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Programa detalhado de Antropologia Portuguesa Contemporânea, 2014-2015 Dat a Sumário Bibliografia recomendada 15. 9 Apresentação do programa da cadeira, sua coerência interna e encadeamento. Sugestões de pesquisa bibliográfica. Propostas de trabalho de terreno, sua organização e calendarização. Apresentação genérica do contexto do Portugal Contemporâneo. 17. 9 A professora falta por estar numas jornadas em Paris. 22. 9 Uma abordagem processual da antropologia portuguesa: dos precursores às zonas de sombra actuais. Discursos sobre a identidade da nação num tempo longo. O destino e a saudade: a tradição inventada e a memória da nação. Processos de construção de uma memória da nação. O saudosismo de Teixeira de Pascoaes e a edificação de uma identidade nacional – suas configurações actuais. O «carácter nacional português». Os pais fundadores da antropologia em Portugal e a “concepção etnológica da criação do facto nacional” (João Leal). Nacionalismo a longa distância e a saudade na diáspora: a apropriação selectiva por grupos sociais distintos. Discursos sobre a identidade nacional. A edificação dos estudos de antropologia sobre Portugal. João Leal, a construção da identidade nacional e os quatro grandes períodos: 1870-80 e a antropologia como campo disciplinar (o período das grandes colectas); 1880-90 e a diversificação de objectos; 1910-20 e a identidade entre «cultura popular» e «arte popular»; 1930-70 e as três correntes («política do espírito», equipa de Jorge Dias, críticos ao Estado Novo). Os estrangeiros e os estrangeirados. Etnografia pós-25 de Abril. BRANCO, Jorge Freitas (1986) “Cultura como Ciência? Da Consolidação do Discurso Antropológico à Institucionalização da Disciplina”, Ler História, nº 8, Lisboa, pp. 75-101. CABRAL, João de Pina (1991) Os contextos da antropologia, Lisboa, Difel. CEAS/ISCTE (1997) Etnográfica, vol. 1, nº 2, dossier “Etnografias e etnógrafos locais”,pp. 177-317. LEAL, João (2000) Etnografias Portuguesas (1870-1970) Cultura Popular e Identidade Nacional, Lisboa, D. Quixote (primeiro capítulo). LEAL, João (2006) Antropologia em Portugal – Mestres, Percursos, Transições, Lisboa, Livros Horizonte http://cria.org.pt/site/revista- etnografica.html , 2014 (2) 24. 9 Etnografia pós-25 de Abril. Os «projectos sobrepostos». Questões de edição, revistas de Antropologia e cursos. Novas produções antropológicas em torno da ruralidade: a antropologia retrospectiva nas obras de Inês Fonseca e Sónia Almeida. Antropologia retrospectiva em registo urbano: o trabalho de Sónia Ferreira. ALMEIDA, Sónia (2009) Camponeses, Cultura e Revolução – Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA (1974-1975), Lisboa, Colibri/IELT ( introdução). FERREIRA, Sónia (2010) A Fábrica e a Rua – Resistência Operária em Almada, Castro Verde, 100 Luz ( introdução). FONSECA, Inês (2007) Trabalho, Identidades e Memórias em Aljustrel – “Levávamos a foice logo p’ra mina”, s/l., 100 Luz (introdução). 29. 9 A antropologia urbana e sua «sub-reflexão» (Graça Índias Cordeiro). Olhares sobre a CORDEIRO, Graça I. et al., coord. (2003) Etnografias Urbanas, Oeiras,

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Antropologia Portuguesa Contemporanea. Programa da Disciplina realizada em 2014 e 2015 na FCSH-UNL.

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Programa detalhado de Antropologia Portuguesa Contemporânea, 2014-2015

Data

Sumário Bibliografia recomendada

15.9 Apresentação do programa da cadeira, sua coerência interna e encadeamento. Sugestões de pesquisa bibliográfica. Propostas de trabalho de terreno, sua organização e calendarização. Apresentação genérica do contexto do Portugal Contemporâneo.

17.9 A professora falta por estar numas jornadas em Paris.22.9 Uma abordagem processual da antropologia

portuguesa: dos precursores às zonas de sombra actuais. Discursos sobre a identidade da nação num tempo longo. O destino e a saudade: a tradição inventada e a memória da nação. Processos de construção de uma memória da nação. O saudosismo de Teixeira de Pascoaes e a edificação de uma identidade nacional – suas configurações actuais. O «carácter nacional português». Os pais fundadores da antropologia em Portugal e a “concepção etnológica da criação do facto nacional” (João Leal). Nacionalismo a longa distância e a saudade na diáspora: a apropriação selectiva por grupos sociais distintos. Discursos sobre a identidade nacional. A edificação dos estudos de antropologia sobre Portugal. João Leal, a construção da identidade nacional e os quatro grandes períodos: 1870-80 e a antropologia como campo disciplinar (o período das grandes colectas); 1880-90 e a diversificação de objectos; 1910-20 e a identidade entre «cultura popular» e «arte popular»; 1930-70 e as três correntes («política do espírito», equipa de Jorge Dias, críticos ao Estado Novo). Os estrangeiros e os estrangeirados. Etnografia pós-25 de Abril.

BRANCO, Jorge Freitas (1986) “Cultura como Ciência? Da Consolidação do Discurso Antropológico à Institucionalização da Disciplina”, Ler História, nº 8, Lisboa, pp. 75-101.CABRAL, João de Pina (1991) Os contextos da antropologia, Lisboa, Difel.CEAS/ISCTE (1997) Etnográfica, vol. 1, nº 2, dossier “Etnografias e etnógrafos locais”,pp. 177-317.LEAL, João (2000) Etnografias Portuguesas (1870-1970) Cultura Popular e Identidade Nacional, Lisboa, D. Quixote (primeiro capítulo).LEAL, João (2006) Antropologia em Portugal – Mestres, Percursos, Transições, Lisboa, Livros Horizontehttp://cria.org.pt/site/revista-etnografica.html, 2014 (2)

24.9 Etnografia pós-25 de Abril. Os «projectos sobrepostos». Questões de edição, revistas de Antropologia e cursos. Novas produções antropológicas em torno da ruralidade: a antropologia retrospectiva nas obras de Inês Fonseca e Sónia Almeida. Antropologia retrospectiva em registo urbano: o trabalho de Sónia Ferreira.

ALMEIDA, Sónia (2009) Camponeses, Cultura e Revolução – Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA (1974-1975), Lisboa, Colibri/IELT (introdução).FERREIRA, Sónia (2010) A Fábrica e a Rua – Resistência Operária em Almada, Castro Verde, 100 Luz (introdução).FONSECA, Inês (2007) Trabalho, Identidades e Memórias em Aljustrel – “Levávamos a foice logo p’ra mina”, s/l., 100 Luz (introdução).

29.9 A antropologia urbana e sua «sub-reflexão» (Graça Índias Cordeiro). Olhares sobre a cidade e etnografias urbanas. Bairros e ruas. Associações e marchas populares. O espaço da cidade. A janela, a casa e a rua: apropriações e formas de utilização. A praça e o largo. O bairro como lugar de identidade e o espaço administrativo da freguesia. Bairros e «urbanizações». O «bairro mínimo», a identidade, a fusão e a circulação de culturas.

CORDEIRO, Graça I. et al., coord. (2003) Etnografias Urbanas, Oeiras, Celta (introdução).

1.106.108.10

Expressões da cultura urbana: marchas, festas, fado e hip-hop. As festas na cidade de Lisboa como terreno de análise de processos de idealização, mitificação e construção ideológica. Mecanismos sociais e conteúdos culturais da produção de identidades urbanas. Sociabilidades urbanas e a edificação de festas: as marchas dentro das festas da cidade de Lisboa. As colectividades de bairro, a estruturação e a afirmação dos grupos sociais locais; sua capacidade

BRITO, J. Pais de, coord. (1994) Fado: Vozes e Sombras, Lisboa, Museu Nacional de Etnologia (introdução).CORDEIRO, Graça I. (1997) Um lugar na cidade – Quotidiano, memória e representação no bairro da Bica, Lisboa, D. Quixote (introdução).COSTA, António Firmino; GUERREIRO, Maria das Dores (1984)

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negocial com o poder autárquico. A colectividade, a organização da marcha e o arraial. Festas da cidade e encontro de universos sociais segmentados. Fado: entre a taberna e a casa de fados. Processo de constituição desta forma de expressão de cultura popular urbana. Momentos e locais de junção de classes. Sociabilidades urbanas. O fadista: condição subalterna e marginal, transgressão, valores e ordem estabelecida. Processo de profissionalização e censura política na conjuntura estado-novista.Apresentação do filme de Sílvia Firmino Gosto de ti como és (2005, 58’)

O Trágico e o contraste – o fado no bairro de Alfama, Lisboa, Publicações D. Quixote.CASTEL’BRANCO, Rita et al. (1998) “Arquitectura das Marchas Populares: a figura do ensaiador”, Arquivos da memória, nº4:67-80

10.10

Aula Extra: Visita ao Museu do Fado, às 15 horas. Passeio pelo bairro de Alfama.

10.10

Sessão extra e facultativa: UCI cinemas, Alentejo, Alentejo, de Sérgio Tréfaut, com a presença do realizador

13.1015.10

Fontes para o estudo da família em Portugal: os censos, as genealogias, as escrituras e documentos notariais, a literatura, os livros de contas e cadernos privados, as listas das Misericórdias, os recenseamentos militares. Os registos paroquiais de baptismo, casamento e óbito, a desobriga e as dispensas de parentesco. Materiais orais: os relatos de vida e de família. Necessidade de crítica das fontes. Os métodos e os tipos de abordagem. Família e grupo doméstico: o contributo do grupo de Cambridge. O triplo critério de definição de um agregado doméstico: a co-residência, a funcionalidade e o parentesco. Famílias nucleares, alargadas e múltiplas e sua distribuição espacial e temporal em Portugal. Associação das formas famíliares aos recursos e às estratégias dos grupos sociais. As formas da herança: divisa, indivisa, herdeiro favorecido; o "terço" e a "legítima"; intervivos e mortis causa; via feminina e masculina; direitos retidos pela geração mais velha; como se reparte a faceira e o pousio. Como decorrem as partilhas: por boca, por sortes, por escritura, na justiça (Brian O'Neill, 1983). Diferenciação regional da família na Península Ibérica. A família complexa do norte. As formas complexas e sua adequação à protoindustrialização. Jorge Dias e o contraste norte-sul: a família extensa associada ao comunitarismo e as formas nucleares do sul. O compadrio e o estreitamento dos laços entre as classes no sul. As regras de parentesco em Portugal segundo Colette Callier-Boisvert: a residência, a filiação, os direitos de sucessão, o casamento, as relações no seio da família. Dinâmicas internas do grupo doméstico (Brian O'Neill): ciclos de desenvolvimento da família em grupos sociais diferenciados; estratégias múltiplas de composição familiar e manutenção do património; a família troncal e os grupos sociais mais elevados; a ilegitimidade e o grupo dos jornaleiros; Pina Cabral e os ciclos da família complexa no Alto Minho; Caroline Bretell e a fecundidade em Santa Eulália, no Alto Minho; Karin Wall e as famílias do Baixo Minho: casa, família e terra e suas relações na actualidade: de job makers a job takers. Edificações sobre a família: a visão do mundo camponesa e sua influência na demografia (sazonalidade dos casamentos, natalidade, endogamia, campanilismo). A casa, o protótipo de subsistência (Pina Cabral, 1989) e o princípio de segurança prioritário: formas estratégicas positivas e negativas e grupos sociais.

BRETTELL, Caroline (1991) Homens que partem, mulheres que esperam, Lisboa, D. Quixote.CALLIER-BOISVERT, Colette (1968) “Remarques sur le Système de Parenté et sur la Famille au Portugal”, L’Homme, tomo VIII, nº 2, Abril/Junho, pp. 87-103.CABRAL, J. de Pina (1989) Filhos de Adão, Filhas de Eva, Lisboa, D. Quixote.CUTILEIRO, José (1977) Ricos e Pobres no Alentejo, Lisboa, Sá da Costa.GODINHO, Paula (2006) O leito e as Margens – Estratégias familiares de renovação e situações liminares em seis aldeias do Alto Trás-os-Montes raiano (1880-1987), Lisboa, Colibri (conclusão e posfácio).LIMA, Antónia P. (2004) “Homens de negócios e gestoras familiares: complementaridades e assimetrias de género numa elite de Lisboa”, in Anne Cova et al. Org. Desafios da Comparação, Oeiras, Celta:291-311.O’NEILL, Brian (1984)]2012] Proprietários, lavradores e jornaleiras numa aldeia transmontana, Lisboa, D. Quixote.WALL, Karin (1998) Famílias no Campo – Passado e presente em duas Freguesias do Baixo Minho, Lisboa, D. Quixote.WALL, Karin, org. (2005) Famílias em Portugal, Lisboa, ICS.

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Do nível da casa ao nível da aldeia: dois planos analíticos em Rio de Onor revisitado por Joaquim Pais de Brito. Conceito de vizinhança (lato e estrito). Os vizinhos de porta, os vizinhos de longe e os vizinhos de leira. Mecanismos de garantia de equidade entre as unidades domésticas: as «rodas», os leilões e os sorteios. Ambiguidade das relações de vizinhança: o objectivo de consolidar e expandir cada casa choca com idêntico objectivo das outras unidades domésticas. Circulação do trabalho inter-casas: do ideal da auto-suficiência à realidade da interdependência. Apadrinhamento e compadrio. A honra, a vergonha e os mecanismo de controlo social; sua associação à riqueza, ao prestígio e ao sexo. Relações de patrocinato e trocas diádicas desniveladas. A aldeia como unidade geográfica social e cultural com limites definidos, lugar da sociabilidade. Modelo quadripartido dos espaços numa aldeia transmontana (Brian O'Neill): o exterior, o comunal, o colectivo e o doméstico. A paroquialidade como unidade de acção. A comunidade e o interconhecimento. A vizinhança e a interdependência: a ambiguidade relacional. O complexo da modéstia-inveja. Amizade, vizinhança e laços comunitários: a rede social como herança e construção dos indivíduos. A amizade como suporte material e emocional extra-familiar. Desestruturações e reestruturações dos espaços de vizinhança: os processos migratórios e as migrações pendulares. O conceito de vizinho no sul e a omnipresença das classes sociais: a vizinhança e a identidade de status. Avaliação de reputação inter pares. Transacções sociais e manipulação. Ligação entre a família e a empresa (Antónia Pedroso Lima)

20.1022.10

Questões de género: os homens e as mulheres, o norte e o sul, o litoral e o Alentejo interior pela mão de Miguel Vale de Almeida e Sally Cole.Senhores de si, de Miguel Vale de Almeida. Questões de teoria e método. Identidade, lugar social e género. A reprodução do modelo hegemónico da masculinidade: processos e relações sociais. O modelo central de masculinidade e o controlo social. Um contexto: Pardais, Alto Alentejo. Incorporação das construções do género. Excursões nocturnas e sexualidade predatória. O café como casa dos homens. O corpo e a aprendizagem do género. Mulheres da Praia, de Sally Cole. As mulheres pescadeiras de Vila Chã. Questões de teoria e métodos: a antropologia mediterranista e a visão masculina. O código de honra e vergonha como invenção masculina. Pescadores e agricultores: herança e estratificação social. Emigração selectiva. Construção da identidade positiva dos pescadores. Matrifocalidade e matricentrismo nas casas de pescadores. Manipulação das categorias de género e maximização da autonomia feminina. Novas situações. A emergência da inveja. Alteração do ideal de «mulher trabalhadeira» e domesticidade feminina. Mulheres e mão-de-obra barata. Perda do poder de decisão feminino.Questões de género: os homens e as mulheres, o norte e o sul, o litoral e o Alentejo interior pela mão de Miguel Vale de Almeida e Sally Cole.Senhores de si, de Miguel Vale de Almeida. Questões de teoria e método. Identidade, lugar social e género. A reprodução do modelo hegemónico da masculinidade: processos e relações sociais. O modelo central de masculinidade e o controlo social. Um

ALMEIDA, Miguel V. (1995) Senhores de si – Uma Interpretação Antropológica da masculinidade, Lisboa, Fim de Século introdução).COLE, Sally (1994) Mulheres da Praia – o trabalho e a vida numa comunidade costeira, Lisboa, Publicações D. Quixote (cap. 7).

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contexto: Pardais, Alto Alentejo. Incorporação das construções do género. Excursões nocturnas e sexualidade predatória. O café como casa dos homens. O corpo e a aprendizagem do género. Mulheres da Praia, de Sally Cole. As mulheres pescadeiras de Vila Chã. Questões de teoria e métodos: a antropologia mediterranista e a visão masculina. O código de honra e vergonha como invenção masculina. Pescadores e agricultores: herança e estratificação social. Emigração selectiva. Construção da identidade positiva dos pescadores. Matrifocalidade e matricentrismo nas casas de pescadores. Manipulação das categorias de género e maximização da autonomia feminina. Novas situações. A emergência da inveja. Alteração do ideal de «mulher trabalhadeira» e domesticidade feminina. Mulheres e mão-de-obra barata. Perda do poder de decisão feminino.

27.10

Comunidade e comunitarismo: relação conceptual e emergência das problemáticas. A herança histórica dos estudos sobre comunidades. Robert Redfield e a “pequena comunidade”; reabordagem de Jorge Dias. Elementos de coesão e de conflito dentro de uma comunidade. Aproximações aos estudos de comunidade. Teoria e método nos estudos de comunidade e sua ligação indelével. Linhas de crítica dos estudos de comunidade. Herança dos estudos sobre comunitarismo em Portugal. A “alma da nação” buscada pelos românticos e a desatenção em relação ao comunitarismo. Campesinato e tradição. Jorge Dias e a organização comunitária em Vilarinho da Furna e Rio de Onor. Brian O’Neill e a negação do igualitarismo. A propriedade e as suas formas: o privado, o colectivo e o comunal. Distinção entre propriedade e posse. A propriedade comum e a propriedade privada. Direitos comuns sobre a propriedade privada: o compáscuo e o rebusco. Baldios e propriedade comunitária; associação a uma economia agro-pastoril. Os bens comunitários: as terras, os animais de cobrição e os rebanhos colectivos. Os instrumentos de produção comunitários. As águas de rega. Os bens colectivos e sua dependência em relação ao que cada um possui. As vezeiras. As formas do comunitarismo: trabalhos colectivos, gratuitos e recíprocos e formas retributivas. Rio de Onor revisitado por Joaquim Pais de Brito. Da obra de Jorge Dias à reabordagem recente do terreno. Biografia excessiva e «efeito Rio de Onor». Princípios de rotatividade e seu carácter estrutural e estruturante. O leilão e o sorteio com princípios de equidade. A dimensão histórica e o território antropológico. Ruralidades a sul e classes sociais.

Processos de desruralização e estratégias alternativas.

BRITO, J. Pais de (1996) Retrato de aldeia com espelho – Ensaio sobre Rio de Onor, Lisboa, D. Quixote (introdução e conclusão).CUTILEIRO, José (1977) Ricos e Pobres no Alentejo, Lisboa, Sá da Costa.DIAS, António Jorge (1948)Vilarinho da Furna, uma aldeia comunitária, Porto, IAC.

(1953) Rio de Onor, comunitarismo agro-pastoril, Porto, IAC.O'NEILL, Brian Juan (1984)]2012] Proprietários, lavradores e jornaleiras, Lisboa, D. Quixote (introdução).PORTELA, José (1986) Trabalho cooperativo em duas aldeias de Trás-os-Montes, Porto, Afrontamento.

29.10

Mini-teste

3.115.11

Leitura das transformações sociais no caso português: panorâmica e retratos localizados. A globalização como interacção entre a presença e ausência. O Voo do Arado e o território como questão autónoma. Apagamento da diversidade regional de respostas. Alteração dos contornos da sociedade rural e intercâmbio com os centros urbanos. As instâncias decisórias transnacionais e o reequacionar do problema da terra e da sua fruição.

BRITO, J. Pais de et al., coord. (1996b) O Voo do Arado, Lisboa, Museu Nacional de Etnologia/IPM/MC (texto de Fernando Oliveira Baptista, “Declínio de um tempo longo”).GODINHO, Paula et al., coord. (2004) Mundo Rural – Transformações e Resistência na

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Novos saberes técnicos e o mitigar do risco: reelaboração das categorias de pensamento e novas incorporações. O espaço rural e seu delineamento a partir do urbano. Práticas da ruralidade e memórias citadinas: fusão e ampliação dos saberes do passado com um olhar actual. Traços culturais da mudança rural a festa e a emergência de novas ordens rituais. Transformações da memória local e sua leitura através de unidades significativas: o café, a herdade, a quinta, o cemitério. Turismo e resgate do amor-próprio local. Incompatibilidade entre agricultura e indústrias de lazer. A ilusão da recuperação dos «mundos perdidos». Transformações sociais em Portugal: retratos localizados da mudança. A organização interna das comunidades e as respostas às novas situações. Abordagem de casos. A produção de leite, de fruta e de gado e sua adequação às novas situações. Novas estratégias e relação das comunidades locais com o espaço mais vasto. Sucessão assistida e relação com a terra: valorização patrimonial, desvalorização produtiva e retaguarda de segurança. Mudança acelerada: o «progresso» e o «desenvolvimento». Paroquialização e reinvestimento urbano das marcas da ruralidade. Reforma Agrária e seu obscurecimento.

Península Ibérica, Lisboa, Colibri.

10.1112.11

O tempo festivo: contagem, regulação e atitudes face ao passado, ao presente, e ao futuro. A descontextualização do tempo festivo e a folclorização. Periodicidade festiva. Ciclos de Carnaval/Quaresma, Páscoa e Maio, S. João., Outono e Doze Dias. Sobreposições e ajustamentos de calendário e ciclos festivos; relação entre o rural, o urbano e as novas ciclicidades. O tempo de lazer e o turismo associados às festas. Festa a religiosidade. O sagrado: tremendo, misterioso, fascinante. Sagrado de quotidiano e sagrado de festa. A religiosidade «popular». As cerimónias patronais de Verão e a romaria. Ernesto Veiga de Oliveira, Pierre Sanchis e a abordagem das romarias. A promessa e a economia de troca com o divino. Missa e procissão. A «noitada»: do arraial à procissão das velas. O Anticlericalismo em Portugal: anticlericalismo erudito e anticlericalismo dos devotos. O padre da aldeia e a sua ambiguidade. Festas urbanas: as marchas na cidade de Lisboa. Apresentação de um filme de Catarina Alves Costa.

BRITO, J. Pais de, org. (1991) Enciclopédia Temática Portugal Moderno, Lisboa, Pomo EdiçõesLEAL, João (1994) As Festas do Espírito Santo nos Açores, Lisboa, Publicações D. Quixote.OLIVEIRA, Ernesto Veiga de (1983) Festividades cíclicas em Portugal, Lisboa, D. Quixote.SANCHIS, Pierre (1983) Arraial, festa de um povo, Lisboa, D. Quixote.http://invernocommascaras.ielt.org/

17.11

Conferência de Pedro Gabriel Silva

19.11

Conferência de João Baía

24.1126.111.12

Festa e transgressão: as festas de rapazes em Trás-os-Montes. Paradoxo actual: menos rapazes no quotidiano e mais rapazes na festa. Caracterização contextual. Sequência cerimonial. Construção do género masculino no contexto transmontano: uma visão processual. Agentes sociais da mudança. Ciclo festivo local e raio cerimonial. Mordomia e reprodução festiva. O texto da festa num contexto em mudança. A festa na era da reprodutibilidade técnica. Apresentação de um filme de Catarina Alves Costa e Catarina Mourão, e outro de Pierre Primetens.

PEREIRA, Benjamim, coord. (2006) Rituais de Inverno com máscaras, Bragança, Museu Abade de Baçal (texto de apresentação).GODINHO, Paula (2010) Festas de Inverno no Nordeste de Portugal - Património, mercantilização e aporias da “cultura popular”, Castro Verde, 100 Luz (introdução e conclusão).http://invernocommascaras.ielt.org/

3.12 Frequência

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10.12

Conferência de João Carlos Louçã

15.12

Entre o liminar e o liminóide: performances. GODINHO, P. coord (2014) Antropologia e Performance, Castro Verde, 100 Luz (texto introdutório) .

17.12

Entrega de trabalhos