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Amadop r o d u ç ã o :
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R e a l i z a ç ã o :
Centro Cultural FIeSP - ruth CardoSo | teatro do SeSI-SP - av. Paulista, 1313 | http://www.sesisp.org.br/cultura | http://twitter.com.br/sesisp_cultural
Uma homenagem ao centenário do escritor Jorge Amado
Roteiro e direção: Rosane Almeida Texto: Marcelino Freire com colaboração de Luan Maitan e elenco
Amado é aquele que leva e traz.
Amado é quem vê.
Amado é o canto, é o lugar.
Amado é o braço que abraça, bate, protege e contesta.
Amada é a confusão que organiza, a injustiça que empurra, a fome
que desperta, o medo que fortalece.
Amada é a nossa língua portuguesa quando diz o diferente,
acrescenta na mistura e põe beleza à mesa.
Amado é aquele que rima, troca, passa, trova e deixa partir.
Amado é o mestiço, o índio, o branco, o negro, em seus inteiros.
Amada é a delicadeza do homem e da mulher
quando se encontram no olhar.
Amado também é ele, florido.
De chinelos, ao vento. Um sonhador. Inspirador.
Homem do seu tempo. Profundamente revelador.
Amado com fervor aquele que nos abre o coração e reparte
com toda a gente o que viveu.
Aquele que deu luz a muitas vidas.
Amou e foi Amado de verdade. São Jorge de Todos os Santos.
Amado Jorge Amado. Ao grande poeta. Nosso muito obrigado.
Rosane Almeida
Temporada de 21 de agosto a 02 de dezembro de 2012
Quintas e sextas, às 11hSábados, domingos e feriados, às 16h
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Paulo Skaf, presidente
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Quem no mundo não quer viver de amar?
Quem na vida não sonha com o amor?
Todos nós carregamos suas marcas
tenham elas mais risos ou mais dor.
Há quem diga do amor: é salvação!
Outros dizem: tristeza, solidão!
Um deseja, outro foge desta fome,
todos somos amados algum dia.
Mas no reino encantado da Bahia
há quem já seja Amado desde o nome.
Jorge amável, amante, amigo, amado,
deus de contos, baiano brasileiro,
teu reinado de letras encantado
está marcado em teu nome de guerreiro,
de devoto, de santo, de templário;
e entre os louros que tem teu centenário,
um nos toca mais firme, mais profundo:
tu amando inventaste mil figuras
e moldaste diversas criaturas
pra espalhar mais amor em nosso mundo.
Antônio Marinho
54Amado
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Amado é o Jorge
Para criar sua vasta obra, Jorge Amado inspirou-se em pessoas reais, que via perambulando pelas ruas, subindo e
descendo as ladeiras de Salvador. A baiana, o pescador, o bêbado, o capoeirista, o entalhador, o malandro ganharam
nome e sobrenome em sua literatura. Os costumes, os linguajares e as tradições dos tipos populares do Brasil
foram a matéria-prima para o trabalho de Jorge Amado, que faleceu aos 89 anos, em 2001, e em agosto de 2012
completaria 100 anos de vida.
Dificilmente existe um brasileiro que não tenha se envolvido com as tramas do escritor. Seja por meio de um de seus
nada mais que 45 livros publicados, ou pelas versões de suas obras, adaptadas para teatro, cinema, novelas e até para
enredos de escola de samba. O baiano deixou não só um tesouro para o país, como levou o seu Brasil mestiço e festivo
para muito além de além-mar: seus livros foram publicados em mais de 50 países.
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Amado é o encontro
O Instituto Brincante, desde o seu nascimento, tem se caracterizado por ser um local de estudo, difusão e reinterpretação
da cultura popular brasileira. Inúmeras manifestações de sua generosa linha de tempo cultural vêm subsidiando jovens
artistas em seus trabalhos de música, dança e teatro.
Montar um espetáculo a partir da obra e figura de Jorge Amado vem como que coroar e presentear o Brincante pelos seus
20 anos de atividades. Assim, na montagem, dirigida por Rosane Almeida, procurou-se estreitar o universo de afinidades
entre a obra de Jorge Amado e a cultura do povo brasileiro. Tal afinidade se reflete na diversidade de linguagens artísticas,
personagens e procedimentos utilizados na montagem. Sabemos que a obra do grande baiano abarca, sobretudo, a
enorme galeria de tipos e figuras pertencente ao multifacetado extrato sócio-cultural popular brasileiro, o qual também
edificou um exuberante imaginário cultural constituído de cantos, danças, entremeios circenses, procedimentos teatrais
etc. É na procura de reafirmação desse casamento que o espetáculo Amado se insere.
Assim é que, por exemplo, o candomblé e o Carnaval, que muitas vezes ambientam passagens na obra de Jorge Amado,
funcionam como importantes laboratórios de gesto para o Instituto Brincante. Já pais e mães de santo, que aparecem
como personagens na obra do escritor, são figuras estudadas no instituto. O Reisado, que entra na obra dele como festa
promovida pelas irmãs Quinquina e Florzinha, consiste em manifestação popular de origem profano-religiosa pesquisada a
fundo no Instituto Brincante.
Aspectos da cultura popular brasileira que Jorge Amado transformou em prosa, personagem, história e romance, são
estudados no Instituto Brincante em verso, em rima, em repente, em passo, em música. E é justamente essa escola - que
compartilha com Jorge Amado a paixão por um mesmo segmento da sociedade - que se volta para a obra do autor para
celebrar seu centenário. E, para isso, se apropria de seus enredos e suas personagens, dando-lhes carne e osso, dança
e voz. Para o Instituto Brincante, o espetáculo Amado, como o nome mesmo sugere, nada mais é que uma declaração de
amor pelas mesmas paixões de Jorge Amado!
Para ambos, a valorização do que é popular, a valorização da arte e da cultura são verdadeiros meios de formação e de libertação
para as pessoas. Nesse sentido, o escritor teve importância fundamental, pois, há cem anos, começava a falar de cultura popular
e, junto a outros escritores regionalistas do período modernista, usou sua arte para quebrar o preconceito da época em relação ao
assunto. Dizia, assim como o poeta Castro Alves, que “igual ao rifle, à metralhadora e ao punhal, a poesia é também arma do povo”.
1312
Amado é o espetáculo
Como fazer uma obra tão vasta subir ao palco? Como traduzir esse encontro com Jorge Amado abarcando as expressões
artísticas de uma escola que, assim como ocorre nas tradições populares, agrega diversas linguagens? A inspiração foi
justamente o modelo com que o autor construía suas narrativas: ao longo de seus livros, Jorge Amado abria janelas para uma
série de situações, personagens, tensões, e só mais à frente da história elegia um drama maior para desenvolver e resolver.
Essa estrutura narrativa composta por um mosaico de “causos” remete ao mosaico que é o próprio Brasil, a sua diversidade
de cores e traços. A obra do escritor foi fundamental para criar uma compreensão positiva da mestiçagem no país.
Com base nesse formato narrativo, foi criado um espetáculo também mestiço. A ampla formação em cultura popular
que os nove Brincantes do elenco têm em sua bagagem propiciou que pudessem contribuir tanto na elaboração do texto
como na criação das cenas. Isso se traduz em canto, dança, atuação e música levados ao palco para partilhar com o
público o circo, a comédia, o drama e a tragédia, em seus variados sotaques e trejeitos.
Essa estrutura, que mais parece uma colcha de retalhos se relaciona não só com o formato, mas também com o
conteúdo do espetáculo. Tanto é que, para construí-lo, Rosane Almeida se baseou em diversos livros: Gabrilela cravo e
canela, Capitães da areia, Tenda dos milagres, Tocaia grande, Terras do sem fim, Quincas Berro d`Água, Dona Flor e seus
dois maridos, Jubiabá e Os velhos marinheiros ou O capitão de longo-curso. Esta última foi escolhida para ser a principal
trama desenvolvida pela peça. Mas o espectador não encontrará reproduções de cenas, mas, sim, recriações, em que
personagens e passagens aparecem em novos contextos.
O que alinhava essa profusão de histórias é nada menos que o amor, ou a paixão, ou como se queira chamar esses impulsos
incontroláveis que movem o ser humano, tão bem retratados pela obra do escritor. O fato é que esse amor, que costura a tal
colcha de retalhos, pode ser tanto o amor de um homem por uma mulher como o amor pela briga, pela confusão, pela cachaça
e até pela vontade de virar lobisomem. Eis mais uma razão pela qual o espetáculo não poderia deixar de se chamar Amado!
Para fazer esse plano mirabolante se tornar realidade em vez de voar pelos ares de uma tempestade de vento, os
Brincantes resolveram seguir apenas um norte: a previsão astuciosa de Vasco Moscoso Aragão, o capitão de longo-curso,
que existe na literatura para provar a todos que tudo aquilo que amamos se torna verdadeiro.
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Em seus vinte anos de trajetória, o Instituto Brincante consolidou-se como um espaço de conhecimento, assimilação e
recriação das inúmeras manifestações populares do país, que celebra a riqueza da cultura brasileira e a importância da sua
diversidade. Tem como foco a pesquisa e a reelaboração dessa cultura. Novos valores, novas maneiras de construir saberes
e proporcionar ao indivíduo outro modo de pensar as relações na sociedade contemporânea. Para disseminar a cultura
brasileira, o Instituto tem alguns focos de atuação:
>> Espaço cultural – oferece palestras, espetáculos, encontros com artistas etc;
>> Projetos sociais – cursos e atividades para jovens de baixa renda, professores da rede pública de ensino,
instituições atuantes em projetos socioeducativos e culturais e empresas comprometidas com a responsabilidade
social e o protagonismo;
>> Cursos livres – para o público em geral, são oferceidos os cursos de Danças Brasileiras, Percussão Brasileira, Dança &
Percussão, Dança Afro-Brasileira, Brincantinho (para crianças de 3 a 6 anos) e A Arte do Brincante para Educadores;
>> Brincante itinerante – atividades para empresas e escolas
1918
Ficha técnica
Direção e roteiro: Rosane Almeida
Texto: Marcelino Freire em colaboração
com Luan Maitan e elenco
Assistente de direção: Antônio Meira
Direção Musical: Leonardo Gorosito
Consultoria artística: Antonio Nóbrega
Elenco:
- Alencar Martins
- Antônio Meira
- Carla Passos
- Cristiano Meireles
- Fláira Ferro
- Flora Popovic
- Leonardo Gorosito
- Rosane Almeida
- Saulo Bortoloso
Projeto de luz e cenografia: Marisa Bentivegna
Figurinos: Tereza Monteiro
Preparação de atores: Alício Amaral e Juliana Pardo
Aulas de dança: Rosane Almeida, Michelle Rodrigues
e Fláira Ferro
Aulas de música: Saulo Bortoloso, Leonardo Gorosito
e Alencar Martins
Aulas de circo: Rosane Almeida
Assistente de cenografia: Ayelén Gastaldi
e Júlia da Luz Saldanha
Assistente de iluminação: Jean Marcel Silva
Assistente de figurino e adereços: Nayara Manhaez
Costureira: Benê
Produção de ensaio: Instituto Brincante
Administração: Vera Abib
Comunicação: Marina Prathes
Projeto gráfico e ilustrações: Érica de Carvalho
Criação de texto: Camila Prado
Revisão: Fabiana Medina
Fotos: Sílvia Machado
Produção geral: Silas Redondo
Produção executiva: Fernanda Assis
Realização: SESI-SP
Trilha Sonora:
Som de Assombração: letra e música de Alencar Martins
O Circo: Leonardo Gorosito
Briga de Pandeiro: Leonardo Gorosito
A Flor: letra e música de Alencar Martins
Amado (repente): letra de Antônio Marinho e música de
Leonardo Gorosito
Lume de Boaideiro: letra e música de Saulo Bortoloso
Chico Pacheco: letra e música de Alencar Martins
Quinto Império: letra de Wilson Freire e música
de Antonio Nóbrega
Temas Populares
Balança Eu
Tema de Oxóssi
Tema de Iansã
Ficha técnica SESI
Presidente: Paulo Skaf
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