidas, continuam na busca de soluções e parcerias

que tornem a Associação um empreendimento solidário garantindo aos seus membros condições dignas de

vida e inserção na sociedade; ao mesmo tempo em que contribui de maneira significativa com a diminuição

do impacto ambiental no município de São João del-Rei. Prova disso foi a contemplação da associação pelo

10° Prêmio Banco Real - Universidade Solidária.

Firmou-se a parceria também com a ONG Atuação. Esta promove educação ambiental, recolhendo óleo de

cozinha usado em 22 postos de coleta espalhados por São João del-Rei, Santa Cruz de Minas e Tiradentes.

Esse óleo é transformado por mulheres da comunidade em barras de sabão que são vendidos na região e

ajudam a manutenção das atividades da ONG. Com essa iniciativa, o óleo que suja é o mesmo óleo que

limpa. A ONG atuará junto com o IF na ASCAS por meio de oficinas de produção de sabão; proporcionando

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a valorização dos agentes ambientais (catadores) e unindo esforços para atitudes sustentáveis.

3. 3a ETAPA: Planejamento e Execução

Nesta etapa definiu-se as estratégias e as providências necessárias para a futura implantação da coleta

seletiva no Campus.

1. LOGÍSTICA

1. A) Implantação dos Containers

Com base no Padrão Internacional (resolução do CONAMA, n 275 de 25 de abril de 2001) determinou-se

os tipos de containers apropriados para a coleta seletiva de lixo no prédio (áreas comuns e setores de

trabalho).

Definiu-se a implantação dos containers coloridos nas áreas externas e internas do Campus a saber:

Vermelho – plástico; Azul – papel e papelão; Amarelo – metal, Cinza – resíduo geral não reciclável ou

contaminado, não passível de separação. E ainda, containers Marrom – matéria orgânica; coletores para

pilhas e baterias; coletores para guimbas de cigarros.

Nas salas de aula e biblioteca definiu-se a implantação de containers em estrela tríade com as cores

VERMELHO, AZUL e AMARELO; já que os produtos PLÁSTICO, PAPEL e METAL respectivamente, são

os materiais mais comumente descartados neste ambiente.

Nos ambientes de trabalho administrativo; salas de professores, setor de tecnologia da informação, setor de

recursos naturais, diretorias, setor de multimídia, coordenação de ensino, NAPNE, sala dos servidores e

refeitório; definiu-se a implantação em cada um deles de três (3) lixeiras (LIXO SECO, LIXO ÚMIDO,

PAPEL DE ESCRITÓRIO); sendo ainda que se optou por um LIXEIRA ESPECIAL para documentos

sigilosos que após coleta serão picotados numa fragmentadora de papéis sigilosos.

No Laboratório de Enfermagem fez-se a opção por container BRANCO, específico para resíduos

ambulatoriais e de serviços de saúde.

No Laboratório de Informática, além do container em estrela tríade colorido, optou-se por colocar um

container LARANJA para resíduos eletrônicos.

Estipulou-se também neste planejamento, um local de armazenamento do material coletado a ser enviado

para ASCAS, para colocação das gaiolas de chapa telada pintada, facilitando a logística de coleta e descarte

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dos produtos.

2. B) Abertura de Vagas de Estágio para Alunos do Campus

Definiu-se a abertura de 5 (cinco) vagas para alunos dos cursos técnicos em Controle Ambiental;

Enfermagem, Segurança do Trabalho e Informática. Os mesmos atuarão em todas as etapas do Programa.

Estes alunos serão selecionados por meio de prova escrita acerca da legislação da área e entrevista para

avaliação do perfil específico requerido para as diversas áreas do Programa. Serão beneficiados com bolsas

de extensão (período de 6 meses) para a realização das atividades propostas. Estarão abertas também vagas

para participação de alunos voluntários. As atividades realizadas poderão ser contabilizadas para carga

horária de estágio interno, desde que esteja dentro do limite estabelecido no plano do curso e estarão

subordinadas ao Setor de Recursos Naturais do Campus.

Com isto espera-se proporcionar um ambiente de atuação profissional que permita desenvolver nos alunos o

espírito de solidariedade e companheirismo; que eles possam participar e construir atitudes cidadãs que os

façam ser valorizados e estimulados a ter um compromisso com a sociedade na busca de alternativas

técnicas viáveis, com menor custo e resultados mais sustentáveis.

Dentro do planejamento, haverá também o acompanhamento de medidas, com fixação de metas anuais para

a correta preservação e recuperação do meio ambiente; aplicando-se os seguintes passos:

a) utilização de papel reciclado e não clorado nos impressos de natureza administrativa do Campus;

b) aquisição de impressoras que imprimam, automaticamente, em frente e verso;

c) aquisição de bens e materiais de consumo que levem em consideração o tripé básico da sustentabilidade

(ambiente equilibrado ecologicamente, socialmente justo e economicamente viável);

d) utilização sustentável da energia e dos combustíveis.

2. SENSIBILIZAÇÃO

1. A) Projeto de Educação Ambiental - Reciclando Atitudes

A Coleta Seletiva Solidária marca o início de um Programa de Educação Ambiental no Campus. A educação

ambiental é fundamental para que o cidadão adote a coleta seletiva e, embora não esteja formalizada nos

currículos, muitas escolas já têm adotado a matéria em seus programas. Não se implementa a coleta seletiva

sem um programa de educação ambiental. A pessoa tem que ser informada sobre o porquê de fazer a coleta e

como aquilo se reverterá em benefícios.

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Os objetivos fundamentais da Educação Ambiental são os de levar às pessoas a informação para a tomada de

consciência e o desenvolvimento de atitudes e comportamentos para que elas possam participar ativa e

positivamente de ações de melhoria ambiental no seu entorno. Falar sobre as atitudes ambientais dos seres

humanos em relação ao lixo significa refletir sobre questões que vão além do ato de separar os resíduos, é

um profundo exercício crítico acerca dos valores que intervêm como suporte na ação.

O projeto terá seu início na semana de 19 a 23 de setembro, por meio da participação dos agentes ambientais

(catadores) atuando juntamente com a Comissão, ministrando palestra educativa sobre 3 Rs (redução,

Reutilização e Reciclagem) para as crianças da Escola Municipal Carlos Damiano Fuzatto e as turmas do

período noturno do Campus.

Em seguida, no dia 08 de outubro seguem-se as atividades do projeto de educação ambiental. Haverá um

evento institucional realizado no centro da cidade de São João del-Rei no qual várias atividades serão

oferecidas à comunidade. Dentro da programação, o Stand do Curso de Controle Ambiental estará

juntamente com os alunos e os parceiros (ASCAS e ONG Atuação) realizando algumas atividades como:

oficina de sabão ecológico “O óleo que suja é o mesmo óleo que limpa”; doação de mudas nativas com

explicação das características específicas de cada planta e seu cultivo; atividades lúdicas para as crianças

sobre “3 Rs- Reciclando Atitudes” como as brincadeiras com softwares educacionais específicos sob re o

tema lixo; “Mostras de Vídeos sobre 3 Rs”, “Escambo Ecológico – Troque seu lixo por sabão ecológico”.

Nesta etapa, de Sensibilização, é necessário também o planejamento do evento de lançamento da Coleta

Seletiva Solidária. O mesmo foi definido da seguinte maneira:

Evento: Programa de Coleta Seletiva Solidária no Campus São João del-Rei – Faça diferente!

Data: 24/10/2011

Convidados: funcionários e alunos do Campus São João del-Rei, comunidade são-joanense, parceiros,

personalidades.

Programação:

19:30 - Apresentação do programa e da comissão responsável aos convidados.

20:00 - Vídeo sobre Coleta Seletiva

20:30 - Palestra: Trabalho realizado pelos agentes ambientais (catadores) da ASCAS

21:30 - Palestra: Trabalho realizado pela ONG Atuação

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Objetivos:

Divulgar, de forma acessível à população, dados e orientações sobre o Programa de Coleta Seletiva

Solidária, tais como forma de separação dos materiais, frequência da coleta, telefone e nome da pessoa de

contato das associações e do Instituto no intuito de atingir toda a população atendida, bem como a

divulgação de dados que indicam a efetiva participação da população.

Materiais necessários para a divulgação do lançamento do projeto para público interno e externo:

Folders explicativos para conscientização da comunidade, banner, cartazes, boletins informativos e cartilhas.

Após o evento se estabelecerá um cronograma de atividades de sensibilização para envolver a equipe interna

(empregados, estagiários, prestadores de serviços, copeiras, faxineiras, porteiros, telefonistas, recepcionistas

e outros). O objetivo é a realização de palestras educativas de temas específicos para a comunidade escolar e

cursos de capacitação a todos os funcionários. Definirá também as datas constantes dentro do calendário

escolar para a disseminação das informações acerca do desenvolvimento dos trabalhos realizados para a

comunidade acadêmica.

Vale ressaltar que o trabalho de sensibilização das pessoas é contínuo, com resultados em longo prazo, uma

vez que depende do nível de educação e cultura de cada indivíduo. Tais técnicas envolvem um processo de

capacitação profissional por meio da Educação Ambiental não formal. Para Dias (1994), este componente

não formal da Educação Ambiental é considerado como importante e complexo, e geralmente as estratégias

utilizadas para a disseminação de informações são o uso intensivo de cartilhas, cartazes, folders e outros.

2. B) Curso de Formação em Reciclagem, Saúde, Segurança do Trabalho e Informática

para os funcionários da ASCAS

Foi possível após visita na ASCAS e estabelecimento da parceria; observar alguns pontos falhos no processo

interno e sugerir algumas alternativas para ajudar a estrutura de trabalho dos agentes ambientais. Uma delas

é a formação adequada dos agentes em relação às formas de proteção no ambiente laboral e a utilização de

ferramentas disponíveis no computador que podem agilizar o trabalho administrativo dos mesmos.

3. C) Projeto de Vermicompostagem

A vermicompostagem, isto é, a compostagem realizada quase exclusivamente por minhocas, surge como

opção simples de reciclar o lixo orgânico - restos de alimentos orgânicos (carnes, vegetais, frutos, cascas de

ovos), papel, madeira, ossos, sementes, etc.- obtendo húmus com excelentes propriedades. Poupam-se

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recursos, preserva-se o ambiente, sendo ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente

justo; uma vez que diminui sensivelmente o descarte de lixo orgânico no ambiente, tem baixo custo, não

exige pessoas treinadas para sua manutenção e pode ser implantado em casas, apartamentos e terrenos pois

não precisa ocupar muito espaço.

Desta maneira optou-se por criar um espaço no Campus a fim de se desenvolver um projeto de

Vermicompostagem. Este projeto contará com a participação dos alunos e professores do Campus e o

material produzido será utilizado na manutenção dos jardins do mesmo.

4. D) Projeto Sacolas Ecológicas (Ecobags)

As sacolas ecológicas, feitas de pano, palha ou mesmo de plástico resistente, se tornaram uma bandeira da

luta contra o aquecimento global. De maneira isolada, em muitos supermercados as sacolas plásticas já estão

sendo substituídas por caixas de papelão ou mesmo as sacolas retornáveis.

A proposta deste projeto é que por meio de parcerias consiga-se que no município de São João del-Rei haja a

substituição das sacolas de plástico pelas ecológicas no comércio. O consumidor poderia receber sacolas

biodegradáveis ou oxibiodegradáveis. Estas, como as nomenclaturas já definem, decompõem-se com maior

facilidade, ao contrário do plástico, material que leva centenas de anos para isso, causando uma série de

problemas ao próprio homem, além dos animais. As sacolas oxibiodegradáveis contém o aditivo D2W que

permite a degradação do plástico completamente em 18 meses quando colocadas em contato com o meio

ambiente, contra 500 anos de uma sacola normal.

O plástico começou a entrar no cotidiano das pessoas na década de 40 do século passado, quebrando o

predomínio do aço até então. A substituição de materiais aconteceu de maneira progressiva. Elaborado a

partir do petróleo, a matéria-prima plástico, é um polímero sintético dotado de grande maleabilidade. Por

isso, passou a substituir o vidro, a madeira, metais e até o pano – com base no algodão. A praticidade e a

vasta aplicação entre os objetos de uso doméstico como os de utilização industrial fizeram do plástico algo

que também é nocivo. As sacolas plásticas são usadas pelos munícipes para acondicionar o lixo,

normalmente misturado, que é levado ao lixão de São João del-Rei. No entanto, pode ser reaproveitado, já

que derrete sob a ação do calor e volta a ser maleável para criar qualquer objeto, dentro do processo

industrial.

Fazer parcerias com potenciais cooperadores como o Sindicato do Comércio e Indústria, Prefeitura de São

João del-Rei e Associação do Comércio pode facilitar o processo e efetivamente haver atitudes que possam

mudar essa realidade do município.

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4. 4a ETAPA: Monitoramento e Avaliação do Processo

Será definido e dividido nas seguintes etapas a saber:

1. A) Aplicação de Questionários Avaliativos

A aplicação de questionários tem por objetivo avaliar o hábito do descarte seletivo dos recicláveis,

proporcionada pela receptividade do Programa pelos funcionários. A metodologia de aplicação dos

questionários é baseada em Cervo e Bervian (1983), sendo eles de natureza impessoal, respondidos em

anonimato e com a elaboração de perguntas que não induzem ou insinuam respostas esperadas. Desta

maneira, se conhece a importância dada à coleta seletiva, se o sistema de separação dos materiais estava

eficiente nos devidos setores e, finalmente, se os funcionários possuíam o mesmo hábito de separação do

lixo adotado no Instituto em suas casas.

2. B) Vistorias Periódicas

As vistorias servirão para verificação do cumprimento das rotinas estabelecidas para a seleção, coleta e

destinação dos materiais; controle e registro do material selecionado e coletado; observando os

procedimentos requeridos para garantir o sigilo dos documentos, quando for o caso, e verificando eventuais

focos de desperdícios. Identificação de facilitadores e dificultadores do processo e reformulação de

estratégias, com redirecionamento das ações, quando necessário.

3. C) Divulgação dos Resultados

A divulgação dos resultados do projeto para a equipe, para a Reitoria, as Prós-reitorias, as Direções, a

Comunidade Acadêmica e São-joanense, o Procurador da República e o Comitê Interministerial é de

extrema importância para que seja reconhecido e valorizado os trabalhos de todo pessoal do Campus, dos

parceiros, dos alunos e da comunidade.

A disseminação de informações acerca do desenvolvimento do projeto para a comunidade acadêmica é uma

forma eficaz para coletar opiniões de possíveis propostas a serem avaliadas e passíveis de serem realizadas.

4. D) Trabalhos Permanentes com a ASCAS

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É necessário desenvolver orientações periódicas com os agentes ambientais para reafirmar a necessidade do

cumprimento do horário e frequência da coleta, para não comprometer a credibilidade do programa; assim

como atuar de forma contínua no processo de valorização dos agentes como profissionais que merecem o

respeito de toda comunidade são-joanense. Desenvolvimento permanente de campanhas educativas

considerando os 3 Rs (redução, reutilização e reciclagem) que deverá estar focada para mudança de

comportamento da população, inserindo no seu cotidiano, a preocupação com a degradação ambiental e a

geração de renda para os agentes ambientais.

4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

1a Etapa X

2a Etapa X X X

3a Etapa X X X

4a Etapa X X

5. CONCLUSÃO

Hoje, a coleta seletiva é o principal e mais simples sistema de controle de um importante aspecto ambiental

da sociedade: o descarte inadequado dos resíduos sólidos. O lixo gerado pela população nas suas mais

complexas áreas de atuação causa enormes dificuldades na forma de disposição e tratamento final. A coleta

seletiva é considerada com uma forma de preparo dos materiais para uma destinação diferenciada dos

resíduos potencialmente recicláveis, reduzindo, desta forma, o encaminhamento para locais impróprios e

sem a mínima estrutura para a sua disposição final, como lixões a céu aberto ou terrenos baldios.

O projeto “COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA” se apresenta como uma oportunidade para a conscientização

dos servidores e alunos sobre a importância da reciclagem do lixo, visando à proteção do meio ambiente e à

redução do desperdício no Campus. É o passo inicial para um programa amplo de gestão ambiental. O

projeto possibilita também que haja um processo de conscientização da população quanto ao trabalho

realizado pelos agentes ambientais (catadores) e pela ONG Atuação.

Atualmente a participação dos catadores como agentes da coleta seletiva é crucial para o abastecimento do

mercado de materiais recicláveis e consequentemente como suporte para indústria recicladora. Um programa

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de coleta seletiva deve contemplar o trabalho destes indivíduos. Estima-se hoje no Brasil a atuação de cerca

de 200 mil catadores de rua (autônomos e em cooperativas), responsáveis pela coleta de vários tipos de

materiais. A valorização do trabalho dos catadores permite não só ganhos econômicos mas também sociais.

Muitos indivíduos que estavam a margem da sociedade por diversos motivos, ao ingressar no trabalho de

catação passam por um processo de resgate de cidadania, tendo novamente um papel definido e importante

na sociedade, bem como uma fonte regular de renda.

A sistemática dos pontos de acúmulo de materiais em pontos estratégicos na cidade pode contribuir para

redução das distâncias percorridas pelos agentes ambientais e consequentemente proporcionar uma melhoria

da saúde e qualidade de vida aos mesmos. A divulgação e educação ambiental para a população realizada

com a participação dos agentes facilitam o processo de conscientização e a destinação dos recicláveis,

aumentando a credibilidade dos agentes e provocando uma mudança de valores e comportamentos de forma

permanente, despertando a solidariedade e espírito de participação.

As administrações públicas devem analisar com novo olhar a relação custo/benefício de um programa de

coleta seletiva, incluindo as vantagens socioeducativo-ambientais decorrentes da ação da separação de

resíduos para o reuso ou reciclagem.

A reciclagem de subprodutos e de embalagens, reuso da água, eficiência energética, uso de fontes de energia

renováveis, boas práticas ao longo da cadeia de suprimentos, minimização de perdas na utilização de

matérias prima em conjunto com a análise do ciclo de vida do produto até o pós consumo, gerenciamento

das relações com as comunidades de entorno, melhoria da cultura organizacional e capacitação técnica e

institucional mais eficiente passam a ser as linhas mestras para o novo modelo de desenvolvimento

corporativo do século XXI e quiçá as sementes para a revivificação do tecido ecológico e o início de ações

sustentáveis globalizadas.

6. BIBLIOGRAFIA

BIDONE, Francisco Ricardo. Metodologias e técnicas de minimização, reciclagem, e reutilização de

resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: PROSAB, 1999. 65 p.

CEMPRE/IPT – Compromisso Empresarial para Reciclagem. Lixo Municipal – Manual de Gerenciamento

Integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: McGraw- Hill do Brasil, 1983.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas . 4. ed. São Paulo: Gaia, 1994.

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7. ANEXO

Legislação

Lei da PNRS Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.

Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e

instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos

sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos

econômicos aplicáveis.

Decreto de regulamentação Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010.

Este Decreto estabelece normas para execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de que trata a Lei

no 12.305, de 2 de agosto de 2010.

Pró-catador Decreto nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010.

Fica instituído o Programa Pró-Catador, com a finalidade de integrar e articular as ações do Governo Federal

voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e

recicláveis, à melhoria das condições de trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e

econômica e à expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos, da reutilização e da reciclagem por meio da

atuação desse segmento.

Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006.

Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública

federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de

materiais recicláveis, e dá outras providências.