Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL
ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA
A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL
DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações
Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Niterói
2016
ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA
A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL
DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações
Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Federal
Fluminense (PPGCI/UFF) como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre em
Ciência da Informação
Área de concentração: Dimensões
Contemporâneas da Informação e do
Conhecimento.
Linha de Pesquisa 2: Fluxos e Mediações
Sócio-Técnicas da Informação.
Orientador: Leonardo Cruz da Costa
Niterói,
2016
S719 Souza, Ester Aparecida Lima de
A aplicação da arquitetura da informação em portais de periódicos
Eletrônicos: o caso do portal de publicações eletrônicas da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. (UERJ). / Ester Aparecida Lima de Souza.
– Niterói, 2016.
163 f.
Orientador: Leonardo Cruz da Costa
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense,
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Niterói, 2016.
1 Análise de Portais. 2. Arquitetura da Informação - Portais
de periódicos eletrônicos 3. Portais de periódicos eletrônicos –
Acesso livre. 4. Arquitetura da Informação – Sistemas de
organização. I. Costa, Leonardo Cruz da. II. Universidade Federal
Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação.
III. Título.
CDD 025.4
ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA
A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL
DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações
Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Informação da
Universidade Federal Fluminense (PPGCI/UFF) como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em
Ciência da Informação.
Área de concentração: Dimensões Contemporâneas da
Informação e do Conhecimento.
Linha de Pesquisa 2: Fluxos e Mediações Sócio-
Técnicas da Informação.
Aprovado em: ____/_____/____.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Prof.º Drº Leonardo Cruz da Costa (Orientador)
Universidade Federal Fluminense - UFF
_______________________________________________________________
Prof.º Dr.º Carlos Henrique Marcondes (Membro interno)
Universidade Federal Fluminense - UFF
_____________________________________________________________
Prof.º Dr.º Claudio José Silva Ribeiro (Membro suplente externo)
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
_________________________________________________________________
Profª Dr.ª Elizabete Gonçalves Souza (Membro suplente interno)
Universidade Federal Fluminense - UFF
__________________________________________________________________
Profº Drº Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda (Suplente Externo)
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
Niterói
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos (as) que fizeram parte da minha jornada profissional e de vida, dessa forma
contribuíram com a construção do meu conhecimento, os nomes são muitos, mas não posso
deixar de destacar alguns:
À Cícera Henrique da Silva que plantou a semente da dúvida sobre fontes de informação em
uma instituição no curso de Especialização em Repositórios Institucionais/ICICT, e a partir
dessa inquietação pude descobrir na prática que em Ciência o que importa não são as
respostas e sim as perguntas;
Ao meu orientador Leonardo Cruz da Costa, pelo apoio e condução firme, equilibrada em
todo o processo do projeto e da pesquisa, sempre me apontando caminhos e aumentando
minha confiança, com ele vivi a rica experiência da interdisciplinaridade;
Ao PPGCI-UFF pela oportunidade de me integrar ao Programa, o constante apoio e
aprendizado que obtive através de seus professores e funcionários;
Aos membros das bancas de qualificação e defesa que aceitaram participar da avaliação da
pesquisa;
Aos amigos (as) e companheiros (as) da turma PPGCI-UFF 2014 que ao longo desses dois
anos no plano real e virtual pude com eles dividir, somar e compartilhar anseios, informações,
risadas, choros, carinhos, esperanças e acima de tudo a certeza de que nessa viagem sem a
amizade nada somos!
A todos (as) os (as) amigos (as) da UERJ e da Rede Sirius- Rede de Bibliotecas da UERJ que
torceram por mim e assim como eu acreditam no projeto de uma Universidade pública de
qualidade e socialmente referenciada.
À Rosangela Aguiar Salles e Zelia Maria Pereira da Silva pelo apoio em todos esses anos de
trabalho e aos companheiros (as) da Biblioteca CTC/F e Faculdade de Tecnologia da UERJ de
Resende pela amizade.
À Ana Carolina Prado Almeida pela ajuda e paciência na revisão dos meus textos.
Aos meus filhos Leonardo, Flávia e Carlos Eduardo, meu companheiro Marcos Antônio,
minha irmã Juliana e sobrinhos Tainara, Túlio e Jéssica que são meu alicerce é por eles e pra
eles que busco todos os dias me tornar um ser humano melhor.
E finalmente e acima de tudo quero agradecer:
Ao Poder Superior que em toda manhã me oferece quando acordo o maior presente, um dia
inteiro para ser aproveitado e vivido com serenidade, coragem e sabedoria.
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a
caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que
colher”. (Cora Coralina)
RESUMO
Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em
universidades públicas brasileiras, todos resultantes de uma customização do Open Journal
System (OJS), um sistema de código aberto distribuído pelo IBICT que tem como finalidade
gerenciar publicações periódicas eletrônicas. O principal objetivo desses portais é
potencializar o movimento de acesso livre e, com isso, possibilitar o intercâmbio e a
disseminação de informações relevantes entre os pesquisadores, bem como facilitar o
processo de comunicação científica estabelecido entre eles. Nesse contexto, o Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ é utilizado a partir da observação dos princípios
fundamentais da Arquitetura da Informação. O objetivo geral dessa pesquisa é criar categorias
apropriadas à aplicabilidade no Portal, com a proposta de se detectarem problemas de
usabilidade e sugerir a ampliação de seu acesso e desenvolvimento pela comunidade
acadêmica. São analisados os quatro sistemas da Arquitetura da Informação propostos por
Morville e Rosenfeld (2006): organização, rotulagem, navegação e busca. Para cada um
desses sistemas foram selecionados princípios e, logo após, elaborados critérios específicos
para a investigação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Com base nesses critérios
foi construído um instrumento de avaliação em forma de questionário, aplicado como um pré-
teste a um grupo de profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Trata-
se de um estudo de caso descritivo, fundamentado em levantamento bibliográfico, documental
e na observação do ambiente. Almeja-se que essa pesquisa estimule outras e contribua para
profissionais das áreas citadas anteriormente na implementação desses sistemas, subsidiando
diálogos e entendimentos favoráveis a outros profissionais da área de TI.
Palavras-chave: Análise de portais. Arquitetura da informação – Portal de periódicos
eletrônicos. Portais de periódicos eletrônicos – Acesso livre. Arquitetura da informação –
Sistemas de organização.
ABSTRACT
In Brazilian public universities there are 52 electronic journals portals built with the SEER
software, all of them resulting from a customization of the Open Journal System (OJS) — an
open source system distributed by IBICT that aims to manage electronic periodicals. The
main goal of these portals is to strengthen the open access movement and, thus, spread
relevant information among researchers in order to promote scientific communication
between them. In this context, the Electronic Publications Portal of UERJ (University of Rio
de Janeiro State) works as a tool for the observation of the fundamental principles of
Information Architecture. The overall objective of this research is to create categories to apply
in the Portal in order to detect usability problems and suggest the expansion of access and
development by the academic community. This paper presents an analysis of the four systems
of Information Architecture proposed by Morville and Rosenfeld (2006): organization,
labeling, navigation and searching. Each of these systems have useful principles to contribute
on the investigation of the Electronic Publications Portal of UERJ. Based on this data, it was
elaborated a questionnaire to be applied as a pre-test to a group of professionals that work in
the field of Library and Information Science. This is a descriptive research based on
bibliographical/documentary survey and observation. It aims to help the professionals of the
aforementioned areas implement systems, supporting dialogues that are as well useful to IT
professionals.
Keywords: Portals analysis. Information architecture – Portal of electronic journals. Portals
of electronic periodicals - Free access. Information architecture - Organization systems.
LISTA DE FIGURAS
Figura1 - Primeira visão do usuário ao acessar o site da UERJ na busca de periódicos
eletrônicos............................................................................................................ 21
Figura 2 - Etapa1: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da
UERJ.................................................................................................................... 22
Figura 3- Etapa 2: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da
UERJ.................................................................................................................... 22
Figura 4 - Etapa 3: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da
UERJ.................................................................................................................... 23
Figura 5 - Etapa 4: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da
UERJ.................................................................................................................... 23
Figura 6 - Portal de publicações eletrônicas da UERJ.......................................................... 23
Figura 7 - Information architecture concepts....................................................................... 31
Figura 8 - Página Yahoo: hierarquia diretório listando subcategorias de itens.................... 44
Figura 9 - Exemplo de ícones sem apoio.............................................................................. 54
Figura10 - Exemplo de senso de lugar em um site............................................................... 54
Figura11 - Indicação de áreas clicáveis e não clicáveis em um site...................................... 55
Figura 12 - Anatomia básica de um sistema de busca............................................................ 65
Figura 13 - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) – IBICT......................... 97
Figura 14 - Scientific Eletronic Library Online (SciELLO)………………….…...….……. 102
Figura 15 - Revistas Online da UERJ…………………………………………………..…. 103
Figura 16 - Fluxograma do Processo Editorial do Portal e-Publicações da UERJ............... 104
Figura 17 - Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ e seus sistemas de arquitetura da
Informação......................................................................................................... 105
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Portais de periódicos eletrônicos de universidades brasileiras que utilizam
o SEER................................................................................................................ 98
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Características das três gerações da Arquitetura da Informação.......................... 30
Quadro 2 - Focos de interesse das áreas da Ciência da Informação....................................... 37
Quadro 3 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de organização..................... 40
Quadro 4 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de rotulagem........................ 46
Quadro 5 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de navegação........................ 51
Quadro 6 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de busca............................... 63
Quadro 7 - Representação simplificada do processo de comunicação científica................... 81
Quadro 8 - Gerações de portais corporativos........................................................................ 93
Quadro 9 - Gerações de portais públicos................................................................................ 93
Quadro10 - Resumo da tipologia de portais corporativos...................................................... 94
Quadro11 - Critérios para avaliação do sistema de organização em portais de periódicos
Eletrônicos.......................................................................................................... 109
Quadro12 - Critérios para avaliação do sistema de rotulagem em portais de
Periódicos Eletrônicos........................................................................................ 110
Quadro13 - Critérios para avaliação do sistema de navegação em portais de
Periódicos Eletrônicos........................................................................................ 111
Quadro14 - Critérios para avaliação do sistema de busca em portais de
periódicos eletrônicos........................................................................................ 112
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Sobre a localização do e-Publicações................................................................ 113
Gráfico 2 - Sobre a organização do conteúdo....................................................................... 114
Gráfico 3 - Sobre a preocupação com usuários portadores de necessidades especiais......... 115
Gráfico 4 - Sobre o princípio de organização....................................................................... 115
Gráfico 5 - Sobre a forma de organização............................................................................ 116
Gráfico 6 - Sobre a padronização na disponibilização dos itens informacionais.................. 117
Gráfico 7 - Sobre a identidade visual .................................................................................. 117
Gráfico 8 - Sobre a qualidade dos rótulos disponibilizados.................................................. 118
Gráfico 9 - Sobre a diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos ....................... 118
Gráfico 10- Sobre o princípio de granularidade do sistema.................................................. 119
Gráfico 11- Sobre a adequação dos rótulos ao seu público-alvo........................................... 120
Gráfico 12- Sobre a existência de ambiguidade nos rótulos.................................................. 120
Gráfico 13- Sobre a conformidade do conteúdo ao rótulo................................................... 121
Gráfico 14- Sobre a legibilidade dos rótulos......................................................................... 121
Gráfico 15- Sobre a visualização dos links de atalho............................................................. 122
Gráfico 16- Sobre o destaque da navegação........................................................................... 122
Gráfico 17- Sobre a indicação para links de conteúdo visitados ........................................... 123
Gráfico 18- Sobre a indicação se o texto disponibilizado ser ou não clicável ...................... 123
Gráfico 19- Sobre a percepção do contexto através da navegação........................................ 124
Gráfico 20- Sobre a possibilidade da navegação de se ir onde se desejar............................. 124
Gráfico 21- Sobre o agrupamento dos links........................................................................... 125
Gráfico 22- Sobre as opções de navegação .......................................................................... 125
Gráfico 23- Sobre a visibilidade do nome do Portal na janela do navegador........................ 126
Gráfico 24- Sobre as diferentes formas de navegação ......................................................... 126
Gráfico 25 - Sobre as facilidades de buscas ........................................................................ 127
Gráfico 26 - Sobre a assistência à ortografia ....................................................................... 128
Gráfico 27 - Sobre as sugestões oferecidas pelo sistema para consulta .............................. 128
Gráfico 28 - Sobre a agilidade do sistema de busca ............................................................. 129
Gráfico 29 - Sobre os recursos de estratégia de consulta ..................................................... 129
Gráfico 30- Sobre a forma de apresentação dos resultados de consulta ............................... 130
Gráfico 31- Sobre a forma de extração do fragmento de texto ............................................. 130
Gráfico 32 - Sobre a composição do resultado de busca ..................................................... 131
Gráfico 33 - Sobre o destaque dos termos no fragmento do texto......................................... 131
Gráfico 34 -Sobre a necessidade de se ter conhecimento específico na construção
da consulta.......................................................................................................... 132
Gráfico 35 - Sobre quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto...................... 132
Gráfico 36 - Sobre o sistema de busca permitir consultas por diversas formas.................... 133
Gráfico 37 - Avaliação do instrumento –Sobre a dificuldade em responder as questões...... 134
Gráfico 38 - Avaliação do instrumento –Sobre o instrumento permitir identificar
aspectos negativos e positivos no portal........................................................... 134
Gráfico 39 - Avaliação do instrumento–Sobre a abrangência da aplicação do instrumento..
................................................................................................................................................ 135
Gráfico 40 - Avaliação do instrumento – Sobre a especificidade do instrumento................ 135
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AI Arquitetura da Informação
AIA American Institute of Architects
ATAG Authoring Tool Accessibility Guidelines
BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde,
mais conhedido de sua denominação original Biblioteca Regional de Medicina
BOAI Budapest of Open Access Initiative
CAHIS Centro Acadêmico de História da UERJ
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CD-ROM Compact Disc Read-Only Memory
CI Ciência da Informação
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CSS Cacading Style Shee
DCMES Dublin Core Metadadas Element Set
DCMI Dublin Core Metadadas Inititative
DINFO Diretoria de Informática
DOAJ Directory of Open Access Journals
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
GC Gestão do Conhecimento
HTML Hypertext Markup Language
HTTP HyperText Transfer Protocol
IBICT Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica
IES Instituição de Ensino Superior
IHC Interação Humano Computador
ISO International Organization for Standardization
JISC Joint Information Systems Committee
LCS Laboratory for Computer Science
MARC Machine Readable Cataloging
MEC Ministério da Educação e Cultura
MIT Massachusetts Institute of Technology
NDLTD Networked Digital Library of Thesis and Dissertations
OAI Open Archives Initiative
OAI-PMH Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting
OJS Open Journal Source
PDF Portable Document Format
PKP Public Knowledge Project
SCI Science Citation Index
SciELO Scientific Eletronic Library Online
SECOM/PR Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas
SERP Search Engine Results Page
SR3 Sub-Reitoria de Extensão e Cultura
SRW Strategic Reconnaissance Wing
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
UAAG User Agent Accessibility Guidelines
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
URL Uniform Resource Locator
W3C World Wide Web Consortium
WAGC Webcontent Accessibility Guidelines
XML Extensible Markup Language
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................19
1.1 O PROBLEMA...................................................................................................................21
1.2 A JUSTIFICATIVA...........................................................................................................24
1.3 OS OBJETIVOS................................................................................................................26
1.3.1 Geral..............................................................................................................................26
1.3.2 Específicos..............................................................................................................26
2 MARCO TEÓRICO: QUADRO CONCEITUAL............................................................27
2.1 A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO..........................................................................28
2.1.1 A Evolução do Conceito da Arquitetura Informação no tempo.....................................30
2.1.2 A Importância da Arquitetura da Informação................................................................34
2.1.3 A Interdisciplinaridade com a Ciência da Informação...................................................36
2.2 SISTEMAS FUNDAMENTAIS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO.................38
2.2.1 Sistema de Organização.................................................................................................39
2.2.1.1 Princípios do Sistema de Organização......................................................................40
2.2.2 Sistema de Rotulagem....................................................................................................44
2.2.2.1 Princípios do Sistema de Rotulagem.........................................................................46
2.2.3 Sistema de Navegação...................................................................................................50
2.2.3.1 Princípios do Sistema de Navegação- A Questão da Navegabilidade......................53
2.2.4 Sistema de Busca...........................................................................................................62
2.2.4.1 Princípios do Sistema de Busca.............,,................................................................. 63
2.2.5 Tesauros, Vocabulários controlados e Metadados - Outros Componentes...................74
2.3 O CONCEITO DE QUALIDADE.....................................................................................77
2.3.1 Técnicas de Inspeção de Usabilidade.............................................................................79
2.4 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA......................................................81
2.4.1 O Advento do periódico científico..................................................................................83
2.4.2 A crise dos periódicos científicos.................................................................................. 85
2.4.3 Open Archives Initiative (OAI) e o Movimento de Acesso Livre...................................86
2.4.4 O periódico científico eletrônico.....................................................................................89
2.5 PORTAL WEB – UM AMBIENTE INFORMACIONAL................................................90
2.5.1 Portais na Web – Tipos e Definições.............................................................................92
2.5.2 Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos..................................................................95
2.5.2.1 Portais de Periódicos de Acesso Livre nas Universidades Públicas Brasileiras......96
2.5.2.2 Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – CAPES.......................................................................................................99
2.5.2.2.1 WebQualis............................................................................................................101
2.5.2.3 Scientific Eletronic Library Online – SCIELO.......................................................101
3 MARCO EMPÍRICO:DISPONIBILIZAÇÃO DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS
NA UERJ............................................................................................................................103
3.1 O PORTAL DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS DA UERJ.....................................104
4 METODOLOGIA..............................................................................................................106
4.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................107
5 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO...........................................109
5.1 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO....................109
5.2 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ROTULAGEM.......................110
5.3 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO......................111
5.4 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE BUSCA...................................112
5.5 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E RESULTADOS OBTIDOS.............................113
5.5.1 Avaliação do Sistema de Organização do Portal de Publicações Eletrônicas
da UERJ.......................................................................................................................113
5.5.2 Avaliação do Sistema de Rotulagem do Portal de Publicações Eletrônicas
da UERJ........................................................................................................................118
5.5.3 Avaliação do Sistema de Navegação do Portal de Publicações Eletrônicas
da UERJ.......................................................................................................................122
5.5.4 Avaliação do Sistema de Busca do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ........127
5.5.5 Avaliação do Instrumento – Questionário...................................................................134
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................136
REFERÊNCIAS....................................................................................................................141
ANEXOS................................................................................................................................156
Anexo 1- Deliberação 006/2009.............................................................................................157
Anexo 2 – Questionários.........................................................................................................159
19
1 INTRODUÇÃO
O periódico científico, segundo Meadows (1999), existe desde 1665, a partir da publicação da
Philosophical Transactions na revista Royal Society of London. Este é considerado o precursor do
modelo atual tanto no meio impresso quanto no eletrônico. Quanto às políticas de incentivo à
publicação de periódicos científicos no Brasil, diz-se que não ocorreram de forma contínua e
regular; foi somente a partir de 1970, segundo Stumpf (1998), que se iniciou a elaboração de planos
de desenvolvimento de ciência e tecnologia com ações governamentais centralizadas nos órgãos de
apoio e financiamento à pesquisa centradas nas instituições CNPq e FINEP, como se percebe na
afirmação abaixo:
[...] apenas a Ação Programada em Informação em Ciência e Tecnologia,
formulada para orientar a ação do governo em 1980 a 1985, contemplou um item
significativo para a produção de documentos primários. Referindo-se
exclusivamente às revistas como canais de divulgação de conhecimentos gerados, o
documento reconhece que os periódicos nacionais, mantidos por sociedades
científicas ou instituições de ensino superior, ainda careciam de padrões mínimos
de qualidade editorial e grafia. (STUMPF, 1998, p. 6).
A mesma autora, ao final dos anos 90, discutia o aparecimento dos periódicos eletrônicos
apontando para os mesmos problemas apresentados nas publicações impressas: a escassez de
autores, a necessidade da profissionalização de editores, a imprescindibilidade da avaliação pelos
pares e a qualidade no conhecimento disponibilizado — todos que, de certa forma, acompanhariam
as publicações eletrônicas. Em compensação, acreditava-se que estas também tivessem um fluxo
editorial mais dinâmico e uma distribuição mais simples e rápida.
Refletir sobre temas que envolvem a disponibilização de periódicos eletrônicos científicos
brasileiros é extremante pertinente, levando-se em consideração, segundo Moura (2014), a
constatação do Ibope Media (2013) sobre a terceira colocação do Brasil em número de internautas,
ultrapassando os 102 milhões de usuários da web. Assim, é possível prever que, em um futuro
próximo, a maneira como os cidadãos utilizam diariamente a informação será transformada.
20
Em matéria publicada na Folha de São Paulo, Leite (2014) afirma que o Brasil, em 20 anos,
subiu do 24º ao 13º lugar no ranking mundial de pesquisas científicas. O levantamento apresentado
pela empresa Thomson Reuters, portadora da maior base de dados do mundo sobre pesquisas
científicas, foi apresentado na 1ª Cúpula Thomson de Experiência com Inovação, em São Paulo.
Colleen Shay, que faz parte da empresa, descreveu um cenário positivo para o Brasil em Ciência e
Tecnologia, anunciando:
O Brasil está numa posição excelente para realmente buscar o crescimento e a
comercialização da tecnologia, assim como buscar a qualidade em pesquisa e
desenvolvimento [...] Também não vê como de todo negativo o diagnóstico usual
de que a pesquisa brasileira ocorre mais em universidades do que em empresas, Ele
afirma que a tendência entre grandes empresas como Procter& Gamble, aponta
para o que chama de ―inovação aberta‖ desmobilizar equipes próprias de pesquisas
e desenvolvimento para financiar e contratar projetos em instituições de pesquisas.
(LEITE, 2014).
Observa-se, então, que as universidades são os principais polos geradores de conhecimento
e, por isso, têm um papel central no debate sobre como proporcionar acesso aos resultados de
pesquisas. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) impactam e impulsionam novas
demandas no fluxo de troca de informações entre os cientistas que necessitam desse intercâmbio
para a realização de projetos.
Segundo Santos e Vidotti (2009), o grande desafio da Ciência da Informação se baseia em
transformar dados operacionais em informações consistentes; ou seja, converter a gama diária de
dados disponíveis em informações capazes de facilitar decisões gerenciais. Nessa transformação há,
ainda, uma reordenação da sociedade em torno dos processos de produção das TIC(s), criando-se
um novo conceito de velocidade — que é cognitivo, não material — relacionado não mais às
distâncias físicas, mas àquelas associadas à quantidade de informação gerada ou acessada.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) existe desde 1950 e sempre se
preocupou em promover conhecimento e divulgar ciência. Evidência disso é o caso do Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ, o Epublicações, uma importante iniciativa facilitadora do acesso
aos periódicos eletrônicos, alternativa viável de enfrentamento à crise dos periódicos em meio
impresso iniciada nos anos 80. Através dessa forma de disponibilização é possível ampliar o acesso
e potencializar a realização de futuras pesquisas. Portanto, para que seja possível manter e garantir
efetivamente o interesse contínuo na utilização desse sistema, torna-se imperioso avaliá-lo sob a
perspectiva de seus usuários.
Espera-se que esta pesquisa contribua efetivamente para uma percepção mais minuciosa dos
possíveis obstáculos a serem observados na utilização de todos os instrumentos oferecidos pelo
21
Portal de Periódicos Eletrônicos da UERJ relacionados aos recursos de busca e à recuperação da
informação. A seguir apresentar-se-ão questões levantadas inicialmente que motivaram a realização
dessa pesquisa.
1.1 O PROBLEMA
Percebe-se, cada vez mais, no que tange a tomada de decisões e a realização de trabalhos
cotidianos, que as tecnologias de informação transformam as relações e os comportamentos dos
usuários de sistemas. Wurman (1991) detectou um aspecto essencial na discussão sobre usuários e
sistemas de informação: o determinismo tecnológico gerador da ampliação vertiginosa de acesso
aos múltiplos e diferenciados tipos de mídias e da crescente ansiedade em buscar a informação
desejada.
O Portal de Publicações de Periódicos Eletrônicos da UERJ será utilizado nesse contexto
como exemplo. Imagine nesse cenário dado tipo de ator, como um gestor da UERJ ou até mesmo de
outra instituição, que necessita descobrir a quantidade de pesquisadores que publicaram sobre
determinado tema, com o propósito de elaborar um planejamento de aplicação de recursos em uma
área específica de pesquisa, ou simplesmente um aluno interessado em aumentar seus
conhecimentos científicos sobre determinado assunto. Nessa hipotética necessidade informacional,
o primeiro contato que esse usuário teria com o site da UERJ seria o ilustrado abaixo:
Figura 1- Primeira visão do usuário ao acessar o site da UERJ na busca de periódicos eletrônicos
Fonte: Disponível em: < http://www.uerj.br/>. Acesso em 12 jan. 2015.
Na figura acima, a seta indica o botão Revistas Online, destacado inicialmente no site
institucional da UERJ; sua imediata visibilidade leva o usuário a buscar nesse local o periódico
eletrônico desejado. A área Revistas Online faz parte do website institucional da UERJ, no qual são
divulgados links de periódicos produzidos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Estes são
22
ordenados alfabeticamente e, de acordo com a própria descrição do sítio, tratam de periódicos
eletrônicos adaptados à Internet, com conteúdo científico disponível à comunidade em geral. Basta
um clique para que esta entre em contato com os periódicos.
Ainda em relação à figura 1, em outra possibilidade, caso o usuário conheça o Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ e necessite chegar a ele, será necessário seguir as etapas
ilustradas abaixo:
Figura 2 - Etapa 1: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ
Fonte: Disponível em: < http://www.uerj.br/>. Acesso em: 12 jan. 2015.
No exemplo acima, primeiramente o usuário deverá clicar no botão SR-3. Trata-se de uma
sigla que pode vir a não ser compreendida por um usuário leigo; além disso, não há destaque ou
informação visual apontando que dado botão deva ser clicado para que o usuário chegue ao portal.
Fica inviável, nesse caso, a percepção imediata de um caminho possível para se chegar ao Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ. Logo após clicar nesse botão, o usuário deve seguir pela etapa 2,
ilustrada a seguir.
Figura 3 – Etapa 2: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ
Fonte: Disponível em: < http://www.sr3.uerj.br/>. Acesso em 14 jan. 2015
23
Nesse caso o usuário deverá prosseguir clicando no botão Departamento de Extensão e, logo
em seguida, em Cursos, como ilustra o caminho 3:
Figura 4 - Etapa 3: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ
Fonte: Disponível em: <http://www.sr3.uerj.br/>. Acesso em 14 jan. 2015.
Figura 5 -Etapa 4: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ
Fonte: Disponível em: < http://www.sr3.uerj.br/depext/depex_acoes_extensionistas_cursos.php>. Acesso
em: 14 jan. 2015.
Finalmente o usuário visualiza o último botão, Revistas Eletrônicas, onde deverá clicar para
chegar ao portal e iniciar sua pesquisa.
Figura 6 - Portal de publicações eletrônicas da UERJ
Fonte: Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/>. Aceso em 15 jan.2015.
24
A princípio, verifica-se que o acesso ao Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ não é tão
evidente, pois requer que o usuário passe por várias etapas até alcançar a informação desejada. Essa
ausência de visibilidade pode ser muito prejudicial a todos aqueles interessados em buscar
informações contidas nesses periódicos eletrônicos, sejam alunos que desejam incrementar suas
pesquisas ou gestores que buscam ajuda para tomadas de decisões.
A Arquitetura da Informação tem um arcabouço teórico adequado e metodologias capazes de
avaliar o desempenho de sistemas de informação no que concerne aos critérios de usabilidade e
acessibilidade de um site. Assim, torna-se necessário refletir sobre a disponibilização desses
periódicos eletrônicos em portal e no site institucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Para aumentar o interesse dos usuários, é fundamental criar uma sistemática propícia à investigação
do ambiente, que auxilie em seu desenvolvimento, possibilite um fluxo mais rápido de troca de
informações científicas e amplie a visibilidade de resultados de pesquisas.
1.2 A JUSTIFICATIVA
A ordenação de periódicos em portais suscita novos questionamentos, principalmente
porque, de acordo com Garrido e Rodrigues (2010), os periódicos ainda contemplam um modelo
híbrido em seus formatos e são considerados, até então, de forma individual. Como as instituições
ordenam esse novo serviço atualmente? É uma indagação importante que aqui se faz necessária. Os
autores propõem, então, uma resposta: a partir da identificação da existência de periódicos
científicos nas universidades federais e estaduais; da análise dos indicadores de padronização dos
portais de periódicos; da identificação dos modos de institucionalização e da elaboração de um
modelo de análise para portais de periódicos científicos.
O portal institucional de periódicos eletrônicos é um ambiente informacional digital que, de
acordo com Camargo (2010), pode ser mais explorado no que diz respeito aos recursos interativos e
colaborativos, em especial aqueles de personalização e customização, com o propósito de promover
melhorias nos processos de recuperação e disseminação de informações para comunidades de
pesquisa e a sociedade como um todo. Isso deve ser realizado através de uma metodologia de
desenvolvimento que leve em consideração a complexidade e os diversos itens compreendidos no
processo de aperfeiçoamento de tais ambientes.
Devido ao aumento progressivo de ambientes informacionais na web, ainda sob a perspectiva
de Camargo (2010, p. 21), novas demandas e problemas surgem e devem ser levados em
consideração no decorrer do uso e do desenvolvimento desse tipo de ambiente. Caracteriza-se essa
problemática como:
25
1 – A escassez de literatura especializada sobre arquitetura da informação para
ambiente informacional digital abordando idéias inovadoras e criativas como
recursos interativos, colaborativos, personalizáveis e customizáveis; 2 – A falta de
metodologias e instrumentos centrados no aumento, melhoria e facilidade de uso
dos ambientes informacionais digitais; e 3 – A pouca utilização de serviços
interativos para vários tipos de usuários, o que dificulta a utilização de outros
serviços como de navegação e recuperação de informação.
Segundo Winckler e Pimenta (2002), o emprego em massa de produtos e serviços eletrônicos
não significa necessariamente que estes estejam satisfazendo seus usuários. Observa-se que,
constantemente, depara-se com problemas de usabilidade. A tendência é utilizar a avaliação de sites
para dimensioná-los e, uma vez que esses são identificados, podem ser solucionados ou até mesmo
terem seus efeitos negativos minimizados. Ainda nessa concepção Nielsen (1998) aponta que vários
usuários costumam visitar determinados sites uma única vez, não porque o conteúdo não seja
interessante, mas pela incapacidade de encontrarem a informação desejada.
No caso do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, de acordo com os problemas
anteriormente relatados em relação à dificuldade de localização inicial do Portal no site
institucional, torna-se oportuna e considerável a proposição de um estudo baseado nos fundamentos
teóricos da Arquitetura da Informação, que pode vir a acarretar melhorias nesse ambiente
informacional, expandindo a sua visibilidade e o acesso a informações científicas. Atualmente, estas
não são utilizadas meramente por desconhecimento do público-alvo.
A Arquitetura da Informação, nesse caso, funciona como base para a construção de um
modelo de investigação da estrutura do portal, servindo, ainda, como subsídio para que profissionais
que lidam com ambientes similares possam avaliar seu desempenho e a satisfação dos usuários na
busca de informações em portais de periódicos eletrônicos. A criação de portais de periódicos
eletrônicos de acesso livre em universidades públicas é, sem dúvidas, uma excelente iniciativa para
a disseminação de informações científicas. No entanto, é importante que se garanta a qualidade
desse serviço através de um diagnóstico regular desse tipo de ambiente. Além disso, é essencial
perceber que esse sistema precisa ser desenvolvido com a principal premissa de auxiliar os usuários
a recuperarem informações.
Baseando-se no presente contexto, este trabalho propõe os seguintes objetivos:
26
1.3 OS OBJETIVOS
A intenção da presente pesquisa se baseia em, a partir dos princípios da Arquitetura da
Informação, levantar categorias apropriadas e sugerir uma aplicabilidade no Portal de Publicações
Eletrônicas da UERJ, a fim de ampliar sua usabilidade e acesso, bem como promover o
desenvolvimento desse ambiente abarcando-se a pesquisa científica e demais informações que
servem como suporte para a tomada de decisões gerenciais.
1.3.1 Geral
Propor atributos de melhores práticas para aplicação em portais de periódicos eletrônicos,
com a intenção de auxiliar o profissional na organização e na estruturação de informações
científicas.
1.3.2 Específicos
Identificar na literatura melhores práticas em Arquitetura da Informação;
Construir, a partir das melhores práticas, um conjunto de critérios que se aplique em
portais de periódicos eletrônicos em forma questionário;
Confrontar o conjunto de critérios de melhores práticas com o Portal de Publicações
Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
Apresentar diagnóstico sobre o Portal de Publicações Eletrônicas da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro;
Apresentar avaliação específica sobre o instrumento proposto.
27
2 MARCO TEÓRICO: QUADRO CONCEITUAL
A construção do conhecimento em determinado campo científico, principalmente em sua
verificação e prática através de um experimento, necessita cada vez mais de um processo
colaborativo entre os seus pares. O cientista precisa ampliar e reunir diferentes tipos de informação,
bem como ter acesso a milhares de recursos que vão além da sua capacidade de pesquisa isolada;
por isso:
De modo menos possível, a pesquisa em colaboração parece ser mais amplamente
visível (medida, por exemplo, por citações) do que a pesquisa individual, e também
tende a ser de melhor qualidade. Os trabalhos mais citados em determinada
disciplina são com mais, freqüência do que seriam previsíveis escritos, em
colaboração, e em geral envolvem os pesquisadores mais produtivos e eminentes.
(MEADOWS 1999, p. 109).
Em sua tese sobre a natureza da Ciência, Ziman (1979) afirma que a revisão literária de
determinado assunto é tão importante quanto o trabalho de pesquisa que deu início a ele. Assim, a
averiguação de todas as etapas de uma experimentação é tão valorosa quanto a maneira pela qual os
resultados são apresentados, o processo de avaliação é realizado por outros pesquisadores e a
aceitação do trabalho é feita por parte da comunidade científica.
O emprego da Arquitetura da Informação em portais de periódicos eletrônicos é a proposta
deste trabalho; portanto, na primeira parte serão apresentadas as principais abordagens relacionadas
à AI, bem como suas definições fundamentais. Traça-se um panorama do desenvolvimento das três
principais gerações, sendo estas as mais expressivas, juntamente de suas diretrizes e formas de
atuação ao longo do tempo. Questões como a interdisciplinaridade com a Ciência da Informação e
sua importância também são pontuadas.
Na segunda parte abordam-se os Sistemas fundamentais da AI concebidos por Morville e
Rosenfeld (2006), os de organização, rotulagem, busca e navegação, e componentes como tesauros,
vocabulário controlado e metadados. Esse enfoque é necessário, pois esses sistemas serão
utilizados como base no processo de avaliação do Epublicações. Nessa seção, além das abordagens
28
fundamentais de Morville e Rosenfeld (2006), são identificados na literatura outros pontos de vistas
práticos e algumas pesquisas no campo da AI.
Na terceira parte, por ser o conceito de qualidade muito abrangente, delimita-se sob qual ótica
os critérios serão selecionados e aplicados no portal de periódicos eletrônicos. A qualidade é
avaliada em relação às perspectivas de Interação Humano Computador – IHC, com foco no usuário,
respeitando-se princípios de usabilidade e buscando-se a constante avaliação por meio de técnicas
de inspeção. Assim, é possível identificar problemas relacionados à funcionalidade do sistema e sua
relação com seus usuários.
Na quarta parte pretende-se abordar o processo de comunicação científica (origem, dinâmica
e principais autores); o que são considerados periódicos científicos; os fatores preponderantes na
conhecida crise dos periódicos científicos, que culminaram no movimento de acesso aberto à
literatura científica mundial; os modelos de arquivos abertos junto à inserção de novas tecnologias,
principalmente no contexto das universidades brasileiras; e o que promoveu, nesse processo, a
criação do formato de periódicos eletrônicos e seus portais.
Na quinta parte desse marco teórico, por fim, torna-se pertinente a definição de portais web
para diferenciá-los do modelo de portais de periódicos científicos eletrônicos. Listam-se as
principais iniciativas de portais de periódicos eletrônicos de acesso livre nas universidades públicas
brasileiras, criadas pelo IBICT com a distribuição do software SEER, e descrevem-se análogas
como o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
CAPES, a plataforma WebQualis, utilizada para avaliação de periódicos eletrônicos científicos na
atribuição de conceitos, e, finalmente, a Biblioteca digital de periódicos científicos (Scientific
Eletronic Library Online – SCIELLO).
2.1 A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO
Desde os primórdios da humanidade é possível constatar a importância da informação na vida
em sociedade, mas também é viável discutir o que foi denominado como o fenômeno da explosão
informacional, que pode ser hoje considerado com mais clareza na percepção de Wurman (1991, p.
36). Além de constatar que ―a informação se transformou na força motriz de nossa vida e a terrível
ameaça dessa pilha cada vez maior a exigir compreensão o que leva a maioria de nós a ansiedade‖,
ele também a concebeu como uma explosão da não-informação, a verdadeira ―avalanche de dados‖;
enfrentá-la significa ser capaz de transformá-la em informação.
De acordo com Wurman (1991), informação é aquilo que pode ser compreendido e faz
sentido para quem a acessa. Essa questão também é ressaltada em Marcondes (2002, p.42), ao
29
afirmar que ―um aspecto problemático da cultura de nosso tempo relacionado à questão
informacional é o assim chamado fenômeno da explosão informacional, a grande quantidade de
informações produzidas e disponibilizadas por diferentes atividades sociais, dificultando sua
identificação, acesso e utilização‖.
A Arquitetura da Informação vem se desenvolvendo dentro desse contexto caótico da web,
que muitas vezes disponibiliza dados, mas precisa, cada vez mais, dispor de mecanismos que os
transformem em informação:
Necessitamos de empresas dedicadas a tornar a informação acessível e
compreensível; de novas formas de interpretar os dados que cada vez mais
direcionam nossa vida, e de novos modelos para torná-los utilizáveis e
compreensíveis para transformá-los em informação. É preciso reeducar as pessoas
que produzem informação a fim de aumentar sua eficiência, e nós como
consumidores, devemos ficar mais hábeis como receptores se quisermos nos livrar
da ansiedade da informação. (WURMAN, 1991, p.55).
O primeiro autor a utilizar a expressão Arquitetura da Informação foi Richard Saul
Wurman (Macedo, 2005, Albuquerque 2010 e Camargo e Vidotti, 2011), em 1976, na National
Conference of the American Institute of Architects (AIA). Ainda nesse evento, ele designou como
Arquiteto da informação aquele que tem a habilidade de planejar ou construir formas capazes de
ajudar as pessoas a encontrarem seus próprios caminhos para o conhecimento.
Percebe-se que a AI surge a partir das concepções de Wurman (1991), um arquiteto
especialista em edificações reconhecido como o basilar arquiteto de informação dos Estados
Unidos. Ele considera a condição infinita da informação, porém acredita serem limitadas as
possibilidades de organizá-la, e propõe cinco formas para executar essa tarefa: por categoria, tempo,
localização, alfabeto e sequência. Esse foi o primeiro momento da AI. De acordo com Albuquerque
(2010, p. 17):
[...] essas idéias não obstantes sejam operacionalmente válidas (no sentido que de
fato podem ser utilizadas para o exercício da organização da informação, surge de
forma ad hoc, como o resultado da prática e não como um desdobramento
necessário com base em primeiros princípios. Da mesma forma, não são
apresentados, argumentos do porquê seriam essas formas as únicas possíveis como
o autor dá a entender).
Verifica-se que há uma lacuna conceitual no campo da AI; Macedo (2005) explica isso
afirmando que houve, inicialmente, certa confusão na ampliação dos conceitos da Arquitetura
tradicional e no deslocamento deles para o imenso campo de atuação e das aplicações geradas pela
Arquitetura da Informação com o passar do tempo. Destaca-se em sua pesquisa que as definições
da Arquitetura da Informação denotam várias alternâncias, principalmente no que se refere ao tipo
30
de informações a serem tratadas pela AI e sua área de desempenho. Aponta-se que, em muitos
artigos, a usabilidade pode ser considerada uma disciplina em separado, e muitos autores comparam
a AI com a Arquitetura tradicional e o Urbanismo.
O ponto em comum na maioria das definições, ainda na visão de Macedo (2005), seria o tema
da satisfação das necessidades informacionais dos usuários e a noção de que a Arquitetura da
Informação trata-se de um processo que concebe a articulação entre seus elementos e o conjunto.
Essa abordagem seria proveniente de Rosenfeld e Morville (2006), que apresentam a AI como uma
confluência de contexto, conteúdo e usuários.
No próximo tópico serão destacadas algumas das principais abordagens que representam o
pensamento vigente sobre Arquitetura da Informação enquanto disciplina e prática. Antes de buscar
as definições de Arquitetura da Informação, é fundamental ter uma compreensão prévia do contexto
histórico que determinou sua criação e seu desenvolvimento enquanto disciplina, ciência e,
inclusive, arte.
2.1.1 A Evolução do Conceito de Arquitetura da Informação no Tempo
Quanto ao contexto histórico de desenvolvimento da Arquitetura da Informação, Camargo e
Vidotti (2011) traduziram um quadro explicativo de Evernden e Evernden (2003), autores que
traçaram uma linha evolutiva entre três diferentes gerações, apresentadas no quadro 1, com o
objetivo de facilitar a compreensão das várias definições encontradas na literatura, desde as
elaboradas por especialistas atuantes na área até teóricos interessados no tema (inclusive
pesquisadores da Ciência da Informação que buscam estabelecer interdisciplinaridade com o
campo). Nesse resumo apresentar-se-ão algumas abordagens que marcam e situam a evolução das
principais definições da Arquitetura da Informação no decorrer do tempo, desde 1970 até 2000.
Quadro 1 - Características das três gerações da Arquitetura da Informação
Geração Foco Orientado por Conteúdo
1ª geração
1970 e
1980.
Sistemas como aplicações que
não rodam na Web dentro de
organizações individuais.
Aumento de funcionalidade e sofisticação de
aplicações que não rodam na Web.
Esclarecimento da necessidade de uma abordagem
arquitetural; analogias com a arquitetura de
construção; diagramas 2 D simples ou frameworks
fornecendo uma visão inicial da arquitetura.
2ª geração
1990.
Sistemas Web como conjuntos
integrados de componentes
dentro de organizações individuais.
Crescimento da complexidade de sistemas e
interdependência;
demanda por reuso de software.
Extensões e adaptações de diagramas das
arquiteturas da 1ª geração; conjunto de
frameworks com modelos de referências industriais.
3ª geração
Depois de
1990 e 2000.
Informação como recurso
corporativo com ferramentas de apoio de TI e técnicas.
Surgimento da Internet, do
e-commerce e aumento nas aplicações business to business; crescimento de interdependência
entre organizações; adoção do gerenciamento
de conhecimento, sistemas inteligentes e visão mais holística da informação como recurso.
Definição explícita de princípios e teoria básica;
desenvolvimento de arquiteturas multidimensionais; customização de frameworks
de informação para necessidades de organizações
individuais; padrões e mapas de informação genérica.
Fonte: Elaborado e traduzido por Camargo e Vidotti (2011, p. 15) de Evernden e Evernden (2003, p. 96)
31
Representando a primeira geração, Wurman (1970 e 1980) lançou as primeiras sementes
conceituais no campo da Arquitetura da Informação, que floresceram na medida em que foram
inseridas novas ferramentas tecnológicas no cotidiano dos usuários da informação. Isso, de certa
forma, foi preconizado na obra Information Ansiety, na qual expõe que a compreensão da
informação é o ponto chave da produção do conhecimento, e esta depende de um processo
interativo no qual o simples acesso aos dados não é suficiente para torná-la relevante na vida do seu
receptor.
Na segunda geração, Mcgee e Prusak (1994) apresentam a informação como um componente
fundamental na gestão competitiva do conhecimento em organizações, e, nesse contexto, a
definição de AI está focada na obtenção de resultados de produtividade e eficiência no trabalho. Há
uma grande tendência, nesse período, de se considerar nas definições o valor estratégico da
informação. Para esses autores, a AI deve fazer parte de um processo, um sistema com perspectiva
de estruturação, aquisição, autoavaliação e disseminação da informação.
A exemplo de autores da terceira geração, Davenport (1998) considera no livro A ecologia da
informação que a tecnologia não seria o suficiente para dar conta da era da informação, e define a
Arquitetura da Informação como um conjunto de ferramentas adequadas aos recursos e às
necessidades de informação, que deverá funcionar como elo entre o comportamento, os processos,
os recursos humanos e outras particularidades de uma instituição. Nessa mesma linha de
pensamento, Rosenfeld e Morville (2006), bibliotecários com uma perspectiva de AI voltada para a
World Wide Web, apresentam a mesma visão sistêmica da ―ecologia da informação‖, definindo-a
como uma rede na qual seus participantes se inter-relacionam em uma situação de interdependência
para sua manutenção no ambiente informacional. Eles propuseram o modelo representativo da AI,
no qual exemplificam esta intersecção:
Figura 7 - Information architecture concepts
Fonte: Rosenfeld e Morville (2006, p.12)
32
Conceberam também a importância da interação desses três níveis descritos acima, o
contexto, o conteúdo e os usuários, para a sobrevivência do sistema.
Na interpretação de Macedo (2005, p. 111), cada esfera proposta nesse modelo pode ser
entendida como:
Contexto: é o ambiente organizacional. Qualquer sistema de informação está dentro dele e,
portanto, é fundamental entender a missão, os objetivos e a cultura da organização em
questão, estejam todos evidentes ou não. Para implementar um projeto de AI é necessário
inteirar-se dessas questões, que devem ser previstas para atender às singularidades de cada
um desses aspectos.
Conteúdo: é mais abrangente, visto que compreende documentos, aplicativos e serviços,
bem como metadados e facetas informacionais. Para a AI, devem ser levadas em
consideração a natureza e a capacidade de expansão desses conteúdos com o passar dos
anos.
Usuários: é preciso entendê-los e compreendê-los para que se descubram suas necessidades
(geralmente diferenciadas). Essas necessidades se refletem nas buscas pelas informações e,
por isso, a AI deve ter como meta um desenho de sistemas que atenda a variados
comportamentos e necessidades.
A importância de Rosenfeld e Morville (2006) para o campo é baseada, além da conceituação,
nos exemplos fornecidos por esses autores de aplicação em ambientes digitais. É interessante
observar que são listados os principais aspectos do que se considera Arquitetura da Informação,
bem como algumas atividades que não fazem parte dela. Entretanto, admite-se a efetiva
interdisciplinaridade que estas mantêm no desempenho do trabalho da Arquitetura da Informação.
Para eles, a AI pode ser definida como:
1.Um projeto para estruturar ambientes de informação compartilhada. 2. Uma
associação de organização, rotulagem, pesquisa e sistema de navegação em sites e
intranets. 3. A arte e a ciência de configurar produtos de informação e experiências
para apoiar usabilidade e encontrabilidade. 4. Uma disciplina emergente e
comunidade de prática direcionada a trazer princípios de design e arquitetura para o
ambiente digital. (ROSENFELD e MORVILLE, 2006, p.9, minha tradução)
As disciplinas não consideradas por Rosenfeld e Morville (2006) como Arquitetura da
Informação incluem: design gráfico, desenvolvimento de software e engenharia de usabilidade. Eles
acreditam que essas são ―zonas cinzentas‖, pois seus limites não são muito claros, mas apontam
questões importantes e desafios entre as áreas, forçando uma colaboração interdisciplinar que
resulta em um produto final melhor.
33
A Arquitetura da Informação é um processo indutivo, um campo novo, e, por isso, segundo
Haverty (2002), ainda não apresenta uma teoria consolidada, podendo ser vista como uma área que
ainda não atingiu o status de disciplina. O autor afirma que a AI se baseia em várias definições
resultantes de suas práticas e em outras disciplinas que com ela se relacionam. Nessa mesma linha
de pensamento, Camargo e Vidotti (2011) definem a AI como uma área que fornece elementos para
estruturar e projetar um ambiente digital, com o objetivo de aperfeiçoá-lo e aprimorar o acesso e a
recuperação das informações através dos usuários de sistemas.
A bibliotecária Bayle (2003), que lida com espaços informacionais digitais, relata suas
experiências em AI e confirma tais abordagens ao traçar alguns pontos principais de ação,
contextualizando-os em princípios que podem ser aplicados nessa atividade. Em sua abordagem, a
Arquitetura da Informação é considerada como ―A arte e a ciência de estruturar e organizar sistemas
de informação para auxiliar as pessoas a alcançarem seus objetivos. Arquitetos de informação
organizam conteúdos e sistemas de navegação de design, a fim de ajudar as pessoas a encontrar e
gerenciar informações‖, (BAYLE, 2003, p. 9, minha tradução).
O conceito de Arquitetura da Informação é construído por Macedo (2005, p. 132) a partir do
seu estado da arte; ou seja, através de uma análise dos processos dominantes estabelecidos em sua
prática, que a definem enquanto campo. Propõe-se que o conceito se fundamente na
Fenomenologia, através da metodologia de metamodelagem, resultando-se na seguinte definição:
‗Arquitetura da Informação‘ é uma metodologia de ‗desenho‘ que se aplica a
qualquer ‗ambiente informacional‘, sendo este compreendido como um espaço
localizado em um ‗contexto‘; constituído por ‗conteúdos‘ em fluxo; que serve a
uma comunidade de ‗usuários‘. A finalidade da Arquitetura da Informação é,
portanto, viabilizar o fluxo efetivo de informações por meio do desenho de
‘ambientes informacionais‘.
A preocupação da elaboração de princípios para a construção de definições em Arquitetura da
Informação é constatada por Albuquerque (2010), que acredita que dados fundamentos podem
ajudar a preencher o hiato conceitual existente na área identificada por Macedo (2005), e que esses
podem ser empregados na compreensão das questões primordiais que envolvem o campo da AI. O
autor também pesquisou os pontos de conflito apresentados nas definições existentes e a inevitável
busca por uma teoria que a AI desenvolve a fim de se consolidar enquanto ciência.
Camargo e Vidotti (2011) defendem a proposição da demonstração de processos e uma
metodologia que possa servir de guia no tratamento de ambientes informacionais digitais. Ambas
ajustam teoria e prática no prisma da Ciência da Informação, apresentam definições de vários
autores sobre AI e destacam que o termo apareceu bem antes da Internet, podendo ser empregado
34
em ambientes informacionais off-line e usuais, como bibliotecas e empresas. Atentam, ainda, para o
fato de que a AI pode ajudar no tratamento de conteúdos tanto físicos quanto virtuais e com
objetivos financeiros ou não. Entretanto, no que se refere a empresas, estas frequentemente as
utilizam para assegurar benefícios e vantagens de mercado. De acordo com essas autoras, a
definição mais apropriada para AI é:
A arquitetura da informação é uma área do conhecimento que oferece uma base
teórica para tratar aspectos informacionais, estruturais, navegacionais, funcionais e
visuais de ambientes informacionais digitais por meio de um conjunto de
procedimentos metodológicos a fim de auxiliar no desenvolvimento e no aumento
da usabilidade de tais ambientes e de seus conteúdos. (CAMARGO e VIDOTTI,
2011, p.24)
A definição acima é a que melhor se aplica à intenção dessa pesquisa, pois, de acordo com as
autoras, a Arquitetura da Informação fornece orientações direcionadas ao tratamento das
necessidades informacionais. Os objetos de conteúdo e sua metodologia podem originar um
diagnóstico (documento) primordial para assegurar a qualidade e a manutenção do ambiente em
questão. Na próxima seção, apresentar-se-ão algumas considerações sobre a relevância da
Arquitetura da Informação tanto para Ciência quanto para a vida prática.
2.1.2 A Importância da Arquitetura da Informação
Explicar o mérito da Arquitetura da Informação na sociedade é uma tarefa bem menos
complexa do que defini-la, talvez porque sua origem esteja mais centrada em sua prática efetiva do
que propriamente na reflexão teórica. Seu valor é dimensionado por Wurman (1991), que descreve
uma sociedade que concilia telefone, computador e televisão, agregando-os a um sistema único,
cujo resultado é a transmissão de dados que podem ser compartilhados instantaneamente pelas
pessoas. A Arquitetura da Informação, então, torna-se uma saída para organizar esse imenso fluxo.
A importância da AI é considerada por Bayle (2003) através do reconhecimento da
relevância da aprendizagem e dos custos gerados ao não se encontrar a informação desejada, bem
como do desenvolvimento de ações que facilitam a pesquisa e resultam em projetos, produtos,
serviços e pessoas adequadas para operar nessas atividades. A Arquitetura da Informação carece de
averiguação em relação ao seu status científico. Segundo Macedo (2005), seria necessária uma
avaliação dos princípios considerados importantes na área, que serviriam como base para legitimar
seus processos enquanto ciência. Quanto aos fenômenos que despertam atenção, esclarece-se que:
A disciplina deve interessar-se, de um modo geral, pela natureza dos espaços
informacionais como delimitações do mundo e pela relação entre os usuários e os
35
fluxos de informações. E, mais especificamente, pelos métodos e técnicas de
desenho para a solução dos problemas práticos dos ambientes informacionais.
Quanto ao escopo de atuação da área, este concentra-se no domínio de informações
registradas, que é o objeto de estudo da Ciência da Informação, mas trata de um
aspecto específico de tal domínio, sendo este o desenho de ambientes de
compartilhamento de informações visando à viabilização dos fluxos
informacionais. Nesse sentido, a Arquitetura da Informação atua tanto na
modelagem de sistemas de informação quanto na modelagem de estruturas de
conteúdos informacionais propriamente ditos. (MACEDO, 2005, p. 142)
Os arquitetos de informação são as pessoas mais indicadas para falar sobre o significado e a
relevância da AI na sociedade, principalmente quando relatam a importância do seu trabalho
exibindo resultados de experiências e projetos. O principal benefício da AI para o mundo dos
negócios, de acordo com Camargo e Vidotti (2011), está na vantagem competitiva de mercado, pois
é capaz de ajudar na estruturação de ambientes digitais e facilitar os procedimentos de gestão da
informação e do conhecimento. Assim, ela atua diretamente na administração empresarial como um
todo. Em relação ao custo-benefício da AI, alega-se que:
As instituições querem saber quanto elas vão gastar para desenvolver um ambiente
e quanto vão ter de retorno. E a resposta para isso é muito difícil de ser mensurada,
pois as vantagens de uma AI podem ser de várias naturezas e só podem ser
analisadas depois de um determinado período de utilização do ambiente
informacional. (CAMARGO e VIDOTTI , 2011, p. 4)
A ideia da função primordial da Arquitetura da Informação é reforçada por Lima-Marques e
Macedo (2006, p.250) na organização de um ambiente informacional, com a finalidade de se
possibilitarem metodologias adequadas em um processo de Gestão do Conhecimento (GC), que
venham a resultar em economia para a empresa e maior eficiência e produtividade institucional:
Percebe-se ainda uma relação de interdependência entre os processos, ao
considerar que AI oferece o arcabouço metodológico e funcional para dar suporte
aos processos de GC, projetando formas de revelar dados que irão dar suporte à
tomada de decisões, ao passo que o produto da GC (conhecimentos sistematizados)
serve de insumo para inovações ou melhorias a serem implementadas pela AI. Na
prática, AI pode contribuir para GC, por exemplo, na tarefa de criação de
ambientes de aprendizagem interativos, para que os atores envolvidos possam
absorver e transferir conhecimentos, retroalimentando o sistema em uma ação
cíclica, promovendo assim o desenvolvimento da organização.
Quando tratam da questão da utilidade da Arquitetura da Informação, Rosenfeld e Morville
(2006) postulam que, para calcular o valor, primeiramente é preciso levar em consideração alguns
aspectos importantes, como o que se pode ganhar ou perder quando um usuário não encontra uma
informação dentro de determinada empresa ou instituição. Por exemplo, como mensurar o real
prejuízo que uma organização pode ter ao frustrar seus clientes através de um website mal
36
estruturado? Quantas más decisões gerenciais podem ocorrer no cotidiano de uma companhia
devido ao fato de os funcionários não encontrarem a informação necessária para a realização de
seus projetos? E quanto ao retrabalho derivado do esforço em procurar uma informação em meio a
essa desorganização? Essas perguntas podem encontrar respostas com um bom projeto de AI.
Outras questões também são destacadas por esses autores, como a possibilidade que a
Arquitetura da Informação oferece na educação de clientes sobre novos produtos e serviços
relacionados à informação pesquisada diariamente no site, indagando-se qual seria o verdadeiro
prejuízo para uma instituição com a construção de um site que definitivamente não funciona na
prática. Percebe-se que a Arquitetura da Informação demanda processos que inevitavelmente
requerem o apoio de outras áreas do conhecimento, principalmente da Ciência da Informação. Em
consequência do fenômeno da interdisciplinaridade, este será tema da próxima seção.
2.1.3 A Interdisciplinaridade com a Ciência da Informação
A interdisciplinaridade existente entre a Arquitetura da Informação e a Ciência da Informação
é relacionada por Macedo (2005) e Camargo e Vidotti (2011) em seus trabalhos. Demais autores,
como Rosenfeld e Morville (2006) e Bayle (2003), são bibliotecários e cientistas da informação;
assim, pode-se observar que o relato de suas pesquisas é proveniente de atuações profissionais, o
que, na prática, comprova a influência mútua que dadas áreas exercem uma sobre a outra.
A clássica definição de Ciência da Informação de Borko (1968, p. 1), na qual afirma se tratar
de uma disciplina que se preocupa em estudar as ―propriedades e o comportamento informacional,
as forças que governam os fluxos de informação e os significados do processamento da informação,
visando à acessibilidade e a usabilidade ótima‖, serve de base para Macedo (2005, p. 145) na
relação estabelecida com a Arquitetura da Informação. Portanto:
Pode ser considerada uma disciplina da Ciência da Informação na medida em que
esta última fornece os fundamentos para a compreensão do fenômeno da
informação que é seu objeto de estudo, ao passo que aquela fornece os métodos e
técnicas para estruturação do fluxo de tal objeto em espaços informacionais,
viabilizando seu uso.
Quanto à metodologia de aplicação das disciplinas, Macedo (2005), fundamenta que a
Arquitetura da Informação tem técnicas voltadas para o desenho de ambiente de informação que
podem ser aproveitadas em qualquer ambiente informacional, como instrumentos de coleta,
processamento e disseminação de informações. O alicerce da Ciência da Informação, segundo
Borko (1968), é a investigação das propriedades e o comportamento da informação, sua prática, a
maneira como ela é transmitida, assim como seu processamento, sua armazenagem e recuperação.
37
A interdisciplinaridade na Ciência da Informação é destacada por Saracevic (1995) como uma
condição que se explica na própria compreensão do fenômeno da informação e comunicação, suas
consequências nas relações e no comportamento humano e a inerente necessidade dessa
interdisciplinaridade ser introduzida no campo para aguentar a complexidade de problemas
característicos de sua própria natureza. Cita-se que os campos mais significativos que mantêm
relação interdisciplinar com a CI são a Biblioteconomia, a Ciência da Computação, as Ciências
Cognitivas e a Comunicação. Para o autor, a Ciência da Computação e a Ciência da Informação se
complementam por terem interesses comuns, como a representação da informação, sua organização
intelectual, a busca, a recuperação, a utilização e a qualidade da informação processada.
O status científico da Arquitetura da Informação é estabelecido por Macedo (2005), que
descreve seus fenômenos de interesse como aqueles relacionados ao processo de ―desenho de
ambientes informacionais‖ (para a autora, desenho, nesse contexto, significa o modelo da realidade
em questão) e também as consequências desses desenhos para a sociedade. O foco principal da AI
está no domínio das informações registradas, que também são o principal objeto de estudo da
Ciência da Informação. Destaca-se que:
[...] trata de um aspecto específico de tal domínio, sendo este o desenho de
ambientes de compartilhamento de informações visando à viabilização dos fluxos
informacionais. Nesse sentido, a Arquitetura da Informação atua tanto na
modelagem de sistemas de informação quanto na modelagem de estruturas de
conteúdos informacionais propriamente ditos. Como já foi visto, percebe-se na
literatura uma tendência dos autores a limitar o escopo ou abrangência da área. Não
há um consenso acerca do que é de sua competência, apesar de serem apontados
elementos comuns. (MACEDO, 2005, p. 143).
A premissa hologramática do pensamento complexo de Morin (2000) é explicada por
Macedo (2005), que argumenta que o todo reflete a parte e nela também está refletido. Baseando-se
nisso, afirma-se que a Arquitetura da Informação é parte da Ciência da Informação e espelha-se em
elementos estruturais do todo em sua substância. Em uma tentativa de demarcar a interação entre a
AI e a CI, Macedo (2005, p. 148) elabora um quadro sintético no qual apresenta os focos de
interesse das áreas da Ciência da Informação.
Quadro 2 - Focos de interesse das áreas da Ciência da Informação.
DISCDISCIPLINA FOCO DE INTERESSE
Arquitetura da Informação Ambientes de informação
Comunicação Fluxos de informação
Gestão do Conhecimento Produção e compartilhamento de informações
Fonte: Macedo (2005, p.148)
38
A Arquitetura da Informação é considerada por Camargo e Vidotti (2011) um recurso capaz
de assistir a recuperação, a comunicação e o uso da informação. É possível, portanto, afirmar que se
trata de um tema relevante e intrinsecamente relacionado à Ciência da Informação, particularmente
no que se refere ao tratamento da informação em ambientes digitais. Pode-se, ainda, gerar uma
comparação na parte navegacional proposta acima entre as técnicas tradicionais utilizadas em
estudos de usuários de Ciência da Informação e Biblioteconomia, analisando-se o comportamento
de usuários e a compreensão das suas reais necessidades de informação.
2.2 SISTEMAS FUNDAMENTAIS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO
Os componentes de uma de uma arquitetura da informação em websites podem ser elencados,
de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 43), para que se possa obter uma maior clareza do
conjunto do ambiente informacional. Todo esse conteúdo está estruturado em sistemas
interdependentes denominados organização, rotulação, navegação e busca. Elementos como
tesauros, vocabulários controlados e instrumentos de indexação são, ainda, desenvolvidos com a
finalidade de definir uma arquitetura da informação capaz de atender às expectativas de seus
usuários.
Organizar a informação é um desafio antigo, e são muitas as dificuldades enfrentadas por
todos que se dedicam a essa tarefa. Nesse contexto, de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p.
54), todos estamos, de certa forma, tornando-nos bibliotecários; este é um processo revolucionário e
silencioso, impulsionado pela força da Internet. Afirmam ainda que, há pouco tempo, a
responsabilidade de rotular, organizar e fornecer acesso às informações cabia aos bibliotecários e às
indecifráveis regras de catalogação e classificação que ajudavam o usuário a encontrar o que
precisava.
À medida que o tempo passou, e com a chegada das novas tecnologias, surge a necessidade de
sistematizar uma ordem no ambiente digital com seus sites corporativos, blogs e tantos outros meios
que ainda estão por vir. Os sistemas da Arquitetura da Informação descritos por Rosenfeld e
Morville (2006) não são fáceis de serem identificados, pois alguns são percebidos na interação com
o usuário, enquanto outros podem ficar implícitos nessa relação. A seguir, esses sistemas serão
descritos com seus respectivos princípios levantados na literatura através de pesquisas
desenvolvidas e melhores práticas sugeridas por alguns autores.
39
2.2.1 Sistema de Organização
Organizar é uma tarefa que implica em compreender, explicar e controlar; ou seja, categorizar
inclui diversas perspectivas socioculturais e intelectuais. Segundo Jacob e Shaw (1998, p. 155), isso
se traduz em ―um processo cognitivo de dividir as experiências do mundo em grupos de entidades,
ou categorias, para construir uma ordem dos mundos físico e social em que o indivíduo participa‖.
Os primeiros sistemas de classificação, como o Dewey Decimal Classification (1876), a
Classificação Decimal Universal (1885) e a Classificação do Congresso Norte-Americano (1900),
são utilizados até hoje. De acordo com Lara (2001) apud Reis (2007, p. 78), estes, baseados na
clássica teoria de Aristóteles, criaram grandes categorias de hierarquias, sendo mais apropriados à
manutenção de acervos do que à transferência de conhecimento e informação, pois representam
somente relações com perfil de gênero-espécie e não são favoráveis à criação de novos conceitos a
partir de anteriores, não representando bem relações não-hierárquicas como causa-efeito, produto-
produtor e agente-instrumento.
Reis (2007, p. 78) acrescenta que os sistemas de classificação, baseados ou não na teoria
clássica, possuem uma variedade de aplicações e podem ser empregados na organização de
bibliotecas físicas e on-line, na web semântica e no processamento de linguagem natural. Os
sistemas de classificação até hoje desenvolvidos refletem anseios e objetivos sociais e políticos da
humanidade. De acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 53), os arquitetos de informação assim
os organizam com a intenção de que seus usuários encontrem respostas para suas perguntas, sendo
essa a ideia essencial dos sistemas de organização e rotulagem.
No sistema de organização são definidos os princípios de ordenação; ou seja, a maneira como a
qual informação poderá ser disposta, sua estrutura. Quanto aos esquemas, estes podem ser
caracterizados em exato, onde as informações são ordenadas alfabética, cronológica ou
geograficamente; ambíguo, que se apresenta de forma mais subjetiva, onde princípio organizador
não se torna muito claro logo de início e necessita-se de algum critério pré-estabelecido, como
tópicos específicos a um determinado tipo de usuário (aberto ou fechado) e dirigidos à metáfora; e
híbridos, quando se misturam os dois tipos de organização.
As estruturas definem o modo como o usuário poderá navegar no site, podendo ser classificadas
em hierárquicas (abordagem top-down), que vão do geral para o específico, havendo um princípio
de superioridade entre os conceitos escolhidos; base relacional (bottom-up), que parte do
específico para o geral, sendo os dados armazenados dentro de um conjunto de relações ou tabelas,
como as relações entre elementos de acordo com autor, título, assunto e metadados; e hipertexto,
40
que é uma forma não linear de estruturar informações. Essa estrutura envolve dois tipos principais
de componentes, itens ou partes de informações que se ligam entre essas partes. Para melhor
visualização, observa-se o resumo no quadro abaixo:
Quadro 3 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistemas de organização
SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO
Fonte: Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89), baseado em Sraioto (2002).
A organização da informação em websites é o fator determinante do sucesso de um ambiente
informacional, mas muitos desenvolvedores não têm essa compreensão. A finalidade principal
desse sistema é ordenar as informações contidas no ambiente com coerência e lógica, de modo que
o acesso do usuário seja facilitado. Os arquitetos da informação devem organizá-lo de forma que as
pessoas encontrem respostas para suas questões. Os sistemas de organização são classificados por
Morville e Rosenfeld (2006) como esquemas que indicam um modelo mental para que os usuários
possam compreender melhor suas estruturas e meios primários de navegação.
2.2.1.1 Princípios do Sistema de Organização
Os arquitetos da informação têm na web um ambiente incrivelmente flexível para organizar,
pois nele podem ser aplicados vários sistemas de organização para um mesmo conteúdo, e, ao
mesmo tempo, fugir das limitações físicas do mundo impresso. Segundo Morville e Rosenfeld
(2006, p. 53-81), esses autores também discutem os atributos do sistema, destacados a seguir:
Coerência: as palavras têm o poder de serem entendidas de várias formas. Uma única
palavra pode ter diversos significados, e o sistema de organização é fundamentado na
linguagem. É necessário decidir sob qual critério se estabelecerá a organização do conteúdo;
como serão definidas suas categorias. O processo de classificação de conceitos abstratos
41
deve considerar o desafio de eliminar a ambiguidade inerente à palavra e em consequência
estabelecer a coerência no ambiente informacional.
Heterogeneidade (granularidade): é a capacidade de sintetização (resumo) dos elementos
e detalhes disponíveis em um ambiente. Um site é um grande caldeirão de multimídias; por
isso, faz-se necessária uma catalogação abrangente e específica que varie de acordo com a
necessidade do meio. É difícil classificar documentos de diversos níveis de granularidade,
pois a heterogeneidade impossibilita a imposição de uma única estrutura de organização do
conteúdo.
Perspectivas: sistemas de rotulagem e organização são proporcionalmente influenciados
por seus criadores. Para propor sistemas de organização funcionais, primeiramente deve-se
excluir os próprios modelos mentais de rotulagem e organização de conteúdo. É necessário,
então, familiarizar-se com a perspectiva do público-alvo (audiência).
Política Institucional: a escolha de sistemas de organização e de rotulagem pode impactar a
forma como os usuários do site percebem a instituição, suas funções e seus produtos. A
interação do ambiente com outros departamentos institucionais é clara? Fica evidente,
através da utilização de links, a inclusão de notícias ou o estabelecimento de uma eficiente
comunicação corporativa? O arquiteto de informação deve ter sensibilidade em relação à
política da empresa. Existem um projeto de marketing da marca institucional?
Coesão: esse atributo é considerado por Morville e Rosenfeld (2006, p 80-81) aquele que
consegue reunir todos os outros destacados acima. Considerando-se os regimes de
organização disponíveis, é importante conhecer suas diferenças para incluir os melhores
esquemas exatos para itens conhecidos e saber o que os usuários desejam com dada
pesquisa. Os esquemas ambíguos são mais adequados para navegação e aprendizagem
associativa quando os usuários têm uma ideia vaga de suas necessidades de informação.
Sempre que possível, deve-se utilizar os dois regimes de organização e não se esquecer,
durante a avaliação de sistemas, de que a linguagem é ambígua e o conteúdo é heterogêneo,
bem como que as pessoas têm diferentes perspectivas e a política institucional deve ser
respeitada. Os autores acrescentam que possibilitar vários meios de se acessar a mesma
informação pode ser uma saída para lidar com todos esses desafios.
Na perspectiva de Alomran (2015, p.2092), foram elaborados critérios de avaliação de portais
em universidades. Alguns aspectos devem ser levados em consideração em relação ao sistema de
organização:
42
Determinar a estrutura que será utilizada para se agrupar o conteúdo.
O conteúdo está organizado em uma estrutura local, apropriada e lógica? (Coerência).
Existe uma estratégia de classificação da informação?
O uso de qualquer esquema de metadados/classificação é adequado às necessidades de
ambos os gestores de conteúdo e usuários finais? (Audiência)
Existem regras de entidade de dados e de acesso?
O site determina quais sistemas de classificação são implementados pelo conteúdo?
As opções de organização do site apoiarão seu conteúdo no futuro? (Política
institucional)
Quanto à estrutura do site, de acordo com Toub (2000, p. 15), esta reflete sua integralidade; o
patrocinador pode ter ideias sobre o que os usuários devem fazer nesse ambiente, mas estas podem
não corresponder às reais expectativas desses usuários (audiência). Antes de qualquer coisa, é
necessário compreender a estrutura do site, que deve abordar as tarefas a serem executadas, e,
assim, aprendê-las. Destaca-se a importância de saber diferenciar a estrutura do site de seus outros
aspectos, como quando um usuário reclama de um site dizendo que este não é de fácil navegação.
Para alguns, isso pode significar que ele tem dificuldade de navegar em sua hierarquia; para outros,
que suas páginas carregam lentamente ou até mesmo que suas fontes na tela são pequenas e
visualmente não adequadas.
Ainda na abordagem de Toub (2000, p. 16), a organização do site envolve o agrupamento e a
rotulagem de conteúdo, questões triviais da Arquitetura da Informação. A AI vai além da
organização; ela pode incluir em seu escopo áreas importantes como o design de navegação e
indexação, bem como utilizar-se de técnicas de usabilidade e avaliações heurísticas, que, quando
bem documentadas, podem desenvolver ambientes informacionais. A pesquisa de Downey e
Banerjee (2011, p. 29) sobre como construir um checklist para verificar a Arquitetura da Informação
em um ambiente em relação ao sistema de organização em um projeto inicial afirma que é
importante observar os seguintes critérios:
Que tipo de dados serão utilizados ou criados/estruturados, semiestruturados e não-
estruturados. Como cada um é composto?
Existe uma estratégia de metadados? Qualquer norma para metadados?
Classificação (vocabulário controlado, tesauro, taxonomia).
Quem classifica? O arquiteto da informação, o usuário, ambos?
43
Ainda na perspectiva de Downey e Banerjee (2011, p. 29), a classificação é considerada um
importante mecanismo na organização de informações, devendo ser amplamente compreendida e
utilizada (coerência). A semântica e sua tecnologia são componentes que determinam a descoberta
e fornecem uma maneira de alavancar a tecnologia e explorar os relacionamentos da informação,
não se esquecendo de dar atenção à pesquisa, aspecto importante e esperado em sistemas.
A importância de se avaliar a coerência e integridade das categorias ou dos grupos de objetos
de conteúdo em um ambiente informacional é referenciada por Toub (2000, p. 17), e isso pode ser
mensurado em relação ao grau de semelhança de objetos dentro de uma categoria, ao grau de
sobreposição entre as categorias e também à sua hierarquia. No que se refere à última, a estrutura do
site baseada no relacionamento pai-filho pode ser avaliada na maneira como as subcategorias se
encaixam na principal e também no modo como os documentos se relacionam uns com os outros;
nesse caso, enfatiza-se na avaliação a similaridade dos conceitos, não a eficácia dos rótulos, pois
isso compete mais ao sistema de rotulagem (TOUB, 2000, P. 17).
Uma teoria sobre hierarquia, tanto em alta quanto em baixa similaridade, segundo Toub
(2000, p. 20), é uma hierarquia com muita sobreposição entre categorias. Essa técnica propõe
originalidade na identificação de categorias que se sobrepõem. O autor comenta que há várias
filosofias sobre o que pode ser considerado um bom design de hierarquia. Em uma taxonomia, cada
item deve se encaixar em pelo menos um lugar; porém, muitos designers optam por colocar um
item em vários nós em uma hierarquia, acreditando que o usuário procura um único item em
diversos locais, então este deve estar presente em todos eles. Risden (1999) apud Toub (2000, p. 20)
sugere que um alto nível de redundância cria uma dificuldade para os seus usuários diferenciarem
entre categorias, mas isso não prova que a redundância impede uma navegação eficaz (audiência).
Entre as técnicas de avaliação encontra-se a ―Classificação dos bens‖, na qual os participantes
recebem os nomes de uma categoria e uma subcategoria, e, em seguida, são convidados a avaliar
como essas subcategorias se encaixam na categoria (verificando se esse agrupamento seria ideal).
Outra forma é a ―Verificação de sentença acelerada‖, na qual os participantes da avaliação leem
uma frase verdadeira ou falsa com a estrutura [sub-categoria] e uma categoria, como no exemplo da
página acima: ―a Economia é ciência social‖.
Quanto à representação pai-filho em uma hierarquia, Toub (2000, p. 21) explica que uma
técnica comum que evidencia o significado de uma categoria inclui listar subcategorias de itens ao
lado do nome da categoria, como ilustrado na figura abaixo:
44
Figura 8 - Página Yahoo - hierarquia Diretório listando subcategorias de itens
Fonte:< https://br.financas.yahoo.com/ >. Acesso em 20 de fev. 2016. Atualizado pela autora baseado em
Toub (2000, p. 21).
No Guia Prático de Arquitetura da Informação de Spencer (2010, p. 131), resume-se que o
primeiro passo para se entender um trabalho com organização de conteúdo é compreender o que se
tem em um ambiente informacional para ser disponibilizado, e isso pode ser útil para:
Entender o assunto (caso seja novo para o ambiente, e manter a coerência desses);
Ter uma visão arrojada (caso já o conheça);
Retirar conteúdos desnecessários;
Preparar para migração e
Gerenciar o processo do projeto.
Ressalta-se também que esse trabalho pode ser realizado através de um inventário de conteúdo,
no qual é listado de acordo com suas principais relações de forma, seja automática ou manual
(através do clique em cada página do site).
A seguir algumas definições sobre o sistema de rotulagem.
2.2.2 Sistema de Rotulagem
Antes de considerar o que é um sistema de rotulagem, é pertinente relembrar a definição e
função de um rótulo. De acordo com Spencer (2010, p.209), rótulos são todas as coisas que
descrevem pedaços de conteúdo, como os nomes dos itens da navegação e também as rubricas que
especificam partes de conteúdo. Um rótulo ou termo (label em inglês), segundo Reis (2007, p.99),
―é um símbolo linguístico utilizado para representar um conceito‖; sua finalidade é traduzir um
conceito de forma eficiente; ou seja, comunicar o conceito sem ocupar muito espaço na página e
45
sem demandar muito esforço cognitivo do usuário para compreendê-lo. Complementa-se que os
seres humanos relacionam naturalmente rótulos a conceitos, e foi essa propriedade que possibilitou
a criação de línguas para efetivar a comunicação. A língua, em uma abordagem sintética,
estabelece-se na associação de termos, na qual para cada conceito é concedido um símbolo (termo)
que o represente.
A forma de representação, para Morville e Rosenfeld (2006, p. 83), é definida como rotulagem.
Aponta-se que, assim como usamos palavras faladas na intenção de expressar conceitos e
pensamentos, os rótulos são utilizados com a finalidade de representar maiores partes da informação
em websites, e são a maneira mais evidente de demonstrar claramente como os sistemas de
organização e navegação funcionam no ambiente web. Esse sistema seria o conjunto de rótulos,
para os quais determinaram diretrizes e indicaram fontes para desenvolvimento.
―Rotulagem refere-se ao nome ou ícone de um objeto de conteúdo, como o título de uma página,
ou título de uma categoria ou propriamente um título‖ (TOUB, 2000, p. 23). As características dos
sistemas de rotulagem são ressaltadas por Alves (2011, p. 28), segundo Rosenfeld e Morville
(2006):
Rótulos iconográficos: são ícones ou símbolos que exibem a mesma informação que o
texto, muito empregados em sites infantis. Às vezes podem não representar a ideia original;
portanto, é preciso muito cuidado ao utilizá-los.
Rótulos com cabeçalhos: descrevem o conteúdo que os seguem como cabeçalhos
impressos e normalmente estabelecem uma hierarquia dentro do texto. Por exemplo, o
cabeçalho ―Consultas‖ reúne links contextuais que direcionam o usuário a informações que
podem ser consultadas, como número de processos ou procedimentos para determinadas
ações.
Rótulos dentro de um sistema de navegação: são o sitemap onde os links contextuais são
exibidos de forma mais abrangente. Possibilitam ao usuário obter uma visão global do que
esperar de cada um deles. Como não há, na prática, como separar os sistemas, é válido
afirmar que os rótulos fazem parte dos sistemas de navegação.
Rótulos como termos de indexação: os vocabulários controlados, tesauros e taxonomias
fazem parte desta categoria. Os termos de indexação consistem em palavras-chave, rótulos e
cabeçalhos de assunto que representam conteúdos para pesquisa ou navegação.
46
Quadro 4 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de rotulagem
SISTEMA DE ROTULAGEM
TEXTUAL
ICONOGRÁFICOS
Fonte: Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89), baseado em Sraioto(2002).
Quanto aos rótulos existentes em websites, Morville e Rosenfeld (2006, p. 86) os resumem em:
Links contextuais: são partes de informações em outras páginas e levam a outros locais
na mesma página;
Cabeçalhos: são rótulos que descrevem o conteúdo que vem a seguir, assim como
títulos de impressão;
Opções de sistema de navegação: são rótulos que descrevem as escolhas que podem
ser feitas em relação ao sistema de navegação no site;
Termos de indexação: palavras-chave, tags e títulos de assuntos que representam
conteúdo para pesquisa ou navegação.
Acrescentam Morville e Rosenfeld (2006, p. 86) que essas categorias não são excludentes.
Um único rótulo pode fazer uma ligação contextual, podendo ser iônico, em vez de textual. Na
construção de um sistema de rotulação, ainda nessa abordagem, ressalta-se que arquitetos de
informação devem projetar rótulos de forma que estes consigam expressar a mesma linguagem dos
usuários de um site.
2.2.2.1 Princípios do Sistema de Rotulagem
Segundo Toub (2000, p. 23), a rotulagem se relaciona com o nome ou ícone de um objeto de
conteúdo, como o título de uma página e categoria ou propriamente um título. Quando se estabelece
um diálogo entre o usuário e o site e há uma confusão ou questão sobre rótulo, é importante
esclarecer ideias. Os rótulos devem educar os usuários sobre novos conceitos, ajudá-los a
reconhecê-los rapidamente e fazer com que eles se familiarizem com tal recurso. (Predicabilidade).
Um sistema de rotulação bem construído, coerente e consistente pode facilitar a navegação e a
busca; no entanto, para isso, não deve-se limitar a simples rótulos, mas constituir um sistema de
rotulagem.
Navegação – Links
Termos de Indexação
Cabeçalhos
Navegação
Cabeçalhos
47
De acordo com Victoria (2008, p. 16), a Arquitetura da Informação, de maneira geral, considera
que a categoria de rótulos deve fazer sentido para o usuário e restringir a sobreposição conceitual.
Essa questão é exemplificada na situação de um usuário que visita uma loja de departamento on-
line e deseja comprar um aparelho de MP3 player; ele pode vir a se confundir ao deparar-se com os
seguintes rótulos de categorias: Áudio e TV, Informática, Moda e Móveis. Um leitor de MP3 pode
ser encontrado tanto na categoria Áudio e TV quanto na área de Informática. Prossegue-se
afirmando que o usuário pode selecionar a opção errada e sentir-se frustrado por não localizar a
informação que necessita, deixando até mesmo de pesquisar no local por não conseguir o que
deseja. (Predicabilidade)
Assim, a criação de rótulos deve ser mutuamente exclusiva, pois essa característica possibilita
aos usuários a realização de escolhas certas (precisão) — um dos aspectos mais desafiadores da
área. Victoria (2008, p.16) afirma que as categorias de rótulos devem utilizar o idioma adequado ao
público-alvo (o que não se limita à simples tradução), considerando o significado e o contexto
cultural. É preciso assegurar aos usuários pleno domínio da linguagem aplicada no ambiente; por
isso, os termos utilizados devem ser abrangentes. Dessa forma, siglas, jargões e vocabulários
técnicos devem ser evitados. Em relação às melhores práticas de inserção de rótulos de formulário,
Victoria (2008, p. 17) sugere:
Quando o dado for familiar aos usuários, deve-se usar etiquetas em posição superior,
alinhadas, para auxiliar na redução do tempo de conclusão da tarefa;
Quando o espaço vertical da tela for restrito, deve-se usar etiquetas alinhadas à direita,
Para entrada de dado desconhecido ou avançado, deve-se usar etiquetas alinhadas à
esquerda.
Ao estabelecer o design de um sistema de rotulagem, Morville e Rosenfeld (2006, p. 98)
recomendam seguir alguns procedimentos para tornar os rótulos mais representativos e menos
ambíguos, como:
Restringir o campo sempre que possível: concentrar-se na tríplice da Arquitetura da
Informação (conteúdo, usuário e contexto) e estabelecer metas para a AI. Quanto mais os
rótulos forem definidos com especificidade, mais eles se tornarão eficazes. (Precisão).
Desenvolver sistemas de rotulagem consistentes: consistência é importante porque significa
predicabilidade do sistema; assim, é mais simples e fácil de aprender. A consistência pode ser
percebida através dos rótulos, pois o usuário, ao ver um ou dois rótulos, logo percebe o que esperar
dos demais. A consistência pode ser afetada por fatores como:
48
a) Estilo: deve-se considerar utilização aleatória de pontuação. Se possível, deve-se contratar um
revisor.
b) Apresentação: o caráter sistemático de um grupo de etiquetas pode ser auxiliado por uma
apresentação coerente das fontes, tamanhos, cores e espaços em branco.
c) Sintaxe: deve-se utilizar uma sintaxe uniforme, levando em consideração grau, número,
gênero e tempo verbal, e dar preferência apenas a verbos no infinitivo ou somente substantivos.
d) Granularidade: deve-se evitar colocar no mesmo nível rótulos de significados abrangentes e
rótulos de significado específicos, como ―Restaurantes e Cantinas Italianas‖.
e) Abrangência: deve-se incluir, de forma geral, o campo delimitado dos rótulos, por exemplo:
um site varejista de roupas lista "calças", "laços" e "sapatos", enquanto omite "camisetas". Nesse
caso, é necessário incluir a terminologia.
f) Audiência: deve-se estabelecer rótulos adequados ao público-alvo e não misturá-los em caso
de públicos diferenciados. É mais indicado separar termos científicos de populares caso o ambiente
tenha esses dois tipos de usuários.
Na maioria dos trabalhos de Arquitetura da Informação, independentemente da facilidade de
visualização proporcionada por determinada página, o conteúdo acaba por se resumir em palavras.
Segundo Spencer (2010, p.209), o sucesso de um ambiente informacional é sintetizado em como
nele se rotulam as coisas, pois, se o usuário pensar em uma palavra e não conseguir identificá-la no
ambiente, de imediato aparecerá um obstáculo entre ele e a informação.
Em relação às características de bons rótulos, Spencer (2010, p. 210) define que os melhores
são os óbvios, que evitam que o usuário pense duas vezes sobre eles. Estes devem ser simples e
estáveis; não é necessário que sejam originais e inovadores, pois essas características devem ser
atribuições do conteúdo, não de seus rótulos. Os melhores rótulos devem:
Identificar as coisas pelo nome correto: escolher uma terminologia precisa não é tão
simples, mas alguns critérios podem auxiliar na decisão da escolha do rótulo, como
evitar utilizar termos ultrapassados. O ideal é perceber sempre o contexto do usuário.
Se existir uma lacuna entre a terminologia e o público, há a opção de oferecer
diferentes maneiras de se chegar ao conteúdo.
Ser consistentes: é importante ser consistente dentro de um conjunto de conteúdo,
evitando a utilização de dois rótulos, como Contate-nos em um lugar e Entre em
contato em outro. Não se deve classificar da mesma forma, pois isso leva as pessoas a
perceberem que se trata da mesma coisa.
49
Utilizar terminologia adequada ao público: para ser consistente é necessário
considerar a linguagem conhecida e utilizada pela sua audiência. Até em uma mesma
língua os termos não são comuns a todos os nativos, pois existem regionalismos que
devem ser levados em consideração na hora da escolha, bem como outros aspectos
comuns a certas categorias. No entanto, há exceções. Alguns militares utilizam e
conhecem siglas, e, por isso, estas não devem ser removidas de seus ambientes
informacionais.
Ser claros: Spencer (2010, p. 214) recomenda não tentar encontrar rótulos abstratos
ou ambíguos. A navegação permite utilizar rótulos mais longos, mas deve-se dar
preferência às palavras mais concretas possíveis. Um exemplo inclui não utilizar
Pequeno, Médio e Grande se puder descrever melhor o que realmente significam. É
necessário que as etiquetas expliquem claramente o conteúdo que elas representam;
utilizar rótulos bonitos, porém obscuros, não traz resultados — e isso não significa que
não se possa utilizar uma linguagem informal ou divertida na rotulagem, basta ser
claro e coerente com o estilo definido, dando-se preferência a etiquetas amigáveis e, se
a escrita for formal, optar por rótulo formal. (Precisão).
Algumas ideias para elaborar rótulos com a perspectiva de usabilidade são sugeridas por
Spencer (2010), embora não serão utilizadas no escopo desse trabalho:
Conteúdo: deve-se verificar as palavras utilizadas, bem como o conteúdo e as respectivas
etiquetas, percebendo o que elas sugerem;
Pesquisa do usuário: essa investigação consiste em descrever como frase e ideia refletem
conceitos da audiência, olhando para o log de pesquisa para se perceber exatamente o que as
pessoas procuram;
Card sorting: é um tipo de cartão, onde, no último passo, as pessoas fornecem uma etiqueta,
descrevendo um grupo mais abrangente de cartões. Fornece ideias bastante úteis.
Olhar o que todo mundo está fazendo: deve-se perceber como e o que os concorrentes
estão disponibilizando.
Em caso de dúvida entre dois termos, Spencer (2010, p. 215) sugere verificar o Google
Tendências e perceber a popularidade dos termos. Ele conclui que os rótulos mudam com o tempo,
pois coisas novas são adicionadas ao conteúdo do site ou movidas ao seu redor. É importante
50
permanecer sempre atento à maneira como as pessoas estão usando o ambiente e, se necessário,
assistir a termos de pesquisa e verificar quaisquer alterações nos termos que as pessoas estão
utilizando.
2.2.3 Sistema de Navegação
A navegação, de acordo com Spencer (2010, p. 257, minha tradução), é definida como um
processo que ocorre não ―apenas como uma única barra no topo da página, mas como todo um
sistema que combina peças diferentes para necessidades diferenciadas‖. A navegação se relaciona
diretamente com a ideia de não perder a direção durante a viagem para se encontrar o caminho.
Trata-se de um conjunto de estratégias que fornece conforto e um senso de direção para que novos
ambientes sejam explorados, segundo Rosenfeld e Morville (2006, p. 115).
A navegação, de acordo com Alomran (2015, p. 2083), é o método pelo qual usuários
investigam uma informação ou página da web, sendo um dos principais temas de pesquisa em AI.
Ela engloba estruturas de rotulagem e menu, bem como modelos de comportamento de navegação.
Para entender por que as pessoas se perdem ao navegarem em hipertextos, Mcnight et al (1991)
apud Reis (2007, p. 87) pesquisaram dois fenômenos cognitivos de navegação em espaços físicos e
os utilizaram em espaços hipertextuais, criando os esquemas de ambientes genéricos e a aquisição
de mapas espaciais cognitivos.
Os esquemas ou modelos de ambientes genéricos são oriundos dos ambientes físicos e pré-
concebidos na mente dos usuários; consiste-se em criar um estereótipo que começa com um modelo
mental do usuário, fornecendo a ele orientações básicas em um novo ambiente, a fim de guiar seus
comportamentos iniciais de navegação. São limitados, pois não fornecem as características
individuais do novo ambiente e não expandem o conhecimento daquilo que não pode ser enxergado
com os próprios olhos.
Quanto aos mapas espaciais cognitivos, estes estão dentro da mente do usuário e são
semelhantes à ordenação física do ambiente. Eles são obtidos através da interação do indivíduo com
o meio e contêm detalhes da posição espacial de cada elemento, possibilitando ao usuário saber
onde ele se encontra e permitindo ao próprio traçar rotas para a navegação.
A navegação é um sistema concebido por Rosenfeld e Morville (2006, p. 116) como um
constituído de vários elementos fundamentais ou subsistemas, sendo globais, locais, ad Hoc e
elementos auxiliares da navegação, todos integrados dentro das próprias páginas da web. Eles
fornecem contexto e flexibilidade, ajudando o usuário a perceber-se no espaço e decidir para onde
deseja ir. Os autores consideram, inclusive, que a navegação na web raramente é percebida como
51
um fator crucial, porém, quando mal projetada, esta pode arruinar um site, torná-lo confuso e
frustrante. Faz-se uma comparação entre o design da web e a construção, sendo que navegação,
nesse projeto, significa as portas e janelas.
Em global, a própria definição indica a ideia de poder estar presente em todas as páginas a
partir de um local. Pode ser realizada através de uma barra de navegação no topo da cada página e
permite o acesso direto às áreas-chave e funções, não importando onde o usuário se locomova na
hierarquia do site. Em local, o sistema de navegação global é acrescentado de um ou mais sistemas
de navegação local, permitindo ao usuário explorar a área imediata. Alguns sites integram a
navegação local e global e em um único sistema. Em ad Hoc, encontram-se links no corpo do texto,
que podem ser palavras ou frases; são fornecidas mais informações sobre dado assunto.
Determinadas situações de relacionamento em sites não se adequam às formas de navegação local e
global. É preciso, então, partir para a navegação contextual, caracterizada por links específicos para
uma página, documento ou objeto. Em sites do tipo e-commerce, links como ―consulte também‖
podem mostrar ao usuário produtos e serviços relacionados.
Ao descreverem o design de sistemas de navegação, Morville e Rosenfeld (2006, p.117) citam
que há ―zonas cinzentas‖ entre as áreas de arquitetura de informação, design de informação, design
visual e engenharia de usabilidade. Estas podem ser respaldadas pela experiência com o usuário,
principalmente quando se fala em navegação global, local e contextual, como uma ladeira
escorregadia que une estratégia, estrutura, design e implementação.
Quadro 5 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de navegação
SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO Gráfica
Hierárquico Barra de Navegaçâo Textual
Global
Local
Elementos integrados estado real da tela modelo da página
Frames projeto complexo
Ad Hoc Pull down
Menus
Pop up
Tabela de conteúdo
Elementos Remotos Índex - Índices
ou Mapa do site
Suplementares
Fonte: Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89), baseado em Sraioto(2002).
52
―A navegação não faz parte do website, ela é o website‖, afirma Krug (2000) apud Zhang, Zhu e
Greenwood (2004) ao se referir à importância da navegabilidade no processo da avaliação da
usabilidade de uma interface. Os elementos suplementares dos sistemas de navegação incluem
mapas do site, tabelas de conteúdo e índices. São externos à hierarquia básica de um site e permitem
formas complementares de busca de conteúdo e conclusão de tarefas. São muito importantes e
podem ser fatores cruciais para garantir a usabilidade e ―encontrabilidade‖ dentro de grandes sites
da web, mas, infelizmente, muitos desenvolvedores de sites não dão a eles merecida atenção.
Os sistemas suplementares de navegação podem fornecer ao usuário um backup de
emergência, de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 131). Suas principais características são
descritas a seguir.
Os mapas de site apresentam alguns níveis da hierarquia da informação disponibilizada,
fornecem uma visão ampla do conteúdo do site na web e facilitam o acesso aleatório às partes desse
conteúdo. Os autores destacam que o desenho de um mapa no site pode afetar significativamente a
usabilidade, pois reforça a hierarquia da informação, tornando familiar ao usuário a maneira como o
conteúdo é organizado e facilitando o acesso rápido e direto às áreas do site. Assim, evita-se
sobrecarregar o usuário com informações.
Os índices apresentam palavras-chave em ordem alfabética, sem representar a hierarquia, e
funcionam bem para o usuário que sabe aquilo que procura. As tabelas de conteúdo, ou guias,
servem como ferramentas úteis na introdução de novos usuários ao conteúdo e funcionalidades do
website. Os processos de navegação avançada também são abordados por Morville e Rosenfeld
(2006, p. 139); alguns pontos são descritos como:
Personalização e customização: a personalização envolve como base um modelo de
comportamento de páginas personalizadas para o usuário, enquanto a customização envolve
dar controle direto ao usuário sobre uma forma de apresentação e navegação.
Visualização: ferramentas que exploram potenciais de visualização para a navegação.
Navegação social: parte do princípio que o usuário individual pode agregar valor a partir da
observação das ações de outros utilizadores. Recursos como mainstream e listas dos mais
populares podem ser empregados nesse tipo de navegação.
No caso da navegação, na visão de Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011), os usuários dedicam
algum tempo explorando o espaço de documento e investigando referências do seu interesse ou que
possam surgir durante o processo; por isso, tanto na busca quanto na navegação, o usuário persegue
53
objetivos de descoberta. No entanto, na busca esses objetivos são mais perceptíveis do que na
navegação, onde são mais abrangentes.
2.2.3.1 Princípios do Sistema de Navegação – A questão da Navegabilidade
O projeto de navegabilidade é uma das áreas mais complexas de um ambiente web, pois
apresenta inerente subjetividade e demanda várias opiniões sobre o assunto. A usabilidade é um
conceito multifacetado e abrangente, sendo a navegabilidade um de seus atributos. Os usuários de
um mesmo ambiente são diferentes, o que torna mais difícil ainda atendê-los de maneira tão
específica, segundo Thurow (2014). Por isso, o autor apresenta os 11 pontos fundamentais que um
checklist não pode deixar de priorizar no que se refere à avaliação da navegabilidade de um site.
1. A navegação do site permite a conclusão de uma tarefa? Seja qual for o tipo de navegação de
um site; global, local, contextual, especializada: esta deve ser capaz de permitir a conclusão de
uma tarefa. Elementos de navegação devem ficar em posições de fácil visualização para os
usuários e os rótulos devem fazer sentido para eles. Qualquer criatividade ou inovação no site
deve ser realizada com cautela, pois certas transformações podem gerar efeitos negativos sobre
as experiências convencionais dos usuários. Recomenda-se que sejam aplicados testes de
usabilidade.
2. A relação entre o suporte de navegação do site e a Arquitetura da Informação: a
Arquitetura de Informação deve estar em sintonia com o suporte do site. Bons arquitetos de
informação sabem quando e onde colocar links de atalho; as áreas de recursos nos projetos de
site devem transmitir a importância destes aos seus usuários e máquinas (motores de busca).
Atenta-se para o fato de a AI ser usualmente confundida com a navegação de um site. A
Arquitetura de Informação está relacionada à categorização, organização e rotulagem de
conteúdo, enquanto a navegabilidade é a parte da interface do usuário que possibilita uma
navegação eficaz.
3. A navegação do site deve se destacar de outras seções da página web: o usuário, segundo
Thurow (2014), deve ser capaz de identificar imediatamente a parte de navegação de um site. Se
isso não acontecer, pode ocorrer abandono. (Universal).
4. O site deve permitir uma visão periférica de seus elementos de navegação: esse é o aspecto
em que o usuário pode focar em um item na tela, bem como perceber outros que estiverem na
mesma linha de sua visão. Explica-se que, em um teste de rastreamento ocular, o usuário pode
não prestar atenção direta à navegação em dado momento, por não ser necessário, mas, se a
navegação for indecifrável ou de difícil leitura, muitos usuários não conseguem se fixar nelas ao
mesmo tempo.
54
5. A navegação do site deve fazer sentido para os usuários: donos de site que não investem em
melhores práticas de usabilidade podem ter problemas com sua audiência e perdê-la
constantemente. Detalhes como ícones são muito importantes, e aqueles com mensagens pouco
claras podem causar confusão nas opções, como mostra o exemplo abaixo:
Figura 9 - Exemplo de ícones sem apoio
Fonte: Thurow (2014)
Nesse caso, fica difícil para o usuário reconhecer em qual botão deve clicar para iniciar uma
conversa.
6. A navegação do site não deve ser formatada à direita: segundo Thurow (2014), o texto
alinhado à direita é muito difícil de ler e impede o escaneamento.
7. A navegação de um site deve comunicar um senso de lugar: em um site, a orientação é um
comportamento que permite aos utilizadores determinarem sua posição em referência a outro
ponto — a criação de um senso de lugar, segundo recomendação da autora, significa que um
sistema de navegação deve oferecer pistas do tipo: ―você está aqui‖, através da inclusão de ―on‖,
―ativo‖ em elementos de navegação em vários níveis (universal). Ilustra-se na figura abaixo:
Figura 10 - Exemplo de senso de lugar em um site
Fonte: Thurow (2014)
8. Links de conteúdo devem indicar se foram ou não visitados: páginas da web podem
parecer confusas, principalmente na indicação de cores relacionadas a links visitados e não
visitados. As cores devem ser usadas de forma consistente. A convenção manda usar azul para
links não visitados e púrpura para visitados, mas não há normas para isso. (Universal).
55
9. O texto disponibilizado em um site deve indicar se é clicável ou não: alega-se que, para
tornar a navegação eficaz, é necessário que os visitantes do site consigam indicar, ao digitalizarem
um texto, aquilo que é clicável ou não nele. Um dos motivos para isso é que a autora observou, ao
longo do tempo, que usuários não clicam em determinadas áreas da navegação por acreditarem
não ser possível. Se o cursor ou dedo não estiver demonstrado no estado da navegação, então é
pouco provável que este tenha tal opção de uso. (Universal).
A figura 14 ilustra essa situação. O exemplo se refere a uma navegação local em um site de
viagens; os itens da lista apresentam marcadores com características clicáveis, mas testes
demonstraram que usuários não clicam sobre eles.
Figura 11- Indicação de áreas ―clicáveis‖ e ―não clicáveis‖ em um site.
Fonte: : Thurow (2014)
10. As etiquetas devem ter ligação com sua página de destino: uma navegação eficaz também
deve saber comunicar informações claras; uma forma de se fazer isso é utilizar etiquetas de link
que se assemelhem às marcas originais da página de destino. Exemplo dado por Thurow (2014):
About.php
Company.php
WhoWeAre.php
Qual desses indica de imediato que é o mais adequado para o usuário obter informações sobre a
organização ou empresa? Obviamente, é o primeiro.
11. Link para um mapa do site (Wayfinder) ou índice do site (sitemap XML): um mapa de site
(Wayfinder) é diferente de um índice de site (sitemap XML). O primeiro auxilia na navegação e
previne erros, servindo para usuários que querem pular etapas da navegação ou precisam de um
atalho para logo chegar à informação desejada. O segundo é uma lista ordenada alfabeticamente
de áreas importantes do website, que também pode ser bastante eficaz, pois inclui referências
cruzadas e esclarece palavras com significados ambíguos ou sinônimos. São mostrados links
visitados e não visitados.
56
Na construção de um sistema de navegação, Morville e Rosenfeld (2006, p. 115-120) citam
alguns aspectos determinantes, como:
A importância do contexto (ambiente) no sistema de navegação: o sistema de navegação
depende muito do ambiente que será executado; então, é importante observar as
potencialidades de navegadores (Mozilla, Firefox, Google, Explore, etc), visto que esses
trazem muitos recursos diferenciados.
A flexibilidade que o sistema de navegação deve ter: refere-se a não limitar o usuário a
determinado padrão de hierarquia e possibilitar a implementação, sempre que possível, de
recursos hipertextuais que permitam a ele maior flexibilidade de navegação, pois o
hipertexto suporta tanto uma movimentação lateral quanto vertical. O segredo é saber
equilibrar todos esses recursos, de modo que o usuário não fique confuso.
A percepção desse contexto (ambiente) pelo usuário: é fundamental que um sistema de
navegação forneça ao seu usuário o senso do contexto. Ele deve sempre saber o local onde
se encontra dentro desse sistema, que deve apresentar sua estrutura hierárquica e suas
informações de forma clara e consistente. Esses elementos contribuirão para a percepção de
um modelo mental acerca do regime de organização do site e, consequentemente,
transmitirão conforto e segurança. (Universal).
Uma navegação uniforme e eficiente é capaz de transmitir a confiabilidade e potencializar a
usabilidade de um website. A página principal não é a mais importante do site, segundo Spencer
(2010, p. 283), e sim aquela que comporta o conteúdo; esta merece maior atenção em um projeto de
navegação, pois:
É nela que os usuários passam a maior parte do seu tempo, onde eles têm sucesso ou
fracasso e decidem se continuarão a navegação.
É a primeira página que os usuários vêem, visto que, em um resultado de busca, são
instantaneamente direcionados para ela.
Em um projeto de navegação, Spencer (2010, p. 283) prossegue descrevendo que é importante
pensar em:
O que precisa estar nessa página?
Onde os usuários irão querer ir em seguida? Eles vão querer uma informação mais detalhada
ou outras informações sobre o tema?
Se os usuários precisam se deslocar entre diferentes seções do site ou estão propensos a
explorar tudo na seção atual.
57
Onde seria necessário que eles prosseguissem para relacionar produtos ou novas versões do
mesmo produto?
Seria importante deixá-los livres para navegarem à vontade?
Em relação à página principal do ambiente informacional, Spencer (2010, p. 285) afirma que
esta precisa:
Comunicar seu princípio de organização;
Destacar conteúdo particular ou características;
Permitir que os usuários naveguem para onde quiserem ir.
Há outros aspectos que devem ser verificados, como:
Que parte da navegação pensada no projeto é importante para a homepage? Por exemplo, se
a navegação superior for à esquerda dentro do site, esta pode ser necessária apenas como
navegação no topo da página inicial.
Existe algo na página inicial que não é para navegação? Deve haver?
O que é preciso estar na página inicial para ser navegado? Por exemplo, pode-se querer
incluir mais informações através de links rápidos? (Personalizada).
O que pode ser difícil para as pessoas encontrarem? O que merece espaço na homepage para
auxiliar os usuários? (Universal).
A maneira mais adequada de se avaliar um ambiente informacional é através de testes de
usabilidade. Para isso, é preciso ler e aprender sobre o assunto para decidir o melhor caminho a
seguir. Em relação à aplicação desses testes para avaliar a navegabilidade e layouts da página, bem
como evitar que se teste praticamente tudo em um único ambiente, Spencer (2010, p. 290) sugere
que os pontos a seguir sejam analisados.
A AI ainda funciona depois que se transformou em um sistema de navegação? Os usuários
podem ver as principais barras de navegação e sabem como utilizá-las? (Personalizada).
Será que as pessoas percebem e fazem uso de outros elementos de navegação, como links
relacionados?
Quando as pessoas usam outros elementos de navegação além dos links contextuais?
Qual conteúdo funciona bem e qual não funciona tão bem?
Prossegue-se afirmando que o sistema de navegação reflete com precisão a estrutura do site,
por isso está interligado com o sistema de organização. Alerta-se que a navegação do site deve ser
58
clara, intuitiva e consistente, e que deve haver no site uma seção evidentemente definida para a
navegação global (sendo esta a mesma em todas as páginas). A utilização da navegação baseada em
metadados (facetas e tags) suporta as necessidades dos usuários, sendo necessário que o sistema de
navegação apoie as informações buscadas pelos usuários. (Personalizada).
A importância desse sistema pode ser verificada na seguinte afirmação: ―vivemos em um
mundo atualmente onde arquitetos da informação podem ser processados ou responsabilizados
legalmente por projetos pobres de navegação, pois falhas nesse sistema impactam
significativamente os ganhos ou prejuízos de uma organização‖ (DOWNEY e BANERJEE, 2011, p.2).
Um sistema de navegação, para ser considerado de boa qualidade, de acordo com Morville e
Rosenfeld (2006), deve a todo o momento responder a estas três perguntas básicas: ―onde estou?‖,
―onde estive?‖ e ―aonde posso ir?‖. Ele deve ter como função a contextualização e ser capaz de
ofertar aos seus usuários a flexibilidade de movimentos, assim como disponibilizar caminhos
complementares para se alcançar o conteúdo e realizar tarefas. Para isso, esse sistema deve dispor
de ferramentas de navegação que tracem o caminho percorrido e determinem a posição atual e o
caminho de volta. Tais ferramentas, segundo os autores, fornecem um senso de contextualização e
conforto, possibilitando ao usuário explorar novos ambientes. (Personalizada).
Outros aspectos importantes destacados por Ruwoldt e Spencer (2005) apud Alomran (2014,
p.2085) examinaram 68 universidades australianas, estabelecendo critérios que devem ser
observados em sistema de navegação. São os seguintes:
Links estáticos devem ser agrupados de acordo com a audiência ou tema;
Duas ou mais ligações devem ser fornecidas a partir da página inicial para uma página de
conteúdo chave (conforme o caso), com os links com os títulos diferentes;
Links com conteúdo chave devem ser enfatizados visualmente;
Os usuários devem ser autorizados a escolher entre um motor de busca ou navegar em um
mapa do site ou índice/diretório.
O título da página é uma tag HTML que fornece metadados para uma página web; Mcgovern
(2002) apud Victory (2008, p. 21) identifica três funções importantes para esses títulos:
O título da página tem um papel essencial em um ponto de pesquisa, pois a maioria dos
motores de busca indexa esse título e o exibe no resultado de pesquisa, tornando-o a
primeira coisa vista pelo usuário; (Universal).
O título da página é visível na janela do navegador;
59
O título da página também é usado quando ela é marcada por um browser. Em uma página
inicial, recomenda-se que o título inclua as palavras-chave essenciais que indicam qual site o
usuário está digitando. Elas devem ser curtas, precisas e autossuficientes.
O texto do link, segundo Victory (2008, p. 21), é um termo que descreve as palavras usadas
em uma página web para se conectar a outra página ou documento; a elaboração desse texto
descritivo é importante (universal), pois:
O texto descritivo do link propõe palavras-chave relevantes, permitindo que os usuários
saibam quais informações podem esperar ao clicar no link;
Ao digitalizar páginas web, os usuários verificam links para ajudá-los a encontrar o que
estão procurando. O texto descritivo do link o ajuda a compreender rapidamente a
abrangência do conteúdo da página;
Alguns leitores de tela podem digitalizar uma página web para usuários e a visão desta pode
ficar prejudicada pela leitura em voz alta apenas do texto do link da página. O texto
descritivo do link auxilia usuários deficientes visuais a compreenderem rapidamente o
conteúdo apresentado. Simples repetições de ―clique aqui‖ não ajudam na compreensão
sobre o que há na página.
Textos de links não descritivos como ―clique aqui‖ ou ―mais‖ são ambíguos para os usuários
e os forçam a deduzir sobre o provável destino.
Criar o texto descritivo do link significa apresentar de forma clara e resumida as informações
disponíveis ao seu destino; Nielsen (1993) apud Victory (2008, p. 21) sugere que esses links sejam:
Coloridos e sublinhados, a fim de alcançar o affordance (reconhecimento) e torna-los
clicáveis (clickability). Acrescenta-se que, no caso de texto colorido, nem sempre é
absolutamente necessário sublinhá-lo; apenas menus de navegação e listas de links são as
exceções.
Outras recomendações são sugeridas por Nielsen (1993), que incluem:
Não sublinhar qualquer texto que não seja um link;
Usar cores diferentes para links visitados e não visitados. As duas cores devem ser variantes
ou tons da mesma cor, de modo que os links estejam claramente relacionados;
Tons azuis fornecem o sinal mais forte, mas ligações em outras cores trabalham tão bem
quanto;
Nunca mostrar textos nas cores dos links escolhidos, a menos que eles sejam links;
60
Não há necessidade de usar cores especiais ou outras visualizações quando um cursor passa
sobre um link;
A cor de ligação em uma intranet pode ser um caso especial. Assim, mostrar links listados
em azul no site principal é recomendado;
O texto do link deve incluir o tipo e o tamanho do arquivo se tiver como alvo um download
(PDF, por exemplo);
As cores dos links devem contrastar com qualquer texto envolvido. O link deve ser
sublinhado ou ser destacado visualmente quando localizado dentro de um texto normal.
A criação de uma marca on-line, uma identidade visual, é um fator importante para o sucesso de
um ambiente informacional (Política institucional). Victory (2008, p. 22) destaca alguns aspectos
que justificam essa tese, como:
Gerar confiança: isso pode ser incentivado através de um projeto local e do fornecimento
de informações. Elaborar uma declaração de privacidade pode ajudar a atenuar as
preocupações sobre a questão das informações pessoais fornecidas pelos usuários no site.
Fonte apropriada: legível, bem direcionada e com bom contraste, a fonte utilizada em um
site deve ter um tamanho que torne sua leitura mais fácil pelos seus usuários. Se não
encontrarem um tamanho de fonte legível, eles deverão ser capazes de ter o controle sobre
esse tamanho de fonte. Várias ferramentas para verificação de contraste estão disponíveis
on-line, deve-se utilizá-las para ajustar as cores utilizadas no site. As fontes que são
adequadas no papel não funcionam na tela, pois são reproduzidas com uma resolução muito
baixa; cada letra é representada por pixel quadrado em uma grade, em vez de em linha
suaves de tinta sobre o papel. Além disso, caracteres na tela com traços curvos ou diagonais,
especialmente itálicos, muitas vezes se dividem em formas irreconhecíveis. Verdana, Serif
sans, Gerorgia, Um serif, e Trebuchet são padrões para facilitar a leitura na web.
Não existe uma fórmula geral para construir um sistema de navegação, de acordo com Fleming
(1999) apud (Reis 2007, p. 91), mas aqui estão listados 10 princípios básicos de qualidade
examinados em websites (universal):
Fácil de compreender: se o sistema não for de fácil compreensão para o usuário, ele perde
tempo e não utiliza o site;
Ser consistente: é a capacidade do sistema de possibilitar ao usuário ter a previsibilidade de
como será a resposta desse sistema antes que ele execute a ação;
61
Prover feedback: o usuário tem a expectativa de que o sistema responda a cada ação
executada em sua interface, pois é através dessas respostas que se pode avaliar se o sistema
executou bem ou não a tarefa; portanto, a necessidade do feedback é primordial para dar a
ele o senso de orientação espacial;
Presente de diferentes formas conforme o contexto: contextualizar o usuário é apresentar
a ele rotas de interesse de acordo com sua localização no sistema;
Oferecer alternativas: cada usuário possui uma estratégia própria de navegação; portanto, o
sistema de navegação deve ser capaz de atender a diferentes expectativas;
Economizar ações e tempo de utilização: geralmente a frustração de um usuário é causada
por longas navegações, por isso o sistema deve oferecer atalhos e permitir rotas curtas, em
especial a usuários experientes.
Apresentar imagens visuais claras e no momento adequado: é importante que o visual
seja inteligível e oriente o usuário sem prejuízo de sua estética.
Possuir rótulos compreensíveis: o sistema de navegação precisa de clareza nos rótulos, não
ter ambiguidade na linguagem e apresentar consistência nas informações.
Estar em sintonia com o propósito do website: a perspectiva do sistema de navegação está
relacionada com a finalidade do ambiente das experiências de seus usuários; portanto, o
design do sistema de navegação deve ser favorável para que eles atinjam seus propósitos.
Suportar objetivos e comportamentos dos usuários: é conveniente que os sistemas de
navegação auxiliem seus usuários na realização de suas tarefas da maneira com a qual estão
acostumados.
Os elementos dos sistemas de navegação podem ser divididos em dois subsistemas que são,
segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 122-131):
Sistema de navegação embutido: é formado por componentes exibidos junto com o
conteúdo da página; contextualiza o usuário e fornece flexibilidade de movimentos.
Sistema de navegação suplementar: fornece caminhos complementares para localizar
conteúdos e realizar tarefas; é externo à hierarquia do ambiente (personalizada).
Aqui terminam as principais questões da navegabilidade, que estão bastante interligadas a
sistemas mencionados anteriormente. Há, no entanto, uma relação específica com o sistema de
busca, que será explorado a seguir.
62
2.2.4 Sistema de Busca
O sistema de busca, segundo Vidotti e Sant`Anna (2006), permite ao usuário elaborar
expressões de busca com a finalidade de recuperar documentos correspondentes à informação
desejada. Entretanto, nem sempre essa informação é obtida no ambiente na primeira vez que o
usuário o acessa. De acordo com Morville e Rosenfeld (2006), as pessoas acessam websites e, em
um primeiro momento, utilizam o sistema de busca como tática inicial para encontrarem a
informação, ou recorrem, em um momento posterior, a esse mesmo sistema quando não obtêm uma
resposta seguindo somente os links disponibilizados no site.
No que se refere ao desenvolvimento do sistema de busca, Vidotti e Sanches (2004) ressaltam
a importância de estudar como os usuários realizam suas buscas, pois cada um apresenta perfis e
necessidades diferenciadas. Ainda nas abordagens de Vidotti e Sanches (2004), o sistema de busca
fundamentado no sistema de rotulagem possibilita a localização e o acesso direto às informações
armazenadas, examinando a maneira como os usuários realizam essas buscas. A forma de
representação descritiva e a temática voltada para os conteúdos são necessárias para a recuperação
dessas informações.
A base de um sistema de busca na web são os motores de busca; estes consistem em
aplicações de softwares inerentes à área de Tecnologia da Informação e necessitam de alguém que
compreenda bem essas questões técnicas. Morville e Rosenfeld (2006) afirmam que os arquitetos da
informação são importantes nesse aspecto, pois intermediam o processo de comunicação entre
usuário e os profissionais de TI, advogando em seu nome, e conversam com especialistas sobre
como esses motores de busca podem beneficiar seus usuários, desenvolvendo, por exemplo,
metadados, e, ainda, melhorando sua interface e integrando-a com sua navegação.
As buscas podem ser realizadas na web, segundo Morville e Rosenfeld (2006), de diferentes
maneiras. As mais comuns incluem busca por item conhecido e ideias abstratas, exploratórias ou
compreensivas. Os recursos variam entre lógica booleana, linguagem natural e tipos específicos de
itens e operadores. A forma de exibição dessas buscas pode ser através de listagens (ordenadas),
refinamentos e relevância, podendo ser utilizadas de acordo com a finalidade do ambiente
informacional.
Uma biblioteca digital é um sistema de informação; é possível defini-la como um meta-
sistema, pois nela são aplicadas técnicas de tratamento da informação, como a indexação, para
facilitar o acesso às informações armazenadas, de acordo com Chaves (2004) apud Nonato et al
(2008, p. 137).
63
No quadro abaixo foi elaborado um resumo para melhor visualização das possibilidades de
busca:
Quadro 6 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de busca
SISTEMAS DE BUSCA
Busca por item conhecido lógica Booleana
Busca por idéias abstratas linguagem natural
Busca exploratória Recursos de Busca tipos específicos
Busca compreensiva operadores do sistema
listagens
Recursos de Visualização relevância
refinamentos
Fonte: Baseado em Sraioto (2002). Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89).
A busca por informações em meio digital, de acordo com Nonato et al (2008, p.137), exige do
usuário uma competência informacional que, na maioria das vezes, ele não possui. A perspectiva da
navegação linear por hipertextos pode acarretar confusão e desviar o usuário de seu caminho.
Acrescenta-se que a indexação é o ponto de ligação entre o conteúdo disponibilizado no
sistema e a necessidade do usuário; portanto, no momento da sua avaliação, é importante levar em
conta o campo do conhecimento no qual o documento se insere, reconhecendo as características
específicas, como sua terminologia. Essa análise contextual segue a abordagem de Hjorland (1992)
apud Nonato et al (2008, p.137).
2.2.4.1 Princípios do Sistema de Busca
O ponto de partida para a construção de um sistema de busca em um ambiente informacional
web, segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 145-147), é definir primeiramente se um site precisa
realmente se tornar ―pesquisável‖. Por isso, sugere-se que sejam consideradas algumas questões
antes de se comprometer com um sistema de busca.
O seu site tem conteúdo suficiente? É difícil afirmar qual o conteúdo necessário para se
implementar um sistema de busca, pois não há um padrão de número específico; um dos
critérios é avaliar se o site possui mais características de biblioteca do que uma aplicação de
software. Deve ser observado o tipo de recompensa que o sistema trará aos usuários desse
ambiente.
Investir em sistemas de busca significará desviar recursos de sistemas de navegação
mais úteis? Os desenvolvedores do ambiente devem constatar se os problemas do site são
provenientes de um sistema de navegação mal concebido ou com falhas na sua arquitetura;
64
melhorar esse sistema pode ser a melhor saída, mas, se não for esse o caso, estruturar um
sistema de busca pode se tornar a solução mais apropriada.
Você tem o tempo e know-how para aperfeiçoar o sistema de pesquisa do seu site? Se
não existirem planejamento e tempo suficiente para empregar na manutenção e atualização
desse sistema, é melhor reconsiderar a decisão de implementá-lo.
Existem melhores alternativas? Se houver escassez de conhecimento técnico, confiança ou
orçamento necessário para investir em um sistema de busca, é melhor optar por um índice
local que possa ser mantido manualmente por quem tem conhecimento em HTML.
Os usuários do seu site se preocupam com a pesquisa? Antes de utilizar o orçamento em
arquitetura de desenvolvimento, deve-se verificar realmente se os usuários do ambiente têm
interesse em utilizar o sistema de busca.
Quando essas perguntas forem respondidas e a decisão de se implementar o sistema de busca
prevalecer, outras questões ajudarão a perceber quando um site atinge o ponto de necessitar do
sistema. De acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 147), observa-se que:
Pesquisa ajuda quando você tem muita informação para navegar: se o ambiente em
questão tem um volume de conteúdo que supera o sistema de navegação e se os usuários
estão se perdendo nos links dispostos nas imensas categorias apresentadas pelo site, é hora
de ponderar a implementação de um sistema de busca.
Pesquisa ajuda em locais fragmentados: se o site está fragmentado e as unidades de
negócios estão se desenvolvendo isoladamente, e não há metadados que apoiem qualquer
tipo de navegação razoável, talvez a criação de um sistema de busca que execute uma
indexação auxilie os usuários a encontrarem a informação desejada.
Pesquisar é uma ferramenta de aprendizagem: a pesquisa através de algoritmos poderá
ser um instrumento valioso para, ao longo do tempo, serem diagnosticados problemas
relacionados à arquitetura de informação do ambiente e ao desempenho de seu conteúdo.
A caixa de pesquisa deve existir, pois os usuários esperam por ela: os usuários sempre
esperam realizar algum tipo de busca no site encontrado; essa já é uma convenção. (Regra
de extrema simplicidade).
Pesquisar pode controlar o dinamismo: se o ambiente tem um conteúdo dinâmico, como
um jornal, muitas informações podem ser adicionadas diariamente; por isso, o processo de
busca necessita de uma indexação automática para garantir maior qualidade ao conteúdo do
site.
65
A anatomia do sistema de busca, segundo Morville e Rosenfeld (2006. p. 149), é composta de
vários elementos, e muitos são invisíveis aos usuários. Além das ferramentas para indexação,
existem algoritmos no processamento da consulta e softwares que são utilizados para traduzi-las e
estabelecer um ranking desses resultados. Pode-se haver variações de linguagens e, para melhorar a
estratégia de busca, ainda conta-se com corretores ortográficos e operadores do tipo AND, OR ou
NOT. A seguir, um resumo e exemplificação dessa anatomia:
Figura 12 - A anatomia básica do sistema de busca
Fonte: Morville e Rosenfeld, (2006, p. 150) . Disponível :
<http://seanconnolly.ca/web/0596527349/I_0596527349_CHP_8_SECT_2.html>. Acesso em: 18 jan, 2016.
Os Arquitetos de Informação devem estar preparados e bem informados a respeito da seleção
e do desempenho de um motor de busca para defenderem as necessidades de seus usuários. Definir
as zonas de pesquisa, segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 151), significa categorizar o conteúdo
maior do site; essas categorias devem, então, resumir o conteúdo mais relevante para seus usuários.
Tal seleção é a base das zonas de pesquisa dentro do ambiente, uma forma de facilitar o usuário a
delimitar seu universo de pesquisa.
A maioria dos sites contém uma página principal (de navegação) e outras de destino, o
problema é que muitas vezes o usuário recupera a página de destino que corresponde aos seus
interesses de pesquisa e outras tantas que são puramente páginas de navegação; ou seja, 83% da
recuperação impede o usuário de realmente encontrar um resultado útil para suas demandas
(Morville e Roselfeld, 2006, p. 153, minha tradução). Percebe-se que a indexação de conteúdos
semelhantes nem sempre é um processo claro e fácil para se estabelecer um limite entre a
navegação e o destino, mas, como ocorre em qualquer zona de pesquisa, quanto menor for a
sobreposição de índices, melhor será o desempenho da pesquisa.
Alguns tipos de indexação mais comum nos sites são destacados por Morville e Rosenfeld
(2006, p. 154-158) como indexação por tópicos, indexação por conteúdos e busca por algoritmos. O
conteúdo cronologicamente organizado permite a implementação de zonas de pesquisa, pois não
são informações propensas à ambiguidade, e materiais com datas são mais fáceis de recuperar. Os
algoritmos de recuperação estão no centro dos motores de busca e empregam padrões de
66
correspondência, comparando as buscas dos usuários aos índices e a busca de textos integrais de um
documento de um site.
Quanto aos fatores de revocação e precisão na busca, Morville e Rosenfeld (2006, p. 159)
afirmam que é necessário escolher o motor que mais traga benefícios aos usuários do site, e citam
que estes contribuem com outras abordagens de busca que podem ser muito úteis em sites
especializados, como buscas com filtragem colaborativa e pesquisa por citação, que auxiliam na
expansão dos resultados relevantes de um único documento:
Citado por: implica em um grau de relevância mútua.
Bibliografia ativa: tipo de relevância por compatibilidade; o artigo cita outros em sua
própria bibliografia.
Documentos similares com base no texto: os documentos são altamente convertidos em
consulta e usados para procurar documentos simultaneamente.
Documentos relacionados por co-citação: pressupõe-se que os documentos apareçam
juntos.
É preciso ter uma boa noção do que os usuários esperam encontrar quando estão pesquisando
em um site, pois um algoritmo de busca deve procurar atender às suas necessidades de informação.
As diferentes maneiras que podem ser apresentados os resultados de busca também são
comentadas por Morville e Rosenfeld (2006, p. 168-169):
Por ordem alfabética: a forma mais comum, que consiste em dispor os resultados em uma
lista.
Por ordem cronológica: menos comum e pode ser útil na apresentação de dados históricos.
Por relevância (ranking): são utilizados algoritmos de classificação por relevância,
quantidade de termos na consulta, documentos recuperados e a frequência com a qual esses
termos ocorrem no documento.
Relevância por popularidade: considera-se a quantidade de acessos; o Google é um
exemplo que classifica os resultados que são mais populares e diferencia a qualidade desses
links através de um algoritmo conhecido como PageRank.
Relevância por utilização: são elencados os sites avaliados de forma positiva pelos
usuários.
Ranking pay-for-placement: está se tornando cada vez menos comum na web; requer
pagamento para prover uma colocação em listas de resultados de busca.
67
Outros aspectos relevantes abordados por Morville e Rosenfeld (2006, p. 180-190) sobre os
motores de busca tradicionais incluem a utilização dos sistemas originariamente em catálogos de
bibliotecas on-line e CD-ROM, com base em banco de dados. Esses sistemas tradicionais foram
frequentemente concebidos para pesquisadores e bibliotecários, bem como outros profissionais com
algum tipo de conhecimento para expressar suas necessidades de informação em forma de consulta
complexa.
Com o desenvolvimento da Web 2.0, as experiências dos usuários em relação à pesquisa
mudaram. Surgiu, ainda, um tipo de usuário que não tem paciência para fazer uso de operadores
complexos de busca. Deseja-se apertar um botão e conseguir respostas imediatas, por isso a
utilização de algoritmos de popularidade está sendo mais aplicada pelos desenvolvedores de
sistemas de busca. Um exemplo é o Google, que faz um sucesso inegável em toda a web.
Ainda na abordagem de Morville e Rosenfeld (2006), em alguns casos, dependendo do
objetivo do site, é preciso educar o usuário para que ele melhore suas estratégias de pesquisa.
Explicar a ele como está sendo realizada a pesquisa pode ser uma alternativa viável nesse processo
didático, principalmente quando os resultados de pesquisa não são satisfatórios. Informações que
podem explicar o que está acontecendo nos bastidores de consulta podem ser utilizadas, como:
Reafirmar a consulta;
Descrever o conteúdo que foi pesquisado;
Descrever quaisquer filtros que possam estar no lugar (intervalo de datas);
Mostrar booleanas implícitas e operadores como default;
Mostrar outras configurações atuais, como a ordem de classificação,
Mencionar o número de resultados recuperados.
No que diz respeito à interação de usuários em máquinas de busca na web, estas têm o objetivo
de alcançar centenas de milhões de usuários que, em grande parte, não têm muito conhecimento
técnico. Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 447) afirmam que o projeto de interface apoia-se na
Regra de extrema simplicidade, a qual deve assumir que:
Os usuários possuem somente conhecimento anterior mínimo da tarefa de busca de
vem necessitar de mínimo de aprendizado de sua parte o quanto possível. Na
verdade, espera-se que os usuários leiam o ―manual do usuário‖ de um novo
refrigerador ou aparelho de DVD com mais freqüência do que a página de ajuda de
sua máquina de busca favorita.
Os principais modelos típicos de interação entre usuários e máquinas de busca mais comuns na
atualidade, bem como suas inovações e barreiras acerca da regra de extrema simplicidade, incluem:
68
O modelo do retângulo de busca: o retângulo de busca tornou-se a maneira mais popular
de interação em homepages. Ele apresenta uma caixa retangular na parte mais visível do
site; esse design vem permanecendo inalterado para muitos motores de busca, como o
Google, pelo menos nos últimos dez anos, mas há designers mais arrojados, como os
presentes nos sites Ask e Bing, onde o retângulo de busca ainda permanece como ponto
central de ação em todas as caixas de busca. (BAEZA-YATES e RIBEIRO-NETO, 2011, p.
448).
Linguagens de consulta: no que se refere a esse critério, o padrão de texto livre superou os
de consulta com operadores booleanos, e as máquinas de busca vêm concordando
implicitamente com uma sintaxe básica de consulta. Geralmente não se publica uma
linguagem de busca oficial, mas são fornecidas opções ou dicas de buscas em seus sites. De
acordo com Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 451), os motores de busca dominantes
disponibilizam menos operadores do que os menos dominantes, devido à utilização destes.
A linguagem padrão web como texto livre pode mudar, pois novos motores estão ganhando
o mercado utilizando características baseadas em observações de usabilidade. (Eficiência e
eficácia).
Sugestão de consultas dinâmicas: também conhecido como ―preenchimento automático
ou ―sugestão automática‖, valorizam o retângulo de busca através dessa propriedade
interativa. Os usuários, assim que começam a preencher a caixa de texto, deparam-se com
sugestões de consulta em listas suspensas, que são diferentes dos sistemas de
recomendações de consulta que operam após a realização da pesquisa. Os sistemas de
sugestão dinâmica trabalham com pouca informação; em vez de uma consulta bem
elaborada, sua principal entrada é um prefixo. No entanto, eles dispõem de todos os sinais
adicionais que qualquer motor de busca pode utilizar sem afetar o tempo de resposta. Esses
sinais adicionais incorporam características de personalização e histórico do usuário, sinais
geográficos (quando disponíveis) e consultas realizadas anteriormente. (Eficiência).
Esses sistemas não são novos. Segundo Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 453), houve, no
passado, várias iniciativas desse nível. As diferenças primordiais entre elas são:
1. a fonte e a escala dos corpora de sugestões modernos; 2. As exigências de
desempenho, visto que os serviços de sugestão modernos precisam servir ao
imenso número de usuários ao mesmo tempo (ao contrário de um único usuário em
uma única aplicação/serviço) e 3. conhecimento da experiência do usuário, o fato
de que sugestões modernas são disparadas automaticamente assim que o usuário
digita, em vez de sob demanda.
69
Outro fator curioso apontado pelos autores é que o serviço de sugestão dinâmica teve que
enfrentar dois desafios técnicos da Recuperação da Informação (RI), de maneira que pudessem
acrescentar valor aos seus usuários relacionados aos critérios de eficiência e eficácia. Esses
princípios são apresentados por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 453- 456):
A Eficiência trata do tempo de resposta rápido e há duas formas para se obtê-la. Primeiramente,
as consultas requerentes relacionadas a dado prefixo devem ser previamente computadas e
armazenadas em estruturas de dados eficientes, de forma que necessitem de um mínimo de
processamento no tempo de realização das consultas. Em segundo lugar, elas devem ser tratadas
rapidamente — o que geralmente se realiza através da distribuição de diversos data centers. Além
disso, o código de sugestão em Javascript deve ser leve e, como medida de segurança, não prevenir
o usuário de imediato, bem como emitir novas consultas se levar mais tempo do que o considerado
no momento do carregamento.
A Eficácia consiste em apresentar as sugestões mais relevantes. Isso significa que, quando se
oferece uma sequência de caracteres digitada no retângulo, o serviço de sugestão dinâmica retorna
com uma lista de cinco propostas — exemplo do Yahoo Asssit na página principal e do Google
Suggest. O critério de relevância principal é o de popularidade; os autores acrescentam que muitos
aspectos precisam ser levados em conta para se assegurar a relevância. Entre eles estão:
Correção ortográfica automática: não seria adequado propor consultas com ortografia
errada, mesmo que baseada em consultas populares.
Filtragem de sugestão inapropriadas: é necessário evitar consultas inadequadas que
abrangem pornografias ou ofensas — que ainda constituem parte significativa do registro de
consultas —, para que não se ofenda o usuário e obedeça a legislação local.
De-duplicação de sugestão de consultas: os serviços de sugestão dinâmica operam na
identificação de duplicatas e variações leves de consultas que expressam a mesma
necessidade de informação. Não agregam valor ao usuário; pelo contrário, ainda podem ser
um incômodo para ele.
Diversidade de sugestões: pode se relacionar com a anterior, porém de forma mais branda.
No autocomplemento alguns sentidos de consulta podem ser tão determinantes para dado
prefixo, que sentidos mais raros podem nunca ter a oportunidade de serem exibidos. Isso
pode representar um perigo devido à natureza absoluta de um serviço de sugestões, como
consultas que se tornam cada vez mais populares, e, em consequência, tópicos interessantes
podem desaparecer por não terem sido muito clicados.
70
Atualidade: tópicos populares estão em evidência e, de modo geral, seguem as notícias; os
usuários não podem contar que o sistema dinâmico regenere seu índice para torná-lo visível.
Sugestões atuais, assim como a indexação de corpora de pesquisa dinâmicos, não podem ser
tratadas da mesma forma.
Personalização: é a capacidade relacionada tanto ao usuário quanto ao domínio. Ao
oferecer a personalização, deve-se diferenciar e priorizar interesse e popularidade,
observando-se aspectos como localização e cultura. A exemplo, um usuário em Copacabana
pode realizar uma consulta sobre pizza e receber como resposta uma pizzaria em São Paulo,
simplesmente devido à sua popularidade absoluta. (Especificidade).
O fator eficácia geralmente pode ser mensurado através da cobertura e da qualidade (revocação
e precisão). A obtenção de uma boa cobertura, de acordo com Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p.
453- 455), refere-se a uma percepção de o usuário sempre poder preencher todos os campos da
caixa de sugestão, e isso se torna complicado quando os prefixos são maiores. A qualidade é
também uma obrigação, pois os usuários esperam praticamente que as máquinas ―leiam suas
mentes‖.
Os serviços de sugestão dinâmica representam uma área fértil para futuras pesquisas e ocupam
um lugar de destaque na página de busca. Por outro lado, há de se ter muita cautela em sua
utilização, pois sugestões erradas podem resultar em péssimos resultados de busca, o que pode vir a
impactar negativamente todo o ambiente informacional.
A forma de exibição dos resultados de buscas é apresentada por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto
(2011, p. 456- 458) como:
Layout básico: é o estilo mais tradicional de exibição da Página de Resultados da Máquina
de Busca, também conhecida como SERP (Search Engine Results Page). Trata-se de uma
lista de resultados ―orgânicos‖, ou algorítmicos, que são exibidos no lado esquerdo da
página de resultados, na primeira página. Geralmente são mostrados dez resultados na
primeira página, mas algumas máquinas, como o Bing, possibilitam a personalização do
número de resultados a serem exibidos.
A entidade título/snippet/URL: as principais máquinas de busca possibilitam algo muito
semelhante para exibição de resultados individuais, basicamente composto de: um título
exibido de azul sublinhado, um pequeno snippet formado de duas ou três sentenças retiradas
de páginas de resultados e uma URL que direciona para a página com texto completo. Na
maioria das vezes os títulos podem ser retirados da página. No caso desta não possuir título,
71
os textos de âncora direcionam para ela e podem ser utilizados para gerar um título. Os
snippets são resumos criados automaticamente com a finalidade de realçar tópicos na página
relacionada à consulta do usuário. Servem para facilitar na decisão do usuário em clicar ou
não em um link. Quando vários resultados são originados de um mesmo site ou domínio,
eles são agrupados pelas máquinas de busca identando (organizando horizontalmente de
forma hierárquica as linhas de código, de acordo com o escopo onde elas se encontram) os
representantes menos relevantes do mesmo ambiente. (Apresentação dos Resultados –
SERP)
Resultados mais estruturados: as máquina de busca apresentam outros tipos de resultados,
como:
Resultados oneboxes: são produzidos em consultas muito específicas e com a probabilidade
de se ter uma única resposta; devido à alta relevância, são exibidos acima dos resultados
regulares da web. São ativados por termos específicos da consulta do usuário, que
demonstram uma intenção clara, e expõem a consulta tanto diretamente quanto através de
um link direto para a resposta. Esse tipo de experiência é adequado se a consulta for curta,
relevante e sem ambiguidade.
Resultados de busca universal: as máquinas de busca, além do essencial, podem oferecer
propriedades como imagens, vídeos, produtos e mapas, os quais vêm com sua própria busca
vertical. A visão universal considera que os usuários não devem especificar o corpus-alvo,
apesar de poderem ir diretamente para essas propriedades e conduzir buscas em corpus
específicos. A máquina deve adivinhar sua intenção e retornar os resultados das fontes mais
relevantes automaticamente; aqui o desafio resume-se em selecionar essas fontes e decidir
quantos resultados exibir de cada uma, dizem Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 460).
Como as máquinas de busca não publicam suas técnicas, não fica especificado se uma
fórmula é utilizada para ranqueamento universal ou se é heurística. Geralmente, uma
consulta sobre uma personalidade na web tem como resultado imagens, vídeos e notícias na
totalidade de resultados essenciais.
Resultados com formato diferente: dependendo do tipo, os resultados também podem ser
exibidos com um formato diferente na web. De forma geral, há uma predisposição a
apresentá-los com um formato um pouco diferenciado dos resultados provenientes de fontes
específicas. Eles fazem parte do corpus principal da web ou são baseados em outras
propriedades; Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 460) listam alguns exemplos do motor
72
Bing, que tem se esforçado para apresentar resultados mais estruturados ao oferecer o ―tipo
condensado‖ para domínios específicos, como:
o Resultados sobre viagem que exibem indicadores de tendências de tarifas.
o Resultados sobre compras que oferecem atalhos para usuários e especialistas
opinarem sobre detalhes de produtos, comparação de preços, avaliações e dicas
visuais.
o Resultados relacionados à saúde que indicam fontes confiáveis.
o Resultados locais incluem scorecards com opiniões, dicas visuais para tópicos, como
―geral‖, ―atmosfera‖, etc.
Outro critério abordado por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 461) é o de assistência de
consulta na SERP. Afirma-se que, assim que os usuários encaminham suas consultas e veem as
páginas de resultados de busca, suas necessidades informacionais, navegacionais e transacionais
podem ser:
Satisfeitas: acontece imediatamente quando o usuário obtém a resposta direta de um
resultado onebox.
Parcialmente satisfeitas: ocorre quando o usuário realiza uma ―tarefa de pesquisa‖ e não há
uma única página web incapaz de fornecer toda a informação necessária.
Insatisfeitas: o usuário pode não ter formulado bem a sua consulta ou não existe o conteúdo
relevante; é praticamente impossível uma máquina de busca optar em não exibir um
conteúdo relevante, pois, por padrão, a maioria assume o primeiro cenário e auxilia o
usuário a reformular sua consulta.
Os autores apresentam de forma detalhada o que essas ferramentas podem fazer por seus
usuários, que originariamente são concebidas para ajudá-los no refinamento ou reformulação de
suas consultas, tais como:
Assistência à ortografia: a correção ortográfica foi revolucionada pelo famoso serviço
oferecido pelo Google.com, ―você quis dizer‖, baseado no usual modelo em dicionário, o
qual apreende suas correções ortográficas a partir da grande quantidade de sua utilização.
Recomendações de consultas: trata-se de outra forma de assistência de consulta no SERP;
são diferentes das sugestões dinâmicas, pois podem tirar proveito de vários tipos de
informação a partir de consultas completas e bem formadas. Relacionam-se de alguma
maneira com a consulta original e são úteis quando os usuários expressam suas
necessidades. Em virtude de pesquisas relacionadas com mineração de registros de consultas
73
para geração de recomendações, Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 462) apresentam três
categorias (Flexibilidade na consulta):
Abordagens sensíveis ao contexto: fundamentam-se em resultados de pesquisa ou página
alvo; os autores citam trabalhos como o de Raghavan e Sever (1995), que buscam mensurar
e comparar consultas através das definição de diferenças no conjunto de resultados
retornados. Para eles, essas pesquisas depararam-se com obstáculos relacionados à
escalabilidade.
Abordagens que ignoram: são mais centradas no conteúdo. Cita-se aqui a pesquisa de
Berfferman e Berger (2000), na qual induzem a semelhança entre consultas a partir URLs
clicadas em comum, porém consideram limitado o impacto do método pelo número de
cliques nas páginas de resultados ser pequeno e pelas matrizes relacionadas de distância de
consulta ficarem escassas. Pode-se evitar isso com a permissão de utilização de mais
registros para verificação.
Abordagens de fluxo: é considerado o comportamento de busca sequencial dos usuários para
se entender a intenção da consulta.
Algumas ferramentas promissoras que proporcionam operações com resultados de busca mais
ricos do que simplesmente aqueles que permitem interpretá-los ou navegá-los são mencionadas por
Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 466). Alguns exemplos operam no resultado, como o “Em
cachê‖ do Yahoo Search ou Google, que é exibido ao lado do título dos resultados com uma estrela
que, quando selecionada, torna-se amarela e atua como um tipo de marca de resultados favoritos.
Um aspecto interessante de todas as máquinas de busca é que elas monitoram cuidadosamente a
adoção e transformam ou retiram as características que não são capazes de atrair suficientemente. O
Search Pad é uma ferramenta que possibilita aos usuários deixar um rastro dos resultados por eles
consultados, organizá-los e anotá-los para usar ou compartilhar posteriormente.
A web apresenta ainda muitos obstáculos a serem superados e, segundo Baeza-Yates e Ribeiro-
Neto (2011, p. 468), vale mais a pena investir na educação dos usuários, auxiliando-os a tirar
proveito dos motores de busca e diretórios web, do que investir em tentar adivinhar o que eles
querem. A cobertura web é diferente entre as máquinas de busca e utiliza um metabuscador;
ressaltam-se, assim, duas importantes lições-chave nesse contexto: ―1) máquinas de busca ainda
retornam muita palha junto com a agulha e 2) os diretórios web não possuem profundidade
suficiente para encontrar a agulha‖; por isso, recomenda-se aos usuários as seguintes ―regras de
ouro‖ na realização de consultas:
74
Consultas específicas: procure uma Enciclopédia; essa é a razão pela qual elas existem.
Não se esqueça das bibliotecas.
Consultas amplas: use diretórios web para encontrar bons pontos de partida.
Consultas vagas ou exploratórias e refinamentos interativos: use as máquinas de busca
na web e aprimore a formulação da consulta com base em respostas relevantes.
Ao se discorrer sobre o tema, é necessário relembrar dois conceitos importantes, revocação e
precisão. Revocação é definido por Rubi (2009, p.87) como a capacidade que um sistema de busca
tem de recuperar um grande volume de documentos ou informações. Já a precisão está relacionada
ao número de documentos relevantes recuperados para atender às questões dos usuários. Ressalta-se
que a indexação é realizada com especificidade, logo resulta em uma recuperação com baixos
níveis de revocação e alto nível de precisão; ou seja, mesmo que o número recuperado seja
reduzido, são exatamente eles que correspondem às solicitações de busca dos usuários. O número
de termos empregados na descrição de um documento diz respeito à exaustividade, que está ligada,
por sua vez, à revocação e à precisão do sistema de recuperação de busca.
Na perspectiva de Morville e Rosenfeld (2006, p. 159), alguns algoritmos de busca
respondem com diferentes níveis de relevância, enquanto outros respondem com alto nível, por isso
destacam que seria excelente ter um sistema de busca capaz de obter, ao mesmo tempo, revocação e
precisão. Entretanto, infelizmente, eles são inversamente proporcionais. Ambos também são
necessários para desenvolvedores e mantenedores do sistema que decidam sobre uma forma de
equilibrar esses princípios selecionando um motor de busca capaz de ser configurado em uma
política de adequação aos perfis e necessidades de seus usuários.
Na próxima seção, ainda na perspectiva de Morville e Rosenfeld (2006), serão apresentados
outros aspectos de sistemas complementares que podem auxiliar em algumas funções nos sistemas
citados até o momento.
2.2.5 Tesauros, Vocabulários controlados e Metadados - outros componentes
As estruturas de representação, como tesauros, vocabulários controlados e metadados,
auxiliam na conformação dos sistemas de organização, rotulagem, navegação e busca, bem como
contribuem na categorização dos termos que representam determinado conteúdo dentro de um
contexto, como as hierarquias e relacionamentos de uma forma geral. Todos os sistemas
mencionados anteriormente existem de formas interligadas e funcionam como uma complexa rede
de dependência mútua, por isso não devem ser considerados isoladamente; de acordo com Morville,
Rosenfeld (2006, p. 193), um existe sempre em relação ao outro de acordo.
75
Afirma-se que vocabulários controlados e metadados podem permitir uma melhor
visualização dessa rede de relações entre os sistemas e ressalta-se que a web apresenta novos
desafios e demanda soluções mais criativas, visto que não adianta transportar antigas técnicas de
organização da informação tão conhecidas por bibliotecários para o presente, pois isso não é
suficiente para lidar com esse novo ambiente (Flexibilidade na consulta). Portanto, são definidos
os seguintes conceitos básicos:
Metadados: a definição simplória de dados sobre dados não é muito esclarecedora. Segundo
Morville e Rosenfeld (2006), mais do que definir o que eles são, deve-se concentrar no
papel prático que eles desempenham no domínio da Arquitetura da Informação. Os
metadados estão sendo aproveitados por muitas empresas para o gerenciamento de softwares
de conteúdos e vocabulários controlados, criando sites capazes de suportar modelos
poderosos de navegação, e isso representa uma mudança na maneira como os sites estão
sendo criados e gerenciados.
Vocabulários controlados: uma lista de termos equivalentes com ligação de sinônimos ou
uma lista de termos mais usados na forma de autoridade. Quando há relações hierárquicas
entre esses termos, do mais especifico ao mais genéricos, há um esquema de classificação.
Termos equivalentes: trata-se de um conjunto de palavras com relação de equivalência que,
na prática, não são sinônimas. Às vezes as pessoas utilizam palavras diferentes pra definir
um mesmo produto e essas listas são úteis para identificá-las e ajudar na recuperação da
informação. Esse recurso também pode gerar problemas, segundo Morville e Rosenfeld
(2006, p. 197), pois, se a expansão do termos de consulta operar nos bastidores, os usuários
poderão ficar confusos com resultados que podem não corresponder à verdade e recuperar
termos menos relevantes, o que traz de volta os temas já discutidos sobre revocação e
precisão.
Arquivos de Autoridades: vêm sendo utilizados por bibliotecas e agências governamentais
para a definição de nomes próprios de um conjunto de entidades em determinado domínio. É
uma lista de termos preferenciais ou aceitáveis.
Esquemas de classificação: são utilizados para a ordenação de termos preferenciais de
forma hierárquica, segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 201). A taxonomia tem sido mais
utilizada, mas é importante saber como essas hierarquias podem atender a diversos
propósitos como uma parte integrante e visível da interface do usuário e como uma
ferramenta utilizada por arquitetos da informação, autores e indexadores para organização
76
do ambiente e documentos de marcação. Alguns esquemas são abordados ainda por
Morville e Rosenfeld (2006).
Relações Semânticas: o que diferencia um tesauro de um simples vocabulário controlado,
segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 215), são suas relações semânticas. Sobre elas, os
autores ressaltam que podem ser de equivalência, quando são utilizadas para ligar termos
preferenciais a termos variantes; hierarquia, quando organizam o espaço da informação em
categorias e subcategorias, relacionando conceitos mais gerais e mais específicos através da
relação pai e filho; e associação. A definição dessa última é mais complexa, pois existem
conexões semânticas implícitas que não estão no cerne das relações de equivalência nem nas
hierárquicas, pois podem conter processos altamente subjetivos. Para Morville e Rosenfeld
(2006, p. 217), as relações associativas podem melhorar as experiências dos usuários e os
objetivos do negócio.
Termos preferenciais: é uma terminologia crítica, pois é difícil delimitá-la. Os autores
recomendam observar padrões de normalização e observar aspectos como: a seleção de
termos, que deve atender a uma maioria; a cautela com a ambiguidade inerente à linguagem;
a especificidade do termo e a permissão de algum nível de poli-hierarquia.
Classificação Facetada: sistema de classificação criado pelo bibliotecário Ranganathan em
1930, que construiu a ideia de que um documento ou objeto tem múltiplas dimensões ou
facetas, relacionando-a com a noção de ―como posso descrever o objeto?‖, em vez de ―onde
posso colocá-lo?‖. O autor sugeriu cinco facetas universais para classificação do objeto:
personalidade, assunto, energia, espaço e tempo. O que esse sistema oferece de melhor,
segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 223), é uma grande flexibilidade, com metadados
subjacentes, estrutura no local, arquitetos de informação e designers. É possível implementar
várias opções de navegações, testar e refinar a interface com o tempo e ter na classificação
facetada uma base sólida.
Tesauros: de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 203), estes constituem uma rede
semântica de conceitos que conecta palavras a sinônimos, homônimos, antônimos e termos
genéricos, específicos e relacionados. Ressalta-se ainda que o tesauro assume a forma de
banco de dados on-line que se integra totalmente com a interface do usuário de um site ou
intranet. O objetivo mais importante é o gerenciamento de sinônimos, a possibilidade de
mapeá-los e poder controlar as ambiguidades da linguagem. Citam-se os seguintes tipos de
tesauros:
77
Tesauro clássico: um dicionário clássico utilizado no ponto da indexação e no ponto de
pesquisa. Indexadores utilizam-no para mapear termos variantes de preferenciais.
Tesauro de indexação: estrutura o processo de indexação, promove a coerência e a
eficiência, pode funcionar como uma unidade integrada por meio de um entendimento
compartilhado de termos preferidos e fornece diretrizes de indexação.
Tesauro de pesquisa: aproveita um vocabulário controlado no momento da busca, mas não
no momento da indexação. Pode permitir maior flexibilidade de navegação, proporcionando
uma nova forma de navegar e dar acesso a um maior volume de conteúdo do ambiente.
Vocabulários controlados, tesauros e metadados estão em evolução como conjunto de
princípios em sites e intranets, segundo Morville e Rosenfeld (2006). As taxonomias e
classificações facetadas também estão possibilitando caminhos mais flexíveis e se transformam em
eficientes ferramentas de trabalho para arquitetos da informação.
A partir da observação dos elementos fundamentais da arquitetura da informação inspirada
nas técnicas de usabilidade, é possível afirmar que há meios de desenvolver critérios pré-
estabelecidos com o objetivo de avaliar a facilidade da navegação, da busca, da recuperação e do
uso da informação em portais de periódicos eletrônicos nas universidades. Outros componentes,
como os tesauros, vocabulários controlados e metadados, possibilitam a estruturação de todos os
sistemas mencionados anteriormente, pois contribuem para a sua representação.
Novas técnicas de organização da informação oriundas de pesquisas e observações desses
ambientes informacionais provavelmente começarão a se destacar nesses sistemas fundamentais da
arquitetura da informação. Assim terminam as principais abordagens selecionadas na literatura a
respeito de definições e princípios dos sistemas de AI. A seguir, apresentar-se-ão algumas
proposições conceituais sobre qualidade que delimitam o escopo a ser considerado nesse trabalho
sobre processo de avaliação em portais de periódicos eletrônicos.
2.3 O CONCEITO DE QUALIDADE
A Arquitetura da Informação colabora efetivamente para o desenvolvimento de ambientes
informacionais, principalmente sites governamentais, que, em geral, apresentam muitas dificuldades
na estruturação de processos que envolvem soluções tecnológicas na administração de seus
websites. Dentro dessa perspectiva, Downey e Banerjje (2011, p.27, minha tradução), propõem a
elaboração de um checklist (lista de verificação) no processo de avaliação de um website
institucional e afirmam que estes fazem parte de comentários padrões em AI. Esse método é
proveniente de melhores práticas e auxilia a encontrar antecipadamente problemas em dado projeto,
78
bem como gerenciar e desenvolver softwares e hardwares, identificar as lacunas tecnológicas e
permitir o uso produtivo dos ativos de uma organização, inclusive informações.
A Arquitetura da Informação descreve tanto o processo de design da informação quanto seus
resultados; portanto, a relação entre a arquitetura tradicional e a Arquitetura da Informação pode ser
percebida inicialmente em sua própria fundamentação histórica. O design digital foi incorporando
imagens de edifícios e cidades à arquitetura, e, aos poucos, essa característica na AI foi
desaparecendo. No entanto, os usuários ainda interagem com múltiplos espaços abstratos ao
utilizarem técnicas de navegação, relacionando a informação no espaço semântico, no espaço da
tela e no espaço de interação. Um arquiteto da informação deve abordar cada um desses espaços. A
introdução da computação contemporânea pode influenciar nesses conceitos de navegação deixando
apenas links abstraídos entre usuários e informações, e nessa forma de interação podem-se moldar
espaços em AI. (ALOMRAN, 2015, p. 2083).
A qualidade é concebida sob diversos aspectos. Umas das direções possíveis nessa relação,
que envolve definir qualidade em um processo de avaliação, é a delimitação a priori de quais
características serão percebidas; ou seja, se a analise se centrará nos atributos do objeto em si ou se
será considerado aquilo que se pode realizar com esse objeto.
Na revisão de literatura encontram-se algumas definições sobre qualidade, tais como:
A propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas que possibilitam
diferenciá-las das outras e de lhe determinar a natureza, em uma escala de valores
possibilitar a avaliação e em consequência, a aprovação, a aceitação e a recusa de
qualquer coisa;
A qualidade compreende as características de um produto que vão ao
encontro das demandas dos usuários e por isso propiciam satisfação em relação ao
produto. (JURAN, 1991).
qualidade é a conformidade do produto com os requisitos ou especificações
estabelecidos. (CROSBY, 1990).
Através das definições acima verificamos que o conceito de qualidade é bastante amplo,
complexo, e que, segundo Juran (1991), não existe uma definição globalmente aceita.
A abordagem de Rocha (1987) considera a qualidade como um atributo associado a algum
objeto ou ser. Assim, a qualidade "não pode ser definida universalmente, mas deve ser definida para
o item em questão", como qualidade de especificações, metodologias, programas, interface
humano-computador etc. Segundo a mesma autora, ―qualidade é, também, um conceito
multidimensional, que se realiza através de um conjunto de atributos ou características‖.
79
2.3.1 Técnicas de Inspeção de Usabilidade
Em um processo de design, a avaliação não deve ser concebida em uma única etapa, muito
menos deve ser realizada no final do processo; segundo Rocha e Baranauskas (2003, p. 163), o ideal
é que ela aconteça durante todo o ciclo de vida do design, e seus resultados devem ser empregados
para melhorar gradativamente a interface. Ressalta-se que: ―[...] não se pode pretender efetuar
extensivos testes experimentais durante todo o processo de design, mas técnicas informais e
analíticas devem ser utilizadas‖.
Afirma-se também que é necessário haver, em diversos estágios do design, vários tipos de
avaliação. Nas fases iniciais, onde as ideias ainda estão sendo expostas, testes informais costumam
ser suficientes, mas em etapas mais avançadas do processo devem ser planejadas avaliações mais
formais.
Fatores preponderantes em um plano de avaliação, segundo (Nielsen 1993; Hix e Hartson,
1993; Preece et al., 1994; Schneiderman, 1998), apud Rocha e Baranauskas (2003, p. 164), incluem:
Estágio do design (início, meio ou fim);
Quão pioneiro é o projeto (bem definido versus exploratório);
Número esperado de usuários;
Quão crítica é a interface (por exemplo, um sistema de controle de tráfego aéreo
versus um sistema de orientação de um shopping)
Custo de um produto e orçamento alocado para o teste;
Tempo disponível;
Experiência dos designers e avaliadores.
A avaliação é realizada para que o avaliador identifique o que querem os usuários e quais
seriam os problemas vivenciados por eles no sistema. Quanto mais informações sobre os usuários
os designers obtiverem, melhor será o designer de seus produtos. Rocha e Baranauskas (2003, p.
165) sintetizam os três grandes objetivos do processo de avaliação: avaliar a funcionalidade do
sistema, avaliar o efeito da interface em relação ao usuário e identificar problemas específicos do
sistema.
Em relação à funcionalidade do sistema, o design deve possibilitar ao usuário a realização da
tarefa com facilidade e eficiência. Isso também inclui que a sua performance junto ao sistema seja
mensurada. O efeito da interface junto ao usuário significa avaliar sua usabilidade; ou seja, os
aspectos de aprendizagem do sistema, sua atitude em relação a ele e a identificação de áreas que o
sobrecarregam. O reconhecimento de problemas específicos com o design constitui aspectos de
80
design que, quando usados no contexto alvo, causam resultados inesperados ou confusos entre os
usuários; esses fatores se relacionam tanto com a funcionalidade quanto com a usabilidade do
design.
Dois grupos de métodos são tratados por Rocha e Baranauskas (2003, p. 166), os quais
consideram usuários reais envolvidos ou não no processo de avaliação. São eles:
Inspeção de usabilidade: não envolvem os usuários e podem ser empregados em qualquer
fase do desenvolvimento do sistema, seja ele implementado ou não. As autoras consideram
―implementação‖, de acordo com Whitefield et al, (1991), ―qualquer protótipo executável‖.
Testes de usabilidade: são focados no usuário, incluem métodos experimentais ou
empíricos e observacionais, e técnicas de questionamento. Para empregar esse método é
preciso que haja uma implementação real do sistema, que pode ser uma simulação da
capacidade interativa sem funcionalidade ou um protótipo básico, um cenário ou até mesmo
uma implementação completa.
O interesse desse trabalho concentra-se no método de inspeção de usabilidade, que, de acordo
com as abordagens de Rocha e Baranauskas (2003, p. 167), define-se como:
Um conjunto de métodos baseados em se ter avaliadores inspecionando ou
examinando aspectos relacionados à usabilidade de uma interface de usuário. Os
avaliadores podem ser especialistas em usabilidade. Consultores de
desenvolvimento de software, especialistas em um determinado padrão de
interface, usuários finais e etc.
É evidente a necessidade de avaliação da interface, pois obtêm-se, por meio dela, informações
sobre a qualidade do produto, tornando possível a criação de meios para o seu aperfeiçoamento. O
desenvolvimento de um produto que apresenta funcionalidade e usabilidade não é uma tarefa
simples, já que requer do desenvolvedor uma sensibilidade aguçada, além de manter fidelidade aos
aspectos envolvidos e relevantes a cada área de aplicação e à diversidade de usuários.
Foi justamente a conjugação de fatores humanos e aspectos técnicos dos sistemas que
permitiu à área de interação homem-máquina passar a ser vista como um campo multidisciplinar.
A característica básica das técnicas de inspeção é que elas não envolvem os usuários para a
avaliação da interface, situação diferente do teste de usabilidade. Os princípios, embora não
caracterizem uma técnica de avaliação, são empregados como tal por serem considerados um senso
comum no projeto da interface. Assim, os princípios são características gerais, cuja presença é
considerada importante, e devem consequentemente ser observados e analisados.
Técnicas de inspeção de usabilidade são comumente empregadas em projetos que envolvem
desenvolvimento de softwares; vale ressaltar que o propósito desse trabalho é utilizar-se da
81
inspeção para diagnosticar o produto final já desenvolvido, ou seja, a utilização do ambiente
informacional na perspectiva de seus usuários. Dentro da ótica da Interação Humano-Computador
(IHC), a usabilidade é percebida como um processo, e isso torna sua definição bem mais complexa,
pois dada visão inclui outros atributos, como lazer, bem-estar, eficácia coletiva, criatividade,
estética e apoio para o desenvolvimento humano. Esse conceito, de acordo com Cockton (2012)
apud Martins et al (2013), inclui a experiência do seu utilizador.
Há vários modelos de avaliação de usabilidade; alguns empregam observações de seus
utilizadores, enquanto outros contam com especialistas na área de usabilidade. Segundo Dix et al
(2004) apud Martins et al (2013), aqueles que se fundamentam em dados de utilizadores reais são
considerados empíricos e os que utilizam especialistas são os modelos analíticos.
De acordo com Nielsen (1993), o método teste envolve a observação dos usuários ao
realizarem suas tarefas. O método inquérito define-se pela análise qualitativa de dados de seus
utilizadores, embora seu caráter subjetivo possa traduzir importantes informações sobre as
expectativas de seus usuários. O método experiência controlada constitui o emprego do método
científico para a comprovação de uma hipótese com usuários reais, através do controle de variáveis
com amostras significativas, para considerar as avaliações estatísticas provenientes dos resultados.
2.4 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
O periódico científico conhecido hoje carrega em seu formato, seja ele eletrônico ou
impresso, mais do que um suporte ou registro. Trata-se de um símbolo legitimador do discurso da
ciência, que, segundo Targino (2007), é comunicada dentro do seu próprio espaço, filtrada na
própria estrutura e formada por um sistema coletivo que integra todas as resoluções, publicações e
normas que estipulam como essas mensagens científicas são repassadas. Isso admite toda uma
estrutura interna difundida pelo seu próprio meio; assim, a comunicação científica se baseia na
própria informação científica, como demonstra a figura abaixo:
Quadro 7 - Representação simplificada do processo de comunicação científica
Fonte: Baseado em Targino (2007, p. 98), elaborado pela autora.
Informação científica
CIÊNCIA Comunidade científica
Conhecimento científico
Comunidade científica
82
Ziman (1979) afirma que a criação de um mecanismo através do qual pudessem ser
publicados em parcelas os resultados de pesquisas pode ter sido o fator dominante para o
desenvolvimento do ―Método Científico‖. Ainda é relatado que, até metade do século XVII, as
comunicações desses resultados entre os cientistas dependiam da correspondência particular e da
publicação esporádica de livros e folhetos, o que acarretava um processo longo e demorado. De
acordo com Muller (2000), a confiabilidade da ciência é um aspecto primordial: é o que a diferencia
do senso comum, daquilo que não é considerado científico. Para obtê-la, no entanto, é necessária
severa metodologia na construção do conhecimento; por isso, a literatura científica deve ser
submetida à avaliação pelos seus pares.
Admitir o valor de um artigo científico é uma tarefa que abarca, ao mesmo tempo, a ciência e
o cientista. Segundo Davyt e Velho (2000), a avaliação na ciência é mais do que uma conduta
rotineira; ela faz parte da estrutura do conhecimento científico e possibilita que seus atores tracem o
destino da Ciência e da própria instituição a que pertencem. Refletir sobre esse sistema obriga, de
certa forma, o atuante da cadeia a se perceber no meio de uma imensa teia, cada vez mais
sobrevivente da força da rede construída pelo conhecimento compartilhado.
Segundo Muller (2000), a literatura científica abrange diversas atividades de comunicação
entre os pesquisadores. Determinados contatos ocorrem antes da publicação formal: são as
comunicações informais — normalmente referidas às pesquisas ainda em fase de conclusão. A
comunicação formal se apropria de canais formais que envolvem as publicações de ampla
divulgação, como periódicos e livros. De acordo com a autora, o processo de comunicação
científica pode ser definido da seguinte forma: ―O conjunto dessas atividades constitui o sistema de
comunicação científica de determinada área da ciência. Esse sistema inclui, portanto, todas as
formas de comunicação utilizadas pelos cientistas que pesquisam e contribuem para o conhecimento
nessa área, além das publicações formais‖ (MUELLER, 2000, p.23).
Para Meadows (1999), o periódico científico é considerado um veículo de comunicação
formal reconhecido e com prestígio no meio científico, sendo os artigos que o compõem a ―forma
definitiva de publicação dos resultados de pesquisa‖. No caso do artigo publicado formalmente,
Ziman (1979, p.124) confere a ele importância fundamental no processo de comunicação científica,
afirmando:
O fato é que a publicação de trabalhos científicos não é feita irrestritamente. O
artigo publicado numa revista conceituada não representa apenas a opinião do
autor; leva também o selo da autenticidade científica através do imprimatur dado
pelo editor e os examinadores que ele possa ter consultado.
83
A seguir, abordar-se-ão alguns dos pontos considerados fundamentais em relação ao periódico
científico, como suas origens históricas e seu apogeu como o veículo formal de maior prestígio na
comunidade científica, de modo a elucidar sua importância no processo de construção do formato
eletrônico atual.
2.4.1 O Advento do periódico científico
O periódico científico, segundo Stumpf (1996), definiu-se no século XVII de maneira
inovadora na comunicação entre pesquisadores, pois continha alguns artigos mais sucintos e
específicos na abordagem dos assuntos, os quais costumavam ser tratados através de cartas e atas, e
também tinham a vantagem de descartar as versões pessoais dos autores, prevalecendo a
neutralidade do discurso.
A mesma autora relata que o livro, que até então era a forma mais completa de difusão dos
resultados de pesquisas originais, começou a entrar em decadência devido a dois fatores principais:
a reclamação dos cientistas sobre o ineditismo das descobertas e os altos custos relacionados à
produção das pesquisas. Ambos estavam ligados à demora da publicação das monografias, o que,
consequentemente, afetava a originalidade e o tamanho delas, encarecendo a impressão. Os
cientistas decidiram, então, publicar suas pesquisas em partes. O próximo passo foi a reunião de
vários trabalhos de pesquisadores publicados em fascículos. Entretanto, somente no século XIX os
periódicos conquistaram o padrão atual de publicação.
O Journal dês Savants, segundo Meadows (1999), é comumente considerado o primeiro
periódico científico no sentido moderno. Foi publicado em 05 de janeiro de 1965 e, em 11 de
janeiro, seu conteúdo foi lido parcialmente por Oldenburg em uma reunião da Royal Society.
Percebe-se, com isso, o fluxo relativamente rápido de difusão de ideias nos círculos científicos.
Esse fato culminou em uma determinação da Royal Society, em março de 1965, a qual outorgava:
―que as Philosophical Transactions, a serem preparadas pelo Sr. Oldenburg, sejam impressas na
primeira segunda-feira de cada mês, caso haja matéria suficiente para isso, e que o texto seja
aprovado pelo Conselho, sendo antes revisto por alguns de seus membros‖ (KATZEN, 1980 apud
MEADOWS, 1999, p. 6). As Philosofical Transactions pode ser considerada, dessa forma, a
vanguarda do moderno periódico científico. O Journal dês Savants, por fim, percebeu que não
poderia suportar a grande abrangência de temas com os quais havia se comprometido. Assim, seu
lema editorial mudou para assuntos não-científicos, conferindo-lhe o título de precursor do
periódico moderno de humanidades (MEADOWS, 1999).
84
Os pesquisadores da época, de acordo com Mueller (2000), aderiram rapidamente ao novo
modelo de publicação. Diversos periódicos, a partir de então, iniciaram suas publicações através de
sociedades científicas de vários países europeus, com o objetivo principal de divulgar as pesquisas
de seus associados. Contudo, atualmente, segundo Muller (2000), no que diz respeito às
incumbências de um periódico científico moderno, a divulgação de resultados não seria sua única
função; assim, a autora caracteriza quatro outros fundamentos do periódico científico:
Comunicação formal dos resultados de pesquisa: original para a comunidade científica e
demais interessados (essa seria a primeira função percebida que permanece inalterada até hoje);
Preservação do conhecimento registrado: funciona como um arquivo dos princípios e das
considerações dos cientistas. Logo, ―a preservação e a organização dos periódicos nas bibliotecas
do mundo todo garantem a possibilidade de acesso aos conhecimentos registrados ao longo do
tempo, essa tem sido uma das responsabilidades mais importantes dos bibliotecários‖;
Estabelecer a propriedade intelectual: ao publicar sua obra, o autor registra formalmente
sua autoria, tornando-se merecedor da prioridade na descoberta científica;
Garantir o padrão de qualidade na ciência: o sistema de avaliação por pares confere ao
artigo autoridade e confiabilidade, além do aval da comunidade científica.
O periódico científico se desenvolveu e ampliou seu valor na Ciência no modelo tradicional
em formato de papel. Durante certo tempo, esse padrão foi vigente praticamente no mundo todo.
Alguns problemas, no entanto, são assinalados por Muller (2000) na permanência desse formato,
que tem como cenário o concorrente crescimento acelerado das novas tecnologias introduzidas e
presentes no cotidiano das pessoas. Essas limitações incluem: a demora na publicação do artigo, que
pode chegar a um ano contando-se com o recebimento do original pelo editor; altos custos para
manter suas assinaturas e atualizar coleções; e rigidez do formato comparando-se aos eletrônicos e
instrumentos ineficientes de pesquisa, o que dificulta aos usuários desse sistema descobrir o que
está sendo publicado do seu interesse.
Quanto aos altos custos das assinaturas para se atualizarem as coleções de periódicos
impressos, estes foram um dos principais fatores que contribuíram para a eclosão da conhecida crise
dos periódicos científicos.
85
2.4.2 A crise dos periódicos científicos
A consolidação do periódico é considerada um pilar fundamental no processo da comunicação
científica desde o século XVII. A consequente explosão informacional promovida no período pós-
guerra, entre 1940 e 1950, ocasionou a corrida pelo conhecimento paralelamente ao crescimento da
indústria da informação. Esses foram fatores propícios, segundo Meadows (1999), ao surgimento do
SCI (Science Citation Index), e, de acordo com André (2005, p. 12, minha tradução), trata-se de um
mecanismo criado por Eugene Garfield que analisa citações bibliográficas em artigos científicos e
os indexa em uma base de referências na qual são definidas as métricas para classificação dos
periódicos de acordo com seu fator de impacto.
Os periódicos indexados por esse sistema passaram a ter maior reconhecimento e prestígio
entre a comunidade científica; isso foi o suficiente para que fossem supervalorizados por seus
editores, provocando aumento nos valores das assinaturas das revistas e resultando no que se
conhece hoje como a crise dos periódicos científicos, período em que se tornou muito difícil para a
biblioteca universitária manter atualizadas suas coleções e, consequentemente, promover o acesso à
informação científica.
Nunes (2012) destaca que as pesquisas científicas brasileiras são custeadas, em sua maioria,
pelo Estado, através de agências de fomento como CNPq e CAPES, e que seus autores, em geral,
são professores universitários e pesquisadores pertencentes ao mesmo membro. Os orçamentos que
mantêm as universidades e, principalmente, suas bibliotecas, também são mantidos pelos impostos
públicos. Lembra-se, ainda, de que os pares responsáveis pela avaliação dos artigos científicos
submetidos às editoras o fazem somente em nome do progresso científico, pois nada delas recebem.
Trata-se, portanto, segundo o mesmo autor, de uma situação incoerente, pois o Estado é o
principal financiador de todas as etapas do processo de comunicação científica, e os editores
comerciais, com o intuito de proteger os meios de reprodução da obra, são os únicos favorecidos
nessa cadeia. Mueller (2006), ao definir esse período, descreve que o sistema de comunicação
científica mundial desestruturou sua aparente estabilidade por volta da década de 1980, e isso já era
visível dez anos antes. Entretanto, o que realmente disparou o gatilho da crise foi o fato de
bibliotecas universitárias e pesquisas norte-americanas não conseguirem mais acompanhar a
atualização dos periódicos científicos em seus acervos, tampouco atender à demanda de seus
usuários.
A comunidade científica, assim, precisou buscar maneiras eficientes de enfrentar a crise, que
se tornou uma barreira na disseminação de informações importantes para o desenvolvimento de
86
novas pesquisas. Com o crescimento de novas tecnologias de informação nos anos 90, os cientistas
começaram a utilizar a Internet como aliada no processo de compartilhamento de informações, de
modo que o periódico eletrônico e a comunicação em rede passaram a ser elementos importantes e
facilitadores do processo de comunicação científica.
2.4.3 Open Archives Initiative (OAI) e o Movimento de Acesso Livre
A ampliação do uso da Internet, associada ao aumento dos preços nas assinaturas de
periódicos científicos, especialmente em bibliotecas universitárias, de acordo com Kuramoto
(2014), foi um panorama propício à elaboração de alternativas como o periódico eletrônico e novos
meios de divulgação de trabalhos através de repositórios digitais.
Essas ações só foram possíveis devido às inovações tecnológicas ocasionadas pelo OAI
(Open Archives Initiative), que favoreceram o acesso à informação científica contida nesses
repositórios de maneira integrada. Tais iniciativas foram estabelecidas por um movimento
conhecido como Open Access to Knowledge and Information in Sciences and Humanities, ao qual
houve adesão de diversos países e instituições de pesquisas firmadas em declarações como a
Budapest of Open Access Initiative (BOAI), a Declaration of Berlim e a Declaration of Bethesda.
Em setembro de 2005, no Brasil, a Universidade de Brasília e o Instituto Brasileiro de Ciência e
Tecnologia (IBICT) difundiram o Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação
Científica no Brasil. O autor alega que esse movimento lançou o modelo Open Archives e tem se
mostrado eficiente em servir de base nos empreendimentos de promoção ao acesso das informações
científicas.
Esse padrão não deve ser visto apenas como mais uma maneira de efetivar a comunicação
entre seus pares, pois sua finalidade extrapola esse princípio. Trata-se de uma proposta em favor do
acesso livre ao conhecimento, com a intenção de manter os mesmos alicerces da comunicação
científica tradicional. Quanto às estratégias traçadas por esse movimento, as principais para atingir
seus objetivos são:
1) Via Verde (Green road); 2) via Dourada (Gold road). A via Verde refere-se
ao autoarquivamento, por parte dos autores ou seus representantes, de uma cópia de
seus papers em um repositório digital (institucional, temático ou central) de acesso
livre. A via Dourada refere-se à publicação de artigos em revistas científicas de
livre acesso. Nessa última estratégia, a ideia central é conceber um novo modelo de
revistas científicas que sejam acessíveis livremente por parte dos pesquisadores.
Ou seja, sem custos para o usuário final, ou leitor/pesquisador de uma forma geral.
(KURAMOTO, 2014, p.260)
87
No Brasil, o IBICT vem, desde 2000, desenvolvendo e efetivando nas Instituições de Ensino
Superior (IES) softwares estratégicos em consonância com modelos e princípios estabelecidos nesse
movimento. A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações é um exemplo bem-sucedido que utiliza o
padrão Open Source, ou seja, software livre. Segundo Kuramoto (2014, p. 261):
Graças ao uso desses padrões, as teses e dissertações depositadas na BDTD estão
sendo disseminadas pela Universidade do Chile e pela Networked Digital Library
of Thesis and Dissertations (NDLTD) a biblioteca mundial de teses e dissertações,
além da Bielefeld Academic Search Engine (Base).
O SEER é outro exemplo de tecnologia distribuída por esse Instituto nas universidades
brasileiras. Trata-se de outro modelo OAI baseado no Open Journal Source (OJS), o Sistema
Eletrônico de Editoração de Revistas. De acordo com Kuramoto (2014), este possibilita a
elaboração de periódicos científicos na web. O sistema torna possível a criação de um catálogo
único e integrado, pois reúne todos os artigos publicados no periódico eletrônico.
A UERJ faz parte do Consórcio da Biblioteca de Teses e Dissertações desde 2005,
coordenado pelo IBICT e gerenciado pela Rede Sirius, Rede de Bibliotecas da UERJ.
Disponibilizam-se através da web teses e dissertações em texto completo, elaboradas por
mestrandos e doutorandos dos Programas de Pós-Graduação da Universidade. Atualmente, são
totalizadas 1.385 teses e 4.084 dissertações na base. O Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ,
também conhecido como Epublicações, utiliza a tecnologia do SEER na editoração de seus
periódicos eletrônicos.
De acordo com o DOAJ (Directory of Open Access Journals), há mais de dez mil periódicos
eletrônicos de acesso livre no mundo. Kuramoto (2014) relata que firmar uma política nacional de
acesso livre à informação científica acarretará mudanças importantes na comunicação científica no
Brasil, em especial nas IES, pois, atualmente, seria muito difícil precisar o quantitativo da produção
técnico-científica de uma universidade. Talvez a plataforma Lattes do CNPq possa ajudar a
aproximar dados desse tipo, mas esta não pode ser considerada uma rede de repositórios
institucionais na qual a comunidade científica brasileira pode depositar toda a sua produção.
Relembra-se, ainda, que a missão do IBICT é registrar e disseminar a produção científica
brasileira. Em 1980, o mesmo instituto não conseguiu levar tal tarefa a diante, pois havia grande
centralização e entraves na comunicação e no processamento de dados. Hoje, o instituto poderia
retomar essa diretriz com a efetivação de uma macropolítica em prol do acesso aberto, aproveitando
a convergência e a expansão das tecnologias de informação e comunicação.
88
Destaca-se a importância do papel das bibliotecas das IES e das unidades de pesquisa, as
quais devem liderar realmente uma política informacional dentro de suas instituições, assumindo de
fato o papel de depositárias de toda a produção científica e técnica. Harnad (2006) alega que há em
torno de 25 mil periódicos científicos passando pelo sistema de avaliação por pares, em
praticamente todas as áreas do conhecimento e em diversos idiomas, com aproximadamente 2,5
milhões de artigos publicados por ano, mas as universidades e centros de pesquisa no mundo não
dispõem de orçamento para terem acesso a todas essas publicações pagas. Por isso, tal produção não
consegue atingir o máximo de seu impacto de utilização. Assim, a favor do movimento de acesso
livre à informação científica nas universidades brasileiras, é imprescindível dar apoio e
institucionalizar as iniciativas de arquivos abertos.
Pode-se afirmar que a crise dos periódicos foi, sem dúvidas, um dos fatores que incentivaram
transformações na base do modelo de negócios e na maneira de se acessarem as publicações
científicas. Esse processo pode ter sido resultante de:
(i) de uma reação dos pesquisadores ao modelo de negócios de editoras comerciais
de revistas científicas (e os preços das assinaturas cada vez mais altos); da (ii)
crescente conscientização do aumento de impacto provocado pela disponibilização
de documentos científicos livres de barreiras quanto ao acesso (econômicas e de
copyright); e das (iii) potencialidades das tecnologias da informação e da
comunicação, cujo expoente máximo é a internet. (NUNES, 2012 p. 48).
É importante a discussão da relação entre publicação eletrônica e acesso livre, segundo
Mueller (2006), na questão da plena aceitação destas pela comunidade científica. De acordo com
sua visão, somente essa adesão tornará possível o movimento tal qual como concebido pelos
cientistas. Muitos desafios deverão ser enfrentados pelas IES. Em relação aos vários tipos de textos
acadêmicos e científicos disponíveis na web, no que se refere ao grau de legitimação
(credibilidade), evoluiu-se a um ponto em que as editoras continuam presentes e detendo o
copyright. A autora lembra que, nesses casos, apesar da duplicação dos títulos de periódicos para o
meio eletrônico, o modelo impresso continua sendo mantido e a imposição de pagamento do
usuário para acessar títulos de maior notoriedade permanece — sem mencionar que as bibliotecas
não conseguiram se livrar das contas altas de assinaturas, inclusive em meios digitais, e ainda
deixaram de ter direito de acesso a periódicos pelos quais já pagaram e atualmente pagam pelo
acesso do período coberto pela assinatura, e não pelo objeto. Logo, o sonho do acesso livre sem
barreiras ainda está muito longe de ser uma realidade.
89
2.4.4 O periódico científico eletrônico
Tim Bernes-Lee foi o motivador, de acordo com Segundo (2012, p.102), da maioria das
modificações que norteiam o pensamento de muitos cientistas da informação nos últimos anos, pois
escreveu o primeiro servidor de World Wide Web, em 1990:
[...] Inicia-se um processo que posteriormente vai introduzir a Internet como o
principal meio de comunicação do homem, alterando a forma de publicação
científica, a comunicação midiática, o mundo do marketing, a relação das pessoas
com as máquinas e naturalmente introduzindo a Internet nos estudos da Ciência da
Informação, seja ela como objeto, como suporte ou como aparato tecnológico que
permite criar e transformar conhecimento.
Constata-se que a Internet se transformou em objeto de estudo à medida que era utilizada
como ferramenta de trabalho na disseminação e no acesso à informação e ao conhecimento. No
entanto, ao mesmo tempo, ela conseguiu se desenvolver em meio a uma série de fragilidades
epistemológicas, como ausência de paradigmas, definições inconsistentes e falta de pesquisas
comprovadas em relação ao seu uso. Todas essas incertezas tornaram-se, então, objetos de estudos
em Ciência da Informação. (MENEOU, 1999, apud SEGUNDO, 2012, p.102).
Nesse contexto de maior popularização da Internet, principalmente com o advento das
plataformas amigáveis e interativas proporcionadas pelo ambiente Web 2.0 aos seus usuários,
Mueller (2006) afirma que o periódico eletrônico surge no mesmo período. Em países periféricos
aos centros produtores de pesquisa mundial houve a esperança de que os periódicos eletrônicos
acabariam com os entraves de acesso à produção local e internacional.
Na opinião de Lemos (2006), não é tão fácil precisar quando de fato surgiu o primeiro
periódico eletrônico, apesar de esse episódio ser bem recente na história. O problema, segundo ele,
está na conceituação. Concorda-se que o primeiro teria sido o Postmodern Culture, por
considerarem-se fatores como a passagem pelo sistema de avaliação pelos pares, maior
longevidade, edição por editora universitária, distribuição gratuita e exclusividade em ser o primeiro
acadêmico a inserir multimídia em rede, que apareceu em setembro de 1990 em correio eletrônico
(e-mail), e em janeiro de 1994 em disquete, logo depois difundindo-se na Internet em versão
hipermídia.
O periódico eletrônico aclamava uma maneira definitiva de resolução dos problemas da
comunicação científica. Seria uma forma de se libertar dos sistemas impiedosos de altas taxas
cobradas pelas editoras e sociedades científicas, mas, em sua visão, a crise dos periódicos foi gerada
por razões de ordem econômica e social; inclusive a própria comunidade científica teria ficado
90
muito tempo passiva em nome do conservadorismo, da aceitação do status quo e da falta de
consciência crítica em relação aos problemas que a rodeavam.
Quanto à publicação eletrônica, alerta-se que [...] ―realmente não revoluciona a publicação
científica, porém acentua algumas das tensões existentes em termos de flutuação de preços,
durabilidade, duplicação de informação, inovação e obsolescência relacionadas com vida efêmera
dos periódicos" (SENS, 2003 apud LEMOS, 2006).
Reafirma-se que a mudança desse cenário necessita de instrumentos abrangentes de estímulo
à produção científica, deixando de lado a avaliação fundamentada em periódicos específicos de
consequente prestígio internacional. As universidades e demais centros de pesquisas devem, então,
promover a implantação de repositórios institucionais e passar a valorizar primeiramente as
publicações em periódicos nacionais disponibilizados de forma gratuita na Internet, reforçando o
movimento internacional de acesso livre (Open Access).
2.5 PORTAL WEB – UM AMBIENTE INFORMACIONAL
A ciência da informação, em relação à prática de organização, segundo Le Coadic (1996, p.
26), converteu-se em uma ciência social exigente, fundamentada em uma tecnologia rigorosa. Seu
objeto de estudo é focado nas propriedades gerais da informação, como sua natureza, gênese e
efeito, mais especificamente na:
―análise dos processos de construção, comunicação e uso da informação;
concepção dos produtos e sistemas que permitem sua construção, comunicação,
armazenamento e uso.‖ [...];
Esse mesmo autor considera a informação como:
―sangue da ciência [...] o fluído precioso, continuamente produzido e renovado, a
informação só interessa se circula, e sobretudo, se circula livremente. A atividade
de pesquisa constitui, com efeito, aplicação do raciocínio ao corpo de
conhecimentos acumulados ao longo do tempo e armazenados nas bibliotecas e
centros de documentação. Ademais o processamento desses conhecimentos, que se
torna possível após entrarem em circulação, está na origem das descobertas
científicas e das inovações técnicas. (LE COADIC, 1996, p. 27).
Dada pesquisa contempla a abordagem de Le Coadic (1996) a respeito da definição de
informação e a concepção de ambientes informacionais digitais em uma perspectiva abrangente de
Camargo (2010), que caracteriza como sistemas de informação os meios digitais denominados sites,
websites, portais, espaços de informação, ambiente digital, software, aplicações etc. Tratam-se de
91
sistemas de informação multifacetados, com imensa gama de recursos interativos e colaborativos,
que podem e devem ser analisados e aperfeiçoados pela comunidade desenvolvedora e utilizadora.
Macedo (2005) destaca que os sistemas de informação são apontados na literatura, em um
sentido mais amplo, como serviços de informação, centros ou bibliotecas. Em uma definição mais
restrita, é um sistema de recuperação da informação, como catálogos de bibliotecas, base de dados
e, de forma geral, sistemas automatizados. Afirma-se também que um aspecto elementar da
Arquitetura da Informação engloba estar presente em qualquer ambiente informacional,
independentemente da forma como fora concebida; ou seja, a AI é uma característica própria dos
espaços informacionais, a qual orienta a sua própria estrutura. Logo, pode-se concluir que onde há
um espaço especifico, definido e que e disponibiliza conteúdos de qualquer tipo a uma comunidade
de usuários, intrinsecamente existe ali uma Arquitetura da Informação.
Para a autora, ambiente informacional pode ser definido como um espaço que reúne contexto,
conteúdo e usuários. São objetos de estudo da Arquitetura da Informação como disciplina e, ao
mesmo tempo, o meio onde profissionais atuam com práticas de AI. Sistemas ou ambientes
informacionais devem ser estruturados de maneira a reduzirem-se necessidades informacionais de
seus usuários; segundo Camargo (2010), eles existem muito antes do aparecimento da Internet, em
forma de museus, bibliotecas e empresas.
Quanto às necessidades informacionais dos usuários desses sistemas, para Le Coadic (1996)
essa análise tradicionalmente não é realizada pelos bibliotecários, documentalistas e intermediários
da informação, pois estes consideram que o usuário traz uma necessidade de informação bem
específica. Eles, assim, só começam a avaliar a situação de tais ambientes depois que o usuário
inicia de fato a busca da informação, isto é, quando a necessidade da informação se apresenta. Isso
significa, de acordo com o autor, que outras possibilidades foram deixadas de lado e, caso haja esse
estudo, sua única finalidade será a de melhorar o desempenho desse sistema de duas maneiras:
um estudo de uso do sistema que não suscite a questão de saber se o sistema
fornece o serviço de que os usuários potenciais necessitam, pois só há interesse por
aqueles que o utilizam;
e um estudo parcial das ‗necessidades‘ dos usuários, pois se lhes pergunta,
de que necessitam para complementar o que é oferecido. A hipótese é que o
usuário sabe o que quer e é capaz de identificar os mecanismos de obtenção da
informação! Ora conhecemos as hesitações dos usuários ao dizerem o que querem,
e o que desejam e o que necessitam. (LE COADIC, p. 42, 1996)
Sobre às hesitações, o autor propõe que as seguintes perguntas sejam respondidas: quem
necessita de informação? Que tipo de informação? Para qual grupo de pessoas? Por que precisam
dela? Quem decide quanto a essa necessidade? Quem seleciona? Que uso é dado ao que é
92
fornecido? Quais consequências resultam desse uso para o indivíduo, o grupo, a instituição e a
sociedade em seu conjunto?
Alerta-se aos profissionais que operam e ensinam através da Ciência da Informação, que é
nova e de natureza interdisciplinar: seu objeto a informação permeia o espaço de outras profissões,
sendo um recurso vital ainda não mensurado de forma suficiente no que diz respeito à utilização
pelos usuários devido à ausência de análises mais substanciais das necessidades que eles detêm.
Lembra-se, também, de que a tecnologia acelera o processo do deslocamento do polo formado
pelo documento em papel para o eletrônico, ambiente onde o oral e o visual retomam o lugar do
textual, que, até então, tinha sido o dominante, deixando claro o aparecimento de uma nova cultura
informacional.
2.5.1 Portais na Web – Tipos e definições
Na revisão de literatura sobre conceito e definições de portais na web, verificou-se que não há
consenso entre os autores sobre o tema, devido à própria diversidade e amplitude da natureza desses
ambientes. Esse trabalho reúne e sintetiza algumas abordagens que nortearão a concepção e as
funções de um portal de periódicos eletrônicos.
Segundo Vilella (2003), é usual a definição de portal como um ambiente no qual podem ser
localizadas todas as informações sobre determinado tema. Detlor (2002) o caracteriza como ―um
ponto único de interfaces baseadas na web usada para promover a busca, o compartilhamento e a
disseminação da informação, assim como a provisão de serviços para comunidades de interesse‖.
Terra e Gordon (2002) afirmam que os conhecidos portais corporativos da atualidade são
resultantes da evolução dos portais inicialmente criados para usuários da Internet, como Yahoo,
Uol, Network, Terra etc. Com a popularização destes, as empresas começaram a investir em
protótipos similares de acesso às informações corporativas.
A criação de portais na web, como observa Barbalho (2004), deveu-se à necessidade de se
criarem novos mecanismos de captação de recursos via rede e de se tornar ponto de partida para
fidelizar o acesso, a fim de possibilitar a comercialização de seus serviços — espécie de passagem
obrigatória —, e, consequentemente, tornar-se um agregador de público, uniformizando fontes e
conteúdos e descaracterizando o perfil caótico proclamado pela rede.
A classificação de portais para Dias (2001) pode ser concebida de duas maneiras: uma está
relacionada à esfera de sua aplicação em um contexto (público ou corporativo) e a outra refere-se às
funcionalidades (suporte à decisão e/ou processamento cooperativo). Os portais, público e
corporativo, na concepção da autora — sendo o primeiro também conhecido como Internet, portal
93
web ou portal de consumidores —, fornecem ao consumidor uma interface única. Sua finalidade é
atrair o cliente para o site, estabelecendo com seus visitantes um relacionamento unidirecional; essa
é uma mídia extra no marketing de produtos. O segundo tem a finalidade de proporcionar
informações específicas de negócios em determinado contexto, ajudando os usuários de sistemas
informatizados corporativos a localizarem informações necessárias para o desenvolvimento de
estratégias de concorrência. Dias (2001) apresenta uma descrição resumida sobre as gerações de
portais corporativos e públicos nos quadros abaixo:
Quadro 8 - Gerações de portais corporativos
Geração - Categoria Características das gerações dos portais corporativos
Primeira - Referencial Máquina de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da web. Cada entrada do catálogo
contém uma descrição do conteúdo e um link. Essa geração enfatiza mais a gerência de
conteúdo disseminação em Massa das informações corporativas e o suporte à decisão.
Segunda - Personalizado O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão personalizada
do conteúdo do portal, conhecida como "Minha Página". Essa visão mostra apenas as
categorias que interessam a cada usuário. O portal pode avisar ao usuário sempre que um
novo conteúdo for adicionado as categorias por ele assinaladas. Os usuários podem
publicar documentos no repositório corporativo para que esses sejam também visualizados por
outros usuários. Essa geração privilegia a distribuição personalizada de conteúdo.
Terceira - Interativo
O portal incorpora aplicativos que melhoram a produtividade das pessoas e equipes tais
como correio eletrônico, calendários, agendas, fluxos de atividades, gerência de projetos,
relatórios de despesas, viagens, indicadores de produtividade, etc. Essa geração adiciona o
o caráter cooperativo ao portal, provendo tipos de serviços interativos.
Quarta - Especializado Portais baseados em funções profissionais, para gerência de atividades específicas na
instituição, tais como vendas, finanças, recursos humanos, etc. Essa geração envolve a
integração de aplicativos corporativos com o portal de forma que os usuários possam executar
transações, ler, gravar e atualizar os dados corporativos, e ainda incorpora outras
possibilidades como comércio eletrônico, por exemplo.
Fonte: Baseado em Eckeson (2000), apud Dias (2001, p.54).
Quadro 9 - Gerações de portais públicos
Geração - Categorias Características da Gerações de Portais Públicos
Primeira - Referencial
Máquina de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da web. Cada entrada do
catálogo contém uma descrição do conteúdo e um link.
Segunda - Personalizado
O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão personalizada
do conteúdo do portal, conhecida como "Minha Página". Essa visão mostra apenas as
categorias que interessam a cada usuário. O portal pode avisar ao usuário sempre que um
novo conteúdo for adicionado às categorias por ele assinaladas.
Terceira - Interativo
O portal incorpora aplicativos, tais como correio eletrônico, chat de discussão, cotação
da bolsa , comércio eletrônico, leilões, permitindo ao usuário interagir com o portal e
com seu provedor de conteúdo. Os usuários podem selecionar essas aplicações para suas
páginas pessoais.
.
Fonte: Baseado em Eckeson (2000), apud Dias (2001, p.54).
94
Quadro 10 - Resumo da tipologia de portais corporativos
Portal com ênfase em suporte à decisão Auxiliam gestores e analistas a acessarem informações
corporativas para tomada de decisão.
Portal de informações ou de conteúdo Organiza grandes acervos de conteúdo a partir de seus temas
neles contidos. Conecta pessoas às informações.
Portal de negócios Disponibilizam informações para tomada de decisões de
negócios da instituição como relatórios, documentos textuais,
vídeos, páginas da Web, correio eletrônico, etc.
Portal de suporte à decisão Captura informações armazenadas em base de dados
operacionais, no datawarehouse corporativo ou ainda em
sistemas externos à instituição através de ferramentas
inteligentes e aplicativos analíticos.
Portal com ênfase em processamento
colaborativo
Operam com informações da cadeia produtiva tradicional,
armazenadas e manipuladas por aplicativos corporativos como
também por informações geradas por grupos ou indivíduos
fora dessa cadeia.
Portal colaborativo ou para
processamento colaborativo
Lida com ferramentas cooperativas de trabalhos em grupo
(groupware) e de fluxo de tarefas e/ou documentos (workflow)
para fornecer acesso a informações geradas por indivíduos ou
grupos.
Portal de especialistas Distingui-se troca de experiências entre pessoas especializadas
em determinadas áreas do conhecimento, por meio de
comunicação em tempo real, educação à distância e
manutenção de cadastro automático de especialistas.
Portal de suporte à decisão e
processamento colaborativo
É o mais abrangente por unir funções de suporte à decisão e de
processamento colaborativo. É capaz de fornecer em um
mesmo
ambiente, aplicativos de gerência de conteúdo, processamento
de decisões, groupware, workflow, correio eletrônico,
inteligência de negócios, sistemas especialistas etc.
Portal do conhecimento Capaz de implementar tudo que os outros tipos de portais
implementam e de fornecer conteúdo personalizado de acordo
com a atividade de cada usuário.
Portal de informações empresariais Fornecendo acesso às informações institucionais a partir de
uma interface individualizada, disponível na Intranet da
empresa. utiliza metadados e a linguagem XML (Extensible
Markup Language) para integrar os dados não estruturados.
Fonte: Elaborado pela autora baseado em Kranen (2001, p. 13-4) apud Barbalho (2004, p.7).
Nota-se nas tipologias descritas acima que algumas se relacionam e requerem critérios bem
estabelecidos em um diagnóstico sobre a informação disponibilizada nos portais.
Constata-se na pesquisa de Dias (2001) que tanto os portais públicos quanto os
corporativos desenvolveram-se no tempo e no espaço, sendo possível vislumbrar inúmeras
possibilidades de evoluções.
O Joint Information Systems Committee (JISC, 2009) descreve um portal como um serviço de
rede que fornece um ponto personalizado e único de acesso a uma gama de serviços de rede
heterogêneos, locais e remotos, estruturados e não-estruturados. A função de um portal muitas vezes
95
inclui a descoberta de recursos, acesso a e-mail e fóruns de discussão on-line. Esses são destinados
para os usuários finais através de ―padrões‖ comuns da web, como HTTP, HTML, Java e
JavaScript. No contexto do JISC IE, portais interagem com corretores, agregadores, índices,
catálogos e provedores de conteúdo que usam Z39.50, SRW, o OAI-PMH e RSS / HTTP.
Ressalta-se o potencial dos portais para facilitar o acesso aos mais variados tipos de
informações institucionais e sua capacidade de centralizar e organizar a informação, sendo o portal
corporativo um instrumento importante na elaboração de análises e diagnósticos da produção de
conhecimento de uma organização.
2.5.2 Portal de periódicos científicos eletrônicos
De acordo com Garrido e Rodrigues (2010), os portais de periódicos científicos eletrônicos
tornaram-se possíveis por causa da Internet, seus recursos e linguagem, bem como a utilização de
softwares de arquivos abertos (OAI). Ressaltam a importância em diferenciar-se portal de periódico
científico de repositório científico acadêmico, pois ambos têm finalidades semelhantes na
disseminação da informação, porém permanecem como objetos de características bem
diferenciados.
As autoras definem portal de periódicos como algo exclusivo às publicações científicas que
passam pelo sistema de avaliação pelos pares, indexadas em diversas áreas do conhecimento. Os
repositórios reúnem a produção acadêmica determinada por cada universidade e ambos os sistemas
se complementam; uma mesma comunidade científica pode fazer uso deles com diferentes
finalidades. Relata-se que há entre os pesquisadores o debate de que essas novas estruturas ainda
não estejam consolidadas, sendo primordial, para tal, a apropriação cultural de pessoas e
instituições.
Descreve-se que, além de possuírem características singulares (centralizadores de
informações relevantes, padronização, segurança), ambos demandam uma organização institucional,
com a finalidade de dar visibilidade à identidade da produção científica da instituição e preservar-se
a memória, tornando esses atributos, então, imprescindíveis à instituição que gerencia o portal.
Fachin e Rodrigues (2008) observam que os portais de periódicos eletrônicos têm vários
desafios a enfrentar em suas instituições para que os objetivos sejam atingidos. A primeira delas diz
respeito à credibilidade das informações; Mueller (2006, p. 37) cita: ―qualquer iniciativa de
publicação científica que não garanta avaliação prévia dos conteúdos por especialistas vai encontrar
muitas barreiras para ser legitimada no mesmo nível dos periódicos tradicionais‖.
96
Além desse aspecto, outros são levantados pelos autores, como condições de segurança
técnica, cultura, capacitação, institucionalização e pesquisa. Quanto à segurança técnica, afirma-se
que a organização dos periódicos eletrônicos em um portal exige a garantia da preservação de seus
dados, um suporte específico, segurança e confiabilidade de armazenamento pela instituição que os
mantêm. A questão de cultura e capacitação está relacionada à formação contínua de editores e
alunos bolsistas para que estes possam atuar na plataforma escolhida, bem como à realização de
cursos e palestras. A cultura é a adoção da plataforma por parte dos editores que serão seus
multiplicadores no processo de divulgação do portal.
Outro aspecto da institucionalização e pesquisa citado pelos autores é que a criação de um
portal de periódicos eletrônicos em uma instituição cria um novo componente na estrutura
organizacional da universidade. Os periódicos, quando reunidos em portais, passam a gerar
questões de interesse coletivo a serem compartilhadas, possibilitando a otimização de recursos, a
padronização e a realização dos processos que requererem a criação de procedimentos e normas,
estruturas de pesquisas, cursos, testes, bolsas para alunos de graduação e pós-graduação, e parcerias
internas na instituição e externas em âmbito regional, nacional e internacional.
Percebe-se que um portal de periódicos demanda uma estrutura complexa e necessária no
processo da comunicação científica. Em se tratando de um site, Stumpf (2003) o caracteriza como
instrumento dinâmico de informação, que precisa ser avaliado de modo a se averiguar o alcance dos
objetivos propostos ao público em foco.
2.5.2.1 Portais de periódicos de acesso livre nas universidades públicas brasileiras
O IBICT construiu um diretório contendo links de diversas instituições brasileiras, como
universidades públicas, particulares e outras ligadas à pesquisa científicas, até mesmo editoras que
elaboraram seus portais de periódicos eletrônicos de acesso aberto. Esses portais foram
desenvolvidos a partir do software Open Journal Systems, pela Universidade de British Columbia.
Esse sistema foi traduzido no Brasil e customizado pelo IBICT com a denominação de Sistema de
Editoração de Revistas – SEER – com a finalidade de construir e gerenciar publicações periódicas
eletrônicas.
O diretório tem a intenção de divulgar periódicos científicos brasileiros e seus portais que
utilizam o SEER/OJS. Na seção de Revistas são disponibilizadas ferramentas de buscas simples e
avançadas de acordo com ano, área do conhecimento, instituição e região.
97
O sítio atualmente passa por reformulação. A parte dos treinamentos está suspensa até que
sejam concluídas as novas políticas do projeto que contemplarão soluções relacionadas ao ensino à
distância e avaliações de solicitações de treinamento in loco, de acordo com IBICT (2015).
Documentos úteis são apresentados em PDF e podem ser baixados como código livre,
comunicação científica, configuração visual, diferença entre VS1 e VS2, funções editorais VS2,
interface, metadados e técnica de instalação. Além disso, disponibiliza-se a demonstração do
sistema SEER em versão de teste. Há uma área de Links relacionados que trata de questões ligadas à
criação e ao gerenciamento de periódicos científicos no ambiente eletrônico, como o Encontro
Nacional dos Usuários do SEER (EUSEER), Open Journal System e o Public Knowledge Project
(PKP). Trata-se de uma iniciativa de estimular o desenvolvimento de softwares de livre acesso no
mundo — o PKP suport Forum é um fórum de discussão sobre essas iniciativas.
A seção Portais no SEER é formada por uma lista com links de diversas instituições
brasileiras que se utilizam desse sistema de editoração eletrônica de revistas. Esse trabalho ressalta
as universidades públicas brasileiras que construíram portais de periódicos eletrônicos de acesso
aberto, por isso elaborou-se uma tabela abaixo baseada nos dados apresentado pelo diretório do
IBICT. Listam-se 52 links de universidades públicas brasileiras de norte a sul do país. Observou-se
que algumas universidade possuem mais de 1 (um) portal de periódicos eletrônicos.
Percebe-se que as universidades públicas que utilizam o SEER têm autonomia de
customização desse software no que diz respeito à arquitetura de informação de seus portais de
periódicos eletrônicos, pois não há uma padronização sugerida pelo IBICT nesse aspecto.
Observa-se também que uma mesma instituição que apresenta mais de um portal, não possui
uma identidade visual própria e há diferentes projetos de AI para portais que representam a mesma
universidade.
Figura 13 – Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) - IBICT
Fonte: Disponível em: <http://www.ibict.br/pesquisa-desenvolvimento-tecnologico-e-inovacao/sistema-
eletronico-de-editoracao-de-revistas-seer/outras-informacoes>. Acesso 16 mar.2016.
98
TABELA 1- Portais de periódicos eletrônicos de universidades brasileiras que utilizam o SEER
PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS DE UNIVERSIDADES BRASILEIRAS CADASTRADOS NO IBICT
Instituição LINK QT
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Portal de Publicações Eletrônicas 01
Universidade Federal do Espírito Santo Periódicos da UFES 01
Universidade Federal Fluminense Revistas Eletrônicas da UFF 02 Universidade Federal Fluminense Portal de Periódicos de Ciências Humanas e Filosofia
Universidade Federal de Minas Gerais Revistas Eletrônicas da Faculdade de Educação - UFMG 01
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Periódicos Científicos 04 Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Peripódicos Campus de Rio Claro
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Periódicos FCLAr - Unesp
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Periódicos do Campus de Franca Universidade do Estado de São Paulo Portal de Revistas Eletrônicas - FFC - UNESP Marília 01
Universidade de Campinas Portal de Publicações Periódicas Eletrônicas da Faculdade de
Educação
02
Universidade de Campinas Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas - IEL
Universidade do Rio de Janeiro http://www.seer.unirio.br/ 01
Universidade de Brasília Portal de Periódicos da UnB 01
Universidade do Estado de Minas Gerais Portal de Periódicos da Editora da Universidade de Minas Gerais
02
Universidade do Estado de Minas Gerais Portal de Periódicos da Faculdade de Letras - UFMG
Universidade do Estado de Santa Catarina Portal de Periódicos UDESC 01 Universidade Estadual da Paraíba Sistema Eletrônico de Revistas UEPB 01
Universidade Estadual de Goiás Portal de Periódicos Científicos da UEG
01
Universidade Estadual de Londrina Portal de Periódicos Científicos da UEL 01 Universidade Estadual de Maringa Portal de Periódicos da UEM 01
Universidade Estadual de Ponta Grossa Portal de Periódicos UEPG 01 Universidade Estadual do Ceará Portal de Periódicos da UECE 01
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul Portal de Publicações Eletrõnicas da UEMS 01
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Portal de Periódicos da UESB 01 Universidade Federal da Bahia Portal de Periódicos da UFBA 01
Universidade Federal da Grande Dourados Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas da UFGD 01
Universidade Federal da Paraíba Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos da UFPB 01
Universidade Federal de Alagoas SEER UFAL 01 Universidade Federal de Alfenas UNIFAL-MG - Revistas 01
Universidade Federal de Goiás Portal de Periódicos Eletrônicos da UFG 02
Universidade Federal de Goiás Portal de Periódicos Eletrônicos da UFG
Universidade Federal de Pelotas Periódicos Eletrônicos UFPel 01
Universidade Federal de Rondônia Portal de Periódicos da Fundação Universidade Federal de
Rondônia
01
Universidade Federal de Roraima Portal de Revistas da UFRR 01 Universidade Federal de Santa Catarina Periódicos UFSC 01
Universidade Federal de Santa Maria Portal de Periódicos Eletrônicos da UFSM 01
Universidade Federal de Uberlândia Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas - UFU 01 Universidade Federal do Amapá Portal de Periódicos da UNIFAP 01
Universidade Federal do Maranhão Portal de Periódicos da UFMA 01 Universidade Federal do Mato Grosso Portal de Revistas Científicas da UFMT 01
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul UFMS / SEER - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas 01
Universidade Federal do Pará Portal de Revistas Científicas da UFPA 01
Universidade Federal do Paraná Biblioteca Digital de Periódicos da UFPR 01
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN 01 Universidade Federal do Rio Grande do Sul SEER UFRGS 01
Universidade Federal do Triângulo Mineiro http://www.uftm.edu.br/revistaeletronica/ 01
Universidade Federal Rural de Pernambuco Portal de Periódicos da UFRPE 01
Universidade Federal Rural do Semi-Árido Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas 01 Universidade Feral do Rio Grande do Sul Portal de Periódicos Científicos - FURG 01
Universidade Municipal de São Caetano do Sul Portal Periódicos USCS 01
Universidade Regional de Blumenau Portal de Periódicos da FURB 01 Total: 52
Tabela elaborada pela autora. Fonte: Disponível em:
<http://seer.ibict.br/index.php?option=com_content&task=view&id=505&Itemid=144>. Acesso em: 20 nov. 2015.
99
2.5.2.2 Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES
O Portal de Periódicos CAPES é uma iniciativa política com o objetivo de democratizar o
acesso à informação científica e ao mesmo tempo se propõe em ser uma inovação e uma solução
financeira. (CORREA et al, 2008). Segundo informações do site, o portal iniciou sua história em
1990, quando o Ministério da Educação (MEC) criou um programa para bibliotecas de Instituições
de Ensino Superior (IES) e cinco anos após lançou o Programa De Apoio à Aquisição de
Periódicos. (BRASIL, 2015)
O Portal de Periódicos Capes, foi criado oficialmente em 11 de novembro de 2000, paralelo
ao aparecimento das bibliotecas virtuais e das iniciativas de digitalização de acervos por parte das
editoras. O portal passou a negociar com editoras internacionais e nacionais, centralizando a
aquisição desse tipo de conteúdo. Até 2001 a Capes repassava diretamente às instituições de ensino
superior recursos financeiros para a manutenção das coleções impressas, mas, a partir de 2002,
esses recursos foram centralizados pela mesma instituição, que começou a ampliar seus
investimentos nos periódicos eletrônicos e na atualização do conteúdo do Portal.
Trata-se de uma biblioteca virtual que agrega e disponibiliza a instituições brasileiras de
pesquisa e ensino a produção científica internacional. Seu acervo é composto de 37 mil títulos de
texto completo, 126 bases de dados referenciais, 11 de patentes, bem como de livros, enciclopédias
e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual.
Não existe no mundo inteiro nenhuma iniciativa semelhante a essa, por isso é considerado um
modelo de consórcio de bibliotecas concebido para compensar a carência de acesso das bibliotecas
universitárias brasileiras que fazem parte do sistema de ensino federal à informação científica
internacional, com a ideia principal de que seria muito mais dispendioso atualizar seus acervos de
periódicos impressos.
É totalmente financiado pelo governo brasileiro com a capacidade de cobrir todo o território
nacional. Tem o objetivo de reduzir as desigualdades regionais no acesso às informações científicas
no Brasil.
As instituições que podem participar do acesso livre e gratuito ao acervo do Portal Capes
segundo o site devem obedecer aos seguintes critérios:
Instituições federais de ensino superior; instituições de pesquisa com pelo menos um programa
de pós-graduação e que tenham obtido nota 4 ou superior na avaliação da CAPES;
100
Instituições públicas de ensino superior estaduais e municipais com pelo menos um programa
de pós-graduação e que tenham obtido nota 4 ou superior na avaliação da CAPES;
Instituições privadas de ensino superior com pelo menos um doutorado e que tenham obtido
nota 5 ou superior na avaliação da CAPES;
Instituições com programas de pós-graduação recomendados pela CAPES e que atendem aos
critérios de excelência definidos pelo Ministério da Educação acessam parcialmente o conteúdo
assinado pelo Portal de Periódicos. (BRASIL, 2015).
O Portal também disponibiliza a todos os demais usuários interessados periódicos de acesso
livre, bem como bases de dados nacionais e internacionais selecionados pela equipe do Portal e
referências de teses e dissertações produzidas nos programas de pós-graduação em todo Brasil.
O Portal Capes significa um avanço no modelo tradicional de acesso a documentos impressos
para os eletrônicos, segundo Correa (2008), o qual amplia e democratiza o acesso às informações
científicas, favorecendo tanto aos pesquisadores de grandes centros quanto aos de universidades
distantes. Essa iniciativa caracteriza a inclusão da comunidade científica e da acadêmica nacional
no processo da comunicação científica internacional, possibilidade que traz consequências positivas
para o próprio processo de produção científica e tecnológica nacional.
O acervo do Portal de Periódicos Capes, de acordo com Almeida (2015), é composto de:
37.223 títulos de periódicos;
126 bases de dados referenciais e de resumos;
66 bases de teses e dissertações;
57 bases de estatísticas;
42 obras de referência;
11 bases de dados de patentes;
9 bases de dados de materiais audiovisuais;
2 bases de normas técnicas;
265.401 documentos eletrônicos, como capítulos de livros, manuais, relatórios e anais de
congressos.
O portal continuou investindo em inovação em 2014 por determinação da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR). Como houve melhoria em sua
interface, a CAPES aproveitou a proposta de modernização para incluir outros serviços para os
usuários do portal, como a ―Central de conteúdos‖, localizada no menu esquerdo da página inicial.
Essa opção possibilitou o acesso a outros formatos de documentos, como áudio e vídeos. Além
101
disso, permitiu o acesso direto aos aplicativos móveis do Portal, que podem ser baixados tanto em
versão para sistema IOS quanto para Android. Os tipos de busca, o ―Meu espaço‖, a opção para
acesso remoto e todos os outros serviços e funcionalidades foram mantidos na nova interface.
2.5.2.2.1 WebQualis
WebQualis é o aplicativo que possibilita classificar os veículos de divulgação da produção
intelectual dos programas de pós-graduação, e a divulgação do resultado dessa classificação
(listagem por área) é disponibilizada no site da CAPES. Embora todos esses veículos sejam
passíveis de classificação, atualmente o WebQualis somente qualifica a produção científica
divulgada através de periódicos e anais dos eventos. A partir de 2015 a classificação desses
periódicos passou a ser realizada no módulo Qualis da Plataforma Sucupira.
O Qualis Periódicos, segundo Brasil (2015), quanto à definição e à finalidade institucional,
trata-se de um conjunto de procedimentos firmados por cada área de avaliação para a estratificação
da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. É um instrumento para
auxiliar o processo de avaliação dos programas de pós-graduação. Fazem parte da base de revistas e
periódicos do Qualis somente títulos declarados pelos programas de pós-graduação através do
módulo coleta da Plataforma Sucupira durante o quadriênio. Quanto à classificação de cada
periódico, esta pode ser distinta e depender da área de avaliação e seus critérios.
As atualizações habituais na classificação dos periódicos são realizadas sempre levando-se em
consideração as novas revistas, que são evidenciadas pelos programas de pós-graduação a cada
calendário de envio na Coleta na plataforma Sucupira, disponibilizada pela CAPES na web.
Quando os dados do periódico chegam à CAPES, eles são reunidos em uma base de dados
pelos títulos de todos os periódicos e eventos mencionados pelos programas naquele ano; logo, é
um processo de classificação dos periódicos listados pelos próprios programas, e não oriundos do
universo de periódicos de cada área. Essa classificação é coordenada por uma comissão de
consultores de cada área e sofre atualização anual. Há, inclusive, um enquadramento em categorias
indicativas que é divulgado pelo programa de pós-graduação.
2.5.2.3 Scientific Eletronic Library Online - SciELO
A Scientific Electronic Library Online (SciELO) é uma biblioteca eletrônica que reúne uma
coleção de periódicos científicos brasileiros. Trata-se da consequência de um projeto de pesquisa
realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) junto com o
102
Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), que, partir
de 2002, passou a ter apoio do CNPq.
A intenção do projeto, segundo SciELO (2015), ―é desenvolver uma metodologia comum
para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato
eletrônico‖. Novos títulos estão constantemente se integrando à biblioteca eletrônica. O SCIELO foi
idealizado para fornecer amplo acesso a coleções de periódicos no todo, em partes (fascículos) e
artigos. As buscas podem ser realizadas através de índices e de formulários. É frequentemente
atualizado tanto em seu formato quanto no seu conteúdo, de acordo com o desenvolvimento do
projeto.
O acesso às informações pode ser dado através de uma lista alfabética de títulos ou assuntos,
bem como pelo módulo de pesquisa de títulos dos periódicos, por nomes das instituições
publicadoras e pelo local de publicação. Proporciona-se acesso aos textos na íntegra dos artigos
através de um índice de autor e de assuntos ou de um formulário de pesquisa de artigos que busca
elementos como autor, palavras do título, assunto, palavras presentes no texto e ano de publicação.
A metodologia SciELO, segundo Packer (1998), caracteriza-se como uma saída eficiente,
versátil e abrangente para a publicação científica eletrônica, e tem condições de ser admitida como
uma metodologia comum tanto para publicação eletrônica brasileira quanto para a América Latina e
Caribe. Atualmente verifica-se que essa metodologia realmente se estende a diversos países do
mundo, pois conta com coleções de periódicos provenientes de África do Sul, Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.
Figura 14 - Scientific Eletronic Library Online (SciELO)
Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em 20 mar. 2015
A SciELO disponibiliza em sua base de dados livros na íntegra em formato PDF, bem como
partes de capítulos de livros em acesso aberto.
103
3 MARCO EMPÍRICO: DISPONIBILIZAÇÃO DE PERIÓDICOS
ELETRÔNICOS NA UERJ
Neste capítulo será apresentada a disponibilização de periódicos eletrônicos na Universidade
do Estado do Rio de Janeiro através do Portal de Publicações Eletrônicas, também conhecido como
e-Publicações. Há um sítio denominado Revistas Online, que, embora apareça em destaque na
página institucional da UERJ, não será considerado como objeto de estudo da presente pesquisa.
A escolha do Portal de Publicações Eletrônicas como produto de investigação baseia-se na
observação inicial dos ambientes e na constatação de que um número significativo de periódicos
eletrônicos disponíveis em Revistas Online faz parte também do e-Publicações. Outro fato
considerado e observado diz respeito ao sítio Revistas Online, que tem uma característica mais
informativa e referencial do que propriamente exercer a função de um portal de periódicos
eletrônicos, como o Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ; por isso, este se apresenta de
forma mais adequada para tal proposta.
Figura 15 – Revistas Online da UERJ
Fonte: Disponível em: < http://www.uerj.br/revistas/>. Acesso em 16 jan. 2015.
104
3.1 O PORTAL DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS DA UERJ
O Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, de acordo com o sítio institucional, foi criado
em 2008 pela Sub-reitoria de Extensão e Cultura, com colaborações do Departamento de Extensão,
da Diretoria de Informática (DINFO) e Rede Sirius- Rede de Bibliotecas da UERJ, com o objetivo
de reunir periódicos editados na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A condição principal
para se integrar ao Portal é cadastrar o periódico como projeto extensionista no Departamento de
Extensão (SR3). Conta-se atualmente com 70 periódicos, sendo 60 correntes, três não correntes
disponíveis para acesso eletrônico e sete em fase de publicação, de acordo com o Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ (2016).
Figura 16- Fluxograma do Processo Editorial do Portal e-Publicações da UERJ.
Fonte: < http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/index/about/aboutThisPublishingSystem.>. Acesso em:
05 abr. 2016.
O Portal oferece o curso em Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (SEER), que é um
treinamento dos papéis do fluxo editorial no SEER com as devidas instruções do e-Publicações
UERJ. Cada aula trata de determinado papel, e cada papel pode ter mais de uma aula. No
treinamento são empregados os tutoriais elaborados pelo IBICT, todos atualizados a cada nova
versão do SEER. A participação no curso requer preenchimento do formulário de inscrição por
parte dos interessados, que é divulgado pelo Depext via e-mail aos editores.
O sítio também disponibiliza normas ABNT de periódicos. O Portal utiliza o Open Jounal
Systems (OJS 2.3.7.0), sistema de código livre gratuito para a administração e publicação de revistas
105
desenvolvido com suporte e distribuição pelo Public Knowledge Project (PKP), sob a licença GNU
(General Public License). Segue abaixo um fluxograma explicativo sobre o processo editorial de
publicações eletrônicas no Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.
Figura 17 – Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ e seus sistemas de arquitetura da informação
Fonte: Disponível em:< http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/index/about>. Acesso em 19 fev. 2015.
Nesse ponto termina o marco empírico escolhido para a observação e posterior análise.
A seguir serão apresentadas as características essenciais desse trabalho e as etapas
desenvolvidas no decorrer da pesquisa.
106
4 METODOLOGIA
Definir metodologia é uma tarefa polêmica; Minayo (2008) alega que, comumente, métodos
são associados a técnicas. No entanto, há também aqueles que os separem do campo da
operacionalização e os coloquem dentro da epistemologia. Para a autora, a metodologia está bem no
meio da sociologia do conhecimento, pois naturalmente faz parte da visão social de mundo aliada à
teoria, enquanto o método constitui-se na maneira como que um processo se desenvolve. Concebe-
se que não existe ciência neutra, visto que há, dentro da lógica de construção teórica, um constante
diálogo entre subjetivação e objetivação.
Afirma-se que o conhecimento científico é gerado através da relação entre teoria e realidade
empírica, tendo o método, assim, a finalidade de tornar possível a investigação da realidade através
de perguntas formuladas pelo pesquisador. A definição de método como uma reunião de
pressupostos, regras e procedimentos determinados que constroem um conhecimento é proposta por
Popper (1985). A Epistemologia (ou lógica da pesquisa científica) deve ser considerada com a
teoria do método científico, que, por sua vez, deve estar relacionada à escolha de métodos, à forma
como o cientista define seu trabalho com os dados obtidos.
Quanto ao método empírico, sugere-se: ―A decisão aqui proposta para chegar ao
estabelecimento de regras adequadas ao que denomino ‗método empírico‘ está estreitamente ligada
ao meu critério de demarcação; proponho que se adotem as regras que assegurem a possibilidade de
aferir sua falseabilidade‖ (POPPER, 1985, p. 51). O planejamento de uma pesquisa científica, de
acordo com Braga (2002), é a etapa mais marcante, pois deve conter desde a escolha da linha e do
tema a serem seguidos até a construção do plano, do pré-projeto e do projeto. Essa fase possibilita
ao pesquisador ter uma visão mais abrangente de seu objeto de estudo, principalmente em relação à
construção teórica e metodológica a ser utilizada para alcançar os objetivos esperados.
Quanto à característica qualitativa da pesquisa, busca-se a abordagem de Minayo (2008), que
considera importante a objetivação, ou seja, um procedimento investigativo que percebe a
107
multiplicidade do objeto das ciências sociais; cria teorias; trata de forma crítica toda a revisão
literária sobre o tema; sistematiza conceitos e categorias; utiliza técnicas apropriadas e elabora
análises específicas em relação a um contexto. Essa mesma objetivação renega o discurso ingênuo
ou malicioso da neutralidade, porém ordena que se obtenham formas para reduzir a frequência
constante do juízo de valor na pesquisa.
Com base nas premissas expostas acima, segue a descrição de como foram construídos os
procedimentos metodológicos realizados no presente trabalho.
4.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A proposta inicial desse estudo possibilita uma escolha metodológica que prioriza
características qualiquantitativas com caráter de estudo de caso, pois o universo delimitado é o
Portal de Publicações Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A intenção
é selecionar princípios da Arquitetura da Informação para a elaboração de critérios capazes de
avaliar portais de periódicos eletrônicos de universidades, com foco na atual arquitetura do Portal
da UERJ.
O estudo de caso, de acordo com Yin (2005, p. 20), em síntese, propicia uma pesquisa que
preserva características holísticas e marcantes do cotidiano, assim como os ciclos vitais do
indivíduo, processos que envolvem organizações, administrações, mudanças que ocorrem em
regiões urbanas, relações internacionais e o amadurecimento de setores econômicos. Na revisão de
literatura foram identificados o estado da arte, definições, conceitos, princípios e boas práticas da
Arquitetura da Informação.
Optou-se por estudar periódicos nacionais e internacionais de acesso livre, além de livros de
autores seminais sobre os temas disponíveis em bibliotecas e acervo pessoal do orientador da
pesquisa. Em outros momentos também foram utilizados autores de outras áreas do conhecimento,
devido à inerente interdisciplinaridade estabelecida no campo da Arquitetura da Informação, com a
finalidade de esclarecer e respaldar ideias.
Quanto ao levantamento bibliográfico, este teve uma restrição de escopo, nos últimos dez
anos, nas seguintes bases de dados: Portal de Periódicos da CAPES, com a seleção dos artigos de
Ciências Sociais Aplicadas; Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da
Informação (BRAPCI) e Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Além das bases de
dados, foram feitas pesquisas individualizadas em diversas revistas acadêmicas de Ciência da
Informação e Ciência da Computação, de forma a verificar se a pesquisa feita nas bases poderia ter
108
omitido algum resultado. Também foi realizada uma busca dos anais dos Encontros Nacionais de
Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB) através do repositório BENANCIB.
Na pesquisa por palavra-chave adotaram-se os idiomas português e inglês. Os termos
utilizados em português foram: arquitetura da informação, portal de periódicos eletrônicos,
periódicos eletrônicos, periódicos de acesso livre, provedores eletrônicos, periódico científico
eletrônico, periódico científico e comunicação científica; e, em inglês, information architecture,
eletronic journals, electronic providers, scientific journal, scientific communication. As pesquisas
também incluíram a combinação de dois ou mais desses termos, de forma a tornar os resultados
mais refinados.
A literatura revisada foi sistematizada com o propósito de selecionar princípios e construir
critérios para análise dos textos obtidos. Assim, têm-se entendimento do campo de estudo e
conceitos e definições fundamentais para o andamento do trabalho. Mesmo que grande parte dos
conceitos importantes para a compreensão desta pesquisa já estejam expostos nos capítulos de
fundamentação teórica, a análise está sendo constantemente revisitada, objetivando uma melhor
investigação do campo de estudo. Esse trabalho agrega uma perspectiva exploratória, pois se baseia
em desenvolver e modificar conceitos e ideias, com o objetivo de formular novas hipóteses que só
serão completamente respondidas com estudos posteriores.
Fundamenta-se principalmente no levantamento bibliográfico/documental e no estudo de
caso e entrevistas. A questão quantitativa – como coleta de dados ou amostragens – é pouco
costumeira nesse nível de pesquisa. Na revisão bibliográfica foram selecionados alguns dos
princípios descritos logo após a caracterização de cada sistema fundamental da Arquitetura da
Informação, com a finalidade de abordar problemas relacionados aos portais de periódicos
eletrônicos. Considerando-se a pertinência e a relevância desses princípios, elaborou-se para cada
sistema um conjunto de critérios específicos a serem aplicados em forma de questionário nos
ambientes informacionais do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.
Nessa diretriz encarou-se o trabalho como uma pesquisa exploratória, uma vez que o
objetivo geral parte do pressuposto da elaboração de um questionário para avaliar o portal segundo
um conjunto de critérios selecionados a partir de princípios e boas práticas da Arquitetura da
Informação. Trata-se de um instrumento que tem como finalidade auxiliar profissionais da
informação a avaliarem portais de publicações científicas e buscarem, assim, uma visão da
qualidade do produto desenvolvido.
109
5 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
Realizada a investigação na literatura sobre princípios fundamentais desenvolvidos ao longo
de pesquisas, foi selecionado um conjunto de critérios estabelecidos com a finalidade de se
construir um questionário (instrumento de avaliação) para ser aplicado no Portal de Periódicos
Eletrônicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Esses critérios, descritos nas seções a
seguir, são representativos de uma proposta inspirada nas técnicas de inspeção de usabilidade e
apoiados nos quatro (4) sistemas fundamentais da Arquitetura da Informação: organização,
rotulagem, navegação e busca, segundo Morville e Rosenfeld (2006).
5.1 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO Após a leitura sobre diversas abordagens, foram selecionados os princípios relacionados ao
sistema de organização da Arquitetura da Informação. Considerando-se a pertinência e a relevância
destes para a construção de critérios específicos subjacentes a esse sistema, e priorizando-se as
características particulares e finalidades de um portal de publicações eletrônicas, elaborou-se o
seguinte quadro sintético:
Quadro 11 - Critérios para Avaliação do Sistema de Organização em Portais de Periódicos Eletrônicos CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS
Princípios/fonte Abordagens Critérios
COERÊNCIA
Pgs: 22, 24, 25, 26.
Morville e Rosenfeld
(2006); Alomran
(2015); Taub (2000);
Spencer (2010);
Downey e Banerjee
(2011)
A organização do conteúdo do portal de periódicos proporciona um cenário instantâneo e
claro de como estão organizados seus periódicos científicos?
Há uma padronização na disponibilização dos itens informacionais do portal de
periódicos?
Os periódicos estão organizados de acordo algum princípio observável?
Os periódicos estão organizados de uma única forma?
AUDIÊNCIA
Pgs: 23, 24 e 25.
Morville e Rosenfeld
(2006); Alomran (2015)
Toub (2000); Spencer
(2010); Downey e
Banerjee (2011).
Há uma preocupação com usuários portadores de necessidades especiais na organização
da informação do portal de periódicos, são respeitados normas de acessibilidade?
Foi fácil localizar o portal de periódicos na página principal da UERJ?
POLÍTICA
INSTITUCIONAL
Pgs. 23 e 24 e 42.
Morville e Rosenfeld
(2006) e Toub (2000);
Spencer (2010); Nielsen
(1993) e Victtory
(2008)
Há uma marca on-line, uma identidade visual do portal de periódicos?
Fonte: Elaborado pela autora.
110
Segundo a revisão da literatura, observa-se de uma forma geral que o sistema de organização
da Arquitetura de Informação deve ter como principal característica o potencial de comunicar de
imediato o seu princípio organizador à audiência e, para isso, não deve abrir mão de sua estrutura
clara, coerente e lógica. Logo, a coerência, a audiência e a política foram destacadas a priori como
delimitadoras na construção de critérios mais específicos para avaliação de um sistema de
organização de periódicos eletrônicos em portais de universidades.
De acordo com a missão institucional e as peculiaridades do público-alvo, é possível afirmar
que tais critérios podem ser expandidos para melhor atender aos objetivos dessa avaliação. Os
critérios apresentados acima foram considerados de acordo com os princípios escolhidos como
basilares para iniciar um processo de averiguação de problemas em portais de publicações
eletrônicas em um sistema de organização.
5.2 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ROTULAGEM
Procurou-se, na presente seleção dos princípios do sistema de rotulagem, destacar aqueles que
mais se adéquam à aplicação no portal de periódicos eletrônicos. Percebe-se que alguns deles se
repetem em outros sistemas, o que ressalta a condição da inter-relação e mútua influência
estabelecida entre eles. No quadro abaixo estão resumidos os princípios e critérios selecionados:
Quadro 12 - Critérios para Avaliação do Sistema de Rotulagem em Portais de Periódicos Eletrônicos
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ROTULAGEM EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS
Princípios/fonte Abordagens Critérios
PREDICABILIDADE
Pgs: 28, 29 e 31
Morville e Rosenfeld (2006)
;Alomran (2015); Toub (2000);
Spencer (2010) ;Downey e Banerjee
(2011) ; Victory (2008).
Os termos ou rótulos escolhidos conseguem agrupar
adequadamente os periódicos disponibilizados pelo portal?
Há diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos: existe
diferenciação entre categorias de periódicos?
Os rótulos do portal de periódicos são adequados ao seu público-
alvo (alunos, professores e pesquisadores)?
O tamanho dos caracteres do rótulo facilita a legibilidade?
PRECISÃO
Pgs. 29 e 31.
Morville e Rosenfeld (2006); Toub
(2000); Spencer (2010); Victory
(2008)
Os rótulos utilizados pelo portal de periódicos são claros, não há
dúvida sobre o que representam?
O conteúdo apresentado está de acordo com o rótulo?
É considerada a granularidade do portal de periódicos; os
conteúdos são agrupados por rótulos de significados inicialmente
mais abrangentes e conforme se aprofunda nos conteúdos esses
possuem rótulos mais específicos?
Fonte: Elaborado pela autora.
No sistema de rotulagem, de acordo com toda a exposição dos princípios, foram
considerados e selecionados como os fundamentais: predicabilidade e precisão para se iniciar uma
discussão aprofundada sobre o sistema. Observou-se, além do forte fator de sua interdependência
111
com os outros sistemas, que o rótulo funciona como um elo entre o usuário e o ambiente
informacional, estabelecendo o diálogo no Portal.
Consequentemente, o princípio de consistência se efetiva através da predicabilidade, pois
torna essa condição fundamental para que o sistema de rotulagem tenha a capacidade de ser
compreendido e facilmente assimilado por seus usuários; por isso, este foi escolhido como um dos
princípios fundamentais para a extração de critérios específicos capazes de investigar se o sistema
de rotulagem possui as qualidades inerentes e necessárias em relação à compreensão de seus rótulos
ou etiquetas.
5.3 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO
A partir de dois princípios abrangentes relacionados ao sistema de navegação foram
selecionados na revisão de literatura os de navegação universal e personalizada, sendo destes
extraídos critérios específicos que podem ser aplicados em portais de periódicos para o processo de
avaliação do sistema, como pode ser observado no quadro sintético:
Quadro 13 - Critérios para Avaliação do Sistema de Navegação em Portais de Periódicos Eletrônicos
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS
Princípios/fonte Abordagens Critérios
UNIVERSAL
Pgs: 35, 36, 37, 38, 39,
40, 41, e 42.
Morville e Rosenfeld
(2006)
Thurow (2014)
Spencer (2010)
Victory (2008)
Mcgovern (2002)
Nilsen (1993)
Ruwoldt e Spencer (2005)
Os links de atalho do portal de periódicos estão bem destacados e
visualizados?
A navegação do portal de periódicos é destacada de outras seções da página
Web?
Há indicação para links de conteúdo visitados no portal de periódicos?
Há indicação no portal de periódicos se o texto disponibilizado é clicável ou
não?
Percebe-se mudança de contexto no portal de periódicos através da
navegação?
Na página principal do portal de periódicos é permitida aos usuários navegar
para onde se deseja?
Links do portal de periódicos foram agrupados de acordo com audiência ou
tema?
Os usuários do portal de periódicos podem escolher navegar por meio um
motor de busca, mapa do site ou índice ou diretório?
O título da página do portal de periódicos é visível na janela do navegador?
PERSONALIZADA
Pgs: 39, 40 e 43.
Morville e Rosenfeld
(2006); Nielsen (1993)
Victory (2008); Spencer
(2010).
Há diferentes formas de navegação no portal de periódicos?
Fonte: Elaborada pela autora.
Em relação aos critérios elaborados no quadro acima, a partir dos princípios de navegação
universal e personalizada observa-se que a questão da navegabilidade está centrada na execução de
um projeto flexível que possibilita ao usuário não se perder nos labirintos da busca pela informação
na web. Perceber o contexto e o ambiente como pontos chaves no sistema de navegação é
112
fundamental. Visualizações, posicionamentos de links e utilizações de ferramentas de
personalização podem auxiliar significativamente nessa perspectiva.
Os critérios selecionados acima são básicos na avaliação do sistema, mas outros poderão ser
agregados a partir das contribuições e observações do uso do ambiente por seus usuários reais e
potenciais.
5.4 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE BUSCA
No que se relaciona às abordagens sobre determinados princípios relevantes ao sistema de
busca, com ênfase em portais de periódicos eletrônicos, foram elaborados os critérios descritos no
quadro sintético abaixo:
Quadro 14 - Critérios para Avaliação do Sistema de Busca em Portais de Periódicos Eletrônicos
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE BUSCA EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS
Princípios/fonte Abordagens Critérios
REGRA DE EXTREMA
SIMPLICIDADE.
Pgs: 46, 49 e 50.
Morville e Rosenfeld (2006)
Baeza-Yates e Ribeiro Neto
(2013)
O ambiente respeita a regra de extrema simplicidade, utilizando-se de
elementos como: modelo do retângulo de busca, linguagem de consulta de
texto?
EFICIÊNCIA
Pgs: 50, 51.
Morville e Rosenfeld (2006)
Vidotti e Sant`Anna (2006)
Baeza-Yates e Ribeiro Neto
(2013)
O sistema de busca apresenta assistência à ortografia?
O sistema de busca apresenta sugestão (autocomplete, autossugestão) para
consulta?
O tempo de processamento de busca é rápido?
EFICÁCIA
Pgs: 50, 51 e 52.
Morville e Rosenfeld (2006)
Vidotti e Sant`Anna (2006)
O sistema de busca apresenta algum recurso para melhorar a estratégia de
consulta (busca avançada)?
APRESENTAÇÃO DE
RESULTADOS (SERP)
Pgs: 48, 53, 54.
Morville e Rosenfeld (2006)
Baeza-Yates e Ribeiro Neto
(2013)
O resultado da consulta possui o nome do periódico e metadados (url, editor,
nome abreviado, DOI, fator de impacto, Qualis)?
O resultado da consulta possui um fragmento de texto extraído do objetivo,
assunto e abrangência período?
O fragmento do texto do resultado é composto por frases contíguas?
No fragmento do texto são apresentados em realce os principais termos?
ESPECIFICIDADE
Pgs: 52 e 56.
Baeza-Yates e Ribeiro Neto
(2013)
É exigido conhecimento específico para construir a consulta?
A quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto do resultado é
suficiente para decidir pela importância do periódico?
FLEXIBILIDADE NA
CONSULTA
Pgs: 55, 57 e 58.
Morville e Rosenfeld (2006)
Baeza-Yates e Ribeiro Neto
(2013
O sistema de busca do periódico permite consultas por diversas formas
(Palavra-chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data ou Períodos,
Vocabulário Controlado, Taxonomia)?
Fonte: Elaborado pela autora
Percebe-se que o sistema de busca é um dos mais complexos, pois consegue reunir e
expressar na prática as possibilidades de funcionalidade do ambiente informacional como um todo,
além de ter a capacidade de fornecer ao usuário as ferramentas necessárias para que ele possa obter
suas respostas e expandir seus conhecimentos. Alguns princípios, como eficácia e eficiência, podem
se confundi-lo na prática diária da utilização do sistema, porém, no processo de avaliação das
potencialidades, devem ser considerados com singularidade.
113
Portanto, sugerem-se critérios específicos para tal observação. Definir motores de busca,
avaliar a real necessidade no ambiente e identificar se sua capacidade de indexação atende às reais
expectativas dos usuários são desafios inerentes ao profissional da informação no processo de
implementação desses sistemas e na discussão com Arquitetos de Informação e desenvolvedores de
TI sobre sua versão final.
5.5 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E RESULTADOS OBTIDOS
A partir dos princípios selecionados na revisão de literatura foram criados critérios para
avaliar cada sistema de informação e desses elaborou-se um conjunto de perguntas para compor o
instrumento de avaliação em forma de questionário.
O questionário (anexo 2) foi aplicado a um grupo de 12 profissionais da área da Ciência da
Informação e Biblioteconomia, seis desses da UERJ e outros seis da UFF (Universidade Federal
Fluminense), todos com experiência no uso do software SEER, base para o portal de periódicos da
UERJ. Decidiu-se pelas perguntas com opções de respostas: sim e não, e não por uma escala de
graduação de satisfação devido a se tratar de um pré-teste. A evolução do instrumento para um teste
de avaliação propriamente dito pode contemplar a possibilidade de tal graduação. Os resultados
serão apresentados na próxima seção.
5.5.1 Avaliação do Sistema de Organização do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ
Considerando-se a análise a partir dos critérios sugeridos pelo instrumento de avaliação, no
que concerne ao sistema de organização, percebe-se em relação às questões os seguintes resultados
em forma de gráficos:
Gráfico 1- Sobre a localização do e-Publicações
Fonte: Elaborado pela autora
0
2
4
6
8
10
sim não não aplica
1) Se o caminho para o portal não fosse fornecido, seria fácil
encontrar o portal?
114
De acordo com questionário proposto (em anexo), foi criado um roteiro no qual o primeiro
passo sugerido aos participantes propositalmente indicava somente o link da página inicial da
UERJ, seguido dos rótulos SR3, Departamento de extensão e Revistas Eletrônicas, para se
chegar ao Portal de Publicações Eletrônicas.
É muito difícil para um usuário em potencial localizar o Portal de Publicações Eletrônicas a
partir da página inicial, mesmo utilizando a opção Busca no site, situada no canto superior da
página, através dos termos Portal de Periódicos ou Portal de Periódicos Eletrônicos. Como
resultado aparece a área Revistas Online, que, apesar de possuir alguns periódicos listados nessa
categoria, não é exatamente o destino do usuário, que vem a se sentir confuso ao utilizar a página
inicial da UERJ.
Há um comentário feito por um entrevistado que ilustra a afirmação acima sobre a confusão
causada: ―Aproveito para registrar que no site do www.uerj.br aparece Revistas Online - Produção
científica da UERJ. É só clicar que se tem acesso a Revistas Eletrônicas‖. O usuário, nesse caso,
acha que o Revistas Online e o Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ são o mesmo portal,
porém nem todos os periódicos listados pelo Revistas Online fazem parte do Portal de Publicações
Eletrônicas da UERJ.
Outro comentário retrata certa confusão a respeito do acesso às informações do Portal: ―O
portal permite acesso com login e senha, mas não utilizei essa possibilidade de acesso‖. Por se tratar
de um portal de acesso livre, a presença dessa alternativa de acesso sem nenhuma explicação
transmite a sensação de que está sendo negada a ao usuário a entrada em outras partes privilegiadas
no Portal.
Gráfico 2 - Sobre a organização do conteúdo
Fonte: Elaborado pela autora
0
2
4
6
8
sim não não aplica
2) A organização do conteúdo do portal de periódicos
proporciona um cenário instantâneo e claro de como estão
organizados seus periódicos científicos?
115
Quanto à segunda pergunta, sobre a organização do conteúdo do Portal, observa-se no gráfico
acima que, embora a maioria tenha apontado que a organização dos periódicos proporciona um
cenário instantâneo e claro de organização, uma considerável quantidade dos que responderam ao
questionário discordou disso, o que indica um possível problema em relação ao sistema de
organização do Portal.
Sobre a terceira pergunta, que indaga se existe no Portal uma preocupação com usuários
portadores de necessidades especiais em relação à organização de sua informação e se são
respeitadas normas de acessibilidade, grande parte respondeu que não há essa preocupação, e não
houve comentários sobre essa questão. No entanto, o Portal oferece a possibilidade de aumentar o
tamanho das fontes, o que não foi percebido pela maioria dos questionados.
Gráfico 3 – Sobre a preocupação com usuários portadores de necessidades especiais
Fonte: Elaborado pela autora
Gráfico 4 - Sobre o princípio de organização
Fonte: Elaborado pela autora.
0
2
4
6
8
10
12
sim não não aplica
3) Há uma preocupação com usuários portadores de
necessidades especiais na organização da informação do portal
de periódicos, são respeitados normas de acessibilidade?
0
2
4
6
8
10
12
sim não não aplica
4) Os periódicos estão organizados de acordo algum princípio
observável?
116
A quarta pergunta investiga se os periódicos estão organizados segundo algum princípio
observável. Os participantes do questionário, em quase toda sua totalidade, afirmam que conseguem
observar um princípio; isso fica claro no gráfico acima.
Gráfico 5 - Sobre a forma de organização
Fonte: Elaborado pela autora
A maioria dos questionados também percebeu, de acordo com a quinta pergunta, que os
periódicos têm uma única forma de organização, o que não pode ser considerado um aspecto
positivo, pois, como pode ser constatado no gráfico acima, esse fato provavelmente aponta uma
falta de possibilidade na navegação.
Em relação à padronização na disponibilização dos itens informacionais no Portal, um
participante do questionário declarou: ―sobre aquilo que se chama tecnicamente de organização, não
consegui observar; o que se percebe de imediato é uma lista disponibilizada sem nenhuma ordem
aparente, sem padronização‖. Outro afirmou ter tido dúvidas sobre o que pretendia a seguinte
pergunta:
A organização do Portal em não permitir a seleção de títulos por área do
conhecimento, estando organizados apenas por ordem alfabética, atrapalha um
pouco. Para se conseguir tal seleção, há necessidade de entrar em ―Pesquisa‖, em
―Termos indexados‖, preencher o campo com a área do conhecimento.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
sim não não aplica
5) Os periódicos estão organizados de uma única forma?
117
Gráfico 6 - Sobre a padronização na disponibilização dos itens informacionais
Fonte: Elaborado pela autora
Em relação à sexta pergunta, que indaga sobre a existência de uma padronização nos itens
informacionais do portal de periódicos, grande parte dos participantes considerou que esta não
existe.
A sétima pergunta questiona sobre a marca on-line do Portal, se esta é observada pelos
participantes do questionário, e grande parte declarou que não existe uma identidade visual do
Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.
Gráfico 7 - Sobre a identidade visual
Fonte: Elaborado pela autora
Aqui termina a apresentação dos questionários sobre o sistema de organização. A seguir serão
exibidos aqueles referentes ao sistema de rotulagem do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.
0
2
4
6
8
10
sim não não aplica
6) Há uma padronização na disponibilização dos itens
informacionais do portal de periódicos?
0
2
4
6
8
10
12
sim não não aplica
7) Há uma marca on-line, uma identidade visual do portal de
periódicos?
118
5.5.2 Avaliação do Sistema de Rotulagem do Portal de Publicações Eletrônicas
A avaliação do sistema de rotulagem do Portal, através dos resultados apresentados em forma
de gráficos, comprova alguns aspectos a serem pensados sobre rótulos. No que se relaciona à
primeira pergunta, que procura descobrir se os termos ou rótulos disponibilizados no Portal
conseguem reunir de maneira adequada seus periódicos, de acordo com a maioria dos entrevistados
isso não ocorre. Assim, há um claro indicativo de que o sistema de rotulagem é falho.
Gráfico 8 - Sobre a qualidade dos rótulos disponibilizados
Fonte: Elaborado pela autora
Gráfico 9 - Sobre a diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos
Fonte: Elaborado pela autora
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se aplica
1) Os termos ou rótulos escolhidos conseguem agrupar
adequadamente os periódicos disponibilizados pelo portal?
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se aplica
2) Há diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos:
existe diferenciação entre categorias de periódicos?
119
Na segunda questão há uma tentativa de se evidenciar a existência de distinção na forma de
apresentação dos grupos de conteúdo, ou seja, se há possibilidade de o usuário distinguir entre
categorias de periódicos. Ficou claro, pelo resultado do gráfico acima, que não há.
Em relação à terceira pergunta, devido aos resultados e ao comentário a ser apresentado, fica
nítido que os participantes não compreenderam o que estava sendo perguntado. Um deles indagou:
―perguntas com termos muito específicos da Arquitetura da Informação ocasionam dúvidas ao que a
pesquisadora pretende, como granularidade, rótulo... É o ícone de Cd Revista?‖.
Gráfico 10 - Sobre o princípio de granularidade do sistema
Fonte: Elaborado pela autora
Sobre a quarta pergunta, um entrevistado comentou que o rótulo ―Cadastro‖ não é claro e
apresenta ambiguidade, afirmando que ―Apenas ao entrar em ‗cadastro‘ percebe-se que o cadastro
não é feito para todo o Portal, mas direcionando individualmente a cada título‖.
Em relação à quinta pergunta, que investiga se os rótulos do Portal são apropriados à
audiência (público-alvo) — alunos, professores e pesquisadores —, as opiniões foram bem
divididas. Houve, inclusive, quem afirmasse que essa questão não se aplicava; entretanto, a maioria
considerou que os rótulos do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ não são adequados ao
público em geral.
O fato de as respostas estarem divididas evidencia que os rótulos não estão claros para seus
usuários, o que indica, novamente, problemas no sistema de rotulação.
Os resultados das perguntas podem ser observados nos gráficos abaixo:
0
1
2
3
4
5
6
Sim Não Não se aplica
3) É considerada a granularidade do portal de periódicos; os conteúdos
são agrupados por rótulos de significados inicialmente mais abrangentes e
conforme se aprofunda nos conteúdos esses possuem rótulos mais
específicos?
120
Gráfico 11 - Sobre a adequação dos rótulos ao seu público-alvo
Fonte: Elaborado pela autora
Gráfico 12 - Sobre a existência de ambiguidade nos rótulos
Fonte: Elaborado pela autora
Na sexta pergunta, com relação à acordância entre o conteúdo e o rótulo, grande parte dos
participantes do questionário afirmou que os rótulos estão, sim, de acordo com o conteúdo. No
entanto, uma parte significativa discordou disso, como pode ser observado no gráfico abaixo:
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Sim Não Não se aplica
5) Os rótulos do portal de periódicos são adequados ao seu
público-alvo (alunos, professores e pesquisadores)?
0
1
2
3
4
5
6
7
Sim Não Não se aplica
4) Os rótulos utilizados pelo portal de periódicos são claros,
não há dúvida sobre o que representam?
121
Gráfico 13 - Sobre a conformidade do conteúdo ao rótulo
Fonte: Elaborado pela autora
Quanto à capacidade de leitura dos rótulos, em relação ao tamanho, as opiniões mais uma vez
se dividiram, porém a maioria afirmou que o tamanho dos caracteres facilita a legibilidade:
Gráfico 14 - Sobre a legibilidade do rótulo
Fonte: Elaborado pela autora
Aqui termina a apresentação dos resultados de avaliação do sistema de rotulagem. A seguir
serão apresentados dados referentes ao sistema de navegação do Portal de Periódicos Eletrônicos da
UERJ.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Sim Não Não se aplica
6) O conteúdo apresentado está de acordo com o rótulo?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Sim Não Não se aplica
7) O tamanho dos caracteres do rótulo facilita a legibilidade?
122
5.5.3 Avaliação do Sistema de Navegação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ
A primeira pergunta é de caráter mais geral, pois o objetivo é descobrir a primeira impressão
que os usuários têm do sistema. Isso é evidenciado através do resultado abaixo, que aponta a
existência de problemas em relação aos links de atalho do Portal.
Gráfico 15 - Sobre a visualização dos links de atalho
Fonte: Elaborado pela autora
Um usuário destacou que sentiu falta, na parte da navegação, de um link que direcionasse
para o Portal a partir da página dos periódicos. Esse problema fica evidenciado nos resultados da
segunda pergunta que indaga se a navegação do portal é destacada de outras seções da página web.
Observa-se no gráfico abaixo que dada separação não existe.
Gráfico 16 - Sobre o destaque da navegação
Fonte: Elaborado pela autora
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Sim Não Não se aplica
1) Os links de atalho do portal de periódicos estão bem
destacados e visualizados?
0
2
4
6
8
10
Sim Não Não se aplica
2) A navegação do portal de periódicos é destacada de outras
seções da página Web?
123
A terceira pergunta aponta outro problema na navegação do Portal, questionando se há
indicação para links de conteúdo visitados, e, pelos resultados, observa-se que não existe tal
indicação (ou esta não foi percebida).
Gráfico 17 - Sobre a indicação para links de conteúdo visitados
Fonte: elaborada pela autora
Gráfico 18 - Sobre a indicação se o texto disponibilizado ser ou não clicável
Fonte: elaborada pela autora
Quanto à quarta pergunta, no gráfico acima, apesar de não haver unanimidade no resultado,
percebe-se que grande parcela dos participantes não constatou a indicação de textos clicáveis no
portal de periódicos.
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não Não se aplica
3) Há indicação para links de conteúdo visitados no portal de
periódicos?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Sim Não Não se aplica
4) Há indicação no portal de periódicos se o texto
disponibilizado é clicável ou não?
124
Outro aspecto abordado na pesquisa, dessa vez na quinta pergunta, abarca a mudança de
contexto no Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ — se isso é ou não percebido na navegação.
Quanto aos resultados, as concepções se dividiram, porém a maioria dos participantes afirmou não
perceber tal mudança. Isso pode indicar a ausência de uma página de apresentação para cada parte
do Portal.
Gráfico 19 - Sobre a percepção do contexto através da navegação
Fonte: elaborada pela autora
Na sexta pergunta investiga-se a possibilidade de o usuário conseguir navegar para onde
deseja através da página principal do Portal. Nesse aspecto, grande parte dos participantes do
questionário afirmou que há tal possibilidade.
Gráfico 20 - Sobre a possibilidade da navegação de se ir onde se desejar
Fonte: Elaborado pela autora.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Sim Não Não se aplica
5) Percebe-se mudança de contexto no portal de periódicos
através da navegação?
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se aplica
6) Na página principal do portal de periódicos é permitido aos
usuários navegar para onde se deseja?
125
Em relação à sétima pergunta, sobre os links do Portal, foi investigado se estes foram reunidos
segundo público-alvo ou tema. A maioria afirmou que não houve tal classificação, como se verifica
no gráfico abaixo:
Gráfico 21- Sobre o agrupamento dos links
Fonte: Elaborado pela autora.
A oitava pergunta investiga se os usuários do Portal têm a possibilidade de optar por uma
navegação através de um motor de busca ou mapa do site, índice ou diretório. Grande parte dos
questionados respondeu que não, como se constata no gráfico abaixo:
Gráfico 22 - Sobre as opções de navegação
Fonte: Elaborado pela autora.
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se aplica
7) Links do portal de periódicos foram agrupados de acordo
com audiência ou tema?
0
2
4
6
8
10
Sim Não Não se aplica
8) Os usuários do portal de periódicos podem escolher navegar
por meio um motor de busca ou um mapa do site, ou índice ou
diretório?
126
Na nona pergunta observa-se que, apesar de o título da página do portal se apresentar como
Portal de Publicações Eletrônicas, na janela do navegador exibe-se da seguinte maneira:
http://www.e-publicacoes.uerj.br/. No entanto, muitos participantes declararam haver boa
visibilidade do título. Um deles, inclusive, comentou: ―Com relação à pergunta, na janela do
navegador aparece ― Revistas Online produção científica da UERJ”, o que permite diferentes
formas de acesso ao Portal de Periódicos‖. Isso evidencia duas possibilidades: o questionado não
entendeu a pergunta ou há um problema de rotulagem refletido na navegação do Portal.
Gráfico 23 - Sobre a visibilidade do nome do Portal na janela do navegador
Fonte: Elaborado pela autora.
A décima questão, sobre a existência de diferentes formas de navegação no Portal de
Publicações Eletrônicas, dividiu opiniões. Observa-se no gráfico abaixo que, nesse aspecto, não
houve consenso.
Gráfico 24 - Sobre as diferentes formas de navegação
Fonte: Elaborado pela autora.
0
2
4
6
8
10
Sim Não Não se aplica
9) O título da página do portal de periódicos é visível na janela
do navegador?
0
2
4
6
8
Sim Não Não se aplica
10) Há diferentes formas de navegação no portal de
periódicos?
127
Aqui termina a avaliação do sistema de navegação do Portal de Publicações Eletrônicas da
UERJ. Prossegue-se com a apresentação dos resultados dos gráficos e comentários sobre o sistema
de busca.
5.5.4 Avaliação do Sistema de Busca do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ
A presente avaliação é a última dos sistemas propostos para análise do Portal. O sistema de
busca é o que possui mais perguntas em relação aos demais, visto que oferece mais ferramentas ao
usuário. Portanto, trata-se de um processo de avaliação exequível.
Foi elaborado um conjunto de 12 perguntas, todas abarcando os principais aspectos
relacionados ao processo da busca de periódicos no Portal. A primeira relaciona-se ao princípio da
regra de extrema simplicidade; quanto ao resultado dessa questão, o gráfico abaixo demonstra que o
Portal respeita tal regra, pois utiliza elementos como caixa de entrada de busca, modelo do
retângulo de busca e linguagem de consulta de texto.
Gráfico 25 - Sobre as facilidades de buscas
Fonte: Elaborado pela autora.
A segunda pergunta envolve a disponibilidade de assistência à ortografia. Um comentário no
questionário que afirma: ―Embora haja dica quanto ao uso de maiúsculas/minúsculas, não há
informação sobre o uso de acentuação‖.
Em relação aos resultados, grande parte afirma que há assistência à ortografia no Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ. No entanto, pode ser observado no gráfico abaixo que outra parte
considerável dos participantes do questionário não acredita haver tal assistência.
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se Aplica
1) O ambiente respeita a regra de extrema simplicidade, na busca,
utilizando-se de elementos como: caixa de entrada para busca, modelo
do retângulo de busca, linguagem de consulta de texto?
128
Gráfico 26 - Sobre a assistência à ortografia
Fonte: Elaborado pela autora.
A terceira pergunta investiga se o sistema de busca disponibiliza sugestões
(autocomplete, autossugestão) para consulta, e, de acordo com os resultados, os questionados
concordaram unanimemente que o sistema de busca não apresenta tal ferramenta.
Gráfico 27 - Sobre as sugestões oferecidas pelo sistema para consulta
Fonte: Elaborado pela autora.
Na quarta pergunta, sobre o tempo de processamento de busca ser rápido, as opiniões
divergiram um pouco e essa divergência pode ter sido originada pelo entendimento que cada um
pode ter sobre o conceito de rapidez, nesse caso a pergunta tentou averiguar a capacidade do
sistema na realização de tarefas com prontidão e de forma ágil, alguns participantes afirmaram que
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Sim Não Não se Aplica
2) O sistema de busca apresenta assistência à ortografia?
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não Não se Aplica
3) O sistema de busca apresenta sugestão (autocomplete,
autossugestão) para consulta?
129
o processo é lento e outros que tal afirmação não se aplica, mas a maioria concordou que o tempo
de busca é rápido no Portal.
Gráfico 28 - Sobre a agilidade do sistema de busca
Fonte: Elaborado pela autora.
Na quinta pergunta foram abordados recursos para favorecer a estratégia de busca avançada.
Grande parte respondeu que há ferramentas, e outra parte, pequena porém considerável, negou tal
afirmação. Isso indica que uma parte dos usuários pode ter enfrentado problemas na realização de
consultas detalhadas.
Gráfico 29 - Sobre os recursos de estratégia de consulta
Fonte: Elaborado pela autora.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Sim Não Não se Aplica
4) O tempo de processamento de busca é rápido?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Sim Não Não se Aplica
5) O sistema de busca apresenta algum recurso para melhorar
a estratégia de consulta (busca avançada)?
130
Na sexta pergunta, sobre o resultado da consulta possuir o nome do periódico e metadados
como url, editor, nome abreviado, DOI, fator de impacto ou Qualis, a maior parte dos participantes
afirmou que não há tais ferramentas na página. Ainda sobre essa questão, destacam-se dois
comentários: ―O resultado da busca apresenta apenas o título do periódico, e não os metadados‖,
―per.6 – somente o nome do periódico‖.
Gráfico 30 - Sobre a forma de apresentação dos resultados de consulta
Fonte: Elaborado pela autora.
Na sétima pergunta, a respeito do resultado da consulta possuir um fragmento de texto
retirado do objetivo, assunto, abrangência ou período, os participantes afirmaram não haver tal
fragmento. Para esse item foi feito o seguinte comentário: ―para os itens 7, 8, 9, 11, estou
considerando o resumo como fragmento de texto‖.
Gráfico 31 - Sobre a forma de extração do fragmento de texto
Fonte: Elaborada pela autora.
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se Aplica
6) O resultado da consulta possui o nome do periódico e
metadados (url, editor, nome abreviado, DOI, fator de
impacto, Qualis )?
0
2
4
6
8
10
Sim Não Não se Aplica
7) O resultado da consulta possui um fragmento de texto
extraído do objetivo, assunto e abrangência período ?
131
Na oitava pergunta, a respeito do fragmento do texto do resultado ser composto por frases
contíguas, as respostas mostraram-se divergentes, como observado o gráfico abaixo. Apesar de
terem vencido aqueles que afirmaram que o fragmento do texto do resultado não apresentava tais
características, muitos participantes consideraram que essa questão não se aplica ao Portal. Isso
indica que a questão deveria ter sido melhor redigida, de modo a diminuir a possibilidade de má
interpretações.
Gráfico 32 - Sobre a composição do resultado de busca
Fonte: Elaborada pela autora.
Gráfico 33 - Sobre o destaque dos termos no fragmento do texto
Fonte: Elaborada pela autora
0
1
2
3
4
5
6
Sim Não Não se Aplica
8) O fragmento do texto do resultado é composto por frases
contíguas?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Sim Não Não se Aplica
9) No fragmento do texto são apresentados em realce os
principais termos?
132
A nona pergunta discute se são apresentados em realce os principais termos nos fragmentos.
Observa-se nessa questão certa divergência entre as respostas. Apesar de a maioria dos participantes
ter afirmado que não há essa diferenciação, boa parte considerou que essa questão não se aplica ao
Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Observa-se no gráfico acima.
Na décima questão, sobre ser exigido conhecimento específico na construção da consulta, o
gráfico abaixo demonstra um empate, significando que não houve um consenso no resultado. Ainda
foi feito o seguinte comentário: ―É possível construir a busca avançada, mas apenas manualmente,
através dos operadores booleanos. Um usuário não familiarizado com esses operadores poderá ter
resultados inconsistentes‖.
Gráfico 34 - Sobre a necessidade de se ter conhecimento específico na construção da consulta
Fonte: Elaborada pela autora
Gráfico 35 - Sobre quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto
Fonte: Elaborada pela autora
0
2
4
6
8
Sim Não Não se Aplica
10) É exigido conhecimento específico para construir a
consulta?
0
1
2
3
4
5
6
7
Sim Não Não se Aplica
11) A quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto
do resultado é suficiente para decidir pela importância do
periódico?
133
Na décima primeira questão, a respeito da quantidade de palavras utilizadas no fragmento do
texto do resultado ser suficiente para decidir pela decisão da importância do periódico, observa-se
uma discrepância nos resultados. Embora a maioria tenha respondido que a quantidade é suficiente,
parte considerável dos questionados afirmou o contrário e uma pequena parcela considerou que a
questão não se aplica ao Portal. Constata-se no gráfico acima.
A décima segunda e última pergunta sobre a avaliação do sistema de busca do Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ pretende examinar se a ferramenta de busca permite consultas por
diversas formas, como Palavra chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data ou Períodos,
Vocabulário Controlado e Taxonomia. De acordo com os resultados obtidos no gráfico abaixo,
verifica-se que a maior parte dos entrevistados considera que sim, há diversas possibilidades de
consulta.
Gráfico 36 - Sobre o sistema de busca permitir consultas por diversas formas
Fonte: Elaborada pela autora
Nessa parte finalizam-se as apresentações de avaliações realizadas sobre os quatro sistemas
fundamentais da Arquitetura de Informação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. A seguir
serão expostas algumas considerações resultantes do questionário aplicado no final das avaliações,
com a finalidade de se obter um diagnóstico mais crítico a respeito do instrumento proposto.
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Não se Aplica
12) O sistema de busca do periódico permite consultas por diversas formas
(Palavra chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data ou Períodos,
Vocabulário Controlado, Taxonomia)?
134
5.5.5 Avaliação do Instrumento - Questionário
No final do questionário aplicado aos doze profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência
da Informação, também foi proposta uma avaliação do instrumento. A primeira pergunta indagou se
o participante teve algum tipo de dificuldade para responder às questões e, como se observa no
gráfico abaixo, a maioria relatou que enfrentou problemas para tal. Isso indica que o instrumento
deve ser melhorado a fim de minimizar esses obstáculos.
Gráfico 37- Avaliação do instrumento – Sobre a dificuldade em responder as questões
Fonte: Elaborado pela autora
A segunda pergunta investigou se o instrumento tem a capacidade de identificar aspectos
positivos e negativos do portal. De acordo com o resultado abaixo, grande parte dos entrevistados
afirmou que realmente existe essa possibilidade.
Gráfico 38 - Avaliação do instrumento – Sobre o instrumento permitir identificar aspectos negativos e
positivos no portal
Fonte: Elaborado pela autora.
0
5
10
15
sim não não se aplica
1) Houve dificuldades em responder as questões?
0
2
4
6
8
10
sim não não se aplica
2) O questionário permitiu que aspectos falhos e positivos do
portal fossem evidenciados?
135
A terceira pergunta busca identificar a interação do entrevistado com o instrumento, se este
tem a capacidade de ser compreendido por qualquer pessoa da área da informação; nesse caso, o
resultado foi semelhante ao anterior.
Gráfico 39 - Avaliação do instrumento – Sobre a abrangência da aplicação do instrumento
Fonte: Elaborado pela autora
Na quarta e última pergunta, buscou-se evidenciar se o instrumento apresentou questões com
algum grau de dificuldade no entendimento do vocabulário específico relacionado à Arquitetura da
Informação. Constatou-se, então, por unanimidade, que houve entraves. Isso reforça que o
instrumento pode ser aprimorado na reformulação de suas perguntas, com a utilização de um
vocabulário menos técnico e mais compreensível aos participantes.
Gráfico 40 - Avaliação do instrumento – Sobre a especificidade do instrumento
Fonte: Elaborado pela autora
Nesse ponto da pesquisa findam-se as demonstrações dos resultados do questionário aplicado
sobre a avaliação dos quatro sistemas fundamentais da Arquitetura da Informação do Portal de
Publicações Eletrônicas da UERJ, bem como a respectiva avaliação do instrumento. A seguir serão
apresentadas as considerações finais sobre esse trabalho.
0
5
10
sim não não se aplica
3) O questionário pode ser respondido por qualquer pessoa da
área de informação?
0
5
10
15
sim não não se aplica
4) Alguns quesitos só podem ser respondidos com
conhecimento específico?
136
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As universidades públicas desempenham um papel fundamental e de destaque no processo de
efetivação do movimento de acesso livre à literatura científica; por isso, mais do que desenvolver
portais de periódicos eletrônicos, é necessário avaliar a utilização deles por parte dos usuários reais
e potenciais. A princípio, pontos identificados e caracterizados como problemas na revisão de
literatura motivaram a realização dessa pesquisa — todos relacionados à escassez de políticas
institucionais nas universidades públicas brasileiras em relação à implantação de portais de
periódicos eletrônicos de acesso livre.
O ambiente informacional do portal de periódicos eletrônicos precisa ser avaliado quanto à
sua capacidade de atender aos anseios dos pesquisadores, e, para isso, a observação de sua
arquitetura de informação é adequada para a identificação de problemas de usabilidade. Buscou-se
basear a proposta de avaliação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ sob a perspectiva
fundamental dos quatro sistemas da arquitetura da informação conceituados por Morville e
Rosenfeld (2006), bem como outros autores e pesquisadores do tema.
Os resultados dessa investigação apresentaram aspectos interessantes. No sistema de
organização do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, a localização destacou-se como
problema central. O Portal não tem visibilidade na página institucional, é de difícil acesso para um
usuário em potencial e requer do utilizador real grande esforço, tanto de conhecimento prévio
quanto de tempo para percorrer vários caminhos até conseguir acessar o ambiente.
Na página principal da UERJ há a possibilidade de acessar o Portal através do Revistas
Online, que não se trata exatamente do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Esse fato
também pode confundir o usuário, como ficou evidente na observação feita por um participante do
questionário. A organização do conteúdo do Portal apresenta-se de forma confusa, dado
comprovado através da pesquisa realizada. A lista de periódicos disponibilizada na página inicial do
137
Portal deixa o usuário em dúvida sobre o princípio organizador, pois ele não consegue identificar de
imediato se está lidando com um arranjo por ordem alfabética ou até mesmo qual é o fator
dominante de organização das informações disponibilizadas pelo Portal.
A acessibilidade do Portal é outro ponto detectado como mal explorado pelo ambiente. A
maioria dos questionados nem percebeu a possibilidade de aumentar o tamanho das fontes, talvez
porque essa opção aparece um tanto quanto escondida no Portal, no canto direito. Além disso,
outros recursos, como a utilização de softwares para atender aos usuários portadores de
necessidades especiais visuais, não foram percebidos no Portal.
A ausência de uma identidade visual do Portal é outro aspecto a ser considerado como
negativo, pois um logotipo, ou até mesmo um símbolo que representasse o ambiente, poderia vir a
ser mais favorável para a divulgação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ e sua
identificação imediata por parte dos usuários. No sistema de rotulagem foram percebidos muitos
problemas. Antes de se chegar à página principal do Portal, o rótulo descrito como Revistas
Eletrônicas pode levar o usuário a pensar que se trata de qualquer tipo de revista, e não exatamente
de periódicos científicos.
O rótulo CAPA pode ser associado à própria ―capa‘ dos periódicos, mas, nesse caso não há
nenhuma relação, pois este se refere ao início, à apresentação do Portal. Outros rótulos que apontam
ambiguidade são ACESSO e CADASTRO; clicando no primeiro, o ambiente passa a exigir login e
senha, transmitindo ao usuário a sensação de que há a necessidade de se registrar para utilizar o
Portal. Não há nada indicando que esse acesso é diferenciado para quem exerce outras funções e
papéis mais específicos no sistema.
O segundo rótulo, ao ser acessado, apresenta uma listagem de todos os títulos dos periódicos,
levando o usuário a perceber que esse ―cadastro‖ refere-se aos títulos de periódicos que os autores
podem escolher para submeter seus artigos. Nesse caso, então, o rótulo poderia ser ―submissão de
artigos” ou algo que desse a entender melhor tal finalidade.
No sistema de navegação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ evidenciam-se
problemas no destaque e na visualização dos links de atalho.
Um aspecto negativo observado no ambiente, que se relaciona também com os sistemas de
rotulagem e organização, mas reflete-se fortemente no sistema de navegação, é a disposição de
alguns rótulos em forma de ícones das capas dos periódicos. Alguns títulos têm esse recurso, pois
basta clicar nos ícones para que os usuários consigam acessar aos periódicos. Entretanto, títulos
como Cadernos do IME não disponibilizam esses ícones e não há link em destaque para dado tipo
138
de navegação, restando ao usuário somente a opção de clicar em ―ACESSAR REVISTA‖. Essa
falta de consistência na organização do conteúdo interfere de forma negativa na sensação de
localização do usuário — noção do contexto. Isso pode deixá-lo perdido, afetar a localização da
informação e prejudicar a flexibilidade da navegação.
Além desses problemas, o usuário pode não conseguir distinguir a indicação de links clicáveis
no texto disponibilizado ou perceber a mudança de cenário no Portal de Publicações Eletrônicas da
UERJ. Isso reforça ainda mais as considerações destacadas acima.
Em relação ao sistema de busca do Portal, embora a caixa de busca e o retângulo de pesquisa
sejam utilizados, o usuário pode sentir falta de um tesauro ou uma taxonomia, pois falta clareza nos
termos indexados e pode-se deixar o utilizador em dúvida sobre os melhores termos a serem
utilizados na busca de periódicos ou artigos.
O sistema de pesquisa não disponibiliza assistência à ortografia e autossugestão para
aumentar a eficiência da consulta. Quanto aos tipos de buscas que podem ser realizadas no Portal,
primeiramente o usuário pode pesquisar termos em todas as categorias, como Autor, Título, Texto
completo e Documentos suplementares; porém, nesse caso, não há nenhuma explicação sobre o tipo
de documentos passíveis de serem pesquisados no ambiente. O usuário também pode pesquisar por
data e termos indexados em Área do conhecimento, Assunto, Tipo (método/foco) e Cobertura. Há
no final um texto explicativo sobre dicas para pesquisar com os operadores booleanos (AND, NOT
e OR) e o uso de parênteses, aspas e asterisco.
O sistema mistura simplicidade com complexidade de pesquisa e, por fim, parece ficar muito
mais complicado do que deveria para um usuário sem conhecimento prévio utilizá-lo. Esses
aspectos podem ser observados no ambiente PESQUISA, que apresenta opções de buscas simples
— aquelas que utilizam caixas de pesquisa onde podem ser digitados termos livres — e, logo em
baixo, há instruções para uso de operadores booleanos. Estes, porém, fazem parte de ações em
buscas avançadas e requerem usuários treinados em tipos mais complexo de pesquisa.
O resultado da busca recupera com um alto índice de revocação e, consequentemente,
interfere na precisão da pesquisa. A ausência de pesquisas através de um vocabulário controlado,
índices ou uma taxonomia pode interferir significativamente em resultados de busca mais
específicos. Outros termos que poderiam ser explorados no sistema de busca do Portal, e que não
aparecem como opções de pesquisa, são: editores do periódico, url, nome abreviado do periódico,
DOI, fator de impacto e o Qualis.
139
Em relação à questão sobre o resultado de consulta do Portal possuir um fragmento de texto
extraído do objetivo, assunto, abrangência ou período, segundo resultados de pesquisas realizadas
no Portal essa possibilidade existe no ambiente, e, embora a questão tenha suscitado dúvidas, o fato
de a capacidade do sistema de não ter sido percebida pode estar relacionada às deficiências nas
inter-relações dos sistemas de organização, navegação e busca.
A apresentação dos resultados de pesquisas não sugere ao usuário que tais ferramentas são
utilizadas pelo sistema de busca. Essas considerações são iniciais e oriundas da avaliação proposta
pelo instrumento criado como pré-teste. As críticas aqui realizadas têm a finalidade de estimular
estudos posteriores em grau mais aprofundado, os critérios sugeridos podem ser expandidos e a
população alvo dessa investigação pode ser aumentada no intuito de se obterem resultados mais
conclusivos, esclarecedores e significativos do ponto de vista estatístico da avaliação de portais de
periódicos eletrônicos.
No questionário final, que procurou investigar a qualidade do instrumento proposto,
observaram-se alguns fatores que podem contribuir para desenvolvimentos futuros. Algumas
questões mostraram-se muito técnicas; isso pode ter sido um grande obstáculo para o entendimento
da finalidade da proposta e até mesmo ter interferido em algumas respostas, porém grande parte
conseguiu identificar que o instrumento tem a capacidade de evidenciar características positivas e
negativas do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Isso se traduz em um bom resultado em
relação ao objetivo geral inicial, que abarca a criação de um mecanismo de avaliação do Portal de
periódicos eletrônicos através dos atributos da Arquitetura da Informação.
Pode-se pensar, inclusive, no instrumento de avaliação sob a forma de um questionário on-
line com suporte de ajuda, de forma que seja possível resolver dúvidas sobre cada quesito
separadamente. A Arquitetura da Informação, enquanto disciplina, juntamente da Ciência da
informação, auxilia no desenvolvimento e fornece melhorias para ambientes informacionais,
principalmente no que envolve o grande desafio apresentado diariamente pelo imenso fluxo de
dados disponibilizados na web, que precisam ser convertidos em informação.
São 52 os portais de periódicos eletrônicos em universidades públicas brasileiras que utilizam
o software SEER. Algumas instituições, como a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho, a Universidade do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Goiás, possuem mais
de um portal. Esse dado, entre outros que podem ser investigados em relação à arquitetura, pode
indicar a necessidade de uma padronização e promover uma reflexão sobre as características e
possibilidades funcionais dos portais.
140
Espera-se que a melhoria do instrumento proposto nesse trabalho possa vir a ser favorável
para profissionais das áreas da Biblioteconomia e Ciência da Informação no que se refere à
discussão com desenvolvedores de Tecnologia da Informação sobre a implantação de sistemas
como o SEER, capazes de criar portais de periódicos eletrônicos em universidades e instituições
ligadas às pesquisas científicas, levando sempre em consideração a perspectiva da qualidade que
envolve o usuário final desse produto.
141
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, A. R. R. Discursos sobre fundamentos de arquitetura da informação. 2010,
241 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação). Universidade de Brasília, Brasília, 2010.
Disponível em: <http://repositorio.bce.unb.br/handle/104821/7110>. Acesso em: 15 ago. 2014.
ALEXANDER, D. How usable are university websites? A report on a study of the prospective
student experience, AusWeb05. In: AUSTRALASIAN WORLD WIDE WEB CONFERENCE,
11th
, 2005, Lismore. Proceedings…Lismore; Southern Cross University, 2005. p. 303–320.
ALMEIDA, Elenara Chaves Edler. O Portal de periódicos CAPES: bibliotecas de instituições
participantes do portal de periódicos, 2015, 1ª reunião...., 2015. Disponível em:
<https://periodicos.capes.gov.br/images/documents/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Portal%20d
e%20Peri%C3%B3dicos_Elenara%20Almeida.pdf.>. Acesso em 06 mar. 2016.
ALOMRAN, Hamad Ibrahim. Building Information Architecture Criteria for Assessing and
Evaluating Universities‘ Web Portals. In: INTERNATIONAL CONFERENCE, 4TH
, DUXU 2,
HELD AS PART OF HCI INTERNATIONAL 2015, Proceedings … Los Angeles, CA, USA,
August 2-7, 2015, Part III.p. 131-141. Disponível em: <http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-20889-3_13#page-1>. Acesso em 10 mar. 2016.
ALVES, Luísia Feichas. O uso de sistemas de organização e rotulação por arquitetos de
informação web: estudo de caso. 2011. 70 f. Monografia (Graduação). Faculdade de
Biblioteconomia e Comunicação, Curso de Biblioteconomia, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Porto Alegre, 2011.. Disponível em <
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31144/000782360.pdf?sequence=1>. Acesso em
4 jan. 2016.
ANDRÉ, F. Libre Accès aux savoirs. Paris: Futuribles, 2005. 72 p. Disponível em:
<https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00949250/document>. Acesso em: 20 de abr. 2015
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICAS. NBR 9241-11: Requisitos Ergonômicos
para Trabalho de Escritórios com Computadores– Parte 11: Orientações sobre Usabilidade, 2002.
AUSTRALIAN GOVERNMENT. DEPARTAMENTO FINANCE. Better practice cheklist:
information architecture for websites. Commonwhealth of Australia: Australian Government
Departament of Finance, 2008. Disponível em: <http://www.finance.gov.au/policy-guides-
procurement/better-practice-checklists-guidance/bpc-information-architecture/>. Acesso em: 06
maio 2015.
AUSTRALIAN GOVERNMENT. Web guide: information architecture. Disponível em: <
http://webguide.gov.au/finding-content/information-architecture>. Acesso em: 06 maio 2015.
BAEZA-YATES, Ricardo; RIBEIRO-NETO, Berthier. Recuperação de Informação-: Conceitos e
Tecnologia das Máquinas de Busca. Bookman: Porto Alegre, 2011. 614 p.
142
BAPTISTA, Sofia Galvão; CUNHA, Murilo Bastos da. Estudo de usuários: visão global dos
métodos de coleta de dados. Perspectivas em ciência da informação, v. 12, n. 2, p. 168-184, 2007.
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pci/v12n2/v12n2a11 >. Acesso em: 06 dez. 2015.
BARBALHO, Célia Regina Simonetti. Portais eletrônicos: estudo comparativo da oferta em
Comunicação. In: ENCONTRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 16.,
2004, Porto Alegre Anais... Porto Alegre: PUCRGS, 2004. Disponível em:
<http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/67440666484409199929960898116699121008.pdf>.
Acesso em: 02 maio 2015.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BATISTA, Emerson de O. Sistemas de informação: o uso consciente da tecnologia para o
gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2004.
BATLEY, Sue. Information architecture for information professionals. Oxford: Chandos
Publishing, 2007.
BAYLE, Samantha. Information architecture: a brief introduction. 2003. Disponível em:
<http://iainstitute.org/tools/download/Bailey-IAIntro.pdf >. Acesso em 25 out. 2014.
BAZI, R. E. R.; SILVEIRA, M. A. A. Constituição e institucionalização da ciência: apontamentos
para uma discussão. Transinformação, Campinas, v.19, n.2, maio/ago 2007. Disponível em:
<http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/article/view/610/590>. Acesso em:
02 maio 2015.
BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation, Washington D.C., v. 19,
n. 1, p. 3-5, 1968.
BORYSOWICH, Craig. Checklist for designing information architecture. Disponível em:
<http://it.toolbox.com/blogs/enterprise-solutions/checklist-for-designing-information-architecture-
35534>. Acesso em: 06 maio 2015.
BRAGA, Zaia. A construção de um objeto de pesquisa: problematizando a interdisciplinaridade.
In:________. Pesquisa em educação: conversas com pós-graduandos, Rio de Janeiro: PUC-Rio;
São Paulo: Loyola, 2002. Cap. 3, p.45-60.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Portal de Periódicos CAPES. 2015.
<http://www.periodicos.capes.gov.br/index.php?option=com_pcontent&view=pcontent&alias=hist
orico&Itemid=124>. Acesso em: 21 mar. 2015.
BUDAPEST OF OPEN ACCESS INITIATIVE. Disponível em;
<http://www.budapestopenaccessinitiative.org/boai-10-translations/portuguese-brazilian-
translation>. Acesso em 23 abr. 2015.
BUNOCORE, D. Dicionário de Bibliotecologia. Santa Fé: Castellvi, 1963.
143
CAMARGO, Liriane Soares de A. Metodologia de desenvolvimento de ambientes
informacionais digitais a partir dos princípios da arquitetura da informação. 2010. 289 f. Tese
(Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual
Paulista, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/103357>. Acesso em: 12
mar. 2015.
CAMARGO, Liriane Soares.de A. ; VIDOTTI, Silvana Aparecida.Borsetti.G.V. Arquitetura da
informação: uma abordagem prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes
informacionais digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 231 p
CAMARGO, Liriane. Soares de A. Arquitetura da informação para biblioteca digital
personalizável. 2004. 145 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Unesp –
Universidade Estadual Paulista, Marília, São Paulo, 2004. Disponível: <
http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/camargo_lsa_me_mar.pdf>. Acesso em 03 abr. 2015
CAPRA, Fritjof A Teia da Vida, 4 ª ed. São Paulo : Cultrix, 1999
CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra,
2000. (Fim do milênio, v.3).
CASTRO, F. F; COSTA SANTOS, P.L.V.A. Uso das tecnologias na representação descritiva: o
padrão de descrição bibliográfica semântica MarcOnt Initiative nos ambientes informacionais
digitais. Ciência da Informação, Brasília, v. 38, n. 1, p. 74-85, jan./abr. 2009. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1082/1312>. Acesso em: 30 mar. 2015.
CATARINO, M.E; BAPTISTA, A.A. Folksonomia: um novo conceito para a organização dos
recursos digitais na Web. DataGramaZero , Rio de Janeiro, v.8, n.3, jun/2007. Disponível em:
<http://www.datagramazero.org.br/jun07/Art_04.htm>. Acesso em: 03 abr. 2015.
CICON, Claudia Regina; LUNARDELLI, Rosane Suely Álvares. A organização da informação em
ambiente web: um estudo do portal do PROCON-PR; La organización de la información en el
entorno web: un estudio del portal del PROCON-PR. Informação@ Profissões, v. 1, n. 1/2, p. 131-
150, 2013. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/infoprof/article/viewFile/14592/12260>. Acesso em: 5
jan.2016.
CLEVELAND, G. Selecting Electronic Document Formats. National Library of Canada, July,
1999. Disponível em: <http://www.ifla.org/VI/5/op/udtop11/udtop11.htm>. Acesso em: 12 dez.
2015.
COLABORATIVE CONSULTING. Blog. Considerations Checklist: envolving the information
architecture. 2014. Disponível:< http://www.collaborative.com/blog/evolving-the-information-
architecture/>. Acesso em 05 abr.2015.
144
CORREA, C. et al. (2008). Portal de Periódicos da CAPES: um misto de solução financeira e
inovação. Revista Brasileira de Inovação, v. 7, n. 1, pp. 127-145, jan./jun. Disponível em:<
http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/viewArticle/332 >. Acesso em: 18 out. 2015
COSTA, Luciana Ferreira da; RAMALHO, Francisca Arruda. A usabilidade nos estudos de uso da
informação: em cena usuários e sistemas interativos de informação. Perspectivas em Ciência da
Informação, v. 15, n. 1, p. 92-117, 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/pci/v15n1/06.pdf>. Acesso em 06 dez. 2015.
COSTA, Luciana Ferreira; RAMALHO da, Francisca Arruda. Estudo de usabilidade do Portal de
Periódicos da CAPES. Biblios: Revista electrónica de bibliotecología, archivología y
museología, n. 43, p. 1-23, 2011. Disponível em:< http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3739887 >. Acesso em 18 out. 2015.
CROSBY, P.B. Qualidade, falando sério. São Paulo: McGrawHill, 1990.
CUNHA, Murilo Bastos da. Metodologias para estudo dos usuários de informação científica e
tecnológica. Analise, v. 1, n. 11, p. 1, 1982. Disponível em:
<.http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/06/pdf_17f2764a00_0017076.pdf>. Acesso em 06
dez. 2015.
CUSIN, Cesar Augusto. Acessibilidade em ambientes informacionais digitais. 2010, 154 f. Tese
(Doutorado em Ciência da Informação). Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual
Paulista, São Paulo, 2010. Disponível em:
<http://base.repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/103359/cusin_ca_dr_mar.pdf?sequence=1
>. Acesso em: 06 maio 2015.>.
DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o
sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998. Disponível em: <
http://amormino.com.br/livros/20141114-ecologia-informacao.pdf>. Acesso em: 11 out. 2015.
DAVYT, Amilcar; VELHO, Léa. A avaliação da ciência e a revisão por pares: passado e presente.
Como será o futuro?. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 7,n. 1,jun. 2000.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702000000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 abr.2015.
DECLARATION OF BERLIN. Disponível em: < http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&sl=en&u=http://openaccess.mpg.de/Berlin-Declaration&prev=search>. Acesso em; 23 abr.
2015.
DECLARATION OF BETHESDA. Disponível em: <
http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/bethesda.htm>. Acesso em 23 abr. 2015.
DETLOR, Brian. The corporate portal as information infrastructure: towards a framework for portal
design. International Journal of Information Management, v. 20, n. 2, p. 91-101, 2000.
Disponível em: < https://www.ischool.utexas.edu/~i385q-dt/readings/Deltor-2000-
TheCorporate.pdf>. Acesso em 27 jun. 2015.
145
DIAS, Cláudia Augusto. Portal corporativo: conceitos e características.Ciência da Informação,
Brasília, v. 30, n. 1, p. 50-60, 2001. Disponível em:<
http://www.scielo.br/pdf/ci/v30n1/a07v30n1>. Acesso em 02 maio 2015.
DIRECTORY OF OPEN ACCESS JOURNALS. Disponível em: < https://doaj.org/>. Acesso em
23 abr. 2015.
DIX, A; FINLAY, J; ABOED, G.D; BEALE, R. Human-Computer Interaction. 3ª ed. Pearson –
Prentice Hall, 2004
DONATI, L.P.; CARVALHO, H; PRADO, G. "Sites na Web: Considerações Sobre o Design
Gráfico e a Estrutura de Navegação". Cadernos da Pós-Graduação, Campinas: Unicamp, ano 1, v.
1, n. 1, p. 27-39, 1997. Disponível em:
<http://www.cap.eca.usp.br/wawrwt/version/textos/texto01.htm>. Acesso em: 04 abr. 2015.
DOWNEY, Laura; BANERJEE, Sumit. Building an information architecture checklist. Journal of
Information Architecture, v. 2, n. 2, 2011. Disponível em:<
http://journalofia.org/volume2/issue2/03-downey/jofia-0202-03-downey.pdf>. Acesso em 4 jan.
2016.
ECKERSON, Wayne Plumtree blossoms: new version fullfills enterprise portal requirements.
Boston, MA: Patricia Seybold Group, June 1999. [online], abril 2000.
EUROPEAN COMMISSION. Information architecture: Information provides guide: the EU
internet handbook.Última atualização em 08 abr. 2014. Disponível em:
<http://ec.europa.eu/ipg/plan/inf_archit/index_en.htm>. Acesso em: 06 maio 2015.
EVERNDEN, Roger; EVERNDEN, Elaine. Third-generation information architecture.
Communications of the ACM, New York, v. 46, n. 3, p. 95-98, 2003. Disponível em:
<http://www.cs.jyu.fi/el/tjtse25_11/TJTSE25_Syllabus_files/p95-evernden.pdf>. Acesso em 10
maio 2014
FACHIN, G. R. B.; RODRIGUES, R. S. Portais de periódicos científicos: desafios. In:
CONFERÊNCIA IBERO-AMERICANA DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS NO CONTEXTO
DA COMUNICAÇÃO CIENTIFICA (CIPECC), 2., Sub-Tema 5: Qualidade e Sustentabilidade dos
Periódicos Científicos Eletrônicos. 2008, Rio de Janeiro. Anais eletrônico...Rio de Janeiro.
Disponível em: <cipecc.ibict.br/index.php/2008/ii/paper/download/30/55> . Acesso em: 03 maio
2015.
FERREIRA, N.M. Paradigmas modernos da Ciência da Informação. São Paulo: Polis, 1999.
FERREIRA, S.M.P. Estudos de necessidades de informação: dos paradigmas tradicionais à
abordagem Sense-Making. 1997.
GAFFNEY, G. Usability: does it matter ? Disponível em:
<http://www.infodesign.com.au/articles/default.html>. Acesso em: 12 dez. 2015.
146
GARRIDO, Isadora dos Santos; RODRIGUES, Rosangela Schwarz. Portais de periódicos
científicos online: organização institucional das publicações. Perspectivas em Ciência da
Informação, Santa Catarina, v. 15, n. 2, p. 56-72, 2010. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/pci/v15n2/a05v15n2>. Acesso em: 19 abr. 2015.
GOTO, Nelly; COTLER, Emily. Web ReDesign 2.0| Workflow That Works. New Riders,
Peachpit Press: Berkeley, 2005.
HARNAD, Steven. Optimizing OA self-archiving mandates: What? Where? When? Why?How?
Technical Report, ECS, University of Southampton. 2006. Disponível em:
<http://eprints.ecs.soton.ac.uk/13098/>. Acesso em: 23 abr. 2015.
HAVERTY, Marsha. Information architecture without internal theory: An inductive design
process. Journal of the American society for information science and technology, v. 53, n. 10,
p. 839-845, 2002. Disponível em: <https://www.unc.edu/~acrystal/110-117/haverty.pdf>. Acesso
em: 12 out 2015.
HENRY, Shawn Lawton; Education and Outreach Working Group (EOWG). Introduction to
Web Accessibility. W3C/WAI – World Wide Web Consortium / Web Accessibility Initiative.
2005. Disponível em: <http://www.w3.org/WAI/intro/accessibility.php>. Acesso em: 06 maio 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Disponível
em; < http://www.ibict.br/>. Acesso em jan.2015.
INAFUKO, Laura Akie Saito. Arquitetura da informação para biblioteca digital colaborativa:
uma proposta de um sistema de interação. 129-f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação). Faculdade de Filosofias e Ciências, Universidade Estadual Paulista: Marília, São
Paulo, 2013. Disponível em: <http://repositorio.unesp.br/handle/11449/93654>. Acesso em: 17 out.
2015.
JACOB, Elin K.; SHAW, Debora. Sociocognitive Perspectives on Representation. Annual Review
of Information Science and Technology (ARIST), v. 33, p. 131-85, 1998.
JISC. UKOLN. Information environment architecture: glossary. Disponível em:
<http://www.ukoln.ac.uk/distributed-systems/jisc-ie/arch/glossary/>. Acesso em: 03 maio 2015..
JORDAN, Patrick W. An Introduction to usability. London : Taylor &Francis, 1998. Disponível
em: < https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=WlkcQ_ukkKwC&oi=fnd&pg=PR9&dq=JORDAN,+Patrick+W.+An+Introduction+t
o+usability&ots=XsjEWesdZ3&sig=bEj109utVhYdSpNshZO_gR1ZxSo#v=onepage&q=JORDAN
%2C%20Patrick%20W.%20An%20Introduction%20to%20usability&f=false>. Acesso em: 10
maio 2015.
JURAN, Joseph M. Controle da qualidade: conceitos, políticas e filosofia da qualidade.
McGraw-Hill-Makron, 1991.
147
KATZEN, M.F. The changing appearance of research journals in science and thecnology; an
analysis and case study. In: MEADOWS, A.J. (ed). Developement of science publishing in
Europe. Elsevier Science, Amsterdam, 1980. p. 184.
KRANEN, Márcia Endler. Portais: setor de energia elétrica – portal da ANEEL Agência Nacional
de Energia Elétrica. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.
KURAMOTO, Hélio. Mudança nos paradigmas da comunicação científica no terceiro milênio. p.
257-266. In: MOURA, Maria Aparecida (Org.). A construção social do acesso público à
informação no Brasil: contexto, historicidade e repercussões. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2014. 283 p.
LANCASTER, F. W. The measurement and evaluation of library services. Washington:
Information Resources Press, 1977. 302 p.
LE COADIC, Yves-François. A ciência da informação. Briquet de lemos Livros, 1996. 115 p.
LEITE, Marcelo. Em 20 anos, país vai de 24° a 13° em ranking de pesquisa. Folha de São Paulo.
São Paulo, 11 jan. 2014. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/11/1541834-
em-20-anos-pais-vai-de-24-a-13-em-ranking-de-pesquisa.shtml>. Acesso em: 14 abr. 2014.
LEMOS, Briquet de. Periódicos eletrônicos: problema ou solução? DataGramaZero, v.7, n. 3, jun,
2006. Disponível em: < http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/06/pdf_cd215b174d_0017331.pdf>. Acesso em; 24
abr.2015.
LIMA, Emanuel Edwan. Avaliação da qualidade. Portal Educação. 23 de junho de 2008.
Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/5392/avaliacao-da-
qualidade#ixzz3bdLK29xl>. Acesso em: 01 jun.2015.
LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F.L.O. Arquitetura da informação: base para a gestão do
conhecimento. p. 241-255. In: TARAPANOFF, K. (Org.). Inteligência, informação e
conhecimento e corporações. Brasília: IBICT, UNESCO, 2006. Disponível em:
<http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/465/1/Inteligencia,%20informa%C3%A7%C3%A3o%20e%
20conhecimento.pdf> . Acesso em 03 fev. 2015.
LONGO, Rose Mary Juliano; VERGUEIRO, Waldomiro. Gestão da Qualidade em Serviços de
Informação no setor Público: características e dificuldades para sua implementação. Revista Digital
de Biblioteconomia e Ciencia da Informação, v. 1, n. 1, 2003. Disponível em:
<http://eprints.rclis.org/6265/1/RDBCI-Longo.pdf>. Acesso em 02 jun. 2015.
MACEDO, F.L.O. Arquitetura da Informação: aspectos epistemológicos, científicos e práticos.
Brasília: UNB, 2005. 190 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação). Universidade de
Brasília, Brasília, 2010. Disponível em: < http://repositorio.bce.unb.br/handle/10482/7110>. Acesso
em: 10 mar. 2015>. Acesso em: 02 nov. 2014.
MANIFESTO BRASILEIRO DE APOIO AO ACESSO LIVRE À INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
NO BRASIL. Disponível em:< https://kuramoto.files.wordpress.com/2008/09/manifesto-sobre-o-
acesso-livre-a-informacao-cientifica.pdf>. Acesso em: 23 abr.2015
148
MARCONDES, Carlos Henrique. Metadados: descrição e recuperação de informação na web. In:
MARCONDES, C.H (Org). Bibliotecas Digitais: saberes e práticas. Salvador: Ed. UFBA, Brasília:
IBICT, 2005. p. 97-114.
MARCONDES, Carlos Henrique; SAYÃO, Luis Fernando . Documentos digitais e novas formas de
cooperação entre sistemas de informação em C&T. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 3, p.
42-54, 2002.
MARTINS, Ana Isabel; QUEIROS, Alexandra; ROCHA, Nelson Pacheco e SANTOS, Beatriz
Sousa. Avaliação de Usabilidade: Uma Revisão Sistemática da Literatura. RISTI [online]. 2013,
n.11, pp. 31-43. ISSN 1646-9895. <http://dx.doi.org/10.4304/risti.11.31-43.> Acesso em: 06
mar.2016.
MCGEE, James V.; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico da informação. Elsevier
Brasil, 1994.
MCGOVERN, G; NORTON, R; O‘DOWD, C. The Web Content Style Guide. FT Press, 2002.
MEADOWS, Arthur Jack. A comunicação científica. Rio de Janeiro: Briquet de Lemos/livros,
1999. 268 p.
MENOU, M. J. Impacto da Internet: algumas questões conceituais e metodológicas.
DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, n. 0, 1999. Disponível em:
<http://dgz.org.br/dez99/Art_06.htm>. Acesso em 25 abr. 2015.
MEYER, Bertrand. Object-oriented software construction. 2. ed. Estados Unidos: Prentice Hall
International Series in Computer Science, 1994. 1254 p.
MINAYO, Ma. Cecília de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11. ed.
rev. aprim. São Paulo: HUCITEC, 2008.
MIRANDA, S.V. Como as necessidades de informação podem se relacionar com as competências
informacionais. Ciência da Informação. Brasília, v. 35, n.3, p.99-114, set./dez. 2006. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/ci/v35n3/v35n3a10.pdf>. Acesso em 06 dez. 2015.
MORAIS, C. Usuários de bibliotecas: informação X cidadão comum. Biblios, Rio Grande, v. 6, p.
219-223, 1994.
MORIN, Edgar; LE MOIGNE, Jean-Louis. A Inteligência da complexidade. 2.ed. São
Paulo:Peirópolis, 2000. 263 p.
MORVILLE, P; ROSENFELD, L. Information Architecture for the World Wide Web.
Sebastopol, CA: O‘Reilly, 2006. 504p. Disponível em: <
http://yunus.hacettepe.edu.tr/~tonta/courses/fall2010/bby607/IAWWW.pdf >. Acesso em 28 mar.
2015.
MOURA JUNIOR, Paulo. ― Mas para que serve esse checklist mesmo?‖. In: WILLIANS, Robin.
Tecnologia Inteligente. Blog, 13 maio 2008. Dsiponível em: < http://blog.vettalabs.com/index.html%3Fp=143>. Acesso em: 06 maio 2015.
149
MOURA, Maria Aparecida (Org.). A construção social do acesso público à informação no
Brasil: contexto, historicidade e repercussões. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. 283 p.
MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. A ciência, o sistema de comunicação científica e a
literatura científica. Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte:
UFMG, 2000. Disponível em: < file:///C:/Users/Micro01/Downloads/31975-117565-1-PB.pdf>.
Acesso em 11 abr. 2015.
MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. A comunicação científica e o movimento de acesso livre ao
conhecimento, Ciência da informação, Brasília, v. 35, n.2, p.27-38, maio/ago., 2006. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v35n2/a04v35n2.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2015.
NETWORKED DIGITAL LIBRARY OF THESIS AND DISSERTATIONS (NDLTD).
Disponível em < http://www.ndltd.org/> Acesso em 23 abr. 2015
NIELSEN, J. Iterative User Interface Design, IEEE Computer Vol. 26, Issue 11 pp 32-41, 1993
__________. Usability engineering. Cambridge, MA: Academic Press, 1993.
__________. What is ―usability‖? Zdzet Developer, set. 1998. Disponível em:
<http://www.zdnet.com/devhead/stories/articles/0,4413,2137671,00.html>. Acesso em: 12 dez.
2015.
__________. Projetando websites. Gulf Professional Publishing, 2000. Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=wl_thHKaWUgC&oi=fnd&pg=PA3&dq=Nielsen&ots=jjcEnWsDqK&sig=y83xFOfj
51KOvEqtI_QRpK4ievo#v=onepage&q=Nielsen&f=false>. Acesso em 30 abril 2015.
NIELSEN, Jakob; MOLICH, Rolf. Heuristic evaluation of user interfaces. In: Conference on
Human factors in computing systems, Proceedings… ACM, 1990. p. 249-256.
NONATO, Rafael dos Santos et al. Arquitetura da informação em bibliotecas digitais: uma
abordagem da Ciência da Informação e da Biblioteconomia. Informação & Informação, v. 13, n.
2, p. 125-141, 2008. Disponível em: <
http://www.uel.br/revistas/wrevojs246/index.php/informacao/article/viewFile/1812/1682>. Acesso
em 02 mar. 2016.
NOVELLINO, Maria Salet Ferreira. Instrumentos e Metodologias de Representação da Informação.
Informação & Informação, Londrina, v.1, n.2, p.37-45, jul./dez. 1996. Disponível
em:<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1603/1358>. Acesso em: 29
mar. 2015.
NUNES, Renato Reis. Diretrizes para formulação de políticas mandatórias para consolidação
dos repositórios institucionais brasileiros. 2012. 154 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012. Disponível em: <
http://www.ci.uff.br/ppgci/arquivos/Dissert/Dissertacao_Renato_Nunes.pdf>. Acesso em: 25 mar.
2015.
150
OLIVEIRA, Leonardo Bueno de. Arquitetura da Informação aplicada na construção de um
sistema publicador para Jornais Digitais. Dissertação (Mestrado em Jornalismo). Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, 2005. Disponível em :
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp012396.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2015.
PACKER, Abel Laerte et al. SciELO: uma metodologia para publicação eletrônica. Ciência da
informação, v. 27, n. 2, p. 109-121, 1998. Disponível em <
http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v27n2/scielo.pdf >. Acesso em 18 out. 2015
PERIN JUNIOR, Ecio. A linguagem no Direito: análise semântica, sintática e pragmática da
linguagem jurídica. Jus Navigandi, Teresina, v. 4, n. 40, 2000._Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=50>. Acesso em: 22 mar. 2015.
PINTO, Virgínia Bentes. Indexação documentária: uma forma de representação do conhecimento
registrado. Perspectiva em Ciência da Informação., Belo Horizonte, v. 6, n. 2, p. 223 - 234,
jul./dez. 2001. Disponível em: <
http://www.eci.ufmg.br/pcionline/index.php/pci/article/viewFile/423/239>. Acesso em:
POPPER, C. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1985. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
<BR&lr=&id=MbGLmeMU3pMC&oi=fnd&pg=PA11&dq=a+logica+da+pesquisa+cientifica&ots
=gbQmaPSiJz&sig=FDIk_m4IgG8_Oe-B-
lhXFgh5U3k#v=onepage&q=a%20logica%20da%20pesquisa%20cientifica&f=false>. Acesso em
30 maio 2015.
PREECE, Jenny; ROMBACH, H. Dieter. A taxonomy for combining software engineering and
human-computer interaction measurement approaches: towards a common
framework. International journal of human-computer studies, v. 41, n. 4, p. 553-583, 1994.
PRESSMAN, R. Engenharia de Software. McGraw-Hill, 2011. 771 p.
RAMON&PAGE. A importância dos check-lists na produção web. Blog. Disponível em: <
http://ramonpage.com/blog/2006/08/22/a-importancia-das-check-lists-na-producao-web>. Acesso
em: 09 maio 2015.
REIS, G. Por uma metodologia de Arquitetura da Informação. 2006. WebInsider. Disponível
em: <http://Webinsider.uol.com.br/index.php/2006/06/16/por-umametodologia-de-arquitetura-de-
informacao/>. Acesso em: 21 mar. 2015.
REIS, Guilhermo Almeida dos. Centrando a Arquitetura de Informação no Usuário. 2007. 250
p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)- USP ECA – Escola de Arte e Comunicação
de São Paulo. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-23042007-
141926/ >. Acesso em: 05 abr. 2015.
151
REZENDE, Denis Alcides. Engenharia de software e sistemas de informação. Brasport, 2005.
Disponível em:< https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rtBvl_L-
1mcC&oi=fnd&pg=PT23&dq=a+gesta%C3%B5+da+qualidade+em+sistemas+de+informa%C3%
A7%C3%A3o&ots=9zdl_G2t_s&sig=hEfmIKzZiaL-
_lhN4G2O4Xfz9N4#v=onepage&q=a%20gesta%C3%B5%20da%20qualidade%20em%20sistemas
%20de%20informa%C3%A7%C3%A3o&f=false> . Acesso em: 30 maio 2015.
RIBEIRO, Odília Barbosa; VIDOTTI, SABG. Otimização do acesso à informação científica:
discussão sobre a aplicação de elementos da arquitetura da informação em repositórios
digitais. BIBLOS: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, v. 2, n 23, p.105-
116, 2009. Disponível em:
<http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/05/pdf_40f23884f7_0009995.pdf>. Acesso em 13
maio 2015
ROCHA, Ana R. C. Análise e projeto estruturado de sistemas. Rio de Janeiro: Campus, 1987.
ROCHA, Ana Regina Cavalcante da; MALDONADO, José Carlos; WEBER, Kival Chaves.
Qualidade de software. 2001. Disponível em:< http://www.mct.gov.br/upd_blob/0002/2692.pdf>.
Acesso em 30 maio 2015.
ROCHA, Heloisa Vieira da; BARANAUSKAS, Maria Cecília C.Design e Avaliação de Interfaces
Humano-Computador. Campinas, SP: NIED/UNICAMP, 2003. 244 p.
RODRIGUES, B. Os três mandamentos: objetividade, navegabilidade, visibilidade. Webworld,
jun. 1998. Disponível em: <http://www.uol.com.br/webworld/tecnologia/webwriting/ write2.htm>.
Acesso em: 12 dez. 2015.
ROSENFELD, L.; MORVILLE, P. Information architecture for the world wide web. 3. ed.
Sebastopol, USA: O´Really Media Inc., 2007. Disponível em: < http://yunus.hacettepe.edu.tr/~tonta/courses/fall2010/bby607/IAWWW.pdf>. Acesso em; 02 fev.
2015.
RUBI, Milena Polsineli. Os princípios da política de indexação na análise de assunto para
catalogação: especificidade, exaustividade, revocação e precisão na perspectiva dos catalogadores e
usuários In:FUJITA, MSL., org., et al. A indexação de livros: a percepção de catalogadores e
usuários de bibliotecas universitárias. Um estudo de observação do contexto sociocognitivo com
protocolos verbais [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 149
p. ISBN 978- 85-7983-015-0. Available from SciELO Books . Disponível em:: <
http://books.scielo.org/id/wcvbc/pdf/boccato-9788579830150-06.pdf>. Acesso em 05 mar. 2016.
RUWOLDT, M. L; SPENCER, C. Navigation and content on university home pages. Australasian
World Wide Web Conference 11th
, Proceedings…, Ausweb2005, Southern Cross University,
Lismore, 2005; pp 431-434.
SALGADO, Luciana Cardoso de Castro; BIM, Sílvia Amélia; SOUZA, Clarisse Sieckenius de.
Comparação entre os métodos de avaliação de base cognitiva e semiótica. In: Proceedings of VII
Brazilian symposium on Human factors in computing systems. ACM, 2006. p. 158-167.
Disponível em: <
http://www.researchgate.net/profile/Luciana_Salgado2/publication/247927523_Comparao_entre_os
152
_mtodos_de_avaliao_de_base_cognitiva_e_semitica/links/55268b970cf2ee9bad78797c.pdf >.
Acesso em: 21 nov. 2015.
SAMPAIO, M. et al. PAQ – Programa de avaliação da qualidade de produtos e serviços de
informação: uma experiência no SIBi/USP. Ciência da Informação, Brasília, DF, v.33, n.1, 2004.
Disponível em: < http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/70/67>. Acesso em: 02 de dez.
2015.
SANTOS, P.L.A. da Costa; VIDOTTI, S. A. B. G. Perspectivismo e tecnologias de informação e
comunicação: acréscimos à Ciência da Informação. DataGramaZero: revista de Ciência da
Informação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2009. Disponível em:
<http://www.dgz.org.br/jun09/Art_02.htm> . Acesso em 18 fev. 2015.
SARACEVIC, Tefko. A natureza interdisciplinar da ciência da informação. Ciência da
Informação, [S.l.], v. 24, n. 1, Abr. 1995. ISSN 1518-8353. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/cienciadainformacao/index.php/ciinf/article/view/530>. Acesso em: 12 Out.
2015.
SARMENTO E SOUZA, M. F. Periódicos científicos eletrônicos: apresentação de modelo para
análise de estrutura. 2002, 154f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de
Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília.
SARMENTO E SOUZA, Maria Fernanda; FORESTI, Miriam Celi Pimentel Porto; VIDOTTI,
Silvana Aparecida Borsetti Gregório. Arquitetura da informação em web site de periódico
científico. ETD- Educação Temática Digital, Campinas, São Paulo, v.5, n. 2, p. 87 – 105, jun.
2004. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Silvana_Vidotti/publication/44209736_Arquitetura_da_infor
mao_em_web_site_de_peridico_cientficoInformation_architecture_in_a_scientific_journal_web_sit
e/links/0fcfd50d0d0bce118a000000.pdf>. Acesso em 12 dez. 2015.
SCIELO BRASIL. Scientific Electronic Library Online. 2015. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_home&lng=pt&nrm=iso
>. Acesso em: 21 abril 2015.
SEGUNDO, José Eduardo Santarem. Tim Berns-Lee e a Ciência da Informação: do hipertexto à
web semântica. P. 101-109. In.: SEGUNDO, José Eduardo Santarem; SILVA, Marcia Regina da;
MOSTAFA, Solange Puntel. (Orgs.). Os pensadores e a Ciência da Informação. Rio de Janeiro:
E-papers, 2012. 137 p.
SELNER, C. Análise de Requisitos para Sistemas de Informações, Utilizando as Ferramentas
da Qualidade e Processos de Software. 1999. 153f. Dissertação (Mestrado em Engenharia).
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: <
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/80556/146971.pdf?sequence=1 >. Acesso
em: 20 fev.2015.
153
SENS, Jean-Mark. Moving digits in serials life. Library Philosophy and Practice Vol. 6, No. 1
(Fall 2003). Disponível em: < http://www.webpages.uidaho.edu/~mbolin/sens.html > . Acesso em:
24 abr. 2015.
SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. Addison-Wesley, 2007.
SPENCER, Donna. A practical guide to Information Architecture. Penarth: Five Simple Steps,
2010. 323 p.
STRAIOTO, F. A arquitetura da informação para a world wide web: um estudo exploratório ,
2002. 120f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação), Faculdade de Filosofia e Ciências,
Universidade Estadual Paulista, Marília.
STUMPF, Ida Regina Chitto. O passado e futuro das revistas científicas. Ciência da informação,:
v. 25, n. 3, 1996. Disponível
em:<http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/viewPDFInterstitial/463/422%26gt.>. Acesso
em: 20 fev.2015.
______________________. Reflexões sobre as revistas brasileiras. Intexto, Porto Alegre: UFRGS,
v. 1, n. 3, p. 1-10, jan./jun, 1998. Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/viewFile/3369/3953>. Acesso em: 20 fev.2015.
fev. 2010.
______________________. Avaliação das revistas de comunicação pela comunidade acadêmica da
área. Em Questão: revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. Vol. 9, n.
1 (jan./jun. 2003), p. 25-38, 2003.
TARGINO, Maria das Graças. O óbvio da informação científica: acesso e uso. TransInformação,
Campinas, v.19, n.2, maio/ago. 2007. Disponível em:
<http://200.18.252.94/seer/index.php/transinfo/article/viewFile/607/587>. Acesso em: 20 fev. 2015.
TENOPIR, C.; KING, D.W. A publicação de revistas eletrônicas: economia da produção,
distribuição e uso. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, p. 176-182, maio/ago. 1998.
Disponível em; < http://www.scielo.br/pdf/ci/v27n2/king.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2015.
TERRA, José C.C.; GORDON, Cindy. Portais Corporativos: a revolução na gestão do
conhecimento. São Paulo: Negócio Editora, 2002. 453 p.
THUROW, Shari. The fundamental checklist for website navigation design and architecture. Part 1
and 2. In.: THIRD DOOR MEDIA, Marketing Land, CMO Zone, 18 jul. 2014. Disponível em:
<http://marketingland.com/fundamental-checklist-website-navigation-design-architecture-part-1-
90743>. Acesso em; 06 maio 2015.
154
TOMAÉL, M. et al. Fontes de informação na internet: acesso e avaliação das disponíveis nos sites
de universidades. In: SNBU, 2000. Anais... 2000. Disponível em:
<snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/t138.doc>. Acesso em: 04 abr. 2015.
TORRES, Elisabeth Fátima; MAZZONI, Alberto Angel. Conteúdos digitais multimídia: o foco na
usabilidade e acessibilidade. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 152-160, 2004. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a16v33n2.pdf >. Acesso em 06 maio 2015.
TOUB, Steve. Evaluating information architecture [: a practical guide to assessing web site
organization. Argus Center for Information Architecture, 2000.
VICTORIA (State Government). Departament of Human Services. Internet information
architecture, best practice analisys: information architecture strategy project. Victory, 2008.
47 p.
VIDOTTI, S. A. B. G. ; SANCHES, S. A. S. Arquitetura da Informação em web sites. In:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS DIGITAIS, 2004. Anais eletrônicos...
Campinas: Unicamp, 2004.
VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio; SANT`ANA, Ricardo Gonçalves. Infraestrutura
tecnológica de uma biblioteca digital: elementos básicos. In: MARCONDES, Carlos H. et. al
(Orgs). Bibliotecas digitais: Saberes e Práticas. 2. ed. Salvador, BA:EDUFBA; Brasília, DF:
IBICT, 2006.
VIGNOLI, Richele Grenge; SOUTO, Diana Vilas Boas; CERVANTES, Brígida Maria Nogueira.
Sistemas de organização do conhecimento com foco em ontologias e taxonomias. Informação &
Sociedade: Estudos, v. 23, n. 2, 2013. Disponível em: <
file:///C:/Users/Micro01/Downloads/15160-30167-1-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 02 de nov. 2014.
VILELLA, Renata Moutinho. Conteúdo, usabilidade e funcionalidade: três dimensões para a
avaliação de portais estaduais de governo eletrônico na web. 2003.263 f. Dissertação (Mestrado
em Ciência da Informação) Escola de Ciência da Informação. Programa de Pós-Graduação em
Ciência da Informaçã., Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em:
<http://bogliolo.eci.ufmg.br/downloads/VILELLA%20Conteudo%20Usabilidade%20e%20Funcion
alidade.pdf > . Acesso em 02 mai 2015.
WINCKLER, Marco; PIMENTA, Marcelo Soares. Avaliação de Usabilidade de sites Web.Escola
de Informática da SBC SUL (ERI 2002) Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação (SBC),
v. 1, p. 85-137, 2002. Disponível em < http://www.irit.fr/~Marco.Winckler/2002-winckler-pimenta-
ERI-2002-cap3.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2015.
WOOLRYCH, A.; COCKTON, G. Why and when five users aren‘t enough. In IHM-HCI 2001
World Wide Web Consortium, (volume II, short paper), Lille, França. Proceedings... Disponível
em;< http://www.w3.org/>. Acesso em 1 maio 2015.
WURMAN, Richard Saul. Ansiedade da Informação. São Paulo: Cultura Editores Associados,
1991.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3.ed.Porto Alegre: Bookman, 2005.
212 p.
155
ZHANG, Yanlong; ZHU, Hong; GREENWOOD, Sue. Web site complexity metrics for measuring
navigability. In: Quality Software, 2004. QSIC 2004. Fourth International Conference on. IEEE.
Proceedings...2004. p. 172-179. Disponível em:
<http://www.researchgate.net/profile/Hong_Zhu10/publication/4105057_Web_site_complexity_me
trics_for_measuring_navigability/links/02bfe5101615a29caf000000.pdf.> Acesso em: 12 maio
2015.
ZIMAN, John. Conhecimento público. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo : Ed. da Universidade
de São Paulo, 1979.
156
ANEXOS
157
ANEXO 1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DELIBERAÇÃO Nº 006/2009
Dispõe sobre a inserção de
dissertação na Biblioteca Digital
de Teses e Dissertações – BDTD/UERJ.
O CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO , no uso da competência que
lhe atribui o parágrafo único do a rtigo 11 do Estatuto da UERJ, com base no Processo nº
8153/2008 e considerando a Resolução nº 16 de 22/08/2005, que cria a Biblioteca Digital de Teses
e Dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, aprovou e eu promulgo a seguinte
Deliberação:
Art. 1º - O acervo da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (BDTD/UERJ) é constituído pelas teses e dissertações defendidas nos Cursos de
Mestrado e Doutorado dos Programas de Pós-graduação da UERJ, em formato eletrônico.
Art. 2º - O aluno de pós-graduação da UERJ deve entregar, obrigatoriamente , a versão final da tese
ou dissertação, na Coordenação de Pós-graduação de sua Unidade, nos formatos impresso (1 cópia)
e eletrônico (1 cópia em PDF), acompanhada do formulário de dados cadastrais e dos termos de
autorização e de encaminhamento devidamente preenchidos e assinados pelo aluno e pelo
orientador. Parágrafo único - O disposto neste artigo passa a constituir um dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre ou Douto
r e a expedição do respectivo diploma.
Art. 3º- A autorização para inserção da tese ou dissertação na BDTD/UERJ fica apensa ao processo
de homologação do título.
Art. 4º - O aluno e o orientador interessados em resguardar patentes e outros direitos relativos ao
seu trabalho pode solicitar a não disponibilização de versão integral de sua dissertação ou tese na
BDTD/UERJ, especificando no termo de autorização, por um período de até 2 (dois) anos.
§ 1º - Nesse caso, o aluno deve entregar a versão eletrônica completa da dissertação ou tese,
acompanhada de uma outra que contenha apenas as folhas pré-textuais, a introdução e as referências
do trabalho, versão esta que será disponibilizada na BDTD/UERJ.
§ 2º - Transcorrido o prazo supracitado, o aluno e o orientador podem renovar a solicitação de não
disponibilização por mais 2 (dois) a nos, findo os quais, a
dissertação ou tese será veiculada integralmente na BDTD /UERJ.
158
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(Continuação da Deliberação nº 06/2009)
§ 3º - A versão eletrônica da dissertação ou tese não autorizada para disponibilização imediata deve
ser mantida na Biblioteca que atende ao curso de Pós-graduação, que a disponibilizará, findo o
prazo de restrição.
Art. 5º - Com a finalidade de assegurar a identidade visual da Universidade, a elaboração das partes
pré-textuais da dissertação ou tese deve seguir, obrigatoriamente, o disposto no Roteiro para
apresentação de teses e dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (disponível) em
www.bdtd.uerj.br).
Art. 6º - Os casos omissos nesta Deliberação serão resolvidos pela respectiva
Coordenação da Pós-graduação da Unidade Acadêmica.
Art. 7º- Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas todas as
disposições em contrário, assim como os artigos das Deliberações dos Programas que digam
respeito ao número de cópias das teses e dissertações a serem anexadas à solicitação do Diploma.
UERJ, 16 de janeiro de 2009.
RICARDO VIEIRALVES DE CASTRO
REITOR.
159
ANEXO 2 - Questionários
Prezado (a) entrevistado (a),
Sou Ester Aparecida Lima de Souza, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Federal Fluminense (PPGCI/UFF). Minha pesquisa intitulada: A aplicação da
arquitetura de informação em portais de periódicos eletrônicos: o caso do Portal de Periódicos
Eletrônicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) considera aspectos da Arquitetura de
Informação para avaliação de portais de periódicos propostos no questionário abaixo.
Agradeço sua participação que muito contribuirá com o desenvolvimento desse trabalho. Os
entrevistados não serão identificados na análise dos dados coletados, portanto é garantido o sigilo aos
participantes.
160
ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO
a) Para localizar o Portal de Periódicos Eletrônicos siga os seguintes passos:
b) Acesse http://www.uerj.br/; depois clique em SR3; em seguida Departamento de extensão; e
finalmente em Revistas Eletrônicas;
c) Responda as respectivas perguntas formuladas para cada aspecto e
d) Caso haja necessidade de fazer observações após responder o questionário, abaixo do quadro há um
espaço para relatar suas opiniões.
ORGANIZAÇÃO
Refere-se ao agrupamento e a categorização
do conteúdo de informação, o seu princípio
organizador
RESPOSTAS
1) Se o caminho para o portal não fosse
fornecido seria fácil encontrar o portal?
SIM NÃO Não se Aplica
2) A organização do conteúdo do portal de
periódicos proporciona um cenário instantâneo e
claro de como estão organizados seus periódicos
científicos?
SIM NÃO Não se Aplica
3) Há uma preocupação com usuários portadores
de necessidades especiais na organização da
informação do portal de periódicos, são
respeitados normas de acessibilidade?
SIM NÃO Não se Aplica
4) Os periódicos estão organizados de acordo
algum princípio observável?
SIM NÃO Não se Aplica
5) Os periódicos estão organizados de uma única
forma?
SIM NÃO Não se Aplica
6) Há uma padronização na disponibilização dos
itens informacionais do portal de periódicos?
SIM NÃO Não se Aplica
7) Há uma marca on-line, uma identidade visual
do portal de periódicos?
SIM NÃO Não se Aplica
OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
161
ROTULAGEM
Explicita as formas de representação e de
apresentação da informação pela definição de signos
para cada elemento informativo.
RESPOSTAS
1) Os termos ou rótulos escolhidos conseguem agrupar
adequadamente os periódicos disponibilizados pelo portal?
SIM NÃO Não se Aplica
2) Há diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos:
existe diferenciação entre categorias de periódicos?
SIM NÃO Não se Aplica
3) É considerada a granularidade do portal de periódicos; os
conteúdos são agrupados por rótulos de significados inicialmente
mais abrangentes e conforme se aprofunda nos conteúdos esses
possuem rótulos mais específicos?
SIM NÃO Não se Aplica
4) Os rótulos utilizados pelo portal de periódicos são claros, não
há dúvida sobre o que representam?
SIM NÃO Não se Aplica
5) Os rótulos do portal de periódicos são adequados ao seu
público-alvo (alunos, professores e pesquisadores)?
SIM NÃO Não se Aplica
6) O conteúdo apresentado está de acordo com o rótulo? SIM NÃO Não se Aplica
7) O tamanho dos caracteres do rótulo facilita a legibilidade? SIM NÃO Não se Aplica
OBSERVAÇÕES:
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
162
NAVEGAÇÃO
Determina as maneiras de se navegar e de se mover pelo espaço
informacional.
RESPOSTAS
1) Os links de atalho do portal de periódicos estão bem destacados e
visualizados?
SIM NÃO Não se Aplica
2) A navegação do portal de periódicos é destacada de outras seções
da página Web?
SIM NÃO Não se Aplica
3) Há indicação para links de conteúdo visitados no portal de
periódicos?
SIM NÃO Não se Aplica
4) Há indicação no portal de periódicos se o texto disponibilizado é
clicável ou não?
SIM NÃO Não se Aplica
5) Percebe-se mudança de contexto no portal de periódicos através
da navegação?
SIM NÃO Não se Aplica
6) Na página principal do portal de periódicos é permitida aos
usuários navegar para onde se deseja?
SIM NÃO Não se Aplica
7) Links do portal de periódicos foram agrupados de acordo com
audiência ou tema?
SIM NÃO Não se Aplica
8) Os usuários do portal de periódicos podem escolher navegar por
meio um motor de busca ou um mapa do site, ou índice ou diretório?
SIM NÃO Não se Aplica
9) O título da página do portal de periódicos é visível na janela do
navegador?
SIM NÃO Não se Aplica
10) Há diferentes formas de navegação no portal de periódicos? SIM NÃO Não se Aplica
OBSERVAÇÕES:
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
163
BUSCA
Especifica as perguntas que o usuário pode fazer e o
conjunto de respostas que obterá.
RESPOSTAS
1) O ambiente respeita a regra de extrema simplicidade, na
busca, utilizando-se de elementos como: caixa de entrada para
busca, modelo do retângulo de busca, linguagem de consulta
de texto?
SIM NÃO Não se Aplica
2) O sistema de busca apresenta assistência à ortografia? SIM NÃO Não se Aplica
3) O sistema de busca apresenta sugestão (autocomplete,
autossugestão) para consulta?
SIM NÃO Não se Aplica
4) O tempo de processamento de busca é rápido? SIM NÃO Não se Aplica
5) O sistema de busca apresenta algum recurso para melhorar a
estratégia de consulta (busca avançada)?
SIM NÃO Não se Aplica
6) O resultado da consulta possui o nome do periódico e
metadados (url, editor, nome abreviado, DOI, fator de
impacto, Qualis )?
SIM NÃO Não se Aplica
7) O resultado da consulta possui um fragmento de texto
extraído do objetivo, assunto e abrangência período ?
SIM NÃO Não se Aplica
8) O fragmento do texto do resultado é composto por frases
contíguas?
SIM NÃO Não se Aplica
9) No fragmento do texto são apresentados em realce os
principais termos?
SIM NÃO Não se Aplica
10) É exigido conhecimento específico para construir a
consulta?
SIM NÃO Não se Aplica
11) A quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto
do resultado é suficiente para decidir pela importância do
periódico?
SIM NÃO Não se Aplica
12) O sistema de busca do periódico permite consultas por
diversas formas
(Palavra chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data
ou Períodos, Vocabulário Controlado, Taxonomia)?
SIM NÃO Não se Aplica
OBSERVAÇÕES:
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
164
AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO RESPOSTAS
1) Houve dificuldade em responder as questões? SIM NÃO Não se Aplica
2) O questionário permitiu que aspectos falhos e
positivos do Portal fossem evidenciados?
SIM NÃO Não se Aplica
3) O questionário pode ser respondido por
qualquer pessoa da área da informação?
SIM NÃO Não se Aplica
4) Alguns quesitos só podem ser respondidos
com algum conhecimento específico?
SIM NÃO Não se Aplica
OBSERVAÇÕES:
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________