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PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
2
Índice
1 Introdução ................................................................................................................ 4
2 Caracterização da Área de Reabilitação Urbana (ARU) ............................................ 5
2.1 Caracterização da ARU ....................................................................................... 5
2.1.1 Localização .................................................................................................. 5
2.1.2 Enquadramento histórico ........................................................................... 7
2.1.3 Enquadramento demográfico .................................................................... 7
2.2 Enquadramento legislativo ................................................................................ 8
2.3 Metodologia ..................................................................................................... 11
3 Levantamento e diagnóstico da situação atual ...................................................... 12
3.1 Rua 1 – Rua Nossa Senhora da Conceição ....................................................... 12
3.2 Rua 2 – Rua São João de Deus ......................................................................... 14
3.3 Rua 3 – Rua Leite de Vasconcelos .................................................................... 16
3.4 Rua 4 – Rua Jerónimo Vasques ........................................................................ 18
3.5 Rua 5 – Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia ............................................ 20
3.6 Rua 6 – Rua Higino de Sousa e Rua de Noudar................................................ 22
3.7 Rua 7 – Rua de Timor ....................................................................................... 25
3.8 Rua 8 – Rua do Cerro ....................................................................................... 28
3.9 Rua 9 – Rua de Santo António ......................................................................... 30
3.10 Rua 10 – Rua de Moçambique ..................................................................... 33
3.11 Jardim do Miradouro .................................................................................... 35
3.12 Envolvente do Cine Teatro ........................................................................... 36
3.13 Conclusões .................................................................................................... 37
3.14 Análise SWOT ............................................................................................... 38
4 Estratégia de reabilitação urbana .......................................................................... 44
4.1 Opções estratégicas ......................................................................................... 44
4.2 Definir prioridades ........................................................................................... 46
4.3 Programa da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) ................................... 48
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
3
4.3.1 Requalificação dos Arruamentos .............................................................. 48
4.3.2 Requalificação do Jardim do Miradouro .................................................. 49
4.3.3 Requalificação da Envolvente do Cine Teatro .......................................... 49
4.3.4 Reabilitação do Conjunto Edificado ......................................................... 49
4.3.5 Prazo de execução da Operação de Reabilitação Urbana Sistemática .... 50
4.4 Modelo de Gestão e Execução da ORU ........................................................... 50
4.5 Quadro de Apoios e Incentivos ........................................................................ 51
4.5.1 Incentivos Fiscais ...................................................................................... 51
4.5.2 Aplicação dos Benefícios Fiscais ............................................................... 54
4.5.3 Outros Incentivos ..................................................................................... 58
4.5.4 Majoração para prédios urbanos degradados ......................................... 58
4.6 Programa de Investimento Público ................................................................. 58
4.7 Programa de Financiamento ............................................................................ 59
4.8 Prazo de Execução ........................................................................................... 61
4.9 Entidade Gestora ............................................................................................. 61
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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1 Introdução
A reabilitação urbana apresenta-se atualmente como uma prioridade nacional, e uma
oportunidade de intervenção ativa para a revitalização das cidades, vilas e aldeias, e
melhoria do desempenho energético-ambiental do meio edificado.
Os aglomerados urbanos têm assistindo à degradação progressiva das suas estruturas
urbanas, dos seus edifícios, dos seus espaços exteriores. Uma degradação decorrente
do envelhecimento próprio, da sobrecarga de usos, ou ainda do desajustamento dos
desenhos da sua organização a novos modos de vida. Por isso, torna-se imprescindível
o desenvolvimento de processos de reabilitação urbana integrada, racionalizando
recursos e evitando intervenções dispersas que possam revelar-se contraditórias.
A Vila de Barrancos possui artérias, largos, ruas, espaços verdes e equipamentos
públicos com elevado valor patrimonial, urbanístico e identitário, sendo que alguns se
encontram em mau estado de conservação e para os quais é necessária uma
intervenção integrada, que dê a Barrancos uma nova centralidade e que deverá
resultar no fortalecimento das funções urbanas da Vila de Barrancos que, enquanto
sede de concelho, deve organizar o território e concentrar em si as funções e os
recursos necessários à sua população e às populações dispersas em seu torno.
Para atingir este objectivo é necessário garantir a articulação ao nível das
acessibilidades dentro da malha urbana que possa efectivamente os vários
equipamentos existentes, potenciando desta forma o comércio local e as formas e
vivências da própria população, garantido assim uma melhor qualidade de vida.
No presente, já se estão a projetar importantes investimentos na vila e município de
Barrancos que pretendem contribuir para que esta vila se afirme como um espaço
único e privilegiado, não se restringindo apenas à área do concelho mas tendo como
objectivo o contexto regional e transfronteiriço decorrente de ser uma importante
porta de ligação de e para a Europa, e de forma mais imediata com as Comunidades
Autónomas da Extremadura e da Andaluzia espanholas, com as quais faz fronteira.
Neste sentido o Município aprovou a Delimitação da Área de Reabilitação de Barrancos
permitindo a disponibilização aos proprietários do acesso aos apoios e incentivos
fiscais e financeiros à reabilitação urbana. Com esta delimitação foram iniciados os
trabalhos de levantamento e caracterização da ARU de Barrancos, que serviram de
base para a elaboração do presente documento.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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2 Caracterização da Área de Reabilitação Urbana (ARU)
2.1 Caracterização da ARU
2.1.1 Localização
A Área de Reabilitação Urbana de Barrancos localiza-se na vila de Barrancos, único
aglomerado urbano do Concelho de Barrancos, sendo este um dos seis municípios de
Portugal constituídos por uma única freguesia.
O Concelho de Barrancos situa-se no Sudeste de Portugal Continental (NUTS I), na
Região do Alentejo (NUTS II), Sub-região do Baixo Alentejo (NUTS III), ocupando uma
área geográfica de 168.43 km2.
As suas fronteiras são delimitadas a Sul e Oeste pelo Município de Moura, a Norte pelo
Município de Mourão e pela província espanhola da Estremadura, a Este pela província
espanhola da Andaluzia.
Figura 1 – Enquadramento geográfico do Concelho de Barrancos.
A vila de Barrancos, dista 110 Kms da cidade de Beja e o mesmo de Évora e Badajoz.
Fica a 130 Kms de Mérida, a 150 Kms de Huelva e a 160 Kms de Sevilha, o que atesta
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
6
da sua centralidade no contexto regional e transfronteiriço. Lisboa fica a cerca de 250
Kms.
A povoação portuguesa mais próxima é Santo Aleixo da Restauração (Moura) a 21
Kms. Amaraleja e Safara estão a aproximadamente 26 Kms e Moura a 50 Kms.
Atravessando a fronteira, a povoação Espanhola mais próxima é Encinasola a 9 Kms.
Oliva de la Frontera a 29 Kms, Fregenal de la Sierra a 32 Kms e Zafra a 72 Kms, são
outras das localidades espanholas cuja relação com a população de Barrancos é mais
intensa, quer devido à proximidade geográfica quer decorrente das movimentações da
História.
A ARU de Barrancos consiste numa faixa transversal ao aglomerado urbano, a qual inclui, 10 arruamentos, 353 edifícios, 2 equipamentos e suas zonas adjacentes.
Figura 2 – Área de Reabilitação Urbana de Barrancos.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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2.1.2 Enquadramento histórico
Localizado junto à fronteira com Espanha e nos limites da espanhola Sierra Morena, o
território que hoje ocupa o concelho de Barrancos foi ocupado por diferentes
civilizações, desde o calcolítico, sendo ocupado depois pelos romanos, visigodos e
posteriormente conquistado aos Mouros em 1167, por Gonçalo Mendes da Maia, o
Lidador.
Após processo de conquista, D. Sancho I ordena o seu repovoamento em 1200. Por
essa época, a sede de concelho situava-se na Vila de Noudar (dentro da fortaleza do
Castelo do mesmo nome).
Em 1295 é concedido foral por D. Dinis à Vila de Noudar, altura em que seria
definitivamente incorporada no Reino de Portugal.
A vila de Noudar, permanece estável durante cerca de 500 anos após a concessão de
foral, no entanto, em 1825 inicia-se um lento processo de despovoamento devido à
perda da sua importância estratégica e militar o que permitiria a transição da sede de
município para a atual vila de Barrancos, assistindo-se ao desaparecimento gradual da
sua população.
Barrancos resulta então de uma transferência de população e poder municipal da
antiga vila Noudar, tendo cumprido um século de Restauração do Município de
Barrancos em 1998, fruto de uma Reforma Administrativa onde foi incorporado no
concelho de Moura de 1896 a 1898.
2.1.3 Enquadramento demográfico
Em 2011 residiam no Concelho de Barrancos 1834 pessoas, descendo esse valor, de
acordo com as estimativas do INE, para 1754 em 2014. Trata-se, portando, de um
Concelho em forte perda demográfica, processo que se tem verificado ao longo dos
anos.
Tabela 1 – População residente no Concelho de Barrancos (Fonte: INE e PORDATA).
Ano 2001 2011 20141
População residente 1924 1834 1754
Em Barrancos, a dinâmica específica dos mecanismos de crescimento demográfico tem
sido marcada pelo sentido e intensidade assumida pelos movimentos migratórios,
1 Estimativas Anuais da População Residente
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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aspeto que se tem refletido na composição etária do seu efetivo populacional e,
consequentemente, sobre a respetiva capacidade endógena de substituição
geracional. Assim, e observando as pirâmides etárias em 2001 e 2011 (Figura 3),
verifica-se que no primeiro caso nos deparamos com uma pirâmide invertida,
alimentada tanto por um processo de envelhecimento pelo topo, como por um
processo de envelhecimento pela base, situação que se agrava em 2011 com uma
redução da população.
Figura 3 – Pirâmides etárias dos anos 2001 e 2011 do concelho de Barrancos (Fonte: Censos, INE)
2.2 Enquadramento legislativo
A área de reabilitação de Barrancos (ARU de Barrancos) encontra-se abrangida por
vários instrumentos de planeamento e gestão territorial, bem como de gestão
urbanística.
A – Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo
O Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROTA), aprovado pela
Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2010, de 02 de agosto, é um instrumento
de planeamento e gestão territorial enquadrador dos objetivos que visam a
concretização de uma correta política de ordenamento e dos critérios de organização e
de utilização do território.
No âmbito do PROTA, foram definidas quatro opções estratégicas de base territorial
para o desenvolvimento regional, as quais se integram nas opções estratégicas do
Município de Barrancos.
As opções estratégicas vertidas no PROTA são:
a) Integração Territorial e Abertura ao Exterior;
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
9
b) Conservação e Valorização do Ambiente e do Património Natural;
c) Diversificação e Qualificação da Base Económica Regional;
d) Afirmação do Policentrismo e do Desenvolvimento Rural.
B – Plano Diretor Municipal
O Plano Diretor Municipal de Barrancos (PDMBA), publicado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 172/95, de 15 de dezembro, alterado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 7/2006, de 19 de janeiro e pelos avisos n.os 1627/2008, de
18 janeiro, 2163/2009, de 23 de janeiro e 25175/2010, de 3 de dezembro, é um
instrumento de natureza regulamentar que estabelece o regime do uso do solo e
apresenta orientações para a gestão e intervenção urbanística.
Conforme planta de ordenamento, a ARU de Barrancos insere-se nas seguintes classes
e categorias de espaço:
Espaço Urbano:
o Área consolidada;
o Área a preservar.
Na área abrangida pela ARU de Barrancos, existem, ainda, áreas ocupadas com
equipamentos.
C – Regime Jurídico da Reabilitação Urbana
O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), aprovado pelo Decreto-Lei n.º
307/2009, de 23 de outubro, alterado e republicado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de
agosto, e posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 09 de setembro,
está na base da delimitação da ARU de Barrancos e da aprovação da respetiva
Operação de Reabilitação Urbana (ORU).
Após aprovação da ORU, a gestão da área de reabilitação deverá ocorrer com base no
RJRU, no que diz respeito ao controlo prévio de operações urbanísticas, na medida em
que introduz especificidades relativamente ao Regime Jurídico da Urbanização e
Edificação.
D – Regime Excecional para a Reabilitação Urbana
O Regime Excecional para a Reabilitação Urbana (RERU), foi aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 53/2014, de 08 de abril e alterado pelo Decreto-Lei n.º 194/2015, de 14 de
setembro.
Estabelece um regime excecional e temporário aplicável à reabilitação de edifícios ou
de frações, cuja construção tenha sido concluída há pelo menos 30 anos ou localizados
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
10
em áreas de reabilitação urbana, sempre que se destinem a ser afetos total ou
predominantemente ao uso habitacional.
O RERU prevê a dispensa de observância de determinados requisitos resultantes dos
regimes jurídicos em vigor sobre acessibilidades, requisitos acústicos, eficiência
energética e qualidade térmica, instalações de gás e infraestruturas de
telecomunicações em edifícios.
E – Regime Jurídico da Urbanização e Edificação
O Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), aprovado pelo Decreto-Lei n.º
555/99, de 16 de dezembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de
09 de setembro, e posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 214-G/2015, de 02 de
outubro, estabelece os procedimentos aplicáveis ao controlo prévio de operações
urbanísticas.
Aos procedimentos de licenciamento e de comunicação prévia de operações
urbanísticas compreendidas nas ações de reabilitação de edifícios ou frações
localizados em área de reabilitação urbana aplica-se, em tudo quanto não seja
especialmente previsto no RJRU e RERU, o disposto no RJUE.
F – Outros Regulamentos Municipais
A ARU de Barrancos encontra-se ainda abrangida por outros regulamentos municipais,
nomeadamente:
Regulamento Municipal da Urbanização e Edificação (RMUE), aprovado pela
deliberação nº 24/AM/2008, de 15 de dezembro;
Normas de licenciamento de equipamentos exteriores, associados a captação
de energia ou sistemas de Ar Condicionado, aprovadas pela deliberação nº
78/CM/99, de 15 de Julho;
Regulamento de Taxas e Preços do Município de Barrancos, aprovado pela
deliberação n.º 03/AM/2010, de 29 de abril e alterado pela deliberação n.º
10/AM/2013, de 26 de junho; Tabela de Taxas do Município de Barrancos,
aprovada pela deliberação n.º 03/AM/2010, de 29 de abril, alterada pelas
deliberações n.os 10/AM/2013, de 26 de junho, e 24/AM/2015, de 03 de
dezembro; Tabela de Preços do Município de Barrancos, aprovada pela
deliberação n.º 03/AM/2010, de 29 de abril, alterada pelas deliberações n.os
10/AM/2013, de 26 de junho, 141/CM/2015, de 23 de dezembro, e
08/CM/2016, de 28 de janeiro.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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2.3 Metodologia
O trabalho desenvolvido dividiu-se em várias fases e consistiu na seguinte
metodologia:
Fase 1 – Delimitação da Área de Reabilitação Urbana
Iniciou-se o processo com a delimitação da Área de Reabilitação Urbana através da
informação existente em projetos anteriores. Esta ARU foi aprovada em Assembleia
Municipal, no dia 17 de dezembro de 2015, sendo publicado em Diário da República,
2.ª série – n.º8 – 13 de janeiro de 2016 através do Aviso n.º 346/2016.
Fase 2 – Levantamento de Campo
O levantamento do edificado e espaço público foi efetuado pela equipa da Unidade de
Obras e Serviços Urbanos do Município de Barrancos, caracterizando o conjunto
edificado, equipamentos e espaço adjacente e arruamentos.
Fase 3 – Diagnóstico e Tratamento de Dados
Posteriormente ao levantamento de campo desenvolveu-se uma fase exaustiva de
tratamento de dados, a caracterização da situação atual da ARU de Barrancos, por
forma a desenvolver um diagnóstico atualizado.
Fase 4 – Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Com a elaboração da caracterização e diagnóstico da situação atual da ARU de
Barrancos, passou-se ao desenvolvimento do presente programa estratégico, por
forma a aprovar a operação de reabilitação urbana sistemática, apresentando entre
outros aspetos, decorrentes do RJRU, as opções estratégicas de reabilitação e
revitalização da área, as prioridades e objetivos a atingir, quadros de apoio e incentivos
às ações de reabilitação.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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3 Levantamento e diagnóstico da situação atual
De seguida apresenta-se um levantamento e diagnóstico das 10 ruas e dos 2 equipamentos e suas zonas adjacentes da ARU de Barrancos. Esta caracterização foi realizada para o conjunto edificado existente em cada rua como o arruamento em si.
3.1 Rua 1 – Rua Nossa Senhora da Conceição
Edificado
A Rua Nossa Senhora da Conceição é constituída por 52 parcelas na sua generalidade
de forma retangular. Estas parcelas são caracterizadas por possuírem uma frente
estreita desenvolvendo-se em profundidade.
O edificado da Rua Nossa Senhora da Conceição varia entre o rés-do-chão e o 1º
andar, sendo mais frequente a existência de edifícios de rés-do-chão com uma
ocupação predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos) que
se impõem ao conjunto urbanístico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação bom. No entanto encontram-se edifícios em mau estado de
conservação ou em ruína devendo por isso proceder-se a uma reabilitação dos
mesmos (Figura 4).
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
13
Figura 4 – Estado de conservação do edificado da Rua Nossa Senhora da Conceição.
Do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o edificado, a
imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das patologias
detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Arruamento
A Rua Nossa Senhora da Conceição é uma rua empedrada e muito extensa. Esta rua
apresenta zonas muito estreitas não dispondo de passeios para a circulação de peões
por limitação de espaço e zonas largas onde já se verifica a existência de uma definição
de vias de circulação para peões, contudo estas não apresentam a pavimentação e
definição mais adequada (Figura 5).
Figura 5 – Alçado da parte mais larga da Rua Nossa Senhora da Conceição com via de circulação para peões.
54%29%
15%
2%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
14
Nas zonas de largura reduzida da rua existem problemas de circulação de automóveis
e peões e ainda de estacionamento.
Figura 6 – Alçado da parte mais estreita da Rua Nossa Senhora da Conceição.
Esta rua não possui infraestruturas para escoamento de águas pluviais causando
problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de caudais anormais de
pluviosidade, devido ao declive acentuado da mesma.
3.2 Rua 2 – Rua São João de Deus
Edificado
A Rua São João de Deus é constituída por 51 parcelas na sua generalidade de forma
retangular. Estas parcelas são caracterizadas por possuírem uma frente estreita
desenvolvendo-se em profundidade.
O edificado da Rua Soão de Deus varia entre o rés-do-chão e o 1º andar, sendo mais
frequente a existência de edifícios de 1º andar com uma ocupação
predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região (Figura 7). Para além destas características
existem fatores dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos
elétricos) que se impõem ao conjunto urbanístico.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
15
Figura 7 – Exemplo de um dos edifícios com fachada tradicional alentejana.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes num estado de
conservação bom ou razoável (Figura 8). Contudo do ponto de vista da perceção de
quem percorre as ruas, observando o edificado, a imagem que sobressai é uma
imagem pouco apelativa. A maioria das patologias detetadas deve-se à falta de
manutenção periódica dos rebocos e pinturas, assim com da aplicação de técnicas de
reboco não apropriadas.
Figura 8 – Estado de conservação do edificado da Rua São João de Deus.
Arruamento
A Rua São João de Deus é uma rua empedrada e estreita não dispondo de passeios
para a circulação de peões por limitação de espaço (Figura 9). A reduzida largura da
rua causa problemas de circulação de automóveis e peões e ainda de estacionamento.
Existem escadas a fazerem ligação entre ruas proporcionando situações perigosas para
63%
31%
6%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
16
o peão uma vez que, são bastante inclinadas e quase sempre acabam no limite com os
arruamentos com o qual estão interligadas. O empedrado da rua constitui também
uma situação de perigo uma vez que é antigo e irregular possibilitando a ocorrência de
quedas de peões.
Verifica-se também a inexistência de infraestruturas para escoamento de águas
pluviais, assim como de zonas de quebra para desaceleração das mesmas, causando
problemas de escoamento aquando a existência de caudais anormais de pluviosidade,
devido ao declive acentuado da rua.
Figura 9 – Alçado de parte da Rua São João de Deus.
3.3 Rua 3 – Rua Leite de Vasconcelos
Edificado
A Rua Leite de Vasconcelos é constituída por 30 parcelas na sua generalidade de forma
retangular.
O edificado da Rua Leite de Vasconcelos varia entre o rés-do-chão e o 1º andar, sendo
mais frequente a existência de edifícios de rés-do-chão com uma ocupação
predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos) que
se impõem ao conjunto urbanístico.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
17
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação razoável. No entanto encontram-se edifícios em mau estado de
conservação devendo por isso proceder-se a uma reabilitação dos mesmos (Figura 10).
Figura 10 – Estado de conservação do edificado da Rua Leite de Vasconcelos.
Do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o edificado, a
imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das patologias
detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Arruamento
A Rua Leite de Vasconcelos é uma rua empedrada e estreita não dispondo de passeios
para a circulação de peões por limitação de espaço. A reduzida largura da rua causa
problemas de circulação de automóveis e peões e ainda de estacionamento. O
empedrado da rua constitui uma situação de perigo uma vez que é antigo e irregular
possibilitando a ocorrência de quedas de peões.
43%
47%
10%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
18
Figura 11 – Alçado da Rua Leite de Vasconcelos.
Verifica-se também a inexistência de infraestruturas para escoamento de águas
pluviais causando problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de
caudais anormais de pluviosidade, devido ao declive acentuado da rua.
3.4 Rua 4 – Rua Jerónimo Vasques
Edificado
A Rua Jerónimo Vasques é constituída por 19 parcelas na sua generalidade de forma
retangular.
O edificado da Rua Jerónimo Vasques tem um valor modal que varia entre o rés-do-
chão e o 1º andar, sendo mais frequente a existência de edifícios de 1º andar com uma
ocupação predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco, com socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos) que
se impõem ao conjunto urbanístico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação bom. No entanto encontram-se edifícios em mau estado de
conservação ou em ruína devendo por isso proceder-se a uma reabilitação dos
mesmos (Figura 12).
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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Figura 12 – Estado de conservação do edificado da Rua Jerónimo Vasques.
Contudo do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o
edificado, a imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das
patologias detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Arruamento
A Rua Jerónimo Vasques é uma rua empedrada e estreita não dispondo de passeios
para a circulação de peões por limitação de espaço. A reduzida largura da rua causa
problemas de circulação de automóveis e peões e ainda de estacionamento (Figura
13).
Figura 13 – Alçado da Rua Jerónimo Vasques.
47%
37%
16%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
20
Existem escadas a fazerem ligação entre ruas proporcionando situações perigosas para
o peão uma vez que acabam no limite com os arruamentos com o qual estão
interligadas (Figura 14).
Figura 14 – Escadas na Rua Jerónimo Vasques.
O empedrado da rua constitui também uma situação de perigo uma vez que é antigo e
irregular possibilitando a ocorrência de quedas de peões.
Esta rua não possui infraestruturas para escoamento de águas pluviais causando
problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de caudais anormais de
pluviosidade, devido ao declive acentuado da mesma.
3.5 Rua 5 – Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia
Edificado
A Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia é constituída por 33 parcelas na sua
generalidade de forma retangular.
O edificado da Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia tem uma volumetria que varia
entre o rés-do-chão e o 1º andar, sendo mais frequente a existência de edifícios de 1º
andar com uma ocupação predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
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dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos) que
se impõem ao conjunto urbanístico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação bom (Figura 15). No entanto encontram-se edifícios em mau
estado de devendo por isso proceder-se a uma reabilitação dos mesmos.
Figura 15 – Estado de conservação do edificado da Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia.
Contudo do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o
edificado, a imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das
patologias detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Arruamento
A Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia é uma rua empedrada e estreita não
dispondo de passeios para a circulação de peões por limitação de espaço. A reduzida
largura da rua causa problemas de circulação de automóveis e peões e ainda de
estacionamento (Figura 16).
52%42%
6%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
22
Figura 16 – Alçado da zona mais estreita da Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia.
O empedrado da rua constitui também uma situação de perigo uma vez que é antigo e
irregular possibilitando a ocorrência de quedas de peões.
Esta rua não possui infraestruturas para escoamento de águas pluviais causando
problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de caudais anormais de
pluviosidade.
3.6 Rua 6 – Rua Higino de Sousa e Rua de Noudar
Edificado
A Rua Higino de Sousa é constituída por 27 parcelas e a Rua de Noudar por 28, tendo
estas uma forma geralmente retangular.
O edificado da Rua Higino de Sousa varia entre o rés-do-chão e o 1º andar, sendo mais
frequente a existência de edifícios de rés-do-chão com uma ocupação diversificada
sendo possível encontrar habitações, comércio, serviços e arrumos. Relativamente à
Rua de Noudar é mais frequente a existência de edifícios de 1º andar com uma
ocupação predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região (Figura 17). Para além destas características
existem fatores dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos
elétricos e ar condicionados) que se impõem ao conjunto urbanístico.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
23
Figura 17 - Exemplo de um dos edifícios com fachada tradicional alentejana com xisto típico da região.
Analisando o estado de conservação dos edifícios da Rua Higino de Sousa, considera-se
que, no cômputo geral, não se verifica uma situação preocupante encontrando-se
estes num estado de conservação bom ou razoável (Figura 18). Contudo do ponto de
vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o edificado, a imagem que
sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das patologias detetadas deve-se
à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Figura 18 - Estado de conservação do edificado da Rua Higino de Sousa.
37%
48%
15%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
24
Os edifícios da Rua de Noudar encontram-se maioritariamente em bom estado de
conservação contudo existem muitos edifícios em mau estado (Figura 19). Do ponto de
vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o edificado, a imagem que
sobressai é uma imagem pouco apelativa devido ao mau estado dos rebocos e pinturas
e à presença de um edifício devoluto e inacabado.
Figura 19 – Estado de conservação do edificado da Rua de Noudar.
Arruamento
A Rua Higino de Sousa e Rua de Noudar são ruas empedradas e estreita não dispondo
de passeios para a circulação de peões por limitação de espaço. A reduzida largura na
Rua Higino de Sousa impede a circulação de automóveis numa parte da rua e causa
problemas de circulação de automóveis e peões e ainda de estacionamento na
restante. A Rua de Noudar termina numa escada que faz a ligação a outra rua, sendo
esta uma barreira arquitetónica causadora de vários perigos tanto para circulação de
automóveis como de peões (Figura 20). O empedrado das ruas constitui também uma
situação de perigo uma vez que é antigo e irregular possibilitando a ocorrência de
quedas de peões.
57%18%
25%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
25
Figura 20 – Escadas na Rua de Noudar.
Verifica-se também a inexistência de infraestruturas para escoamento de águas
pluviais causando problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de
caudais anormais de pluviosidade (Figura 21).
Figura 21 – Alçado da Rua Higino de Sousa na zona onde esta é mais estreita.
3.7 Rua 7 – Rua de Timor
Edificado
A Rua de Timor é constituída por 23 parcelas na sua generalidade de forma retangular.
O edificado da Rua de Timor varia entre o rés-do-chão e o 1º andar, sendo mais
frequente a existência de edifícios de rés-do-chão com uma ocupação
predominantemente habitacional.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
26
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada com um pano de fachada
branco e socos e cantarias em xisto típico da região ou mosaico cerâmico (Figura 22).
Para além destas características existem fatores dissonantes sendo constituídos por
elementos de equipamento (cabos elétricos e ar condicionado) que se impõem ao
conjunto urbanístico.
Figura 22 – Edifício com socos e cantarias em mosaico cerâmico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação bom (Figura 23). Contudo do ponto de vista da perceção de
quem percorre as ruas, observando o edificado, identificam-se edifícios com uma
imagem pouco apelativa que se deve à falta de manutenção periódica dos rebocos e
pinturas.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
27
Figura 23 – Estado de conservação do edificado da Rua de Timor.
Arruamento
A Rua de Timor é uma rua empedrada não dispondo de passeios para a circulação de
peões (Figura 24). O empedrado da rua constitui uma situação de perigo uma vez que
é antigo e irregular possibilitando a ocorrência de quedas de peões.
Verifica-se também a inexistência de infraestruturas para escoamento de águas
pluviais causando problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de
caudais anormais de pluviosidade.
Figura 24 – Alçado da Rua de Timor.
82%
9%
9%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
28
3.8 Rua 8 – Rua do Cerro
A Rua do Cerro é constituída por 44 parcelas na sua generalidade de forma retangular.
Estas parcelas são caracterizadas por possuírem uma frente estreita desenvolvendo-se
em comprimento.
O edificado da Rua do Cerro varia entre o rés-do-chão e o 1º andar, sendo mais
frequente a existência de edifícios de rés-do-chão com uma ocupação
predominantemente habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos) que
se impõem ao conjunto urbanístico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação bom (Figura 25).
Figura 25 – Estado de conservação do edificado da Rua do Cerro.
79%
14%
7%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
29
Contudo do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o
edificado, a imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das
patologias detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas
(Figura 26).
Arruamento
A Rua do Cerro é uma rua empedrada e estreita não dispondo de passeios para a
circulação de peões por limitação de espaço. Parte desta rua é constituída por escadas
que fazem a ligação a outra rua, sendo esta uma barreira arquitetónica causadora de
vários perigos dada a sua extensão e o seu declive (Figura 27).
O empedrado da rua constitui também uma situação de perigo uma vez que é antigo,
irregular e com declive acentuado possibilitando a ocorrência de quedas de peões.
Figura 26 – Edifício em mau estado de conservação por falta de manutenção de reboco e pintura.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
30
Figura 27 – Término da Rua do Cerro numa escada.
Verifica-se também a inexistência de infraestruturas para escoamento de águas
pluviais causando problemas de escoamento das mesmas aquando a existência de
caudais anormais de pluviosidade, devido ao declive acentuado da rua.
3.9 Rua 9 – Rua de Santo António
Edificado
A Rua de Santo António é constituída por 14 parcelas na sua generalidade de forma
retangular.
O edificado da Rua Santo António varia entre o rés-do-chão e o 1º andar,
predominando a existência de edifícios de 1º andar com uma ocupação habitacional.
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco e socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos) que
se impõem ao conjunto urbanístico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação razoável (Figura 28). No entanto encontram-se edifícios em
mau estado de devendo por isso proceder-se a uma reabilitação dos mesmos.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
31
Figura 28 – Estado de conservação do edificado da Rua de Santo António.
Contudo do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o
edificado, a imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das
patologias detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Arruamento
A Rua de Santo António é uma rua empedrada e estreita não dispondo de passeios
para a circulação de peões por limitação de espaço. A reduzida largura da rua causa
problemas de circulação de automóveis e peões e ainda de estacionamento.
O empedrado da rua constitui uma situação de perigo uma vez que é antigo e irregular
possibilitando a ocorrência de quedas de peões. Outras situações de perigo são o
término de uma escada nesta rua (Figura 29) e o término de uma rampa (Figura 30).
36%
50%
14%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
32
Figura 29 – Término de escada na Rua de Santo António.
Figura 30 – Término de uma rampa na Rua de Santo António.
Verifica-se também a inexistência de infraestruturas para escoamento de águas
pluviais, assim como de zonas de quebra para desaceleração das mesmas, causando
problemas de escoamento aquando a existência de caudais anormais de pluviosidade,
devido ao declive acentuado da rua.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
33
3.10 Rua 10 – Rua de Moçambique
Edificado
A Rua de Moçambique é constituída por 32 parcelas na sua generalidade de forma
retangular.
O edificado da Rua de Moçambique tem um valor modal que varia entre o rés-do-chão
e o 1º andar, sendo mais frequente a existência de edifícios de rés-do-chão com uma
ocupação predominantemente habitacional. Existem também algumas frente que se
resumem a fachadas/muros sendo ocupados por quintais (Figura 31).
O edificado apresenta-se maioritariamente com a fachada tradicional alentejana que
se caracteriza por possuir pano de fachada branco, com socos e cantarias pintadas de
amarelo ou em xisto típico da região. Para além destas características existem fatores
dissonantes sendo constituídos por elementos de equipamento (cabos elétricos e ar
condicionado) que se impõem ao conjunto urbanístico.
Analisando o estado de conservação dos edifícios considera-se que, no cômputo geral,
não se verifica uma situação preocupante encontrando-se estes maioritariamente num
estado de conservação bom (Figura 32).
Figura 31 – Fachada de um quintal.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
34
Figura 32 – Estado de conservação do edificado da Rua de Moçambique.
Contudo do ponto de vista da perceção de quem percorre as ruas, observando o
edificado, a imagem que sobressai é uma imagem pouco apelativa. A maioria das
patologias detetadas deve-se à falta de manutenção periódica dos rebocos e pinturas.
Arruamento
A Rua de Moçambique é uma rua empedrada e estreita não dispondo de passeios para
a circulação de peões por limitação de espaço (Figura 33). Esta rua não possui
infraestruturas para escoamento de águas pluviais causando problemas de
escoamento das mesmas aquando a existência de caudais anormais de pluviosidade,
devido ao declive acentuado da mesma.
81%
13%
6%
0%
Estado de conservação dos edifícios
Bom
Razoável
Mau
Ruína
Figura 33 – Alçado da Rua de Moçambique.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
35
3.11 Jardim do Miradouro
O atual jardim do miradouro é um espaço muito fragmentado, com tipologias de uso
pouco claras (Figura 34).
Figura 34 – Jardim do Miradouro.
A zona mais lúdica do espaço é o parque infantil onde existem alguns equipamentos
no entanto estes são pouco apelativos e encontram-se degradados. Também o
pavimento do parque infantil se encontra em mau estado de conservação, sendo um
perigo para os utilizadores do espaço (Figura 35).
Figura 35 – Parque infantil.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
36
3.12 Envolvente do Cine Teatro
O edifício do Cine Teatro de Barrancos possui, neste momento, uma envolvente
destituída de qualquer arranjo exterior não sendo um espaço aprazível à estadia e à
passagem.
Este espaço encontra-se desprovido de pavimentação e aparcamentos adequados,
assim como vias de circulação de automóveis e de peões para o acesso ao Cine Teatro,
Campo de Futebol, Parque de Feiras e Exposições, e Piscinas Municipais.
Figura 36 – Envolvente do Cine Teatro.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
37
3.13 Conclusões
Do levantamento/ diagnóstico do conjunto edificado verifica-se que a maior parte dos
edifícios se encontra em bom estado de conservação, o que reflete um cuidado por
parte dos privados em conservar os seus edifícios, que constituem edifícios com
tipologias arquitetónicas características de Barrancos, através das quais a identidade
do território se materializa. No entanto existem também edifícios em mau estado de
conservação sendo urgente a sua reabilitação.
No contexto de uma reabilitação urbana integrada, fará sentido prestar uma atenção
particular a estes casos mais preocupantes, para que dissonâncias não sejam
incorporadas, a identidade do edificado não seja desvirtuado e sobretudo para que o
estado de conservação do mesmo não se agrave e obrigue a demolições futuras.
O espaço público em geral encontra-se sem qualidade estética ou visual, com edifícios
sem manutenção de rebocos e pinturas, pavimentos antigos e degradados, ausência
de definição de espaços para circulação de automóveis e peões e ainda
estacionamento. Também ao nível de infraestruturas existem deficiências quer por
inexistência de infraestruturas de escoamento de águas pluviais quer pela existência
de redes de abastecimento de saneamento obsoletas.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
38
3.14 Análise SWOT
P O N T O S F O R T E S
Localização estratégica sendo uma porta de ligação de e para a Europa;
Existência de artérias, largos, ruas, espaços verdes e equipamentos públicos com
elevado valor patrimonial, urbanístico e identitário;
Potencial turístico da área é evidente, pela beleza natural e paisagística, e pelo
valor histórico e cultural;
Atrativo turístico face à sua cultura e proximidade com Espanha;
Estrutura urbana bem definida;
Equipamentos coletivos proporcionais à dimensão concelhia;
Investimentos realizados no âmbito da recuperação de edifícios com valor
histórico;
Outros investimentos anterior na recuperação de algumas ruas;
Vila limpa;
Concentração da maioria do comércio ao longo da artéria principal;
Dinâmica cultural do centro da vila;
Parque empresarial;
Facilidade em encontrar locais e estabelecimentos;
Património cultural relevante;
Equipamento coletivo;
Existência de oferta de alojamento;
Festas da vila reconhecida nacional e internacional;
Tradições culturais muito enraizadas na população;
Cultura de rua, de festa, de socialização de manifestação cultural e divertimento;
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
39
P O N T O S F R A C O S
Edifícios desocupados;
Edifícios em mau estado de conservação;
População maioritariamente idosa, reformada ou desempregada;
Ausência de espaços verdes e de descanso;
Características da malha urbana difíceis param pessoas com mobilidade reduzida;
Trânsito pouco ordenado dentro do centro da vila;
Excesso de utilização do veículo como meio de deslocação intra-vila;
Zonas específicas com ruas em péssimo estado de conservação, deterioração;
Sinalização informativa e turística deficitária;
Zonas internas de recreio, lazer e descanso quase inexistentes;
Sinalização rodoviária deficitária;
Inexistência de proteção de peões/consumidores no acesso aos estabelecimentos
comerciais;
Ausência oferta complementar de tipo comercial mais orientada ao turismo;
Dispersão dos estabelecimentos ao longo da artéria principal, que conduz a um
uso abusivo de camiões e demais veículos de descarga em zonas de reduzida
largura;
Elevada concentração de barreiras arquitetónicas nos acessos aos
estabelecimentos comerciais;
Inexistência de espaços que possam dar lugar a esplanadas ou outras áreas com
fim lúdico que possam dinamizar e gerar fluxos de pessoas, derivados em grande
parte da falta de ordenamento do trânsito;
Edifícios de arquitetura de interesse turística em deterioração;
Falta de sinalização informativa na malha urbana, principalmente no centro da
vila;
Iluminação tipo industrial nas principais artérias visitadas em detrimento de
iluminação mais adequada;
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
40
Falta de espaços verdes/ zonas de descanso na malha urbana;
Inexistência de ofertas alternativas para a mobilidade em detrimento do uso de
carros;
Falta de estacionamento ordenado e condicionados para dar lugar à mobilidade
das pessoas;
Necessidades de preservação e intervenção nas praças do centro da vila e edifícios
propriedades do município.
População envelhecida com necessidades especiais de segurança para a
mobilidade;
Inadequação dos espaços públicos/serviços públicos à eliminação das barreiras
arquitetónicas;
População jovem a deslocar-se para bairros periféricos em detrimento da zona
centro;
Elevada taxa de desemprego e escassos recursos;
Falta de postos de internet para acessos à população e visitantes.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
41
A M E A Ç A S
Continua deterioração das ruas do centro e do abastecimento de água com
qualidade;
Abandono do centro e zonas velhas em detrimento das novas zonas urbanas;
Desinvestimento na recuperação urbana global, por falta de apoios;
Incremento da mobilidade automóvel sem ordenamento;
Perda do investimento realizado ao longo dos anos, por falta de atratividade
global;
Desleixe dos estabelecimentos comerciais por falta de coerência da estrutura
urbana global;
Ausência de novas atividades económicas;
Perda de turistas devido à falta de informação ou informação escassa;
Perda da oportunidade de co-financiamento de investimento na melhoria da
qualidade da imagem da vila no seu conjunto;
Degradação contínua dos edifícios históricos e de interesse cultural, patrimonial e
turístico;
Falta de alternativas de lazer dentro da vila;
Desvitalização das atividades culturais por falta de condições logísticas;
Desenvolvimento de novas áreas urbanas em detrimento da recuperação das
zonas existentes;
Problemas socioeconómicos;
Oferta de emprego inexistente, sobretudo para a camada jovem;
Progressivo êxodo de jovens;
Turismo sazonal;
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
42
O P O R T U N I D A D E S
Experiencia na recuperação de património edificado;
Relevo e geografia da vila com elevado atrativo estético;
Zonas de lazer por explorar;
Continuada realização de investimento em regeneração urbana;
Proporcionar um ordenamento em zonas onde beneficiam diversos equipamentos
devido à concentração dos serviços coletivos em zonas específicas;
Situação de fronteira com elevado potencial de desenvolvimento;
Interesse crescente por áreas rurais com potencial ambiental e cultural;
Situação de fronteira que permite uma abertura do comércio local ao exterior;
Novos mercados/novas atividades económicas dirigidas em especial aos visitantes;
Valorização das iniciativas e das especificidades dos processos de
desenvolvimento local ao nível dos financiamentos comunitários;
Vila com potencial turístico ao nível da cultura e identidade;
Interesse crescente por áreas rurais com potencial ambiental e cultural;
Concelho com 90% da área em REDE Natura 2000;
Proporcionar ordenamento urbano ajustado às necessidades turísticas de imagem
e promoção;
Situação de fronteira com elevada procura às necessidades turísticas de imagem e
promoção;
Criar condições para combater o turismo sazonal e consequentemente a ocupação
sazonal de habitações;
Situação de fronteira com elevada procura ao nível de turismo;
Melhorar as condições de mobilidade, circulação, acessibilidade e segurança;
Conjunto de património histórico e arquitetónico com interesse turístico dentro e
fora da malha urbana;
Celebrações culturais e festas com reconhecido valor turístico;
Reconhecimento crescente da necessidade de desenvolver iniciativas de gestão e
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
43
promoção ao nível transfronteiriço;
Cultura inter-geracional coesa;
Capacidade de cooperação entre entidades para enfrentar projetos de interesse
coletivo;
Tradição e iniciativas de sucesso no âmbito da cooperação transfronteiriça.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
44
4 Estratégia de reabilitação urbana
4.1 Opções estratégicas
No novo contexto funcional da Vila de Barrancos, pós-agrícola e perante um constante
êxodo rural, devem ser equacionadas as novas necessidades de habitação, serviços e
indústria, uma vez que Barrancos perdeu a função aglutinadora da atividade agrária.
Cada vez mais se assiste ao surgimento de atividades de prestação de serviços e
comércio (restauração e hotelaria) ou ainda à combinação da atividade agrícola/
silvícola com a industrial, resultando em agro-indústria de fileiras especializadas.
No entanto, e mesmo considerando o imperativo de reservar áreas para as atividades
com potencialidade de criar emprego e riqueza, torna-se fulcral proteger, defender,
potenciar e criar os meios para incentivar o povoamento tradicional, que no Alentejo
se caracteriza por ser concentrado.
Assim, urge criar os instrumentos necessários para atrair as populações para o interior
do perímetro urbano, concentrando a edificação e a fixação da população na Vila de
Barrancos, evitando a edificação dispersa em solo rural.
Torna-se urgente contrariar o fenómeno de envelhecimento do património edificado
que se tem vindo a verificar, em muito devido ao envelhecimento da população e ao
êxodo populacional que se continua a verificar, o qual não tem sido compensado pela
procura de segundas residências ou o retorno de reformados à sua terra natal. Desta
forma, é importante a implementação de medidas urbanísticas que estimulem a
reabilitação urbana, promovam a qualidade de vida da população e criem incentivos à
aquisição ou arrendamento de habitação pelas camadas etárias mais jovens
O RJRU, através dos objetivos identificados no seu artigo 3º, permite introduzir uma
dinâmica vital para a intervenção em domínios estratégicos fundamentais como a
qualificação e funcionalidade do espaço urbano, o reforço e dinamização da base
económica, o estimulo á função habitacional e o potenciar dos valores patrimoniais.
Assim, o Município de Barrancos apresenta a seguinte visão estratégica:
Qualificar e reforçar o valor patrimonial e cultural;
Estimular a função residencial;
Reforçar a funcionalidade turística;
Melhorar a qualidade urbana e ambiental;
Potenciar os valores patrimoniais.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
45
No âmbito da visão estratégica, foram já definidos, no ato de delimitação da ARU de
Barrancos, os seguintes Objetivos (opções) Estratégicos:
OE1 – Abrandar e inverter a tendência de desertificação demográfica,
promovendo a fixação de população, nomeadamente jovem, combater a
pobreza e o desemprego;
OE2 – Incentivar a dinâmica económica e social, a fixação de atividades dos
sectores secundário (transformação e industria agroalimentar) e terciário
(hotelaria e turismo), promovendo a captação de investimento externo e o
aumento do número de visitantes;
OE3 – Promover a sustentabilidade ambiental da vila e do território envolvente,
defendendo a biodiversidade, o uso racional da água e da energia, incluindo-se
ainda a redução da dependência dos combustíveis fósseis e do automóvel
privado;
OE4 – Beneficiar da posição geoestratégica fronteiriça e das potencialidades
das relações com as regiões de Espanha, beneficiando ainda da diversidade e
magnificência do património natural, riqueza do ambiente urbano e
potencialidade do clima, potenciando a interação cultural e a prática de
atividades desportivas, assim como de atividades ao ar livre.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
46
4.2 Definir prioridades
Para cada opção estratégica de reabilitação urbana foram definidas prioridades na
execução da ORU.
a) Atrair mais população
1. Melhorar a qualidade da vida urbana e a coesão territorial
2. Definir os públicos-alvo a que se deve dirigir a oferta habitacional:
Privilegiando os jovens – individuais e casais (para rejuvenescer a
população existente);
3. Promover a reocupação do edificado/frações desocupadas:
Através da adaptação destes espaços a novas funções, dinamizando este
mercado com programas de apoio ao arrendamento, atraindo novos
públicos.
b) Qualificação do Espaço Público e do Ambiente Urbano
1. Requalificar espaços públicos: largos/praças e arruamentos:
Através de criação de passeios, de redução/eliminação de obstáculos à
circulação de pessoas com mobilidade condicionada, favorecendo assim
a circulação pedonal na ARU;
2. Promover soluções de estacionamento
3. Modernização das infraestruturas urbanas
4. Melhoria da acessibilidade e mobilidade:
Promovendo os modos de transporte favoráveis ao ambiente, a
circulação pedonal, a reestruturação da rede viária e a criação de
estacionamento e a supressão de barreiras arquitetónicas;
5. Recuperação e qualificação do espaço público, incluindo mobiliário
urbano e equipamento estruturante.
c) Impulsionar a Reabilitação Urbana
1. Promover a reabilitação do edificado por parte dos proprietários:
Criando condições de apoio financeiro, logístico e de
informação/divulgação;
Reduzindo os valores aplicados às vistorias e procedimentos
administrativos desenvolvidos no âmbito da presente operação de
reabilitação urbana;
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
47
2. Criação de bolsa de fornecedores, técnicos e empreiteiros:
Disponibilizando aos proprietários uma listagem de fornecedores e
profissionais com experiencia comprovada na área da construção civil e
sobretudo em intervenções de reabilitação, da região e não só;
3. Elaboração de um Manual de Boas práticas de Intervenção na ARU:
Disponibilização, nos serviços municipais e junto dos proprietários e/ou
moradores da ARU e dos operadores na área da construção civil, de um
referencial que enquadra e orienta as intervenções no parque edificado
e no espaço público desta área;
d) Captar mais empresas e emprego
1. Promover a requalificação do comércio tradicional e a instalação de
atividades comerciais qualificadas;
2. Incrementar as oportunidades económicas:
De modo a gerar mais emprego e alargar a oferta de bens e serviços à
população mas também apoiando as atividades de exploração do
património cultural;
3. Desenvolvimento de ações que implementem a potenciação do turismo:
4. Incentivar novos negócios:
Na área dos serviços de apoio doméstico (por exe: lavandarias, take
away, mercearias, serviços de limpezas, reparações domésticas etc),
que facilitam a vida quotidiana;
5. Instalação de Novas Iniciativas Empresariais:
Criação de uma estrutura de acolhimento de iniciativas empresariais de
micro e pequenas dimensões da área dos serviços, com módulos-base e
salas para a realização de reuniões, ações formativas e outros eventos
pontuais.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
48
4.3 Programa da Operação de Reabilitação Urbana (ORU)
O programa da ORU resume-se a um conjunto de ações de reabilitação do edificado,
de equipamentos de utilidade pública e sua envolvente, e ainda arruamentos pela
inserção/substituição de infraestruturas urbanas e intervenções ao nível da
mobilidade, circulação e estacionamento.
Com a intenção de introduzir uma política unificadora para a qualidade e vitalidade das
ruas e espaços da vila de Barrancos.
4.3.1 Requalificação dos Arruamentos
Esta regeneração urbanística surge da necessidade de recuperar o espaço coletivo,
convertendo-o em espaços de socialização, ponto de encontro da população local,
palco de acontecimentos diversos, com equipamentos que potenciem novos usos,
espaços capazes de aumentar a auto estima da população que o utiliza. É nestes
arruamento/espaços que se encontram a maior parte dos equipamentos e comércio
local, setores fundamentais para o equilíbrio social da vila.
A requalificação dos arruamentos passará pela inserção/substituição de
infraestruturas, como rede de distribuição de águas, rede de drenagem águas pluviais,
rede de drenagem de esgotos domésticos, iluminação e telefones.
No âmbito da realização destes trabalhos, os acessos existentes serão melhorados, o
pavimento existente será removido sendo posteriormente substituído. A substituição
do pavimento existente, permitirá um piso mais regulável aos utilizadores dos acessos
através de um melhor pisoteio, evitando a sensação de desconforto causada pelo
pavimento irregular e melhorando as condições de segurança.
De forma a delimitar as zonas de transição com as restantes ruas, serão colocadas lajes
de granito. Com a solução adotada, pretende-se ao nível da estereotomia dos
pavimentos conciliar uma estratégia de circulação automóvel em que prevalece as ruas
de sentido único, bem como otimizar o número de lugares de estacionamento e ao
mesmo tempo de garantir uma circulação pedonal com segurança.
De forma a controlar os pontos críticos existentes - escadas serão implantados
corrimões e guarda-corpos e ainda barreiras dissuasoras nos locais onde se verifique
que o estacionamento bloqueie o acesso à escada.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
49
4.3.2 Requalificação do Jardim do Miradouro
As intervenções neste espaço passam pelo reordenamento do espaço, definição de
zonas de estadia, recriação, e locais lúdicos. Com intenção de reperfilamento da
plataforma adjacente ao parque infantil com substituição do pavimento.
Na zona do parque infantil é proposta a inserção de mais equipamentos destinados a
diferentes classes etárias de modo a ser utilizado por um maior número de pessoas. A
plataforma adjacente ao parque infantil será também alvo de intervenção, com o
reperfilamento da mesma e substituição do pavimento existente.
Na envolvente do parque infantil são propostos alguns maciços de arbustos e
herbáceas cujo intuito de diminuir o ruído proveniente do acesso rodoviário adjacente.
4.3.3 Requalificação da Envolvente do Cine Teatro
A renovação e transformação da área envolvente ao Cine Teatro pretende dotar esta
nova centralidade, com um desenho de espaço público agradável à estadia.
A criação deste espaço parte da definição dos fluxos de circulação automóvel e
pedonal, nesse sentido, definindo-se uma via para acesso automóvel, que liga a
Estrada Nacional à zona de entrada das Piscinas Municipais, ao longo da qual surgem
algumas bolsas de aparcamento automóvel, com alguns lugares reservados a cidadãos
com necessidades especiais.
A circulação pedonal é efetuada através de passeios, que fazem a ligação entre os
diferentes espaços da área de intervenção.
No espaço presente entre o edifício do Cine Teatro, e o Parque da Feiras e Exposições
é criada uma praça enquadrando-a com o edifício através da inserção de canteiros
constituído por arbusto e elementos arbóreos.
De forma a tornar este local aprazível e salvaguardando a permeabilidade dos solos e o
material vegetal existente serão criadas áreas de relvado e prados floridos.
4.3.4 Reabilitação do Conjunto Edificado
Na reabilitação do edificado irá dar-se prioridade aos casos que possam pôr em risco a
segurança pública e salubridade e aos casos cujos edifícios se encontram em mau
estado de conservação. O quadro de apoios e incentivos será apresentado aos
proprietários do edificado em causa.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
50
4.3.5 Prazo de execução da Operação de Reabilitação
Urbana Sistemática
Para os projetos estruturantes apresentados no presente programa, estima-se que o
prazo de execução no âmbito da Operação de Reabilitação Urbana Sistemática da ARU
de Barrancos seja de 15 anos não existindo uma calendarização pré-definida.
4.4 Modelo de Gestão e Execução da ORU
A execução da ORU na ARU de Barrancos terá um modelo de gestão misto:
a) Por iniciativa da entidade gestora – Município de Barrancos – através da
modalidade de execução direta;
b) Por iniciativa dos particulares, através da modalidade de execução pelos
particulares com o apoio da entidade gestora
O investimento de iniciativa municipal será financiado com capitais públicos (e
comunitários), e prevê-se, tanto quanto possível, a iniciativa dos proprietários privados
na reabilitação do seu património, contribuindo para a implementação da estratégia
de reabilitação urbana.
Requalificação dos
arruamentos
Requalificação do Jardim do Miradouro
Requalificação da Envolvente do Cine Teatro
Reabilitação do Conjunto
Edificado
2016 2031
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
51
4.5 Quadro de Apoios e Incentivos
4.5.1 Incentivos Fiscais
Os incentivos fiscais aqui consagrados são aplicáveis aos imóveis objeto de ações de
reabilitação iniciadas após 1 de Janeiro de 2008 e que se encontrem concluídas até 31
de Dezembro de 2020 (n.º 20 do artigo 71.º EBF).
São abrangidas pelo presente regime as ações de reabilitação que tenham por objeto
imóveis que preencham, pelo menos, uma das seguintes condições:
a) Sejam prédios urbanos arrendados passíveis de atualização faseada das rendas
nos termos dos artigos 27.º e seguintes do NRAU;
b) Sejam prédios urbanos localizados em áreas de reabilitação urbana.
(n. º 21 do artigo 71.º EBF)
1.º IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
Os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação são passíveis de isenção de
imposto municipal sobre imóveis por um período de cinco anos, a contar do ano,
inclusive, da conclusão da mesma reabilitação, podendo ser renovada por um período
adicional de cinco anos (n.º 7 do artigo 71.º EBF).
2.º IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis)
São isentas do IMT as aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio
urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira
transmissão onerosa do prédio reabilitado, quando localizado na área de reabilitação
urbana (n.º 8 do artigo 71.º EBF).
3.º IVA (Imposto Valor Acrescentado)
Bens e serviços sujeitos a taxa reduzida:
Empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico,
realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas de reabilitação
urbana delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de operações de requalificação e
reabilitação de reconhecido interesse público nacional (ponto 2.23, lista I, CIVA).
As empreitadas de reabilitação de imóveis que, independentemente da localização,
sejam contratadas diretamente pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
52
(IHRU), bem como as que sejam realizadas no âmbito de regimes especiais de apoio
financeiro ou fiscal à reabilitação de edifícios ou ao abrigo de programas apoiados
financeiramente pelo IHRU. (ponto 2.24, lista I, CIVA).
A taxa reduzida não abrange os materiais incorporados, salvo se o respetivo valor não
exceder 20% do valor global da prestação de serviços.
4.º IRS (Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares)
São dedutíveis à coleta, em sede de IRS, até ao limite de 500€, 30% dos encargos
suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação de:
a) Imóveis, localizados em áreas de reabilitação urbana e recuperados nos termos
das respetivas estratégias de reabilitação; ou
b) Imóveis arrendados passíveis de atualização faseada das rendas nos termos dos
artigos 27.º e seguintes do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU),
aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, que sejam objeto de ações de
reabilitação.
(n.º 4 do artigo 71.º EBF)
Os encargos a que se refere o ponto anterior devem ser devidamente comprovados e
dependem de certificação prévia por parte do órgão de gestão da área de reabilitação.
A entidade mencionada anteriormente deve remeter à administração tributária as
certificações referidas (n.º 17 do artigo 71.º EBF).
As mais-valias auferidas por sujeitos passivos de IRS residentes em território português
são tributadas à taxa autónoma de 5 %, sem prejuízo da opção pelo englobamento,
quando sejam inteiramente decorrentes da alienação de imóveis situados em área de
reabilitação urbana, recuperados nos termos das respetivas estratégias de reabilitação
(n.º 5 do artigo 71.º EBF).
Os rendimentos prediais auferidos por sujeitos passivos de IRS residentes em
território português são tributadas à taxa de 5%, sem prejuízo da opção pelo
englobamento, quando sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de:
a) Imóveis situados em área de reabilitação urbana, recuperados nos termos das
respetivas estratégias de reabilitação;
b) Imóveis arrendados passíveis de atualização faseada das rendas nos termos dos
artigos 27.º e seguintes do NRAU, que sejam objeto de ações de reabilitação.
(n.º 6 do artigo 71.º EBF)
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
53
5.º Fundos de Investimento Imobiliário em Reabilitação Urbana
Ficam isentos de IRC (Imposto sobre Rendimentos das Pessoas Coletivas) os
rendimentos de qualquer natureza obtidos por fundos de investimento imobiliário que
operem de acordo com a legislação nacional, desde que se constituam entre 1 de
janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2013 e pelo menos 75% dos seus ativos sejam
imóveis sujeitos a ações de reabilitação realizadas em áreas de reabilitação urbana (n.º
1 do artigo 71.º EBF).
Os rendimentos respeitantes a unidades de participação nos fundos de investimento
referidos no número anterior, pagos ou colocados à disposição dos respetivos
titulares, quer seja por distribuição ou mediante operação de resgate, são sujeitos a
retenção na fonte de IRS ou de IRC, à taxa de 10 %, exceto quando os titulares dos
rendimentos sejam entidades isentas quanto aos rendimentos de capitais ou entidades
não residentes sem estabelecimento estável em território português ao qual os
rendimentos sejam imputáveis, excluindo:
a) As entidades que sejam residentes em país, território ou região sujeitos a um
regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por
portaria do Ministro das Finanças;
b) As entidades não residentes detidas, direta ou indiretamente, em mais de 25 %
por entidades residentes.
(n.º 2 do artigo 71.º EBF)
O saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias resultantes da alienação de
unidades de participação nos fundos de investimento é tributado à taxa de 10%
quando os titulares sejam entidades não residentes a que não seja aplicável a isenção
prevista no artigo 27.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais ou sujeitos passivos de IRS
residentes em território português que obtenham os rendimentos fora do âmbito de
uma atividade comercial, industrial ou agrícola e não optem pelo respetivo
englobamento (n.º 3 do artigo 71.º EBF).
Âmbito de aplicação
Âmbito temporal 01/01/2008 a 31/12/2020
Âmbito de aplicação Edifícios em ARU e Reabilitados
Ação de reabilitação Intervenção que resulte numa subida de
2 níveis de conservação
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
54
Benefícios fiscais
IMI Isenção de 5 anos após reabilitação
IMT Isenção na 1.ª transmissão após reabilitação
IVA Taxa de 6% em empreitadas de reabilitação (materiais e
mão-de-obra
IRS
Os proprietários de imóveis podem deduzir à coleta, até
ao limite de 500€, 30% dos encargos relacionados com
a reabilitação
IRS
Mais-valias tributadas à taxa de 5%, quando sejam
decorrentes da alienação de imóveis situados em ARU,
objeto de reabilitação;
Rendimentos prediais à taxa de 5%, quando do
arrendamento de imoveis situados em ARU, objeto de
reabilitação
Fundos de Investimento
Imobiliário
Isenção de IRC dos rendimentos obtidos por fundos de
investimento;
Retenção na fonte à taxa de 10% no IRC/IRS dos
rendimentos provenientes das unidades de participação
em fundos de investimento
4.5.2 Aplicação dos Benefícios Fiscais
Para efeitos de aplicação dos incentivos fiscais, considera-se:
Ações de reabilitação - as intervenções destinadas a conferir adequadas características
de desempenho e de segurança funcional, estrutural e construtiva a um ou vários
edifícios, ou às construções funcionalmente adjacentes incorporadas no seu
logradouro, bem como às suas frações, ou a conceder-lhe novas aptidões funcionais,
com vista a permitir novos usos ou o mesmo uso com padrões de desempenho mais
elevados, das quais resulte um estado de conservação do imóvel, pelo menos, dois
níveis acima do atribuído antes da intervenção (alínea a) do n.º22 do artigo 71.º EBF);
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
55
Estado de conservação - o estado do edifício ou da habitação determinado nos termos
do disposto no NRAU e no Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro, para efeito
de atualização faseada das rendas ou, quando não seja o caso, classificado pelos
competentes serviços municipais, em vistoria realizada para o efeito, com referência
aos níveis de conservação constantes do quadro do artigo 33.º do NRAU (alínea c) do
n.º22 do artigo 71.º EBF).
Terreno Vazios - Considera-se que os terrenos vazios que tenham sido alvo de uma
demolição/limpeza de terreno possam ter acesso aos benefícios fiscais no âmbito da
reabilitação urbana. Para isso, será necessário provar a existência de uma construção
no passado, seja através de fotografias, planta, ortofotomapa, caderneta predial ou
outro documento. Neste caso, a vistoria inicial passará pelo levantamento fotográfico
do estado atual do terreno, equiparado ao nível 1, substituindo o preenchimento da
ficha do NRAU.
DEFINIÇÕES
'Ações de reabilitação' - as intervenções destinadas a conferirem adequadas
características de desempenho e de segurança funcional, estrutural e construtiva a um
ou vários edifícios, ou às construções funcionalmente adjacentes incorporadas no seu
logradouro, bem como às suas frações, ou a conceder-lhe novas aptidões funcionais,
com vista a permitir novos usos ou o mesmo uso com padrões de desempenho mais
elevados, das quais resulte um estado de conservação do imóvel, pelo menos, dois
níveis acima do atribuído antes da intervenção; [ponto 22 a), art.º 71 EBF]
Nível Estado de conservação
5 Excelente
4 Bom
3 Médio
2 Mau
1 Péssimo
1ª APLICAÇÃO – Avaliação Física
Primeiro, realiza-se uma análise centrada exclusivamente nos parâmetros
físicos da intervenção, tendo em conta a melhoria em pelo menos 2 níveis
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
56
acima do atribuído antes da intervenção, conforme o artigo 71º do estatuto
dos benefícios fiscais;
Para esta análise será utilizada a ‘Ficha de Avaliação do Nível de Conservação
de Edifícios’ do NRAU, publicado pela Portaria 1192-B/2006, de 3 de novembro,
e segue as instruções de aplicação do ‘Método de Avaliação do Estado de
Conservação de Imóveis’ (MAEC).
Ficha de avaliação
Exemplo: Na vistoria inicial é atribuído o nível 3 – médio, a pós a intervenção de
reabilitação terá de subir para o nível 5 – excelente.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
57
Caso isso não aconteça, terá de subir pelo menos um nível, para o 4 - bom e conseguir
outro nível pela avaliação funcional e de desempenho.
2ª APLICAÇÃO – Avaliação Funcional e de Desempenho
A aplicação desta segunda analise, só ocorrerá, se não for possível obter 2
níveis pela avaliação física da intervenção;
Dado que a avaliação anterior não tem em conta todos os aspetos da obra
realizada, criou-se um conjunto de critérios para analisar a intervenção na sua
globalidade;
Este método de avaliação será repartido entre uma análise física e uma análise dos
parâmetros funcionais e de desempenho, nomeadamente pela atribuição de:
Um nível pela avaliação física ficando obrigatoriamente o nível “médio” como
limite mínimo de isenção;
Um nível pelas novas aptidões funcionais e padrões de desempenho mais
elevados.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
58
4.5.3 Outros Incentivos O município de Barrancos com o objetivo de incentivar a reabilitação urbana tem
aprovado o Regulamento do serviço “Oficina Domiciliária”. O Regulamento foi
desenvolvido com o objetivo de melhorar as condições de habitabilidade dos
munícipes com vista à progressiva melhoria de vida da população mais carenciada.
4.5.4 Majoração para prédios urbanos degradados
No âmbito desta operação de reabilitação urbana entende-se preveres majorações
para prédios urbanos degradados, conforme legislação aplicável:
Prevê-se a majoração até 30% da taxa de IMI aplicável a prédios urbanos degradados,
localizados na área de reabilitação urbana, considerando-se como tais os que, face ao
seu estado de conservação, não cumpram satisfatoriamente a sua função ou façam
perigar a segurança de pessoas e bens.
4.6 Programa de Investimento Público
Designação Promotor Estimativa
Orçamental Ano
Envolvente do Cine Teatro Município de Barrancos 178.839,81 € 2016 - 2031
Jardim do Miradouro Município de Barrancos 60.688,17 € 2016 - 2031
Rua 1 - Rua Senhora da Conceição Município de Barrancos 184.529,22 € 2016 - 2031
Rua 2 - Rua São João de Deus Município de Barrancos 84.443,09 € 2016 - 2031
Rua 3 - Rua Leite de Vasconcelos Município de Barrancos 74.656,82 € 2016 - 2031
Rua 4 - Rua Jerónimo Vasques Município de Barrancos 41.554,76 € 2016 - 2031
Rua 5 - Rua Dona Maria das Dores
Fialho Garcia Município de Barrancos 70.258,12 € 2016 - 2031
Rua 6 - Rua Higinio de Sousa e Rua
de Noudar Município de Barrancos 152.132,12 € 2016 - 2031
Rua - Rua de Timor Município de Barrancos 53.460,51 € 2016 - 2031
Rua 8 - Rua do Cerro Município de Barrancos 104.554,88 € 2016 - 2031
Rua 9 - Rua de Santo António Município de Barrancos 50.000,59 € 2016 - 2031
Rua 10 - Rua de Moçambique Município de Barrancos 17.857,27 € 2016 - 2031
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
59
4.7 Programa de Financiamento
De acordo com a alínea h) do n.º 2 do artigo 33.º do RJRU, o programa de
financiamento da operação de reabilitação urbana, prevê-se um investimento privado
de 922 500,00€ (Novecentos e vinte e dois mil, quinhentos euros), para a reabilitação
de imoveis, cuja responsabilidade é dos respetivos proprietários. O programa de
investimento público aponta para um investimento de 1 072 975,36€ (um milhão e
setenta e dois mil, novecentos e setenta e cinco euros e trinta e seis cêntimos).
Financiamento Municipal
O Município de Barrancos nas Grandes Opções do Plano 2016 (GOP) projeta os
investimentos municipais a realizar na ARU de Barrancos, estando atualmente
definidas verbas para a realização de alguns dos investimentos, que possam vir a ser
realizados já em 2016.
Futuramente, o Município irá decidir quais os montantes a afetar para os restantes
investimentos previstos para a operacionalização da estratégia de reabilitação da ARU
de Barrancos.
Instrumento Financeiro para a Reabilitação Urbana – IFRRU20202
O IFRRU 2020 – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas - é
um instrumento financeiro, criado no âmbito do Portugal 2020, e como tal podendo vir
a ser financiado pelos Programas Operacionais Regionais, do Continente e Regiões
Autónomas, e pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de
Recursos, para apoio à reabilitação e revitalização urbanas, incluindo a promoção da
eficiência energética, em complementaridade, na reabilitação de habitação para
particulares.
Os apoios são concedidos através de produtos financeiros, criados pela banca
comercial, a disponibilizar com condições mais favoráveis do que as condições de
mercado, sendo cofinanciáveis as seguintes operações, focadas em territórios
específicos, isto é localizadas dentro das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) em
centros históricos, zonas ribeirinhas ou zonas industriais abandonadas definidos pelos
Municípios:
2 Fonte: http://www.portaldahabitacao.pt/pt/portal/reabilitacao/ifrru/index.html
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
60
Reabilitação integral de edifícios, com idade igual ou superior a 30 anos, ou, no
caso de idade inferior, que demonstrem um nível de conservação igual ou
inferior a 2 (DL.º 266-B/2012, de 31 de dezembro);
Reabilitação de espaços e unidades industriais abandonadas com vista à sua
reconversão.
A utilização a dar aos edifícios poderá ser para habitação, atividades económicas ou
equipamentos de uso coletivo.
Complementarmente serão apoiadas as intervenções em eficiência energética
concretizadas no âmbito do projeto de reabilitação urbana de edifícios de habitação,
que sejam identificadas em auditoria energética realizada para este efeito.
Serão também apoiados os proprietários, de natureza privada, detentores de frações
em edifícios de habitação social que sejam objeto de reabilitação integral no âmbito de
Plano de Ação Integrada para Comunidades Desfavorecidas desenvolvido pelo
Município.
O IFRRU 2020 destina-se a pessoas singulares ou coletivas, públicas ou privadas,
incluindo-se os condomínios.
As operações a financiar devem demonstrar viabilidade e gerar receitas líquidas
positivas suficientes para amortizar o valor do financiamento do investimento.
Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível 3
O programa “Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível” tem como objetivo o
financiamento de operações de reabilitação de edifícios com idade igual ou superior a
30 anos, que após reabilitação deverão destinar-se predominantemente a fins
habitacionais. Estas frações destinam-se a arrendamento em regime de renda
condicionada.
Este programa tem uma dotação inicial de 50 milhões de euros, contando com o apoio
financeiro do Banco Europeu de Investimento e do Banco de Desenvolvimento do
Conselho da Europa. Podem candidatar-se a este programa pessoas singulares ou
coletivas, de natureza privada ou pública, que sejam proprietárias de edifícios, ou
parte de edifícios a reabilitar, ou que demonstrem serem titulares de direitos e
poderes sobre os mesmos que lhes permitam onerá-los e agir como donos de obra no
âmbito de contratos de empreitada.
3Fonte:http://www.portaldahabitacao.pt/pt/portal/reabilitacao/reabilitarparaarrendar_ha/reabilitarpar
aarrendar_habitacao_acessivel.html
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
61
4.8 Prazo de Execução
O âmbito temporal da operação de reabilitação urbana é de 15 anos, de acordo com o
prazo máximo definido no artigo 20.º do RJRU, contados a partir do dia da publicação
em Diário da República.
Anualmente, a entidade gestora terá de elaborar um relatório de monitorização de
operação de reabilitação em curso e submetê-lo à assembleia municipal.
A cada 5 anos, a Câmara Municipal deverá submeter à apreciação da Assembleia
Municipal um relatório de avaliação da execução dessa operação, acompanhado, se
for caso disso, de uma proposta de alteração. Todos os relatórios serão
obrigatoriamente divulgados na página eletrónica do município.
4.9 Entidade Gestora
O Município de Barrancos assumirá as funções de entidade gestora da ARU de Barrancos, fazendo uso de todas as competências ao seu dispor, e no âmbito da lei, na execução do presente Programa Estratégico de Reabilitação Urbana.
Assim, o Município de Barrancos irá dispor, numa ótica assente no princípio da proporcionalidade, de todos os Instrumentos de Execução da Operação de Reabilitação Urbana Sistemática, previstos nos artigos 54.º e seguintes do RJRU, nomeadamente:
1) Imposição de obras coercivas, nos termos do artigo 55.º do RJRU, quando os proprietários tiverem possibilidade de sustentar os encargos da operação, e sem prejuízo de programas específicos de apoio eventualmente existentes para o caso;
2) Desenvolvimento de empreitada única, conforme disposto no artigo 56.º do RJRU, quando tal se constituir como forma mais eficiente de proceder às intervenções;
3) Ordenar a demolição de edifícios, quando estiverem reunidos os requisitos constantes do artigo 57.º do RJRU;
4) Direito de preferência quando estiverem reunidos os requisitos constantes do artigo 58.º do RJRU;
5) Arrendamento forçado, quando estiverem reunidos os requisitos constantes do artigo 59.º do RJRU;
6) Constituição de servidões, nos termos do artigo 60.º do RJRU; 7) Desenvolvimento de ações de expropriação, quando estiverem reunidos os
requisitos constantes do artigo 61.º do RJRU; 8) Desenvolvimento de venda forçada, quando estiverem reunidos os requisitos
constantes do artigo 62.º do RJRU; 9) Reestruturação de propriedade, nos termos do artigo do artigo 64.º do RJRU.
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA
62
Nos termos do n.º 1 do artigo 36.º, dos artigos 44.º a 48.º, todos do RJRU, mantém o
Município de Barrancos, na qualidade de entidade gestora da ARU de Barrancos, os
seguintes poderes:
a) As competências para a prática dos atos administrativos inseridos nos
procedimentos de licenciamento e de comunicação prévia de operações
urbanísticas, e ainda de autorização de utilização, que, nos termos do disposto
no RJUE, sejam da competência da câmara municipal ou do seu presidente;
b) Inspeções e vistorias, nomeadamente as competências para ordenar e
promover, em relação a imóveis localizados na respetiva área de reabilitação
urbana, a realização de inspeções e vistorias de fiscalização, nos termos
previstos no RJUE;
c) Adoção de medidas de tutela da legalidade urbanística nos termos previstos no
RJUE;
d) Cobrança de taxas;
e) Receção das cedências ou compensações devidas.
Nos termos dos artigos 65.º e 68.º do RJRU, tem ainda o Município de Barrancos, no âmbito de outros instrumentos de política urbanística, a competência de:
a) Determinar o nível de conservação de um prédio urbano, ou de uma fração,
compreendido na ARU de Barrancos, ainda que não estejam arrendados, nos
termos definidos no Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro;
b) Identificar os prédios ou frações que se encontram devolutos, para efeitos de
aplicação do disposto no Decreto-Lei n.º 159/2006, de 8 de agosto;
c) Estabelecer um regime especial de taxas municipais, constante de regulamento
municipal, para incentivo à realização das operações urbanísticas;
d) Estabelecer um regime especial de taxas municipais, constante de regulamento
municipal, para incentivo à instalação, dinamização e modernização de
atividades económicas, com aplicação restrita a ações enquadradas em
operações de reabilitação urbana sistemática;
e) Estabelecer, em regulamento municipal, um regime especial de cálculo das
compensações devidas ao município pela não cedência de áreas para
implantação de infraestruturas urbanas, equipamentos e espaços urbanos e
verdes de utilização coletiva, nos termos do disposto nos n.os 4 e 5 do artigo
44.º do RJUE;
f) Constituir fundos de compensação com o objetivo de receber e pagar as
compensações devidas pela aplicação de mecanismos de perequação
compensatória.